Proponho neste ensaio, demonstrar uma possível sequência de abordagens antropológicas sobre a ciê... more Proponho neste ensaio, demonstrar uma possível sequência de abordagens antropológicas sobre a ciência. Sequência que perpassa pelos estudos do simbólico e formas de dominação, pelas descrições de técnicas e controvérsias até uma nova ideia sobre a vida. Para tanto, apresento a noção de campo de Pierre Bourdieu e a noção de híbridos de Bruno Latour, diante dos possíveis ganhos da entrada da noção de vida de Tim Ingold nos estudos antropológicos sobre atividades científicas. Trata-se, portanto, de ver os resultados do jogo entre as certezas e incertezas dos estudos simbólicos da ciência com as incertezas e certezas da abordagem sobre controvérsias científicas, à luz de um alargamento na noção de vida. A argumentação construída neste ensaio mostra as contribuições destes autores para o entendimento das nuances que constituem parte da entrada da antropologia nos estudos sobre ciência, como também, por contraste, faz aparecer desníveis e marcas de suas posturas teórico-analíticas para al...
Resumo Este ensaio é composto por uma problematização sobre o que o trabalho antropológico pode o... more Resumo Este ensaio é composto por uma problematização sobre o que o trabalho antropológico pode ou não poder fazer. A minha ideia é demonstrar vínculos morais e instantâneos das atividades antropológicas e desníveis de seriedade que temos diante de diferentes discursos. Ao longo do texto eu apresento uma situação singular do meu trabalho de campo junto aos Biólogos da Conservação que executam atividades de reflorestamento do Bioma Caatinga, em áreas degradadas pela Transposição do Rio São Francisco. Destaco nesta incursão etnográfica, elementos que marcam minha entrada em campo, consequentemente, elementos que constituem uma rede dos ganhos antropológicos a partir de elementos nos/dos trabalhos biológicos. Em seguida, eu demonstro como – incitado por um fazer moralizado e uma moral do preceder antropológico –, afasto-me dos meus interlocutores/biólogos por efeito de seus estranhamentos de atividades de comunidades tradicionais em condições semiáridas. Se reformulações das abordagens antropológicas, à luz de novos dados etnográficos, devem ser constante e constituinte, acredito que as inquietações contidas nesta comunicação configuram uma forma singular de conflito entre posicionamentos políticos da disciplina, historicamente edificados, e aparatos teórico-metodológicos, epistemologicamente colocados.
Abstract This essay is composed of a problematization about what anthropological work can or can not do. My idea is to demonstrate moral bonds and instantaneous of the anthropological activities and unevenness of seriousness that we have before different speeches. Throughout the text I present a singular situation of my fieldwork with the Conservation Biologists who carry out reforestation activities of the Caatinga Biome in areas degraded by the São Francisco River Transposition. I highlight in this ethnographic incursion, elements that mark my entry into the field, consequently, elements that constitute a network of anthropological gains from elements in the
Resumo: A proposta deste ensaio etnográfico é descrever parte da arquitetura e rotina de uma inst... more Resumo: A proposta deste ensaio etnográfico é descrever parte da arquitetura e rotina de uma instituição rotulada de: instituição de ressocialização, além de se debruçar sobre como esta instituição direciona suas ações na direção da construção do menor infrator. A argumentação será feita à luz de algumas ideias do filósofo Michel Foucault. Pretendo analisar não apenas algumas minúcias da relação entre crime e punição, mas fazer aparecer uma maquinaria de poder que orienta os menores infratores, não apenas em suas " estadias " na FUNASE, mas na manutenção de um sistema punitivo que não mostra eficácia em suas funções segundo a lei. Palavras-chave: Crime. Punição. Poder. Michel Foucault. Résumé: Le but de cet essai ethnographique est de décrire l'architecture et le cadre d'une institution marquée routine: institution de réhabilitation, ainsi que de se pencher sur cette institution dirige ses actions vers la construction du mineur délinquant. L'argument sera faite à la lumière de certaines idées du philosophe Michel Foucault. J'analyse pas seulement certains petits détails de la relation entre le crime et le châtiment, mais de faire une machine de pouvoir qui guide les délinquants semblent, non seulement dans leur "séjour" sur FUNASE, mais dans le maintien d'un système de sanctions qui ne montre pas l'efficacité dans leurs rôles conformément à la loi.
Esta dissertação parte de uma etnografia de atividades científicas na transposição do Rio São Fra... more Esta dissertação parte de uma etnografia de atividades científicas na transposição do Rio São Francisco. Para tanto, baseia-se em desdobramentos teórico-metodológicos advindos Teoria Ator-Rede de Bruno Latour; perspectiva engajada no entendimento e problematização da Ciência, Estado e agências não-humanas. Os dados apresentados num primeiro momento são produtos de análise de documentos de governo, processos jurídicos, relatórios técnicos e etc., para fins de compreensão dos lugares que as controvérsias científicas ocupam junto dos conflitos jurídico-normativos que outorgam as obras da transposição. No segundo momento, são dados construídos por trabalho de campo junto dos cientistas que resgatam e monitoram as plantas da caatinga degradada pela transposição. Já que a imersão nos documentos possibilita acompanhar uma rede sociotécnica onde ciência é historicamente vinculada à política por responderem objetivamente a uma demanda desenvolvimentista, o trabalho de campo mostra as práticas que possibilitam ver como a ciência é uma “política em ação”. Estas duas posturas metodológicas são necessárias para compreender que tipo de conhecimentos, agentes, discursos e ideais são mobilizados a fim de que as plantas da caatinga dialoguem com as políticas estatais e legitimem, assim, uma intervenção que muda parte do curso das águas do maior rio brasileiro. A ideia é mostrar, portanto, como a produção científica inscreve a caatinga sob aspectos reconhecíveis pelo Estado e como acompanhar essa inscrição permite clarear uma forma específica de “gestão da natureza”.
Proponho neste ensaio, demonstrar uma possível sequência de abordagens antropológicas sobre a ciê... more Proponho neste ensaio, demonstrar uma possível sequência de abordagens antropológicas sobre a ciência. Sequência que perpassa pelos estudos do simbólico e formas de dominação, pelas descrições de técnicas e controvérsias até uma nova ideia sobre a vida. Para tanto, apresento a noção de campo de Pierre Bourdieu e a noção de híbridos de Bruno Latour, diante dos possíveis ganhos da entrada da noção de vida de Tim Ingold nos estudos antropológicos sobre atividades científicas. Trata-se, portanto, de ver os resultados do jogo entre as certezas e incertezas dos estudos simbólicos da ciência com as incertezas e certezas da abordagem sobre controvérsias científicas, à luz de um alargamento na noção de vida. A argumentação construída neste ensaio mostra as contribuições destes autores para o entendimento das nuances que constituem parte da entrada da antropologia nos estudos sobre ciência, como também, por contraste, faz aparecer desníveis e marcas de suas posturas teórico-analíticas para al...
Resumo Este ensaio é composto por uma problematização sobre o que o trabalho antropológico pode o... more Resumo Este ensaio é composto por uma problematização sobre o que o trabalho antropológico pode ou não poder fazer. A minha ideia é demonstrar vínculos morais e instantâneos das atividades antropológicas e desníveis de seriedade que temos diante de diferentes discursos. Ao longo do texto eu apresento uma situação singular do meu trabalho de campo junto aos Biólogos da Conservação que executam atividades de reflorestamento do Bioma Caatinga, em áreas degradadas pela Transposição do Rio São Francisco. Destaco nesta incursão etnográfica, elementos que marcam minha entrada em campo, consequentemente, elementos que constituem uma rede dos ganhos antropológicos a partir de elementos nos/dos trabalhos biológicos. Em seguida, eu demonstro como – incitado por um fazer moralizado e uma moral do preceder antropológico –, afasto-me dos meus interlocutores/biólogos por efeito de seus estranhamentos de atividades de comunidades tradicionais em condições semiáridas. Se reformulações das abordagens antropológicas, à luz de novos dados etnográficos, devem ser constante e constituinte, acredito que as inquietações contidas nesta comunicação configuram uma forma singular de conflito entre posicionamentos políticos da disciplina, historicamente edificados, e aparatos teórico-metodológicos, epistemologicamente colocados.
Abstract This essay is composed of a problematization about what anthropological work can or can not do. My idea is to demonstrate moral bonds and instantaneous of the anthropological activities and unevenness of seriousness that we have before different speeches. Throughout the text I present a singular situation of my fieldwork with the Conservation Biologists who carry out reforestation activities of the Caatinga Biome in areas degraded by the São Francisco River Transposition. I highlight in this ethnographic incursion, elements that mark my entry into the field, consequently, elements that constitute a network of anthropological gains from elements in the
Resumo: A proposta deste ensaio etnográfico é descrever parte da arquitetura e rotina de uma inst... more Resumo: A proposta deste ensaio etnográfico é descrever parte da arquitetura e rotina de uma instituição rotulada de: instituição de ressocialização, além de se debruçar sobre como esta instituição direciona suas ações na direção da construção do menor infrator. A argumentação será feita à luz de algumas ideias do filósofo Michel Foucault. Pretendo analisar não apenas algumas minúcias da relação entre crime e punição, mas fazer aparecer uma maquinaria de poder que orienta os menores infratores, não apenas em suas " estadias " na FUNASE, mas na manutenção de um sistema punitivo que não mostra eficácia em suas funções segundo a lei. Palavras-chave: Crime. Punição. Poder. Michel Foucault. Résumé: Le but de cet essai ethnographique est de décrire l'architecture et le cadre d'une institution marquée routine: institution de réhabilitation, ainsi que de se pencher sur cette institution dirige ses actions vers la construction du mineur délinquant. L'argument sera faite à la lumière de certaines idées du philosophe Michel Foucault. J'analyse pas seulement certains petits détails de la relation entre le crime et le châtiment, mais de faire une machine de pouvoir qui guide les délinquants semblent, non seulement dans leur "séjour" sur FUNASE, mais dans le maintien d'un système de sanctions qui ne montre pas l'efficacité dans leurs rôles conformément à la loi.
Esta dissertação parte de uma etnografia de atividades científicas na transposição do Rio São Fra... more Esta dissertação parte de uma etnografia de atividades científicas na transposição do Rio São Francisco. Para tanto, baseia-se em desdobramentos teórico-metodológicos advindos Teoria Ator-Rede de Bruno Latour; perspectiva engajada no entendimento e problematização da Ciência, Estado e agências não-humanas. Os dados apresentados num primeiro momento são produtos de análise de documentos de governo, processos jurídicos, relatórios técnicos e etc., para fins de compreensão dos lugares que as controvérsias científicas ocupam junto dos conflitos jurídico-normativos que outorgam as obras da transposição. No segundo momento, são dados construídos por trabalho de campo junto dos cientistas que resgatam e monitoram as plantas da caatinga degradada pela transposição. Já que a imersão nos documentos possibilita acompanhar uma rede sociotécnica onde ciência é historicamente vinculada à política por responderem objetivamente a uma demanda desenvolvimentista, o trabalho de campo mostra as práticas que possibilitam ver como a ciência é uma “política em ação”. Estas duas posturas metodológicas são necessárias para compreender que tipo de conhecimentos, agentes, discursos e ideais são mobilizados a fim de que as plantas da caatinga dialoguem com as políticas estatais e legitimem, assim, uma intervenção que muda parte do curso das águas do maior rio brasileiro. A ideia é mostrar, portanto, como a produção científica inscreve a caatinga sob aspectos reconhecíveis pelo Estado e como acompanhar essa inscrição permite clarear uma forma específica de “gestão da natureza”.
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Papers by Eduardo Rocha
Abstract This essay is composed of a problematization about what anthropological work can or can not do. My idea is to demonstrate moral bonds and instantaneous of the anthropological activities and unevenness of seriousness that we have before different speeches. Throughout the text I present a singular situation of my fieldwork with the Conservation Biologists who carry out reforestation activities of the Caatinga Biome in areas degraded by the São Francisco River Transposition. I highlight in this ethnographic incursion, elements that mark my entry into the field, consequently, elements that constitute a network of anthropological gains from elements in the
Thesis Chapters by Eduardo Rocha
Abstract This essay is composed of a problematization about what anthropological work can or can not do. My idea is to demonstrate moral bonds and instantaneous of the anthropological activities and unevenness of seriousness that we have before different speeches. Throughout the text I present a singular situation of my fieldwork with the Conservation Biologists who carry out reforestation activities of the Caatinga Biome in areas degraded by the São Francisco River Transposition. I highlight in this ethnographic incursion, elements that mark my entry into the field, consequently, elements that constitute a network of anthropological gains from elements in the