Índice
Técnico Bancário Novo
Carreira Administrativa
Apostila de acordo com edital nº. 1 - CAIXA, de janeiro de 2014
ARTIGO DO WILLIAM DOUGLAS
LÍNGUA PORTUGUESA
1 Compreensão e interpretação de textos ..........................................................................................................................01
2 Tipologia textual ................................................................................................................................................................04
3 Ortografia oficial ...............................................................................................................................................................04
4 Acentuação gráfica ............................................................................................................................................................07
5 Emprego das classes de palavras .....................................................................................................................................10
6 Emprego do sinal indicativo de crase ..............................................................................................................................48
7 Sintaxe da oração e do período ........................................................................................................................................52
8 Pontuação ...........................................................................................................................................................................64
9 Concordância nominal e verbal .......................................................................................................................................67
10 Regência nominal e verbal..............................................................................................................................................72
11 Significação das palavras ................................................................................................................................................78
12 Redação Oficial. ...............................................................................................................................................................85
MATEMÁTICA
1 Juros simples e compostos: capitalização e descontos ...................................................................................................01
2 Taxas de juros: nominal, efetiva, equivalentes, proporcionais, real e aparente ..........................................................16
3 Planos ou sistemas de amortização de empréstimos e financiamentos.........................................................................23
4 Cálculo financeiro: custo real efetivo de operações de financiamento, empréstimo e investimento..........................30
5 Números e grandezas proporcionais: razões e proporções; divisão em partes proporcionais; regra de três;
porcentagem e problemas. ..........................................................................................................................................................32
RACIOCÍNIO LÓGICO
1 Princípios do raciocínio lógico: conectivos lógicos; diagramas lógicos; lógica de argumentação; interpretação de
informações de natureza matemática; probabilidade. .................................................................................................... 01 - 36
Didatismo e Conhecimento
Índice
ATUALIDADES
1 Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais que desenvolvimento sustentável, ecologia, economia, educação,
educação a distância, energia, política, redes sociais (Twitter, Facebook, Google+, Linkedin), relações internacionais,
responsabilidade socioambiental, segurança, sociedade e tecnologia. ........................................................................... 01 - 38
ÉTICA
1 Conceito de ética................................................................................................................................................................01
2 Ética aplicada: noções de ética empresarial e profissional ............................................................................................04
3 A gestão da ética nas empresas públicas e privadas .......................................................................................................06
4 Código de Ética da CAIXA (disponível no sítio da CAIXA na Internet). ....................................................................08
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
1 Lei nº 7.998/1990 (Programa Desemprego e Abono Salarial - beneficiários e critérios para saque); Lei nº 8.036/1990
(FGTS: possibilidades e condições de utilização/ saque; Certificado de Regularidade do FGTS; Guia de Recolhimento
(GRF); Lei Complementar nº 7/1970 (PIS) ..............................................................................................................................01
2 Artigo 37 da Constituição Federal (Princípios constitucionais da Administração Pública: Princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência) ............................................................................................................24
3 Lei nº 10.836/2004 (Bolsa Família). .................................................................................................................................26
ATENDIMENTO
1 Legislação: Lei nº 8.078/1990 (dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências); Resoluções CMN/
Bacen nº 3.694/2009 (dispõe sobre a prevenção de riscos na contratação de operações e na prestação de serviços por parte
de instituições financeiras) e alterações posteriores .................................................................................................................01
2 Marketing em empresas de serviços: marketing de relacionamento ...........................................................................16
3 Satisfação, valor e retenção de clientes............................................................................................................................20
4 Propaganda e promoção ...................................................................................................................................................22
5 Telemarketing ....................................................................................................................................................................27
6 Vendas: técnicas de vendas de produtos e serviços financeiros do setor bancário ......................................................28
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
1 Abertura e movimentação de contas: documentos básicos ...........................................................................................01
2 Pessoa física e pessoa jurídica: capacidade e incapacidade civil, representação e domicílio .....................................02
3 Cheque: requisitos essenciais, circulação, endosso, cruzamento, compensação..........................................................05
4 Sistema de pagamentos brasileiro....................................................................................................................................05
5 Estrutura do Sistema Financeiro Nacional (SFN): Conselho Monetário Nacional; Banco Central do Brasil; Comissão
de Valores Mobiliários; Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional; bancos comerciais; caixas econômicas;
cooperativas de crédito; bancos comerciais cooperativos; bancos de investimento; bancos de desenvolvimento; sociedades
de crédito, financiamento e investimento; sociedades de arrendamento mercantil; sociedades corretoras de títulos e valores
mobiliários; sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários; bolsas de valores; bolsas de mercadorias e de futuros;
Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC); Central de Liquidação Financeira e de Custódia de Títulos (CETIP);
sociedades de crédito imobiliário; associações de poupança e empréstimo; sistema de seguros privados: sociedades de
capitalização; Previdência Complementar: entidades abertas e entidades fechadas de previdência privada .......................08
Didatismo e Conhecimento
Índice
6 Noções de política econômica, noções de política monetária, instrumentos de política monetária, formação da taxa
de juros .........................................................................................................................................................................................58
7 Mercado Financeiro. 7.1 Mercado monetário. 7.2 Mercado de crédito. 7.3 Mercado de capitais: ações - características
e direitos, debêntures, diferenças entre companhias abertas e companhias fechadas, funcionamento do mercado à vista
de ações, mercado de balcão. 7.4 Mercado de câmbio: instituições autorizadas a operar; operações básicas; contratos de
câmbio - características; taxas de câmbio; remessas; SISCOMEX .......................................................................................61
8 Mercado primário e mercado secundário .......................................................................................................................86
9 Produtos bancários: Programa Minha Casa Minha Vida; Crédito Rural - Agronegócio; Microcrédito Produtivo
Orientado; Cartões; Penhor; Loterias; Financiamento Estudantil (FIES) .........................................................................141
10 Correspondentes Bancários..........................................................................................................................................159
Didatismo e Conhecimento
SAC
Atenção
SAC
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matéria em questão.
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matéria/página). Por exemplo: Apostila do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo - Cargo Escrevente. Português
- paginas 82,86,90.
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Didatismo e Conhecimento
Artigo
O conteúdo do artigo abaixo é de responsabilidade do autor William Douglas, autorizado gentilmente e sem cláusula
de exclusividade, para uso do Grupo Nova.
O conteúdo das demais informações desta apostila é de total responsabilidade da equipe do Grupo Nova.
A ETERNA COMPETIÇÃO ENTRE O LAZER E O ESTUDO
Por William Douglas, professor, escritor e juiz federal.
Todo mundo já se pegou estudando sem a menor concentração, pensando nos momentos de lazer, como também já deixou de
aproveitar as horas de descanso por causa de um sentimento de culpa ou mesmo remorso, porque deveria estar estudando.
Fazer uma coisa e pensar em outra causa desconcentração, estresse e perda de rendimento no estudo ou trabalho. Além da
perda de prazer nas horas de descanso.
Em diversas pesquisas que realizei durante palestras e seminários pelo país, constatei que os três problemas mais comuns de
quem quer vencer na vida são:
• medo do insucesso (gerando ansiedade, insegurança),
• falta de tempo e
• “competição” entre o estudo ou trabalho e o lazer.
E então, você já teve estes problemas?
Todo mundo sabe que para vencer e estar preparado para o dia-a-dia é preciso muito conhecimento, estudo e dedicação, mas
como conciliar o tempo com as preciosas horas de lazer ou descanso?
Este e outros problemas atormentavam-me quando era estudante de Direito e depois, quando passei à preparação para concursos
públicos. Não é à toa que fui reprovado em 5 concursos diferentes!
Outros problemas? Falta de dinheiro, dificuldade dos concursos (que pagam salários de até R$ 6.000,00/mês, com status e
estabilidade, gerando enorme concorrência), problemas de cobrança dos familiares, memória, concentração etc.
Contudo, depois de aprender a estudar, acabei sendo 1º colocado em outros 7 concursos, entre os quais os de Juiz de Direito,
Defensor Público e Delegado de Polícia. Isso prova que passar em concurso não é impossível e que quem é reprovado pode “dar a
volta por cima”.
É possível, com organização, disciplina e força de vontade, conciliar um estudo eficiente com uma vida onde haja espaço para
lazer, diversão e pouco ou nenhum estresse. A qualidade de vida associada às técnicas de estudo são muito mais produtivas do que a
tradicional imagem da pessoa trancafiada, estudando 14 horas por dia.
O sucesso no estudo e em provas (escritas, concursos, entrevistas etc.) depende basicamente de três aspectos, em geral,
desprezados por quem está querendo passar numa prova ou conseguir um emprego:
1º) clara definição dos objetivos e técnicas de planejamento e organização;
2º) técnicas para aumentar o rendimento do estudo, do cérebro e da memória;
3º) técnicas específicas sobre como fazer provas e entrevistas, abordando dicas e macetes que a experiência fornece, mas que
podem ser aprendidos.
O conjunto destas técnicas resulta em um aprendizado melhor e em mais sucesso nas provas escritas e orais (inclusive entrevistas).
Aos poucos, pretendemos ir abordando estes assuntos, mas já podemos anotar aqui alguns cuidados e providências que irão
aumentar seu desempenho.
Para melhorar a “briga” entre estudo e lazer, sugiro que você aprenda a administrar seu tempo. Para isto, como já disse, basta
um pouco de disciplina e organização.
O primeiro passo é fazer o tradicional quadro horário, colocando nele todas as tarefas a serem realizadas. Ao invés de servir
como uma “prisão”, este procedimento facilitará as coisas para você. Pra começar, porque vai levá-lo a escolher as coisas que não são
imediatas e a estabelecer suas prioridades. Experimente. Em pouco tempo, você vai ver que isto funciona.
Também é recomendável que você separe tempo suficiente para dormir, fazer algum exercício físico e dar atenção à família ou
ao namoro. Sem isso, o estresse será uma mera questão de tempo. Por incrível que pareça, o fato é que com uma vida equilibrada o
seu rendimento final no estudo aumenta.
Outra dica simples é a seguinte: depois de escolher quantas horas você vai gastar com cada tarefa ou atividade, evite pensar em
uma enquanto está realizando a outra. Quando o cérebro mandar “mensagens” sobre outras tarefas, é só lembrar que cada uma tem
seu tempo definido. Isto aumentará a concentração no estudo, o rendimento e o prazer e relaxamento das horas de lazer.
Aprender a separar o tempo é um excelente meio de diminuir o estresse e aumentar o rendimento, não só no estudo, como em
tudo que fazemos.
*William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e autor de mais de 30 obras, dentre elas o best-seller
“Como passar em provas e concursos” . Passou em 9 concursos, sendo 5 em 1º Lugar
www.williamdouglas.com.br
Conteúdo cedido gratuitamente, pelo autor, com finalidade de auxiliar os candidatos.
Didatismo e Conhecimento
LÍNGUA PORTUGUESA
LÍNGUA PORTUGUESA
Observação – na semântica (significado das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros.
c) Capacidade de observação e de síntese e
d) Capacidade de raciocínio.
Prof Especialista Zenaide Auxiliadora Pachegas Branco
Graduada pela Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Adamantina
Especialista pela Universidade Estadual Paulista – Unesp
Interpretar X compreender
Interpretar significa
- explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
- Através do texto, infere-se que...
- É possível deduzir que...
- O autor permite concluir que...
- Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
1 COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO
DE TEXTOS
É muito comum, entre os candidatos a um cargo público, a
preocupação com a interpretação de textos. Isso acontece porque
lhes faltam informações específicas a respeito desta tarefa constante em provas relacionadas a concursos públicos.
Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder às questões relacionadas a textos.
Compreender significa
- intelecção, entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
- o texto diz que...
- é sugerido pelo autor que...
- de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
- o narrador afirma...
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas
entre si, formando um todo significativo capaz de produzir interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar ).
Erros de interpretação
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais frequentes são:
a) Extrapolação (viagem)
Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não
estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela
imaginação.
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em
cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o
nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases é
tão grande que, se uma frase for retirada de seu contexto original
e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial.
b) Redução
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias, o que
pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido.
Intertexto - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de
recurso denomina-se intertexto.
Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A
partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações,
as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento
das questões apresentadas na prova.
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:
1. Identificar – é reconhecer os elementos fundamentais de
uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso,
procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo).
2. Comparar – é descobrir as relações de semelhança ou de
diferenças entre as situações do texto.
3. Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado com uma
realidade, opinando a respeito.
4. Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias
em um só parágrafo.
5. Parafrasear – é reescrever o texto com outras palavras.
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras
palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo,
uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma
relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito.
Condições básicas para interpretar
Fazem-se necessários:
a) Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática;
b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto)
e semântico;
OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia
e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome
oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu
antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes
relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de
adequação ao antecedente.
Didatismo e Conhecimento
c) Contradição
Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato,
fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, consequentemente, errando a questão.
Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a
ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso,
o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada
mais.
1
LÍNGUA PORTUGUESA
produzem muito menos sucata de metais, plásticos e borracha; a
diminuição dos congestionamentos por excesso de veículos motorizados, que atingem principalmente as grandes cidades; o favorecimento da saúde, pois pedalar é um exercício físico muito bom;
e a economia no combustível, na manutenção, no seguro e, claro,
nos impostos.
No Brasil, está sendo implantado o sistema de compartilhamento de bicicletas. Em Porto Alegre, por exemplo, o BikePOA
é um projeto de sustentabilidade da Prefeitura, em parceria com
o sistema de Bicicletas SAMBA, com quase um ano de operação.
Depois de Rio de Janeiro, São Paulo, Santos, Sorocaba e outras
cidades espalhadas pelo país aderirem a esse sistema, mais duas
capitais já estão com o projeto pronto em 2013: Recife e Goiânia.
A ideia do compartilhamento é semelhante em todas as cidades.
Em Porto Alegre, os usuários devem fazer um cadastro pelo site. O
valor do passe mensal é R$10 e o do passe diário, R$5, podendo--se utilizar o sistema durante todo o dia, das 6h às 22h, nas duas
modalidades. Em todas as cidades que já aderiram ao projeto, as
bicicletas estão espalhadas em pontos estratégicos.
A cultura do uso da bicicleta como meio de locomoção não
está consolidada em nossa sociedade. Muitos ainda não sabem
que a bicicleta já é considerada um meio de transporte, ou desconhecem as leis que abrangem a bike. Na confusão de um trânsito
caótico numa cidade grande, carros, motocicletas, ônibus e, agora,
bicicletas, misturam-se, causando, muitas vezes, discussões e acidentes que poderiam ser evitados.
Ainda são comuns os acidentes que atingem ciclistas. A verdade é que, quando expostos nas vias públicas, eles estão totalmente
vulneráveis em cima de suas bicicletas. Por isso é tão importante
usar capacete e outros itens de segurança. A maior parte dos motoristas de carros, ônibus, motocicletas e caminhões desconhece
as leis que abrangem os direitos dos ciclistas. Mas muitos ciclistas
também ignoram seus direitos e deveres. Alguém que resolve integrar a bike ao seu estilo de vida e usá-la como meio de locomoção
precisa compreender que deverá gastar com alguns apetrechos necessários para poder trafegar. De acordo com o Código de Trânsito
Brasileiro, as bicicletas devem, obrigatoriamente, ser equipadas
com campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e
nos pedais, além de espelho retrovisor do lado esquerdo.
Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação
de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo
adequado a cada circunstância, a saber:
que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, mas depende das condições da frase.
qual (neutro) idem ao anterior.
quem (pessoa)
cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois o objeto
possuído.
como (modo)
onde (lugar)
quando (tempo)
quanto (montante)
exemplo:
Falou tudo QUANTO queria (correto)
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria aparecer o demonstrativo O ).
Dicas para melhorar a interpretação de textos
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura;
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo
menos duas vezes;
- Inferir;
- Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor compreensão;
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
- O autor defende ideias e você deve percebê-las;
Fontes:
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portugues/como-interpretar-textos
http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-melhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas
(Bárbara Moreira, http://www.eusoufamecos.net. Adaptado)
QUESTÕES
01. De acordo com o texto, o uso da bicicleta como meio de
locomoção nas metrópoles brasileiras
(A) decresce em comparação com Holanda e Inglaterra devido à falta de regulamentação.
(B) vem se intensificando paulatinamente e tem sido incentivado em várias cidades.
(C) tornou-se, rapidamente, um hábito cultivado pela maioria
dos moradores.
(D) é uma alternativa dispendiosa em comparação com os demais meios de transporte.
(E) tem sido rejeitado por consistir em uma atividade arriscada e pouco salutar.
(Agente Estadual de Trânsito – DETRAN - SP – Vunesp/2013)
O uso da bicicleta no Brasil
A utilização da bicicleta como meio de locomoção no Brasil
ainda conta com poucos adeptos, em comparação com países como
Holanda e Inglaterra, por exemplo, nos quais a bicicleta é um dos
principais veículos nas ruas. Apesar disso, cada vez mais pessoas
começam a acreditar que a bicicleta é, numa comparação entre todos os meios de transporte, um dos que oferecem mais vantagens.
A bicicleta já pode ser comparada a carros, motocicletas e a
outros veículos que, por lei, devem andar na via e jamais na calçada. Bicicletas, triciclos e outras variações são todos considerados
veículos, com direito de circulação pelas ruas e prioridade sobre
os automotores.
Alguns dos motivos pelos quais as pessoas aderem à bicicleta
no dia a dia são: a valorização da sustentabilidade, pois as bikes
não emitem gases nocivos ao ambiente, não consomem petróleo e
Didatismo e Conhecimento
02. A partir da leitura, é correto concluir que um dos objetivos
centrais do texto é
(A) informar o leitor sobre alguns direitos e deveres do ciclista.
(B) convencer o leitor de que circular em uma bicicleta é mais
seguro do que dirigir um carro.
2
LÍNGUA PORTUGUESA
(C) mostrar que não há legislação acerca do uso da bicicleta
no Brasil.
(D) explicar de que maneira o uso da bicicleta como meio de
locomoção se consolidou no Brasil.
(E) defender que, quando circular na calçada, o ciclista deve
dar prioridade ao pedestre.
(C) o indivíduo que prefere ler a assistir televisão é alguém
que não sabe se distrair.
(D) a leitura de um bom livro é tão instrutiva quanto assistir a
um programa de televisão.
(E) a televisão e o livro estimulam a imaginação de modo
idêntico, embora ler seja mais prazeroso.
03. (Agente Estadual de Trânsito – DETRAN - SP – Vunesp/2013) Considere o cartum de Evandro Alves.
(Oficial Estadual de Trânsito - DETRAN-SP - Vunesp 2013)
Leia o texto para responder às questões
Propensão à ira de trânsito
Afogado no Trânsito
Dirigir um carro é estressante, além de inerentemente perigoso. Mesmo que o indivíduo seja o motorista mais seguro do mundo, existem muitas variáveis de risco no trânsito, como clima, acidentes de trânsito e obras nas ruas. E com relação a todas as outras
pessoas nas ruas? Algumas não são apenas maus motoristas, sem
condições de dirigir, mas também se engajam num comportamento
de risco – algumas até agem especificamente para irritar o outro
motorista ou impedir que este chegue onde precisa.
Essa é a evolução de pensamento que alguém poderá ter antes
de passar para a ira de trânsito de fato, levando um motorista a
tomar decisões irracionais.
Dirigir pode ser uma experiência arriscada e emocionante.
Para muitos de nós, os carros são a extensão de nossa personalidade e podem ser o bem mais valioso que possuímos. Dirigir
pode ser a expressão de liberdade para alguns, mas também é uma
atividade que tende a aumentar os níveis de estresse, mesmo que
não tenhamos consciência disso no momento.
Dirigir é também uma atividade comunitária. Uma vez que
entra no trânsito, você se junta a uma comunidade de outros motoristas, todos com seus objetivos, medos e habilidades ao volante.
Os psicólogos Leon James e Diane Nahl dizem que um dos fatores
da ira de trânsito é a tendência de nos concentrarmos em nós mesmos, descartando o aspecto comunitário do ato de dirigir.
Como perito do Congresso em Psicologia do Trânsito, o Dr.
James acredita que a causa principal da ira de trânsito não são os
congestionamentos ou mais motoristas nas ruas, e sim como nossa
cultura visualiza a direção agressiva. As crianças aprendem que as
regras normais em relação ao comportamento e à civilidade não
se aplicam quando dirigimos um carro. Elas podem ver seus pais
envolvidos em comportamentos de disputa ao volante, mudando
de faixa continuamente ou dirigindo em alta velocidade, sempre
com pressa para chegar ao destino.
Para complicar as coisas, por vários anos psicólogos sugeriam
que o melhor meio para aliviar a raiva era descarregar a frustração. Estudos mostram, no entanto, que a descarga de frustrações
não ajuda a aliviar a raiva. Em uma situação de ira de trânsito, a
descarga de frustrações pode transformar um incidente em uma
violenta briga.
Com isso em mente, não é surpresa que brigas violentas aconteçam algumas vezes. A maioria das pessoas está predisposta a
apresentar um comportamento irracional quando dirige. Dr. James
vai ainda além e afirma que a maior parte das pessoas fica emocionalmente incapacitada quando dirige. O que deve ser feito, dizem
os psicólogos, é estar ciente de seu estado emocional e fazer as
escolhas corretas, mesmo quando estiver tentado a agir só com a
emoção.
Afogado no Trânsito
(http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br)
Considerando a relação entre o título e a imagem, é correto
concluir que um dos temas diretamente explorados no cartum é
(A) o aumento da circulação de ciclistas nas vias públicas.
(B) a má qualidade da pavimentação em algumas ruas.
(C) a arbitrariedade na definição dos valores das multas.
(D) o número excessivo de automóveis nas ruas.
(E) o uso de novas tecnologias no transporte público.
04. Considere o cartum de Douglas Vieira.
Televisão
Televisão
(http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br. Adaptado)
É correto concluir que, de acordo com o cartum,
(A) os tipos de entretenimento disponibilizados pelo livro ou
pela TV são equivalentes.
(B) o livro, em comparação com a TV, leva a uma imaginação
mais ativa.
Didatismo e Conhecimento
(Jonathan Strickland. Disponível em: http://carros.hsw.uol.com.br/furia-no-transito1 .htm. Acesso em: 01.08.2013. Adaptado)
3
LÍNGUA PORTUGUESA
05. Tomando por base as informações contidas no texto, é correto afirmar que
(A) os comportamentos de disputa ao volante acontecem à
medida que os motoristas se envolvem em decisões conscientes.
(B) segundo psicólogos, as brigas no trânsito são causadas
pela constante preocupação dos motoristas com o aspecto comunitário do ato de dirigir.
(C) para Dr. James, o grande número de carros nas ruas é o
principal motivo que provoca, nos motoristas, uma direção agressiva.
(D) o ato de dirigir um carro envolve uma série de experiências e atividades não só individuais como também sociais.
(E) dirigir mal pode estar associado à falta de controle das
emoções positivas por parte dos motoristas.
conhecer ou ver. É exatamente nestas situações corriqueiras que
classificamos os nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dissertação.
As tipologias textuais caracterizam-se pelos aspectos de
ordem linguística
- Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação demarcados no tempo do universo narrado, como também de advérbios,
como é o caso de antes, agora, depois, entre outros:
Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. Depois de muita conversa, resolveram...
- Textos descritivos – como o próprio nome indica, descrevem características tanto físicas quanto psicológicas acerca de um
determinado indivíduo ou objeto. Os tempos verbais aparecem demarcados no presente ou no pretérito imperfeito:
“Tinha os cabelos mais negros como a asa da graúna...”
06. A ira de trânsito
A) aprimora uma atitude de reconhecimento de regras.
(B) implica tomada de decisões sem racionalidade.
(C) conduz a um comportamento coerente.
(D) resulta do comportamento essencialmente comunitário
dos motoristas.
(E) decorre de imperícia na condução de um veículo.
- Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um assunto ou uma determinada situação que se almeje desenvolvê-la, enfatizando acerca das razões de ela acontecer, como em:
O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02 de dezembro,
portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob pena de perder o benefício.
07. De acordo com o perito Dr. James,
(A) os congestionamentos representam o principal fator para
a ira no trânsito.
(B) a cultura dos motoristas é fator determinante para o aumento de suas frustrações.
(C) o motorista, ao dirigir, deve ser individualista em suas
ações, a fim de expressar sua liberdade e garantir que outros motoristas não o irritem.
(D) a principal causa da direção agressiva é o desconhecimento das regras de trânsito.
(E) o comportamento dos pais ao dirigirem com ira contradiz
o aprendizado das crianças em relação às regras de civilidade.
- Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma modalidade na qual as ações são prescritas de forma sequencial, utilizando-se de verbos expressos no imperativo, infinitivo ou futuro do
presente.
Misture todos os ingrediente e bata no liquidificador até criar
uma massa homogênea.
- Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam-se pelo
predomínio de operadores argumentativos, revelados por uma carga ideológica constituída de argumentos e contra-argumentos que
justificam a posição assumida acerca de um determinado assunto.
A mulher do mundo contemporâneo luta cada vez mais para
conquistar seu espaço no mercado de trabalho, o que significa que
os gêneros estão em complementação, não em disputa.
GABARITO
1- B
2-A 3-D
4-B
5-D
6-B
7-E
Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente,
pois se conceituam como gêneros textuais as diversas situações
sociocomunicativas que participam da nossa vida em sociedade.
Como exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma reportagem, uma monografia, um poema, um editorial, e assim por
diante.
2 TIPOLOGIA TEXTUAL
A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam
eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença do discurso,
isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os interlocutores. Esses interlocutores são as peças
principais em um diálogo ou em um texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo falamos sozinhos.
É de fundamental importância sabermos classificar os textos
dos quais travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais e gêneros textuais.
Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto, ou descrevemos algum lugar pelo qual visitamos,
e ainda, fazemos um retrato verbal sobre alguém que acabamos de
Didatismo e Conhecimento
3 ORTOGRAFIA OFICIAL
A ortografia é a parte da língua responsável pela grafia correta
das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão culto da língua.
As palavras podem apresentar igualdade total ou parcial no
que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo tendo significados
diferentes. Essas palavras são chamadas de homônimas (canto, do
grego, significa ângulo / canto, do latim, significa música vocal).
As palavras homônimas dividem-se em homógrafas, quando têm
4
LÍNGUA PORTUGUESA
a mesma grafia (gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular
do verbo gostar) e homófonas, quando têm o mesmo som (paço,
palácio ou passo, movimento durante o andar).
Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-se observar as seguintes regras:
*após ditongos
coisa, pausa, pouso
*em verbos derivados de nomes cujo radical termina com “s”.
anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar - pesquisar
Escreve-se com Z e não com S:
*os sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjetivo
macio - maciez / rico - riqueza
*os sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de origem
não termine com s)
final - finalizar / concreto - concretizar
*como consoante de ligação se o radical não terminar com s.
pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis + inho - lapisinho
O fonema s:
Escreve-se com S e não com C/Ç as palavras substantivadas
derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent.
pretender - pretensão / expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inversão / aspergir aspersão / submergir - submersão / divertir - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório / repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso /
sentir - sensível / consentir - consensual
O fonema j:
Escreve-se com G e não com J:
*as palavras de origem grega ou árabe
tigela, girafa, gesso.
*estrangeirismo, cuja letra G é originária.
sargento, gim.
*as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com poucas
exceções)
imagem, vertigem, penugem, bege, foge.
Observação: Exceção: pajem
*as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio.
sortilégio, litígio, relógio, refúgio.
*os verbos terminados em ger e gir.
eleger, mugir.
*depois da letra “r” com poucas exceções.
emergir, surgir.
*depois da letra “a”, desde que não seja radical terminado com
j.
ágil, agente.
Escreve-se com SS e não com C e Ç os nomes derivados dos
verbos cujos radicais terminem em gred, ced, prim ou com verbos
terminados por tir ou meter
agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir - admissão
/ ceder - cessão / exceder - excesso / percutir - percussão / regredir
- regressão / oprimir - opressão / comprometer - compromisso /
submeter - submissão
*quando o prefixo termina com vogal que se junta com a palavra iniciada por “s”
Exemplos: a + simétrico - assimétrico / re + surgir - ressurgir
*no pretérito imperfeito simples do subjuntivo
Exemplos: ficasse, falasse
Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS os vocábulos de
origem árabe:
cetim, açucena, açúcar
*os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica
cipó, Juçara, caçula, cachaça, cacique
*os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu.
barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, esperança, carapuça, dentuço
*nomes derivados do verbo ter.
abster - abstenção / deter - detenção / ater - atenção / reter retenção
*após ditongos
foice, coice, traição
*palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r)
marte - marciano / infrator - infração / absorto - absorção
Escreve-se com J e não com G:
*as palavras de origem latinas
jeito, majestade, hoje.
*as palavras de origem árabe, africana ou exótica.
alforje, jiboia, manjerona.
*as palavras terminada com aje.
aje, ultraje
O fonema ch:
Escreve-se com X e não com CH:
*as palavras de origem tupi, africana ou exótica.
abacaxi, muxoxo, xucro.
*as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J).
xampu, lagartixa.
*depois de ditongo.
frouxo, feixe.
*depois de “en”.
enxurrada, enxoval
Observação: Exceção: quando a palavra de origem não derive
de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
O fonema z:
Escreve-se com S e não com Z:
*os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é substantivo,
ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos.
freguês, freguesa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa, etc.
*os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose.
catequese, metamorfose.
*as formas verbais pôr e querer.
pôs, pus, quisera, quis, quiseste.
*nomes derivados de verbos com radicais terminados em “d”.
aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - empresa /
difundir - difusão
*os diminutivos cujos radicais terminam com “s”
Luís - Luisinho / Rosa - Rosinha / lápis - lapisinho
Didatismo e Conhecimento
Escreve-se com CH e não com X:
*as palavras de origem estrangeira
chave, chumbo, chassi, mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
5
LÍNGUA PORTUGUESA
As letras e e i:
*os ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com
“i”, só o ditongo interno cãibra.
*os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são escritos
com “e”: caçoe, tumultue. Escrevemos com “i”, os verbos com
infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui.
- atenção para as palavras que mudam de sentido quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (superfície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir (vir à tona),
imergir (mergulhar) / peão (de estância, que anda a pé), pião (brinquedo).
05.Em qual das alternativas a frase está corretamente escrita?
A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupansa.
B) O mendigo não depositou na caderneta de poupança.
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupanssa.
D) O mendingo não depozitou na carderneta de poupansa.
06. Qual das alternativas abaixo apresenta palavras que deveriam ser grafadas com S no lugar do X?
A) Exumar – Exultar.
B) Exteriorizar – êxtase.
C) Expectador – Excursão.
D) Expontâneo – Extrepitar.
07. Está separada corretamente:
A) Sus-sur-rar.
B) Ra-dio-gra-far.
C) Tin-ho-rão.
D) So-bre-ssa-len-te.
E) Li-gni-ta.
Fonte:http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/ortografia
Questões sobre Ortografia
08. Assinale a alternativa incorreta quanto ao uso de “a” e
“há”:
A) Daqui a dois meses iremos à Europa.
B) Isto foi há muito tempo.
C) Há meses que não a vejo.
D) A dois meses fomos na casa de sua mãe.
E) Há tempos atrás éramos muito felizes.
01. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2013) Assinale a alternativa
que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do trecho a
seguir, de acordo com a norma-padrão.
Além disso, ___certamente ____entre nós ____do fenômeno
da corrupção e das fraudes.
(A) a … concenso … acerca
(B) há … consenso … acerca
(C) a … concenso … a cerca
(D) a … consenso … há cerca
(E) há … consenço … a cerca
09. Marque a alternativa em que a palavra NÃO está corretamente empregada de acordo com sua ortografia.
A) Serei eu um ____________ colega? (mal)
B) Sei ____________ você guardou meus presentes. (onde)
C) Os alunos estão de ____________ com o diretor. (mal)
D) ____________ vocês estão indo com tanta pressa? (aonde)
E) Jonas ________sempre seus livros sempre encapados.
(traz)
02. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2013). Assinale a alternativa
cujas palavras se apresentam flexionadas de acordo com a norma-padrão.
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento.
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis.
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local.
(D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos.
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos!
10. Assinale a alternativa cuja frase esteja incorreta:
A) Porque essa cara?
B) Não vou porque não quero.
C) Mas por quê?
D) Você saiu por quê?
03. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).
Suponha-se que o cartaz a seguir seja utilizado para informar os
usuários sobre o festival Sounderground.
GABARITO
01. B 02. D
06. D 07. A
Prezado Usuário
________ de oferecer lazer e cultura aos passageiros do metrô,
________ desta segunda-feira (25/02), ________ 17h30, começa
o Sounderground, festival internacional que prestigia os músicos
que tocam em estações do metrô.
Confira o dia e a estação em que os artistas se apresentarão e
divirta-se!
Para que o texto atenda à norma-padrão, devem-se preencher
as lacunas, correta e respectivamente, com as expressões
A) A fim ...a partir ... as
B) A fim ...à partir ... às
C) A fim ...a partir ... às
D) Afim ...a partir ... às
E) Afim ...à partir ... as
fia:
05. B
10. A
COMENTÁRIOS
1-) Além disso, há (existe) certamente consenso entre nós
acerca (de + o) (sobre o ) do fenômeno da corrupção e das fraudes.
2-) (A) Os tabeliãos devem preparar o documento. = tabeliães
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. =
cidadãos
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local. =
certidões
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos = degraus
04. Assinale a alternativa que não apresenta erro de ortogra-
3-) Prezado Usuário
A fim de oferecer lazer e cultura aos passageiros do metrô, a
partir desta segunda-feira (25/02), às 17h30, começa o Sounderground, festival internacional que prestigia os músicos que tocam
em estações do metrô.
A) Ela interrompeu a reunião derrepente.
B) O governador poderá ter seu mandato caçado.
C) Os espectadores aplaudiram o ministro.
D) Saiu com descrição da sala.
Didatismo e Conhecimento
03. C 04. C
08. D 09. A
6
LÍNGUA PORTUGUESA
Confira o dia e a estação em que os artistas se apresentarão e
divirta-se!
Afim = afinidade; a partir: sempre separado; antes de horas:
há crase
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica está na
antepenúltima sílaba.
Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus
Como podemos observar, os vocábulos possuem mais de uma
sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente: são os chamados monossílabos, que, quando pronunciados, apresentam certa diferenciação quanto à intensidade.
Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos em
uma dada sequência de palavras. Assim como podemos observar
no exemplo a seguir:
“Sei que não vai dar em nada,
Seus segredos sei de cor”.
4-) A) Ela interrompeu a reunião derrepente. =de repente
B) O governador poderá ter seu mandato caçado. = cassado
D) Saiu com descrição da sala. = discrição
5-) A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupansa.
= mendigo/caderneta/poupança
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupanssa. =
mendigo/caderneta/poupança
D) O mendingo não depozitou na carderneta de poupansa.
=mendigo/depositou/caderneta/poupança
Os monossílabos em destaque classificam-se como tônicos; os
demais, como átonos (que, em, de).
6-) Espontâneo – Estrepitar
Os acentos
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras «a», «i», «u» e
sobre o «e» do grupo “em” - indica que estas letras representam
as vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, público, parabéns.
Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto.
Ex.: herói – médico – céu (ditongos abertos)
7-) B) Ra-dio-gra-far = Ra - di - o - gra - far
C) Tin-ho-rão. = ti - nho - rão
D) So-bre-ssa-len-te. = so - bres - sa - len - te
E) Li-gni-ta. = lig - ni - ta
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e
“o” indica, além da tonicidade, timbre fechado:
Ex.: tâmara – Atlântico – pêssego – supôs
8-) Há dois meses fomos na casa de sua mãe. (= há no sentido
de tempo passado)
9-) Serei eu um mau colega? (mal)
- mau=adjetivo
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com artigos e pronomes.
Ex.: à – às – àquelas – àqueles
10-) Por que essa cara? = é uma pergunta e o pronome está
longe do ponto de interrogação.
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmente abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros.
Ex.: mülleriano (de Müller)
4 ACENTUAÇÃO GRÁFICA
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais na-
A acentuação é um dos requisitos que perfazem as regras estabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se compõe de algumas particularidades, às quais devemos estar atentos, procurando
estabelecer uma relação de familiaridade e, consequentemente,
colocando-as em prática na linguagem escrita.
À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a prática de
redigir, automaticamente aprimoramos essas competências, e logo
nos adequamos à forma padrão.
sais.
Ex.: coração – melão – órgão – ímã
Regras fundamentais:
Palavras oxítonas:
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, “o”,
“em”, seguidas ou não do plural(s):
Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s)
Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
Regras básicas – Acentuação tônica
A acentuação tônica implica na intensidade com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá de forma mais
acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As demais, como são
pronunciadas com menos intensidade, são denominadas de átonas.
De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas
como:
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, seguidos
ou não de “s”.
Ex.: pá – pé – dó – há
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, seguidas
de lo, la, los, las.
respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última
sílaba.
Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel
Paroxítonas:
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
- i, is
táxi – lápis – júri
- us, um, uns
vírus – álbuns – fórum
Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai na
penúltima sílaba.
Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível
Didatismo e Conhecimento
7
LÍNGUA PORTUGUESA
4-) Rubens vê tudo!
Eles veem tudo!
- l, n, r, x, ps
automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps
- ã, ãs, ão, ãos
ímã – ímãs – órfão – órgãos
- Cuidado! Há o verbo vir:
Ele vem à tarde!
Eles vêm à tarde!
-- Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Repare
que essa palavra apresenta as terminações das paroxítonas que são
acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã, ÃO.
Assim ficará mais fácil a memorização!
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z:
Ra-ul, ru-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz
-ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”.
água – pônei – mágoa – jóquei
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estiverem
seguidas do dígrafo nh:
ra-i-nha, ven-to-i-nha.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem precedidas de vogal idêntica:
xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
Regras especiais:
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos abertos),
que antes eram acentuados, perderam o acento de acordo com a
nova regra, mas desde que estejam em palavras paroxítonas.
As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com
“u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i” não
serão mais acentuadas. Ex.:
Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma palavra
oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são acentuados. Ex.:
Antes
Agora
assembléia
assembleia
idéia
ideia
geléia
geleia
jibóia
jiboia
apóia (verbo apoiar) apoia
paranóico
paranoico
Antes
apazigúe (apaziguar)
averigúe (averiguar)
argúi (arguir)
Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do plural de:
ele tem – eles têm
ele vem – eles vêm (verbo vir)
A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter,
deter, abster.
ele contém – eles contêm
ele obtém – eles obtêm
ele retém – eles retêm
ele convém – eles convêm
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acompanhados ou não de “s”, haverá acento:
Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
Observação importante:
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato
quando vierem depois de ditongo: Ex.:
Antes
Agora
bocaiúva
bocaiuva
feiúra
feiura
Sauípe
Sauipe
Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes eram
acentuadas para diferenciá-las de outras semelhantes (regra do
acento diferencial). Apenas em algumas exceções, como:
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito
perfeito do modo indicativo) ainda continua sendo acentuada para
diferenciar-se de pode (terceira pessoa do singular do presente do
indicativo). Ex:
Ela pode fazer isso agora.
Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou...
O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da preposição por.
- Quando, na frase, der para substituir o “por” por “colocar”,
então estaremos trabalhando com um verbo, portanto: “pôr”; nos
outros casos, “por” preposição. Ex:
Faço isso por você.
Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abolido.
Ex.:
Antes
crêem
lêem
vôo
enjôo
Agora
creem
leem
voo
enjoo
- Agora memorize a palavra CREDELEVê. São os verbos
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais acento
como antes: CRER, DAR, LER e VER.
Questões sobre Acentuação Gráfica
Repare:
1-) O menino crê em você
Os meninos creem em você.
2-) Elza lê bem!
Todas leem bem!
3-) Espero que ele dê o recado à sala.
Esperamos que os garotos deem o recado!
Didatismo e Conhecimento
Depois
apazigue
averigue
argui
01. “Cadáver” é paroxítona, pois:
A) Tem a última sílaba como tônica.
B) Tem a penúltima sílaba como tônica.
C) Tem a antepenúltima sílaba como tônica.
D) Não tem sílaba tônica.
8
LÍNGUA PORTUGUESA
B) O vocábulo armazém é acentuado por ser um oxítono terminado em em.
C) Os vocábulos baú e cafeína são hiatos.
D) O vocábulo véu é acentuado por ser um oxítono terminado
em u.
02. Assinale a alternativa correta.
A palavra faliu contém um:
A) hiato
B) dígrafo
C) ditongo decrescente
D) ditongo crescente
03. Em “O resultado da experiência foi, literalmente,
aterrador.” a palavra destacada encontra-se acentuada pelo mesmo
motivo que:
A) túnel
B) voluntário
C) até
D) insólito
E) rótulos
10. Em quilo, há:
A) Ditongo aberto;
C) Hiato;
E) Ditongo fechado.
GABARITO
04. Assinale a alternativa correta.
A) “Contrário” e “prévias” são acentuadas por serem paroxítonas terminadas em ditongo.
B) Em “interruptor” e “testaria” temos, respectivamente, encontro consonantal e hiato.
C) Em “erros derivam do mesmo recurso mental” as palavras grifadas são paroxítonas.
D) Nas palavras “seguida”, “aquele” e “quando” as partes destacadas são dígrafos.
E) A divisão silábica está correta em “co-gni-ti-va”, “p-si-có-lo-ga” e “a-ci-o-na”.
01. B 02. C 03. B
06. A 07. A 08. B
04. A
09. D
05. E
10. D
COMENTÁRIOS
1-) Separando as sílabas: Ca – dá – ver: a penúltima sílaba é a
tônica (mais forte; nesse caso, acentuada). Penúltima sílaba tônica
= paroxítona
2-) fa - liu - temos aqui duas vogais na mesma sílaba, portanto: ditongo. É decrescente porque apresenta uma semivogal e uma
vogal. Na classificação, ambas são semivogais, mas quando juntas,
a que “aparecer” mais na pronúncia será considerada “vogal”.
05. Todas as palavras abaixo são hiatos, EXCETO:
A) saúde
B) cooperar
C) ruim
D) creem
E) pouco
3-) ex – pe - ri – ên - cia : paroxítona terminada em ditongo
crescente (semivogal + vogal)
a-) Tú –nel: paroxítona terminada em L
b-) vo – lun - tá – rio : paroxítona terminada em ditongo crescente
c-) A - té – oxítona
d-) in – só – li – to : proparoxítona
e-) ró – tu los – proparoxítona
06. “O episódio aconteceu em plena via pública de Assis. Dez
mulheres começaram a cantar músicas pela paz mundial. A partir daquele momento outras pessoas que passavam por ali decidiram integrar ao grupo. Rapidamente, uma multidão aderiu à ideia.
Assim começou a formação do maior coral popular de Assis”. O
vocábulo sublinhado tem sua acentuação gráfica justificada pelo
mesmo motivo das palavras:
A) eminência, ímpio, vácuo, espécie, sério
B) aluá, cárie, pátio, aéreo, ínvio
C) chinês, varíola, rubéola, período, prêmio
D) sábio, sábia, sabiá, curió, sério
4-)
a-) correta
b-) inteRRuptor: não é encontro consonantal, mas sim DÍGRAFO
c-) todas são, exceto MENTAL, que é oxítona
d-) são dígrafos, exceto QUANDO, que “ouço” o som do U,
portanto não é caso de dígrafo
e-) cog – ni - ti – va / psi – có- lo- ga
07. Assinale a opção CORRETA em que todas as palavras estão acentuadas na mesma posição silábica.
A) Nazaré - além - até - está - também.
B) Água - início - além - oásis - religião.
C) Município - início - água - século - oásis
D) Século - símbolo - água - histórias - missionário
E) Missionário - símbolo - histórias - século – município
5-) sa - ú - de / co - o - pe – rar / ru – im / crê - em
/ pou - co (ditongo)
6-) e - pi - só - dio - paroxítona terminada em ditongo
a-) ok
b-) a – lu –á :oxítona, então descarte esse item
c-) chi – nês : oxítona, idem
d-) sa – bi – á : idem
08. Considerando as palavras: também / revólver / lâmpada /
lápis. Assinale a única alternativa cuja justificativa de acentuação
gráfica não se refere a uma delas:
A) palavra paroxítona terminada em - is
B) palavra proparoxítona terminada em - em
C) palavra paroxítona terminada em - r
D) palavra proparoxítona - todas devem ser acentuadas
7-)
a-) oxítona – TODAS
b-) paroxítona – paroxítona – oxítona – paroxítona – não acentuada
c-) paroxítona – idem – idem – proparoxítona – paroxítona
09. Assinale a alternativa incorreta:
A) Os vocábulos sábio, régua e decência são paroxítonos terminadas em ditongos crescentes.
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B) Tritongo;
D) Dígrafo;
9
LÍNGUA PORTUGUESA
d-) proparoxítona – idem – paroxítona – idem – idem
e-) paroxítona – proparoxítona – paroxítona – proparoxítona
– paroxítona
África
Alemanha
América
Bélgica
China
Espanha
Europa
França
Grécia
Inglaterra
Itália
Japão
Portugal
8-) tam – bém: oxítona / re – vól – ver: paroxítona / lâm – pa
– da: proparoxítona / lá – pis :paroxítona
a-) é a regra do LÁPIS
b-) todas as proparoxítonas são acentuadas, independente de
sua terminação
c-) regra para REVÓLVER
d-) ok
9-) As alternativas A, B e C contêm afirmativas corretas. Na
D, há erro, pois véu é monossílabo acentuado por terminar em ditongo aberto.
Flexão dos adjetivos
O adjetivo varia em gênero, número e grau.
10-) Qui – lo – Quanto ao fonema, não ouço o som do U : /
kilo/. Duas letras, um fonema: dígrafo
Gênero dos Adjetivos
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem
(masculino e feminino). De forma semelhante aos substantivos,
classificam-se em:
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e
outra para o feminino. Por exemplo: ativo e ativa, mau e má, judeu
e judia.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino
somente o último elemento. Por exemplo: o moço norte-americano, a moça norte-americana.
Exceção: surdo-mudo e surda-muda.
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como
para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença político-social.
5 EMPREGO DAS
CLASSES DE PALAVRAS
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou característica do ser e se relaciona com o substantivo.
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos
que, além de expressar uma qualidade, ela pode ser colocada ao
lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa
bondosa.
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade,
não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade,
moça bondade, pessoa bondade. Bondade, portanto, não é adjetivo, mas substantivo.
Número dos Adjetivos
Plural dos adjetivos simples
Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com
as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substantivos
simples. Por exemplo:
mau e maus
feliz e felizes
ruim e ruins
boa e boas
Morfossintaxe do Adjetivo:
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro
de uma oração) relativas aos substantivos, atuando como adjunto
adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função
de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que estiver
qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela
manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra cinza é originalmente um substantivo; porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, então, invariável. Logo:
camisas cinza, ternos cinza.
Veja outros exemplos:
Motos vinho (mas: motos verdes)
Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
Adjetivo Pátrio
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe
alguns deles:
Estados e cidades brasileiros:
Alagoas
alagoano
Amapá
amapaense
Aracaju
aracajuano ou aracajuense
Amazonas
amazonense ou baré
Belo Horizonte
belo-horizontino
Brasília
brasiliense
Cabo Frio
cabo-friense
Campinas
campineiro ou campinense
Adjetivo Composto
É aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente,
esses elementos são ligados por hífen. Apenas o último elemento
concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam na
forma masculina, singular. Caso um dos elementos que formam
o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, todo o ad-
Adjetivo Pátrio Composto
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita. Observe
alguns exemplos:
Didatismo e Conhecimento
afro- / Cultura afro-americana
germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
américo- / Companhia américo-africana
belgo- / Acampamentos belgo-franceses
sino- / Acordos sino-japoneses
hispano- / Mercado hispano-português
euro- / Negociações euro-americanas
franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
greco- / Filmes greco-romanos
anglo- / Letras anglo-portuguesas
ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
nipo- / Associações nipo-brasileiras
luso- / Acordos luso-brasileiros
10
LÍNGUA PORTUGUESA
jetivo composto ficará invariável. Por exemplo: a palavra rosa é
originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando um
elemento, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra
por hífen, formará um adjetivo composto; como é um substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariável. Por
exemplo:
Camisas rosa-claro.
Ternos rosa-claro.
Olhos verde-claros.
Calças azul-escuras e camisas verde-mar.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de um ser
é intensificada, sem relação com outros seres. Apresenta-se nas
formas:
Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de palavras
que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo: O secretário é muito inteligente.
Sintética: a intensificação se faz por meio do acréscimo de
sufixos.
Por exemplo: O secretário é inteligentíssimo.
Observe alguns superlativos sintéticos:
benéfico
beneficentíssimo
bom
boníssimo ou ótimo
comum
comuníssimo
cruel
crudelíssimo
difícil
dificílimo
doce
dulcíssimo
fácil
facílimo
fiel
fidelíssimo
Obs.: - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer adjetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre invariáveis.
- Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha têm os
dois elementos flexionados.
Grau do Adjetivo
Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a intensidade
da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: o comparativo
e o superlativo.
Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de um ser
é intensificada em relação a um conjunto de seres. Essa relação
pode ser:
De Superioridade: Clara é a mais bela da sala.
De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala.
Comparativo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atribuída a
dois ou mais seres ou duas ou mais características atribuídas ao
mesmo ser. O comparativo pode ser de igualdade, de superioridade
ou de inferioridade. Observe os exemplos abaixo:
1) Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
No comparativo de igualdade, o segundo termo da comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou quão.
2) Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Superioridade Analítico
No comparativo de superioridade analítico, entre os dois substantivos comparados, um tem qualidade superior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...do que” ou “mais...que”.
3) O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Superioridade Sintético
Note bem:
1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio dos
advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, etc., antepostos ao adjetivo.
2) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob duas
formas : uma erudita, de origem latina, outra popular, de origem
vernácula. A forma erudita é constituída pelo radical do adjetivo
latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou érrimo. Por exemplo:
fidelíssimo, facílimo, paupérrimo.
A forma popular é constituída do radical do adjetivo português + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, precariíssimo,
necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, as formas seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o desagradável hiato i-í.
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles: bom /melhor,
pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, grande/maior,
baixo/
inferior.
Observe que:
a) As formas menor e pior são comparativos de superioridade,
pois equivalem a mais pequeno e mais mau, respectivamente.
b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações feitas entre
duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se usar as formas
analíticas mais bom, mais mau,mais grande e mais pequeno. Por
exemplo: Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois elementos. Pedro é mais grande que pequeno - comparação de duas
qualidades de um mesmo elemento.
Questões sobre Adjetivo
01. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
– 2013). Leia o texto a seguir.
Violência epidêmica
A violência urbana é uma enfermidade contagiosa. Embora
possa acometer indivíduos vulneráveis em todas as classes sociais,
é nos bairros pobres que ela adquire características epidêmicas.
A prevalência varia de um país para outro e entre as cidades
de um mesmo país, mas, como regra, começa nos grandes centros
urbanos e se dissemina pelo interior.
As estratégias que as sociedades adotam para combater a violência variam muito e a prevenção das causas evoluiu muito pouco
no decorrer do século 20, ao contrário dos avanços ocorridos no
campo das infecções, câncer, diabetes e outras enfermidades.
4) Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Inferioridade
Sou menos passivo (do) que tolerante.
Superlativo
O superlativo expressa qualidades num grau muito elevado ou
em grau máximo. O grau superlativo pode ser absoluto ou relativo
e apresenta as seguintes modalidades:
Didatismo e Conhecimento
11
LÍNGUA PORTUGUESA
A agressividade impulsiva é consequência de perturbações
nos mecanismos biológicos de controle emocional. Tendências
agressivas surgem em indivíduos com dificuldades adaptativas
que os tornam despreparados para lidar com as frustrações de seus
desejos.
A violência é uma doença. Os mais vulneráveis são os que
tiveram a personalidade formada num ambiente desfavorável ao
desenvolvimento psicológico pleno.
A revisão de estudos científicos permite identificar três fatores
principais na formação das personalidades com maior inclinação
ao comportamento violento:
1) Crianças que apanharam, foram vítimas de abusos, humilhadas ou desprezadas nos primeiros anos de vida.
2) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes transmitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não lhes impuseram limites de disciplina.
3) Associação com grupos de jovens portadores de comportamento antissocial.
Na periferia das cidades brasileiras vivem milhões de crianças que se enquadram nessas três condições de risco. Associados à
falta de acesso aos recursos materiais, à desigualdade social, esses
fatores de risco criam o caldo de cultura que alimenta a violência
crescente nas cidades.
Na falta de outra alternativa, damos à criminalidade a resposta
do aprisionamento. Porém, seu efeito é passageiro: o criminoso
fica impedido de delinquir apenas enquanto estiver preso. Ao sair,
estará mais pobre, terá rompido laços familiares e sociais e dificilmente encontrará quem lhe dê emprego. Ao mesmo tempo, na
prisão, terá criado novas amizades e conexões mais sólidas com o
mundo do crime.
Construir cadeias custa caro; administrá-las, mais ainda. Obrigados a optar por uma repressão policial mais ativa, aumentaremos
o número de prisioneiros. As cadeias continuarão superlotadas.
Seria mais sensato investir em educação, para prevenir a criminalidade e tratar os que ingressaram nela.
Na verdade, não existe solução mágica a curto prazo. Precisamos de uma divisão de renda menos brutal, motivar os policiais
a executar sua função com dignidade, criar leis que acabem com
a impunidade dos criminosos bem-sucedidos e construir cadeias
novas para substituir as velhas.
Enquanto não aprendermos a educar e oferecer medidas preventivas para que os pais evitem ter filhos que não serão capazes
de criar, cabe a nós a responsabilidade de integrá-los na sociedade
por meio da educação formal de bom nível, das práticas esportivas
e da oportunidade de desenvolvimento artístico.
02.Não se pluraliza os adjetivos compostos abaixo, exceto:
A)azul-celeste
B)azul-pavão
C)surda-muda
D)branco-gelo
03.Assinale a única alternativa em que os adjetivos não estão
no grau superlativo absoluto sintético:
A)Arquimilionário/ ultraconservador;
B)Supremo/ ínfimo;
C)Superamigo/ paupérrimo;
D)Muito amigo/ Bastante pobre
04.Na frase: “Trata-se de um artista originalíssimo”, o adjetivo grifado encontra-se no grau:
A)comparativo de superioridade.
B)superlativo absoluto sintético.
C)superlativo relativo de superioridade.
D)comparativo de igualdade.
E)superlativo absoluto analítico.
05.Aponte a alternativa em que o superlativo do adjetivo está
incorreto:
A)Meu tio está elegantíssimo.
B)Joana, ela é minha amicíssima.
C)Esta panela está cheissíssima de água.
D)A prova foi facílima.
06. Indique nas alternativas a seguir o adjetivo incorreto da
locução adjetiva em negrito:
A)mulher muito magra = macérrima
B)pessoa muito amiga = amicíssima
C)pessoa muito inimiga = inimicíssimo
D)atitude muito benéfica = beneficientíssima
07. “Ele era tão pequeno que recebeu o apelido de miúdo”. A
palavra miúdo possui, no grau superlativo absoluto sintético, duas
formas. Uma delas é miudíssimo (regular) e a outra, irregular, é:
A)minutíssimo
B)miudinitíssimo
C)midunitíssimo
D)miduníssimo
08. Quantos adjetivos existem na frase “Essa lanchonete é famosa na cidade?”
A)1.
B)2.
C)3.
D)4.
E)5.
09. Indique a alternativa incorreta quanto à correspondência
entre a locução adjetiva e o adjetivo equivalente:
A)de pele = cutâneo
B)de professor = docente
C)de face = facial
D)de lua = lunático
(Drauzio Varella. In Folha de S.Paulo, 9 mar.2002. Adaptado)
10. O plural correto da expressão: “alemão capaz” é:
A)alemãos capazes
B)alemões capazes
C)alemães capazes
D)os alemão capaz
Em – características epidêmicas –, o adjetivo epidêmicas
corresponde a – características de epidemias.
Assinale a alternativa em que, da mesma forma, o adjetivo em
destaque corresponde, corretamente, à expressão indicada.
A) água fluvial – água da chuva.
B) produção aurífera – produção de ouro.
C) vida rupestre – vida do campo.
D) notícias brasileiras – notícias de Brasília.
E) costela bovina – costela de porco.
Didatismo e Conhecimento
GABARITO
01. B
06. D
12
07. A
02. C
03. D 04. B
08. A 09. D 10. C
05. C
LÍNGUA PORTUGUESA
Mediante tais postulados, afirma-se que, dependendo das circunstâncias expressas pelos advérbios, eles se classificam em distintas categorias, uma vez expressas por:
de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pressas, às
claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse
jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a
lado, a pé, de cor, em vão, e a maior parte dos que terminam em
-mente: calmamente, tristemente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamente,
generosamente
de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto,
que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito,
por completo.
de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante,
nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, breve,
constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã,
de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer
momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia
de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde,
longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distância, à distancia de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao
lado, em volta
de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de
forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum
de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe
de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubitavelmente
de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente,
simplesmente, só, unicamente
de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também
de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente
de designação: Eis
de
interrogação:
onde?(lugar),
como?(modo),
quando?(tempo), por quê?(causa), quanto?(preço e intensidade),
para quê?(finalidade)
COMENTÁRIOS
1-) a-) fluvial – do rio
b-) correta
c-) brasileiras – do Brasil
d-) vida campestre
e-) suína
2-) Surdas-mudas
3-) d-) estão no superlativo absoluto analítico
4-) originalíssimo – grau superlativo absoluto sintético
5-) C) Esta panela está cheissíssima de água.
O correto é cheíssima.
6-) D)atitude muito benéfica = beneficientíssima
O correto é beneficentíssima ( sem o “i” em cien)
7-) minutíssimo é a forma correta.
8-) “Essa lanchonete é famosa na cidade?”
Essa – pronome
Lanchonete – substantivo
É – verbo
Famosa – adjetivo
na – preposição
cidade – substantivo
9-) De lua – lunar
10-) Alemães capazes
O advérbio, assim como muitas outras palavras existentes na
Língua Portuguesa, advém de outras línguas. Assim sendo, tal qual
o adjetivo, o prefixo “ad-” indica a ideia de proximidade, contiguidade. Essa proximidade faz referência ao processo verbal, no
sentido de caracterizá-lo, ou seja, indicando as circunstâncias em
que esse processo se desenvolve.
O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no sentido de
caracterizar os processos expressos por ele. Contudo, ele não é
modificador exclusivo desta classe (verbos), pois também modifica o adjetivo e até outro advérbio. Seguem alguns exemplos:
Para quem se diz distantemente alheio a esse assunto, você
está até bem informado.
Locução adverbial
É reunião de duas ou mais palavras com valor de advérbio.
Exemplo:
Carlos saiu às pressas. (indicando modo)
Maria saiu à tarde. (indicando tempo)
Há locuções adverbiais que possuem advérbios correspondentes. Exemplo:
Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu apressadamente.
Temos o advérbio “distantemente” que modifica o adjetivo
alheio, representando uma qualidade, característica.
Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de modo são
flexionados, sendo que os demais são todos invariáveis. A única
flexão propriamente dita que existe na categoria dos advérbios é
a de grau:
Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe - longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente - inconstitucionalissimamente, etc;
O artista canta muito mal.
Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifica outro
advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos pudemos verificar que se tratava de somente uma palavra funcionando como
advérbio. No entanto, ele pode estar demarcado por mais de uma
palavra, que mesmo assim não deixará de ocupar tal função. Temos aí o que chamamos de locução adverbial, representada por algumas expressões, tais como: às vezes, sem dúvida, frente a frente,
de modo algum, entre outras.
Didatismo e Conhecimento
Diminutivo: diminui a intensidade.
Exemplos: perto - pertinho, pouco - pouquinho, devagar - devagarinho,
13
LÍNGUA PORTUGUESA
02. (Agente Educacional – VUNESP – 2013). Leia o texto a
seguir.
Cultura matemática
Questões sobre Advérbio
01. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).
Leia o texto a seguir.
Hélio Schwartsman
SÃO PAULO – Saiu mais um estudo mostrando que o ensino
de matemática no Brasil não anda bem. A pergunta é: podemos
viver sem dominar o básico da matemática? Durante muito tempo, a resposta foi sim. Aqueles que não simpatizavam muito com
Pitágoras podiam simplesmente escolher carreiras nas quais os números não encontravam muito espaço, como direito, jornalismo, as
humanidades e até a medicina de antigamente.
Como observa Steven Pinker, ainda hoje, nos meios universitários, é considerado aceitável que um intelectual se vanglorie de
ter passado raspando em física e de ignorar o beabá da estatística.
Mas ai de quem admitir nunca ter lido Joyce ou dizer que não gosta
de Mozart. Sobre ele recairão olhares tão recriminadores quanto
sobre o sujeito que assoa o nariz na manga da camisa.
Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
Já a cultura científica, que muitos ainda tratam com uma ponta de
desprezo, torna-se cada vez mais fundamental, mesmo para quem
não pretende ser engenheiro ou seguir carreiras técnicas.
Como sobreviver à era do crédito farto sem saber calcular as
armadilhas que uma taxa de juros pode esconder? Hoje, é difícil
até posicionar-se de forma racional sobre políticas públicas sem
assimilar toda a numeralha que idealmente as informa. Conhecimentos rudimentares de estatística são pré-requisito para compreender as novas pesquisas que trazem informações relevantes
para nossa saúde e bem-estar.
A matemática está no centro de algumas das mais intrigantes especulações cosmológicas da atualidade. Se as equações da
mecânica quântica indicam que existem universos paralelos, isso
basta para que acreditemos neles? Ou, no rastro de Eugene Wigner, podemos nos perguntar por que a matemática é tão eficaz para
exprimir as leis da física.
Impunidade é motor de nova onda de agressões
Repetidos episódios de violência têm sido noticiados nas últimas semanas. Dois que chamam a atenção, pela banalidade com
que foram cometidos, estão gerando ainda uma série de repercussões.
Em Natal, um garoto de 19 anos quebrou o braço da estudante
de direito R.D., 19, em plena balada, porque ela teria recusado um
beijo. O suposto agressor já responde a uma ação penal, por agressão, movida por sua ex-mulher.
No mesmo final de semana, dois amigos que saíam de uma
boate em São Paulo também foram atacados por dois jovens que
estavam na mesma balada, e um dos agredidos teve a perna fraturada. Esses dois jovens teriam tentado se aproximar, sem sucesso,
de duas garotas que eram amigas dos rapazes que saíam da boate.
Um dos suspeitos do ataque alega que tudo não passou de um engano e que o rapaz teria fraturado a perna ao cair no chão.
Curiosamente, também é possível achar um blog que diz que
R.D., em Natal, foi quem atacou o jovem e que seu braço se quebrou ao cair no chão.
Em ambos os casos, as câmeras dos estabelecimentos felizmente comprovam os acontecimentos, e testemunhas vão ajudar a
polícia na investigação.
O fato é que é difícil acreditar que tanta gente ande se quebrando por aí ao cair no chão, não é mesmo? As agressões devem
ser rigorosamente apuradas e, se houver culpados, que eles sejam
julgados e condenados.
A impunidade é um dos motores da onda de violência que
temos visto. O machismo e o preconceito são outros. O perfil impulsivo de alguns jovens (amplificado pela bebida e por outras
substâncias) completa o mecanismo que gera agressões.
Sem interferir nesses elementos, a situação não vai mudar.
Maior rigor da justiça, educação para a convivência com o outro,
aumento da tolerância à própria frustração e melhor controle sobre os impulsos (é normal levar um “não”, gente!) são alguns dos
caminhos.
(Folha de S.Paulo. 06.04.2013. Adaptado)
Releia os trechos apresentados a seguir.
- Aqueles que não simpatizavam muito com Pitágoras podiam
simplesmente escolher carreiras nas quais os números não encontravam muito espaço... (1.º parágrafo)
- Já a cultura científica, que muitos ainda tratam com uma
ponta de desprezo, torna-se cada vez mais fundamental...(3.º parágrafo)
Os advérbios em destaque nos trechos expressam, correta e
respectivamente, circunstâncias de
A) afirmação e de intensidade.
B) modo e de tempo.
C) modo e de lugar.
D) lugar e de tempo.
E) intensidade e de negação.
(Jairo Bouer, Folha de S.Paulo, 24.10.2011. Adaptado)
Assinale a alternativa cuja expressão em destaque apresenta
circunstância adverbial de modo.
A) Repetidos episódios de violência (...) estão gerando ainda
uma série de repercussões.
B) ...quebrou o braço da estudante de direito R. D., 19, em
plena balada…
C) Esses dois jovens teriam tentado se aproximar, sem sucesso, de duas amigas…
D) Um dos suspeitos do ataque alega que tudo não passou de
um engano...
E) O fato é que é difícil acreditar que tanta gente ande se quebrando por aí…
Didatismo e Conhecimento
03. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Leia o texto
para responder às questões
Mais denso, menos trânsito
Henrique Meirelles
As grandes cidades brasileiras estão congestionadas e em processo de deterioração agudizado pelo crescimento econômico da
última década. Existem deficiências evidentes em infraestrutura,
mas é importante também considerar e estudar em profundidade o
planejamento urbano.
14
LÍNGUA PORTUGUESA
Muitas grandes cidades adotaram uma abordagem de desconcentração, incentivando a criação de diversos centros urbanos, na
visão de que isso levaria a uma maior facilidade de deslocamento.
Mas o efeito tem sido o inverso. A criação de diversos centros
e o aumento das distâncias multiplicam o número de viagens, dificultando o escasso investimento em transporte coletivo e aumentando a necessidade do transporte individual.
Se olharmos Los Angeles como a região que levou a desconcentração ao extremo, ficam claras as consequências. Numa região
rica como a Califórnia, com enorme investimento viário, temos
engarrafamentos gigantescos que viraram característica da cidade.
Os modelos urbanos bem-sucedidos são aqueles com elevado
adensamento e predominância do transporte coletivo, como mostram Manhattan, Tóquio e algumas novas áreas urbanas chinesas.
Apesar da desconcentração e do aumento da extensão urbana
verificados no Brasil, é importante desenvolver e adensar ainda
mais os diversos centros já existentes com investimentos no transporte coletivo.
O centro histórico de São Paulo é demonstração inequívoca
do que não deve ser feito. É a região da cidade mais bem servida de
transporte coletivo, com infraestrutura de telecomunicação, água,
eletricidade etc. Conta ainda com equipamentos de importância
cultural e histórica que dão identidade aos aglomerados urbanos.
Seria natural que, como em outras grandes cidades, o centro de
São Paulo fosse a região mais adensada da metrópole. Mas não
é o caso. Temos, hoje, um esvaziamento gradual do centro, com
deslocamento das atividades para diversas regiões da cidade.
É fundamental que essa visão de adensamento com uso abundante de transporte coletivo seja recuperada para que possamos
reverter esse processo de uso cada vez mais intenso do transporte
individual devorando espaços viários que não têm a capacidade
de absorver a crescente frota de automóveis, fruto não só do novo
acesso da população ao automóvel mas também da necessidade de
maior número de viagens em função da distância cada vez maior
entre os destinos da população.
06. Em qual das alternativas abaixo o adjunto adverbial expressa o sentido de instrumento:?
A)Viajou de trem.
B)Tânia foi almoçar com seus primos.
C)Cortou-se com o alicate.
D)Chorou de dor.
07. Assinale a alternativa em que o elemento destacado NÃO
é um adjunto adverbial.
A)“...ameaçou até se acorrentar à porta da embaixada brasileira em Roma.”
B)“...decidida na semana passada por Tarso Genro...”.
C)“Hoje Mutti vive com identidade trocada e em lugar não
sabido.”
D)“A concessão de refúgio político ao italiano Cesare Battisti, decidida...”.
E)“...decida se é o caso de reabrir o processo e julgá-lo novamente?”
08. Em todas as alternativas há dois advérbios, exceto em:
A) Ele permaneceu muito calado.
B) Amanhã, não iremos ao cinema.
C) O menino, ontem, cantou desafinadamente.
D) Tranquilamente, realizou-se, hoje, o jogo.
E) Ela falou calma e sabiamente.
09. Assinale a frase em que meio funciona como advérbio:
A) Só quero meio quilo.
B) Achei-o meio triste.
C) Descobri o meio de acertar.
D) Parou no meio da rua.
E) Comprou um metro e meio de tecido.
GABARITO
01. C
05. C
(Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adaptado)
02. B 03. D 04. C
06. C 07. D 08. A 09. B
Em – … mas é importante também considerar e estudar em
profundidade o planejamento urbano. –, a expressão em destaque
é empregada na oração para indicar circunstância de
A) lugar.
B) causa.
C) origem.
D) modo.
E) finalidade.
COMENTÁRIOS
04. (UFC) A opção em que há um advérbio exprimindo circunstância de tempo é:
A) Possivelmente viajarei para São Paulo.
B) Maria tinha aproximadamente 15 anos.
C) As tarefas foram executadas concomitantemente.
D) Os resultados chegaram demasiadamente atrasados.
2-) Simplesmente = modo / ainda = tempo
1-) a-) ainda = tempo
B) em plena balada = lugar
C) sem sucesso = modo
D) não = negação .
E) por aí = lugar
3-) em profundidade = profundamente = advérbio de modo
4-) concomitantemente = Diz-se do que acontece, desenvolve--se ou é expresso ao mesmo tempo com outra(s) coisa(s); simultâneo.
05. Indique a alternativa que completa a frase a seguir, respectivamente, com as circunstâncias de intensidade e de modo. Após
o telefonema, o motorista partiu...
A)às 18 h com o veículo.
B)rapidamente ao meio-dia.
C)bastante alerta.
D)apressadamente com o caminhão.
E)agora calmamente.
Didatismo e Conhecimento
5-) A alternativa deve começar com advérbio que expresse INTENSIDADE. Vá por eliminação:
a-) às 18h = tempo
b-) rapidamente = modo
c-) bastante= intensidade
d-) apressadamente = modo
e-) agora = tempo
15
LÍNGUA PORTUGUESA
6-)
A-) Viajou de trem. = meio
B)Tânia foi almoçar com seus primos. = companhia
C)Cortou-se com o alicate. = instrumento
D)Chorou de dor. = causa
- Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do numeral
“ambos”:
Ambos os garotos decidiram participar das olimpíadas.
- Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso do artigo, outros não:
São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia...
- Quando indicado no singular, o artigo definido pode indicar
toda uma espécie:
O trabalho dignifica o homem.
- No caso de nomes próprios personativos, denotando a ideia
de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do artigo:
O Pedro é o xodó da família.
- No caso de os nomes próprios personativos estarem no plural, são determinados pelo uso do artigo:
Os Maias, os Incas, Os Astecas...
- Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) para
conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o artigo), o pronome assume a noção de qualquer.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados.
(qualquer classe)
- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo:
Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo.
- A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia de
aproximação numérica:
O máximo que ele deve ter é uns vinte anos.
- O artigo também é usado para substantivar palavras oriundas
de outras classes gramaticais:
Não sei o porquê de tudo isso.
- Nunca deve ser usado artigo depois do pronome relativo cujo
(e flexões).
Este é o homem cujo amigo desapareceu.
Este é o autor cuja obra conheço.
- Não se deve usar artigo antes das palavras casa ( no sentido
de lar, moradia) e terra ( no sentido de chão firme), a menos que
venham especificadas.
Eles estavam em casa.
Eles estavam na casa dos amigos.
Os marinheiros permaneceram em terra.
Os marinheiros permanecem na terra dos anões.
- Não se emprega artigo antes dos pronomes de tratamento,
com exceção de senhor(a), senhorita e dona.
Vossa excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria.
- Não se une com preposição o artigo que faz parte do nome
de revistas, jornais, obras literárias.
Li a notícia em O Estado de S. Paulo.
7-) “A concessão de refúgio político ao italiano Cesare Battisti, decidida...”. = complemento nominal
8-):
A) Ele permaneceu muito calado.
B) Amanhã, não iremos ao cinema.
C) O menino, ontem, cantou desafinadamente.
D) Tranquilamente, realizou-se, hoje, o jogo.
E) Ela falou calma e sabiamente. ( Nesse caso, subentende--se
calmamente. É a maneira correta de se escrever quando utilizarmos dois advérbios de modo: o primeiro é escrito sem o sufixo
“mente”, deixando este apenas no segundo elemento. Por exemplo: “Apresentou-se breve e pausadamente.”)
09-)
a) Só quero meio quilo. = numeral
b) Achei-o meio triste. = um pouco (advérbio)
c) Descobri o meio de acertar. = substantivo
d) Parou no meio da rua. = numeral
e) Comprou um metro e meio de tecido. = numeral
Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica
se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida.
Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o número
dos substantivos.
Classificação dos Artigos
Artigos Definidos: determinam os substantivos de maneira
precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal.
Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de maneira
vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu matei um animal.
Combinação dos Artigos
É muito presente a combinação dos artigos definidos e indefinidos com preposições. Este quadro apresenta a forma assumida
por essas combinações:
Preposições Artigos
o, os
a
ao, aos
de
do, dos
em
no, nos
por (per)
pelo, pelos
a, as
um, uns uma, umas
à, às
da, das
dum, duns
duma, dumas
na, nas
num, nuns
numa, numas
pela, pelas
-
Morfossintaxe
Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas relações
com o substantivo. Assim, nas orações da língua portuguesa, o artigo exerce a função de adjunto adnominal do substantivo a que se
refere. Tal função independe da função exercida pelo substantivo:
A existência é uma poesia.
Uma existência é a poesia.
Questões sobre Artigo
01. Determine o caso em que o artigo tem valor qualificativo:
A) Estes são os candidatos que lhe falei.
B) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera.
C) Certeza e exatidão, estas qualidades não as tenho.
D) Os problemas que o afligem não me deixam descuidado.
E) Muito é a procura; pouca é a oferta.
- As formas à e às indicam a fusão da preposição a com o
artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhecida por
crase.
Constatemos as circunstâncias em que os artigos se manifestam:
Didatismo e Conhecimento
16
LÍNGUA PORTUGUESA
02. (ESAN-SP) Em qual dos casos o artigo denota familiaridade?
A) O Amazonas é um rio imenso.
B) D. Manuel, o Venturoso, era bastante esperto.
C) O Antônio comunicou-se com o João.
D) O professor João Ribeiro está doente.
E) Os Lusíadas são um poema épico
10. Assinale a palavra cujo gênero está indevidamente indicado pelo artigo.
A) a cal
B) a dinamite
C) o suéter
D) o champanhe
E) a dó
03.Assinale a alternativa em que o uso do artigo está substantivando uma palavra.
A) A liberdade vai marcar a poesia social de Castro Alves.
B) Leitor perspicaz é aquele que consegue ler as entrelinhas.
C) A navalha ia e vinha no couro esticado.
D) Haroldo ficou encantado com o andar de bailado de Joana.
E) Bárbara dirigia os olhos para a lua encantada.
GABARITO
01. B 02. C 03. D
06. D 07. B 08. B
05. B
10. E
COMENTÁRIOS
1-) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera!
Entende-se que ele não é qualquer médico, mas O médico!
04.Assinale a alternativa em que há erro:
A) O anúncio foi publicado em O Estado São Paulo.
B) Está na hora de os trabalhadores saírem.
C) Todas as pessoas receberam a notícia.
D) Não conhecia nenhum episódio dos Lusíadas.
E)Avisei a Simone de que não haveria a reunião.
2-) O Antônio comunicou-se com o João.
Segundo a regra: Emprega-se o artigo definido antes de nomes de pessoas quando são usados no trato familiar para indicar
afetividade.
05. Em que alternativa o termo grifado indica aproximação?
A) Ao visitar uma cidade desconhecida, vibrava.
B) Tinha, na época, uns dezoito anos.
C) Ao aproximar de uma garota bonita, seus olhos brilhavam.
D) Não havia um só homem corajoso naquela guerra.
E) Uns diziam que ela sabia tudo, outros que não.
3-) Haroldo ficou encantado com o andar de bailado de Joana.
Andar é verbo, mas nesse caso, por estar antecedida do artigo
“o”, pertence à classe gramatical: substantivo.
4-) Não conhecia nenhum episódio de Os Lusíadas.
5-) Tinha, na época, uns dezoito anos. = aproximadamente
06.Em uma destas frases, o artigo definido está empregado
erradamente. Em qual?
A) A velha Roma está sendo modernizada.
B) A “Paraíba” é uma bela fragata.
C) Não reconheço agora a Lisboa de meu tempo.
D) O gato escaldado tem medo de água fria.
E) O Havre é um porto de muito movimento.
6-) “Gato escaldado tem medo de água fria.”
O uso do artigo definido “reduziria” o ditado a um gato específico.
7-) Os acrobatas, até que tentam, mas só têm umas bolas murchas.
Artigo definido e indefinido, respectivamente.
07. O trecho: “Os acrobatas, até que tentam, mas só têm umas
bolas murchas”, possui:
A) dois artigos definidos e um indefinido.
B) um artigo definido e um indefinido.
C) somente artigos definidos.
D) somente artigos indefinidos.
E) não tem artigos.
8-) A única alternativa que apresenta “um” como artigo indefinido é a B; nas demais, numeral.
9-) Não é correto fazer a contração da preposição com o artigo, já que este faz parte do nome do jornal. Além de que, semanticamente, entende-se que a notícia foi lida quando o leitor estava
NO Estado de São Paulo.
08. Assinale a alternativa em que um(uma) é usado como artigo indefinido e não como numeral:
A) Um pássaro na mão vale mais do que dois voando.
B) O homem ali não é um maluco.
C) Ele ficou parado no cinema, segurando o chapéu com uma
das mãos.
D) Camila preparou uma salada maravilhosa.
10-) “Dó” é substantivo de gênero masculino, portanto, requer
artigo “o”: um dó.
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou
dois termos semelhantes de uma mesma oração. Por exemplo:
A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as amiguinhas.
09.Assinale a alternativa em que há erro.
A) Li a noticia no Estado de S. Paulo.
B) Li a noticia em O Estado de S. Paulo.
C) Essa notícia, eu a vi em A Gazeta.
D) Vi essa notícia em A Gazeta.
E) Foi em O Estado de S. Paulo que li a notícia.
Didatismo e Conhecimento
04. D
09. A
Deste exemplo podem ser retiradas três informações:
1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu as amiguinhas
17
LÍNGUA PORTUGUESA
Cada informação está estruturada em torno de um verbo: segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações:
1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e mostrou
3ª oração: quando viu as amiguinhas.
A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e a terceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”. As palavras
“e” e “quando” ligam, portanto, orações.
Observe: Gosto de natação e de futebol.
Nessa frase as expressões de natação, de futebol são partes
ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra “e” está ligando
termos de uma mesma oração.
- CONFORMATIVAS
Principais conjunções conformativas: como, segundo, conforme, consoante
Cada um colhe conforme semeia.
Expressam uma ideia de acordo, concordância, conformidade.
- CONSECUTIVAS
Expressam uma ideia de consequência.
Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”, “tanto”,
“tão”, “tamanho”).
Falou tanto que ficou rouco.
- FINAIS
Expressam ideia de finalidade, objetivo.
Todos trabalham para que possam sobreviver.
Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque
(=para que),
- PROPORCIONAIS
Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto
mais, ao passo que, à proporção que.
À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.
- TEMPORAIS
Principais conjunções temporais: quando, enquanto, logo que.
Quando eu sair, vou passar na locadora.
Morfossintaxe da Conjunção
As conjunções, a exemplo das preposições, não exercem propriamente uma função sintática: são conectivos.
Classificação
- Conjunções Coordenativas
- Conjunções Subordinativas
Conjunções coordenativas
Dividem-se em:
- ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma. Ex. Gosto
de cantar e de dançar.
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também,
não só...como também.
- ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de oposição, de compensação. Ex. Estudei, mas não entendi nada.
Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto.
- ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância.
- Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, quer...
quer, já...já.
- CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às orações.
Ex. Estudei muito, por isso mereço passar.
Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.
- EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex.
É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora.
Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes
do verbo), porquanto.
Diferença entre orações causais e explicativas
Quando estudamos Orações Subordinadas Adverbiais (OSA)
e Coordenadas Sindéticas (CS), geralmente nos deparamos com a
dúvida de como distinguir uma oração causal de uma explicativa.
Veja os exemplos:
1º) Na frase “Não atravesse a rua, porque você pode ser atropelado”:
a) Temos uma CS Explicativa, que indica uma justificativa ou
uma explicação do fato expresso na oração anterior.
b) As orações são coordenadas e, por isso, independentes uma
da outra. Neste caso, há uma pausa entre as orações que vêm marcadas por vírgula.
Não atravesse a rua. Você pode ser atropelado.
Outra dica é, quando a oração que antecede a OC (Oração
Coordenada) vier com verbo no modo imperativo, ela será explicativa.
Façam silêncio, que estou falando. (façam= verbo imperativo)
2º) Na frase “Precisavam enterrar os mortos em outra cidade
porque não havia cemitério no local.”
a) Temos uma OSA Causal, já que a oração subordinada (parte
destacada) mostra a causa da ação expressa pelo verbo da oração
principal. Outra forma de reconhecê-la é colocá-la no início do
período, introduzida pela conjunção como - o que não ocorre com
a CS Explicativa.
Como não havia cemitério no local, precisavam enterrar os
mortos em outra cidade.
b) As orações são subordinadas e, por isso, totalmente dependentes uma da outra.
Conjunções subordinativas
- CAUSAIS
Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma
vez que, como (= porque).
Ele não fez o trabalho porque não tem livro.
- COMPARATIVAS
Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...como,
mais...do que, menos...do que.
Ela fala mais que um papagaio.
- CONCESSIVAS
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, mesmo que, apesar de, se bem que.
Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato
inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”.
Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar
cansada)
Apesar de ter chovido fui ao cinema.
Didatismo e Conhecimento
Questões sobre Conjunção
01.(Administrador – FCC – 2013). Leia o texto a seguir.
A música alcançou uma onipresença avassaladora em nosso
mundo: milhões de horas de sua história estão disponíveis em disco; rios de melodia digital correm na internet; aparelhos de mp3
18
LÍNGUA PORTUGUESA
com 40 mil canções podem ser colocados no bolso. No entanto, a
música não é mais algo que fazemos nós mesmos, ou até que observamos outras pessoas fazerem diante de nós. Ela se tornou um
meio radicalmente virtual, uma arte sem rosto. Quando caminhamos pela cidade num dia comum, nossos ouvidos registram música em quase todos os momentos − pedaços de hip hop vazando dos
fones de ouvido de adolescentes no metrô, o sinal do celular de um
advogado tocando a “Ode à alegria”, de Beethoven −, mas quase
nada disso será resultado imediato de um trabalho físico de mãos
ou vozes humanas, como se dava no passado.
Desde que Edison inventou o cilindro fonográfico, em1877,
existe gente que avalia o que a gravação fez em favor e desfavor
da arte da música. Inevitavelmente, a conversa descambou para
os extremos retóricos. No campo oposto ao dos que diziam que a
tecnologia acabaria com a música estão os utópicos, que alegam
que a tecnologia não aprisionou a música, mas libertou-a, levando
a arte da elite às massas. Antes de Edison, diziam os utópicos, as
sinfonias de Beethoven só podiam ser ouvidas em salas de concerto selecionadas. Agora, as gravações levam a mensagem de Beethoven aos confins do planeta, convocando a multidão saudada na
“Ode à alegria”: “Abracem-se, milhões!”. Glenn Gould, depois de
afastar-se das apresentações ao vivo em 1964, previu que dentro
de um século o concerto público desapareceria no éter eletrônico,
com grande efeito benéfico sobre a cultura musical.
Mas no último momento do poema deparamo-nos com esta
estrofe:
“Traduzir uma parte
na outra parte
− que é uma questão
de vida ou morte −
será arte?”
O poeta levanta a possibilidade da “tradução” de uma parte
na outra, ou seja, da interação de ambas, numa espécie de espelhamento. Isso ocorreria quando o indivíduo conciliasse verdadeiramente a instância pessoal e os interesses de uma comunidade;
quando deixasse de haver contradição entre a razão particular e a
coletiva. Pergunta-se o poeta se não seria arte esse tipo de integração. Realmente, com muita frequência a arte se mostra capaz de
expressar tanto nossa subjetividade como nossa identidade social.
Nesse sentido, traduzir uma parte na outra parte significaria vencer
a parcialidade e chegar a uma autêntica participação, de sentido
altamente político. O poema de Gullar deixa-nos essa hipótese
provocadora, formulada com um ar de convicção.
(Belarmino Tavares, inédito)
Os seguintes fatos, referidos no texto, travam entre si uma relação de causa e efeito:
A) ser poeta e militante político / confronto entre subjetividade e atuação social
B) ser poeta e militante político / divisão permanente em cada
um de nós
C) ser movido pelas paixões / esposar teses socialistas
D) fazer arte / obliterar uma questão de vida ou morte
E) participar ativamente da política / formular hipóteses com
ar de convicção
(Adaptado de Alex Ross. Escuta só. Tradução Pedro Maia Soares. São
Paulo, Cia. das Letras, 2010, p. 76-77)
No entanto, a música não é mais algo que fazemos nós mesmos, ou até que observamos outras pessoas fazerem diante de nós.
Considerando-se o contexto, é INCORRETO afirmar que o
elemento grifado pode ser substituído por:
A) Porém.
B) Contudo.
C) Todavia.
D) Entretanto.
E) Conquanto.
04. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013). Leia
o texto a seguir.
02.( Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) Observando as ocorrências da palavra “como” em – Como fomos programados para
ver o mundo como um lugar ameaçador… – é correto afirmar que
se trata de conjunção
(A) comparativa nas duas ocorrências.
(B) conformativa nas duas ocorrências.
(C) comparativa na primeira ocorrência.
(D) causal na segunda ocorrência.
(E) causal na primeira ocorrência.
Temos o poder da escolha
Os consumidores são assediados pelo marketing a todo momento para comprarem além do que necessitam, mas somente eles
podem decidir o que vão ou não comprar. É como se abrissem em
nós uma “caixa de necessidades”, mas só nós temos o poder da
escolha.
Cada vez mais precisamos do consumo consciente. Será que
paramos para pensar de onde vem o produto que estamos consumindo e se os valores da empresa são os mesmos em que acreditamos? A competitividade entre as empresas exige que elas evoluam
para serem opções para o consumidor. Nos anos 60, saber fabricar
qualquer coisa era o suficiente para ter uma empresa. Nos anos 70,
era preciso saber fazer com qualidade e altos índices de produção.
Já no ano 2000, a preocupação era fazer melhor ou diferente da
concorrência e as empresas passaram a atuar com responsabilidade
socioambiental.
O consumidor tem de aprender a dizer não quando a sua relação com a empresa não for boa. Se não for boa, deve comprar o
produto em outro lugar. Os cidadãos não têm ideia do poder que
possuem.
É importante, ainda, entender nossa relação com a empresa ou
produto que vamos eleger. Temos uma expectativa, um envolvimento e aceitação e a preferência dependerá das ações que aprovamos ou não nas empresas, pois podemos mudar de ideia.
03.(Analista de Procuradoria – FCC – 2013). Leia o texto a
seguir.
Participação
Num belo poema, intitulado “Traduzir-se”, Ferreira Gullar
aborda o tema de uma divisão muito presente em cada um de nós:
a que ocorre entre o nosso mundo interior e a nossa atuação junto
aos outros, nosso papel na ordem coletiva. A divisão não é simples:
costuma-se ver como antagônicas essas duas “partes” de nós, nas
quais nos dividimos. De fato, em quantos momentos da nossa vida
precisamos escolher entre o atendimento de um interesse pessoal
e o cumprimento de um dever ético? Como poeta e militante político, Ferreira Gullar deixou-se atrair tanto pela expressão das paixões mais íntimas quanto pela atuação de um convicto socialista.
Em seu poema, o diálogo entre as duas partes é desenvolvido de
modo a nos fazer pensar que são incompatíveis.
Didatismo e Conhecimento
19
LÍNGUA PORTUGUESA
09. (Agente de Promotoria – Assessoria – VUNESP – 2013).
Leia o texto a seguir.
Há muito a ser feito. Uma pesquisa mostrou que 55,4% das
pessoas acreditam no consumo consciente, mas essas mesmas pessoas admitem que já compraram produto pirata. Temos de refletir
sobre isso para mudar nossas atitudes.
Barreira da língua
(Jornal da Tarde 24.04.2007. Adaptado)
A barreira da língua e dos regionalismos parece um mero detalhe em meio a tantas outras questões mais sérias já levantadas, como
a falta de remédios, de equipes e de infraestrutura, mas não é.
Como é possível estabelecer uma relação médico-paciente,
um diagnóstico correto, se o médico não compreende o paciente
e vice-versa?
Sim, essa dificuldade já existe no Brasil mesmo com médicos
e pacientes falando português, mas ela só tende a piorar com o
“portunhol” que se vislumbra pela frente.
O ministro da Saúde já disse que isso não será problema, que é
mais fácil treinar um médico em português do que ficar esperando
sete ou oito anos até um médico brasileiro ser formado.
Experiências internacionais, porém, mostram que não é tão
fácil assim. Na Alemanha, mesmo com a exigência da proficiência
na língua, um estudo constatou atraso de diagnósticos pelo fato de
o médico estrangeiro não conseguir entender direito os sintomas
de pacientes.
Além disso, há queixa dos profissionais alemães, que se sentem sobrecarregados por terem de atuar como intérpretes dos colegas de fora.
Nada contra a vinda dos estrangeiros, desde que estejam aptos
para o trabalho. Tenho dúvidas, porém, se três semanas de treinamento, como aventou o ministro, é tempo suficiente para isso.
No trecho – Temos de refletir sobre isso para mudar nossas
atitudes. –, a palavra destacada apresenta sentido de
A) tempo. B) modo. C) origem. D) assunto. E) finalidade.
05. (Escrevente TJ SP –Vunesp/2012) No período – A pesquisa do Dieese é um medidor importante, pois sua metodologia
leva em conta não só o desemprego aberto (quem está procurando trabalho), como também o oculto (pessoas que desistiram de
procurar ou estão em postos precários). –, os termos em destaque
estabelecem entre as orações relação de
(A) alternância. (B) oposição. (C) causa.
(D) adição.
(E) explicação.
06. (Agente Policial – Vunesp/2013) Considerando que o termo em destaque em – Segundo especialistas, recusar o bafômetro
não vai mais impedir o processo criminal... – introduz ideia de
conformidade, assinale a alternativa que apresenta a frase corretamente reescrita, e com seu sentido inalterado.
(A) A fim de que para especialistas, recusar o bafômetro não
vai mais impedir o processo criminal...
(B) A menos que para especialistas, recusar o bafômetro não
vai mais impedir o processo criminal...
(C) De acordo com especialistas, recusar o bafômetro não vai
mais impedir o processo criminal...
(D) Apesar de que para especialistas, recusar o bafômetro não
vai mais impedir o processo criminal...
(E) Desde que para especialistas, recusar o bafômetro não vai
mais impedir o processo criminal...
(Cláudia Collucci, Barreira da língua. Folha de S.Paulo, 03.07.2013.
Adaptado)
Considere o parágrafo final do texto:
Nada contra a vinda dos estrangeiros, desde que estejam aptos
para o trabalho. Tenho dúvidas, porém, se três semanas de treinamento, como aventou o ministro, é tempo suficiente para isso.
Mantendo-se os sentidos originais, ele está corretamente reescrito de acordo com a norma-padrão em:
A) Nada contra a vinda dos estrangeiros, se estiverem aptos
para o trabalho. Tenho dúvidas, no entanto: três semanas de treinamento, como aventou o ministro, é suficiente para isso?
B) Nada contra a vinda dos estrangeiros, caso estão aptos para
o trabalho. Tenho dúvidas, todavia: três semanas de treinamento,
como aventou o ministro, são suficiente para isso?
C) Nada contra a vinda dos estrangeiros, quando estarão aptos
para o trabalho. Tenho dúvidas, portanto: três semanas de treinamento, como aventou o ministro, são suficientes para isso?
D) Nada contra a vinda dos estrangeiros, mas estariam aptos
para o trabalho. Tenho dúvidas, apesar disso: três semanas de treinamento, como aventou o ministro, é suficiente para isso.
E) Nada contra a vinda dos estrangeiros, pois estarão aptos
para o trabalho. Tenho dúvidas, por conseguinte: três semanas de
treinamento, como aventou o ministro, são suficiente para isso.
07. (Agente Policial – Vunesp/2013) Considerando que o termo em destaque em – Esse valor é dobrado caso o motorista seja
reincidente em um ano. – estabelece relação de condição entre as
orações, assinale a alternativa que apresenta o trecho corretamente
reescrito, e com seu sentido inalterado.
(A) Porque o motorista é reincidente em um ano, esse valor
é dobrado.
(B) Como o motorista é reincidente em um ano, esse valor é
dobrado.
(C) Conforme o motorista for reincidente em um ano, esse
valor é dobrado.
(D) Se o motorista for reincidente em um ano, esse valor é
dobrado.
(E) À medida que o motorista é reincidente em um ano, esse
valor é dobrado.
10. (Agente Policial - Vunesp/2013) Considere o trecho: –
Leve para casa – ponderou meu conselheiro, como quem diz: – É
sua. Mas acrescentou: – procure direito e o endereço aparece.
Sem que seja alterado o sentido do texto e de acordo com a
norma-padrão da língua portuguesa, o termo em destaque pode ser
corretamente substituído por:
(A) Por isso.
(B) Portanto. (C) Pois.
(D) Porquanto. (E) Porém.
08. Em – O projeto “Começar de Novo” busca sensibilizar
entidades públicas e privadas para promover a ressocialização dos
presos... – o termo em destaque estabelece uma relação de
A) causa. B) tempo. C) lugar. D) finalidade. E) modo.
Didatismo e Conhecimento
20
LÍNGUA PORTUGUESA
em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por outro
lado, são uma espécie de “palavra-frase”, ou seja, há uma ideia
expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras - locução
interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma sentença.
Veja os exemplos:
Bravo! Bis!
bravo e bis: interjeição
sentença (sugestão): “Foi muito
bom! Repitam!”
Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé...
ai: interjeição
sentença (sugestão): “Isso está doendo!”
ou “Estou com dor!”
GABARITO
01. E
06. C
02. E
07. D
03. A
08. D
04. E
09. A
05. D
10. E
COMENTÁRIOS
1-) Conquanto é uma conjunção concessiva – abre uma exceção à regra. Portanto, a troca correta é por uma outra conjunção
adversativa.
2-) Como fomos programados para ver o mundo como um
lugar ameaçador…
Causal na primeira ocorrência e comparativa na segunda.
A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que não
há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as sentenças
da língua, mas sim a manifestação de um suspiro, um estado da
alma decorrente de uma situação particular, um momento ou um
contexto específico. Exemplos:
Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição
3-) ser poeta e militante político / confronto entre subjetividade e atuação social.
O fato de ser poeta e militante político gera confronto entre
seu lado subjetivo e racional.
4-) Temos de refletir sobre isso para mudar nossas atitudes.
Apresenta a finalidade da reflexão. Devemos refletir para quê?
O significado das interjeições está vinculado à maneira como
elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto de enunciação.
Exemplos:
Psiu!
contexto: alguém pronunciando essa expressão na rua; significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando! Ei, espere!”
Psiu!
contexto: alguém pronunciando essa expressão em um hospital; significado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silêncio!”
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
puxa: interjeição; tom da fala: euforia
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
puxa: interjeição; tom da fala: decepção
5-) Uma junção, soma de ideias. Há a presença de conjunções
aditivas.
6-) De acordo com especialistas, recusar o bafômetro não vai
mais impedir o processo criminal...
Apresenta a mesma ideia que a do enunciado – além de ser a
mais coerente.
7-) Esse valor é dobrado caso o motorista seja reincidente em
um ano. – estabelece relação de condição, portanto devemos utilizar uma conjunção condicional: SE.
Se o motorista for reincidente em um ano, esse valor será dobrado.
8-) A finalidade da sensibilização.
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, tristeza, dor, etc.
Você faz o que no Brasil?
Eu? Eu negocio com madeiras.
Ah, deve ser muito interessante.
9-) A) Nada contra a vinda dos estrangeiros, se estiverem aptos para o trabalho. Tenho dúvidas, no entanto: três semanas de
treinamento, como aventou o ministro, é suficiente para isso? =
correta
O único item que não altere o que foi dito no enunciado.
10-) Porém = conjunção adversativa.
b) Sintetizar uma frase apelativa
Cuidado! Saia da minha frente.
As interjeições podem ser formadas por:
a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô.
b) palavras: Oba!, Olá!, Claro!
c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora
bolas!
Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que, para isso,
seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais elaboradas. Observe o exemplo:
Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua
raiva se traduz numa palavra: Droga!
Ele poderia ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou
simplesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga!
As sentenças da língua costumam se organizar de forma lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui
Didatismo e Conhecimento
A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes da entonação com que é pronunciada; por isso, pode ocorrer que uma
interjeição tenha mais de um sentido. Por exemplo:
Oh! Que surpresa desagradável!
(ideia de contrariedade)
Oh! Que bom te encontrar.
(ideia de alegria)
21
LÍNGUA PORTUGUESA
Classificação das Interjeições
Comumente, as interjeições expressam sentido de:
- Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!, Atenção!, Olha!, Alerta!
- Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!
- Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!
- Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!
- Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!,
Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!
- Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa!
- Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
- Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!,
Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!
- Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!
- Desculpa: Perdão!
- Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!,
Eh!
- Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!,
Ora!
- Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Quê!,
Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Cruz!,
Putz!
- Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!,
Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
- Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!
- Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!,
Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-me,
Deus!
- Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!
- Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!
Ajudem-me!
Silêncio!
Fique quieto!
4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imitativas,
que exprimem ruídos e vozes.
Pum! Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof!
Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.
5) Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com a
sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria, tristeza, etc.
Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo e não a fazemos
depois do “ó” vocativo.
“Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
6) Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas de palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas no diminutivo ou no superlativo.
Calminha! Adeusinho! Obrigadinho!
Interjeições, leitura e produção de textos
Usadas com muita frequência na língua falada informal, quando empregadas na língua escrita, as interjeições costumam conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquialidade. Além disso, elas
podem muitas vezes indicar traços pessoais do falante - como a
escassez de vocabulário, o temperamento agressivo ou dócil, até
mesmo a origem geográfica. É nos textos narrativos - particularmente nos diálogos - que comumente se faz uso das interjeições
com o objetivo de caracterizar personagens e, também, graças à
sua natureza sintética, agilizar as falas. Natureza sintética e conteúdo mais emocional do que racional fazem das interjeições presença constante nos textos publicitários.
Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não
sofrem variação em gênero, número e grau como os nomes, nem
de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos.
No entanto, em uso específico, algumas interjeições sofrem variação em grau. Deve-se ter claro, neste caso, que não se trata de um
processo natural dessa classe de palavra, mas tão só uma variação
que a linguagem afetiva permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo,
até loguinho.
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.php
Numeral é a palavra que indica os seres em termos numéricos,
isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa em determinada
sequência.
Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco.
[quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”]
Eu quero café duplo, e você?
...[duplo: numeral = atributo numérico de “café”]
A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor!
...[primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequência de
“fila”]
Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que os números indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão
é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata de numerais,
mas sim de algarismos.
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a ideia
expressa pelos números, existem mais algumas palavras consideradas numerais porque denotam quantidade, proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), novena.
Locução Interjetiva
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma expressão
com sentido de interjeição. Por exemplo : Ora bolas! Quem me
dera!
Virgem Maria! Meu Deus!
Ó de casa!
Ai de mim!
Valha-me Deus!
Graças a Deus!
Alto
lá!
Muito bem!
Observações:
1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. Por
exemplo:
Ué! = Eu não esperava por essa!
Perdão! = Peço-lhe que me desculpe.
2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o seu
tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes gramaticais
podem aparecer como interjeições.
Viva! Basta! (Verbos)
Fora! Francamente! (Advérbios)
3) A interjeição pode ser considerada uma “palavra-frase”
porque sozinha pode constituir uma mensagem.
Socorro!
Didatismo e Conhecimento
Classificação dos Numerais
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico:
um, dois, cem mil, etc.
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada:
primeiro, segundo, centésimo, etc.
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão
dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.
22
LÍNGUA PORTUGUESA
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc.
Leitura dos Numerais
Separando os números em centenas, de trás para frente, obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no início, também de
dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela conjunção “e”.
1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e vinte e seis.
45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte.
Flexão dos numerais
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam em número: milhões, bilhões, trilhões. Os
demais cardinais são invariáveis.
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
primeiro
segundo
milésimo
primeira
segunda
milésima
primeiros
segundos
milésimos
primeiras
segundas
milésimas
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam em funções substantivas:
Fizeram o dobro do esforço e conseguiram o triplo de produção.
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais flexionam-se em gênero e número:
Teve de tomar doses triplas do medicamento.
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas terças partes
Os numerais coletivos flexionam-se em número. Veja: uma dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização de sentido. É o que ocorre
em frases como:
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade!
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda divisão de futebol)
Emprego dos Numerais
*Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo e a partir daí os
cardinais, desde que o numeral venha depois do substantivo:
Ordinais
Cardinais
João Paulo II (segundo)
Tomo XV (quinze)
D. Pedro II (segundo)
Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo)
Capítulo XX (vinte)
Século VIII (oitavo)
Século XX (vinte)
Canto IX (nono)
João XXIII ( vinte e três)
*Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro)
Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono)
Artigo 21 (vinte e um)
*Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância da solidariedade. Ambos agora participam das atividades comunitárias
de seu bairro.
Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática. Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.php
Cardinais
um
dois
três
quatro
Ordinais
primeiro
segundo
terceiro
quarto
Didatismo e Conhecimento
Multiplicativos
dobro, duplo
triplo, tríplice
quádruplo
23
Fracionários
meio
terço
quarto
LÍNGUA PORTUGUESA
cinco
seis
sete
oito
nove
dez
onze
doze
treze
catorze
quinze
dezesseis
dezessete
dezoito
dezenove
vinte
trinta
quarenta
cinqüenta
sessenta
setenta
oitenta
noventa
cem
duzentos
trezentos
quatrocentos
quinhentos
seiscentos
setecentos
oitocentos
novecentos
mil
milhão
bilhão
quinto
quíntuplo
sexto
sêxtuplo
sétimo
sétuplo
oitavo
óctuplo
nono
nônuplo
décimo
décuplo
décimo primeiro
décimo segundo
décimo terceiro
décimo quarto
décimo quinto
décimo sexto
décimo sétimo
décimo oitavo
décimo nono
vigésimo
trigésimo
quadragésimo
quinquagésimo
sexagésimo
septuagésimo
octogésimo
nonagésimo
centésimo
cêntuplo
ducentésimo
trecentésimo
quadringentésimo
quingentésimo
sexcentésimo
septingentésimo
octingentésimo
nongentésimo ou noningentésimo
milésimo
milionésimo
bilionésimo
-
quinto
sexto
sétimo
oitavo
nono
décimo
onze avos
doze avos
treze avos
catorze avos
quinze avos
dezesseis avos
dezessete avos
dezoito avos
dezenove avos
vinte avos
trinta avos
quarenta avos
cinquenta avos
sessenta avos
setenta avos
oitenta avos
noventa avos
centésimo
ducentésimo
trecentésimo
quadringentésimo
quingentésimo
sexcentésimo
septingentésimo
octingentésimo
nongentésimo
milésimo
milionésimo
bilionésimo
Questões sobre Numeral
01.Na frase “Nessa carteira só há duas notas de cinco reais” temos exemplos de numerais:
A)ordinais;
B)cardinais;
C)fracionários;
D)romanos;
E)Nenhuma das alternativas.
02.Aponte a alternativa em que os numerais estão bem empregados.
A) Ao papa Paulo Seis sucedeu João Paulo Primeiro.
B) Após o parágrafo nono virá o parágrafo décimo.
C) Depois do capítulo sexto, li o capitulo décimo primeiro.
D)Antes do artigo dez vem o artigo nono.
E) O artigo vigésimo segundo foi revogado.
03. Os ordinais referentes aos números 80, 300, 700 e 90 são, respectivamente
A) octagésimo, trecentésimo, septingentésirno, nongentésimo
B) octogésimo, trecentésimo, septingentésimo, nonagésimo
C) octingentésimo, tricentésimo, septuagésimo, nonagésimo
D) octogésimo, tricentésimo, septuagésimo, nongentésimo
04. (Contador – IESES – 2012).“Em maio, um abaixo-assinado, para que o parlamento extinga a lei ortográfica, tomou a 82ª Feira
do Livro de Lisboa.” O numeral ordinal destacado está corretamente escrito na alternativa:
a) Oitogésima segunda.
b) Octogésima segunda.
c) Oitagésima segunda.
d) Octagésima segunda.
Didatismo e Conhecimento
24
LÍNGUA PORTUGUESA
4-) 82ª Feira = Octogésima segunda.
05.Marque o emprego incorreto do numeral:
A) século III (três)
B) página 102 (cento e dois)
C) 80º (octogésimo)
D) capítulo XI (onze)
E) X tomo (décimo)
5-) A) século III (terceiro)
C) 80º (octogésimo)
E) X tomo (décimo)
06.Triplo e tríplice são numerais:
A) multiplicativo o primeiro e ordinal o segundo
B) ambos ordinais
C) ambos cardinais
D) ambos multiplicativos.
6-) triplo e tríplice = ambos são numerais multiplicativos
7-) B) Três mil, e setecentos e vinte e seis. = retirar o “e”
C) Três mil e setecentos e vinte e seis. = faltou a vírgula;
retirar o “e”
D) Três mil, setecentos, vinte, seis. = substituir as duas últimas vírgulas pela conjunção “e”
07. Indique a grafia e leitura corretas do seguinte numeral cardinal: 3.726.
A) Três mil, setecentos e vinte e seis.
B) Três mil, e setecentos e vinte e seis.
C) Três mil e setecentos e vinte e seis.
D) Três mil, setecentos, vinte, seis.
8-) Este terremoto ocorreu no século décimo antes de Cristo.
9-) Ontem à tarde, um rapaz procurou por você? = artigo indefinido
08.Em todas as frases abaixo,os numerais foram corretamente
empregados, exceto em:
A) O artigo vinte e cinco deste código foi revogado.
B) Seu depoimento foi transcrito na página duzentos e vinte
e dois.
C) Ainda o capítulo sétimo desta obra.
D) Este terremoto ocorreu no século dez antes de Cristo.
10-) Ele é o duodécimo colocado. = (posição 12)
Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normalmente há
uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As
preposições são muito importantes na estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.
09. Em todas as frases abaixo, a palavra grifada é um numeral,
exceto em:
A) Ele só leu um livro este semestre.
B) Não é preciso mais que uma pessoa para fazer este serviço.
C) Ontem à tarde, um rapaz procurou por você?
D) Você quer uma ou mais caixas deste produto?
Tipos de Preposição
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente
como preposições.
A, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre,
para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições.
Como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão,
visto.
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo
como uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas.
Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de
acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.
A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode
unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância em gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da
preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra
pode se dar a partir de dois processos:
10.Assinale o caso em que não haja expressão numérica de
sentido indefinido:
A) Ele é o duodécimo colocado.
B) Quer que veja este filme pela milésima vez?
C) “Na guerra os meus dedos dispararam mil mortes”.
D) “A vida tem uma só entrada; a saída é por cem portas”.
E) N.D.A.
GABARITO
01. B 02. D
06. D 07. A
03. B 04. B
08. D 09. C
05. A
10. A
COMENTÁRIOS
1-) Nessa carteira só há duas notas de cinco reais = numerais
cardinais
1. Combinação: A preposição não sofre alteração.
preposição a + artigos definidos o, os
a + o = ao
preposição a + advérbio onde
a + onde = aonde
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração.
Preposição + Artigos
De + o(s) = do(s)
De + a(s) = da(s)
2-) A) Ao papa Paulo Sexto sucedeu João Paulo Primeiro.
B) Após o parágrafo nono virá o parágrafo dez.
C) Depois do capítulo sexto, li o capítulo onze.
D) Antes do artigo dez vem o artigo nono. = correta
E) O artigo vinte e dois foi revogado.
3-) 80 (octogésimo), 300 (trecentésimo ou tricentésimo) , 700
(septingentésimo) 90 (nonagésimo)
Didatismo e Conhecimento
B) página 102 (cento e dois)
D) capítulo XI (onze)
25
LÍNGUA PORTUGUESA
De + um = dum
De + uns = duns
De + uma = duma
De + umas = dumas
Em + o(s) = no(s)
Em + a(s) = na(s)
Em + um = num
Em + uma = numa
Em + uns = nuns
Em + umas = numas
A + à(s) = à(s)
Por + o = pelo(s)
Por + a = pela(s)
Preposição + Pronomes
De + ele(s) = dele(s)
De + ela(s) = dela(s)
De + este(s) = deste(s)
De + esta(s) = desta(s)
De + esse(s) = desse(s)
De + essa(s) = dessa(s)
De + aquele(s) = daquele(s)
De + aquela(s) = daquela(s)
De + isto = disto
De + isso = disso
De + aquilo = daquilo
De + aqui = daqui
De + aí = daí
De + ali = dali
De + outro = doutro(s)
De + outra = doutra(s)
Em + este(s) = neste(s)
Em + esta(s) = nesta(s)
Em + esse(s) = nesse(s)
Em + aquele(s) = naquele(s)
Em + aquela(s) = naquela(s)
Em + isto = nisto
Em + isso = nisso
Em + aquilo = naquilo
A + aquele(s) = àquele(s)
A + aquela(s) = àquela(s)
A + aquilo = àquilo
Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. /
Creio que a conhecemos melhor que ninguém.
2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das
preposições:
Destino = Irei para casa.
Modo = Chegou em casa aos gritos.
Lugar = Vou ficar em casa;
Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência.
Tempo = A prova vai começar em dois minutos.
Causa = Ela faleceu de derrame cerebral.
Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o tratamento.
Instrumento = Escreveu a lápis.
Posse = Não posso doar as roupas da mamãe.
Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
Companhia = Estarei com ele amanhã.
Matéria = Farei um cartão de papel reciclado.
Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
Origem = Nós somos do Nordeste, e você?
Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume.
Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista.
Fonte: http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
Questões sobre Preposição
01. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
– 2013). Leia o texto a seguir.
“Xadrez que liberta”: estratégia, concentração e reeducação
João Carlos de Souza Luiz cumpre pena há três anos e dois
meses por assalto. Fransley Lapavani Silva está há sete anos preso
por homicídio. Os dois têm 30 anos. Além dos muros, grades, cadeados e detectores de metal, eles têm outros pontos em comum:
tabuleiros e peças de xadrez.
O jogo, que eles aprenderam na cadeia, além de uma válvula
de escape para as horas de tédio, tornou-se uma metáfora para o
que pretendem fazer quando estiverem em liberdade.
“Quando você vai jogar uma partida de xadrez, tem que pensar duas, três vezes antes. Se você movimenta uma peça errada,
pode perder uma peça de muito valor ou tomar um xeque-mate,
instantaneamente. Se eu for para a rua e movimentar a peça errada,
eu posso perder uma peça muito importante na minha vida, como
eu perdi três anos na cadeia. Mas, na rua, o problema maior é tomar o xeque-mate”, afirma João Carlos.
O xadrez faz parte da rotina de cerca de dois mil internos em
22 unidades prisionais do Espírito Santo. É o projeto “Xadrez que
liberta”. Duas vezes por semana, os presos podem praticar a atividade sob a orientação de servidores da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus). Na próxima sexta-feira, será realizado o primeiro torneio fora dos presídios desde que o projeto foi implantado.Vinte e
oito internos de 14 unidades participam da disputa, inclusive João
Carlos e Fransley, que diz que a vitória não é o mais importante.
“Só de chegar até aqui já estou muito feliz, porque eu não
esperava. A vitória não é tudo. Eu espero alcançar outras coisas
devido ao xadrez, como ser olhado com outros olhos, como estou
sendo olhado de forma diferente aqui no presídio devido ao bom
comportamento”.
Dicas sobre preposição
1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal
oblíquo e artigo. Como distingui-los?
- Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo a um substantivo. Ele servirá para determiná-lo como um substantivo singular e
feminino.
A dona da casa não quis nos atender.
Como posso fazer a Joana concordar comigo?
- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
Cheguei a sua casa ontem pela manhã.
Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para procurar um
tratamento adequado.
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou
a função de um substantivo.
Temos Maria como parte da família. / A temos como parte da
família
Didatismo e Conhecimento
26
LÍNGUA PORTUGUESA
04. (Agente Policial - VUNESP – 2013). Em – Jamais em minha vida achei na rua ou em qualquer parte do globo um objeto
qualquer. –, o termo em destaque introduz ideia de
(A) tempo.
(B) lugar.
(C) modo.
(D) posse.
(E) direção.
Segundo a coordenadora do projeto, Francyany Cândido Venturin, o “Xadrez que liberta” tem provocado boas mudanças no
comportamento dos presos. “Tem surtido um efeito positivo por
eles se tornarem uma referência positiva dentro da unidade, já que
cumprem melhor as regras, respeitam o próximo e pensam melhor
nas suas ações, refletem antes de tomar uma atitude”.
Embora a Sejus não monitore os egressos que ganham a liberdade, para saber se mantêm o hábito do xadrez, João Carlos já faz
planos. “Eu incentivo não só os colegas, mas também minha família. Sou casado e tenho três filhos. Já passei para a minha família:
xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo vai ter que aprender
porque vai rolar até o torneio familiar”.
“Medidas de promoção de educação e que possibilitem que
o egresso saia melhor do que entrou são muito importantes. Nós
não temos pena de morte ou prisão perpétua no Brasil. O preso
tem data para entrar e data para sair, então ele tem que sair sem
retornar para o crime”, analisa o presidente do Conselho Estadual
de Direitos Humanos, Bruno Alves de Souza Toledo.
05. Na frase - As duas sobrinhas quase desmaiam de enjoo... a preposição de, destacada, tem sentido de
A)causa. B)tempo. C)assunto. D)lugar. E)posse.
06. No trecho: “(O Rio) não se industrializou, deixou explodir
a questão social, fermentada por mais de dois milhões de favelados, e inchou, à exaustão, uma máquina administrativa que não
funciona...”, a preposição a (que está contraída com o artigo a)
traduz uma relação de:
A) fim
B) causa C) concessão D) limite E) modo
07. (Agente Policial – Vunesp/2013) Assinale a alternativa em
que o termo em destaque expressa circunstância de posse.
(A) Por isso, grande foi a minha emoção ao deparar, no assento do ônibus, com uma bolsa preta de senhora.
(B) Era razoável, e diante da testemunha abri a bolsa, não sem
experimentar a sensação de violar uma intimidade.
(C) Hesitei: constrangia-me abrir a bolsa de uma desconhecida ausente; nada haveria nela que me dissesse respeito.
(D) ...e sei de um polonês que achou um piano na praia do
Leblon.
(E) Mas eu não estava preparado para achar uma bolsa, e comuniquei a descoberta ao passageiro mais próximo
(Disponível em: www.inapbrasil.com.br/en/noticias/xadrez-que-liberta-estrategia-concentracao-e-reeducacao/6/noticias. Acesso em: 18.08.2012.
Adaptado)
No trecho –... xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo
vai ter que aprender porque vai rolar até o torneio familiar.– o termo em destaque expressa relação de
A) espaço, como em – Nosso diretor foi até Brasília para falar
do projeto “Xadrez que liberta”.
B) inclusão, como em – O xadrez mudou até o nosso modo
de falar.
C) finalidade, como em – Precisamos treinar até junho para
termos mais chances de vencer o torneio de xadrez.
D) movimento, como em – Só de chegar até aqui já estou muito feliz, porque eu não esperava.
E) tempo, como em – Até o ano que vem, pretendo conseguir
a revisão da minha pena.
08. Assinale a alternativa em que ocorre combinação de uma
preposição com um pronome demonstrativo:
A) Estou na mesma situação.
B) Neste momento, encerramos nossas transmissões.
C) Daqui não saio.
D) Ando só pela vida.
E) Acordei num lugar estranho.
02. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013 –
adap.) Considere o trecho a seguir.
O metrô paulistano, ________quem a banda recebe apoio, garante o espaço para ensaios e os equipamentos; e a estabilidade no
emprego, vantagem________ que muitos trabalhadores sonham, é
o que leva os integrantes do grupo a permanecerem na instituição.
As preposições que preenchem o trecho, correta, respectivamente e de acordo com a norma-padrão, são:
A) a ...com
B) de ...com
C) de ...a
D) com ...a
E) para ...de
09. (Papiloscopista Policial – Vunesp/2013) Considerando as
regras de regência verbal, assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas da frase.
A ONG Anjos do Verão colabora _______ trabalho do Corpo
de Bombeiros, empenhando-se ____________ encontrar crianças
perdidas.
(A) do ... sobre
(B) com o ... para
(C) no ... ante
(D) o ... entre
(E) pelo ... de
03. (Agente Policial – Vunesp/2013). Assinale a alternativa
cuja preposição em destaque expressa ideia de finalidade.
(A) Além disso, aumenta a punição administrativa, de
R$957,70 para R$1.915,40.
(B) ... o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu que o bafômetro e o exame de sangue eram obrigatórios para comprovar
o crime.
(C) “... Ele é encaminhado para a delegacia para o perito fazer
o exame clínico”...
(D) Já para o juiz criminal de São Paulo, Fábio Munhoz Soares, um dos que devem julgar casos envolvendo pessoas embriagadas ao volante, a mudança “é um avanço”.
(E) Para advogados, a lei aumenta o poder da autoridade policial de dizer quem está embriagado...
Didatismo e Conhecimento
10. Assinale a alternativa em que a norma culta não aceita a
contração da preposição de:
A) Aos prantos, despedi-me dela.
B) Está na hora da criança dormir.
C) Falava das colegas em público.
D) Retirei os livros das prateleiras para limpá-los.
E) O local da chacina estava interditado.
GABARITO
01. B 02. B
06. E 07. C
27
03. B 04. B
08. B 09. B
05. A
10. B
LÍNGUA PORTUGUESA
* É incorreto contrair a preposição de com o artigo que inicia
o sujeito de um verbo, bem como com o pronome ele(s), ela(s),
quando estes funcionarem como sujeito de uma oração.
COMENTÁRIOS
1-) xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo vai ter que
aprender porque vai rolar até o torneio familiar.– o termo em destaque expressa relação de inclusão: rolará, inclusive, o torneio familiar.
Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou a ele se
refere, ou ainda, que acompanha o nome qualificando-o de alguma
forma.
A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos!
[substituição do nome]
A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita!
[referência ao nome]
Essa moça morava nos meus sonhos!
[qualificação do nome]
2-) O metrô paulistano, de quem a banda recebe apoio,
garante o espaço para ensaios e os equipamentos; e a estabilidade
no emprego, vantagem com que muitos trabalhadores sonham, é
o que leva os integrantes do grupo a permanecerem na instituição.
As preposições que preenchem o trecho, correta, respectivamente e de acordo com a norma-padrão, são:
3-) (A) Além disso, aumenta a punição administrativa,
de R$957,70 para R$1.915,40. = preço
(C) “... Ele é encaminhado para a delegacia para o perito fazer
o exame clínico”... = lugar
(D) Já para o juiz criminal de São Paulo, Fábio Munhoz Soares, um dos que devem julgar casos envolvendo pessoas embriagadas ao volante, a mudança “é um avanço”. = posse
(E) Para advogados, a lei aumenta o poder da autoridade policial de dizer quem está embriagado = posse
Grande parte dos pronomes não possuem significados fixos,
isto é, essas palavras só adquirem significação dentro de um contexto, o qual nos permite recuperar a referência exata daquilo que
está sendo colocado por meio dos pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os
demais pronomes têm por função principal apontar para as pessoas
do discurso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação no
tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, os pronomes
apresentam uma forma específica para cada pessoa do discurso.
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala]
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
[tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se fala]
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala]
4-) Jamais em minha vida achei na rua ou em qualquer parte do globo um objeto qualquer. –, o termo em destaque introduz
ideia de lugar.
5-) As duas sobrinhas quase desmaiam de enjoo... - a preposição de, destacada, tem sentido de causa (do desmaio).
6-) “(O Rio) não se industrializou, deixou explodir a questão social, fermentada por mais de dois milhões de favelados, e
inchou, à exaustão, uma máquina administrativa que não funciona...”, a preposição a (que está contraída com o artigo a) traduz
uma relação de modo (=exaustivamente).
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras variáveis
em gênero (masculino ou feminino) e em número (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência através do pronome seja
coerente em termos de gênero e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto, mesmo quando este se apresenta ausente no
enunciado.
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nossa escola neste ano.
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância adequada]
[neste: pronome que determina “ano” = concordância adequada]
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concordância
inadequada]
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
7-) (A) Por isso, grande foi a minha emoção ao deparar, no
assento do ônibus, com uma bolsa preta de senhora. = lugar
(B) Era razoável, e diante da testemunha abri a bolsa, não sem
experimentar a sensação de violar uma intimidade. = lugar
(D) ... e sei de um polonês que achou um piano na praia do
Leblon. =assunto
(E) Mas eu não estava preparado para achar uma bolsa, e comuniquei a descoberta ao passageiro mais próximo. = finalidade
8-) A) Estou na mesma situação. (+ artigo)
C) Daqui não saio. (+advérbio)
D) Ando só pela vida. (+advérbio)
E) Acordei num lugar estranho (+artigo)
Pronomes Pessoais
São aqueles que substituem os substantivos, indicando diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve assume os
pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”, “vós”, “você” ou
“vocês” para designar a quem se dirige e “ele”, “ela”, “eles” ou
“elas” para fazer referência à pessoa ou às pessoas de quem fala.
Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções que
exercem nas orações, podendo ser do caso reto ou do caso oblíquo.
9-) A ONG Anjos do Verão colabora com o trabalho do
Corpo de Bombeiros, empenhando-se para encontrar crianças
perdidas.
10-) A) Aos prantos, despedi-me dela. (ela = objeto)
C) Falava das colegas em público. (elas = objeto)
D) Retirei os livros das prateleiras para limpá-los. (=artigo)
E) O local da chacina estava interditado. (=artigo)
Didatismo e Conhecimento
Pronome Reto
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença, exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito.
28
LÍNGUA PORTUGUESA
Nós lhe ofertamos flores.
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gênero (apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a principal flexão,
uma vez que marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o quadro
dos pronomes retos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular: eu
- 2ª pessoa do singular: tu
- 3ª pessoa do singular: ele, ela
- 1ª pessoa do plural: nós
- 2ª pessoa do plural: vós
- 3ª pessoa do plural: eles, elas
Saiba que: Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem
combinar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a formas
como mo, mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, lhas; no-lo,
no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Observe o uso
dessas formas nos exemplos que seguem:
- Trouxeste o pacote?
- Sim, entreguei-to ainda há pouco.
- Não contaram a novidade a vocês?
- Não, no-la contaram.
No português do Brasil, essas combinações não são usadas;
até mesmo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.
Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas especiais
depois de certas terminações verbais. Quando o verbo termina em
-z, -s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo
tempo que a terminação verbal é suprimida.
Por exemplo:
fiz + o = fi-lo
fazeis + o = fazei-lo
dizer + a = dizê-la
Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume as
formas no, nos, na, nas.
Por exemplo:
viram + o: viram-no
repõe + os = repõe-nos
retém + a: retém-na
tem + as = tem-nas
Atenção: esses pronomes não costumam ser usados como
complementos verbais na língua-padrão. Frases como “Vi ele na
rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu até aqui”, comuns
na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua formal, devem ser usados os pronomes
oblíquos correspondentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”,
“Trouxeram-me até aqui”.
Obs.: frequentemente observamos a omissão do pronome reto
em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias formas verbais marcam, através de suas desinências, as pessoas do verbo indicadas pelo pronome reto.
Fizemos boa viagem. (Nós)
Pronome Oblíquo
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sentença,
exerce a função de complemento verbal (objeto direto ou indireto)
ou complemento nominal.
Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma variante
do pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica a função diversa que eles desempenham na oração: pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblíquo marca o complemento da oração.
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos.
Pronome Oblíquo Tônico
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos por
preposições, em geral as preposições a, para, de e com. Por esse
motivo, os pronomes tônicos exercem a função de objeto indireto
da oração. Possuem acentuação tônica forte.
O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
- 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
- 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas
Pronome Oblíquo Átono
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não são precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica fraca.
Ele me deu um presente.
O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): me
- 2ª pessoa do singular (tu): te
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
- 1ª pessoa do plural (nós): nos
- 2ª pessoa do plural (vós): vos
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
Observe que as únicas formas próprias do pronome tônico são
a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As demais repetem
a forma do pronome pessoal do caso reto.
- As preposições essenciais introduzem sempre pronomes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso da língua formal, os pronomes
costumam ser usados desta forma:
Não há mais nada entre mim e ti.
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
Não há nenhuma acusação contra mim.
Não vá sem mim.
Observações:
O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se apresenta
na forma contraída, ou seja, houve a união entre o pronome “o” ou
“a” e preposição “a” ou “para”. Por acompanhar diretamente uma
preposição, o pronome “lhe” exerce sempre a função de objeto
indireto na oração.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos diretos
como objetos indiretos.
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como objetos
diretos.
Didatismo e Conhecimento
Atenção: Há construções em que a preposição, apesar de surgir anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração cujo
verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um pronome, deverá ser do caso reto.
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
Não vá sem eu mandar.
29
LÍNGUA PORTUGUESA
- A combinação da preposição “com” e alguns pronomes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo, conosco e
convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos frequentemente exercem a função de adjunto adverbial de companhia.
Ele carregava o documento consigo.
V. S.
V. S.ª (s)
Vossa Onipotência
V. O.
Papa
tratamento
cerimonioso
Deus
Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e
você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento familiar.
Você e vocês são largamente empregados no português do Brasil;
em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente; em outras,
pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito à linguagem
litúrgica, ultraformal ou literária.
Observações:
a) Vossa Excelência X Sua Excelência : os pronomes de tratamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em relação à
pessoa com quem falamos.
Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este encontro.
*Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa.
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o
Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.
- Os pronomes de tratamento representam uma forma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao tratarmos um
deputado por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos endereçando à excelência que esse deputado supostamente tem para
poder ocupar o cargo que ocupa.
- As formas “conosco” e “convosco” são substituídas por
“com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são reforçados por palavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos
ou algum numeral.
Você terá de viajar com nós todos.
Estávamos com vós outros quando chegaram as más notícias.
Ele disse que iria com nós três.
Pronome Reflexivo
São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem
como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito da oração.
Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo verbo.
O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim.
Eu não me vanglorio disso.
Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.
- 2ª pessoa do singular (tu): te, ti.
Assim tu te prejudicas.
Conhece a ti mesmo.
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.
Guilherme já se preparou.
Ela deu a si um presente.
Antônio conversou consigo mesmo.
b) 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento dirijam-se à
2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os pronomes oblíquos
empregados em relação a eles devem ficar na 3ª pessoa.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas,
para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
1ª pessoa do plural (nós): nos.
Lavamo-nos no rio.
c) Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou nos
dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do texto, a
pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, por exemplo,
se começamos a chamar alguém de “você”, não poderemos usar
“te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (errado)
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus cabelos. (correto)
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus cabelos. (correto)
- 2ª pessoa do plural (vós): vos.
Vós vos beneficiastes com a esta conquista.
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.
Eles se conheceram.
Elas deram a si um dia de folga.
A Segunda Pessoa Indireta
A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso interlocutor
(portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa.
É o caso dos chamados pronomes de tratamento, que podem ser
observados no quadro seguinte:
Pronomes de Tratamento
Vossa Alteza
V. A.
príncipes, duques
Vossa Eminência
V. Ema.(s)
cardeais
Vossa Reverendíssima V. Revma.(s)
sacerdotes
e bispos
Vossa Excelência
V. Ex.ª (s)
altas autoridades e
oficiais-generais
Vossa Magnificência V. Mag.ª (s)
reitores
de universidades
Vossa Majestade
V. M.
reis e rainhas
Vossa Majestade Imperial V. M. I.
Imperadores
Didatismo e Conhecimento
Vossa Santidade
Vossa Senhoria
Pronomes Possessivos
São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa possuída).
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular)
Observe o quadro:
NÚMERO PESSOA
PRONOME
singular
primeira
meu(s), minha(s)
singular
segunda
teu(s), tua(s)
singular
terceira
seu(s), sua(s)
plural
primeira
nosso(s), nossa(s)
plural
segunda
vosso(s), vossa(s)
plural
terceira
seu(s), sua(s)
30
LÍNGUA PORTUGUESA
No tempo:
Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se refere
ao ano presente.
Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se refere a
um passado próximo.
Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele está se
referindo a um passado distante.
Note que: A forma do possessivo depende da pessoa gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam com o objeto
possuído.
Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele momento difícil.
Observações:
1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resultar da
alteração fonética da palavra senhor.
- Muito obrigado, seu José.
- Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou invariáveis, observe:
2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse. Podem ter outros empregos, como:
a) indicar afetividade.
- Não faça isso, minha filha.
b) indicar cálculo aproximado.
Ele já deve ter seus 40 anos.
c) atribuir valor indefinido ao substantivo.
Marisa tem lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s).
Invariáveis: isto, isso, aquilo.
- Também aparecem como pronomes demonstrativos:
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e puderem
ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que
te indiquei.)
- mesmo(s), mesma(s):
Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
- próprio(s), própria(s):
Os próprios alunos resolveram o problema.
- semelhante(s):
Não compre semelhante livro.
- tal, tais:
Tal era a solução para o problema.
Note que:
a) Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em construções redundantes, com finalidade expressiva, para salientar algum
termo anterior. Por exemplo:
Manuela, essa é que dera em cheio casando com o José Afonso. Desfrutar das belezas brasileiras, isso é que é sorte!
3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o pronome possessivo fica na 3ª pessoa.
Vossa Excelência trouxe sua mensagem?
4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo concorda com o mais próximo.
Trouxe-me seus livros e anotações.
5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos
átonos assumem valor de possessivo.
Vou seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos.)
Pronomes Demonstrativos
Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a
posição de uma certa palavra em relação a outras ou ao contexto.
Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, no tempo ou discurso.
No espaço:
Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o carro
está perto da pessoa que fala.
Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o carro
está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa que
fala.
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que o carro
está afastado da pessoa que fala e daquela com quem falo.
b) O pronome demonstrativo neutro ou pode representar um
termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso em que aparece,
geralmente, como objeto direto, predicativo ou aposto.
O casamento seria um desastre. Todos o pressentiam.
c) Para evitar a repetição de um verbo anteriormente expresso,
é comum empregar-se, em tais casos, o verbo fazer, chamado, então, verbo vicário (= que substitui, que faz as vezes de).
Ninguém teve coragem de falar antes que ela o fizesse.
d) Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em primeiro lugar.
O referido deputado e o Dr. Alcides eram amigos íntimos;
aquele casado, solteiro este. [ou então: este solteiro, aquele casado]
Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo quanto por
meio de correspondência, que é uma modalidade escrita de fala),
são particularmente importantes o este e o esse - o primeiro localiza os seres em relação ao emissor; o segundo, em relação ao
destinatário. Trocá-los pode causar ambiguidade.
e) O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irônica.
A menina foi a tal que ameaçou o professor?
Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da universidade
destinatária).
Reafirmamos a disposição desta universidade em participar no
próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universidade que envia
a mensagem).
Didatismo e Conhecimento
f) Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com
pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, disso, nisso,
no, etc.
Não acreditei no que estava vendo. (no = naquilo)
31
LÍNGUA PORTUGUESA
Pronomes Indefinidos
São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso,
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quantidade
indeterminada.
Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-plantadas.
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa de
quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma imprecisa,
vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser humano que seguramente existe, mas cuja identidade é desconhecida ou não se quer
revelar.
Classificam-se em:
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lugar do ser
ou da quantidade aproximada de seres na frase. São eles: algo,
alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, outrem, quem,
tudo.
Essas oposições de sentido são muito importantes na construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas vezes dependem
a solidez e a consistência dos argumentos expostos. Observe nas
frases seguintes a força que os pronomes indefinidos destacados
imprimem às afirmações de que fazem parte:
Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado prático.
Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são pessoas
quaisquer.
Pronomes Relativos
São aqueles que representam nomes já mencionados anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as orações subordinadas adjetivas.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de um
grupo racial sobre outros.
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros = oração subordinada adjetiva).
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra “sistema” é
antecedente do pronome relativo que.
O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome demonstrativo o, a, os, as.
Não sei o que você está querendo dizer.
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem expresso.
Quem casa, quer casa.
Algo o incomoda?
Quem avisa amigo é.
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser expresso
na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade aproximada. São
eles: cada, certo(s), certa(s).
Cada povo tem seus costumes.
Certas pessoas exercem várias profissões.
Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora
pronomes indefinidos adjetivos:
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos),
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns,
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s),
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.
Menos palavras e mais ações.
Alguns se contentam pouco.
Observe:
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os quais,
cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, quantas.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
Note que:
a) O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser substituído por
o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu antecedente for um
substantivo.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual)
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais)
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais)
Os pronomes indefinidos podem ser divididos em variáveis e
invariáveis. Observe:
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, tanto,
outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca, vária, tanta,
outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, nenhuns, todos, muitos,
poucos, vários, tantos, outros, quantos, algumas, nenhumas, todas,
muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, algo,
cada.
b) O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que podem ter várias
classificações) são pronomes relativos. Todos eles são usados com
referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de
determinadas preposições:
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o qual
me deixou encantado. (O uso de “que”, neste caso, geraria ambiguidade.)
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dúvidas? (Não se poderia usar “que” depois de sobre.)
São locuções pronominais indefinidas:
cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem
quer (que), seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual
(= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
Cada um escolheu o vinho desejado.
Indefinidos Sistemáticos
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, percebemos que existem alguns grupos que criam oposição de sentido.
É o caso de: algum/alguém/algo, que têm sentido afirmativo, e
nenhum/ninguém/nada, que têm sentido negativo; todo/tudo, que
indicam uma totalidade afirmativa, e nenhum/nada, que indicam
uma totalidade negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza, e
qualquer, que generaliza.
Didatismo e Conhecimento
c) O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e se
refere a uma oração.
Não chegou a ser padre, mas deixou de ser poeta, que era a
sua vocação natural.
32
LÍNGUA PORTUGUESA
d) O pronome “cujo” não concorda com o seu antecedente,
mas com o consequente. Equivale a do qual, da qual, dos quais,
das quais.
Este é o
caderno cujas
folhas estão rasgadas.
(antecedente)
(consequente)
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia ajudá-lo.
Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso reto. Já na
segunda oração, observamos o pronome “lhe” exercendo função
de complemento, e, consequentemente, é do caso oblíquo.
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, o pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para a segunda
pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia ajudar....
Ajudar quem? Você (lhe).
Importante: Em observação à segunda oração, o emprego do
pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do verbo intransitivo
“ajudar” porque o pronome oblíquo pode estar antes, depois ou
entre locução verbal, caso o verbo principal (no caso “ajudar”) estiver no infinitivo ou gerúndio.
Eu desejo lhe perguntar algo.
Eu estou perguntando-lhe algo.
e) “Quanto” é pronome relativo quando tem por antecedente
um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo:
Emprestei
tantos quantos foram necessários.
(antecedente)
Ele fez
tudo
quanto havia falado.
(antecedente)
f) O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre precedido de preposição.
É um professor
a
quem
muito devemos.
(preposição)
g) “Onde”, como pronome relativo, sempre possui antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar.
A casa onde morava foi assaltada.
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos:
os primeiros não são precedidos de preposição, diferentemente dos
segundos que são sempre precedidos de preposição.
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu estava
fazendo.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que
eu estava fazendo.
h) Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em
que.
Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no exterior.
i) Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:
- como (= pelo qual)
Não me parece correto o modo como você agiu semana passada.
- quando (= em que)
Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame.
Fontes:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42.php
http://www.brasilescola.com/gramatica/colocacao-pronominal.htm
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denomi-
j) Os pronomes relativos permitem reunir duas orações numa
só frase.
O futebol é um esporte.
O povo gosta muito deste esporte.
O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.
nam os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos também nomeiam:
-lugares: Alemanha, Porto Alegre...
-sentimentos: raiva, amor...
-estados: alegria, tristeza...
-qualidades: honestidade, sinceridade...
-ações: corrida, pescaria...
k) Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode ocorrer
a elipse do relativo “que”.
A sala estava cheia de gente que conversava, (que) ria, (que)
fumava.
Morfossintaxe do substantivo
Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em geral
exerce funções diretamente relacionadas com o verbo: atua como
núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou indireto) e do agente da passiva. Pode ainda funcionar como núcleo
do complemento nominal ou do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito ou do objeto ou como núcleo do vocativo. Também
encontramos substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e
de adjuntos adverbiais - quando essas funções são desempenhadas
por grupos de palavras.
Pronomes Interrogativos
São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas ou
indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, referem-se
à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e variações), quanto (e variações).
Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço.
Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas preferes.
Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quantos passageiros desembarcaram.
Classificação dos Substantivos
1- Substantivos Comuns e Próprios
Observe a definição:
Sobre os pronomes:
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo quando desempenha função de complemento. Vamos entender, primeiramente,
como o pronome pessoal surge na frase e que função exerce. Observe as orações:
Didatismo e Conhecimento
s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios,
dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a sede de município
é cidade). 2. O centro de uma cidade (em oposição aos bairros).
33
LÍNGUA PORTUGUESA
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada cidade. Isso
significa que a palavra cidade é um substantivo comum.
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de uma
mesma espécie de forma genérica: cidade, menino, homem, mulher, país, cachorro.
Formação dos Substantivos
Substantivos Simples e Compostos
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra.
O substantivo chuva é formado por um único elemento ou radical. É um substantivo simples.
Substantivo Simples: é aquele formado por um único elemento.
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja agora:
O substantivo guarda-chuva é formado por dois elementos (guarda
+ chuva). Esse substantivo é composto.
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou mais
elementos.
Outros exemplos: beija-flor, passatempo.
Estamos voando para Barcelona.
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da espécie
cidade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Próprio: é aquele
que designa os seres de uma mesma espécie de forma particular.
Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
Substantivos Primitivos e Derivados
Meu limão meu limoeiro,
meu pé de jacarandá...
2 - Substantivos Concretos e Abstratos
LÂMPADA MALA
O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de nenhum outro dentro de língua portuguesa.
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma
outra palavra da própria língua portuguesa.
O substantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir da
palavra limão.
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de outra palavra.
Os substantivos lâmpada e mala designam seres com existência própria, que são independentes de outros seres. São assim,
substantivos concretos.
Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que existe,
independentemente de outros seres.
Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo real
e do mundo imaginário.
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília,
etc.
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantasma, etc.
Observe agora:
Beleza exposta
Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual.
O substantivo beleza designa uma qualidade.
Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que dependem de outros para se manifestar ou existir.
Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou coisa que seja
bela. A beleza depende de outro ser para se manifestar. Portanto, a
palavra beleza é um substantivo abstrato.
Os substantivos abstratos designam estados, qualidades, ações
e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos, e sem os
quais não podem existir.
vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade
(sentimento).
Flexão dos substantivos
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável
quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por exemplo,
pode sofrer variações para indicar:
Plural: meninos
Feminino: menina
Aumentativo: meninão
Diminutivo: menininho
Flexão de Gênero
Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar sexo
real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, há dois gêneros:
masculino e feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja
estes títulos de filmes:
O velho e o mar
Um Natal inesquecível
Os reis da praia
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que podem vir
precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
A história sem fim
Uma cidade sem passado
As tartarugas ninjas
3 - Substantivos Coletivos
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra abelha, mais outra abelha.
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi necessário
repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais outra abelha...
No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural.
No terceiro caso, empregou-se um substantivo no singular
(enxame) para designar um conjunto de seres da mesma espécie
(abelhas).
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres da mesma espécie.
Didatismo e Conhecimento
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes
Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar nomes de
seres vivos, geralmente o gênero da palavra está relacionado ao
sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o masculino
e outra para o feminino. Observe: gato – gata, homem – mulher,
poeta – poetisa, prefeito - prefeita
Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam uma
única forma, que serve tanto para o masculino quanto para o feminino. Classificam-se em:
34
LÍNGUA PORTUGUESA
A criança chorona chamava-se João.
A criança chorona chamava-se Maria.
Outros substantivos sobrecomuns:
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa criatura.
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de Marcela
faleceu
- Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos.
a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré
fêmea.
- Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas.
a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo,
o indivíduo.
- Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pessoas por
meio do artigo.
o colega e a colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
Comuns de Dois Gêneros:
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma vez que
a palavra motorista é um substantivo uniforme. O restante da notícia informa-nos de que se trata de um homem.
A distinção de gênero pode ser feita através da análise do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substantivo: o colega - a
colega; o imigrante - a imigrante; um jovem - uma jovem; artista
famoso - artista famosa; repórter francês - repórter francesa
- A palavra personagem é usada indistintamente nos dois gêneros.
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada preferência
pelo masculino:
O menino descobriu nas nuvens os personagens dos contos
de carochinha.
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino:
O problema está nas mulheres de mais idade, que não aceitam
a personagem.
Não cheguei assim, nem era minha intenção, a criar uma personagem.
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo fotográfico Ana Belmonte.
Observe o gênero dos substantivos seguintes:
Masculinos
o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó (pena), o sanduíche, o
clarinete, o champanha, o sósia, o maracajá, o clã, o hosana, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o proclama, o pernoite, o púbis,
Saiba que: Substantivos de origem grega terminados em ema
ou oma, são masculinos: o axioma, o fonema, o poema, o sistema,
o sintoma, o teorema.
- Existem certos substantivos que, variando de gênero, variam
em seu significado: o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação
emissora) o capital (dinheiro) e a capital (cidade)
Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
a) Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno - aluna
b) Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao masculino: freguês - freguesa
c) Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de três
formas:
- troca-se -ão por -oa. =
patrão – patroa
- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
-troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão - sultana
d) Substantivos terminados em -or:
- acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
- troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
e) Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa:
cônsul - consulesa
abade - abadessa
poeta - poetisa
duque - duquesa
conde - condessa
profeta - profetisa
f) Substantivos que formam o feminino trocando o -e final por
-a: elefante - elefanta
g) Substantivos que têm radicais diferentes no masculino e no
feminino: bode – cabra
boi - vaca
h) Substantivos que formam o feminino de maneira especial,
isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores: czar – czarina
réu - ré
Femininos
a dinamite, a áspide, a derme, a hélice, a alcíone, a filoxera, a
clâmide, a omoplata, a cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a
entorse, a libido, a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa),.
- São geralmente masculinos os substantivos de origem grega
terminados em -ma: o grama (peso), o quilograma, o plasma, o
apostema, o diagrama, o epigrama, o telefonema, o estratagema, o
dilema, o teorema, o trema, o eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o tracoma, o hematoma.
Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes
- Epicenos:
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso ocorre
porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma para indicar o
masculino e o feminino.
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma para designar os dois sexos. Esses substantivos são chamados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea.
A cobra macho picou o marinheiro.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
Gênero dos Nomes de Cidades:
Com raras exceções, nomes de cidades são femininos.
A histórica Ouro Preto.
A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
Uma Londres imensa e triste.
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
Sobrecomuns:
Entregue as crianças à natureza.
A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo masculino,
quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem o artigo nem um
possível adjetivo permitem identificar o sexo dos seres a que se
refere a palavra. Veja:
Didatismo e Conhecimento
Gênero e Significação:
Muitos substantivos têm uma significação no masculino e outra no feminino. Observe:
35
LÍNGUA PORTUGUESA
o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à frente de um
bloco carnavalesco, manejando um bastão), a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibição de trânsito), o cabeça
(chefe), a cabeça (parte do corpo), o cisma (separação religiosa,
dissidência), a cisma (ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor
cinzenta), a cinza (resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a
capital (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabeleira),
o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na administração da crisma
e de outros sacramentos), a crisma (sacramento da confirmação), o
cura (pároco), a cura (ato de curar), o estepe (pneu sobressalente),
a estepe (vasta planície de vegetação), o guia (pessoa que guia outra), a guia (documento, pena grande das asas das aves), o grama
(unidade de peso), a grama (relva), o caixa (funcionário da caixa),
a caixa (recipiente, setor de pagamentos), o lente (professor), a
lente (vidro de aumento), o moral (ânimo), a moral (honestidade,
bons costumes, ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a nascente (a fonte), o maria-fumaça (trem como locomotiva a vapor),
a maria-fumaça (locomotiva movida a vapor), o pala (poncho), a
pala (parte anterior do boné ou quepe, anteparo), o rádio (aparelho
receptor), a rádio (estação emissora), o voga (remador), a voga
(moda, popularidade).
Plural dos Substantivos Compostos
A formação do plural dos substantivos compostos depende
da forma como são grafados, do tipo de palavras que formam o
composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que são
grafados sem hífen comportam-se como os substantivos simples:
aguardente e aguardentes
girassol e girassóis
pontapé e pontapés
malmequer e malmequeres
O plural dos substantivos compostos cujos elementos são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e discussões.
Algumas orientações são dadas a seguir:
a) Flexionam-se os dois elementos, quando formados de:
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
b) Flexiona-se somente o segundo elemento, quando formados de:
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto-falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos
c) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando formados de:
substantivo + preposição clara + substantivo = água-de-colônia e águas-de-colônia
substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo-vapor
e cavalos-vapor
substantivo + substantivo que funciona como determinante do
primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo anterior.
palavra-chave - palavras-chave
bomba-relógio - bombas-relógio
notícia-bomba - notícias-bomba
homem-rã - homens-rã
peixe-espada - peixes-espada
Flexão de Número do Substantivo
Em português, há dois números gramaticais: o singular, que
indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que indica mais de
um ser ou grupo de seres. A característica do plural é o “s” final.
Plural dos Substantivos Simples
a) Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e “n”
fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – ímãs; hífen
- hifens (sem acento, no plural).
Exceção: cânon - cânones.
b) Os substantivos terminados em “m” fazem o plural em
“ns”: homem - homens.
c) Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural
pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes
Atenção: O plural de caráter é caracteres.
d) Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se no
plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; caracol – caracóis;
hotel - hotéis
Exceções: mal e males, cônsul e cônsules.
e) Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de duas
maneiras:
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas maneiras: répteis ou reptis (pouco usada).
f) Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de duas
maneiras:
- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acréscimo
de “es”: ás – ases / retrós - retroses
- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariáveis: o
lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
g) Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural de três
maneiras.
- substituindo o -ão por -ões: ação - ações
- substituindo o -ão por -ães: cão - cães
- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
h) Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: o látex - os látex.
Didatismo e Conhecimento
d) Permanecem invariáveis, quando formados de:
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas
e) Casos Especiais
o louva-a-deus e os louva-a-deus
o bem-te-vi e os bem-te-vis
o bem-me-quer e os bem-me-queres
o joão-ninguém e os joões-ninguém.
Plural das Palavras Substantivadas
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras classes
gramaticais usadas como substantivo, apresentam, no plural, as
flexões próprias dos substantivos.
Pese bem os prós e os contras.
O aluno errou na prova dos noves.
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou “z” não
variam no plural.
Nas provas mensais consegui muitos seis e alguns dez.
Plural dos Diminutivos
Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final e
acrescenta-se o sufixo diminutivo.
36
LÍNGUA PORTUGUESA
pãe(s) + zinhos = pãezinhos
animai(s) + zinhos = animaizinhos
botõe(s) + zinhos = botõezinhos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
farói(s) + zinhos = faroizinhos
tren(s) + zinhos = trenzinhos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas
flore(s) + zinhas = florezinhas
mão(s) + zinhas = mãozinhas
papéi(s) + zinhos = papeizinhos
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
funi(s) + zinhos = funizinhos
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
pai(s) + zinhos = paizinhos
pé(s) + zinhos = pezinhos
pé(s) + zitos = pezitos
Particularidades sobre o Número dos Substantivos
a) Há substantivos que só se usam no singular:
o sul, o norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
b) Outros só no plural:
as núpcias, os víveres, os pêsames, as espadas/os paus (naipes
de baralho), as fezes.
c) Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do singular:
bem (virtude) e bens (riquezas)
honra (probidade, bom nome) e honras (homenagem, títulos)
d) Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas com
sentido de plural:
Aqui morreu muito negro.
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas improvisadas.
Flexão de Grau do Substantivo
Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
- Grau Normal - Indica um ser de tamanho considerado normal. Por exemplo: casa
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho do ser.
Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adjetivo que
indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de
aumento. Por exemplo: casarão.
- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho do ser.
Pode ser:
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de
diminuição. Por exemplo: casinha.
Plural dos Nomes Próprios Personativos
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas sempre
que a terminação preste-se à flexão.
Os Napoleões também são derrotados.
As Raquéis e Esteres.
Plural dos Substantivos Estrangeiros
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser escritos
como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto quando terminam em “s” ou “z”).
os shows os shorts os jazz
Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acordo com
as regras de nossa língua:
os clubes
os chopes
os jipes
os esportes
as toaletes
os bibelôs
os garçons
os réquiens
Observe o exemplo:
Este jogador faz gols toda vez que joga.
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf12.php
Questões sobre Substantivo
Plural com Mudança de Timbre
Certos substantivos formam o plural com mudança de timbre
da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato fonético chamado
metafonia (plural metafônico).
Singular
Plural
corpo (ô)
corpos (ó)
esforço
esforços
fogo
fogos
forno
fornos
fosso
fossos
imposto
impostos
olho
olhos
osso (ô)
ossos (ó)
ovo
ovos
poço
poços
porto
portos
posto
postos
tijolo
tijolos
01. (Escrevente TJ SP Vunesp/2012) A flexão de número do
termo “preços-sombra” também ocorre com o plural de
(A) reco-reco.
(B) guarda-costa.
(C) guarda-noturno.
(D) célula-tronco.
(E) sem-vergonha.
02. (Escrevente TJ SP Vunesp/2013) Assinale a alternativa
cujas palavras se apresentam flexionadas de acordo com a norma-padrão.
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento.
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis.
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local.
(D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos.
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos!
03. Indique a alternativa em que a flexão do substantivo está
errada:
A) Catalães. B) Cidadãos. C) Vulcães. D) Corrimões.
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bolsos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de molho (ó) = feixe (molho de lenha).
Didatismo e Conhecimento
04. Assinale o par de vocábulos que fazem o plural da mesma
forma que “balão” e “caneta-tinteiro”:
37
LÍNGUA PORTUGUESA
a) vulcão, abaixo-assinado;
b) irmão, salário-família;
c) questão, manga-rosa;
d) bênção, papel-moeda;
e) razão, guarda-chuva.
C) Ele vestiu o pijama e sentou-se para beber uma champanha
gelada.
D) O omelete e o couve foram acompanhados por doses do
melhor aguardente.
E) O beliche não coube na quitinete recém-comprada pelos
estudantes.
05. Sabendo-se que há substantivos que no masculino têm
um significado e no feminino têm outro, diferente, marque a alternativa em que há um substantivo que não corresponde ao seu
significado:
a) O capital = dinheiro;
A capital = cidade principal;
GABARITO
01. D 02. D
06. A 07. D
04. C
10. E
05. E
1-) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando formado de substantivo + substantivo que funciona como determinante
do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo anterior.
= células-tronco
c) O rádio = aparelho transmissor;
A rádio = estação geradora;
d) O cabeça = o chefe;
A cabeça = parte do corpo;
2-) A) Os tabeliãos devem preparar o documento. = tabeliães
B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis.
= cidadãos
C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local.
= certidões
E) Cuidado com os degrais, que são perigosos! = degraus
e) A cura = o médico.
O cura = ato de curar.
06. Correlacione os substantivos com os respectivos coletivos, e indique a alternativa correta:
I - Bispos.
II - Cães de caça.
III -Vadios.
IV -Papéis.
( ) Resma.
( ) Concílio.
( ) Corja.
( ) Matilha.
3-) Vulcões
4-) Assinale o par de vocábulos que fazem o plural da mesma
forma que “balão” e “caneta-tinteiro”:
Balões
/ canetas-tinteiro
a) vulcões, abaixo-assinados;
b) irmãos, salários-família;
d) bênçãos, papéis-moeda;
e) razões, guarda-chuvas.
B) III, I, II, IV.
D) III, I, IV, II.
5-) o cura: sacerdote
/ a cura: ato ou efeito de curar
6-)
I - Bispos.
II - Cães de caça.
III -Vadios.
IV -Papéis.
( ) Resma = papéis
( ) Concílio. = bispos
( ) Corja. = vadios
( ) Matilha. = cães de caça
07. Indique a alternativa que apresenta erro na formação do
plural:
A) Os boias-frias participaram da manifestação na estrada.
B) Colocaram tanto alpiste, que o quintal ficou cheio de beija-flores.
C) Aqueles pães de ló estavam deliciosos.
D) Os abaixos-assinados foram entregues ao diretor.
08. Das palavras abaixo, faz plural como “assombrações”
a) perdão. b) bênção. c) alemão. d) cristão. e) capitão.
IV
I
III
II
7-) Os abaixo-assinados foram entregues ao diretor.
09. Entre os substantivos selecionados nas alternativas a seguir, há apenas um que pertence ao gênero masculino. Indique-o:
A) alface
B) omoplata C) comichão D) lança-perfume
8-) b) bênçãos.
d) cristãos.
c) alemães.
e) capitães.
9-) A) a alface
B) a omoplata
D) o lança-perfume
10. Assinale a frase correta quanto ao emprego do gênero dos
substantivos.
A) A perda das esperanças provocou uma profunda dó na personagem.
B) O advogado não deu o ênfase necessário às milhares de
solicitações.
Didatismo e Conhecimento
09. D
COMENTÁRIOS
b) O grama = unidade de medida;
A grama = vegetação rasteira;
A) IV, I, III, II.
C) I, III, II, IV.
03. C
08. A
C) a comichão
10-)
A) A perda das esperanças provocou um profundo dó na personagem.
38
LÍNGUA PORTUGUESA
B) O advogado não deu a ênfase necessário às milhares de
solicitações.
C) Ele vestiu o pijama e sentou-se para beber um champanha
gelado.
D) A omelete e a couve foram acompanhadas por doses da
melhor aguardente.
c) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação
completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais e pessoais.
- Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os principais verbos
impessoais são:
a) haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou
fazer (em orações temporais).
Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)
Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros processos: ação
(correr); estado (ficar); fenômeno (chover); ocorrência (nascer);
desejo (querer).
O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus
possíveis significados. Observe que palavras como corrida, chuva
e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns verbos
mencionados acima; não apresentam, porém, todas as possibilidades de flexão que esses verbos possuem.
b) fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
Era primavera quando a conheci.
Estava frio naquele dia.
c) Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são
impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci mal- -humorado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado. Qualquer
verbo impessoal, empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal.
Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
Estrutura das Formas Verbais
Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresentar os seguintes elementos:
a) Radical: é a parte invariável, que expressa o significado
essencial do verbo. Por exemplo:
fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)
b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a
conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r
São três as conjugações:
1ª - Vogal Temática - A - (falar)
2ª - Vogal Temática - E - (vender)
3ª - Vogal Temática - I - (partir)
c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o
tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.)
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.)
d) Desinência número-pessoal: é o elemento que designa a
pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural).
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.)
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.)
Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados (compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois a forma
arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do verbo: põe,
pões, põem, etc.
d) São impessoais, ainda:
1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo.
Ex.: Já passa das seis.
2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, indicando suficiência. Ex.:
Basta de tolices. Chega de blasfêmias.
3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, Está
muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem referência a sujeito
expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso, classificar o
sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos, então, pessoais.
4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de “ser
possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uns trocados?
- Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se
apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
A fruta amadureceu.
As frutas amadureceram.
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos verbos com o conceito de acentuação tônica, percebemos com facilidade que nas formas rizotônicas, o acento tônico cai no radical do
verbo: opino, aprendam, nutro, por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim na terminação
verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos.
Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos
pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
Classificação dos Verbos
Classificam-se em:
a) Regulares: são aqueles que possuem as desinências normais
de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical.
Por exemplo: canto cantei
cantarei cantava
cantasse
b) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no
radical ou nas desinências. Por exemplo: faço fiz
farei fizesse
Didatismo e Conhecimento
Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de
animais; eis alguns:
bramar: tigre
bramir: crocodilo
cacarejar: galinha
coaxar: sapo
cricrilar: grilo
39
LÍNGUA PORTUGUESA
Os principais verbos unipessoais são:
1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário, etc.).
Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos bastante.)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)
2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de fumar.)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia. (Sujeito: que não vejo Cláudia)
Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.
- Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou eufônicos. Por exemplo:
verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que provavelmente
causaria problemas de interpretação em certos contextos.
verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa - formas de sonoridade considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de formas verbais repudiadas por alguns
gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento e a popularização da informática, tem sido conjugado
em todos os tempos, modos e pessoas.
d) Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular). Observe:
INFINITIVO
Anexar
Dispersar
Eleger
Envolver
Imprimir
Matar
Morrer
Pegar
Soltar
PARTICÍPIO REGULAR
Anexado
Dispersado
Elegido
Envolvido
Imprimido
Matado
Morrido
Pegado
Soltado
PARTICÍPIO IRREGULAR
Anexo
Disperso
Eleito
Envolto
Impresso
Morto
Morto
Pego
Solto
e) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação.
Por exemplo: Ir
Pôr
Ser
Saber (vou, vais, ides, fui, foste, pus, pôs, punha, sou, és, fui, foste, seja).
f) Auxiliares
São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal, quando acompanhado de verbo
auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.
Vou
espantar
as
moscas.
(verbo auxiliar)
(verbo principal no infinitivo)
Está
(verbo auxiliar)
Os
noivos
chegando
a
(verbo principal no gerúndio)
hora
foram
cumprimentados
por
(verbo auxiliar) (verbo principal no particípio)
do
todos
debate.
os
presentes.
Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.
Conjugação dos Verbos Auxiliares
SER - Modo Indicativo
Presente
sou
és
é
somos
sois
são
Pret.Perfeito
fui
foste
foi
fomos
fostes
foram
Pretérito Imp. Pret.Mais-Que-Perf.
era
fora
eras
foras
era
fora
éramos
fôramos
éreis
fôreis
eram
foram
Didatismo e Conhecimento
40
Fut.do Pres.
serei
serás
será
seremos
sereis
serão
Fut. Do Pretérito
seria
serias
seria
seríamos
seríeis
seriam
LÍNGUA PORTUGUESA
SER - Modo Subjuntivo
Presente
que eu seja
que tu sejas
que ele seja
que nós sejamos
que vós sejais
que eles sejam
Pretérito Imperfeito
se eu fosse
se tu fosses
se ele fosse
se nós fôssemos
se vós fôsseis
se eles fossem
Futuro
quando eu for
quando tu fores
quando ele for
quando nós formos
quando vós fordes
quando eles forem
SER - Modo Imperativo
Afirmativo
sê tu
seja você
sejamos nós
sede vós
sejam vocês
Negativo
não sejas tu
não seja você
não sejamos nós
não sejais vós
não sejam vocês
SER - Formas Nominais
Infinitivo Impessoal
ser
Infinitivo Pessoal
ser eu
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles
Gerúndio
sendo
Particípio
sido
ESTAR - Modo Indicativo
Presente
estou
estás
está
estamos
estais
estão
Pret. perf.
estive
estiveste
esteve
estivemos
estivestes
estiveram
Pret. Imperf.
estava
estavas
estava
estávamos
estáveis
estavam
Pret.Mais-Que-Perf.
estivera
estiveras
estivera
estivéramos
estivéreis
estiveram
Fut.doPres.
estarei
estarás
estará
estaremos
estareis
estarão
Fut.doPreté.
estaria
estarias
estaria
estaríamos
estaríeis
estariam
ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo
Presente
esteja
estejas
esteja
estejamos
estejais
estejam
Pretérito Imperfeito
estivesse
estivesses
estivesse
estivéssemos
estivésseis
estivessem
Futuro
estiver
estiveres
estiver
estivermos
estiverdes
estiverem
Afirmativo
Negativo
está
esteja
estejamos
estai
estejam
estejas
esteja
estejamos
estejais
estejam
Gerúndio
estando
Particípio
estado
ESTAR - Formas Nominais
Infinitivo Impessoal
estar
Infinitivo Pessoal
estar
estares
estar
estarmos
estardes
estarem
Didatismo e Conhecimento
41
LÍNGUA PORTUGUESA
HAVER - Modo Indicativo
Presente
hei
hás
há
havemos
haveis
hão
Pret. Perf.
houve
houveste
houve
houvemos
houvestes
houveram
Pret. Imper.
havia
havias
havia
havíamos
havíeis
haviam
Pret.Mais-Que-Perf.
houvera
houveras
houvera
houvéramos
houvéreis
houveram
Fut. Do Pres.
haverei
haverás
haverá
haveremos
havereis
haverão
Fut. Do Preté.
haveria
haverias
haveria
haveríamos
haveríeis
haveriam
HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo
Presente
haja
hajas
haja
hajamos
hajais
hajam
Pretérito Imperfeito
houvesse
houvesses
houvesse
houvéssemos
houvésseis
houvessem
Futuro
houver
houveres
houver
houvermos
houverdes
houverem
Afirmativo
Negativo
há
haja
hajamos
havei
hajam
hajas
haja
hajamos
hajais
hajam
Gerúndio
havendo
Particípio
havido
HAVER - Formas Nominais
Infinitivo Impessoal
haver
Infinitivo Pessoal
haver
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem
TER - Modo Indicativo
Presente
Tenho
tens
tem
temos
tendes
têm
Pret. Perf.
tive
tiveste
teve
tivemos
tivestes
tiveram
Pret. Imper.
tinha
tinhas
tinha
tínhamos
tínheis
tinham
Preté.Mais-Que-Perf.
tivera
tiveras
tivera
tivéramos
tivéreis
tiveram
Fut. Do Pres.
terei
terás
terá
teremos
tereis
terão
Fut. Do Preté.
teria
terias
teria
teríamos
teríeis
teriam
TER - Modo Subjuntivo e Imperativo
Presente
Tenha
tenhas
tenha
tenhamos
tenhais
tenham
Pretérito Imperfeito
tivesse
tivesses
tivesse
tivéssemos
tivésseis
tivessem
Futuro
tiver
tiveres
tiver
tivermos
tiverdes
tiverem
Afirmativo
Negativo
tem
tenha
tenhamos
tende
tenham
tenhas
tenha
tenhamos
tenhais
tenham
g) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mesma pessoa do
sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no próprio sentido do verbo (reflexivos essenciais). Veja:
- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já está implícita no radical do
verbo. Por exemplo:
Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mesma, pois não recebe
ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é
conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Didatismo e Conhecimento
42
LÍNGUA PORTUGUESA
2ª pessoa do singular: Radical + ES
Ex.: teres(tu)
1ª pessoa do plural: Radical + MOS
Ex.: termos (nós)
2ª pessoa do plural: Radical + DES
Ex.: terdes (vós)
3ª pessoa do plural: Radical + EM
Ex.: terem (eles)
Por exemplo:
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem
- c) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou
advérbio. Por exemplo:
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advérbio)
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função adjetivo)
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na
forma composta, uma ação concluída. Por exemplo:
Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
- d) Particípio: quando não é empregado na formação dos
tempos compostos, o particípio indica geralmente o resultado de
uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau.
Por exemplo:
Terminados os exames, os candidatos saíram.
Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma
relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo
(adjetivo verbal). Por exemplo:
Ela foi a aluna escolhida para representar a escola.
- 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que
a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto representado por
pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz
uma ação que recai sobre ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados
com os pronomes mencionados, formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser
exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: Maria penteou--me.
Observações:
1- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função sintática.
2- Há verbos que também são acompanhados de pronomes
oblíquos átonos, mas que não são essencialmente pronominais, são
os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar
de se encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, exercem funções
sintáticas.
Por exemplo:
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me (objeto
direto) - 1ª pessoa do singular
Tempos Verbais
Tomando-se como referência o momento em que se fala, a
ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos. Veja:
1. Tempos do Indicativo
- Presente - Expressa um fato atual. Por exemplo: Eu estudo
neste colégio.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamente terminado. Por exemplo: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
- Pretérito Perfeito (simples) - Expressa um fato ocorrido num
momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado. Por
exemplo: Ele estudou as lições ontem à noite.
- Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato que teve
início no passado e que pode se prolongar até o momento atual.
Por exemplo: Tenho estudado muito para os exames.
- Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado. Por exemplo: Ele já tinha estudado
as lições quando os amigos chegaram. (forma composta) Ele já
estudara as lições quando os amigos chegaram. (forma simples)
- Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que deve
ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual. Por
exemplo: Ele estudará as lições amanhã.
- Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato que deve
ocorrer posteriormente a um momento atual, mas já terminado antes de outro fato futuro. Por exemplo: Antes de bater o sinal, os
alunos já terão terminado o teste.
- Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que pode
ocorrer posteriormente a um determinado fato passado. Por exemplo: Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias.
- Futuro do Pretérito (composto) - Enuncia um fato que poderia ter ocorrido posteriormente a um determinado fato passado.
Por exemplo: Se eu tivesse ganho esse dinheiro, teria viajado nas
férias.
Modos Verbais
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo
na expressão de um fato. Em Português, existem três modos:
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade. Por exemplo:
Eu sempre estudo.
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade. Por exemplo: Talvez eu estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido. Por exemplo: Estuda agora, menino.
Formas Nominais
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que
podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:
- a) Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo de
modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substantivo. Por exemplo: Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma
simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.
- b) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta
desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais,
flexiona-se da seguinte maneira:
Didatismo e Conhecimento
43
LÍNGUA PORTUGUESA
2. Tempos do Subjuntivo
- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual. Por exemplo: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido. Por exemplo: Eu esperava que ele vencesse o jogo.
Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por exemplo: Se ele
viesse ao clube, participaria do campeonato.
Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato totalmente terminado num momento passado. Por exemplo: Embora tenha estudado
bastante, não passou no teste.
- Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual. Por exemplo: Quando ele
vier à loja, levará as encomendas.
obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à loja, levará as
encomendas.
- Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato posterior ao momento atual mas já terminado antes de outro fato futuro. Por exemplo: Quando ele tiver saído do hospital, nós o visitaremos.
Presente do Indicativo
1ª conjugação
2ª conjugação
3ª conjugação
Desinência pessoal
CANTAR
cantO
cantaS
canta
cantaMOS
cantaIS
cantaM
PARTIR
partO
parteS
parte
partiMOS
partIS
parteM
O
S
MOS
IS
M
VENDER
vendO
vendeS
vende
vendeMOS
vendeIS
vendeM
Pretérito Perfeito do Indicativo
1ª conjugação
2ª conjugação
3ª conjugação
Desinência pessoal
CANTAR
canteI
cantaSTE
cantoU
cantaMOS
cantaSTES
cantaRAM
VENDER
vendI
vendeSTE
vendeU
vendeMOS
vendeSTES
vendeRAM
PARTIR
partI
partISTE
partiU
partiMOS
partISTES
partiRAM
I
STE
U
MOS
STES
RAM
Pretérito mais-que-perfeito
1ª conjugação
2ª conjugação
3ª conjugação
CANTAR
cantaRA
cantaRAS
cantaRA
cantáRAMOS
cantáREIS
cantaRAM
VENDER
vendeRA
vendeRAS
vendeRA
vendêRAMOS
vendêREIS
vendeRAM
PARTIR
partiRA
partiRAS
partiRA
partíRAMOS
partíREIS
partiRAM
Pretérito Imperfeito do Indicativo
1ª conjugação
CANTAR
cantAVA
cantAVAS
CantAVA
cantÁVAMOS
cantÁVEIS
cantAVAM
2ª conjugação
VENDER
vendIA
vendIAS
vendIA
vendÍAMOS
vendÍEIS
vendIAM
3ª conjugação
PARTIR
partIA
partAS
partIA
partÍAMOS
partÍEIS
partIAM
Didatismo e Conhecimento
44
Des. temporal
1ª/2ª e 3ª conj.
Desinência pessoal
RA
RA
RA
RA
RE
RA
Ø
S
Ø
MOS
IS
M
LÍNGUA PORTUGUESA
Futuro do Presente do Indicativo
1ª conjugação
2ª conjugação
3ª conjugação
CANTAR
cantar ei
cantar ás
cantar á
cantar emos
cantar eis
cantar ão
VENDER
vender ei
vender ás
vender á
vender emos
vender eis
vender ão
PARTIR
partir ei
partir ás
partir á
partir emos
partir eis
partir ão
Futuro do Pretérito do Indicativo
1ª conjugação
CANTAR
cantarIA
cantarIAS
cantarIA
cantarÍAMOS
cantarÍEIS
cantarIAM
2ª conjugação
VENDER
venderIA
venderIAS
venderIA
venderÍAMOS
venderÍEIS
venderIAM
3ª conjugação
PARTIR
partirIA
partirIAS
partirIA
partirÍAMOS
partirÍEIS
partirIAM
Presente do Subjuntivo
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).
1ª conjug.
2ª conjug.
3ª conju.
CANTAR
cantE
cantES
cantE
cantEMOS
cantEIS
cantEM
VENDER
vendA
vendAS
vendA
vendAMOS
vendAIS
vendAM
PARTIR
partA
partAS
partA
partAMOS
partAIS
partAM
Des. temporal
1ª conj.
Des.temporal
2ª/3ª conj.
Desinên. pessoal
E
E
E
E
E
E
A
A
A
A
A
A
Ø
S
Ø
MOS
IS
M
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim,
o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número e pessoa correspondente.
1ª conjugação
2ª conjugação
3ª conjugação
CANTAR
cantaSSE
cantaSSES
cantaSSE
cantáSSEMOS
cantáSSEIS
cantaSSEM
VENDER
vendeSSE
vendeSSES
vendeSSE
vendêSSEMOS
vendêSSEIS
vendeSSEM
PARTIR
partiSSE
partiSSES
partiSSE
partíSSEMOS
partíSSEIS
partiSSEM
Des. temporal
1ª /2ª e 3ª conj.
Desinência pessoal
SSE
SSE
SSE
SSE
SSE
SSE
Ø
S
Ø
MOS
IS
M
Futuro do Subjuntivo
Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim, o
tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa correspondente.
1ª conjugação
2ª conjugação
3ª conjugação
Des. temporal
Desinência pessoal
1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR
VENDER
PARTIR
cantaR
vendeR
partiR
Ø
cantaRES
vendeRES
partiRES
R
ES
cantaR
vendeR
partiR
R
Ø
cantaRMOS
vendeRMOS
partiRMOS
R
MOS
cantaRDES
vendeRDES
partiRDES
R
DES
cantaREM
vendeREM
PartiREM
R
EM
Didatismo e Conhecimento
45
LÍNGUA PORTUGUESA
Imperativo
Imperativo Afirmativo
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda pessoa do plural (vós)
eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:
Presente do Indicativo
Imperativo Afirmativo
Presente do Subjuntivo
Eu canto
--Que eu cante
Tu cantas
CantA tu
Que tu cantes
Ele canta
Cante você
Que ele cante
Nós cantamos
Cantemos nós
Que nós cantemos
Vós cantais
CantAI vós
Que vós canteis
Eles cantam
Cantem vocês
Que eles cantem
Imperativo Negativo
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.
Presente do Subjuntivo
Que eu cante
Que tu cantes
Que ele cante
Que nós cantemos
Que vós canteis
Que eles cantem
Imperativo Negativo
--Não cantes tu
Não cante você
Não cantemos nós
Não canteis vós
Não cantem eles
Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido ou conselho só
se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).
Infinitivo Pessoal
1ª conjugação
CANTAR
cantar
cantarES
cantar
cantarMOS
cantarDES
cantarEM
2ª conjugação
VENDER
vender
venderES
vender
venderMOS
venderDES
venderEM
3ª conjugação
PARTIR
partir
partirES
partir
partirMOS
partirDES
partirEM
Questões sobre Verbo
01. (Agente Policia Vunesp 2013) Considere o trecho a seguir.
É comum que objetos ___________ esquecidos em locais públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as pessoas
_____________ a atenção voltada para seus pertences, conservando-os junto ao corpo.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
(A) sejam … mantesse
(B) sejam … mantivessem
(C) sejam … mantém
(D) seja … mantivessem
(E) seja … mantêm
02. (Escrevente TJ SP Vunesp 2012-adap.) Na frase –… os níveis de pessoas sem emprego estão apresentando quedas sucessivas de
2005 para cá. –, a locução verbal em destaque expressa ação
(A) concluída.
(B) atemporal.
(C) contínua.
(D) hipotética.
(E) futura.
03. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013-adap.) Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de um ser cujas interações sociais
terminam, 99% das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”. Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de
(A) considerar ao acaso, sem premeditação.
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela.
(C) adotar como referência de qualidade.
(D) julgar de acordo com normas legais.
(E) classificar segundo ideias preconcebidas.
Didatismo e Conhecimento
46
LÍNGUA PORTUGUESA
04. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013) Assinale a alternativa
contendo a frase do texto na qual a expressão verbal destacada
exprime possibilidade.
(A) ... o cientista Theodor Nelson sonhava com um sistema
capaz de disponibilizar um grande número de obras literárias...
(B) Funcionando como um imenso sistema de informação e
arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme arquivo virtual.
(C) Isso acarreta uma textualidade que funciona por associação, e não mais por sequências fixas previamente estabelecidas.
(D) Desde o surgimento da ideia de hipertexto, esse conceito
está ligado a uma nova concepção de textualidade...
(E) Criou, então, o “Xanadu”, um projeto para disponibilizar
toda a literatura do mundo...
09. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assinale a
alternativa em que a concordância das formas verbais destacadas
se dá em conformidade com a norma-padrão da língua.
(A) Chegou, para ajudar a família, vários amigos e vizinhos.
(B) Haviam várias hipóteses acerca do que poderia ter acontecido com a criança.
(C) Fazia horas que a criança tinha saído e os pais já estavam
preocupados.
(D) Era duas horas da tarde, quando a criança foi encontrada.
(E) Existia várias maneiras de voltar para casa, mas a criança
se perdeu mesmo assim.
10. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
– 2013-adap.).
Leia as frases a seguir.
I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de madeira
no animal.
II. Existiam muitos ferimentos no boi.
III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida movimentada.
Substituindo-se o verbo Haver pelo verbo Existir e este pelo
verbo Haver, nas frases, têm-se, respectivamente:
A) Existia – Haviam – Existiam
B) Existiam – Havia – Existiam
C) Existiam – Haviam – Existiam
D) Existiam – Havia – Existia
E) Existia – Havia – Existia
05.(Analista – Arquitetura – FCC – 2013-adap.). Está adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase:
A) Os que levariam a vida pensando apenas nos valores absolutos talvez façam melhor se pensassem no encanto dos pequenos
bons momentos.
B) Há até quem queira saber quem fosse o maior bandido entre
os que recebessem destaque nos popularescos programas da TV.
C) Não admira que os leitores de Manuel Bandeira gostam
tanto de sua poesia, sobretudo porque ela não tenha aspirações a
ser metafísica.
D) Se os adeptos da fama a qualquer custo levarem em conta
nossa condição de mortais, não precisariam preocupar-se com os
degraus da notoriedade.
E) Quanto mais aproveitássemos o que houvesse de grande
nos momentos felizes, menos precisaríamos nos preocupar com
conquistas superlativas.
GABARITO
06. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013) Assinale a alternativa em
que todos os verbos estão empregados de acordo com a norma-padrão.
(A) Enviaram o texto, para que o revíssemos antes da impressão definitiva.
(B) Não haverá prova do crime se o réu se manter em silêncio.
(C) Vão pagar horas-extras aos que se disporem a trabalhar
no feriado.
(D) Ficarão surpresos quando o verem com a toga...
(E) Se você quer a promoção, é necessário que a requera a seu
superior.
01. B 02. C 03. E
06. A 07. C 08. B
05. E
10. D
COMENTÁRIOS
1-) É comum que objetos sejam esquecidos em locais públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as pessoas
mantivessem a atenção voltada para seus pertences, conservando-os junto ao corpo.
2-) os níveis de pessoas sem emprego estão apresentando quedas sucessivas de 2005 para cá. –, a locução verbal em destaque
expressa ação contínua (=não concluída)
07. (Papiloscopista Policial Vunesp 2013-adap.) Assinale a
alternativa que substitui, corretamente e sem alterar o sentido da
frase, a expressão destacada em – Se a criança se perder, quem
encontrá-la verá na pulseira instruções para que envie uma mensagem eletrônica ao grupo ou acione o código na internet.
(A) Caso a criança se havia perdido…
(B) Caso a criança perdeu…
(C) Caso a criança se perca…
(D) Caso a criança estivera perdida…
(E) Caso a criança se perda…
3-) Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de
um ser cujas interações sociais terminam, 99% das vezes, diante da
pergunta “débito ou crédito?”.
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de classificar
segundo ideias preconcebidas.
4-) (B) Funcionando como um imenso sistema de informação
e arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme arquivo virtual. = verbo no futuro do pretérito
08. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013-adap.).
Assinale a alternativa em que o verbo destacado está no tempo
futuro.
A) Os consumidores são assediados pelo marketing …
B) … somente eles podem decidir se irão ou não comprar.
C) É como se abrissem em nós uma “caixa de necessidades”…
D) … de onde vem o produto…?
E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas…
Didatismo e Conhecimento
04. B
09. C
5-) A) Os que levam a vida pensando apenas nos valores absolutos talvez fariam melhor se pensassem no encanto dos pequenos
bons momentos.
B) Há até quem queira saber quem é o maior bandido entre os
que recebem destaque nos popularescos programas da TV.
47
LÍNGUA PORTUGUESA
C) Não admira que os leitores de Manuel Bandeira gostem
tanto de sua poesia, sobretudo porque ela não tem aspirações a ser
metafísica.
D) Se os adeptos da fama a qualquer custo levassem em conta
nossa condição de mortais, não precisariam preocupar-se com os
degraus da notoriedade.
quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a
crase. O uso apropriado do acento grave depende da compreensão
da fusão das duas vogais. É fundamental também, para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos e nomes que exigem a preposição “a”. Aprender a usar a crase, portanto, consiste
em aprender a verificar a ocorrência simultânea de uma preposição
e um artigo ou pronome. Observe:
Vou a + a igreja.
Vou à igreja.
No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição “a”,
exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do artigo
“a” que está determinando o substantivo feminino igreja. Quando
ocorre esse encontro das duas vogais e elas se unem, a união delas
é indicada pelo acento grave. Observe os outros exemplos:
Conheço a aluna.
Refiro-me à aluna.
No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (conhecer
algo ou alguém), logo não exige preposição e a crase não pode
ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto (referir--se a algo ou a alguém) e exige a preposição “a”. Portanto, a
crase é possível, desde que o termo seguinte seja feminino e admita o artigo feminino “a” ou um dos pronomes já especificados.
6-) (B) Não haverá prova do crime se o réu se mantiver em
silêncio.
(C) Vão pagar horas-extras aos que se dispuserem a trabalhar
no feriado.
(D) Ficarão surpresos quando o virem com a toga...
(E) Se você quiser a promoção, é necessário que a requeira a
seu superior.
7-) Caso a criança se perca…(perda = substantivo: Houve
uma grande perda salarial...)
8-) A) Os consumidores são assediados pelo marketing = presente
C) É como se abrissem em nós uma “caixa de necessidades”…
= pretérito do Subjuntivo
D) … de onde vem o produto…? = presente
E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas… = pretérito perfeito
Casos em que a crase NÃO ocorre:
1-) diante de substantivos masculinos:
Andamos a cavalo.
Fomos a pé.
Passou a camisa a ferro.
Fazer o exercício a lápis.
Compramos os móveis a prazo.
9-) (A) Chegaram, para ajudar a família, vários amigos e vizinhos.
(B) Havia várias hipóteses acerca do que poderia ter acontecido com a criança.
(D) Eram duas horas da tarde, quando a criança foi encontrada.
(E) Existiam várias maneiras de voltar para casa, mas a criança se perdeu mesmo assim.
2-) diante de verbos no infinitivo:
A criança começou a falar.
Ela não tem nada a dizer.
Obs.: como os verbos não admitem artigos, o “a” dos exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase.
10-)
I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de madeira
no animal.
II. Existiam muitos ferimentos no boi.
III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida movimentada.
Haver – sentido de existir= invariável, impessoal; existir =
variável. Portanto, temos:
I – Existiam onze pessoas...
II – Havia muitos ferimentos...
III – Existia muita gente...
3-) diante da maioria dos pronomes e das expressões de tratamento, com exceção das formas senhora, senhorita e dona:
Diga a ela que não estarei em casa amanhã.
Entreguei a todos os documentos necessários.
Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem.
Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos.
Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes
podem ser identificados pelo método: troque a palavra feminina
por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao,
ocorrerá crase. Por exemplo:
Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.)
Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.)
Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio
Cláudio para sair mais cedo.)
6 EMPREGO DO SINAL
INDICATIVO DE CRASE
4-) diante de numerais cardinais:
Chegou a duzentos o número de feridos.
Daqui a uma semana começa o campeonato.
A palavra crase é de origem grega e significa “fusão”, “mistura”. Na língua portuguesa, é o nome que se dá à “junção” de duas
vogais idênticas. É de grande importância a crase da preposição
“a” com o artigo feminino “a” (s), com o “a” inicial dos pronomes
aquele(s), aquela (s), aquilo e com o “a” do relativo a qual (as
Didatismo e Conhecimento
Casos em que a crase SEMPRE ocorre:
1-) diante de palavras femininas:
48
LÍNGUA PORTUGUESA
Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.
Sempre vamos à praia no verão.
Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores.
Sou grata à população.
Fumar é prejudicial à saúde.
Este aparelho é posterior à invenção do telefone.
Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s),
Aquela (s), Aquilo
Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo regente exigir a preposição “a”. Por exemplo:
Refiro-me
a
+
aquele atentado.
Preposição
Pronome
Refiro-me àquele atentado.
O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição, portanto, ocorre a crase. Observe este outro exemplo:
Aluguei aquela casa.
O verbo “alugar” é transitivo direto (alugar algo) e não exige preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. Veja outros
exemplos:
Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho.
Quero agradecer àqueles que me socorreram.
Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.
Não obedecerei àquele sujeito.
Assisti àquele filme três vezes.
Espero aquele rapaz.
Fiz aquilo que você disse.
Comprei aquela caneta.
2-) diante da palavra “moda”, com o sentido de “à moda de”
(mesmo que a expressão moda de fique subentendida):
O jogador fez um gol à (moda de) Pelé.
Usava sapatos à (moda de) Luís XV.
Estava com vontade de comer frango à (moda de) passarinho.
O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro.
3-) na indicação de horas:
Acordei às sete horas da manhã.
Elas chegaram às dez horas.
Foram dormir à meia-noite.
4-) em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que
participam palavras femininas. Por exemplo:
à tarde
às ocultas
às pressas
à medida que
à noite
às claras
às escondidas
à força
à vontade à beça
à larga
à escuta
às avessas à revelia
à exceção de
à imitação de
à esquerda às turras
às vezes
à chave
à direita
à procura à deriva
à toa
à luz
à sombra de à frente de
à proporção que
à semelhança de
às ordens
à beira de
Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais
A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as
quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes exigir a preposição “a”, haverá crase. É possível detectar a ocorrência
da crase nesses casos utilizando a substituição do termo regido
feminino por um termo regido masculino. Por exemplo:
A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.
O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade.
Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase.
Veja outros exemplos:
São normas às quais todos os alunos devem obedecer.
Esta foi a conclusão à qual ele chegou.
Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam responder nenhuma das questões.
A sessão à qual assisti estava vazia.
Crase diante de Nomes de Lugar
Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo
“a”. Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição “a”.
Para saber se um nome de lugar admite ou não a anteposição do
artigo feminino “a”, deve-se substituir o termo regente por um verbo que peça a preposição “de” ou “em”. A ocorrência da contração
“da” ou “na” prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por
isso, haverá crase. Por exemplo:
Vou à França. (Vim da [de+a] França. Estou na [em+a] França.)
Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.)
Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália)
Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto
Alegre.)
Crase com o Pronome Demonstrativo “a”
A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo “a” também pode ser detectada através da substituição do termo regente
feminino por um termo regido masculino. Veja:
Minha revolta é ligada à do meu país.
Meu luto é ligado ao do meu país.
As orações são semelhantes às de antes.
Os exemplos são semelhantes aos de antes.
Suas perguntas são superiores às dele.
Seus argumentos são superiores aos dele.
Sua blusa é idêntica à de minha colega.
Seu casaco é idêntico ao de minha colega.
*- Minha dica: use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou
A volto DE, crase PRA QUê?”
Ex: Vou a Campinas. = Volto de Campinas.
Vou à praia. = Volto da praia.
A Palavra Distância
Se a palavra distância estiver especificada, determinada, a crase deve ocorrer. Por exemplo:
Sua casa fica à distância de 100km daqui. (A palavra está determinada)
Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A palavra está especificada.)
- ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado,
ocorrerá crase. Veja:
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo que, pela
regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
Irei à Salvador de Jorge Amado.
Didatismo e Conhecimento
49
LÍNGUA PORTUGUESA
Se a palavra distância não estiver especificada, a crase não
pode ocorrer. Por exemplo:
Os militares ficaram a distância.
Gostava de fotografar a distância.
Ensinou a distância.
Dizem que aquele médico cura a distância.
Reconheci o menino a distância.
As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respectivamente, com:
(A) aos … à … a … a
(B) aos … a … à … a
(C) a … a … à … à
(D) à … à … à … à
(E) a … a … a … a
02. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013).Leia o
texto a seguir.
Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, correu
______ cartomante para consultá-la sobre a verdadeira causa do
procedimento de Camilo. Vimos que ______ cartomante restituiu--lhe ______ confiança, e que o rapaz repreendeu-a por ter
feito o que fez.
Observação: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade,
pode-se usar a crase. Veja:
Gostava de fotografar à distância.
Ensinou à distância.
Dizem que aquele médico cura à distância.
(Machado de Assis. A cartomante. In: Várias histórias. Rio de Janeiro:
Globo, 1997, p. 6)
Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA
1-) diante de nomes próprios femininos:
Observação: é facultativo o uso da crase diante de nomes próprios femininos porque é facultativo o uso do artigo. Observe:
Paula é muito bonita. Laura é minha amiga.
A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga.
Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo feminino diante de nomes próprios femininos, então podemos escrever
as frases abaixo das seguintes formas:
Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a Roberto.
Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao Roberto.
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem
dada:
A) à – a – a
B) a – a – à
C) à – a – à
D) à – à – a
E) a – à – à
03 “Nesta oportunidade, volto ___ referir-me ___ problemas
já expostos ___ V. Sª ___ alguns dias”.
a) à - àqueles - a - há
b) a - àqueles - a - há
c) a - aqueles - à - a
d) à - àqueles - a - a
e) a - aqueles - à - há
2-) diante de pronome possessivo feminino:
Observação: é facultativo o uso da crase diante de pronomes
possessivos femininos porque é facultativo o uso do artigo. Observe:
Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está esperando por
você.
A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está esperando
por você.
Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de pronomes possessivos femininos, então podemos escrever as frases abaixo das seguintes formas:
Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô.
Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô.
04.(Agente Técnico – FCC – 2013). Leia o texto a seguir.
Comunicação
O público ledor (existe mesmo!) é sensorial: quer ter um autor ao vivo, em carne e osso. Quando este morre, há uma queda
de popularidade em termos de venda. Ou, quando teatrólogo, em
termos de espetáculo. Um exemplo: G. B. Shaw. E, entre nós, o
suave fantasma de Cecília Meireles recém está se materializando,
tantos anos depois.
Isto apenas vem provar que a leitura é um remédio para a solidão em que vive cada um de nós neste formigueiro. Claro que
não me estou referindo a essa vulgar comunicação festiva e efervescente.
Porque o autor escreve, antes de tudo, para expressar-se. Sua
comunicação com o leitor decorre unicamente daí. Por afinidades.
É como, na vida, se faz um amigo.
E o sonho do escritor, do poeta, é individualizar cada formiga
num formigueiro, cada ovelha num rebanho − para que sejamos
humanos e não uma infinidade de xerox infinitamente reproduzidos uns dos outros.
Mas acontece que há também autores xerox, que nos invadem
com aqueles seus best-sellers...
Será tudo isto uma causa ou um efeito?
Tristes interrogações para se fazerem num mundo que já foi
civilizado.
3-) depois da preposição até:
Fui até a praia.
ou Fui até à praia.
Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o até à porta.
A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou A palestra vai
até às cinco horas da tarde.
Questões sobre Crase
01.( Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) No Brasil, as discussões sobre drogas parecem limitar-se ______aspectos jurídicos ou
policiais. É como se suas únicas consequências estivessem em legalismos, tecnicalidades e estatísticas criminais. Raro ler ____respeito envolvendo questões de saúde pública como programas de
esclarecimento e prevenção, de tratamento para dependentes e de
reintegração desses____ vida. Quantos de nós sabemos o nome de
um médico ou clínica ____quem tentar encaminhar um drogado da
nossa própria família?
(Mário Quintana. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1. ed.,
2005. p. 654)
Claro que não me estou referindo a essa vulgar comunicação
festiva e efervescente.
O vocábulo a deverá receber o sinal indicativo de crase se o
segmento grifado for substituído por:
(Ruy Castro, Da nossa própria família. Folha de S.Paulo, 17.09.2012.
Adaptado)
Didatismo e Conhecimento
50
LÍNGUA PORTUGUESA
A) leitura apressada e sem profundidade.
B) cada um de nós neste formigueiro.
C) exemplo de obras publicadas recentemente.
D) uma comunicação festiva e virtual.
E) respeito de autores reconhecidos pelo público.
Um bom conhecimento de matemática é indispensável
A) à todo e qualquer estudante.
B) à estudantes de nível superior.
C) à quem pretende carreiras no campo de exatas.
D) à construção do saber nas mais diversas áreas.
E) à uma boa formação profissional.
05. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
– 2013).
O Instituto Nacional de Administração Prisional (INAP)
também desenvolve atividades lúdicas de apoio______ ressocialização do indivíduo preso, com o objetivo de prepará--lo para o
retorno______ sociedade. Dessa forma, quando em liberdade, ele
estará capacitado______ ter uma profissão e uma vida digna.
10. (Agente Técnico de Assistência à Saúde – VUNESP –
2013). Leia a tirinha para responder à questão.
(Disponível em: www.metropolitana.com.br/blog/qual_e_a_importancia_da_ressocializacao_de_presos. Acesso em: 18.08.2012. Adaptado)
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto, de acordo com a norma-padrão da língua
portuguesa.
A) à … à … à
B) a … a … à
C) a … à … à
D) à … à ... a
E) a … à … a
06. O Ministro informou que iria resistir _____ pressões contrárias _____ modificações relativas _____ aquisição da casa própria.
a) às - àquelas _ à
b) as - aquelas - a
c) às àquelas - a
d) às - aquelas - à
e) as - àquelas - à
As lacunas da tirinha devem ser preenchidas, correta e respectivamente, com:
A) à ...a ... à ... à
B) a ...à ... à ... a
C) a ...a ... à ... a
D) a ...à ... a ... a
E) a ...a ... à ... à
07. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
– 2013-adap) O acento indicativo de crase está corretamente empregado em:
A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas com as
dificuldades para lidar com as frustrações de seus desejos.
B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações nos mecanismos biológicos de controle emocional.
C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade.
D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunidade alimentam a violência crescente nas cidades.
E) Um ambiente desfavorável à formação da personalidade
atinge os mais vulneráveis.
GABARITO
01. B
06. A
10. C
COMENTÁRIOS
1-)
limitar-se _aos _aspectos jurídicos ou policiais.
Raro ler __a__respeito
(antes de palavra masculina não
há crase)
de reintegração desses_à_ vida.
(reintegrar a + a vida = à)
o nome de um médico ou clínica __a_quem tentar encaminhar
um drogado da nossa própria família? (antes de pronome indefinido/relativo)
08. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013). O
sinal indicativo de crase está correto em:
A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na área de
biotecnologia.
B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar à educação dos filhos.
C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar as instalações do prédio.
D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer detalhe
que envolva a segurança das pessoas.
E) É função da política é dedicar-se à todo problema que comprometa o bem-estar do cidadão.
2-) correu _à (= para a ) cartomante para consultá-la sobre a
verdadeira causa do procedimento de Camilo. Vimos que _a__cartomante (objeto direto)restituiu-lhe ___a___ confiança (objeto direto), e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o que fez.
3-) “Nesta oportunidade, volto _a_ referir-me àqueles__ problemas já expostos a _ V. Sª _há_ alguns dias”.
- a referir = antes de verbo no infinito não há crase;
- quem faz referência, faz referência A algo ou A alguém ( a
regência do verbo pede preposição)
- antes de pronome de tratamento não há crase (exceção à
senhora, que admite artigo);
- há no sentido de tempo passado.
09. (Agente Educacional – VUNESP – 2013). Assinale a alternativa em que a sequência da frase a seguir traz o uso correto
do acento indicativo de crase, de acordo com a norma-padrão da
língua portuguesa.
Didatismo e Conhecimento
02. A 03. B 04. A
05. D
07. E 08. B 09. D
51
LÍNGUA PORTUGUESA
4-) Claro que não me estou referindo à leitura apressada e sem
profundidade.
a cada um de nós neste formigueiro. (antes de pronome indefinido)
a exemplo de obras publicadas recentemente. (palavra masculina)
a uma comunicação festiva e virtual. (artigo indefinido)
a respeito de autores reconhecidos pelo público. (palavra
masculina)
E) à uma boa formação profissional. (artigo indefinido)
10-) - a alguns anos - Pronome indefinido
- começar a ir - verbo no infinitivo
- ir à escola - ir a algum lugar – regência verbal pede preposição
- aprender a ler - verbo no infinitivo
7 SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
5-) O Instituto Nacional de Administração Prisional (INAP)
também desenvolve atividades lúdicas de apoio___à__ ressocialização do indivíduo preso, com o objetivo de prepará--lo para o
retorno___à__ sociedade. Dessa forma, quando em liberdade, ele
estará capacitado__a___ ter uma profissão e uma vida digna.
- Apoio a ? Regência nominal pede preposição;
- retorno a? regência nominal pede preposição;
- antes de verbo no infinitivo não há crase.
Frase, período e oração:
Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer comunicação. Expressa juízo, indica ação, estado ou fenômeno, transmite um apelo, ordem ou exterioriza emoções.
Normalmente a frase é composta por dois termos – o sujeito
e o predicado – mas não obrigatoriamente, pois em Português há
orações ou frases sem sujeito:
Há muito tempo que não chove.
6-) O Ministro informou que iria resistir _às__ pressões contrárias àquelas_ modificações relativas __à_ aquisição da casa própria.
- resistir a? regência verbal pede preposição;
- contrária a? regência nominal pede preposição;
- relativas a? regência nominal pede preposição.
Enquanto na língua falada a frase é caracterizada pela entoação, na língua escrita, a entoação é reduzida a sinais de pontuação.
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em verbais e
nominais, feita a partir de seus elementos constituintes, elas podem
ser classificadas a partir de seu sentido global:
- frases interrogativas: o emissor da mensagem formula uma
pergunta. / Que queres fazer?
- frases imperativas: o emissor da mensagem dá uma ordem
ou faz um pedido. / Dê-me uma mãozinha! – Faça-o sair!
- frases exclamativas: o emissor exterioriza um estado afetivo.
/ Que dia difícil!
- frases declarativas: o emissor constata um fato. / Ele já chegou.
7-)
A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas com as
dificuldades para lidar com as frustrações de seus desejos. (antes
de verbo no infinitivo não há crase)
B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações nos mecanismos biológicos de controle emocional. (se o “a” está no
singular e antecede palavra no plural, não há crase)
C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade. (artigo indefinido)
D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunidade alimentam a violência crescente nas cidades. (palavra masculina)
E) Um ambiente desfavorável à formação da personalidade
atinge os mais vulneráveis. = correta (regência nominal: desfavorável a?)
Quanto à estrutura da frase, as frases que possuem verbo (oração) são estruturadas por dois elementos essenciais: sujeito e predicado. O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em
número e pessoa. É o “ser de quem se declara algo”, “o tema do
que se vai comunicar”. O predicado é a parte da frase que contém
“a informação nova para o ouvinte”. Ele se refere ao tema, constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.
Quando o núcleo da declaração está no verbo, temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver num nome, teremos um
predicado nominal.
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opinião.
A existência é frágil.
A oração, às vezes, é sinônimo de frase ou período (simples)
quando encerra um pensamento completo e vem limitada por ponto-final, ponto de interrogação, ponto de exclamação e por reticências.
Um vulto cresce na escuridão. Clarissa encolhe-se. É Vasco.
8-) A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na área
de biotecnologia. (artigo indefinido)
B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar à educação dos filhos. = correta (regência verbal: dedicar a )
C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar as instalações do prédio. (verbo no infinitivo)
D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer detalhe
que envolva a segurança das pessoas. (pronome indefinido)
E) É função da política é dedicar-se à todo problema que comprometa o bem-estar do cidadão. (pronome indefinido)
9-) Um bom conhecimento de matemática é indispensável à
construção do saber nas mais diversas áreas.
A) à todo e qualquer estudante. (pronome indefinido)
B) à estudantes de nível superior. (“a” no singular antes de
palavra no plural)
C) à quem pretende carreiras no campo de exatas. (pronome
indefinido/relativo)
Didatismo e Conhecimento
Acima temos três orações correspondentes a três períodos
simples ou a três frases. Mas, nem sempre oração é frase: “convém que te apresses” apresenta duas orações, mas uma só frase,
pois somente o conjunto das duas é que traduz um pensamento
completo.
52
LÍNGUA PORTUGUESA
a) Estão gritando seu nome lá fora;
b) Trabalha-se demais neste lugar.
Outra definição para oração é a frase ou membro de frase que
se organiza ao redor de um verbo. A oração possui sempre um verbo (ou locução verbal), que implica na existência de um predicado,
ao qual pode ou não estar ligado um sujeito.
Assim, a oração é caracterizada pela presença de um verbo.
Dessa forma:
Rua! = é uma frase, não é uma oração.
O sujeito simples é o sujeito determinado que possui um único
núcleo. Esse vocábulo pode estar no singular ou no plural; pode
também ser um pronome indefinido.
a) Nós nos respeitamos mutuamente;
b) A existência é frágil;
c) Ninguém se move;
d) O amar faz bem.
Já em: “Quero a rosa mais linda que houver, para enfeitar a
noite do meu bem.”
Temos uma frase e três orações: As duas últimas orações não
são frases, pois em si mesmas não satisfazem um propósito comunicativo; são, portanto, membros de frase.
Quanto ao período, ele denomina a frase constituída por
uma ou mais orações, formando um todo, com sentido completo. O período pode ser simples ou composto.
O sujeito composto é o sujeito determinado que possui mais
de um núcleo.
a) Alimentos e roupas andam caríssimos;
b) Ela e eu nos respeitamos mutuamente;
c) O amar e o odiar são tidos como duas faces da mesma moeda.
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a referência
ao sujeito oculto, isto é, ao núcleo do sujeito que está implícito e
que pode ser reconhecido pela desinência verbal ou pelo contexto.
Abolimos todas as regras. = (nós)
Período simples é aquele constituído por apenas uma oração,
que recebe o nome de oração absoluta.
Chove.
A existência é frágil.
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de opinião.
O sujeito indeterminado surge quando não se quer ou não se
pode identificar claramente a que o predicado da oração refere--se.
Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso contrário, teríamos uma oração sem sujeito.
Na língua portuguesa o sujeito pode ser indeterminado de
duas maneiras:
a) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que o sujeito
não tenha sido identificado anteriormente:
1) Bateram à porta;
2) Andam espalhando boatos a respeito da queda do ministro.
b) com o verbo na terceira pessoa do singular, acrescido do
pronome se. Esta é uma construção típica dos verbos que não apresentam complemento direto:
1) Precisa-se de mentes criativas;
2) Vivia-se bem naqueles tempos;
3) Trata-se de casos delicados;
4) Sempre se está sujeito a erros.
O pronome se funciona como índice de indeterminação do
sujeito.
Período composto é aquele constituído por duas ou mais orações:
“Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver.”
Cantei, dancei e depois dormi.
Termos essenciais da oração:
O sujeito e o predicado são considerados termos essenciais
da oração, ou seja, sujeito e predicado são termos indispensáveis
para a formação das orações. No entanto, existem orações formadas exclusivamente pelo predicado. O que define, pois, a oração, é
a presença do verbo.
O sujeito é o termo que estabelece concordância com o verbo.
a) “Minha primeira lágrima caiu dentro dos teus olhos.”;
b) “Minhas primeiras lágrimas caíram dentro dos teus olhos”.
Na primeira frase, o sujeito é minha primeira lágrima. Minha
e primeira referem-se ao conceito básico expresso em lágrima. Lágrima é, pois, a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, denominada núcleo do sujeito. O núcleo do sujeito relaciona-se com o
verbo, estabelecendo a concordância.
A função do sujeito é basicamente desempenhada por substantivos, o que a torna uma função substantiva da oração. Pronomes
substantivos, numerais e quaisquer outras palavras substantivadas
(derivação imprópria) também podem exercer a função de sujeito.
a) Ele já partiu;
b) Os dois sumiram;
c) Um sim é suave e sugestivo.
As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predicado, articulam-se a partir de m verbo impessoal. A mensagem está centrada no processo verbal. Os principais casos de orações sem sujeito
com:
a) os verbos que indicam fenômenos da natureza:
1) Amanheceu repentinamente;
2) Está chuviscando.
b) os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tempo em geral:
1) Está tarde.
2) Ainda é cedo.
3) Já são três horas, preciso ir;
4) Faz frio nesta época do ano;
5) Há muitos anos aguardamos mudanças significativas;
6) Faz anos que esperamos melhores condições de vida;
Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos: o de
determinação ou indeterminação e o de núcleo do sujeito.
Um sujeito é determinado quando é facilmente identificável
pela concordância verbal. O sujeito determinado pode ser simples
ou composto.
A indeterminação do sujeito ocorre quando não é possível
identificar claramente a que se refere a concordância verbal. Isso
ocorre quando não se pode ou não interessa indicar precisamente
o sujeito de uma oração.
Didatismo e Conhecimento
O predicado é o conjunto de enunciados que numa dada oração contém a informação nova para o ouvinte. Nas orações sem
sujeito, o predicado simplesmente enuncia um fato qualquer:
a) Chove muito nesta época do ano;
b) Houve problemas na reunião.
53
LÍNGUA PORTUGUESA
Nas orações que surge o sujeito, o predicado é aquilo que se
declara a respeito desse sujeito.
Com exceção do vocativo, que é um termo à parte, tudo o que
difere do sujeito numa oração é o seu predicado.
a) Os homens (sujeito) pedem amor às mulheres (predicado);
b) Passou-me (predicado) uma ideia estranha (sujeito) pelo
pensamento (predicado).
Termos integrantes da oração:
Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o complemento nominal são chamados termos integrantes da oração.
Os complementos verbais integram o sentido dos verbos transitivos, com eles formando unidades significativas. Esses verbos
podem se relacionar com seus complementos diretamente, sem a
presença de preposição ou indiretamente, por intermédio de preposição.
O objeto direto é o complemento que se liga diretamente ao
verbo.
a) Os homens sensíveis pedem amor às mulheres de opinião;
b) Os homens sinceros pedem-no às mulheres de opinião;
c) Dou-lhes três.
d) Houve muita confusão na partida final.
Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu núcleo está num nome ou num verbo. Deve-se considerar também se
as palavras que formam o predicado referem-se apenas ao verbo
ou também ao sujeito da oração.
Os homens sensíveis (sujeito) pedem amor sincero às mulheres de opinião.
O predicado acima apresenta apenas uma palavra que se refere ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se direta ou indiretamente ao verbo.
A existência (sujeito) é frágil (predicado).
O nome frágil, por intermédio do verbo, refere-se ao sujeito da
oração. O verbo atua como elemento de ligação entre o sujeito e a
palavra a ele relacionada.
O objeto direto preposicionado ocorre principalmente:
a) com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns referentes a pessoas:
1) Amar a Deus;
2) Adorar a Xangô;
3) Estimar aos pais.
b) com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes de tratamento:
1) Não excluo a ninguém;
2) Não quero cansar a Vossa Senhoria.
O predicado verbal é aquele que tem como núcleo significativo um verbo:
a) Chove muito nesta época do ano;
b) Senti seu toque suave;
c) O velho prédio foi demolido.
Os verbos acima são significativos, isto é, não servem apenas
para indicar o estado do sujeito, mas indicam processos.
c) para evitar ambiguidade:
Ao povo prejudica a crise. (sem preposição, a situação seria
outra)
O objeto indireto é o complemento que se liga indiretamente
ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
a) Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres;
b) Os homens pedem-lhes amor sincero;
c) Gosto de música popular brasileira.
O predicado nominal é aquele que tem como núcleo significativo um nome; esse nome atribui uma qualidade ou estado ao
sujeito, por isso é chamado de predicativo do sujeito. O predicativo é um nome que se liga a outro nome da oração por meio de
um verbo.
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, isto é,
não indica um processo. O verbo une o sujeito ao predicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado do sujeito:
“Ele é senhor das suas mãos e das ferramentas.”
O termo que integra o sentido de um nome chama-se complemento nominal. O complemento nominal liga-se ao nome que
completa por intermédio de preposição:
a) Desenvolvemos profundo respeito à arte;
b) A arte é necessária à vida;
c) Tenho-lhe profundo respeito.
Na frase acima o verbo ser poderia ser substituído por estar,
andar, ficar, parecer, permanecer ou continuar, atuando como elemento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele relacionadas.
A função de predicativo é exercida normalmente por um adjetivo ou substantivo.
Termos acessórios da oração e vocativo:
Os termos acessórios recebem esse nome por serem acidentais, explicativos, circunstanciais.
São termos acessórios o adjunto adverbial, adjunto adnominal, o aposto e o vocativo.
O predicado verbo-nominal é aquele que apresenta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No predicado verbo-nominal, o predicativo pode referir-se ao sujeito ou ao complemento verbal.
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre significativo,
indicando processos. É também sempre por intermédio do verbo
que o predicativo se relaciona com o termo a que se refere.
a) O dia amanheceu ensolarado;
b) As mulheres julgam os homens inconstantes
No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de ligação. Esse predicado poderia ser desdobrado em dois, um verbal e outro nominal:
a) O dia amanheceu;
b) O dia estava ensolarado.
No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona o complemento homens como o predicativo inconstantes.
Didatismo e Conhecimento
O adjunto adverbial é o termo da oração que indica uma circunstância do processo verbal, ou intensifica o sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função adverbial, pois cabe ao
advérbio e às locuções adverbiais exercerem o papel de adjunto
adverbial.
Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça.
As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto adverbial são:
- acréscimo: Além de tristeza, sentia profundo cansaço.
- afirmação: Sim, realmente irei partir.
- assunto: Falavam sobre futebol.
54
LÍNGUA PORTUGUESA
- causa: Morrer ou matar de fome, de raiva e de sede…
- companhia: Sempre contigo bailando sob as estrelas.
- concessão: Apesar de você, amanhã há de ser outro dia.
- conformidade: Fez tudo conforme o combinado.
- dúvida: Talvez nos deixem entrar.
- fim: Estudou para o exame.
- frequência: Sempre aparecia por lá.
- instrumento: Fez o corte com a faca.
- intensidade: Corria bastante.
- limite: Andava atabalhoado do quarto à sala.
- lugar: Vou à cidade.
- matéria: Compunha-se de substâncias estranhas.
- meio: Viajarei de trem.
- modo: Foram recrutados a dedo.
- negação: Não há ninguém que mereça.
- preço: As casas estão sendo vendidas a preços exorbitantes.
- substituição ou troca: Abandonou suas convicções por privilégios econômicos.
- tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo.
A função de vocativo é substantiva, cabendo a substantivos,
pronomes substantivos, numerais e palavras substantivadas esse
papel na linguagem.
João, venha comigo!
Traga-me doces, minha menina!
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO
O período composto caracteriza-se por possuir mais de uma
oração em sua composição. Sendo Assim:
- Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma oração)
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. (Período Composto =locução verbal, verbo, duas orações)
- Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um protetor
solar. (Período Composto = três verbos, três orações).
Cada verbo ou locução verbal sublinhada acima corresponde
a uma oração. Isso implica que o primeiro exemplo é um período
simples, pois tem apenas uma oração, os dois outros exemplos são
períodos compostos, pois têm mais de uma oração.
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer entre as
orações de um período composto: uma relação de coordenação ou
uma relação de subordinação.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas em um
mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de informações,
marcado pela pontuação final), mas têm, ambas, estruturas individuais, como é o exemplo de:
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. (Período Composto)
Podemos dizer:
1. Estou comprando um protetor solar.
2. Irei à praia.
Separando as duas, vemos que elas são independentes.
É desse tipo de período que iremos falar agora: o Período
Composto por Coordenação.
Quanto à classificação das orações coordenadas, temos dois
tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas Sindéticas.
O adjunto adnominal é o termo acessório que determina, especifica ou explica um substantivo. É uma função adjetiva, pois
são os adjetivos e as locuções adjetivas que exercem o papel de
adjunto adnominal na oração. Também atuam como adjuntos adnominais os artigos, os numerais e os pronomes adjetivos.
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu amigo
de infância.
O adjunto adnominal liga-se diretamente ao substantivo a que
se refere, sem participação do verbo. Já o predicativo do objeto
liga-se ao objeto por meio de um verbo.
O poeta português deixou uma obra originalíssima.
O poeta deixou-a.
O poeta português deixou uma obra inacabada.
O poeta deixou-a inacabada.
Enquanto o complemento nominal relaciona-se a um substantivo, adjetivo ou advérbio; o adjunto nominal relaciona-se apenas
ao substantivo.
Coordenadas Assindéticas
São orações coordenadas entre si e que não são ligadas através
de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas.
O aposto é um termo acessório que permite ampliar, explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida num termo que exerça
qualquer função sintática.
Ontem, segunda-feira, passei o dia mal-humorado.
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tempo ontem.
Dizemos que o aposto é sintaticamente equivalente ao termo que
se relaciona porque poderia substituí-lo:
Segunda-feira passei o dia mal-humorado.
O aposto pode ser classificado, de acordo com seu valor na
oração, em:
a) explicativo: A linguística, ciência das línguas humanas,
permite-nos interpretar melhor nossa relação com o mundo.
b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas coisas:
amor, arte, ação.
c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e sonho, tudo
isso forma o carnaval.
d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fixaram-se por muito tempo na baía anoitecida.
Coordenadas Sindéticas
Ao contrário da anterior, são orações coordenadas entre si,
mas que são ligadas através de uma conjunção coordenativa. Esse
caráter vai trazer para esse tipo de oração uma classificação. As
orações coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos:
aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas principais
conjunções são: e, nem, não só... mas também, não só... como,
assim... como.
- Não só cantei como também dancei.
- Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia.
- Comprei o protetor solar e fui à praia.
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretanto, porém,
no entanto, ainda, assim, senão.
- Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
- Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dançando.
- Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à praia.
O vocativo é um termo que serve para chamar, invocar ou
interpelar um ouvinte real ou hipotético.
Didatismo e Conhecimento
55
LÍNGUA PORTUGUESA
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também introduzem as orações subordinadas substantivas, bem como os
advérbios interrogativos (por que, quando, onde, como). Veja os
exemplos:
Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer; seja...seja.
- Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
- Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carreiras
diferentes.
- Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no quarto.
O garoto perguntou
qual era o telefone da moça.
Oração Subordinada Substantiva
Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por conseguinte,
consequentemente, .pois (posposto ao verbo)
- Passei no vestibular, portanto irei comemorar.
- Conclui o meu projeto, logo posso descansar.
- Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada.
- A situação é delicada; devemos, pois, agir
Classificação das Orações Subordinadas Substantivas
De acordo com a função que exerce no período, a oração
subordinada substantiva pode ser:
Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verdade, pois
(anteposto ao verbo).
- Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo.
- Só fiquei triste por você não ter viajado comigo.
- Não fui à praia, pois queria descansar durante o Domingo.
a) Subjetiva
É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito do
verbo da oração principal. Observe:
É fundamental
o seu comparecimento à reunião.
Sujeito
Não sabemos
É fundamental
Oração Principal
jetiva
Período composto por subordinação
Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:
“Eu sinto
Oração Principal
que em meu gesto existe o teu gesto.”
Oração Subordinada
Dessa forma, a oração correspondente a “isso” exercerá a função de sujeito
Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração principal:
1- Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo:
É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É
claro - Está evidente - Está comprovado
É bom que você compareça à minha festa.
A análise das orações continua sendo a mesma: “Eu sinto” é a
oração principal, cujo objeto direto é a oração subordinada “existir
em meu gesto o teu gesto”. Note que a oração subordinada apresenta agora verbo no infinitivo. Além disso, a conjunção “que”,
conectivo que unia as duas orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge numa das formas nominais (infinitivo
- flexionado ou não -, gerúndio ou particípio) chamamos orações
reduzidas ou implícitas.
Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem ser, eventualmente, introduzidas por preposição.
2- Expressões na voz passiva, como:
Sabe-se - Soube-se - Conta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido - Foi anunciado - Ficou provado
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
3- Verbos como:
convir - cumprir - constar - admirar - importar - ocorrer acontecer
Convém que não se atrase na entrevista.
1) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
A oração subordinada substantiva tem valor de substantivo e
vem introduzida, geralmente, por conjunção integrante (que, se).
que você foi à biblioteca hoje.
Oração Subordinada Substantiva
Você sabe
se o presidente já chegou?
Oração Subordinada Substantiva
Didatismo e Conhecimento
que você compareça à reunião.
Oração Subordinada Substantiva Sub-
Atenção:
Observe que a oração subordinada substantiva pode ser substituída pelo pronome “ isso”. Assim, temos um período simples:
É fundamental isso.
ou
Isso é fundamental.
Observe que na oração subordinada temos o verbo “existe”,
que está conjugado na terceira pessoa do singular do presente do
indicativo. As orações subordinadas que apresentam verbo em
qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do indicativo, subjuntivo e imperativo), são chamadas de orações desenvolvidas ou
explícitas.
Podemos modificar o período acima. Veja:
Eu sinto
existir em meu gesto o teu gesto.
Oração Principal
Oração Subordinada
Suponho
por que a vizinha se mudou.
Oração Subordinada Substantiva
Obs.: quando a oração subordinada substantiva é subjetiva, o
verbo da oração principal está sempre na 3ª. pessoa do singular.
b) Objetiva Direta
A oração subordinada substantiva objetiva direta exerce função de objeto direto do verbo da oração principal.
Todos querem
sua aprovação no vestibular.
Objeto Direto
56
LÍNGUA PORTUGUESA
Todos querem
isso)
Oração Principal
Direta
Nosso desejo era
que você seja aprovado. (Todos querem
dicativa
oração Subordinada Substantiva Objetiva
Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva “de” para
realce. Veja o exemplo:
A impressão é de que não fui bem na prova.
As orações subordinadas substantivas objetivas diretas desenvolvidas são iniciadas por:
1- Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e “se”:
A professora verificou se todos alunos estavam presentes.
f) Apositiva
A oração subordinada substantiva apositiva exerce função de
aposto de algum termo da oração principal.
Fernanda tinha um grande sonho: a chegada do dia de seu
casamento.
Aposto
(Fernanda tinha um grande sonho: isso.)
2- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes
regidos de preposição), nas interrogações indiretas:
O pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.
3- Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes
regidos de preposição), nas interrogações indiretas:
Eu não sei por que ela fez isso.
Fernanda tinha um grande sonho:
que o dia do seu casamento chegasse.
Oração Subordinada Substantiva Apositiva
c) Objetiva Indireta
A oração subordinada substantiva objetiva indireta atua como
objeto indireto do verbo da oração principal. Vem precedida de
preposição.
Meu pai insiste
em meu estudo.
Objeto Indireto
2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor
e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As orações vêm
introduzidas por pronome relativo e exercem a função de adjunto
adnominal do antecedente. Observe o exemplo:
Esta foi uma redação
Substantivo
Meu pai insiste
em que eu estude. (Meu pai insiste nisso)
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
Marta não gosta
(de) que a chamem de senhora.
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
d) Completiva Nominal
A oração subordinada substantiva completiva nominal completa um nome que pertence à oração principal e também vem
marcada por preposição.
Sentimos orgulho
de seu comportamento.
Complemento Nominal
Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e
o termo da oração principal que ela modifica é feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou relacionar) duas orações,
o pronome relativo desempenha uma função sintática na oração
subordinada: ocupa o papel que seria exercido pelo termo que o
antecede.
Obs.: para que dois períodos se unam num período composto,
altera-se o modo verbal da segunda oração.
Atenção:
Vale lembrar um recurso didático para reconhecer o pronome
relativo que: ele sempre pode ser substituído por: o qual - a qual os quais - as quais
Refiro-me ao aluno que é estudioso.
Sentimos orgulho
de que você se comportou. (Sentimos
orgulho disso.)
Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal
Lembre-se:
Observe que as orações subordinadas substantivas objetivas
indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto que orações
subordinadas substantivas completivas nominais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma da outra, é necessário levar
em conta o termo complementado. Essa é, aliás, a diferença entre o
objeto indireto e o complemento nominal: o primeiro complementa um verbo, o segundo, um nome.
Essa oração é equivalente a:
Refiro-me ao aluno o qual estuda.
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvidas. Além delas, existem
as orações subordinadas adjetivas reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o verbo numa das formas nominais (infinitivo,
gerúndio ou particípio).
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
e) Predicativa
A oração subordinada substantiva predicativa exerce papel de
predicativo do sujeito do verbo da oração principal e vem sempre
depois do verbo ser.
Nosso desejo
era sua desistência.
Predicativo do Sujeito
Didatismo e Conhecimento
bem-sucedida.
Adjetivo (Adjunto Adnominal)
Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo adjetivo bem-sucedida. Nesse caso, é possível formarmos outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel. Veja:
Esta foi uma redação
que fez sucesso.
Oração Principal
Oração Subordinada Adjetiva
Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na oração.
que ele desistisse. (Nosso desejo era isso)
Oração Subordinada Substantiva Pre-
57
LÍNGUA PORTUGUESA
No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome relativo “que” e
apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo. No
segundo, há uma oração subordinada adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo e seu verbo está no infinitivo.
Naquele momento, senti uma das maiores emoções de minha
vida.
Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de minha
vida.
No primeiro período, “naquele momento” é um adjunto adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “senti”. No segundo
período, esse papel é exercido pela oração “Quando vi a estátua”,
que é, portanto, uma oração subordinada adverbial temporal. Essa
oração é desenvolvida, pois é introduzida por uma conjunção subordinativa (quando) e apresenta uma forma verbal do modo indicativo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo). Seria possível
reduzi-la, obtendo-se:
Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de minha
vida.
Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas
Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam,
as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras
diferentes. Há aquelas que restringem ou especificam o sentido do
termo a que se referem, individualizando-o. Nessas orações não
há marcação de pausa, sendo chamadas subordinadas adjetivas
restritivas. Existem também orações que realçam um detalhe ou
amplificam dados sobre o antecedente, que já se encontra suficientemente definido, as quais denominam-se subordinadas adjetivas
explicativas.
Exemplo 1:
Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um homem
que passava naquele momento.
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é introduzida
por conjunção subordinativa, mas sim por uma preposição (“a”,
combinada com o artigo “o”).
Obs.: a classificação das orações subordinadas adverbiais é
feita do mesmo modo que a classificação dos adjuntos adverbiais.
Baseia-se na circunstância expressa pela oração.
Circunstâncias Expressas pelas Orações Subordinadas
Adverbiais
a) Causa
A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca
um determinado fato, ao motivo do que se declara na oração principal. “É aquilo ou aquele que determina um acontecimento”.
Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE
Outras conjunções e locuções causais: como (sempre introduzido na oração anteposta à oração principal), pois, pois que, já que,
uma vez que, visto que.
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve alternativa a não ser cancelá-lo.
Já que você não vai, eu também não vou.
Nesse período, observe que a oração em destaque restringe e
particulariza o sentido da palavra “homem”: trata-se de um homem
específico, único. A oração limita o universo de homens, isto é, não
se refere a todos os homens, mas sim àquele que estava passando
naquele momento.
Exemplo 2:
O homem, que se considera racional, muitas vezes age animalescamente.
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
Nesse período, a oração em destaque não tem sentido restritivo em relação à palavra “homem”; na verdade, essa oração apenas
explicita uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de
“homem”.
Saiba que: A oração subordinada adjetiva explicativa é separada da oração principal por uma pausa, que, na escrita, é representada pela vírgula. É comum, por isso, que a pontuação seja indicada
como forma de diferenciar as orações explicativas das restritivas;
de fato, as explicativas vêm sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não.
b) Consequência
As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem
um fato que é consequência, que é efeito do que se declara na oração principal. São introduzidas pelas conjunções e locuções: que,
de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão...
que, tanto...que, tamanho...que.
Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE (precedido de tal, tanto, tão, tamanho)
É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa dor.)
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou concretizando-os.
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida de
Infinitivo)
3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce a
função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. Dessa
forma, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, causa,
condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem introduzida
por uma das conjunções subordinativas (com exclusão das integrantes). Classifica-se de acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que a introduz.
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
Oração Subordinada Adverbial
c) Condição
Condição é aquilo que se impõe como necessário para a realização ou não de um fato. As orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o que deve ou não ocorrer para que se realize
ou deixe de se realizar o fato expresso na oração principal.
Principal conjunção subordinativa condicional: SE
Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde
que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, uma
vez que (seguida de verbo no subjuntivo).
Observe que a oração em destaque agrega uma circunstância
de tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adverbial
temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios que indicam uma circunstância referente, via de regra, a um verbo. A classificação do adjunto adverbial depende da exata compreensão da
circunstância que exprime. Observe os exemplos abaixo:
Didatismo e Conhecimento
58
LÍNGUA PORTUGUESA
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, certamente o melhor time será campeão.
Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o contrato.
Caso você se case, convide-me para a festa.
Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE
Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a locução
conjuntiva para que.
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos.
Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada entrasse.
d) Concessão
As orações subordinadas adverbiais concessivas indicam concessão às ações do verbo da oração principal, isto é, admitem uma
contradição ou um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente ligada ao contraste, à quebra de expectativa.
Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA
Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar
de que.
Só irei se ele for.
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu” ir só se
realizará caso essa condição seja satisfeita.
Compare agora com:
Irei mesmo que ele não vá.
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei de
qualquer maneira, independentemente de sua ida. A oração destacada é, portanto, subordinada adverbial concessiva.
Observe outros exemplos:
Embora fizesse calor, levei agasalho.
Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos metade da
população continua à margem do mercado de consumo.
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / embora não
estudasse). (reduzida de infinitivo)
h) Proporção
As orações subordinadas adverbiais proporcionais exprimem
ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao expresso na
oração principal.
Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: À
PROPORÇÃO QUE
Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida que, ao
passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior...(maior), quanto
maior...(menor), quanto menor...(maior), quanto menor...(menor),
quanto mais...(mais), quanto mais...(menos), quanto menos...
(mais), quanto menos...(menos).
À proporção que estudávamos, acertávamos mais questões.
Visito meus amigos à medida que eles me convidam.
Quanto maior for a altura, maior será o tombo.
i) Tempo
As orações subordinadas adverbiais temporais acrescentam
uma ideia de tempo ao fato expresso na oração principal, podendo
exprimir noções de simultaneidade, anterioridade ou posterioridade.
Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO
Outras conjunções subordinativas temporais: enquanto, mal
e locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que,
antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
Quando você foi embora, chegaram outros convidados.
Sempre que ele vem, ocorrem problemas.
Mal você saiu, ela chegou.
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando terminou a
festa) (Oração Reduzida de Particípio)
e) Comparação
As orações subordinadas adverbiais comparativas estabelecem uma comparação com a ação indicada pelo verbo da oração
principal.
Principal conjunção subordinativa comparativa: COMO
Ele dorme como um urso.
Saiba que: É comum a omissão do verbo nas orações subordinadas adverbiais comparativas. Por exemplo:
Agem como crianças. (agem)
Oração Subordinada Adverbial Comparativa
No entanto, quando se comparam ações diferentes, isso não
ocorre.
Por exemplo: Ela fala mais do que faz. (comparação do verbo
falar e do verbo fazer).
Fonte:
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint29.php
http://www.infoescola.com/portugues/oracoes-coordenadas-assindeticas-e-sindeticas/
Questões sobre Orações Coordenadas
01. A oração “Não se verificou, todavia, uma transplantação
integral de gosto e de estilo” tem valor:
A) conclusivo
B) adversativo
C) concessivo
D) explicativo
E) alternativo
f) Conformidade
As orações subordinadas adverbiais conformativas indicam
ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma regra, um modelo
adotado para a execução do que se declara na oração principal.
Principal conjunção subordinativa conformativa: CONFORME
Outras conjunções conformativas: como, consoante e segundo
(todas com o mesmo valor de conforme).
Fiz o bolo conforme ensina a receita.
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm direitos
iguais.
02. “Estudamos, logo deveremos passar nos exames”. A oração em destaque é:
a) coordenada explicativa
b) coordenada adversativa
c) coordenada aditiva
d) coordenada conclusiva
e) coordenada assindética
03. (Agente Educacional – VUNESP – 2013). Leia o texto a
seguir.
g) Finalidade
As orações subordinadas adverbiais finais indicam a intenção,
a finalidade daquilo que se declara na oração principal.
Didatismo e Conhecimento
Cultura matemática
Hélio Schwartsman
59
LÍNGUA PORTUGUESA
SÃO PAULO – Saiu mais um estudo mostrando que o ensino
de matemática no Brasil não anda bem. A pergunta é: podemos
viver sem dominar o básico da matemática? Durante muito tempo, a resposta foi sim. Aqueles que não simpatizavam muito com
Pitágoras podiam simplesmente escolher carreiras nas quais os números não encontravam muito espaço, como direito, jornalismo, as
humanidades e até a medicina de antigamente.
Como observa Steven Pinker, ainda hoje, nos meios universitários, é considerado aceitável que um intelectual se vanglorie de
ter passado raspando em física e de ignorar o beabá da estatística.
Mas ai de quem admitir nunca ter lido Joyce ou dizer que não gosta
de Mozart. Sobre ele recairão olhares tão recriminadores quanto
sobre o sujeito que assoa o nariz na manga da camisa.
Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
Já a cultura científica, que muitos ainda tratam com uma ponta de
desprezo, torna-se cada vez mais fundamental, mesmo para quem
não pretende ser engenheiro ou seguir carreiras técnicas.
Como sobreviver à era do crédito farto sem saber calcular as
armadilhas que uma taxa de juros pode esconder? Hoje, é difícil
até posicionar-se de forma racional sobre políticas públicas sem
assimilar toda a numeralha que idealmente as informa. Conhecimentos rudimentares de estatística são pré-requisito para compreender as novas pesquisas que trazem informações relevantes
para nossa saúde e bem-estar.
A matemática está no centro de algumas das mais intrigantes especulações cosmológicas da atualidade. Se as equações da
mecânica quântica indicam que existem universos paralelos, isso
basta para que acreditemos neles? Ou, no rastro de Eugene Wigner, podemos nos perguntar por que a matemática é tão eficaz para
exprimir as leis da física.
Muitas grandes cidades adotaram uma abordagem de desconcentração, incentivando a criação de diversos centros urbanos, na
visão de que isso levaria a uma maior facilidade de deslocamento.
Mas o efeito tem sido o inverso. A criação de diversos centros
e o aumento das distâncias multiplicam o número de viagens, dificultando o escasso investimento em transporte coletivo e aumentando a necessidade do transporte individual.
Se olharmos Los Angeles como a região que levou a desconcentração ao extremo, ficam claras as consequências. Numa região
rica como a Califórnia, com enorme investimento viário, temos
engarrafamentos gigantescos que viraram característica da cidade.
Os modelos urbanos bem-sucedidos são aqueles com elevado
adensamento e predominância do transporte coletivo, como mostram Manhattan, Tóquio e algumas novas áreas urbanas chinesas.
Apesar da desconcentração e do aumento da extensão urbana
verificados no Brasil, é importante desenvolver e adensar ainda
mais os diversos centros já existentes com investimentos no transporte coletivo.
O centro histórico de São Paulo é demonstração inequívoca
do que não deve ser feito. É a região da cidade mais bem servida de
transporte coletivo, com infraestrutura de telecomunicação, água,
eletricidade etc. Conta ainda com equipamentos de importância
cultural e histórica que dão identidade aos aglomerados urbanos.
Seria natural que, como em outras grandes cidades, o centro de
São Paulo fosse a região mais adensada da metrópole. Mas não
é o caso. Temos, hoje, um esvaziamento gradual do centro, com
deslocamento das atividades para diversas regiões da cidade.
É fundamental que essa visão de adensamento com uso abundante de transporte coletivo seja recuperada para que possamos
reverter esse processo de uso cada vez mais intenso do transporte
individual devorando espaços viários que não têm a capacidade
de absorver a crescente frota de automóveis, fruto não só do novo
acesso da população ao automóvel mas também da necessidade de
maior número de viagens em função da distância cada vez maior
entre os destinos da população.
(Folha de S.Paulo. 06.04.2013. Adaptado)
Releia o seguinte trecho do 3.º parágrafo do texto:
Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
Sem que haja alteração de sentido, e de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, ao se substituir o termo em
destaque, o trecho estará corretamente reescrito em:
A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como quase toda
a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como quase
toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida
prática.
C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase toda a
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
D) Joyce e Mozart são ótimos, todavia eles, como quase toda a
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase toda a
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
(Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adaptado)
Em – ...fruto não só do novo acesso da população ao automóvel mas também da necessidade de maior número de viagens... –,
os termos em destaque estabelecem relação de
A) explicação.
B) oposição.
C) alternância.
D) conclusão.
E) adição.
05. Analise a oração destacada: Não se desespere, que estaremos a seu lado sempre. Marque a opção correta quanto à sua
classificação:
A) Coordenada sindética aditiva.
B) Coordenada sindética alternativa.
C) Coordenada sindética conclusiva.
D) Coordenada sindética explicativa.
04. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Leia o texto
a seguir.
06. A frase abaixo em que o conectivo E tem valor adversativo é:
A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”.
B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”.
C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa de
pedir esmola”.
D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manutenção da
miséria E prejudica o desenvolvimento da sociedade”.
Mais denso, menos trânsito
Henrique Meirelles
As grandes cidades brasileiras estão congestionadas e em processo de deterioração agudizado pelo crescimento econômico da
última década. Existem deficiências evidentes em infraestrutura,
mas é importante também considerar e estudar em profundidade o
planejamento urbano.
Didatismo e Conhecimento
60
LÍNGUA PORTUGUESA
C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase toda a
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
= conclusiva
E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase toda a
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
= explicativa
Dica: conjunção pois como explicativa = dá para eu substituir
por porque; como conclusiva: substituo por portanto.
E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de dinheiro, de
moradia digna, emprego, segurança, lazer, cultura, acesso à saúde
E à educação”.
07. Assinale a alternativa em que o sentido da conjunção sublinhada está corretamente indicado entre parênteses.
A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pretende trabalhar como advogado. (explicação)
B) Não fui ao cinema nem assisti ao jogo. (adição)
C) Você está preparado para a prova; por isso, não se preocupe. (oposição)
D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã. (alternância)
E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam toda a
chuva. (conclusão)
4-) fruto não só do novo acesso da população ao automóvel
mas também da necessidade de maior número de viagens... estabelecem relação de adição de ideias, de fatos
5-) Não se desespere, que estaremos a seu lado sempre.
= conjunção explicativa (= porque) - coordenada sindética
explicativa
08. Analise sintaticamente as duas orações destacadas no texto “O assaltante pulou o muro, mas não penetrou na casa, nem assustou seus habitantes.” A seguir, classifique-as, respectivamente,
como coordenadas:
A) adversativa e aditiva.
B) explicativa e aditiva.
C) adversativa e alternativa.
D) aditiva e alternativa.
6-) A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”. = mas não ajuda
(ideia contrária)
B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”. =
adição
C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa de
pedir esmola”. = adição
D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manutenção da
miséria E prejudica o desenvolvimento da sociedade”. = adição
E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de dinheiro, de
moradia digna, emprego, segurança, lazer, cultura, acesso à saúde
E à educação”. = adição
09. Um livro de receita é um bom presente porque ajuda as
pessoas que não sabem cozinhar.
A palavra porque pode ser substituída, sem alteração de sentido, por
A) entretanto. B) então. C) assim. D) pois. E) porém.
10- Na oração “Pedro não joga e nem assiste”, temos a presença de uma oração
coordenada que pode ser classificada em:
A) Coordenada assindética;
B) Coordenada assindética aditiva;
C) Coordenada sindética alternativa;
D) Coordenada sindética aditiva.
7-)A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pretende
trabalhar como advogado. (explicação) = adversativa
C) Você está preparado para a prova; por isso, não se preocupe. (oposição) = conclusão
D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã. (alternância) = explicativa
E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam toda a
chuva. (conclusão) = alternativa
GABARITO
01. B 02. E
06. A 07. B
03. D 04. E
08. A 09. D
05. D
10. D
8-) - mas não penetrou na casa = conjunção adversativa
- nem assustou seus habitantes = conjunção aditiva
COMENTÁRIOS
9-) Um livro de receita é um bom presente porque ajuda as
pessoas que não sabem cozinhar.
= conjunção explicativa: pois
1-) “Não se verificou, todavia, uma transplantação integral de
gosto e de estilo” = conjunção adversativa, portanto: oração coordenada sindética adversativa
10-) E NEM ASSISTE= conjunção aditiva (ideia de adição,
soma de fatos) = Coordenada sindética aditiva.
2-) Estudamos, logo deveremos passar nos exames = a oração
em destaque não é introduzida por conjunção, então: coordenada
assindética
Exercícios sobre Subordinação
(Papiloscopista Policial – Vunesp/2013).
3-) Joyce e Mozart são ótimos, mas eles... = conjunção (e
ideia) adversativa
A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como quase toda
a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. = conclusiva
B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como quase
toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida
prática. = conformativa
Didatismo e Conhecimento
Mais denso, menos trânsito
As grandes cidades brasileiras estão congestionadas e em processo de deterioração agudizado pelo crescimento econômico da
última década. Existem deficiências evidentes em infraestrutura,
mas é importante também considerar o planejamento urbano.
61
LÍNGUA PORTUGUESA
Muitas grandes cidades adotaram uma abordagem de desconcentração, incentivando a criação de diversos centros urbanos, na
visão de que isso levaria a uma maior facilidade de deslocamento.
Mas o efeito tem sido o inverso. A criação de diversos centros
e o aumento das distâncias multiplicam o número de viagens, dificultando o investimento em transporte coletivo e aumentando a
necessidade do transporte individual.
Se olharmos Los Angeles como a região que levou a desconcentração ao extremo, ficam claras as consequências. Numa região
rica como a Califórnia, com enorme investimento viário, temos
engarrafamentos gigantescos que viraram característica da cidade.
Os modelos urbanos bem-sucedidos são aqueles com elevado
adensamento e predominância do transporte coletivo, como mostram Manhattan e Tóquio.
O centro histórico de São Paulo é a região da cidade mais bem
servida de transporte coletivo, com infraestrutura de telecomunicação, água, eletricidade etc. Como em outras grandes cidades,
essa deveria ser a região mais adensada da metrópole. Mas não é o
caso. Temos, hoje, um esvaziamento gradual do centro, com deslocamento das atividades para diversas regiões da cidade.
A visão de adensamento com uso abundante de transporte coletivo precisa ser recuperada. Desse modo, será possível reverter
esse processo de uso cada vez mais intenso do transporte individual, fruto não só do novo acesso da população ao automóvel, mas
também da necessidade de maior número de viagens em função da
distância cada vez maior entre os destinos da população.
(Dik Browne, Folha de S. Paulo, 26.01.2013)
É correto afirmar que a expressão contanto que estabelece entre as orações relação de
A) causa, pois Honi quer ter filhos e não deseja trabalhar depois de casada.
B) comparação, pois o namorado espera ter sucesso como
cantor romântico.
C) tempo, pois ambos ainda são adolescentes, mas já pensam
em casamento.
D) condição, pois Lute sabe que exercendo a profissão de músico provavelmente ganhará pouco.
E) finalidade, pois Honi espera que seu futuro marido torne-se
um artista famoso.
(Henrique Meirelles, Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adaptado)
1-) As expressões mais denso e menos trânsito, no título, estabelecem entre si uma relação de
(A) comparação e adição.
(B) causa e consequência.
(C) conformidade e negação.
(D) hipótese e concessão.
(E) alternância e explicação
05. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em – Apesar da desconcentração e do aumento da extensão urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e adensar ainda mais
os diversos centros já existentes... –, sem que tenha seu sentido
alterado, o trecho em destaque está corretamente reescrito em:
A) Mesmo com a desconcentração e o aumento da Extensão
urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e adensar
ainda mais os diversos centros já existentes...
B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o aumento
da extensão urbana no Brasil, é importante desenvolver e adensar
ainda mais os diversos centros já existentes...
C) Assim como são verificados a desconcentração e o aumento da extensão urbana no Brasil, é importante desenvolver e adensar ainda mais os diversos centros já existentes...
D) Visto que com a desconcentração e o aumento da extensão
urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e adensar
ainda mais os diversos centros já existentes...
E) De maneira que, com a desconcentração e o aumento da
extensão urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e
adensar ainda mais os diversos centros já existentes...
02. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
– 2013). No trecho – Tem surtido um efeito positivo por eles se tornarem uma referência positiva dentro da unidade, já que cumprem
melhor as regras, respeitam o próximo e pensam melhor nas suas
ações, refletem antes de tomar uma atitude. – o termo em destaque
estabelece entre as orações uma relação de
A) condição. B) causa. C) comparação. D) tempo. E)
concessão.
03. (UFV-MG) As orações subordinadas substantivas que
aparecem nos períodos abaixo são todas subjetivas, exceto:
A) Decidiu-se que o petróleo subiria de preço.
B) É muito bom que o homem, vez por outra, reflita sobre sua
vida.
C) Ignoras quanto custou meu relógio?
D) Perguntou-se ao diretor quando seríamos recebidos.
E) Convinha-nos que você estivesse presente à reunião
06. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em – É
fundamental que essa visão de adensamento com uso abundante
de transporte coletivo seja recuperada para que possamos reverter
esse processo de uso… –, a expressão em destaque estabelece entre as orações relação de
A) consequência.
B) condição.
C) finalidade.
D) causa.
E) concessão.
04. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).
Considere a tirinha em que se vê Honi conversando com seu Namorado Lute.
Didatismo e Conhecimento
62
LÍNGUA PORTUGUESA
07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013 – adap.). Considere o trecho: “Como as músicas eram de protesto, naquele mesmo
ano foi enquadrado na lei de segurança nacional pela ditadura militar e exilado.” O termo Como, em destaque na primeira parte do
enunciado, expressa ideia de
A) contraste e tem sentido equivalente a porém.
B) concessão e tem sentido equivalente a mesmo que.
C) conformidade e tem sentido equivalente a conforme.
D) causa e tem sentido equivalente a visto que.
E) finalidade e tem sentido equivalente a para que.
No trecho do primeiro parágrafo – “Fio, disjuntor, tomada,
tudo!”, insiste o motorista, com tanto orgulho que chega a contaminar-me. –, a construção tanto ... que estabelece entre as construções [com tanto orgulho] e [que chega a contaminar-me] uma
relação de
A) condição e finalidade.
B) conformidade e proporção.
C) finalidade e concessão.
D) proporção e comparação.
E) causa e consequência.
08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas – VUNESP – 2013). Leia o texto a seguir.
09. “Os Estados Unidos são considerados hoje um país bem
mais fechado – embora em doze dias recebam o mesmo número de
imigrantes que o Brasil em um ano.” A alternativa que substitui a
expressão em negrito, sem prejuízo ao conteúdo, é:
A) já que.
B) todavia.
C) ainda que.
D) entretanto.
E) talvez.
Tomadas e oboés
“O do meio, com heliponto, tá vendo?”, diz o taxista, apontando o enorme prédio espelhado, do outro lado da marginal: “A parte
elétrica, inteirinha, meu cunhado que fez”. Ficamos admirando o
edifício parcialmente iluminado ao cair da tarde e penso menos no
tamanho da empreitada do que em nossa variegada humanidade:
uns se dedicam à escrita, outros a instalações elétricas, lembro-me do meu tio Augusto, que vive de tocar oboé. “Fio, disjuntor,
tomada, tudo!”, insiste o motorista, com tanto orgulho que chega
a contaminar-me.
Pergunto quantas tomadas ele acha que tem, no prédio todo.
Há quem ria desse tipo de indagação. Meu taxista, não. É um homem sério, eu também, fazemos as contas: uns dez escritórios por
andar, cada um com umas seis salas, vezes 30 andares. “Cada sala
tem o quê? Duas tomadas?”
“Cê tá louco! Muito mais! Hoje em dia, com computador,
essas coisas? Depois eu pergunto pro meu cunhado, mas pode
botar aí pra uma média de seis tomadas/sala.”
Ok: 10 x 6 x 6 x 30 = 10.800. Dez mil e oitocentas tomadas!
Há 30, 40 anos, uma hora dessas, a maior parte das tomadas
já estaria dormindo o sono dos justos, mas a julgar pelo número de
janelas acesas, enquanto volto para casa, lentamente, pela marginal, centenas de trabalhadores suam a camisa, ali no prédio: criam
logotipos, calculam custos para o escoamento da soja, negociam
minério de ferro. Talvez até, quem sabe, deitado num sofá, um
homem escute em seu iPod as notas de um oboé.
Alegra-me pensar nesse sujeito de olhos fechados, ouvindo
música. Bom saber que, na correria geral, em meio a tantos profissionais que acreditam estar diretamente envolvidos no movimento
de rotação da Terra, esse aí reservou-se cinco minutos de contemplação.
Está tarde, contudo. Algo não fecha: por que segue no escritório, esse homem? Por que não voltou para a mulher e os filhos, não
foi para o chope ou o cinema? O homem no sofá, entendo agora,
está ainda mais afundado do que os outros. O momento oboé era
apenas uma pausa para repor as energias, logo mais voltará à sua
mesa e a seus logotipos, à soja ou ao minério de ferro.
“Onze mil, cento e cinquenta”, diz o taxista, me mostrando o
celular. Não entendo. “É o SMS do meu cunhado: 11.150 tomadas.”
Olho o prédio mais uma vez, admirado com a instalação elétrica e nossa heteróclita humanidade, enquanto seguimos, feito cágados, pela marginal.
10. (Escrevente TJ SP – Vunesp – 2013) Assinale a alternativa
que substitui o trecho em destaque na frase – Assinarei o documento, contanto que garantam sua autenticidade. – sem que haja
prejuízo de sentido.
(A) desde que garantam sua autenticidade.
(B) no entanto garantam sua autenticidade.
(C) embora garantam sua autenticidade.
(D) portanto garantam sua autenticidade.
(E) a menos que garantam sua autenticidade.
GABARITO
01. B
06. C
05. A
10. A
COMENTÁRIOS
1-) mais denso e menos trânsito = mais denso, consequentemente, menos trânsito, então: causa e consequência
2-) já que cumprem melhor as regras = estabelece entre as
orações uma relação de causa com a consequência de “tem um
efeito positivo”.
3-) Ignoras quanto custou meu relógio? = oração subordinada substantiva objetiva direta
A oração não atende aos requisitos de tais orações, ou seja,
não se inicia com verbo de ligação, tampouco pelos verbos “convir”, “parecer”, “importar”, “constar” etc. Segundo, considerado
como o principal motivo, por não iniciar com as conjunções integrantes “que” e “se”.
4-) a expressão contanto que estabelece uma relação de condição (condicional)
5-) Apesar da desconcentração e do aumento da extensão urbana verificados no Brasil = conjunção concessiva
B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o aumento da
extensão urbana no Brasil, = causal
C) Assim como são verificados a desconcentração e o aumento da extensão urbana no Brasil = comparativa
(Antonio Prata, Folha de S.Paulo, 06.03.2013. Adaptado)
Didatismo e Conhecimento
02. B 03. C 04. D
07. D 08. E 09. C
63
LÍNGUA PORTUGUESA
D) Visto que com a desconcentração e o aumento da extensão
urbana verificados no Brasil = causal
E) De maneira que, com a desconcentração e o aumento da
extensão urbana verificados no Brasil = consecutivas
Dois pontos
1- Antes de uma citação
- Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:
2- Antes de um aposto
- Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à tarde
e calor à noite.
6-) para que possamos = conjunção final (finalidade)
7-) “Como as músicas eram de protesto = expressa ideia de
causa da consequência “foi enquadrado” = causa e tem sentido
equivalente a visto que.
3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
- Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a
rotina de sempre.
8-) com tanto orgulho que chega a contaminar-me. – a construção estabelece entre as construções uma relação de causa e consequência. (a causa da “contaminação” – consequência)
4- Em frases de estilo direto
Maria perguntou:
- Por que você não toma uma decisão?
9-) Os Estados Unidos são considerados hoje um país bem
mais fechado – embora em doze dias recebam o mesmo número
de imigrantes que o Brasil em um ano.” = conjunção concessiva:
ainda que
Ponto de Exclamação
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, susto,
súplica, etc.
- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
2- Depois de interjeições ou vocativos
- Ai! Que susto!
- João! Há quanto tempo!
10-) contanto que garantam sua autenticidade. = conjunção
condicional = desde que
Ponto de Interrogação
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Azevedo)
8 PONTUAÇÃO
Reticências
1- Indica que palavras foram suprimidas.
- Comprei lápis, canetas, cadernos...
Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem
para compor a coesão e a coerência textual além de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Vejamos as principais
funções dos sinais de pontuação conhecidos pelo uso da língua
portuguesa.
2- Indica interrupção violenta da frase.
“- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida
- Este mal... pega doutor?
Ponto
1- Indica o término do discurso ou de parte dele.
- Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em que
se encontra.
- Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite.
- Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava.
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito
- Deixa, depois, o coração falar...
Vírgula
Não se usa vírgula
*separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se
diretamente entre si:
a) entre sujeito e predicado.
Todos os alunos da sala
foram advertidos.
Sujeito
predicado
b) entre o verbo e seus objetos.
O trabalho custou
sacrifício
aos realizadores.
V.T.D.I.
O.D.
O.I.
2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr.
Ponto e Vírgula ( ; )
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma importância.
- “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo pão
a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; os de
nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA)
2- Separa partes de frases que já estão separadas por vírgulas.
- Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, montanhas, frio
e cobertor.
Usa-se a vírgula:
- Para marcar intercalação:
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância,
vem caindo de preço.
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias não
querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir mão
dos lucros altos.
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos,
decreto de lei, etc.
- Ir ao supermercado;
- Pegar as crianças na escola;
- Caminhada na praia;
- Reunião com amigos.
Didatismo e Conhecimento
64
LÍNGUA PORTUGUESA
A) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula
B) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula;
C) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
D) pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula;
E) ponto e vírgula, vírgula, vírgula.
- Para marcar inversão:
a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): Depois
das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas.
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio
de 1982.
03. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013). Os sinais de pontuação estão empregados corretamente em:
A) Duas explicações, do treinamento para consultores iniciantes receberam destaque, o conceito de PPD e a construção de
tabelas Price; mas por outro lado, faltou falar das metas de vendas
associadas aos dois temas.
B) Duas explicações do treinamento para consultores iniciantes receberam destaque: o conceito de PPD e a construção de tabelas Price; mas, por outro lado, faltou falar das metas de vendas
associadas aos dois temas.
C) Duas explicações do treinamento para consultores iniciantes receberam destaque; o conceito de PPD e a construção de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar das metas de vendas
associadas aos dois temas.
D) Duas explicações do treinamento para consultores iniciantes, receberam destaque: o conceito de PPD e a construção de tabelas Price, mas, por outro lado, faltou falar das metas de vendas
associadas aos dois temas.
E) Duas explicações, do treinamento para consultores iniciantes, receberam destaque; o conceito de PPD e a construção de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar das metas, de vendas
associadas aos dois temas.
- Para separar entre si elementos coordenados (dispostos em
enumeração):
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
- Para marcar elipse (omissão) do verbo:
Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
- Para isolar:
- o aposto:
São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui um trânsito caótico.
- o vocativo:
Ora, Thiago, não diga bobagem.
Fontes:
http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgula.htm
Questões sobre Pontuação
04.(Escrevente TJ SP – Vunesp 2012). Assinale a alternativa
em que o período, adaptado da revista Pesquisa Fapesp de junho de
2012, está correto quanto à regência nominal e à pontuação.
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapidamente,
seu espaço na carreira científica ainda que o avanço seja mais notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, do que em outros.
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam rapidamente
seu espaço na carreira científica; ainda que o avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um exemplo!, do que em outros.
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam rapidamente
seu espaço, na carreira científica, ainda que o avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um exemplo, do que em outros.
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço seja mais
notável em alguns países – o Brasil é um exemplo – do que em
outros.
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamente, seu
espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais notável
em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em outros.
01. (Agente Policial – Vunesp – 2013). Assinale a alternativa
em que a pontuação está corretamente empregada, de acordo com
a norma-padrão da língua portuguesa.
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora,
experimentasse, a sensação de violar uma intimidade, procurou a
esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
(B) Diante, da testemunha o homem abriu a bolsa e, embora
experimentasse a sensação, de violar uma intimidade, procurou a
esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
(C) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou a
esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
(D) Diante da testemunha, o homem, abriu a bolsa e, embora
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou a
esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora,
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou a
esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
05. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013 – adap.). Assinale a alternativa em que a frase mantém-se correta após o acréscimo
das vírgulas.
(A) Se a criança se perder, quem encontrá-la, verá na pulseira
instruções para que envie, uma mensagem eletrônica ao grupo ou
acione o código na internet.
(B) Um geolocalizador também, avisará, os pais de onde o
código foi acionado.
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastrados,
recebem automaticamente, uma mensagem dizendo que a criança
foi encontrada.
02. Assinale a opção em que está corretamente indicada a ordem dos sinais de pontuação que devem preencher as lacunas da
frase abaixo:
“Quando se trata de trabalho científico ___ duas coisas devem
ser consideradas ____ uma é a contribuição teórica que o trabalho
oferece ___ a outra é o valor prático que possa ter.
Didatismo e Conhecimento
65
LÍNGUA PORTUGUESA
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha, chega primeiro
às, areias do Guarujá.
(E) O sistema permite, ainda, cadastrar o nome e o telefone de
quem a encontrou e informar um ponto de referência
COMENTÁRIOS
1- Assinalei com um (X) as pontuações inadequadas
(A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora, (X) experimentasse , (X) a sensação de violar uma intimidade,
procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que
pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
(B) Diante , (X) da testemunha o homem abriu a bolsa e, embora experimentasse a sensação , (X) de violar uma intimidade,
procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que
pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
(D) Diante da testemunha, o homem , (X) abriu a bolsa e,
embora experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X) encontrar algo que
pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
(E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora ,
(X) experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X) encontrar algo que
pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
06. Assinale a série de sinais cujo emprego corresponde, na
mesma ordem, aos parênteses indicados no texto:
“Pergunta-se ( ) qual é a ideia principal desse parágrafo (
) A chegada de reforços ( ) a condecoração ( ) o escândalo da
opinião pública ou a renúncia do presidente ( ) Se é a chegada de
reforços ( ) que relação há ( ) ou mostrou seu autor haver ( )
entre esse fato e os restantes ( )”.
A) vírgula, vírgula, interrogação, interrogação, interrogação,
vírgula, vírgula, vírgula, ponto final
B) dois pontos, interrogação, vírgula, vírgula, interrogação,
vírgula, travessão, travessão, interrogação
C) travessão, interrogação, vírgula, vírgula, ponto final, travessão, travessão, ponto final, ponto final
D) dois pontos, interrogação, vírgula, ponto final, travessão,
vírgula, vírgula, vírgula, interrogação
E) dois pontos, ponto final, vírgula, vírgula, interrogação,
vírgula, vírgula, travessão, interogação
2-) Quando se trata de trabalho científico , duas coisas devem
ser consideradas : uma é a contribuição teórica que o trabalho
oferece ; a outra é o valor prático que possa ter.
07. (SRF) Das redações abaixo, assinale a que não está pontuada corretamente:
A) Os candidatos, em fila, aguardavam ansiosos o resultado
do concurso.
B) Em fila, os candidatos, aguardavam, ansiosos, o resultado
do concurso.
C) Ansiosos, os candidatos aguardavam, em fila, o resultado
do concurso.
D) Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado do concurso, em fila.
E) Os candidatos aguardavam ansiosos, em fila, o resultado
do concurso.
vírgula, dois pontos, ponto e vírgula
3-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inadequadas
A) Duas explicações , (X) do treinamento para consultores
iniciantes receberam destaque , (X) o conceito de PPD e a construção de tabelas Price; mas por outro lado, faltou falar das metas
de vendas associadas aos dois temas.
C) Duas explicações do treinamento para consultores iniciantes receberam destaque ; (X) o conceito de PPD e a construção de
tabelas Price , (X) mas por outro lado, faltou falar das metas de
vendas associadas aos dois temas.
D) Duas explicações do treinamento para consultores iniciantes , (X) receberam destaque: o conceito de PPD e a construção de
tabelas Price , (X) mas, por outro lado, faltou falar das metas de
vendas associadas aos dois temas.
E) Duas explicações , (X) do treinamento para consultores
iniciantes , (X) receberam destaque ; (X) o conceito de PPD e a
construção de tabelas Price , (X) mas por outro lado, faltou falar
das metas , (X) de vendas associadas aos dois temas.
08. A frase em que deveria haver uma vírgula é:
A) Comi uma fruta pela manhã e outra à tarde.
B) Eu usei um vestido vermelho na festa e minha irmã usou
um vestido azul.
C) Ela tem lábios e nariz vermelhos.
D) Não limparam a sala nem a cozinha.
09. (Cefet-PR) Assinale o item em que o texto está corretamente pontuado:
A) Não nego, que ao avistar a cidade natal tive uma sensação
nova.
B) Não nego que ao avistar, a cidade natal, tive uma sensação
nova.
C) Não nego que, ao avistar, a cidade natal, tive uma sensação
nova.
D) Não nego que ao avistar a cidade natal tive uma sensação
nova.
E) Não nego que, ao avistar a cidade natal, tive uma sensação
nova.
4-) (A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam , (X) rapidamente , (X) seu espaço na carreira científica (, ) ainda que o
avanço seja mais notável em alguns países, o Brasil é um exemplo,
do que em outros.
(B) Não há dúvida de que , (X) as mulheres , (X) ampliam
rapidamente seu espaço na carreira científica ; (X) ainda que o
avanço seja mais notável , (X) em alguns países, o Brasil é um
exemplo ! (X) , do que em outros.
(C) Não há dúvida de que as mulheres , (X) ampliam rapidamente seu espaço , (X) na carreira científica , (X) ainda que
o avanço seja mais notável, em alguns países : (X) o Brasil é um
exemplo, do que em outros.
(E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente
, (X) seu espaço na carreira científica, ainda que , (X) o avanço
seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que
em outros.
GABARITO
01. C
06. B
02. C
07. B
03. B 04. D
08. B 09. E
05. E
Didatismo e Conhecimento
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LÍNGUA PORTUGUESA
5-) (A) Se a criança se perder, quem encontrá-la , (X) verá na
pulseira instruções para que envie , (X) uma mensagem eletrônica
ao grupo ou acione o código na internet.
(B) Um geolocalizador também , (X) avisará , (X) os pais de
onde o código foi acionado.
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastrados ,
(X) recebem ( , ) automaticamente, uma mensagem dizendo que a
criança foi encontrada.
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha , (X) chega
primeiro às , (X) areias do Guarujá.
Temos que o verbo apresenta-se na terceira pessoa do singular, pois faz referência a um sujeito, assim também expresso (ele).
Como poderíamos também dizer: os alunos chegaram atrasados.
Temos aí o que podemos chamar de princípio básico. Contudo, a intenção a que se presta o artigo em evidência é eleger as
principais ocorrências voltadas para os casos de sujeito simples e
para os de sujeito composto. Dessa forma, vejamos:
Casos referentes a sujeito simples
1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com o núcleo
em número e pessoa: O aluno chegou atrasado.
6-) Pergunta-se ( : ) qual é a ideia principal desse parágrafo
( ? ) A chegada de reforços ( , ) a condecoração ( , ) o escândalo da opinião pública ou a renúncia do presidente (? ) Se é a
chegada de reforços ( , ) que relação há ( - ) ou mostrou seu autor
haver ( - ) entre esse fato e os restantes ( ? )
2) Nos casos referentes a sujeito representado por substantivo
coletivo, o verbo permanece na terceira pessoa do singular: A
multidão, apavorada, saiu aos gritos.
Observação:
- No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto adnominal no plural, o verbo permanecerá no singular ou poderá ir para o
plural: Uma multidão de pessoas saiu aos gritos.
Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.
7-) Em fila, os candidatos , (X) aguardavam, ansiosos, o resultado do concurso.
8-) Eu usei um vestido vermelho na festa , e minha irmã usou
um vestido azul.
Há situações em que é possível usar a vírgula antes do “e”.
Isso ocorre quando a conjunção aditiva coordena orações de sujeitos diferentes nas quais a leitura fluente pode ser prejudicada pela
ausência da pontuação.
3) Quando o sujeito é representado por expressões partitivas,
representadas por “a maioria de, a maior parte de, a metade de,
uma porção de, entre outras”, o verbo tanto pode concordar com o
núcleo dessas expressões quanto com o substantivo que a segue:
A maioria dos alunos resolveu ficar. A maioria dos alunos resolveram ficar.
9-) A) Não nego , (X) que ao avistar a cidade natal tive uma
sensação nova.
B) Não nego que ao avistar , (X) a cidade natal, tive uma
sensação nova.
C) Não nego que, ao avistar , (X) a cidade natal, tive uma
sensação nova.
D) Não nego que ( , ) ao avistar a cidade natal ( , ) tive uma
sensação nova.
4) No caso de o sujeito ser representado por expressões aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”, o verbo concorda com o substantivo determinado por elas: Cerca de vinte candidatos se inscreveram no concurso de piadas.
5) Em casos em que o sujeito é representado pela expressão
“mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais de um candidato se inscreveu no concurso de piadas.
Observação:
- No caso da referida expressão aparecer repetida ou associada
a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo, necessariamente,
deverá permanecer no plural: Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram na campanha de doação de alimentos.
Mais de um formando se abraçaram durante as solenidades
de formatura.
10-) A) Atualmente, não se pode , (X) fabricar apenas um
produto.
B) Os índices de produção devem , (X) acompanhar , (X) o
mercado.
C) A responsabilidade , (X) socioambiental , (X) é de extrema importância.
D) Acreditar , (X) no consumo , (X) consciente é necessário.
6) Quando o sujeito for composto da expressão “um dos que”,
o verbo permanecerá no plural: Esse jogador foi um dos que atuaram na Copa América.
9 CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
7) Em casos relativos à concordância com locuções pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós, quais de vós,
alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário nos atermos a duas
questões básicas:
- No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural, o
verbo poderá com ele concordar, como poderá também concordar
com o pronome pessoal: Alguns de nós o receberemos. / Alguns de
nós o receberão.
- Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso no
singular, o verbo permanecerá, também, no singular: Algum de
nós o receberá.
Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos nos referindo à relação de dependência estabelecida entre um termo e outro
mediante um contexto oracional. Desta feita, os agentes principais
desse processo são representados pelo sujeito, que no caso funciona como subordinante; e o verbo, o qual desempenha a função de
subordinado.
Dessa forma, temos que a concordância verbal caracteriza-se
pela adaptação do verbo, tendo em vista os quesitos “número e
pessoa” em relação ao sujeito. Exemplificando, temos: O aluno
chegou atrasado.
Didatismo e Conhecimento
67
LÍNGUA PORTUGUESA
8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo pronome
“quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa do singular ou
poderá concordar com o antecedente desse pronome: Fomos nós
quem contou toda a verdade para ela. / Fomos nós quem contamos
toda a verdade para ela.
4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com mais
de um núcleo, o verbo deverá permanecer no singular: Meu esposo
e grande companheiro merece toda a felicidade do mundo.
5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinônimas
ou ordenado por elementos em gradação, o verbo poderá permanecer no singular ou ir para o plural: Minha vitória, minha conquista,
minha premiação são frutos de meu esforço. / Minha vitória, minha conquista, minha premiação é fruto de meu esforço.
9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela palavra
“que”, o verbo deverá concordar com o termo que antecede essa
palavra: Nesta empresa somos nós que tomamos as decisões. / Em
casa sou eu que decido tudo.
Concordância nominal é que o ajuste que fazemos aos demais termos da oração para que concordem em gênero e número
com o substantivo. Teremos que alterar, portanto, o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso, temos também o verbo,
que se flexionará à sua maneira.
Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome concordam em gênero e número com o substantivo.
- A pequena criança é uma gracinha.
- O garoto que encontrei era muito gentil e simpático.
10) No caso de o sujeito aparecer representado por expressões
que indicam porcentagens, o verbo concordará com o numeral ou
com o substantivo a que se refere essa porcentagem: 50% dos
funcionários aprovaram a decisão da diretoria. / 50% do eleitorado
apoiou a decisão.
Observações:
- Caso o verbo aparecer anteposto à expressão de porcentagem, esse deverá concordar com o numeral: Aprovaram a decisão
da diretoria 50% dos funcionários.
- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no singular:
1% dos funcionários não aprovou a decisão da diretoria.
- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural: Os 50% dos
funcionários apoiaram a decisão da diretoria.
Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à regra geral mostrada acima.
a) Um adjetivo após vários substantivos
1 - Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural
ou concorda com o substantivo mais próximo.
- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui.
- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui.
11) Nos casos em que o sujeito estiver representado por pronomes de tratamento, o verbo deverá ser empregado na terceira
pessoa do singular ou do plural: Vossas Majestades gostaram das
homenagens. Vossa Majestade agradeceu o convite.
2 - Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural masculino ou concorda com o substantivo mais próximo.
- Ela tem pai e mãe louros.
- Ela tem pai e mãe loura.
12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo próprio no plural se encontram relacionados a alguns aspectos que os
determinam:
- Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo ser,
este permanece no singular, contanto que o predicativo também esteja no singular: Memórias póstumas de Brás Cubas é uma criação
de Machado de Assis.
- Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também permanece no plural: Os Estados Unidos são uma potência mundial.
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele nem
aparece, o verbo permanece no singular: Estados Unidos é uma
potência mundial.
3 - Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoriamente
para o plural.
- O homem e o menino estavam perdidos.
- O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui.
b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos
1 - Adjetivo anteposto normalmente concorda com o mais
próximo.
Comi delicioso almoço e sobremesa.
Provei deliciosa fruta e suco.
Casos referentes a sujeito composto
1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, estando relacionado
a dois pressupostos básicos:
- Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.
- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar na 2ª ou
na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos.
Tu e ele são primos.
2 - Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: concorda com o mais próximo ou vai para o plural.
Estavam feridos o pai e os filhos.
Estava ferido o pai e os filhos.
c) Um substantivo e mais de um adjetivo
1- antecede todos os adjetivos com um artigo.
Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola.
2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer anteposto ao
verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus dois filhos compareceram ao evento.
3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao verbo, este
poderá concordar com o núcleo mais próximo ou permanecer no
plural: Compareceram ao evento o pai e seus dois filhos. Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos.
Didatismo e Conhecimento
2- coloca o substantivo no plural.
Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola.
d) Pronomes de tratamento
1 - sempre concordam com a 3ª pessoa.
Vossa Santidade esteve no Brasil.
68
LÍNGUA PORTUGUESA
e) Anexo, incluso, próprio, obrigado
1 - Concordam com o substantivo a que se referem.
As cartas estão anexas.
A bebida está inclusa.
Precisamos de nomes próprios.
Obrigado, disse o rapaz.
m) Meio
1- Como advérbio: invariável.
Estou meio (um pouco) insegura.
2- Como numeral: segue a regra geral.
Comi meia (metade) laranja pela manhã.
f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a)
1 - Após essas expressões o substantivo fica sempre no singular e o adjetivo no plural.
Renato advogou um e outro caso fáceis.
Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.
n) Só
1- apenas, somente (advérbio): invariável.
Só consegui comprar uma passagem.
2- sozinho (adjetivo): variável.
Estiveram sós durante horas.
g) É bom, é necessário, é proibido
1- Essas expressões não variam se o sujeito não vier precedido
de artigo ou outro determinante.
Canja é bom. / A canja é boa.
É necessário sua presença. / É necessária a sua presença.
É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada é
proibida.
Questões sobre Concordância Nominal e Verbal
01. (Administrador – FCC – 2013). Leia o texto a seguir.
Os governos e os parlamentos devem achar que a astronomia é
uma das ciências que custam mais caro: o menor instrumento custa
centenas de milhares de francos; o menor observatório custa milhões; cada eclipse acarreta depois de si despesas suplementares.
E tudo isso para astros que ficam tão distantes, que são completamente estranhos às nossas lutas eleitorais, e provavelmente jamais
desempenharão qualquer papel nelas. É impossível que nossos homens políticos não tenham conservado um resto de idealismo, um
vago instinto daquilo que é grande; realmente, creio que eles foram
caluniados; convém encorajá-los, e lhes mostrar que esse
instinto não os engana, e que não são logrados por esse idealismo.
Bem poderíamos lhes falar da navegação, cuja importância
ninguém ignora, e que tem necessidade da astronomia. Mas isso
seria abordar a questão por seu lado menos importante.
A astronomia é útil porque nos eleva acima de nós mesmos; é
útil porque é grande; é útil porque é bela; é isso que se precisa dizer. É ela que nos mostra o quanto o homem é pequeno no corpo e
o quanto é grande no espírito, já que essa imensidão resplandecente, onde seu corpo não passa de um ponto obscuro, sua inteligência
pode abarcar inteira, e dela fruíra silenciosa harmonia. Atingimos
assim a consciência de nossa força, e isso é uma coisa pela qual
jamais pagaríamos caro demais, porque essa consciência nos torna
mais fortes.
Mas o que eu gostaria de mostrar, antes de tudo, é a que ponto
a astronomia facilitou a obra das outras ciências, mais diretamente
úteis, porque foi ela que nos proporcionou um espírito capaz de
compreender a natureza.
h) Muito, pouco, caro
1- Como adjetivos: seguem a regra geral.
Comi muitas frutas durante a viagem.
Pouco arroz é suficiente para mim.
Os sapatos estavam caros.
2- Como advérbios: são invariáveis.
Comi muito durante a viagem.
Pouco lutei, por isso perdi a batalha.
Comprei caro os sapatos.
i) Mesmo, bastante
1- Como advérbios: invariáveis
Preciso mesmo da sua ajuda.
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego.
2- Como pronomes: seguem a regra geral.
Seus argumentos foram bastantes para me convencer.
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou.
j) Menos, alerta
1- Em todas as ocasiões são invariáveis.
Preciso de menos comida para perder peso.
Estamos alerta para com suas chamadas.
[Adaptado de Henri Poincaré (1854-1912). O valor da ciência. Tradução
Maria Helena Franco Martins. Rio de Janeiro: Contraponto, 1995, p.101]
k) Tal Qual
1- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o
consequente.
As garotas são vaidosas tais qual a tia.
Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos.
Mantém-se o respeito às normas de concordância verbal caso
a forma do verbo grifado seja substituída pela que está entre parênteses ao final da frase:
A) Os governos e os parlamentos devem achar que... (deve)
B) ...porque essa consciência nos torna mais fortes.(tornam)
C) ...a astronomia é uma das ciências que custam mais caro
... (custa)
D) E tudo isso para astros que [...] jamais desempenharão
qualquer papel nelas. (desempenhará)
E) ...é isso que se precisa dizer. (precisam)
l) Possível
1- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor”
ou “pior”, acompanha o artigo que precede as expressões.
A mais possível das alternativas é a que você expôs.
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa.
As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da
cidade.
Didatismo e Conhecimento
69
LÍNGUA PORTUGUESA
02. (Agente Técnico – FCC – 2013). As normas de concordância verbal e nominal estão inteiramente respeitadas em:
A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa leitura,
que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimoramento intelectual, estão na capacidade de criação do autor, mediante palavras,
sua matéria-prima.
B) Obras que se considera clássicas na literatura sempre delineia novos caminhos, pois é capaz de encantar o leitor ao ultrapassar os limites da época em que vivem seus autores, gênios no
domínio das palavras, sua matéria-prima.
C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, lhe
permitem criar todo um mundo de ficção, em que personagens se
transformam em seres vivos a acompanhar os leitores, numa verdadeira interação com a realidade.
D) As possibilidades de comunicação entre autor e leitor somente se realiza plenamente caso haja afinidade de ideias entre
ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o crescimento intelectual
deste último e o prazer da leitura.
E) Consta, na literatura mundial, obras-primas que constitui
leitura obrigatória e se tornam referências por seu conteúdo que
ultrapassa os limites de tempo e de época.
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos seja
quantificado.
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
agora uma maneira adequada de se quantificarem os insumos básicos.
05. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013). Assinale a alternativa em que a concordância da palavra destacada está
de acordo com a norma culta da língua.
A) Ela mesmo reclamou com o gerente do mercado.
B) A vendedora ficou meia atrapalhada com o excesso de
clientes na loja.
C) É proibido a entrada de animais no estabelecimento.
D) Ela voltou para dizer obrigada ao vendedor.
E) Anexo aos comprovantes de pagamento, vão duas amostras
grátis.
06. (Agente de Apoio Socioeducativo – VUNESP – 2013).
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, de
acordo com a norma-padrão da língua, as lacunas das frases, quanto à concordância verbal e à colocação pronominal.
03. (Escrevente Tj SP – Vunesp/2012) Leia o texto para responder à questão.
_________dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não
está claro até onde pode realmente chegar uma política baseada em
melhorar a eficiência sem preços adequados para o carbono, a água
e (na maioria dos países pobres) a terra. É verdade que mesmo que
a ameaça dos preços do carbono e da água em si ___________diferença, as companhias não podem suportar ter de pagar, de repente, digamos, 40 dólares por tonelada de carbono, sem qualquer preparação. Portanto, elas começam a usar preços-sombra. Ainda
assim, ninguém encontrou até agora uma maneira de quantificar
adequadamente os insumos básicos. E sem eles a maioria das políticas de crescimento verde sempre ___________ a segunda opção.
______muitos lares destroçados, mas______ pessoas boas
prontas para ajudar.
Inteligente e informativa a reportagem que_____________ a
transformar aborrecimentos em aprendizagem.
A) Havia ...existiam ... nos ensina
B) Haviam ... existia ... ensina-nos
C) Havia ...existia ... nos ensina
D) Haviam ... existiam ... ensina-nos
E) Havia ...existiam ... ensina-nos
07. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).
Assinale a alternativa em que o verbo foi empregado corretamente.
A) Se a proprietária manter o valor do aluguel, poderemos
permanecer no apartamento.
B) Se os operários fazerem o acordo, a greve terminará.
C) Se a empresa propuser um estágio no exterior, ele não recusará.
D) Se estas caixas caberem no armário, a sala ficará organizada.
E) Se o microempresário querer, poderá fazer futuros investimentos.
(Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado)
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respectivamente,
com:
(A) Restam… faça… será
(B) Resta… faz… será
(C) Restam… faz... serão
(D) Restam… façam… serão
(E) Resta… fazem… será
04 (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) Assinale a alternativa
em que o trecho
– Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma maneira de
quantificar adequadamente os insumos básicos.– está corretamente reescrito, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
(A) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou até
agora uma maneira adequada de se quantificar os insumos básicos.
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
agora uma maneira adequada de os insumos básicos ser quantificados.
(C) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou até
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam
quantificado.
Didatismo e Conhecimento
08. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).
Assinale a frase correta quanto à concordância verbal e nominal.
A) Com os shows da banda, os músicos propõem um momento de descontração para os passageiros.
B) Por causa da paralisação, as férias dos alunos terminou
mais cedo.
C) Na cidade, já se esgotou as vagas nos hotéis para o período
de Carnaval.
D) Ela próprio passou o uniforme de trabalho.
E) Seguem anexadas ao e-mail o cronograma do curso e o
currículo dos inscritos.
70
LÍNGUA PORTUGUESA
09. (Agente Educacional – VUNESP – 2013). Assinale a alternativa correta quanto à concordância, de acordo com a norma--padrão da língua portuguesa.
A) Estudos recente demonstram a necessidade de se investir
no ensino de matemática nos níveis fundamentais de aprendizagem.
B) Muito concorrida, carreiras como as de advogado e de jornalista também requerem conhecimento matemático.
C) A cultura científica, apesar de fundamental para muitas carreiras, ainda é visto com certo desprezo entre alguns estudantes.
D) Conhecimentos básicos de estatística é de fundamental importância para a compreensão de algumas informações do nosso
cotidiano.
E) A matemática pode ser considerada a base para algumas
das mais intrigantes especulações científicas da atualidade.
Por isso, só existem chatos em lugares onde há alguma perspectiva de futuro. Esse espécime de profissional só prolifera em
ambientes onde a liberdade de pensamento e expressão é respeitada, onde a dúvida não é um mal em si, onde existe disposição,
coragem e humildade para mudar de trajetória quando essa parece
ser a melhor opção.
(Cláudia Vassallo, http://exame.abril.com.br, 07.07.2013. Adaptado)
Considere as frases:
- Kass foi o chato escolhido para alertá-lo sobre eventuais erros que ninguém havia enxergado.
- Por isso, só existem chatos em lugares onde há alguma perspectiva de futuro.
As expressões destacadas podem ser substituídas, correta e
respectivamente, seguindo as regras de concordância da norma-padrão da língua portuguesa, por:
A) não havia sido enxergado ...pode haver
B) não havia sido enxergados ...podem haver
C) não haviam sido enxergado ...pode haver
D) não havia sido enxergado ...podem haver
E) não haviam sido enxergados ...pode haver
10. (Agente de Apoio – Microinformática – VUNESP – 2013).
Leia o texto a seguir.
O chato é um chato, mas é essencial nos negócios
O chato é um chato. Não é o tipo de companhia que se quer
para tomar um vinho ou ir ao cinema. O chato tem a insuportável
mania de apontar o dedo para as coisas, enxergar os problemas que
não queremos ver, fazer comentários desconcertantes.
Por isso, é pouco recomendável ter um deles por perto nos
momentos nos quais tudo o que você não quer fazer é tomar decisões. Para todos os outros – e isso envolve o dia a dia dos negócios
– é bom ter um desses cada vez mais raros e discriminados exemplares da fauna empresarial por perto.
Conselho dado por alguém que entende muito de ganhar dinheiro, Warren Buffett, um dos homens mais ricos do mundo:
“Ouça alguém que discorda de você”. No início de maio, Buffett
convidou um sujeito chamado Doug Kass para participar de um
dos painéis que compuseram a reunião anual de investidores de
sua empresa, a Berkshire Hathaway.
Como executivo de um fundo de investimento, Kass havia
apostado contra as ações da Berkshire. Buffett queria entender o
porquê. Kass foi o chato escolhido para alertá-lo sobre eventuais
erros que ninguém havia enxergado.
Buffett conhece o valor desse tipo de pessoa. O chato é o sujeito que ainda acha que as perguntas simples são o melhor caminho para chegar às melhores respostas, é alguém que não tem
medo. Não se importa de ser tachado de inábil no trato com as pessoas ou de ser politicamente incorreto. Questiona. Coloca o dedo
na ferida. Insiste em ser um animal pensante, quando todo mundo
sabe que dá menos trabalho deixar tudo como está.
Quase sempre, as coisas que o chato diz fazem um tremendo
sentido. Nada pode ser mais devastador para seus críticos do que a
constatação de que o chato, feitas as contas, tem razão.
Pobre do chefe que não reconhece, não escuta e não tolera
os chatos que cruzam seu caminho. Ele acredita que está seguro
num mundo de certezas próprias, de verdades absolutas. Ora, o
controle total de um negócio é uma miragem. Coisas boas e ruins
acontecem o tempo todo nas empresas sem que ele se dê conta.
Pensar que é possível estar no comando de tudo, o tempo todo, só
vai torná-lo mais vulnerável como líder. E vai, mais dia ou menos
dia, afastar definitivamente os chatos, os questionadores, aqueles
que fazem as perguntas incômodas e necessárias.
Didatismo e Conhecimento
GABARITO
01. C 02. A 03. A 04. E
06. A 07. C 08. A 09. E
05. D
10. E
COMENTÁRIOS
1-) a astronomia é uma das ciências que custam mais caro.
Nas gramáticas aborda-se sempre a expressão UM DOS QUE
como determinante de duas concordâncias. O verbo fica no singular só nas poucas vezes em que a ação se refere a um só agente:
O Sol é um dos astros que dá luz e calor à Terra.
2-) A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa leitura, que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimoramento
intelectual, estão na capacidade de criação do autor, mediante palavras, sua matéria-prima. = correta
B) Obras que se consideram clássicas na literatura sempre
delineiam novos caminhos, pois são capazes de encantar o leitor
ao ultrapassarem os limites da época em que vivem seus autores,
gênios no domínio das palavras, sua matéria-prima.
C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, lhes permite criar todo um mundo de ficção, em que personagens se transformam em seres vivos a acompanhar os leitores, numa verdadeira
interação com a realidade.
D) As possibilidades de comunicação entre autor e leitor somente se realizam plenamente caso haja afinidade de ideias entre
ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o crescimento intelectual
deste último e o prazer da leitura.
E) Constam, na literatura mundial, obras-primas que constituem leitura obrigatória e se tornam referências por seu conteúdo
que ultrapassa os limites de tempo e de época.
3-)
_Restam___dúvidas
mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da água em
si __faça __diferença
71
LÍNGUA PORTUGUESA
9-) A) Estudos recentes demonstram a necessidade de se investir no ensino de matemática nos níveis fundamentais de aprendizagem.
B) Muito concorridas, carreiras como as de advogado e de
jornalista também requerem conhecimento matemático.
C) A cultura científica, apesar de fundamental para muitas carreiras, ainda é vista com certo desprezo entre alguns estudantes.
D) Conhecimentos básicos de estatística são de fundamental
importância para a compreensão de algumas informações do nosso
cotidiano.
E) A matemática pode ser considerada a base para algumas das
mais intrigantes especulações científicas da atualidade. = correta
a maioria das políticas de crescimento verde sempre ____
será_____ a segunda opção.
Em “a maioria de”, a concordância pode ser dupla: tanto no
plural quanto no singular. Nas alternativas não há “restam/faça/
serão”, portanto a A é que apresenta as opções adequadas.
4-).(A) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou
até agora uma maneira adequada de se quantificar os insumos básicos.
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
agora uma maneira adequada de os insumos básicos serem quantificados.
(C) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam
quantificados.
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam
quantificados.
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
agora uma maneira adequada de se quantificarem os insumos básicos. = correta
10-) - Kass foi o chato escolhido para alertá-lo sobre eventuais
erros que não haviam sido enxergados.
- Por isso, só pode haver chatos em lugares onde há alguma
perspectiva de futuro.
No primeiro caso, havia empregado com sentido de ter: sofre
flexão (vai para o plural concordando com o termo que o antecede
(erros); já no caso do haver com sentido de existir: invariável - ele
e seu auxiliar (poder).
5-) A) Ela mesma reclamou com o gerente do mercado.
B) A vendedora ficou meio atrapalhada com o excesso de
clientes na loja.
C) É proibida a entrada de animais no estabelecimento.
D) Ela voltou para dizer obrigada ao vendedor.
= correta
E) Anexas aos comprovantes de pagamento, vão duas amostras grátis.
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/concordancia-verbal.htm
10 REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
6-) __Havia _muitos lares destroçados, mas__existiam__ pessoas boas prontas para ajudar.
Inteligente e informativa a reportagem que _nos ensina_ a
transformar aborrecimentos em aprendizagem.
Verbo haver usado no sentido de existir = impessoal, invariável (não sofre flexão); já o verbo existir concorda com o sujeito.
Quanto à colocação pronominal: a presença do pronome relativo (que) “atrai” o pronome oblíquo, ocorrendo, então, próclise
(pronome antes do verbo).
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. Ocupa-se
em estabelecer relações entre as palavras, criando frases não ambíguas, que expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam
corretas e claras.
Regência Verbal
Termo Regente: VERBO
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os
verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de conhecermos as
diversas significações que um verbo pode assumir com a simples
mudança ou retirada de uma preposição. Observe:
A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar.
A mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar agrado ou
prazer”, satisfazer.
Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agradar a alguém”.
7-) A) Se a proprietária mantiver o valor do aluguel, poderemos permanecer no apartamento.
B) Se os operários fizerem o acordo, a greve terminará.
C) Se a empresa propuser um estágio no exterior, ele não recusará. =correta
D) Se estas caixas couberem no armário, a sala ficará organizada.
E) Se o microempresário quiser, poderá fazer futuros investimentos.
8-) A) Com os shows da banda, os músicos propõem um momento de descontração para os passageiros. = correta
B) Por causa da paralisação, as férias dos alunos terminaram
mais cedo.
C) Na cidade, já se esgotaram as vagas nos hotéis para o período de Carnaval.
D) Ela própria passou o uniforme de trabalho.
E) Seguem anexados ao e-mail o cronograma do curso e o
currículo dos inscritos.
Didatismo e Conhecimento
Saiba que:
O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos
aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e também
nominal). As preposições são capazes de modificar completamente
o sentido do que se está sendo dito. Veja os exemplos:
Cheguei ao metrô.
Cheguei no metrô.
72
LÍNGUA PORTUGUESA
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo
caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração “Cheguei
no metrô”, popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se
vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é
muito comum existirem divergências entre a regência coloquial,
cotidiana de alguns verbos, e a regência culta.
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de
acordo com sua transitividade. A transitividade, porém, não é um
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas
em frases distintas.
ção para o estabelecimento da relação de regência. Os pronomes
pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como
objetos indiretos são o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não
se utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes.
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
a) Consistir - Tem complemento introduzido pela preposição
“em”.
A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para
todos.
b) Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complementos introduzidos pela preposição “a”.
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
Eles desobedeceram às leis do trânsito.
c) Responder - Tem complemento introduzido pela preposição
“a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a quem” ou “ao
que” se responde.
Respondi ao meu patrão.
Respondemos às perguntas.
Respondeu-lhe à altura.
Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto quando
exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva analítica.
Veja:
O questionário foi respondido corretamente.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.
d) Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complementos introduzidos pela preposição “com”.
Antipatizo com aquela apresentadora.
Simpatizo com os que condenam os políticos que governam
para uma minoria privilegiada.
Verbos Intransitivos
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos aos adjuntos
adverbiais que costumam acompanhá-los.
a) Chegar, Ir
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais de
lugar. Na língua culta, as preposições usadas para indicar destino
ou direção são: a, para.
Fui ao teatro.
Adjunto Adverbial de Lugar
Ricardo foi para a Espanha.
Adjunto Adverbial de Lugar
b) Comparecer
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em ou a.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último
jogo.
Verbos Transitivos Diretos
Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos
diretos. Isso significa que não exigem preposição para o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses verbos, devemos lembrar que os pronomes oblíquos o, a, os, as atuam como
objetos diretos. Esses pronomes podem assumir as formas lo, los,
la, las (após formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na,
nos, nas (após formas verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
São verbos transitivos diretos, dentre outros: abandonar,
abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar, condenar,
conhecer, conservar,convidar, defender, eleger, estimar, humilhar,
namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar.
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o
verbo amar:
Amo aquele rapaz. / Amo-o.
Amo aquela moça. / Amo-a.
Amam aquele rapaz. / Amam-no.
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de
um objeto direto e um indireto. Merecem destaque, nesse grupo:
Agradecer, Perdoar e Pagar
São verbos que apresentam objeto direto relacionado a coisas
e objeto indireto relacionado a pessoas. Veja os exemplos:
Agradeço
a audiência.
Objeto Direto
Cristo ensina que é preciso perdoar o pecado
ao pecador.
Objeto Direto Objeto Indireto
Paguei
Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para
indicar posse (caso em que atuam como adjuntos adnominais).
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira)
Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)
o débito
Objeto Direto
ao cobrador.
Objeto Indireto
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com particular cuidado. Observe:
Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
Paguei minhas contas. / Paguei-as.
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
Verbos Transitivos Indiretos
Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma preposi-
Didatismo e Conhecimento
aos ouvintes
Objeto Indireto
73
LÍNGUA PORTUGUESA
Informar
- Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto indireto
ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
Informe os novos preços aos clientes.
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos preços)
AGRADAR
1) Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos,
acariciar.
Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada quando o revê.
Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia
não perde oportunidade de agradá-lo.
2) Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado
a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido pela
preposição “a”.
O cantor não agradou aos presentes.
O cantor não lhes agradou.
- Na utilização de pronomes como complementos, veja as
construções:
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre
eles)
Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada para os
seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.
ASPIRAR
1) Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o
ar), inalar.
Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
2) Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter como
ambição.
Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspirávamos a
elas)
Comparar
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento indireto.
Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança.
Pedir
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma
de oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa.
Pedi-lhe
favores.
Objeto Indireto
Objeto Direto
Pedi-lhe
Objeto Indireto
Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa, mas coisa, não se usam as formas pronominais átonas “lhe”
e “lhes” e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela (s)”. Veja o
exemplo:
Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela)
que mantivesse em silêncio.
Oração Subordinada Substantiva
Objetiva Direta
ASSISTIR
1) Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar assistência a, auxiliar. Por Exemplo:
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
2) Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar,
estar presente, caber, pertencer. Exemplos:
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões.
Essa lei assiste ao inquilino.
Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar introduzido pela preposição “em”.
Assistimos numa conturbada cidade.
Saiba que:
1) A construção “pedir para”, muito comum na linguagem
cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No
entanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver subentendida.
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz uma
oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo (para ir
entregar-lhe os catálogos em casa).
2) A construção “dizer para”, também muito usada popularmente, é igualmente considerada incorreta.
Preferir
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indireto introduzido pela preposição “a”. Por Exemplo:
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Prefiro trem a ônibus.
Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem
termos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente no
próprio verbo (pre).
CHAMAR
1) Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solicitar
a atenção ou a presença de.
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
2) Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar
objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo preposicionado ou não.
A torcida chamou o jogador mercenário.
A torcida chamou ao jogador mercenário.
A torcida chamou o jogador de mercenário.
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
Mudança de Transitividade versus Mudança de Significado
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade,
apresentam mudança de significado. O conhecimento das diferentes regências desses verbos é um recurso linguístico muito importante, pois além de permitir a correta interpretação de passagens
escritas, oferece possibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os principais, estão:
Didatismo e Conhecimento
CUSTAR
1) Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor ou
preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial.
74
LÍNGUA PORTUGUESA
Frutas e verduras não deveriam custar muito.
2) No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou transitivo indireto.
Muito custa
viver tão longe da família.
Verbo
Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
Intransitivo
Reduzida de Infinitivo
Custa-me (a mim)
Objeto
Indireto
crer que tomou realmente aquela atitude.
Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
Reduzida de Infinitivo
Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por pessoa. Observe o
exemplo abaixo:
Custei para entender o problema.
Forma correta: Custou-me entender o problema.
IMPLICAR
1) Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
a) dar a entender, fazer supor, pressupor
Suas atitudes implicavam um firme propósito.
b) Ter como consequência, trazer como consequência, acarretar, provocar
Liberdade de escolha implica amadurecimento político de um povo.
2) Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, envolver
Implicaram aquele jornalista em questões econômicas.
Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indireto e rege com preposição “com”.
Implicava com quem não trabalhasse arduamente.
PROCEDER
1) Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter cabimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, agir. Nessa segunda
acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial de modo.
As afirmações da testemunha procediam, não havia como refutá-las.
Você procede muito mal.
2) Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição” de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido pela preposição “a”)
é transitivo indireto.
O avião procede de Maceió.
Procedeu-se aos exames.
O delegado procederá ao inquérito.
QUERER
1) Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar.
Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor.
2) Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar.
Quero muito aos meus amigos.
Ele quer bem à linda menina.
Despede-se o filho que muito lhe quer.
VISAR
1) Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo.
O gerente não quis visar o cheque.
2) No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.
Regência Nominal
É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o
mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos.
Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição «a”.Veja:
Didatismo e Conhecimento
75
LÍNGUA PORTUGUESA
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atentamente e procure,
sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regência você conhece.
Substantivos
Admiração a, por
Aversão a, para, por
Atentado a, contra
Bacharel em
Capacidade de, para
Devoção a, para, com, por
Doutor em
Dúvida acerca de, em, sobre
Horror a
Impaciência com
Medo a, de
Obediência a
Ojeriza a, por
Proeminência sobre
Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a
Acostumado a, com
Afável com, para com
Agradável a
Alheio a, de
Análogo a
Ansioso de, para, por
Apto a, para
Ávido de
Benéfico a
Capaz de, para
Compatível com
Contemporâneo a, de
Contíguo a
Contrário a
Curioso de, por
Descontente com
Desejoso de
Diferente de
Entendido em
Equivalente a
Escasso de
Essencial a, para
Fácil de
Fanático por
Favorável a
Generoso com
Grato a, por
Hábil em
Habituado a
Idêntico a
Impróprio para
Indeciso em
Insensível a
Liberal com
Natural de
Necessário a
Nocivo a
Paralelo a
Parco em, de
Passível de
Preferível a
Prejudicial a
Prestes a
Propício a
Próximo a
Relacionado com
Relativo a
Satisfeito com, de, em, por
Semelhante a
Sensível a
Sito em
Suspeito de
Vazio de
Advérbios
Longe de
Perto de
Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; paralelamente a;
relativa a; relativamente a.
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
Questões sobre Regência Nominal e Verbal
01. (Administrador – FCC – 2013-adap.).
... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras ciências ...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em:
A) ...astros que ficam tão distantes ...
B) ...que a astronomia é uma das ciências ...
C) ...que nos proporcionou um espírito ...
D) ...cuja importância ninguém ignora ...
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro ...
02.(Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013-adap.).
... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos do sueco.
O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de complementos que o grifado acima está empregado em:
A) ...que existe uma coisa chamada exército...
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra?
C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia...
D) Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro...
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.
Didatismo e Conhecimento
76
LÍNGUA PORTUGUESA
03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.).
... constava simplesmente de uma vareta quebrada em partes
desiguais...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em:
A) Em campos extensos, chegavam em alguns casos a extremos de sutileza.
B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado nos
troncos mais robustos.
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam,
não raro, quem...
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na serra de Tunuí...
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o gentio,
mestre e colaborador...
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapidamente,
seu espaço na carreira científica ainda que o avanço seja mais notável em alguns países, o Brasil é um exemplo, do que em outros.
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam rapidamente
seu espaço na carreira científica; ainda que o avanço seja mais notável, em alguns países, o Brasil é um exemplo!, do que em outros.
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam rapidamente
seu espaço, na carreira científica, ainda que o avanço seja mais notável, em alguns países: o Brasil é um exemplo, do que em outros.
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço seja mais
notável em alguns países – o Brasil é um exemplo – do que em
outros.
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamente, seu
espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais notável
em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em outros.
04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.).
... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o da
frase acima se encontra em:
A) A palavra direito, em português, vem de directum, do verbo latino dirigere...
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das sociedades...
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado pela
justiça.
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspirações
da justiça...
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o sentimento
de justiça.
07. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assinale a
alternativa correta quanto à regência dos termos em destaque.
(A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a responsabilidade pelo problema.
(B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter se
perdido.
(C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho de um
índio na porta do prédio.
(D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se perdido
de sua família.
(E) A família toda se organizou para realizar a procura à garotinha.
08. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013). Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas do
texto, de acordo com as regras de regência.
Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem corporal e a
exposição a imagens idealizadas pela mídia.
A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que a
mídia pode exercer sobre os jovens.
A) dos … na
B) nos … entre a
C) aos … para a
D) sobre os … pela
E) pelos … sob a
05. Leia a tira a seguir.
09. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas – VUNESP – 2013). Considerando a norma-padrão da língua,
assinale a alternativa em que os trechos destacados estão corretos
quanto à regência, verbal ou nominal.
A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais de dez
mil tomadas.
B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver um
homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de criar logotipos e negociar.
D) O taxista levou o autor a indagar no número de tomadas
do edifício.
E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor reparasse
a um prédio na marginal.
Considerando as regras de regência da norma-padrão da língua portuguesa, a frase do primeiro quadrinho está corretamente
reescrita, e sem alteração de sentido, em:
A) Ter amigos ajuda contra o combate pela depressão.
B) Ter amigos ajuda o combate sob a depressão.
C) Ter amigos ajuda do combate com a depressão.
D) Ter amigos ajuda ao combate na depressão.
E) Ter amigos ajuda no combate à depressão.
10. (Assistente de Informática II – VUNESP – 2013). Assinale
a alternativa que substitui a expressão destacada na frase, conforme as regras de regência da norma-padrão da língua e sem alteração de sentido.
06. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alternativa
em que o período, adaptado da revista Pesquisa Fapesp de junho de
2012, está correto quanto à regência nominal e à pontuação.
Didatismo e Conhecimento
77
LÍNGUA PORTUGUESA
6-) A correção do item deve respeitar as regras de pontuação
também. Assinalei apenas os desvios quanto à regência (pontuação
encontra-se em tópico específico)
(A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam,
(B) Não há dúvida de que
(erros quanto à pontuação)
(C) Não há dúvida de que as mulheres,
(erros quanto à
pontuação)
(E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente,
seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais notável em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em outros.
Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de direitos
dos trabalhadores domésticos.
A) da
B) na
C) pela
D) sob a
E) sobre a
GABARITO
01. D
06. D
02. D
07. A
03. A
08. C
04. A 05. E
09. A 10. C
COMENTÁRIOS
7-) (B) A menina tinha o receio de levar uma bronca por ter
se perdido.
(C) A garota tinha apenas a lembrança do desenho de um índio
na porta do prédio.
(D) A menina não tinha orgulho do fato de ter se perdido de
sua família.
(E) A família toda se organizou para realizar a procura pela
garotinha.
1-) ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras
ciências ...
Facilitar – verbo transitivo direto
A) ...astros que ficam tão distantes ... = verbo de ligação
B) ...que a astronomia é uma das ciências ... = verbo de ligação
C) ...que nos proporcionou um espírito ... = verbo transitivo
direto e indireto
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro = verbo
transitivo indireto
8-) Os estudos
aos quais a pesquisadora se reportou já
assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem corporal e
a exposição a imagens idealizadas pela mídia.
A pesquisa faz um alerta para a influência negativa que a
mídia pode exercer sobre os jovens.
2-) ... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos do sueco.
Pedir = verbo transitivo direto e indireto
A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... = transitivo direto
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? =verbo de ligação
C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia...
=verbo intransitivo
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.
=transitivo direto
9-) B) O autor fez conjecturas sobre a possibilidade de haver
um homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
C) Centenas de trabalhadores estão empenhados em criar logotipos e negociar.
D) O taxista levou o autor a indagar sobre o número de tomadas do edifício.
E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor reparasse
em um prédio na marginal.
3-) ... constava simplesmente de uma vareta quebrada em partes desiguais...
Constar = verbo intransitivo
B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado nos
troncos mais robustos. =ligação
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam,
não raro, quem... =transitivo direto
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na serra de Tunuí... = transitivo direto
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o gentio,
mestre e colaborador...=transitivo direto
10-) Muitas organizações lutaram pela
tos dos trabalhadores domésticos.
11 SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
- Sinônimos
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto - abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir.
Observação: A contribuição greco-latina é responsável pela
existência de numerosos pares de sinônimos: adversário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemiciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e diálogo; transformação e
metamorfose; oposição e antítese.
4-) ... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça...
Lidar = transitivo intransitivo
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das sociedades... =transitivo direto
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado pela
justiça. =ligação
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspirações da
justiça... =transitivo direto e indireto
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o sentimento
de justiça. =transitivo direto
- Antônimos
São palavras de significação oposta: ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar; mal - bem.
Observação: A antonímia pode originar-se de um prefixo de
sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e discórdia; ativo e inativo;
esperar e desesperar; comunista e anticomunista; simétrico e assimétrico.
5-) Considerando as regras de regência da norma-padrão da
língua portuguesa, a frase do primeiro quadrinho está corretamente
reescrita, e sem alteração de sentido, em:
Ter amigos ajuda no combate à depressão.
Didatismo e Conhecimento
igualdade de direi-
78
LÍNGUA PORTUGUESA
Os alunos da turma avançada de robótica, por exemplo, constroem carros com sensores de movimento que respondem à aproximação das pessoas. A fonte de energia vem de baterias de celular.
“Tirando alguns sensores, que precisamos comprar, é tudo reciclagem”, comentou o instrutor de robótica do CMID, Leandro Schneider. Esses alunos também aprendem a consertar computadores
antigos. “O nosso projeto só funciona por causa do lixo eletrônico.
Se tivéssemos que comprar tudo, não seria viável”, completou.
Em uma época em que celebridades do mundo digital fazem
campanha a favor do ensino de programação nas escolas, é inspirador o relato de Dionatan Gabriel, aluno da turma avançada de
robótica do CMID que, aos 16 anos, já sabe qual será sua profissão. “Quero ser programador. No início das aulas, eu achava meio
chato, mas depois fui me interessando”, disse.
O que são Homônimos e Parônimos:
- Homônimos
a) Homógrafos: são palavras iguais na escrita e diferentes na
pronúncia:
rego (subst.) e rego (verbo);
colher (verbo) e colher (subst.);
jogo (subst.) e jogo (verbo);
denúncia (subst.) e denuncia (verbo);
providência (subst.) e providencia (verbo).
b) Homófonos: são palavras iguais na pronúncia e diferentes
na escrita:
acender (atear) e ascender (subir);
concertar (harmonizar) e consertar (reparar);
cela (compartimento) e sela (arreio);
censo (recenseamento) e senso (juízo);
paço (palácio) e passo (andar).
(Giordano Tronco, www.techtudo.com.br, 07.07.2013. Adaptado)
02. A palavra em destaque no trecho –“Tirando alguns sensores, que precisamos comprar, é tudo reciclagem”... – pode ser
substituída, sem alteração do sentido da mensagem, pela seguinte
expressão:
A) Pelo menos
B) A contar de
C) Em substituição a
D) Com exceção de
E) No que se refere a
c) Homógrafos e homófonos simultaneamente: São palavras
iguais na escrita e na pronúncia:
caminho (subst.) e caminho (verbo);
cedo (verbo) e cedo (adv.);
livre (adj.) e livre (verbo).
03. Assinale a alternativa que apresenta um antônimo para o
termo destacado em – …“No início das aulas, eu achava meio chato, mas depois fui me interessando”, disse.
A) Estimulante.
B) Cansativo.
C) Irritante.
D) Confuso.
E) Improdutivo.
- Parônimos
São palavras parecidas na escrita e na pronúncia: coro e couro;
cesta e sesta; eminente e iminente; osso e ouço; sede e cede; comprimento e cumprimento; tetânico e titânico; autuar e atuar;
degradar e degredar; infligir e infringir; deferir e diferir; suar
e soar.
04. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
– 2013). Analise as afirmações a seguir.
I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso por
homicídio. – o termo em destaque pode ser substituído, sem alteração do sentido do texto, por “faz”.
II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser reescrita da seguinte forma – Todo preso aspira à libertação.
III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma diferente aqui
no presídio devido ao bom comportamento. – pode-se substituir a
expressão em destaque por “em razão do”, sem alterar o sentido
do texto.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, está
correto o que se afirma em
A) I, II e III.
B) III, apenas.
C) I e III, apenas.
D) I, apenas.
E) I e II, apenas.
http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos,-antonimos,-homonimos-e-paronimos
Questões sobre Significação das Palavras
01. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase abaixo:
Da mesma forma que os italianos e japoneses _________ para
o Brasil no século passado, hoje os brasileiros ________ para a
Europa e para o Japão, à busca de uma vida melhor; internamente,
__________ para o Sul, pelo mesmo motivo.
a) imigraram - emigram - migram
b) migraram - imigram - emigram
c) emigraram - migram - imigram.
d) emigraram - imigram - migram.
e) imigraram - migram – emigram
05. Leia as frases abaixo:
1 - Assisti ao ________ do balé Bolshoi;
2 - Daqui ______ pouco vão dizer que ______ vida em Marte.
3 - As _________ da câmara são verdadeiros programas de
humor.
4 - ___________ dias que não falo com Alfredo.
Escolha a alternativa que oferece a sequência correta de vocábulos para as lacunas existentes:
a) concerto – há – a – cessões – há;
b) conserto – a – há – sessões – há;
c) concerto – a – há – seções – a;
d) concerto – a – há – sessões – há;
e) conserto – há – a – sessões – a .
Agente de Apoio – Microinformática – VUNESP – 2013 Leia o texto para responder às questões de números 02 e 03.
Alunos de colégio fazem robôs com sucata eletrônica
Você comprou um smartphone e acha que aquele seu celular antigo é imprestável? Não se engane: o que é lixo para alguns
pode ser matéria-prima para outros. O CMID – Centro Marista de
Inclusão Digital –, que funciona junto ao Colégio Marista de Santa
Maria, no Rio Grande do Sul, ensina os alunos do colégio a fazer
robôs a partir de lixo eletrônico.
Didatismo e Conhecimento
79
LÍNGUA PORTUGUESA
06. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
– 2013-adap.). Considere o seguinte trecho para responder à questão.
Adolescentes vivendo em famílias que não lhes transmitiram
valores sociais altruísticos, formação moral e não lhes impuseram
limites de disciplina.
O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse trecho, é:
A) de desprendimento.
B) de responsabilidade.
C) de abnegação.
D) de amor.
E) de egoísmo.
Há muito a ser feito. Uma pesquisa mostrou que 55,4% das
pessoas acreditam no consumo consciente, mas essas mesmas pessoas admitem que já compraram produto pirata. Temos de refletir
sobre isso para mudar nossas atitudes.
07. Assinale o único exemplo cuja lacuna deve ser preenchida
com a primeira alternativa da série dada nos parênteses:
A) Estou aqui _______ de ajudar os flagelados das enchentes.
(afim- a fim).
B) A bandeira está ________. (arreada - arriada).
C) Serão punidos os que ________ o regulamento. (inflingirem - infringirem).
D) São sempre valiosos os ________ dos mais velhos. (concelhos - conselhos).
E) Moro ________ cem metros da praça principal. (a cerca
de - acerca de).
10. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013). Na
frase – Os consumidores são assediados pelo marketing... –, a palavra destacada pode ser substituída, sem alteração de sentido, por:
A) perseguidos.
B) ameaçados.
C) acompanhados.
D) gerados.
E) preparados.
(Jornal da Tarde 24.04.2007. Adaptado)
No trecho – Temos uma expectativa, um envolvimento e aceitação... –, a palavra destacada apresenta sentido contrário de
A) vontade.
B) apreciação.
C) avaliação.
D) rejeição.
E) indiferença.
GABARITO
01. A 02. D 03. A
06. E 07. E 08. A
08. Assinale a alternativa correta, considerando que à direita
de cada palavra há um sinônimo.
a) emergir = vir à tona; imergir = mergulhar
b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país)
c) delatar = expandir; dilatar = denunciar
d) deferir = diferenciar; diferir = conceder
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação
05. D
10. A
COMENTÁRIOS
1-) Da mesma forma que os italianos e japoneses
imigraram
para o Brasil no século passado, hoje os brasileiros emigram para a Europa e para o Japão, à busca de uma vida melhor;
internamente,
migram
para o Sul, pelo mesmo motivo.
2-) “Com exceção de alguns sensores, que precisamos comprar, é tudo reciclagem”...
09. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013). Leia
o texto a seguir.
3-) antônimo para o termo destacado : “No início das aulas, eu
achava meio chato, mas depois fui me interessando”
“No início das aulas, eu achava meio estimulante, mas depois
fui me interessando”
Temos o poder da escolha
Os consumidores são assediados pelo marketing a todo momento para comprarem além do que necessitam, mas somente eles
podem decidir o que vão ou não comprar. É como se abrissem em
nós uma “caixa de necessidades”, mas só nós temos o poder da
escolha.
Cada vez mais precisamos do consumo consciente. Será que
paramos para pensar de onde vem o produto que estamos consumindo e se os valores da empresa são os mesmos em que acreditamos? A competitividade entre as empresas exige que elas evoluam
para serem opções para o consumidor. Nos anos 60, saber fabricar
qualquer coisa era o suficiente para ter uma empresa. Nos anos 70,
era preciso saber fazer com qualidade e altos índices de produção.
Já no ano 2000, a preocupação era fazer melhor ou diferente da
concorrência e as empresas passaram a atuar com responsabilidade
socioambiental.
O consumidor tem de aprender a dizer não quando a sua relação com a empresa não for boa. Se não for boa, deve comprar o
produto em outro lugar. Os cidadãos não têm ideia do poder que
possuem.
É importante, ainda, entender nossa relação com a empresa ou
produto que vamos eleger. Temos uma expectativa, um envolvimento e aceitação e a preferência dependerá das ações que aprovamos ou não nas empresas, pois podemos mudar de ideia.
Didatismo e Conhecimento
04. A
09. D
4-)
I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso por
homicídio. – o termo em destaque pode ser substituído, sem alteração do sentido do texto, por “faz”. = correta
II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser reescrita da seguinte forma – Todo preso aspira à libertação. = correta
III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma diferente aqui
no presídio devido ao bom comportamento. – pode-se substituir a
expressão em destaque por “em razão do”, sem alterar o sentido
do texto. =correta
5-) 1 - Assisti ao
concerto
do balé Bolshoi;
2 - Daqui
a pouco vão dizer que
há (=existe) vida
em Marte.
3 – As
sessões
da câmara são verdadeiros programas
de humor.
4Há
dias que não falo com Alfredo. (=tempo
passado)
6-) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes transmitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não lhes impuseram limites de disciplina.
80
LÍNGUA PORTUGUESA
O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse trecho,
é de egoísmo
Altruísmo é um tipo de comportamento encontrado nos seres
humanos e outros seres vivos, em que as ações de um indivíduo
beneficiam outros. É sinônimo de filantropia. No sentido comum
do termo, é muitas vezes percebida, também, como sinônimo de
solidariedade. Esse conceito opõe-se, portanto, ao egoísmo, que
são as inclinações específica e exclusivamente individuais (pessoais ou coletivas).
Nas outras que seguem o significado é de: participação, interação mediante a uma tarefa realizada; mão como parte do corpo humano e por último simboliza o roubo, visto de maneira pejorativa.
Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo percebemos
que o prefixo “poli” significa multiplicidade de algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em consideração as situações de aplicabilidade.
Há uma infinidade de outros exemplos em que podemos verificar a ocorrência da polissemia, como por exemplo:
O rapaz é um tremendo gato.
O gato do vizinho é peralta.
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua sobrevivência
O passarinho foi atingido no bico.
7-) A) Estou aqui
a fim de
de ajudar os flagelados das
enchentes. (afim = O adjetivo “afim” é empregado para indicar que
uma coisa tem afinidade com a outra. Há pessoas que têm temperamentos afins, ou seja, parecidos)
B) A bandeira está
arriada .
(arrear = colocar arreio
no cavalo)
C) Serão punidos os que
infringirem
o regulamento.
(inflingirem = aplicarem a pena)
D) São sempre valiosos os
conselhos dos mais velhos;
(concelhos= Porção territorial ou parte administrativa de um distrito).
E) Moro a cerca de cem metros da praça principal. (acerca
de = Acerca de é sinônimo de “a respeito de”.).
Polissemia e homonímia
A confusão entre polissemia e homonímia é bastante comum.
Quando a mesma palavra apresenta vários significados, estamos
na presença da polissemia. Por outro lado, quando duas ou mais
palavras com origens e significados distintos têm a mesma grafia e
fonologia, estamos perante uma homonímia.
A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é polissemia
porque os diferentes significados para a palavra manga têm origens
diferentes, e por isso alguns estudiosos mencionam que a palavra
manga deveria ter mais do que uma entrada no dicionário.
“Letra” é uma palavra polissêmica. Letra pode significar o
elemento básico do alfabeto, o texto de uma canção ou a caligrafia
de um determinado indivíduo. Neste caso, os diferentes significados estão interligados porque remetem para o mesmo conceito, o
da escrita.
8-) b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país) =
significados invertidos
c) delatar = expandir; dilatar = denunciar
= significados
invertidos
d) deferir = diferenciar; diferir = conceder
= significados
invertidos
e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação
= significados invertidos
9-) Temos uma expectativa, um envolvimento e aceitação... –,
a palavra destacada apresenta sentido contrário de rejeição.
Polissemia e ambiguidade
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode ser ambíguo,
ou seja, apresenta mais do que uma interpretação. Essa ambiguidade pode ocorrer devido à colocação específica de uma palavra (por
exemplo, um advérbio) em uma frase. Vejamos a seguinte frase:
Pessoas que têm uma alimentação equilibrada frequentemente são
felizes. Neste caso podem existir duas interpretações diferentes.
As pessoas têm alimentação equilibrada porque são felizes ou são
felizes porque têm uma alimentação equilibrada.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela pode
induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpretação. Para
fazer a interpretação correta é muito importante saber qual o contexto em que a frase é proferida.
10-) Os consumidores são assediados pelo marketing... –, a
palavra destacada pode ser substituída, sem alteração de sentido,
por perseguidos.
Polissemia
Consideremos as seguintes frases:
Paula tem uma mão para cozinhar que dá inveja!
Vamos! Coloque logo a mão na massa!
As crianças estão com as mãos sujas.
Passaram a mão na minha bolsa e nem percebi.
Chegamos à conclusão de que se trata de palavras idênticas no
que se refere à grafia, mas será que possuem o mesmo significado?
Existe uma parte da gramática normativa denominada Semântica. Ela trabalha a questão dos diferentes significados que uma
mesma palavra apresenta de acordo com o contexto em que se insere.
Tomando como exemplo as frases já mencionadas, analisaremos os vocábulos de mesma grafia, de acordo com seu sentido
denotativo, isto é, aquele retratado pelo dicionário.
Na primeira, a palavra “mão” significa habilidade, eficiência
diante do ato praticado.
Didatismo e Conhecimento
Fontes:
http://www.significados.com.br/polissemia/
http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia.htm
Na língua portuguesa, uma PALAVRA (do latim parabola, que
por sua vez deriva do grego parabolé) pode ser definida como sendo um conjunto de letras ou sons de uma língua, juntamente com a
ideia associada a este conjunto.
81
LÍNGUA PORTUGUESA
C) Buffett queria entender o porquê.
D) Questiona.
E) Coloca o dedo na ferida.
Sentido Próprio e Figurado das Palavras
Pela própria definição acima destacada podemos perceber que
a palavra é composta por duas partes, uma delas relacionada a sua
forma escrita e os seus sons (denominada significante) e a outra
relacionada ao que ela (palavra) expressa, ao conceito que ela traz
(denominada significado).
Em relação ao seu SIGNIFICADO as palavras subdividem-se
assim:
- Sentido Próprio - é o sentido literal, ou seja, o sentido comum que costumamos dar a uma palavra.
- Sentido Figurado - é o sentido “simbólico”, “figurado”, que
podemos dar a uma palavra.
Vamos analisar a palavra cobra utilizada em diferentes contextos:
1. A cobra picou o menino. (cobra = tipo de réptil peçonhento)
2. A sogra dele é uma cobra. (cobra = pessoa desagradável,
que adota condutas pouco apreciáveis)
3. O cara é cobra em Física! (cobra = pessoa que conhece
muito sobre alguma coisa, “expert”)
No item 1 aplica-se o termo cobra em seu sentido comum (ou
literal); nos itens 2 e 3 o termo cobra é aplicado em sentido figurado.
Podemos então concluir que um mesmo significante (parte
concreta) pode ter vários significados (conceitos).
02. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013). Assinale a alternativa que apresenta palavra empregada no sentido
figurado.
A)...somente eles podem decidir o que vão ou não comprar.
B) Há consumidores que gastam rios de dinheiro com supérfluos.
C)… deve comprar o produto em outro lugar.
D)… de onde vem o produto que estamos consumindo…
E) Temos de refletir sobre isso para mudar nossas atitudes.
03. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
– 2013). Leia o texto a seguir.
“Xadrez que liberta”: estratégia, concentração e reeducação
João Carlos de Souza Luiz cumpre pena há três anos e dois
meses por assalto. Fransley Lapavani Silva está há sete anos preso
por homicídio. Os dois têm 30 anos. Além dos muros, grades, cadeados e detectores de metal, eles têm outros pontos em comum:
tabuleiros e peças de xadrez.
O jogo, que eles aprenderam na cadeia, além de uma válvula
de escape para as horas de tédio, tornou-se uma metáfora para o
que pretendem fazer quando estiverem em liberdade.
“Quando você vai jogar uma partida de xadrez, tem que pensar duas, três vezes antes. Se você movimenta uma peça errada,
pode perder uma peça de muito valor ou tomar um xeque-mate,
instantaneamente. Se eu for para a rua e movimentar a peça errada,
eu posso perder uma peça muito importante na minha vida, como
eu perdi três anos na cadeia. Mas, na rua, o problema maior é tomaro xeque-mate”, afirma João Carlos.
O xadrez faz parte da rotina de cerca de dois mil internos em
22 unidades prisionais do Espírito Santo. É o projeto “Xadrez que
liberta”. Duas vezes por semana, os presos podem praticar a atividade sob a orientação de servidores da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus). Na próxima sexta-feira, será realizado o primeiro torneio fora dos presídios desde que o projeto foi implantado. Vinte e
oito internos de 14 unidades participam da disputa, inclusive João
Carlos e Fransley, que diz que a vitória não é o mais importante.
“Só de chegar até aqui já estou muito feliz, porque eu não
esperava. A vitória não é tudo. Eu espero alcançar outras coisas
devido ao xadrez, como ser olhado com outros olhos, como estou
sendo olhado de forma diferente aqui no presídio devido ao bom
comportamento”.
Segundo a coordenadora do projeto, Francyany Cândido Venturin, o “Xadrez que liberta” tem provocado boas mudanças no
comportamento dos presos. “Tem surtido um efeito positivo por
eles se tornarem uma referência positiva dentro da unidade, já que
cumprem melhor as regras, respeitam o próximo e pensam melhor
nas suas ações, refletem antes de tomar uma atitude”.
Embora a Sejus não monitore os egressos que ganham a liberdade, para saber se mantêm o hábito do xadrez, João Carlos já faz
planos. “Eu incentivo não só os colegas, mas também minha família. Sou casado e tenho três filhos. Já passei para a minha família:
xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo vai ter que aprender
porque vai rolar até o torneio familiar”.
Denotação e Conotação
- Denotação: verifica-se quando utilizamos a palavra com o
seu significado primitivo e original, com o sentido do dicionário;
usada de modo automatizado; linguagem comum. Veja este exemplo:
Cortaram as asas da ave para que não voasse mais.
Aqui a palavra em destaque é utilizada em seu sentido próprio, comum, usual, literal.
- MINHA DICA - Procure associar Denotação com Dicionário: trata-se de definição literal, quando o termo é utilizado em seu
sentido dicionarístico.
- Conotação: verifica-se quando utilizamos a palavra com o
seu significado secundário, com o sentido amplo (ou simbólico);
usada de modo criativo, figurado, numa linguagem rica e expressiva. Veja este exemplo:
Seria aconselhável cortar as asas deste menino, antes que seja
tarde mais.
Já neste caso o termo (asas) é empregado de forma figurada,
fazendo alusão à ideia de restrição e/ou controle de ações; disciplina, limitação de conduta e comportamento.
FONTE: http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/oficial-de-justica-tjm-sp/lingua-portuguesa-sentido-proprio-e-figurado-das-palavras.html
Questões sobre Denotação e Conotação
01. (Agente de Apoio – Microinformática – VUNESP – 2013).
Uma frase empregada – exclusivamente – com sentido figurado é:
A) Não é o tipo de companhia que se quer para tomar um
vinho ou ir ao cinema.
B) No início de maio, Buffett convidou um sujeito chamado
Doug Kass para participar de um dos painéis que compuseram a
reunião anual de investidores de sua empresa, a Berkshire Hathaway.
Didatismo e Conhecimento
82
LÍNGUA PORTUGUESA
“Medidas de promoção de educação e que possibilitem que
o egresso saia melhor do que entrou são muito importantes. Nós
não temos pena de morte ou prisão perpétua no Brasil. O preso
tem data para entrar e data para sair, então ele tem que sair sem
retornar para o crime”, analisa o presidente do Conselho Estadual
de Direitos Humanos, Bruno Alves de Souza Toledo.
(Disponível em: www.inapbrasil.com.br/en/noticias/xadrez-que-liberta-estrategia-concentracao-e-reeducacao/6/noticias.
Acesso em: 18.08.2012. Adaptado)
A prevalência varia de um país para outro e entre as cidades
de um mesmo país, mas, como regra, começa nos grandes centros
urbanos e se dissemina pelo interior.
As estratégias que as sociedades adotam para combater a violência variam muito e a prevenção das causas evoluiu muito pouco
no decorrer do século 20, ao contrário dos avanços ocorridos no
campo das infecções, câncer, diabetes e outras enfermidades.
A agressividade impulsiva é consequência de perturbações
nos mecanismos biológicos de controle emocional. Tendências
agressivas surgem em indivíduos com dificuldades adaptativas
que os tornam despreparados para lidar com as frustrações de seus
desejos.
A violência é uma doença. Os mais vulneráveis são os que
tiveram a personalidade formada num ambiente desfavorável ao
desenvolvimento psicológico pleno.
A revisão de estudos científicos permite identificar três fatores
principais na formação das personalidades com maior inclinação
ao comportamento violento:
1) Crianças que apanharam, foram vítimas de abusos, humilhadas ou desprezadas nos primeiros anos de vida.
2) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes transmitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não lhes impuseram limites de disciplina.
3) Associação com grupos de jovens portadores de comportamento antissocial.
Na periferia das cidades brasileiras vivem milhões de crianças que se enquadram nessas três condições de risco. Associados à
falta de acesso aos recursos materiais, à desigualdade social, esses
fatores de risco criam o caldo de cultura que alimenta a violência
crescente nas cidades.
Na falta de outra alternativa, damos à criminalidade a resposta
do aprisionamento. Porém, seu efeito é passageiro: o criminoso
fica impedido de delinquir apenas enquanto estiver preso. Ao sair,
estará mais pobre, terá rompido laços familiares e sociais e dificilmente encontrará quem lhe dê emprego. Ao mesmo tempo, na
prisão, terá criado novas amizades e conexões mais sólidas com o
mundo do crime.
Construir cadeias custa caro; administrá-las, mais ainda. Obrigados a optar por uma repressão policial mais ativa, aumentaremos
o número de prisioneiros. As cadeias continuarão superlotadas.
Seria mais sensato investir em educação, para prevenir a criminalidade e tratar os que ingressaram nela.
Na verdade, não existe solução mágica a curto prazo. Precisamos de uma divisão de renda menos brutal, motivar os policiais
a executar sua função com dignidade, criar leis que acabem com
a impunidade dos criminosos bem-sucedidos e construir cadeias
novas para substituir as velhas.
Enquanto não aprendermos a educar e oferecer medidas preventivas para que os pais evitem ter filhos que não serão capazes
de criar, cabe a nós a responsabilidade de integrá-los na sociedade
por meio da educação formal de bom nível, das práticas esportivas
e da oportunidade de desenvolvimento artístico.
(Drauzio Varella. In Folha de S.Paulo, 9 mar.2002. Adaptado)
Considerando o contexto em que as seguintes frases foram
produzidas, assinale a alternativa em que há emprego figurado das
palavras.
A) O xadrez faz parte da rotina de cerca de dois mil internos
em 22 unidades prisionais do Espírito Santo.
B) Além dos muros, grades, cadeados e detectores de metal,
eles têm outros pontos em comum...
C) Nós não temos pena de morte ou prisão perpétua no Brasil.
D) “Mas, na rua, o problema maior é tomar o xeque-mate”,
afirma João Carlos.
E) Já passei para a minha família: xadrez, quando eu sair para
a rua, todo mundo vai ter que aprender...
04. (Agente de Promotoria – Assessoria – VUNESP – 2013).
Leia o texto a seguir.
Na FLIP, como na Copa
RIO DE JANEIRO – Durante entrevista na Festa Literária
Internacional de Paraty deste ano, o cantor Gilberto Gil criticou
as arquibancadas dos estádios brasileiros em jogos da Copa das
Confederações.
Poderia ter dito o mesmo sobre a plateia da Tenda dos Autores,
para a qual ele e mais de 40 outros se apresentaram. A audiência do
evento literário lembra muito a dos eventos Fifa: classe média alta.
Na Flip, como nas Copas por aqui, pobre só aparece “como
prestador de serviço”, para citar uma participante de um protesto
em Paraty, anteontem.
Como lembrou outro dos convidados da festa literária, o mexicano Juan Pablo Villalobos, esse cenário é “um espelho do que
é o Brasil”.
(Marco Aurélio Canônico, Na Flip, como na Copa. Folha de S.Paulo,
08.07.2013. Adaptado)
O termo espelho está empregado em sentido
A) figurado, significando qualidade.
B) próprio, significando modelo.
C) figurado, significando advertência.
D) próprio, significando símbolo.
E) figurado, significando reflexo.
05. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
– 2013). Leia o texto a seguir.
Violência epidêmica
Assinale a alternativa em cuja frase foi empregada palavra ou
expressão com sentido figurado.
A) Tendências agressivas surgem em indivíduos com dificuldades adaptativas ...(4.º parágrafo)
A violência urbana é uma enfermidade contagiosa. Embora
possa acometer indivíduos vulneráveis em todas as classes sociais,
é nos bairros pobres que ela adquire características epidêmicas.
Didatismo e Conhecimento
83
LÍNGUA PORTUGUESA
B) A revisão de estudos científicos permite identificar três fatores principais na formação das personalidades com maior inclinação ao comportamento violento... (6.º parágrafo)
C) As estratégias que as sociedades adotam para combater a
violência variam... (3.º parágrafo)
D) ...esses fatores de risco criam o caldo de cultura que alimenta a violência crescente nas cidades. (10.º parágrafo)
E) Os mais vulneráveis são os que tiveram a personalidade
formada num ambiente desfavorável ao desenvolvimento psicológico pleno. (5.º parágrafo)
B) O trabalho do caricaturista pareceu tão importante a seus
contemporâneos que recebeu o nome de “nova invenção artística.”
C) Manoel de Araújo Porto-Alegre foi o primeiro profissional
dessa arte e o primeiro a produzir caricaturas no Brasil.
D) O jornal alternativo em 1834 zunia às orelhas de todos e
atacava esta ou aquela personagem da Corte.
E) O livro sobre a arte caricatural respeita cronologicamente
os acontecimentos da história brasileira, suas temáticas políticas
e sociais.
08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas – VUNESP – 2013). Leia o texto a seguir.
06. O item em que o termo sublinhado está empregado no
sentido denotativo é:
A) “Além dos ganhos econômicos, a nova realidade rendeu
frutos políticos.”
B) “...com percentuais capazes de causar inveja ao presidente.”
C) “Os genéricos estão abrindo as portas do mercado...”
D) “...a indústria disparou gordos investimentos.”
E) “Colheu uma revelação surpreendente:...”
Tomadas e oboés
“O do meio, com heliponto, tá vendo?”, diz o taxista, apontando o enorme prédio espelhado, do outro lado da marginal: “A parte
elétrica, inteirinha, meu cunhado que fez”. Ficamos admirando o
edifício parcialmente iluminado ao cair da tarde e penso menos no
tamanho da empreitada do que em nossa variegada humanidade:
uns se dedicam à escrita, outros a instalações elétricas, lembro-me do meu tio Augusto, que vive de tocar oboé. “Fio, disjuntor,
tomada, tudo!”, insiste o motorista, com tanto orgulho que chega
a contaminar-me.
Pergunto quantas tomadas ele acha que tem, no prédio todo.
Há quem ria desse tipo de indagação. Meu taxista, não. É um homem sério, eu também, fazemos as contas: uns dez escritórios por
andar, cada um com umas seis salas, vezes 30 andares. “Cada sala
tem o quê? Duas tomadas?”
“Cê tá louco! Muito mais! Hoje em dia, com computador, essas coisas? Depois eu pergunto pro meu cunhado, mas pode botar
aí pra uma média de seis tomadas/sala.”
Ok: 10 x 6 x 6 x 30 = 10.800. Dez mil e oitocentas tomadas!
Há 30, 40 anos, uma hora dessas, a maior parte das tomadas
já estaria dormindo o sono dos justos, mas a julgar pelo número de
janelas acesas, enquanto volto para casa, lentamente, pela marginal, centenas de trabalhadores suam a camisa, ali no prédio: criam
logotipos, calculam custos para o escoamento da soja, negociam
minério de ferro. Talvez até, quem sabe, deitado num sofá, um
homem escute em seu iPod as notas de um oboé.
Alegra-me pensar nesse sujeito de olhos fechados, ouvindo
música. Bom saber que, na correria geral, em meio a tantos profissionais que acreditam estar diretamente envolvidos no movimento
de rotação da Terra, esse aí reservou-se cinco minutos de contemplação.
Está tarde, contudo. Algo não fecha: por que segue no escritório, esse homem? Por que não voltou para a mulher e os filhos, não
foi para o chope ou o cinema? O homem no sofá, entendo agora,
está ainda mais afundado do que os outros. O momento oboé era
apenas uma pausa para repor as energias, logo mais voltará à sua
mesa e a seus logotipos, à soja ou ao minério de ferro.
“Onze mil, cento e cinquenta”, diz o taxista, me mostrando o
celular. Não entendo. “É o SMS do meu cunhado: 11.150 tomadas.”
Olho o prédio mais uma vez, admirado com a instalação elétrica e nossa heteróclita humanidade, enquanto seguimos, feito cágados, pela marginal.
07. (Analista em C&T Júnior – Administração – VUNESP –
2013). Leia o texto a seguir.
O humor deve visar à crítica, não à graça, ensinou Chico Anysio, o humorista popular. E disse isso quando lhe solicitaram considerar o estado atual do riso brasileiro. Nos últimos anos de vida,
o escritor contribuía para o cômico apenas em sua porção de ator,
impedido pela televisão brasileira de produzir textos. E o que ele
dizia sobre a risada ajuda a entender a acomodação de muitos humoristas contemporâneos. Porque, quando eles humilham aqueles
julgados inferiores, os pobres, os analfabetos, os negros, os nordestinos, todos os oprimidos que parece fácil espezinhar, não funcionam bem como humoristas. O humor deve ser o oposto disto,
uma restauração do que é justo, para a qual desancar aqueles em
condições piores do que as suas não vale. Rimos, isso sim, do superior, do arrogante, daquele que rouba nosso lugar social.
O curioso é perceber como o Brasil de muito tempo atrás sabia
disso, e o ensinava por meio de uma imprensa ocupada em ferir a
brutal desigualdade entre os seres e as classes. Ao percorrer o extenso volume da História da Caricatura Brasileira (Gala Edições),
compreendemos que tal humor primitivo não praticava um rosário
de ofensas pessoais. Naqueles dias, humor parecia ser apenas, e
necessariamente, a virulência em relação aos modos opressivos do
poder.
A amplitude dessa obra é inédita. Saem da obscuridade os nomes que sucederam ao mais aclamado dos artistas a produzir arte
naquele Brasil, Angelo Agostini. Corcundas magros, corcundas
gordos, corcovas com cabeça de burro, todos esses seres compostos em aspecto polimórfico, com expressivo valor gráfico, eram os
responsáveis por ilustrar a subserviência a estender-se pela Corte
Imperial. Contra a escravidão, o comodismo dos bem--postos e
dos covardes imperialistas, esses artistas operavam seu espírito
crítico em jornais de todos os cantos do País.
(Carta Capital.13.02.2013. Adaptado)
Na frase –… compreendemos que tal humor primitivo não
praticava um rosário de ofensas pessoais. –, observa-se emprego
de expressão com sentido figurado, o que ocorre também em:
A) O livro sobre a história da caricatura estabelece marcos
inaugurais em relação a essa arte.
Didatismo e Conhecimento
(Antonio Prata, Folha de S.Paulo, 06.03.2013. Adaptado)
84
LÍNGUA PORTUGUESA
No trecho do sexto parágrafo – Bom saber que, na correria geral, em meio a tantos profissionais que acreditam estar diretamente
envolvidos no movimento de rotação da Terra, esse aí reservou-se
cinco minutos de contemplação. –, o segmento em destaque expressa, de modo figurado, um sentido equivalente ao da expressão:
profissionais que acreditam ser
A) incompreendidos, que são obrigados a trabalhar além do
expediente.
B) desvalorizados, que não são devidamente reconhecidos.
C) indispensáveis, que consideram realizar um trabalho de
grande importância.
D) metódicos, que gerenciam com rigidez a vida corporativa.
E) flexíveis, que sabem valorizar os momentos de ócio.
Comparando-se ao movimento de rotação, que acontece sem
a intervenção de quaisquer trabalhadores, “importantes” ou não.
9-) A dureza dos corações.
Corações de pessoas que parecem não ter sentimento.
12 REDAÇÃO OFICIAL
Pronomes de tratamento na redação oficial
A redação Oficial é a maneira para o poder público redigir atos
normativos. Para redigi-los, muitas regras fazem-se necessárias.
Entre elas, escrever de forma clara, concisa, sem muito comprometimento, bem como um uso adequado das formas de tratamento. Tais regras, acompanhadas de uma boa redação, com um bom
uso da linguagem, asseguram que os atos normativos sejam bem
executados.
No Poder Público, a todo momento nós nos deparamos com
situações em que precisamos escrever – ou falar – com pessoas
com as quais não temos familiaridade. Nesses casos, os pronomes
de tratamento assumem uma condição e precisam estar adequados
à categoria hierárquica da pessoa a quem nos dirigimos. E mais,
exige-se, em discurso falado ou escrito, uma homogeneidade na
forma de tratamento, não só nos pronomes como também nos verbos.
No entanto, as formas de tratamento não são do conhecimento
de todos. Para tanto, a partir do Manual da Presidência da República, apresentaremos as discriminações de usos dos pronomes de
tratamento:
09.Assinale a alternativa usada em sentido figurado:
A)A dureza das pedras.
B)O perfume das flores.
C)O verde das matas.
D)A dureza dos corações.
E)Nenhuma das alternativas anteriores.
GABARITO
01. E 02. B
06. B
03. D 04. E
07. D 08. C
05. D
09. D
COMENTÁRIOS
1-) Coloca o dedo na ferida.
Frase empregada para dizer que acerta o ponto fraco, onde
dói.
2-) Há consumidores que gastam rios de dinheiro com supérfluos.
Exagero, hipérbole.
São de uso consagrado: Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
3-) Mas, na rua, o problema maior é tomar o xeque-mate”,
afirma João Carlos.
É o lance que põe fim à partida, acaba com a liberdade, no
caso.
a) do Poder Executivo
Presidente da República;
Vice-Presidente da República;
Ministro de Estado;
Secretário-Geral da Presidência da República;
Consultor-Geral da República;
Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;
Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República;
Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República;
Secretários da Presidência da República;
Procurador – Geral da República;
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito
Federal;
Chefes de Estado – Maior das Três Armas;
Oficiais Generais das Forças Armadas;
Embaixadores;
Secretário Executivo e Secretário Nacional de Ministérios;
Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Prefeitos Municipais.
4-) O termo espelho está empregado em sentido figurado, significando reflexo do que é o país.
5-) criam o caldo de cultura que alimenta a violência crescente
nas cidades. (10.º parágrafo)
Criam o ambiente, as situações que alimentam, fortalecem a
violência.
6-) com percentuais capazes de causar inveja ao presidente.
Sentido denotativo = empregado com o sentido real da palavra
7-) O jornal alternativo em 1834 zunia às orelhas de todos e
atacava esta ou aquela personagem da Corte.
Zunir: Produzir som forte e áspero. Empregado no sentido de
“gritar” aos leitores as notícias.
b) do Poder Legislativo:
Presidente, Vice–Presidente e Membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal;
8-) indispensáveis, que consideram realizar um trabalho de
grande importância.
Didatismo e Conhecimento
85
LÍNGUA PORTUGUESA
Presidente e Membros do Tribunal de Contas da União;
Presidente e Membros dos Tribunais de Contas Estaduais;
Presidente e Membros das Assembleias Legislativas Estaduais;
Presidente das Câmaras Municipais.
Não se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite
sua compreensão. A transparência do sentido dos atos normativos,
bem como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado de
Direito: é inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos
cidadãos. A publicidade implica, pois, necessariamente, clareza e
concisão.
Fica claro também que as comunicações oficiais são necessariamente uniformes, pois há sempre um único comunicador (o
Serviço Público) e o receptor dessas comunicações ou é o próprio
Serviço Público (no caso de expedientes dirigidos por um órgão
a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou instituições tratados de
forma homogênea (o público).
A redação oficial não é necessariamente árida e infensa à evolução da língua. É que sua finalidade básica – comunicar com impessoalidade e máxima clareza – impõe certos parâmetros ao uso
que se faz da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do
texto jornalístico, da correspondência particular, etc.
Apresentadas essas características fundamentais da redação
oficial, passemos à análise pormenorizada de cada uma delas.
c) do Poder Judiciário:
Presidente e Membros do Supremo Tribunal Federal;
Presidente e Membros do Superior Tribunal de Justiça;
Presidente e Membros do Superior Tribunal Militar;
Presidente e Membros do Tribunal Superior Eleitoral;
Presidente e Membros do Tribunal Superior do Trabalho;
Presidente e Membros dos Tribunais de Justiça;
Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Federais;
Presidente e Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais;
Presidente e Membros dos Tribunais Regionais do Trabalho;
Juízes e Desembargadores;
Auditores da Justiça Militar.”
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos
Chefes do Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da República; Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional; Excelentíssimo
Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.
A Impessoalidade
A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela
escrita. Para que haja comunicação, são necessários: a) alguém
que comunique, b) algo a ser comunicado, e c) alguém que receba
essa comunicação. No caso da redação oficial, quem comunica é
sempre o Serviço Público (este ou aquele Ministério, Secretaria,
Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é
sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão que comunica; o destinatário dessa comunicação ou é o público, o conjunto
dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros
Poderes da União.
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal que deve ser
dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre:
a) da ausência de impressões individuais de quem comunica:
embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome do Serviço Público
que é feita a comunicação. Obtém-se, assim, uma desejável padronização, que permite que comunicações elaboradas em diferentes
setores da Administração guardem entre si certa uniformidade;
b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com
duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre
concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois casos,
temos um destinatário concebido de forma homogênea e impessoal;
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o universo temático das comunicações oficiais restringe-se a questões
que dizem respeito ao interesse público, é natural que não caiba
qualquer tom particular ou pessoal.
Desta forma, não há lugar na redação oficial para impressões
pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma carta a um
amigo, ou de um artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto
literário. A redação oficial deve ser isenta da interferência da individualidade que a elabora.
A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que
nos valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária impessoalidade.
E mais: As demais autoridades serão tratadas com o vocativo
Senhor, seguido do cargo respectivo: Senhor Senador, Senhor Juiz,
Senhor Ministro, Senhor Governador.
O Manual ainda preceitua que a forma de tratamento “Digníssimo” fica abolida para as autoridades descritas acima, afinal,
a dignidade é condição primordial para que tais cargos públicos
sejam ocupados.
Fica ainda dito que doutor não é forma de tratamento, mas
titulação acadêmica de quem defende tese de doutorado. Portanto,
é aconselhável que não se use discriminadamente tal termo. Para
que nenhuma de suas correspondências oficiais contenha inadequações, utilize bem os pronomes de tratamento.
AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
1. ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL
O que é Redação Oficial
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira
pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações. Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo.
A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade,
uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade
e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos decorrem da
Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A administração pública
direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
e eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda administração pública, claro que devem
igualmente nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais.
Didatismo e Conhecimento
86
LÍNGUA PORTUGUESA
A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem
nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio
caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter
normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou
regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O
mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua
é a de informar com clareza e objetividade.
As comunicações que partem dos órgãos públicos federais
devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro.
Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem
restrita a determinados grupos. Não há dúvida de que um texto
marcado por expressões de circulação restrita, como a gíria, os
regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão dificultada.
Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de
forma imediata qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa distância. Já a língua escrita
incorpora mais lentamente as transformações, tem maior vocação
para a permanência, e vale-se apenas de si mesma para comunicar.
Os textos oficiais, devido ao seu caráter impessoal e sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, requerem o
uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão culto
é aquele em que a) se observam as regras da gramática formal, e
b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do
idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está acima
das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos
modismos vocabulares, das idiossincrasias linguísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por
todos os cidadãos.
Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde que não seja confundida com pobreza
de expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica
emprego de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios da língua literária.
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um “padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto nos
atos e comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo
uso de determinadas expressões, ou será obedecida certa tradição
no emprego das formas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma de linguagem
burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações
que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de difícil entendimento por quem não esteja com
eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos.
Didatismo e Conhecimento
Formalidade e Padronização
As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é,
obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas exigências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem, é
imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se trata
somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nível;
mais do que isso, a formalidade diz respeito à polidez, à civilidade
no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação.
A formalidade de tratamento vincula-se, também, à necessária
uniformidade das comunicações. Ora, se a administração federal é
una, é natural que as comunicações que expede sigam um mesmo
padrão. O estabelecimento desse padrão exige que se atente para
todas as características da redação oficial e que se cuide, ainda, da
apresentação dos textos.
A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto
definitivo e a correta diagramação do texto são indispensáveis para
a padronização.
Concisão e Clareza
A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um
máximo de informações com um mínimo de palavras. Para que
se redija com essa qualidade, é fundamental que se tenha, além
de conhecimento do assunto sobre o qual se escreve, o necessário
tempo para revisar o texto depois de pronto. É nessa releitura que
muitas vezes se percebem eventuais redundâncias ou repetições
desnecessárias de ideias.
O esforço de sermos concisos atende, basicamente, ao princípio de economia linguística, à mencionada fórmula de empregar
o mínimo de palavras para informar o máximo. Não se deve de
forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é,
não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de
reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras
inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já
foi dito.
A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial.
Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita imediata
compreensão pelo leitor. No entanto a clareza não é algo que se
atinja por si só: ela depende estritamente das demais características
da redação oficial. Para ela concorrem:
a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações
que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto;
b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de circulação
restrita, como a gíria e o jargão;
c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível uniformidade dos textos;
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguísticos que nada lhe acrescentam.
É pela correta observação dessas características que se redige
com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo
texto redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais provém principalmente da falta da
releitura que torna possível sua correção.
A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com
que são elaboradas certas comunicações quase sempre compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de um texto que
não seja seguida por sua revisão. “Não há assuntos urgentes, há
assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com
sua indesejável repercussão no redigir.
87
LÍNGUA PORTUGUESA
(espaço para assinatura)
Nome
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
Pronomes de Tratamento
Concordância com os Pronomes de Tratamento
Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta)
apresentam certas peculiaridades quanto à concordância verbal,
nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira pessoa. É que o
verbo concorda com o substantivo que integra a locução como seu
núcleo sintático: “Vossa Senhoria nomeará o substituto”; “Vossa
Excelência conhece o assunto”.
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa: “Vossa Senhoria nomeará seu substituto” (e não “Vossa ... vosso...”).
Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero
gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e
não com o substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefado”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa
Excelência está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”.
(espaço para assinatura)
Nome
Ministro de Estado da Justiça
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura
em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao
menos a última frase anterior ao fecho.
Forma de diagramação
Os documentos do Padrão Ofício devem obedecer à seguinte
forma de apresentação:
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo
12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé;
b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman
poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
c) é obrigatório constar a partir da segunda página o número
da página;
d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e direta terão as distâncias invertidas nas páginas pares
(“margem espelho”);
e) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no mínimo, 3,0 cm de largura;
f) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem esquerda;
g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;
h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e de
6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto utilizado não
comportar tal recurso, de uma linha em branco;
i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado,
letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer
outra forma de formatação que afete a elegância e a sobriedade do
documento;
j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em papel
branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para gráficos
e ilustrações;
l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser
impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos documentos de texto;
n) dentro do possível, todos os documentos elaborados devem
ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos;
o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem
ser formados da seguinte maneira:
No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às
autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma:
A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal
Ministro de Estado da Justiça
70.064-900 – Brasília. DF
A Sua Excelência o Senhor
Senador Fulano de Tal
Senado Federal
70.165-900 – Brasília. DF
Senhor Ministro,
Submeto a Vossa Excelência projeto (...)
Fechos para Comunicações
O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade
de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos para
fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela Portaria
no 1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual
estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes para todas
as modalidades de comunicação oficial:
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:
Respeitosamente,
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:
Atenciosamente,
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a
autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios,
devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério
das Relações Exteriores.
tipo do documento + número do documento + palavras-chaves
do conteúdo
Ex.: “Of. 123 - relatório produtividade ano 2002”
Identificação do Signatário
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer o
nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de
sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte:
Didatismo e Conhecimento
Aviso e Ofício
Definição e Finalidade
Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades
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LÍNGUA PORTUGUESA
b) propor alguma medida; ou
c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo.
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da
República por um Ministro de Estado.
Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os
Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial.
de mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e pelas
demais autoridades. Ambos têm como finalidade o tratamento de
assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si e,
no caso do ofício, também com particulares.
Forma e Estrutura
Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário,
seguido de vírgula.
Exemplos:
Forma e Estrutura
Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do
padrão ofício. A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade, apresenta duas formas básicas de estrutura: uma para aquela
que tenha caráter exclusivamente informativo e outra para a que
proponha alguma medida ou submeta projeto de ato normativo.
No primeiro caso, o da exposição de motivos que simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da República, sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrão
ofício.
Excelentíssimo Senhor Presidente da República
Senhora Ministra
Senhor Chefe de Gabinete
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as seguintes informações do remetente:
– nome do órgão ou setor;
– endereço postal;
– telefone e e-mail.
OBS: Estas informações estão ausentes no memorando, pois
trata-se de comunicação interna, destinatário e remetente possuem
o mesmo endereço. No caso do Aviso é de um Ministério para
outro Ministério, também não precisa especificar o endereço. O
Ofício é enviado para outras instituições, logo, são necessárias as
informações do remetente e o endereço do destinatário para que
o ofício possa ser entregue e o remetente possa receber resposta.
Mensagem
Definição e Finalidade
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos
Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe
do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato
da Administração Pública; expor o plano de governo por ocasião
da abertura de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional
matérias que dependem de deliberação de suas Casas; apresentar
veto; enfim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja
de interesse dos poderes públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Ministérios
à Presidência da República, a cujas assessorias caberá a redação
final.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso
Nacional têm as seguintes finalidades:
a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, complementar
ou financeira.
b) encaminhamento de medida provisória.
c) indicação de autoridades.
d) pedido de autorização para o Presidente ou o Vice-Presidente da República ausentarem-se do País por mais de 15 dias.
e) encaminhamento de atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e TV.
f) encaminhamento das contas referentes ao exercício anterior.
g) mensagem de abertura da sessão legislativa.
h) comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
i) comunicação de veto.
j) outras mensagens.
Memorando
Definição e Finalidade
O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades
administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto,
de uma forma de comunicação eminentemente interna.
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado
para a exposição de projetos, ideias, diretrizes, etc. a serem adotados por determinado setor do serviço público.
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do
memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela
simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação. Esse procedimento permite
formar uma espécie de processo simplificado, assegurando maior
transparência à tomada de decisões, e permitindo que se historie o
andamento da matéria tratada no memorando.
Forma e Estrutura
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão
ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Ex:
Forma e Estrutura
As mensagens contêm:
a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, horizontalmente, no início da margem esquerda:
b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo
do destinatário, horizontalmente, no início da margem esquerda;
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos
Exposição de Motivos
Definição e Finalidade
Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente
da República ou ao Vice-Presidente para:
a) informá-lo de determinado assunto;
Didatismo e Conhecimento
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,
c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;
89
LÍNGUA PORTUGUESA
d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e
horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem direita.
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente
da República, não traz identificação de seu signatário.
Forma e Estrutura
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua
flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para sua
estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial.
O campo assunto do formulário de correio eletrônico mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a organização documental tanto do destinatário quanto do remetente.
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado,
preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu
conteúdo.
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar da mensagem pedido de confirmação de recebimento.
Valor documental
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de
correio eletrônico tenha valor documental, e para que possa ser
aceito como documento original, é necessário existir certificação
digital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida
em lei.
Telegrama
Definição e Finalidade
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos, passa a receber o título de telegrama toda
comunicação oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc.
Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres
públicos e tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do
telegrama apenas àquelas situações que não seja possível o uso de
correio eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utilização
e, também em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação deve pautar-se pela concisão.
Forma e Estrutura
Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura
dos formulários disponíveis nas agências dos Correios e em seu
sítio na Internet.
ELEMENTOS DE ORTOGRAFIA E GRAMÁTICA
Fax
Definição e Finalidade
O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile) é uma
forma de comunicação que está sendo menos usada devido ao desenvolvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de mensagens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo
conhecimento há premência, quando não há condições de envio do
documento por meio eletrônico. Quando necessário o original, ele
segue posteriormente pela via e na forma de praxe.
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia do
fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, deteriora-se rapidamente.
Problemas de Construção de Frases
A clareza e a concisão na forma escrita são alcançadas principalmente pela construção adequada da frase, “a menor unidade
autônoma da comunicação”, na definição de Celso Pedro Luft.
A função essencial da frase é desempenhada pelo predicado, que para Adriano da Gama Kury pode ser entendido como “a
enunciação pura de um fato qualquer”. Sempre que a frase possuir
pelo menos um verbo, recebe o nome de período, que terá tantas
orações quantos forem os verbos não auxiliares que o constituem.
Outra função relevante é a do sujeito – mas não indispensável,
pois há orações sem sujeito, ditas impessoais –, de quem se diz
algo, cujo núcleo é sempre um substantivo. Sempre que o verbo
o exigir, teremos nas orações substantivos (nomes ou pronomes)
que desempenham a função de complementos (objetos direto e
indireto, predicativo e complemento adverbial). Função acessória
desempenham os adjuntos adverbiais, que vêm geralmente ao final
da oração, mas que podem ser ou intercalados aos elementos que
desempenham as outras funções, ou deslocados para o início da
oração.
Temos, assim, a seguinte ordem de colocação dos elementos
que compõem uma oração (os parênteses indicam os elementos
que podem não ocorrer):
(sujeito) - verbo - (complementos) - (adjunto adverbial).
Podem ser identificados seis padrões básicos para as orações
pessoais (i. é, com sujeito) na língua portuguesa (a função que vem
entre parênteses é facultativa e pode ocorrer em ordem diversa):
1. Sujeito - verbo intransitivo - (Adjunto Adverbial)
O Presidente - regressou - (ontem).
Forma e Estrutura
Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura
que lhes são inerentes.
É conveniente o envio, juntamente com o documento principal, de folha de rosto, e de pequeno formulário com os dados
de identificação da mensagem a ser enviada, conforme exemplo
a seguir:
[Órgão Expedidor]
[setor do órgão expedidor]
[endereço do órgão expedidor]
Destinatário:____________________________________
No do fax de destino:_______________ Data:___/___/___
Remetente: ____________________________________
Tel. p/ contato:____________ Fax/correio eletrônico:____
No de páginas: ________No do documento:____________
Observações:___________________________________
2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - (adjunto
adverbial)
O Chefe da Divisão - assinou - o termo de posse - (na manhã
de terça-feira).
Correio Eletrônico
Definição e finalidade
O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na principal forma de comunicação para
transmissão de documentos.
Didatismo e Conhecimento
3. Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto - (adjunto adverbial).
O Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os setores).
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LÍNGUA PORTUGUESA
4. Sujeito - verbo transitivo direto e indireto - obj. direto - obj.
indireto - (adj. Adv.)
Os desempregados - entregaram - suas reivindicações - ao Deputado - (no Congresso).
Certo: Depois de ser longamente debatido, o programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional.
Errado: O projeto de Convenção foi oportunamente submetido ao Presidente da República, que o aprovou. Consultadas as
áreas envolvidas na elaboração do texto legal.
Certo: O projeto de Convenção foi oportunamente submetido
ao Presidente da República, que o aprovou, consultadas as áreas
envolvidas na elaboração do texto legal.
5. Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento adverbial
- (adjunto adverbial)
A reunião do Grupo de Trabalho - ocorrerá - em Buenos Aires
- (na próxima semana).
O Presidente - voltou - da Europa - (na sexta-feira)
Erros de Paralelismo
Uma das convenções estabelecidas na linguagem escrita “consiste em apresentar ideias similares numa forma gramatical idêntica”, o que se chama de paralelismo. Assim, incorre-se em erro ao
conferir forma não paralela a elementos paralelos. Vejamos alguns
exemplos:
6. Sujeito - verbo de ligação - predicativo - (adjunto adverbial)
O problema - será - resolvido - prontamente.
Esses seriam os padrões básicos para as orações, ou seja, as
frases que possuem apenas um verbo conjugado. Na construção
de períodos, as várias funções podem ocorrer em ordem inversa à
mencionada, misturando-se e confundindo-se. Não interessa aqui
análise exaustiva de todos os padrões existentes na língua portuguesa. O que importa é fixar a ordem normal dos elementos nesses
seis padrões básicos. Acrescente-se que períodos mais complexos,
compostos por duas ou mais orações, em geral podem ser reduzidos aos padrões básicos (de que derivam).
Os problemas mais frequentemente encontrados na construção de frases dizem respeito à má pontuação, à ambiguidade da
ideia expressa, à elaboração de falsos paralelismos, erros de comparação, etc. Decorrem, em geral, do desconhecimento da ordem
das palavras na frase. Indicam-se, a seguir, alguns desses defeitos
mais comuns e recorrentes na construção de frases, registrados em
documentos oficiais.
Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios
economizar energia e que elaborassem planos de redução de despesas.
Nesta frase temos, nas duas orações subordinadas que completam o sentido da principal, duas estruturas diferentes para
ideias equivalentes: a primeira oração (economizar energia) é reduzida de infinitivo, enquanto a segunda (que elaborassem planos
de redução de despesas) é uma oração desenvolvida introduzida
pela conjunção integrante que. Há mais de uma possibilidade de
escrevê-la com clareza e correção; uma seria a de apresentar as
duas orações subordinadas como desenvolvidas, introduzidas pela
conjunção integrante que:
Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios que
economizassem energia e (que) elaborassem planos para redução
de despesas.
Sujeito
Como dito, o sujeito é o ser de quem se fala ou que executa a
ação enunciada na oração. Ele pode ter complemento, mas não ser
complemento. Devem ser evitadas, portanto, construções como:
Errado: É tempo do Congresso votar a emenda.
Certo: É tempo de o Congresso votar a emenda.
Errado: Apesar das relações entre os países estarem cortadas,
(...).
Certo: Apesar de as relações entre os países estarem cortadas,
(...).
Errado: Não vejo mal no Governo proceder assim.
Certo: Não vejo mal em o Governo proceder assim.
Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...).
Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (...).
Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, (...).
Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, (...).
Outra possibilidade: as duas orações são apresentadas como
reduzidas de infinitivo:
Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios
economizar energia e elaborar planos para redução de despesas.
Nas duas correções respeita-se a estrutura paralela na coordenação de orações subordinadas.
Mais um exemplo de frase inaceitável na língua escrita culta:
Errado: No discurso de posse, mostrou determinação, não ser
inseguro, inteligência e ter ambição.
O problema aqui decorre de coordenar palavras (substantivos)
com orações (reduzidas de infinitivo).
Para tornar a frase clara e correta, pode-se optar ou por transformá-la em frase simples, substituindo as orações reduzidas por
substantivos:
Certo: No discurso de posse, mostrou determinação, segurança, inteligência e ambição.
Frases Fragmentadas
A fragmentação de frases “consiste em pontuar uma oração
subordinada ou uma simples locução como se fosse uma frase
completa”. Decorre da pontuação errada de uma frase simples.
Embora seja usada como recurso estilístico na literatura, a fragmentação de frases devem ser evitada nos textos oficiais, pois muitas vezes dificulta a compreensão. Ex.:
Errado: O programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional. Depois de ser longamente debatido.
Certo: O programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional, depois de ser longamente debatido.
Didatismo e Conhecimento
Atentemos, ainda, para o problema inverso, o falso paralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente) a ideias de
hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar, de forma paralela,
estruturas sintáticas distintas:
Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa.
Nesta frase, colocou-se em um mesmo nível cidades (Paris,
Bonn, Roma) e uma pessoa (o Papa). Uma possibilidade de correção é transformá-la em duas frases simples, com o cuidado de não
repetir o verbo da primeira (visitar):
91
LÍNGUA PORTUGUESA
Certo: O Presidente visitou Paris, Bonn e Roma. Nesta última
capital, encontrou-se com o Papa.
Mencionemos, por fim, o falso paralelismo provocado pelo
uso inadequado da expressão e que num período que não contém
nenhum que anterior.
Errado: O novo procurador é jurista renomado, e que tem sólida formação acadêmica.
a) pronomes pessoais:
Ambíguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que ele
seria exonerado.
Claro: O Ministro comunicou exoneração dele a seu secretariado.
Ou então, caso o entendimento seja outro:
Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exoneração
deste.
Para corrigir a frase, ou suprimimos o pronome relativo:
Certo: O novo procurador é jurista renomado e tem sólida formação acadêmica.
Outro exemplo de falso paralelismo com e que:
Errado: Neste momento, não se devem adotar medidas precipitadas, e que comprometam o andamento de todo o programa.
Da mesma forma com que corrigimos o exemplo anterior aqui
podemos ou suprimir a conjunção:
Certo: Neste momento, não se devem adotar medidas precipitadas, que comprometam o andamento de todo o programa.
b) pronomes possessivos e pronomes oblíquos:
Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da República, em
seu discurso, e solicitou sua intervenção no seu Estado, mas isso
não o surpreendeu.
Observe-se a multiplicidade de ambiguidade no exemplo acima, as quais tornam virtualmente inapreensível o sentido da frase.
Claro: Em seu discurso o Deputado saudou o Presidente da
República. No pronunciamento, solicitou a intervenção federal em
seu Estado, o que não surpreendeu o Presidente da República.
c) pronome relativo:
Ambíguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu costumava trabalhar.
Não fica claro se o pronome relativo da segunda oração refere--se à mesa ou a gabinete. Essa ambiguidade se deve ao pronome
relativo que, sem marca de gênero. A solução é recorrer às formas
o qual, a qual, os quais, as quais, que marcam gênero e número.
Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costumava
trabalhar.
Se o entendimento é outro, então:
Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costumava
trabalhar.
Há, ainda, outro tipo de ambiguidade, que decorre da dúvida
sobre a que se refere a oração reduzida:
Ambíguo: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o funcionário.
Para evitar o tipo de ambiguidade do exemplo acima, deve-se
deixar claro qual o sujeito da oração reduzida.
Claro: O Chefe admoestou o funcionário por ser este indisciplinado.
Ambíguo: Depois de examinar o paciente, uma senhora chamou o médico.
Claro: Depois que o médico examinou o paciente, foi chamado por uma senhora.
Erros de Comparação
A omissão de certos termos ao fazermos uma comparação,
omissão própria da língua falada, deve ser evitada na língua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem sempre é possível
identificar, pelo contexto, qual o termo omitido. A ausência indevida de um termo pode impossibilitar o entendimento do sentido que
se quer dar a uma frase:
Errado: O salário de um professor é mais baixo do que um
médico.
A omissão de termos provocou uma comparação indevida: “o
salário de um professor” com “um médico”.
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o salário
de um médico.
Certo: O salário de um professor é mais baixo do que o de um
médico.
Errado: O alcance do Decreto é diferente da Portaria.
Novamente, a não repetição dos termos comparados confunde. Alternativas para correção:
Certo: O alcance do Decreto é diferente do alcance da Portaria.
Certo: O alcance do Decreto é diferente do da Portaria.
Errado: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
que os Ministérios do Governo.
No exemplo acima, a omissão da palavra “outros” (ou “demais”) acarretou imprecisão:
Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
que os outros Ministérios do Governo.
Certo: O Ministério da Educação dispõe de mais verbas do
que os demais Ministérios do Governo.
Fontes:
http://www.redacaooficial.com.br/redacao_oficial_publicacoes_ver.php?id=2
http://portuguesxconcursos.blogspot.com.br/p/redacao-oficial-para-concursos.html
Ambiguidade
Ambígua é a frase ou oração que pode ser tomada em mais de
um sentido. Como a clareza é requisito básico de todo texto oficial,
deve-se atentar para as construções que possam gerar equívocos de
compreensão.
A ambiguidade decorre, em geral, da dificuldade de identificar--se a que palavra se refere um pronome que possui mais de um
antecedente na terceira pessoa. Pode ocorrer com:
Didatismo e Conhecimento
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LÍNGUA PORTUGUESA
ANOTAÇÕES
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Didatismo e Conhecimento
96
MATEMÁTICA
MATEMÁTICA
Observações: Perceba que se a taxa de juros for mensal o tempo deverá ser descrito em meses, e assim por diante, os dois devem
estar na mesma unidade de tempo. Além disso outra informação
muito importante e que às vezes passa por despercebido é que a
taxa de juros (i) deve estar em forma decimal durante o cálculo e
não em percentual.
1 JUROS SIMPLES E COMPOSTOS:
CAPITALIZAÇÃO E DESCONTOS.
A Matemática Financeira é uma área da matemática que aplica
seus conceitos no estudo da variação do dinheiro ao longo do tempo.
A origem da Matemática Financeira está intimamente ligada a dos
regimes econômicos, o surgimento do crédito e do sistema financeiro. Todo o desenvolvimento da Matemática Financeira está ligado à
utilidade do dinheiro, que gera dinheiro, ao contrário de sua simples
propriedade, que por si só não apresenta rendimento.
Taxa exata e comercial: a taxa exata é como chama-se a taxa
de juros que considera os dias conforme o calendário anual, ou
seja, 365 ou 366 dias no ano, 28, 29, 30 ou 31 dias no mês. A taxa
comercial é a convenção usada nos mercados, onde se considera
meses de 30 dias, e anos de 360 dias (12 meses de 30 dias).
Taxa efetiva e nominal: a taxa efetiva é a taxa que está sendo
referenciada ao período de capitalização. A taxa nominal é a taxa
dada em desconformidade com o período de capitalização. Usualmente utiliza-se para conversão, a convenção comercial. Assim,
uma taxa anual capitalizada mensalmente deve ser dividida pelo
número de meses do ano para obter a taxa efetiva.
Capital ou Principal: é valor de uma quantia em dinheiro “na
data zero”, ou seja, no inicio de uma aplicação. Capital poder ser o
dinheiro investido em uma atividade econômica, o valor financiado
de um bem, ou de um empréstimo tomado. Para evitar problemas
com mudanças de unidades monetárias, e para tornar este livro mais
amigável a leitores lusófonos, utilizaremos sempre uma unidade
fictícia, chamada de unidade monetária, abreviada por u.m. ou representada por $, junto ao valor. Capital pode ser apresentado sob
várias siglas e sinônimos: C (de Capital); P (de Principal); VP (de
Valor Presente); PV (de Present Value); C (Capital Inicial).
Prazo ou Período de Capitalização: é o tempo pelo qual o
capital é aplicado. Representado por: n ou t.
Montante: (também conhecido como valor acumulado) é a
soma do Capital Inicial com o juro produzido em determinado
tempo. Matematicamente:
Juros: são a remuneração paga pelo uso do dinheiro. Pode ser
tanto o rendimento de uma aplicação quanto o juro a ser pago em um
financiamento. Diferencia-se do capital por que resulta da aplicação
financeira, enquanto o capital é o motivo da aplicação financeira. Os
Juros sempre são expressos em unidades monetárias, e representam
o montante financeiro referente a uma aplicação. Representado pela
letra J.
(considerando-se M a representação de
Montante)
Como é o resultado da soma do capital com o juro, decorre
que o montante é calculado apenas no fim da capitalização. Outras
representações: S (de Saldo); VF (de Valor Futuro); FV (de Future
Value); C.
Juros (Capitalização) Simples: o juro de cada intervalo de tempo sempre é calculado sobre o capital inicial emprestado ou aplicado.
Prestação: é a parcela contínua que amortiza o Capital e os
Juros, representada por: R (de Renda). Outras representações:
PMT (de payment); Pgto (de Pagamento); a (Anuidade).
Juros (Capitalização) Compostos: o juro de cada intervalo de
tempo é calculado a partir do saldo no início de correspondente intervalo. Ou seja: o juro de cada intervalo de tempo é incorporado ao
capital inicial e passa a render juros também.
Desconto: é um abatimento oferecido sobre o valor nominal
de um título ou sobre o montante de uma dívida a vencer, quando
paga antecipadamente. Geralmente, o desconto é expresso em forma percentual. Por exemplo, um produto que custa R$500,00 com
desconto de 5% sairá R$ 500,00 - 0,05 x R$ 500,00 = R$475,00.
Representado por d:
Taxa de juros: representa a razão entre o juro e o capital (J/C).
O cálculo da taxa de juros é responsável pela observação da rentabilidade de uma operação financeira, sendo indispensável para a tomada de decisão de investimentos. Normalmente é representada em
forma percentual. Um valor percentual é um valor que representa a
taxa de juros para um capital de 100 u.m. Para efeito de cálculo sempre é utilizado a taxa unitária, que é aquela que resulta diretamente
no juro de um período, quando multiplicada pelo capital. Representada por i. Por exemplo: 0,05 = 5%
Outra forma de apresentação da taxa de juros é a unitária, que
é igual à taxa percentual dividida por 100, sem o símbolo %. Outro
item importante a considerar nas taxas de juro, é que elas sempre
devem estar de acordo com o período de capitalização. Pode-se ter
taxas mensais, bimestrais, trimestrais, quadrimestrais, semestrais,
anuais.
Capitalização e Descapitalização
Chamamos de capitalização o processo de aplicação de uma
taxa de juros sobre um capital, resultando de um juro e, por conseguinte de um montante. Quando queremos saber qual o valor de
um montante, estamos querendo saber o resultado da capitalização
do valor atual.
A descapitalização, por outro lado, corresponde a operação inversa, sabemos o valor do montante e queremos saber o valor atual. Fazemos descapitalização quando queremos saber, por exemplo, quanto precisamos investir hoje em um determinado regime
de capitalização, durante um determinado número de períodos,
para ter numa data futura um determinado montante.
8% a.a. - (a.a. significa ao ano).
10% a.t. - (a.t. significa ao trimestre).
Didatismo e Conhecimento
1
MATEMÁTICA
Solução:
Capitalização Simples
No regime de capitalização simples, os juros são calculados
sempre sobre o valor inicial, não ocorrendo qualquer alteração da
base de cálculo durante o período de cálculo dos juros. Na modalidade de juros simples, a base de cálculo é sempre o Valor Atual
ou Valor Presente (PV), enquanto na modalidade de desconto bancário a base de cálculo é sempre o valor nominal do título (FV). O
regime de capitalização simples representa, portanto, uma equação
aritmética, sendo que o capital cresce de forma linear, seguindo
uma reta; logo, é indiferente se os juros são pagos periodicamente
ou no final do período total.
O regime de capitalização simples é muito utilizado em países
com baixo índice de inflação e custo real do dinheiro baixo; no
entanto, em países com alto índice de inflação ou custo financeiro
real elevado, a exemplo do Brasil, a utilização de capitalização
simples só é recomendada para aplicações de curto prazo. A capitalização simples, porém, representa o início do estudo da matemática financeira, pois todos os estudos de matemática financeira são
oriundos de capitalização simples. (KUHNEN, 2008).
M = P . ( 1 + (i.n) )
M = 70000 [1 + (10,5/100).(145/360)] = R$72.960,42
Observe que expressamos a taxa i e o período n, na mesma
unidade de tempo, ou seja, anos. Daí ter dividido 145 dias por 360,
para obter o valor equivalente em anos, já que um ano comercial
possui 360 dias.
Exercícios sobre juros simples:
1) Calcular os juros simples de R$ 1200,00 a 13 % a.t. por 4
meses e 15 dias.
0.13 / 6 = 0.02167
logo, 4m15d = 0.02167 x 9 = 0.195
j = 1200 x 0.195 = 234
2 - Calcular os juros simples produzidos por R$40.000,00,
aplicados à taxa de 36% a.a., durante 125 dias.
Juros Simples
No regime de juros simples, os juros de cada período são sempre calculados em função do capital inicial (principal) aplicado.
Os juros do período não são somados ao capital para o cálculo de
novos juros nos períodos seguintes. Os juros não são capitalizados
e, consequentemente, não rendem juros. Assim, apenas o principal
é que rende juros. (PUCCINI, 2004).
O regime de juros será simples quando o percentual de juros
incidir apenas sobre o valor principal. Sobre os juros gerados a
cada período não incidirão novos juros. Valor Principal ou simplesmente principal é o valor inicial emprestado ou aplicado, antes
de somarmos os juros. Transformando em fórmula temos: J = P .
i.n
Temos: J = P.i.n
A taxa de 36% a.a. equivale a 0,36/360 dias = 0,001 a.d.
Agora, como a taxa e o período estão referidos à mesma unidade de tempo, ou seja, dias, poderemos calcular diretamente: J =
40000.0,001.125 = R$5000,00
3 - Qual o capital que aplicado a juros simples de 1,2% a.m.
rende R$3.500,00 de juros em 75 dias?
Temos imediatamente: J = P.i.n ou seja: 3500 = P.(1,2/100).
(75/30)
Onde:
J = juros
P = principal (capital)
i = taxa de juros
n = número de períodos
Observe que expressamos a taxa i e o período n em relação à
mesma unidade de tempo, ou seja, meses.
Logo, 3500 = P. 0,012 . 2,5 = P . 0,030;
Daí, vem: P = 3500 / 0,030 = R$116.666,67
Exemplo: Temos uma dívida de R$ 1000,00 que deve ser paga
com juros de 8% a.m. pelo regime de juros simples e devemos
pagá-la em 2 meses. Os juros que pagarei serão:
4 - Se a taxa de uma aplicação é de 150% ao ano, quantos
meses serão necessários para dobrar um capital aplicado através
de capitalização simples?
J = 1000 x 0.08 x 2 = 160
Objetivo: M = 2.P
Dados: i = 150/100 = 1,5
Fórmula: M = P (1 + i.n)
Ao somarmos os juros ao valor principal temos o montante.
Montante = Principal + Juros
Montante = Principal + (Principal x Taxa de juros x Número
de períodos)
Desenvolvimento:
2P = P (1 + 1,5 n)
2 = 1 + 1,5 n
n = 2/3 ano = 8 meses
M=P.(1+(i.n))
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês).
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre)
Exemplo: Calcule o montante resultante da aplicação de
R$70.000,00 à taxa de 10,5% a.a. durante 145 dias.
Didatismo e Conhecimento
2
MATEMÁTICA
Fazendo x = 1,03512 e aplicando logaritmos, encontramos:
log x = log 1,03512 → log x = 12 log 1,035 → log x = 0,1788
→ x = 1,509
Capitalização Composta
No regime de capitalização composta, os juros produzidos
num período serão acrescidos ao valor aplicado e no próximo período também produzirão juros, formando o chamado “juros sobre
juros”. A capitalização composta caracteriza-se por uma função
exponencial, em que o capital cresce de forma geométrica. O intervalo após o qual os juros serão acrescidos ao capital é denominado
“período de capitalização”; logo, se a capitalização for mensal,
significa que a cada mês os juros são incorporados ao capital para
formar nova base de cálculo do período seguinte. É fundamental, portanto, que em regime de capitalização composta se utilize a
chamada “taxa equivalente”, devendo sempre a taxa estar expressa
para o período de capitalização, sendo que o “n” (número de períodos) represente sempre o número de períodos de capitalização.
Em economia inflacionária ou em economia de juros elevados, é recomendada a aplicação de capitalização composta, pois a
aplicação de capitalização simples poderá produzir distorções significativas principalmente em aplicações de médio e longo prazo,
e em economia com altos índices de inflação produz distorções
mesmo em aplicações de curto prazo. (KUHNEN, 2008).
Então M = 6000.1,509 = 9054.
Portanto o montante é R$9.054,00
Exercícios
1) Comprei um novo computador, mas como não tinha
o dinheiro todo, fiz um empréstimo para pagá-lo. Ao final
do empréstimo terei pago R$ 4.300,00. Só de juros pagarei
R$ 1.800,00. A taxa foi de 3% a.m. Por quantos anos pagarei pelo
empréstimo? Qual o preço do computador sem os juros?
Primeiramente iremos calcular o valor do capital.
A diferença entre o montante (R$ 4.300,00) e o valor total do
juro (R$ 1.800,00), nos dá o valor do capital:
Veja que neste caso a taxa de juros e o período não estão na
mesma unidade de tempo. Neste caso, devemos converter uma das
unidades.
Montando uma regra de três simples direta, temos:
Resolvendo:
Identificando-se os termos disponíveis, temos:
Para calcularmos o período de tempo utilizaremos a fórmula:
Juros Compostos
O regime de juros compostos é o mais comum no sistema financeiro e portanto, o mais útil para cálculos de problemas do dia a
dia. Os juros gerados a cada período são incorporados ao principal
para o cálculo dos juros do período seguinte. Chamamos de capitalização o momento em que os juros são incorporados ao principal.
(BRANCO, 2002).
j
n= C.i
Substituindo o valor dos termos temos:
1,800,00
n= 2.500,00 . 0,36
Após três meses de capitalização, temos:
1º mês: M =P.(1 + i)
2º mês: o principal é igual ao montante do mês anterior: M =
P x (1 + i) x (1 + i)
3º mês: o principal é igual ao montante do mês anterior: M =
P x (1 + i) x (1 + i) x (1 + i)
Logo:
n= 2 anos
Portanto:
• O valor do computador sem os juros era de R$ 2.500,00 e o
prazo de pagamento foi de 2 anos.
Sem utilizarmos fórmulas, poderíamos chegar ao mesmo
resultado, pelo seguinte raciocínio:
Ao multiplicarmos o valor do capital pela taxa de juros,
iremos obter o juro referente a cada período:
Simplificando, obtemos a fórmula: M = P . (1 + i)n
Importante: a taxa i tem que ser expressa na mesma medida de
tempo de n, ou seja, taxa de juros ao mês para n meses. Para calcularmos apenas os juros basta diminuir o principal do montante ao
final do período: J = M - P
2.500,00 . 0,36 ⇒ 900,00
Neste caso, basta-nos dividir o valor de R$ 1.800,00, referente
ao valor total do juro, por R$ 900,00 correspondente ao valor do
juro em cada período, obtendo assim o período de tempo procurado:
Exemplo: Calcule o montante de um capital de R$6.000,00,
aplicado a juros compostos, durante 1 ano, à taxa de 3,5% ao mês.
(use log 1,035=0,0149 e log 1,509=0,1788)
1.800,00 ⇒ 2
900,00
Resolução:
P = R$6.000,00
t = 1 ano = 12 meses
i = 3,5 % a.m. = 0,035
M=?
2) Comprei o material para a reforma da minha casa, pelo
qual pagarei um total de R$ 38.664,00. O seu valor à vista era de
R$ 27.000,00 e a taxa de juros é de 2,4% a.m. Por quantos anos eu
pagarei por este material?
Em primeiro lugar, devemos calcular o valor do juro total.
Obtemos o valor do juro total ao subtrairmos do montante
(R$ 38.664,00), o valor do capital (R$ 27.000,00):
Usando a fórmula M=P.(1+i)n, obtemos:
M = 6000.(1+0,035)12 = 6000. (1,035)12
Didatismo e Conhecimento
3
MATEMÁTICA
Observe que neste caso a taxa de juros e o período não estão
na mesma unidade de tempo. Nestas condições, devemos converter
uma das unidades.
Montando uma regra de três simples direta, temos:
Resolvendo:
Identificando-se as variáveis disponíveis, temos:
Portanto: Eu ficarei pagando pelo material da reforma por
1,5 anos. Sem utilizarmos fórmulas, poderíamos chegar ao mesmo
resultado, pelo seguinte raciocínio: Ao multiplicarmos o valor
do capital pela taxa de juros, iremos obter o juro referente a cada
período:
Para calcularmos o período de tempo utilizaremos a fórmula:
Desta forma, basta-nos dividir o valor de R$ 11.664,00,
referente ao valor total do juro, por R$ 7.776,00 correspondente ao
valor do juro em cada período, obtendo assim o período de tempo
procurado:
27.00,00 . 0,288 ⇒ 7.776,00
j
n= C.i
Substituindo o valor dos termos temos:
11.664,00 ⇒ 1,5
7.776,00
11.664,00
n= 27.00,00 . 0,288
Logo:
3) Aninha retirou de uma aplicação o total R$ 74.932,00,
após decorridos 3,5 semestres. O valor dos juros obtidos foi de
R$ 22.932,00. Qual a taxa de juros a.b.?
n: 1,5 ano
Inicialmente o valor do capital será obtido subtraindo-se do
montante (R$ 74.932,00), o valor total do juro (R$ 22.932,00):
Veja bem que neste caso a taxa de juros e o período não estão
na mesma unidade de tempo. Sendo assim, devemos converter
uma das unidades.
Montando uma regra de três simples direta, temos:
Portanto:
• Eu ficarei pagando pelo material da reforma por 1,5 anos.
Sem utilizarmos fórmulas, poderíamos chegar ao mesmo
resultado, pelo seguinte raciocínio:
Ao multiplicarmos o valor do capital pela taxa de juros,
iremos obter o juro referente a cada período:
Resolvendo:
Identificando-se os termos disponíveis, temos:
27.00,00 . 0,288 ⇒ 7.776,00
{
C: R$ 52.000,00
J: R$ 22.932,00
n: 3,5 semestre ⇒ 10,5 bimestre
Desta forma, basta-nos dividir o valor de R$ 11.664,00,
referente ao valor total do juro, por R$ 7.776,00 correspondente ao
valor do juro em cada período, obtendo assim o período de tempo
procurado:
Para calcularmos a taxa de juros utilizaremos a fórmula:
i=
11.664,00 ⇒ 1,5
7.776,00
J
C.n
Substituindo o valor dos termos temos:
22.932,00
i = 52.000,00 . 10,5 ⇒ i = 0,042
Em primeiro lugar, devemos calcular o valor do juro total. Obtemos o valor do juro total ao subtrairmos do montante
(R$ 38.664,00), o valor do capital (R$ 27.000,00):
Logo:
4,2
i = 0,042 ⇒ i= 100
⇒ i = 4,2% a.b
Observe que neste caso a taxa de juros e o período não
estão na mesma unidade de tempo. Nestas condições, devemos
converter uma das unidades. Montando uma regra de três simples
direta, temos:
Portanto:
• 4,2% a.b. é a taxa de juros da aplicação na qual Aninha
investiu.
Alternativamente poderíamos dividir o valor total dos juros,
R$ 22.932,00, pelo valor do principal, R$ 52.000,00, de sorte a
encontrar a taxa de juros total do período:
Resolvendo: Identificando-se as variáveis disponíveis, temos:
Para calcularmos o período de tempo utilizaremos a fórmula:
j
n= C.i
22.932,00 ⇒ 0,441
52.000,00
Substituindo o valor dos termos temos:
Dividindo-se então, esta taxa de 0,441 pelo período de tempo,
10,5, obteríamos a taxa desejada:
11.664,00
n=
27.000,00 . 0,288
0,441 ⇒ 0,042
10,5
Logo: n = 1,5 anos
Didatismo e Conhecimento
4
MATEMÁTICA
Logo:
Inicialmente o valor do capital será obtido subtraindo-se do
montante (R$ 74.932,00), o valor total do juro (R$ 22.932,00):
Veja bem que neste caso a taxa de juros e o período não estão na
mesma unidade de tempo. Sendo assim, devemos converter uma
das unidades. Montando uma regra de três simples direta, temos:
i = 0,0075 ⇒ - = 0,75 ⇒ i = 0,75% a.d
100
Portanto:
• A taxa de juros da aplicação resgatada é de 0,75% a.d.
Alternativamente poderíamos dividir o valor total dos juros,
R$ 450,00, pelo valor do principal, R$ 2.000,00, de forma a
encontrar a taxa de juros total do período:
Resolvendo: Identificando-se os termos disponíveis, temos:
C: R$ 52.000,00
J: R$ 22.932,00
n: 3,5 semestre ⇒ 10,5 bimestre
{
450,00 ⇒ 0,225
2.000,00
Dividindo-se então, esta taxa de 0,225 pelo período de tempo,
30, obteríamos a taxa desejada:
Para calcularmos a taxa de juros utilizaremos a fórmula:
J
C.n
i=
0,225 ⇒ 0,0075
30
Substituindo o valor dos termos temos:
i=
Para começar, devemos calcular o valor do juro total subtraindo-se do montante (R$ 2.450,00), o valor do capital (R$ 2.000,00):
Esteja atento que neste caso a taxa de juros e o período não estão
na mesma unidade de tempo. Quando isto acontece, devemos converter uma das unidades. Identificando-se as variáveis disponíveis,
temos:
C: R$ 2.000,00
J: R$ 450,00
n: 1 mês ⇒ 30 dias
22.932,00
⇒ i = 0,042
52.000,00 . 10,5
Logo:
4,2
i = 0,042 ⇒ i= 100
⇒ i = 4,2% a.b
{
Portanto: 4,2% a.b. é a taxa de juros da aplicação na qual
Aninha investiu. Alternativamente poderíamos dividir o valor total
dos juros, R$ 22.932,00, pelo valor do principal, R$ 52.000,00, de
sorte a encontrar a taxa de juros total do período:
Para calcularmos a taxa de juros utilizaremos a fórmula:
J
i=
C.n
22.932,00 ⇒ 0,441
52.000,00
Substituindo o valor dos termos temos:
Dividindo-se então, esta taxa de 0,441 pelo período de tempo,
10,5, obteríamos a taxa desejada:
450,00
⇒ i = 0,0075
2.000,00 . 30
Logo:
i = 0,0075 ⇒ - = 0,75 ⇒ i = 0,75% a.d
100
0,441 ⇒ 0,042
10,5
i=
4) O valor principal de uma aplicação é de R$ 2.000,00.
Resgatou-se um total de R$ 2.450,00 após 1 mês. Qual o valor da
taxa de juros a.d.?
Portanto: A taxa de juros da aplicação resgatada é de
0,75% a.d. Alternativamente poderíamos dividir o valor total dos
juros, R$ 450,00, pelo valor do principal, R$ 2.000,00, de forma a
encontrar a taxa de juros total do período:
Para começar, devemos calcular o valor do juro total
subtraindo-se do montante (R$ 2.450,00), o valor do capital
(R$ 2.000,00):
450,00 ⇒ 0,225
2.000,00
Esteja atento que neste caso a taxa de juros e o período não
estão na mesma unidade de tempo.
Quando isto acontece, devemos converter uma das unidades.
Identificando-se as variáveis disponíveis, temos:
Dividindo-se então, esta taxa de 0,225 pelo período de tempo,
30, obteríamos a taxa desejada:
0,225 ⇒ 0,0075
30
C: R$ 2.000,00
J: R$ 450,00
n: 1 mês ⇒ 30 dias
{
5) Timóteo pagou mensalmente, pelo período de 1 ano, por
um curso que à vista custava R$ 1.800,00. Por não ter o dinheiro,
financiou-o a uma taxa de juros simples de 1,3% a.m. Qual o valor
total pago pelo curso? Qual o valor dos juros?
Veja que neste caso a taxa de juros e o período não estão na
mesma unidade de tempo. Neste caso, devemos converter uma
das unidades. Identificando-se os termos disponíveis, temos: Para
calcularmos o juro utilizaremos a fórmula:
Para calcularmos a taxa de juros utilizaremos a fórmula:
i=
J
C.n
Substituindo o valor dos termos temos:
i=
450,00
⇒ i = 0,0075
2.000,00 . 30
Didatismo e Conhecimento
j=C.i.n
5
MATEMÁTICA
Substituindo o valor dos termos temos:
Portanto:
• Com investimento o capital aumentou R$ 4.326,00.
Ao invés de utilizarmos fórmulas, poderíamos chegar ao
mesmo resultado, apenas pela aplicação de alguns conceitos.
Como sabemos, o juro referente a cada período é calculado
multiplicando-se o valor do capital pela taxa de juros. Então o
valor do juro por período seria:
j = 1.800,00 . 0,013 . 12
Logo:
j = 280,80
O montante é obtido somando-se ao valor do capital, o valor
total dos juros. Tal como na fórmula:
35.000,00 . 0,1236 ⇒ 4.326,00
Ora, sendo o valor do juro em cada período correspondente a
R$ 4.326,00, resta-nos multiplicar este valor por 1, correspondente
ao período de tempo, para termos o valor procurado:
Ao substituirmos o valor dos termos temos:
4.326,00 . 1 ⇒ 4.326,00
Portanto: o valor dos juros foi de R$ 280,80, que acrescentado
ao preço do curso de R$ 1.800,00, totalizou R$ 2.080,80. Ao invés
de utilizarmos fórmulas, poderíamos chegar ao mesmo resultado,
apenas pela aplicação de alguns conceitos. Como sabemos, o juro
referente a cada período é calculado multiplicando-se o valor do
capital pela taxa de juros. Então o valor do juro por período seria:
Observe que neste caso a taxa de juros e o período não estão
na mesma unidade de tempo. Nestas condições, devemos converter uma das unidades. Montando uma regra de três simples direta,
temos:
Resolvendo: Identificando-se as variáveis disponíveis, temos:
Para calcularmos o juro utilizaremos a fórmula:
J=C.i.n
Ora, sendo o valor do juro em cada período correspondente a
R$ 23,40, resta-nos multiplicar este valor por 12, correspondente
ao período de tempo, para termos o valor procurado:
Substituindo o valor dos termos temos:
j = 35.000,00 . 0,1236 . 1
Logo:
O valor do montante será encontrado, simplesmente somandose ao valor do principal, o valor total dos juros:
j = 4.326,00
Portanto: Com investimento o capital aumentou R$ 4.326,00.
Ao invés de utilizarmos fórmulas, poderíamos chegar ao mesmo
resultado, apenas pela aplicação de alguns conceitos. Como
sabemos, o juro referente a cada período é calculado multiplicandose o valor do capital pela taxa de juros. Então o valor do juro por
período seria:
35.000,00 . 0,1236 ⇒ 4.326,00
6) Um aplicador investiu R$ 35.000,00 por 1 semestre, à taxa
de juros simples de 24,72% a.a. Em quanto o capital foi aumentado
por este investimento?
Observe que neste caso a taxa de juros e o período não estão
na mesma unidade de tempo.
Nestas condições, devemos converter uma das unidades.
Montando uma regra de três simples direta, temos:
Ora, sendo o valor do juro em cada período correspondente a
R$ 4.326,00, resta-nos multiplicar este valor por 1, correspondente
ao período de tempo, para termos o valor procurado:
Resolvendo:
Identificando-se as variáveis disponíveis, temos:
4.326,00 . 1 ⇒ 4.326,00
Para calcularmos o juro utilizaremos a fórmula:
7) Em uma aplicação recebi de juros R$ 141,75. O dinheiro
ficou aplicado por 45 dias. Eu tinha aplicado R$ 3.500,00. Qual foi
a taxa de juros a.a. da aplicação?
J=C.i.n
Substituindo o valor dos termos temos:
Identificando-se os termos disponíveis, temos:
j = 35.000,00 . 0,1236 . 1
{
Logo:
j = 4.326,00
Didatismo e Conhecimento
6
C: R$ 3.500,00
j: R$ 141,75
n: 45 dias
MATEMÁTICA
Dividindo-se então, esta taxa de 0,0405 pelo período de
tempo, 45, obteríamos a taxa desejada:
0,0405 ⇒ 0,0009
45
Para calcularmos a taxa de juros utilizaremos a fórmula:
J
i=
C.n
Substituindo o valor dos termos temos:
i = 141,75
⇒ i = 0,0009
3.500,00 . 45
Resta ainda converter a taxa de juros para a unidade de tempo
solicitada, o que pode ser feito se realizando o procedimento de
conversão conforme efetuado acima.
8) Maria realizou uma aplicação por um período de 1 bimestre.
Em tal período o capital de R$ 18.000,00 rendeu a ela R$ 1.116,00
de juros. Qual foi a taxa de juros a.a. utilizada?
No entanto, como a unidade de tempo da taxa solicitada está
em anos (‘a.a.’) e o cálculo foi realizado na unidade do período de
tempo que está em ‘dias’, devemos converter a unidade de tempo
da taxa calculada de a.d. (‘dias’) para a.a. (‘anos’).
Logo:
Identificando-se as variáveis disponíveis, temos:
C: R$ 18.000,00
j: R$ 1.116,00
n: 1 bimestre
{
Resolvendo:
Portanto:
• 32,4% a.a. foi a taxa de juros simples da aplicação.
Alternativamente poderíamos dividir o valor total dos juros,
R$ 141,75, pelo valor do principal, R$ 3.500,00, de forma a
encontrar a taxa de juros total do período:
141,75 ⇒ 0,0405
3.500,00
Para calcularmos a taxa de juros utilizaremos a fórmula:
J
i=
C.n
Substituindo o valor dos termos temos:
i = 1.116,00 ⇒ i = 0,062
18.000,00 . 1
No entanto, como a unidade de tempo da taxa solicitada está
em anos (‘a.a.’) e o cálculo foi realizado na unidade do período
de tempo que está em ‘bimestres’, devemos converter a unidade
de tempo da taxa calculada de a.b. (‘bimestres’) para a.a. (‘anos’).
Logo:
Dividindo-se então, esta taxa de 0,0405 pelo período de
tempo, 45, obteríamos a taxa desejada:
0,0405 ⇒ 0,0009
45
Resta ainda converter a taxa de juros para a unidade de tempo
solicitada, o que pode ser feito se realizando o procedimento de
conversão conforme efetuado acima.
Identificando-se os termos disponíveis, temos:
C: R$ 3.500,00
j: R$ 141,75
n: 45 dias
Resolvendo:
Portanto:
• A aplicação de Maria Gorgonzola foi realizada à uma taxa de
juros simples de 37,2% a.a.
Alternativamente poderíamos dividir o valor total dos juros,
R$ 1.116,00, pelo valor do principal, R$ 18.000,00, de maneira a
encontrar a taxa de juros total do período:
{
Para calcularmos a taxa de juros utilizaremos a fórmula:
J
i=
C.n
1.116,00
18.000,00
Dividindo-se então, esta taxa de 0,062 pelo período de tempo,
1, obteríamos a taxa desejada:
Substituindo o valor dos termos temos:
i = 141,75
⇒ i = 0,0009
3.500,00 . 45
0,062 ⇒ 0,062
1
Resta ainda converter a taxa de juros para a unidade de tempo
solicitada, o que pode ser feito se realizando o procedimento de
conversão conforme efetuado acima.
Identificando-se as variáveis disponíveis, temos:
No entanto, como a unidade de tempo da taxa solicitada está
em anos (‘a.a.’) e o cálculo foi realizado na unidade do período de
tempo que está em ‘dias’, devemos converter a unidade de tempo
da taxa calculada de a.d. (‘dias’) para a.a. (‘anos’).
{
Portanto: 32,4% a.a. foi a taxa de juros simples da aplicação.
Alternativamente poderíamos dividir o valor total dos juros,
R$ 141,75, pelo valor do principal, R$ 3.500,00, de forma a
encontrar a taxa de juros total do período:
141,75 ⇒ 0,0405
3.500,00
Didatismo e Conhecimento
⇒ 0,062
C: R$ 18.000,00
j: R$ 1.116,00
n: 1 bimestre
Para calcularmos a taxa de juros utilizaremos a fórmula:
J
i=
C.n
7
MATEMÁTICA
10) Ambrózio recebeu R$ 1.049,60 de juros ao aplicar
R$ 8.200,00 à taxa de 19,2% a.s. Qual foi o prazo da aplicação
em meses?
Observe que neste caso a taxa de juros e o período não estão
na mesma unidade de tempo. Nestas condições, devemos converter
uma das unidades.
Montando uma regra de três simples direta, temos:
Substituindo o valor dos termos temos:
i = 1.116,00 ⇒ i = 0,062
18.000,00 . 1
No entanto, como a unidade de tempo da taxa solicitada está
em anos (‘a.a.’) e o cálculo foi realizado na unidade do período
de tempo que está em ‘bimestres’, devemos converter a unidade
de tempo da taxa calculada de a.b. (‘bimestres’) para a.a. (‘anos’).
Resolvendo:
Portanto: A aplicação de Maria foi realizada à uma taxa de
juros simples de 37,2% a.a. Alternativamente poderíamos dividir
o valor total dos juros, R$ 1.116,00, pelo valor do principal,
R$ 18.000,00, de maneira a encontrar a taxa de juros total do
período:
1.116,00 ⇒ 0,062
18.000,00
Identificando-se as variáveis disponíveis, temos:
Para calcularmos o período de tempo utilizaremos a fórmula:
n= J
C.i
Substituindo o valor dos termos temos:
Dividindo-se então, esta taxa de 0,062 pelo período de tempo,
1, obteríamos a taxa desejada:
n=
0,062 ⇒ 0,062
1
Logo:
Resta ainda converter a taxa de juros para a unidade de tempo
solicitada, o que pode ser feito se realizando o procedimento de
conversão conforme efetuado acima.
n: 4 meses
Portanto:
• O prazo da aplicação foi de 4 meses. Aplicação esta que
rendeu a Ambrózio R$ 1.049,60 de juros ao investir R$ 8.200,00
à taxa de 19,2% a.s.
Sem utilizarmos fórmulas, poderíamos chegar ao mesmo
resultado, pelo seguinte raciocínio:
Ao multiplicarmos o valor do capital pela taxa de juros,
iremos obter o juro referente a cada período:
9) Maria recebeu R$ 5.000,00 de juros, por um empréstimo
de 1 mês. A taxa de juros aplicada foi de 37,5% a.a. Quanto Maria
havia emprestado?
Veja que neste caso a taxa de juros e o período não estão na
mesma unidade de tempo. Neste caso, devemos converter uma das
unidades. Montando uma regra de três simples direta, temos:
8.200,00 . 0,032 ⇒ 262,40
Resolvendo: Identificando-se os termos disponíveis, temos:
Para calcularmos o capital vamos utilizar a fórmula:
J
i=
C.n
Neste caso, basta-nos dividir o valor de R$ 1.049,60, referente
ao valor total do juro, por R$ 262,40 correspondente ao valor do
juro em cada período, obtendo assim o período de tempo procurado:
Substituindo o valor dos termos temos:
C = 5.000,00
0,03125 . 1
1.049,60 ⇒ 4
262,40
Observe que neste caso a taxa de juros e o período não estão
na mesma unidade de tempo.
Nestas condições, devemos converter uma das unidades.
Montando uma regra de três simples direta, temos:
Logo:
C: 160.000,00
Portanto: Maria havia emprestado R$ 160.000,00, pelo qual
recebeu R$ 5.000,00 de juros, à taxa de 37,5% a.a. pelo período
de 1 mês. Poderíamos chegar à mesma conclusão pela seguinte
forma: Se dividirmos o valor total dos juros pelo período de tempo,
iremos obter o valor do juro por período:
Resolvendo: Identificando-se as variáveis disponíveis, temos:
Para calcularmos o período de tempo utilizaremos a fórmula:
n= J
C.i
5.000,00 ⇒ 5.000,00
1
Substituindo o valor dos termos temos:
Portanto, ao dividirmos o valor do juro por período,
R$ 5.000,00, pela taxa de juros de 3,125%, iremos obter o valor
do capital:
n=
5.000,00 ⇒ 160.000,00
0,03125
Didatismo e Conhecimento
1.049,60
8.200,00 . 0,032
1.049,60
8.200,00 . 0,032
Logo:
n = 4 meses
8
MATEMÁTICA
Portanto: O prazo da aplicação foi de 4 meses. Aplicação
esta que rendeu a Ambrózio R$ 1.049,60 de juros ao investir
R$ 8.200,00 à taxa de 19,2% a.s. Sem utilizarmos fórmulas,
poderíamos chegar ao mesmo resultado, pelo seguinte raciocínio:
Ao multiplicarmos o valor do capital pela taxa de juros, iremos
obter o juro referente a cada período:
Podemos então realizar os cálculos para encontramos o valor
do montante: Logo o montante a receber será de R$ 18.362,96.
Sabemos que a diferença entre o montante e o capital aplicado nos
dará os juros do período. Temos então:
Portanto: Após um ano de aplicação receberei de volta um
total de R$ 18.362,96, dos quais R$ 3.362,96 serão recebidos a
título de juros.
8.200,00 . 0,32 ⇒ 262,40
Neste caso, basta-nos dividir o valor de R$ 1.049,60, referente
ao valor total do juro, por R$ 262,40 correspondente ao valor do
juro em cada período, obtendo assim o período de tempo procurado:
12) Paguei de juros um total R$ 2.447,22 por um
empréstimo de 8 meses a uma taxa de juro composto de 1,4%
a.m. Qual foi o capital tomado emprestado? Calculando o valor da
entrada para financiar a compra do seu carro a partir do valor da
prestação
Em primeiro lugar vamos identificar as variáveis fornecidas
pelo enunciado:
Como sabemos a fórmula básica para o cálculo do juro
composto é:
1.049,60 ⇒ 4
262,40
11) Aplicando-se R$ 15.000,00 a uma taxa de juro
composto de 1,7% a.m., quanto receberei de volta após um ano
de aplicação? Qual o juro obtido neste período?
Primeiramente vamos identificar cada uma das variáveis
fornecidas pelo enunciado do problema:
Mas como estamos interessados em calcular o capital, é
melhor que isolemos a variável C como a seguir:
Como a taxa de juros está em meses, também iremos trabalhar
com o período de tempo em meses e não em anos como está no
enunciado do problema.
Pelo enunciado identificamos que foram solicitados o
montante e o juro, utilizaremos, portanto a fórmula abaixo que nos
dá o montante:
Note que a variável M não consta no enunciado, mas ao
invés disto temos a variável j, no entanto sabemos que o valor do
montante é igual à soma do valor principal com o juro do período,
então temos:
Ao substituirmos cada uma das variáveis pelo seu respectivo
valor teremos:
Podemos então realizar os cálculos para encontramos o valor
do montante:
Podemos então substituir M por C + j na expressão anterior:
Logo o montante a receber será de R$ 18.362,96. Sabemos
que a diferença entre o montante e o capital aplicado nos dará os
juros do período. Temos então:
Vamos então novamente isolar a variável C:
Finalmente podemos substituir as variáveis da fórmula pelos
valores obtidos do enunciado:
Portanto:
• Após um ano de aplicação receberei de volta um total de
R$ 18.362,96, dos quais R$ 3.362,96 serão recebidos a título de
juros.
Logo:
• O capital tomado emprestado foi de R$ 20.801,96.
Em primeiro lugar vamos identificar as variáveis fornecidas
pelo enunciado: Como sabemos a fórmula básica para o cálculo
do juro composto é:
Primeiramente vamos identificar cada uma das variáveis fornecidas pelo enunciado do problema: Como a taxa de juros está
em meses, também iremos trabalhar com o período de tempo em
meses e não em anos como está no enunciado do problema. Pelo
enunciado identificamos que foram solicitados o montante e o juro,
utilizaremos, portanto a fórmula abaixo que nos dá o montante:
Mas como estamos interessados em calcular o capital, é
melhor que isolemos a variável C como a seguir:
Ao substituirmos cada uma das variáveis pelo seu respectivo
valor teremos:
Didatismo e Conhecimento
9
MATEMÁTICA
4) Preciso aplicar R$ 100.000,00 por um período de quantos
meses, a uma taxa de juro composto de 1,7% a.m., para que ao
final da aplicação eu obtenha o dobro deste capital? Do enunciado
identificamos as seguintes variáveis:
Tendo por base a fórmula básica para o cálculo do juro
composto isolemos a variável n, que se refere ao período de tempo
que estamos a procura:
Substituindo o valor das variáveis na fórmula:
Note que a variável M não consta no enunciado, mas ao
invés disto temos a variável j, no entanto sabemos que o valor do
montante é igual à soma do valor principal com o juro do período,
então temos:
Podemos então substituir M por C + j na expressão anterior:
Assim sendo:
• Para que eu consiga dobrar o valor do meu capital precisarei
de 41,12 meses de aplicação.
Vamos então novamente isolar a variável C: Finalmente
podemos substituir as variáveis da fórmula pelos valores obtidos
do enunciado: Logo: O capital tomado emprestado foi de
R$ 20.801,96.
Do enunciado identificamos as seguintes variáveis: Tendo por
base a fórmula básica para o cálculo do juro composto isolemos a
variável n, que se refere ao período de tempo que estamos a procura: Substituindo o valor das variáveis na fórmula: Assim sendo:
Para que eu consiga dobrar o valor do meu capital precisarei de
41,12 meses de aplicação.
13) Planejo emprestar R$ 18.000,00 por um período de
18 meses ao final do qual pretendo receber de volta um total
de R$ 26.866,57. Qual deve ser o percentual da taxa de juro
composto para que eu venha a conseguir este montante?
Do enunciado identificamos as seguintes variáveis:
{
5) Se um certo capital for aplicado por um único período a
uma determinada taxa de juros, em qual das modalidades de juros,
simples ou composta, se obterá o maior rendimento?
Na modalidade de juros simples, temos que o montante pode
ser obtido através da seguinte fórmula:
C: R$ 18.000,00
n: 18 meses
M: R$ 26,866,57
A partir da fórmula básica para o cálculo do juro composto
iremos isolar a variável i, que se refere à taxa de juros que estamos
em busca:
Mas como já sabemos, o juro é obtido através da fórmula:
Como já vimos na parte teórica, esta variável pode ser isolada
com os seguintes passos:
Logo substituindo j na fórmula do montante, chegamos à
seguinte expressão:
Por fim substituiremos as variáveis da fórmula pelos valores
obtidos do enunciado:
Que após colocarmos C em evidência teremos:
O valor decimal 0,0225 corresponde ao valor percentual de
2,25%.
Logo:
• Para que eu venha obter o montante desejado, é preciso que
a taxa de juro composto seja de 2,25% a.m.
Como o enunciado diz se tratar de apenas um período de
aplicação, ao substituirmos n por 1 e realizarmos a multiplicação,
a fórmula ficará apenas como:
Do enunciado identificamos as seguintes variáveis:
{
Já na modalidade de juros compostos, o montante é obtido
através da fórmula:
C: R$ 18.000,00
n: 18 meses
M: R$ 26,866,57
Com a substituição de n por 1, segundo o enunciado,
chegaremos à expressão:
A partir da fórmula básica para o cálculo do juro composto
iremos isolar a variável i, que se refere à taxa de juros que estamos
em busca:
Como já era de se esperar, em ambas as modalidades chegamos
à mesma fórmula. Por quê?
Como sabemos, o que difere uma modalidade da outra é que
no caso dos juros simples o juro não é integrado ao capital ao final
de cada período, assim como acontece na modalidade de juros
compostos. Como há apenas um período, não há distinção entre
uma modalidade e outra, já que após a integração do juro ao valor
principal, não haverá um outro cálculo para um próximo período,
por se tratar de apenas um período de aplicação.
Como já vimos na parte teórica, esta variável pode ser isolada
com os seguintes passos: Por fim substituiremos as variáveis da
fórmula pelos valores obtidos do enunciado: O valor decimal
0,0225 corresponde ao valor percentual de 2,25%. Logo: para que
eu venha obter o montante desejado, é preciso que a taxa de juro
composto seja de 2,25% a.m
Didatismo e Conhecimento
10
MATEMÁTICA
Descontos Simples
Temos então que:
• Em qualquer uma das modalidades o rendimento será o
mesmo.
Na modalidade de juros simples, temos que o montante pode
ser obtido através da seguinte fórmula:
Por Fora (Comercial ou Bancário). O desconto é calculado sobre o valor nominal (S) do título, utilizando-se taxa de juros
simples
Df = S.i.t
Mas como já sabemos, o juro é obtido através da fórmula:
É o desconto mais utilizado no sistema financeiro, para operações de curto prazo, com pequenas taxas. O valor a ser pago (ou
recebido) será o valor atual C = S - Df = S - S.i.t , ou seja
Logo substituindo j na fórmula do montante, chegamos à
seguinte expressão:
C = S.(1- i.t)
Por Dentro (Racional). O desconto é calculado sobre o valor
atual (C) do título, utilizando-se taxa de juros simples
Que após colocarmos C em evidência teremos:
Dd = C.i.t
Como o enunciado diz se tratar de apenas um período de
aplicação, ao substituirmos n por 1 e realizarmos a multiplicação, a
fórmula ficará apenas como:
Como C não é conhecido (mas sim, S) fazemos o seguinte
cálculo:
C = S - Dd → C = S - C.i.t → C + C.i.t = S → C(1 + i.t) = S
C = S/(1 + i.t)
Já na modalidade de juros compostos, o montante é obtido
através da fórmula:
Este desconto é utilizado para operações de longo prazo. Note
que (1 - i.t) pode ser nulo, mas (1 + i.t) nunca vale zero.
Descontos Compostos
Com a substituição de n por 1, segundo o enunciado, chegaremos
à expressão:
O desconto (Dc) é calculado com taxa de juros compostos,
considerando n período(s) antecipado(s):
Dc = S - C
Como já era de se esperar, em ambas as modalidades chegamos
à mesma fórmula. Por quê? Como sabemos, o que difere uma
modalidade da outra é que no caso dos juros simples o juro não é
integrado ao capital ao final de cada período, assim como acontece
na modalidade de juros compostos. Como há apenas um período, não
há distinção entre uma modalidade e outra, já que após a integração
do juro ao valor principal, não haverá um outro cálculo para um
próximo período, por se tratar de apenas um período de aplicação.
Temos então que: Em qualquer uma das modalidades o
rendimento será o mesmo.
onde, de S = C.(1 + i)n, tiramos que C = S/(1 + i)n
Questão 1. Um banco ao descontar notas promissórias, utiliza o desconto comercial a uma taxa de juros simples de 12%
a.m.. O banco cobra, simultaneamente uma comissão de 4% sobre
o valor nominal da promissória. Um cliente do banco recebe R$
300.000,00 líquidos, ao descontar uma promissória vencível em
três meses. O valor da comissão é de:
Descontos Simples e Compostos
Resposta:
h = 0.04
iB = 0.12 * 3
São juros recebidos (devolvidos) ou concedidos quando o pagamento de um título é antecipado. O desconto é a diferença entre
o valor nominal (S) de um título na data do seu vencimento e o seu
valor atual (C) na data em que é efetuado o pagamento, ou seja:
AB = N * [1-(iB * h)]
300000 = N * [1-(0.12*3 * 0.04)]
300000 = N * [1-0.4]
N = 500000
Vc = 0.04 * N
Vc = 0.04 * 500000
Vc = 20000
D=S-C
Os descontos são nomeados simples ou compostos em função
do cálculo dos mesmos terem sido no regime de juros simples ou
compostos, respectivamente. Os descontos (simples ou compostos) podem ser divididos em:
- Desconto comercial, bancário ou por fora;
- Desconto racional ou por dentro.
Didatismo e Conhecimento
Questão 2. O valor atual de um título cujo valor de vencimento é de R$ 256.000,00, daqui a 7 meses, sendo a taxa de juros
simples, utilizada para o cálculo, de 4% a.m., é:
11
MATEMÁTICA
Resposta:
N = 256000
n = 7 meses
i = 0.04 a.m.
iB = n*i = 7*0.04 = 0.28
A = N / (1+iB) = 256000 / 1.28 = 200000
Dc = Dr * (1 + i*n)
600 = Dr * (1 + 0.05*4)
Dr = 600/1.2
Dr = 500
Questão 7 – O desconto racional simples de uma nota promissória, cinco meses antes do vencimento, é de R$ 800,00, a uma
taxa de 4% a.m.. Calcule o desconto comercial simples correspondente, isto é, considerando o mesmo título, a mesma taxa e o mesmo prazo.
Resposta:
Dr = 800
i = 0.04 a.m.
n = 5 meses
Questão 3. O desconto simples comercial de um título é de
R$ 860,00, a uma taxa de juros de 60% a.a.. O valor do desconto
simples racional do mesmo título é de R$ 781,82, mantendo-se a
taxa de juros e o tempo. Nesse as condições, o valor nominal do
rótulo é de:
Resposta:
Dc = 860
Dr = 781.82
Usando N = (Dc * Dr) / (Dc – Dr),
N = (860 * 781.82) / (860 – 781.82) = 672365.2 / 78.18 =
8600.22
Dc = Dr * (1 + i*n)
Dc = 800 * (1 + 0.04*5)
Dc = 800 * 1.2
Dc = 960
Questão 4. O valor atual de uma duplicata é de 5 vezes o valor
de seu desconto comercial simples. Sabendo-se que a taxa de juros
adotada é de 60% a.a., o vencimento do título expresso em dias é:
Resposta:
i = 60% a.a. → i = 0.6 a.a.
A = N – D (valor atual é o nominal menos o desconto)
5D = N – D → N = 6D
A = N * ( 1 – i*n)
5D = 6D ( 1 – 0.6 * n)
5 = 6 ( 1 – 0.6 * n)
5 = 6 – 3.6 * n
3.6 * n = 1
n = 0.277 (anos)
n = 0.277 * 365 dias
n = 101.105 dias
Questão 8. Um título sofre um desconto comercial de R$
9.810,00 três meses antes do seu vencimento a uma taxa de deconto simples de 3% a.m.. Indique qual seria o desconto à mesma taxa
se o desconto fosse simples e racional.
Resposta:
Dc = 9810
n = 3 meses
i = 0.03 a.m.
Questão 5. Uma empresa descontou em um banco uma duplicata de R$ 600.000,00, recebendo o líquido de 516.000,00.
Sabendo=se que o banco cobra uma comissão de 2% sobre o valor
do título, que o regime é de juros simples comerciais. Sendo a taxa
de juros de 96% a.a., o prazo de desconto da operação foi de:
Resposta:
N = 600000
Ab = 516000
h = 0.02
i = 0.96 a.a.
Db = Db + N*h
Ab = N * [1 - (i*n+h)]
516000 = 600000 * [1-(0.96*n+0.02)]
0.8533 = 1 – 0.96*n – 0.02
0.8533 = 0.98 – 0.96*n
0.96 * n = 0.1267
n = 0.1319 anos ≈ 45 dias
Questão 9. Um título no valor nominal de R$ 10.900,00 deve
sofrer um desconto comercial simples de R$ 981,00 três meses
antes do seu vencimento. Todavia uma negociação levou a troca
do desconto comercial por um desconto racional simples. Calcule
o novo desconto, considerando a mesma taxa de desconto mensal:
Resposta:
N = 10900
Dc = 981
n=3
Dc = Dr * (1 + i*n)
9810 = Dr * (1 + 0.03*3)
9810 = Dr * 1.09
Dr = 9810/1.09
Dr = 9000
Dc = N * i * n
981 = 10900 * i * 3
981 = 32700 * i
i = 0.03 (3% a.m.)
Questão 6. O desconto comercial simples de um título quatro
meses antes do seu vencimento é de R$ 600,00. Considerando uma
taxa de 5% a.m., obtenha o valor correspondente no caso de um
desconto racional simples:
Resposta:
Dc = 600
i = 0.05 a.m.
n=4
Didatismo e Conhecimento
Dr = N * i * n / (1+i*n)
Dr = 10900 * 0.03 * 3 / (1+0.03*3)
Dr = 10900 * 0.09 / 1.09
Dr = 10900 * 0.09 / 1.09
Dr = 900
12
MATEMÁTICA
Questão 13. Um título sofre um desconto composto racional
de R$ 6.465,18 quatro meses antes do seu vencimento. Indique o
valor mais próximo do valor descontado do título, considerando
que a taxa de desconto é de 5% a.m.:
Resposta:
Dcr = 6465.18
n = 4 meses
i = 0.05 a.m.
outra forma de fazer a questão seria usando:
N = (Dc * Dr) / (Dc – Dr)
10900 = 981 * Dr / (981-Dr)
10692900 – 10900 * Dr = 981 * Dr
11881 * Dr = 10692900
11881 * Dr = 10692900
Dr = 900
Questão 10. Um título sofre desconto simples comercial de
R$ 1.856,00, quatro meses antes do seu vencimento a uma taxa de
desconto de 4% a.m.. Calcule o valor do desconto correspondente
à mesma taxa, caso fosse um desconto simples racional:
Resposta:
Dc = 1856
n = 4 meses
i = 0.04 a.m.
Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n]
(1+i)n = 1.21550625
(1+i)n – 1 = 0.21550625
6465.18 = N * 0.21550625 / 1.21550625
N = 36465,14
Questão 14. Um título sofre um desconto composto racional
de R$ 340,10 seis meses antes do seu vencimento. Calcule o valor
descontado do título considerando que a taxa de desconto é de 5%
a.m. (despreza os centavos):
Resposta:
Dcr = 340.10
n = 6 meses
i = 0.05 a.m.
Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n]
(1+0.05)6 = 1.340095640625
(1+i)n – 1 = 0.340095640625
340.10 = N * 0.340095640625 / 1.340095640625
N ≈ 1340.10
Dcr = N – A
340.10 = 1340.10 – A
A = 1000
Dc = N * i * n
Dr = N * i * n / (1+i*n)
Dr = 1856 / (1+0.04*4)
Dr = 1856 / 1.16
Dr = 1600
Questão 11. Obtenha o valor hoje de um título de R$ 10.000,00
de valor nominal, vencível ao fim de três meses, a uma taxa de juros de 3% a.m., considerando um desconto racional composto e
desprezando os centavos.
Resposta:
N =10000
n = 3 meses
i = 0.03 a.m.
Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n]
(1+0.03)3 = 1.092727
Dcr = 10000 * 0.092727 / 1.092727
Dcr = 848.58
Dcr = N – A
848.58 = 10000 – A
A = 10000 – 848.58
A = 10000 – 848.58
A = 9151.42
Questão 15. O valor nominal de uma dívida é igual a 5 vezes
o desconto racional composto, caso a antecipação seja de dez meses. Sabendo-se que o valor atual da dívida (valor de resgate) é de
R$ 200.000,00, então o valor nominal da dívida, sem considerar os
centavos é igual a:
Resposta:
N = 5 * Drc
n = 10 meses
A = 200000
Questão 12. Um título foi descontado por R$ 840,00, quatro
meses antes de seu vencimento. Calcule o desconto obtido considerando um desconto racional composto a uma taxa de 3% a.m.
Resposta:
n = 4 meses
i = 0.03 a.m.
A = 840
Drc = N – A
Drc = 5 * Drc – 200000
4 * Drc = 200000
Drc = 50000
Drc = N – A
50000 = N – 200000
N = 250000
Dcr = N – A
Dcr = N – 840
Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n]
(1+0.03)4 = 1.12550881
(1+0.03)4 -1 = 0.12550881
Dcr = N * 0.12550881 / 1.12550881
N * 0.12550881 / 1.12550881 = N – 840
N * 0.12550881 = 1.12550881 * N – 945.4274004
N = 945.4274004
Dcr = 945.4274004 – 840
Dcr ≈ 105.43
Didatismo e Conhecimento
Questão 16. Um Commercial paper, com valor de face de
US$ 1.000.000,00 e vencimento daqui a três anos deve ser resgatado hoje. A uma taxa de juros compostos de 10% a.a. e considerando o desconto racional, obtenha o valor do resgate.
Resposta:
N = 1000000
n = 3 anos
i = 0.1 a.a.
13
MATEMÁTICA
Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n]
(1+i)n = 1.331
(1+i)n -1 = 0.331
Dcr = 1000000 * 0.331 / 1.331
Dcr = 248,685.20
A = N – Drc
A = 1000000 – 248,685.20
A = 751,314.80
N = 5600
Dcr = N * [1 - (1/(1+i)n)]
Dcr = 5600 * [1 - (1/(1+i)n)]
(1+i)n = 1.12550881
Dcr = 5600 * 0.12550881/1.12550881
Dcr = 624.47
Questão 19. Um título é descontado por R$ 4.400,00, quatro
meses antes do seu vencimento. Obtenha o valor de face do título,
considerando que foi aplicado um desconto racional composto a
uma taxa de 3% a.m. (despreze os centavos, se houver).
Resposta:
A = 4400
n = 4 meses
i = 0.03 a.m.
Questão 17. Uma pessoa quer descontar hoje um título de
valor nominal de R$ 11.245,54, com vencimento para daqui a 60
dias, e tem as seguintes opções:
I – desconto simples racional, taxa de 3% a.m.;
II – desconto simples comercial, taxa de 2,5% a.m.;
III – desconto composto racional, taxa de 3% a.m.
Se ela escolher a opção I, a diferença entre o valor líquido que
receberá e o que receberia se escolhesse a opção:
Resposta:
N = 11245.54
n = 60 dias = 2 meses
I) Dc = N * i * n
Dc = 11245.54 * 0.025 *2
Dc = 562.277
A = N – Dc
A = 11245.54 – 562.277
A = 10683.26
A = N – Drc
A + Drc = N
Drc = N * [1 - (1/(1+i)n)]
(1+i)n = 1.12550881
Drc = N * 0.12550881 / 1.12550881
Drc = (A + Drc) * 0.12550881 / 1.12550881
Drc = (4400 + Drc) * 0.12550881 / 1.12550881
Drc = (4400 + Drc) * 0.12550881 / 1.12550881
Drc = 490.657 + Drc * 0.12550881 / 1.12550881
Drc – Drc * 0.12550881 / 1.12550881 = 490.657
Drc * (1 – 0.12550881 / 1.12550881) = 490.657
Drc * 0.888487048 = 490.657
Drc = 552.23
N = A + Drc
N = 4400 + 552.23
N = 4952.23
II) Dr = (N * i * n) / (1 + i * n)
Dr = (11245.54 * 0.03 * 2) / (1 + 0.03 * 2)
Dr = 674.7324 / 1.06
Dr = 636.54
A = N – Dc
A = 11245.54 – 636.54
A = 10609.0
Questão 20. Antônio emprestou R$ 100.000,00 a Carlos, devendo o empréstimo ser pago após 4 meses, acrescido de juros
compostos calculados a uma taxa de 15% a.m., com capitalização
diária. Três meses depois Carlos decide quitar a dívida, e combina
com Antônio uma taxa de desconto racional composto de 30% a.b.
(ao bimestre), com capitalização mensal. Qual a importância paga
por Carlos a título de quitação do empréstimo.
Resposta:
N = 100000
n = 4 meses = 120 dias
i = 15% a.m. = 0.5% a.d. = 0.005 a.d.
III) Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n]
Dcr = 11245.54 * 0.05740409
Dcr = 645.54
A = N – Dc
A = 11245.54 – 645.54
A = 10600
Nenhum item tem uma resposta certa. Mas a diferença entre o
valor atual da escolha II e a III é nove, então se houve um erro na
digitação da questão a resposta é a alternativa c.
M =C * (1+i)n
M =100000 * (1+0.005)120
M = 181939.67
A = M / (1+0.3/2)
A = 158208.4
Questão 18. Um título deveria sofrer um desconto comercial
simples de R$ 672,00, quatro meses antes do seu vencimento. Todavia, uma negociação levou à troca do desconto comercial simples por um desconto racional composto. Calculo o novo desconto,
considerando a mesma taxa de 3% a.m..
Resposta:
Dc = 672
n = 4 meses
i = 0.03 a.m.
Questão 21. Calcule o valor nominal de um título que, resgatado 1 ano e meio antes do vencimento, sofreu desconto racional
composto de R$ 25000,00, a uma taxa de 30% a.a., com capitalização semestral.
Resposta:
n = 1.5 anos = 3 semestres
Drc = 25000
i = 0.3 a.a. = 0.15 a.s.
Dc = N * i * n
672 = N * 0.03 * 4
Didatismo e Conhecimento
14
MATEMÁTICA
Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n]
(1+i)n = 1.520875
(1+i)n -1 = 0.520875
25000 = N * 0.520875 / 1.520875
N = 25000 * 1.520875 / 0.520875
N = 72996.16
Fórmula do desconto:
Descontos Racional e Comercial
Há basicamente dois tipos de descontos:
– Desconto comercial (por fora)
– Desconto racional (por dentro)
Dc = N . i . t
100
Tipos de desconto
Desconto é o abatimento no valor de um título de crédito que
pode ser: Letra de câmbio; Fatura; Duplicata; Nota promissória.
Este desconto é obtido quando o mesmo é resgatado antes do vencimento do compromisso.
O valor do título no dia do vencimento é chamado de: valor
nominal e este vêm declarado no mesmo. O valor do título em uma
data anterior ao vencimento da fatura é chamado de : valor atual.
O valor atual é menor que o valor nominal
Desta forma, o valor atual de um título qualquer é a diferença
entre o valor nominal (valor do título) e seu respectivo desconto.
Observe:
A = N – Dc
ou
Desconto comercial: Também chamado de desconto por fora,
comercial, ou desconto bancário (Dc), pode ser definido como
aquele em que a taxa de desconto incide sobre o valor nominal do
título, levando-se em conta o capital principal como valor nominal
“N”. Assim, de acordo com a fórmula dada:
Dc = N . i . t
100
Onde:
A = N - Dr
Dc = desconto comercial
N = valor nominal do título dado
i = taxa de desconto
t = período de tempo na operação
100 = tempo considerado em anos
Onde: A – Valor atual
Exemplos para fixação de conteúdo:
Qual o valor atual atual (A) de um título de uma empresa no
valor de R$ 15.000,00 a 2% a.m, descontado 6 meses antes do
prazo do seu vencimento?
Observações:
Resolvendo:
a) Quando o período de tempo (t) for expresso no problema
em dias, o tempo considerado na operação devera ser em dias e
utilizado o valor de 36000.
N = 15.000
I = 2% a.m = 24% a.a. (01 ano = 12 meses)
T=6
b) Quando o período de tempo (t) for expresso em meses, o
tempo considerado deverá ser em meses e utilizando o valor 1200.
Exemplos para fixação de conteúdo:
Dc = 15000 x 24 x 6 = 2160000
1200
1200
1) Uma fatura foi paga com 30 dias antes do vencimento do
prazo para pagamento. Calcule o valor do desconto, com uma taxa
de 45% a.a., sabendo-se que o valor da fatura era no valor de R$
25.000,00.
Resolvendo:
Dc= 1800
A = 15000 – 1800 = 13200
A = 13200
Observe algumas notações:
D
N
A
I
n
Dados do problema
Desconto realizado sobre o título
Valor nominal de um título
Valor atual de um título
Taxa de desconto
Número de períodos para o desconto
N = 25000
i = 45% a.a.
t = 30
Dc = N . i . t
36000
Dc = 25000 x 45 x 30 = 33750000 = 937,50
36000
36000
Assim:
Como já falado anteriormente, o desconto é a diferença entre
o valor nominal de um título (futuro) “N” e o valor atual “A” do
título em questão.
O valor de desconto é de R$ 937,50.
Observe o valor 36000 na divisão, pois o tempo é expresso
em dias.
D=N-A
Didatismo e Conhecimento
15
MATEMÁTICA
2) A que taxa foi calculada o desconto simples de R$
5.000,00 sobre um título de R$ 35.000,00, pago antecipadamente
em 8 meses ?
Resolvendo:
Exemplo para fixação de conteúdo:
Calcular o valor do desconto por dentro de um título de R$
16.000,00 pago 3 meses antes do vencimento com uma taxa de
24% a.a.
Resolvendo:
Dados do problema
Dados do problema
N = 35000
i=?
t = 8 meses
Dc = 5.000,00
N = 16000
i = 24% a.a.
t = 3 meses
Dc = N . i . t
1200
Dr = N . i . t
100 + it
i = 1200 . Dc
N. t
Dr = 16000 x 24 x 3 = 1152000 = 905,66
1200 + 24 x 3
1272
I = 1200 x 5000 = 6000000 = 21,43%
35000 x 8
280000
O valor do desconto é de R$ 905,66.
O valor da taxa é de 21,43%
2 TAXAS DE JUROS: NOMINAL, EFETIVA,
EQUIVALENTES, PROPORCIONAIS, REAL E
APARENTE.
Observe o valor 1200 na divisão, pois o tempo é expresso em
meses.
O desconto comercial pode ser expresso na fórmula abaixo:
Dc = A . i . t
100 + it
Taxa Nominal
A taxa nominal de juros relativa a uma operação financeira,
pode ser calculada pela expressão:
Desconto Racional (por dentro): É chamado de desconto racional o abatimento calculado com a taxa de desconto incidindo
sobre o valor atual do título, temos então:
Taxa nominal = Juros pagos / Valor nominal do empréstimo
Assim, por exemplo, se um empréstimo de $100.000,00,
deve ser quitado ao final de um ano, pelo valor monetário de
$150.000,00, a taxa de juros nominal será dada por:
Dr = A . i .t
100
O qual:
Juros pagos = Jp = $150.000 – $100.000 = $50.000,00
Taxa nominal = in = $50.000 / $100.000 = 0,50 = 50%
Dr = valor do desconto racional na operação
A = valor atual do título
i = taxa de desconto
t = período de tempo na operação
100 = tempo considerado em ano
Sem dúvida, se tem um assunto que gera muita confusão na
Matemática Financeira são os conceitos de taxa nominal, taxa efetiva e taxa equivalente. Até na esfera judicial esses assuntos geram
muitas dúvidas nos cálculos de empréstimos, financiamentos, consórcios e etc.
Hoje vamos tentar esclarecer esses conceitos, que na maioria
das vezes nos livros e apostilas disponíveis no mercado, não são
apresentados de um maneira clara.
Temos a chamada taxa de juros nominal, quando esta não
é realmente a taxa utilizada para o cálculo dos juros (é uma taxa
“sem efeito”). A capitalização (o prazo de formação e incorporação de juros ao capital inicial) será dada através de uma outra taxa,
numa unidade de tempo diferente, taxa efetiva.
Como calcular a taxa que realmente vai ser utilizada; isto é, a
taxa efetiva?
Como informado no desconto por fora, não se pode esquecer
do tempo em que a taxa é considerada :
Ano = 100
Mês = 1200
Dias = 36000
Relembrando que:
A = N – Dr
Substituindo →
Didatismo e Conhecimento
Dr = N . i . t
100 + it
16
MATEMÁTICA
- Qual a taxa efetiva mensal que devemos utilizar? Em se tratando de concursos públicos a grande maioria das bancas examinadores utilizam a convenção da taxa proporcional. Em se tratando
do mercado financeiro, utiliza-se a convenção de taxa equivalente.
Vamos acompanhar através do exemplo:
Calcular o montante de um capital de R$ 1.000,00 aplicados
durante 18 meses, capitalizados mensalmente, a uma taxa de 12%
a.a. Explicando o que é taxa Nominal, efetiva mensal e equivalente
mensal:
Resolva as questões abaixo para você verificar se entendeu os
conceitos acima.
Respostas e soluções:
1) A taxa Nominal é 12% a.a; pois o capital não vai ser capitalizado com a taxa anual.
2) A taxa efetiva mensal a ser utilizada depende de duas convenções: taxa proporcional mensal ou taxa equivalente mensal.
a) Taxa proporcional mensal (divide-se a taxa anual por 12):
12%/12 = 1% a.m.
b) Taxa equivalente mensal (é aquela que aplicado aos R$
1.000,00, rende os mesmos juros que a taxa anual aplicada nesse
mesmo capital).
1) Um banco paga juros compostos de 30% ao ano, com capitalização semestral. Qual a taxa anual efetiva?
a) 27,75 %
b) 29,50%
c) 30 %
d) 32,25 %
e) 35 %
2) Um empresa solicita um empréstimo ao Banco no regime
de capitalização composta à base de 44% ao bimestre. A taxa equivalente composta ao mês de:
a) 12%
b) 20%
c) 22%
d) 24%
Cálculo da taxa equivalente mensal:
q
iq = (1 + it ) t
−1
onde:
iq : taxa equivalente para o prazo que eu quero
it : taxa para o prazo que eu tenho
q : prazo que eu quero
t : prazo que eu tenho
Respostas: 1) d
Taxa Efetiva e Taxa Real
As taxas de juros são índices fundamentais no estudo da matemática financeira. Os rendimentos financeiros são responsáveis
pela correção de capitais investidos perante uma determinada taxa
de juros. Não importando se a capitalização é simples ou composta, existem três tipos de taxas: taxa nominal, taxa efetiva e taxa
real. No mercado financeiro, muitos negócios não são fechados em
virtude da confusão gerada pelo desconhecimento do significado
de cada um dos tipos de taxa. Vamos compreender o conceito de
cada uma delas.
iq = (1 + 0,12) − 1 = (1,12)
–1
iq = 0,009489 a.m ou iq = 0,949 % a.m.
1
12
0,083333
3) Cálculo do montante pedido, utilizando a taxa efetiva mensal
a) pela convenção da taxa proporcional:
M = c (1 + i)n
M = 1000 (1 + 0,01) 18 = 1.000 x 1,196147
M = 1.196,15
Taxa Nominal: A taxa nominal é aquela em que o período de
formação e incorporação dos juros ao capital não coincide com
aquele a que a taxa está referida. Exemplos:
a) Uma taxa de 12% ao ano com capitalização mensal.
b) 5% ao trimestre com capitalização semestral.
c) 15% ao semestre com capitalização bimestral.
b) pela convenção da taxa equivalente:
M = c (1 + i)n
M = 1000 (1 + 0,009489) 18 = 1.000 x 1,185296
M = 1.185,29
NOTA: Para comprovar que a taxa de 0,948% a.m é equivalente a taxa de 12% a.a, basta calcular o montante utilizando a taxa
anual, neste caso teremos que transformar 18 meses em anos para
fazer o cálculo, ou seja : 18: 12 = 1,5 ano. Assim:
M = c (1 + i)n
M = 1000 (1 + 0,12) 1,5 = 1.000 x 1,185297
M = 1.185,29
Taxa Efetiva: A taxa efetiva é aquela que o período de formação e incorporação dos juros ao capital coincide com aquele a que
a taxa está referida. Exemplos:
a) Uma taxa de 5% ao mês com capitalização mensal.
b) Uma taxa de 75% ao ano com capitalização anual.
c) Uma taxa de 11% ao trimestre com capitalização trimestral.
Taxa Real: A taxa real é aquela que expurga o efeito da inflação no período. Dependendo dos casos, a taxa real pode assumir
valores negativos. Podemos afirmar que a taxa real corresponde à
taxa efetiva corrigida pelo índice inflacionário do período.
Conclusões:
- A taxa nominal é 12% a.a, pois não foi aplicada no cálculo do
montante. Normalmente a taxa nominal vem sempre ao ano!
- A taxa efetiva mensal, como o próprio nome diz, é aquela que
foi utilizado para cálculo do montante. Pode ser uma taxa proporcional mensal (1 % a.m.) ou uma taxa equivalente mensal (0,949
% a.m.).
Didatismo e Conhecimento
2) b
Existe uma relação entre a taxa efetiva, a taxa real e o índice
de inflação no período. Vejamos: 1+ief=(1+ir)(1+iinf)
17
MATEMÁTICA
Onde,
ief→é a taxa efetiva
ir→é a taxa real
iinf→é a taxa de inflação no período
Aplicando a fórmula, teremos:
Seguem alguns exemplos para compreensão do uso da fórmula.
Exemplo 1. Certa aplicação financeira obteve rendimento efetivo de 6% ao ano. Sabendo que a taxa de inflação no período foi
de 4,9%, determine o ganho real dessa aplicação.
Solução: A solução do problema consiste em determinar
o ganho real da aplicação corrigido pelo índice inflacionário do
período, ou seja, determinar a taxa real de juros dessa aplicação
financeira. Temos que:
Como a taxa real foi negativa, podemos afirmar que essa categoria profissional teve perdas salariais do período, uma vez que
o reajuste salarial foi abaixo do índice inflacionário do período.
A taxa real expurga o efeito da inflação. Um aspecto interessante sobre as taxas reais de juros é que, elas podem ser inclusive,
negativas. Vamos encontrar uma relação entre as taxas de juros
nominal e real. Para isto, vamos supor que um determinado capital
P é aplicado por um período de tempo unitário, a uma certa taxa
nominal in .
O montante S1 ao final do período será dado por S1 = P(1 + in).
Consideremos agora que durante o mesmo período,
a taxa de inflação (desvalorização da moeda) foi igual a j.
O capital corrigido por esta taxa acarretaria um montante
S2 = P (1 + j).
A taxa real de juros, indicada por r, será aquela que aplicada
ao montante S2, produzirá o montante S1. Poderemos então escrever: S1 = S2 (1 + r)
Aplicando a fórmula que relaciona os três índices, teremos:
Substituindo S1 e S2 , vem:
P(1 + in) = (1+r). P (1 + j)
Daí então, vem que:
(1 + in) = (1+r). (1 + j), onde:
in = taxa de juros nominal
j = taxa de inflação no período
r = taxa real de juros
Observe que se a taxa de inflação for nula no período, isto é,
j = 0, teremos que as taxas nominal e real são coincidentes. Veja o
exemplo a seguir:
Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, um banco
empresta $120.000,00 para ser pago em um ano com $150.000,00.
Sendo a inflação durante o período do empréstimo igual a 10%,
pede-se calcular as taxas nominal e real deste empréstimo.
Teremos que a taxa nominal será igual a:
in = (150.000 – 120.000)/120.000 = 30.000/120.000 = 0,25 =
25%
Portanto in = 25%
Portanto, o ganho real dessa aplicação financeira foi de 1%
ao ano.
Exemplo 2. Certa categoria profissional obteve reajuste salarial de 7% ao ano. Sabendo que a inflação no período foi de 10%,
determine o valor do reajuste real e interprete o resultado.
Solução: Temos que
Didatismo e Conhecimento
Como a taxa de inflação no período é igual a j = 10% = 0,10,
substituindo na fórmula anterior, vem:
(1 + in) = (1+r). (1 + j)
(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,10)
1,25 = (1 + r).1,10
1 + r = 1,25/1,10 = 1,1364
Portanto, r = 1,1364 – 1 = 0,1364 = 13,64%
18
MATEMÁTICA
Se a taxa de inflação no período fosse igual a 30%, teríamos
para a taxa real de juros:
(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,30)
1,25 = (1 + r).1,30
1 + r = 1,25/1,30 = 0,9615
Podemos fazer este cálculo usando desconto comercial simples ou desconto racional simples. Vamos, arbitrariamente, escolher a fórmula do valor atual racional simples:
Vars = N/1 + in
Vars1 = 140,00/(1 + 0,10 . 4) = 100,00
Vars2 = 190,00/(1 + 0,10 . 9) = 100,00
Verificamos que os três capitais têm valores atuais idênticos
na data focal considerada (data zero). Podemos, portanto, dizer
que eles são Equivalentes: tanto faz receber R$ 100,00 hoje, ou R$
140,00 daqui a 4 meses ou R$ 190,00 daqui a nove meses, se a taxa
de juros for de 10% ao mês e o desconto racional simples.
Vejamos o que acontece se utilizarmos o critério do desconto
comercial, em vez do desconto racional, para calcular os valores
atuais dos capitais R$ 140,00 e R$ 190,00:
Vacs = N (1 – in)
Vacs1 = 140 ( 1 – 0,10 . 4) = 140 (0,6) = 84
Vacd2 = 190 (1 – 0,10 . 9) = 190 (0,1) = 19
Mudando-se a modalidade de desconto, portanto, os três capitais deixam de ser equivalentes.
E se mudarmos a data de comparação, ou data focal, para o
mês 2, por exemplo, continuando a utilizar o desconto racional
simples?
Portanto, r = 0,9615 – 1 = -,0385 = -3,85% e, portanto teríamos uma taxa real de juros negativa.
Agora resolva este: $100.000,00 foi emprestado para ser quitado por $150.000,00 ao final de um ano. Se a inflação no período
foi de 20%, qual a taxa real do empréstimo?
Resposta: 25%
Taxas Equivalentes e Capitais Equivalentes
A equivalência de capitais é uma das ferramentas mais poderosas da matemática financeira e tem sido constantemente pedida
nas provas de concursos públicos.
Aprendemos a calcular o Montante, em uma Data Fatura, de
um capital que se encontrava na data presente. Relativo a descontos, aprendemos a calcular o Valor Atual, em uma Data Presente,
de um valor nominal que se encontrava em uma data futura.
Gostaríamos que você notasse que, ao calcular o montante,
estávamos movendo o capital inicial a favor do eixo dos tempos ou
capitalizando-o, enquanto que, ao calcularmos o valor atual, estávamos movendo o valor nominal (que também é um capital) contra
o eixo dos tempos ou descapitalizando-o, conforme se encontra
ilustrado nos esquemas a seguir.
Acontecerá o seguinte:
O capital R$ 140,00, resgatável na data 4, será antecipado de 2
meses, ficando com o seguinte valor atual racional simples:
Vars1 = 140,00/(1 + 0,10 . 2) = 116,67
O capital R$ 190,00, resgatável na data 9, será antecipado de 7
meses, ficando com o seguinte valor atual racional simples:
Vars2 = 190,00/(1 + 0,10 . 7) = 111,76
Conceito de Equivalência
Dois ou mais capitais que se encontram em datas diferentes,
são chamados de equivalentes quando, levados para uma mesma
data, nas mesmas condições, apresentam o mesmo VALOR nessa
data.
Para você entender melhor esse conceito, vamos lhe propor
um problema. Vamos fazer de conta que você ganhou um prêmio
em dinheiro no valor de R$ 100,00, que se encontra aplicado, em
um banco, à taxa de juros simples de 10% a.m. O banco lhe oferece
três opções para retirar o dinheiro:
1a) você retira R$ 100,00 hoje;
2a) você deixa o dinheiro aplicado e retira R$ 140,00 dentro
de 4 meses;
3a) você deixa o dinheiro aplicado e retira R$ 190,00 em 9
meses.
Ao capital R$ 100,00 (resgatável na data zero) acrescentar-se-ão dois meses de juros, conforme segue:
Vars3 = C (1 + in) = 100 (1 + 0,10 . 2) = 120
No mês dois, portanto, temos que os capitais nominais R$
140,00; R$ 190,00 e R$ 100,00 estarão valendo, respectivamente,
R$ 116,67; R$ 111,76 e R$ 120,00. Na data focal 2, portanto, eles
não serão mais equivalentes.
No regime de capitalização Simples a equivalência ocorre em
apenas uma única data, para uma determinada taxa e modalidade
de desconto. Ao mudarmos a Data Focal, capitais que antes eram
equivalentes podem deixar sê-lo. É bom você saber desde já que,
no regime de capitalização Composta, isto não acontece: na capitalização composta, para a mesma taxa, capitais equivalentes para
uma determinada data o são para qualquer outra data.
Podemos então concluir que:
Para juros simples, a equivalência entre dois ou mais capitais
somente se verifica para uma determinada taxa, para uma determinada data focal e para uma determinada modalidade de desconto.
Podemos, agora, definir equivalência de dois capitais de uma
mesma maneira mais rigorosa da seguinte forma:
Dois capitais C1 e C2, localizados nas datas n1 e n2, medidas a
partir da mesma origem, são ditos equivalentes com relação a uma
data focal F, quando os seus respectivos valores atuais, Va1 e Va2 ,
calculados para uma determinada taxa de juros e modalidade de
desconto nessa data focal F, forem iguais.
Qual delas é a mais vantajosa para você?
Para sabermos a resposta, precisamos encontrar um jeito de
comparar os capitais R$ 100,00, R$ 140,00, e R$ 190,00, que se
encontram em datas diferentes. Vamos determinar, então, o valor
dos três capitais numa mesma data ou seja, vamos atualizar os
seus valores. Escolheremos a data de hoje. A Data Comum, também chamada de Data de Comparação ou Data Focal, portanto, vai
ser hoje (= data zero).
O capital da primeira opção (R$ 100,00) já se encontra na data
de hoje; portanto, já se encontra atualizado.
Calculemos, pois, os valores atuais Va1 e Va2 dos capitais futuros R$ 140,00 e R$ 190,00 na data de hoje (data zero). Esquematizando, a situação seria esta:
Didatismo e Conhecimento
19
MATEMÁTICA
A equivalência de capitais é bastante utilizada na renegociação de dívidas, quando há necessidade de substituir um conjunto
de títulos por um outro conjunto, equivalente ao original (isto porque o conceito de equivalência é aplicado não só para dois capitais,
mas também para grupos de capitais).
Às vezes um cliente faz um empréstimo num banco e se compromete e quitá-lo segundo um determinado plano de pagamento.
Todavia, devido a contigências nos seus negócios, ele percebe que
não terá dinheiro em caixa para pagar as parcelas do financiamento
nas datas convencionadas. Então, propõe ao gerente do banco um
outro esquema de pagamento, alterando as datas de pagamento e
os respectivos valores nominais de forma que consiga honrá-los,
mas de tal sorte que o novo esquema seja EQUIVALENTE ao plano original.
No cálculo do novo esquema de pagamento, a visualização
do problema fica bastante facilitada com a construção de um diagrama de fluxo de caixa no qual representa-se a dívida original na
parte superior, e a proposta alternativa de pagamento na parte de
baixo, conforme se vê nos problemas a seguir.
mos um desconto (comercial, no caso) ou uma descapitalização
(desincorporação dos juros), porque estávamos transportando os
valores para uma data passada. Mas se a data focal tivesse sido
outra, por exemplo, a data 9 (vide esquema), e não a data zero, o
capital de R$ 2.000,00, que vencia na data 6, teria que sofrer uma
capitalização (incorporação de juros) para ser transportado para
a data 9 (data futura em relação à data 6). A atualização do valor
desse capital para a data 9, então, far-se-ia com a utilização da
fórmula do montante M = C (1 + in), e não com a fórmula do valor
descontado (valor atual).
Conclusão: para transportarmos um capital para uma data posterior à original, devemos capitalizá-lo; para transportarmos um
capital para uma data anterior à original, devemos descapitalizá-lo.
2. O pagamento do seguro de um carro, conforme contrato,
deve ser feito em 3 parcelas quadrimestrais de R$ 500,00. O segurador, para facilitar ao seu cliente, propõe-lhe o pagamento em 4
parcelas trimestrais iguais. Utilizando-se a data focal zero, a taxa
de juros de 24% a.a. e o critério de desconto racional simples, o
valor das parcelas trimestrais será, em R$:
Exercícios Resolvidos
1. No refinamento de uma dívida, dois títulos, um para 6 meses e outro 12 meses, de R$ 2.000,00 e de R$ 3.000,00, respectivamente, foram substituídos por dois outros, sendo o primeiro de
R$ 1.000,00, para 9 meses, e o segundo para 18 meses. A taxa de
desconto comercial simples é de 18% a.a. O valor do título de 18
meses, em R$, é igual a:
Resolução:
Fazendo o diagrama dos pagamentos, temos:
i = 24% a.a. = 2% a.m. = 0,02 a.m.
Uma vez que o critério é de desconto racional simples, ao
transportarmos os valores para a data zero, teremos que utilizar a
fórmula do valor atual racional simples
Vars = N/1 + in . Podemos escrever, então, que:
Resolução:
Inicialmente, vamos construir um diagrama de fluxo de caixa
utilizando os dados do problema:
A taxa de juros é anual. Entretanto, como os prazos de pagamento estão expressos em meses, vamos tranformá-la em mensal:
i = 18% a.a. = 1,5% a.m. = 0,015 a.m.
A modalidade de desconto é o comercial simples, mas o problema não mencionou qual a data focal a ser considerada. Em casos como este, presumimos que a data focal seja a data zero.
Vamos, então, calcular o total da dívida na data zero para cada
um dos planos de pagamento, e igualar os resultados, pois os dois
esquemas devem ser equivalentes para que se possa substituir um
pelo outro. Além disso, para transportarmos os capitais para a data
zero, utilizaremos a fórmula do valor atual do desconto comercial
simples:
Vacs = N (1 – in). Obteremos a seguinte equação:
2.000 (1 – 0,015 . 6) + 3.000 (1 – 0,015
.12) = 1.000 (1 – 0,015 . 9) + x (1 – 0,015 . 18)
(total da dívida conforme o plano (total da dívida conforme o plano Alternativo Original de pagamento, proposto, atualizado para
a data zero).
Calculando o conteúdo dos parênteses, temos:
2.000 (0,91) + 3.000 (0,82) = 1.000 (0,865) + x (0,73)
1.820 + 2.460 = 865 + 0,73x
0,73x = 1.820 + 2.460 – 865
x = 3.415/0,73 = 4.678,08
Total da divida conforme o plano original de pagamento, atualizado racionalmente para a data zero 500/1 + 0,02 . 4 + 500/1 +
0,02 . 8 + 500/1 + 0,02 . 12 = x/1 + 0,02 . 3 + x/1 + 0,02 . 6 + x/1
+ 0,02 . 9 + x/1 + 0,02 . 12
Total da dívida conforme o plano alternativo proposto, atualizado racionalmente para a data zero 500/1,08 + 500/1,16 +
500/1,24 = x/1,06 + x/1,12 + x/1,18 + x/1,24
1.297,22 = 3,49 . x
x = 1.297,22/3,49
x = 371,68
3. A aplicação de R$ 2.000,00 foi feita pelo prazo de 9 meses,
contratando-se a taxa de juros de 28% a.a. Além dessa aplicação,
existe outra de valor nominal R$ 7.000,00 com vencimento a 18
meses. Considerando-se a taxa de juros de 18% a.a., o critério de
desconto racional e a data focal 12 meses, a soma das aplicações
é, em R$:
Resolução:
Inicialmente, precisamos calcular o valor nominal da primeira
aplicação. Considerando n = 9 meses = 0,75 anos, temos que:
N = C (1 + in)
N = 2.000 (1 + 0,28 . 0,75) = 2.000 (1,21) = 2.420
Observe que a data focal era anterior à data de vencimento
de todos os capitais. Assim, calculamos o valor descontado (valor atual) de cada um deles, para trazê-los à data local. Efetua-
Didatismo e Conhecimento
20
MATEMÁTICA
7. releia a PERGUNTA do problema e verifique se o valor que
você encontrou corresponde ao que o problema está pedindo (às
vezes, devido à pressa, o candidato se perde nos cálculos, encontra
um resultado intermediário e assinala a alternativa que o contém,
colocada ali para induzi-lo em erro, quando seria necessário ainda
uma passo a mais para chegar ao resultado final correto).
Observando o diagrama de fluxo de caixa, vemos que, para
serem transportados à data doze, o título de 2.420 terá que ser capitalizado de três meses, ao passo que o título de 7.000 terá que
ser descapitalizado de 6 meses. Além disso, a taxa de 18% a.a.,
considerando-se capitalização simples, é equivalente a 1,5% a.m.
= 0,015 a.m. Desta forma, podemos escrever que:
2.420 (1 + 0,015 . 3) + 7.000/1 + 0,015 . 6 = x
2.420 (1,045) + 7.000/1,09 = x
2.528,9 + 6.422,02 = x
x = 8.950,92
Desconto e Equivalência
Por fim, gostaríamos de dar uma dica para ajudá-lo a perceber
quando um problema é de desconto e quando é de equivalência.
Em linhas gerais, nos problemas de Desconto, alguém quer vender
papéis (duplicatas, promissórias, letras de câmbio, etc.), enquanto
que nos problemas de Equivalência, alguém quer financiar ou refinanciar uma dívida.
Equação de Valor
Em síntese, para que um conjunto de títulos de valores nominais N1, N2, N3 …, exigíveis nas datas n1, n2, n3 …, seja equivalente
a um outro conjunto de títulos Na , Nb , Nc …, exigíveis nas datas
na , nb , nc …, basta impormos que a soma dos respectivos valores
atuais Va1 , Va2 , Va3 … dos títulos do primeiro conjunto, calculados
na data focal considerada, seja igual à soma dos valores atuais Vaa
, Vab , Vac … dos títulos do segundo conjunto, calculados para essa
mesma data, isto é:
Rendas Uniformes
Matéria com o mesmo objetivo da Equivalência de Capitais,
mas com títulos apresentando os mesmos valores e com vencimentos consecutivos - tornando assim sua solução mais rápida, através
de um método alternativo.
Há dois casos: o cálculo do valor atual dos pagamentos iguais
e sucessivos (que seria igual ao valor do financiamento obtido por
uma empresa ou o valor do empréstimo contraído); e o cálculo do
montante, do valor que a empresa obterá se aplicar os pagamentos
dos clientes em uma data futura às datas dos pagamentos.
Va1 + Va2 + Va3 + … = Vaa + Vab + Vac + …
A equação acima é chamada de Equação de Valor.
Roteiro para Resolução de Problemas de Equivalência
1º Caso: Cálculo do Valor Atual
Ao começar a resolução de problemas que envolvem equivalência de capitais utilize o seguinte roteiro:
1. leia o problema todo;
2. construa, a partir do enunciado do problema, um diagrama
de fluxo de caixa esquemático, colocando na parte de cima o plano
original de pagamento e na parte de baixo o plano alternativo proposto, indicando todos os valores envolvidos, as datas respectivas
e as incógnitas a serem descobertas – esse diagrama é importante
porque permite visualizar os grupos de capitais equivalentes e estabelecer facilmente a equação de valor para resolução do problema;
3. observe se os prazos de vencimento dos títulos e compromissos estão na mesma unidade de medida de tempo periodicidade
da taxa; se não estiverem, faça as transformações necessárias (ou
você expressa a taxa na unidade de tempo do prazo ou expressa o
prazo na unidade de tempo da taxa – escolha a transformação que
torne os cálculos mais simples);
4. leve todos os valores para a data escolhida para a negociação (data focal), lembrando sempre que capitais exigíveis antes da data focal deverão ser capitalizados através da fórmula do
montante M = C (1 + in), dependendo da modalidade de desconto
utilizada;
5. tendo transportado todos os capitais para a data focal e com
base no diagrama de fluxo de caixa que você esquematizou, monte
a EQUAÇÃO DE VALOR, impondo que a soma dos valores dos
títulos (transportados para a data focal) da parte de cima do diagrama de fluxo de caixa seja igual à soma dos valores dos títulos
(transportados para a data focal) da parte de baixo do diagrama de
fluxo de caixa;
6. resolva a equação de valor;
Didatismo e Conhecimento
a) Renda Certa Postecipada (Imediata): aquela onde o primeiro pagamento acontecerá em UM período após contrair o empréstimo ou financiamento.
Para calcular o valor atual dessa renda certa, a fórmula é a
seguinte:
A = P . a[n,i], onde:
A = valor atual da renda certa;
P = valor de cada pagamento da renda certa;
n = número de prestações;
i = taxa empregada.
O fator a[n,i] é normalmente dado nas provas.
b) Renda Certa Antecipada: aquela onde o primeiro pagamento acontecerá no ato do empréstimo ou financiamento.
Para calcular o valor atual dessa renda certa, a fórmula é a
seguinte:
A = P . a[n-1,i] + P, onde:
A = valor atual da renda certa;
P = valor de cada pagamento da renda certa;
n = número de prestações;
i = taxa empregada.
21
MATEMÁTICA
c) Renda Certa Diferida: aquela onde o primeiro pagamento
acontecerá vários períodos após ser feito o empréstimo ou financiamento.
Taxas Proporcionais
Para se compreender mais claramente o significado destas taxas deve-se reconhecer que toda operação envolve dois prazos:
- o prazo a que se refere à taxa de juros; e
- o prazo de capitalização (ocorrência) dos juros. (ASSAF
NETO, 2001).
Para calcular o valor atual dessa renda certa, a fórmula é a
seguinte:
A = P . ( a[n+x,i] - a[x,i] ), onde:
Taxas Proporcionais: duas (ou mais) taxas de juro simples
são ditas proporcionais quando seus valores e seus respectivos
períodos de tempo, reduzidos a uma mesma unidade, forem uma
proporção. (PARENTE, 1996). Exemplos
A = valor atual da renda certa;
P = valor de cada pagamento da renda certa;
n = número de prestações;
x = número de prestações acrescentadas;
i = taxa empregada.
1) Calcular a taxa anual proporcional a: (a) 6% ao mês;
(b) 10% ao bimestre.
Solução:
2º Caso: Cálculo do Montante
a)
a) Quando o montante é calculado no momento da data do
último pagamento:
b)
Para calcular o valor do montante nesse caso, a fórmula é a
seguinte:
2) Encontrar as taxas de juro simples mensal, trimestral e
anual, proporcionais a 2% ao dia.
Solução
M = P . s[n,i], onde:
M = valor do montante;
P = valor de cada pagamento da renda certa;
n = número de prestações;
i = taxa empregada.
O fator s[n,i] é normalmente dado nas provas.
Taxa Aparente
Os rendimentos financeiros são responsáveis pela correção de
capitais investidos perante uma determinada taxa de juros. As taxas de juros são corrigidas pelo governo de acordo com os índices
inflacionários referentes a um período. Isso ocorre, no intuito de
corrigir a desvalorização dos capitais aplicados durante uma crescente alta da inflação.
Entendemos por taxa aparente o índice responsável pelas
operações correntes. Dizemos que a taxa real e a aparente são as
mesmas quando não há a incidência de índices inflacionários no
período. Mas quando existe inflação, a taxa aparente será formada
por dois componentes: um ligado à inflação e outro, ao juro real.
Para entendermos melhor o funcionamento da taxa aparente e da
taxa real de juros vamos simular uma situação, observe:
Um banco oferece uma aplicação na qual a taxa de juros efetiva corresponde a 12% ao ano. Considerando-se que no mesmo
período fora registrada uma inflação de 5%, podemos afirmar que
a taxa de 12% oferecida pelo banco não foi a taxa real de remuneração do capital, mas sim uma taxa aparente, pois os preços nesse
período foram reajustados.
Para descobrirmos a taxa de juros real, devemos aplicar o capital à taxa de 12% e corrigir monetariamente o mesmo capital
usando o índice inflacionário do período. Feitos esses cálculos
basta realizar a comparação entre os valores obtendo a taxa real de
rendimento. Supondo um capital de R$ 150,00, determine a taxa
real de acordo com as condições demonstradas.
b) Quando o montante é calculado em um momento que não
coincide com a data do último pagamento:
Para calcular o valor do montante nesse caso, a fórmula é a
seguinte:
M = P . (s[n+x,i] - s[x,i]), onde:
M = valor do montante;
P = valor de cada pagamento da renda certa;
n = número de prestações;
x = número de prestações acrescentadas;
i = taxa empregada.
Rendas Variáveis
Ativos de renda variável são aqueles cuja remuneração ou retorno de capital não pode ser dimensionado no momento da aplicação, podendo variar positivamente ou negativamente, de acordo com as expectativas do mercado. Os mais comuns são: ações,
fundos de renda variável (fundo de ação, multimercado e outros),
quotas ou quinhões de capital, Commodities (ouro, moeda e outros) e os derivativos (contratos negociados nas Bolsas de Valores,
de mercadorias, de futuros e assemelhadas).
Didatismo e Conhecimento
22
MATEMÁTICA
Exemplo 3
Montante da aplicação referente à taxa de juros de 12%
150 . 1,12 = 168
Qual deve ser a taxa aparente que equivale a uma taxa real de
1,2% ao mês e uma inflação de 15% no período?
Taxa real = 1,2% = 0,012
Inflação = 15% = 0,15
1 + ia = (1 + 0,012) * (1 + 0,15)
1 + ia = 1,012 * 1,15
1 + ia = 1,1638
ia = 1,1638 – 1
ia = 0,1638
ia = 16,38%
Montante da correção do índice inflacionário correspondente
a 5%
150 . 1,05 = 157,5
Observe que o ganho real foi de R$ 10,50 em relação ao valor
corrigido de acordo com o índice inflacionário. Portanto, a taxa
real pode ser dada pela seguinte divisão:
10,5 / 157,5 = 0,066 = 6,6%
A taxa real foi de 6,6%.
Podemos determinar a taxa real, a taxa aparente e a inflação de
uma forma simples, utilizando a seguinte expressão matemática:
3 PLANOS OU SISTEMAS DE
AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS
E FINANCIAMENTOS.
1 + ia = ( 1 + ir ) * ( 1 + I )
Onde:
ia = taxa aparente
ir = taxa real
I = inflação
Frequentemente, nas operações de médio e longo prazo, por
razões metodológicas ou contábeis, as operações de empréstimos
são analisadas período por período, no que diz respeito ao pagamento dos juros e à devolução propriamente dita do principal.
(HAZZAN, 2007).
Exemplo 1
Um empréstimo foi realizado a uma taxa de 32% ao ano. Considerando-se que a inflação do período foi de 21%, determine a
taxa real anual.
Taxa aparente = 32% = 0,32
Inflação = 21% = 0,21
1 + 0,32 = (1 + ir) * (1 + 0,21)
1,32 = (1 + ir) * 1,21
1,32/1,21 = 1 + ir
1,09 = 1 + ir
ir = 1,0909 – 1
ir = 0,0909
ir = 9,09%
Sistema de Amortização Constante – SAC
Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em
prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em progressão
aritmética, em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente e outra de amortização
que permanece constante.
Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de
amortização de um empréstimo por prestações que incluem os juros, amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo.
Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de
amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor das prestações é decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O
valor da amortização é calculada dividindo-se o valor do principal
pelo número de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.
O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados
em financiamentos imobiliários. A principal característica do SAC
é que ele amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o
início do financiamento. Esse percentual de amortização é sempre
o mesmo, o que faz com que a parcela de amortização da dívida
seja maior no início do financiamento, fazendo com que o saldo
devedor caia mais rapidamente do que em outros mecanismos de
amortização.
Exemplo: Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte
mil reais) a ser pago em 12 meses a uma taxa de juros de 1% ao
mês (em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do
valor da amortização iremos obter uma valor igual a R$ 10.000,00.
Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12 meses = R$ 10.000,00.
Logo, a tabela SAC fica:
A taxa real anual foi equivalente a 9,09%.
Exemplo 2
Uma instituição financeira cobra uma taxa real aparente de
20% ano, com a intenção de ter um retorno real de 8% ao ano. Qual
deve ser a taxa de inflação?
Taxa aparente = 20% = 0,2
Taxa real = 8% = 0,08
1 + 0,2 = (1 + 0,08) * (1 + I)
1,2 = 1,08 * (1 + I)
1,2 / 1,08 = 1 + I
1,11 = 1 + I
1,11 – 1 = I
I = 0,11
I = 11%
A taxa de inflação deve ser igual a 11%.
Didatismo e Conhecimento
23
MATEMÁTICA
Nº Prestação
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Prestação
Juros
Amortização
11200
11100
11000
10900
10800
10700
10600
10500
10400
10300
10200
10100
1200
1100
1000
900
800
700
600
500
400
300
200
100
10000
10000
10000
10000
10000
10000
10000
10000
10000
10000
10000
10000
Saldo Devedor
120000
110000
100000
90000
80000
70000
60000
50000
40000
30000
20000
10000
0
Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior,a prestação é a soma da amortização e o juro. Sendo assim,o juro é
decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as prestações. A soma das prestações é de
R$ 127.800,00. Gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressao aritmética(PA) de r=100.
Entre as inúmeras maneiras que existem para se amortizar o principal, o sistema de amortização constante (SAC) é um dos mais utilizados na prática. Tal sistema consiste em se fazer que todas as parcelas de AMORTIZAÇÃO sejam iguais. Assim, considerando um principal
a ser amortizado em “n” parcelas, e supondo pagamento dos juros em todos os períodos. (HAZZAN, 2007).
Fórmula
Exemplo
1) Uma empresa pede emprestado R$ 100.000,00 que o banco entrega no ato. Sabendo que o banco concedeu 3 anos de carência, que
os juros serão pagos anualmente, que a taxa de juros é de 10% ao ano e que o principal será amortizado em 4 parcelas anuais, construir a
planilha.
Solução:
Planilha de Financiamento
n
0
1
2
3
4
5
6
TOTAL
Amortização
-x-x-xR$ 25.000,00
R$ 25.000,00
R$ 25.000,00
R$ 25.000,00
R$ 100.000,00
Didatismo e Conhecimento
Juros
-xR$ 10.000,00
R$ 10.000,00
R$ 10.000,00
R$ 7.500,00
R$ 5.000,00
R$ 2.500,00
R$ 45.000,00
24
Prestação
-xR$ 10.000,00
R$ 10.000,00
R$ 35.000,00
R$ 32.500,00
R$ 30.000,00
R$ 27.500,00
R$ 145.000,00
Saldo Devedor
R$ 100.000,00
R$ 100.000,00
R$ 100.000,00
R$ 75.000,00
R$ 50.000,00
R$ 25.000,00
R$ 0,00
R$ 0,00
MATEMÁTICA
Sistema de Amortização Crescente – SACRE
O sistema SACRE foi desenvolvido com o objetivo de permitir maior amortização do valor emprestado, reduzindo-se, simultaneamente, a parcela de juros sobre o saldo devedor. Por isso, ele começa com prestações mensais mais altas, se comparado à Tabela Price.
Pelo sistema SACRE, as prestações mensais mantêm-se próximas da estabilidade e no decorrer do financiamento, seus valores tendem
a decrescer. A prestação inicial pode comprometer até 30% da renda familiar e o prazo máximo de financiamento é de 25 anos.
Este sistema de amortização é utilizado SOMENTE pela Caixa Econômica Federal. A diferença básica entre este sistema e os outros é
o de apresentar o valor da parcela de amortização superior, proporcionando uma redução mais rápida do saldo devedor. Também neste plano
a prestação inicial pode comprometer até 30% da renda, enquanto nos outros o comprometimento máximo é 25%.
O valor das prestações é decrescente.
Sistema Francês de Amortização - Tabela Price
Pela Tabela Price, o comprador começa a pagar seu imóvel com parcelas mensais mais baixas que às do Sacre. Ao longo do contrato,
no entanto, as parcelas sobem progressivamente, superando, e muito, às do Sacre.
Pelo sistema Price, as prestações e o saldo devedor são corrigidos mensalmente pela TR, pelos bancos privados e anualmente pela Caixa. A amortização inicial dos juros nesse sistema é menor, fazendo com que apenas a partir da metade do número de anos estabelecido em
contrato comece a ser reduzido o saldo devedor do comprador.
Apenas 25% da renda familiar pode ser comprometida com a aquisição do imóvel e o prazo máximo de financiamento é de 20 anos.
Consiste em um plano de amortização em que as prestações são iguais. As amortizações crescem ao longo do período da operação:
como a prestação é igual, com a redução do saldo devedor o juro diminui e a parcela de amortização aumenta.
Comparativo
Prestações =
Amortização +
Juros
Amortizações
Juros
Vantagem
Desvantagem
SAC
SACRE
TABELA PRICE - TP
Decrescentes
Decrescentes
Constantes
Constantes
Decrescentes
Crescentes
Decrescentes
Saldo devedor diminui
mais rapidamente em
relação ao TP
Decrescentes
Saldo devedor diminui
mais rapidamente em
relação a TP ou SAC
Prestação inicial maior
Prestação inicial maior
Decrescentes
Prestação inicial menor
em relação a calculada
pelo SAC oi SACRE
Saldo devedor diminui
mais lentamente em
relação ao SAC ou
SACRE
Neste sistema, as prestações são iguais e periódicas, a partir do instante em que começam a ser pagas. Assim, considerando um principal
a ser pago nos instantes 1,2,3,....,n, a uma taxa de juros (expressa na unidade de tempo da periodicidade dos pagamentos), as prestações
sendo constantes constituem uma sequência uniforme em que cada parcela é indicada por R. (HAZZAN, 2007).
Fórmula
Exemplo
1) Um empréstimo no valor de R$ 100.000,00 deve ser liquidado por meio do pagamento de cinco prestações iguais e mensais, vencendo a primeira 30 dias após a data da contratação, por meio do sistema Francês de amortização.
Sabendo-se que a taxa de juros compostos cobrada foi de 10% ao mês, pede-se:
a) O valor das prestações a serem pagas;
b) Construir uma tabela demonstrando o estado da dívida e o valor dos encargos e principal amortizado após o pagamento de cada
prestação.
Didatismo e Conhecimento
25
MATEMÁTICA
Solução:
a)
b) Planilha de Financiamento
n
0
1
2
3
4
5
TOTAL
Amortização
-xR$ 16.379,75
R$ 18.017,73
R$ 19.819,50
R$ 21.801,45
R$ 23.981,59
R$ 100.000,01
Juros
-xR$ 10.000,00
R$ 8.362,03
R$ 6.560,25
R$ 4.578,30
R$ 2.398,16
R$ 31.898,74
Prestação
-xR$ 26.379,75
R$ 26.379,75
R$ 26.379,75
R$ 26.379,75
R$ 26.379,75
R$ 131.898,75
Saldo Devedor
R$ 100.000,00
R$ 83.620,25
R$ 65.602,53
R$ 45.783,03
R$ 23.981,58
-R$ 0,01
R$ 0,00
Sistema Alemão de Amortização
O sistema Alemão de amortização consiste na liquidação de uma dívida onde os juros são pagos antecipadamente com prestações
iguais, exceto a primeira que corresponde aos juros cobrados no momento da operação financeira. O capital emprestado (ou financiado)
será indicado com C, i será a taxa de juros ao período, n representará o número de períodos. As amortizações e os pagamentos ao período
serão indicados, respectivamente, pelas letras Ak e Pk, onde k=1,2,...,n. Em todas as situações, o final de um período significará o início do
período seguinte.
Didatismo e Conhecimento
26
MATEMÁTICA
Consideremos a situação que uma pessoa contrai um empréstimo de valor C no instante k=0. A financeira cobra antecipadamente a taxa
i sobre C, perfazendo um juro inicial de C i, de forma que o cliente recebe no primeiro momento, o valor Co dado pela expressão: Co = C - C
i = C (1-i), mas o cliente deverá pagar C no final do período.
No início do 2º período, o cliente está devendo C, mas amortizará parte do saldo devedor com um valor A1, assim ele ficará devendo
neste momento: C1 = C - A1
Como ocorre a amortização de parte da dívida, ele novamente pagará juros antecipados sobre a dívida neste momento, correspondentes
a i C1, logo o pagamento no início do 2º período deverá ser: P1 = A1 + i C1 = A1 + i (C - A1)
O cliente deverá pagar à financeira o valor C1 no final do período.
No início do 3º período, o cliente estará devendo C1 e deverá amortizar parte da dívida com um valor A2, assim ele ficará devendo: C2
= C1 - A2
Como ocorreu a amortização de parte da dívida, ele novamente pagará juros antecipados sobre a dívida que no momento corresponde a
i C2, logo o pagamento no início do 3o. período deverá ser: P2 = A2 + i C2 = A2 + i (C1-A2), ou seja P2 = A2 + i (C - A1 - A2)
O cliente deverá pagar à financeira o valor C2 no final do período.
No início do 4º período, o cliente estará devendo C2 e deverá amortizar parte da dívida com um valor A3, assim ele ficará devedor neste
momento de: C3 = C2 - A3
Como ocorreu a amortização de parte da dívida, ele deve novamente pagar juros antecipados sobre a dívida neste momento, que corresponde a i C3, logo o pagamento no início do 3º período deverá ser: P3 = A3 + i C3 = A3 + i (C2 - A3) = A3 + i (C1 - A2 - A3), ou seja P3 = A3
+ i (C - A1 - A2 - A3)
O cliente deverá pagar à financeira o valor C3 no final do período.
Este processo continua até um certo mês com índice k e poderemos escrever: Ck = Ck-1 - Ak e Pk = Ak + i (C - A1 - A2 - A3 - ... - Ak)
Resumindo até o momento, temos:
n
1
2
3
4
...
k
Cn
C1 = C - A1
C2 = C - A1 - A2
C3 = C - A1 - A2 - A3
C4 = C - A1 - A2 - A3 - A4
...
Ck = C - A1 - A2 - A3 - ... - Ak
Pn
P1 = A1 + i (C - A1)
P2 = A2 + i (C - A1- A2)
P3 = A3 + i (C - A1 - A2 - A3)
P4 = A4 + i (C - A1 - A2 - A3 - A4)
...
Pk = Ak + i (C - A1 - A2 - A3 - ... - Ak)
A última amortização An deverá coincidir com o pagamento Pn uma vez que todos os juros já foram cobrados antecipadamente e como
todos os pagamentos devem ser iguais (exceto Po), então segue que P1 = P2 = P3 = ... = Pn = P
Como P1=P2, então A1 + i (C - A1) = A2 + i (C - A1 - A2),
Logo A1 + i (C-A1) = A2 + i (C-A1) - i A2
Assim A1 = A2 - i A2 e dessa forma A1 = A2 (1-i) e podemos escrever que A2 = A1 / (1-i)
De forma análoga, podemos mostrar que A3 = A2 / (1-i), para concluir que A3 = A1 / (1-i)2
Temos em geral que, para todo k=2,3,4,...,n: Ak = A1 / (1-i)k-1
Como a soma das amortizações Ak deve coincidir com o capital C emprestado ou financiado, segue que: C = A1 + A2 + A3 + ... + An
Substituindo os valores dos Ak nesta última expressão, obtemos:
Evidenciando o último termo, poderemos escrever:
Como o termo nos colchetes é a soma de n termos de uma PG cujo primeiro termo é 1 e a razão é (1-i), então:
e desse modo
Didatismo e Conhecimento
27
MATEMÁTICA
Esse sistema de amortização tem a vantagem em relação ao
sistema de pagamento único, pois nele não há incidência de juros
sobre juros. Os juros sempre incidem sobre o valor original da
dívida. Com isso o devedor pode quitar sua dívida quando quiser.
Tem como desvantagem que o pagamento de juros pode, em
tese, ser perpétuo mesmo quando já se pagou o equivalente a dívida em si. Para isso,basta que o número de prestações exceda 100%
quando soma em juros simples.Vamos a um exemplo.
Vamos supor que se foi contraído uma dívida no valor de
R$13.000,00 que será paga em 1 ano com juros de 9% a.m. através
do Sistema de Amortização Americano.Teríamos algo como:
Já observamos antes que
m
e substituindo o valor de A1 pela expressão obtida acima,
teremos:
Esta é a fórmula para o cálculo da prestação no sistema
Alemão, em função do capital financiado C, da taxa i e do período
n.
Nº Prestação
Amortização
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
13000
Para obter os cálculos com as fórmulas básicas
com os seguintes elementos:
Objeto
Descrição
C
Capital financiado
i
Taxa de juros ao período
n
Número de períodos
P
Valor de cada prestação
A1
Primeira amortização
Ak
Amortização para
Dívida
13000
13000
13000
13000
13000
13000
13000
13000
13000
13000
13000
13000
0
O total pago em juros foi R$ 14.040,00 e ainda sim a dívida
só foi quitada quando se pagou os R$ 13.000,00, dando um total
de R$27.040,00. No entanto, esse sistema de amortização tolera o
pagamento parcial da dívida, o que reduziria proporcionalmente o
valor dos juros.
O devedor paga o Principal em um único pagamento no final
e no final de cada período, realiza o pagamento dos juros do Saldo
devedor do período. No final dos 5 períodos, o devedor paga também os juros do 5º período.
k=1,2,...,n.
Problema Típico
Determinar a prestação mensal de um financiamento de
R$300.000,00 por um período de 5 meses à taxa de 4% ao mês,
através do sistema Alemão de amortização.
Solução: Devemos tomar i=0,04; n=5 e C=300.000,00 e inserir
os dados na primeira das três últimas fórmulas apresentadas, para
obter a prestação
Sistema Americano de Amortização
O Sistema de Amortização Americano é uma forma de pagamento de empréstimos que se caracteriza pelo pagamento apenas
dos juros da dívida, deixando o valor da dívida constante, que pode
ser paga em apenas um único pagamento.
Didatismo e Conhecimento
Juros
(9% de
13.000,00)
0
1170
1170
1170
1170
1170
1170
1170
1170
1170
1170
1170
1170
n
Juros
0
1
2
3
4
5
Totais
0
12.000,00
12.000,00
12.000,00
12.000,00
12.000,00
Sistema Americano
Amortização do
Pagamento
Saldo devedor
0
0
12.000,00
12.000,00
12.000,00
12.000,00
300.000,00 312.000,00
60.000,00
300.000,00
Saldo devedor
300.000,00
300.000,00
300.000,00
300.000,00
300.000,00
0
360.000,00
O sistema de amortização americano consiste na devolução do
principal numa única parcela no final do prazo de carência estipulado. Os juros podem ser pagos durante a carência ou capitalizados
e devolvidos juntamente com o principal. (KUHNEN, 2001).
28
MATEMÁTICA
Exemplo
1) Um banco empresta a importância de R$ 10.000,00, com a taxa de 10% ao mês, para ser paga em uma única parcela, porém, devendo
os juros compensatórios serem pagos mensalmente durante o prazo da carência, calculados pelo sistema de amortização americano (SAA).
Pede-se: elaborar a planilha de financiamento.
Solução:
n
0
1
2
3
4
5
TOTAL
Amortização
-x-x-x-x-xR$ 10.000,00
R$ 10.000,00
Juros
-xR$ 1.000,00
R$ 1.000,00
R$ 1.000,00
R$ 1.000,00
R$ 1.000,00
R$ 5.000,00
Prestação
-xR$ 1.000,00
R$ 1.000,00
R$ 1.000,00
R$ 1.000,00
R$ 11.000,00
R$ 15.000,00
Saldo Devedor
R$ 10.000,00
R$ 10.000,00
R$ 10.000,00
R$ 10.000,00
R$ 10.000,00
R$ 0,00
R$ 0,00
Sistema de Amortização Misto - SAM
No sistema de amortização misto as prestações são as médias aritméticas das prestações do sistema de amortização constante com o sistema francês. Os juros é a multiplicação do saldo devedor com a taxa de desconto e a amortização é a subtração das prestações com os juros.
Exemplo: Admita que você esteja interessado na compra de um veículo no valor de R$35.000,00. Um vendedor lhe propõe uma entrada
de R$8.000,00 mais 12 prestações mensais a uma taxa pré-fixada de 42,00% ao ano. Atenção! Utilize quatro casas decimais para taxas na
forma unitária. Monte a tabela para esse financiamento. Veja o resultado na figura abaixo.
Veja que se tirarmos a média das prestações, a primeira ficaria assim.
2879,76 = (3051,9 + 2707,62) / 2
Cada prestação (pagamento) é a média aritmética das prestações respectivas no Sistema Price e no Sistema de Amortização Constante
(SAC).
Uso: Financiamentos do Sistema Financeiro da Habitação.
Cálculo: PSAM = (PPrice + PSAC) ÷ 2
n
1
2
3
4
5
Didatismo e Conhecimento
PSAC
72.000,00
69.600,00
67.200,00
64.800,00
62.400,00
PPrice
67.388,13
67.388,13
67.388,13
67.388,13
67.388,13
29
PSAM
69.694,06
68.494,07
67.294,07
66.094,07
64.894,07
MATEMÁTICA
Sistema de Amortização Misto (SAM)
Amortização do
n
Juros
Pagamento Saldo devedor
Saldo devedor
0
0
0
0
300.000,00
1 12.000,00
57.694,06
69.694,06 242.305,94
2
9.692,24
58.801,83
68.494,07
183.504,11
3
7.340,16
59.953,91
67.294,07 123.550,20
4
4.942,01
61.152,06
66.094,17
62.398,14
5
2.495,93
62.398,14
64.894,07
0
Totais 36.470,34 300.000,00 336.470,94
4 CÁLCULO FINANCEIRO: CUSTO
REAL EFETIVO DE OPERAÇÕES DE
FINANCIAMENTO, EMPRÉSTIMO E
INVESTIMENTO.
O rendimento dos agentes econômicos pode ser aplicado de duas formas diferentes: em consumo ou em poupança. As chamadas “operações financeiras” estão intimamente ligadas à aplicação do rendimento em poupança, sendo a base do chamado “investimento financeiro” da
poupança. A gênese do investimento financeiro reside no valor temporal do dinheiro – o juro. Assim para analisar um investimento financeiro
(quer seja na perspectiva de cedência de moeda ou na óptica de financiamento) é necessário compreender a ligação que existe entre capital,
tempo e juro.
Estando o tempo presente em qualquer operação financeira e, variando valor de um capital com este fator, existe a necessidade de efetuar a
equivalência entre capitais reportados a instantes de tempo diferentes. A equivalência entre capitais pode ser efetuada recorrendo a uma equação
matemática, denominada equação de equivalência (ou de valor), que pode ser escrita através do conhecimento de dois processos (inversos um
do outro): o processo de capitalização e de atualização.
Rendimento - Aplicações Possíveis
Podemos definir rendimento como sendo o resultado da produção de bens e serviços num determinado período de tempo. No caso mais
geral, o rendimento apresenta-se sobre a forma de moeda. O rendimento dos agentes econômicos possui variadas origens e, de uma forma genérica, pode ser classificado em dois tipos: o rendimento do setor privado e o rendimento do setor público. No setor privado, o rendimento tem
normalmente origem em quatro fontes: os salários (rendimento do trabalho), as rendas (rendimento da terra), o juro (rendimento do capital) e o
lucro (rendimento resultante da atividade econômica das empresas). O rendimento no setor público, denominado rendimento nacional, pode ser
encarado como uma medida do fluxo de bens e serviços na economia do país.
Segundo a Teoria Econômica, o rendimento pode ser aplicado de duas formas: em consumo ou em poupança. O consumo é o total de despesa em bens e serviços que tenham um tempo de vida definido e sejam utilizados de um modo específico. Do consumo não resulta qualquer
retorno do capital investido. Com base na definição anterior, constata-se que o consumo pode ser feito em bens e serviços de caráter duradouro
e não duradouro. A título indicativo considerem-se um automóvel e um sabonete, classificáveis, respectivamente, como bem de consumo duradouro e bem de consumo não duradouro. O rendimento excedente do consumo denomina-se por poupança. Também à luz da Teoria Econômica,
existem duas formas de aplicar a poupança: o entesouramento e o investimento.
O entesouramento consiste em guardar a poupança (excedente do rendimento após consumo) sob a forma de moeda. O entesouramento
não permite assim nenhum tipo de ganho ao longo do tempo. O investimento consiste em aplicar um determinado montante de poupança com
o objetivo de o incrementar. O investimento pode ser concretizado essencialmente de duas formas distintas: em investimentos reais diretos nos
chamados bens de investimento (e.g. uma fábrica), ou através de investimentos financeiros (quer em depósitos bancários ou de outras instituições financeiras ou ainda através da aquisição de títulos (e.g. ações) nos mercados financeiros). Ao montante de moeda poupada e aplicada em
investimento dá-se o nome de capital financeiro. A figura seguinte resume as possíveis aplicações do rendimento.
Figura 1: Aplicações do rendimento
Didatismo e Conhecimento
30
MATEMÁTICA
Capital, Tempo e Juro
2. Problemas de conjunto de capitais: onde pretende estabelecer-se uma equivalência entre um capital e um conjunto de capitais
ou entre dois conjuntos de capitais (“Quanto receberei daqui a um
ano se todos os meses depositar R$100,00 e a taxa de juro for de
2,5% ao ano?”).
A essência do Cálculo Financeiro reside num único conceito –
o valor temporal do dinheiro. É intuitivo que qualquer quantia não
tem o mesmo valor consoante fique disponível imediatamente ou
apenas daqui a algum tempo. Este fato é justificado pela chamada
“preferência pela liquidez”, descrita pelo economista John Maynard
Keynes. Segundo este economista temos preferência pela liquidez
porque, estando na posse de ativos líquidos, podemos escolher a forma de os aplicar (seja em consumo e/ou em poupança).
Verifica-se assim que o tempo tem extrema importância em
qualquer análise que envolva capitais e, portanto, é necessário atribuir-lhe um valor. Esse valor denomina-se juro. Pode então definir-se juro como sendo a remuneração de um capital financeiro, durante
um certo prazo. A existência do juro tem sido largamente discutida
ao longo dos tempos. Na Idade Média já existiam estudos sobre o
conceito de juro, sendo este considerado usura e até condenado pela
Igreja Católica.
Atualmente existem várias teorias que tentam explicar e justificar a existência do juro, destacando-se a da autoria de J.M. Keynes,
referida anteriormente, e a teoria da “preferência pelo tempo”, da
autoria da Escola Austríaca de Economistas, que afirma que a existência de juro deve-se à necessidade de indução de atividades econômicas que consomem mais tempo e são mais produtivas. De uma
forma sintética podemos afirmar que o juro existe por três razões,
todas elas intimamente ligadas ao fator tempo:
- Privação da liquidez: ao “cedermos” capital a outrem estamos
a oportunidade de escolher o que fazer com o capital (consumo e/
ou poupança).
- Perda do poder de compra: a inflação faz com que o valor do
dinheiro se altere ao longo do tempo.
- Risco: ao “cedermos” capital não existe a garantia que o recuperemos.
Operações Financeiras
Denomina-se por operação financeira qualquer operação de
envolva a aplicação de poupança destinada a investimento onde
estejam envolvidos simultaneamente os fatores capital, tempo e
taxa de juro. As operações financeiras são assim resultantes da
aplicação da poupança em investimento financeiro.
Figura 2 – Fatores presentes numa operação financeira.
As operações financeiras podem dividir-se em operações de
curto, médio ou longo prazo, consoante o seu horizonte temporal
seja até um ano, de um a cinco anos ou a mais de cinco anos,
respectivamente. Numa operação financeira intervêm, pelo menos,
duas partes: o mutuário (o que pede emprestado - devedor) e o
mutuante (aquele que empresta - credor).
A importância do fator tempo faz com que, na resolução de
qualquer problema que envolva capitais reportados a diferentes
momentos, exista a necessidade de homogeneizar os capitais numa
mesma unidade, i.e., reportá-los ao mesmo momento. Em Cálculo
Financeiro, podemos reportar os capitais ao mesmo instante de tempo através de uma equação matemática que traduz a equivalência
entre os capitais envolvidos nesse momento – a equação de equivalência ou de valor. Para a construção correta dessa equação é necessário ter em conta três fatores, dos quais depende o juro:
- Capital
- Tempo
- (Taxa de) juro
As instituições financeiras intervêm com frequência nas operações financeiras importando distinguir a situação em que estas
têm subjacente o recebimento de juros – operações ativas, e a situação em que estas têm subjacente o pagamento de juros – operações passivas.
Custos: são medidas monetárias dos sacrifícios financeiros
com os quais uma organização, uma pessoa ou um governo, têm
de arcar a fim de atingir seus objetivos, sendo considerados esses
ditos objetivos, a utilização de um produto ou serviço qualquer,
utilizados na obtenção de outros bens ou serviços. A Contabilidade
gerencial incorpora esses e outros conceitos econômicos para fins
de elaborar Relatórios de Custos de uso da Gestão Empresarial.
O juro varia diretamente com qualquer dos fatores anteriores,
i.e., aumenta quando qualquer um deles aumenta e os outros dois
se mantêm constantes e diminui quando qualquer um deles diminui,
mantendo-se os restantes constantes. Do exposto neste tópico resulta a regra de ouro do cálculo financeiro: “Para comparar ou operar
com capitais é necessário que estes estejam reportados ao mesmo
período de tempo”.
Em Cálculo Financeiro surgem dois tipos de problemas:
No Brasil, o Decreto-Lei 1.598/77, em seu artigo 14 determina que: o contribuinte que mantiver sistema de contabilidade
de custo integrado e coordenado com o restante da escrituração
poderá utilizar os custos apurados para avaliação dos estoques de
produtos, principalmente para fins fiscais.
1. Problemas de capital único: onde pretende estabelecer-se
uma equivalência entre dois ou mais capitais, capital a capital (e.g.
“Quanto receberei, daqui a um ano, se efetuar hoje um depósito de
R$1.000,00 à taxa de juro anual 5%”).
Didatismo e Conhecimento
31
MATEMÁTICA
Como as sucessões são diretamente proporcionais, as razões são
iguais, isto é:
5 NÚMEROS E GRANDEZAS
PROPORCIONAIS: RAZÕES E PROPORÇÕES;
DIVISÃO EM PARTES PROPORCIONAIS;
REGRA DE TRÊS; PORCENTAGEM E
PROBLEMAS.
2 8 y
= =
3 x 21
2x = 3 . 8
2x = 24
Relação entre Grandezas
x=
Números diretamente proporcionais
Joana gosta de queijadinha e por isso resolveu aprender a fazêlas. Adquiriu a receita de uma amiga. Nessa receita, os ingredientes
necessários são:
3 ovos
1 lata de leite condensado
1 xícara de leite
2 colheres das de sopa de farinha de trigo
1 colher das de sobremesa de fermento em pó
1 pacote de coco ralado
1 xícara de queijo ralado
1 colher das de sopa de manteiga
y=
42
3
y=14
Solução:
Representando a parte de Júlio por x, a de César por y, e a de
Toni por z, podemos escrever:
x + y + z = 32400
y
z
x
=
=
32400
24000 27000 30000
x
y
z
x+ y+z
=
=
=
24000 27000 30000 24000
+
27000
+ 30000
- Para se fazerem 2 receitas seriam usados 6 ovos para 4
colheres de farinha;
- Para se fazerem 3 receitas seriam usados 9 ovos para 6
colheres de farinha;
- Para se fazerem 4 receitas seriam usados 12 ovos para 8
colheres de farinha;
- Observe agora as duas sucessões de números:
81000
Resolvendo as proporções:
x
32400 4
=
24000 8100010
10x = 96 000
x= 9 600
Sucessão do número de ovos:
6 9 12
Sucessão do número de colheres de farinha:
4 6
8
Nessas sucessões as razões entre os termos correspondentes são
iguais:
y
4
=
27000 10
10y= 108 000
y= 10 800
12 3
=
8 2
z
4
=
3000 10
10z= 120 000
z= 12 000
Dizemos, então, que:
- os números da sucessão 6, 9, 12 são diretamente proporcionais aos da sucessão 4, 6, 8;
Logo, Júlio recebeu R$ 9.600,00, César recebeu R$ 10.800,00 e
Toni, R$ 12.000,00.
3
- o número 2 , que é a razão entre dois termos correspondentes,
é chamado fator de proporcionalidade.
Duas sucessões de números não-nulos são diretamente
proporcionais quando as razões entre cada termo da primeira
sucessão e o termo correspondente da segunda sucessão são iguais.
Exemplo1: Vamos determinar x e y, de modo que as sucessões
sejam diretamente proporcionais:
2
8
y
3
x
21
Didatismo e Conhecimento
24
2
Exemplo 2: Para montar uma pequena empresa, Júlio, César
e Toni formaram uma sociedade. Júlio entrou com R$ 24.000,00,
César com R$ 27.000,00 e Toni com R$ 30.000,00. Depois de 6
meses houve um lucro de R$ 32.400,00 que foi repartido entre eles
em partes diretamente proporcionais à quantia investida. Calcular a
parte que coube a cada um.
Veja que:
9 3
=
6 2
6 9 12 3
Assim: = = =
4 6 8 2
3y = 2 . 21
3y = 42
x=12
Logo, x = 12 e y = 14
Considere a seguinte situação:
6 3
=
4 2
2 y
=
3 21
2 8
=
3 x
Números Inversamente Proporcionais
Considere os seguintes dados, referentes à produção de sorvete
por uma máquina da marca x-5:
1 máquina x-5 produz 32 litros de sorvete em 120 min.
2 máquinas x-5 produzem 32 litros de sorvete em 60 min.
4 máquinas x-5 produzem 32 litros de sorvete em 30 min.
6 máquinas x-5 produzem 32 litros de sorvete em 20 min.
32
MATEMÁTICA
Observe agora as duas sucessões de números:
Sucessão do número de máquinas: 1
2 4 6
Sucessão do número de minutos: 120 60 30 20
Nessas sucessões as razões entre cada termo da primeira sucessão
e o inverso do termo correspondente da segunda são iguais:
GRANDEZAS DIRETAMENTE PROPORCIONAIS
Considere uma usina de açúcar cuja produção, nos cinco
primeiros dias da safra de 2005, foi a seguinte:
1
2
4
6
=
=
=
= 120
1
1
1
1
120 60 30 20
Dias
Dizemos, então, que:
- os números da sucessão 1, 2, 4, 6 são inversamente
proporcionais aos da sucessão 120, 60, 30, 20;
- o número 120, que é a razão entre cada termo da primeira
sucessão e o inverso do seu correspondente na segunda, é chamado
fator de proporcionalidade.
Observando que
1
é o mesmo que 1.120=120
1
20
15 000
4
20 000
5
25 000
Observe também que, duas a duas, as razões entre o número de
dias e o número de sacos de açúcar são iguais:
Isso nos leva a estabelecer que: Duas grandezas são diretamente
proporcionais quando a razão entre os valores da primeira é igual à
razão entre os valores da segunda.
Tomemos agora outro exemplo.
Com 1 tonelada de cana-de-açúcar, uma usina produz 70l de
álcool.
De acordo com esses dados podemos supor que:
Exemplo 2: Vamos dividir o número 104 em partes inversamente
proporcionais aos números 2, 3 e 4.
Representamos os números procurados por x, y e z. E como as
sucessões (x, y, z) e (2, 3, 4) devem ser inversamente proporcionais,
escrevemos:
104
- com o dobro do número de toneladas de cana, a usina produza
o dobro do número de litros de álcool, isto é, 140l;
- com o triplo do número de toneladas de cana, a usina produza
o triplo do número de litros de álcool, isto é, 210l.
Então concluímos que as grandezas quantidade de cana-deaçúcar e número de litros de álcool são diretamente proporcionais.
x y z x+ y+z
= = =
1 1 1 1 1 1
2 3 4 2+3+4
Grandezas Inversamente Proporcionais
Considere uma moto cuja velocidade média e o tempo gasto
para percorrer determinada distância encontram-se na tabela:
vem
Logo, os números procurados são 48, 32 e 24.
Didatismo e Conhecimento
10 000
3
Nesse caso dizemos que as grandezas tempo e produção são
diretamente proporcionais.
8 . y = 4 . 20
8y = 80
y = 80/8
y = 10
Como,
2
- duplicando o número de dias, duplicou a produção de açúcar;
- triplicando o número de dias, triplicou a produção de açúcar,
e assim por diante.
podemos dizer que: Duas sucessões de números não-nulos são
inversamente proporcionais quando os produtos de cada termo da
primeira sucessão pelo termo correspondente da segunda sucessão
são iguais.
Exemplo 1: Vamos determinar x e y, de modo que as sucessões
sejam inversamente proporcionais:
4
x
8
20 16
y
Para que as sucessões sejam inversamente proporcionais, os
produtos dos termos correspondentes deverão ser iguais. Então
devemos ter:
4 . 20 = 16 . x = 8 . y
x y z
= =
1 1 1
2 3 4
5 000
Com base na tabela apresentada observamos que:
4 é mesmo que 4.30=120
1
30
6
2
é o mesmo que 2.60=120
é o mesmo que 6.20= 120
1
1
20
60
16 . x = 4 . 20
16x = 80
x = 80/16
x=5
Logo, x = 5 e y = 10.
Sacos de açúcar
1
33
Velocidade
Tempo
30 km/h
12 h
60 km/h
6h
90 km/h
4h
120 km/h
3h
MATEMÁTICA
2- Calcule x e y nas sucessões inversamente proporcionais:
Com base na tabela apresentada observamos que:
- duplicando a velocidade da moto, o número de horas fica
reduzido à metade;
- triplicando a velocidade, o número de horas fica reduzido à
terça parte, e assim por diante.
a) 4
25
Nesse caso dizemos que as grandezas velocidade e tempo são
inversamente proporcionais.
Observe que, duas a duas, as razões entre os números que
indicam a velocidade são iguais ao inverso das razões que indicam
o tempo:
6
30
inverso da razão 12
=
12
60
6
6
4
10
8
y
24
c) x
14
y 21
35 49
d) 8
x
12
y
y
15
d) x
12
y
4
2
6
6- Marcelo repartiu entre seus filhos Rafael (15 anos) e Matheus
(12 anos) 162 cabeças de gado em partes diretamente proporcionais
à idade de cada um. Qual a parte que coube a Rafael?
7- Evandro, Sandro e José Antônio resolveram montar um
pequeno negócio, e para isso formaram uma sociedade. Evandro
entrou com R$ 24.000,00, Sandro com R$ 30.000,00, José Antônio
com R$ 36.000,00. Depois de 4 meses tiveram um lucro de R$
60.000,00, que foi repartido entre eles. Quanto recebeu cada um?
(Nota: A divisão do lucro é diretamente proporcional à quantia que
cada um empregou.)
8- Leopoldo e Wilson jogam juntos na Sena e acertam os
seis números, recebendo um prêmio de R$ 750.000,00. Como
Leopoldo participou com R$ 80,00 e Wilson com R$ 70,00, o
prêmio foi dividido entre eles em partes diretamente proporcionais à
participação de cada um. Qual a parte que coube a Wilson?
9- O proprietário de uma chácara distribuiu 300 laranjas a três
famílias em partes diretamente proporcionais ao número de filhos.
Sabendo-se que as famílias A, B e C têm respectivamente 2, 3 e 5
filhos, quantas laranjas recebeu cada família?
10- (UFAC) João, Paulo e Roberto formam uma sociedade
comercial e combinam que o lucro advindo da sociedade será
dividido em partes diretamente proporcionais às quantias que cada
um dispôs para formarem a sociedade. Se as quantias empregadas
por João, Paulo e Roberto foram, nesta ordem, R$ 1.500.000,00, R$
1.000.000,00 e R$ 800.000,00, e o lucro foi de R$ 1.650.000,00, que
parte do lucro caberá a cada um?
20
35
Didatismo e Conhecimento
10
9
3 5 1
, e
4 2 3.
EXERCÍCIOS
b) 5
x
c) 2
x
5- Divida 215 em partes diretamente proporcionais a
Podemos, então, estabelecer que: Duas grandezas são
inversamente proporcionais quando a razão entre os valores da
primeira é igual ao inverso da razão entre os valores da segunda.
Acompanhe o exemplo a seguir:
Cinco máquinas iguais realizam um trabalho em 36 dias. De
acordo com esses dados, podemos supor que:
- o dobro do número de máquinas realiza o mesmo trabalho na
metade do tempo, isto é, 18 dias;
- o triplo do número de máquinas realiza o mesmo trabalho na
terça parte do tempo, isto é, 12 dias.
Então concluímos que as grandezas quantidade de máquinas e
tempo são inversamente proporcionais.
7
y
10
y
1 1 1
, e
3 4 6.
90
3 inverso da razão 4
=
3
120
6
x
15
b) 30 15
x
8
4- Reparta 91 em partes inversamente proporcionais a
60
3
inverso da razão 6
=
120
6
3
a) 1
5
y
10
3- Divida 132 em partes inversamente proporcionais a 2, 5 e 8.
30
4
inverso da razão 12
=
90
12
4
30
3 inverso da razão 12
=
3
120 12
60
4
=
inverso da razão
90
6
x
20
34
MATEMÁTICA
Respostas
Exemplos
1- a) x = 3 y = 35 b) x = 4 y = 30 c) x = 6 y = 15 d) x = 14 y
a) A fração
3
lê-se: “três quintos”.
5
b) A razão 3 lê-se: “3 para 5”.
5
= 21
2- a) x = 5 y = 10 b) x = 4 y = 12 c) x = 45 y = 6 d) x = 1 y = 3
3- 80, 32, 20
4- 21, 28, 43
5- 45, 150, 20
6- 90
7- Evandro R$16.000,00 Sandro R$20.000,00 José Antônio
R$24.000,00
8- R$350.000,00
9- 60, 90, 150
10- João R$750.000,00 Paulo R$500.000,00 Roberto
R$400.000,00
Os termos da razão recebem nomes especiais.
O número 3 é numerador
a) Na fração
O número 5 é denominador
O número 3 é antecedente
a) Na razão 3
5
Resolução 04
x+y+z
--------- = x/3 ou y/4 ou z/6 (as frações foram invertidas porque
3+4+6 as partes são inversas)
91/13=x/3
13x=273
x=21
91/13=y/4
13y=364
y=28
91/13=z/6
13z=546
z=42
O número 5 é consequente
Exemplo 1
20 2
A razão entre 20 e 50 é
= ; já a razão entre 50 e 20 é
50
5
20 2 .
=
50 5
Exemplo 2
Numa classe de 42 alunos há 18 rapazes e 24 moças. A razão
entre o número de rapazes e o número de moças é 18 = 3 , o que
4
significa que para “cada 3 rapazes há 4 moças”. Por24 outro
lado,
a razão entre o número de rapazes e o total de alunos é dada por
18 3
= , o que equivale a dizer que “de cada 7 alunos na classe, 3
42 7
são rapazes”.
Resolução 05
x/(3/4) = y/(5/2) = z/(1/3) = k (constante)
x + y + z = 215
3k/4 + 5k/2 + k/3 = 215
(18k + 60k + 8k)/24 = 215 → k = 60
x = 60.(3/4) = 45
y = 60.(5/2) = 150
z = 60/3 = 20
(x, y, z) → partes diretamente proporcionais
Razão entre grandezas de mesma espécie
A razão entre duas grandezas de mesma espécie é o quociente
dos números que expressam as medidas dessas grandezas numa
mesma unidade.
Exemplo
Uma sala tem 18 m2. Um tapete que ocupar o centro dessa sala
mede 384 dm2. Vamos calcular a razão entre a área do tapete e a área
da sala.
Primeiro, devemos transformar as duas grandezas em uma
mesma unidade:
Área da sala: 18 m2 = 1 800 dm2
Área do tapete: 384 dm2
Estando as duas áreas na mesma unidade, podemos escrever a
razão:
384dm 2
384 16
=
=
2
1800 75
1800dm
Resolução 06
x = Rafael
y = Mateus
x/15 + y /12 = 160/27 (dividindo 160 por 27 (dá 6), e fazendo
proporções, só calcular)
x/15=6
x=90
y/12=6
y=72
Razão entre grandezas de espécies diferentes
Razão
Exemplo 1
Sejam dois números reais a e b, com b ≠ 0. Chama-se razão
entre a e b (nessa ordem) o quociente a b, ou .
Considere um carro que às 9 horas passa pelo quilômetro 30 de
uma estrada e, às 11 horas, pelo quilômetro 170.
Distância percorrida: 170 km – 30 km = 140 km
Tempo gasto: 11h – 9h = 2h
A razão é representada por um número racional, mas é lida de
modo diferente.
Didatismo e Conhecimento
3
5
35
MATEMÁTICA
Calculamos a razão entre a distância percorrida e o tempo gasto
para isso:
“Em toda proporção, o produto dos meios é igual ao produto
dos extremos”.
140km
= 70km / h
2h
Exemplo 1
Na proporção
A esse tipo de razão dá-se o nome de velocidade média.
Observe que:
- as grandezas “quilômetro e hora” são de naturezas diferentes;
- a notação km/h (lê-se: “quilômetros por hora”) deve
acompanhar a razão.
e em
2 6
= , temos 2 x 9 = 3 x 6 = 18;
3 9
4
1
, temos 4 x 4 = 1 x 16 = 16.
=
4 16
Exemplo 2
Na bula de um remédio pediátrico recomenda-se a seguinte
dosagem: 5 gotas para cada 2 kg do “peso” da criança.
Se uma criança tem 12 kg, a dosagem correta x é dada por:
Exemplo 2
A Região Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro
e São Paulo) tem uma área aproximada de 927 286 km2 e uma população de 66 288 000 habitantes, aproximadamente, segundo estimativas projetadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) para o ano de 1995.
Dividindo-se o número de habitantes pela área, obteremos o
número de habitantes por km2 (hab./km2):
5 gotas
x
=
2kg
12kg
→
x = 30 gotas
Por outro lado, se soubermos que foram corretamente
ministradas 20 gotas a uma criança, podemos concluir que seu
“peso” é 8 kg, pois:
66288000
≅ 71,5hab. / km 2
927286
5 gotas
= 20 gotas / p
2kg
A esse tipo de razão dá-se o nome de densidade demográfica.
→
p = 8kg
A notação hab./km2 (lê-se: ”habitantes por quilômetro
quadrado”) deve acompanhar a razão.
(nota: o procedimento utilizado nesse exemplo é comumente
chamado de regra de três simples.)
Exemplo 3
Um carro percorreu, na cidade, 83,76 km com 8 L de gasolina.
Dividindo-se o número de quilômetros percorridos pelo número de
litros de combustível consumidos, teremos o número de quilômetros
que esse carro percorre com um litro de gasolina:
Propriedades da Proporção
O produto dos extremos é igual ao produto dos meios: essa
propriedade possibilita reconhecer quando duas razões formam ou
não uma proporção.
4 12
e
formam uma proporção, pois
3 9
83,76km
≅ 10,47 km / l
8l
A esse tipo de razão dá-se o nome de consumo médio.
A notação km/l (lê-se: “quilômetro por litro”) deve acompanhar
a razão.
Produto dos extremos
dos meios
800cm
40
Produto
36
5 10
7 14
5 + 2 10 + 4
=
⇒
=
⇒ =
2 4
4
2 4
2
A diferença entre os dois primeiros termos está para o primeiro
(ou para o segundo termo) assim como a diferença entre os dois
últimos está para o terceiro (ou para o quarto termo).
A razão entre um comprimento no desenho e o correspondente
comprimento real, chama-se Escala.
Proporção
A igualdade entre duas razões recebe o nome de proporção.
Na proporção 3 = 6 (lê-se: “3 está para 5 assim como 6 está
5 10
para 10”), os números 3 e 10 são chamados extremos, e os números
5 e 6 são chamados meios.
Observemos que o produto 3 x 10 = 30 é igual ao produto 5 x 6
= 30, o que caracteriza a propriedade fundamental das proporções:
Didatismo e Conhecimento
3
.12
5 10
7 14
5 + 2 10 + 4
=
⇒ =
=
⇒
2 4
10
5 10
5
ou
Escala = comprimentonodesenho = 20cm = 20cm = 1 ou1 : 40
8m
=
36
A soma dos dois primeiros termos está para o primeiro (ou para
o segundo termo) assim como a soma dos dois últimos está para o
terceiro (ou para o quarto termo).
Exemplo 4
Uma sala tem 8 m de comprimento. Esse comprimento é
representado num desenho por 20 cm. Qual é a escala do desenho?
comprimentoreal
4
.9
4 8
1 2
4 − 3 8 − 6
=
⇒ =
= ⇒
3 6
4
8
4 8
ou
4 8
1 2
4 − 3 8 − 6
=
⇒ =
= ⇒
3 6
3
6
3 6
36
MATEMÁTICA
9. Água e tinta estão misturadas na razão de 9 para 5. Sabendose que há 81 litros de água na mistura, o volume total em litros é de:
a) 45
b) 81
c) 85
d) 181
e) 126
A soma dos antecedentes está para a soma dos consequentes
assim como cada antecedente está para o seu consequente.
15 12
12 3
12 + 3 12
=
⇒
=
= ⇒
8
2
8
10
8
8 2
+
ou
12 3
15 3
12 + 3 3
= ⇒
=
= ⇒
8 2
10 2
8+2 2
10. A diferença entre dois números é 65. Sabe-se que o primeiro
está para 9 assim como o segundo está para 4. Calcule esses números.
Respostas
A diferença dos antecedentes está para a diferença dos
consequentes assim como cada antecedente está para o seu
consequente.
1) Resposta “1320 km”.
Solução: 1cm (no mapa) = 22.000.000cm (na realidade)
3 1
3
2
3
3 −1
= ⇒
=
= ⇒
15 5 15 − 5 15 10 15
ou
*SP ---------------------- cidade A ------------------------ cidade B
4cm
6cm
3 1
2 1
3 −1 1
= ⇒
=
= ⇒
15 5 15 − 5 5 10 5
O mínimo de extensão será a da cidade mais longe (6cm)
22.000.000 x 6 = 132.000.000 cm = 1320 km.
Logo, o mínimo de extensão que ela teria corresponde à 1320
Exercícios
km.
1. Em um mapa verifica-se que a escala é 1 : 22 000 000. Duas
cidades estão distantes de São Paulo, respectivamente, 4 e 6 cm. Se
fosse feita uma estrada ligando as três cidades, qual seria o mínimo
de extensão que ela teria?
2) Resposta “1: 7 000 000”.
Solução: Dados:
Comprimento do desenho: 10 cm
Comprimento no real: 700 km = (700 . 100 000) cm = 70 000
000 cm
2. Em um mapa, a distância em linha reta entre Brasília e Palmas, no Tocantins é de 10 cm. Sabendo que a distância real entre as
duas cidades é de 700 km, qual a escala utilizada na confecção do
mapa?
3. Uma estátua de bronze tem 140 kg de massa e seu volume é
de 16 dm³. Qual é a sua densidade?
A escala de 1: 7 000 000 significa que:
- 1 cm no desenho corresponde a 7 000 000 cm no real;
- 1 cm no desenho corresponde a 70 000 m no real;
- 1 cm no desenho corresponde a 70 km no real.
4. Um trem percorreu 453 km em 6 horas. Qual a velocidade
média do trem nesse percurso?
3) Resposta “8,75 kg/dm³”.
Solução: De acordo com os dados do problema, temos:
5. O estado de Tocantins ocupada uma área aproximada de 278
500 km². De acordo com o Censo/2000 o Tocantins tinha uma população de aproximadamente 1 156 000 habitantes. Qual é a densidade
demográfica do estado de Tocantins?
kg/dm³
Logo, a densidade da estátua é de 8,75 kg/dm³, que lemos
como: 8,75 quilogramas por decímetro cúbico.
4) Resposta “75,5 km/h”.
6. A diferença entre a idade de Ângela e a idade de Vera é 12
anos. Sabendo-se que suas idades estão uma para a outra assim
como 5 , determine a idade de cada uma.
Solução: De acordo com que o enunciado nos oferece, temos:
2
km/h
7. Um segmento de 78 cm de comprimento é dividido em duas
partes na razão de 4 . Determine o comprimento de cada uma das
9
partes.
Logo, a velocidade média do trem, nesse percurso, foi de 75,5
km/h, que lemos: 75,5 quilômetros por hora.
5) Resposta “4,15 hab./km²
8. Sabe-se que as casas do braço de um violão diminuem de largura seguindo uma mesma proporção. Se a primeira casa do braço
de um violão tem 4 cm de largura e a segunda casa, 3 cm, calcule a
largura da quarta casa.
Didatismo e Conhecimento
Solução: O problema nos oferece os seguintes dados:
A
37
hab./km²
MATEMÁTICA
9) Resposta “E”.
Solução:
A = 81 litros
6) Resposta “Ângela 20; Vera 8”.
Solução:
A – V = 12 anos
A = 12 + V
9T = 405
T=
2 (12+V) = 5V
24 + 2V = 5V
5V – 2V = 24
3V = 24
V=
T = 45
A+T= ?
81 + 45 = 126 litros
V (Vera) = 8
A – 8 = 12
A = 12 + 8
A (Ângela) = 20
10) Resposta “117 e 52”.
Solução:
x – y = 65
x = 65 + y
7) Resposta “24 cm; 54 cm”.
Solução:
x + y = 78 cm
x = 78 - y
9y = 4 (65 + y)
9y = 260 + 4y
9y – 4y = 260
5y = 260
y=
9 (78 - y) = 4y
702 – 9y = 4y
702 = 4y + 9y
13y = 702
y=
y = 52
x – 52 = 65
x = 65 + 52
x = 117
y = 54cm
x + 54 = 78
x = 78 - 54
x = 24 cm
8) Resposta “
Divisão em duas partes diretamente proporcionais
Para decompor um número M em duas partes A e B diretamente
proporcionais a p e q, montamos um sistema com duas equações e
duas incógnitas, de modo que a soma das partes seja A+B=M, mas
”.
Solução: Caso a proporção entre a 2ª e a 1ª casa se mantenha
constante nas demais, é só determinar qual é esta proporção existente
entre elas: no caso, = 0,75, ou seja, a largura da 2ª casa é 75% a
largura da 1ª; Portanto a largura da 3ª casa é (3 . 0,75) = 2,25 cm.
Logo, a largura da 4ª casa é de (2,25 . 0,75) = 1,69 cm.
Portanto a sequência seria: (4...3... ...
A solução segue das propriedades das proporções:
...) e assim por diante.
Onde a razão de proporção é ... e pode ser representada pela
expressão:
Ti . P elevado à (n - 1)
O valor de K é que proporciona a solução pois: A = K p e B
=Kq
Onde:
Ti = termo inicial, neste caso: 4
P = proporção entre Ti e o seguinte (razão), neste caso:
n = número sequencial do termo que se busca, neste caso: 4
Exemplo: Para decompor o número 100 em duas partes A e B
diretamente proporcionais a 2 e 3, montaremos o sistema de modo
que A+B=100, cuja solução segue de:
Teremos:
(Ti = 4; P = ; n – 1 = 3)
4.
Segue que A=40 e B=60.
=
Didatismo e Conhecimento
38
MATEMÁTICA
Exemplo: Determinar números A e B diretamente proporcionais
a 8 e 3, sabendo-se que a diferença entre eles é 60. Para resolver este
problema basta tomar A-B=60 e escrever:
Exemplo: Para decompor o número 120 em duas partes A e B
inversamente proporcionais a 2 e 3, deve-se montar o sistema tal que
A+B=120, de modo que:
Segue que A=96 e B=36.
Assim A=72 e B=48.
Divisão em várias partes diretamente proporcionais
Exemplo: Determinar números A e B inversamente
proporcionais a 6 e 8, sabendo-se que a diferença entre eles é 10.
Para resolver este problema, tomamos A-B=10. Assim:
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn
diretamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um sistema
com n equações e n incógnitas, sendo as somas X1+X2+...+Xn=M e
p1+p2+...+pn=P.
Assim A=40 e B=30.
A solução segue das propriedades das proporções:
Divisão em várias partes inversamente proporcionais
Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn
inversamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decompor este
número M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente proporcionais a 1/
p1, 1/p2, ..., 1/pn.
A montagem do sistema com n equações e n incógnitas, assume
que X1+X2+...+ Xn=M e além disso
Exemplo: Para decompor o número 120 em três partes A, B e
C diretamente proporcionais a 2, 4 e 6, deve-se montar um sistema
com 3 equações e 3 incógnitas tal que A+B+C=120 e 2+4+6=P.
Assim:
logo A=20, B=40 e C=60.
cuja solução segue das propriedades das proporções:
Exemplo: Determinar números A, B e C diretamente
proporcionais a 2, 4 e 6, de modo que 2A+3B-4C=120.
A solução segue das propriedades das proporções:
Exemplo: Para decompor o número 220 em três partes A, B e
C inversamente proporcionais a 2, 4 e 6, deve-se montar um sistema
com 3 equações e 3 incógnitas, de modo que A+B+C=220. Desse
modo:
logo A=-30, B=-60 e C=-90. Também existem proporções com
números negativos.
Divisão em duas partes inversamente proporcionais
A solução é A=120, B=60 e C=40.
Para decompor um número M em duas partes A e B
inversamente proporcionais a p e q, deve-se decompor este número
M em duas partes A e B diretamente proporcionais a 1/p e 1/q, que
são, respectivamente, os inversos de p e q.
Assim basta montar o sistema com duas equações e duas
incógnitas tal que A+B=M. Desse modo:
Exemplo: Para obter números A, B e C inversamente
proporcionais a 2, 4 e 6, de modo que 2A+3B-4C=10, devemos
montar as proporções:
logo A=60/13, B=30/13 e C=20/13.
O valor de K proporciona a solução pois: A=K/p e B=K/q.
Didatismo e Conhecimento
Existem proporções com números fracionários!
39
MATEMÁTICA
A montagem do problema fica na forma:
Divisão em duas partes direta e inversamente proporcionais
Para decompor um número M em duas partes A e B diretamente
proporcionais a c e d e inversamente proporcionais a p e q, devese decompor este número M em duas partes A e B diretamente
proporcionais a c/q e d/q, basta montar um sistema com duas
equações e duas incógnitas de forma que A+B=M e além disso:
A solução é A=50/69, B=250/69 e C=40/69.
Regra de Três Simples
Os problemas que envolvem duas grandezas diretamente ou
inversamente proporcionais podem ser resolvidos através de um
processo prático, chamado regra de três simples.
O valor de K proporciona a solução pois: A=Kc/p e B=Kd/q.
Exemplo: Para decompor o número 58 em duas partes A e B
diretamente proporcionais a 2 e 3, e, inversamente proporcionais a 5
e 7, deve-se montar as proporções:
Exemplo 1: Um carro faz 180 km com 15L de álcool. Quantos
litros de álcool esse carro gastaria para percorrer 210 km?
Solução:
O problema envolve duas grandezas: distância e litros de álcool.
Indiquemos por x o número de litros de álcool a ser consumido.
Coloquemos as grandezas de mesma espécie em uma mesma
coluna e as grandezas de espécies diferentes que se correspondem
em uma mesma linha:
Distância (km)
Litros de álcool
180
15
210
x
Assim A=(2/5).70=28 e B=(3/7).70=30.
Exemplo: Para obter números A e B diretamente proporcionais
a 4 e 3 e inversamente proporcionais a 6 e 8, sabendo-se que a
diferença entre eles é 21. Para resolver este problema basta escrever
que A-B=21 resolver as proporções:
Na coluna em que aparece a variável x (“litros de álcool”),
vamos colocar uma flecha:
Distância (km)
Litros de álcool
180
15
210
x
Assim A=(4/6).72=48 e B=(3/8).72=27.
Divisão em n partes direta e inversamente proporcionais
Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., Xn
diretamente proporcionais a p1, p2, ..., pn e inversamente proporcionais
a q1, q2, ..., qn, basta decompor este número M em n partes X1, X2, ...,
Xn diretamente proporcionais a p1/q1, p2/q2, ..., pn/qn.
A montagem do sistema com n equações e n incógnitas exige
que X1+X2+...+Xn=M e além disso
Observe que, se duplicarmos a distância, o consumo de álcool
também duplica. Então, as grandezas distância e litros de álcool são
diretamente proporcionais. No esquema que estamos montando,
indicamos esse fato colocando uma flecha na coluna “distância” no
mesmo sentido da flecha da coluna “litros de álcool”:
Distância (km)
Litros de álcool
180
15
210
x
A solução segue das propriedades das proporções:
mesmo sentido
Armando a proporção pela orientação das flechas, temos:
180 6 15
=
x
210 7
Exemplo: Para decompor o número 115 em três partes A, B e C
diretamente proporcionais a 1, 2 e 3 e inversamente proporcionais a
4, 5 e 6, deve-se montar um sistema com 3 equações e 3 incógnitas
de forma de A+B+C=115 e tal que:
6x = 105
x = 105
6
x = 17,5
Resposta: O carro gastaria 17,5 L de álcool.
Exemplo 2: Viajando de automóvel, à velocidade de 60 km/h,
eu gastaria 4 h para fazer certo percurso. Aumentando a velocidade
para 80 km/h, em quanto tempo farei esse percurso?
Solução: Indicando por x o número de horas e colocando as
grandezas de mesma espécie em uma mesma coluna e as grandezas
de espécies diferentes que se correspondem em uma mesma linha,
temos:
logo A=(1/4)100=25, B=(2/5)100=40 e C=(3/6)100=50.
Exemplo: Determinar números A, B e C diretamente
proporcionais a 1, 10 e 2 e inversamente proporcionais a 2, 4 e 5, de
modo que 2A+3B-4C=10.
Didatismo e Conhecimento
6x = 7 . 15
40
MATEMÁTICA
Velocidade (km/h)
60
80
Tempo (h)
4
x
Regra de Três Composta
O processo usado para resolver problemas que envolvem mais
de duas grandezas, diretamente ou inversamente proporcionais, é
chamado regra de três composta.
Na coluna em que aparece a variável x (“tempo”), vamos
colocar uma flecha:
Velocidade (km/h)
Tempo (h)
60
4
80
x
Exemplo 1: Em 4 dias 8 máquinas produziram 160 peças.
Em quanto tempo 6 máquinas iguais às primeiras produziriam 300
dessas peças?
Solução: Indiquemos o número de dias por x. Coloquemos as
grandezas de mesma espécie em uma só coluna e as grandezas de
espécies diferentes que se correspondem em uma mesma linha. Na
coluna em que aparece a variável x (“dias”), coloquemos uma flecha:
Máquinas
Peças
Dias
8
160
4
6
300
x
Observe que, se duplicarmos a velocidade, o tempo fica
reduzido à metade. Isso significa que as grandezas velocidade e
tempo são inversamente proporcionais. No nosso esquema, esse
fato é indicado colocando-se na coluna “velocidade” uma flecha em
sentido contrário ao da flecha da coluna “tempo”:
Velocidade (km/h)
Tempo (h)
60
4
80
x
Comparemos cada grandeza com aquela em que está o x.
As grandezas peças e dias são diretamente proporcionais. No
nosso esquema isso será indicado colocando-se na coluna “peças”
uma flecha no mesmo sentido da flecha da coluna “dias”:
Máquinas Peças
Dias
8
160
4
6
300
x
sentidos contrários
Na montagem da proporção devemos seguir o sentido das
flechas. Assim, temos:
4 80 4
=
x 60 3
4x = 4 . 3
4x = 12
x=
12
4
x=3
Mesmo sentido
Resposta: Farei esse percurso em 3 h.
As grandezas máquinas e dias são inversamente proporcionais
(duplicando o número de máquinas, o número de dias fica reduzido
à metade). No nosso esquema isso será indicado colocando-se na
coluna (máquinas) uma flecha no sentido contrário ao da flecha da
coluna “dias”:
Máquinas
Peças
Dias
8
160
4
6
300
x
Sentidos contrários
Exemplo 3: Ao participar de um treino de Fórmula 1, um
competidor, imprimindo velocidade média de 200 km/h, faz o
percurso em 18 segundos. Se sua velocidade fosse de 240 km/h,
qual o tempo que ele teria gasto no percurso?
Vamos representar pela letra x o tempo procurado.
Estamos relacionando dois valores da grandeza velocidade (200
km/h e 240 km/h) com dois valores da grandeza tempo (18 s e x s).
Queremos determinar um desses valores, conhecidos os outros
três.
Velocidade
Agora vamos
montar a proporção, igualando a razão que contém
4
o x, que é , com o produto das outras razões, obtidas segundo a
x
orientação das flechas 6 . 160 :
Tempo gasto para
fazer o percurso
200 km/h
18 s
240 km/h
x
1
4 6 2 160 8
= .
5
x 81 30015
Se duplicarmos a velocidade inicial do carro, o tempo gasto
para fazer o percurso cairá para a metade; logo, as grandezas são
inversamente proporcionais. Assim, os números 200 e 240 são
inversamente proporcionais aos números 18 e x.
4 2
=
x 5 => 2x = 4 . 5
a
x=
4 2 .5
21
=>
x = 10
Resposta: Em 10 dias.
Daí temos:
200 . 18 = 240 . x
3 600 = 240x
240x = 3 600
Exercícios
1. Completamente abertas, 2 torneiras enchem um tanque em
75 min. Em quantos minutos 5 torneiras completamente abertas
encheriam esse mesmo tanque?
2. Um trem percorre certa distância em 6 h 30 min, à velocidade
média de 42 km/h. Que velocidade deverá ser desenvolvida para o
trem fazer o mesmo percurso em 5 h 15 min?
x = 3600
240
x = 15
O corredor teria gasto 15 segundos no percurso.
Didatismo e Conhecimento
8 300
41
MATEMÁTICA
3. Usando seu palmo, Samanta mediu o comprimento e a largura
de uma mesa retangular. Encontrou 12 palmos de comprimento
e 5 palmos na largura. Depois, usando palitos de fósforo, mediu
novamente o comprimento do tampo da mesa e encontrou 48 palitos.
Qual estratégia Samanta usou para obter largura do tampo da mesa
em palitos de fósforo?
4. Ao participar de um treino de fórmula Indy, um competidor,
imprimindo a velocidade média de 180 km/h, faz o percurso em 20
segundos. Se a sua velocidade fosse de 200 km/h, que tempo teria
gasto no percurso?
5. Com 3 pacotes de pães de fôrma, Helena faz 63 sanduíches.
Quantos pacotes de pães de fôrma ela vai usar para fazer 105
sanduíches?
6. Uma empreiteira contratou 210 pessoas para pavimentar uma
estrada de 300 km em 1 ano. Após 4 meses de serviço, apenas 75
km estavam pavimentados. Quantos empregados ainda devem ser
contratados para que a obra seja concluída no tempo previsto?
a) 315
b) 2 2520
c) 840
d) 105
e) 1 260
7. Numa gráfica, 7 máquinas de mesmo rendimento imprimem
50 000 cartazes iguais em 2 horas de funcionamento. Se duas dessas
máquinas não estiverem funcionando, as 5 máquinas restantes farão
o mesmo serviço em:
a) 3 horas e 10 minutos
b) 3 horas
c) 2 horas e 55 minutos
d) 2 horas e 50 minutos
e) 2 horas e 48 minutos
8. Funcionando 6 dias, 5 máquinas produziram 400 peças
de uma mercadoria. Quantas peças dessa mesma mercadoria são
produzidas por 7 máquinas iguais às primeiras, se funcionarem 9
dias?
9. Um motociclista rodando 4 horas por dia, percorre em média
200 km em 2 dias. Em quantos dias esse motociclista vai percorrer
500 km, se rodar 5 horas por dia?
10. Na alimentação de 02 bois, durante 08 dias, são consumidos
2420 kgs de ração. Se mais 02 bois são comprados, quantos quilos
de ração serão necessários para alimentá-los durante 12 dias.
6h30min = 390min
5h15min = 315min
315min ------ 42km/h
390min ------ x
315x = 390 . 42 =
315x = 16380 =
X=
km/h.
3) Resposta “20 palitos de fósforo”.
Solução: Levando os dados dado no enunciado temos:
Palmos: 12 palmos de comprimento e 5 palmos de largura.
Palitos de Fósforo: 48 palitos de comprimento e x palitos de
largura.
Portanto temos:
Comprimento
Largura
12 palmos
5 palmos
48 palitos
X palitos
Observe que o comprimento da mesa aumentou 4 vezes quando
passamos de “palmo” para “palito”. O que ocorre da mesma forma
na largura.
As grandezas são diretamente proporcionais. Daí podemos
fazer:
Logo, concluímos que o tampo da mesa tem 20 palitos de
fósforo de largura.
4) Resposta “18 segundos”.
Solução: Levando em consideração os dados:
Velocidade média: 180 km/h → tempo do percurso: 20s
Velocidade média: 200 km/h → tempo do percurso: ?
Vamos representar o tempo procurado pela letra x. Estamos
relacionando dois valores de grandeza “velocidade” (180 km/h e
200 km/h) com dois valores de grandeza “tempo” ( 20s e xs).
Conhecido os 3 valores, queremos agora determinar um quarto
valor. Para isso, organizamos os dados na tabela:
Respostas
Velocidade km/h
Tempo (s)
1) Resposta “30min”.
Solução:
Como aumentar as torneiras diminui o tempo, então a regra de
três é inversa:
5 tor. ------ 75min
2 tor. ------ x
5x = 2 . 75 =
5x = 150 =
x=
180
20
200
x
Observe que, se duplicarmos a velocidade inicial, o tempo gasto
para percorrer o percurso vai cair para a metade. Logo, as grandezas
são “inversamente proporcionais”. Então temos:
180 . 20 = 200 . x → 200x = 3600 →
Conclui-se, então, que se o competidor tivesse andando em 200
km/h, teria gasto 18 segundos para realizar o percurso.
2) Resposta “52 km”.
Solução:
Como diminuir o tempo aumentaria a velocidade, então a regra
de três é inversa:
Didatismo e Conhecimento
5) Resposta “5 pacotes”.
Solução: Analisando os dados dado no enunciado temos:
Pacotes de Pães: 3 pacotes → Sanduíches: 63.
Pacotes de Pães: x pacotes → Sanduíches: 105.
42
MATEMÁTICA
Pacotes de Pães
Organizando os dados no quadro temos:
Sanduíches
3
63
x
105
N˚ de Máquinas (A)
Basta fazermos apenas isso:
63 . x = 3 . 105 → 63x = 315 →
Concluímos que ela precisará de 5 pacotes de pães de forma.
Pessoas
210
X
de ano foi pavimentada
estrada
75
225
Número de Peças (C)
5
6
400
7
9
x
Fixando a grandeza A, podemos relacionar as grandezas B e
C. Se dobrarmos o número de dias, o número de peças também
dobrará, Logo, as grandezas B e C são “diretamente proporcionais”.
Fixando a grandeza B, podemos relacionar as grandezas A e C.
Se dobrarmos o número de máquinas, o número de peças também
dobrará, Logo, as grandezas A e C são “diretamente proporcionais”.
Quando uma grandeza é “diretamente proporcional” a duas
outras, a variação da primeira é diferentemente proporcional ao
produto da variação das outras duas.
De acordo com o quadro, temos:
6) Resposta “D”.
Solução: Em
N˚ de Máquinas (B)
de estrada
tempo
4
8
=
Resolvendo a proporção:
30 . x = 63 . 400 → 30x = 25200 →
=
Logo, se as máquinas funcionarem 9 dias, serão produzidas 840
peças.
=
x=
9) Resposta “4 dias”.
Solução: Dados:
4 horas por dia, 200 km em 2 dias
5 horas por dia, 500 km em x dias
Organizando um quadro temos:
x = 315 pessoas para o término
315 210 que já trabalham = 105 pessoas.
7) Resposta “E”.
Solução: Primeiro descobrimos quanto cada máquina produz
por minuto. Para isso temos que dividir:
N˚ horas/dias (B)
Número de dias (C)
200
4
2
500
5
x
Fixando a grandeza A, podemos relacionar as grandezas B e
C. Se dobrarmos o número de horas que o motociclista roda por
dia, o número de dias que ele leva para percorrer a mesma distância
cairá para a metade. Logo, as grandezas B e C são “inversamente
proporcionais”.
Fixando a grandeza B, podemos relacionar as grandezas A e
C. Se dobrarmos o número de quilômetros percorridos, o número
de dias dobrará, considerando que o motociclista rode o mesmo
número de horas por dia. Logo, as grandezas A e C são “diretamente
proporcionais”.
Assim a grandeza C é diretamente proporcional à grandeza A
e inversamente proporcional à grandeza B. Para que a variação da
grandeza C seja diretamente proporcional ao produto da variação das
duas outras, escrevemos a razão inversa dos valores que expressam
a grandeza B.
A razão inversa de
Agora multiplicamos por 5 e descobrimos quanto as 5 máquinas
juntas produzem (min)
5 . 59,524 = 297, 62.
Portanto temos:
1 min --------------------- 297,62
x min --------------------- 50000
Fazendo a regra de 3 teremos:
297,62 . x = 50000 . 1 → 297,62x = 50000 →
Daí, temos:
168 min. o que equivale a 2 horas e 48 minutos.
8) Resposta “840 peças”.
Solução: Dados:
5 máquinas em 6 dias produzem 400 peças
7 máquinas em 9 dias produzem x peças.
Didatismo e Conhecimento
N˚ km (A)
1000 . x = 2000 . 2 → 1000x = 4000 →
43
.
MATEMÁTICA
Exemplo
10) Resposta “7260 kgs”.
Solução:
Ração
Dias
Bois
2420
8
2
x
12
4
Uma mercadoria foi comprada por R$ 500,00 e vendida por
R$ 800,00.
Pede-se:
- o lucro obtido na transação;
- a porcentagem de lucro sobre o preço de custo;
- a porcentagem de lucro sobre o preço de venda.
Resposta:
Lucro = 800 – 500 = R$ 300,00
Lc = 300 = 0,60 = 60%
500
Porcentagem
Lv =
É uma fração de denominador centesimal, ou seja, é uma fração
de denominador 100. Representamos porcentagem pelo símbolo %
e lê-se: “por cento”.
50
é uma porcentagem que podemos
Deste modo, a fração
100
representar por 50%.
Forma Decimal: É comum representarmos uma porcentagem
na forma decimal, por exemplo, 35% na forma decimal seriam
representados por 0,35.
75% =
75
100
Aumento Percentual: Consideremos um valor inicial V que
deve sofrer um aumento de p% de seu valor. Chamemos de A o
valor do aumento e VA o valor após o aumento. Então, A = p% de V
= p .V
100
VA = V + A = V +
= 0,75
p
).V
100
p
Em que (1 + 100 ) é o fator de aumento.
Desconto
Exemplo 1
Desconto Percentual: Consideremos um valor inicial V que
deve sofrer um desconto de p% de seu valor. Chamemos de D o
valor do desconto e VD o valor após o desconto. Então, D = p% de
V= p .V
23
. 240 = 55,2
23% de 240 =
100
Exemplo 2
100
Em uma pesquisa de mercado, constatou-se que 67% de uma
amostra assistem a um certo programa de TV. Se a população é de
56.000 habitantes, quantas pessoas assistem ao tal programa?
Resolução: 67% de 56 000 =
p
.V
100
VA = ( 1 +
100
p
.V
100
0,375 = 37,5%
Aumento
Cálculo de uma Porcentagem: Para calcularmos uma
porcentagem p% de V, basta multiplicarmos a fração p por V.
P% de V =
300
=
800
VD = V – D = V –
p
).V
100
p
Em que (1 –
) é o fator de desconto.
100
VD = (1 –
67
.56000 = 37520
100
Resposta: 37 520 pessoas.
Exemplo
Porcentagem que o lucro representa em relação ao preço de
custo e em relação ao preço de venda
Uma empresa admite um funcionário no mês de janeiro sabendo
que, já em março, ele terá 40% de aumento. Se a empresa deseja que
o salário desse funcionário, a partir de março, seja R$ 3 500,00, com
que salário deve admiti-lo?
Resolução: VA = 1,4 . V
3 500 = 1,4 . V
Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra e
venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo.
Lucro = preço de venda – preço de custo
Caso essa diferença seja negativa, ela será chamada de prejuízo.
Assim, podemos escrever:
Preço de custo + lucro = preço de venda
Preço de custo – prejuízos = preço de venda
Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de duas
formas:
Lucro sobre o custo = lucro/preço de custo. 100%
Lucro sobre a venda = lucro/preço de venda. 100%
V=
3500
= 2500
1,4
Resposta: R$ 2 500,00
Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos um valor
inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer dois aumentos
sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o valor após o primeiro aumento,
temos:
Observação: A mesma análise pode ser feita para o caso de
prejuízo.
Didatismo e Conhecimento
p
.V
100
44
MATEMÁTICA
V1 = V . (1 +
p1
)
100
4. (VUNESP-SP) O dono de um supermercado comprou de
seu fornecedor um produto por x reais (preço de custo) e passou
a revendê-lo com lucro de 50%. Ao fazer um dia de promoções,
ele deu aos clientes do supermercado um desconto de 20% sobre
o preço de venda deste produto. Pode-se afirmar que, no dia de
promoções, o dono do supermercado teve, sobre o preço de custo:
a) Prejuízo de 10%.
b) Prejuízo de 5%.
c) Lucro de 20%.
d) Lucro de 25%.
e) Lucro de 30%.
Sendo V2 o valor após o segundo aumento, temos:
V2 = V1 . (1 + p2 )
100
p
p
V2 = V . (1 + 1 ) . (1 + 2 )
100
100
Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer
dois descontos sucessivos de p1% e p2%.
Sendo V1 o valor após o primeiro desconto, temos:
V1 = V. (1 – p1 )
100
Sendo V2 o valor após o segundo desconto, temos:
5. (Mackenzie-SP) Um produto teve um aumento total de preço
de 61% através de 2 aumentos sucessivos. Se o primeiro aumento
foi de 15%, então o segundo foi de:
a) 38%
b) 40%
c) 42%
d) 44%
e) 46%
p
V2 = V1 . (1 – 2 )
100
V2 = V . (1 – p1 ) . (1 – p2 )
100
100
Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer
um aumento de p1% e, sucessivamente, um desconto de p2%.
Sendo V1 o valor após o aumento, temos:
p
V1 = V . (1+ 1 )
6. (FUVEST-SP) Barnabé tinha um salário de x reais em
janeiro. Recebeu aumento de 80% em maio e 80% em novembro.
Seu salário atual é:
a) 2,56 x
b) 1,6x
c) x + 160
d) 2,6x
e) 3,24x
100
Sendo V2 o valor após o desconto, temos:
V2 = V1 . (1 – p2 )
100
V2 = V . (1 + p1 ) . (1 – p2 )
100
100
Exemplo
(VUNESP-SP) Uma instituição bancária oferece um rendimento
de 15% ao ano para depósitos feitos numa certa modalidade de
aplicação financeira. Um cliente deste banco deposita 1 000 reais
nessa aplicação. Ao final de n anos, o capital que esse cliente terá em
reais, relativo a esse depósito, são:
Resolução: VA = 1 +
7. (PUC-SP) Descontos sucessivos de 20% e 30% são
equivalentes a um único desconto de:
a) 25%
b) 26%
c) 44%
d) 45%
e) 50%
n
p
.v
100
n
VA = 1. 15 .1000
8. (FUVEST-SP) A cada ano que passa o valor de um carro
diminui em 30% em relação ao seu valor do ano anterior. Se V for o
valor do carro no primeiro ano, o seu valor no oitavo ano será:
a) (0,7)7 V
b) (0,3)7 V
c) (0,7)8 V
d) (0,3)8 V
e) (0,3)9 V
100
VA = 1 000 . (1,15)n
VA = 1 000 . 1,15n
VA = 1 150,00n
Exercícios
1. (Fuvest-SP) (10%)2 =
a) 100%
b) 20%
c) 5%
d) 1%
e) 0,01%
9. Numa cidade, havia cerca de 25 000 desempregados para
uma população economicamente ativa de 500 000 habitantes. Qual
era a taxa percentual de desempregados nessa cidade?
10. Se 4% do total de bolinhas de uma piscina correspondem a
20 unidades, qual o total de bolinhas que está na piscina?
2. Quatro é quantos por cento de cinco?
3. (PUC-SP) O preço de venda de um bem de consumo é R$
100,00. O comerciante tem um ganho de 25% sobre o preço de custo
deste bem. O valor do preço de custo é:
a) R$ 25,00
b) R$ 70,50
c) R$ 75,00
d) R$ 80,00
e) R$ 125,00
Didatismo e Conhecimento
Respostas
1) Resposta “D”.
Solução:
45
MATEMÁTICA
2) Resposta “80%”.
Solução:
05 ----------- 100%
04 ----------- x
7) Resposta “C”.
Solução: Se usarmos a fórmula do desconto sucessivo citada
na matéria será:
p
p
V2 = V.(1 - 1 ).(1 – 2 )
100
100
5 . x = 4 . 100 → 5x = 400 →
Substituindo V por um valor: 1, ficará:
3) Resposta “D”.
Solução:
Pcusto = 100,00
V2 = 1.(1 V2 = (
100 − 30
100 − 20
).(
)
100
100
O Pcusto mais 25% do Pcusto = 100,00
V2 = (
80
).( 70 )
100 100
Pc + 0,25Pc = 100,00
1,25Pc = 100,00
V2 =
5600
10000
V2 =
56
100
Pc =
que é igual a 56%
1º ano = 1
2º ano = 0,70 – 30% (0,21)
3º ano = 0,49 – 30% (0,147)
4º ano = 0,343 – 30 % (0,1029)
5º ano = 0,2401 – 30% (0,07203)
6º ano = 0,16807 – 30% (0,050421)
7º ano = 0,117649 – 30% (0,0352947)
8º ano = 0,0823543
Então no dia de promoção o valor será de 1,20. Isto é, 20% de
lucro em cima do valor de custo. Alternativa C.
5) Resposta “B”.
Solução: Se usarmos a fórmula do aumento sucessivo citada na
matéria será:
0,0823543 = (0,7)7V
9) Resposta “5%”.
Solução: Em 500 000 habitantes → 25 000 desempregados
V2 = V.(1 + p1 ).(1 – p2 ).
Em 100 000 habitantes → 5 000 desempregados
Em 100 habitantes → 5 desempregados
100
Substituindo V por um valor: 1, então no final dos dois aumentos
esse valor será de 1,61=V2.
1,61 = (1 +
30
)
100
8) Resposta “A”.
Solução:
Se 1,50 é 100%
X
20% fazemos esta regra de três para achar os 20%:
20.1,50 100 = 0,30
1,61 = 1.(1 +
–
100% - 56% = 44%
4) Resposta “C”.
Solução:
X reais (preço de custo)
Lucro de 50%: x + 50% = x +
=
(dividimos por 10 e depois dividimos por 5).
Suponhamos que o preço de custo seja 1, então substituindo o
x da equação acima, o preço de venda com 50% de lucro seria 1,50.
100
20
).(1
100
p
15
).(1 – 2 )
100
100
Portanto, 5% da população da cidade é desempregada.
p
15
).(1 – 2 ) (mmc de 100)
100
100
10) Resposta “500 unidades”.
p
1,61 = ( 115 ).(1 – 2 )
100
100
115(100 − P 2)
1,61 = 10000
Solução: 4% → 20 bolinhas. Então:
20% → 100 bolinhas
100% → 500 bolinhas
Ou, ainda, representando por x o total de bolinhas: 4% de x
equivalem a 20.
16100 = -11.500 + 115P2
115P2 = -11.500 + 16100
P2 = 4600/115
P2 = 40%
Como 4% =
6) Resposta “E”.
Solução:
, podemos escrever:
0,04 . x = 20 →
Logo, o total de bolinhas na piscina são 500 unidades.
Didatismo e Conhecimento
46
RACIOCÍNIO LÓGICO
RaCioCínio LógiCo
Negação (símbolo ~): Quando usamos a negação de uma
proposição invertemos a afirmação que está sendo dada. Veja os
exemplos:
1. PRINCÍPIOS DO RACIOCÍNIO
LÓGICO: CONECTIVOS LÓGICOS;
DIAGRAMAS LÓGICOS; LÓGICA DE
ARGUMENTAÇÃO; INTERPRETAÇÃO
DE INFORMAÇÕES DE NATUREZA
MATEMÁTICA;PROBABILIDADE.
~p (não p): O Pão não é barato. (É a negação lógica de p)
~q (não q): O Queijo é bom. (É a negação lógica de q)
Se uma proposição é verdadeira, quando usamos a negação
vira falsa.
Se uma proposição é falsa, quando usamos a negação vira
verdadeira.
Estruturas Lógicas – Verdade ou Mentira
Regrinha para o conectivo de negação (~):
Na lógica, uma estrutura (ou estrutura de interpretação) é um
objeto que dá significado semântico ou interpretação aos símbolos
definidos pela assinatura de uma linguagem. Uma estrutura possui
diferentes configurações, seja em lógicas de primeira ordem,
seja em linguagens lógicas poli-sortidas ou de ordem superior.
As questões de Raciocínio Lógico sempre vão ser compostas por
proposições que provam, dão suporte, dão razão a algo, ou seja, são
afirmações que expressam um pensamento de sentindo completo.
Essas proposições podem ter um sentindo positivo ou negativo.
~P
V
F
F
V
Conjunção (símbolo Λ): Este conectivo é utilizado para unir
duas proposições formando uma terceira. O resultado dessa união
somente será verdadeiro se as duas proposições (p e q) forem
verdadeiras, ou seja, sendo pelo menos uma falsa, o resultado será
falso. Ex.: p Λ q. (O Pão é barato e o Queijo não é bom). Λ = “e”.
Regrinha para o conectivo de conjunção (Λ):
Exemplo 1: João anda de bicicleta.
Exemplo 2: Maria não gosta de banana.
Tanto o exemplo 1 quanto o 2 caracterizam uma afirmação/
proposição.
A base das Estruturas Lógicas é saber o que é Verdade ou
Mentira (verdadeiro/falso). Os resultados das proposições sempre
tem que dar verdadeiro. Há alguns princípios básicos:
Contradição: Nenhuma proposição pode ser verdadeira e
falsa ao mesmo tempo.
P
Q
PΛQ
V
V
V
V
F
F
F
V
F
F
F
F
Disjunção (símbolo V): Este conectivo também serve para
unir duas proposições. O resultado será verdadeiro se pelo menos
uma das proposições for verdadeira. Ex: p v q. (Ou o Pão é barato
ou o Queijo não é bom.) V = “ou”. Regrinha para o conectivo de
disjunção (V):
Terceiro Excluído: Dadas duas proposições lógicas
contraditórias somente uma delas é verdadeira. Uma proposição
ou é verdadeira ou é falsa, não há um terceiro valor lógico (“mais
ou menos”, meio verdade ou meio mentira). Ex. Estudar é fácil.
(o contrário seria: “Estudar é difícil”. Não existe meio termo, ou
estudar é fácil ou estudar é difícil).
Para facilitar a resolução das questões de lógica usamse os conectivos lógicos, que são símbolos que comprovam a
veracidade das informações e unem as proposições uma a outra ou
as transformam numa terceira proposição. Veja:
(~) “não”: negação
(Λ) “e”: conjunção
(V) “ou”: disjunção
(→) “se...então”: condicional
(↔) “se e somente se”: bicondicional
P
Q
PVQ
V
V
V
V
F
V
F
V
V
F
F
F
Condicional (símbolo →): Este conectivo dá a ideia de
condição para que a outra proposição exista. “P” será condição
suficiente para “Q” e “Q” é condição necessária para “P”. Ex: P →
Q. (Se o Pão é barato então o Queijo não é bom.) → = “se...então”.
Regrinha para o conectivo condicional (→):
Temos as seguintes proposições:
O Pão é barato. O Queijo não é bom.
A letra p representa a primeira proposição e a letra q, a
segunda. Assim, temos:
p: O Pão é barato.
q: O Queijo não é bom.
Didatismo e Conhecimento
P
1
P
Q
P→Q
V
V
V
V
F
F
F
V
V
F
F
V
RaCioCínio LógiCo
Bicondicional (símbolo ↔): O resultado dessas proposições
será verdadeiro se e somente se as duas forem iguais (as duas
verdadeiras ou as duas falsas). “P” será condição suficiente
e necessária para “Q”. Exemplo: P ↔ Q. (O Pão é barato se e
somente se o Queijo não é bom.) ↔ = “se e somente se”. Regrinha
para o conectivo bicondicional (↔):
P
Q
P↔Q
V
V
V
V
F
F
F
V
F
F
F
V
O cenário político de uma pequena cidade tem sido
movimentado por denúncias a respeito da existência de um
esquema de compra de votos dos vereadores. A dúvida quanto
a esse esquema persiste em três pontos, correspondentes às
proposições P, Q e R:
P: O vereador Vitor não participou do esquema;
Q: O Prefeito Pérsio sabia do esquema;
R: O chefe de gabinete do Prefeito foi o mentor do esquema.
Os trabalhos de investigação de uma CPI da Câmara Municipal
conduziram às premissas P1, P2 e P3 seguintes:
P1: Se o vereador Vitor não participou do esquema, então o
Prefeito Pérsio não sabia do esquema.
P2: Ou o chefe de gabinete foi o mentor do esquema, ou o
Prefeito Pérsio sabia do esquema, mas não ambos.
P3: Se o vereador Vitor não participou do esquema, então o
chefe de gabinete não foi o mentor do esquema.
QUESTÕES
01. (ESAF - Receita Federal - Auditor Fiscal) A afirmação “A
menina tem olhos azuis ou o menino é loiro” tem como sentença
logicamente equivalente:
(A) se o menino é loiro, então a menina tem olhos azuis.
(B) se a menina tem olhos azuis, então o menino é loiro.
(C) se a menina não tem olhos azuis, então o menino é loiro.
(D) não é verdade que se a menina tem olhos azuis, então o
menino é loiro.
(E) não é verdade que se o menino é loiro, então a menina tem
olhos azuis.
Considerando essa situação hipotética, julgue os itens
seguintes, acerca de proposições lógicas.
04. Das premissas P1, P2 e P3, é correto afirmar que “O chefe de
gabinete foi o mentor do esquema ou o vereador Vitor participou
do esquema”.
( ) Certo
02. (ESAF - Receita Federal - Auditor Fiscal) Se Anamara é
médica, então Angélica é médica. Se Anamara é arquiteta, então
Angélica ou Andrea são médicas. Se Andrea é arquiteta, então
Angélica é arquiteta. Se Andrea é médica, então Anamara é
médica. Considerando que as afirmações são verdadeiras, seguese, portanto, que:
(A) Anamara, Angélica e Andrea são arquitetas.
(B) Anamara é médica, mas Angélica e Andrea são arquitetas.
(C) Anamara, Angélica e Andrea são médicas.
(D) Anamara e Angélica são arquitetas, mas Andrea é médica.
(E) Anamara e Andrea são médicas, mas Angélica é arquiteta.
05. Parte superior do formulário
Considerando essa situação hipotética, julgue os itens
seguintes, acerca de proposições lógicas. A premissa P2 pode ser
corretamente representada por R ∨ Q.
( ) Certo
( ) Errado
06. Considerando essa situação hipotética, julgue os itens
seguintes, acerca de proposições lógicas. A premissa P3 é
logicamente equivalente à proposição “O vereador Vitor participou
do esquema ou o chefe de gabinete não foi o mentor do esquema”.
( ) Certo
03. (ESAF - Receita Federal - Auditor Fiscal) Se Ana é
pianista, então Beatriz é violinista. Se Ana é violinista, então
Beatriz é pianista. Se Ana é pianista, Denise é violinista. Se Ana
é violinista, então Denise é pianista. Se Beatriz é violinista, então
Denise é pianista. Sabendo-se que nenhuma delas toca mais de um
instrumento, então Ana, Beatriz e Denise tocam, respectivamente:
( ) Errado
07. Considerando essa situação hipotética, julgue os itens
seguintes, acerca de proposições lógicas. A partir das premissas
P1, P2 e P3, é correto inferir que o prefeito Pérsio não sabia do
esquema.
( ) Certo
(A) piano, piano, piano.
(B) violino, piano, piano.
(C) violino, piano, violino.
(D) violino, violino, piano.
(E) piano, piano, violino.
( ) Errado
08. (CESPE - TRE-ES - Técnico) Entende-se por proposição
todo conjunto de palavras ou símbolos que exprimem um
pensamento de sentido completo, isto é, que afirmam fatos ou
exprimam juízos a respeito de determinados entes. Na lógica
bivalente, esse juízo, que é conhecido como valor lógico da
proposição, pode ser verdadeiro (V) ou falso (F), sendo objeto
de estudo desse ramo da lógica apenas as proposições que atendam
ao princípio da não contradição, em que uma proposição não pode
(CESPE – TRE-RJ – Técnico Judiciário)
Texto para as questões de 04 a 07.
Didatismo e Conhecimento
( ) Errado
2
RaCioCínio LógiCo
Sintetizando: Basta negar a primeira, manter a segunda e
trocar o “ou” pelo “se então”. “A menina tem olhos azuis (M) ou
o menino é loiro (L)”.
ser simultaneamente verdadeira e falsa; e ao princípio do terceiro
excluído, em que os únicos valores lógicos possíveis para uma
proposição são verdadeiro e falso. Com base nessas informações,
julgue os itens a seguir. Segundo os princípios da não contradição
e do terceiro excluído, a uma proposição pode ser atribuído um e
somente um valor lógico.
( ) Certo
Está assim: M v L
Fica assim: ~M → L
( ) Errado
Se a menina não tem olhos azuis, então o menino é loiro.
(CESPE - TRT-ES – Técnico Judiciário) Proposição
02. Parte inferior do formulário
Resposta “C”.
Texto para as questões 09 e 10.
Proposições são frases que podem ser julgadas como
verdadeiras (V) ou falsas (F), mas não como V e F simultaneamente.
As proposições simples são aquelas que não contêm nenhuma
outra proposição como parte delas. As proposições compostas são
construídas a partir de outras proposições, usando-se símbolos
lógicos, parênteses e colchetes para que se evitem ambiguidades.
As proposições são usualmente simbolizadas por letras maiúsculas
do alfabeto: A, B, C, etc. Uma proposição composta da forma A ∨
B, chamada disjunção, deve ser lida como “A ou B” e tem o valor
lógico F, se A e B são F, e V, nos demais casos. Uma proposição
composta da forma A B, chamada conjunção, deve ser lida como
“A e B” e tem valor lógico V, se A e B são V, e F, nos demais casos.
Além disso, A, que simboliza a negação da proposição A, é V, se
A for F, e F, se A for V. Considere que cada uma das proposições
seguintes tenha valor lógico V.
I- Tânia estava no escritório ou Jorge foi ao centro da cidade
II- Manuel declarou o imposto de renda na data correta e Carla
não pagou o condomínio.
III- Jorge não foi ao centro da cidade.
Anamara médica → Angélica médica. (verdadeira →
verdadeira)
Anamara arquiteta → Angélica médica ∨ Andrea médica.
(falsa → verdadeira ∨ verdadeira)
Andrea arquiteta → Angélica arquiteta. (falsa → falsa)
Andrea médica → Anamara médica. (verdadeira →
verdadeira)
09. A partir dessas proposições, é correto afirmar que a
proposição “Manuel declarou o imposto de renda na data correta e
Jorge foi ao centro da cidade” tem valor lógico V.
( ) Certo
( ) Errado
- Se Anamara é médica, então Angélica é médica. (verdadeiro)
1. V V
2. F F
3. F V
10. A partir dessas proposições, é correto afirmar que a
proposição. “Carla pagou o condomínio” tem valor lógico F.
- Se Anamara é arquiteta, então Angélica ou Andrea são
médicas. (verdadeiro)
1. F V V - Para ser falso Todos devem ser falsos.
2. V F V - A segunda sentença deu falso e a VF apareceu,
então descarta essa hipótese.
3. V V F - Aqui também ocorreu o mesmo problema da 2º
hipótese, também devemos descartá-la.
∨
( ) Certo
Como na questão não existe uma proposição simples, temos
que escolher entre as existentes, uma proposição composta e supor
se é verdadeira ou falsa. Nesta questão analise as proposições à
medida que aparecem na questão, daí a primeira proposição sobre
a pessoa assume o valor de verdade, as seguintes serão, em regra,
falsas. Embora nada impeça que uma pessoa tenha mais de uma
profissão, o que não deve ser levado em consideração. Importante
lembrar que todas as proposições devem ter valor lógico verdadeiro.
Para encontrar a resposta temos que testar algumas hipóteses até
encontrar a que preencha todos os requisitos da regra.
( ) Errado
Respostas
01. Resposta “C”.
Proposição
Equivalente
P→Q
~Q → ~P
P→Q
~P ∨ Q
P→Q
P é suficiente para Q
P→Q
Q é necessário para P
- Se Andrea é arquiteta, então Angélica é arquiteta. (verdadeiro)
1. F F
2.
3.
- Se Andrea é médica, então Anamara é médica. (verdadeiro)
1. V V
2.
3.
03. Resposta “B”.
A menina tem olhos azuis ou o menino é loiro.
(~P)
(∨ )
(Q)
Se a menina não tem olhos azuis, então o menino é loiro.
(~P)
(→)
(Q)
Didatismo e Conhecimento
Ana pianista → Beatriz violinista. (F → F)
3
RaCioCínio LógiCo
Ana violinista → Beatriz pianista. (V → V)
Ana pianista → Denise violinista. (F → F)
Ana violinista → Denise pianista. (V → V)
Beatriz violinista → Denise pianista. (F → V)
Representado pelo v, ou ainda ou.
Pode aparecer assim também: p v q, mas não ambos.
Regra: Só será verdadeira se houver uma das sentenças
verdadeira e outra falsa.
Proposições Simples quando aparecem na questão,
suponhamos que sejam verdadeiras (V). Como na questão não
há proposições simples, escolhemos outra proposição composta e
supomos que seja verdadeira ou falsa.
Hipótese 1:
P1: F → V = V (Não poderá aparecer VF).
P2: V F = V (Apenas um tem que ser verdadeiro).
P3: F → F = V
1º Passo: qual regra eu tenho que saber? Condicional (Se...
então).
2º Passo: Fazer o teste com as hipóteses possíveis até encontrar
a resposta.
Conclusões:
Vereador participou do esquema.
Prefeito não sabia.
Chefe do gabinete foi o mentor.
Hipótese 1
- Se Ana é pianista, então Beatriz é violinista. (verdade)
V V - Como já sabemos, se a (verdade) aparecer primeiro, a
(falso) não poderá.
Então:
O chefe de gabinete foi o mentor do esquema ou o vereador
Vitor participou do esquema.
V V = verdade, pois sabemos que para ser falso, todos devem
ser falsos.
- Se Ana é violinista, então Beatriz é pianista. (verdade)
F F - Já sabemos que Ana é pianista e Bia é violinista, então
falso nelas.
- Se Ana é pianista, Denise é violinista. (verdade)
VV
Hipótese 2:
P1: F → F = V
P2: F V = V
P3: F →V = V
- Se Ana é violinista, então Denise é pianista. (verdade)
FF
Conclusões:
Vereador participou do esquema.
Prefeito sabia.
Chefe de gabinete não era o mentor.
- Se Beatriz é violinista, então Denise é pianista. (verdade)
V F - Apareceu a temida V F, logo a nossa proposição será
falsa. Então descarte essa hipótese.
Hipótese 2
Então:
O chefe de gabinete foi o mentor do esquema ou o vereador
Vitor participou do esquema.
F V = verdade.
- Se Ana é pianista, então Beatriz é violinista. (verdade)
FV
- Se Ana é violinista, então Beatriz é pianista. (verdade)
V F - A VF apareceu, então já podemos descartá-la, pois a
nossa proposição será falsa.
05. Resposta “Errado”.
Não se trata de uma Disjunção, trata-se de uma Disjunção
Exclusiva, cujo símbolo é . Também chamado de “Ou Exclusivo”.
É o famoso “um ou outro mas não ambos”. Só vai assumir valor
verdade, quando somente uma das proposições forem verdadeiras,
pois quando as duas forem verdadeiras a proposição será falsa. Da
mesma forma se as duas forem falsas, a proposição toda será falsa.
04. Resposta “Certo”.
É só aplicar a tabela verdade do “ou” (v).
V v F será verdadeiro, sendo falso apenas quando as duas
forem falsas.
A tabela verdade do “ou”. Vejam:
Tabela verdade do “Ou Exclusivo”.
p∨q
p
q
V
V
V
F
F
V
V
F
F
F
F
V
No 2º caso, os dois não podem ser verdade ao mesmo tempo.
Disjunção exclusiva (Ou... ou)
Didatismo e Conhecimento
4
p∨q
p
q
V
V
V
F
F
V
V
F
F
F
F
V
RaCioCínio LógiCo
Com a frase em P2 “mas não ambos” deixa claro que as duas
premissas não podem ser verdadeiras, logo não é uma Disjunção,
mas sim uma Disjunção Exclusiva, onde apenas uma das premissas
pode ser verdadeira para que P2 seja verdadeira.
Se é falso que o Prefeito Pérsio não sabia, significa dizer que
ele sabia do esquema. Então, pode-se deduzir que as proposições
~Q e Q são, respectivamente, falsa e verdadeira. Na segunda
premissa: Se Q é verdadeira, R será obrigatoriamente falsa, pois
na disjunção exclusiva só vai ser verdade quando apenas um dos
argumentos for verdadeiro. E se R é falso, significa dizer que ~R é
verdadeiro. Fazendo as substituições:
06. Resposta “Certo”.
Duas premissas são logicamente equivalentes quando elas
possuem a mesma tabela verdade:
P
R
¬P
¬R
P→R
¬R → P
P1: P → ~Q Verdade
F→FV
¬P ∨ R
V
V
F
F
V
V
V
F
F
V
F
F
V
F
V
V
F
V
V
V
F
F
V
V
V
V
V
Por que P é falso? Na condicional só vai ser falso se a primeira
for verdadeira e a segunda for falsa. Como “sabemos” que a
premissa toda é verdadeira e que ~Q é falso, P só pode assumir
valor F.
F
P2: R (ou exclusivo) Q Verdade
F (ou exclusivo) V V
Possuem a mesma tabela verdade, logo são equivalentes.
Representando simbolicamente as equivalências, temos o
seguinte:
(P → R) = (¬P ∨ R) = (¬R → ¬P)
Lembrando que na disjunção exclusiva, só vai ser verdade
quando uma das proposições forem verdadeiras. Como sei que Q é
verdadeiro, R só pode ser falso.
As proposições dadas na questão:
P = O vereador Vitor não participou do esquema.
R = O chefe de gabinete do Prefeito foi o mentor do esquema.
P3: P → ~R Verdade
F→VV
Se deduz que R é falso, logo ~R é verdadeiro. Consideramos
inicialmente o argumento sendo não válido (premissas verdadeiras
e conclusão falsa). Significa dizer que a questão está errada. Não
é correto inferir que o Prefeito Pérsio não sabia do esquema. Foi
comprovado que ele sabia do esquema.
Premissa dada na questão: P3 = Se o vereador Vitor não
participou do esquema, então o chefe do gabinete não foi o mentor
do esquema. Em linguagem simbólica, a premissa P3 fica assim:
(P → ¬R).
A questão quer saber se (P → ¬R) é logicamente equivalente a
proposição: “O vereador Vitor participou do esquema ou o chefe de
gabinete não foi o mentor do esquema”, que pode ser representada
da seguinte forma: (¬P ∨ ¬R). Vemos que P3 tem a seguinte
equivalente lógica: (P → ¬R) = (¬P ∨ ¬R). Negamos a primeira
sentença, mudamos o conectivo “→” para “∨ ”, e depois mantemos
a segunda sentença do mesmo jeito. Assim sendo, a questão está
correta. As duas sentenças são “logicamente equivalentes”.
08. Resposta “Certo”.
Princípio da Não Contradição = Uma preposição será
V ou F não podendo assumir os 2 valores simultaneamente.
Representação: ¬(P ¬P). Exemplo: Não (“a terra é redonda” e
“a terra não é redonda”).
Princípio do Terceiro Excluído = Uma preposição será V ou F,
não podendo assumir um 3o valor lógico. Representação: P ∨ ¬P.
Exemplo: Ou este homem é José ou não é José.
Uma proposição só poderá ser julgada verdadeira ou falsa,
nunca poderá ser as duas coisas ao mesmo tempo.
∨
07. Resposta “Errado”.
A questão quer saber se o argumento “o Prefeito Pérsio não
sabia do esquema” é um argumento válido. Quando o argumento
é válido? Quando as premissas forem verdadeiras e a conclusão
obrigatoriamente verdadeira ou quando as premissas forem falsas
e a conclusão falsa. Quando o argumento não é válido? Quando as
premissas forem verdadeiras e a conclusão for falsa. Pra resolver
essas questões de validade de argumento é melhor começar de
forma contrária ao comando da questão. Como a questão quer
saber se o argumento é válido, vamos partir do princípio (hipótese)
que é inválido. Fica assim:
09. Resposta “Errado”.
Da proposição III “Jorge não foi ao centro da cidade” que é
verdadeira e a questão diz “Manuel declarou o imposto de renda na
data correta e Jorge foi ao centro da cidade” a segunda parte é falsa
como o conectivo é “e” as duas teriam que ser verdadeiras (o que
não acontece). Vamos analisar cada proposição de cada premissa,
tendo em mente que as premissas tem valor lógico (V), daí tiramos
um importante dado, sabemos que a premissa III é (V), portanto
vamos atribuir o valor lógico (V) a proposição “e” e o valor lógico
(F) a proposição “B”, agora vamos separar:
A: Tânia estava no escritório (V)
B: Jorge foi ao centro da cidade (F)
P1: P → ~Q verdade
P2: R (ou exclusivo) Q verdade
P3: P → ~R verdade
Conclusão: O prefeito Pérsio não sabia do esquema. falso
Didatismo e Conhecimento
5
RaCioCínio LógiCo
Diante das análises iniciais temos que a premissa A v B, tem valor lógico (V), mas que a proposição “B” tem valor lógico (F), ou seja,
A v (valor lógico F), para que essa premissa tenha o valor lógico (V), “A” tem que ter um valor lógico (V).
O enunciado fala para considerar todas as premissas com valor lógico (V), logo, a premissa C
proposições devem ter valor lógico (V).
∨
C: Manuel declarou o imposto de renda na data correta (V)
D: Carla não pagou o condomínio (V)
D para ter valor lógico (V), ambas
E: Jorge não foi ao centro da cidade (V)
B = (V)
∨
∨
Diante das explicações, C
(F) = (F).
10. Resposta “Certo”.
Considere que cada uma das proposições seguintes tenha valor lógico V. Logo o que contraria essa verdade é falso.
I- V + F = V
II- V + V = V
III- V
Portanto se no item II diz que Carla não pagou o condomínio é verdadeiro, então o fato dela ter pago o condomínio é falso, pois está
contradizendo o dito no item II. Os valores lógicos da segunda proposição não são deduzíveis, mas sim informados no enunciado.
II- Manuel declarou o imposto de renda na data correta e Carla não pagou o condomínio V e V. Portanto, se Carla não pagou o
condomínio é Verdadeiro. Carla pagou o condomínio é Falso. Enunciado correto.
Conectivos
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. Os conectivos
mais usados são: “e”(˄), “ou”(˅), “se... então”(→) e “se e somente se”(↔).
Exemplos
- Mônica é uma mulher bonita e o Brasil é um grande país.
- Professor Fábio é esperto ou está doente.
- Se eu comprar um carro, então venderei meu carro antigo.
- Um número é primo se e somente se for divisível apenas por 1 e por si mesmo.
Operação
Conectivo
Estrutura Lógica
Exemplos
Negação
¬
Não p
A bicicleta não é azul.
Conjunção
^
peq
Thiago é médico e João é Engenheiro.
Disjunção
Inclusiva
v
p ou q
Thiago é médico ou João é Engenheiro.
Disjunção
Exclusiva
v
Ou p ou q
Ou Thiago é Médico ou João é Engenheiro.
Condicional
→
Se p então q
Se Thiago é Médico então João é Engenheiro.
Bicondicional
↔
p se e somente se q
Thiago é médico se e somente se João é Médico.
Conectivo “e” (˄)
Sejam os argumentos:
p: -3 é um número inteiro.
q: a cobra é um réptil.
Com os argumentos acima, podemos compôr uma sentença fechada, que expressa os dois argumentos: “-3 é um número inteiro e a cobra
é um réptil”. A sentença pode ser representada como p ˄ q, podemos receber um valor lógico, verdadeiro ou falso.
Conceito: Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada de conjunção. Observe que uma conjunção p ˄ q só é
verdadeira quando p e q são verdadeiras. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade:
Didatismo e Conhecimento
6
RaCioCínio LógiCo
p
q
p˄q
V
V
V
V
F
F
F
V
F
F
F
F
Conceito: Se p e q são duas proposições, a proposição p→q
é chamada subjunção ou condicional. Considere a seguinte
subjunção: “Se fizer sol, então irei à praia”.
1. Podem ocorrer as situações:
2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade)
5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não
disse o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à
praia).
Atenção: Os conectivos são usados para interligar duas ou mais
sentenças. E toda sentença interligada por conectivos terá um valor
lógico, isto é, será verdadeira ou falsa. Sentenças interligadas pelo
conectivo “e” possuirão o valor verdadeiro somente quando todas
as sentenças, ou argumentos lógicos, tiverem valores verdadeiros.
Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando
a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.
Para a subjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade:
Conectivo “ou” (V)
O conectivo “ou” pode ter dois significados:
1. “ou” inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente.
(Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente)
2. “ou” exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca.
(Se Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa)
Observe que uma adjunção p V q é verdadeira quando uma
das proposições formadoras, p ou q, é verdadeira. Para a adjunção,
tem-se a seguinte tabela-verdade:
V
V
V
F
V
F
V
V
F
F
F
V
V
V
V
F
F
F
F
V
F
V
V
Atenção: Dizemos que “p implica q” (p→q) quando estamos
considerando uma relação entre duas proposições, compostas ou
não, diferentemente do símbolo →, que denota uma operação entre
duas proposições, resultando numa proposição.
pVq
V
p→q
Sejam:
p: 18 é divisível por 6.
q: 18 é divisível por 2.
Podemos compor:
p→q: se 18 é divisível por 6, então 18 é divisível por 2, que
se pode ler:
- “18 é divisível por 6” é condição suficiente para “18 é
divisível por 2” ou, ainda,
- “18 é divisível por 2” é condição necessária para “18 é
divisível por 6”.
p: 3 é um número inteiro.
q: o Brasil é pentacampeão mundial de futebol.
A partir de p e q, podemos compor:
p V q: 3 é um número inteiro ou o Brasil é pentacampeão
mundial de futebol.
Se p e q são duas proposições, a proposição p V q será chamada
adjunção ou disjunção.
q
q
Existem outras maneiras de ler: p→q: “p é condição suficiente
para q” ou, ainda, “q é condição necessária pra p”.
Atenção: Estudaremos o “ou” inclusivo, pois o elemento
em questão pode possuir duas ou mais características, como o
exemplo do item 1, em que Elisabete poderá possuir duas ou mais
qualidades ou características. Sejam:
p
p
Conectivo “Se e somente se” (↔)
Conectivo “Se... então” (→)
Sejam:
p: 16 / 3 = 8
q: 2 é um número primo.
A partir de p e q, podemos compor:
p↔q: 16 / 3 = 8 se e somente se 2 é um número primo.
Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada
bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é
condição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição
necessária e suficiente para p”.
Sejam as proposições abaixo:
p: 5.4 = 20
q: 3 é um número primo.
A partir de p e q, podemos compor:
p→q: se 5.4 = 20, então 3 é um número primo.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e
somente se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
Atenção: O conectivo V, “ou”, é utilizado para interligar dois
ou mais argumentos, resultando na união desses argumentos. O
valor resultante da união de dois ou mais argumentos somente será
falso quando todos os argumentos ou proposições forem falsos.
Didatismo e Conhecimento
7
RaCioCínio LógiCo
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade)
02. (Cespe - Analista do Seguro Social - INSS) Proposições
são sentenças que podem ser julgadas como verdadeiras (V) ou
falsas (F), mas não como ambas. Se p e q são proposições, então a
proposição “Se p então q”, denotada por P → Q, terá valor lógico
F quando p for V e q for F, e, nos demais casos, será V. Uma
expressão da forma ~p, a negação da proposição p, terá valores
lógicos contrários aos de p. (p v q, lida como “p ou q”, terá valor
lógico F quando p e q forem, ambas, F; nos demais casos, será V.
Considere as proposições simples e compostas apresentadas
abaixo, denotadas por A, B e C, que podem ou não estar de acordo
com o artigo 50 da Constituição Federal.
A: A prática do racismo é crime afiançável.
B: A defesa do consumidor deve ser promovida pelo Estado.
C: Todo cidadão estrangeiro que cometer crime político em
território brasileiro será extraditado.
Observe que uma bijunção só é verdadeira quando as
proposições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.
Para a bijunção, tem-se a seguinte tabela-verdade:
p
q
p↔q
V
V
V
V
F
F
F
V
F
F
F
V
Devemos lembrar que p↔q é o mesmo que (p→q) ˄ (q→p).
Assim, dizer “Hoje é sábado e somente se amanhã é domingo” é o
mesmo que dizer: “Se hoje é sábado, então amanhã é domingo e,
se amanhã é domingo, então hoje é sábado”.
Atenção: Dizemos que “p equivale a q” (p→q) quando
estamos considerando uma relação entre duas ou mais proposições,
diferentemente do símbolo ↔ , que denota uma operação entre
duas proposições, resultando numa nova proposição. Exemplos:
De acordo com as valorações V ou F atribuídas corretamente
às proposições A, B e C, a partir da Constituição Federal, julgue o
item. Para a simbolização apresentada acima e seus correspondentes
valores lógicos, a proposição B = C é V. Certo ou Errado?
03. Roberta, Rejane e Renata são servidoras de um mesmo
órgão público do Poder Executivo Federal. Em um treinamento, ao
lidar com certa situação, observou-se que cada uma delas tomou
uma das seguintes atitudes:
A1: deixou de utilizar avanços técnicos e científicos que
estavam ao seu alcance;
A2: alterou texto de documento oficial que deveria apenas ser
encaminhado para providências;
A3: buscou evitar situações procrastinatórias.
1. Dar os valores lógicos das seguintes proposições compostas:
a) p1 : 2 + 5 = 7 ou 2 + 5 = 6 Temos que p ˅ q, com p(V),
q(F); portanto, p1 (V)
b) p2 : se 2 + 4 = 8 se 2 + 4 = 8, então 2 = 6 = 9 Temos que
p→q com p(F), q(F); portanto, p2 (V)
2. Estude os valores lógicos das sentenças abertas compostas:
“se x² - 14x + 48 = 0, então x – 2 = 4”. Como x² - 14x + 48 = 0 ↔
x = 6 ou x = 8 e x – 2 = 4 ↔ x = 6, tem-se:
a) (VV) substituindo x por 6, temos o valor lógico V.
b) (VF) substituindo x por 8, temos o valor lógico F.
c) (FV) não se verifica.
d) (FF) substituindo x por qualquer número real diferente de 6
e 8, temos o valor lógico V.
Cada uma dessas atitudes, que pode ou não estar de acordo
com o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do
Poder Executivo Federal (CEP), foi tomada por exatamente uma
das servidoras. Além disso, sabe-se que a servidora Renata tomou
a atitude A3 e que a servidora Roberta não tomou a atitude A1.
Essas informações estão comtempladas na tabela a seguir, em
cada célula, correspondente ao cruzamento de uma linha com
uma coluna, foi preenchida com V(verdadeiro) ou F(falso) caso
contrario.
3. Sejam as proposições:
p: Joana é graciosa.
q: Fátima é tímida.
Dar as sentenças verbais para: p→~q
Se Joana é graciosa, então Fátima não é tímida.
~(~p ∨ q)
É falso que Joana não é graciosa ou que Fátima é tímida.
A1
Roberta
A3
F
Rejane
Renata
Atenção: O conectivo ↔ é usado quando se quer mostrar que
dois argumentos são equivalentes. Por exemplo, quando dizemos
que “todo número par é da forma 2n, n є N”, não é o mesmo que
dizer que “os números pares são divisíveis por 2”.
V
Com base nessas informações, julgue o item seguinte: Se
p for a proposição “Rejane alterou texto de documento oficial
que deveria apenas ser encaminhado para providências” e q for
a proposição” Renata buscou evitar situações procrastinatórias”,
então a proposição pq tem valor lógico V. Certo ou errado?
Questões
01. (ICMS) Se você se esforçar então irá vencer. Assim sendo,
(A) mesmo que se esforce, você não vencerá.
(B) seu esforço é condição necessária para vencer.
(C) se você não se esforçar então não irá vencer.
(D) você vencerá só se se esforçar.
(E) seu esforço é condição suficiente para vencer.
Didatismo e Conhecimento
A2
04. (FCC - Oficial de Justiça - TJ/PE) Suponha que exista
uma pessoa que só fala mentiras as terças, quartas e quintasfeiras, enquanto que, nos demais dias da semana, só fala a verdade.
Nessas condições, somente em quais dias da semana seria possível
ela fazer a afirmação “Eu menti ontem e também mentirei amanha”?
8
RaCioCínio LógiCo
Poderíamos resumir a tabela verdade do conectivo “se então”
pela seguinte regra: “A implicação p→q só será FALSA quando
p for VERDADEIRA e q for FALSA, nesta ordem”. Observe que
estamos falando da segunda linha. Observe também que todos os
demais valores lógicos de p→q que não se tratam da regra passam
a ser verdadeiros (1ª, 3ª e 4ª linhas).
Agora por definição informamos que dado que p→q se
verifica então também se verifica que ~q→~p. Para analisarmos
esta afirmação devemos conhecer um novo conectivo, o conectivo
“não” ou “negação”, cuja tabela verdade se verifica a seguir:
(A) Terça e quinta-feira.
(B) Terça e sexta-feira.
(C) Quarta e quinta-feira.
(D) Quarta-feira e sábado.
(E) Quinta-feira e domingo.
05. Na análise de um argumento, podem-se evitar
considerações subjetivas, por meio da reescrita das proposições
envolvidas na linguagem da lógica formal. Considere que P, Q,
”, “ ∨ ”, “¬” e “→” sejam
R e S sejam proposições e que “
os conectores lógicos que representam, respectivamente, “e”,
“ou”, “negação” e o “conector condicional”. Considere também
a proposição a seguir: Quando Paulo vai ao trabalho de ônibus ou
de metrô, ele sempre leva um guarda-chuva e também dinheiro
trocado.
Assinale a opção que expressa corretamente a proposição
acima em linguagem da lógica formal, assumindo que:
P= “Quando Paulo vai ao trabalho de ônibus”;
Q= “Quando Paulo vai ao trabalho de metrô”;
R= “ele sempre leva um guarda-chuva”;
S= “ele sempre leva dinheiro trocado”.
∨
R)
(A) P→ (Q
(B) (P → Q) ∨ R
(R
(C) (P ∨ Q)
(R
(D) P ∨ (Q
∨
∨
∨
∨
∨
Respostas
01. Resposta “E”.
Aqui estamos tratando de uma proposição composta (Se você
se esforçar então irá vencer) formada por duas proposições simples
(você se esforçar) (irá vencer), ligadas pela presença do conectivo
(→) “se então”. O conectivo “se então” liga duas proposições
simples da seguinte forma:
Se p então q, ou seja:
→ p será uma proposição simples que por estar antes do então
é também conhecida como antecedente
→ q será uma proposição simples que por estar depois do
então é também conhecida como consequente
→ Se p então q também pode ser lido como p implica em q
→ p é conhecida como condição suficiente para que q ocorra,
ou seja, basta que p ocorra para q ocorrer.
→ q é conhecida como condição necessária para que p ocorra,
ou seja, se q não ocorrer então p também não irá ocorrer.
p→q
V
V
V
V
F
F
F
V
V
F
F
V
Didatismo e Conhecimento
V
F
F
V
p
q
~p
~q
p→q
~q→~p
V
V
F
F
V
V
V
F
F
V
F
F
F
V
V
F
V
V
F
F
V
V
V
V
Observe que para a mesma entrada de valores (V) ou (F) as
colunas que representam os possíveis valores de p→q e de ~q→~p
são exatamente iguais, o que equivale a afirmar que são expressões
logicamente equivalentes. Sabendo um pouco mais a respeito do
“se então” vamos ao exercício:
Se você se esforçar então irá vencer
→ você se esforçar é a proposição p também conhecida como
antecedente.
→ irá vencer é a proposição q também conhecida como
consequente.
→ você se esforçar é a proposição p também conhecida como
condição suficiente para que ocorra q→ irá vencer é a proposição q
também conhecida como condição necessária para que ocorra q→.
Logo a seguir está a tabela verdade do “se então”. Tabela
Verdade é a forma de representar todas as combinações possíveis
de valores verdadeiros ou falsos de determinadas proposições,
sejam elas simples ou compostas. Observe que para quaisquer
valores lógicos de p e q (na realidade uma combinação de valores
de verdadeiros e falsos poderá ocorrer e está sendo estudada logo
abaixo). O número de linhas de uma tabela verdade é dado por: 2n
onde n = número de proposições simples. Na tabela verdade são
duas proposições simples e ao todo 22 = 4 linhas.
q
~p
O “~” representa o conectivo “não” e a tabela verdade do
conectivo não é a inversão do valor lógico da proposição, vejamos,
se a proposição p é verdadeira, então ~p é falsa e viceversa, se
a proposição p é falsa, ~p é verdadeira. Desse modo vamos
comprovar o que foi afirmado logicamente, ou seja, dado que
p→q posso afirmar que negando a condição necessária eu nego a
condição suficiente, observe através da tabela verdade:
S)
S))
p
p
Dado p→q é uma equivalente lógica de: ~q→~p. Ou seja,
Se você se esforçar então irá vencer é uma equivalente lógica de
Se você não venceu então você não se esforçou. Observe que p
e q podem ser quaisquer conjuntos de palavras ou símbolos que
expressam um sentido completo, por mais absurdo que pareça
basta estar na forma do conectivo “se então” que as regras
acima transpostas estão logicamente corretas. Vamos analisar as
alternativas:
Se você se esforçar então irá vencer. Assim sendo,
a) errada, a alternativa “A” encontra erro uma vez que você se
esforçar é a condição suficiente para que você vença, ou seja, basta
que você se esforce que você irá vencer, e a afirmação nega isto.
b) errada, na forma p→q, o p é o antecedente e condição
suficiente para que q ocorra.
9
RaCioCínio LógiCo
- Domingo, segunda, sexta, sábado: a sentença é falsa,
pois nesses dias a pessoa fala a verdade. Portanto, temos uma
contradição.
- Terça e quinta: a sentença é falsa, mas como a pessoa sempre
mente na terça e na quinta, não há contradição.
- Quarta: a sentença é verdadeira, mas como a pessoa mente
na quarta, há contradição. Então, a alternativa “A” satisfaz ao
enunciado.
c) errada, esta afirmação sempre vai cair em prova.
Cuidado: Sempre vai levar muitos candidatos ao erro, ao
afirmar: Se você se esforçar então irá vencer a única conclusão
possível é de que basta que você se esforce que você irá vencer, e
se você não se esforçar, ora se não ocorreu a condição suficiente
nada posso afirmar, se você não se esforçar você poderá ou não
vencer. Na tabela verdade é possível comprovar que (Se você se
esforçar então irá vencer p→q) e (Se você não se esforçar então
não irá vencer ~p→~q) não são equivalentes lógicas. Observe que
as proposições p→q e ~p→~q não apresentam os mesmos valores
lógicos, ou seja, afirmar uma não quer dizer afirmar a outra.
05. Resposta “C”.
A proposição composta original possui uma divisão principal,
que é o fato de Paulo trabalhar de ônibus ou metrô; outro aspecto
é o fato de ele levar guarda-chuva e dinheiro trocado. Portanto,
é o principal, interligando as duas partes da
o conectivo
proposição. Na primeira parte da proposição, ou Paulo vai ao
trabalho de ônibus ou vai de metrô. Nesse caso, essa proposição é
interligada pelo conectivo “ou”: P ∨ Q.
Já na parte final da proposição, como ele sempre leva um
guarda-chuva e também dinheiro trocado, essa parte da proposição
S. Reunindo então as duas
é interligada pelo conectivo “e”: R
d) errada, você vencerá só se se esforçar, indica que seu esforço
é condição necessária para você vencer, o que não é verdade.
∨
e) correta, seu esforço (você se esforçar) é condição suficiente
para que você vença.
02. Resposta “Errado”.
∨
Analisando as proposições:
A: “A prática do racismo é crime afiançável”- é falsa
B: “A defesa do consumidor deve ser promovida pelo Estado” - é
verdadeira;
C: “Todo cidadão estrangeiro que cometer crime político em
território brasileiro será extraditado” - é falsa.
Diagramas Lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários
problemas. Uma situação que esses diagramas poderão ser usados,
é na determinação da quantidade de elementos que apresentam
uma determinada característica.
Então, a proposição composta “B - C” pode ser traduzida
em “V > F” e, pela regra do conectivo → (implica), a proposição
composta terá valor lógico F.
03. Resposta “Certo”.
Sabendo que cada uma das servidoras tomou apenas uma
das atitudes, basta completar a tabela de acordo com os dados do
enunciado:
A1
A2
A3
Roberta
F
V
F
Rejane
V
F
F
Renata
F
F
V
Assim, se num grupo de pessoas há 43 que dirigem carro, 18
que dirigem moto e 10 que dirigem carro e moto. Baseando-se
nesses dados, e nos diagramas lógicos poderemos saber: Quantas
pessoas têm no grupo ou quantas dirigem somente carro ou ainda
quantas dirigem somente motos. Vamos inicialmente montar os
diagramas dos conjuntos que representam os motoristas de motos e
motoristas de carros. Começaremos marcando quantos elementos
tem a intersecção e depois completaremos os outros espaços.
Analisando a questão: Como (a proposição p) “Rejane alterou
texto de documento oficial que deveria apenas ser encaminhado
para providências” tem valor lógico F e (a proposição q) “Renata
buscou evitar situações procrastinatórias” tem valor lógico V, a
proposição “p → q” pode ser traduzida em “F → V” e, pela regra
do conectivo → (implica), o valor lógico da proposição é V.
04. Resposta “A”.
Pelo enunciado, sabemos que a pessoa só fala mentiras as
terças, quartas e quintas-feiras. Com o conectivo “e”, para se ter
uma verdade, ambas as sentenças devem ser verdadeiras. Assim,
nesse problema, é preciso analisar dia a dia e procurar um em que
não ocorra contradição.
Didatismo e Conhecimento
10
RaCioCínio LógiCo
Na região II, teremos: 65 - 40 = 25 elementos.
Na região III, teremos: 105 - 40 = 65 elementos.
Na região IV, teremos: 300 - 40 - 30 - 25 = 205 elementos.
Na região V, teremos: 250 - 40 -30 - 65 = 115 elementos.
Na região VI, teremos: 200 - 40 - 25 - 65 = 70 elementos.
Marcando o valor da intersecção, então iremos subtraindo esse
valor da quantidade de elementos dos conjuntos A e B. A partir dos
valores reais, é que poderemos responder as perguntas feitas.
Dessa forma, o diagrama figura preenchido com os seguintes
elementos:
a) Temos no grupo: 8 + 10 + 33 = 51 motoristas.
b) Dirigem somente carros 33 motoristas.
c) Dirigem somente motos 8 motoristas.
No caso de uma pesquisa de opinião sobre a preferência
quanto à leitura de três jornais. A, B e C, foi apresentada a seguinte
tabela:
Jornais
Leitores
A
300
B
250
C
200
AeB
70
AeC
65
BeC
105
A, B e C
40
Nenhum
150
Com essa distribuição, poderemos notar que 205 pessoas leem
apenas o jornal A. Verificamos que 500 pessoas não leem o jornal
C, pois é a soma 205 + 30 + 115 + 150. Notamos ainda que 700
pessoas foram entrevistadas, que é a soma 205 + 30 + 25 + 40 +
115 + 65 + 70 + 150.
Diagrama de Euler
Um diagrama de Euler é similar a um diagrama de Venn, mas
não precisa conter todas as zonas (onde uma zona é definida como
a área de intersecção entre dois ou mais contornos). Assim, um
diagrama de Euler pode definir um universo de discurso, isto é,
ele pode definir um sistema no qual certas intersecções não são
possíveis ou consideradas. Assim, um diagrama de Venn contendo
os atributos para Animal, Mineral e quatro patas teria que conter
intersecções onde alguns estão em ambos animal, mineral e de
quatro patas. Um diagrama de Venn, consequentemente, mostra
todas as possíveis combinações ou conjunções.
Para termos os valores reais da pesquisa, vamos inicialmente
montar os diagramas que representam cada conjunto. A colocação
dos valores começará pela intersecção dos três conjuntos e depois
para as intersecções duas a duas e por último às regiões que
representam cada conjunto individualmente. Representaremos
esses conjuntos dentro de um retângulo que indicará o conjunto
universo da pesquisa.
Diagramas de Euler consistem em curvas simples fechadas
(geralmente círculos) no plano que mostra os conjuntos. Os
tamanhos e formas das curvas não são importantes: a significância
do diagrama está na forma como eles se sobrepõem. As
relações espaciais entre as regiões delimitadas por cada curva
(sobreposição, contenção ou nenhuma) correspondem relações
teóricas (subconjunto interseção e disjunção). Cada curva de Euler
divide o plano em duas regiões ou zonas estão: o interior, que
representa simbolicamente os elementos do conjunto, e o exterior,
o que representa todos os elementos que não são membros do
Fora dos diagramas teremos 150 elementos que não são
leitores de nenhum dos três jornais.
Na região I, teremos: 70 - 40 = 30 elementos.
Didatismo e Conhecimento
11
RaCioCínio LógiCo
conjunto. Curvas cujos interiores não se cruzam representam
conjuntos disjuntos. Duas curvas cujos interiores se interceptam
representam conjuntos que têm elementos comuns, a zona dentro
de ambas as curvas representa o conjunto de elementos comuns
a ambos os conjuntos (intersecção dos conjuntos). Uma curva
que está contido completamente dentro da zona interior de outro
representa um subconjunto do mesmo.
Os Diagramas de Venn são uma forma mais restritiva de
diagramas de Euler. Um diagrama de Venn deve conter todas as
possíveis zonas de sobreposição entre as suas curvas, representando
todas as combinações de inclusão / exclusão de seus conjuntos
constituintes, mas em um diagrama de Euler algumas zonas podem
estar faltando. Essa falta foi o que motivou Venn a desenvolver
seus diagramas. Existia a necessidade de criar diagramas em
que pudessem ser observadas, por meio de suposição, quaisquer
relações entre as zonas não apenas as que são “verdadeiras”.
Os diagramas de Euler (em conjunto com os de Venn) são
largamente utilizados para ensinar a teoria dos conjuntos no campo
da matemática ou lógica matemática no campo da lógica. Eles
também podem ser utilizados para representar relacionamentos
complexos com mais clareza, já que representa apenas as relações
válidas. Em estudos mais aplicados esses diagramas podem ser
utilizados para provar / analisar silogismos que são argumentos
lógicos para que se possa deduzir uma conclusão.
Nos casos mais simples, os diagramas são representados
por círculos que se encobrem parcialmente. As partes referidas
em um enunciado específico são marcadas com uma cor
diferente. Eventualmente, os círculos são representados como
completamente inseridos dentro de um retângulo, que representa
o conjunto universo daquele particular contexto (já se buscou a
existência de um conjunto universo que pudesse abranger todos os
conjuntos possíveis, mas Bertrand Russell mostrou que tal tarefa
era impossível). A ideia de conjunto universo é normalmente
atribuída a Lewis Carroll. Do mesmo modo, espaços internos
comuns a dois ou mais conjuntos representam a sua intersecção,
ao passo que a totalidade dos espaços pertencentes a um ou outro
conjunto indistintamente representa sua união.
John Venn desenvolveu os diagramas no século XIX,
ampliando e formalizando desenvolvimentos anteriores de Leibniz
e Euler. E, na década de 1960, eles foram incorporados ao currículo
escolar de matemática. Embora seja simples construir diagramas
de Venn para dois ou três conjuntos, surgem dificuldades quando
se tenta usá-los para um número maior. Algumas construções
possíveis são devidas ao próprio John Venn e a outros matemáticos
como Anthony W. F. Edwards, Branko Grünbaum e Phillip Smith.
Além disso, encontram-se em uso outros diagramas similares aos
de Venn, entre os quais os de Euler, Johnston, Pierce e Karnaugh.
Dois Conjuntos: considere-se o seguinte exemplo: suponhase que o conjunto A representa os animais bípedes e o conjunto B
representa os animais capazes de voar. A área onde os dois círculos
se sobrepõem, designada por intersecção A e B ou intersecção
A-B, conteria todas as criaturas que ao mesmo tempo podem voar
e têm apenas duas pernas motoras.
Diagramas de Venn
Designa-se por diagramas de Venn os diagramas usados em
matemática para simbolizar graficamente propriedades, axiomas
e problemas relativos aos conjuntos e sua teoria. Os respectivos
diagramas consistem de curvas fechadas simples desenhadas
sobre um plano, de forma a simbolizar os conjuntos e permitir
a representação das relações de pertença entre conjuntos e seus
elementos (por exemplo, 4 ∉ {3,4,5}, mas 4 ∉ {1,2,3,12}) e
relações de continência (inclusão) entre os conjuntos (por exemplo,
{1, 3} ⊂ {1, 2, 3, 4}). Assim, duas curvas que não se tocam e
estão uma no espaço interno da outra simbolizam conjuntos que
possuem continência; ao passo que o ponto interno a uma curva
representa um elemento pertencente ao conjunto.
Considere-se agora que cada espécie viva está representada
por um ponto situado em alguma parte do diagrama. Os humanos e
os pinguins seriam marcados dentro do círculo A, na parte dele que
não se sobrepõe com o círculo B, já que ambos são bípedes mas
não podem voar. Os mosquitos, que voam mas têm seis pernas,
seriam representados dentro do círculo B e fora da sobreposição.
Os canários, por sua vez, seriam representados na intersecção
A-B, já que são bípedes e podem voar. Qualquer animal que não
fosse bípede nem pudesse voar, como baleias ou serpentes, seria
marcado por pontos fora dos dois círculos.
Assim, o diagrama de dois conjuntos representa quatro áreas
distintas (a que fica fora de ambos os círculos, a parte de cada
círculo que pertence a ambos os círculos (onde há sobreposição),
e as duas áreas que não se sobrepõem, mas estão em um círculo
ou no outro):
- Animais que possuem duas pernas e não voam (A sem
sobreposição).
- Animais que voam e não possuem duas pernas (B sem
sobreposição).
Os diagramas de Venn são construídos com coleções de curvas
fechadas contidas em um plano. O interior dessas curvas representa,
simbolicamente, a coleção de elementos do conjunto. De acordo
com Clarence Irving Lewis, o “princípio desses diagramas é
que classes (ou conjuntos) sejam representadas por regiões,
com tal relação entre si que todas as relações lógicas possíveis
entre as classes possam ser indicadas no mesmo diagrama. Isto
é, o diagrama deixa espaço para qualquer relação possível entre
as classes, e a relação dada ou existente pode então ser definida
indicando se alguma região em específico é vazia ou não-vazia”.
Pode-se escrever uma definição mais formal do seguinte modo:
Seja C = (C1, C2, ... Cn) uma coleção de curvas fechadas simples
desenhadas em um plano. C é uma família independente se a região
formada por cada uma das interseções X1 X2 ... Xn, onde cada
Xi é o interior ou o exterior de Ci, é não-vazia, em outras palavras,
se todas as curvas se intersectam de todas as maneiras possíveis.
Se, além disso, cada uma dessas regiões é conexa e há apenas um
número finito de pontos de interseção entre as curvas, então C é
um diagrama de Venn para n conjuntos.
Didatismo e Conhecimento
12
RaCioCínio LógiCo
- Animais que possuem duas pernas e voam (sobreposição).
- Animais que não possuem duas pernas e não voam (branco
- fora).
União de dois conjuntos: A
Essas configurações são representadas, respectivamente, pelas
operações de conjuntos: diferença de A para B, diferença de B para
A, intersecção entre A e B, e conjunto complementar de A e B.
Cada uma delas pode ser representada como as seguintes áreas
(mais escuras) no diagrama:
B
Diferença Simétrica de dois conjuntos: A
B
Complementar de A em U: AC = U \ A
Diferença de A para B: A\B
Complementar de B em U: BC = U \ B
Três Conjuntos: Na sua apresentação inicial, Venn focou-se
sobretudo nos diagramas de três conjuntos. Alargando o exemplo
anterior, poderia-se introduzir o conjunto C dos animais que
possuem bico. Neste caso, o diagrama define sete áreas distintas,
que podem combinar-se de 256 (28) maneiras diferentes, algumas
delas ilustradas nas imagens seguintes.
Diferença de B para A: B\A
Intersecção de dois conjuntos: AB
Diagrama de Venn mostrando todas as intersecções possíveis
entre A, B e C.
Complementar de dois conjuntos: U \ (AB)
Além disso, essas quatro áreas podem ser combinadas de
16 formas diferentes. Por exemplo, pode-se perguntar sobre
os animais que voam ou tem duas patas (pelo menos uma das
características); tal conjunto seria representado pela união de A
e B. Já os animais que voam e não possuem duas patas mais os
que não voam e possuem duas patas, seriam representados pela
diferença simétrica entre A e B. Estes exemplos são mostrados nas
imagens a seguir, que incluem também outros dois casos.
Didatismo e Conhecimento
União de três conjuntos: A
13
B
C
RaCioCínio LógiCo
Proposições da forma Algum A não é B estabelecem que o
conjunto A tem pelo menos um elemento que não pertence ao
conjunto B. Temos as seguintes equivalências: Algum A não é B
= Algum A é não B = Algum não B é A. Mas não é equivalente a
Algum B não é A. Nas proposições categóricas, usam-se também
as variações gramaticais dos verbos ser e estar, tais como é, são,
está, foi, eram, ..., como elo de ligação entre A e B.
Intersecção de três conjuntos: A
A \ (B
B
- Todo A é B = Todo A não é não B.
- Algum A é B = Algum A não é não B.
- Nenhum A é B = Nenhum A não é não B.
- Todo A é não B = Todo A não é B.
- Algum A é não B = Algum A não é B.
- Nenhum A é não B = Nenhum A não é B.
- Nenhum A é B = Todo A é não B.
- Todo A é B = Nenhum A é não B.
- A negação de Todo A é B é Algum A não é B (e vice-versa).
- A negação de Algum A é B é Nenhum A não é B (e viceversa).
C
C)
Verdade ou Falsidade das Proposições Categóricas
Dada a verdade ou a falsidade de qualquer uma das proposições
categóricas, isto é, de Todo A é B, Nenhum A é B, Algum A é B
e Algum A não é B, pode-se inferir de imediato a verdade ou a
falsidade de algumas ou de todas as outras.
1. Se a proposição Todo A é B é verdadeira, então temos as
duas representações possíveis:
(B
C) \ A
1
Proposições Categóricas
2
B
A
A
- Todo A é B
=
B
- Nenhum A é B
Nenhum A é B. É falsa.
Algum A é B. É verdadeira.
Algum A não é B. É falsa.
- Algum A é B e
- Algum A não é B
2. Se a proposição Nenhum A é B é verdadeira, então temos
somente a representação:
Proposições do tipo Todo A é B afirmam que o conjunto A
é um subconjunto do conjunto B. Ou seja: A está contido em B.
Atenção: dizer que Todo A é B não significa o mesmo que Todo B
é A. Enunciados da forma Nenhum A é B afirmam que os conjuntos
A e B são disjuntos, isto é, não tem elementos em comum. Atenção:
dizer que Nenhum A é B é logicamente equivalente a dizer que
Nenhum B é A.
A
Por convenção universal em Lógica, proposições da forma
Algum A é B estabelecem que o conjunto A tem pelo menos um
elemento em comum com o conjunto B. Contudo, quando dizemos
que Algum A é B, pressupomos que nem todo A é B. Entretanto,
no sentido lógico de algum, está perfeitamente correto afirmar que
“alguns de meus colegas estão me elogiando”, mesmo que todos
eles estejam. Dizer que Algum A é B é logicamente equivalente
a dizer que Algum B é A. Também, as seguintes expressões são
equivalentes: Algum A é B = Pelo menos um A é B = Existe um
A que é B.
Didatismo e Conhecimento
B
Todo A é B. É falsa.
Algum A é B. É falsa.
Algum A não é B. É verdadeira.
3. Se a proposição Algum A é B é verdadeira, temos as quatro
representações possíveis:
14
RaCioCínio LógiCo
1
03. Dos 500 músicos de uma Filarmônica, 240 tocam
instrumentos de sopro, 160 tocam instrumentos de corda e 60
tocam esses dois tipos de instrumentos. Quantos músicos desta
Filarmônica tocam:
(A) instrumentos de sopro ou de corda?
(B) somente um dos dois tipos de instrumento?
(C) instrumentos diferentes dos dois citados?
2
A
B
B
A
04. (TTN - ESAF) Se é verdade que “Alguns A são R” e que
“Nenhum G é R”, então é necessariamente verdadeiro que:
(A) algum A não é G;
(B) algum A é G.
(C) nenhum A é G;
(D) algum G é A;
(E) nenhum G é A;
05. Em uma classe, há 20 alunos que praticam futebol mas não
praticam vôlei e há 8 alunos que praticam vôlei mas não praticam
futebol. O total dos que praticam vôlei é 15. Ao todo, existem 17
alunos que não praticam futebol. O número de alunos da classe é:
Nenhum A é B. É falsa.
Todo A é B. Pode ser verdadeira (em 3 e 4) ou falsa (em 1 e 2).
Algum A não é B. Pode ser verdadeira (em 1 e 2) ou falsa (em
3 e 4) – é indeterminada.
4. Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as
três representações possíveis:
1
2
A
A
B
(A) 30.
(B) 35.
(C) 37.
(D) 42.
(E) 44.
B
3
A
06. Um colégio oferece a seus alunos a prática de um ou mais
dos seguintes esportes: futebol, basquete e vôlei. Sabe-se que, no
atual semestre:
B
- 20 alunos praticam vôlei e basquete.
- 60 alunos praticam futebol e 55 praticam basquete.
- 21 alunos não praticam nem futebol nem vôlei.
- o número de alunos que praticam só futebol é idêntico ao
número de alunos que praticam só vôlei.
- 17 alunos praticam futebol e vôlei.
- 45 alunos praticam futebol e basquete; 30, entre os 45, não
praticam vôlei.
Todo A é B. É falsa.
Nenhum A é B. Pode ser verdadeira (em 3) ou falsa (em 1 e
2 – é indeterminada).
Algum A é B. Ou falsa (em 3) ou pode ser verdadeira (em 1 e
2 – é ideterminada).
QUESTÕES
01. Represente por diagrama de Venn-Euler
(A) Algum A é B
(B) Algum A não é B
(C) Todo A é B
(D) Nenhum A é B
O número total de alunos do colégio, no atual semestre, é
igual a:
(A) 93
(B) 110
(C) 103
(D) 99
(E) 114
02. (Especialista em Políticas Públicas Bahia - FCC)
Considerando “todo livro é instrutivo” como uma proposição
verdadeira, é correto inferir que:
(A) “Nenhum livro é instrutivo” é uma proposição
necessariamente verdadeira.
(B) “Algum livro é instrutivo” é uma proposição
necessariamente verdadeira.
(C) “Algum livro não é instrutivo” é uma proposição
verdadeira ou falsa.
(D) “Algum livro é instrutivo” é uma proposição verdadeira
ou falsa.
(E) “Algum livro não é instrutivo” é uma proposição
necessariamente verdadeira.
Didatismo e Conhecimento
07. Numa pesquisa, verificou-se que, das pessoas entrevistadas,
100 liam o jornal X, 150 liam o jornal Y, 20 liam os dois jornais
e 110 não liam nenhum dos dois jornais. Quantas pessoas foram
entrevistadas?
(A) 220
(B) 240
15
RaCioCínio LógiCo
(C) 280
(D) 300
(E) 340
02. Resposta “B”.
08. Em uma entrevista de mercado, verificou-se que 2.000
pessoas usam os produtos C ou D. O produto D é usado por 800
pessoas e 320 pessoas usam os dois produtos ao mesmo tempo.
Quantas pessoas usam o produto C?
A opção A é descartada de pronto: “nenhum livro é instrutivo”
implica a total dissociação entre os diagramas. E estamos com a
situação inversa. A opção “B” é perfeitamente correta. Percebam
como todos os elementos do diagrama “livro” estão inseridos no
diagrama “instrutivo”. Resta necessariamente perfeito que algum
livro é instrutivo.
03. Seja C o conjunto dos músicos que tocam instrumentos
de corda e S dos que tocam instrumentos de sopro. Chamemos
de F o conjunto dos músicos da Filarmônica. Ao resolver este
tipo de problema faça o diagrama, assim você poderá visualizar
o problema e sempre comece a preencher os dados de dentro para
fora.
(A) 1.430
(B) 1.450
(C) 1.500
(D) 1.520
(E) 1.600
09. Sabe-se que o sangue das pessoas pode ser classificado em
quatro tipos quanto a antígenos. Em uma pesquisa efetuada num
grupo de 120 pessoas de um hospital, constatou-se que 40 delas
têm o antígeno A, 35 têm o antígeno B e 14 têm o antígeno AB.
Com base nesses dados, quantas pessoas possuem o antígeno O?
(A) 50
(B) 52
(C) 59
(D) 63
(E) 65
Passo 1: 60 tocam os dois instumentos, portanto, após
fazermos o diagrama, este número vai no meio.
Passo 2:
a)160 tocam instrumentos de corda. Já temos 60. Os que só
tocam corda são, portanto 160 - 60 = 100
b) 240 tocam instrumento de sopro. 240 - 60 = 180
10. Em uma universidade são lidos dois jornais, A e B.
Exatamente 80% dos alunos leem o jornal A e 60% leem o jornal
B. Sabendo que todo aluno é leitor de pelo menos um dos jornais,
encontre o percentual que leem ambos os jornais.
(A) 40%
(B) 45%
(C) 50%
(D) 60%
(E) 65%
Vamos ao diagrama, preenchemos os dados obtidos acima:
100
60
180
Respostas
(B)
Com o diagrama completamente preenchido, fica fácil achara
as respostas: Quantos músicos desta Filarmônica tocam:
a) instrumentos de sopro ou de corda? Pelos dados do
problema: 100 + 60 + 180 = 340
b) somente um dos dois tipos de instrumento? 100 + 180 =
280
c) instrumentos diferentes dos dois citados? 500 - 340 = 160
(C)
04. Esta questão traz, no enunciado, duas proposições
categóricas:
- Alguns A são R
- Nenhum G é R
(D)
Devemos fazer a representação gráfica de cada uma delas por
círculos para ajudar-nos a obter a resposta correta. Vamos iniciar
pela representação do Nenhum G é R, que é dada por dois círculos
separados, sem nenhum ponto em comum.
01.
(A)
Didatismo e Conhecimento
16
RaCioCínio LógiCo
05. Resposta “E”.
Como já foi visto, não há uma representação gráfica única
para a proposição categórica do Alguns A são R, mas geralmente
a representação em que os dois círculos se interceptam (mostrada
abaixo) tem sido suficiente para resolver qualquer questão.
n = 20 + 7 + 8 + 9
n = 44
06. Resposta “D”.
Agora devemos juntar os desenhos das duas proposições
categóricas para analisarmos qual é a alternativa correta. Como
a questão não informa sobre a relação entre os conjuntos A e G,
então teremos diversas maneiras de representar graficamente os
três conjuntos (A, G e R). A alternativa correta vai ser aquela que
é verdadeira para quaisquer dessas representações. Para facilitar a
solução da questão não faremos todas as representações gráficas
possíveis entre os três conjuntos, mas sim, uma (ou algumas)
representação(ões) de cada vez e passamos a analisar qual é a
alternativa que satisfaz esta(s) representação(ões), se tivermos
somente uma alternativa que satisfaça, então já achamos a
resposta correta, senão, desenhamos mais outra representação
gráfica possível e passamos a testar somente as alternativas que
foram verdadeiras. Tomemos agora o seguinte desenho, em que
fazemos duas representações, uma em que o conjunto A intercepta
parcialmente o conjunto G, e outra em que não há intersecção entre
eles.
n(FeB) = 45 e n(FeB -V) = 30 → n(FeBeV) = 15
n(FeV) = 17 com n(FeBeV) = 15 → n(FeV - B) = 2
n(F) = n(só F) + n(FeB-V) + n(FeV -B) + n(FeBeV)
60 = n(só F) + 30 + 2 + 15 → n(só F) = 13
n(sóF) = n(sóV) = 13
n(B) = n(só B) + n(BeV) + n(BeF-V) → n(só B) = 65 - 20 –
30 = 15
n(nem F nem B nem V) = n(nem F nem V) - n(solo B) = 2115 = 6
Total = n(B) + n(só F) + n(só V) + n(Fe V - B) + n(nemF
nemB nemV) = 65 + 13 + 13 + 2 + 6 = 99.
Teste das alternativas:
07. Resposta “E”.
Teste da alternativa “A” (algum A não é G). Observando os
desenhos dos círculos, verificamos que esta alternativa é verdadeira
para os dois desenhos de A, isto é, nas duas representações há
elementos em A que não estão em G. Passemos para o teste da
próxima alternativa.
A
B
80
Teste da alternativa “B” (algum A é G). Observando os
desenhos dos círculos, verificamos que, para o desenho de A
que está mais a direita, esta alternativa não é verdadeira, isto é,
tem elementos em A que não estão em G. Pelo mesmo motivo a
alternativa “D” não é correta. Passemos para a próxima.
130
+
110
Começamos resolvendo pelo que é comum: 20 alunos gostam
de ler os dois.
Leem somente A: 100 – 20 = 80
Leem somente B: 150 – 20 = 130
Totaliza: 80 + 20 + 130 + 110 = 340 pessoas.
Teste da alternativa “C” (Nenhum A é G). Observando os
desenhos dos círculos, verificamos que, para o desenho de A que
está mais a esquerda, esta alternativa não é verdadeira, isto é, tem
elementos em A que estão em G. Pelo mesmo motivo a alternativa
“E” não é correta. Portanto, a resposta é a alternativa “A”.
Didatismo e Conhecimento
20
08. Resposta “D”.
17
RaCioCínio LógiCo
A
B
1200
320
Passei no concurso
________________________
∴ Irei trabalhar
480
02.
Se ele me ama então casa comigo.
Ele me ama.
__________________________
∴ Ele casa comigo.
Somente B: 800 – 320 = 480
Usam A = total – somente B = 2000 – 480 = 1520.
03.
Todos os brasileiros são humanos.
Todos os paulistas são brasileiros.
__________________________
∴ Todos os paulistas são humanos.
09. Resposta “C”.
A
B
26
14
21
+
59
04.
Se o Palmeiras ganhar o jogo, todos os jogadores receberão
o bicho.
Se o Palmeiras não ganhar o jogo, todos os jogadores
receberão o bicho.
__________________________
∴ Todos os jogadores receberão o bicho.
Observação: No caso geral representamos os argumentos
escrevendo as premissas e separando por uma barra horizontal
seguida da conclusão com três pontos antes. Veja exemplo:
Começa-se resolvendo pelo AB, então somente A = 40 – 14 =
26 e somente B = 35 – 14 = 21.
Somando-se A, B e AB têm-se 61, então o O são 120 – 61 =
59 pessoas.
10. Resposta “A”.
- Jornal A → 0,8 – x
- Jornal B → 0,6 – x
- Intersecção → x
Então fica:
Premissa:
em água.
(0,8 - x) + (0,6 - x) + x = 1
- x + 1,4 = 1
- x = - 0,4
x = 0,4.
Conclusão:
em água.
Resposta “40% dos alunos leem ambos os jornais”.
Um argumento é “uma série concatenada de afirmações com
o fim de estabelecer uma proposição definida”. É um conjunto de
proposições com uma estrutura lógica de maneira tal que algumas
delas acarretam ou tem como consequência outra proposição. Isto
é, o conjunto de proposições p1,...,pn que tem como consequência
outra proposição q. Chamaremos as proposições p1,p2,p3,...,pn
de premissas do argumento, e a proposição q de conclusão do
argumento. Podemos representar por:
∴
Todos os sabões são sais de sódio.
____________________________________
∴ Todos os sabões são substâncias solúveis
Os argumentos, em lógica, possuem dois componentes
básicos: suas premissas e sua conclusão. Por exemplo, em: “Todos
os times brasileiros são bons e estão entre os melhores times do
mundo. O Brasiliense é um time brasileiro. Logo, o Brasiliense
está entre os melhores times do mundo”, temos um argumento com
duas premissas e a conclusão.
Evidentemente, pode-se construir um argumento válido a
partir de premissas verdadeiras, chegando a uma conclusão também
verdadeira. Mas também é possível construir argumentos válidos a
partir de premissas falsas, chegando a conclusões falsas. O detalhe
é que podemos partir de premissas falsas, proceder por meio de
uma inferência válida e chegar a uma conclusão verdadeira. Por
exemplo:
Argumentos
p1
p2
p3
.
.
.
pn
Todos os sais de sódio são substâncias solúveis
Premissa: Todos os peixes vivem no oceano.
Premissa: Lontras são peixes.
Conclusão: Logo, focas vivem no oceano.
q
Há, no entanto, uma coisa que não pode ser feita: a partir de
premissas verdadeiras, inferirem de modo correto e chegar a uma
conclusão falsa. Podemos resumir esses resultados numa tabela
de regras de implicação. O símbolo A denota implicação; A é a
premissa, B é a conclusão.
Exemplos:
01.
Se eu passar no concurso, então irei trabalhar.
Didatismo e Conhecimento
18
RaCioCínio LógiCo
A seguir está exemplificado um argumento válido, mas que
pode ou não ser “consistente”.
1. Premissa: Todo evento tem uma causa.
2. Premissa: O universo teve um começo.
3. Premissa: Começar envolve um evento.
4. Inferência: Isso implica que o começo do universo envolveu
um evento.
5. Inferência: Logo, o começo do universo teve uma causa.
6. Conclusão: O universo teve uma causa.
Regras de Implicação
Premissas
Conclusão
Inferência
A
B
AàB
Falsas
Falsa
Verdadeira
Falsas
Verdadeira
Verdadeira
Verdadeiras
Falsa
Falsa
Verdadeiras
Verdadeira
Verdadeira
A proposição do item 4 foi inferida dos itens 2 e 3. O item 1,
então, é usado em conjunto com proposição 4 para inferir uma
nova proposição (item 5). O resultado dessa inferência é reafirmado
(numa forma levemente simplificada) como sendo a conclusão.
- Se as premissas são falsas e a inferência é válida, a conclusão
pode ser verdadeira ou falsa (linhas 1 e 2).
- Se as premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa, a
inferência é inválida (linha 3).
- Se as premissas e a inferência são válidas, a conclusão é
verdadeira (linha 4).
Validade de um Argumento
Conforme citamos anteriormente, uma proposição é verdadeira
ou falsa. No caso de um argumento diremos que ele é válido ou não
válido. A validade de uma propriedade dos argumentos dedutivos
que depende da forma (estrutura) lógica das suas proposições
(premissas e conclusões) e não do conteúdo delas. Sendo assim
podemos ter as seguintes combinações para os argumentos válidos
dedutivos:
a) Premissas verdadeiras e conclusão verdadeira. Exemplo:
Desse modo, o fato de um argumento ser válido não significa
necessariamente que sua conclusão seja verdadeira, pois pode ter
partido de premissas falsas. Um argumento válido que foi derivado
de premissas verdadeiras é chamado de argumento consistente.
Esses, obrigatoriamente, chegam a conclusões verdadeiras.
Premissas: Argumentos dedutíveis sempre requerem certo
número de “assunções-base”. São as chamadas premissas. É a
partir delas que os argumentos são construídos ou, dizendo de outro
modo, é as razões para se aceitar o argumento. Entretanto, algo que
é uma premissa no contexto de um argumento em particular pode
ser a conclusão de outro, por exemplo. As premissas do argumento
sempre devem ser explicitadas. A omissão das premissas é
comumente encarada como algo suspeito, e provavelmente
reduzirá as chances de aceitação do argumento.
A apresentação das premissas de um argumento geralmente
é precedida pelas palavras “admitindo que...”, “já que...”,
“obviamente se...” e “porque...”. É imprescindível que seu oponente
concorde com suas premissas antes de proceder à argumentação.
Usar a palavra “obviamente” pode gerar desconfiança. Ela
ocasionalmente faz algumas pessoas aceitarem afirmações falsas
em vez de admitir que não entenda por que algo é “óbvio”. Não
se deve hesitar em questionar afirmações supostamente “óbvias”.
Todos os apartamentos são pequenos. (V)
Todos os apartamentos são residências. (V)
__________________________________
∴ Algumas residências são pequenas. (V)
b) Algumas ou todas as premissas falsas e uma conclusão
verdadeira. Exemplo:
Todos os peixes têm asas. (F)
Todos os pássaros são peixes. (F)
__________________________________
∴ Todos os pássaros têm asas. (V)
c) Algumas ou todas as premissas falsas e uma conclusão
falsa. Exemplo:
Todos os peixes têm asas. (F)
Todos os cães são peixes. (F)
__________________________________
∴ Todos os cães têm asas. (F)
Inferência: Uma vez que haja concordância sobre as
premissas, o argumento procede passo a passo por meio do
processo chamado “inferência”. Na inferência, parte-se de uma ou
mais proposições aceitas (premissas) para chegar a outras novas.
Se a inferência for válida, a nova proposição também deverá ser
aceita. Posteriormente, essa proposição poderá ser empregada em
novas inferências. Assim, inicialmente, apenas se pode inferir algo
a partir das premissas do argumento; ao longo da argumentação,
entretanto, o número de afirmações que podem ser utilizadas
aumenta. Há vários tipos de inferência válidos, mas também alguns
inválidos. O processo de inferência é comumente identificado
pelas frases “Consequentemente...” ou “isso implica que...”.
Todos os argumentos acima são válidos, pois se suas premissas
fossem verdadeiras então as conclusões também as seriam.
Podemos dizer que um argumento é válido quando todas as suas
premissas são verdadeiras, acarreta que sua conclusão também é
verdadeira. Portanto, um argumento será não válido se existir a
possibilidade de suas premissas serem verdadeiras e sua conclusão
falsa. Observe que a validade do argumento depende apenas da
estrutura dos enunciados. Exemplo:
Conclusão: Finalmente se chegará a uma proposição que
consiste na conclusão, ou seja, no que se está tentando provar.
Ela é o resultado final do processo de inferência e só pode ser
classificada como conclusão no contexto de um argumento em
particular. A conclusão respalda-se nas premissas e é inferida a
partir delas.
Didatismo e Conhecimento
Todas as mulheres são bonitas.
Todas as princesas são mulheres.
__________________________
∴ Todas as princesas são bonitas.
19
RaCioCínio LógiCo
Observe que não precisamos de nenhum conhecimento
aprofundado sobre o assunto para concluir que o argumento é
válido. Vamos substituir mulheres bonitas e princesas por A, B e C
respectivamente e teremos:
Se José for reprovado no concurso, então será demitido do
serviço.
José foi aprovado no concurso.
___________________________
∴ José será demitido do serviço.
Todos os A são B.
Todos os C são A.
________________
∴ Todos os C são B.
Este argumento é evidentemente válido e sua forma pode ser
escrita da seguinte forma:
p
∴q
ou
p.
∴ q.
Outro argumento dedutivo válido é a “negação do
consequente” (também conhecido como modus tollens). Obs.:
p → q é equivalente a ¬q → ¬p . Esta equivalência é
chamada de contra positiva. Exemplo:
()
Argumentos Dedutivos e Indutivos
O argumento será dedutivo quando suas premissas fornecerem
prova conclusiva da veracidade da conclusão, isto é, o argumento
é dedutivo quando a conclusão é completamente derivada das
premissas. Exemplo:
(
)
“Se ele me ama, então casa comigo” é equivalente a “Se ele
não casa comigo, então ele não me ama”;
Então vejamos o exemplo do modus tollens. Exemplo:
Se aumentarmos os meios de pagamentos, então haverá
inflação.
Todo ser humano tem mãe.
Todos os homens são humanos.
__________________________
∴ Todos os homens têm mãe.
Não há inflação.
______________________________
∴ Não aumentamos os meios de pagamentos.
O argumento será indutivo quando suas premissas não
fornecerem o apoio completo para retificar as conclusões.
Exemplo:
Este argumento é evidentemente válido e sua forma pode ser
escrita da seguinte maneira:
O Flamengo é um bom time de futebol.
O Palmeiras é um bom time de futebol.
O Vasco é um bom time de futebol.
O Cruzeiro é um bom time de futebol.
______________________________
∴ Todos os times brasileiros de futebol são bons.
p® q
Se p, então q,
Não
∴ Não
Portanto, nos argumentos indutivos a conclusão possui
informações que ultrapassam as fornecidas nas premissas. Sendo
assim, não se aplica, então, a definição de argumentos válidos ou
não válidos para argumentos indutivos.
q.
p.
ou
¬q
∴ ¬p
Existe também um tipo de argumento válido conhecido pelo
nome de dilena. Geralmente este argumento ocorre quando alguém
é forçado a escolher entre duas alternativas indesejáveis. Exemplo:
João se inscreve no concurso de MS, porém não gostaria de
sair de São Paulo, e seus colegas de trabalho estão torcendo por
ele.Eis o dilema de João:
Argumentos Dedutivos Válidos
Vimos então que a noção de argumentos válidos ou não
válidos aplica-se apenas aos argumentos dedutivos, e também
que a validade depende apenas da forma do argumento e não dos
respectivos valores verdades das premissas. Vimos também que
não podemos ter um argumento válido com premissas verdadeiras
e conclusão falsa. A seguir exemplificaremos alguns argumentos
dedutivos válidos importantes.
Ou João passa ou não passa no concurso.
Se João passar no concurso vai ter que ir embora de São Paulo.
Se João não passar no concurso ficará com vergonha diante
dos colegas de trabalho.
_________________________
∴ Ou João vai embora de São Paulo ou João ficará com
vergonha dos colegas de trabalho.
Afirmação do Antecedente: O primeiro argumento dedutivo
válido que discutiremos chama-se “afirmação do antecedente”,
também conhecido como modus ponens. Exemplo:
Didatismo e Conhecimento
p® q
Se p, então q,
Logo, o que é importante é a forma do argumento e não o
conhecimento de A, B e C, isto é, este argumento é válido para
quaisquer A, B e C, portanto, a validade é consequência da forma
do argumento. O atributo validade aplica-se apenas aos argumentos
dedutivos.
Este argumento é evidentemente válido e sua forma pode ser
escrita da seguinte maneira:
20
RaCioCínio LógiCo
S
e
p ou q.
pÚ q
Se p então r
p® r
p
∴r
então
o
u
s
ou
s.
p® q
Se p, então q,
Não
∴ Não
p.
q.
ou
¬p
∴ ¬q
q→s
∴r ∨ s
Este argumento é uma falácia, pois podemos ter as premissas
verdadeiras e a conclusão falsa.
Os argumentos dedutivos não válidos podem combinar
verdade ou falsidade das premissas de qualquer maneira com a
verdade ou falsidade da conclusão. Assim, podemos ter, por
exemplo, argumentos não válidos com premissas e conclusões
verdadeiras, porém, as premissas não sustentam a conclusão.
Exemplo:
Argumentos Dedutivos Não Válidos
Existe certa quantidade de artimanhas que devem ser evitadas
quando se está construindo um argumento dedutivo. Elas são
conhecidas como falácias. Na linguagem do dia a dia, nós
denominamos muitas crenças equivocadas como falácias, mas, na
lógica, o termo possui significado mais específico: falácia é uma
falha técnica que torna o argumento inconsistente ou inválido
(além da consistência do argumento, também se podem criticar as
intenções por detrás da argumentação).
Argumentos contentores de falácias são denominados
falaciosos. Frequentemente, parecem válidos e convincentes,
às vezes, apenas uma análise pormenorizada é capaz de revelar
a falha lógica. Com as premissas verdadeiras e a conclusão falsa
nunca teremos um argumento válido, então este argumento é não
válido, chamaremos os argumentos não válidos de falácias. A
seguir, examinaremos algumas falácias conhecidas que ocorrem
com muita frequência. O primeiro caso de argumento dedutivo não
válido que veremos é o que chamamos de “falácia da afirmação do
consequente”. Exemplo:
Todos os mamíferos são mortais. (V)
Todos os gatos são mortais. (V)
___________________________
∴ Todos os gatos são mamíferos. (V)
Este argumento tem a forma:
Todos os A são B.
Todos os C são B.
_____________________
∴ Todos os C são A.
Podemos facilmente mostrar que esse argumento é não válido,
pois as premissas não sustentam a conclusão, e veremos então que
podemos ter as premissas verdadeiras e a conclusão falsa, nesta
forma, bastando substituir A por mamífero, B por mortais e C por
cobra.
Se ele me ama então ele casa comigo.
Ele casa comigo.
_______________________
∴ Ele me ama.
Todos os mamíferos são mortais. (V)
Todas as cobras são mortais. (V)
__________________________
∴ Todas as cobras são mamíferas. (F)
Podemos escrever esse argumento como:
p® q
Se p, então q,
q
∴p
ou
q
∴p
Podemos usar as tabelas-verdade, definidas nas estruturas
lógicas, para demonstrarmos se um argumento é válido ou falso.
Outra maneira de verificar se um dado argumento P1, P2, P3,
...Pn é válido ou não, por meio das tabelas-verdade, é construir
a condicional associada: (P1 ∧ P2 ∧ P3 ...Pn) e reconhecer se
essa condicional é ou não uma tautologia. Se essa condicional
associada é tautologia, o argumento é válido. Não sendo tautologia,
o argumento dado é um sofisma (ou uma falácia).
Tautologia: Quando uma proposição composta é
sempre verdadeira, então teremos uma tautologia. Ex:
P (p,q) =
( p
q) ↔ (p V q) . Numa tautologia,
o valor lógico da proposição composta P (p,q,s) =
{(p q) V (p V s) V [p
(q s)]} → p será sempre verdadeiro.
Este argumento é uma falácia, podemos ter as premissas
verdadeiras e a conclusão falsa.
Outra falácia que corre com frequência é a conhecida por
“falácia da negação do antecedente”. Exemplo:
Se João parar de fumar ele engordará.
João não parou de fumar.
________________________
∴ João não engordará.
Há argumentos válidos com conclusões falsas, da mesma
forma que há argumentos não válidos com conclusões verdadeiras.
Logo, a verdade ou falsidade de sua conclusão não determinam a
validade ou não validade de um argumento.
Observe que temos a forma:
Didatismo e Conhecimento
21
RaCioCínio LógiCo
O reconhecimento de argumentos é mais difícil que o das
premissas ou da conclusão. Muitas pessoas abarrotam textos de
asserções sem sequer produzirem algo que possa ser chamado
de argumento. Às vezes, os argumentos não seguem os padrões
descritos acima. Por exemplo, alguém pode dizer quais são suas
conclusões e depois justificá-las. Isso é válido, mas pode ser um
pouco confuso.
Para complicar, algumas afirmações parecem argumentos,
mas não são. Por exemplo: “Se a Bíblia é verdadeira, Jesus foi
ou um louco, ou um mentiroso, ou o Filho de Deus”. Isso não
é um argumento, é uma afirmação condicional. Não explicita as
premissas necessárias para embasar as conclusões, sem mencionar
que possui outras falhas.
Um argumento não equivale a uma explicação. Suponha
que, tentando provar que Albert Einstein cria em Deus, alguém
dissesse: “Einstein afirmou que ‘Deus não joga dados’ porque
acreditava em Deus”. Isso pode parecer um argumento relevante,
mas não é. Trata-se de uma explicação da afirmação de Einstein.
Para perceber isso, deve-se lembrar que uma afirmação da forma
“X porque Y” pode ser reescrita na forma “Y logo X”. O que
resultaria em: “Einstein acreditava em Deus, por isso afirmou que
‘Deus não joga dados’”. Agora fica claro que a afirmação, que
parecia um argumento, está admitindo a conclusão que deveria
estar provando. Ademais, Einstein não cria num Deus pessoal
preocupado com assuntos humanos.
QUESTÕES
a) Se Geografia é difícil, então Lógica é difícil.
b) Lógica é fácil e Geografia é difícil.
c) Lógica é fácil e Geografia é fácil.
d) Lógica é difícil e Geografia é difícil.
e) Lógica é difícil ou Geografia é fácil.
04. Três suspeitos de haver roubado o colar da rainha foram
levados à presença de um velho e sábio professor de Lógica. Um
dos suspeitos estava de camisa azul, outro de camisa branca e o
outro de camisa preta. Sabe-se que um e apenas um dos suspeitos é
culpado e que o culpado às vezes fala a verdade e às vezes mente.
Sabe-se, também, que dos outros dois (isto é, dos suspeitos que
são inocentes), um sempre diz a verdade e o outro sempre mente.
O velho e sábio professor perguntou, a cada um dos suspeitos,
qual entre eles era o culpado. Disse o de camisa azul: “Eu sou o
culpado”. Disse o de camisa branca, apontando para o de camisa
azul: “Sim, ele é o culpado”. Disse, por fim, o de camisa preta:
“Eu roubei o colar da rainha; o culpado sou eu”. O velho e sábio
professor de Lógica, então, sorriu e concluiu corretamente que:
a) O culpado é o de camisa azul e o de camisa preta sempre
mente.
b) O culpado é o de camisa branca e o de camisa preta sempre
mente.
c) O culpado é o de camisa preta e o de camisa azul sempre
mente.
d) O culpado é o de camisa preta e o de camisa azul sempre
diz a verdade.
e) O culpado é o de camisa azul e o de camisa azul sempre
diz a verdade.
01. Se Iara não fala italiano, então Ana fala alemão. Se Iara fala
italiano, então ou Ching fala chinês ou Débora fala dinamarquês.
Se Débora fala dinamarquês, Elton fala espanhol. Mas Elton fala
espanhol se e somente se não for verdade que Francisco não fala
francês. Ora, Francisco não fala francês e Ching não fala chinês.
Logo,
05. O rei ir à caça é condição necessária para o duque sair
do castelo, e é condição suficiente para a duquesa ir ao jardim.
Por outro lado, o conde encontrar a princesa é condição necessária
e suficiente para o barão sorrir e é condição necessária para a
duquesa ir ao jardim. O barão não sorriu. Logo:
a) Iara não fala italiano e Débora não fala dinamarquês.
b) Ching não fala chinês e Débora fala dinamarquês.
c) Francisco não fala francês e Elton fala espanhol.
d) Ana não fala alemão ou Iara fala italiano.
e) Ana fala alemão e Débora fala dinamarquês.
a) A duquesa foi ao jardim ou o conde encontrou a princesa.
b) Se o duque não saiu do castelo, então o conde encontrou a
princesa.
c) O rei não foi à caça e o conde não encontrou a princesa.
d) O rei foi à caça e a duquesa não foi ao jardim.
e) O duque saiu do castelo e o rei não foi à caça.
02. Sabe-se que todo o número inteiro n maior do que 1
admite pelo menos um divisor (ou fator) primo.Se n é primo, então
tem somente dois divisores, a saber, 1 e n. Se n é uma potência
de um primo p, ou seja, é da forma ps, então 1, p, p2, ..., ps são os
divisores positivos de n. Segue-se daí que a soma dos números
inteiros positivos menores do que 100, que têm exatamente três
divisores positivos, é igual a:
06. (FUNIVERSA - 2012 - PC-DF - Perito Criminal) Parte
superior do formulário
a) 25
b) 87
c) 112
d) 121
e) 169
Cinco amigos encontraram-se em um bar e, depois de algumas
horas de muita conversa, dividiram igualmente a conta, a qual
fora de, exatos, R$ 200,00, já com a gorjeta incluída. Como se
encontravam ligeiramente alterados pelo álcool ingerido, ocorreu
uma dificuldade no fechamento da conta. Depois que todos
julgaram ter contribuído com sua parte na despesa, o total colocado
sobre a mesa era de R$ 160,00, apenas, formados por uma nota de
R$ 100,00, uma de R$ 20,00 e quatro de R$ 10,00. Seguiram-se,
então, as seguintes declarações, todas verdadeiras:
03. Ou Lógica é fácil, ou Artur não gosta de Lógica. Por outro
lado, se Geografia não é difícil, então Lógica é difícil. Daí segue-se
que, se Artur gosta de Lógica, então:
Didatismo e Conhecimento
22
RaCioCínio LógiCo
09. (CESGRANRIO - 2012 - Chesf - Analista de Sistemas)
Parte superior do formulário
Se hoje for uma segunda ou uma quarta-feira, Pedro terá
aula de futebol ou natação. Quando Pedro tem aula de futebol ou
natação, Jane o leva até a escolinha esportiva. Ao levar Pedro até
a escolinha, Jane deixa de fazer o almoço e, se Jane não faz o
almoço, Carlos não almoça em casa. Considerando-se a sequência
de implicações lógicas acima apresentadas textualmente, se Carlos
almoçou em casa hoje, então hoje
Antônio: — Basílio pagou. Eu vi quando ele pagou.
Danton: — Carlos também pagou, mas do Basílio não sei
dizer.
Eduardo: — Só sei que alguém pagou com quatro notas de
R$ 10,00.
Basílio: — Aquela nota de R$ 100,00 ali foi o Antônio quem
colocou, eu vi quando ele pegou seus R$ 60,00 de troco.
(A) é terça, ou quinta ou sexta-feira, ou Jane não fez o almoço.
(B) Pedro não teve aula de natação e não é segunda-feira.
(C) Carlos levou Pedro até a escolinha para Jane fazer o
almoço.
(D) não é segunda, nem quarta, mas Pedro teve aula de apenas
uma das modalidades esportivas.
(E) não é segunda, Pedro não teve aulas, e Jane não fez o
almoço.
Carlos: — Sim, e nos R$ 60,00 que ele retirou, estava a nota
de R$ 50,00 que o Eduardo colocou na mesa.
Imediatamente após essas falas, o garçom, que ouvira
atentamente o que fora dito e conhecia todos do grupo, dirigiu-se
exatamente àquele que ainda não havia contribuído para a despesa
e disse: — O senhor pretende usar seu cartão e ficar com o troco
em espécie? Com base nas informações do texto, o garçom fez a
pergunta a
10. (VUNESP - 2011 - TJM-SP) Parte superior do formulário
Se afino as cordas, então o instrumento soa bem. Se o
instrumento soa bem, então toco muito bem. Ou não toco muito
bem ou sonho acordado. Afirmo ser verdadeira a frase: não sonho
acordado. Dessa forma, conclui-se que
(A) Antônio.
(B) Basílio.
(C) Carlos.
(D) Danton.
(E) Eduardo.
07. (ESAF - 2012 - Auditor Fiscal da Receita Federal) Parte
superior do formulário
Caso ou compro uma bicicleta. Viajo ou não caso. Vou morar
em Passárgada ou não compro uma bicicleta. Ora, não vou morar
em Passárgada. Assim,
(A) sonho dormindo.
(B) o instrumento afinado não soa bem.
(C) as cordas não foram afinadas.
(D) mesmo afinado o instrumento não soa bem.
(E) toco bem acordado e dormindo.
Respostas
01.
(P1) Se Iara não fala italiano, então Ana fala alemão.
(P2) Se Iara fala italiano, então ou Ching fala chinês ou
Débora fala dinamarquês.
(P3) Se Débora fala dinamarquês, Elton fala espanhol.
(P4) Mas Elton fala espanhol se e somente se não for verdade
que Francisco não fala francês.
(P5) Ora, Francisco não fala francês e Ching não fala chinês.
(A) não viajo e caso.
(B) viajo e caso.
(C) não vou morar em Passárgada e não viajo.
(D) compro uma bicicleta e não viajo.
(E) compro uma bicicleta e viajo.
08. (FCC - 2012 - TST - Técnico Judiciário) Parte superior do
formulário
A declaração abaixo foi feita pelo gerente de recursos humanos
da empresa X durante uma feira de recrutamento em uma faculdade:
“Todo funcionário de nossa empresa possui plano de saúde e
ganha mais de R$ 3.000,00 por mês”. Mais tarde, consultando
seus arquivos, o diretor percebeu que havia se enganado em sua
declaração. Dessa forma, conclui-se que, necessariamente,
Ao todo são cinco premissas, formadas pelos mais diversos
conectivos (Se então, Ou, Se e somente se, E). Mas o que importa
para resolver este tipo de argumento lógico é que ele só será válido
quando todas as premissas forem verdadeiras, a conclusão também
for verdadeira. Uma boa dica é sempre começar pela premissa
formada com o conectivo e.
Na premissa 5 tem-se: Francisco não fala francês e Ching não
fala chinês. Logo para esta proposição composta pelo conectivo
e ser verdadeira as premissas simples que a compõe deverão ser
verdadeiras, ou seja, sabemos que:
(A) dentre todos os funcionários da empresa X, há um grupo
que não possui plano de saúde.
(B) o funcionário com o maior salário da empresa X ganha, no
máximo, R$ 3.000,00 por mês.
(C) um funcionário da empresa X não tem plano de saúde ou
ganha até R$ 3.000,00 por mês.
(D) nenhum funcionário da empresa X tem plano de saúde ou
todos ganham até R$ 3.000,00 por mês.
(E) alguns funcionários da empresa X não têm plano de saúde
e ganham, no máximo, R$ 3.000,00 por mês.
Didatismo e Conhecimento
Francisco não fala francês
Ching não fala chinês
Na premissa 4 temos: Elton fala espanhol se e somente se não
for verdade que Francisco não fala francês. Temos uma proposição
composta formada pelo se e somente se, neste caso, esta premissa
será verdadeira se as proposições que a formarem forem de mesmo
23
RaCioCínio LógiCo
valor lógico, ou ambas verdadeiras ou ambas falsas, ou seja, como
se deseja que não seja verdade que Francisco não fala francês e ele
fala, isto já é falso e o antecedente do se e somente se também terá
que ser falso, ou seja: Elton não fala espanhol.
1 11 11² (121)
Veja que 4 têm apenas três divisores (1, 2 e ele mesmo) e o
mesmo ocorre com os demais números 9, 25, 49 e 121 (mas este
último já é maior que 100) portanto a soma dos números inteiros
positivos menores do que 100, que têm exatamente três divisores
positivos é dada por: 4 + 9 + 25 + 49 = 87.
Da premissa 3 tem-se: Se Débora fala dinamarquês, Elton
fala espanhol. Uma premissa composta formada por outras duas
simples conectadas pelo se então (veja que a vírgula subentende
que existe o então), pois é, a regra do se então é que ele só vai ser
falso se o seu antecedente for verdadeiro e o seu consequente for
falso, da premissa 4 sabemos que Elton não fala espanhol, logo,
para que a premissa seja verdadeira só poderemos aceitar um valor
lógico possível para o antecedente, ou seja, ele deverá ser falso,
pois F Î F = V, logo: Débora não fala dinamarquês.
03. Resposta “B”.
O Argumento é uma sequência finita de proposições lógicas
iniciais (Premissas) e uma proposição final (conclusão). A validade
de um argumento independe se a premissa é verdadeira ou falsa,
observe a seguir:
Da premissa 2 temos: Se Iara fala italiano, então ou Ching fala
chinês ou Débora fala dinamarquês. Vamos analisar o consequente
do se então, observe: ou Ching fala chinês ou Débora fala
dinamarquês. (temos um ou exclusivo, cuja regra é, o ou exclusivo,
só vai ser falso se ambas forem verdadeiras, ou ambas falsas), no
caso como Ching não fala chinês e Débora não fala dinamarquês,
temos: F ou exclusivo F = F. Se o consequente deu falso, então
o antecedente também deverá ser falso para que a premissa seja
verdadeira, logo: Iara não fala italiano.
Todo cavalo tem 4 patas (P1)
Todo animal de 4 patas tem asas (P2)
Logo: Todo cavalo tem asas (C)
Observe que se tem um argumento com duas premissas,
P1 (verdadeira) e P2 (falsa) e uma conclusão C. Veja que este
argumento é válido, pois se as premissas se verificarem a conclusão
também se verifica: (P1) Todo cavalo tem 4 patas. Indica que se
é cavalo então tem 4 patas, ou seja, posso afirmar que o conjunto
dos cavalos é um subconjunto do conjunto de animais de 4 patas.
Da premissa 1 tem-se: Se Iara não fala italiano, então Ana
fala alemão. Ora ocorreu o antecedente, vamos reparar no
consequente... Só será verdadeiro quando V Î V = V pois se o
primeiro ocorrer e o segundo não teremos o Falso na premissa que
é indesejado, desse modo: Ana fala alemão.
Observe que ao analisar todas as premissas, e tornarmos todas
verdadeiras obtivemos as seguintes afirmações:
(P2) Todo animal de 4 patas tem asas. Indica que se tem 4 patas
então o animal tem asas, ou seja, posso afirmar que o conjunto dos
animais de 4 patas é um subconjunto do conjunto de animais que
tem asas.
Francisco não fala francês
Ching não fala chinês
Elton não fala espanhol
Débora não fala dinamarquês
Iara não fala italiano
Ana fala alemão.
(C) Todo cavalo tem asas. Indica que se é cavalo então tem
asas, ou seja, posso afirmar que o conjunto de cavalos é um
subconjunto do conjunto de animais que tem asas.
A única conclusão verdadeira quando todas as premissas
foram verdadeiras é a da alternativa (A), resposta do problema.
02. Resposta “B”.
O número que não é primo é denominado número composto.
O número 4 é um número composto. Todo número composto pode
ser escrito como uma combinação de números primos, veja: 70 é
um número composto formado pela combinação: 2 x 5 x 7, onde 2,
5 e 7 são números primos. O problema informou que um número
primo tem com certeza 3 divisores quando puder ser escrito da
forma: 1 p p2, onde p é um número primo.
Observe que ao unir as premissas, a conclusão sempre se
verifica. Toda vez que fizermos as premissas serem verdadeiras,
a conclusão também for verdadeira, estaremos diante de um
argumento válido. Observe:
Observe os seguintes números:
1 2 22 (4)
1 3 3² (9)
1 5 5² (25)
1 7 7² (49)
Didatismo e Conhecimento
Desse modo, o conjunto de cavalos é subconjunto do conjunto
dos animais de 4 patas e este por sua vez é subconjunto dos
24
RaCioCínio LógiCo
animais que tem asas. Dessa forma, a conclusão se verifica, ou
seja, todo cavalo tem asas. Agora na questão temos duas premissas
e a conclusão é uma das alternativas, logo temos um argumento.
O que se pergunta é qual das conclusões possíveis sempre será
verdadeira dadas as premissas sendo verdadeiras, ou seja, qual a
conclusão que torna o argumento válido. Vejamos:
Ou Lógica é fácil, ou Artur não gosta de Lógica (P1)
Se Geografia não é difícil, então Lógica é difícil. (P2)
Artur gosta de Lógica (P3)
Vamos agora analisar as alternativas, em qual delas a
conclusão é verdadeira:
a) Se Geografia é difícil, então Lógica é difícil. (V → F = F) a
regra do “se então” é só ser falso se o antecedente for verdadeiro e
o consequente for falso, nas demais possibilidades ele será sempre
verdadeiro.
b) Lógica é fácil e Geografia é difícil. (V ^ V = V) a regra do
“e” é que só será verdadeiro se as proposições que o formarem
forem verdadeiras.
c) Lógica é fácil e Geografia é fácil. (V ^ F = F)
d) Lógica é difícil e Geografia é difícil. (F ^ V = F)
e) Lógica é difícil ou Geografia é fácil. (F v F = F) a regra
do “ou” é que só é falso quando as proposições que o formarem
forem falsas.
Observe que deveremos fazer as três premissas serem
verdadeiras, inicie sua análise pela premissa mais fácil, ou seja,
aquela que já vai lhe informar algo que deseja, observe a premissa
três, veja que para ela ser verdadeira, Artur gosta de Lógica. Com
esta informação vamos até a premissa um, onde temos a presença
do “ou exclusivo” um ou especial que não aceita ao mesmo tempo
que as duas premissas sejam verdadeiras ou falsas. Observe a
tabela verdade do “ou exclusivo” abaixo:
p
q
pVq
V
V
F
V
F
V
F
V
V
F
F
F
04. Alternativa “A”.
Com os dados fazemos a tabela:
Camisa Branca
Camisa Preta
“eu sou culpado”
“sim, ele (de camiza
azul) é o culpado”
“Eu roubei o
colar da rainha; o
culpado sou eu”
Sabe-se que um e apenas um dos suspeitos é culpado e que o
culpado às vezes fala a verdade e às vezes mente. Sabe-se, também, que dos outros dois (isto é, dos suspeitos que são inocentes),
um sempre diz a verdade e o outro sempre mente.
Sendo as proposições:
p: Lógica é fácil
q: Artur não gosta de Lógica
p v q = Ou Lógica é fácil, ou Artur não gosta de Lógica (P1)
I) Primeira hipótese: Se o inocente que fala verdade é o de camisa azul, não teríamos resposta, pois o de azul fala que é culpado
e então estaria mentindo.
Observe que só nos interessa os resultados que possam tornar
a premissa verdadeira, ou seja, as linhas 2 e 3 da tabela verdade.
Mas já sabemos que Artur gosta de Lógica, ou seja, a premissa
q é falsa, só nos restando a linha 2, quer dizer que para P1 ser
verdadeira, p também será verdadeira, ou seja, Lógica é fácil.
Sabendo que Lógica é fácil, vamos para a P2, temos um se então.
II) Segunda hipótese: Se o inocente que fala a verdade é o de
camisa preta, também não teríamos resposta, observem: Se ele fala
a verdade e declara que roubou ele é o culpado e não inocente.
Se Geografia não é difícil, então Lógica é difícil. Do se então
já sabemos que:
Geografia não é difícil - é o antecedente do se então.
Lógica é difícil - é o consequente do se então.
III) Terceira hipótese: Se o inocente que fala a verdade é o de
camisa branca achamos a resposta, observem: Ele é inocente e afirma que o de camisa branca é culpado, ele é o inocente que sempre
fala a verdade. O de camisa branca é o culpado que ora fala a verdade e ora mente (no problema ele está dizendo a verdade). O de
camisa preta é inocente e afirma que roubou, logo ele é o inocente
que está sempre mentindo.
Chamando:
r: Geografia é difícil
~r: Geografia não é difícil (ou Geografia é fácil)
p: Lógica é fácil
(não p) ~p: Lógica é difícil
O resultado obtido pelo sábio aluno deverá ser: O culpado é o
de camisa azul e o de camisa preta sempre mente (Alternativa A).
~r → ~p (lê-se se não r então não p) sempre que se verificar
o se então tem-se também que a negação do consequente gera a
negação do antecedente, ou seja: ~(~p) → ~(~r), ou seja, p → r ou
Se Lógica é fácil então Geografia é difícil.
05. Resposta “C”.
Uma questão de lógica argumentativa, que trata do uso do
conectivo “se então” também representado por “→”. Vamos a um
exemplo:
Se o duque sair do castelo então o rei foi à caça. Aqui estamos
tratando de uma proposição composta (Se o duque sair do castelo
então o rei foi à caça) formada por duas proposições simples
(duque sair do castelo) (rei ir à caça), ligadas pela presença do
conectivo (→) “se então”.
De todo o encadeamento lógico (dada as premissas
verdadeiras) sabemos que:
Artur gosta de Lógica
Lógica é fácil
Geografia é difícil
Didatismo e Conhecimento
Camisa azul
25
RaCioCínio LógiCo
O conectivo “se então” liga duas proposições simples da
seguinte forma: Se p então q, ou seja:
→ p será uma proposição simples que por estar antes do então
é também conhecida como antecedente.
→ q será uma proposição simples que por estar depois do
então é também conhecida como consequente.
→ Se p então q também pode ser lido como p implica em q.
→ p é conhecida como condição suficiente para que q ocorra,
ou seja, basta que p ocorra para q ocorrer.
→ q é conhecida como condição necessária para que p ocorra,
ou seja, se q não ocorrer então p também não irá ocorrer.
2 - Carlos pagou;
3 - Antônio pagou, justamente, com os R$ 100,00 e pegou
os R$ 60,00 de troco que, segundo Carlos, estavam os R$ 50,00
pagos por Eduardo, então...
4 - Eduardo pagou com a nota de R$ 50,00.
O único que escapa das afirmações é o Danton.
Outra forma: 5 amigos: A,B,C,D, e E.
Antônio: - Basílio pagou. Restam A, D, C e E.
Danton: - Carlos também pagou. Restam A, D, e E.
Eduardo: - Só sei que alguém pagou com quatro notas de R$
10,00. Restam A, D, e E.
Basílio: - Aquela nota de R$ 100,00 ali foi o Antônio. Restam
D, e E.
Carlos: - Sim, e nos R$ 60,00 que ele retirou, estava a nota
de R$ 50,00 que o Eduardo colocou. Resta somente D (Dalton) a
pagar.
Vamos às informações do problema:
1) O rei ir à caça é condição necessária para o duque sair do
castelo. Chamando A (proposição rei ir à caça) e B (proposição
duque sair do castelo) podemos escrever que se B então A ou B →
A. Lembre-se de que ser condição necessária é ser consequente no
“se então”.
2) O rei ir à caça é condição suficiente para a duquesa ir ao
jardim. Chamando A (proposição rei ir à caça) e C (proposição
duquesa ir ao jardim) podemos escrever que se A então C ou A →
C. Lembre-se de que ser condição suficiente é ser antecedente no
“se então”.
3) O conde encontrar a princesa é condição necessária e
suficiente para o barão sorrir. Chamando D (proposição conde
encontrar a princesa) e E (proposição barão sorrir) podemos
escrever que D se e somente se E ou D ↔ E (conhecemos este
conectivo como um bicondicional, um conectivo onde tanto o
antecedente quanto o consequente são condição necessária e
suficiente ao mesmo tempo), onde poderíamos também escrever E
se e somente se D ou E → D.
4) O conde encontrar a princesa é condição necessária para a
duquesa ir ao jardim. Chamando D (proposição conde encontrar a
princesa) e C (proposição duquesa ir ao jardim) podemos escrever
que se C então D ou C → D. Lembre-se de que ser condição
necessária é ser consequente no “se então”.
A única informação claramente dada é que o barão não sorriu,
ora chamamos de E (proposição barão sorriu). Logo barão não
sorriu = ~E (lê-se não E).
Dado que ~E se verifica e D ↔ E, ao negar a condição
necessária nego a condição suficiente: esse modo ~E → ~D (então
o conde não encontrou a princesa).
Se ~D se verifica e C → D, ao negar a condição necessária
nego a condição suficiente: ~D → ~C (a duquesa não foi ao jardim).
Se ~C se verifica e A → C, ao negar a condição necessária
nego a condição suficiente: ~C → ~A (então o rei não foi à caça).
Se ~A se verifica e B → A, ao negar a condição necessária
nego a condição suficiente: ~A → ~B (então o duque não saiu do
castelo).
07. Resposta “B”.
Parte inferior do formulário
1°: separar a informação que a questão forneceu: “não vou
morar em passárgada”.
2°: lembrando-se que a regra do ou diz que: para ser verdadeiro
tem de haver pelo menos uma proposição verdadeira.
3°: destacando-se as informações seguintes:
- caso ou compro uma bicicleta.
- viajo ou não caso.
- vou morar em passárgada ou não compro uma bicicleta
Logo:
- vou morar em pasárgada (F)
- não compro uma bicicleta (V)
- caso (V)
- compro uma bicicleta (F)
- viajo (V)
- não caso (F)
Conclusão: viajo, caso, não compro uma bicicleta.
Outra forma:
c = casar
b = comprar bicicleta
v = viajar
p = morar em Passárgada
Temos as verdades:
c ou b
v ou ~c
p ou ~b
Observe entre as alternativas, que a única que afirma uma
proposição logicamente correta é a alternativa C, pois realmente
deduziu-se que o rei não foi à caça e o conde não encontrou a
princesa.
Transformando em implicações:
~c → b = ~b → c
~v → ~c = c → v
~p → ~b
06. Resposta “D”.
Como todas as informações dadas são verdadeiras, então
podemos concluir que:
1 - Basílio pagou;
Didatismo e Conhecimento
26
RaCioCínio LógiCo
Assim:
~p → ~b
~b → c
c→v
não possui plano de saúde “ou” ganha até R$ 3.000,00 por mês. A
negação de ganha mais de 3.000,00 por mês, é ganha até 3.000,00.
09. Resposta “B”.
Sendo:
Segunda = S e Quarta = Q,
Pedro tem aula de Natação = PN e
Pedro tem aula de Futebol = PF.
Por transitividade:
~p → c
~p → v
Não morar em passárgada implica casar. Não morar em
passárgada implica viajar.
V = conectivo ou e → = conectivo Se, ... então, temos:
S V Q → PF V PN
08. Resposta “C”.
Sendo Je = Jane leva Pedro para a escolinha e ~Je = a negação,
ou seja Jane não leva Pedro a escolinha. Ainda temos que ~Ja =
Jane deixa de fazer o almoço e C = Carlos almoça em Casa e ~C =
Carlos não almoça em casa, temos:
A declaração dizia:
“Todo funcionário de nossa empresa possui plano de saúde e
ganha mais de R$ 3.000,00 por mês”. Porém, o diretor percebeu
que havia se enganado, portanto, basta que um funcionário não
tenha plano de saúde ou ganhe até R$ 3.000,00 para invalidar,
negar a declaração, tornando-a desse modo FALSA. Logo,
necessariamente, um funcionário da empresa X não tem plano de
saúde ou ganha até R$ 3.000,00 por mês.
PF V PN → Je
Je → ~Ja
~Ja → ~C
Em questões de raciocínio lógico devemos admitir que todas
as proposições compostas são verdadeiras. Ora, o enunciado diz
que Carlos almoçou em casa, logo a proposição ~C é Falsa.
Proposição composta no conectivo “e” - “Todo funcionário de
nossa empresa possui plano de saúde e ganha mais de R$ 3.000,00
por mês”. Logo: basta que uma das proposições seja falsa para a
declaração ser falsa.
~Ja → ~C
Para a proposição composta ~Ja → ~C ser verdadeira, então
~Ja também é falsa.
~Ja → ~C
Na proposição acima desta temos que Je → ~Ja, contudo
já sabemos que ~Ja é falsa. Pela mesma regra do conectivo Se,
... então, temos que admitir que Je também é falsa para que a
proposição composta seja verdadeira.
Na proposição acima temos que PF V PN → Je, tratando PF
V PN como uma proposição individual e sabendo que Je é falsa,
para esta proposição composta ser verdadeira PF V PN tem que
ser falsa.
Ora, na primeira proposição composta da questão, temos
que S V Q → PF V PN e pela mesma regra já citada, para esta
ser verdadeira S V Q tem que ser falsa. Bem, agora analisando
individualmente S V Q como falsa, esta só pode ser falsa se as duas
premissas simples forem falsas. E da mesma maneira tratamos PF
V PN.
1ª Proposição: Todo funcionário de nossa empresa possui
plano de saúde.
2ª Proposição: ganha mais de R$ 3.000,00 por mês.
Lembre-se que no enunciado não fala onde foi o erro da
declaração do gerente, ou seja, pode ser na primeira proposição e
não na segunda ou na segunda e não na primeira ou nas duas que
o resultado será falso.
Na alternativa C a banca fez a negação da primeira proposição
e fez a da segunda e as ligaram no conectivo “ou”, pois no
conectivo “ou” tanto faz a primeira ser verdadeira ou a segunda
ser verdadeira, desde que haja uma verdadeira para o resultado ser
verdadeiro.
Atenção: A alternativa “E” está igualzinha, só muda o
conectivo que é o “e”, que obrigaria que o erro da declaração fosse
nas duas.
A questão pede a negação da afirmação: Todo funcionário
de nossa empresa possui plano de saúde “e” ganha mais de R$
3.000,00 por mês.
Essa fica assim ~(p ^ q).
A negação dela ~pv~q
Representação lógica de todas as proposições:
S V Q → PF V PN
(f) (f) (f)
(f)
F
F
~(p^q) ↔ ~pv~q (negação todas “e” vira “ou”)
PF V PN → Je
F
F
A 1ª proposição tem um Todo que é quantificador universal,
para negá-lo utilizamos um quantificador existencial. Pode ser:
um, existe um, pelo menos, existem...
No caso da questão ficou assim: Um funcionário da empresa
Didatismo e Conhecimento
Je → ~Ja
27
RaCioCínio LógiCo
F
Joga nas alternativas:
(A) sonho dormindo (você não tem garantia de que sonha
dormindo, só temos como verdade que não sonho acordado, pode
ser que você nem sonhe).
(B) o instrumento afinado não soa bem deu que: Não afino as
cordas.
(C) Verdadeira: as cordas não foram afinadas.
(D) mesmo afinado (Falso deu que não afino as cordas) o
instrumento não soa bem.
(E) toco bem acordado e dormindo, absurdo. Deu não toco
muito bem e não sonho acordado.
F
~Ja → ~C
F
F
Conclusão: Carlos almoçou em casa hoje, Jane fez o almoço
e não levou Pedro à escolinha esportiva, Pedro não teve aula de
futebol nem de natação e também não é segunda nem quarta. Agora
é só marcar a questão cuja alternativa se encaixa nesse esquema.
10. Resposta “C”.
Análise Combinatória
Dê nome:
A = AFINO as cordas;
I = INSTRUMENTO soa bem;
T = TOCO bem;
S = SONHO acordado.
Análise combinatória é uma parte da matemática que estuda,
ou melhor, calcula o número de possibilidades, e estuda os métodos
de contagem que existem em acertar algum número em jogos de
azar. Esse tipo de cálculo nasceu no século XVI, pelo matemático
italiano Niccollo Fontana (1500-1557), chamado também de
Tartaglia. Depois, apareceram os franceses Pierre de Fermat (16011665) e Blaise Pascal (1623-1662). A análise desenvolve métodos
que permitem contar, indiretamente, o número de elementos de um
conjunto. Por exemplo, se quiser saber quantos números de quatro
algarismos são formados com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 9, é
preciso aplicar as propriedades da análise combinatória. Veja quais
propriedades existem:
Montando as proposições:
1° - A → I
2° - I → T
3° - ~T V S (ou exclusivo)
Como S = FALSO; ~T = VERDADEIRO, pois um dos termos
deve ser verdadeiro (equivale ao nosso “ou isso ou aquilo, escolha
UM”).
~T = V
T=F
I→T
(F)
Em muitos casos, é um macete que funciona nos exercícios
“lotados de condicionais”, sendo assim o F passa para trás.
Assim: I = F
Novamente: A → I
(F)
- Princípio fundamental da contagem
- Fatorial
- Arranjos simples
- Permutação simples
- Combinação
- Permutação com elementos repetidos
Princípio fundamental da contagem: é o mesmo que a Regra
do Produto, um princípio combinatório que indica quantas vezes
e as diferentes formas que um acontecimento pode ocorrer. O
acontecimento é formado por dois estágios caracterizados como
sucessivos e independentes:
O FALSO passa para trás. Com isso, A = FALSO. ~A =
Verdadeiro = As cordas não foram afinadas.
• O primeiro estágio pode ocorrer de m modos distintos.
• O segundo estágio pode ocorrer de n modos distintos.
Outra forma: partimos da premissa afirmativa ou de conclusão;
última frase:
Não sonho acordado será VERDADE
Admita todas as frases como VERDADE
Ficando assim de baixo para cima
Desse modo, podemos dizer que o número de formas diferente
que pode ocorrer em um acontecimento é igual ao produto m . n
Exemplo: Alice decidiu comprar um carro novo, e inicialmente
ela quer se decidir qual o modelo e a cor do seu novo veículo. Na
concessionária onde Alice foi há 3 tipos de modelos que são do
interesse dela: Siena, Fox e Astra, sendo que para cada carro há
5 opções de cores: preto, vinho, azul, vermelho e prata. Qual é o
número total de opções que Alice poderá fazer?
Ou não toco muito bem (V) ou sonho acordado (F) = V
Se o instrumento soa bem (F) então toco muito bem (F) = V
Se afino as cordas (F), então o instrumento soa bem (F) = V
A dica é trabalhar com as exceções: na condicional só dá
falso quando a primeira V e a segunda F. Na disjunção exclusiva
(ou... ou) as divergentes se atraem o que dá verdade. Extraindo as
conclusões temos que:
Não toco muito bem, não sonho acordado como verdade.
Se afino as corda deu falso, então não afino as cordas.
Se o instrumento soa bem deu falso, então o instrumento não
soa bem.
Didatismo e Conhecimento
Resolução: Segundo o Principio Fundamental da Contagem,
Alice tem 3×5 opções para fazer, ou seja,ela poderá optar por 15
carros diferentes. Vamos representar as 15 opções na árvore de
possibilidades:
28
RaCioCínio LógiCo
Pode ocorrer: O conjunto A é formado por pontos e o problema
é saber quantas retas esses pontos determinam.
2. Quando se diferir tanto pela natureza quanto pela ordem
de seus elementos, os problemas de contagem serão agrupados e
considerados distintos.
ac ≠ ca, neste caso os agrupamentos são denominados arranjos.
Pode ocorrer: O conjunto A é formado por algarismos e o
problema é contar os números por eles determinados.
Fatorial: Na matemática, o fatorial de um número natural n,
representado por n!, é o produto de todos os inteiros positivos
menores ou iguais a n. A notação n! foi introduzida por Christian
Kramp em 1808. A função fatorial é normalmente definida por:
Por exemplo, 5! = 1 . 2 . 3 . 4 . 5 = 120
Note que esta definição implica em particular que 0! = 1,
porque o produto vazio, isto é, o produto de nenhum número é 1.
Deve-se prestar atenção neste valor, pois este faz com que a função
recursiva (n + 1)! = n! . (n + 1) funcione para n = 0.
Os fatoriais são importantes em análise combinatória. Por
exemplo, existem n! caminhos diferentes de arranjar n objetos
distintos numa sequência. (Os arranjos são chamados permutações)
E o número de opções que podem ser escolhidos é dado pelo
coeficiente binomial.
Generalizações: Um acontecimento é formado por k estágios
sucessivos e independentes, com n1, n2, n3, … , nk possibilidades para
cada. O total de maneiras distintas de ocorrer este acontecimento
é n1, n2, n3, … , nk
Técnicas de contagem: Na Técnica de contagem não importa
a ordem.
Considere A = {a; b; c; d; …; j} um conjunto formado por 10
elementos diferentes, e os agrupamentos ab, ac e ca”.
ab e ac são agrupamentos sempre distintos, pois se diferenciam
pela natureza de um dos elemento.
ac e ca são agrupamentos que podem ser considerados
distintos ou não distintos pois se diferenciam somente pela ordem
dos elementos.
Arranjos simples: são agrupamentos sem repetições em que
um grupo se torna diferente do outro pela ordem ou pela natureza
dos elementos componentes. Seja A um conjunto com n elementos
e k um natural menor ou igual a n. Os arranjos simples k a k dos
n elementos de A, são os agrupamentos, de k elementos distintos
cada, que diferem entre si ou pela natureza ou pela ordem de seus
elementos.
Quando os elementos de um determinado conjunto A forem
algarismos, A = {0, 1, 2, 3, …, 9}, e com estes algarismos
pretendemos obter números, neste caso, os agrupamentos de 13
e 31 são considerados distintos, pois indicam números diferentes.
Cálculos do número de arranjos simples:
Na formação de todos os arranjos simples dos n elementos de
A, tomados k a k:
Quando os elementos de um determinado conjunto A
forem pontos, A = {A1, A2, A3, A4, A5…, A9}, e com estes
pontos pretendemos obter retas, neste caso os agrupamentos
são iguais, pois indicam a mesma reta.
n
→ possibilidades na escolha do 1º elemento.
n - 1 → possibilidades na escolha do 2º elemento, pois um
deles já foi usado.
n - 2 → possibilidades na escolha do 3º elemento, pois dois
deles já foi usado.
.
.
.
n - (k - 1) → possibilidades na escolha do kº elemento, pois
l-1 deles já foi usado.
Conclusão: Os agrupamentos...
1. Em alguns problemas de contagem, quando os agrupamentos
se diferirem pela natureza de pelo menos um de seus elementos, os
agrupamentos serão considerados distintos.
ac = ca, neste caso os agrupamentos são denominados
combinações.
Didatismo e Conhecimento
29
RaCioCínio LógiCo
No Princípio Fundamental da Contagem (An, k), o número total
de arranjos simples dos n elementos de A (tomados k a k), temos:
Se trocarmos os 3 elementos das 4 combinações obtemos
todos os arranjos 3 a 3:
An,k = n (n - 1) . (n - 2) . ... . (n – k + 1)
(é o produto de k fatores)
Multiplicando e dividindo por (n – k)!
acd
bcd
adc
bdc
bac
bad
cad
cbd
bca
bda
cda
cdb
cab
dab
dac
dbc
cba
dba
dca
dcb
Logo: C4,3 . P3 = A4,3
Podemos também escrever
Cálculo do número de combinações simples: O número total
de combinações simples dos n elementos de A representados por C
, tomados k a k, analogicamente ao exemplo apresentado, temos:
n,k
a) Trocando os k elementos de uma combinação k a k, obtemos
Pk arranjos distintos.
b) Trocando os k elementos das Cn,k . Pk arranjos distintos.
Permutações: Considere A como um conjunto com n
elementos. Os arranjos simples n a n dos elementos de A, são
denominados permutações simples de n elementos. De acordo com
a definição, as permutações têm os mesmos elementos. São os n
elementos de A. As duas permutações diferem entre si somente
pela ordem de seus elementos.
Portanto: Cn,k . Pk = An,k ou
Cálculo do número de permutação simples:
C
O número total de permutações simples de n elementos
indicado por Pn, e fazendo k = n na fórmula An,k = n (n – 1) (n – 2)
. … . (n – k + 1), temos:
A n ,k
=
Pk
A n=
,k
A n ,k n
n!
n!
e =
,P =
k
P k k k !(n− k !
(n− k )!
Também pode ser escrito assim:
Portanto: Pn = n!
Combinações Simples: são agrupamentos formados com
os elementos de um conjunto que se diferenciam somente pela
natureza de seus elementos. Considere A como um conjunto com
n elementos k um natural menor ou igual a n. Os agrupamentos
de k elementos distintos cada um, que diferem entre si apenas
pela natureza de seus elementos são denominados combinações
simples k a k, dos n elementos de A.
C n=
,k
A
=
n ,k
Pk
n
n!
=
k1(n− k )! k
Arranjos Completos: Arranjos completos de n elementos, de k
a k são os arranjos de k elementos não necessariamente distintos.
Em vista disso, quando vamos calcular os arranjos completos,
deve-se levar em consideração os arranjos com elementos distintos
(arranjos simples) e os elementos repetidos. O total de arranjos
completos de n elementos, de k a k, é indicado simbolicamente por
A*n,k dado por: A*n,k = nk
Exemplo: Considere A = {a, b, c, d} um conjunto com
elementos distintos. Com os elementos de A podemos formar 4
combinações de três elementos cada uma: abc – abd – acd – bcd
Permutações com elementos repetidos
Se trocarmos ps 3 elementos de uma delas:
Exemplo: abc, obteremos P3 = 6 arranjos disdintos.
acd
n ,k
Lembrando que:
Pn = An,n= n (n – 1) (n – 2) . … . (n – n + 1) = (n – 1) (n – 2)
. … .1 = n!
abd
abd
adb
(4 combinações) x (6 permutações) = 24 arranjos
Note que n (n – 1) . (n – 2). ... .(n – k + 1) . (n – k)! = n!
abc
abc
acb
Considerando:
bcd
bca
α elementos iguais a a,
β elementos iguais a b,
γ elementos iguais a c, …,
λ elementos iguais a l,
cab
Totalizando em α + β + γ + … λ = n elementos.
acb
bac
cba
Didatismo e Conhecimento
30
RaCioCínio LógiCo
Simbolicamente representado por Pnα, β, γ, …, λ o número
de permutações distintas que é possível formarmos com os n
elementos:
05. (UNIFESP) – As permutações das letras da palavra PROVA
foram listadas em ordem alfabética, como se fossem palavras de
cinco letras em um dicionário. A 73ª palavra nessa lista é
(A) PROVA.
(B) VAPOR.
(C) RAPOV.
(D) ROVAP.
(E) RAOPV.
Combinações Completas: Combinações completas de
n elementos, de k a k, são combinações de k elementos não
necessariamente distintos. Em vista disso, quando vamos calcular
as combinações completas devemos levar em consideração as
combinações com elementos distintos (combinações simples) e
as combinações com elementos repetidos. O total de combinações
completas de n elementos, de k a k, indicado por C*n,k
C
*
=C
n ,k
06. (MACKENZIE) – Numa empresa existem 10 diretores,
dos quais 6 estão sob suspeita de corrupção. Para que se analisem
as suspeitas, será formada uma comissão especial com 5 diretores,
na qual os suspeitos não sejam maioria. O número de possíveis
comissões é:
n+ k−1
=
k
(A) 66
(B) 72
(C) 90
(D) 120
(E) 124
n+ k− 1 ,k
QUESTÕES
01. Quantos números de três algarismos distintos podem ser
formados com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 7 e 8?
07. (ESPCEX) – A equipe de professores de uma escola
possui um banco de questões de matemática composto de 5
questões sobre parábolas, 4 sobre circunferências e 4 sobre retas.
De quantas maneiras distintas a equipe pode montar uma prova
com 8 questões, sendo 3 de parábolas, 2 de circunferências e 3 de
retas?
02. Organiza-se um campeonato de futebol com 14 clubes,
sendo a disputa feita em dois turnos, para que cada clube enfrente
o outro no seu campo e no campo deste. O número total de jogos
a serem realizados é:
(A)182
(B) 91
(C)169
(D)196
(E)160
03. Deseja-se criar uma senha para os usuários de um sistema,
começando por três letras escolhidas entre as cinco A, B, C, D e
E, seguidas de quatro algarismos escolhidos entre 0, 2, 4, 6 e 8. Se
entre as letras puder haver repetição, mas se os algarismos forem
todos distintos, o número total de senhas possíveis é:
(A) 80
(B) 96
(C) 240
(D) 640
(E) 1.280
08. Numa clínica hospitalar, as cirurgias são sempre assistidas
por 3 dos seus 5 enfermeiros, sendo que, para uma eventualidade
qualquer, dois particulares enfermeiros, por serem os mais
experientes, nunca são escalados para trabalharem juntos. Sabendose que em todos os grupos participa um dos dois enfermeiros mais
experientes, quantos grupos distintos de 3 enfermeiros podem ser
formados?
(A) 78.125
(B) 7.200
(C) 15.000
(D) 6.420
(E) 50
(A) 06
(B) 10
(C) 12
(D) 15
(E) 20
04. (UFTM) – João pediu que Cláudia fizesse cartões com
todas as permutações da palavra AVIAÇÃO. Cláudia executou
a tarefa considerando as letras A e à como diferentes, contudo,
João queria que elas fossem consideradas como mesma letra. A
diferença entre o número de cartões feitos por Cláudia e o número
de cartões esperados por João é igual a
09. Seis pessoas serão distribuídas em duas equipes para
concorrer a uma gincana. O número de maneiras diferentes de
formar duas equipes é
(A) 720
(B) 1.680
(C) 2.420
(D) 3.360
(E) 4.320
Didatismo e Conhecimento
(A) 10
(B) 15
(C) 20
(D) 25
(E) 30
31
RaCioCínio LógiCo
10. Considere os números de quatro algarismos do sistema
decimal de numeração. Calcule:
a) quantos são no total;
b) quantos não possuem o algarismo 2;
c) em quantos deles o algarismo 2 aparece ao menos uma vez;
d) quantos têm os algarismos distintos;
e) quantos têm pelo menos dois algarismos iguais.
07. C5,3 . C4,2 . C4,3 = 10 . 6 . 4 = 240
08.
I) Existem 5 enfermeiros disponíveis: 2 mais experientes e
outros 3.
II) Para formar grupos com 3 enfermeiros, conforme o
enunciado, devemos escolher 1 entre os 2 mais experientes e 2
entre os 3 restantes.
III) O número de possibilidades para se escolher 1 entre os 2
mais experientes é
Resoluções
01.
02. O número total de jogos a serem realizados é A14,2 = 14 .
13 = 182.
03.
Algarismos
IV) O número de possibilidades para se escolher 2 entre 3
restantes é
Letras
As três letras poderão ser escolhidasde 5 . 5 . 5 =125 maneiras.
Os quatro algarismos poderão ser escolhidos de 5 . 4 . 3 . 2 =
120 maneiras.
O número total de senhas distintas, portanto, é igual a 125 .
120 = 15.000.
04.
V) Assim, o número total de grupos que podem ser formados
é2.3=6
09.
10.
a) 9 . A*10,3 = 9 . 103 = 9 . 10 . 10 . 10 = 9000
b) 8 . A*9,3 = 8 . 93 = 8 . 9 . 9 . 9 = 5832
c) (a) – (b): 9000 – 5832 = 3168
d) 9 . A9,3 = 9 . 9 . 8 . 7 = 4536
e) (a) – (d): 9000 – 4536 = 4464
I) O número de cartões feitos por Cláudia foi
II) O número de cartões esperados por João era
Probabilidade
Assim, a diferença obtida foi 2.520 – 840 = 1.680
Ponto Amostral, Espaço Amostral e Evento
05. Se as permutações das letras da palavra PROVA forem
listadas em ordem alfabética, então teremos:
P4 = 24 que começam por A
P4 = 24 que começam por O
P4 = 24 que começam por P
Em uma tentativa com um número limitado de resultados,
todos com chances iguais, devemos considerar:
Ponto Amostral: Corresponde a qualquer um dos resultados
possíveis.
Espaço Amostral: Corresponde ao conjunto dos resultados
possíveis; será representado por S e o número de elementos do
espaço amostra por n(S).
Evento: Corresponde a qualquer subconjunto do espaço
amostral; será representado por A e o número de elementos do
evento por n(A).
A 73.ª palavra nessa lista é a primeira permutação que começa
por R. Ela é RAOPV.
06. Se, do total de 10 diretores, 6 estão sob suspeita de
corrupção, 4 não estão. Assim, para formar uma comissão de 5
diretores na qual os suspeitos não sejam maioria, podem ser
escolhidos, no máximo, 2 suspeitos. Portanto, o número de
possíveis comissões é
Didatismo e Conhecimento
Os conjuntos S e Ø também são subconjuntos de S, portanto
são eventos.
32
RaCioCínio LógiCo
Ø = evento impossível.
S = evento certo.
A
Conceito de Probabilidade
As probabilidades têm a função de mostrar a chance
de ocorrência de um evento. A probabilidade de ocorrer um
determinado evento A, que é simbolizada por P(A), de um espaço
amostral S ≠ Ø, é dada pelo quociente entre o número de elementos
A e o número de elemento S. Representando:
B
S
Exemplo: Ao lançar um dado de seis lados, numerados de 1 a
6, e observar o lado virado para cima, temos:
- um espaço amostral, que seria o conjunto S {1, 2, 3, 4, 5, 6}.
- um evento número par, que seria o conjunto A1 = {2, 4, 6}
C S.
- o número de elementos do evento número par é n(A1) = 3.
- a probabilidade do evento número par é 1/2, pois
Logo: P(A
B) = P(A) + P(B) - P(A
B)
Eventos Mutuamente Exclusivos
A
B
S
Propriedades de um Espaço Amostral Finito e Não Vazio
Considerando que A ∩ B, nesse caso A e B serão denominados
mutuamente exclusivos. Observe que A ∩ B = 0, portanto: P(A
B) = P(A) + P(B). Quando os eventos A1, A2, A3, …, An de S
forem, de dois em dois, sempre mutuamente exclusivos, nesse
caso temos, analogicamente:
- Em um evento impossível a probabilidade é igual a zero. Em
um evento certo S a probabilidade é igual a 1. Simbolicamente:
P(Ø) = 0 e P(S) = 1.
- Se A for um evento qualquer de S, neste caso: 0 ≤ P(A) ≤ 1.
- Se A for o complemento de A em S, neste caso: P(A) = 1 P(A).
Demonstração das Propriedades
P(A1 A2 A3 …
P(An)
Eventos Exaustivos
Considerando S como um espaço finito e não vazio, temos:
An) = P(A1) + P(A2) + P(A3) + ... +
Quando os eventos A1, A2, A3, …, An de S forem, de dois em
dois, mutuamente exclusivos, estes serão denominados exaustivos
se A1 A2 A3 … An = S
Então, logo:
Portanto: P(A1) + P(A2) + P(A3) + ... + P(An) = 1
União de Eventos
Considere A e B como dois eventos de um espaço amostral S,
finito e não vazio, temos:
Didatismo e Conhecimento
33
RaCioCínio LógiCo
Problema: Realizando-se a experiência descrita exatamente n
vezes, qual é a probabilidade de ocorrer o evento A só k vezes?
Resolução:
- Se num total de n experiências, ocorrer somente k vezes
o evento A, nesse caso será necessário ocorrer exatamente n – k
vezes o evento A.
- Se a probabilidade de ocorrer o evento A é p e do evento A é
1 – p, nesse caso a probabilidade de ocorrer k vezes o evento A e
n – k vezes o evento A, ordenadamente, é:
Probabilidade Condicionada
Considere dois eventos A e B de um espaço amostral S, finito
e não vazio. A probabilidade de B condicionada a A é dada pela
probabilidade de ocorrência de B sabendo que já ocorreu A. É
representada por P(B/A).
Veja:
- As k vezes em que ocorre o evento A são quaisquer entre as
n vezes possíveis. O número de maneiras de escolher k vezes o
evento A é, portanto Cn,k.
- Sendo assim, há Cn,k eventos distintos, mas que possuem
a mesma probabilidade pk . (1 – p)n-k, e portanto a probabilidade
desejada é: Cn,k . pk . (1 – p)n-k
Eventos Independentes
Considere dois eventos A e B de um espaço amostral S, finito
e não vazio. Estes serão independentes somente quando:
P(A/N) = P(A)
QUESTÕES
P(B/A) = P(B)
01. A probabilidade de uma bola branca aparecer ao se retirar
uma única bola de uma urna que contém, exatamente, 4 bolas
brancas, 3 vermelhas e 5 azuis é:
Intersecção de Eventos
(A)
Considerando A e B como dois eventos de um espaço amostral
S, finito e não vazio, logo:
(B)
(C)
(D)
(E)
02. As 23 ex-alunas de uma turma que completou o Ensino
Médio há 10 anos se encontraram em uma reunião comemorativa.
Várias delas haviam se casado e tido filhos. A distribuição das
mulheres, de acordo com a quantidade de filhos, é mostrada no
gráfico abaixo. Um prêmio foi sorteado entre todos os filhos dessas
ex-alunas. A probabilidade de que a criança premiada tenha sido
um(a) filho(a) único(a) é
Assim sendo:
P(A ∩ B) = P(A) . P(B/A)
P(A ∩ B) = P(B) . P(A/B)
Considerando A e B como eventos independentes, logo
P(B/A) = P(B), P(A/B) = P(A), sendo assim: P(A ∩ B) = P(A) .
P(B). Para saber se os eventos A e B são independentes, podemos
utilizar a definição ou calcular a probabilidade de A ∩ B. Veja a
representação:
(A)
(C)
(D)
(E)
03. Retirando uma carta de um baralho comum de 52 cartas,
qual a probabilidade de se obter um rei ou uma dama?
A e B independentes ↔ P(A/B) = P(A) ou
A e B independentes ↔ P(A ∩ B) = P(A) . P(B)
04. Jogam-se dois dados “honestos” de seis faces, numeradas
de 1 a 6, e lê-se o número de cada uma das duas faces voltadas para
cima. Calcular a probabilidade de serem obtidos dois números
ímpares ou dois números iguais?
Lei Binominal de Probabilidade
Considere uma experiência sendo realizada diversas vezes,
dentro das mesmas condições, de maneira que os resultados de cada
experiência sejam independentes. Sendo que, em cada tentativa
ocorre, obrigatoriamente, um evento A cuja probabilidade é p ou o
complemento A cuja probabilidade é 1 – p.
Didatismo e Conhecimento
(B)
05. Uma urna contém 500 bolas, numeradas de 1 a 500. Uma
bola dessa urna é escolhida ao acaso. A probabilidade de que seja
escolhida uma bola com um número de três algarismos ou múltiplo
de 10 é
34
RaCioCínio LógiCo
(A) 10%
(B) 12%
(C) 64%
(D) 82%
(E) 86%
03. P(dama ou rei) = P(dama) + P(rei) =
04. No lançamento de dois dados de 6 faces, numeradas de 1 a
6, são 36 casos possíveis. Considerando os eventos A (dois números
ímpares) e B (dois números iguais), a probabilidade pedida é:
06. Uma urna contém 4 bolas amarelas, 2 brancas e 3 bolas
vermelhas. Retirando-se uma bola ao acaso, qual a probabilidade
de ela ser amarela ou branca?
05. Sendo Ω, o conjunto espaço amostral, temos n(Ω) = 500
A: o número sorteado é formado por 3 algarismos;
A = {100, 101, 102, ..., 499, 500}, n(A) = 401 e p(A) = 401/500
07. Duas pessoas A e B atiram num alvo com probabilidade
40% e 30%, respectivamente, de acertar. Nestas condições, a
probabilidade de apenas uma delas acertar o alvo é:
B: o número sorteado é múltiplo de 10;
B = {10, 20, ..., 500}.
(A) 42%
(B) 45%
(C) 46%
(D) 48%
(E) 50%
Para encontrarmos n(B) recorremos à fórmula do termo geral
da P.A., em que
a1 = 10
an = 500
r = 10
Temos an = a1 + (n – 1) . r → 500 = 10 + (n – 1) . 10 → n = 50
08. Num espaço amostral, dois eventos independentes A e B
são tais que P(A U B) = 0,8 e P(A) = 0,3. Podemos concluir que o
valor de P(B) é:
Dessa forma, p(B) = 50/500.
A Ω B: o número tem 3 algarismos e é múltiplo de 10;
A Ω B = {100, 110, ..., 500}.
De an = a1 + (n – 1) . r, temos: 500 = 100 + (n – 1) . 10 → n =
41 e p(A B) = 41/500
(A) 0,5
(B) 5/7
(C) 0,6
(D) 7/15
(E) 0,7
Por fim, p(A.B) =
09. Uma urna contém 6 bolas: duas brancas e quatro pretas.
Retiram-se quatro bolas, sempre com reposição de cada bola antes
de retirar a seguinte. A probabilidade de só a primeira e a terceira
serem brancas é:
(A)
(B)
(C)
(D)
06.
Sejam A1, A2, A3, A4 as bolas amarelas, B1, B2 as brancas e V1,
V2, V3 as vermelhas.
Temos S = {A1, A2, A3, A4, V1, V2, V3 B1, B2} → n(S) = 9
(E)
A: retirada de bola amarela = {A1, A2, A3, A4}, n(A) = 4
B: retirada de bola branca = {B1, B2}, n(B) = 2
10. Uma lanchonete prepara sucos de 3 sabores: laranja,
abacaxi e limão. Para fazer um suco de laranja, são utilizadas 3
laranjas e a probabilidade de um cliente pedir esse suco é de 1/3.
Se na lanchonete, há 25 laranjas, então a probabilidade de que,
para o décimo cliente, não haja mais laranjas suficientes para fazer
o suco dessa fruta é:
(A) 1 (B)
(C)
(D)
Como A
(E)
Logo:
B = , A e B são eventos mutuamente exclusivos;
P(A
B)
=
P(A)
+
P(B)
=
Respostas
01.
07.
Se apenas um deve acertar o alvo, então podem ocorrer os
seguintes eventos:
02.
A partir da distribuição apresentada no gráfico:
08 mulheres sem filhos.
07 mulheres com 1 filho.
06 mulheres com 2 filhos.
02 mulheres com 3 filhos.
(A) “A” acerta e “B” erra; ou
(B) “A” erra e “B” acerta.
Assim, temos:
P (A B) = P (A) + P (B)
P (A B) = 40% . 70% + 60% . 30%
Comoas 23 mulheres têm um total de 25 filhos, a probabilidade
de que a criança premiada tenha sido um(a) filho(a) único(a) é
igual a P = 7/25.
Didatismo e Conhecimento
35
RaCioCínio LógiCo
P (A
P (A
P (A
P (A
B) = 0,40 . 0,70 + 0,60 . 0,30
B) = 0,28 + 0,18
B) = 0,46
B) = 46%
ANOTAÇÕES
08.
Sendo A e B eventos independentes, P(A B) = P(A) . P(B) e
como P(A B) = P(A) + P(B) – P(A B). Temos:
P(A B) = P(A) + P(B) – P(A) . P(B)
0,8 = 0,3 + P(B) – 0,3 . P(B)
0,7 . (PB) = 0,5
P(B) = 5/7.
09.
Representando
por
probabilidade pedida, temos:
=
=
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a
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10. Supondo que a lanchonete só forneça estes três tipos de
sucos e que os nove primeiros clientes foram servidos com apenas
um desses sucos, então:
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I- Como cada suco de laranja utiliza três laranjas, não é
possível fornecer sucos de laranjas para os nove primeiros clientes,
pois seriam necessárias 27 laranjas.
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II- Para que não haja laranjas suficientes para o próximo
cliente, é necessário que, entre os nove primeiros, oito tenham
pedido sucos de laranjas, e um deles tenha pedido outro suco.
A probabilidade de isso ocorrer é:
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ANOTAÇÕES
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36
RaCioCínio LógiCo
ANOTAÇÕES
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RaCioCínio LógiCo
ANOTAÇÕES
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Didatismo e Conhecimento
38
ÉTICA
ÉTICA
desaprovação da ação dos homens e a consideração de valor como
equivalente de uma medição do que é real e voluntarioso no campo
das ações virtuosas”2.
É difícil estabelecer um único significado para a palavra ética,
mas os conceitos acima contribuem para uma compreensão geral
de seus fundamentos, de seu objeto de estudo.
Quanto à etimologia da palavra ética: No grego existem duas
vogais para pronunciar e grafar a vogal e, uma breve, chamada
epsílon, e uma longa, denominada eta. Éthos, escrita com a vogal
longa, significa costume; porém, se escrita com a vogal breve,
éthos, significa caráter, índole natural, temperamento, conjunto
das disposições físicas e psíquicas de uma pessoa. Nesse segundo
sentido, éthos se refere às características pessoais de cada um, as
quais determinam que virtudes e que vícios cada indivíduo é capaz
de praticar (aquele que possuir todas as virtudes possuirá uma
virtude plena, agindo estritamente de maneira conforme à moral)3.
A ética passa por certa evolução natural através da história,
mas uma breve observação do ideário de alguns pensadores do
passado permite perceber que ela é composta por valores comuns
desde sempre consagrados.
Entre os elementos que compõem a Ética, destacam-se a Moral
e o Direito. Assim, a Moral não é a Ética, mas apenas parte dela.
Neste sentido, Moral vem do grego Mos ou Morus, referindo-se
exclusivamente ao regramento que determina a ação do indivíduo.
Assim, Moral e Ética não são sinônimos, não apenas pela
Moral ser apenas uma parte da Ética, mas principalmente porque
enquanto a Moral é entendida como a prática, como a realização
efetiva e cotidiana dos valores; a Ética é entendida como uma
“filosofia moral”, ou seja, como a reflexão sobre a moral. Moral é
ação, Ética é reflexão.
Em resumo:
- Ética - mais ampla - filosofia moral - reflexão
- Moral - parte da Ética - realização efetiva e cotidiana dos
valores - ação
No início do pensamento filosófico não prevalecia real
distinção entre Direito e Moral, as discussões sobre o agir ético
envolviam essencialmente as noções de virtude e de justiça,
constituindo esta uma das dimensões da virtude. Por exemplo,
na Grécia antiga, berço do pensamento filosófico, embora com
variações de abordagem, o conceito de ética aparece sempre ligado
ao de virtude.
Aristóteles4, um dos principais filósofos deste momento
histórico, concentra seus pensamentos em algumas bases:
a) definição do bem supremo como sendo a felicidade, que
necessariamente ocorrerá por uma atividade da alma que leva ao
princípio racional, de modo que a felicidade está ligada à virtude;
b) crença na bondade humana e na prevalência da virtude
sobre o apetite;
c) reconhecimento da possibilidade de aquisição das virtudes
pela experiência e pelo hábito, isto é, pela prática constante; d)
afastamento da ideia de que um fim pudesse ser bom se utilizado
um meio ruim.
Já na Idade Média, os ideais éticos se identificaram com os
religiosos. O homem viveria para conhecer, amar e servir a Deus,
diretamente e em seus irmãos. Santo Tomás de Aquino5, um dos
principais filósofos do período, lançou bases que até hoje são
invocadas quanto o tópico em questão é a Ética:
2 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
3 CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 13. ed. São Paulo: Ática, 2005.
4 ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução Pietro Nassetti.
São Paulo: Martin Claret, 2006.
5 AQUINO, Santo Tomás de. Suma teológica. Tradução Aldo
Vannucchi e Outros. Direção Gabriel C. Galache e Fidel García
Rodríguez. Coordenação Geral Carlos-Josaphat Pinto de Oliveira.
Edição Joaquim Pereira. São Paulo: Loyola, 2005. v. IV, parte II,
seção I, questões 49 a 114.
Prof. Bruna Pinotti Garcia.
Advogada e pesquisadora. Sócia da EPS&O Consultoria
Ambiental. Mestre em Teoria do Direito e do Estado pelo Centro
Universitário Eurípides de Marília (UNIVEM) - bolsista CAPES.
Membro dos grupos de pesquisa “Constitucionalização do Direito
Processual” e “Núcleo de Estudos e Pesquisas em Direito e
Internet”. Professora de curso preparatório para concursos. Autora
de diversos artigos jurídicos publicados em revistas qualificadas e
anais de eventos, notadamente na área do direito eletrônico.
1 CONCEITO DE ÉTICA.
A ética é composta por valores reais e presentes na sociedade,
a partir do momento em que, por mais que às vezes tais valores
apareçam deturpados no contexto social, não é possível falar em
convivência humana se esses forem desconsiderados. Entre tais
valores, destacam-se os preceitos da Moral e o valor do justo
(componente ético do Direito).
Se, por um lado, podemos constatar que as bruscas
transformações sofridas pela sociedade através dos tempos
provocaram uma variação no conceito de ética, por outro, não é
possível negar que as questões que envolvem o agir ético sempre
estiveram presentes no pensamento filosófico e social.
Aliás, uma característica da ética é a sua imutabilidade:
a mesma ética de séculos atrás está vigente hoje. Por exemplo,
respeitar o próximo nunca será considerada uma atitude antiética.
Outra característica da ética é a sua validade universal, no sentido
de delimitar a diretriz do agir humano para todos os que vivem
no mundo. Não há uma ética conforme cada época, cultura ou
civilização. A ética é uma só, válida para todos eternamente, de
forma imutável e definitiva, por mais que possam surgir novas
perspectivas a respeito de sua aplicação prática.
É possível dizer que as diretrizes éticas dirigem o
comportamento humano e delimitam os abusos à liberdade,
estabelecendo deveres e direitos de ordem moral, sendo exemplos
destas leis o respeito à dignidade das pessoas e aos princípios do
direito natural, bem como a exigência de solidariedade e a prática
da justiça1.
Outras definições contribuem para compreender o que
significa ética:
- Ciência do comportamento adequado dos homens em
sociedade, em consonância com a virtude.
- Disciplina normativa, não por criar normas, mas por
descobri-las e elucidá-las. Seu conteúdo mostra às pessoas os
valores e princípios que devem nortear sua existência.
- Doutrina do valor do bem e da conduta humana que tem por
objetivo realizar este valor.
- Saber discernir entre o devido e o indevido, o bom e o mau,
o bem e o mal, o correto e o incorreto, o certo e o errado.
- Fornece as regras fundamentais da conduta humana. Delimita
o exercício da atividade livre. Fixa os usos e abusos da liberdade.
- Doutrina do valor do bem e da conduta humana que o visa
realizar.
“Em seu sentido de maior amplitude, a Ética tem sido
entendida como a ciência da conduta humana perante o ser e
seus semelhantes. Envolve, pois, os estudos de aprovação ou
1
MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do
Direito. 26. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
Didatismo e Conhecimento
1
ÉTICA
a) consideração do hábito como uma qualidade que deverá
determinar as potências para o bem;
b) estabelecimento da virtude como um hábito que sozinho
é capaz de produzir a potência perfeita, podendo ser intelectual,
moral ou teologal - três virtudes que se relacionam porque
não basta possuir uma virtude intelectual, capaz de levar ao
conhecimento do bem, sem que exista a virtude moral, que irá
controlar a faculdade apetitiva e quebrar a resistência para que se
obedeça à razão (da mesma forma que somente existirá plenitude
virtuosa com a existência das virtudes teologais);
c) presença da mediania como critério de determinação do
agir virtuoso;
d) crença na existência de quatro virtudes cardeais - a
prudência, a justiça, a temperança e a fortaleza.
No Iluminismo, Kant6 definiu a lei fundamental da razão pura
prática, que se resume no seguinte postulado: “age de tal modo que
a máxima de tua vontade possa valer-te sempre como princípio
de uma legislação universal”. Mais do que não fazer ao outro o
que não gostaria que fosse feito a você, a máxima prescreve que o
homem deve agir de tal modo que cada uma de suas atitudes reflita
aquilo que se espera de todas as pessoas que vivem em sociedade.
O filósofo não nega que o homem poderá ter alguma vontade ruim,
mas defende que ele racionalmente irá agir bem, pela prevalência
de uma lei prática máxima da razão que é o imperativo categórico.
Por isso, o prazer ou a dor, fatores geralmente relacionados ao
apetite, não são aptos para determinar uma lei prática, mas apenas
uma máxima, de modo que é a razão pura prática que determina
o agir ético. Ou seja, se a razão prevalecer, a escolha ética sempre
será algo natural.
Quando acabou a Segunda Guerra Mundial, percebeu-se o
quão graves haviam sido as suas consequências, o pensamento
filosófico ganhou novos rumos, retomando aspectos do passado,
mas reforçando a dimensão coletiva da ética. Maritain7, um dos
redatores da Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948,
defendeu que o homem ético é aquele que compõe a sociedade
e busca torná-la mais justa e adequada ao ideário cristão. Assim,
a atitude ética deve ser considerada de maneira coletiva, como
impulsora da sociedade justa, embora partindo da pessoa humana
individualmente considerada como um ser capaz de agir conforme
os valores morais.
Já a discussão sobre o conceito de justiça, intrínseca na do
conceito de ética, embora sempre tenha estado presente, com
maior ou menor intensidade dependendo do momento, possuiu
diversos enfoques ao longo dos tempos.
Pode-se considerar que do pensamento grego até o
Renascimento, a justiça foi vista como uma virtude e não como
uma característica do Direito. Por sua vez, no Renascimento, o
conceito de Ética foi bifurcado, remetendo-se a Moral para o espaço
privado e remanescendo a justiça como elemento ético do espaço
público. No entanto, como se denota pela teoria de Maquiavel8, o
justo naquele tempo era tido como o que o soberano impunha (o
rei poderia fazer o que bem entendesse e utilizar quaisquer meios,
desde que visasse um único fim, qual seja o da manutenção do
poder).
Posteriormente, no Iluminismo, retomou-se a discussão
da justiça como um elemento similar à Moral, mas inerente ao
Direito, por exemplo, Kant9 defendeu que a ciência do direito justo
6
KANT, Immanuel. Crítica da razão prática. Tradução
Paulo Barrera. São Paulo: Ícone, 2005.
7
MARITAIN, Jacques. Humanismo integral. Tradução
Afrânio Coutinho. 4. ed. São Paulo: Dominus Editora S/A, 1962.
8
MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Tradução Pietro
Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2007.
9
KANT, Immanuel. Doutrina do Direito. Tradução Edson
Didatismo e Conhecimento
é aquela que se preocupa com o conhecimento da legislação e com
o contexto social em que ela está inserida, sendo que sob o aspecto
do conteúdo seria inconcebível que o Direito prescrevesse algo
contrário ao imperativo categórico da Moral kantiana.
Ainda, Locke, Montesquieu e Rousseau, em comum defendiam
que o Estado era um mal necessário, mas que o soberano não
possuía poder divino/absoluto, sendo suas ações limitadas pelos
direitos dos cidadãos submetidos ao regime estatal.
Tais pensamentos iluministas não foram plenamente seguidos,
de forma que firmou-se a teoria jurídica do positivismo, pela
qual Direito é apenas o que a lei impõe (de modo que se uma lei
for injusta nem por isso será inválida), que somente foi abalada
após o fim trágico da 2ª Guerra Mundial e a consolidação de
um sistema global de proteção de direitos humanos (criação da
ONU + declaração universal de 1948). Com o ideário humanista
consolidou-se o Pós-positivismo, que junto consigo trouxe uma
valorização das normas principiológicas do ordenamento jurídico,
conferindo-as normatividade.
Assim, a concepção de uma base ética objetiva no
comportamento das pessoas e nas múltiplas modalidades da
vida social foi esquecida ou contestada por fortes correntes do
pensamento moderno. Concepções de inspiração positivista,
relativista ou cética e políticas voltadas para o homo economicus
passaram a desconsiderar a importância e a validade das normas de
ordem ética no campo da ciência e do comportamento dos homens,
da sociedade da economia e do Estado.
No campo do Direito, as teorias positivistas que prevaleceram
a partir do final do século XIX sustentavam que só é direito aquilo
que o poder dominante determina. Ética, valores humanos, justiça
são considerados elementos estranhos ao Direito, extrajurídicos.
Pensavam com isso em construir uma ciência pura do direito e
garantir a segurança das sociedades.10
Atualmente, entretanto, é quase universal a retomada dos
estudos e exigências da ética na vida pública e na vida privada,
na administração e nos negócios, nas empresas e na escola, no
esporte, na política, na justiça, na comunicação. Neste contexto,
é relevante destacar que ainda há uma divisão entre a Moral e o
Direito, que constituem dimensões do conceito de Ética, embora
a tendência seja que cada vez mais estas dimensões se juntem,
caminhando lado a lado.
Dentro desta distinção pode-se dizer que alguns autores, entre
eles Radbruch e Del Vechio são partidários de uma dicotomia
rigorosa, na qual a Ética abrange apenas a Moral e o Direito.
Contudo, para autores como Miguel Reale, as normas dos costumes
e da etiqueta compõem a dimensão ética, não possuindo apenas
caráter secundário por existirem de forma autônoma, já que fazem
parte do nosso viver comum.11
Em resumo:
- Posição 1 - Radbruch e Del Vechio - Ética = Moral + Direito
- Posição 2 - Miguel Reale - Ética = Moral + Direito +
Costumes
Para os fins da presente exposição, basta atentar para o
binômio Moral-Direito como fator pacífico de composição da
Ética. Assim, nas duas posições adotadas, uma das vertentes da
Ética é a Moral, e a outra é o Direito.
Tradicionalmente, os estudos consagrados às relações entre
o Direito e a Moral se esforçam em distingui-los, nos seguintes
termos: o direito rege o comportamento exterior, a moral enfatiza
a intenção; o direito estabelece uma correlação entre os direitos
Bini. São Paulo: Ícone, 1993.
10
KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito. 6. ed. Tradução
João Baptista Machado. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
11
REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Paulo:
Saraiva, 2002.
2
ÉTICA
e as obrigações, a moral prescreve deveres que não dão origem
a direitos subjetivos; o direito estabelece obrigações sancionadas
pelo Poder, a moral escapa às sanções organizadas. Assim, as
principais notas que distinguem a Moral do Direito não se referem
propriamente ao conteúdo, pois é comum que diretrizes morais
sejam disciplinadas como normas jurídicas.12
Com efeito, a partir da segunda metade do século XX (pósguerra), a razão jurídica é uma razão ética, fundada na garantia
da intangibilidade da dignidade da pessoa humana, na aquisição
da igualdade entre as pessoas, na busca da efetiva liberdade, na
realização da justiça e na construção de uma consciência que
preserve integralmente esses princípios.
Assim, as principais notas que distinguem Moral e Direito
são:
a) Exterioridade: Direito - comportamento exterior, Moral comportamento interior (intenção);
b) Exigibilidade: Direito - a cada Direito pode se exigir uma
obrigação, Moral - agir conforme a moralidade não garante direitos
(não posso exigir que alguém aja moralmente porque também agi);
c) Coação: Direito - sanções aplicadas pelo Estado; Moral sanções não organizadas (ex: exclusão de um grupo social). Em
outras palavras, o Direito exerce sua pressão social a partir do
centro ativo do Poder, a moral pressiona pelo grupo social não
organizado. ATENÇÃO: tanto no Direito quanto na Moral existem
sanções. Elas somente são aplicadas de forma diversa, sendo que
somente o Direito aceita a coação, que é a sanção aplicada pelo
Estado.
O descumprimento das diretivas morais gera sanção, e
caso ele se encontre transposto para uma norma jurídica, gera
coação (espécie de sanção aplicada pelo Estado). Assim, violar
uma lei ética não significa excluir a sua validade. Por exemplo,
matar alguém não torna matar uma ação correta, apenas gera a
punição daquele que cometeu a violação. Neste sentido, explica
Reale13: “No plano das normas éticas, a contradição dos fatos não
anula a validez dos preceitos: ao contrário, exatamente porque a
normatividade não se compreende sem fins de validez objetiva
e estes têm sua fonte na liberdade espiritual, os insucessos e as
violações das normas conduzem à responsabilidade e à sanção, ou
seja, à concreta afirmação da ordenação normativa”.
Como se percebe, Ética e Moral são conceitos interligados,
mas a primeira é mais abrangente que a segunda, porque pode
abarcar outros elementos, como o Direito e os costumes. Todas
as regras éticas são passíveis de alguma sanção, sendo que as
incorporadas pelo Direito aceitam a coação, que é a sanção
aplicada pelo Estado. Sob o aspecto do conteúdo, muitas das regras
jurídicas são compostas por postulados morais, isto é, envolvem os
mesmos valores e exteriorizam os mesmos princípios.
A área da filosofia do direito que estuda a ética é conhecida
como axiologia, do grego “valor” + “estudo, tratado”. Por isso,
a axiologia também é chamada de teoria dos valores. Daí
valores e princípios serem componentes da ética sob o aspecto da
exteriorização de suas diretrizes. Em outras palavras, a mensagem
que a ética pretende passar se encontra consubstanciada num
conjunto de valores, para cada qual corresponde um postulado
chamado princípio.
De uma maneira geral, a axiologia proporciona um estudo
dos padrões de valores dominantes na sociedade que revelam
princípios básicos. Valores e princípios, por serem elementos que
permitem a compreensão da ética, também se encontram presentes
no estudo do Direito, notadamente quando a posição dos juristas
passou a ser mais humanista e menos positivista (se preocupar
mais com os valores inerentes à dignidade da pessoa humana do
que com o que a lei específica determina).
Os juristas, descontentes com uma concepção positivista,
estadística e formalista do Direito, insistem na importância
do elemento moral em seu funcionamento, no papel que nele
desempenham a boa e a má-fé, a intenção maldosa, os bons
costumes e tantas outras noções cujo aspecto ético não pode ser
desprezado. Algumas dessas regras foram promovidas à categoria
de princípios gerais do direito e alguns juristas não hesitam em
considerá-las obrigatórias, mesmo na ausência de uma legislação
que lhes concedesse o estatuto formal de lei positiva, tal como o
princípio que afirma os direitos da defesa. No entanto, a Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro é expressa no sentido
de aceitar a aplicação dos princípios gerais do Direito (artigo 4°).14
É inegável que o Direito possui forte cunho axiológico,
diante da existência de valores éticos e morais como diretrizes
do ordenamento jurídico, e até mesmo como meio de aplicação
da norma. Assim, perante a Axiologia, o Direito não deve ser
interpretado somente sob uma concepção formalista e positivista,
sob pena de provocar violações ao princípio que justifica a sua
criação e estruturação: a justiça.
Neste sentido, Montoro15 entende que o Direito é uma ciência
normativa ética: “A finalidade do direito é dirigir a conduta
humana na vida social. É ordenar a convivência de pessoas
humanas. É dar normas ao agir, para que cada pessoa tenha o que
lhe é devido. É, em suma, dirigir a liberdade, no sentido da justiça.
Insere-se, portanto, na categoria das ciências normativas do agir,
também denominadas ciências éticas ou morais, em sentido amplo.
Mas o Direito se ocupa dessa matéria sob um aspecto especial: o
da justiça”.
A formação da ordem jurídica, visando a conservação e o
progresso da sociedade, se dá à luz de postulados éticos. O Direito
criado não apenas é irradiação de princípios morais como também
força aliciada para a propagação e respeitos desses princípios.
Um dos principais conceitos que tradicionalmente se relaciona
à dimensão do justo no Direito é o de lei natural. Lei natural
é aquela inerente à humanidade, independentemente da norma
imposta, e que deve ser respeitada acima de tudo. O conceito de
lei natural foi fundamental para a estruturação dos direitos dos
homens, ficando reconhecido que a pessoa humana possui direitos
inalienáveis e imprescritíveis, válidos em qualquer tempo e lugar,
que devem ser respeitados por todos os Estados e membros da
sociedade.16
O Direito natural, na sua formulação clássica, não é um
conjunto de normas paralelas e semelhantes às do Direito positivo,
mas é o fundamento do Direito positivo. É constituído por aquelas
normas que servem de fundamento a este, tais como: “deve se
fazer o bem”, “dar a cada um o que lhe é devido”, “a vida social
deve ser conservada”, “os contratos devem ser observados” etc.,
normas essas que são de outra natureza e de estrutura diferente
das do Direito positivo, mas cujo conteúdo é a ele transposto,
notadamente na Constituição Federal.17
14
PERELMAN, Chaïm. Ética e Direito. Tradução Maria
Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
15
MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do Direito. 26. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
16
LAFER, Celso. A reconstrução dos direitos humanos:
um diálogo com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Cia.
das Letras, 2009.
17
MONTORO, André Franco. Introdução à ciência do Direito. 26. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
12
PERELMAN, Chaïm. Ética e Direito. Tradução Maria
Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
13
REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Paulo:
Saraiva, 2002.
Didatismo e Conhecimento
3
ÉTICA
Conforme Alexy19, a distinção entre regras e princípios é uma
distinção entre dois tipos de normas, fornecendo juízos concretos
para o dever ser. A diferença essencial é que princípios são normas
de otimização, ao passo que regras são normas que são sempre
satisfeitas ou não. Se as regras se conflitam, uma será válida e
outra não. Se princípios colidem, um deles deve ceder, embora não
perca sua validade e nem exista fundamento em uma cláusula de
exceção, ou seja, haverá razões suficientes para que em um juízo
de sopesamento (ponderação) um princípio prevaleça. Enquanto
adepto da adoção de tal critério de equiparação normativa entre
regras e princípios, o jurista alemão Robert Alexy é colocado entre
os nomes do pós-positivismo.
Em resumo, valor é a característica genérica que compõe de
alguma forma a ética (bondade, solidariedade, respeito...) ao passo
que princípio é a diretiva de ação esperada daquele que atende certo
valor ético (p. ex., não fazer ao outro o que não gostaria que fosse
feito a você é um postulado que exterioriza o valor do respeito;
tratar a todos igualmente na medida de sua igualdade é o postulado
do princípio da igualdade que reflete os valores da solidariedade
e da justiça social). Por sua vez, virtude é a característica que a
pessoa possui coligada a algum valor ético, ou seja, é a aptidão
para agir conforme algum dos valores morais (ser bondoso, ser
solidário, ser temperante, ser magnânimo).
Ética, Moral, Direito, princípios, virtudes e valores são
elementos constantemente correlatos, que se complementam
e estruturam, delimitando o modo de agir esperado de todas as
pessoas na vida social, bem como preconizando quais os nortes
para a atuação das instituições públicas e privadas. Basicamente,
a ética é composta pela Moral e pelo Direito (ao menos em sua
parte principal), sendo que virtudes são características que aqueles
que agem conforme a ética (notadamente sob o aspecto Moral)
possuem, as quais exteriorizam valores éticos, a partir dos quais é
possível extrair postulados que são princípios.
Importa fundamentalmente ao Direito que, nas relações
sociais, uma ordem seja observada: que seja assegurada
individualmente cada coisa que for devida, isto é, que a justiça
seja realizada. Podemos dizer que o objeto formal, isto é, o valor
essencial, do direito é a justiça.
No sistema jurídico brasileiro, estes princípios jurídicos
fundamentais de cunho ético estão instituídos no sistema
constitucional, isto é, firmados no texto da Constituição Federal.
São os princípios constitucionais os mais importantes do arcabouço
jurídico nacional, muitos deles se referindo de forma específica à
ética no setor público. O mais relevante princípio da ordem jurídica
brasileira é o da dignidade da pessoa humana, que embasa todos
os demais princípios jurídico-constitucionais (artigo 1°, III, CF).
Claro, o Direito não é composto exclusivamente por postulados
éticos, já que muitas de suas normas não possuem qualquer cunho
valorativo (por exemplo, uma norma que estabelece um prazo de
10 ou 15 dias não tem um valor que a acoberta). Contudo, o é em
boa parte.
A Moral é composta por diversos valores - bom, correto,
prudente, razoável, temperante, enfim, todas as qualidades
esperadas daqueles que possam se dizer cumpridores da moral. É
impossível esgotar um rol de valores morais, mas nem ao menos
é preciso: basta um olhar subjetivo para compreender o que se
espera, num caso concreto, para que se consolide o agir moral
- bom senso que todos os homens possuem (mesmo o corrupto
sabe que está contrariando o agir esperado pela sociedade,
tanto que esconde e nega sua conduta, geralmente). Todos estes
valores morais se consolidam em princípios, isto é, princípios são
postulados determinantes dos valores morais consagrados.
Segundo Rizzatto Nunes18, “a importância da existência e
do cumprimento de imperativos morais está relacionada a duas
questões: a) a de que tais imperativos buscam sempre a realização
do Bem - ou da Justiça, da Verdade etc., enfim valores positivos; b)
a possibilidade de transformação do ser - comportamento repetido
e durável, aceito amplamente por todos (consenso) - em dever ser,
pela verificação de certa tendência normativa do real”.
Quando se fala em Direito, notadamente no direito
constitucional e nas normas ordinárias que disciplinam as atitudes
esperadas da pessoa humana, percebem-se os principais valores
morais consolidados, na forma de princípios e regras expressos.
Por exemplo, quando eu proíbo que um funcionário público receba
uma vantagem indevida para deixar de praticar um ato de interesse
do Estado, consolido os valores morais da bondade, da justiça e do
respeito ao bem comum, prescrevendo a respectiva norma.
Uma norma, conforme seu conteúdo mais ou menos amplo,
pode refletir um valor moral por meio de um princípio ou de uma
regra. Quando digo que “todos são iguais perante a lei [...]” (art.
5°, caput, CF) exteriorizo o valor moral do tratamento digno
a todos os homens, na forma de um princípio constitucional
(princípio da igualdade). Por sua vez, quando proíbo um servidor
público de “Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de
tal vantagem” (art. 317, CP), estabeleço uma regra que traduz os
valores morais da solidariedade e do respeito ao interesse coletivo.
No entanto, sempre por trás de uma regra infraconstitucional haverá
um princípio constitucional. No caso do exemplo do art. 317 do
CP, pode-se mencionar o princípio do bem comum (objetivo da
República segundo o art. 3º, IV, CF - “promover o bem de todos,
sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação) e o princípio da moralidade (art.
37, caput, CF, no que tange à Administração Pública).
2 ÉTICA APLICADA: NOÇÕES DE ÉTICA
EMPRESARIAL E PROFISSIONAL.
A ética está presente em todas as esferas da vida de um
indivíduo e da sociedade que ele compõe e é fundamental para
a manutenção da paz social que todos os cidadãos (ou ao menos
grande parte deles) obedeçam os ditames éticos consolidados. A
obediência à ética não deve se dar somente no âmbito da vida
particular, mas também na atuação profissional, principalmente se
tal atuação se der no âmbito estatal. Inclusive, atualmente a ação
conforme a ética não é só esperada dos indivíduos nas esferas
privada e profissional, mas das próprias empresas e do Estado.
Houve um tempo em que o objetivo de obter lucro por parte
das empresas era tão predominante que eram ultrapassados todos
os limites éticos. De início, retomando a Revolução Industrial,
notam-se cenários de desmazelo para com os trabalhadores, ora
submetidos a jornadas intermináveis e perigosas, sem qualquer
direito para o caso de imprevistos e acidentes. Daí terem surgido
os direitos sociais, que colocaram o primeiro limite à atuação
das empresas, demonstrando que mesmo elas deveriam respeitar
alguns ditames éticos.20
19
ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. Tradução Virgílio Afonso da Silva. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2011.
20
BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução Celso
Lafer. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
18
NUNES, Luiz Antonio Rizzatto. Manual de introdução
ao estudo do direito. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
Didatismo e Conhecimento
4
ÉTICA
Em outros aspectos alheios à relação de emprego, por muito
tempo predominou o poderio econômico das empresas em
detrimento do bem comum social. Fala-se nas áreas de direitos
difusos e coletivos, notadamente direito ambiental e direito do
consumidor. Antes, era aceito que em nome do lucro as empresas
poluíssem à vontade o planeta, bem como violassem os direitos dos
consumidores de seus produtos e serviços. Com o desenvolvimento
da tutela dos direitos difusos e coletivos ficou ainda mais evidente
a dimensão ética inerente às empresas.
“Os valores tradicionais da sociedade contemporânea moderna
foram sendo sobrepujados em correlação direta com a evolução
da sociedade industrial e a aceleração do ritmo do sistema de
produção, franqueado pela descoberta de novas fontes energéticas.
Desenvolve-se a economia de mercado, baseada na livre iniciativa
e no acúmulo de capital, produzindo concomitantemente dois
fenômenos que vão exigir uma nova postura do Direito – a
questão social e a questão ambiental –, pois o modelo capitalista
de produção, ao mesmo tempo que provocou a degradação da
qualidade de vida e da saúde da grande massa de trabalhadores,
também causou um processo de degradação e devastação jamais
visto dos recursos naturais”21.
Enfim, no contexto em que as empresas começaram a se
fortalecer no mundo clamava-se pela liberdade de contratação,
de compra e venda de produtos, sem se preocupar muito com
as consequências que isto traria para o outro e para o mundo.
Trata-se da política do liberalismo, pela qual o particular poderia
fazer o que bem entendesse sem a intervenção do Estado. Após,
compreendeu-se que o Estado não poderia se manter alheio a este
contexto, de modo que deveria garantir a liberdade das empresas,
mas em contrapartida estas deveriam respeitar os ditames éticos,
ou seja, cumprir com sua responsabilidade social.
Logo, ética empresarial é o comportamento da empresa
entendida lucrativa quando age de conformidade com os princípios
morais e as regras do bem proceder aceitas pela coletividade. Ética
empresarial diz respeito a regras, padrões e princípios morais sobre
o que é certo ou errado em situações específicas.
O comportamento ético é a única maneira de obtenção de
lucro com respaldo moral. A sociedade tem exigido que a empresa
sempre vele pela ética nas relações com seus clientes, fornecedores,
competidores, empregados, governo e público em geral.
As empresas precisam ter um comportamento ético tanto
dentro quanto fora da empresa, com isso é possível que os produtos
fiquem mais baratos sem que se perca em qualidade. Além disso,
evidenciam o comportamento ético da empresa o não pagamento
de subornos ou de compensações indevidas.
O importante é que se uma empresa age de forma ética,
pode estabelecer normas de condutas para que seus dirigentes e
empregados, exigindo que ajam com lealdade e dedicação, isto é,
que respeitem os preceitos éticos.
Agir de acordo com a ética profissional é a obrigação que a
empresa assume com a sociedade, que inclui responsabilidades
econômicas e legais. As responsabilidades éticas são definidas
como comportamento ou atividades que a sociedade espera das
empresas.
“A empresa capitalista é, em última análise, uma organização
produtora de lucros; é esse o seu objetivo final. Esta instituição
jamais poderá renunciar a sua finalidade lucrativa. Contudo, as
empresas acabam sendo hoje tão responsáveis quanto o Estado
no que diz respeito a assegurar direitos individuais do cidadão.
A ênfase está na atualidade em melhorar não apenas o aspecto
econômico, mas também o social, bem como a comunidade na
qual está inserida, o que acaba trazendo benefícios para ambas as
partes”22.
21
PADILHA, Norma Sueli. Fundamentos constitucionais
do direito ambiental brasileiro. Rio de Janeiro: Campus Jurídico
Elsevier, 2010.
22
ARNOLDI, Paulo Roberto Colombo; MICHELAN, Taís
Didatismo e Conhecimento
As empresas socialmente responsáveis são aquelas que
possuem a capacidade de ouvir os interesses de todas as partes
(acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores,
consumidores, comunidade, governo e meio ambiente) e
conseguem incorporá-los no planejamento de suas atividades,
promovendo assim, o desenvolvimento social de sua corporação
baseada em princípios éticos elevados e na busca da qualidade
de suas relações. Estas empresas estão mais bem preparadas para
assegurar a sustentabilidade por conhecerem as novas dinâmicas
que afetam a sociedade e o mundo empresarial.23
“Responsabilidade social pode ser definida como o
compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade,
expresso por meio de atos e atitudes que a afetem positivamente,
de modo mais amplo, ou a alguma comunidade, de modo mais
específico na sociedade e a sua prestação de contas para com
ela. A organização, nesse sentido, assume obrigações de caráter
moral, além das estabelecidas em lei, mesmo que não diretamente
vinculadas a suas atividades, mas que possam contribuir para o
desenvolvimento sustentável dos povos. Assim, numa visão
expandida, responsabilidade social é toda e qualquer ação que possa
contribuir para a melhoria da qualidade de vida da sociedade”.24
Logo, a responsabilidade social é também aplicada à gestão
dos negócios e se traduz como um compromisso ético voltado para
a criação de valores para todos os públicos com os quais a empresa
se relaciona: clientes, funcionários, fornecedores, comunidade,
acionistas, governo, meio ambiente. A responsabilidade social
empresarial é um movimento crescente no Brasil e no mundo, que
tem na adesão voluntária das empresas a sua maior força.
Para um melhor entendimento uma empresa é uma organização
particular, governamental, ou de economia mista, que produz e
oferece bens e/ou serviços, com o objetivo de obter lucros. No caso
da Caixa Econômica Federal, tem-se uma empresa pública, sendo
assim pessoa jurídica de direito privado que possui participação
estatal (mais especificadamente da União). Então, o a Caixa
Econômica Federal, como toda empresa, pode atuar buscando
lucros, desde que respeite os limites éticos em sua atividade.
A Caixa Econômica Federal é uma instituição composta
por pessoas, não sendo um ente autônomo que funcione sem
aparelhamento de pessoa. Logo, é um arranjo formulado pelos
homens para organizar a sociedade de disciplinar o poder visando
que todos possam se realizar em plenitude, atingindo suas
finalidades particulares.
Como visto, ele possui um valor ético devido à ética
empresarial, de modo que sua atuação deve se guiar pela moral
idônea. Mas não é propriamente o Banco que será aético, porque
ele é composto por homens. Assim, falta ética ou não aos homens
que o compõem e escolhem as políticas e diretrizes que serão
por ele seguidas. Ou seja, o bom comportamento profissional
do funcionário é uma questão ligada à ética empresarial, pois
se os homens que compõem a estrutura do Estado tomam uma
atitude correta perante os ditames éticos há uma ampliação e uma
consolidação do valor ético da instituição.
Todas as profissões reclamam um agir ético dos que a exercem,
o qual geralmente se encontra consubstanciado em Códigos de
Ética diversos atribuídos a cada categoria profissional. No caso das
profissões relacionadas à esfera pública, esta exigência se amplia.
Cristina de Camargo. Função Social da Empresa. Direito – USF.
Bragança Paulista, v. 14, p. 87-90, jul./dez. 2000.
23
ETHOS. Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial. Apresentação da Versão 2000. Disponível em :
<http://www.oecd.org/dataoecd/56/11/1922148.pdf>. Acesso em:
27 out. 2010.
24
ASHLEY, Patrícia Almeida. Ética e responsabilidade social nos negócios. São Paulo: Saraiva, 2003.
5
ÉTICA
Não se trata do simples respeito à moral social: a obrigação
ética no setor público vai além e encontra-se disciplinada em
detalhes na legislação, tanto na esfera constitucional (notadamente
no artigo 37) quanto na ordinária (em que se destaca a Lei n°
8.429/92 - Lei de Improbidade Administrativa, a qual traz um
amplo conceito de funcionário público no qual podem ser incluídos
os servidores da CEF). Ocorre que o funcionário de uma instituição
financeira da qual o Estado participe de certo modo exterioriza os
valores estatais, sendo que o Estado é o ente que possui a maior
necessidade de respeito à ética. Por isso, o servidor além de poder
incidir em ato de improbidade administrativa (cível), poderá
praticar crime contra a Administração Pública (penal). Então, a
ética profissional daquele que serve algum interesse estatal deve
ser ainda mais consolidada.
Se a Ética, num sentido amplo, é composta por ao menos dois
elementos - a Moral e o Direito (justo); no caso da disciplina da
Ética no Setor Público a expressão é adotada num sentido estrito ética corresponde ao valor do justo, previsto no Direito vigente, o
qual é estabelecido com um olhar atento às prescrições da Moral
para a vida social. Em outras palavras, quando se fala em ética
no âmbito dos interesses do Estado não se deve pensar apenas na
Moral, mas sim em efetivas normas jurídicas que a regulamentam,
o que permite a aplicação de sanções. Veja o organograma:
- Princípio da dignidade e do decoro profissional - agir da
melhor maneira esperada em sua profissão e fora dela, com técnica,
justiça e discrição.
- Princípio da incompatibilidade - não se deve acumular
funções incompatíveis.
- Princípio da correção profissional - atuação com
transparência e em prol da justiça.
- Princípio do coleguismo - ciência de que você e todos os
demais operadores do Direito querem a mesma coisa, realizar a
justiça.
- Princípio da diligência - agir com zelo e escrúpulo em todas
funções.
- Princípio do desinteresse - relegar a ambição pessoal para
buscar o interesse da justiça.
- Princípio da confiança - cada profissional de Direito é dotado
de atributos personalíssimos e intransferíveis, sendo escolhido por
causa deles, de forma que a relação estabelecida entre aquele que
busca o serviço e o profissional é de confiança.
- Princípio da fidelidade - Fidelidade à causa da justiça, aos
valores constitucionais, à verdade, à transparência.
- Princípio da independência profissional - a maior autonomia
no exercício da profissão do operador do Direito não deve impedir
o caráter ético.
- Princípio da reserva - deve-se guardar segredo sobre as
informações que acessa no exercício da profissão.
- Princípio da lealdade e da verdade - agir com boa-fé e de
forma correta, com lealdade processual.
- Princípio da discricionariedade - geralmente, o profissional
do Direito é liberal, exercendo com boa autonomia sua profissão.
- Outros princípios éticos, como informação, solidariedade,
cidadania, residência, localização, continuidade da profissão,
liberdade profissional, função social da profissão, severidade
consigo mesmo, defesa das prerrogativas, moderação e tolerância.
Em suma, respeitar a ética profissional é ter em mente os
princípios éticos consagrados em sociedade, fazendo com que cada
atividade desempenhada no exercício da profissão exteriorize tais
postulados, inclusive direcionando os rumos da ética empresarial
na escolha de diretrizes e políticas institucionais.
Logo, as regras éticas do setor público são mais do que
regulamentos morais, são normas jurídicas e, como tais, passíveis
de coação. A desobediência ao princípio da moralidade caracteriza
ato de improbidade administrativa, sujeitando o servidor às
penas previstas em lei. Da mesma forma, o seu comportamento
em relação ao Código de Ética pode gerar benefícios,
como promoções, e prejuízos, como censura e outras penas
administrativas. A disciplina constitucional é expressa no sentido
de prescrever a moralidade como um dos princípios fundadores
da atuação da administração pública direta e indireta, bem como
outros princípios correlatos. Assim, o Estado brasileiro deve se
conduzir moralmente por vontade expressa do constituinte, sendo
que à imoralidade administrativa aplicam-se sanções.
Em geral, as diretivas a respeito da ética profissional podem
ser bem resumidas em alguns princípios basilares, os quais
exteriorizam a ação esperada das pessoas no exercício das funções.
Segundo Nalini25, o princípio fundamental seria o de agir de
acordo com a ciência, se mantendo sempre atualizado, e de acordo
com a consciência, sabendo de seu dever ético; tomando-se como
princípios específicos:
- Princípio da conduta ilibada - conduta irrepreensível na
vida pública e na vida particular.
3 A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS
PÚBLICAS E PRIVADAS.
Gestão é a ação de gerir, de administrar. Significa cuidar para
que a empresa atinja suas metas e se desenvolva adequadamente.
Hoje não é mais aceita a administração que não respeite os
ditames éticos, razão pela qual toda gestão deve ser ética, tanto nas
empresas públicas quanto nas privadas.
Assim, a valorização da ética na gestão por meio do
estabelecimento de uma adequada infra-estrutura de gestão da ética
é uma dimensão necessária para tornar a empresa não só eficiente
quanto aos resultados mas também democrática no que se refere
ao modo pelo qual esses resultados são alcançados, algo essencial
principalmente se ela desempenha algum interesse do Estado.
Considere as repercussões das atitudes de um empresário
que não acredite que existe ética nos negócios. Isso significa que
ele é desonesto em seus negócios com você? Isso significa que
ele é suscetível de dar-lhe um produto defeituoso se ele puder se
esquivar de punições e ter mais lucro? Se ele realmente acredita no
que diz, você não seria um tolo de firmar negócios com ele? O fato
de que ele acha que não há ética nos negócios não indica que ele
é realmente apenas uma pessoa sem escrúpulos? O ditado antigo
25
NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 8. ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.
Didatismo e Conhecimento
6
ÉTICA
e desgastado é bem-vindo aqui. A ética empresarial é uma idéia
cujo tempo fez chegar. Além disso, muitas vezes boa ética é bom
negócio, e se em raras vezes boa ética não é um bom negócio então
por isso se deverá adiar o que é certo apenas para lucrar? Assim,
ser ético geralmente traz boas consequências para os negócios,
além do que atende aos fins almejados pela atividade empresarial,
que é o benefício da sociedade.26
Com efeito, cria-se um modelo de empresa consciente,
voltada não apenas para a busca de lucro, mas principalmente
para a promoção do bem-estar, da redução das desigualdades, da
responsabilidade social e do equilíbrio ambiental. Para tanto, são
políticas de gestão ética que permitem a efetivação do ideário ético
na administração das empresas:
- Reforço da transparência no relacionamento com
colaboradores, clientes, parceiros, fornecedores, comunidade:
para que uma empresa seja bem vista por parte da sociedade deve
exteriorizar suas ações e políticas, deixando claro o compromisso
ético para que a confiabilidade nela se amplie. Por transparência
entende-se a ausência de ocultação a respeito do modo como a
empresa é gerida e como o lucro é obtido.
- Promoção da equidade por meio do tratamento justo e
igualitário de todos os envolvidos no processo de administração
da empresa: a impessoalidade é fundamento para a transparência
ética de uma empresa, na qual prevaleça a meritocracia, ou seja,
na qual os administradores e funcionários mais competentes sejam
valorizados e recebam promoções na carreira. Daí a importância
de instrumentos como os planos de carreira.
- Responsabilização de colaboradores que adotarem atitudes
antiéticas: aceitar práticas antiéticas por parte daqueles que
desempenhem alguma atividade para a empresa é, por si só, uma
atitude contrária à ética empresarial. Por isso, devem ser afastadas
parcerias com colaboradores que não compartilhem do mesmo
ideário ético da empresa.
- Suporte à responsabilidade corporativa, com ações que
visam a perenidade das organizações (visão de longo prazo,
sustentabilidade): a gestão ética tem um caráter de visão a longo
prazo, confiando que determinadas políticas que a princípio serão
custosas refletirão numa maior qualidade de prestação de serviços
e numa maior confiabilidade na empresa que o presta. Políticas
voltadas à sustentabilidade são cada vez mais relevantes e o
custo delas se reverte em bem para a coletividade. A gestão da
sustentabilidade se inclui como uma das facetas da gestão ética
voltada a longo prazo e à construção de uma sociedade mais
saudável, a qual será estudada no último tópico desta apostila.
Para que se efetive uma gestão ética é relevante adotar
determinadas políticas empresariais. Afinal, a empresa é um corpo
imenso, dificilmente controlado plenamente por uma única pessoa.
Daí a importância de que cada qual conheça as ações que a empresa
espera dele no exercício das funções e de que a sociedade tenha um
mecanismo para oferecer críticas e sugestões:
a) Elaboração de códigos de ética: é um instrumento de gestão
da ética nas empresas porque exterioriza o agir esperado de seus
colaboradores, inclusive funcionários. Havendo o conhecimento
das diretivas éticas empresariais é natural que as violações a elas
diminuam, pois cada um irá controlar seu próprio comportamento
para respeitá-las. A ausência de um código de ética pode deixar
dúvidas nos funcionários e nos colaboradores a respeito da melhor
maneira de agir. Por isso, a CEF é uma instituição que elaborou um
Código de Ética, o qual será estudado no tópico seguinte.
b) Canal de dúvidas e central de denúncias: contribui para o
aperfeiçoamento ético da empresa a existência de um mecanismo
de acesso por parte da sociedade, informando falhas, elaborando
críticas e efetuando sugestões. Daí a necessidade de existir uma
linha telefônica ou e-mail corporativo dedicado a esclarecer
dúvidas sobre conduta ética no dia-a-dia e a informar violações
por parte de funcionários.
O administrador que busca efetuar uma gestão ética se guia
por determinados mandamentos de ação, os quais valem tanto
para a esfera pública quanto para a privada, embora a punição dos
que violam ditames éticos no âmbito do interesse estatal seja mais
rigorosa.
Neste sentido, destacam-se os dez mandamentos da gestão
ética nas empresas públicas:
PRIMEIRO: “Amar a verdade, a lealdade, a probidade e a
responsabilidade como fundamentos de dignidade pessoal”.
Significa desempenhar suas funções com transparência, de
forma honesta e responsável, sendo leal à instituição. O funcionário
deve se portar de forma digna, exteriorizando virtudes em suas
ações.
SEGUNDO: “Respeitar a dignidade da pessoa humana.”
A expressão “dignidade da pessoa humana” está estabelecida
na Constituição Federal Brasileira, em seu art. 3º, III, como um
dos fundamentos da República Federativa do Brasil. Ao adotar
um significado mínimo apreendido no discurso antropocentrista
do humanismo, a expressão valoriza o ser humano, considerando
este o centro da criação, o ser mais elevado que habita o planeta,
o que justifica a grande consideração pelo Estado e pelos outros
seres humanos na sua generalidade em relação a ele. Respeitar
a dignidade da pessoa humana significa tomar o homem como
valor-fonte para todas as ações e escolhas, inclusive na atuação
empresarial.
TERCEIRO: “Ser justo e imparcial no julgamento dos atos e
na apreciação do mérito dos subordinados.”
Retoma-se a questão dos planos de carreira, que exteriorizam
a imparcialidade e a impessoalidade na escolha dos que deverão
ser promovidos, a qual se fará exclusivamente com base no
mérito. Não se pode tomar questões pessoais, como desavenças
ou afinidades, quando o julgamento se faz sobre a ação de um
funcionário - se agiu bem, merece ser recompensado; se agiu mal,
deve ser punido.
QUARTO: “Zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual e,
também, pelo dos subordinados, tendo em vista o cumprimento da
missão institucional.”
A missão institucional envolve a obtenção de lucros, em regra,
mas sempre aliada à promoção da ética. Na missão institucional
serão estabelecidas determinadas metas para a empresa, que
deverão ser buscadas pelos funcionários. Para tanto, cada um
deve se preocupar com o aperfeiçoamento de suas capacidades,
tornando-se paulatinamente um melhor funcionário, por exemplo,
buscando cursos e estudando técnicas.
QUINTO: “Acatar as ordens legais, não ser negligente e
trabalhar em harmonia com a estrutura do órgão, respeitando
a hierarquia, seus colegas e cada concidadão, colaborando e
aceitando colaboração.”
Existe uma hierarquia para que as funções sejam
desempenhadas da melhor maneira possível, pois a desordem não
permite que as atividades se encadeiem e se enlacem, gerando
perda de tempo e desperdício de recursos. Não significa que
ordens contrárias à ética devam ser obedecidas, caso em que a
medida cabível é levar a questão para as autoridades responsáveis
pelo controle da ética da instituição. Cada atividade deve ser
26
DUSKA, Ronald F. Contemporary reflections on business ethics. EUA: Springer, 2007.
Didatismo e Conhecimento
7
ÉTICA
desempenhada da melhor maneira possível, isto é, não se pode
deixar de praticá-la corretamente por ser mais trabalhoso (por
negligência entende-se uma omissão perigosa). No tratamento dos
demais colegas e do público, o funcionário deve ser cordial e ético,
embora somente assim estará contribuindo para a gestão ética da
empresa.
4 CÓDIGO DE ÉTICA DA CAIXA
(DISPONÍVEL NO SÍTIO DA CAIXA NA
INTERNET).
SEXTO: “Agir, na vida pessoal e funcional, com dignidade,
decoro, zelo, eficácia e moralidade.”
O bom comportamento não deve se fazer presente somente no
exercício das funções. Cabe ao funcionário se portar bem quando
estiver em sua vida privada, na convivência com seus amigos e
familiares, bem como nos momentos de lazer. Por melhor que seja
como funcionário, não será aceito aquele que, por exemplo, for
visto frequentemente embriagado ou for sempre denunciado por
violência doméstica.
Dignidade é a característica que incorpora todas as demais,
significando o bom comportamento enquanto pessoa humana,
tratando os outros como gosta de ser tratado. Decoro significa
discrição, aparecer o mínimo possível, não se vangloriar com
base em feitos institucionais. Zelo quer dizer cuidado, cautela,
para que as atividades sempre sejam desempenhadas do melhor
modo. Eficácia remete ao dever de fazer com que suas atividades
atinjam o fim para o qual foram praticadas, isto é, que não sejam
abandonadas pela metade. Moralidade significa respeitar os
ditames morais, mais que jurídicos, que exteriorizam os valores
tradicionais consolidados na sociedade através dos tempos.
Código de ética é um instrumento criado para orientar o
desempenho de empresas em suas ações e na interação com seu
diversificado público. Para a concretização deste relacionamento,
é necessário que a empresa desenvolva o conteúdo do seu código
de ética com clareza e objetividade, facilitando a compreensão dos
seus funcionários.
Se cada empresa elaborasse seu próprio código, especificando
sua estrutura organizacional, a atuação dos seus profissionais e
colaboradores poderia orientar-se através do mesmo. O sucesso
da empresa depende das pessoas que a compõe, pois são elas que
transformam os objetivos, metas, projetos e até mesmo a ética em
realidade. Por isso é importante o comprometimento do indivíduo
com o código de ética.
A conjuntura em que vivemos exige uma profunda reflexão
em torno dos caminhos percorridos, com o objetivo de se
delinear ações que favoreçam a prosperidade, a sustentabilidade,
a segurança e a cidadania para todos, por meio de um esforço
conjunto de todas as sociedades e culturas.
Do contrário, as gerações futuras estarão comprometidas.
Nesse contexto, delineia-se o papel da CAIXA como um
espaço de promoção de melhores condições de vida, em todos os
sentidos, e de formação de pessoas socialmente responsáveis.
A consciência ética surge como um elemento fundamental
desse processo e se revela na prática cotidiana por meio da ação
alicerçada na responsabilidade sócio-ambiental.
Revela-se, portanto, como instrumento de natureza
imprescindível para a CAIXA, o seu Código de Ética, por
sistematizar os valores éticos que devem nortear a condução
dos negócios, orientar as ações e o relacionamento com os
interlocutores internos e externos.
Um código de ética é único para cada organização, mas certas
questões são universais e aplicáveis em qualquer mercado. Ele
traz de forma clara e objetiva os princípios, diretrizes e regras
da instituição, além de ser um documento de fácil compreensão
para todos os públicos a quem se aplica. Para sua credibilidade, é
indispensável a coerência entre o que é falado e o que é praticado.
Será levado a conhecimento não só do público interno, mas
também do externo, servindo de instrumento para o crescimento
da confiabilidade na instituição.
A respeito dos motivos que ensejam a criação de um Código
de Ética, tem-se que “as relações de valor que existem entre o ideal
moral traçado e os diversos campos da conduta humana podem
ser reunidas em um instrumento regulador. Tal conjunto racional,
com o propósito de estabelecer linhas ideais éticas, já é uma
aplicação desta ciência que se consubstancia em uma peça magna,
como se uma lei fosse entre partes pertencentes a grupamentos
sociais. Uma espécie de contrato de classe gera o Código de
Ética Profissional e os órgãos de fiscalização do exercício passam
a controlar a execução de tal peça magna. Tudo deriva, pois, de
critérios de condutas de um indivíduo perante seu grupo e o todo
social. O interesse no cumprimento do aludido código passa,
entretanto, a ser de todos. O exercício de uma virtude obrigatória
torna-se exigível de cada profissional [...], mas com proveito
geral. Cria-se a necessidade de uma mentalidade ética e de uma
educação pertinente que conduza à vontade de agir, de acordo
com o estabelecido. Essa disciplina da atividade é antiga, já
encontrada nas provas históricas mais remotas, e é uma tendência
SÉTIMO: “Jamais tratar mal ou deixar à espera de solução
uma pessoa que busca perante a Administração Pública satisfazer
um direito que acredita ser legítimo.”
O bom atendimento do público é necessário para que uma
gestão possa ser considerada ética. Aquele que tem um direito
merece ser ouvido, não pode ser deixado de lado pelo funcionário,
esperando por horas uma solução. Mesmo que a pessoa esteja
errada, isto deve ser esclarecido, de forma que a confiabilidade na
instituição não fique abalada.
OITAVO: “Cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos,
as instruções e as ordens das autoridades a que estiver
subordinado.”
O Direito é uma das facetas mais relevantes da Ética porque
exterioriza o valor do justo e o seu cumprimento é essencial para
que a gestão ética seja efetiva.
NONO: “Agir dentro da lei e da sua competência, atento à
finalidade do serviço público.”
Não basta cumprir o Direito, é preciso respeitar a divisão
de funções feitas com o objetivo de otimizar as atividades
desempenhadas.
DÉCIMO: “Buscar o bem-comum, extraído do equilíbrio entre
a legalidade e finalidade do ato administrativo a ser praticado.”
Bem comum é o bem de toda a coletividade e não de um só
indivíduo. Este conceito exterioriza a dimensão coletiva da ética.
Maritain27 apontou as características essenciais do bem comum:
redistribuição, pela qual o bem comum deve ser redistribuído
às pessoas e colaborar para o desenvolvimento delas; respeito
à autoridade na sociedade, pois a autoridade é necessária para
conduzir a comunidade de pessoas humanas para o bem comum;
moralidade, que constitui a retidão de vida, sendo a justiça e a
retidão moral elementos essenciais do bem comum.
27
MARITAIN, Jacques. Os direitos do homem e a lei natural. 3. ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1967.
Didatismo e Conhecimento
8
ÉTICA
CÓDIGO DE ÉTICA DA CAIXA
natural na vida das comunidades. É inequívoco que o ser tenha sua
individualidade, sua forma de realizar seu trabalho, mas também o
é que uma norma comportamental deva reger a prática profissional
no que concerne a sua conduta, em relação a seus semelhantes” 28.
Logo, embora se reconheça que o indivíduo tem particularidades
no desempenho de suas funções, isto é, que emprega algo de
sua personalidade no exercício delas, cabe o estabelecimento
de um rol de condutas padronizadas genericamente, as quais
correspondem ao melhor desempenho profissional que se pode ter,
um desempenho ético.
“Para que um Código de Ética Profissional seja organizado,
é preciso, preliminarmente, que se trace a sua base filosófica. Tal
base deve estribar-se nas virtudes exigíveis a serem respeitadas
no exercício da profissão, e em geral abrange as relações com os
utentes dos serviços, os colegas, a classe e a nação. As virtudes
básicas são comuns a todos os códigos. As virtudes específicas de
cada profissão representam as variações entre os diversos estatutos
éticos. O zelo, por exemplo, é exigível em qualquer profissão, pois
representa uma qualidade imprescindível a qualquer execução
de trabalho, em qualquer lugar. O sigilo, todavia, deixa de ser
necessário em profissões que não lidam com confidências e
resguardos de direitos” 29. Por exemplo, o servidor público tem o
dever de zelo, genérico, e o dever de sigilo, específico, já que tem
acesso a informações privilegiadas no exercício do cargo.
O Código de Ética cria regras deontológicas de ética, isto
é, cria um sistema de princípios e fundamentos da moral,
daí porque não se preocupa com a previsão de punição e
processo disciplinar contra o servidor antiético, apesar de, na
maioria das vezes, haver coincidência entre a conduta antiética e
a necessidade de punição administrativa. A verdadeira intenção
do Código de Ética foi estimular os órgãos e entidades públicas
federais a promoverem o debate sobre a ética, para que ela, e as
discussões que dela se extrai, permeie amiúde as repartições, até
com naturalidade.
“Muitas são as virtudes que um profissional precisa ter para
que desenvolva com eficácia seu trabalho. Em verdade, múltiplas
exigências existem, mas entre elas, destacam-se algumas, básicas,
sem as quais se impossibilita a consecução do êxito moral.
Quase sempre, na maioria dos casos, o sucesso profissional se
az acompanhar de condutas fundamentais corretas. Tais virtudes
básicas são comuns a quase todas as profissões [...]. Virtudes
básicas profissionais são aquelas indispensáveis, sem as quais
não se consegue a realização de um exercício ético competente,
seja qual for a natureza do serviço prestado. Tais virtudes devem
formar a consciência ética estrutural, os alicerces do caráter e, em
conjunto, habilitarem o profissional ao êxito em seu desempenho”
30
.
Para bem compreender o conteúdo que se segue, é importante
pensar: se eu fosse a pessoa buscando atendimento no órgão
público em questão, como eu gostaria de ser tratado? Qual o tipo
de funcionário que eu gostaria que fosse responsável pela solução
do meu problema? Enfim, basta lembrar da regra de ouro da
moralidade, pela qual eu somente devo fazer algo se racionalmente
desejar que todas as pessoas ajam da mesma forma - inclusive em
relação a mim, ou seja, “age de tal modo que a máxima de tua
vontade possa valer-te sempre como princípio de uma legislação
universal”31.
28
SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São
Paulo: Atlas, 2010.
29
SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São
Paulo: Atlas, 2010.
30
SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São
Paulo: Atlas, 2010.
31
KANT, Immanuel. Crítica da Razão Prática. Tradução
Didatismo e Conhecimento
“Ancorando-se em ideais de respeito, honestidade,
compromisso, transparência e responsabilidade, a CAIXA tem
uma atuação delineada pela promoção de melhores condições de
vida, em todos os sentidos, e pela formação de pessoas socialmente
responsáveis.
Alicerçada em uma responsabilidade socioambiental, que se
revela em práticas cotidianas representadas por ações que visam
prosperidade, sustentabilidade, segurança e a cidadania de todos,
a consciência ética da CAIXA surge como elemento fundamental
para esse processo.
Sendo assim, o Código de Ética é uma ferramenta
imprescindível para a empresa, pois sistematiza os valores que
devem nortear todas as ações e relacionamentos da CAIXA”32.
MISSÃO E VALORES
MISSÃO
Atuar na promoção da cidadania e do desenvolvimento
sustentável do País, como instituição financeira,agente de políticas
públicas e parceira estratégica do Estado brasileiro.
VALORES
Sustentabilidade econômica, financeira e sócio-ambiental;
Valorização do ser humano;
Respeito à diversidade;
Transparência e ética com o cliente;
Reconhecimento e valorização das pessoas que fazem a
CAIXA;
Eficiência e inovação nos serviços, produtos e processos.
VALORES DO CÓDIGO DE ÉTICA DA CAIXA
RESPEITO
As pessoas na CAIXA são tratadas com ética, justiça, respeito,
cortesia, igualdade e dignidade.
Exigimos de dirigentes, empregados e parceiros da CAIXA
absoluto respeito pelo ser humano, pelo bempúblico, pela
sociedade e pelo meio ambiente.
Repudiamos todas as atitudes de preconceitos relacionadas
à origem, raça, gênero, cor, idade, religião,credo, classe social,
incapacidade física e quaisquer outras formas de discriminação.
Respeitamos e valorizamos nossos clientes e seus direitos
de consumidores, com a prestação deinformações corretas,
cumprimento dos prazos acordados e oferecimento de alternativa
para satisfaçãode suas necessidades de negócios com a CAIXA.
Preservamos a dignidade de dirigentes, empregados e
parceiros, em qualquer circunstância, com adeterminação de
eliminar situações de provocação e constrangimento no ambiente
de trabalho quediminuam o seu amor próprio e a sua integridade
moral.
Os nossos patrocínios atentam para o respeito aos costumes,
tradições e valores da sociedade, bemcomo a preservação do meio
ambiente.
Paulo Barrera. São Paulo: Ícone, 2005, p. 32.
32
http://www14.caixa.gov.br/portal/acaixa/home/codigo_
etica
9
ÉTICA
HONESTIDADE
RESPONSABILIDADE
No exercício profissional, os interesses da CAIXA estão
em 1º lugar nas mentes dos nossos empregadose dirigentes, em
detrimento de interesses pessoais, de grupos ou de terceiros, de
forma a resguardar alisura dos seus processos e de sua imagem.
Gerimos com honestidade nossos negócios, os recursos da
sociedade e dos fundos e programas queadministramos, oferecendo
oportunidades iguais nas transações e relações de emprego.
Não admitimos qualquer relacionamento ou prática desleal
de comportamento que resulte em conflito deinteresses e que
estejam em desacordo com o mais alto padrão ético.
Não admitimos práticas que fragilizem a imagem da CAIXA e
comprometam o seu corpo funcional.
Condenamos atitudes que privilegiem fornecedores e
prestadores de serviços, sob qualquer pretexto.
Condenamos a solicitação de doações, contribuições de bens
materiais ou valores a parceiros comerciaisou institucionais em
nome da CAIXA, sob qualquer pretexto.
Devemos pautar nossas ações nos preceitos e valores éticos
deste Código, de forma a resguardar a CAIXA de ações e atitudes
inadequadas à sua missão e imagem e a não prejudicar ou
comprometerdirigentes e empregados, direta ou indiretamente.
Zelamos pela proteção do patrimônio público, com a
adequada utilização das informações, dos bens,equipamentos
e demais recursos colocados à nossa disposição para a gestão
eficaz dos nossosnegócios.
Buscamos a preservação ambiental nos projetos dos quais
participamos, por entendermos que a vidadepende diretamente da
qualidade do meio ambiente.
Garantimos proteção contra qualquer forma de represália ou
discriminação profissional a quem denunciaras violações a este
Código, como forma de preservar os valores da CAIXA.
EXERCÍCIOS
Questões sobre ética geral
COMPROMISSO
1. (CESPE - 2010 - Caixa - Advogado) A respeito das
classificações da ética como campo de estudo, assinale a opção
correta.
a) Na abordagem da ética absoluta, toda ação humana é boa
e, consequentemente, um dever, pois se fundamenta em um valor.
b) De acordo com a ética formal, não existem valores
universais, objetivos, mas estes são convencionais, condicionados
ao tempo e ao espaço.
c) Segundo a ética empírica, a distinção entre o certo e o errado
ocorre por meio da experiência, do resultado do procedimento, da
observação sensorial do que de fato ocorre no mundo.
d) Quanto ao aspecto histórico, a ética empírica possui a
razão como enfoque para explicar o mundo, na medida em que
ela constrói a teoria explicativa e vai ao mundo para ver sua
adequação.
e) Em todas as classificações da ética, ela se torna equivalente
à moral porque direciona o comportamento humano para ações
consideradas positivas para um grupo social.
R: C. Empirismo é a observação prática de um fenômeno.
Enquanto que numa ética teórica bastaria a reflexão para conhecer
o certo e o errado, por uma ética empírica é preciso vivenciar o
contato direto com situações que permitam compreender estes
valores.
Os dirigentes, empregados e parceiros da CAIXA estão
comprometidos com a uniformidade deprocedimentos e com
o mais elevado padrão ético no exercício de suas atribuições
profissionais.
Temos compromisso permanente com o cumprimento das leis,
das normas e dos regulamentos internos eexternos que regem a
nossa Instituição.
Pautamos nosso relacionamento com clientes, fornecedores,
correspondentes,
coligadas,
controladas,patrocinadas,
associações e entidades de classe dentro dos princípios deste
Código de Ética.
Temos o compromisso de oferecer produtos e serviços de
qualidade que atendam ou superem asexpectativas dos nossos
clientes.
Prestamos orientações e informações corretas aos nossos
clientes para que tomem decisões conscientesem seus negócios.
Preservamos o sigilo e a segurança das informações.
Buscamos a melhoria das condições de segurança e saúde do
ambiente de trabalho, preservando aqualidade de vida dos que
nele convivem.
Incentivamos a participação voluntária em atividades sociais
destinadas a resgatar a cidadania do povobrasileiro.
TRANSPARÊNCIA
2. (CESPE - 2010 - Caixa - Advogado) A respeito das
classificações da ética como campo de estudo, assinale a opção
correta.
a) Na abordagem da ética absoluta, toda ação humana é boa
e, consequentemente, um dever, pois se fundamenta em um valor.
b) De acordo com a ética formal, não existem valores
universais, objetivos, mas estes são convencionais, condicionados
ao tempo e ao espaço.
c) Segundo a ética empírica, a distinção entre o certo e o errado
ocorre por meio da experiência, do resultado do procedimento, da
observação sensorial do que de fato ocorre no mundo.
d) Quanto ao aspecto histórico, a ética empírica possui a
razão como enfoque para explicar o mundo, na medida em que
ela constrói a teoria explicativa e vai ao mundo para ver sua
adequação.
e) Em todas as classificações da ética, ela se torna equivalente
à moral porque direciona o comportamento humano para ações
consideradas positivas para um grupo social.
As relações da CAIXA com os segmentos da sociedade são
pautadas no princípio da transparência e naadoção de critérios
técnicos.
Como empresa pública, estamos comprometidos com a
prestação de contas de nossas atividades, dosrecursos por nós
geridos e com a integridade dos nossos controles.
Aos nossos clientes, parceiros comerciais, fornecedores e à
mídia dispensamos tratamento equânime nadisponibilidade de
informações claras e tempestivas, por meio de fontes autorizadas
e no estritocumprimento dos normativos a que estamos
subordinados.
Oferecemos aos nossos empregados oportunidades de
ascensão profissional, com critérios claros e doconhecimento de
todos.
Valorizamos o processo de comunicação interna,
disseminando informações relevantes relacionadas aosnegócios e
às decisões corporativas.
Didatismo e Conhecimento
10
ÉTICA
d) Alguns autores afirmam que o direito é um subconjunto
da ética. Esta perspectiva pode gerar a conclusão de que toda a
lei é moralmente aceitável. Inúmeras situações demonstram a
existência de conflitos entre a ética e o direito.
e) A desobediência civil ocorre quando argumentos morais
impedem que uma pessoa acate uma determinada lei. Este é um
exemplo de que a moral e o direito, apesar de referirem-se a uma
mesma sociedade, podem ter perspectivas discordantes.
R: D. O Direito é um subconjunto da Ética e, por isso mesmo,
suas normas devem refletir o conteúdo ético sempre que possível,
o que ocorre pela presença do valor do justo. Tomar como correta
a afirmativa d seria entender que o Direito pode não ser justo e
ainda assim ser válido, premissa positivista refutada no contexto
pós-guerra.
R: C. Na filosofia, empirismo é um movimento que acredita
nas experiências como únicas (ou principais) formadoras das
ideias, discordando, portanto, da noção de ideias inatas, havendo
também uma vertente no campo de estudo da ética.
3. (CESPE - 2010 - Caixa - Advogado) Acerca da relação
entre ética e moral, assinale a opção correta.
a) O entendimento ético discorre filosoficamente, em épocas
diferentes e por vários pensadores, dando conceitos e formas de
alusão ao termo ética.
b) Durante as Idades Média e Moderna, a ética era considerada
uma ciência, portanto, era ensinada como disciplina escolar. Na
Idade Contemporânea, a ética assumiu uma nova conotação,
desvinculando-se da ciência e da filosofia e sendo vinculada às
práticas sociais.
c) A simples existência da moral significa a presença explícita
de uma ética, entendida como filosofia moral, isto é, uma reflexão
que discute, problematiza e interpreta o significado dos valores
morais.
d) A ética não tem por objetivo procurar o fundamento do
valor que norteia o comportamento, tendo em vista a historicidade
presente nos valores.
e) O conhecimento do dever está desvinculado da noção de
ética, pois este é consequência da percepção, pelo sujeito, de que
ele é um ser racional e, portanto, está obrigado a obedecer ao
imperativo categórico: a necessidade de se respeitar todos os seres
racionais na qualidade de fins em si mesmos.
R: A. O termo ética passa por diversas interpretações no
decorrer da história, mas é possível notar que alguns de seus
elementos, guardadas as devidas particularidades, são reincidentes
na formação deste conceito.
6. (ASPERH - 2010 - Professor auxiliar ética profissional)
Sobre moralidade administrativa e a constituição federativa
é incorreto afirmar:
a) A carta magna faz menção em diversas oportunidades ao
princípio da moralidade. Uma delas, prevista no art. 5º, LXXIII,
trata da ação popular contra ato lesivo à moralidade administrativa
b) Em outra, o constituinte determinou a punição mais rigorosa da imoralidade qualificada pela improbidade (art. 37, §4º)
c) Há ainda o art. 14, §9º, onde se visa proteger a probidade e
moralidade no exercício de mandato, e o art. 85, V, que considera
a improbidade administrativa como crime de atividade administrativa
d) O princípio da moralidade, com o advento da Carta Constitucional de 1988 foi alçado, pela vez primeira em nosso direito
positivo a princípio constitucional, nos termos do artigo 37, caput,
o qual estabelece diretrizes à administração pública
e) Também o artigo 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal, prevê a possibilidade de anulação de atos lesivos à moralidade
administrativa
R: C. Embora o artigo 85, V faça referência à probidade administrativa como um dos objetos de violação, caracterizando crime
de responsabilidade pelo Presidente da República, o ato de improbidade administrativa praticado pelos servidores em geral tem
natureza cível e está regulado na Lei nº 8.429/92.
4. (ASPERH - 2010 - Professor auxiliar ética profissional)
Sobre moral e ética é incorreto afirmar:
a) A moral é a regulação dos valores e comportamentos
considerados legítimos por uma determinada sociedade, um povo,
uma religião, uma certa tradição cultural etc.
b) Uma moral é um fenômeno social particular, que tem
compromisso com a universalidade, isto é, com o que é válido e de
direito para todos os homens. Exceto quando atacada: justifica-se
se dizendo universal, supostamente válida para todos.
c) A ética á uma reflexão crítica sobre a moralidade. Mas
ela não é puramente teoria. A ética é um conjunto de princípios e
disposições voltados para a ação, historicamente produzidos, cujo
objetivo é balizar as ações humanas.
d) A moral é um conjunto de regras de conduta adotadas pelos
indivíduos de um grupo social e tem a finalidade de organizar as
relações interpessoais segundo os valores do bem e do mal.
e) A moral é a aplicação da ética no cotidiano, é a prática
concreta.
R: B. A Moral, embora seja mais subjetiva que a Ética, reflete
o seu conteúdo, logo, também possui universalidade. O sentimento
moral é uno e repousa no seio social, sendo assim universal. Logo,
a Moral é válida para todos, não supostamente válida.
7. (ASPERH - 2010 - Professor auxiliar ética profissional)
Referente a principio constitucional da moralidade administrativa
e administração publica é incorreto afirmar:
a) O principio constitucional da moralidade administrativa
configura um vigoroso instrumento à função de controle de legalidade, legitimidade e economicidade dos atos administrativos dos
quais resultam despesas públicas
b) O principio atua positivamente, impondo à Administração
Publica o dever de bem gerir e aumentando os demais deveres de
conduta administrativa, tais como os de agir impessoalmente, garantir a ampla publicidade de seus atos, pautar-se com razoabilidade, motivar seus atos e decisões, agir com eficiência e observar
a compatibilidade entre o objetivo de suas ações e o ato praticado
para operacionalizar tal objetivo ou finalidade. Bem assim, configura cânone de interpretação e integração de norma jurídicas e/ou
atos administrativos
c) O princípio atua negativamente, impondo limites ao exercício da discricionariedade e permitindo a correção dos atos praticados em desvio de finalidade, mediante o seu expurgo do mundo
jurídico através da invalidação
d) O princípio geralmente ‘”aplicável” isoladamente, compondo-se e articulando-se, algumas vezes, com outros princípio
jurídicos
5. (ASPERH - 2010 - Professor auxiliar ética profissional)
Sobre a ética, moral e direito é incorreto afirmar:
a) Tanto a moral como o direito baseiam-se em regras que
visam estabelecer uma certa previsibilidade para as ações humanas.
Ambas, porém, se diferenciam.
b) O direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade
delimitada pelas fronteiras do Estado.
c) As leis têm uma base territorial, elas valem apenas para
aquela área geográfica onde uma determinada população ou seus
delegados vivem.
Didatismo e Conhecimento
11
ÉTICA
b) Etimologicamente, a palavra moral deriva do grego mos e
significa comportamento, modo de ser, caráter.
c) Virtude deriva do latim virtus, que significa uma qualidade
própria da natureza humana; significa, de modo geral, praticar o
bem usando a liberdade com responsabilidade constantemente.
d) A moral é influenciada por vários fatores como, sociais e
históricos; todavia, não há diferença entre os conceitos morais de
um grupo para outro.
e) Compete à moral chegar, por meio de investigações
científicas, à explicação de determinadas realidades sociais, ou
seja, ela investiga o sentido que o homem dá a suas ações para ser
verdadeiramente feliz.
R: C. Virtude é uma qualidade da natureza humana relacionada
a um valor ético. A ação que seja virtuosa será voltada sempre ao
bem e praticada com responsabilidade e razoabilidade, sem o que
perderia tal caráter. Vale destacar que a alternativa d está incorreta
porque embora a ética seja imutável, preceitos morais podem
sofrer pequenas variações de um grupo social para outro sem que
se perca a essência ética.
e) O princípio consubstancia “norma jurídica” e, portanto, ao
utilizá-lo no exercício das funções constitucionais de controle dos
atos administrativos que geram despesas públicas sob os prismas
de legalidade e da legitimidade, não desborda o Tribunal de Contas
de sua competência constitucional
R: D. O princípio da moralidade administrativa deve sempre
ser lido em conjunto com os demais princípios constitucionais,
notadamente os aplicáveis à Administração Pública: legalidade,
impessoalidade, publicidade e eficiência.
8. (ASPERH - 2010 - Professor auxiliar ética profissional)
Antígona, por razões de Estado, havia sido proibida de dar
sepultura a seu irmão. No entanto, mesmo correndo o risco de ser
condenado à morte por haver descumprido essa proibição legal,
resolve piedosamente enterrar seus parente, e é então indagada
pela autoridade civil (Creonte):
Creonte: - ...Confessas ou negas ter feito o que ele diz?
Antígona: - Confesso o que fiz! Confesso-o claramente!
Creonte: - Sabias que, por uma proclamação, eu havia proibido o que fizeste?
Antígona: -Sim, eu sabia! Por acaso poderia ignorar, se era
uma coisa pública?
Creonte: -E, apesar disso, tiveste a audácia de desobedecer a
essa determinação?
Antígona: - Sim, porque não foi Júpiter que a promulgou; e a
Justiça... jamais estabeleceu tal decreto entre os humanos; nem eu
creio que teu édito tenha força bastante para conferir a um mortal
o poder de infringir as leis divinas, que nunca foram escritas, mas
são irrevogáveis, não são escritas a partir de ontem ou de hoje, são
eternas, sim” E ninguém sabe desde quando elas vigoram. - Tais
decretos, eu, que não temo o poder de homem algum, posso violar
sem que por isso me venham punir os deuses!...”
Este texto indica a existência de uma lei moral natural - universal no tempo e no espaço, imutável, inscrita no coração dos
homens, indicando em seu íntimo o bem e o mal, irrevogável pelas
leis humanas - foi expressa de uma maneira poética na tragédia
grega Antígona:
a) de Aristóteles
b) de Platão
c) de Sócrates
d) de Sófocles
e) de Xenofonte
R: D. O autor da tragédia grega Antigona, que marcou a
distinção entre lei natural e lei positiva, é Sófocles.
Questões sobre ética profissional
1. Dentre as situações abaixo enumeradas, qual caracteriza
comportamento adequado, de acordo com a ética empresarial e
profissional?
a) O contador da empresa omitiu dados contábeis para que o
lucro da empresa fosse considerado como o previsto pelo mercado
financeiro.
b) O presidente de uma instituição financeira recebeu da
empresa com quem a instituição mantém negócios implementados
pagamentos de viagens e de hospedagem em hotéis luxuosos no
exterior
c) O diretor-presidente da empresa YYY cobrava comissões
de todas as empresas que firmavam contratos com aquela que era
por ele dirigida.
d) Os membros da diretoria de uma empresa, em busca de
lucro maior, procederam à reorganização da empresa com corte
de empregos ocupados por empregados que não produziam
adequadamente.
e) Um dos gerentes da empresa WW contratou, para prestar
serviços vultosos, uma empresa vinculada a parentes de sua
esposa, sem cotação de preços.
2. No que concerne ao tema ética profissional e empresarial,
está correto afirmar:
a) A empresa necessita que a conduta ética de seus integrantes,
bem como os valores e convicções primárias da organização se
tornem parte de sua cultura.
b) A ética empresarial é o conjunto de princípios que regem a
conduta funcional de uma determinada profissão
c) O indivíduo deve agir com respeito ao procedimento ético
de sua profissão, não sendo necessária a observância dos princípios
éticos comuns a todos os homens.
d) Execução do trabalho no mais alto nível de rendimento,
assiduidade e frequência ao serviço, embora louváveis, não são
exemplos de condutas éticas no exercício
profissional.
e) A boa empresa atua apenas com foco no lucro, não
importando se oferece um ambiente moralmente gratificante.
9. (CONSULPLAN - 2008 - Correios - Agente de Correios
- Atendente Comercial) Pode-se afirmar que a ética tem como
objeto de estudo:
a) O ato humano (voluntário e livre) que é o ato com vontade
racional, permeado por inteligência e reflexão prévia.
b) A distinção entre o existir e o agir, solenemente.
c) A tradução dos costumes aceitos pela sociedade emergente.
d) O conceito de moralidade dos povos segregados.
e) N.R.A.
R: A. O principal objeto de estudo da ética é a ação humana,
num sentido de refletir sobre ela. De forma estrita, a moral, parte
da ética, estuda a ação humana enquanto ação propriamente dita.
De qualquer maneira, no âmbito da ética é feito um estudo da ação
humana baseada na razão, na vontade racional.
10. (FCC - 2011 - NOSSA CAIXA DESENVOLVIMENTO
- Contador) A respeito dos conceitos de ética, moral e virtude, é
correto afirmar:
a) A vida ética realiza-se no modo de viver daqueles indivíduos
que não mantêm relações interpessoais.
Didatismo e Conhecimento
3. Um dirigente de organismo financeiro internacional
privilegiou, em promoção na carreira, pessoa com quem manteve
relacionamento afetivo por determinado período.
À luz das normas de conduta ética, tal atitude
12
ÉTICA
a) é corriqueira e depende da cultura de cada instituição, que
define os comportamentos dos indivíduos segundo as relações de
poder.
b) é inaceitável nas empresas que editam códigos de ética,
uma vez que discriminam sem utilizar critérios objetivos, mas
pessoais.
c) é aceitável, mesmo quando existe código de ética, porque
os dirigentes das instituições financeiras são livres para promover
quem queiram.
d) seria aceitável se o comitê de promoção adotasse os mesmos
critérios para todas as relações afetivas dos dirigentes.
e) realiza o principio da pessoalidade que deve ser aplicado
nas relações empresariais.
GABARITO:
D
2
A
3
B
4
C
5
D
Questões sobre ética dos últimos concursos de técnico da
CEF
1. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – TÉCNICO
BANCÁRIO – 2010 – CESPE) Com relação à ética, à moral e às
virtudes, bem como às suasaplicações no contexto de empresas e
organizações públicas,assinale a opção correta.
a) Uma cultura empresarial pode ser caracterizada pela ética
namedida em que seus valores, e não as pessoas que integram
aorganização ou os produtos e serviços por ela oferecidos
àsociedade, apresentam tal característica.
b) Condutas éticas são aprendidas somente no contexto
familiar.Dessa forma, um sistema de desenvolvimento,
monitoramentoe controle dos ambientes interno e externo de uma
organizaçãoé ineficaz para detectar pontos que possam causar uma
condutaantiética.
c) Ao analisar a ética da virtude, pesquisas mostram que
asempresas que possuem culturas fracas costumam prezar
valorescomo fidelidade e justiça, enfatizando o bem-estar das
pessoase o sentido de pertencer a algo, promovendo a lealdade.
d) Pessoas são caracterizadas, entre outras coisas,
por suasvirtudes e pelos seus vícios, sendo que ambos
pressupõemvalores que, se não forem traduzidos em ações, perdem
seusentido.
e) A responsabilidade pelas condutas éticas das
empresaspúblicas se restringe à alta administração e aos gerentes,
poiseles são responsáveis pelas principais decisões nas empresas.
4. Questões relacionadas à demissão de colegas, convivência
com pessoas que sofrem constantemente de agressões verbais por
parte de seus chefes e situações em que erros são expostos diante
de todos são algumas das situações desconfortáveis que gerentes
de empresas têm de enfrentar. Com relação a esse assunto e aos
dilemas éticos nas empresas e no trabalho, assinale a opção correta.
a) A cultura organizacional pode reforçar comportamentos
antiéticos por parte dos empregados e, por isso, programas de
desenvolvimento da ética são ineficientes para organizações
públicas e privadas, tendo em vista que estas não conseguem
alterar fatores culturais.
b) A situação em que o indivíduo sofre constantemente
agressões verbais e exposição dos seus erros, por parte da chefia,
aos seus colegas não traduz comportamento antiético, pois as
formas de tratamento variam nos diversos grupos sociais.
c) A moral pode ser compreendida como uma ordenação de
valores que orientam os posicionamentos que indivíduos expostos
a situações tomam em função das decisões exigidas pelos dilemas
éticos que enfrentam.
d) A responsabilidade social da empresa se limita a aumentar
o seu lucro e a maximizar os seus retornos.
e) As comissões de ética, encarregadas de orientar e
aconselhar sobre a ética profissional do empregado no tratamento
com o patrimônio público, são obrigatórias em todas as empresas
e demais organizações públicas.
02. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – TÉCNICO
BANCÁRIO – 2010 - CESPE). No contexto da globalização,
torna-se cada vez mais importantefomentar e desenvolver
relações éticas entre parceiros de negócios,empresas e clientes,
considerando as relações em nível empresariale institucional. Os
códigos de ética são mecanismos utilizados nessedesenvolvimento.
A respeito da ética empresarial e profissional e dagestão ética nas
empresas públicas e privadas, assinale a opçãocorreta.
a) O fato de a empresa conseguir alcançar uma
normainternacional garante uma postura ética abrangente da
empresa.
b) O Código de Ética da CAIXA contém,
fundamentalmente,regulamentação ética de questões relativas a
transaçõesfinanceiras.
c) Um funcionário da CAIXA pode se negar a atender um
clienteque apresente comportamento irritado e indelicado.
d) A nova relação de influência, na qual o líder e o
seguidorexercem influência mútua, justifica a importância de
o líderentender e praticar modelos de comportamento e valores
éticosque estimulem seus seguidores.
e) Considere que um empregado de determinado setor
permitaque um cliente fique, de forma injustificada, à espera
dasolução de um problema enfrentando longa fila. Nessasituação,
a atitude do empregado não pode ser consideradacomportamento
antiético, já que essa situação independe desua vontade.
5. No contexto da globalização, torna-se cada vez mais
importante fomentar e desenvolver relações éticas entre parceiros
de negócios, empresas e clientes, considerando as relações em nível
empresarial e institucional. Os códigos de ética são mecanismos
utilizados nesse desenvolvimento. A respeito da ética empresarial
e profissional e da gestão ética nas empresas públicas e privadas,
assinale a opção correta.
a) O fato de a empresa conseguir alcançar uma norma
internacional garante uma postura ética abrangente da empresa.
b) O Código de Ética do Banco do Brasil contém,
fundamentalmente, regulamentação ética de questões relativas a
transações financeiras.
c) Um funcionário do Banco do Brasil pode se negar a atender
um cliente que apresente comportamento irritado e indelicado.
d) A nova relação de influência, na qual o líder e o seguidor
exercem influência mútua, justifica a importância de o líder
entender e praticar modelos de comportamento e valores éticos
que estimulem seus seguidores.
e) Considere que um empregado de determinado setor permita
que um cliente fique, de forma injustificada, à espera da solução de
um problema enfrentando longa fila. Nessa situação, a atitude do
empregado não pode ser considerada comportamento antiético, já
que essa situação independe de sua vontade.
Didatismo e Conhecimento
1
13
ÉTICA
3. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - TÉCNICO
BANCÁRIO – 2008 – CESGRANRIO). Acerca das situações
de conflito de interesse a que podemestar sujeitos os servidos
públicos, em razão da função oucargo público exercido, foram
feitas as afirmativas a seguir.
I - O servidor público deve comunicar a ocorrência deconflito
de interesse ao seu superior hierárquico.
II - O servidor público, para resolver o conflito de
interesseexistente, pode transferir a propriedade dos
bensrelacionados ao referido conflito a sua esposa oufilhos.
III - Haverá conflito de interesse quando o servidor
públicomantiver vínculo de negócio com pessoa física oujurídica
que tenha interesse em sua decisão individual.
IV- Haverá conflito de interesse quando o servidorpúblico
exercer atividade na iniciativa privada que,pela sua natureza,
implique utilização de informaçãoinerente ao cargo público
ocupado.
Estão corretas as afirmativas
a) I e III, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) I, II e IV, apenas.
d) I, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
6. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - TÉCNICO
BANCÁRIO NACIONAL – 2008 – CESGRANRIO). Qual
dos tópicos abaixo NÃO corresponde a um princípio ounorma de
conduta ética prevista no Código de Ética da CAIXAECONÔMICA
FEDERAL?
a) Compromisso com o oferecimento de produtos e serviçosde
qualidade, que atendam ou superem as expectativasdos clientes.
b) Eliminação das situações de provocação entre
empregadosque importem diminuição de seu amor-próprio e desua
integridade moral.
c) Incentivo à participação voluntária de seus empregadosem
atividades sociais destinadas a resgatar a cidadaniado povo
brasileiro.
d) Contínua concentração de suas atividades nos
segmentosfinanceiros de maior rentabilidade, com vistas
àmaximização do investimento público.
e) Garantia de proteção, contra qualquer forma de represáliaou
discriminação profissional, àqueles que denunciemviolação ao
Código de Ética.
GABARITO:
4. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - TÉCNICO
BANCÁRIO – 2008 – CESGRANRIO). A respeito das normas
de conduta ética que pautam asatividades exercidas pelos
empregados e dirigentes daCAIXA, pode-se afirmar que:
I - as situações de provocação e constrangimento noambiente
de trabalho devem ser eliminadas;
II - os fornecedores habituais da CAIXA devem terprioridade
de contratação quando da demanda pornovos serviços;
III - no exercício profissional, os interesses da CAIXAtêm
prioridade sobre interesses pessoais de seusempregados e
dirigentes;
IV- não se admite qualquer espécie de preconceito, sejaeste
relacionado a origem, raça, cor, idade, religião,credo ou classe
social.
Estão corretas as afirmativas
a) I e III, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) I, II e IV, apenas.
d) I, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
1
D
2
D
3
D
4
D
5
C
6
D
ANOTAÇÕES
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5. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - TÉCNICO BANCÁRIO NACIONAL – 2008 – CESGRANRIO). Considerando
o padrão ético a ser observado pelo servidor públicodo Poder Executivo Federal, pode-se afirmar que a este:
I - é vedado o uso de amizades para obter qualquerfavorecimento, para si ou para outrem;
II - compete facilitar a fiscalização de seus atos, por quemde
direito;
III - é vedado permitir que antipatias pessoais interfiram notrato com o público;
IV- compete cumprir, sem questionamento, as instruçõesrecebidas de seus superiores hierárquicos, ainda que,segundo seu
julgamento, sejam estas contrárias àsnormas legais.
Estão corretas as afirmativas
a) I e III, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) I, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
Didatismo e Conhecimento
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14
ATUALIDADES
ATUALIDADES
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) apresentou no começo de 2013, um relatório que aponta que o
derretimento do gelo do mar não apenas prejudicaria as espécies da
região, mas também permitiria o acesso a recursos naturais como
gás e petróleo e, por isso, seria uma nova ameaça ao ecossistema
do planeta, já que haveria uma corrida entre os países e empresas
petroleiras para o controle destas reservas de combustíveis fósseis.
Relatório publicado em julho de 2013 na revista Nature, calculou que o possível derretimento de uma camada de gelo no norte
da Rússia, entre 2015 e 2025, poderia liberar 50 gigatoneladas de
metano (gás causador do efeito estufa), um índice dez vezes maior
do que o que existe atualmente na atmosfera, o que anteciparia o
aquecimento das temperaturas esperado para daqui a 35 anos.
Esta quantidade de gás seria como uma “bomba-relógio” e
provocaria um desastre ambiental que superaria os benefícios regionais previstos, como a abertura de rotas comerciais e novos depósitos minerais, e que poderia custar US$ 60 trilhões de dólares
para a economia mundial, quase o atual PIB global de um ano. O
ritmo do derretimento das calotas de gelo fez com que outro grupo
de cientistas, dessa vez da Universidade Estadual de Nova York,
nos EUA, fizesse uma previsão de quando o oceano Ártico pode
ficar sem gelo, o que foi calculado para daqui a 40 anos, entre 2054
e 2058.
1 TÓPICOS RELEVANTES E ATUAIS DE
DIVERSAS ÁREAS, TAIS QUE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, ECOLOGIA,
ECONOMIA, EDUCAÇÃO, EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA, ENERGIA, POLÍTICA, REDES
SOCIAIS (TWITTER, FACEBOOK, GOOGLE+,
LINKEDIN), RELAÇÕES INTERNACIONAIS,
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL,
SEGURANÇA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA.
Desenvolvimento Sustentável, Ecologia e Meio Ambiente
Mudanças Climáticas
As recentes ondas de calor que provocaram mortes na Europa,
Rússia, China e Estados Unidos provocaram um alerta: o mundo
nunca esteve tão quente. Segundo a Nasa (Agência Espacial Americana), o mês de junho de 2013 foi considerado o mais quente no
planeta desde 1800. Os motivos seriam a variabilidade natural do
sistema climático e o aumento da concentração de gases de efeito
estufa na atmosfera como o óxido nitroso (N2O), o metano (CH4) e,
principalmente, o dióxido de carbono (CO2) liberado pela queima
de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás natural.
O efeito estufa é um fenômeno natural que permite que alguns
gases presentes na atmosfera aprisionem o calor do Sol, impedindo
que ele escape para o espaço. Em condições normais, esses gases
ajudam o planeta a manter o equilíbrio da temperatura da Terra.
A concentração acima do normal faz com que a temperatura do
planeta suba. Uma pesquisa divulgada pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOOA, na sigla em inglês)
alerta que a poluição do planeta nunca esteve tão alta. Em maio de
2013, a concentração de CO2 na atmosfera medida pelo Observatório Mauna Loa, no Havaí, ultrapassou pela primeira vez a marca de
400 partes por milhão desde 1958, quando estes dados começaram
a ser medidos. A última vez que isto aconteceu foi há mais de 3,5
milhões de anos. Antes da Revolução Industrial, no final do século
19, a concentração de CO2 era de apenas 280 ppm.
O derretimento das geleiras é tema recorrente para todos
aqueles que fazem previsões catastróficas sobre o futuro do nosso
planeta. O argumento é que o degelo excessivo dos mantos de gelo
da Groenlândia e da Antártida pode aumentar o nível dos oceanos
e trazer mudanças dramáticas para a vida de milhões de pessoas
que teriam de se deslocar em busca de um novo habitat. Mas não
há consenso dos pesquisadores sobre essas previsões. Segundo o
Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC), autoridade científica das Nações Unidas responsável pelas informações
oficiais sobre o aquecimento global, o índice de 450 ppm seria
o limite aceitável para manter o equilíbrio do ecossistema e não
prejudicar a existência humana no planeta.
Ondas de calor, secas inesperadas, invernos mais rigorosos,
furacões, enchentes, tempestades, incêndios florestais e outros
eventos climáticos extremos são algumas das consequências das
mudanças climáticas e devem ser cada vez mais frequentes nos
próximos anos. O derretimento de camadas de gelo e o aumento
da temperatura no mar são consequências que já causam graves
problemas no planeta. A velocidade com a qual a neve presente no
hemisfério Norte e o gelo do Mar Ártico estão desaparecendo surpreende os cientistas, que calculam que esta região está aquecendo
duas vezes mais rápido que o resto do mundo.
Didatismo e Conhecimento
O que poderia reverter essa situação, segundo pesquisadores,
são os acordos e políticas para controlar o efeito estufa. Mudanças
na condução política sobre o assunto poderiam reverter ou atrasar essas previsões. Em âmbito global, o Protocolo de Kyoto é
o principal compromisso firmado entre os países para a redução
global das emissões. Criado em 1997, o acordo estipulava metas
de redução até 2012 para os países signatários e criava um sistema
de crédito de emissões entre os países, que originou o mercado de
crédito de carbono. O acordo foi renovado na COP-18, conferência
realizada em 2012, em Doha, no Catar. A conferência definiu que
os países devem revisar suas metas sob o Protocolo até 2014 e
colocá-las em prática a partir de 2020.
16/08/2014
http://vestibular.uol.com.br/
resumo-das-disciplinas/atualidades
Lei Federal nº 12.187
Em 29 de dezembro de 2009, o governo brasileiro deu um
passo histórico ao instituir a Política Nacional de Mudança do Clima através da Lei Federal nº 12.187. A lei se desdobra em cinco
planos setoriais:
1- redução de 80% do desmatamento na Amazônia,
2- redução de 40% do desmatamento no bioma cerrado,
3- ações para o setor de energia,
4- para a agricultura e pecuária, e
5- para a indústria.
De acordo com esta lei, o Brasil adotará ações para reduzir
entre 36,1% e 38,9% de suas emissões projetadas até 2020 (isso
equivale a uma redução de 17% comparada aos níveis de 2005).
Este objetivo inclui a meta de redução de 80% do desmatamento da Amazônia, como definido pelo Plano Nacional de Mudança
Climática. O Brasil já conseguiu reduzir o desmatamento de sua
floresta para 4.571 km2 em 2012, o menor em décadas, após seu índice máximo de 27.772 km2 em 2004. No entanto, o desmatamento
na Amazônia é um dos principais desafios do plano. No último
1
ATUALIDADES
Protocolo de Kyoto
ano, o desmatamento na região registrou um aumento de 100%,
segundo dados avaliados pelo Instituto Imazon e divulgados em
agosto de 2013. Os dados provisórios foram calculados no período
entre agosto de 2012 e junho de 2013.
Relatório divulgado em agosto deste ano indica que o clima
no Brasil também deve ficar mais quente nos próximos anos. Uma
projeção do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indica que se a tendência do aumento da taxa de CO2 na atmosfera
continuar, a temperatura média em todas as regiões do Brasil será
de 3º a 6ºC mais elevada em 2100 do que no final do século 20.
Segundo a pesquisa, que faz parte dos dados do Painel Brasileiro
de Mudanças Climáticas e que deve compor os dados do próximo
relatório do IPCC, em biomas como a Amazônia, a caatinga, o
cerrado e o Pantanal, a quantidade de chuva poderá ser até 40%
menor, alterando drasticamente a fauna e a flora. Já na região sul
e sudeste, a tendência é que haja um aumento no índice de pluviosidade, provocando chuvas fortes e até fenômenos raros como os
furacões que atingiram a costa de Santa Catarina e do Rio Grande
do Sul em 2004.
É um acordo ambiental fechado durante a 3ª Conferência das
Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Kyoto, Japão, em 1997. O documento estabelece
metas de redução das emissões de dióxido de carbono (CO2), que
correspondem a cerca de 70% das emissões relacionadas ao aquecimento global, e de outros gases causadores do efeito estufa para
os países industrializados.
O objetivo era reduzir, entre 2008 e 2012, a emissão de poluentes em 5,2% em relação aos níveis de 1990. Para entrar em
vigor, o pacto precisava virar lei em pelo menos 55 países que
somem, ao todo, 55% das emissões de CO2. Até agora, 146 nações
- entre elas, o Brasil - já aderiram ao acordo, que, no entanto, não
conta com o apoio dos Estados Unidos.
Enfraquecido, Protocolo de Kyoto é estendido até 2020
Quase 200 países concordaram em estender o Protocolo da
Kyoto até 2020. A decisão foi tomada durante a COP-18, Cúpula
das Nações Unidas sobre Mudança Climática realizada em Doha,
no Catar. Apesar do acordo, Rússia, Japão e Canadá abandonaram
o Protocolo: assim, as nações que obedecerão suas regras são responsáveis por apenas 15% das emissões globais de gases de efeito
estufa. O acordo evita um novo entrave nas negociações realizadas
há duas décadas pela ONU. Na oportunidade, não foi possível impedir o aumento das emissões de gases do efeito estufa.
Sem o acordo, a vigência do Protocolo se encerraria no começo de 2013. A extensão do Protocolo o mantém ativo como único
plano que gera obrigações legais com o objetivo de enfrentar o
aquecimento global. Rússia, Belarus e Ucrânia se opõem à decisão
de estender o Protocolo para além de 2012. A Rússia quer limites
menos rígidos sobre as licenças de emissões de carbono que não
foram utilizadas. Todos os lados dizem que as decisões tomadas
em Doha ficaram aquém das recomendações de cientistas. Estes
queriam medidas mais duras para evitar mais ondas de calor, tempestades de areia, enchentes, secas e aumento do nível dos oceanos.
16/08/2014
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resumo-das-disciplinas/atualidades
Aquecimento Global
O aquecimento global é uma consequência das alterações climáticas ocorridas no planeta. Diversas pesquisas confirmam o aumento da temperatura média global. Conforme cientistas do Painel
Intergovernamental em Mudança do Clima (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU), o século XX foi o mais quente dos
últimos cinco, com aumento de temperatura média entre 0,3°C e
0,6°C. Esse aumento pode parecer insignificante, mas é suficiente
para modificar todo clima de uma região e afetar profundamente a
biodiversidade, desencadeando vários desastres ambientais.
As causas do aquecimento global são muito pesquisadas.
Existe uma parcela da comunidade científica que atribui esse fenômeno como um processo natural, afirmando que o planeta Terra
está numa fase de transição natural, um processo longo e dinâmico, saindo da era glacial para a interglacial, sendo o aumento da
temperatura consequência desse fenômeno.
No entanto, as principais atribuições para o aquecimento global são relacionadas às atividades humanas, que intensificam o
efeito de estufa através do aumento na queima de gases de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão mineral e gás natural. A
queima dessas substâncias produz gases como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), que retêm o calor
proveniente das radiações solares, como se funcionassem como o
vidro de uma estufa de plantas, esse processo causa o aumento da
temperatura. Outros fatores que contribuem de forma significativa
para as alterações climáticas são os desmatamentos e a constante
impermeabilização do solo.
Atualmente os principais emissores dos gases do efeito de estufa são respectivamente: China, Estados Unidos, Rússia, Índia,
Brasil, Japão, Alemanha, Canadá, Reino Unido e Coreia do Sul.
Em busca de alternativas para minimizar o aquecimento global,
162 países assinaram o Protocolo de Kyoto em 1997. Conforme
o documento, as nações desenvolvidas comprometem-se a reduzir
sua emissão de gases que provocam o efeito de estufa, em pelo
menos 5% em relação aos níveis de 1990. Essa meta teve que ser
cumprida entre os anos de 2008 e 2012. Porém, vários países não
fizeram nenhum esforço para que a meta fosse atingida, o principal
é os Estados Unidos.
Didatismo e Conhecimento
Conceito de desenvolvimento sustentável: usar os recursos
naturais com respeito ao próximo e ao meio ambiente. Preservar
os bens naturais e a dignidade humana. É o desenvolvimento que
não esgota os recursos, conciliando crescimento econômico e preservação da natureza.
Em Salvador, o TEDxPelourinho foi totalmente dedicado ao
tema, e reuniu pensadores de diversas áreas e regiões do país para
compartilhar suas experiências e mostrar como estão ajudando a
transformar os centros urbanos em locais planejados para serem
ocupados por pessoas. As iniciativas incluem ciclovias, centros
revitalizados, instrumentos de participação coletiva e empoderamento dos cidadãos, mais solidários, inclusivos, saudáveis, verdes e humanas. Em relação a capital gaúcha, foi reconhecida pela
IBM com uma das 31 cidades do mundo merecedoras do prêmio
Smarter Cities Challenge Summit. O reconhecimento veio graças
ao projeto Cidade Cognitiva, que tem o objetivo de simular os impactos futuros sobre a vida do município, com as obras e ações
realizadas no presente demandadas pelo orçamento participativo sistema no qual a tomada de decisões sobre investimentos públicos
é compartilhada entre sociedade e governo.
Quem também fez progressos da área também foi o Rio de Janeiro. A sede das Olimpíadas de 2016 tem investido em um moderno centro integrado de operações para antecipar e combater situa-
2
ATUALIDADES
foram cortadas do texto. O documento zero, que foi o ponto de partida para a declaração, tinha seis parágrafos sobre a biodiversidade
nos oceanos, com metas e agenda, por exemplo. No texto final são
19 parágrafos, mas nenhum deles estabelece metas ou agenda.
ções de calamidade. A tecnologia, desenvolvida em parceria com a
IBM, deve ser aplicada nas demais cidades do país, segundo anunciou o presidente da empresa no Brasil Rodrigo Kede. O prefeito
da cidade, Eduardo Paes, chegou a palestrar em uma Conferência
do TED explicando quatro grandes ideias que devem conduzir o
Rio (e todas as cidades) ao futuro, incluindo inovações arrojadas e
executáveis de infraestrutura.
Arquitetura e urbanismo: Outra vertente que mereceu destaque nas cidades foi a de arquitetura e urbanismo. O Brasil passou
para a quarta posição no ranking mundial de construções sustentáveis, de acordo com o órgão internacional Green Building Council
(Conselho de Construções Verdes), e o número de edificações com
selos LEED não parou de crescer. A motivação para o aumento das
construções ecológicas é a Copa do Mundo de Futebol de 2014.
Devido à exigência da Fifa de que os locais dos jogos possuam
certificado internacional de construção sustentável, todas as arenas
esportivas estão realizando ações que vão desde a transformação
do entulho de demolição em material reaproveitável até o uso racional de água.
Mobilizações populares: Os rapazes do Shoot the Shit da cidade de Porto Alegre, usam bom humor para resolver os problemas locais. Ao longo do ano, o foi noticiado diversas iniciativas
populares que contribuem com as cidades brasileiras. Em Salvador, a jornalista Débora Didonê e seus companheiros do projeto
Canteiros Coletivos mostraram como estão transformando os espaços públicos da capital baiana utilizando somente pás, mudas e
a conscientização dos cidadãos locais.
Megacidades: Prefeitos das maiores cidades do mundo estiveram reunidos na Rio+20. Representantes das maiores metrópoles
do mundo se reuniram para trocar experiências sobre desenvolvimento sustentável e traçar metas para reduzir os impactos dos
grandes centros urbanos no planeta. Prefeitos das 40 maiores cidades do mundo se encontraram em São Paulo para participar da
C40 (Large Cities Climate Leadership Group). Um dos destaques
foi à assinatura de um protocolo de intenções destinado a viabilizar
suporte financeiro a grandes cidades, no intuito de que elas desenvolvam ações de sustentabilidade. O documento foi assinado pelo
presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, e pelo prefeito de
Nova York, Michael Bloomberg, presidente da cúpula. Outro encontro decisivo aconteceu durante a Rio+20, quando os líderes das
59 maiores cidades do mundo se comprometeram a reduzir em até
248 milhões de toneladas as emissões de gases do efeito estufa até
2020. Na mesma ocasião, os prefeitos firmaram o compromisso de
engajar 100 metrópoles no caminho do desenvolvimento sustentável até 2025.
Políticas e iniciativas governamentais: Nesse quesito, merece destaque a sanção da Política Nacional de Mobilidade Urbana. Aprovada pela presidente Dilma Rousseff, a nova lei visa
integrar, melhorar e tornar mais acessíveis os diferentes modos de
transporte, visando a mobilidade de pessoas e cargas no país. A
nova regulamentação traz, entre suas principais medidas, a exigência que todos os municípios acima de 20 mil habitantes elaborem
seus planos de mobilidade urbana. Mais propostas para cidades
sustentáveis foram apresentadas no Fórum Social Temático (FST),
realizado em Porto Alegre. Durante o debate, o Programa Cidades
Sustentáveis lançou uma plataforma com sugestões em níveis internacional, nacional e local para melhorar a qualidade de vida nas
cidades e incluir os centros urbanos na busca de soluções para problemas ambientais globais. Outro destaque foi a adesão de mais de
200 prefeitos eleitos nas últimas eleições municipais ao Programa
Cidades Sustentáveis. Com a assinatura da carta de compromisso,
eles se comprometeram a promover o desenvolvimento sustentável nos seus municípios durante a gestão.
Rankings: Foram apresentados alguns rankings que classificaram cidades de todo o mundo. Uma das listas foi feita pelo
guia turístico Frommer’s, que preparou um Top 10 com as Melhores Cidades do Mundo Para Caminhar. Encabeçando a lista estão
Florença (Itália), Paris (Franças), Dubrovnik (Croácia) e Nova
York (EUA). Já o ranking feito pela empresa de consultoria Mercer listou as 10 melhores cidades do mundo para se viver, e foi
desenvolvido com base em cinco categorias: estabilidade política, serviços bancários, escolas, restaurantes e desastres naturais.
No topo da lista estão Viena (Áustria), Zurique (Suíça), Genebra
(Suíça), Vancouver (Canadá) e Auckland (Nova Zelândia). Quem
também avaliou as cidades de todo o mundo foi revista britânica
The Economist. Segundo a publicação, que elaborou um estudo
com 140 cidades ao redor do planeta, Melbourne (Austrália) é a
melhor cidade do mundo para se viver. Por outro lado, o documento também apontou os piores locais para se morar, como Abidjã
(Costa do Marfim), Teerã (Irã) e Lagos (Nigéria). Localizadas, em
sua grande maioria na África e Ásia, as piores cidades do mundo
são, em geral, grandes metrópoles violentas, com alta densidade
populacional, altos índices de criminalidades, congestionamento,
poluição, baixa educação e cultura.
Balanço dos resultados da RIO+20
A comunidade científica brasileira e internacional se mobilizou intensamente durante a RIO+20 e realizou uma conferência
preparada para fornecer subsídios capazes de influenciar a agenda
de implementação do desenvolvimento sustentável. Para os cientistas, chegou-se a um documento genérico, que não determina
metas e prazos e não estabelece uma agenda de transição para uma
economia mais verde ou uma sustentabilidade maior da economia.
A maior esperança dos cientistas para que a conferência tivesse um
resultado concreto, era que o texto final reconhecesse, já em sua
introdução, o conceito de limites planetários, proposto em 2009
por Johan Rockström, da Universidade de Estocolmo. A expectativa, porém, foi frustrada.
Rockström, do Stockholm Resilience Centre Planetary, participou do workshop por meio de videoconferência, e apresentou
palestra sobre o tema Planetary boundaries are valuable for policy.
O fato do avanço do conhecimento científico não estar refletido no
documento, entretanto, não deve ser usado como argumento para
desestimular a comunidade científica que trabalha nessa área ambiental. Dessa forma, a prioridade agora volta a ser a discussão sobre o veto às mudanças no código florestal, uma questão que ainda
está em aberto. O tema da biodiversidade recebeu pouca atenção
no documento final da RIO+20, embora seja uma das áreas em que
os limites planetários de segurança já foram extrapolados. Praticamente todas as referências a uma agenda para a biodiversidade
Didatismo e Conhecimento
Ecologia
Conceito de ecologia: a ecologia encarrega-se de estudar a
relação entre os seres vivos e o seu ambiente, entendido como a
totalidade dos fatores abióticos (como o clima e a geologia) e os
3
ATUALIDADES
fatores bióticos (organismos que partilham o mesmo habitat). A
ecologia analisa também a distribuição e a abundância dos seres
vivos como resultado dessa relação.
Planeta Órfão: Astrônomos baseados no Havaí e no Chile
descobriram um planeta “órfão” vagando pelo espaço sem estar ligado à órbita de um astro, a cem anos-luz de distância da Terra. Os
cientistas dizem que pesquisas recentes têm demonstrado que esse
tipo de planeta pode existir com muito mais frequência no cosmos
do que se pensava. Eles também são conhecidos como planetas
“interestelares” ou planetas “nômades” e têm sido definidos como
objetos de massa planetária que foram expulsos dos seus sistemas
ou nunca estiveram gravitacionalmente ligados a nenhuma estrela.
Embora haja cada vez mais interesse dos astrônomos no assunto,
exemplos de planetas “órfãos” são difíceis de serem encontrados,
o que torna a recente descoberta mais importante.
O planeta, chamado de CFBDSIR2149-0403, é tema de um
artigo que deve ser publicado no periódico científico Astronomia e
Astrofísica. Mas até agora se sabe muito pouco sobre a intrigante
descoberta. Além de estimar sua distância da Terra, considerada
muito pequena, os cientistas acreditam que o “órfão” seja relativamente “jovem”, tendo entre 50 e 120 milhões de anos. Estima-se
que ele tenha temperatura de 400ºC e massa entre quatro a sete
vezes a de Júpiter.
Degelo: Um estudo que reuniu os principais especialistas
de pesquisa sobre derretimento das calotas polares revelou que o
nível do mar subiu 11 mm desde 1992, por conta do degelo na
Groenlândia e na Antártida. Após diversas polêmicas sobre o fenômeno, pesquisadores de diferentes países usaram imagens feitas
por 10 de satélites e amostras no decorrer dos últimos 20 anos
para elaborar um relatório aparentemente conclusivo sobre o tema.
A pesquisa mostrou que o degelo é mais intenso na Groenlândia,
onde diversas bordas da ilha se desprenderam definitivamente. Já
na Antártida, boa parte da camada de gelo permaneceu praticamente inalterada. No entanto, a área ocidental do continente tem
derretido de maneira acelerada. Os cientistas dizem que o próximo
passo é um grande desafio, conseguir prever a evolução do derretimento para os próximos cem anos.
Diatryma – Pássaro gigante: Um estudo realizado por cientistas americanos indica que o Diatryma, um pássaro gigante pré-histórico que viveu no período eocênico não era um carnívoro
feroz, mas sim um herbívoro muito dócil. Os indícios foram trazidos à tona após um deslizamento de terra ocorrido em 2009 e
desfizeram as crenças de que o animal era um predador, já que as
pegadas encontradas não continham garras, elemento próprio dos
carnívoros. Com 2,13 metros de altura e com cabeça e bico gigantes, o enorme pássaro, que não conseguia voar, vinha sendo retratado como um predador ameaçador tanto em trabalhos científicos
quanto na mídia. Até então o Diatryma (cujo gênero acredita-se ser
o Gastornis) era considerado o pássaro que substituiu os dinossauros como o maior predador, segundo o geólogo George Mustoe.
O estudo também analisou as pegadas de cerca de 55,8 a 48,6
milhões de anos, no período eocênico. Acredita-se que estas sejam
as únicas pegadas deixadas pelo pássaro gigante. As pegadas mostram que os animais não tinham grandes garras, mas sim pequenas
unhas. Isto é um indício contra um animal que captura presas com
suas garras. Até então os paleontólogos que estudavam fósseis do
Diatryma tinham concluído que o pássaro gigante era um predador
devido ao seu tamanho, cabeça enorme e bico muito grande. No
entanto, sempre se soube que o animal tinha pernas relativamente
curtas, o que indicava que ele talvez não tivesse a capacidade de
correr rápido o suficiente para capturar suas presas. Ainda com o
estudo, a crença comum de que o Diatryma também era um carnívoro é muito mais um resultado de associação do que de verdadeiras evidências anatômicas.
Robô Curiosity: Os primeiros sedimentos a serem coletados
pelo robô Curiosity, da atual missão da Nasa em Marte, fossem
apenas rochas de um material comum como o basalto, mas uma
análise recente revelou dados intrigantes. O objeto piramidal, que
recebeu o apelido de “Jake Matijevic”, um engenheiro de uma missão recente da agência espacial americana ao planeta vermelho,
apresenta uma composição ainda inédita na pesquisa sobre Marte.
As análises iniciais mostram que o objeto teria elementos de algumas rochas raras, mas bem conhecidas na Terra. Edward Stolper,
um dos chefes da missão no Instituto de Tecnologia da Califórnia
(Caltech), diz que essas rochas se formam a partir de formações de
magma ricas em água que se resfriaram sob altas pressões.
A rocha é amplamente conhecida na Terra, em ilhas oceânicas
como o Havaí e Santa Helena e nos Açores, e também em áreas
rochosas do Rio Grande e por outras. O jipe-robô Curiosity examinou a rocha pela primeira vez três semanas atrás. Na ocasião, não
se acreditava que o sedimento tivesse alto valor científico. Análises de o Curiosity poder examinar in loco os materiais coletados
com seus próprios instrumentos é o principal diferencial desta missão. Até então, equipamentos anteriores enviados pela Nasa à Marte podiam coletar objetos, mas não analisá-los com esta precisão.
Os cientistas identificaram que a rocha é rica em elementos como
sódio e potássio e pobre em magnésio e ferro, o que a colocam em
grau de comparação com o feldspato, uma rocha que não contém
minérios.
O robô da Nasa chegou à superfície do planeta vermelho ainda
em agosto e, desde então, já andou 500 metros. O objetivo da missão é determinar se Marte já teve condições de abrigar a vida em
algum momento desde sua formação. Nas poucas semanas em que
começou a colher materiais, o Curiosity já identificou uma série
de rochas que foram claramente depositadas em água corrente. A
teoria é que o jipe está localizado na nascente de um antigo local
de grandes depósitos de sedimentos, conhecido como cone aluvial,
onde uma rede de pequenos rios cruzava a superfície bilhões de
anos atrás.
Descobertas
Sandy Island: Um sonho comum à maioria dos exploradores
e desbravadores ao longo da História tem sido encontrar territórios desconhecidos, mas na Austrália, uma equipe de cientistas fez
exatamente o contrário: eles identificaram uma ilha que não existe. Conhecida como Sandy Island, a massa de terra é listada por
cartógrafos em atlas, mapas e até no Google Maps e no Google
Earth, onde está localizada entre a Austrália e a Nova Caledônia
(governada pela França), no sul do Pacífico. Mas, quando o grupo
de cientistas decidiu navegar para chegar até ela, simplesmente
não a encontraram. Para o Serviço Hidrográfico da Marinha da
Austrália, responsável pelas cartas náuticas do país, uma das possibilidades é que tenha ocorrido falha humana e que esse tipo de
dado deveria ser tratado “com cautela” ao redor do mundo, já que
alguns detalhes são antigos ou simplesmente errados.
Didatismo e Conhecimento
Meio Ambiente
Conceito de meio ambiente: as relações de interdependência
entre os elementos que formam o ecossistema são os destaques
deste tópico. Os impactos ambientais provocados pelo homem, as
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ATUALIDADES
mudanças climáticas e uma lei aprovada no México pela qual o
país se compromete a cortar em 30% suas emissões de gases que
causam o efeito estufa.
Segundo o relatório, as novas legislações seriam motivadas
por preocupações diferentes em cada país - entre elas questões
como as mudanças climáticas, eficiência e segurança energética e
competitividade. Mas todas acabam produzindo resultados semelhantes: um crescimento econômico um pouco mais sustentável.
Para muitos cientistas e ambientalistas, porém, o ritmo das mudanças ainda é muito lento. Até o Banco Mundial alertou recentemente que, com esse ritmo de progresso político, as temperaturas do
planeta ainda podem subir mais 4 graus Celsius em relação a seus
índices pré-industriais.
Os mais céticos também apontam para a diferença entre as
promessas feitas por políticos ou regras estabelecidas por novas
legislações e o que é de fato colocado em prática.
No Protocolo de Kyoto, por exemplo, muitos países se comprometeram a cortar suas emissões de poluentes, mas alguns desses países, entre eles o Canadá, simplesmente não cumpriram suas
metas. Um recente relatório de um centro de estudos americano
também dá mais um “choque de realidade” para os mais otimistas
nessa área, segundo Roger Harrabin, analista da BBC para o tema
de meio ambiente. De acordo com o World Resources Institute,
dos Estados Unidos, haveria planos para construir, pelo globo,
mais 1.199 termelétricas a carvão nos próximos anos.
regiões e as espécies mais ameaçadas no globo e as ações promovidas pelo Estado para proteger a biodiversidade são outros conceitos importantes abordados.
Meteoro Atinge a Rússia
Cerca de mil pessoas ficaram feridas em consequência de um
meteoro que atravessou o céu sobre a Rússia, lançando bolas de
fogo na direção da Terra, quebrando janelas e acionando alarmes
de carros. Muitos feridos foram tratados por cortes superficiais e
hematomas causados pelos vidros quebrados. O trânsito pela manhã foi detido subitamente na cidade de Cheliabinsk, nos Urais,
enquanto o meteoro queimava parcialmente em sua queda ao ingressar na camada inferior da atmosfera sobre a cidade, iluminando o céu.
O objeto de peso estimado em 10 toneladas ingressou na atmosfera terrestre a uma velocidade hipersônica de 54 mil quilômetros por hora, de acordo com a Academia Russa de Ciências.
O meteoro estilhaçou-se quando estava a entre 30 km e 50 km da
superfície da Terra. A energia liberada foi de “vários quilotons”,
segundo a academia. Das pessoas feridas, 43 precisaram ser hospitalizadas. Chelyabinsk é a maior cidade da região a ser afetada,
que fica a cerca de 1.500 quilômetros a leste de Moscou. Os sistemas de comunicação móvel ficaram temporariamente fora do ar.
O Ministério da Defesa da Rússia informou que enviou soldados para “locais de impacto”, sem fornecer mais detalhes. Mais
de 3 mil imóveis sofreram algum tipo de dano. Escolas foram fechadas e apresentações de teatro canceladas na região após a onda
de choque ter quebrado janelas. As temperaturas locais chegam
a -18ºC. Milhares de janelas partidas, paredes de fábricas caídas,
redes móveis danificadas, quase 3000 edifícios afetados, incluindo
a arena de gelo Uralskaya Molniya. As autoridades russas estimam
que os prejuízos já contabilizam cerca de 25 milhões de euros.
Poluição
A qualidade do ar em Pequim foi a pior já registrada, segundo
ambientalistas, enquanto o centro de monitoramento da poluição
da cidade advertia os moradores a permanecerem dentro de casa,
com a poluição de 30 a 45 vezes acima dos níveis recomendados
de segurança. A capital chinesa, lar de cerca de 20 milhões de pessoas, está envolvida em uma densa névoa seca desde sexta-feira,
reduzindo a visibilidade e interrompendo o tráfego. Números divulgados pelo centro de monitoramento mostraram que partículas
com menos de 2,5 micrômetros de diâmetro chegaram a mais de
600 microgramas por metro quadrado em algumas estações de monitoramento em Pequim, e foram de 900 na noite de sábado.
O nível diário recomendado é de 20, segundo a Organização
Mundial da Saúde. Essa poluição foi identificada como a principal
causa da asma e doenças respiratórias. Essa é realmente a pior poluição já registrada, não apenas de números oficiais, mas também
de números de monitoramento da embaixada norte-americana. Algumas áreas na província (vizinha) de Hebei estão ainda piores do
que Pequim, segundo Zhou Rong, ativista de clima e energia no
Greenpeace. O Centro Municipal de Monitoramento Ambiental de
Pequim informou que a forte poluição ficou presa por uma área de
baixa pressão, dificultando a sua dispersão, e as condições provavelmente durariam mais dois dias.
A poluição foi identificada como um dos grandes desafios dos
líderes da China, de acordo com o presidente Hu Jintao, o país
precisa reverter a tendência de deterioração ecológica e construir
uma bela China. A China informou que iria começar a divulgar
números da poluição hora a hora em suas maiores cidades. Pequim
já se comprometeu com um cronograma para melhorar a qualidade
do ar na cidade, e realocou a maior parte de sua indústria pesada,
mas as regiões vizinhas não se comprometeram da mesma maneira. Para Pequim, a limpeza vai levar uma geração, mas outras
regiões ainda não têm nem mesmo metas de reduzir a queima de
carvão. A poluição vem principalmente dessas regiões vizinhas.
Lei sobre o clima
Um novo estudo sugere que muitos países estão introduzindo
suas próprias leis para combater as mudanças climáticas ou aumentar sua eficiência energética, apesar das dificuldades nas negociações de um acordo global para reduzir a emissão dos gases
responsáveis pelo efeito estufa. A pesquisa, realizada pelo Instituto
Grantham, da London School of Economics, e pela ONG Globe
International, indica que 18 das 33 nações avaliadas fizeram progressos “significativos” nos últimos anos com leis para reduzir o
crescimento das emissões de gases poluentes ou para melhorar a
sua eficiência energética.
Além disso, 32 países teriam introduzido alguma legislação
relacionada à emissão de poluentes. Os resultados do estudo chegam em meio à realização da primeira Cúpula Global de Legislação sobre o Clima, que ocorre em Londres neste ano. Representantes de 33 países devem participar. Os países emergentes são
um dos destaques do documento - entre eles o Brasil. O estudo
ressalta o compromisso voluntário do país em cortar suas emissões
de gás carbônico e reduzir em 80% o índice de desmatamento da
Amazônia até 2020.
Ele também chama a atenção, porém, para algumas iniciativas que vão no caminho contrário desses esforços, como o Plano
Decenal de Expansão da Energia, que prevê a expansão das termelétricas alimentadas por combustíveis fósseis. Entre outros destaques estão o projeto da China para uma legislação nacional sobre
Didatismo e Conhecimento
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ATUALIDADES
Premiação
O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, informa que
as operações de combate aos crimes ambientais vão continuar na
região, pois, nesse tipo de atividade existe uma série de irregularidades, como poluição causada pela queima da madeira; trabalho
semelhante à escravidão, inclusive com a presença de menores;
corte ilegal de madeira; e ausência de licença ambiental para o
exercício do negócio. Quem for flagrado produzindo carvão em
desacordo com as determinações legais responderá por crime ambiental, com pena de reclusão de um a dois anos e multa de R$ 500
por metro.
A Estação Ecológica Estadual de Guaxindiba é o maior e último remanescente de Mata Atlântica do norte do estado do Rio,
sendo a cobertura vegetal mais expressiva e importante da região.
Antigamente, a região era conhecida como Mata do Carvão, devido à grande quantidade de fornos de carvão que existiam nas redondezas. Atualmente, a produção de carvão é autorizada somente
com licença do Inea. Os critérios para licenciamento são rigorosos,
não se permitindo qualquer atividade do gênero próximo a áreas de
proteção ambiental.
O banco norte-americano Goldman Sachs, símbolo da má
gestão nas finanças, e a companhia anglo-holandesa Shell, acusada de ter contribuído para reduzir a camada de gelo da Antártida,
ganham o “Prêmio da Vergonha” 2013, concedido pelo braço suíço
do Greenpeace. Estes prêmios são concedidos todos os anos a empresas acusadas de atentar contra os direitos humanos e de cometer
delitos contra o meio ambiente particularmente graves. A entrega
feita coincidiu com a realização do Fórum Econômico Mundial na
estação alpina de Davos, na Suíça.
No ano anterior, os prêmios foram concedidos ao banco inglês
Barclays e à empresa brasileira Vale S/A. O Goldman Sachs levou
o prêmio do grande júri, que considerou que o banco norte-americano foi o ator central da globalização, alimentando os lucros de
alguns graças a desigualdades fenomenais e ao empobrecimento
de amplas camadas da população. A Shell, por sua vez, recebeu o
prêmio do público, concedido por 41,8 mil pessoas que votaram
pela internet. A empresa é acusada de contribuir para a mudança
climática com seus projetos petroleiros off-shore na Antártida, um
dos últimos paraísos naturais da Terra.
Proteção Ambiental
A Petrobras não poderá mais utilizar o Rio Guaxindiba, que
corta a Área de Proteção Ambiental (APA) Guapimirim para realizar as operações de transporte de equipamentos pesados destinados à construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro
(Comperj). A decisão foi tomada em comum acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio),
responsável pela administração da APA Guapimirim.
O estudo inicial indicava tratar-se de uma pequena dragagem,
que não ia afetar muito o ecossistema da região, mas depois se viu
que o projeto era muito maior - e realmente os reflexos poderiam
trazer maiores implicações para o meio ambiente. Como haviam
licenciado o Porto de São Gonçalo e a estrada ligando o porto ao
Comperj, não achavam que os custos ambiental, social e político
não compensariam.
O Rio Guaxindiba, que desemboca na Baía de Guanabara,
passa pela APA Guapimirim, que abriga o último grande manguezal preservado da baía. A decisão de proibir o transporte de equipamentos pesados pelo rio foi tomada recentemente. Na avaliação
do secretário do Ambiente, como a dragagem do leito do Rio Guaxindiba envolveria mais de 100 mil metros cúbicos de sedimentos
retirados, seria necessário um Estudo de Impacto Ambiental e seu
respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) e a realização de audiência pública para um eventual licenciamento, o que
poderia atrasar ainda mais essa opção.
Lixo eletrônico
Um estudo da Organização Internacional do Trabalho, OIT,
destaca que 40 milhões de toneladas de lixo eletrônico são produzidas todos os anos. O descarte envolve vários tipos de equipamentos, como geladeiras, máquinas de lavar roupa, televisões,
celulares e computadores. Países desenvolvidos enviam 80% do
seu lixo eletrônico para ser reciclado em nações em desenvolvimento, como China, Índia, Gana e Nigéria. Segundo a OIT, muitas
vezes, as remessas são ilegais e acabam sendo recicladas por trabalhadores informais. Saúde - O estudo Impacto Global do Lixo
Eletrônico, publicado em dezembro, destaca a importância do manejo seguro do material, devido à exposição dos trabalhadores a
substâncias tóxicas como chumbo, mercúrio e cianeto.
A OIT cita vários riscos para a saúde, como dificuldades para
respirar, asfixia pneumonia, problemas neurológicos, convulsões,
coma e até a morte. Orientações - Segundo agência, simplesmente
banir as remessas de lixo eletrônico enviadas países em desenvolvimento não é solução, já que a reciclagem desse material promove emprego para milhares de pessoas que vivem na pobreza.
A OIT sugere integrar sistemas informais de reciclagem ao
setor formal e melhorar métodos e condições de trabalho. Outro
passo indicado no estudo é a criação de leis e associações ou cooperativas de reciclagem.
Medicina ecológica
Crime ambiental
Em tempos de aquecimento global e preocupação cada vez
maior com a natureza, um movimento na área médica ainda pouco
difundido no Brasil parece ter tudo a ver com o momento. Trata-se da medicina ecológica ou ecomedicina, que parte do princípio
de que a saúde humana só pode ser entendida levando em consideração também o local onde se vive. Segundo esse movimento,
alterações bruscas e rápidas no meio ambiente têm ligação direta
com algumas das principais doenças que afetam o ser humano nos
dias de hoje.
A origem da medicina ecológica é incerta, mas os primeiros
estudos sobre o impacto do meio ambiente na saúde surgiram em
1965, quando foi fundada a Academia Americana de Medicina
Ambiental. Acredita-se que foi nos anos 1990 que o movimento
Uma ação contra o crime ambiental no município de São
Francisco de Itabapoana, no norte fluminense, destruiu dezenas de
fornos no entorno da Estação Ecológica Estadual de Guaxindiba.
Os fiscais apreenderam ainda 14 pássaros silvestres que estavam
em gaiolas, e que foram devolvidos à natureza. Um dos três presos
responderá também pelo crime de manter animais silvestres em
cativeiro. A ação teve a participação de 40 homens, entre fiscais
do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e policiais do Comando
de Policiamento Ambiental (CPAm). Ao percorrem o entorno da
estação ecológica, as equipes encontraram dezenas de fornos de
carvão clandestinos, que foram destruídos com o auxílio de uma
retroescavadeira.
Didatismo e Conhecimento
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ATUALIDADES
Fome Zero, que desta vez receberá metade do que for arrecadado.
O restante será destinado ao desenvolvimento sustentável das comunidades da Reserva Extrativista (Resex) Renascer, localizada
no Noroeste do Pará.
O TAC está sendo enviado à Justiça Federal para homologação. O acordo foi assinado pelo procurador da República Luiz Antônio Miranda Amorim Silva; pela ministra do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome, Tereza Campello; pelo presidente do
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Roberto Ricardo Vizentin; e por representantes da Associação de Comunidades da Resex Renascer.
Serão leiloados 64,5 mil metros cúbicos de madeira – mais de
23 mil toras, volume suficiente para carregar 2,5 mil caminhões,
em um valor total estimado na época de R$ 10 milhões. Segundo coordenadores da operação, a apreensão foi a maior já feita
no Brasil pela Polícia Federal. A madeira foi apreendida há três
anos, como resultado da Operação Arco de Fogo, realizada pela
Polícia Federal, ICMBio, Força Nacional de Segurança e Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA). No mesmo ano, foram iniciadas as negociações para a
assinatura do TAC.
A aplicação dos recursos será intermediada pelo ICMBio, que
deve investir em atividades como a capacitação dos moradores da
reserva extrativista, pesquisas científicas, estruturas necessárias
aos processos produtivos, gestão comunitária autônoma, entre outras ações. Os investimentos serão planejados em parceria com a
comunidade, com prazo estimado de cinco anos para aplicação. O
acordo será fiscalizado pelo MPF/PA.
ganhou força nos EUA e na Europa. A primeira pessoa a empregar
esse termo (ecological medicine) foi a arqueóloga americana Carolyn Raffensperger, que hoje é a presidente da ONG Science and
Environmental Health Network.
A medicina ecológica se baseia no conceito de indivisibilidade, no qual todas as espécies do planeta têm algum grau de interdependência. Se muitas delas ficam ameaçadas e o meio ambiente
muda de forma rápida e intensa, a saúde da biosfera como um todo
é posta em risco. E isso inclui o ser humano, que também faz parte
do conjunto. Tido como inadequado, agressivo e contaminado, o
novo ambiente urbano em que boa parte da população vive hoje é
considerado a fonte de inúmeras doenças e males que atualmente assolam a humanidade e crescem vertiginosamente em todo o
globo, segundo a medicina ecológica. Suas causas principais são
a poluição e a contaminação de alimentos por resíduos químicos.
A cada ano a indústria química introduz cerca de 2.000 moléculas novas no meio ambiente e não sabemos quais as consequências disso. São medicamentos, defensivos agrícolas, fungicidas,
produtos para plásticos, derivados de petróleo, metais pesados, inúmeras substâncias tóxicas. Isso sem falar no estresse gerado pela
vida nas cidades que, na avaliação de Botsaris, é um dos principais
males causados pelo ambiente atual. O médico classifica-o de duas
formas: o estresse continuado, aquele sentido com frequência por
um longo período, e o estresse cerebral, que é quando a demanda
excessiva é exclusiva para o cérebro e não há contrapartida física.
De acordo com ele, ambas estão ligadas ao aumento de problemas
psiquiátricos na sociedade, como ansiedade, depressão, insônia e
síndrome do pânico.
Todos esses agentes externos fazem com que os seres humanos estejam cada vez menos saudáveis, mesmo com todos os avanços tecnológicos. Com isso, uma das propostas da medicina ecológica é monitorar e reduzir o uso e a propagação desses químicos
como forma de manter a saúde do planeta e, consequentemente, a
do homem. A causa provável da maioria das doenças, cuja incidência está aumentando, é ambiental: infarto, pressão alta, diabetes,
ansiedade, depressão, câncer, doenças neurodegenerativas, infertilidade e alergias, entre outras.
A alimentação também adquire novo status na medicina ecológica. Ela é um dos pilares da prática e vai muito além de uma
simples orientação para se tornar uma necessidade básica e fundamental. A medicina ecológica valoriza muito a alimentação e a
digestão. Afinal, ela é uma das principais interações entre o organismo e o meio ambiente. Por isso, preocupa-se muito mais com
a qualidade dos alimentos e em ofertar uma alimentação mais rica
e farta em nutrientes essenciais. A proposta é cuidar muito da alimentação mesmo no indivíduo saudável.
Para viver em conformidade com a natureza e, consequentemente, em equilíbrio, o movimento prega, ainda, um retorno a hábitos antigos. É preciso viver o mais naturalmente possível, evitar
os exageros e se proteger dos excessos da tecnologia. Precisamos
também de contato com natureza e estimular menos o cérebro.
Desequilíbrios econômicos
Os desequilíbrios econômicos e tributários e o aumento das
emissões de gases do efeito estufa são os grandes riscos globais
que o mundo enfrentará na próxima década, um cenário mais pessimista que o revelado no ano passado, segundo relatório divulgado pelo Fórum Econômico Mundial. O relatório Riscos Globais,
que o Fórum publica às vésperas de sua cúpula anual de Davos,
na Suíça, conta com a opinião de diversos especialistas e líderes
políticos, que concordam, em linhas gerais, que as perspectivas
econômicas, sociais e econômicas são levemente mais pessimistas
que o ano anterior.
Eles refletem sua preocupação pelo impacto das crises de dívida soberana como a que atinge a zona do euro e pela falta de
perspectivas positivas sobre o aquecimento global. Neste sentido,
todos consideram que o risco global cuja materialização é mais
provável nos próximos 10 anos é uma consolidação das “graves diferenças de renda” e que a pior possibilidade é “uma grande falha
sistêmica do sistema financeiro”.
Outros dois riscos aparecem entre os cinco de maior impacto
e mais prováveis: os desequilíbrios fiscais crônicos e uma crise
de abastecimento de água por causa da mudança climática. Estes
riscos globais são essencialmente uma advertência sobre a força de
nossos sistemas e serviços básicos. A capacidade de resistência das
nações frente aos riscos globais tem que ser uma prioridade para
que esses sistemas e serviços continuem funcionando se ocorrer
um evento grave. Axel P. Lehmann, diretor de riscos da seguradora
Zurique Insurance Group, citou como exemplo “o crescente custo
de fenômenos como a supertempestade Sandy”, o que, na sua opinião, é uma evidência das “enormes ameaças” sofridas por países
insulares e litorâneos. A advertência sobre a falta de soluções às
emissões de gases do efeito estufa é evidente. É hora de agir.
Investimento no Pará
Um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) entre instituições públicas e uma comunidade extrativista no Pará vai permitir que metade do valor obtido com o leilão da maior quantidade de madeira
já apreendida pela Polícia Federal seja utilizada para o desenvolvimento social da população local. O leilão será realizado em nove
meses, a contar da homologação do acordo.
Normalmente, os recursos arrecadados com leilões de madeira
ilegal apreendida pelo governo federal são destinados ao Programa
Didatismo e Conhecimento
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ATUALIDADES
Tempestades econômica e ambiental
lhões, ou 66,5%, referem-se às lavouras, e R$ 144 bilhões, o equivalente a 33,5%, à produção pecuária. O VBP é uma estimativa de
geração de renda no meio rural que aufere os ganhos obtidos com
os produtos agropecuários.
Entre os produtos que se destacaram nas lavouras no ano passado está o tomate, que teve os preços inflacionados em 2013 e
cujo valor bruto cresceu 88,9% em relação a 2012. Em seguida,
veem a batata inglesa (crescimento de 46,6%), o trigo (33,9%), a
laranja (31,5%), a soja (25%) e a mandioca (20,2%). O café, que
enfrenta uma crise de preço no mercado internacional e doméstico,
registrou queda de 30,5% na geração de renda. O algodão foi outro
produto agrícola a ter recuo do valor bruto, de 30,9%. Somando-se
todos os produtos agrícolas, o valor arrecadado com as lavouras no
país cresceu 11% em relação ao ano retrasado.
No caso do valor referente à produção agropecuária, houve
crescimento de 11,7% na comparação com 2012. A produção de
carnes de frango e bovina, cujos valores cresceram respectivamente 23,9% e 3,9% e que, juntas, representaram 70% do VBP
pecuário, foi a grande responsável pelo resultado. Os ganhos com
suínos, leite e ovos também tiveram crescimento, de 10,9%, 13,2%
e 7,3%. Para 2014, a previsão é de que o VBP atinja R$ 462,4 bilhões, o que representa 7,5% a mais que em 2013. Os dados sobre
o indicador são baseados em informações do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) e da Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab).
Os especialistas insistem no relatório que os graves riscos socioeconômicos dos últimos cinco anos estão destruindo os esforços de enfrentar os desafios da mudança climática. A comunidade
internacional se mostra reticente a enfrentar uma ameaça a longo
prazo como esta, apesar dos recentes fenômenos meteorológicos
extremos, diz o relatório, que defende “novos enfoques” e “investimentos estratégicos” para evitar as hipóteses mais desfavoráveis
para a economia e o meio ambiente.
Duas tempestades, a ambiental e a econômica, estão em rota
de colisão. Se não alocarmos os recursos necessários para diminuir o crescente risco de fenômenos meteorológicos extremos, a
prosperidade mundial das futuras gerações poderá ser ameaçada.
“O documento adverte também para a “complacência” do sistema
no campo médico pelos grandes avanços obtidos nas últimas décadas e cita como um dos maiores riscos a crescente resistência aos
antibióticos”, o que poderia levar nossos sistemas de saúde à beira
do colapso.
Em seu conjunto, o relatório descreve 50 riscos globais - que
são agrupados em categorias econômicas, ambientais, geopolíticas, sociais e tecnológicas -, e seus resultados refletem que os
mais jovens estão mais preocupados que os mais velhos e que as
mulheres são mais pessimistas sobre o futuro do que os homens.
O relatório destaca igualmente os chamados “fatores X”: novas
preocupações que pedem um maior estudo, como o uso não ético
da geoengenharia e das tecnologias que alteram o cérebro.
14/01/2014
http://www.noticiasdabahia.com.br/
ultimas_noticias.php
Redução no consumo de energia
Agronegócio
A presidente Dilma Rousseff em pronunciamento em rede
nacional de rádio e televisão informou que o Brasil tem energia
suficiente para o presente e para o futuro, sem nenhum risco de racionamento ou qualquer tipo de estrangulamento, no curto, médio
ou no longo prazo. Dilma anunciou que a conta de luz dos brasileiros terá uma redução de 18% para as residências e de até 32% para
as indústrias, agricultura, comércio e serviços. O corte é maior do
que o anunciado anteriormente. Com a redução de tarifas, o Brasil
passa a viver uma situação especial no setor elétrico, ao mesmo
tempo baixando o custo da energia e aumentando sua produção
elétrica. Foi assinado hoje um decreto e uma medida provisória
com os novos índices de redução das tarifas.
Segundo ela, os consumidores que são atendidos pelas concessionárias que não aderiram à prorrogação dos contratos (Companhia Energética de São Paulo - Cesp, Companhia Energética de
Minas Gerais – Cemig e Companhia Paranaense de Energia - Copel) também terão a conta de luz reduzida. A presidenta criticou
duramente as previsões sobre a possibilidade de racionamento de
energia por causa do baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas. Explicou que praticamente todos os anos as usinas térmicas,
movidas a gás natural, óleo diesel, carvão ou biomassa, são acionadas com menor ou maior exigência para garantir o suprimento
de energia do país.
A balança comercial do agronegócio encerrou 2013 com superávit de US$ 82,91 bilhões. O principal setor exportador foi o complexo soja (óleo, farelo e grão), responsável por US$ 30,96 bilhões
em vendas externas, o equivalente a 31% das exportações do agronegócio. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Agricultura. As exportações subiram 4,3% e alcançaram US$ 99,97 bilhões.
As importações cresceram 4%, atingindo US$ 17,06 bilhões. Além
da soja, destacou-se a carne. As vendas externas subiram de US$
15,74 bilhões em 2012 para US$ 16,8 bilhões no ano passado, incremento de 6,8%. As exportações do setor sucroalcooleiro ficaram em terceiro lugar entre as que mais trouxeram divisas, com
ingresso financeiro de US$ 13,72 bilhões.
Para 2014, a previsão é de queda de preço para alguns produtos cotados no mercado internacional, em função da oferta elevada. Entre eles, milho e a soja em grão. Caso isso ocorra, o resultado
de 2014 deve ser inferior ao do ano passado. Do lado das importações, houve aumento de 4% nas compras do Brasil de produtos
agrícolas no exterior. Foram gastos US$ 17 bilhões. O trigo foi o
principal produto adquirido lá fora, com gastos de US$ 2,42 bilhões, 37,2% a mais do que no ano passado. A quebra da safra do
cereal no Brasil e em outros países, com risco de desabastecimento, contribuiu para a alta das compras.
13/01/2014
http://www.noticiasdabahia.com.br/
ultimas_noticias.php
Economia Brasileira
Produção Agropecuária
Soja
A atividade agropecuária brasileira encerrou 2013 com o Valor Bruto da Produção (VBP) em R$ 430 bilhões. O número, divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
é 11,3% superior ao registrado em 2012. Desse total, R$ 286 bi-
Didatismo e Conhecimento
Mesmo com os problemas climáticos do momento, os técnicos do Ministério da Agricultura acreditam que a safra 2013/2014
atinja a marca recorde de 200 milhões de toneladas. No quarto
8
ATUALIDADES
O resultado ficou abaixo do esperado pelo mercado, que projetava crescimento entre 0,8% e 1%. Na comparação com primeiro
trimestre do ano passado, o avanço da economia brasileira atinge
1,9%. Em valores correntes, o PIB alcançou R$ 1,11 trilhão. No
ano de 2012, o indicador cresceu 0,9%. Foi o pior resultado do PIB
brasileiro desde 2009 (-0,6%). No primeiro trimestre deste ano, a
indústria amargou queda de 0,3%. O resultado do setor industrial
foi prejudicado pela queda na produção do segmento extrativa mineral. O recuo chegou a 2,1%.
As perdas da indústria ocorreram mesmo com uma série de
medidas adotadas pelo governo da presidente Dilma Rousseff,
que estimulou o consumo por meio de uma redução de impostos
para automóveis, móveis, eletrodomésticos, materiais de construção e até dos produtos que compõem a cesta básica. A redução do
IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) foi prorrogada em
atendimento à expectativa dos setores produtivos. Também como
forma de alavancar a economia e evitar novas reduções em suas
previsões, o governo federal anunciou um plano de concessões ao
setor privado de R$ 133 bilhões para melhorar a infraestrutura do
País, começando por rodovias e ferrovias. Além disso, o Ministério da Fazenda ampliou a margem de endividamento de 17 dos 27
estados do País para que eles possam ter acesso a novos créditos
públicos, em um total de cerca de R$ 42,2 bilhões.
Esses recursos deverão ser dirigidos a obras de infraestrutura,
saneamento, transporte urbano e meio ambiente. Também tiveram
péssimos resultados os setores de construção civil e eletricidade
e gás, água, esgoto e limpeza urbana. Todos despencaram 0,1%.
levantamento da safra da Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab), divulgado em Brasília, o número para a safra indicava
196,7 milhões de toneladas, também recorde, mas a soja pode melhorar ainda mais esse resultado. “Há um aumento de produtividade da soja. Assim que terminar a colheita desse grão, haverá um
aumento maior do que a estimativa divulgada. Podemos, assim,
chegar aos 200 milhões de toneladas. Isso para nós é muito importante. É um número significativo”, disse o ministro da Agricultura,
Antonio Andrade. Na avaliação de Andrade, a soja é um grande
fator para o resultado e está sendo exportada com preços “remuneradores”, o que faz aumentar a produtividade, com garantia de
mercado exportador.
Para o ministro, o resultado demonstra que agronegócio está
crescendo cada vez mais no país, conquistando espaços tanto internos, quanto externos. Segundo ele, a produção de grãos torna
hoje o país respeitado pelas ações que tem adotado e que trazem
consequências, como o aumento da produtividade. “Quando anunciamos o Plano Safra, queríamos chegar a 190 milhões de toneladas. Superamos essa expectativa e chegamos a 197 milhões. Agora, estamos trabalhando duramente para chegar a 200 milhões de
toneladas”.
O quarto levantamento da safra, de 196,7 milhões de toneladas, representa aumento de 5,2% em relação à safra passada, com
registro de 186,9 milhões de toneladas. No caso da soja, houve
crescimento de 10,8% e produção estimada de 90,3 milhões de
toneladas para a safra atual. O arroz teve alta de 5,1%, chegando
a 12,4 milhões de toneladas, seguido pelo feijão (primeira safra),
com elevação de 35,6%, e passando de 964,6 mil toneladas para
1,3 milhão de toneladas. O produto está em fase de colheita no
Paraná. O milho (primeira safra), segunda maior cultura produzida no país, teve queda de 5,9%. A área total destinada ao plantio,
informou a Conab, pode chegar a 55,39 milhões de hectares, com
alta de 4% em relação à área plantada na safra anterior. O destaque
também é a soja, com aumento na área plantada de 6,6%, passando
de 27,7 milhões para 29,6 milhões de hectares. “Esperamos chegar
a 95 milhões de toneladas na produção de soja, colando o Brasil
como o maior produtor e exportador do mundo”, disse o ministro.
Um possível desabastecimento de milho, que registrou queda
na estimativa de safra, foi descartado pelo ministro Antonio Andrade. Ele tranquilizou os produtores de frangos e suínos e disse
que haverá abastecimento destinado à ração animal. O problema,
informou, tem sido maior devido ao preço do produto. “A prioridade do Brasil é exportar carne. Não é exportar grãos. Exportamos
grãos porque ainda não aumentamos significativamente a exportação de carne”, destacou. Ele lembrou que os números de exportação de carne (aves, suína e bovina) já foram maiores em 2013 do
que no ano anterior, sem o governo descuidar do mercado interno.
Brasil: 7ª Maior Potência Econômica
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente o desempenho da economia brasileira no terceiro trimestre. O crescimento foi de 0,6% no terceiro trimestre de
2012 na comparação com o anterior, ficando atrás dos países que
compõe o BRICS: China (7,4%), Índia 5,3%, Rússia 2,9% e África
do Sul 2,3%. Esse crescimento foi impulsionado pelo setor agropecuário, deixando a Indústria e o Serviço com resultados muito
inferiores, de acordo ao Instituto.
Com a divulgação desse crescimento abaixo do esperado, o
período é de reflexão sobre aspectos que também interferem no
desempenho da economia, devendo o governo trabalhar em políticas que retomem o crescimento do Brasil. O primeiro aspecto é
a informação divulgada pela Receita Federal de que a carga tributária correspondeu 35,31% do Produto Interno Bruto (PIB). Para
um mundo globalizado e competitivo, esse índice é um fator de
influência direta no relacionamento comercial internacional e que
tira competitividade das empresas nacionais.
O segundo aspecto na divulgação do desempenho foi a redução na taxa de investimento de 18,7% do PIB, menor do que
ao igual período do ano passado que ficou em 20%. Esse índice
aponta a condição da aplicação de capital em meios de produção,
onde as empresas tiveram mais dificuldades para canalizarem recursos para ampliação das suas operações, com reflexos diretos na
geração de renda e postos de trabalho. E o terceiro ponto é quanto
à taxa de poupança divulgada de 15,6% sobre o PIB, menor que
o trimestre do ano anterior que foi de 18,8%. A redução representa várias questões e têm como reflexo a mudança do cálculo dos
rendimentos, reduzindo às perspectivas de ganhos nas aplicações,
e em outro aspecto a fraca capacidade de acúmulo de capital para
a geração investimentos a custos mais compensadores na contratação dos recursos.
09/01/2014
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Novas Estatísticas da Economia Brasileira
A economia brasileira não terá novos estímulos em 2013 para
o crescimento mesmo com o avanço de 0,6% do PIB (Produto Interno Bruto) no 1º trimestre. Os estímulos que já foram tomados
continuarão a surtir efeito no ano de 2013. A desoneração da folha de pagamento, por exemplo, continuará a ser feita em outros
setores ao longo do ano, o que irá aumentar a competitividade da
economia brasileira.
Didatismo e Conhecimento
9
ATUALIDADES
Outras transformações ocorreram na economia brasileira, a
China, por exemplo, se tornou no maior fornecedor do Brasil, apesar das medidas do governo brasileiro para impedir o avanço da
entrada de mais produtos chineses no nosso país, fator que ameaça
a indústria nacional, a dependência brasileira aos produtos e insumos chineses permaneceu crescente. Dessa forma, a China como
principal fornecedor atingiu 15,5% de todas as importações realizadas pelo Brasil, ultrapassando os EUA que registraram 14,6%
no mesmo quesito. A China também lidera a venda de máquinas e
equipamentos para a indústria brasileira.
Porém, o Brasil também conquistou crescimento em suas exportações para a China. Em 2012, no setor do agronegócio, a China também se manteve como o principal parceiro comercial com
cifra de 388,8 milhões de dólares em exportações e 8% de participação no total exportado em janeiro de 2012, comparado com o
mês de janeiro de 2011, o crescimento foi de 51,6%. Considerando
o agronegócio brasileiro, os principais setores exportadores foram
os de carnes, com 1,14 bilhões de dólares; produtos florestais, 702
milhões de dólares; soja, 685 milhões de dólares; sucroalcooleiro,
372 milhões de dólares.
Em pleno agravamento da crise internacional, o estoque de
operações de crédito no sistema financeiro brasileiro atingiu R$ 2
trilhões, o que representa uma expansão de 10,6% em relação ao
semestre anterior e 19% em doze meses, o que representa 49% do
PIB (Produto Interno Bruto). Do ponto de vista macroeconômico,
existe a perspectiva de estabilização da inadimplência, provocada
pelas projeções de retomada de crescimento. Entre as instituições
financeiras estrangeiras, o destaque foi à transferência de controle
do Dresdner Bank Brasil S.A Banco Múltiplo, do Commerzbank
AG (Alemanha) para o banco canadense The Bank of Nova Scotia.
A estabilidade financeira do Brasil, frente a um cenário de incerteza internacional, contribui para atração de investimentos para
o país. Falar sobre a economia não é atravessar um abismo de incertezas, mas sim ter a sensibilidade da mudança. A inovação tecnológica aliada à interação de comunicação sem limites provoca
uma visão diferente de nossa realidade, a Nova Economia pode ser
assim chamada de “Economia Social Incorporativa”, pois, faz parte de uma rede integrada e sociável as populações do mundo. Esta
Nova Economia é a junção da Economia da Inovação + Economia
Criativa + Economia Verde (Sustentabilidade) + Redes Sociais =
Economia Social Incorporativa – SEI (Social Economy Incorporative).
Do telefone à nanotecnologia, destaque para o grafeno, composto por átomos de carbono com alta condutividade térmica e
elétrica, flexível e 200 vezes mais resistente que o aço, com possibilidade de combinar outras substâncias químicas, torna-se um
interessante material do futuro, ou será do presente? Este material
pode substituir o silício e permitir a segunda revolução tecnológica.
Ao aliar a tecnologia com a internet, que está sendo testada
em várias universidades do mundo que tem um velocidade de até
2.000 vezes mais rápida que a internet atual, somando aos mais de
1 bilhão de pessoas que já fazem parte da rede Facebook (uma, de
centenas de redes sociais); a integração do Linkedin (maior rede
de negócios do mundo); as buscas majoritárias do Google (além
de outras centenas de sites de busca); a disponibilidade de colocar
vídeos no You Tube (o mais popular do seguimento); a criação de
pelo menos 400 novos aplicativos por dia para os smartphones,
com plataformas que contam com mais de 80 mil aplicativos; a
sinergia de interação de redes de contato e o movimento da informação que cria raízes culturais, de uma nova literatura social, no
qual, a linguagem está em construção em um ambiente virtual e ao
mesmo tempo integrado.
Esta interação social está derrubando governos, mudando hábitos de consumo, provocando uma avalanche de oportunidades.
A Europa, não poderá recuperar-se com fardo pesado de projetos
sociais, somado à instabilidade de credibilidade financeira a não
ser que invista na SEI (Social Economy Incorporative). A Rússia,
EUA, Japão, China e Brasil poderão beneficiar-se da atual situação econômica, ocupando novos espaços políticos e econômicos,
porque contam com um dos pilares da SEI, mas mesmo estes precisam investir em Economia Criativa (aumentar as exportações
desta economia); aumentar os investimentos na Economia Verde;
dar mais transparência a gestão pública e interagir com seus pares
através do contexto da nova linguagem que está em construção na
atualidade.
O mais preocupante, é que as questões ambientais estão esquecidas com a crise econômica, pouco se faz para reverter os abusos do Homem sobre a natureza. O planeta já passa por fortes consequências dos efeitos climáticos que aumentam de intensidade a
cada ano. A sustentabilidade talvez seja uma das soluções para atual crise econômica. Os polos de empregabilidade do mundo estão
nas bases do SEI, em projetos culturais, turísticos, projetos educacionais, na criação de novas tecnologias, nas ações de sustenta-
A estabilidade financeira do Brasil
A expansão do sistema bancário brasileiro, surpreendeu frente
à instabilidade de solvência da economia grega, à vulnerabilidade decorrente da dívida soberana europeia e riscos associados à
fragilidade econômica global. Apesar da turbulência do mercado
internacional, e que tende a permanecer em algumas economias
da Europa e outros países, no Brasil, com forte sistema bancário e
robusto nível de solvência, fato evidenciado pelo teste de estresse
aplicado em vários cenários pelo BCB – Banco Central do Brasil,
alicerçado com crescimento da base de capital, principalmente em
decorrência da incorporação de lucros e da captação de dívidas
subordinadas.
Houve disponibilidade de recursos no mercado externo e interno que permitiu os bancos financiarem o crescimento da carteira
de crédito e assim aumentar o montante de ativos líquidos, mesmo
perante a volatilidade das taxas de câmbio e juros, com elevado
índice de liquidez, mostrando claramente a capacidade de fazer
frente a eventuais crises externas. A elevação do nível de renda
das famílias brasileiras; somado ao baixo nível de desemprego;
aumento do crédito direcionado; despesas administrativas do setor bancário estável; expansão de crédito ofertado pelo BNDES
– Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social; pequeno aumento no lucro líquido do sistema bancário; provocado
por resultados não operacionais, demonstra a real situação do equilíbrio financeiro.
Ao analisar o Sistema de Transferência de Reservas (STR) verifica-se que a Liquidez Agregada Disponível continuou acima das
necessidades das instituições financeiras participantes, permitindo tranquilidade nas liquidações. Apesar do aumento do nível de
endividamento das famílias brasileiras, boa parte do que o Brasil
produz são consumidos no mercado interno. As áreas que sofrerão
influências serão todas alinhadas à exportação, do qual, a diminuição da atividade econômica e a desaceleração da economia mundial, podem resultar no médio prazo aumento do nível de desemprego, afetando relativamente o sistema financeiro, com aumento
da inadimplência. Este reflexo é minimizado em virtude de muitas
obras do Programa Brasil Maior, de aceleração da economia, além
de vários incentivos fiscais e da necessidade de atendimento de um
mercado consumidor em expansão.
Didatismo e Conhecimento
10
ATUALIDADES
BRICS
bilidade e nas redes sociais; que estabelecem comportamentos de
compra, difusão de conhecimento, entretenimento e redes políticas
integradas aos mesmos interesses coletivos e globais.
Soluções existem, o momento não é de isolamento, mas evidente que uma Nova Economia está em transformação, provocando mudanças significativas na política econômica mundial, por
isso, todos os esforços nesta nova dinâmica de conscientização do
comportamento social integrativo auxilia numa política estratégica
global mais justa e igualitária. Como Schumpeter dizia: “inovações radicais provocam grandes mudanças no mundo, enquanto
inovações incrementais preenchem continuamente o processo de
mudança”. Construir frases é fácil, construir ideias exige novos
olhares, construir uma nova economia requer integração social,
viva a Humanidade.
O termo BRIC foi criado pelo economista Jim O’Nill, em
2001, para referir-se aos cinco países que apresentarão maiores
taxas de crescimento econômico até 2050. BRICS são as inicias
de Brasil, Rússia, Índia, China e mais recentemente África do Sul,
países em desenvolvimento, que, conforme projeções serão maiores economicamente que o G6 (Estados Unidos, Japão, Alemanha,
Reino Unido, França e Itália). O BRICS não é um bloco econômico, e sim uma associação comercial, onde os países integrantes
apresentam situações econômicas e índices de desenvolvimento
parecidos, cuja união visa à cooperação para alavancar suas economias em escala global.
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul apresentam vários
fatores em comum, entre eles podem ser citados: grande extensão
territorial; estabilidade econômica recente; Produto Interno Bruto (PIB) em ascensão; disponibilidade de mão de obra; mercado
consumidor em alta; grande disponibilidade de recursos naturais;
aumento nas taxas de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH);
valorização nos mercados de capitais; investimentos de empresas
nos diversos setores da economia.
Economia Internacional
Comércio Global
O comércio anual de bens da China passou a marca dos US$
4 trilhões pela primeira vez no ano passado, revelam as estatísticas
oficiais, confirmando a posição do país como o maior comerciante em escala mundial. Divulgados pela Administração Geral das
Alfândegas chinesa, os dados colocam um ponto final na dúvida
sobre quem seria o país com maior volume de negócios (China
ou Estados Unidos). Por causa dos diferentes métodos de cálculo
entre os dois países, apenas em 2013 os chineses superaram os
norte-americanos na troca de bens. A conta exclui o comércio de
serviços.
“É muito provável que a China tenha suplantado os Estados
Unidos como o país com mais trocas comerciais de bens em 2013
pela primeira vez”, disse o porta-voz da Administração Geral das
Alfândegas chinesa, Zheng Yuesheng. As exportações da segunda
maior economia mundial subiram 7,9%, para US$ 2,21 trilhões,
enquanto as importações aumentaram 7,3%, para US$ 1,95 trilhão,
de acordo com a mesma fonte, o que coloca o superávit comercial
da China em US$ 259,7 bilhões, 12,8% a mais do que em 2012.
O volume total de bens comercializados entre a China e outros
países ficou em US$ 4,16 trilhões, o que representa uma subida
de 7,6%, ligeiramente abaixo da meta das autoridades chinesas,
que apontava para um aumento de 8%. O comércio entre a União
Europeia (UE) e a China aumentou 2,1% em 2013, para mais de
US$ 559 bilhões, mantendo os europeus como o maior parceiro
comercial de Pequim. Os Estados Unidos figuram em segundo lugar entre os parceiros comerciais da China, com trocas de US$ 521
bilhões, 7,5% a mais do que em 2012. Os norte-americanos, porém, importaram mais da China do que a União Europeia. O superávit comercial da China com os Estados Unidos é também muito
mais elevado: US$ 215,8 bilhões, segundo as estatísticas chinesas.
As exportações chinesas para os EUA somaram US$ 368,4
bilhões, US$ 29,4 bilhões a mais do que a China vendeu à União
Europeia. No mesmo período, a China importou US$ 220,1 bilhões da UE, US$ 67,5 bilhões a mais do que a China comprou
dos norte-americanos. Em média, o comércio entre a China e os
seus dois maiores parceiros soma quase US$ 3 bilhões por dia.
Com o Japão, que era o terceiro parceiro comercial da China, mas
cujas relações têm sido afetadas pela polêmica em torno de duas
ilhas no Oceano Pacífico, o comércio bilateral em 2013 caiu 5,1%,
para US$ 312,5 bilhões. O lugar do Japão é agora ocupado pelos
dez estados da Asean (Associação das Nações do Sueste Asiático),
com US$ 443,6 bilhões, 10,9% a mais do que em 2012.
Brics: potências emergentes podem virar bloco econômico
importante
Distantes, diferentes, mas que juntos se transformam em um
gigante. Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul representam
25% do território mundial e quase metade da população do planeta. Com poderes combinados podem virar um bloco econômico
importante. O Brasil e a Rússia, por exemplo, são países de grande
potencial de commodities, que exportam commodities. Em contrapartida, a China e a Índia que são de mão de obra para transformar essas commodities em produtos manufaturados. Então, é uma
combinação feliz. Cresce a importância desses países na balança
comercial entre si e no futuro próximo.
A China aparece como a segunda economia do mundo, atrás
apenas dos Estados Unidos. O Produto Interno Bruto, que é soma
das riquezas produzidas nos cinco países, passa dos US$ 13 trilhões. É quase 20% de tudo que se é produzido no mundo. Em
conjunto, fica mais fácil quebrar barreiras econômicas de países
com países da Europa e Estados Unidos, por exemplo. Mas os economistas dizem que o grupo tem ainda outros desafios, como aumentar a sua força política e aumentar o comércio entre os países.
Os cinco países têm interesses conflitantes, mas poderiam usar a
reunião na Índia, pelo menos, para começar a acertar as arestas.
Pacto contra Tuberculose
A BRICS, que tem um extenso histórico de problemas com
doenças infecciosas, fecharam um acordo para trabalhar conjuntamente no combate de uma epidemia de tuberculose resistente a
medicamentos. O pacto é a mais recente indicação de que o mundo
começa a despertar para a ameaça da tuberculose resistente a medicamentos, uma doença que vem matando centenas de milhares
de pessoas por ano e que ameaça tornar-se praticamente incurável,
em alguns casos, com os tratamentos existentes hoje. O acordo foi
fechado num momento em que a Organização Mundial da Saúde
e outros especialistas em temas de saúde global vêm reconhecendo que a extensão do problema está indo muito além do que eles
haviam previsto.
10/01/2014
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Didatismo e Conhecimento
11
ATUALIDADES
mais de um milhão de famílias sem trabalho e dezenas de milhares
expulsas de seus lares por causa de dívidas com bancos. Isto, somado às políticas de austeridade, está gerando um desapego com
as instituições e com a política.
Por isso, em um momento em que cresce o fervor separatista na Catalunha (nordeste), Juan Carlos I pediu para exercer uma
política que, longe de provocar o confronto e com respeito à diversidade, integra o comum para somar forças, não para dividi-las.
Diante da negativa do governo espanhol a renegociar um sistema
fiscal que considera um peso para sua região em tempos de crise,
o presidente catalão, o nacionalista Artur Mas, anunciou sua intenção de convocar um referendo de autodeterminação. A tensão
cresce desde então entre Madri e Barcelona, que denuncia tentativas do governo espanhol por limitar sua autonomia em questões
como a educação de sua língua, veicular nas escolas públicas após
ter sido excluída da esfera pública durante a ditadura franquista
(1939-1975).
Brasil superará apenas África do Sul entre os BRICS em
2013
O Brasil terá um crescimento maior apenas que o da África
do Sul entre os BRICS em 2013. Segundo previsões do relatório World Economic Outlook (Panorama Econômico Mundial, em
tradução livre) do Fundo Monetário Internacional (FMI), o País
crescerá 3,5%. O resultado é suficiente para superar a economia
sul-africana (2,8%), mas representa menos da metade da previsão
de crescimento da China (8,2%). O número também fica abaixo
dos desempenhos esperados para Rússia (3,7%) e Índia (5,9%).
A crise do Euro
A indisciplina fiscal e o descontrole das contas públicas em
países da zona do euro, em particular na Grécia, arrastaram o bloco
para uma crise financeira sem precedentes. Após a revelação de
que os gregos maquiavam seu nível de endividamento, títulos soberanos de diversos países da zona do euro foram rebaixados pelas
agências de risco, e a moeda comum caiu ao nível mais baixo em
quatro anos. Para tirar a Grécia do buraco, União Europeia e FMI
impõe um duro e impopular plano de austeridade, a que condicionam o socorro financeiro. A crise da dívida na zona do euro está
longe de acabar, embora medidas pensadas para tratar as causas do
problema estejam começando a surtir efeito, embora a crise já se
arraste por três anos.
Rejeição no Governo Francês.
Desde que assumiu o país, François Hollande apresenta o menor índice de aprovação até o momento para o seu governo socialista que luta para combater o desemprego. Em recente pesquisa
da OpinionWay, feita para o jornal Le Figaro, revelou que 36 por
cento dos entrevistados estavam satisfeitos com Hollande, contra
64 por cento que disseram que estavam descontentes com o seu
trabalho desde a eleição. A aprovação de Hollande vem caindo firmemente, na medida em que a população fica cada vez mais preocupada com a piora da economia. O desemprego e a política fiscal
são as duas maiores queixas, segundo a pesquisa, e 47 por cento
dos entrevistados disseram acreditar que a situação na França piorou nos últimos seis meses.
A fim de cumprir as metas do déficit público, o governo de
Hollande espera cortar 30 bilhões de euros do orçamento, mirando
principalmente empresas e ricos com o aumento de impostos. Mas
o país, que tem um dos mais altos encargos trabalhistas do mundo
para financiar o seu estado de bem-estar social, precisa simultaneamente aumentar a sua competitividade. Segundo o conselho
da organização multilateral países pobres que têm empréstimos
do Fundo Monetário Internacional (FMI) podem continuar a não
pagar juros, já que as economias dessas nações ainda estão se recuperando da crise econômica mundial. O programa de empréstimos
com juros zerados do FMI para países de baixa renda deixaria de
vigorar breve, porém a decisão do Conselho Executivo de manter
as taxas de juros zeradas é uma evidência do contínuo apoio do
Fundo para países de baixa renda desde o salto da crise econômica
mundial em 2009.
A situação econômica nos EUA.
O Tesouro dos Estados Unidos começou a desenvolver uma
série de medidas que deve adiar em cerca de dois meses o dia
em que o governo irá superar sua autoridade legal de empréstimo como definido pelo Congresso. Sem qualquer ação, o Tesouro
afirma que o governo vai alcançar o teto da dívida de US$ 16,4
trilhões. O governo está enfrentando um momento decisivo sobre
o teto da dívida porque a questão se tornou um entrave nas negociações para evitar os US$ 600 bilhões em aumentos tributários e
cortes de gastos que entrarão em vigor. Uma falha em elevar o teto
da dívida pode fazer com que o governo dê default em sua dívida.
Para reduzir o gasto do governo, o Tesouro irá suspender a
emissão de títulos do Estado e de governos locais, conhecidos
como “slugs”. Os slugs são títulos especiais de juros baixos do
Tesouro oferecidos aos governos estatal e local para investir temporariamente lucros de vendas de títulos municipais. Eles foram
suspensos várias vezes nos últimos 20 anos para evitar atingir o
teto da dívida. Os investimentos em um fundo de pensão de empregados do governo também serão suspensos, junto com outras
medidas, embora o Tesouro não tenha apresentado datas para o
início dessas outras medidas.
Greve na Grécia
Os funcionários públicos gregos foram convocados para uma
greve e os demais trabalhadores do país deverão cruzar os braços
por três horas contra a nova reforma tributária do governo e as
últimas medidas de austeridade. A confederação de sindicatos de
funcionários ADEDY convocou uma greve de 24 horas, enquanto o sindicato de trabalhadores do setor privado GSEE organizou
uma paralisação entre 8h e 11h (de Brasília). Atualmente, a GSEE
luta contra as políticas destrutivas da ‘troika’ postas em prática
pelo governo. Segundo a GSEE o novo ataque fiscal aos trabalhadores, aposentados e cidadãos comuns; a redução de direitos
fundamentais; a privatização depredadora da propriedade pública;
o desemprego e as demissões não podem nem devem continuar. É
preciso haver uma mudança de política para que a sociedade e o
país possam sobreviver.
A crise na Espanha
Recentemente, o rei da Espanha pediu unidade para tirar o
país de um dos momentos mais difíceis de sua história, marcado
por uma profunda crise econômica, em alusão à Catalunha, onde
cresce o fervor separatista. Segundo o rei, Não é exagero afirmar
que a Espanha vive um dos momentos mais difíceis da história,
pois, depois de sofrer momentos complicados em meio a críticas
por uma controversa caça de elefantes em Botsuana e acusações de
corrupção contra seu genro, Iñaki Urdangarin. Em crise desde que
explodiu a bolha imobiliária em 2008, a Espanha está novamente
mergulhada na recessão e tem um desemprego de 25%, que deixou
Didatismo e Conhecimento
12
ATUALIDADES
Dessa forma, a recessão pode ter acabado, mas são tempos
sombrios para vítimas silenciosas, como os animais. Eles nunca
precisaram tanto de ajuda. Assim, prevenir os maus tratos e ajudar os animais necessitados é prioridade absoluta da RSPCA, mas
o número de animais abusados e abandonados está em constante crescimento. Enquanto o número de animais carentes sobe, os
gastos da organização, cujo orçamento depende totalmente de
doações, já ultrapassaram as previsões. A RSPCA prevê que mais
6.000 cachorros e gatos sejam abandonados até o término do ano,
com um custo de cerca de 5 milhões de libras (R$ 16 milhões).
Atualmente, a entidade já conseguiu encontrar um novo lar para
12 mil cachorros e 29 mil gatos. A média de permanência para
cachorros na RSPCA é de 59 dias.
O Abismo Fiscal
A nova lei fiscal, que será votada no Parlamento, aumenta
a pressão impositiva sobre as rendas médias e os autônomos. O
Banco Central americano vai usar uma ferramenta clássica de política econômica para fazer essa injeção de recursos: a compra de
títulos públicos (pedaços da dívida estatal, vendidos pelo Tesouro
dos EUA) em mãos de investidores e bancos. Ao fazer essa operação, ele coloca dinheiro no bolso desses investidores e bancos,
que pode ser direcionado tanto para outros investimentos (como
ações) ou para a concessão de crédito, o que pode estimular a
atividade econômica. Em tese, com mais dinheiro circulando, os
empréstimos para empresas e consumidores ficam mais baratos,
o que anima os investimentos no setor produtivo e o aumento do
consumo. Assim. o congresso americano está no meio de uma séria
discussão sobre o problema do “abismo fiscal”. O resultado mais
provável dessas discussões será um corte de gastos públicos, mais
ou menos drástico. Se o Estado gastar menos, vai tirar um estímulo
importante à enfraquecida economia dos EUA.
Troca de governo no Egito
O presidente egípcio, Mohamed Mursi, anunciou um novo
governo para enfrentar a grave crise econômica, um dia antes de
retomar as negociações com o FMI para conseguir um empréstimo crucial para o país, mas que pode acarretar reformas drásticas.
Dez novos ministros, quase um terço do governo, que continuará
sendo liderado pelo primeiro-ministro Hicham Qandil, prestaram
juramento perante o chefe de Estado. Al-Mursi Al-Sayed Hegazy,
especialista em finanças islâmicas ligado à Irmandade Muçulmana, organização à qual Mursi pertence, substituirá o ministro das
Finanças, Momtaz al-Said, homem-chave nas negociações com o
Fundo Monetário Internacional (FMI) para conseguir um empréstimo de 4,8 bilhões de dólares.
Said foi muito criticado pelos líderes da Irmandade Muçulmana, que reprovam sua proximidade dos ex-dirigentes militares
que estiveram no poder por quase um ano e meio após a queda,
de Hosni Mubarak. O ministério do Interior ficará nas mãos do
general Mohamed Ibrahim, que era um dos adjuntos do até agora
ministro da pasta, Ahmed Gamaledin. Dessa forma, a substituição
de Gamaledin é consequência de sua falta de rigidez nas manifestações contra o referendo sobre uma nova Constituição, durante
as quais vários locais da Irmandade Muçulmana foram atacados.
Um total de oito ministérios técnicos, quase todos relacionados à economia, também mudaram de líder: Transportes, Eletricidade, Desenvolvimento Regional, Aviação Civil, Meio Ambiente,
Fornecimento, Comunicações e Relações Parlamentares. Mursi
anunciou esta reformulação do governo, depois de adotar a nova
Constituição, e explicou que queria um governo mais preparado
para enfrentar a crise econômica vivida pelo país. Assim, há dois
anos, a economia egípcia tem um déficit que aumenta combinado
com a queda da moeda nacional, a libra egípcia, a diminuição do
turismo e o afundamento dos investimentos estrangeiros.
Ao mesmo tempo, o Banco Central viu suas reservas caírem
de 36 bilhões para 15 bilhões de dólares, nível que a instituição
classificou, na semana passada, de crítico. Desde então, autoridades aplicam medidas para limitar a saída de divisas do país. O
novo ministro das Finanças terá que retomar as negociações com
o FMI para conseguir empréstimo, que já foi pré-acordado, mas
suspenso devido às tensões políticas no Egito. O empréstimo do
FMI é considerado decisivo para recuperar a confiança na economia egípcia, conseguir novos apoios internacionais e ajudar o
país a sanear suas contas. No entanto, o governo demonstrou ser
cauteloso diante da perspectiva de que o FMI imponha reformas
drásticas e impopulares em troca do empréstimo, em particular um
possível corte dos caros subsídios do Estado aos combustíveis e
aos alimentos básicos.
A crise econômica na Alemanha
A Alemanha está resistindo à crise econômica da Europa relativamente bem em comparação a seus vizinhos do sul. No entanto,
a prosperidade parece estar deixando para trás uma grande parcela
da população do país, como concluiu um estudo recente, segundo
o qual a pobreza urbana está crescendo a um ritmo alarmante no
país. Apesar do forte desempenho econômico da Alemanha e da
baixa taxa de desemprego registrada no país, o percentual de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza continuou avançando
de forma constante no ano passado, com a pobreza nas áreas urbanas puxando essa tendência.
Apesar de a taxa nacional de pobreza da Alemanha ter avançado ligeiramente, para 15,1%, patamar acima dos 14,5% registrados
no ano anterior, o crescimento desse percentual nas grandes cidades foi bem superior. Os resultados se basearam em dados de 15
das cidades mais populosas da Alemanha, onde vivem cerca de 14
milhões de pessoas. O estudo definiu a pobreza de acordo com o
padrão cientificamente aceito. Ou seja: 60% da renda líquida média da população, mensurada de acordo com as necessidades de
um indivíduo ou de uma família – quantia totaliza 848 euros por
mês para uma única pessoa. Menos beneficiários da rede de bem-estar social igual a mais pobreza. Os autores do estudo usaram
dados do “micro censo”, realizado pelo Departamento Federal de
Estatísticas da Alemanha, e os compararam com o número de pessoas que recebem seguro-desemprego de longo prazo. Isso foi feito para incluir aqueles que vivem na pobreza e que não solicitam
benefícios sociais por vergonha ou por outros motivos.
Consequências da crise no Reino Unido
Embora os efeitos da crise financeira no Reino Unido tenham
diminuído a recessão não terminou para os animais de estimação.
De acordo com a organização de caridade RSPCA, 40 mil animais
foram abandonados. Neste ano, mais de cem animais são abandonados por dia. A empresa, que responde a 25 mil ligações por
semana, também está tendo mais dificuldade para encontrar um
novo lar aos bichinhos. Os custos da organização subiram de 111
milhões de libras (R$ 363 milhões) para 120 milhões de libras (R$
393 milhões).
Didatismo e Conhecimento
13
ATUALIDADES
G-20
A reunião de cúpula do G-20 em Seul teve como tema a guerra
cambial que afeta o comércio internacional, em razão da desvalorização do dólar, com a consequente valorização das moedas de
outros países, o que torna os produtos desses países mais caros no
mercado global e, portanto, menos competitivos.
No final do encontro, os líderes do grupo emitiram uma declaração, comprometendo-se a evitar desvalorizações competitivas de
moedas e a fortalecer a cooperação internacional, visando reduzir
os desequilíbrios globais. Analistas avaliaram o comunicado do
G20 apenas como uma declaração de intenções, sem indicação de
medidas concretas.
Desde 1999, os países que possuem as maiores economias do
mundo reúnem-se em grupo chamado G-20, nascido durante uma
reunião do G-8 (que reunia as sete maiores economias mais a Rússia), ele é composto pelos ministros das finanças e presidentes de
bancos centrais de 19 países, além de um representante da União
Europeia. Integrantes do FMI e do Banco Mundial participaram
dos encontros como convidados para legitimar as ações do grupo.
O G-20 é um fórum de cooperação e de consulta sobre assuntos relacionados ao sistema financeiro internacional. O grupo
realiza estudos e discute políticas relacionadas à promoção da estabilidade financeira internacional, abordando questões que extrapolam os poderes de qualquer organização. Os países-membros
são: Argentina, África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, Estados Unidos, França,
Índia, Indonésia, Itália, México, Reino Unido, Rússia e Turquia.
O G-20 nasceu depois das sucessivas crises financeiras ocorridas na década de 1990. Seu objetivo é aproximar os países e melhorar a negociação internacional, tendo em vista o crescimento
econômico e sua influencia no cenário mundial. Juntos os países-membros do G-20 somam 90% do Produto Interno Bruto (PIB)
mundial, 80% do comercio global (incluindo o comercio intra-UE)
e dois terços da população do planeta. A “liderança” do grupo é
rotativa entre os membros. O “líder” anual fica responsável por
coordenar o grupo e organizar seus encontros anuais.
Cannes - Líderes das maiores economias globais estabelem
em Cannes regras que garantem estabilidade dos maiores bancos
do mundo. Mudança no sistema monetário internacional reforça posição de países emergentes como Brasil e China. A reunião
avançou no que diz respeito à regulação de mercados financeiros –
mas não conseguiu indicar uma saída para o fim da crise da dívida
que atinge a zona do euro e preocupa o mundo. O encontro do G20
também foi marcado pela crise política na Grécia, desencadeada
após o anúncio e posterior suspensão de um referendo para aprovação popular do pacote europeu de resgate ao país.
Ao final do encontro de dois dias, os líderes mundiais concordaram que os 29 maiores bancos globais precisam ser reestruturados, para garantir que, em caso de dificuldades, não dependam
dos recursos dos contribuintes para ser resgatados. A lista com os
nomes das instituições financeiras de “importância sistêmica”,
cuja falência poderia colocar em risco a economia global, foi fechada durante a cúpula. De acordo com a chanceler federal alemã,
Angela Merkel, estes bancos precisam manter altas suas reservas
de capital, para ficarem mais preparados contra eventuais riscos.
Também os chamados shadow banks (bancos paralelos), como os
fundos de capital de risco, devem receber maior controle a partir
de um plano que será desenvolvido até meados do ano que vem.
Além disso, os chefes de Estado e de governo do G20 concordaram que cada país precisa cumprir sua parte para fortalecer o
crescimento global e aumentar os postos de trabalho. A Alemanha
lembrou mais uma vez a promessa feita na cúpula em Toronto há
dois anos: os países do G20 precisam reduzir seus déficits orçamentários até meados de 2013 e estabilizar suas dívidas até 2016.
Os líderes do G20 aumentaram a pressão sobre os europeus
para que reforcem as medidas com o intuito de impedir que a Itália
siga o mesmo caminho que a Grécia, afundada em dívidas. Sob
pressão dos Estados Unidos e dos emergentes, a Itália aceitou a
condição de ter seu programa de reforma e de austeridade sob monitoramento internacional. Uma maior participação do Fundo Monetário Internacional (FMI) na economia italiana deve levar mais
segurança aos mercados, facilitando financiamentos.
Bildunterschrift: As maiores economias globais acertaram
ainda tentar limitar os efeitos da crise aumentando as reservas do
FMI, segundo o presidente da UE, Herman Van Rompuy. A medida terá como objetivo restabelecer a confiança e reduzir os riscos de contágio da crise da dívida europeia. Ainda não se definiu
exatamente, no entanto, como este reforço será feito. Ele deverá
contar com contribuição voluntária de países – o Brasil já declarou
estar disposto a contribuir com o FMI.
Países emergentes como China, Índia e Brasil saem reforçados
da cúpula. O G20 quer, a médio prazo, adotar um sistema monetário multipolar – que reflita o peso destes Estados, tendo uma base
mais ampla e estável e reduzindo a dependência do dólar. Vemos
que existe um contínuo desenvolvimento do sistema monetário internacional, no qual futuramente um número maior de moedas terá
Objetivos do G-20
- Eliminar restrições no movimento de capital internacional.
- Evitar a desregulação financeira.
- Garantir direitos de propriedade intelectual e outros direitos
de propriedade privada.
- Criar um clima de negócios que favoreça investimentos estrangeiros diretos.
- Estreitar o comércio global (pela OMC e por acordos bilaterais de comércio).
- Incrementar políticas econômicas internacionais.
- Combater abusos no sistema financeiro.
- Administrar crises internacionais.
- Combater a falta de transparência fiscal.
Com a retomada do crescimento econômico desequilibrado
entre os países depois da crise financeira internacional, iniciada
em 2008, o consenso foi traçar estratégias diferentes para cada
caso ara reduzir os déficits públicos e tornar o sistema bancário
mais seguro.
As principais preocupações atuais em relação à economia global são as dependências de países como China e Alemanha das exportações e o endividamento de nações como os Estados Unidos.
Junto com as dívidas da Grécia, também estão no foco as finanças
públicas prejudicadas da Grã-Bretanha, Alemanha, Espanha, Itália
e outros países europeus menores. O objetivo mais imediato do
G-20 é mostrar progresso em sua promessa de reequilibrar à economia global.
Encontro de Cúpula
Seul - O encontro dos líderes das 20 principais economias do
mundo, o G20, que aconteceu em Seul, na Coreia do Sul, tentará
dar um norte mais claro às finanças dos países, envoltos em questões complexas como a injeção de dinheiro na economia dos Estados Unidos, o temor com a insolvência da Irlanda ou a propagada
guerra cambial.
Didatismo e Conhecimento
14
ATUALIDADES
mais influência. Com isso, a China teria a obrigação de flexibilizar
sua política monetária. Atualmente, a moeda norte-americana perfaz cerca de 9,6 trilhões de dólares das reservas mundiais – cerca
de dois terços do total. O euro vem em seguida, correspondendo a
um quarto dessas reservas.
A presidente Dilma Rousseff acredita que a reunião de cúpula
do G20, na França, foi um “sucesso relativo”, devido à falta de
detalhamento sobre como a Europa será ajudada a resolver seus
problemas fiscais. “Não é sucesso absoluto, mas é relativo porque
os países da zona do euro deram um passo à frente sobre a forma
de enfrentar a crise”. Não acredita que uma reunião resolva os problemas do mundo.
Ela deixou claro que as dificuldades da Europa dominaram
não só o encontro de cúpula como as reuniões bilaterais ocorridas
paralelamente. Conforme a presidente, todas as lideranças estavam
preocupadas sobre os desdobramentos dos problemas no bloco. Os
europeus precisavam de mais tempo para concretizar suas próprias
medidas. Para a presidente, entretanto, houve avanços na cúpula
do G20 e o grupo mantém seu papel no enfrentamento de crises.
Sobre FMI - Dilma defendeu que qualquer ajuda financeira
à zona do euro seja feita por meio do Fundo Monetária Internacional, e acrescentou que o Brasil se dispôs no encontro do G20 a
participar da capitalização do Fundo. O Brasil tem um mecanismo,
que é o mecanismo que rege as relações internacionais, via Fundo
Monetário. Dilma disse ainda que os países que compõem os Brics
- Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - concordaram durante a cúpula do G20 que uma eventual ajuda à zona do euro, que enfrenta uma aguda crise de dívida, deve ser feita por meio do FMI.
A presidente voltou a defender uma reforma na governança
do organismo multilateral de crédito que, na avaliação dela, deve
refletir a mudança de correlação de forças no cenário global. Na
entrevista, argumentou que uma ampliação do FMI contribuirá
também para a redução do risco sistêmico na economia global.
Na avaliação de Dilma, os países da zona do euro “deram um
passo à frente” no enfrentamento da atual crise econômica e o encontro também resultou em um consenso “entre muitos países do
G20” de que a retomada da estabilidade econômica passa pela recuperação do crescimento da economia. O Brasil se coloca favoravelmente à criação de uma taxa financeira global, proposta defendida já há algum tempo por algumas lideranças europeias, como
França e Alemanha. Não é contra se todos os países adotarem uma
taxa. Se houver uma taxa financeira global, o Brasil adota também.
mesmo tempo em que critica a postura de países como a China –
que mantêm sua moeda subvalorizada para favorecer as exportações, o país também critica a “exclusividade” do dólar como moeda de reserva global. Já no debate sobre as commodities, o Brasil
chegou a Paris com uma proposta discutida e alinhada com a Argentina – algo que nunca tinha acontecido de forma oficial. Os dois
países – que são grandes exportadores dos produtos básicos – são
contrários à proposta defendida pela França de controlar estoques
no mercado internacional e, com isso, segurar a forte valorização
nos preços.
O principal tema em pauta foi a crise econômica internacional e seus efeitos sobre os países ricos e em desenvolvimento. A
reunião ministerial do G20 ocorreu no momento em que houve rumores sobre o risco de liquidez dos bancos europeus. O presidente
da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler da Alemanha, Angela
Merkel, defenderam a necessidade urgente de recapitalização do
setor bancário.
G-07
O grupo dos sete países mais ricos do mundo, o G-7, formado por Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Japão, se reuniu para uma nova rodada de discussões.
Desta vez, a pauta principal foi a situação da economia global e
o crescente endividamento das comunidades do euro. A ideia do
encontro era pôr a economia global no caminho da recuperação.
No entanto, o evento foi encerrado sem acordo sobre o conteúdo
das reformas do sistema financeiro mundial, embora os países-membros tenham deixado claro que não há divergência sobre a
prevenção de futuras crises.
A reforma do sistema financeiro foi um dos temas mais conflituosos da reunião, que também teve a presença dos presidentes
dos bancos centrais dos países-membros assim como dos chefes do
FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn;
e do Banco Mundial, Robert Zoellick. Estados Unidos, França e
Reino Unido mostraram disposição para empreender uma reforma
normativa em nível mundial do setor financeiro, mas o Canadá foi
reticente. Os setes líderes concordaram que os bancos devem contribuir de alguma forma com os custos desta recuperação.
Os desequilíbrios globais também entraram na pauta, e a China foi o principal alvo. A maioria dos países do G7 considera que
a moeda chinesa está abaixo de seu valor real para favorecer as exportações do gigante asiático. A crise econômica da Grécia considerada grave, foi apontada como uma prioridade. Durante o evento, as bolsas mundiais caíram ao nível mais baixo em três meses,
e o euro atingiu seu menor valor desde maio de 2011. Diante do
quadro, países da Zona do Euro, como Grécia, Espanha e Portugal,
ficaram sob pressão para provar que deixarão as contas públicas
sob controle. O medo é que as crises destes países “contaminem”
os outros. A unanimidade ficou por conta do cancelamento da dívida externa do Haiti com as instituições internacionais para ajudar
o país a se reconstruir após o terremoto que assolou a capital Porto
Príncipe.
Segundo o FMI, a dívida total do Haiti chegava a US$ 1,3
bilhão, e o maior credor era o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com um total de US$ 447 milhões. O maior país
credor do Haiti era a Venezuela, mas o governo anunciou o perdão
da dívida, em grande parte derivada da compra de combustível.
O G7 controla taxas comerciais internacionais e outros mercados
através de comunicados divulgados após as reuniões, que acontecem várias vezes ao ano. Em encontro do grupo em Istambul,
foi discutida a criação de um Grupo dos Quatro, que teria EUA,
Encontro Ministerial
Brasil testa seu protagonismo em encontro do G20, apresenta propostas polêmicas em meio ao acirramento das divergências
entre ricos e emergentes. A comitiva brasileira desembarcou em
Paris para o primeiro encontro do G20 – grupo das 20 maiores
economias do mundo, formada pelo ministro da Fazenda, Guido
Mantega, pelo secretário de Assuntos Internacionais, Carlos Cozendley, e por outros dois assessores, a equipe chegou ao fórum
com propostas que contrariam o interesse dos países desenvolvidos, entre eles, a França, anfitriã do encontro. A pauta da reunião
estava basicamente formada por três temas centrais: a alta do preço
das commodities, a regulação do sistema financeiro mundial e a
chamada guerra cambial. Em pelo menos dois deles – commodities e câmbio -, o Brasil pôde ter voz significativa nos debates.
O Brasil foi um dos protagonistas do encontro e um dos principais interessados na discussão fundamental, que é a desordem
cambial mundial. O desenvolvimento do Brasil, no fundo, depende
de alguma coordenação internacional com relação ao câmbio. Ao
Didatismo e Conhecimento
15
ATUALIDADES
Europa, Japão e China. Este grupo substituiria o G7, embora claramente enfraquecido, não deixaria de existir, mas teria uma nova
função, ainda em discussão. Ao final do encontro em Iqaluit, no
Canadá, os organizadores anunciaram que não iriam emitir um comunicado como é praxe ao término das discussões do grupo. Para
analistas, este já seria um sinal de desgaste do G7, que vem sendo
substituído como principal fórum de discussão da economia pelo
G20, que inclui China, Brasil e outros países em desenvolvimento.
Os ministros de finanças e os presidentes dos bancos centrais
da União Europeia e dos países do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) se reuniram em
Marselha. O comunicado final da reunião foi cheio de obviedades
e sem nenhuma sugestão concreta, o que acentuou as inquietações
sobre a crise nos países desenvolvidos. A queda generalizada das
bolsas mundiais responde, em boa parte, às frustrações geradas
pelo encontro. O G7 limita-se a declarar que vai trabalhar em conjunto com os outros países do G20 e com o FMI para “reforçar” o
crescimento da economia mundial.
De imediato, as atenções estão focadas nos países mais frágeis da zona euro e no impasse que paralisa o governo alemão.
Decidida pelos governantes da União Europeia, o aumento de 440
bilhões para 780 bilhões de euros da capacidade de empréstimo do
FEEF, tem de ser votado pelo Parlamento alemão. Como a maior
economia dos países da moeda única, a Alemanha deverá prover
211 bilhões de euros de garantia de crédito para o FEEF.
A Corte Constitucional Federal, o mais alto tribunal do país,
sediado em Karlsruhe, rejeitou três arguições de inconstitucionalidade do empréstimo ao FEEF. Mas determinou também que os
pacotes de ajuda do FEEF aos países da zona euro devem ser aprovados, caso por caso, pelo Parlamento alemão. No final das contas,
tal dispositivo tira parte da vantagem do FEEF para gerir a crise
do euro. Paralelamente, prosseguem as discussões mais discretas
sobre a criação de um Eurobond, um título público da zona euro,
bancado pelos 17 países que possuem a moeda única.
Obviamente, o Eurobond aumentaria um pouco os custos dos
empréstimos da Alemanha, mas diminuiria os juros dos empréstimos da Grécia, da Irlanda, da Espanha e da Itália. No médio prazo,
o euro se tornaria uma moeda mais estável, com ganhos para todos
os países que utilizam a moeda única. Efetivamente, a Alemanha
também seria bastante favorecida com a criação do Eurobond, porquanto o país realiza regularmente a maior parte de seu superavit comercial no interior da zona euro. No entanto, antes mesmo
de ser oficialmente cogitado pela União Europeia, o Eurobond já
parece confirmar os temores dos que se opõem à sua criação. A
eventual instauração do novo título da zona euro já está tendo um
efeito negativo, na medida em que a Grécia e a Itália, esperando
obter empréstimos mais baratos no quadro do Eurobond, reduzem
as medidas de austeridade orçamentária determinadas pelos acordos do FEEF.
Enquanto quase todas as nações concordam com o princípio
que a ONU precisa de uma reforma que inclui expansão, poucos
países desejam negociar quando a reorganização deve acontecer.
Também há descontentamento entre os membros permanentes
atuais quanto à inclusão de nações controversas ou países não
apoiados por eles. Por exemplo, a República Popular da China é
contra a entrada do Japão e a Alemanha não recebe apoio dos EUA.
A França e o Reino Unido anunciaram que apoiam as reivindicações do G4, principalmente o ingresso da Alemanha e do Brasil.
Uma questão importante são os países vizinhos (com chances menores de ingressar) aos que propõem a entrada que frequentemente
são contra os esforços do G4: o Pasquitão é contra a entrada da
Índia; a Coréia do Sul e a China são contra o Japão; a Argentina e
o México são contra o Brasil e a Itália é contra a Alemanha; formando um grupo que ficou conhecido como Coffee Club, contra a
expansão do Conselho por aqueles que a propõem.
Em 4 de agosto de 2005 foi anunciado que a China e os EUA
entraram em acordo para bloquear a proposta do G4. O Japão deixou, formalmente, o Grupo dos Quatro (G4) em 6 de janeiro de
2006, depois de ter criticado a nova proposta apresentada por Brasil, Alemanha e Índia para reformar o Conselho de Segurança da
ONU. O país considera que a mesma tem escassas possibilidades
de obter os apoios necessários. Essas críticas complicaram o ambiente no grupo que, até então, tinha uma causa comum. Porém
o Japão parece ter voltado atrás na sua decisão, pois em julho de
2007 ele se reuniu com o grupo em Nova Iorque para discutir a
reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O G4 (Brasil, Alemanha, Japão e Índia) defende a reforma
do conselho de tal forma que reflita o mundo atual. O formato em
vigor é do período após a 2ª Guerra Mundial. Os ministros Antônio
Patriota (Brasil), Guido Westerwelle (Alemanha), Koichiro Gemba (Japão) e Ranjan Mathai (Índia) reuniram-se, em Nova York,
para discutir a ampliação do Conselho de Segurança. Após o encontro dos chanceleres, foi divulgado um comunicado com cinco
parágrafos, no qual os quatro governos reiteram a necessidade de
retomar o debate sobre a reforma do órgão.
Os ministros expressaram a visão sobre o forte apoio para uma
expansão em ambas as categorias, que deve ser refletida no processo de negociação entre os Estados-membros e solicitam a elaboração de um documento conciso como base para futuras negociações. Nas discussões sobre a ampliação do Conselho de Segurança
há várias propostas. Uma delas sugere a ampliação de 15 para 25
vagas no total, abrindo espaço para um país em cada continente.
Nas Américas, o Brasil e a Argentina pleiteiam uma vaga no órgão.
Na África, não há consenso.
Ao longo da declaração conjunta, os ministros reiteram que é
fundamental rever o formato atual do Conselho de Segurança. É
necessário promover a reforma a fim de melhor refletir as realidades geopolíticas de hoje. Os países do G4 reafirmaram compromissos como aspirantes a novos membros permanentes do Conselho
de Segurança da ONU, bem como seu apoio às respectivas candidaturas. Também reafirmam sua visão da importância de a África
ser representada. No discurso de abertura da 67ª Assembleia Geral
das Nações Unidas, a presidenta Dilma Rousseff reiterou seu apelo para que a comunidade internacional retome o debate sobre a
reforma do Conselho de Segurança. Segundo ela, da forma como
está, as decisões têm sido tomadas à revelia do órgão, o que não é
positivo nem colabora para a multipolaridade.
G-04
O G4 é uma aliança entre Alemanha, Brasil, Índia e Japão com
a proposta de apoiar as propostas uns dos outros para ingressar
em lugares permanentes no Conselho de Segurança das Nações
Unidas. Diferentemente de outras alianças similares como o G7
e o G8, onde o denominador comum é a economia ou motivos
políticos a longo termo, o objetivo é apenas buscar um lugar permanente no Conselho. A ONU possui atualmente cinco membros
permanentes com poder de veto no Conselho de Segurança: China,
Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia.
Didatismo e Conhecimento
16
ATUALIDADES
Educação à Distância
Durante a década de 1960, com o Movimento de Educação
de Base (MEB), Igreja Católica e Governo Federal utilizavam um
sistema radio-educativo: educação, conscientização, politização,
educação sindicalista, etc.. Em 1970 surge o Projeto Minerva, um
convênio entre Fundação Padre Landell de Moura e Fundação Padre Anchieta para produção de textos e programas. Dois anos mais
tarde, o Governo Federal enviou à Inglaterra um grupo de educadores, tendo à frente o conselheiro Newton Sucupira: o relatório
final marcou uma posição reacionária às mudanças no sistema educacional brasileiro, colocando um grande obstáculo à implantação
da Universidade Aberta e a Distância no Brasil.
Na década de 1970, a Fundação Roberto Marinho6 começou a
oferecer o telecurso, um programa de educação supletiva a distância para ensino fundamental e ensino médio. Essa foi uma maneira
de incluir para educar, disponibilizando aulas transmitidas através
da emissora de televisão Rede Globo para milhares de brasileiros
que precisavam concluir o ensino básico, já que a televisão era, e
é, o principal meio de comunicação no Brasil, com a maior cobertura.
Entre as décadas de 1970 e 1980, fundações privadas e organizações não-governamentais iniciaram a oferta de cursos supletivos
a distância, no modelo de teleducação, com aulas via satélite complementadas por kits de materiais impressos, demarcando a chegada da segunda geração de EaD no país. A maior parte das Instituições de Ensino Superior brasileiras mobilizou-se para a EaD
com o uso de novas tecnologias da comunicação e da informação
somente na década de 1990. Em 1992, foi criada a Universidade
Aberta de Brasília (Lei 403/92), podendo atingir três campos distintos: a ampliação do conhecimento cultural com a organização
de cursos específicos de acesso a todos, a educação continuada,
reciclagem profissional às diversas categorias de trabalhadores e
àqueles que já passaram pela universidade; e o ensino superior,
englobando tanto a graduação como a pós-graduação. Em 1994,
teve início a expansão da Internet no ambiente universitário. Dois
anos depois, surgiu a primeira legislação específica para educação
a distância no ensino superior. As bases legais para essa modalidade foram estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases na Educação
Nacional n°9.394, de 20 de dezembro de 19967, regulamentada
pelo decreto n°5.622 de 20 de dezembro de 2005, que revogou os
decretos n°2.494 de 10/02/98, e n°2.561 de 27/04/98, com normatização definida na Portaria Ministerial n°4.361 de 2004.
No decreto n°5.622 dita que, ficam obrigatórios os momentos
presenciais para avaliação, estágios, defesas de trabalhos e conclusão de curso. Classifica os níveis de modalidades educacionais
em educação básica, de jovens e adultos, especial, profissional e
superior. Os cursos deverão ter a mesma duração definida para os
cursos na modalidade presencial. Os cursos poderão aceitar transferência e aproveitar estudos realizados em cursos presenciais, da
mesma forma que cursos presenciais poderão aproveitar estudos
realizados em cursos a distância. Regulariza o credenciamento de
instituições para oferta de cursos e programas na modalidade a
distância (básica, de jovens e adultos, especial, profissional e superior).
Atualmente, a educação a distância possibilita a inserção do
aluno como sujeito de seu processo de aprendizagem, com a vantagem de que ele também descobre formas de tornar-se sujeito ativo
da pesquisa e do compartilhar de conteúdos. Cabe às instituições
que promovem o ensino a distância buscar desenvolver seus programas de acordo com os quatro pilares da educação, definidos
pela Unesco. Aprender a conviver diz respeito ao desenvolvimento da capacidade de aceitar a diversidade, conviver com as diferenças, estabelecer relações cordiais com a diversidade cultural
respeitando-a e contribuindo para a harmonia mundial.
EaD no mundo
A Suécia registrou sua primeira experiência em 1833, com um
curso de contabilidade. Na mesma época, fundou-se na Alemanha
em 1856 o primeiro instituto de ensino de línguas por correspondência. O modelo de ensino foi iniciado na Inglaterra em 1840 e,
em 1843, foi criada a Phonografic Corresponding Society. Fundada em 1969, a Open University mantém um sistema de consultoria,
auxiliando outras nações a implementar uma educação a distância
de qualidade. Também no século XIX, a EaD foi iniciada nos Estados Unidos na Illinois Wesleyan University.
Já no século XX, em 1974, a Universidade Aberta Allma Iqbal
no Paquistão iniciou a formação de docentes via EaD. A partir de
1980, a Universidade Aberta de Sri Lanka passou a atender setores
importantes para o desenvolvimento do país: profissões tecnológicas e formação docente. Na Tailândia, a Universidade Aberta
Sukhothiai Thommathirat tem cerca de 400 mil estudantes em diferentes setores e modalidades. Criada em 1984, a Universidade
de Terbuka na Indonésia surgiu para atender forte demanda de estudos superiores, e prevê chegar a cinco milhões de estudantes. Já
na Índia, criada em 1985, a Universidade Nacional Aberta Indira
Gandhi tem objetivo de atender a demanda de ensino superior.
A Austrália é um dos países que mais investe em EaD, mas
não tem nenhuma universidade especializada nesta modalidade.
Nas universidades de Queensland, New England, Macquary, Murdoch e Deakin, a proporção de estudantes a distância é maior ou
igual à de estudantes presenciais. Na América Latina programas
existentes incluem o Programa Universidade Aberta, inserido na
Universidade Autônoma do México (criada em 1972), a Universidade Estatal a Distância da Costa Rica (de 1977), a Universidade
Nacional Aberta da Venezuela (também de 1977) e a Universidade
Estatal Aberta e a Distância da Colômbia (criada em 1983).
Brasil
No Brasil, desde a fundação do Instituto Radiotécnico Monitor, em 1939, hoje Instituto Monitor, depois do Instituto Universal
Brasileiro, em 1941, e o Instituto Padre Reus em 1974, várias experiências de educação a distância foram iniciadas e levadas a termo
com relativo sucesso. As experiências brasileiras, governamentais
e privadas, foram muitas e representaram, nas últimas décadas, a
mobilização de grandes contingentes de recursos. Os resultados do
passado não foram suficientes para gerar um processo de aceitação
governamental e social da modalidade de educação a distância no
país. Porém, a realidade brasileira já mudou e o governo brasileiro
criou leis e estabeleceu normas para a modalidade de educação a
distância no país.
Em 1904, escolas internacionais, que eram instituições privadas, ofereciam cursos pagos, por correspondência. Em 1934,
Edgard Roquette-Pinto instalou a Rádio-Escola Municipal no Rio
de Janeiro no projeto para a então Secretaria Municipal de Educação do Distrito Federal dirigida por Anísio Teixeira integrando o
rádio com o cinema educativo (Humberto Mauro), a biblioteca e
o museu escolar numa pioneira proposta de educação a distância.
Estudantes tinham acesso prévio a folhetos e esquemas de aulas.
Utilizava também correspondência para contato com estudantes.
Já em 1939 surgiu em São Paulo o Instituto Monitor, na época ainda com o nome Instituto Rádio Técnico Monitor. Dois anos mais
tarde surge a primeira Universidade do Ar, que durou até 1944.
Entretanto, em 1947 surge a Nova Universidade do Ar, patrocinada pelo SENAC, SESC e emissoras associadas.
Didatismo e Conhecimento
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ATUALIDADES
Energia
As empresas que pagaram a taxa de participação são: Cnooc
International Limited (China); China National Petroleum Corporation (CNPC) (China); Ecopetrol (Colômbia); Mitsui & CO
(Japão); ONGC Videsh (Índia); Petrogal (Portugal); Petrobras
(Brasil); Petronas (Malásia); Repsol/Sinopec (Hispano-Chinesa);
Shell (Anglo-Holandesa); Total (Francesa).
Pré-Sal
A Petrobras prevê para o segundo semestre de 2014 a entrada
em operação de mais duas plataformas, ambas a serem empregadas no pré-sal. Em 2013, a companhia concluiu um recorde de
nove plataformas, sendo pelo menos cinco já em produção e as
restantes já no local ou a caminho do destino final de operação. As
duas novas plataformas - Cidade de Ilhabela, em Sapinhoá Norte;
e Cidade de Mangaratiba, em Iracema Sul - vão ajudar a companhia a elevar a partir de 2014 sua produção de petróleo, estagnada
há três anos.
Nos dois últimos anos, a petroleira reduziu metas anuais para
intensificar seu cronograma de manutenção. A retomada da produção é esperada para 2014, embora a elevação seja projetada por
alguns analistas para não mais que 7%. As estimativas podem ser
revisadas nas próximas semanas depois que a companhia divulgar o resultado da produção de petróleo em 2013, que deve ficar
abaixo da meta de 2,022 milhões de barris por dia estabelecida
internamente.
É a área do pré-sal que tem sustentado a produção da Petrobras estável, compensando baixas na tradicional Bacia de Campos
e o declínio natural dos poços, que a estatal divulga ser de 10% a
11% ao ano, em média. Em 2013, todos os poços perfurados no
pré-sal tiveram sucesso exploratório. A contribuição na produção
total da empresa é estimada para passar de 7%, em 2012, para 42%
em 2017 e 50% em 2020.
A Petrobras ressalta ter alcançado um recorde diário de 371
mil barris de petróleo no último dia 24 de dezembro na área de
pré-sal, com 21 poços em operação, ou uma produtividade de 18
mil barris/dia por poço. Em alguns casos, a produção chega a 30
mil barris por poço, acima das expectativas iniciais da própria
companhia. A Petrobras compara o resultado a áreas referência de
produção no mundo. A produtividade no Mar do Norte, diz, é de
até 15 mil barris/dia, e, no Golfo do México, de até 10 mil barris/
dia. A estatal lembra ainda que a marca de 300 mil barris dias foi
alcançada em sete anos, enquanto o mesmo número foi atingido no
Golfo do México sete anos após a primeira descoberta.
20/09/2013
http://www.brasil.gov.br/infraestrutura
Novas Reservas
As estimativas de reservas para o Pré-sal brasileiro indicam
potencial de 70 a 100 bilhões de barris de óleo equivalente – boe
(somatório de petróleo e gás natural), mas o caminho para a exploração de toda essa riqueza ainda está em estágio inicial. A produção do primeiro óleo do Pré-sal foi realizada em setembro de 2008
no campo de Jubarte, que já produzia óleo pesado do pós-sal no
litoral sul do Espírito Santo. Localizado ao norte da Bacia de Campos, na área conhecida como Parque das Baleias, esse reservatório
está a uma profundidade de cerca de 4,5 mil metros.
A produção do Teste de Longa Duração (TLD) do prospecto
de Tupi, atual campo de Lula, iniciou-se em 1º de maio de 2008 e
foi somente ao final de 2010 que a Petrobras e seus parceiros comerciais iniciaram a produção em escala comercial nos campos do
Pré-sal. De acordo com a Petrobras, atualmente são extraídos cerca
de 117 mil barris por dia de óleo no pré-sal das bacias de Santos e
de Campos, ambas no litoral sudeste do Brasil.
A Petrobras prevê a “fase zero” de exploração do Pré-sal, ao
priorizar a coleta geral de informações e mapeamento do pré-sal,
até 2018. Entre 2013 e 2016 está prevista a “fase 1a”, com a meta
de atingir 1 milhão de barris por dia. Após 2017, terá início a “fase
1b”, com incremento da produção e aceleração do processo de inovação. A Empresa informa que, a partir deste momento, é projetado o uso massivo de novas tecnologias especialmente desenhadas
para as condições específicas dos reservatórios do Pré-sal.
A Petrobras ressalta ainda que não há nenhum obstáculo tecnológico para a produção nessa nova fronteira exploratória e que
os investimentos em tecnologia diminuem os custos e aumentam
a velocidade de exploração e produção no Pré-sal. Segundo a Empresa, hoje o tempo médio de perfuração de um poço equivale a
66% do tempo médio de perfuração de poços entre 2006 e 2007 no
Pré-sal. Considerando que o afretamento (aluguel) de sondas de
perfuração é um dos grandes custos de uma empresa de petróleo,
essa diminuição no tempo de perfuração tem grande impacto positivo na redução de gastos da companhia.
As reservas conhecidas de petróleo da Petrobras atingiram 16
bilhões de boe em 2010. Com isso, a participação do Pré-sal na
produção de petróleo passará dos atuais 2% para 18% em 2015 e
para 40,5% em 2020, de acordo com o Plano de Negócios 20112015. Hoje, são utilizadas 15 sondas de perfuração equipadas para
trabalhar em lâmina d’água (LDA) acima de 2 mil metros de profundidade. Em 2020, esse número chegará a 65. Atualmente, são
disponibilizados 287 barcos de apoio. O objetivo da Empresa é
atingir 568 barcos em 2020.
Aos poucos a extração nos campos do Pré-sal tem aumentado.
No campo Lula (antes conhecido como Tupi), na Bacia de Santos,
está em operação um projeto-piloto que utiliza o FPSO denominada Angra dos Reis, com capacidade para produzir diariamente até
100 mil barris de óleo e 4 milhões de m³ de gás. Trata-se da primeira plataforma de produção programada para operar em escala
comercial naquela área. Atualmente, o navio-plataforma ancorado
a cerca de 300 km da costa produz em torno de 25 mil barris de
óleo por dia.
08/01/2014
http://exame.abril.com.br/
negocios/noticias
1ª Rodada do Pré-Sal
A lista com as 11 empresas que pagaram taxa de participação
para a 1ª Rodada do Pré-Sal, referente ao Campo de Libra, na Bacia de Santos, foi apresentada pela Agência Nacional do Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A rodada foi realizada em
21 de outubro. A Petrobras será a operadora única do pré-sal, pelo
sistema de partilha, e terá direito a 30% do Campo de Libra.
Dessas 11 empresas, sete estão entre as que têm maior valor
de mercado no mundo. Essas empresas ainda terão que passar por
um processo de habilitação para participar da licitação. A área a ser
licitada tem cerca de 1,5 mil quilômetros quadrados. O volume de
petróleo recuperável deverá oscilar entre oito bilhões e 12 bilhões
de barris. Segundo o edital, os ganhadores da licitação deverão desenvolver as atividades de exploração de petróleo por quatro anos,
prazo que poderá ser estendido, como prevê o contrato de partilha
de produção.
Didatismo e Conhecimento
18
ATUALIDADES
logística e do número de pessoas expostas a ambiente de risco. Serão testados, também, nos próximos anos, diversos equipamentos
para operação remota e automação. Entre eles, robôs industriais
com câmeras tridimensionais acopladas para auxiliar na manutenção de plataformas.
As informações coletadas por essas perfurações e em outras
dezenas de poços permitiram reduzir significativamente as incertezas sobre os reservatórios do Pré-sal. Várias dessas reservas recém-descobertas entraram em produção aproveitando plataformas
que já operavam no pós-sal (acima da camada de sal) de campos
existentes e foram adaptadas para receber o óleo leve de reservatórios identificados no Pré-sal.
Fonte: Governo do Brasil
http://www.brasil.gov.br/infraestrutura
20/09/2013
http://www.brasil.gov.br/infraestrutura
Lei 12.734
A presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei 12.734, que traz
as novas regras para a partilha dos royalties do petróleo. O texto
está publicado na edição do “Diário Oficial da União”. A lei foi
sancionada após mudanças feitas pelo Congresso, com derrubada
de 142 vetos presidenciais. A polêmica em torno da lei dos royalties, porém, prossegue. O governo do Estado do Rio de Janeiro
divulgou nota informando que deve entrar com uma Ação Direta
de Inconstitucionalidade (Adin) contra o texto promulgado. A lei
introduz uma nota de divisão dos royalties (tributos pagos pela
exploração do petróleo), onde parcela dos recursos dos Estados
produtores, como Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo, além
da União, passa a ser dividida entre todos os Estados.
Novas Tecnologias
As grandes descobertas de petróleo no Brasil nos últimos
anos, em especial na camada de Pré-sal, foram determinantes para
que a Petrobras ampliasse ainda mais os seus investimentos em
tecnologia de exploração petrolífera, em parceria com universidades, centros de pesquisa e fornecedores. A empresa já detém a
tecnologia mais avançada do mundo em exploração de águas profundas, mas a produção do Pré-sal, com profundidades superiores
a 5 mil metros em relação ao nível do mar e sob lâminas d’água de
mais de 2 mil metros, exige uma revolução no setor.
A empresa conta hoje com 50 redes temáticas em 80 instituições. São investidos US$ 1,3 bilhão ao ano nessas parcerias. O
Programa de Desenvolvimento Tecnológico de Sistemas de Produção em Águas Profundas da Petrobras (Procap) engloba cinco
áreas de atuação: novo conceito de sistemas de produção; engenharia de poço; logística; reservatório; e sustentabilidade. Outra
iniciativa importante nessa área é a Rede Galileu, uma parceria da
Petrobras com 14 universidades brasileiras, que recebeu investimentos de R$ 117 milhões.
O Visão Futuro, da Procap, tem o objetivo de dar prioridade
ao conteúdo nacional nos projetos. A meta é promover o desenvolvimento da competência tecnológica e da engenharia brasileiras
sempre em bases competitivas. De acordo com a Petrobras, estimular o conhecimento tecnológico nacional, além de contribuir
para o desenvolvimento tecnológico do País, tornará mais fácil
para a empresa no futuro adquirir produtos no mercado interno,
com o desenvolvimento de novos produtos e um suporte local eficiente para manutenção e reposição de peças e equipamentos.
O carro-chefe do programa é a elaboração de um novo conceito de sistemas de produção inovadores. Estão sendo desenvolvidos, por exemplo, equipamentos de processamento primário cerca de dez vezes menores que os tradicionais. Usando-se recursos
como força centrífuga ou campo eletrostático, esses equipamentos,
na forma de tubos compactos, podem ser instalados no fundo do
mar, em grandes profundidades, o que facilita a operação e economiza espaço nas plataformas.
Também estão em estudo o desenvolvimento de separadores
compactos de fluidos (óleo, água e gás) por membranas cerâmicas,
aminas (composto molecular derivado da amônia) e micro-ondas,
entre outras alternativas. Essas tecnologias permitem maior eficiência energética, menores custos, aumento da capacidade de produção e armazenagem da plataforma, além de diminuição do uso
de produtos químicos.
A Petrobras já opera atualmente algumas plataformas desabitadas, por meio de salas de controle em terra, mas o objetivo é
avançar ainda mais. Uma das possibilidades em estudo é a automação de operações que hoje são realizadas passo a passo, como
colocar um poço de petróleo em teste, fazer a passagem do “pig”
(equipamento para desobstrução de dutos), entre outras. Entre os
benefícios previstos estão a redução de custos operacionais com
Didatismo e Conhecimento
15/03/2013
http://www.valor.com.br/politica
Energia mais barata
A queda nos preços da tarifa de energia elétrica foi o principal fator de influência para que a inflação entre idosos (IPC-3i) de
2013 fosse menor do que a inflação medida entre consumidores
de todas as faixas etárias (IPC-Br). O IPC-3i teve alta de 5,48%
no ano passado, enquanto o IPC-Br subiu 5,63%. De acordo com
o economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV), o
peso desse gasto é maior no orçamento dos idosos. “Eles não saem
para trabalhar. Por isso, a despesa com tarifa elétrica é maior.” A
FGV considera que 3% da renda dos consumidores da terceira idade é destinada à conta de luz, enquanto no índice geral esse peso
é de 2,5%.
Na contramão, a alta de 8,08% do plano de seguro-saúde (que
compromete 8% do orçamento dos idosos) impediu um alívio mais
intenso dos gastos. O aluguel, que subiu 9,25% no ano e tem um
peso maior do que para os mais jovens, também foi um impacto
importante, ressaltou Braz. No último trimestre do ano, as variações climáticas típicas de verão provocaram alta nos alimentos in
natura, enquanto o câmbio ainda impactou o trigo e seus derivados
em outubro e no início de novembro. Com isso, a inflação dos
idosos acelerou a 2,10% no quarto trimestre, contra 0,19% nos três
meses anteriores.
14/01/2014
http://exame.abril.com.br/
economia/noticias
Política Brasileira
Eleição do Presidente do Senado
O Senado Federal confirmou sua disposição em manter o velho histórico de corporativismo e elegeu o alagoano Renan Calheiros, do PMDB, para presidir a Casa nos próximos dois anos. Ele
derrotou com facilidade o novato Pedro Taques (PDT-MT), por
19
ATUALIDADES
de acordo com dados do final de novembro. Estão dando um incentivo adicional para que a outra metade seja aplicada. Isso mostra que os bancos estavam entendendo ser mais recompensador
depositar o compulsório e ganhar a remuneração da Selic do que
comprar carteira de crédito ou títulos privados de outros bancos.
Ou seja, existe um potencial de 29 bilhões de reais que podem ser
usados pelos bancos para comprar ativos de outras instituições injetando liquidez no mercado e, no limite, alimentando o consumo
por meio de empréstimos. Segundo o diretor de Política Monetária, o potencial é de cerca de 30 bilhões, mas não significa que todo
o valor vai gerar crédito novo no sistema.
As medidas refletem ainda a preocupação do BC em estimular
a economia, num momento que ela registrou estagnação no terceiro trimestre e as perspectivas são de crescimento menor. O BC já
vem reduzindo a taxa de juros, enquanto o governo anunciou ações
para incentivar o consumo. O BC não alterou a alíquota de 20%
dos depósitos a prazo que tem de ir ao compulsório bancário, que
é a parcela dos depósitos dos bancos que fica presa na autoridade
monetária. Querem otimizar a liquidez do sistema a partir de uma
regra que já existe hoje. Adicionalmente, o BC reduziu o valor do
patrimônio de referência dos bancos para a venda da carteira, de
DI ou de Letras Financeiras. O patrimônio caiu de 2,5 bilhões de
reais, para 2,2 bilhões de reais. A autoridade monetária também
decidiu incluir as letras financeiras como passivo a ser deduzido
do compulsório a prazo num movimento para dar mais liquidez a
esse papel.
56 votos a 18. Houve dois votos em branco e dois nulos. Pedro
Taques havia recebido o apoio de partidos cujas bancadas lhe garantiriam pelo menos 26 votos. Porém, como a votação é secreta,
houve o previsível índice de traições - PSDB, DEM, PSB, PSOL e
PDT anunciaram apoio a Taques. Três senadores não compareceram à sessão: Luiz Henrique (PMDB-SC), João Ribeiro (PR-TO)
e Humberto Costa (PT-PE).
Para angariar votos, Renan usou da conhecida habilidade em
negociar cargos na Mesa Diretora e promessas de arranjos políticos futuros na Casa. Roberto Requião ganhou a presidência do
braço brasileiro do Parlamento do Mercosul e Eduardo Braga virou líder do governo. Também cobrou a “fatura” pela blindagem
que ofereceu ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), na
naufragada CPI do Cachoeira.
Em seu discurso ao plenário, antes da votação, o candidato do
PMDB à presidência do Senado não fez referência às denúncias
de corrupção que tem enfrentado nos últimos dias. Ao final dos
20 minutos que teve para defender a candidatura, ele limitou-se a
dizer que o Senado aprovou com celeridade a Lei da Ficha Limpa e que a ética é uma obrigação e responsabilidade de todos os
parlamentares. Renan Calheiros assumiu, em seu pronunciamento,
o compromisso de defender a liberdade de expressão e prometeu
impedir o prosseguimento de qualquer proposta que signifique tolher esse direito.
Por ser candidato, Taques foi o penúltimo a discursar, antes
de Renan. Admitindo a derrota iminente, o senador discursou e se
comparou ao herói da Pátria Tiradentes e ao ex-senador Ulysses
Guimarães. Taques também lembrou do abaixo-assinado que circula há quase uma semana na internet e que já recolheu 300 mil
assinaturas contra a eleição de Calheiros. O pedetista alfinetou o
adversário e os senadores que defenderam a eleição de Renan. O
senador alagoano volta ao cargo de presidente da Casa depois de
ter sido obrigado a renunciar, em 2007, por denúncias de corrupção que envolvem tráfico de influência e apresentação de notas
falsas para comprovar sua renda.
Ficha Limpa
Em relação a aprovação do Projeto de Lei Ficha Limpa no Senado, foi considerada um avanço na política brasileira, no sentido
de criar mecanismos para combater a corrupção no país. O projeto
de lei, que foi elaborado por cidadãos comuns, entrou na pauta de
votações e recebeu aval do Congresso devido à pressão popular, o
que demonstra a rejeição do brasileiro aos políticos desonestos. O
Projeto Ficha Limpa torna mais rigorosos os critérios que impedem políticos condenados pela Justiça de se candidatarem às eleições. Apesar de ter recebido emendas na Câmara dos Deputados e
no Senado que amenizam seu impacto, ele contribui para mudar o
comportamento da classe política.
A medida vai atingir políticos condenados por crimes graves,
cuja pena de prisão é superior a dois anos, e aqueles que renunciarem o mandato visando escapar do processo de cassação. Também
se discute se políticos já condenados pela Justiça perderão o direito
de se candidatar ou se a lei só irá valer para os que receberem sentenças a partir da vigência das novas regras. A proposta chegou ao
Congresso por meio do Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLP),
que é quando o projeto tem origem na sociedade civil. Existem
cinco tipos de propostas de leis que são apreciadas pelo Poder Legislativo: emenda constitucional projeto de lei complementar, lei
delegada, decreto legislativo e resolução. Cada iniciativa possui ritos próprios dentro das Casas legislativas e depende de um número
mínimo de votos para ser aprovada.
No caso do Projeto Ficha Limpa, trata-se de uma lei complementar. Esse tipo de projeto é feito para complementar ou regular
uma regra já estabelecida pela Constituição Federal de 1988. Para
ser aprovado, precisa de votos da maioria absoluta da Câmara dos
Deputados e do Senado. Os projetos de lei complementar e ordinária podem ser apresentados por um deputado ou um senador, por
comissões da Câmara ou do Senado, pelo presidente da República
ou pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por Tribunais Superiores
e pelo Procurador-Geral da República.
Banco Central
O cenário da política brasileira apresenta inúmeras mudanças
principalmente no que tange a economia. Nesta questão, o Banco
Central alterou as regras de recolhimento de compulsório bancário
sobre recursos com o objetivo de aumentar a liquidez do sistema
financeiro, sobretudo nos pequenos e médios bancos. Essa medida
tem o potencial de injetar cerca de 30 bilhões de reais no mercado
num momento em que também há preocupação de impulsionar o
crescimento econômico.
Tal medida busca otimizar a liquidez e descarta problemas
com a saúde do sistema. A autoridade monetária anunciou que vai
reduzir o percentual de compulsório a prazo que tem rendimento
pela Selic - em 11% ao ano. Assim, o percentual cairá para 73%
e depois, para 64%. Atualmente, todo o valor depositado é remunerado pela taxa básica de juros. A ideia da medida é estimular as
instituições financeiras a comprar ativos, como carteira de crédito,
ou passivos como letras financeiras (título da dívida privados), de
outros bancos, sobretudo médios e pequenos, para usá-los na dedução do compulsório a prazo. Há alguns anos, o BC tem tomado
medidas para estimular as instituições grandes a comprar as carteiras das pequenas e médias instituições.
O estoque total de recursos a prazo no compulsório é de 134
bilhões de reais. Atualmente, uma parcela de 60 bilhões de reais
pode ser utilizada pelos bancos para deduzir esses ativos de outras
instituições, mas apenas 31 bilhões de reais eram usados de fato,
Didatismo e Conhecimento
20
ATUALIDADES
nados depois da Lei Ficha Limpa entrar em vigor serão impedidos
de disputar as eleições, de acordo com a interpretação de alguns
especialistas.
Políticos como o deputado Paulo Maluf (PP-SP), que não poderia se candidatar às eleições, segundo o Ficha Limpa, pode fazer
isso graças à emenda feita ao projeto. Na prática, o Projeto Ficha
Limpa afeta um quarto dos deputados e senadores que respondem
a inquéritos ou ação penal no STF. Porém, a lei sozinha não basta.
As urnas ainda são a melhor forma de barrar os maus políticos.
Entre os crimes que tornam candidatos inelegíveis estão estupro,
homicídio, crime contra o meio ambiente e a saúde pública, contra
a economia popular, fé pública, administração pública, patrimônio
público, mercado financeiro, tráfico de entorpecentes e crime eleitoral. A lei também prevê que quem renuncia ao cargo político para
evitar cassação fica impedido de se candidatar para as eleições que
se realizarem durante o período remanescente do mandato e nos
oito anos subsequentes ao término da legislatura.
O resultado da coleta foi entregue ao Congresso Nacional,
marcando a data em que o PL foi protocolado e passou a tramitar
na casa. O texto aprovado na Câmara dos Deputados foi mais flexível do que o proposto pelo MCCE. A ideia inicial era proibir a
candidatura de todos os condenados em primeira instância. Antes
da lei, só políticos condenados em ultima instância, o chamado
trânsito em julgado, eram impedidos de disputar.
Um caminho mais difícil é ser apresentado pelo cidadão, por
meio do Projeto de Lei de Iniciativa Popular. Para isso, é preciso a assinatura de 1% dos eleitores brasileiros distribuído por,
no mínimo, cinco unidades da Federação. Em cada Estado e no
Distrito Federal é necessário o apoio mínimo de 3% do eleitorado. A proposta do Ficha Limpa foi encaminhada à Câmara dos
Deputados pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral
(MCCE). Foram coletadas mais de 1,6 milhão de assinaturas. O
Projeto Ficha Limpa altera a Lei Complementar nº 64 de 1990.
Esta lei, atualmente em vigor, estabelece critérios de impedimento
para a candidatura de políticos, de acordo com a Constituição. O
objetivo, segundo o texto, é proteger a “probidade administrativa”
e a “moralidade no exercício do mandato”.
O Ficha Limpa proíbe que políticos condenados por órgãos
colegiados, isto é, por grupos de juízes, se candidatem às eleições.
Pela lei atual, o político ficaria impedido de se candidatar somente
quando todos os recursos estivessem esgotados, o que é chamado
de decisão transitada em julgado. O problema é que o trâmite pode
demorar anos, o que acaba beneficiando os réus. Um processo cível ou criminal começa a ser julgado no Fórum da cidade, onde
acontece a decisão de primeira instância, que é a sentença proferida por um juiz. Se houver recurso, o pedido é analisado por juízes
do Tribunal de Justiça dos Estados. Há ainda a possibilidade de
apelar a uma terceira instância, que pode ser tanto o Superior Tribunal de Justiça (STJ) quanto, em se tratando de artigos da Constituição, o Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a Lei Complementar nº 64, somente quando
esgotados todos esses recursos o político que responde a processo
poderia ser impedido de se candidatar. Já o Projeto Ficha Limpa
torna inelegível o réu que for condenado por um grupo de juízes
que mantiver a condenação de primeira instância, além daqueles
que tiverem sido condenados por decisão transitada em julgado.
Quanto ao prazo de inegibilidade, ele varia hoje de acordo com
a infração cometida e o cargo ocupado pelo político. Com as alterações do Ficha Limpa, o prazo é de oito anos após o fim do
mandato, incluindo as eleições que ocorrerem durante o restante
do mandato do político condenado, e independe do tipo de crime
cometido.
Outra mudança diz respeito aos crimes que tornam o político inelegível, caso condenado. O Ficha Limpa mantém todos os
delitos previstos na lei em vigor (como crimes eleitorais, contra a
administração pública e tráfico), e inclui outros, tais como: crimes
contra o patrimônio privado, contra o meio ambiente e saúde, lavagem e ocultação de bens, crimes hediondos e praticados por organização criminosa. Segundo especialistas, emendas na proposta,
feitas pelo Congresso, amenizaram o impacto da redação inicial do
Ficha Limpa. Talvez a alteração mais importante seja aquela referente ao dispositivo de “efeito suspensivo” de recursos. De acordo
com essa emenda, um político condenado em segunda instância
por um órgão colegiado pode apelar junto ao STF e conseguir a
suspensão do recurso. Entretanto, essa medida dará mais agilidade
ao processo, que terá prioridade na tramitação.
O texto original do Ficha Limpa também foi abrandado na Câmara dos Deputados, no artigo relativo à condenação do político.
De acordo com o projeto apresentado, o político ficaria impedido
de concorrer às eleições se fosse condenado na primeira instância.
Com a emenda parlamentar, a inegibilidade é aplicada somente em
decisão colegiada ou de última instância. No Senado, foi apresentada uma emenda que determina que a proibição de candidaturas
só vale para sentenças proferidas após a lei ser editada. A mudança
na redação substituiu o tempo verbal: de “sido condenados” para
“forem condenados”. Ou seja, somente políticos que forem conde-
Didatismo e Conhecimento
Mensalão
Outra questão de suma importância refere-se ao Mensalão.
Caracterizando o esquema de compra de votos de parlamentares,
foi deflagrado no mandato do governo de Luís Inácio Lula da Silva
(PT – Partido dos Trabalhadores). Sempre houve rumores da “venda” de votos por parte de deputados, mas nada fora comprovado.
Até este esquema ser escancarado pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB – RJ).
Roberto Jefferson era acusado de envolvimento em processos
de licitações fraudulentas, praticadas por funcionários da Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), ligados ao PTB, partido
do qual ele era presidente. Antes que uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) fosse instalada para apurar o caso dos Correios, o deputado decidiu denunciar o caso Mensalão.
Um núcleo seria responsável pela compra dos votos e também
pelo suborno por meio de cargos em empresas públicas. José Dirceu, Ministro da Casa Civil na época, foi apontado como o chefe
do esquema. Delúbio Soares, tesoureiro do PT, era quem efetuava
o pagamento aos “mensaleiros”. Com o dinheiro em mãos, o grupo
também teria saldado dívidas do PT e gastos com as campanhas
eleitorais.
Marcos Valério Fernandes de Souza, publicitário e dono das
agências que mais detinham contrato de trabalho com órgãos do
governo, seria o operador do Mensalão. Valério arrecadava o dinheiro junto a empresas estatais e privadas e em bancos, através
de empréstimos que nunca foram pagos. Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária do publicitário, foi uma das testemunhas que
confirmou o esquema, apelidado de “valerioduto”. Outras figuras
de destaque no governo e no PT também foram apontadas como
participantes do mensalão, tais como: José Genoíno (presidente
do PT), Sílvio Pereira (Secretário do PT), João Paulo Cunha (Presidente da Câmara dos Deputados), Ministro das Comunicações,
Luiz Gushiken, Ministro dos Transportes, Anderson Adauto, e até
mesmo o Ministro da Fazenda, Antônio Palocci.
Todos os acusados foram afastados do cargo que ocupavam.
Embora não houvesse provas concretas do esquema de corrupção,
os envolvidos não conseguiram se defender de forma contunden-
21
ATUALIDADES
res podem exercer apenas dois mandatos, mas Maliki está disposto
a ir aos tribunais para ter o direito de se reeleger nas eleições parlamentares marcadas para 30 de abril de 2014. O cargo de presidente
pertence ao curdo Jalal Talabani, que ainda se recupera de um AVC
sofrido no final de 2012.
Apesar do auge da violência no Iraque ter ocorrido entre 2006
e 2007, os conflitos permanecem e ainda há uma média de 300
mortos por mês, segundo o Iraq Body Count (IBC), grupo formado
por voluntários do Reino Unido e dos EUA, que registra as mortes
violentas de civis no país desde a invasão em 2003. Parte disso
deve-se à atuação de grupos terroristas no país. Por isso, este ano,
Maliki pediu ajuda ao presidente dos EUA, Barack Obama para
proteger o país de grupos terroristas, principalmente a Al Qaeda, já
que sozinho o país não tem conseguido conter a violência.
A guerra na Síria também preocupa, pois o país vem recebendo grandes levas de refugiados e ainda enfrenta denúncia de que
o Exército Iraquiano está ajudando as forças do presidente sírio
Bashar Al Assad. Segundo organizações não governamentais, a
maioria dos 27,7 milhões de habitantes do Iraque depende da doação de cestas básicas, distribuídas por várias entidades e também
pelo governo. A estimativa é que pelo menos 500 mil refugiados
deixaram o país após a invasão em 2003.
A imprensa também encontra um ambiente hostil. O Iraque foi
o 150º classificado em uma lista com 179 países no Ranking Mundial de Liberdade de Imprensa publicado este ano pelo Repórteres
Sem Fronteiras. Segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas,
o país também foi considerado o mais perigoso para os profissionais da imprensa no período 2003-2008, quando 136 jornalistas
foram mortos. Por outro lado, os partidários do governo destacam
os avanços da liberdade de expressão e de religião. Hoje, milhões
de xiitas peregrinam para as cidades sagradas para celebrar rituais
religiosos, o que era proibido no governo Saddam. O mesmo acontece com as críticas ao governo, antes vetadas, e que atualmente
são relativamente comuns na imprensa e na internet.
Economicamente, o país registra um crescimento médio de
quase 7% ao ano, e 90% de sua receita vem da produção de petróleo. As reservas de petróleo do país são a segunda maior do mundo, ficando atrás só das da Arábia Saudita, mas ainda se recupera
das guerras das últimas décadas.
No dia 13 de dezembro de 2003, há exatos dez anos, chegava ao fim a era Saddam Hussein no Iraque, um dos regimes mais
violentos do Oriente Médio. Saddam foi encontrado por soldados
norte-americanos em um buraco perto de Tikrit, sua cidade natal,
na chamada “Operação Amanhecer Vermelho”. Preso sem resistência, Saddam foi julgado, condenado e enforcado três anos depois, em 2006. Dez anos depois do fim de seu regime, o país ainda
não venceu a violência e a instabilidade política.
te durante os interrogatórios à CPI dos Correios, instaurada para
investigar o caso. O Brasil tem muitos casos gigantescos de corrupção para dizermos que o chamado mensalão foi o maior caso.
Mas sem dúvida deu o mote para o maior julgamento criminal já
realizado no STF (Supremo Tribunal Federal). Sob a liderança do
relator, ministro Joaquim Barbosa, foram condenados 37 entre 25
membros do núcleo político do governo Luiz Inácio Lula da Silva,
empresários e agentes públicos.
O Supremo também chancelou a visão de que o ex-ministro
da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu foi o chefe do esquema. Dele participavam membros da cúpula do PT, o empresário Marcos Valério de Souza e dirigentes do Banco Rural, que
lavavam os recursos para que parecessem empréstimos legítimos.
Na verdade esse dinheiro servia para bancar o apoio de partidos
aliados de Lula, como o PR e o PTB do denunciante condenado,
Roberto Jefferson. Os desvios vinham principalmente da Câmara
dos Deputados e do Banco do Brasil - entidades geridas por petistas que subcontratavam a agência de Valério para trabalhos nunca
realizados. Era a fachada necessária para redistribuir o dinheiro a
aliados. O Banco Rural participou com empréstimos fictícios ao
grupo do empresário e ao PT. A estimativa da Procuradoria-Geral
da República é de que pelo menos R$ 135 milhões tenham sido
desviados de cofres públicos.
Dirceu foi condenado a quase 11 anos de prisão. Ele continua
negando participação no esquema e pede um “julgamento do julgamento do mensalão”, por ter sido condenado graças a uma tese
chamada de “domínio do fato”. Essa teoria defende que um réu
pode ser incriminado mesmo sem provas concretas, contanto que
tenha tido participação central nos fatos. Seu denunciante, Jefferson também foi condenado, mas teve a pena reduzida, beneficiado
pela delação: foi condenado a 7 anos e 14 dias em regime semiaberto.
Valério pode pegar até 40 anos de prisão. O ex tesoureiro do
PT Delúbio Soares, principal interlocutor do empresário, foi condenado a pouco mais de 8 anos de prisão. Ex-presidente do PT,
José Genoíno recebeu pena de 6 anos de prisão em regime semiaberto. Todos devem recorrer em liberdade. Fatos como a CPI de
Carlinhos Cachoeira também marcaram o cenário da política brasileira. Carlinhos Cachoeira foi preso pela Polícia Federal durante
a Operação Monte Carlo, operação que desarticulou a organização
que explorava máquinas de caça-níquel no Estado de Goiás por 17
anos. Após o trâmite do processo, a 5ª Vara Criminal do Tribunal
de Justiça do Distrito Federal condenou Cachoeira por 5 anos de
prisão. A condenação é no regime semiaberto, quando réu precisa
dormir na cadeia.
Enfim, a política brasileira também perdeu o ex-deputado federal José Vicente Goulart Brizola, 61 anos, pai do ministro do
Trabalho e Emprego, Brizola Neto. Filho mais velho do ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro Leonel Brizola,
José Vicente era sobrinho do ex-presidente João Goulart. Brizola
faleceu devido a um grave um quadro hemorrágico.
13/12/2013
http://vestibular.uol.com.br/
resumo-das-disciplinas/atualidades
Iraque ainda sofre com Violência e Instabilidade Política
Crise no Egito
Devido ao histórico de violência, o Baath, antigo partido de
Saddam, foi banido. Mas nem a morte do ditador ou a retirada
total das tropas norte-americanas, em 2011, pôs fim à instabilidade
política no país. Para especialistas, os sunitas ainda não aceitam
um governo de maioria xiita, grupo antes perseguido por Saddam.
O atual governo é comandado pelo primeiro-ministro xiita
Nouri Al Maliki, no cargo desde 2006. Em 2014, ele encerra seu
segundo e último mandato. De acordo com o parlamento, os líde-
Didatismo e Conhecimento
Depois da renúncia do presidente Hosni Mubarak, em 2011,
motivada por intensos protestos no país contra seus 33 anos de
governo, e de eleger um novo presidente, Mohamed Mursi, a instabilidade política voltou a abalar o Egito no início de julho de 2013.
Mursi foi deposto pelas Forças Armadas e foi substituído temporariamente pelo presidente da Suprema Corte Constitucional, Adly
Mansour, 68. A Constituição também foi suspensa.
22
ATUALIDADES
os apoiadores islâmicos e as Forças Armadas chegaram a deixar
50 mortos em uma só noite. Ainda é esperado do novo governo o
anúncio dos principais pontos para elaborar a nova Constituição e
de um cronograma para novas eleições presidenciais.
O país vive um clima de instabilidade política há pelo menos
dois anos e meio, desde a renúncia do presidente Hosni Mubarak,
em 11 de fevereiro de 2011, após 33 anos de um governo ditatorial,
onde o presidente era escolhido pelos militares. A renúncia foi resultado de uma revolta popular que ocupou as ruas das principais
cidades do país. Nas duas semanas que antecederam a renúncia de
Mubarak, cerca de 300 pessoas morreram em confrontos com as
forças de segurança durantes as manifestações.
Antecedendo a deposição do presidente, milhares de manifestantes voltaram às ruas das principais cidades do Egito pedindo
a saída de Mursi do poder, entrando em conflito com policiais e
apoiadores do governo. No Cairo, o epicentro das manifestações
foi a praça Tahrir, que reuniu a maior manifestação popular desde a
queda de Mubarak. Mursi foi levado para um local isolado, dentro
do Egito, onde não pode se comunicar com o mundo externo, mas
tem acesso a jornais e televisão. O viés islâmico do governo levou
ao descontentamento de parte a população que o elegeu com maioria dos votos (51,7%) nas eleições de junho de 2012. Apoiado pelo
partido Irmandade Muçulmana (grupo do qual se originou a facção
muçulmana Hamas), Mursi foi o primeiro presidente islamita do
Egito. O grupo acusa os militares de reverterem o movimento de
revolta que conduziu o Egito à democracia.
A relação entre o governo e a população não islâmica começou a ficar mais delicada em dezembro de 2012, devido a dois episódios. No primeiro, Mursi elaborou um decreto para dar maiores
poderes a si mesmo. Entre os tais poderes, o decreto concedia a ele
decisões de imunidade judicial e impedia as cortes de dissolver a
assembleia constituinte e a câmara alta do Parlamento. A decisão
foi alvo de muitos protestos, obrigando-o a recuar. No mesmo mês
foi aprovada a nova Constituição do país, com 63,8% dos votos. O
comparecimento às urnas foi baixo, e a maioria de votantes era de
seguidores do partido Irmandade Muçulmana. A partir daí, a situação ficou delicada para o novo presidente, que deu pouco espaço
aos militares em seu governo e não tinha neles grandes aliados.
Outro fator que pode ter colaborado para a deposição de Mursi é uma acusação por conspiração apresentada pela Procuradoria
Geral do Egito. Ele teria agido em conjunto com o grupo militante
palestino Hamas e homicídio durante sua fuga da prisão em 2011,
o que deixou 14 guardas mortos. Rico em petróleo, o Egito é o país
árabe mais populoso, com pouco mais de 82 milhões de habitantes,
e embora a maioria da população seja muçulmana, há grupos de
cristãos e de cristãos coptas. Tais grupos protagonizaram violentos
confrontos em 2012, devido às diferenças religiosas e à discriminação dos cristãos.
A maior parte dos manifestantes que pedia a saída de Mursi
integra um novo grupo popular no país, chamado de Tamarod. A
palavra significa ‘rebelde’ em árabe. Até junho de 2013, pouco antes da deposição de Mursi, o grupo alegava ter recolhido cerca de
22 milhões de assinaturas pedindo a saída do presidente do poder.
O grupo deu um ultimato para que ele deixasse o cargo no início
de julho ou iniciariam uma onda de protestos violentos no país.
Com páginas em redes sociais, o grupo tornou-se figura presente em todos os protestos, se manifestando em semáforos e bloqueando ruas para entregar petições. Entre as reclamações contra
Mursi estavam: a falta de segurança desde a revolução de 2011,
o pedido de empréstimo de US$ 4,8 bilhões (cerca de R$ 10,7
bilhões) feito ao FMI (Fundo Monetário Internacional) para sanar
dívidas públicas, a falta de justiça para os mortos pelas forças de
segurança durante os confrontos e a ideia de que o Egito estaria
seguindo a cartilha dos Estados Unidos.
No dia 16 de julho de 2013, Adly Mansour, presidente interino
do Egito, empossou seu gabinete provisório. O novo governo é
liderado pelo primeiro-ministro Hazem el-Beblawi, tendo como
vice o general Abdel-Fattah el-Sissi, que acumula o cargo de ministro da Defesa desde o governo Mursi. Na composição do gabinete, nenhum representante da ala islamita foi chamado.
Para o cargo de vice-presidente interino, Mansour nomeou
Mohamed El-Baradey, derrotado nas urnas por Mursi e que se tornou líder da oposição ao governo. A composição de um governo
provisório não cessou os protestos nas ruas. Os confrontos entre
Didatismo e Conhecimento
Mubarak foi o segundo presidente dos países da Primavera
Árabe, termo criado para agrupar os países cuja população foi a
rua protestar contra governos ditatoriais e que estavam há décadas
no poder, a cair. Zini El Abidine Ben Ali, presidente da Tunísia,
onde as manifestações tiveram início, foi o primeiro a cair fugindo do país. Em um discurso um dia antes da renúncia, Mubarak
transferiu seus poderes para o vice-presidente, Omar Suleiman, e
afirmou que não disputaria as próximas eleições.
Após um longo julgamento com a saúde debilitada - Mubarak
chegou a comparecer ao tribunal numa maca, ele e seu ex-ministro
do Interior, Habib al-Adly, foram considerados culpados e condenados à prisão perpétua em 2012 acusados de serem cúmplices
no assassinato dos manifestantes. Depois de apelarem, no início
de 2013 a justiça garantiu a eles o direito a um novo julgamento.
A crise provou uma queda no turismo do país, conhecido pelas
famosas pirâmides, como as de Gizé e a Grande Esfinge, e as múmias no Museu Egípcio do Cairo. A melhora do setor, que estava
sendo projetada para o primeiro semestre de 2013, foi novamente
abalada com nova crise.
02/08/2013
http://vestibular.uol.com.br/
resumo-das-disciplinas/atualidades
Redes Sociais
Twitter: é uma rede social e servidor para microblogging,
que permite aos usuários enviar e receber atualizações pessoais
de outros contatos (em textos de até 140 caracteres, conhecidos
como “tweets”), por meio do website do serviço, por SMS e por
softwares específicos de gerenciamento. As atualizações são exibidas no perfil de um usuário em tempo real e também enviadas a
outros usuários seguidores que tenham assinado para recebê-las.
As atualizações de um perfil ocorrem por meio do site do Twitter,
por RSS, por SMS ou programa especializado para gerenciamento.
O serviço é gratuito pela internet, entretanto, usando o recurso de
SMS pode ocorrer a cobrança pela operadora telefônica.
O twitter foi criado em 2006 por Jack Dorsey, Evan Williams,
Biz Stone e Noah Glass nos EUA. A ideia inicial dos fundadores
era que o Twitter fosse uma espécie de “SMS da internet” com a
limitação de caracteres de uma mensagem de celular. Inicialmente
chamada Twttr (sem vogais), o nome da rede social, em inglês, significa gorjear. A ideia é que o usuário da rede social está “piando”
pela internet. Desde sua criação, o Twitter ganhou extensa notabilidade e popularidade por todo mundo. Algumas vezes é descrito
como o “SMS da Internet”. Dick Costolo é o CEO da empresa e
Jack Dorsey é o Chairman.
23
ATUALIDADES
No dia 12 de setembro de 2013, por meio do perfil da empresa no próprio Twitter, foi informado que ela havia enviado à
SEC (CVM dos EUA) documentos confidenciais para sua abertura
de capital na Bolsa de Valores, operação também conhecida como
IPO (Oferta Pública Inicial, em inglês). No dia 7 de novembro de
2013, o Twitter fez sua estreia na Bolsa de Nova York. Todas as
70 milhões de ações colocadas no mercado foram vendidas. Seu
valor chegou a subir até 90% de alta em relação ao valor estipulado
inicialmente na abertura do pregão. Na ocasião, a empresa captou
US$1,82 bilhão no mercado e foi avaliada em US$24,57 bilhões.
para compartilhar o que se está assistindo no momento. A mudança
vem acontecendo aos poucos, mas até o segundo semestre de 2013
todos os usuários já estarão com sua Linha do Tempo atualizada.
Até o Google quis comprar o Facebook, mas Mark Zuckerberg não
quis vender.
Um vídeo de uma mulher sendo decapitada, foi publicado por
um usuário no Facebook. O vídeo ganha repercussão em abril, e
causou uma grande polêmica entre os usuários da rede social, pelo
o fato de muitos estarem vendo uma cena desta, explícita, pela primeira vez e outros por estar circulando na rede social sem nenhuma restrição da empresa. O Facebook se posicionou perante o vídeo publicado, dizendo que “as pessoas comentam e compartilham
o vídeo para condená-lo e que, por isso, não pode removê-lo”, a
empresa ainda complementou, “Da mesma forma como programas
jornalísticos na televisão usam imagens inquietantes mostrando
atrocidades, as pessoas podem compartilhar vídeos inquietantes
no Facebook com o objetivo de aumentar o conhecimento sobre
ações ou causas, embora o vídeo seja chocante, nossa postura está
fundamentada na preservação dos direitos das pessoas de descrever, representar e comentar sobre o mundo em que vivem”. Informações concretas sobre o vídeo ainda não foram reveladas, mas na
descrição do mesmo, no Facebook diz que foi no México, e que a
gangue chamada “Zetas” matou a mulher para dar informações, e
que não foi a única pessoa que eles mataram.
Facebook: é um site e serviço de rede social que foi lançada
em 4 de fevereiro de 2004, operado e de propriedade privada da
Facebook Inc.. Em 4 de outubro de 2012 o Facebook atingiu a
marca de 1 bilhão de usuários ativos. Em média 316.455 pessoas
se cadastram, por dia, no Facebook, desde sua criação em 4 de
fevereiro de 2004. Os usuários devem se registrar antes de utilizar
o site, após isso, podem criar um perfil pessoal, adicionar outros
usuários como amigos e trocar mensagens, incluindo notificações
automáticas quando atualizarem o seu perfil. Além disso, os usuários podem participar de grupos de interesse comum de outros
utilizadores, organizados por escola, trabalho ou faculdade, ou
outras características, e categorizar seus amigos em listas como
“as pessoas do trabalho” ou “amigos íntimos”. O nome do serviço
decorre o nome coloquial para o livro dado aos alunos no início do
ano letivo por algumas administrações universitárias nos Estados
Unidos para ajudar os alunos a conhecerem uns aos outros. O Facebook permite que qualquer usuário que declare ter pelo menos
13 anos possa se tornar usuário registrados do site.
O Facebook foi fundado por Mark Zuckerberg e por seus colegas de quarto da faculdade Eduardo Saverin, Dustin Moskovitz e
Chris Hughes. A composição do site foi inicialmente limitada pelos fundadores aos estudantes da Universidade de Harvard, mas foi
expandida para outras faculdades na área de Boston, da Ivy League e da Universidade de Stanford. O site gradualmente adicionou
suporte para alunos em várias outras universidades antes de abrir
para estudantes do ensino médio e, eventualmente, para qualquer
pessoa com 13 anos ou mais. No entanto, com base em dados de
maio de 2011 do ConsumersReports.org, existiam 7,5 milhões de
crianças menores de 13 anos com contas no Facebook, violando os
termos de serviço do próprio site.
Um estudo de janeiro de 2009 do Compete.com classificou
o Facebook como a rede social mais utilizada em todo o mundo
por usuários ativos mensais. A Entertainment Weekly incluiu o site
na sua lista de “melhores de”, dizendo: “Como vivíamos antes de
perseguirmos os nossos ex-namorados, lembrarmos dos aniversários dos nossos colegas de trabalho, irritarmos os nossos amigos e
jogarmos um jogo empolgante de Scrabulous antes do Facebook?”
A Quantcast estima que o Facebook teve 138,9 milhões de visitantes únicos mensais nos Estados Unidos em maio de 2011. De
acordo com o Social Media Today, estimava-se que em abril de
2010 cerca de 41,6% da população americana tinha uma conta no
Facebook.10 No entanto, o crescimento de mercado do Facebook
começou a estabilizar em algumas regiões, sendo que o site perdeu
7 milhões de usuários ativos nos Estados Unidos e no Canadá em
maio de 2011. O Facebook entrou com pedido de uma oferta pública inicial em 1 de fevereiro de 2012.
Em março de 2013 o Facebook anunciou mudanças em sua
Linha do Tempo dos usuários. O novo design adiciona livros que
o usuário leu ou gosta, filmes e músicas. A área fica ao lado das
fotos pessoais e dos amigos. Quem gosta de assistir a filmes pode
adicionar as produções favoritas e usar aplicativos como o Netflix
Didatismo e Conhecimento
Google+: é uma rede social mantida pelo Google Inc.. O serviço foi lançado em 28 de junho de 2011, em uma fase de testes por
convite. No dia seguinte, os usuários existentes foram autorizados
a convidar amigos, que estão acima de 18 anos de idade, ao serviço
para criar suas próprias contas. Construída para agregar serviços
sociais do Google, como Google Contas, Google Buzz e Picasa
Web, também introduz muitas características novas, incluindo Círculos (grupos de amigos), Sparks (sugestões de conteúdo), Hangouts (chat por vídeo) e Huddles (chat em grupo). É dita como a
maior tentativa da Google de abater a rede social Facebook, que
tem no momento, mais de 1 bilhão de usuários. Ainda em período
de testes fechados, alcançou 10 milhões de usuários. O lançamento
foi realizado em 31 de julho de 2011. Atualmente o Google+ tem
mais de 250 milhões de usuários e teve seu visual totalmente reformulado. As pessoas mais seguidas no Google + são as cantora pop
Lady Gaga e Britney Spears, em 2013.
Linkedin: é uma rede de negócios fundada em Dezembro de
2002 e lançada em 5 de Maio de 2003.2 É comparável a redes
de relacionamentos, e é principalmente utilizada por profissionais.
Em Novembro de 2007, tinha mais de 16 milhões de usuários registrados, abrangendo 150 indústrias e mais de 400 regiões econômicas (como classificado pelo serviço). Em 3 de Novembro de
2011, Linkedin possuía mais de 135 milhões de usuários registrados em mais de 200 países e territórios. O site está disponível
em inglês, francês, alemão, italiano, português, espanhol, romano,
russo, turco e japonês. A Quantcast relatou que Linkedin possua,
mensalmente, 21,4 milhões de visitantes únicos nos Estados Unidos e 47,6 milhões pelo mundo. Em Junho de 2011, Linkedin tinha
33,9 milhões de visitantes únicos, e cresceu 63% em comparação
ao ano anterior, ultrapassando o MySpace.
Relações Internacionais
Alguns fatos de destaque na questão das relações internacionais são importantes e devem ser comentados para esclarecimentos dos leitores.
24
ATUALIDADES
O Mercado Comum do Sul (Mercosul), bloco de integração
econômica da América do Sul formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, passou por grandes mudanças ao longo ano. No
Rio+20, o presidente paraguaio Fernando Lugo sofreu um processo de impeachment e foi deposto de seu cargo, dando lugar ao até
então vice-presidente, Federico Franco. Lugo chegou a instaurar
um governo paralelo, para fiscalizar a nova gestão paraguaia. Depois da mudança de comando no governo, o país foi suspenso do
bloco porque os países integrantes questionaram se a forma como
se deu o processo não feria a democracia paraguaia.
Esta foi a primeira suspensão em muitos anos de história do
Mercosul. Com ela, o novo governo paraguaio não pode participar
das reuniões e decisões até as eleições presidenciais de abril de
2013, mas não sofrerá sanções econômicas. Sob o entendimento de que o processo de impeachment ocorreu sem espaço para a
ampla defesa do ex-presidente Fernando Lugo e rompeu a ordem
democrática do país, o Paraguai também foi suspenso da União
de Nações Sul-Americanas (Unasul). A Unasul argumenta que a
realização de eleições democráticas e transparentes é condição
fundamental para acabar com a suspensão do Paraguai do bloco,
e a posição se mantém até hoje. No final de novembro, a Cúpula
dos Chefes de Estado e Governo da Unasul, que ocorreu em Lima,
no Peru, decidiu manter a suspensão do Paraguai. Os líderes concluíram que não houve fato novo que motivasse a revogação da
medida.
A suspensão do Paraguai abriu uma brecha para que a Venezuela se tornasse membro-pleno do bloco. O Paraguai era o
único que tinha posição contrária à integração dos venezuelanos.
As adaptações para a participação venezuelana vêm sendo feitas
desde então. Recentemente, o Brasil promulgou a adesão do país
ao grupo e os chanceleres do Mercosul conseguiram fechar uma
série de negociações para garantir que a Venezuela terá atendido
as principais exigências para ser integrada de forma plena ao bloco. O bloco, com a entrada dos venezuelanos, passa a contar com
Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 3,32 trilhões, o que equivale a aproximadamente 82,2% do PIB sul-americano. A população
soma 275 milhões de habitantes.
Em meio às reviravoltas, a Bolívia que já era membro associado do Mercosul , também aceitou se integrar ao bloco. O presidente da Bolívia, Evo Morales, assinou o protocolo de adesão. Esta,
no entanto, foi à primeira etapa do processo, que costuma levar
anos por envolver questões técnicas e jurídicas. A adesão do país
comandado por Evo Morales foi um dos destaques do documento
final da Cúpula de Estado dos Chefes de Estado do Mercosul.
O comunicado foi divulgado após reunião da Cúpula de
Chefes de Estado do Mercosul, no Itamaraty. Os presidentes dos
países do Mercosul ressaltaram a importância das relações entre
o bloco e a China, os fluxos recíprocos de investimento para o
desenvolvimento de suas trocas comerciais. Em defesa das ações
para o fortalecimento das relações entre o Mercosul e a China, os
presidentes citaram a promoção de uma missão comercial conjunta
a Xangai e de reunião de representantes governamentais. A China
está hoje entre os principais parceiros de todos os integrantes do
Mercosul.
O documento final foi assinado pelos presidentes Dilma Rousseff, José Pepe Mujica (Uruguai), Evo Morales (Bolívia), Cristina
Kirchner (Argentina), Rafael Correa (Equador), Donald Ramotar
(Guiana) e Desi Bouterse (Suriname), além do ministro de Minas e
Energia da Venezuela, Rafael Ramírez, da vice-presidenta do Peru,
Marisol Cruz, e dos vice-chanceleres Alfonso Silva (Chile) e Monica Lanzetta (Colômbia).
Os chefes de Estado também defenderam um acordo de associação entre o Mercosul e a União Europeia, e se comprometeram
a buscar um instrumento abrangente e equilibrado. O acordo, segundo eles, fortalecerá o comércio entre os dois blocos e impulsionará o crescimento e o emprego nas duas regiões. De acordo
com integrantes da União Europeia, há oportunidades de avançar
e até definir um acordo de livre comércio. Porém, os negociadores
brasileiros se queixam do excesso de obstáculos imposto pelos europeus a uma série de produtos brasileiros. Os entraves comerciais
são as principais dificuldades para a retomada das negociações entre os dois blocos.
Área de Livre Comércio das Américas (ALCA)
Todo o noticiário sobre Mercosul, Aliança do Pacífico, Parceria Transpacífica e China tem a ver com um embate ideológico
entre duas concepções de política de desenvolvimento econômico
e social. A primeira dessas concepções afirma que o principal obstáculo ao crescimento e ao desenvolvimento é a ação do Estado na
economia. A ação direta do Estado na economia, através de empresas estatais, como a Petrobrás, ou indireta, através de políticas tributárias e creditícias para estimular empresas consideradas estratégicas, como a ação de financiamento do BNDES, distorceria as
forças de mercado e prejudicaria a alocação eficiente de recursos.
Nesta visão privatista e individualista, uma política de eliminação dos obstáculos ao comércio e à circulação de capitais; de
não discriminação entre empresas nacionais e estrangeiras; de eliminação de reservas de mercado; de mínima regulamentação da
atividade empresarial, inclusive financeira; e de privatização de
empresas estatais conduziria a uma eficiente divisão internacional
do trabalho em que todas as sociedades participariam de forma
equânime e atingiriam os mais elevados níveis de crescimento e
desenvolvimento.
Esta visão da economia se fundamenta em premissas equivocadas. Primeiro, de que todos os Estados partem de um mesmo
nível de desenvolvimento, de que não há Estados mais e menos desenvolvidos. Segundo, de que as empresas são todas iguais ou pelo
menos muito semelhantes em dimensão de produção, de capacidade financeira e tecnológica e de que não são capazes de influir
sobre os preços. Terceiro, de que há plena liberdade de movimento
da mão de obra entre os Estados. Quarto, de que há pleno acesso à
tecnologia que pode ser adquirida livremente no mercado. Quinto,
de que todos os Estados, inclusive aqueles mais desenvolvidos,
seguem hoje e teriam seguido passado esse tipo de políticas.
Relações Comerciais
As trocas entre Brasil e Argentina passaram por alguns momentos de crise também neste ano. O país vizinho suspendeu a
concessão de licenças de importações de cortes de carne suína
brasileira. A suspensão terminou com a assinatura de um acordo,
entre os dois países, no início de outubro. Com o consenso, as
exportações foram restabelecidas sob a condição de que o Brasil
deveria agilizar o processo de liberação para importações de maçã,
pera e marmelo da Argentina. O Mercosul também quer intensificar as parcerias com a União Europeia e a China, incrementando o
comércio do bloco com as duas regiões e ampliando as oportunidades de exportações. A decisão de ampliar o relacionamento com
os dois parceiros foi incluída em quatro itens dos 61 do documento
final, denominado Comunicado Conjunto dos Presidentes dos Estados Partes do Mercosul.
Didatismo e Conhecimento
25
ATUALIDADES
Estados europeus, pela política de austeridade (naturalmente, não
para os bancos) que ressuscita o neoliberalismo, atacam vigorosamente a legislação social, propagam o desemprego e agravam
as disparidades de renda e de riqueza. Mas isto é tema para outro
artigo.
Assim, neste embate entre duas visões, concepções, de política econômica, a aplicação da primeira política, a do neoliberalismo, levou à ampliação da diferença de renda entre os países da
América do Sul e os países altamente desenvolvidos nos últimos
vinte anos até a crise de 2007. Por outro lado, é a aplicação de
políticas econômicas semelhantes, que preveem explicitamente a
ação do Estado, que permitiu à China crescer à taxa média de 10%
a/a desde 1979 e que farão que a China venha a ultrapassar os EUA
até 2020. Ainda assim, há aqueles que na periferia não querem
ver, por interesse ou ideologia, a verdadeira natureza da economia
internacional e a necessidade da ação do Estado para promover o
desenvolvimento. Nesta economia internacional real, e não mitológica, é preciso considerar a ação da maior Potência.
A política econômica externa dos Estados Unidos, a partir do
momento em que o país se tornou a principal potência industrial
do mundo no final do século XIX e em especial a partir de 1945,
com a vitória na Segunda Guerra Mundial, e confiante na enorme
superioridade de suas empresas, tem tido como principal objetivo
liberalizar o comércio internacional de bens e promover a livre
circulação de capitais, de investimento ou financeiro, através de
acordos multilaterais como o GATT, mais tarde OMC, e o FMI;
de acordos regionais, como era a proposta da ALCA e de acordos
bilaterais, como são os tratados de livre comércio com a Colômbia, o Chile, o Peru, a América Central e com outros países como
a Coréia do Sul. E agora as negociações, altamente reservadas, da
chamada Trans-Pacific Partnership - TPP, a Parceria Transpacífica,
iniciativa americana extremamente ambiciosa, que envolve a Austrália, Brunei, Chile, Malásia, Nova Zelândia, Peru, Singapura,
Vietnã, e eventualmente Canadá, México e Japão, e que, nas palavras de Bernard Gordon, Professor Emérito de Ciência Política, da
Universidade de New Hampshire, “adicionaria bilhões de dólares
à economia americana e consolidaria o compromisso político, financeiro e militar dos Estados Unidos no Pacifico por décadas”.
O compromisso, a presença, a influência dos Estados Unidos no
Pacifico isto é, na Ásia, no contexto de sua disputa com a China. A
TPP merece um artigo à parte.
Através daqueles acordos bilaterais, procuram os EUA consagrar juridicamente a abertura de mercados e obter o compromisso
dos países de não utilizar políticas de desenvolvimento industrial
e de proteção do capital nacional. Não desejam os Estados Unidos ver o desenvolvimento de economias nacionais, com fortes
empresas, capazes de competir com as megaempresas americanas,
por razões óbvias, entre elas a consequente redução das remessas
de lucros das regiões periféricas para a economia americana. Os
lucros no exterior são cerca de 20% do total anual dos lucros das
empresas americanas!
Nas Américas, a política econômica dos Estados Unidos teve
sempre como objetivo a formação de uma área continental integrada à economia americana e liderada pelos Estados Unidos que,
inclusive, contribuísse para o alinhamento político de cada Estado da região com a política externa americana em seus eventuais
embates com outros centros de poder, como a União Europeia, a
Rússia e hoje a China. Assim, já no século XIX, em 1889 , no mesmo ano em que Deodoro da Fonseca proclamou a República, na
Conferência Internacional Americana, em Washington, os Estados
Unidos propuseram a criação de uma união aduaneira continental.
Esta proposta, que recebeu acolhida favorável do Brasil, no entusiasmo pan-americano da recém-nascida república, foi rejeitada
pela Argentina e outros países.
Como é obvio estas premissas não correspondem nem à realidade da economia mundial, que é muito, muito mais complexa,
nem ao desenvolvimento histórico do capitalismo. Historicamente, as nações hoje altamente desenvolvidas utilizaram uma gama
de instrumentos de política econômica que permitiram o fortalecimento de suas empresas, de suas economias e de seus Estados nacionais. Isto ocorreu mesmo na Inglaterra, que foi a nação líder do
desenvolvimento capitalista industrial, com a Lei de Navegação,
que obrigava o transporte em navios ingleses de todo o seu comércio de importação e exportação; com a política de restrição às exportações de lã em bruto e às importações de tecidos de lã; com as
restrições à exportação de máquinas e à imigração de “técnicos”.
Políticas semelhantes utilizaram a França, a Alemanha, os Estados Unidos e o Japão. Países que não o fizeram naquela época,
tais como Portugal e Espanha, não se desenvolveram industrialmente e, portanto, não se desenvolveram. Se assim foi historicamente, a realidade da economia atual é a de mercados financeiros
e industriais oligopolizados em nível global por megaempresas
multinacionais, cujas sedes se encontram nos países altamente desenvolvidos. A lista das maiores empresas do mundo, publicada
pela revista Forbes, apresenta dados sobre essas empresas cujo
faturamento é superior ao PIB de muitos países. Das 500 maiores
empresas, 400 se encontram operando na China. Os países altamente desenvolvidos protegem da competição estrangeira setores
de sua economia como a agricultura e outros de alta tecnologia.
Através de seus gigantescos orçamentos de defesa, todos, inclusive a Alemanha e o Japão, que não poderiam legalmente ter
forças armadas, subsidiam as suas empresas e estimulam o desenvolvimento cientifico e tecnológico. Com os programas do tipo
“Buy American” e outros semelhantes, privilegiam as empresas
nacionais de seus países; através da legislação e de acordos cada
vez mais restritivos de proteção à propriedade intelectual, dificultam e até impedem a difusão do conhecimento tecnológico. Através de agressivas políticas de “abertura de mercados” obtém acesso aos recursos naturais (petróleo, minérios etc) e aos mercados
dos países periféricos, em troca de uma falsa reciprocidade, e conseguem garantir para suas megaempresas um tratamento privilegiado em relação às empresas locais, inclusive no campo jurídico,
com os acordos de proteção e promoção de investimentos, pelos
quais obtém a extraterritorialidade. Como é sabido, protegem seus
mercados de trabalho através de todo tipo de restrição à imigração,
favorecendo, porém, a de pessoal altamente qualificado, atraindo
cientistas e engenheiros, colhendo as melhores “flores” dos jardins
periféricos.
A segunda concepção de desenvolvimento econômico e social
afirma que, dada a realidade da economia mundial e de sua dinâmica, e a realidade das economias subdesenvolvidas, é essencial
a ação do Estado para superar os três desafios que tem de enfrentar os países periféricos, ex-colônias, algumas mais outras menos
recentes, mas todas as vítimas da exploração colonial direta ou
indireta. Esses desafios são a redução das disparidades sociais, a
eliminação das vulnerabilidades externas e o pleno desenvolvimento de seu potencial de recursos naturais, de sua mão de obra e
de seu capital.
As extremas disparidades sociais, as graves vulnerabilidades
externas, o potencial não desenvolvido caracterizam o Brasil, mas
também todas as economias sul-americanas. A superação desses
desafios não poderá ocorrer sem a ação do Estado, pela simples
aplicação ingênua dos princípios do neoliberalismo, de liberdade
absoluta para as empresas as quais, aliás, levaram o mundo à maior
crise econômica e social de sua História: a crise de 2007. E agora,
Didatismo e Conhecimento
26
ATUALIDADES
cas e transações financeiras rastreadas pela NSA nos últimos anos.
Segundo reportagens publicadas pelo jornal O Globo, com base
nas revelações de Snowden, uma das estações de espionagem da
NSA, em conjunto com a CIA, funcionou até 2002 em Brasília. O
Brasil exigiu explicações sobre a espionagem, mas os EUA se recusaram a se explicar publicamente. O vice-presidente americano,
Joe Biden, ligou para a presidente Dilma Rousseff lamentando o
ocorrido.
No Brasil, a prática não tem um tratamento específico na legislação, sendo adequada à legislação penal. Em resposta, o Itamaraty disse que pretende propor regras que protejam a privacidade
dos usuários da internet, sem que isso atrapalhe os esquemas de
segurança dos países. Entre elas, estão um complemento à Lei Carolina Dieckmann, apelido da nova lei sobre crimes na internet
e o Marco Civil na Internet, um projeto de lei construído com a
participação popular e que busca estabelecer direitos e deveres na
internet no Brasil. Ambos os projetos de lei estão na Câmara dos
Deputados para apreciação e votação.
Quando se fala de inteligência, o órgão brasileiro responsável por essa missão é a Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
Criada em 1999, durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, é o órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin). Seu trabalho é identificar e investigar ameaças à
soberania nacional e as atividades em território brasileiro. Durante
as recentes manifestações populares, por exemplo, a maioria organizadas pela internet, a Abin foi chamada para monitorar a movimentação dos protestos em redes sociais como Facebook, Twitter,
Instagram. Antes da Abin, existiram outros órgãos de inteligência,
como o famoso SNI (Serviço nacional de Informação) que foi bastante atuante durante a Ditadura Militar.
Com a I Guerra Mundial, a Grande Depressão, a ascensão
do nazismo e a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos procuraram estreitar seus laços econômicos com a América Latina,
aproveitando, inclusive, a derrota alemã e o retraimento francês
e inglês, influências históricas tradicionais. Em 1948, na IX Conferência Internacional Americana, em Bogotá, propuseram novamente a negociação de uma área de livre comércio nas Américas;
mais tarde, em 1988, negociaram o acordo de livre comércio com
o Canadá, que seria transformado em Nafta com a inclusão do México, em 1994; e propuseram a negociação de uma Área de Livre
Comércio das Américas, a ALCA, em 1994.
A negociação da ALCA fracassou em parte pela oposição do
Brasil e da Argentina, a partir da eleição de Lula, em 2002 e de
Kirchner, em 2003 e, em parte, devido à recusa americana de negociar os temas de agricultura e de defesa comercial, o que permitiu
enviar os temas de propriedade intelectual, compras governamentais e investimentos para a esfera da OMC, o que esvaziou as negociações. O objetivo estratégico americano, todavia, passou a ser
executado, agora com redobrada ênfase, através da negociação de
tratados bilaterais de livre comércio, que concluíram com o Chile,
a Colômbia, o Peru, a América Central e República Dominicana,
só não conseguindo o mesmo com o Equador e a Venezuela devido
à eleição de Rafael Correa e de Hugo Chávez e à resistência do
Mercosul às investidas feitas junto ao Uruguai.
Assim, a estratégia americana tem tido como resultado, senão
como objetivo expresso, impedir a integração da América do Sul
e desintegrar o Mercosul através da negociação de acordos bilaterais, incorporando Estado por Estado na área econômica americana, sem barreiras às exportações e capitais americanos e com
a consolidação legal de políticas econômicas internas, em cada
país, nas áreas de propriedade intelectual, compras governamentais, defesa comercial, investimentos, em geral com dispositivos
chamados de OMC – Plus, mais favoráveis aos Estados Unidos do
que aqueles que conseguiram incluir na OMC, que, sob o manto
de ilusória reciprocidade, beneficiam as megaempresas americanas, em especial neste momento de crise e de início da competição
sino-americana na América Latina.
Na execução deste objetivo, de alinhar econômica, e por consequência politicamente, toda a América Latina sob a sua bandeira
contam com o auxílio dos grupos internos de interesse em cada
país que, tendo apoiado a ALCA no passado, agora apoiam a negociação de acordos bilaterais ou a aproximação com associações de
países, tais como a Aliança do Pacífico, que reúne países sul-americanos e mais o México, que celebraram acordos de livre comércio com os EUA. Hoje, o embate político, econômico e ideológico
na América do Sul se trava entre os Estados Unidos da América,
a maior potência econômica, política, militar, tecnológica, cultural
e de mídia do mundo; a crescente presença chinesa, com suas investidas para garantir acesso a recursos naturais, ao suprimento de
alimentos e de suas exportações de manufaturas e que, para isto,
procuram seduzir os países da América do Sul e em especial do
Mercosul com propostas de acordos de livre comércio; e as políticas dos países do Mercosul, Argentina, Brasil, Venezuela, Uruguai
e Paraguai que ainda entretém aspirações de desenvolvimento soberano, pretendem atingir níveis de desenvolvimento social elevado e que sabem que, para alcançar estes objetivos, a ação do
Estado, e da coletividade organizada, é essencial, é indispensável.
O caso Wikileaks
O caso do soldado Bradley Manning, 25, também reflete a
política americana de espionagem. Em 2010, o ex-analista de inteligência do Exército americano foi acusado de vazar mais de 250
mil documentos militares e diplomáticos para o site WikiLeaks, na
maior divulgação não autorizada de dados secretos norte-americanos na história, como informações sobre as guerras no Iraque e
Afeganistão e análises sobre a política externa americana, desencadeando uma crise na diplomacia mundial.
O fundador do site, Julian Assange, nunca confirmou Manning
como seu informante. O soldado ficou preso até o seu julgamento,
iniciado em 30 de julho de 2013. Foi considerado culpado de 19
acusações criminais relacionadas a espionagem e vazamentos. O
julgamento na corte militar deve durar até o fim de agosto de 2013.
As principais agências de inteligência foram criadas no século
20 e estão em países como União Soviética, Inglaterra, Israel, Alemanha, Japão e Estados Unidos. A justificativa para sua existência
é monitorar possíveis ameaças à soberania nacional. A mais popular é a norte-americana CIA, sigla em inglês para Agência Central
de Inteligência, criada em 1947. Uma instituição “prima” da CIA,
a Agência de Segurança Nacional, foi criada em 1952, período
da Guerra Fria (1945-1991). Sua missão: espionar comunicações
de outros países, decifrar códigos governamentais e desenvolver
sistemas de criptografia para o governo americano.
Após os ataques de 11 de setembro de 2001, em Nova York
(EUA), a agência passou por reformas e se tornou líder em estratégias que utilizam radares e satélites para coleta de dados em sistemas de telecomunicações, em redes públicas e privadas. E foi de lá
que saiu um dos responsáveis pelo mais grave escândalo de espionagem do século 21, o ex-técnico Edward Snowden, 29. Snowden
Espionagem na Internet
Estima-se que milhões de brasileiros, tanto em território nacional quanto no estrangeiro, tenham tido suas ligações telefôni-
Didatismo e Conhecimento
27
ATUALIDADES
divulgou que o governo norte-americano utiliza informações de
servidores de empresas privadas como Google, Facebook, Apple,
Skype e Yahoo para investigar os dados da população, de governos
europeus e de países do continente americano, entre eles, o Brasil.
Ao justificar sua decisão de divulgar essas informações,
Snowden alegou que quem deve julgar se o governo deve ter o
direito de investigar os dados pessoais dos cidadãos para a sua
segurança é a própria população. O ex-técnico da NSA foi acusado
de espionagem, roubo e conversão de propriedade do governo. Ele
deixou Hong Kong em direção a Moscou - onde ficou por 40 dias
na área de trânsito internacional para impedir sua extradiação para
os EUA. Ao final das contas, a Rússia cedeu asilo ao rapaz por um
ano. Os americanos alegam que a espionagem é necessária para
a segurança do país e para identificar ameaças terroristas. No entanto, ONGs de direitos civis condenam a invasão da privacidade
dos usuários, já que os dados coletados ficam armazenados por um
período de até 5 anos.
Ações Governamentais
A Polícia Militar iniciou à Operação Saturação para combater
o crime organizado em várias regiões da capital, em Guarulhos e
na cidade de Ribeirão Preto. A reunião definiu ações de “asfixiamento financeiro” das organizações criminosas responsáveis pelos
ataques e também a futura transferência das lideranças envolvidas
em mortes de policiais para presídios federais. O governador de
São Paulo reconheceu pela primeira vez dificuldades na segurança
pública por conta da onda de homicídios vivida em São Paulo nos
últimos meses. O secretário de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, pediu exoneração do cargo. Em seu lugar, assumiu o
ex-procurador geral de Justiça do Estado de São Paulo, Fernando
Grella.
Também foram divulgados os nomes dos novos comandantes
das polícias Civil e Militar de São Paulo. O Comando Geral da
Polícia Militar foi assumido pelo coronel Benedito Roberto Meira,
atual chefe da Casa Militar do Governo do Estado. Já a Polícia
Civil passou a ser comandada pelo delegado classe especial Luiz
Maurício Souza Blazeck. Já no Rio de Janeiro é autorizada a internação compulsória como tentativa de conter avanço de usuários
e traficantes do CRACK, droga que se tornou endêmica no pais e
atinge todas as classes sociais.
Explodem por todos os estados movimentos em prol de melhorias salariais de policiais militares e se iniciam questionamentos sobre a possibilidade ou não de reivindicação e greve por parte
dos militares. No Distrito Federal mais um ano de total incapacidade do governo em combater a expansão do número de usuários
de crack, com cracolândias cada vez maiores. Tivemos também
aumento massivo de sequestros relâmpago para terror dos brasilienses.
As duas corporações responsáveis pela segurança do DF, Policia Militar e Policia Civil tiveram seus momentos para mostrar
a total insatisfação com o GDF devido à falta de trato com estes
profissionais e falta no cumprimento de promessas de campanha.
A policia civil teve este ano a maior greve de sua historia e os
policiais militares também de forma inédita tiveram a assembleia
dos 10.000 na praça do Relógio onde iniciou-se a operação TARTARUGA. Em comum a total desmotivação dos policiais no DF.
Os policiais militares tiveram a perda de grandes companheiros de farda desde a soldado Márcia assassinada covardemente por
cúmplices de seu próprio companheiro, também tiveram o soldado
Romério assassinado em Planaltina, e tantos outros companheiros assassinados, outros mortos em ação e alguns por questão de
saúde. Grandes amigos que farão falta nas ruas e nos quartéis em
que serviam. Para os policiais militares do DF, também tiveram
uma tentativa de reinstalação do período do “manda quem pode,
obedece quem tem juízo”, mas hoje tal trato com o combatente não
encontra mais respaldo com o policial tendo mais conhecimento e
sabendo o que deve ou não fazer, conhecendo as leis e sabendo de
seus direitos.
08/09/2013
http://vestibular.uol.com.br/
resumo-das-disciplinas/atualidades
Segurança Brasileira
A violência no Brasil consegue nos surpreender, como em São
Paulo onde policiais foram covardemente assassinados, em movimento organizado pelo Primeiro Comando da Capital. A guerra declarada entre polícia e crime organizado teve início quando
seis criminosos foram mortos durante uma ação de policiais das
Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota). Após uma denúncia
de truculência policial e investigação da Polícia Civil, pelo menos
nove policiais da Rota foram presos pela execução dos criminosos. Uma testemunha contou que três PMs - um sargento e dois
soldados - chutavam o suspeito levado pela viatura até o local. Um
deles chegou a atirar a queima roupa no homem. A mulher ligou
para a polícia e contou em tempo real o que, segundo ela, estava
acontecendo.
O bairro de Cidade Tiradentes vivia o seu primeiro toque de
recolher. Moradores foram avisados de que os criminosos atacariam batalhões em represália às mortes no bairro da Penha. Em
junho, o bar que funcional no local onde os criminosos foram executados pegou fogo. Segundo os proprietários, o incêndio não teve
ligação com o PCC.
Onda de ataques: São Paulo viveu a primeira grande onda de
ataques a policiais e bases da PM. Os primeiros ataques foram registrados isoladamente, mas com o passar dos dias, ficou evidente
de que se tratava de uma ação coordenada. A partir de uma série
de eventos, a Polícia Militar começou a registrar casos sequenciais
de mortes e ataques.
Ônibus incendiados: Vários ônibus foram incendiados durante essa guerra aos policiais. Os veículos eram esvaziados e incendiados como protestos aos policiais. Com a crescente onda de
violência, a Secretaria de Segurança Pública continuava tratando
os casos como ações isoladas, descartando o envolvimento do Primeiro Comando da Capital.
Segurança Internacional
Após 30 anos da última tentativa oficial de acordo de paz,
o governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia (Farc) retomaram negociações para o fim do conflito
civil. O conflito ocorre desde o surgimento das Farc em 1964 e
pode acabar em breve, se as negociações seguirem o cronograma previsto. Um novo encontro para discutir a questão territorial
aconteceu em Bogotá, com avanços em relação ao debate sobre a
reforma agrária.
Chacinas: Após o início dos ataques contra policiais e a
ônibus, a PM começou a registrar um aumento em crimes com
características de execução e as primeiras chacinas começaram a
aparecer.
Didatismo e Conhecimento
28
ATUALIDADES
Primeira fase - Representantes dos dois lados se encontraram
em Oslo, na Noruega, para tratar do assunto. No centro da discussão: a questão agrária no país, distribuição mais equitativa das propriedades e garantia de direitos políticos para os guerrilheiros. A
negociação em Oslo foi à quarta tentativa oficial de pacificação em
quase meio século de conflito. No encontro, debateu-se o desenvolvimento agrário do país. Na ocasião, indicou-se que o Exército
de Libertação Nacional (ELN) também deveria integrar o processo
de paz (as negociações com o grupo estão em fase inicial).
Mediação - Autoridades da Noruega, de Cuba, da Venezuela
e do Chile fazem a mediação das negociações. A partir da primeira reunião, o governo colombiano e as Farc concordaram instalar
uma mesa pública de negociações em Havana, Cuba, para manter
o diálogo.
Segunda fase - Na segunda reunião em Havana, a FARC apresentou cessar-fogo unilateral de dois meses para facilitar negociações. Presidente colombiano critica posição das FARC em negociações. Durante a mesa, as Farc exigiram garantias do governo
sobre as medidas de reforma agrária. Contudo, logo após o término
da segunda fase de negociações, o governo colocou em dúvida o
cessar fogo do grupo guerrilheiro.
As negociações em busca da paz na Colômbia levarão mais
tempo do que o planejado inicialmente, conforme admitiu o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, no começo de dezembro.
Ele acredita que o acordo de paz só será concluído em novembro
de 2013. Já as Farc não abrem mão da criação de um plano de reforma agrária no país. Os negociadores dos dois grupos marcaram
uma próxima etapa de reuniões em busca de um acordo de paz
na região. Ocorrerá em Havana, em Cuba, ocorrerão reuniões da
terceira etapa das negociações.
Além disso, nem os rebeldes nem o Exército revelam o número exato de mortes em suas fileiras para evitar um golpe no moral, porém, acredita-se que o número de mortes pode ultrapassar
100.000. Enquanto o derramamento de sangue prossegue, o chefe
do Hezbollah libanês, Hassan Nasrallah, grande aliado do regime
de Damasco, considerou que a Síria está ameaçada. No terreno,
onde novos ataques aéreos causaram mais mortes pelo país, os rebeldes intensificaram os ataques contra a Forças Aérea e suas aeronaves. Centenas de combatentes da Frente Al-Nusra (jihadista)
e das brigadas islamitas de Ahrar al-Sham enfrentaram as tropas
do regime nas proximidades da base aérea de Taftanaz, norte da
província de Idleb.
Também foram registrados combates no perímetro do aeroporto de Aleppo, onde os rebeldes atacaram durante a noite a 80ª
brigada do Exército sírio. Em Istambul, cerca de 30 caminhões
transportando 850 toneladas de farinha partiram em direção à Síria, onde várias regiões são afetadas por uma grave crise alimentar
e humanitária.
Ataque Americano
Importante comandante do Taliban, seu vice e outras oito pessoas no noroeste do Paquistão, foram morta por um avião não tripulado norte-americano. Maulvi Nazir Wazir, também conhecido
como mulá Nazir, foi morto quando mísseis atingiram sua casa
de barro no Waziristão Sul, perto da fronteira afegã. Este já havia
sobrevivido a pelo menos um ataque anterior com um avião não
tripulado, e também, já foi ferido em um ataque a bomba supostamente lançado por adversários do Taliban.
Seus principais comandantes e seu vice, Ratta Khan, também
morreram no ataque em Angoor Adda, perto da capital provincial
de Wana. Nazir tinha expulsado militantes estrangeiros de sua área,
favorecido o ataque às forças norte-americanas no Afeganistão e
tinha assinado pactos de não agressão com o exército paquistanês.
Isso o colocou em conflito com outros comandantes do Taliban no
Paquistão, mas lhe rendeu uma reputação de “bom” Taliban entre
alguns militares paquistaneses.
O sucessor de Nazir foi anunciado diante de milhares de pessoas reunidas para o seu funeral. As pessoas estarão observando
de perto para ver se Salahud Din Ayubi continuará as políticas de
Nazir. O Exército tem uma grande base em Wana, onde Nazir e
seus homens estavam localizados. Nazir presidia uma paz instável
entre os militantes e o Exército ali, mas a trégua foi ameaçada pela
aliança do Exército com os Estados Unidos e pelos ataques com
aviões não tripulados, disse recentemente um oficial.
Um fato de muito destaque nos EUA em relação à violência foi o Massacre numa escola americana na pequena cidade de
Newtown. Esta foi a pior matança ocorrida em uma escola nos
Estados Unidos, superando em número de vítimas a chacina de
Columbine, que aconteceu em 1999. Para o presidente dos Estados
Unidos, Barack Obama, as matanças estão se repetindo nas escolas
norte-americanas e são necessárias ações para evitar que massacres ocorram no futuro. Após esse massacre, é reaberto o debate
sobre mais controle na venda de armas. Barack Obama pode adotar
medidas para tornar mais rigorosas as avaliações dos interessados
em comprar armas, restringir a importação de certos modelos e
ampliar a supervisão sobre o comércio.
Violência no mundo
Uma jovem ativista paquistanesa de 15 anos foi atingida a tiro
na cabeça e no pescoço num ataque dos talibãs contra o autocarro
escolar em que seguia passado no noroeste do Paquistão. O ataque
foi uma resposta ao envolvimento de Malala em campanhas pelo
direito das raparigas a ir à escola. Malala Yousafzai se tornou um
símbolo internacional dos direitos das mulheres, recebeu o apoio
de 250 mil pessoas que, através de um abaixo assinado, reclamam
para esta jovem paquistanesa o prémio Nobel da Paz.
Malala Yousafzai foi tratada por uma equipa médica composta por especialistas em neurocirurgia, traumatologia, entre outras
especialidades, que tem uma grande experiência em casos semelhantes adquirido pela ajuda a soldados feridos no Iraque e no Afeganistão. Malala foi atingida a tiro na cabeça e no pescoço num
ataque dos talibãs contra o autocarro escolar em que seguia a 9
de outubro passado no noroeste do Paquistão. O ataque foi uma
resposta ao envolvimento de Malala em campanhas pelo direito
das raparigas a ir à escola.
Ataque na Síria
A Síria foi mergulhada em uma guerra civil após a repressão
do regime a uma onda de contestação popular, que se militarizou.
Os combates entre soldados regulares e desertores, apoiados por
civis que pegaram em armas e também jihadistas do exterior, não
tiveram trégua desde então. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) acredita que a guerra civil na Síria deixou mais de
46 mil mortos, mas seu registro não inclui as milhares de pessoas
desaparecidas nas prisões do governo, nem a maioria das mortes
entre os “shabbihas”, milicianos de Bashar al-Assad, e os combatentes estrangeiros.
Didatismo e Conhecimento
Oriente Médio
O Oriente Médio ganhou as atenções do mundo diante de novos confrontos entre palestinos e israelenses. A troca de artilharia
29
ATUALIDADES
autoridades para inibir a prática é a punição dos responsáveis. Os
adolescentes são o grupo que mais preocupa psicólogos, pais e especialistas em segurança na internet. Usuários das redes sociais,
muito expostos e hiperconectados, eles acabam sendo alvo fácil de
casos de sexting por não se preocuparem com a segurança de suas
informações.
O sexting reúne características de diferentes práticas ofensivas e criminosas. Envolve ciberbullying por ofender moralmente
e difamar as vítimas que têm suas imagens publicadas sem seu
consentimento; estimula a pornografia infantil e a pedofilia em
casos envolvendo menores. Em outros casos, enquadra-se como
roubo de informações, como o que ocorreu com a atriz Carolina
Dieckman, em 2012. Além disso, no caso das mulheres, o autor da
divulgação de imagens íntimas na internet sem autorização pode
ser punido por difamação com base na Lei Maria da Penha. Na
Califórnia (EUA), para tentar conter a onda de publicações de imagens de mulheres nuas ou seminuas por vingança foi criada uma
lei que prevê pena de prisão de até seis meses e multa de até US$
1.000 para quem publicar na internet fotografias ou vídeos de ex-cônjuge ou ex-namorada sem consentimento.
Nos casos envolvendo menores de idade, os responsáveis pela
divulgação podem ser enquadrados no artigo 241-A do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), que qualifica como crime grave
a disseminação de fotos, vídeos ou imagens de crianças ou adolescentes em situação de sexo explícito ou pornográfica, com pena
de 3 a 6 anos. Quatro Estados norte-americanos já classificam o
sexting como crime de pornografia infantil ou exploração sexual
de menores e preveem também punições para menores de idade
que criarem ou transmitirem imagens com conteúdo sexualmente
explícito.
No Brasil, a vítima de sexting ainda encontra dificuldade para
ver o culpado punido. Para tentar coibir a prática, quatro projetos
tramitam no Congresso propondo penas mais severas. Em maio
de 2013, o deputado João Arruda (PMDB/PR) propôs alterações à
Lei Maria da Penha, estendendo-a para o ambiente virtual. Outros
dois projetos buscam tipificar o crime de divulgação pública de
imagens de vídeos de segurança e acrescentar ao Código Penal a
conduta de divulgação de fotos ou vídeos com cena de nudez ou
ato sexual sem autorização da vítima.
O quarto projeto, da deputada Eliane Lima (PSD/MT), visa
punir quem praticar a chamada vingança pornográfica. A pena proposta é de um ano de reclusão e multa de 20 salários mínimos. A
parlamentar cita como exemplo o caso da jornalista Rose Leonel,
que por muito tempo recebeu ligações de estranhos procurando por
sexo. O ex-namorado havia cadastrado fotos íntimas da jovem em
sites de pornografia e de garotas de programa, com seus dados pessoais e telefone celular. Rose Leonel criou a ONG Marias da Internet, que ajuda mulheres que passaram por situação semelhante.
A Câmara dos Deputados também deve incluir no Marco Civil
da Internet, mecanismos para retirada de conteúdo da rede de imagens íntimas que prejudiquem os envolvidos. A proposta ainda está
em discussão e segundo o deputado Alessandro Molon (PT-RJ),
relator do projeto, o texto prevê que o provedor que disponibilizar
o conteúdo gerado por terceiros poderá ser responsabilizado pela
divulgação do material que contenha nudez ou sexo de caráter privado sem autorização de seus participantes.
aérea entre o Hamas e o exército de Israel deixou mais de uma
centena de mortos, incluindo civis e crianças. O conflito é mais um
episódio de uma história secular entre os dois povos, que envolve
desavenças religiosas e disputas de terra. Em meio à intensificação
dos confrontos, Israel ameaçou iniciar uma invasão por terra, o que
não foi bem recebido pelo governo britânico. Diante do impasse, o
presidente egípcio Mouhamed Mursi assumiu a liderança do processo de negociação da paz e cessar-fogo.
O Brasil foi o palco do Fórum Social Mundial Palestina Livre
e reuniu cidadãos e ativistas de 36 países em Porto Alegre (RS).
Durante 4 dias, a cidade gaúcha foi palco de ações para a afirmação, defesa, soberania e independência do povo palestino frente à
política capitaneada pelo governo de Israel. Um dos pontos altos
do Fórum foi a Marcha Pelo Estado Palestino, que aconteceu no
exato momento em que presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, discursava na Assembleia Geral da ONU,
pedindo a aprovação do reconhecimento da Palestina como um Estado observador não membro das Nações Unidas. Cerca de 8 mil
pessoas se concentraram no Largo Glênio Peres e marcharam até a
Usina do Gasômetro em Porto Alegre pedindo o fim da ocupação
israelense nas terras árabes.
Intimidade Compartilhada na Internet
No Brasil, a privacidade é um direito de todos, garantido pelo
artigo 5º da Constituição Federal de 1988. Sendo assim, são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação. Uma das formas cada vez mais
frequente de violar a privacidade de uma pessoa é o “sexting”,
quando vídeos e imagens com conteúdo sexual vazam na internet
ou via celulares sem o consentimento de todos os envolvidos. Casos recentes ocorridos no Brasil em 2013 ilustram o quão grave é
a exposição desse conteúdo na internet.
Uma jovem de 16 anos do interior do Rio Grande do Sul e
outra adolescente de 17 anos, do interior do Piauí, cometeram suicídio após terem suas imagens íntimas divulgadas na internet e
compartilhadas em redes sociais. A primeira teria sido vítima de
um colega de escola, suspeito de ter publicado a foto íntima da
jovem. A segunda teve imagens em que aparece tendo relações
sexuais compartilhadas no aplicativo de bate-papo Whatsapp.
Em Goiânia, uma jovem de 19 anos precisou deixar o emprego e desenvolveu um quadro de depressão após um vídeo gravado
com o namorado ter sido postado na internet sem o seu consentimento. O caso virou “meme” e piada em redes sociais como o
Facebook. O principal suspeito é o ex-namorado da vítima. Os
casos chocaram as cidades onde as jovens moravam e levantaram
a discussão sobre violação da privacidade na internet e as consequências que para quem passa por essa situação.
A palavra “sexting” é uma junção das palavras sex [sexo] e
texting [envio de mensagens] e poderia ser apenas a troca de imagens eróticas ou sensuais entre casais, namorados ou pessoas que
estão em algum tipo de relacionamento, mas acabou tornando-se
uma prática “criminosa” e vingativa. Não à toa ganhou o apelido de “pornografia de revanche”, já que em muitos casos são ex-namorados ou ex-maridos que publicam na internet fotos e vídeos
das namoradas como forma de vingança após o fim do relacionamento.
Entre os casos de sexting levados à justiça no Brasil, a maioria são de vingança. Os danos são muitos e o acesso à imagem
pode fugir do controle, sendo difícil retirar o material de sites e
dos sistemas de busca online. Uma das soluções buscadas pelas
Didatismo e Conhecimento
27/12/2013
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resumo-das-disciplinas/atualidades
30
ATUALIDADES
Manifestações no Brasil
Foro Privilegiado é um mecanismo presente no ordenamento jurídico brasileiro que designa uma forma especial e particular
para julgar-se determinadas autoridades. Tal dispositivo é uma clara exceção ao princípio da igualdade, consagrado na constituição
brasileira por meio de seu artigo 5º. O presidente da República, deputados federais, senadores e ministros, por exemplo, são sempre
julgados pelo Supremo Tribunal Federal. A população quer um julgamento justo para todas as pessoas, sejam elas do Senado ou não.
Esses foram os cinco principais motivos das manifestações,
porém alguns outros conceitos também foram buscados. De modo
geral, as manifestações bucaram justiça no governo e na sociedade
brasileira.
Os protestos no Brasil em 2013, inicialmente, surgiram para
contestar o aumento das tarifas de transporte público, principalmente nas cidades de Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro e
que ganharam forças e apoio da população. Em seguida a população passou a se manifestar contra outros assuntos:
- não a PEC37;
- saída imediata de Renan Calheiros da presidência do Congresso Nacional;
- imediata investigação e punição de irregularidades nas obras
da Copa do Mundo no Brasil, pela Polícia Federal e Ministério
Público Federal;
- uma lei que torne a corrupção do Congresso crime hediondo;
- fim do foro privilegiado.
Neurociência
A Copa do Mundo no Brasil em 2014 será iniciada com o pontapé de um jovem paraplégico usando um exoesqueleto. A promessa é do neurocientista Miguel Nicolelis, que trabalha no projeto
Andar de Novo. Com ajuda do exoesqueleto, uma veste robótica
controlada por pensamentos, os sensores captam a atividade elétrica dos neurônios e transformam os pensamentos em comandos.
Segundo o neurocientista, para que isso ocorra com sucesso,
o cérebro precisa ser novamente treinado por meio de estímulos
que provoquem as reações necessárias para desencadear os movimentos. A invenção já foi pensada para fins militares, para auxiliar
em atividades cotidianas em que é necessária a força, e agora pode
ser um avanço para levar mobilidade a idosos e pessoas com deficiências físicas.
Quem possui um corpo sem deficiências tem os movimentos,
a ação e reação coordenados pelo sistema nervoso que emite comandos para os órgãos e glândulas. Quando há um problema ou
um dano físico, os sinais emitidos pelo sistema nervoso têm sua
passagem interrompida. O exoesqueleto pode reverter a situação
por meio da interação cérebro-máquina. Os sinais emitidos do sensor localizado no cérebro serão transmitidos em uma unidade similar a um laptop, carregada pela pessoa em uma mochila. O computador ainda transmitiria os sinais elétricos cerebrais, enquanto o
exoesqueleto estabiliza o corpo da pessoa e executa o comando.
No futuro, a ideia é que pacientes usem a veste como uma roupa
normal, mas que teria inúmeras funcionalidades, como o Homem
de Ferro.
Segundo o neurocientista, para que o processo funcione com
sucesso, o cérebro precisa ser retreinado por meio de estímulos
que provoquem as reações necessárias para desencadear os movimentos. Em entrevista, ele descreveu melhor como funcionará
a comunicação entre exoesqueleto e o cérebro. “Além da veste, o
exoesqueleto tem uma mochila, que é a central de controle, que é o
cérebro do exoesqueleto que vai dialogar com o corpo do paciente.
Essa central vai captar os sinais do cérebro do paciente, traduzi-los
em sinais digitais para que o exoesqueleto possa entender e receber
os sinais de feedback, que serão transmitidos de volta ao paciente.
Essa veste vai conter todos os motores hidráulicos que vão mover
o exoesqueleto e as baterias, outro componente fundamental, fornecedoras da potência para o exoesqueleto funcionar”.
As pesquisas de Nicolelis estudam a unidade básica funcional
do sistema nervoso central como sendo uma população difusa de
neurônios que interagem em circuitos e que o cérebro funciona
como uma rede dinâmica, integrando diferentes áreas no mesmo
processo.
A partir dessa ideia, foram realizados testes com macacos rhesus. Eles receberam implantes de sensores wireless (sem fio) que
enviam informações de atividade cerebral 24 horas por dia. Em um
Em maio de 2013 a prefeitura da cidade de Natal, Rio Grande
do Norte, aumentou em 20 centavos o preço da passagem do transporte público. Esse foi o estopim das manifestações. As primeiras
manifestações tiveram início dia 25 de março em Porto Alegre,
Rio Grande do Sul, com o aumento da tarifa de ônibus e lotações.
Os protestos ganharam força quando houve o reajuste dos preços.
A PEC37 foi um projeto legislativo brasileiro que se aprovado, limitaria o poder de investigação criminal a Polícias Federais e civis, retirando-o de, entre outras organizações, o Ministério
Público. Seu autor foi o deputado Lourival Mendes (PT do B do
Maranhão). Este declarou à época da proposta que as CPIs não
ficariam prejudicadas pela alteração, por terem outro trecho da
Constituição tratando delas. No dia 25 de junho de 2013, depois de
ser pressionado pela sociedade brasileira em inúmeras manifestações públicas de apoio às investigações pelo Ministério Público, a
PEC 37 foi posta em votação e rejeitada com 430 votos contrários,
9 a favor e duas abstenções.
Renan Calheiros foi eleito o Presidente do Senado, derrotando
o novato Pedro Taques. Calheiros negociou cargos na Mesa Diretora e fez promessas para conseguir votos. Apesar de ter sido
eleito, Renan é acusado de diversos crimes de corrupção e desvio
de verbas públicas. A população ficou revoltada com sua posição
no Senado; a saída de Renan Calheiros da Presidência do Senado
se tornou um motivo para mobilizações.
Com as obras da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, houve
uma suspeita de uso indevido do dinheiro público nas obras. Assim, buscou-se uma investigação para averiguar se tal fato é verdadeiro. O Congresso Nacional poderá criar uma CPI para averiguar
as denúncias de mau uso do dinheiro público.
Com a corrupção brasileira aumentando cada vez mais, o
povo brasileiro buscou uma lei que decretasse como hediondo (crime inafiançável), crimes de corrupção e concussão. O projeto foi
aprovado e traz as seguintes normas:
a) transforma em hediondos os crimes de concussão (art. 316,
caput, do Código Penal), corrupção passiva (art. 317, caput, do
Código Penal) e corrupção ativa (art. 333, caput, do Código Penal);
b) aumenta a pena desses crimes: a do delito de concussão,
de dois a oito anos para quatro a oito anos de reclusão, e as dos
crimes de corrupção ativa e passiva de dois a doze anos para quatro a doze anos de reclusão; todos esses crimes continuam a ser
punidos também com multa, além da reclusão.
Segundo o Senador Pedro Taques esse projeto será um dos
instrumentos para construir uma sociedade mais justa.
Didatismo e Conhecimento
31
ATUALIDADES
dos experimentos, um macaco aprendeu a jogar vídeo game com
controle. Depois de um tempo, o controle foi substituído por um
braço robótico ligado aos sensores no cérebro do macaco. Com
isso, ele pode jogar usando apenas seus impulsos elétricos. As
experiências mostraram que os macacos aprenderam a controlar
os movimentos de ambos os braços de um corpo virtual, também
chamado “avatar”, usando apenas a atividade elétrica do cérebro,
comprovando a boa interação entre cérebro-máquina.
Um dos avanços da pesquisa foi mostrar que o sistema somatossensorial, que nos permite ter sensações em diferentes partes
do corpo, pode ser influenciado pela visão. Ou seja, a mente se
mostra capaz de assimilar membros artificiais, como as neuropróteses, como parte da própria imagem corporal. Após a Copa, as
pesquisas para aperfeiçoar o exoesqueleto continuam, com o objetivo de levar novas possibilidades a quem precisa de mobilidade,
como deficientes físicos que sofrem de algum tipo de paralisia ou
limitações motoras e sensoriais causadas por lesões permanentes
da medula espinhal.
Exemplos de exoesqueletos não faltam no mundo da ciência.
De modo geral, eles são pensados para completar a força e a mobilidade humana. As primeiras pesquisas nos Estados Unidos, na
década de 1960, eram voltadas para o campo militar. A ideia era
aumentar a capacidade de carregamento de quem trabalhava nos
navios de submarino; depois, na década seguinte, o exoesqueleto
seria pensado para equipar os homens da infantaria. Atualmente, o
Exército norte-americano trabalha na produção de um exoesqueleto para os soldados, o que traria mais estabilidade e força, elementos vitais para o combate.
Fora desse contexto, o primeiro projeto de um exoesqueleto
foi o SpringWalk, criado pelo pesquisador do Laboratório de Jatopropulsão da NASA, John Dick, Califórnia (EUA), no início dos
anos 1990. O projeto de Dick cria pernas articuladas, que reduzem
a força dos humanos.
Outros projetos caminham na direção do projeto de Nicolelis.
É o caso do HAL (Hybrid Assistive Limb, ou Membro Assistente
Híbrido). Desenvolvido no Japão, esse exoesqueleto pretende dar
mobilidade às pernas. Outra versão mais moderna inclui todos os
membros. Quem usar a veste consegue erguer cinco vezes mais o
peso que consegue carregar. A ideia é que o HAL melhore a mobilidade de paraplégicos e idosos e ajude trabalhadores que precisam
usar a força física a não fazê-lo em nível prejudicial.
de Engenharia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
fundar o LED (Laboratório de Eletrônica e Dispositivos), que
desenvolveu equipamentos de microeletrônica, como fornos térmicos. O LED é o atual Centro de Componentes Semicondutores
(CSS), responsável por pesquisa de ponta em técnicas de micro e
nano tecnologias, além de cursos de graduação, de pós-graduação
e de extensão na área.
O mercado de microeletrônica expandiu-se nos anos 70, puxado pelo aumento do consumo de bens de consumo duráveis – geladeiras, fogões, máquinas de lavar roupa etc. Nos anos 80, pouco
mais de 20 empresas fabricantes de componentes eletrônicos já
operavam no Brasil. O setor sofreu uma retração com a Lei de Informática, de 1991. O objetivo era fomentar um mercado nacional,
mas o efeito foi contrário. Pela legislação, ganhariam isenção as
empresas que cumprissem o chamado Processo Produtivo Básico
(PPB), que fixava um percentual mínimo de nacionalização. Mas
essa nacionalização era para os produtos finais, e não para a produção dos chips.
Sem incentivos, várias empresas fecharam ou saíram do País,
que passou a importar chips. Entre 1989 e 1998, a produção nacional de semicondutores caiu de US$ 200 milhões para US$ 54 milhões, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica
e Eletrônica (Abinee). Só em 2001, com a nova Lei de Informática,
a produção de chip voltou a ter força. A partir de então, os fabricantes teriam até 97% de desconto do IPI (Imposto de Produtos
Industrializados), desde que investissem 5% do faturamento em
pesquisa de novas tecnologias. Depois desta, outras leis ampliaram
a possibilidade de isenções fiscais que aceleraram o desenvolvimento de inovações tecnológicas dentro do Brasil. O grande marco
veio em 2008, com a fundação do Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica (Ceitec), empresa pública federal responsável por
desenvolver chips com tecnologia nacional. O Ceitec é a primeira
fábrica de chips da América Latina.
Chip orgânico
Outra iniciativa que também ganha destaque atualmente na
corrida tecnológica brasileira é a pesquisa em eletrônica orgânica,
ou seja, com produtos baseados em carbono em vez dos tradicionais silício ou cobre. O Instituto Nacional de Eletrônica Orgânica
(Ineo), integrado ao Instituto de Física da USP em São Carlos (interior de São Paulo), desenvolve dispositivos eletrônicos a partir
de moléculas orgânicas. Esses componentes são utilizados, por
exemplo, em telas luminosas e “displays” de computadores e televisão com a tecnologia OLEDs (em português, Diodo Orgânico
Emissor de Luz). Uma tela com essa tecnologia é composta de
moléculas que emitem luz ao serem atravessadas por uma corrente
elétrica. Além de consumir menos energia, a tela exibe imagens
com mais nitidez. Os trabalhos do Ineo estão focados, além de outras tecnologias ligadas à eletrônica orgânica, no desenvolvimento
de dispositivos conservadores de energia, que podem simular, por
exemplo, uma espécie de fotossíntese para gerar energia.
03/01/2014
http://vestibular.uol.com.br/
resumo-das-disciplinas/atualidades
Tecnologia Brasileira
Brasil é pioneiro na fabricação de chips nacionais na América
do Sul. Um dos objetivos do CI-Brasil é formar especialistas por
meio do Programa Nacional de Formação de Projetistas de Circuitos Integrados. Diversas empresas, centros de pesquisa e startups
integram o setor de Circuito Integrado no País. Algo bem diferente
do Brasil dos anos 50. As primeiras instituições a desenvolverem
pesquisas de semicondutores foram o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), a partir de 1953, e o Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), nos anos 60, quando a indústria
eletrônica brasileira começou a ser implementada.
Em 1968, a Escola Politécnica da USP inaugurou o primeiro
laboratório de microeletrônica do País, o LME, pioneiro no desenvolvimento de várias tecnologias, entre elas, a criação do primeiro
chip 100% nacional em 1971. Em 1974, é a vez de a Faculdade
Didatismo e Conhecimento
Prêmio MERCOSUL
A Reunião Especializada em Ciência e Tecnologia (RECyT)
do MERCOSUL anunciou recentemente os finalistas do Prêmio
MERCOSUL de Ciência e Tecnologia, cujo tema era “Inovação
tecnológica na saúde”. O Prêmio é apoiado pela Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)
e é aberto a estudantes e pesquisadores do Brasil e de todos os
países integrantes do MERCOSUL, divididos em quatro catego-
32
ATUALIDADES
tes de notícias. No meio do dia, é hora de lembrar o código do
vale-refeição ou do cartão de crédito. Vai sacar dinheiro? Usará a
senha alfabética exigida por alguns caixas eletrônicos. Essa profusão de códigos que somos obrigados a memorizar abre debates
sobre segurança online e já ganhou até nome: “password fatigue”
ou “password overload” (fadiga ou sobrecarga de senhas, em tradução livre).
Uma pesquisa feita com 2,2 mil americanos, apontou que 58%
dos entrevistados têm cinco ou mais senhas para lembrar, e 30%
têm dez senhas. Mais de um terço deles declarou que preferiria
cumprir uma tarefa doméstica – lavar roupa ou limpar o banheiro
– a criar um novo cadastro de login e senha. Para alguns especialistas, essa sobrecarga se dá porque a internet originalmente não
foi pensada para conter tantos dos nossos dados pessoais. Como
hoje uma grande parte da nossa vida está sob esses códigos, quão
seguros eles são - ou deveriam ser?
Joseph Bonneau, que estudou senhas e segurança cibernética
na Universidade de Cambridge, diz que muitas das senhas escolhidas pelas pessoas são extremamente fracas, como ABCDE. Ainda
assim, ele não acha que o tema deva ser encarado com paranoia.
“Para Joseph é ter senhas bem seguras para coisas importantes,
como o cartão de banco e e-mail. Nesses casos, vale evitar números associados à sua vida e apostar em combinações aleatórias de
letras e números que, como serão usadas com frequência, acabará sendo memorizadas. Para cadastros menos importantes, senhas
simples bastam.
Outra sugestão de Bonneau é usar “password managers” (gerenciadores de senha), programas que, sob uma única senha mestra, geram códigos para as demais senhas que você precisar. Basta,
então, memorizar a senha mestra. A ideia não é unânime entre os
analistas, até porque, caso você esqueça a senha mestra, terá uma
grande dor de cabeça. Para se prevenir, evite digitar senhas importantes em computadores de lan-houses e, no computador pessoal,
tome cuidado ao instalar programas e mantenha antivírus e atualizações em dia.
rias que abrangem do ensino médio ao doutorado. Os autores pré-selecionados são estudantes e pesquisadores da Argentina, Brasil,
Bolívia e Peru. A relação completa dos pré-selecionados está no
site do Prêmio. Eles serão convocados a enviar documentação específica. Caso apresentem todos os documentos em regularidade,
serão aclamados como vencedores.
Crimes Cibernéticos
Com o espaço cibernético, todos os tipos de informações
passaram a ser acessadas e compartilhadas em tempo real e em
alta velocidade. Por um lado, a rede proporcionou avanços inestimáveis, mas no âmbito criminal, o advento da internet trouxe
problemas. Desvios de dinheiro em sites de bancos, interrupção
de serviços, invasão de e-mails, troca e divulgação de material de
pornografia infantil são apenas alguns exemplos de crimes que não
precisam mais ser executados na calada da noite. Tudo pode ser
feito a qualquer hora, de qualquer lugar do planeta. Basta um computador conectado à internet.
De 1995 até hoje, quando o acesso à internet passou a comercializado no país, os crimes via rede mudaram de escala e
de volume, porém o dinheiro ainda é o principal atrativo para os
criminosos. Um estudo divulgado, no mês passado, pela Norton
da Symantec, aponta que os prejuízos com crimes cibernéticos
somaram R$ 15,9 bilhões no Brasil no último ano. Especializada
em segurança de computadores e proteção de dados e software, a
empresa ouviu 13 mil adultos, com idade entre 18 e 64 anos, em
24 países, sendo 546 brasileiros entrevistados. De acordo com o
estudo, calcula-se que 28,3 milhões de pessoas no Brasil foram
vítimas de algum tipo de crime cibernético.
O montante aferido pela empresa é mais de dez vezes superior
ao prejuízo de R$ 1,5 bilhão registrado pela Federação Brasileira
de Bancos (Febraban) com esses crimes, com crescimento de 60%
em relação às fraudes em serviços bancários via internet e celular,
em transações de call center, cartões de crédito e de débito registradas. Do total, R$ 900 milhões foram perdidos em golpes pelo
telefone e em pagamentos com cartão de débito e de crédito usados presencialmente. As fraudes na internet e no mobile banking,
ações praticadas por hackers, custaram R$ 300 milhões. Para os
golpes com uso de cartões de crédito pela internet, estima-se o
mesmo valor (cerca de R$ 300 milhões). A entidade calcula que
as perdas com esses tipos de crimes chegaram a R$ 816 milhões.
A Polícia Federal (PF) está de olho no que acontece na internet. Desde 2003, a PF tem uma unidade que cuida da repressão aos
crimes cibernéticos. Pensando nos grandes eventos que o país vai
sediar como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, ganhou força este
ano com a criação de um centro de segurança cibernética. De acordo com o delegado responsável, Carlos Eduardo Miguel Sobral, o
desafio da PF é combater ataques que podem levar a um apagão
de acesso à rede mundial de computadores no país. O Brasil não
tem histórico de ataques por quadrilhas estrangeiras. Por aqui, os
criminosos, em geral, são de classe média alta e têm entre 25 e 35
anos. Porém, não ficamos atrás de ninguém. Estamos alinhados
com outros países, como a Inglaterra, o Japão e a Coreia, que detém a tecnologia nessa área.
Tecnologia Internacional
Em relação a tecnologia no mundo, destaca-se que o Chile
explora a fraqueza do Vale do Silício original: o terrível sistema
de imigração dos Estados Unidos. As restrições de imigração dos
EUA tornam difícil para muitos estrangeiros fundar uma empresa
ou trabalhar no país. O Chile, no entanto, abriu suas portas para
aqueles que procuram inovar em tecnologia. O governo do Chile tem um programa, intitulado “Startup”, que dá as boas-vindas
a empresários estrangeiros e os ajuda a estabelecer uma empresa
com facilidade. O programa espera conseguir ajudar a fundar 1
mil novas empresas. O Kwelia, um software para ajudar os investidores do ramo imobiliário a tomar melhores decisões, o Chef
Surf, serviço de ofertas de emprego para chefs, e o Kedzoh, um
aplicativo para treinamento em empresas são alguns dos exemplos
de startups mencionados pela Economist.
O consultor de comunicação da Colômbia destaca a decisão
do Google de ter escolhido o país para abrigar um de seus centros
de processamento de dados. A companhia americana afirmou que
escolheu o Chile por causa de sua infraestrutura confiável e da
mão de obra qualificada. O principal calcanhar de aquiles do Chile
neste campo, de acordo com a The Economist, é que as startups
não nascem nas universidades nem há investidores locais suficientes para apoiá-los. Além disso, assim como em outros países da
América Latina, os oligopólios empresariais e a burocracia extremamente conservadora retardam a inovação, acrescentou a revista.
Problemas de senhas
De quantas senhas precisamos lembrar por dia? Talvez você
comece com as senhas para destravar o celular e para ligar o computador da empresa. Na internet, usará senhas para acessar e-mail,
Facebook, Twitter, sites de comércio online e assinaturas de si-
Didatismo e Conhecimento
33
ATUALIDADES
movimentos suspeitos a uma sala de controle. Patrulhas, então, são
acionadas e vão a campo com as coordenadas, as imagens e informações sobre se o alvo está, ou não, armado.
Fontes do governo dos EUA disseram que com a “cerca virtual” tentam detectar entre 70% e 80% das incursões na fronteira,
empregando um número menor de efetivo e patrulhas. O projeto
chamado SBInet foi aprovado pelo governo do presidente George
W. Bush, com a intenções de incorporar a tecnologia de vigilância
ao longo dos 3.185 km de fronteira entre os dois países. Neste
novo projeto, o departamento de segurança nacional um concurso
convidando empresas privadas a apresentar suas propostas para a
construção de seis novas torres com radares e câmeras que deverão
ser instaladas em diferentes pontos da fronteira até 2020. Estas torres, de acordo com o especificado, terão a capacidade de detectar
uma pessoa em um raio de oito quilômetros.
Inovações
O inventor britânico Peter Dearman está chamando a atenção
da indústria com seus motores movidos a ar líquido resfriado. A
invenção, que vem sendo desenvolvida há 40 anos pelo inglês, usa
ar resfriado a 190ºC negativos e já movimenta o carro dele. A invenção usa ar resfriado a 190ºC negativos e já movimenta o carro
de Dearman. O primeiro protótipo foi um motor de cortador de
grama modificado. Décadas depois deste invento, muitas indústrias vêm se interessando pelo motor de Deaman. Principalmente,
depois que uma usina elétrica também descobriu novo uso para ar
líquido congelado. O equipamento consegue armazenar a energia
produzida durante a noite por usinas eólicas. Um dos grandes dilemas das fontes renováveis - como a eólica ou a solar - é justamente
o que fazer com a energia gerada em momentos de baixa demanda,
como a noite, por exemplo.
Rochas que espiam
Tecnologia e saúde
De acordo com o departamento de auditoria do governo dos
EUA, adquiriu 7.500 sensores, que foram instalados ao longo da
fronteira com o México. Eles são usados para estabelecer perímetros de detecção de movimentos e são dos mesmo tipo dos usados
no Afeganistão. Conhecidos como sensores terrestres autônomos
(da sigla em inglês UGS), estes dispositivos são usados desde a
década de 70, mas nos dias de hoje podem ter o tamanho de um
grão de arroz e, ficar operativo durante décadas, já que se recarrega
com energia solar.
Além de adquirir UGS de última geração, o projeto da SBInet
ergueu torres de vigilância de 12 a 36 metros, equipadas com radares infravermelhos e sensores ópticos. São radares que podem detectar atividade e ativar as câmeras. Muitas das tecnologias como
o UGS não sabem o que se move por ali. Pode ser um animal, ou
uma pessoa. Graças a estes dispositivos podemos liberar as patrulhas da tarefa de ver os monitores das câmeras e se ocupar de outras ameaças. Os EUA usa nove aviões não tripulados para vigiar
a fronteira com o México. Ao trabalho dos sensores, juntaram-se
recentemente os aviões não tripulados, capazes de localizar pessoas e veículos desde uma altura de 6 mil metros.
Estes equipamentos dispõem de um radar, sete câmeras de vídeo, sensores infravermelhos e um poderoso zoom, nove deles já
patrulham os céus de Arizona, Flórida, Texas e Dakota do Norte.
Em média, cada avião é atingido por um raio uma vez por ano. Feitos de metal, os aviões escapam, mas as aeronaves mais modernas
estão sendo feitas de fibra de carbono, que podem sofrer danos se
atingidas por um raio. Mas cientistas em Cardiff encontraram uma
forma de manter os níveis de segurança nas novas aeronaves.
Trata-se de um robô médico, guiado por um cirurgião experiente e criado para alcançar pontos do corpo que os médicos só
conseguiriam ver durante um procedimento cirúrgico invasivo.
Por enquanto, o equipamento é apenas um protótipo e não foi usado em pacientes reais - apenas em laboratório. Mas seus criadores
britânicos dizem que, quando o aparelho estiver pronto e aprovado, será uma arma da medicina para encontrar e remover tumores.
A “cobra mecânica” é uma entre várias tecnologias de combate
ao câncer que estão sendo apresentadas nesta semana na Conferência de Engenharia Oncológica da Universidade de Leeds, na
Grã-Bretanha. A maioria dos equipamentos exibidos ainda está em
fase inicial de desenvolvimento, mas essa pesquisas e inovações
são extremamente importantes no combate ao câncer.
Orifícios ou incisões
O câncer causa 13% das mortes anuais registradas no mundo,
aponta a Organização Mundial da Saúde. Ainda que alguns tratamentos usem técnicas não invasivas, os médicos muitas vezes
necessitam adotar procedimentos cirúrgicos de risco. Os “robôs-cobra”, por sua vez, são tão minimamente invasivos quanto possível dentro da tecnologia atual. Eles usam orifícios do corpo ou
incisões locais como pontos de entrada. O aparelho permite que o
cirurgião observe e “sinta” o corpo do paciente, usando câmeras
e dispositivos ultrassensíveis. Com isso, pode complementar um
sistema de cirurgia robótica em uso há uma década: o sistema Da
Vinci, desenvolvido nos EUA, que é um robô com quatro braços
equipados com pinças. Ainda que o equipamento não realize a cirurgia de forma autônoma, ele permite que os médicos realizem
cirurgias complexas de forma menos invasiva e mais precisa. O Da
Vinci é controlado por um cirurgião, através de pedais e alavancas.
Apesar do alto custo do sistema Da Vinci, ele já é adotado por
diversos hospitais no mundo.
QUESTÕES
01. A habitação é um problema sério enfrentado pelos brasileiros que, mesmo diante das várias iniciativas públicas, parece
estar longe de uma solução. Sobre este tema, marque a afirmativa
correta.
(A) Aglomerados não são atendidos por serviços públicos básicos, como água e luz.
(B) Consideram-se aglomerados subnormais as favelas, os
terrenos invadidos ou ilegais.
(C) A região Nordeste concentra maior número de aglomerados subnormais do país.
(D) A grande maioria dos domicílios brasileiros é considerada
inadequada para moradia.
Guardiões Eletrônicos
As autoridades de fronteira dos Estados Unidos têm testado
um “exército” de guardiães eletrônicos no combate aos imigrantes ilegais e traficantes de drogas, que aproveitam o cair da noite
para tentar entrar nos EUA. O campo de testes da chamada “cerca virtual” tem sido o estado do Arizona. São radares, câmeras e
sensores infravermelhos disfarçados de rochas, capazes de avisar
Didatismo e Conhecimento
34
ATUALIDADES
Esse respaldo incluirá uma via econômica com a recuperação
da ajuda ao desenvolvimento suspensa em resposta ao golpe de
Estado do ano passado. (Noticias.terra.com.br, 05.02.2013. Adaptado).
Os textos referem-se ao conflito no/na:
(A) Mali.
(B) Afeganistão.
(C) Síria.
(D) Somália.
(E) Timor Leste.
02. “Um fato social, político e religioso marcado de renovação histórica neste início de século: após a renúncia do Papa
_______________ Bento XVI, o Vaticano tem seu primeiro Papa
latino-americano da história e primeiro líder católico não europeu.
Francisco, da _______________, torna-se também o primeiro
_______________ a liderar este poderoso estado europeu.” Assinale a alternativa que completa corretamente a afirmativa anterior.
(A) alemão / Itália / beneditino
(B) alemão / Argentina / jesuíta
(C) polonês / Itália / capuchinho
(D) polonês / Argentina / franciscano
06. No atual estágio da economia mundial globalizada, em que
a capacidade de produzir amplia-se consideravelmente, em larga
medida impulsionada pelos incessantes avanços tecnológicos, a
integração de países e de regiões em torno de blocos torna-se, a
rigor, exigência do novo tempo vivido pelo mundo. A despeito de
crises, como a que atualmente envolve alguns de seus integrantes, a mais exitosa experiência de integração que se conhece, cujos
primeiros passos foram dados nas décadas que imediatamente se
seguiram ao fim da Segunda Guerra Mundial, é o (a):
(A) Área de Livre Comércio das Américas (Alca).
(B) Mercado Comum do Sul (Mercosul).
(C) Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).
(D) União Europeia (UE).
(E) Pacto Andino.
03. Escolha praticamente pessoal do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, o prefeito eleito de São Paulo repete parte razoável
da trajetória eleitoral da presidente Dilma Rousseff (PT). O estreante Haddad foi uma escolha do partido em lugar de outros membros, mais conhecidos e com trajetória eleitoral já experimentada.
(http://noticias.terra.com.br/retrospectiva/noticias/0,,OI6258
568EI19298,00)
Antes de sua candidatura a prefeito, Haddad ocupava o cargo
de:
(A) Ministro da Educação.
(B) Ministro da Cultura.
(C) Secretário de Planejamento.
(D) Chefe da Casa Civil.
(E) Ministro das Minas e Energia.
07. Uma visita estrangeira foi destaque no Brasil em 2013.
Depois de anos tentando obter visto de saída de seu país, Yoani
Sánchez foi recebida por admiradores, mas também por adversários, que chegaram a impedir a realização de alguns atos previamente agendados. Yoani Sánchez ficou conhecida em várias partes
do mundo por suas posições, expressas em blog que ela mantém,
de:
(A) crítica ao regime político cubano, a começar do cerceamento à liberdade.
(B) crítica ao imperialismo norte-americano, que impede o
desenvolvimento de Cuba.
(C) apoio aos movimentos religiosos radicais, inclusive os
que defendem atos terroristas.
(D) defesa do embargo comercial dos Estados Unidos ao regime dos irmãos Castro.
(E) crítica aos programas sociais em vigor em países da América Latina.
04. A nova Lei Seca, funcionando desde o carnaval, tem sido
alvo de polêmica. A Resolução n.º 432/2013 do Conselho Nacional de Trânsito, em vigor desde janeiro de 2013, endurece a Lei.
A nova regulamentação baixou os limites de tolerância de álcool
no teste do bafômetro e, a partir de agora, a infração prevista no
art. 165 do CTB será caracterizada por meio de alguns procedimentos. Assinale a alternativa que contém todos os procedimentos
corretos.
(A) Exame de sangue que apresente qualquer concentração de
álcool por litro de sangue; teste de bafômetro com medição igual
ou superior a 0,2 mg/L; declaração do motorista.
(B) Exame de sangue que apresente medição igual ou superior
a 0,4 dg/L; teste de bafômetro com medição igual ou superior a 0,8
mg/L; declaração do motorista.
(C) Exame de sangue que apresente qualquer concentração de
álcool por litro de sangue; teste de bafômetro com medição igual
ou superior a 0,05 mg/L; sinais de alteração da capacidade psicomotora.
(D) Exame de sangue que apresente medição igual ou superior
a 0,2 dg/L; teste de bafômetro com medição igual ou superior a 0,1
mg/L; sinais de alteração da capacidade psicomotora.
(E) Exame de sangue que apresente medição igual ou superior
a 0,4 dg/L; teste de bafômetro com medição igual ou superior a 0,5
mg/L; declaração do motorista.
08. Nos dias de hoje, o agronegócio desempenha papel relevante na pauta das exportações brasileiras. Em larga medida, o
avanço obtido pelo país na produção de alimentos deve-se ao trabalho de uma instituição científica voltada para o campo e com
reconhecimento internacional. Essa instituição é o(a)
(A) Ministério da Ciência e da Tecnologia (MCT).
(B) Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
(C) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES).
(D) Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
(E) Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
05. (...) um dos países mais pobres do mundo, com uma população que vive majoritariamente com menos de R$ 2 por dia e em
que apenas 26% dos cidadãos são alfabetizados. Existem muitos
refugiados do norte do país em Bamako. Vivem no norte, menos
de 10% da população, no meio do Deserto do Saara. A vida que
já é muito dura, e as condições só pioraram com a guerra. (http://
g1.globo.com/bomdiabrasil/noticia/2013. Adaptado).
O governo francês insistiu que continuará com suas operações
militares até que a totalidade do território esteja livre. (...)
Didatismo e Conhecimento
09. Diferente do que ocorre na maioria dos países do mundo
que contribuem para o aquecimento global e para as mudanças
climáticas em razão da dependência excessiva de combustíveis
fósseis, o Brasil emite gases do efeito estufa devido, dentre outros
fatores,
35
ATUALIDADES
III. O Brasil foi afetado pela queda das exportações de matérias-primas industriais e das commodities. Está correto APENAS
o que se afirma em
(A) I e III.
(B) I.
(C) I e II.
(D) II e III.
(E) II.
(A) Ao intenso desmatamento na Amazônia.
(B) À forte participação das monoculturas.
(C) Ao rápido desaparecimento da biodiversidade.
(D) Ao uso intensivo do transporte rodoviário.
(E) À manutenção do uso da biomassa na matriz energética.
10. Diante de um novo protesto contra o presidente da Comissão, a polícia legislativa prendeu um manifestante durante a sessão
convocada para a tarde desta quarta-feira [27/03/2013]. A ordem
partiu do próprio presidente, cerca de 10 minutos após tentar dar
início à reunião e, não conseguindo ir adiante, transferiu a audiência pública para um recinto fechado, onde só puderam entrar
parlamentares, jornalistas e assessores. O assunto em pauta era a
situação dos torcedores do Corinthians, presos na Bolívia após a
morte de um integrante da torcida rival.
14. Para evitar a neblina tóxica, conhecida como “smog”, que
sufocou o país em 2013, o país precisa superar uma economia alimentada por indústrias movidas a carvão mineral, uma fonte altamente poluente. Para isso tem buscado desenvolver novas tecnologias verdes e se destacou em 2012 como o maior produtor de
energia eólica do mundo, e também o maior fabricante global de
painéis solares e turbinas para geração de energia pelo vento. O
texto refere-se
(A) à Rússia.
(B) à China.
(C) aos Estados Unidos.
(D) à Itália.
(E) ao México.
A notícia refere-se ao presidente da Comissão
(A) Da Defesa do cidadão do Congresso, considerado réu por
processo de desvio de recursos.
(B) De Justiça e Cidadania do Congresso, testemunha de defesa dos mensaleiros.
(C) De Direitos Humanos e Minorias da Câmara, acusado entre outros, de ser racista.
(D) De Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, condenado por fraudes bancárias.
(E) Da Cidadania e Minorias da Câmara, acusado de não ter
independência religiosa.
15. Em 2013, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicou o “Relatório Territorial
Brasil 2013” que analisa diversos aspectos do Brasil e revela que,
apesar do forte investimento do governo em programas de redução
da pobreza e dos avanços significativos nos últimos 15 anos, nosso
país continua se destacando por apresentar.
11. O Food and Drug Administration (FDA), órgão do governo dos Estados Unidos responsável por controlar medicamentos
e alimentos em território americano, aprovou a comercialização
do Truvada. Com isso, a droga passa a ser a primeira dirigida a
pessoas consideradas em condições de vulnerabilidade à doença.
É importante lembrar que o Truvada não age como uma vacina
que atua no sistema imunológico, mas sim, no impedimento da
reprodução da doença no corpo.
(A) Uma das maiores concentrações de renda do mundo.
(B) Uma elevada taxa de fecundidade na zona rural.
(C) Um forte movimento migratório entre as regiões.
(D) Uma baixa taxa de urbanização no interior do país.
(E) Um alto índice de mulheres analfabetas.
16. Sobre o desenvolvimento urbano brasileiro, uma das tendências observadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), nestes últimos censos é
A doença a que o texto se refere é
(A) Influenza.
(B) Mal de Alzheimer.
(C) Parkinson.
(D) Malária.
(E) AIDS.
(A) A estagnação do número de habitantes das metrópoles.
(B) A diminuição do número de cidades na Amazônia.
(C) O maior crescimento das cidades de tamanho médio.
(D) A junção de pequenas cidades formando complexos urbanos.
(E) A manutenção da taxa de 75% da população vivendo nas
cidades.
12. Fernando Henrique Cardoso oficializou em carta sua candidatura à esta Instituição. A carta foi entregue pessoalmente, em
nome do ex-presidente do Brasil, por Celso Lafer, nesta quarta-feira (27/03/2013), em reunião no Rio, de acordo com a assessoria
de imprensa da Instituição. A Instituição a que se refere a notícia é
(A) O Comitê de Ética em Pesquisas Sociais.
(B) A Comissão de Energia do Planalto.
(C) A Academia Brasileira de Letras.
(D) O Instituto Millenium.
(E) O Instituto Vladimir Herzog.
17. Em meados de 2013, o Banco Central resolveu aumentar
a taxa Selic que representa a taxa de juro de curto prazo, a taxa
básica da economia brasileira. A decisão do Copom de aumentar a
taxa Selic de 7,25% para 7,5% teve como um dos objetivos
(A) Aumentar a demanda por bens de consumo.
(B) Facilitar as transações em moeda estrangeira.
(C) Baratear o crédito para os consumidores.
(D) Controlar a inflação e a subida generalizada dos preços.
(E) Incentivar a importação de bens industrializados.
13. Considere as seguintes afirmações sobre a economia brasileira:
I. A desaceleração da economia brasileira tem estreita relação
com a crise financeira internacional.
II. O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro permanece estagnado porque cerca de 55% do seu valor tem origem no setor
agropecuário.
Didatismo e Conhecimento
18. Assinale a alternativa que melhor resume a situação econômica mundial.
36
ATUALIDADES
É correto afirmar que:
(A) A propalada crise econômica, na realidade, só atingiu os
países do chamado “Primeiro Mundo”. As economias emergentes
não só não foram abaladas como experimentam um grande crescimento.
(B) Em muitos países vive-se uma grave crise. No primeiro
mês de 2009, nos Estados Unidos da América, a produção industrial e a utilização da capacidade instalada diminuiu. O desemprego é uma grande ameaça.
(C) O Brasil foi um dos únicos países emergentes não atingidos pela crise econômica. As imensas reservas cambiais estão garantindo a superação das dificuldades e possibilitando um aumento
das vagas no mercado de trabalho e o crescimento da produção.
(D) Os países asiáticos permanecem imunes à instabilidade
dos mercados ocidentais. A crise imobiliária repercutiu muito pouco na China e no Japão. O aumento do consumo interno, naqueles
países, tem garantido a manutenção dos índices industriais e o pleno emprego.
(E) A Rússia, em virtude do seu modelo socialista, não foi
atingida pelo terremoto que varreu as economias capitalistas após
a derrocada dos preços dos imóveis nos Estados Unidos e a imediata repercussão nas Bolsas de Valores.
(A) Apenas I está correta.
(B) Apenas II está correta.
(C) Apenas III está correta.
(D) Todas estão corretas.
(E) Há duas corretas.
22. O mundo vem passando por uma série de transformações
sociais, políticas e econômicas. Acerca desse tema, assinale a alternativa incorreta.
(A) Na América Latina, o perfil dos “novos governos democráticos” está de acordo com as condições de uma economia
dependente, no atual contexto, do neoliberalismo, permitindo a
progressiva internacionalização do capital e garantindo às classes
dominantes o controle dos mecanismo do poder.
(B) O desenvolvimento tecnológico propicia a transferência
de capitais, dinamizando as trocas de serviços e produtos, em escala planetária.
(C) A globalização é um fenômeno recente, típico das duas
últimas décadas, que contradiz o processo de industrialização consolidado ao longo do século passado.
(D) Surgiu o G -22, um grupo de países emergentes liderado
por China, Índia e Brasil, em setembro de 2003, a fim de defender
os interesses dos países pobres na OMC.
(E) Uma das marcas mais expressivas da globalização é a
celeridade com que se processam as transações econômicas e financeiras, facilitando e estimulando a circulação de capitais e de
produtos pelos mercados mundiais.
19. A 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças
Climáticas teve como principal resultado o Acordo de Copenhague.
A partir dessa informação, é correto afirmar:
(A) A aprovação desse acordo foi unânime por parte da sociedade internacional e fortemente aceita pela ONU.
(B) As metas brasileiras para redução das emissões de gases
de efeito estufa baseiam-se, dentre outras medidas, na redução do
desmatamento.
(C) O principal objetivo do referido acordo, visando estabelecer o tratado substituto do Protocolo de Kyoto, vigente de 2006 a
2010, foi plenamente alcançado, segundo seus participantes.
(D) O texto do acordo considera o aumento-limite de temperatura de 3º Celsius, nos próximos anos, para proteger nações
litorâneas do desaparecimento.
(E) Os países desenvolvidos, conforme as exigências do IPCC,
comprometeram-se em reduzir 80% de suas emissões até 2020.
(A) Da crise econômica vivida pela Igreja Católica.
(B) Do despreparo religioso para o pontificado.
(C) Da idade avançada, que dificultava a realização de certas
obrigações.
(D) Da necessidade de tomar decisões políticas para governar
Roma.
(E) Dos problemas derivados pelo conflito com outras religiões.
20. A distribuição da terra no Brasil onde, em muitas regiões,
predomina o latifúndio, tem sido causa, no decorrer da nossa História, de grandes tensões e conflitos sociais. Assinale a alternativa
que indica um movimento social que tem se destacado na luta pela
reforma agrária no Brasil.
24. Pode-se dizer que nos últimos anos a divisão da sociedade
se aprofundou; no entanto, com a morte do presidente, eleito mais
uma vez pela grande massa popular, essa cisão se agudizou e os
conflitos se ampliaram no país, mesmo após a realização de novas
eleições.
23. Papa Bento XVI renuncia em 2013: “Sinto o peso do cargo”. O Papa justificou sua atitude como fruto:
(A) ARENA.
(B) MST.
(C) MDB.
(D) MRPRA.
(E) MARES.
As informações referem-se:
(A) Aos conflitos que ocorrem no Egito.
(B) Aos movimentos denominados de “primavera árabe”.
(C) Ao processo de sucessão de Hugo Chávez na Venezuela.
(D) À ascensão de Cristina Kirchner na Argentina, após a
morte do marido.
(E) Ao assassinato do líder líbio Muammar Kadafi.
21. Sobre o pré-sal, analise as afirmativas a seguir:
I. A camada pré-sal é um gigantesco reservatório de petróleo
e gás natural.
II. O Brasil ainda não dispõe de recursos necessários para retirar o óleo de camadas tão profundas e terá que alugar ou comprar
de outros países.
III. Acredita-se que a camada do pré-sal, formada há 150 milhões de anos, possui grandes reservatórios de óleo leve (de melhor qualidade e que produz petróleo mais fino).
Didatismo e Conhecimento
25. “Como empregadas, uma parte está formalizada. Como
empregadoras, a maioria contrata informalmente. A nova regra deve abalar esse importante segmento de mercado.” José Pastore, professor da USP e especialista em relações do trabalho e
recursos humanos. (Folha de S. Paulo, 2013). O texto se refere à
Lei que:
37
ATUALIDADES
(A) Permite licença-gestante remunerada a todas as trabalhadoras domésticas, independentemente do tempo de serviço.
(B) Abala o segmento de trabalho informal, seja ele doméstico
ou empreendedor, envolvendo desde empregadas até ambulantes.
(C) Garante aos empregados domésticos todos os benefícios
que os demais trabalhadores possuem, mesmo sem Carteira de
Trabalho.
(D) Amplia os direitos trabalhistas das empregadas domésticas nas cidades com mais de 500 mil habitantes.
(E) Estabelece direitos como hora extra, adicional noturno
e jornada máxima de trabalho a empregados domésticos.
19- B
20- B
21- D
22- C
23- C
24- C
25- E
26- D
27- A
ANOTAÇÕES
26. Em março deste ano o Congresso Nacional derrubou o
veto da Presidente Dilma e, dessa forma, a divisão dos royalties
deve ser mais equilibrada entre os diversos estados da federação.
Tal medida determina grande perda para o Rio de Janeiro e o Espírito Santo e está associada
—————————————————————————
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(A) Ao aumento das forças policiais.
(B) À redução do IPI sobre carros.
(C) Ao combate ao tráfico de drogas.
(D) À exploração de petróleo.
(E) Aos investimentos em turismo.
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27. Em 2013, o país foi impactado por um novo atentado. Parecia que o pesadelo de mais de dez anos voltaria. O pânico tomou
conta das pessoas presentes no evento; nas horas seguintes, contagiou todo o país e durante semanas se manteve como uma sombra
constante. O texto faz alusão:
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(A) À explosão de bombas na Maratona de Boston, nos Estados Unidos.
(B) Aos ataques do crime organizado a bases policiais em São
Paulo.
(C) À ação dos grupos paramilitares nos morros do Rio de Janeiro.
(D) Ao atentado à embaixada dos Estados Unidos na África.
(E) À violência dos grupos de oposição a Evo Morales, na
Bolívia.
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Respostas:
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01- B
02- B
03- A
04- C
05- A
06- D
07- A
08- E
09- A
10- C
11- E
12- C
13- A
14- B
15- A
16- C
17- D
18- B
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Didatismo e Conhecimento
38
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
As situações que caracterizam a despedida indireta estão
elencadas no artigo 483 da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT).
Prof. Adriano Augusto Placidino Gonçalves
Graduado pela Faculdade de Direito da Alta Paulista – FADAP.
Advogado regularmente inscrito na OAB/SP
Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando:
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos
por lei, contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato;
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo;
c) correr perigo manifesto de mal considerável;
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou
pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama;
f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça
ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários.
§ 1º - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços
ou rescindir o contrato, quando tiver de desempenhar obrigações
legais, incompatíveis com a continuação do serviço.
§ 2º - No caso de morte do empregador constituído em
empresa individual, é facultado ao empregado rescindir o contrato
de trabalho.
§ 3º - Nas hipóteses das letras «d» e «g», poderá o empregado
pleitear a rescisão de seu contrato de trabalho e o pagamento das
respectivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até
final decisão do processo.
1 LEI Nº 7.998/1990 (PROGRAMA
DESEMPREGO E ABONO SALARIAL - BENEFICIÁRIOS E CRITÉRIOS PARA SAQUE);
LEI Nº 8.036/1990 (FGTS: POSSIBILIDADES E
CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO/SAQUE; CERTIFICADO DE REGULARIDADE DO FGTS;
GUIA DE RECOLHIMENTO (GRF); LEI COMPLEMENTAR Nº 7/1970 (PIS).
O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) financia dois
grandes programas do Ministério do Trabalho: o programa de
seguro-desemprego e pagamento do abono salarial.
O Programa Seguro Desemprego é direito integrante da seguridade social garantido pela Constituição Federa/88 através do
inciso II do art. 7º, o inciso IV do art. 201 e o art. 239.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,
além de outros que visem à melhoria de sua condição social.
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma
de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro
e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes
dos segurados de baixa renda;
Os recursos necessários ao pagamento do benefício foi assegurado por meio do redirecionamento das receitas provenientes
das contribuições para o Programa de Integração Social - PIS e
para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
- PASEP.
Dos recursos que constituem a receita do Fundo de Amparo
ao Trabalhador (FAT), que é vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego, 40% são repassados ao BNDES para aplicação
no financiamento em programas de desenvolvimento econômico
e o restante dos recursos é destinado ao custeio do Programa do
Seguro-Desemprego que compreende: o pagamento do benefício
do Seguro-Desemprego, inclusive o benefício do Pescador Artesanal, a orientação, a intermediação de mão-de-obra e a qualificação
profissional executadas pelos Estados e DF mediante convênios;
do Programa de Geração de Emprego e Renda - PROGER; do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar - PRONAF; do
Programa de Expansão do Emprego e Melhoria da Qualidade de
Vida do Trabalhador - PROEMPREGO e ao pagamento do Abono
Salarial do PIS-PASEP.
Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições
para o Programa de Integração Social, criado pela Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e para o Programa
de Formação do Patrimônio do Servidor Público, criado pela
Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a
partir da promulgação desta Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa do seguro-desemprego e o
abono de que trata o § 3º deste artigo.
O Programa Seguro Desemprego tem por finalidade atender
o trabalhador desempregado em virtude de dispensa sem justa
causa, inclusive a indireta, e ao trabalhador comprovadamente
resgatado de regime de trabalho forçado ou da condição análoga
à de escravo; auxiliar os trabalhadores na busca ou preservação
do emprego, promovendo, para tanto, ações integradas de orientação, recolocação e qualificação profissional. Possui 5 modalidades: seguro desemprego formal, seguro desemprego pescador
artesanal, bolsa qualificação, seguro desemprego empregado doméstico e seguro desemprego trabalhador resgatado.
O Programa Seguro desemprego é destinado:
•
Trabalhador dispensado sem justa causa, inclusive a indireta;
•
Aquele cujo contrato de trabalho foi suspenso em virtude de participação em curso ou programa de qualificação oferecido
pelo empregador;
•
Pescadores profissionais (comprovadamente) durante o
período em que a pesca é proibida devido à procriação das espécies;
•
Trabalhadores resgatados da condição análoga à de escravidão;
DESPEDIDA INDIRETA: Origina pela falta grave cometida pelo empregador na relação de trabalho, prevista na legislação
como justo motivo para rompimento do vínculo empregatício por
parte do empregado, deve ser proposta através de Reclamação
Trabalhista.
Didatismo e Conhecimento
1
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Cumprindo os requisitos para recebimento do Seguro Desemprego o trabalhador tem 7 a 120 dias após a data de demissão
do emprego para fazer o respectivo requerimento. O requerimento é realizado nas DRT (Delegacias Regionais do Trabalho), no
SINE(Sistema Nacional de Emprego) ou nas agências credenciadas da CAIXA. O seguro-desemprego é direito pessoal e intransferível do trabalhador.
É necessário levar os seguintes documentos:
•
Requerimento do Seguro Desemprego SD/CD- 2 vias-verde e marrom;
•
Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho-TRCT; se
o empregado trabalhou mais de 01(um) ano na empresa, o Termo
de rescisão tem que ser homologado pelo Sindicato da categoria.
•
Carteira de Trabalho-CTPS;
•
Carteira de identificação; CPF;
•
Comprovante de inscrição no PIS/PASEP;
•
Documento de levantamento dos depósitos no FGTS ou
extrato comprobatório dos depósitos;
ses;
Ter trabalhado pelo menos 15 meses nos últimos 24 me-
•
Estar inscrito como Contribuinte Individual da Previdência Social e possuir, no mínimo 15 contribuições (INSS).
•
Não estar recebendo nenhum benefício da Previdência
Social, exceto auxílio doença e pensão por morte;
•
Não possuir renda própria para seu sustento e de sua família;
•
Recolher o FGTS e ter no mínimo 15 recolhimentos
como empregado doméstico.
O empregado doméstico não é equiparado aos demais trabalhadores brasileiros regidos pela CLT, possui norma específica Lei
5.859/72.
A Lei 8.036/90, artigo 15, parágrafo 3º dispõe que os trabalhadores domésticos poderão ter acesso ao regime do FGTS, na forma
que vier a ser prevista em Lei. Somente em fevereiro de 2000 que
este direito foi regulamentado pelo decreto 3.361, e, posteriormente, pela Lei 10.208/01, o empregado doméstico passou a ter direito
ao FGTS, no entanto o recolhimento do FGTS É FACULTATIVO
ao empregador.
O valor máximo de cada parcela é de 01 salário mínimo, no
máximo de 03 meses, de forma contínua ou alternada, a cada período aquisitivo de 16 meses.
Prazo para o requerimento é de 7 a 90 dias, contado do dia
seguinte à data de sua dispensa.
Critérios para saque
•
Estar desempregado, quando do requerimento do benefício;
•
Ter recebido salários consecutivos, no período de 06(seis)
meses anteriores à data de demissão;
•
Ter sido empregado de pessoa jurídica, por pelo menos
06(seis) meses nos últimos 36 meses;
•
Não possuir renda própria para o seu sustento e de sua
família;
•
Não estar recebendo benefício de prestação continuada da
Previdência Social, exceto pensão por morte ou auxílio-acidente.
O QUE SIGNIFICA “DE FORMA CONTÍNUA OU ALTERNADA, A CADA PERÍODO AQUISITIVO DE 16 MESES”?
Se o trabalhador interromper o recebimento do benefício por
ter conseguido um novo emprego, ele pode voltar a receber as parcelas restantes, caso seja demitido desse novo emprego e ainda
estiver no mesmo período aquisitivo, que são de 16 meses, a contar
da data da demissão do emprego que deu origem ao recebimento
do benefício.
Também é de 16 meses o período de carência para solicitar
outro seguro desemprego, assim o trabalhador que solicitou o seguro desemprego e recebeu todas as parcelas, só poderá solicitar
novamente o benefício se uma nova demissão ocorrer após 16 meses, a contar da data da demissão do emprego que deu origem ao
recebimento do benefício do período anterior.
Período aquisitivo é o limite de tempo que estabelece a carência para recebimento do benefício.
Para que o trabalhador possa efetivamente receber as parcelas
as quais tem direito, ele tem que estar desempregado, caso contrário, o benefício é suspenso.
No entanto, não é necessário que ele esteja desempregado
nas datas de recebimento das parcelas referentes aos períodos nos
quais estava desempregado.
O trabalhador tem que verificar o tempo de desemprego para
saber se pode receber determinada parcela. Vejamos:
•
Para receber 01(uma) parcela, de 30 a 44 dias desempregado;
•
Para receber 02(duas) parcelas, de 45 a 74 dias desempregado;
•
Para receber 03(três) parcelas, de 75 a 104 dias desempregado;
•
Para receber 04(quatro) parcelas, de 105 a 134 dias desempregado;
•
Para receber 05(cinco) parcelas, a partir de 135 dias desempregado.
COMO DEFINIR A QUANTIDADE DE PARCELAS
QUE O TRABALHADOR TEM DIREITO
O cálculo da quantidade de parcelas a qual tem direito é baseado na quantidade de meses trabalhados nos últimos 36 meses.
O benefício é concedido em até 05 (cinco) parcelas, de forma contínua ou alternada, a cada período aquisitivo de 16 meses, da seguinte forma:
a) 03 (três) parcelas se trabalhou de 6 a 11 meses nos últimos 36 meses;
b) 04 (quatro) parcelas se trabalhou de 12 a 23 meses nos
últimos 36 meses;
c)
05 (cinco) parcelas se trabalhou mais de 24 meses nos
últimos 36 meses.
Nos casos dos pescadores profissionais o benefício será
conforme os meses de duração da proibição da pesca, que será
determinado pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), valor de 01 salário mínimo vigente.
O prazo para requerimento será do trigésimo dia que antecede
o início da proibição não podendo ultrapassar 180 dias.
OS TRABALHADORES RESGATADOS DA CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVIDÃO RECEBERÁ 03 PARCELAS NO VALOR DE 01 SALÁRIO MÍNIMO.
O EMPREGADO DOMÉSTICO poderá receber o benefício do Seguro desemprego desde que:
•
Recolher o INSS que é obrigatório;
Didatismo e Conhecimento
•
2
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
mentos referentes à habilitação do seguro-desemprego, exceto o
Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho e a quitação do Fundo
de Garantia, pelo simples fato que o Contrato de Trabalho estar
suspenso e não extinto.
VALOR DO BENEFÍCIO
O valor do benefício será fixado em moeda corrente na data
de sua concessão e corrigido anualmente por índice oficial, não
podendo ser inferior ao valor do salário mínimo.
O cálculo do benefício é obtido com base na média salarial
dos últimos 3 (três) meses, enquadrada na respectiva faixa do limite de salário médio da tabela do cálculo do Seguro-Desemprego,
conforme estabelece a Resolução CODEFAT 707/2013, segundo
exemplificamos na tabela abaixo.
O BENEFÍCIO DO SEGURO DESEMPREGO SERÁ
CANCELADO (Art.8⁰)
I- pela recusa, por parte do trabalhador desempregado, de outro emprego condizente com sua qualificação e remuneração anterior.
II - por comprovação de falsidade na prestação das informações necessárias à habilitação;
III - por comprovação de fraude visando à percepção indevida
do benefício do seguro-desemprego; ou
IV-por morte do segurado.
Janeiro de 2014
Faixas de
Salário Médio
Média
Salarial
Forma de Cálculo
Até
R$ 1.151,06
Multiplica-se salário
médio por 0.8 = (80%).
R$ 1.151,06
R$ 1.918,62
A média salarial que
exceder a R$ 1.151,06
multiplica-se por 0,5
(50%) e soma-se a R$
920,85.
R$ 1.918,62
O valor da parcela
será de R$ 1.304,63
invariavelmente, para
média salarial superior a
R$ 1.918,62.
Mais de
Até
Acima de
Importante: Com a criação pelo governo de um sistema nacional integrado, com informações de vagas e trabalhadores, tornou possível que a Lei 7.998/90 (Seguro-Desemprego) fosse aplicada em sua totalidade, principalmente para aplicação do inciso I.
A intenção do governo é oferecer vagas de emprego no momento em que o trabalhador encaminhar o pedido do benefício
ou a qualquer momento no decorrer do recebimento do benefício,
caso surja uma vaga. A vaga oferecida precisa ser condizente com
a qualificação e salário anterior do trabalhador, ter a mesma CBO
(Classificação Brasileira de Ocupações ) do emprego anterior e ser
na mesma cidade.
O trabalhador pode recusar o emprego oferecido, desde que
haja justificativa legal, qual seja:
•
A vaga não estar de acordo com o perfil do trabalhador,
não ter a mesma CBO ou ser em outra cidade;
•
O trabalhador estar realizando curso de qualificação profissional;
•
O trabalhador estar em tratamento de saúde.
Caso não haja justificativa legal para a recusa da vaga, o pedido do benefício será negado.
Se não existir uma vaga compatível com o perfil do trabalhador, o seguro desemprego será encaminhado normalmente, desde
que atenda as demais condições previstas na Lei 7.998/90.
No entanto, se no decorrer do recebimento do seguro desemprego surgir uma vaga, o trabalhador pode ser convocado e caso
não compareça ao órgão responsável depois de 03(três) convocações o benefício será suspenso.
Portanto, considerando que a média salarial dos últimos três
meses tenha sido acima de R$ 1.817,56, o trabalhador receberá
um valor fixo de R$ 1.235,91. Se a média for abaixo, deverá ser
aplicado o cálculo “em cascata” conforme apresentado na tabela.
BOLSA QUALIFICAÇÃO
A Bolsa Qualificação será concedida ao trabalhador com contrato suspenso em conformidade com o disposto em convenção ou
acordo coletivo, devidamente matriculado em curso ou programa
de qualificação profissional oferecido pelo empregador.
Para ter direito à Bolsa Qualificação, o trabalhador deverá
comprovar os seguintes requisitos:
•
Ter recebido salários consecutivos nos últimos seis meses imediatamente anteriores à data de suspensão de contrato, de
pessoa jurídica ou pessoa física equiparada a ela;
•
Ter trabalhado pelo menos seis meses nos últimos três
anos, com pessoa jurídica ou pessoa física equiparada à jurídica;
•
Não estar recebendo nenhum benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto o auxílio-acidente e a pensão
por morte;
•
Não possuir renda própria suficiente a sua manutenção e
de sua família;
Na Carteira de Trabalho deverá constar a anotação do acordo e
o trabalhador deverá apresentar a inscrição em curso de qualificação profissional, oferecido pelo empregador, com data de duração
do mesmo.
A solicitação do benefício da Bolsa Qualificação poderá ser
realizada por intermédio das Unidades do Sine (Sistema Nacional
de Emprego). O trabalhador deverá apresentar os mesmos docu-
Didatismo e Conhecimento
ABONO SALARIAL
É um benefício constitucional no valor de um salário
mínimo, assegurado ao trabalhador cadastrado no PIS/PASEP, que
preencher as condições legais para o seu recebimento, quais seja:
•
Estar cadastrado no PIS/PASEP há pelo menos cinco
anos;
•
Ter recebido de empregadores contribuintes do PIS/PASEP, remuneração mensal de até dois salários mínimos médios
durante o ano-base que for considerado para a atribuição do benefício;
•
Ter exercido atividade remunerada, durante pelo menos
30 dias, consecutivos ou não, no ano-base considerado para apuração;
3
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
•
Ter seus dados informados corretamente na Relação
Anual de Informações Sociais (RAIS) do ano-base considerado.
II - auxiliar os trabalhadores na busca ou preservação do
emprego, promovendo, para tanto, ações integradas de orientação, recolocação e qualificação profissional. (Redação dada
pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
Quais são as categorias de trabalhadores que não têm direito ao benefício do abono salarial?
•
Trabalhadores urbanos vinculados a empregador Pessoa
Física;
•
Trabalhadores rurais vinculados a empregador Pessoa
Física;
•
Diretores sem vínculo empregatício, mesmo que a empresa tenha optado pelo recolhimento do FGTS;
•
Empregados domésticos;
•
Menores aprendizes.
Art. 2o-A. Para efeito do disposto no inciso II do art. 2o,
fica instituída a bolsa de qualificação profissional, a ser custeada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, à qual
fará jus o trabalhador que estiver com o contrato de trabalho
suspenso em virtude de participação em curso ou programa de
qualificação profissional oferecido pelo empregador, em conformidade com o disposto em convenção ou acordo coletivo
celebrado para este fim. (Incluído pela Medida Provisória nº
2.164-41, de 2001)
SAQUE
Art. 2o-B. Em caráter excepcional e pelo prazo de seis meses, os trabalhadores que estejam em situação de desemprego
involuntário pelo período compreendido entre doze e dezoito
meses, ininterruptos, e que já tenham sido beneficiados com
o recebimento do Seguro-Desemprego, farão jus a três parcelas do benefício, correspondente cada uma a R$ 100,00 (cem
reais). (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
§ 1o O período de doze a dezoito meses de que trata o caput será contado a partir do recebimento da primeira parcela
do Seguro-Desemprego. (Incluído pela Medida Provisória nº
2.164-41, de 2001)
§ 2o O benefício poderá estar integrado a ações de qualificação profissional e articulado com ações de emprego a serem
executadas nas localidades de domicílio do beneficiado. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
§ 3o Caberá ao Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador - CODEFAT o estabelecimento, mediante
resolução, das demais condições indispensáveis ao recebimento do benefício de que trata este artigo, inclusive quanto à idade e domicílio do empregador ao qual o trabalhador estava
vinculado, bem como os respectivos limites de comprometimento dos recursos do FAT. (Incluído pela Medida Provisória
nº 2.164-41, de 2001)
O Abono Salarial pode ser recebido em qualquer agência da
CAIXA, no período estabelecido anualmente, de acordo com o Calendário de Pagamentos.
O exercício começa sempre no mês de julho de um ano e termina no mês de junho do ano seguinte, há um calendário a ser
cumprido, mas é possível que o benefício seja creditado antecipadamente, ou seja, antes do início do calendário de pagamentos
em conta corrente ou poupança Caixa, desde que seja o titular da
conta.
O Abono Salarial também pode ser pago diretamente no contracheque (Salário) do empregado se o seu empregador tiver firmado o convênio CAIXA PIS-Empresa.
O valor do Abono Salarial não sacado durante o exercício de
pagamento que vai de JULHO de um ano até JUNHO do ano seguinte, é devolvido ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Em seguida, vamos acompanhar o que dispõe a Lei nº 7.998/90
que versa sobre o Programa do Seguro-Desemprego, o Abono Salarial, institui o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
LEI Nº 7.998 DE 11 DE JANEIRO DE 1990
Art. 2o-C O trabalhador que vier a ser identificado como
submetido a regime de trabalho forçado ou reduzido a condição análoga à de escravo, em decorrência de ação de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, será dessa situação resgatado e terá direito à percepção de três parcelas
de seguro-desemprego no valor de um salário mínimo cada,
conforme o disposto no § 2o deste artigo.(Artigo incluído pela
Lei nº 10.608, de 20.12.2002)
§ 1o O trabalhador resgatado nos termos do caput deste
artigo será encaminhado, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, para qualificação profissional e recolocação no mercado
de trabalho, por meio do Sistema Nacional de Emprego - SINE,
na forma estabelecida pelo Conselho Deliberativo do Fundo
de Amparo ao Trabalhador - CODEFAT. (Parágrafo incluído
pela Lei nº 10.608, de 20.12.2002)
§ 2o Caberá ao CODEFAT, por proposta do Ministro de
Estado do Trabalho e Emprego, estabelecer os procedimentos
necessários ao recebimento do benefício previsto no caput deste
artigo, observados os respectivos limites de comprometimento
dos recursos do FAT, ficando vedado ao mesmo trabalhador
o recebimento do benefício, em circunstâncias similares, nos
doze meses seguintes à percepção da última parcela.(Parágrafo incluído pela Lei nº 10.608, de 20.12.2002)
Regula o Programa do Seguro-Desemprego, o Abono Salarial, institui o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Esta Lei regula o Programa do Seguro-Desemprego
e o abono de que tratam o inciso II do art. 7º, o inciso IV do art.
201 e o art. 239, da Constituição Federal, bem como institui o
Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
DO PROGRAMA DE SEGURO-DESEMPREGO
Art. 2º O Programa de Seguro-Desemprego tem por finalidade:
I - prover assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado em virtude de dispensa sem justa causa,
inclusive a indireta, e ao trabalhador comprovadamente resgatado de regime de trabalho forçado ou da condição análoga
à de escravo; (Redação dada pela Lei nº 10.608, de 20.12.2002)
Didatismo e Conhecimento
4
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 3º Terá direito à percepção do seguro-desemprego o
trabalhador dispensado sem justa causa que comprove:
I - ter recebido salários de pessoa jurídica ou pessoa física
a ela equiparada, relativos a cada um dos 6 (seis) meses imediatamente anteriores à data da dispensa;
II - ter sido empregado de pessoa jurídica ou pessoa física
a ela equiparada ou ter exercido atividade legalmente reconhecida como autônoma, durante pelo menos 15 (quinze) meses
nos últimos 24 (vinte e quatro) meses; (Vide Lei 8.845, de 1994)
III - não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário de prestação continuada, previsto no Regulamento dos
Benefícios da Previdência Social, excetuado o auxílio-acidente
e o auxílio suplementar previstos na Lei nº 6.367, de 19 de outubro de 1976, bem como o abono de permanência em serviço
previsto na Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973;
IV - não estar em gozo do auxílio-desemprego; e
V - não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente à sua manutenção e de sua família.
§ 1o A União poderá condicionar o recebimento da assistência financeira do Programa de Seguro-Desemprego à comprovação da matrícula e da frequência do trabalhador segurado em curso de formação inicial e continuada ou qualificação
profissional, com carga horária mínima de 160 (cento e sessenta) horas. (Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011)
§ 2o O Poder Executivo regulamentará os critérios e requisitos para a concessão da assistência financeira do Programa
de Seguro-Desemprego nos casos previstos no § 1o, considerando a disponibilidade de bolsas-formação no âmbito do Pronatec ou de vagas gratuitas na rede de educação profissional
e tecnológica para o cumprimento da condicionalidade pelos
respectivos beneficiários. (Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011)
§ 3o A oferta de bolsa para formação dos trabalhadores
de que trata este artigo considerará, entre outros critérios, a
capacidade de oferta, a reincidência no recebimento do benefício, o nível de escolaridade e a faixa etária do trabalhador.
(Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011)
I - até 300 (trezentos) BTN, multiplicar-se-á o salário médio dos últimos 3 (três) meses pelo fator 0,8 (oito décimos);
II - de 300 (trezentos) a 500 (quinhentos) BTN aplicar-se-á, até o limite do inciso anterior, a regra nele contida e, no que
exceder, o fator 0,5 (cinco décimos);
III - acima de 500 (quinhentos) BTN, o valor do benefício
será igual a 340 (trezentos e quarenta) BTN.
§ 1º Para fins de apuração do benefício, será considerada a
média dos salários dos últimos 3 (três) meses anteriores à dispensa, devidamente convertidos em BTN pelo valor vigente
nos respectivos meses trabalhados.
§ 2º O valor do benefício não poderá ser inferior ao valor do
salário mínimo.
§ 3º No pagamento dos benefícios, considerar-se-á:
I - o valor do BTN ou do salário mínimo do mês imediatamente anterior, para benefícios colocados à disposição do beneficiário até o dia 10 (dez) do mês;
II - o valor do BTN ou do salário mínimo do próprio mês,
para benefícios colocados à disposição do beneficiário após o
dia 10 (dez) do mês.
Art. 6º O seguro-desemprego é direito pessoal e intransferível do trabalhador, podendo ser requerido a partir do sétimo
dia subseqüente à rescisão do contrato de trabalho.
Art. 7º O pagamento do benefício do seguro-desemprego
será suspenso nas seguintes situações:
I - admissão do trabalhador em novo emprego;
II - início de percepção de benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto o auxílio-acidente, o auxílio
suplementar e o abono de permanência em serviço;
III - início de percepção de auxílio-desemprego.
Art. 7o-A. O pagamento da bolsa de qualificação profissional será suspenso se ocorrer a rescisão do contrato de trabalho.
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001).
Art. 8o O benefício do seguro-desemprego será cancelado:
(Redação dada pela Lei nº 12.513, de 2011)
I - pela recusa por parte do trabalhador desempregado de
outro emprego condizente com sua qualificação registrada ou
declarada e com sua remuneração anterior; (Redação dada
pela Lei nº 12.513, de 2011)
II - por comprovação de falsidade na prestação das informações necessárias à habilitação; (Redação dada pela Lei nº
12.513, de 2011)
III - por comprovação de fraude visando à percepção indevida do benefício do seguro-desemprego; ou (Redação dada
pela Lei nº 12.513, de 2011)
IV - por morte do segurado. (Redação dada pela Lei nº
12.513, de 2011)
§ 1o Nos casos previstos nos incisos I a III deste artigo, será
suspenso por um período de 2 (dois) anos, ressalvado o prazo
de carência, o direito do trabalhador à percepção do seguro-desemprego, dobrando-se este período em caso de reincidência. (Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011)
§ 2o O benefício poderá ser cancelado na hipótese de o beneficiário deixar de cumprir a condicionalidade de que trata o
§ 1o do art. 3o desta Lei, na forma do regulamento. (Incluído
pela Lei nº 12.513, de 2011)
Art. 3o-A. A periodicidade, os valores, o cálculo do número
de parcelas e os demais procedimentos operacionais de pagamento da bolsa de qualificação profissional, nos termos do art.
2o-A desta Lei, bem como os pré-requisitos para habilitação
serão os mesmos adotados em relação ao benefício do Seguro-Desemprego, exceto quanto à dispensa sem justa causa. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
Art. 4º O benefício do seguro-desemprego será concedido
ao trabalhador desempregado, por um período máximo de 4
(quatro) meses, de forma contínua ou alternada, a cada período aquisitivo de 16 (dezesseis) meses, contados da data de
dispensa que deu origem à primeira habilitação. (Vide Lei nº
8.900, de 1994).
Parágrafo único. O benefício do seguro-desemprego poderá ser retomado a cada novo período aquisitivo, satisfeitas
as condições arroladas no art. 3º desta Lei, à exceção do seu
inciso II.
Art. 5º O valor do benefício será fixado em Bônus do Tesouro Nacional (BTN), devendo ser calculado segundo 3 (três)
faixas salariais, observados os seguintes critérios:
Didatismo e Conhecimento
5
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 8o-A. O benefício da bolsa de qualificação profissional
será cancelado nas seguintes situações: (Incluído pela Medida
Provisória nº 2.164-41, de 2001)
I - fim da suspensão contratual e retorno ao trabalho; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
II - por comprovação de falsidade na prestação das informações necessárias à habilitação; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
III - por comprovação de fraude visando à percepção indevida da bolsa de qualificação profissional; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
IV - por morte do beneficiário. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
Art. 11. Constituem recursos do FAT:
I - o produto da arrecadação das contribuições devidas ao
PIS e ao Pasep;
II - o produto dos encargos devidos pelos contribuintes,
em decorrência da inobservância de suas obrigações;
III - a correção monetária e os juros devidos pelo agente
aplicador dos recursos do fundo, bem como pelos agentes pagadores, incidentes sobre o saldo dos repasses recebidos;
IV - o produto da arrecadação da contribuição adicional
pelo índice de rotatividade, de que trata o § 4º do art. 239 da
Constituição Federal.
V - outros recursos que lhe sejam destinados.
Art. 12. (Vetado).
Art. 13. (Vetado).
Art. 14. (Vetado).
Art. 8o-B. Na hipótese prevista no § 5o do art. 476-A da
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, as parcelas da bolsa de qualificação profissional que o empregado tiver recebido
serão descontadas das parcelas do benefício do Seguro-Desemprego a que fizer jus, sendo-lhe garantido, no mínimo, o recebimento de uma parcela do Seguro-Desemprego. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
Art. 15. Compete aos Bancos Oficiais Federais o pagamento das despesas relativas ao Programa do Seguro-Desemprego
e ao abono salarial conforme normas a serem definidas pelos
gestores do FAT. (Vide lei nº 8.019, de 12.5.1990)
Parágrafo único. Sobre o saldo de recursos não desembolsados, os agentes pagadores remunerarão o FAT, no mínimo
com correção monetária.
Art. 8o-C. Para efeito de habilitação ao Seguro-Desemprego, desconsiderar-se-á o período de suspensão contratual de
que trata o art. 476-A da CLT, para o cálculo dos períodos de
que tratam os incisos I e II do art. 3o desta Lei. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
GESTÃO
Art. 18. É instituído o Conselho Deliberativo do Fundo de
Amparo ao Trabalhador - CODEFAT, composto por representação de trabalhadores, empregadores e órgãos e entidades
governamentais, na forma estabelecida pelo Poder Executivo.
(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.216-37, de 200’)
§ 3º Os representantes dos trabalhadores serão indicados
pelas centrais sindicais e confederações de trabalhadores; e os
representantes dos empregadores, pelas respectivas confederações.
§ 4º Compete ao Ministro do Trabalho a nomeação dos membros do Codefat.
§ 6º Pela atividade exercida no Codefat seus membros não
serão remunerados.
DO ABONO SALARIAL
Art. 9º É assegurado o recebimento de abono salarial no
valor de um salário mínimo vigente na data do respectivo pagamento, aos empregados que:
I - tenham percebido, de empregadores que contribuem
para o Programa de Integração Social (PIS) ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep),
até 2 (dois) salários mínimos médios de remuneração mensal
no período trabalhado e que tenham exercido atividade remunerada pelo menos durante 30 (trinta) dias no ano-base;
II - estejam cadastrados há pelo menos 5 (cinco) anos no
Fundo de Participação PIS-Pasep ou no Cadastro Nacional do
Trabalhador.
Parágrafo único. No caso de beneficiários integrantes do
Fundo de Participação PIS-Pasep, serão computados no valor
do abono salarial os rendimentos proporcionados pelas respectivas contas individuais.
Art. 19. Compete ao Codefat gerir o FAT e deliberar sobre
as seguintes matérias:
I - (Vetado).
II - aprovar e acompanhar a execução do Plano de Trabalho Anual do Programa do Seguro-Desemprego e do abono
salarial e os respectivos orçamentos;
III - deliberar sobre a prestação de conta e os relatórios de
execução orçamentária e financeira do FAT;
IV - elaborar a proposta orçamentária do FAT, bem como
suas alterações;
V - propor o aperfeiçoamento da legislação relativa ao
seguro-desemprego e ao abono salarial e regulamentar os dispositivos desta Lei no âmbito de sua competência;
VI - decidir sobre sua própria organização, elaborando
seu regimento interno;
VII - analisar relatórios do agente aplicador quanto à forma, prazo e natureza dos investimentos realizados;
VIII - fiscalizar a administração do fundo, podendo solicitar informações sobre contratos celebrados ou em vias de celebração e quaisquer outros atos;
DO FUNDO DE AMPARO AO TRABALHADOR
Art. 10. É instituído o Fundo de Amparo ao Trabalhador
(FAT), vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego, destinado ao custeio do Programa de Seguro-Desemprego, ao pagamento do abono salarial e ao financiamento de programas
de educação profissional e tecnológica e de desenvolvimento
econômico. (Redação dada pela Lei nº 12.513, de 2011)
Parágrafo único. O FAT é um fundo contábil, de natureza
financeira, subordinando-se, no que couber, à legislação vigente.
Didatismo e Conhecimento
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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
IX - definir indexadores sucedâneos no caso de extinção ou
alteração daqueles referidos nesta Lei;
X - baixar instruções necessárias à devolução de parcelas
do benefício do seguro-desemprego, indevidamente recebidas;
XI - propor alteração das alíquotas referentes às contribuições a que alude o art. 239 da Constituição Federal, com
vistas a assegurar a viabilidade econômico-financeira do FAT;
XII - (Vetado);
XIII - (Vetado);
XIV - fixar prazos para processamento e envio ao trabalhador da requisição do benefício do seguro-desemprego, em
função das possibilidades técnicas existentes, estabelecendo-se
como objetivo o prazo de 30 (trinta) dias;
XV - (Vetado);
XIV - (Vetado);
XVII - deliberar sobre outros assuntos de interesses do
FAT.
§ 1º Serão competentes para impor as penalidades as
Delegacias Regionais do Trabalho, nos termos do Título VII da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
§ 2º Além das penalidades administrativas já referidas, os
responsáveis por meios fraudulentos na habilitação ou na percepção
do seguro-desemprego serão punidos civil e criminalmente, nos
termos desta Lei.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 26. (Vetado).
Art. 27. A primeira investidura do Codefat dar-se-á no
prazo de 30 (trinta) dias da publicação desta Lei.
Art. 28. No prazo de trinta dias as contribuições ao PIS e
ao Pasep, arrecadadas a partir de 5 de outubro de 1988 e não
utilizadas nas finalidades previstas no art. 239 da Constituição
Federal, serão recolhidas como receita do FAT. (Redação dada
pela Lei nº 8.019, de 11/04/90)
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 19-A O Codefat poderá priorizar projetos das entidades integrantes do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) desde que:
(Incluído pela Lei nº 12.594,
de 2012)
I - o ente federado de vinculação da entidade que solicita o
recurso possua o respectivo Plano de Atendimento Socioeducativo aprovado; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
II - as entidades governamentais e não governamentais
integrantes do Sinase que solicitem recursos tenham se submetido à avaliação nacional do atendimento socioeducativo.
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
Art. 30. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 90 (noventa) dias e apresentará projeto lei regulamentando a contribuição adicional pelo índice de rotatividade, de
que trata o § 4º do art. 239 da Constituição Federal, no prazo de
180 (cento e oitenta) dias.
Art. 31. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 20. A Secretaria-Executiva do Conselho Deliberativo
será exercida pelo Ministério do Trabalho, e a ela caberão as
tarefas técnico-administrativas relativas ao seguro-desemprego e abono salarial.
Art. 32. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 11 de janeiro de 1990; 169º da Independência e
102º da República.
JOSÉ SARNEY
Mailson Ferreira da Nóbrega
Dorothea Werneck
Jáder Fontenelle Barbalho
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 12.1.1990
Art. 21. As despesas com a implantação, administração e
operação do Programa do Seguro-Desemprego e do abono salarial, exceto as de pessoal, correrão por conta do FAT.
Art. 22. Os recursos do FAT integrarão o orçamento da
seguridade social na forma da legislação pertinente.
LEI N°. 8.036/90 (FGTS: POSSIBILIDADE E
CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO/SAQUE)
DA FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES
Art. 23. Compete ao Ministério do Trabalho a fiscalização do cumprimento do Programa de Seguro-Desemprego e
do abono salarial.
Antes da criação do regime do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço-FGTS (surgido em 1966) o trabalhador regido pela
Consolidação das Leis do Trabalho-CLT (1943), em caso de dispensa imotivada, tinha direito a uma indenização de um salário
por ano trabalhado, ou fração igual ou superior a 6 meses, conforme previsto nos arts. 477 e 478 da referida norma.
Assim, o trabalhador, após completar 10 anos de serviços
ininterruptos na empresa, se tornava estável, somente podendo
ser dispensado se cometesse falta grave, devida e previamente
apurada por meio se uma ação judicial denominada INQUÉRITO
PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE (arts. 492,494 e 853, todos
da CLT).
Art. 24. Os trabalhadores e empregadores prestarão as
informações necessárias, bem como atenderão às exigências
para a concessão do seguro-desemprego e o pagamento do
abono salarial, nos termos e prazos fixados pelo Ministério do
Trabalho.
Art. 25. O empregador que infringir os dispositivos desta
Lei estará sujeito a multas de 400 (quatrocentos) a 40.000 (quarenta mil) BTN, segundo a natureza da infração, sua extensão
e intenção do infrator, a serem aplicadas em dobro, no caso de
reincidência, oposição à fiscalização ou desacato à autoridade.
Didatismo e Conhecimento
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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
§1º Enquanto não ocorrer a centralização prevista no caput
deste artigo, o depósito efetuado no decorrer do mês será contabilizado no saldo da conta vinculada do trabalhador, no primeiro
dia útil do mês subsequente.
O Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) é destinado a todos os trabalhadores com contrato de trabalho formal, regidos pela CLT, desde a promulgação da Constituição Federal/88,
já que antes desta data, o direito ao FGTS era opcional.
TRABALHADORES COM CONTRATO FORMAL, regidos
pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
O artigo 3º da CLT considera-se empregado toda pessoa física
que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a
dependência deste e mediante salário.
Também tem direito ao FGTS os trabalhadores rurais, temporários, avulsos, safreiros (operários rurais, que trabalham no
período de colheita) e atletas profissionais.
O DIRETOR NÃO EMPREGADO E O EMPREGADO DOMÉSTICO PODEM SER INCLUÍDOS NO SISTEMA, A CRITÉRIO DO EMPREGADOR.
O depósito do FGTS é realizado pelo empregador ou tomador
de serviços em contas abertas nas agências da Caixa Econômica
Federal, em nome de seus empregados vinculada ao contrato de
trabalho no percentual de 8% (oito por cento) do salário de cada
funcionário sempre no dia 7 do mês subsequente ao mês trabalhado.
No caso de Contrato de Trabalho firmado nos termos da Lei
n.º 11.180/05 (Contrato de Aprendizagem), o percentual é reduzido para 2%. O FGTS não é descontado do salário, é uma obrigação do empregador, exceto em caso de trabalhador doméstico que
é opcional.
O rendimento da conta do FGTS recebe atualização monetária mensal mais juros de 3% ao ano.
Em caso de dispensa sem justa causa, o empregador deverá
fazer o pagamento de indenização a título de multa rescisória no
valor de 50%, sendo que 40% é destinado ao empregado e 10% a
título de “Contribuição Social”. Tal alteração da multa rescisória
se dá pela Lei 110/2001 de 11 de junho de 2001 e o Decreto 3.914
de 11 de setembro de 2001.
Esta realidade perdurou até 1966, quando surgiu o denominado FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO (FGTS),
através da Lei 5.017/66, criado como alternativa ao antigo regime
da CLT, passando a vigorar dois sistemas jurídicos paralelos. O
trabalhador tinha duas alternativas:
a) Optar pelo regime do FGTS, passando a fazer jus ao recolhimento mensal na conta vinculada fundiária do percentual de
8% incidente sobre sua remuneração, com direito, em caso de dispensa imotivada, ao saque dos depósitos efetuados, além do pagamento de indenização compensatória na época 10% dos valores
depositados na conta do FGTS, que passou a ser de 40% após a
promulgação da Constituição Federal de 1988.
b) Optar pelo sistema da CLT, fazendo jus à indenização em
caso de dispensa imotivada nos moldes dos arts. 477 e 478 da CLT
(um mês de salário para cada ano trabalhado ou fração igual ou
superior a seis meses), alcançando a estabilidade decenal, ao completar 10 anos de serviços ininterruptos na empresa, caso que só
poderia ser dispensado se cometesse falta grave, apurado por intermédio de ação judicial (inquérito para apuração de falta grave).
Optando pelo regime do FGTS o trabalhador não tinha direito à indenização fixada nos arts.477 e 478 da CLT e a respectiva
estabilidade decenal. E aquele que optasse pelo regime celetista,
não fazia jus a nenhuma vantagem proveniente do FGTS, sendo
que, em caso de aposentadoria ou morte do trabalhador, nem ele
nem seus herdeiros tinham direito a qualquer indenização em função do tempo laborado na empresa.
Vale lembrar que o trabalhador admitido após a edição da
Lei 5017/66, ou mesmo aqueles que eram empregados à época da
edição da norma fundiária, poderia a qualquer tempo, optar com
efeito retroativo, ao regime do FGTS.
COM A CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88 ATRAVÉS DO
ART.7⁰ INCISO III O REGIME DO FGTS PASSOU A SER
OBRIGATÓRIO, DESAPARENCENDO O DIREITO A INDENIZAÇÃO FIXADA NOS ARTS. 477 E 478 DA CLT, BEM
COMO A ESTABILIDADE DECENAL.
Após, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS),
instituído pela Lei nº 5.107/ 1966, passou a ser regida pela Lei
8.036/90.
O Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) é constituído pelos saldos das contas vinculadas por eventuais saldos
apurados nos termos do art. 12 § 4º; dotações orçamentárias específicas; resultados das aplicações dos recursos do FGTS; multas,
correção monetária e juros moratórios devidos; demais receitas patrimoniais e financeiras.
Art. 12. No prazo de um ano, a contar da promulgação desta
lei, a Caixa Econômica Federal assumirá o controle de todas as
contas vinculadas, nos termos do item I do art. 7º, passando os demais estabelecimentos bancários, findo esse prazo, à condição de
agentes recebedores e pagadores do FGTS, mediante recebimento
de tarifa, a ser fixada pelo Conselho Curador.
§4º Os resultados financeiros auferidos pela Caixa Econômica
Federal no período entre o repasse dos bancos e o depósito nas
contas vinculadas dos trabalhadores destinar-se-ão à cobertura
das despesas de administração do FGTS e ao pagamento da tarifa
aos bancos depositários, devendo os eventuais saldos ser incorporados ao patrimônio do Fundo nos termos do art. 2º, § 1º.
Didatismo e Conhecimento
POSSIBILIDADES E CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO/
SAQUE DO FGTS
POSSIBILIDADE: DEMISSÃO SEM JUSTA CAUSA
DOCUMENTOS PARA SAQUE:
•
Carteira de Trabalho (CTPS), exceto quando se tratar de
diretor não empregado ou outro documento que comprove o vínculo empregatício;
•
Documento de identificação do trabalhador ou diretor
não empregado;
•
Cartão Cidadão, número de inscrição PIS/PASEP ou Inscrição de Contribuinte Individual, junto ao INSS, para o doméstico
não cadastrado no PIS/PASEP;
•
Termo de Recisão de Contrato de Trabalho - TRCT, homologado pelo órgão competente, quando o vínculo for maior que
01(um) ano ou atas das assembleias que decidiram pela nomeação
e pelo afastamento do diretor. As atas devem ser apresentadas em
via original e cópia, para confronto e autenticação no ato do recebimento, ou por meio de cópia autenticada;
8
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
•
Documento de identificação do trabalhador ou diretor
não empregado;
•
Cartão Cidadão ou número de inscrição PIS/PASEP ou
Inscrição de Contribuinte Individual junto ao INSS para o doméstico não cadastrado no PIS/PASEP;
•
Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho - TRCT, homologado pelo órgão competente, quando legalmente obrigatório;
•
Alteração contratual registrada em Cartório de Registro
de Títulos e Documentos ou na Junta Comercial deliberando sobre
a extinção total da empresa ou fechamento de quaisquer dos estabelecimentos, filiais ou agências. Os documentos devem ser apresentados em via original e cópia, para confronto e autenticação no
ato do recebimento, ou por meio de cópia autenticada.
•
Declaração escrita pelo empregador, confirmando a rescisão do contrato em conseqüência de supressão de parte de suas
atividades; ou
•
Atas das assembleias que decidiram pela nomeação e
pelo afastamento do diretor ou cópia do contrato social e respectivas alterações registradas em Cartório de Registro de Títulos
e Documentos ou na Junta Comercial. Em caso de diretor não
empregado, será preciso o ato próprio da autoridade competente,
publicado em Diário Oficial. Os documentos devem ser apresentados em via original e cópia, para confronto e autenticação no ato
do recebimento, ou por meio de cópia autenticada;
•
Certidão de óbito do empregador individual; ou
•
Decisão judicial transitada em julgado, documento de
nomeação do síndico da massa falida pelo juiz e declaração escrita do síndico da massa falida, confirmando a rescisão do contrato
de trabalho em consequência da falência; ou
•
Documento emitido pela autoridade competente, no qual
reconheça a anulação do contrato de trabalho ou decisão judicial
transitada em julgado, reconhecendo a nulidade do contrato de
trabalho.
•
Cópia do contrato social e respectivas alterações registradas em Cartório de Registro de Títulos e Documentos ou na Junta
Comercial. Em caso de diretor não empregado, será preciso o ato
próprio da autoridade competente, publicado em Diário Oficial.
POSSIBILIDADE: TÉRMINO DO CONTRATO POR
PRAZO DETERMINADO
DOCUMENTOS PARA SAQUE:
•
Carteira de Trabalho, exceto quando se tratar de diretor
não empregado ou em caso de apresentação de outro documento
que comprove o vínculo empregatício;
•
Documento de identificação do trabalhador ou diretor
não empregado;
•
Cartão Cidadão ou número de inscrição PIS/PASEP ou
Inscrição de Contribuinte Individual junto ao INSS para o doméstico não cadastrado no PIS/PASEP;
•
Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho - TRCT, homologado pelo órgão competente quando o vínculo for maior que
01(um)ano;
•
Atas das assembleias, que decidiram pela nomeação e
pelo afastamento do diretor ou cópia do contrato social e respectivas alterações registradas em Cartório de Registro de Títulos e
Documentos ou na Junta Comercial. Em caso de diretor não empregado, será preciso o ato próprio da autoridade competente, publicado em Diário Oficial. Os documentos devem ser apresentados
em via original e cópia, para confronto e autenticação no ato do
recebimento, ou por meio de cópia autenticada;
•
Cópia do contrato firmado entre as partes com as devidas
prorrogações se houver.
POSSIBILIDADE: RESCISÃO DO CONTRATO POR
EXTINÇÃO TOTAL OU PARCIAL DA EMPRESA;
POSSIBILIDADE: CULPA RECÍPROCA OU FORÇA
MAIOR
A culpa recíproca ocorre quando, por decisão da Justiça do
Trabalho, o empregador e o trabalhador são responsáveis, na mesma proporção, pela rescisão do contrato de trabalho. Considera-se
força maior quando ocorre um fato imprevisível, que obrigue o
empregador a rescindir o contrato de trabalho, como, por exemplo,
um incêndio que impeça a continuidade dos serviços.
NA DECRETAÇÃO DE ANULAÇÃO DO CONTRATO
DE TRABALHO NAS HIPÓTESES PREVISTAS NO INCISO II DO ART.37 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88,
OCORRIDA APÓS 28/07/2001, QUANDO MANTIDO O DIREITO AO SALÁRIO;
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas
e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo
ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)
DOCUMENTOS PARA SAQUE:
•
Carteira de Trabalho, exceto quando se tratar de diretor
não empregado ou em caso de apresentação de outro documento
que comprove o vínculo empregatício;
•
Documento de identificação do trabalhador ou diretor
não empregado;
•
Cartão Cidadão ou número de inscrição PIS/PASEP ou
Inscrição de Contribuinte Individual junto ao INSS para o doméstico não cadastrado no PIS/PASEP;
•
Atas das assembleias ou estatuto da sociedade e, quando
for o caso, o regimento interno do Conselho de Administração. Em
caso de diretor não empregado, será preciso o ato próprio da autoridade competente, publicado em Diário Oficial. Os documentos
devem ser apresentados em via original e cópia, para confronto e
autenticação no ato do recebimento, ou por meio de cópia autenticada;
NA RESCISÃO DO CONTRATO POR FALECIMENTO
DO EMPREGADOR.
DOCUMENTOS PARA SAQUE:
•
Carteira de Trabalho, exceto quando se tratar de diretor
não empregado ou em caso de apresentação de outro documento
que comprove o vínculo empregatício;
Didatismo e Conhecimento
9
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
•
Sentença transitada em julgado, estabelecendo culpa recíproca ou força maior, expedida pela Justiça do Trabalho e TRCT
quando houver; ou
•
Termo de audiência da Justiça do Trabalho, devidamente
homologado pelo juízo do processo, reconhecendo a culpa recíproca, quando esta resultar de acordo ou conciliação em reclamação
trabalhista.
Poderá ser acatada declaração de autoridade competente, emitida em papel timbrado do órgão emissor, devidamente datada e
assinada, na qual constem nome completo, data de nascimento,
endereço residencial e número do PIS/PASEP do trabalhador.
IMPORTANTE: A solicitação e a habilitação ao saque, fundamentada nesta hipótese, somente podem ser realizadas, a partir
do reconhecimento do Governo Federal da situação de emergência
ou do estado de calamidade pública.
A solicitação de saque poderá ser apresentada até 90 dias após
a publicação da portaria do Ministério da Integração Nacional, reconhecendo a situação de emergência ou o estado de calamidade
pública.
Só poderá ser realizado um saque por evento em cada conta
do FGTS.
POSSIBILIDADE: NECESSIDADE PESSOAL COM
GRAVIDEADE DECORRENTE DE DESASTRE NATURAL
POR CHUVAS OU INUNDAÇÕES
Trabalhador ou diretor não empregado residente em áreas,
cuja situação de emergência ou de estado de calamidade pública
tenha sido formalmente reconhecida pelo Governo Federal.
POSSIBILIDADE: APOSENTADORIA
DOCUMENTOS PARA SAQUE:
1- Documentos que devem ser fornecidos pelo Governo Municipal à CAIXA:
•
Declaração comprobatória, em conformidade com a avaliação realizada pelos órgãos de Defesa Civil municipal ou do Distrito Federal, das áreas atingidas por desastres naturais, que deverá
conter a descrição minuciosa da área afetada, evitando-se a generalização de toda a área geográfica do município ou do Distrito
Federal, observando os seguintes padrões:
a) Identificação da unidade residencial/home do logradouro/bairro ou distrito/cidade/Unidade da Federação, caso a área
atingida se restrinja a determinada(s) unidade(s) residencial(is) ou;
b) Nome do logradouro/Bairro ou Distrito/Cidade/UF, caso
a área atingida se restrinja às unidades residenciais existentes naquele logradouro; ou
c) Nome do Bairro/Cidade/UF, caso todas as unidades residenciais existentes no bairro tenham sido atingidas.
A declaração deverá conter, ainda, a identificação do município atingido pelo desastre natural, informações relativas ao decreto
municipal e à portaria do Ministro de Estado da Integração Nacional que reconheceu o estado de calamidade pública ou a situação
de emergência e a Codificação de Desastre, Ameaças e Riscos –
CODAR.Formulários de Avaliação de Danos - AVADAN; Mapa
ou Croqui da(s) área(s) afetada(s) pelo desastre.
2- Documentos necessários para o trabalhador:
•
Carteira de Trabalho, exceto quando se tratar de diretor
não empregado ou em caso de apresentação de outro documento
que comprove o vínculo empregatício;
•
Documento de identificação pessoal do trabalhador ou
diretor não empregado;
•
Cartão Cidadão ou número de inscrição PIS/PASEP ou
Inscrição de Contribuinte Individual junto ao INSS para o doméstico não cadastrado no PIS/PASEP;
•
Atas das assembléias que deliberaram pela nomeação
e pelo afastamento do diretor não empregado; cópia do Contrato
Social e respectivas alterações registradas no Cartório de Registro
de Títulos e Documentos ou na Junta Comercial, ou ato próprio
da autoridade competente publicado em Diário Oficial. Os documentos devem ser apresentados em via original e cópia, para confronto e autenticação no ato do recebimento, ou por meio de cópia
autenticada;
•
Comprovante de residência em nome do trabalhador
(conta de luz, água, telefone, gás, extratos bancários, carnês de
pagamentos, entre outros), emitido nos últimos 120 dias.
Didatismo e Conhecimento
DOCUMENTOS PARA SAQUE:
•
Carteira de Trabalho, exceto quando se tratar de diretor
não empregado ou em caso de apresentação de outro documento
que comprove o vínculo empregatício;
•
Documento de identificação do trabalhador ou diretor
não empregado;
•
Cartão Cidadão ou número de inscrição PIS/PASEP ou
Inscrição de Contribuinte Individual junto ao INSS para o doméstico não cadastrado no PIS/PASEP;
•
Documento fornecido pelo Instituto Oficial de Previdência Social, de âmbito federal, estadual ou municipal ou órgão
equivalente ou, ainda, portaria publicada em Diário Oficial, que
comprove a aposentadoria; ou
•
TRCT, homologado por órgão competente, quando legalmente obrigatório, para contrato firmado após a data de início do
benefício - DIB da aposentadoria; ou
•
Atas das assembléias que deliberaram pela nomeação
e pelo afastamento do diretor não empregado; cópia do Contrato
Social e respectivas alterações registradas no Cartório de Registro
de Títulos e Documentos ou na Junta Comercial, ou ato próprio
da autoridade competente publicado em Diário Oficial. Os documentos devem ser apresentados em via original e cópia, para confronto e autenticação no ato do recebimento, ou por meio de cópia
autenticada.
POSSIBILIDADE: SUSPENSAO TOTAL DO TRABALHO AVULSO POR PERÍODO IGUAL OUS UPERIOR A 90
DIAS
DOCUMENTOS PARA SAQUE:
•
Cartão Cidadão ou Cartão de inscrição PIS/PASEP;
•
Declaração assinada pelo sindicato representativo da categoria profissional, ou OGMO (Órgão Local de Gestão de Mão-de-Obra), quando este já estiver constituído, comunicando a suspensão total do trabalho avulso, por período igual ou superior a
90 dias.
POSSIBILIDADE: FALECIMENTO DO TITULAR DA
CONTA
DOCUMENTOS PARA SAQUE:
Podem sacar o FGTS, os dependentes do trabalhador informados na Relação de Dependentes, firmada por instituto oficial de
Previdência Social, de âmbito Federal, Estadual ou Municipal ou
Declaração de dependentes habilitados à pensão, fornecida pelo
Órgão pagador da pensão, custeada pelo Regime Jurídico Único.
10
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
•
Cartão Cidadão ou número de inscrição PIS/PASEP ou
Inscrição de Contribuinte Individual junto ao INSS para o doméstico não cadastrado no PIS/PASEP;
•
Comprovante de dependência, no caso de saque em que o
dependente do titular da conta for portador do vírus HIV;
•
Cópia do atestado médico fornecido pelo profissional
que acompanha o tratamento do paciente, no qual deve constar o
nome da doença ou o código da CID - Classificação Internacional
de Doenças, o número de inscrição do médico no CRM - Conselho
Regional de Medicina e a assinatura, sobre carimbo;
•
Atas das assembléias que deliberaram pela nomeação
e pelo afastamento do diretor não empregado; cópia do Contrato
Social e respectivas alterações registradas no Cartório de Registro
de Títulos e Documentos ou na Junta Comercial, ou ato próprio
da autoridade competente publicado em Diário Oficial. Os documentos devem ser apresentados em via original e cópia, para confronto e autenticação no ato do recebimento, ou por meio de cópia
autenticada;
•
Atestado de óbito do dependente, caso este tenha vindo
a falecer em consequência da moléstia, a partir da vigência da MP
2-164-40/2001 de 26/07/2001.
Na falta de dependentes, farão jus ao recebimento do saldo da
conta vinculada os seus sucessores previstos na lei civil, indicados
em alvará judicial, expedido a partir de requerimento do interessado, independentemente de inventário ou arrolamento.
•
Documento de identificação com foto do sacador;
•
Número de inscrição PIS/PASEP ou Inscrição de Contribuinte Individual junto ao INSS para o doméstico não cadastrado
no PIS/PASEP;
•
Carteira de Trabalho do titular falecido ou outro documento que comprove o vínculo empregatício;
•
Atas das assembleias, que comprovem a eleição, eventuais reconduções e do término do mandato, registradas no Cartório de Registro de Títulos e Documentos ou na Junta Comercial
e ainda, dos estatutos quando as atas forem omissas quanto às datas de nomeação e/ou afastamento, ou ato próprio da autoridade
competente, quando se tratar de diretor não empregado. Os documentos devem ser apresentados em via original e cópia, para
confronto e autenticação no ato do recebimento, ou por meio de
cópia autenticada;
•
Certidão de Óbito do titular falecido, se em poder do interessado;
•
Declaração de dependentes habilitados ao recebimento
de pensão fornecida por Instituto Oficial de Previdência Social, ou
alvará judicial, indicando os sucessores do trabalhador falecido;
•
Certidão de Nascimento e CPF dos dependentes menores, para abertura de caderneta de poupança.
POSSIBILIDADE: TRABALHADOR
IGUAL OU SUPERIOR A 70 ANOS
COM
POSSIBILIDADE: NEOPLASIA MALIGNA (CANCËR)
O trabalhador com neoplasia maligna (câncer) ou que possua
dependente com a moléstia pode sacar o FGTS.
DOCUMENTOS PARA SAQUE:
•
Carteira de Trabalho, exceto quando se tratar de diretor
não empregado ou em caso de apresentação de outro documento
que comprove o vínculo empregatício;
•
Documento de identificação do trabalhador ou diretor
não empregado;
•
Cartão Cidadão ou número de inscrição PIS/PASEP ou
Inscrição de Contribuinte Individual junto ao INSS para o doméstico não cadastrado no PIS/PASEP;
•
Atas das assembléias que deliberaram pela nomeação
e pelo afastamento do diretor não empregado; cópia do Contrato
Social e respectivas alterações registradas no Cartório de Registro
de Títulos e Documentos ou na Junta Comercial, ou ato próprio
da autoridade competente publicado em Diário Oficial. Os documentos devem ser apresentados em via original e cópia, para confronto e autenticação no ato do recebimento, ou por meio de cópia
autenticada;
•
Atestado médico com validade não superior a 30 dias,
contados de sua expedição, firmado com assinatura sobre carimbo
e CRM do médico responsável pelo tratamento, contendo diagnóstico no qual relate as patologias ou enfermidades, que molestam o
paciente, o estágio clínico atual da moléstia e do enfermo, indicando expressamente: “Paciente sintomático para a patologia classificada sob o CID________”; ou “Paciente acometido de neoplasia
maligna, em razão da patologia classificada sob o CID________”;
ou “Paciente acometido de neoplasia maligna nos termos da Lei
nº. 8.922/94”, ou “Paciente acometido de neoplasia maligna nos
termos do Decreto nº. 5.860/2006”;
•
Cópia do laudo do exame histopatológico ou anatomopatológico que serviu de base para a elaboração do atestado médico;
•
Comprovante de dependência, no caso de saque para o
dependente do titular da conta acometido por neoplasia maligna
(câncer);
IDADE
DOCUMENTOS PARA SAQUE:
•
Carteira de Trabalho, exceto quando se tratar de diretor
não empregado ou outro documento que comprove o vínculo empregatício;
•
Documento de identificação do trabalhador ou diretor
não empregado, que comprove a idade mínima de 70 anos do titular da conta;
•
Cartão Cidadão ou número de inscrição PIS/PASEP ou
Inscrição de Contribuinte Individual junto ao INSS para o doméstico não cadastrado no PIS/PASEP;
•
Atas das assembléias que deliberaram pela nomeação
e pelo afastamento do diretor não empregado; cópia do Contrato
Social e respectivas alterações registradas no Cartório de Registro
de Títulos e Documentos ou na Junta Comercial, ou ato próprio
da autoridade competente publicado em Diário Oficial. Os documentos devem ser apresentados em via original e cópia, para confronto e autenticação no ato do recebimento, ou por meio de cópia
autenticada.
POSSIBILIDADE: PORTADOR DE HIV POSITIVO-SIDA/AIDS
Pode sacar o FGTS o trabalhador portador do vírus HIV ou
que possuir dependente portador do vírus.
DOCUMENTOS PARA SAQUE:
•
Carteira de Trabalho, exceto quando se tratar de diretor
não empregado ou em caso de apresentação de outro documento
que comprove o vínculo empregatício;
•
Documento de identificação do trabalhador ou diretor
não empregado;
Didatismo e Conhecimento
11
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
•
Em caso de diretor não empregado, é necessário documento que comprove a condição de diretor não empregado e comprovante de permanência, por um período de 03 anos seguidos,
fora do regime do FGTS;
•
Documento de identificação com foto do titular da conta;
•
Comprovante de inscrição no PIS/PASEP ou inscrição
de Contribuinte Individual, no INSS, quando empregado doméstico não cadastrado no PIS/PASEP.
•
Atestado de óbito do dependente, caso este tenha vindo
a falecer em consequência da moléstia, a partir da vigência da MP
2-164-40/2001 de 26/07/2001.
POSSIBILIDADE: ESTÁGIO TERMINAL EM DECORRÊNCIA DE DOENÇA GRAVE
O trabalhador em estágio terminal em razão de doença grave ou que possuir dependente em estágio terminal por igual razão
pode sacar o FGTS.
POSSIBILIDADE: CONTA VINCULADA AO FGTS,
POR PELO MENOS 03(TRÊS) ANOS SEGUIDOS E QUE O
AFASTAMENTO DO TRABALHADOR TENHA OCORRIDO ATÉ 13/07/1990.
DOCUMENTOS PARA SAQUE:
•
Carteira de Trabalho, exceto quando se tratar de diretor
não empregado ou em caso de apresentação de outro documento
que comprove o vínculo empregatício;
•
Documento de identificação com foto do trabalhador ou
diretor não empregado;
•
Cartão Cidadão ou número de inscrição PIS/PASEP ou
Inscrição de Contribuinte Individual junto ao INSS para o doméstico não cadastrado no PIS/PASEP;
•
Atas das assembléias que deliberaram pela nomeação
e pelo afastamento do diretor não empregado; cópia do Contrato
Social e respectivas alterações registradas no Cartório de Registro
de Títulos e Documentos ou na Junta Comercial, ou ato próprio
da autoridade competente publicado em Diário Oficial. Os documentos devem ser apresentados em via original e cópia, para confronto e autenticação no ato do recebimento, ou por meio de cópia
autenticada;
•
Atestado médico, contendo diagnóstico médico, claramente descritivo que, em face dos sintomas e do histórico patológico, caracterize estágio terminal de vida do titular da conta
vinculada ao FGTS ou do seu dependente, em razão de doença
grave, consignada no Código Internacional de Doenças - CID. O
atestado deve ter a assinatura e o carimbo com o CRM do médico que assiste o paciente, indicando expressamente: “Paciente em
estágio terminal de vida, em razão da patologia classificada sob o
CID________”;
•
Comprovante de dependência, no caso de saque para o
dependente do titular da conta que estiver em estágio terminal de
vida, em razão de doença grave;
•
Atestado de óbito do dependente, caso este tenha vindo
a falecer em consequência da moléstia, a partir da vigência da MP
2-164-40/2001 de 26/07/2001.
DOCUMENTOS PARA SAQUE:
•
Carteira de Trabalho, em que conste o contrato de trabalho, cuja conta vinculada ao FGTS está sendo objeto de saque; ou
•
Documento que comprove o vínculo empregatício e o
afastamento do trabalhador, quando não constante na CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social); ou
•
Documento que comprove a condição de diretor não empregado e desligamento até 13/07/90;
•
Documento de identificação com foto do titular da conta;
•
Comprovante de inscrição no PIS/PASEP ou inscrição
de Contribuinte Individual no INSS quando empregado doméstico
não cadastrado no PIS/PASEP.
POSSIBILIDADE: UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS DO
FGTS PARA AQUISIÇÃO DE MORADIA PRÓPRIA, LIQUIDAÇÃO OU AMORTIZAÇÃO DE DÍVIDA OU PAGAMENTO
DE PARTE DAS PRESTAÇÕES DE FINANCIAMENTO HABITACIONAL.
1- QUAIS OS PRÉ-REQUISITOS PARA A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS DO FGTS PARA A CASA PRÓPRIA?
Os recursos podem ser utilizados por proponente(s) que:
•
Não seja(m) promitente(s) comprador (es) ou
proprietário(s) de imóvel residencial financiado pelo Sistema de
Financeiro de Habitação(SFH), em qualquer parte do território
nacional;
•
Não seja(m) promitente(s) comprador (es) ou
proprietário(s) de imóvel residencial concluído ou em construção:
•
No atual município de residência;
•
No município onde exerça sua ocupação principal, nos
municípios limítrofes e na região metropolitana.
POSSIBILIDADE: CONTAS INATIVAS DO FGTS
Após o trabalhador ter permanecido 03 anos seguidos fora do
regime do FGTS, o saque da conta vinculada poderá ser requerido
a partir do mês do seu aniversário.
O trabalhador ou diretor não empregado que permanecer
03(três) anos seguidos fora do regime do FGTS, cujo afastamento
tenha ocorrido a partir de 14/07/1990 pode sacar o FGTS.
2- PODE O PROPRIETÁRIO QUE POSSUA FRAÇÃO
DE IMÓVEL RESIDENCIAL QUITADO OU FINANCIADO
, CONCLUÍDO OU EM CONSTRUÇÃO, UTILIZAR O FGTS
PARA ADQUIRIR OUTRO IMÓVEL? Sim, desde que detenha
fração ideal igual ou inferior a 40%.
DOCUMENTOS PARA SAQUE:
•
Carteira de trabalho, comprovando o desligamento da
empresa e a inexistência de vínculo ao regime do FGTS por, no
mínimo, 03 anos seguidos ou constando o contrato de trabalho e
anotação da mudança de regime trabalhista, publicada em Diário
Oficial e a inexistência de vínculo ao regime do FGTS por, no
mínimo, 03 anos seguidos;
Didatismo e Conhecimento
3- PODE O CONJUGE SEPARADO, PROPRIETÁRIO
DE IMÓVEL RESIDENCIAL, CONCLUÍDO OU EM CONSTRUÇÃO, UTILIZAR O FGTS NA COMPRA OUTRO IMÓVEL? Sim, desde que tenha perdido o direito de nele residir e
atenda às demais condições necessárias para utilização do FGTS
na compra do novo imóvel.
12
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
4- PODE O PROPRIETÁRIO, QUE POSSUA UMA
FRAÇÃO DE IMÓVEL RESIDENCIAL QUITADO OU FINANCIADO, COMPRAR A FRAÇÃO REMANESCENTE DO
MESMO IMÓVEL, COM RECURSOS DO FGTS?
Sim, desde que figure na mesma escritura aquisitiva do imóvel como co-proprietário ou no mesmo contrato de financiamento.
Neste caso particular, a detenção de fração ideal pode ultrapassar
os 40%.
11- QUANDO O FGTS FICA LIBERADO PARA USO EM
NOVO FINANCIAMENTO? APENAS QUANDO O IMÓVEL
ADQUIRIDO COM O FUNDO DE GARANTIA FOR VENDIDO?
Se você comprovar que o imóvel foi vendido e levado para
registro, você pode comprar outro com o uso do FGTS. Somente o
imóvel que você vendeu (e utilizou o FGTS) é que terá um período
de carência de três anos para poder usar o FGTS para compra.
Mas enquanto o comprador não tirar o seu nome do registro do
referido imóvel, você não poderá fazer uso do saldo do FGTS.
5- PODE UTILIZAR O FGTS PARA A COMPRA DE
IMÓVEL RESIDENCIAL QUEM FOR PROPRIETÁRIO DE
LOTES E TERRENOS?
Sim, desde que comprovada a inexistência de edificação, através da apresentação do carnê do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e matrícula atualizada do imóvel.
CERTIFICADO DE REGULARIDADE DO FGTS
O Certificado de Regularidade do FGTS (CRF) é o único
documento que comprova a regularidade da empresa perante o
FGTS e é emitido exclusivamente pela CAIXA ECONÔMICA FEDERAL.
O CRF poderá ser retirado por meio de internet ou nas agências da Caixa Econômica Federal caso o empregador se encontre
regular com o FGTS.F
Para obter o Certificado de Regularidade do FGTS (CRF) é
necessário estar em situação de regularidade para com o FGTS,
ou seja, estar em dia com as obrigações p para com esse Fundo,
inclusive com os pagamentos das contribuições sociais instituídas
pela Lei Complementar nº. 110, de 29/06/2001, considerando os
aspectos financeiro (pagamento das contribuições devidas), cadastral (consistência das informações do empregador e de seus
empregados) e operacional (procedimentos no pagamento de contribuições em conformidade com as regras vigentes para o recolhimento), bem como estar em dia com o pagamento de empréstimos lastreados com recursos do FGTS, se for o caso.
É destinado aos empregadores cadastrados no sistema do
FGTS, identificados a partir de inscrição no Cadastro Nacional
de Pessoas Jurídicas - CNPJ ou no Cadastro Específico do INSS
- CEI.
Nas situações previstas no artigo 27 da Lei 8036/90(Lei do
Fundo de Garantia) e na Lei 9012/95 é obrigatório a apresentação do CRF quando:
Art. 27. A apresentação do Certificado de Regularidade do
FGTS, fornecido pela Caixa Econômica Federal, é obrigatória
nas seguintes situações:
a) habilitação e licitação promovida por órgão da Administração Federal, Estadual e Municipal, Direta, Indireta ou Fundacional ou por entidade controlada direta ou indiretamente
pela União, Estado e Município;
b) obtenção, por parte da União, Estados e Municípios, ou
por órgãos da Administração Federal, Estadual e Municipal,
Direta, Indireta, ou Fundacional, ou indiretamente pela União,
Estados ou Municípios, de empréstimos ou financiamentos junto
a quaisquer entidades financeiras oficiais;
c) obtenção de favores creditícios, isenções, subsídios, auxílios, outorga ou concessão de serviços ou quaisquer outros benefícios concedidos por órgão da Administração Federal, Estadual
e Municipal, salvo quando destinados a saldar débitos para com
o FGTS;
d) transferência de domicílio para o exterior;
e) registro ou arquivamento, nos órgãos competentes, de alteração ou distrato de contrato social, de estatuto, ou de qualquer
documento que implique modificação na estrutura jurídica do
empregador ou na sua extinção.
6- PODE O DETENTOR DE IMÓVEL RESIDENCIAL
RECEBIDO POR DOAÇÃO OU HERANÇA UTILIZAR O
FGTS NA COMPRA DE OUTRO IMÓVEL?
Sim, desde que o imóvel recebido por doação ou herança
esteja gravado com cláusula de usufruto vitalício em favor de terceiros.
7- POSSO UTILIZAR O FGTS PARA CONSTRUÇÃO?
Sim, desde que a construção seja feita em regime de cooperativa ou consórcio de imóveis, ou que haja um financiamento com
um agente financeiro, ou com um construtor (pessoa física ou jurídica). O construtor deverá apresentar cronograma de obra.
8- É PERMITIDO A UTILIZAÇÃO DO FGTS NA AQUISIÇÃO E CONSTRUÇÃO DE IMÓVEL MISTO, OU SEJA,
AQUELE DESTINADO À RESIDENCIA E INSTALAÇÃO DE
ATIVIDADES COMERCIAIS?
Somente para a fração correspondente à unidade residencial.
9- ONDE O IMÓVEL ADQUIRIDO DEVE SER LOCALIZADO?
No município onde o(s) adquirente(s) exerça(m) a sua ocupação principal, salvo quando se tratar de município limítrofe ou
integrante da região metropolitana; ou
No município em que o(s) adquirente(s) comprovar(em) que
já reside(m) há pelo menos 1 ano, cuja comprovação é feita mediante a apresentação de, no mínimo, 2 documentos simultâneos,
tais como contrato de aluguel; contas de água, luz, telefone ou
gás; recibos de condomínio; ou declaração do empregador ou de
instituição bancária.
O atendimento dos requisitos é exigido, também, em relação
ao coadquirente, exceto ao cônjuge. Tratando-se de concubinas,
a comprovação de um deles pode ser substituída pela declaração
de ambos de que a identidade de endereço decorre de união não
conjugal de natureza familiar, estável e duradoura, de conhecimento público.
10- O FGTS PODE SER UTILIZADO PELOS CONJUGES OU COMPANHEIROS, INDEPENDENTES DO REGIME DE CASAMENTO?
Sim, desde que aquele que não é adquirente principal compareça no contrato como coadquirente.
Didatismo e Conhecimento
13
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
A Lei nº 9.012/95 proíbe as instituições oficiais de crédito de
conceder empréstimos, financiamentos e outros benefícios a pessoas jurídicas em débito com o FGTS, senão vejamos:
GUIA DE RECOLHIMENTO DO FUNDO DE GARANTIA (GRF)
GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS (GRF) é utilizada
para efetuar todos os recolhimentos do FGTS referentes a qualquer competência e para prestar informações à Previdência Social. È obrigatório aos empregadores, pessoas físicas ou jurídicas e
equiparadas à empresa, que mantenham empregados, independentemente do número, com contrato de trabalho regido pela CLT e
estejam sujeitos ao recolhimento do FGTS, e a prestação de informações ao FGTS e à Previdência Social.
Deverão ser informados os dados da empresa e dos trabalhadores, os fatos geradores de contribuições previdenciárias e
valores devidos ao INSS, bem como as remunerações dos trabalhadores e valor a ser recolhido ao FGTS.
A GRF (Guia de Recolhimento do FGTS), é gerada após a
transmissão do arquivo SEFIP, no Conectividade Social. O recolhimento do FGTS para empregado doméstico e o depósito recursal ainda podem ser realizados mediante uso do formulário de
papel.
SEFIP (Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social) é um aplicativo desenvolvido
pela Caixa Econômica Federal, que permite ao empregador/contribuinte consolidar os dados cadastrais e financeiros da empresa
e seus empregados, bem como repassá-los ao FGTS e à Previdência Social.
A empresa está obrigada à entrega da GRF ainda que não
haja recolhimento para o FGTS, caso em que esta GRF será declaratória, contendo todas as informações cadastrais e financeiras de interesse da Previdência Social.
Entrega
A GRF deverá ser entregue/recolhida até o dia 7 do mês seguinte àquele em que a remuneração foi paga, creditada ou se tornou devida ao trabalhador e/ou tenha ocorrido outro fato gerador
de contribuição à Previdência Social. Caso não haja expediente
bancário no dia 7, a entrega deverá ser antecipada para o dia de
expediente bancário imediatamente anterior.
Importante: Para efeito de vencimento, considera-se como
dia não útil o sábado, o domingo e todo aquele constante no Calendário Nacional de feriados bancários, divulgados pelo Banco
Central do Brasil - BACEN.
Art. 1º É vedado às instituições oficiais de crédito conceder
empréstimos, financiamentos, dispensa de juros, multa e correção monetária ou qualquer outro benefício a pessoas jurídicas
em débito com as contribuições para o Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço-FGTS.
§ 1º A comprovação da quitação com o FGTS dar-se-á
mediante apresentação de certidão negativa de débito expedida
pela Caixa Econômica Federal.
§ 2º Os parcelamentos de débitos para com as instituições
oficiais de crédito somente serão concedidos mediante a
comprovação a que se refere o parágrafo anterior.
Art. 2º As pessoas jurídicas em débito com o FGTS não poderão celebrar contratos de prestação de serviços ou realizar
transação comercial de compra e venda com qualquer órgão da
administração direta, indireta, autárquica e fundacional, bem
como participar de concorrência pública.
Art. 28.
O CRF pode ser renovado a partir do décimo dia anterior
ao seu vencimento, desde que o empregador atenda às condições
necessárias à regularidade perante o FGTS.
O CRF da matriz está condicionado à sua regularidade e à de
suas filiais, bem como o certificado das filiais está condicionado à
regularidade da matriz.
Situações em que o empregador não tem o ateste de sua regularidade perante o FGTS via Internet:
DÉBITOS
•
ADMINISTRATIVOS
•
INSCRITO
•
AJUIZADO
•
CONFESSADO
•
DIFERENÇAS NO RECOLHIMENTO
PARCELAMENTOS
•
FORMALIZADO SEM O PAGAMENTO DA 1ª PARCELA
•
EM ATRASO
•
RESCINDIDO
Desobrigados de entregar a GRF
•
O contribuinte individual sem segurado que lhe preste
serviço;
•
O segurado especial;
•
Os órgãos públicos em relação aos servidores estatutários filiados a regime próprio de previdência social;
•
O empregador doméstico que não recolher o FGTS para
o empregado doméstico;
•
O segurado facultativo.
INADIMPLENCIA FOMENTO
•
CONTRATO EM ATRASO OU RESCINDIDO
INDICIOS DE IRREGULARIDADES
•
RECOLHIMENTO PARCIAL
•
AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO
•
RECOLHIMENTO APÓSENCERRAMENTO DE ATIVIDADES
•
DIVERGENCIA DE ENQUADRAMENTO DE CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
•
AUSÊNCIA DE PARÂMETROS DE CONTRIBUIÇÃO
SOCIAL
•
EXISTÊNCIA DE NOTIFIAÇÃO NÃO CADASTRADA.
Didatismo e Conhecimento
Penalidades
Deixar de apresentar a GRF, apresentá-la com dados não
correspondentes aos fatos geradores, bem como apresentá-la com
erro de preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores, sujeitarão os responsáveis às multas previstas na lei nº
8.212/91 e alterações posteriores, e às sanções previstas na lei nº
8.036/90.
14
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Nos casos acima, a correção da falta, antes de qualquer procedimento administrativo ou fiscal por parte do INSS, caracteriza
a denúncia espontânea, afastando a aplicação das penalidades previstas.
O pagamento da multa pela ausência de entrega da GRF não
supre a falta deste documento, permanecendo o impedimento para
obtenção de Certidão Negativa-CND.
Vamos estudar em seguida o que prevê a Lei nº 8.036/90 sobre
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, bem como o que prevê a
Lei complementar nº 7/ 1990 que institui o Programa de Integração Social (PIS).
LEI Nº 8.036, DE 11 DE MAIO DE 1990.
Dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, e dá
outras providências.
LEI COMPLEMENTAR 7/70(PIS)
A Lei Complementar n⁰7/70 institui o Programa de Integração Social, destinado a promover a integração do empregado na
vida e no desenvolvimento das empresas, viabilizando melhor distribuição da renda nacional.
São contribuintes do PIS as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhe são equiparadas pela legislação do Imposto de
Renda, inclusive empresas prestadoras de serviços, empresas públicas e sociedades de economia mista e suas subsidiárias, excluídas as microempresas e as empresas de pequeno porte submetidas
ao regime do Simples Federal.
A alíquota do PIS é de 0,65% ou 1,65% (a partir de 01.12.2002
- na modalidade não cumulativa - Lei 10.637/2002) sobre a receita
bruta ou 1% sobre a folha de salários, nos casos de entidades sem
fins lucrativos.
O cadastramento no PIS é feito pelo empregador, na primeira
admissão do trabalhador, por meio do formulário Documento de
Cadastramento do Trabalhador – DCT.
Após o cadastro o empregado recebe um cartão contendo o
seu número de inscrição, esse documento permite a consulta e saques dos benefícios sociais a que o trabalhador tem direito, como
por exemplo, o FGTS e Seguro-Desemprego.
Art. 2º O FGTS é constituído pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualização monetária e
juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obrigações.
§ 1º Constituem recursos incorporados ao FGTS, nos termos
do caput deste artigo:
a) eventuais saldos apurados nos termos do art. 12, § 4º;
b) dotações orçamentárias específicas;
c) resultados das aplicações dos recursos do FGTS;
d) multas, correção monetária e juros moratórios devidos;
e) demais receitas patrimoniais e financeiras.
§ 2º As contas vinculadas em nome dos trabalhadores são
absolutamente impenhoráveis.
A CAIXA, como administradora do PIS, presta os seguintes
serviços:
•
Inscrição;
•
Cadastramento de todos os trabalhadores vinculados às
categorias de empregados estabelecidas por lei;
•
Pagamento de Quotas de participação;
•
Valor existente nas contas individuais dos trabalhadores
cadastrados no Fundo PIS/PASEP até 04.10.1988, considerando
o salário e o tempo de serviço.
São detentores de quotas os empregados cadastrados no PIS/
PASEP no período de 1971 a 4 de outubro de 1988.
O saque das Quotas pode ser solicitado a qualquer momento,
exclusivamente nas agências da CAIXA, pelos seguintes motivos:
•
Aposentadoria;
•
Reforma Militar;
•
Invalidez Permanente;
•
Idade igual ou superior a 70 anos;
•
Transferência de militar para a reserva remunerada;
•
Titular ou dependente(s) portador (es) do vírus
HIV(SIDA/AIDS);
•
Neoplasia Maligna (câncer) do titular ou de seus dependentes;
•
Morte do participante;
•
Benefício Assistencial à pessoa portadora de deficiência
e ao idoso.
Rendimentos:
São os juros de 3% a.a. mais o Resultado Líquido Adicional
(RLA), calculados sobre o saldo atualizado das quotas existente
na conta do trabalhador creditados anualmente.
Art. 3o O FGTS será regido por normas e diretrizes estabelecidas por um Conselho Curador, composto por representação de trabalhadores, empregadores e órgãos e entidades
governamentais, na forma estabelecida pelo Poder Executivo.
I - Ministério do Trabalho;
II - Ministério do Planejamento e Orçamento;
III - Ministério da Fazenda;
IV - Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo;
V - Caixa Econômica Federal;
VI - Banco Central do Brasil.
§ 1º A Presidência do Conselho Curador será exercida pelo
representante do Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
§ 2º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de
2001)
§ 3º Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores
e seus respectivos suplentes serão indicados pelas respectivas
centrais sindicais e confederações nacionais e nomeados pelo
Ministro do Trabalho e da Previdência Social, e terão mandato de
2 (dois) anos, podendo ser reconduzidos uma única vez.
§ 4º O Conselho Curador reunir-se-á ordinariamente, a cada
bimestre, por convocação de seu Presidente. Esgotado esse período,
não tendo ocorrido convocação, qualquer de seus membros poderá
fazê-la, no prazo de 15 (quinze) dias. Havendo necessidade,
qualquer membro poderá convocar reunião extraordinária, na
forma que vier a ser regulamentada pelo Conselho Curador.
§ 5o As decisões do Conselho serão tomadas com a presença da maioria simples de seus membros, tendo o Presidente
voto de qualidade.
Didatismo e Conhecimento
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1º O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS),
instituído pela Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966, passa a
reger-se por esta lei.
15
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
§ 6º As despesas porventura exigidas para o comparecimento
às reuniões do Conselho constituirão ônus das respectivas
entidades representadas.
§ 7º As ausências ao trabalho dos representantes dos
trabalhadores no Conselho Curador, decorrentes das atividades
desse órgão, serão abonadas, computando-se como jornada
efetivamente trabalhada para todos os fins e efeitos legais.
§ 8º Competirá ao Ministério do Trabalho e da Previdência
Social proporcionar ao Conselho Curador os meios necessários
ao exercício de sua competência, para o que contará com uma
Secretaria Executiva do Conselho Curador do FGTS.
§ 9º Aos membros do Conselho Curador, enquanto
representantes dos trabalhadores, efetivos e suplentes, é assegurada
a estabilidade no emprego, da nomeação até um ano após o término
do mandato de representação, somente podendo ser demitidos
por motivo de falta grave, regularmente comprovada através de
processo sindical.
XIII - em relação ao Fundo de Investimento do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço - FI-FGTS:
a) aprovar a política de investimento do FI-FGTS por proposta do Comitê de Investimento;
b) decidir sobre o reinvestimento ou distribuição dos resultados positivos aos cotistas do FI-FGTS, em cada exercício;
c) definir a forma de deliberação, de funcionamento e a
composição do Comitê de Investimento;
d) estabelecer o valor da remuneração da Caixa Econômica Federal pela administração e gestão do FI-FGTS, inclusive
a taxa de risco;
e) definir a exposição máxima de risco dos investimentos
do FI-FGTS;
f) estabelecer o limite máximo de participação dos recursos do FI-FGTS por setor, por empreendimento e por classe de
ativo, observados os requisitos técnicos aplicáveis;
g) estabelecer o prazo mínimo de resgate das cotas e de
retorno dos recursos à conta vinculada, observado o disposto
no § 19 do art. 20 desta Lei;
h) aprovar o regulamento do FI-FGTS, elaborado pela
Caixa Econômica Federal; e
i) autorizar a integralização de cotas do FI-FGTS pelos
trabalhadores, estabelecendo previamente os limites globais e
individuais, parâmetros e condições de aplicação e resgate.
Art. 4º A gestão da aplicação do FGTS será efetuada pelo
Ministério da Ação Social, cabendo à Caixa Econômica Federal (CEF) o papel de agente operador.
Art. 5º Ao Conselho Curador do FGTS compete:
I - estabelecer as diretrizes e os programas de alocação de
todos os recursos do FGTS, de acordo com os critérios definidos nesta lei, em consonância com a política nacional de desenvolvimento urbano e as políticas setoriais de habitação popular, saneamento básico e infraestrutura urbana estabelecidas
pelo Governo Federal;
II - acompanhar e avaliar a gestão econômica e financeira
dos recursos, bem como os ganhos sociais e o desempenho dos
programas aprovados;
III - apreciar e aprovar os programas anuais e plurianuais
do FGTS;
IV - pronunciar-se sobre as contas do FGTS, antes do seu
encaminhamento aos órgãos de controle interno para os fins
legais;
V - adotar as providências cabíveis para a correção de atos
e fatos do Ministério da Ação Social e da Caixa Econômica
Federal, que prejudiquem o desempenho e o cumprimento das
finalidades no que concerne aos recursos do FGTS;
VI - dirimir dúvidas quanto à aplicação das normas regulamentares, relativas ao FGTS, nas matérias de sua competência;
VII - aprovar seu regimento interno;
VIII - fixar as normas e valores de remuneração do agente
operador e dos agentes financeiros;
IX - fixar critérios para parcelamento de recolhimentos
em atraso;
X - fixar critério e valor de remuneração para o exercício
da fiscalização;
XI - divulgar, no Diário Oficial da União, todas as decisões
proferidas pelo Conselho, bem como as contas do FGTS e os
respectivos pareceres emitidos.
XII - fixar critérios e condições para compensação entre
créditos do empregador, decorrentes de depósitos relativos a
trabalhadores não optantes, com contratos extintos, e débitos
resultantes de competências em atraso, inclusive aqueles que
forem objeto de composição de dívida com o FGTS.
Didatismo e Conhecimento
Art. 6º Ao Ministério da Ação Social, na qualidade de gestor da aplicação do FGTS, compete:
I - praticar todos os atos necessários à gestão da aplicação
do Fundo, de acordo com as diretrizes e programas estabelecidos pelo Conselho Curador;
II - expedir atos normativos relativos à alocação dos recursos para implementação dos programas aprovados pelo
Conselho Curador;
III - elaborar orçamentos anuais e planos plurianuais de
aplicação dos recursos, discriminando-os por Unidade da Federação, submetendo-os até 31 de julho ao Conselho Curador
do Fundo;
IV - acompanhar a execução dos programas de habitação
popular, saneamento básico e infraestrutura urbana, decorrentes de aplicação de recursos do FGTS, implementados pela
CEF;
V - submeter à apreciação do Conselho Curador as contas
do FGTS;
VI - subsidiar o Conselho Curador com estudos técnicos
necessários ao aprimoramento operacional dos programas de
habitação popular, saneamento básico e infraestrutura urbana;
VII - definir as metas a serem alcançadas nos programas
de habitação popular, saneamento básico e infraestrutura urbana.
Art. 7º À Caixa Econômica Federal, na qualidade de agente operador, cabe:
I - centralizar os recursos do FGTS, manter e controlar
as contas vinculadas, e emitir regularmente os extratos individuais correspondentes às contas vinculadas e participar da
rede arrecadadora dos recursos do FGTS;
II - expedir atos normativos referentes aos procedimentos administrativo-operacionais dos bancos depositários, dos
agentes financeiros, dos empregadores e dos trabalhadores,
integrantes do sistema do FGTS;
16
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
III - definir os procedimentos operacionais necessários à
execução dos programas de habitação popular, saneamento
básico e infraestrutura urbana, estabelecidos pelo Conselho
Curador com base nas normas e diretrizes de aplicação elaboradas pelo Ministério da Ação Social;
IV - elaborar as análises jurídica e econômico-financeira
dos projetos de habitação popular, infraestrutura urbana e saneamento básico a serem financiados com recursos do FGTS;
V - emitir Certificado de Regularidade do FGTS;
VI - elaborar as contas do FGTS, encaminhando-as ao Ministério da Ação Social;
VII - implementar os atos emanados do Ministério da
Ação Social relativos à alocação e aplicação dos recursos do
FGTS, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho
Curador.
VIII - (VETADO)
IX - garantir aos recursos alocados ao FI-FGTS, em cotas
de titularidade do FGTS, a remuneração aplicável às contas
vinculadas, na forma do caput do art. 13 desta Lei.
Parágrafo único. O Ministério da Ação Social e a Caixa
Econômica Federal deverão dar pleno cumprimento aos programas anuais em andamento, aprovados pelo Conselho Curador, sendo que eventuais alterações somente poderão ser processadas mediante prévia anuência daquele colegiado.
§ 1º A rentabilidade média das aplicações deverá ser suficiente
à cobertura de todos os custos incorridos pelo Fundo e ainda à
formação de reserva técnica para o atendimento de gastos
eventuais não previstos, sendo da Caixa Econômica Federal o
risco de crédito.
§ 2º Os recursos do FGTS deverão ser aplicados em habitação,
saneamento básico e infraestrutura urbana. As disponibilidades financeiras devem ser mantidas em volume que satisfaça
as condições de liquidez e remuneração mínima necessária à
preservação do poder aquisitivo da moeda.
§ 3º O programa de aplicações deverá destinar, no mínimo,
60 (sessenta) por cento para investimentos em habitação popular.
§ 4º Os projetos de saneamento básico e infraestrutura urbana, financiados com recursos do FGTS, deverão ser complementares aos programas habitacionais.
§ 5º As garantias, nas diversas modalidades discriminadas
no inciso I do caput deste artigo, serão admitidas singular ou
supletivamente, considerada a suficiência de cobertura para os
empréstimos e financiamentos concedidos.
§ 6o Mantida a rentabilidade média de que trata o § 1o, as
aplicações em habitação popular poderão contemplar sistemática de desconto, direcionada em função da renda familiar do
beneficiário, onde o valor do benefício seja concedido mediante
redução no valor das prestações a serem pagas pelo mutuário
ou pagamento de parte da aquisição ou construção de imóvel,
dentre outras, a critério do Conselho Curador do FGTS.
§ 7o Os recursos necessários para a consecução da sistemática de desconto serão destacados, anualmente, do orçamento
de aplicação de recursos do FGTS, constituindo reserva específica, com contabilização própria.
§ 8º É da União o risco de crédito nas aplicações efetuadas até
1º de junho de 2001 pelos demais órgãos integrantes do Sistema Financeiro da Habitação - SFH e pelas entidades credenciadas pelo Banco Central do Brasil como agentes financeiros,
subrogando-se nas garantias prestadas à Caixa Econômica
Federal.
Art. 8º O Ministério da Ação Social, a Caixa Econômica
Federal e o Conselho Curador do FGTS serão responsáveis
pelo fiel cumprimento e observância dos critérios estabelecidos nesta lei.
Art. 9o As aplicações com recursos do FGTS poderão ser
realizadas diretamente pela Caixa Econômica Federal e pelos demais órgãos integrantes do Sistema Financeiro da Habitação - SFH, exclusivamente segundo critérios fixados pelo
Conselho Curador do FGTS, em operações que preencham os
seguintes requisitos:
I - Garantias:
a) hipotecária;
b) caução de Créditos hipotecários próprios, relativos a
financiamentos concedidos com recursos do agente financeiro;
c) caução dos créditos hipotecários vinculados aos imóveis
objeto de financiamento;
d) hipoteca sobre outros imóveis de propriedade do agente financeiro, desde que livres e desembaraçados de quaisquer
ônus;
e) cessão de créditos do agente financeiro, derivados de
financiamentos concedidos com recursos próprios, garantidos
por penhor ou hipoteca;
f) hipoteca sobre imóvel de propriedade de terceiros;
g) seguro de crédito;
h) garantia real ou vinculação de receitas, inclusive tarifárias, nas aplicações contratadas com pessoa jurídica de direito
público ou de direito privado a ela vinculada;
i) aval em nota promissória;
j) fiança pessoal;
l) alienação fiduciária de bens móveis em garantia;
m) fiança bancária;
n) outras, a critério do Conselho Curador do FGTS;
II - correção monetária igual à das contas vinculadas;
III - taxa de juros média mínima, por projeto, de 3 (três)
por cento ao ano;
IV - prazo máximo de trinta anos.
Didatismo e Conhecimento
Art. 10. O Conselho Curador fixará diretrizes e estabelecerá critérios técnicos para as aplicações dos recursos do FGTS,
visando:
I - exigir a participação dos contratantes de financiamentos nos investimentos a serem realizados;
II - assegurar o cumprimento, por parte dos contratantes
inadimplentes, das obrigações decorrentes dos financiamentos
obtidos;
III - evitar distorções na aplicação entre as regiões do País,
considerando para tanto a demanda habitacional, a população
e outros indicadores sociais.
Art. 11. Os depósitos feitos na rede bancária, a partir de
1º de outubro de 1989, relativos ao FGTS, serão transferidos
à Caixa Econômica Federal no segundo dia útil subsequente à
data em que tenham sido efetuados.
Art. 12. No prazo de um ano, a contar da promulgação desta lei, a Caixa Econômica Federal assumirá o controle de todas
as contas vinculadas, nos termos do item I do art. 7º, passando
os demais estabelecimentos bancários, findo esse prazo, à condição de agentes recebedores e pagadores do FGTS, mediante
recebimento de tarifa, a ser fixada pelo Conselho Curador.
17
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
1º Enquanto não ocorrer a centralização prevista no caput deste artigo, o depósito efetuado no decorrer do mês será
contabilizado no saldo da conta vinculada do trabalhador, no
primeiro dia útil do mês subsequente.
2º Até que a Caixa Econômica Federal implemente as disposições do caput deste artigo, as contas vinculadas continuarão sendo abertas em estabelecimento bancário escolhido pelo
empregador, dentre os para tanto autorizados pelo Banco Central do Brasil, em nome do trabalhador.
3º Verificando-se mudança de emprego, até que venha a
ser implementada a centralização no caput deste artigo, a conta vinculada será transferida para o estabelecimento bancário
da escolha do novo empregador.
4º Os resultados financeiros auferidos pela Caixa Econômica Federal no período entre o repasse dos bancos e o depósito nas contas vinculadas dos trabalhadores destinar-se-ão à
cobertura das despesas de administração do FGTS e ao pagamento da tarifa aos bancos depositários, devendo os eventuais
saldos ser incorporados ao patrimônio do Fundo nos termos
do art. 2º, § 1º.
5º Após a centralização das contas vinculadas, na Caixa
Econômica Federal, o depósito realizado no prazo regulamentar passa a integrar o saldo da conta vinculada do trabalhador
a partir do dia 10 (dez) do mês de sua ocorrência. O depósito
realizado fora do prazo será contabilizado no saldo no dia 10
(dez) subsequente após atualização monetária e capitalização
de juros.
4º O saldo das contas vinculadas é garantido pelo Governo
Federal, podendo ser instituído seguro especial para esse fim.
Art. 14. Fica ressalvado o direito adquirido dos trabalhadores que, à data da promulgação da Constituição Federal de
1988, já tinham o direito à estabilidade no emprego nos termos
do Capítulo V do Título IV da CLT.
1º O tempo do trabalhador não optante do FGTS, anterior
a 5 de outubro de 1988, em caso de rescisão sem justa causa
pelo empregador, reger-se-á pelos dispositivos constantes dos
arts. 477, 478 e 497 da CLT.
2º O tempo de serviço anterior à atual Constituição poderá
ser transacionado entre empregador e empregado, respeitado
o limite mínimo de 60 (sessenta) por cento da indenização prevista.
3º É facultado ao empregador desobrigar-se da responsabilidade da indenização relativa ao tempo de serviço anterior
à opção, depositando na conta vinculada do trabalhador, até
o último dia útil do mês previsto em lei para o pagamento de
salário, o valor correspondente à indenização, aplicando-se ao
depósito, no que couber, todas as disposições desta lei.
4º Os trabalhadores poderão a qualquer momento optar
pelo FGTS com efeito retroativo a 1º de janeiro de 1967 ou à
data de sua admissão, quando posterior àquela.
Art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada
mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no
mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração
as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho
de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto
de 1965.
§ 1º Entende-se por empregador a pessoa física ou a pessoa
jurídica de direito privado ou de direito público, da administração
pública direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes,
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que
admitir trabalhadores a seu serviço, bem assim aquele que, regido
por legislação especial, encontrar-se nessa condição ou figurar
como fornecedor ou tomador de mão-de-obra, independente da
responsabilidade solidária e/ou subsidiária a que eventualmente
venha obrigar-se.
§ 2º Considera-se trabalhador toda pessoa física que prestar
serviços a empregador, a locador ou tomador de mão-de-obra,
excluídos os eventuais, os autônomos e os servidores públicos
civis e militares sujeitos a regime jurídico próprio.
§ 3º Os trabalhadores domésticos poderão ter acesso ao regime
do FGTS, na forma que vier a ser prevista em lei.
§ 4º Considera-se remuneração as retiradas de diretores
não empregados, quando haja deliberação da empresa, garantindo-lhes os direitos decorrentes do contrato de trabalho de
que trata o art. 16.
§ 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos casos de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho.
§ 6º Não se incluem na remuneração, para os fins desta Lei,
as parcelas elencadas no § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24 de
julho de 1991.
Art. 13. Os depósitos efetuados nas contas vinculadas serão corrigidos monetariamente com base nos parâmetros fixados para atualização dos saldos dos depósitos de poupança e
capitalização juros de (três) por cento ao ano.
1º Até que ocorra a centralização prevista no item I do art.
7º, a atualização monetária e a capitalização de juros correrão
à conta do Fundo e o respectivo crédito será efetuado na conta
vinculada no primeiro dia útil de cada mês, com base no saldo
existente no primeiro dia útil do mês anterior, deduzidos os
saques ocorridos no período.
2º Após a centralização das contas vinculadas, na Caixa
Econômica Federal, a atualização monetária e a capitalização
de juros correrão à conta do Fundo e o respectivo crédito será
efetuado na conta vinculada, no dia 10 (dez) de cada mês, com
base no saldo existente no dia 10 (dez) do mês anterior ou no
primeiro dia útil subsequente, caso o dia 10 (dez) seja feriado
bancário, deduzidos os saques ocorridos no período.
3º Para as contas vinculadas dos trabalhadores optantes
existentes à data de 22 de setembro de 1971, a capitalização
dos juros dos depósitos continuará a ser feita na seguinte progressão, salvo no caso de mudança de empresa, quando a capitalização dos juros passará a ser feita à taxa de 3 (três) por
cento ao ano:
I - 3 (três) por cento, durante os dois primeiros anos de
permanência na mesma empresa;
II - 4 (quatro) por cento, do terceiro ao quinto ano de permanência na mesma empresa;
III - 5 (cinco) por cento, do sexto ao décimo ano de permanência na mesma empresa;
IV - 6 (seis) por cento, a partir do décimo primeiro ano de
permanência na mesma empresa.
Didatismo e Conhecimento
18
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
§ 7o Os contratos de aprendizagem terão a alíquota a que
se refere o caput deste artigo reduzida para dois por cento.
Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada nas seguintes situações:
I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa
recíproca e de força maior;
II - extinção total da empresa, fechamento de quaisquer
de seus estabelecimentos, filiais ou agências, supressão de parte de suas atividades, declaração de nulidade do contrato de
trabalho nas condições do art. 19-A, ou ainda falecimento do
empregador individual sempre que qualquer dessas ocorrências implique rescisão de contrato de trabalho, comprovada
por declaração escrita da empresa, suprida, quando for o caso,
por decisão judicial transitada em julgado;
III - aposentadoria concedida pela Previdência Social;
IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus
dependentes, para esse fim habilitados perante a Previdência
Social, segundo o critério adotado para a concessão de pensões
por morte. Na falta de dependentes, farão jus ao recebimento
do saldo da conta vinculada os seus sucessores previstos na lei
civil, indicados em alvará judicial, expedido a requerimento do
interessado, independente de inventário ou arrolamento;
V - pagamento de parte das prestações decorrentes de financiamento habitacional concedido no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), desde que:
a) o mutuário conte com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do FGTS, na mesma empresa ou em empresas diferentes;
b) o valor bloqueado seja utilizado, no mínimo, durante o
prazo de 12 (doze) meses;
c) o valor do abatimento atinja, no máximo, 80 (oitenta)
por cento do montante da prestação;
VI - liquidação ou amortização extraordinária do saldo
devedor de financiamento imobiliário, observadas as condições estabelecidas pelo Conselho Curador, dentre elas a de
que o financiamento seja concedido no âmbito do SFH e haja
interstício mínimo de 2 (dois) anos para cada movimentação;
VII – pagamento total ou parcial do preço de aquisição de
moradia própria, ou lote urbanizado de interesse social não
construído, observadas as seguintes condições:
a) o mutuário deverá contar com o mínimo de 3 (três) anos
de trabalho sob o regime do FGTS, na mesma empresa ou empresas diferentes;
b) seja a operação financiável nas condições vigentes para
o SFH;
VIII - quando o trabalhador permanecer três anos ininterruptos, a partir de 1º de junho de 1990, fora do regime do
FGTS, podendo o saque, neste caso, ser efetuado a partir do
mês de aniversário do titular da conta.
IX - extinção normal do contrato a termo, inclusive o dos
trabalhadores temporários regidos pela Lei nº 6.019, de 3 de
janeiro de 1974;
X - suspensão total do trabalho avulso por período igual
ou superior a 90 (noventa) dias, comprovada por declaração
do sindicato representativo da categoria profissional.
XI - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for acometido de neoplasia maligna.
XII - aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Privatização, regidos pela Lei n° 6.385, de 7 de dezembro de 1976,
permitida a utilização máxima de 50 % (cinquenta por cento)
do saldo existente e disponível em sua conta vinculada do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na data em que exercer
a opção.
Art. 16. Para efeito desta lei, as empresas sujeitas ao regime da legislação trabalhista poderão equiparar seus diretores
não empregados aos demais trabalhadores sujeitos ao regime
do FGTS. Considera-se diretor aquele que exerça cargo de administração previsto em lei, estatuto ou contrato social, independente da denominação do cargo.
Art. 17. Os empregadores se obrigam a comunicar mensalmente aos trabalhadores os valores recolhidos ao FGTS e
repassar-lhes todas as informações sobre suas contas vinculadas recebidas da Caixa Econômica Federal ou dos bancos
depositários.
Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por
parte do empregador, ficará este obrigado a depositar na conta vinculada do trabalhador no FGTS os valores relativos aos
depósitos referentes ao mês da rescisão e ao imediatamente anterior, que ainda não houver sido recolhido, sem prejuízo das
cominações legais.
§ 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa
causa, depositará este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS,
importância igual a quarenta por cento do montante de todos os
depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do
contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos
dos respectivos juros.
§ 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força
maior, reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que
trata o § 1º será de 20 (vinte) por cento.
§ 3° As importâncias de que trata este artigo deverão constar
da documentação comprobatória do recolhimento dos valores
devidos a título de rescisão do contrato de trabalho, observado o
disposto no art. 477 da CLT, eximindo o empregador, exclusivamente, quanto aos valores discriminados.
Art. 19. No caso de extinção do contrato de trabalho prevista no art. 14 desta lei, serão observados os seguintes critérios:
I - havendo indenização a ser paga, o empregador, mediante comprovação do pagamento daquela, poderá sacar o saldo
dos valores por ele depositados na conta individualizada do
trabalhador;
II - não havendo indenização a ser paga, ou decorrido o
prazo prescricional para a reclamação de direitos por parte
do trabalhador, o empregador poderá levantar em seu favor o
saldo da respectiva conta individualizada, mediante comprovação perante o órgão competente do Ministério do Trabalho
e da Previdência Social.
Art. 19-A. É devido o depósito do FGTS na conta vinculada do trabalhador cujo contrato de trabalho seja declarado
nulo nas hipóteses previstas no art. 37, § 2o, da Constituição
Federal, quando mantido o direito ao salário.
Parágrafo único. O saldo existente em conta vinculada,
oriundo de contrato declarado nulo até 28 de julho de 2001,
nas condições do caput, que não tenha sido levantado até essa
data, será liberado ao trabalhador a partir do mês de agosto
de 2002.
Didatismo e Conhecimento
19
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
§ 9° Decorrido o prazo mínimo de doze meses, contados
da efetiva transferência das quotas para os Fundos Mútuos de
Privatização, os titulares poderão optar pelo retorno para sua conta
vinculada no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
§ 10. A cada período de seis meses, os titulares das aplicações
em Fundos Mútuos de Privatização poderão transferi-las para
outro fundo de mesma natureza.
§ 11. O montante das aplicações de que trata o § 6° deste artigo
ficará limitado ao valor dos créditos contra o Tesouro Nacional de
que seja titular o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
§ 12. Desde que preservada a participação individual dos
quotistas, será permitida a constituição de clubes de investimento,
visando a aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Privatização.
§ 13. A garantia a que alude o § 4o do art. 13 desta Lei não
compreende as aplicações a que se referem os incisos XII e
XVII do caput deste artigo.
§ 14. Ficam isentos do imposto de renda:
I - a parcela dos ganhos nos Fundos Mútuos de Privatização até o limite da remuneração das contas vinculadas de que
trata o art. 13 desta Lei, no mesmo período; e
II - os ganhos do FI-FGTS e do Fundo de Investimento em
Cotas - FIC, de que trata o § 19 deste artigo.
§ 15. A transferência de recursos da conta do titular no Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço em razão da aquisição de ações,
nos termos do inciso XII do caput deste artigo, ou de cotas do
FI-FGTS não afetará a base de cálculo da multa rescisória de
que tratam os §§ 1o e 2o do art. 18 desta Lei.
§ 16. Os clubes de investimento a que se refere o § 12 poderão
resgatar, durante os seis primeiros meses da sua constituição,
parcela equivalente a 5% (cinco por cento) das cotas adquiridas,
para atendimento de seus desembolsos, autorizada a livre aplicação
do produto dessa venda, nos termos da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976.
§ 17. Fica vedada a movimentação da conta vinculada do
FGTS nas modalidades previstas nos incisos V, VI e VII deste
artigo, nas operações firmadas, a partir de 25 de junho de 1998,
no caso em que o adquirente já seja proprietário ou promitente
comprador de imóvel localizado no Município onde resida, bem
como no caso em que o adquirente já detenha, em qualquer parte
do País, pelo menos um financiamento nas condições do SFH.
§ 18. É indispensável o comparecimento pessoal do titular
da conta vinculada para o pagamento da retirada nas hipóteses
previstas nos incisos I, II, III, VIII, IX e X deste artigo, salvo em
caso de grave moléstia comprovada por perícia médica, quando
será paga a procurador especialmente constituído para esse fim.
§ 19. A integralização das cotas previstas no inciso XVII do
caput deste artigo será realizada por meio de Fundo de Investimento em Cotas - FIC, constituído pela Caixa Econômica Federal especificamente para essa finalidade.
§ 20. A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá os
requisitos para a integralização das cotas referidas no § 19 deste
artigo, devendo condicioná-la pelo menos ao atendimento das
seguintes exigências:
I - elaboração e entrega de prospecto ao trabalhador; e
II - declaração por escrito, individual e específica, pelo trabalhador de sua ciência quanto aos riscos do investimento que
está realizando.
XIII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for portador do vírus HIV;
XIV - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes estiver em estágio terminal, em razão de doença grave,
nos termos do regulamento;
XV - quando o trabalhador tiver idade igual ou superior
a setenta anos.
XVI - necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra de desastre natural, conforme disposto em regulamento,
observadas as seguintes condições:
a) o trabalhador deverá ser residente em áreas comprovadamente atingidas de Município ou do Distrito Federal em
situação de emergência ou em estado de calamidade pública,
formalmente reconhecidos pelo Governo Federal;
b) a solicitação de movimentação da conta vinculada será
admitida até 90 (noventa) dias após a publicação do ato de reconhecimento, pelo Governo Federal, da situação de emergência ou de estado de calamidade pública; e
c) o valor máximo do saque da conta vinculada será definido na forma do regulamento.
XVII - integralização de cotas do FI-FGTS, respeitado o
disposto na alínea i do inciso XIII do art. 5o desta Lei, permitida a utilização máxima de 30% (trinta por cento) do saldo
existente e disponível na data em que exercer a opção.
§ 1º A regulamentação das situações previstas nos incisos I e
II assegurar que a retirada a que faz jus o trabalhador corresponda
aos depósitos efetuados na conta vinculada durante o período de
vigência do último contrato de trabalho, acrescida de juros e
atualização monetária, deduzidos os saques.
§ 2º O Conselho Curador disciplinará o disposto no inciso V,
visando beneficiar os trabalhadores de baixa renda e preservar o
equilíbrio financeiro do FGTS.
§ 3º O direito de adquirir moradia com recursos do FGTS,
pelo trabalhador, só poderá ser exercido para um único imóvel.
§ 4º O imóvel objeto de utilização do FGTS somente poderá
ser objeto de outra transação com recursos do fundo, na forma que
vier a ser regulamentada pelo Conselho Curador.
§ 5º O pagamento da retirada após o período previsto em
regulamento, implicará atualização monetária dos valores devidos.
§ 6o Os recursos aplicados em cotas de fundos Mútuos de
Privatização, referidos no inciso XII, serão destinados, nas
condições aprovadas pelo CND, a aquisições de valores mobiliários, no âmbito do Programa Nacional de Desestatização, de
que trata a Lei no 9.491, de 1997, e de programas estaduais de
desestatização, desde que, em ambos os casos, tais destinações
sejam aprovadas pelo CND.
§ 7o Ressalvadas as alienações decorrentes das hipóteses
de que trata o § 8o, os valores mobiliários a que se refere o parágrafo anterior só poderão ser integralmente vendidos, pelos
respectivos Fundos, seis meses após a sua aquisição, podendo
ser alienada em prazo inferior parcela equivalente a 10% (dez
por cento) do valor adquirido, autorizada a livre aplicação do
produto dessa alienação, nos termos da Lei no 6.385, de 7 de
dezembro de 1976.
§ 8o As aplicações em Fundos Mútuos de Privatização e no
FI-FGTS são nominativas, impenhoráveis e, salvo as hipóteses
previstas nos incisos I a XI e XIII a XVI do caput deste artigo,
indisponíveis por seus titulares.
Didatismo e Conhecimento
20
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
IV - deixar de computar, para efeito de cálculo dos depósitos do FGTS, parcela componente da remuneração;
V - deixar de efetuar os depósitos e os acréscimos legais,
após notificado pela fiscalização.
§ 2º Pela infração do disposto no § 1º deste artigo, o infrator
estará sujeito às seguintes multas por trabalhador prejudicado:
a) de 2 (dois) a 5 (cinco) BTN, no caso dos incisos II e III;
b) de 10 (dez) a 100 (cem) BTN, no caso dos incisos I, IV e V.
§ 3º Nos casos de fraude, simulação, artifício, ardil, resistência,
embaraço ou desacato à fiscalização, assim como na reincidência,
a multa especificada no parágrafo anterior será duplicada, sem
prejuízo das demais cominações legais.
§ 4º Os valores das multas, quando não recolhidas no prazo
legal, serão atualizados monetariamente até a data de seu efetivo
pagamento, através de sua conversão pelo BTN Fiscal.
§ 5º O processo de fiscalização, de autuação e de imposição de
multas reger-se-á pelo disposto no Título VII da CLT, respeitado
o privilégio do FGTS à prescrição trintenária.
§ 6º Quando julgado procedente o recurso interposto na forma
do Título VII da CLT, os depósitos efetuados para garantia de
instância serão restituídos com os valores atualizados na forma
de lei.
§ 7º A rede arrecadadora e a Caixa Econômica Federal
deverão prestar ao Ministério do Trabalho e da Previdência Social
as informações necessárias à fiscalização.
§ 21. As movimentações autorizadas nos incisos V e VI do
caput serão estendidas aos contratos de participação de grupo de
consórcio para aquisição de imóvel residencial, cujo bem já tenha
sido adquirido pelo consorciado, na forma a ser regulamentada
pelo Conselho Curador do FGTS.
Art. 21. Os saldos das contas não individualizadas e das
contas vinculadas que se conservem ininterruptamente sem
créditos de depósitos por mais de cinco anos, a partir de 1º
de junho de 1990, em razão de o seu titular ter estado fora do
regime do FGTS, serão incorporados ao patrimônio do fundo, resguardado o direito do beneficiário reclamar, a qualquer
tempo, a reposição do valor transferido.
Parágrafo único. O valor, quando reclamado, será pago ao
trabalhador acrescido da remuneração prevista no § 2º do art.
13 desta lei.
Art. 22. O empregador que não realizar os depósitos previstos nesta Lei, no prazo fixado no art. 15, responderá pela
incidência da Taxa Referencial – TR sobre a importância correspondente.
§ 1o Sobre o valor dos depósitos, acrescido da TR, incidirão, ainda, juros de mora de 0,5% a.m. (cinco décimos por
cento ao mês) ou fração e multa, sujeitando-se, também, às
obrigações e sanções previstas no Decreto-Lei no 368, de 19 de
dezembro de 1968.
§ 2o A incidência da TR de que trata o caput deste artigo
será cobrada por dia de atraso, tomando-se por base o índice
de atualização das contas vinculadas do FGTS.
§ 2o-A. A multa referida no § 1o deste artigo será cobrada
nas condições que se seguem:
I – 5% (cinco por cento) no mês de vencimento da obrigação;
II – 10% (dez por cento) a partir do mês seguinte ao do
vencimento da obrigação.
§ 3o Para efeito de levantamento de débito para com o
FGTS, o percentual de 8% (oito por cento) incidirá sobre o
valor acrescido da TR até a data da respectiva operação.
Art. 24. Por descumprimento ou inobservância de quaisquer das obrigações que lhe compete como agente arrecadador, pagador e mantenedor do cadastro de contas vinculadas,
na forma que vier a ser regulamentada pelo Conselho Curador, fica o banco depositário sujeito ao pagamento de multa
equivalente a 10 (dez) por cento do montante da conta do empregado, independentemente das demais cominações legais.
Art. 25. Poderá o próprio trabalhador, seus dependentes e
sucessores, ou ainda o Sindicato a que estiver vinculado, acionar diretamente a empresa por intermédio da Justiça do Trabalho, para compeli-la a efetuar o depósito das importâncias
devidas nos termos desta lei.
Parágrafo único. A Caixa Econômica Federal e o Ministério do Trabalho e da Previdência Social deverão ser notificados
da propositura da reclamação.
Art. 23. Competirá ao Ministério do Trabalho e da Previdência Social a verificação, em nome da Caixa Econômica
Federal, do cumprimento do disposto nesta lei, especialmente quanto à apuração dos débitos e das infrações praticadas
pelos empregadores ou tomadores de serviço, notificando-os
para efetuarem e comprovarem os depósitos correspondentes
e cumprirem as demais determinações legais, podendo, para
tanto, contar com o concurso de outros órgãos do Governo Federal, na forma que vier a ser regulamentada.
§ 1º Constituem infrações para efeito desta lei:
I - não depositar mensalmente o percentual referente ao
FGTS, bem como os valores previstos no art. 18 desta Lei, nos
prazos de que trata o § 6o do art. 477 da Consolidação das Leis
do Trabalho - CLT;
II - omitir as informações sobre a conta vinculada do trabalhador;
III - apresentar as informações ao Cadastro Nacional do
Trabalhador, dos trabalhadores beneficiários, com erros ou
omissões;
Didatismo e Conhecimento
Art. 26. É competente a Justiça do Trabalho para julgar os
dissídios entre os trabalhadores e os empregadores decorrentes da aplicação desta lei, mesmo quando a Caixa Econômica
Federal e o Ministério do Trabalho e da Previdência Social figurarem como litisconsortes.
Parágrafo único. Nas reclamatórias trabalhistas que objetivam o ressarcimento de parcelas relativas ao FGTS, ou que,
direta ou indiretamente, impliquem essa obrigação de fazer, o
juiz determinará que a empresa sucumbente proceda ao recolhimento imediato das importâncias devidas a tal título.
Art. 27. A apresentação do Certificado de Regularidade do
FGTS, fornecido pela Caixa Econômica Federal, é obrigatória
nas seguintes situações:
21
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
a) habilitação e licitação promovida por órgão da Administração Federal, Estadual e Municipal, direta, indireta ou
fundacional ou por entidade controlada direta ou indiretamente pela União, Estado e Município;
b) obtenção, por parte da União, Estados e Municípios, ou
por órgãos da Administração Federal, Estadual e Municipal,
direta, indireta, ou fundacional, ou indiretamente pela União,
Estados ou Municípios, de empréstimos ou financiamentos
junto a quaisquer entidades financeiras oficiais; (Vide Medida
Provisória nº 526, de 2011) (Vide Lei nº 12.453, de 2011)
c) obtenção de favores creditícios, isenções, subsídios, auxílios, outorga ou concessão de serviços ou quaisquer outros
benefícios concedidos por órgão da Administração Federal,
Estadual e Municipal, salvo quando destinados a saldar débitos para com o FGTS;
d) transferência de domicílio para o exterior;
e) registro ou arquivamento, nos órgãos competentes, de
alteração ou distrato de contrato social, de estatuto, ou de
qualquer documento que implique modificação na estrutura
jurídica do empregador ou na sua extinção.
Art. 30. Fica reduzida para 1 1/2 (um e meio) por cento a
contribuição devida pelas empresas ao Serviço Social do Comércio e ao Serviço Social da Indústria e dispensadas estas entidades da subscrição compulsória a que alude o art. 21 da Lei
nº 4.380, de 21 de agosto de 1964.
Art. 28. São isentos de tributos federais os atos e operações
necessários à aplicação desta lei, quando praticados pela Caixa
Econômica Federal, pelos trabalhadores e seus dependentes ou
sucessores, pelos empregadores e pelos estabelecimentos bancários.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo às importâncias devidas, nos termos desta lei, aos trabalhadores e
seus dependentes ou sucessores.
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 14.5.1990
e retificado em 15.5.1990
Art. 31. O Poder Executivo expedirá o Regulamento desta
lei no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da data de sua promulgação.
Art. 32. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação,
revogada a Lei nº 7.839, de 12 de outubro de 1989, e as demais
disposições em contrário.
Brasília, 11 de maio de 1990; 169º da Independência e 102º
da República.
FERNANDO COLLOR
Zélia M. Cardoso de Mello
Antonio Magri
Margarida Procópio
LEI COMPLEMENTAR Nº 7, DE 7
DE SETEMBRO DE 1970
Institui o Programa de Integração Social, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que
o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei
Complementar:
Art. 29. Os depósitos em conta vinculada, efetuados nos
termos desta lei, constituirão despesas dedutíveis do lucro operacional dos empregadores e as importâncias levantadas a seu
favor implicarão receita tributável.
Art. 1.º - É instituído, na forma prevista nesta Lei, o Programa de Integração Social, destinado a promover a integração do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas.
§ 1º - Para os fins desta Lei, entende-se por empresa a pessoa
jurídica, nos termos da legislação do Imposto de Renda, e por
empregado todo aquele assim definido pela Legislação Trabalhista.
§ 2º - A participação dos trabalhadores avulsos, assim
definidos os que prestam serviços a diversas empresas, sem
relação empregatícia, no Programa de Integração Social, far-se-á
nos termos do Regulamento a ser baixado, de acordo com o art.
11 desta Lei.
Art. 29-A. Quaisquer créditos relativos à correção dos saldos das contas vinculadas do FGTS serão liquidados mediante
lançamento pelo agente operador na respectiva conta do trabalhador.
Art. 29-B. Não será cabível medida liminar em mandado de segurança, no procedimento cautelar ou em quaisquer
outras ações de natureza cautelar ou preventiva, nem a tutela
antecipada prevista nos arts. 273 e 461 do Código de Processo
Civil que impliquem saque ou movimentação da conta vinculada do trabalhador no FGTS.
Art. 2º - O Programa de que trata o artigo anterior será
executado mediante Fundo de Participação, constituído por
depósitos efetuados pelas empresas na Caixa Econômica Federal.
Parágrafo único - A Caixa Econômica Federal poderá celebrar convênios com estabelecimentos da rede bancária nacional, para o fim de receber os depósitos a que se refere este
artigo.
Art. 29-C. Nas ações entre o FGTS e os titulares de contas
vinculadas, bem como naquelas em que figurem os respectivos
representantes ou substitutos processuais, não haverá condenação em honorários advocatícios.
Art. 29-D. A penhora em dinheiro, na execução fundada
em título judicial em que se determine crédito complementar
de saldo de conta vinculada do FGTS, será feita mediante depósito de recursos do Fundo em conta vinculada em nome do
exequente, à disposição do juízo.
Parágrafo único. O valor do depósito só poderá ser movimentado, após liberação judicial, nas hipóteses previstas no
art. 20 ou para reversão ao Fundo.
Didatismo e Conhecimento
Art. 3º - O Fundo de Participação será constituído por
duas parcelas:
a) a primeira, mediante dedução do Imposto de Renda devido, na forma estabelecida no § 1º deste artigo, processando-se o seu recolhimento ao Fundo juntamente com o pagamento
do Imposto de Renda;
22
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
b) a segunda, com recursos próprios da empresa, calculados com base no faturamento, como segue:
(Vide Lei Complementar nº 17, de 1973)
1) no exercício de 1971, 0,15%;
2) no exercício de 1972, 0,25%;
3) no exercício de 1973, 0,40%;
4) no exercício de 1974 e subsequentes, 0,50%.
§ 1º - A dedução a que se refere a alínea a deste artigo será
feita sem prejuízo do direito de utilização dos incentivos fiscais
previstos na legislação em vigor e calculada com base no valor
do Imposto de Renda devido, nas seguintes proporções:
a) no exercício de 1971 -> 2%;
b) no exercício de 1972 - 3%;
c) no exercício de 1973 e subsequentes - 5%.
§ 2.º - As instituições financeiras, sociedades seguradoras
e outras empresas que não realizam operações de vendas de
mercadorias participarão do Programa de Integração Social com
uma contribuição ao Fundo de Participação de, recursos próprios
de valor idêntico do que for apurado na forma do parágrafo
anterior.
§ 3º- As empresas a título de incentivos fiscais estejam isentas,
ou venham a ser isentadas, do pagamento do Imposto de Renda,
contribuirão para o Fundo de Participação, na base de cálculo
como se aquele tributo fosse devido, obedecidas as percentagens
previstas neste artigo.
§ 4º - As entidades de fins não lucrativos, que tenham
empregados assim definidos pela legislação trabalhista,
contribuirão para o Fundo na forma da lei.
§ 5º - A Caixa Econômica Federal resolverá os casos omissos,
de acordo com os critérios fixados pelo Conselho Monetário
Nacional.
§ 1º - Para os fins deste artigo, a Caixa Econômica Federal,
com base nas Informações fornecidas pelas empresas, no prazo
de 180 (cento e oitenta) dias, contados da publicação desta Lei,
organizará um Cadastro - Geral dos participantes do Fundo, na
forma que for estabelecida em regulamento.
§ 2º - A omissão dolosa de nome de empregado entre os
participantes do Fundo sujeitará a empresa a multa, em benefício do Fundo, no valor de 10 (dez) meses de salários, devidos ao
empregado cujo nome houver sido omitido.
§ 3º - Igual penalidade será aplicada em caso de declaração
falsa sobre o valor do salário e do tempo de serviço do empregado
na empresa.
Art. 8º 1975)
Art. 9º 1975)
(Revogado pela Lei Complementar nº 26, de
Art. 10 - As obrigações das empresas, decorrentes desta
Lei, são de caráter exclusivamente fiscal, não gerando direitos
de natureza trabalhista nem incidência de qualquer contribuição previdenciária em relação a quaisquer prestações devidas,
por lei ou por sentença judicial, ao empregado.
Parágrafo único - As importâncias incorporadas ao Fundo
não se classificam como rendimento do trabalho, para qualquer efeito da legislação trabalhista, de Previdência Social ou
Fiscal e não se incorporam aos salários ou gratificações, nem
estão sujeitas ao imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza.
Art. 11 - Dentro de 120 (cento e vinte) dias, a contar da
vigência desta Lei, a Caixa Econômica Federal submeterá à
aprovação do Conselho Monetário Nacional o regulamento do
Fundo, fixando as normas para o recolhimento e a distribuição
dos recursos, assim como as diretrizes e os critérios para a sua
aplicação.
Parágrafo único - O Conselho Monetário Nacional pronunciar-se-á, no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar do seu
recebimento, sobre o projeto de regulamento do Fundo.
Art. 4.º - O Conselho Nacional poderá alterar, até 50%
(cinquenta por cento), para mais ou para menos, os percentuais de contribuição de que trata o § 2º do art. 3º, tendo em
vista a proporcionalidade das contribuições.
Art. 5º - A Caixa Econômica Federal emitirá, em nome de
cada empregado, uma Caderneta de Participação - Programa
de Integração Social - movimentável na forma dos arts. 8º e 9º
desta Lei.
Art. 12 - As disposições desta Lei não se aplicam a quaisquer entidades integrantes da Administração Pública federal,
estadual ou municipal, dos Territórios e do Distrito Federal,
Direta ou Indireta adotando-se, em todos os níveis, para efeito
de conceituação, como entidades da Administração Indireta,
os critérios constantes dos Decretos - Leis nºs 200, de 25 de
fevereiro de 1967, e 900, de 29 de setembro de 1969.
Art. 6.º - A efetivação dos depósitos no Fundo correspondente à contribuição referida na alínea b do art. 3º será processada mensalmente a partir de 1º de julho de 1971.
Parágrafo único - A contribuição de julho será calculada
com base no faturamento de janeiro; a de agosto, com base no
faturamento de fevereiro; e assim sucessivamente.
Art. 13 - Esta Lei Complementar entrará em vigor na data
de sua publicação.
Art. 7º - A participação do empregado no Fundo far-se-á mediante depósitos efetuados em contas individuais abertas
em nome de cada empregado, obedecidos os seguintes critérios:
a) 50% (cinquenta por cento) do valor destinado ao Fundo
será dividido em partes proporcionais ao montante de salários
recebidos no período);
b) os 50% (cinquenta por cento) restantes serão divididos
em partes proporcionais aos quinquênios de serviços prestados
pelo empregado.
Didatismo e Conhecimento
(Revogado pela Lei Complementar nº 26, de
Art. 14 - Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 7 de setembro de 1970; 149º da Independência e
82º da República.
23
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Para memorizar os princípios descritos no art.37, caput,
CF/88 podemos utilizar a palavra LIMPE, vejamos:
•
LEGALIDADE
•
IMPESSOALIDADE
•
MORALIDADE
•
PUBLICIDADE
•
EFICIÊNCIA
2 ARTIGO 37 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
(PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: PRINCÍPIOS DA
LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDADE E EFICIÊNCIA).
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Como princípio da administração, significa que o administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos
mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e deles não se
pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e criminal.
Segundo o princípio da legalidade a Administração Pública
só pode fazer o que a lei permite, não há liberdade nem vontade
pessoal, ao contrário das relações particulares, que prevalece o
princípio da autonomia da vontade, que lhes permite fazer tudo o
que a lei não proíbe.
As leis administrativas são, normalmente, de ordem pública
e seus preceitos não podem ser descumpridos, nem mesmo por
acordo ou vontade conjunta de seus aplicadores e destinatários,
uma vez que contêm verdadeiros poderes-deveres, irrelegáveis pelos agentes públicos.
A lei deve ser executada pelo administrador guiando-se o mesmo
pelos valores jurídicos, para atender ao fim maior de todo o ordenamento jurídico, de todo o Estado, que é a de concretizar, de forma
clara e segura para os cidadãos, o ideal de justiça de forma concreta,
paupável e material.
Os princípios constitucionais são aqueles que guardam os valores fundamentais da ordem jurídica. Nos princípios constitucionais, condensam-se bens e valores considerados fundamentos de
validade de todo o sistema jurídico.
Os princípios constituem ideias gerais e abstratas, que expressam, em menor ou maiores escala todas as normas que compõem a
seara do direito. Poderíamos dizer que cada área do direito retrata a
concretização de certo número de princípios, que constituem o seu
núcleo central. Eles possuem uma força que permeia todo o campo
sob seu alcance. Daí por que todas as normas que compõem o direito constitucional devem ser estudadas, interpretadas, compreendidas à luz desses princípios. Os princípios consagrados constitucionalmente servem, a um só tempo, como objeto da interpretação
constitucional e como diretriz para a atividade interpretativa, como
guias a nortear a opção de interpretação.
Os princípios constituem a base, o alicerce de um sistema
jurídico. São verdadeiras proposições lógicas que fundamentam
e sustentam um sistema. Sabe-se que os princípios, ao lado das
regras, são normas jurídicas. Os princípios, porém, exercem dentro do sistema normativo um papel diferente dos das regras. As
regras, por descreverem fatos hipotéticos, possuem a nítida função
de regular, direta ou indiretamente, as relações jurídicas que se enquadrem nas molduras típicas por elas descritas. Não é assim com
os princípios, que são normas generalíssimas dentro do sistema.
Serve o princípio como limite de atuação do jurista. No mesmo passo em que funciona como vetor de interpretação, o princípio tem como função limitar a vontade subjetiva do aplicador do
direito, vale dizer, os princípios estabelecem balizamentos dentro
dos quais o jurista exercitará sua criatividade, seu senso do razoável e sua capacidade de fazer a justiça do caso concreto.
Os princípios da Administração Pública são regras que surgem como parâmetros para a interpretação das demais normas jurídicas. Têm a função de oferecer coerência e harmonia para o ordenamento jurídico. Encontram-se de maneira explícita ou não no
texto da Constituição Federal. Os primeiros são, por unanimidade,
os chamados princípios expressos (ou explícitos), estão previstos
no art. 37, caput, da Constituição Federal. Os demais são os denominados princípios reconhecidos (ou implícitos), estes variam
de acordo com cada autor, sendo trabalhado, no presente estudo
apenas os princípios reconhecidos pela doutrina majoritária e que
são mais exigidos em concursos.
Assim, são os princípios expressos da Administração Pública
os que estão inseridos no artigo 37 “caput” da Constituição Federal (CF): legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência, nestes termos:
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
Princípio da impessoalidade está relacionado com a finalidade
pública que deve nortear toda a atividade administrativa, que nada
mais é que a imposição ao administrador público só praticar o ato para
o seu fim legal, e o fim legal da administração pública é unicamente
aquele que a norma de Direito indica expressamente ou virtualmente
como objetivo do ato, de forma impessoal.
O princípio da impessoalidade busca assegurar que, diante
dos administrados, as realizações administrativo-governamentais
não sejam propriamente do funcionário ou da autoridade, mas exclusivamente da entidade pública que a efetiva.
Custeada com dinheiro público, a atividade da Administração Pública jamais poderá ser apropriada, para quaisquer fins,
por aquele que, em decorrência do exercício funcional, se viu na
condição de executa-la. É, por excelência, impessoal, unicamente
imputável à estrutura administrativa ou governamental incumbida
de sua prática, para todos os fins que se fizerem de direito.
Podemos mencionar como exemplo de violação a esse princípio, a realização de publicidade ou propaganda pessoa do administrador com verbas públicas ou ainda, a edição de atos normativos
com o objetivo de conseguir benefícios pessoais.
Todo e qualquer administrado deve sempre relacionar-se de
forma impessoal com a Administração, ou com quem sem seu
nome atue, sem que suas características pessoais, sejam elas quais
forem, possam ensejar predileções ou discriminações de qualquer
natureza.
PRINCÍPIO DA MORALIDADE
Princípio da moralidade, é aquele que determina que os atos
da Administração Pública devam estar inteiramente conformados
aos padrões éticos dominantes na sociedade para a gestão dos bens
e interesses públicos, sob pena de invalidade jurídica.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
Didatismo e Conhecimento
24
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
O princípio da moralidade administrativa constitui pressuposto de validade de todo ato da Administração Pública.
O ato administrativo não terá de obedecer somente à lei jurídica, mas também à lei ética da própria instituição. O agente administrativo como ser humano dotado de capacidade de atuar, deve
distinguir o Bem do Mal.
Podemos citar a Improbidade Administrativa como exemplo
de não ser moral na Administração Pública.
Exemplos de Improbidade Administrativa- enriquecimento
ilícito, o superfaturamento, a lesão aos cofres públicos, o “tráfico
de influência” e o favorecimento, mediante a concessão de favores
e privilégios ilícitos, e a revelação de fato ou circunstância de que
o funcionário tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo.
O administrador, para melhor se empenhar na busca do interesse público, possui direitos que asseguram uma maior amplitude
e segurança em suas relações.
No entanto, sempre que esses direitos forem utilizados para
finalidade diversa do interesse público, o administrador será responsabilizado e surgirá o abuso de poder.
c) Indisponibilidade do Interesse Público: Os bens e interesses públicos são indisponíveis, ou seja, não pertencem à Administração ou a seus agentes, cabendo aos mesmos somente sua
gestão em prol da coletividade. Veda ao administrador quaisquer
atos que impliquem renúncia de direitos da Administração ou que,
injustificadamente, onerem a sociedade.
Impõe limitações ao Estado, correspondendo a uma contrapartida às prerrogativas estatais, decorrentes da supremacia do
interesse público sobre o particular. Assim, o Estado tem o poder
de desapropriar um imóvel (prerrogativa decorrente da supremacia
do interesse público), porém, deverá indenizar, como regra o proprietário, respeitando o direito à propriedade (limitação imposta
ao Estado).
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
O princípio da publicidade exige a ampla divulgação dos atos
praticados pela Administração Pública, exceto nos casos de sigilo,
ex. segurança nacional.
A publicidade não é elemento formativo do ato, é requisito de
eficácia e moralidade, por isso, os atos irregulares não se convalidam com a publicação, nem os regulares a dispensam para sua
exequidade, quando a lei ou o regulamento a exige.
O princípio as publicidade dos atos e contratos administrativos, além de assegurar seus efeitos externos, visa a propiciar seu
conhecimento e controle pelos interessados diretos e pelo povo
em geral.
d) Continuidade do Serviço Público: Os serviços públicos
por serem prestados no interesse da coletividade devem ser adequados e seu funcionamento não deve sofrer interrupções. A Lei
8.987/95 (estabelece normas gerais sobre as concessões e permissões de serviços públicos) em seu art. 6º, dispõe que serviço público adequado é aquele que atende a alguns requisitos, dentre eles,
o da continuidade.
Porém, devemos ressaltar que isto não se aplicará às interrupções por situações de emergência ou após aviso prévio – nos casos
de segurança, ordem técnica ou inadimplência do usuário.
Ainda como decorrência da aplicação de tal princípio, a CF,
em seu art. 37, VII, impõe que os limites ao exercício de greve do
servidor público sejam estabelecidos em lei específica.
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa
seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional, não
basta ser desempenhado apenas com legalidade, exige resultados
positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros.
Há ainda outros princípios que a Administração Pública deve
perseguir, dentre eles:
e) Probidade Administrativa: A conduta do administrador
público deve ser honesta, pautada na boa conduta e na boa-fé. Ganhou status constitucional com a atual Constituição de 1988. O
art. 37, §4º traz as consequências de um ato de improbidade administrativa e o art. 85, V, dispõe que é crime de responsabilidade
do Presidente da República a prática de atos que atentem contra a
probidade administrativa. A improbidade administrativa é regulamentada pela Lei 8.428/92.
a) Princípio da Motivação: É o princípio mais importante,
visto que sem a motivação não há o devido processo legal.
No entanto, motivação, neste caso, nada tem haver com aquele
estado de ânimo. Motivar significa mencionar o dispositivo legal
aplicável ao caso concreto, relacionar os fatos que concretamente
levaram à aplicação daquele dispositivo legal.
Todos os atos administrativos devem ser motivados para que
o Judiciário possa controlar o mérito do ato administrativo quanto
à sua legalidade. Para efetuar esse controle, devem-se observar os
motivos dos atos administrativos.
Hely Lopes Meirelles entende que o ato discricionário, editado sob a lei, confere ao administrador uma margem de liberdade
para fazer um juízo de conveniência e oportunidade, não sendo necessária a motivação, porém, se houver tal motivação, o ato deverá
condicionar-se à referida motivação. O entendimento majoritário,
no entanto, é de que, mesmo no ato discricionário, é necessária a
motivação para que se saiba qual o caminho adotado.
f) Autotutela: Decorre do princípio da legalidade. Por esse
princípio a Administração pode controlar seus próprios atos, anulando os ilegais (controle de legalidade) e revogando os inconvenientes ou inoportunos (controle de mérito). De forma sucinta, é o
princípio que autoriza que a Administração Pública revise os seus
atos e conserte os seus erros. Não deve ser confundido com a tutela
administrativa que representa a relação existente entre a Administração Direta e Indireta.
g) Razoabilidade e da Proporcionalidade: São tidos como
princípios gerais de Direito, aplicáveis a praticamente todos os
ramos da ciência jurídica. No âmbito do Direito Administrativo
encontram aplicação especialmente no que concerne à prática de
atos administrativos que impliquem restrição ou condicionamento
a direitos dos administrados ou imposição de sanções
administrativas.
b) Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o
Particular: Sempre que houver necessidade de satisfazer um interesse público, em detrimento de um interesse particular, prevalece
o interesse público. São as prerrogativas conferidas à Administração Pública, porque esta atua por conta dos interesses públicos.
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25
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
QUEM TEM DIREITO AO BENEFÍCIO BÁSICO, AO VARIÁVEL E AO VARIÁVEL PARA JOVEM?
O benefício básico é concedido às famílias em situação de
extrema pobreza. O valor deste benefício é de R$ 70,00 mensais,
independentemente da composição e do número de membros do
grupo familiar.
Benefício variável é concedido no valor mínimo de R$ 32,00
e beneficia famílias pobres e extremamente pobres que tenham,
sob sua responsabilidade, crianças e adolescentes na faixa de 0 a
15 anos, até o teto de 5 benefícios por família, ou seja, R$ 160,00.
O benefício variável para jovem é concedido às famílias em
situação de pobreza e extrema pobreza, que possuam, em sua
composição familiar, adolescentes de 16 e 17 anos matriculados
na escola. Cada benefício concedido tem o valor de R$ 38,00,
podendo ser acumulados até dois benefícios por família, no total
de R$ 76,00.
Funcionam como os maiores limitadores impostos à liberdade de atuação do administrador público, ou seja, limitam a discricionariedade administrativa. Trata-se da aferição da adequação
da conduta escolhida pelo agente público à finalidade que a lei
expressa.
Visa sempre analisar se a conduta do agente público foi razoável e se os fins atingidos foram proporcionais a determinado caso
em concreto.
h) Segurança Jurídica: O ordenamento jurídico vigente garante que a Administração deve interpretar a norma administrativa
da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que
se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
O princípio da segurança jurídica não veda que a Administração mude a interpretação dada anteriormente sobre determinada
norma administrativa, porém, veda que a Administração aplique
retroativamente essa nova interpretação.
Por força de tal princípio, por exemplo, veremos que a Administração Pública terá um prazo decadencial de 5 anos para anular
atos administrativos que beneficiem os seus destinatários, salvo se
comprovada a má-fé do administrador público.
POSSO RECEBER OS TRÊS BENEFÍCIOS?
As famílias em situação de extrema pobreza podem acumular
o benefício básico, o variável e o variável para jovem até o máximo de R$ 306,00 por mês.
Para fins de recebimento do Programa Bolsa Família:
Família é a unidade nuclear, eventualmente ampliada por outros indivíduos que com ela possuam laços de parentesco ou de
afinidade, que forme um grupo doméstico, vivendo sob o mesmo
teto e que se mantém pela contribuição de seus membros.
Renda familiar mensal é a soma dos rendimentos brutos
auferidos mensalmente pela totalidade dos membros da família,
excluindo-se os rendimentos concedidos por programas oficiais de
transferência de renda, nos termos do regulamento.
3- LEI 10.836/04 (BOLSA FAMÍLIA)
O Programa Bolsa Família foi criado para apoiar as famílias
mais pobres e garantir a elas o direito à alimentação e o acesso à
educação e à saúde. O programa visa à inclusão social dessa faixa
da população brasileira, por meio da transferência de renda e da
garantia de acesso a serviços essenciais.
CADASTRAMENTO
Cumprindo os requisitos para o recebimento do benefício ,
deve procurar o setor responsável pelo Bolsa Família no seu município, apresentar documento de identificação, para se cadastrar
no Cadastro Único dos Programas Sociais do Governo Federal,
o CadÚnico.
No entanto, esse cadastramento não implica que a família
passará a receber, imediatamente, o benefício do Bolsa Família.
Responsável pelo Programa
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
(MDS).
QUEM PODE SE BENEFICIAR COM O PROGRAMA?
A população alvo do programa é constituída por famílias em
situação de pobreza ou extrema pobreza. As famílias extremamente pobres são aquelas que têm renda per capita de até R$ 70,00
por mês.
As famílias pobres são aquelas que têm a renda per capita
entre R$ 70,01 a R$ 140,00 por mês, e que tenham em sua composição gestantes, nutrizes, crianças ou adolescentes entre 0 e 17
anos.
SELEÇÃO
A seleção das famílias aptas a receber o benefício é feita pelo
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS),
com base nos dados inseridos pelas prefeituras no CadÚnico. A
seleção é realizada mensalmente e o critério principal é a renda
per capita da família. Isto é, têm preferência de inclusão no programa aquelas com menor renda.
ONDE POSSO ME CADASTRAR?
As Prefeituras Municipais são responsáveis em cadastrar, digitar, transmitir, manter e atualizar a base de dados, acompanhar
as condições do benefício e articular e promover as ações complementares destinadas ao desenvolvimento autônomo das famílias
pobres do município.
CONDIÇÕES
•
Inclusão da família, pela prefeitura, no Cadastro Único
dos Programas Sociais do Governo Federal.
•
Seleção pelo Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome (MDS).
•
No caso de existência de gestantes, o comparecimento
às consultas de pré-natal, conforme calendário preconizado pelo
Ministério da Saúde.
•
Participação em atividades educativas ofertadas pelo
MS sobre aleitamento materno e alimentação saudável, no caso
de inclusão de nutrizes.
DEIXO DE RECEBER OUTROS BENEFÍCIOS COMO
BOLSA ESCOLA E AUXÍLIO-GÁS SE ME CADASTRAR NO
BOLSA FAMÍLIA?
O Bolsa Família unificou esses benefícios, portanto as famílias integradas ao programa deixam de receber os benefícios do
Bolsa Escola, Bolsa Alimentação Auxílio-Gás e passam a receber
exclusivamente o benefício Bolsa Família.
Didatismo e Conhecimento
26
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
•
Manter em dia o cartão de vacinação das crianças de 0
a 6 anos.
•
Garantir frequência mínima de 85% na escola, para
crianças e adolescentes de Garantir frequência mínima de 75%
na escola, para adolescentes de 16 e 17 anos.
•
Participar, quando for o caso, de programas de alfabetização de adultos de 6 a 15 anos.
I - família, a unidade nuclear, eventualmente ampliada por
outros indivíduos que com ela possuam laços de parentesco ou
de afinidade, que forme um grupo doméstico, vivendo sob o mesmo teto e que se mantém pela contribuição de seus membros;
II - (Revogado pela Medida Provisória nº 411, de 2007).
III - renda familiar mensal, a soma dos rendimentos brutos
auferidos mensalmente pela totalidade dos membros da família,
excluindo-se os rendimentos concedidos por programas oficiais
de transferência de renda, nos termos do regulamento.
§ 2o O valor do benefício básico será de R$ 58,00 (cinquenta
e oito reais) por mês, concedido a famílias com renda familiar
mensal per capita de até R$ 60,00 (sessenta reais). (Redação
dada pela Lei nº 11.692, de 2008)
§ 3o Serão concedidos a famílias com renda familiar mensal
per capita de até R$ 120,00 (cento e vinte reais), dependendo de
sua composição: (Redação dada pela Lei nº 11.692, de 2008)
I - o benefício variável no valor de R$ 18,00 (dezoito reais);
e (Redação dada pela Lei nº 11.692, de 2008)
II - o benefício variável, vinculado ao adolescente, no valor
de R$ 30,00 (trinta reais). (Redação dada pela Lei nº 11.692, de
2008)
§ 4º Os benefícios financeiros previstos nos incisos I, II, III
e IV do caput poderão ser pagos cumulativamente às famílias
beneficiárias, observados os limites fixados nos citados incisos II,
III e IV. (Incluído pela Lei nº 12.722, de 2012)
§ 5o A família cuja renda familiar mensal per capita esteja
compreendida entre os valores estabelecidos no § 2o e no § 3o deste artigo receberá exclusivamente os benefícios a que se referem
os incisos II e III do caput deste artigo, respeitados os limites fixados nesses incisos. (Redação dada pela Lei nº 11.692, de 2008)
§ 6o Os valores dos benefícios e os valores referenciais para
caracterização de situação de pobreza ou extrema pobreza de
que tratam os §§ 2o e 3o poderão ser majorados pelo Poder Executivo, em razão da dinâmica socioeconômica do País e de estudos técnicos sobre o tema, atendido o disposto no parágrafo
único do art. 6º.
§ 7o Os atuais beneficiários dos programas a que se refere o
parágrafo único do art. 1º, à medida que passarem a receber os
benefícios do Programa Bolsa Família, deixarão de receber os
benefícios daqueles programas.
§ 8o Considera-se benefício variável de caráter extraordinário a parcela do valor dos benefícios em manutenção das
famílias beneficiárias dos Programas Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, PNAA e Auxílio-Gás que, na data de ingresso dessas
famílias no Programa Bolsa Família, exceda o limite máximo
fixado neste artigo.
§ 9o O benefício a que se refere o § 8o será mantido até a
cessação das condições de elegibilidade de cada um dos beneficiários que lhe deram origem.
§ 10. O Conselho Gestor Interministerial do Programa Bolsa
Família poderá excepcionalizar o cumprimento dos critérios de
que trata o § 2o , nos casos de calamidade pública ou de situação
de emergência reconhecidos pelo Governo Federal, para fins de
concessão do benefício básico em caráter temporário, respeitados os limites orçamentários e financeiros.
§ 11. Os benefícios financeiros previstos nos incisos I, II,
III e IV do caput serão pagos, mensalmente, por meio de cartão
magnético bancário fornecido pela Caixa Econômica Federal com
a identificação do responsável, mediante o Número de Identificação
Social - NIS, de uso do Governo Federal. (Redação dada pela Lei
nº 12.722, de 2012)
LEI Nº 10.836 DE 09 DE JANEIRO DE 2004
Cria o Programa Bolsa Família e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o Fica criado, no âmbito da Presidência da República,
o Programa Bolsa Família, destinado às ações de transferência
de renda com condicionalidades.
Parágrafo único. O Programa de que trata o caput tem por
finalidade a unificação dos procedimentos de gestão e execução
das ações de transferência de renda do Governo Federal, especialmente as do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado
à Educação - Bolsa Escola, instituído pela Lei nº 10.219, de 11 de
abril de 2001, do Programa Nacional de Acesso à Alimentação
- PNAA, criado pela Lei nº 10.689, de 13 de junho de 2003, do
Programa Nacional de Renda Mínima vinculada à Saúde - Bolsa
Alimentação, instituído pela Medida Provisória n o 2.206-1, de 6
de setembro de 2001, do Programa Auxílio-Gás, instituído pelo
Decreto nº 4.102, de 24 de janeiro de 2002, e do Cadastramento
Único do Governo Federal, instituído pelo Decreto nº 3.877, de
24 de julho de 2001.
Art. 2o Constituem benefícios financeiros do Programa, observado o disposto em regulamento:
I - o benefício básico, destinado a unidades familiares que se
encontrem em situação de extrema pobreza;
II - o benefício variável, destinado a unidades familiares que
se encontrem em situação de pobreza e extrema pobreza e que
tenham em sua composição gestantes, nutrizes, crianças entre 0
(zero) e 12 (doze) anos ou adolescentes até 15 (quinze) anos, sendo pago até o limite de 5 (cinco) benefícios por família; (Redação
dada pela Lei nº 12.512, de 2011)
III - o benefício variável, vinculado ao adolescente, destinado a unidades familiares que se encontrem em situação de
pobreza ou extrema pobreza e que tenham em sua composição
adolescentes com idade entre 16 (dezesseis) e 17 (dezessete) anos,
sendo pago até o limite de 2 (dois) benefícios por família. (Redação dada pela Lei nº 11.692, de 2008)
IV - o benefício para superação da extrema pobreza, no limite de um por família, destinado às unidades familiares beneficiárias do Programa Bolsa Família e que, cumulativamente:
(Redação dada pela Lei nº 12.817, de 2013)
a) tenham em sua composição crianças e adolescentes de 0
(zero) a 15 (quinze) anos de idade; e (Redação dada pela Lei nº
12.817, de 2013)
b) apresentem soma da renda familiar mensal e dos benefícios financeiros previstos nos incisos I a III igual ou inferior
a R$ 70,00 (setenta reais) per capita.
(Incluído pela Lei nº
12.722, de 2012)
§ 1º Para fins do disposto nesta Lei, considera-se:
Didatismo e Conhecimento
27
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
do Programa Bolsa Família, com a finalidade de formular e
integrar políticas públicas, definir diretrizes, normas e procedimentos sobre o desenvolvimento e implementação do Programa
Bolsa Família, bem como apoiar iniciativas para instituição de
políticas públicas sociais visando promover a emancipação das
famílias beneficiadas pelo Programa nas esferas federal, estadual, do Distrito Federal e municipal, tendo as competências,
composição e funcionamento estabelecidos em ato do Poder
Executivo.
§ 12. Os benefícios poderão ser pagos por meio das seguintes
modalidades de contas, nos termos de resoluções adotadas pelo
Banco Central do Brasil: (Redação dada pela Lei nº 11.692, de
2008)
I – contas-correntes de depósito à vista; (Incluído pela Lei
nº 11.692, de 2008)
II - contas especiais de depósito à vista; (Incluído pela Lei
nº 11.692, de 2008)
III - contas contábeis; e (Incluído pela Lei nº 11.692, de
2008)
IV - outras espécies de contas que venham a ser criadas.
(Incluído pela Lei nº 11.692, de 2008)
§ 13. No caso de créditos de benefícios disponibilizados
indevidamente ou com prescrição do prazo de movimentação
definido em regulamento, os créditos reverterão automaticamente
ao Programa Bolsa Família.
§ 14. O pagamento dos benefícios previstos nesta Lei será
feito preferencialmente à mulher, na forma do regulamento.
§ 15. O benefício para superação da extrema pobreza
corresponderá ao valor necessário para que a soma da renda
familiar mensal e dos benefícios financeiros supere o valor de R$
70,00 (setenta reais) per capita. (Redação dada pela Lei nº 12.817,
de 2013)
§ 16. Caberá ao Poder Executivo ajustar, de acordo com
critério a ser estabelecido em ato específico, o valor definido para
a renda familiar per capita, para fins do pagamento do benefício
para superação da extrema pobreza. (Redação dada pela Lei nº
12.817, de 2013)
I - (revogado); (Incluído pela Lei nº 12.817, de 2013)
II - (revogado). (Incluído pela Lei nº 12.817, de 2013)
Art. 5o O Conselho Gestor Interministerial do Programa
Bolsa Família contará com uma Secretaria-Executiva, com a finalidade de coordenar, supervisionar, controlar e avaliar a operacionalização do Programa, compreendendo o cadastramento
único, a supervisão do cumprimento das condicionalidades, o
estabelecimento de sistema de monitoramento, avaliação, gestão
orçamentária e financeira, a definição das formas de participação e controle social e a interlocução com as respectivas instâncias, bem como a articulação entre o Programa e as políticas
públicas sociais de iniciativa dos governos federal, estadual, do
Distrito Federal e municipal.
Art. 6o As despesas do Programa Bolsa Família correrão à
conta das dotações alocadas nos programas federais de transferência de renda e no Cadastramento Único a que se refere o
parágrafo único do art. 1º, bem como de outras dotações do Orçamento da Seguridade Social da União que vierem a ser consignadas ao Programa.
Parágrafo único. O Poder Executivo deverá compatibilizar a
quantidade de beneficiários e de benefícios financeiros específicos do Programa Bolsa Família com as dotações Orçamentárias
existentes. (Redação dada pela Lei nº 12.817, de 2013)
§ 17. Os beneficiários com idade a partir de 14 (quatorze) anos
e os mencionados no inciso III do caput deste artigo poderão ter
acesso a programas e cursos de educação e qualificação profissionais.(Incluído pela Lei nº 12.817, de 2013)
Art. 7o Compete à Secretaria-Executiva do Programa Bolsa
Família promover os atos administrativos e de gestão necessários à execução orçamentária e financeira dos recursos originalmente destinados aos programas federais de transferência
de renda e ao Cadastramento Único mencionados no parágrafo
único do art. 1º.
§ 1o Excepcionalmente, no exercício de 2003, os atos administrativos e de gestão necessários à execução orçamentária e
financeira, em caráter obrigatório, para pagamento dos benefícios e dos serviços prestados pelo agente operador e, em caráter
facultativo, para o gerenciamento do Programa Bolsa Família,
serão realizados pelos Ministérios da Educação, da Saúde, de
Minas e Energia e pelo Gabinete do Ministro Extraordinário de
Segurança Alimentar e Combate à Fome, observada orientação
emanada da Secretaria-Executiva do Programa Bolsa Família
quanto aos beneficiários e respectivos benefícios.
§ 2o No exercício de 2003, as despesas relacionadas à execução dos Programas Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, PNAA e
Auxílio-Gás continuarão a ser executadas orçamentária e financeiramente pelos respectivos Ministérios e órgãos responsáveis.
§ 3o No exercício de 2004, as dotações relativas aos programas federais de transferência de renda e ao Cadastramento Único, referidos no parágrafo único do art. 1º, serão descentralizadas para o órgão responsável pela execução do Programa Bolsa
Família.
Art. 2º-A. A partir de 1º de março de 2013, o benefício previsto no inciso IV do caput do art. 2º será estendido, independentemente do disposto na alínea a desse inciso, às famílias beneficiárias que apresentem soma da renda familiar mensal e dos
benefícios financeiros previstos nos incisos I a III do caput do
art. 2º, igual ou inferior a R$ 70,00 (setenta reais) per capita.
(Incluído pela Lei nº 12.817, de 2013)
Art. 3o A concessão dos benefícios dependerá do cumprimento, no que couber, de condicionalidades relativas ao exame pré-natal, ao acompanhamento nutricional, ao acompanhamento
de saúde, à frequência escolar de 85% (oitenta e cinco por cento)
em estabelecimento de ensino regular, sem prejuízo de outras
previstas em regulamento.
Parágrafo único. O acompanhamento da frequência escolar
relacionada ao benefício previsto no inciso III do caput do art.
2o desta Lei considerará 75% (setenta e cinco por cento) de frequência, em conformidade com o previsto no inciso VI do caput
do art. 24 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. (Incluído
pela Lei nº 11.692, de 2008)
Art. 4o Fica criado, como órgão de assessoramento imediato
do Presidente da República, o Conselho Gestor Interministerial
Didatismo e Conhecimento
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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 8o A execução e a gestão do Programa Bolsa Família
são públicas e governamentais e dar-se-ão de forma descentralizada, por meio da conjugação de esforços entre os entes federados, observada a intersetorialidade, a participação comunitária
e o controle social.
§ 1o A execução e a gestão descentralizadas referidas no caput serão implementadas mediante adesão voluntária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios ao Programa Bolsa
Família. (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
§ 2o Fica instituído o Índice de Gestão Descentralizada do
Programa Bolsa Família - IGD, para utilização em âmbito estadual, distrital e municipal, cujos parâmetros serão regulamentados pelo Poder Executivo, e destinado a: (Incluído pela Lei nº
12.058, de 2009)
I - medir os resultados da gestão descentralizada, com base
na atuação do gestor estadual, distrital ou municipal na execução dos procedimentos de cadastramento, na gestão de benefícios e de condicionalidades, na articulação intersetorial, na implementação das ações de desenvolvimento das famílias beneficiárias e no acompanhamento e execução de procedimentos de
controle; (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
II - incentivar a obtenção de resultados qualitativos na gestão estadual, distrital e municipal do Programa; e (Incluído pela
Lei nº 12.058, de 2009)
III - calcular o montante de recursos a ser transferido aos
entes federados a título de apoio financeiro. (Incluído pela Lei nº
12.058, de 2009)
§ 3o A União transferirá, obrigatoriamente, aos entes federados que aderirem ao Programa Bolsa Família recursos para
apoio financeiro às ações de gestão e execução descentralizada
do Programa, desde que alcancem índices mínimos no IGD. (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
§ 4o Para a execução do previsto neste artigo, o Poder Executivo Federal regulamentará: (Incluído pela Lei nº 12.058, de
2009)
I - os procedimentos e as condições necessárias para adesão
ao Programa Bolsa Família, incluindo as obrigações dos entes
respectivos; (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
II - os instrumentos, parâmetros e procedimentos de avaliação de resultados e da qualidade de gestão em âmbito estadual,
distrital e municipal; e (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
III - os procedimentos e instrumentos de controle e acompanhamento da execução do Programa Bolsa Família pelos entes
federados. (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
§ 5o Os resultados alcançados pelo ente federado na gestão
do Programa Bolsa Família, aferidos na forma do inciso I do
§ 2o serão considerados como prestação de contas dos recursos
transferidos. (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
§ 6o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios submeterão suas prestações de contas às respectivas instâncias de controle social, previstas no art. 9o, e, em caso de não aprovação, os
recursos financeiros transferidos na forma do § 3o deverão ser
restituídos pelo ente federado ao respectivo Fundo de Assistência
Social, na forma regulamentada pelo Poder Executivo Federal.
(Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
§ 7o O montante total dos recursos de que trata o § 3o não
poderá exceder a 3% (três por cento) da previsão orçamentária total
relativa ao pagamento de benefícios do Programa Bolsa Família,
devendo o Poder Executivo fixar os limites e os parâmetros
mínimos para a transferência de recursos para cada ente federado.
(Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
Didatismo e Conhecimento
Art. 9o O controle e a participação social do Programa Bolsa
Família serão realizados, em âmbito local, por um conselho ou
por um comitê instalado pelo Poder Público municipal, na forma
do regulamento.
Parágrafo único. A função dos membros do comitê ou do
conselho a que se refere o caput é considerada serviço público
relevante e não será de nenhuma forma remunerada.
Art. 10. O art. 5º da Lei nº 10.689, de 13 de junho de 2003,
passa a vigorar com a seguinte alteração:
“Art. 5º As despesas com o Programa Nacional de Acesso
à Alimentação correrão à conta das dotações orçamentárias
consignadas na Lei Orçamentária Anual, inclusive oriundas do
Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, instituído pelo art.
79 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.” (NR)
Art. 11. Ficam vedadas as concessões de novos benefícios no
âmbito de cada um dos programas a que se refere o parágrafo
único do art. 1º .
Parágrafo único. A validade dos benefícios concedidos no
âmbito do Programa Nacional de Acesso à Alimentação - PNAA
- “Cartão Alimentação” encerra-se em 31 de dezembro de 2011.
(Incluído pela Lei nº 12.512, de 2011)
Art. 12. Fica atribuída à Caixa Econômica Federal a função de Agente Operador do Programa Bolsa Família, mediante
remuneração e condições a serem pactuadas com o Governo Federal, obedecidas as formalidades legais.
Art. 13. Será de acesso público a relação dos beneficiários e
dos respectivos benefícios do Programa a que se refere o caput
do art. 1º.
Parágrafo único. A relação a que se refere o caput terá divulgação em meios eletrônicos de acesso público e em outros
meios previstos em regulamento.
Art. 14. Sem prejuízo das responsabilidades civil, penal e administrativa, o servidor público ou o agente da entidade conveniada ou contratada responsável pela organização e manutenção
do cadastro de que trata o art. 1º será responsabilizado quando,
dolosamente: (Redação dada pela Lei nº 12.512, de 2011)
I - inserir ou fizer inserir dados ou informações falsas ou
diversas das que deveriam ser inscritas no Cadastro Único para
Programas Sociais do Governo Federal - Cadúnico; ou (Incluído pela Lei nº 12.512, de 2011)
II - contribuir para que pessoa diversa do beneficiário final
receba o benefício. (Incluído pela Lei nº 12.512, de 2011)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.512, de 2011)
§ 2º O servidor público ou agente da entidade contratada que
cometer qualquer das infrações de que trata o caput fica obrigado
a ressarcir integralmente o dano, aplicando-se-lhe multa nunca
inferior ao dobro e superior ao quádruplo da quantia paga indevidamente. (Redação dada pela Lei nº 12.512, de 2011)
Art. 14-A. Sem prejuízo da sanção penal, será obrigado a
efetuar o ressarcimento da importância recebida o beneficiário
que dolosamente tenha prestado informações falsas ou utilizado
qualquer outro meio ilícito, a fim de indevidamente ingressar ou
se manter como beneficiário do Programa Bolsa Família. (Incluído pela Lei nº 12.512, de 2011)
29
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Resposta Correta: “A”
Comentário: O programa do seguro-desemprego e Abono Salarial é disciplinado pela Lei nº 7.996/90, na qual em seu artigo
8, inciso II, § 1º, prevê que o trabalhador que tiver o benefício
do seguro desemprego cancelado em decorrência de comprovada
fraude deverá ser apenado com a suspensão do direito de recebê-lo, por dois anos, ressalvado o prazo de carência, dobrando-se
ainda, este período em caso de reincidência.
§ 1º O valor apurado para o ressarcimento previsto no caput
será atualizado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo - IPCA, divulgado pela Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística. (Incluído pela Lei nº 12.512, de 2011)
§ 2º Apurado o valor a ser ressarcido, mediante processo
administrativo, e não tendo sido pago pelo beneficiário, ao débito
serão aplicados os procedimentos de cobrança dos créditos da
União, na forma da legislação de regência. (Incluído pela Lei nº
12.512, de 2011)
02. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – TÉCNICO
BANCÁRIO NOVO – 2010 – UNB/CESP) A respeito da guia de
recolhimento do fundo de garantia por tempo de serviço e informação a previdência social (GFIP), assinale a opção correta.
A- A empresa está obrigada à entrega da GFIP, ainda que
não haja recolhimento do FGTS.
B- Contribuinte individual que tenha somente um segurado
que lhe preste serviço está desobrigado de entrega GFIP.
C- O pagamento da multa pela não entrega da GFIP supre a
falta do documento, o que permite a obtenção de certidão negativa
de débito.
D- Em uma mesma GFIP/SEFIP não podem constar trabalhadores que não recolhem para o FGTS.
E- O segurado especial é obrigado à entrega da GFIP.
Art. 15. Fica criado no Conselho Gestor Interministerial
do Programa Bolsa Família um cargo, código DAS 101.6, de
Secretário-Executivo do Programa Bolsa Família.
Art. 16. Na gestão do Programa Bolsa Família, aplicar-se-á,
no que couber, a legislação mencionada no parágrafo único do
art. 1º, observadas as diretrizes do Programa.
Art. 17. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 9 de janeiro de 2004; 183º da Independência e 116º
da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
José Dirceu de Oliveira e Silva
Este texto não substitui o publicado no DOU. de 12.1.2004
Resposta Correta: “A”
Comentário: O Decreto nº 2.803, de 20 de Outubro de 1998,
em seu art. 1º prevê que a empresa é obrigada a informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, por intermédio da Guia de Recolhimento ao Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço e Informações à Previdência Social - GFIP, na forma
por ele estabelecida, dados cadastrais, todos os fatos geradores
de contribuição previdenciária e outras informações de interesse
daquele Instituto. Assim, a empresa está obrigada à entrega da
GFIP ainda que não haja recolhimento para o FGTS, caso em
que esta GFIP será declaratória, contendo todas as informações
cadastrais e financeiras de interesse da Previdência Social.
QUESTÕES COMENTADAS
01. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – TÉCNICO
BANCÁRIO NOVO – 2010 – UNB/CESP) Acerca do Programa
do Seguro Desemprego e Abono Salarial, assinale a opção correta.
A- O trabalhador que tiver o benefício do seguro desemprego cancelado em decorrência de comprovada fraude deve ser
apenado com a suspensão do direito de recebê-lo, por dois anos,
ressalvado o prazo de carência.
B- Considere a seguinte situação hipotética: Quando faleceu, no dia 12/02/2010, Manoel tinha o direito de receber, ainda,
duas parcelas do seguro desemprego. Manoel tinha esposa, dona
de casa, dois filhos, um com cinco e o outro com dois anos de
idade. Nessa situação, a família de Manoel perceberá as parcelas
remanescentes do seguro desemprego.
C- Em caráter excepcional, os trabalhadores que estejam em
situação de desemprego involuntário por um período compreendido entre doze e 18 meses ininterruptos, e que já tenham sido
beneficiados com o recebimento do seguro desemprego, farão jus
a mais três parcelas desse benefício, cada uma correspondente, no
máximo a um salário mínimo.
D- O seguro desemprego pode ser requerido a partir do primeiro dia subsequente à data da extinção do contrato de trabalho.
E- Considere a seguinte situação hipotética: Orlando, servente de obras de uma construtora durante dois anos e três meses,
recebeu como último salário R$620,00. Orlando foi dispensado
sem justa causa e, no dia 16/03/2010, recebeu a parcela do seguro
desemprego. No dia 22/03/2010 recebeu proposta de trabalho para
executar atividades inerentes a servente de obras, com salário de
R$650,00, a qual não aceitou. Nessa situação, considerando que o
trabalhador não é obrigado a trabalhar onde não lhe interesse, Orlando deve continuar recebendo, segundo norma legal, as demais
parcelas do seguro desemprego.
Didatismo e Conhecimento
03. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – TÉCNICO
BANCÁRIO NOVO – 2010 – UNB/CESP) Com relação à movimentação da conta do FGTS, assinale a opção correta.
A- Necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorram de desastre natural, pode justificar movimentação de conta
FGTS, devendo a solicitação, nesse caso, ser apresentada pelo interessado até 120 dias após a publicação do ato de reconhecimento
pelo governo federal, da situação de emergência ou de estado de
calamidade pública.
B- O direito do trabalhador de adquirir moradia com recurso
do FGTS só pode ser exercido para um único imóvel.
C- No caso de extinção do contrato de trabalho por prazo
determinado, não é possível a movimentação dos valores relativos
à conta vinculada.
D- Se o trabalhador faleceu, o saldo da conta vinculante somente será pago aos dependentes indicados em alvará judicial.
E- Considerando que o gerente de uma empresa de confecções de roupa masculina completará 65 anos de idade, no dia
20/10/2010, nesse caso, a partir da data de seu aniversário, em
decorrência da idade, poderá movimentar sua conta vinculada.
Resposta Correta: “B”
30
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
do FGTS; Não ser titular de financiamento imobiliário ativo, concedido no âmbito do SFH, em qualquer parte do Território Nacional; Não ser proprietário, promitente comprador, cessionário
ou usufrutuário de imóvel residencial concluído ou em construção
localizado: No município onde exerce sua ocupação principal; Na
região metropolitana na qual se situe o município onde exerce sua
ocupação principal; Nos municípios limítrofes daquele onde exerce sua ocupação principal; No atual município de residência; No
município onde pretende adquirir com o uso do FGTS.
Comentário: A Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, que dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, em seu artigo 20, §3º, prevê o direito de se adquirir moradia com recursos do
FGTS pelo trabalhador apenas para um único imóvel.
04. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – TÉCNICO
BANCÁRIO NOVO – 2010 – UNB/CESP) Acerca da obrigação
do empregador no que se refere ao FGTS, assinale a opção correta.
A- Somente o trabalhador ou, no caso de seu falecimento,
seus herdeiros, podem acionar diretamente a empresa, por intermédio da justiça do trabalho, para compeli-la a efetuar o depósito
das importâncias devidas relativas ao FGTS.
B- Os empregadores rurais estão desobrigados do deposito
do FGTS de seus empregados, já que aos trabalhadores rurais não
cabe a aplicação do regime do FGTS.
C- As empresas sujeitas ao regime da legislação trabalhista
podem equiparar seus diretores não empregados aqueles que exercem cargo de administração previsto em lei, estatuto ou contrato
social, independentemente da denominação do cargo aos demais
trabalhadores sujeitos ao regime do FGTS.
D- Os empregadores estão obrigados a comunicar aos trabalhadores a cada seis meses, os valores recolhidos ao FGTS, cabendo à Caixa repassar aos empregados, uma vez por ano, todas as
informações sobre suas contas vinculadas.
E- Caso o empregador não realiza os depósitos do FGTS até
o dia 10 de cada mês, fica sujeito ao pagamento de multa correspondente a 8% no mês de vencimento da obrigação.
06. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – TÉCNICO
BANCÁRIO – 2010–(CESPE). Quanto ao Programa de Integração Social (PIS), assinale a opção correta.
A- Caso o trabalhador esteja impossibilitado de sacar pessoalmente suas quotas do PIS, seu represente legal, dependente ou
sucessor legal pode fazê-lo em seu nome.
B- È garantido a pessoa portadora de diabetes o saque
de suas quotas do PIS.
C- Suponha que Gilmar, brasileiro residente no exterior,
precise que lhe seja fornecido o saldo do PIS e que para tanto, nomeie seu primo Vander como seu representante legal. Nesse caso,
com a apresentação da procuração, Vander poderá requerer verbalmente, o fornecimento do saldo de Gilmar.
D- O pagamento de quotas PIS obedece a calendário próprio, não podendo ser pago a qualquer tempo.
E- As importâncias creditadas aos empregados nas cadernetas de participação do PIS são alienáveis e penhoráveis.
Resposta Correta: “C”
Comentário: Nos termos do artigo 16 da Lei nº 8.036/90, que
dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, podem
as empresas sujeitas ao regime da legislação trabalhista equiparar seus diretores não empregados àqueles que exercem cargo de
administração.
Resposta Correta: “A”
Comentário: diabetes não é doença grave, não gerando direito
ao saque de quotas do PIS; o requerimento de saldo deverá ser
feito por escrito; as quotas do PIS podem ser pagas a qualquer tempo: o que obedece a calendário próprio é o pagamento do abono e
rendimentos; as importâncias creditadas aos empregados nas cadernetas de participação do PIS são inalienáveis e impenhoráveis.
05. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – TÉCNICO
BANCÁRIO – 2004– FCC) A Caixa tem como grande fonte de
recursos os depósitos em cadernetas de poupança. Sua atuação
também está dirigida à centralização do recolhimento do FGTS
e à posterior aplicação de todos os recursos oriundos do FGTS.
Constitui impedimento para utilização do FGTS na compra da casa
própria:
A- Comprovação de tempo trabalhado superior a 3 anos sob
o regime do FGTS.
B- Utilização anterior, em um período inferior a 3 anos.
C- O imóvel estar localizado no município onde o comprador exerça sua ocupação principal, nos municípios limítrofes e na
região metropolitana.
D- Não ser promitente comprador ou proprietário de imóvel
residencial, concluído ou em construção financiado no SFH, em
qualquer parte do território nacional.
E- O imóvel estar localizado no atual município de residência do comprador.
07. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – TÉCNICO
BANCÁRIO – 2010–(CESPE). Com relação ao seguro-desemprego, assinale a opção correta:
A- Considere que Osvaldo tenha trabalhado, de 10/09/1998
a 22/04/2010, em uma empresa de informática, quando pediu demissão. Nesse caso, Osvaldo tem direito a percepção cinco parcelas do seguro-desemprego, correspondentes ao tempo de serviço.
B- Suponha que Pedro tenha trabalhado em uma panificadora, por quatro meses, tendo sido dispensado sem justa causa, em
27/04/2010. Nessa situação Pedro tem direito a percepção de duas
parcelas do seguro- desemprego.
C- Faz jus à percepção do seguro desemprego o trabalhador
que, dispensado sem justa causa, comprovar ter sido empregado
de pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada ou ter exercido
atividade legalmente reconhecida como autônoma durante, pelo
menos quinze meses nos últimos vinte e quatro meses.
D- Tem direito ao seguro desemprego o trabalhador que esteja desempregado por período máximo de seis meses, de forma
contínua ou alternada, a cada período aquisitivo de doze meses,
contados da data da dispensa que deu origem a primeira habilitação.
Resposta Correta: “B”
Comentário: Para utilizar os recursos da conta vinculada do
FGTS na aquisição de moradia própria o proponente deve atender aos seguintes pré-requisitos: Contar com o mínimo de três
anos, considerando todos os períodos de trabalho, sob o regime
Didatismo e Conhecimento
31
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
E- Considere que durante fiscalização do Ministério do
Trabalho e Emprego, Júlio tenha sido resgatado de situação de
trabalho forçado. Nesse caso o referido trabalhador tem direito a
percepção de cinco parcelas do seguro desemprego.
E- As empresas em que não haja nenhum fato gerador de
contribuição previdenciária a ser informado, em razão de determinadas competências, tais como comercialização de produto rural,
remuneração de contribuinte individual, retirada de pró-labore, valores pagos a cooperativa, não estão obrigadas a entregar a GFIP.
Resposta Correta: “C”
Comentário: tem direito ao benefício do seguro-desemprego
o trabalhador que tenha trabalhado empregado por período mínimo de seis meses de forma contínua, a cada período aquisitivo
de vinte e quatro meses, contados da data de dispensa que deu
origem à primeira habilitação; quem é resgatado de trabalho escravo tem direito de receber no máximo de três parcelas do seguro
desemprego no valor de um salário mínimo.
Resposta Correta: “A”
Comentário: A Lei Federal n° 9.528, de 10 de dezembro de
1997, ao alterar a Lei n° 8.212/91, obrigou as empresas a prestarem ao INSS informações relativas aos fatos geradores de contribuições previdenciárias e outras que comporão a base de dados
para fins de cálculos e concessão de benefícios previdenciários.
Conforme disposto no artigo 9º da Instrução Normativa RFB nº
925, de 6 de março de 2009, inexistindo fatos geradores de contribuição previdenciária para o CNPJ, os órgãos e entidades deverão apresentar GFIP com indicativo de ausência de fato gerador
- GFIP sem movimento - na primeira competência da ausência de
fatos eradores, dispensando-se a sua transmissão para as competências subsequentes até a ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária.
08. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – TÉCNICO
BANCÁRIO – 2010–(CESPE). A respeito do abono salarial, assinale a opção correta.
A- Empregado cadastrado no PIS desde 10/03/2009 tem direito ao recebimento do abono salarial em 2010.
B- O empregado que tenha trabalhado por cinco meses no
ano base e recebido 1,5 salário mínimo por mês trabalhado terá
direito ao saque do abono salarial.
C- Se uma trabalhadora, inscrita no PIS há dez anos, falecer,
a filha dessa trabalhadora, sua dependente, poderá sacar o abono salarial mediante a apresentação, tão somente de certidão de
nascimento ou de qualquer outro documento que comprove seu
parentesco com a falecida.
D- O pagamento do abono salarial é feito no período entre 1
de março e 31 de março de cada ano.
E- A execução dos pagamentos do abono salarial referente
a cada exercício financeiro é disciplinada em resoluções do Conselho Monetário Nacional, e as contribuições para o PIS/PASEP,
sua cobrança, fiscalização, metodologia de identificação dos fatos
geradores e aplicação das alíquotas, normatizadas pela Caixa.
10. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – TÉCNICO
BANCÁRIO –ADMINISTRATIVO- 2010– CESPE). Acerca
do Programa do Seguro-desemprego, assinale a opção correta:
A- A extinção do contrato de trabalho em decorrência de
rescisão indireta possibilita a percepção dos valores relativos ao
seguro desemprego.
B- Por falta de previsão legal, quando o empregado é retirado de situação de trabalho forçado, não faz jus ao seguro-desemprego.
C- A dispensa motivada dá ao empregado o direito à percepção dos valores inerentes ao seguro desemprego.
D- O Programa do Seguro Desemprego somente atende às
necessidades de desempregado.
E- No caso de despedida sem justa causa, o trabalhador terá
direito a percepção do seguro desemprego, desde que comprove
ter recebido salários de pessoa jurídica ou pessoa física, relativa
a cada um dos quatro meses imediatamente anterior à data da dispensa.
Resposta Correta: “B”
Comentário: o trabalhador necessita estar cadastrado há
pelo menos 5 anos para ter direito ao abono salarial; para saque
do abono de falecido dependente necessita comprovar a dependência por meio de certidão do INSS; o período de pagamento do
abono salarial vai de agosto a junho; as normas do abono salarial
são expedidas pelo CODEFAT e pelo Ministério do Trabalho e
Emprego.
Resposta Correta: “A”
Comentário: O trabalhador retirado de situação de trabalho
forçado tem direito a percepção do seguro-desemprego por um
período máximo de 3 meses, a cada período aquisitivo de doze
meses a contar da última parcela recebida; A dispensa motivada
não dá direito ao seguro-desemprego; O programa tem por finalidade prover assistência financeira temporária ao trabalhador
desempregado em virtude de dispensa sem justa causa, inclusive a
indireta e ao trabalhador comprovadamente resgatado de regime
de trabalho forçado ou da condição análoga à de escravo, visando também auxiliar os trabalhadores na busca de novo emprego,
podendo, para tanto, promover ações integradas de orientação,
recolocação e qualificação profissional; deve ter recebido salários consecutivos nos últimos 06 (seis) meses imediatos à data de
demissão.
09. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – TÉCNICO
BANCÁRIO – 2010–(CESPE). Com referencia à guia de recolhimento do fundo de garantia por tempo de serviço e informações
à previdência social (GFIP), assinale a opção correta.
A- Todas as pessoas físicas e jurídicas sujeitos a recolhimento do FGTS e às contribuições e (ou) informações à previdência social estão obrigados à entrega da GFIP.
B- O empregador doméstico é sempre obrigado entregar a
GFIP.
C- Caso o número de inscrição de determinada empresa individual cujas atividades estejam paralisadas não tenha sido ainda
encerrado junto à previdência social e haja, nessa empresa somente uma secretária segurada junto à previdência social, então o proprietário dessa empresa, não estará obrigado a entregar a GFIP.
D- Empresa que não faça depósito o FGTS está desobrigada
da entrega da GFIP.
Didatismo e Conhecimento
11. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – TÉCNICO
BANCÁRIO –ADMINISTRATIVO - 2010 – CESPE - adaptada). No que diz respeito ao abono e ao Fundo de Amparo ao
Trabalhador (FAT), assinale a opção correta:
32
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Resposta Correta: “E”
Comentário: A Lei Complementar nº 7, de 7 de Setembro de
1970, que institui o Programa de Integração Social, e dá outras
providências, prevê em seu artigo 7º, nos termos apresentados na
alternativa a forma de participação do empregado no Fundo de
Participação do PIS.
A- O abono salarial corresponde no mínimo, a quatro salários mínimos.
B- O FAT, vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego,
é destinado custeio do Programa Seguro Desemprego, ao pagamento do abono salarial e ao financiamento de programas de educação profissional e tecnológica e de desenvolvimento econômico.
C- Empregados que tenham percebido, de empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social (PIS)
ou para ou Programa de Formação do Patrimônio do Servido
Público(PASEP), até cinco salários mínimos médios de remuneração mensal no período trabalhado e que tenham exercido atividade
remunerada pelo menos durante trinta dias do ano base têm assegurado o direito à percepção do abono salarial.
D- Empregados que estejam cadastrados há pelo menos três
anos no Fundo de Participação PIS/PASEP ou no Cadastro Nacional do Trabalhador têm assegurado o direito à percepção do abono
salarial.
E- Bancos provados ou oficiais federais podem proceder o
pagamento das despesas relativas ao abono salarial, conforme normas definidas pelos gestores do FAT.
13. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – TÉCNICO
BANCÁRIO –ADMINISTRATIVO – 2010 – CESPE). A respeito da multa inerente ao FGTS devida ao empregador por ocasião da extinção do contrato de trabalho, assinale a opção correta.
A- Na hipótese da extinção do contrato de trabalho por culpa recíproca, a multa deve corresponder a 15% do valor existente
na conta vinculada do empregado.
B- Na dispensa por justa causa, a multa a ser paga pelo empregado deve corresponder a 20% do montante de todos os depósitos realizados na respectiva conta vinculada durante a vigência
do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos
dos respectivos juros.
C- No caso de extinção do contrato por motivo de força
maior, a multa corresponderá a 20% do montante de todos os depósitos realizados na respectiva conta vinculada durante a vigência
do contrato de trabalho, atualizado monetariamente e acrescidos
dos respectivos juros.
D- O valor relativo a multa em decorrência da extinção do
contrato de trabalho deve ser entregue diretamente ao empregado,
no momento da quitação das verbas rescisórias.
ENa hipótese de dispensa sem justa causa, é devida ao
empregado multa no valor de 50% no montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato
de trabalho, atualizados monetariamente e acrescido dos respectivos juros.
Resposta Correta: “B”
Comentário: Nos termos do previsto no artigo 10 da Lei º
7.998/90, com nova redação dada pela Lei nº 12.513, de 2011, “é
instituído o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), vinculado
ao Ministério do Trabalho e Emprego, destinado ao custeio do
Programa de Seguro-Desemprego, ao pagamento do abono salarial e ao financiamento de programas de educação profissional e
tecnológica e de desenvolvimento econômico”.
12. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – TÉCNICO
BANCÁRIO –ADMINISTRATIVO - 2010 – CESPE). Relativamente ao Programa de Integração Social (PIS), assinale a opção
correta:
A- Entidades de fins lucrativos que tenham até três empregados conforme definição pela legislação trabalhista, estão isentas
da contribuição para o Fundo de Participação do PIS.
B- Os depósitos destinados ao Fundo de Participação do PIS
somente podem ser feitos pelas empresas da Caixa, sendo impossível que entidades da rede bancária nacional recebam tais depósitos.
C- A omissão dolosa de nome de empregado entre os participantes do Fundo de Participação do PIS sujeitará a empresa a
multa, em benefício do fundo, no valor de cinco meses de salários,
devidos ao empregado cujo nome houver sido omitido. O empregador incorrerá nessa mesma multa declaração falsa sobre o valor
do salário e o tempo de serviço do empregado na empresa. Em
caso de reincidência, a multa corresponderá a vinte vezes o salário
do empregado.
D- O trabalhador é responsável pela sua inscrição nesse Programa.
E- A participação do empregado no Fundo de Participação
do PIS far-se-á mediante depósitos efetuados em contas individuais abertas em nome de cada empregado, sendo que 50% do
valor destinado ao fundo será dividido em partes proporcionais ao
montante de salários recebidos no período e os 50% restantes serão divididos em partes proporcionais aos quinquênios de serviços
prestados pelo empregado.
Didatismo e Conhecimento
Resposta Correta: “C”
Comentário: No caso de culpa recíproca ou força maior, o
empregador deverá recolher na conta vinculada do trabalhador
uma indenização de 20% sobre o total dos depósitos realizados na
conta do FGTS durante o contrato de trabalho, devidamente corrigido, inclusive sobre os saques ocorridos na vigência do contrato;
Na dispensa por justa causa não há pagamento da multa rescisória; Na demissão sem justa causa, o empregador deverá depositar
na sua conta vinculada uma indenização de 40%. A indenização é
calculada sobre o total dos depósitos realizados na conta do FGTS
durante o contrato de trabalho, devidamente corrigido, inclusive
sobre os depósitos sacados durante a vigência do contrato.
14. (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – TÉCNICO
BANCÁRIO –ADMINISTRATIVO- 2010– CESPE). Com relação aos princípios constitucionais da administração pública, assinale a opção correta.
A- Os princípios constitucionais a serem observados pela
administração pública direta são mais abrangentes do que aqueles
a serem observados pela administração indireta.
B- Considerando a rigidez que deve ser observada quanto
aos princípios constitucionais que regem a administração pública,
a aplicação do princípio da legalidade não comporta exceção.
C- O princípio da legalidade se revela como uma das garantias dos administradores. Esse princípio consiste na necessidade de
prévia legislação que permita a atuação do poder público.
33
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
D- De acordo com o princípio da publicidade, todos os atos
da administração devem ser públicos, não cabendo exceção à aplicação desse princípio.
E- A exigência de concurso público para ingresso em cargo
ou emprego público está relacionada ao princípio da publicidade.
médico é dispensado, sem justa causa, de um dos seus empregos
onde exercia sua atividade por mais de vinte anos. Nessa situação,
segundo a legislação vigente sobre seguro-desemprego, o médico
faria jus ao seguro-desemprego?
(A) Não, pois ele não preencheu o requisito objetivo do tempo
de permanência no emprego.
(B) Não, pois a existência de renda suficiente para a manutenção própria e de sua família seria impediente à percepção do
seguro-desemprego.
(C) Sim, pois o tempo mínimo de emprego para possibilitar a
percepção do seguro-desemprego é de vinte anos.
(D) Sim, pois o médico, sendo demitido, fica afastado, em
gozo de beneficio previdenciário, podendo cumular com o seguro-desemprego.
(E) Sim, pois, mesmo que ocupasse outro emprego, esse fato
não seria impeditivo de percepção do seguro-desemprego.
Resposta Correta: “C”
Comentário: Todos os órgãos da Administração Pública, seja
direta ou indireta, devem observar igualmente os princípios constitucionais previstos no art. 37 da Constituição Federal de 1988,
os quais sejam: o da Legalidade;
Impessoalidade; Moralidade; Publicidade e Eficiência (LIMPE); Embora seja o princípio da
legalidade um preceito constitucional de suma importância, pois
traz limites a atuação do Estado, este não possui eficácia absoluta podendo comportar algumas restritas exceções, por exemplo,
existem atos praticados pela Administração que não estão subordinados a lei, porque estes se encontram diretamente vinculados
à Constituição, dentre eles, destacam-se os decretos autônomos;
Como o princípio da legalidade o da publicidade pode comportar
exceções, um exemplo comum é o que ocorre no Tribunal do Júri
no onde aos jurados pela Constituição é concedido o sigilo das votações; A exigência de concurso público vincula-se ao princípio
da impessoalidade e não o da publicidade.
4. (CESGRANRIO - 2012 - Caixa - Técnico Bancário) Paulo é trabalhador empregado da empresa W. Ele foi despedido por
justa causa, o que veio a ser confirmado em decorrência de decisão
da Justiça do Trabalho em seu desfavor. Posteriormente, desiludido, Paulo veio a sofrer doença cardíaca e, em seguida, faleceu.
Diante das normas aplicáveis ao FGTS, o
(A) pagamento dos valores depositados na conta vinculada do
FGTS devem ser pagos à esposa ou, na sua ausência, aos filhos,
mesmo havendo dependentes habilitados na Previdência Social.
(B) levantamento dos valores pertinentes ao FGTS deveriam
ser levantados na despedida com justa causa ou sem justa causa.
(C) levantamento dos valores depositados na conta vinculada
do FGTS é possível na situação de haver despedida indireta ou de
culpa recíproca.
(D) empregado, caso tenha reconhecido o direito à aposentadoria e tenha sido a mesma concedida, permanecendo no emprego,
não poderá levantar as verbas do FGTS.
(E) trabalhador, mesmo em estado terminal e portando doença
grave, não pode levantar a verba depositada no FGTS.
EXERCICÍOS DE FIXAÇÃO
1. (CESGRANRIO - 2012 - Caixa - Técnico Bancário) Creso, servidor do órgão W, vinculado a determinado estado federado,
foi surpreendido com recomendação verbal de que deveria atender, em horário especial fora do expediente, a pessoas vinculadas
a determinada associação e que os problemas dessa associação
deveriam ter preferência sobre os demais que estivessem sob sua
responsabilidade.
Sob a ótica dos princípios constitucionais da Administração
Pública, tal prática, fere, predominantemente, o princípio da
(A) publicidade
(B) impessoalidade
(C) eficiência
(D) indisponibilidade
(E) continuidade
GABARITO:
2. (CESGRANRIO - 2012 - Caixa - Técnico Bancário)
Consoante às regras para a concessão do benefício do Programa
Bolsa Família, sabe-se que, no caso do benefício variável, destinado a unidades familiares que se encontrem em situação de pobreza
e extrema pobreza e que tenham em sua composição gestantes,
nutrizes, crianças entre 0 (zero) e 12 (doze) anos ou adolescentes
até 15 (quinze) anos, o número de benefícios está limitado, por
família, a
(A) um
(B) dois
(C) quatro
(D) cinco
(E) dez
B
2
D
3
B
4
C
ANOTAÇÕES
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3. (CESGRANRIO - 2012 - Caixa - Técnico Bancário) Mévio é médico e trabalha em dois locais mediante relação de emprego, possuindo também, além desses vínculos, consultório particular onde percebe renda superior a quarenta salários-mínimos. O
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ATENDIMENTO
ATENDIMENTO
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de
pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Prof. Mariela Ribeiro Nunes Cardoso
Jornalista e advogada na Área Civil e Direito de Família.
Especialização na Fundação Getúlio Vargas, graduada pelo
Centro Universitário Eurípides de Marília e pela Universidade de
Marília.
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública
ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem,
criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou
imaterial.
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das
relações de caráter trabalhista.
Caro Concurseiro:
Obrigado por adquirir a apostila da Editora Nova. Para nós
é uma imensa satisfação tê-lo como nosso leitor. Graças a sua
confiança nosso trabalho vem se expandindo por todo o país. Esperamos atender suas expectativas e auxilia-lo em seu estudo;
oferecemos suporte para dúvidas que porventura venham surgir.
A partir de agora serão analisados os temas em relação a
esta matéria.
O objetivo do presente trabalho é potencializar os seus estudos, sendo que procuramos trazer um conteúdo mais abrangente,
viabilizando um estudo mais aprofundado do tema.
O foco principal é disponibilizar um material didático, objetivo e de conteúdo amplo, que os capacite para concursos públicos.
Portanto, não deixe de fazer a leitura minuciosa de toda a
legislação pelo fato de que muitos artigos são autoexplicativos;
tentar explica-los ou comenta-los poderia não ser didático.
Diante disto, aproveitem o material fazendo-o bom uso e boa
sorte, para novas conquistas, com muita dedicação.
Acredite em sua aprovação! Acreditar em um sonho é o primeiro passo para conseguir conquista-lo!
CAPÍTULO II
Da Política Nacional de Relações de Consumo
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem
por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores,
o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus
interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem
como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente
o consumidor:
a) por iniciativa direta;
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações
representativas;
c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho.
III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor
com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico,
de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na
boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores,
quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços,
assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos
de consumo;
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e
utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e
nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores;
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.
1 LEGISLAÇÃO: LEI Nº 8.078/1990
(DISPÕE SOBRE A PROTEÇÃO
DO CONSUMIDOR E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS); RESOLUÇÕES CMN/
BACEN Nº 3.694/2009 (DISPÕE SOBRE A
PREVENÇÃO DE RISCOS NA CONTRATAÇÃO
DE OPERAÇÕES E NA PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS POR PARTE DE INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS) E ALTERAÇÕES
POSTERIORES.
LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.
Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
TÍTULO I
Dos Direitos do Consumidor
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e
defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos
termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição
Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.
Didatismo e Conhecimento
1
ATENDIMENTO
CAPÍTULO IV
Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da Reparação dos Danos
SEÇÃO I
Da Proteção à Saúde e Segurança
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de
Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos,
entre outros:
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para
o consumidor carente;
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do Ministério Público;
III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo;
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo;
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das
Associações de Defesa do Consumidor.
Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência
de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu
respeito.
Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar as informações a que se refere este artigo,
através de impressos apropriados que devam acompanhar o produto.
CAPÍTULO III
Dos Direitos Básicos do Consumidor
Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente
nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de
maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis
em cada caso concreto.
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos
produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem
como sobre os riscos que apresentem;
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos
e serviços;
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
morais, individuais, coletivos e difusos;
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com
vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica,
administrativa e técnica aos necessitados;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando,
a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
IX - (Vetado);
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em
geral.
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto
grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança.
§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente
à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da
periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante
anúncios publicitários.
§ 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo anterior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas
do fornecedor do produto ou serviço.
§ 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de
produtos ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão informá-los a respeito.
Art. 11. (Vetado).
SEÇÃO II
Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção,
montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes
ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança
que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as
circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - sua apresentação;
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi colocado em circulação.
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro
de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.
Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que
o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes,
bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e equidade.
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas
normas de consumo.
Didatismo e Conhecimento
2
ATENDIMENTO
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só
não será responsabilizado quando provar:
I - que não colocou o produto no mercado;
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em
perfeitas condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação
do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a
sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão,
a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por
meio de manifestação expressa do consumidor.
§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas
do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício,
a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade
ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de
produto essencial.
§ 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I
do § 1° deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem,
poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo
diversos, mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do
§ 1° deste artigo.
§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será
responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto
quando identificado claramente seu produtor.
§ 6° São impróprios ao uso e consumo:
I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à
saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas
regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam.
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos
do artigo anterior, quando:
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não
puderem ser identificados;
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador;
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso.
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados
aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços,
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
fruição e riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança
que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração
as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de
novas técnicas.
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado
quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será
apurada mediante a verificação de culpa.
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior
às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem
ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - o abatimento proporcional do preço;
II - complementação do peso ou medida;
III - a substituição do produto por outro da mesma espécie,
marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo anterior.
§ 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer a
pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais.
Art. 15. (Vetado).
Art. 16. (Vetado).
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.
SEÇÃO III
Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou
não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade
ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por
aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes
do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo
o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias,
pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
Didatismo e Conhecimento
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de
qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade
com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária,
podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando
cabível;
3
ATENDIMENTO
II - (Vetado).
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se
no momento em que ficar evidenciado o defeito.
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros
devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados
para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade.
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na
Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir
do conhecimento do dano e de sua autoria.
Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por objetivo a reparação de qualquer produto considerar-se-á implícita a
obrigação do fornecedor de empregar componentes de reposição
originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações
técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização
em contrário do consumidor.
SEÇÃO V
Da Desconsideração da Personalidade Jurídica
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica
da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso
de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou
violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência,
encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má
administração.
§ 1° (Vetado).
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as
sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas
obrigações decorrentes deste código.
§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica
sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao
ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na
forma prevista neste código.
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e serviços não o exime de
responsabilidade.
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço
independe de termo expresso, vedada a exoneração contratual do
fornecedor.
CAPÍTULO V
Das Práticas Comerciais
SEÇÃO I
Das Disposições Gerais
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista
nesta e nas seções anteriores.
§ 1° Havendo mais de um responsável pela causação do dano,
todos responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e
nas seções anteriores.
§ 2° Sendo o dano causado por componente ou peça incorporada ao produto ou serviço, são responsáveis solidários seu fabricante, construtor ou importador e o que realizou a incorporação.
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparamse aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.
SEÇÃO II
Da Oferta
SEÇÃO IV
Da Decadência e da Prescrição
Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com
relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o
fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de
fácil constatação caduca em:
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de
produtos duráveis.
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da
entrega efetiva do produto ou do término da execução
dos
serviços.
§ 2° Obstam a decadência:
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta
negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca;
Didatismo e Conhecimento
Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e
em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem,
entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à
saúde e segurança dos consumidores.
Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, nos
produtos refrigerados oferecidos ao consumidor, serão gravadas de
forma indelével.
4
ATENDIMENTO
SEÇÃO IV
Das Práticas Abusivas
Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a
oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a
fabricação ou importação do produto.
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta
deverá ser mantida por período razoável de tempo, na forma da lei.
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao
fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa
causa, a limites quantitativos;
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na
exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia,
qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor,
tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social,
para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento
e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes
de práticas anteriores entre as partes;
VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou
serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (Conmetro);
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis
especiais;
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços.
XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de
22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando da conversão
na Lei nº 9.870, de 23.11.1999
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua
obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo
critério.
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou
contratualmente estabelecido.
Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso
III, equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso
postal, deve constar o nome do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transação
comercial.
Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços
por telefone, quando a chamada for onerosa ao consumidor que a
origina.
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente
responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos.
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha:
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da
oferta, apresentação ou publicidade;
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia
eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas
e danos.
SEÇÃO III
Da Publicidade
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o
consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação dos
legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que
dão sustentação à mensagem.
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa,
ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características,
qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer
outros dados sobre produtos e serviços.
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de
qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a
superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz
de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou
perigosa à sua saúde ou segurança.
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa
por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do
produto ou serviço.
§ 4° (Vetado).
Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao
consumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão-de
-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos
serviços.
§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebimento pelo
consumidor.
§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga
os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociação das partes.
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina.
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ATENDIMENTO
§ 1° É facultado o acesso às informações lá constantes para
orientação e consulta por qualquer interessado.
§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas regras enunciadas no artigo anterior e as do parágrafo único do art.
22 deste código.
§ 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não previstos no orçamento prévio.
Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços
sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços, os
fornecedores deverão respeitar os limites oficiais sob pena de não
o fazendo, responderem pela restituição da quantia recebida em
excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir
à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras
sanções cabíveis.
Art. 45. (Vetado).
CAPÍTULO VI
Da Proteção Contratual
SEÇÃO I
Disposições Gerais
SEÇÃO V
Da Cobrança de Dívidas
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não
obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de
tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos
instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão
de seu sentido e alcance.
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente
não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de
constrangimento ou ameaça.
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida
tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que
pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais,
salvo hipótese de engano justificável.
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações de consumo
vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica,
nos termos do art. 84 e parágrafos.
Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de débitos
apresentados ao consumidor, deverão constar o nome, o endereço
e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou
no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do
produto ou serviço correspondente.
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo
de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do
produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de
produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos,
a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de
imediato, monetariamente atualizados.
SEÇÃO VI
Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86,
terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem
como sobre as suas respectivas fontes.
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão,
não podendo conter informações negativas referentes a período
superior a cinco anos.
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais
e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor,
quando não solicitada por ele.
§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus
dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o
arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos
eventuais destinatários das informações incorretas.
§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores,
os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados
entidades de caráter público.
§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do
consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de
Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir
ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será
conferida mediante termo escrito.
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser
padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a
mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode
ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe
entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e
uso do produto em linguagem didática, com ilustrações.
SEÇÃO II
Das Cláusulas Abusivas
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas
contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade
do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia
já paga, nos casos previstos neste código;
Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão cadastros atualizados de reclamações fundamentadas contra
fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública e
anualmente. A divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou
não pelo fornecedor.
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ATENDIMENTO
III - transfiram responsabilidades a terceiros;
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas,
que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam
incompatíveis com a boa-fé ou a equidade;
V - (Vetado);
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do
consumidor;
VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro
negócio jurídico pelo consumidor;
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor;
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação
do preço de maneira unilateral;
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança
de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra
o fornecedor;
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o
conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração;
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao
consumidor;
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por
benfeitorias necessárias.
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem
que:
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a
que pertence;
II – restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à
natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor,
considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das
partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços
de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.
§ 3° (Vetado).
§ 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o
represente requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente
ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie o disposto neste código ou de qualquer forma não assegure o
justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do
débito, total ou parcialmente, mediante redução proporcional dos
juros e demais acréscimos.
§ 3º (Vetado).
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante pagamento em prestações, bem como nas alienações
fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as
cláusulas que estabeleçam a perda total das prestações pagas em
benefício do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear a
resolução do contrato e a retomada do produto alienado.
§ 1° (Vetado).
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a compensação ou a restituição das parcelas quitadas, na
forma deste artigo, terá descontada, além da vantagem econômica
auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo.
§ 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serão expressos em moeda corrente nacional.
SEÇÃO III
Dos Contratos de Adesão
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham
sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o
consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo.
§ 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato.
§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória,
desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior.
§ 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho
da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua
compreensão pelo consumidor.
§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.
§ 5° (Vetado)
CAPÍTULO VII
Das Sanções Administrativas
Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter
concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa,
baixarão normas relativas à produção, industrialização, distribuição e consumo de produtos e serviços.
§ 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
fiscalizarão e controlarão a produção, industrialização, distribuição, a publicidade de produtos e serviços e o mercado de consumo,
no interesse da preservação da vida, da saúde, da segurança, da
informação e do bem-estar do consumidor, baixando as normas
que se fizerem necessárias.
§ 2° (Vetado).
§ 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais com atribuições para fiscalizar e controlar o mercado de
consumo manterão comissões permanentes para elaboração, revisão e atualização das normas referidas no § 1°, sendo obrigatória a
participação dos consumidores e fornecedores.
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva
outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor,
o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e
adequadamente sobre:
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de
juros;
III - acréscimos legalmente previstos;
IV - número e periodicidade das prestações;
V - soma total a pagar, com e sem financiamento.
§ 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de
obrigações no seu termo não poderão ser superiores a dois por cento do valor da prestação.
Didatismo e Conhecimento
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ATENDIMENTO
§ 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos fornecedores para que, sob pena de desobediência, prestem informações sobre questões de interesse do consumidor, resguardado o
segredo industrial.
§ 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada sempre que as circunstâncias de fato desaconselharem a cassação de
licença, a interdição ou suspensão da atividade.
§ 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de
penalidade administrativa, não haverá reincidência até o trânsito
em julgado da sentença.
Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor
ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em
normas específicas:
I - multa;
II - apreensão do produto;
III - inutilização do produto;
IV - cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
V - proibição de fabricação do produto;
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
VII - suspensão temporária de atividade;
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra
ou de atividade;
XI - intervenção administrativa;
XII - imposição de contrapropaganda.
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição,
podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida
cautelar, antecedente ou incidente de procedimento administrativo.
Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada
quando o fornecedor incorrer na prática de publicidade enganosa
ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre às
expensas do infrator.
§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da
mesma forma, frequência e dimensão e, preferencialmente no
mesmo veículo, local, espaço e horário, de forma capaz de desfazer o malefício da publicidade enganosa ou abusiva.
§ 2° (Vetado)
§ 3° (Vetado).
TÍTULO II
Das Infrações Penais
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo
previstas neste código, sem prejuízo do disposto no Código Penal
e leis especiais, as condutas tipificadas nos artigos seguintes.
Art. 62. (Vetado).
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade
ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros,
recipientes ou publicidade:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade
do serviço a ser prestado.
§ 2° Se o crime é culposo:
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem auferida e a condição econômica do
fornecedor, será aplicada mediante procedimento administrativo,
revertendo para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho
de 1985, os valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais
ou municipais de proteção ao consumidor nos demais casos.
Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a duzentas e não superior a três milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente que venha a
substituí-lo.
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos
consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de
retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma
deste artigo.
Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos,
de proibição de fabricação de produtos, de suspensão do fornecimento de produto ou serviço, de cassação do registro do produto e
revogação da concessão ou permissão de uso serão aplicadas pela
administração, mediante procedimento administrativo, assegurada
ampla defesa, quando forem constatados vícios de quantidade ou
de qualidade por inadequação ou insegurança do produto ou serviço.
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autoridade competente:
Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa.
Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à morte.
Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de interdição e de suspensão temporária da atividade, bem como a de intervenção administrativa, serão aplicadas mediante procedimento
administrativo, assegurada ampla defesa, quando o fornecedor reincidir na prática das infrações de maior gravidade previstas neste
código e na legislação de consumo.
§ 1° A pena de cassação da concessão será aplicada à concessionária de serviço público, quando violar obrigação legal ou
contratual.
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Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de
produtos ou serviços:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
§ 2º Se o crime é culposo;
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
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ATENDIMENTO
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria
saber ser enganosa ou abusiva:
Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
Parágrafo único. (Vetado).
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito
ou maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência
mental interditadas ou não;
V - serem praticados em operações que envolvam alimentos,
medicamentos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais.
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria
saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma
prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada
em dias-multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de dias
de duração da pena privativa da liberdade cominada ao crime. Na
individualização desta multa, o juiz observará o disposto no art.
60, §1° do Código Penal.
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à publicidade:
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa,
podem ser impostas, cumulativa ou alternadamente, observado o
disposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:
I - a interdição temporária de direitos;
II - a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os
fatos e a condenação;
III - a prestação de serviços à comunidade.
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem autorização do consumidor:
Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação,
constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou
enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:
Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este código, será fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir o inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro
Nacional (BTN), ou índice equivalente que venha a substituí-lo.
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica
do indiciado ou réu, a fiança poderá ser:
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele constem em cadastros, banco de dados,
fichas e registros:
Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa.
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre
consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata:
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste
código, bem como a outros crimes e contravenções que envolvam
relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do Ministério Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV,
aos quais também é facultado propor ação penal subsidiária, se a
denúncia não for oferecida no prazo legal.
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu
conteúdo;
Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
TÍTULO III
Da Defesa do Consumidor em Juízo
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes
referidos neste código, incide as penas a esses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou
gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer
modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de serviços
nas condições por ele proibidas.
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores
e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a
título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se
tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de
que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para
efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível
de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas
entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados
neste código:
I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou
por ocasião de calamidade;
II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV - quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamente superior à da vítima;
Didatismo e Conhecimento
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ATENDIMENTO
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:
I - o Ministério Público,
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta
ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente
destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este
código;
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos
um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos
interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização assemblear.
§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo
juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
§ 2° (Vetado).
§ 3° (Vetado).
Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código,
a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada
a denunciação da lide.
Art. 89. (Vetado)
Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas
do Código de Processo Civil e da Lei n° 7.347, de 24 de julho de
1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo que não
contrariar suas disposições.
CAPÍTULO II
Das Ações Coletivas Para a Defesa de Interesses Individuais
Homogêneos
Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor,
em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores,
ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes.
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por
este código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de
propiciar sua adequada e efetiva tutela.
Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará
sempre como fiscal da lei.
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da
obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado
prático equivalente ao do adimplemento.
§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente
será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela
específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da
multa (art. 287, do Código de Processo Civil).
§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz
conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado
o réu.
§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor
multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for
suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável
para o cumprimento do preceito.
§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado
prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas,
desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de
requisição de força policial.
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça local:
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano,
quando de âmbito local;
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal,
para os danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente.
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial,
a fim de que os interessados possam intervir no processo como
litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de
comunicação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor.
Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será
genérica, fixando a responsabilidade do réu pelos danos causados.
Art. 96. (Vetado).
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser
promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.
Art. 85. (Vetado).
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas
indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação,
sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções.
§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das
sentenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou
não do trânsito em julgado.
§ 2° É competente para a execução o juízo:
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso
de execução individual;
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.
Art. 86. (Vetado).
Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e
quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora,
salvo comprovada má-fé, em honorários de advogados, custas e
despesas processuais.
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação
autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão
solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e
danos.
Didatismo e Conhecimento
10
ATENDIMENTO
Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de condenação prevista na Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais resultantes do mesmo evento
danoso, estas terão preferência no pagamento.
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a destinação da importância recolhida ao fundo criado pela Lei n°7.347
de 24 de julho de 1985, ficará sustada enquanto pendentes de decisão de segundo grau as ações de indenização pelos danos individuais, salvo na hipótese de o patrimônio do devedor ser manifestamente suficiente para responder pela integralidade das dívidas.
III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido,
para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do
inciso III do parágrafo único do art. 81.
§ 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II
não prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes
da coletividade, do grupo, categoria ou classe.
§ 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, os interessados que não tiverem intervindo no
processo como litisconsortes poderão propor ação de indenização
a título individual.
§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985,
não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente
sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus
sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos
termos dos arts. 96 a 99.
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal condenatória.
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de
interessados em número compatível com a gravidade do dano, poderão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução
da indenização devida.
Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá
para o fundo criado pela Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985.
CAPÍTULO III
Das Ações de Responsabilidade do Fornecedor de Produtos e
Serviços
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do
parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as
ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou
ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não
beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida
sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos
do ajuizamento da ação coletiva.
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de
produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II
deste título, serão observadas as seguintes normas:
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade
poderá chamar ao processo o segurador, vedada a integração do
contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta hipótese, a sentença que julgar procedente o pedido condenará o réu nos
termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se o réu houver
sido declarado falido, o síndico será intimado a informar a existência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afirmativo, o ajuizamento de ação de indenização diretamente contra
o segurador, vedada a denunciação da lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensado o litisconsórcio obrigatório com este.
TÍTULO IV
Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor
Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC), os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e
municipais e as entidades privadas de defesa do consumidor.
Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Consumidor, da Secretaria Nacional de Direito Econômico (MJ), ou órgão
federal que venha substituí-lo, é organismo de coordenação da política do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, cabendo-lhe:
I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política
nacional de proteção ao consumidor;
II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, denúncias ou sugestões apresentadas por entidades representativas ou
pessoas jurídicas de direito público ou privado;
III - prestar aos consumidores orientação permanente sobre
seus direitos e garantias;
IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor através
dos diferentes meios de comunicação;
V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito
policial para a apreciação de delito contra os consumidores, nos
termos da legislação vigente;
VI - representar ao Ministério Público competente para fins
de adoção de medidas processuais no âmbito de suas atribuições;
VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as infrações de ordem administrativa que violarem os interesses difusos,
coletivos, ou individuais dos consumidores;
VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União,
Estados, do Distrito Federal e Municípios, bem como auxiliar a
fiscalização de preços, abastecimento, quantidade e segurança de
bens e serviços;
Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código poderão propor ação visando compelir o Poder Público competente a
proibir, em todo o território nacional, a produção, divulgação distribuição ou venda, ou a determinar a alteração na composição,
estrutura, fórmula ou acondicionamento de produto, cujo uso ou
consumo regular se revele nocivo ou perigoso à saúde pública e à
incolumidade pessoal.
CAPÍTULO IV
Da Coisa Julgada
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente
por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado
poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se
de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art.
81;
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou
classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no
inciso II do parágrafo único do art. 81;
Didatismo e Conhecimento
11
ATENDIMENTO
IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros
programas especiais, a formação de entidades de defesa do consumidor pela população e pelos órgãos públicos estaduais e municipais;
X - (Vetado).
XI - (Vetado).
XII - (Vetado)
XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com suas
finalidades.
Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o Departamento Nacional de Defesa do Consumidor poderá solicitar o
concurso de órgãos e entidades de notória especialização técnicocientífica.
§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei.
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante combinações, que terá eficácia de título
executivo extrajudicial”.
Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985,
passa a ter a seguinte redação:
“Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da
sentença condenatória, sem que a associação autora lhe promova
a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual
iniciativa aos demais legitimados”.
TÍTULO V
Da Convenção Coletiva de Consumo
Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347, de 24
de julho de 1985, passando o parágrafo único a constituir o caput,
com a seguinte redação:
“Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação
serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao
décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas
e danos”.
Art. 107. As entidades civis de consumidores e as associações de fornecedores ou sindicatos de categoria econômica podem
regular, por convenção escrita, relações de consumo que tenham
por objeto estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à
quantidade, à garantia e características de produtos e serviços, bem
como à reclamação e composição do conflito de consumo.
§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro
do instrumento no cartório de títulos e documentos.
§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às entidades
signatárias.
§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se
desligar da entidade em data posterior ao registro do instrumento.
Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n° 7.347,
de 24 de julho de 1985:
“Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer
outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo
comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas
processuais”.
Art. 108. (Vetado).
Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985,
o seguinte dispositivo, renumerando-se os seguintes:
“Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos,
coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor”.
TÍTULO VI
Disposições Finais
Art. 109. (Vetado).
Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1° da Lei
n° 7.347, de 24 de julho de 1985:
“IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo”.
Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e oitenta dias a contar de sua publicação.
Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário.
Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho
de 1985, passa a ter a seguinte redação:
“II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção
ao meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, ou a qualquer outro interesse
difuso ou coletivo”.
Brasília, 11 de setembro de 1990; 169° da Independência e
102° da República.
FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral
Zélia M. Cardoso de Mello
Ozires Silva
Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de
1985, passa a ter a seguinte redação:
“§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação
por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa”.
O Código de Defesa do Consumidor (CDC) garante como
direito fundamental dos consumidores a proteção da vida, da saúde
e da segurança contra riscos provocados por produtos e serviços
considerados perigosos ou nocivos, oferecidos e colocados no
mercado de consumo.
O produto ou serviço, neste caso, é o objeto de interesse na
relação de consumo e quando este for colocado em circulação,
apresentar um defeito potencial ou real, será fato gerador da responsabilidade civil do fornecedor por danos causados ao consumidor.
Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao art. 5º.
da Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985:
“§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado
pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela
dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
Didatismo e Conhecimento
12
ATENDIMENTO
O artigo 12 dispõe sobre a responsabilidade pelo fato do produto e do serviço estabelecendo que: o fabricante, o produtor, o
construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto,
fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e
riscos.
Estabelece também que um produto é considerado defeituoso
quando colocado no mercado e apresente risco potencial ou real à
segurança do consumidor.
Mas em se tratando de defeitos relativos à prestação de serviços, o defeito do produto ou do serviço está ligado à falta de
segurança que o consumidor ou o usuário esperam.
É adotado pelo CDC a responsabilidade objetiva, não sendo
necessária a demonstração da existência de culpa do fornecedor,
pois este assume o risco pelos danos que os produtos e serviços
possam causar aos consumidores.
Neste caso o sujeito de direito que através de sua atividade
criar um risco de dano a outrem, deve ser obrigado a repará-lo, ainda que sua atividade e seu comportamento sejam isentos de culpa.
Os elementos constitutivos desta teoria são: nexo de causalidade,
dano, ação de um agente ou risco.
Não é lícito ao fornecedor introduzir no mercado produtos e
serviços que possam apresentar indevido grau de periculosidade.
Uma vez postos e descoberta a sua alta periculosidade, o fornecedor tem o dever de comunicar o fato imediatamente às autoridades e aos consumidores, mediante anúncios publicitários,
porque se assim não proceder, deve incorrer nas sanções previstas
no artigo 64.
Em se apresentando defeitos e causarem danos, os produtos
colocados no mercado, será caracterizado o dever de reparação por
parte do fabricante, produtor, importador, etc. Neste caso a culpa
é presumida, tendo em vista que o produto ou serviço é defeituoso
quando sua utilização colocar em risco a segurança do consumidor
ou de terceiro.
Os defeitos podem ser:
a) Defeitos de criação - o fornecedor responde pela concepção ou idealização de seu produto, que causou danos, como por
exemplo: a escolha de um material inadequado, escolha de um
componente químico nocivo ou não suficientemente testado, erro
no projeto tecnológico.
b) Defeitos de produção – falhas no processo produtivo da
linha de produção.
c) Defeitos de informação - são relativos à forma de colocação
do produto no mercado, incluindo a publicidade, informações técnicas, embalagens, demonstrações práticas, etc.
Já em relação a responsabilidade pelo vício do produto ou do
serviço é aquela atribuída ao fornecedor por anormalidade que sem
causar riscos à saúde e à segurança do consumidor, acaba prejudicando a funcionalidade do produto ou do serviço nos aspectos de qualidade e quantidade, por isso tornam-se impróprios ou
inadequados ao consumo, ou lhes diminuam o valor, bem como
aqueles decorrentes da divergência do conteúdo com as indicações
constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem
publicitária.
Mas se o vício não for sanado, poderá ser aplicado o incisos I,
II e II do artigo 18:
Didatismo e Conhecimento
a) a substituição do produto por outro da mesma espécie, em
perfeitas condições de uso;
b) a restituição imediata da quantia paga, monetariamente
atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
c) o abatimento proporcional do preço.
Para os vícios de quantidade poderá o consumidor requerer o
ressarcimento das seguintes formas:
a) substituição da peça viciada
b) substituição do produto por outro
c) restituição da quantia paga
d) abatimento no preço
Apesar de a responsabilidade ser objetiva, o CDC elenca algumas causas de “exclusão da responsabilidade” enfatizando a
teoria do risco mitigada, ou seja, comporta algumas excludentes a
favor de quem deve indenizar, consoante as previsões legais.
O caso fortuito ou força maior podem elidir, quando muito, o
nexo de causalidade entre o produto defeituoso e o dano.
A hipótese contida no artigo 21 ocorre constantemente em
oficinas mecânicas, nas oficinas de equipamentos e aparelhos domésticos, como geladeiras, máquinas de lavar roupas, fogões, etc.
O fornecedor deve colocar no mercado de consumo produtos
e serviços de boa qualidade, ou seja, sem vícios ou defeitos. Ou
seja, a garantia legal é aquela disposta por imposição de lei, sendo vedada qualquer exoneração contratual do fornecedor neste
sentido, nos termos do artigo 24.
Já o prazo de garantia legal que o artigo 26 demonstra, dá a
opção ao consumidor em apresentar a reclamação para:
a) produtos e serviços não duráveis: 30 dias
b) produtos e serviços duráveis: 90 dias
O prazo da garantia legal se inicia a partir da entrega
efetiva do produto ou do término da execução do serviço.
Em se tratando do prazo decadencial e prescricional, o CDC
estabelece que a decadência é aplicável ao direito de reclamar, enquanto a prescrição se refere ao prazo para ajuizamento da pretensão à reparação pelos danos causados pelo fato do produto ou do
serviço.
Mas, a referida lei trouxe mais uma novidade, ao inserir causas suspensivas para a decadência:
a) a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor, perante o fornecedor de produtos e serviços até resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca.
b) a instauração de Inquérito Civil, até seu encerramento.
Em se tratando de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se
no momento em que o defeito ficar evidenciado, ainda que decorrido o prazo da garantia contratual.
O prazo prescricional é de 5 anos para o consumidor deduzir
a pretensão de responsabilizar os agentes mencionados no art. 12
(o fabricante, o produtor, o construtor e o importador) para reparar
os danos causados, oriundos de: projeto, fabricação, construção,
montagem, etc.
O tópico do Código de Defesa do Consumidor trata-se, da tutela judiciária dos direitos e interesses do consumidor.
E é por este motivo que pode-se afirmar que a preocupação do
legislador, é com a efetividade do processo destinado à proteção
do consumidor e com a facilitação de seu acesso à justiça.
A competência para a ação se estabelece em benefício do autor, salvo quando for coletiva, quando será competente a justiça
estadual do local onde ocorreu o dano.
13
ATENDIMENTO
No que se refere à publicidade, esta deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.
É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. A publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre
dado essencial do produto ou serviço. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe
a quem as patrocina.
O artigo 42 rege a respeito da cobrança de débitos, e determina
que o consumidor inadimplente não seja exposto a ridículo, nem
será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em
excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.
Em relação a proteção contratual, vista como um processo,
compõe-se, em sentido lato, do conjunto de atividades necessárias
à satisfação do interesse do credor, que neste caso é o consumidor.
Na fase contratual insere-se a regra da interpretação mais
favorável, em caso de cláusulas dúbias em favor do consumidor.
Caso a cláusula seja abusiva segundo o artigo 51 ou então se não
for observados os princípios da equidade e da boa-fé, terá a nulidade de pleno direito.
A responsabilidade civil em matéria de consumidor, se deve a
dois principais fatores: a produção em série e o circuito de distribuição dos bens em massa.
O CDC prevê a responsabilidade civil objetiva, independentemente de culpa do agente, por todos os danos causados aos consumidores. Esta responsabilidade do fabricante ou do produtor está
na esfera extracontratual, pois não existe vínculo contratual direto
como consumidor, não obstante as construções doutrinárias e jurisprudenciais para estabelecer uma relação direta entre as pontas
de produção e do consumo.
O CDC definiu os direitos e interesses coletivos lato sensu,
com o objetivo de se esclarecer o âmbito de incidência da proteção
judicial.
1. interesses ou direitos difusos;
2. interesses ou direitos coletivos;
3. interesses ou direitos individuais homogêneos.
O consumidor, individualmente ou em litisconsórcio, não tem
legitimidade para promover a ação coletiva. A legitimidade ad
causam e do interesse de agir só deve ser feita quando se tratar de
associação civil.
Com isso o CDC consagrou que o processo deve dar quanto
for possível praticamente, a quem tenha um direito, tudo aquilo e
somente aquilo que ele tenha direito de conseguir.
Por isso foram criados mecanismos que concedessem ao juiz
poderes para satisfazer a pretensão do autor não apenas da maneira
como pedida por ele, mas todas as atividades e medidas legais e
adequadas para que haja a modificação do mundo fático, por ato
próprio e de seus auxiliares, para conformá-lo ao comando emergente da sentença: impedimento da publicidade enganosa, inclusive com o uso da força policial, se necessário, retirada do mercado
de produtos e serviços danosos à vida, saúde e segurança dos consumidores, e outros atos mais que conduzam à tutela específica das
obrigações de fazer ou não fazer.
A inversão do ônus da prova pode ser considerada como uma
tutela jurídica. Mas há exceções quando se caracterizar em possibilidade para o juiz que, no caso concreto, verificada a vulnerabilidade do consumidor, determinará a inversão do ônus da prova a
seu favor.
Para o Doutrinador Antônio Herman Benjamin, a prática comercial é o resíduo da produção, sendo, portanto a fase pós-produção da sociedade de consumo. Procedimentos, mecanismos,
métodos e técnicas utilizados pelos fornecedores para, mesmo indiretamente, fomentar, manter, desenvolver e garantir a circulação
de seus produtos e serviços até o destinatário final.
De acordo com ao artigo 39, é proibido ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas, a de estabelecer
condições para o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de um outro produto ou serviço, bem como, sem justa
causa, a limites quantitativos. Ou seja, a proibição da venda casa.
Também não pode o fornecedor deixar de atender às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades
de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes.
É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou
fornecer qualquer serviço.
Ainda ficam proibidas, os fornecedores, se utilizarem da fraqueza ou da ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade,
saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus
produtos ou serviços.
Não poderão executarem serviços sem a prévia elaboração de
orçamento e autorização expressa do consumidor; não podem também repassar informação depreciativa, referente a ato praticado
pelo consumidor no exercício de seus direitos.
Os fornecedores são proibidos pela lei de elevarem sem justa
causa o preço de produtos ou serviços. Também não podem deixar
de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar
a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério.
E por fim, o referido artigo estipula que os fornecedores de
bens ou serviços não poderão aplicar fórmula ou índice de reajuste
diverso do legal ou contratualmente estabelecido.
Já o artigo 40 determina que o fornecedor de serviço é obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio discriminando o
valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como as datas de início
e término dos serviços. O consumidor não responde por quaisquer
ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços de terceiros não previstos no orçamento prévio.
No fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores
deverão respeitar os limites oficiais sob pena de não o fazendo,
responderem pela restituição da quantia recebida em excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras sanções
cabíveis.
No que se refere à oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade
e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores.
O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos. Caso se recuse ao cumprimento da oferta, apresentação ou
publicidade, o consumidor poderá, exigir o cumprimento forçado
da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade,
aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente, rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente
antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.
Didatismo e Conhecimento
14
ATENDIMENTO
O CDC estipulou uma possibilidade de haver litisconsórcio na
ação coletiva envolvendo os não legitimados, mas terá as seguintes
consequências:
a) o interessado intervém no processo coletivo. Sendo a sentença procedente, será igualmente beneficiado pela coisa julgada,
mas se a demanda for rejeitada, pelo mérito, ainda poderá ingressar em juízo com sua ação individual de responsabilidade civil;
b) o interessado intervém no processo a título de litisconsorte:
será normalmente colhido pela coisa julgada, favorável ou desfavorável, não podendo, neste último caso, renovar a ação a título
individual. O pedido condenatório será sempre ilíquido. Para fins
de execução individual, deverá haver liquidação prévia. Estas terão um caráter diferente das liquidações do processo civil comum.
No CDC cada consumidor não se limitará a demonstrar os
danos sofridos, mas deverá provar o nexo entre o seu dano pessoal e o dano globalmente causado. Havendo, portanto, um grande
avanço, pois se sistematizou a coisa julgada em ações coletivas.
O artigo 103, revoga a regra, abarcada pelo art. 472, do CPC,
de que a coisa julgada é inter partes, ainda que o direito seja unitário. E, como os direitos coletivos e individuais homogêneos não
obstam o ajuizamento de ações individuais sobre o mesmo dano, o
art. 104 disciplina a coisa julgada que alcançará o autor individual.
V - a utilização de redação clara, objetiva e adequada à natureza e à complexidade da operação ou do serviço, em contratos, recibos, extratos, comprovantes e documentos destinados ao público,
de forma a permitir o entendimento do conteúdo e a identificação
de prazos, valores, encargos, multas, datas, locais e demais condições; (Redação dada pela Resolução nº 4.283, de 4/11/2013.)
VI - a possibilidade de tempestivo cancelamento de contratos;
(Redação dada pela Resolução nº 4.283, de 4/11/2013.)
VII - a formalização de título adequado estipulando direitos e obrigações para abertura, utilização e manutenção de conta de pagamento pós-paga; (Incluído pela Resolução nº 4.283, de
4/11/2013.)
VIII - o encaminhamento de instrumento de pagamento ao
domicílio do cliente ou usuário ou a sua habilitação somente em
decorrência de sua expressa solicitação ou autorização; e (Incluído
pela Resolução nº 4.283, de 4/11/2013.)
IX - a identificação dos usuários finais beneficiários de pagamento ou transferência em demonstrativos e faturas do pagador,
inclusive nas situações em que o serviço de pagamento envolver
instituições participantes de diferentes arranjos de pagamento. (Incluído pela Resolução nº 4.283, de 4/11/2013.)
RESOLUÇÃO CMN/BACEN Nº. 3.694/ E ALTERAÇÕES POSTERIORES.
Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem divulgar, em
suas dependências e nas dependências dos estabelecimentos onde
seus produtos são ofertados, em local visível e em formato legível,
informações relativas a situações que impliquem recusa à realização de pagamentos ou à recepção de cheques, fichas de compensação, documentos, inclusive de cobrança, contas e outros.
RESOLUÇÃO Nº 3.694/2009
Dispõe sobre a prevenção de riscos na contratação de operações e na prestação de serviços por parte de instituições financeiras
e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central
do Brasil.
Art. 3º É vedado às instituições referidas no art. 1º recusar ou
dificultar, aos clientes e usuários de seus produtos e serviços, o
acesso aos canais de atendimento convencionais, inclusive guichês
de caixa, mesmo na hipótese de oferecer atendimento alternativo
ou eletrônico.
§ 1º O disposto no caput não se aplica às dependências exclusivamente eletrônicas nem à prestação de serviços de cobrança e
de recebimento decorrentes de contratos ou convênios que prevejam canais de atendimento específicos.
§ 2º A opção pela prestação de serviços por meios alternativos aos convencionais é admitida desde que adotadas as medidas
necessárias para preservar a integridade, a confiabilidade, a segurança e o sigilo das transações realizadas, assim como a legitimidade dos serviços prestados, em face dos direitos dos clientes e dos
usuários, devendo as instituições informá-los dos riscos existentes.
O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595,
de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetário Nacional, em sessão realizada em 26 de março de 2009, com
base no art. 4º, inciso VIII, da referida lei,
RESOLVEU:
Art. 1º As instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, na contratação de
operações e na prestação de serviços, devem assegurar: (Redação
dada pela Resolução nº 4.283, de 4/11/2013)
I - a adequação dos produtos e serviços ofertados ou recomendados às necessidades, interesses e objetivos dos clientes e
usuários; (Redação dada pela Resolução nº 4.283, de 4/11/2013.)
II - a integridade, a confiabilidade, a segurança e o sigilo das
transações realizadas, bem como a legitimidade das operações
contratadas e dos serviços prestados; (Redação dada pela Resolução nº 4.283, de 4/11/2013.)
III - a prestação das informações necessárias à livre escolha e
à tomada de decisões por parte de clientes e usuários, explicitando,
inclusive, direitos e deveres, responsabilidades, custos ou ônus,
penalidades e eventuais riscos existentes na execução de operações e na prestação de serviços; (Redação dada pela Resolução nº
4.283, de 4/11/2013)
IV - o fornecimento tempestivo ao cliente ou usuário de contratos, recibos, extratos, comprovantes e outros documentos relativos a operações e a serviços; (Redação dada pela Resolução nº
4.283, de 4/11/2013)
Didatismo e Conhecimento
Art. 4º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 5º Ficam revogadas as Resoluções nºs 2.878, de 26 de
julho de 2001, e 2.892, de 27 de setembro de 2001.
Brasília, 26 de março de 2009.
Henrique de Campos Meirelles
Presidente
A ideia da referida Resolução é dar maior segurança nas
operações e prestações de serviços bancários, garantindo um melhor retorno à Instituição Financeira e, consequentemente, ao mercado financeiro e monetário como um todo, evitando-se o risco
sistêmico.
15
ATENDIMENTO
É obrigação das instituições financeiras garantir:
- o oferecimento de produtos e serviços adequados;
- a integridade, a confiabilidade, a segurança e o sigilo das
transações realizadas, como também a licitude das operações contratadas;
- prestar informações necessárias à livre escolha e à tomada de
decisões por parte de clientes e usuários, devendo ser estas informações claras e contendo, inclusive, direitos e deveres, responsabilidades, custos ou ônus, penalidades e eventuais riscos existentes
na execução de operações e na prestação de serviços;
- o fornecimento de contratos, recibos, extratos, comprovantes
e outros documentos relativos a operações e a serviços;
- a utilização de redação clara, objetiva e adequada à natureza
e à complexidade da operação ou do serviço, em contratos, recibos, extratos, comprovantes e documentos destinados ao público,
de forma a permitir o entendimento do conteúdo e a identificação
de prazos, valores, encargos, multas, datas, locais e demais condições;
- a possibilidade de cancelamento de contratos
- a formalização de título adequado estipulando direitos e
obrigações para abertura, utilização e manutenção de conta de pagamento pós-paga
- o encaminhamento de instrumento de pagamento ao domicílio do cliente ou usuário ou a sua habilitação somente em decorrência de sua expressa solicitação ou autorização e
- a identificação dos usuários finais beneficiários de pagamento ou transferência em demonstrativos e faturas do pagador,
inclusive nas situações em que o serviço de pagamento envolver
instituições participantes de diferentes arranjos de pagamento.
A Gestão de Marketing procura conhecer as necessidades,
desejos e demandas de seus clientes. Para isso, conta com os instrumentais: Publicidade e Propaganda, Promoção, Eventos, Merchandising, Relações Públicas, etc..
O Marketing,
Utiliza: pesquisa, análise de dados.
Define: Perfis.
Busca: Entender a forma de pensar e os fatores que influenciam a compra.
O marketing assumiu, nas últimas décadas, um papel extremamente importante dentro da administração moderna. Passou de
uma função, em princípio, isolada das demais áreas das organizações para uma filosofia de gestão empresarial responsável pela
integração de toda a cadeia produtiva da organização.
Por isso, é fundamental conhecer (relembrar) os conceitos
mais difundidos sobre marketing estratégico para construir sua
própria ideia sobre o assunto. Assim, serão vistas, a partir de uma
rápida abordagem do conceito de marketing, algumas noções de
marketing estratégico, chegando a uma compreensão mais geral
sobre essa filosofia de gerenciamento.
Formação do termo Marketing:
• MARKET = mercado
• ING = sufixo da língua inglesa que indica o gerúndio, portanto, algo que acontece naquele instante.
Assim, marketing era considerado, na sua forma mais simples,
como o mercado em movimento ou a ação exercida no mercado.
No entanto, como se pode ver pela definição de Bechara, diante das mudanças empresariais, o conceito de marketing evoluiu.
O marketing entendido como maximização de lucros e focalizado
nas transações de mercado não é mais tão adequado. Isso significa que, para ajustar-se às contingências do mercado, as empresas
precisam extrapolar a visão do marketing. É preciso uma visão
expandida para além do quadro conceitual de microeconomia para
melhor atender ao conjunto de aspectos organizacionais e estratégicos das empresas.
O marketing de hoje é diferente do que costumava ser. No início, o marketing preocupou-se com a distribuição de produtos (ênfase econômica). Depois, foram incorporados aspectos gerenciais
ao corpo de conhecimento do marketing, com ênfase na resolução
de problemas, planejamento, implementação e controle.
Porém, diante dos novos desafios do mercado, tornou-se
necessária a criação de novas formas organizacionais. Por isso,
diversos autores propõem que o conceito de marketing combine
economia, ciência política, comportamento organizacional e planejamento estratégico associados à estrutura de análise que leve
em conta os aspectos legais, sociológicos, antropológicos e da psicologia social para se ampliar o entendimento de todo o processo.
• Marketing como função estratégica – o marketing segue de
uma função especializada para uma função estratégica ao adquirir
uma função mais voltada para os resultados. Algumas funções anteriores, exclusivamente associadas ao marketing, constituem hoje
apenas uma parte do seu processo mais integrado, podendo incluir
outros objetivos, como o desenvolvimento de produto ou administração da distribuição.
Sua função atual, num âmbito mais amplo, é muito mais estratégica do que especializada, e com muito maior impacto nos
resultados.
2 MARKETING EM EMPRESAS
DE SERVIÇOS: MARKETING DE
RELACIONAMENTO.
Marketing é a ciência do mercado. E mercado é composto
por indivíduos ou grupos, com intenção, necessidade e renda para
comprar algum produto ou adquirir serviços.
É necessário estudar esse mercado, devido à diferenciação de
características que há nesses grupos e pessoas. São pessoas com
culturas, gostos, rendas, necessidades e desejos diferentes.
Por isso, esse estudo de mercado objetiva a segmentação, para
poder entender e verificar qual é seu público-alvo e como atingi-lo.
Quais serão as ferramentas que serão utilizadas para chegar até o
cliente.
Marketing é o conjunto de atividades desenvolvidas para colocação do produto ou serviço no mercado. De forma, que ele seja
atraente e tenha demanda. Ele identifica as vontades, necessidades
e desejos do cliente. Aprimora, cria e mantém relacionamentos.
Importante lembrar que Marketing não cria necessidades, ele
trabalha sobre elas, gerando desejos.
Necessidade é composta por elementos básicos da condição
humana. Então, o que o marketing faz é transformar essas necessidades em desejos. Por exemplo, segurança é uma condição básica
para a vida humana. O que os bancos fazem é agir sobre essa necessidade para vender seguros.
Didatismo e Conhecimento
16
ATENDIMENTO
Mas, porque dissemos que os bancos possuem atividades essencialmente intangíveis, e não dissemos que uma loja de sapatos
possui atividade essencialmente tangível?
A explicação é simples, todas as empresas, de alguma maneira, prestam serviços, porque de qualquer forma elas trabalham
com serviços. Pois, sempre existem os momentos nos quais elas
farão atendimento ao cliente. E esse atendimento é uma atividade
intangível. Porém, faz parte da venda do produto.
Assim, serviços são desempenhos no tempo e espaço que geram valor para o cliente por meio de uma transformação, uma experiência de serviço.
Um serviço também precisa ser entendido por suas características: intangibilidade, perecibilidade, heterogeneidade, simultaneidade, participação do cliente no processo.
Intangibilidade: Serviços são conceitos. Não podem ser tocados pelo consumidor ou empresa fornecedora. É exercido com
base na reputação da empresa prestadora de serviços, principalmente por não serem avaliados antes da execução.
Perecibilidade: A não utilização do serviço pelo consumidor
resulta em perda para empresa, são serviços direcionados e que
estão comprometidos com o seu uso. Exemplo: quartos de hotéis
e poltronas de aviões.
Heterogeneidade: São serviços que variam para cada consumidor. As exigências são grandes por parte dos consumidores. São
serviços pontuais e que implicam basicamente nos desejos individuais. Como exemplo, cortes de cabelo.
Simultaneidade: São serviços criados e consumidos no mesmo momento. Podem ter variações de um consumidor para outro.
Mas, mantém esta característica durante todo o processo de execução.
Participação do cliente no processo: O consumidor torna-se
um coautor do serviço. Pois, coloca na prestação desses serviços
sua ideias, escolhas e atenção.
“Utilizando a expressão mais elevada nós nos lembramos que
vencer em um mercado competitivo significa superar os concorrentes. Nossas aptidões não podem ser julgadas sem uma referência ao concorrente ou à alternativa competitiva melhor da classe.
Com frequência me perguntam quais são as empresas mais orientadas para o mercado. Esta não é a pergunta certa, porque não há
padrões absolutos. O importante é estar mais perto do seu mercado
do que seus rivais”.
• Papel do Marketing Estratégico - o marketing estratégico
tem o importante papel de interagir com a estrutura organizacional
de forma a possibilitar à empresa o alinhamento de seus objetivos
em relação ao seu intento estratégico. Isso significa que o planejamento estratégico em marketing pode ser compreendido como um
agente catalisador que, por intermédio do monitoramento constante das variáveis de influência externas do mercado, irá alavancar as
ações estratégicas da organização. Isso equivale a dizer que o marketing estratégico também tem o papel de responder às contínuas
mudanças nas exigências dos clientes e nas condições do mercado.
Isto inclui todas as outras aptidões para entregar valor ao cliente - do projeto dos produtos à execução do pedido, além de uma
estrutura organizacional adaptável e todos os sistemas de suporte,
controles, medidas e políticas de recursos humanos. Todos esses
aspectos da estrutura estão alinhados com uma política de valor
superior. De uma forma geral, o grande desafio organizacional será
a sobrevivência e a conquista de maiores parcelas de mercado e/ou
de outros mercados ainda não explorados.
As empresas orientadas para o mercado conhecem tão bem
seus mercados que são capazes de identificar e alimentar seus
clientes valiosos e não têm receio em desencorajar os clientes que
drenam lucros. Assim:
Orientar-se para o mercado é ter a disciplina para fazer opções
estratégicas saudáveis e implantá-las de forma coerente e completa
e não ser tudo para todos.
Serviços
Os serviços são intangíveis. Isso quer dizer, que quando eu
faço uma aquisição de um serviço, eu não consigo medi-lo e nem
distinguir seu formato. E apenas após a sua execução eu consigo
percebe-lo, avalia-lo. Não sendo possível sua troca antes disso.
As empresas que oferecem serviços atendem necessidades.
Serviços são desempenhos, conjuntos de ações, ideias, não podendo ser patenteadas ou mesmo tocados pelo consumidor. E deverá
necessariamente estar em contato com quem o recebe.
Serviços permitem diferenciação, personalização e customização. Vão de telecomunicações a bancos. São escolas, hospitais,
profissionais liberais, até serviços domésticos e pessoais. Passam
pela internet e pelo varejo (o serviço da venda e atendimento ao
público), pelas consultorias especializadas, serviços técnicos, logística e serviços de distribuição.
Exemplo: Uma loja de sapatos possui atividade tangível, pois:
vendem calçados nos quais podemos tocá-los, senti-los. Ou seja,
eles possuem forma. Assim, essa empresa trabalha com a venda de
produtos. Tendo como atividade e benefícios, produtos tangíveis.
Já um banco, possui atividade essencialmente intangível. Isso
porque ele oferece: seguros, créditos, financiamentos, etc.. Todos
esses produtos são representados por algo, que pode ser, por exemplo, o dinheiro, tranquilidade e conforto. Porém, essas coisas em
si, sem suas representações, não possuem forma. Muito menos podemos tocá-las. Então, caracterizamos um banco como prestador
de serviços.
Didatismo e Conhecimento
Portanto, o Marketing investiga a oportunidade de mercado
para planejar, organizar e oferecer produtos e serviços de qualidade, a preços razoáveis que possibilitem satisfação dos clientes e
remuneração adequada aos profissionais.
A Gestão de Marketing estuda as estratégias de colocação
de produtos e serviços no mercado. De forma, que eles sejam interessantes e agradem aos consumidores. Englobando processos
estratégicos de venda, estudo de mercado, comunicação, desenvolvimento dos negócios e pós-venda. O marketing tem como finalidade criar valores e relacionamentos para os clientes. Fazendo
com que esse processo seja produtivo para ambas as partes.
É através do Marketing de Relacionamento, que as organizações podem projetar e lançar ações voltadas ao cliente, visando
construir relacionamentos duradouros.
É a integração da empresa com seu público. Sendo também,
o processo de garantir satisfação contínua ao seu público.
O foco é o cliente, e o objetivo do relacionamento é trazer
interatividade, conforto, satisfação e bem-estar.
O processo de marketing de relacionamento deve começar
com a escolha do cliente, a identificação de suas necessidades, a
definição dos serviços prestados e agregados, a busca da melhor
relação custo/benefício e ter funcionários motivados e capacitados
a atender estes clientes adequadamente.
17
ATENDIMENTO
O contexto de administrar o relacionamento com o cliente serve para que a empresa adquira vantagem competitiva e se destaque
perante a concorrência. O objetivo maior é manter o cliente através
da confiança, credibilidade e a sensação de segurança transmitida
pela organização.
A estratégia do Marketing de Relacionamento é a longo prazo.
E também, além de visar manter os clientes de forma fiel, busca a
conquista de novos clientes.
E essa filosofia de relacionamento com o cliente deve ser uma
forma de pensar de toda organização.
A ideia central do Marketing de Relacionamento nas empresas
de serviços é atender as necessidades dos clientes através de seus
serviços. Ofertando-os de forma adequada e com qualidade.
O mais importante hoje não é simplesmente adquirir novos
clientes, mas manter os clientes existentes em seu portfolio.
Os relacionamentos permitem que as empresas explorem ao
máximo seus conhecimentos sobre os clientes e necessidades.
- Orientação para o cliente: as empresas deverão acabar com
os product managers e passar para os consumer managers, centrando-se assim mais no consumidor, suas necessidades e todas as
formas para que sejam satisfeitas.
- Praticar o BtoB e o BtoC: o marketing relacional não se deve
centrar apenas no Business to Consumer. Deverá também apostar
no Business to Businesspor forma a desenvolver e explorar todas
as formas de potenciação do seu negócio.
Utilização
Pode-se dizer que nos dias de hoje, o marketing relacional é
prática comum da maioria das empresas, pois ao desenvolvimento de estratégias de retenção de clientes estão associadas algumas
vantagens para as empresas, nomeadamente: aumento da frequência das relações negociais, aumento do volume de negócios, redução de custos devido à diminuição da rotação dos clientes e clientes inativos podem novamente ser clientes ativos.
Com o passar dos anos, o marketing de relacionamento tem
vindo a ter uma maior importância junto das empresas porque com
os cortes de custos verificados, as empresas conseguem através
desta área do marketing, medir resultados e perceberem o seu impacto direto nas vendas. Verifique a importância do marketing de
relacionamento com mais abrangência nas sessões seguintes.
Marketing De Relacionamento
Com McKenna (1991), marketing de relacionamento ou pós
-marketing significa construir e sustentar a infraestrutura dos relacionamentos de clientes. É a integração dos clientes com a empresa, desde o projeto, desenvolvimento de processos industriais
e de vendas.
Vavra (1993) define o marketing de relacionamento como o
processo de garantir satisfação contínua e reforço aos indivíduos
ou organizações que são clientes atuais ou que já foram clientes.
Os clientes devem ser identificados, reconhecidos, comunicados,
aditados em relação à satisfação e respondidos.
Segundo o livro Mercator XXI (11ª Edição), o marketing relacional tem o seu foco nos clientes já existentes e não na angariação
de novos clientes e para que uma empresa possa apostar no marketing relacional e conseguir fidelizar os seus clientes, deverá ter em
atenção alguns pontos, nomeadamente: conhecer bem o cliente,
saber comunicar e escutar as suas necessidades e reconhecer a sua
fidelidade. Existem diversas ferramentas que podem ser utilizadas
para atingir os objetivos propostos pelo marketing relacional, nomeadamente a criação de bases de dados, a criação de uma página
na internet com um fórum, a realização de inquéritos para medir
a satisfação do cliente e os seus gostos e sugestões, a existência
de um sistema que premie a fidelidade dos clientes ou mesmo a
realização de eventos centrados nos clientes.
Criação de Estratégias
De maneira geral, consiste em uma estratégia de negócios que
visa a construir pró-ativamente relacionamentos duradouros entre
a organização e seus clientes, contribuindo para o aumento do desempenho desta e para resultados sustentáveis.
O processo de marketing de relacionamento deve se iniciar
com a escolha certa do cliente, a identificação de suas necessidades, a definição dos serviços prestados e agregados, a busca
da melhor relação custo/benefício e ter funcionários motivados e
capacitados a atender estes clientes adequadamente. O contexto
de administrar o relacionamento com o cliente serve para que a
empresa adquira vantagem competitiva e se destaque perante a
concorrência. O objetivo maior torna-se manter o cliente através
da confiança, credibilidade e a sensação de segurança transmitida
pela organização.
Busca de vantagens competitivas
Drucker (1999) elegeu algumas regras fundamentais para a
utilização do marketing de relacionamento na busca por vantagem
competitiva:
- O relacionamento com o cliente é de responsabilidade da
empresa. Qualquer reclamação ou conflito por parte do cliente é
provocado por uma falha empresarial.
- A empresa deve perguntar-se constantemente o que pode ser
feito para facilitar e melhorar a vida de seus clientes.
Em complemento, Kanter (2001) enfatiza os seguintes aspectos no relacionamento com o cliente:
- Conhecer profundamente o cliente.
- Tornar o cliente conhecido por todos os funcionários da empresa. Ele não deve aguardar para que alguém o identifique e solucione seus problemas adequadamente.
- Transformar o cliente em sócio de um clube exclusivo, ou
seja, proporcionar atividades e disponibilizar recursos que só os
clientes da empresa têm acesso.
Características
As principais características são:
- Interatividade: o cliente toma quando quer a iniciativa do
contato, como receptor e emissor das comunicações;
- Personalização: todas as ações são direcionadas e personalizadas. As empresas podem e devem dirigir mensagens distintas a
cada cliente, adequadas às suas circunstâncias e historial.
- Memorização: todas as ações deverão ser registadas em memória contendo a identidade, os dados, as características, preferências e detalhes das interações mantidas com os clientes.
- Receptividade: as empresas devem passar a falar menos e
a escutar mais. Além do mais deverão permitir que seja o cliente
quem decida se quer ou não manter uma relação, quem defina a
forma de comunicação e se a quer manter ou alterá-la.
Didatismo e Conhecimento
18
ATENDIMENTO
O marketing relacional é um projeto de longo prazo e com uma
grande interatividade entre empresa e cliente. Uma empresa pode
desenvolver a sua estratégia de marketing relacional recorrendo
a alguns meios de comunicação (televisão interativa, mensagens
SMS, Internet, telemarketing e direct mail). Para que possa obter
melhores resultados a empresa deve conjugar os vários meios de
comunicação e não deve apostar apenas num único.
A Internet assume um papel relevante no marketing relacional, devido à interatividade que proporciona entre o consumidor e
a empresa, permitindo um conhecimento mais detalhado dos gostos dos clientes. O envio de mails e/ou newsletters tem aumentado
significativamente, tendo em conta que cerca de 48,3% das habitações situadas no território nacional português já possuem ligação à
internet. Com o desenvolvimento das tecnologias de informação a
grande maioria dos consumidores passou a estar mais informada e
passaram a ser mais exigentes. Os consumidores optam pela qualidade em detrimento da sua fidelidade a uma empresa ou marca,
e é neste contexto que o marketing relacional é visto como uma
estratégia importante a ser considerada.
Para que uma empresa consiga implementar uma estratégia de
marketing relacional eficaz deve seguir o método IDIC desenvolvido por Don Peppers e Martha Rogers na década de 90. O método IDIC significa: Identificar, Diferenciar, Interagir e Customizar,
sempre orientado para o cliente.
Segundo textos contidos no Mercator XXI, a principal ideia
no marketing one to one é que as empresas têm que conhecer os
clientes, saber como querem ser tratados e tratá-los de forma diferenciada. Individualmente os clientes não são tratados de uma
mesma forma, mas a empresa considera as suas opiniões e melhora
o relacionamento para com esses clientes.
Numa estratégia de marketing one to one, as empresas têm
que proceder a algumas alterações internas de forma a rentabilizarem o investimento, naquele que é um dos seus objetivos principais, a fidelização de clientes. As áreas que poderão necessitar de
reestruturação para fazer face a esse objetivo poderão ser a produção, a logística e distribuição e mesmo o planeamento.
Nos últimos anos temos vindo a assistir a um maior esforço
das empresas no que diz respeito ao estabelecimento de relações
mais duradouras com os seus clientes, devido ao desenvolvimento de práticas de marketing relacional. Este desenvolvimento tem
sido motivado pelo fato de cada vez mais a rotação dos clientes ser
elevada e também ao aumento de produtos substitutos e/ou concorrentes. Cada vez mais as empresas devem efetuar esforços para
manter clientes, pois é mais econômica a sua manutenção do que
a conquista de novos clientes ou mesmo a recuperação de clientes
perdidos.
Já em 1990, Reicheld y Sasser, demonstraram que os ganhos
obtidos pelas empresas na retenção de clientes são significativos,
e que na maioria dos casos estudados, os clientes antigos superavam os clientes novos em termos de volume de negócios. Hoje em
dia as empresas devem estar despertas para esta situação, pois os
fatores que propiciam a rotação de clientes têm vindo a aumentar,
nomeadamente: elevada oferta de produtos similares / substitutos,
o número elevado de publicidade efetuada, as alterações nos canais de distribuição, o elevado número de superfícies comerciais,
a existência de produtos de marca branca que alcançam quotas de
mercado significativas e a gestão do orçamento familiar (alguns
produtos são preteridos – apenas é adquirido o que realmente é
necessário).
Alguns estudiosos acreditam que a mensuração da satisfação
dos clientes pode ser o diferencial de empresas bem-sucedidas em
relação a outras. A empresa precisa ter essa mensuração externa
por uma ou todas as razões seguintes:
- satisfação de clientes é frequentemente equiparada a qualidade;
- o compromisso por um programa de satisfação de clientes
demonstra liderança em uma categoria de negócios;
- mensurações internas de satisfação de clientes podem ser
inadequadas ou impróprias;
- ouvindo os clientes, as empresas podem se beneficiar e passar a ser voz ativa no mercado;
- muitos clientes não reclamam abertamente porque podem
achar que nada vai ser feito;
- um programa de satisfação de clientes é uma poderosa ferramenta para estimular a melhoria dos produtos ou serviços;
- os concorrentes podem já ter adotado programas de satisfação de clientes bem-sucedidos (VAVRA et al, 1993, p.170).
Medição de Satisfação do Cliente
De acordo com Vavra (1993, p.255) os relacionamentos
bem-sucedidos com clientes exigem prática constante e intensas
técnicas de pós-marketing. Um dos esforços mais evidentes é a
coleta de informações a respeito dos clientes, também é sugerida
como atividade de pós-marketing a elaboração de um programa
de mensuração da satisfação do cliente. Tal programa fornece um
feedback do cliente referente a qualidade dos produtos ou serviços
e sugere caminhos para futuras mudanças e melhorias.
Para Vavra (1993), toda empresa que aceita o desafio de pós
-marketing deve aplicar-se a oferecer satisfação através de seus
produtos e serviços, o que requer conhecimento a respeito das
expectativas dos clientes, outrossim, a maioria dos programas de
mensuração de satisfação, além de apontar níveis de satisfação,
fornece conhecimento a respeito das expectativas dos clientes.
Tais programas auxiliam a empresa na priorização de tais expectativas e mudanças que essas possam sofrer, além de permitirem que
se conheça o valor das necessidades existentes (VAVRA, 1993,
p.165).
A TARP (Technical Assistance Research Programs Institute, 1986) apud Vavra (1993, p.169) estima que apenas 01 em 27
clientes insatisfeitos voltará a fazer negócio com uma empresa por
iniciativa própria. Existe ainda uma evidência muito forte a respeito do valor de contribuição para o lucro da clientela satisfeita.
Estudos mostram que o desempenho financeiro da empresa está
relacionado à qualidade percebida dos bens ou serviços de uma
empresa.
O marketing relacional tem as suas origens no marketing direto e implica por parte da empresa, um forte conhecimento dos
gostos dos seus clientes, quer sejam produtos, marcas ou serviços.
O seu desenvolvimento permite uma evolução da empresa, uma
vez que para satisfazer os seus clientes, tem que ser mais pró-ativa,
escutando as opiniões dos clientes e os seus desejos. Ao fazê-lo
cria espaço para o desenvolvimento de novos produtos ou serviços
personalizados.
Emprego, cenários e outras explicações
As empresas de comércio tradicional e outras, cada vez mais
adotam o marketing relacional como uma forma de desenvolverem
a sua estratégia de marketing, pois é no conhecimento individual
dos gostos do cliente e na percepção da sua qualidade / satisfação
percebida, que conseguem manter os clientes “da casa” e angariar
novos clientes pelo “passa palavra”.
Didatismo e Conhecimento
19
ATENDIMENTO
O marketing relacional deve ter como sua principal preocupação a manutenção e aprofundamento de uma relação duradoura
com os clientes (Berry L., 1995; DuPont R., 1998). Assim sendo,
o marketing relacional deve ser encarado como uma relação de
longo prazo, tendo como objetivo a retenção de clientes e a sua beneficiação, assente na confiança e compromisso tendo como foco
a emoção e a intimidade com o cliente. O cliente deve ter noção
de que existe valor acrescentado ao efetuar a aquisição de bens
ou serviços. A noção de valor acrescentado de um bem ou serviço tem sido alcançada mais rapidamente pelo desenvolvimento
das tecnologias de informação. Atualmente as empresas investem
em programas informáticos que lhe permitem manter fichas atualizadas de clientes e saber as suas preferências (CRM é uma das
possibilidades).
Tendo como bases este pressuposto, é perceptível o porquê
da alteração de estratégias de marketing, para novas estratégias
em que o mais importante é a manutenção de relações comerciais
sólidas e duradouras com os clientes, para que seja possível o desenvolvimento do negócio e a sua sustentabilidade. A manutenção
de clientes deve ser encarada no longo prazo.
Hoje além de elaborar estratégias para atrair novos clientes e
criar transações com eles, as empresas empenham-se em reter os
clientes existentes e construir com eles relacionamentos lucrativos
e duradouros. E para construir esses relacionamentos duradouros
é necessário criar valor e satisfazer o cliente de forma superior.
Clientes satisfeitos tem maior probabilidade de se tornarem
clientes fieis. E clientes fieis tem maior probabilidade de dar à empresa uma participação maior em sua preferência.
Satisfação
Consiste na sensação de prazer ou desapontamento resultante
da comparação do desempenho (ou resultado) percebido de um
produto em relação às expectativas do comprador.
- Cliente insatisfeito: desempenho do produto não alcança expectativas.
- Cliente satisfeito: desempenho do produto alcança expectativas.
- Cliente altamente satisfeito (encantado): supera expectativas.
Satisfazer o cliente é ter conhecimento profundo de seus desejos. É conseguir entender o que ele quer e atender suas expectativas.
A satisfação dos clientes não é uma opção, é uma questão de
sobrevivência para as empresas.
O atendimento é fundamental para o alcance dessa satisfação.
Os clientes não procuram apenas preços e qualidade. Eles esperam mais. Clientes desejam atendimentos personalizados, atenção,
serviços de pós-venda e transparência. E atender bem o cliente,
significa antecipar-se às suas necessidades.
De acordo com o U.S. Office of Consumer Affairs, por cada
cliente insatisfeito que reclama, há 16 que não o fazem. Cada
cliente insatisfeito transmite a sua insatisfação, em média, a um
grupo de 8 a 16 pessoas.
Dos clientes insatisfeitos, 91% não voltam à empresa. 95%
dos clientes insatisfeitos têm a sensação de que não vale a pena
reclamar porque não são atendidos.
É mais provável que o cliente que apresenta reclamação continue como cliente do que o que não se queixa.
Um cliente que apresenta queixa deve ser considerado como
um elemento favorável.
Satisfazer um cliente é ouvi-lo, entende-lo, estreitar o relacionamento para que sempre os produtos e serviços sejam ofertados à
eles de maneira adequada, consciente e efetiva.
Portanto, para satisfazer o cliente, o atendimento da empresa
deve destacar-se das demais. Coisas extras devem ser feitas, mostrar preocupação com o problema, interesse e necessidade são fundamentais para que o cliente queira construir um relacionamento.
3 SATISFAÇÃO, VALOR E RETENÇÃO
DE CLIENTES.
O grande número de empresas existentes no mercado é assustador. Essa realidade implica em concorrência e quem vai definir o “Vencedor” dessa disputa são os clientes. E vale de tudo,
contratar uma nova equipe de marketing, formar novos grupos de
vendas, contratar funcionários novos, enfim, o mercado é grande e
o tempo é precioso.
E a primeira preocupação das empresas é com a satisfação dos
clientes, que geralmente procuram “qual oferta proporciona mais
valor”. Além do valor e das características do produto desejado,
cria-se uma expectativa em relação à ele que só vai poder ser medida depois que a expectativa de valor for saciada.
Essa satisfação pode ser medida pelo desempenho e expectativas percebidas, sendo que se não atender às expectativas, o cliente ficará insatisfeito. Caso contrário, ficará satisfeito, ou mais que
isso, ficará altamente satisfeito ou encantado. O resultado de uma
boa impressão da empresa, ou uma completa satisfação do cliente,
resultará em uma fidelidade recíproca.
Para que a empresa alcance todo esse sucesso, é necessário
que se trace uma meta do público alvo, que se aprimorem “os processos fundamentais do negócio e que se utilizem todos os recursos disponíveis pela empresa (mão-de-obra, materiais, equipamentos, etc.).
Isso tudo porque os clientes de hoje em dia estão cada vez
mais exigentes e a concorrência está com ofertas iguais ou melhores. O desafio continua sendo “conquistar clientes fiéis”. É nesse
momento que a equipe de marketing deve agir não apenas para
vender o produto, mas também para tirar dúvidas com o cliente
sobre o produto, ouvir sugestões, etc.
Perder bons clientes afeta diretamente os lucros da empresa.
“Estima-se que o custo envolvido na atração de um novo cliente é
cinco vezes maior que o custo de manter um cliente atual satisfeito”, ou seja, está no marketing a chave para criar vínculos entre a
empresa e o cliente.
Didatismo e Conhecimento
Ferramentas para acompanhar e medir a satisfação de clientes
- Sistemas de reclamações e sugestões: podem ser feitos em
forma de caixa de sugestões, SAC e centrais de atendimento. Esses
sistemas visam melhorar, aperfeiçoar e mudar gestões e serviços
que não estejam de acordo com as necessidades dos clientes.
- Pesquisas de satisfação de clientes: São pesquisas realizadas
através de empresas contratadas, ou, pela própria empresa interessada. Essas pesquisas têm como intuito ouvir, saber e entender a
opinião do público.
20
ATENDIMENTO
- Compras simuladas: É uma técnica de pesquisa de compreensão da satisfação dos clientes. É a simulação de uma compra,
ou, contratação de um serviço, solicitada pela própria empresa. E
serve para testar a qualidade de atendimento de seus funcionários.
- Análise de clientes perdidos: Consiste em analisar os reais
motivos que fizeram os clientes perdidos deixarem de fazer uso de
seus produtos ou serviços.
É menos sensível a preço;
_ Oferece ideias sobre produtos e serviços à empresa;
_ Custa menos para ser atendido do que novos clientes (rotina).
Portanto, ele se torna um aliado.
Atualmente os clientes têm a sua disposição uma ampla gama
de produtos e serviços que podem comprar. Eles fazem sua escolha
com base em suas percepções de qualidade, serviço e valor. As
empresas precisam entender os fatores que determinam o valor e a
satisfação para o cliente. O valor entregue ao cliente é a diferença,
para ele, entre o valor total e o custo total. Os clientes normalmente escolherão a oferta que maximiza o valor entregue.
A satisfação do cliente consiste na sensação de prazer ou de
decepção resultante da comparação do desempenho (ou resultado)
percebido de um produto em relação às expectativas do comprador. Os clientes estarão satisfeitos quando suas expectativas forem
atendidas e estarão encantados quando suas expectativas forem
superadas. Clientes satisfeitos permanecem fiéis por mais tempo,
compram mais, são menos sensíveis a preços e fazem propaganda
boca-a-boca positiva sobre a empresa.
Em outras palavras, podemos definir fidelização como sendo
um compromisso profundo de comprar ou recomendar repetidamente certo produto ou serviço.
As empresas que ultrapassam todos esses obstáculos para alcançar suas metas de satisfação e valor para o cliente são chamadas de empresas de alto desempenho. O maior desafio para empresas de alto desempenho é construir e manter negócios viáveis em
um ambiente de mercado em constante mudança. Elas precisam
reconhecer os elementos essenciais do negócio e saber como estabelecer um equilíbrio entre os públicos interessados, processos,
recursos, capacidades organizacionais e cultura corporativa.
Valor
Valor para o cliente é a diferença entre o valor total para o
cliente e o custo total para o cliente.
O valor total é o conjunto de benefícios que os clientes esperam de um determinado produto ou serviço. O custo total é o
conjunto de custos em que os consumidores esperam incorrer para
avaliar, obter, utilizar e descartar um produto ou serviço.
Ou seja, valor total é tudo o que o produto ou serviço representa. Os benefícios e qualidades agregam valor ao produto ou serviço. E é isso o que os clientes esperam. Cliente quer valor.
Custo total é o preço que o cliente desembolsa para garantir o
produto ou serviço. É a quantia em espécie paga.
O valor para o cliente é a diferença entre esses dois. É quando o cliente tem a percepção que o valor do produto ou serviço é
maior do que o preço.
Exemplo: Um cliente que compra um carro. Se ele chegar a
conclusão que o custo do carro compensou e foi menor do que
todos os benefícios garantidos como, segurança, conforto e beleza,
pronto! O valor do carro para ele foi maior. E portanto, esse cliente
saiu satisfeito, e a probabilidade de se construir um relacionamento duradouro será muito maior.
Retenção
Atrair um cliente não é uma tarefa fácil. E reter, se torna ainda
mais difícil.
Hoje muitas empresas se preocupam em apenas atrair os
clientes. E para isso, traçam várias estratégias para chamar atenção
do público. Porém, esquecem-se da importância de retê-los.
Atrair significa chamar a atenção, seduzir, aproximar. E isso
tem que ser feito através de um diferencial. Algo que sobressaia.
Reter significa manter. E se tratando de marketing, reter clientes é mantê-los fiéis. É fazer com que, para esses clientes, a empresa e seus produtos e serviços virem referenciais de qualidade.
Portanto, atrai-los, significa promover isso à eles. Retê-los,
é além de atender essas expectativas, superá-las. E isso, não se
faz apenas através de produtos de qualidade e bons preços. Reter
clientes e fideliza-los é muito mais um trabalho de relacionamento,
que é feito através do bom atendimento antes e durante a negociação, e a pós-venda. E também, através de suprimento de dúvidas,
atendimento de sugestões e críticas.
“O desafio não é deixar os clientes satisfeitos; vários concorrentes podem fazer isso. O desafio é conquistar clientes fiéis”.
A necessidade da retenção de clientes
Cliente só permanece fiel se estiver altamente satisfeito – para
isso deve considerar suas expectativas no processo de compra e
excedê-las. Enfatizar a pós-venda.
Pois o cliente satisfeito:
Permanece fiel por mais tempo;
Compra mais à medida que a empresa lança novos produtos;
Fala favoravelmente da empresa e de seus produtos;
Dá menos atenção a marcas e propaganda concorrentes;
Didatismo e Conhecimento
A empresa deve definir quais são seus grupos de interesse e
as necessidades deles. Deve-se destacar que grupos de interesses
não são apenas os acionistas, mas também clientes, funcionários,
fornecedores, etc. Uma empresa pode ter como objetivo encantar
seus clientes, atender às expectativas dos funcionários, gerar lucratividade para os acionistas e satisfação para os fornecedores.
A empresa pode alcançar suas metas junto aos grupos de interesse apenas gerenciando e interligando processos de trabalho,
identificando antes quais são os processos de negócios centrais, ou
fundamentais, da empresa. Ente estes processos destaca-se a atração e retenção de clientes, atendimento de pedidos, logísticas, etc.
21
ATENDIMENTO
• A taxa de lucro por cliente tende a aumentar ao longo do
tempo de permanência do cliente retido.
A empresa pode tentar reduzir a perda em quatro etapas:
• Definir e medir a taxa de retenção
• Identificar as causas de atrito
• Estimar a perda de lucros com a perda de um cliente (valor
do cliente ao longo do tempo)
• Estimar o custo para reduzir a perda de clientes; agir apropriadamente.
As empresas têm que decidir quanto devem investir em marketing de relacionamento nos diferentes segmentos de mercado e
clientes individuais, partindo do marketing básico, reativo, responsável, proativo, até o marketing de parceria.
• Básico: O vendedor da empresa vende o produto, mas não
lhe dá acompanhamento de forma alguma.
• Reativo: O vendedor vende o produto e pede ao cliente que
o chame se chegar a ter alguma dúvida ou problema.
• Responsável: O vendedor chama o cliente, pouco depois da
venda, para saber se o produto está atendendo às suas expectativas.
Além disso, o vendedor pede sugestões ao cliente para melhorar o
produto.
• Proativo: O vendedor ou alguma outra pessoa da empresa
chama o cliente, de tempos em tempos, para lhe falar dos usos
aperfeiçoados do produto ou de produtos novos que poderiam ser
úteis.
• Societário (Partnership): A empresa trabalha de forma sustentada com o cliente e com outros clientes, para encontrar a forma
de proporcionar-lhes mais valor (qualidade).
Para decidir, a empresa deve estimar o valor obtido durante a
vida útil do cliente, contra o fluxo de custo requerido para atrair e
reter esses clientes.
Por Rodolfo Arantes
Para conduzir seus processos de negócios, as empresas necessitam de recursos como Mão-de-Obra, materiais, equipamentos.
Um dos principais desafios das empresas de alto desempenho é
possuir e desenvolver os recursos e as competências necessárias e
essenciais para a entrega das propostas de valor e as metas organizacionais que constituem a essência do negócio.
A organização de uma empresa consiste em suas estruturas
políticas e cultura corporativa, que podem se tornar disfuncionais
em um ambiente de rápida mudança, como o que vivemos hoje
em dia. Enquanto as estrutura e as políticas podem ser mudadas, a
cultura de uma empresa é quase impossível de ser alterada e neste
ponto reside o problema, pois a mudança de cultura é fator chave,
essencial, para o sucesso das empresas durante as mudanças que o
mercado oferece.
Entrega de Valor e Satisfação para o Cliente
Para criar a satisfação dos clientes, as empresas devem gerenciar sua cadeia de valor, bem como seu sistema de entrega de valor,
com o foco no cliente.
Cadeia de valor — usada como uma ferramenta para identificar maneiras para criar mais valor. Nove atividades criadoras de
valor, sendo 4 delas chamadas de Atividades de apoio, também
chamadas de atividades meio, e 5 atividades principais, também
denominadas atividades fins, que irão interferir diretamente no índice de satisfação dos clientes.
4 PROPAGANDA E PROMOÇÃO.
Rede de entrega de valor — para ser bem sucedida, uma empresa precisa procurar vantagens competitivas entre suas próprias
operações. A construção de uma rede de entrega de melhor valor
pode ser uma tática de diferenciação de muito sucesso na direção
de se obter maior satisfação do cliente.
A concorrência é entre redes, não entre empresas. Sai ganhando a empresa com a melhor rede.
Segundo a Associação Americana de Propaganda, propaganda é a mensagem divulgada em veículos de grande penetração
(TV, rádio, revistas, jornais etc.) e patrocinada, isto é, paga por um
anunciante que tem por objetivo criar ou reformar imagens ou referências na mente do consumidor, predispondo-o favoravelmente
em relação ao produto, serviço ou empresa patrocinadora.
O discurso de cada marca se direciona a um determinado público, usando sempre cores, figuras, letras e slogans para atrair um
determinado consumidor que, ao se identificar com os elementos
das propagandas, fará a escolha por uma das lojas, podendo assim,
tornar-se seu consumidor.
Propaganda é uma das ferramentas promocionais mais conhecidas do Marketing. Propaganda vem do latim moderno, quer dizer “para ser espalhado”. Sendo a sua abrangência perceptível aos
consumidores.
O intuito da propaganda é lembrar o cliente daquilo que ele
precisa comprar. Comunicando-se de forma impessoal, visando
propagar, formar e firmar imagens e construir percepções desejadas na mente do público.
Atração e Retenção de Clientes
O objetivo da empresa não é apenas conseguir novos clientes, mas também, o que é ainda mais importante, reter clientes. O
marketing de relacionamento é a chave para a retenção de clientes,
o que envolve o fornecimento de benefícios financeiros e sociais,
bem como recursos estruturais que auxiliem os clientes.
• Conquistar novos clientes pode custar até cinco vezes mais
do que satisfazer e reter os já existentes.
• As empresas perdem em média 10 por cento de seus clientes
a cada ano.
• Uma redução de 5 por cento no índices de perda de clientes
pode aumentar os lucros de 25 a 85 por cento.
Didatismo e Conhecimento
22
ATENDIMENTO
Há também, as propagandas de reforço, que servem para assegurar aos consumidores de que eles fizeram a escolha certa ao
optarem por um determinado produto ou serviço.
A propaganda tem por objetivo lembrar o cliente de algo que
ele precisa comprar. E por isso, utilizar a ferramenta da persuasão.
A Persuasão vem do verbo persuadir: levar a crer ou a acreditar (Aurélio). Ou seja, é o ato de você tentar convencer o outro a
acreditar em você.
E a propaganda, tem por objetivo justamente o que foi exposto na definição acima: tentar convencer o público de alguma
coisa. Os publicitários, quando criam anúncios, eles estão usando
a linguagem persuasiva, para atrair certos clientes. O que ele pretende é chamar atenção.
Na propaganda podem-se notar algumas qualidades como:
- Apresentação Pública: A natureza pública da Propaganda
confere certa legitimidade ao produto e também sugere uma oferta
padronizada, como muitas pessoas recebem a mesma mensagem,
os compradores sabem que os motivos para a compra do produto
serão compreendidos publicamente;
- Penetração: A Propaganda permite que a mensagem seja
repetida muitas vezes e que o comprador receba e compare a
mensagem de vários concorrentes, a Propaganda em larga escala
transmite algo positivo sobre o tamanho, o poder e o sucesso do
fornecedor.
- Aumento da expressividade: A Propaganda oferece oportunidades para colocar em cena a empresa e seus produtos por meio
do uso artístico da impressão, do som e da cor;
- Impessoalidade: O Público não se sente obrigado a prestar
atenção nem a responder à Propaganda. Pois, ele é um monólogo,
e não um diálogo.
A Propaganda pode ser usada para desenvolver uma imagem duradoura para um produto ou para estimular vendas rápidas,
lembrando o consumidor da necessidade da aquisição do produto.
Propaganda é a técnica de criar opinião pública favorável a
um determinado produto, serviço, instituição ou ideia, visando
orientar o comportamento humano num determinado sentido.
Promoção de Vendas - As ferramentas de promoção de vendas são: cupons, concursos, prêmios, entre outras e possuem três
características distintas: de comunicação, que visa atrair a atenção
dos consumidores; de incentivo, que visa estimular o consumo; e
de convite, que objetiva convidar para uma transação imediata.
Promoções de vendas são ferramentas usadas pelos profissionais de marketing que fazem parte do nosso dia-a-dia. Quantas
vezes não recortamos selos em embalagens para concorrer a um
carro ou uma casa?
Dois exemplos atuais de promoção de vendas servem exemplos: o primeiro é o preenchimento de um cupom nos postos Ipiranga para um sorteio em que os premiados ganharão Cross Fox
e 1 ano de combustível grátis. O segundo é a promoção de vendas
d’O Boticário que está sendo veiculada na televisão, na qual todos
os consumidores que comprarem um valor superior a x reais estarão automaticamente concorrendo a carros, vales-produto e meio
milhão de reais.
Exemplos como esses têm como principal objetivo alavancar vendas e fazer com que os consumidores sejam atraídos pelas
promoções e optem por comprar de uma empresa deles e não dos
concorrentes.
Relações Públicas - Trata-se do desenvolvimento de apelos,
junto ao consumidor, utilizando histórias da empresa ou da criação
de produtos reconhecidos no mercado. Pode, até mesmo, valer-se
de institutos sociais e obras de caridade de que a empresa participa.
Publicidade - É toda comunicação que não é paga pela veiculação. Por exemplo, quando um artigo sobre um produto é publicado em um jornal ou revista, as características do produto são
comunicadas ao público sem ônus para a empresa.
Força de Vendas - É a ferramenta mais eficaz em termos de
custos nos estágios finais do processo de compra, particularmente,
no desenvolvimento da preferência, convicção e ação do consumidor. A venda pessoal envolve relacionamento ao vivo, imediato e
interativo com o consumidor, permitindo uma relação duradoura.
Marketing Direto - A identificação do potencial de retorno do
marketing direto é fácil de ser percebida. Basta imaginar a quantidade de ações de marketing em massa que se recebe diariamente
sem participar do público-alvo a que elas se destinavam.
Quantas vezes você ouviu apelos para que comprasse um determinado CD quando você detesta aquele estilo de música? Ou
quantas propagandas de cerveja existem para que você compre determinada marca em detrimento de outra, e você não toma bebidas
alcoólicas?
Este é um dos principais motivos pelo qual o marketing direto
vem obtendo sucesso e crescimento no Brasil e no mundo, nos
últimos tempos. Ele identifica quem a empresa deve atingir e direciona sua estratégia de marketing até essas pessoas, que são seu
target. São algumas ferramentas do marketing direto:
- Mala direta: principal representante do marketing direto é
uma forma de comunicação direta, dirigida a quem pretendemos
informar sobre um produto ou serviço. Quanto mais personalizada
a mensagem, maior será o impacto do destinatário ao recebê-la.
- Telemarketing: trata-se da utilização do telefone como ferramenta de marketing. Ele pode ser utilizado como forma de vender,
comunicar, pesquisar ou prospectar clientes.
- Catálogo: ao mesmo tempo em que comunica a existência
e os atributos de um produto, o catálogo é também uma forma de
distribuição direta.
Os objetivos da propaganda são:
1. Aumentar a participação no mercado;
2. Estimular as vendas.
Se em vez de um produto fosse uma escola, os objetivos da
propaganda seriam:
1. Aumentar a frequência;
2. Manter os matriculados.
Se fosse uma igreja:
1. Aumentar a frequência dos membros, mostrando-lhes o caminho da salvação;
2. Mantê-los na igreja, dando-lhes alimentação espiritual, para
que possam multiplicar.
Só que temos feito propaganda para milhares, para milhões.
Milhares e milhões não são seres, não existem.
Existem indivíduos. Todas as mensagens precisam ser percebidas, entendidas e aceitas por cada uma das pessoas, individualmente.
Precisamos redirecionar para as pessoas toda a propaganda
que fazemos para que seja eficiente.
Didatismo e Conhecimento
23
ATENDIMENTO
- Cuponagem: estratégia muito comum em outros países e ainda incipiente no Brasil, consiste em distribuir a pessoas específicas promoções especiais de compra de alguns produtos em determinados pontos de venda.
- Internet: utilização da rede mundial de computadores para comunicação e interligação virtual entre fornecedores e consumidores. Até
agora não foi utilizado todo o potencial desta ferramenta, pois há desconhecimento por parte dos consumidores sobre o conjunto de recursos
que ela pode oferecer. Vêm sendo utilizados e-mails como forma de comunicação, com alguns casos de sucesso.
O mix de marketing, também conhecido como composto de marketing ou 4P’s, é o conjunto de ferramentas que a empresa utiliza para
perseguir seus objetivos de marketing no mercado-alvo.
Essas ferramentas são classificadas em quatro grupos amplos, os 4P’s de marketing: produto, preço, praça (ou canal) e promoção (ou
comunicação). Esses termos vêm do inglês product, price, place and promotion.
Para a composição deste tópico utilizaremos também como base a transcrição de trechos do trabalho cientifico de Yumi Mori Tuleski,
graduada em Ciências Economicas pela Unicamp, com pós-graduação em Administração de Empresas com ênfase em Marketing, na Fundação Getulio Vargas.
O mix de marketing é composto pelos 4P´s, os quais: produto, preço, praça e promoção. A figura 1 mostra as variáveis específicas sob
cada P.
A mesma figura 1 mostra a empresa preparando um mix de ofertas de produtos, serviços e preços, utilizando um de promoção, formado
por promoção de vendas, publicidade, força de vendas, relações públicas, mala direta, telemarketing e internet, para alcançar os canais de
distribuição e os clientes-alvo.
(...) um composto de marketing é a combinação de ferramentas estratégicas usadas para criar valor para os clientes e alcançar os objetivos da organização. (Churchill & Peter, 2000, p.20)
Primeiro “P”: Produto
Produto é qualquer coisa que possa ser oferecida e que satisfaça necessidades e desejos de um mercado. Produto inclui não só bens ou
serviços, mas também marcas, embalagens, serviços aos clientes e outras características. Não necessariamente o produto precisa ser físico.
Eles podem existir fisicamente, mas também podem ser serviços, pessoas, locais, organizações, ideias, etc.
Para entender melhor o que é um bem, há necessidade de compreender que não se trata somente de algo tangível (palpável ou físico),
que compramos e levamos para casa. Muitas vezes estão, junto a ele, serviços, como as férias em um hotel ou um show de uma pessoa
famosa.
A Sadia, fabricante de alimentos, conhecedora de que as mulheres atualmente estão mais ocupadas, sabendo que elas estão no mercado
de trabalho e têm pouco tempo para se dedicar ao marido e aos filhos, passou a oferecer uma linha de produtos congelados. Mas ela não
ofereceu sua linha de produto salientando suas qualidades. Ela sugeriu o benefício da liberdade, que é algo que as mulheres se vangloriam
nos dias de hoje. Nesse caso, fica explícito que o conceito de liberdade é muito mais valorizado do que o produto em si, e as consumidoras
que desejam liberdade em seus casamentos compram o produto orgulhosas de sua liberdade.
Didatismo e Conhecimento
24
ATENDIMENTO
O produto deve, obrigatoriamente, ser aquele desejado pelo cliente, estar dentro das suas expectativas e satisfazer suas necessidades.
Quando se criam produtos, cinco níveis devem ser observados. São eles:
Benefício-núcleo: é um benefício fundamental que o consumidor está comprando.
Produto básico: é aquele que o consumidor compra. Aqui são definidos os benefícios básicos dos produtos.
Produto real ou esperado: apresenta cinco particularidades: nível de qualidade, características, design, marca e embalagem. É um conjunto de atribuições que os consumidores geralmente esperam.
Produto ampliado: oferecem-se serviços e benefícios adicionais
Produto potencial: é constituído por todas as ampliações e modificações que esses produtos podem sofrer no futuro. É a provável evolução do produto.
Das quatro variáveis do marketing mix, podemos considerar o produto como sendo a mais crítica no processo decisório. As empresas
precisam administrar suas marcas como um dos principais patrimônios da empresa. Além de administrar a marca, é necessário posicioná-lo
de forma correta para que as estratégias alcancem seus objetivos.
Produtos é o conjunto de atributos, funções e benefícios que os clientes compram. Primeiramente, eles podem consistir de atributos tangíveis (físicos) ou intangíveis, como aqueles associados aos serviços, ou uma combinação de tangíveis e intangíveis. (Griffin, 2001, p.228)
Segundo “P”: Preço
Preço é o volume de dinheiro cobrado por um produto e/ou serviço. Preço é a quantidade de dinheiro, bens ou serviços que deve ser
dada para se adquirir a propriedade ou uso de um produto.
O consumidor ao comprar um produto paga o preço e recebe os benefícios dele. O preço é apenas uma parte do custo total que os clientes pagam numa troca, que também inclui várias outras variáveis.
O preço é o único componente do mix de marketing que gera receita e é um dos principais elementos na determinação da participação
de mercado de uma empresa e de sua rentabilidade.
A determinação do preço de um produto ou serviço nem sempre é uma tarefa simples. É preciso considerar que, quando bem posicionado, o preço de um produto ou serviço é fator primordial ao sucesso do plano de marketing.
Ao se elaborar a estratégia de preço de um produto, deve-se considerar o seguinte: ele deve ser suficientemente alto, para proporcionar lucro a quem o está produzindo ou comercializando, porém não pode ser tão alto que desestimule a compra. Afinal, sempre se procura
comprar produtos mais baratos. Ele também deve ser suficientemente baixo, a fim de que seja atrativo aos clientes. Contudo, não pode ser
demasiadamente baixo, pois pode depreciar o produto aos olhos dos clientes, que podem pensar que há algo de errado nele, além de não ser
interessante produzi-lo e comercializá-lo, pois não gerará lucro significativo.
O cliente procurará um preço justo, que não deve ser nem muito elevado, de modo que o cliente ache que não vale a pena comprá-lo,
nem tão baixo que o leve a pensar que há algo de errado com o produto.
O quadro abaixo mostra como a empresa pode decidir posicionar seus produtos, levando em consideração qualidade e preço.
Dentro do composto de marketing, o preço desempenha quatro papéis importantes:
Se a compra será feita e, caso seja, quanto os consumidores comprarão;
Se comercialização do produto será suficientemente lucrativa;
Se o preço é flexível e pode ser mudado com facilidade. Os profissionais de marketing precisam estar atentos para utilizar a estratégia
de pricing correta, evitando problemas.
O preço é quem gera a demanda e não o contrário. Se o preço do produto é baixo, geralmente a demanda é mais alta e vice-versa.
Analisando essas informações, fica o questionamento: qual é o preço ideal de um produto? O preço ideal de um produto é simplesmente
aquele que o cliente julga justo e que, ao mesmo tempo, é interessante lucrativamente para a empresa.
Didatismo e Conhecimento
25
ATENDIMENTO
Vale ressaltar que a propaganda influencia na escolha do consumidor. A propaganda, além de transmitir informações sobre os
produtos, oferece informações sobre a empresa. A propaganda é
necessária porque tem a capacidade de informar um grande número de clientes ao mesmo tempo. É importante, também, pois ajuda
o consumidor a criar ou aumentar a percepção dos atributos dos
produtos e dos pontos fortes da empresa.
(...) a propaganda é uma das ferramentas mais comuns que as
empresas usam para dirigir comunicações persuasivas aos compradores e públicos-alvo. (Kotler, 1998, p.554)
Promoção de Vendas - As ferramentas de promoção de vendas são: cupons, concursos, prêmios, entre outras e possuem três
características distintas: de comunicação, que visa atrair a atenção
dos consumidores; de incentivo, que visa estimular o consumo; e
de convite, que objetiva convidar para uma transação imediata.
Promoções de vendas são ferramentas usadas pelos profissionais de marketing que fazem parte do nosso dia-a-dia. Quantas
vezes não recortamos selos em embalagens para concorrer a um
carro ou uma casa?
Dois exemplos atuais de promoção de vendas servem exemplos: o primeiro é o preenchimento de um cupom nos postos Ipiranga para um sorteio em que os premiados ganharão Cross Fox
e 1 ano de combustível grátis. O segundo é a promoção de vendas
d’O Boticário que está sendo veiculada na televisão, na qual todos
os consumidores que comprarem um valor superior a x reais estarão automaticamente concorrendo a carros, vales-produto e meio
milhão de reais.
Exemplos como esses têm como principal objetivo alavancar vendas e fazer com que os consumidores sejam atraídos pelas
promoções e optem por comprar de uma empresa deles e não dos
concorrentes.
Relações Públicas - Trata-se do desenvolvimento de apelos,
junto ao consumidor, utilizando histórias da empresa ou da criação
de produtos reconhecidos no mercado. Pode, até mesmo, valer-se
de institutos sociais e obras de caridade de que a empresa participa.
Publicidade - É toda comunicação que não é paga pela veiculação. Por exemplo, quando um artigo sobre um produto é publicado em um jornal ou revista, as características do produto são
comunicadas ao público sem ônus para a empresa.
Força de Vendas - É a ferramenta mais eficaz em termos de
custos nos estágios finais do processo de compra, particularmente,
no desenvolvimento da preferência, convicção e ação do consumidor. A venda pessoal envolve relacionamento ao vivo, imediato e
interativo com o consumidor, permitindo uma relação duradoura.
Marketing Direto - A identificação do potencial de retorno do
marketing direto é fácil de ser percebida. Basta imaginar a quantidade de ações de marketing em massa que se recebe diariamente
sem participar do público-alvo a que elas se destinavam.
Quantas vezes você ouviu apelos para que comprasse um determinado CD quando você detesta aquele estilo de música? Ou
quantas propagandas de cerveja existem para que você compre determinada marca em detrimento de outra, e você não toma bebidas
alcoólicas?
Este é um dos principais motivos pelo qual o marketing direto
vem obtendo sucesso e crescimento no Brasil e no mundo, nos
últimos tempos. Ele identifica quem a empresa deve atingir e direciona sua estratégia de marketing até essas pessoas, que são seu
target. São algumas ferramentas do marketing direto:
Terceiro “P”: Praça
O “P” de “praça” também é conhecido como ponto-de-venda
ou canal de distribuição e pode ser descrito como sendo uma rede
organizada de órgãos e instituições que, em combinação, executam
todas as funções necessárias para ligar os fabricantes aos usuários-finais a fim de realizar a tarefa de marketing. De uma forma
mais simples, distribuição em marketing significa disponibilizar
o produto ou serviço ao cliente da forma mais fácil e conveniente
para ser adquirido.
O produto desejado, com um preço justo, deve estar acessível
ao cliente, isto é, num local onde ele possa comprá-lo no momento
em que desejar.
As decisões de canais de distribuição afetam diretamente as
outras decisões da empresa e envolvem compromissos a longo prazo. Apesar de ser tão importante para as empresas, a distribuição
ainda é um tema que pouco interessa para algumas se comparado
aos demais P’s. Por outro lado, existem empresas que administram
de forma eficaz a distribuição de seus produtos e esse acaba sendo
seu maior diferencial competitivo.
Quer um produto seja música, um automóvel, uma garrafa de
Coca-Cola, um computador pessoal, um relógio, um pão de forma
ou qualquer outra coisa, de alguma forma ele precisará ser posto
à disposição de, literalmente, bilhões de pessoas. (Rosenbloom,
2001, p. 296).
São várias as formas de distribuição. Dentre as principais estão:
- Distribuição direta: Ocorre quando o produtor do serviço
ou produto vende diretamente ao consumidor. Exemplo: algumas
empresas utilizam-se das chamadas “lojas da fábrica”, nas quais
fabricantes de produtos vendem diretamente aos consumidores.
Também pode-se citar os prestadores de serviços, os quais executam, eles mesmos, o serviço para o consumidor, como os dentistas
e os cabeleireiros
- Distribuição Indireta: Ocorre quando o produto ou serviço
utiliza-se de distribuidores para levar o produto ou serviço até o
consumidor. Exemplo: quase a totalidade dos produtos encontrados nos supermercados não é fabricada por eles. Os supermercados são intermediários entre o fabricante e o consumidor.
Quarto “P”: Promoção
Muitas vezes, propaganda é confundida com marketing. Isso
ocorre principalmente pelo fato de que o composto promocional é
a parte do marketing que mais aparece e é percebida pelas pessoas
de uma forma geral.
Há um provérbio popular que diz: “A propaganda é a alma do
negócio”, e, realmente, ele tem toda a razão, pois se não divulgarmos o produto aos clientes, eles não saberão da sua existência e
não poderão adquiri-lo.
Podemos considerar como sendo cinco as principais ferramentas da promoção. São elas: propaganda, promoção de vendas,
relações públicas e publicidade, força de vendas e marketing direto.
Propaganda - A propaganda é um item que está inserido dentro
da promoção e juntas desempenham papel fundamental na criação
de valor para o cliente. A propaganda se torna importante porque
informa os clientes sobre os produtos e ativa a necessidade de
comprá-los.
Didatismo e Conhecimento
26
ATENDIMENTO
Mala direta: principal representante do marketing direto é
uma forma de comunicação direta, dirigida a quem pretendemos
informar sobre um produto ou serviço. Quanto mais personalizada
a mensagem, maior será o impacto do destinatário ao recebê-la.
Telemarketing: trata-se da utilização do telefone como ferramenta de marketing. Ele pode ser utilizado como forma de vender,
comunicar, pesquisar ou prospectar clientes.
Catálogo: ao mesmo tempo em que comunica a existência e
os atributos de um produto, o catálogo é também uma forma de
distribuição direta.
Cuponagem: estratégia muito comum em outros países e ainda incipiente no Brasil, consiste em distribuir a pessoas específicas
promoções especiais de compra de alguns produtos em determinados pontos de venda.
Internet: utilização da rede mundial de computadores para
comunicação e interligação virtual entre fornecedores e consumidores. Até agora não foi utilizado todo o potencial desta ferramenta, pois há desconhecimento por parte dos consumidores sobre o
conjunto de recursos que ela pode oferecer. Vêm sendo utilizados
e-mails como forma de comunicação, com alguns casos de sucesso.
5 TELEMARKETING.
Telemarketing, termo inglês criado por Nadji Tehrani em
1982, designa a promoção de vendas e serviços via telefone, ou
seja, marketing pelo mesmo. Atualmente, o termo foge deste escopo, ao abranger também a tele cobrança (cobrança via telefone),
atendimento ao consumidor e o suporte técnico. Pode-se dizer que
o telemarketing é um “atendimento telefônico comercial ou não
padronizado” que segue certos roteiros (scripts) de atendimento.
Na atualidade o telemarketing é feito por empresas especializadas. Elas fazem trabalhos de divulgação e de orientação aos
clientes de vários segmentos do mercado, sendo praticado em
grandes ambientes denominados callcenters centrais de atendimento ou SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente).
O Call Center ou Central de Atendimento tem como objetivo
fazer o interface entre os clientes e a empresa.
Este conjunto de soluções integradas, visam fazer a ligação
entre os prospects, clientes e fornecedores com a empresa, facilitando o contato e a administração dos eventos que envolvem
as áreas, permitindo o gerenciamento do relacionamento com os
clientes.
Para disputar o jogo competitivo, a empresa precisa analisar
os consumidores, selecionar os mercados-alvo e utilizar as ferramentas do marketing mix para satisfazer as necessidades do consumidor. Acima de tudo, os administradores de marketing devem
elaborar estratégias de marketing que se adaptem à posição e aos
recursos da empresa, face a seus concorrentes e, depois, gerenciar
e adaptar de maneira eficaz essas estratégias para as alterações do
ambiente.
Com base nisso, estruturar um bom composto de marketing é
uma estratégia de vantagem competitiva para a empresa.
Outra questão importante com relação ao marketing mix, é
que o ambiente de negócios e do mercado é extremamente dinâmico, ou seja, uma estratégia que funcionou muito bem no passado
pode não funcionar mais no presente.
É uma ferramenta que através da central para atendimento a
clientes atua de forma ativa ou receptiva como canal de comunicação e vendas. Apesar de ser conhecido simplesmente por «vendas
por telefone», o Telemarketing compreende a aplicação integrada
e sistemática de tecnologias de telecomunicações e processamento
de dados, com sistemas administrativos, com o propósito de otimizar o mix das comunicações de marketing usado por uma empresa
para atingir seus clientes.
As empresas que utilizam o Marketing Direto como ferramenta definem Telemarketing ora como canal de comunicação, ora
como canal de vendas, quase sempre em parceria com mala direta.
O Telemarketing atua como um importante canal de comunicação entre sua empresa e o mercado comercial reduzindo seus
custos de comercialização diversificando sua atuação em novos
Clientes e/ou mercados e recuperando clientes não atendidos no
modelo convencional. Através da aplicação do Telemarketing Ativo ou do Telemarketing Receptivo a empresa efetivará uma imagem diferenciada em seu mercado de atuação
Neste contexto, o marketing e a definição correta do marketing mix têm uma importância fundamental para o sucesso da
empresa em um ambiente competitivo. Cada década, exige que a
administração da empresa pense criticamente em seus objetivos,
estratégias e táticas. Rápidas mudanças podem facilmente tornar
obsoletos os princípios vencedores de ontem na conduta dos negócios.
Por isso, a análise constante e infinita do mercado, a atualização dos segmentos mais atrativos, a avaliação das forças e fraquezas da empresa e dos concorrentes e, consequentemente, a definição de planos de marketing anuais com planos de ação totalmente
direcionados para atender às necessidades dos clientes é de vital
importância para a manutenção saudável da empresa nos seus mercados de atuação.
Com certeza, uma empresa que não se dedica a estar sempre se reciclando e fazendo as mudanças necessárias para atender
ao dinamismo que mercado pede, está fadada a começar a perder
market share em um curto período tempo.
O plano de marketing é um processo fundamental para todos
os profissionais de marketing. E, os 4P’s ou mix de marketing são
uma linguagem conhecida e entendida universalmente pelos profissionais da área e resumem, de forma bastante simples e concisa,
o coração do marketing da empresa que nada mais é do que sua
estratégia e seu plano de ação para atingir seus resultados.
Didatismo e Conhecimento
Conceito de Telemarketing
É a transmissão de ideais, informações, emoções e habilidades. É o ato de emitir, receber e transmitir mensagens através da
linguagem escrita, falada e de sinais, signos ou símbolos quer de
aparelhamento técnico especializado, sonoro e/ou visual.
As 10 vantagens do Telemarketing
1. Interatividade: é a mídia mais pessoal e interativa que existe;
2. Flexibilidade: muitas operações são montadas durante um
curto período para atender as exigências da empresa;
3. Replanejamento: a qualquer momento uma estratégia poder ser modificada, já que as informações de seu sucesso chegam
rapidamente;
27
ATENDIMENTO
4. Otimização: num mesmo contato muitas informações podem ser repassadas ou cadastradas de um mesmo cliente;
5. Controle: é razoavelmente fácil controlar uma operação de
telemarketing, já que todas as informações trafegam em sistema;
6. Foco: condições especiais de preço e conteúdo podem ser
ofertadas para clientes da mesma empresa;
7. Cobertura: pode atingir distâncias continentais em segundos;
8. Comodidade: tanto para o comprador quanto para o vendedor;
9. Custo: é mais barato vender pelo telemarketing, pois os custos de comissões, estrutura e logística são muito menores do que
em uma loja;
10.Velocidade: um operador de telemarketing pode efetuar 70
contatos com empresas no mesmo dia, já um vendedor de campo
pode, em média, visitar 12 clientes.
Porém, causa restrições por ter natureza intrusiva.
6 VENDAS: TÉCNICAS DE VENDAS DE
PRODUTOS E SERVIÇOS FINANCEIROS
DO SETOR BANCÁRIO.
A aplicação da técnica de vendas, além de alavancar recursos, conseguir apoio e ajudar superar oposições, também evita
contradições que podem levar a empresa ao descrédito.
A técnica de vendas pode ser representada por quatro letras:
AIDA. Cada letra representa uma técnica a ser implementada.
A – quer dizer atenção. Chamar a atenção.
I – quer dizer interesse. Despertar o interesse.
D – desejo. Estimular o desejo.
A – ação. Gerar uma ação.
Os pressupostos técnicos da venda são:
1) Conhecimento do produto – o vendedor deve conhecer profundamente o produto, ou seja, deve conhecer seu funcionamento,
como foi construído, a tecnologia empregada, o tempo de garantia,
e todos os outros detalhes do produto;
2) Clientela – o vendedor deve encontrar seu nicho, sua clientela, identificar seu perfil;
3) Abordagem – o vendedor deve conquistar a atenção de seu
cliente, sem gerar aversão a ele e ao produto;
4) Descobrir a necessidade do cliente e mostra-se pronto a
satisfazê-la;
5) Comunicação – o vendedor deve adotar a linguagem do
cliente, avaliar suas reações e envolvê-lo com lógica e confiança,
superar objeções, sem ferir o orgulho e a vaidade do cliente;
6) Fechamentos da venda – o vendedor não pode se mostrar
ansioso, nem burocrata, mas deve fazer o pedido com naturalidade
e presteza, conduzindo o cliente a consumação da venda;
7) Acompanhamento – o vendedor não pode desinteressar-se
do cliente, pelo contrário, deve sempre manter a perspectiva de
uma venda futura.
Quais são as aplicações do Telemarketing?
- Captação de pedidos de venda;
- Pesquisa de Informações de Mercado;
- Atendimento de Consultas de Clientes sobre: Carteira de
Pedidos; Faturamento; Crédito e Títulos; Histórico de Compras;
Disponibilidade de Estoque.
- Agenda e Controle dos Contatos através de Manutenção do
Histórico de Contatos;
- Elaboração de campanhas e scripts de contato.
Neste caso, existe integração total com as bases de dados da
comunicação da empresa. Todo o trabalho é feito a partir da campanha e do material promocional fornecido pela empresa e o caminho é empresa-cliente.
O que caracteriza um Telemarketing Ativo?
O telemarketing ativo é um serviço onde o contato é feito no
sentido empresa-cliente e caracteriza-se por:
• Requerer cadastro para ligações
• Requer roteiro (orientação na forma de interação com cliente)
• Operador comanda
• Picos previstos
• Aproveita as mídias
• Maior conhecimento de técnicas pelo operador
• Mais questionamentos dos Prospects durante o contato
• Adequados ao tamanho do esforço de Vendas
Relações com Clientes
A política do relacionamento afinado, a polidez para contornar
as dificuldades, sempre foram fatores de sucesso em vendas. Mas,
além disso, o vendedor atento mantém em sua rotina certas atitudes como: avaliar as boas oportunidades de negócios para ofertá
-las à sua clientela e assim ganhar sua confiança; manter contato
com sua clientela, tratando-a com dedicação e zelo; acompanhar as
operações com zelo transmite segurança para o cliente.
A Relação é decisiva para qualquer processo de vendas. Relacionar-se bem com o cliente, é desenvolver o Marketing de Relacionamento.
É tratar o cliente como único. É ter a percepção de entender
seus desejos, dúvidas e inseguranças.
É também, fazer com que o cliente sinta-se especial e único,
personalizando o atendimento, ouvindo-o, prestando todo auxílio
que ele necessitar.
Criar relacionamentos duradouros com os clientes, não é fácil.
Para isso, é necessário que o conquiste, fidelize-o e mantenha sempre um padrão de qualidade embutido em seus serviços.
O que caracteriza um Telemarketing Receptivo?
O telemarketing receptivo é um serviço onde o contato é feito
no sentido cliente-empresa e caracteriza-se por:
• Gera cadastro nos contatos
• Requer roteiro para abordagem
• Público comanda a ligação
• Picos de demandas sazonais
• Depende das mídias
• Menos questionamentos dos clientes durante o contato
• Maior conhecimento do produto pelo operador
• Equipamentos e estrutura devem estar adequados à demanda.
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Didatismo e Conhecimento
28
ATENDIMENTO
As empresas estão buscando a todo o momento estreitar o seu
contato com o mercado. Na Inglaterra, por exemplo, a rede de supermercados Tesco tem uma cópia autorizada da chave do carro de
alguns de seus clientes para, depois de cumprir a lista de compras
pela Internet, colocar as sacolas diretamente no porta-malas dos
veículos de seus clientes, na garagem da empresa na qual trabalham ou em qualquer outro lugar no qual o carro fique estacionado.
Esta abordagem tem como grande objetivo deixar o cliente
próximo da empresa e não vulnerável às ações dos concorrentes.
As formas atuais utilizadas pelas empresas demonstram uma preocupação constante em não perder seus clientes fiéis e em oferecer
fatos novos a cada momento.
É por meio da criação de uma ampla gama de novidades que
as empresas buscam cativar o seu público, evitando, assim, uma
possível vulnerabilidade quanto às ações de seus concorrentes diretos ou indiretos. A proteção do seu nicho de consumidores faz
com que os custos operacionais das organizações também se elevem a patamares que em muitas ocasiões suplantam as margens
preestabelecidas pela cúpula da organização. Neste caso, o fator
financeiro acaba se tornando um limitador para a aprovação de
ações que visam a cativar o consumidor. Existem casos em que
planos de ações de fidelização do consumidor superam os custos
incorridos, porém os projetos são levados adiante para firmar uma
imagem institucional mais sólida. Assim, as metas esperadas pela
organização podem ser definidas como de longo prazo, o que torna
a ação possível de ser executada mesmo com um quadro não favorável ou considerado deficitário quando analisado isoladamente.
As organizações que possuem flexibilidade para trabalhar
com seu composto de produtos sabem que a recuperação deste investimento ocorre no conjunto da comercialização de todos os produtos da linha, que eles podem estar envolvidos em uma política
mais ampla, conhecida também como estratégia de guarda chuva.
Portanto, os custos de implantação são absorvidos pelo conjunto total de itens comercializados. As constantes atitudes identificadas como de relacionamento acabam sendo vistas pelo mercado consumidor como vantagens que são oferecidas em troca de
uma maior concentração de compras.
Esta ação muitas vezes é considerada exclusivamente de caráter promocional, porém o consumidor a percebe como algo que se
incorpora ao produto. Se esta ação não for bem planejada e refletida, a empresa poderá estar se complicando no médio prazo, pois
o mercado irá sentir a falta do complemento incorporado anteriormente ao produto na condição de ação promocional.
No mercado brasileiro, encontramos diversos casos em que
os planos de afinidade são atualmente entendidos como parte integrante do produto ou serviço que está sendo oferecido: planos
de afinidade de cartões de crédito (como o da American Express
Membership Rewards e do Diners Club Rewards), os planos de
acúmulo de milhagem das companhias aéreas, a troca de 10 tíquetes de pizzas por uma gratuita, cartões de relacionamento e
duchas externas nos veículos após abastecimento de combustível.
O problema com que atualmente algumas destas empresas convivem é tentar separar as vantagens, que podem ser temporárias,
dos produtos. Portanto, é salutar que exista uma proposta clara dos
objetivos que se buscam quando se adota um plano que envolva
relacionamento e fidelização dos consumidores.
A empresa deve proporcionar um atrativo plano de remuneração e carreira, estimulando o vendedor com perspectivas de ganho
e sucesso em sua missão. Necessário se faz criar métodos que não
permitam que a acomodação e a rotina se instalem. Métodos como
rodízio de funcionários nos diversos setores de venda, por exemplo.
Didatismo e Conhecimento
Planejamento de Vendas
Planejamento de vendas é traçar um plano, uma estratégia
para maior sucesso nas vendas. Este plano deve conter itens como:
- território abrangido;
- plano de atendimento ao cliente;
- visitas e roteiros;
- controle de metas e custos.
Vários são os meios de se planejar as vendas, seu crescimento, tendências e mudanças importantes. Conhecer os principais
métodos de previsão de vendas, suas vantagens e desvantagens,
possibilita diminuir a chance de uma escolha errada. Aliados a um
bom planejamento de vendas e de marketing, permitem vislumbrar
melhor o caminho que a empresa estará seguindo nos próximos
períodos e preparar se para eles.
- previsão de vendas
- etapas e métodos de previsão
- orçamento de vendas
- planejamento das vendas
- relatórios comerciais
- a tecnologia a favor da administração de vendas previsão de
vendas
Antigamente, para estabelecer as metas de vendas, as empresas consideravam o que tinham vendido no período anterior e,
perguntando aos clientes quais seriam suas compras futuras, estabeleciam as novas quantidades a serem produzidas.
Outras vezes, determinavam o novo patamar utilizando a taxa
de crescimento das vendas do ano anterior. Posteriormente a essa
fase, que poderíamos chamar de empírica, passaram a utilizar
métodos estatísticos, como ajustamentos lineares, parabólicos e
equações de múltiplas variáveis, construídos a partir dos históricos
de vendas. No entanto, para que esse processo, conhecido como
extrapolação, desse certo, era preciso que as condições ocorridas
no período considerado como base continuassem a se verificar, o
que nem sempre ocorre. As empresas brasileiras passaram, então, a
se basear em dados de países mais desenvolvidos para determinar
como seria a demanda no futuro. No entanto, além de só poder
ser utilizado por países que se encontram em defasagem em relação aos outros, este método também era prejudicado pelos hábitos
culturais, que variam enormemente de um país para outro, e pelos saltos tecnológicos, que evitam a passagem de todas as etapas
ocorridas no país de origem.
A correlação, tanto simples como múltipla, também foi largamente utilizada. O método da correlação consiste em considerar duas variáveis que estão interligadas de forma que, ao se alterar uma delas, a outra variará numa proporção determinada. Por
exemplo, quando o poder aquisitivo da população cai, o mercado
de usados e de manutenção mecânicos, funileiros e pintores de automóveis aumenta, pois as pessoas deixam de adquirir automóveis
novos e passam a dar um maior cuidado aos usados.
Com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929 e
a crise do petróleo de 1930, todos os países e empresas do mundo
foram atingidos de uma forma e intensidade que nenhum método
de previsão pôde antecipar. As empresas perceberam, então, que
qualquer um dos métodos, por mais preciso que fosse jamais poderia ter detectado com exatidão os efeitos causados por essas crises.
Ficou claro que existem situações diferenciadas que podem
influenciar uma empresa e que podem não ter acontecido no passado e, portanto, não podem ser consideradas numa análise que
29
ATENDIMENTO
tenha por base o período anterior. É o que acontece também com
o estagflação, situação caracterizada pela paralisação das atividades econômicas e da produção em paralelo com a inflação ou, de
outra maneira, a coexistência da inflação com a estagnação econômica.
Os estudiosos resolveram, então, buscar outras maneiras que
pudessem ser empregadas pelos executivos para determinarem
com certa precisão como seria o mercado de amanhã.
Perceberam que, embora se fale muito em turbulência, ela não
ocorre repentinamente. Notaram que, se o histórico econômico de
um país ou de um mercado fosse acompanhado continuamente,
por meio do estudo de uma série de variáveis que o representem,
poderia ser possível detectar uma mudança com a antecedência necessária para a empresa se preparar para enfrentar a situação anômala, seja ela uma oportunidade ou ameaça mercadológica.
O sucesso em se atingir esta previsão é dependente de fatores
externos à organização, ou seja, é dependente da ação de pessoas
que não estão sob o controle da organização.
Esse fator de vulnerabilidade faz com que os executores da
previsão de vendas utilizem margens de segurança e rotas de ajustes na elaboração do processo, a fim de que esta maior flexibilidade
possa garantir, mesmo que as variáveis mudem, o objetivo global
da organização definido no início do processo de previsão.
Existem alguns fatores que podem definir os rumos de uma
organização e, principalmente, o volume de vendas de um determinado período. Na previsão de vendas, deve se avaliar quais são
as consequências positivas ou negativas, inflação, demanda por
produtos complementares ou substitutos e entrada de novos concorrentes. Estas análises correspondem principalmente ao exame
das condições internas responsáveis pela rapidez de respostas aos
anseios do mercado e das condições do setor de atividade da empresa (análise micro ambiental) e das condições gerais dos negócios e da economia em geral (análise macro ambiental).
Para a análise micro ambiental é necessário examinar criteriosamente as reais perspectivas que existem no setor de atuação,
ramo ou mercado e que possam gerar possibilidades otimistas
ou pessimistas sobre a continuidade do negócio em si.
Ao analisar se ela, o mercado e os clientes possuem condições
favoráveis no momento, à organização poderá se deparar com um
quadro que defina com maior segurança o rumo de seus negócios.
Com relação à análise macro ambiental ao observar as condições gerais dos negócios e da economia em geral, ela traz a possibilidade de se avaliar e controlar melhor os números que serão
afixados na previsão de vendas.
Deve se ter a preocupação em avaliar sempre não só o negócio em que se está envolvido, mas também as perspectivas que
envolvem setores direta ou indiretamente relacionados, pois, assim, pode se ter uma visão mais ampla dos rumos globais e, consequentemente, maior segurança na elaboração da previsão de
vendas.
Existem vários métodos de previsão de vendas. Alguns mais
antigos outros mais modernos, mas todos com algumas vantagens
e desvantagens.
Alguns deles são baseados em processos científicos apurados,
refletindo a preocupação das organizações em possuir segurança
para a previsão futura: são os métodos científicos. No outro extremo, estão os métodos pouco conceituados cientificamente, mas
que são usados em função dos recursos disponíveis: são os métodos não científicos.
Etapas e métodos de previsão
Deve haver um grande entrelaçamento entre a previsão e o
orçamento de vendas para que o controle operacional de uma atividade comercial possa ser atingido em toda a sua plenitude inicialmente programada.
Previsão de vendas
-Determinar os objetivos para os quais serão usadas as previsões.
-Dividir os produtos a serem estudados em grupos homogêneos.
-Determinar, com maior exatidão possível, quais os fatores
que influenciam as vendas de cada produto, ou grupo de produtos,
e procurar estabelecer a importância relativa de cada um deles.
-Escolher um método de previsão de vendas mais adequado
para cada caso.
-Reunir todas as informações disponíveis.
-Analisar as informações.
-Verificar os resultados da análise e compará-los entre si ou
com outros fatores disponíveis.
-Estabelecer premissas sobre os efeitos dos fatores que não
podem ser calculados numericamente.
-Converter as deduções e as premissas em previsões específicas para o mercado em geral e para regiões particulares.
-Analisar o desempenho das vendas e rever periodicamente
as previsões.
Assim, o mecanismo de previsão de vendas é sempre elaborado mediante as perspectivas de ocorrências futuras. As expectativas destas ocorrências são trabalhadas com base no momento atualmente conhecido.
Diante do quadro hoje identificado pelas organizações, seus
executivos e coordenadores de equipes comerciais agregam as
possibilidades de certas ocorrências do macro ambiente, que são
conhecidas pelo mercado como mudanças cambiais, eleições,
surgimento de novos mercados ou setores específicos de consumo. A junção destes fatos conhecidos (históricos e atuais) com as
expectativas de transformações futuras possibilita ao profissional
responsável pela elaboração da previsão de vendas idealizar um
objetivo para ser contemplado, compreendido e atingido pelo grupo comercial da organização.
Sendo assim, a previsão de vendas é a projeção numérica das
expectativas da organização retratada num determinado momento pelas opiniões e análises de seus profissionais e do que poderá
ocorrer no futuro dentro do mercado alvo de atuação.
Didatismo e Conhecimento
Técnicas de Vendas
Existem mais estilos de vendas e técnicas do que podemos
imaginar. Então, como saber o que funciona e o que não funciona?
Isso se reduz ao que funciona para você e para seu produto. Pense
no público alvo e nas percepções sobre o seu produto. Os clientes
têm necessidades e simplesmente precisam escolher entre as várias
marcas do mercado? Ou eles não têm ideia do quanto o produto irá
ajudá-los a serem mais produtivos? Alguma vez ficaram sabendo
sobre o seu produto? A visita para mostrar seu produto será um
aprendizado para o cliente ou para você?
Pense nisso antes de determinar quais técnicas podem funcionar para o seu produto ou serviço. Não é preciso dizer que o
método de vendas que funciona no escritório não funciona para o
30
ATENDIMENTO
serviço de consultoria de organização. Embora tenham um objetivo em comum, o conhecimento e entendimento dos seus clientes
serão diferentes. Mesmo que existam vários métodos, as escolhas
reduzem quando se pensa no mercado que atuamos e nas necessidades e expectativas de seus clientes.
Essas dicas são um guia básico que muitos vendedores podem
usar independentemente do mercado que atuem ou produto.
- Ouça o emocional do seu cliente: - as emoções estão presentes em quase tudo que fazemos sem que percebamos. Seu cliente
pode mencionar que está estressado com um projeto que esteja
desenvolvendo (mesmo que não seja relacionado ao que você está
vendendo a ele). Anote isso e veja se há algo que você possa fazer
para ajudá-lo. Você pode ter outro cliente que teve um problema
parecido e encontrou uma boa solução. Faça essas conexões e ajude sempre que possível, assim será recompensado com a lealdade
de todos os seus clientes.
- Concentre-se nas necessidades e expectativas de seus clientes: - analise se você pode estar tentado a oferecer para seu cliente
um produto ou serviço, quando ele precisa de outro. Vender mais
do que ele precisa pode comprometer futuras negociações. Quando
eles perceberem (e normalmente percebem), que não precisam de
tudo que você vendeu, vão se sentir mal e ressentidos por tê-los
feito gastar muito e não ter prestado atenção aos interesses deles.
- Use uma linguagem voltada para seu cliente: - mudar a maneira de conversar ou falar poderá fazer a diferença com que você
será recebido pelo seu cliente. Procure usar a mesma linguagem
para apresentar ou explicar sobre seus produtos que o cliente usa.
Não se mostre arrogante.
- Ajude seu cliente a ver o ponto principal – Lucro: - você
conhece o seu produto ajude sues clientes a economizarem e aumentarem seus lucros faça com que eles entendam isso. Seu produto pode ter características como: economia, maior lucro, mais
benefícios. Você também economiza tempo.
- Descubram quais são as prioridades de seus clientes: - economizar tempo e esforço depende, simplesmente, de saber a importância e os benefícios do seu produto trará para o seu cliente. Se
você seus clientes e determina as suas necessidades, mas ainda não
estão chegando a lugar nenhum, descubra se há outros elementos
que estão tendo prioridade e deixando as suas vendas de lado.
- Conhecendo seu cliente: - obtenha o máximo de informações
que puder antes de visitá-lo. Isso irá ajudá-lo a antecipar quais as
necessidades dele e mostrará que você tem interesse pelos negócios dele e não apenas vender. Quando conversar com ele, deixe
que fale mais. As pessoas normalmente adoram falar sobre seus
negócios e sucessos Isso abrirá portas para mais conversas e a
oportunidade de aprender mais sobre suas necessidades e como
você e seu produto podem supri-las.
- Concentre-se no que ele deveria comprar e não nas suas necessidades: - na medida em que você demonstra os benefícios e
qualidades de associado aos seus produtos, seu cliente minimizará
a resistência ou a desconfiança no que você está oferecendo. Concentre-se no que você sabe sobre os gostos dos clientes, você eleva
a importância do que é positivo e reduz a importância do que é
negativo.
- Venda sempre os benefícios e as qualidades e não o produto. – Lembre-se, na maioria das vezes você não está vendendo seu
produto ou serviço, estará vendendo os benefícios e as qualidades
que ele trará para o cliente.
Didatismo e Conhecimento
- Nunca apresse a venda ou o cliente: - este é um passo muito
importante. Ele poderá ajudar a dar ao cliente a percepção correta
em relação a você e a sua empresa. Apressá-lo, ao invés de deixá
-lo tomar sua própria decisão, pode criar hostilidades que poderão
não ser revertidas. Isso pode fazer a diferença entre pegar a venda
e criar um cliente leal ou começar com outros clientes. No clima
competitivo dos mercados atuais, você definitivamente não vai
querer arriscar perder um cliente qualificado que poderá precisar
do seu produto.
- Conheça muito bem os seus produtos ou serviços, assim
como o mercado em que atua: - para que seus clientes veja em você
um recurso valioso, demonstre que conhece e entende do mercado
e de seus produtos e também que poderá ajudá-los a tomar decisões para melhorarem seus negócios. Você será recompensado
pelos seus clientes que confiarão nas suas opiniões e conselhos e
negociarão com você com muita frequência.
- Cumpra as promessas: - Lembre-se nunca prometa ao seu
cliente nada que você ou sua empresa não poderá cumprir. Sempre cumpra o que você promete que vai fazer. Use toda tecnologia
disponível e tenha certeza de que cumpriu suas promessas. Não há
caminho mais certo para perder a confiança de um futuro cliente
(ou um cliente atual) do que se esquecer de cumprir promessas que
você fez. Se alguma coisa obrigar você a adiar o que prometeu,
ligue para seu cliente e conte o que aconteceu cumpra depois. Não
deixe de agir dessa maneira, caso contrário você ficará mal com
seu cliente. Poderá perder a confiança e a credibilidade que você
conquistou.
- Não use desculpas para seus clientes, use explicações: – Se
houver problemas com algum pedido de cliente entre em contato
com ele e explique. Procure fazer com que ele entenda qual o problema e ajude-o a resolvê-lo.
Estas são algumas informações básicas de técnicas de vendas
para quando você estiver iniciando ou já iniciou suas atividades
nesta área. Aprenda a ouvir, observar e aproveitar-se das informações que os próprios clientes fornecem a você. Isto também serve
como referência para supervisores e gerentes.
Motivação para Vendas
Uma das tarefas mais difíceis do gestor da área comercial, seja
ele gerente ou supervisor de vendas, é conseguir manter motivada
a sua equipe de trabalho.
Motivação pode ser definida como a disposição de exercitar
um nível persistente e elevado de esforço na direção de metas organizacionais, condicionada pela capacidade do esforço de satisfazer certa necessidade individual.
Para qualquer área da organização, a motivação da equipe é
fundamental para o bom andamento do trabalho, integração das
pessoas, execução das tarefas, produtividade e até mesmo para
manutenção do ambiente organizacional. Porém, para os vendedores os aspectos motivacionais são imprescindíveis para mantê-los
atuantes no mercado.
O profissional de vendas necessita ser constantemente estimulado para poder manter ou aumentar seu ritmo e rendimento no
trabalho, principalmente, pelo fato de seu dia a dia ser altamente
dinâmico e incerto, pois, dentre os contatos que ele realiza, grande
parte não gera um resultado positivo. Isso equivale a dizer que
o vendedor está exposto constantemente à frustração, como, perder uma venda ou, até mesmo, o cliente para a concorrência, de
31
ATENDIMENTO
uma visita não poder mais ser realizada, uma prospecção frustrada
por não ter sido recebido pelo comprador, uma negociação que
não chegou ao resultado esperado ou que corroeu a sua comissão.
Assim, mais resumidamente, motivação pode ser entendida como
a energia que flui de dentro das pessoas, direcionando a ação. E,
como toda energia, se não for constantemente alimentada, acaba.
Cada indivíduo tem uma forma de perceber e de reagir aos
estímulos externos, que na verdade servem como canais energizadores dos componentes da motivação.
Assim sendo, a única maneira de motivar as pessoas é conhecer de fato quais são estes estímulos e de que maneira eles afetam
cada uma das pessoas que compõem a equipe de trabalho.
Algumas organizações ainda acreditam que as pessoas, principalmente os vendedores, são motivadas apenas pelo dinheiro
que recebem. A remuneração do vendedor é considerada como o
principal elemento motivacional e, portanto, quando a equipe ou
o vendedor estão desmotivados é porque são mal remunerados ou
a comissão está muito baixa. Entretanto, o que se tem observado é
que o descontentamento com a organização ou a desmotivação da
equipe de vendas está ligado aos fatores: falta de parâmetros para
a promoção dos vendedores; iniquidade na forma de remuneração
entre os componentes da equipe e na distribuição de responsabilidade e carga de trabalho, resultantes, por exemplo, da região de
atuação ou do porte dos clientes; protecionismo; não objetividade
e falta de clareza na definição das metas a serem atingidas e dos
prêmios a serem distribuídos; pouca preocupação com o profissional com relação às suas necessidades e dificuldades; a ausência de
novos desafios; condições precárias de trabalho; falta de reconhecimento pelo esforço ou pelo resultado alcançado e, até mesmo
falta de confiança na gestão ou administração do supervisor ou
gerente de vendas.
Isso não significa que se essas questões não estiverem resolvidas os vendedores estarão eternamente insatisfeitos e, consequentemente, desmotivados. Existe, porém, um mínimo que deve ser
realizado para manter a equipe coesa e motivada. Um dos principais aspectos que possibilitam a motivação da equipe de vendas
está ligado ao próprio ambiente organizacional. É importante que
os vendedores saibam qual é a missão e quais os desafios que a
empresa deseja alcançar e o que é valorizado como atitude e postura profissionais. Além disso, devem ser deixados claro quais são
as políticas e os procedimentos adotados que darão suporte à missão da organização.
Não existe nada mais temerário do que as pessoas não saberem por onde estão caminhando ou de que maneira devem se comportar em diferentes situações.
As informações da empresa devem ser divulgadas de maneira clara e aberta, em todos os níveis, evitando assim dúvidas
ou boatos que acabam permeando, não só os diferentes níveis da
empresa, mas chegam até o cliente, podendo gerar descontentamentos desnecessários. Ainda dentro do contexto do ambiente, os
vendedores se sentirão reconhecidos e motivados se forem disponibilizados os recursos necessários para que possam desempenhar
o seu papel, incluindo aqui o treinamento. Outro aspecto com que
o supervisor ou gestor da equipe comercial deve se preocupar são
as questões que envolvem o conteúdo da função do vendedor.
O profissional de vendas tem como característica ser movido
por desafios constantes e necessita que o seu trabalho seja reconhecido como importante. Para ele é fundamental ter grande responsabilidade e autoridade dentro do exercício de sua função. Isso pode
Didatismo e Conhecimento
ser feito por meio da atribuição de um cliente de maior importância para a empresa ou mais difícil de atender, dando ao vendedor
maior margem para negociação, ou ainda pela solicitação de que
ele assuma outras atividades, como o suporte a um colega que está
com dificuldades na conquista de um cliente.
Cada profissional tem características próprias, portanto, dentro das possibilidades e das características do negócio, é importante tentar conciliara atividade profissional com o perfil pessoal,
adaptando as funções aos estilos, considerando as habilidades e as
motivações individuais. Deve se observar os exemplos de atitudes
consideradas motivacionais que podem ser usadas pelo líder de
uma equipe de vendas.
Remuneração da Força de Vendas
O vendedor deve ser bem remunerado, pois remuneração é
fator de grande importância para estimular o agente de vendas.
A remuneração a vendas pode ser feita de várias formas:
- salário é pagamento de uma quantia fixa, desvinculada do
volume de vendas;
- comissão é uma retribuição pecuniária variável de acordo
com o volume de vendas. Portanto, ótimo estímulo para o vendedor.
- salário + comissão – o vendedor recebe uma parte fixa, desvinculada do volume de vendas e lhe proporciona segurança e uma
parte variável de acordo com o volume de vendas que é justamente
para estimular as vendas.
- bonificações, bônus e prêmios – são remunerações extraordinárias vinculadas às conquistas de metas e ao constante crescimento das vendas. É forma de muita eficiência na motivação dos
vendedores. Pesquisas indicam que a melhor forma de remunerar
os vendedores para mantê-los motivados é a mista, onde há um
salário fixo e uma parcela variável concedida pelo atingimento de
metas.
Segmento de Mercado
O mercado não é um bloco homogêneo. É formado por necessidades e desejos variados dos consumidores. Há gosto e necessidade para todo tipo de produto. É preciso identificar e avaliar cada
parte, ou seja, os segmentos para então viabilizar um planejamento
de vendas, definindo estratégias para oferecer um produto com as
características daquele determinado segmento.
O segmento de mercado permite a distinção de interesses e necessidades de um grupo homogêneo de clientes e assim, oferecer
produtos e serviços capazes de atender os desejos e necessidades
do segmento. Assim, a empresa concentra seus esforços de forma
consciente e planejada em uma parcela específica do mercado. Seu
marketing é direcionado a grupo de indivíduos de características
semelhantes.
É possível segmentar o mercado de várias formas como: segmentação demográfica, segmentação geográfica, por renda, por
sexo, por grau de instrução, por profissões e muitas outras formas.
Administração do Tempo
Desperdiçar tempo é desperdiçar dinheiro. Muitas são as causas que levam ao desperdício de tempo como: desorganização,
indisciplina na atividade profissional, desinteresse, hábitos inadequados, desinteresse nos resultados e muitas outras causas que
tornam o tempo improdutivo.
32
ATENDIMENTO
Muitas são as sugestões fornecidas por vários estudiosos deste
assunto, para melhor administrar o tempo. Vejamos algumas delas:
1) Confirme as suas visitas por telefone, assim você elimina
viagens infrutíferas;
2) Aproveite bem seu tempo em viagens e deslocamentos.
Nestes momentos é possível fazer uma série de atividades. Planeje com antecedência a tarefa que será possível fazer durante o
percurso;
3) Elimine visitas inesperadas. Agende e confirme suas visitas;
4) Quando possível, faça com que o cliente o visite;
5) Desenvolva hábitos saudáveis de vendas, defina e enumere
as prioridades diariamente;
6) Fale com quem decide.
O processo de vendas pode ser dividido em três grandes fases,
as quais veremos agora com detalhe: pré-venda, a venda propriamente dita e o pós-venda.
estimado como sendo superior a 200 dólares, é de se esperar que
as empresas se concentrem em quem tem maior probabilidade e
melhores condições de realmente adquirir o produto. Antes de se
iniciar todo o processo de prospecção, é importante que se façam
alguns questionamentos para melhor definir o que de fato se deseja
e o que se está buscando em relação aos novos clientes.
Questões que devem ser feitas antes da prospecção do
mercado.
- Quem são os clientes de maior potencial?
- Quais são as suas necessidade?
- O que o motiva a comprar?
- Como é o seu comportamento de compra?
- O que de fato ele deseja?
- Qual e a melhor forma de abordá-lo?
- Existe algum concorrente atuando nele?
A empresa deve saber quem é seu cliente, atentando sempre
para as mudanças no mercado. Nos Estados Unidos, por exemplo,
a Merck ganhou vantagem competitiva sobre seus concorrentes
no mercado farmacêutico ao perceber que a compra dos remédios
prescritos não estava mais sendo feita pelos médicos, e, sim, pelos
hospitais.
Ela formou, então, uma equipe de vendedores especializada
no atendimento aos hospitais, os quais nunca haviam sido considerados como clientes antes. Além disso, um cliente satisfeito, além
de provavelmente querer comprar novamente da empresa, poderá indicar novos clientes e divulgar a empresa. Um comentário
sincero sobre um produto ou uma recomendação espontânea de
uma pessoa ou empresa para outra valem mais do que muita propaganda, além de, muitas vezes, trazerem o cliente até a empresa e
facilitarem o trabalho do profissional de vendas.
Ao pedir indicações de potenciais clientes, o profissional de
vendas deve saber lidar com certa relutância da pessoa por não
querer que um conhecido seu seja incomodado pelo vendedor.
Além disso, muitos preferem que seu nome não seja citado como
tendo dado a indicação. Para se entrar em contato com o prospect,
seja via telemarketing, mala direta, ligação telefônica com um convite para uma visita, almoço ou evento deve se obedecer a uma
certa “etiqueta” na prospecção de clientes.
Pré-Venda
Na fase de pré-venda desenvolvem se o planejamento e a concretização de uma série de atividades que irão auxiliar a sequencia
do processo da venda. A empresa deve primeiro identificar o que
o seu mercado quer para depois sair em busca de clientes. Não
adianta nada produzir 100 mil unidades do produto e adotar a postura de que o mercado terá de comprar todas essas unidades.
Sem a pré-venda, os resultados de vendas da empresa ficariam por obra do acaso. A pré-venda inclui diversas etapas, dentre
as quais as principais são a prospecção do mercado, a análise da
potencialidade do cliente, o agendamento de entrevistas e visitam
elaboração de uma proposta comercial, a realização de visitas e da
abordagem, o acompanhamento da proposta, a emissão do pedido
e a elaboração de relatórios comerciais.
Prospectando o Mercado
A prospecção do mercado é a identificação da clientela sobre
a qual compensa mais dirigir os esforços e recursos de vendas.
Podem se identificar novos clientes de diversas formas: indicação
dos atuais clientes, aquisição de listagens e de cadastros de clientes
(maffing), visita porta a porta, feiras, exposições, anúncios classificados, entidades de classe. Além de procurar vender mais para
quem já vende, o vendedor tem de vender para quem ele ainda não
vende, encontrando e conquistando novos e antigos clientes.
Etiqueta na Prospecção de Clientes
-Não aparecer “de surpresa” para uma apresentação numa empresa, sem ter tido nenhum contato anterior;
-Não fazer pressão para ser atendido devido ao fato de conhecer algum diretor da empresa ou alguém importante no mercado;
-Não relutar em dizer o propósito da ligação ou visita; e
-Não ser insistente demais, persistindo em conseguir uma visita quando o prospect já demonstrou que não está interessado.
É proibido vender
A Lexus, marca de luxo da Toyota, destinou em um determinado ano mais de 10 milhões de dólares para serem gastos em festas com seus principais clientes cerca de 25 mil, o que representava
algo em torno de 400 dólares por pessoa. Só, que com um detalhe:
para que os potenciais compradores não se sentissem pressionados
a fechar negócios, no local, os vendedores não só foram proibidos
de abordar os convidados como também de participar da festa. Já
tendo patrocinado também shows como um com o guitarrista Eric
Clapton e torneios de golfe entre celebridades com direito a participações de astros como o jogador de basquete Michael Jordan,
o único objetivo destas festas é trabalhar a imagem da: empresa,
construindo um futuro relacionamento positivo.
Prospectar clientes é escolher com quem a empresa pretende gastar “seu cartucho”, para não sair desperdiçando “balas” por
aí. Como o custo médio dos recursos envolvidos numa venda foi
Didatismo e Conhecimento
Analisando a Potencialidade do Cliente
Após definir claramente o que se está buscando e coletar uma
série de informações sobre os clientes, pode se, então, iniciar o
processo de análise da potencialidade do cliente, no qual, procurase conhecer o cliente através de dados e indicadores.
Agendando Entrevistas e Visitas
O processo de agendamento de visitas deve ser cercado de
alguns cuidados que podem facilitar o trabalho de aprovação pelo
qual o profissional de vendas passa para ser atendido. Para isso,
33
ATENDIMENTO
ele deve considerar alguns fatores, como estabelecer quando é o
melhor momento para a abordagem do cliente, definir o argumento
da entrevista ou visita, levantar possíveis objeções e preparar contra argumentos para, por fim, marcar a entrevista ou visita.
Questionário:
01. CESGRANRIO - 2010 - Banco do Brasil - Escriturário
Gerentes de banco devem ser capazes de convencer os
membros de sua equipe de que eles podem aumentar o desempenho da agência trabalhando mais ou sendo treinados para
atuar de maneira mais adequada. No entanto, essa estratégia
fica prejudicada se as vendas forem influenciadas por
a) aumento de propaganda.
b) crescimento econômico.
c) ações da concorrência.
d) confiança do consumidor.
e) liderança de mercado.
Elaborando Propostas Comerciais
Na elaboração de uma proposta comercial, o vendedor deve
ser claro e objetivo, para que o cliente também possa se sentir da
mesma forma. O profissional de vendas não pode, de forma alguma, gerar no cliente desconfiança ou a sensação de que está tentando tirar vantagem da situação.
Propostas documentadas e que possuam dados reais e informações estatísticas tendem a ser mais confiáveis, transmitindo
a sensação de que o vendedor de fato analisou a situação e possui conhecimento das reais necessidades do cliente.
Alguns dos passos para a elaboração de um roteiro de visita
comercial:
02. FCC - 2013 - Banco do Brasil - Escriturário - 2013
As técnicas de vendas podem ampliar a penetração de
mercado de determinados produtos financeiros. Sabe-se que
caminham, em paralelo com o processo de marketing de relacionamento, o planejamento e a fidelização. Sobre esse assunto, é correto afirmar que
a) o especialista em vendas tem a função de apresentar o produto, preocupando-se com a imagem e a credibilidade da instituição perante os clientes finais.
b) o especialista em vendas se preocupa com a burocracia dos
serviços para fidelização dos clientes.
c) as vendas visam prioritariamente ao crescimento da instituição, sem preocupação com os clientes.
d) as instituições não focam apenas os aspectos humanos e
nem sempre se preocupam com sua imagem.
e) as instituições focam a impessoalidade através do sistema
hierarquizado.
- Realizando visitas – A abordagem: Todo o planejamento
pode resultar em nada no momento da visita. É muito importante
que todos os cuidados que foram tomados na elaboração da proposta realizadas também sejam tomados na realização da visita e
da abordagem. Assim, causar visita e uma boa impressão é fundamental devendo, por exemplo, ser pontual, vestir se abordagem
adequadamente, ter uma conversa introdutória, apresentar tanto
você como a empresa e o propósito da visita de forma clara e objetiva, entregar o cartão de visita, criar um ambiente que facilite a
exposição da proposta, além de ouvir o cliente. Ser honesto com o
cliente e consigo mesmo dá maior segurança e confiabilidade para
a apresentação.
- Acompanhando a proposta: Ao apresentar uma proposta,
deve se estimular a participação do cliente, avaliar o seu grau
de compreensão, verificar se há dúvidas e fazer uma “leitura
gestual” do cliente, reparando, por exemplo, na sua postura física, expressão facial e movimentação das mãos, pois, às vezes, o
vendedor pode não estar agradando e, dependendo do momento,
ainda dá tempo para mudar de tática. Dois momentos costumam
ser decisivos para a concretização da venda no acompanhamento
da proposta: o tratamento que se deve dar às objeções e o momento
oportuno de se efetuar o fechamento da venda.
Nem sempre os vendedores se preparam de forma adequada
para fazer uma proposta. É possível que em algumas situações venham a ser pegos de surpresa por alguma objeção que não havia
sido considerada. Deve se tentar avaliar o que de fato existe, por
trás da objeção; pode ser que ela própria já traga consigo a resposta
que o cliente espera ouvir do vendedor.
O momento do fechamento da venda é encarado por alguns
vendedores como sendo de extremo sacrifício e desgaste. Pode ser
exatamente o contrário, se a negociação for conduzida com clareza
e envolvimento das partes. Se vendedor e cliente puderem ouvir e
falar e se as dúvidas forem esclarecidas, o momento da venda será,
provavelmente, encarado com satisfação e naturalidade por ambos.
Assim, alguns dados importantes para o acompanhamento da
proposta são: efetuar um breve resumo do que foi exposto; enfatizar os pontos mais importantes da proposta; levantar as objeções;
contra argumentar as objeções; verificar se algum ponto não ficou
claro; propor o fechamento da venda para, por fim, fechá-la.
Didatismo e Conhecimento
03. FCC - 2013 - Banco do Brasil - Escriturário - 2013
O marketing de relacionamento favorece o vendedor, em
nível proativo, de forma que ele vende os serviços e faz consultas posteriores ao consumidor para obter o feedback quanto
ao nível de satisfação e auxiliá-lo na utilização do produto. O
processo de feedback, nesta ação e reação de relacionamento e
comunicação, favorece
a) um sistema de relacionamento ineficaz.
b) um sistema de comunicação e relacionamento que movem
a retroalimentação das informações.
c) uma comunicação variada em que existem várias maneiras
de administrar.
d) uma comunicação limitada por normas escritas.
e) a comunicação em massa através da linha de vendas.
04. FCC - 2013 - Banco do Brasil - Escriturário - 2013
Forças dinâmicas e inter-relacionadas, externas ao processo de planejamento estratégico, apresentam ameaças e oportunidades, devendo ser consideradas ao reunir os mercados- alvo
aos compostos de marketing. (Sandhusen; 2007)
Em uma análise do ambiente do mercado, enquadram-se
dentre as variáveis ambientais que influem no planejamento
estratégico as de
a) planejamento tático e interferências no planejamento do
plano de negócios.
b) política de regras e políticas disciplinares, em relação ao
ambiente externo.
34
ATENDIMENTO
c) nível macroambiental e microambiental que favorecem a
análise ambiental.
d) política de regras e políticas disciplinares, em relação ao
ambiente interno.
e) planejamento estratégico empresarial e o plano de negócios que possibilita a análise e o trabalho em grupo.
III. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que
indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
IV. Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou
imaterial.
Marque a alternativa CORRETA:
a) Apenas as assertivas I, III e IV estão corretas.
b) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
c) Apenas as assertivas II e III estão incorretas.
d) Apenas a assertiva I está correta.
05. FCC - 2013 - Banco do Brasil - Escriturário - 2013
Ao nível de planejamento estratégico, as ações de vendas
estão voltadas, para fins de execução, ao consumidor final.
Com vistas ao planejamento de vendas em si,
a) as vendas estão relacionadas ao planejamento estratégico
de longo prazo.
b) as vendas estão relacionadas com os níveis estratégico,
tático e operacional.
c) cabe ao planejamento estratégico contratar uma assessoria
para implantar programas de metas de retenção de clientes.
d) cabe aos subsistemas de planejamento a integração das
diversas partes.
e) cabe aos sistemas de informação a definição do nível a ser
aplicado aos recursos humanos.
08. CESPE - 2007 - Banco do Brasil - Escriturário - 002
O BB, preocupado não só em atender às normas legais
vigentes, mas particularmente em promover a acessibilidade
de seus clientes portadores de necessidades especiais ou com
mobilidade reduzida, fez diversas alterações físicas em suas
agências. A observância ao Código de Defesa do Consumidor
(CDC) também tem sido um ponto importante no tratamento
com seus clientes.
Acerca das normas gerais e dos critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de necessidades especiais ou com mobilidade reduzida e do CDC, julgue
os itens subsequentes.
Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, desde
que determináveis e que intervenham nas relações de consumo.
( ) Certo
( ) Errado
06. FCC - 2013 - Banco do Brasil - Escriturário - 2013
A promoção de vendas é uma das ferramentas de comunicação integrada de marketing mais eficazes e vem ganhando
cada vez mais importância dentro do composto de marketing.
Sua utilização é feita, principalmente, para completar as demais ferramentas, e é nesse sentido que consiste a sua força.
Dessa forma, as promoções de vendas são direcionadas.
a) aos produtos em relação aos serviços ofertados ao consumidor final.
b) à divulgação de um novo produto em aberto, internamente
na empresa, buscando o aproveitamento das sugestões dos empregados para o seu desenvolvimento.
c) à avaliação de novos clientes e produtos em busca da comunicação integrada.
d) à relação entre custos e benefícios no perfil desejado da
venda.
e) aos intermediários, atacadistas e varejistas e aos clientes e
consumidores finais.
09. CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justiça
Assinale a opção correta acerca dos direitos do consumidor.
a) De acordo com o CDC, o devedor poderá pedir a resolução
do contrato de execução continuada se a prestação de uma das partes tornar-se, em virtude de acontecimento extraordinário, excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra.
b) Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, nacional ou estrangeira, que desenvolve atividade de
produção, montagem, criação, distribuição ou comercialização de
produtos, excetuando-se o camelô, que não tem personalidade jurídica.
c) Segundo a jurisprudência do STJ, a responsabilidade civil
das companhias aéreas por má prestação de serviços subordina-se
ao CDC, e não à Convenção de Varsóvia.
d) Segundo a teoria finalista, embasada no conceito jurídico
de consumidor, o destinatário final é somente o destinatário fático
do produto, não importando a destinação econômica do bem.
e) O reconhecimento da hipossuficiência do consumidor no
mercado de consumo, a racionalização e a melhoria dos serviços
públicos constituem princípios expressos da Política Nacional das
Relações de Consumo.
07. TJ-PR - 2010 - TJ-PR - Juiz
A Lei 8.078/1990 define os elementos que compõem a relação jurídica de consumo, em seus artigos 2º e 3º: elementos
subjetivos, consumidor e fornecedor; elementos objetivos, produtos e serviços, respectivamente Segundo estas definições, podemos afirmar que:
I. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem,
criação, construção, transformação, importação, exportação,
distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de
serviços.
II. Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado
de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza
bancária, financeira, de crédito e securitária e as decorrentes
das relações de caráter trabalhista.
Didatismo e Conhecimento
10. Escriturário - Banco do Brasil - São Paulo – FCC 2010
O conjunto de atividades de comunicação impessoal, sem
intermediários, entre a empresa e o cliente, via correio, fax,
telefone, internet ou outros meios de comunicação, que visa
obter uma resposta imediata do cliente e a concretização da
venda do produto ou serviço, denomina-se
35
ATENDIMENTO
a) marketing direto.
b) propaganda.
c) merchandising.
d) publicidade.
e) promoção.
14. Escriturário – Banco do Brasil – Paraná – FCC - 2011
A diferença entre as percepções do cliente quanto aos benefícios e aos custos da compra e uso de produtos e serviços é
denominada:
a) benchmarking
b) publicidade
c) brand equity
d) mix marketing
e) valor para o cliente
11. CESPE – 2010 – TRE-BA
A qualidade do serviço de atendimento ao público no contexto da realidade brasileira, nos âmbitos estatal e privado,
constitui um desafio institucional que exige transformações
urgentes. Muitas dessas transformações dependem da postura
e da competência do atendente. Acerca desse assunto, julgue os
itens subsequentes.
A qualidade do atendimento deve variar de acordo com o
tipo de cliente.
( ) Certo
( ) Errado
15. No que se refere ao campo de aplicação do Código de
Defesa do Consumidor (CDC), assinale a opção correta.
a) O conceito de produto é definido como o conjunto de bens
corpóreos, móveis ou imóveis, que sejam oferecidos pelos fornecedores para consumo pelos adquirentes.
b) O conceito de serviço engloba qualquer atividade oferecida
no mercado de consumo, mediante remuneração, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
c) O conceito de consumidor restringe-se às pessoas físicas
que adquirem produtos como destinatárias finais da comercialização de bens no mercado de consumo.
d) O conceito de fornecedor envolve o fabricante, o construtor, o produtor, o importador e o comerciante, os quais responderão
solidariamente sempre que ocorrer dano indenizável ao consumidor.
12. CESPE – 2010 – DPU
No que se refere aos requisitos necessários ao profissional
do atendimento ao público, assinale a opção correta.
a) O conhecimento especializado e restrito à função de atendimento ao público é condição suficiente para que o profissional
preste serviço de excelente qualidade.
b) O atendente não precisa preocupar-se com as informações
atuais acerca do serviço que presta e da função que exerce, visto
que dispõe de manuais de consulta que lhe garantem, no momento
que for necessário, a prestação da informação correta.
c) O atendimento ao público é uma atividade em que não se
pode ser criativo, especialmente em situações de conflito e tensão,
pois essa atitude pode comprometer o profissionalismo que a função requer.
d) A auto-observação e a observação do comportamento do
cliente são dispensáveis nessa atividade, pois afetam a objetividade do atendente.
e) Caso não tenha desenvolvido habilidades de controle emocional, o atendente torna-se facilmente uma espécie de para-raios
afetivo, captando as descargas emocionais dos clientes e entrando
em sintonia com elas, quando as relações sociais do atendimento
são envolvidas em situações de tensão e conflito com o público.
16. Tratando-se da proteção contratual, o consumidor
pode desistir do contrato sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento
comercial, especialmente por telefone ou a domicílio, a contar
de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, no prazo de
a) 7 dias.
b) 14 dias.
c) 21 dias.
d) 28 dias.
e) 56 dias
17. Tendo em vista as práticas comerciais, indique a alternativa incorreta:
a) Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de
componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto.
b) Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser
mantida por, no mínimo, 15 anos.
c) É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre
outras práticas abusivas, condicionar o fornecimento de produto
ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem
como, sem justa causa, a limites quantitativos.
d) O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos.
e) É proibida a publicidade de bens e serviços por telefone,
quando a chamada for onerosa ao consumidor que a origina.
13. CESPE – TJ – PA
Julgue os itens abaixo, relativos à ética no serviço público
e à qualidade no atendimento ao público.
I- Os valores fundamentais do serviço público decorrem
exclusivamente do seu caráter público.
II- O princípio da impessoalidade, na administração pública, vem acompanhado dos valores da igualdade e da imparcialidade, ou seja, todos têm o mesmo valor como cidadãos e
merecem o mesmo tratamento, exceto os casos mais peculiares,
que devem ser considerados de forma parcial.
III- Tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público
é um dos principais deveres do servidor público.
IV- Permitir a formação de longas filas, ou qualquer outra
espécie de atraso na prestação do serviço, é agir contra a ética.
Estão certos apenas os itens:
a) I e II
b) I e III
c) II e IV
d) III e IV
Didatismo e Conhecimento
18. O artigo 41 do Código de Defesa do Consumidor trata
do fornecimento de produtos ou serviços sujeitos ao regime de
controle ou tabelamento de preços. Assinale a alternativa incorreta sobre esse artigo.
36
ATENDIMENTO
a) Se os preços cobrados forem maiores, a quantia em excesso
deverá ser restituída ao consumidor.
b) Os fornecedores deverão respeitar os limites oficiais dos
preços.
c) Caso haja devolução de quantia cobrada em excesso, o artigo não se reporta à atualização monetária dela.
d) O consumidor poderá desfazer o negócio se constatar o não
cumprimento desse artigo.
22. FCC - 2013 - Banco do Brasil - Escriturário
Geralmente, as empresas não determinam um preço único
para um produto, mas criam uma estrutura de determinação
de preços que reflete diferentes estratégias. O preço “isca”
ocorre, por exemplo, quando supermercados e lojas de departamentos reduzem o preço de marcas conhecidas para estimular um movimento maior nas lojas. Esta estratégia corresponde ao Preço
a) geográfico.
b) promocional.
c) discriminatório.
d) diferenciado.
e) por desempenho.
19. O artigo 63 do Código de Defesa do Consumidor prevê
detenção e multa, caso o fornecedor: “Omitir dizeres ou sinais
ofensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos
nas embalagens, nos invólucros, recipientes e propagandas”.
Considerando essa norma, assinale a alternativa incorreta.
a) Os fornecedores não precisam se preocupar com as embalagens, recipientes ou invólucros; qualquer tipo deles serve para
todos os produtos e sua utilização não está especificada em nenhuma norma legal.
b) A proteção à vida, saúde e segurança é um direito do consumidor, que deve ser respeitado pelos fornecedores de produtos
e serviços.
c) Produtos nocivos á saúde como, por exemplo, os agrotóxicos utilizados nas lavouras, podem levar o agricultor à morte se
não forem tomados os cuidados necessários na sua manipulação.
d) Os produtos domésticos inflamáveis, se não forem armazenados adequadamente nas casas das pessoas, podem ocasionar
acidentes, ferindo o direito à segurança do consumidor, que deve
ser informado das características do produto.
23. CESGRANRIO - 2012 - Banco do Brasil - Escriturário
Uma característica típica do marketing em empresas de
serviços, que interfere decisivamente em sua gestão, é o fato de
que sua prestação
a) ocorre simultaneamente ao consumo.
b) costuma não variar de cliente para cliente.
c) depende pouco dos funcionários e dos clientes
d) pode ser estocada para as horas de movimento.
e) é facilmente percebida pelo cliente antes da compra.
24. CESGRANRIO - 2012 - Banco do Brasil - Escriturário
As ações mercadológicas postas em prática no interior
das agências bancárias, tais como a distribuição de brindes e
a exposição de ofertas de serviços em cartazes e displays, são
exemplos de
a) publicidade
b) propaganda
c) marketing direto
d) relações públicas
e) promoção de vendas
20. Marque V, se a assertiva for verdadeira, ou F, se a assertiva for falsa.
O Consumidor tem direito à educação e divulgação sobre
o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a
liberdade de escolha e a igualdade nas contratações. Contudo,
o consumidor não poderá exigir a modificação das cláusulas
contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou
sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem
excessivamente onerosas.
( ) Falsa
( ) Verdadeira
25. CESGRANRIO - 2012 - Banco do Brasil - Escriturário
Em uma palestra para bancários de todo o país, um especialista em marketing enumerou uma série de características
identificáveis em profissionais.
Duas das características que favorecem o trabalho em
equipe e que devem constar do perfil de um bom profissional
de atendimento são
a) perseverança e ambição
b) perseverança e individualismo
c) centralização de tarefas e liderança
d) liderança e conhecimento de mercado
e) individualismo e centralização de tarefas
21. FCC - 2013 - Banco do Brasil - Escriturário
Até que o cliente receba e aceite a mercadoria constante
em seu pedido, a venda é um compromisso de compra e venda. Por isso, as empresas têm investido em Administração de
Vendas, tratando, principalmente, de três temas centrais: o
planejamento do que deverá ser feito; a coordenação daquilo
que está sendo feito; e o controle daquilo que já foi feito. Deve
fazer parte do planejamento:
a) conferir se o pedido de venda foi preenchido de forma correta.
b) verificar se as informações constantes no relatório de visita
a um cliente são satisfatórias.
c) apresentar o relatório de despesas oriundas de visitas a
clientes.
d) prever as vendas para o próximo período.
e) avaliar o desempenho dos vendedores e da equipe de vendas.
Didatismo e Conhecimento
26. CESGRANRIO - 2012 - Banco do Brasil - Escriturário
O conceito de valor para os clientes é o resultado da comparação que eles fazem, ao efetuar uma transação comercial,
entre
a) atendimento e tempo
b) atributos e preços
c) benefícios e custos
d) empresa e concorrência
e) qualidade e reclamações
37
ATENDIMENTO
27. CESGRANRIO - 2012 - Banco do Brasil - Escriturário
Para medir o resultado das propagandas em diversas mídias, como tevês e revistas de opinião, os bancos necessitam de
um feedback, que pode ser adquirido pela realização de
a) análise da concorrência
b) campanhas persuasivas
c) orçamentos cruzados
d) marketing direto
e) pesquisas de mercado
31. CESGRANRIO - 2012 - Caixa - Técnico Bancário
Atualmente, as estratégias mercadológicas dos bancos
consideram que os clientes compram para satisfazer suas necessidades
Nesse sentido, deve-se levar em consideração que, na venda de produtos bancários, essas necessidades serão satisfeitas
por
a) conhecimento dos produtos ofertados
b) número de visitas dos clientes à agência
c) procedimentos técnico-operacionais
d) benefícios proporcionados aos correntistas
e) apresentações eficientes dos serviços
28. FCC - 2011 - Banco do Brasil - Escriturário - Ed. 02
No processo de gestão do marketing de serviços, a técnica
de pesquisa de compreensão da satisfação dos clientes, em que
a empresa contrata pesquisadores para utilizarem seus serviços, pesquisadores estes que não serão identificados pelos atendentes de marketing, é denominada:
a) Venda.
b) Grupos de foco.
c) Compra direta.
d) Compra misteriosa.
e) Painel de clientes.
Gabarito:
29. FCC - 2011 - Banco do Brasil - Escriturário - Ed. 03
Para responder às questões seguintes, considere o Código
de Proteção e Defesa do Consumidor - Lei nº 8.078/1990.
No que se refere ao Código de Proteção e Defesa do Consumidor, considere:
I. É proibida toda publicidade enganosa.
II. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as patrocina.
III. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em
vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para
impingir-lhe seus produtos ou serviços.
Está correto o que consta em
a) I e II, apenas.
b) I, II e III.
c) II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) III, apenas.
30. FCC - 2011 - Banco do Brasil - Escriturário - Ed. 03
Para responder às questões seguintes, considere o Código
de Proteção e Defesa do Consumidor - Lei nº 8.078/1990.
No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor,
o fornecedor deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia
e adequadamente sobre
I. preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional.
II. montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de
juros.
III. acréscimos legalmente previstos e não previstos.
Está correto o que consta em
a) I, II e III.
b) II e III, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II, apenas.
Didatismo e Conhecimento
38
01
C
02
A
03
B
04
C
05
B
06
E
07
A
08
Errado
09
C
10
A
11
Errado
12
E
13
D
14
E
15
B
16
A
17
B
18
C
19
A
20
Falsa
21
D
22
B
23
A
24
E
25
D
26
C
27
E
28
D
29
B
30
D
31
D
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
ConheCimentos banCáRios
- condições para inclusão do nome do depositante no Cadastro
de Emitentes de Cheque sem Fundos (CCF);
- informação de que os cheques liquidados, uma vez microfilmados, poderão ser destruídos;
- tarifas de serviços, incluindo a informação sobre serviços que
não podem ser cobrados;
- saldo médio mínimo exigido para manutenção da conta, se
houver essa exigência.
Prof. Adriano Augusto Placidino Gonçalves
Graduado pela Faculdade de Direito da Alta Paulista – FADAP.
Advogado regularmente inscrito na OAB/SP
1 ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE
CONTAS: DOCUMENTOS BÁSICOS.
Todos esses assuntos devem estar previstos em cláusulas explicativas na ficha-proposta.
Antes de abrir a conta você deve tomar alguns cuidados, tais
como:
- ler atentamente o contrato de abertura de conta (ficha-proposta);
- não assinar nenhum documento antes de esclarecer todas as
dúvidas, inclusive as referentes a tarifas, juros e outros encargos;
- solicitar cópia dos documentos que assinou.
Os principais tipos de conta são a conta corrente, conta de depósito à vista, a conta de depósito de poupança e a “conta-salário”.
A conta corrente (CC, sigla da conta corrente) é um demonstrativo de transações financeiras e que serve para controle de operações
monetárias ou transações comerciais de um determinado período.
Uma conta corrente na prática, é um estilo de conta onde o
cliente bancário poderá realizar empréstimos, utilizar limite (caso
seja conta especial), pedir cartões de crédito e ter algumas operações
que somente o tipo de conta corrente lhe permite fazer.
A conta corrente pode ser de dois tipos: Conta Corrente Simples
(sem juros) ou Conta Corrente Especial (com juros).
- A conta corrente Simples é aquela que o cliente bancário não
possui limites, portanto são cobrados dela apenas a manutenção da
conta bancária, cartões de crédito (se for o caso) e outros serviços
vigentes de acordo com cada banco.
- A conta corrente Especial é aquela que o cliente bancário
possui limites, portanto são cobrados dela, taxas de manutenção
da conta, cartões de crédito (se for o caso), cestas de serviços (se
for o caso) e outros serviços vigentes de acordo com cada banco.
Além disso, a conta especial é aquela que se contam os juros sobre
as diversas parcelas de débito e crédito, ou seja, quando você pega
o limite de sua conta, o banco cobrará o valor emprestado mais os
juros, calculando-os desde seu vencimento até a data de depósito ou
pagamento.
Outros tipos de contas existentes:
Conta Individual: conta para um único titular, que permite
movimentação a crédito e a débito.
Conta Conjunta.
a) Conta Conjunta Simples (E): conta para mais de um titular
cuja movimentação a débito somente poderá ser feita com as assinaturas, sempre em conjunto, dos titulares.
b) Conta Conjunta Solidária (E/OU): conta para mais de um
titular cuja movimentação a crédito ou a débito poderá ser feita por
qualquer um dos titulares isoladamente.
Contas para menores:
•
Menores de 18 e maiores de 16 anos: conta em nome do
menor, cuja movimentação será livre, desde que autorizada pelo
responsável legal. A abertura e movimentação de conta de menor
poderá ser efetuada sem a necessidade de autorização por seu representante legal, desde que o menor seja legalmente emancipado e
faça prova de sua emancipação.
•
Menores de 16 anos: conta em nome do menor, cuja movimentação somente poderá ser feita pelo responsável indicado na
abertura da conta.
A conta de depósito à vista é o tipo mais usual de conta bancária. Nela, o dinheiro do depositante fica à sua disposição para ser
sacado a qualquer momento.
A poupança foi criada para estimular a economia popular e
permite a aplicação de pequenos valores que passam a gerar rendimentos mensalmente.
Documentos Necessários
A “conta-salário” é um tipo especial de conta de registro e
controle de fluxo de recursos, destinada a receber salários, proventos, soldos, vencimentos, aposentadorias, pensões e similares. A
“conta-salário” não admite outro tipo de depósito além dos créditos
da entidade pagadora e não é movimentável por cheques.
Para abertura de Conta de Depósito (conta-poupança e conta-corrente) para maiores de 18 anos, é necessária a cópia e o original
dos seguintes documentos:
•
RG;
•
CPF;
•
Comprovante de Residência;
•
Comprovante de renda (Ex.: holerite, contracheque etc.).
Informações sobre direitos e deveres do correntista e do banco,
constantes de contrato, como:
- condições para fornecimento de talonário de cheques;
- necessidade de comunicação pelo depositante, por escrito, de
qualquer mudança de endereço ou número de telefone;
Didatismo e Conhecimento
Situações especiais para os menores de 18 anos trazidas pelo
novo Código Civil:
1
ConheCimentos banCáRios
1) Para abertura de conta de depósito (conta-poupança e conta-corrente) cujo titular seja menor com 16 anos de idade completos,
não emancipados, é obrigatória comprovação da existência de relação de emprego, do qual tenha economia própria, mediante exibição
da Carteira de Trabalho e portar cópia e original dos documentos RG
e CPF e do comprovante de endereço.
Dentre as pessoas jurídicas de Direito privado, podemos distinguir as associações, isto e, agrupamentos de indivíduos sem fim
lucrativo, como os clubes desportivos, os centros culturais, as entidades pias, etc.; e, de outro, as sociedades, isto é, os agrupamentos
individuais com escopo de lucro.
Requisitos para a existência legal das pessoas jurídicas.
2) Para abertura de conta de depósito (conta-poupança e conta-corrente) para titulares menores emancipados, deve-se apresentar,
além de cópia e original dos documentos RG e CPF e do comprovante de endereço, registro de nascimento com a Averbação da
Emancipação conferida pelos pais.
A existência, perante a lei, das pessoas jurídicas de direito privado começa com a inscrição dos seus contrates, atos constitutivos,
estudos ou compromissos em seu registro publico peculiar.
Antes da inscrição, a pessoa jurídica pode existir no plano dos
acontecimentos, mas o direito despreza sua existência, nega-lhe personalidade civil, ou seja, nega-lhe a capacidade para ser titular de direitos (pois, para que a pessoa moral ingresse na orbita jurídica, é necessário o elemento formal, ou seja, a inscrição no registro próprio).
Cumpre ressaltar, porém, que o ordenamento jurídico não pode
ignorar a existência de fato da pessoa moral, antes de seu registro.
Assim, embora não prestigie a existência, atribui alguma consequência a tal organismo.
Para se proceder ao registro de uma pessoa jurídica de direito
privado de natureza civil, apresentam-se dois exemplares do jornal
oficial em que houverem sido publicados os estatutos, contratos ou
outros documentos constitutivos ao cartório competente. No documento deve figurar, para que seja declarado peio Oficial, no livro
competente:
I - a denominação fundo social (quando houver), os fins e a sede
da associação, ou fundação, bem como o tempo de sua duração;
II - o modo por que se administra e representa a sociedade, ativa
e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
III - se os estatutos, contrato ou o compromisso são reformáveis
no tocante a administração, e de que modo;
IV - se os membros respondem ou não, subsidiariamente, uns
pelos outros, pelas obrigações sociais;
V - as condições de extinção das pessoas jurídicas, e o destino
de seu patrimônio, nesse caso;
VI - os nomes dos fundadores, ou instituidores, e dos membros
da diretoria provisória ou definitiva, com indicação da nacionalidade, estado civil ou profissão de cada um, bem como o nome e residência do apresentante dos exemplares.
No caso de pessoa jurídica:
- documento de constituição da empresa (contrato social e registro na junta comercial);
- documentos que qualifiquem e autorizem os representantes,
mandatários ou prepostos a movimentar a conta;
- inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).
Além disso, a instituição financeira pode estabelecer critérios
próprios para abertura de conta de depósito, desde que seguidos os
procedimentos previstos na regulamentação vigente (art. 1º da Resolução CMN 2.025, de 1993 , com a redação dada pela Resolução
CMN 2.747, de 2000).
2 PESSOA FÍSICA E PESSOA JURÍDICA:
CAPACIDADE E INCAPACIDADE CIVIL,
REPRESENTAÇÃO E DOMICÍLIO.
PESSOA FÍSICA
É o ser humano nascido da mulher. Sua existência começa do
nascimento com vida (a respiração é a melhor prova do nascimento
com vida) e termina com a morte.
O homem, pessoa natural, é sujeito e titular da relação jurídica.
PESSOA JURÍDICA
Pessoas jurídicas são entidades a que a lei empresta personalidade, isto e, são seres que atuam na vida jurídica, com personalidade
diversa da dos indivíduos que os compõem, capazes de serem sujeitos de direitos e obrigações na ordem civil.
1) De acordo com a sua estrutura: a) as que têm como elemento adjacente o homem, isto é, as que se compõem pela reunião de
pessoas, tais como as associações e as sociedades; b) as que se constituem em torno de um patrimônio destinado a um fim, isto é, as
fundações.
2) De acordo com sua órbita de atuação: as pessoas podem ser
de direito externo (as várias Nações, a Santa Sé, a Organização das
Nações Unidas) ou interno (a União, os Estados, o Distrito Federal e cada um dos Municípios legalmente constituídos); e de direito
privado (as sociedades civis, religiosas, pias, morais, científicas ou
literárias, as associações de utilidade publica, as fundações e, ainda,
as sociedades mercantis).
Didatismo e Conhecimento
Capacidade e Representação das Pessoas Jurídicas.
No momento em que a pessoa jurídica registra seu contrato
constitutivo, adquire personalidade, isto e, capacidade para ser titular de direito. Naturalmente ela só pode ser titular daqueles direitos
compatíveis com a sua condição de pessoa fictícia, ou seja, os patrimônios. Não se lhe admitem os direitos personalísticos.
Para exercer tais direitos, a pessoa jurídica recorre a pessoas
físicas que a representam, ou seja, por quem os respectivos estatutos
designarem ou, não os designando, pelos seus diretores.
Responsabilidade das Pessoas Jurídicas
As pessoas jurídicas são responsáveis na órbita civil, contratual
e extracontratual.
2
ConheCimentos banCáRios
Nas três hipóteses acima, o patrimônio da Fundação extinta vai
se incorporar ao de outras de fins idênticos ou semelhantes.
As pessoas jurídicas com fim lucrativo só serão responsáveis
pelos atos ilícitos, praticados por seus representantes, provando-se
que concorreram com culpa para o evento danoso.
Tal culpa poderá se configurar quer na eleição de seus administradores, quer na vigilância de sua atividade. Mas, atualmente,
houve uma evolução nesta interpretação através de uma farta jurisprudência de nossos Tribunais.
Assim, quando a pessoa jurídica de finalidade lucrativa causar
dano a outrem através de ato de seu representante, surge a presunção
que precisa ser destruída pela própria pessoa jurídica, sob pena de
ser condenada solidariamente a reparação do prejuízo.
Quanto a responsabilidade das associações que não tem lucro,
nada se encontra na lei. A responsabilidade pela reparação do prejuízo será do agente causador. Apenas, neste caso, deve a vitima
demonstrar a culpa da associação.
CAPACIDADE E INCAPACIDADE
Se toda relação jurídica tem por titular um homem, verdade e,
também, que todo homem pode ser titular de uma relação jurídica.
Isto é, todo ser humano tem capacidade para ser titular de direitos.
Antigamente, nos regimes onde florescia a escravidão, o escravo em vez de sujeito era objeto de direito. No mundo moderno, a
mera circunstancia de existir confere ao homem a possibilidade de
ser titular de direitos. A isso se chama personalidade.
Afirmar que o homem tem personalidade e o mesmo que dizer
que ele tem capacidade para ser titular de direitos. Tal personalidade
se adquire com o nascimento com vida.
Parece que melhor se conceituaria personalidade dizendo ser
a aptidão para adquirir direitos e assumir obrigações na ordem civil. Como se verá, a aptidão para adquirir direitos não se identifica
com a aptidão para exercer direitos, da qual se excluem as pessoas
mencionadas (incapazes), que pessoalmente não os podem exercer.
Voltando a análise, se deve ressaltar a relevância, na pratica, de
tal dispositivo, conforme se demonstre que o indivíduo nasceu morto, ou morreu logo após o nascimento. Por exemplo: suponha que
um indivíduo morreu, deixando esposa grávida; se a criança nascer
morta, o patrimônio do “de cujus” passara aos herdeiros deste, que
podem ser seus pais, se ele os tiver; se a criança nascer viva, morrendo no segundo subsequente, o patrimônio de seu pai pré-morto (que
foi a seu filho no momento em que ele nasceu com vida) passara aos
do infante, no caso, a mãe.
A lei brasileira protege os direitos do nascituro desde a sua
concepção (nascituro é o ser já concebido, mas que se encontra no
ventre materno), embora só lhe conceda a personalidade se nascer
com vida.
A personalidade que o indivíduo adquire, ao nascer com vida,
termina com a morte. No instante em que expira, cessa sua aptidão
para ser titular de direitos, e seus bens se transmitem, incontinenti,
a seus herdeiros.
Já foi dito que todo ser humano, desde seu nascimento ate sua
morte, tem capacidade para ser titular de direitos e obrigações, na
ordem civil. Mas isso não significa que todas as pessoas possam
exercer, pessoalmente, tais direitos. A lei, tendo em vista a idade,
a saúde ou o desenvolvimento intelectual de determinadas pessoas,
com o intuito de protegê-las, não lhes permite o exercício pessoal de
direitos, e denomina tais pessoas de incapazes.
Portanto, incapacidade é o reconhecimento da inexistência,
numa pessoa, daqueles requisitos que a lei acha indispensáveis para
que ela exerça os seus direitos.
Existe, assim, uma distinção entre incapacidade absoluta e relativa.
São absolutamente incapazes aqueles que não podem, por si
mesmos, praticar quaisquer atos jurídicos e, se o fizerem, tais atos
são nulos. Por exemplo: se um menor impúbere vende uma propriedade, ou faz um contrato de seguro, tal ato e absolutamente ineficaz,
porque a manifestação de vontade provinda dele, desprezada que é
pelo ordenamento jurídico, não produz efeitos na orbita do direito, e
nulo o ato e não gera efeitos.
Extinção das Pessoas Jurídicas.
I - pela sua dissolução, deliberada entre os seus membros, salvo
o direito da minoria e de terceiros;
II pela sua dissolução, quando a lei determine;
III pela sua dissolução em virtude de ato do Governo que lhe
casse a autorização para funcionar, quando a pessoa jurídica incorra
em atos opostos aos seus fins ou nocivos ao bem público.
Quando se trata de pessoa jurídica com finalidade lucrativa,
nenhum problema surge quanto ao destino dos bens. Eles serão repartidos entre os sócios, pois o lucro constitui o próprio objeto que
os reuniu.
Nas associações sem fim lucrativo que se dissolvem, o patrimônio seguira a destinação dada pelos Estatutos; em não havendo tal,
a deliberação eficaz dada pelos sócios sobre a matéria. Se os - mesmos nada resolveram, ou se a deliberação for - ineficaz, devolver-se-á o patrimônio a um estabelecimento publico congênere ou de
fins semelhantes. Se, no Município, Estado ou no Distrito-Federal,
inexistirem estabelecimentos nas condições indicadas, o patrimônio
passara a Fazenda Publica.
Fundações.
Fundação e uma organização que gira em torno de um patrimônio, que se destina a uma determinada finalidade. Deve ser ultimada
por escritura publica ou testamento.
Aquele a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio
elaborara o Estatuto da fundação projetada, submetendo-o a autoridade competente, isto e, ao órgão do Ministério Publico. Aprovado
por este, o Estatuto devera ser registrado e, neste momento, a Fundação adquire personalidade jurídica.
A lei só permite que se altere o Estatuto da Fundação consoante
três condições: 1º) deliberação da maioria dos administradores e representantes da Fundação; 2º) respeito a sua finalidade original; 3º)
aprovação da autoridade competente.
A Fundação se extingue quando vencido o prazo de sua existência. Tal hipótese raramente se apresenta, porque, em geral , a
Fundação e criada por prazo indeterminado; além disso, extingue-se
quando se torna nociva ao interesse publico; e, finalmente, quando
seu objeto se torna impossível.
Didatismo e Conhecimento
3
ConheCimentos banCáRios
- domicílio de eleição ou convencional é o escolhido pelos contratantes, nos contratos escritos, para fim de exercício dos direitos e
cumprimento das obrigações que dos mesmos decorram.
Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências onde
alternadamente viva, ou vários centros de ocupações habituais,
considerar-se-á domicílio seu qualquer destes ou daquelas. Caso de
pluralidade de domicílios.
Domicílio ocasional ou aparente. Ter-se-á por domicílio da
pessoa natural, que não tenha residência habitual, ou empregue a
vida em viagens, sem ponto central de negócios, o lugar onde for
encontrada.
A mudança de domicílio ocorre quando a pessoa natural altera
a sua residência, com a intenção de transferir o seu centro habitual
de atividade. A prova da intenção resultara do que declarar a pessoa
mudada às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai,
ou, se tais declarações não fizerem da própria mudança, com as circunstanciais que a acompanharem.
Diferente e a incapacidade relativa, porque a inaptidão físico-psíquica e menos intensa. Trata-se de pessoas que, sem terem um
julgamento, adequado das coisas, apresentam um grau de perfeição
intelectual não desprezível. A lei, então, lhes permite a pratica de
atos jurídicos, condicionando a validade destes ao fato de eles se
aconselharem com pessoa plenamente capaz (seu pai, tutor ou curador) que os devem assistir-nos atos jurídicos.
Enquanto o absolutamente incapaz e representado, o relativamente incapaz e apenas assistido.
O ato praticado pelo relativamente incapaz não e nulo, mas anulável.
Entende-se por pródigo àquele que, desordenadamente, gasta e
destrói o seu patrimônio. Como a sua deficiência só se mostra no
trato de seus próprios bens, sua incapacidade e limitada aos atos que
o podem conduzir a um empobrecimento.
Os silvícolas, por viverem afastados da civilização, não contam,
habitualmente, com um grau de experiência suficiente para defender
sua pessoa e seus bens, em contato com o branco. No entanto, deixam de ser considerados relativamente incapazes se adaptarem e se
integrarem a civilização dos pais.
Domicílio da pessoa jurídica de Direito Público.
O domicílio da União e o Distrito Federal; dos Estados, as respectivas Capitais; e dos Municípios, o lugar onde funciona a Administração Municipal. Das demais pessoas jurídicas, o lugar onde
funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegeram domicílio especial, nos seus estatutos ou atos constitutivos.
Quando o direito pleiteado se originar de um fato ocorrido onde
um ato praticado, ou que deva produzir os seus efeitos, fora do Distrito Federal, a União será demandada na seção judicial em que o
fato ocorreu, ou onde tiver sua sede a autoridade de que o ato emanou, ou onde este tenha de ser executado.
REPRESENTAÇÃO E DOMICILIO
Domicílio-civil da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece
sua residência com animo definitivo.
A ideia de animo definitivo vai decorrer das circunstancias externas reveladoras da intenção do indivíduo, isto é, do seu propósito
de fazer daquele local o centro de suas atividades.
O conceito de domicílio se distingue do de residência. Este
representa uma relação de fato entre uma pessoa e um lugar, envolvendo a ideia de habitação, enquanto o de domicílio compreende o
de residência, acrescido do animo de ai fazer o centro de sua atividade jurídica.
Domicílio da pessoa jurídica de Direito Privado.
É o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, isto quando nos seus estatutos não constar eleição de domicílio especial.
Tendo a pessoa jurídica de direito privado diversos estabelecimentos, em lugares diferentes, cada um será considerado domicílio,
para os atos nele praticados.
Espécies de domicílio.
- domicílio voluntário e o estabelecido voluntariamente pelo
indivíduo, sem sofrer outra influência que não a de sua vontade ou
conveniência.
- domicílio legal ou necessário é aquele que a lei impõe a determinadas pessoas, que se encontra em dadas circunstâncias. Assim,
os incapazes têm necessariamente por domicílio o dos seus representantes. O domicilio da mulher casada e o do marido (exceção:
a) quando estiver separada; b) - quando lhe couber à administração
dos bens do casal. Os funcionários públicos reputam-se domiciliados onde exercerem, em caráter permanente, suas funções. O domicílio do militar em serviço ativo e o lugar onde servir. O domicílio
dos oficiais e tripulantes da marinha mercante e o lugar onde estiver
matriculado o navio. O preso ou desterrado tem o domicílio no lugar onde cumpre a sentença ou o desterro. O ministro ou o agente
diplomático do Brasil que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade, sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá
ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território
brasileiro onde o teve.
Didatismo e Conhecimento
Domicílio da pessoa jurídica estrangeira.
Se a administração e diretoria tiverem sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa-jurídica, no tocante as obrigações
contraídas por cada uma das suas agencias, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela responder.
DOCUMENTOS COMERCIAIS E TÍTULOS DE CRÉDITO
NOTA PROMISSÓRIA
Promessa de pagamento de uma quantia em dinheiro, em dia e
local determinado.
DUPLICATA
Documento emitido pelas empresas, em que o comprador se
declara conhecedor do débito através de sua assinatura.
4
ConheCimentos banCáRios
FATURA
É uma síntese da nota fiscal, que relata as mercadorias fornecidas ao comprador pelo vendedor. Numa fatura podem ser incluídas
várias notas fiscais, globalizando o valer da venda de um determinado período.
Cheques nominativos x ao portador
•
Após o plano Collor, todos os cheques são obrigatoriamente nominativos, quer para saque, depósito ou pagamento;
•
os cheques acima de R$ 100,00 se não forem nominativos
serão devolvidos (sem que o nome do emitente vá para o cadastro de
emitentes de cheques sem fundos).
NOTA FISCAL
Documento emitido pelos comerciantes industriais, produtores
para acompanhar mercadoria do vendedor ao comprador. É exigido
pela Legislação tributária e fiscal.
ORDEM DE PAGAMENTO: DEFINIÇÃO, TIPOS,
EMISSÃO E LIQUIDAÇÃO.
Qualquer documento escritural em que uma pessoa autoriza
outra a receber pagamento de uma terceira (em geral um banco).
Nesse contexto, as ordens de pagamento mais comum são o próprio
papel papel-moeda e o cheque. Num contexto mais restrito, é um
documento bancário com a mesma finalidade.
3 CHEQUE – REQUISITOS ESSENCIAIS,
CIRCULAÇÃO, ENDOSSO, CRUZAMENTO,
COMPENSAÇÃO.
CHEQUE: REQUISITOS ESSENCIAIS, CIRCULAÇÃO,
ENDOSSO, CRUZAMENTO, COMPENSAÇÃO.
A ordem de pagamento OP é utilizada para pagamentos ou
depósitos dentro do mesmo banco, para agencias em praças diferentes.
•
cheque é uma ordem de pagamento a vista (considerase
não escrita qualquer menção em contrário);
•
deve ser a apresentado para pagamento no prazo 30 dias
da emissão (quando emitido no lugar onde deve ser pago), caso contrário em 60 dias;
•
o portador do cheque tem o prazo de 6 meses para promover a execução (ação de cobrança judicial do cheque) contra seu
emitente ou avalista sob pena de prescrição (perder o direito a esta
ação judicial);
•
o cheque prédatado não é juridicamente válido, mas na
prática tem sido utilizado e, assim, assume características de uma
promissória;
DOCUMENTO DE CREDITO (DOC): NOÇÕES GERAIS
O documento de crédito (DOC) é utilizado para pagamentos ou
depósitos entre bancos, mesmo estando em praças diferentes.
4 SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO.
HISTÓRIA DO SISTEMA DE
PAGAMENTOS BRASILEIRO
Saques sobre valor
•
valores depositados em cheque (que somente entram para
as reservas ao banco após sua compensação) somente podem ser
movimentados, no mesmo dia, via cheque (ainda assim caso sejam
da mesma praça cidade) pois do contrário dão origem aos chamados
“saques sobre valor” onde o banco perde reservas pois estaria, na
verdade, emprestando um recurso antes de realmente dispor dele;
•
os cheques administrativos, visados ou DOC de emissão
do próprio correntista são movimentados como se dinheiro fossem,
embora sempre compensados.
Os bancos têm três funções principais: 1) a função do depósito;
2) a função do sistema de pagamentos; 3) a função de crédito.
A função de sistema de pagamentos é exercida pelos bancos na
medida em que realizam a liquidação financeira das transações na
economia.
No século XVII, nasceu a primeira câmara de compensação na
França, cidade de Lião.
Em 1921, nasceu a Câmara de Compensação do Rio de Janeiro, sob a responsabilidade do Banco do Brasil (Lei nº 2.591, de
07.08.1912).
Em 1932, nasceu a Câmara de Compensação de São Paulo.
O artigo 11, VI, da Lei nº 4.595, de 31.12.64, delegou ao BCB
competência para regular a execução dos serviços de compensação
de cheques e outros papéis, e o artigo 19, IV, atribuiu ao Banco do
Brasil a execução desses serviços. O BCB aprovou o primeiro Regulamento do Serviço de Compensação de Cheques e Outros Papéis
através da Circular nº 52, de 16.09.66.
Em 1969, surgiu o Sistema Integrado Regional de Compensação (SIRC), o qual permitiu a integração de praças localizadas em
uma mesma região.
Cheques cruzados
•
os cheques cruzados não podem ser descontados, apenas
depositados.
Recusa de pagamentos de cheques
•
os bancos podem recusar o pagamento de cheques nos seguintes casos:
•
insuficiência de fundos (cheques sem fundo),
•
divergência ou insuficiência na assinatura do emitente;
•
irregularidade formal (erro no preenchimento);
•
contraordem escrita do emitente (bloqueio);
•
encerramento de contas.
Didatismo e Conhecimento
5
ConheCimentos banCáRios
Na forma da Lei nº 10.214, de 27.03.2002, integram o novo
SPB, além do Serviço de Compensação de Cheques e Outros Papéis
- a partir da Circular nº 3.102, de 28.03.2002, do BCB, Centralizadora de Compensação de Cheques e Outros Papéis (COMPE) -, os seguintes sistemas, na forma de autorização concedida às respectivas
câmaras ou prestadores de serviços de compensação e de liquidação,
pelo BCB ou pela CVM, em suas áreas de competência:
I. de compensação e liquidação de ordens eletrônicas de débito
e de crédito;
II. de transferência de fundos e de outros ativos financeiros;
III. de compensação e de liquidação de operações com títulos e
valores mobiliários;
IV. de compensação e de liquidação de operações realizadas em
bolsas de mercadorias e de futuros; e
V. outros, inclusive envolvendo operações com derivativos
financeiros, cujas câmaras ou prestadores de serviços tenham sido
autorizados.
De acordo com a Resolução nº 2.882, de 30.08.2001, do CMN,
as câmaras de compensação e de liquidação são as pessoas jurídicas
que, na forma da Lei nº 10.214, de 27.03.2001, exercem, em caráter
principal, atividade no SPB e operam um dos sistemas integrantes
do SPB.
Os regulamentos das diferentes “clearings” devem ser explícitos quanto às responsabilidades dos participantes e da própria
“clearing”, assim como devem estar claramente definidas as responsabilidades do Banco Central. Os procedimentos aplicáveis na
hipótese de inadimplemento de qualquer participante devem estar
minuciosamente definidos, inclusive no tocante aos mecanismos de
repartição de perdas.
O Banco Central do Brasil, através do Comunicado nº 9.419, de
18.04.2002, divulgou a autorização de funcionamento das seguintes
câmaras e prestadores de serviços de compensação e de liquidação:
I. Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de Câmbio BM&F, para a liquidação e a gerência de riscos das
operações interbancárias com moeda estrangeira;
II. Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de Derivativos BM&F, para a liquidação e gerência de riscos
das operações de contratos de derivativos e de mercadorias;
III. Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC),
para a liquidação de operações com títulos de renda variável, de
renda fixa pública e privada, nos mercados à vista e de liquidação
futura;
IV. Companhia Brasileira de Meios de Pagamento (VISANET),
para a liquidação de transações com cartões de crédito e de débito;
V. Redecard S.A., para a liquidação de transações com cartões
de crédito e de débito;
VI. Tecnologia Bancária S.A. - (TECBAN), para a liquidação
de transações com cartões de débito e ordens de crédito;
VII. Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos
(CETIP), para a realização de negócios e leilões em ambiente eletrônico, bem como para registro e liquidação de operações (Comunicado nº 10.233, de 10.10.2002).
O Banco Central do Brasil, através do Comunicado nº 10.455,
de 27.11.2002, divulgou a autorização de funcionamento da Câmara
Interbancária de Pagamento (CIP) para operar sistema de liquidação de transferências interbancárias de fundos, por ordem de crédito
eletrônica.
Na década de 70, surgiu a Compensação de Recebimentos e o
Documento de Crédito (DOC), uma ordem de transferência de fundos interbancária (uma forma de transferência de recursos entre contas de bancos diferentes), instrumento alternativo ao uso do cheque.
Até 1979, o cheque e o DOC desempenharam papel praticamente exclusivo como instrumentos de liquidação financeira. Mas a
transferência de fundos, por meio eletrônico, operada por sistemas
especiais, substituiu o cheque: num primeiro passo, nas transações
no âmbito do mercado financeiro com a implantação da SELIC e da
CETIP; depois, em 2002, nas transações comerciais com a implantação do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).
Em 1979, nasceu o Sistema Especial de Liquidação e Custódia
(SELIC), o qual passou a realizar a custódia e a liquidação financeira
das operações envolvendo títulos públicos. O SELIC eliminou o uso
do cheque para a liquidação de operações com títulos públicos.
Em 1980, o Banco Central do Brasil, através da Circular nº 492,
de 07.01.80, instituiu a conta de “Reservas Bancárias”, adstrita aos
bancos comerciais. A Circular nº 3.101, de 28.03.2002, do BCB,
estabeleceu que as disponibilidades mantidas no Banco Central do
Brasil, em moeda nacional, pelos bancos comerciais, bancos de investimento, caixas econômicas e bancos múltiplos devem ser registradas na conta Reservas Bancárias.
Em 1983, surgiu o Sistema Nacional de Compensação, o qual
interligou todo o País e melhorou o uso do cheque como instrumento
de liquidação financeira.
Em 1986, nasceu a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (CETIP), empresa de liquidação financeira. A
CETIP eliminou o uso do cheque para a liquidação de operações
com títulos privados.
Em 1988, surgiu a Compensação Eletrônica, dando velocidade e segurança ao Serviço de Compensação de Cheques e Outros
Papéis, o qual em 2001, através de Sistemas Locais, 15 SIRC e do
Sistema Nacional, compensou diariamente, em média, 13,4 milhões
de documentos ou R$ 17,2 bilhões.
Em 2002, nasceu o novo Sistema de Pagamentos Brasileiro
(SPB), regulamentado pela Lei nº 10.214, de 27.03.2001, e baseado
no Sistema de Transferência de Reservas (STR), um sistema de liquidação bruta em tempo real de transferência de fundos entre seus
participantes.
O STR, operado pelo Banco Central do Brasil, começou a funcionar em 22.04.2002, ocasião em que surgiu a Transferência Eletrônica Disponível (TED).
A TED é o instrumento para a realização de transferência eletrônica de fundos entre os bancos, liquidada sempre no mesmo dia,
através do STR ou de outra câmara de compensação (a CIP). O DOC
é hoje liquidado em “D + 1” através do Serviço de Compensação de
Cheques e Outros Papéis.
A partir de 29.07.2002, o valor mínimo para a emissão de
Transferências Eletrônicas Disponíveis (TED) passou a ser de R$
5.000,00 e restou cumprida a meta estabelecida na implantação do
novo SPB. Anunciado em 07.07.99 pelo BCB, o novo SPB começou em 22.04.2002 com o valor mínimo da TED fixado em R$ 5
milhões, reduzido em 13.05.2002 para R$ 1 milhão, em 10.06.2002
para R$ 100.000,00, em 08.07.2002 para R$ 50.000,00 e, por último, em 29.07.2002, para R$ 5.000,00.
Didatismo e Conhecimento
6
ConheCimentos banCáRios
Servem para aumentar o relacionamento instituição financeira
x empresa, aumentam a quantidade de recursos transitórios e permitem maiores aplicações destes recursos em títulos públicos.
A cobrança é feita através de bloquetes que podem circular pela
câmara de compensação (câmara de integração regional) o que permite que os bancos cobrem títulos de clientes em qualquer praça
(desde que pagos até o vencimento após o vencimento, o pagamento somente poderá ser feito na agencia emissora do bloquete).
Os valores resultantes da operação de cobrança são automaticamente creditados na conta corrente da empresa cliente no prazo
estipulado entre o banco e o cliente.
A CIP iniciou suas atividades em 06.12.2002 e pretende atrair
parte do volume de transferências de recursos por meio de TEDs,
até então realizadas com exclusividade pelo STR. A CIP está apta
para processar mais de 300 mil TEDs por dia e oferecerá aos bancos
custo unitário mais reduzido que o STR. O volume de TEDs hoje é
de 55 mil por dia.
A CETIP operacionaliza a Central Clearing de Compensação e
Liquidação (CENTRAL), câmara de ativos, a qual tem por objeto
compensar e liquidar as operações de mercado secundário (envolvendo títulos públicos ou privados, valores mobiliários, derivativos
e outros ativos financeiros) cursadas na CETIP.
A CETIP, na liquidação de operações, não assume riscos e
opera no conceito “Entrega contra Pagamento” (somente efetiva as
operações quando o vendedor tem saldo de ativos para transferir
para o comprador e quando o comprador efetua o pagamento). Mas
a Central Clearing assume riscos e dá limites operacionais para a
negociação de ativos a descoberto.
Observa João Cirilo Miedzinski, diretor da Controlbanc, consultoria contratada pela CETIP: “A lógica de liquidação de operações estabelecida pelo SPB possui duas vertentes distintas: a primeira é que as transações que devam ser liquidadas pelo seu valor bruto
serão processadas diretamente no STR; a segunda é que transações
que devam ser liquidadas pelo seu valor líquido (“net value”) serão
processadas através de câmaras especializadas para estas funções
e que proporcionem a certeza da liquidação aos seus participantes
através de um sistema de garantias homologado pelo Banco Central.”
Gilberto Mifano, diretor geral da Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), avisa: a CBLC é uma das câmaras e
prestadores de serviços de compensação e de liquidação do novo
SPB, conforme Comunicado nº 9.419, de 18.04.2002, do BCB, o
qual autorizou a CBLC a realizar a liquidação de operações com
títulos de renda variável e de renda fixa pública e privada, nos mercados à vista e de liquidação futura. A CBLC é a única depositária de
ações no Brasil e uma das maiores da América Latina e, desde o ano
2001, oferece serviços de custódia de títulos de renda fixa privada,
como debêntures e “commercial papers”, ressalta Gilberto Mifano,
que acrescenta: a CBLC é a única depositária do Brasil (e uma das
poucas no mundo) que identifica os clientes finais, os quais podem
fazer consulta dos saldos de suas aplicações via internet, em tempo
real. As empresas podem pagar os dividendos à CBLC, a qual, em
um único dia, os repassa para o acionista.
O Comitê de Sistemas de Pagamentos e Liquidações do BIS
definiu princípios para os sistemas de pagamentos e liquidações dos
países. De acordo com esses princípios, além de alto grau de segurança e confiança operacional, um sistema deve oferecer meios de se
efetuarem pagamentos que sejam práticos para seus usuários e eficientes para a economia; o sistema deve prever a pronta liquidação
dos valores no dia, de preferência ao longo do dia e de um mínimo
no final do expediente.
Vantagens da cobrança de títulos:
Para o Banco:
1. aumento dos depósitos à vista, pelos créditos das liquidações;
2. aumento das receitas pela cobrança de tarifas sobre serviços;
3. consolidação do relacionamento com o cliente;
4. inexistência do risco de crédito.
Para o Cliente:
1. capilaridade da rede bancária;
2. crédito imediato dos títulos cobrados;
3. consolidação do relacionamento com o banco;
4. garantia do processo de cobrança (quando necessário o protesto);
Processo de cobrança bancária:
1. Os títulos a serem cobrados (ou modernamente apenas seus
dados, via computador) são passados ao banco;
2. o banco emite os bloquetes aos sacados (aquele que deverá
pagar o valor do bloquete);
3. o sacado paga;
4. o banco credita o valor na conta do cliente (cedente).
Diferentes tipos de cobrança (criados devido a concorrência):
- cobrança imediata: sem registro de títulos;
- cobrança seriada: para pagamento de parcelas;
- cobrança de consórcios: para pagamento de consórcios;
- cobrança de cheques prédatados: cobrança remunerada: remuneração dos valores cobrados;
- cobrança indexada: em qualquer índice ou moeda;
- cobrança casada: cedente sensibiliza sacado e viceversa;
- cobrança programada: garantia do fluxo de caixa do cedente;
- cobrança antecipada: eliminação de tributos de vendas a prazo;
- cobrança caucionada: cobrança das garantias de contratos de
empréstimos
- cobrança de títulos descontados: desconto de títulos.
SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO
COBRANÇA E PAGAMENTO DE TÍTULOS E CARNÊS
A cobrança de títulos foi o produto mais importante envolvido
pelas instituições nos últimos 10 anos.
Didatismo e Conhecimento
OBS.: nota fiscal x fatura x duplicata
7
ConheCimentos banCáRios
- nota fiscal é um documento fiscal, comprovante obrigatório da saída de mercadoria de um estabelecimento comercial ou industrial;
- fatura é uma relação de notas fiscais que correspondem a uma venda a prazo;
- duplicata é um título de crédito formal e nominativo emitido pelo vendedor com a mesma data, valor global e vencimento da fatura que
lhe deu origem e representa um direito de crédito do sacador (vendedor) contra o sacado (comprador). A propriedade da duplicata pode ser
transferida por endosso.
PAGAMENTOS DE TÍTULOS E CARNÊS
Os títulos a pagar de um cliente têm o mesmo tratamento de seus títulos a receber (cobrança).
O cliente informa ao banco, via computador, os dados sobre seus fornecedores, com datas e valores a serem pagos e, se for o caso, entrega
de comprovantes necessários ao pagamento.
De posse desses dados, o banco organiza e executa todo o fluxo de pagamento do cliente, via débito em conta DOC ou ordem de pagamento, informando ao cliente todos os passos executados.
O documento de crédito (DOC) é utilizado para pagamentos ou depósitos entre bancos, mesmo estando em praças diferentes.
A ordem de pagamento OP é utilizada para pagamentos ou depósitos dentro do mesmo banco, para agencias em praças diferentes.
5 ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN): CONSELHO MONETÁRIO
NACIONAL; BANCO CENTRAL DO BRASIL; COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS;
CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL; BANCOS COMERCIAIS;
CAIXAS ECONÔMICAS; COOPERATIVAS DE CRÉDITO; BANCOS COMERCIAIS COOPERATIVOS;
BANCOS DE INVESTIMENTO; BANCOS DE DESENVOLVIMENTO; SOCIEDADES DE
CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO; SOCIEDADES DE ARRENDAMENTO
MERCANTIL; SOCIEDADES CORRETORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS;
SOCIEDADES DISTRIBUIDORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS; BOLSAS DE
VALORES; BOLSAS DE MERCADORIAS E DE FUTUROS; SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDAÇÃO
E CUSTÓDIA (SELIC); CENTRAL DE LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA E DE CUSTÓDIA DE
TÍTULOS (CETIP); SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO; ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇA
E EMPRÉSTIMO; SISTEMA DE SEGUROS PRIVADOS: SOCIEDADES DE CAPITALIZAÇÃO;
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR: ENTIDADES ABERTAS E ENTIDADES FECHADAS DE
PREVIDÊNCIA PRIVADA.
O Sistema Financeiro Nacional é formado por um conjunto de instituições (financeiras) onde o principal objetivo é propiciar condições
satisfatórias para a manutenção dos fluxos dos recursos financeiros entre poupadores e investidores do país. O Sistema Financeiro Nacional visa
criar condições para que haja intermediários financeiros, com o objetivo de realizar a ponte entre dois segmentos.
É exatamente o Sistema financeiro que permite que um agente econômico qualquer (seja ele indivíduo ou empresa) sem perspectivas de
aplicação, em algum empreendimento próprio, da poupança que é capaz de gerar, seja colocado em contato com outro, cujas perspectivas de
investimento superam as respectivas disponibilidades de poupança.
O atual Sistema Financeiro Nacional nasceu através da Lei 4.595/64, que também ficou conhecida como Lei da Reforma Bancária.
Caracterização legal do Sistema Financeiro Nacional, prevista na Lei de Reforma Bancária, em seu art. 17:
“Consideramse Instituições Financeiras, para efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas e privadas, que tenham como
atividade principal ou acessória a coleta, a intermediação ou a aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional
ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros.”
Parágrafo único “Para os efeitos desta lei e da legislação em vigor, equiparamse às instituições financeiras as pessoas físicas que exerçam qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma permanente ou eventual”.
O Sistema Financeiro Nacional – SFN - pode ser subdivido em entidades normativas, supervisoras e operacionais.
As entidades normativas são responsáveis pela definição das políticas e diretrizes gerais do sistema financeiro, sem função executiva. Em
geral, são entidades colegiadas, com atribuições específicas e utiliza-se de estruturas técnicas de apoio para a tomada das decisões. Atualmente,
no Brasil funcionam como entidades normativas o Conselho Monetário Nacional – CMN, o Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP e
o Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC.
Didatismo e Conhecimento
8
ConheCimentos banCáRios
O presidente do BCB e os seus diretores são nomeados pelo
Presidente da República após a aprovação prévia do Senado Federal, que é feita por uma arguição pública e posterior votação secreta.
Entre as várias competências do BCB destacam-se:
- Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda nacional e da solidez do Sistema Financeiro Nacional;
- Executar a política monetária mediante utilização de títulos do
Tesouro Nacional;
- Fixar a taxa de referência para as operações compromissadas
de um dia, conhecida como taxa SELIC;
- Controlar as operações de crédito das instituições que compõem o Sistema Financeiro Nacional;
- Formular, executar e acompanhar a política cambial e de relações financeiras com o exterior;
- Fiscalizar as instituições financeiras e as clearings (câmaras
de compensação);
- Emitir papel-moeda;
- Executar os serviços do meio circulante para atender à demanda de dinheiro necessária às atividades econômicas;
- Manter o nível de preços (inflação) sob controle;
- Manter sob controle a expansão da moeda e do crédito e a
taxa de juros;
- Operar no mercado aberto, de recolhimento compulsório e de
redesconto;
- Executar o sistema de metas para a inflação;
- Divulgar as decisões do Conselho Monetário Nacional;
- Manter ativos de ouro e de moedas estrangeiras para atuação
nos mercados de câmbio;
- Administrar as reservas internacionais brasileiras;
- Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras nacionais;
- Conceder autorização para o funcionamento das instituições
financeiras.
As entidades supervisoras, por outro lado, assumem diversas
funções executivas, como a fiscalização das instituições sob sua responsabilidade, assim como funções normativas, com o intuito de
regulamentar as decisões tomadas pelas entidades normativas ou
atribuições outorgadas a elas diretamente pela Lei. O Banco Central
do Brasil – BCB, a Comissão de Valores Mobiliários – CVM, a Superintendência de Seguros Privados – SUSEP e a Superintendência
Nacional de Previdência Complementar – PREVIC são as entidades
supervisoras do nosso Sistema Financeiro.
Além destas, há as entidades operadoras, que são todas as demais instituições financeiras, monetárias ou não, oficiais ou não,
como também demais instituições auxiliares, responsáveis, entre
outras atribuições, pelas intermediações de recursos entre poupadores e tomadores ou pela prestação de serviços.
Abaixo, breve relação dessas instituições, com descrição das
principais atribuições de algumas delas.
Entidades Normativas
a) Conselho Monetário Nacional - CMN
É o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional. O CMN não desempenha função executiva, apenas tem funções
normativas. Atualmente, o CMN é composto por três membros:
- Ministro da Fazenda (Presidente);
- Ministro do Planejamento Orçamento e Gestão; e
- Presidente do Banco Central.
Trabalhando em conjunto com o CMN funciona a Comissão
Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc), que tem como atribuições
o assessoramento técnico na formulação da política da moeda e do
crédito do País. As matérias aprovadas são regulamentadas por meio
de Resoluções, normativos de caráter público, sempre divulgadas no
Diário Oficial da União e na página de normativos do Banco Central
do Brasil.
b) Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP
O CNSP desempenha, entre outras, as atribuições de fixar as
diretrizes e normas da política de seguros privados, regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização das Sociedades
Seguradoras, de Capitalização, Entidades Abertas de Previdência
Privada, Resseguradores e Corretores de Seguros.
b) Comissão de Valores Mobiliários - CVM
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07
de dezembro de 1976 pela Lei 6.385 para fiscalizar e desenvolver o
mercado de valores mobiliários no Brasil.
A Comissão de Valores Mobiliários é uma autarquia federal
vinculada ao Ministério da Fazenda, porém sem subordinação hierárquica.
Com o objetivo de reforçar sua autonomia e seu poder fiscalizador, o governo federal editou, em 31.10.01, a Medida Provisória
nº 8 (convertida na Lei 10.411 de 26.02.02), pela qual a CVM passa a ser uma “entidade autárquica em regime especial, vinculada
ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio
próprios, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus
dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária” (art. 5º).
É administrada por um Presidente e quatro Diretores nomeados pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado Federal.
Eles formam o chamado «colegiado» da CVM. Seus integrantes têm
mandato de 5 anos e só perdem seus mandatos «em virtude de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo
administrativo disciplinar» (art. 6º § 2º). O Colegiado define as políticas e estabelece as práticas a serem implantadas e desenvolvidas
pelas Superintendências, as instâncias executivas da CVM.
c) Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC
O CNPC tem a função de regular o regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas de previdência complementar (Fundos de Pensão).
Entidades Supervisoras
a) Banco Central do Brasil - BCB
O Banco Central do Brasil foi criado em 1964 com a promulgação da Lei da Reforma Bancária (Lei nº 4.595 de 31.12.64).
Sua sede é em Brasília e possui representações regionais em
Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife,
Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
É uma autarquia federal que tem como principal missão institucional assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda
nacional e um sistema financeiro sólido e eficiente.
A partir da Constituição de 1988, a emissão de moeda ficou a
cargo exclusivo do BCB.
Didatismo e Conhecimento
9
ConheCimentos banCáRios
Sua sede é localizada na cidade do Rio de Janeiro com Superintendências Regionais nas cidades de São Paulo e Brasília.
Essas são algumas de suas atribuições:
- Estimular a formação de poupança e a sua aplicação em valores mobiliários;
- Assegurar e fiscalizar o funcionamento eficiente das bolsas de
valores, do mercado de balcão e das bolsas de mercadorias e futuros;
- Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores
do mercado contra emissões irregulares de valores mobiliários e
contra atos ilegais de administradores de companhias abertas ou de
carteira de valores mobiliários;
- Evitar ou coibir modalidades de fraude ou de manipulação que
criem condições artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores
mobiliários negociados no mercado;
- Assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários negociados e sobre as companhias que os tenham
emitido;
- Assegurar o cumprimento de práticas comerciais equitativas
no mercado de valores mobiliários;
- Assegurar o cumprimento, no mercado, das condições de utilização de crédito fixadas pelo Conselho Monetário Nacional;
- Realizar atividades de credenciamento e fiscalização de auditores independentes, administradores de carteiras de valores mobiliários, agentes autônomos, entre outros;
- Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas e os fundos de
investimento;
- Apurar, mediante inquérito administrativo, atos ilegais e práticas não-equitativas de administradores de companhias abertas e de
quaisquer participantes do mercado de valores mobiliários, aplicando as penalidades previstas em lei;
- Fiscalizar e disciplinar as atividades dos auditores independentes, consultores e analistas de valores mobiliários.
Entidades Operadoras
Órgãos Oficiais
a) Banco do Brasil - BB
O Banco do Brasil é o mais antigo banco comercial do Brasil e
foi criado em 12 de outubro de 1808 pelo príncipe regente D. João.
É uma sociedade de economia mista de capitais públicos e privados.
É também uma empresa aberta que possui ações cotadas na Bolsa de
Valores de São Paulo (BM&FBOVESPA).
O BB opera como agente financeiro do Governo Federal e é
o principal executor das políticas de crédito rural e industrial e de
banco comercial do governo. E a cada dia mais tem se ajustado a um
perfil de banco múltiplo tradicional.
b) Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social
- BNDES
Criado em 1952 como autarquia federal, hoje é uma empresa
pública vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior, com personalidade jurídica de direito privado e
patrimônio próprio. É responsável pela política de investimentos a
longo prazo do Governo Federal, necessários ao fortalecimento da
empresa privada nacional.
Com o objetivo de fortalecer a estrutura de capital das empresas
privadas e desenvolvimento do mercado de capitais, o BNDES conta com linhas de apoio para financiamentos de longo prazo a custos
competitivos, para o desenvolvimento de projetos de investimentos e para a comercialização de máquinas e equipamentos novos,
fabricados no país, bem como para o incremento das exportações
brasileiras.
Os financiamentos são feitos com recursos próprios, empréstimos e doações de entidades nacionais e estrangeiras e de organismos internacionais, como o BID. Também recebe recursos do PIS
e PASEP.
Conta com duas subsidiárias integrais, a FINAME (Agência
Especial de Financiamento Industrial) e a BNDESPAR (BNDES
Participações), criadas com o objetivo, respectivamente, de financiar a comercialização de máquinas e equipamentos; e de possibilitar a subscrição de valores mobiliários no mercado de capitais brasileiro. As três empresas, juntas, compreendem o chamado “Sistema
BNDES”.
c) Superintendência de Seguros Privados - SUSEP
A Susep é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos
mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. Criada em 1966 pelo Decreto-Lei 73/66, que também instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privados, de que fazem parte o
CNSP, o IRB, as sociedades autorizadas a operar em seguros privados e capitalização, as entidades de previdência privada aberta e os
corretores habilitados.
É uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, administrada por um Conselho Diretor, composto pelo Superintendente e
por quatro Diretores. Essas são algumas de suas atribuições:
Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades Abertas de Previdência Privada e Resseguradores, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP; Atuar no sentido de proteger
a captação de poupança popular que se efetua através das operações
de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro.
c) Caixa Econômica Federal - CEF
Criada em 12 de janeiro de 1861 por Dom Pedro II com o propósito de incentivar a poupança e de conceder empréstimos sob penhor. É a instituição financeira responsável pela operacionalização
das políticas do Governo Federal para habitação popular e saneamento básico.
A Caixa é uma empresa 100% pública e não possui ações em
bolsas.
Além das atividades comuns de um banco comercial, a CEF
também atende aos trabalhadores formais - por meio do pagamento
do FGTS, PIS e seguro-desemprego, e aos beneficiários de programas sociais e apostadores das Loterias.
As ações da Caixa priorizam setores como habitação, saneamento básico, infraestrutura e prestação de serviços.
d) Superintendência Nacional de Previdência Complementar PREVIC
A Previc atua como entidade de fiscalização e de supervisão das
atividades das entidades fechadas de previdência complementar e de
execução das políticas para o regime de previdência complementar
operado por essas entidades. É uma autarquia vinculada ao Ministério da Previdência Social.
Didatismo e Conhecimento
10
ConheCimentos banCáRios
casos extraordinários pode acontecer mais de uma reunião por mês.
As matérias aprovadas são regulamentadas por meio de Resoluções,
normativo de caráter público, sempre divulgado no Diário Oficial da
União e na página de normativos do Banco Central do Brasil. De todas as reuniões são lavradas atas, cujo extrato é publicado no DOU.
Posto isso, resta-nos enumerar algumas das principais atribuições do Conselho Monetário Nacional.
A política do Conselho Monetário Nacional objetiva:
- Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia nacional e seu processo de desenvolvimento;
- Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou
corrigindo os surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios
oriundos de fenômenos conjunturais;
- Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço
de pagamento do País, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira;
- Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras,
quer públicas, quer privadas, tendo em vista propiciar, nas diferentes
regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia nacional;
- Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos;
- Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
- Coordenar as políticas monetárias, de crédito, orçamentária,
fiscal e da dívida pública, interna e externa. Compete ao Conselho
Monetário Nacional;
Demais Entidades Operadoras
- Instituições Financeiras Monetárias
São as instituições autorizadas a captar depósitos à vista do público. Atualmente, apenas os Bancos Comerciais, os Bancos Múltiplos com carteira comercial, a Caixa Econômica Federal e as Cooperativas de Crédito possuem essa autorização.
Demais Instituições Financeiras
Incluem as instituições financeiras não autorizadas a receber
depósitos à vista. Entre elas, podemos citar:
Agências de Fomento
Associações de Poupança e Empréstimo
Bancos de Câmbio
Bancos de Desenvolvimento
Bancos de Investimento
Companhias Hipotecárias
Cooperativas Centrais de Crédito
Sociedades Crédito, Financiamento e Investimento
Sociedades de Crédito Imobiliário
Sociedades de Crédito ao Microempreendedor
Outros Intermediários Financeiros
São também intermediários do Sistema Financeiro Nacional:
Administradoras de Consórcio;
Sociedades de Arrendamento Mercantil;
Sociedades corretoras de câmbio;
Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários;
Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários.
Instituições Auxiliares
Também compõem o Sistema Financeiro Nacional, como entidades operadoras auxiliares, as entidades administradores de mercados organizados de valores mobiliários, como os de Bolsa, de Mercadorias e Futuros e de Balcão Organizado.
Além das entidades relacionadas acima, também integram o
SFN as companhias seguradoras, as sociedades de capitalização,
as entidades abertas de previdência complementar e os fundos de
pensão.
Compete ao Conselho Monetário Nacional:
- Autorizar a emissão de papel moeda;
- Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco
Central do Brasil, por meio dos quais se estimarão as necessidades
globais de moeda e crédito;
- Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive
quanto à compra e venda de ouro e quaisquer operações em direitos
especiais de saque e em moeda estrangeira;
- Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas formas, inclusive aceites, avais
e prestações de quaisquer garantias por parte das instituições financeiras;
- Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que
exercerem atividades subordinadas a esta Lei, bem como a aplicação
das penalidades previstas;
- Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos,
comissões e qualquer outra forma de remuneração de operações e
serviços bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco
Central do Brasil, assegurando taxas favorecidas aos financiamentos
que se destinem a promover:
- recuperação e fertilização do solo;
- reflorestamento;
- combate a epizootias e pragas, nas atividades rurais;
- eletrificação rural;- mecanização;- irrigação;
- investimentos indispensáveis às atividades agropecuárias;
- Determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão emprestar a um mesmo cliente ou grupo
de empresas;
CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL
O Conselho Monetário Nacional é o órgão máximo do sistema
financeiro brasileiro, cabendo-lhe traçar as normas a serem empreendidas na política monetária. Nesse sentido tem como atividade
primordial a formulação da política de moeda e crédito do país, além
de exercer o controle da organização bancária e seus intermediários
financeiros. O CMN é o órgão central da política financeira nacional, tendo suas deliberações baixadas pelo Banco Central, sob a forma de resoluções.
Composição: é composto pelo Ministro da Fazenda (Presidente do Conselho); Ministro do Planejamento Orçamento e Gestão; e
Presidente do Banco Central.
O CMN tem a responsabilidade primordial formular a política
da moeda e do crédito, objetivando a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do País.
Os seus membros reúnem-se uma vez por mês para deliberarem sobre assuntos relacionados com as competências do CMN. Em
Didatismo e Conhecimento
11
ConheCimentos banCáRios
Capítulo I
Do Sistema Financeiro Nacional
- Estipular índices e outras condições técnicas sobre encaixes,
imobilizações e outras relações patrimoniais, a serem observadas
pelas instituições financeiras;
- Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem
observadas pelas instituições financeiras;
- Delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos, o capital mínimo das instituições financeiras privadas, levando em conta
sua natureza, bem como a localização de suas sedes e agências ou
filiais;
- Estabelecer para as instituições financeiras públicas a dedução dos depósitos de pessoas jurídicas de direito público que lhes
detenham o controle acionário, bem como das respectivas autarquias e sociedades de economia mista, no cálculo a que se refere o
artigo 10 inciso III, desta Lei.
- Regulamentar, fixando limites, prazos e outras condições, as
operações de redesconto e de empréstimo, efetuadas com quaisquer
instituições financeiras públicas e privadas de natureza bancária;
- Outorgar ao Banco Central do Brasil o monopólio das operações de câmbio quando ocorrer grave desequilíbrio no balanço de
pagamentos ou houver sérias razões para prever a iminência de tal
situação;
- Estabelecer normas a serem observadas pelo Banco Central
do Brasil em suas transações com títulos públicos e de entidades de
que participe o Estado;
- Autorizar o Banco Central do Brasil e as instituições financeiras públicas federais a efetuar a subscrição compra e venda de
ações e outros papéis emitidos ou de responsabilidade das sociedades de economia mista e empresas do Estado;
- Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos públicos;
- Estatuir normas para as operações das instituições financeiras
públicas, para preservar sua solidez e adequar seu funcionamento
aos objetivos desta Lei;
- Baixar normas que regulem as operações de câmbio, inclusive swaps, fixando limites, taxas, prazos e outras condições.
Art. 1º O sistema Financeiro Nacional, estruturado e regulado pela presente Lei, será constituído:
I - do Conselho Monetário Nacional;
II - do Banco Central do Brasil; (Redação dada pelo Del nº 278,
de 28/02/67)
III - do Banco do Brasil S. A.;
IV - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico;
V - das demais instituições financeiras públicas e privadas.
Capítulo II
Do Conselho Monetário Nacional
Art. 2º Fica extinto o Conselho da atual Superintendência da
Moeda e do Crédito, e criado em substituição, o Conselho Monetário Nacional, com a finalidade de formular a política da moeda e do
crédito como previsto nesta lei, objetivando o progresso econômico
e social do País.
Art. 3º A política do Conselho Monetário Nacional objetivará:
I - Adaptar o volume dos meios de pagamento ás reais necessidades da economia nacional e seu processo de desenvolvimento;
II - Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo
ou corrigindo os surtos inflacionários ou deflacionários de origem
interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios
oriundos de fenômenos conjunturais;
III - Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço
de pagamento do País, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira;
IV - Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas; tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento
harmônico da economia nacional;
V - Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos;
VI - Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
VII - Coordenar as políticas monetárias, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa.
Dica: Procurar gravar as palavras chaves como: autorizar, fixar, disciplinar, limitar, regular. Lembre-se que o CMN é um órgão
NORMATIVO assim não executa tarefas.
Art. 4º Compete ao Conselho Monetário Nacional, segundo diretrizes estabelecidas pelo Presidente da República: (Redação dada
pela Lei nº 6.045, de 15/05/74)
I - Autorizar as emissões de papel-moeda as quais ficarão na
prévia dependência de autorização legislativa quando se destinarem
ao financiamento direto pelo Banco Central da República do Brasil,
das operações de crédito com o Tesouro Nacional, nos termos do
artigo 49 desta Lei. (Vide Lei nº 8.392, de 30.12.91).
Maiores detalhes sobre a “Estrutura do Sistema Financeiro
Nacional” e sobre o “Conselho Monetário Nacional”, estão presentes nas Leis que serão apresentadas a seguir:
LEI Nº 4.595, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1964.
Dispõe sobre a Política e as Instituições Monetárias, Bancárias e Creditícias, Cria o Conselho Monetário Nacional e dá outras
providências.
O Conselho Monetário Nacional pode, ainda, autorizar o Banco Central da República do Brasil a emitir, anualmente, até o limite
de 10% (dez por cento) dos meios de pagamentos existentes a 31
de dezembro do ano anterior, para atender as exigências das atividades produtivas e da circulação da riqueza do País, devendo,
porém, solicitar autorização do Poder Legislativo, mediante Mensagem do Presidente da República, para as emissões que, justificadamente, se tornarem necessárias além daquele limite.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Didatismo e Conhecimento
12
ConheCimentos banCáRios
Quando necessidades urgentes e imprevistas para o financiamento dessas atividades o determinarem, pode o Conselho Monetário Nacional autorizar as emissões que se fizerem indispensáveis,
solicitando imediatamente, através de Mensagem do Presidente da
República, homologação do Poder Legislativo para as emissões assim realizadas.
Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal,
seja através de recolhimento em espécie, em ambos os casos entregues ao Banco Central do Brasil, na forma e condições que o Conselho Monetário Nacional determinar, podendo este:
a) adotar percentagens diferentes em função;
- das regiões geoeconômicas;
- das prioridades que atribuir às aplicações;
- da natureza das instituições financeiras;
b) determinar percentuais que não serão recolhidos, desde que
tenham sido reaplicados em financiamentos à agricultura, sob juros
favorecidos e outras condições fixadas pelo Conselho Monetário
Nacional. (Vide art 10, inciso III)
II - Estabelecer condições para que o Banco Central da República do Brasil emita moeda-papel de curso forçado, nos termos e
limites decorrentes desta Lei, bem como as normas reguladoras do
meio circulante;
III - Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco
Central da República do Brasil, por meio dos quais se estimarão as
necessidades globais de moeda e crédito;
IV - Determinar as características gerais das cédulas e das moedas;
V - Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive
quanto a compra e venda de ouro e quaisquer operações em Direitos
Especiais de Saque e em moeda estrangeira; (Redação dada pelo Del
nº 581, de 14/05/69)
VI - Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as
operações creditícias em todas as suas formas, inclusive aceites,
avais e prestações de quaisquer garantias por parte das instituições
financeiras;
VII - Coordenar a política de que trata o art. 3º desta Lei com a
de investimentos do Governo Federal;
VIII - Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos
que exercerem atividades subordinadas a esta lei, bem como a aplicação das penalidades previstas;
IX - Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos comissões e qualquer outra forma de remuneração de operações
e serviços bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco Central da República do Brasil, assegurando taxas favorecidas
aos financiamentos que se destinem a promover:
- recuperação e fertilização do solo;
- reflorestamento;
- combate a epizootias e pragas, nas atividades rurais;
- eletrificação rural;
- mecanização;
- irrigação;
- investimento indispensáveis às atividades agropecuárias;
X - Determinar a percentagem máxima dos recursos que as
instituições financeiras poderão emprestar a um mesmo cliente ou
grupo de empresas;
XI - Estipular índices e outras condições técnicas sobre encaixes, mobilizações e outras relações patrimoniais a serem observadas
pelas instituições financeiras;
XII - Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições financeiras;
XIII - Delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos o
capital mínimo das instituições financeiras privadas, levando em
conta sua natureza, bem como a localização de suas sedes e agências ou filiais;
XIV - Determinar recolhimento de até 60% (sessenta por cento)
do total dos depósitos e/ou outros títulos contábeis das instituições
financeiras, seja na forma de subscrição de letras ou obrigações do
Didatismo e Conhecimento
XV - Estabelecer para as instituições financeiras públicas, a
dedução dos depósitos de pessoas jurídicas de direito público que
lhes detenham o controle acionário, bem como das respectivas autarquias e sociedades de economia mista, no cálculo a que se refere
o inciso anterior;
XVI - Enviar obrigatoriamente ao Congresso Nacional, até o
último dia do mês subsequente, relatório e mapas demonstrativos da
aplicação dos recolhimentos compulsórios.
XVII - Regulamentar, fixando limites, prazos e outras condições, as operações de redesconto e de empréstimo, efetuado com
quaisquer instituições financeiras públicas e privado de natureza
bancária;
XVIII - Outorgar ao Banco Central da República do Brasil o
monopólio das operações de câmbio quando ocorrer grave desequilíbrio no balanço de pagamentos ou houver sérias razões para prever
a iminência de tal situação;
XIX - Estabelecer normas a serem observadas pelo Banco Central da República do Brasil em suas transações com títulos públicos
e de entidades de que participe o Estado;
XX - Autoriza o Banco Central da República do Brasil e as instituições financeiras públicas federais a efetuar a subscrição, compra
e venda de ações e outros papéis emitidos ou de responsabilidade
das sociedades de economia mista e empresas do Estado;
XXI - Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos públicos;
XXII - Estatuir normas para as operações das instituições financeiras públicas, para preservar sua solidez e adequar seu funcionamento aos objetivos desta lei;
XXIII - Fixar, até quinze (15) vezes a soma do capital realizado
e reservas livres, o limite além do qual os excedentes dos depósitos
das instituições financeiras serão recolhidos ao Banco Central da
República do Brasil ou aplicados de acordo com as normas que o
Conselho estabelecer;
XXIV - Decidir de sua própria organização; elaborando seu regimento interno no prazo máximo de trinta (30) dias;
XXV - Decidir da estrutura técnica e administrativa do Banco Central da República do Brasil e fixar seu quadro de pessoal,
bem como estabelecer os vencimentos e vantagens de seus funcionários, servidores e diretores, cabendo ao Presidente deste apresentar as respectivas propostas; (Vide Lei nº 9.650, 27.5.1998)
XXVI - Conhecer dos recursos de decisões do Banco Central da
República do Brasil; (Vide Lei nº9.069, de 29.6.1995)
13
ConheCimentos banCáRios
Art. 5º As deliberações do Conselho Monetário Nacional entendem-se de responsabilidade de seu Presidente para os efeitos do art.
104, nº I, letra «b», da Constituição Federal e obrigarão também os
órgãos oficiais, inclusive autarquias e sociedades de economia mista, nas atividades que afetem o mercado financeiro e o de capitais.
XXVII - aprovar o regimento interno e as contas do Banco Central do Brasil e decidir sobre seu orçamento e sobre seus sistemas de
contabilidade, bem como sobre a forma e prazo de transferência de
seus resultados para o Tesouro Nacional, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União. (Redação dada pelo Decreto Lei
nº 2.376, de 25.11.1987) (Vide art 10, inciso III)
XXVIII - Aplicar aos bancos estrangeiros que funcionem no
País as mesmas vedações ou restrições equivalentes, que vigorem
nas praças de suas matrizes, em relação a bancos brasileiros ali instalados ou que nelas desejem estabelecer - se;
XXIX - Colaborar com o Senado Federal, na instrução dos processos de empréstimos externos dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, para cumprimento do disposto no art. 63, nº II, da
Constituição Federal;
XXX - Expedir normas e regulamentação para as designações e demais efeitos do art. 7º, desta lei. (Vide Lei nº 9.069, de
29.6.1995) (Vide Lei nº 9.069, de 29.6.1995)
XXXI - Baixar normas que regulem as operações de câmbio,
inclusive swaps, fixando limites, taxas, prazos e outras condições.
XXXII - regular os depósitos a prazo de instituições financeiras
e demais sociedades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
Brasil, inclusive entre aquelas sujeitas ao mesmo controle acionário
ou coligadas. (Redação dada pelo Del nº 2.290, de 21/11/86)
§ 1º O Conselho Monetário Nacional, no exercício das atribuições previstas no inciso VIII deste artigo, poderá determinar que
o Banco Central da República do Brasil recuse autorização para o
funcionamento de novas instituições financeiras, em função de conveniências de ordem geral.
§ 2º Competirá ao Banco Central da República do Brasil acompanhar a execução dos orçamentos monetários e relatar a matéria ao
Conselho Monetário Nacional, apresentando as sugestões que considerar convenientes.
§ 3º As emissões de moeda metálica serão feitas sempre contra
recolhimento de igual montante em cédulas.
§ 4º O Conselho Monetário nacional poderá convidar autoridades, pessoas ou entidades para prestar esclarecimentos considerados
necessários.
§ 5º Nas hipóteses do art. 4º, inciso I, e do § 6º, do art. 49, desta
lei, se o Congresso Nacional negar homologação à emissão extraordinária efetuada, as autoridades responsáveis serão responsabilizadas nos termos da Lei nº 1059, de 10/04/1950.
§ 6º O Conselho Monetário Nacional encaminhará ao Congresso Nacional, até 31 de março de cada ano, relatório da evolução
da situação monetária e creditícia do País no ano anterior, no qual
descreverá, minuciosamente as providências adotadas para cumprimento dos objetivos estabelecidos nesta lei, justificando destacadamente os montantes das emissões de papel-moeda que tenham sido
feitas para atendimento das atividades produtivas.
§ 7º O Banco Nacional da Habitação é o principal instrumento de execução da política habitacional do Governo Federal e integra o sistema financeiro nacional, juntamente com as sociedades
de crédito imobiliário, sob orientação, autorização, coordenação e
fiscalização do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central
da República do Brasil, quanto à execução, nos termos desta lei,
revogadas as disposições especiais em contrário. (Vide Lei nº 9.069,
de 29.6.1995)
Didatismo e Conhecimento
Art. 6º - Alterado pela Lei nº 9.069, de 29.6.1995, “Art. 8º O
Conselho Monetário Nacional, criado pela Lei nº 4.595, de 31 de
dezembro de 1964, passa a ser integrado pelos seguintes membros”:
I - Ministro de Estado da Fazenda, na qualidade de Presidente;
II - Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2216-37, de 2001)
III - Presidente do Banco Central do Brasil.
§ 1º O Conselho deliberará mediante resoluções, por maioria de
votos, cabendo ao Presidente a prerrogativa de deliberar, nos casos
de urgência e relevante interesse, ad referendum dos demais membros.
§ 2º Quando deliberar ad referendum do Conselho, o Presidente
submeterá a decisão ao colegiado na primeira reunião que se seguir
àquela deliberação.
§ 3º O Presidente do Conselho poderá convidar Ministros de
Estado, bem como representantes de entidades públicas ou privadas,
para participar das reuniões, não lhes sendo permitido o direito de
voto.
§ 4º O Conselho reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por mês,
e, extraordinariamente, sempre que for convocado por seu Presidente.
§ 5º O Banco Central do Brasil funcionará como secretaria-executiva do Conselho.
§ 6º O regimento interno do Conselho Monetário Nacional será
aprovado por decreto do Presidente da República, no prazo máximo
de trinta dias, contados da publicação desta Lei.
§ 7º A partir de 30 de junho de 1994, ficam extintos os mandatos
de membros do Conselho Monetário Nacional nomeados até aquela
data.
Art. 7º Junto ao Conselho Monetário Nacional funcionarão as
seguintes Comissões Consultivas: (Vide Lei nº 9.069, de 29.6.1995)
I - Bancária, constituída de representantes:
1 - do Conselho Nacional de Economia;
2 - do Banco Central da República do Brasil;
3 - do Banco do Brasil S.A.
4 - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico;
5 - do Conselho Superior das Caixas Econômicas Federais;
6 - do Banco Nacional de Crédito Cooperativo;
7 - do Banco do Nordeste do Brasil S. A.;
8 - do Banco de Crédito da Amazônia S. A.;
9 - dos Bancos e Caixas Econômicas Estaduais;
10 - dos Bancos Privados;
11 - das Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimentos;
12 - das Bolsas de Valores;
13 - do Comércio;
14 - da Indústria;
15 - da Agropecuária;
16 - das Cooperativas que operam em crédito.
14
ConheCimentos banCáRios
7 - das Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimentos;
8 - da Indústria.
II - de Mercado de Capitais, constituída de representantes:
1 - do Ministério da Indústria e do Comércio;
2 - do Conselho Nacional da Economia.
3 - do Banco Central da República do Brasil;
4 - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico;
5 - dos Bancos Privados;
6 - das Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimentos;
7 - das Bolsas de Valores;
8 - das Companhias de Seguros Privados e Capitalização;
9 - da Caixa de Amortização;
§ 1º A organização e o funcionamento das Comissões Consultivas serão regulados pelo Conselho Monetário Nacional, inclusive
prescrevendo normas que:
a) lhes concedam iniciativa própria junto ao MESMO CONSELHO;
b) estabeleçam prazos para o obrigatório preenchimento
dos cargos nas referidas Comissões;
c) tornem obrigatória a audiência das Comissões Consultivas,
pelo Conselho Monetário Nacional, no trato das matérias atinentes
às finalidades específicas das referidas Comissões, ressalvado os casos em que se impuser sigilo.
§ 2º Os representantes a que se refere este artigo serão indicados
pelas entidades nele referida se designados pelo Conselho Monetário Nacional.
§ 3º O Conselho Monetário Nacional, pelo voto de 2/3 (dois
terços) de seus membros, poderá ampliar a competência das Comissões Consultivas, bem como admitir a participação de representantes de entidades não mencionadas neste artigo, desde que tenham
funções diretamente relacionadas com suas atribuições.
III - de Crédito Rural, constituída de representantes:
1 - do Ministério da Agricultura;
2 - da Superintendência da Reforma Agrária;
3 - da Superintendência Nacional de Abastecimento;
4 - do Banco Central da República do Brasil;
5 - da Carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Banco do
Brasil S. A.;
6 - da Carteira de Colonização de Banco do Brasil S.A.;
7 - do Banco Nacional de Crédito Cooperativo;
8 - do Banco do Nordeste do Brasil S.A.;
9 - do Banco de Crédito da Amazônia S.A.;
10 - do Instituto Brasileiro do Café;
11 - do Instituto do Açúcar e do Álcool;
12 - dos Banco privados;
13 - da Confederação Rural Brasileira;
14 - das Instituições Financeiras Públicas Estaduais ou Municipais, que operem em crédito rural;
15 - das Cooperativas de Crédito Agrícola;
CAPÍTULO III
Do Banco Central da República do Brasil
Art. 8º A atual Superintendência da Moeda e do Crédito é transformada em autarquia federal, tendo sede e foro na Capital da República, sob a denominação de Banco Central da República do Brasil,
com personalidade jurídica e patrimônios próprios este constituído
dos bens, direitos e valores que lhe são transferidos na forma desta
Lei e ainda da apropriação dos juros e rendas resultantes, na data
da vigência desta lei, do disposto no art. 9º do Decreto-Lei número
8495, de28/12/1945, dispositivo que ora é expressamente revogado.
Parágrafo único: Os resultados obtidos pelo Banco Central do
Brasil, consideradas as receitas e despesas de todas as suas operações, serão, a partir de 1º de janeiro de 1988, apurados pelo regime de competência e transferidos para o Tesouro Nacional, após
compensados eventuais prejuízos de exercícios anteriores. (Redação
dada pelo Del nº 2.376, de 25/11/87)
IV - (Vetado).
1 - (Vetado).
2 - (Vetado).
3 - (Vetado).
4 - (Vetado).
5 - (Vetado).
6 - (Vetado).
7 - (Vetado).
8 - (Vetado).
9 - (Vetado)
10 - (Vetado).
11 - (Vetado).
12 - (Vetado).
13 - (Vetado).
14 - (Vetado).
15 - (Vetado).
Art. 9º Compete ao Banco Central da República do Brasil cumprir e fazer cumprir as disposições que lhe são atribuídas pela legislação em vigor e as normas expedidas pelo Conselho Monetário
Nacional.
Art. 10. Compete privativamente ao Banco Central da República do Brasil:
I - Emitir moeda-papel e moeda metálica, nas condições e limites autorizados pelo Conselho Monetário Nacional.
II - Executar os serviços do meio-circulante;
III - determinar o recolhimento de até cem por cento do total
dos depósitos à vista e de até sessenta por cento de outros títulos
contábeis das instituições financeiras, seja na forma de subscrição
de Letras ou Obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos
da Dívida Pública Federal, seja através de recolhimento em espécie,
em ambos os casos entregues ao Banco Central do Brasil, a forma
e condições por ele determinadas, podendo: (incluído pela Lei nº
7.730, de 31.1.1989, renumerando-se os demais incisos)
V - de Crédito Industrial, constituída de representantes:
1 - do Ministério da Indústria e do Comércio;
2 - do Ministério Extraordinário para os Assuntos de Planejamento e Economia;
3 - do Banco Central da República do Brasil;
4 - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico;
5 - da Carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Banco do
Brasil S.A.;
6 - dos Banco privados;
Didatismo e Conhecimento
15
ConheCimentos banCáRios
§ 1º No exercício das atribuições a que se refere o inciso IX deste artigo, com base nas normas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, o Banco Central da República do Brasil, estudará os
pedidos que lhe sejam formulados e resolverá conceder ou recusar
a autorização pleiteada, podendo incluir as cláusulas que reputar
convenientes ao interesse público.
a) adotar percentagens diferentes em função:
1. das regiões geoeconômicas;
2. das prioridades que atribuir às aplicações;
3. da natureza das instituições financeiras;
b) determinar percentuais que não serão recolhidos, desde que
tenham sido reaplicados em financiamentos à agricultura, sob juros
favorecidos e outras condições por ele fixadas.
IV - Receber os recolhimentos compulsórios de que trata o inciso anterior e, ainda, os depósitos voluntários à vista das instituições
financeiras, nos termos do inciso III e § 2º do art. 19. (Renumerado
com redação dada pela Lei nº 7.730, de 31/01/89)
V - Realizar operações de redesconto e empréstimos a instituições financeiras bancárias e as referidas no Art. 4º, inciso XIV, letra
“b”, e no § 4º do Art. 49 desta lei; (Renumerado pela Lei nº7.730,
de 31/01/89)
VI - Exercer o controle do crédito sob todas as suas formas; (Renumerado pela Lei nº 7.730, de31/01/89)
VII - Efetuar o controle dos capitais estrangeiros, nos termos da
lei; (Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89)
VIII - Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e de Direitos Especiais de Saque e fazer com estas últimas
todas e quaisquer operações previstas no Convênio Constitutivo do
Fundo Monetário Internacional; (Redação dada pelo Del nº 581,
de14/05/69) (Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89)
IX - Exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penalidades previstas; (Renumerado pela Lei nº 7.730,
de 31/01/89)
X - Conceder autorização às instituições financeiras, a fim de
que possam: (Renumerado pela Lei nº 7.730, de 31/01/89)
a) funcionar no País;
b) instalar ou transferir suas sedes, ou dependências, inclusive
no exterior;
c) ser transformadas, fundidas, incorporadas ou encampadas;
d) praticar operações de câmbio, crédito real e venda habitual
de títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal, ações
Debêntures, letras hipotecárias e outros títulos de crédito ou mobiliários;
§ 2º Observado o disposto no parágrafo anterior, as instituições
financeiras estrangeiras dependem de autorização do Poder Executivo, mediante decreto, para que possam funcionar no País.
sil;
I - Entender-se, em nome do Governo Brasileiro, com as instituições financeiras estrangeiras e internacionais;
II - Promover, como agente do Governo Federal, a colocação de
empréstimos internos ou externos, podendo, também, encarregar-se
dos respectivos serviços;
III - Atuar no sentido do funcionamento regular do mercado
cambial, da estabilidade relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio
no balanço de pagamentos, podendo para esse fim comprar e vender
ouro e moeda estrangeira, bem como realizar operações de crédito
no exterior, inclusive as referentes aos Direitos Especiais de Saque,
e separar os mercados de câmbio financeiro e comercial; (Redação
dada pelo Del nº 581, de 14/05/69)
IV - Efetuar compra e venda de títulos de sociedades de economia mista e empresas do Estado;
V - Emitir títulos de responsabilidade própria, de acordo com as
condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional;
VI - Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis;
VII - Exercer permanente vigilância nos mercados financeiros
e de capitais sobre empresas que, direta ou indiretamente, interfiram
nesses mercados e em relação às modalidades ou processos operacionais que utilizem;
VIII - Prover, sob controle do Conselho Monetário Nacional, os
serviços de sua Secretaria.
§ 1º No exercício das atribuições a que se refere o inciso VIII
do artigo 10 desta lei, o Banco Central do Brasil poderá examinar os
livros e documentos das pessoas naturais ou jurídicas que detenham
o controle acionário de instituição financeira, ficando essas pessoas
sujeitas ao disposto no artigo 44, § 8º, desta lei. (Incluído pelo Del
nº 2.321, de 25/02/87)
§ 2º O Banco Central da República do Brasil instalará delegacias, com autorização do Conselho Monetário Nacional, nas diferentes regiões geoeconômicas do País, tendo em vista a descentralização administrativa para distribuição e recolhimento da moeda e o
cumprimento das decisões adotadas pelo mesmo Conselho ou prescritas em lei. (Renumerado pelo Del nº 2.321,de 25/02/87)
e) ter prorrogados os prazos concedidos para funcionamento;
f) alterar seus estatutos.
g) alienar ou, por qualquer outra forma, transferir o seu controle
acionário. (Incluído pelo Del nº 2.321, de 25/02/87)
XI - Estabelecer condições para a posse e para o exercício de
quaisquer cargos de administração de instituições financeiras privadas, assim como para o exercício de quaisquer funções em órgãos
consultivos, fiscais e semelhantes, segundo normas que forem expedidas pelo Conselho Monetário Nacional; (Renumerado pela Lei nº
7.730, de 31/01/89)
XII - Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos públicos federais; (Renumerado
pela Lei nº 7.730, de 31/01/89)
XIII - Determinar que as matrizes das instituições financeiras
registrem os cadastros das firmas que operam com suas agências
há mais de um ano. (Renumerado pela Lei nº 7.730, de31/01/89)
Didatismo e Conhecimento
Art. 11.Compete ainda ao Banco Central da República do Bra-
Art. 12. O Banco Central da República do Brasil operará exclusivamente com instituições financeiras públicas e privadas, vedadas operações bancárias de qualquer natureza com outras pessoas
de direito público ou privado, salvo as expressamente autorizadas
por lei.
16
ConheCimentos banCáRios
Art. 13. Os encargos e serviços de competência do Banco Central, quando por ele não executados diretamente, serão contratados
de preferência com o Banco do Brasil S. A., exceto nos casos especialmente autorizados pelo Conselho Monetário Nacional. (Redação dada pelo Del nº 278, de 28/02/67)
b) suprimentos especiais do Banco Central do Brasil aos Fundos e Programas que administra.
§ 3º O Conselho Monetário Nacional estabelecerá, observado
o disposto no § 1º do artigo 19desta lei, a cada exercício, as bases
da remuneração das operações referidas no § 2º e as condições para
incorporação desses rendimentos à referida reserva monetária. (Parágrafo incluído pelo Del nº 2.076, de 20/12/83)
Art. 14. O Banco Central do Brasil será administrado por uma
Diretoria de cinco (5) membros, um dos quais será o Presidente,
escolhidos pelo Conselho Monetário Nacional dentre seus membros
mencionados no inciso IV do art. 6º desta Lei. (Redação dada pela
Lei nº 5.362, de 30.11.1967)(Vide Decreto nº 91.961, de 19.11.1985)
§ 1º O Presidente do Banco Central da República do Brasil será
substituído pelo Diretor que o Conselho Monetário Nacional designar.
§ 2º O término do mandato, a renúncia ou a perda da qualidade
Membro do Conselho Monetário Nacional determinam, igualmente, a perda da função de Diretor do Banco Central da República do
Brasil.
CAPÍTULO IV
DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
SEÇÃO I
Da caracterização e subordinação
Art. 17. Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos
da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas ou privadas,
que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros,
em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros.
Parágrafo único. Para os efeitos desta lei e da legislação em
vigor, equiparam-se às instituições financeiras as pessoas físicas que
exerçam qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma
permanente ou eventual.
Art. 15. O regimento interno do Banco Central da República do
Brasil, a que se refere o inciso XXVII, do art. 4º, desta lei, prescreverá as atribuições do Presidente e dos Diretores e especificará os
casos que dependerão de deliberação da Diretoria, a qual será tomada por maioria de votos, presentes no mínimo o Presidente ou seu
substituto eventual e dois outros Diretores, cabendo ao Presidente
também o voto de qualidade.
Parágrafo único. A Diretoria se reunirá, ordinariamente, uma
vez por semana, e, extraordinariamente, sempre que necessário, por
convocação do Presidente ou a requerimento de, pelo menos, dois
de seus membros.
Art. 18. As instituições financeiras somente poderão funcionar
no País mediante prévia autorização do Banco Central da República
do Brasil ou decreto do Poder Executivo, quando forem estrangeiras.
§ 1º Além dos estabelecimentos bancários oficiais ou privados,
das sociedades de crédito, financiamento e investimentos, das caixas
econômicas e das cooperativas de crédito ou a seção de crédito das
cooperativas que a tenham, também se subordinam às disposições
e disciplina desta lei no que for aplicável, as bolsas de valores, companhias de seguros e de capitalização, as sociedades que efetuam
distribuição de prêmios em imóveis, mercadorias ou dinheiro, mediante sorteio de títulos de sua emissão ou por qualquer forma, e as
pessoas físicas ou jurídicas que exerçam, por conta própria ou de
terceiros, atividade relacionada com a compra e venda de ações e
outros quaisquer títulos, realizando nos mercados financeiros e
de capitais operações ou serviços de natureza dos executados pelas
instituições financeiras.
§ 2º O Banco Central da Republica do Brasil, no exercício da
fiscalização que lhe compete, regulará as condições de concorrência
entre instituições financeiras, coibindo-lhes os abusos com a aplicação da pena nos termos desta lei.
§ 3º Dependerão de prévia autorização do Banco Central da
República do Brasil as campanhas destinadas à coleta de recursos
do público, praticadas por pessoas físicas ou jurídicas abrangidas
neste artigo, salvo para subscrição pública de ações, nos termos da
lei das sociedades por ações.
Art. 16. Constituem receita do Banco Central do Brasil as rendas: (Redação dada pelo Del nº2.376, de 25/11/87)
I - de operações financeiras e de outras aplicações de seus recursos; (Redação dada pelo Del nº2.376, de 25/11/87)
II- das operações de câmbio, de compra e venda de ouro e de
quaisquer outras operações em moeda estrangeira;(Redação dada
pelo Del nº 2.376, de 25/11/87)
III - eventuais, inclusive as derivadas de multas e de juros de
mora aplicados por força do disposto na legislação em vigor.(Redação dada pelo Del nº 2.376, de 25/11/87)
§ 1º Do resultado das operações de cambio de que trata o inciso
II deste artigo ocorrido a partir da data de entrada em vigor desta lei,
75% (setenta e cinco por cento) da parte referente ao lucro realizado,
na compra e venda de moeda estrangeira destinar-se-á à formação
de reserva monetária do Banco Central do Brasil, que registrará esses recursos em conta específica, na forma que for estabelecida pelo
Conselho Monetário Nacional. (Renumerado pelo Del nº 2.076, de
20/12/83)
§ 2º A critério do Conselho Monetário Nacional, poderão também ser destinados à reserva monetária de que trata o § 1º os recursos provenientes de rendimentos gerados por: (Parágrafo incluído
pelo Del nº 2.076, de 20/12/83)
a) suprimentos específicos do Banco Central do Brasil ao Banco
do Brasil S.A. concedidos nos termos do § 1º do artigo 19 desta lei;
Didatismo e Conhecimento
SEÇÃO II
DO BANCO DO BRASIL S. A.
Art. 19. Ao Banco do Brasil S. A. competirá precipuamente, sob
a supervisão do Conselho Monetário Nacional e como instrumento
de execução da política creditícia e financeira do Governo Federal:
17
ConheCimentos banCáRios
b) no financiamento das exportações e importações. (Vide Lei
nº 8.490 de 19.11.1992)
§ 1º - O Conselho Monetário Nacional assegurará recursos específicos que possibilitem ao Banco do Brasil S. A., sob adequada
remuneração, o atendimento dos encargos previstos nesta lei.
§ 2º - Do montante global dos depósitos arrecadados, na forma
do inciso III deste artigo o Banco do Brasil S. A.
Colocará à disposição do Banco Central da República do Brasil, observadas as normas que forem estabelecidas pelo Conselho
Monetário Nacional, a parcela que exceder as necessidades normais
de movimentação das contas respectivas, em função dos serviços
aludidos no inciso IV deste artigo.
§ 3º - Os encargos referidos no inciso I, deste artigo, serão objeto de contratação entre o Banco do Brasil S. A. e a União Federal,
esta representada pelo Ministro da Fazenda.
§ 4º - O Banco do Brasil S. A. prestará ao Banco Central da República do Brasil todas as informações por este, julgadas necessárias
para a exata execução desta lei.
§ 5º - Os depósitos de que trata o inciso II deste artigo, também poderão ser feitos nas Caixas econômicas Federais, nos limites
e condições fixadas pelo Conselho Monetário Nacional.
I - na qualidade de Agente, Financeiro do Tesouro Nacional,
sem prejuízo de outras funções que lhe venham a ser atribuídas e,
ressalvado o disposto no art. 8º, da Lei nº 1628, de 20 de junho
de1952:
a) receber, a crédito do Tesouro Nacional, as importâncias provenientes da arrecadação de tributos ou rendas federais e ainda o
produto das operações de que trata o art. 49, desta lei;
b) realizar os pagamentos e suprimentos necessários à execução do Orçamento Geral da União e leis complementares, de acordo
com as autorizações que lhe forem transmitidas pelo Ministério da
Fazenda, as quais não poderão exceder o montante global dos recursos a que se refere a letra anterior, vedada a concessão, pelo Banco,
de créditos de qualquer natureza ao Tesouro Nacional;
c) conceder aval, fiança e outras garantias, consoante expressa
autorização legal;
d) adquirir e financiar estoques de produção exportável;
e) executar a política de preços mínimos dos produtos agropastoris;
f) ser agente pagador e recebedor fora do País;
g) executar o serviço da dívida pública consolidada;
II - como principal executor dos serviços bancários de interesse
do Governo Federal, inclusive suas autarquias, receber em depósito,
com exclusividade, as disponibilidades de quaisquer entidades federais, compreendendo as repartições de todos os ministérios civis e
militares, instituições de previdência e outras autarquias, comissões,
departamentos, entidades em regime especial de administração e
quaisquer pessoas físicas ou jurídicas responsáveis por adiantamentos, ressalvados o disposto no § 5º deste artigo, as exceções previstas
em lei ou casos especiais, expressamente autorizados pelo Conselho
Monetário Nacional, por proposta do Banco Central da República
do Brasil;
III - arrecadar os depósitos voluntários, à vista, das instituições
de que trata o inciso III, do art.10, desta lei, escriturando as respectivas contas; (Redação dada pelo Del nº 2.284, de 10/03/86)
IV - executar os serviços de compensação de cheques e outros
papéis;
V - receber, com exclusividade, os depósitos de que tratam os
artigos 38, item 3º, do Decreto-lei nº 2.627, de 26 de setembro de
1940, e 1º do Decreto-lei nº 5.956, de 01/11/43, ressalvado o disposto no art. 27, desta lei;
VI - realizar, por conta própria, operações de compra e venda
de moeda estrangeira e, por contado Banco Central da República do
Brasil, nas condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional;
VII - realizar recebimentos ou pagamentos e outros serviços de
interesse do Banco Central da República do Brasil, mediante contratação na forma do art. 13, desta lei;
VIII - dar execução à política de comércio exterior.
IX - financiar a aquisição e instalação da pequena e média propriedade rural, nos termos da legislação que regular a matéria;
X - financiar as atividades industriais e rurais, estas com o favorecimento referido no art. 4º, inciso IX, e art. 53, desta lei;
XI - difundir e orientar o crédito, inclusive às atividades comerciais suplementando a ação dar e de bancária;
a) no financiamento das atividades econômicas, atendendo às
necessidades creditícias das diferentes regiões do País;
Didatismo e Conhecimento
Art. 20. O Banco do Brasil S. A. e o Banco Central da República do Brasil elaborarão, em conjunto, o programa global de aplicações e recursos do primeiro, para fins de inclusão nos orçamentos
monetários de que trata o inciso III, do artigo 4º desta lei.
Art. 21. O Presidente e os Diretores do Banco do Brasil S. A.
deverão ser pessoas de reputação ilibada e notória capacidade.
§ 1º A nomeação do Presidente do Banco do Brasil S. A. será
feita pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Federal.
§ 2º As substituições eventuais do Presidente do Banco do Brasil S. A. não poderão exceder o prazo de 30 (trinta) dias consecutivos, sem que o Presidente da República submeta ao Senado Federal
o nome do substituto.
§ 3º (Vetado).
§ 4º (Vetado).
SEÇÃO III
DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PÚBLICAS
Art. 22. As instituições financeiras públicas são órgãos auxiliares da execução da política de crédito do Governo Federal.
§ 1º O Conselho Monetário Nacional regulará as atividades,
capacidade e modalidade operacionais das instituições financeiras
públicas federais, que deverão submeter à aprovação daquele órgão,
com a prioridade por ele prescrita, seus programas de recursos e
aplicações, deforma que se ajustem à política de crédito do Governo
Federal.
§ 2º A escolha dos Diretores ou Administradores das instituições financeiras públicas federais e a nomeação dos respectivos Presidentes e designação dos substitutos observarão o disposto no art.
21, parágrafos 1º e 2º, desta lei.
§ 3º A atuação das instituições financeiras públicas será coordenada nos termos do art. 4º desta lei.
18
ConheCimentos banCáRios
§ 2º O remanescente do capital subscrito, inicial ou aumentado, em moeda corrente, deverá ser integralizado dentro de um ano
da data da solução do respectivo processo.
Art. 23. O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico é
o principal instrumento de execução de política de investimentos do
Governo Federal, nos termos das Leis números 1628, de 20/06/1952
e 2973, de 26/11/1956.Art. 24. As instituições financeiras públicas
não federais ficam sujeitas às disposições relativas às instituições
financeiras privadas, assegurada a forma de constituição das existentes na datada publicação desta lei.
Parágrafo único. As Caixas Econômicas Estaduais equiparam-se, no que couber, às Caixas Econômicas Federais, para os efeitos
da legislação em vigor, estando isentas do recolhimento a que se
refere o art. 4º, inciso XIV, e à taxa de fiscalização, mencionada no
art. 16, desta lei.
Art. 28. Os aumentos de capital que não forem realizados em
moeda corrente, poderão decorrer da incorporação de reservas, segundo normas expedidas pelo Conselho Monetário Nacional, e da
reavaliação da parcela dos bens do ativo imobilizado, representado
por imóveis de uso e instalações, aplicados no caso, como limite
máximo, os índices fixados pelo Conselho Nacional de Economia.
Art. 29. As instituições financeiras privadas deverão aplicar, de
preferência, não menos de 50% (cinquenta por cento) dos depósitos do público que recolherem, na respectiva Unidade Federada ou
Território.
§ 1º O Conselho Monetário Nacional poderá, em casos especiais, admitir que o percentual referido neste artigo seja aplicado em
cada Estado e Território isoladamente ou por grupos de Estados e
Territórios componentes da mesma região geoeconômica.
SEÇÃO IV
DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PRIVADAS
Art. 25. As instituições financeiras privadas, exceto as cooperativas de crédito, constituir-se-ão unicamente sob a forma de sociedade anônima, devendo a totalidade de seu capital com direito a voto
ser representada por ações nominativas. (Redação dada pela Lei nº
5.710, de 07/10/71)
§ 1º Observadas as normas fixadas pelo Conselho Monetário
Nacional as instituições a que se refere este artigo poderão emitir
até o limite de 50% de seu capital social em ações preferenciais, nas
formas nominativas, e ao portador, sem direito a voto, às quais não
se aplicará o disposto no parágrafo único do art. 81 do Decreto-lei
nº 2.627, de 26 de setembro de 1940. (Incluído pela Lei nº 5.710, de
07/10/71)
§ 2º A emissão de ações preferenciais ao portador, que poderá ser feita em virtude de aumento de capital, conversão de ações
ordinárias ou de ações preferenciais nominativas, ficará sujeita a
alterações prévias dos estatutos das sociedades, a fim de que sejam
neles incluídas as declarações sobre: (Incluído pela Lei nº 5.710,
de 07/10/71)
I - as vantagens, preferenciais e restrições atribuídas a cada
classe de ações preferenciais, de acordo com o Decreto-lei nº 2.627,
de 26 de setembro de 1940; (Incluído pela Lei nº 5.710, de07/10/71)
II - as formas e prazos em que poderá ser autorizada a conversão das ações, vedada a conversão das ações preferenciais em outro
tipo de ações com direito a voto. (Incluído pela Lei nº 5.710, de
07/10/71)
§ 3º Os títulos e cautelas representativas das ações preferenciais, emitidos nos termos dos parágrafos anteriores, deverão conter
expressamente as restrições ali especificadas. (Incluído pela Lei nº
5.710, de 07/10/71)
Art. 30. As instituições financeiras de direito privado, exceto
as de investimento, só poderão participar de capital de quaisquer
sociedades com prévia autorização do Banco Central da República
do Brasil, solicitada justificadamente e concedida expressamente,
ressalvados os casos de garantia de subscrição, nas condições que
forem estabelecidas, em caráter geral, pelo Conselho Monetário Nacional.
Parágrafo único (Vetado).
Art. 31. As instituições financeiras levantarão balanços gerais a
30 de junho e 31 de dezembro de cada ano, obrigatoriamente, com
observância das regras contábeis estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional.
Art. 32. As instituições financeiras públicas deverão comunicar
ao Banco Central da República do Brasil a nomeação ou a eleição de
diretores e membros de órgãos consultivos, fiscais e semelhantes, no
prazo de 15 dias da data de sua ocorrência.
Art. 33. As instituições financeiras privadas deverão comunicar
ao Banco Central da República do Brasil os atos relativos à eleição
de diretores e membros de órgão consultivos, fiscais e semelhantes,
no prazo de 15 dias de sua ocorrência, de acordo com o estabelecido
no art. 10,inciso X, desta lei.
§ 1º O Banco Central da República do Brasil, no prazo máximo
de 60 (sessenta) dias, decidirá aceitar ou recusar o nome do eleito,
que não atender às condições a que se refere o artigo 10, inciso X,
desta lei.
§ 2º A posse do eleito dependerá da aceitação a que se refere o
parágrafo anterior.
§ 3º Oferecida integralmente a documentação prevista nas normas referidas no art. 10, inciso X, desta lei, e decorrido, sem manifestação do Banco Central da República do Brasil, o prazo mencionado no § 1º deste artigo, entender-se-á não ter havido recusa a
posse.
Art. 26. O capital inicial das instituições financeiras públicas e
privadas será sempre realizado em moeda corrente.
Art. 27.Na subscrição do capital inicial e na de seus aumentos
em moeda corrente, será exigida no ato a realização de, pelo menos
50% (cinquenta por cento) do montante subscrito.
§ 1º As quantias recebidas dos subscritores de ações serão recolhidas no prazo de 5 (cinco)dias, contados do recebimento, ao Banco
Central da República do Brasil, permanecendo indisponíveis até a
solução do respectivo processo.
Didatismo e Conhecimento
19
ConheCimentos banCáRios
Art. 34. É vedado às instituições financeiras conceder empréstimos ou adiantamentos:
I - A seus diretores e membros dos conselhos consultivos ou
administrativo, fiscais e semelhantes, bem como aos respectivos
cônjuges;
II - Aos parentes, até o 2º grau, das pessoas a que se refere o
inciso anterior;
III - As pessoas físicas ou jurídicas que participem de seu capital, com mais de 10% (dez por cento), salvo autorização específica
do Banco Central da República do Brasil, em cada caso, quando se
tratar de operações lastreadas por efeitos comerciais resultantes de
transações de compra e venda ou penhor de mercadorias, em limites
que forem fixados pelo Conselho Monetário Nacional, em caráter
geral;
IV - As pessoas jurídicas de cujo capital participem, com mais
de 10% (dez por cento);
V - Às pessoas jurídicas de cujo capital participem com mais de
10% (dez por cento), quaisquer dos diretores ou administradores da
própria instituição financeira, bem como seus cônjuges e respectivos
parentes, até o 2º grau.
§ 1º A infração ao disposto no inciso I, deste artigo, constitui
crime e sujeitará os responsáveis pela transgressão à pena de reclusão de um a quatro anos, aplicando-se, no que couber, o Código
Penal e o Código de Processo Penal. (Vide Lei 7.492, de 16.7.1986)
§ 2º O disposto no inciso IV deste artigo não se aplica às instituições financeiras públicas.
Art. 40. As cooperativas de crédito não poderão conceder empréstimos se não a seus cooperados com mais de 30 dias de inscrição.
Parágrafo único . Aplica-se às seções de crédito das cooperativas de qualquer tipo o disposto neste artigo.
Art. 41. Não se consideram como sendo operações de seções de
crédito as vendas a prazo realizadas pelas cooperativas agropastoris
a seus associados de bens e produtos destinados às suas atividades
econômicas.
CAPÍTULO V
DAS PENALIDADES
Art. 42. O art. 2º, da Lei nº 1808, de 07 de janeiro de 1953, terá
a seguinte redação: “Art. 2º Os diretores e gerentes das instituições
financeiras respondem solidariamente pelas obrigações assumidas
pelas mesmas durante sua gestão, até que elas se cumpram.
Parágrafo único. Havendo prejuízos, a responsabilidade solidária se circunscreverá ao respectivo montante.” (Vide Lei nº 6.024,
de 1974)
Art. 43. O responsável ela instituição financeira que autorizar
a concessão de empréstimo ou adiantamento vedado nesta lei, se o
fato não constituir crime, ficará sujeito, sem prejuízo das sanções
administrativas ou civis cabíveis, à multa igual ao dobro do valor do
empréstimo ou adiantamento concedido, cujo processamento obedecerá, no que couber, ao disposto no art. 44,desta lei.
Art. 35. É vedado ainda às instituições financeiras:
I - Emitir debêntures e partes beneficiárias;
II - Adquirir bens imóveis não destinados ao próprio uso, salvo
os recebidos em liquidação de empréstimos de difícil ou duvidosa
solução, caso em que deverão vendê-los dentro do prazo de um (1)
ano, a contar do recebimento, prorrogável até duas vezes, a critério
do Banco Central da República do Brasil.
Parágrafo único. As instituições financeiras que não recebem
depósitos do público poderão emitir debêntures, desde que previamente autorizadas pelo Banco Central do Brasil, em cada caso. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 2.290, de 21/11/86)
Art. 44. As infrações aos dispositivos desta lei sujeitam as instituições financeiras, seus diretores, membros de conselhos administrativos, fiscais e semelhantes, e gerentes, às seguintes penalidades,
sem prejuízo de outras estabelecidas na legislação vigente:
I - Advertência.
II - Multa pecuniária variável.
III - Suspensão do exercício de cargos.
IV - Inabilitação temporária ou permanente para o exercício de
cargos de direção na administração ou gerência em instituições financeiras.
V - Cassação da autorização de funcionamento das instituições
financeiras públicas, exceto as federais, ou privadas.
VI - Detenção, nos termos do § 7º, deste artigo.
VII - Reclusão, nos termos dos artigos 34 e 38, desta lei.
§ 1º A pena de advertência será aplicada pela inobservância das
disposições constantes da legislação em vigor, ressalvadas as sanções nela previstas, sendo cabível também nos casos de fornecimento de informações inexatas, de escrituração mantida em atraso
ou processada em desacordo com as normas expedidas de conformidade com o art. 4º, inciso XII, desta lei.
§ 2º As multas serão aplicadas até 200 (duzentas) vezes o
maior salário-mínimo vigente no País, sempre que as instituições
financeiras, por negligência ou dolo:
a) advertidas por irregularidades que tenham sido praticadas,
deixarem de saná-las no prazo que lhes for assinalado pelo Banco
Central da República do Brasil;
Art. 36. As instituições financeiras não poderão manter aplicações em imóveis de uso próprio, que, somadas ao seu ativo em instalações, excedam o valor de seu capital realizado e reservas livres.
Art. 37. As instituições financeiras, entidades e pessoas referidas nos artigos 17 e 18 desta lei, bem como os corretores de fundos
públicos, ficam, obrigados a fornecer ao Banco Central da República do Brasil, na forma por ele determinada, os dados ou informes
julgados necessários para o fiel desempenho de suas atribuições.
Art. 38. Revogado.
Art. 39. Aplicam-se às instituições financeiras estrangeiras,
em funcionamento ou que venham a se instalar no País, as disposições da presente lei, sem prejuízo das que se contém na legislação
vigente.
Didatismo e Conhecimento
20
ConheCimentos banCáRios
b) infringirem as disposições desta lei relativas ao capital, fundos de reserva, encaixe, recolhimentos compulsórios, taxa de fiscalização, serviços e operações, não atendimento ao disposto nos arts.
27 e 33, inclusive as vedadas nos arts. 34 (incisos II a V), 35 a 40
desta lei, e abusos de concorrência (art. 18, § 2º);
c) opuserem embaraço à fiscalização do Banco Central da República do Brasil.
§ 3º As multas cominadas neste artigo serão pagas mediante
recolhimento ao Banco Central da República do Brasil, dentro do
prazo de 15 (quinze) dias, contados do recebimento da respectiva
notificação, ressalvado o disposto no § 5º deste artigo e serão cobradas judicialmente, com o acréscimo da mora de 1% (um por cento)
ao mês, contada da data da aplicação da multa, quando não forem
liquidadas naquele prazo;
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 46. Ficam transferidas as atribuições legais e regulamentares do Ministério da Fazenda relativamente ao meio circulante
inclusive as exercidas pela Caixa de Amortização para o Conselho
Monetário Nacional, e para o Banco Central da República do Brasil.
Art. 47. Será transferida à responsabilidade do Tesouro Nacional, mediante encampação, sendo definitivamente incorporado ao
meio circulante o montante das emissões feitas por solicitação da
Carteira de Redescontos do Banco do Brasil S.A. e da Caixa de Mobilização Bancária.
§ 1º O valor correspondente à encampação será destinado à
liquidação das responsabilidades financeiras do Tesouro Nacional
no Banco do Brasil S. A., inclusive as decorrentes de operações de
câmbio concluídas até a data da vigência desta lei, mediante aprovação especificado Poder Legislativo, ao qual será submetida a lista
completa dos débitos assim amortizados.
§ 2º Para a liquidação do saldo remanescente das responsabilidades do Tesouro Nacional, após a encampação das emissões atuais
por solicitação da Carteira de Redescontos do Banco do Brasil S.A.
e da Caixa de Mobilização Bancária, o Poder Executivo submeterá
ao Poder Legislativo proposta específica, indicando os recursos e
os meios necessários a esse fim.
§ 4º As penas referidas nos incisos III e IV, deste artigo, serão aplicadas quando forem verificadas infrações graves na condução dos interesses da instituição financeira ou quando dá reincidência específica, devidamente caracterizada em transgressões anteriormente punidas com multa.
§ 5º As penas referidas nos incisos II, III e IV deste artigo serão
aplicadas pelo Banco Central da República do Brasil admitido recurso, com efeito suspensivo, ao Conselho Monetário Nacional, interposto dentro de 15 dias, contados do recebimento da notificação.
§ 6º É vedada qualquer participação em multas, as quais serão
recolhidas integralmente ao Banco Central da República do Brasil.
Art. 48. Concluídos os acertos financeiros previstos no artigo anterior, a responsabilidade da moeda em circulação passará a
ser do Banco Central da República do Brasil.
§ 7º Quaisquer pessoas físicas ou jurídicas que atuem como instituição financeira, sem estar devidamente autorizadas pelo Banco
Central da Republica do Brasil, ficam sujeitas à multa referida neste
artigo e detenção de 1 a 2 anos, ficando a esta sujeitos, quando pessoa jurídica, seus diretores e administradores.
Art. 49. As operações de crédito da União, por antecipação de
receita orçamentária ou a qualquer outro título, dentro dos limites legalmente autorizados, somente serão realizadas mediante colocação
de obrigações, apólices ou letras do Tesouro Nacional.
§ 1º A lei de orçamento, nos termos do artigo 73, § 1º inciso II,
da Constituição Federal, determinará quando for o caso, a parcela
do déficit que poderá ser coberta pela venda de títulos do Tesouro
Nacional diretamente ao Banco Central da República do Brasil.
§ 2º O Banco Central da República do Brasil mediante autorização do Conselho Monetário Nacional baseada na lei orçamentária
do exercício, poderá adquirir diretamente letras do Tesouro Nacional, com emissão de papel-moeda.
§ 3º O Conselho Monetário Nacional decidirá, a seu exclusivo
critério, a política de sustentação em bolsa da cotação dos títulos de
emissão do Tesouro Nacional.
§ 4º No caso de despesas urgentes e inadiáveis do Governo Federal, a serem atendidas mediante créditos suplementares ou especiais, autorizados após a lei do orçamento, o Congresso Nacional
determinará, especificamente, os recursos a serem utilizados na cobertura de tais despesas, estabelecendo, quando a situação do Tesouro Nacional for deficitária, a discriminação prevista neste artigo.
§ 5º Na ocorrência das hipóteses citadas no parágrafo único, do
artigo 75, da Constituição Federal, o Presidente da República poderá
determinar que o Conselho Monetário Nacional, através do Banco
Central da República do Brasil, faça a aquisição de letras do Tesouro
Nacional com a emissão de papel-moeda até o montante do crédito
extraordinário que tiver sido decretado.
§ 8º No exercício da fiscalização prevista no art. 10, inciso VIII,
desta lei, o Banco Central da República do Brasil poderá exigir das
instituições financeiras ou das pessoas físicas ou jurídicas, inclusive
as referidas no parágrafo anterior, a exibição a funcionários seus, expressamente credenciados, de documentos, papéis e livros de escrituração, considerando-se a negativa de atendimento como embaraço
á fiscalização sujeito á pena de multa, prevista no § 2º deste artigo,
sem prejuízo de outras medidas e sanções cabíveis.
§ 9º A pena de cassação, referida no inciso V, deste artigo, será
aplicada pelo Conselho Monetário Nacional, por proposta do Banco
Central da República do Brasil, nos casos de reincidência específica
de infrações anteriormente punidas com as penas previstas nos incisos III e IV deste artigo.
Art. 45. As instituições financeiras públicas não federais e as
privadas estão sujeitas, nos termos da legislação vigente, à intervenção efetuada pelo Banco Central da República do Brasil ou à
liquidação extrajudicial.
Parágrafo único. A partir da vigência desta lei, as instituições de
que trata este artigo não poderão impetrar concordata.
Didatismo e Conhecimento
21
ConheCimentos banCáRios
§ 3º Correrão por conta do Banco Central da República do Brasil todas as despesas decorrentes do cumprimento do disposto no
parágrafo anterior, inclusive as de aposentadoria e pensão que sejam de responsabilidade das instituições de origem ali mencionadas,
estas últimas rateadas proporcionalmente em função dos prazos de
vigência da requisição.
§ 4º Os funcionários do quadro de pessoal próprio permanecerão com seus direitos e garantias regidos pela legislação de proteção
ao trabalho e de previdência social, incluídos na categoria profissional de bancários.
§ 5º Durante o prazo de 10 (dez) anos, cotados da data da vigência desta lei, é facultado aos funcionários de que tratam os inciso II e III deste artigo, manifestarem opção para transferência para o
Quadro do pessoal próprio do Banco Central da República do Brasil,
desde que:
a) tenham sido admitidos nas respectivas instituições de origem, consoante determina o inciso I, deste artigo;
b) estejam em exercício há mais de dois anos;
c) seja a opção aceita pela Diretoria do Banco Central da República do Brasil, que sobre ela deverá pronunciar-se conclusivamente
no prazo máximo de três meses, contados da entrega do respectivo
requerimento.
§ 6º O Presidente da República fará acompanhar a determinação ao Conselho Monetário Nacional, mencionada no parágrafo anterior, de cópia da mensagem que deverá dirigir ao Congresso Nacional, indicando os motivos que tornaram indispensável a emissão
e solicitando a sua homologação.
§ 7º As letras do Tesouro Nacional, colocadas por antecipação
de receita, não poderão ter vencimentos posteriores a 120 (cento e
vinte) dias do encerramento do exercício respectivo.
§ 8º Até 15 de março do ano seguinte, o Poder Executivo enviará mensagem ao Poder Legislativo, propondo a forma de liquidação
das letras do Tesouro Nacional emitidas no exercício anterior e não
resgatadas.
§ 9º É vedada a aquisição dos títulos mencionados neste artigo
pelo Banco do Brasil S.A. e pelas instituições bancárias de que a
União detenha a maioria das ações.
Art. 50. O Conselho Monetário Nacional, o Banco Central da
República do Brasil, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico, o Banco do Brasil S.A., O Banco do Nordeste do Brasil
S.A. e o Banco de Crédito da Amazônia S. A. gozarão dos favores,
isenções e privilégios, inclusive fiscais, que são próprios da Fazenda
Nacional, ressalvado quanto aos três, últimos, o regime especial de
tributação do Imposto de Renda a que estão sujeitos, na forma da
legislação em vigor.
Parágrafo único. São mantidos os favores, isenções e privilégios de que atualmente gozam as instituições financeiras.
Art. 53. (Revogado pela Lei nº 4.829, de 05/11/65)
CAPÍTULO VII
Disposições Transitórias
Art. 51. Ficam abolidas, após 3 (três) meses da data da vigência
desta Lei, as exigências de “visto” em “pedidos de licença” para
efeitos de exportação, excetuadas as referentes a armas, munições,
entorpecentes, materiais estratégicos, objetos e obras de valor artístico, cultural ou histórico. (Vide Lei nº 5.025, de 1966)
Parágrafo único. Quando o interesse nacional exigir, o Conselho Monetário Nacional criará o “visto” ou exigência equivalente.
Art. 54. O Poder Executivo, com base em proposta do Conselho Monetário Nacional, que deverá ser apresentada dentro de 90
(noventa) dias de sua instalação, submeterá ao Poder Legislativo
projeto de lei que institucionalize o crédito rural, regule seu campo
específico e caracterize as modalidades de aplicação, indicando as
respectivas fontes de recurso.
Parágrafo único. A Comissão Consultiva do Crédito Rural dará
assessoramento ao Conselho Monetário Nacional, na elaboração da
proposta que estabelecerá a coordenação das instituições existentes
ou que venham a ser cridas, com o objetivo de garantir sua melhor
utilização e da rede bancária privada na difusão do crédito rural,
inclusive com redução de seu custo.
Art. 52. O quadro de pessoal do Banco Central da República do
Brasil será constituído de: (Vide Lei nº 9.650, de 1998)
I - Pessoal próprio, admitido mediante concurso público de provas ou de títulos e provas, sujeita á pena de nulidade a admissão que
se processar com inobservância destas exigências;
II - Pessoal requisitado ao Banco do Brasil S. A. e a outras instituições financeiras federais, de comum acordo com as respectivas
administrações;
III - Pessoal requisitado a outras instituições e que venham
prestando serviços à Superintendência da Moeda e do Crédito há
mais de 1 (um) ano, contado da data da publicação desta lei.
§ 1º O Banco Central da República do Brasil baixará dentro de
90 (noventa) dias da vigência desta lei, o Estatuto de seus funcionários e servidores, no qual serão garantidos os direitos legalmente
atribuídos a seus atuais servidores e mantidos deveres e obrigações
que lhes são inerentes.
§ 2º Aos funcionários e servidores requisitados, na forma deste
artigo as instituições de origem lhes assegurarão os direitos e vantagens que lhes cabem ou lhes venham a ser atribuídos, como se em
efetivo exercício nelas estivessem.
Didatismo e Conhecimento
Art. 55. Ficam transferidas ao Banco Central da República do
Brasil as atribuições cometidas por lei ao Ministério da Agricultura,
no que concerne à autorização de funcionamento e fiscalização de
cooperativas de crédito de qualquer tipo, bem assim da seção de
crédito das cooperativas que a tenham.
Art. 56. Ficam extintas a Carteira de Redescontos do Banco do
Brasil S. A. e a Caixa de Mobilização Bancária, incorporando-se
seus bens direitos e obrigações ao Banco Central da República do
Brasil.
Parágrafo único. As atribuições e prerrogativas legais da Caixa
de Mobilização Bancária passam a ser exercidas pelo Banco Central
da República do Brasil, sem solução de continuidade.
22
ConheCimentos banCáRios
Art. 57. Passam à competência do Conselho Monetário Nacional as atribuições de caráter normativo da legislação cambial vigente
e as executivas ao Banco Central da República do Brasil e ao Banco
do Brasil S. A., nos termos desta lei.
Parágrafo único. Fica extinta a Fiscalização Bancária do Banco
do Brasil S. A., passando suas atribuições e prerrogativas legais ao
Banco Central da República do Brasil.
§ 1º Em casos excepcionais, o Conselho Monetário Nacional
poderá prorrogar até mais 1 (um)ano o prazo para que seja complementada a adaptação a que se refere este artigo.
§ 2º Será de um ano, prorrogável, nos termos do parágrafo anterior, o prazo para cumprimento do estabelecido por força do art.
30 desta lei.
Art. 65. Esta lei entrará em vigor 90 (noventa) dias após data de
sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Art. 58. Os prejuízos decorrentes das operações de câmbio concluídas e eventualmente não regularizadas nos termos desta lei bem
como os das operações de câmbio contratadas e não concluídas até
a data de vigência desta lei, pelo Banco do Brasil S.A., como mandatário do Governo Federal, serão na medida em que se efetivarem,
transferidos ao Banco Central da República do Brasil, sendo neste
registrados como responsabilidade do Tesouro Nacional.
§ 1º Os débitos do Tesouro Nacional perante o Banco Central
da República do Brasil, provenientes das transferências de que trata este artigo serão regularizados com recursos orçamentários da
União.
§ 2º O disposto neste artigo se aplica também aos prejuízos decorrentes de operações de câmbio que outras instituições financeiras
federais, de natureza bancária, tenham realizado como mandatárias
do Governo Federal.
Brasília, 31 de dezembro de 1964; 143º da Independência e 76º
da República.
H. CASTELO BRANCO
Otávio Gouveia de Bulhões
Daniel Farraco Roberto de Oliveira Campos
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 31.1.1965
LEI Nº 6.045, DE 15 DE MAIO DE 1974
Altera a constituição e a competência do Conselho Monetário
Nacional e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 59. É mantida, no Banco do Brasil S.A., a Carteira de Comércio Exterior, criada nos termos da Lei nº 2.145, de 29 de dezembro de 1953, e regulamentada pelo Decreto nº 42.820, de 16 de
dezembro de 1957, como órgão executor da política de comércio
exterior.
Art 1º O caput do artigo 4º, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro
de 1964, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 4º Compete ao Conselho Monetário Nacional, segundo
diretrizes estabelecidas pelo Presidente da República:”
Art. 60. O valor equivalente aos recursos financeiros que, nos
termos desta lei, passarem a responsabilidade do Banco Central da
República do Brasil, e estejam, na data de sua vigência em poder do
Baco do Brasil S. A., será neste escriturado em conta em nome do
primeiro, considerando-se como suprimento de recursos, nos termos
do § 1º, do artigo 19, desta lei.
Art 2º As atribuições relativas à política nacional do abastecimento, enunciadas nos artigos 2º e 3º, da Lei Delegada nº 5, de 26
de dezembro de 1962, e transferidas para a competência do Conselho Monetário Nacional pelo artigo 2º, do Decreto nº 65.769, de 2
de dezembro de 1969, serão exercidas conjuntamente pelo Ministro
de Estado Chefe da Secretaria de Planejamento da Presidência da
República, e pelos Ministros de Estado da Fazenda, dos Transportes
e da Agricultura, sob a coordenação deste último e de acordo com
as diretrizes que forem estabelecidas pelo Presidente da República.
Art. 61. Para cumprir as disposições desta lei o Banco do Brasil
S.A. tomará providências no sentido de que seja remodelada sua estrutura administrativa, a fim de que possa eficazmente exercer os
encargos e executar os serviços que lhe estão reservados, como principal instrumento de execução da política de crédito do Governo
Federal.
Art 3º O Conselho Monetário Nacional será integrado pelos
seguintes membros:
I - Ministro de Estado da Fazenda, como Presidente;
II - Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Planejamento da
Presidência da República, que será o Vice-Presidente e substituirá o
Presidente em seus impedimentos eventuais;
III - Ministro de Estado da Indústria e do Comércio, que substituirá o Vice-Presidente em seus impedimentos eventuais;
IV - Presidente do Banco Central do Brasil;
V - Presidente do Banco do Brasil S.A.;
VI - Presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico;
VII - Presidente do Banco Nacional de Habitação;
VIII - Três membros nomeados pelo Presidente da República
entre brasileiros de ilibada reputação e notória capacidade em assuntos econômico-financeiros, com mandato de cinco anos.
Art. 62. O Conselho Monetário Nacional determinará providências no sentido de que a transferência de atribuições dos órgãos existentes para o Banco Central da República do Brasil se processe sem
solução de continuidade dos serviços atingidos por esta lei.
Art. 63. Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Monetário Nacional, a que alude o inciso IV, do artigo 6º desta lei serão
respectivamente de 6 (seis), 5 (cinco), 4 (quatro), 3 (três), 2(dois) e
1 (um) anos.
Art. 64. O Conselho Monetário Nacional fixará prazo de até
1 (um) ano da vigência desta lei para a adaptação das instituições
financeiras às disposições desta lei.
Didatismo e Conhecimento
23
ConheCimentos banCáRios
§ 1º O Conselho deliberará por maioria de votos com a presença, no mínimo, de seis membros, cabendo ao Presidente o voto de
qualidade.
§ 2º Os demais Diretores do Banco Central do Brasil participarão das reuniões do Conselho Monetário Nacional sem direito a
voto.
§ 3º O Presidente do Conselho Monetário Nacional poderá convidar para participar das reuniões, sem direito a voto, outros Ministros de Estado, assim como representantes de entidades públicas ou
privadas.
“Art 5º Funcionarão também junto ao CMN as seguintes Comissões Consultivas:
I - de Normas e Organização do Sistema Financeiro;
II - de Mercado de Valores Mobiliários e de Futuros;
III - de Crédito Rural;
IV - de Crédito Industrial;
V - de Crédito Habitacional, e para Saneamento e Infraestrutura
Urbana
VI - de Endividamento Público;
VII - de Política Monetária e Cambial.”
Art 4º O Conselho Monetário Nacional reunir-se-á ordinariamente uma vez por mês e, extraordinariamente, sempre que necessário, por convocação do seu Presidente.
“Art. 10. Compete á COMOC:
I - propor as instruções necessárias à execução do disposto da
Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995, relativas às matérias de competência do Conselho Monetário Nacional;
“Art. 16. Participam das reuniões do CMN:
Art. 5º - O Banco Central do Brasil será administrado por um
Presidente e seis Diretores, nomeados pelo Presidente da República,
escolhidos entre brasileiros de ilibada reputação e notória capacidade em assuntos econômico-financeiros, sendo demissíveis ad nutum. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.795, de 1980)
III - os Diretores do Banco Central do Brasil, não integrantes
da COMOC;
Art 6º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
“Art 23. Os recursos de decisões do Banco Central do Brasil,
cujo julgamento seja da competência do CMN, serão encaminhados
ao Colegiado após manifestação da COMOC.”
Brasília, 15 de maio de 1974; 153º da Independência e 86º da
República.
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 27 de setembro de 1995; 174º da Independência e 107º
da República.
ERNESTO GEISEL
Mario Henrique Simonsen
Dyrceu Araújo Nogueira
Alysson Paulinelli
Severo Fagundes Gomes
Maurício Rangel Reis
João Paulo dos Reis Velloso
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Pedro Malan
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 28.9.1995
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 16.5.1974
BANCO CENTRAL DO BRASIL
O Banco Central do Brasil, autarquia federal integrante do Sistema Financeiro Nacional, foi criado em 31.12.64, com a promulgação da Lei nº 4.595.
Antes da criação do Banco Central, o papel de autoridade monetária era desempenhado pela Superintendência da Moeda e do
Crédito - SUMOC, pelo Banco do Brasil - BB e pelo Tesouro Nacional.
A SUMOC, criada em 1945 com a finalidade de exercer o controle monetário e preparar a organização de um banco central, tinha
a responsabilidade de fixar os percentuais de reservas obrigatórias
dos bancos comerciais, as taxas do redesconto e da assistência financeira de liquidez, bem como os juros sobre depósitos bancários.
Além disso, supervisionava a atuação dos bancos comerciais,
orientava a política cambial e representava o País junto a organismos internacionais.
O Banco do Brasil desempenhava as funções de banco do governo, mediante o controle das operações de comércio exterior, o
recebimento dos depósitos compulsórios e voluntários dos bancos
comerciais e a execução de operações de câmbio em nome de em-
DECRETO Nº 1.649, DE 27 DE SETEMBRO DE 1995
Altera dispositivos do Regimento Interno do Conselho Monetário Nacional - CMN, aprovado pelo Decreto nº 1.307, de 9 de novembro de 1994.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso das atribuições
que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, da Constituição, e tendo
em vista o disposto no § 6º do art. 8º da Lei nº 9.069, de 29 de junho
de 1995, DECRETA:
Art. 1º Os arts. 2º, 5º, 10, 16 e 23 do Regimento Interno do
Conselho Monetário Nacional, aprovado pelo Decreto nº 1.307, de 9
de novembro de 1994, passam a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 2º O CMN é integrado pelos seguintes membros:
I - Ministro de Estado da Fazenda, na qualidade de Presidente;
II - Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento;
III - Presidente do Banco Central do Brasil.”
Didatismo e Conhecimento
24
ConheCimentos banCáRios
Como banco do governo, o BC administra a dívida pública mobiliária federal interna, ao financiar o Tesouro Nacional, adquirindo
títulos por ele emitidos, quando seus gastos superam suas receitas
(da mesma forma que nós recorremos aos bancos quando o nosso
salário acaba antes do final do mês).
Administra, também, tanto as reservas como a dívida pública
externas, além de fiscalizar e supervisionar a dívida pública de estados e municípios, para evitar que seu eventual descontrole prejudique apolítica fiscal do governo.
presas públicas e do Tesouro Nacional, de acordo com as normas
estabelecidas pela SUMOC e pelo Banco de Crédito Agrícola, Comercial e Industrial.
O Tesouro Nacional era o órgão emissor de papel-moeda.
Após a criação do Banco Central buscou-se dotar a instituição
de mecanismos voltados para o desempenho do papel de “bancos
dos bancos”. Em 1985 foi promovido o reordenamento financeiro
governamental com a separação das contas e das funções do Banco
Central, Banco do Brasil e Tesouro Nacional. Em 1986 foi extinta a
conta movimento e o fornecimento de recursos do Banco Central ao
Banco do Brasil passou a ser claramente identificado nos orçamentos das duas instituições, eliminando-se os suprimentos automáticos
que prejudicavam a atuação do Banco Central.
O processo de reordenamento financeiro governamental se estendeu até 1988, quando as funções de autoridade monetária foram
transferidas progressivamente do Banco do Brasil para o Banco
Central, enquanto as atividades atípicas exercidas por esse último,
como as relacionadas ao fomento e à administração da dívida pública federal, foram transferidas para o Tesouro Nacional.
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu dispositivos importantes para a atuação do Banco Central, dentre os quais destacam-se
o exercício exclusivo da competência da União para emitir moeda
e a exigência de aprovação prévia pelo Senado Federal, em votação
secreta, após arguição pública, dos nomes indicados pelo Presidente
da República para os cargos de presidente e diretores da instituição.
Além disso, vedou ao Banco Central a concessão direta ou indireta
de empréstimos ao Tesouro Nacional.
A Constituição de 1988 prevê ainda, em seu artigo 192, a elaboração de Lei Complementar do Sistema Financeiro Nacional, que
deverá substituir a Lei 4.595/64 e redefinir as atribuições e estrutura
do Banco Central do Brasil.
Como banco das instituições financeiras monetárias (bancos
comerciais), administra suas reservas bancárias, que nada mais são
do que os depósitos que essas instituições mantêm junto ao BC (da
mesma forma que cada um de nós tem uma conta corrente em um
banco comercial).
Uma parte desses depósitos fica compulsoriamente retida no
BC com o objetivo, neste caso, de controlar o estoque de recursos
que os bancos podem disponibilizar como crédito aos seus clientes
e, dessa forma, tentar estabelecer o nível ideal de aumento de consumo sem aumento de inflação para cada momento da economia.
Se o objetivo for aumentar ou mesmo diminuir o volume de
reservas bancárias disponíveis para o crédito e, consequentemente,
tentar diminuir ou aumentar o preço deste crédito, o BC diminui
ou aumenta o depósito compulsório sobram as reservas dos bancos,
originadas pelos nossos depósitos à vista.
Resultado: aumento ou diminuição da taxa de juros.
Como fiscal do sistema financeiro, o BC procura garantir o correto funcionamento de todas as suas instituições, antecipando-se aos
problemas de liquidez que algumas delas possam vir a ter e, assim,
preservando a integridade do sistema financeiro como um todo e das
economias de cada um de nós em particular.
Como gestor da política cambial, estabelece as regras de gestão
e operação dos banco sem relação à moeda estrangeira, mais especificamente ao dólar, de forma a permitir que, dependendo das condições internas de nossa economia e de sua relações com o exterior, o
preço do nosso real em relação ao dólar (a taxa de câmbio) garanta
um fluxo de moeda positivo do País com o exterior (recebemos mais
dólares do exterior do que somos obrigados a enviar) sem aumento
de inflação.
Como gestor da política monetária, sua principal e mais crítica
função, o BC procura determinar o estoque e o fluxo de moeda na
economia que permitam, para cada momento econômico, seu crescimento sustentado, ou seja, sem inflação.
Para atingir esse objetivo, o BC age diretamente sobre o sistema
financeiro, utilizando mecanismos diretos de controle das reservas
bancárias, quais sejam:
Missão Institucional
Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do sistema financeiro nacional.
Macroprocessos
- Formulação e gestão das políticas monetária e cambial, compatíveis com as diretrizes do Governo Federal.
- Regulação e supervisão do sistema financeiro nacional.
- Administração do sistema de pagamentos e do meio circulante. Macro objetivos (para o biênio 2002-2003)
- Consolidar as políticas monetária e cambial no sentido de assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda.
- Assegurar que a regulação e a fiscalização do Sistema Financeiro observem padrões e práticas internacionais.
- Consolidar a implantação do novo Sistema de Pagamentos
Brasileiro.
- Concluir o processo de saneamento e reestruturação dos bancos oficiais.
- Implantar modelo de administração gerencial para atuação do
Banco Central.
Didatismo e Conhecimento
O depósito compulsório sobre os depósitos à vista, o qual, pelo
seu poder de multiplicação de crédito, tem um tratamento todo especial;
O empréstimo de liquidez, mais conhecido como redesconto,
como uma ajuda temporária aos bancos para recompor sua capacidade futura de crédito;
25
ConheCimentos banCáRios
e quatro Diretores nomeados pelo Presidente da República. O Presidente e a Diretoria constituem o Colegiado, que define políticas e estabelece práticas a serem implantadas e desenvolvidas pelo corpo de
Superintendentes, a instância executiva da CVM.
O Superintendente Geral acompanha e coordena as atividades
executivas da comissão auxiliado pelos demais Superintendentes,
pelos Gerentes a eles subordinados e pelo Corpo Funcional.
Esses trabalhos são orientados, especificamente, para atividades relacionadas à empresas, aos intermediários financeiros, aos
investidores, à fiscalização externa, à normatização contábil e de
auditoria, aos assuntos jurídicos, ao desenvolvimento de mercado, à
internacionalização, à informática e à administração.
O colegiado conta ainda com o suporte direto da Chefia de Gabinete, da Assessoria de comunicação social, da Assessoria Econômica e da Auditoria Interna.
A estrutura executiva da CVM é completada pelas Superintendências Regionais de São Paulo e Brasília.
O contingenciamento de crédito, através do estabelecimento
de regras restritivas para concessão de crédito, a partir das reservas disponíveis para isso nos bancos; O mercado aberto de títulos
públicos-open market, ou seja, a compra e a venda consistentes e
programadas de títulos públicos pelo BC, de forma a retirar recursos
do mercado pela venda dos títulos, ou colocar pela compra (resgate)
desses mesmos títulos.
Podemos concluir que não é fácil a vida do BC e, também,
como são fundamentais a sua ação e a participação do sistema financeiro em todo o processo econômico. É bom lembrar que, sem
desenvolvimento econômico e social, a estabilidade monetária não
se justifica, mas sem estabilidade monetária o desenvolvimento econômico não se sustenta e muito menos o social. Esse é o grande dilema. Sua solução é responsabilidade do governo, do BC, do sistema
financeiro, das empresas e, também, de todos nós.
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS
A CVM é órgão oficial, governamental, ou seja, uma autarquia
administrativa jungida ao Ministério da Fazenda, nos termos do art.
5º da Lei nº 6.385/76.
Sua função primordial concentra-se na fiscalização das atividades do mercado de valores mobiliários.
Nenhuma emissão pública de valores mobiliários poderá ser
distribuída, no mercado, sem prévio registro na CVM, entendendo-se por atos de distribuição a venda, promessa de venda, oferta à
venda ou subscrição, aceitação de pedido de venda ou subscrição de
valores mobiliários.
ATRIBUIÇÕES: A Lei que criou a CVM (6385/76) e a Lei
das Sociedades por Ações (6404/76) disciplinaram o funcionamento
do mercado de valores mobiliários e a atuação de seus protagonistas,
assim classificados, as companhias abertas, os intermediários financeiros e os investidores, além de outros cuja atividade gira em torno
desse universo principal.
A CVM tem poderes para disciplinar, normatizar e fiscalizar a
atuação dos diversos integrantes do mercado. Seu poder normatizador abrange todas as matérias referentes ao mercado de valores
mobiliários.
OBJETIVOS: De acordo com a lei que a criou, a Comissão de
Valores Mobiliários exercerá suas funções, a fim de:
- assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados
de bolsa e de balcão;
- proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões
irregulares e atos ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias ou de administradores de carteira de valores
mobiliários;
- evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço de
valores mobiliários negociados no mercado;
- assegurar o acesso do público a informações sobre valores
mobiliários negociados e as companhias que os tenham emitido;
- assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no
mercado de valores mobiliários;
- estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores
mobiliários;
- promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do
mercado de ações e estimular as aplicações permanentes em ações
do capital social das companhias abertas.
Cabe à CVM, entre outras, disciplinar as seguintes matérias:
- registro de companhias abertas;
- registro de distribuições de valores mobiliários;
- credenciamento de auditores independentes e administradores
de carteiras de valores mobiliários;
- organização, funcionamento e operações das bolsas de valores;
- negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários;
- administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários;
- suspensão ou cancelamento de registros, credenciamentos ou
autorizações;
- suspensão de emissão, distribuição ou negociação de determinado valor mobiliário ou decretar recesso de bolsa de valores.
O sistema de registro gera, na verdade, um fluxo permanente de
informações ao investidor.
Essas informações, fornecidas periodicamente por todas as
companhias abertas, podem ser financeiras e, portanto, condicionadas a normas de natureza contábil, ou apenas referirem-se a fatos
relevantes da vida das empresas. Entende-se como fato relevante,
aquele evento que possa influir na decisão do investidor, quanto a
negociar com valores emitidos pela companhia.
A CVM não exerce julgamento de valor em relação à qualquer
informação divulgada pelas companhias. Zela, entretanto, pela sua
regularidade e confiabilidade e, para tanto, normatiza e persegue a
sua padronização.
LOCALIZAÇÃO: a sede da CVM está localizada no Rio
de Janeiro possuindo duas superintendências regionais: São Paulo
e Brasília.
ORGANIZAÇÃO: A Comissão de Valores Mobiliários, com
sede na cidade do Rio de Janeiro, é administrada por um Presidente
Didatismo e Conhecimento
26
ConheCimentos banCáRios
A atividade de credenciamento da CVM é realizada com
base em padrões pré-estabelecidos pela Autarquia que permitem
avaliar a capacidade de projetos a serem implantados.
A Lei atribui à CVM competência para apurar, julgar e punir irregularidades eventualmente cometidas no mercado.
Diante de qualquer suspeita a CVM pode iniciar um inquérito
administrativo, através do qual, recolhe informações, toma depoimentos e reúne provas com vistas a identificar claramente o responsável por práticas ilegais, oferecendo-lhe, a partir da acusação,
amplo direito de defesa.
O Colegiado tem poderes para julgar e punir o faltoso. As penalidades que a CVM pode atribuir vão desde a simples advertência
até a inabilitação para o exercício de atividades no mercado, passando pelas multas pecuniárias.
A CVM mantém, ainda, uma estrutura especificamente destinada a prestar orientação aos investidores ou acolher denúncias e
sugestões por eles formuladas.
Quando solicitada, a CVM pode atuar em qualquer processo judicial que envolva o mercado de valores mobiliários, oferecendo
provas ou juntando pareceres.
Nesses casos, a CVM atua como “amicus curiae” assessorando
a decisão da Justiça.
Em termos de política de atuação, a Comissão persegue seus
objetivos através da indução de comportamento, da autorregulação
e da autodisciplina, intervindo efetivamente, nas atividades de mercado, quando este tipo de procedimento não se mostrar eficaz.
No que diz respeito à definição de políticas ou normas voltadas
para o desenvolvimento dos negócios com valores mobiliários, a
CVM procura junto a instituições de mercado, do governo ou entidades de classe, suscitar a discussão de problemas, promover o
estudo de alternativas e adotar iniciativas, de forma que qualquer alteração das práticas vigentes seja feita com suficiente embasamento
técnico e, institucionalmente, possa ser assimilada com facilidade,
como expressão de um desejo comum.
A atividade de fiscalização da CVM realiza-se pelo acompanhamento da veiculação de informações relativas ao mercado, às
pessoas que dele participam e aos valores mobiliários negociados.
Dessa forma, podem ser efetuadas inspeções destinadas à apuração de fatos específicos sobre o desempenho das empresas e dos
negócios com valores mobiliários.
A negociação primária opera-se por meio do lançamento público de ações, devidamente registrado na CVM e com a intermediação
obrigatória das instituições integrantes do sistema de distribuição de
valores mobiliários.
No caso, o investidor subscreve as ações, revertendo o produto
dessa subscrição para a companhia.
Incumbe à CVM a análise de pedido de registro de distribuição
pública de valores mobiliários.
No caso de valores emitidos por sociedades controladas direta
ou indiretamente por estados, municípios e pelo Distrito Federal,
ouvirá, previamente, o Banco Central quanto ao atendimento às disposições da Resoluções do Senado federal sobre o endividamento
público.
Quanto à colocação no mercado secundário, as ações são negociadas pelas Bolsas de Valores ou no mercado de balcão.
Nos demais casos, essas operações, a juízo do investidor, poder
ser realizadas a vista, a termo, a futuro ou no mercado de opções.
O prazo para liquidação física e financeira das operações realizadas em Bolsas de Valores, por meio de seus sistemas de pregões,
em todos os mercados que operarem, é até o segundo dia subsequente ao do fechamento da operação.
Penalidades: A CVM deve promover processo administrativo
para investigar a ocorrência de irregularidades no mercado, ensejando aos acusados amplo direito de defesa, vigente o princípio do
devido processo legal na esfera administrativa.
As sanções para quem descumpre as regras legais do mercado
de valores mobiliários, sobretudo as normas editadas pela CVM,
são: advertência, multa, suspensão ou inabilitação para o exercício
do cargo, ou cassação da autorização ou do registro, bem como a
proibição por prazo determinado para o exercício de atividades e
operações do sistema de distribuição.
Também o investidor pode ser proibido temporariamente de
atuar, direta ou indiretamente, no mercado.
É importante frisar que a CVM tem a obrigação de comunicar ao Ministério Público quaisquer indícios de ilícito penal verificados nos processos sobre irregularidades no mercado.
Da mesma forma, tratando-se de ilegalidade fiscal, deve encaminhar o processo à Secretaria da Receita Federal.
ANÁLISE DA SUA FUNÇÃO: A CVM é órgão regulador e
controlador máximo do mercado de valores mobiliários.
Ela tem amplos poderes para disciplinar, normatizar e fiscalizar
a atuação dos diversos integrantes do mercado.
O que são valores mobiliários? Valor mobiliário é título de investimento que a sociedade anônima emite para a obtenção de recursos. É investimento social oferecido ao público, pela companhia.
Além das ações, a Lei das Sociedades por Ações (LSA) contempla como suas modalidades as partes beneficiárias e as debêntures. Também trata dos valores considerados pela doutrina como
subprodutos de valores mobiliários; os bônus de subscrição e os
certificados de emissão de garantia. Na verdade, são valores mobiliários derivados.
A negociação em mercado:
- Primária
- Secundária
Didatismo e Conhecimento
Em matéria criminal, a Lei nº 10.303/2001 acrescentou à lei
nº 6.385/76 três delitos dolosos contra o mercado de valores mobiliários:
- manipulação de mercado;
- uso indevido de informação privilegiada; e
- exercício irregular de cargo, profissão, atividade ou função.
O bem jurídico tutelado é o desenvolvimento regular das atividades do mercado de valores mobiliários.
27
ConheCimentos banCáRios
CONSELHO DE RECURSOS DO
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
Estrutura
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional é
constituído por oito Conselheiros, possuidores de conhecimentos
especializados em assuntos relativos aos mercados financeiro, de
câmbio, de capitais, e de crédito rural e industrial, observada a seguinte composição:
I - um representante do Ministério da Fazenda (Minifaz);
II - um representante do Banco Central do Brasil (Bacen);
III - um representante da Secretaria de Comércio Exterior (MIDIC);
IV - um representante da Comissão de Valores Mobiliários
(CVM);
V - quatro representantes das entidades de classe dos mercados
afins, por estas indicados em lista tríplice.
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional - CRSFN foi criado pelo Decreto nº 91.152,de 15.03.85.
Transferiu-se do Conselho Monetário Nacional - CMN para o
CRSFN a competência para julgar, em segunda e última instância
administrativa, os recursos interpostos das decisões relativas à aplicação das penalidades administrativas referidas nos itens I a IV do
art. 1º do referido Decreto.
Permanece com o CMN a competência residual para julgar os
demais casos ali previstos, por força do disposto no artigo 44, § 5º,
da Lei 4.595/64.
Com o advento da Lei nº 9.069, de 29.06.95, mais especificamente em razão do seu artigo 81 e parágrafo único, ampliou-se a
competência do CRSFN , que recebeu igualmente do CMN a responsabilidade de julgar os recursos interpostos contra as decisões
do Banco Central do Brasil relativas a aplicação de penalidades por
infração à legislação cambial, de capitais estrangeiros, de crédito
rural e industrial.
O CRSFN tem o seu Regimento Interno aprovado pelo Decreto
nº 1.935, de 20.06.96, com a nova redação dada pelo Decreto nº
2.277, de 17.07.97, dispondo sobre as competências, prazos e demais atos processuais vinculados às suas atividades.
As entidades de classe que integram o CRFSN são as seguintes:
Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas),
Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), CNBV
(Comissão de Bolsas de Valores), Febraban (Federação Brasileira
das Associações de Bancos), Abel (Associação Brasileira das Empresas de Leasing), Adeval (Associação das Empresas Distribuidoras de Valores), AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil),
sendo que os representantes das quatro primeiras entidades têm
assento no Conselho como membros-titulares e os demais, como
suplentes. Tanto os Conselheiros Titulares, como os seus respectivos
suplentes, são nomeados pelo Ministro da Fazenda, com mandatos
de dois anos, podendo ser reconduzidos uma única vez.
Fazem ainda parte do Conselho de Recursos dois Procuradores
da Fazenda Nacional, designados pelo Procurador-Geral da Fazenda
Nacional, com a atribuição de zelar pela fiel observância da legislação aplicável, e um Secretário-Executivo, nomeado pelo Ministério
da Fazenda, responsável pela execução e coordenação dos trabalhos
administrativos. Para tanto, o Banco Central do Brasil, a Comissão
de Valores Mobiliários e a Secretaria de Comércio Exterior proporcionam o respectivo apoio técnico e administrativo.
O representante do Ministério da Fazenda é o presidente do
Conselho e o vice- presidente é o representante designado pelo Ministério da Fazenda dentre os quatro representantes das entidades de
classe que integram o Conselho.
Atribuições
São atribuições do Conselho de Recursos: julgar em segunda e
última instância administrativa os recursos interpostos das decisões
relativas às penalidades administrativas aplicadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários e pela Secretaria de Comércio Exterior, nas infrações previstas:
a) no inciso XXVI do art. 4º e no § 5º do art. 44 da Lei nº 4.595,
de 31 de dezembro de 1964;
b) no art. 3º do Decreto-Lei nº 448, de 3 de fevereiro de 1969;
c) no § 4º do art. 11 da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976;
d) no § 2º do art. 43 da Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964;
e) no § 2º do art. 2º do Decreto-Lei nº 1.248, de 29 de novembro
de 1972; e
f) no art. 74 da Lei nº 5.025, de 10 de junho de 1966;
II - de decisões do Banco Central do Brasil:
a) relativas a penalidades por infrações à legislação cambial, de
capitais estrangeiros e de crédito rural e industrial;
b) proferidas com base no art. 33 da Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991, relativas à aplicação de penalidades por infração à legislação de consórcios;
c) proferidas com base no art. 9º da Lei nº 9.447, de 14 de março
de 1997, referentes à adoção de medidas cautelares; e
d) referentes à desclassificação e à descaracterização de operações de crédito rural e industrial, e a impedimentos referentes ao
Programa de Garantia de Atividade Agropecuária - PROAGRO.
RECURSO - APRESENTAÇÃO, TRÂMITE E ACOMPANHAMENTO
Ao receber intimação decisória de processo administrativo oriundo de um dos órgãos adiante nominados (Banco Central,
Comissão de Valores Mobiliários, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio-Secretaria de Comércio Exterior - SECEX e Ministério da Fazenda-Secretariada Receita Federal), o(s)
interessado(s) poderá(ão) interpor recurso a este Conselho, no prazo
estipulado na intimação, devendo entregá-lo mediante recibo ao respectivo órgão instaurador.
O órgão processante, após receber a(s) peça(s) recursal(ais) e
fazer a devida juntada nos autos respectivos, encaminha o processo
originário a este Conselho, que o autua e a seguir o envia a um dos
Procuradores da Fazenda Nacional para elaborar parecer.
Art. 3º Compete ainda ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional apreciar os recursos de ofício, dos órgãos e entidades competentes, contra decisões de arquivamento dos processos
que versarem sobre as matérias relacionadas no inciso I e nas alíneas
“a” a “c” do inciso II do art. 2º.
Didatismo e Conhecimento
28
ConheCimentos banCáRios
Concluído o parecer, o Recurso é devolvido à Secretaria-Executiva, onde é relacionado para sorteio de Relator e de Revisor em
sessão pública.
Definidos relator e revisor, o processo vai ao relator para elaboração de Relatório e a seguir, com trânsito pela Secretaria-Executiva, é distribuído ao revisor. Uma vez revisado, o processo entrará em
pauta para ser julgado, também em sessão pública, na qual é facultada aos recorrentes e ou seus representantes legais a sustentação oral.
O acompanhamento das fases processuais é efetuado preferencialmente via internet. Se, ao consultar o andamento do feito, a resposta for: “Registro não encontrado”, significa que o processo ainda
não foi autuado pela Secretaria Executiva.
tes;
- obter recursos externos;
- Efetuar prestação de serviços, inclusive mediante convênio.
- Cobrança de títulos e arrecadação de tarifas e tributos públi-
cos.
CAIXAS ECONÔMICAS
São instituições eminentemente de cunho social, concedendo
empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas áreas de
assistência social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos e
esporte.
Atualmente existem somente uma federal e uma estadual e que
equiparam-se nos aspectos operacionais: a CEF e a Caixa Econômica do Estado do Rio Grande do Sul. Sua principal atividade, porém, esta ligada ao Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo
(SBPE), ligada ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH), onde sua
principal fonte de recursos, a caderneta de poupança, canaliza as
economias da sociedade para a aplicação no crédito imobiliário de
habitações populares, na infraestrutura e no saneamento básico das
cidades.
Outras atividades:
- captar depósitos à vista e a prazo;
- realizar operações ativas e de prestação de serviços, basicamente às pessoas físicas;
- têm o monopólio das operações de empréstimo sob penhor de
bens pessoais e sob consignação;
- vender bilhetes das loterias;
- centralização do recolhimento e da posterior aplicação dos recursos do FGTS.
Sessão de Julgamento - Defesa Oral
Nas Sessões de Julgamento, faculta-se sustentação oral em favor dos interesses das pessoas (físicas ou jurídicas) arroladas nos
processos administrativos.
O pronunciamento é feito pelo recorrente/recorrido e, em caráter alternativo ou complementar, por seu advogado.
Assim dispõe o § 3º do art. 20 do Regimento Interno aprovado
pelo Decreto nº 1.935, de 17.07.97, verbis:
Se o sujeito passivo, ou seu representante legal, desejar fazer
sustentação oral, concluída a leitura do relatório, o Presidente franquear-lhe-á a palavra pelo período de quinze minutos, prorrogável
por igual período.
BANCOS COMERCIAIS
OS BANCOS COMERCIAIS NOS ATENDEM EM NOSSAS
NECESSIDADES DO DIA A DIA E/OU DE CURTO PRAZO
(ATÉ UM ANO), ATRAVÉS DE SUAS AGêNCIAS BANCÁRIAS, HOME BANKING OU INTERNET.
SÃO ELES QUE RECEBEM OS NOSSOS PAGAMENTOS
E NOSSAS COBRANÇAS, EVITANDO QUE TENHAMOS QUE
FAZê-LAS DIRETAMENTE JUNTO A ORIGEM (IMAGINE A
TRABALHEIRA DE IR PAGAR NOSSAS CONTA SEM CADA
UM DOS EMISSORES DOS RECIBOS), NA VERDADE, SÃO
ELES, TAMBÉM, QUE NOS EMPRESTAM O DINHEIRO PARA
SUPRIR O CAPITAL DE GIRO DE NOSSA VIDA PESSOAL OU
NOSSOS NEGÓCIOS.
RELAÇÃO CEF/BNH
Em 21 de novembro de 1986 (DL 2291), foi decretada a extinção do BNH, por incorporação à CEF, que assumiu o conjunto de
atribuições antes de responsabilidade do BNH. Assim, toda orientação, disciplinamento e controle do SFH está ao cargo da CEF.
DECRETO Nº 55.279, DE 22 DE DEZEMBRO DE 1964.
Principais Operações
Dispõe sobre a adaptação das Caixas Econômicas Federais
do Sistema Financeiro da Habitação.
Ativas
- descontar títulos;
- abertura de crédito simples ou em conta corrente;
- crédito rural, de câmbio e comércio internacional;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando as atribuições
que lhe confere o art. 87, item I, da Constituição Federal, e tendo em
vista o disposto no parágrafo único do art. 68 da Lei número 4.380,
de 21 de agosto de 1964, DECRETA:
Passivas
- captar depósitos à vista;
Art 1º. As Caixas Econômicas Federais, são um dos instrumentos de ação do Governo Federal no setor habitacional, operando de
acordo com o disposto na Lei nº 4.380, de 21de agosto de 1964, no
Decreto nº 24.427, de 19 de junho de 1934, e na restante legislação
complementar e específica.
Conta corrente
- captar depósitos a prazo fixo;CDB -certificado de depósito
bancário título de renda fixa, pré / pós-fixado, transferível.RDB -registro de depósito bancário -titulo de renda fixa, pré / pós-fixado,
intransferível;
Didatismo e Conhecimento
- obter recursos junto a instituições oficiais para repasse a clien-
29
ConheCimentos banCáRios
I - pelo menos 70% (setenta por cento) deverão ser aplicados
em habitações de valor unitário inferior a 60 (sessenta) vezes o
maior salário-mínimo mensal vigente no País;
II - No máximo 15% (quinze por cento) poderão estar aplicados
em habitações de valor unitário compreendido entre 200 (duzentas)
e 300 (trezentas) vezes o maior salário-mínimo mensal vigente no
País vedadas as aplicações em habitações de valor unitário superior
a 300 (trezentas) vezes o maior salário mínimo mensal citado.
§ 1ºDentro do limite de recursos obrigatoriamente aplicados em habitações de valor unitário inferior a 60 (sessenta) vezes
o maior salário mínimo do País, o Banco Nacional da Habitação
fixará, para cada região ou localidade, a percentagem mínima
de recursos que devem ser aplicados no financiamento de projetos destinados à eliminação de favelas, mocambos e outros aglomerações em condições sub-humanas de habitabilidade.
§ 2ºNas aplicações a que se refere o inciso II, a parcela financiada do valor do imóvel não poderá ultrapassar 80% (oitenta
por cento) do mesmo.
§ 3ºAs Caixas Econômicas Federais poderão aplicar até
15% (quinze por cento) dos recursos a que se refere este artigo
em habitações e valor unitário igual ou superior a 60(sessenta)
vezes o maior salário-mínimo mensal vigente no País, porém inferior a 200(duzentas) vezes o mesmo salário-mínimo.
Art 2º O Banco Nacional de Habitação exercerá suas atribuições orientadoras, disciplinadoras e controladoras das Caixas Econômicas Federais, no que tange ao sistema Financeiro da habitação,
através do Conselho Superior das Caixas Econômicas Federais,
sempre que couber aplicação do disposto nos artigos 3º 14 e 15 do
Decreto nº 24.427, de 19 de junho de 1934.
Art 3º As Sucursais, Filiais e Agências das Caixas Econômicas Federais poderão ser usadas pelo Banco Nacional da Habitação,
como agentes e representantes deste.
§ 1ºO Banco Nacional da Habitação para plena execução do
que prevê este artigo, deverá firmar acordos ou convênios com
as respectivas Caixas Econômicas Federais, os quais obedecerão
às normas e condições gerais previamente aprovadas pelo Conselho Superior.
§ 2º Desses acordos ou convênios deverão constar, obrigatoriamente, as taxas remuneratórias dos serviços a serem prestados pelas
Caixas Econômicas Federais, bem como as condições gerais e específicas tendo em vista a natureza dos mesmos serviços.
Art 4º As entidades governamentais, autárquicas, paraestatais
e de economia mista, que, na data da publicação da Lei nº 4.380 de
21 de agosto de 1964, depositava, suas disponibilidades nas Caixas
Econômicas Federais poderão continuar a fazê-lo.
Art 8º A partir do terceiro ano de aplicação da Lei nº 4.380 de 21
de agosto de 1964, o Banco Nacional da Habitação poderá alterar os
critérios de distribuição das aplicações previstas no artigo anterior.
Art 5º O Ministro da Fazenda fixará, periodicamente, a percentagem dos depósitos das Caixas Econômicas Federais que deverá
ser obrigatoriamente aplicada em depósitos no Banco Nacional de
Habitação.
§ 1º Na fixação da percentagem acima referida serão sempre considerados os fatores pertinentes aos investimentos já realizados no setor habitacional e os relativos às necessidades operacionais das carteiras não compreendidas naquele setor.
§ 2º No caso de manifesta deficiência de disponibilidades, a
critério do Ministro da Fazenda mediante promoção do Conselho
Superior os depósitos das Caixas Econômicas Federais aplicados no
Banco Nacional da Habitação poderão ser liberados, no todo ou em
parte.
§ 3º Os depósitos das Caixas Econômicas Federais no Banco
Nacional da Habitação terão o reajustamento monetário previsto na
Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964.
Art 9º Os contratos de seguro de vida de renda temporária, de
que trata o artigo 14 da Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964, poderão ser feitos com o Serviço de Assistência e Seguro Social dos
Economiários quando os financiamentos forem realizados por intermédio das Caixas Econômicas Federais.
Parágrafo único. Até que o Banco Nacional da Habitação assegure as reservas técnicas necessárias, previstas no § 1º do art. 24 da
Lei mencionada neste artigo, as operações de seguro relativas a financiamentos não realizados pelas Caixas Econômicas Federais poderão ser efetuadas por intermédio do Serviço de Assistência e Seguro Social dos Economiários, em face de acordos ou convênios.
Art 10. As Caixas Econômicas Federais manterão depósitos especiais de acumulação de poupança, para os pretendentes a financiamentos de casa própria, cujos titulares terão preferência na obtenção
desses financiamentos, obedecidas as condições gerais estabelecidas
pelo Banco Nacional de Habitação e tendo sempre em vista as condições econômico-financeiras de cada autarquia.
Art 6º As dotações das Carteiras destinadas a atender ao setor
habitacional serão estabelecidas através de “Planos de Inversões”
que integrarão, obrigatoriamente, os orçamentos semestrais das Caixas Econômicas Federais.
Parágrafo único. Os “Planos de Inversões” terão em vista as
peculiaridades e as necessidades regionais e locais, na forma do que
resolverem os Conselhos Administrativos das respectivas Caixas
Econômicas Federais, ad referendum do Conselho Superior, consideradas as possibilidades econômico-financeiras de cada autarquia.
Art 11. Os contratos de venda ou construção de habitações para
pagamento a prazo ou empréstimos para aquisição ou construção
de habitações, realizados pelas Caixas Econômicas Federais, preverão o reajustamento das prestações mensais de amortização e juros,
coma consequente correção do valor monetário da vida, toda vez
que o salário mínimo legal for alterado.
§ 1º O disposto neste artigo, quando o adquirente for servidor público ou autárquico poderá ser aplicado tomando como
base a vigência da lei que lhe altere o vencimentos.
Art 7º Os recursos destinados ao setor habitacional pelas Caixas
Econômicas Federais distribuir-se-ão, permanentemente, da seguinte forma:
Didatismo e Conhecimento
30
ConheCimentos banCáRios
Art 19. O Conselho Superior das Caixas Econômicas Federais
proverá no sentido de que sejam:
I - cumpridas pelas Caixas Econômicas Federais as determinações da Lei nº 4.380, de 21de agosto de 1964, e do presente decreto;
II - adaptado, no prazo de noventa dias, o seu Regimento e
adaptados e padronizados os Regimentos Internos, das Caixas Econômicas Federais, a fim de que, inclusive, sejam fixados novos critérios e limites para os recursos ex offício;
III - Estabelecidos métodos, processos e rotinas, que facultem
o maior rendimento dos serviços e a segurança e a rapidez na tramitação dos processos e papéis, na forma do previsto no artigo 60, da
Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964.
§ 2º Os critérios para efeito da correção monetária serão os
estabelecidos na Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964.
Art 12. As Caixas Econômicas Federais poderão assegurar reajustamento monetário, nas condições previstas na Lei nº 4.380, de
21 de agosto de 1964, aos depósitos especiais casa própria, desde
que de prazo não inferior a 1 (um) ano e vinculados às operações
imobiliárias.
Parágrafo único. Esses depósitos não poderão ser movimentados por meio de cheques, mas os respectivos juros serão livremente
movimentados pelo depositante.
Art 20. Os pedidos de financiamento de competência dos Conselhos Administrativos das Caixas Econômicas Federais serão a estes submetidos com fiel observância da ordem cronológica da sua
entrada nos Gabinetes dos Diretores das respectivas Carteiras, desde
que devidamente instruídos.
Parágrafo único. A apreciação dos recursos ex offício será realizada pelo Conselho Superior das Caixas Econômicas Federais,
observando , também fielmente, a ordem cronológica, desde que
devidamente instruídos.
Art 13. As restrições constantes das alíneas a e b do artigo 6º
da Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964, não obrigam as Caixas
Econômicas Federais, cujas aplicações são regidas pelo disposto nos
artigos 10 e 11 da mesma lei.
Art 14. As pessoas que já forem proprietárias, promitentes compradoras ou cessionárias de imóvel residencial na mesma localidade, não poderão adquirir imóveis objeto de aplicação pelo sistema
financeiro da habitação.
Art 21. Dentro do prazo de 90 (noventa) dias o Poder Executivo
enviará mensagem ao Congresso dispondo sobre a nova Lei Orgânica das Caixas Econômicas Federais, cujo anteprojeto deverá ser
encaminhado pelo Conselho Superior à Presidência da República,
por intermédio do Ministério da Fazenda após audiência do Banco
Nacional da Habitação, no que lhe disser respeito, tendo em vista o
disposto na Lei nº 4.380, de 21 de agosto de1964.
Art 15. A disponibilidades das Sociedades de Crédito Imobiliário serão mantidas em depósito no Banco Nacional da Habitação no
Banco do Brasil, nos demais bancos oficiais da União e dos Estados
e nas Caixas Econômicas Federais.
Art 16. As Caixas Econômicas Federais criarão, obrigatoriamente, Carteiras de Habitação para a plena execução do Plano Nacional de Habitação.
Parágrafo único. Os titulares dessas Carteiras serão designados
pelos respectivos Conselhos Administrativos na forma do art. 30 do
Regulamento aprovado pelo Decreto número 24.427, de 19 de junho
de 1934, os quais, exercerão as suas funções cumulativamente com
as Carteiras de que já sejam titulares.
Art 22. Ficam revogados os Decretos ns. 50.316, de 6 de março
de 1961; 1.382, de 12 de setembro de 1962; 51.882, de 2 de abril
de 1963; 52.013, de 17 de maio de 1963, todos referentes a operações das Caixas Econômicas Federais, regendo-se as operações das
mesmas, fora do Sistema Financeiro da Habitação, pelo Decreto nº
24.427, de 19 de junho de 1934.
Art 23. Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
Art 17. Quando verificada a falta de iniciativa local pública ou
privada, as Caixas Econômicas Federais poderão elaborar e executar
projetos de construção de conjuntos habitacionais, dentro das coordenadas estabelecidas pela Lei nº 4.380, de 21 de agosto de1964, e
do presente decreto.
Parágrafo único. A venda das unidades de conjuntos habitacionais será feita por concorrência pública ou quando destinados a
operários servidores públicos e autárquicos diretamente, mediante
planos gerais previamente aprovados pelo Conselho Superior das
Caixas Econômicas Federais.
Brasília, 22 de dezembro de 1964; 143º da Independência e 76º
da República.
H. CASTELLO BRANCO
Octávio Gouveia de Bulhões
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
A Caixa Econômica Federal: a CEF caracteriza-se por estar voltada ao financiamento habitacional e ao saneamento básico.
É um instrumento governamental de financiamento social.
Tem como missão, promover a melhoria contínua da qualidade
de vida da sociedade, intermediando recursos e negócios financeiros
de qualquer natureza, atuando, prioritariamente, no fomento ao desenvolvimento urbano e nos segmentos de habitação, saneamento e
infraestrutura, e na administração de fundos, programas e serviços
de caráter social, tendo como valores fundamentais:
Art 18. Os recursos aplicados, ou com aplicação contratada,
nos setor habitacional, até 11de setembro de 1964 pelas Caixas Econômicas Federais, não serão computados nas percentagens de aplicação a que se refere o artigo 7º, do presente decreto.
Parágrafo único. Os processos das Caixas Econômicas Federais, já deferidos pelos órgãos e autoridades competentes, até a data
a que se refere o presente artigo, não ficarão sujeitos às condições
estabelecidas no mencionado artigo 7º.
Didatismo e Conhecimento
31
ConheCimentos banCáRios
Esses números demonstram o potencial de crescimento do cooperativismo de crédito no País, segmento considerado ainda extremamente modesto se comparado ao de outros países mais desenvolvidos.
O cooperativismo de crédito no Brasil respondia, em dezembro
de 2004, por 2,30% das operações de crédito realizadas no âmbito
da área bancária do SFN e possuía 2,56% do patrimônio líquido
total da área bancária do SFN, atendendo a mais de dois milhões de
pessoas.
Como resposta aos diversos aperfeiçoamentos regulamentares,
o cooperativismo de crédito no Brasil iniciou um processo de franca
expansão, sem deixar de lado os aspectos prudenciais e de segurança, necessários a um crescimento em bases.
Direcionamento de ações para o atendimento das expectativas
da sociedade e dos clientes;
- Busca permanente de excelência na qualidade de serviços;
- Equilíbrio financeiro em todos os negócios;
- Conduta ética pautada exclusivamente nos valores da sociedade;
- Respeito e valorização do ser humano.
COOPERATIVAS DE CRÉDITO
Sociedades cooperativas são sociedades de pessoas, com forma
e natureza jurídica próprias, constituídas para prestar serviços aos
associados, cujo regime jurídico, atualmente, é instituído pela Lei
5.764, de 16 de dezembro de 1971.
BANCOS COMERCIAIS COOPERATIVOS
As sociedades cooperativas são classificadas como:
- cooperativas singulares, ou de 1º grau, quando destinadas a
prestar serviços diretamente aos associados;
- cooperativas centrais e federações de cooperativas, ou de 2º
grau, aquelas constituídas por cooperativas singulares e que objetivam organizar, em comum e em maior escala, os serviços econômicos e assistenciais de interesse das filiadas, integrando e orientando
suas atividades, bem como facilitando a utilização recíproca dos serviços; e
- confederações de cooperativas, ou de 3º grau, as constituídas
por centrais e federações de cooperativas e que têm por objetivo
orientar e coordenar as atividades das filiadas, nos casos em que o
vulto dos empreendimentos transcender o âmbito de capacidade ou
conveniência de atuação das centrais ou federações.
Bancos Cooperativos são bancos comerciais, constituídos sob a
forma de sociedades anônimas que diferenciam-se dos demais por
terem como acionistas, exclusivamente, as Cooperativas de Crédito.
Devem fazer constar, obrigatoriamente, de sua denominação a
expressão “Banco Cooperativo” e têm sua atuação restrita às Unidades da Federação em que estejam situadas as sedes das pessoas
jurídicas (cooperativas) controladoras.
Podem firmar convênio de prestação de serviços com cooperativas de crédito localizadas em sua área de atuação. É vedada a sua
participação no capital social de instituições financeiras e demais
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
Na constituição de um Banco Cooperativo devem ser seguidos
os procedimentos pertinentes para a constituição de banco comercial
(ver roteiro específico), com a seguinte particularidade: apenas as
pessoas jurídicas controladoras devem publicar declaração de propósito e comprovar capacidade econômica compatível com o empreendimento.
Cooperativas de crédito são instituições financeiras constituídas sob a forma de sociedades cooperativas, tendo por objeto a prestação de serviços financeiros aos associados, como concessão de
crédito, captação de depósitos à vista e a prazo, cheques, prestação
de serviços de cobrança, de custódia, de recebimentos e pagamentos por conta de terceiros sob convênio com instituições financeiras
públicas e privadas e de correspondente no País, além de outras operações específicas e atribuições estabelecidas na legislação em vigor.
As cooperativas de crédito são um importante instrumento de
desenvolvimento em muitos países.
Na Alemanha, as cooperativas de crédito possuem cerca de
quinze milhões de associados e, respondem por cerca de 20% de
todo o movimento financeiro-bancário do País.
Na Holanda, o banco cooperativa Rabobank atende a mais de
90% das demandas financeiras rurais.
Nos EUA, há mais de doze mil unidades de atendimento cooperativo apenas no sistema CUNA (Credit Union National Association), que reúne cooperativas de crédito mútuo do tipo desjardins.
Além dessas, os bancos cooperativos agrícolas, por sua parte,
respondem por mais de 1/3 dos financiamentos agropecuários norte-americanos. Ainda, estima-se que 25% dos norte-americanos sejam
associados a uma cooperativa de crédito. 46% do total das instituições de crédito da Europa eram cooperativas, participando com cerca de 15% da intermediação financeira.
Didatismo e Conhecimento
BANCOS DE INVESTIMENTO
E DESENVOLVIMENTO
Os bancos de Investimento fornecem os recursos que necessitamos para os investimentos empresariais de longo prazo, o chamado capital de investimento, seja através de empréstimos, financiamentos ou lançamento de títulos, tais como ações ou debêntures.
Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima e
adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão
“Banco de Investimento”.
Não possuem contas correntes e captam recursos via depósitos
a prazo, repasses de recursos externos, internos e venda de cotas de
fundos de investimento por eles administrados.
As principais operações ativas dos bancos de investimento são
financiamento de capital de giro e capital fixo, subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários, depósitos interfinanceiros e
repasses de empréstimos externos.
Os bancos de desenvolvimento são instituições financeiras
controladas pelos governos estaduais, e têm como objetivo precípuo
proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários ao financiamento, a médio e a longo prazos, de programas
e projetos que visem a promover o desenvolvimento econômico e
social do respectivo Estado.
32
ConheCimentos banCáRios
Os bancos estaduais de desenvolvimento (controlados pelos governos dos estados) destinam-se ao fornecimento de crédito de médio e longo prazos às empresas localizadas nos respectivos estados.
Geralmente operam com repasse de órgãos financeiros do Governo
Federal.
Existem instituições de fomento regional, as principais são
o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e o Banco da Amazônia
(BASA).
SOCIEDADE DE CRÉDITO,
FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO
As Sociedades de Crédito Financiamento e Investimento, mais
conhecidas como Financeiras, são as únicas autorizadas pela nossa atual legislação a financiar a aquisição de bens de consumo tais
como, por exemplo, a compra da geladeira ou de um carro.
- O processo de funcionamento de uma financeira é o descrito
abaixo.
1. um lojista possui um bem de consumo durável para a venda,
a financeira possui o capital necessário para a compra desse bem a
vista e o consumidor, que não possui capital, para a aquisição desse
bem a vista, se dispõe a pagá-lo a prazo com juros;
2. o lojista entrega o bem ao consumidor;
3. a financeira repassa o valor do bem para o lojista;
4. o consumidor fica obrigado a pagar o valor do bem, com
juros, a financeira em um determinado momento futuro.
Nota: O BNDES é o principal agente do governo para o financiamento de longo e médio prazos.
BNDES - BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
- BNDES, ex-autarquia federal criada pela Lei nº 1.628, de 20 de
junho de 1952, foi enquadrado como uma empresa pública federal,
com personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio,
pela Lei nº 5.662, de 21 de junho de 1971. O BNDES é um órgão
vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior e tem como objetivo apoiar empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento do país.
Desta ação resultam a melhoria da competitividade da economia brasileira e a elevação da qualidade de vida da sua população.
Desde a sua fundação, em 20 de junho de 1952, o BNDES
vem financiando os grandes empreendimentos industriais e de infraestrutura tendo marcante posição no apoio aos investimentos na
agricultura, no comércio e serviço e nas micro, pequenas e médias
empresas, e aos investimentos sociais, direcionados para a educação
e saúde, agricultura familiar, saneamento básico e ambiental e transporte coletivo de massa.
Principais Operações:
Ativas
- concessão do empréstimo para aquisição do bem de consumo
durável.
Passivas
- não podem manter contas-correntes;
- colocação de Letras de Câmbio.
Nota: Por ser uma atividade de grande risco, suas operações
não podem ultrapassar o limite de12 vezes o montante de seu capital
realizado mais as reservas.
SOCIEDADES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL
Suas linhas de apoio contemplam financiamentos de longo prazo e custos competitivos, para o desenvolvimento de projetos de investimentos e para a comercialização de máquinas e equipamentos
novos, fabricados no país, bem como para o incremento das exportações brasileiras.
São Instituições que trabalham com operações de leasing. Esta
operação assemelha-se a uma locação tendo o cliente, ao final do
contrato as opções de:
- renová-la
- adquirir o equipamento pelo valor residual;
- devolvê-lo à empresa.
Contribui, também, para o fortalecimento da estrutura de capital
das empresas privadas e desenvolvimento do mercado de capitais.
Operações
A BNDESPAR, subsidiária integral, investe em empresas nacionais através da subscrição de ações e debêntures conversíveis.
Ativas
O BNDES considera ser de fundamental importância, na execução de sua política de apoio, a observância de princípios ético-ambientais e assume o compromisso com os princípios do desenvolvimento sustentável.
- próprio leasing.
Passivas
As linhas de apoio financeiro e os programas do BNDES atendem às necessidades de investimentos das empresas de qualquer
porte e setor, estabelecidas no país. A parceria com instituições financeiras, com agências estabelecidas em todo o país, permite a disseminação do crédito, possibilitando um maior acesso aos recursos
do BNDES.
Didatismo e Conhecimento
- captação de recursos de longo prazo.
Nota: As operações de leasing foram regulamentadas pelo
CMN através da Lei Nº. 6.099 de setembro de 1974, e a integração
das sociedades arrendadoras ao Sistema Financeiro Nacional se deu
através da Resolução No. 351 de 1975.
33
ConheCimentos banCáRios
SOCIEDADES CORRETORAS
DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS
BOLSAS DE VALORES
As bolsas de valores são associações civis, sem fins lucrativos e
com funções de interesse público.
Atuando como delegadas do poder público, têm ampla autonomia em sua esfera de responsabilidade. Além de seu papel básico de
oferecer um mercado para a cotação dos títulos nelas registrados,
orientar e fiscalizar os serviços prestados por seus membros, facilitar
a divulgação constante de informações sobre as empresas e sobre os
negócios que se realizam sob seu controle, as bolsas de valores propiciam liquidez às aplicações de curto e longo prazos, por intermédio de um mercado contínuo, representado por seus pregões diários.
As sociedades corretoras são instituições financeiras membros
das bolsas de valores devidamente credenciadas pelo Banco Central
do Brasil, pela CVM e pelas próprias bolsas, e estão habilitadas a
negociar valores mobiliários no pregão.
As corretoras podem ser definidas como intermediárias especializadas na execução de ordens e operações por conta própria e
determinadas por seus clientes, além da prestação de uma série de
serviços a investidores e empresas, tais como:
- diretrizes para seleção de investimentos;
- intermediação de operações de câmbio;
- assessoria a empresas na abertura de capital, emissão de debêntures e debêntures conversíveis em ações, renovação do registro
de capital etc.
É por meio das bolsas de valores que se pode viabilizar um
importante objetivo de capitalismo moderno: o estímulo à poupança do grande público e ao investimento em empresas em expansão, que, diante deste apoio, poderão assegurar as condições
para seu desenvolvimento.
As sociedades corretoras contribuem para um fundo de
garantia, mantido pelas bolsas de valores, com o propósito de
assegurar a seus clientes eventual reposição de títulos e valores
negociados em pregão, e atender a outros casos previstos pela
legislação.
As sociedades corretoras são fiscalizadas pelas bolsas de valores, representando a certeza de uma boa orientação e da melhor
execução do negócios de seus investidores.
Na atualidade, as mais importantes Bolsas de Valores do mundo são as de Nova York, Londres, Paris e Tóquio. No Brasil, antes de
1800 já se negociava com papéis, mas só em 1845 surgiu a primeira
regulamentação governamental. O Código Comercial Brasileiro de
1850 refere-se às “praças de comércio”, precursoras das atuais Bolsas. Em 1893, estabeleceu-se a primeira Bolsa: a Bolsa de Fundos
Públicos, com sede no Rio de janeiro. Atualmente, as mais importantes bolsas do país pela ordem, são as de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Porto Alegre.
SOCIEDADES DISTRIBUIDORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS
BOLSAS DE MERCADORIAS E DE FUTUROS
Valores Mobiliários: São títulos emitidos pelas empresas que
conferem a seus proprietários direitos patrimoniais ou creditícios
sobre as mesmas:
Mercado de commodities onde os contratos de futuros em instrumentos financeiros ou as mercadorias físicas, como o trigo e a
soja, são comercializados.
Conceito
Ações e opções também são comercializadas nessas Bolsas. As
mais importantes são as seguintes: Chicago Board of Trade, Chicago Mercantil e Exchange/International Monetary Market, Commodity Exchange Inc. (Nova York), Mid-America Commodity Exchange Inc. (Chicago), New York Futures Exchange, Sydney Futures Exchange (Austrália), The. International Futures Exchange Ltd.
(Bermudas), Financial Futures Market, Montreal Stock Exchange
(Montreal, Quebec), Toronto Stock Exchange Futures Market, Winnipeg Commodity Exchange, London International Futures Exchange, London Metal Exchange, Hong-Kong Commodity Exchange,
Tokyo International Financial Futures Exchange e Gold Exchange
of Singapore.
Instituições semelhantes às Sociedades Corretoras, porém com
uma faixa operacional mais restrita que a das corretoras, já que elas
não têm acesso às bolsas de valores e mercadorias.
- suas atividades básicas são subscrição de títulos e valores para
revenda;
- intermediação da colocação de emissões de capital aberto
- operações no mercado aberto (desde que satisfaçam as condições exigidas pelo BC).
Observações:
- Junto às CCVM e DTVM encontram-se os agentes autônomos de investimento, que são pessoas físicas credenciadas por BI,
Financeiras, CCVM e DTVM, que, sem vínculo empregatício e em
caráter individual, exercem por conta das instituições credenciadas
colocação de:
- títulos e valores mobiliários;
- quotas de fundos de investimentos;
- outras atividades de intermediação.
Didatismo e Conhecimento
O que vem a ser Commodities ?
Termo usado em transações comerciais internacionais para
designar um tipo de mercadoria em estado bruto ou com um grau
muito pequeno de industrialização. As principais commodities são
produtos agrícolas (como café, soja e açúcar) ou minérios (cobre,
aço e ouro, entre outros).
34
ConheCimentos banCáRios
atribuídas para registro e compensação pelas Corretoras de Mercadorias, Para tanto, devem atender às exigências de ordem financeira
e patrimonial impostas pela BM&F.
O que é uma bolsa de futuros?
No caso da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), uma bolsa de futuros é uma associação sem fins lucrativos, organizada para
proporcionar a seus membros as facilidades necessárias à realização
de negócios (compra e venda) em mercados de liquidação futura.
Além de manter local físico adequado à condução de negócios (sala
de pregões) e plataformas de negociação eletrônica, cabe à bolsa,
dentre outros, criar produtos, aperfeiçoar e desenvolver mercados e
manter cursos de formação profissional.
O que é clearing house ou câmara de compensação?
Clearing house ou câmara de compensação é o sistema pelo
qual as bolsas garantem o fiel cumprimento de todos os compromissos de compra ou venda assumidos em pregão ou eletronicamente.
É montada uma estrutura, que pode ser interna ou externa
à bolsa (no caso da BM&F, a clearing é um departamento interno, a Diretoria de Liquidação e Custódia), responsável pelo registro das operações realizadas, pelo acompanhamento e controle da
evolução das posições mantidas, pela compensação financeira dos
fluxos de pagamentos, pela liquidação física (por entrega)ou financeira (por diferença de preços) dos contratos e pela administração
das garantias financeiras exigidas dos participantes.
O processo segue, em linhas gerais, a seguinte dinâmica: as
operações são realizadas por intermédio das Corretoras de Mercadorias (que operam em seu próprio nome ou para seus clientes) ou pelos Operadores Especiais (que realizam negócios por conta própria);
depois, é efetuado o registro das mesmas, sob a responsabilidade de
Membros de Compensação; finalmente, essas operações, quando de
seu vencimento, são liquidadas entre os Membros de Compensação
e a BM&F.
Uma Clearing de Ativos está sendo constituída como consequência da compra de direitos operacionais da BVRJ/Bovespa.
A quem pertence a BM&F? Como ela se sustenta?
A BM&F é constituída como um clube, cujos Associados possuem títulos, patrimoniais ou não.
Existem várias categorias de associados: Sócios Efetivos,
Membros de Compensação, Operadores Especiais, Corretoras de
Mercadorias, dentre outros, cada qual envolvendo direitos e deveres
específicos. Por exemplo: as Corretoras de Mercadorias estão autorizadas a intermediar negócios na BM&F para terceiros, mantendo,
para tanto, funcionários especializados; os Operadores Especiais
estão autorizados a realizar negócios para sua própria conta. Cada
detentor de título paga à Bolsa uma taxa de manutenção, chamados
de emolumentos. A Bolsa cobra ainda, de cada negócio realizado,
custos operacionais, cujos recursos são destinados, dentre outros,
à manutenção das estruturas funcional e operacional da Bolsa, ao
desenvolvimento de mercados, ao aprimoramento tecnológico e à
formação de seus associados.
O que é Clearing de Câmbio da BM&F?
A BM&F lançou, junto com o novo Sistema de Pagamentos
Brasileiro, Clearing de Câmbio, que é responsável pela liquidação
das operações do mercado interbancário de câmbio registradas através da opção PCAM 383 do Sisbacen. Para estas operações, a Clearing é contraparte das operações e adota o princípio de Pagamento
vs. Pagamento (PVP).
Quais os contratos negociados na BM&F?
A BM&F mantém a negociação de contratos nas modalidades
físico, futuro, opções e termo, nos mercados de balcão, eletrônico
(GTS) e a viva-voz, referenciados nas seguintes commodities: taxas
de juro, taxas de câmbio, índice de ações, ouro, cupom cambial, títulos da dívida, soja, milho, açúcar, café, boi gordo, álcool anidro e
algodão.
Quais são as atividades operacionais da Clearing de Câmbio da BM&F?
A Diretoria da Clearing de Câmbio foi estruturada com três áreas: o Departamento de Registro e Contratação, o Departamento de
Pagamento e Liquidação e a área de Análise de Risco.
O analista de risco será responsável por assessorar a Clearing
no estabelecimento dos parâmetros de mercado, principalmente as
taxas médias de câmbio e a variação da taxa de câmbio.
Adicionalmente, será responsável pelo monitoramento do funcionamento e do risco da Clearing de Câmbio.
As principais atividades operacionais - registro, análise, compensação e liquidação - serão desempenhadas pelos dois departamentos citados anteriormente. Esta divisão tem por finalidade gerar
um maior foco nas atividades e processos mais importantes.
Como se opera na BM&F?
Os clientes não se dirigem diretamente à BM&F. Eles se fazem representar por intermediários, as Corretoras de Mercadorias.
Por intermédio desses sócios da BM&F, as ordens dos clientes são
executadas da melhor forma possível, no recinto de pregão ou em
mercado de balcão.
Qual o órgão governamental que regula a BM&F?
Os mercados da BM&F são regulamentados pela Comissão de
Valores Mobiliários (CVM) e pelo Banco Central do Brasil.
O que é Custódia Fungível?
O que são Membros de Compensação?
A BM&F dispõe de Custódia Fungível para certificados de ouro
- cujas barras ficam depositadas em instituições credenciadas -, em
função da qual deixa de existir a necessidade de se retirar o mesmo
certificado depositado.
São instituições - bancos múltiplos, comerciais e de investimento, corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários responsáveis, perante a BM&F, pela liquidação das operações a elas
Didatismo e Conhecimento
35
ConheCimentos banCáRios
O comprador não-residente deverá, obrigatoriamente, nomear
um representante legal para providenciar o transporte e o embarque da mercadoria para exportação, bem como atender às demais
exigências definidas pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
As operações de exportação decorrentes de liquidação física de
contratos celebrados na Bolsa de Mercadorias &Futuros (BM&F),
entre compradores não-residentes e vendedores residentes, deverão
ser cursadas por intermédio do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), mediante a obtenção de Registro de Venda (RV)
e Registro de Exportação (RE). O RV e o RE deverão mencionar as
características fundamentais da operação, dentre elas o tipo de produto, quantidade e preço, as quais deverão corresponder exatamente aos dados constantes em certificado a ser expedido pela BM&F.
O referido certificado deverá ser apresentado ao Departamento de
Operações de Comércio Exterior (Decex), desta Secretaria, para
exame do RV/RE. Os registros no Siscomex e o embarque da mercadoria serão de responsabilidade do representante do comprador
não-residente, que deverá estar habilitado a exportar de acordo com
a legislação em vigor. O prazo de embarque será de até 30(trinta)
dias, a contar da data da efetivação do RE.
O que é Globex?
É uma aliança internacional de bolsas, que reúne, além da
BM&F, a Chicago Mercantile Exchange, o Sistema de Bolsas Francesas, a Bolsa de Montreal e a Bolsa de Cingapura. O objetivo é o
de integrar, online e em tempo real, via plataforma comum de negociação eletrônica, os mercados dessas bolsas. Esse sistema deverá
entrar em operação no segundo semestre do ano 2000.
Quais são os passos para um cliente não-residente operar
na BM&F?
Deve escolher uma das corretoras associadas à Bolsa e preencher a documentação cadastral. Em seguida, deve depositar a margem de garantia junto à BM&F.
Quais são os documentos necessários para cadastramento
de clientes não-residentes?
Pessoa física: preencher o Contrato de Intermediação de Operações de Clientes Não-Residentes nos Mercados Disponível e de
Liquidação Futura da Bolsa de Mercadorias & Futuros; preencher
a ficha cadastral; enviar: cópia autenticada de documento legal,
comprovante de residência e comprovante de renda.
SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDAÇÃO
E DE CUSTÓDIA - SELIC
Pessoa jurídica: preencher o Contrato de Intermediação de
Operações de Clientes Não-Residentes nos Mercados Disponível e
de Liquidação Futura da Bolsa de Mercadorias & Futuros; preencher a ficha cadastral; enviar: cópia da ata de constituição e última
alteração social (contrato social ou estatuto social), cópia dos últimos demonstrativos financeiros, comprovante de residência e ata de
delegação de poderes.
Histórico
Embora tenha sua origem relacionada à criação do mercado
aberto no Brasil, na década de 60, o Selic foi formalmente constituído em outubro de 1979, para organizar a troca física de papéis
da dívida e viabilizar uma alternativa à liquidação financeira por
meio de cheques do Banco do Brasil, que implicava risco elevado.
Com isso, a liquidação financeira das operações passou a ser feita
pelo resultado líquido ao final do dia diretamente na conta Reservas
Bancárias. O registro de títulos públicos é feito por meio de equipamento eletrônico de teleprocessamento, em contas gráficas abertas
em nome de seus participantes. O sistema também processa as operações de movimentação geral, bem como as rotinas de pagamento
de juros, resgates, ofertas públicas etc., promovendo a consequente
liquidação financeira nas contas Reservas Bancárias das instituições
envolvidas. A partir de 22/4/02, a liquidação passou a ser efetuada
pelo valor bruto em tempo real (LBTR), marcando uma importante alteração em relação ao desenho original do Sistema. Também a
partir dessa data, o Selic não mais acatou operações com DI – Depósitos Interfinanceiros, que passaram a ser cursadas somente pelo
sistema da CETIP.
Como funciona o fluxo de dinheiro referente ao ajuste diário e à margem de garantia?
Depósitos: a BM&F possui três contas para depósito no Citibank, uma de ajustes diários e outras duas para depósitos de margens de garantia. Para qualquer um dos depósitos, de acordo com o
banco que trabalha, o cliente poderá realizar transferência entre bancos (wari transfer) ou transferência dentro do mesmo banco (book
transfer).
Caso o cliente seja de outro país que não os EUA, deve possuir
conta em um banco que tenha correspondência com o Citibank nos
EUA.
Recebimentos: a BM&F deposita ajustes diários e/ou devolução de margens de garantias diretamente nas contas correntes dos
clientes em qualquer banco dos EUA. No caso de outros países há
necessidade de o banco cliente ter correspondência com o Citibank
nos EUA.
Convênio
A criação do SELIC resultou de parceria firmada entre os setores público e privado - representados pelo Banco Central e pela
ANDIMA, respectivamente –, com o intuito de assegurar os investimentos em equipamento, infraestrutura e pessoal capazes de permitir o constante aperfeiçoamento do Sistema, garantindo sua adequação às demandas do mercado financeiro, do Tesouro Nacional e da
Autoridade Monetária.
Como um comprador não-residente deve proceder para receber o produto e importá-lo ao destino?
Didatismo e Conhecimento
36
ConheCimentos banCáRios
Os participantes não-liquidantes são classificados como autônomos ou como subordinados, conforme registrem suas operações
diretamente ou o façam por intermédio de seu liquidante-padrão. Os
fundos de investimento são normalmente subordinados e as corretoras e distribuidoras, normalmente autônomas. As entidades responsáveis por sistemas de compensação e de liquidação são obrigatoriamente participantes autônomos. Também obrigatoriamente, são
participantes subordinados as sociedades seguradoras, as sociedades
de capitalização, as entidades abertas de previdência, as entidades
fechadas de previdência e as resseguradoras locais. O sistema conta
com cerca de 6.879 participantes (set/2009).
Tratando-se de um sistema de liquidação em tempo real, a liquidação de operações é sempre condicionada à disponibilidade do
título negociado na conta de custódia do vendedor e à disponibilidade de recursos por parte do comprador. Se a conta de custódia
do vendedor não apresentar saldo suficiente de títulos, a operação
é mantida em pendência pelo prazo máximo de 60 minutos ou até
18h30, o que ocorrer primeiro (não se enquadram nessa restrição as
operações de venda de títulos adquiridos em leilão primário realizado no dia). A operação só é encaminhada ao STR para liquidação da
ponta financeira após o bloqueio dos títulos negociados, sendo que a
não liquidação por insuficiência de fundos implica sua rejeição pelo
STR e, em seguida, pelo Selic.
Na forma do regulamento do sistema, são admitidas algumas associações de operações. Nesses casos, embora ao final a liquidação
seja feita operação por operação, são considerados, na verificação
da disponibilidade de títulos e de recursos financeiros, os resultados
líquidos relacionados com o conjunto de operações associadas.
Com a edição do novo Regulamento do Selic – consolidado
pelo Banco Central na Circular nº 3.108, de 10 de abril de 2002 -,
foram reafirmados os termos da parceria com a ANDIMA, formalizados requisitos de cobrança e divisão de tarefas e fixadas condições
de auditoria e prestação de contas, em conformidade com a transparência adequada a sistemas de liquidação sistemicamente relevantes.
Comitê Consultivo
O comitê Consultivo do Selic foi criado pela ANDIMA e pelo
Banco Central do Brasil no final de 2002, com o objetivo de avaliar
a proposta de alteração do Sistema elaborada pelo Departamento de
Operações de Mercado Aberto do BC.
Conceito
O Selic é o depositário central dos títulos emitidos pelo Tesouro
Nacional e pelo Banco Central do Brasil e nessa condição processa,
relativamente a esses títulos, a emissão, o resgate, o pagamento dos
juros e a custódia. O sistema processa também a liquidação das operações definitivas e compromissadas registradas em seu ambiente,
observando o modelo 1 de entrega contra pagamento. Todos os títulos são escriturais, isto é, emitidos exclusivamente na forma eletrônica. A liquidação da ponta financeira de cada operação é realizada
por intermédio do STR, ao qual o Selic é interligado.
O sistema, que é gerido pelo Banco Central do Brasil e é por ele
operado em parceria com a Anbima, tem seus centros operacionais
(centro principal e centro de contingência) localizados na cidade
do Rio de Janeiro. O horário normal de funcionamento segue o do
STR, das 6h30 às 18h30, em todos os dias considerados úteis para o
sistema financeiro. Para comandar operações, os participantes liquidantes e os participantes responsáveis por sistemas de compensação
e de liquidação encaminham mensagens por intermédio da RSFN,
observando padrões e procedimentos previstos em manuais específicos da rede. Os demais participantes utilizam outras redes, conforme
procedimentos previstos no regulamento do sistema.
Participam do sistema, na qualidade de titular de conta de custódia, além do Tesouro Nacional e do Banco Central do Brasil, bancos
comerciais, bancos múltiplos, bancos de investimento, caixas econômicas, distribuidoras e corretoras de títulos e valores mobiliários,
entidades operadoras de serviços de compensação e de liquidação,
fundos de investimento e diversas outras instituições integrantes do
Sistema Financeiro Nacional. São considerados liquidantes, respondendo diretamente pela liquidação financeira de operações, além do
Banco Central do Brasil, os participantes titulares de conta de reservas bancárias, incluindo-se nessa situação, obrigatoriamente, os
bancos comerciais, os bancos múltiplos com carteira comercial e as
caixas econômicas, e, opcionalmente, os bancos de investimento. Os
não-liquidantes liquidam suas operações por intermédio de participantes liquidantes, conforme acordo entre as partes, e operam dentro
de limites fixados por eles. Cada participante não-liquidante pode
utilizar os serviços de mais de um participante liquidante, exceto no
caso de operações específicas, previstas no regulamento do sistema,
tais como pagamento de juros e resgate de títulos, que são obrigatoriamente liquidadas por intermédio de um liquidante-padrão previamente indicado pelo participante não-liquidante.
Didatismo e Conhecimento
Observação: Base Regulamentar:
O Selic foi implantado em 14/11/1979, sob a égide da Circular 466, de 11/10/1979, do Banco Central do Brasil, que aprovou o
Regulamento do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia de
Letras do Tesouro Nacional.
Foi preciso promover alterações no sistema, então foram editados os seguintes normativos: Circular 1.594, de 9/3/1990; Circular
2.311, de 19/5/1993; Circular 2.671, de 1º/3/1996; Circular 2.727,
de 14/11/1996; Circular 3.108, de 10/4/2002; Circular 3.124, de
29/5/2002; Circular 3.131, de 3/7/2002; Circular 3.143, de 8/8/2002;
Circular 3.154, de 26/9/2002; Circular 3.163, de 20/11/2002; Circular 3.185, de 2/4/2003; Circular 3.237, de 7/5/2004; Circular 3.316,
de 9/3/2006; e Circular 3.481, de 15/1/2010.
37
ConheCimentos banCáRios
Observe que o dispositivo 3.481, normativo atualmente em vigor, introduziu novas formas de acesso ao sistema e aprovou inúmeras mudanças, tais como: registro de operações de cessão fiduciária
de títulos no Selic; abertura de Conta de Liquidação para as instituições não-bancárias, para que estas possam também liquidar operações cursadas no sistema; novas regras para operações associadas
em câmaras de compensação e de liquidação; alteração dos sistemas
modulares complementares de forma a conferir maior eficiência ao
processamento dos leilões; ampliação do uso das redes RSFN (Rede
do Sistema Financeiro Nacional) e RTM (Rede de Telecomunicações para o Mercado) para liquidantes e não-liquidantes transmitirem suas operações.
– Anbima – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima) é o nome escolhido para a nova entidade que nasce da união entre a Associação
Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) e a Associação
Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima).
– RSFN - é a estrutura de comunicação de dados, implementada
por meio de tecnologia de rede, criada com a finalidade de suportar
o tráfego de mensagens entre as instituições titulares de conta de
reservas bancárias ou de conta de liquidação no Banco Central do
Brasil, as câmaras e os prestadores de serviços de compensação e
de liquidação, a Secretaria do Tesouro Nacional – STN e o Banco
Central do Brasil, no âmbito do SPB. Essa plataforma tecnológica é
utilizada principalmente para acesso ao STR e ao Sitraf.
A RSFN é formada por duas redes de telecomunicação independentes. Cada participante, obrigatoriamente, é usuário das duas
redes, podendo sempre utilizar uma delas no caso de falha da outra.
A rede utiliza XML (Extensible Markup Language) no formato padrão de mensagem, sendo que seu funcionamento é regulado por
manuais próprios, nomeadamente o manual técnico, que trata das
informações técnicas e operacionais para conexão à rede, o manual
de segurança, que estabelece os requisitos de segurança para o tráfego de informações, e o catálogo de mensagens e de arquivos do
Sistema de Pagamentos Brasileiro.
Para acompanhar o funcionamento da rede e promover seu
contínuo desenvolvimento, foram constituídos três grupos técnicos
(rede, mensagens e segurança), que contam com a participação de
representantes das instituições e entidades autorizadas a operar na
rede. A coordenação de cada um dos grupos é privativa do Banco
Central do Brasil.
FUNCIONAMENTO
Ao abrir sua conta, o participante que desejar conexão própria
de rede recebe códigos e senhas que serão usados para acessar os
sistemas. Tanto o comprador quanto o vendedor registram as informações sobre a operação. Os negócios só são registrados após a checagem dos itens básicos de segurança - códigos de acesso, senha e
validade de datas. As informações do comprador e do vendedor são
casadas. Se houver qualquer divergência, o sistema rejeitará a operação. A transferência da titularidade só é efetuada com a disponibilidade dos recursos por parte do comprador - liquidação financeira
da operação.
A CETIP obedece estritamente às normas vigentes sobre o sigilo bancário. O participante tem acesso somente às informações
de caráter público e sobre suas próprias operações. A segurança é
absoluta.
A CETIP - Câmara de Custódia e Liquidação é uma associação
civil que tem por instância máxima a Assembleia-Geral dos Associados. A administração da CETIP compete ao Conselho de Administração, que aprova as políticas de atuação e diretrizes gerais. O
Conselho de Administração é eleito por voto direto e é composto
por 10 membros, sendo cinco indicados pelas associações de classe
fundadoras da CETIP e outros cinco indicados pelos Associados,
além de dois suplentes.
As associações de classe fundadoras da CETIP são:
-ANDIMA (Associação Nacional das Instituições do Mercado
Financeiro);
-FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos);
-ABECIP (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança);
-ANBID - (Associação Brasileira dos Bancos de Investimento);
-ACREFI (Associação das Empresas de Investimento, Crédito
e Financiamento)
Legislação Pertinente ao CETIP
MEDIDA PROVISÓRIA Nº
1.655, DE 20 DE ABRIL DE 1998
CENTRAL DE LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA E DE
CUSTÓDIA DE TÍTULOS (CETIP)
Dispõe sobre operações financeiras entre o Tesouro Nacional e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
- BNDES.
A CETIP - Câmara de Custódia e Liquidação é uma das maiores empresas de custódia e de liquidação financeira da América Latina. Sem fins lucrativos, foi criada em conjunto pelas instituições
financeiras e o Banco Central, em março de 1986, para garantir mais
segurança e agilidade às operações do mercado financeiro brasileiro. Hoje, a CETIP oferece o suporte necessário a toda a cadeia de
operações, prestando serviços integrados de custódia, negociação
eletrônica, registro de negócios e liquidação financeira. A CETIP
tem cerca de 4.800 participantes, entre bancos, corretoras, distribuidoras, demais instituições financeiras, empresas de leasing, fundos
de investimento e pessoas jurídicas não financeiras, tais como seguradoras e fundos de pensão. Os mercados atendidos pela CETIP são
regulados pelo Banco Central e pela CVM -Comissão de Valores
Mobiliários
Didatismo e Conhecimento
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que
lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:
Art. 1º Fica a União autorizada a emitir, sob a forma de colocação direta, em favor do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social - BNDES, títulos da dívida pública mobiliária
federal, cujas características serão definidas pelo Ministro de Estado
da Fazenda.
§ 1º Em pagamento dos títulos a serem emitidos na forma deste
artigo, o BNDES poderá utilizar:
38
ConheCimentos banCáRios
MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.655-1,
DE 21 DE MAIO DE 1998
I - créditos securitizados de emissão do Tesouro Nacional, registrados junto à Central de Custódia e de Liquidação Financeira de
Títulos - CETIP, pelo seu valor presente, a ser definido pela Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda;
II - créditos detidos pelo BNDES contra a Itaipu Binacional.
§ 2º Na hipótese de utilização dos créditos a que se refere o
inciso II do parágrafo anterior, será assegurada à União remuneração
mínima mensal equivalente à da Conta Única do Tesouro Nacional
junto ao Banco Central do Brasil, a ser paga pelo BNDES, no último
dia útil de cada mês.
§ 3º O BNDES poderá recomprar da União, a qualquer tempo,
os créditos referidos no inciso II do § 1o.
Dispõe sobre operações financeiras entre o Tesouro Nacional e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
- BNDES.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que
lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:
Art. 1º Fica a União autorizada a emitir, sob a forma de colocação direta, em favor do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social - BNDES, títulos da dívida pública mobiliária
federal, cujas características serão definidas pelo Ministro de Estado
da Fazenda.
§ 1º Em pagamento dos títulos a serem emitidos na forma deste
artigo, o BNDES poderá utilizar:
I - créditos securitizados de emissão do Tesouro Nacional, registrados junto à Central de Custódia e de Liquidação Financeira de
Títulos - CETIP, pelo seu valor presente, a ser definido pela Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda;
II - créditos detidos pelo BNDES contra a Itaipu Binacional.
§ 2º Na hipótese de utilização dos créditos a que se refere o
inciso II do parágrafo anterior, será assegurada à União remuneração
mínima mensal equivalente à da Conta Única do Tesouro Nacional
junto ao Banco Central do Brasil, a ser paga pelo BNDES, no último
dia útil de cada mês.
§ 3º O BNDES poderá recomprar da União, a qualquer tempo,
os créditos referidos no inciso II do § 1º.
Art. 2º Serão integralmente utilizados para amortização da Dívida Pública Mobiliária Federal os pagamentos efetuados:
I - pela Itaipu Binacional, relativos aos créditos recebidos do
BNDES;
II - pelo BNDES relativos:
a) ao cumprimento do disposto no § 2o do artigo anterior;
b) à operação de recompra prevista no § 3o do artigo anterior.
Art. 3º Fica o Fundo Nacional de Desenvolvimento autorizado
a pagar, a exclusivo critério do Ministério da Fazenda, Obrigações
do Fundo Nacional de Desenvolvimento tituladas pela União, com
participações acionárias de sua propriedade, depositadas no Fundo
Nacional de Desestatização, do qual serão desvinculadas no momento da transferência.
Art. 4º Fica a União autorizada a permutar participações acionárias de sua propriedade por participações acionárias detidas pela
BNDESPAR - BNDES Participações S.A., desde que a operação
não afete o controle acionário da União nas empresas envolvidas
na permuta.
Art. 2º Serão integralmente utilizados para amortização da Dívida Pública Mobiliária Federal os pagamentos efetuados:
I - pela Itaipu Binacional, relativos aos créditos recebidos do
BNDES;
II - pelo BNDES relativos:
a) ao cumprimento do disposto no § 2º do artigo anterior;
b) à operação de recompra prevista no § 3º do artigo anterior.
Art. 5º O preço das participações acionárias a serem permutadas na forma desta Medida Provisória não poderá ser superior, no
caso de sociedade aberta, à cotação média verificada na semana anterior à lavratura do instrumento de permuta ou, no caso de ações
sem cotação em Bolsas de Valores, ao valor patrimonial constante
do último balanço ou de balanço especial.
Art. 3º Fica o Fundo Nacional de Desenvolvimento autorizado
a pagar, a exclusivo critério do Ministério da Fazenda, Obrigações
do Fundo Nacional de Desenvolvimento tituladas pela União, com
participações acionárias de sua propriedade, depositadas no Fundo
Nacional de Desestatização, do qual serão desvinculadas no momento da transferência.
Art. 6º As operações de que trata esta Medida Provisória, com
exclusão das previstas no art. 3o, não poderão exceder, em conjunto,
ao limite de R$(um bilhão e quinhentos milhões de reais).
Art. 4º Fica a União autorizada a permutar participações acionárias de sua propriedade por participações acionárias detidas pela
BNDESPAR - BNDES Participações S.A., desde que a operação
não afete o controle acionário da União nas empresas envolvidas
na permuta.
Art. 7º Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua
publicação.
Brasília, 20 de abril de 1998; 177o da Independência e l10o da
República.
Art. 5º O preço das participações acionárias a serem permutadas na forma desta Medida Provisória não poderá ser superior, no
caso de sociedade aberta, à cotação média verificada na semana anterior à lavratura do instrumento de permuta ou, no caso de ações
sem cotação em Bolsas de valores, ao valor patrimonial constante
do último balanço ou de balanço especial.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Pedro Pullen Parente
Paulo Paiva
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 21.4.1998.
Didatismo e Conhecimento
39
ConheCimentos banCáRios
Art. 6º As operações de que trata esta Medida Provisória, com
exclusão das previstas no art. 3º, não poderão exceder, em conjunto,
ao limite de R$(um bilhão e quinhentos milhões de reais).
c) comercialização no mercado secundário por meio da Central
de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos - CETIP.”
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 7º Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua
publicação.
Brasília, 4 de outubro de 2000; 179o da Independência e 112o
da República.
Brasília, 21 de maio de 1998. 177º da Independência e 110º da
República.
MARÇO ANTONIO DE OLIVEIRA MACIEL
Pedro Malan
ANTONIO CARLOS MAGALHÃES
Pedro Pullen Parente
Paulo Paiva
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 22.5.1998.
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 5.10.2000
SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO
As Sociedades de Crédito Imobiliário são as responsáveis pelo
financiamento da aquisição de imóveis quer sejam habitacionais ou
comerciais.
Ao contrário das Caixas Econômicas, essas sociedades são voltadas ao público de maior renda.
A captação ocorre através de Letras Imobiliárias depósitos de
poupança e repasses de CEF. Esses recursos são destinados, principalmente, aos financiamentos imobiliários diretos ou indiretos.
Acontece que, segmentadas como pessoas jurídicas, na forma
acima, dentro de um grupo financeiro, cada uma delas tem sua própria estrutura legal (conselhos, diretoria e contadoria), seu próprio
caixa, além de ter que divulgar periodicamente e, de forma independente, seus resultados ao público e sua movimentação diária ao
Banco Central. Tal situação, sem dúvida, representa custos.
Entretanto, quando estas Instituições Financeiras são analisadas
internamente, do ponto de vista gestor e operacional o que vemos
é uma ação unificada com missão e objetivos únicos. Assim, esta
segmentação, mantidas as especificidades dos produtos, não faz sentido, pois apenas agrega custos, que acabam influenciando no custo
da intermediação financeira, sem acrescentar valor ao negócio.
Alguns grupos ou conglomerados financeiros, em função de aspectos de natureza societária ou de exigências governamentais, não
se utilizaram ainda desta facilidade. Foi por esta razão que em 1988,
este conjunto de instituições financeiras foi autorizado a se constituir
juridicamente como Banco Múltiplo, mantendo sua segmentação de
funções na forma de departamentos ou carteiras (comercial, investimento, financeira e imobiliária)mas, constituindo uma única estrutura legal, com caixa único e compromissos externos unificados.
Estabeleceu-se também que, para ser múltiplo, o banco teria
que ter duas carteiras sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial
ou de investimento.
Em agosto de 1994, quando de sua adesão ao Acordo de Basiléia o Banco Central autorizou a inclusão da carteira de arrendamento mercantil (mesmo considerando que a empresa de Arrendamento
Mercantil não é uma instituição financeira) dentro do Banco Múltiplo, ressalvada a condição de que, neste caso, não seria possível
a emissão de debêntures por esta carteira, como forma de captação
de recursos para arrendamento. Esta decisão foi importante para
instituições financeiras de porte pequeno em função da redução de
custo a ser obtida, mas, irrelevante para as grandes instituições já
constituídas tendo em vista as restrições impostas.
DECRETO Nº 3.621, DE 4 DE OUTUBRO DE 2000
Altera a redação do § 3º do art. 1º do Decreto nº 1.947, de 28
de junho de 1996.
O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do
cargo de Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto
nos arts. 1o, inciso VI, e 2o da Medida Provisória nº 1.948-59, de 21
de setembro de 2000, DECRETA:
Art. 1º O § 3º do art. 1º do Decreto nº 1.947, de 28 de junho de
1996, passa a vigorar com a seguinte redação:
§ 3º Os títulos serão emitidos, após celebração de contrato entre
a instituição financeira agente do PROAGRO e a União, com as
seguintes características:
I - data de emissão: 15 de janeiro de 2000;
II - data de vencimento: 15 de janeiro de 2008;
III - valor unitário na data de emissão: R$ 1.000,00 (mil reais);
IV - atualização do valor do ativo: mensalmente, a cada dia 15,
com base na variação do Índice Geral de Preços - Disponibilidade
Interna - IGP-DI do mês anterior, divulgado pela Fundação Getúlio
Vargas - FGV. Em caso de utilização do ativo no Programa Nacional
de Desestatizacao - PND, “por rata temporis” entre a última atualização e a data de sua utilização;
V - juros remuneratórios: seis por cento ao ano;
VI - pagamento do principal: em treze parcelas semestrais,
iguais e sucessivas, a partir de 15 de janeiro de 2002;
VII - pagamento dos juros: os juros referentes ao período compreendido entre a data de emissão e 15 de julho de 2001 serão capitalizados ao principal nesta última data. A partir de então, serão
exigíveis em treze parcelas semestrais e sucessivas, vencendo-se a
primeira em 15 de janeiro de 2002;
VIII - registro: na Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos - CETIP, no prazo de até cinco dias úteis a contar
da data do recebimento formal dos respectivos instrumentos contratuais;
IX - possibilidades de utilização do ativo:
a) liquidação financeira nas datas previstas acima;
b) no âmbito do Programa Nacional de Desestatizacao - PND,
para aquisição de bens e direitos, conforme legislação em vigor;
Didatismo e Conhecimento
40
ConheCimentos banCáRios
Para nós, usuários das instituições financeiras, não há a percepção desta mudança, pois, na prática, elas sempre operaram de forma unificada, o que se comprova pelo fato de hoje não distinguirmos
entre os bancos que são múltiplos ou os que não o são. Entretanto
para as instituições financeiras a mudança foi importante para a evolução e eficácia de seus negócios.
§ 5 - As sociedades de crédito imobiliário enviarão para publicação até o 10 dia de cada mês, no Diário Oficial do Estado
onde funcionarem, os balancetes mensais.
Art.37 - Ficarão sujeitas à prévia aprovação do Banco Nacional
da Habitação:
I - as alterações dos estatutos sociais das sociedades de crédito imobiliário;
II - abertura de agências ou escritórios das referidas sociedades;
III - a cessação de operações da matriz ou das dependências das referidas sociedades.
LEI Nº 4.380 DE 21/08/1964 - DOU 30/09/1964
Institui a Correção Monetária nos Contratos Imobiliários
de Interesse Social, o Sistema Financeiro Para a Aquisição da
Casa Própria, Cria o Banco Nacional de Habitação (BNH), e Sociedades de Crédito Imobiliário, as Letras Imobiliárias, o Serviço
Federal de Habitação e Urbanismo e dá outras Providências.
Art.38 - Os pedidos de autorização para funcionamento, alteração estatutária, abertura ou fechamento de agências ou dependências e aprovação de administradores deverão ser decididos pelo
Banco Nacional da Habitação, dentro de 120 (cento e vinte) dias da
sua apresentação e das decisões do Banco caberá recurso voluntário
para o Ministro da Fazenda.
Parágrafo único. O regulamento discriminará a documentação a ser apresentada, com os requerimentos referidos neste artigo,
podendo o Banco Nacional da Habitação fazer as exigências que
considerar de interesse para a apreciação do pedido e fixar prazo
razoável para o seu atendimento.
(...)
CAPÍTULO V
Das Sociedades de Crédito Imobiliário
(artigo 35 a 43)
Art. 35 - As sociedades de crédito imobiliário são instituições
de crédito especializado, dependem de autorização do Banco Nacional da Habitação para funcionar e estão sujeitas a permanente fiscalização do Governo Federal, através do referido Banco e da Superintendência da Moeda e do Crédito.
§ 1 - As sociedades de crédito imobiliário se organizarão
sob a forma anônima de ações nominativas, observando nos atos
de sua constituição todos os dispositivos legais aplicáveis, mas só
poderão dar início às suas atividades após publicação, no Diário
Oficial da União, da autorização do Banco Nacional da Habitação.
§ 2 - As sociedades de crédito imobiliário serão constituídas
com o capital mínimo de Cr$100 mil (cem mil cruzados) em moeda corrente, na forma da legislação que rege as sociedades anônimas, mas a emissão de autorização para funcionar dependerá da
integralização mínima de 50% (cinquenta por cento), mediante depósito do BNH.
§ 3 - O limite mínimo referido no parágrafo anterior será
anualmente atualizado, com base nos índices de que trata o Art.5,
§ 1.
Art.39 - As sociedades de crédito imobiliário somente poderão
operar em financiamento para construção, venda ou aquisição de habitações mediante:
I - abertura de crédito a favor de empresários que promovam
projetos de construção de habitações para venda a prazo;
II - abertura de crédito para a compra ou construção de casa própria com liquidação a prazo de crédito utilizado;
III - desconto, mediante cessão de direitos de receber a prazo
o preço da construção ou venda de habitações;
IV - outras modalidades de operações autorizadas pelo Banco
Nacional da Habitação.
§ 1 - Cada sociedade de crédito imobiliário somente poderá
operar com imóveis situados na área geográfica para a qual for autorizada a funcionar.
§ 2 - As sociedades de crédito imobiliário não poderão operar
em compra e venda ou construção de imóveis, salvo para liquidação
de bens que tenham recebido em pagamento dos seus créditos ou
no caso dos imóveis necessários à instalação de seus serviços.
§ 3 - Nas suas operações as sociedades de crédito imobiliário observarão as normas desta Lei e as expedidas pelo Banco
Nacional da Habitação, com relação dos limites do valor unitário,
prazo, condições de pagamento, juros, garantias, seguro, ágios e deságios na colocação de letras imobiliárias e diversificação de aplicações.
§ 4 - As disponibilidades das sociedades de crédito imobiliário serão mantidas em depósito no Banco Nacional da Habitação,
no Banco do Brasil, nos demais bancos oficiais da União e dos Estados e nas Caixas Econômicas (Vetado).
Art. 36- A autorização para funcionar será concedida por tempo indeterminado, enquanto a sociedade observar as disposições legais e regulamentares em vigor:
§ 1 - Somente poderão ser membros dos órgãos da administração e do Conselho Fiscal das sociedades de crédito imobiliário pessoas de reconhecida idoneidade moral e comercial, sendo que dois
diretores deverão comprovar capacidade financeira e técnica.
§ 2 - Os diretores somente poderão ser investidos nos seus cargos depois da aprovação pelo Banco Nacional da Habitação, à vista
das provas exigidas pela SUMOC para investimento de diretores
de estabelecimento bancário em geral.
§ 3 - A responsabilidade dos administradores de sociedade de
crédito imobiliário é a mesma prevista na lei para os diretores de
Bancos.
§ 4 - A expressão “crédito imobiliário” constará obrigatoriamente da denominação das sociedades referidas neste artigo.
Didatismo e Conhecimento
Art.40 - As sociedades de crédito imobiliário não poderão:
a) receber depósitos de terceiros que não sejam proprietários
de ações nominativas, a não ser nas condições e nos limites autorizados pelo Banco Nacional da Habitação;
41
ConheCimentos banCáRios
b) tomar empréstimos em moeda nacional ou estrangeira, a não
ser nas condições mínimas de prazo e nos limites máximos, em relação ao capital e reservas estabelecidos pelo Banco Nacional da
Habitação;
c) emitir letras imobiliárias em valor superior aos limites máximos aprovados pelo Banco Nacional da Habitação em relação ao
capital e reservas e ao montante dos créditos em carteira;
d) admitir a movimentação de suas contas por meio de cheques
contra ela girada ou emitir cheques na forma do Decreto número
24.777, de 14 de julho de 1934;
e) possuir participação em outras empresas.
§ 1 - O Banco Nacional da Habitação fixará o limite de recursos de terceiros que as sociedades poderão receber até o máximo de
15 (quinze) vezes os recursos próprios.
§ 2 - O Banco Nacional da Habitação fixará também os limites
mínimos de prazo dos vencimentos dos recursos de terceiros recebidos pela sociedade em relação aos prazos de suas aplicações.
a) multas, até 5% (cinco por cento) do capital social e das reservas especificadas para cada infração de dispositivos da presente Lei;
b) suspensão da autorização para funcionar pelo prazo de 6
(seis) meses;
c) cassação da autorização para funcionar.
§ 1 - As multas serão impostas pelo Banco Nacional da Habitação após a apuração em processo cujas normas serão expedidas
pelo Ministro da Fazenda, assegurada à sociedade ampla defesa.
§ 2 - Da suspensão ou cassação de funcionamento caberá recurso, com efeito suspensivo, para o Ministro da Fazenda.
ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO
Conceito
Esta instituição, que faz parte do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, constitui-se em uma forma associativa para a
construção ou aquisição da casa própria sem finalidade de lucro. É
uma sociedade civil, restrita a determinadas regiões, sendo de propriedade comum de seus associados.
Art.41 - O Banco Nacional da Habitação e a SUMOC manterão fiscalização permanente e ampla das sociedades de crédito
imobiliário podendo para isso, a qualquer tempo, examinar livros e
registros, papéis e documentação de qualquer natureza, atos e contratos.
§ 1 - As sociedades são obrigadas a prestar toda e qualquer informação que lhes for solicitada pelo Banco Nacional da Habitação
ou pela SUMOC.
Portanto, são sociedades civis onde os associados têm direito à
participação nos resultados. A captação de recursos ocorre através
de caderneta de poupança e seu objetivo é principalmente financiamento imobiliário.
Operações:
§ 2 - A recusa, a criação de embaraços, a divulgação ou fornecimento de informações falsas sobre as operações e as condições
financeiras da sociedade serão punidas na forma da lei.
§ 3 - O Banco Nacional da Habitação e a SUMOC manterão
sigilo com relação a documentos e informações que as sociedades
de crédito imobiliário lhes fornecerem.
Ativas
- Financiamentos imobiliários
Passivas
- cadernetas de poupança que remuneram os juros como se dividendos fossem, já que o depositante adquire vínculo societário.
Art.42 - As sociedades de crédito imobiliário são obrigadas a
observar o plano de contas e as normas de contabilização aprovadas pelo Banco Nacional da Habitação, bem como a divulgar, em
seus relatórios semestrais, as informações mínimas exigidas pelo
Banco Nacional da Habitação, quanto às suas condições financeiras.
§ 1 - As sociedades de crédito imobiliário são obrigadas a enviar ao Banco Nacional da Habitação até o último dia do mês seguinte, cópia do balancete do mês anterior, do balanço semestral e
da demonstração de lucros e perdas, bem como prova de envio para
publicação das atas de assembleias gerais, dentro de 30 (trinta) dias
da realização destas.
§ 2 - O BNH poderá exigir quando, a seu critério, considerar necessário, que sociedade desde crédito imobiliário se sujeite
à auditoria externa por empresas especializadas por ele aprovadas.
§ 3 - As sociedades de crédito imobiliário mencionarão
em sua publicidade os respectivos capitais realizados, suas reservas e o total de recursos mutuados aplicados, constantes de seu último balancete mensal.
Observações: Suas cartas patentes foram emitidas pelo extinto
BNH, com base no dispositivo a Lei Nº. 4.380/64.
DAS ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO
As associações de poupança e empréstimo são constituídas sob
a forma de sociedade civil, sendo de propriedade comum de seus
associados. Suas operações ativas são, basicamente, direcionadas ao
mercado imobiliário e ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
As operações passivas são constituídas de emissão de letras e cédulas hipotecárias, depósitos de cadernetas de poupança, depósitos
interfinanceiros e empréstimos externos. Os depositantes dessas entidades são considerados acionistas da associação e, por isso, não
recebem rendimentos, mas dividendos. Os recursos dos depositantes
são, assim, classificados no patrimônio líquido da associação e não
no passivo exigível.
DECRETO-LEI Nº 70, DE 21 DE NOVEMBRO DE 1966.
Art.43- A infração dos preceitos legais ou regulamentares sujeitará a sociedade às seguintes penalidades:
Didatismo e Conhecimento
Autoriza o funcionamento de associações de poupança e empréstimo, institui a cédula hipotecária e dá outras providências.
42
ConheCimentos banCáRios
Art. 1º Dentro das normas gerais que forem estabelecidas pelo
Conselho Monetário Nacional, poderão ser autorizadas a funcionar,
nos termos deste decreto-lei, associações de poupança e empréstimo, que se constituirão obrigatoriamente sob a forma de sociedades
civis, de âmbito regional restrito, tendo por objetivos fundamentais:
Art. 6º O Banco Nacional da Habitação poderá determinar, deliberando inclusive quanto à maneira de fazê-lo, a reorganização,
incorporação, fusão ou liquidação de associações de poupança e
empréstimo, bem como intervir nas mesmas, através de interventor
ou interventores especialmente nomeados, independentemente das
respectivas assembleias - gerais sempre que verificada uma ou mais
das seguintes hipóteses:
a) insolvência;
b) violação das leis ou dos regulamentes;
c) negativa em exibir papéis e documentos ou tentativa de impedir inspeções;
d) realização de operações inseguras ou antieconômicas;
e) operação em regime de perda.
I - propiciar ou facilitar a aquisição de casa própria aos associados;
II - captar, incentivar e disseminar a poupança.
§ 1º As associações de poupança e empréstimo estarão compreendidas no Sistema Financeiro da Habitação no item IV do
artigo 8º da Lei número 4.380, de 21 de agosto de 1964, e legislação complementar, com todos os encargos e vantagens decorrentes.
Art. 7º As Associações de poupança e empréstimo são isentas
de imposto de renda; são também isentas de imposto de renda as
correções monetárias que vierem a pagar a seus depositantes.
§ 2º As associações de poupança e empréstimo e seus administradores ficam subordinados aos mesmos preceitos e normas
atinentes às instituições financeiras, estabelecidos no capítulo V
da Lei nº4.595, de 31 de dezembro de 1964.
Art. 8º Aplicam-se às associações de poupança e empréstimo,
no que este decreto-lei não contrariar, os artigos 1.363 e seguintes do Código Civil ou legislação substitutiva ou modificativa deles.
Art. 2º São características essenciais das associações de poupança e empréstimo:
I - a formação de vínculo societário, para todos os efeitos legais,
através de depósitos em dinheiro efetuados por pessoas físicas interessadas em delas participar;
II - a distribuição aos associados, como dividendos, da totalidade dos resultados líquidos operacionais, uma vez deduzidas as
importâncias destinadas à constituição dos fundos de reserva e de
emergência e a participação da administração nos resultados das associações.
HISTÓRIA DO SEGURO
Início da Atividade Seguradora no Brasil
A atividade seguradora no Brasil teve início com a abertura dos
portos ao comércio internacional, em 1808. A primeira sociedade
de seguros a funcionar no país foi a “Companhia de Seguros BOA-FÉ”, em 24 de fevereiro daquele ano, que tinha por objetivo operar
no seguro marítimo.
Neste período, a atividade seguradora era regulada pelas leis
portuguesas. Somente em 1850, com a promulgação do “Código
Comercial Brasileiro” (Lei n° 556, de 25 de junho de 1850) é que o
seguro marítimo foi pela primeira vez estudada e regulada em todos
os seus aspectos.
O advento do “Código Comercial Brasileiro” foi de fundamental importância para o desenvolvimento do seguro no Brasil, incentivando o aparecimento de inúmeras seguradoras, que passaram a
operar não só com o seguro marítimo, expressamente previsto na legislação, mas, também, com o seguro terrestre. Até mesmo a exploração do seguro de vida, proibido expressamente pelo Código Comercial, foi autorizada em 1855, sob o fundamento de que o Código
Comercial só proibia o seguro de vida quando feito juntamente com
o seguro marítimo. Com a expansão do setor, as empresas de seguros estrangeiras, começaram a se interessar pelo mercado brasileiro,
surgindo, por volta de 1862, as primeiras sucursais de seguradoras
sediadas no exterior. Estas sucursais transferiam para suas matrizes
os recursos financeiros obtidos pelos prêmios cobrados, provocando
uma significativa evasão de divisas.
Assim, visando proteger os interesses econômicos do País, foi
promulgada, em 5 de setembro de 1895, a Lei n° 294, dispondo exclusivamente sobre as companhias estrangeiras de seguros de vida,
determinando que suas reservas técnicas fossem constituídas e tivessem seus recursos aplicados no Brasil, para fazer frente aos riscos
aqui assumidos.
Art. 3º É assegurado aos Associados:
I - retirar ou movimentar seus depósitos, observadas as condições regulamentares;
II - tomar parte nas assembleias gerais, com plena autonomia
deliberativa, em todos os assuntos da competência delas;
III - votar e ser votado.
Art. 4º Para o exercício de seus direitos societários, cada associado terá pelo menos um voto, qualquer que seja o volume de seus
depósitos na Associação, e terá tantos votos quantas “Unidades-Padrão de Capital do Banco Nacional da Habitação” se contenham no
respectivo depósito, nos termos do artigo 52 e seus parágrafos da Lei
nº 4.380, de 21-8-64, e artigo 9º e seus parágrafos deste decreto-lei.
§ 1º Quando o associado dispuser de mais de um voto, a
soma respectiva será apurada na forma prevista neste artigo,
sendo desprezadas as frações inferiores a uma «Unidade-Padrão de Capital».
§ 2º Poderá ser limitado, como norma geral, variável de
região a região, o número máximo de votos correspondentes a
cada depósito ou a cada depositante.
Art. 5º Será obrigatório, como despesa operacional das associações de poupança e empréstimo, o pagamento de prêmio para
seguro dos depósitos.
Didatismo e Conhecimento
43
ConheCimentos banCáRios
Algumas empresas estrangeiras mostraram-se discordantes das
disposições contidas no referido diploma legal e fecharam suas sucursais.
O mercado segurador brasileiro já havia alcançado desenvolvimento satisfatório no final do século XIX. Concorreram para isso,
em primeiro lugar, o Código Comercial, estabelecendo as regras
necessárias sobre seguros marítimos, aplicadas também para os seguros terrestres e, em segundo lugar, a instalação no Brasil de seguradoras estrangeiras, com vasta experiência em seguros terrestres.
Surgimento da Primeira Empresa de Capitalização
A primeira empresa de capitalização do Brasil foi fundada em
1929, chamada de “Sul América Capitalização S.A”. Entretanto, somente 3 anos mais tarde, em 10 de março de 1932, é que foi oficializada a autorização para funcionamento das sociedades de capitalização através do Decreto n°21.143, posteriormente regulamentado
pelo Decreto n° 22.456, de 10 de fevereiro de 1933, também sob
o controle da Inspetoria de Seguros. O parágrafo único do artigo
1 o do referido Decreto definia: “As únicas sociedades que poderão usar o nome de “capitalização” serão as que, autorizadas pelo
Governo, tiverem por objetivo oferecer ao público, de acordo com
planos aprovados pela Inspetoriade Seguros, a constituição de um
capital mínimo perfeitamente determinado em cada plano e pago em
moeda corrente, em um prazo máximo indicado no dito plano, à pessoa que subscrever ou possuir um titulo, segundo cláusulas e regras
aprovadas e mencionadas no mesmo titulo”
Surgimento da Previdência Privada
O século XIX também foi marcado pelo surgimento da “previdência privada” brasileira, pode-se dizer que inaugurada em 10 de
janeiro de 1835, com a criação do MONGERAL - Montepio Geral
de Economia dos Servidores do Estado - proposto pelo então Ministro da Justiça, Barão de Sepetiba, que, pela primeira vez, oferecia
planos com características de facultatividade e mutualismo.
A Previdência Social só viria a ser instituída através da Lei n°
4.682 (Lei Elói Chaves), de 24/01/1923.
Criação do Dnspc
Em 28 de junho de 1933, o Decreto n° 22.865 transferiu a “Inspetoria de Seguros” do Ministério da Fazenda para o Ministério do
Trabalho, Indústria e Comércio. No ano seguinte, através do Decreto n° 24.782, de 14/07/1934, foi extinta a Inspetoria de Seguros e
criado o Departamento Nacional de Seguros Privados e Capitalização - DNSPC, também subordinado àquele Ministério.
A Criação da Superintendência Geral de Seguros
O Decreto n° 4.270, de 10/12/1901, e seu regulamento anexo,
conhecido como “Regulamento Murtinho”, regulamentaram o funcionamento das companhias de seguros de vida, marítimos e terrestres, nacionais e estrangeiras, já existentes ou que viessem a se
organizar no território nacional. Além de estender as normas de
fiscalização a todas as seguradoras que operavam no País, o Regulamento Murtinho criou a “Superintendência Geral de Seguros”, subordinada diretamente ao Ministério da Fazenda. Com a criação da
Superintendência, foram concentradas, numa única repartição especializada, todas as questões atinentes à fiscalização de seguros, antes
distribuídas entre diferentes órgãos. Sua jurisdição alcançava todo o
território nacional e, de sua competência, constavam às fiscalizações
preventiva, exercida por ocasião do exame da documentação da sociedade que requeria autorização para funcionar, e repressiva, sob a
forma de inspeção direta, periódica, das sociedades. Posteriormente,
em 12 de dezembro de 1906, através do Decreto n° 5.072, a Superintendência Geral de Seguros foi substituída por uma Inspetoria de
Seguros, também subordinada ao Ministério da Fazenda.
Princípio de Nacionalização do Seguro
Com a promulgação da Constituição de 1937 (Estado Novo),
foi estabelecido o “Princípio de Nacionalização do Seguro”, já preconizado na Constituição de 1934. Em consequência, foi promulgado o Decreto n° 5.901, de 20 de junho de 1940, criando os seguros obrigatórios para comerciantes, industriais e concessionários
de serviços públicos, pessoas físicas ou jurídicas, contra os riscos
de incêndios e transportes (ferroviário, rodoviário, aéreo, marítimo,
fluvial ou lacustre), nas condições estabelecidas no mencionado regulamento.
CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão
normativo das atividades securitárias do país, foi criado pelo Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, diploma que institucionalizou, também, o Sistema Nacional de Seguros Privados, do qual
o citado Colegiado é o órgão de cúpula.
A principal atribuição do CNSP, na época da sua criação, era
a de fixar as diretrizes e normas da política governamental para os
segmentos de Seguros Privados e Capitalização, tendo posteriormente, com o advento da Lei nº 6.435, de 15 de julho de1977, suas
atribuições se estendido à Previdência Privada, no âmbito das entidades abertas.
Conforme disposto no Art. 1º da Lei nº 8.392, de 30 de dezembro de 1991, o CNSP teve o prazo da vigência para funcionar
como órgão Colegiado, prorrogado até a data de promulgação da
Lei Complementar de que trata o Art. 192 da Constituição Federal.
O Contrato de Seguro no Código Civil Brasileiro
Foi em 1º de janeiro de 1916 que se deu o maior avanço de
ordem jurídica no campo do contrato de seguro, ao ser sancionada a
Lei n° 3.071, que promulgou o “Código Civil Brasileiro”, com um
capítulo específico dedicado ao “contrato de seguro”.
Os preceitos formulados pelo Código Civil e pelo Código Comercial passaram a compor, em conjunto, o que se chama Direito
Privado do Seguro. Esses preceitos fixaram os princípios essenciais
do contrato e disciplinaram os direitos e obrigações das partes, de
modo a evitar e dirimir conflitos entre os interessados. Foram esses
princípios fundamentais que garantiram o desenvolvimento da instituição do seguro.
Didatismo e Conhecimento
44
ConheCimentos banCáRios
O CNSP tem se submetido a várias mudanças em sua composição, sendo a última através da edição da Lei nº10.190, de 14 de
fevereiro de 2001, que lhe determinou a atual estrutura.
Administração da SUSEP
A administração da SUSEP será exercida por um Superintendente nomeado pelo Presidente da República, mediante indicação
do Ministro da Indústria e do Comércio.
Atribuições
Fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados;
Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional
de Seguros Privados, bem como a aplicação das penalidades previstas;
Fixar as características gerais dos contratos de seguros e previdência privada aberta e capitalização;
Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro;
Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de Previdência Privada Aberta e de Capitalização, com fixação nos limites legais e técnicos das respectivas operações;
Disciplinar a corretagem de mercado e profissão de corretor.
O regimento interno da SUSEP, aprovado pelo Decreto do Poder Executivo, fixará a competência e as atribuições do Superintendente.
São atribuições do Superintendente:
I - traçar as diretrizes gerais de trabalho, exercendo a orientação, coordenação e controle geral das atividades da SUSEP;
II - superintender e dirigir, através dos órgãos principais e auxiliares, o funcionamento geral da SUSEP, em todos os setores de
suas atividades;
III - cumprir e fazer cumprir o Regimento Interno do Órgão,
propondo ao CNSP as modificações que se impuserem;
IV - representar a SUSEP em suas relações com terceiros, ativa
ou passivamente, em juízo ou fora dele;
V - propor ao CNSP o quadro do pessoal, fixando os respectivos
padrões próprios de vencimentos e vantagens;
VI - nomear ou designar os ocupantes de cargos e funções em
comissão;
VII - designar quem o deva substituir em suas ausências e impedimentos eventuais;
VIII - admitir, contratar, designar, nomear, requisitar, exonerar,
dispensar, conceder vantagens e aplicar penalidades a servidores de
qualquer categoria, de acordo com o Regimento Interno;
IX - delegar poderes a servidores da SUSEP para a prática de
atos específicos da vida administrativa da Autarquia;
X - elaborar os programas anuais e plurianuais, e seus respectivos orçamentos, submetendo-os à aprovação do CNSP;
XI - movimentar e aplicar os recursos da SUSEP, na forma da
legislação em vigor;
XII - autorizar despesas, pagamentos e realizar operações de
crédito, mediante prévio empenho orçamentário;
XIII - assinar, em nome da SUSEP, contratos, convênios e acordos;
XIV - apresentar anualmente ao Tribunal de Contas, para a sua
apreciação, todas as contas e o balanço do ano anterior, com a comprovação indispensável, na forma da legislação em vigor;
XV - impor aplicação de multas e outras penalidades, respeitadas as disposições legais em vigor;
XVI - designar o Diretor-Fiscal para as Sociedades Seguradoras, “ad referendum” do CNSP, bem como o Liquidante das que
entrarem em regime de liquidação compulsória; (redação dada pelo
D-075.072-1974)
XVII - criar e instalar Delegacias e Postos de Fiscalização da
SUSEP nos Estados e Territórios;
XVIII - criar Comissões Especiais para o estudo de questões de
natureza técnica e jurídica de seguros.
Superintendência de Seguros Privados - SUSEP
A SUSEP tem como competência a execução política nacional
de seguros privados e da fiscalização das seguradoras, das sociedades de capitalização, das entidades abertas de previdência privada
e dos corretores de seguros. A SUSEP é vinculada a estrutura do
Ministério da Fazenda e sua direção é exercida por um Conselho
Diretor, composto por um Superintendente e quatro Diretores, nomeados pelo Presidente da República. Entre suas responsabilidades,
destacam-se:
- Fiscalizar as operações e atividades das sociedades seguradoras de capitalização e entidades Abertas de previdência privada;
- Aprovar limites de operações para as sociedades seguradoras,
de acordo com o critério fixado pelo CNSP;
- Analisar os de autorização para constituição, organização e
funcionamento das sociedades seguradoras, de capitalização e entidades abertas de previdência privada, e encaminhá-los ao CNSP;
- Analisar os pedidos de autorização para constituição, organização e funcionamento das sociedades seguradoras, de capitalização e entidades abertas de previdência privada, e encaminha-los ao
CNPS;
- Regulamentar as operações de seguro, dos títulos de capitalização e das atividades das entidades abertas de previdência privada,
de acordo com as diretrizes do CNSP;
- Fixar as condições dos títulos de capitalização, de apólices,
planos de operações e tarifas a serem utilizadas pelo mercado segurador nacional e pelo mercado nacional de capitalização;
- Examinar e aprovar as condições de coberturas especiais, bem
como fixar as taxas aplicáveis;
Conselho de Gestão da Previdência Complementar – CGPC
- Proceder à liquidação das sociedades seguradoras, de capitalização e das entidades abertas de previdência privada que tiverem
cassada sua licença para funcionar no país.
Didatismo e Conhecimento
Órgão colegiado que integra a estrutura do Ministério da Previdência Social. Segundo a Lei Complementar 109/01, que trata do
45
ConheCimentos banCáRios
Órgão do Ministério da Previdência Social possui as seguintes
atribuições:
I - propor as diretrizes básicas para o Sistema de Previdência
Complementar;
II - harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdência privada com as políticas de desenvolvimento social e econômico-financeira do Governo;
III - supervisionar, coordenar, orientar e controlar as atividades
relacionadas com a previdência complementar fechada;
IV - analisar os pedidos de autorização para constituição, funcionamento, fusão, incorporação, grupamento, transferência de controle e reforma dos estatutos das entidades fechadas de previdência
privada, submetendo parecer técnico ao Ministro de Estado.
V - fiscalizar as atividades das entidades fechadas de previdência privada, quanto ao cumprimento da legislação e normas em vigor e aplicar as penalidades cabíveis;
sistema de previdência complementar, compete ao CGPC regular,
normatizar e coordenar as atividades das Entidades Fechadas de
Previdência Complementar (fundos de pensão). O Decreto nº 4.678,
de 25 de abril de 2003, devolveu ao Conselho a condição de órgão
de caráter recursal. Cabe ao CGPC julgar, em última instância, os
recursos interpostos contra as decisões da Secretaria de Previdência
Complementar.
O CGPC é integrado por oito conselheiros:
I) o Ministro de Estado da Previdência Social, que o presidirá;
II) o Secretário de Previdência Complementar;
III) um representante da Secretaria da Previdência Social;
IV) um representante do Ministério da Fazenda;
V) um representante do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;
VI) um representante dos patrocinadores e instituidores de entidades fechadas de previdência complementar;
VII) um representante das entidades fechadas de previdência
complementar;
VIII) um representante dos participantes e assistidos das entidades fechadas de previdência complementar
INSTITUTO DE RESSEGUROS DO BRASIL
IRB Brasil Resseguros S/A (IRB)
Estão entre as atribuições do CGPC
O IRB é uma sociedade de economia mista, jurisdicionada ao
Ministério da Fazenda, dotada de personalidade jurídica própria de
Direito Privado e goza de autonomia administrativa e financeira. A
finalidade do IRB é regular as operações de cosseguro, resseguro e
retrocessão, bem como promover o desenvolvimento das operações
de seguro, seguindo as diretrizes políticas do CNSP.
A composição acionária do IRB é distribuída da seguinte forma: 50% são de propriedade do Governo Federal, e 50%, obrigatoriamente, de propriedade de todas as seguradoras que operam no
país.
Dentre suas competências, destacamos:
- Aceitar o resseguro obrigatório e facultativo, do país ou do
exterior; - Reter o resseguro aceito, na totalidade ou em parte;
- Promover a colocação, no exterior, de seguro, cuja aceitação
não convenha aos interesses do País ou que nele não encontre cobertura;
- Distribuir pelas sociedades à parte dos resseguros que não retiver e colocar no exterior as responsabilidades excedentes da capacidade do mercado segurador, ou aquelas cuja cobertura fora do País
convenha aos interesses nacionais.
- Elaborar e expedir normas reguladoras de co-seguro, resseguro e retrocessão;
- Impor penalidade às sociedades seguradoras por infrações
cometidas na qualidade de co-seguradoras, resseguradoras ou retrocessionárias;
- Proceder à liquidação de sinistros, de conformidade com os
critérios traçados pelas normas de cada ramo de seguro;
- É de sua responsabilidade a liquidação de todos os sinistros
em cujos prejuízos participe como ressegurador.
1º) estabelecer as normas gerais complementares à legislação
e regulamentação aplicável às entidades fechadas de previdência
complementar, em consonância com os objetivos da ação do Estado
discriminados no art. 3° da Lei Complementar n° 109, de 2001;
2º) estabelecer regras para a constituição e o funcionamento da
entidade fechada, reorganização da entidade e retirada de patrocinador;
3º) normatizar a transferência de patrocínio, de grupo de participantes, de planos e de reservas entre entidades fechadas;
4º)determinar padrões para a instituição e operação de planos
de benefícios, de modo a assegurar sua transparência, solvência, liquidez e equilíbrio financeiro;
5º) normatizar novas modalidades de planos de benefícios;
6º) estabelecer normas complementares para os institutos da
portabilidade, do benefício proporcional diferido, do resgate e do
autopatrocínio, garantidos aos participantes;
7º) estabelecer normas especiais para a organização de planos
instituídos;
8º) determinar a metodologia a ser empregada nas avaliações
atuariais;
9º) fixar limite para as despesas administrativas dos planos de
benefícios e das entidades fechadas de previdência complementar;
10º) estabelecer regras para o número mínimo de participantes
ou associados de planos de benefícios;
11º) estabelecer as normas gerais de contabilidade, de atuária,
econômico-financeira e de estatística;
12º) conhecer e julgar os recursos interpostos contra decisões
da Secretaria de Previdência Complementar relativas à aplicação de
penalidades administrativas; e
13º) apreciar recursos de ofício, interpostos pela Secretaria de
Previdência Complementar, das decisões que concluírem pela não
aplicação de penalidade prevista na legislação própria ou que reduzirem a penalidade aplicada.
Didatismo e Conhecimento
Porém, delega essa missão às sociedades seguradoras, dentro de
limites fixados periodicamente em função do prejuízo havido. Desta
forma, só participa da liquidação de um sinistro quando os prejuízos
superarem esses limites.
46
ConheCimentos banCáRios
DECRETO-LEI Nº 261, DE 28 DE FEVEREIRO DE 1967
Como o próprio nome sugere resseguro é o seguro do seguro.
Quando uma companhia assume um contrato de seguro superior à
sua capacidade financeira, ela necessita repassar esse risco, ou parte
dele, a uma resseguradora. O resseguro é uma prática comum, feita
em todo o mundo, como forma de preservar a estabilidade das companhias seguradoras e garantir a liquidação do sinistro ao segurado.
Dispõe sobre as Sociedades de Capitalização e dá outras providências.
Art. 1º - Todas as operações das sociedades de capitalização
ficam subordinadas às disposições do presente Decreto-lei.
Parágrafo único. Consideram-se sociedades de capitalização as
que tiverem por objetivo fornecer ao público, de acordo com planos
aprovados pelo Governo Federal, a constituição de um capital mínimo perfeitamente determinado em cada plano, e pago em moeda
corrente em um prazo máximo indicado no mesmo plano, à pessoa
que possuir um título segundo cláusulas e regras aprovadas e mencionadas no próprio título.
MAS QUEM SEGURA O RESSEGURO?
Muitas vezes, os valores envolvidos nos contratos de seguro são
tão altos que mesmo o resseguro necessita de cobertura. Nesse caso,
a pulverização de risco é feita entre resseguradoras internacionais,
recebendo o nome de retrocessão. Quanto maior o valor do contrato,
maior a necessidade de envolvimento de um grupo maior de empresas. Por isso, podemos dizer que o resseguro é uma das atividades
econômicas que há mais tempo pratica a globalização.
Art. 2º - O controle do Estado se exercerá pelos órgãos referidos neste Decreto-lei, no interesse dos portadores de títulos de capitalização, e objetivando:
I - promover a expansão do mercado de capitalização e propiciar as condições operacionais necessárias à sua integração no progresso econômico e social do País;
II - promover o aperfeiçoamento do sistema de capitalização e
das sociedades que nele operam;
III - preservar a liquidez e a solvência das sociedades de capitalização;
IV - coordenar a política de capitalização com a política de investimentos do Governo Federal, observados os critérios estabelecidos para as políticas monetárias, creditícia e fiscal, bem como as
características a que devem obedecer as aplicações de cobertura das
reservas técnicas.
SOCIEDADES SEGURADORAS
As sociedades seguradoras são empresas que operam na aceitação dos riscos de seguro, respondendo junto ao segurado pelas
obrigações assumidas. Estão sujeitas às normas, instruções e fiscalização da SUSEP e do IRB.
São sociedades anônimas ou públicas que operam em seguros
dos ramos vida e não vida, regionalmente ou em todo o país, de
acordo com as autorizações dadas pela SUSEP.
São enquadradas como instituições financeiras segundo determinação legal. O BACEN orienta o percentual limite a ser destinado
aos mercados de renda fixar e variável.
Entre as normas que regulam suas atividades, destacamos:
- Só podem operar os ramos de seguros para os quais tenham
autorização;
- Não podem reter responsabilidades de seguros cujo valor ultrapasse seus limites técnicos;
- São obrigadas a ressegurar no IRB as responsabilidades excedentes de seus limites técnicos;
- Só podem aceitar resseguros mediante prévia e expressa autorização do IRB;
- Têm obrigação de constituir reservas técnicas, fundos especiais e provisões;
- São proibidas de explorar qualquer outro ramo de comércio
ou indústria. A autorização para funcionamento das sociedades seguradoras é concedida através de Portaria do Ministério da Fazenda,
mediante requerimento firmado pelos incorporadores, dirigido ao
CNSP e apresentado através da SUSEP.
Art. 3º - Fica instituído o Sistema Nacional de Capitalização,
regulado pelo presente Decreto-lei e constituído:
I - do Conselho Nacional de seguros Privados (CNSP);
II - da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP);
III - das sociedades autorizadas a operar em capitalização.
§ 1º Compete privativamente ao Conselho Nacional de Seguros
Privados (CNSP) fixar as diretrizes e normas da política de capitalização e regulamentar as operações das sociedades do ramo, relativamente às quais exercerá atribuições idênticas às estabelecidas para
as sociedades de seguros, nos termos dos incisos I a VI, X a XII e
XVII a XIX do art. 32 do Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de
1966. (Redação dada pela Lei complementar nº 137, de 2010)
§ 2º A Susep é o órgão executor da política de capitalização traçada pelo CNSP, cabendo-lhe fiscalizar a constituição, organização,
funcionamento e operações das sociedades do ramo, relativamente
às quais exercerá atribuições idênticas às estabelecidas para as sociedades de seguros, nos termos das alíneas a, b, c, g, h, i, k e l do
art. 36 do Decreto-Lei nº 73, de 1966. (Redação dada pela Lei complementar nº 137, de 2010)
SOCIEDADES DE CAPITALIZAÇÃO
Instituições financeiras que oferecem ao público um tipo de
poupança - os títulos de capitalização - no qual se assume o pagamento de pequenas parcelas mensais. O reembolso do capital é geralmente feito após períodos superiores a dez anos; então o portador
do título recebe a quantia estabelecida, acrescida de juros.
Esses rendimentos costumam ser inferiores aos pagos pelas cadernetas de poupança, mas os portadores de títulos de capitalização
concorrem mensalmente a prêmios em dinheiro.
Didatismo e Conhecimento
Art. 4º - As sociedades de capitalização estão sujeitas as disposições idênticas às estabelecidas nos seguintes artigos do Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, e, quando for o caso, seus
incisos, alíneas e parágrafos: 7, 25 a 31, 74 a 77, 84, 87 a 111, 113,
114, 116 a 121.
47
ConheCimentos banCáRios
tência Social, através da Secretaria de Previdência Complementar,
restringia o financiamento desses benefícios apenas aos funcionários das empresas patrocinadoras do grupo. Atualmente estão sendo
concedidas autorizações para que esses fundos recebam adesões de
outras empresas de porte menor, desde que seja obtida a aprovação
dos respectivos planos de benefícios junto à Secretaria de Previdência Complementar.
Constituir uma empresa de previdência privada própria representa custos elevados para a empresa patrocinadora. Afinal, isto
requer um investimento significativo para manter a nova empresa
em funcionamento. Custos de contratação de pessoal especializado,
despesas com informatização e serviços atuarial e contábil são alguns dos itens com maior representatividade. Assim sendo, a fim de
permitir uma alternativa viável para oferecer benefícios previdenciários complementares aos da Previdência Social, o Ministério da
Previdência e Assistência Social e a Secretaria de Previdência Complementar permitiram a criação dos Fundos Multipatrocinados, cujo
objetivo é propiciar às empresas interessadas os mesmos benefícios
oferecidos pelos Fundos de Pensão.
Os Fundos de Pensão são organizados sob a forma de uma sociedade civil, e são administrados, na grande maioria por entidades
financeiras (bancos), sendo os planos de cada empresa independentes dos demais, mantendo cada um suas características próprias.
Não existe, portanto, qualquer solidariedade entre os planos; cada
empresa responde pelo desempenho financeiro, atuarial e contábil
de seu plano.
Art. 5º - O presente Decreto-lei entra em vigor na data de sua
publicação.
Art. 6º - Revogam-se o Decreto nº 22.456, de 10 de fevereiro de
1933, os artigos 147 e 150 do Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro
de 1966, e as demais disposições em contrário.
ENTIDADES ABERTAS E ENTIDADES
FECHADAS DE PREVIDÊNCIA
As entidades abertas de previdência privada são organizadas
sob a forma de sociedades civis sem fins lucrativos (antigos montepios), sociedades com fins lucrativos (sociedades anônimas) e Departamentos de Previdência Privada Operadora do Ramo Vida, pois
a Lei nº 6.435/77 permite às seguradoras autorizadas operar com
seguros de vida e criar departamento específico para operações em
planos de previdência aberta. Com o advento da terceirização, as
seguradoras e sociedades anônimas voltadas para esse fim têm se
constituído em uma alternativa viável para empresas de todo porte
que tenham interesse em maximizar o custo de implantação de um
programa complementar. As entidades abertas de previdência privada estão enquadradas na área de competência do Ministério da
Fazenda e do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP);são
fiscalizadas pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP)e
oferecem planos de pecúlio e rendas.
CORRETORAS DE SEGUROS
ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA PRIVADA
Corretores de Seguros: são pessoas físicas ou jurídicas. São os
intermediários legalmente autorizados a angariar e promover contratos de seguro entre as pessoas físicas ou jurídicas de direito privado e as seguradoras.
Esses intermediários estão subordinados a política traçada pelo
CNSP, tendo sua operação regulamentada pela Lei nº 4.594, de 29 de
dezembro de 1964. A mesma estabelece as condições de habilitação,
direitos e deveres, penalização, fiscalização e atuação dos prepostos
de seguros. Os Corretores estão organizados na Federação Nacional
dos Corretores de Seguros e de Capitalização - FENACOR e em
diversos Sindicatos Estaduais, conhecidos por SINCOR’s. Quanto
ao exercício da atividade deve-se ressaltar que o Corretor de Seguro:
I) É responsável, civilmente, perante os segurados e as sociedades seguradoras pelos prejuízos que a eles causar por omissão,
imperícia ou negligência, no exercício de sua profissão;
II) Está sujeito às normas, instruções e fiscalização da SUSEP;
III) Pode ter prepostos de sua livre escolha;
IV) Não pode (nem seus prepostos) aceitar ou exercer empregos públicos;
V) Não pode (nem seus prepostos) manter relação de emprego
ou de direção com companhias seguradoras;
São instituições mantidas por contribuições de um grupo de trabalhadores e da mantenedora. Por determinação legal, parte de seus
recursos devem ser destinados ao mercado acionário.
Organizam-se sob a forma de Sociedade Civil e são conhecidas
também como Fundos de Pensão ou Fundações, sendo consideradas
entidades sem fins lucrativos.
Estão enquadradas na área de competência do Ministério da
Previdência e Assistência Social e do Conselho da Previdência
Complementar. São fiscalizadas pela Secretaria de Previdência
Complementar e oferecem planos de pecúlio ou renda, além de diversos outros benefícios assemelhados ao da Previdência Oficial. A
autorização para uma empresa privada constituir um Fundo de Pensão é fornecida pelo Ministério da Previdência e Assistência Social,
mediante o requerimento dos seus representantes legais, por intermédio da Secretaria de Previdência Complementar. Tal solicitação
deve ser acompanhada dos seguintes documentos:
- atos constitutivos e estatutos vigentes, dispensáveis caso se
tratem de fundos contábeis;
- estatuto e regulamento do Plano de Benefícios, devidamente
adaptados à legislação em vigor;
- regulamento e nota técnica assinada por atuário habilitado,
estabelecendo o equacionamento do plano de benefícios;
- uma dotação inicial para fazer frente ao serviço passado dos
participantes do plano, calculada com base em orientação do atuário
responsável pelo plano.
Obs: Os impedimentos relacionados nos quarto e quinto itens
atingem também os sócios e diretores de empresas de corretagem.
O exercício da profissão de Corretor de Seguros depende de prévia habilitação e registro. A habilitação se dá através do Exame ou
Curso para Habilitação de Corretores de Seguros administrados pela
Fundação Escola Nacional de Seguros - FUNENSEG. O registro é
conferido pela SUSEP. As comissões de corretagem de seguros só
podem ser pagas a Corretores de Seguros devidamente habilitados.
Atualmente, os fundos de pensão são um importante segmento
da economia nacional. São importantes investidores institucionais
e oferecem uma grande contribuição na formação de poupança interna para o país. No passado, o Ministério da Previdência e Assis-
Didatismo e Conhecimento
48
ConheCimentos banCáRios
§ 3º Caberá, exclusivamente, ao Conselho de Saúde Suplementar - CONSU, nos termos da Lei nº 9.656, de 1998, e à ANS, nos termos da Lei nº 9.961, de 2000, disciplinar o seguro de que trata este
artigo quanto às matérias previstas nos incisos I e IV do art. 35-A da
referida Lei nº 9.656, de 1998, e no art. 4º da Lei nº 9.961, de 2000,
bem como quanto à autorização de funcionamento e à operação das
sociedades seguradoras especializadas. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 2.177-44, de 2001)
§ 4º Enquanto as sociedades seguradoras não promoverem a
sua especialização em saúde, nos termos deste artigo, ficarão sujeitas à fiscalização da SUSEP e da ANS, no âmbito de suas respectivas
competências.
§ 5º As sociedades seguradoras especializadas em seguro saúde, nos termos deste artigo, continuarão subordinadas às normas
sobre as aplicações dos ativos garantidores das provisões técnicas
expedidas pelo Conselho Monetário Nacional - CMN.
SOCIEDADES ADMINISTRADORAS
DE SEGURO - SAÚDE
O setor de saúde suplementar reúne empresas operadoras de
planos de saúde, médicos, enfermeiros, dentistas e outros profissionais, além de hospitais, laboratórios e clínicas em uma rede prestadora de serviços de saúde que atende aos consumidores de planos
privados de assistência à saúde.
A sociedade administradora de seguro-saúde é uma instituição que opera com o seguro-saúde, ou seja, uma modalidade de
contrato para prestação de serviço de saúde por empresa privada
(seguradora).
No seguro-saúde, diferentemente do plano de saúde, o consumidor tem liberdade de escolher médico ou hospital, devendo a seguradora arcar com o pagamento.
A Lei 10.185/01 exigiu que as seguradoras que já atuavam no
segmento do seguro-saúde se transformassem em seguradoras especializadas, equiparando-as às Operadoras de Plano de Assistência
à Saúde e passando a estar subordinadas a uma nova estrutura de
regulação e fiscalização vinculada ao Ministério da Saúde, através
da ANS, juntamente com as outras modalidades de operadoras de
planos de saúde privados.
Art. 2º Para efeito da Lei no 9.656, de 1998, e da Lei no 9.961,
de 2000, enquadra-se o seguro saúde como plano privado de assistência à saúde e a sociedade seguradora especializada em saúde
como operadora de plano de assistência à saúde.
Art. 3º A sociedade seguradora que não se adaptar ao disposto
nesta Lei fica obrigada a transferir sua carteira de saúde para sociedade seguradora especializada já estabelecida ou para operadora de
planos privados de assistência à saúde, que venha a apresentar o
plano de sucessão segundo as normas fixadas pela ANS.
Parágrafo único. Deverá ser observado o prazo limite de 1º de
julho de 2001 para a transferência da carteira de saúde de que trata
o caput deste artigo.
LEI Nº 10.185, DE 12 DE FEVEREIRO DE 2001.
Dispõe sobre a especialização das sociedades seguradoras em
planos privados de assistência à saúde e dá outras providências.
Faço saber que o PRESIDENTE DA REPÚBLICA adotou a
Medida Provisória nº 2.122-2, de 2001, que o Congresso Nacional
aprovou, e eu, Antonio Carlos Magalhães, Presidente, para os efeitos do disposto no parágrafo único do art. 62 da Constituição Federal, promulgo a seguinte Lei:
Art. 4º Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida Provisória no 2.122-1, de 27 de dezembro de 2000.
Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 1º As sociedades seguradoras poderão operar o seguro enquadrado no art. 1º, inciso I e § 1º, da Lei nº 9.656, de 3 de junho de
1998, desde que estejam constituídas como seguradoras especializadas nesse seguro, devendo seu estatuto social vedar a atuação em
quaisquer outros ramos ou modalidades.
§ 1º As sociedades seguradoras que já operam o seguro de que
trata o caput deste artigo, conjuntamente com outros ramos de seguro, deverão providenciar a sua especialização até 1o de julho de
2001, a ser processada junto à Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, mediante cisão ou outro ato societário pertinente.
§ 2º As sociedades seguradoras especializadas, nos termos deste
artigo, ficam subordinadas às normas e à fiscalização da Agência
Nacional de Saúde - ANS, que poderá aplicar-lhes, em caso de infringência à legislação que regula os planos privados de assistência
à saúde, as penalidades previstas na Lei nº 9.656, de 1998, e na Lei
nº 9.961, de 28 de janeiro de 2000.
§ 3º Caberá, exclusivamente, ao Conselho de Saúde Complementar - CONSU, nos termos da Lei nº 9.656, de 1998, e à ANS,
nos termos da Lei nº 9.961, de 2000, disciplinar o seguro de que
trata este artigo quanto às matérias previstas nos incisos I e IV do
art. 35-A da referida Lei nº 9.656, de 1998, bem como quanto à autorização de funcionamento e à operação das sociedades seguradoras
especializadas.
Didatismo e Conhecimento
Congresso Nacional, em 12 de fevereiro de 2001; 180º da Independência e 113º da República.
DECRETO-LEI Nº 73, DE 21 DE NOVEMBRO DE 1966.
Dispõe sobre o Sistema Nacional de Seguros Privados, regula
as operações de seguros e resseguros e dá outras providências.
CAPÍTULO XII
Disposições Gerais e Transitórias
(...)
SEÇÃO I
Do Seguro-Saúde
Art 129. Fica instituído o Seguro-Saúde para dar cobertura aos
riscos de assistência médica e hospitalar.
Art 130. A garantia do Seguro-Saúde consistirá no pagamento
em dinheiro, efetuado pela Sociedade Seguradora, à pessoa física
ou jurídica prestante da assistência médico-hospitalar ao segurado.
49
ConheCimentos banCáRios
§ 1º A cobertura do Seguro-Saúde ficará sujeita ao regime de
franquia, de acordo com os critérios fixados pelo CNSP.
§ 2º A livre escolha do médico e do hospital é condição obrigatória nos contratos referidos no artigo anterior.
SEÇÃO II
Art. 136. Fica extinto o Departamento Nacional de Seguros
Privados e Capitalização (DNSPC), do Ministério da Indústria e do
Comércio, cujo acervo e documentação passarão para a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
§ 1º Até que entre em funcionamento a SUSEP, as atribuições a
ela conferidas pelo presente Decreto-lei continuarão a ser desempenhadas pelo DNSPC.
§ 2º Ficam extintos, no Quadro de Pessoal do Ministério da
Indústria e do Comércio, o cargo em comissão de Diretor-Geral do
Departamento Nacional de Seguros Privados e Capitalização, símbolo 2-C, e oito (8) cargos, em comissão, de Delegado Regional de
seguros, símbolo 5-C.
§ 3º Enquanto não for aprovado o Quadro de Pessoal da SUSEP,
os ocupantes dos cargos referidos no parágrafo anterior continuarão
no exercício de suas funções, sem prejuízo de seus vencimentos e
vantagens.
Art 131. Para os efeitos do artigo 130 deste Decreto-lei, o CNSP
estabelecerá tabelas de honorários médico-hospitalares e fixará percentuais de participação obrigatória dos segurados nos sinistros.
§ 1º Na elaboração das tabelas, o CNSP observará a média regional dos honorários e a renda média dos pacientes, incluindo a
possibilidade da ampliação voluntária da cobertura pelo acréscimo
do prêmio.
§ 2º Na fixação das percentagens de participação, o CNSP levará em conta os índices salariais dos segurados e seus encargos
familiares.
Art 132. O pagamento das despesas cobertas pelo Seguro-Saúde dependerá de apresentação da documentação médico hospitalar
que possibilite a identificação do sinistro. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 296, de 1967)
Art. 137. Os funcionários atualmente em exercício no DNSPC
continuarão a integrar o Quadro de Pessoal do Ministério da Indústria e do Comércio, observadas, para efeito delotação, as necessidades de serviço, e ressalvado o direito de opção dos Inspetores de
Seguros de acordo com o parágrafo único do artigo 140.Art.
Art 133. É vedado às Sociedades Seguradoras acumular assistência financeira com assistência médico-hospitalar.
Art 134. As sociedades civis ou comerciais que, na data deste
Decreto-lei, tenham vendido títulos, contratos, garantias de saúde,
segurança de saúde, benefícios de saúde, títulos de saúde ou seguros
sob qualquer outra denominação, para atendimento médico, farmacêutico e hospitalar, integral ou parcial, ficam proibidas de efetuar
novas transações do mesmo gênero, ressalvado o disposto no art.
135, parágrafo 1º. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 296, de 1967)
§ 1º As Sociedades civis e comerciais que se enquadrem no disposto neste artigo poderão continuar prestando os serviços nele referidos exclusivamente às pessoas físicas ou jurídicas com as quais os
tenham ajustado ante da promulgação deste Decreto-lei, facultada
opção bilateral pelo regime do Seguro-Saúde.
§ 2º No caso da opção prevista no parágrafo anterior, as pessoas
jurídicas prestantes da assistência médica, farmacêutica e hospitalar,
ora regulada, ficarão responsáveis pela contribuição do Seguro-Saúde devida pelas pessoas físicas optantes.
§ 3º Ficam excluídas das obrigações previstas neste artigo as
Sociedades Beneficentes que estiverem em funcionamento na data
da promulgação desse Decreto-lei, as quais poderão preferir o regime do Seguro-Saúde a qualquer tempo.
Art. 138. Poderá a SUSEP requisitar servidores da administração centralizada ou descentralizada sem prejuízo de vencimentos,
direitos, gratificações e vantagens.
Art. 139. Após a aprovação do quadro de pessoal da SUSEP
será assegurado aos servidores requisitados o direito de opção no
prazo de 90 dias, pelo regime de pessoal da autarquia ou retorno ao
órgão de origem.
Parágrafo único. As disposições do presente artigo são aplicáveis aos atuais ocupantes dos cargos de inspetor de seguros.
Art. 140. As dotações consignadas no Orçamento da União,
para o exercício de 1967, à conta do DNSPC, serão transferidas para
a SUSEP excluídas as relativas às despesas decorrentes de vencimentos e vantagens de Pessoal Permanente.
Art. 141. Fica dissolvida a Companhia Nacional de Seguro
Agrícola, competindo ao Ministério da Agricultura promover sua
liquidação e aproveitamento de seu pessoal.
Art. 142. Ficam incorporadas ao Fundo de Estabilidade do Seguro Rural:
a) Fundo de Estabilidade do seguro Agrário, a que se refere o
artigo 8º da Lei 2.168, de 11de janeiro de 1964;
b) O Fundo de Estabilização previsto no artigo 3º da Lei nº
4.430, de 20 de outubro de1964.
Art 135. As entidades organizadas sem objetivo de lucro, por
profissionais médicos e paramédicos ou por estabelecimentos hospitalares, visando a institucionalizar suas atividades para a prática
da medicina social e para a melhoria das condições técnicas e econômicas dos serviços assistenciais, isoladamente ou em regime de
associação, poderão operar sistemas próprios de pré-pagamento de
serviços médicos e/ou hospitalares, sujeitas ao que dispuser a Regulamentação desta Lei, às resoluções do CNSP e à fiscalização dos
órgãos competentes.
Didatismo e Conhecimento
Art. 143. Os órgãos do Poder Público que operam em seguros
privados enquadrarão suas atividades ao regime deste Decreto-Lei
no prazo de cento e oitenta dias, ficando autorizados a constituir a
necessária Sociedade Anônima ou Cooperativa.
50
ConheCimentos banCáRios
§ 1º As Associações de Classe, de Beneficência e de Socorros
mútuos e os Montepios que instituem pensões ou pecúlios, atualmente em funcionamento, ficam excluídos do regime estabelecido
neste Decreto-Lei, facultado ao CNSP mandar fiscalizá-los se e
quando julgar conveniente.
§ 2º As Sociedades Seguradoras estrangeiras que operam no
País, adaptarão suas organizações às novas exigências legais, no
prazo deste artigo e nas condições determinadas pelo CNSP.
Assistido: pessoa física em gozo do benefício sob a forma de
renda;
Averbadora: pessoa jurídica que propõe a contratação de plano
coletivo, ficando investida de poderes de representação, exclusivamente para contratá-lo com a EAPC, sem participar do custeio;
Base de cálculo da performance financeira: a diferença, ao
final do último dia útil do mês, entre a parcela do patrimônio líquido do FIE correspondente à Provisão Matemática de Benefícios
a Conceder (no período de diferimento) ou Benefícios Concedidos
(no período de pagamento de benefício), conforme o caso, e o valor
da remuneração pela gestão financeira acumulado do mês;
Art. 144. O CNSP proporá ao Poder Executivo no prazo de cento e oitenta dias, as normas de regulamentação dos seguros obrigatórios previstos no artigo 20 deste Decreto-Lei.
Art. 145. Até a instalação do CNSP e da SUSEP, será mantida
a jurisdição e a competência do DNSPC, conservadas em vigor as
disposições legais e regulamentares, inclusive as baixadas pelo IRB,
no que forem cabíveis.
Beneficiários: as pessoas indicadas na proposta de inscrição ou
em documento específico, para receber o pagamento relativo ao benefício contratado, no caso dos planos cujo evento gerador do benefício seja a morte do participante, ou o próprio participante no caso
dos planos cujo evento gerador seja a sobrevivência ou a invalidez.
Art. 146. O Poder Executivo fica autorizado a abrir o crédito
especial de Cr$500.000.000(quinhentos milhões de cruzeiros), no
exercício de 1967, destinado à instalação do CNSP e da SUSEP.
Art. 147. A fiscalização da gestão financeira e administrativa
das Sociedades que operam em capitalização passa à jurisdição do
Banco Central da República do Brasil.
Caso esteja previsto em Regulamento e, a estrutura técnica do
plano o permita, a Provisão Matemática de Benefícios a Conceder
será disponibilizada aos beneficiários em caso de óbito do participante durante o período de diferimento.
Art. 148. As resoluções do Conselho Nacional de Seguros Privados vigorarão imediatamente e serão publicadas no Diário Oficial
da União.
Benefício: o pagamento que os beneficiários recebem em função da ocorrência do evento gerador durante o período de cobertura.
Art. 149. O Poder Executivo regulamentará este Decreto-Lei no
prazo de 120 dias (cento e vinte dias), vigendo idêntico prazo para a
aprovação do Regulamento da SUSEP e dos Estatutos do IRB.
Benefício Definido: a modalidade de plano segundo a qual o
valor do benefício contratado é previamente estabelecido na proposta de inscrição.
Art. 150. (Revogado pelo Decreto-lei nº 261, de 1967)
Carregamento: o percentual incidente sobre as contribuições
pagas pelo participante, para fazer face às despesas administrativas,
de corretagem e colocação do Plano. O percentual máximo de carregamento permitido pela legislação vigente é de 10% para os planos
estruturados na modalidade de contribuição variável e de 30% para
aqueles na modalidade de benefício definido.
Art. 151. Para eleito do artigo precedente ficam suprimidos os
cargos e funções de Delegado do Governo Federal e de liquidante
designado pela sociedade, a que se referem os artigos 24 e 25 do
Decreto nº 22.456, de 10 de fevereiro de 1933, ressalvadas as liquidações decretadas até dezembro de 1965.
Certificado de Participante: o documento emitido pela EAPC
que caracteriza a aceitação do interessado no Plano subscrito.
Art. 152. O risco de acidente de trabalho continua a ser regido pela legislação específica, devendo ser objeto de nova legislação
dentro de 90 dias.
Cobertura de Risco: a que garante o pagamento de benefício
aos beneficiários indicados pela morte ou invalidez do participante.
Art. 153. Este Decreto-Lei entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas expressamente todas as disposições de
leis, decretos e regulamentos que dispuserem em sentido contrário.
Cobertura por Sobrevivência: a que garante o pagamento de
benefício pela sobrevivência do participante ao período de diferimento contratado.
DEFINIÇÕES BÁSICAS – GLOSSÁRIO
Comunicabilidade: instituto que, na forma regulamentada,
permite a utilização de recursos da Provisão Matemática de Benefícios a Conceder, referente à cobertura por sobrevivência, para o
custeio de cobertura (ou coberturas) de risco, inclusive valor de impostos e do carregamento, quando for o caso;
Acidente Pessoal: o evento, com data caracterizada e perfeitamente conhecida, externo, súbito, involuntário e violento, causador
de lesão física, que, por si só, independente de toda e qualquer outra
causa, tenha como consequência direta a morte ou a invalidez total e
permanente do participante.
Didatismo e Conhecimento
51
ConheCimentos banCáRios
FAQE: fundo de aplicação em quotas de fundos de investimento, especialmente constituído, conforme as diretrizes estabelecidas
pelo Conselho Monetário Nacional na regulamentação que disciplina a aplicação dos recursos das reservas, das provisões e dos fundos
das sociedades seguradoras, das sociedades de capitalização e das
entidades abertas de previdência complementar, bem como a aceitação dos ativos correspondentes como garantidores dos respectivos
recursos;
Consignante: pessoa jurídica responsável, exclusivamente,
pela efetivação de desconto sem folha de pagamento, em favor da
EAPC, correspondentes às contribuições dos participantes; Contrato: instrumento jurídico que tem por objetivo estabelecer as condições particulares da contratação do plano coletivo e fixar os direitos
e obrigações entre averbadora/instituidora, EAPC e participantes;
Contribuição: o valor pago à EAPC para o custeio do Plano
contratado.
FIE: o fundo de investimento especialmente constituído, cuja
carteira seja composta em conformidade com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional na regulamentação que
disciplina a aplicação dos recursos das reservas, das provisões e dos
fundos das sociedades seguradoras, das sociedades de capitalização
e das entidades abertas de previdência complementar, bem como a
aceitação dos ativos correspondentes como garantidores dos respectivos recursos;
Critério de Atualização: Os contratos firmados a partir de
01/01/1997 terão os valores de benefício e contribuição atualizados anualmente de acordo com um dos índices de preços previstos
na Circular SUSEP nº 11/96 - IGP-M/FGV; IGP-DI/FGV; INPC/
IBGE; IPCA/IBGE;IPC/FGV e IPC/FIPE, previamente pactuados
na contratação do plano. Para os contratos firmados antes desta data
o índice utilizado era a TR (taxa referencial aplicada às cadernetas
de poupança), sendo sua periodicidade prevista em contrato.
Indexador: o índice contratado para atualização monetária dos
valores relativos ao Plano, na forma estabelecida por este Regulamento.
Data de Registro: a data de recebimento, pela EAPC, da proposta de inscrição do interessado em participar do Plano.
Início de Vigência do Plano: a data de aceitação da proposta
de inscrição pela EAPC.
Doenças, Lesões e Sequelas Preexistentes: são aquelas que
o participante ou seu responsável saiba ser portador ou sofredor na
data da assinatura da proposta de inscrição.
Instituidora: pessoa jurídica que propõe a contratação de plano
coletivo, ficando investidade poderes de representação, exclusivamente para contratá-lo com a EAPC, e que participa, total ou parcialmente, do custeio.
EAPC: É a Entidade Aberta de Previdência Complementar ou
Sociedade Seguradora autorizada a instituir planos de Previdência
Aberta Complementar.
Invalidez Total e Permanente: aquela para a qual não se pode
esperar recuperação ou reabilitação com os recursos terapêuticos
disponíveis no momento de sua constatação.
Evento Gerador: a morte, invalidez ou sobrevivência do participante ocorrida durante o período de cobertura do Plano.
Excedente Financeiro: o valor positivo correspondente, ao final do último dia útil do mês, à diferença entre o valor da base de
cálculo da performance financeira e o saldo da Provisão Matemática
de Benefícios a Conceder (no período de diferimento) ou Benefícios
Concedidos (no período de pagamento de benefício), conforme o
caso.
Limite de Comercialização: Valor máximo estabelecido pela
EAPC, inferior ao seu Limite Técnico.
Nota Técnica Atuarial: o documento que contém a descrição
e o equacionamento técnico do Plano a que se refere o respectivo
Regulamento.
Extratos para fins de Repactuação: Tratando-se de benefício
por sobrevivência (aposentadoria) estruturados na modalidade de
benefício definido, contratado após01/01/1997, a Entidade enviará
anualmente ao participante extrato para fins de repactuação das contribuições, no prazo máximo de 60 dias, a contar da data de aniversário do plano. Entende-se, neste caso, por repactuação o reajuste na
contribuição necessário à recomposição do benefício inicialmente
contratado.
Participante: a pessoa física que contrata o Plano.
Período de Carência: o lapso de tempo, contado a partir do
início de vigência do plano, durante o qual, na ocorrência do evento
gerador, os beneficiários não terão direito ao recebimento do benefício. O período de carência para os Benefícios de Risco (Pecúlio,
Pensão e Invalidez), desde que previsto em Regulamento, deverá ser
de no máximo 24 meses, a contar da data de início de vigência do
plano, durante o qual não é devido o pagamento do benefício.
Extratos Previdenciários: o participante receberá, no máximo,
anualmente extrato do plano previdenciário, contendo, no mínimo, o
valor dos benefícios contratados e/ou o saldo atualizado de sua provisão matemática de benefícios a conceder, se for o caso. Independente da emissão do extrato, a Entidade deverá prestar informações
sempre que solicitadas pelo participante e/ou beneficiários.
Didatismo e Conhecimento
EM CASO DE MORTE OU INVALIDEZ ACIDENTAL NÃO
HÁ CARÊNCIA PARAPAGAMENTO DO BENEFÍCIO.
Período de Cobertura: o prazo durante o qual na ocorrência
do evento gerador os beneficiários farão jus ao benefício contratado.
52
ConheCimentos banCáRios
Plano: o conjunto de direitos e obrigações, conforme descrito
no Regulamento e na respectiva Nota Técnica Atuarial.
- A empresa vende seu bem, crédito ou serviço à prazo, gerando
um crédito (exemplo: Duplicata Mercantil), no valor correspondente;
- A empresa negocia este crédito com a Factoring;
- De posse desse crédito, a Factoring informa o sacado sobre o
fato e a forma de cobrança (carteira ou banco);
Plano Conjugado: aquele que, no momento da contratação, e
na forma da regulamentação específica e demais normas complementares a serem editadas pela SUSEP, preveja cobertura por sobrevivência e cobertura (ou coberturas) de risco, com o instituto da
comunicabilidade.
Findo o prazo negociado inicialmente, a empresa sacada pagará
o valor deste crédito à Factoring, encerrando a operação.
SOCIEDADES DE FOMENTO
MERCANTIL (FACTORING)
MODALIDADES
Conceito
No mercado brasileiro o Factoring é mais atuante na modalidade convencional. Segue abaixo um pequeno resumo das principais
modalidades:
Factoring é uma atividade comercial, mista e atípica, que soma
prestação de serviços à compra de ativos financeiros. A operação de
Factoring é um mecanismo de fomento mercantil que possibilita à
empresa fomentada vender seus créditos, gerados por suas vendas à
prazo, a uma empresa de Factoring.
O resultado disso é o recebimento imediato desses créditos futuros, o que aumenta seu poder de negociação, por exemplo, nas
compras à vista de matéria-prima, pois a empresa não se descapitaliza. A Factoring também presta serviços à empresa - cliente, em outras áreas administrativas, deixando o empresário com mais tempo e
recursos para produzir e vender.
Banco é Banco. Factoring é Factoring.
Por definição e filosofia, o Factoring não é uma atividade financeira. A empresa de Factoring não pode fazer captação de recursos
de terceiros, nem intermediar para emprestar estes recursos, como
os bancos. O Factoring não desconta títulos e não faz financiamentos. Na verdade, o Factoring é uma atividade comercial, pois conjuga a compra de direitos de créditos com a prestação de serviços. Para
isso depende exclusivamente de recursos próprios.
Convencional - É a compra dos direitos de créditos das empresas fomentadas, através de um contrato de fomento mercantil;
Maturity - A Factoring passa a administrar as contas a receber
da empresa fomentada, eliminando as preocupações com cobrança;
Trustee - Além da cobrança e da compra de títulos, a Factoring
presta assessoria administrativa e financeira às empresas fomentadas;
Exportação - Nessa modalidade, a exportação é intermediada
por duas empresas de Factoring (uma de cada país envolvido), que
garantem a operacionalidade e liquidação do negócio;
Factoring Matéria-Prima - A Factoring nesse caso transforma-se em intermediário entre a empresa fomentada e seu fornecedor
de matéria-prima. A Factoring compra à vista o direito futuro deste
fornecedor e a empresa paga à Factoring com o faturamento gerado
pela transformação desta matéria-prima.
Finalidades
A finalidade principal da empresa de Factoring é o fomento
mercantil. Fomentar, assessorar, ajudar o pequeno e médio empresário a solucionar seus problemas do dia a dia, são as finalidades
básicas de uma Factoring.
PÚBLICO – ALVO
VANTAGENS DA PARCERIA COM UMA FACTORING
- A empresa recebe à vista suas vendas feitas à prazo, melhorando o fluxo de caixa para movimentar os negócios;
- Assessoria administrativa;
- Cobrança de títulos ou direitos de créditos;
- Agilidade e rapidez nas decisões;
- Intermediação entre a empresa e seu fornecedor. O Factoring
possibilita a compra de matéria-prima à vista, gerando vantagens e
competitividade;
- Análise de risco e assessoria na concessão de créditos a clientes.
O Factoring é destinado exclusivamente às Pessoas Jurídicas,
principalmente as pequenas e médias empresas.
FACTORING FORA DO BRASIL
As operações de Factoring têm sua origem nos séculos XIV e
XV, na Europa. O factor era um agente mercantil, que vendia mercadorias a terceiros contra o pagamento de uma comissão. Eram representantes de exportadores que conheciam muito bem as novas
colônias, custodiando as mercadorias e prestando contas aos seus
proprietários. Com o tempo, esses representantes passaram a antecipar o pagamento das mercadorias aos seus fornecedores, cobrando
posteriormente dos compradores.Hoje, além dos Estados Unidos, o
Factoring é muito praticado e difundido na Inglaterra, Suécia, Noruega, Holanda, Espanha, Itália, França e Bélgica. Entre os países
da América Latina, fora o Brasil, o Factoring encontra expressão no
México,Colômbia, Peru e Equador.
COMO FUNCIONA?
O processo de Factoring inicia-se com a assinatura de um Contrato de Fomento Mercantil (contrato-mãe) entre a empresa e a Factoring onde são estabelecidos os critérios da negociação e o fator de
compra. São 4 as etapas básicas do processo:
Didatismo e Conhecimento
53
ConheCimentos banCáRios
Art. 4º O cadastro deverá conter, no mínimo, as seguintes informações:
I – qualificação da empresa contratante:
a)
nome empresarial (razão social);
b)
data de constituição da empresa;
c)
número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica – CNPJ;
d)
endereço completo (logradouro, complemento, bairro,
cidade, unidade da federação, CEP), telefone;
e)
atividade principal desenvolvida;
f)
relatório de visita contendo informações sobre faturamento bruto, despesas e faturamento líquido, do último semestre
civil, quando se tratar de micro ou pequena empresa;
g)
demonstrações contábeis do último exercício, atualizadas
até o último semestre civil, quando se tratar de empresas tributadas
pelo lucro real;
h)
cadastro da empresa emitido por entidade especializada
em crédito (Bureau de Crédito); e
i)
análise de risco, com validade de seis meses, no máximo,
contendo inclusive, limite global para operações e seu respectivo
comprometimento no ato da operação.
II – qualificação do(s) proprietário(s), controlador(es),
representante(s), mandatário(s) e preposto(s) da contratante:
a)
nome, sexo, data de nascimento, filiação, naturalidade,
nacionalidade, estado civil e nome do cônjuge ou companheiro ou
razão social;
b)
número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica – CNPJ ou número de inscrição no Cadastro de Pessoas
Físicas – CPF ou, se estrangeiro, que não tiver CPF, passaporte ou
outro documento oficial que o identifique;
c)
endereço completo (logradouro, complemento, bairro,
cidade, unidade da federação, CEP), telefone; e
d)
atividade principal desenvolvida.
Parágrafo único. Caso o controlador da empresa seja pessoa
jurídica, as informações cadastrais deverão abranger as pessoas físicas que efetivamente a controlam e, se pessoa jurídica estrangeira, o
mandatário residente no Brasil.
O QUE NÃO É FACTORING
- Operações onde o contratante não seja Pessoa Jurídica;
- Empréstimo com garantia de linha de telefone, veículos,
cheques, etc;
- Empréstimo via cartão de crédito;
- Alienação de bens móveis e imóveis;
- Financiamento ao consumo;
- Operações privativas das instituições financeiras;
- Ausência de contrato de fomento mercantil.
RESOLUÇÃO Nº 13, DE 30 DE SETEMBRO DE 2005
Dispõe sobre os procedimentos a serem observados pelas empresas de fomento comercial (factoring)
O Presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras – COAF, no uso da atribuição que lhe confere o inciso IV do art.
9º do Estatuto aprovado pelo Decreto nº 2.799, de 8 de outubro de
1998, torna público que o Plenário do Conselho, em sessão realizada
em 30 de setembro de 2005, com base no § 1º do art. 14 da Lei nº
9.613, de 3 de março de 1998, resolveu:
Seção I
Das Disposições Preliminares
Art. 1º Com o objetivo de prevenir e combater os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, conforme estabelecido na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, regulamentada pelo
Decreto nº 2.799, de 8 de outubro de 1998, as empresas de fomento
comercial ou mercantil (factoring) deverão observar as disposições
constantes da presente Resolução.
Parágrafo único. Enquadram-se nas disposições desta Resolução as pessoas jurídicas que exerçam a atividade de fomento comercial ou mercantil (factoring) em caráter permanente ou eventual, de
forma principal ou acessória, cumulativamente ou não, em qualquer
de suas modalidades.
Seção III
Dos Registros das Transações
Seção II
Da Identificação das Empresas de Fomento comercial ou mercantil (factoring), dos Clientes e da Manutenção de Cadastros
Art. 5º As empresas de fomento comercial ou mercantil (factoring), deverão manter registro de todas as transações que realizarem.
Parágrafo único. As empresas de fomento comercial ou mercantil (factoring), deverão desenvolver e implementar procedimentos internos de controle compatíveis com seu porte, para detectar
operações que possam conter indícios de crime.
Art. 2 º As empresas mencionadas no art. 1º deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado no COAF, fornecendo as seguintes informações:
a)
nome empresarial (razão social);
b)
número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas
Jurídicas – CNPJ;
c)
endereço completo, inclusive eletrônico e telefones; e
d)
identificação do diretor responsável pela observância das
normas previstas na presente Resolução.
Art. 6º Do registro da transação deverão constar, além da qualificação da contratante, no mínimo, as seguintes informações:
I - especificação dos títulos ou recebíveis envolvidos na operação e seus elementos essenciais, beneficiários e valor da operação;
II - data de concretização da transação, demonstrativo discriminando, valor total, diferencial de compra, comissão de serviços ad
valorem e valor líquido; e
III - descrição dos serviços prestados
Art. 3º As empresas de fomento comercial ou mercantil (factoring) deverão identificar as empresas contratantes e manter cadastro
atualizado, nos termos desta Resolução.
Didatismo e Conhecimento
54
ConheCimentos banCáRios
Parágrafo Único. Os registros e controles internos deverão ser
capazes de demonstrar a compatibilidade entre a correspondente
movimentação de recursos, a atividade econômica desenvolvida
pela empresa cliente e a sua capacidade financeira.
Art. 14. Fica a Presidência do Conselho autorizada a baixar as
instruções complementares a esta Resolução, em especial no que se
refere às disposições constantes da Seção V – Das Comunicações
ao COAF.
Seção IV
Das Operações Atípicas
Art. 15. Esta Resolução entrará em vigor 30 (trinta) dias após a
sua publicação.
Art. 7º As pessoas mencionadas no art. 1º dispensarão especial
atenção às operações ou propostas que possam constituir-se em indícios dos crimes previstos na Lei nº 9.613, de 1998, ou com eles
relacionarem-se.
Art. 16. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente a Resolução COAF nº 12, de 31 de maio de 2005.
Brasília, 30 de setembro de 2005.
Seção V
Das Comunicações ao COAF
Antonio Gustavo Rodrigues
Presidente
Art. 8º As pessoas mencionadas no art. 1º deverão comunicar ao
COAF, no prazo de vinte e quatro horas, abstendo-se de dar ciência
aos clientes de tal ato, a proposta ou a realização de transações:
a)
previstas no art. 7º; e
b)
previstas no Anexo a esta Resolução.
Parágrafo único. As empresas de fomento comercial ou mercantil (factoring) que, durante o semestre civil, não tiverem efetuado
comunicações na forma do caput deste artigo, deverão declarar ao
COAF a inocorrência de operações ou situações descritas no caput,
em até 30 dias após o fim do respectivo semestre.
Anexo
Relação de operações suspeitas
1. Negócios cujas transações, no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) ou superior, que normalmente se efetivam por
meio da utilização de um tipo específico de título ou serviço e se
alteram repentinamente para outro;
2. Proposta ou operação, no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta
mil reais) ou superior, cujo pagamento seja feito em conta de terceiro, exceto quando esse fizer parte da cadeia produtiva do cliente;
Art. 9º As comunicações ao COAF feitas de boa-fé, conforme
previsto no § 2º do art. 11 da Lei nº 9.613, de 1998, não acarretarão
responsabilidade civil ou administrativa.
3. Quaisquer transações em espécie, no valor de R$ 50.000,00
(cinquenta mil reais) ou superior, realizadas entre as contrapartes;
Art. 10. As informações mencionadas no art. 8º deverão ser
encaminhadas por meio eletrônico ou, na eventual impossibilidade,
por qualquer outro meio que preserve o sigilo da informação.
4. Operações, no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) ou
superior, realizadas em praças localizadas em fronteiras;
5. Operação, no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) ou
superior, incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou
e a capacidade financeira presumida do cliente;
Seção VI
Das Disposições Gerais e Finais
Art. 11. Os cadastros e registros previstos nesta Resolução deverão ser conservados pelas pessoas mencionadas no art. 1º durante
o período mínimo de cinco anos a partir da conclusão da transação.
6. Transação ou proposta, no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta
mil reais) ou superior, com clientes não-habituais de outras praças;
Art. 12. As pessoas mencionadas no art. 1º deverão atender,
a qualquer tempo, às requisições de informações formuladas pelo
COAF, a respeito de sua situação societária e econômico-financeira,
de seus clientes e respectivos proprietários, controladores, mandatários ou prepostos e de propostas ou operações pactuadas.
Parágrafo único. As informações fornecidas ao COAF serão
classificadas como confidenciais nos termos do § 1º, art. 23, da Lei
nº 8.159/91, de 08 de janeiro de 1991.
7. Contratação de operação, no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) ou superior, efetuada por intermédio de detentor de procuração ou qualquer outro tipo de mandato, sem vínculo societário
ou empregatício;
8. Operações com valores inferiores ao limite estabelecido nos
itens 1 a 7 deste Anexo que, por sua habitualidade e forma, configurem artifício para a burla do referido limite;
Art. 13. As pessoas jurídicas mencionadas no art. 1º, bem como
os seus administradores, que deixarem de cumprir as obrigações
desta Resolução sujeitar-se-ão à aplicação, cumulativamente ou
não, pelo COAF, das sanções previstas no art. 12 da Lei nº 9.613,
de 1998, na forma do disposto no Decreto nº 2.799, de 1998, e na
Portaria do Ministro de Estado da Fazenda nº 330, de 18 de dezembro de 1998.
Didatismo e Conhecimento
9. Aumentos substanciais no volume de ativos vendidos ou cedidos pela empresa contratante à empresa de fomento comercial ou
mercantil (factoring), sem causa aparente;
10. Atuação no sentido de induzir o funcionário da empresa de
fomento comercial ou mercantil (factoring) a não manter em arquivo relatórios específicos de alguma operação a ser realizada.
55
ConheCimentos banCáRios
11. Operações lastreadas em títulos ou recebíveis falsos ou negócios simulados;
- Emissor: é a administradora autorizada a emitir cartões de
crédito;
12. Resistência em facilitar as informações necessárias para a
formalização da operação ou do cadastro, oferecimento de informação falsa ou prestação de informação de difícil ou onerosa verificação;
As Administradoras de Cartão de Crédito, por não serem instituições financeiras, não podem cobrar juros superiores a 12% ao
ano, conforme legislação em vigor. Todo o pagamento feito a título
de Juros deve ser restituído para os usuários desta modalidade de
empréstimo, já que o pagamento foi nulo, diante da ilegalidade clara
desta agiotagem.
13. Atuação, de forma contumaz, em nome de terceiros ou sem
a revelação da verdadeira identidade do beneficiário;
RESOLUÇÃO Nº 006, DE 2 DE JULHO DE 1999
14. Operações que não demonstrem ser resultado de atividades
ou negócios normais do cliente ou sem identificação clara de sua
origem;
Dispõe sobre os procedimentos a serem observados pelas administradoras de cartões de credenciamento ou de cartões de crédito.
15. Dispensa de faculdades ou prerrogativas, como diferencial
de compra ou comissão de serviço para grandes operações ou, ainda,
de outros serviços especiais que, em circunstâncias normais, seriam
valiosos para qualquer cliente;
A Presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, no uso da atribuição que lhe confere o inciso IV do artigo 9º do Estatuto aprovado pelo Decreto nº 2.799, de 8 de outubro de
1998, torna público que o Plenário do Conselho, em sessão realizada
em 30 de junho de 1999, com base no artigo 14 da Lei nº 9.613, de
3 de março de1998, resolveu:
16. Operação ou proposta no sentido de sua realização com empresas em que seus sócios ou representantes legais sejam estrangeiros, residentes, domiciliados ou cuja empresa tenha sede em região
considerada de tributação favorecida, ou em jurisdições consideradas não-cooperantes no combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento ao terrorismo;
Seção I
Das Disposições Preliminares
Art. 1º Com o objetivo de prevenir e combater os crimes de
“lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, conforme estabelecido na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998,regulamentada pelo
Decreto nº 2.799, de 8 de outubro de 1998, as administradoras de
cartões de credenciamento ou de cartões de crédito deverão observar
as disposições constantes da presente Resolução.
Parágrafo único. Enquadram-se nas disposições desta Resolução as pessoas jurídicas, com sede ou representação no território
nacional, que exerçam a atividade de administração de cartões de
credenciamento ou de cartões de crédito, em caráter permanente ou
eventual, de forma principal ou acessória, cumulativamente ou não,
nas suas várias modalidades.
17. Qualquer operação realizada cujos títulos ou recebíveis negociados sejam de emissão de empresas ligadas ou de seus sócios
ou representantes; e
18. Outras operações ou propostas que, por suas características,
no que se refere a partes envolvidas, valores, forma de realização,
instrumentos utilizados ou pela falta de fundamento econômico ou
legal, possam configurar indício de crime.
Publicada no D.O.U em 20/10/2005
ADMINISTRADORAS DE CARTÃO DE CRÉDITO
As Administradoras de cartões de crédito são empresas prestadoras de serviço que fazem a intermediação entre:
- Portadores de cartão de crédito;
- estabelecimentos afiliados;
- bandeiras, e
- instituições financeiras.
Seção II
Da Identificação dos Clientes e Manutenção de Cadastros
Art. 2º As pessoas mencionadas no art. 1º deverão identificar
seus clientes e manter cadastro nos termos desta Resolução.
Art. 3º O cadastro deverá conter informações sobre os intervenientes na operação que permitam verificar sua adequada identificação, a compatibilidade entre as correspondentes movimentações de
recursos, atividade econômica e capacidade financeira.
Termos técnicos utilizados no segmento de cartões de crédito:
- Portador: pessoa física ou jurídica usuária do cartão;
- Bandeira: instituição que autoriza o emissor a gerar cartões
com sua marca (VISA, Dinners, etc ...) e coloca estabelecimentos no
mundo inteiro à disposição para utilização deste cartão;
- Acquirer: é a administradora que pode afiliar estabelecimentos
ao sistema;
- Estabelecimento: é a loja que aceita o cartão;
- instituição financeira: são bancos autorizados pela bandeira a
emitir cartões;
Didatismo e Conhecimento
Seção III
Dos Registros das Transações
Art. 4º As pessoas mencionadas no art. 1º deverão manter registro de toda transação realizada.
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ConheCimentos banCáRios
Art. 5º Do registro da fatura mensal deverá constar, no mínimo,
as seguintes informações:
I - valor e data de concretização da operação;
II - identificação das partes e número de inscrição no Cadastro
de Pessoas Físicas - CPF -ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ; e
III - referência do ramo de atividade.
Art. 14. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir de 2 de agosto de 1999.
Brasília, 2 de julho de 1999.
Adrienne Giannetti
Nelson de Senna
Seção IV
Das Operações Suspeitas
Anexo
Relação de operações suspeitas
1. Descumprimento por funcionário de administradora de cartões de credenciamento ou de cartões de crédito das exigências cadastrais que levem à entrega efetiva de cartões de credenciamento
ou de cartões de crédito.
Art. 6º As pessoas mencionadas no art. 1º dispensarão especial
atenção às operações ou propostas que, nos termos do Anexo a esta
Resolução, possam constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos na Lei nº 9.613, de 1998, ou com eles relacionarem-se.
Seção V
Das Comunicações ao COAF
2. Oferecimento de informação cadastral falsa ou prestação de
informação cadastral de difícil ou onerosa verificação.
Art. 7º As pessoas mencionadas no art. 1º deverão comunicar
ao COAF qualquer operação prevista no artigo 6º, no prazo de 24
horas após sua identificação, abstendo-se de dar ciência aos clientes
de tal ato.
3. Ocorrência de saldo credor, em fatura, com habitualidade, de
valor considerado expressivo.
4. Alta concentração sem causa aparente, de compras de um
titular em um mesmo estabelecimento conveniado.
Art. 8º As comunicações feitas de boa-fé, ao COAF, conforme
previsto no § 2º do art. 11 da Lei nº 9.613, de 1998, não acarretarão
responsabilidade civil ou administrativa.
5. Pedidos habituais de cancelamento de transações, após pagamento da fatura, com a devolução de valor pago.
Art. 9ºAs informações mencionadas no art. 7º poderão ser encaminhadas por meio de processo eletrônico.
6. Desvios frequentes nos padrões e standards adotados por
cada administradora de cartões de credenciamento ou de cartões de
crédito, no monitoramento das compras de seus titulares.
Seção VI
Das Disposições Gerais e Finais
7. Ultrapassagem com habitualidade de gastos mensais, pelo
titular, dos limites monitorados pelas administradoras de cartões de
credenciamento ou de cartões de crédito.
Art. 10. As pessoas mencionadas no art. 1º deverão:
I - manter os registros previstos nesta Resolução pelo período
mínimo de cinco anos, a partir da conclusão da transação;
II - indicar ao COAF, até 30 de julho de 1999, o nome e a qualificação do responsável pelo cumprimento das obrigações ora estabelecidas; e
III - atender, a qualquer tempo, às requisições de informação
formuladas pelo COAF, a respeito de intervenientes e transações.
8. Aumento no volume dos negócios com cartão de crédito por
parte de um estabelecimento conveniado, sem motivo aparente.
9. Solicitações frequentes de elevação de limites de gastos
mensais, pelo titular, sem comprovação de aumento da capacidade
financeira.
Art. 11. O descumprimento das obrigações desta Resolução
acarretará a aplicação pelo COAF das sanções previstas no art. 12
da Lei nº 9.613, de 1998, na forma do disposto no Decreto n° 2.799,
de 1998, e na Portaria do Ministro de Estado da Fazenda n° 330, de
18 de dezembro de 1998.
10. Outras operações que, por suas características, no que se refere a partes envolvidas, valores, forma de realização, instrumentos
utilizados, ou pela falta de fundamento econômico ou legal, possam
configurar hipótese de crimes previstos na Lei nº 9.613, de1998, ou
com eles relacionarem-se.
Art. 12. O COAF disponibilizará, anteriormente ao início dos
efeitos desta Resolução, endereço eletrônico na Internet para recebimento de comunicações.
Art. 13. Fica a Presidência do Conselho autorizada a baixar as
instruções complementares a esta Resolução, em especial no que se
refere às disposições constantes da Seção V – Das Comunicações
ao COAF.
Didatismo e Conhecimento
57
ConheCimentos banCáRios
Essa adequação geralmente ocorre por meio de uma ação reguladora exercida pelas autoridades sobre os recursos monetários
existentes, de tal maneira que estes sejam plenamente utilizados e
tenham um emprego tão eficiente quanto possível.
Na maior parte dos países, o principal órgão executor da política monetária é o Banco Central, entidade do Estado ou dele dependente, encarregada da emissão de moeda, da regulação do crédito,
da manutenção do padrão monetário e do controle de câmbio.
De maneira geral, esse órgão põe ao alcance dos bancos os mesmos serviços que eles prestam a seus clientes.
A política monetária pode recorrer a diversas técnicas de intervenção, controlando a taxa de juros por meio da fixação das taxas de redesconto ‘cobradas dos títulos apresentados pelos bancos,
regulando as operações de open market ou impondo aos bancos o
sistema de reservas obrigatórias (depósitos compulsórios) para garantir a liquidez do sistema bancário. Em relação ao crédito, podem
ser adotadas medidas restritivas ou práticas seletivas.
As primeiras geralmente ocorrem em períodos de elevada inflação ou crise no balanço de pagamentos e consistem na fixação dos
limites de crédito bancário e na redução dos prazos de pagamento
dos empréstimos. As práticas seletivas, por sua vez, visam sobretudo
a direcionar o crédito para as atividades mais rentáveis e produtivas
da economia.
No Brasil e em outros países, a política monetária constitui atualmente um instrumento de combate aos surtos inflacionários. Sua
maior eficácia em relação às outras políticas econômicas se deve
à flexibilidade com que pode ser aplicada e ao conjunto de medidas práticas que põe ao alcance das autoridades, desobrigando-as de
submeter suas decisões ao legislativo. Convém ressalvar, no entanto, que essa “autonomia monetarista”, se levada ao extremo, pode
ocasionar graves distorções e resultados muitas vezes desastrosos. É
o que afirmam, num pólo do pensamento econômico, os defensores
das reformas estruturais, para agilizar a economia; e, no outro pólo,
os partidários da escola de Chicago, para quem a regulação da atividade econômica deve ser exercida pelo rígido controle do crescimento da massa monetária, que deveria aumentar em conformidade
com uma taxa previamente determinada ou limitada a uma estreita
faixa de variação.
6 NOÇÕES DE POLÍTICA ECONÔMICA,
NOÇÕES DE POLÍTICA MONETÁRIA,
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MONETÁRIA,
FORMAÇÃO DA TAXA DE JUROS.
NOÇÕES DE POLÍTICA ECONÔMICA
Conjunto de medidas tomadas pelo governo de um país com o
objetivo de atuar e influir sobre os mecanismos de produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Embora dirigidas ao campo
da economia, essas medidas obedecem também a critérios de ordem
política e social na medida em que determinam, por exemplo, quais,
segmentos da sociedade se beneficiarão com as diretrizes econômicas emanadas do Estado. O alcance e o conteúdo de uma política
econômica variam de um país para outro, dependendo do grau de diversificação de sua economia, da natureza do regime social, do nível
de atuação dos grupos de pressão (partidos, sindicatos, associações
de classe e movimentos de opinião pública). Finalmente, a política
econômica depende da própria visão que os governantes têm do papel do Estado no conjunto da sociedade.
De maneira geral, podemse classificar as políticas econômicas
em três tipos, segundo os objetivos governamentais: estruturais, de
estabilização conjuntural e de expansão. A política estrutural está
voltada para a modificação da estrutura econômica do país (podendo chegar até mesmo a alterar a forma de propriedade vigente), regulando o funcionamento do mercado (proibição de monopólios e
trustes) ou criando empresas públicas, regulamentando os conflitos
trabalhistas, alterando a distribuição de renda ou nacionalizando empresas estrangeiras.
A política de estabilização conjuntural visa à superação de desequilíbrios ocasionais.
Pode envolver tanto uma luta contra a depressão como o combate à inflação ou à escassez de determinados produtos.
A política de expansão tem por objetivo a manutenção ou a aceleração do desenvolvimento econômico. Nesse caso, podem ocorrer
reformulações estruturais e medidas de combate à inflação, proteção
alfandegária e maior rigor na política cambial contra a concorrência
estrangeira. Cada uma dessas modalidades apoia-se numa corrente
ou mais de pensamento econômico e ligase a critérios políticos e
ideológicos.
Essa subordinação das decisões governamentais a posições teóricas acompanhou todo o desenvolvimento do capitalismo, desde o
mercantilismo, passando pelo liberalismo econômico laissezfaire e
intensificandose após a crise econômica de 1929, quando o Estado
passou a intervir diretamente na economia para controlar as crises
cíclicas do sistema e promover e orientar o desenvolvimento.
OS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA MONETÁRIA
Quanto mais um país é desenvolvido economicamente e seu
povo mais esclarecido sobre seus direitos e deveres, o uso dos instrumentos monetários se torna mais eficiente, permitindo cada vez
mais o aperfeiçoamento da utilização pela autoridade monetária de
mecanismos de controle da oferta de moeda na economia.
Além dos instrumentos mais utilizados como a taxa de redesconto, dos encaixes bancários compulsórios e das operações de mercado aberto, no Brasil são utilizados também instrumentos complementares, como o controle da taxa de juros, seleção de créditos e até
limitação da capacidade de expansão de empréstimos.
A análise da oferta de moeda tem o principal objetivo de explicar o processo de criação e destruição dos meios de pagamentos
(moeda em poder do público mais depósitos à vista nos bancos comerciais).
A oferta monetária é afetada através das ações das autoridades
monetárias, que possuem o poder de emissão, e também pelos bancos comerciais que emprestam dinheiro ao público, ofertando assim
recursos à economia captados sob a forma de depósitos à vista.
NOÇÕES DE POLÍTICA MONETÁRIA
Conjunto de medidas adotadas pelo governo visando a adequar
os meios de pagamento disponíveis às necessidades da economia
do país.
Didatismo e Conhecimento
58
ConheCimentos banCáRios
O controle e a seleção do crédito
Até 1964 não existia ainda um controle monetário rigoroso no
Brasil. Era o Banco do Brasil que exercia o papel de autoridade monetária, arrecadando encaixes compulsórios e autorizando redesconto aos bancos.
A base monetária ficava fora de seu controle, pois as decisões
de programação orçamentária eram do governo federal. Só com a lei
nº 4.595 de 31 de dezembro de 1964, que criou o Banco Central e
organizou o mercado financeiro, que esse controle passou a ser feito
pelo Banco Central do Brasil.
O Banco Central elaborou a “programação monetária”, estabelecendo metas de expansão ou contração dos meios de pagamentos,
para determinar níveis desejados de créditos e de oferta de moeda.
O orçamento monetário, a partir de 1986, deixou de ser uma peça
isolada da política econômica. No ano de 1988, surgiu o orçamento
global da União em que foram determinados os limites orçamentários de expansão da moeda e do crédito.
É o controle na fixação pelo Banco Central de um limite máximo de seus créditos para os setores da produção ou empresários.
Permite controlar o crédito de acordo com seus empregos produtivos e às condições da economia do país.
No Brasil esse controle é usado de forma generalizada. Os
empréstimos dos bancos comerciais destinados à agricultura, à indústria, ao comércio e a outras finalidades são fixados pelo Banco
Central.
A lógica do funcionamento desse instrumento, segundo Rossetti (2002), é que ao existir interesse mútuo das autoridades monetárias e do sistema bancário, aquelas esclarecem os objetivos da
Política Monetária aos banqueiros para que estes venham agir na
direção desejada pelo Banco Central.
Como esse instrumento decorre da interdependência de diversos setores da economia, é difícil para as autoridades monetárias ter
a certeza da utilização final de crédito, isto é, se o mesmo atingirá os
objetivos esperados pelas autoridades monetárias.
Recolhimento compulsório
Consiste em fixar uma cobertura obrigatória para os depósitos
e, através do Banco Central, fazer variar a proporção das reservas
que os bancos privados depositam em seus cofres.
É um meio eficaz para controlar a emissão da moeda escritural.
Quando há uma expansão da taxa de reservas compulsórias exigidas
pelo Banco Central, reduz-se a proporção dos depósitos que podem
ser convertidos em empréstimos, reduzindo então os meios de pagamentos.
O inverso também é possível, ou seja, se a taxa de reserva diminui, aumentam os empréstimos e consequentemente os meios de
pagamentos também aumentam.
Política fiscal, cambial e de renda
De acordo com Fortuna (1998), as políticas fiscal, cambial e de
renda causam impactos sobre a política monetária.
A política fiscal é a política de receitas e despesas do governo;
é a aplicação da carga tributária sobre os agentes econômicos e a
definição dos gastos do Governo, que são os tributos captados. Tem
forte impacto sobre a política monetária e também sobre o crédito
quando os prazos de recolhimento de impostos afetam o fluxo de
caixa dos agentes econômicos.
Se o Governo gasta mais do que arrecada, ele recorre ao endividamento, captando recursos do setor privado, prejudicando a formação da poupança interna necessária ao financiamento do investimento produtivo. Portanto, um quadro fiscal deficitário é um grande
problema para a política monetária.
A política cambial está baseada na administração da taxa de
câmbio e no controle das operações cambiais. Esta política está indiretamente ligada à política monetária, devendo ser cuidadosamente
administrada em relação ao seu impacto sobre a política monetária.
Um desempenho muito forte das exportações pode ter grande impacto monetário na medida em que a entrada de divisas significa
conversão para a moeda nacional, causando a expansão da moeda
que terá um enorme efeito inflacionário futuro. Essa entrada de divisas é realizada através do câmbio comercial. O mesmo acontece
quando aumenta o volume de recursos captados pela emissão de
títulos no exterior ou pela entrada de recursos para aplicação nas
bolsas de valores. Este aumento da oferta monetária via câmbio prejudica o controle de juros, aumentando o custo do Governo, onde o
mesmo será obrigado a aumentar a dívida pública mobiliária (em
títulos) para reduzir a quantidade de moeda que entra circulação
através da troca de divisas por moeda nacional.
A política de renda é a que o Governo exerce, estabelecendo o
controle direto sobre a remuneração dos fatores diretos de produção
na economia, como salários, depreciações, lucros, dividendos e preços dos produtos intermediários e finais. As políticas de rendas são
normalmente usadas durante períodos de aumento da procura, para
tentar prevenir o aumento de preços.
O redesconto ou empréstimo de liquidez
Este instrumento é um empréstimo que os bancos comerciais
recebem do Banco Central para cobrir problemas de liquidez quando ocorre um aumento da demanda por empréstimos por parte do
público.
Seus reflexos sobre os meios de pagamentos se caracterizam
por meio da variação das reservas bancárias.
O aumento da taxa de juros para essas operações, a redução dos
prazos de resgate dos títulos redescontados, a redução dos limites
operacionais e a imposição de restrições reduzem os meios de pagamentos e vice-versa.
As operações de mercado aberto
Consiste na compra e venda de títulos públicos por parte do
Banco Central com o objetivo de aumentar ou diminuir a quantidade
de moeda em circulação e o volume do crédito.
Se o governo observar uma grande quantidade de crédito e se
for preciso diminuí-lo, o Banco de emissão se apresenta como vendedor de títulos no mercado de valores. Essas vendas anularão uma
quantidade de notas de bancos correspondente ao valor dos títulos e
poderá retirar nas contas correntes dos bancos o montante das vendas efetuadas se o pagamento for feito por cheques. O efeito dessa
operação será uma redução da circulação monetária.
Didatismo e Conhecimento
59
ConheCimentos banCáRios
A consequência prática da teoria keynesiana do juro foi possibilitar a manipulação da oferta monetária disponível e, consequentemente, alterar a taxa de juros, transformada em instrumento de uma
política de desenvolvimento econômico ou de combate à inflação.
Alguns keynesianos propuseram a instituição de uma taxa de
juros alta, atuando como fator de desestímulo ao gasto de recursos
escassos e de incentivo à poupança. A essa posição contrapôsse o
próprio Keynes, quando considerou que a extensão da poupança é
determinada pelo fluxo de investimento e este, por sua vez, cresce
com uma taxa de juros baixa.
A política econômica ideal seria a de baixar a taxa de juros até
o ponto em que, em relação à curva de lucro, alcançasse o mais alto
nível de atividade econômica, com pleno emprego.
Devese dizer, porém, que a determinação da taxa de juros como
instrumento de política econômica tem sido considerado pouco eficaz, uma vez que o peso do juro no custo da produção não é significativo.
Antes da expansão comercial e do desenvolvimento do capitalismo, a cobrança de juros constituía, um problema ético. Chamada
de usura, era terminantemente proibida pela Igreja na Idade Média.
Mas, com a expansão do comércio, as novas exigências de capitais
mais vultosos estimularam a cobrança de juros.
A reboque dos fatos, a Igreja teve de fazer concessões e passou
a proibir somente a cobrança de juros em empréstimos destinados
ao consumo pessoal. No século XVI, a reforma calvinista aceitou
e justificou “teologicamente” a cobrança de juros, mas foi somente
no século XVIII que os estudiosos começaram a buscar uma justificativa econômica para a cobrança de juros sobre os empréstimos
monetários.
FORMAÇÃO DA TAXA DE JUROS
JURO. Remuneração que o tomador de um empréstimo deve
pagar ao proprietário do capital emprestado. Quando o juro é calculado sobre o montante do capital, é chamado de juro simples. Para
o cálculo do juro composto, o juro vencido e não pago é somado ao
capital emprestado, formando um montante sobre o qual é calculado
o juro seguinte. Suponhamos um empréstimo de R$ 1000,00 a 5%
ao ano, por um período de três anos. Se o contrato estabelecer juros
simples, o resultado será: juros simples = 3 X 5% de R$ 1000,00 =
R$ 150,00
Se o juro for composto, o resultado será:
juros do 1º ano = 5% de R$ 1000,00 = R$ 50,00
juros do 2º ano = 5% de R$ 1050,00 = R$ 52,50
juros do 3º ano = 5% de R$ 1102,50 = R$ 55,125
R$ 157,625
O juro composto (R$ 157,625) é maior do que o juro simples
(R$ 150,00).
Na medida em que o juro composto é calculado sobre um montante cada vez maior, seu resultado será sempre maior do que o juro
simples.
O cálculo do juro composto pode ser simplificado mediante a
fórmula j = c(1+i)n c, onde j é o juro a ser calculado; c é o capital
emprestado; i é a taxa de juro; n é o número de períodos (um ano,
uma semana etc.) ou intervalos nos quais o juro é composto.
No exemplo anterior, o cálculo do juro composto seria o seguinte: j = R$ 1000 (1+0,05) R$ 1000 = 157,625.
Do ponto de vista teórico, os economistas clássicos como
Adam, Smith, Ricardo e Marx associam de alguma forma a taxa de
juro à taxa de lucro.
Marx, por exemplo, considera o juro a participação financeira
no lucro (forma de expressão da maisvalia) do capitalista produtivo,
e afirma que a taxa de juro deve ser inferior à taxa média de lucro,
resultante da produção capitalista. Os economistas clássicos atribuíam a cobrança de juros à produtividade do capital, ou seja, ao lucro
que o capital proporciona a quem o possui. A cobrança também foi
considerada o pagamento de um serviço, isto é, da possibilidade de
dispor de um capital.
Outros viram na cobrança de juros uma compensação pela “espera”, ou seja, uma compensação pelo fato de o dono do capital
deixar de dispor desse dinheiro.
Keynes explicou a cobrança de juros pela escassez de capital
(fator objetivo) e por um elemento subjetivo, a “renúncia” do dono
do capital à liquidez. As várias correntes econômicas também se posicionam sobre as variações da taxa de juros.
Para os economistas clássicos, essas variações são decorrências
das variações na taxa de lucro, cujo movimento acompanha.
Na teoria marginalista, a taxa de juros vem associada à taxa de
lucro marginal e não à taxa de lucro médio. A contribuição decisiva
para a teoria do juro foi oferecida por John M. Keynes, para quem
a quantidade de moeda, aliada à preferência pela liquidez, é que determina a taxa de juros. Esta seria determinada pela oferta e procura
da moeda, que tanto pode ser utilizada em investimentos quanto em
consumo ou especulação.
Didatismo e Conhecimento
Embora ainda existam limites para a cobrança de juros, esses
limites, atualmente, possuem finalidade econômica e são estabelecidos pelas autoridades monetárias de cada país.
No Brasil, a Constituição de 1988 estabeleceu que o juro real
máximo a ser cobrado pelo sistema financeiro é de 12% ao ano.
Esse dispositivo constitucional necessita de lei complementar
para ser regulamentado, uma vez que a Constituição não esclarece
o que significa juro real nem estabelece as sanções para aqueles que
infringirem a norma. Veja também Keynes, John Maynard; Marx,
Karl Heinfich; Renda; Tabela Price.
JURO BANCÁRIO. A taxa de juros cobrada pelos bancos
nas operações efetuadas junto aos clientes varia com o tipo de operação realizada: cheque especial, empréstimo pessoal, desconto de
duplicata, capital de giro etc. Os valores são, em geral, fixados pelos
movimentos do mercado, isto é, giram em torno de taxas comuns
a todos os bancos, com pequenas variações conforme a política de
cada estabelecimento.
JURO NOMINAL. É o juro correspondente a um empréstimo
ou financiamento, incluindo a correção monetária do montante emprestado. Quando a inflação é zero, inexistindo correção monetária,
o juro nominal é equivalente ao juro real.
60
ConheCimentos banCáRios
Mercado de Balcão – É o mercado de títulos sem lugar físico
determinado para as transações, que são realizadas via telefone entre
as instituições financeiras. São negociadas ações de empresas que
não estão registradas na Bolsa ou outros tipos de títulos.
JURO REAL. É o juro cobrado ou pago sobre um empréstimo ou financiamento, sem contar a correção monetária do montante
emprestado.
JUROS DE MORA. Juros decorrentes da mora, isto é, do atraso no pagamento de algo, em consequência de ato do devedor.
Os quatro principais organismos que regulamentam, normalizam, fiscalizam, e assessoram o mercado financeiro brasileiro são:
- O Conselho Monetário Nacional (CMN);
- O Banco Central do Brasil (BACEN);
- A Comissão Técnica da Moeda e do Credito (COMOC);
- A Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
JUROS EXATOS. São aqueles incidentes tomando-se por
base um ano de 365 dias.
JUROS FLUTUANTES. Vigentes no mercado no momento
do pagamento dos juros das dívidas contraídas. Ao contrário dos
juros fixos, pagos durante todo o período do empréstimo, de acordo com uma taxa preestabelecida em contrato, os juros flutuantes
trazem surpresas muito desagradáveis para os devedores, pois podem elevar-se acentuadamente antes do término do pagamento de
um empréstimo, onerando extraordinariamente o serviço da dívida,
como aconteceu com o Brasil no final dos anos 70 e início dos anos
80.
O Conselho Monetário Nacional é presidido pelo ministro da
fazenda. O Banco Central do Brasil atua como órgão executivo. A
Comissão Técnica da Moeda e do Crédito atua como assessoria e a
Comissão de Valores Mobiliários responde pela regulamentação e
fomento do mercado, seja ele de bolsa ou balcão.
MERCADO MONETÁRIO
7 MERCADO FINANCEIRO. 7.1 MERCADO
MONETÁRIO. 7.2 MERCADO DE CRÉDITO.
7.3 MERCADO DE CAPITAIS: AÇÕES
- CARACTERÍSTICAS E DIREITOS,
DEBÊNTURES, DIFERENÇAS ENTRE
COMPANHIAS ABERTAS E COMPANHIAS
FECHADAS, FUNCIONAMENTO DO
MERCADO À VISTA DE AÇÕES, MERCADO
DE BALCÃO. 7.4 MERCADO DE CÂMBIO:
INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A OPERAR;
OPERAÇÕES BÁSICAS; CONTRATOS DE
CÂMBIO - CARACTERÍSTICAS; TAXAS DE
CÂMBIO; REMESSAS; SISCOMEX.
Designa o setor do mercado financeiro que opera a curto prazo.
Compõese da rede de entidades ou órgãos financeiros que negociam
títulos e valores, concedendo empréstimos a empresas ou particulares, a curto ou curtíssimo prazo, contra o pagamento de juros. Além
dos bancos comerciais e das empresas financeiras de crédito, o mercado monetário compreende também o mercado paralelo e o mercado de divisas. 0 movimento financeiro a longo prazo caracteriza
outro segmento, o do mercado de capitais.
MERCADO DE CRÉDITO
CRÉDITO
Transação comercial em que um comprador recebe imediatamente um bem ou serviço adquirido, mas só fará o pagamento
depois de algum tempo determinado. Essa transação pode também
envolver apenas dinheiro.
O crédito inclui duas noções fundamentais: confiança expressa
na promessa de pagamento, e tempo entre a aquisição e a liquidação
da dívida.
O crédito direto ao consumidor financia a compra de qualquer
produto de consumo e até viagens. 0 comprador passa a usufruir
imediatamente de um bem que será pago com sua renda pessoal.
Em muitos casos, as próprias vendedoras financiam o cliente,
mas, em escala cada vez maior, financeiras especializadas pagam o
vendedor e “compram” a dívida e também o risco de nãopagamento.
O lucro da financeira é formado pelos juros cobrados do comprador.
Os cartões de crédito, extremamente difundidos nos Estados
Unidos e alcançando boa receptividade no Brasil, são também unia
forma de crédito direto ao consumidor.
O financiamento de casas e apartamentos constitui o chamado
crédito imobiliário. Envolve pouco risco, pois em geral o próprio
imóvel é garantia do empréstimo, sob forma de hipoteca.
MERCADO FINANCEIRO
O mercado financeiro é definido por como um conjunto de
instituições financeiras que negociam títulos e valores mobiliários,
que tem por objetivo viabilizar a capitalização das empresas e dar
liquidez aos títulos por elas emitidos. É Composto pelas bolsas de
valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas e é dividido em três áreas com diferentes finalidades:
Mercado Primário – O mercado primário é onde a empresa
vende suas novas ações, e a renda dessas vendas cai direto nos cofres da empresa.
Mercado Secundário – Esse mercado é o que dá liquidez às
emissões. Após o encerramento da colocação pública das ações, a
empresa registra-se junto a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). Cabe observar que feito isso, a empresa nada tem a ver com
a transação das suas ações na Bolsa: a transação é feita por intermediários, como corretoras e investidores. A venda das ações vai
para o caixa do acionista vendedor, caracterizando assim o mercado
secundário.
Didatismo e Conhecimento
61
ConheCimentos banCáRios
As facilidades de crédito levam os consumidores à tentação de
uma melhoria imediata do padrão de vida, dado o imediatismo do
consumo a crédito. Nos casos de recessão prolongada ou de depressão econômica, no entanto, a tendência é de inadimplemento (ou
falta de pagamento) generalizado, o que acaba por agravar a crise.
O crédito ao governo baseiase na expectativa de que os impostos
futuros serão capazes de cobrir o valor do empréstimo e seus juros.
Em geral, o governo obtém crédito por meio da emissão de títulos de dívida pública negociáveis (como as ORTNs).
CRÉDITO SUBSIDIADO
Tipo de empréstimo feito pelo governo a uma taxa de juros menor que a vigente no mercado. Pode ser implícito ou explícito.
O implícito destinado principalmente aos financiamentos agropecuários e às exportações, corresponde à diferença entre as taxas de
juros normais desses empréstimos e o custo real pago pelo governo
para a captação desse dinheiro. Crédito subsidiado explícito são os
fundos aplicados em programas especiais como o Proagro, o Proterra e o Fundag, criados para incentivar certas regiões ou atividades
econômicas por meio de empréstimos a taxas de juros extremamente
baixas, variando entre 12 e 25%.
Atualmente, o crédito subsidiado (implícito e explícito) corresponde a 60% de todo o crédito concedido (2,5 trilhões; de cruzeiros,
em 1982, contra 4,2 trilhões do total de créditos aprovados).
Todavia, com o programa de estabilização financeira proposto
pelo Plano Collor, lançado em 15/3/1990, foram cortadas todas as
formas de crédito subsidiado, principalmente os que eram dados à
agricultura e às exportações, em conformidade com a medida provisória n’ 161, aprovada pelo Congresso.
Já o financiamento de obras de infraestrutura, como estradas e
usinas, é conseguido junto a órgãos internacionais (como o Bird) e
consórcios de bancos de grande porte.
Finalmente, o crédito à produção baseiase na suposição de que
será pago por si mesmo, isto é, o investimento gerará meios necessários para o pagamento da dívida, seus encargos e ainda sobrará
algo para o lucro.
Os créditos à produção podem ser a curto prazo (crédito comercial) ou a longo prazo (crédito de investimento). O crédito comercial, para pagamento no prazo de trinta a 129 dias, serve, na
maioria dos casos para a formação do capital de giro da empresa. 0
crédito de investimento, a longo prazo, com vencimentos previstos
para alguns anos, tem o papel de desenvolver determinadas áreas,
inclusive proporcionando recursos para a pesquisa tecnológica. O
crédito agrícola é feito a médio prazo (vencimento em um ano ou
mais) e empregado na compra de insumos e implementos.
CRÉDITO SUPLEMENTAR
Crédito destinado a reforçar as dotações consignadas no Orçamento em vigor. A abertura de crédito suplementar depende de
prévia autorização legislativa.
MERCADO DE CAPITAIS
O governo tem criado carteiras agrícolas, tanto nos bancos particulares como nos estatais, a juros subsidiados, com a intenção de
desenvolver o setor.
O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores
mobiliários, que tem o propósito de proporcionar liquidez aos títulos
de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização.
É constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras
e outras instituições financeiras autorizadas.
No mercado de capitais , os principais títulos negociados são
os representativos do capital de empresas - as ações - ou de empréstimos tomados, via mercado, por empresas – debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e “commercial papers” - , que
permitem a circulação de capital para custear o desenvolvimento
econômico.
O mercado de capitais abrange, ainda, as negociações com direitos e recibos de subscrição de valores mobiliários, certificados de
depósitos de ações e demais derivativos autorizados à negociação.
CREDITO CONTINGENTE (ou Crédito Standby).
Linha de crédito oferecida pelo Fundo Monetário Internacional
aos países-membros, até o limite de suas respectivas cotas.
É um empréstimo de curto prazo (geralmente um ano) e requer,
para ser liberado, uma carta de intenções do país que solicita o crédito.
CRÉDITOPRÊMIO
Linha de crédito criada pelo governo federal para incentivar
principalmente os setores ligados à exportação.
Consiste num empréstimo feito pelo Banco Central e que corresponde a uma porcentagem dos aumentos de faturamento das empresas exportadoras num dado período. Em 29/12/1982, por exemplo, o governo baixou um decretolei criando um créditoprêmio de
10% para as empresas que conseguissem converter seus empréstimos em moeda estrangeira em investimentos.
Por que e como Investir no Mercado de Capitais?
À medida que cresce o nível de poupança individual e a
poupança das empresas (lucros) constituem a fonte principal do
financiamento dos investimentos de um país. Tais investimentos
são o motor do crescimento econômico e este, por sua vez, gera
aumento de renda, com consequente aumento da poupança e do
investimento, assim por diante.
Esse é o esquema da circulação de capital, presente no processo
de desenvolvimento econômico. As empresas, à medida que se expandem, carecem de mais e mais recursos, que podem ser obtidos
por meio de:
No país (por exemplo, na compra de suas ações), diminuindo
assim a dívida externa. 0 pagamento do créditoprêmio é feito pelo
sistema de desconto da receita tributária: os bancos descontam o
pagamento do empréstimo do volume de impostos que arrecadam
das empresas para o Tesouro Nacional.
Didatismo e Conhecimento
62
ConheCimentos banCáRios
Ao avaliá-lo, portanto, deve estimar sua rentabilidade, liquidez
e grau de risco. A rentabilidade é sempre diretamente relacionada ao
risco. Ao investidor cabe definir o nível de risco que está disposto a
correr, em função de obter uma maior ou menor lucratividade.
- empréstimos;
- reinvestimentos de lucros;
- participação de acionistas.
As duas primeiras fontes de recursos são limitadas. Geralmente,
as empresas utilizam-nas para manter sua atividade operacional.
Mas é pelas participações de novos sócios - os acionistas - que
uma empresa ganha condição de obter novos recursos não exigíveis,
como contrapartida à participação no seu capital.
Com os recursos necessários, as empresas têm condições de investir em novos equipamentos ou no desenvolvimento de pesquisas
melhorando seu processo produtivo, tornando-o mais eficiente e beneficiando toda a comunidade.
O investidor em ações contribui assim para a produção de bens,
dos quais ele também é consumidor.
Como acionista, ele é sócio da empresa e se beneficia da distribuição de dividendos sempre que a empresa obtiver lucros.
Essa é a mecânica da democratização do capital de uma empresa e da participação em seus lucros.
Para operar no mercado secundário de ações, é necessário que o
investidor se dirija a uma sociedade corretora membro de uma bolsa
de valores, na qual funcionários especializados poderão fornecer os
mais diversos esclarecimentos e orientação na seleção do investimento, de acordo com os objetivos definidos pelo aplicador.
Se pretender adquirir ações de emissão nova, ou seja, no mercado primário, o investidor deverá procurar um banco , uma corretora
ou uma distribuidora de valores mobiliários, que participem do lançamento das ações pretendidas.
Os países capitalistas mais desenvolvidos possuem mercados
de capitais fortes e dinâmicos.
A fraqueza desse mercado nos países subdesenvolvidos dificulta a formação de poupança, constitui um sério obstáculo ao desenvolvimento e obriga esses países a recorrer aos mercados de capitais
internacionais, sediados nas potências centrais.
Investimentos Imobiliários
Envolvem a aquisição de bens imóveis, como terrenos e habitações. Para a economia como um todo, entretanto, a compra de um
imóvel já existente não constitui investimento, mas apenas transferência de propriedade.
Os objetivos do investidor em imóveis são geralmente distintos
daqueles almejados pelos que procuram aplicar em valores mobiliários, sobretudo no que se refere ao fator liquidez de um e de outro
investimento.
Investimento em Títulos
Abrangem aplicações em ativos diversos, negociados no
mercado financeiro (de crédito), que apresentam características
básicas com referência a:
- renda - variável ou fixa;
- prazo - variável ou fixo;
- emissão - particular ou pública.
Renda
A renda é fixa quando se conhece previamente a forma do rendimento que será conferida ao título.
Nesse caso, o rendimento pode ser pós ou prefixado, como
ocorre, por exemplo, com o certificado de depósito bancário.
A renda variável será definida de acordo com os resultados obtidos pela empresa ou instituição emissora do respectivo título.
O que é Poupança e Investimento?
Prazo
Os recursos necessários para uma aplicação provêm da parcela
não consumida da renda, a qual se dá o nome de poupança (por
menor que seja seu valor) ou uma disponibilidade financeira, pode
efetuar um investimento, dele esperando obter:
- reserva para qualquer despesa imprevista e uma garantia para
o futuro - SEGURANÇA;
- boa remuneração – RENTABILIDADE;
- esperança de ver crescer o capital empregado – VALORIAZAÇÃO;
- defesa contra eventual desvalorização do dinheiro – PROTEÇÃO;
- oportunidade de associação com empresas dinâmicas - DESENVOLVIMENTOECONÔMICO;
- rápida disponibilidade do dinheiro aplicado LIQUIDEZ.
Há títulos com prazo de emissão variável ou indeterminado,
isto é, não têm data definida para resgate ou vencimento, podendo sua conversão em dinheiro ser feita a qualquer momento. Já os
títulos de prazo fixo apresentam data estipulada para vencimento
ou resgate, quando seu detentor receberá o valor correspondente à
sua aplicação, acrescida da respectiva remuneração.
Emissão
Os títulos podem ser particulares ou públicos.
Particulares, quando lançados por sociedades anônimas ou instituições financeiras autorizadas pela CVM ou pelo Banco Central
do Brasil, respectivamente; público, se emitidos pelos governos federal, estadual ou municipal.
Deforma geral, estadual ou municipal. Deforma geral, as emissões de entidades públicas têm o objetivo de propiciara cobertura de
déficits orçamentários, o financiamento de investimentos públicos e
a execução da política monetária.
Por que e onde Investir ?
Todo investidor busca a otimização de três aspectos básicos em
um investimento: retorno, prazo e proteção.
Didatismo e Conhecimento
63
ConheCimentos banCáRios
Juros sobre o Capital Próprio
AÇÕES: CARACTERÍSTICAS E DIREITOS
As empresas, na distribuição dos resultados aos seus acionistas, podem optar por remunerá-los por meio de pagamento de juros
sobre o capital próprio, em vez de distribuir dividendos, desde que
sejam atendidas determinadas condições estabelecidas em regulamentação específica.
Ações
Títulos de renda variável, emitidos por sociedades anônimas,
que representam a menor fração do capital da empresa emitente.
Podem ser escriturais ou representadas por cautelas ou certificados. Documento que indica ser seu possuidor o proprietário de certa
fração de determinada empresa.
Existem vários tipos de ações, cada um dos quais definindo
formas diversas de participação na propriedade e nos lucros da empresa.
Ações ao portador(extintas pelo Plano Collor) não trazem expresso o nome de seu possuidor, sendo, portanto, daquele que as
tiver em seu poder.
O investidor em ações é um coproprietário da sociedade anônima da qual é acionista, participando dos seus resultados.
As ações são conversíveis em dinheiro, a qualquer tempo, pela
negociação em bolsas de valores ou no mercado de balcão.
Bonificações em Dinheiro
Excepcionalmente, além dos dividendos, uma empresa poderá
conceder a seus acionistas uma participação adicional nos lucros,
por meio de uma bonificação em dinheiro.
Direitos de Subscrição
É o direito de aquisição de novo lote de ações pelos acionistas - com preferência na subscrição - em quantidade proporcional às possuídas, em contra partida à estratégia de aumento de
capital da empresa.
Tipos
Venda de Direitos de Subscrição
ORDINÁRIAS: Proporcionam participação nos resultados da
empresa e conferem ao acionista o direito de voto em assembleias
gerais.
Como não é obrigatório o exercício de preferência na subscrição de novas ações, o acionista poderá vender a terceiros, em bolsa,
os direito que detém.
PREFERENCIAIS: Garantem ao acionista a prioridade no recebimento de dividendos (geralmente em percentual mais elevado
do que o atribuído às ações ordinárias) e no reembolso de capital, no
caso de dissolução da sociedade.
Opções sobre Ações
São direitos de compra ou de venda de um lote de ações , a um
preço determinado (preço de exercício), durante um prazo estabelecido (vencimento). Para se adquirir uma opção, se paga ao vendedor
um prêmio. Os prêmios das opções são negociados em Bolsa.
Sua forma é escritural e sua negociação é realizada em bolsa
de valores.
A rentabilidade é dada em função da relação preço/prêmio,
existente entre os momentos de compra e vendadas opções.
FORMAS
NOMINATIVAS: Cautelas ou certificados que apresentam o
nome do acionista, cuja transferência é feita com a entrega de cautela e a averbação de termo, em livro próprio da sociedade emitente,
identificando novo acionista.
ESCRITURAIS: Ações que não são representadas por cautelas ou certificados, funcionando como uma conta corrente, na qual
os valores são lançados a débito ou a crédito dos acionistas, não
havendo movimentação física dos documentos.
Opções de Venda
São aquelas que garantem a seu titular o direito de vender ao
lançador (vendedor da opção) um lote determinado de ações, ao preço de exercício , na data de vencimento da opção .
Como é possível ter diferentes posições, tanto titulares como
lançadoras em opções de compra e/ou opções de venda, pode-se formar diversas estratégias neste mercado, segundo a maior ou a menor
propensão do investidor ao risco.
Tanto o titular como o lançador de opções (de compra e venda)
podem, a qualquer instante, sair do mercado, pela realização de uma
operação de natureza oposta.
RENTABILIDADE: É variável. Parte dela, composta de dividendos ou participação nos resultados e benefícios concedidos
pela empresa, advém da posse da ação; outra parte advém do
eventual ganho de capital na venda da ação.
DIVIDENDOS
A participação nos resultados de uma sociedade é feita sob a
forma de distribuição de dividendos em dinheiro, em percentual a
ser definido pela empresa, de acordo com os seus resultados, referentes ao período correspondente ao direito.
Quando uma empresa obtém lucros, em geral é feito um rateio,
que destina parte deste lucro para reinvestimentos, parte para reservas e parte para pagamento de dividendos.
Didatismo e Conhecimento
Operação em Margem
Modalidade operacional em bolsas de valores no mercado
a vista, pela qual o investido pode vender ações emprestadas por
uma corretora , ou tomar dinheiro emprestado numa corretora para
a compra de ações.
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ConheCimentos banCáRios
Banco de Títulos CBL – BTC
Fundo de Investimento Financeiro (FIF)
Fundo de investimento constituído sob a forma de condomínio aberto, cujo patrimônio destina-se à aplicação em carteira diversificada de ativos financeiros e demais modalidades operacionais
disponíveis no âmbito do mercado financeiro. Para fins de resgate,
suas quotas devem ser atualizadas a intervalos mínimos de 30 dias,
contados a partir da data de emissão.
Serviço de empréstimos de títulos, disponíveis por meio do sistema eletrônico, no qual os participantes da Custódia Fungível da
CBLC, atuando como doadores e tomadores, podem registrar suas
ofertas, bem como efetuar o fechamento de operações de empréstimos.
Clube de Investimentos
Fundo de Investimento Financeiro - Curto Prazo
Sua constituição é regida pelas mesmas normas do Fundo de
Investimento (FIF), com a diferença que este fundo admite o resgate
de quotas a qualquer tempo, com rendimento diário.
Instrumento de participação dos pequenos e médios investidores no mercado de ações, que pode ser administrado por uma sociedade corretora, distribuidora, banco de investimento ou banco
múltiplo com carteira de investimento. A participação é feita pela
aquisição de quotas iguais, representativas de uma parcela do patrimônio do clube sua rentabilidade depende do desempenho dos
títulos componentes de sua carteira.
Difere-se dos fundos mútuos pelo limite de participantes máximo 150, sendo que é assegurado a cada membro o direito de
aumentar o número de suas quotas, por novos investimentos, até o
limite máximo de 40% das quotas existentes - e pela possibilidade
de participação na gestão dos recursos da carteira do clube.
Fundo de Aplicações em Quotas de Fundos de Investimento
Financeiro
Tem por objetivo exclusivo a aplicação de recursos em quotas
de fundos de investimentos financeiros e demais fundos de investimento que vierem a se especificados.
Fundo Imobiliário
Clube de Investimentos – FGTS
Fundo de investimento constituído sob a forma de condomínio
fechado, cujo patrimônio é destinado a aplicações em empreendimentos imobiliários. As quotas desses fundos, que não podem ser
resgatadas, são registradas na CVM, podendo ser negociadas em
bolsas de valores ou no mercado de balcão.
Caracteriza-se pelo condomínio constituído exclusivamente
por pessoas físicas, que o utilizem para aplicar parcela de seu Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, na aquisição de contas
de Fundos Mútuos de Privatização - FGTS. As cotas do Clube de
Investimento - FGTS correspondem a frações ideais em que se divide o seu patrimônio, assumindo a forma escritural e assegurando a
seus detentores direitos iguais.
Fundo Mútuo de Investimento em Empresas Emergentes
Constituído sob a forma de condomínio fechado, é uma comunhão de recursos destinados a aplicação em carteira diversificada de
valores mobiliários de emissão de empresas emergentes, a companhia que satisfaça os seguintes parâmetros:
Fundo Mútuos de Investimento
Condomínios aberto ou fechado de investidores, para aplicação
de recursos em uma carteira diversificada de títulos e valores mobiliários, em forma de quotas. Podem ser administrados por sociedades
corretoras, distribuidoras, banco múltiplos com carteira de investimento e bancos de investimento, e devem dispor em seu regulamento sobre os ativos que poderão compor suas carteiras de aplicações.
As quotas de Fundo Mútuo de Investimento correspondem a
frações ideais do seu patrimônio e assumem a forma nominativa ou
escritural.
- Tenha faturamento anual inferior ao equivalente a R$ 60 milhões;
- Não seja integrante de grupo de sociedades com patrimônio
líquido consolidado maior ou igual a R$ 120 milhões.
Tal como nos clubes de investimento, a rentabilidade de um
fundo mútuo é dada em função do comportamento dos títulos que
compõem sua carteira.
Fundo Mútuo de Investimento em Ações - Carteira Livre
Constituído sob a forma de condomínio aberto ou fechado, é
uma comunhão de recursos destinado à aplicação em carteira diversificada em títulos e valores mobiliários.
Deverá manter, diariamente, no mínimo 51% do seu patrimônio
aplicado em ações e opções sobre índices de ações.
Fundo Mútuo de Privatização – FGTS
Constituído sob a forma de condomínio aberto, é uma comunhão de recursos destinados à aquisição de valores mobiliários
no âmbito do Programa Nacional de Desestatização. É formado, exclusivamente, por recursos de pessoas físicas participantes do
FGTS, diretamente ou por intermédio de clubes de investimento.
Suas cotas são integralizadas, exclusivamente, com recursos da conversão parcial dos saldos do FGTS dos respectivos participantes.
Fundo Mútuo de Ações
Forma de Investimento que aplica, diariamente, no mínimo
51% de seu patrimônio em ações.
Didatismo e Conhecimento
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ConheCimentos banCáRios
Em 1897, o Governo Estadual instituía a Bolsa Oficial de títulos
de São Paulo. Foi a partir das reformas que institucionalizaram o
sistema financeiro nacional, iniciadas em 1964, que as Bolsas de Valores assumiram as características que hoje possuem. Perseguindo
mais o modelo norte-americano do que outros modelos europeus, as
Bolsas de Valores brasileiras - as de São Paulo e Rio de Janeiro em
especial - assumiram postura empresarial que as classifica, na atualidade, entre as instituições mais modernas do mundo.
A organização interna das Bolsas volta-se para a divulgação
instantânea de informações sobre o desenrolar das atividades de
pregão, e da oferta de dados adicionais sobre as companhias cotadas.
As Bolsas de Valores são associações civis, sem fins lucrativos.
Seu patrimônio é representado por títulos que pertencem ás sociedades corretoras membros.
Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa,
mas estão sujeitas á supervisão da Comissão de Valores Mobiliários
e obedecem ás diretrizes e políticas emanadas do Conselho Monetário Nacional. Seus objetivos e atividades são:
- Manter local adequado á realização, de transações de compra e venda de títulos e valores mobiliários.
- Criar e organizar os meios materiais, os recursos técnicos e
as dependências administrativas necessárias a pronta, segura e eficiente realização e liquidação das operações efetuadas no recinto de
negociação (pregão), entre outros.
A atividade do corretor (com esse nome ou o de cambista) começou na mais remota antiguidade, referia-se ás pessoas que se dedicavam a troca de moedas.
No Brasil, o corretor de fundos públicos atuou, e foi reconhecido como tal, desde os tempos de Império. Na República, o corretor,
pessoa física, com caráter de ofício público vitalício, era nomeado
pelo Presidente da República e sua indicação referenciada pelo Ministro da Fazenda, sendo exigidas condições especiais para o exercício do cargo.
A Lei de Mercado de Capitais extinguiu a figura do corretor
de fundos públicos e instituiu as sociedades corretoras, instituições
financeiras membros da Bolsa de Valores, constituídas sob a forma
de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada.
Pretendeu-se, também, a igualdade de condições legais para
todo mercado de títulos no território nacional, o que não ocorria
quando os corretores funcionavam como serventuários oficiais nas
Bolsas estaduais.
Houve, portanto, uma espécie de federalização das atividades
das sociedades corretoras, que acompanhavam idêntica medida de
federalização das Bolsas de Valores.
As sociedades corretoras estão sujeitas ás normas do Conselho
Monetário Nacional, Banco Central e CVM. Seus objetivos são:
- Operar com exclusividade em Bolsas de Valores.
- Comprar, vender e distribuir títulos e valores mobiliários por
conta de terceiros;
- Formar e gerir, como líder ou participantes de consórcios para
lançamento público;
- Encarregar-se da administração de carteiras de valores e
da custódia de títulos e valores mobiliários;
- Encarregar-se da subscrição de títulos e valores mobiliários;
- Promover o lançamento de títulos e valores mobiliários, públicos e particulares;
Opções de Compra Não-padronizadas (Warrants)
Warrant de compra é um título que dá ao seu possuidor o direito
de comprar um ativo financeiro a um preço predeterminado (preço
de exercício), em um prazo também predeterminado. O emissor de
Warrant pode ser a própria empresa emissora do ativo subjacente
à Warrant, ou qualquer instituição que detenha em sua carteira de
investimentos uma grande quantidade de ações emitidas por outra
instituição.
Recibo de Carteira Selecionada de Ações - RCSA
O RCSA é um recibo que representa uma carteira preestabelecida de ações, cujas quantidades são fixadas e perfeitamente conhecidas antes de sua constituição. Os papéis integrantes dos RCSAs
devem ser depositados em custódia antes de sua emissão e, uma
vez constituídos, os recibos são negociados na BOVESPA como se
fossem um título qualquer, com seu valor sendo determinado pelo
mercado.
A principal característica do RCSA é que ele permite que o investido compre ou vinda um conjunto de ações por meio de uma
única operação.
Mais considerações acerca das ações
A Bolsa de Valores de Nova York gira mais de US$ 1 bilhão
num dia normal de pregão, fechando o ano com qualquer coisa como 4% do Produto Nacional Bruto dos Estados Unidos. Um
em cada dez americanos tem interesse direto nas cotações de ações
e de commodities de seu país, seja como investidores, como cotistas
de fundos mútuos, ou como participantes de planos de pensão, individuais e de empresas.
A origens das Bolsas de Valores é bastante remota. Durante
toda a Idade Média e até o século XVII, as operações de Bolsa resumiram-se á compra e venda de moedas, letras de câmbio e metais
preciosos. A palavra Bolsa, no seu sentido comercial e financeiro,
nasceu em Bruges, cidade lacustre da Bélgica, a Bourse de Paris foi
implantada por Luís VII em 1141. Em 1698 foi fundada a Bolsa de
Fundos Públicos de Londres, mas só no século XVIII estas instituições atingiram grande desenvolvimento, quando as exigências de
crédito público obrigaram os banqueiros a fracionar os empréstimos
em títulos de participação.
No Brasil, seu desenvolvimento está intrinsecamente ligado ao
desenvolvimento da estrutura financeira do País, que se assentou basicamente sobre dois tipos de instituições:
Os Bancos Comerciais e as Bolsas de Valores.
Antes do século XIX não se encontravam instituições organizadas, mas apenas indivíduos exercendo as funções de banqueiros
ou corretores.
Em 13 de março de 1897 foi expedido o Decreto nº 2475,
que veio a se constituir na espinha dorsal da legislação sobre Bolsas
e Corretoras. Em São Paulo, em dezembro de1894, foi aprovada
uma tabela de corretagem para a embrionária Bolsa Livre de Valores, por ato do governo estadual. Este fato representou o passo
inicial para a criação dos primeiros cargos de corretores de fundos
públicos.
Didatismo e Conhecimento
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ConheCimentos banCáRios
- Instituir, organizar e administrar fundos mútuos de investimentos, bem como clube de investimentos;
- Organizar fundos de investimentos, sob a forma de sociedade anônima de capital autorizado;
- Operar em open market e overnight, desde que especificamente credenciada pelo Banco Central do Brasil;
- Intermediar operações no mercado de commodities;
- Assessorar os clientes no processo de tomada de decisão.
Negociação Comum –Realiza-se entre dois representantes.
Apregoação de viva voz menciona intenção de comprar e vender,
o título, características, quantidade e preço unitário.
Relacionamento investidor –corretora – Bolsa necessita ser
especialmente formal, para conferir ás operações a segurança essencial á sua legitimação. Os investidores podem emitir aos seus
corretores vários tipos de ordens de compra e venda de ações.
Negociação Direta - O mesmo operador é, simultaneamente,
comprador e vendedor: comprador para um dos clientes de sua corretora e vendedor para outro. Apregoação é feita por um representante da Bolsa.
Negócios são realizados durante todo o período do pregão.
O sistema é consagrado nas maiores Bolsas do País e estrangeiras, e permite efetuar grandes volumes de negócios (Trading Post).
Os negócios são realizados segundo quatro processos:
Negociação por Leilão - Semelhante a negociação direta. Ao
ocorrer apregoação de compra e venda de grande quantidade, representante da Bolsa interfere colocando em leilão.
As mais comuns são:
- Mercado;
- Limitada;
- Casada;
- De financiamento;
- De stop;
- Para o dia;
- Prazo determinado;
- Em aberto.
Negociação por Oferta - Realizada entre dois operadores, sendo um deles representado pelo posto de negociação que recebeu sua
oferta.
Introduzido em 1990 e operado pela Bolsa de Valores de São
Paulo, o CATS oferece um sistema de informações de mercado e
instrumentos de análise de investimentos, contribuindo para que a
Bolsa possa manter um sistema eficiente de negociações e funcionamento do mercado.
Os investidores compram ações de companhias, em Bolsa, através das sociedades corretoras.
O investidor emite uma ordem de compra e venda á sua corretora e esta se encarrega de executá-la no pregão. O operador, de
posse das ordens de compra e de venda dos clientes de sua corretora, participa diretamente do pregão, apregoando seus negócios. As
operações em Bolsa são remuneradas á base de comissões sobre os
negócios efetuados.
Local mantido pelas Bolsas para a realização de negócios de
compra e venda de títulos, principalmente ações, em mercado livre
e aberto. O pregão é o principal recinto de uma Bolsa de Valores, e
onde se realiza todo o seu processo operacional. Apesar de realizar-se dentro de uma sala de dimensões normais, o pregão é um mercado onde se efetuam milhares de negócios em um só dia, de forma
segura, ágil e livre.
No pregão encontram-se os fluxos de oferta e procura do mercado de ações. Milhares de pessoas que desejam comprar e vender
ações estão aí representadas pelos operadores de Bolsa (os próprios
corretores ou seus prepostos).
Sistemas de informações ligam, através de terminais, o pregão
de uma Bolsa aos pregões das demais Bolsas do País, às sociedades
corretoras dos diversos Estados, a bancos de investimento e investidores individuais.
Pregão pode ser organizado segundo os sistemas de negociação existentes: Operadores ficam em volta de balcão circular, onde
anunciam de viva voz suas ofertas de compra e venda.
O diretor do pregão delimita intervalo de tempo para a negociação de cada título. Esgotado o tempo, o mesmo título só pode ser
transacionado no final, em nova rodada, ou no dia seguinte. (Call
System).
Didatismo e Conhecimento
Á Vista: Compra e venda de lotes padronizados de ações, executadas a um preço estabelecido em determinado instante da sessão
do pregão, ou através de sistemas eletrônicos de negociação.
A Termo: Compra e venda de ações, em sessão de pregão ou
através de sistemas eletrônicos de negociação, a um preço fixado,
para entrega numa data definida, entre 30 e180 dias, a partir da data
da negociação, daí resultando um contrato entre as partes.
Operações a Prazo-Conta Margem: No mercado de Bolsa as
operações a prazo podem ser realizadas através da conta margem
que é um mecanismo de crédito, operado pelas Corretoras, a seus
clientes.
Em verdade a conta-margem é uma operação extra-bolsa. A
Corretora empresta a seu cliente dinheiro para comprar ações, ou
ações para serem vendidas no mercado.
Operações a Futuro: Operação de futuro é aquela em que a
prestação e a contra prestação são contemporâneas no futuro. O outro mercado que não se liquida a vista ou contra entrega é o mercado
de opções.
No mercado de opções o que se negocia são direitos sobre
ações. São direitos de uma parte comprar ou vender a outra, até uma
determinada data, certa quantidade de ações a um preço preestabelecido, pagando-se de uma só vez o valor da opção.
Lançador: É quem vende a opção.
Titular: É que compra a opção.
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ConheCimentos banCáRios
O empréstimo é uma só, da totalidade dos títulos emitidos, cada
debênture representando, assim, apenas uma parcela do mesmo.
Debêntures constituem títulos de crédito impróprios, podendo
assim circular obedecidas às restrições impostas pela sociedade.
O título representa desse modo um direito de crédito contra a
sociedade o que se distingue da ação que documenta um direito de
participação na sociedade.
A principal vantagem para o adquirente da debênture é o recebimento de juros pagos pela companhia.
Esses poderão ser fixos ou variáveis.
Além dos juros, poderão as debêntures conferir aos seus titulares uma participação nos lucros da sociedade ou um prêmio no
reembolso.
Tudo de acordo com as condições já insertas no próprio.
A debênture, a uma primeira apreciação de sua natureza, despertaria a ideia de associá-la a uma promissória, pois, como esta,
também incorpora uma declaração universal de vontade, consubstanciando uma promessa de pagamento em dinheiro.
Dessa forma, as sociedades por ações têm à sua disposição as
facilidades necessárias para captação de recursos junto ao público, a
prazos longos e juros mais baixos, com atualização monetária e resgates a prazo fixo ou mediante sorteio, conforme suas necessidades
para melhor adequar o seu fluxo de caixa.
Os debenturistas tem proteção legal por meio da escritura de
emissão e do agente fiduciário.
A escritura de emissão é um documento legal que especifica as
condições sob as quais a debênture foi emitida, os direitos dos possuidores e os deveres da emitente.
Trata-se de documento extenso contendo cláusulas padronizadas, restritivas e referentes à garantia.
Da escritura constam, entre outras, as seguintes condições:
montante da emissão; quantidade de títulos e o valor nominal unitário; forma; condições de Conversibilidade; espécie; data de emissão;
data vencimento; remuneração; juros; prêmio; cláusula de aquisição
facultativa, resgate antecipado facultativo condições de amortização.
O agente fiduciário é uma terceira parte envolvida na escritura
de emissão, tendo como responsabilidade assegurar que a emitente
cumpra as cláusulas contratuais.
A captação de recursos no mercado de capitais, via emissão de
debêntures, pode ser feita por Sociedade por Ações (S.A.), de capital
fechado ou aberto. Entretanto, somente as companhias abertas, com
registro na CVM –Comissão de Valores Mobiliários, podem efetuar
emissões públicas de debêntures.
Ação-Objeto: Ação a ser comprada ou vendida no dia de vencimento da opção.
Dia de Exercício: Dia de vencimento da opção.
Day Trade: Compra e venda de opções da mesma série, numa
mesma sessão de pregão, na mesma Bolsa.
Dentro do Preço: Opção cujo preço de exercício é maior do que
o preço a vista da ação-objeto; entre outros. Em síntese, ao investidor no mercado de opções é dado lançar, fechar posições exercer,
comprar e vender opções e ainda fazê-lo da forma day trade.
O Índice de ações são indicadores de variação de preços de
mercado utilizados para a avaliação comparada de performance dos
preços das ações para administradores e investidores. É ainda poderoso instrumento de avaliação nas negociações a futuro. O índice de
ações mais conhecido no Brasil é o Índice BOVESPA. Calculado
ininterruptamente há mais de 25 anos, em função do movimento da
maior Bolsa do país, o BOVESPA, é importante indicador do desempenho médio das cotações do mercado de ações.
O Índice BOVESPA é o valor atual em moeda do país de uma
carteira teórica de ações, a partir de uma aplicação hipotética.
O sistema de difusão de informações das Bolsas de Valores
brasileiras é, possivelmente, um dos mais avançados do mundo. As
Bolsas utilizam quase todos os meios de comunicação disponíveis:
correio, malotes, imprensa escrita, falada e televisada, telex e o teleprocessamento de dados com terminais de computadores on-line
ou ligados a telex.
Além disso, as Bolsas de Valores do Rio e de São Paulo estão
ligadas na rede internacional Internet e por sistemas de E-mail.
As principais Bolsas de Valores do País, do Rio de Janeiro e
de São Paulo, estão equipadas com o que há de mais moderno em
teleprocessamento de dados. Todo o processo, desde o fechamento
da operação até o momento da liquidação, é feito através do computador.
As duas Bolsas instalaram uma rede de terminais que opera on-line com o sistema central de computadores e permite a utilização
de um amplo sistema integrado de teleprocessamento, com unidades
que podem ser distribuídas por todo o território nacional e mesmo
no exterior. As Bolsas de Valores são obrigadas a manter um Fundo
de Garantia, com a finalidade de ressarcir os clientes de seus associados dos prejuízos que lhes sejam ocasionados por ato doloso ou
culposo dos membros da entidade.
Diferença entre ações e debêntures
CONCEITO DE DEBÊNTURES E FINALIDADE
A empresa, ao emitir uma série de debêntures, simplesmente
cria papéis. Esses papéis, no comum dos casos, atuarão como um
meio de tomar um empréstimo ao público. No entanto, qualquer outra finalidade legalmente admissível servirá para fundamentar a sua
colocação. A debênture é, pois, um título abstrato, de dívida que a
sociedade tem a prerrogativa de criar.
As debêntures prestam-se, normalmente, a propiciar a empresa
emitente recursos de longo prazo, destinando-se, em regra, a financiar investimento fixo.
É um título de crédito representativo de empréstimo que uma
companhia faz junto a terceiros e que assegura a seus detentores direito contra a emissora, nas condições constantes da escritura
de emissão.
Para emitir debêntures uma empresa tem que ter uma escritura
de emissão, onde estão descritos todos os direitos conferidos pelos títulos, suas garantias e demais cláusulas e condições da emissão e suas características.
Didatismo e Conhecimento
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ConheCimentos banCáRios
As partes beneficiárias podem ser alienadas pela companhia,
com intuito de amealhar recursos para seu caixa, ou podem ser
atribuídas gratuitamente a fundadores, acionistas (como vantagem
adicional de classes de ações) ou a prestadores de serviços (por retribuição de trabalhos realizados). Proíbe-se, contudo, haver mais de
uma classe ou série de partes beneficiárias (art. 46, parágrafo 4º).
É uma alternativa para aumento de um capital, sendo indicadas nos casos em que o mercado não se encontra predisposto
à absorção de ações, ou ainda quando os antigos acionistas não
convenham aumentar o capital próprio bem como nas hipóteses em que um lançamento vultoso de ações seja julgado inconveniente dados os reflexos negativos que poderia operar sobre sua
cotação em bolsa de valores. Apenas sociedades anônimas tem legitimação para emitir debêntures, estando as demais sociedades
impedidas de fazê-lo.
Bônus de subscrição
Esse título pode ser emitido toda vez que a sociedade resolver lançar novas ações no mercado. Na verdade, é uma forma de
seu titular garantir prioridade na aquisição de novas ações. É de uso
exclusivo das companhias de capital autorizado (aquelas em cujo
estatuto já consta previsão para futuro aumento do capital subscrito,
até determinado limite de autorização).
Normalmente é alienado pela companhia, mas pode ser atribuído gratuitamente como vantagem adicional a titulares de debêntures , ações ou partes beneficiárias. Se alienado, seu adquirente deverá desembolsar o preço fixado. Por ocasião da subscrição das novas
ações, ele será apresentado simultaneamente ao pagamento do percentual mínimo do preço de emissão das ações.
Apesar de não ser uma faculdade restrita aos acionistas, estes
gozam do direito de preferência para adquirir o bônus.
A deliberação para sua emissão compete à assembleia geral, se
o estatuto não atribuir tal aptidão ao conselho de administração. Não
se trata, portanto, de competência privativa da assembleia, assim
como é a deliberação a respeito de debêntures e partes beneficiárias.
Emissão e forma
Por emissão de debêntures entende-se o ato de por a sociedade
as mesmas a disposição do público, para devida subscrição.
A companhia poderá efetuar mais de uma emissão de debêntures, e cada emissão poderá ser divida em séries.
Cada nova série da mesma emissão será objeto de aditamento
na escritura de emissão.
O valor total da emissão de debêntures não poderá ultrapassar
o capital social. O valor nominal das debêntures deve ser expresso em moeda nacional, salvo nos casos de obrigação que, nos termos
da legislação, possa ter o pagamento estipulado em moeda estrangeira.
Como título fracionário que é, a debênture possibilita a subdivisão da emissão pretendida em inúmeros títulos.
Esses títulos, em seu conjunto, compõem uma série única de
debêntures ou um grupo de séries.
Uma nova emissão somente poderá ser efetuada depois d colocadas todas as debêntures da emissão anterior.
Se a emissão corresponder a várias séries a negociação de cada
série dependerá também da colocação integral da anterior. As debêntures ou séries não colocadas, desde que canceladas, serão
consideradas extintas permitindo-se desse modo que a companhia
possa colocar outras séries ou até mesmo promover nova emissão.
Cada série será composta por debêntures necessariamente
iguais, estando previsto no parágrafo único do art.53, que elas terão
igual valor nominal e que conferiram a seus titulares os mesmos
direitos.
Alienação das cotas e das ações
A participação societária de uma sociedade contratual e denominada “cota” (que se pode grafar também “quota”); a de uma sociedade institucional e denominada “ação”. Uma ou outra são bens
do patrimônio do sócio (ou acionista), não pertencem á sociedade.
Desse modo, o seu titular, o sócio, pode dispor da participação
societária, alienando-a, a exemplo da disponibilidade que tem dos
demais bens de sue patrimônio.
O adquirente de uma cota ou ação torna-se sócio da sociedade e
passa a exercer os direitos que esta condição lhe confere.
Naquelas sociedades em que as características subjetivas dos sócios podem comprometer o sucesso da empresa levada a cabo pela
sociedade, garante-se o direito de veto ao ingresso de terceiro estranho do quadro associativo. Desta forma, a alienação da participação societária condiciona-se á anuência dos demais, quando se
tratar de adquirente não sócio.
Já naquelas sociedades em que não influem, na realização do
objeto social, os atributos subjetivos de cada sócio, a circulação da
participação societária é livre, incondicionada á concordância dos
demais sócios.
Em vista desse quadro, dividem-se as sociedades, no tocante
ás condições da alienação da participação societária nas seguintes
categorias:
Partes beneficiárias
Constituem outra categoria de títulos emitidos pelas sociedades
anônimas de capital fechado, desde que autorizada pela assembleia
geral. Caracterizam-se por ser estranhas ao capital social e por conferir aos seus proprietários direito de crédito apenas eventual contra a companhia, ou seja, o direito de um titular desse título é contra
parcela de lucro da companhia (não se permite comprometimento
de percentual superior a 10% no pagamento de partes beneficiárias).
Se a sociedade não apresentar resultado positivo, seu proprietário simplesmente não terá valor a reclamar.
Proíbe-se ao seu titular exercer direito privativo de acionista.
No entanto, permite-se sua conversão em ação, desde que previsto no estatuto e mediante capitalização de reserva criada para esse
fim.
Didatismo e Conhecimento
a) Sociedades de pessoas
69
ConheCimentos banCáRios
- em que os sócios têm direito de vetar o ingresso de estranho
no quadro associativo;
As ações sob a óptica de investimento, ou seja, como o emprego
de capital com o objetivo de obter ganho(s) a médio e longo prazos,
em oposição a resultados imediatos podem ser divididas em:
b) Sociedade de capital
“blue chips” ou de 1ª linha - são ações de grande liquidez e
procura no mercado de ações por parte dos investidores, em geral de
empresas tradicionais, de grande porte/ âmbito nacional e excelente
reputação, cujos preços elevados refletem estes predicados;
– em relação ás quais vigem o princípio da livre circulabilidade
da participação societária. As sociedades institucionais são sempre
“de capital”, enquanto as contratuais podem ser “de pessoas” ou de
“capital”. Assim, na sociedade anônima (S/A) e em comandita por
ações(C/A) os acionistas não têm o direito de impedir o ingresso de
terceiro não – sócio. Na sociedade, assegurando o principio da livre
– circulação das ações (LSA, art.36º).Nestas sociedades, as ações
são sempre penhoráveis por divida de sócio e a morte não autorizada à dissolução parcial, seja a pedido dos sobreviventes ou dos
sucessores.
de 2ª linha - são ações um pouco menos líquidas, de empresas
de boa qualidade ,mas de maior risco relativamente às “blue chips”,
em geral de grande e médio portes, tradicionais ou não. Seus preços
são mais baixos e costumam ser mais sensíveis aos movimentos de
mercado de baixa que aos de alta ( isto é, sobem depois das “blue
chips” e caem antes);
de 3ª linha - são ações com pequena liquidez, em geral de companhias de médio e pequeno portes - porém não necessariamente de
menor qualidade e maior risco relativamente às de 2ª linha -, cuja
negociação caracteriza-se pela descontinuidade;
DIFERENÇAS ENTRE COMPANHIAS ABERTAS E
COMPANHIAS FECHADAS
Companhias Abertas
de privatização - são ações de companhias colocadas no mercado através de leilões do Programa Nacional de Desestatização PND. Algumas das companhias em processo de privatização podem
já ter suas ações negociadas em Bolsas de Valores, antes mesmo
daquele ser completado, tendendo a incrementar sua liquidez após a
conclusão do mesmo.
Característica do tipo de sociedade anônima em que o capital representado pelas ações, é dividido entre muitos e indeterminados acionistas.
Além disso, essas ações podem ser negociadas nas Bolsas de Valores.
A Dinâmica das Operações em Bolsa
Companhias Fechadas
Tipos de Ordem
Característica do tipo de sociedade anônima em que o capital representado por ações, é dividido entre poucos acionistas. Além
disso, as ações não são negociáveis em Bolsas de Valores.
Quando o investidor transmite sua ordem a uma corretora junto
à qual é cadastrado, esta tem o dever de executá-la prontamente ao
melhor preço disponível - é a ordem a mercado.
Esta é a ordem mais comum, mas há várias outras modalidades.
O investidor pode, por exemplo, fixar um preço determinado ou melhor para sua execução -é a ordem limitada. Ou poderá fixar apenas
a quantidade de títulos, dando uma ordem administrada à corretora
que a executará a seu critério.
A fim de limitar prejuízos, o investidor pode dar a ordem fixando um preço limite que, se alcançado pela evolução das cotações,
torna a ordem a mercado - é a ordem de “stop”.
Há também a possibilidade de vincular a execução de uma operação à execução de outra previamente definida e oposta (compra
versus venda), no mesmo ou em diferentes mercados - é a ordem
casada, que só se efetiva se executadas as duas ordens.
De forma similar, há a ordem de financiamento, na qual o investidor determina a tomada de posições opostas, também no mesmo
ou em outro mercado, porém com prazo de vencimento distintos.
O investidor pode também fixar o prazo de validade de sua ordem, através da ordem válida para o dia ou da ordem válida por prazo determinado - expirado o prazo, a ordem é cancelada. Há, ainda,
a ordem válida por prazo indeterminado, cuja validade só termina
com a execução ou cancelamento da ordem. Por fim, o investidor
pode confiar sua carteira de títulos a um administrador, pessoa física
ou jurídica, o qual emitirá uma ordem discricionária, pela qual estabelece condições para sua execução agregada a outras, efetuando
posteriormente a identificação de titulares, lotes e preços.
Funcionamento do Mercado À Vista de Ações
Mercado onde a liquidação física (Entrega dos títulos pelo vendedor) se processa no 1º dia útil após realização do negócio em pregão e a liquidação financeira (pagamento dos títulos pelo comprador) se dá no 3º dia útil posterior à negociação e somente mediante
a efetiva liquidação física.
Mercado à Vista de Derivativos
As operações em bolsa são efetuadas nos mercados à vista - no
qual compradores e vendedores estabelecem um preço para um lote
de ações a ser entregue e pago no prazo determinado, atualmente
D+3, a termo - onde as partes fixam um preço para liquidação físico-financeira da ação em prazo futuro determinado e de opções de
compra ou venda -no qual as partes negociam o direito de comprar/
vender a ação a preço e prazo futuro determinados. O recinto físico
ou eletrônico de negociações é chamado de pregão.
A Escolha da Ação
O processo de escolha da ação é a mesma para qualquer investidor - pessoa física, jurídica ou institucional.
Didatismo e Conhecimento
70
ConheCimentos banCáRios
divulga também o IBX-Índice Brasil, índice que mede o retorno de
uma carteira de ações integrada pelas 100 ações mais negociadas e
o IEE, índice setorial, que mede o desempenho das ações do setor
elétrico.
Execução
O intermediário financeiro dispõe de profissionais especializados, capacitados a dar orientações sobre investimentos,
receber ordens dos investidores e transmití-las aos operadores qualificados por ela mantidos nos pregões físicos das Bolsas, ou ainda encaminhá-las para o pregão eletrônico, o qual também pode
ser acessado diretamente pelos clientes das Corretoras através dos
Home Brokers.
Liquidação Executada a ordem, tem lugar a liquidação física
e financeira, processo pelo qual se dá a transferência da propriedade dos títulos e o pagamento/ recebimento do montante financeiro
envolvido, dentro do calendário específico estabelecido pela bolsa
para cada mercado. No mercado à vista, vigora o seguinte calendário
de liquidação:
- D+0 - dia da operação;
- D+1 - prazo para os intermediários financeiros especificarem
as operações por eles executadas junto à bolsa;
- D+2 - entrega e bloqueio dos títulos para liquidação física
da operação, caso ainda não estejam na custódia da CBLC;
- D+3 - liquidação física e financeira da operação.
Mercado de Balcão
É o onde são negociadas ações de empresas que não têm
autorização para operar na Bolsa de Valores.
As operações de compra e venda são, então, fechadas por telefone ou por um sistema eletrônico de negociação.
Abrangem não apenas negociações com ações como também
com outros ativos, inclusive derivativos. Na medida em que atendem a especificações determinadas pelo cliente -- não prevista nas
negociações em bolsa, -- as operações realizadas no mercado de balcão também são chamadas “sob medida”, “tailor made” ou customizadas (derivada de customer, “cliente” ).
Designa-se o Mercado de Balcão com o termo ‘Organizado’
somente a partir do momento em que se estrutura como sistema de
negociação de Títulos e Valores Mobiliários administrado por entidade autorizada pela CVM.
Regulado pela Instrução CVM nº. 243, de 01/03/1996, que disciplina o seu funcionamento, o Mercado de Balcão Organizado tem
como principal finalidade servir como um estágio para as empresas
que desejam ter suas ações negociadas em bolsa. São empresas que
ainda não possuem porte econômico que justifique registro em uma
bolsa de valores (que acarreta em custos para a companhia), que
necessitam de um período para se adaptar às normas mais exigentes
e cujas ações ainda não possuem liquidez.
A liquidação é realizada através de empresas de compensação
e liquidação de negócios, que podem ser ligadas à bolsa ou independentes. A BOVESPA utiliza a CBLC – Companhia Brasileira de
Liquidação e Custódia - para liquidar as operações realizadas em
seus mercados. As corretoras da BOVESPA e outras instituições financeiras são os agentes de compensação da CBLC, responsáveis
pela boa liquidação das operações que executam para si ou para seus
clientes.
Indicadores e Índices do Mercado
QUAL É A DIFERENÇA ENTRE MERCADO DE BOLSA
E DE BALCÃO?
As bolsas de valores, coletam, organizam e divulgam uma
série de informações sobre os negócios realizados em cada pregão.
Os principais indicadores referem-se a preços e volumes das ações
negociadas, que traduzem a liquidez do mercado. São elaborados
também índices que mostram o comportamento do mercado como
um todo ou segmentos específicos. O Ibovespa é o índice que acompanha a evolução média das cotações das ações.
É o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de
ações, constituída em 1968, a partir de uma aplicação hipotética. A
carteira teórica é integrada pelas ações que, em conjunto, representaram 80% do volume transacionado a vista nos doze meses anteriores
à formação da carteira.
Para que sua representatividade se mantenha ao longo do tempo, é feita uma reavaliação quadrimestral, alterando-se a composição e peso da carteira.
Considerando-se seu rigor metodológico e o fato de que a BOVESPA concentra mais de 90% dos negócios do país, trata-se do
mais importante índice bursátil disponível, permitindo tanto avaliações de curtíssimo prazo, como observações de expressivas séries
de tempo.
O Ibovespa é uma ferramenta indispensável para quem investe
em ações, quer para acompanhar o mercado, quer para avaliar comparativamente o desempenho de sua própria carteira. A BOVESPA
Didatismo e Conhecimento
No mercado de bolsa todos os negócios são feitos a partir de um
conjunto de regras sobre a forma de conduzir as operações e uma
quantidade de informações muito grande à disposição do investidor.
Para operar no mercado de balcão, é aconselhável ao investidor
procurar sempre a orientação do seu agente de investimento ates de
realizar qualquer negócio. Neste mercado, que não tem lugar fixo,
os negócios podem ser fechados por telefone entre as instituições e
entre elas e os seus clientes.
Em geral, as ações de companhias mais tradicionais são negociadas em bolsa e as ações de companhias novas, no mercado de
balcão.
MERCADO DE CÂMBIO
Instituições Autorizadas a Operar
Podem operar no mercado de câmbio apenas as instituições autorizadas pelo Banco Central. O segmento livre é restrito aos bancos
e ao Banco Central.
No segmento flutuante, além desses dois, podem ter permissão
para operar as agências de turismo, os meios de hospedagem de turismo e as corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários.
71
ConheCimentos banCáRios
A transação PCAM 830, do SISBACEN, disponível ao público
em geral, lista todas as instituições autorizadas nos dois segmentos
do mercado de câmbio.
Em dúvida, o cliente deve solicitar documentação comprobatória da aprovação do Banco Central e/ou contatar a representação do
Departamento de Câmbio na praça ou região ou ainda ligar para as
Centrais de Atendimento do Banco Central.
b) Mercado de Taxas Flutuantes (ou Câmbio Turismo), que
engloba as operações não enquadradas no Câmbio Comercial.
MODALIDADES
CAMBIO LIVRE. Regime de operações do mercado de divisas sem interferência das autoridades monetárias. A liberação da
taxa cambial faz com que o valor das moedas estrangeiras flutue de
acordo com o interesse que despertam no mercado segundo a interação da oferta e da procura.
O câmbio livre é também chamado de flutuante ou errático.
As flutuações da taxa cambial apresentam uma série de riscos,
pois o mercado de divisas passa a sofrer variações determinadas
também por fatores políticos, sociais e até psicológicos.
Quando um país sofre uma crise de liquidez, por exemplo, o
regime de câmbio livre estimula a especulação com moeda estrangeira, o que eleva excessivamente sua cotação e agrava sua escassez.
Da mesma forma, os importadores passam a utilizar maior quantidade de divisas (moeda estrangeira) para suas compras, querendo
evitar pagá-las mais caras com o avanço da crise, o que agrava a
crise de liquidez.
OPERAÇÕES BÁSICAS
CÂMBIO. Operação financeira que consiste em vender, trocar
ou comprar valores em moedas de outros países ou papéis que representem moedas de outros países. Para essas operações são utilizados
cheques, moedas propriamente ditas ou notas bancárias, letras de
câmbio, ordens de pagamento etc.
Até o século passado, a maioria das moedas tinha seu valor determinado por certa quantia de ouro e prata que representavam.
Atualmente não há mais o lastro metálico para servir de relação
no câmbio entre as moedas, e as taxas cambiais são determinadas
por uma conjunção de fatores intrínsecos ao país, principalmente a
política econômica vigente.O câmbio não possui apenas o valor
teórico de determinar preços comparativos entre moedas, mas a
função básica de exprimir a relação efetiva de troca entre diferentes
países.
A troca de moedas é consequência das transações comerciais
entre países.
No Brasil, a rede bancária, liderada pelo Banco do Brasil, é a
intermediária nas transações cambiais.
Os exportadores, ao receberem moeda estrangeira, vendem-na
aos bancos e os bancos revendem essa moeda aos importadores para
que paguem as mercadorias compradas.
Essas transações são sempre reguladas pelo governo, que fixa
os preços de compra e venda das moedas estrangeiras.
CÂMBIO MANUAL. A simples troca física da moeda de um
pais pela de outro. As operações manuais de câmbio só se fazem em
dinheiro efetivo e restringem-se aos viajantes e turistas.
Nas transações de comércio exterior ou de pais a pais, utilizam-se divisas sob a forma de letras de câmbio, cheques, ordens de pagamento ou títulos de crédito.
CÂMBIO MÚLTIPLO. Sistema de câmbio em que as taxas
variam conforme a destinação do uso da moeda estrangeira. Acaba
funcionando como um tipo de subsídio para a compra de alguns produtos ou como taxação na compra de outros. E adotado tanto para
a importação quanto para a exportação, e alguns países o adotam
oficialmente.
O Brasil não possui câmbio múltiplo, mas certas regulamentações de natureza cambial criam efeito semelhante. O dólar para a
compra de petróleo, por exemplo, possui valor inferior ao do cambio
oficial, contrapartida, durante algum tempo a taxação de 25% de
IOF (imposto sobre Operações Financeiras) na compra. de dólares
por turistas brasileiros que viajavam ao exterior criou um dólar mais
caro. Estão no mesmo caso a taxação variável dos produtos de importação (com alíquotas maiores para os chamados supérfluos e o
confisco cambial incidente sobre produtos de exportação (como o
café).Consideraremos que essas operações se realizem em um mercado cambial totalmente livre, isto é, onde inexistam quaisquer tipos
de controles de câmbio.
Estrutura do Mercado Cambial Brasileiro
- Banco Central do Brasil: órgão executor da política cambial
brasileira;
- Banco Autorizado: instituição bancária com quem o cliente
fecha o câmbio;
- Cliente: qualquer pessoa física ou jurídica habilitada a comprar ou vender moeda estrangeira;
- Corretor de Câmbio: intermediário de quem, facultativamente, o cliente pode se utilizar para realizar as suas operações de
câmbio.
Segmentos de Mercado
Nota: Algumas das operações aqui tratadas poderão não ser
permitidas no Brasil, em virtude de dispositivos cambiais vigentes.
Os negócios cambiais realizados pelos bancos podem ser efetuados com seus clientes não-bancários (empresas, particulares etc.)
como também com outros bancos (operações interbancárias).
Tais operações poderão referir-se a operações “prontas”, operações “futuras”, operações de swaps, hedging etc.
O Mercado Cambial Brasileiro está dividido em dois segmentos distintos:
a) Mercado de Taxas Livres (ou Câmbio Comercial), que
abrange as operações de câmbio relativas ao comércio exterior e de
capitais estrangeiros, entre outras;
Didatismo e Conhecimento
72
ConheCimentos banCáRios
- seu porte e/ou participação de capital estrangeiro;
- sua rede de agências e/ou correspondentes no exterior;
- sua participação no mercado cambial;
- tarifas de serviços;
- qualidade dos serviços prestados.
As transações “interbancárias” normalmente são efetuadas por
telex ou telefone, diretamente entre os bancos ou, conforme a legislação cambial do país, com a intervenção de corretores.
A rapidez é fator primordial na condução dessas operações os
negócios são consumados dizendo-se simplesmente “feito” a uma
proposta.. Uma proposta de operação devera ser imediatamente respondida ela outra parte, aceitando-a ou recusando-a. Uma demora
na resposta poderá fazer que a outra parte se recuse a fechar o negocio nas condições estabelecidas inicialmente. Este aspecto é de
particular importância no caso de cotações cambiais, as quais, em
um mercado livre de câmbio, poderão modificar-se rapidamente, de
acordo com as condições de mercado.
Além disso, o banco deve ser um parceiro disposto a assessorá-lo, pronto para lhe apresentar novas alternativas de negócios.
A negociação do câmbio entre o exportador e o banco poderá
ser realizada diretamente ou com a intermediação de um Corretor de
Câmbio. O corretor não é parte da operação. É apenas um interveniente. Responde pelos aspectos formais e pela identificação do seu
cliente e não pelos direitos e obrigações decorrentes do contrato de
câmbio. Trata-se de um prestador de serviços.
Dentre as suas funções, merecem destaque as seguintes:
- intermediar a operação;
- orientar o exportador quanto aos aspectos técnicos, regulamentares, administrativos e financeiros;
- buscar o melhor negócio para o exportador;
- assessorá-lo no enquadramento técnico e regulamentar das
operações;
- estar permanentemente na busca de novas alternativas para o
exportador; e
- acompanhar a operação até a sua final liquidação.
CONTRATOS DE CÂMBIO
CARACTERÍSTICAS
Embora fechadas por telefone, as operações de câmbio têm de
ser formalizadas através de instrumento próprio, o Contrato de Câmbio. Padronizado pelo Banco Central do Brasil, sua formalização se
dá através do SISBACEN -Sistema de Informações do Bacen.
Existem vários tipos de Contratos de Câmbio, dentre eles:
TIPO 01 –EXPORTAÇÃO
TIPO 02 –IMPORTAÇÃO
TIPO 03 -TRANSFERÊNCIAS FINANCEIRAS DO EXTERIORTIPO
TIPO 04 -TRANSFERÊNCIAS FINANCEIRAS PARA O
EXTERIOR
O corretor de câmbio pode ser de capital importância na operação uma vez que ele participa do mercado em “full time”. Isto lhe
permite absorver, processar e divulgar informações indispensáveis
para a correta contratação do câmbio. Sua intervenção é facultativa. Pelos serviços prestados, o corretor recebe uma corretagem paga
pelo cliente.
Uma vez fechados, os contratos devem ser liquidados.
Liquidar significa, a rigor, entregara moeda estrangeira que
foi vendida. Quanto ao prazo para liquidação, os contratos de câmbio podem ser:
a) Prontos: são aqueles cuja liquidação deve ocorrer em até 2
dias úteis;
b) Futuros: aqueles cuja liquidação deva ser processada em prazo maior que 2 dias úteis.
QUANDO “FECHAR” O CÂMBIO?
O câmbio poderá ser fechado antes ou após o embarque da mercadoria: Nas operações cursadas sob a modalidade de pagamento
antecipado, o câmbio é contratado para liquidação pronta, antes do
embarque.
Nas operações conduzidas sob as demais modalidades (remessa, cobrança e crédito documentário), em que o pagamento pelo
importador estrangeiro é realizado após o embarque da mercadoria
(à vista ou a prazo), os contratos são fechados para liquidação pronta ou futura, antes ou após o embarque da mercadoria, conforme o
caso:
- se antes do embarque: com antecedência de até 360 dias;
- se após o embarque: até 180 dias após, respeitado o vencimento do saque; e
- prazos especiais para exportação em consignação, operações
com margem não sacada e operações de câmbio simplificado.
A maioria dos contratos de exportação é fechada para liquidação futura.
A operação de câmbio é uma operação financeira e, como tal,
deve ser realizada pelo Departamento Financeiro da empresa. Equivocadamente, alguns profissionais do Comércio Exterior têm considerado o câmbio como operação secundária na exportação. Trata-se de um erro imperdoável. Afinal, a mercadoria mais preciosa no
mundo moderno é o dinheiro. E, por essa razão, é muito importante
que se dispense um cuidado especial para essa operação. Qualquer
margem de lucro da exportação esvai-se numa operação de câmbio
mal conduzida.
Portanto, faz-se mister que o exportador esteja atento para a
escolha do banco com o qual pretende realizar a operação. Nem
sempre o banco que habitualmente supre as suas necessidades no
mercado doméstico pode atendê-lo nas operações internacionais.
Sugere-se, pois, uma avaliação do banco, levando-se em conta
alguns aspectos específicos, tais como:
- a sua tradição no mercado internacional;
Didatismo e Conhecimento
Por que fechar antes ou após o Embarque?
Os negócios de câmbio devem ser analisados no contexto dos
mercados financeiros nacional e internacional, uma vez que envolvem recursos. Em moeda nacional, moeda estrangeira, taxa de juros
nacionais e internacionais e política cambial.
73
ConheCimentos banCáRios
O objetivo do ACE é o de financiar a comercialização dos bens
exportados. A composição dos custos do ACE é a mesma do ACC,
ou seja, correção cambial, juros internacionais e CPMF.
Em ambos os casos - ACC e ACE - as operações assumem características de operações de crédito e, por conseguinte, os banco
são extremamente seletivo em tais operações.
A propósito, é importante registrar que, não só por imposição
legal, mas por decorrência das características e riscos da operação de
câmbio - e até mesmo quando não há a concessão do adiantamento o banco avalia com muito rigor a performance e o histórico de seus
clientes como exportadores e não apenas como clientes.
Operando num mercado de taxas flutuantes, o exportador precisa, diariamente, se valer de informações que o permita entender e,
até mesmo, antever, as flutuações do mercado, sob pena de realizar
a operação em dia ou momento impróprio.
Fechamento ANTES do Embarque, com ACC
Historicamente, o exportador que necessite de recursos para financiar a produção de mercadoria a ser exportada, obtê-los-á através
do contrato de câmbio a um custo menor que eventuais recursos
disponíveis no mercado doméstico.
E o mecanismo para obtenção destes recursos é simples:o exportador vende a moeda estrangeira para entrega futura e solicita ao
banco a antecipação do valor em moeda nacional (ACC - Adiantamento sobre Contrato de Câmbio).
Esta antecipação também pode ser interessante mesmo quando a empresa não tenha necessidade de caixa. Toma-se o ACC
para aplicação dos recursos no mercado financeiro doméstico, gerando, assim, uma receita adicional à exportação.
Certamente que o exportador, em quaisquer dos casos, deverá
estar atento a duas questões fundamentais:
a) o comportamento do mercado financeiro doméstico; e
b) principalmente, a certeza de que poderá realizar a exportação.
Fechamento APÓS o Embarque, PRONTO
O exportador embarca a mercadoria e entrega os documentos
ao banco para que os mesmos sejam cobrados no exterior, à vista ou
prazo. Somente após o pagamento pelo importador, nos casos de remessa ou cobrança, ou pelo banqueiro, nos casos de carta de crédito,
é que o exportador realiza o fechamento do câmbio. Nesta situação,
o câmbio será fechado para liquidação pronta, não havendo, pois,
utilização de recursos do banco, quer do ACC quer do ACE.
Câmbio “TRAVADO”, antes ou após o Embarque
São operações de câmbio de exportação, contratadas para liquidação futura, nas quais não ocorre a concessão do ACC ou do ACE,
quer por um período da operação ou pelo prazo total da mesma, até a
liquidação. Significa dizer que, por um certo prazo (até a entrega dos
documentos, por exemplo) ou até a liquidação do contrato, o contra
valor em moeda nacionais - os Reais - ficam bloqueados - travados
- no banco. A trava de câmbio nada mais é que um tipo de aplicação
financeira e, como tal, gera o pagamento de uma remuneração - prêmio - pelo banco ao exportador.
O exportador que vende câmbio futuro deve ter a segurança de
que está apto a promover o embarque da mercadoria e a liquidação
da operação, mediante entrega da moeda estrangeira. Cabe ao banco comprador do câmbio avaliar a capacidade exportadora de seus
clientes antes de com eles realizar a operação de câmbio.
Em síntese, o ACC é o adiantamento da moeda nacional por
conta da moeda estrangeira vendida a termo, concedido pelo banco ao exportador. Tal adiantamento é concedido, em regra, no dia
da contratação do câmbio, sempre previamente à entrega dos documentos da exportação ao banco. A sua concessão, pelo banco, e a
sua utilização, pelo exportador, deve ter o fim precípuo de financiar
a produção de bens a serem exportados.
O custo do ACC é composto da correção cambial (+/-), juros
internacionais (libor + spread+ margem do banco) e CPMF.
ENTREGA DOS DOCUMENTOS AO BANCO
Uma vez embarcada a mercadoria, os documentos comprobatórios da exportação (em regra, documentos originais de embarque acompanhados de um saque) deverão ser entregues ao banco em
até 15 dias contados do embarque, respeitado o vencimento, para
esse fim, previsto no contrato de câmbio, quando for o caso.
Os documentos, após a pertinente análise feita pelo banco, serão encaminhados ao exterior para serem entregue são importador,
conforme o caso, contra pagamento ou contra aceite.
Nas exportações com câmbio contratado antes do embarque, o
exportador entregará os documentos ao banco comprador do câmbio. Nas exportações com câmbio a contratar após o embarque, os
documentos deverão ser entregues a qualquer banco autorizado a
operar em câmbio. A posterior contratação poderá ser feita em banco
distinto daquele a quem os documentos foram entregues.
Quando o transporte da mercadoria se der por via aérea ou por
via terrestre, o exportador poderá remeter os documentos originais
diretamente ao importador. Admite-se esta prática, também, quando
o transporte for efetuado por via marítima, mas em casos especiais.
Em todas as situações, entretanto, serão entregues ao banco,
pelo menos, cópias dos documentos acompanhados de saque origi-
Fechamento APÓS o Embarque, com ACE
Dois motivos fundamentais podem levar o exportador a optar pelo fechamento do câmbio após o embarque:
a) a dificuldade de crédito junto à rede bancária para obtenção
do ACC; ou
b) modificações no comportamento do mercado financeiro e na
política cambial do País, sinalizando para midi ou maxidesvalorizações da moeda nacional.
Nestes casos, o câmbio poderá ser fechado para liquidação
pronta ou futura.
OACE- Adiantamento sobre Cambiais Entregues, é o adiantamento concedido ao exportador por conta de contratos de câmbio,
cuja entrega de documentos ao banco já tenha ocorrido.
Didatismo e Conhecimento
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ConheCimentos banCáRios
- nome do comprador;
- nome do vendedor;
- valor da moeda estrangeira;
- taxa cambial;
- valor em moeda nacional.
nal e da cópia da carta-remessa do exportador encaminhando os documentos ao importador estrangeiro. Em se tratando de exportação
realizada ao amparo de carta de crédito, os documentos deverão ser
entregues ao banco e/ou enviados ao exterior, conforme determine
referido instrumento de pagamento, respeitando-se, principalmente,
a sua validade para apresentação.
Por consenso das partes - exportador e banco - os demais
elementos do contrato de câmbio, em regra, podem ser alterados,
respeitadas regras próprias. Para se alterar o contrato de câmbio,
utiliza-se formulário próprio, padronizado pelo Banco Central,
TIPO07.
Algumas alterações podem ser efetuadas através de simples troca de correspondência entre banco e exportador.
LIQUIDAÇÃO DO CONTRATO DE CÂMBIO
Do contrato de câmbio resultam as obrigações:
- para o exportador, de entregar, ao banco, os documentos e a
moeda estrangeira;
- para o banco, de pagar ao exportador o contra valor em moeda
nacional.
PRORROGAÇÃO DE CONTRATO
Os vencimentos nos contratos de câmbio podem ser prorrogados, por consenso das partes, respeitada a regulamentação
vigente. A prorrogação é formalizada, necessariamente através do
SISBACEN, em instrumento próprio, o formulário TIPO 07.
Vale lembrar que os contratos vencidos geram custos adicionais
para o exportador. Prorrogação do Prazo para Entrega de Documentos Em regra, pode ser prorrogado desde que o prazo decorrido, mais
o prazo que se prorroga, não exceda 360 dias, contados da data da
contratação do câmbio.
A prorrogação enseja repactuação das condições negociadas
e, portanto, merece especial atenção da parte do exportador. Como
o prazo para entrega dos documentos é estabelecido em função da
previsão do embarque da mercadoria, é necessário que o responsável pela contratação do câmbio, no momento da pactuação com o
banco, esteja munido de informações que retratem a realidade da
empresa, em especial no tocante à programação de seus embarques.
Em tese, as prorrogações somente devem acontecer quando motivadas por ocorrência fora do controle do exportador.
A prorrogação deve ser formalizada no prazo máximo de até 20
dias contados do referido “prazo para entrega”, indicado no contrato
de câmbio.
Quando as partes cumprem suas obrigações, diz-se que
o contrato está liquidado. Assim, da mesma maneira em que as
partes pactuam a forma através da qual o banco pagará amoeda nacional ao exportador, também é pactuada a forma através da qual o
exportador entregará a moeda estrangeira ao banco.
No que tange a entrega da moeda estrangeira ao banco, as duas
formas de entrega mais usuais são:
- Crédito em Conta: o exportador fica responsável pela operação até que a moeda estrangeira seja creditada na conta do banco
comprador do câmbio. Neste caso, o banco somente considerará a
operação liquidada após o recebimento da moeda estrangeira, mediante crédito em sua conta, mantida junto a banco no exterior.
Embora a legislação estabeleça um prazo até o qual as operações devam ser liquidadas (15 dias após a entrega dos documentos,
no caso de operações à vista e 15 dias após o vencimento do saque,
no caso de operações a prazo) a liquidação somente ocorrerá se e
quando, efetivamente, a moeda estrangeira for creditada ao banco.
- Carta de Crédito: sob esta forma de entrega o exportador cumpre, em princípio, suas obrigações ao entregar ao banco, em ordem,
os documentos requeridos pela Carta de Crédito, evidenciando,
pois, ter cumprido todos os seus termos e condições, independentemente da operação ser à vista ou a prazo. Regularmente, o banco,
considerados os documentos em ordem, deve liquidar a operação no
prazo máximo de até 10 dias contados da entrega dos documentos.
Do Prazo para Liquidação do Contrato
É admitida a prorrogação do vencimento para a liquidação
do contrato de câmbio, desde que o prazo decorrido, somado ao
prazo que se prorroga, não ultrapasse 180 dias contados da data do
embarque, mantido, adicionalmente, o período de trânsito, de até
15dias.
Salvo exceções, a prorrogação está condicionada à obtenção
de concordância do importador em pagar juros pelo período que se
pretende prorrogar. Cumulativamente, deve o exportador entregar
novo saque ao banco, inclusive pelo valor dos juros. A prorrogação
do prazo para a liquidação também ensejará repactuação das condições negociadas e deverá ser formalizada no prazo máximo de até
30 dias do referido “prazo para liquidação” pactuado no contrato de
câmbio. Será admitida a prorrogação do prazo para liquidação para
prazos finais maiores que 180 dias contados do embarque quando a
operação for realizada ao amparo de seguro de crédito à exportação,
da SBCE. Contumácia A prorrogação de contratos, tanto a relativa
- Em menor escala, outras formas de entrega também são utilizadas. É importante ressaltar, entretanto, que o acolhimento de
Cartas de Crédito para negociação é de exclusivo critério do banco.
Certamente, serão acolhidas aquelas emitidas e/ou confirmadas por
banco de primeira linha (first class bank) e em países que não apresentem risco de transferência de divisas e cujos termos e condições
tenham sido cumpridos na íntegra, isto é, os documentos tenham
sido apresentados sem discrepâncias.
ALTERAÇÃO DE CONTRATO
Dos elementos do contrato de câmbio, não podem ser alterados:
Didatismo e Conhecimento
75
ConheCimentos banCáRios
ao prazo para entrega de documentos, como a referente ao prazo
para a liquidação, não deve se constituir em fato corriqueiro nas
operações. Tal evento, além de resultar em ônus adicionais para o
exportador, pode desgastá-lo cadastralmente na rede bancária. Pode,
ainda, evidenciar uma certa inabilidade ou incapacidade do exportador para bem administrar as suas operações.
ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE CAMBIO DE EXPORTAÇÃO
Dos elementos constantes dos contratos de câmbio de exportação, não são suscetíveis de alteração as partes intervenientes como
comprador e vendedor, bem como os relativos ao valor em moeda
estrangeira, valor em moeda nacional, a taxa cambial aplicada e
outras mercadorias para café.
COMPRAS EM MOEDAS CONVERSÍVEIS:
a) Exportação:
A alteração dos demais elementos integrantes dos contratos
de câmbio de exportação poderá ser efetuada, por mútuo consenso
das partes e desde que com anterioridade ao respectivo embarque
da mercadoria, independentemente de prévia autorização do Banco Central do Brasil, cumprindo notar, todavia, em relação ao item
MERCADORIA, que:
1. Liquidação pronta: o prazo se estende até o segundo dia útil
após a data da contratação do câmbio.
2. Liquidação futura: a fixação do prazo deve ser feita tendose
em conta a data prevista para a entrega da moeda estrangeira, como
segue:
será indispensável a observância, na alteração, quando for o
caso, da exigência referente à exportação de produtos sujeitos a prévio exame de preços e controle de quantidade pela CACEX;
I nos casos em que a liquidação de câmbio deva processarse
contra a entrega da moeda estrangeira, mediante crédito em conta no
exterior (item I da Res. Nº 391), o prazo de liquidarão do contrato
será determinado adicionandose ao prazo de entrega, dos documentos o prazo das letras ou dos documentou de exportação e o período
de trânsito, de até 30 dias corridos, relativo a remessa dos documentos, e/ou à recepção do aviso de pagamento ou de crédito o valor da
exportação, no exterior;
é vedada a alteração de outras mercadorias para café.
Assim, poderão, por mútuo consenso entre as partes, durante.
a vigência da operação de câmbio, ser introduzidas alterações nos
elementos que a compõem, admitindo modificações, entre outras:
II nas operações lastreadas em cartas de crédito (exportações à
vista ou a prazo), o vencimento do prazo para a liquidação do contrato de câmbio não poderá exceder de 5 dias úteis o vencimento do
prazo previsto para a entrega dos documentos de embarque;
- a moeda;
- o vencimento, o prazo de entrega e o prazo das letras;
III nos contratos de câmbio celebrados para liquidação futura,
relativos a exportações em que o ingresso da moeda estrangeira deva
ocorrer antecipadamente ao embarque da mercadoria o prazo para
liquidação do contrato de câmbio será de até dias, contados da data
da sua celebração. Decorrido esse prazo sem que se verifique a liquidação do contrato, deverá ser este cancelado ou baixado, no máximo
até o 5o. dia útil subsequente ao vencimento do prazo de liquidação
(Com. GECAM 331, do BC).
- a modalidade de pagamento;
- a mercadoria;
a natureza da operação;
as parcelas que compõem o preço (F.O.B., FRETE E SEGURO), sem alteração do valor;
b) Financeiras: Somente para entrega pronta:
o porto de embarque, o preço de registro e as cotas de contribuição, etc.
liquidação em 2 (dois) dias úteis (Rés. 120, z BC)
operações enquadradas na Rés. 63 e Comunicado
As alterações admitidas nos contratos de compra de exportação
poderão ser efetuadas, por mútuo consenso das partes e desde que
com anterioridade ao respectivo embarque da mercadoria, independentemente de prévia autorização do Banco Central do Brasil.
Eventuais modificações do valor da operação serão formalizadas por novo instrumento, a saber:
Firce 10: liquidação em 3 dias úteis, contados a partir da data
em que as divisas tenham sido creditadas à conta do banco brasileiro
autorizado a operar em câmbio (C. Circ. GECAM 151 do BC).
Não ocorrendo a liquidação do contrato de câmbio no prazo
avençado para tal fim, deverá ser prorrogado, cancelado ou baixado
o contrato, no máximo, nos 30 dias seguintes ao vencimento do prazo de liquidação, à exceção dos casos de prorroga cancelamento ou
baixa que dependam prévia autorização do banco Central do Brasil
hipótese em que o prazo de 30 dias, indicado, prevalecerá para apresentação do correspondente pedido ao Banco Central.
Didatismo e Conhecimento
alteração para maior: mediante complemento de compra e venda, conforme o caso;
alterações para menor: mediante cancelamento parcial da operação.
76
ConheCimentos banCáRios
Concretizamse as alterações mediante preenchimento de instrumentos apropriados, que devem ser assinados pelo cliente e pelo
Banco, cabendo, também, nos casos de operações processadas em
praça sede de Bolsas de Valores em funcionamento, a interveniência
e assinatura da firma ou sociedade corretora, que tenha ou não participado da operação original.
Quanto às prorrogações dos prazos para entrega de cambiais e/
ou documentos de embarque e para liquidação de contratos, quando
esta dilação, somada ao prazo inicial, ultrapassar os limites máximos admitidos livremente (v. item PRAZOS, acima), dependem de
prévia autorização do Banco Central do Brasil.
Se respeitados os limites do Banco Central, independem de autorização prévia.
Porém, quando o embarque da mercadoria, por razões comprovadamente alheias à vontade do exportador, não puder se efetuar
dentro do prazo máximo admitido, possível é, por mútuo consenso,
ser promovida a prorrogação do prazo pelo estritamente necessário
à efetivação do embarque e entrega dos documentos, independentemente de autorização do Banco Central (tolerância) desde que essa
prorrogação não exceda 30 (trinta) dias.
Decorrido o prazo, se o vendedor da moeda estrangeira ao
Banco não tiver realizado a entrega da mesma, ainda que o banco
mantenha internamente uma posição comprada no limite superior
permitido, na realidade sua conta de depósito, junto ao banqueiro
no exterior, estará a descoberto e sobre o saldo a descoberto de US$
300.000,00 pagará juros ao banqueiro e terá mais o prejuízo da não
aplicação no mercado da diferença de US$ 500.000,00 ‘ não devendo ser esquecido que, além dos juros, experimenta, ainda, o banco, o
ônus do imposto de renda, num percentual que atinge a 33,34,, sobre
o valor dos juros pagos.
Por tal razão é que a Lei nº 1.807, de 7.01.53, artigo 2o., § 2o.,
“obriga o vendedor a indenizar o comprador dos ônus advindos do
atraso na entrega das cambiais. A essa justíssima indenização é que
se denomina de BONIFICAÇÃO, que nada mais é do que os juros
devidos pelo vendedor em razão do atraso na entrega das cambiais.
LIQUIDAÇÃO DO CONTRATO DE CAMBIO DE EXPORTAÇÃO
A liquidação, do contrato de câmbio de exportação será, em
regra, efetuada contra o recebimento, pelo banco comprador do
câmbio, do aviso de pagamento da exportação ou, se recebido antes,
do respectivo aviso de crédito do valor em moeda estrangeira em
conta pelo mesmo mantida no exterior Nas exportações, à vista ou
a prazo, amparadas em cartas de crédito, acolhidas para negociação
(pelo banco comprador do câmbio), o contrato de câmbio deverá ser
liquidado quando do recebimento, pelo banco comprador do câmbio, dos documentos comprobatórios da exportação, desde que não
apresentem qualquer discrepância quanto às condições estabelecidas na carta de crédito, Em se verificando qualquer discrepância.
nos documentos, não regularizada previamente à sua remessa para
o exterior, a liquidação do contrato de câmbio somente poderá ser
efetuada mediante o recebimento, pelo banco comprador de câmbio,
do aviso do banqueiro instituidor do crédito, dando conformidade
aos documentos ou informando o pagamento da exportação.
Em se verificando o desconto no exterior, sem direito de regresso, de cambial de exportação, deverá ser o correspondente contrato
de câmbio imediatamente liquidado.
O contrato de câmbio de exportação poderá ser também liquidado mediante a entrega, ao banco comprador de câmbio, de letras
de exportação avalizadas ou garantidas por banqueiro de 1ª ordem,
no exterior.
A liquidação do contrato de câmbio de exportação ainda, verificarse contra o recebimento pelo banco comprador do câmbio, da
moeda estrangeira, entregue em espécie ou em “traveller’s checks”,
nos casos especiais, objeto de regulamentação especifica do Banco
Central do Brasil, em que tal procedimento sei a admitido.
Portanto, em síntese, são de liquidação imediata (dentro de 2
dias úteis de seu fechamento) as compras e vendas de câmbio financeiras, sendo que as compras de exportação de mercadorias (inclusive parcela de frete e seguro ligadas às mesmas) serão liquidadas,
como norma geral, nas seguintes ocasiões:
O vencimento de compras de exportação poderá ser prorrogado
nos seguintes casos:
antes da entrega das letras e/ou documentos (desde que haja
dilação do prazo da entrega, ou do prazo das letras, ou de ambos
simultaneamente);
após a entrega das letras e/ou documentos (desde que haja
dilação do prazo para pagamento das cambiais)
As prorrogações de compras de exportação se farão mediante
preenchimento e instrumento próprio, o qual deverá ser assinado
pelo cliente, pelo banco negociador do câmbio e, nos casos de operações processadas em praçasede de Bolsas de valores em funcionamento, por firma ou sociedade corretora.
Correlativamente. à PRORROGAÇÃO ‘ temse que, em princípio, devem os, contratos de câmbio de exportação ser cumpridos
dentro dos prazos originalmente pactuados. Devese considerar que
as prorrogações, embora admitidas, podem ocasionar problemas
vinculados à posição de câmbio dos bancos no exterior. Isso porque
os bancos, com a finalidade de evitar saldo a descoberto, em contas mantidas com seus correspondentes no exterior, ao contratarem
operações de câmbio procuram conjugar os prazos de suas compras
futuras com os (Ias vendas a prazo).
É claro que havendo prorrogação da COMPRA, sem a correspondente prorrogação da VENDA, disto resultará um desequilíbrio
em sua posição original, sendo forçado o Banco a desembolsar a
moeda vendida antes do recebimento da comprada e que, em havendo saldo a descoberto, obrigarseá a pagar juros sobre os saldos
devedores até a Nata da regularização.
Remetendo, aqui, o leitor, ao item “Posição de Câmbio dos
Bancos”, acima, exemplificamos:
Se um banco com rã para entrega em 90 dias US$ 800.000%
e não vende essa posição no mesmo dia, obrigase a repassar para
o Banco Central o excesso, digamos, US$ 300.000,00 repasse que
poderá ser feito para entrega no mesmo prazo, para tanto, firmando
com aquela Autarquia um contrato de compra e venda e assumindo
o compromisso de, naquele prazo, entregar a moeda estrangeira.
Didatismo e Conhecimento
quando do pagamento antecipado;
quando do recebimento da moeda estrangeira em espécie, inclusive “travellers checks” (casos especiais definidos em regulamentação especifica);
77
ConheCimentos banCáRios
quando do recebimento/remessa dos documentos (cambiais à
vista, baseadas em cartas de crédito sem discrepância, ao amparo
de linhas de crédito concedidas a agencias e banqueiros no exterior,
bem como cursados dentro dos Convênios de Créditos Recíprocos e
Convênios Bilaterais de Pagamentos);
quando do vencimento da cambial (cambiais a prazo, com aval
bancário, dentro dos Convênios de Créditos Recíprocos ;
A Posição Especial tem caráter excepcional e deve ser utilizada
com parcimônia, somente naqueles casos em que não caiba outra
solução. Vale lembrar que a sua utilização indevida, bem como o
não cumprimento de prazos acarreta sua reversão automática, por
determinação do Banco Central.
quando do recebimento do aviso e crédito de banqueiro de 1’
ordem (símbolo 13) (nas exportações refinanciadas pela CACE );
O exportador deve envidar esforços no sentido de evitar
que um contrato de câmbio permaneça vencido, pois, além de refletir negativamente em relação ao banco, sobre eles recairão, conforme o caso, ônus adicionais pelo período que estiver vencido, tais
como:
CONTRATOS VENCIDOS – PENALIDADES
quando do recebimento do aviso de liquidação da respectiva
documentação no exterior (nos demais casos).
- imposto de renda sobre linhas externas, que poderá ser repassado ao exportador;
CANCELAMENTO DO CONTRATO
- custo do depósito compulsório de 30% recolhido pelo banco
ao Banco Central.
Os contratos de câmbio, por consenso das partes, podem
ser cancelados em até:
- 20 dias contados do vencimento para entrega dos documentos,
nos casos em que a mercadoria não tenha sido embarcada;
- 30 dias contados do vencimento para a liquidação, quando já
tiver ocorrido o embarque da mercadoria.
TIPOS DE TAXAS CAMBIAIS
Ao examinarmos o funcionamento do mercado cambial, fizemos menção a dois tipos de taxas de compra e de venda. Todavia,
outros tipos de taxas existem, conforme verificaremos a seguir.
O cancelamento será formalizado em instrumento próprio, através do SISBACEN.
Taxa de Repasse e Taxa de Cobertura
Taxa de repasse é aquela pela qual o Banco Central do Brasil
adquire a moeda estrangeirados bancos comerciais.
Antes do Embarque - Letras a Entregar
O exportador deverá promover o acerto de contas com o banco,
devolvendo o ACC (se houver), pagando os juros, a diferença de
taxa cambial, se houver (correção do capital) e outras despesas da
operação. O cancelamento de contrato de câmbio, sem que tenha
o corrido o embarque da mercadoria, gera penalidades para o exportador, tais como o pagamento de IOF (quando houver ACC) e
ENCARGO FINANCEIRO (multa).
Taxa de cobertura é aquela pela qual o Banco Central do Brasil vende moeda estrangeira aos bancos comerciais.
Taxas Cruzadas (Cross-Rates)
Taxas cruzadas vêm a ser as taxas teóricas resultantes da
comparação das respectivas cotações de duas moedas, cotações
essas expressas em uma terceira moeda (o dólar americano, por
exemplo).
Digamos que, no mercado cambial norte-americano, o franco
suíço esteja cotado a US$0,231, enquanto o marco alemão está cotado a US$ 0,275. Dividindo-se esses valores, um pelo outro, vamos
obter as seguintes taxas cruzadas.
Após o Embarque - Letras Entregues
Salvo exceções, o cancelamento de contrato de câmbio com
mercadoria já embarcada está condicionado à comprovação, pelo
exportador, da inadimplência do importador. Para tanto, o exportador deve provar ter iniciado ação judicial de cobrança contra o
importador.
Cumprida tal exigência, o exportador deve fazer o acerto de
contas com o banco (devolver o ACE, se houver, pagar a diferença
de taxa cambial, o deságio e outras despesas).O cancelamento, em
qualquer das hipótese, rompe as relações entre banco e exportador.
- franco suíço/marco: Sw. Fr. 1,00 = DM 0,84
- marco/franco suíço: DM 1,00 = Sw. Fr. 1,19
Quando as transações cambiais são livres, essas taxas cruzadas
não deverão diferir sensivelmente da cotação do franco suíço em
Frankfurt ou da cotação do marco alemão em Zurich.
POSIÇÃO ESPECIAL
Taxas Livres e Taxas Oficiais
Nos casos em que a mercadoria já tenha sido embarcada e
que o cancelamento não seja possível por falta de pré-requisitos
para a sua formalização, exportador e banco podem promover o
acerto de contas (semelhante ao cancelamento). Faz-se uma Alteração de Contrato de Câmbio, transferindo-o para a Posição Especial
(uma espécie de UTI de contratos). Nesta situação, o contrato pode
permanecer por prazo limitado e sua utilização é proibida para alguns casos.
Didatismo e Conhecimento
Taxas livres são aquelas provenientes das condições de oferta e procura de divisas em um mercado livre de câmbio, admitindo-se, contudo, a possibilidade de uma intervenção das autoridades
monetárias, mediante operações de compra e venda de divisas, com
o objetivo de evitar variações excessivas das taxas.
78
ConheCimentos banCáRios
Taxas oficiais são as determinadas pelas autoridades monetárias, não resultando, assim, do livre entrechoque das condições de
oferta e procura, embora estas possam, em grande parte, influenciar
o pensamento das autoridades monetárias na determinação do nível
das taxas oficiais.
Em 1919, um economista sueco, Gustav Cassel, procura determinar os níveis em que se deveriam fixar as novas paridades, desenvolvendo uma nova teoria, que recebeu o nome de Teoria da Paridade do Poder de Compra. Com essa Teoria, procurou ele demonstrar
que a política comercial e monetária internas exercem influência
sobre a taxa cambial, pensamento esse contrário ao que vigorava na
época, de que os fenômenos cambiais eram diversos cios fenômenos
monetários e creditícios internos.
Sendo o valor da moeda representado pelo seu poder aquisitivo
(Capítulo 1, item 1.5), a compra de moeda estrangeira nada mais
seria, então, do que a troca de poder aquisitivo nacional por poder
aquisitivo estrangeiro.
Taxas Prontas e Taxas Futuras
Taxas prontas são aquelas aplicadas em operações de compra e venda de moeda estrangeira, onde ela é entregue dentro do
razão de até dois dias úteis, contados da ata da negociação.
Taxas futuras referem-se a transações de compra e venda de
moeda estrangeira, onde a entrega dessa moeda e o seu pagamento
somente ocorrerão após o período de tempo concordado entre as
partes.
Desse modo, o novo tipo de câmbio deve refletir as modificações relativas dos preços em dois países considerados.
A Fórmula de Correção da Taxa Cambial
Taxas Fixas e Taxas Variáveis
Diz Cassel que, “quando duas moedas são submetidas a um
processo de inflação, o tipo de câmbio normal é igual ao tipo antigo,
multiplicado pelo quociente do grau de inflação em cada país”.
Taxas fixas são aquelas mantidas invariáveis em um determinado nível, seja por determinação governamental (congelamento da taxa), seja por operações de compra e venda de divisas
por parte das autoridades governamentais sempre que as cotações
de mercado se desviarem das taxas determinadas pelo governo. A
taxa fixa poderá coincidir ou não com o par metálico. Uma pequena
variante das taxas fixas seria a taxa estável, onde é permitida às taxas
de câmbio uma certa variação, dentro de pequenos limites.
As autoridades monetárias não intervêm no mercado, a não ser
quando é atingido o limite mínimo ou máximo.
Essa afirmativa pode ser consubstanciada na fórmula seguinte:
Ta,b = t0 Pn .
Pn
onde:
T0 = = taxa cambial em um período de base;
As taxas variáveis, como o próprio nome está dizendo, são
aquelas que variam. Podem ser flexíveis, quando as paridades monetárias são reajustadas gradualmente, dentro de pequenos intervalos
de tempo. E o sistema denominado crawlingpeg. Existe, também,
uma outra taxa variável, que é conhecida por taxa flutuante. Neste
caso, não existem paridades monetárias e as taxas cambiais flutuam livremente, embora possam estar sujeitas a sofrer intervenções a
parte das autoridades monetárias, em caso de autuações exageradas.
Não é possível dizer-se qual dos dois sistemas taxas fixas ou
taxas variáveis) apresenta maiores vantagens ou desvantagens. Os
economistas que se têm dedicado à matéria divergem bastante nesse ponto, não havendo, pois, um consenso geral. A verdade é que
ambos os sistemas apresentam méritos e deficiências, devendo ser
aplicados conforme a situação econômica de cada país.
a = unidade monetária do país I (país que dá o certo);
b = unidade monetária do país II (país que dá o incerto);
PII = nível geral de preços do país II;
PI = nível geral de preços do país I;
Ta,b = valor da moeda “a” em termos da moeda “b”.
Exemplos:
1. consideremos dois países, digamos, Estados Unidos e Inglaterra. Em uma época qualquer, que será tomada como o período
de base, o nível geral dos preços nos dois países será igual a 100; a
taxa cambial no mercado americano seria, digamos, a seguinte:
Níveis de Preços e Taxas Cambiais
O desaparecimento do padrãoouro e as distorções provocadas
pela inflação na maioria dos países após a 1ª Guerra Mundial, destruíram completamente o sistema de paridades estáveis entre as várias moedas, sistema que vinha funcionando até então.
Uma vez terminado o conflito, surgiu a preocupação, entre os
diversos países, do estabelecimento de novos tipos de câmbio, uma
vez que os anteriores haviam perdido o seu significado.
Didatismo e Conhecimento
2. £ = US$ 2,00. Suponhamos, agora, que em um período
seguinte, o nível geral de de preços”os Estados Unidos elevese para
enquanto na Inglaterra continua fixado em 100. Qual deveria ser
o novo valor da libra esterlina no mercado americano, segundo as
idéias de Cassel?
79
ConheCimentos banCáRios
Outra crítica é a de que a teoria de Cassel está baseada na idéia,
excessivamente simplificada, de que o comércio internacional e a
única fonte de pagamentos internacionais. Isso significaria reduzirse
a balança de pagamentos a uma balança comercial, sem levarse em
consideração os movimentos de capitais, os quais influem sobre a
taxa cambial. Uma entrada de capitais, por exemplo, aumenta a oferta de divisas estrangeiras e contribui para diminuir a taxa cambial.
Finalmente, a última crítica é a de que a Teoria revelase completamente inútil em situações onde ocorram controles de câmbio.
Aplicandose a fórmula, teremos:
T£, US$ = US$ 2,00 x 200 = US$ 4,00
100
Portanto, o novo valor da libra esterlina no mercado americano
seria igual a US$ 4,00;
2) suponhamos agora que o nível geral de preços nos Estados
Unidos seja igual a 200, enquanto na Inglaterra diminua para 50.
Considerandose a mesma taxa cambial do período de base e aplicando a fórmula, teremos:
Aspectos Positivos da Teoria
Todavia, deve ser levado em conta que a Teoria da Paridade do
Poder de Compra foi desenvolvida logo após a 1ª Grande Guerra,
quando as altas de preços foram consideráveis e as principais responsáveis pela instabilidade monetária internacional.
Aliás, é interessante mencionar que, não obstante as críticas
apontadas, inúmeros economistas são concordes em afirmar que as
variações dos níveis de preços constituem o fator mais importante na
determinação da taxa cambial. Em casos de inflação generalizada,
podese comprovar a vã idade das idéias de Cassel. Assim, se os preços internos elevaremse em virtude da inflação e se a taxa cambial
permanecer congelada, chegará um momento em que as exportações
não mais poderão realizar-se, em virtude dos preços insuficientes em
moeda nacional, e as indústrias nacionais não poderão sobreviver,
face à concorrência do produto estrangeiro.
Um exemplo típico da validade das idéias de Cassel nos é dado
pela situação brasileira. Por ocasião da entrada do Brasil para o Fundo Monetário Internacional, em 1948, a paridade do cruzeiro em
relação ao dólar era de Cr$ 18,50 (cruzeiros antigos) por dólar. Ora,
sendo o grau de inflação no Brasil infinitamente maior do que nos
Estados Unidos, é fácil perceberse que o preço do dólar teria, forçosamente, de acompanhar a elevação dos preços em geral em nosso
país, muito embora as autoridades monetárias procurassem, no passado, sem resultado, conter essa elevação, mediante congelamento
das taxas.
Pelo exposto, podemos concluir que a Teoria de Cassel é válida,
dentro de certas limitações, evidentemente, devendo, porém, a sua
fórmula de correção ser considerada apenas como guia para a determinação dos tipos de câmbio, porquanto, embora no caso de inflação constante a tendência da taxa cambial seja de elevação, ela não
ocorre de maneira contínua, estando sujeita a variações sazonais, ou
seja, a altos e baixos, de acordo com o esquema seguinte:
T£, US$ = US$ 2,00 x 200 = US$ 8,00
50
Portanto, o novo valor da £ seria igual a US$ 8,00.
Aspectos Negativos da Teoria
As críticas sofridas pela Teoria da Paridade do Poder de Compra podem ser agrupadas em dois itens:
a) críticas quanto à possibilidade de aplicação da formula de
correção;
b) críticas quanto à validade científica da teoria.
No tocante à possibilidade de aplicação da fórmula, vários autores referemse às dificuldades na escolha do índice que deveria representar o nível geral de preços, porquanto vários são os índices
existentes (preços no atacado, varejo, custo de vida, de mercadorias
destinadas ao comércio exterior etc.). O cálculo desses índices, por
sua vez, não obstante os progressos da Estatística Econômica, ainda está sujeito a falhas e critérios de ponderação diversos.
Isso significa dizer que não se possui uma medida segura do
poder aquisitivo de uma moeda no próprio país, fato que poderá provocar serias distorções quando quisermos proceder a comparações
entre índices de países diferentes.
No que se refere à validade científica da teoria, uma das principais críticas é a de que ela considera apenas os níveis gerais e preços,
desprezando outros elementos que afetam o volume da procura, tais
como: rendimentos, motivos psicológicos etc.
Há possibilidade de variações do volume de produção em um
e outro pais sem que ocorram alterações de preços. Por exemplo:
se no período considerado, a expansão da atividade econômica em
um dos países for sensivelmente maior do que em outro, em relação
ao ano de base o incremento de importação no primeiro país e de
exportação no segundo país pode afetar a taxa cambial entre as duas
moedas, sem afetar o nível de preços no país cujo volume de produção e de emprego crescem.
Motivos psicológicos, tais como instabilidade política, ameaça
de revoltas, maior ou menor confiança na política econômico-financeira do governo podem provocar aumento na procura de moeda
estrangeira, o que implicará aumento na taxa cambial, sem necessidade obrigatória de influência sobre o nível geral de preços.
Didatismo e Conhecimento
80
ConheCimentos banCáRios
Em princípio, tal situação poderá provocar uma diminuição das
importações e um aumento das exportações, contribuindo para a
melhora da balança comercial.
Na realidade, porém, esse resultado dependerá de como as procuras de exportáveis e importáveis reagirão às variações de preços.
Poderá ocorrer que uma desvalorização agrave ainda mais o déficit
da balança comercial, conforme veremos.
Suponhamos que os preços (em dólares) dos exportáveis diminuam. Como já dissemos, as quantidades exportadas poderão aumentar. Porém, a menos que a variação da receita cambial resultante
do aumento das quantidades exportadas seja igual ou maior do que
a variação negativa representada pela diminuição dos preços dos
exportáveis, a receita cambial decrescerá. este caso, os dispêndios
com divisas na importação terão de diminuir substancialmente para
compensar a diminuição da receita de divisas provenientes da exportação.
Desvalorizações Cambiais e Balança Comercial
A Elasticidade-Preço
As desvalorizações cambiais têm sido utilizadas por vários países, em épocas diversas, como uma tentativa de corrigir déficits em
suas balanças comerciais
As variações nas quantidades exportadas e importadas dependem de uma série de fatores.
Um deles, talvez o mais importante, vem a ser a chamada elastícidade-preço da procura de exportáveis ou importáveis. Em poucas
palavras, vem a ser a resposta da procura a uma variação no preço
dos produtos.
Há várias maneiras, algumas mais sofisticadas, outras menos,
de se calcular a elasticidade-preço. O que importa, porém, para o
leitor, é entender o seu funcionamento.
Consideremos que o preço de um produto aumente (ou diminua), digamos, 10%. Se as quantidades procuradas diminuírem (ou
aumentarem) em 10%, diremos que a procura possui elasticidade
unítária.
Se as quantidades procuradas diminuírem (ou aumentarem)em
mais de 10%, diz-se que a procura é elástica. Se, porém, as quantidades procuradas diminuírem (ou aumentarem) em menos de 10%,
a procura diz-se inelástica.
Vejamos como as elasticidades influem sobre as importações.
Se a procura de importáveis for elástica, então as quantidades importadas se reduzirão em proporção maior do que o aumento nos
preços e reais), o que significará que o dispêndio total em dólares
diminuirá.
Consideremos que o valor do dólar norteamericano seja de R$
1.000,00. Chamemos de “A” ao conjunto de mercadorias que são
importadas pelo Brasil do restante o mundo e “B” ao conjunto de
mercadorias que exportamos para os diversos países.
Admitamos que todas essas transações sejam conduzidas unicamente em dólares norteamericanos (que é o que praticamente ocorre
na realidade).
Finalmente, suponhamos, ainda, que o rego, tanto de uma unidade de “A” como “B”, seja igual a US$ 1,00
Teríamos, então:
US$ R$
preço de A.........................1,00 1.000,00
preço de B ........................1,00
1.000,00
Vamos supor agora, que o governo ceda a uma desvalorização
cambial (ou seja, desvalorize o real em relação ao dólar). Com isso
o valor do dólar se elevará em, digamos, 50%.
Examinemos agora o que ocorre com as exportações. Uma
desvalorização cambial permitira ao exportador brasileiro, como já
vimos, receber mais reais por suas exportações. Isto permitira aos
nossos exportadores reduzir os preços em dólares, sem sacrificar
suas receitas em termos de reais. Se a procura estrangeira por nossos
produtos for elástica, o aumento da quantidade procurada mais do
que compensará o menor preço em dólares por unidade exportada,
de modo que a receita em dólares aumentará.
Combinando-se o novo dispêndio em divisas destinadas à importação com o aumento da receita de divisas provenientes do aumento da exportação, o resultado será um saldo favorável.
Porém, o que acontecerá se as elasticidade-preço para a procura
de exportáveis e importáveis forem baixas, isto e, se as procuras
forem inelásticas?
A nova situação será a seguinte:
US$ R$
preço de A.........................1,00 1.500,00
preço de B ........................1,00 1.500,00
Observase que as importações custarão mais reais para o importador brasileiro e que, por outro lado, os exportadores brasileiros
receberão mais cruzeiros reais pelas suas exportações. Isto poderá
levar os exportadores a diminuir o preço de seus produtos em dólares, com o objetivo de exportar maiores quantidades.
Didatismo e Conhecimento
81
ConheCimentos banCáRios
Na importação, a quantidade poderá diminuir, porem, em proporção bem menor do que o aumento ocorrido nos preços (em reais)
desses produtos. Para complicar mais a situação, poderá ocorrer, no
caso de produtos essenciais, que a procura nem diminua, apesar do
aumento de preços. No lado das exportações, a situação será pior
ainda. A procura de nossos produtos poderá aumentar, porém, numa
proporção menor do que a queda ocorrida nos preços: Resultado, a
receita de exportação diminuirá. Um pequeno exemplo numérico
permitirá melhor compreensão do assunto.
Suponhamos que, ao preço de US$ 1.000, uma empresa exporte
1.000 unidades de uma mercadoria.
Sua receita cambial será, portanto, de US$ 1 milhão. Consideremos, agora, que tenha havido uma maxidesvalorização cambial.
A empresa receberá mais reais por seus dólares de exportação. Ela
resolve, então, diminuir o preço em dólares, com o objetivo de vender maiores quantidades. Admitamos que o preço seja reduzido para
US$ 700 e, com isso, a empresa consiga colocar 1.200 unidades.
Sua receita cambial será de US$ 840 mil, inferior, portanto, àquela
percebida quando o preço de seu produto era mais elevado.
O mesmo poderão ocorrer com os produtos das demais empresas exportadoras, provocando redução da receita cambial do país.
Como resultado desse efeito combinado, iremos ter um agravamento da balança comercial.
Várias outras situações poderão ser consideradas, combinando-se diferentes tipos de elasticidade para as exportações e para as importações
Participam ainda do SISCOMEX, como órgãos “anuentes”, no caso
de algumas operações específicas, o Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Defesa, o Ministério da Agricultura e do
Abastecimento, o Ministério da Saúde, o Departamento da Polícia
Federal, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis - IBAMA, e outros.
Por intermédio do SISCOMEX, as operações de exportação são
registradas e, em seguida, analisadas “on line” pelos órgãos “gestores” do sistema (SECEX, SFR e BACEN).As empresas exportadoras podem ter acesso ao SISCOMEX diretamente, a partir de
seu próprio estabelecimento, desde que disponham dos necessários
equipamentos e condições de acesso, ou por meio de:
a) despachantes aduaneiros;
b) rede de computadores colocada à disposição dos usuários
pela Secretaria da Receita Federal (salas de contribuintes);
c) corretoras de câmbio;
d) agências bancárias que realizem operações de câmbio; e
e) outras entidades habilitadas.
Foi incorporado ao SISCOMEX, no início de novembro de
2001, o módulo de funcionamento do Drawback Eletrônico. O Regime de Drawback, criado pelo decreto-lei 37/66, é a desoneração
de impostos na importação vinculada a um compromisso de exportação.
A Secretaria de Comércio Exterior concebeu a nova sistemática
informatizada para controle dessas operações denominadas Sistema
Drawback Eletrônico, a fim de permitir o controle ágil e simplificado daquelas operações.
REMESSAS
De Remessa ao Exterior dos Documentos Referentes à Exportação
A remessa ao exterior, de documentos de exportação, será processada, em regra, através de banco que tenha contratado câmbio
correspondente à exportação, observado que os documentos deverão ser encaminhados ao exterior no menor prazo possível, depois
de devidamente examinados e conferidos pelo banco remetente,
atentando-se sempre para a conveniência da sua recepção, pelo banqueiro no exterior, antes da cada da mercadoria.
A remessa ao exterior dos documentos referentes à exportação
poderá, também, ser efetuada diretamente pelo exportador, nos casos em que - inexistindo de tal procedimento qualquer inconveniente para o normal pagamento da exportação no exterior - seja essa forma convencionada entre as partes. Será indispensável, porém, que
de tal fato se faça constar cláusula expressa no contrato de câmbio.
Registros Emitidos pelo Siscomex
Na Exportação
1. R. E. Registro de Exportação
2. R. V. Registro de Venda
3. R. O. C. Registro de Operação de Crédito
4. S. D. Solicitação de Despacho
SISCOMEX - SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO
EXTERIOR
5. C. E. Comprovante de Exportação
O Sistema Integrado de Comércio Exterior, criado pelo Decreto n° 660, de 25 de setembro de 1992, é o sistema informatizado
que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle de
comércio exterior, realizadas pela Secretaria de Comércio Exterior
(SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC), pela Secretaria da Receita Federal (SRF) e pelo
Banco Central do Brasil (BACEN), órgãos “gestores” do sistema.
Didatismo e Conhecimento
Na Importação
1. L. I. Licença de Importação
2. Extrato de L. I.
3. D. I. Declaração de Importação
82
ConheCimentos banCáRios
b) Embora haja outras formas de pagamento, o grau de segurança oferecido pela Carta de Crédito, torna-a a modalidade de pagamento mais utilizada no comércio internacional.
4. Extrato de D. I.
5. C. I. Comprovante de Importação
c) Documentos necessários para a circulação da mercadoria no
país de origem: Romaneio de embarque; Nota fiscal; Certificados
adicionais, quando necessários.
6. R. O. F. Registro de Operação Financeira.
Roteiro para Exportação
d) Documentos necessários para o embarque ao exterior: Romaneio de embarque; Nota fiscal; Registro de exportação; Certificados; Conhecimento de embarque (emitido após o embarque).e)
O embarque aéreo ou marítimo da mercadoria é efetuado por
agentes aduaneiros, mediante o pagamento de taxa de capatazia. O
embarque rodoviário é efetuado no próprio estabelecimento do produtor ou em local pré-estabelecido pelo importador
1. Identificar mercados.
2. Selecionar um canal para a exportação.
3. Negociação com o importador no exterior: identificar o importador, fornecer informações sobre quantidade disponível, aspectos técnicos, condições de venda, prazo de entrega e preço unitário
da mercadoria.
Roteiro para Importação
4. A empresa deve fazer uma análise dos preços praticados no
país, diferenças cambiais, nível de demanda, sazonalidades, embalagens, exigências técnicas e sanitárias, custo de transporte e outras
informações que possam ajudar na tomada de decisão sobre a realização da operação.
1. Negociação.
2. Credenciamento do importador na Secex.
3. Credenciamento do importador na Receita Federal.
5. Verificar se a mercadoria necessita de Certificado de Origem
ou algum outro certificado adicional.
4. Verificar se a mercadoria necessita de Certificado de Origem
ou algum documento especial.
6. Após o fechamento do negócio, enviar uma fatura pró-forma,
na qual devem constar informações sobre o importador e o exportador, descrição da mercadoria, peso líquido e bruto, quantidade e preço unitário e total, condição de venda e modalidade de pagamento,
meio de transporte e tipo de embalagem.
5. Solicitar ao exportador no exterior uma fatura pró-forma.
6. Verificar se a mercadoria tem licenciamento automático no
SISCOMEX.
7. Classificar a mercadoria.
7. Confirmação da Carta de Crédito, se esta for a modalidade
de pagamento escolhida.
8. Solicitar no SISCOMEX a Licença para Importação, através
do Registro de Importação.
8. Providenciar a emissão dos documentos de exportação ou
embarque.
9. Efetuar o pagamento de todos os impostos devidos, bem como
dos demais valores exigidos.
9. Negociar com a instituição financeira autorizada o pagamento em reais ou a conversão da moeda estrangeira recebida pela aquisição das mercadorias exportadas - contrato de câmbio.
10. Após a obtenção da Licença de Importação, autorizar o
embarque da mercadoria no exterior e providenciar a emissão do
seu seguro provisório.
10. Embarque da mercadoria e despacho aduaneiro.
11. Negociação e remessa dos documentos por parte do Banco
no exterior para o Banco no Brasil.
11. Preparação dos documentos pós-embarque: documentos
para negociação junto ao banco e documentos contábeis.
12. O Banco no Brasil notifica o importador da chegada da documentação.
12. Apresentação dos documentos ao Banco do importador.
13. Liquidação do câmbio
13. O importador efetiva ou confirma o pagamento, conforme
estabelecido em contrato.
Observações:
14. O importador retira os documentos.
a) Se a exportação não for direta, a empresa poderá utilizar
consórcios de exportação, tradings companies, agentes de comércio
exterior, empresas comerciais exportadoras, etc.
Didatismo e Conhecimento
15. Com a chegada da mercadoria, providenciar o seu despacho
aduaneiro no SISCOMEX
83
ConheCimentos banCáRios
BNCES - Instrução da Declaração:
a) Via original da Fatura Comercial;
Observações:
a) Toda mercadoria ingressada no país, importada a título definitivo ou não, está sujeita ao despacho aduaneiro de importação,
processado por meio do Sistema Integrado de Comércio Exterior
- SISCOMEX.
b) Via original do Conhecimento de Carga ou documento equivalente;
c) DARF que comprove o recolhimento dos impostos e valores
devidos;
b) Documentos necessários para o registro da Declaração de
Importação: Fatura, BL - conhecimento de carga.,
d) Outros documentos, exigidos em decorrência de Acordos Internacionais ou de legislação específica.
c) O pagamento dos impostos incidentes na importação, assim
como dos demais valores exigidos em decorrência da aplicação
de direito antidumping, compensatórios ou de salvaguardas deverá
ser efetuado previamente ao registro da Declaração de Importação,
por meio de Documento de Arrecadação Federal - DARF, independentemente da fiscalização aduaneira, em qualquer agência dos bancos autorizados a arrecadar receitas federais.
Nota: Controle da entrada de moeda estrangeira em “território
nacional”, o contrato de câmbio terá, sempre, o valor em moeda estrangeira e seu correspondente em moeda nacional, obtido através
do cálculo em função da taxa de câmbio. O exportador deve ter muita atenção ao contratar o câmbio, pois após a contratação não poderá
mais ser alterado o exportador e a taxa de câmbio. As operações de
exportação, sob o aspecto cambial, podem ser efetuadas:
d) A Declaração de Importação será registrada pelo SISCOMEX, por solicitação do importador, mediante a sua numeração automática única, sequencial e nacional, reiniciada a cada ano
- Sem cobertura cambial - não há envio de divisas para pagamento da mercadoria.
- Com cobertura cambial - existe o envio de divisas como pagamento da mercadoria negociada. Todas as exportações com cobertura cambial devem estar vinculadas, no SISCOMEX, a um contrato
de câmbio.
e) O registro da Declaração de Importação caracteriza o início
do despacho aduaneiro de importação.
f)O registro da Declaração de Importação somente será efetivado: Se verificada a regularidade da situação cadastral do importador;
Após o licenciamento da operação de importação e a verificação do
atendimento às normas cambiais, conforme estabelecido pelos órgãos competentes; Após a chegada da carga, exceto na modalidade
de despacho antecipado; Após o recolhimento dos impostos e outros direitos incidentes sobre a importação, se for o caso; Se não for
constatada qualquer irregularidade impeditiva do registro (omissão
de dado obrigatório ou o seu fornecimento com erro, bem como impossibilidade legal absoluta).
A contratação ou fechamento do câmbio é uma fase muito
importante no processo de exportação, pois é nesse momento que
ocorrerá a venda para o banco, por parte do exportador, da moeda
estrangeira resultante da operação de exportação. As operações de
câmbio referentes à exportação podem ser fechadas antes do embarque ou após o embarque.
- Antes do embarque, sob a modalidade Pagamento Antecipado
da exportação.
g) Despacho Antecipado: Para mercadoria transportada a granel, cuja descarga se realize para terminais de oleodutos, silos ou
depósitos próprios, ou ainda, para veículos apropriados; Para mercadoria inflamável, corrosiva, radioativa ou que apresente característica de periculosidade; Para plantas e animais vivos, frutas e outros
produtos facilmente perecíveis ou suscetíveis de danos causados por
agentes exteriores; Para papel para a impressão de livros, jornais e
periódicos;
- Após o embarque, sob as demais modalidades de pagamento
(Remessa sem Saque, Cobrança Documentária e Carta de Crédito)
- fechamento do câmbio antes ou após o embarque, envolve a
análise de alguns fatores econômicos tais como: taxa de juros nacional e internacional e políticas cambiais vigentes.
Outras Definições sobre Contrato de Câmbio e Financiamentos à Exportação e à Importação.
h) Órgão de administração pública, direta ou indireta, federal,
estadual ou municipal, inclusive autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas; Para mercadoria
transportada por via terrestre, fluvial ou lacustre; Também em outras
situações ou para outros produtos, conforme o estabelecido em normas específicas ou mediante prévia autorização do chefe da unidade
de despacho, em casos justificados.
DEFINIÇÃO
Definese o Contrato de Câmbio como instrumento especial firmado entre o vendedor e o comprador de moedas estrangeiras, no
qual se mencionam as características completas das operações de
câmbio e as condições sob as quais se realizam.
Na técnica bancária, o ajuste que se firma para a aquisição de
dinheiro estrangeiro ou para a venda dele, dizse mais propriamente OPERAÇÃO DE CAMBIO, aliás, o objetivo que se efetiva pelo
contrato.
i) Efetivado o registro da Declaração de Importação, o SISCOMEX emitirá, a pedido do importador, o extrato correspondente, em
duas vias (a 1a para a unidade da Receita Federal e a 2a para o importador).
Didatismo e Conhecimento
84
ConheCimentos banCáRios
de um corretor devidamente autorizado, que, intervindo na operação, a confirmara e responderá, perante o Banco negociador, pela
legitimidade do cliente e abonará a sua firma.
Assim, o câmbio de exportação deverá ser, em regra, contratado previamente à emissão, pela Carteira de Comércio Exterior do
Banco do Brasil S.A. ou pelo Banco Central, da respectiva guia que
ampare o embarque da mercadoria.
Podemos dizer, pois, que o Contrato de Câmbio é um instrumento especial através do qual se formalizam as transações em moedas estrangeiras.
PREENCHIMENTO
Existe um “Manual de Preenchimento e Utilização de Formulários de Contratos de Câmbio (ENOC) “, mas, conforme Previsto na
letra “f”, do item 2, do referido Manual, em se apresentando dúvidas
deverá o preenchimento do contrato de câmbio ser feito sob a orientação do Setor de Controle Cambial da Praça. (C. Circ. GECAM
312, do BC).
Excetuamse, porém:
a) a exportação de bens de capital e de consumo durável, bem
como a venda de estudos e projetos técnicoeconômicos e de engenharia destinados a empreendimentos no exterior, contratadas para
pagamento a prazo superior a 180 dias;
b) as exportações em consignação;
c) outros casos especiais de exportação sujeitos a normas cambiais próprias.
Apesar da obrigação normal do corretor em auxiliar no preenchimento do Contrato, é oportuno que o exportador disponha de um
roteiro, a fim de minimizar a perda de tempo.
Embora, na prática, não se dê a importância devida, o preenchimento incorreto dos formulários poderá ocasionar seja determinada
a exclusão do contrato da posição cambial do estabelecimento, sem
prejuízo das sanções legais eventualmente cabíveis.
A contratação do câmbio de exportação poderá ser efetuada
com antecedência de até 180 dias em relação ao embarque da mercadoria, ressalvados os casos de produtos sujeitos a características
especiais de comercialização em que o Banco Central estabeleça
prazo diferente do referido limite e as operações concernentes a pagamento antecipado de exportação.
Face ao disposto no art. 23, da Lei 4.131, de 3.9.62, é de se
ressaltar a absoluta importância da colaboração da rede bancária autorizada a operar em câmbio e das sociedades corretores de câmbio,
no sentido do adequado emprego dos formulários de contrato e do
completo e correto preenchimento de todos os seus campos.
Entretanto, somente deverá vender câmbio para liquidação futura o exportador que tenha a real possibilidade de entregar ao banco
comprador a moeda estrangeira, ou os documentos relativos à exportação, até a data aprazada para esse fim, no respectivo contrato
de cambio.
Aliás, os formulários de contrato de câmbio adotados em obediência à Instrução nº 260, de 23.12.63, da extinta SUMOC, contêm
declaração de que os contratantes têm pleno conhecimento do artigo
23, da Lei 4.131, de 03.09.62, declaração assinada pelo cliente do
banco e visada por este.
Os contratos de câmbio relativos à exportação de produtos sujeitos a prévio exame de preços e controle de quantidade pela CACEX, deverão conter anotação do registro de venda naquela Carteira
de Comercio Exterior e a validade do registro como seque: “Registro de Venda nº ........ da CACEX (praça), válido até (data).”
A formalização das operações de câmbio, a partir de 10 de janeiro de 1977 (contratação, alteração, cancelamento ou baixa) passou
a ser promovida com utilização, exclusivamente, dos formulários
de contratos correspondentes aos modelos BC 0203408 (TIPO 01),
BC 0203416 (TIPO 02), BC 0203424 (TIPO 03), BC 02032 (TIPO
04), BC 0203440 (TIPO 05), BC 203459 (TIPO 06), BC 0203467
(TIPO 07) BC 0203475 (TIPO 08), BC 0263483 (TIPO 09) e BC
0203491 (TIPO 10), instituídos pelo Comunicado GECAM nº 333,
de 1.11.76 (V. Circular GECAM 312).
Cumprirá ao Banco comprador do câmbio averbar no verso do
original do Registro de Venda o número, a data, valor em moeda
estrangeira e vencimento do contrato de câmbio aplicado.
Observadas as cautelas pró rias para cada negócio, com especial
cujo para as operações financiadas, consideram os bancos contratantes os seguintes elementos na contratação: o cliente. a moeda, a
taxa, o prazo, a entrega do câmbio, o financiamento, as garantias e
as condições de compra e venda.
De grande importância para a espécie, é o conhecimento do texto integral da Lei 4.131, de 03.09.62, supra citada, que “Disciplina
a aplicação do capital estrangeiro e as remessas de valores para o
exterior, especialmente no que trata das “Disposições Cambiais”,
donde destacamos o disposto no art. 23 e seus parágrafos.
Dão os bancos maior ênfase às COMPRAS PRONTAS ou com
REDUZIDO PRAZO DE ENTREGA e às vendas a prazo respeitados os limites para estas com vista à obtenção de disponibilidades
externas em níveis adequados às suas necessidades.
CONTRATAÇÃO DE CAMBIO DE EXPORTAÇÃO
Observação: Prescindem de Instrumento individual de contrato
de câmbio as seguintes operações:
Em nosso País não é permitido o manuseio das divisas resultantes das. operações comerciais com o exterior. Assim, sempre que se
realiza uma exportação, devese ter, com antecedência, contratada a
venda das moedas estrangeiras. Isso se faz obrigatoriamente através
Didatismo e Conhecimento
I DE CAMBIO MANUAL As operações:
85
ConheCimentos banCáRios
a) de compras de moeda em espécie ou “traveller’s checks”,
b) de vendas de moedas em espécie ou “traveller’s checks”.
8 MERCADO PRIMÁRIO E MERCADO
SECUNDÁRIO.
II FINANCEIRAS:
a) de compras de ordens de pagamento do exterior, desde que
o valor de cada uma delas não seja superior a US$ 1.000 ou equivalente;
b) vendas relativas a remessas pessoais de até US$ 300 ou equivalente;
c) vendas referentes a transferências de até US$ 1.000, ou equivalente, destinadas a despesas de viagem.
Antes de adentrarmos a temática se faz necessário um breve
estudo sobre as Sociedades Anônimas regulamentadas pelo nosso
Código Civil de 2002 e pela Lei das Sociedades por Ações (Lei nº
6.404/76). Sendo abordadas, em linhas gerais, as características, espécies e o funcionamento das sociedades anônimas delimitando a
sua definição segundo as normas jurídicas vigentes em nosso país.
Subordinase a visto ou autorização prévia do Banco Central do
Brasil a contratação de câmbio referente, entre outras, a:
compra e venda de moeda em espécie ou “traveller’s checks” e
operações financeiras (há algumas isenções);
compras de exportação de café, cujas respectivas declarações
de vendas contenham essa determinação;
alterações, prorrogações, baixas e cancelamentos de compras
de exportação (inclusive café);
compras de livros, jornais, revistas e publicações similares, de
valor superior a US$ 300 efetuada por particulares ou entidades jurídicas, não ligadas ao comércio livreiro.
DEFINIÇÃO DA SOCIEDADE ANÔNIMA
A sociedade anônima, também chamada companhia, é pessoa
jurídica de direito privado, de natureza eminentemente mercantil,
em que o capital social é dividido em ações de igual valor nominal,
que são de livre negociabilidade, limitando-se a responsabilidade do
sócio ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.
As sociedades anônimas diferenciam-se das sociedades contratuais pelo fato de nenhum contrato ligar os sócios entre si. Por isso,
são consideradas sociedades institucionais ou normativas. O Código Civil traz somente dois artigos diretamente referentes à sociedade
anônima: o art. 1.088 dispondo que na sociedade anônima o capital
divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente
pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir; e o art.
1.089 dispondo que a sociedade por ações rege-se por lei especial,
e devem aplicar-se, nos casos omissos, as disposições do CC. A lei
especial referida pelo é a Lei nº 6.404/76, Lei das Sociedades por
Ações, com as alterações das Leis nº9.457/97 e nº 10.303/2001.
PRAZOS
Das Letras e/ou Documentos de Exportação:
O prazo das letras e/ou documentos de exportação não deve
exceder a 180 dias, contados da data do embarque da mercadoria,
exceto se previamente autorizado prazo maior pelo Banco Central
do Brasil ou no caso de exportações pagáveis a prazo superior e
objeto de normas cambiais especificas.
CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
As características principais das sociedades anônimas, que as
distinguem dos demais tipos societários são:
a) as sociedades por ações são uma sociedade de capital e não
de pessoas;
b) o capital social é dividido em partes, em regra de igual valor
nominal, são as
ações, que são títulos representativos da participação societária
no capital da companhia;
c) o titular da ação é chamado de acionista;
d) a responsabilidade dos sócios vai até o preço da emissão das
ações que subscrever ou adquirir, não respondendo os subscritores
perante terceiros pelas obrigações assumidas pela sociedade;
e) as ações são livremente negociáveis, por isso nenhum acionista pode impedir a entrada de outro na companhia;
f) falecido o titular de uma ação, não poderá ser impedido o
ingresso de seus sucessores no quadro da sociedade;
g) o herdeiro ou legatário de uma ação transforma-se em acionista inevitavelmente;
h) por se tratar de sociedade institucional, não será lícito aos
sucessores do acionista morto pleitear a apuração de seus haveres;
i) possibilidade de subscrição do capital social mediante apelo
público;
De Entrega dos Documentos Referentes à Exportação:
Os documentos referentes à exportação devem ser entregues
pelo exportador a banco com o qual tenha negociado câmbio correspondente à transação, até a data estipulada para esse fim no respectivo contrato de câmbio e, respeitada esta, até o 10o. dia útil seguinte
ao do embarque da mercadoria.
O prazo previsto para entrega dos documentos referentes à exportação com câmbio contratado não deverá exceder a 180 dias da
data do fechamento do câmbio, exceto em se tratando de exportação
com pagamento antecipado e nos casos de produção sujeitos a características especiais de comercialização em que o Banco Central
estabeleça prazo diferente.
Nas operações de câmbio referentes a exportações e café, o prazo revisto para entrega dos documentos não deverá exceder a 10
dias úteis após o término da época estabelecida para embarque na
respectiva declaração de venda.
Esgotado o prazo pactuado no contrato de câmbio para a entrega dos documentos, sem que esta se efetive e sem que ocorra
a correspondente prorrogação, deverá ser o contrato cancelado ou
baixado, no máximo, nos 20 dias seguintes ao vencimento do referido prazo.
Didatismo e Conhecimento
86
ConheCimentos banCáRios
j) a companhia é sempre empresarial, mesmo que seu objeto
seja civil;
k) a sociedade será designada por denominação ou fantasia
como nome empresarial, devendo ser acrescida da palavra sociedade anônima ou da palavra Companhia, por extenso ou abreviadamente, S.A. ou Cia., sendo que a última expressão só pode ser
colocada no início ou no meio do nome empresarial;
l) possibilidade de pertencer a sociedade a menores ou incapazes, sem que acarrete a sua nulidade.
m) seu órgão deliberativo máximo é a Assembléia Geral que
tem poder para
aprovar e reformar os estatutos sociais, eleger seus dirigentes
(conselho de
administração e diretoria), seus fiscais (conselho fiscal), aprovar, a cada ano,
as contas da diretoria etc.
A sociedade anônima tem uma nacionalidade, uma denominação, uma sede e um patrimônio absolutamente distintos daqueles
dos seus acionistas. A sede determina a nacionalidade. Sua personalidade jurídica é reconhecida a partir do arquivamento dos seus
atos constitutivos no Registro do Comércio e subsiste durante todo
o prazo de sua duração, inclusive durante o período de liquidação.
Extingue-se nos casos previstos no art. 219 da Lei nº 6.404/76, não
se aplicando o direito comum, quando trata da matéria nos arts. 51,
1.033, 1.044 e 1.087 do CC.
Os subscritores de suas ações são considerados acionistas somente após o arquivamento de seus atos constitutivos.
De acordo com a Lei nº 6.404/76 pode constituir-se, a sociedade anônima, apenas com dois acionistas.
Lembremos novamente que companhia, por força de lei, é sempre comercial, mesmo que os fins sejam civis. Essa comercialidade
legal advém, portanto, da forma e não do objeto.
ESPÉCIES DE SOCIEDADES ANÔNIMAS
ESTRUTURA DA SOCIEDADE ANÔNIMA
O art. 4º da Lei das Sociedades por Ações distingue : “Para os
efeitos desta lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários”.
Desta forma, são duas espécies de companhia: a aberta e a fechada. A primeira é aquela em que os valores mobiliários (ações,
debêntures, partes beneficiárias etc.) são admitidos à negociação nas
bolsas de valores ou mercado de balcão. A sociedade anônima fechada é aquela que não emite valores mobiliários negociáveis nesses
mercados.
Assim, as companhias abertas, que necessitam de grande volume de recursos financeiros, podem captá-los mediante a emissão e
colocação no mercado acionário de valores mobiliários sem precisar
recorrer ao crédito bancário, cujos juros são altos, podendo inviabilizar a atividade dos tomadores de empréstimo. Já as sociedades
anônimas fechadas, normalmente empresas pequenas ou médias,
podem ser constituídas e exploradas com recursos relativamente
menores obtidos com mais facilidade através das relações de confiança.
Pelo fato de poder recorrer ao mercado acionário, a sociedade anônima aberta, para obter recursos financeiros, deve maior
transparência em suas demonstrações contábeis, sujeitando-se a sua
administração à fiscalização governamental. Suas demonstrações
contábeis devem estar acompanhadas de parecer de auditores independentes e de notas explicativa dos valores mais relevantes.
Para captar recursos junto aos investidores em geral, a companhia aberta necessita de prévia autorização do governo, registrando-se e lançando seus valores mobiliários no órgão governamental
próprio, que é a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A finalidade de todo esse controle é conferir ao investimento
em ações e outros valores mobiliários a maior segurança e liquidez
possível.
As companhias podem adotar qualquer objeto social, mas deve
ser definido de modo preciso e completo e deve ter um fim lucrativo,
sendo obrigação da sociedade distribuir dividendos aos seus acionistas, e que o objeto não seja contrário a lei, à ordem pública e aos
bons costumes. A lei pode criar algumas restrições quanto à escolha
do objeto social pelas sociedades anônimas, exigindo autorização do
governo para se constituir.
A sociedade anônima possui necessariamente três órgãos? A assembléia geral, a diretoria e o conselho fiscal, sendo os dois primeiros de funcionamento permanente e o último, conforme dispuserem
os estatutos. Em companhias abertas, e de economia mista, haverá
também o conselho de administração, sendo facultativo esse órgão
nas sociedades anônimas fechadas.
Os acionistas têm obrigações não só de caráter patrimonial, mas
também pessoal, perante a sociedade. Patrimonialmente, obrigam-se a integralizar as ações subscritas pelo seu preço de emissão e
não pelo seu eventual valor nominal, como referido. Por outro lado,
essa integralização não torna os acionistas condôminos do patrimônio social, tendo direito apenas ao que remanescer dele, no caso de
dissolução da sociedade.
Dentre os acionistas destaca-se o controlador, ou seja, aquele
ou aqueles acionistas que em grupo são titulares de direitos de voto
que lhes assegurem, de modo permanente, a maioria nas deliberações da assembléia geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da companhia. Essa figura do controlador e respectivas
responsabilidades, que lhe é própria, advém do uso efetivo desse
poder de majoritariamente deliberar e eleger os administradores, e
consequentemente, de dirigir e orientar o funcionamento dos órgãos
da companhia; como controladores, os acionistas têm deveres de lealdade para com os demais acionistas, para com a comunidade, e
para com os empregados da companhia.
Os administradores poderão ser ou não acionistas, não respondendo com seu patrimônio pessoal pelas obrigações da sociedade
em virtude de atos regularas de gestão. Contudo, são responsáveis
pelos abusos que cometerem no exercício de suas funções.
Na sociedade anônima prevalece o princípio não só da publicidade, como também da publicação, para todos os atos sociais que
NATUREZA DA SOCIEDADE ANÔNIMA
A companhia é uma pessoa jurídica de direito privado e, dessa
forma, sujeito de direitos e ente capaz de figurar nas relações jurídicas, em conformidade com os arts. 44, 45 e 984 do Código Civil
de 2002.
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ConheCimentos banCáRios
b) deliberar sobre a destinação do lucro líquido e a distribuição
de dividendos; eleger os administradores e fiscais, se for o caso.
Qualquer outro tema só poderá ser tratado em assembleia geral
extraordinária, especialmente convocada.
Nas assembleias adota-se o princípio da maioria do capital social, não tendo importância a pessoa dos sócios.
A assembleia geral tem competência privativa para eleger ou
destituir os administradores e membros dos conselhos de administração e fiscal da companhia, tomar suas contas anualmente, autorizar a emissão de debêntures, reformar o estatuto, dentre outros.
As deliberações são tomadas por maioria dos votos, cabendo a
cada ação um voto.
possam vincular ou interessar terceiros, aí incluídos os atos constitutivos e todas as atas das assembléias gerais, os demonstrativos
financeiros e quaisquer atos dos administradores que possam afetar
direitos ou interesses de terceiros. Assim o
princípio da publicidade e da publicação oficial prevalece para
todos os demonstrativos de resultados econômicos e financeiros de
cada exercício social, bem como para todas as reformas estatutárias, decisões da assembléia geral e ocorrência de fatos relevantes
próprios ou de terceiros. Esse regime de publicidade (registro e arquivamento) e publicação (presunção de conhecimento de terceiros)
igualmente se impõe nos negócios de transferência de controle da
companhia, e, resumidamente, na constituição de grupos de sociedades.
b) Conselho de administração.
É um órgão em regra facultativo, no entanto é obrigatório no
caso de sociedade de capital autorizado ou de capital aberto.
Órgão colegiado de caráter deliberativo com finalidade de
agilizar a tomada de decisões de interesse da companhia.
O estatuto deve fixar o número de conselheiros e o tempo de
duração do mandato de seus integrantes (não superior a três anos) e
deve estabelecer as normas regimentais desse órgão. Deve ser composto por no mínimo três conselheiros. Somente quem for acionista
pode ser conselheiro e o conselho delibera sempre por maioria de
votos. Quem elege seus membros e pode destituí-los a qualquer tempo é a assembléia geral.
AÇÕES
Quanto a forma as ações são classificadas em nominativas e
escriturais. Aquelas são representadas por certificado e transferidas
mediante registro no livro próprio da sociedade emissora, ou seja, o
Registro de Transferência de Ações. Já as escriturais, por autorização dos estatutos, são mantidas, em nome de seu titular, em conta de
depósito em instituição financeira (custódia). Dessas ações não são
emitidos certificados e sua transferência opera-se por meio de lançamento da operação nos registros próprios da instituição financeira
depositária, a débito da conta de depósito do alienante e a crédito da
conta do adquirente. Quanto à espécie, as ações são classificadas
em: ordinárias, preferenciais ou de fruição. As ações ordinárias ou
comuns são as que permitem a participação nos dividendos da sociedade e nas deliberações das assembléias, ou seja, conferem a seus
titulares os direitos que a lei reserva aos acionistas comuns.
As ações preferenciais permitem a seus titulares alguns privilégios, como a prioridade na distribuição de dividendos ou no reembolso de seu capital, com ou sem prêmio etc. Essas ações podem
privar ou não seus titulares do direito de voto, conforme estabelecer
o estatuto. As ações de fruição ou gozo são as que substituem as
outras espécies quando estas são amortizadas e podem render dividendos poderão não ter direito a voto ou ter restrições a esse direito.
c) Diretoria.
É o órgão executivo das deliberações da assembléia geral e
do conselho de administração e de representação legal da companhia. Os diretores não necessariamente são acionistas. São
eleitos pelo conselho de administração ou, na falta deste, pela
assembléia geral. O estatuto deve prever o número mínimo e
máximo de diretores, que não deve ser inferior a dois, a duração
de mandato, que não pode ser superior a três anos, e a atribuição de
poderes de cada diretor e o modo de sua substituição.
d) Conselho fiscal.
É um órgão colegiado destinado à fiscalização dos negócios
da companhia. Seu objetivo é proteger os interesses da empresa
e de todos os seus acionistas.
Tem a competência de fiscalizar a gestão dos negócios pelos administradores e verificar o cumprimento dos deveres legais e estatutários, opinar sobre o relatório anual da administração, opinar sobre
as propostas da administração a serem encaminhadas à assembléia,
relativas à modificação do capital social, emissão de debêntures, etc.
É composto de no mínimo três e no máximo cinco membros
e igual número de suplentes, acionistas ou não, eleitos pela assembléia geral ordinária, com mandato anual.
ÓRGÃOS SOCIAIS
Conforme a Lei nº6.404/76, as sociedades anônimas têm quatro principais órgãos: a assembléia geral, o conselho de administração, a diretoria e o conselho fiscal. Além desses, o estatuto pode
prever livremente outros órgãos de assessoria ou de execução.
a) Assembleia geral.
É o órgão máximo da companhia e dela participam todos os
acionistas com direito a voto.
Aqueles acionistas que não tem direito à voto podem manifestar-se sobre as matérias constantes da pauta (art. 125, parágrafo
único).
Nos quatro meses seguintes ao encerramento do exercício social, deve ser realizada uma assembléia geral ordinária. O art. 132
da Lei das Sociedades por Ações restringe a competência dessa assembléia a três temas:
a) tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras;
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DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
As demonstrações da origem, evolução dos recursos empregados nas sociedades anônimas, lucros e prejuízos devem ser obrigatoriamente publicadas antes da realização da assembléia geral ordinária, conforme previsto na Lei das Sociedades por Ações.
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também emite pareceres para indicar a interpretação adequada de
suas próprias normas ou de normas jurídicas editadas pelo Legislativo e pelas normas infralegais baixadas pelo Executivo (decretos,
portarias etc.).
As Bolsas de Valores, que são associações destacam-se entre as
instituições financeiras auxiliares. Elas têm por sócias as sociedades
corretoras (S.A.s ou Ltda.s), que dependem de autorização prévia da
CVM para funcionarem.
Essas demonstrações são parte integrante do Relatório da Administração, e prestam conta dos atos e resultados da gestão da companhia no exercício social. Aos acionistas cabe aprovar ou rejeitar as
contas na assembléia geral ordinária.
A apuração dos resultados se da um período, denominado exercício financeiro, correspondente a doze meses, coincidindo ou não
com o ano-calendário.
A finalidade das demonstrações é de informar os acionistas sobre o andamento dos negócios e os resultados obtidos. As sociedades anônimas, obedecendo a técnicas contábeis, obrigatoriamente
devem fazer as seguintes demonstrações financeiras: balanço patrimonial, demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados, demonstração do resultado do exercício, demonstração das origens e aplicação de recursos (art. 176 da Lei nº 6.404/76). As demonstrações
financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a proposta
dos órgãos da administração, submetendo-a a aprovação da assembleia geral.
Mercado Primário / Mercado Secundário
O que é Mercado Primário e Mercado Secundário?
O Mercado Primário compreende o lançamento de novas
ações no mercado, com aporte de recursos à companhia.
Uma vez ocorrendo o lançamento inicial ao mercado, as ações
passam a ser negociadas no Mercado Secundário, que compreende
mercados de balcão, organizados ou não, e bolsas de valores.
Operações como a colocação inicial, junto ao público, de grande lote de ações detido por um acionista podem caracterizar operações de abertura de capital, exigindo registro na CVM.
Apesar da semelhança com o mercado primário, os recursos
captados vão para o acionista vendedor (e não para a companhia),
determinando, portanto, uma distribuição no Mercado Secundário.
MERCADO ACIONÁRIO
O mercado de capitais tem por finalidade financiar, a médio e
longo prazo, capital de giro e capital fio para as empresas, bem como
para as construções destinadas à habitação.
Títulos representativos de capitais, como ações, debêntures, bônus de subscrição, partes beneficiárias, commercial parper, títulos de
longo prazo do governo, hipotecas e outros títulos de médio e longo
prazo, são negociados nesse mercado.
É um mercado de grande dinamismo e de liquidez imediata.
O mercado acionário é um dos seguimentos do mercado de
capitais, especializado na compra e venda de ações e outros títulos
emitidos pelas companhias.
Os bancos de investimento, corretoras e distribuidoras de valor
forma o mercado primário, no qual as companhias colocam suas
ações, debêntures e outros títulos.
As bolsas de valores e o mercado de balcão formam o mercado
secundário, no qual as instituições financeiras do mercado primário colocam os títulos.
A companhia só obtém recursos financeiros, de curto ou longo
prazo, por meio de emissão de seus títulos, diretamente no mercado
primário. No mercado secundário esses títulos circulam em operações em menores quantidades, mas o valor negociado não vai para a
empresa, e sim para o possuidor do título.
Para que consiga vender seus papéis, a empresa precisa ter credibilidade e apresentar boas perspectivas de rentabilidade.
O Conselho Monetário Nacional (CMN), que dita as regras da
política monetária, é o órgão máximo do sistema financeiro nacional.
O Banco Central do Brasil é o agente executivo das decisões do
CMN, exerce o monopólio da emissão de papel-moeda, administra a
dívida pública interna e externa, é o depositário e administrador das
reservas internacionais, registra e controla os capitais estrangeiros
investidos no país e regula o mercado cambial. Como somente as
companhias de capital aberto podem recorrer ao mercado de capitais, a atuação de CVM restringe-se a elas. A CVM rege o comportamento das empresas no mercado acionário regulamentando-o,
expedindo atos normativos, instruções e deliberações. Além disso,
Didatismo e Conhecimento
Como funciona o Mercado Primário?
As Letras, Letras Financeiras e Notas Federais são inicialmente oferecidas em leilões dos quais participam o Banco Central e as
instituições financeiras. Através desses leilões, fundos destinados ao
financiamento de novo déficit são levantados e dívidas preexistentes
são refinanciadas ou “roladas”.
Os leilões de títulos emitidos pelo Tesouro obedecem a
uma programação previamente estabelecida e são divulgados por
meio de comunicados às instituições financeiras através do sistema
do Banco Central, o Sisbacen, e publicados no Diário Oficial da
União, detalhando as condições específicas da oferta, tais como os
títulos a serem ofertados, as quantidades, a data de liquidação financeira, o horário para recebimento das ofertas e outras informações
importantes.
Os leilões do Tesouro geralmente são realizados às terças- feiras, para liquidação no dia útil seguinte.
Como funcionado o Mercado Secundário?
Uma vez que os títulos são emitidos e colocados em circulação,
eles passam a ser negociados no mercado secundário.
As instituições financeiras, negociando tanto para sua conta
própria como para seus clientes, fornecem cotações de compra e
venda nos mais variados papéis.
A negociação secundária de títulos públicos ocorre no mercado de balcão e na Bolsa de Valores, e é de longe o maior e mais
abrangente segmento do mercado financeiro, dado o número de participantes que nele estão envolvidos, quer como intermediários,quer
como investidores.
As instituições financeiras carregam estoques de títulos e buscam obter um lucro com esse carregamento.
Elas também giram as suas carteiras com a expectativa de obter
ganhos com oscilações favoráveis nos preços dos títulos.
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ConheCimentos banCáRios
E, finalmente, elas obtém comissões comprando e vendendo
papéis para os seus clientes.
No mercado de balcão, os negócios são fechados entre as instituições financeiras pelo telefone. É um mercado ágil, com um grande número de participantes, mas os seus maiores problemas é que
ele não oferece a transparência que alguns investidores demandam
e nem um mecanismo de centralização de preços, isto é, os investidores não sabem se estão obtendo o melhor preço do momento para
os seus negócios.
Na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, ao contrário, as negociações ocorrem através de um sistema eletrônico, que tem terminais instalados em todas as instituições participantes do mercado,
nas quais se pode visualizar as ofertas e os preços dos negócios a
medida que eles vão acontecendo.
A Bolsa, ademais, distribui essas informações para as agências
de notícias e as empresas especializadas em disseminar cotações do
mercado, beneficiando não só as instituições financeiras, mas também os investidores de modo geral. Mais importante, pelas regras da
Bolsa, os negócios têm que ser fechados ao melhor preço disponível
no mercado no momento, desde que outras condições, tais como a
quantidade mínima desejada pelo contraparte para fechar o negócio,
sejam atendidas. Com isso, os investidores têm sempre a certeza de
terem realizado o melhor negócio possível.
Legislação Complementar – SOCIEDADES ANÔNIMAS
LEI No 6.404, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976.
Dispõe sobre as Sociedades por Ações.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
Características e Natureza da Companhia ou Sociedade
Anônima
Características
Art. 1º A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será
limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.
Objeto Social
Art. 2º Pode ser objeto da companhia qualquer empresa de fim
lucrativo, não contrário à lei, à ordem pública e aos bons costumes.
§ 1º Qualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil e se
rege pelas leis e usos do comércio.
§ 2º O estatuto social definirá o objeto de modo preciso e completo.
§ 3º A companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades; ainda que não prevista no estatuto, a participação é facultada
como meio de realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais.
Procedimentos do Mercado de Títulos Públicos:
1. Os títulos públicos federais são vendidos pelo Banco Central no mercado primário,por meio de leilões, com os rendimentos
definidos pelas ofertas das instituições e que são garantidos pelo
Governo e pagos nos vencimentos (a exceção de uma ruptura do
sistema econômico vigente).
2. É no mercado primário que ocorrem a colocação de ações, títulos públicos relativos a emissões novas.
3. Após a venda no mercado primário, esses títulos podem
passar de uma instituição para outra, configurando o mercado secundário, cujos negócios podem ter preços bem diferentes daqueles
“contratados” por ocasião da compra papel.
4. No mercado secundário ocorrem as negociações dos títulos adquiridos no mercado primário, proporcionando a liquidez
necessária.
5. Essas diferenças de preços, até bem pouco tempo, eram mais comuns e acentuadas nos papeis prefixados, tendo em
vista que a prefixação da rentabilidade impedia seu alinhamento às
novas taxas praticadas pelo mercado.
Em função disso, o risco de taxa era maior. Nos títulos pós-fixados, atrelados a variação da taxa Selic, essas diferenças eram muito
pequenas, considerando que o mercado, por entender que risco de
taxa era irrisório, cotava os preços desses papeis com remunerações
muito próximas ao SELIC/CDI.
Recentemente, em razão da elevação dos riscos no País, essa
realidade mudou, sobretudo para os papeis de longo prazo.
Denominação
Art. 3º A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões “companhia” ou “sociedade anônima”, expressas por extenso ou abreviadamente mas vedada a utilização da
primeira ao final.
§ 1º O nome do fundador, acionista, ou pessoa que por qualquer
outro modo tenha concorrido para o êxito da empresa, poderá figurar
na denominação.
§ 2º Se a denominação for idêntica ou semelhante a de companhia já existente, assistirá à prejudicada o direito de requerer a modificação, por via administrativa (artigo 97) ou em juízo, e demandar
as perdas e danos resultantes.
Companhia Aberta e Fechada
6. As carteiras dos Fundos de Investimentos possuem em suas carteiras títulos públicos federais, além de outros
papeis.
Para que os resgates possam ser pagos aos clientes, os Fundos
precisam vender esses títulos no mercado secundário. Havendo diferenças entre o preço dos títulos da carteira e a cotação do mercado,
o Fundo poderá registrar provisões ou prejuízos.
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Art. 4o Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não
admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários.
§ 1o Somente os valores mobiliários de emissão de companhia
registrada na Comissão de Valores Mobiliários podem ser negociados no mercado de valores mobiliários.
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ConheCimentos banCáRios
§ 2o Nenhuma distribuição pública de valores mobiliários será
efetivada no mercado sem prévio registro na Comissão de Valores
Mobiliários.
§ 3o A Comissão de Valores Mobiliários poderá classificar as
companhias abertas em categorias, segundo as espécies e classes
dos valores mobiliários por ela emitidos negociados no mercado, e
especificará as normas sobre companhias abertas aplicáveis a cada
categoria.
§ 4o O registro de companhia aberta para negociação de ações
no mercado somente poderá ser cancelado se a companhia emissora de ações, o acionista controlador ou a sociedade que a controle,
direta ou indiretamente, formular oferta pública para adquirir a totalidade das ações em circulação no mercado, por preço justo, ao
menos igual ao valor de avaliação da companhia, apurado com base
nos critérios, adotados de forma isolada ou combinada, de patrimônio líquido contábil, de patrimônio líquido avaliado a preço de mercado, de fluxo de caixa descontado, de comparação por múltiplos,
de cotação das ações no mercado de valores mobiliários, ou com
base em outro critério aceito pela Comissão de Valores Mobiliários,
assegurada a revisão do valor da oferta, em conformidade com o
disposto no art. 4o-A.
§ 5o Terminado o prazo da oferta pública fixado na regulamentação expedida pela Comissão de Valores Mobiliários, se remanescerem em circulação menos de 5% (cinco por cento) do total das
ações emitidas pela companhia, a assembleia-geral poderá deliberar
o resgate dessas ações pelo valor da oferta de que trata o § 4o, desde
que deposite em estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, à disposição dos seus titulares, o valor
de resgate, não se aplicando, nesse caso, o disposto no § 6o do art.
44.
§ 6o O acionista controlador ou a sociedade controladora que
adquirir ações da companhia aberta sob seu controle que elevem
sua participação, direta ou indireta, em determinada espécie e classe
de ações à porcentagem que, segundo normas gerais expedidas pela
Comissão de Valores Mobiliários, impeça a liquidez de mercado das
ações remanescentes, será obrigado a fazer oferta pública, por preço
determinado nos termos do § 4o, para aquisição da totalidade das
ações remanescentes no mercado.
§ 3o Os acionistas que requererem a realização de nova avaliação e aqueles que votarem a seu favor deverão ressarcir a companhia
pelos custos incorridos, caso o novo valor seja inferior ou igual ao
valor inicial da oferta pública.
§ 4o Caberá à Comissão de Valores Mobiliários disciplinar o
disposto no art. 4o e neste artigo, e fixar prazos para a eficácia desta
revisão.
CAPÍTULO II
Capital Social
SEÇÃO I
Valor
Fixação no Estatuto e Moeda
Art. 5º O estatuto da companhia fixará o valor do capital social,
expresso em moeda nacional.
Parágrafo único. A expressão monetária do valor do capital social realizado será corrigida anualmente (artigo 167).
Alteração
Art. 6º O capital social somente poderá ser modificado com observância dos preceitos desta Lei e do estatuto social (artigos 166 a
174).
SEÇÃO II
Formação
Dinheiro e Bens
Art. 7º O capital social poderá ser formado com contribuições
em dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação
em dinheiro.
Avaliação
Art. 8º A avaliação dos bens será feita por 3 (três) peritos ou por
empresa especializada, nomeados em assembleia-geral dos subscritores, convocada pela imprensa e presidida por um dos fundadores,
instalando-se em primeira convocação com a presença de subscritores que representem metade, pelo menos, do capital social, e em
segunda convocação com qualquer número.
§ 1º Os peritos ou a empresa avaliadora deverão apresentar laudo fundamentado, com a indicação dos critérios de avaliação e dos
elementos de comparação adotados e instruído com os documentos
relativos aos bens avaliados, e estarão presentes à assembleia que
conhecer do laudo, a fim de prestarem as informações que lhes forem solicitadas.
§ 2º Se o subscritor aceitar o valor aprovado pela assembleia, os
bens incorporar-se-ão ao patrimônio da companhia, competindo aos
primeiros diretores cumprir as formalidades necessárias à respectiva
transmissão.
§ 3º Se a assembleia não aprovar a avaliação, ou o subscritor
não aceitar a avaliação aprovada, ficará sem efeito o projeto de constituição da companhia.
Art. 4o-A. Na companhia aberta, os titulares de, no mínimo,
10% (dez por cento) das ações em circulação no mercado poderão
requerer aos administradores da companhia que convoquem assembleia especial dos acionistas titulares de ações em circulação no
mercado, para deliberar sobre a realização de nova avaliação pelo
mesmo ou por outro critério, para efeito de determinação do valor
de avaliação da companhia, referido no § 4o do art. 4o.
§ 1o O requerimento deverá ser apresentado no prazo de 15
(quinze) dias da divulgação do valor da oferta pública, devidamente
fundamentado e acompanhado de elementos de convicção que demonstrem a falha ou imprecisão no emprego da metodologia de cálculo ou no critério de avaliação adotado, podendo os acionistas referidos no caput convocar a assembleia quando os administradores
não atenderem, no prazo de 8 (oito) dias, ao pedido de convocação.
§ 2o Consideram-se ações em circulação no mercado todas as
ações do capital da companhia aberta menos as de propriedade do
acionista controlador, de diretores, de conselheiros de administração
e as em tesouraria.
Didatismo e Conhecimento
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ConheCimentos banCáRios
§ 4º Os bens não poderão ser incorporados ao patrimônio da
companhia por valor acima do que lhes tiver dado o subscritor.
§ 5º Aplica-se à assembleia referida neste artigo o disposto nos
§§ 1º e 2º do artigo 115.
§ 6º Os avaliadores e o subscritor responderão perante a companhia, os acionistas e terceiros, pelos danos que lhes causarem por
culpa ou dolo na avaliação dos bens, sem prejuízo da responsabilidade penal em que tenham incorrido; no caso de bens em condomínio, a responsabilidade dos subscritores é solidária.
§ 1º A infração do disposto neste artigo importará nulidade do
ato ou operação e responsabilidade dos infratores, sem prejuízo da
ação penal que no caso couber.
§ 2º A contribuição do subscritor que ultrapassar o valor nominal constituirá reserva de capital (artigo 182, § 1º).
Ações sem Valor Nominal
Art. 14. O preço de emissão das ações sem valor nominal será
fixado, na constituição da companhia, pelos fundadores, e no aumento de capital, pela assembléia-geral ou pelo conselho de administração (artigos 166 e 170, § 2º).
Parágrafo único. O preço de emissão pode ser fixado com parte
destinada à formação de reserva de capital; na emissão de ações preferenciais com prioridade no reembolso do capital, somente a parcela que ultrapassar o valor de reembolso poderá ter essa destinação.
Transferência dos Bens
Art. 9º Na falta de declaração expressa em contrário, os bens
transferem-se à companhia a título de propriedade.
Responsabilidade do Subscritor
Art. 10. A responsabilidade civil dos subscritores ou acionistas
que contribuírem com bens para a formação do capital social será
idêntica à do vendedor.
Parágrafo único. Quando a entrada consistir em crédito, o subscritor ou acionista responderá pela solvência do devedor.
SEÇÃO III
Espécies e Classes
Espécies
Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus titulares, são ordinárias, preferenciais, ou
de fruição.
§ 1º As ações ordinárias da companhia fechada e as ações preferenciais da companhia aberta e fechada poderão ser de uma ou
mais classes.
§ 2o O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou
sujeitas a restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar
50% (cinquenta por cento) do total das ações emitidas.
CAPÍTULO III
Ações
SEÇÃO I
Número e Valor Nominal
Fixação no Estatuto
Art. 11. O estatuto fixará o número das ações em que se divide o
capital social e estabelecerá se as ações terão, ou não, valor nominal.
§ 1º Na companhia com ações sem valor nominal, o estatuto
poderá criar uma ou mais classes de ações preferenciais com valor
nominal.
§ 2º O valor nominal será o mesmo para todas as ações da companhia.
§ 3º O valor nominal das ações de companhia aberta não poderá
ser inferior ao mínimo fixado pela Comissão de Valores Mobiliários.
Ações Ordinárias
Art. 16. As ações ordinárias de companhia fechada poderão ser
de classes diversas, em função de:
I - conversibilidade em ações preferenciais;
II - exigência de nacionalidade brasileira do acionista; ou
III - direito de voto em separado para o preenchimento de determinados cargos de órgãos administrativos.
Parágrafo único. A alteração do estatuto na parte em que regula a diversidade de classes, se não for expressamente prevista, e
regulada, requererá a concordância de todos os titulares das ações
atingidas.
Alteração
Art. 12. O número e o valor nominal das ações somente poderão
ser alterados nos casos de modificação do valor do capital social ou
da sua expressão monetária, de desdobramento ou grupamento de
ações, ou de cancelamento de ações autorizado nesta Lei.
Ações Preferenciais
Art. 17. As preferências ou vantagens das ações preferenciais
podem consistir:
I - em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo;
II - em prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem
ele; ou
III - na acumulação das preferências e vantagens de que tratam
os incisos I e II.
SEÇÃO II
Preço de Emissão
Ações com Valor Nominal
Art. 13. É vedada a emissão de ações por preço inferior ao seu
valor nominal.
Didatismo e Conhecimento
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Parágrafo único. O estatuto pode subordinar as alterações estatutárias que especificar à aprovação, em assembleia especial, dos
titulares de uma ou mais classes de ações preferenciais.
§ 1o Independentemente do direito de receber ou não o valor
de reembolso do capital com prêmio ou sem ele, as ações preferenciais sem direito de voto ou com restrição ao exercício deste direito, somente serão admitidas à negociação no mercado de valores
mobiliários se a elas for atribuída pelo menos uma das seguintes
preferências ou vantagens:
I - direito de participar do dividendo a ser distribuído, correspondente a, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido do exercício, calculado na forma do art. 202, de acordo com
o seguinte critério:
a) prioridade no recebimento dos dividendos mencionados neste inciso correspondente a, no mínimo, 3% (três por cento) do valor
do patrimônio líquido da ação; e
b) direito de participar dos lucros distribuídos em igualdade de
condições com as ordinárias, depois de a estas assegurado dividendo
igual ao mínimo prioritário estabelecido em conformidade com a
alínea a; ou
II - direito ao recebimento de dividendo, por ação preferencial,
pelo menos 10% (dez por cento) maior do que o atribuído a cada
ação ordinária; ou
III - direito de serem incluídas na oferta pública de alienação de
controle, nas condições previstas no art. 254-A, assegurado o dividendo pelo menos igual ao das ações ordinárias.
§ 2o Deverão constar do estatuto, com precisão e minúcia, outras preferências ou vantagens que sejam atribuídas aos acionistas
sem direito a voto, ou com voto restrito, além das previstas neste
artigo.
§ 3o Os dividendos, ainda que fixos ou cumulativos, não poderão ser distribuídos em prejuízo do capital social, salvo quando, em
caso de liquidação da companhia, essa vantagem tiver sido expressamente assegurada.
§ 4o Salvo disposição em contrário no estatuto, o dividendo
prioritário não é cumulativo, a ação com dividendo fixo não participa dos lucros remanescentes e a ação com dividendo mínimo
participa dos lucros distribuídos em igualdade de condições com as
ordinárias, depois de a estas assegurado dividendo igual ao mínimo.
§ 5o Salvo no caso de ações com dividendo fixo, o estatuto não
pode excluir ou restringir o direito das ações preferenciais de participar dos aumentos de capital decorrentes da capitalização de reservas
ou lucros (art. 169).
§ 6o O estatuto pode conferir às ações preferenciais com prioridade na distribuição de dividendo cumulativo, o direito de recebê-lo,
no exercício em que o lucro for insuficiente, à conta das reservas de
capital de que trata o § 1o do art. 182.
§ 7o Nas companhias objeto de desestatização poderá ser criada
ação preferencial de classe especial, de propriedade exclusiva do
ente desestatizante, à qual o estatuto social poderá conferir os poderes que especificar, inclusive o poder de veto às deliberações da
assembleia-geral nas matérias que especificar.
Regulação no Estatuto
Art. 19. O estatuto da companhia com ações preferenciais declarará as vantagens ou preferências atribuídas a cada classe dessas
ações e as restrições a que ficarão sujeitas, e poderá prever o resgate
ou a amortização, a conversão de ações de uma classe em ações de
outra e em ações ordinárias, e destas em preferenciais, fixando as
respectivas condições.
SEÇÃO IV
Forma
Art. 20. As ações devem ser nominativas.
Ações Não-Integralizadas
Art. 21. Além dos casos regulados em lei especial, as ações terão obrigatoriamente forma nominativa ou endossável até o integral
pagamento do preço de emissão.
Determinação no Estatuto
Art. 22. O estatuto determinará a forma das ações e a conversibilidade de uma em outra forma.
Parágrafo único. As ações ordinárias da companhia aberta
e ao menos uma das classes de ações ordinárias da companhia fechada, quando tiverem a forma ao portador, serão obrigatoriamente
conversíveis, à vontade do acionista, em nominativas endossáveis.
SEÇÃO V
Certificados
Emissão
Art. 23. A emissão de certificado de ação somente será permitida depois de cumpridas as formalidades necessárias ao funcionamento legal da companhia.
§ 1º A infração do disposto neste artigo importa nulidade do
certificado e responsabilidade dos infratores.
§ 2º Os certificados das ações, cujas entradas não consistirem
em dinheiro, só poderão ser emitidos depois de cumpridas as formalidades necessárias à transmissão de bens, ou de realizados os
créditos.
§ 3º A companhia poderá cobrar o custo da substituição dos
certificados, quando pedida pelo acionista.
Requisitos
Art. 24. Os certificados das ações serão escritos em vernáculo e
conterão as seguintes declarações:
I - denominação da companhia, sua sede e prazo de duração;
II - o valor do capital social, a data do ato que o tiver fixado, o
número de ações em que se divide e o valor nominal das ações, ou a
declaração de que não têm valor nominal;
Vantagens Políticas
Art. 18. O estatuto pode assegurar a uma ou mais classes de
ações preferenciais o direito de eleger, em votação em separado, um
ou mais membros dos órgãos de administração.
Didatismo e Conhecimento
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ConheCimentos banCáRios
III - nas companhias com capital autorizado, o limite da autorização, em número de ações ou valor do capital social;
IV - o número de ações ordinárias e preferenciais das diversas
classes, se houver, as vantagens ou preferências conferidas a cada
classe e as limitações ou restrições a que as ações estiverem sujeitas;
V - o número de ordem do certificado e da ação, e a espécie e
classe a que pertence;
VI - os direitos conferidos às partes beneficiárias, se houver;
VII - a época e o lugar da reunião da assembléia-geral ordinária;
VIII - a data da constituição da companhia e do arquivamento e
publicação de seus atos constitutivos;
IX - o nome do acionista;
X - o débito do acionista e a época e o lugar de seu pagamento,
se a ação não estiver integralizada;
XI - a data da emissão do certificado e as assinaturas de dois
diretores, ou do agente emissor de certificados (art. 27).
§ 1º A omissão de qualquer dessas declarações dá ao acionista
direito à indenização por perdas e danos contra a companhia e os
diretores na gestão dos quais os certificados tenham sido emitidos.
§ 2o Os certificados de ações emitidas por companhias abertas
podem ser assinados por dois mandatários com poderes especiais,
ou autenticados por chancela mecânica, observadas as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários.
SEÇÃO VI
Propriedade e Circulação
Indivisibilidade
Art. 28. A ação é indivisível em relação à companhia.
Parágrafo único. Quando a ação pertencer a mais de uma pessoa, os direitos por ela conferidos serão exercidos pelo representante
do condomínio.
Negociabilidade
Art. 29. As ações da companhia aberta somente poderão ser negociadas depois de realizados 30% (trinta por cento) do preço de
emissão.
Parágrafo único. A infração do disposto neste artigo importa na
nulidade do ato.
Negociação com as Próprias Ações
Art. 30. A companhia não poderá negociar com as próprias
ações.
§ 1º Nessa proibição não se compreendem:
a) as operações de resgate, reembolso ou amortização previstas
em lei;
b) a aquisição, para permanência em tesouraria ou cancelamento, desde que até o valor do saldo de lucros ou reservas, exceto a
legal, e sem diminuição do capital social, ou por doação;
c) a alienação das ações adquiridas nos termos da alínea b e
mantidas em tesouraria;
d) a compra quando, resolvida a redução do capital mediante
restituição, em dinheiro, de parte do valor das ações, o preço destas
em bolsa for inferior ou igual à importância que deve ser restituída.
§ 2º A aquisição das próprias ações pela companhia aberta obedecerá, sob pena de nulidade, às normas expedidas pela Comissão
de Valores Mobiliários, que poderá subordiná-la à prévia autorização em cada caso.
§ 3º A companhia não poderá receber em garantia as próprias
ações, salvo para assegurar a gestão dos seus administradores.
§ 4º As ações adquiridas nos termos da alínea b do § 1º, enquanto mantidas em tesouraria, não terão direito a dividendo nem a voto.
§ 5º No caso da alínea d do § 1º, as ações adquiridas serão retiradas definitivamente de circulação.
Títulos Múltiplos e Cautelas
Art. 25. A companhia poderá, satisfeitos os requisitos do artigo 24, emitir certificados de múltiplos de ações e, provisoriamente,
cautelas que as representam.
Parágrafo único. Os títulos múltiplos das companhias abertas
obedecerão à padronização de número de ações fixada pela Comissão de Valores Mobiliários.
Cupões
Art. 26. Aos certificados das ações ao portador podem ser anexados cupões relativos a dividendos ou outros direitos.
Parágrafo único. Os cupões conterão a denominação da companhia, a indicação do lugar da sede, o número de ordem do certificado, a classe da ação e o número de ordem do cupão.
Agente Emissor de Certificados
Art. 27. A companhia pode contratar a escrituração e a guarda dos livros de registro e transferência de ações e a emissão dos
certificados com instituição financeira autorizada pela Comissão de
Valores Mobiliários a manter esse serviço.
§ 1º Contratado o serviço, somente o agente emissor poderá
praticar os atos relativos aos registros e emitir certificados.
§ 2º O nome do agente emissor constará das publicações e ofertas públicas de valores mobiliários feitas pela companhia.
§ 3º Os certificados de ações emitidos pelo agente emissor da
companhia deverão ser numerados seguidamente, mas a numeração
das ações será facultativa.
Didatismo e Conhecimento
Ações Nominativas
Art. 31. A propriedade das ações nominativas presume-se pela
inscrição do nome do acionista no livro de “Registro de Ações Nominativas” ou pelo extrato que seja fornecido pela instituição custodiante, na qualidade de proprietária fiduciária das ações.
§ 1º A transferência das ações nominativas opera-se por termo
lavrado no livro de «Transferência de Ações Nominativas», datado
e assinado pelo cedente e pelo cessionário, ou seus legítimos representantes.
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ConheCimentos banCáRios
§ 2º A transferência das ações nominativas em virtude de transmissão por sucessão universal ou legado, de arrematação, adjudicação ou outro ato judicial, ou por qualquer outro título, somente se
fará mediante averbação no livro de «Registro de Ações Nominativas», à vista de documento hábil, que ficará em poder da companhia.
§ 3º Na transferência das ações nominativas adquiridas em bolsa de valores, o cessionário será representado, independentemente
de instrumento de procuração, pela sociedade corretora, ou pela caixa de liquidação da bolsa de valores.
Limitações à Circulação
Art. 36. O estatuto da companhia fechada pode impor limitações à circulação das ações nominativas, contanto que regule minuciosamente tais limitações e não impeça a negociação, nem sujeite o
acionista ao arbítrio dos órgãos de administração da companhia ou
da maioria dos acionistas.
Parágrafo único. A limitação à circulação criada por alteração
estatutária somente se aplicará às ações cujos titulares com ela expressamente concordarem, mediante pedido de averbação no livro
de “Registro de Ações Nominativas”.
Ações Endossáveis
Art. 32.(Revogado pela Lei nº 8.021, de 1990)
Suspensão dos Serviços de Certificados
Ações ao Portador
Art. 37. A companhia aberta pode, mediante comunicação às
bolsas de valores em que suas ações forem negociadas e publicação
de anúncio, suspender, por períodos que não ultrapassem, cada um,
15 (quinze) dias, nem o total de 90 (noventa) dias durante o ano, os
serviços de transferência, conversão e desdobramento de certificados.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não prejudicará o registro da transferência das ações negociadas em bolsa anteriormente
ao início do período de suspensão.
Art. 33. (Revogado pela Lei nº 8.021, de 1990)
Ações Escriturais
Art. 34. O estatuto da companhia pode autorizar ou estabelecer
que todas as ações da companhia, ou uma ou mais classes delas, sejam mantidas em contas de depósito, em nome de seus titulares, na
instituição que designar, sem emissão de certificados.
§ 1º No caso de alteração estatutária, a conversão em ação escritural depende da apresentação e do cancelamento do respectivo
certificado em circulação.
§ 2º Somente as instituições financeiras autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários podem manter serviços de escrituração de ações e de outros valores mobiliários. (Redação dada pela Lei
nº 12.810, de 2013)
§ 3º A companhia responde pelas perdas e danos causados aos
interessados por erros ou irregularidades no serviço de ações escriturais, sem prejuízo do eventual direito de regresso contra a instituição
depositária.
Perda ou Extravio
Art. 38. O titular de certificado perdido ou extraviado de ação
ao portador ou endossável poderá, justificando a propriedade e a
perda ou extravio, promover, na forma da lei processual, o procedimento de anulação e substituição para obter a expedição de novo
certificado.
§ 1º Somente será admitida a anulação e substituição de certificado ao portador ou endossado em branco à vista da prova, produzida pelo titular, da destruição ou inutilização do certificado a ser
substituído.
§ 2º Até que o certificado seja recuperado ou substituído, as
transferências poderão ser averbadas sob condição, cabendo à companhia exigir do titular, para satisfazer dividendo e demais direitos,
garantia idônea de sua eventual restituição.
Art. 35. A propriedade da ação escritural presume-se pelo registro na conta de depósito das ações, aberta em nome do acionista nos
livros da instituição depositária.
§ 1º A transferência da ação escritural opera-se pelo lançamento
efetuado pela instituição depositária em seus livros, a débito da conta de ações do alienante e a crédito da conta de ações do adquirente,
à vista de ordem escrita do alienante, ou de autorização ou ordem
judicial, em documento hábil que ficará em poder da instituição.
SEÇÃO VII
Constituição de Direitos Reais e Outros Ônus
Penhor
Art. 39. O penhor ou caução de ações se constitui pela averbação do respectivo instrumento no livro de Registro de Ações Nominativas.
§ 1º O penhor da ação escritural se constitui pela averbação do
respectivo instrumento nos livros da instituição financeira, a qual
será anotada no extrato da conta de depósito fornecido ao acionista.
§ 2º Em qualquer caso, a companhia, ou a instituição financeira,
tem o direito de exigir, para seu arquivo, um exemplar do instrumento de penhor.
§ 2º A instituição depositária fornecerá ao acionista extrato da
conta de depósito das ações escriturais, sempre que solicitado, ao
término de todo mês em que for movimentada e, ainda que não haja
movimentação, ao menos uma vez por ano.
§ 3º O estatuto pode autorizar a instituição depositária a cobrar
do acionista o custo do serviço de transferência da propriedade das
ações escriturais, observados os limites máximos fixados pela Comissão de Valores Mobiliários.
Didatismo e Conhecimento
95
ConheCimentos banCáRios
SEÇÃO IX
Certificado de Depósito de Ações
Outros Direitos e Ônus
Art. 40. O usufruto, o fideicomisso, a alienação fiduciária em
garantia e quaisquer cláusulas ou ônus que gravarem a ação deverão
ser averbados:
I - se nominativa, no livro de “Registro de Ações Nominativas”;
II - se escritural, nos livros da instituição financeira, que os anotará no extrato da conta de depósito fornecida ao acionista.
Parágrafo único. Mediante averbação nos termos deste artigo, a
promessa de venda da ação e o direito de preferência à sua aquisição
são oponíveis a terceiros.
Art. 43. A instituição financeira autorizada a funcionar como
agente emissor de certificados (art. 27) pode emitir título representativo das ações que receber em depósito, do qual constarão:
I - o local e a data da emissão;
II - o nome da instituição emitente e as assinaturas de seus representantes;
III - a denominação “Certificado de Depósito de Ações”;
IV - a especificação das ações depositadas;
V - a declaração de que as ações depositadas, seus rendimentos e o valor recebido nos casos de resgate ou amortização somente
serão entregues ao titular do certificado de depósito, contra apresentação deste;
VI - o nome e a qualificação do depositante;
VII - o preço do depósito cobrado pelo banco, se devido na
entrega das ações depositadas;
VIII - o lugar da entrega do objeto do depósito.
§ 1º A instituição financeira responde pela origem e autenticidade dos certificados das ações depositadas.
§ 2º Emitido o certificado de depósito, as ações depositadas,
seus rendimentos, o valor de resgate ou de amortização não poderão
ser objeto de penhora, arresto, sequestro, busca ou apreensão, ou
qualquer outro embaraço que impeça sua entrega ao titular do certificado, mas este poderá ser objeto de penhora ou de qualquer medida
cautelar por obrigação do seu titular.
§ 3º Os certificados de depósito de ações serão nominativos,
podendo ser mantidos sob o sistema escritural.
§ 4º Os certificados de depósito de ações poderão, a pedido do
seu titular, e por sua conta, ser desdobrados ou grupados.
§ 5º Aplicam-se ao endosso do certificado, no que couber, as
normas que regulam o endosso de títulos cambiários.
SEÇÃO VIII
Custódia de Ações Fungíveis
Art. 41. A instituição autorizada pela Comissão de Valores
Mobiliários a prestar serviços de custódia de ações fungíveis pode
contratar custódia em que as ações de cada espécie e classe da companhia sejam recebidas em depósito como valores fungíveis, adquirindo a instituição depositária a propriedade fiduciária das ações.
§ 1o A instituição depositária não pode dispor das ações e fica
obrigada a devolver ao depositante a quantidade de ações recebidas,
com as modificações resultantes de alterações no capital social ou
no número de ações da companhia emissora, independentemente
do número de ordem das ações ou dos certificados recebidos em
depósito.
§ 2o Aplica-se o disposto neste artigo, no que couber, aos demais valores mobiliários.
§ 3o A instituição depositária ficará obrigada a comunicar à
companhia emissora:
I - imediatamente, o nome do proprietário efetivo quando houver qualquer evento societário que exija a sua identificação; e
II - no prazo de até 10 (dez) dias, a contratação da custódia e a
criação de ônus ou gravames sobre as ações.
§ 4o A propriedade das ações em custódia fungível será provada
pelo contrato firmado entre o proprietário das ações e a instituição
depositária.
§ 5o A instituição tem as obrigações de depositária e responde
perante o acionista e terceiros pelo descumprimento de suas obrigações.
SEÇÃO X
Resgate, Amortização e Reembolso
Resgate e Amortização
Art. 44. O estatuto ou a assembleia-geral extraordinária pode
autorizar a aplicação de lucros ou reservas no resgate ou na amortização de ações, determinando as condições e o modo de proceder-se
à operação.
§ 1º O resgate consiste no pagamento do valor das ações para
retirá-las definitivamente de circulação, com redução ou não do capital social, mantido o mesmo capital, será atribuído, quando for o
caso, novo valor nominal às ações remanescentes.
§ 2º A amortização consiste na distribuição aos acionistas, a título de antecipação e sem redução do capital social, de quantias que
lhes poderiam tocar em caso de liquidação da companhia.
§ 3º A amortização pode ser integral ou parcial e abranger todas
as classes de ações ou só uma delas.
§ 4º O resgate e a amortização que não abrangerem a totalidade
das ações de uma mesma classe serão feitos mediante sorteio; sorteadas ações custodiadas nos termos do artigo 41, a instituição financeira especificará, mediante rateio, as resgatadas ou amortizadas, se
outra forma não estiver prevista no contrato de custódia.
Representação e Responsabilidade
Art. 42. A instituição financeira representa, perante a companhia, os titulares das ações recebidas em custódia nos termos do artigo 41, para receber dividendos e ações bonificadas e exercer direito
de preferência para subscrição de ações.
§ 1º Sempre que houver distribuição de dividendos ou bonificação de ações e, em qualquer caso, ao menos uma vez por ano, a
instituição financeira fornecerá à companhia a lista dos depositantes
de ações recebidas nos termos deste artigo, assim como a quantidade
de ações de cada um.
§ 2º O depositante pode, a qualquer tempo, extinguir a custódia
e pedir a devolução dos certificados de suas ações.
§ 3º A companhia não responde perante o acionista nem terceiros pelos atos da instituição depositária das ações.
Didatismo e Conhecimento
96
ConheCimentos banCáRios
mente à data da publicação da ata da assembleia. As quantias assim
atribuídas aos créditos mais antigos não se deduzirão dos créditos
dos ex-acionistas, que subsistirão integralmente para serem satisfeitos pelos bens da massa, depois de pagos os primeiros.
§ 8º Se, quando ocorrer a falência, já se houver efetuado, à conta do capital social, o reembolso dos ex-acionistas, estes não tiverem sido substituídos, e a massa não bastar para o pagamento dos
créditos mais antigos, caberá ação revocatória para restituição do
reembolso pago com redução do capital social, até a concorrência
do que remanescer dessa parte do passivo. A restituição será havida,
na mesma proporção, de todos os acionistas cujas ações tenham sido
reembolsadas.
§ 5º As ações integralmente amortizadas poderão ser substituídas por ações de fruição, com as restrições fixadas pelo estatuto
ou pela assembleia-geral que deliberar a amortização; em qualquer
caso, ocorrendo liquidação da companhia, as ações amortizadas só
concorrerão ao acervo líquido depois de assegurado às ações não
a amortizadas valor igual ao da amortização, corrigido monetariamente.
§ 6o Salvo disposição em contrário do estatuto social, o resgate
de ações de uma ou mais classes só será efetuado se, em assembleia especial convocada para deliberar essa matéria específica, for
aprovado por acionistas que representem, no mínimo, a metade das
ações da(s) classe(s) atingida(s).
Reembolso
CAPÍTULO IV
Partes Beneficiárias
Art. 45. O reembolso é a operação pela qual, nos casos previstos
em lei, a companhia paga aos acionistas dissidentes de deliberação
da assembleia-geral o valor de suas ações.
§ 1º O estatuto pode estabelecer normas para a determinação
do valor de reembolso, que, entretanto, somente poderá ser inferior
ao valor de patrimônio líquido constante do último balanço aprovado pela assembleia-geral, observado o disposto no § 2º, se estipulado com base no valor econômico da companhia, a ser apurado em
avaliação (§§ 3º e 4º).
§ 2º Se a deliberação da assembleia-geral ocorrer mais de 60
(sessenta) dias depois da data do último balanço aprovado, será facultado ao acionista dissidente pedir, juntamente com o reembolso,
levantamento de balanço especial em data que atenda àquele prazo.
Nesse caso, a companhia pagará imediatamente 80% (oitenta
por cento) do valor de reembolso calculado com base no último balanço e, levantado o balanço especial, pagará o saldo no prazo de
120 (cento e vinte), dias a contar da data da deliberação da assembleia-geral.
§ 3º Se o estatuto determinar a avaliação da ação para efeito de
reembolso, o valor será o determinado por três peritos ou empresa
especializada, mediante laudo que satisfaça os requisitos do § 1º do
art. 8º e com a responsabilidade prevista no § 6º do mesmo artigo.
§ 4º Os peritos ou empresa especializada serão indicados em
lista sêxtupla ou tríplice, respectivamente, pelo Conselho de Administração ou, se não houver, pela diretoria, e escolhidos pela
Assembleia-geral em deliberação tomada por maioria absoluta de
votos, não se computando os votos em branco, cabendo a cada ação,
independentemente de sua espécie ou classe, o direito a um voto.
§ 5º O valor de reembolso poderá ser pago à conta de lucros ou
reservas, exceto a legal, e nesse caso as ações reembolsadas ficarão
em tesouraria.
§ 6º Se, no prazo de cento e vinte dias, a contar da publicação da
ata da assembleia, não forem substituídos os acionistas cujas ações
tenham sido reembolsadas à conta do capital social, este considerar-se-á reduzido no montante correspondente, cumprindo aos órgãos
da administração convocar a assembleia-geral, dentro de cinco dias,
para tomar conhecimento daquela redução.
§ 7º Se sobrevier a falência da sociedade, os acionistas dissidentes, credores pelo reembolso de suas ações, serão classificados como
quirografários em quadro separado, e os rateios que lhes couberem
serão imputados no pagamento dos créditos constituídos anterior-
Didatismo e Conhecimento
Características
Art. 46. A companhia pode criar, a qualquer tempo, títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao capital social, denominados “partes beneficiárias”.
§ 1º As partes beneficiárias conferirão aos seus titulares direito
de crédito eventual contra a companhia, consistente na participação
nos lucros anuais (artigo 190).
§ 2º A participação atribuída às partes beneficiárias, inclusive
para formação de reserva para resgate, se houver, não ultrapassará
0,1 (um décimo) dos lucros.
§ 3º É vedado conferir às partes beneficiárias qualquer direito
privativo de acionista, salvo o de fiscalizar, nos termos desta Lei, os
atos dos administradores.
§ 4º É proibida a criação de mais de uma classe ou série de
partes beneficiárias.
Emissão
Art. 47. As partes beneficiárias poderão ser alienadas pela companhia, nas condições determinadas pelo estatuto ou pela assembleia-geral, ou atribuídas a fundadores, acionistas ou terceiros, como
remuneração de serviços prestados à companhia.
Parágrafo único. É vedado às companhias abertas emitir partes
beneficiárias.
Resgate e Conversão
Art. 48. O estatuto fixará o prazo de duração das partes beneficiárias e, sempre que estipular resgate, deverá criar reserva especial
para esse fim.
§ 1º O prazo de duração das partes beneficiárias atribuídas gratuitamente, salvo as destinadas a sociedades ou fundações beneficentes dos empregados da companhia, não poderá ultrapassar 10
(dez) anos.
§ 2º O estatuto poderá prever a conversão das partes beneficiárias em ações, mediante capitalização de reserva criada para esse
fim.
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ConheCimentos banCáRios
§ 3º No caso de liquidação da companhia, solvido o passivo
exigível, os titulares das partes beneficiárias terão direito de preferência sobre o que restar do ativo até a importância da reserva para
resgate ou conversão.
SEÇÃO I
Direito dos Debenturistas
Emissões e Séries
Art. 53. A companhia poderá efetuar mais de uma emissão de
debêntures, e cada emissão pode ser dividida em séries.
Parágrafo único. As debêntures da mesma série terão igual valor nominal e conferirão a seus titulares os mesmos direitos.
Certificados
Art. 49. Os certificados das partes beneficiárias conterão:
I - a denominação “parte beneficiária”;
II - a denominação da companhia, sua sede e prazo de duração;
III - o valor do capital social, a data do ato que o fixou e o número de ações em que se divide;
IV - o número de partes beneficiárias criadas pela companhia e
o respectivo número de ordem;
V - os direitos que lhes serão atribuídos pelo estatuto, o prazo de
duração e as condições de resgate, se houver;
VI - a data da constituição da companhia e do arquivamento e
publicação dos seus atos constitutivos;
VII - o nome do beneficiário;
VIII - a data da emissão do certificado e as assinaturas de dois
diretores.
Valor Nominal
Art. 54. A debênture terá valor nominal expresso em moeda nacional, salvo nos casos de obrigação que, nos termos da legislação
em vigor, possa ter o pagamento estipulado em moeda estrangeira.
§ 1o A debênture poderá conter cláusula de correção monetária,
com base nos coeficientes fixados para correção de títulos da dívida
pública, na variação da taxa cambial ou em outros referenciais não
expressamente vedados em lei.
§ 2o A escritura de debênture poderá assegurar ao debenturista
a opção de escolher receber o pagamento do principal e acessórios,
quando do vencimento, amortização ou resgate, em moeda ou em
bens avaliados nos termos do art. 8o.
Forma, Propriedade, Circulação e Ônus
Art. 50. As partes beneficiárias serão nominativas e a elas se
aplica, no que couber, o disposto nas seções V a VII do Capítulo III.
§ 1º As partes beneficiárias serão registradas em livros próprios, mantidos pela companhia.
§ 2º As partes beneficiárias podem ser objeto de depósito com
emissão de certificado, nos termos do artigo 43.
Vencimento, Amortização e Resgate
Art. 55. A época do vencimento da debênture deverá constar da
escritura de emissão e do certificado, podendo a companhia estipular
amortizações parciais de cada série, criar fundos de amortização e
reservar-se o direito de resgate antecipado, parcial ou total, dos títulos da mesma série.
§ 1o A amortização de debêntures da mesma série deve ser feita
mediante rateio. (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
§ 2o O resgate parcial de debêntures da mesma série deve ser
feito: (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
Modificação dos Direitos
Art. 51. A reforma do estatuto que modificar ou reduzir as vantagens conferidas às partes beneficiárias só terá eficácia quando
aprovada pela metade, no mínimo, dos seus titulares, reunidos em
assembleia-geral especial.
§ 1º A assembleia será convocada, através da imprensa, de acordo com as exigências para convocação das assembleias de acionistas, com 1 (um) mês de antecedência, no mínimo. Se, após 2 (duas)
convocações, deixar de instalar-se por falta de número, somente 6
(seis) meses depois outra poderá ser convocada.
§ 2º Cada parte beneficiária dá direito a 1 (um) voto, não podendo a companhia votar com os títulos que possuir em tesouraria.
§ 3º A emissão de partes beneficiárias poderá ser feita com a
nomeação de agente fiduciário dos seus titulares, observado, no que
couber, o disposto nos artigos 66 a 71.
I - mediante sorteio; ou (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011).
II - se as debêntures estiverem cotadas por preço inferior ao
valor nominal, por compra no mercado organizado de valores mobiliários, observadas as regras expedidas pela Comissão de Valores
Mobiliários. (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011).
§ 3o É facultado à companhia adquirir debêntures de sua emissão: (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
I - por valor igual ou inferior ao nominal, devendo o fato constar do relatório da administração e das demonstrações financeiras;
ou (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011).
II - por valor superior ao nominal, desde que observe as regras
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários. (Incluído pela Lei
nº 12.431, de 2011).
§ 4o A companhia poderá emitir debêntures cujo vencimento
somente ocorra nos casos de inadimplência da obrigação de pagar
juros e dissolução da companhia, ou de outras condições previstas
no título. (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011).
CAPÍTULO V
Debêntures
Características
Art. 52. A companhia poderá emitir debêntures que conferirão
aos seus titulares direito de crédito contra ela, nas condições constantes da escritura de emissão e, se houver, do certificado.
Didatismo e Conhecimento
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ConheCimentos banCáRios
Juros e Outros Direitos
SEÇÃO III
Criação e Emissão
Art. 56. A debênture poderá assegurar ao seu titular juros, fixos ou variáveis, participação no lucro da companhia e prêmio de
reembolso.
Competência
Art. 59. A deliberação sobre emissão de debêntures é da competência privativa da assembleia-geral, que deverá fixar, observado
o que a respeito dispuser o estatuto:
I - o valor da emissão ou os critérios de determinação do seu
limite, e a sua divisão em séries, se for o caso;
II - o número e o valor nominal das debêntures;
III - as garantias reais ou a garantia flutuante, se houver;
IV - as condições da correção monetária, se houver;
V - a conversibilidade ou não em ações e as condições a serem
observadas na conversão;
VI - a época e as condições de vencimento, amortização ou resgate;
VII - a época e as condições do pagamento dos juros, da participação nos lucros e do prêmio de reembolso, se houver;
VIII - o modo de subscrição ou colocação, e o tipo das debêntures.
§ 1o Na companhia aberta, o conselho de administração pode
deliberar sobre a emissão de debêntures não conversíveis em ações,
salvo disposição estatutária em contrário. (Redação dada pela Lei nº
12.431, de 2011).
§ 2o O estatuto da companhia aberta poderá autorizar o conselho de administração a, dentro dos limites do capital autorizado,
deliberar sobre a emissão de debêntures conversíveis em ações, especificando o limite do aumento de capital decorrente da conversão
das debêntures, em valor do capital social ou em número de ações, e
as espécies e classes das ações que poderão ser emitidas. (Redação
dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
§ 3o A assembleia geral pode deliberar que a emissão terá valor
e número de série indeterminados, dentro dos limites por ela fixados. (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
§ 4o Nos casos não previstos nos §§ 1o e 2o, a assembleia geral
pode delegar ao conselho de administração a deliberação sobre as
condições de que tratam os incisos VI a VIII do caput e sobre a
oportunidade da emissão.(Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011).
Conversibilidade em Ações
Art. 57. A debênture poderá ser conversível em ações nas condições constantes da escritura de emissão, que especificará:
I - as bases da conversão, seja em número de ações em que poderá ser convertida cada debênture, seja como relação entre o valor
nominal da debênture e o preço de emissão das ações;
II - a espécie e a classe das ações em que poderá ser convertida;
III - o prazo ou época para o exercício do direito à conversão;
IV - as demais condições a que a conversão acaso fique sujeita.
§ 1º Os acionistas terão direito de preferência para subscrever a
emissão de debêntures com cláusula de conversibilidade em ações,
observado o disposto nos artigos 171 e 172.
§ 2º Enquanto puder ser exercido o direito à conversão, dependerá de prévia aprovação dos debenturistas, em assembleia especial,
ou de seu agente fiduciário, a alteração do estatuto para:
a) mudar o objeto da companhia;
b) criar ações preferenciais ou modificar as vantagens das existentes, em prejuízo das ações em que são conversíveis as debêntures.
SEÇÃO II
Espécies
Art. 58. A debênture poderá, conforme dispuser a escritura de
emissão, ter garantia real ou garantia flutuante, não gozar de preferência ou ser subordinada aos demais credores da companhia.
§ 1º A garantia flutuante assegura à debênture privilégio geral
sobre o ativo da companhia, mas não impede a negociação dos bens
que compõem esse ativo.
§ 2º As garantias poderão ser constituídas cumulativamente.
§ 3º As debêntures com garantia flutuante de nova emissão são
preferidas pelas de emissão ou emissões anteriores, e a prioridade se
estabelece pela data da inscrição da escritura de emissão; mas dentro
da mesma emissão, as séries concorrem em igualdade.
Limite de Emissão
Art. 60. (Revogado pela Lei nº 12.431, de 2011).
§ 4º A debênture que não gozar de garantia poderá conter cláusula de subordinação aos credores quirografários, preferindo apenas
aos acionistas no ativo remanescente, se houver, em caso de liquidação da companhia.
Escritura de Emissão
Art. 61. A companhia fará constar da escritura de emissão os
direitos conferidos pelas debêntures, suas garantias e demais cláusulas ou condições.
§ 1º A escritura de emissão, por instrumento público ou particular, de debêntures distribuídas ou admitidas à negociação no mercado, terá obrigatoriamente a intervenção de agente fiduciário dos
debenturistas (artigos 66 a 70).
§ 2º Cada nova série da mesma emissão será objeto de aditamento à respectiva escritura.
§ 5º A obrigação de não alienar ou onerar bem imóvel ou outro
bem sujeito a registro de propriedade, assumida pela companhia na
escritura de emissão, é oponível a terceiros, desde que averbada no
competente registro.
§ 6º As debêntures emitidas por companhia integrante de grupo
de sociedades (artigo 265) poderão ter garantia flutuante do ativo de
2 (duas) ou mais sociedades do grupo.
Didatismo e Conhecimento
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ConheCimentos banCáRios
§ 3º A Comissão de Valores Mobiliários poderá aprovar padrões
de cláusulas e condições que devam ser adotados nas escrituras de
emissão de debêntures destinadas à negociação em bolsa ou no mercado de balcão, e recusar a admissão ao mercado da emissão que não
satisfaça a esses padrões.
V - a denominação “Debênture” e a indicação da sua espécie,
pelas palavras “com garantia real”, “com garantia flutuante”, “sem
preferência” ou “subordinada”;
VI - a designação da emissão e da série;
VII - o número de ordem;
VIII - o valor nominal e a cláusula de correção monetária, se
houver, as condições de vencimento, amortização, resgate, juros,
participação no lucro ou prêmio de reembolso, e a época em que
serão devidos;
IX - as condições de conversibilidade em ações, se for o caso;
X - o nome do debenturista;
XI - o nome do agente fiduciário dos debenturistas, se houver;
XII - a data da emissão do certificado e a assinatura de dois
diretores da companhia;
XIII - a autenticação do agente fiduciário, se for o caso.
Registro
Art. 62. Nenhuma emissão de debêntures será feita sem que
tenham sido satisfeitos os seguintes requisitos:
I - arquivamento, no registro do comércio, e publicação da ata
da assembleia-geral, ou do conselho de administração, que deliberou sobre a emissão;
II - inscrição da escritura de emissão no registro do comércio;
III - constituição das garantias reais, se for o caso.
§ 1º Os administradores da companhia respondem pelas perdas e danos causados à companhia ou a terceiros por infração deste
artigo.
§ 2º O agente fiduciário e qualquer debenturista poderão promover os registros requeridos neste artigo e sanar as lacunas e irregularidades porventura existentes nos registros promovidos pelos
administradores da companhia; neste caso, o oficial do registro notificará a administração da companhia para que lhe forneça as indicações e documentos necessários.
§ 3º Os aditamentos à escritura de emissão serão averbados nos
mesmos registros.
§ 4o Os registros do comércio manterão livro especial para inscrição das emissões de debêntures, no qual serão anotadas as condições essenciais de cada emissão.
Títulos Múltiplos e Cautelas
Art. 65. A companhia poderá emitir certificados de múltiplos de
debêntures e, provisoriamente, cautelas que as representem, satisfeitos os requisitos do artigo 64.
§ 1º Os títulos múltiplos de debêntures das companhias abertas
obedecerão à padronização de quantidade fixada pela Comissão de
Valores Mobiliários.
§ 2º Nas condições previstas na escritura de emissão com nomeação de agente fiduciário, os certificados poderão ser substituídos, desdobrados ou grupados.
SEÇÃO VI
Agente Fiduciário dos Debenturistas
SEÇÃO IV
Forma, Propriedade, Circulação e Ônus
Requisitos e Incompatibilidades
Art. 63. As debêntures serão nominativas, aplicando-se, no que
couber, o disposto nas seções V a VII do Capítulo III.
§ 1o As debêntures podem ser objeto de depósito com emissão
de certificado, nos termos do art. 43.
§ 2o A escritura de emissão pode estabelecer que as debêntures
sejam mantidas em contas de custódia, em nome de seus titulares, na
instituição que designar, sem emissão de certificados, aplicando-se,
no que couber, o disposto no art. 41.
Art. 66. O agente fiduciário será nomeado e deverá aceitar a
função na escritura de emissão das debêntures.
§ 1º Somente podem ser nomeados agentes fiduciários as pessoas naturais que satisfaçam aos requisitos para o exercício de cargo
em órgão de administração da companhia e as instituições financeiras que, especialmente autorizadas pelo Banco Central do Brasil, tenham por objeto a administração ou a custódia de bens de terceiros.
§ 2º A Comissão de Valores Mobiliários poderá estabelecer que
nas emissões de debêntures negociadas no mercado o agente fiduciário, ou um dos agentes fiduciários, seja instituição financeira.
§ 3º Não pode ser agente fiduciário:
a) pessoa que já exerça a função em outra emissão da mesma
companhia, a menos que autorizado, nos termos das normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários; (Redação dada pela Lei
nº 12.431, de 2011).
b) instituição financeira coligada à companhia emissora ou à
entidade que subscreva a emissão para distribuí-la no mercado, e
qualquer sociedade por elas controlada;
c) credor, por qualquer título, da sociedade emissora, ou sociedade por ele controlada;
d) instituição financeira cujos administradores tenham interesse
na companhia emissora;
SEÇÃO V
Certificados
Requisitos
Art. 64. Os certificados das debêntures conterão:
I - a denominação, sede, prazo de duração e objeto da companhia;
II - a data da constituição da companhia e do arquivamento e
publicação dos seus atos constitutivos;
III - a data da publicação da ata da assembleia-geral que deliberou sobre a emissão;
IV - a data e ofício do registro de imóveis em que foi inscrita
a emissão;
Didatismo e Conhecimento
100
ConheCimentos banCáRios
e) pessoa que, de qualquer outro modo, se coloque em situação
de conflito de interesses pelo exercício da função.
§ 4º O agente fiduciário que, por circunstâncias posteriores à
emissão, ficar impedido de continuar a exercer a função deverá comunicar imediatamente o fato aos debenturistas e pedir sua substituição.
e) tomar qualquer providência necessária para que os debenturistas realizem os seus créditos.
§ 4º O agente fiduciário responde perante os debenturistas pelos
prejuízos que lhes causar por culpa ou dolo no exercício das suas
funções.
§ 5º O crédito do agente fiduciário por despesas que tenha feito
para proteger direitos e interesses ou realizar créditos dos debenturistas será acrescido à dívida da companhia emissora, gozará das
mesmas garantias das debêntures e preferirá a estas na ordem de
pagamento.
§ 6º Serão reputadas não-escritas as cláusulas da escritura de
emissão que restringirem os deveres, atribuições e responsabilidade
do agente fiduciário previstos neste artigo.
Substituição, Remuneração e Fiscalização
Art. 67. A escritura de emissão estabelecerá as condições de
substituição e remuneração do agente fiduciário, observadas as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários.
Parágrafo único. A Comissão de Valores Mobiliários fiscalizará
o exercício da função de agente fiduciário das emissões distribuídas
no mercado, ou de debêntures negociadas em bolsa ou no mercado
de balcão, podendo:
a) nomear substituto provisório, nos casos de vacância;
b) suspender o agente fiduciário de suas funções e dar-lhe substituto, se deixar de cumprir os seus deveres.
Outras Funções
Art. 69. A escritura de emissão poderá ainda atribuir ao agente fiduciário as funções de autenticar os certificados de debêntures,
administrar o fundo de amortização, manter em custódia bens dados
em garantia e efetuar os pagamentos de juros, amortização e resgate.
Deveres e Atribuições
Substituição de Garantias e Modificação da Escritura
Art. 68. O agente fiduciário representa, nos termos desta Lei
e da escritura de emissão, a comunhão dos debenturistas perante a
companhia emissora.
§ 1º São deveres do agente fiduciário:
a) proteger os direitos e interesses dos debenturistas, empregando no exercício da função o cuidado e a diligência que todo homem
ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios
bens;
b) elaborar relatório e colocá-lo anualmente a disposição dos
debenturistas, dentro de 4 (quatro) meses do encerramento do exercício social da companhia, informando os fatos relevantes ocorridos
durante o exercício, relativos à execução das obrigações assumidas
pela companhia, aos bens garantidores das debêntures e à constituição e aplicação do fundo de amortização, se houver, do relatório
constará, ainda, declaração do agente sobre sua aptidão para continuar no exercício da função;
c) notificar os debenturistas, no prazo máximo de 60 (sessenta)
dias, de qualquer inadimplemento, pela companhia, de obrigações
assumidas na escritura da emissão.
§ 2º A escritura de emissão disporá sobre o modo de cumprimento dos deveres de que tratam as alíneas b e c do parágrafo anterior.
§ 3º O agente fiduciário pode usar de qualquer ação para proteger direitos ou defender interesses dos debenturistas, sendo-lhe
especialmente facultado, no caso de inadimplemento da companhia:
a) declarar, observadas as condições da escritura de emissão,
antecipadamente vencidas as debêntures e cobrar o seu principal e
acessórios;
b) executar garantias reais, receber o produto da cobrança e
aplicá-lo no pagamento, integral ou proporcional, dos debenturistas;
c) requerer a falência da companhia emissora, se não existirem
garantias reais;
d) representar os debenturistas em processos de falência, concordata, intervenção ou liquidação extrajudicial da companhia emissora, salvo deliberação em contrário da assembleia dos debenturistas;
Didatismo e Conhecimento
Art. 70. A substituição de bens dados em garantia, quando autorizada na escritura de emissão, dependerá da concordância do agente
fiduciário.
Parágrafo único. O agente fiduciário não tem poderes para acordar na modificação das cláusulas e condições da emissão.
SEÇÃO VII
Assembleia de Debenturistas
Art. 71. Os titulares de debêntures da mesma emissão ou série
podem, a qualquer tempo, reunir-se em assembleia a fim de deliberar sobre matéria de interesse da comunhão dos debenturistas.
§ 1º A assembleia de debenturistas pode ser convocada pelo
agente fiduciário, pela companhia emissora, por debenturistas que
representem 10% (dez por cento), no mínimo, dos títulos em circulação, e pela Comissão de Valores Mobiliários.
§ 2º Aplica-se à assembleia de debenturistas, no que couber, o
disposto nesta Lei sobre a assembleia-geral de acionistas.
§ 3º A assembleia se instalará, em primeira convocação, com a
presença de debenturistas que representem metade, no mínimo, das
debêntures em circulação, e, em segunda convocação, com qualquer
número.
§ 4º O agente fiduciário deverá comparecer à assembleia e prestar aos debenturistas as informações que lhe forem solicitadas.
§ 5º A escritura de emissão estabelecerá a maioria necessária,
que não será inferior à metade das debêntures em circulação, para
aprovar modificação nas condições das debêntures.
§ 6º Nas deliberações da assembleia, a cada debênture caberá
um voto.
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ConheCimentos banCáRios
SEÇÃO X
Extinção
Seção VIII
Cédula de debêntures
Art. 72. As instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central do Brasil a efetuar esse tipo de operação poderão emitir cédulas
lastreadas em debêntures, com garantia própria, que conferirão a
seus titulares direito de crédito contra o emitente, pelo valor nominal
e os juros nela estipulados.
§ 1º A cédula será nominativa, escritural ou não.
§ 2º O certificado da cédula conterá as seguintes declarações:
a) o nome da instituição financeira emitente e as assinaturas dos
seus representantes;
b) o número de ordem, o local e a data da emissão;
c) a denominação Cédula de Debêntures;
d) o valor nominal e a data do vencimento;
e) os juros, que poderão ser fixos ou variáveis, e as épocas do
seu pagamento;
f) o lugar do pagamento do principal e dos juros;
g) a identificação das debêntures-lastro, do seu valor e da garantia constituída;
h) o nome do agente fiduciário dos debenturistas;
i) a cláusula de correção monetária, se houver;
j) o nome do titular.
Art. 74. A companhia emissora fará, nos livros próprios, as anotações referentes à extinção das debêntures, e manterá arquivados,
pelo prazo de 5 (cinco) anos, juntamente com os documentos relativos à extinção, os certificados cancelados ou os recibos dos titulares
das contas das debêntures escriturais.
§ 1º Se a emissão tiver agente fiduciário, caberá a este fiscalizar
o cancelamento dos certificados.
§ 2º Os administradores da companhia responderão solidariamente pelas perdas e danos decorrentes da infração do disposto neste artigo.
CAPÍTULO VI
Bônus de Subscrição
Características
Art. 75. A companhia poderá emitir, dentro do limite de aumento de capital autorizado no estatuto (artigo 168), títulos negociáveis
denominados “Bônus de Subscrição”.
Parágrafo único. Os bônus de subscrição conferirão aos seus
titulares, nas condições constantes do certificado, direito de subscrever ações do capital social, que será exercido mediante apresentação
do título à companhia e pagamento do preço de emissão das ações.
SEÇÃO IX
Emissão de Debêntures no Estrangeiro
Competência
Art. 73. Somente com a prévia aprovação do Banco Central do
Brasil as companhias brasileiras poderão emitir debêntures no exterior com garantia real ou flutuante de bens situados no País.
Art. 76. A deliberação sobre emissão de bônus de subscrição
compete à assembléia-geral, se o estatuto não a atribuir ao conselho
de administração.
§ 1º Os credores por obrigações contraídas no Brasil terão preferência sobre os créditos por debêntures emitidas no exterior por
companhias estrangeiras autorizadas a funcionar no País, salvo se
a emissão tiver sido previamente autorizada pelo Banco Central do
Brasil e o seu produto aplicado em estabelecimento situado no território nacional.
Emissão
Art. 77. Os bônus de subscrição serão alienados pela companhia ou por ela atribuídos, como vantagem adicional, aos subscritos
de emissões de suas ações ou debêntures.
Parágrafo único. Os acionistas da companhia gozarão, nos termos dos artigos 171 e 172, de preferência para subscrever a emissão
de bônus.
§ 2º Em qualquer caso, somente poderão ser remetidos para o
exterior o principal e os encargos de debêntures registradas no Banco Central do Brasil.
Forma, Propriedade e Circulação
§ 3º A emissão de debêntures no estrangeiro, além de observar
os requisitos do artigo 62, requer a inscrição, no registro de imóveis,
do local da sede ou do estabelecimento, dos demais documentos exigidos pelas leis do lugar da emissão, autenticadas de acordo com
a lei aplicável, legalizadas pelo consulado brasileiro no exterior e
acompanhados de tradução em vernáculo, feita por tradutor público
juramentado; e, no caso de companhia estrangeira, o arquivamento
no registro do comércio e publicação do ato que, de acordo com o
estatuto social e a lei do local da sede, tenha autorizado a emissão.
Art. 78. Os bônus de subscrição terão a forma nominativa.
Parágrafo único. Aplica-se aos bônus de subscrição, no que
couber, o disposto nas Seções V a VII do Capítulo III.
Certificados
Art. 79. O certificado de bônus de subscrição conterá as seguintes declarações:
I - as previstas nos números I a IV do artigo 24;
II - a denominação “Bônus de Subscrição”;
III - o número de ordem;
§ 4º A negociação, no mercado de capitais do Brasil, de debêntures emitidas no estrangeiro, depende de prévia autorização da
Comissão de Valores Mobiliários.
Didatismo e Conhecimento
102
ConheCimentos banCáRios
§ 2º A Comissão de Valores Mobiliários poderá condicionar o
registro a modificações no estatuto ou no prospecto e denegá-lo por
inviabilidade ou temeridade do empreendimento, ou inidoneidade
dos fundadores.
IV - o número, a espécie e a classe das ações que poderão ser
subscritas, o preço de emissão ou os critérios para sua determinação;
V - a época em que o direito de subscrição poderá ser exercido
e a data do término do prazo para esse exercício;
VI - o nome do titular;
VII - a data da emissão do certificado e as assinaturas de dois
diretores.
Projeto de Estatuto
Art. 83. O projeto de estatuto deverá satisfazer a todos os requisitos exigidos para os contratos das sociedades mercantis em geral
e aos peculiares às companhias, e conterá as normas pelas quais se
regerá a companhia.
CAPÍTULO VII
Constituição da Companhia
SEÇÃO I
Requisitos Preliminares
Prospecto
Art. 84. O prospecto deverá mencionar, com precisão e clareza,
as bases da companhia e os motivos que justifiquem a expectativa de
bom êxito do empreendimento, e em especial:
I - o valor do capital social a ser subscrito, o modo de sua realização e a existência ou não de autorização para aumento futuro;
II - a parte do capital a ser formada com bens, a discriminação
desses bens e o valor a eles atribuídos pelos fundadores;
III - o número, as espécies e classes de ações em que se dividirá
o capital; o valor nominal das ações, e o preço da emissão das ações;
IV - a importância da entrada a ser realizada no ato da subscrição;
V - as obrigações assumidas pelos fundadores, os contratos assinados no interesse da futura companhia e as quantias já despendidas e por despender;
VI - as vantagens particulares, a que terão direito os fundadores
ou terceiros, e o dispositivo do projeto do estatuto que as regula;
VII - a autorização governamental para constituir-se a companhia, se necessária;
VIII - as datas de início e término da subscrição e as instituições
autorizadas a receber as entradas;
IX - a solução prevista para o caso de excesso de subscrição;
X - o prazo dentro do qual deverá realizar-se a assembleia de
constituição da companhia, ou a preliminar para avaliação dos bens,
se for o caso;
XI - o nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência
dos fundadores, ou, se pessoa jurídica, a firma ou denominação, nacionalidade e sede, bem como o número e espécie de ações que cada
um houver subscrito,
XII - a instituição financeira intermediária do lançamento, em
cujo poder ficarão depositados os originais do prospecto e do projeto
de estatuto, com os documentos a que fizerem menção, para exame
de qualquer interessado.
Art. 80. A constituição da companhia depende do cumprimento
dos seguintes requisitos preliminares:
I - subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as
ações em que se divide o capital social fixado no estatuto;
II - realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro;
III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários,
da parte do capital realizado em dinheiro.
Parágrafo único. O disposto no número II não se aplica às companhias para as quais a lei exige realização inicial de parte maior do
capital social.
Depósito da Entrada
Art. 81. O depósito referido no número III do artigo 80 deverá
ser feito pelo fundador, no prazo de 5 (cinco) dias contados do recebimento das quantias, em nome do subscritor e a favor da sociedade
em organização, que só poderá levantá-lo após haver adquirido personalidade jurídica.
Parágrafo único. Caso a companhia não se constitua dentro de
6 (seis) meses da data do depósito, o banco restituirá as quantias
depositadas diretamente aos subscritores.
SEÇÃO II
Constituição por Subscrição Pública
Registro da Emissão
Art. 82. A constituição de companhia por subscrição pública
depende do prévio registro da emissão na Comissão de Valores Mobiliários, e a subscrição somente poderá ser efetuada com a intermediação de instituição financeira.
§ 1º O pedido de registro de emissão obedecerá às normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários e será instruído com:
a) o estudo de viabilidade econômica e financeira do empreendimento;
b) o projeto do estatuto social;
c) o prospecto, organizado e assinado pelos fundadores e pela
instituição financeira intermediária.
Didatismo e Conhecimento
Lista, Boletim e Entrada
Art. 85. No ato da subscrição das ações a serem realizadas em
dinheiro, o subscritor pagará a entrada e assinará a lista ou o boletim
individual autenticados pela instituição autorizada a receber as entradas, qualificando-se pelo nome, nacionalidade, residência, estado
civil, profissão e documento de identidade, ou, se pessoa jurídica,
pela firma ou denominação, nacionalidade e sede, devendo especificar o número das ações subscritas, a sua espécie e classe, se houver
mais de uma, e o total da entrada.
103
ConheCimentos banCáRios
b) o estatuto da companhia;
c) a relação das ações tomadas pelos subscritores e a importância das entradas pagas;
d) a transcrição do recibo do depósito referido no número III
do artigo 80;
e) a transcrição do laudo de avaliação dos peritos, caso tenha
havido subscrição do capital social em bens (artigo 8°);
f) a nomeação dos primeiros administradores e, quando for o
caso, dos fiscais.
Parágrafo único. A subscrição poderá ser feita, nas condições
previstas no prospecto, por carta à instituição, com as declarações
prescritas neste artigo e o pagamento da entrada.
Convocação de Assembleia
Art. 86. Encerrada a subscrição e havendo sido subscrito todo
o capital social, os fundadores convocarão a assembleia-geral que
deverá:
I - promover a avaliação dos bens, se for o caso (artigo 8º);
II - deliberar sobre a constituição da companhia.
Parágrafo único. Os anúncios de convocação mencionarão
hora, dia e local da reunião e serão inseridos nos jornais em que
houver sido feita a publicidade da oferta de subscrição.
SEÇÃO IV
Disposições Gerais
Art. 89. A incorporação de imóveis para formação do capital
social não exige escritura pública.
Assembleia de Constituição
Art. 90. O subscritor pode fazer-se representar na assembleia-geral ou na escritura pública por procurador com poderes especiais.
Art. 87. A assembleia de constituição instalar-se-á, em primeira
convocação, com a presença de subscritores que representem, no
mínimo, metade do capital social, e, em segunda convocação, com
qualquer número.
§ 1º Na assembleia, presidida por um dos fundadores e secretariada por subscritor, será lido o recibo de depósito de que trata o
número III do artigo 80, bem como discutido e votado o projeto de
estatuto.
§ 2º Cada ação, independentemente de sua espécie ou classe,
dá direito a um voto; a maioria não tem poder para alterar o projeto
de estatuto.
§ 3º Verificando-se que foram observadas as formalidades legais e não havendo oposição de subscritores que representem mais
da metade do capital social, o presidente declarará constituída a
companhia, procedendo-se, a seguir, à eleição dos administradores
e fiscais.
§ 4º A ata da reunião, lavrada em duplicata, depois de lida e
aprovada pela assembleia, será assinada por todos os subscritores
presentes, ou por quantos bastem à validade das deliberações; um
exemplar ficará em poder da companhia e o outro será destinado ao
registro do comércio.
Art. 91. Nos atos e publicações referentes a companhia em
constituição, sua denominação deverá ser aditada da cláusula “em
organização”.
Art. 92. Os fundadores e as instituições financeiras que participarem da constituição por subscrição pública responderão, no
âmbito das respectivas atribuições, pelos prejuízos resultantes da
inobservância de preceitos legais.
Parágrafo único. Os fundadores responderão, solidariamente,
pelo prejuízo decorrente de culpa ou dolo em atos ou operações anteriores à constituição.
Art. 93. Os fundadores entregarão aos primeiros administradores eleitos todos os documentos, livros ou papéis relativos à constituição da companhia ou a esta pertencentes.
CAPÍTULO VIII
Formalidades Complementares da Constituição,
Arquivamento e Publicação
Art. 94. Nenhuma companhia poderá funcionar sem que sejam
arquivados e publicados seus atos constitutivos.
SEÇÃO III
Constituição por Subscrição Particular
Companhia Constituída por Assembleia
Art. 88. A constituição da companhia por subscrição particular
do capital pode fazer-se por deliberação dos subscritores em assembleia-geral ou por escritura pública, considerando-se fundadores todos os subscritores.
§ 1º Se a forma escolhida for a de assembleia-geral, observar-se-á o disposto nos artigos 86 e 87, devendo ser entregues à assembleia o projeto do estatuto, assinado em duplicata por todos os
subscritores do capital, e as listas ou boletins de subscrição de todas
as ações.
§ 2º Preferida a escritura pública, será ela assinada por todos os
subscritores, e conterá:
a) a qualificação dos subscritores, nos termos do artigo 85;
Didatismo e Conhecimento
Art. 95. Se a companhia houver sido constituída por deliberação em assembleia-geral, deverão ser arquivados no registro do comércio do lugar da sede:
I - um exemplar do estatuto social, assinado por todos os subscritores (artigo 88, § 1º) ou, se a subscrição houver sido pública,
os originais do estatuto e do prospecto, assinados pelos fundadores,
bem como do jornal em que tiverem sido publicados;
II - a relação completa, autenticada pelos fundadores ou pelo
presidente da assembleia, dos subscritores do capital social, com a
qualificação, número das ações e o total da entrada de cada subscritor (artigo 85);
104
ConheCimentos banCáRios
80;
III - o recibo do depósito a que se refere o número III do artigo
Responsabilidade dos Primeiros Administradores
IV - duplicata das atas das assembleias realizadas para a avaliação de bens quando for o caso (artigo 8º);
V - duplicata da ata da assembleia-geral dos subscritores que
houver deliberado a constituição da companhia (artigo 87).
Art. 99. Os primeiros administradores são solidariamente responsáveis perante a companhia pelos prejuízos causados pela demora no cumprimento das formalidades complementares à sua constituição.
Parágrafo único. A companhia não responde pelos atos ou operações praticados pelos primeiros administradores antes de cumpridas as formalidades de constituição, mas a assembleia-geral poderá
deliberar em contrário.
Companhia Constituída por Escritura Pública
Art. 96. Se a companhia tiver sido constituída por escritura pública, bastará o arquivamento de certidão do instrumento.
CAPÍTULO IX
Livros Sociais
Registro do Comércio
Art. 97. Cumpre ao registro do comércio examinar se as prescrições legais foram observadas na constituição da companhia, bem
como se no estatuto existem cláusulas contrárias à lei, à ordem pública e aos bons costumes.
§ 1º Se o arquivamento for negado, por inobservância de prescrição ou exigência legal ou por irregularidade verificada na constituição da companhia, os primeiros administradores deverão convocar imediatamente a assembleia-geral para sanar a falta ou irregularidade, ou autorizar as providências que se fizerem necessárias. A
instalação e funcionamento da assembleia obedecerão ao disposto
no artigo 87, devendo a deliberação ser tomada por acionistas que
representem, no mínimo, metade do capital social. Se a falta for do
estatuto, poderá ser sanada na mesma assembleia, a qual deliberará,
ainda, sobre se a companhia deve promover a responsabilidade civil
dos fundadores (artigo 92).
§ 2º Com a 2ª via da ata da assembleia e a prova de ter sido
sanada a falta ou irregularidade, o registro do comércio procederá ao
arquivamento dos atos constitutivos da companhia.
§ 3º A criação de sucursais, filiais ou agências, observado o disposto no estatuto, será arquivada no registro do comércio.
Art. 100. A companhia deve ter, além dos livros obrigatórios
para qualquer comerciante, os seguintes, revestidos das mesmas formalidades legais:
I - o livro de Registro de Ações Nominativas, para inscrição,
anotação ou averbação:
a) do nome do acionista e do número das suas ações;
b) das entradas ou prestações de capital realizado;
c) das conversões de ações, de uma em outra espécie ou classe;
d) do resgate, reembolso e amortização das ações, ou de sua
aquisição pela companhia;
e) das mutações operadas pela alienação ou transferência de
ações;
f) do penhor, usufruto, fideicomisso, da alienação fiduciária em
garantia ou de qualquer ônus que grave as ações ou obste sua negociação.
II - o livro de “Transferência de Ações Nominativas”, para lançamento dos termos de transferência, que deverão ser assinados pelo
cedente e pelo cessionário ou seus legítimos representantes;
III - o livro de “Registro de Partes Beneficiárias Nominativas”
e o de “Transferência de Partes Beneficiárias Nominativas”, se tiverem sido emitidas, observando-se, em ambos, no que couber, o
disposto nos números I e II deste artigo;
IV - o livro de Atas das Assembleias Gerais;
V - o livro de Presença dos Acionistas;
VI - os livros de Atas das Reuniões do Conselho de Administração, se houver, e de Atas das Reuniões de Diretoria;
VII - o livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal.
§ 1º A qualquer pessoa, desde que se destinem a defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal ou dos acionistas ou do mercado de valores mobiliários, serão dadas certidões
dos assentamentos constantes dos livros mencionados nos incisos I
a III, e por elas a companhia poderá cobrar o custo do serviço, cabendo, do indeferimento do pedido por parte da companhia, recurso
à Comissão de Valores Mobiliários.
§ 2o Nas companhias abertas, os livros referidos nos incisos I
a V do caput deste artigo poderão ser substituídos, observadas as
normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, por registros mecanizados ou eletrônicos. (Redação dada pela Lei nº 12.431,
de 2011).
Publicação e Transferência de Bens
Art. 98. Arquivados os documentos relativos à constituição da
companhia, os seus administradores providenciarão, nos 30 (trinta)
dias subsequentes, a publicação deles, bem como a de certidão do
arquivamento, em órgão oficial do local de sua sede.
§ 1° Um exemplar do órgão oficial deverá ser arquivado no registro do comércio.
§ 2º A certidão dos atos constitutivos da companhia, passada
pelo registro do comércio em que foram arquivados, será o documento hábil para a transferência, por transcrição no registro público
competente, dos bens com que o subscritor tiver contribuído para a
formação do capital social (artigo 8º, § 2º).
§ 3º A ata da assembleia-geral que aprovar a incorporação deverá identificar o bem com precisão, mas poderá descrevê-lo sumariamente, desde que seja suplementada por declaração, assinada pelo
subscritor, contendo todos os elementos necessários para a transcrição no registro público.
Didatismo e Conhecimento
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ConheCimentos banCáRios
Exibição dos Livros
Escrituração do Agente Emissor
Art. 105. A exibição por inteiro dos livros da companhia pode
ser ordenada judicialmente sempre que, a requerimento de acionistas que representem, pelo menos, 5% (cinco por cento) do capital
social, sejam apontados atos violadores da lei ou do estatuto, ou haja
fundada suspeita de graves irregularidades praticadas por qualquer
dos órgãos da companhia.
Art. 101. O agente emissor de certificados (art. 27) poderá substituir os livros referidos nos incisos I a III do art. 100 pela sua escrituração e manter, mediante sistemas adequados, aprovados pela
Comissão de Valores Mobiliários, os registros de propriedade das
ações, partes beneficiárias, debêntures e bônus de subscrição, devendo uma vez por ano preparar lista dos seus titulares, com o número dos títulos de cada um, a qual será encadernada, autenticada no
registro do comércio e arquivada na companhia.
§ 1° Os termos de transferência de ações nominativas perante o
agente emissor poderão ser lavrados em folhas soltas, à vista do certificado da ação, no qual serão averbados a transferência e o nome e
qualificação do adquirente.
§ 2º Os termos de transferência em folhas soltas serão encadernados em ordem cronológica, em livros autenticados no registro do
comércio e arquivados no agente emissor.
CAPÍTULO X
Acionistas
SEÇÃO I
Obrigação de Realizar o Capital
Condições e Mora
Art. 106. O acionista é obrigado a realizar, nas condições previstas no estatuto ou no boletim de subscrição, a prestação correspondente às ações subscritas ou adquiridas.
§ 1° Se o estatuto e o boletim forem omissos quanto ao montante da prestação e ao prazo ou data do pagamento, caberá aos órgãos
da administração efetuar chamada, mediante avisos publicados na
imprensa, por 3 (três) vezes, no mínimo, fixando prazo, não inferior
a 30 (trinta) dias, para o pagamento.
§ 2° O acionista que não fizer o pagamento nas condições previstas no estatuto ou boletim, ou na chamada, ficará de pleno direito constituído em mora, sujeitando-se ao pagamento dos juros, da
correção monetária e da multa que o estatuto determinar, esta não
superior a 10% (dez por cento) do valor da prestação.
Ações Escriturais
Art. 102. A instituição financeira depositária de ações escriturais deverá fornecer à companhia, ao menos uma vez por ano, cópia
dos extratos das contas de depósito das ações e a lista dos acionistas
com a quantidade das respectivas ações, que serão encadernadas em
livros autenticados no registro do comércio e arquivados na instituição financeira.
Fiscalização e Dúvidas no Registro
Art. 103. Cabe à companhia verificar a regularidade das transferências e da constituição de direitos ou ônus sobre os valores mobiliários de sua emissão; nos casos dos artigos 27 e 34, essa atribuição
compete, respectivamente, ao agente emissor de certificados e à instituição financeira depositária das ações escriturais.
Parágrafo único. As dúvidas suscitadas entre o acionista, ou
qualquer interessado, e a companhia, o agente emissor de certificados ou a instituição financeira depositária das ações escriturais,
a respeito das averbações ordenadas por esta Lei, ou sobre anotações, lançamentos ou transferências de ações, partes beneficiárias,
debêntures, ou bônus de subscrição, nos livros de registro ou transferência, serão dirimidas pelo juiz competente para solucionar as
dúvidas levantadas pelos oficiais dos registros públicos, excetuadas
as questões atinentes à substância do direito.
Acionista Remisso
Art. 107. Verificada a mora do acionista, a companhia pode, à
sua escolha:
I - promover contra o acionista, e os que com ele forem solidariamente responsáveis (artigo 108), processo de execução para
cobrar as importâncias devidas, servindo o boletim de subscrição e
o aviso de chamada como título extrajudicial nos termos do Código
de Processo Civil; ou
II - mandar vender as ações em bolsa de valores, por conta e
risco do acionista.
§ 1º Será havida como não escrita, relativamente à companhia,
qualquer estipulação do estatuto ou do boletim de subscrição que
exclua ou limite o exercício da opção prevista neste artigo, mas o
subscritor de boa-fé terá ação, contra os responsáveis pela estipulação, para haver perdas e danos sofridos, sem prejuízo da responsabilidade penal que no caso couber.
§ 2º A venda será feita em leilão especial na bolsa de valores do
lugar da sede social, ou, se não houver, na mais próxima, depois de
publicado aviso, por 3 (três) vezes, com antecedência mínima de 3
(três) dias. Do produto da venda serão deduzidos as despesas com
a operação e, se previstos no estatuto, os juros, correção monetária
e multa, ficando o saldo à disposição do ex-acionista, na sede da
sociedade.
Responsabilidade da Companhia
Art. 104.A companhia é responsável pelos prejuízos que causar
aos interessados por vícios ou irregularidades verificadas nos livros
de que tratam os incisos I a III do art. 100.
Parágrafo único. A companhia deverá diligenciar para que os
atos de emissão e substituição de certificados, e de transferências
e averbações nos livros sociais, sejam praticados no menor prazo
possível, não excedente do fixado pela Comissão de Valores Mobiliários, respondendo perante acionistas e terceiros pelos prejuízos
decorrentes de atrasos culposos.
Didatismo e Conhecimento
106
ConheCimentos banCáRios
§ 2º É vedado atribuir voto plural a qualquer classe de ações.
§ 3º É facultado à companhia, mesmo após iniciada a cobrança
judicial, mandar vender a ação em bolsa de valores; a companhia
poderá também promover a cobrança judicial se as ações oferecidas
em bolsa não encontrarem tomador, ou se o preço apurado não bastar para pagar os débitos do acionista.
§ 4º Se a companhia não conseguir, por qualquer dos meios
previstos neste artigo, a integralização das ações, poderá declará-las caducas e fazer suas as entradas realizadas, integralizando-as
com lucros ou reservas, exceto a legal; se não tiver lucros e reservas
suficientes, terá o prazo de 1 (um) ano para colocar as ações caídas
em comisso, findo o qual, não tendo sido encontrado comprador, a
assembleia-geral deliberará sobre a redução do capital em importância correspondente.
Ações Preferenciais
Art. 111. O estatuto poderá deixar de conferir às ações preferenciais algum ou alguns dos direitos reconhecidos às ações ordinárias,
inclusive o de voto, ou conferi-lo com restrições, observado o disposto no artigo 109.
§ 1º As ações preferenciais sem direito de voto adquirirão o
exercício desse direito se a companhia, pelo prazo previsto no estatuto, não superior a 3 (três) exercícios consecutivos, deixar de pagar
os dividendos fixos ou mínimos a que fizerem jus, direito que conservarão até o pagamento, se tais dividendos não forem cumulativos, ou até que sejam pagos os cumulativos em atraso.
§ 2º Na mesma hipótese e sob a mesma condição do § 1º, as
ações preferenciais com direito de voto restrito terão suspensas as
limitações ao exercício desse direito.
§ 3º O estatuto poderá estipular que o disposto nos §§ 1º e 2º
vigorará a partir do término da implantação do empreendimento inicial da companhia.
Responsabilidade dos Alienantes
Art. 108. Ainda quando negociadas as ações, os alienantes
continuarão responsáveis, solidariamente com os adquirentes, pelo
pagamento das prestações que faltarem para integralizar as ações
transferidas.
Parágrafo único. Tal responsabilidade cessará, em relação a
cada alienante, no fim de 2 (dois) anos a contar da data da transferência das ações.
Não Exercício de Voto pelas Ações ao Portador
Art. 112. Somente os titulares de ações nominativas endossáveis e escriturais poderão exercer o direito de voto.
Parágrafo único. Os titulares de ações preferenciais ao portador
que adquirirem direito de voto de acordo com o disposto nos §§ 1º
e 2º do artigo 111, e enquanto dele gozarem, poderão converter as
ações em nominativas ou endossáveis, independentemente de autorização estatutária.
SEÇÃO II
Direitos Essenciais
Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembleia-geral poderão
privar o acionista dos direitos de:
I - participar dos lucros sociais;
II - participar do acervo da companhia, em caso de liquidação;
III - fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão dos negócios sociais;
IV - preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias
conversíveis em ações, debêntures conversíveis em ações e bônus
de subscrição, observado o disposto nos artigos 171 e 172; (Vide
Lei nº 12.838, de 2013)
V - retirar-se da sociedade nos casos previstos nesta Lei.
§ 1º As ações de cada classe conferirão iguais direitos aos seus
titulares.
§ 2º Os meios, processos ou ações que a lei confere ao acionista
para assegurar os seus direitos não podem ser elididos pelo estatuto
ou pela assembleia-geral.
§ 3o O estatuto da sociedade pode estabelecer que as divergências entre os acionistas e a companhia, ou entre os acionistas
controladores e os acionistas minoritários, poderão ser solucionadas
mediante arbitragem, nos termos em que especificar.
Voto das Ações Empenhadas e Alienadas Fiduciariamente
Art. 113. O penhor da ação não impede o acionista de exercer
o direito de voto; será lícito, todavia, estabelecer, no contrato, que
o acionista não poderá, sem consentimento do credor pignoratício,
votar em certas deliberações.
Parágrafo único. O credor garantido por alienação fiduciária da
ação não poderá exercer o direito de voto; o devedor somente poderá
exercê-lo nos termos do contrato.
Voto das Ações Gravadas com Usufruto
Art. 114. O direito de voto da ação gravada com usufruto, se
não for regulado no ato de constituição do gravame, somente poderá ser exercido mediante prévio acordo entre o proprietário e o
usufrutuário.
SEÇÃO III
Direito de Voto
Abuso do Direito de Voto e Conflito de Interesses
Disposições Gerais
Art. 115. O acionista deve exercer o direito a voto no interesse
da companhia; considerar-se-á abusivo o voto exercido com o fim
de causar dano à companhia ou a outros acionistas, ou de obter, para
si ou para outrem, vantagem a que não faz jus e de que resulte, ou
possa resultar, prejuízo para a companhia ou para outros acionistas.
Art. 110. A cada ação ordinária corresponde 1 (um) voto nas
deliberações da assembleia-geral.
§ 1º O estatuto pode estabelecer limitação ao número de votos
de cada acionista.
Didatismo e Conhecimento
107
ConheCimentos banCáRios
§ 1º São modalidades de exercício abusivo de poder:
a) orientar a companhia para fim estranho ao objeto social ou
lesivo ao interesse nacional, ou levá-la a favorecer outra sociedade,
brasileira ou estrangeira, em prejuízo da participação dos acionistas
minoritários nos lucros ou no acervo da companhia, ou da economia
nacional;
b) promover a liquidação de companhia próspera, ou a transformação, incorporação, fusão ou cisão da companhia, com o fim de
obter, para si ou para outrem, vantagem indevida, em prejuízo dos
demais acionistas, dos que trabalham na empresa ou dos investidores em valores mobiliários emitidos pela companhia;
c) promover alteração estatutária, emissão de valores mobiliários ou adoção de políticas ou decisões que não tenham por fim o
interesse da companhia e visem a causar prejuízo a acionistas minoritários, aos que trabalham na empresa ou aos investidores em
valores mobiliários emitidos pela companhia;
d) eleger administrador ou fiscal que sabe inapto, moral ou tecnicamente;
e) induzir, ou tentar induzir, administrador ou fiscal a praticar
ato ilegal, ou, descumprindo seus deveres definidos nesta Lei e no
estatuto, promover, contra o interesse da companhia, sua ratificação
pela assembleia-geral;
f) contratar com a companhia, diretamente ou através de outrem, ou de sociedade na qual tenha interesse, em condições de favorecimento ou não equitativas;
g) aprovar ou fazer aprovar contas irregulares de administradores, por favorecimento pessoal, ou deixar de apurar denúncia que
saiba ou devesse saber procedente, ou que justifique fundada suspeita de irregularidade.
h) subscrever ações, para os fins do disposto no art. 170, com a
realização em bens estranhos ao objeto social da companhia.
§ 2º No caso da alínea e do § 1º, o administrador ou fiscal que
praticar o ato ilegal responde solidariamente com o acionista controlador.
§ 3º O acionista controlador que exerce cargo de administrador
ou fiscal tem também os deveres e responsabilidades próprios do
cargo.
§ 1º o acionista não poderá votar nas deliberações da assembleia-geral relativas ao laudo de avaliação de bens com que concorrer para a formação do capital social e à aprovação de suas contas
como administrador, nem em quaisquer outras que puderem beneficiá-lo de modo particular, ou em que tiver interesse conflitante com
o da companhia.
§ 2º Se todos os subscritores forem condôminos de bem com
que concorreram para a formação do capital social, poderão aprovar
o laudo, sem prejuízo da responsabilidade de que trata o § 6º do
artigo 8º.
§ 3º o acionista responde pelos danos causados pelo exercício
abusivo do direito de voto, ainda que seu voto não haja prevalecido.
§ 4º A deliberação tomada em decorrência do voto de acionista
que tem interesse conflitante com o da companhia é anulável; o acionista responderá pelos danos causados e será obrigado a transferir
para a companhia as vantagens que tiver auferido.
§ 5o (VETADO)
§ 6o (VETADO)
§ 7o (VETADO)
§ 8o (VETADO)
§ 9o (VETADO)
§ 10. (VETADO)
SEÇÃO IV
Acionista Controlador
Deveres
Art. 116. Entende-se por acionista controlador a pessoa, natural
ou jurídica, ou o grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto, ou
sob controle comum, que:
a) é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembleia-geral
e o poder de eleger a maioria dos administradores da companhia; e
b) usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais
e orientar o funcionamento dos órgãos da companhia.
Parágrafo único. O acionista controlador deve usar o poder
com o fim de fazer a companhia realizar o seu objeto e cumprir sua
função social, e tem deveres e responsabilidades para com os demais acionistas da empresa, os que nela trabalham e para com a
comunidade em que atua, cujos direitos e interesses deve lealmente
respeitar e atender.
SEÇÃO V
Acordo de Acionistas
Art. 118. Os acordos de acionistas, sobre a compra e venda de
suas ações, preferência para adquiri-las, exercício do direito a voto,
ou do poder de controle deverão ser observados pela companhia
quando arquivados na sua sede.
§ 1º As obrigações ou ônus decorrentes desses acordos somente
serão oponíveis a terceiros, depois de averbados nos livros de registro e nos certificados das ações, se emitidos.
§ 2° Esses acordos não poderão ser invocados para eximir o
acionista de responsabilidade no exercício do direito de voto (artigo
115) ou do poder de controle (artigos 116 e 117).
§ 3º Nas condições previstas no acordo, os acionistas podem
promover a execução específica das obrigações assumidas.
§ 4º As ações averbadas nos termos deste artigo não poderão ser
negociadas em bolsa ou no mercado de balcão.
Art. 116-A. O acionista controlador da companhia aberta e os
acionistas, ou grupo de acionistas, que elegerem membro do conselho de administração ou membro do conselho fiscal, deverão informar imediatamente as modificações em sua posição acionária
na companhia à Comissão de Valores Mobiliários e às Bolsas de
Valores ou entidades do mercado de balcão organizado nas quais os
valores mobiliários de emissão da companhia estejam admitidos à
negociação, nas condições e na forma determinadas pela Comissão
de Valores Mobiliários.
Responsabilidade
Art. 117. O acionista controlador responde pelos danos causados por atos praticados com abuso de poder.
Didatismo e Conhecimento
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ConheCimentos banCáRios
§ 5º No relatório anual, os órgãos da administração da companhia aberta informarão à assembleia-geral as
disposições sobre
política de reinvestimento de lucros e distribuição de dividendos,
constantes de acordos de acionistas arquivados na companhia.
CAPÍTULO XI
Assembleia-Geral
SEÇÃO I
Disposições Gerais
§ 6o O acordo de acionistas cujo prazo for fixado em função de
termo ou condição resolutiva somente pode ser denunciado segundo
suas estipulações.
Art. 121. A assembleia-geral, convocada e instalada de acordo
com a lei e o estatuto, tem poderes para decidir todos os negócios
relativos ao objeto da companhia e tomar as resoluções que julgar
convenientes à sua defesa e desenvolvimento.
Parágrafo único. Nas companhias abertas, o acionista poderá
participar e votar a distância em assembleia geral, nos termos da
regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários. (Incluído pela
Lei nº 12.431, de 2011).
§ 7o O mandato outorgado nos termos de acordo de acionistas para proferir, em assembleia-geral ou especial, voto contra ou a
favor de determinada deliberação, poderá prever prazo superior ao
constante do § 1o do art. 126 desta Lei.
§ 8o O presidente da assembleia ou do órgão colegiado de deliberação da companhia não computará o voto proferido com infração
de acordo de acionistas devidamente arquivado.
Competência Privativa
Art. 122. Compete privativamente à assembleia geral: (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
I - reformar o estatuto social;
II - eleger ou destituir, a qualquer tempo, os administradores e
fiscais da companhia, ressalvado o disposto no inciso II do art. 142;
III - tomar, anualmente, as contas dos administradores e deliberar sobre as demonstrações financeiras por eles apresentadas;
IV - autorizar a emissão de debêntures, ressalvado o disposto
nos §§ 1o, 2o e 4o do art. 59; (Redação dada pela Lei nº 12.431, de
2011). (Vide Lei nº 12.838, de 2013)
V - suspender o exercício dos direitos do acionista (art. 120);
VI - deliberar sobre a avaliação de bens com que o acionista
concorrer para a formação do capital social;
VII - autorizar a emissão de partes beneficiárias;
VIII - deliberar sobre transformação, fusão, incorporação e
cisão da companhia, sua dissolução e liquidação, eleger e destituir
liquidantes e julgar-lhes as contas; e
IX - autorizar os administradores a confessar falência e pedir
concordata.
Parágrafo único. Em caso de urgência, a confissão de falência
ou o pedido de concordata poderá ser formulado pelos administradores, com a concordância do acionista controlador, se houver,
convocando-se imediatamente a assembleia-geral, para manifestar-se sobre a matéria.
§ 9o O não comparecimento à assembleia ou às reuniões dos
órgãos de administração da companhia, bem como as abstenções
de voto de qualquer parte de acordo de acionistas ou de membros
do conselho de administração eleitos nos termos de acordo de acionistas, assegura à parte prejudicada o direito de votar com as ações
pertencentes ao acionista ausente ou omisso e, no caso de membro
do conselho de administração, pelo conselheiro eleito com os votos
da parte prejudicada.
§ 10. Os acionistas vinculados a acordo de acionistas deverão
indicar, no ato de arquivamento, representante para comunicar-se
com a companhia, para prestar ou receber informações, quando solicitadas.
§ 11. A companhia poderá solicitar aos membros do acordo esclarecimento sobre suas cláusulas.
SEÇÃO VI
Representação de Acionista Residente ou Domiciliado no
Exterior
Art. 119. O acionista residente ou domiciliado no exterior deverá manter, no País, representante com poderes para receber citação
em ações contra ele, propostas com fundamento nos preceitos desta
Lei.
Parágrafo único. O exercício, no Brasil, de qualquer dos direitos de acionista, confere ao mandatário ou representante legal qualidade para receber citação judicial.
Competência para Convocação
Art. 123. Compete ao conselho de administração, se houver, ou
aos diretores, observado o disposto no estatuto, convocar a assembleia-geral.
Parágrafo único. A assembleia-geral pode também ser convocada:
a) pelo conselho fiscal, nos casos previstos no número V, do
artigo 163;
b) por qualquer acionista, quando os administradores retardarem, por mais de 60 (sessenta) dias, a convocação nos casos previstos em lei ou no estatuto;
SEÇÃO VII
Suspensão do Exercício de Direitos
Art. 120. A assembleia-geral poderá suspender o exercício dos
direitos do acionista que deixar de cumprir obrigação imposta pela
lei ou pelo estatuto, cessando a suspensão logo que cumprida a obrigação.
Didatismo e Conhecimento
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ConheCimentos banCáRios
c) por acionistas que representem cinco por cento, no mínimo,
do capital social, quando os administradores não atenderem, no prazo de oito dias, a pedido de convocação que apresentarem, devidamente fundamentado, com indicação das matérias a serem tratadas;
d) por acionistas que representem cinco por cento, no mínimo,
do capital votante, ou cinco por cento, no mínimo, dos acionistas
sem direito a voto, quando os administradores não atenderem, no
prazo de oito dias, a pedido de convocação de assembleia para instalação do conselho fiscal.
até o término da interrupção, as razões pelas quais entende que a
deliberação proposta à assembleia viola dispositivos legais ou regulamentares.
§ 6o As companhias abertas com ações admitidas à negociação
em bolsa de valores deverão remeter, na data da publicação do anúncio de convocação da assembleia, à bolsa de valores em que suas
ações forem mais negociadas, os documentos postos à disposição
dos acionistas para deliberação na assembleia-geral.
“Quórum” de Instalação
Modo de Convocação e Local
Art. 125. Ressalvadas as exceções previstas em lei, a assembleia-geral instalar-se-á, em primeira convocação, com a presença
de acionistas que representem, no mínimo, 1/4 (um quarto) do capital social com direito de voto; em segunda convocação instalar-se-á
com qualquer número.
Parágrafo único. Os acionistas sem direito de voto podem comparecer à assembleia-geral e discutir a matéria submetida à deliberação.
Art. 124. A convocação far-se-á mediante anúncio publicado
por 3 (três) vezes, no mínimo, contendo, além do local, data e hora
da assembleia, a ordem do dia, e, no caso de reforma do estatuto, a
indicação da matéria.
§ 1o A primeira convocação da assembleia-geral deverá ser feita:
I - na companhia fechada, com 8 (oito) dias de antecedência, no
mínimo, contado o prazo da publicação do primeiro anúncio; não se
realizando a assembleia, será publicado novo anúncio, de segunda
convocação, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias;
II - na companhia aberta, o prazo de antecedência da primeira
convocação será de 15 (quinze) dias e o da segunda convocação de
8 (oito) dias.
§ 2° Salvo motivo de força maior, a assembleia-geral realizar-se-á no edifício onde a companhia tiver a sede; quando houver de
efetuar-se em outro, os anúncios indicarão, com clareza, o lugar da
reunião, que em nenhum caso poderá realizar-se fora da localidade
da sede.
§ 3º Nas companhias fechadas, o acionista que representar 5%
(cinco por cento), ou mais, do capital social, será convocado por telegrama ou carta registrada, expedidos com a antecedência prevista
no § 1º, desde que o tenha solicitado, por escrito, à companhia, com
a indicação do endereço completo e do prazo de vigência do pedido,
não superior a 2 (dois) exercícios sociais, e renovável; essa convocação não dispensa a publicação do aviso previsto no § 1º, e sua inobservância dará ao acionista direito de haver, dos administradores da
companhia, indenização pelos prejuízos sofridos.
§ 4º Independentemente das formalidades previstas neste artigo, será considerada regular a assembleia-geral a que comparecerem
todos os acionistas.
§ 5o A Comissão de Valores Mobiliários poderá, a seu exclusivo
critério, mediante decisão fundamentada de seu Colegiado, a pedido
de qualquer acionista, e ouvida a companhia:
I - aumentar, para até 30 (trinta) dias, a contar da data em que
os documentos relativos às matérias a serem deliberadas forem colocados à disposição dos acionistas, o prazo de antecedência de publicação do primeiro anúncio de convocação da assembleia-geral de
companhia aberta, quando esta tiver por objeto operações que, por
sua complexidade, exijam maior prazo para que possam ser conhecidas e analisadas pelos acionistas;
II - interromper, por até 15 (quinze) dias, o curso do prazo de
antecedência da convocação de assembleia-geral extraordinária de
companhia aberta, a fim de conhecer e analisar as propostas a serem
submetidas à assembleia e, se for o caso, informar à companhia,
Didatismo e Conhecimento
Legitimação e Representação
Art. 126. As pessoas presentes à assembleia deverão provar a
sua qualidade de acionista, observadas as seguintes normas:
I - os titulares de ações nominativas exibirão, se exigido, documento hábil de sua identidade;
II - os titulares de ações escriturais ou em custódia nos termos
do art. 41, além do documento de identidade, exibirão, ou depositarão na companhia, se o estatuto o exigir, comprovante expedido pela
instituição financeira depositária.
III - os titulares de ações ao portador exibirão os respectivos
certificados, ou documento de depósito nos termos do número II;
IV - os titulares de ações escriturais ou em custódia nos termos
do artigo 41, além do documento de identidade, exibirão, ou depositarão na companhia, se o estatuto o exigir, comprovante expedido
pela instituição financeira depositária.
§ 1º O acionista pode ser representado na assembleia-geral por
procurador constituído há menos de 1 (um) ano, que seja acionista,
administrador da companhia ou advogado; na companhia aberta, o
procurador pode, ainda, ser instituição financeira, cabendo ao administrador de fundos de investimento representar os condôminos.
§ 2º O pedido de procuração, mediante correspondência, ou
anúncio publicado, sem prejuízo da regulamentação que, sobre o
assunto vier a baixar a Comissão de Valores Mobiliários, deverá satisfazer aos seguintes requisitos:
a) conter todos os elementos informativos necessários ao exercício do voto pedido;
b) facultar ao acionista o exercício de voto contrário à decisão
com indicação de outro procurador para o exercício desse voto;
c) ser dirigido a todos os titulares de ações cujos endereços
constem da companhia.
§ 3º É facultado a qualquer acionista, detentor de ações, com
ou sem voto, que represente meio por cento, no mínimo, do capital social, solicitar relação de endereços dos acionistas, para os fins
previstos no § 1º, obedecidos sempre os requisitos do parágrafo anterior.
110
ConheCimentos banCáRios
§ 4º Têm a qualidade para comparecer à assembleia os representantes legais dos acionistas.
§ 3º Se a ata não for lavrada na forma permitida pelo § 1º, poderá ser publicado apenas o seu extrato, com o sumário dos fatos
ocorridos e a transcrição das deliberações tomadas.
Livro de Presença
Espécies de Assembleia
Art. 127. Antes de abrir-se a assembleia, os acionistas assinarão
o “Livro de Presença”, indicando o seu nome, nacionalidade e residência, bem como a quantidade, espécie e classe das ações de que
forem titulares.
Parágrafo único. Considera-se presente em assembleia geral,
para todos os efeitos desta Lei, o acionista que registrar a distância
sua presença, na forma prevista em regulamento da Comissão de
Valores Mobiliários.(Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011).
Art. 131. A assembleia-geral é ordinária quando tem por objeto as matérias previstas no artigo 132, e extraordinária nos demais
casos.
Parágrafo único. A assembleia-geral ordinária e a assembleia-geral extraordinária poderão ser, cumulativamente, convocadas e
realizadas no mesmo local, data e hora, instrumentadas em ata única.
SEÇÃO II
Assembleia-Geral Ordinária
Mesa
Objeto
Art. 128. Os trabalhos da assembleia serão dirigidos por mesa
composta, salvo disposição diversa do estatuto, de presidente e secretário, escolhidos pelos acionistas presentes.
Art. 132. Anualmente, nos 4 (quatro) primeiros meses seguintes
ao término do exercício social, deverá haver 1 (uma) assembleia-geral para:
I - tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e
votar as demonstrações financeiras;
II - deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e
a distribuição de dividendos;
III - eleger os administradores e os membros do conselho fiscal,
quando for o caso;
IV - aprovar a correção da expressão monetária do capital social
(artigo 167).
“Quórum” das Deliberações
Art. 129. As deliberações da assembleia-geral, ressalvadas as
exceções previstas em lei, serão tomadas por maioria absoluta de
votos, não se computando os votos em branco.
§ 1º O estatuto da companhia fechada pode aumentar o quórum
exigido para certas deliberações, desde que especifique as matérias.
§ 2º No caso de empate, se o estatuto não estabelecer procedimento de arbitragem e não contiver norma diversa, a assembleia
será convocada, com intervalo mínimo de 2 (dois) meses, para votar
a deliberação; se permanecer o empate e os acionistas não concordarem em cometer a decisão a um terceiro, caberá ao Poder Judiciário
decidir, no interesse da companhia.
Documentos da Administração
Art. 133. Os administradores devem comunicar, até 1 (um) mês
antes da data marcada para a realização da assembleia-geral ordinária, por anúncios publicados na forma prevista no artigo 124, que se
acham à disposição dos acionistas:
I - o relatório da administração sobre os negócios sociais e os
principais fatos administrativos do exercício findo;
II - a cópia das demonstrações financeiras;
III - o parecer dos auditores independentes, se houver.
IV - o parecer do conselho fiscal, inclusive votos dissidentes,
se houver; e
V - demais documentos pertinentes a assuntos incluídos na ordem do dia.
§ 1º Os anúncios indicarão o local ou locais onde os acionistas
poderão obter cópias desses documentos.
§ 2º A companhia remeterá cópia desses documentos aos acionistas que o pedirem por escrito, nas condições previstas no § 3º do
artigo 124.
§ 3o Os documentos referidos neste artigo, à exceção dos constantes dos incisos IV e V, serão publicados até 5 (cinco) dias, pelo
menos, antes da data marcada para a realização da assembleia-geral.
§ 4º A assembleia-geral que reunir a totalidade dos acionistas
poderá considerar sanada a falta de publicação dos anúncios ou a
inobservância dos prazos referidos neste artigo; mas é obrigatória a
publicação dos documentos antes da realização da assembleia.
Ata da Assembleia
Art. 130. Dos trabalhos e deliberações da assembleia será lavrada, em livro próprio, ata assinada pelos membros da mesa e pelos
acionistas presentes. Para validade da ata é suficiente a assinatura de
quantos bastem para constituir a maioria necessária para as deliberações tomadas na assembleia. Da ata tirar-se-ão certidões ou cópias
autênticas para os fins legais.
§ 1º A ata poderá ser lavrada na forma de sumário dos fatos
ocorridos, inclusive dissidências e protestos, e conter a transcrição
apenas das deliberações tomadas, desde que:
a) os documentos ou propostas submetidos à assembleia, assim
como as declarações de voto ou dissidência, referidos na ata, sejam
numerados seguidamente, autenticados pela mesa e por qualquer
acionista que o solicitar, e arquivados na companhia;
b) a mesa, a pedido de acionista interessado, autentique exemplar ou cópia de proposta, declaração de voto ou dissidência, ou protesto apresentado.
§ 2º A assembleia-geral da companhia aberta pode autorizar a
publicação de ata com omissão das assinaturas dos acionistas.
Didatismo e Conhecimento
111
ConheCimentos banCáRios
“Quórum” Qualificado
§ 5º A publicação dos anúncios é dispensada quando os documentos a que se refere este artigo são publicados até 1 (um) mês antes da data marcada para a realização da assembleia-geral ordinária.
Art. 136. É necessária a aprovação de acionistas que representem metade, no mínimo, das ações com direito a voto, se maior quórum não for exigido pelo estatuto da companhia cujas ações não
estejam admitidas à negociação em bolsa ou no mercado de balcão,
para deliberação sobre:
I - criação de ações preferenciais ou aumento de classe de ações
preferenciais existentes, sem guardar proporção com as demais classes de ações preferenciais, salvo se já previstos ou autorizados pelo
estatuto;
II - alteração nas preferências, vantagens e condições de resgate
ou amortização de uma ou mais classes de ações preferenciais, ou
criação de nova classe mais favorecida;
III - redução do dividendo obrigatório;
IV - fusão da companhia, ou sua incorporação em outra;
V - participação em grupo de sociedades (art. 265);
VI - mudança do objeto da companhia;
VII - cessação do estado de liquidação da companhia;
VIII - criação de partes beneficiárias;
IX - cisão da companhia;
X - dissolução da companhia.
§ 1º Nos casos dos incisos I e II, a eficácia da deliberação depende de prévia aprovação ou da ratificação, em prazo improrrogável de um ano, por titulares de mais da metade de cada classe de
ações preferenciais prejudicadas, reunidos em assembleia especial
convocada pelos administradores e instalada com as formalidades
desta Lei.
§ 2º A Comissão de Valores Mobiliários pode autorizar a redução do quórum previsto neste artigo no caso de companhia aberta
com a propriedade das ações dispersa no mercado, e cujas 3 (três)
últimas assembleias tenham sido realizadas com a presença de acionistas representando menos da metade das ações com direito a voto.
Neste caso, a autorização da Comissão de Valores Mobiliários será
mencionada nos avisos de convocação e a deliberação com quórum
reduzido somente poderá ser adotada em terceira convocação.
§ 3o O disposto no § 2o deste artigo aplica-se também às assembleias especiais de acionistas preferenciais de que trata o § 1o.
§ 4º Deverá constar da ata da assembleia-geral que deliberar
sobre as matérias dos incisos I e II, se não houver prévia aprovação,
que a deliberação só terá eficácia após a sua ratificação pela assembleia especial prevista no § 1º.
Procedimento
Art. 134. Instalada a assembleia-geral, proceder-se-á, se requerida por qualquer acionista, à leitura dos documentos referidos no
artigo 133 e do parecer do conselho fiscal, se houver, os quais serão
submetidos pela mesa à discussão e votação.
§ 1° Os administradores da companhia, ou ao menos um deles,
e o auditor independente, se houver, deverão estar presentes à assembleia para atender a pedidos de esclarecimentos de acionistas,
mas os administradores não poderão votar, como acionistas ou procuradores, os documentos referidos neste artigo.
§ 2º Se a assembleia tiver necessidade de outros esclarecimentos, poderá adiar a deliberação e ordenar diligências; também será
adiada a deliberação, salvo dispensa dos acionistas presentes, na hipótese de não comparecimento de administrador, membro do conselho fiscal ou auditor independente.
§ 3º A aprovação, sem reserva, das demonstrações financeiras e
das contas, exonera de responsabilidade os administradores e fiscais,
salvo erro, dolo, fraude ou simulação (artigo 286).
§ 4º Se a assembleia aprovar as demonstrações financeiras com
modificação no montante do lucro do exercício ou no valor das obrigações da companhia, os administradores promoverão, dentro de 30
(trinta) dias, a republicação das demonstrações, com as retificações
deliberadas pela assembleia; se a destinação dos lucros proposta pelos órgãos de administração não lograr aprovação (artigo 176, § 3º),
as modificações introduzidas constarão da ata da assembleia.
§ 5º A ata da assembleia-geral ordinária será arquivada no registro do comércio e publicada.
§ 6º As disposições do § 1º, segunda parte, não se aplicam quando, nas sociedades fechadas, os diretores forem os únicos acionistas.
SEÇÃO III
Assembleia-Geral Extraordinária
Reforma do Estatuto
Art. 135. A assembleia-geral extraordinária que tiver por objeto
a reforma do estatuto somente se instalará em primeira convocação
com a presença de acionistas que representem 2/3 (dois terços), no
mínimo, do capital com direito a voto, mas poderá instalar-se em
segunda com qualquer número.
§ 1º Os atos relativos a reformas do estatuto, para valerem
contra terceiros, ficam sujeitos às formalidades de arquivamento e
publicação, não podendo, todavia, a falta de cumprimento dessas
formalidades ser oposta, pela companhia ou por seus acionistas, a
terceiros de boa-fé.
§ 2º Aplica-se aos atos de reforma do estatuto o disposto no
artigo 97 e seus §§ 1º e 2° e no artigo 98 e seu § 1º.
§ 3o Os documentos pertinentes à matéria a ser debatida na
assembleia-geral extraordinária deverão ser postos à disposição dos
acionistas, na sede da companhia, por ocasião da publicação do primeiro anúncio de convocação da assembleia-geral.
Didatismo e Conhecimento
Direito de Retirada
Art. 137. A aprovação das matérias previstas nos incisos I a VI
e IX do art. 136 dá ao acionista dissidente o direito de retirar-se da
companhia, mediante reembolso do valor das suas ações (art. 45),
observadas as seguintes normas:
I - nos casos dos incisos I e II do art. 136, somente terá direito
de retirada o titular de ações de espécie ou classe prejudicadas;
II - nos casos dos incisos IV e V do art. 136, não terá direito de
retirada o titular de ação de espécie ou classe que tenha liquidez e
dispersão no mercado, considerando-se haver:
112
ConheCimentos banCáRios
a) liquidez, quando a espécie ou classe de ação, ou certificado
que a represente, integre índice geral representativo de carteira de
valores mobiliários admitido à negociação no mercado de valores
mobiliários, no Brasil ou no exterior, definido pela Comissão de Valores Mobiliários; e
b) dispersão, quando o acionista controlador, a sociedade controladora ou outras sociedades sob seu controle detiverem menos da
metade da espécie ou classe de ação;
III - no caso do inciso IX do art. 136, somente haverá direito de
retirada se a cisão implicar:
a) mudança do objeto social, salvo quando o patrimônio cindido for vertido para sociedade cuja atividade preponderante coincida
com a decorrente do objeto social da sociedade cindida;
b) redução do dividendo obrigatório; ou
c) participação em grupo de sociedades;
IV - o reembolso da ação deve ser reclamado à companhia no
prazo de 30 (trinta) dias contado da publicação da ata da assembleia-geral;
V - o prazo para o dissidente de deliberação de assembleia especial (art. 136, § 1o) será contado da publicação da respectiva ata;
VI - o pagamento do reembolso somente poderá ser exigido
após a observância do disposto no § 3o e, se for o caso, da ratificação
da deliberação pela assembleia-geral.
§ 1º O acionista dissidente de deliberação da assembleia, inclusive o titular de ações preferenciais sem direito de voto, poderá
exercer o direito de reembolso das ações de que, comprovadamente,
era titular na data da primeira publicação do edital de convocação da
assembleia, ou na data da comunicação do fato relevante objeto da
deliberação, se anterior.
§ 2o O direito de reembolso poderá ser exercido no prazo previsto nos incisos IV ou V do caput deste artigo, conforme o caso,
ainda que o titular das ações tenha se abstido de votar contra a deliberação ou não tenha comparecido à assembleia.
§ 3o Nos 10 (dez) dias subsequentes ao término do prazo de
que tratam os incisos IV e V do caput deste artigo, conforme o caso,
contado da publicação da ata da assembleia-geral ou da assembleia
especial que ratificar a deliberação, é facultado aos órgãos da administração convocar a assembleia-geral para ratificar ou reconsiderar
a deliberação, se entenderem que o pagamento do preço do reembolso das ações aos acionistas dissidentes que exerceram o direito de
retirada porá em risco a estabilidade financeira da empresa.
§ 4º Decairá do direito de retirada o acionista que não o exercer
no prazo fixado.
Art. 139. As atribuições e poderes conferidos por lei aos órgãos
de administração não podem ser outorgados a outro órgão, criado
por lei ou pelo estatuto.
SEÇÃO I
Conselho de Administração
Composição
Art. 140. O conselho de administração será composto por, no
mínimo, 3 (três) membros, eleitos pela assembleia-geral e por ela
destituíveis a qualquer tempo, devendo o estatuto estabelecer:
I - o número de conselheiros, ou o máximo e mínimo permitidos, e o processo de escolha e substituição do presidente do conselho pela assembleia ou pelo próprio conselho;
II - o modo de substituição dos conselheiros;
III - o prazo de gestão, que não poderá ser superior a 3 (três)
anos, permitida a reeleição;
IV - as normas sobre convocação, instalação e funcionamento
do conselho, que deliberará por maioria de votos, podendo o estatuto
estabelecer quórum qualificado para certas deliberações, desde que
especifique as matérias.
Parágrafo único. O estatuto poderá prever a participação no
conselho de representantes dos empregados, escolhidos pelo voto
destes, em eleição direta, organizada pela empresa, em conjunto
com as entidades sindicais que os representem.
Voto Múltiplo
Art. 141. Na eleição dos conselheiros, é facultado aos acionistas
que representem, no mínimo, 0,1 (um décimo) do capital social com
direito a voto, esteja ou não previsto no estatuto, requerer a adoção
do processo de voto múltiplo, atribuindo-se a cada ação tantos votos
quantos sejam os membros do conselho, e reconhecido ao acionista
o direito de cumular os votos num só candidato ou distribuí-los entre
vários.
§ 1º A faculdade prevista neste artigo deverá ser exercida pelos
acionistas até 48 (quarenta e oito) horas antes da assembleia-geral,
cabendo à mesa que dirigir os trabalhos da assembleia informar previamente aos acionistas, à vista do “Livro de Presença”, o número
de votos necessários para a eleição de cada membro do conselho.
§ 2º Os cargos que, em virtude de empate, não forem preenchidos, serão objeto de nova votação, pelo mesmo processo, observado
o disposto no § 1º, in fine.
§ 3º Sempre que a eleição tiver sido realizada por esse processo, a destituição de qualquer membro do conselho de administração
pela assembleia-geral importará destituição dos demais membros,
procedendo-se a nova eleição; nos demais casos de vaga, não havendo suplente, a primeira assembleia-geral procederá à nova eleição de
todo o conselho.
§ 4o Terão direito de eleger e destituir um membro e seu suplente do conselho de administração, em votação em separado na
assembleia-geral, excluído o acionista controlador, a maioria dos
titulares, respectivamente:
I - de ações de emissão de companhia aberta com direito a voto,
que representem, pelo menos, 15% (quinze por cento) do total das
ações com direito a voto; e
CAPÍTULO XII
Conselho de Administração e Diretoria
Administração da Companhia
Art. 138. A administração da companhia competirá, conforme
dispuser o estatuto, ao conselho de administração e à diretoria, ou
somente à diretoria.
§ 1º O conselho de administração é órgão de deliberação colegiada, sendo a representação da companhia privativa dos diretores.
§ 2º As companhias abertas e as de capital autorizado terão,
obrigatoriamente, conselho de administração.
Didatismo e Conhecimento
113
ConheCimentos banCáRios
II - de ações preferenciais sem direito a voto ou com voto restrito de emissão de companhia aberta, que representem, no mínimo,
10% (dez por cento) do capital social, que não houverem exercido o
direito previsto no estatuto, em conformidade com o art. 18.
§ 5o Verificando-se que nem os titulares de ações com direito
a voto e nem os titulares de ações preferenciais sem direito a voto
ou com voto restrito perfizeram, respectivamente, o quórum exigido
nos incisos I e II do § 4o, ser-lhes-á facultado agregar suas ações para
elegerem em conjunto um membro e seu suplente para o conselho
de administração, observando-se, nessa hipótese, o quórum exigido
pelo inciso II do § 4o.
§ 6o Somente poderão exercer o direito previsto no § 4o os acionistas que comprovarem a titularidade ininterrupta da participação
acionária ali exigida durante o período de 3 (três) meses, no mínimo,
imediatamente anterior à realização da assembleia-geral.
§ 7o Sempre que, cumulativamente, a eleição do conselho de
administração se der pelo sistema do voto múltiplo e os titulares
de ações ordinárias ou preferenciais exercerem a prerrogativa de
eleger conselheiro, será assegurado a acionista ou grupo de acionistas vinculados por acordo de votos que detenham mais do que
50% (cinquenta por cento) das ações com direito de voto o direito
de eleger conselheiros em número igual ao dos eleitos pelos demais
acionistas, mais um, independentemente do número de conselheiros
que, segundo o estatuto, componha o órgão.
§ 8o A companhia deverá manter registro com a identificação
dos acionistas que exercerem a prerrogativa a que se refere o § 4o.
§ 9o (VETADO)
§ 2o A escolha e a destituição do auditor independente ficará
sujeita a veto, devidamente fundamentado, dos conselheiros eleitos
na forma do art. 141, § 4o, se houver.
SEÇÃO II
Diretoria
Composição
Art. 143. A Diretoria será composta por 2 (dois) ou mais diretores, eleitos e destituíveis a qualquer tempo pelo conselho de
administração, ou, se inexistente, pela assembleia-geral, devendo o
estatuto estabelecer:
I - o número de diretores, ou o máximo e o mínimo permitidos;
II - o modo de sua substituição;
III - o prazo de gestão, que não será superior a 3 (três) anos,
permitida a reeleição;
IV - as atribuições e poderes de cada diretor.
§ 1º Os membros do conselho de administração, até o máximo
de 1/3 (um terço), poderão ser eleitos para cargos de diretores.
§ 2º O estatuto pode estabelecer que determinadas decisões, de
competência dos diretores, sejam tomadas em reunião da diretoria.
Representação
Art. 144. No silêncio do estatuto e inexistindo deliberação do
conselho de administração (artigo 142, n. II e parágrafo único),
competirão a qualquer diretor a representação da companhia e a prática dos atos necessários ao seu funcionamento regular.
Parágrafo único. Nos limites de suas atribuições e poderes, é
lícito aos diretores constituir mandatários da companhia, devendo
ser especificados no instrumento os atos ou operações que poderão
praticar e a duração do mandato, que, no caso de mandato judicial,
poderá ser por prazo indeterminado.
Competência
Art. 142. Compete ao conselho de administração:
I - fixar a orientação geral dos negócios da companhia;
II - eleger e destituir os diretores da companhia e fixar-lhes as
atribuições, observado o que a respeito dispuser o estatuto;
III - fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qualquer tempo, os livros e papéis da companhia, solicitar informações sobre
contratos celebrados ou em via de celebração, e quaisquer outros
atos;
IV - convocar a assembleia-geral quando julgar conveniente, ou
no caso do artigo 132;
V - manifestar-se sobre o relatório da administração e as contas
da diretoria;
VI - manifestar-se previamente sobre atos ou contratos, quando
o estatuto assim o exigir;
VII - deliberar, quando autorizado pelo estatuto, sobre a emissão de ações ou de bônus de subscrição; (Vide Lei nº 12.838, de
2013)
VIII – autorizar, se o estatuto não dispuser em contrário, a alienação de bens do ativo não circulante, a constituição de ônus reais e
a prestação de garantias a obrigações de terceiros; (Redação dada
pela Lei nº 11.941, de 2009)
IX - escolher e destituir os auditores independentes, se houver.
§ 1o Serão arquivadas no registro do comércio e publicadas as
atas das reuniões do conselho de administração que contiverem deliberação destinada a produzir efeitos perante terceiros.
Didatismo e Conhecimento
SEÇÃO III
Administradores
Normas Comuns
Art. 145. As normas relativas a requisitos, impedimentos, investidura, remuneração, deveres e responsabilidade dos administradores aplicam-se a conselheiros e diretores.
Requisitos e Impedimentos
Art. 146. Poderão ser eleitas para membros dos órgãos de administração pessoas naturais, devendo os diretores ser residentes no
País. (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
§ 1o A ata da assembleia-geral ou da reunião do conselho de administração que eleger administradores deverá conter a qualificação
e o prazo de gestão de cada um dos eleitos, devendo ser arquivada no registro do comércio e publicada. (Redação dada pela Lei nº
10.303, de 2001)
§ 2o A posse do conselheiro residente ou domiciliado no exterior fica condicionada à constituição de representante residente no
País, com poderes para receber citação em ações contra ele propos114
ConheCimentos banCáRios
§ 1º No caso de vacância de todos os cargos do conselho de
administração, compete à diretoria convocar a assembleia-geral.
§ 2º No caso de vacância de todos os cargos da diretoria, se a
companhia não tiver conselho de administração, compete ao conselho fiscal, se em funcionamento, ou a qualquer acionista, convocar
a assembleia-geral, devendo o representante de maior número de
ações praticar, até a realização da assembleia, os atos urgentes de
administração da companhia.
§ 3º O substituto eleito para preencher cargo vago completará o
prazo de gestão do substituído.
§ 4º O prazo de gestão do conselho de administração ou da diretoria se estende até a investidura dos novos administradores eleitos.
tas com base na legislação societária, mediante procuração com prazo de validade que deverá estender-se por, no mínimo, 3 (três) anos
após o término do prazo de gestão do conselheiro.
Art. 147. Quando a lei exigir certos requisitos para a investidura em cargo de administração da companhia, a assembleia-geral
somente poderá eleger quem tenha exibido os necessários comprovantes, dos quais se arquivará cópia autêntica na sede social.
§ 1º São inelegíveis para os cargos de administração da companhia as pessoas impedidas por lei especial, ou condenadas por crime
falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato,
contra a economia popular, a fé pública ou a propriedade, ou a pena
criminal que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos
públicos.
§ 2º São ainda inelegíveis para os cargos de administração de
companhia aberta as pessoas declaradas inabilitadas por ato da Comissão de Valores Mobiliários.
§ 3o O conselheiro deve ter reputação ilibada, não podendo ser
eleito, salvo dispensa da assembleia-geral, aquele que:
I - ocupar cargos em sociedades que possam ser consideradas
concorrentes no mercado, em especial, em conselhos consultivos, de
administração ou fiscal; e
II - tiver interesse conflitante com a sociedade.
§ 4o A comprovação do cumprimento das condições previstas
no § 3o será efetuada por meio de declaração firmada pelo conselheiro eleito nos termos definidos pela Comissão de Valores Mobiliários, com vistas ao disposto nos arts. 145 e 159, sob as penas da lei.
Renúncia
Art. 151. A renúncia do administrador torna-se eficaz, em relação à companhia, desde o momento em que lhe for entregue a
comunicação escrita do renunciante, e em relação a terceiros de boa-fé, após arquivamento no registro de comércio e publicação, que
poderão ser promovidos pelo renunciante.
Remuneração
Art. 152. A assembleia-geral fixará o montante global ou individual da remuneração dos administradores, inclusive benefícios de
qualquer natureza e verbas de representação, tendo em conta suas
responsabilidades, o tempo dedicado às suas funções, sua competência e reputação profissional e o valor dos seus serviços no mercado.
§ 1º O estatuto da companhia que fixar o dividendo obrigatório
em 25% (vinte e cinco por cento) ou mais do lucro líquido, pode
atribuir aos administradores participação no lucro da companhia,
desde que o seu total não ultrapasse a remuneração anual dos administradores nem 0,1 (um décimo) dos lucros (artigo 190), prevalecendo o limite que for menor.
§ 2º Os administradores somente farão jus à participação nos
lucros do exercício social em relação ao qual for atribuído aos acionistas o dividendo obrigatório, de que trata o artigo 202.
Garantia da Gestão
Art. 148. O estatuto pode estabelecer que o exercício do cargo
de administrador deva ser assegurado, pelo titular ou por terceiro,
mediante penhor de ações da companhia ou outra garantia.
Parágrafo único. A garantia só será levantada após aprovação
das últimas contas apresentadas pelo administrador que houver deixado o cargo.
Investidura
Art. 149. Os conselheiros e diretores serão investidos nos seus
cargos mediante assinatura de termo de posse no livro de atas do
conselho de administração ou da diretoria, conforme o caso.
§ 1o Se o termo não for assinado nos 30 (trinta) dias seguintes à
nomeação, esta tornar-se-á sem efeito, salvo justificação aceita pelo
órgão da administração para o qual tiver sido eleito.
§ 2o O termo de posse deverá conter, sob pena de nulidade, a
indicação de pelo menos um domicílio no qual o administrador receberá as citações e intimações em processos administrativos e judiciais relativos a atos de sua gestão, as quais reputar-se-ão cumpridas
mediante entrega no domicílio indicado, o qual somente poderá ser
alterado mediante comunicação por escrito à companhia.
SEÇÃO IV
Deveres e Responsabilidades
Dever de Diligência
Art. 153. O administrador da companhia deve empregar, no
exercício de suas funções, o cuidado e diligência que todo homem
ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios
negócios.
Substituição e Término da Gestão
Finalidade das Atribuições e Desvio de Poder
Art. 150. No caso de vacância do cargo de conselheiro, salvo
disposição em contrário do estatuto, o substituto será nomeado pelos
conselheiros remanescentes e servirá até a primeira assembleia-geral. Se ocorrer vacância da maioria dos cargos, a assembleia-geral
será convocada para proceder a nova eleição.
Didatismo e Conhecimento
Art. 154. O administrador deve exercer as atribuições que a lei
e o estatuto lhe conferem para lograr os fins e no interesse da companhia, satisfeitas as exigências do bem público e da função social
da empresa.
115
ConheCimentos banCáRios
ministradores, cumprindo-lhe cientificá-los do seu impedimento e
fazer consignar, em ata de reunião do conselho de administração ou
da diretoria, a natureza e extensão do seu interesse.
§ 1º Ainda que observado o disposto neste artigo, o administrador somente pode contratar com a companhia em condições razoáveis ou equitativas, idênticas às que prevalecem no mercado ou em
que a companhia contrataria com terceiros.
§ 2º O negócio contratado com infração do disposto no § 1º é
anulável, e o administrador interessado será obrigado a transferir
para a companhia as vantagens que dele tiver auferido.
§ 1º O administrador eleito por grupo ou classe de acionistas
tem, para com a companhia, os mesmos deveres que os demais, não
podendo, ainda que para defesa do interesse dos que o elegeram,
faltar a esses deveres.
§ 2° É vedado ao administrador:
a) praticar ato de liberalidade à custa da companhia;
b) sem prévia autorização da assembleia-geral ou do conselho
de administração, tomar por empréstimo recursos ou bens da companhia, ou usar, em proveito próprio, de sociedade em que tenha
interesse, ou de terceiros, os seus bens, serviços ou crédito;
c) receber de terceiros, sem autorização estatutária ou da assembleia-geral, qualquer modalidade de vantagem pessoal, direta ou
indireta, em razão do exercício de seu cargo.
§ 3º As importâncias recebidas com infração ao disposto na alínea c do § 2º pertencerão à companhia.
§ 4º O conselho de administração ou a diretoria podem autorizar a prática de atos gratuitos razoáveis em benefício dos empregados ou da comunidade de que participe a empresa, tendo em vista
suas responsabilidades sociais.
Dever de Informar
Art. 157. O administrador de companhia aberta deve declarar,
ao firmar o termo de posse, o número de ações, bônus de subscrição,
opções de compra de ações e debêntures conversíveis em ações, de
emissão da companhia e de sociedades controladas ou do mesmo
grupo, de que seja titular. (Vide Lei nº 12.838, de 2013)
§ 1º O administrador de companhia aberta é obrigado a revelar
à assembleia-geral ordinária, a pedido de acionistas que representem
5% (cinco por cento) ou mais do capital social:
a) o número dos valores mobiliários de emissão da companhia
ou de sociedades controladas, ou do mesmo grupo, que tiver adquirido ou alienado, diretamente ou através de outras pessoas, no
exercício anterior;
b) as opções de compra de ações que tiver contratado ou exercido no exercício anterior;
c) os benefícios ou vantagens, indiretas ou complementares,
que tenha recebido ou esteja recebendo da companhia e de sociedades coligadas, controladas ou do mesmo grupo;
d) as condições dos contratos de trabalho que tenham sido firmados pela companhia com os diretores e empregados de alto nível;
e) quaisquer atos ou fatos relevantes nas atividades da companhia.
§ 2º Os esclarecimentos prestados pelo administrador poderão,
a pedido de qualquer acionista, ser reduzidos a escrito, autenticados
pela mesa da assembleia, e fornecidos por cópia aos solicitantes.
§ 3º A revelação dos atos ou fatos de que trata este artigo só
poderá ser utilizada no legítimo interesse da companhia ou do acionista, respondendo os solicitantes pelos abusos que praticarem.
§ 4º Os administradores da companhia aberta são obrigados a
comunicar imediatamente à bolsa de valores e a divulgar pela imprensa qualquer deliberação da assembleia-geral ou dos órgãos de
administração da companhia, ou fato relevante ocorrido nos seus
negócios, que possa influir, de modo ponderável, na decisão dos investidores do mercado de vender ou comprar valores mobiliários
emitidos pela companhia.
§ 5º Os administradores poderão recusar-se a prestar a informação (§ 1º, alínea e), ou deixar de divulgá-la (§ 4º), se entenderem
que sua revelação porá em risco interesse legítimo da companhia,
cabendo à Comissão de Valores Mobiliários, a pedido dos administradores, de qualquer acionista, ou por iniciativa própria, decidir sobre a prestação de informação e responsabilizar os administradores,
se for o caso.
Dever de Lealdade
Art. 155. O administrador deve servir com lealdade à companhia e manter reserva sobre os seus negócios, sendo-lhe vedado:
I - usar, em benefício próprio ou de outrem, com ou sem prejuízo para a companhia, as oportunidades comerciais de que tenha
conhecimento em razão do exercício de seu cargo;
II - omitir-se no exercício ou proteção de direitos da companhia
ou, visando à obtenção de vantagens, para si ou para outrem, deixar
de aproveitar oportunidades de negócio de interesse da companhia;
III - adquirir, para revender com lucro, bem ou direito que sabe
necessário à companhia, ou que esta tencione adquirir.
§ 1º Cumpre, ademais, ao administrador de companhia aberta,
guardar sigilo sobre qualquer informação que ainda não tenha sido
divulgada para conhecimento do mercado, obtida em razão do cargo
e capaz de influir de modo ponderável na cotação de valores mobiliários, sendo-lhe vedado valer-se da informação para obter, para
si ou para outrem, vantagem mediante compra ou venda de valores
mobiliários.
§ 2º O administrador deve zelar para que a violação do disposto
no § 1º não possa ocorrer através de subordinados ou terceiros de
sua confiança.
§ 3º A pessoa prejudicada em compra e venda de valores mobiliários, contratada com infração do disposto nos §§ 1° e 2°, tem
direito de haver do infrator indenização por perdas e danos, a menos
que ao contratar já conhecesse a informação.
§ 4o É vedada a utilização de informação relevante ainda não
divulgada, por qualquer pessoa que a ela tenha tido acesso, com a
finalidade de auferir vantagem, para si ou para outrem, no mercado
de valores mobiliários.
Conflito de Interesses
Art. 156. É vedado ao administrador intervir em qualquer operação social em que tiver interesse conflitante com o da companhia,
bem como na deliberação que a respeito tomarem os demais ad-
Didatismo e Conhecimento
116
ConheCimentos banCáRios
§ 6o Os administradores da companhia aberta deverão informar
imediatamente, nos termos e na forma determinados pela Comissão
de Valores Mobiliários, a esta e às bolsas de valores ou entidades do
mercado de balcão organizado nas quais os valores mobiliários de
emissão da companhia estejam admitidos à negociação, as modificações em suas posições acionárias na companhia.
§ 5° Os resultados da ação promovida por acionista deferem-se à companhia, mas esta deverá indenizá-lo, até o limite daqueles
resultados, de todas as despesas em que tiver incorrido, inclusive
correção monetária e juros dos dispêndios realizados.
§ 6° O juiz poderá reconhecer a exclusão da responsabilidade
do administrador, se convencido de que este agiu de boa-fé e visando ao interesse da companhia.
§ 7º A ação prevista neste artigo não exclui a que couber ao
acionista ou terceiro diretamente prejudicado por ato de administrador.
Responsabilidade dos Administradores
Art. 158. O administrador não é pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair em nome da sociedade e em virtude de
ato regular de gestão; responde, porém, civilmente, pelos prejuízos
que causar, quando proceder:
I - dentro de suas atribuições ou poderes, com culpa ou dolo;
II - com violação da lei ou do estatuto.
§ 1º O administrador não é responsável por atos ilícitos de outros administradores, salvo se com eles for conivente, se negligenciar em descobri-los ou se, deles tendo conhecimento, deixar de agir
para impedir a sua prática. Exime-se de responsabilidade o administrador dissidente que faça consignar sua divergência em ata de
reunião do órgão de administração ou, não sendo possível, dela dê
ciência imediata e por escrito ao órgão da administração, no conselho fiscal, se em funcionamento, ou à assembleia-geral.
§ 2º Os administradores são solidariamente responsáveis pelos
prejuízos causados em virtude do não cumprimento dos deveres impostos por lei para assegurar o funcionamento normal da companhia, ainda que, pelo estatuto, tais deveres não caibam a todos eles.
§ 3º Nas companhias abertas, a responsabilidade de que trata o
§ 2º ficará restrita, ressalvado o disposto no § 4º, aos administradores que, por disposição do estatuto, tenham atribuição específica de
dar cumprimento àqueles deveres.
§ 4º O administrador que, tendo conhecimento do não cumprimento desses deveres por seu predecessor, ou pelo administrador
competente nos termos do § 3º, deixar de comunicar o fato a assembleia-geral, tornar-se-á por ele solidariamente responsável.
§ 5º Responderá solidariamente com o administrador quem,
com o fim de obter vantagem para si ou para outrem, concorrer para
a prática de ato com violação da lei ou do estatuto.
Órgãos Técnicos e Consultivos
Art. 160. As normas desta Seção aplicam-se aos membros de
quaisquer órgãos, criados pelo estatuto, com funções técnicas ou
destinados a aconselhar os administradores.
CAPÍTULO XIII
Conselho Fiscal
Composição e Funcionamento
Art. 161. A companhia terá um conselho fiscal e o estatuto disporá sobre seu funcionamento, de modo permanente ou nos exercícios sociais em que for instalado a pedido de acionistas.
§ 1º O conselho fiscal será composto de, no mínimo, 3 (três)
e, no máximo, 5 (cinco) membros, e suplentes em igual número,
acionistas ou não, eleitos pela assembleia-geral.
§ 2º O conselho fiscal, quando o funcionamento não for permanente, será instalado pela assembleia-geral a pedido de acionistas
que representem, no mínimo, 0,1 (um décimo) das ações com direito
a voto, ou 5% (cinco por cento) das ações sem direito a voto, e cada
período de seu funcionamento terminará na primeira assembleia-geral ordinária após a sua instalação.
§ 3º O pedido de funcionamento do conselho fiscal, ainda que a
matéria não conste do anúncio de convocação, poderá ser formulado
em qualquer assembleia-geral, que elegerá os seus membros.
§ 4º Na constituição do conselho fiscal serão observadas as seguintes normas:
Ação de Responsabilidade
a) os titulares de ações preferenciais sem direito a voto, ou com
voto restrito, terão direito de eleger, em votação em separado, 1 (um)
membro e respectivo suplente; igual direito terão os acionistas minoritários, desde que representem, em conjunto, 10% (dez por cento) ou mais das ações com direito a voto;
b) ressalvado o disposto na alínea anterior, os demais acionistas
com direito a voto poderão eleger os membros efetivos e suplentes
que, em qualquer caso, serão em número igual ao dos eleitos nos
termos da alínea a, mais um.
§ 5º Os membros do conselho fiscal e seus suplentes exercerão
seus cargos até a primeira assembleia-geral ordinária que se realizar
após a sua eleição, e poderão ser reeleitos.
§ 6o Os membros do conselho fiscal e seus suplentes exercerão
seus cargos até a primeira assembleia-geral ordinária que se realizar
após a sua eleição, e poderão ser reeleitos.
§ 7o A função de membro do conselho fiscal é indelegável.
Art. 159. Compete à companhia, mediante prévia deliberação
da assembleia-geral, a ação de responsabilidade civil contra o administrador, pelos prejuízos causados ao seu patrimônio.
§ 1º A deliberação poderá ser tomada em assembleia-geral ordinária e, se prevista na ordem do dia, ou for consequência direta de
assunto nela incluído, em assembleia-geral extraordinária.
§ 2º O administrador ou administradores contra os quais deva
ser proposta ação ficarão impedidos e deverão ser substituídos na
mesma assembleia.
§ 3º Qualquer acionista poderá promover a ação, se não for proposta no prazo de 3 (três) meses da deliberação da assembleia-geral.
§ 4º Se a assembleia deliberar não promover a ação, poderá ela
ser proposta por acionistas que representem 5% (cinco por cento),
pelo menos, do capital social.
Didatismo e Conhecimento
117
ConheCimentos banCáRios
§ 1º Os órgãos de administração são obrigados, através de
comunicação por escrito, a colocar à disposição dos membros em
exercício do conselho fiscal, dentro de 10 (dez) dias, cópias das atas
de suas reuniões e, dentro de 15 (quinze) dias do seu recebimento,
cópias dos balancetes e demais demonstrações financeiras elaboradas periodicamente e, quando houver, dos relatórios de execução de
orçamentos.
§ 2o O conselho fiscal, a pedido de qualquer dos seus membros,
solicitará aos órgãos de administração esclarecimentos ou informações, desde que relativas à sua função fiscalizadora, assim como a
elaboração de demonstrações financeiras ou contábeis especiais.
§ 3° Os membros do conselho fiscal assistirão às reuniões do
conselho de administração, se houver, ou da diretoria, em que se
deliberar sobre os assuntos em que devam opinar (ns. II, III e VII).
§ 4º Se a companhia tiver auditores independentes, o conselho
fiscal, a pedido de qualquer de seus membros, poderá solicitar-lhes
esclarecimentos ou informações, e a apuração de fatos específicos.
§ 5º Se a companhia não tiver auditores independentes, o conselho fiscal poderá, para melhor desempenho das suas funções,
escolher contador ou firma de auditoria e fixar-lhes os honorários,
dentro de níveis razoáveis, vigentes na praça e compatíveis com a
dimensão econômica da companhia, os quais serão pagos por esta.
§ 6º O conselho fiscal deverá fornecer ao acionista, ou grupo
de acionistas que representem, no mínimo 5% (cinco por cento) do
capital social, sempre que solicitadas, informações sobre matérias
de sua competência.
§ 7º As atribuições e poderes conferidos pela lei ao conselho
fiscal não podem ser outorgados a outro órgão da companhia.
§ 8º O conselho fiscal poderá, para apurar fato cujo esclarecimento seja necessário ao desempenho de suas funções, formular,
com justificativa, questões a serem respondidas por perito e solicitar
à diretoria que indique, para esse fim, no prazo máximo de trinta
dias, três peritos, que podem ser pessoas físicas ou jurídicas, de notório conhecimento na área em questão, entre os quais o conselho
fiscal escolherá um, cujos honorários serão pagos pela companhia.
Requisitos, Impedimentos e Remuneração
Art. 162. Somente podem ser eleitos para o conselho fiscal
pessoas naturais, residentes no País, diplomadas em curso de nível
universitário, ou que tenham exercido por prazo mínimo de 3 (três)
anos, cargo de administrador de empresa ou de conselheiro fiscal.
§ 1º Nas localidades em que não houver pessoas habilitadas,
em número suficiente, para o exercício da função, caberá ao juiz
dispensar a companhia da satisfação dos requisitos estabelecidos
neste artigo.
§ 2º Não podem ser eleitos para o conselho fiscal, além das
pessoas enumeradas nos parágrafos do artigo 147, membros de órgãos de administração e empregados da companhia ou de sociedade
controlada ou do mesmo grupo, e o cônjuge ou parente, até terceiro
grau, de administrador da companhia.
§ 3º A remuneração dos membros do conselho fiscal, além do
reembolso, obrigatório, das despesas de locomoção e estada necessárias ao desempenho da função, será fixada pela assembleia-geral
que os eleger, e não poderá ser inferior, para cada membro em exercício, a dez por cento da que, em média, for atribuída a cada diretor,
não computados benefícios, verbas de representação e participação
nos lucros.
Competência
Art. 163. Compete ao conselho fiscal:
I - fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos administradores e verificar o cumprimento dos seus deveres legais e
estatutários;
II - opinar sobre o relatório anual da administração, fazendo
constar do seu parecer as informações complementares que julgar
necessárias ou úteis à deliberação da assembleia-geral;
III - opinar sobre as propostas dos órgãos da administração, a
serem submetidas à assembleia-geral, relativas a modificação do capital social, emissão de debêntures ou bônus de subscrição, planos
de investimento ou orçamentos de capital, distribuição de dividendos, transformação, incorporação, fusão ou cisão;
(Vide Lei nº
12.838, de 2013)
IV - denunciar, por qualquer de seus membros, aos órgãos de
administração e, se estes não tomarem as providências necessárias
para a proteção dos interesses da companhia, à assembleia-geral, os
erros, fraudes ou crimes que descobrirem, e sugerir providências
úteis à companhia;
V - convocar a assembleia-geral ordinária, se os órgãos da administração retardarem por mais de 1 (um) mês essa convocação, e
a extraordinária, sempre que ocorrerem motivos graves ou urgentes,
incluindo na agenda das assembleias as matérias que considerarem
necessárias;
VI - analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais
demonstrações financeiras elaboradas periodicamente pela companhia;
VII - examinar as demonstrações financeiras do exercício social
e sobre elas opinar;
VIII - exercer essas atribuições, durante a liquidação, tendo em
vista as disposições especiais que a regulam.
Didatismo e Conhecimento
Pareceres e Representações
Art. 164. Os membros do conselho fiscal, ou ao menos um deles, deverão comparecer às reuniões da assembleia-geral e responder aos pedidos de informações formulados pelos acionistas.
Parágrafo único. Os pareceres e representações do conselho fiscal, ou de qualquer um de seus membros, poderão ser apresentados e
lidos na assembleia-geral, independentemente de publicação e ainda
que a matéria não conste da ordem do dia.
Deveres e Responsabilidades
Art. 165. Os membros do conselho fiscal têm os mesmos deveres dos administradores de que tratam os arts. 153 a 156 e respondem pelos danos resultantes de omissão no cumprimento de seus
deveres e de atos praticados com culpa ou dolo, ou com violação da
lei ou do estatuto.
118
ConheCimentos banCáRios
§ 1o Os membros do conselho fiscal deverão exercer suas funções no exclusivo interesse da companhia; considerar-se-á abusivo
o exercício da função com o fim de causar dano à companhia, ou
aos seus acionistas ou administradores, ou de obter, para si ou para
outrem, vantagem a que não faz jus e de que resulte, ou possa resultar, prejuízo para a companhia, seus acionistas ou administradores.
§ 2o O membro do conselho fiscal não é responsável pelos atos
ilícitos de outros membros, salvo se com eles foi conivente, ou se
concorrer para a prática do ato.
§ 3o A responsabilidade dos membros do conselho fiscal por
omissão no cumprimento de seus deveres é solidária, mas dela se
exime o membro dissidente que fizer consignar sua divergência em
ata da reunião do órgão e a comunicar aos órgãos da administração
e à assembleia-geral.
Correção Monetária Anual
Art. 167. A reserva de capital constituída por ocasião do balanço de encerramento do exercício social e resultante da correção monetária do capital realizado (artigo 182, § 2º) será capitalizada por
deliberação da assembleia-geral ordinária que aprovar o balanço.
§ 1º Na companhia aberta, a capitalização prevista neste artigo
será feita sem modificação do número de ações emitidas e com aumento do valor nominal das ações, se for o caso.
§ 2º A companhia poderá deixar de capitalizar o saldo da reserva correspondente às frações de centavo do valor nominal das ações,
ou, se não tiverem valor nominal, à fração inferior a 1% (um por
cento) do capital social.
§ 3º Se a companhia tiver ações com e sem valor nominal, a
correção do capital correspondente às ações com valor nominal será
feita separadamente, sendo a reserva resultante capitalizada em benefício dessas ações.
Art. 165-A. Os membros do conselho fiscal da companhia aberta deverão informar imediatamente as modificações em suas posições acionárias na companhia à Comissão de Valores Mobiliários e
às Bolsas de Valores ou entidades do mercado de balcão organizado
nas quais os valores mobiliários de emissão da companhia estejam
admitidos à negociação, nas condições e na forma determinadas pela
Comissão de Valores Mobiliários.
Capital Autorizado
Art. 168. O estatuto pode conter autorização para aumento do
capital social independentemente de reforma estatutária.
§ 1º A autorização deverá especificar:
a) o limite de aumento, em valor do capital ou em número de
ações, e as espécies e classes das ações que poderão ser emitidas;
b) o órgão competente para deliberar sobre as emissões, que
poderá ser a assembleia-geral ou o conselho de administração;
c) as condições a que estiverem sujeitas as emissões;
d) os casos ou as condições em que os acionistas terão direito de
preferência para subscrição, ou de inexistência desse direito (artigo
172).
§ 2º O limite de autorização, quando fixado em valor do capital
social, será anualmente corrigido pela assembleia-geral ordinária,
com base nos mesmos índices adotados na correção do capital social.
§ 3º O estatuto pode prever que a companhia, dentro do limite
de capital autorizado, e de acordo com plano aprovado pela assembleia-geral, outorgue opção de compra de ações a seus administradores ou empregados, ou a pessoas naturais que prestem serviços à
companhia ou a sociedade sob seu controle.
CAPÍTULO XIV
Modificação do Capital Social
SEÇÃO I
Aumento
Competência
Art. 166. O capital social pode ser aumentado:
I - por deliberação da assembleia-geral ordinária, para correção
da expressão monetária do seu valor (artigo 167);
II - por deliberação da assembleia-geral ou do conselho de
administração, observado o que a respeito dispuser o estatuto, nos
casos de emissão de ações dentro do limite autorizado no estatuto
(artigo 168);
III - por conversão, em ações, de debêntures ou parte beneficiárias e pelo exercício de direitos conferidos por bônus de subscrição,
ou de opção de compra de ações; (Vide Lei nº 12.838, de 2013)
Capitalização de Lucros e Reservas
IV - por deliberação da assembleia-geral extraordinária convocada para decidir sobre reforma do estatuto social, no caso de inexistir autorização de aumento, ou de estar a mesma esgotada.
Art. 169. O aumento mediante capitalização de lucros ou de reservas importará alteração do valor nominal das ações ou distribuições das ações novas, correspondentes ao aumento, entre acionistas,
na proporção do número de ações que possuírem.
§ 1º Na companhia com ações sem valor nominal, a capitalização de lucros ou de reservas poderá ser efetivada sem modificação
do número de ações.
§ 2º Às ações distribuídas de acordo com este artigo se estenderão, salvo cláusula em contrário dos instrumentos que os tenham
constituído, o usufruto, o fideicomisso, a inalienabilidade e a incomunicabilidade que porventura gravarem as ações de que elas forem
derivadas.
§ 1º Dentro dos 30 (trinta) dias subsequentes à efetivação do
aumento, a companhia requererá ao registro do comércio a sua averbação, nos casos dos números I a III, ou o arquivamento da ata da
assembleia de reforma do estatuto, no caso do número IV. (Vide
Lei nº 12.838, de 2013)
§ 2º O conselho fiscal, se em funcionamento, deverá, salvo nos
casos do número III, ser obrigatoriamente ouvido antes da deliberação sobre o aumento de capital. (Vide Lei nº 12.838, de 2013)
Didatismo e Conhecimento
119
ConheCimentos banCáRios
b) se as ações emitidas forem de espécies e classes existentes,
mas importarem alteração das respectivas proporções no capital
social, a preferência será exercida sobre ações de espécies e classes idênticas às de que forem possuidores os acionistas, somente
se estendendo às demais se aquelas forem insuficientes para lhes
assegurar, no capital aumentado, a mesma proporção que tinham no
capital antes do aumento;
c) se houver emissão de ações de espécie ou classe diversa das
existentes, cada acionista exercerá a preferência, na proporção do
número de ações que possuir, sobre ações de todas as espécies e
classes do aumento.
§ 2º No aumento mediante capitalização de créditos ou subscrição em bens, será sempre assegurado aos acionistas o direito de
preferência e, se for o caso, as importâncias por eles pagas serão
entregues ao titular do crédito a ser capitalizado ou do bem a ser
incorporado.
§ 3º Os acionistas terão direito de preferência para subscrição
das emissões de debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e partes beneficiárias conversíveis em ações emitidas para
alienação onerosa; mas na conversão desses títulos em ações, ou
na outorga e no exercício de opção de compra de ações, não haverá
direito de preferência.
§ 4º O estatuto ou a assembleia-geral fixará prazo de decadência, não inferior a 30 (trinta) dias, para o exercício do direito de
preferência.
§ 5º No usufruto e no fideicomisso, o direito de preferência,
quando não exercido pelo acionista até 10 (dez) dias antes do vencimento do prazo, poderá sê-lo pelo usufrutuário ou fideicomissário.
§ 6º O acionista poderá ceder seu direito de preferência.
§ 7º Na companhia aberta, o órgão que deliberar sobre a emissão mediante subscrição particular deverá dispor sobre as sobras de
valores mobiliários não subscritos, podendo:
a) mandar vendê-las em bolsa, em benefício da companhia; ou
b) rateá-las, na proporção dos valores subscritos, entre os acionistas que tiverem pedido, no boletim ou lista de subscrição, reserva
de sobras; nesse caso, a condição constará dos boletins e listas de
subscrição e o saldo não rateado será vendido em bolsa, nos termos
da alínea anterior.
§ 8° Na companhia fechada, será obrigatório o rateio previsto
na alínea b do § 7º, podendo o saldo, se houver, ser subscrito por
terceiros, de acordo com os critérios estabelecidos pela assembleia-geral ou pelos órgãos da administração.
§ 3º As ações que não puderem ser atribuídas por inteiro a cada
acionista serão vendidas em bolsa, dividindo-se o produto da venda, proporcionalmente, pelos titulares das frações; antes da venda, a
companhia fixará prazo não inferior a 30 (trinta) dias, durante o qual
os acionistas poderão transferir as frações de ação.
Aumento Mediante Subscrição de Ações
Art. 170. Depois de realizados 3/4 (três quartos), no mínimo, do
capital social, a companhia pode aumentá-lo mediante subscrição
pública ou particular de ações.
§ 1º O preço de emissão deverá ser fixado, sem diluição injustificada da participação dos antigos acionistas, ainda que tenham
direito de preferência para subscrevê-las, tendo em vista, alternativa
ou conjuntamente:
I - a perspectiva de rentabilidade da companhia;
II - o valor do patrimônio líquido da ação;
III - a cotação de suas ações em Bolsa de Valores ou no mercado de balcão organizado, admitido ágio ou deságio em função das
condições do mercado.
§ 2º A assembleia-geral, quando for de sua competência deliberar sobre o aumento, poderá delegar ao conselho de administração a fixação do preço de emissão de ações a serem distribuídas no
mercado.
§ 3º A subscrição de ações para realização em bens será sempre
procedida com observância do disposto no artigo 8º, e a ela se aplicará o disposto nos §§ 2º e 3º do artigo 98.
§ 4º As entradas e as prestações da realização das ações poderão ser recebidas pela companhia independentemente de depósito
bancário.
§ 5º No aumento de capital observar-se-á, se mediante subscrição pública, o disposto no artigo 82, e se mediante subscrição particular, o que a respeito for deliberado pela assembleia-geral ou pelo
conselho de administração, conforme dispuser o estatuto.
§ 6º Ao aumento de capital aplica-se, no que couber, o disposto
sobre a constituição da companhia, exceto na parte final do § 2º do
artigo 82.
§ 7º A proposta de aumento do capital deverá esclarecer qual o
critério adotado, nos termos do § 1º deste artigo, justificando pormenorizadamente os aspectos econômicos que determinaram a sua
escolha.
Direito de Preferência
Exclusão do Direito de Preferência
Art. 171. Na proporção do número de ações que possuírem, os
acionistas terão preferência para a subscrição do aumento de capital.
(Vide Lei nº 12.838, de 2013)
§ 1º Se o capital for dividido em ações de diversas espécies ou
classes e o aumento for feito por emissão de mais de uma espécie ou
classe, observar-se-ão as seguintes normas:
a) no caso de aumento, na mesma proporção, do número de
ações de todas as espécies e classes existentes, cada acionista exercerá o direito de preferência sobre ações idênticas às de que for possuidor;
Didatismo e Conhecimento
Art. 172. O estatuto da companhia aberta que contiver autorização para o aumento do capital pode prever a emissão, sem direito de
preferência para os antigos acionistas, ou com redução do prazo de
que trata o § 4o do art. 171, de ações e debêntures conversíveis em
ações, ou bônus de subscrição, cuja colocação seja feita mediante:
(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) (Vide Lei nº 12.838,
de 2013)
I - venda em bolsa de valores ou subscrição pública; ou
II - permuta por ações, em oferta pública de aquisição de controle, nos termos dos arts. 257 e 263.
120
ConheCimentos banCáRios
Parágrafo único. O estatuto da companhia, ainda que fechada,
pode excluir o direito de preferência para subscrição de ações nos
termos de lei especial sobre incentivos fiscais.
SEÇÃO II
Demonstrações Financeiras
Disposições Gerais
SEÇÃO II
Redução
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a
situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no
exercício:
I - balanço patrimonial;
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III - demonstração do resultado do exercício; e
IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela
Lei nº 11.638,de 2007)
V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
§ 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com
a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior.
§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser
agrupadas; os pequenos saldos poderão ser agregados, desde que
indicada a sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor
do respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações genéricas, como «diversas contas» ou «contas-correntes».
§ 3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos
lucros segundo a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de sua aprovação pela assembleia-geral.
§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis
necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício.
§ 5o As notas explicativas devem: (Redação dada pela Lei nº
11.941, de 2009)
I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos; (Incluído
pela Lei nº 11.941, de 2009)
II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis
adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra
parte das demonstrações financeiras; (Incluído pela Lei nº 11.941,
de 2009)
III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias
demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma
apresentação adequada; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
IV – indicar: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou
riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de
elementos do ativo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes
(art. 247, parágrafo único); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas
avaliações (art. 182, § 3o ); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
Art. 173. A assembleia-geral poderá deliberar a redução do capital social se houver perda, até o montante dos prejuízos acumulados, ou se julgá-lo excessivo.
§ 1º A proposta de redução do capital social, quando de iniciativa dos administradores, não poderá ser submetida à deliberação da
assembleia-geral sem o parecer do conselho fiscal, se em funcionamento.
§ 2º A partir da deliberação de redução ficarão suspensos os
direitos correspondentes às ações cujos certificados tenham sido
emitidos, até que sejam apresentados à companhia para substituição.
Oposição dos Credores
Art. 174. Ressalvado o disposto nos artigos 45 e 107, a redução
do capital social com restituição aos acionistas de parte do valor das
ações, ou pela diminuição do valor destas, quando não integralizadas, à importância das entradas, só se tornará efetiva 60 (sessenta)
dias após a publicação da ata da assembleia-geral que a tiver deliberado.
§ 1º Durante o prazo previsto neste artigo, os credores quirografários por títulos anteriores à data da publicação da ata poderão,
mediante notificação, de que se dará ciência ao registro do comércio
da sede da companhia, opor-se à redução do capital; decairão desse
direito os credores que o não exercerem dentro do prazo.
§ 2º Findo o prazo, a ata da assembleia-geral que houver deliberado à redução poderá ser arquivada se não tiver havido oposição
ou, se tiver havido oposição de algum credor, desde que feita a prova
do pagamento do seu crédito ou do depósito judicial da importância
respectiva.
§ 3º Se houver em circulação debêntures emitidas pela companhia, a redução do capital, nos casos previstos neste artigo, não
poderá ser efetivada sem prévia aprovação pela maioria dos debenturistas, reunidos em assembleia especial.
CAPÍTULO XV
Exercício Social e Demonstrações Financeiras
SEÇÃO I
Exercício Social
Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data
do término será fixada no estatuto.
Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de
alteração estatutária o exercício social poderá ter duração diversa.
Didatismo e Conhecimento
121
ConheCimentos banCáRios
§ 6o As companhias fechadas poderão optar por observar as
normas sobre demonstrações financeiras expedidas pela Comissão
de Valores Mobiliários para as companhias abertas. (Incluído pela
Lei nº 11.638,de 2007)
§ 7o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou
contingentes; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das
obrigações a longo prazo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
f) o número, espécies e classes das ações do capital social; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no
exercício; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e (Incluído
pela Lei nº 11.941, de 2009)
i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício
que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação
financeira e os resultados futuros da companhia. (Incluído pela Lei
nº 11.941, de 2009)
§ 6o A companhia fechada com patrimônio líquido, na data do
balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será
obrigada à elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de
caixa. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
§ 7o A Comissão de Valores Mobiliários poderá, a seu critério,
disciplinar de forma diversa o registro de que trata o § 3o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
SEÇÃO III
Balanço Patrimonial
Grupo de Contas
Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os
elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.
§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente
de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes
grupos:
I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo
prazo, investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei nº
11.941, de 2009)
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:
I – passivo circulante; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
II – passivo não circulante; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de
2009)
III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de
capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações
em tesouraria e prejuízos acumulados. (Incluído pela Lei nº 11.941,
de 2009)
§ 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver
direito de compensar serão classificados separadamente.
Escrituração
Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente
aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes
no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de
competência.
§ 1º As demonstrações financeiras do exercício em que houver
modificação de métodos ou critérios contábeis, de efeitos relevantes,
deverão indicá-la em nota e ressaltar esses efeitos.
§ 2o A companhia observará exclusivamente em livros ou registros auxiliares, sem qualquer modificação da escrituração mercantil
e das demonstrações reguladas nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de legislação especial sobre a atividade que constitui seu
objeto, que prescrevam, conduzam ou incentivem a utilização de
métodos ou critérios contábeis diferentes ou determinem registros,
lançamentos ou ajustes ou a elaboração de outras demonstrações financeiras. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009
I – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
II – (revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
§ 3o As demonstrações financeiras das companhias abertas
observarão, ainda, as normas expedidas pela Comissão de Valores
Mobiliários e serão obrigatoriamente submetidas a auditoria por auditores independentes nela registrados. (Redação dada pela Lei nº
11.941, de 2009)
§ 4º As demonstrações financeiras serão assinadas pelos administradores e por contabilistas legalmente habilitados.
§ 5o As normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários a que se refere o § 3o deste artigo deverão ser elaboradas em
consonância com os padrões internacionais de contabilidade adotados nos principais mercados de valores mobiliários. (Incluído pela
Lei nº 11.638,de 2007)
Didatismo e Conhecimento
Ativo
Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte;
II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis
após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de
vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou
controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no
lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia;
III - em investimentos: as participações permanentes em outras
sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no
ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da
companhia ou da empresa;
IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto
bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os
decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios,
riscos e controle desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de
2007)
122
ConheCimentos banCáRios
I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo
circulante ou no realizável a longo prazo: (Redação dada pela Lei
nº 11.638,de 2007)
a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas
à negociação ou disponíveis para venda; e (Redação dada pela Lei
nº 11.941, de 2009)
b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor
provável de realização, quando este for inferior, no caso das demais
aplicações e os direitos e títulos de crédito; (Incluída pela Lei nº
11.638,de 2007)
II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos
do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos
em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou
produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado,
quando este for inferior;
III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo
custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis
na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada
como permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas;
IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido
de provisão para atender às perdas prováveis na realização do seu
valor, ou para redução do custo de aquisição ao valor de mercado,
quando este for inferior;
V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão;
VI – (revogado);
VII – os direitos classificados no intangível, pelo custo incorrido na aquisição deduzido do saldo da respectiva conta de amortização; (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. (Incluído pela Lei nº 11.638,de
2007)
§ 1o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor
justo: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço
pelo qual possam ser repostos, mediante compra no mercado;
b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de
realização mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a margem de lucro;
c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a terceiros.
d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em
um mercado ativo, decorrente de transação não compulsória realizada entre partes independentes; e, na ausência de um mercado ativo
para um determinado instrumento financeiro: (Incluída pela Lei nº
11.638,de 2007)
1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e risco
similares; (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
V – (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com
essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. (Incluído
pela Lei nº 11.638,de 2007)
Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da
empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação
no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo.
Passivo Exigível
Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem vencimento em prazo
maior, observado o disposto no parágrafo único do art. 179 desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
Resultados de Exercícios Futuros
Art. 181. (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
Patrimônio Líquido
Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante
subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.
§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que
registrarem:
a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor
nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal
que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social,
inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes
beneficiárias;
b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de
subscrição;
c) (revogada); (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007)
d) (revogada). (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007)
§ 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da
correção monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado.
§ 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial,
enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência
ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em
decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta
Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177 desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
§ 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia.
§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço
como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem
dos recursos aplicados na sua aquisição.
Critérios de Avaliação do Ativo
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados
segundo os seguintes critérios:
Didatismo e Conhecimento
123
ConheCimentos banCáRios
2) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
3) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos
de precificação de instrumentos financeiros. (Incluído pela Lei nº
11.638,de 2007)
§ 2o A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada periodicamente nas contas de: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de
utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência;
b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração
limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou
contratualmente limitado;
c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente
da sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais
ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.
§ 3o A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado e no intangível, a fim de que sejam: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de
2009)
I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando
houver decisão de interromper os empreendimentos ou atividades a
que se destinavam ou quando comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para recuperação desse valor; ou (Incluído
pela Lei nº 11.638,de 2007)
II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo da depreciação,
exaustão e amortização. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
§ 4° Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda
poderão ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mercantil aceito pela técnica contábil.
Critérios de Avaliação em Operações Societárias
(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
Art. 184-A. A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá,
com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177 desta Lei,
normas especiais de avaliação e contabilização aplicáveis à aquisição de controle, participações societárias ou negócios. (Incluído
pela Lei nº 11.941, de 2009)
Correção Monetária
Art. 185. (Revogado pela Lei nº 7.730, de 1989)
SEÇÃO IV
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados
Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados
discriminará:
I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial;
II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
III - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos
lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período.
§ 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados
apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou
da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e
que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes.
§ 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá
indicar o montante do dividendo por ação do capital social e poderá
ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido,
se elaborada e publicada pela companhia.
SEÇÃO V
Demonstração do Resultado do Exercício
Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:
I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas,
os abatimentos e os impostos;
II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;
III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras
despesas operacionais;
IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a
provisão para o imposto;
VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de
empregados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada
pela Lei nº 11.941, de 2009)
VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante
por ação do capital social.
Critérios de Avaliação do Passivo
Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados
de acordo com os seguintes critérios:
I - as obrigações, encargos e riscos, conhecidos ou calculáveis,
inclusive Imposto sobre a Renda a pagar com base no resultado do
exercício, serão computados pelo valor atualizado até a data do balanço;
II - as obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial, serão convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do balanço;
III – as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante serão ajustados ao seu valor presente, sendo os
demais ajustados quando houver efeito relevante. (Redação dada
pela Lei nº 11.941, de 2009)
Didatismo e Conhecimento
124
ConheCimentos banCáRios
§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos,
correspondentes a essas receitas e rendimentos.
§ 2o (Revogado). (Revogado pela Lei nº 11.638,de 2007)
Lucro Líquido
Art. 191. Lucro líquido do exercício é o resultado do exercício
que remanescer depois de deduzidas as participações de que trata o
artigo 190.
Proposta de Destinação do Lucro
SEÇÃO VI
Demonstrações dos Fluxos de Caixa e do Valor Adicionado
(Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
Art. 192. Juntamente com as demonstrações financeiras do
exercício, os órgãos da administração da companhia apresentarão
à assembleia-geral ordinária, observado o disposto nos artigos 193
a 203 e no estatuto, proposta sobre a destinação a ser dada ao lucro
líquido do exercício.
Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 desta Lei indicarão, no mínimo: (Redação dada pela
Lei nº 11.638,de 2007)
I – demonstração dos fluxos de caixa – as alterações ocorridas,
durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) fluxos: (Redação
dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
a) das operações; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
b) dos financiamentos; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de
2007)
c) dos investimentos; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de
2007)
II – demonstração do valor adicionado – o valor da riqueza
gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos que
contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados,
financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da
riqueza não distribuída. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
III - (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
IV - (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
SEÇÃO II
Reservas e Retenção de Lucros
Reserva Legal
Art. 193. Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento)
serão aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição
da reserva legal, que não excederá de 20% (vinte por cento) do capital social.
§ 1º A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no
exercício em que o saldo dessa reserva, acrescido do montante das
reservas de capital de que trata o § 1º do artigo 182, exceder de 30%
(trinta por cento) do capital social.
§ 2º A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do capital social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos
ou aumentar o capital.
CAPÍTULO XVI
Lucro, Reservas e Dividendos
Reservas Estatutárias
Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada
uma:
I - indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade;
II - fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros
líquidos que serão destinados à sua constituição; e
III - estabeleça o limite máximo da reserva.
SEÇÃO I
Lucro
Dedução de Prejuízos e Imposto sobre a Renda
Art. 189. Do resultado do exercício serão deduzidos, antes de
qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o
Imposto sobre a Renda.
Parágrafo único. o prejuízo do exercício será obrigatoriamente
absorvido pelos lucros acumulados, pelas reservas de lucros e pela
reserva legal, nessa ordem.
Reservas para Contingências
Art. 195. A assembléia-geral poderá, por proposta dos órgãos da
administração, destinar parte do lucro líquido à formação de reserva
com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição
do lucro decorrente de perda julgada provável, cujo valor possa ser
estimado.
§ 1º A proposta dos órgãos da administração deverá indicar a
causa da perda prevista e justificar, com as razões de prudência que
a recomendem, a constituição da reserva.
§ 2º A reserva será revertida no exercício em que deixarem de
existir as razões que justificaram a sua constituição ou em que ocorrer a perda.
Participações
Art. 190. As participações estatutárias de empregados, administradores e partes beneficiárias serão determinadas, sucessivamente
e nessa ordem, com base nos lucros que remanescerem depois de
deduzida a participação anteriormente calculada.
Parágrafo único. Aplica-se ao pagamento das participações dos
administradores e das partes beneficiárias o disposto nos parágrafos
do artigo 201.
Didatismo e Conhecimento
125
ConheCimentos banCáRios
Reserva de Incentivos Fiscais
(Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
Limite do Saldo das Reservas de Lucro
(Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
Art. 195-A. A assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais
a parcela do lucro líquido decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, que poderá ser excluída da base de
cálculo do dividendo obrigatório (inciso I do caput do art. 202 desta
Lei). (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
Art. 199. O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar, não poderá
ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite, a assembleia deliberará sobre aplicação do excesso na integralização ou no aumento
do capital social ou na distribuição de dividendos. (Redação dada
pela Lei nº 11.638,de 2007)
Reserva de Capital
Retenção de Lucros
Art. 200. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas
para:
I - absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros (artigo 189, parágrafo único);
II - resgate, reembolso ou compra de ações;
III - resgate de partes beneficiárias;
IV - incorporação ao capital social;
V - pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa
vantagem lhes for assegurada (artigo 17, § 5º).
Parágrafo único. A reserva constituída com o produto da venda
de partes beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos.
Art. 196. A assembleia-geral poderá, por proposta dos órgãos da
administração, deliberar reter parcela do lucro líquido do exercício
prevista em orçamento de capital por ela previamente aprovado.
§ 1º O orçamento, submetido pelos órgãos da administração
com a justificação da retenção de lucros proposta, deverá compreender todas as fontes de recursos e aplicações de capital, fixo ou
circulante, e poderá ter a duração de até 5 (cinco) exercícios, salvo
no caso de execução, por prazo maior, de projeto de investimento.
§ 2o O orçamento poderá ser aprovado pela assembleia-geral
ordinária que deliberar sobre o balanço do exercício e revisado anualmente, quando tiver duração superior a um exercício social.
SEÇÃO III
Dividendos
Reserva de Lucros a Realizar
Art. 197. No exercício em que o montante do dividendo obrigatório, calculado nos termos do estatuto ou do art. 202, ultrapassar
a parcela realizada do lucro líquido do exercício, a assembleia-geral
poderá, por proposta dos órgãos de administração, destinar o excesso à constituição de reserva de lucros a realizar.
§ 1o Para os efeitos deste artigo, considera-se realizada a parcela
do lucro líquido do exercício que exceder da soma dos seguintes
valores:
I - o resultado líquido positivo da equivalência patrimonial (art.
248); e
II – o lucro, rendimento ou ganho líquidos em operações ou
contabilização de ativo e passivo pelo valor de mercado, cujo prazo
de realização financeira ocorra após o término do exercício social
seguinte. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
§ 2o A reserva de lucros a realizar somente poderá ser utilizada
para pagamento do dividendo obrigatório e, para efeito do inciso
III do art. 202, serão considerados como integrantes da reserva os
lucros a realizar de cada exercício que forem os primeiros a serem
realizados em dinheiro.
Origem
Art. 201. A companhia somente pode pagar dividendos à conta
de lucro líquido do exercício, de lucros acumulados e de reserva de
lucros; e à conta de reserva de capital, no caso das ações preferenciais de que trata o § 5º do artigo 17.
§ 1º A distribuição de dividendos com inobservância do disposto neste artigo implica responsabilidade solidária dos administradores e fiscais, que deverão repor à caixa social a importância
distribuída, sem prejuízo da ação penal que no caso couber.
§ 2º Os acionistas não são obrigados a restituir os dividendos
que em boa-fé tenham recebido. Presume-se a má-fé quando os dividendos forem distribuídos sem o levantamento do balanço ou em
desacordo com os resultados deste.
Dividendo Obrigatório
Art. 202. Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como
dividendo obrigatório, em cada exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto ou, se este for omisso, a importância determinada de acordo com as seguintes normas: (Redação dada pela Lei nº
10.303, de 2001) (Vide Lei nº 12.838, de 2013)
I - metade do lucro líquido do exercício diminuído ou acrescido
dos seguintes valores:
a) importância destinada à constituição da reserva legal (art.
193); e
b) importância destinada à formação da reserva para contingências (art. 195) e reversão da mesma reserva formada em exercícios
anteriores;
Limite da Constituição de Reservas e Retenção de Lucros
Art. 198. A destinação dos lucros para constituição das reservas
de que trata o artigo 194 e a retenção nos termos do artigo 196 não
poderão ser aprovadas, em cada exercício, em prejuízo da distribuição do dividendo obrigatório (artigo 202).
Didatismo e Conhecimento
126
ConheCimentos banCáRios
§ 1º A companhia poderá, nos termos de disposição estatutária,
levantar balanço e distribuir dividendos em períodos menores, desde que o total dos dividendos pagos em cada semestre do exercício
social não exceda o montante das reservas de capital de que trata o
§ 1º do artigo 182.
§ 2º O estatuto poderá autorizar os órgãos de administração a
declarar dividendos intermediários, à conta de lucros acumulados
ou de reservas de lucros existentes no último balanço anual ou semestral.
II - o pagamento do dividendo determinado nos termos do inciso I poderá ser limitado ao montante do lucro líquido do exercício
que tiver sido realizado, desde que a diferença seja registrada como
reserva de lucros a realizar (art. 197);
III - os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando
realizados e se não tiverem sido absorvidos por prejuízos em exercícios subsequentes, deverão ser acrescidos ao primeiro dividendo
declarado após a realização.
§ 1º O estatuto poderá estabelecer o dividendo como porcentagem do lucro ou do capital social, ou fixar outros critérios para
determiná-lo, desde que sejam regulados com precisão e minúcia
e não sujeitem os acionistas minoritários ao arbítrio dos órgãos de
administração ou da maioria.
§ 2o Quando o estatuto for omisso e a assembleia-geral deliberar alterá-lo para introduzir norma sobre a matéria, o dividendo
obrigatório não poderá ser inferior a 25% (vinte e cinco por cento)
do lucro líquido ajustado nos termos do inciso I deste artigo.
§ 3o A assembleia-geral pode, desde que não haja oposição de
qualquer acionista presente, deliberar a distribuição de dividendo inferior ao obrigatório, nos termos deste artigo, ou a retenção de todo
o lucro líquido, nas seguintes sociedades:
I - companhias abertas exclusivamente para a captação de recursos por debêntures não conversíveis em ações;
II - companhias fechadas, exceto nas controladas por companhias abertas que não se enquadrem na condição prevista no inciso I.
§ 4º O dividendo previsto neste artigo não será obrigatório no
exercício social em que os órgãos da administração informarem à
assembleia-geral ordinária ser ele incompatível com a situação financeira da companhia. O conselho fiscal, se em funcionamento,
deverá dar parecer sobre essa informação e, na companhia aberta,
seus administradores encaminharão à Comissão de Valores Mobiliários, dentro de 5 (cinco) dias da realização da assembleia-geral,
exposição justificativa da informação transmitida à assembleia.
§ 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos do
§ 4º serão registrados como reserva especial e, se não absorvidos
por prejuízos em exercícios subsequentes, deverão ser pagos como
dividendo assim que o permitir a situação financeira da companhia.
§ 6o Os lucros não destinados nos termos dos arts. 193 a 197
deverão ser distribuídos como dividendos.
Pagamento de Dividendos
Art. 205. A companhia pagará o dividendo de ações nominativas à pessoa que, na data do ato de declaração do dividendo, estiver
inscrita como proprietária ou usufrutuária da ação.
§ 1º Os dividendos poderão ser pagos por cheque nominativo
remetido por via postal para o endereço comunicado pelo acionista
à companhia, ou mediante crédito em conta-corrente bancária aberta
em nome do acionista.
§ 2º Os dividendos das ações em custódia bancária ou em depósito nos termos dos artigos 41 e 43 serão pagos pela companhia
à instituição financeira depositária, que será responsável pela sua
entrega aos titulares das ações depositadas.
§ 3º O dividendo deverá ser pago, salvo deliberação em contrário da assembleia-geral, no prazo de 60 (sessenta) dias da data em
que for declarado e, em qualquer caso, dentro do exercício social.
CAPÍTULO XVII
Dissolução, Liquidação e Extinção
SEÇÃO I
Dissolução
Art. 206. Dissolve-se a companhia:
I - de pleno direito:
a) pelo término do prazo de duração;
b) nos casos previstos no estatuto;
c) por deliberação da assembleia-geral (art. 136, X);
d) pela existência de 1 (um) único acionista, verificada em
assembleia-geral ordinária, se o mínimo de 2 (dois) não for reconstituído até à do ano seguinte, ressalvado o disposto no artigo 251;
e) pela extinção, na forma da lei, da autorização para funcionar.
II - por decisão judicial:
a) quando anulada a sua constituição, em ação proposta por
qualquer acionista;
b) quando provado que não pode preencher o seu fim, em ação
proposta por acionistas que representem 5% (cinco por cento) ou
mais do capital social;
c) em caso de falência, na forma prevista na respectiva lei;
III - por decisão de autoridade administrativa competente, nos
casos e na forma previstos em lei especial.
Dividendos de Ações Preferenciais
Art. 203. O disposto nos artigos 194 a 197, e 202, não prejudicará o direito dos acionistas preferenciais de receber os dividendos
fixos ou mínimos a que tenham prioridade, inclusive os atrasados, se
cumulativos. (Vide Lei nº 12.838, de 2013)
Dividendos Intermediários
Art. 204. A companhia que, por força de lei ou de disposição
estatutária, levantar balanço semestral, poderá declarar, por deliberação dos órgãos de administração, se autorizados pelo estatuto, dividendo à conta do lucro apurado nesse balanço.
Didatismo e Conhecimento
Efeitos
Art. 207. A companhia dissolvida conserva a personalidade jurídica, até a extinção, com o fim de proceder à liquidação.
127
ConheCimentos banCáRios
Poderes do Liquidante
SEÇÃO II
Liquidação
Art. 211. Compete ao liquidante representar a companhia e praticar todos os atos necessários à liquidação, inclusive alienar bens
móveis ou imóveis, transigir, receber e dar quitação.
Parágrafo único. Sem expressa autorização da assembleia-geral
o liquidante não poderá gravar bens e contrair empréstimos, salvo
quando indispensáveis ao pagamento de obrigações inadiáveis, nem
prosseguir, ainda que para facilitar a liquidação, na atividade social.
Liquidação pelos Órgãos da Companhia
Art. 208. Silenciando o estatuto, compete à assembleia-geral,
nos casos do número I do artigo 206, determinar o modo de liquidação e nomear o liquidante e o conselho fiscal que devam funcionar
durante o período de liquidação.
§ 1º A companhia que tiver conselho de administração poderá
mantê-lo, competindo-lhe nomear o liquidante; o funcionamento do
conselho fiscal será permanente ou a pedido de acionistas, conforme
dispuser o estatuto.
§ 2º O liquidante poderá ser destituído, a qualquer tempo, pelo
órgão que o tiver nomeado.
Denominação da Companhia
Art. 212. Em todos os atos ou operações, o liquidante deverá
usar a denominação social seguida das palavras “em liquidação”.
Assembleia-Geral
Art. 213. O liquidante convocará a assembleia-geral cada 6
(seis) meses, para prestar-lhe contas dos atos e operações praticados
no semestre e apresentar-lhe o relatório e o balanço do estado da
liquidação; a assembleia-geral pode fixar, para essas prestações de
contas, períodos menores ou maiores que, em qualquer caso, não
serão inferiores a 3 (três) nem superiores a 12 (doze) meses.
§ 1º Nas assembleias-gerais da companhia em liquidação todas
as ações gozam de igual direito de voto, tornando-se ineficazes as
restrições ou limitações porventura existentes em relação às ações
ordinárias ou preferenciais; cessando o estado de liquidação, restaura-se a eficácia das restrições ou limitações relativas ao direito
de voto.
§ 2º No curso da liquidação judicial, as assembleias-gerais necessárias para deliberar sobre os interesses da liquidação serão convocadas por ordem do juiz, a quem compete presidi-las e resolver,
sumariamente, as dúvidas e litígios que forem suscitados. As atas
das assembleias-gerais serão, por cópias autênticas, apensadas ao
processo judicial.
Liquidação Judicial
Art. 209. Além dos casos previstos no número II do artigo 206,
a liquidação será processada judicialmente:
I - a pedido de qualquer acionista, se os administradores ou a
maioria de acionistas deixarem de promover a liquidação, ou a ela
se opuserem, nos casos do número I do artigo 206;
II - a requerimento do Ministério Público, à vista de comunicação da autoridade competente, se a companhia, nos 30 (trinta) dias
subsequentes à dissolução, não iniciar a liquidação ou, se após iniciá-la, a interromper por mais de 15 (quinze) dias, no caso da alínea
e do número I do artigo 301.
Parágrafo único. Na liquidação judicial será observado o disposto na lei processual, devendo o liquidante ser nomeado pelo Juiz.
Deveres do Liquidante
Art. 210. São deveres do liquidante:
I - arquivar e publicar a ata da assembleia-geral, ou certidão de
sentença, que tiver deliberado ou decidido a liquidação;
II - arrecadar os bens, livros e documentos da companhia, onde
quer que estejam;
III - fazer levantar de imediato, em prazo não superior ao fixado pela assembleia-geral ou pelo juiz, o balanço
patrimonial da
companhia;
IV - ultimar os negócios da companhia, realizar o ativo, pagar o
passivo, e partilhar o remanescente entre os acionistas;
V - exigir dos acionistas, quando o ativo não bastar para a solução do passivo, a integralização de suas ações;
VI - convocar a assembleia-geral, nos casos previstos em lei ou
quando julgar necessário;
VII - confessar a falência da companhia e pedir concordata, nos
casos previstos em lei;
VIII - finda a liquidação, submeter à assembleia-geral relatório
dos atos e operações da liquidação e suas contas finais;
IX - arquivar e publicar a ata da assembleia-geral que houver
encerrado a liquidação.
Didatismo e Conhecimento
Pagamento do Passivo
Art. 214. Respeitados os direitos dos credores preferenciais, o
liquidante pagará as dívidas sociais proporcionalmente e sem distinção entre vencidas e vincendas, mas, em relação a estas, com desconto às taxas bancárias.
Parágrafo único. Se o ativo for superior ao passivo, o liquidante poderá, sob sua responsabilidade pessoal, pagar integralmente as
dívidas vencidas.
Partilha do Ativo
Art. 215. A assembleia-geral pode deliberar que antes de ultimada a liquidação, e depois de pagos todos os credores, se façam
rateios entre os acionistas, à proporção que se forem apurando os
haveres sociais.
§ 1º É facultado à assembleia-geral aprovar, pelo voto de acionistas que representem 90% (noventa por cento), no mínimo, das
ações, depois de pagos ou garantidos os credores, condições especiais para a partilha do ativo remanescente, com a atribuição de bens
aos sócios, pelo valor contábil ou outro por ela fixado.
128
ConheCimentos banCáRios
§ 2º Provado pelo acionista dissidente (artigo 216, § 2º) que as
condições especiais de partilha visaram a favorecer a maioria, em
detrimento da parcela que lhe tocaria, se inexistissem tais condições,
será a partilha suspensa, se não consumada, ou, se já consumada, os
acionistas majoritários indenizarão os minoritários pelos prejuízos
apurados.
Deliberação
Art. 221. A transformação exige o consentimento unânime dos
sócios ou acionistas, salvo se prevista no estatuto ou no contrato
social, caso em que o sócio dissidente terá o direito de retirar-se da
sociedade.
Parágrafo único. Os sócios podem renunciar, no contrato social,
ao direito de retirada no caso de transformação em companhia.
Prestação de Contas
Direito dos Credores
Art. 216. Pago o passivo e rateado o ativo remanescente, o liquidante convocará a assembleia-geral para a prestação final das
contas.
§ 1º Aprovadas as contas, encerra-se a liquidação e a companhia se extingue.
§ 2º O acionista dissidente terá o prazo de 30 (trinta) dias, a
contar da publicação da ata, para promover a ação que lhe couber.
Art. 222. A transformação não prejudicará, em caso algum, os
direitos dos credores, que continuarão, até o pagamento integral dos
seus créditos, com as mesmas garantias que o tipo anterior de sociedade lhes oferecia.
Parágrafo único. A falência da sociedade transformada somente
produzirá efeitos em relação aos sócios que, no tipo anterior, a eles
estariam sujeitos, se o pedirem os titulares de créditos anteriores à
transformação, e somente a estes beneficiará.
Responsabilidade na Liquidação
Art. 217. O liquidante terá as mesmas responsabilidades do administrador, e os deveres e responsabilidades dos administradores,
fiscais e acionistas subsistirão até a extinção da companhia.
SEÇÃO II
Incorporação, Fusão e Cisão
Competência e Processo
Direito de Credor Não-Satisfeito
Art. 223. A incorporação, fusão ou cisão podem ser operadas
entre sociedades de tipos iguais ou diferentes e deverão ser deliberadas na forma prevista para a alteração dos respectivos estatutos ou
contratos sociais.
§ 1º Nas operações em que houver criação de sociedade serão
observadas as normas reguladoras da constituição das sociedades
do seu tipo.
§ 2º Os sócios ou acionistas das sociedades incorporadas, fundidas ou cindidas receberão, diretamente da companhia emissora, as
ações que lhes couberem.
§ 3º Se a incorporação, fusão ou cisão envolverem companhia
aberta, as sociedades que a sucederem serão também abertas, devendo obter o respectivo registro e, se for o caso, promover a admissão
de negociação das novas ações no mercado secundário, no prazo
máximo de cento e vinte dias, contados da data da assembleia-geral
que aprovou a operação, observando as normas pertinentes baixadas
pela Comissão de Valores Mobiliários.
§ 4º O descumprimento do previsto no parágrafo anterior dará
ao acionista direito de retirar-se da companhia, mediante reembolso
do valor das suas ações (art. 45), nos trinta dias seguintes ao término
do prazo nele referido, observado o disposto nos §§ 1º e 4º do art.
137.
Art. 218. Encerrada a liquidação, o credor não-satisfeito só terá
direito de exigir dos acionistas, individualmente, o pagamento de
seu crédito, até o limite da soma, por eles recebida, e de propor contra o liquidante, se for o caso, ação de perdas e danos. O acionista
executado terá direito de haver dos demais a parcela que lhes couber
no crédito pago.
SEÇÃO III
Extinção
Art. 219. Extingue-se a companhia:
I - pelo encerramento da liquidação;
II - pela incorporação ou fusão, e pela cisão com versão de todo
o patrimônio em outras sociedades.
CAPÍTULO XVIII
Transformação, Incorporação, Fusão e Cisão
SEÇÃO I
Transformação
Conceito e Forma
Protocolo
Art. 220. A transformação é a operação pela qual a sociedade
passa, independentemente de dissolução e liquidação, de um tipo
para outro.
Art. 224. As condições da incorporação, fusão ou cisão com incorporação em sociedade existente constarão de protocolo firmado
pelos órgãos de administração ou sócios das sociedades interessadas, que incluirá:
I - o número, espécie e classe das ações que serão atribuídas em
substituição dos direitos de sócios que se extinguirão e os critérios
utilizados para determinar as relações de substituição;
Parágrafo único. A transformação obedecerá aos preceitos que
regulam a constituição e o registro do tipo a ser adotado pela sociedade.
Didatismo e Conhecimento
129
ConheCimentos banCáRios
II - os elementos ativos e passivos que formarão cada parcela do
patrimônio, no caso de cisão;
III - os critérios de avaliação do patrimônio líquido, a data a que
será referida a avaliação, e o tratamento das variações patrimoniais
posteriores;
IV - a solução a ser adotada quanto às ações ou quotas do capital de uma das sociedades possuídas por outra;
V - o valor do capital das sociedades a serem criadas ou do
aumento ou redução do capital das sociedades que forem parte na
operação;
VI - o projeto ou projetos de estatuto, ou de alterações estatutárias, que deverão ser aprovados para efetivar a operação;
VII - todas as demais condições a que estiver sujeita a operação.
Parágrafo único. Os valores sujeitos a determinação serão indicados por estimativa.
Incorporação
Art. 227. A incorporação é a operação pela qual uma ou mais
sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os
direitos e obrigações.
§ 1º A assembleia-geral da companhia incorporadora, se aprovar o protocolo da operação, deverá autorizar o aumento de capital
a ser subscrito e realizado pela incorporada mediante versão do seu
patrimônio líquido, e nomear os peritos que o avaliarão.
§ 2º A sociedade que houver de ser incorporada, se aprovar o
protocolo da operação, autorizará seus administradores a praticarem
os atos necessários à incorporação, inclusive a subscrição do aumento de capital da incorporadora.
§ 3º Aprovados pela assembleia-geral da incorporadora o laudo
de avaliação e a incorporação, extingue-se a incorporada, competindo à primeira promover o arquivamento e a publicação dos atos da
incorporação.
Justificação
Fusão
Art. 225. As operações de incorporação, fusão e cisão serão
submetidas à deliberação da assembleia-geral das companhias interessadas mediante justificação, na qual serão expostos:
I - os motivos ou fins da operação, e o interesse da companhia
na sua realização;
II - as ações que os acionistas preferenciais receberão e as razões para a modificação dos seus direitos, se prevista;
III - a composição, após a operação, segundo espécies e classes
das ações, do capital das companhias que deverão emitir ações em
substituição às que se deverão extinguir;
IV - o valor de reembolso das ações a que terão direito os acionistas dissidentes.
Art. 228. A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais
sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos
os direitos e obrigações.
§ 1º A assembleia-geral de cada companhia, se aprovar o protocolo de fusão, deverá nomear os peritos que avaliarão os patrimônios líquidos das demais sociedades.
§ 2º Apresentados os laudos, os administradores convocarão os
sócios ou acionistas das sociedades para uma assembleia-geral, que
deles tomará conhecimento e resolverá sobre a constituição definitiva da nova sociedade, vedado aos sócios ou acionistas votar o laudo
de avaliação do patrimônio líquido da sociedade de que fazem parte.
§ 3º Constituída a nova companhia, incumbirá aos primeiros
administradores promover o arquivamento e a publicação dos atos
da fusão.
Transformação, Incorporação, Fusão e Cisão
(Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
Art. 226. As operações de incorporação, fusão e cisão somente
poderão ser efetivadas nas condições aprovadas se os peritos nomeados determinarem que o valor do patrimônio ou patrimônios líquidos a serem vertidos para a formação de capital social é, ao menos,
igual ao montante do capital a realizar.
§ 1º As ações ou quotas do capital da sociedade a ser incorporada que forem de propriedade da companhia incorporadora poderão, conforme dispuser o protocolo de incorporação, ser extintas, ou
substituídas por ações em tesouraria da incorporadora, até o limite
dos lucros acumulados e reservas, exceto a legal.
§ 2º O disposto no § 1º aplicar-se-á aos casos de fusão, quando
uma das sociedades fundidas for proprietária de ações ou quotas de
outra, e de cisão com incorporação, quando a companhia que incorporar parcela do patrimônio da cindida for proprietária de ações ou
quotas do capital desta.
§ 3o A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá normas
especiais de avaliação e contabilização aplicáveis às operações de
fusão, incorporação e cisão que envolvam companhia aberta. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
Didatismo e Conhecimento
Cisão
Art. 229. A cisão é a operação pela qual a companhia transfere
parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia
cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se
o seu capital, se parcial a versão.
§ 1º Sem prejuízo do disposto no artigo 233, a sociedade que
absorver parcela do patrimônio da companhia cindida sucede a esta
nos direitos e obrigações relacionados no ato da cisão; no caso de
cisão com extinção, as sociedades que absorverem parcelas do patrimônio da companhia cindida sucederão a esta, na proporção dos
patrimônios líquidos transferidos, nos direitos e obrigações não relacionados.
§ 2º Na cisão com versão de parcela do patrimônio em sociedade nova, a operação será deliberada pela assembleia-geral da companhia à vista de justificação que incluirá as informações de que tratam os números do artigo 224; a assembleia, se a aprovar, nomeará
os peritos que avaliarão a parcela do patrimônio a ser transferida,
e funcionará como assembleia de constituição da nova companhia.
130
ConheCimentos banCáRios
§ 3º A cisão com versão de parcela de patrimônio em sociedade já existente obedecerá às disposições sobre incorporação (artigo
227).
§ 4º Efetivada a cisão com extinção da companhia cindida, caberá aos administradores das sociedades que tiverem absorvido parcelas do seu patrimônio promover o arquivamento e publicação dos
atos da operação; na cisão com versão parcial do patrimônio, esse
dever caberá aos administradores da companhia cindida e da que
absorver parcela do seu patrimônio.
Direitos dos Credores na Cisão
Art. 233. Na cisão com extinção da companhia cindida, as sociedades que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão
solidariamente pelas obrigações da companhia extinta. A companhia
cindida que subsistir e as que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas obrigações da primeira anteriores à cisão.
Parágrafo único. O ato de cisão parcial poderá estipular que as
sociedades que absorverem parcelas do patrimônio da companhia
cindida serão responsáveis apenas pelas obrigações que lhes forem
transferidas, sem solidariedade entre si ou com a companhia cindida, mas, nesse caso, qualquer credor anterior poderá se opor à estipulação, em relação ao seu crédito, desde que notifique a sociedade
no prazo de 90 (noventa) dias a contar da data da publicação dos
atos da cisão.
§ 5º As ações integralizadas com parcelas de patrimônio da
companhia cindida serão atribuídas a seus titulares, em substituição
às extintas, na proporção das que possuíam; a atribuição em proporção diferente requer aprovação de todos os titulares, inclusive das
ações sem direito a voto.
Direito de Retirada
Averbação da Sucessão
Art. 230. Nos casos de incorporação ou fusão, o prazo para
exercício do direito de retirada, previsto no art. 137, inciso II, será
contado a partir da publicação da ata que aprovar o protocolo ou
justificação, mas o pagamento do preço de reembolso somente será
devido se a operação vier a efetivar-se.
Art. 234. A certidão, passada pelo registro do comércio, da incorporação, fusão ou cisão, é documento hábil para a averbação, nos
registros públicos competentes, da sucessão, decorrente da operação, em bens, direitos e obrigações.
Direitos dos Debenturistas
CAPÍTULO XIX
Sociedades de Economia Mista
Legislação Aplicável
Art. 231. A incorporação, fusão ou cisão da companhia emissora de debêntures em circulação dependerá da prévia aprovação dos
debenturistas, reunidos em assembleia especialmente convocada
com esse fim.
§ 1º Será dispensada a aprovação pela assembleia se for assegurado aos debenturistas que o desejarem, durante o prazo mínimo
de 6 (seis) meses a contar da data da publicação das atas das assembleias relativas à operação, o resgate das debêntures de que forem
titulares.
§ 2º No caso do § 1º, a sociedade cindida e as sociedades que
absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente
pelo resgate das debêntures.
Art. 235. As sociedades anônimas de economia mista estão sujeitas a esta Lei, sem prejuízo das disposições especiais de lei federal.
§ 1º As companhias abertas de economia mista estão também
sujeitas às normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários.
§ 2º As companhias de que participarem, majoritária ou minoritariamente, as sociedades de economia mista, estão sujeitas ao disposto nesta Lei, sem as exceções previstas neste Capítulo.
Constituição e Aquisição de Controle
Direitos dos Credores na Incorporação ou Fusão
Art. 236. A constituição de companhia de economia mista depende de prévia autorização legislativa.
Parágrafo único. Sempre que pessoa jurídica de direito público
adquirir, por desapropriação, o controle de companhia em funcionamento, os acionistas terão direito de pedir, dentro de 60 (sessenta) dias da publicação da primeira ata da assembleia-geral realizada
após a aquisição do controle, o reembolso das suas ações; salvo se a
companhia já se achava sob o controle, direto ou indireto, de outra
pessoa jurídica de direito público, ou no caso de concessionária de
serviço público.
Art. 232. Até 60 (sessenta) dias depois de publicados os atos
relativos à incorporação ou à fusão, o credor anterior por ela prejudicado poderá pleitear judicialmente a anulação da operação; findo o
prazo, decairá do direito o credor que não o tiver exercido.
§ 1º A consignação da importância em pagamento prejudicará
a anulação pleiteada.
§ 2º Sendo ilíquida a dívida, a sociedade poderá garantir-lhe a
execução, suspendendo-se o processo de anulação.
Objeto
§ 3º Ocorrendo, no prazo deste artigo, a falência da sociedade
incorporadora ou da sociedade nova, qualquer credor anterior terá o
direito de pedir a separação dos patrimônios, para o fim de serem os
créditos pagos pelos bens das respectivas massas.
Didatismo e Conhecimento
Art. 237. A companhia de economia mista somente poderá explorar os empreendimentos ou exercer as atividades previstas na lei
que autorizou a sua constituição.
131
ConheCimentos banCáRios
§ 1º A companhia de economia mista somente poderá participar
de outras sociedades quando autorizada por lei no exercício de opção legal para aplicar Imposto sobre a Renda ou investimentos para
o desenvolvimento regional ou setorial.
§ 2º As instituições financeiras de economia mista poderão participar de outras sociedades, observadas as normas estabelecidas
pelo Banco Central do Brasil.
§ 3º A companhia aberta divulgará as informações adicionais,
sobre coligadas e controladas, que forem exigidas pela Comissão de
Valores Mobiliários.
§ 4º Considera-se que há influência significativa quando a investidora detém ou exerce o poder de participar nas decisões das políticas financeira ou operacional da investida, sem controlá-la. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
§ 5o É presumida influência significativa quando a investidora
for titular de 20% (vinte por cento) ou mais do capital votante da
investida, sem controlá-la. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
Acionista Controlador
Art. 238. A pessoa jurídica que controla a companhia de economia mista tem os deveres e responsabilidades do acionista controlador (artigos 116 e 117), mas poderá orientar as atividades da
companhia de modo a atender ao interesse público que justificou a
sua criação.
SEÇÃO II
Participação Recíproca
Art. 244. É vedada a participação recíproca entre a companhia
e suas coligadas ou controladas.
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica ao caso em que ao
menos uma das sociedades participa de outra com observância das
condições em que a lei autoriza a aquisição das próprias ações (artigo 30, § 1º, alínea b).
§ 2º As ações do capital da controladora, de propriedade da controlada, terão suspenso o direito de voto.
§ 3º O disposto no § 2º do artigo 30, aplica-se à aquisição de
ações da companhia aberta por suas coligadas e controladas.
§ 4º No caso do § 1º, a sociedade deverá alienar, dentro de 6
(seis) meses, as ações ou quotas que excederem do valor dos lucros
ou reservas, sempre que esses sofrerem redução.
§ 5º A participação recíproca, quando ocorrer em virtude de
incorporação, fusão ou cisão, ou da aquisição, pela companhia, do
controle de sociedade, deverá ser mencionada nos relatórios e demonstrações financeiras de ambas as sociedades, e será eliminada
no prazo máximo de 1 (um) ano; no caso de coligadas, salvo acordo
em contrário, deverão ser alienadas as ações ou quotas de aquisição
mais recente ou, se da mesma data, que representem menor porcentagem do capital social.
§ 6º A aquisição de ações ou quotas de que resulte participação
recíproca com violação ao disposto neste artigo importa responsabilidade civil solidária dos administradores da sociedade, equiparando-se, para efeitos penais, à compra ilegal das próprias ações.
Administração
Art. 239. As companhias de economia mista terão obrigatoriamente Conselho de Administração, assegurado à minoria o direito
de eleger um dos conselheiros, se maior número não lhes couber
pelo processo de voto múltiplo.
Parágrafo único. Os deveres e responsabilidades dos administradores das companhias de economia mista são os mesmos dos administradores das companhias abertas.
Conselho Fiscal
Art. 240. O funcionamento do conselho fiscal será permanente
nas companhias de economia mista; um dos seus membros, e respectivo suplente, será eleito pelas ações ordinárias minoritárias e
outro pelas ações preferenciais, se houver.
Correção Monetária
Art. 241. (Revogado pelo Decreto-lei nº 2.287, de 1986)
Falência e Responsabilidade Subsidiária
Art. 242. (Revogado pela Lei nº 10.303, de 2001)
SEÇÃO III
Responsabilidade dos Administradores e das Sociedades
Controladoras
Administradores
CAPÍTULO XX
Sociedades Coligadas, Controladoras e Controladas
SEÇÃO I
Informações no Relatório da Administração
Art. 245. Os administradores não podem, em prejuízo da companhia, favorecer sociedade coligada, controladora ou controlada,
cumprindo-lhes zelar para que as operações entre as sociedades,
se houver, observem condições estritamente comutativas, ou com
pagamento compensatório adequado; e respondem perante a companhia pelas perdas e danos resultantes de atos praticados com infração ao disposto neste artigo.
Art. 243. O relatório anual da administração deve relacionar os
investimentos da companhia em sociedades coligadas e controladas
e mencionar as modificações ocorridas durante o exercício.
§ 1o São coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha
influência significativa. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
§ 2º Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos
de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância
nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores.
Didatismo e Conhecimento
Sociedade Controladora
Art. 246. A sociedade controladora será obrigada a reparar os
danos que causar à companhia por atos praticados com infração ao
disposto nos artigos 116 e 117.
132
ConheCimentos banCáRios
§ 1º A ação para haver reparação cabe:
a) a acionistas que representem 5% (cinco por cento) ou mais
do capital social;
b) a qualquer acionista, desde que preste caução pelas custas e
honorários de advogado devidos no caso de vir a ação ser julgada
improcedente.
§ 2º A sociedade controladora, se condenada, além de reparar o
dano e arcar com as custas, pagará honorários de advogado de 20%
(vinte por cento) e prêmio de 5% (cinco por cento) ao autor da ação,
calculados sobre o valor da indenização.
III - a diferença entre o valor do investimento, de acordo com o
número II, e o custo de aquisição corrigido monetariamente; somente será registrada como resultado do exercício:
a) se decorrer de lucro ou prejuízo apurado na coligada ou controlada;
b) se corresponder, comprovadamente, a ganhos ou perdas efetivos;
c) no caso de companhia aberta, com observância das normas
expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários.
§ 1º Para efeito de determinar a relevância do investimento,
nos casos deste artigo, serão computados como parte do custo de
aquisição os saldos de créditos da companhia contra as coligadas e
controladas.
§ 2º A sociedade coligada, sempre que solicitada pela companhia, deverá elaborar e fornecer o balanço ou balancete de verificação previsto no número I.
SEÇÃO IV
Demonstrações Financeiras
Notas Explicativas
Art. 247. As notas explicativas dos investimentos a que se refere o art. 248 desta Lei devem conter informações precisas sobre
as sociedades coligadas e controladas e suas relações com a companhia, indicando: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
I - a denominação da sociedade, seu capital social e patrimônio
líquido;
II - o número, espécies e classes das ações ou quotas de propriedade da companhia, e o preço de mercado das ações, se houver;
III - o lucro líquido do exercício;
IV - os créditos e obrigações entre a companhia e as sociedades
coligadas e controladas;
V - o montante das receitas e despesas em operações entre a
companhia e as sociedades coligadas e controladas.
Parágrafo único. Considera-se relevante o investimento:
a) em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil é igual ou superior a 10% (dez por cento) do valor do patrimônio
líquido da companhia;
b) no conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valor contábil é igual ou superior a 15% (quinze por cento) do valor do
patrimônio líquido da companhia.
Demonstrações Consolidadas
Art. 249. A companhia aberta que tiver mais de 30% (trinta por
cento) do valor do seu patrimônio líquido representado por investimentos em sociedades controladas deverá elaborar e divulgar, juntamente com suas demonstrações financeiras, demonstrações consolidadas nos termos do artigo 250.
Parágrafo único. A Comissão de Valores Mobiliários poderá
expedir normas sobre as sociedades cujas demonstrações devam ser
abrangidas na consolidação, e:
a) determinar a inclusão de sociedades que, embora não controladas, sejam financeira ou administrativamente dependentes da
companhia;
b) autorizar, em casos especiais, a exclusão de uma ou mais
sociedades controladas.
Normas sobre Consolidação
Art. 250. Das demonstrações financeiras consolidadas serão
excluídas:
I - as participações de uma sociedade em outra;
II - os saldos de quaisquer contas entre as sociedades;
III – as parcelas dos resultados do exercício, dos lucros ou prejuízos acumulados e do custo de estoques ou do ativo não circulante
que corresponderem a resultados, ainda não realizados, de negócios
entre as sociedades.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
§ 1º A participação dos acionistas não controladores no patrimônio líquido e no lucro do exercício será destacada, respectivamente, no balanço patrimonial e na demonstração do resultado do
exercício.
§ 2o A parcela do custo de aquisição do investimento em controlada, que não for absorvida na consolidação, deverá ser mantida
no ativo não circulante, com dedução da provisão adequada para
perdas já comprovadas, e será objeto de nota explicativa. (Redação
dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
§ 3º O valor da participação que exceder do custo de aquisição
constituirá parcela destacada dos resultados de exercícios futuros até
que fique comprovada a existência de ganho efetivo.
Avaliação do Investimento em Coligadas e Controladas
Art. 248. No balanço patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas ou em controladas e em outras sociedades que
façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum
serão avaliados pelo método da equivalência patrimonial, de acordo com as seguintes normas: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de
2009)
I - o valor do patrimônio líquido da coligada ou da controlada
será determinado com base em balanço patrimonial ou balancete de
verificação levantado, com observância das normas desta Lei, na
mesma data, ou até 60 (sessenta) dias, no máximo, antes da data do
balanço da companhia; no valor de patrimônio líquido não serão
computados os resultados não realizados decorrentes de negócios
com a companhia, ou com outras sociedades coligadas à companhia,
ou por ela controladas;
II - o valor do investimento será determinado mediante a aplicação, sobre o valor de patrimônio líquido referido no número anterior,
da porcentagem de participação no capital da coligada ou controlada;
Didatismo e Conhecimento
133
ConheCimentos banCáRios
§ 4º Para fins deste artigo, as sociedades controladas, cujo exercício social termine mais de 60 (sessenta) dias antes da data do encerramento do exercício da companhia, elaborarão, com observância das normas desta Lei, demonstrações financeiras extraordinárias
em data compreendida nesse prazo.
II - subscrever aumento de capital da subsidiária integral, se a
companhia decidir admitir outros acionistas.
Parágrafo único. As ações ou o aumento de capital de subsidiária integral serão oferecidos aos acionistas da companhia em assembleia-geral convocada para esse fim, aplicando-se à hipótese, no que
couber, o disposto no artigo 171.
SEÇÃO V
Subsidiária Integral
SEÇÃO VI
Alienação de Controle
Art. 251. A companhia pode ser constituída, mediante escritura
pública, tendo como único acionista sociedade brasileira.
§ lº A sociedade que subscrever em bens o capital de subsidiária
integral deverá aprovar o laudo de avaliação de que trata o artigo
8º, respondendo nos termos do § 6º do artigo 8º e do artigo 10 e seu
parágrafo único.
§ 2º A companhia pode ser convertida em subsidiária integral
mediante aquisição, por sociedade brasileira, de todas as suas ações,
ou nos termos do artigo 252.
Divulgação
Art. 254. (Revogado pela Lei nº 9.457, de 1997)
Art. 254-A. A alienação, direta ou indireta, do controle de companhia aberta somente poderá ser contratada sob a condição, suspensiva ou resolutiva, de que o adquirente se obrigue a fazer oferta
pública de aquisição das ações com direito a voto de propriedade
dos demais acionistas da companhia, de modo a lhes assegurar o
preço no mínimo igual a 80% (oitenta por cento) do valor pago por
ação com direito a voto, integrante do bloco de controle.
§ 1o Entende-se como alienação de controle a transferência, de
forma direta ou indireta, de ações integrantes do bloco de controle,
de ações vinculadas a acordos de acionistas e de valores mobiliários conversíveis em ações com direito a voto, cessão de direitos de
subscrição de ações e de outros títulos ou direitos relativos a valores
mobiliários conversíveis em ações que venham a resultar na alienação de controle acionário da sociedade.
§ 2o A Comissão de Valores Mobiliários autorizará a alienação
de controle de que trata o caput, desde que verificado que as condições da oferta pública atendem aos requisitos legais.
§ 3o Compete à Comissão de Valores Mobiliários estabelecer
normas a serem observadas na oferta pública de que trata o caput.
§ 4o O adquirente do controle acionário de companhia aberta
poderá oferecer aos acionistas minoritários a opção de permanecer
na companhia, mediante o pagamento de um prêmio equivalente à
diferença entre o valor de mercado das ações e o valor pago por ação
integrante do bloco de controle.
§ 5o (VETADO)
Incorporação de Ações
Art. 252. A incorporação de todas as ações do capital social ao
patrimônio de outra companhia brasileira, para convertê-la em subsidiária integral, será submetida à deliberação da assembleia-geral
das duas companhias mediante protocolo e justificação, nos termos
dos artigos 224 e 225.
§ 1º A assembleia-geral da companhia incorporadora, se aprovar a operação, deverá autorizar o aumento do capital, a ser realizado com as ações a serem incorporadas e nomear os peritos que as
avaliarão; os acionistas não terão direito de preferência para subscrever o aumento de capital, mas os dissidentes poderão retirar-se da
companhia, observado o disposto no art. 137,
§ 2º A assembleia-geral da companhia cujas ações houverem
de ser incorporadas somente poderá aprovar a operação pelo voto
de metade, no mínimo, das ações com direito a voto, e se a aprovar,
autorizará a diretoria a subscrever o aumento do capital da incorporadora, por conta dos seus acionistas; os dissidentes da deliberação
terão direito de retirar-se da companhia, observado o disposto no art.
137, II, mediante o reembolso do valor de suas ações, nos termos do
art. 230.
§ 3º Aprovado o laudo de avaliação pela assembleia-geral da
incorporadora, efetivar-se-á a incorporação e os titulares das ações
incorporadas receberão diretamente da incorporadora as ações que
lhes couberem.
§ 4o A Comissão de Valores Mobiliários estabelecerá normas
especiais de avaliação e contabilização aplicáveis às operações de
incorporação de ações que envolvam companhia aberta. (Redação
dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
Companhia Aberta Sujeita a Autorização
Art. 255. A alienação do controle de companhia aberta que dependa de autorização do governo para funcionar está sujeita à prévia
autorização do órgão competente para aprovar a alteração do seu
estatuto.
§§ 1º e 2º (Revogados pela Lei nº 9.457, de 1997)
Aprovação pela Assembleia-Geral da Compradora
Art. 256. A compra, por companhia aberta, do controle de qualquer sociedade mercantil, dependerá de deliberação da assembleia-geral da compradora, especialmente convocada para conhecer da
operação, sempre que:
I - O preço de compra constituir, para a compradora, investimento relevante (artigo 247, parágrafo único); ou
Admissão de Acionistas em Subsidiária Integral
Art. 253. Na proporção das ações que possuírem no capital da
companhia, os acionistas terão direito de preferência para:
I - adquirir ações do capital da subsidiária integral, se a companhia decidir aliená-las no todo ou em parte; e
Didatismo e Conhecimento
134
ConheCimentos banCáRios
IV - o procedimento que deverá ser adotado pelos acionistas
aceitantes para manifestar a sua aceitação e efetivar a transferência
das ações;
V - o prazo de validade da oferta, que não poderá ser inferior a
20 (vinte) dias;
VI - informações sobre o ofertante.
Parágrafo único. A oferta será comunicada à Comissão de Valores Mobiliários dentro de 24 (vinte e quatro) horas da primeira
publicação.
II - o preço médio de cada ação ou quota ultrapassar uma vez e
meia o maior dos 3 (três) valores a seguir indicados:
a) cotação média das ações em bolsa ou no mercado de balcão
organizado, durante os noventa dias anteriores à data da contratação;
b) valor de patrimônio líquido (artigo 248) da ação ou quota,
avaliado o patrimônio a preços de mercado (artigo 183, § 1º);
c) valor do lucro líquido da ação ou quota, que não poderá ser
superior a 15 (quinze) vezes o lucro líquido anual por ação (artigo
187 n. VII) nos 2 (dois) últimos exercícios sociais, atualizado monetariamente.
§ 1º A proposta ou o contrato de compra, acompanhado de laudo de avaliação, observado o disposto no art. 8º, §§ 1º e 6º, será
submetido à prévia autorização da assembleia-geral, ou à sua ratificação, sob pena de responsabilidade dos administradores, instruído
com todos os elementos necessários à deliberação.
§ 2º Se o preço da aquisição ultrapassar uma vez e meia o maior
dos três valores de que trata o inciso II do caput, o acionista dissidente da deliberação da assembleia que a aprovar terá o direito de
retirar-se da companhia mediante reembolso do valor de suas ações,
nos termos do art. 137, observado o disposto em seu inciso II.
Instrumento de Oferta de Permuta
Art. 259. O projeto de instrumento de oferta de permuta será
submetido à Comissão de Valores Mobiliários com o pedido de registro prévio da oferta e deverá conter, além das referidas no artigo
258, informações sobre os valores mobiliários oferecidos em permuta e as companhias emissoras desses valores.
Parágrafo único. A Comissão de Valores Mobiliários poderá fixar normas sobre o instrumento de oferta de permuta e o seu registro
prévio.
SEÇÃO VII
Aquisição de Controle Mediante Oferta Pública
Sigilo
Art. 260. Até a publicação da oferta, o ofertante, a instituição
financeira intermediária e a Comissão de Valores Mobiliários devem
manter sigilo sobre a oferta projetada, respondendo o infrator pelos
danos que causar.
Requisitos
Art. 257. A oferta pública para aquisição de controle de companhia aberta somente poderá ser feita com a participação de instituição financeira que garanta o cumprimento das obrigações assumidas
pelo ofertante.
§ 1º Se a oferta contiver permuta, total ou parcial, dos valores
mobiliários, somente poderá ser efetuada após prévio registro na
Comissão de Valores Mobiliários.
§ 2º A oferta deverá ter por objeto ações com direito a voto em
número suficiente para assegurar o controle da companhia e será
irrevogável.
§ 3º Se o ofertante já for titular de ações votantes do capital
da companhia, a oferta poderá ter por objeto o número de ações
necessário para completar o controle, mas o ofertante deverá fazer
prova, perante a Comissão de Valores Mobiliários, das ações de sua
propriedade.
§ 4º A Comissão de Valores Mobiliários poderá expedir normas
sobre oferta pública de aquisição de controle.
Processamento da Oferta
Art. 261. A aceitação da oferta deverá ser feita nas instituições
financeiras ou do mercado de valores mobiliários indicadas no instrumento de oferta e os aceitantes deverão firmar ordens irrevogáveis de venda ou permuta, nas condições ofertadas, ressalvado o
disposto no § 1º do artigo 262.
§ 1º É facultado ao ofertante melhorar, uma vez, as condições
de preço ou forma de pagamento, desde que em porcentagem igual
ou superior a 5% (cinco por cento) e até 10 (dez) dias antes do término do prazo da oferta; as novas condições se estenderão aos acionistas que já tiverem aceito a oferta.
§ 2º Findo o prazo da oferta, a instituição financeira intermediária comunicará o resultado à Comissão de Valores Mobiliários e,
mediante publicação pela imprensa, aos aceitantes.
§ 3º Se o número de aceitantes ultrapassar o máximo, será obrigatório o rateio, na forma prevista no instrumento da oferta.
Instrumento da Oferta de Compra
Art. 258. O instrumento de oferta de compra, firmado pelo ofertante e pela instituição financeira que garante o pagamento, será publicado na imprensa e deverá indicar:
I - o número mínimo de ações que o ofertante se propõe a adquirir e, se for o caso, o número máximo;
II - o preço e as condições de pagamento;
III - a subordinação da oferta ao número mínimo de aceitantes
e a forma de rateio entre os aceitantes, se o número deles ultrapassar
o máximo fixado;
Didatismo e Conhecimento
Oferta Concorrente
Art. 262. A existência de oferta pública em curso não impede
oferta concorrente, desde que observadas as normas desta Seção.
§ 1º A publicação de oferta concorrente torna nulas as ordens de
venda que já tenham sido firmadas em aceitação de oferta anterior.
§ 2º É facultado ao primeiro ofertante prorrogar o prazo de sua
oferta até fazê-lo coincidir com o da oferta concorrente.
135
ConheCimentos banCáRios
§ 2º A participação recíproca das sociedades do grupo obedecerá ao disposto no artigo 244.
Negociação Durante a Oferta
Art. 263. A Comissão de Valores Mobiliários poderá expedir
normas que disciplinem a negociação das ações objeto da oferta durante o seu prazo.
Natureza
Art. 266. As relações entre as sociedades, a estrutura administrativa do grupo e a coordenação ou subordinação dos administradores das sociedades filiadas serão estabelecidas na convenção do
grupo, mas cada sociedade conservará personalidade e patrimônios
distintos.
SEÇÃO VIII
Incorporação de Companhia Controlada
Art. 264. Na incorporação, pela controladora, de companhia
controlada, a justificação, apresentada à assembleia-geral da controlada, deverá conter, além das informações previstas nos arts. 224 e
225, o cálculo das relações de substituição das ações dos acionistas
não controladores da controlada com base no valor do patrimônio
líquido das ações da controladora e da controlada, avaliados os dois
patrimônios segundo os mesmos critérios e na mesma data, a preços
de mercado, ou com base em outro critério aceito pela Comissão de
Valores Mobiliários, no caso de companhias abertas.
§ 1o A avaliação dos dois patrimônios será feita por 3 (três)
peritos ou empresa especializada e, no caso de companhias abertas,
por empresa especializada.
§ 2o Para efeito da comparação referida neste artigo, as ações
do capital da controlada de propriedade da controladora serão avaliadas, no patrimônio desta, em conformidade com o disposto no caput.
§ 3º Se as relações de substituição das ações dos acionistas não
controladores, previstas no protocolo da incorporação, forem menos
vantajosas que as resultantes da comparação prevista neste artigo, os
acionistas dissidentes da deliberação da assembleia-geral da controlada que aprovar a operação, observado o disposto nos arts. 137, II, e
230, poderão optar entre o valor de reembolso fixado nos termos do
art. 45 e o valor do patrimônio líquido a preços de mercado.
§ 4o Aplicam-se as normas previstas neste artigo à incorporação de controladora por sua controlada, à fusão de companhia controladora com a controlada, à incorporação de ações de companhia
controlada ou controladora, à incorporação, fusão e incorporação de
ações de sociedades sob controle comum.
§ 5º O disposto neste artigo não se aplica no caso de as ações
do capital da controlada terem sido adquiridas no pregão da bolsa de
valores ou mediante oferta pública nos termos dos artigos 257 a 263.
Designação
Art. 267. O grupo de sociedades terá designação de que constarão as palavras “grupo de sociedades” ou “grupo”.
Parágrafo único. Somente os grupos organizados de acordo
com este Capítulo poderão usar designação com as palavras “grupo”
ou “grupo de sociedade”.
Companhias Sujeitas a Autorização para Funcionar
Art. 268. A companhia que, por seu objeto, depende de autorização para funcionar, somente poderá participar de grupo de sociedades após a aprovação da convenção do grupo pela autoridade
competente para aprovar suas alterações estatutárias.
SEÇÃO II
Constituição, Registro e Publicidade
Art. 269. O grupo de sociedades será constituído por convenção
aprovada pelas sociedades que o componham, a qual deverá conter:
I - a designação do grupo;
II - a indicação da sociedade de comando e das filiadas;
III - as condições de participação das diversas sociedades;
IV - o prazo de duração, se houver, e as condições de extinção;
V - as condições para admissão de outras sociedades e para a
retirada das que o componham;
VI - os órgãos e cargos da administração do grupo, suas atribuições e as relações entre a estrutura administrativa do grupo e as das
sociedades que o componham;
VII - a declaração da nacionalidade do controle do grupo;
VIII - as condições para alteração da convenção.
Parágrafo único. Para os efeitos do número VII, o grupo de sociedades considera-se sob controle brasileiro se a sua sociedade de
comando está sob o controle de:
a) pessoas naturais residentes ou domiciliadas no Brasil;
b) pessoas jurídicas de direito público interno; ou
c) sociedade ou sociedades brasileiras que, direta ou indiretamente, estejam sob o controle das pessoas referidas nas alíneas a e b.
CAPÍTULO XXI
Grupo de Sociedades
SEÇÃO I
Características e Natureza
Características
Art. 265. A sociedade controladora e suas controladas podem
constituir, nos termos deste Capítulo, grupo de sociedades, mediante
convenção pela qual se obriguem a combinar recursos ou esforços
para a realização dos respectivos objetos, ou a participar de atividades ou empreendimentos comuns.
§ 1º A sociedade controladora, ou de comando do grupo, deve
ser brasileira, e exercer, direta ou indiretamente, e de modo permanente, o controle das sociedades filiadas, como titular de direitos de
sócio ou acionista, ou mediante acordo com outros sócios ou acionistas.
Didatismo e Conhecimento
Aprovação pelos Sócios das Sociedades
Art. 270. A convenção de grupo deve ser aprovada com observância das normas para alteração do contrato social ou do estatuto
(art. 136, V).
136
ConheCimentos banCáRios
Parágrafo único. Os sócios ou acionistas dissidentes da deliberação de se associar a grupo têm direito, nos termos do artigo 137,
ao reembolso de suas ações ou quotas.
Remuneração
Art. 274. Os administradores do grupo e os investidos em cargos de mais de uma sociedade poderão ter a sua remuneração rateada entre as diversas sociedades, e a gratificação dos administradores,
se houver, poderá ser fixada, dentro dos limites do § 1º do artigo 152
com base nos resultados apurados nas demonstrações financeiras
consolidadas do grupo.
Registro e Publicidade
Art. 271. Considera-se constituído o grupo a partir da data do
arquivamento, no registro do comércio da sede da sociedade de comando, dos seguintes documentos:
I - convenção de constituição do grupo;
II - atas das assembleias-gerais, ou instrumentos de alteração
contratual, de todas as sociedades que tiverem aprovado a constituição do grupo;
III - declaração autenticada do número das ações ou quotas de
que a sociedade de comando e as demais sociedades integrantes do
grupo são titulares em cada sociedade filiada, ou exemplar de acordo
de acionistas que assegura o controle de sociedade filiada.
§ 1º Quando as sociedades filiadas tiverem sede em locais diferentes, deverão ser arquivadas no registro do comércio das respectivas sedes as atas de assembleia ou alterações contratuais que
tiverem aprovado a convenção, sem prejuízo do registro na sede da
sociedade de comando.
§ 2º As certidões de arquivamento no registro do comércio serão publicadas.
§ 3º A partir da data do arquivamento, a sociedade de comando
e as filiadas passarão a usar as respectivas denominações acrescidas
da designação do grupo.
§ 4º As alterações da convenção do grupo serão arquivadas e
publicadas nos termos deste artigo, observando-se o disposto no §
1º do artigo 135.
SEÇÃO IV
Demonstrações Financeiras
Art. 275. O grupo de sociedades publicará, além das demonstrações financeiras referentes a cada uma das companhias que o
compõem, demonstrações consolidadas, compreendendo todas as
sociedades do grupo, elaboradas com observância do disposto no
artigo 250.
§ 1º As demonstrações consolidadas do grupo serão publicadas
juntamente com as da sociedade de comando.
§ 2º A sociedade de comando deverá publicar demonstrações
financeiras nos termos desta Lei, ainda que não tenha a forma de
companhia.
§ 3º As companhias filiadas indicarão, em nota às suas demonstrações financeiras publicadas, o órgão que publicou a última demonstração consolidada do grupo a que pertencer.
§ 4º As demonstrações consolidadas de grupo de sociedades
que inclua companhia aberta serão obrigatoriamente auditadas por
auditores independentes registrados na Comissão de Valores Mobiliários, e observarão as normas expedidas por essa comissão.
SEÇÃO V
Prejuízos Resultantes de Atos Contrários à Convenção
SEÇÃO III
Administração
Administradores do Grupo
Art. 276. A combinação de recursos e esforços, a subordinação
dos interesses de uma sociedade aos de outra, ou do grupo, e a participação em custos, receitas ou resultados de atividades ou empreendimentos somente poderão ser opostos aos sócios minoritários das
sociedades filiadas nos termos da convenção do grupo.
§ 1º Consideram-se minoritários, para os efeitos deste artigo,
todos os sócios da filiada, com exceção da sociedade de comando e
das demais filiadas do grupo.
§ 2º A distribuição de custos, receitas e resultados e as compensações entre sociedades, previstas na convenção do grupo, deverão
ser determinadas e registradas no balanço de cada exercício social
das sociedades interessadas.
§ 3º Os sócios minoritários da filiada terão ação contra os seus
administradores e contra a sociedade de comando do grupo para haver reparação de prejuízos resultantes de atos praticados com infração das normas deste artigo, observado o disposto nos parágrafos
do artigo 246.
Art. 272. A convenção deve definir a estrutura administrativa do
grupo de sociedades, podendo criar órgãos de deliberação colegiada
e cargos de direção-geral.
Parágrafo único. A representação das sociedades perante terceiros, salvo disposição expressa na convenção do grupo, arquivada
no registro do comércio e publicada, caberá exclusivamente aos
administradores de cada sociedade, de acordo com os respectivos
estatutos ou contratos sociais.
Administradores das Sociedades Filiadas
Art. 273. Aos administradores das sociedades filiadas, sem prejuízo de suas atribuições, poderes e responsabilidades, de acordo
com os respectivos estatutos ou contratos sociais, compete observar a orientação geral estabelecida e as instruções expedidas pelos
administradores do grupo que não importem violação da lei ou da
convenção do grupo.
Didatismo e Conhecimento
Conselho Fiscal das Filiadas
Art. 277. O funcionamento do Conselho Fiscal da companhia
filiada a grupo, quando não for permanente, poderá ser pedido por
acionistas não controladores que representem, no mínimo, 5% (cinco por cento) das ações ordinárias, ou das ações preferenciais sem
direito de voto.
137
ConheCimentos banCáRios
§ 1º Na constituição do Conselho Fiscal da filiada serão observadas as seguintes normas:
a) os acionistas não controladores votarão em separado, cabendo às ações com direito a voto o direito de eleger 1 (um) membro
e respectivo suplente e às ações sem direito a voto, ou com voto
restrito, o de eleger outro;
b) a sociedade de comando e as filiadas poderão eleger número
de membros, e respectivos suplentes, igual ao dos eleitos nos termos
da alínea a, mais um.
§ 2º O Conselho Fiscal da sociedade filiada poderá solicitar
aos órgãos de administração da sociedade de comando, ou de outras
filiadas, os esclarecimentos ou informações que julgar necessários
para fiscalizar a observância da convenção do grupo.
Art. 281. A sociedade poderá comerciar sob firma ou razão social, da qual só farão parte os nomes dos sócios-diretores ou gerentes. Ficam ilimitada e solidariamente responsáveis, nos termos desta
Lei, pelas obrigações sociais, os que, por seus nomes, figurarem na
firma ou razão social.
Parágrafo único. A denominação ou a firma deve ser seguida
das palavras “Comandita por Ações”, por extenso ou abreviadamente.
Art. 282. Apenas o sócio ou acionista tem qualidade para administrar ou gerir a sociedade, e, como diretor ou gerente, responde, subsidiária mas ilimitada e solidariamente, pelas obrigações da
sociedade.
§ 1º Os diretores ou gerentes serão nomeados, sem limitação de
tempo, no estatuto da sociedade, e somente poderão ser destituídos
por deliberação de acionistas que representem 2/3 (dois terços), no
mínimo, do capital social.
§ 2º O diretor ou gerente que for destituído ou se exonerar continuará responsável pelas obrigações sociais contraídas sob sua administração.
CAPÍTULO XXII
Consórcio
Art. 278. As companhias e quaisquer outras sociedades, sob o
mesmo controle ou não, podem constituir consórcio para executar
determinado empreendimento, observado o disposto neste Capítulo.
§ 1º O consórcio não tem personalidade jurídica e as consorciadas somente se obrigam nas condições previstas no respectivo contrato, respondendo cada uma por suas obrigações, sem presunção de
solidariedade.
§ 2º A falência de uma consorciada não se estende às demais,
subsistindo o consórcio com as outras contratantes; os créditos que
porventura tiver a falida serão apurados e pagos na forma prevista
no contrato de consórcio.
Art. 283. A assembleia-geral não pode, sem o consentimento
dos diretores ou gerentes, mudar o objeto essencial da sociedade,
prorrogar lhe o prazo de duração, aumentar ou diminuir o capital
social, emitir debêntures ou criar partes beneficiárias nem aprovar a
participação em grupo de sociedade.
Art. 284. Não se aplica à sociedade em comandita por ações
o disposto nesta Lei sobre conselho de administração, autorização
estatutária de aumento de capital e emissão de bônus de subscrição.
Art. 279. O consórcio será constituído mediante contrato aprovado pelo órgão da sociedade competente para autorizar a alienação
de bens do ativo não circulante, do qual constarão: (Redação dada
pela Lei nº 11.941, de 2009)
I - a designação do consórcio se houver;
II - o empreendimento que constitua o objeto do consórcio;
III - a duração, endereço e foro;
IV - a definição das obrigações e responsabilidade de cada sociedade consorciada, e das prestações específicas;
V - normas sobre recebimento de receitas e partilha de resultados;
VI - normas sobre administração do consórcio, contabilização,
representação das sociedades consorciadas e taxa de administração,
se houver;
VII - forma de deliberação sobre assuntos de interesse comum,
com o número de votos que cabe a cada consorciado;
VIII - contribuição de cada consorciado para as despesas comuns, se houver.
Parágrafo único. O contrato de consórcio e suas alterações serão arquivados no registro do comércio do lugar da sua sede, devendo a certidão do arquivamento ser publicada.
CAPÍTULO XXIV
Prazos de Prescrição
Art. 285. A ação para anular a constituição da companhia, por
vício ou defeito, prescreve em 1 (um) ano, contado da publicação
dos atos constitutivos.
Parágrafo único. Ainda depois de proposta a ação, é lícito à
companhia, por deliberação da assembleia-geral, providenciar para
que seja sanado o vício ou defeito.
Art. 286. A ação para anular as deliberações tomadas em assembléia-geral ou especial, irregularmente convocada ou instalada,
violadoras da lei ou do estatuto, ou eivadas de erro, dolo, fraude ou
simulação, prescreve em 2 (dois) anos, contados da deliberação.
Art. 287. Prescreve:
I - em, 1 (um) ano:
a) a ação contra peritos e subscritores do capital, para deles haver reparação civil pela avaliação de bens, contado o prazo da publicação da ata da assembleia-geral que aprovar o laudo;
b) a ação dos credores não pagos contra os acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da
liquidação da companhia.
II - em 3 (três) anos:
CAPÍTULO XXIII
Sociedades em Comandita por Ações
Art. 280. A sociedade em comandita por ações terá o capital
dividido em ações e reger-se-á pelas normas relativas às companhias
ou sociedades anônimas, sem prejuízo das modificações constantes
deste Capítulo.
Didatismo e Conhecimento
138
ConheCimentos banCáRios
a) a ação para haver dividendos, contado o prazo da data em que
tenham sido postos à disposição do acionista;
b) a ação contra os fundadores, acionistas, administradores, liquidantes, fiscais ou sociedade de comando, para deles haver reparação civil por atos culposos ou dolosos, no caso de violação da lei,
do estatuto ou da convenção de grupo, contado o prazo:
1 - para os fundadores, da data da publicação dos atos constitutivos da companhia;
2 - para os acionistas, administradores, fiscais e sociedades de
comando, da data da publicação da ata que
aprovar o balanço
referente ao exercício em que a violação tenha ocorrido;
3 - para os liquidantes, da data da publicação da ata da primeira
assembleia-geral posterior à violação.
c) a ação contra acionistas para restituição de dividendos recebidos de má-fé, contado o prazo da data da publicação da ata da
assembleia-geral ordinária do exercício em que os dividendos tenham sido declarados;
d) a ação contra os administradores ou titulares de partes beneficiárias para restituição das participações no lucro recebidas de
má-fé, contado o prazo da data da publicação da ata da assembleia-geral ordinária do exercício em que as participações tenham sido
pagas;
e) a ação contra o agente fiduciário de debenturistas ou titulares de partes beneficiárias para dele haver reparação civil por atos
culposos ou dolosos, no caso de violação da lei ou da escritura de
emissão, a contar da publicação da ata da assembleia-geral que tiver
tomado conhecimento da violação;
f) a ação contra o violador do dever de sigilo de que trata o
artigo 260 para dele haver reparação civil, a contar da data da publicação da oferta.
g) a ação movida pelo acionista contra a companhia, qualquer
que seja o seu fundamento.
§ 3º A companhia deve fazer as publicações previstas nesta Lei
sempre no mesmo jornal, e qualquer mudança deverá ser precedida
de aviso aos acionistas no extrato da ata da assembleia-geral ordinária.
§ 4º O disposto no final do § 3º não se aplica à eventual publicação de atas ou balanços em outros jornais.
§ 5º Todas as publicações ordenadas nesta Lei deverão ser arquivadas no registro do comércio.
§ 6º As publicações do balanço e da demonstração de lucros e
perdas poderão ser feitas adotando-se como expressão monetária o
milhar de reais.
§ 7o Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, as companhias abertas poderão, ainda, disponibilizar as referidas publicações
pela rede mundial de computadores.
Art. 290. A indenização por perdas e danos em ações com fundamento nesta Lei será corrigida monetariamente até o trimestre civil em que for efetivamente liquidada.
Art. 291. A Comissão de Valores Mobiliários poderá reduzir,
mediante fixação de escala em função do valor do capital social, a
porcentagem mínima aplicável às companhias abertas, estabelecida
no art. 105; na alínea c do parágrafo único do art. 123; no caput do
art. 141; no § 1o do art. 157; no § 4o do art. 159; no § 2o do art. 161;
no § 6o do art. 163; na alínea a do § 1o do art. 246; e no art. 277.
Parágrafo único. A Comissão de Valores Mobiliários poderá reduzir a porcentagem de que trata o artigo 249.
Art. 292. As sociedades de que trata o artigo 62 da Lei n. 4.728,
de 14 de julho de 1965, podem ter suas ações ao portador.
Art. 293. A Comissão de Valores Mobiliários autorizará as bolsas de valores a prestar os serviços previstos nos artigos 27; 34, § 2º;
39, § 1°; 40; 41; 42; 43; 44; 72; 102 e 103.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.810, de 2013)
Art. 288. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não ocorrerá a prescrição antes da respectiva
sentença definitiva, ou da prescrição da ação penal.
Art. 294. A companhia fechada que tiver menos de vinte acionistas, com patrimônio líquido inferior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), poderá:
I - convocar assembleia-geral por anúncio entregue a todos os
acionistas, contra recibo, com a antecedência prevista no artigo 124;
e
II - deixar de publicar os documentos de que trata o artigo 133,
desde que sejam, por cópias autenticadas, arquivados no registro de
comércio juntamente com a ata da assembleia que sobre eles deliberar.
§ 1º A companhia deverá guardar os recibos de entrega dos
anúncios de convocação e arquivar no registro de comércio, juntamente com a ata da assembleia, cópia autenticada dos mesmos.
§ 2º Nas companhias de que trata este artigo, o pagamento da
participação dos administradores poderá ser feito sem observância
do disposto no § 2º do artigo 152, desde que aprovada pela unanimidade dos acionistas.
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica à companhia controladora de grupo de sociedade, ou a ela filiadas.
CAPÍTULO XXV
Disposições Gerais
Art. 289. As publicações ordenadas pela presente Lei serão feitas no órgão oficial da União ou do Estado ou do Distrito Federal,
conforme o lugar em que esteja situada a sede da companhia, e em
outro jornal de grande circulação editado na localidade em que está
situada a sede da companhia.
§ 1º A Comissão de Valores Mobiliários poderá determinar que
as publicações ordenadas por esta Lei sejam feitas, também, em jornal de grande circulação nas localidades em que os valores mobiliários da companhia sejam negociados em bolsa ou em mercado
de balcão, ou disseminadas por algum outro meio que assegure sua
ampla divulgação e imediato acesso às informações.
§ 2º Se no lugar em que estiver situada a sede da companhia
não for editado jornal, a publicação se fará em órgão de grande circulação local.
Didatismo e Conhecimento
139
ConheCimentos banCáRios
Art. 297. As companhias existentes que tiverem ações preferenciais com prioridade na distribuição de dividendo fixo ou mínimo
ficarão dispensadas do disposto no artigo 167 e seu § 1º, desde que
no prazo de que trata o artigo 296 regulem no estatuto a participação
das ações preferenciais na correção anual do capital social, com observância das seguintes normas:
I - o aumento de capital poderá ficar na dependência de deliberação da assembleia-geral, mas será obrigatório quando o saldo da
conta de que trata o § 3º do artigo 182 ultrapassar 50% (cinquenta
por cento) do capital social;
II - a capitalização da reserva poderá ser procedida mediante
aumento do valor nominal das ações ou emissões de novas ações
bonificadas, cabendo à assembleia-geral escolher, em cada aumento
de capital, o modo a ser adotado;
III - em qualquer caso, será observado o disposto no § 4º do
artigo 17;
IV - as condições estatutárias de participação serão transcritas
nos certificados das ações da companhia.
CAPÍTULO XXVI
Disposições Transitórias
Art. 295. A presente Lei entrará em vigor 60 (sessenta) dias
após a sua publicação, aplicando-se, todavia, a partir da data da publicação, às companhias que se constituírem.
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica às disposições sobre:
a) elaboração das demonstrações financeiras, que serão observadas pelas companhias existentes a partir do exercício social que se
iniciar após 1º de janeiro de 1978;
b) a apresentação, nas demonstrações financeiras, de valores
do exercício anterior (artigo 176, § 1º), que será obrigatória a partir
do balanço do exercício social subsequente ao referido na alínea a
anterior;
c) elaboração e publicação de demonstrações financeiras consolidadas, que somente serão obrigatórias para os exercícios iniciados
a partir de 1º de janeiro de 1978.
§ 2º A participação dos administradores nos lucros sociais continuará a regular-se pelas disposições legais e estatutárias em vigor,
aplicando-se o disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 152 a partir do exercício social que se iniciar no curso do ano de 1977.
§ 3º A restrição ao direito de voto das ações ao portador (artigo
112) só vigorará a partir de 1 (um) ano a contar da data em que esta
Lei entrar em vigor.
Art. 298. As companhias existentes, com capital inferior a Cr$
5.000.000,00 (cinco milhões de cruzeiros), poderão, no prazo de que
trata o artigo 296 deliberar, pelo voto de acionistas que representem
2/3 (dois terços) do capital social, a sua transformação em sociedade
por quotas, de responsabilidade limitada, observadas as seguintes
normas:
I - na deliberação da assembleia a cada ação caberá 1 (um) voto,
independentemente de espécie ou classe;
II - a sociedade por quotas resultante da transformação deverá
ter o seu capital integralizado e o seu contrato social assegurará aos
sócios a livre transferência das quotas, entre si ou para terceiros;
III - o acionista dissidente da deliberação da assembleia poderá
pedir o reembolso das ações pelo valor de patrimônio líquido a preços de mercado, observado o disposto nos artigos 45 e 137;
IV - o prazo para o pedido de reembolso será de 90 (noventa)
dias a partir da data da publicação da ata da assembleia, salvo para
os titulares de ações nominativas, que será contado da data do recebimento de aviso por escrito da companhia.
Art. 296. As companhias existentes deverão proceder à adaptação do seu estatuto aos preceitos desta Lei no prazo de 1 (um) ano a
contar da data em que ela entrar em vigor, devendo para esse fim ser
convocada assembléia-geral dos acionistas.
§ 1º Os administradores e membros do Conselho Fiscal respondem pelos prejuízos que causarem pela inobservância do disposto
neste artigo.
§ 2º O disposto neste artigo não prejudicará os direitos pecuniários conferidos por partes beneficiárias e debêntures em circulação
na data da publicação desta Lei, que somente poderão ser modificados ou reduzidos com observância do disposto no artigo 51 e no §
5º do artigo 71.
§ 3º As companhias existentes deverão eliminar, no prazo de
5 (cinco) anos a contar da data de entrada em vigor desta Lei, as
participações recíprocas vedadas pelo artigo 244 e seus parágrafos.
§ 4º As companhias existentes, cujo estatuto for omisso quanto à fixação do dividendo, ou que o estabelecer em condições que
não satisfaçam aos requisitos do § 1º do artigo 202 poderão, dentro
do prazo previsto neste artigo, fixá-lo em porcentagem inferior à
prevista no § 2º do artigo 202, mas os acionistas dissidentes dessa
deliberação terão direito de retirar-se da companhia, mediante reembolso do valor de suas ações, com observância do disposto nos
artigos 45 e 137.
§ 5º O disposto no artigo 199 não se aplica às reservas constituídas e aos lucros acumulados em balanços levantados antes de 1º
de janeiro de 1977.
§ 6º O disposto nos §§ 1º e 2º do artigo 237 não se aplica às
participações existentes na data da publicação desta Lei.
Didatismo e Conhecimento
Art. 299. Ficam mantidas as disposições sobre sociedades por
ações, constantes de legislação especial sobre a aplicação de incentivos fiscais nas áreas da SUDENE, SUDAM, SUDEPE, EMBRATUR e Reflorestamento, bem como todos os dispositivos das Leis
nºs. 4.131, de 3 de dezembro de 1962, e 4.390, de 29 de agosto de
1964.
Art. 299-A. O saldo existente em 31 de dezembro de 2008 no
ativo diferido que, pela sua natureza, não puder ser alocado a outro
grupo de contas, poderá permanecer no ativo sob essa classificação
até sua completa amortização, sujeito à análise sobre a recuperação
de que trata o § 3o do art. 183 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.941,
de 2009)
Art. 299-B. O saldo existente no resultado de exercício futuro
em 31 de dezembro de 2008 deverá ser reclassificado para o passivo
não circulante em conta representativa de receita diferida. (Incluído
pela Lei nº 11.941, de 2009)
140
ConheCimentos banCáRios
O PMCMV foi lançado em março/2009, com a finalidade de
criar mecanismos de incentivo à produção e aquisição de 1 milhão
de novas unidades habitacionais, atualmente essa meta é de 2 milhões de novas moradias para as famílias com renda bruta mensal
de até R$ 5.000,00.
No âmbito do PMCMV, para as famílias com renda mensal de
até R$1600,00, estabeleceu-se inicialmente a meta de contratação
de 400 mil unidades habitacionais e, atualmente, com a continuidade do Programa a meta consiste na produção de 860.000 unidades
habitacionais até o ano de 2014, para as operações contratadas com
recursos especificamente do FAR.
Parágrafo único. O registro do saldo de que trata o caput deste
artigo deverá evidenciar a receita diferida e o respectivo custo diferido. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
Art. 300. Ficam revogados o Decreto-Lei n. 2.627, de 26 de
setembro de 1940, com exceção dos artigos 59 a 73, e demais disposições em contrário.
Brasília, 15 de dezembro de 1976; 155º da Independência e 88º
da República.
ERNESTO GEISEL
Mário Henrique Simonsen
As diretrizes gerais para aquisição e alienação dos imóveis do
PMCMV – Recursos FAR estão definidas nas seguintes Portarias do
Ministério das Cidades:
- Portaria nº 168, de 12.04.13 – para atuação nas capitais estaduais e respectivas regiões metropolitanas, quando existentes, nas
regiões metropolitanas de Campinas/SP e Baixada Santista/SP, nos
municípios limítrofes à Teresina/PI e que pertençam à respectiva
Região Integrada de Desenvolvimento - RIDE, no Distrito Federal e
nos municípios com população igual ou superior a 50.000 habitantes
e municípios enquadrados no item 4.1, Anexo I, da Portaria.
- Portaria nº 363, de 12.08.13 – para atuação dos demais municípios com população inferior a 50.000 habitantes.
Este texto não substitui o publicado no DOU de 17.12.1976
(suplemento)
9 PRODUTOS BANCÁRIOS: PROGRAMA
MINHA CASA MINHA VIDA; CRÉDITO
RURAL - AGRONEGÓCIO; MICROCRÉDITO
PRODUTIVO ORIENTADO; CARTÕES;
PENHOR; LOTERIAS; FINANCIAMENTO
ESTUDANTIL (FIES).
A execução das obras do empreendimento é realizada por Construtora contratada pela CAIXA, que se responsabiliza pela entrega
dos imóveis concluídos e legalizados.
Os imóveis contratados são de propriedade exclusiva do FAR e
integram seu patrimônio até que sejam alienados.
Com relação aos equipamentos públicos, a contratação é realizada pela CAIXA, a partir da indicação do terreno pelo Poder Público, de sua propriedade e ao término da construção, o equipamento é
repassado ao Poder Público, que assume a obrigação de equipá-lo e
colocá-lo em funcionamento.
Os equipamentos complementares à habitação são aqueles destinados à assistência social, segurança e outros a critério da Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades.
A edificação dos equipamentos de educação, saúde e outros
complementares à habitação observará as políticas setoriais federal,
estadual, distrital ou municipal.
Os valores máximos a serem pagos para a edificação dos equipamentos de educação, saúde e outros complementares à habitação
estão limitados aos estabelecidos pelos responsáveis pelas políticas
setoriais federais.
A soma dos valores a serem custeados pelo FAR para a edificação dos equipamentos de educação, saúde e outros complementares
à habitação, está limitada a 6% (seis por cento) do valor da edificação e infraestrutura do empreendimento ao qual ele está vinculado.
A expressão Produto Bancário, conforme conceito dado pelo
professor Paulo Nunes, designa um agregado financeiro do setor
bancário e que corresponde aos ganhos conseguidos diretamente
com a atividade bancária e inclui a margem financeira, as comissões
relativas a serviços bancários, os resultados de operações financeiras, os rendimentos de instrumentos de capital e outros proveitos de
exploração líquidos.
PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA
O Programa Minha Casa Minha Vida – PMCMV – Recursos
FAR é um programa do Governo Federal, gerido pelo Ministério das
Cidades e operacionalizado pela CAIXA, que consiste em aquisição
de terreno e construção ou requalificação de imóveis contratados
que depois de concluídos são alienados às famílias que possuem
renda familiar mensal de até R$ 1.600,00.
Contempla também a aquisição de terreno e produção de empreendimentos habitacionais vinculados a intervenções inseridas no
PAC, para reassentamento, remanejamento ou substituição de unidades habitacionais, atendendo as famílias provenientes da área de
intervenção, admitindo-se renda familiar mensal de até R$ 3.275,00.
O Minha Casa Minha Vida é um programa do governo federal
que tem transformado o sonho da casa própria em realidade para
muitas famílias brasileiras. Em geral, o Programa acontece em parceria com estados, municípios, empresas e entidades sem fins lucrativos.
Outra forma prevista de atuação do Programa consiste na produção de equipamentos públicos de educação e saúde e de outros
complementares à habitação, vinculados aos empreendimentos contratados.
Didatismo e Conhecimento
As famílias a serem beneficiadas pelo Programa são indicadas
e selecionadas pelo município ou Governo do Estado/Distrito Federal. Os imóveis são adquiridos pelas famílias beneficiadas por venda
com parcelamento.
A abrangência do Programa prevê a contratação de empreendimentos em todos os municípios brasileiros.
141
ConheCimentos banCáRios
Ministério das Cidades – Responsável por estabelecer diretrizes, fixar regras e condições, definir a distribuição de recursos entre
as Unidades da Federação, além de acompanhar e avaliar o desempenho do Programa.
Ministério da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão - Em conjunto com o Ministério das Cidades, poderá rever anualmente, os limites de renda familiar dos beneficiários e, ainda, fixar,
a remuneração da CAIXA, pelas atividades exercidas no âmbito do
Programa.
Distrito Federal, Estados e Municípios ou respectivos órgãos
das administrações direta ou indireta, que aderirem ao Programa
- Tem sua participação estabelecida por meio de assinatura de Termo
de Adesão com a CAIXA, visando assegurar a sua colaboração nas
ações em prol do desenvolvimento de fatores facilitadores à implementação dos projetos, destacando-se a indicação das áreas priorizadas para implantação dos projetos, isenção de tributos, aporte
de recursos, indicação da demanda, indicação de solicitantes para a
venda dos empreendimentos e execução do Trabalho Técnico Social
junto aos beneficiários dos empreendimentos implantados.
Empresas do setor da Construção Civil - Participam na apresentação de propostas e execução dos projetos aprovados para aquisição de unidades habitacionais na forma estabelecida pelas normas
do Programa e realiza a guarda dos imóveis pelo prazo de 60 dias
após a conclusão e legalização das unidades habitacionais.
Público Alvo - Famílias com rendimento bruto mensal de até
R$1.600,00.
Como Funciona
O governo Estadual ou Municipal assina o Termo de Adesão A
CAIXA, a partir desse momento passa a receber propostas de aquisição de terreno e produção ou requalificação de empreendimentos
para análise junto com a documentação necessária especificada no
documento.
Após análise, a CAIXA contrata a operação, acompanha a execução das obras pela Construtora.
Origem dos Recursos
Para viabilizar a construção das unidades habitacionais foram
aportados ao FAR - Fundo de Arrendamento Residencial, recursos
transferidos do OGU – Orçamento Geral da União, de acordo com a
estimativa do déficit habitacional urbano para as famíliascom renda
até R$ 1.600,00, considerando os dados da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios – PNAD, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, referente ao ano de 2008.
Orçamento
A distribuição orçamentária foi realizada nas 27 Unidades Federativas do Brasil, conforme a Meta Física de unidades habitacionais por Unidade da Federação.
Para fins de contratação são selecionados preferencialmente,
em cada unidade da federação, os projetos que apresentarem as seguintes características:
Maior contrapartida do setor público local, na forma prevista
a seguir:
- Promover ações que facilitem a execução de projetos, na forma disposta no art. 4º do Decreto nº 7.499, de 16 de junho de 2011;
- Estender sua participação no Programa, sob a forma de aportes financeiros, bens ou serviços economicamente mensuráveis, necessários à realização das obras e serviços do empreendimento;
- Menor valor de aquisição das unidades habitacionais;
- Existência prévia de infraestrutura (água, esgoto e energia);
- Existência prévia de equipamentos sociais, compatíveis com
a demanda do projeto;
- implantação pelos municípios dos instrumentos da Lei nº
10.257, de 10 de julho de 2001, voltados ao controle da retenção
das áreas urbanas em ociosidade e implantados em municípios integrantes de territórios da cidadania, nos casos de municípios com
população entre 20 e 100 mil habitantes.
Características dos empreendimentos
O número de unidades habitacionais por empreendimento é estabelecido em função da área e do projeto,. Os empreendimentos na
forma de condomínio devem ser segmentados em número máximo
de 300 unidades habitacionais.
Para contratação nos municípios com população abaixo de 50
MIL, regidos pela Portaria do Ministério das Cidades nº 363, o número de unidades habitacionais é limitado a:
- municípios até 20 mil habitantes: 30 unidades habitacionais;
- municípios de 20 mil a 50 mil habitantes: 60 unidades habitacionais;
Tipologia mínima apresentada para apartamento:
- 02 quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço;
- Transição: área útil mínima de 37 m².
- Acessibilidade: área útil mínima de 39 m².
Serão priorizados, independente de sua localização ou porte populacional do município, os projetos destinados a atender demanda
habitacional decorrente de:
- Crescimento demográfico resultante do impacto de grandes
empreendimentos.
- Situação de emergência ou de calamidade pública declarada
por Decreto Municipal e reconhecida por Decreto estadual e Portaria da Secretaria Nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional.
Valor
O valor máximo das unidades habitacionais está estabelecido
por UF/Localidade e por tipologia diferenciada em casa e apartamento e disposto na Portaria Ministério das Cidades nº 168, de
12.04.2013 e Portaria Ministério das Cidades nº 363, de 12.08.2013.
Doação de Imóvel pelo Município
Quando houver manifestação de doação de terrenos no âmbito
do Programa Minha Casa Minha Vida por parte do poder público,
deve ocorrer a referida doação ao FAR – Fundo de Arrendamento
Residencial, o qual promove a construção de unidades habitacionais
destinadas ao público alvo do PMCMV.
Participantes do Programa
Caixa Econômica Federal – Instituição financeira responsável
pela definição dos critérios e expedição dos atos necessários à operacionalização do Programa, bem como pela definição dos critérios
técnicos.
Didatismo e Conhecimento
142
ConheCimentos banCáRios
que as taxas destas operações observem as taxas das operações bancárias comuns. Isto quer dizer que operações de crédito rural contratadas com recursos livres não são subsidiadas.
Para a eleição da empresa construtora deve haver um processo
formal de escolha, observado os princípios de legalidade, finalidade, razoabilidade, moralidade administrativa, interesse público e
eficiência, o qual poderá ser realizado pelo Poder Público ou pela
CAIXA.
O processo de doação de terreno pelos municípios deve atender a rito próprio de cada município, orientado por sua assessoria
jurídica.
As linhas de Crédito Rural
As principais linhas de crédito rural podem ser resumidas em 3
grandes grupos:
Os Créditos de Custeio: destinam-se ao custeio das despesas
normais da atividade, como por exemplo, do ciclo produtivo de lavouras periódicas, da entressafra de lavouras permanentes, de exploração pecuária e do beneficiamento ou industrialização de produtos
agropecuários.
CRÉDITO RURAL - AGRONEGÓCIO;
O Crédito Rural abrange recursos destinados a custeio, investimento ou comercialização. As suas regras, finalidades e condições
estão estabelecidas no Manual de Crédito Rural (MCR), elaborado
pelo Banco Central do Brasil. Essas normas são seguidas por todos os agentes que compõem o Sistema Nacional de Crédito Rural
(SNCR), como bancos e cooperativas de crédito. Representa importante operação ativa realizada pelo Banco do Brasil, sendo que tal
instituição é o principal agente do Governo Federal neste segmento.
Os Créditos de Investimentos
São utilizados para o financiamento de investimentos fixos, semifixos. São exemplos de investimento fixos a construção, reforma
ou ampliação de benfeitorias e instalações permanentes e a aquisição de máquinas e equipamentos de provável vida útil superior a 5
anos.
São exemplos de investimentos semifixos a aquisição de animais de pequeno, médio e grande porte para criação, recriação, engorda ou serviço e a aquisição de veículos, tratores colheitadeiras,
implementos, embarcações e aeronaves que necessariamente devem
ser utilizas na atividade agropecuária.
As fontes de recursos do Crédito Rural
O crédito rural pode ser concedido com recursos de 2 categorias:
a) controlados: assim considerados da exigibilidade de recursos obrigatórios, das Operações Oficiais de Crédito sob supervisão
do Ministério da Fazenda; da poupança rural, do Fundo de Amparo
ao Trabalhador (FAT) e do Fundo de Investimento Extramercado
(outro fundo administrado pelo Governo Federal), quando aplicados
em operações subvencionadas pela União sob a forma de equalização de encargos financeiros, além de outros que vierem a ser especificados pelo Conselho Monetário Nacional;
b) não controlados: assim considerados os da exigibilidade e
livres da poupança rural, de fundos, programas e linhas específicas,
de recursos livres.
Os Créditos de Comercialização
Têm o objetivo de assegurar ao produtor rural ou às suas cooperativas os recursos necessários à comercialização de seus produtos
no mercado, compreendendo a pré-comercialização, o desconto, os
adiantamentos a cooperados por parte de cooperativas na fase imediata à colheita da produção própria ou de cooperados.
Agronegócio
As aplicações em crédito rural
O agronegócio deve ser entendido como um processo, na produção agropecuária intensiva é utilizado uma série de tecnologias e
biotecnologias para alcançar níveis elevados de produtividade, para
isso é necessário que alguém ou uma empresa forneça tais elementos.
Diante disso, podemos citar vários setores da economia que faz
parte do agronegócio, como bancos que fornecem créditos, indústria
de insumos agrícolas (fertilizantes, herbicidas, inseticidas, sementes
selecionadas para plantio entre outros), indústria de tratores e peças,
lojas veterinárias e laboratórios que fornecem vacinas e rações para
a pecuária de corte e leiteira, isso na primeira etapa produtiva.
Posteriormente a esse processo são agregados novos integrantes do agronegócio que correspondem às agroindústrias responsáveis pelo processamento da matéria-prima oriunda da agropecuária.
A agroindústria realiza a transformação dos produtos primários
da agropecuária em subprodutos que podem inserir na produção de
alimentos, como os frigoríficos, indústria de enlatados, laticínios,
indústria de couro, biocombustíveis, produção têxtil entre muitos
outros.
A instituição financeira deve consignar no instrumento de crédito a fonte dos recursos utilizados no financiamento, observada a
classificação do parágrafo anterior, registrando a denominação do
fundo, programa ou linha específica, se for o caso.
Os financiamentos ao amparo de recursos controlados do crédito rural podem ser concedidos diretamente a produtores rurais ou
repassados por suas cooperativas.
A legislação específica do segmento determina a aplicação obrigatória em crédito rural de uma parcela de recursos captados pelas
instituições financeiras.
As normas existentes detalham como é calculada esta parcela
e quais instituições estão sujeitas ao cumprimento de tal obrigatoriedade.
Geralmente, nesta modalidade, as operações de crédito rural realizadas pelas instituições financeiras têm taxas subsidiadas.
De igual modo, uma parcela dos recursos livres de uma instituição financeira (e recebem este nome pois a instituição financeira
pode aplicar livremente) pode ser aplicada no crédito rural, desde
Didatismo e Conhecimento
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ConheCimentos banCáRios
A produção agropecuária está diretamente ligada aos alimentos,
processados ou não, que fazem parte do nosso cotidiano, porém essa
produção é mais complexa, isso por que muitos dos itens que compõe nossa vida são oriundos dessa atividade produtiva, madeira dos
móveis, as roupas de algodão, essência dos sabonetes e grande parte
dos remédios têm origem nos agronegócios.
A partir de 1970, o Brasil vivenciou um aumento no setor
agroindustrial, especialmente no processamento de café, soja, laranja e cana-de-açúcar e também criação de animais, principais produtos da época.
A agroindústria, que corresponde à fusão entre a produção agropecuária e a indústria, possui uma interdependência com relação a
diversos ramos da indústria, pois necessitam de embalagens, insumos agrícolas, irrigação, máquinas e implementos.
Esse conjunto de interações dá à atividade alto grau de importância econômica para o país, no ano de 1999 somente a agropecuária respondeu por 9% do PIB do Brasil, entretanto, se enquadrarmos
todas as atividades (comercial, financeira e serviços envolvidos)
ligadas ao setor de agronegócios esse percentual se eleva de forma
significativa com a participação da agroindústria para aproximadamente 40% do PIB total.
Esse processo também ocorre nos países centrais, nos quais a
agropecuária responde, em média, por 3% do Produto Interno Bruto
(PIB), mas os agronegócios ou agrobusiness representam um terço
do PIB. Essas características levam os líderes dos Estados Unidos
e da União Europeia a conduzir sua produção agrícola de modo
subsidiado pelos seus respectivos governos, esses criam medidas
protecionistas (barreiras alfandegárias, impedimento de importação
de produtos de bens agrícolas) para preservar as atividades de seus
produtores.
Em suma, o agronegócio ocupa um lugar de destaque na economia mundial, principalmente nos países subdesenvolvidos ou em
desenvolvimento, pois garante o sustento alimentar das pessoas e
sua manutenção, além disso, contribui para o crescimento da exportação e do país que o executa.
O que é o Microcrédito Produtivo Orientado?
O microcrédito produtivo orientado é o crédito concedido para
o atendimento das necessidades financeiras de pessoas físicas e jurídicas empreendedoras de atividades produtivas de pequeno porte,
utilizando metodologia baseada no relacionamento direto com os
empreendedores no local onde é executada a atividade econômica,
devendo ser considerado, ainda, que:
- o atendimento ao empreendedor deve ser feito por pessoas
treinadas para efetuar o levantamento socioeconômico e prestar
orientação educativa sobre o planejamento do negócio, para definição das necessidades de crédito e de gestão voltadas para o desenvolvimento do empreendimento;
- o contato com o empreendedor deve ser mantido durante o período do contrato de acento, visando ao seu melhor aproveitamento
e aplicação, bem como ao crescimento e sustentabilidade da atividade econômica; e
- o valor e as condições do crédito devem ser definidos após a
avaliação da atividade e da capacidade de endividamento do tomador final dos recursos, em estreita interlocução com este.
Quais são as fontes de recursos do PNMPO?
- Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT;
- Parcela dos recursos dos depósitos à vista destinados ao microcrédito, de que trata o Art. 1º da Lei no 10.735, de 11 de setembro
de 2003.
No âmbito do PNMPO, quem é o Microempreendedor Popular ou o Tomador Final?
São pessoas físicas e jurídicas empreendedoras de atividades
produtivas de pequeno porte, com renda bruta anual de até R$ 60 mil
R$ 120 mil (Alterado pelo Decreto 6.607 de 21/10/2008).
Quem são as Instituições Financeiras operadoras no âmbito
do PNMPO?
- Com os recursos do FAT: Banco do Brasil, Caixa Econômica
Federal, Banco do Nordeste, Banco da Amazônia, Banco Nacional
de Desenvolvimento Social - BNDES (instituições financeiras oficiais de que trata a Lei nº 8.019, de 11 de abril de 1990);
- Com a parcela dos recursos de depósitos à vista: os bancos
comerciais, os bancos múltiplos com carteira comercial e a Caixa
Econômica Federal.
MICROCRÉDITO PRODUTIVO ORIENTADO
O Microcrédito é a modalidade de financiamento direcionada
a negócios de pequeno porte. O seu objetivo é viabilizar oportunidades de negócios em camadas sociais de menor renda.
As instituições de microcrédito exigem garantias mais simples
e de acordo com as condições dos pequenos empreendimentos. Normalmente possuem prazos de pagamento curtos e sempre ligados à
finalidade do financiamento e à velocidade de giro das atividades
empresariais.
Quem são as Instituições de Microcrédito Produtivo Orientado - IMPO que podem participar do PNMPO?
- As cooperativas de crédito singulares;
- As agências de fomento, de que trata a Medida Provisória nº
2.192-70, de 24 de agosto de 2001;
- As sociedades de crédito ao microempreendedor, de que trata
a Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de 2001;
- As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, de
que trata a Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999.
- Para atuar como IMPO no PNMPO, a instituição deverá se
cadastrar, firmar termo de compromisso e obter habilitação junto ao
Ministério de Trabalho e Emprego. A entidade interessada poderá
dar início ao processo de habilitação neste site do PNMPO.
Quais são os objetivos do Programa Nacional do Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO)?
- Incentivar a geração de trabalho e renda entre os microempreendedores populares.
- Disponibilizar recursos para o microcrédito produtivo orientado.
- Oferecer apoio técnico às instituições de microcrédito produtivo orientado, com vistas ao fortalecimento institucional destas para
a prestação de serviços aos empreendedores populares.
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ConheCimentos banCáRios
da administração pública federal; da Lei no 9.311, de 24 de outubro
de 1996, que institui a Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza
Financeira – CPMF; da Lei no 9.872, de 23 de novembro de 1999,
que cria o Fundo de Aval para a Geração de Emprego e Renda –
FUNPROGER; da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de 2001, que
dispõe sobre a instituição de Sociedades de Crédito ao Microempreendedor; e da Lei no 10.735, de 11 de setembro de 2003, que dispõe
sobre o direcionamento de depósitos a vista captados pelas instituições financeiras para operações de crédito destinadas à população
de baixa renda e a microempreendedores; e dá outras providências.
Quem pode atuar como Agente de Intermediação no PNMPO?
Os bancos de desenvolvimento, as agências de fomento, os
bancos cooperativos e as cooperativas centrais crédito podem atuar como repassadores de recursos, Agente de Intermediação - AGI,
das Instituições Financeiras Operadorar - IFO para as Instituições de
Microcrédito Produtivo Orientado - IMPO.
Quais tipos de operações de crédito podem ser realizadas no
âmbito do PNMPO?
- Contratação Direta: contratação de operações com o tomador
final, mediante utilização de estrutura própria;
- Mandato: contratação de operações com o tomador final, por
intermédio de parceria com Instituição de Microcrédito Produtivo
Orientado;
- Repasse: repasse de recursos à Instituição de Microcrédito
Produtivo Orientado, podendo ser de forma direta ou via Agente de
Intermediação;
- Aquisição de Operações de Crédito: compra de operações de
microcrédito da Instituição de Microcrédito Produtivo Orientado, de
forma direta ou via Agente de Intermediação.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o Fica instituído, no âmbito do Ministério do Trabalho e
Emprego, o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado - PNMPO, com o objetivo de incentivar a geração de trabalho e
renda entre os microempreendedores populares.
§ 1o São beneficiárias do PNMPO as pessoas físicas e jurídicas
empreendedoras de atividades produtivas de pequeno porte, a serem
definidas em regulamento, especificamente para fins do PNMPO.
§ 2o O PNMPO tem por finalidade específica disponibilizar recursos para o microcrédito produtivo orientado.
§ 3o Para os efeitos desta Lei, considera-se microcrédito produtivo orientado o crédito concedido para o atendimento das necessidades financeiras de pessoas físicas e jurídicas empreendedoras
de atividades produtivas de pequeno porte, utilizando metodologia
baseada no relacionamento direto com os empreendedores no local
onde é executada a atividade econômica, devendo ser considerado,
ainda, que:
I - o atendimento ao tomador final dos recursos deve ser feito
por pessoas treinadas para efetuar o levantamento socioeconômico e
prestar orientação educativa sobre o planejamento do negócio, para
definição das necessidades de crédito e de gestão voltadas para o
desenvolvimento do empreendimento;
II - o contato com o tomador final dos recursos deve ser mantido durante o período do contrato, para acompanhamento e orientação, visando ao seu melhor aproveitamento e aplicação, bem como
ao crescimento e sustentabilidade da atividade econômica; e
III - o valor e as condições do crédito devem ser definidos após
a avaliação da atividade e da capacidade de endividamento do tomador final dos recursos, em estreita interlocução com este e em
consonância com o previsto nesta Lei.
§ 4o São recursos destinados ao Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado - PNMPO os provenientes: (Redação
dada pela Lei nº 12.249, de 2010)
I - do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT; (Incluído pela
Lei nº 12.249, de 2010)
II - da parcela dos recursos de depósitos à vista destinados ao
microcrédito, de que trata o art. 1o da Lei no 10.735, de 11 de setembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010)
III - do orçamento geral da União ou dos Fundos Constitucionais de Financiamento, somente quando forem alocados para operações de microcrédito produtivo rural efetuadas com agricultores
familiares no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar - PRONAF; (Incluído pela Lei nº 12.249, de
2010)
Qual o papel do Conselho Monetário Nacional - CMN no
âmbito do PNMPO?
Estabelecer a regulamentação da Lei nº 11.110, de 25 de abril
de 2005, no que se refere às condições para utilização de parcela
dos recursos dos depósitos à vista destinados ao microcrédito, de
que trata o Art. 1º da Lei no 10.735, de 11 de setembro de 2003, no
PNMPO.
Qual o papel do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador - CODEFAT no âmbito do PNMPO?
Estabelecer a regulamentação da Lei nº 11.110, de 25 de abril
de 2005, no que se refere às condições para utilização dos recursos
do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT no PNMPO.
Composição:
- Ministério do Trabalho e Emprego (Coordenador)
- Ministério da Fazenda
- Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Funções:
- Subsidiar a coordenação e a implementação das diretrizes do
PNMPO
- Definir prioridades e condições técnicas e operacionais do
PNMPO
- Receber, analisar e elaborar proposições a serem submetidas
aos Ministérios diretamente envolvidos no PNMPO, ao CODEFAT
e ao CMN
- Acompanhar e avaliar a execução do PNMPO.
LEI Nº 11.110, DE 25 DE ABRIL DE 2005.
Institui o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo
Orientado – PNMPO e altera dispositivos da Lei no 8.029, de 12 de
abril de 1990, que dispõe sobre a extinção e dissolução de entidades
Didatismo e Conhecimento
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ConheCimentos banCáRios
IV - de outras fontes alocadas para o PNMPO pelas instituições
financeiras ou instituições de microcrédito produtivo orientado, de
que tratam os §§ 5o e 6o deste artigo, respectivamente. (Incluído pela
Lei nº 12.249, de 2010)
§ 5o São instituições financeiras autorizadas a operar no PNMPO:
I - com os recursos do FAT, as instituições financeiras oficiais,
de que trata a Lei no 8.019, de 11 de abril de 1990; e
II - com a parcela dos recursos de depósitos bancários a vista, as
instituições relacionadas no art. 1o da Lei no 10.735, de 11 de setembro de 2003, na redação dada pelo art. 11 desta Lei.
III - com fontes alocadas para as operações de microcrédito produtivo rural efetuadas com agricultores familiares no âmbito do Pronaf, para as instituições autorizadas a operar com esta modalidade
de crédito. (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010)
§ 6o Para os efeitos desta Lei, são instituições de microcrédito
produtivo orientado:
I - as cooperativas singulares de crédito;
II - as agências de fomento, de que trata a Medida Provisória
no 2.192-70, de 24 de agosto de 2001;
III - as sociedades de crédito ao microempreendedor, de que
trata a Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de 2001; e
IV - as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público,
de que trata a Lei no 9.790, de 23 de março de 1999.
§ 7o Os bancos de desenvolvimento, as agências de fomento de
que trata o inciso II do § 6o deste artigo, os bancos cooperativos e
as centrais de cooperativas de crédito também poderão atuar como
repassadores de recursos das instituições financeiras definidas no §
5o deste artigo para as instituições de microcrédito produtivo orientado definidas no § 6o deste artigo.
§ 3o Para o atendimento do disposto no § 2o deste artigo, as
instituições financeiras públicas federais, diretamente ou por intermédio de suas subsidiárias, poderão constituir sociedade ou adquirir
participação em sociedade sediada no Brasil, sendo vedada a aquisição das instituições de microcrédito produtivo orientado relacionadas no § 6o do art. 1o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.810,
de 2013)
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.810, de 2013)
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.810, de 2013)
III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 12.810, de 2013)
IV - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.810, de 2013)
§ 4o As operações de microcrédito produtivo rural efetuadas no
âmbito do Pronaf com agricultores familiares enquadrados na Lei
no 11.326, de 24 de julho de 2006, desde que obedeçam à metodologia definida no § 3o do art. 1o desta Lei, podem ser consideradas
como microcrédito produtivo orientado, integrante do PNMPO. (Incluído pela Lei nº 12.810, de 2013)
§ 5o Na operacionalização do microcrédito produtivo rural de
que trata o § 4o deste artigo, as instituições de microcrédito produtivo orientado, de que trata o § 6o do art. 1o desta Lei, poderão,
sob responsabilidade da instituição financeira mandante, prestar os
seguintes serviços: (Incluído pela Lei nº 12.810, de 2013)
I - recepção e encaminhamento à instituição financeira de propostas de abertura de contas de depósitos à vista e de conta de poupança; (Incluído pela Lei nº 12.810, de 2013)
II - recepção e encaminhamento à instituição financeira de pedidos de empréstimos, de financiamentos e de renegociação; (Incluído
pela Lei nº 12.810, de 2013)
III - elaboração e análise da proposta de crédito e preenchimento
de ficha cadastral e dos instrumentos de crédito, com a conferência
da exatidão das informações prestadas pelo proponente, à vista de
documentação competente; (Incluído pela Lei nº 12.810, de 2013)
IV - execução de serviços de cobrança não judicial; (Incluído
pela Lei nº 12.810, de 2013)
V - realização de visitas de acompanhamento e de orientação, e
elaboração dos respectivos laudos e/ou relatórios; (Incluído pela Lei
nº 12.810, de 2013)
VI - guarda de documentos, na qualidade de fiel depositário. (Incluído pela Lei nº 12.810, de 2013)
Art. 2o As instituições financeiras de que trata o § 5o do art.
1 desta Lei atuarão no PNMPO por intermédio das instituições de
microcrédito produtivo orientado nominadas no § 6o do art. 1o por
meio de repasse de recursos, mandato ou aquisição de operações de
crédito que se enquadrarem nos critérios exigidos pelo PNMPO e
em conformidade com as Resoluções do Conselho Deliberativo do
Fundo de Amparo ao Trabalhador - Codefat e do Conselho Monetário Nacional – CMN.
§ 1o Para atuar diretamente no PNMPO, as instituições financeiras de que trata o § 5o do art. 1o desta Lei deverão constituir estrutura
própria para o desenvolvimento desta atividade, devendo habilitar-se no Ministério do Trabalho e Emprego demonstrando que suas
operações de microcrédito produtivo orientado serão realizadas em
conformidade com o § 3o do art. 1o desta Lei. (Renumerado pela Lei
nº 12.249, de 2010)
§ 2o As instituições financeiras públicas federais que se enquadrem nas disposições do § 5o do art. 1o desta Lei poderão atuar no
PNMPO por intermédio de sociedade na qual participe direta ou
indiretamente, desde que tal sociedade tenha por objeto prestar serviços necessários à contratação e acompanhamento de operações de
microcrédito produtivo orientado e que esses serviços não representem atividades privativas de instituições financeiras, devendo essa
sociedade habilitar-se no Ministério do Trabalho e Emprego. (Redação dada pela Lei nº 12.810, de 2013)
o
Didatismo e Conhecimento
Art. 3o O Conselho Monetário Nacional - CMN e o Conselho
Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador - Codefat, no âmbito de suas respectivas competências, disciplinarão:
I - as condições de repasse de recursos e de aquisição de operações de crédito das instituições de microcrédito produtivo orientado
pelas instituições financeiras operadoras;
II – as condições de financiamento das instituições de microcrédito produtivo aos tomadores finais dos recursos, estabelecendo,
inclusive, estratificação por renda bruta anual que priorize os segmentos de mais baixa renda dentre os beneficiários do PNMPO;
III - os requisitos para a habilitação das instituições de microcrédito produtivo orientado e das sociedades de que trata o § 2o do
art. 2o desta Lei, no PNMPO, dentre os quais deverão constar: (Redação dada pela Lei nº 12.810, de 2013)
a) cadastro e termo de compromisso no Ministério do Trabalho
e Emprego;
146
ConheCimentos banCáRios
b) plano de trabalho a ser aprovado pela instituição financeira,
que deverá conter, dentre outros requisitos, definição da metodologia de microcrédito produtivo orientado a ser utilizada, da forma
de acompanhamento dos financiamentos, com os respectivos instrumentos a serem utilizados, e dos índices de desempenho;
IV – os requisitos para a atuação dos bancos de desenvolvimento, das agências de fomento, dos bancos cooperativos e das centrais
de cooperativas de crédito na intermediação de recursos entre as
instituições financeiras e as instituições de microcrédito produtivo
orientado.
§ 1o Quando a fonte de recursos utilizados no PNMPO for proveniente do FAT, o Codefat, além das condições de que trata o caput deste artigo, deverá definir:
I - os documentos e informações cadastrais exigidos em operações de microcrédito;
II - os mecanismos de fiscalização e de monitoramento do
PNMPO;
III - o acompanhamento, por amostragem, pelas instituições
financeiras operadoras nas instituições de microcrédito produtivo
orientado, nas sociedades de que trata o § 2o do art. 2° desta Lei e nos
tomadores finais dos recursos; (Redação dada pela Lei nº 12.810,
de 2013)
IV - as condições diferenciadas de depósitos especiais de que
tratam o art. 9o da Lei no 8.019, de 11 de abril de 1990, com a redação dada pelo art. 1o da Lei no 8.352, de 28 de dezembro de 1991;
o art. 4o da Lei no 8.999, de 24 de fevereiro de 1995; e o art. 11 da Lei
no 9.365, de 16 de dezembro de 1996, com a redação dada pelo art.
8o da Lei no 9.872, de 23 de novembro de 1999.
§ 2o As operações de crédito no âmbito do PNMPO poderão
contar com a garantia do Fundo de Aval para a Geração de Emprego
e Renda – Funproger, instituído pela Lei no 9.872, de 23 de novembro de 1999, observadas as condições estabelecidas pelo Codefat.
III - às agências de fomento de que trata a Medida Provisória nº
2.192-70, de 24 de agosto de 2001; e (Incluído pela Lei nº 12.666,
de 2012)
IV - às instituições elencadas nos incisos I e III do § 6º do art. 1º,
desde que por intermédio e responsabilidade dos agentes referidos
nos incisos I a III deste § 2º. (Incluído pela Lei nº 12.666, de 2012)
§ 3º O pagamento da subvenção de que trata o caput deste artigo, com vistas no atendimento do disposto no inciso II do § 1º do
art. 63 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, fica condicionado à
apresentação pela instituição financeira recebedora da subvenção de
declaração de responsabilidade pela exatidão das informações relativas às operações realizadas. (Incluído pela Lei nº 12.666, de 2012)
§ 4º A equalização de parte dos custos de que trata o caput corresponderá a montante fixo por operação contratada de microcrédito
produtivo orientado. (Incluído pela Lei nº 12.666, de 2012)
§ 5º Cabe ao Ministério da Fazenda: (Incluído pela Lei nº
12.666, de 2012)
I - estabelecer os critérios a serem observados pelas instituições
financeiras nas operações de microcrédito produtivo orientado para
fazer jus à subvenção; (Incluído pela Lei nº 12.666, de 2012)
II - definir a metodologia, as normas operacionais e demais
condições para o pagamento da subvenção; (Incluído pela Lei nº
12.666, de 2012)
III - respeitada a dotação orçamentária reservada a esta finalidade, estipular os limites anuais de subvenção por instituição financeira; e (Incluído pela Lei nº 12.666, de 2012)
IV - divulgar, anualmente, informações relativas à subvenção
econômica concedida, por instituição financeira, indicando, no mínimo e desde que satisfeita a exigência constante do § 6º, o valor
total da subvenção, o valor médio da equalização de juros praticada
e o número de beneficiários por instituição financeira e por unidade
da federação. (Incluído pela Lei nº 12.666, de 2012)
§ 6º As instituições financeiras participantes deverão encaminhar ao Ministério da Fazenda informações relativas às operações
realizadas no formato e na periodicidade indicados em ato do Ministro de Estado da Fazenda. (Incluído pela Lei nº 12.666, de 2012)
Art. 4o Fica permitida a realização de operações de crédito a
pessoas físicas e jurídicas empreendedoras de atividades produtivas
de pequeno porte, no âmbito do PNMPO, sem a exigência de garantias reais, as quais podem ser substituídas por formas alternativas e adequadas de garantias, a serem definidas pelas instituições
financeiras operadoras, observadas as condições estabelecidas em
decreto do Poder Executivo.
Art. 4º-B. A aplicação irregular ou o desvio dos recursos provenientes das subvenções de que trata esta Lei sujeitará o infrator à
devolução, em dobro, da subvenção recebida, atualizada monetariamente, sem prejuízo das penalidades previstas no art. 44 da Lei
nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964. (Redação dada pela Lei nº
12.666, de 2012)
Art. 4º-A. Fica a União autorizada a conceder subvenção econômica sob a forma de equalização de parte dos custos a que estão
sujeitas as instituições financeiras para contratação e acompanhamento de operações de microcrédito produtivo orientado. (Incluído
pela Lei nº 12.666, de 2012)
§ 1o A subvenção de que trata o caput fica limitada à respectiva
dotação orçamentária fixada para o exercício. (Redação dada pela
Lei nº 12.810, de 2013)
§ 2º A subvenção de que trata o caput será concedida: (Incluído
pela Lei nº 12.666, de 2012)
I - às instituições financeiras relacionadas no art. 1º da Lei nº
10.735, de 11 de setembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 12.666,
de 2012)
II - aos bancos de desenvolvimento; (Incluído pela Lei nº
12.666, de 2012)
Didatismo e Conhecimento
Art. 4º-C. Cabe ao Banco Central do Brasil acompanhar e fiscalizar as operações de microcrédito produtivo orientado realizadas
pelas instituições financeiras beneficiárias da subvenção de que trata
esta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.666, de 2012)
Art. 5o O Ministério do Trabalho e Emprego poderá celebrar
convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos que objetivem a
cooperação técnico-científica com órgãos do setor público e entidades privadas sem fins lucrativos, no âmbito do PNMPO.
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ConheCimentos banCáRios
Art. 6o Fica criado o Comitê Interministerial do PNMPO para
subsidiar a coordenação e a implementação das diretrizes previstas
nesta Lei, receber, analisar e elaborar proposições direcionadas ao
Codefat e ao CMN, de acordo com suas respectivas atribuições, cabendo ao Poder Executivo regulamentar a composição, organização
e funcionamento do Comitê.
Art. 11. O caput do art. 1o e o inciso VI do art. 2o da Lei
n 10.735, de 11 de setembro de 2003, passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1o Os bancos comerciais, os bancos múltiplos com carteira comercial e a Caixa Econômica Federal manterão aplicada em
operações de crédito destinadas à população de baixa renda e a microempreendedores parcela dos recursos oriundos dos depósitos a
vista por eles captados, observadas as seguintes condições:
.....................................................................” (NR)
“Art. 2o ..................................................................
..............................................................................
VI - o valor máximo do crédito por cliente;
......................................................................” (NR)
o
Art. 7o A alínea a do § 2o do art. 11 da Lei no 8.029, de 12 de
abril de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 11 ..................................................................
..............................................................................
§ 2o .......................................................................
a) por intermédio da destinação de aplicações financeiras, em
agentes financeiros públicos ou privados, para lastrear a prestação
de aval parcial ou total ou fiança nas operações de crédito destinadas a microempresas e empresas de pequeno porte; para lastrear a
prestação de aval parcial ou total ou fiança nas operações de crédito
e aquisição de carteiras de crédito destinadas a sociedades de crédito ao microempreendedor, de que trata o art. 1o da Lei no 10.194,
de 14 de fevereiro de 2001, e a organizações da sociedade civil de
interesse público que se dedicam a sistemas alternativos de crédito,
de que trata a Lei no 9.790, de 23 de março de 1999; e para lastrear
operações no âmbito do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado;
.....................................................................” (NR)
Art. 12. Fica a União autorizada, exclusivamente para a safra
2004/2005, a conceder cobertura do Seguro da Agricultura Familiar
– “Proagro Mais” a agricultores que não efetuaram, em tempo hábil,
a comunicação ao agente financeiro do cultivo de produto diverso
do constante no instrumento de crédito, desde que este produto substituto seja passível de amparo pelo “Proagro Mais” e o respectivo
Município haja decretado estado de calamidade ou de emergência
em função da estiagem, devidamente reconhecido pelo governo federal.
Parágrafo único. O CMN disciplinará a aplicação da excepcionalidade de que trata este artigo, definindo as demais condições e
realizando as necessárias adequações orçamentárias.
Art. 8o O caput do art. 8o da Lei no 9.311, de 24 de outubro de
1996, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso VIII:
“Art. 8o ..................................................................
..............................................................................
VIII - nos lançamentos a débito nas contas especiais de depósito
a vista tituladas pela população de baixa renda, com limites máximos de movimentação e outras condições definidas pelo Conselho
Monetário Nacional - CMN e pelo Banco Central do Brasil.
......................................................................” (NR)
Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 25 de abril de 2005; 184o da Independência e 117o da
República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Antonio Polocci Filho
Ricardo José Ribeiro Berzoini
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 26.4.2005
Art. 9o O § 3o do art. 2o da Lei no 9.872, de 23 de novembro de
1999, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 2o ..................................................................
..............................................................................
§ 3o O limite estabelecido no inciso I do caput deste artigo poderá ser ampliado pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo
ao Trabalhador - Codefat, mediante proposta do Ministro de Estado
do Trabalho e Emprego, até o valor de R$ 200.000.000,00 (duzentos
milhões de reais).” (NR)
CARTÕES
Cartão de Crédito
É um serviço de intermediação que permite ao consumidor adquirir bens e serviços em estabelecimentos comerciais previamente
credenciados, mediante a comprovação de sua condição de usuário.
Tal comprovação é feita com a apresentação do cartão no ato da
aquisição da mercadoria.
Juridicamente, o cartão de crédito é um contrato de adesão entre consumidor e administradora de cartões de crédito, que tem por
objeto a prestação dos seguintes serviços:
I – serviços de intermediação de pagamentos à vista entre consumidor e fornecedor pertencente a uma rede credenciada;
II – serviço de intermediação financeira (crédito) para cobertura
de obrigações assumidas através do cartão de crédito junto a fornecedor pertencente a uma rede credenciada;
III – serviço de intermediação financeira (crédito) para cobertura de inadimplemento por parte do consumidor de obrigações assumidas junto a fornecedor pertencente a uma rede credenciada;
Art. 10. O inciso I do caput do art. 1o da Lei no 10.194, de 14 de
fevereiro de 2001, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1o ..................................................................
I - terão por objeto social a concessão de financiamentos a
pessoas físicas e microempresas, com vistas na viabilização de empreendimentos de natureza profissional, comercial ou industrial, de
pequeno porte, equiparando-se às instituições financeiras para os
efeitos da legislação em vigor, podendo exercer outras atividades
definidas pelo Conselho Monetário Nacional;
....................................................................” (NR)
Didatismo e Conhecimento
148
ConheCimentos banCáRios
IV – serviço de intermediação financeira (crédito) para empréstimos em dinheiro direto ao consumidor, disponibilizado através de
operação de saque.
O contrato de intermediação de pagamentos à vista é o contrato
realizado entre o consumidor e uma administradora de cartões de
crédito, que tem por objeto a prestação do serviço de intermediação
de pagamentos à vista das obrigações assumidas por meio de cartão,
até um limite estabelecido entre o consumidor e um fornecedor de
bens ou serviços pertencente a uma rede credenciada, desde que o
consumidor pague suas obrigações integralmente até o dia do vencimento da fatura e não opte pelo parcelamento do valor das compras.
As empresas detentoras de uma determinada marca (popularmente chamadas de bandeiras) autorizam outras empresas (chamadas emissoras) gerar cartões ostentando a respectiva marca.
Os portadores desses cartões têm à sua disposição uma rede de
lojas credenciadas para a aquisição de bens e serviços.
O estabelecimento comercial registra a transação com o uso de
máquinas mecânicas ou informatizadas, fornecidas pela administradora do cartão de crédito, gerando um débito do usuário-consumidor
a favor da administradora e um crédito do fornecedor do bem ou serviço contra a administradora, de acordo com os contratos firmados
entre essas partes.
Periodicamente, a administradora do cartão de crédito emite e
apresenta a fatura ao usuário-consumidor, com a relação e o valor
das compras efetuadas.
Assim, o cartão de crédito pode ser considerado como um indutor ao crescimento das vendas. Possibilita ao cliente um financiamento e a adequação de suas despesas a seu fluxo de caixa. Funciona
como um crédito automático e é a moeda do futuro.
É caracterizando-se pela dispensa da tradição da coisa onerada,
ou seja, o devedor continua na sua posse, equiparando-se ao depositário para todos os efeitos. Visa garantir obrigação comercial.
Penhor mercantil é a garantia na qual o bem empenhado faz
parte integrante do negócio comercial. Pode abranger tanto estoques
de matérias-primas quanto estoques de produtos acabados. Os estoques objeto de penhor mercantil são confiados a fiel depositário, que
se torna responsável pela guarda, existência e conservação dos bens
dados em garantia.
PENHOR – CÓDIGO CIVIL
Art. 1.431 Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da
posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente,
faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de
alienação.
Parágrafo único. No penhor rural, industrial, mercantil e de
veículos, as coisas empenhadas continuam em poder do devedor,
que as deve guardar e conservar.
Art. 1.432 O instrumento do penhor deverá ser levado a registro, por qualquer dos contratantes; o do penhor comum será registrado no Cartório de Títulos e Documentos.
Art. 1.433 O credor pignoratício tem direito:
I - à posse da coisa empenhada;
II - à retenção dela, até que o indenizem das despesas devidamente justificadas, que tiver feito, não sendo ocasionadas por culpa
sua;
III - ao ressarcimento do prejuízo que houver sofrido por vício
da coisa empenhada;
IV - a promover a execução judicial, ou a venda amigável, se
lhe permitir expressamente o contrato, ou lhe autorizar o devedor
mediante procuração;
V - a apropriar-se dos frutos da coisa empenhada que se encontra em seu poder;
VI - a promover a venda antecipada, mediante prévia autorização judicial, sempre que haja receio fundado de que a coisa empenhada se perca ou deteriore, devendo o preço ser depositado. O dono
da coisa empenhada pode impedir a venda antecipada, substituindo-a, ou oferecendo outra garantia real idônea.
Tipos de cartões:
- quanto ao usuário;
- pessoa física;
- empresarial;
- quanto à utilização;
- exclusivo no mercado brasileiro;
- de uso internacional.
Cartão de Débito
É dinheiro vivo, à medida que o valor é debitado da conta corrente. O estabelecimento deve dispor de um terminal eletrônico, que
fará a leitura do cartão de débito, com a respectiva senha do cliente.
Será cobrada uma taxa do estabelecimento e os recursos não
serão entregues imediatamente, não sendo, portanto, dinheiro vivo
para o estabelecimento.
Art. 1.434 O credor não pode ser constrangido a devolver a coisa empenhada, ou uma parte dela, antes de ser integralmente pago,
podendo o juiz, a requerimento do proprietário, determinar que seja
vendida apenas uma das coisas, ou parte da coisa empenhada, suficiente para o pagamento do credor.
PENHOR;
Penhor: É um direito real que consiste na tradição de coisa
móvel, suscetível de alienação, realizada pelo devedor ou por terceiro ao credor, a fim de garantir o pagamento do débito. Tem como
sujeitos o devedor pignoratício (pode ser tanto o sujeito passivo da
obrigação principal como terceiro que ofereça o ônus real) e o credor pignoratício (o que empresta o dinheiro).
Art. 1.435 O credor pignoratício é obrigado:
I - à custódia da coisa, como depositário, e a ressarcir ao dono a
perda ou deterioração de que for culpado, podendo ser compensada
na dívida, até a concorrente quantia, a importância da responsabilidade;
II - à defesa da posse da coisa empenhada e a dar ciência, ao
dono dela, das circunstâncias que tornarem necessário o exercício
de ação possessória;
Penhor mercantil
Didatismo e Conhecimento
149
ConheCimentos banCáRios
III - a imputar o valor dos frutos, de que se apropriar (art. 1.433,
inciso V) nas despesas de guarda e conservação, nos juros e no capital da obrigação garantida, sucessivamente;
IV - a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões, uma vez
paga a dívida;
V - a entregar o que sobeje do preço, quando a dívida for paga,
no caso do inciso IV do art. 1.433.
V - animais do serviço ordinário de estabelecimento agrícola.
Art. 1.443 O penhor agrícola que recai sobre colheita pendente,
ou em via de formação, abrange a imediatamente seguinte, no caso
de frustrar-se ou ser insuficiente a que se deu em garantia.
Parágrafo único. Se o credor não financiar a nova safra, poderá
o devedor constituir com outrem novo penhor, em quantia máxima
equivalente à do primeiro; o segundo penhor terá preferência sobre
o primeiro, abrangendo este apenas o excesso apurado na colheita
seguinte.
Art. 1.436 Extingue-se o penhor:
I - extinguindo-se a obrigação;
II - perecendo a coisa;
III - renunciando o credor;
IV - confundindo-se na mesma pessoa as qualidades de credor
e de dono da coisa;
V - dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a venda da
coisa empenhada, feita pelo credor ou por ele autorizada.
§ 1º Presume-se a renúncia do credor quando consentir na
venda particular do penhor sem reserva de preço, quando restituir a
sua posse ao devedor, ou quando anuir à sua substituição por outra
garantia.
§ 2º Operando-se a confusão tão-somente quanto a parte da
dívida pignoratícia, subsistirá inteiro o penhor quanto ao resto.
Art. 1.444 Podem ser objeto de penhor os animais que integram
a atividade pastoril, agrícola ou de lacticínios.
Art. 1.445 O devedor não poderá alienar os animais empenhados sem prévio consentimento, por escrito, do credor.
Parágrafo único. Quando o devedor pretende alienar o gado
empenhado ou, por negligência, ameace prejudicar o credor, poderá
este requerer se depositem os animais sob a guarda de terceiro, ou
exigir que se lhe pague a dívida de imediato.
Art. 1.446 Os animais da mesma espécie, comprados para
substituir os mortos, ficam sub-rogados no penhor.
Parágrafo único. Presume-se a substituição prevista neste artigo, mas não terá eficácia contra terceiros, se não constar de menção
adicional ao respectivo contrato, a qual deverá ser averbada.
Art. 1.437 Produz efeitos a extinção do penhor depois de averbado o cancelamento do registro, à vista da respectiva prova.
Art. 1.438 Constitui-se o penhor rural mediante instrumento
público ou particular, registrado no Cartório de Registro de Imóveis
da circunscrição em que estiverem situadas as coisas empenhadas.
Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que
garante com penhor rural, o devedor poderá emitir, em favor do credor, cédula rural pignoratícia, na forma determinada em lei especial.
Art. 1.447 Podem ser objeto de penhor máquinas, aparelhos,
materiais, instrumentos, instalados e em funcionamento, com os
acessórios ou sem eles; animais, utilizados na indústria; sal e bens
destinados à exploração das salinas; produtos de suinocultura, animais destinados à industrialização de carnes e derivados; matérias-primas e produtos industrializados.
Art. 1.439 O penhor agrícola e o penhor pecuário somente podem ser convencionados, respectivamente, pelos prazos máximos
de três e quatro anos, prorrogáveis, uma só vez, até o limite de igual
tempo.
§ 1º Embora vencidos os prazos, permanece a garantia, enquanto subsistirem os bens que a constituem.
§ 2º A prorrogação deve ser averbada à margem do registro
respectivo, mediante requerimento do credor e do devedor.
Parágrafo único. Regula-se pelas disposições relativas aos armazéns gerais o penhor das mercadorias neles depositadas.
Art. 1.448 Constitui-se o penhor industrial, ou o mercantil,
mediante instrumento público ou particular, registrado no Cartório
de Registro de Imóveis da circunscrição onde estiverem situadas as
coisas empenhadas.
Art. 1.440 Se o prédio estiver hipotecado, o penhor rural poderá
constituir-se independentemente da anuência do credor hipotecário,
mas não lhe prejudica o direito de preferência, nem restringe a extensão da hipoteca, ao ser executada.
Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que
garante com penhor industrial ou mercantil, o devedor poderá emitir, em favor do credor, cédula do respectivo crédito, na forma e para
os fins que a lei especial determinar.
Art. 1.441 Tem o credor direito a verificar o estado das coisas
empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, por si ou por pessoa que credenciar.
Art. 1.449 O devedor não pode, sem o consentimento por escrito do credor, alterar as coisas empenhadas ou mudar-lhes a situação,
nem delas dispor. O devedor que, anuindo o credor, alienar as coisas
empenhadas, deverá repor outros bens da mesma natureza, que ficarão sub-rogados no penhor.
Art. 1.442 Podem ser objeto de penhor:
I - máquinas e instrumentos de agricultura;
II - colheitas pendentes, ou em via de formação;
III - frutos acondicionados ou armazenados;
IV - lenha cortada e carvão vegetal;
Didatismo e Conhecimento
Art. 1.450 Tem o credor direito a verificar o estado das coisas
empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, por si ou por pessoa que credenciar
150
ConheCimentos banCáRios
Identificação e Divulgação de Ganhadores
Dados como nome, CPF e número de identidade são registrados
em um sistema corporativo da CAIXA e, posteriormente, são repassados à Receita Federal, ficando assim, à disposição dos Órgãos
Públicos competentes.
O ganhador tem o direito, por questões relativas à sua segurança
e de seus familiares, de não ter seu nome e sua imagem divulgadas
ao público em geral, porém a CAIXA, sempre que instada a fazê-lo por órgãos que constitucionalmente detenham essa competência,
disponibiliza essa informação.
LOTERIAS;
As loterias já existiam em vários países, porém a Espanha foi
o primeiro país a promover as apostas com o objetivo “social” de
arrecadar fundos, visando à realização de obras e infraestrutura. O
modelo administrativo utilizado pela Espanha para promover as loterias gerou resultado financeiro positivo para o governo. A partir
de 1763 outros países passaram a utilizar os mesmos métodos dos
espanhóis, dando inicio a criação de várias modalidades de loterias.
No Brasil a primeira loteria que se tem noticia foi realizada na
cidade de Ouro Preto em Minas Gerais no ano de 1784. A finalidade da loteria naquela ocasião, a exemplo dos espanhóis, tinha por
objetivo arrecadar fundos. O valor arrecadado foi o suficiente para
construir a Câmara dos Vereadores e a Cadeia Pública.
No decorrer dos séculos 18 e 19 as loterias se espalharam por
todo o Brasil em virtude do sucesso alcançado pela loteria realizada
em Ouro Preto. No inicio do século 20 as loterias foram consideradas jogos de azar e sua realização foi proibida em vários países,
incluindo Estados Unidos e Europa. No Brasil não houve tal restrição, as loterias brasileiras foram oficializadas e regulamentas por D.
Pedro II através do decreto nº 357, de 27 de Abril de 1844 e a partir
de então somente empresas particulares mediante concorrência pública poderiam comercializar as apostas.
As loterias passaram a ser uma grande fonte de geração de
receita e o Governo não demorou a se apoderar dessa máquina de
fazer dinheiro. A partir de 1961 a concessão para as empresas particulares foram canceladas e a comercialização oficial das loterias
passou a ser disponibilizado somente pela Caixa Econômica Federal
(CEF), instituição pertencente ao Governo.
A Loteria Federal foi a primeira modalidade de loteria comercializada pela Caixa Econômica Federal, o primeiro sorteio foi realizado em 15 de setembro de 1962 e assim deu inicio a todas as outras
modalidades das Loterias da Caixa que conhecemos atualmente.
Bom, e a Mega Sena quando surgiu? A Mega Sena surgiu em 04
de março de 1996, visando à criação de uma modalidade de loteria
que gerasse grandes prêmios, ao mesmo tempo fosse a que mais
arrecadasse para os cofres do Governo e consequentemente a mais
difícil de ganhar. Pelo visto a ideia deu certo e atualmente a Mega
Sena é a principal modalidade de loteria da Caixa Econômica Federal.
Prevenção ao Crime de Lavagem de Dinheiro
A CAIXA é aliada e parceira do COAF (Conselho de Controle
de Atividades Financeiras) na prevenção ao crime de lavagem de
dinheiro. Por esse motivo, a instituição submete-se, rigorosamente,
às determinações do COAF e envia, rotineiramente, informações sobre os pagamentos de prêmios com os respectivos nomes e CPF de
ganhadores, obedecendo a parâmetros definidos por aquele Órgão.
Essas informações subsidiam o COAF em sua atuação contra
eventual prática de crime de lavagem de dinheiro com prêmios das
Loterias Federais.
Procedimentos inerentes às Loterias Federais
Todos os processos que envolvem a captação de apostas, o sorteio e a apuração das Loterias Federais são rigidamente cumpridos
para garantir a total segurança das informações envolvidas. Abaixo,
citamos esses procedimentos:
Sistema de Captação e Processamento das Apostas
O sistema utilizado para captação de apostas das Loterias CAIXA foi implementado dentro das melhores práticas de segurança
para sistemas transacionais de alta disponibilidade e missão crítica.
Um conjunto de procedimentos rigorosamente cumpridos na
captação e processamento das apostas garante total segurança à
integridade das informações e processos envolvidos nessas operações, impossibilitando qualquer adulteração de dados das apostas
efetuadas e impedindo qualquer inserção de novas apostas após o
encerramento das vendas, que ocorre uma hora antes do início do
sorteio das dezenas que irão determinar os ganhadores de prêmios.
A captação e processamento de apostas são efetuados em tempo real, com o que garante a participação da totalidade das apostas
vendidas em cada concurso, pois o recibo só é emitido depois que a
aposta for processada pelo Sistema On-Line de Loterias. Como mais
um requisito de segurança, para cada aposta, ficam registradas e são
impressas no recibo as seguintes informações: data e hora, código
da casa lotérica, número do bilhete, código de segurança e outras
informações que identificam a transação. Todas essas informações
são disponibilizadas às auditorias de órgãos fiscalizadores.
O primeiro sorteio da Mega Sena foi realizado no auditório da
Caixa e o resultado divulgado em 11 de março de 1996. Após a apuração do resultado não foi constado nenhum ganhador para a faixa
principal de 06 dezenas, acumulando o prêmio da Mega Sena em
R$ 1.714.650,23. O primeiro acertador de um resultado da Mega
Sena foi um apostador do Paraná e o sortudo recebeu um total de
R$ 2.307.162,23.
Atualmente a Mega Sena está entre as 20 maiores modalidades
de loteria do mundo é a 13ª a entregar o maior prêmio da história das
loterias no valor de R$ 244.784.099,16 dividido por três acertadores
da Mega da Virada em 2012.
Realização dos Sorteios
Os sorteios somente ocorrem uma hora após o encerramento
das apostas e são realizados no Caminhão da Sorte, unidade móvel que percorre todo o Brasil, em estúdio de emissora de TV ou,
excepcionalmente, os sorteios acontecem no auditório da CAIXA,
em Brasília, com livre acesso ao público. Nos últimos cinco anos, o
Caminhão já visitou mais de 300 municípios.
A seguir, vamos discorrer sobre os procedimentos da CAIXA
na administração das Loterias Federais:
Didatismo e Conhecimento
151
ConheCimentos banCáRios
FINANCIAMENTO ESTUDANTIL (FIES).
Assim, todos os sorteios das Loterias Federais são realizados
em lugares abertos, com a presença e participação da população local e de órgãos de imprensa, que podem verificar e atestar a transparência e lisura de todos os processos envolvidos.
Os locais para realização dos sorteios das Loterias Federais
são divulgados com antecedência mínima de 30 dias na página da
CAIXA (www.caixa.gov.br). Para conferir onde e quando serão realizados os sorteios basta acessar http://www1.caixa.gov.br/loterias/
sorteio_loterias.asp
O Fundo de Financiamento Estudantil(Fies) é um programa do
Ministério da Educação destinado a financiar a graduação na educação superior de estudantes matriculados em instituições não gratuitas. Podem recorrer ao financiamento os estudantes matriculados
em cursos superiores que tenham avaliação positiva nos processos
conduzidos pelo Ministério da Educação.
Em 2010 o FIES passou a funcionar em um novo formato. O
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) passou
a ser o Agente Operador do Programa e os juros caíram para 3,4%
ao ano. Além disso, passou a ser permitido ao estudante solicitar o
financiamento em qualquer período do ano.
É por intermédio dessa unidade móvel que a CAIXA democratiza o sorteio, possibilitando que pessoas de todas as regiões do País
possam verificar a transparência e segurança dos sorteios.
A partir de 10/10/2011, a CAIXA iniciou a transmissão ao vivo,
pela TV dos sorteios das Loterias Federais. A iniciativa tem por objetivo levar a um público maior a oportunidade de assistir aos sorteios
Uma das modalidades do dia é sorteada, com transmissão ao
vivo, em estúdio de emissora de TV ou a partir do Caminhão da
Sorte.
Os sorteios transmitidos são realizados às 20:25h.
COMO SE INSCREVER
Desde 2010 o FIES passou a operar em fluxo contínuo, ou seja,
o estudante pode solicitar o financiamento em qualquer período do
ano, de acordo com a sua necessidade. As inscrições são feitas pelo
Sistema Informatizado do FIES (SisFIES), disponível para acesso
neste sítio. Assim para solicitar o financiamento:
Além do público presente, todos os sorteios são conduzidos
e validados formalmente por empregados da CAIXA e por outras
duas pessoas do público que atuam como auditores populares. As
bolas utilizadas nos sorteios são de borracha maciça, numeradas e
coloridas para facilitar a identificação, possuem o mesmo peso e diâmetro, características verificadas periodicamente pelo INMETRO.
1º Passo: Inscrição no SisFIES
O primeiro passo para efetuar a inscrição é acessar o SisFIES e
informar os dados solicitados. No primeiro acesso, o estudante informará seu número de Cadastro de Pessoa Física (CPF), sua data de
nascimento, um endereço de e-mail válido e cadastrará uma senha
que será utilizada sempre que o estudante acessar o sistema. Após
informar os dados solicitados, o estudante receberá uma mensagem
no endereço de e-mail informado para validação do seu cadastro. A
partir daí, o estudante acessará o SisFIES e fará sua inscrição informando seus dados pessoais, do seu curso e instituição e as informações sobre o financiamento solicitado.
Tanto as bolas quanto os equipamentos de sorteio utilizados
para os sorteios são de fabricação da empresa francesa Ryo Catteau,
fornecedora de outras grandes loterias no mundo.
Apuração das Apostas Premiadas
Uma hora antes de cada sorteio, a venda de aposta é encerrada
automaticamente pelo Sistema de Informática responsável por sua
captação e processamento. A partir desse momento, o sistema fica
bloqueado para o recebimento de novas apostas, ou qualquer tipo de
alteração, aguardando apenas o resultado do sorteio para proceder à
apuração dos contemplados com os prêmios.
2º Passo: Validação das informações
Após concluir sua inscrição no SisFIES, o estudante deverá validar suas informações na Comissão Permanente de Supervisão e
Acompanhamento (CPSA), em sua instituição de ensino, em até 10
(dez) dias, contados a partir do dia imediatamente posterior ao da
conclusão da sua inscrição. A Comissão Permanente de Supervisão
e Acompanhamento (CPSA) é o órgão responsável, na instituição
de ensino, pela validação das informações prestadas pelo candidato
no ato da inscrição.
Após os sorteios dos números, o sistema é alimentado com as
dezenas sorteadas e efetua a apuração das apostas premiadas.
Por ocasião da apuração são verificados e conferidos o valor
total arrecadado, os valores destinados a prêmio (nas várias faixas
de premiação), o número de ganhadores e o rateio dos prêmios, entre
outras informações de controle dos concursos apurados.
3º Passo: Contratação do financiamento
Após a validação das informações o estudante deverá comparecer a um agente financeiro do FIES em até 10 (dez) dias, contados
a partir do terceiro dia útil imediatamente subsequente à data da validação da inscrição pela CPSA, para formalizar a contratação do
financiamento.
No ato da inscrição no SisFIES, o estudante escolherá a instituição bancária, assim como a agência de sua preferência. Sendo
a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil os atuais Agentes
Financeiros do Programa.
Auditorias Técnicas
A CAIXA considera extremamente importantes as auditorias
técnicas que constantemente são efetuadas na administração das Loterias Federais, principalmente pelo Tribunal de Contas da União
(TCU) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), pois, ao se validar a lisura e a transparência dos processos envolvidos, a credibilidade desse serviço público da União é cada vez mais consolidada.
Didatismo e Conhecimento
152
ConheCimentos banCáRios
§ 4o São considerados cursos de mestrado e doutorado, com
avaliação positiva, aqueles que, nos processos conduzidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes, nos termos da Lei no 8.405, de 9 de janeiro de 1992, obedecerem
aos padrões de qualidade por ela propostos. (Incluído pela Lei nº
11.552, de 2007).
§ 5o A participação da União no Fies dar-se-á exclusivamente
mediante contribuições ao Fundo instituído por esta Lei, ressalvado
o disposto nos arts. 10 e 16. (Redação dada pela Lei nº 12.202, de
2010)
§ 6o É vedada a concessão de novo financiamento a estudante
inadimplente com o Fies ou com o Programa de Crédito Educativo
de que trata a Lei no 8.436, de 25 de junho de 1992. (Incluído pela
Lei nº 12.202, de 2010)
§ 7o A avaliação das unidades de ensino de educação profissional e tecnológica para fins de adesão ao Fies dar-se-á de acordo
com critérios de qualidade e requisitos fixados pelo Ministério da
Educação. (Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011)
CONDIÇÕES DE FINANCIAMENTO
Conheça as fases de pagamento do FIES para os contratos firmados a partir deste ano:
Fase de utilização: Durante o período de duração do curso, o
estudante pagará, a cada três meses, o valor máximo de R$ 50,00,
referente ao pagamento de juros incidentes sobre o financiamento.
Fase de carência: Após a conclusão do curso, o estudante terá
18 meses de carência para recompor seu orçamento. Nesse período,
o estudante pagará, a cada três meses, o valor máximo de R$ 50,00,
referente ao pagamento de juros incidentes sobre o financiamento.
Fase de amortização: Encerrado o período de carência, o saldo
devedor do estudante será parcelado em até três vezes o período
financiado do curso, acrescido de 12 meses.
Exemplo: Um estudante que financiou todo o curso com duração de 4 anos:
- Durante o curso: Pagamento trimestral de até R$ 50,00.
- Carência: Nos 18 meses após a conclusão do curso, o estudante pagará, a cada três meses, o valor máximo de R$ 50,00.
- Amortização: Ao final da carência, o saldo devedor do estudante será dividido em até 13 anos [ 3 x 4 anos (período financiado
do curso) + 12 meses].
Seção I
Das receitas do FIES
Art. 2o Constituem receitas do FIES:
I - dotações orçamentárias consignadas ao MEC, ressalvado o
disposto no art. 16;
II - trinta por cento da renda líquida dos concursos de prognósticos administrados pela Caixa Econômica Federal, bem como a totalidade dos recursos de premiação não procurados pelos contemplados dentro do prazo de prescrição, ressalvado o disposto no art. 16;
III - encargos e sanções contratualmente cobrados nos financiamentos concedidos ao amparo desta Lei;
IV - taxas e emolumentos cobrados dos participantes dos processos de seleção para o financiamento;
V - encargos e sanções contratualmente cobrados nos financiamentos concedidos no âmbito do Programa de Crédito Educativo,
de que trata a Lei no 8.436, de 25 de junho de 1992, ressalvado o
disposto no art. 16;
VI - rendimento de aplicações financeiras sobre suas disponibilidades; e
VII - receitas patrimoniais.
VIII – outras receitas. (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
§ 1o Fica autorizada:
I - (Revogado pela Lei nº 12.202, de 2010)
II - a transferência ao FIES dos saldos devedores dos financiamentos concedidos no âmbito do Programa de Crédito Educativo de
que trata a Lei no 8.436, de 1992;
III – a alienação, total ou parcial, a instituições financeiras, dos
ativos de que trata o inciso II deste parágrafo e dos ativos representados por financiamentos concedidos ao amparo desta Lei. (Redação
dada pela Lei nº 11.552, de 2007).
§ 2o As disponibilidades de caixa do FIES deverão ser mantidas
em depósito na conta única do Tesouro Nacional.
§ 3o As despesas do Fies com os agentes financeiros corresponderão a remuneração mensal de até 2% a.a. (dois por cento ao
ano), calculados sobre o saldo devedor dos financiamentos concedidos, ponderados pela taxa de adimplência, na forma do regulamento. (Redação dada pela Lei nº 12.202, de 2010)
Vamos conferir na sequência a Lei nº 10.260/01, que dispõe
sobre o Fundo de Financiamento ao estudante do Ensino Superior e
dá outras providências.
LEI nº 10.260, DE 12 DE JULHO DE 2001.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DO FUNDO DE FINANCIAMENTO AO ESTUDANTE
DO ENSINO SUPERIOR (FIES)
Art. 1o É instituído, nos termos desta Lei, o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), de natureza contábil, destinado à concessão
de financiamento a estudantes regularmente matriculados em cursos
superiores não gratuitos e com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo Ministério da Educação, de acordo com regulamentação própria. (Redação dada pela Lei nº 12.513, de 2011)
§ 1o O financiamento de que trata o caput poderá beneficiar
estudantes matriculados em cursos da educação profissional e tecnológica, bem como em programas de mestrado e doutorado com
avaliação positiva, desde que haja disponibilidade de recursos. (Redação dada pela Lei nº 12.513, de 2011)
§ 2o São considerados cursos de graduação com avaliação positiva, aqueles que obtiverem conceito maior ou igual a 3 (três) no
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES, de
que trata a Lei no 10.861, de 14 de abril de 2004. (Redação dada pela
Lei nº 12.202, de 2010)
§ 3o Os cursos que não atingirem a média referida no § 2o ficarão desvinculados do Fies sem prejuízo para o estudante financiado. (Redação dada pela Lei nº 12.202, de 2010)
Didatismo e Conhecimento
153
ConheCimentos banCáRios
§ 4o (Revogado pela Lei nº 12.202, de 2010)
CAPÍTULO II
DAS OPERAÇÕES
§ 5º Os saldos devedores alienados ao amparo do inciso III do §
1 o deste artigo e os dos contratos cujos aditamentos ocorreram após
31 de maio de 1999 poderão ser renegociados entre credores e devedores, segundo condições que estabelecerem, relativas à atualização
de débitos constituídos, saldos devedores, prazos, taxas de juros,
garantias, valores de prestações e eventuais descontos, observado o
seguinte: (Redação dada pela Lei nº 10.846, de 2004)
Art. 4o São passíveis de financiamento pelo Fies até 100% (cem
por cento) dos encargos educacionais cobrados dos estudantes por
parte das instituições de ensino devidamente cadastradas para esse
fim pelo Ministério da Educação, em contraprestação aos cursos referidos no art. 1o em que estejam regularmente matriculados. (Redação dada pela Lei nº 12.202, de 2010)
§ 1o (Revogado pela Lei nº 12.202, de 2010)
§ 2o Poderá o Ministério da Educação, em caráter excepcional,
cadastrar, para fins do financiamento de que trata esta Lei, cursos
para os quais não haja processo de avaliação concluído.
§ 3o (Revogado pela Lei nº 12.202, de 2010)
§ 4o Para os efeitos desta Lei, os encargos educacionais referidos no caput deste artigo deverão considerar todos os descontos
regulares e de caráter coletivo oferecidos pela instituição, inclusive
aqueles concedidos em virtude de seu pagamento pontual. (Incluído
pela Lei nº 11.552, de 2007).
§ 5o O descumprimento das obrigações assumidas no termo de
adesão ao Fies sujeita as instituições de ensino às seguintes penalidades: (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
I – impossibilidade de adesão ao Fies por até 3 (três) processos
seletivos consecutivos, sem prejuízo para os estudantes já financiados; e (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
II – ressarcimento ao Fies dos encargos educacionais indevidamente cobrados, conforme o disposto no § 4o deste artigo, bem
como dos custos efetivamente incorridos pelo agente operador e pelos agentes financeiros na correção dos saldos e fluxos financeiros,
retroativamente à data da infração, sem prejuízo do previsto no inciso I deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
§ 6o Será encerrado o financiamento em caso de constatação,
a qualquer tempo, de inidoneidade de documento apresentado ou
de falsidade de informação prestada pelo estudante à instituição de
ensino, ao Ministério da Educação, ao agente operador ou ao agente
financeiro.
(Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
§ 7o O Ministério da Educação, conforme disposto no art.
3o desta Lei, poderá criar regime especial, na forma do regulamento,
dispondo sobre:
(Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
I – a dilatação dos prazos previstos no inciso I e na alínea b do
inciso V do art. 5o desta Lei;
(Incluído pela Lei nº 11.552, de
2007).
II – o Fies solidário, com a anuência do agente operador, desde que a formação de cada grupo não ultrapasse 5 (cinco) fiadores
solidários e não coloque em risco a qualidade do crédito contratado; (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
III – outras condições especiais para contratação do financiamento do Fies para cursos específicos.
(Incluído pela Lei nº
11.552, de 2007).
§ 8o As medidas tomadas com amparo no § 7o deste artigo não
alcançarão contratos já firmados, bem como seus respectivos aditamentos. (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
§ 9o A oferta de curso para financiamento na forma desta Lei
ficará condicionada à adesão da entidade mantenedora de instituição
de ensino ao Fies e ao Fundo de que trata o inciso III do art. 7o da
Lei no 12.087, de 11 de novembro de 2009, nos termos do seu estatuto. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)
I - na hipótese de renegociação de saldo devedor parcialmente
alienado na forma do inciso III do § 1 o deste artigo, serão estabelecidas condições idênticas de composição para todas as parcelas
do débito, cabendo a cada credor, no total repactuado, a respectiva
participação percentual no montante renegociado com cada devedor; (Redação dada pela Lei nº 10.846, de 2004)
II - as instituições adquirentes deverão apresentar ao MEC, até
o dia 10 de cada mês, relatório referente aos contratos renegociados
e liquidados no mês anterior, contendo o número do contrato, nome
do devedor, saldo devedor, valor renegociado ou liquidado, quantidade e valor de prestações, taxa de juros, além de outras informações julgadas necessárias pelo MEC.
Seção II
Da gestão do FIES
Art. 3o A gestão do FIES caberá:
I - ao MEC, na qualidade de formulador da política de oferta de
financiamento e de supervisor da execução das operações do Fundo;
e
II - ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação FNDE, na qualidade de agente operador e de administradora dos
ativos e passivos, conforme regulamento e normas baixadas pelo
CMN. (Redação dada pela Lei nº 12.202, de 2010)
§ 1o O MEC editará regulamento que disporá, inclusive, sobre:
I - as regras de seleção de estudantes a serem financiados pelo
FIES;
II – os casos de transferência de curso ou instituição, suspensão
temporária e encerramento dos contratos de financiamento; (Redação dada pela Lei nº 11.552, de 2007).
III – as exigências de desempenho acadêmico para a manutenção do financiamento, observado o disposto nos §§ 2o, 3o e 4o do art.
1o desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 11.552, de 2007).
IV - aplicação de sanções às instituições de ensino e aos estudantes que descumprirem as regras do Fies, observados os §§ 5o e
6o do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.202, de 2010)
V - o abatimento de que trata o art. 6o-B. (Incluído pela Lei nº
12.431, de 2011).
§ 2o O Ministério da Educação poderá contar com o assessoramento de conselho, de natureza consultiva, cujos integrantes serão
designados pelo Ministro de Estado.
§ 3o De acordo com os limites de crédito estabelecidos pelo
agente operador, as instituições financeiras poderão, na qualidade de
agente financeiro, conceder financiamentos com recursos do FIES.
Didatismo e Conhecimento
154
ConheCimentos banCáRios
o prazo de utilização de que trata o inciso I do caput, hipótese na
qual as condições de amortização permanecerão aquelas definidas
no inciso V também do caput. (Redação dada pela Lei nº 12.202,
de 2010)
§ 4o Na hipótese de verificação de inidoneidade cadastral do(s)
fiador(es) após a assinatura do contrato, ficará sobrestado o aditamento do mencionado documento até a comprovação da restauração da idoneidade ou a substituição do fiador inidôneo, respeitado o
prazo de suspensão temporária do contrato.
(Redação dada pela
Lei nº 12.801, de 2013).
§ 5o O contrato de financiamento poderá prever a amortização mediante autorização para desconto em folha de pagamento, na
forma da Lei no 10.820, de 17 de dezembro de 2003, preservadas
as garantias e condições pactuadas originalmente, inclusive as dos
fiadores. (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
§ 6o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
§ 7o O agente financeiro fica autorizado a pactuar condições especiais de amortização ou alongamento excepcional de prazos, nos
termos da normatização do agente operador, respeitado o equilíbrio
econômico-financeiro do Fies, de forma que o valor inicialmente
contratado retorne integralmente ao Fundo, acrescido dos encargos
contratuais. (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
§ 8o Em caso de transferência de curso, aplicam-se ao financiamento os juros relativos ao curso de destino, a partir da data da
transferência. (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
§ 9o Para os fins do disposto no inciso III do caput deste artigo,
o estudante poderá oferecer como garantias, alternativamente: (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
I – fiança; (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
II – fiança solidária, na forma do inciso II do § 7o do art. 4o desta
Lei; (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
III – (Revogado pela Lei nº 12.431, de 2011).
§ 10. A redução dos juros, estipulados na forma do inciso II
deste artigo, incidirá sobre o saldo devedor dos contratos já formalizados. (Incluído pela Lei nº 12.202, de 2010)
§ 11. A utilização exclusiva do Fundo de que trata o inciso
VIII do caput para garantir operações de crédito no âmbito do Fies
dispensa o estudante de oferecer as garantias previstas no § 9o deste
artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013)
§ 10. A entidade mantenedora aderente ao Fies em data anterior
à publicação da lei decorrente da conversão da Medida Provisória
no 619, de 6 de junho de 2013, deverá enquadrar-se no disposto no §
9o deste artigo, na forma e condições que vierem a ser estabelecidas
pelo Ministério da Educação. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)
Art. 5o Os financiamentos concedidos com recursos do FIES
deverão observar o seguinte:
I – prazo: não poderá ser superior à duração regular do curso, abrangendo todo o período em que o Fies custear os encargos
educacionais a que se refere o art. 4o desta Lei, inclusive o período
de suspensão temporária, ressalvado o disposto no § 3o deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.552, de 2007).
II - juros, capitalizados mensalmente, a serem estipulados pelo
CMN; (Redação dada pela Lei nº 12.431, de 2011).
III - oferecimento de garantias adequadas pelo estudante financiado ou pela entidade mantenedora da instituição de ensino; (Redação dada pela Lei nº 12.202, de 2010)
IV – carência: de 18 (dezoito) meses contados a partir do mês
imediatamente subsequente ao da conclusão do curso, mantido o pagamento dos juros nos termos do § 1o deste artigo; (Redação dada
pela Lei nº 11.941, de 2009)
VI - risco: as instituições de ensino participarão do risco do
financiamento, na condição de devedores solidários, nos seguintes
limites percentuais: (Redação dada pela Lei nº 12.202, de 2010)
a) (Revogado pela Lei nº 12.202, de 2010)
b) 30% (trinta por cento) por operação contratada, sobre parcela
não garantida por fundos instituídos na forma do inciso III do caput
do art. 7º da Lei nº 12.087, de 11 de novembro de 2009, para as
instituições de ensino inadimplentes com as obrigações tributárias
federais; e (Redação dada pela Lei nº 12.712, de 2012)
c) 15% (quinze por cento) por operação contratada, sobre parcela não garantida por fundos instituídos na forma do inciso III do
caput do art. 7º da Lei nº 12.087, de 11 de novembro de 2009, para
as instituições de ensino adimplentes com as obrigações tributárias
federais; (Redação dada pela Lei nº 12.712, de 2012)
VII - comprovação de idoneidade cadastral do(s) fiador(es) na
assinatura dos contratos e termos aditivos, observando o disposto
no § 9o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.801, de 2013).
VIII - possibilidade de utilização pelo estudante do Fundo de
que trata o inciso III do art. 7o da Lei no 12.087, de 11 de novembro
de 2009, cabendo ao Ministério da Educação dispor sobre as condições de sua ocorrência de forma exclusiva ou concomitante com
as garantias previstas no inciso III. (Incluído pela Lei nº 12.873,
de 2013)
§ 1o Ao longo do período de utilização do financiamento, inclusive no período de carência, o estudante financiado fica obrigado
a pagar os juros incidentes sobre o financiamento, na forma regulamentada pelo agente operador. (Redação dada pela Lei nº 12.202,
de 2010)
§ 2o É facultado ao estudante financiado, a qualquer tempo, realizar amortizações extraordinárias ou a liquidação do saldo devedor,
dispensada a cobrança de juros sobre as parcelas vincendas. (Redação dada pela Lei nº 11.552, de 2007).
§ 3o Excepcionalmente, por iniciativa do estudante, a instituição de ensino à qual esteja vinculado poderá dilatar em até um ano
Didatismo e Conhecimento
Art. 5o-A. As condições de amortização dos contratos de financiamento celebrados no âmbito do Fundo de Financiamento ao
Estudante do Ensino Superior - FIES serão fixadas por meio de ato
do Poder Executivo federal.(Incluído pela Lei nº 12.385, de 2011).
Art. 5o-B. O financiamento da educação profissional e tecnológica poderá ser contratado pelo estudante, em caráter individual, ou
por empresa, para custeio da formação profissional e tecnológica de
trabalhadores. (Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011)
§ 1o Na modalidade denominada Fies-Empresa, a empresa
figurará como tomadora do financiamento, responsabilizando-se
integralmente pelos pagamentos perante o Fies, inclusive os juros
incidentes, até o limite do valor contratado. (Incluído pela Lei nº
12.513, de 2011)
155
ConheCimentos banCáRios
§ 2o No Fies-Empresa, poderão ser pagos com recursos do Fies
exclusivamente cursos de formação inicial e continuada e de educação profissional técnica de nível médio. (Incluído pela Lei nº 12.513,
de 2011)
§ 3o A empresa tomadora do financiamento poderá ser garantida por fundo de garantia de operações, nos termos do inciso I do caput do art. 7o da Lei no 12.087, de 11 de novembro de 2009. (Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011)
§ 4o Regulamento disporá sobre os requisitos, condições e demais normas para contratação do financiamento de que trata este
artigo. (Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011)
o período de duração da residência médica. (Incluído pela Lei nº
12.202, de 2010)
§ 4o O abatimento mensal referido no caput será operacionalizado anualmente pelo agente operador do Fies, vedado o primeiro
abatimento em prazo inferior a 1 (um) ano de trabalho. (Incluído
pela Lei nº 12.202, de 2010)
§ 5o No período em que obtiverem o abatimento do saldo devedor, na forma do caput, os estudantes ficam desobrigados da amortização de que trata o inciso V do caput do art. 5o. (Incluído pela Lei
nº 12.202, de 2010)
§ 6o O estudante financiado que deixar de atender às condições
previstas neste artigo deverá amortizar a parcela remanescente do
saldo devedor regularmente, na forma do inciso V do art. 5o. (Incluído pela Lei nº 12.202, de 2010)
Art. 6o Em caso de inadimplemento das prestações devidas pelo
estudante financiado, a instituição referida no § 3o do art. 3o promoverá a execução das parcelas vencidas, conforme estabelecida pela
Instituição de que trata o inciso II do caput do art. 3o, repassando ao
Fies e à instituição de ensino a parte concernente ao seu risco. (Redação dada pela Lei nº 12.202, de 2010)
§ 1o Recebida a ação de execução e antes de receber os embargos, o juiz designará audiência preliminar de conciliação, a realizar-se no prazo de 15 (quinze) dias, para a qual serão as partes intimadas a comparecer, podendo fazer-se representar por procurador
ou preposto, com poderes para transigir. (Redação dada pela Lei nº
12.513, de 2011)
§ 2o Obtida a conciliação, será reduzida a termo e homologada
por sentença. (Redação dada pela Lei nº 12.513, de 2011)
§ 3o Não efetuada a conciliação, terá prosseguimento o processo de execução. (Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011)
Art. 6o-C. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do
exequente e comprovando o depósito de 10% (dez por cento) do valor em execução, inclusive custas e honorários de advogado, poderá
o executado requerer que lhe seja admitido pagar o restante em até
12 (doze) parcelas mensais. (Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011)
§ 1o O valor de cada prestação mensal, por ocasião do pagamento, será acrescido de juros equivalentes à taxa referencial do
Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos
federais acumulada mensalmente, calculados a partir do mês subsequente ao da consolidação até o mês anterior ao do pagamento,
e de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que o pagamento
estiver sendo efetuado. (Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011)
§ 2o Sendo a proposta deferida pelo juiz, o exequente levantará a quantia depositada e serão suspensos os atos executivos; caso
indeferida, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o depósito. (Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011)
§ 3o O inadimplemento de qualquer das prestações implicará,
de pleno direito, o vencimento das subsequentes e o prosseguimento
do processo, com o imediato início dos atos executivos, imposta ao
executado multa de 10% (dez por cento) sobre o valor das prestações não pagas e vedada a oposição de embargos. (Incluído pela Lei
nº 12.513, de 2011)
Art. 6o-A. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.552, de
2007).
Art. 6o-B. O Fies poderá abater, na forma do regulamento,
mensalmente, 1,00% (um inteiro por cento) do saldo devedor consolidado, incluídos os juros devidos no período e independentemente
da data de contratação do financiamento, dos estudantes que exercerem as seguintes profissões: (Incluído pela Lei nº 12.202, de 2010)
I - professor em efetivo exercício na rede pública de educação
básica com jornada de, no mínimo, 20 (vinte) horas semanais, graduado em licenciatura; e (Incluído pela Lei nº 12.202, de 2010)
II - médico integrante de equipe de saúde da família oficialmente cadastrada, com atuação em áreas e regiões com carência e dificuldade de retenção desse profissional, definidas como prioritárias
pelo Ministério da Saúde, na forma do regulamento. (Incluído pela
Lei nº 12.202, de 2010)
§ 1o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.202, de 2010)
§ 2o O estudante que já estiver em efetivo exercício na rede
pública de educação básica com jornada de, no mínimo, 20 (vinte)
horas semanais, por ocasião da matrícula no curso de licenciatura,
terá direito ao abatimento de que trata o caput desde o início do curso. (Incluído pela Lei nº 12.202, de 2010)
§ 3o O estudante graduado em Medicina que optar por ingressar em programa credenciado Medicina pela Comissão Nacional de
Residência Médica, de que trata a Lei no 6.932, de 7 de julho de
1981, e em especialidades prioritárias definidas em ato do Ministro
de Estado da Saúde terá o período de carência estendido por todo
Didatismo e Conhecimento
Art. 6o-D. Nos casos de falecimento ou invalidez permanente
do estudante tomador do financiamento, devidamente comprovados,
na forma da legislação pertinente, o saldo devedor será absorvido
conjuntamente pelo Fies e pela instituição de ensino. (Incluído pela
Lei nº 12.513, de 2011)
Art. 6o-E. O percentual do saldo devedor de que tratam o caput do art. 6o e o art. 6o-D, a ser absorvido pela instituição de ensino,
será equivalente ao percentual do risco de financiamento assumido
na forma do inciso VI do caput do art. 5o, cabendo ao Fies a absorção do valor restante. (Incluído pela Lei nº 12.513, de 2011)
CAPÍTULO III
DOS TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA
Art. 7o Fica a União autorizada a emitir títulos da dívida pública
em favor do FIES.
156
ConheCimentos banCáRios
§ 1o Os títulos a que se referem o caput serão representados por
certificados de emissão do Tesouro Nacional, com características
definidas em ato do Poder Executivo.
§ 2o Os certificados a que se refere o parágrafo anterior serão
emitidos sob a forma de colocação direta, ao par, mediante solicitação expressa do FIES à Secretaria do Tesouro Nacional.
§ 3o Os recursos em moeda corrente entregues pelo FIES em
contrapartida à colocação direta dos certificados serão utilizados exclusivamente para abatimento da dívida pública de responsabilidade
do Tesouro Nacional.
Art. 8o Em contrapartida à colocação direta dos certificados,
fica o FIES autorizado a utilizar em pagamento os créditos securitizados recebidos na forma do art. 14.
§ 7o Para os fins do disposto no § 6o deste artigo, serão rescindidos todos os parcelamentos da entidade mantenedora referentes
aos tributos de que trata o § 3o deste artigo. (Incluído pela Lei nº
11.552, de 2007).
§ 8o Poderão ser incluídos no parcelamento os débitos que se
encontrem com exigibilidade suspensa por força do disposto nos incisos III a V do caput do art. 151 da Lei no 5.172, de 25 de outubro
de 1966 – Código Tributário Nacional, desde que a entidade mantenedora desista expressamente e de forma irrevogável da impugnação
ou do recurso interposto, ou da ação judicial e, cumulativamente, renuncie a quaisquer alegações de direito sobre as quais se fundam os
referidos processos administrativos e ações judiciais. (Incluído pela
Lei nº 11.552, de 2007).
§ 9o O parcelamento de débitos relacionados a ações judiciais
implica transformação em pagamento definitivo dos valores eventualmente depositados em juízo, vinculados às respectivas ações. (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
§ 10. O parcelamento reger-se-á pelo disposto nesta Lei e, subsidiariamente: (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
I – pela Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, relativamente às
contribuições sociais previstas nas alíneas a e c do parágrafo único
do art. 11 da mencionada Lei, não se aplicando o disposto no § 1o do
art. 38 da mesma Lei;(Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
II – pela Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002, em relação aos
demais tributos, não se aplicando o disposto no § 2o do art. 13 e no
inciso I do caput do art. 14 da mencionada Lei. (Incluído pela Lei
nº 11.552, de 2007).
§ 11. Os débitos incluídos no parcelamento serão consolidados
no mês do requerimento. (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
§ 12. O parcelamento deverá ser requerido perante a Secretaria
da Receita Federal do Brasil e, em relação aos débitos inscritos em
Dívida Ativa, perante a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional,
até o dia 30 de abril de 2008. (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
§ 13. Os pagamentos de que trata este artigo serão efetuados
nos termos das normas fixadas pelo Ministério da Fazenda. (Redação dada pela Lei nº 12.385, de 2011).
§ 14. O valor de cada prestação será apurado pela divisão do
débito consolidado pela quantidade de prestações em que o parcelamento for concedido, acrescido de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – SELIC para
títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir da data
da consolidação até o mês anterior ao do pagamento, e de 1% (um
por cento) relativamente ao mês em que o pagamento estiver sendo
efetuado. (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
§ 15. Se o valor dos certificados utilizados não for suficiente para integral liquidação da parcela, o saldo remanescente deverá
ser liquidado em moeda corrente. (Incluído pela Lei nº 11.552, de
2007).
§ 16. O parcelamento independerá de apresentação de garantia
ou de arrolamento de bens, mantidos os gravames decorrentes de
medida cautelar fiscal e as garantias de débitos transferidos de outras
modalidades de parcelamento e de execução fiscal. (Incluído pela
Lei nº 11.552, de 2007).
§ 17. A opção da entidade mantenedora pelo parcelamento implica: (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
Art. 9o Os certificados de que trata o art. 7o serão destinados
pelo Fies exclusivamente ao pagamento às mantenedoras de instituições de ensino dos encargos educacionais relativos às operações de
financiamento realizadas com recursos desse Fundo. (Redação dada
pela Lei nº 12.202, de 2010)
Art. 10. Os certificados de que trata o art. 7o serão utilizados para pagamento das contribuições sociais previstas nas alíneas a e c do parágrafo único do art. 11 da Lei no 8.212, de 24 de
julho de 1991, bem como das contribuições previstas no art. 3o da
Lei no 11.457, de 16 de março de 2007. (Redação dada pela Lei nº
12.202, de 2010)
§ 1o É vedada a negociação dos certificados de que trata o caput com outras pessoas jurídicas de direito privado. (Redação dada
pela Lei nº 12.202, de 2010)
§ 2o (Revogado pela Lei nº 12.202, de 2010)
§ 3o Não havendo débitos de caráter previdenciário, os certificados poderão ser utilizados para o pagamento de quaisquer tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, e
respectivos débitos, constituídos ou não, inscritos ou não em dívida
ativa, ajuizados ou a ajuizar, exigíveis ou com exigibilidade suspensa, bem como de multas, de juros e de demais encargos legais incidentes. (Redação dada pela Lei nº 12.202, de 2010)
§ 4o O disposto no § 3o deste artigo não abrange taxas de órgãos
ou entidades da administração pública direta e indireta e débitos relativos ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS. (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
§ 5o Por opção da entidade mantenedora, os débitos referidos
no § 3o deste artigo poderão ser quitados mediante parcelamento
em até 120 (cento e vinte) prestações mensais. (Incluído pela Lei nº
11.552, de 2007).
§ 6o A opção referida no § 5o deste artigo implica obrigatoriedade de inclusão de todos os débitos da entidade mantenedora, tais
como os integrantes do Programa de Recuperação Fiscal – Refis e
do parcelamento a ele alternativo, de que trata a Lei no 9.964, de
10 de abril de 2000, os compreendidos no âmbito do Parcelamento
Especial – Paes, de que trata a Lei no 10.684, de 30 de maio de 2003,
e do Parcelamento Excepcional – Paex, disciplinado pela Medida
Provisória no 303, de 29 de junho de 2006, bem como quaisquer
outros débitos objeto de programas governamentais de parcelamento. (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
Didatismo e Conhecimento
157
ConheCimentos banCáRios
I – confissão irrevogável e irretratável dos débitos; (Incluído
pela Lei nº 11.552, de 2007).
II – aceitação plena e irretratável de todas as condições estabelecidas; (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
III – cumprimento regular das obrigações para com o FGTS
e demais obrigações tributárias correntes; e (Incluído pela Lei nº
11.552, de 2007).
IV – manutenção da vinculação ao Prouni e do credenciamento da instituição e reconhecimento do curso, nos termos do art. 46
da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº
11.552, de 2007).
§ 18. O parcelamento será rescindido nas hipóteses previstas
na legislação referida no § 10 deste artigo, bem como na hipótese
de descumprimento do disposto nos incisos III ou IV do § 17 deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
§ 19. Para fins de rescisão em decorrência de descumprimento
do disposto nos incisos III ou IV do § 17 deste artigo, a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Educação, respectivamente, apresentarão à Secretaria da Receita Federal do Brasil e à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, trimestralmente, relação das entidades
mantenedoras que o descumprirem. (Incluído pela Lei nº 11.552, de
2007).
§ 20. A rescisão do parcelamento implicará exigibilidade imediata da totalidade do débito confessado e ainda não quitado e automática execução da garantia prestada, restabelecendo-se, em relação
ao montante não pago, os acréscimos legais na forma da legislação
aplicável à época da ocorrência dos respectivos fatos geradores. (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
§ 21. As entidades mantenedoras que optarem pelo parcelamento não poderão, enquanto este não for quitado, parcelar quaisquer outros débitos perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil
e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. (Incluído pela Lei nº
11.552, de 2007). (Vide Lei nº 12.688, de 2012)
§ 22. A Secretaria da Receita Federal do Brasil e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, no âmbito de suas competências,
poderão editar atos necessários à execução do disposto neste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.552, de 2007).
I - não estejam em atraso nos pagamentos referentes aos acordos de parcelamentos devidos ao INSS;
II - não possuam acordos de parcelamentos de contribuições
sociais relativas aos segurados empregados;
III - se optantes do Programa de Recuperação Fiscal (REFIS),
não tenham incluído contribuições sociais arrecadadas pelo INSS;
IV - não estejam em atraso nos pagamentos dos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. (Redação
dada pela Lei nº 11.552, de 2007).
Parágrafo único. Das instituições de ensino que possuam acordos de parcelamentos com o INSS e que se enquadrem neste artigo
poderão ser resgatados até 50% (cinquenta por cento) do valor dos
certificados, ficando estas obrigadas a utilizarem os certificados restantes, em seu poder, na amortização dos aludidos acordos de parcelamentos. (Redação dada pela Lei nº 12.202, de 2010)
Art. 13. O Fies recomprará, no mínimo a cada trimestre, ao par,
os certificados aludidos no art. 9o, mediante utilização dos recursos
referidos no art. 2o, ressalvado o disposto no art. 16, em poder das
instituições de ensino que atendam ao disposto no art. 12. (Redação
dada pela Lei nº 12.202, de 2010)
Art. 14. Para fins da alienação de que trata o inciso III do §
1o do art. 2o, fica o FIES autorizado a receber em pagamento créditos
securitizados de responsabilidade do Tesouro Nacional, originários
das operações de securitização de dívidas na forma prevista na alínea “b” do inciso II do § 2o do art. 1o da Lei no 10.150, de 21 de
dezembro de 2000.
Parágrafo único. Para efeito do recebimento dos créditos securitizados na forma prevista no caput será observado o critério de
equivalência econômica entre os ativos envolvidos.
Art. 15. As operações a que se referem os arts. 8o a 11 serão
realizadas ao par, ressalvadas as referidas no § 1o do art. 10.
CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 11. A Secretaria do Tesouro Nacional resgatará, mediante
solicitação da Secretaria da Receita Federal do Brasil e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, os certificados utilizados para
quitação dos tributos na forma do art. 10 desta Lei, conforme estabelecido em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.552, de 2007).
Parágrafo único. O agente operador fica autorizado a solicitar
na Secretaria do Tesouro Nacional o resgate dos certificados de que
trata o caput. (Incluído pela Lei nº 12.202, de 2010)
Art. 16. Nos exercícios de 1999 e seguintes, das receitas referidas nos incisos I, II e V do art. 2o serão deduzidos os recursos
necessários ao pagamento dos encargos educacionais contratados
no âmbito do Programa de Crédito Educativo de que trata a Lei
no 8.436, de 1992.
Art. 17. Excepcionalmente, no exercício de 1999, farão jus ao
financiamento de que trata esta Lei, com efeitos a partir de 1o de
maio de 1999, os estudantes comprovadamente carentes que tenham
deixado de beneficiar-se de bolsas de estudos integrais ou parciais
concedidas pelas instituições referidas no art. 4o da Lei no 9.732, de
1998, em valor correspondente à bolsa anteriormente recebida.
Parágrafo único. Aos financiamentos de que trata o caput deste
artigo não se aplica o disposto na parte final do art. 1o e no § 1o do
art. 4o.
Art. 12. A Secretaria do Tesouro Nacional fica autorizada a
resgatar antecipadamente, mediante solicitação formal do Fies e
atestada pelo INSS, os certificados com data de emissão até 10 de
novembro de 2000 em poder de instituições de ensino que, na data
de solicitação do resgate, tenham satisfeito as obrigações previdenciárias correntes, inclusive os débitos exigíveis, constituídos, inscritos ou ajuizados e que atendam, concomitantemente, as seguintes
condições: (Redação dada pela Lei nº 12.202, de 2010)
Didatismo e Conhecimento
158
ConheCimentos banCáRios
Art. 18. Fica vedada, a partir da publicação desta Lei, a inclusão
de novos beneficiários no Programa de Crédito Educativo de que
trata a Lei no 8.436, de 1992.
10 CORRESPONDENTES BANCÁRIOS.
Art. 19. A partir do primeiro semestre de 2001, sem prejuízo
do cumprimento das demais condições estabelecidas nesta Lei, as
instituições de ensino enquadradas no art. 55 da Lei no 8.212, de 24
de julho de 1991, ficam obrigadas a aplicar o equivalente à contribuição calculada nos termos do art. 22 da referida Lei na concessão de bolsas de estudo, no percentual igual ou superior a 50% dos
encargos educacionais cobrados pelas instituições de ensino, a alunos comprovadamente carentes e regularmente matriculados. (Vide
ADIN nº 2.545-7)
§ 1o A seleção dos alunos a serem beneficiados nos termos do
caput será realizada em cada instituição por uma comissão constituída paritariamente por representantes da direção, do corpo docente
e da entidade de representação discente. (Vide ADIN nº 2.545-7)
§ 2o Nas instituições que não ministrem ensino superior caberão
aos pais dos alunos regularmente matriculados os assentos reservados à representação discente na comissão de que trata o parágrafo
anterior. (Vide ADIN nº 2.545-7)
§ 3o Nas instituições de ensino em que não houver representação estudantil ou de pais organizada, caberá ao dirigente da instituição proceder à eleição dos representantes na comissão de que trata o
§ 1o. (Vide ADIN nº 2.545-7)
§ 4o Após a conclusão do processo de seleção, a instituição de
ensino deverá encaminhar ao MEC e ao INSS a relação de todos os
alunos, com endereço e dados pessoais, que receberam bolsas de
estudo. (Vide ADIN nº 2.545-7)
Correspondentes Bancários são empresas, integrantes ou não
do Sistema Financeiro Nacional, contratadas por Instituições Financeiras para a prestação de determinados serviços.
A nomenclatura “correspondente bancário” ou “banco
correspondente” deve ser utilizada apenas para as instituições financeiras que estabeleceram convênios com outros bancos para a
prestação de serviços financeiros, conforme previsto na Resolução
1.865, do Conselho Monetário Nacional, de 05 de setembro de 1991.
Os correspondentes bancários geralmente são pequenos estabelecimentos comerciais que, atuando em nome dos bancos, oferecem
alguns serviços bancários e de pagamentos inclusive em locais não
atendidos pela rede bancária convencional, permitindo a expansão
geográfica do sistema de meios de pagamento. Normalmente são
casas lotéricas, farmácias, supermercados e outros estabelecimentos
varejistas que agregam o serviço bancário”.
Cada vez mais encontrados em casas lotéricas, supermercados
e até farmácias, os correspondentes bancários podem prestar uma
série de serviços também encontrados fora dos postos onde atuam.
O leque de serviços oferecidos pelo profissional vai da abertura de
contas de depósitos até a análise de crédito e cadastro.
A função de corresponde bancário foi criada sob o argumento
de oferecer à população acesso mais simples ao Sistema Financeiro
Nacional, “como forma de propiciar a melhoria das condições de
obtenção de crédito, de realização de poupança e de aquisição de
produtos financeiros, além da maior comodidade para pagamento de
contas por parte das pessoas de menor renda”, justifica a Resolução
3.156 do Banco Central.
§ 5o As instituições de ensino substituirão os alunos beneficiados que não efetivarem suas matrículas no prazo regulamentar, observados os critérios de seleção dispostos neste artigo. (Vide ADIN
nº 2.545-7)
Características principais do Correspondente Bancário
- Definição: execução de serviços de cunho acessório às atividades privativas de instituições financeiras, por meio de empresas
contratadas para este fim
- Correspondente não pode ter como atividade principal a recepção e encaminhamento de propostas de abertura de contas de
depósitos à vista, a prazo e de poupança e os recebimentos e pagamentos relativos a contas de depósitos à vista, a prazo e de poupança, bem como a aplicações e resgates em fundos de investimento
- Responsabilidade pelos serviços prestados permanece com o
banco
- Correspondente não pode cobrar tarifa por conta própria
Art. 20. Ficam convalidados os atos praticados com base na
Medida Provisória no 2.094-28, de 13 de junho de 2001, e nas suas
antecessoras.
Art. 20-A. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE terá prazo até 30 de junho de 2013 para assumir o papel
de agente operador dos contratos de financiamento formalizados no
âmbito do FIES até o dia 14 de janeiro de 2010, cabendo à Caixa
Econômica Federal, durante esse prazo, dar continuidade ao desempenho das atribuições decorrentes do encargo. (Redação dada pela
Lei nº 12.712, de 2012)
Aproveitamento de sinergias
Art. 20-B. Sem eficácia
Banco: ganha capilaridade, canal de menor investimentos,
compartilhamento de custos e amigável para clientes de menor renda, horário flexível
Correspondente: aproveita recursos ociosos, aumenta o movimento e usa a marca do banco e amplia as receitas
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 22. Fica revogado o parágrafo único do art. 9o da Lei
no 10.207, de 23 de março de 2001.
Atividades de correspondentes bancário
I - recepção e encaminhamento de propostas de abertura de
contas de depósitos à vista, a prazo e de poupança;
Brasília, 12 de julho de 2001; 180o da Independência e 113o da
República.
Didatismo e Conhecimento
159
ConheCimentos banCáRios
EXERCICIOS COMENTADOS:
II – recebimentos e pagamentos relativos a contas de depósito à
vista, a prazo e de poupança, bem como as aplicações e resgates em
fundos de investimento;
III - recebimentos, pagamentos e outras atividades decorrentes
de convênios de prestação de serviços mantidos pelo contratante na
forma da regulamentação em vigor;
IV - execução ativa ou passiva de ordens de pagamento em
nome do contratante;
V - recepção e encaminhamento de pedidos de empréstimos e
de financiamentos;
VI - análise de crédito e cadastro;
VII - execução de serviços de cobrança;
VIII - recepção e encaminhamento de propostas de emissão de
cartões de crédito;
IX - outros serviços de controle, inclusive processamento de
dados, das operações pactuadas;
X - outras atividades, a critério do Banco Central do Brasil.
1. O Conselho Monetário Nacional (CMN) é integrado pelo
Ministro da Fazenda,
(A) Presidente do Banco Central do Brasil e Presidente da Comissão de Valores Mobiliários.
(B) Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e Presidente do Banco Central do Brasil.
(C) Presidente do Banco Central do Brasil e membros do Comitê de Política Monetária.
(D) Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Presidente do Banco Central do Brasil.
(E) Presidente do Banco do Brasil e Presidente da Caixa Econômica Federal.
Resposta Correta: “B”
Comentário: Segundo o que consta no artigo 8º da Lei nº
9.069/95, senão vejamos: “Art. 8º- O Conselho Monetário Nacional, criado pela Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, passa a
ser integrado pelos seguintes membros: I - Ministro de Estado da
Fazenda, na qualidade de Presidente; II - Ministro de Estado do
Planejamento, Orçamento e Gestão (Redação dada pela Medida
Provisória nº 2216-37, de 2001); e III - Presidente do Banco Central do Brasil”.
GANHOS PARA O PAÍS E PARA A SOCIEDADE
- Penetração bancária no segmento mais pobre da população e
para as regiões mais desassistidas, contribuindo para realizar a inclusão social
- Desenvolvimento e disponibilidade de produtos e serviços
ajustados para a
população de baixa renda e para as operações de pequeno valor
- Fomento da economia local
- Aumento da arrecadação
- Geração de empregos
- Fomento de novos negócios
- Valorização da cidadania da população local
2. O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional
(CRSFN) é um órgão colegiado, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, que julga recursos
I. em segunda e última instância administrativa.
II. em primeira instância, de decisões do Banco Central do Brasil relativas a penalidades por infrações à legislação cambial.
III. de decisões da Comissão de Valores Mobiliários relativas a
penalidades por infrações à legislação de capitais estrangeiros.
ANOTAÇÕES
Está correto o que consta em
(A) I, apenas.
(B) II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.
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Resposta Correta: “A”
Comentário: O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro
Nacional - CRSFN foi criado pelo Decreto nº 91.152, de 15.03.85,
que transferiu do Conselho Monetário Nacional - CMN para o
CRSFN a competência para julgar, em segunda e última instância
administrativa, os recursos interpostos das decisões relativas à aplicação das penalidades administrativas referidas nos itens I a IV do
art. 1º do referido Decreto.
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3. As cooperativas de crédito se caracterizam por
(A) atuação exclusiva no setor rural.
(B) retenção obrigatória dos eventuais lucros auferidos com
suas operações.
(C) concessão de crédito a associados e ao público em geral, por
meio de desconto de títulos, empréstimos e financiamentos.
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Didatismo e Conhecimento
160
ConheCimentos banCáRios
(D) captação, por meio de depósitos à vista e a prazo, somente
de associados, de empréstimos, repasses e refinanciamentos de outras entidades financeiras e de doações.
(E) captação, por meio de depósitos à vista e a prazo, de associados, de entidades de previdência complementar e de sociedades
seguradoras.
(A) a possibilidade de contratação de Ressegurador Eventual
sediado em paraísos fiscais.
(B) a possibilidade de contratação por meio de Ressegurador
Local, Admitido ou Eventual.
(C) que o Ressegurador Local seja controlado por instituição
financeira.
(D) que sejam contratadas exclusivamente por intermédio do
IRB-Brasil Re (antigo Instituto de Resseguros do Brasil).
(E) a dispensa, às companhias seguradoras nacionais, de repassar risco, ou parte dele, a um ressegurador.
Resposta Correta: “D”
Comentário: As cooperativas de crédito se dividem em: singulares, que prestam serviços financeiros de captação e de crédito
apenas aos respectivos associados, podendo receber repasses de
outras instituições financeiras e realizar aplicações no mercado financeiro; centrais, que prestam serviços às singulares filiadas, e
são também responsáveis auxiliares por sua supervisão; e confederações de cooperativas centrais, que prestam serviços a centrais e
suas filiadas. Nestes termos, extrai-se a alternativa correta do disposto na Lei Complementar nº 130/09, art. 2º, §1º: “A captação de
recursos e a concessão de créditos e garantias devem ser restritas
aos associados, ressalvadas as operações realizadas com outras
instituições financeiras e os recursos obtidos de pessoas jurídicas,
em caráter eventual, a taxas favorecidas ou isentos de remuneração”.
Resposta Correta: “B”
Comentário: Segundo o previsto no artigo 4º da Lei Complementar nº 126/07: “Art. 4º As operações de resseguro e retrocessão
podem ser realizadas com os seguintes tipos de resseguradores: I
- ressegurador local: ressegurador sediado no País constituído sob
a forma de sociedade anônima, tendo por objeto exclusivo a realização de operações de resseguro e retrocessão; II - ressegurador
admitido: ressegurador sediado no exterior, com escritório de representação no País, que, atendendo às exigências previstas nesta
Lei Complementar e nas normas aplicáveis à atividade de resseguro
e retrocessão, tenha sido cadastrado como tal no órgão fiscalizador
de seguros para realizar operações de resseguro e retrocessão; e
III - ressegurador eventual: empresa resseguradora estrangeira
sediada no exterior sem escritório de representação no País que,
atendendo às exigências previstas nesta Lei Complementar e nas
normas aplicáveis à atividade de resseguro e retrocessão, tenha
sido cadastrada como tal no órgão fiscalizador de seguros para realizar operações de resseguro e retrocessão.
4. O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC), do
Banco Central do Brasil, é um sistema informatizado que:
(A) é operado em parceria com a CETIP S.A. Balcão Organizado de Ativos e Derivativos.
(B) substituiu o Sistema de Pagamentos Brasileiro − SPB.
(C) tem como participantes, exclusivamente, a Secretaria do
Tesouro Nacional e bancos múltiplos.
(D) impossibilita a realização de operações compromissadas,
ou seja, a venda ou compra de títulos com o compromisso de recompra ou revenda.
(E) se destina à custódia de títulos escriturais de emissão do
Tesouro Nacional, bem como ao registro e à liquidação de operações
com esses títulos.
Julgue os itens que segue assinalando com C (certos) e E
(errados).
06 – ( ) Os elementos que participam do mercado de câmbio
se dividem nos que produzem divisas, e nos que cedem divisas, conforme as operações efetuadas.
Resposta: “Certo”
Comentário: O mercado de câmbio é o ambiente onde é feito
a troca ou negociação por moeda estrangeira. Qualquer pessoa jurídica ou física pode adquirir ou vender moeda estrangeira, desde
que esteja devidamente cadastrada documentalmente em órgãos
autorizados pelo Banco Central a fazer estas operações. Dentro
deste mercado, os elementos que nele participam são os que fazem
divisas e os que recebem divisas. Aos que fazem divisas, são aqueles
que adquirem a moeda recebendo através de transferências, exemplo: turistas estrangeiros e exportadores. Quanto aos que recebem,
são os que remetem a moeda estrangeira para outro país (exterior),
exemplos: importadores, investidores que fazem investimentos e outros países, devedores de empréstimos externos.
Resposta Correta: “E”
Comentário: O Selic é o depositário central dos títulos que
compõem a dívida pública federal interna (DPMFi) de emissão do
Tesouro Nacional e, nessa condição, processa a emissão, o resgate,
o pagamento dos juros e a custódia desses títulos. É também um
sistema eletrônico que processa o registro e a liquidação financeira
das operações realizadas com esses títulos pelo seu valor bruto e em
tempo real, garantindo segurança, agilidade e transparência aos
negócios. Por seu intermédio, é efetuada a liquidação das operações de mercado aberto e de redesconto com títulos públicos, decorrentes da condução da política monetária. O sistema conta ainda
com módulos complementares, como o Ofpub e o Ofdealer, por meio
dos quais são efetuados os leilões, e o Lastro, para especificação
dos títulos objeto das operações compromissadas contratadas entre
o Banco Central e o mercado.
07 – ( ) A política cambial definida pelo CMN – Conselho
Monetário Nacional, é executada em conjunto pelo Banco do Brasil
e CVM.
5. Sobre operações de resseguro e retrocessão realizadas no
País, a legislação brasileira em vigor prevê:
Didatismo e Conhecimento
Resposta: “Errado”
161
ConheCimentos banCáRios
Comentário: A estrutura da política nacional de câmbio é direcionada por normas e regras criadas pelo Conselho Monetário
Nacional (CMN), sendo executadas pelo Banco Central do Brasil e
seus agentes financeiros. Com isso, a política cambial é executada
pelo BACEN, que intervém no mercado de câmbio comprando ou
vendendo moeda estrangeira e não pelo Banco do Brasil e CVM.
(D) Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Presidente do Banco Central do Brasil.
(E) Presidente do Banco do Brasil e Presidente da Caixa Econômica Federal.
02. O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional
(CRSFN) é um órgão colegiado, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, que julga recursos
I. em segunda e última instância administrativa.
II. em primeira instância, de decisões do Banco Central do Brasil relativas a penalidades por infrações à legislação cambial.
III. de decisões da Comissão de Valores Mobiliários relativas a
penalidades por infrações à legislação de capitais estrangeiros.
08 – ( ) Denomina-se posição vendida do câmbio, os dólares guardados na carteira de câmbio de um banco, comprados numa
operação de crédito no exterior, contra, por exemplo, reais do importador.
Resposta: “Certo”
Comentário: A posição de câmbio vendida é o saldo em moeda
estrangeira registrado em nome de uma instituição autorizada que
tenha efetuado vendas, prontas ou para liquidação futura, de moeda
estrangeira, de títulos e documentos que as representem e de ouro-instrumento cambial, em valores superiores às compras.
Está correto o que consta em
(A) I, apenas.
(B) II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.
09 – ( ) Os acionistas têm direitos diversos sobre as ações
entre eles a bonificação onde os acionistas terão um desconto fixado
pela empresa, quando da compra de novos títulos.
03. As cooperativas de crédito se caracterizam por
(A) atuação exclusiva no setor rural.
(B) retenção obrigatória dos eventuais lucros auferidos com
suas operações.
(C) concessão de crédito a associados e ao público em geral, por
meio de desconto de títulos, empréstimos e financiamentos.
(D) captação, por meio de depósitos à vista e a prazo, somente
de associados, de empréstimos, repasses e refinanciamentos de outras entidades financeiras e de doações.
(E) captação, por meio de depósitos à vista e a prazo, de associados, de entidades de previdência complementar e de sociedades
seguradoras.
Resposta: “Errado”
Comentário: Em decorrência do aumento do capital da sociedade anônima, realizado com a incorporação de reservas ao capital
da empresa, é feita uma distribuição de ações aos acionistas na forma de bonificação. Assim, a bonificação distribuída não se trata de
“desconto fixado pela empresa”, mas sim representa a atualização
da cota de participação do acionista no capital desta.
10 - ( ) As transações realizadas no mercado a termo não requerem garantias que são representadas por depósitos adicionais a
serem efetuados nas Bolsas de Valores.
04. O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC),do
Banco Central do Brasil, é um sistema informatizado que:
(A) é operado em parceria com a CETIP S.A. Balcão Organizado de Ativos e Derivativos.
(B) substituiu o Sistema de Pagamentos Brasileiro − SPB.
(C) tem como participantes, exclusivamente, a Secretaria do
Tesouro Nacional e bancos múltiplos.
(D) impossibilita a realização de operações compromissadas,
ou seja, a venda ou compra de títulos com o compromisso de recompra ou revenda.
(E) se destina à custódia de títulos escriturais de emissão do
Tesouro Nacional, bem como ao registro e à liquidação de operações
com esses títulos.
Resposta: “Errado”
Comentário: Toda transação a termo requer um depósito de
garantia. Essas garantias são prestadas em duas formas: cobertura
ou margem. Sendo a cobertura: um vendedor a termo que possua os
títulos-objeto pode depositá-los na CBLC - Companhia Brasileira
de Liquidação e Custódia, como garantia de sua obrigação. E a
margem: valor igual ao diferencial entre o preço a vista e o preço
a termo do papel, acrescido do montante que represente a diferença
entre o preço a vista e o menor preço a vista possível no pregão seguinte, estimado com base na volatilidade histórica do título.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
01. O Conselho Monetário Nacional (CMN) é integrado pelo
Ministro da Fazenda,
(A) Presidente do Banco Central do Brasil e Presidente da Comissão de Valores Mobiliários.
(B) Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e Presidente do Banco Central do Brasil.
(C) Presidente do Banco Central do Brasil e membros do Comitê de Política Monetária.
Didatismo e Conhecimento
05. Sobre operações de resseguro e retrocessão realizadas no
País, a legislação brasileira em vigor prevê:
(A) a possibilidade de contratação de Ressegurador Eventual
sediado em paraísos fiscais.
(B) a possibilidade de contratação por meio de Ressegurador
Local, Admitido ou Eventual.
(C) que o Ressegurador Local seja controlado por instituição
financeira.
162
ConheCimentos banCáRios
(D) que sejam contratadas exclusivamente por intermédio do
IRB-Brasil Re (antigo Instituto de Resseguros do Brasil).
(E) a dispensa, às companhias seguradoras nacionais, de repassar risco, ou parte dele, a um ressegurador.
06. (CESGRANRIO - 2012 - Caixa - Técnico Bancário) No
ato de abertura de uma conta-corrente, os bancos devem apresentar
aos clientes todas as condições básicas para movimentação e encerramento de conta.
Essas condições devem constar, obrigatoriamente, no(a)
(A) folheto de propaganda do banco
(B) contrato de abertura de conta-corrente
(C) site do banco, para consulta de todos os interessados
(D) intranet do banco, para consulta dos funcionários
(E) proposta para cadastro no Banco Central
(C) estabelece diretrizes de expansão da produção do mercado
interno para o exterior.
(D) realiza operações de crédito no exterior, aumentando a captação de recursos e, por consequência, os meios de recebimento.
(E) eleva a liquidez da economia, injetando maior volume de
recursos nos mercados, elevando, em consequência, os meios de
pagamentos.
GABARITO
01 - B
02 - A
03 - D
04 - E
05 – B
06 - B
07 - D
08 - D
09 - D
10 – E
07. (CESGRANRIO - 2012 - Caixa - Técnico Bancário)
Com as alterações do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), o
Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) passou a liquidar
as operações com títulos públicos federais em
(A) dois dias úteis
(B) três dias úteis
(C) uma semana
(D) tempo real
(E) curto prazo
ANOTAÇÕES
08. (CESGRANRIO - 2012 - Caixa - Técnico Bancário) O
mercado de ações pode ser classificado de acordo com o momento
da negociação do título. Quando, por exemplo, uma empresa emite
novas ações, esse lançamento ocorre no mercado
(A) cambial
(B) futuro
(C) monetário
(D) primário
(E) secundário
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09. (CESGRANRIO - 2012 - Caixa - Técnico Bancário) As
sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários são constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada. Um dos seus objetivos principais é
(A) controlar o mercado de seguros.
(B) regular o mercado de valores imobiliários.
(C) assegurar o funcionamento eficiente do mercado de Bolsa
de Valores.
(D) subscrever emissões de títulos e valores mobiliários no
mercado.
(E) estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários.
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10. (CESGRANRIO - 2012 - Caixa - Técnico Bancário) A
política monetária enfatiza sua atuação sobre os meios de pagamento, os títulos públicos e as taxas de juros. A política monetária é
considerada expansionista quando
(A) reduz os meios de pagamento, retraindo o consumo e a atividade econômica.
(B) mantém todas as condições macroeconômicas estáveis por
longo período.
Didatismo e Conhecimento
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ConheCimentos banCáRios
ANOTAÇÕES
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