Anomalias na precipitação
pluviométrica no bioma do pantanal
sul-mato-grossense
Francisco Fernando Noronha Marcuzzo, Pesquisador em Geociências
Serviço Geológico do Brasil - CPRM
Murilo Raphael Dias Cardoso, estudante do curso de Geografia
Universidade Federal de Goiás - UFG
Helen Camargos Costa, estudante do curso de Engenharia Ambiental
Pontífica Universidade Católica de Goiás – PUC-GO
Denise Christina de Rezende Melo, Pesquisadora em Geociências
Serviço Geológico do Brasil - CPRM
Introdução
O bioma Pantanal, é a maior área inundável do mundo. A
sazonalidade das inundações está diretamente relacionada ao
regime de precipitação pluviométrica e por isso é importante
compreender suas anomalias, entretanto há áreas que
permanecem secas ou inundadas durante todo o ano.
O estudo de chuvas no Brasil tem como maior dificuldade a
pouca disponibilidade de dados, ou sua inexistência, em algumas
áreas do país (Mello et al., 2001).
Segundo Ferreira et al. (2005), os programas de aplicação em
SIG têm a capacidade de manipular, armazenar e analisar dados
geográficos. É diferente dos demais (aplicáveis em cartografia
digital) por possuir estruturas que permitem definir as relações
espaciais e estatísticas entre todos os elementos dos dados (geoobjetos).
Objetivo
Este trabalho teve o objetivo de estudar a
intensidade das anomalias na precipitação
pluviométrica no bioma do Pantanal Sul-MatoGrossense, utilizando estações pluviométricas
com 30 anos de dados armazenados.
Material e Métodos
O bioma Pantanal é uma planície com altitude
média de 80m a 150m e declividade de 2,5 a 5,0
cm.km-1 no sentido norte-sul (Garcia, 1984). A
variação total altimétrica do bioma Pantanal vai
de 75m a 1029m (Figura 1). Está localizado
dentro da bacia do Alto Paraguai no Brasil,
(Silva et al.,1998) e ocupa uma área de
aproximadamente 151.313 km² e seu perímetro é
de 3380 km, cerca de 2% de todo o território
brasileiro.
Figura 1. Altimetria, divisão territorial dos municípios do bioma Pantanal com sua
respectiva localização geográfica na divisão federativa do Brasil e continente Sul
Americano. (Fonte: IBGE e NASA).
Dados utilizados no estudo
Foram utilizados neste trabalho dados de
precipitação
mensal
de
sete
estações
pluviométricas distribuídas no território do
bioma do Pantanal Sul-Mato-Grossense. As sete
estações pluviométricas possuem 30 anos de
monitoramento (Figura 2). Os dados foram
obtidos da Rede Hidrometeorológica Nacional
da Agência Nacional de Águas (ANA) e o
período de dados correspondem a três decênios
(1977 à 2006).
Figura 2.
Distribuição geográfica dos principais cursos d’água e estações
pluviométricas (com dados de 1977 à 2006) do bioma Pantanal Sul-Mato-Grossense
(Fonte: IBGE e ANA).
Índice de Anomalia de Chuva
(IAC)
Quadro 1. Classificação geral do nível de pluviosidade segundo o IAC.
Resultados e Discussão
Figura 4. Índice de Anomalia de Chuva dos meses de janeiro a dezembro, no Pantanal
Sul-Mato-Grossense, referente à série histórica de 1977 à 2006.
Conclusões
O estudo da distribuição sazonal das chuvas no estado do
Mato Grosso do Sul, com a análise dos IAC mostrou que a
período úmido se estende de setembro a maio com 91,76% da
precipitação anual no estado, com máxima precipitação média
total para o período de 2100 mm.
Neste trabalho, verificou-se que o IAC funcionou como uma
boa ferramenta para o estudo sazonal da precipitação do estado
do Mato Grosso do Sul, podendo também, através desse
monitoramento gerar prognósticos e diagnósticos da variação
pluviométrica e climatológica regional.