EXAME PROLIBRAS
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Ronice Müller de Quadros Júlio Felipe Szeremeta Edemir Costa
Maria Luiza Ferraro Olinto Furtado João Carlos Silva
EXAME PROLIBRAS
Florianópolis
2009
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© 2009 dos autores
Universidade Federal de Santa Catarina
Campus Universitário – Trindade
88010-970 – Florianópolis – SC
PABX (48) 3721-9000
www.ufsc.br
Direção editorial:
Paulo Roberto da Silva
Capa:
Maria Lúcia Iaczinski
Editoração:
Daniella Zatarian
Ficha Catalográfica
(Catalogação na publicação pela Biblioteca Universitária da
Universidade Federal de Santa Catarina)
E96
Exame Prolibras / Ronice Müller de Quadros ... [et al.].
– Florianópolis, 2009.
85 p. : il.
Inclui bibliografia.
1. Linguagem de sinais. 2. Deficientes auditivos.
3. Surdos – Educação. 4. Língua brasileira de sinais –
Exames. I. Quadros, Ronice Müller de. II. Título.
CDU: 800 : 37
ISBN 978-85-60522-22-4
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra poderá
ser reproduzida, arquivada ou transmitida por qualquer meio ou forma sem
prévia permissão por escrito dos autores.
Impresso no Brasil
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SUMÁRIO
PREFÁCIO ................................................................................................. 7
INTRODUÇÃO ............................................................................................. 9
CAPÍTULO 1 – EXAME PROLIBRAS: CONTEXTUALIZAÇÃO ..................................... 23
1.1 Histórico e apresentação do exame Prolibras.........................................23
1.2 Processo de avaliação do exame Prolibras .............................................35
CAPÍTULO 2 – LOGÍSTICA DE APLICAÇÃO DOS EXAMES PROLIBRAS ....................... 41
2.1 Elaboração e publicação de editais .......................................................41
2.2 Processo de inscrição ............................................................................42
2.3 Infraestrutura para realização do exame .................................................43
2.3.1 Espaço físico........................................................................................43
2.3.2 Equipamentos .....................................................................................45
2.3.3 Recursos humanos para a aplicação das provas ..................................46
2.4 Elaboração, impressão/gravação, aplicação e processamento da prova
objetiva ..................................................................................................48
2.5 Elaboração, gravação, aplicação e correção da prova prática ................49
CAPÍTULO 3 – PROLIBRAS EM NÚMEROS......................................................... 53
3.1 Dados relativos às inscrições no Prolibras..............................................53
3.2 Dados relativos ao desempenho global dos candidatos no Prolibras .....55
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3.2.1 Desempenho na primeira etapa – prova objetiva ..................................55
3.2.2 Desempenho na segunda etapa – prova prática...................................56
3.3 Dados relativos à participação e ao desempenho dos candidatos,
segundo a condição auditiva .................................................................58
3.3.1 Candidatos inscritos.............................................................................58
3.3.2 Candidatos habilitados.........................................................................60
3.3.3 Candidatos aprovados .........................................................................61
3.4 Participação e desempenho no Prolibras, por região geográfica ............64
3.4.1 Candidatos inscritos.............................................................................64
3.4.2 Candidatos habilitados.........................................................................66
3.4.3 Candidatos aprovados .........................................................................66
3.5 Participação e desempenho no Prolibras, por local de prova .................69
3.6 Participação e desempenho no Prolibras, por sexo ................................73
3.7 Participação e desempenho no Prolibras, por cor/raça ..........................74
3.8 Participação e desempenho no Prolibras, por idade...............................78
3.9 Números finais ......................................................................................79
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 81
REFERÊNCIAS ......................................................................................... 85
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PREFÁCIO
R
ecebi um convite para escrever o prefácio deste livro. Foi
uma tarefa agradável em face do assunto de que trata. O
livro Exame Prolibras vem contar como é a organização da
certificação de proficiência na língua brasileira de sinais, o
Exame Prolibras. Como acontece o processo de preparação
de suas etapas para os dois tipos de certificação que está
voltado: professor e intérprete de libras. O exame Prolibras
acontece em um momento de grande mudança e valorização
da língua de sinais dos surdos brasileiros. Antes dele, a língua
de sinais era vista como apenas uma ferramenta de instrução
e comunicação. Depois do Prolibras, um exame realizado em
todos os estados brasileiros mudou a percepção de muitas
pessoas, e os educadores de surdos começaram a estudar e
aprofundar seus conhecimentos sobre a língua de sinais. Antes
não era assim, sempre havia pouco interesse pela língua de
sinais. O Prolibras foi uma grande revolução que fez reconhecer
e enaltecer a importância da Libras.
Foram muitos os comentários sobre a prova em língua
de sinais. Assistir ao vídeo em Libras foi uma grande surpresa,
as pessoas surdas ficaram muito felizes. Para os ouvintes,
apareceram dificuldades, pois estavam acostumados com as
provas escritas em português. Houve choros, reclamações e
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Exame Prolibras
novos desafios na primeira prova do Prolibras/2006. Para nós,
os surdos, há muitos anos na educação, sempre escrevíamos e
líamos em português, mas as palavras nunca traziam a certeza.
As palavras pareciam perdidas. Olhando o vídeo em língua de
sinais o pensamento muda e tudo fica claro. Foram grandes as
experiências vividas e pensadas no Prolibras.
A partir dele, a comunidade surda começou a cobrar
outras provas em língua de sinais e sempre apontava: se a
UFSC e o Prolibras aceitaram e respeitaram a língua de sinais
por que nos outros lugares não se pode fazer o mesmo?
Lembrando que hoje não há mais a proibição da língua de
sinais e sim a obrigação de se aceitar o uso da língua.
A preparação e execução do Prolibras é um trabalho feito
a muitas mãos, mãos dos surdos e dos ouvintes. Um trabalho
em que o preconceito ficou fora. Ele amplia o uso da tecnologia
adaptada à língua de sinais e mostra as possibilidades que ela
trouxe para a população surda, pois permite trabalhar muito
bem com o visual. Todo o trabalho é executado com rigoroso
cuidado técnico para que os examinados possam ter ideia exata
dos rápidos movimentos de corpo e mãos que cada sinal faz
aparecer e desaparecer.
O livro que apresentamos é, sem dúvida, mais uma
valiosa contribuição da COPERVE e da UFSC ao trabalho
acadêmico e científico em nosso país e, também, para a
educação dos surdos tanto no Brasil como fora dele, por ser
um recurso criativo e inovador que utiliza as novas tecnologias
postas a serviço de uma visão pedagógica que respeita os
surdos em sua especificidade.
Marianne Rossi Stumpf
Professora da UFSC
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INTRODUÇÃO
No caso dos surdos, faz-se necessário
franquear-lhes a palavra, quer dizer, antes de
escreverem nosso idioma, deveriam poder
se narrarem em sinais, e suas narrativas
precisariam ser acolhidas por uma escuta
também em sinais. (SOUZA, 2000, p. 92)
O
exame Prolibras é um exame de proficiência que objetiva
certificar instrutores e professores de língua de sinais e
tradutores e intérpretes de língua de sinais. O presente livro
objetiva apresentar o processo de elaboração do exame, a
sua execução incluindo a logística, o processo de avaliação
e os dados dos exames Prolibras/2006, Prolibras/2007 e
Prolibras/2008.
Neste capítulo, preocupamo-nos em apresentar uma
breve descrição da língua brasileira de sinais, do professor e
do tradutor/intérprete de língua de sinais. O objetivo desta
introdução é situar os leitores quanto à língua a qual o exame
se propõe a avaliar e os profissionais que o exame pretende
certificar.
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Exame Prolibras
A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS – LIBRAS1
As línguas expressam a capacidade específica dos seres
humanos para a linguagem. A raça humana privilegia tanto a
questão da linguagem, isto é, a linguagem é tão essencial para
o ser humano que, apesar de todos os empecilhos que possam
surgir para o estabelecimento de relações através dela, os seres
humanos buscam formas de satisfazê-la. As diferentes línguas
existentes em nosso planeta expressam muito mais do que essa
capacidade para a linguagem, expressam as culturas, os valores
e os padrões sociais. Portanto, as línguas são epifenomenais,
isto é, refletem uma multiplicidade de fatores que as tornam
diferentes e são a característica intrínseca de um grupo social
específico. Comentários a respeito das diferenças entre as
línguas são muito comuns; por exemplo, a alemã apresenta
características que favorecem o filosofar e a inglesa apresenta
características que favorecem a objetividade.
Os idiomas podem ser expressos através de diferentes
modalidades. Por exemplo, o português, o inglês, o espanhol
são línguas orais-auditivas, já a língua de sinais americana, a
língua de sinais brasileira e a língua de sinais espanhola são
línguas espaciais-visuais. Independente das modalidades das
línguas, essas expressam a faculdade da linguagem (CHOMSKY,
1995).
Skutnabb-Kangas (1994, p.152) apresenta os direitos
humanos linguísticos:
a) Todos os seres humanos têm direito de identificaremse com uma língua materna(s) e de serem aceitos e
respeitados por isso.
b) Todos têm o direito de aprender a língua materna(s)
completamente, nas suas formas oral (quando fisiologi1
A sigla utilizada para identificar a língua de sinais brasileira sofreu uma
série de mudanças ao longo de sua existência. De LSCB, língua de sinais
dos centros urbanos brasileiros, para LSB, língua brasileira de sinais e para
Libras, língua brasileira de sinais.
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Introdução
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camente possível) e escrita (pressupondo que a minoria
linguística seja educada na sua língua materna).
c) Todos têm o direito de usar sua língua materna em
todas as situações oficiais (inclusive na escola);
d) Qualquer mudança que ocorra na língua materna
deve ser voluntária e nunca imposta.
A Libras é a língua de sinais que se constituiu
naturalmente na comunidade surda brasileira. As línguas
de sinais de vários países foram preservadas e passadas
de geração em geração através das associações de surdos
e famílias de surdos. No Brasil, as associações de surdos
sempre mantiveram intercâmbios possibilitando contatos entre
surdos do país inteiro. As festas, os jogos, os campeonatos,
as sedes organizadas por surdos são formas de interação
social e linguística, garantiram a formação da comunidade
surda brasileira com uma língua própria. O Instituto Nacional
de Educação de Surdos – INES – representou um importante
instrumento de disseminação da Libras no país. Foi fundado
em 1857 e desde esta data reuniu alunos surdos do país
inteiro para garantir a escolarização. Como o INES funcionava
em regime de internato, os alunos surdos se encontravam e
utilizavam a Libras mesmo nos períodos em que as línguas de
sinais foram banidas das escolas.2
Os dados sobre os surdos brasileiros evidenciam
concentrações de surdos em grandes centros urbanos.
Normalmente, nas grandes cidades, os surdos se organizam
por meio de associações de surdos. Nessas associações, os
surdos se encontram e fomentam a língua brasileira de sinais.
O IBGE e o INEP apresentam alguns números que retratam a
quantidade de surdos espalhadas pelo país, conforme o gráfico
sintetiza a seguir:
2
As escolas de surdos proibiram o uso das línguas de sinais em detrimento
do uso da fala. A ideia era de que a linguagem fosse estabelecida por meio
da fala. Assim, os alunos surdos eram proibidos de usar a sua língua. Este
período foi um dos mais prejudiciais para o desenvolvimento educacional,
social e cultural dos surdos do mundo inteiro.
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Gráfico 1 – A relação de surdos por região e por escolas
Fonte: IBGE/2000 e INEP/2005
Os estudos das línguas de sinais começaram a ser
sistematizados nos Estados Unidos com a língua de sinais
americana – ASL – na década de 1950. Willian Stokoe publicou,
em 1965, uma descrição detalhada da formação dos sinais
(STOKOE et al., 1976). Esse trabalho representou uma revolução
social e linguística. A partir dessa obra, várias outras pesquisas
foram publicadas apresentando perspectivas completamente
diferentes do estatuto das línguas de sinais (BELLUGI; KLIMA,
1972; SIPLE, 1978; LILLO-MARTIN, 1986), inclusive no Brasil
(FERREIRA-BRITO, 1995; QUADROS, 1997; QUADROS;
KARNOPP, 2004). As publicações foram se tornando cada vez
mais conhecidas culminando no reconhecimento linguístico das
línguas de sinais no âmbito da Teoria da Gramática (CHOMSKY,
1995, p. 434). Chomsky fez uma anotação reconhecendo
que o termo “articulatório” não se restringe à modalidade das
línguas faladas, mas expressa uma forma geral da linguagem
ser representada no nível de interface articulatório-perceptual
incluindo, portanto, as línguas sinalizadas.
As línguas de sinais, assim como a Libras, apresentam
todos os níveis de análise de quaisquer outras línguas, ou
seja, o nível sintático (da estrutura), o nível semântico (do
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Introdução
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significado), o nível morfológico (da formação de palavras), o
nível fonológico (das unidades que constituem uma língua) e
o nível pragmático (envolvendo o contexto conversacional).3
Quadros e Karnopp (2004) apresentam alguns aspectos
linguísticos da Libras. As autoras apresentam o conjunto de
unidades menores que compõem os sinais: pelas configurações
de mãos (CM), pelas locações (L) e pelos movimentos (M).
A foto apresenta o sinal de BEBER que é feito na
localização do rosto, mais especificamente no queixo indicado
pela letra L. O movimento é indicado pela flecha indicando
uma leve torção da mão para cima, representada pela letra
M. A configuração da mão
apresenta a forma com os
dedos entreabertos em curva
unidos formando um arco
indicada pelas letras CM. Essa
descrição entra no campo das
unidades menores da língua
sem significado; portanto, no
campo da fonologia.
As autoras avançam no
campo da morfologia descrevendo a formação de palavras
e alguns processos de flexão
e derivação na Libras. Por
Foto 1 – Sinal de BEBER
exemplo, as autoras mostram
Fonte: Quadros e Karnopp (2004, p. 51)
exemplos de formação de
palavras por meio de empréstimo linguístico utilizando a soletração que motivou a formação
de alguns sinais na Libras. O sinal NUNCA é formado desta
forma e hoje é um item lexical que está perdendo quase que
completamente a relação com as letras soletradas da palavra em
português, hoje feito apenas com o movimento da configuração
de mão N para cima e para baixo.
3
Para mais detalhes ver Ferreira-Brito (1995); Karnopp (1994), Quadros
(1997, 1999) e Quadros e Karnopp (2004).
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Foto 2 – Sinal de NUNCA
Fonte: Quadros e Karnopp (2004, p. 92)
As autoras também apresentam uma descrição da
estrutura da Libras que é uma língua que tem como ordem
básica da sentença a ordem Sujeito-Verbo-Objeto. Dessa
ordenação são derivadas outras estruturas que vão depender
de contextos linguísticos específicos para serem licenciadas.
O estudo de Quadros e Karnopp é um exemplo que ilustra a
complexidade linguística da Libras. As pesquisas que estão
sendo produzidas com a Libras e com outras línguas de sinais
juntamente com os movimentos sociais dos surdos fortalecem
o reconhecimento das línguas de sinais.
A “permissão” do uso da língua de sinais nas escolas
volta a acontecer nas décadas de 1980 e 1990. O movimento
dos direitos humanos juntamente com os direitos linguísticos
devolve aos surdos a liberdade de usarem a sua língua. No
Brasil, a Lei 10.436/2002, chamada de Lei de Libras e o Decreto
5626/2005 que a regulamenta formalizam este reconhecimento
dos direitos linguísticos dos surdos brasileiros. A Lei de Libras
reconhece a língua brasileira de sinais usada nas comunidades
surdas brasileiras:
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º É reconhecida como meio legal de comunicação
e expressão a Língua Brasileira de Sinais – Libras e
outros recursos de expressão a ela associados.
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Introdução
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Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de
Sinais – Libras a forma de comunicação e expressão,
em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora,
com estrutura gramatical própria, constitui um sistema
lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de
comunidades de pessoas surdas do Brasil.
As línguas de sinais passam a ser reconhecidas e fazem
parte do desenvolvimento pessoal, social e educacional
das crianças surdas brasileiras, ou seja, os cidadãos surdos
começam a exercer seu direito à língua materna. O exame
Prolibras é um dos desdobramentos desse reconhecimento.
Na regulamentação da Lei de Libras, o decreto prevê uma
série de ações para disseminar essa língua no país. Os alunos
surdos brasileiros passam a ter direito de acesso à educação
na Libras. O ensino da Língua Portuguesa é reconhecido como
uma segunda língua para os surdos brasileiros e os cidadãos
surdos passam a ter o direito de ter intérpretes de Libras. Os
órgãos públicos devem garantir o acesso na Libras por meio
da tradução e da interpretação. Esses desdobramentos mudam
o status da Libras no país. Uma língua que ficava à margem,
passa a ser conhecida entre todos os brasileiros, surdos e não
surdos.
O PROFESSOR DE LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
O professor de língua de sinais é um profissional que vai
trabalhar com o ensino da Libras em diferentes contextos.
A comunidade surda não é formada somente por
pessoas surdas. Os pais dos surdos, normalmente, não são
surdos. Quando se pensa em garantir o processo de aquisição
da linguagem das crianças surdas, conclui-se que isso só é
possível acontecer de forma natural e espontânea através de
uma língua de sinais. Os pais, os familiares, os amigos dessas
crianças surdas também têm o direito de adquirir essa língua.
O processo de aquisição dessas pessoas é um processo de
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aquisição de segunda língua. Para que isso seja garantido,
são necessários os professores de Libras. Nesse contexto, o
professor de língua de sinais irá familiarizar a comunidade da
criança surda com a língua de sinais. Ele vai ser um professor
de segunda língua, ensinando a Libras para pessoas que têm o
português como primeira língua.
Ainda como professor de Libras na perspectiva de
segunda língua, os professores de Libras irão atuar nos cursos
de formação de professores e nos cursos de fonoaudiologia,
como previsto no Decreto n. 5.626/2005. A Libras deve entrar
nos currículos dos cursos de formação. Portanto, este será
um dos campos de atuação mais comum para o professor de
língua de sinais. Ele estará ensinando a Libras para os futuros
professores com o objetivo de situá-los a respeito dessa língua
no contexto escolar.
Outro contexto será o de sala de aula. Os professores de
Libras atuarão nas escolas públicas ensinando a língua de sinais
no contexto escolar. Na sala de aula, eles estarão trabalhando
com os alunos ouvintes a Libras na perspectiva de segunda
língua. Eles ensinarão a língua de sinais para os colegas dos
alunos surdos e para as pessoas que fazem parte das escolas
que possuem alunos surdos.
Uma das atuações mais importantes dos professores
de Libras está relacionada com o contexto da própria criança
surda. Esse profissional estará envolvido com a aquisição da
linguagem das crianças surdas e o ensino da Libras para os
alunos surdos. Estes dois contextos envolvem a primeira língua
dessas crianças. Assim, o professor de Libras poderá estar
trabalhando com a Libras na perspectiva de primeira língua
quando estiver atuando diretamente com os alunos surdos.
A aquisição da linguagem na língua de sinais passa a ser
trabalhada por professores de língua de sinais ou professores
bilíngues, uma vez que os pais não são surdos e não conhecem
a Libras. Os professores irão, portanto, criar ambientes
linguísticos favoráveis para o desenvolvimento da linguagem nos
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Introdução
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bebês surdos. Em relação ao ensino da Libras como primeira
língua, está prevista a inclusão de Libras no currículo escolar.
Para os alunos surdos, o ensino de Libras vai ser trabalhado
por esse professor como uma primeira língua (ensino de língua
materna4). Em Santa Catarina, o estado contrata professores de
língua de sinais para atuar nesses contextos escolares. Quadros
(2006) apresenta uma análise da inserção desse professor na
escola, em especial, no contexto do ensino de Libras para os
alunos surdos.
Os depoimentos dos alunos em relação à presença do
professor surdo eram de muita satisfação. A própria
professora reconhecia o valor desse momento, pois
observava o quanto os alunos desfrutavam da relação
com esse professor. Como são poucos instrutores e/
ou professores surdos contratados para esta tarefa,
eles acabam reduzindo o seu envolvimento com cada
grupo. Dessa forma, continua-se a limitar o acesso dos
alunos ao conhecimento em língua de sinais, pois o
tempo é tão escasso para esta experiência e o professor
ou intérprete domina tão pouco a língua, que o aluno
continua a não ter modelos linguísticos adequados
comprometendo, com isto, o seu processo de aquisição.
Além disso, esse mesmo instrutor/professor teria a
função de preparar o professor e o intérprete de língua
de sinais, bem como ministrar os cursos para familiares.
Nos cursos de capacitação de língua de sinais, todos os
professores e intérpretes tiveram a oportunidade de ter
contato com instrutores surdos, mas estamos referindo,
aqui, o trabalho sistemático que envolve a periodicidade
no próprio ambiente escolar. Esse esforço está previsto,
mas não foram contratados os instrutores ou professores
surdos para assumir essas funções. (QUADROS, 2006).
4
Ensino de língua materna é um termo usado para referir o ensino da
língua que os alunos usam, ou seja, no caso das escolas brasileiras, o ensino
da Língua Portuguesa nas escolas, pois essa é a primeira língua dos alunos.
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O perfil do professor de língua de sinais é uma das
questões que tem sido debatida no Brasil. Há um movimento
da Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos
no sentido de garantir que seja dada prioridade aos surdos no
ensino da língua de sinais. Esse movimento se estendeu ao
Decreto n. 5.626/2005 que inclui a prioridade aos surdos:
Art. 4o A formação de docentes para o ensino de Libras
nas séries finais do ensino fundamental, no ensino
médio e na educação superior deve ser realizada em
nível superior, em curso de graduação de licenciatura
plena em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua
Portuguesa como segunda língua.
Parágrafo único. As pessoas surdas terão prioridade nos
cursos de formação previstos no caput.
Por que professores de língua de sinais “surdos”?
Os caminhos passam por formas surdas de pensar e
significar as coisas, as ideias e os pensamentos, necessariamente na língua de sinais. Assim, os saberes surdos
passam a ser visibilizados. Esses processos desencadeiam o
empoderamento dos surdos.
O professor de língua de sinais assume o papel do
integrador nas escolas, com a tarefa de orientar os professores
e a comunidade escolar quanto à língua de sinais e às formas
de ensinar e aprender dos alunos surdos. É uma tarefa que
está diretamente relacionada com os próprios surdos. As
experiências visuais, as diferenças marcadas pela visualidade da
língua de sinais e as formas de organizar o pensamento nessa
língua passam pela forma de ser surdo. Assim, os surdos que
têm estas experiências e se formam na área são as pessoas
mais indicadas para assumir esse tipo de tarefa. Já tivemos
experiências de ensino da Libras na Universidade Federal de
Santa Catarina e verificamos que os professores de língua de
sinais surdos conseguem passar a experiência visual de uma
forma diferente dos professores ouvintes. O fato de ser surdo
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Introdução
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por si só já traz uma vivência das relações com surdos para os
alunos tanto no contexto de segunda língua, como no contexto
de primeira língua. As experiências surdas vão além da língua e
os professores surdos as trazem consigo mesmos. Eles vivem
essas experiências surdas ao darem suas aulas. A oportunidade
dos alunos terem contato com os professores surdos é ímpar
para a sua formação.
O TRADUTOR-INTÉRPRETE DE LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
O tradutor-intérprete de língua de sinais é um profissional
que atua na tradução e/ou interpretação da Libras e da Língua
Portuguesa. Esses profissionais atuam basicamente em três
diferentes campos de trabalho:
a) intermedia a comunicação entre as pessoas surdas
usuárias de Libras e as pessoas ouvintes usuárias da
Língua Portuguesa em diferentes contextos;
b) traduz os textos da Libras para a Língua Portuguesa e
os textos da Língua Portuguesa para a Libras;
c) auxilia no esclarecimento da forma escrita produzida
pelos surdos em quaisquer contextos que se façam
necessários (concursos, avaliações em sala de aula,
documentos, etc.).
Interpretação envolve textos “orais” (aqui, “orais” como
aqueles textos que estão sendo produzidos tanto no português
falado, como na língua de sinais “sinalizados”). Interpretação
envolve tanto a da Libras sinalizada para o Português falado
quanto do Português falado para a Libras sinalizada. Tradução
envolve textos “escritos”. Pode ser da Libras escrita ou do
Português escrito. No Brasil, o curso de Letras/Libras tem usado
muito a tradução do Português escrito para a Libras sinalizada.
Na interpretação, o intérprete pode até procurar se
preparar em relação ao assunto a ser tratado, mas fará a
interpretação na hora de acordo com o que for dito (exemplo:
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numa palestra sobre a prevenção da Aids, o intérprete pode ler
a respeito, mas não tem como prever totalmente o que será
dito pelo palestrante; somente na hora ele fará a interpretação
de acordo com o que o palestrante disser). Na tradução, o
tradutor pode estudar o texto a ser traduzido antes de traduzi-lo
definitivamente. Ele pode fazer a tradução e arrumá-la antes de
colocá-la à disposição do público.
No caso específico da educação, temos o tradutorintérprete que atua na educação, também chamado de
intérprete educacional.
O intérprete educacional é aquele que atua como
profissional intérprete de língua de sinais na educação.
[...] O intérprete especialista para atuar na área da
educação deverá ter um perfil para intermediar as
relações entre os professores e os alunos, bem como
entre os colegas surdos e os colegas ouvintes. No
entanto, as competências e responsabilidades destes
profissionais não são tão fáceis de serem determinadas.
Há vários problemas de ordem ética que acabam
surgindo em função do tipo de intermediação que
acaba acontecendo em sala de aula. [...] Conforme
apresentado
em
http://www.deafmall.net/deaflinx/
edcoe.html (2002), nos Estados Unidos já houve tal
discussão e foi determinado ser antiético exigir que o
intérprete assuma funções que não sejam específicas
da sua atuação enquanto intérpretes, tais como: Tutorar
os alunos (em qualquer circunstância); apresentar
informações a respeito do desenvolvimento dos alunos;
acompanhar os alunos; disciplinar os alunos; realizar
atividades gerais extraclasse.
O fato de utilizar o termo “professor-intérprete” por
uma questão organizacional, já que o Estado ainda não
contrata intérpretes de língua de sinais para atuarem
na escola, torna a função desse profissional bastante
complexa, pois, além de ser intérprete, ele é professor.
Relatos de profissionais nessas circunstâncias expressam
as dificuldades de se ter uma identidade de intérprete,
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pois são professores que, muitas vezes, não conseguem
ser intérpretes. Dessa forma, o que passa a acontecer
é uma “falsa” sala mista, pois, na verdade, tem-se um
segundo professor chamado de “professor-intérprete”,
que dá a sua aula quase que independente do professor.
Com base nas experiências consolidadas anteriormente,
no trabalho com a escolarização de crianças surdas,
percebe-se que a sala de aula “inclusiva” apresenta
uma curiosa (e suspeita) geografia; a classe passa a ter
uma miniturma de surdos dentro da turma (majoritária)
de ouvintes para configurar um pseudoprocesso de
inclusão. Nesse aspecto, tem-se presente a necessidade
urgente de criação do cargo de intérprete entre as
providências a serem tomadas, embora ainda existam
encaminhamentos nessa direção. (QUADROS, 2006).
O exame Prolibras certifica o tradutor-intérprete de língua
de sinais para atuar em diferentes contextos de tradução e
interpretação. No entanto, a formação nessa área é fundamental,
pois a função desse profissional exige profissionalismo e
preceitos éticos, uma vez que eles intermediam relações entre
pessoas que usam diferentes línguas e tomam a palavra do
outro para passar a outro.
A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS
Considerando o caso específico dos surdos, pensar em
educação de surdos é levar em conta, entre tantos outros
possíveis aspectos que representam as experiências visuais
das pessoas surdas, a sua língua de sinais. Inegavelmente, a
linguagem é essencial ao ser humano para o estabelecimento
de vários tipos de relações, para a expressão do pensamento
e a constituição da subjetividade. Assim, há várias linhas
de atuação possíveis para a produção de conhecimentos
por pesquisadores envolvidos na educação de surdos (os
professores bilíngues, os professores de língua de sinais e
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Exame Prolibras
os intérpretes educacionais da língua de sinais e da língua
portuguesa); entre elas, citamos as seguintes:
a) educação de surdos no ensino regular: políticas
públicas, processos de inclusão, pedagogia visual e
relações entre os agentes do processo educacional;
b) a aquisição da linguagem por crianças, adolescentes
e adultos surdos;
c) a língua enquanto meio e fim da interação social,
direito humano, cultural, político e científico;
d) a língua como parte da constituição do sujeito, a
significação de si e o reconhecimento da própria
imagem diante das relações sociais;
e) a língua enquanto instrumento formal de ensino da
língua nativa (ou seja, alfabetização, disciplinas de
língua de sinais como parte do currículo da formação
de pessoas surdas);
f) a língua como instrumento formal de ensino como
segunda língua (ou seja, para profissionais ouvintes
que desejam atuar na educação de surdos e em
outras áreas de atuação);
g) a língua portuguesa como uma segunda língua
(letramento);
h) a tradução e a interpretação da língua de sinais e da
língua portuguesa no espaço educacional.
O exame Prolibras é uma ação de curto prazo para
certificar profissionais para participarem dos processos de
inclusão dos surdos brasileiros. À medida que contarmos
com a formação de profissionais para atuarem nessas áreas, a
certificação terá cumprido o seu papel. Os cursos de graduação
em Letras/Libras formarão os profissionais, tanto professores
como os tradutores e intérpretes de Libras para atuarem no
mercado de trabalho e garantirem o acesso à Libras no Brasil.5
5
A Universidade Federal de Santa Catarina oferece o curso de Letras/Libras,
Licenciatura e Bacharelado, para formar professores e tradutores-intérpretes de
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Capítulo 1
EXAME PROLIBRAS: CONTEXTUALIZAÇÃO
C
onsiderando a trajetória da Universidade Federal de
Santa Catarina como instituição coordenadora do exame
Prolibras/2006, Prolibras/2007 e Prolibras/2008, o presente
capítulo tem por objetivo apresentar o exame Prolibras, por meio
de um histórico e da apresentação do processo de avaliação do
Exame Nacional de Proficiência em Língua Brasileira de Sinais.
Para tanto, serão apresentados dados gerais sobre o exame
Prolibras, uma contextualização histórica e dados específicos
sobre o processo de avaliação das provas bem como sugestões
para o seu aperfeiçoamento.
1.1 HISTÓRICO E APRESENTAÇÃO DO EXAME PROLIBRAS
O exame Prolibras é uma combinação de um exame de
proficiência propriamente dito e uma certificação profissional
proposto pelo Ministério da Educação como uma ação concreta
prevista no Decreto n. 5.626/2005, decreto que regulamenta
a Lei n. 10.436/2002, chamada “Lei de Libras”. Basicamente,
esse exame objetiva avaliar a compreensão e produção na
língua brasileira de sinais – Libras. O exame Prolibras não
substitui a formação em todos os níveis educacionais. Os
língua de sinais. Para mais informações, acesse a página www.libras.ufsc.br.
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Exame Prolibras
cursos de graduação para a formação de professores de Libras
e de tradutores e intérpretes de Libras e Língua Portuguesa
já começaram a ser oferecidos no país. No entanto, o prazo
de formação e criação desses cursos é mais longo. Assim, o
exame Prolibras vem resolver uma demanda de curto prazo.
O Decreto n. 5.626/2005, artigos sétimo e oitavo, referese ao exame Prolibras da seguinte forma:
Art. 7o Nos próximos dez anos, a partir da publicação
deste Decreto, caso não haja docente com título de pósgraduação ou de graduação em Libras para o ensino
dessa disciplina em cursos de educação superior, ela
poderá ser ministrada por profissionais que apresentem
pelo menos um dos seguintes perfis:
I – professor de Libras, usuário dessa língua com
curso de pós-graduação ou com formação superior e
certificado de proficiência em Libras, obtido por meio
de exame promovido pelo Ministério da Educação;
II – instrutor de Libras, usuário dessa língua com
formação de nível médio e com certificado obtido por
meio de exame de proficiência em Libras, promovido
pelo Ministério da Educação;
III – professor ouvinte bilíngüe: Libras – Língua Portuguesa,
com pós-graduação ou formação superior e com
certificado obtido por meio de exame de proficiência
em Libras, promovido pelo Ministério da Educação.
Art. 8o O exame de proficiência em Libras, referido no
art. 7o, deve avaliar a fluência no uso, o conhecimento e
a competência para o ensino dessa língua.
§ 1o O exame de proficiência em Libras deve ser
promovido, anualmente, pelo Ministério da Educação e
instituições de educação superior, por ele credenciadas
para essa finalidade.
§ 2o A certificação de proficiência em Libras habilitará
o instrutor ou o professor para a função docente.
§ 3o O exame de proficiência em Libras deve
ser realizado por banca examinadora de amplo
conhecimento em Libras, constituída por docentes
surdos e lingüistas de instituições de educação superior.
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Capítulo 1 – Exame Prolibras: contextualização
25
No próprio decreto, fica clara a mistura entre um exame
de proficiência de língua e uma certificação. Um exame de
proficiência visa a identificar a proficiência da pessoa em uma
determinada língua. Uma certificação “habilita”, conforme
reconhecido no parágrafo segundo, do artigo oitavo, para
o exercício da profissão. Por exemplo, temos o exame de
proficiência de inglês, o TOEFL – Test of English as a
Foreign Language – e temos a habilitação dada por órgãos
que representam áreas profissionais, como a Ordem dos
Advogados do Brasil, a OAB. No caso específico do exame
Prolibras, o exame de proficiência identifica a proficiência na
Libras e o mesmo exame certifica o candidato para o exercício
de duas profissões: (1) o ensino da Libras e (2) a tradução e
interpretação da Libras e Português.
A partir desta proposição, o Ministério da Educação,
reuniu uma comissão de profissionais especializados em Libras
para delinear o formato desse exame, bem como definir a
forma de sua aplicação.6
Essa comissão se reuniu algumas vezes e discutiu
sobre o caráter deste exame. Todos os membros da comissão
observaram a dificuldade de realizar um exame com cunho
misto: proficiência e certificação. No entanto, ao mesmo tempo,
a própria comissão entendeu a necessidade de implementar o
exame previamente delineado no Decreto n. 5.626/2005.
6
Comissão formada pela Portaria Nº 1, de 6 de fevereiro de 2006,
publicada no Diário Oficial n. 28, quarta-feira, dia 08 de fevereiro de
2006, página 13. Os especialistas que formaram essa comissão foram os
seguintes: Enilde Faulstich, da Universidade de Brasília; Heveraldo Alves
Ferreira, do Instituto Nacional de Educação de Surdos; Myrna Salerno,
da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Ronice Müller de Quadros, da
Universidade Federal de Santa Catarina; Tânia Amara Felipe, da Federação
Nacional de Educação e Integração dos Surdos; Maria Medianeira,
representante da Secretaria de Educação a Distância do Ministério da
Educação; Ana Lúcia Bezerra Pedroza, representante da Secretaria de
Educação Superior do Ministério da Educação e Marlene de Oliveira Gotti,
representante da Secretaria de Educação Especial.
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Exame Prolibras
Inicialmente, a comissão delineou um documento básico
sobre o exame Prolibras, constando explicações sobre a língua
de sinais, o formato do exame, o perfil dos profissionais a serem
certificados e os procedimentos de aplicação. Essa comissão
também propôs o formato das provas que serviriam para avaliar
os candidatos.
Sobre as características do exame Prolibras, o documento
definiu que esse exame seria promovido pelo Ministério da
Educação em parceria com uma ou mais instituições de ensino
superior. O exame Prolibras teria como objetivos: (1) certificar
a proficiência em Libras, de pessoas, surdas ou ouvintes, com
escolaridade de nível superior ou médio completo, para o
ensino da disciplina em cursos de formação de professores e
de fonoaudiólogos e (2) certificar a proficiência em tradução
e interpretação da Libras/Língua Portuguesa/Libras, para
o exercício dessa função, prioritariamente, em ambientes
educacionais (Documento Básico do Exame Prolibras, 2006,
não publicado).
A comissão definiu qual seria o formato desse exame. Ele
deveria apresentar duas etapas, conforme segue:
1a etapa (Parte I)
Prova Objetiva em Libras, gravada em DVD, de caráter
eliminatório, comum para os dois grupos de participantes.
2a etapa (Parte II)
A 2a etapa do Prolibras será constituída por partes
diferenciadas para cada grupo participante:
a) certificação de proficiência em Libras: prova Didática
em Libras;
b) certificação de proficiência em tradução e interpretação de Libras: prova Prática de tradução e interpretação
da Libras-Língua Portuguesa-Libras.
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Capítulo 1 – Exame Prolibras: contextualização
27
As salas reservadas para a realização da prova objetiva
deverão estar equipadas com projetor multimídia, telão e
aparelho DVD, onde se projetará a prova em Libras, e os
participantes deverão marcar, em um cartão-resposta, a
alternativa correta de acordo com o que for solicitado. A prova
objetiva deverá ser realizada em salas com capacidade para
atender até cinquenta participantes. Caso o número de inscritos
seja maior, os participantes serão distribuídos em salas, onde
as mesmas provas serão realizadas simultaneamente.
A correção da Prova Objetiva deverá ser realizada
eletronicamente, e o resultado deverá ser divulgado pela IES
coordenadora e pela IES aplicadora em 24 horas. O sorteio de
temas a serem desenvolvidos pelos participantes das provas
práticas de proficiência em Libras deverá ser realizado ao
término da prova objetiva.
As IES aplicadoras, em parceria com a IES coordenadora,
serão responsáveis pela filmagem da 2a etapa do Prolibras.
As salas (estúdios) reservadas para a realização das
provas práticas deverão estar equipadas com computador ou
DVD player, projetor multimídia, TV e tela de projeção para uso
do participante.
A IES coordenadora e as IES aplicadoras deverão contar
com equipes para execução do Prolibras.
A comissão manifestou a preocupação em realizar um
exame na Libras, pois seria a primeira experiência executada no
Brasil. Mesmo em outros países, não havia muitos registros a
respeito e nada parecido com o que estava sendo proposto. Em
nenhum lugar no mundo existe a aplicação de um exame em
alguma língua de sinais para um número irrestrito de candidatos
em todo o território nacional aplicado simultaneamente.
O fato de as provas serem na Libras e serem projetadas
em telão para serem “lidas” em sinais pelos candidatos
sempre foi uma preocupação da comissão. É uma prova na
versão “oral” da língua, ou seja, não é realizada com o apoio
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Exame Prolibras
escrito. Dessa forma, o candidato não tem como rever as
questões quantas vezes desejar em um determinado período
de tempo pré-estabelecido. A prova objetiva em Libras
acontece no tempo real em que é apresentada, dessa forma
o tempo da prova é definido pelo tempo em que se apresenta.
Considerando isso, a comissão fez uma orientação especial
enfatizando a necessidade de reapresentação da prova objetiva
mais de uma vez. Além disso, sugeriu fazer um intervalo entre
cada questão. Os candidatos teriam, portanto, a oportunidade
de pensar sobre cada pergunta e rever a questão mais de uma
vez durante a realização da prova.
A prova objetiva em Libras deveria ser gravada em DVD,
apresentar caráter eliminatório comum para os dois grupos
de participantes, ser constituída de questões de múltipla
escolha que envolvessem a compreensão da Libras, legislação
específica da Libras e ética profissional.
As provas práticas deveriam ser elaboradas observandose dois níveis de exigência em cada categoria:
Categoria Ensino de Libras
a) Instrutor de Libras – nível médio
b) Professor de Libras – nível superior
Categoria Tradução e Interpretação da Libras-Língua
Portuguesa
c) Tradutor e intérprete de Libras-Língua Portuguesa –
nível médio
d) Tradutor e intérprete de Libras-Língua Portuguesa –
nível superior
Para a categoria Ensino de Libras, o candidato deveria
realizar uma prova didática em Libras (sobre temas sorteados
no dia da prova objetiva) com 15 minutos de duração para
cada participante.
Para a categoria Tradução e Interpretação da LibrasLíngua Portuguesa-Libras, o candidato deveria realizar uma
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Capítulo 1 – Exame Prolibras: contextualização
29
prova prática de tradução e interpretação da Libras-Língua
Portuguesa-Libras, com temáticas relacionadas à educação,
com dez minutos de duração para cada participante.
O perfil dos participantes também foi delineado pela
Comissão do Exame Prolibras. O Prolibras tem caráter
voluntário e dele podem participar, mediante inscrição,
profissionais (surdos e ouvintes) com nível médio completo
ou superior completo, que possuam conhecimentos sobre
o uso e o ensino da Língua Brasileira de Sinais – Libras ou
sobre a Tradução e Interpretação da Libras/ Língua Portuguesa
(ouvintes), assim definidos:
Requisitos do participante do exame de proficiência
em Libras
a) formação de nível superior, fluente em Libras, com
habilidades metodológicas, didático-pedagógicas
para a função de professor de Libras; ou
b) formação de nível médio completo, fluente em
Libras, com habilidades metodológicas, didáticopedagógicas para a função de instrutor de Libras.
Requisitos do participante do exame de proficiência
em Tradução e Interpretação de Libras/Língua Portuguesa
a) formação de nível superior, com competência para
realizar a interpretação das duas línguas de maneira
simultânea ou consecutiva;
b) formação de nível médio completo, com competência
para realizar a interpretação de textos, palestras,
conferências, discursos, eventos, aulas, atividades
didático-pedagógicas e outras.
A comissão recomendou ainda que as pessoas
certificadas pelo Prolibras devam buscar cursos que lhes
permitam ter as condições de formação docente ou de tradução
e interpretação, exigidas pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB).
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Exame Prolibras
A partir dessas recomendações, o Ministério da Educação
buscou identificar instituições que pudessem executar o exame
Prolibras. A Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC,
por ter aberto o primeiro curso de Letras Libras do país e por
ter uma história na produção de pesquisas sobre a língua de
sinais, foi credenciada para executar os exames Prolibras/2006,
Prolibras/2007 e Prolibras/2008. A Comissão Permanente do
Vestibular foi o órgão responsável pela operacionalização de
todo o exame.
Conforme já mencionado anteriormente, o exame
Prolibras foi inédito no país. Fato este que demandava algumas
definições sem nenhum parâmetro de acerto ou erro em outro
evento com características próximas ao que seria realizado.
A Coordenadoria Pedagógica da COPERVE, juntamente
com a Coordenadora Geral do Exame Prolibras, pautada no que
estava estipulado pela Comissão e/ou Ministério de Educação,
procedeu à elaboração das provas objetiva e prática.
Como todo processo educacional e de avaliação necessita
revisão e aprimoramento constantes, a equipe organizadora do
exame Prolibras era sabedora do desafio que tinha em mãos e
que ajustes poderiam ser necessários nas edições futuras do
exame em razão das suas especificidades e do aprendizado
obtido com a realização de cada exame.
No primeiro ano de execução já se observou a
necessidade de algumas adequações que foram incorporadas
nos exames seguintes com a anuência da própria comissão e
do Ministério da Educação.
As provas objetivas foram elaboradas por bancas
compostas por professores surdos e ouvintes. Após elaboração
e revisão em Língua Portuguesa, as provas foram filmadas
na Libras e gravadas em DVD, conforme previsto nas regras
estipuladas pela comissão.
De dez questões em Prolibras/2006, as provas objetivas
foram revistas; adequando-se o número de questões e o tipo
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Capítulo 1 – Exame Prolibras: contextualização
31
de formulação, a prova passou a ter vinte questões nos exames
seguintes. Observou-se a necessidade de mais questões para
que a prova tivesse mais elementos para avaliar a compreensão.
Também foi observado que o tempo da prova ficou razoável com
vinte questões. Essa foi uma das principais preocupações na formulação da primeira prova. A prova com vinte questões passou a ter
uma média de trinta minutos, sendo repetida mais duas vezes nos
exames Prolibras/2007 e Prolibras/2008, totalizando uma hora e
trinta minutos, com os intervalos previstos entre as questões.
Outro fator que motivou o aumento do número de
questões foi a possibilidade de contestação ou recurso por
parte dos candidatos. Embora as bancas responsáveis sempre
busquem não deixar margens para que isso ocorra (no caso
de haver recurso e a banca realmente decidir pela anulação de
alguma questão), o impacto em vinte questões será menor.
Visando não somente a atender orientação especial da
comissão, mas principalmente permitir que os candidatos
pudessem pensar e refletir sobre cada questão, cada uma delas
foi apresentada vezes. O procedimento adotado foi: primeiro,
apresentar duas vezes cada questão, sendo que, após a segunda
apresentação da questão, uma mensagem informava o candidato
para proceder a escolha da resposta correta; depois de cinco
segundos, iniciava-se a apresentação da questão seguinte. Ao
final das vinte questões, o candidato ainda tinha a oportunidade
de rever mais uma vez a prova inteira, projetada mais uma vez
com intervalos de três segundos entre uma questão e outra.
A prova objetiva também passou a enfatizar a
compreensão, ao invés de conhecimentos na área de Libras.
Isso aconteceu de 2007 para 2008 com a anuência do MEC.
A prova passou a avaliar a compreensão e, com isso, passou
a ter mais características de um exame de proficiência de
línguas. No entanto, a segunda etapa da avaliação continuou
com características que vão além de um exame de proficiência,
pois, além de avaliar a capacidade produtiva na língua, avalia a
prática desses candidatos nas áreas específicas de ensino ou
tradução e interpretação da Libras.
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Exame Prolibras
No Prolibras/2006, o programa para a prova objetiva foi
colocado no edital de forma bastante ampla, indicando aos
candidatos que a prova seria de conhecimentos gerais para
compreensão de Libras. Nos exames seguintes, o programa foi
detalhado conforme apresentado abaixo:
Prova objetiva
1.
2.
3.
4.
Conhecimentos específicos da Libras
Legislação específica da Libras
Ética profissional do tradutor / intérprete da Libras
Compreensão da Libras
Em reunião de avaliação realizada no início de 2009,
o Comitê Consultivo do Exame Prolibras concluiu que os
participantes do exame de proficiência em Libras deveriam ser
avaliados sob dois aspectos: a competência linguística (fluência
em Libras) e a competência metodológica para o ensino de
Libras. Em função disso, foi recomendado que uma parcela
da prova objetiva enfatize o conhecimento, para caracterizar
a “habilitação” já na primeira etapa do exame. Assim, ficou
definido que as provas objetivas dos exames Prolibras a
partir de 2009 passam a ter 15 questões de compreensão e
cinco questões de conhecimentos nas áreas relacionadas
com a Libras. O intervalo entre questões passa a ser de três
segundos para resposta, pois verificou-se que é suficiente para
a marcação da resposta escolhida pelo candidato. Essa prova
continua a ser apresentada três vezes ao candidato, mantendo
o mesmo modelo aplicado em 2007 e 2008.
Como as provas objetivas eram apresentadas em DVD,
havia a necessidade de algum meio para que os candidatos
pudessem fazer seus registros ao final da apresentação de
cada questão. Foi então concebido um Caderno de Rascunho,
o qual, além das orientações sobre a prova objetiva, possuía
apenas espaços identificados pelo número das questões e pelas
letras correspondentes às alternativas de resposta (de “a” a “d”).
Nesse caderno, os candidatos poderiam fazer as anotações que
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Capítulo 1 – Exame Prolibras: contextualização
33
desejassem para posteriormente escolherem sua resposta. Esse
procedimento foi pensado para facilitar a resolução da prova e
não permitir o uso de folhas diversas que, com toda certeza, os
candidatos solicitariam para fazer anotações.
As provas práticas apresentam a mesma estrutura desde
o primeiro exame Prolibras/2006. No caso das provas práticas
para tradução e interpretação, são produzidos dez textos em
Língua Portuguesa e dez textos em Libras em cada nível do
exame, isto é, nível médio e nível superior. Os textos de nível
médio são selecionados por uma banca que atua no nível
médio, e os de nível superior são selecionados por uma banca
que atua no nível superior. A banca define o tipo textual de cada
bloco de textos e seleciona um conjunto de 15 textos, para
serem descartados cinco, por uma segunda banca, que analisa
a adequação dos textos considerando o contexto de tradução
e interpretação para a Libras e para a Língua Portuguesa. O
narrador dos textos em Língua Portuguesa apresenta os textos
em voz alta, qualidade de estúdio, introduzindo o tema do
texto e, após uma pausa, o texto propriamente dito. Os textos
produzidos na Libras são estudados por tradutores/atores
que discutem terminologia, esclarecem conceitos, definem
a forma de apresentação e realizam a tradução para a Libras.
Todos os textos apresentam uma média de cinco minutos de
duração, produzidos em ritmo normal da fala ou dos sinais.
Cada candidato recebe dois textos em um vídeo com uma
introdução explicando o formato da prova e informando o
candidato sobre o tipo de tradução que ele estará realizando,
ou seja, primeiramente o candidato fará a tradução simultânea
do texto falado na Língua Portuguesa para a Libras e, em
seguida, haverá uma segunda introdução, e o candidato fará
a tradução da Libras para a Língua Portuguesa. Toda a prova é
filmada e gravada em um DVD para cada candidato, o qual é
encaminhado para a avaliação.
Os textos usados para tradução/interpretação, foram
selecionados de acordo com os seguintes critérios:
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Exame Prolibras
• Prova prática de proficiência em tradução e
interpretação – nível superior: textos de aulas de
nível universitário em língua de sinais e em português
para a interpretação simultânea.
• Prova prática de proficiência em tradução e
interpretação – nível médio: textos de aulas de nível
médio em língua de sinais e em português para a
interpretação simultânea.
As provas práticas para o ensino da Libras compreendem
uma apresentação pessoal do candidato (de até cinco minutos)
seguida pela exposição (de até dez minutos) de como o
candidato ministraria uma aula sobre o assunto relativo ao
ponto sorteado com antecedência de pelo menos 24 horas.
Adicionalmente, o candidato deveria entregar aos fiscais
do estúdio o plano de ensino da aula que seria ministrada A
apresentação pessoal e a exposição dos candidatos sobre
o tema sorteado eram gravadas em DVD (um para cada
candidato), o qual era encaminhado para avaliação. Os pontos
previstos eram os seguintes:
Prova prática de proficiência no uso e no ensino da
Libras – nível superior
1. Comparativos
2. Tipos de verbo
3. Numerais: valores monetários
4. Classificadores predicativos
5. Tipos de negação
6. Tipos de expressões faciais gramaticais
7. Advérbios de tempo
8. Níveis de formalidade e informalidade
9. Pronomes
10. Empréstimos linguísticos
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Capítulo 1 – Exame Prolibras: contextualização
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Prova prática de proficiência no uso e no ensino da
Libras – nível médio
1. Sinais soletrados e o uso da datilologia e características das pessoas, animais e coisas
2. Nomes das localizações e o advérbio de lugar: onde
3. Conceitos das localizações
4. Figuras geométricas com números e letras
5. Sinais relacionados aos ambientes de estudos
6. Grau de escolaridade
7. Tipos de frases em LIBRAS
8. Direção – perspectiva: longe e perto
9. Plural: quantificador
10. Sinais: ainda não / acabado / pronto / faltar coisa
1.2 PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO EXAME PROLIBRAS
Os critérios de avaliação do exame Prolibras foram
definidos pela comissão formada pelo Ministério da Educação,
conforme segue:
A prova objetiva visa a avaliar a compreensão da Libras,
legislação e ética profissional, através de questões de múltipla
escolha (com apenas uma resposta correta), valendo um ponto
cada questão respondida corretamente.
Os participantes do exame de proficiência em tradução
e interpretação Libras-Língua Portuguesa-Libras deverão ser
avaliados quanto à proficiência e competência profissional,
preferencialmente no contexto educacional, cuja função será a
de traduzir textos diversos de uma língua para outra, bem como
interpretar conversações, palestras, aulas e outras atividades
didático-pedagógicas.
Conforme previsto em edital, as provas práticas para
certificação em tradução e interpretação Libras-Língua
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Exame Prolibras
Portuguesa-Libras deveriam ser avaliadas com notas 0,00
(zero vírgula zero zero) a 10,00 (dez vírgula zero zero), assim
distribuídos:
a) Fluência na Libras e em Português: nota máxima 3,00
(três vírgula zero zero).
b) Interpretação e tradução de textos Libras/Língua
Portuguesa/Libras: nota máxima 7,00 (sete vírgula
zero zero), de acordo com a seguinte distribuição:
1) adequação do sentido entre textos: nota máxima
3,00 (três vírgula zero zero);
2) equivalência textual entre Libras e Português e viceversa: nota máxima 2,00 (dois vírgula zero zero);
3) adequação de níveis de registro de vocabulário
e de gramática em função do público-alvo: nota
máxima 2,00 (dois vírgula zero zero).
Por outro lado, as provas práticas para certificação
no uso e no ensino da Libras deverão ser avaliadas quanto à
proficiência e competência profissional, preferencialmente no
contexto educacional, cuja função será de ensinar a Libras.
Conforme previsto em edital, essa avaliação deveria variar de
0,00 (zero vírgula zero zero) a 10,00 (dez vírgula zero zero)
pontos, assim distribuídos:
a) Fluência: nota máxima 4,00 (quatro vírgula zero zero).
b) Plano de aula: nota máxima 1,00 (um vírgula zero zero).
c) Contextualização do tema: nota máxima 2,00 (dois
vírgula zero zero).
d) Utilização adequada do tempo de apresentação do
tema atribuído: nota máxima 1,00 (um vírgula zero
zero).
e) Domínio do conteúdo: nota máxima 2,00 (dois vírgula
zero zero).
A correção das provas práticas foi realizada por
professores proficientes na Libras, com pós-graduação e com
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Capítulo 1 – Exame Prolibras: contextualização
37
formação e atuação no magistério nível médio e/ou superior,
os quais participaram de um treinamento de preparação para
a avaliação. Os avaliadores, doutores ou doutorandos que
desenvolvem pesquisa na área dos surdos, foram divididos em
equipes, conforme as quatro categorias a serem certificadas.
A correção desta segunda etapa do processo seguiu
os critérios estabelecidos no edital, conforme proposto pala
COPERVE/UFSC e aprovado pelo comitê executivo formado
pelo MEC/SEESP/INEP/UFSC. Os critérios foram discutidos por
toda a equipe e foram rigorosamente seguidos por todos os
avaliadores.
Após discussão dos critérios, houve um treinamento
visando a uniformizar a aplicação dos mesmos por parte de
cada dupla de avaliadores. Nessa atividade, as duplas de cada
área (tradução e interpretação de Libras/Português e ensino da
Libras) recebem a mesma prova e a avaliam para verificar se há
discrepância entre as duplas no uso dos critérios de avaliação.
Somente no exame Prolibras/2008, os avaliadores tiveram
acesso aos textos antes do início das avaliações, fato que se
mostrou muito positivo, pois o tempo que era despendido para
esta leitura nos exames Prolibras/2006 e Prolibras/2007 passou
a ser utilizado para avaliação.
Diariamente, durante o período em que acontecem
as correções, o Coordenador operacional do processo de
avaliação, juntamente com a Coordenadora Pedagógica da
COPERVE/UFSC e/ou a Coordenadora Geral do Prolibras,
realizaram momentos de avaliação e de reflexão sobre o
processo, bem como de avaliação das bancas.
Esta avaliação qualitativa das bancas acontece mediante
reuniões gerais (todo o grupo ou a maior parte dele) e
específicas (cada dupla) conforme categoria e nível que estão
corrigindo.
Cabe salientar que a correção acontece em espaço físico
de máxima segurança e os avaliadores assinam termo de
compromisso de sigilo sobre o trabalho.
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38
Exame Prolibras
Desde o Prolibras/2006, a COPERVE juntamente com a
Coordenação geral, e ouvindo sugestões dos avaliadores, tem
aperfeiçoado os procedimentos operacionais visando facilitar o
trabalho de avaliação. Um dos procedimentos que se mostrou
um facilitador significativo foi a presença de um técnico de
computação, pois os problemas que surgem com os DVD’s são
resolvidos imediatamente, sem que os avaliadores necessitem
interromper o trabalho que estão executando.
Existem inúmeros detalhes a serem pensados em
um processo dessa natureza, para que a avaliação não seja
comprometida. Neste aspecto, a orientação ao operador
de câmera e fiscais de Studio é essencial, pois iluminação
adequada, microfone posicionado de maneira a não dificultar
a sinalização, posicionamento da filmadora e foco da filmagem
são essenciais nesta segunda etapa.
A iluminação deve garantir a visualidade da região
espacial onde se dá a língua de sinais principalmente a do rosto
do candidato, pois o campo semântico da língua de sinais está
diretamente relacionado com as expressões faciais.
Visando evitar discrepâncias em relação aos critérios
de avaliação constantes no edital, a equipe pedagógica
organizadora refinou os critérios de avaliação, detalhando-os
como segue:
Prova prática para Certificação no Uso e no Ensino da
Libras – Nível Médio e Superior
• Fluência: Vocabulário; Classificadores; Uso do
espaço; Expressão facial.
• Plano de aula: Apresentação; Organização Lógica;
Relação do plano com a apresentação.
• Contextualização dos temas: Coesão; Coerência.
• Domínio do conteúdo: Conhecimento do conteúdo.
• Utilização adequada do tempo: 15 minutos.
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Capítulo 1 – Exame Prolibras: contextualização
39
Prova prática para Certificação em Tradução /
Interpretação – Nível Médio e Superior
• Fluência em Libras: Vocabulário Libras; Classificadores; Uso do espaço; Expressão facial; Estruturação
textual.
• Interpretação de textos Libras-Português: Equivalência textual entre Libras e Português; Adequação de
níveis de registro de vocabulário e de gramática em
função do nível do público-alvo.
• Fluência em Português: Vocabulário português;
Estruturação textual.
• Interpretação de textos Português-Libras: Equivalência textual entre Português e Libras; Adequação de
níveis de registro de vocabulário e de gramática em
função do nível do público-alvo.
Todo processo educacional deve estar em constante
aprimoramento, deste processo é possível destacar a avaliação
como a etapa que mais fornece subsídios para o educador/
avaliador aperfeiçoar seus procedimentos. Neste sentido, e em
razão do ineditismo e início recente da certificação de Língua
Brasileira de Sinais, é possível afirmar que tem sido feito um
trabalho primoroso por toda a equipe. Entretanto, a avaliação
tem fornecido subsídios que permitem o constante aprimorar
de todo o processo, ampliando cada vez mais a inclusão da
população surda no espaço profissional.
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Capítulo 2
LOGÍSTICA DE APLICAÇÃO DOS EXAMES
PROLIBRAS
E
ste capítulo descreve os principais procedimentos relativos
à logística de execução dos exames Prolibras/2006,
Prolibras/2007 e Prolibras/2008, desde a formalização das regras
do exame (através de editais) até a publicação dos resultados,
com destaque especial para as ações relativas à elaboração,
gravação e aplicação das provas.
2.1 ELABORAÇÃO E PUBLICAÇÃO DE EDITAIS
Nas três edições do Prolibras, os editais foram elaborados
a partir de projetos de execução organizados pela COPERVE/
UFSC, previamente analisados e aprovados pelo INEP e pela
SEESP. Esses editais estabeleceram as regras gerais do exame,
detalhando os procedimentos relativos ao processo de inscrição
e às normas relativas ao formato, à realização e à correção/
avaliação das provas. Adicionalmente, os editais também
estabeleciam os programas e as referências bibliográficas
usadas como base para a elaboração das provas.
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42
Exame Prolibras
Esses editais foram publicados no DOU e disponibilizados
na página do evento tanto em versão na Língua Portuguesa
quanto na Libras.
2.2 PROCESSO DE INSCRIÇÃO
Em todas as edições do Prolibras, as inscrições foram
realizadas somente via internet. Para tanto, a COPERVE/
UFSC criou um site – www.prolibras.ufsc.br – e desenvolveu
um sistema de inscrições, o qual usa como interface com
os candidatos um formulário eletrônico, denominado
requerimento de inscrição, no qual os candidatos digitam
suas informações pessoais e escolhem a categoria (certificação
e nível de escolaridade) para a qual desejam certificar-se, assim
como o local onde desejam realizar as provas. Adicionalmente, o
formulário eletrônico contém um questionário socioeconômico,
composto por 41 questões, cujas respostas são utilizadas para
subsidiar a elaboração de relatórios estatísticos bem como o
planejamento de futuras edições do exame.
Após o preenchimento do requerimento de inscrição, o
candidato envia-o pela internet e recebe (também via internet)
o comprovante de requerimento e o boleto bancário para
pagamento da taxa de inscrição. Após efetuado o pagamento
no valor de R$ 30,00, a COPERVE/UFSC é notificada pelo
banco centralizador das cobranças e homologa a inscrição dos
candidatos.
Encerradas as inscrições, a COPERVE/UFSC divulga
relatório contendo a relação das inscrições deferidas e
indeferidas e, após ter efetuado a alocação dos candidatos,
disponibiliza a confirmação de inscrição no site do Prolibras.
Esse documento, acessível mediante a informação do número
de inscrição e CPF do candidato, permite que os candidatos
confiram seus dados e tomem conhecimento de seu local de
prova (instituição, endereço, prédio e sala).
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43
Capítulo 2 – Logística de aplicação dos exames Prolibras
A Tabela 1 apresenta o quantitativo de inscrições solicitadas e efetivadas bem como o total de acessos ao site nas três
edições do exame.
Tabela 1 – Inscrições solicitadas/efetivadas e acessos ao site
Exame
Inscrições
solicitadas
Inscrições
efetivadas
Total de acessos
ao site*
Prolibras/2006
6195
4736
91.650
Prolibras/2007
5408
4321
110.950
Prolibras/2008
5065
3825
80.000
* Até 28/02/2009
Para melhor orientar os candidatos, além dos editais de
cada exame, em Português e na Libras, foram elaborados (em
conjunto com o MEC) e disponibilizados no site www.prolibras.
ufsc.br manuais contendo informações específicas de cada
fase do processo.
2.3 INFRAESTRUTURA PARA REALIZAÇÃO DO EXAME
2.3.1 ESPAÇO FÍSICO
Após a definição do número de candidatos por local
de prova, a equipe de logística da COPERVE/UFSC visitou
os locais de prova para, em conjunto com os coordenadores
locais designados pelo MEC, definir os espaços para a
realização das duas etapas (objetiva e prática) da prova. As
visitas tiveram o objetivo de selecionar e cadastrar os locais
mais adequados para a aplicação das provas e delas resultou
o cadastro de espaço físico que foi efetivamente utilizado na
realização de cada exame. A Tabela 2 apresenta a quantidade
de salas e de estúdios utilizados na primeira e na segunda
etapa respectivamente, em cada ano e em cada um dos locais
de prova.
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Exame Prolibras
Tabela 2 – Espaço físico utilizado
Locais
Prolibras/2006 Prolibras/2007 Prolibras/2008
Salas Estúdios Salas Estúdios Salas Estúdios
Brasília
7
4
7
4
6
2
Florianópolis
8
3
6
3
5
3
Fortaleza
6
3
6
3
4
3
Goiânia
8
4
9
4
8
4
Manaus
3
2
3
2
2
2
Rio de Janeiro
23
8
14
7
13
8
Salvador
5
3
5
4
4
3
Porto Alegre
7
5
7
4
5
3
São Paulo
16
8
21
10
-
-
Campinas-SP
-
-
-
-
17
10
Belo Horizonte
10
5
10
5
7
4
Curitiba
14
5
12
5
11
5
Vitória
3
2
4
3
7
3
Aracaju
2
1
2
1
-
-
São Cristovão – SE
-
-
-
-
1
1
Maceió
2
1
2
1
2
1
Recife
4
2
4
3
4
2
João Pessoa
3
2
4
2
4
3
Natal
3
2
2
2
2
1
Teresina
2
1
2
2
1
1
São Luis
2
1
3
1
4
3
Belém
4
2
3
3
4
2
Macapá
3
2
2
1
2
2
Rio Branco
1
2
1
1
1
1
Porto Velho
2
2
2
1
2
1
Boa Vista
1
1
2
1
1
1
Palmas
1
1
1
1
1
1
Cuiabá
3
2
3
2
4
2
Campo Grande
5
3
5
3
5
3
Totais
148
77
142
79
127
75
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Capítulo 2 – Logística de aplicação dos exames Prolibras
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2.3.2 EQUIPAMENTOS
Para viabilizar a realização das etapas objetiva e prática
das provas, foram contratadas (via processo licitatório)
empresas especializadas na realização de eventos para locação
de equipamentos multimídia (áudio e vídeo) e de informática
(computadores e impressoras), conforme especificado a seguir:
Conjunto de equipamentos para a prova objetiva (um
para cada sala)
• Projetor multimídia e tela de projeção
• DVD Player
Conjunto de equipamentos para a prova prática (um
para cada estúdio)
•
•
•
•
DVD Player
Televisor colorido 29”
Câmera profissional Mini DV
Iluminação (para filmagem), tripé de 2,5m de alt. com
luz (500/1.000 w)
• Microfone de lapela (gravação de áudio)
• Gravadora de DVD externa com monitor de retorno
de vídeo e áudio
• Fornecimento de backup da gravação dos DVDs em
MINI-DVs
Conjunto de equipamentos coordenação (1a e 2a etapas)
• Computador com a seguinte configuração: Processador 2 GHz ou equivalente, 1 Gb de RAM, HD 40
Gb, gravador DVD, placa de rede
• Monitor 15”, teclado ABNT II, mouse óptico
• Impressora laser monocromática (capacidade de imp.
mín. de 20 ppm.)
• Suprimentos (toner e papel A4)
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Exame Prolibras
2.3.3 RECURSOS HUMANOS PARA A APLICAÇÃO DAS PROVAS
De acordo com o número de candidatos em cada local,
a COPERVE/UFSC dimensionou as funções e o tamanho das
equipes que atuariam na aplicação das provas (coordenadores
de setor, fiscais de grupo e de corredor – surdos e ouvintes –,
intérpretes, médico e apoio (porteiros, limpeza, segurança, eletricista etc.). A seleção de pessoal ficou a cargo dos coordenadores
locais, observando as diretrizes definidas pela COPERVE/UFSC.
Dentre tais diretrizes, destacamos a exigência de que houvesse
pelo menos um fiscal fluente na Libras em cada sala (prova
objetiva) e em cada estúdio (prova prática), além de fiscais fluentes
nos corredores e junto às coordenações locais. Os coordenadores
locais cadastraram o pessoal diretamente em um “sistema de
fiscais on-line” criado especialmente para o exame Prolibras.
Além das equipes locais, a COPERVE/UFSC designou de
1 a 3 (dependendo do número de candidatos) coordenadores
da UFSC, todos eles servidores docentes ou técnicoadministrativos da UFSC, com larga experiência na realização
de concursos, os quais ficaram responsáveis pela aplicação das
provas em cada um dos 27 locais utilizados. Os coordenadores
da UFSC foram adequadamente treinados e ficaram
responsáveis por transporte, guarda, integridade e sigilo das
provas, assim como pelo treinamento das equipes locais, pela
aplicação das provas e pela devolução à COPERVE/UFSC do
material utilizado nas provas.
A Tabela 3 apresenta o quantitativo de pessoal envolvido
na aplicação das provas. Nesses totais não estão computadas as
equipes responsáveis pela elaboração, gravação e avaliação das
provas (28 pessoas), a equipe central da COPERVE (20 pessoas) e o
pessoal vinculado às empresas responsáveis pela locação e operacionalização dos equipamentos (aproximadamente 150 pessoas).
Para melhor orientar os aplicadores, fiscais e coordenadores, a COPERVE/UFSC elaborou manuais específicos
contendo todas as orientações e procedimentos que os mesmos
deveriam seguir para o bom andamento dos trabalhos.
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Capítulo 2 – Logística de aplicação dos exames Prolibras
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Tabela 3 – Pessoal envolvido na aplicação das provas
Locais
Prolibras/2006 Prolibras/2007 Prolibras/2008
Brasília
32
30
25
Florianópolis
34
28
22
Fortaleza
26
26
19
Goiânia
35
43
34
Manaus
18
19
15
Rio de Janeiro
78
56
44
Salvador
24
25
20
Porto Alegre
31
29
22
São Paulo
75
88
Campinas
54
Belo Horizonte
44
43
30
Curitiba
49
44
42
Vitória
20
22
25
Aracaju
16
16
São Cristovão – SE
14
Maceió
16
15
15
Recife
23
20
21
João Pessoa
19
20
20
Natal
17
15
15
Teresina
17
17
14
São Luis
16
18
23
Belém
19
24
21
Macapá
22
15
16
Rio Branco
15
14
13
Porto Velho
15
15
15
Boa Vista
12
14
13
Palmas
13
13
13
Cuiabá
21
21
21
Campo Grande
22
24
22
Totais
729
714
608
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Exame Prolibras
2.4 ELABORAÇÃO,
IMPRESSÃO/GRAVAÇÃO, APLICAÇÃO E PROCES-
SAMENTO DA PROVA OBJETIVA
A prova objetiva foi elaborada por banca qualificada,
composta por professores doutores, surdos e ouvintes. Após a
elaboração e a revisão das questões (dez em 2006 e vinte em
2007 e em 2008) em Língua Portuguesa, a prova foi filmada na
Língua Brasileira de Sinais e gravada em DVD.
Com o objetivo de facilitar a resolução dessa prova, foi
elaborado um caderno de rascunho, destinado para anotações
dos candidatos durante a projeção das questões para, na
sequência, transcreverem suas respostas para o cartãoresposta. Na contracapa do caderno de rascunho da prova
objetiva, foram reproduzidas as principais normas para a
realização das provas.
No período de realização da prova, inicialmente as
questões foram apresentadas e repetidas individualmente e,
na sequência, foram reapresentadas (sem repetição) para que
os candidatos pudessem refletir e responder com tranquilidade
cada questão.
Os cartões-resposta utilizados na prova objetiva foram
projetados, impressos e personalizados com nome, número de
inscrição, local e sala de cada candidato, além de código de
barra para identificação eletrônica.
O transporte das provas e do material necessário para
a sua aplicação foi realizado pelos coordenadores designados
pela COPERVE/UFSC em malotes devidamente lacrados e
com todas as demais medidas de segurança e integridade
necessárias. Antes de ser transportado para os locais de prova,
todo o material ficou guardado em sala-cofre da COPERVE/
UFSC.
No dia da prova objetiva, os coordenadores Locais e da
COPERVE/UFSC, na presença de três testemunhas, abriram os
malotes de provas, atestando em ata o lacre e a integridade
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Capítulo 2 – Logística de aplicação dos exames Prolibras
49
dos malotes. Os envelopes contendo as provas de cada sala
seguiram lacrados até o destino, onde foram abertos na
presença de 3 (três) candidatos que testemunharam em ata
a integridade dos lacres dos envelopes, conforme normas
estabelecidas pela COPERVE/UFSC.
Após o término da prova objetiva, os coordenadores da
COPERVE/UFSC, em conjunto com os coordenadores locais,
realizaram a leitura e/ou a digitação dos cartões-resposta e a
transmissão dos dados para a COPERVE/UFSC através de
sistema web seguro, desenvolvido especialmente para essa
função.
Ao receber os dados (relativos às repostas dos candidatos)
das 27 cidades, a equipe de informática da COPERVE/UFSC
processava-os e na sequência alocava os candidatos habilitados
nos estúdios e produzia o material necessário para a aplicação
da segunda etapa do exame. Esse material era disponibilizado
na rede para os coordenadores da UFSC que, localmente,
faziam a impressão e a divulgação dos resultados da primeira
etapa e do cronograma de realização da prova prática. Todo
esse trabalho era realizado no mesmo dia da realização da
prova objetiva, e os resultados divulgados na manhã do dia
seguinte.
2.5 ELABORAÇÃO,
GRAVAÇÃO, APLICAÇÃO E CORREÇÃO DA PROVA
PRÁTICA
Para a elaboração dos temas da prova prática para a
Certificação de Proficiência em Tradução e Interpretação da
Libras/Língua Portuguesa/Libras, foram designadas duas
bancas, uma responsável pelos 20 (vinte) textos para nível
médio e outra responsável pelos 20 (vinte) textos para nível
superior. Após a definição dos 40 (quarenta) textos, foi realizado
o processo de filmagem por atores surdos (fluentes na
LIBRAS) e feita a gravação da leitura dos textos por um locutor
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Exame Prolibras
(professor do curso de Jornalismo da UFSC). A prova prática
para a Certificação de Proficiência no Uso e no Ensino da Libras
versou sobre temas previamente estabelecidos e constantes do
edital de cada exame.
A segunda etapa do processo de certificação consistiu
de prova prática individual aplicada aos candidatos habilitados
na prova objetiva. Essa etapa teve início na terça-feira seguinte
ao domingo em que foi realizada a prova objetiva de cada
edição do Prolibras e estendeu-se até sexta-feira (nos locais
onde havia um maior número de candidatos habilitados). A
execução dessa etapa deu-se em estúdios equipados com TV,
DVD, filmadora e gravadora de DVD, sendo que cada estúdio
continha, além do operador, dois ficais (um surdo e um
ouvinte). Os candidatos foram alocados de meia em meia hora
e dispunham de 15 minutos para realizar sua prova, a qual era
filmada e gravada individualmente em DVD identificado pelo
número do candidato.
Para cada candidato havia uma ata individual, previamente
gerada, contendo a identificação do candidato e o tema de sua
prova. Essa ata era complementada com o horário de início
e término da prova e com o registro de eventuais ocorrências
durante a realização da prova e assinada pelo candidato e pelos
fiscais de estúdio.
Concluídas as provas práticas, os DVD´s individuais
(juntamente com a fita backup) eram transportados para a
UFSC onde foram avaliados por professores proficientes na
Libras com formação e atuação no magistério (nível médio e/
ou superior) e com pós-graduação (doutores, doutorandos
e mestres que desenvolvem pesquisa na área dos surdos). A
equipe de avaliadores foi previamente treinada e nivelada
para a avaliação das quatro categorias a serem certificadas. A
avaliação realizada seguiu os critérios estabelecidos no edital
de cada exame, conforme proposto pela COPERVE/UFSC e
aprovado pelo comitê executivo do MEC/SEESP/INEP/UFSC.
Os critérios foram discutidos por toda a equipe e seguidos
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Capítulo 2 – Logística de aplicação dos exames Prolibras
51
rigorosamente por todos os avaliadores, os quais assinaram um
termo de compromisso de sigilo sobre o trabalho que estavam
realizando.
Concluída a avaliação das provas práticas, As notas
dos candidatos foram lançadas no sistema que as processou
e emitiu os relatórios finais relativos a cada exame, os quais,
juntamente com estatísticas por local de prova, foram
disponibilizados no site do exame e encaminhados ao MEC
(INEP e SEESP). Na sequência, foram emitidos certificados
de proficiência para os candidatos aprovados, os quais
foram registrados no Departamento de Extensão da UFSC
e encaminhados aos candidatos (via correios, através de
correspondência com AR).
Finalizando o processo, a COPERVE/UFSC elaborou um
relatório técnico contendo resultados e estatísticas de cada
exame (além de análise comparativa entre eles) o qual foi
apresentado ao MEC (INEP e SEESP) e disponibilizado no site
do Prolibras.
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Capítulo 3
PROLIBRAS EM NÚMEROS
N
este capítulo, apresentamos os dados técnicos relativos
às diversas etapas do Exame de Certificação na Libras –
Prolibras, edições 2006, 2007 e 2008, detalhando desde os
números relativos às inscrições até os resultados finais obtidos.
Paralelamente, também apresentamos uma análise preliminar
correlacionando os dados relativos às três edições do exame.
Os números obtidos e submetidos a tratamento estatístico
permitem mostrar, por meio de tabelas e gráficos, o desempenho
dos candidatos, considerando-se aspectos técnicos tais como
categoria de certificação, escolaridade e condição auditiva, bem
como diferentes variáveis socioeconômicas, tais como região de
origem, sexo e idade, entre outras.
3.1 DADOS RELATIVOS ÀS INSCRIÇÕES NO PROLIBRAS
Nas três edições do Prolibras, as inscrições foram
realizadas exclusivamente pela internet através do site www.
prolibras.ufsc.br, durante aproximadamente trinta dias nos
meses de julho e agosto. A Tabela 4 apresenta o total de
inscritos em cada uma das edições do exame e detalha o
percentual de inscritos (relativo ao total) em cada uma das
certificações, por nível de escolaridade.
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54
Exame Prolibras
Tabela 4 – Distribuição dos candidatos inscritos no Prolibras, por
certificação e categoria
Certificação
Escolaridade
Inscritos
2006
Total
%
Inscritos
2007
Total
%
Inscritos
2008
Total
%
Uso e Ensino Nível Superior 1037 21,94 701 16,23 654 17,10
da Libras
Nível Médio 1472 31,14 1493 34,56 1291 33,75
Tradução / Nível Superior 822 17,39 547 12,66 436 11,40
Interpretação Nível Médio 1396 29,53 1579 36,55 1444 37,75
Total
4727 100,00 4320 100,00 3825 100,00
Analisando a Tabela 4, constata-se que houve
uma redução de 19,08% no número total de inscritos
no Prolibras/2008 com relação ao total de inscritos no
Prolibras/2006, correspondendo a uma diminuição de 902
candidatos. Observa-se também que a redução de inscritos no
Prolibras/2008 com relação no Prolibras/2007, foi de 11,46%,
correspondendo a uma diminuição de 495 candidatos. Essa
redução é superior àquela verificada no Prolibras/2007 com
relação ao Prolibras/2006, que havia ficado na casa dos 8,61%
(correspondendo a uma diminuição de 407 candidatos).
Podemos também constatar que essa redução, com
relação ao Prolibras/2006, foi mais significativa entre os
candidatos com nível superior completo, sendo que, na
certificação no Uso e Ensino da Libras, a redução foi de 36,93%
(383 candidatos) e na certificação de Proficiência em Tradução
e Interpretação a redução foi de 46,96% (386 candidatos).
A redução do número de candidatos inscritos é compreensível, uma vez que a comunidade de fluentes na Libras é
relativamente pequena. Observa-se ainda que essa redução,
pelos mesmos motivos, foi mais acentuada entre os candidatos
de nível superior nas duas certificações. Contudo, considerandose o número de certificados em cada uma das edições do
Prolibras, podemos concluir que essa comunidade tem crescido,
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Capítulo 3 – Prolibras em números
55
justificando plenamente a continuidade do Prolibras por mais 7
anos, conforme previsto no Decreto n. 5.026/2005.
Outra constatação, baseada na Tabela 4, é que, dentre os
candidatos de nível médio, houve uma divisão uniforme entre
os que almejam certificação no Uso e no Ensino da Libras e
a certificação de Proficiência em Tradução e Interpretação de
Libras/Língua Portuguesa/Libras. Já entre os candidatos de
nível superior, constata-se uma preferência pela certificação no
Uso e no Ensino da Libras.
3.2 DADOS RELATIVOS
NO PROLIBRAS
AO DESEMPENHO GLOBAL DOS CANDIDATOS
O exame de certificação para Proficiência no Uso e no
Ensino da Libras e de certificação de Proficiência em Tradução
e Interpretação de Libras/Língua Portuguesa/Libras nas três
edições do Prolibras, foi executado em duas etapas: a primeira,
constituída por uma prova objetiva igual para todos os candidatos,
independente da área da certificação e do nível de escolaridade,
e uma segunda etapa constituída de prova prática específica para
cada certificação e para cada nível de escolaridade.
Os candidatos com nota igual ou superior a 6,00 (seis
vírgula zero zero) na primeira etapa (prova objetiva) foram
habilitados a participar da segunda etapa do exame, ou seja, da
prova prática. Na segunda etapa do exame, foram aprovados e,
portanto, certificados, os candidatos que obtiveram nota igual
ou superior a 6,00 (seis vírgula zero zero).
3.2.1 DESEMPENHO NA PRIMEIRA ETAPA – PROVA OBJETIVA
A Tabela 5 apresenta o total de habilitados em cada uma
das edições do exame e detalha o percentual de habilitados
relativo ao total de inscritos em cada uma das certificações /
nível de escolaridade. Desconsiderando-se as abstenções
(21,83% no Prolibras/2006, 15,74% no Prolibras/2007 e 16,42%
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56
Exame Prolibras
no Prolibras/2008) o índice de candidatos habilitados com
relação aos inscritos presentes eleva-se, respectivamente, para
68, 34, 67, 80 e 86, 46.
Analisando a Tabela 5, constata-se uma uniformidade no
percentual de candidatos habilitados em ambas as certificações
e em ambos os níveis de escolaridade. Também se pode
destacar o melhor desempenho registrado no Prolibras/2008,
em todas as categorias.
A nota média dos candidatos na prova objetiva (1a etapa)
foi de 6,44 no Prolibras/2006, 6,44 no Prolibras/2007 e 7,42 no
Prolibras/2008. A estatística geral da prova objetiva por local,
certificação e escolaridade, destacando-se, através de gráficos,
a variação das notas obtidas pelos candidatos, é apresentada
no relatório técnico de cada uma das edições do Prolibras,
disponíveis em www.prolibras.ufsc.br.
Tabela 5 – Distribuição dos candidatos habilitados no Prolibras, por
Certificação e Escolaridade
Certificação Escolaridade
Habilitados Habilitados Habilitados
2006
2007
2008
Total
Uso e Ensino
da Libras
Tradução/
Interpretação
%
Total
%
Total
%
Nível
Superior
534 51,49 406 57,92 467 71,41
Nível Médio
748 50,82 894 59,88 905 70,10
Nível
Superior
458 55,72 319 58,32 312 71,56
Nível Médio
785 56,23 849 53,77 1080 74,79
Total
2525 53,42 2468 57,13 2764 72,26
3.2.2 DESEMPENHO NA SEGUNDA ETAPA – PROVA PRÁTICA
A Tabela 6 apresenta o total de candidatos aprovados
(certificados) em cada uma das edições do exame Prolibras e
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57
Capítulo 3 – Prolibras em números
detalha o percentual de aprovados (relativo ao total de inscritos
em cada certificação) em cada uma das certificações, por nível
de escolaridade. Desconsiderando-se as abstenções registradas
na prova objetiva, o índice de candidatos aprovados eleva-se,
respectivamente, para 36, 51, 41, 51 e 40,13%.
Tabela 6 – Distribuição dos candidatos aprovados no Prolibras, por
Certificação e Escolaridade
Certificação Escolaridade
Aprovados
2006
Total
%
Aprovados
2007
Total
%
Aprovados
2008
Total
%
Uso e Ensino Nível Superior 157 15.14 223 31.81 133 20.34
da Libras
Nível Médio 452 30.71 548 36.70 427 33.08
Tradução / Nível Superior 178 21.65 193 35.28 122 27.98
Interpretação Nível Médio 562 40.26 547 34.64 601 41.62
Total
1349 28,54 1511 34,98 1283 33.54
Analisando a Tabela 6, constata-se uma aprovação média
em torno de 32% entre os inscritos, em todas as edições do
Prolibras. Desconsiderando-se as abstenções, o percentual
de aprovados eleva-se para aproximadamente 40%. Um
aspecto interessante a ser observado no Prolibras/2008 é que
o desempenho na prova prática ficou no mesmo patamar
das edições anteriores, não se repetindo o bom desempenho
observado na prova objetiva. Outro detalhe a ser observado é
que, em geral, os candidatos com escolaridade de nível médio,
nas duas certificações, tiveram um melhor desempenho.
A nota média dos candidatos na prova prática (2a Etapa)
foi de 6,02 no Prolibras/2006, 6,06 no Prolibras/2007 e 5,48
no Prolibras/2008. A estatística geral da prova prática por local,
certificação e escolaridade, destacando-se através de gráficos
a variação das notas obtidas pelos candidatos, é apresentada
no relatório técnico de cada uma das edições do Prolibras,
disponíveis em www.prolibras.ufsc.br.
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58
Exame Prolibras
A correlação entre a quantidade de inscritos, habilitados
e aprovados em cada uma das edições do Prolibras, pode ser
mais bem visualizada no Gráfico 2.
5000
Inscritos
4500
Habilitados
4000
Aprovados
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
2006
2007
2008
Gráfico 2 – Inscritos, Habilitados e Aprovados no Prolibras
3.3 DADOS
RELATIVOS À PARTICIPAÇÃO E AO DESEMPENHO DOS
CANDIDATOS, SEGUNDO A CONDIÇÃO AUDITIVA
Nesta seção, apresentamos os dados relativos aos inscritos, habilitados e aprovados, segundo a condição auditiva dos candidatos (surdos e ouvintes), nas três edições do exame Prolibras.
Os percentuais de habilitados e aprovados referem-se ao total de
inscritos em cada ano e em cada certificação/escolaridade.
3.3.1 CANDIDATOS INSCRITOS
A Tabela 7 apresenta o total de candidatos surdos
inscritos em cada uma das três edições do Prolibras, detalhando
o percentual de inscritos em cada uma das certificações e em
cada nível de escolaridade. Analisando essa tabela, observa-se
que houve uma redução na ordem de 20,30% na quantidade
de candidatos surdos inscritos no Prolibras/2007 em relação
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59
Capítulo 3 – Prolibras em números
ao Prolibras/2006, enquanto a redução de inscritos surdos no
Prolibras/2008 com relação ao Prolibras/2007 foi de 18,80%. A
redução total de candidatos surdos de 2006 para 2008 foi de
464 candidatos, correspondendo a 35,29%. Observa-se, ainda,
que o percentual de redução foi significativamente maior entre
os candidatos à proficiência no Uso e no Ensino da Libras com
nível superior.
Tabela 7 – Candidatos surdos Inscritos nas três edições do Prolibras,
por Certificação e Escolaridade.
Certificação Escolaridade
Uso e Ensino
da Libras
Tradução/
Interpretação
Prolibras/
2006
Prolibras/
2007
Prolibras/
2008
Total
%
Total
%
Total
%
Nível
Superior
339
25,78
194
18,51
140
16,45
Nível Médio
976
74,22
833
79,48
685
80,49
Nível
Superior
0*
0,00
4
0,38
5
0,59
Nível Médio
0*
0,00
17
1,62
21
2,47
Total
1315 100,00 1048 100,00 851 100,00
* No Prolibras/2006 não havia a opção de certificação em tradução/interpretação para
candidatos surdos
Tabela 8 – Candidatos Ouvintes Inscritos nas três edições do Prolibras,
por Certificação e Escolaridade
Certificação Escolaridade
Uso e Ensino
da Libras
Tradução/
Interpretação
Prolibras/
2007
Prolibras/
2008
Total
%
Total
%
Total
%
Nível
Superior
698
20,46
507
15,50
514
17,28
Nível Médio
496
14,54
660
20,17
606
20,38
Nível
Superior
822
24,09
543
16,60
431
14,49
1396 40,91
1562
47,74
1423 47,85
Nível Médio
Total
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Prolibras/
2006
3412 100,00 3272 100,00 2974 100,00
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60
Exame Prolibras
Por outro lado, entre os candidatos ouvintes (Tabela
8), constata-se que a redução de inscritos, que havia sido de
4,10% de 2006 para 2007, passou para 12,84% de 2007 para
2008, resultando em uma redução total de 8,90% de 2006 para
2008. Destaca-se aqui que a redução de inscritos ouvintes foi
significativamente maior entre os candidatos com nível superior.
Em comparação com 2006, houve um aumento do número de
inscrito de nível médio no Prolibras/2008.
3.3.2 CANDIDATOS HABILITADOS
Com relação ao desempenho dos candidatos surdos na
primeira etapa do exame (Tabela 9), o percentual de habilitados
para a segunda etapa passou de 61,44% em 2006 para 71,56%
em 2008. O percentual de habilitados no Prolibras/2008
também ficou acima do percentual verificado no Prolibras/2007
(67,37%). O bom desempenho na primeira etapa entre os
candidatos surdos ocorreu de maneira uniforme em todas as
certificações/níveis de escolaridade.
Tabela 9 – Candidatos surdos Habilitados nas três edições do Prolibras
por Certificação e Escolaridade.
Certificação
Escolaridade
Uso e Ensino da
Libras
Tradução/
Interpretação
Total
Prolibras/
2006
Prolibras/
2007
Prolibras/
2008
Total
%
Total
%
Total
%
Nível
Superior
259
76,40
152
78,35
114
81,43
Nível Médio
549
56,25
548
65,79
481
70,22
Nível
Superior
0*
0,00
2
50,00
2
40,00
Nível Médio
0*
0,00
4
23,53
12
57,14
808
61,44
706
67,37
609
71,56
* No Prolibras/2006 não havia a opção de certificação em tradução/interpretação para
candidatos surdos
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61
Capítulo 3 – Prolibras em números
Tabela 10 – Candidatos ouvintes Habilitados nas três edições do
Prolibras por Certificação e Escolaridade.
Certificação Escolaridade
Uso e Ensino
da Libras
Tradução/
Interpretação
Prolibras/
2006
Prolibras/
2007
Prolibras/
2008
Total
%
Total
%
Total
%
Nível
Superior
275
39,40
254
50,10
353
68,68
Nível Médio
199
40,12
346
52,42
424
69,97
Nível
Superior
458
55,72
317
58,38
310
71,93
785
56,23
845
54,10 1068 75,05
1717
50,32
1762
53,85 2155 72,46
Nível Médio
Total
Analisando o desempenho dos candidatos ouvintes
na primeira etapa do exame (Tabela 10), constata-se que o
percentual de habilitados para a segunda melhorou substancialmente, passando de 50,32% no Prolibras/2006 para 72,46%
no Prolibras/2008. Esse melhor desempenho também se
verifica com relação ao Prolibras/2007, em que o percentual de
candidatos ouvintes habilitados foi de 53,85%. Observa-se, ainda,
que o melhor desempenho dos candidatos ouvintes na primeira
etapa do Prolibras/2008, com relação aos exames anteriores,
ocorreu em todas as certificações/níveis de escolaridade.
Os percentuais de habilitados por condição auditiva (surdos
e ouvintes) referem-se ao total de inscritos em cada categoria.
3.3.3 CANDIDATOS APROVADOS
A Tabela 11 apresenta o total de candidatos surdos
com direito à Certificação (aprovados na segunda etapa), por
certificação e escolaridade, nas três edições do Prolibras. Com
base nesses dados, constata-se que o percentual de aprovados
no Prolibras/2008 foi ligeiramente superior, comparativamente ao
Prolibras/2006, passando de 36,50% para 38,66%. Entretanto,
comparativamente com o Prolibras/2007, houve uma redução
no percentual de aprovados no Prolibras/2008, de 44,47% para
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62
Exame Prolibras
38,66%. Observa-se, ainda, que as diferenças entre percentuais
são similares em todas as certificações/níveis de escolaridade.
Um aspecto importante a ser destacado e repensado nas
próximas edições do Prolibras, é que em nenhum dos exames
realizados houve candidatos surdos aprovados para Certificação
em Tradução/Interpretação.
Tabela 11 – Candidatos surdos Aprovados nas três edições do Prolibras
por Certificação e Escolaridade.
Certificação Escolaridade
Uso e Ensino
da Libras
Tradução/
Interpretação
Nível
Superior
Nível Médio
Nível
Superior
Nível Médio
Total
Prolibras/
2006
Prolibras/
2007
Prolibras/
2008
Total
%
Total
%
Total
%
110
32,45
109
56,19
61
43,57
370
37,91
357
42,86
268
39,12
0*
0,00
0
0,00
0
0,00
0*
0,00
0
0,00
0
0,00
480
36,50
466
44,47
329
38,66
* No Prolibras/2006 não havia a opção de certificação em tradução/interpretação para
candidatos surdos
Tabela 12 – Candidatos ouvintes Aprovados nas três edições do
Prolibras por Certificação e Escolaridade.
Certificação Escolaridade
Uso e Ensino
da Libras
Tradução/
Interpretação
Nível
Superior
Nível Médio
Nível
Superior
Nível Médio
Total
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Prolibras/
2006
Prolibras/
2007
Prolibras/
2008
Total
%
Total
%
Total
%
47
6,73
114
22,49
72
14,01
82
16,53
191
28,94
159
26,24
178
21,65
193
35,54
122
28,31
562
40,26
547
35,02
601
42,23
869
25,47
1045
31,94
954
32,08
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63
Capítulo 3 – Prolibras em números
Entre os candidatos ouvintes (Tabela 12) constata-se
que o percentual de aprovados no Prolibras/2008 (32,08%) foi
muito próximo ao percentual de aprovados no Prolibras/2007
(31,94%) e ambos relativamente superiores ao percentual de
ouvintes aprovados no Prolibras/2006 (25,47).
1400
1200
1000
800
Inscritos
Habilitados
600
Aprovados
400
200
0
2006
2007
2008
Gráfico 3 – Candidatos surdos Inscritos, Habilitados e Aprovados no
Prolibras
Analisando os percentuais de aprovação entre os
candidatos ouvintes do Prolibras/2006 para o Prolibras/2008,
embora tenha havido uma melhora em todas as certificações/
escolaridade, constata-se que houve uma evolução mais
significativa entre os candidatos à certificação no Uso e no
Ensino da Libras (6,73% para 14,01% entre os candidatos de
nível superior e de 16,53% para 26,24% entre os candidatos
de nível médio). Por outro lado, comparando-se o percentual
de aprovação entre os candidatos ouvintes do Prolibras/2008
com relação ao Prolibras/2007, percebe-se que o percentual
de aprovados aumentou apenas entre os candidatos de nível
médio da Cerificação em Tradução/Interpretação, diminuindo
nas demais certificações/níveis de escolaridade.
Os gráficos 3 e 4 resumem a participação e o desempenho dos candidatos surdos e ouvintes nas três edições do
exame Prolibras.
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64
Exame Prolibras
4000
3500
3000
2500
Inscritos
2000
Habilitados
Aprovados
1500
1000
500
0
2006
2007
2008
Gráfico 4 – Candidatos ouvintes Inscritos, Habilitados e Aprovados no
Prolibras
3.4 PARTICIPAÇÃO
E DESEMPENHO NO
PROLIBRAS,
POR REGIÃO
GEOGRÁFICA
Na elaboração das provas da primeira e segunda
etapas do Exame Nacional de Certificação na Libras, houve
preocupação por parte da comissão pedagógica em contemplar
as cinco regiões geográficas do território brasileiro, evitando o
regionalismo nas palavras empregadas na Libras. As tabelas 14
e 15 mostram o desempenho dos candidatos das regiões Sul,
Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte, respectivamente, na
primeira e na segunda etapas do Prolibras. Com base nessas
tabelas, pode-se inferir que o regionalismo dos sinais não
interferiu no desempenho dos candidatos.
3.4.1 CANDIDATOS INSCRITOS
O Prolibras é um exame de abrangência nacional, aplicado
em todas as unidades da federação (26 estados e Distrito
Federal), visando a oportunizar a certificação em Libras a todos os
fluentes na Libras, independentemente de sua região de origem.
Os exames Prolibras/2006, Prolibras/2007 e Prolibras/2008 foram
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Capítulo 3 – Prolibras em números
65
aplicados nas capitais dos estados (ou cidades próximas), pois,
segundo estatísticas do IBGE e do INEP, os grandes aglomerados
urbanos possuem uma maior concentração de surdos, e, por
conseguinte, fluentes na Libras.
Analisando a Tabela 13, percebe-se que os percentuais de
inscritos em cada região têm mantido certa regularidade nas três
edições do exame. Correlacionando-se os dados da Tabela 13
com o Gráfico 1, apresentado na Introdução, constatamos que:
• Nas regiões Sul e Sudeste, o percentual de inscritos
no Prolibras encontra-se muito próximo ao percentual
de surdos em cada uma dessas regiões (17% dos
surdos brasileiros encontram-se na região Sul e
38,61% na região Sudeste);
• Nas regiões Norte e Centro-Oeste, o percentual de
inscritos no Prolibras foi superior ao percentual de
surdos residentes nessas regiões (7,47% e 6,49%,
respectivamente), com destaque para a região
Centro-Oeste, onde o percentual de inscritos é mais
que o dobro do percentual de surdos;
• Na região Nordeste, o percentual de inscritos (em
média 18%) ficou bastante aquém do percentual de
surdos da região (aproximadamente 30,50 dos surdos
brasileiros residem nessa região).
Tabela 13 – Candidatos inscritos no Prolibras, por ano e por região
geográfica
Região
Sul
Sudeste
Centro-Oeste
Nordeste
Norte
Total
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Prolibras/2006 Prolibras/2007 Prolibras/2008
Total
%
Total
%
Total
%
918
19,42
718
16,62
628
16,42
1624 34,36 1661 38,45 1478 38,64
818
17,30
803
18,59
614
16,05
865
18,30
775
17,94
716
18,72
502
10,62
363
8,40
389
10,17
4727 100,00 4320 100,00 3825 100,00
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Exame Prolibras
3.4.2 CANDIDATOS HABILITADOS
O desempenho dos candidatos na primeira etapa (prova
objetiva) do Prolibras, conforme pode ser inferido da Tabela 14,
embora ligeiramente melhor nas regiões Sul e Sudeste, foi em
geral equilibrado em todas as regiões do país.
Tabela 14 – Candidatos habilitados no Prolibras, por ano e por região
geográfica
Região
Prolibras/2006
Prolibras/2007
Prolibras/2008
Total
%
Total
%
Total
%
Sul
534
58,17
433
60,31
479
76,27
Sudeste
936
57,64
1025
61,71
1069
72,33
Centro-Oeste
431
52,69
399
49,69
446
72,64
Nordeste
423
48,90
447
57,68
513
71,65
Norte
201
40,04
164
45,18
257
66,07
Total
2525
53,42
2468
57,13
2764
72,26
Esse equilíbrio torna-se evidente nos percentuais relativos
ao Prolibras/2008, sinalizando um efeito colateral benéfico
do exame: o percentual de habilitados aumentou em todas
as regiões brasileiras, e esse aumento foi mais expressivo
exatamente nas regiões onde o desempenho registrado nas
edições anteriores (especialmente no Prolibras/2006) havia
ficado abaixo do percentual total de habilitados.
3.4.3 CANDIDATOS APROVADOS
Na segunda etapa (prova prática) do Prolibras, o
desempenho dos candidatos, conforme pode ser inferido
da Tabela 15, manteve-se praticamente constante na região
Sul, oscilou positivamente (2007) e negativamente (2008)
nas regiões Sudeste e Nordeste e apresentou uma melhora
constante nas regiões Norte e Centro-Oeste.
Exame prolibras.indd 66
18/6/2009 10:55:01
67
Capítulo 3 – Prolibras em números
Tabela 15 – Candidatos aprovados no Prolibras, por ano e por região
geográfica
Região
Prolibras/2006
Prolibras/2007
Prolibras/2008
Total
Total
Total
%
%
%
Sul
294
32,03
240
33,43
207
32,96
Sudeste
501
30,85
623
37,51
507
34,30
Centro-Oeste
212
25,92
246
30,64
198
32,25
Nordeste
249
28,79
313
40,39
256
35,75
Norte
93
18,53
89
24,52
115
29,56
Total
1349
28,54
1511
34,98
1283
33,54
Comparando-se o percentual de aprovados (portanto,
candidatos certificados) entre regiões, constata-se que em geral
o desempenho foi bastante similar, com exceção da região
Norte, cujo percentual de aprovados ficou abaixo da média
nacional nas três edições do exame. Por outro lado, enquanto
a região Sul teve melhor desempenho no Prolibras/2006 e a
região Nordeste teve melhor desempenho no Prolibras/2007 e
no Prolibras/2008, o percentual de aprovados na região Sudeste
ficou acima da média nacional nas três edições do exame.
1800
1600
1400
1200
1000
Inscritos
Habilitados
800
Aprovados
600
400
200
0
Sul
Sudeste
Centro-oeste
Nordeste
Norte
Gráfico 5 – Candidatos Inscritos, Habilitados e Aprovados no Prolibras/2006,
por região geográfica
Exame prolibras.indd 67
18/6/2009 10:55:01
68
Exame Prolibras
A correlação entre candidatos Inscritos, Habilitados e
Aprovados, de acordo com a região de origem dos candidatos,
em cada uma das edições do Prolibras pode ser melhor
visualizada nos gráficos 5, 6 e 7.
1800
1600
1400
1200
1000
Inscritos
Habilitados
800
Aprovados
600
400
200
0
Sul
Sudeste
Centro-Oeste
Nordeste
Norte
Gráfico 6 – Candidatos Inscritos, Habilitados e Aprovados no Prolibras/2007,
por região geográfica
1600
1400
1200
1000
Inscritos
800
Habilitados
Aprovados
600
400
200
0
Sul
Sudeste
Centro-Oeste
Nordeste
Norte
Gráfico 7 – Candidatos Inscritos, Habilitados e Aprovados no Prolibras/2008,
por região geográfica
Exame prolibras.indd 68
18/6/2009 10:55:01
69
Capítulo 3 – Prolibras em números
3.5 PARTICIPAÇÃO
E DESEMPENHO NO
PROLIBRAS,
POR LOCAL DE
PROVA
A participação e o desempenho na prova objetiva e na
prova prática dos candidatos, em cada local de realização das
provas, encontra-se detalhada na Tabela 16. Analisando essa
tabela, podemos constatar que, embora o número de inscritos
esteja em geral relacionado com a população da cidade e
do respectivo estado, existem exceções que merecem ser
destacadas:
• Cidades como Curitiba, Goiânia, Vitória, Florianópolis
e Campo Grande, onde o ensino da Libras e a
organização dos surdos é mais efetiva, a quantidade
de inscritos foi proporcionalmente superior à
população de surdos nessas cidades.
• Embora a quantidade total de inscritos tenha se
reduzido gradualmente nas três edições do exame,
em algumas cidades, como Palmas, Goiânia e Vitória,
a quantidade de inscritos tem aumentado.
• Em algumas cidades, como Fortaleza, Porto Alegre,
Aracaju, Natal e Teresina, a redução na quantidade de
inscritos foi constante e superior à média nacional.
Exame prolibras.indd 69
18/6/2009 10:55:02
Locais de Prova
Inscritos
Prolibras/2006
Prolibras/2007
Habilitados Aprovados
Habilitados Aprovados
Total
%
Total
%
Inscritos
Total
%
Total
70
Exame prolibras.indd 70
Tabela 16 – Candidatos Inscritos, Habilitados e Aprovados no Prolibras, por ano e por local de prova
Prolibras/2008
%
Inscritos
Habilitados Aprovados
Total
%
Total
%
Brasília
253
145 57.31
60
23.72
240
131 54.58
83
34.58
142
99
69.72
53
37.32
Florianópolis
173
103 59.54
59
34.10
136
82
60.29
45
33.09
136
105 77.21
36
26.47
Fortaleza
163
82
50
30.67
130
95
73.08
79
60.77
101
76
75.25
34
33.66
Goiânia
295
165 55.93 101 34.24
299
120 40.13
81
27.09
231
167 72.29
44
19.05
Manaus
90
58
28.89
84
37
19
22.62
56
42
16
28.57
Rio de Janeiro
434
271 62.44 172 39.63
386
256 66.32 174 45.08
401
319 79.55 161 40.15
Salvador
186
95
26.88
218
128 58.72
90
41.28
135
98
72.59
48
35.56
Porto Alegre
273
193 70.70 121 44.32
240
156 65.00
94
39.17
147
119 80.95
50
34.01
São Paulo
718
414 57.66 184 25.63
797
484 60.73 265 33.25
677
454 67.06 217 32.05
50.31
64.44
51.08
26
50
44.05
Campinas-SP
75.00
350
191 54.57 113 32.29
349
197 56.45 123 35.24
225
164 72.89
Curitiba
472
238 50.42 114 24.15
342
195 57.02 101 29.53
345
255 73.91 121 35.07
Vitória
122
60
49.18
32
26.23
129
88
68.22
61
47.29
175
132 75.43
51
29.14
Aracaju
52
11
21.15
9
17.31
40
24
60.00
18
45.00
30
20
66.67
5
16.67
55
32
58.18
12
21.82
São Cristovão-SE
Maceió
55
35
63.64
27
49.09
36
20
55.56
17
47.22
78
34.67
18/6/2009 10:55:02
Exame Prolibras
Belo Horizonte
135
72
53.33
41
30.37
105
63
60.00
40
38.10
120
97
80.83
56
46.67
João Pessoa
86
52
60.47
35
40.70
73
47
64.38
32
43.84
107
82
76.64
44
41.12
Natal
69
27
39.13
8
11.59
56
28
50.00
12
21.43
41
28
68.29
16
39.02
Teresina
52
17
32.69
9
17.31
52
22
42.31
14
26.92
29
13
44.83
4
13.79
São Luis
67
32
47.76
20
29.85
65
20
30.77
11
16.92
98
67
68.37
37
37.76
Belém
131
57
43.51
25
19.08
120
65
54.17
39
32.50
113
75
66.37
38
33.63
Macapá
100
41
41.00
21
21.00
42
17
40.48
11
26.19
60
40
66.67
18
30.00
Rio Branco
67
19
28.36
8
11.94
31
10
32.26
6
19.35
51
39
76.47
16
31.37
Porto Velho
64
18
28.13
8
12.50
21
8
38.10
4
19.05
44
19
43.18
7
15.91
Boa Vista
22
5
22.73
3
13.64
33
12
36.36
4
12.12
22
18
81.82
9
40.91
Palmas
28
3
10.71
2
7.14
32
15
46.88
6
18.75
43
24
55.81
11
25.58
Cuiabá
75
28
37.33
16
21.33
89
50
56.18
27
30.34
82
54
65.85
26
31.71
Campo Grande
195
93
47.69
35
17.95
175
98
56.00
55
31.43
159
126 79.25
75
47.17
TOTAL
4727
2525 53.42 1349 28.54
4320
2468 57.13 1511 34.98
3825
2764 72.26 1283 33.54
Capítulo 3 – Prolibras em números
Exame prolibras.indd 71
Recife
71
18/6/2009 10:55:02
72
Exame Prolibras
Analisando o desempenho dos candidatos na prova
objetiva por local de prova, constata-se que o percentual
de habilitados em cada local de prova tem aumentado na
mesma proporção que a média nacional, com exceção de
algumas cidades, como Goiânia, Manaus, Maceió e São Luiz,
onde o percentual de habilitados no Prolibras/2007 foi inferior
ao Prollibras/2006. Analisando as cidades com melhor/pior
desempenho na prova objetiva em cada edição do exame,
temos:
• No Prolibras/2006, o melhor desempenho na prova
objetiva foi registrado nas cidades de Porto Alegre,
Manaus e Maceió enquanto as cidades de Palmas,
Aracaju e Boa Vista registraram os menores percentuais de habilitados.
• No Prolibras/2007, o melhor desempenho na prova
objetiva foi registrado nas cidades de Fortaleza, Vitória
e Rio de Janeiro enquanto as cidades de Belém,
Rio Branco e Boa Vista registraram os menores
percentuais de habilitados.
• No Prolibras/2008, o melhor desempenho na prova
objetiva foi registrado nas cidades de Boa Vista,
Recife e Porto Alegre enquanto as cidades de Porto
Velho, Teresina e Palmas registraram os menores
percentuais de habilitados.
Com relação ao percentual de aprovados (certificados)
por local de prova, pode-se concluir que o desempenho
dos candidatos nos diferentes locais de prova não seguiu
o comportamento nacional verificado nas três edições do
exame (em que o percentual de aprovados no Prolibras/2007
foi superior ao percentual de aprovados nos demais exames,
embora o desempenho no Prolibras/2008 tenha sido bastante
similar). Em algumas cidades, como Florianópolis, Goiânia
e Porto Alegre, o percentual de aprovados foi melhor no
Prolibras/2006, enquanto em outras cidades, como Curitiba,
Recife, Natal e Campo Grande, o percentual de aprovados foi
Exame prolibras.indd 72
18/6/2009 10:55:02
Capítulo 3 – Prolibras em números
73
maior no Prolibras/2008. Analisando as cidades com melhor/
pior desempenho na prova prática em cada edição do exame,
temos:
• No Prolibras/2006, o melhor percentual de aprovação
(certificação) verificou-se nas cidades de Maceió,
Porto Alegre, João Pessoa e Rio de Janeiro enquanto
Palmas, Natal e Rio Branco registraram os menores
percentuais de aprovados.
• No Prolibras/2007, o melhor desempenho foi
registrado nas cidades de Fortaleza, Vitória e Maceió
enquanto as cidades de Boa Vista, São Luis e Palmas
registraram os menores percentuais de aprovados.
• No Prolibras/2008, o melhor desempenho foi
registrado nas cidades de Campo Grande, Recife e
João Pessoa enquanto as cidades de Teresina, Porto
Velho e São Cistovão-SE registraram os menores
percentuais de aprovados.
3.6 PARTICIPAÇÃO E DESEMPENHO NO PROLIBRAS, POR SEXO
A participação e o desempenho no Prolibras segundo o
sexo dos candidatos estão ilustrados no Gráfico 8 e detalhados
na Tabela 17. Analisando os dados apresentados, constata-se
que a participação feminina foi predominante nas três edições
do exame Prolibras já realizadas: aproximadamente 75% dos
candidatos são do sexo feminino. Por outro lado, o desempenho
dos candidatos do sexo masculino foi mais expressivo tanto
na prova objetiva quanto na prova prática. Na prova objetiva,
o percentual de habilitados do sexo feminino foi inferior ao
masculino nos exames Prolibras/2006 e Prolibras/2007 e
similar no Prolibras/2008; já na prova prática o percentual de
candidatos do sexo masculino foi superior ao feminino em
todas as edições do exame.
Exame prolibras.indd 73
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74
Exame Prolibras
3.7 PARTICIPAÇÃO E DESEMPENHO NO PROLIBRAS, POR COR/RAÇA
A participação e o desempenho no Prolibras segundo
a cor/raça dos candidatos estão detalhados na Tabela 18
e ilustrados, por ano, nos gráficos 9, 10 e 11. Analisando
os dados apresentados, constata-se que a participação no
Prolibras por cor/raça corresponde aproximadamente ao
percentual ponderado dos inscritos com relação à cor/raça
da população de cada região. Com relação ao desempenho,
tanto na prova objetiva quanto na prova prática, conclui-se que
o fator cor/raça não teve influência significativa nos resultados
obtidos, uma vez que tanto o percentual de habilitados quanto
o percentual de aprovados em cada cor/raça ficaram próximos
da média nacional.
4000
3500
3000
2500
Inscritos
2000
Habilitados
Aprovados
1500
1000
500
0
Feminino
Masculino
2006
Feminino
Masculino
2007
Feminino
Masculino
2008
Gráfico 8 – Candidatos Inscritos, Habilitados e Aprovados no Prolibras, por
sexo
Exame prolibras.indd 74
18/6/2009 10:55:02
Prolibras/2006
Sexo
Inscritos
Prolibras/2007
Habilitados Aprovados
Total
%
Total
Inscritos
%
Prolibras/2008
Habilitados Aprovados
Total
%
Total
Inscritos
%
Habilitados Aprovados
Total
%
Total
%
Feminino
3500
1785 51.00 872 24.91
3215
1761 54.77 985 30.64
2854
2056 72.04 852 29.85
Masculino
1227
740 60.31 477 38.88
1105
707 63.98 526 47.60
971
708 72.91 431 44.39
TOTAL
4727
2525 53.42 1349 28.54
4320
2468 57.13 1511 34.98
3825
2764 72.26 1283 33.54
Tabela 18 – Candidatos Inscritos, Habilitados e Aprovados no Prolibras, por ano e cor/raça
Prolibras/2006
Cor/Raça
Inscritos
Prolibras/2007
Habilitados Aprovados
Inscritos
Total
%
Total
%
53
46.49
36
31.58
116
1516 55.37 783 28.60
2442
Prolibras/2008
Habilitados Aprovados
Total
%
Total
%
66
56.90
37
31.90
Inscritos
Aprovados
Total
%
Total
%
66
69.47
32
33.68
1537 73.40 704
33.62
2738
Indígena
29
Parda
1528
775 50.72 427 27.95
1405
763 54.31 491 34.95
1308
929 71.02 427
32.65
Preta
318
166 52.20
30.50
333
184 55.26 125 37.54
305
216 70.82 110
36.07
TOTAL
4727
2525 53.42 1349 28.54
4320
2468 57.13 1511 34.98
3825
2764 72.26 1283 33.54
51.72
6
97
20.69
24
13
54.17
10
41.67
2094
23
16
69.57
10
43.48
75
18/6/2009 10:55:02
114
Branca
1442 59.05 848 34.73
95
Habilitados
Amarela
15
Capítulo 3 – Prolibras em números
Exame prolibras.indd 75
Tabela 17 – Candidatos Inscritos, Habilitados e Aprovados no Prolibras, por ano e sexo
76
Exame prolibras.indd 76
Tabela 19 – Candidatos Inscritos, Habilitados e Aprovados no Prolibras, por ano e faixa etária
Prolibras/2006
Prolibras/2007
Prolibras/2008
Faixa Etária
Habilitados Aprovados
Habilitados Aprovados
Habilitados Aprovados
(anos)
Inscritos
Inscritos
Inscritos
Total % Total %
Total % Total %
Total % Total %
Até 20 anos
203
119 58.62
33.50
331
204 61.63 127 38.37
363
291 80.17 167 46.01
Entre 21 e 25
1007
629 62.46 410 40.71
1033
678 65.63 469 45.40
940
729 77.55 407 43.30
Entre 26 e 30
1073
631 58.81 343 31.97
1007
638 63.36 412 40.91
876
642 73.29 297 33.90
Entre 31 e 35
834
452 54.20 226 27.10
703
414 58.89 237 33.71
623
424 68.06 187 30.02
Entre 36 e 40
706
338 47.88 167 23.65
550
253 46.00 138 25.09
426
312 73.24 125 29.34
Entre 41 e 45
468
198 42.31
82
17.52
378
177 46.83
82
21.69
319
206 64.58
52
16.30
Entre 46 e 50
260
110 42.31
37
14.23
179
57
31.84
25
13.97
155
94
60.65
23
14.84
Entre 51 e 60
167
46
27.54
16
9.58
131
43
32.82
17
12.98
114
62
54.39
24
21.05
2
22.22
0
0.00
4
50.00
4
50.00
4
44.44
1
11.11
Acima de 60
9
TOTAL
4727
68
2525 53.42 1349 28.54
8
4320
2468 57.13 1511 34.98
9
3825
2764 72.26 1283 33.54
Exame Prolibras
18/6/2009 10:55:02
77
Capítulo 3 – Prolibras em números
3000
2500
2000
Inscritos
1500
Habilitados
Aprovados
1000
500
0
Amarela
Branca
Indígena
Parda
Preta
Gráfico 9 – Candidatos Inscritos, Habilitados e Aprovados no Prolibras/2006,
por cor/raça
3000
2500
2000
Inscritos
1500
Habilitados
Aprovados
1000
500
0
Amarela
Branca
Indígena
Parda
Preta
Gráfico 10 – Candidatos Inscritos, Habilitados e Aprovados no Prolibras/2007,
por cor/raça
2500
2000
1500
Inscritos
Habilitados
1000
Aprovados
500
0
Amarela
Branca
Indígena
Parda
Preta
Gráfico 11 – Candidatos Inscritos, Habilitados e Aprovados no Prolibras/2008,
por cor/raça
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Exame Prolibras
3.8 PARTICIPAÇÃO E DESEMPENHO NO PROLIBRAS, POR IDADE
A participação e o desempenho no Prolibras segundo
a faixa etária dos candidatos estão detalhados na Tabela 19
e ilustrada, por ano, nos gráficos 12, 13 e 14. Analisando
os dados apresentados, constata-se que mais de 50% dos
participantes no Prolibras possuem entre 21 e 35 anos e que
o percentual de inscritos nessa faixa etária tem se mantido
estável. Constata-se ainda que o percentual de participantes
com menos de 20 anos tem aumentado regularmente,
enquanto o percentual de participantes com mais de 35 anos
está se reduzindo gradativamente.
1200
1000
800
Série1
600
Série2
Série3
400
200
0
Até 20
anos
Entre 21 e Entre 26 e Entre 31 e Entre 36 e Entre 41 e Entre 46 e Entre 51 e Acima de
25 anos
30 anos
35 anos
40 anos
45 anos
50 anos
60 anos
60 anos
Gráfico 12 – Candidatos Inscritos, Habilitados e Aprovados no Prolibras/2006,
por faixa etária
1200
1000
800
Série1
600
Série2
Série3
400
200
0
Até 20
anos
Entre 21 e Entre 26 e Entre 31 e Entre 36 e Entre 41 e Entre 46 e Entre 51 e Acima de
25 anos
30 anos
35 anos
40 anos
45 anos
50 anos
60 anos
60 anos
Gráfico 13 – Candidatos Inscritos, Habilitados e Aprovados no Prolibras/2007,
por faixa etária
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Capítulo 3 – Prolibras em números
79
1000
900
800
700
600
Série1
500
Série2
400
Série3
300
200
100
0
Até 20
anos
Entre 21 e Entre 26 e Entre 31 e Entre 36 e Entre 41 e Entre 46 e Entre 51 e Acima de
25 anos
30 anos
35 anos
40 anos
45 anos
50 anos
60 anos
60 anos
Gráfico 14 – Candidatos Inscritos, Habilitados e Aprovados no Prolibras/2008,
por faixa etária
Com relação ao desempenho na prova objetiva, nas
duas primeiras edições do exame, o percentual de habilitados
com menos de 35 anos ficou acima da média nacional, sendo
que o melhor desempenho ficou entre os candidatos na faixa
etária entre 21 e 30 anos; no Prolibras/2008, o percentual de
habilitados teve uma distribuição mais equilibrada nas diversas
faixas etárias consideradas, com destaque para os candidatos
com menos de 25 anos.
Na prova prática, o desempenho dos candidatos
segundo a faixa etária foi similar ao desempenho verificado
na prova objetiva, destacando-se que o melhor índice de
aprovação registrou-se entre os candidatos de 21 a 25 anos no
Prolibras/2006 e no Prolibras/2007, e entre os candidatos com
até 20 anos no Prolibras/2008.
3.9 NÚMEROS FINAIS
A participação e o desempenho dos candidatos nas
três edições do exame Prolibras, por Certificação e Nível de
Escolaridade, está detalhada na Tabela 20 e ilustrada no
Gráfico 15. Os percentuais apresentados na Tabela 20 referemse, respectivamente, ao total geral de inscritos, habilitados e
aprovados (certificados).
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Tabela 20 – Candidatos Inscritos, Habilitados e Aprovados nas três
edições do Prolibras
Inscritos
Certificação Escolaridade
Total
Uso e Ensino Nível Superior 2392
da Libras
Nível Médio 4256
Tradução/ Nível Superior 1805
Interpretação Nível Médio 4419
Total
%
Habilitados
Total
%
18.58 1407 18.14
Aprovados
Total
%
513
12.38
33.06 2547 32.83 1427 34.44
14.02 1089 14.04
493
11.90
34.33 2714 34.99 1710 41.27
12872 100.00 7757 100.00 4143 100.00
Os números apresentados atestam a efetividade do
exame Prolibras no cumprimento dos objetivos estabelecidos
no Decreto n. 5.626/2005 e justificam os esforços realizados até
aqui, uma vez que o Prolibras tem contribuído para a inclusão
social e profissional dos surdos e difundido nacionalmente
a Libras, através da certificação de 1.940 profissionais para o
Uso e Ensino da Libras e 2.203 profissionais para atuarem na
Tradução/Interpretação da Libras/Língua Portuguesa/Libras.
5000
4500
4000
3500
3000
Inscritos
2500
Habilitados
Aprovados
2000
1500
1000
500
0
Nível Superior
Nível Médio
Uso e Ensino da Libras
Nível Superior
Nível Médio
Tradução / Interpretação
Gráfico 15 – Candidatos Inscritos, Habilitados e Aprovados nas três edições
do Prolibras
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
N
a introdução deste livro foi possível obter uma noção exata
do significado da Libras, enquanto forma de comunicação
por parte da comunidade surda brasileira, sua dimensão e
distribuição no território nacional, e sobre os meios pelos quais
têm sido desenvolvidas as ações para uma efetiva inclusão do
surdo na sociedade.
Os movimentos sociais têm desempenhado um papel
preponderante para que os direitos sociais legítimos dos
diversos segmentos da população brasileira sejam respeitados
e colocados em prática.
É fato que as leis e suas regulamentações apenas
legitimam as ações. No entanto, é preciso muita vontade
política para que essas leis sejam colocadas em prática.
No caso específico da Libras, o seu reconhecimento
se deu em 2002 através da Lei n. 10.436 (Lei da Libras),
regulamentada três anos após pelo Decreto 5.626/2005. Essa
legitimação, sem dúvida, foi o primeiro e importante passo
para que hoje pudéssemos estar apresentando os resultados
do Prolibras.
Em 2006, o Governo Federal, por intermédio do
Ministério da Educação, baixou a Portaria Normativa n. 11,
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Exame Prolibras
criando o Exame Nacional de Certificação de Proficiência em
Língua Brasileira de Sinais (Libras) e o Exame Nacional de
Certificação de Proficiência em Tradução e Interpretação da
Libras/Língua Portuguesa/Libras, denominado Prolibras. Essa
Portaria previa para o referido exame uma periodicidade anual,
a ser executada de 2006 a 2016, uma ação transitória, mas
necessária em razão da falta de profissionais capacitados para
a formação de professores, tradutores e intérpretes que terão
a função de difundir a Libras e contribuir para a inclusão dos
surdos no mercado de trabalho.
Se levarmos em consideração que, dos cerca de cinco
milhões e meio de surdos existentes no Brasil, pouco mais de
um por cento se encontra nas escolas, é possível concluir que o
Prolibras veio para tentar minimizar, a curto prazo, essa situação
de exclusão desse segmento na sociedade, e que tanto tem a
contribuir para o desenvolvimento do país.
Diante da experiência e pioneirismo da Universidade
Federal de Santa Catarina no ensino da Libras, que oferece
cursos de Licenciatura e Bacharelado, o MEC, através da
Portaria que instituiu o Prolibras, designou a Instituição para,
em cumprimento ao programa, executar o primeiro exame de
certificação na Libras.
Previsto inicialmente para o segundo semestre de 2006,
o Prolibras/2006 só veio a ser aplicado no primeiro semestre
de 2007 em razão das dificuldades encontradas para a sua
viabilização. É importante considerar que, além de se tratar de
sua primeira edição, a complexidade na execução do projeto
e sua aplicação em todos os estados brasileiros, tornaram o
exame uma experiência ímpar para a Comissão Permanente
do Vestibular da UFSC – COPERVE, responsável pela sua
aplicação.
Quando não se tem uma história para servir de referência
às decisões a serem tomadas, tudo se torna mais difícil. No
entanto, o desafio de enfrentar o desconhecido teve como
estímulo o objetivo de poder proporcionar à comunidade
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Considerações finais
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surda a oportunidade de uma melhor formação, visando a sua
inclusão social.
O resultado positivo obtido com a aplicação da primeira
edição desse exame (Prolibras/2006), em que os objetivos
propostos foram alcançados, credenciou a Universidade Federal
de Santa Catarina para realizar as suas duas outras edições
aplicadas até aqui, o Prolibras/2007 e o Prolibras/2008.
É importante ressaltar também as parcerias com as
diversas instituições de ensino dos estados brasileiros que
participaram do Prolibras, sem as quais seria impossível sua
execução.
Essas instituições não apenas disponibilizaram seus
espaços físicos para a realização dos eventos. O engajamento
das equipes de profissionais, professores e servidores técnicoadministrativos, ligados ou não diretamente à comunidade
surda, em torno do objetivo comum de dar oportunidade
àquelas pessoas marginalizadas por suas deficiências auditivas,
foi o mais importante e fundamental para o sucesso dessas três
primeiras edições do Prolibras.
Concluindo, esperamos que, ao final da aplicação
deste Projeto, em 2016, a realidade apontada pelo IBGE seja
significativamente alterada, e que o aumento do número de
surdos frequentando as escolas retrate os objetivos propostos
pelo Prolibras.
Quanto a nossa participação neste processo, o
sentimento é de orgulho e de gratificação por poder interagir
com a comunidade surda proporcionando-lhe uma esperança
maior de inclusão social, para que possa mostrar seu potencial
na participação da construção de nosso país, um país melhor,
um país de todos.
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REFERÊNCIAS
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Deaf. Psychology Today, New York, v. 6, p. 61-76, 1972.
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Government and Binding and the Minimalist Program. Blackwell:
Oxford & Cambridge USA, 1995. p. 383-440.
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UFRJ. Rio de janeiro: Tempo Brasileiro, 1995.
KARNOPP, L. B. Aquisição do parâmetro configuração de mão dos
sinais da LIBRAS: estudo sobre quatro crianças surdas, filhas de pais
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acquisition, and breakdown in American Sign Language. Doctoral
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Exame Prolibras
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Research. Academic 1 Press. New York. San Francisco. London.
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dictionary of American Sign language on Linguistic principles. New
Edition. Listok Press. 1976.
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SOBRE OS AUTORES
RONICE MÜLLER DE QUADROS
Professora do Departamento de Língua e Literatura Estrangeiras
– LLE da Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC e
Pesquisadora daLíngua de Sinais Brasileira
JULIO FELIPE SZEREMETA
Professor do Departamento de Informática e Estatística – INE/UFSC
e Presidente da Comissão Permanente do Vestibular da Universidade
Federal de Santa Catarina
EDEMIR COSTA
Professor do Departamento de Odontologia – ODT/UFSC. ExPresidente da Comissão Permanente do Vestibular e Doutorando
do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do
Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina
MARIA LUIZA FERRARO
Professora do Colégio de Aplicação – CA/UFSC e Coordenadora
Pedagógica da Comissão Permanente do Vestibular da Universidade
Federal de Santa Catarina
OLINTO JOSÉ VARELA FURTADO
Professor do Departamento de Informática e Estatística – INE/
UFSC e Coordenador de Informática da Comissão Permanente do
Vestibular da Universidade Federal de Santa Catarina
JOÃO CARLOS DA SILVA
Técnico em Educação, Coordenador de Logística da Comissão
Permanente do Vestibular da Universidade Federal de Santa
Catarina
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