Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                
CINEMA, ARTE E NARRATIVAS EMERGENTES Denis Porto Renó Marcos “Tuca” Américo Antonio Francisco Magnoni Fernando Irigaray (Orgs.) 2016 Organização Prof. Dr. Denis Porto Renó (UNESP) Prof. Dr. Antonio Francisco Magnoni (UNESP) Prof. Dr. Marcos Américo (UNESP) Prof. Ms. Fernando Irigaray (UNR) Comitê Científico Prof. Ms. Jerónimo Rivera (Universidade La Sabana - Colombia) Prof. Dr. Denis Porto Renó (UNESP - Brasil) Prof. Dr. Marcos Américo (UNESP - Brasil) Prof. Dr. Antonio Francisco Magnoni (UNESP - Brasil) Prof. Dr. Vicente Gosciola (Universidade Anhembi Morumbi - Brasil) Prof. Ms. Alfredo Caminos (Universidade Nacional de Cordoba - Argentina) Prof. Ms. Fernando Irigaray (UNR) – Direção Editorial Prof. Dr. Octavio Islas (Universidade de Los Hemisferios - Equador) Prof. Dr. Lorenzo Vilches (Universidade Autônoma de Barcelona - Espanha) Prof. Ms. Carolina Campalans (Universidade do Rosario - Colômbia) Prof. Dr. Lionel Brossi (Universidade do Chile - Chile) Prof. Dr. Francisco Rolfsen Belda (UNESP - Brasil) Prof. Dr. Juliano Maurício de Carvalho (UNESP - Brasil) Prof. Dr. Mauro Ventura (UNESP - Brasil) Profa. Dra. Angela Grossi de Carvalho (UNESP - Brasil) Profa. Dra. Elena Galán (Universidade Carlos III - Espanha) Profa. Dra. Jenny Yaguache (UTPL - Equador) Profa. Dra. Loriza Lacerda de Almeida (UNESP) Profa. Dra. Manuela Penafria (Universidade da Beira Interior - Portugal) Profa. Dra. Maria Eugenia Porém (UNESP - Brasil) Prof. Dr. Angelo Sottovia Aranha (UNESP - Brasil) Prof. Dr. José Carlos Marques (UNESP - Brasil) Comissão Editorial Prof. Dr. Denis Porto Renó (UNESP) – Direção Editorial Prof. Ms. Fernando Irigaray (UNR) – Direção Editorial Prof. Dr. Marcos “Tuca” Américo (UNESP) – Direção de Arte Janaina Leite de Azevedo – Projeto Editorial & Diagramação Danilo Leme Bressan – Projeto Gráfico Cinema, arte y narrativas emergentes / Denis Porto Renó... [et al.]. - 1a ed. Rosario: UNR Editora. Editorial de la Universidad Nacional de Rosario, 2016. Libro digital, PDF Archivo Digital: descarga y online ISBN 978-987-702-194-3 1. Medios Audiovisuales. I. Porto Renó, Denis CDD 791.43 Fecha de catalogación: 22/11/2016 Queda hecho el depósito que marca la Ley 11.723. Marca y características gráficas registradas en la Oficina de Patentes y Marcas de La Nación Cátedra Latinoamericana de Narrativas Transmedia Instituto de Cooperación Latinoamericana (ICLA) Universidad Nacional de Rosario - http://catedratransmedia.com.ar/ - catedratransmedia@gmail.com - @catedratransmed Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - www.unesp.br - https://twitter.com/Unesp_Oficial Editora da Universidade Nacional de Rosário - http://www.unreditora.unr.edu.ar/ - https://www.facebook.com/UNR-Editora/ - @unrosario Red Ibero Americana de Narrativas Audiovisuales - https://www.facebook.com/Red-INAV-105388542891432/ - http://redinav.wixsite.com/2005 - https://twitter.com/red_inav Licencia:  Atribución-No Comercial-Sin Obras Derivadas 2.5 Argentina  Usted es libre de copiar, distribuir, exhibir, y ejecutar la obra Bajo las siguientes condiciones:  Atribución. Usted debe atribuir la obra en la forma especificada por el autor o el licenciante.  No Comercial. Usted no puede usar esta obra con fines comerciales.  Sin Obras Derivadas. Usted no puede alterar, transformar o crear sobre esta obra. http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.5/ar/ ISBN 978-987-702-194-3 CINEMA MARGINAL Entre o Olho e a Navalha: Inquietações acerca do olhar marginal de Júlio Bressane 2 Bellini e a Esfinge e Clássicos Noir: Uma Análise sobre a Questão Estilística do Cinema 18 Juventude e Violência em Vozes do Mêdo: análise do curta Retrato do jovem brigador 35 A mobilização da imprensa após a censura de Rio, 40 Graus 50 Aumont e Baudrillard: as instâncias narrativas e identitárias no número musical “Né me quitte pas”, no filme “A lei do desejo” (1987) 66 Ana Beatriz Buoso Marcelino - UNESP Natália de Oliveira Conte Delboni - UNESP Pedro Plaza Pinto - UFPR Leonice Elias da Silva - PUC-SP Roberto Gustavo Reiniger Neto - Anhembi Morumbi NARRATIVAS AUDIOVISUAIS CONTEMPORÂNEAS La adaptación cinematográfica de sagas de literatura fantástica 84 A intertextualidade e a produção de sentido na minissérie “Amorteamo” 100 Ana Belén Jara - Universidad Nacional de Córdoba Anderson Lopes da Silva – USP Maria Cristina Palma Mungioli – USP Produção audiovisual na edição do ZH Noite 117 Quadrinhos Rasos: Transposições de narrativas musicais em HQ na WEB 131 Juliana Colussi – UEPG Laan Mendes de Barros – UNESP O improviso no audiovisual brasileiro: uma análise dos programas Quinta Categoria e Barbixas 146 I Love Paraisópolis: reflexões acerca de uma narrativa audiovisual e sua relação com a realidade social 162 Luma Perobeli – UFJF Gabriela Borges – UFJF Marcia Perecin Tondato – ESPM Virginia Albuquerque Patrocínio – ESPM Webseries - a internet como espaço de experimentação - da aisthesis a uma nova poisesis 177 Maria Inês Almeida Godinho – UNIMAR Do fundo do baú para as telas do cinema – reflexões sobre a prática de apropriação de imagens de arquivo pelo cinema 193 Mili Bursztyn – UFRJ Interface e estética: um levantamento das práticas que apontam a dinâmica da narrativa audiovisual contemporânea Rafael Toscano - UFPB Valdecir Becker – UFPB 211 O Desenho de Som no primeiro Episódio de House of Cards 228 O jornalismo audiovisual em 360º: uma análise das produções “VICE NEWS VR: Millions March” e “A Esperança de Mariana” 240 ComunicaNER 255 Sense8: Classificação de estrutura e gênero segundo Robert McKee 278 Visual Novel como gênero de audiovisual interativo e educativo 293 R.U.A. Realidade Urbana Aumentada - M.A.U. Mapeamento artístico Urbano em Bauru e a prática audiovisual na qualidade de agentes do patrimônio cultural contemporâneo 309 Wellington César Martins Leite – FIB Andressa Kikuti – Faculdades Secal Bruno Guerra – Faculdades Secal Antonio Francisco Magnoni – UNESP Barbara Cristina Meireles Alves – UNESP Mateus Filippini Caetano de Mello – UNESP Sillas Carlos dos Santos – UNESP Driele Fernanda da Silva – UNESP Leticia Passos Affini – UNESP Janaina Azevedo – UNESP Antonio Francisco Magnoni – UNESP José dos Santos Laranjeira – UNESP Lilian Amaral – UNESP Daemonium: websérie ou filme episódico? 328 Rosângela Fachel de Medeiros – URI Alto Uruguai e das Missões CINEMA E ARTES VISUAIS Pautas metodológicas para estudiar el videoclip desde una perspectiva crítica 339 Aproximación a la narrativa, lenguaje y estética del cineminuto 350 A estética transversal entre o cinema de Lars Von Trier e a gravura de Dürer em Melancolia 367 VideoHQescultura: Imagem-Tempo e Visão Táctil 384 Ficção de Qualidade: o amor e o humor na TV brasileira 395 Horror em Amityville sob os parâmetros de análise narrativa de Bordwell 411 Ana María Sedeño Valdellos – Universidad de Málaga Carlos Ignacio Trioni Bellone - Universidade Nacional de Córdoba Cristina Susigan – Universidade Presbiteriana Mackenzie Fábio Purper Machado – UFG Rosa Maria Berardo – UFG Gabriela Borges – UFJF Luma Perobeli – UFJF Gisele Krodel Rech – UNESP Intersubjetividad en la audiovisualidad 428 "How to Get Away With Murder": Estudo da Estrutura Temporal na Narrativa Complexa 438 Dramas coreanos e sua recepção no Brasil 452 Giuliano Seni - Universidade Autônoma de Barranquilla Martha Cecilia Romero - Universidade Autônoma de Barranquilla Heidi Campana Piva – UNESP Letícia Passos Affini – UNESP Mariana Carrion Teodoro – UNESP Maria Cristina Gobbi – UNESP Diagnóstico DOFA de la distribución de cine en la Reunión Especializada de Autoridades Cinematográficas del Mercosur (2003-2014) 462 “Ela”: A delicada distopia 509 El cine como constructor de la memoria en La tierra y la sombra 526 Mauricio Berrantes - Universidade do Rosario Rafael Lobo – UnB Sandra Ruiz - Fundación Universitária Unipanamericana Cinema, Arte & Narrativas Emergentes 2016 Ficção de Qualidade: o amor e o humor na TV brasileira Gabriela Borges – UFJF Luma Perobeli – UFJF Ficção de Qualidade O debate da qualidade está presente nos estudos televisivos desde os anos 1980 e foi incorporado na legislação da mídia de diversos países, principalmente europeus, como tentamos demonstrar em estudo sobre o serviço público prestado pela televisão portuguesa (Borges, 2014). Na ficção televisiva, o conceito quality television surge com a entrada dos programas ficcionais seriados da televisão estadunidense nos anos 1990. O desenvolvimento tecnológico e o advento dos canais por cabo incentivaram a propagação de séries com esta denominação. O termo começa a ser usado como "um super gênero, uma fórmula em si mesmo", como nos relata Thompson (2007, p. xvii). Por um lado, os canais por cabo foram o espaço de experimentação na televisão no final dos anos 1990 e, por outro, adotaram este "super gênero" a fim de enquadrar seus programas e vendê-los mais facilmente. Com o surgimento da HBO e a sua denominação como "It's not TV. It's HBO" uma nova fase se inicia e séries como Os Sopranos (HBO, 19992007) marcam o tom do que poderia ser esperado da linguagem televisiva na chamada post-network era. Nos anos 2000 o debate se encontrava acalorado, Cardwell (2007, p. 26) afirma que os programas de qualidade devem conter, no seu entender, certas características de conteúdo, estrutura, tema e tom. No que diz respeito aos programas de qualidade, a academia estadunidense tende a aceitar uma - 395 - Cinema, Arte & Narrativas Emergentes 2016 série de convenções e atributos estilísticos que permitem entender televisão de qualidade como boa televisão. Os programas de qualidade são agrupados num mesmo gênero, que é caracterizado por partilhar características semelhantes, tais como altos valores de produção, estilo de atuação naturalista, atores de renome, um senso de estilo visual variado, entre outros (Cardwell, 2007, p. 26). Porém, notamos que, em relação ao gênero ficcional humorístico, no que diz respeito às sitcoms, por exemplo, encontramos uma lacuna nos estudos televisivos brasileiros sob a perspectiva das discussões sobre a qualidade. O gênero humorístico está presente na televisão brasileira desde os seus primórdios, destacando-se pelo talento dos roteiristas e dos humoristas e pela originalidade dos formatos audiovisuais apresentados na TV aberta, principalmente nos anos 1980 e 1990. Nos anos 2000 é alavancado pela TV por assinatura, com a criação de formatos seriados ficcionais que trazem uma lufada de ar fresco para o gênero, que se tornou repetitivo devido à massificação. Neste sentido, a pesquisa ora em andamento procura problematizar o conceito de humor de qualidade na criação de formatos seriados ficcionais. Entendemos por humor de qualidade aquele que ultrapassa o riso cômico, agregando valores e levantando discussões controversas que são relevantes na sociedade atual e levam à reflexão. Indagamos, por um lado, se os modos de representação utilizados promovem a diversidade e ampliam o horizonte do público, não reforçando estereótipos e, por outro lado, se há alguma forma de experimentação da linguagem audiovisual. Parâmetros e Indicadores de Análise da Qualidade Para a análise dos programas humorísticos dos canais da televisão aberta e por assinatura foram criados parâmetros de qualidade que estão articulados a partir de dois conceitos: modos de representação e experimentação. Os modos de representação estão relacionados à criação e desenvolvimento dos personagens, na medida em que estes podem ser tanto - 396 - Cinema, Arte & Narrativas Emergentes 2016 caricatos, grotescos ou satíricos, independentemente das duas categorias estudadas. Estão ligados à reflexão sobre o papel desempenhado pelos personagens humorísticos na nossa sociedade, isto é, indagamos se reafirmam estereótipos e lugares-comuns; se criam bordões que se perpetuam; se criticam os costumes e/ou fazem algum tipo de crítica social; enfim, se contribuem para quebrar tabus e promover a diversidade em suas diversas acepções. Nosso interesse é perceber se a criação dos personagens humorísticos contribui de alguma forma para pautar temas relevantes socialmente e para deslocar a atenção da banalização social que a televisão reitera incessantemente na maioria dos seus programas. A experimentação está relacionada com a utilização dos recursos técnico-expressivos característicos da linguagem audiovisual de forma inovadora e criativa. Isto é, investigamos se os programas humorísticos criam propostas audiovisuais originais ou apenas reciclam formatos já existentes; se os recursos técnico-expressivos contribuem para a construção de narrativas que promovem a diversidade e o debate de ideias e de pontos de vista. Além disso, discutimos também a forma como o programa incentiva a participação do público e dialoga com outras plataformas, principalmente na internet. Os programas foram analisados utilizando a metodologia semiótica por meio da reflexão sobre os planos da expressão e do conteúdo e a mensagem audiovisual. A análise do Plano da Expressão, que contempla a forma do produto, a análise do Plano do Conteúdo, que é avaliado a partir de indicadores de qualidade do conteúdo e a análise da Mensagem Audiovisual, que também é composta por indicadores de qualidade. Os aspectos considerados na análise do Plano da Expressão são os seguintes: Produção de sentido a partir dos elementos estéticos; Uso dos recursos técnico-expressivos (áudio, vídeo, edição e grafismo); Atuação dos personagens, apresentadores, entrevistados, comentadores. Sendo assim, a análise caracterizou os elementos estéticos do programa nos seguintes códigos: Visuais; Sonoros; Sintáticos e Gráficos. - 397 - Cinema, Arte & Narrativas Emergentes 2016 Para operacionalizar a análise, definimos indicadores de qualidade do conteúdo e da mensagem audiovisual a fim de permitir uma avaliação da qualidade com caráter empírico. Sendo assim, os parâmetros de análise da qualidade (modo de representação e experimentação) nortearam o enquadramento das preocupações básicas a partir das quais os produtos são avaliados, enquanto os indicadores de qualidade foram criados para permitir a avaliação do conteúdo e da mensagem audiovisual. Para isso, cada indicador é avaliado a partir da seguinte escala: não consta (0), fraco (1), razoável (2), bom (3) e muito bom (4). No plano do conteúdo, os indicadores de qualidade definidos são os seguintes:  Oportunidade: Nesse indicador de qualidade leva-se em conta se o produto audiovisual se pauta na agenda midiática para escolher os seus temas, e se esses temas são relevantes e agregam valores para o público. Sendo assim, procura-se procura aferir a pertinência e a relevância dos temas abordados em relação a uma dada conjuntura social, cultural e política.  Ampliação do horizonte do público: procura aferir se as propostas são, por natureza, polêmicas, contraditórias e férteis, no sentido em que farão o público refletirem sobre aquilo que está assistindo. Tais propostas devem contribuir para ampliar o repertório cultural do público, dando a conhecer novas problemáticas e pontos de vista. Os temas levantados devem ter determinada relevância ao ponto de ampliar a visão de mundo do público, contribuir na construção de valores éticos e estimular o pensamento e o debate de ideias.  Diversidade de sujeitos representados: refere-se à representação dos diferentes grupos sociais bem como opiniões e pontos de vista pelo programa/canal. Para esse indicador devemos levar em consideração os mais diversos fatores que caracterizam a diversidade temática, geográfica, política, socioeconômica, cultural, étnica, religiosa, de gênero e sexual. - 398 - Cinema, Arte & Narrativas Emergentes 2016  Estereótipo: verifica se as formas de representação adotadas reforçam ou desconstroem estereótipos. O produto audiovisual reforça o estereótipo por meio do deboche e de situações que beiram o ridículo, generalizações e banalizações usadas que acabaram se consolidando ao longo dos anos. Como exemplo podemos citar as generalizações da loura burra, dos gordos, dos gays, etc.. No caso de desconstruir o estereótipo procuramos avaliar se os produtos fazem os espectadores pensarem, por meio de textos absurdos e improváveis e/ou pelo exagero das atuações, enfim, se leva a refletirem sobre o que estão assistindo. É importante ressaltar que este indicador é avaliado a partir da definição prévia se o produto audiovisual reforça ou desconstrói estereótipo. Na análise da mensagem audiovisual foram definidos os seguintes indicadores de qualidade: Originalidade/Criatividade: procura aferir em que medida o produto audiovisual apresenta um formato diferenciado com ideias novas que surpreendem o público, e experimenta com a linguagem audiovisual tanto em termos da apresentação e abordagem de temas quanto narrativos e dramatúrgicos. Diálogo com/entre plataformas: verifica se o produto audiovisual tem capacidade para se adaptar à convergência midiática, possibilitando uma interação entre diferentes tipos de plataformas e conteúdos, com destaque para os crossovers, no caso de vídeos do YouTube, e das menções às outras plataformas e conteúdos, comumente vistas na TV. Solicitação da participação ativa do público: refere-se à adoção de recursos técnico-expressivos e narrativos para estimular a participação ativa do público. Averigua as formas pelas quais o produto audiovisual pode apelar à curiosidade do público por meio dos sentidos visuais e auditivos e dos processos cognitivos de significação. Dentre as formas mais comuns estão a comunicação direta entre o emissor e o público; a citação do nome do espectador; o uso de gírias e/ou outras expressões e a forma de se dirigir ao público através da câmera. - 399 - Cinema, Arte & Narrativas Emergentes 2016 Clareza da proposta: Procura aferir se o produto tem uma estrutura bem organizada, com um formato bem delineado que se repete ao longo das emissões, permitindo assim que o público reconheça os códigos visuais, sonoros, gráficos e sintáticos do produto audiovisual. A seguir, a presença destes indicadores foi analisada nas séries Os Normais e Amor Veríssimo. Análise de Os Normais Dos criadores Jorge Furtado, Alexandre Machado e Fernanda Young, Os Normais é uma série brasileira exibida pela Rede Globo de televisão. No ar por três temporadas, a sitcom estreou em 1° de junho de 2001, e trazia nas noites de sexta-feira o cotidiano de Rui (Luiz Fernando Guimarães) e Vani (Fernanda Torres), um casal de noivos que há cinco anos vivia uma vida "normal", com mal-entendidos, brigas, confusões e reviravoltas, como todo casal da vida real. Com a direção geral de José Alvarenga Jr., Os Normais exibiu 71 episódios e ficou no ar até 3 de outubro de 2003. Três anos mais tarde foi lançada na mesma emissora de TV a série Minha Nada Mole Vida, com os mesmos criadores, diretores, formato e ator principal, que também abordava o cotidiano dos personagens, mas agora o de Jorge Horácio (Luiz Fernando Guimarães) com a ex-mulher e o filho. Aparentando ser um típico casal de classe média, na faixa dos 30 anos de idade, Rui e Vani são, na verdade, cheios de manias, preconceitos, paranóias, superstições e falhas de caráter, aspectos que colocam em cheque a ideia de casal perfeito e caracterizam as pessoas normais. O programa usa frequentemente a metalinguagem, e os protagonistas falam direto com o espectador, interferindo no episódio e pedindo a aparição de "miniflashbacks". No plano da expressão, os aspectos destaques são a vinheta do programa, a linguagem e o cenário. Na abertura do seriado, a canção de fundo "Doida Demais", interpretada por Lindomar Castilho, compõe uma sequência de fotos aleatórias de rostos de pessoas desconhecidas, dos atores - 400 - Cinema, Arte & Narrativas Emergentes 2016 Fernanda e Luiz Fernando, de uma criança e um cachorro. Fazendo careta, sorrindo ou com expressão séria, o objetivo das fotos é fazer jus ao nome do programa, já que essas são pessoas normais, de todas as cores e idades, que faziam parte da equipe de produção da sitcom. A trilha de fundo constituise apenas por um único refrão da música, o trecho "você é doida demais", que contrapõe o título do programa, já anunciando para o espectador o que se pode esperar: a personificação de pessoas normais, porém, loucas, já que aos olhos do outro, todo normal pode ser um pouco descontrolado. Quanto ao vocabulário adotado, o programa apresenta uma linguagem coloquial, cotidiana e cheia de palavrões, como acontece no diaa-dia de quase todo casal "normal". Os cenários utilizados não são variados, com a residência de cores saturadas e contrastantes de Rui sendo o principal local de gravação dos atores. Esses três elementos (vinheta, vocabulário e cenário) se complementam de modo que o espectador se identifique com o programa, pois ver na televisão algo que também acontece na sua vida, de maneira tão espontânea e credível, instiga e gera curiosidade no espectador. Além do formato em comum, equipe de criação, direção, e ator principal, outra característica vista também no seriado Minha Nada Mole Vida é a da câmera em contra-plongée (câmera baixa, voltada para cima), apontando normalmente para o prédio em que Rui mora, com o intuito de situar o espectador no local onde a cena seguinte se passará. No plano do conteúdo, o indicador de qualidade oportunidade recebeu nota 1 em todas as emissões analisadas devido ao fato de, assim como em Minha Nada Mole Vida, abarcar assuntos cotidianos da vida dos personagens, incluindo problemas, questionamentos e prazeres da vida a dois, e não necessariamente assuntos da agenda midiática. O indicador ampliação do horizonte do público não foi muito observado no decorrer dos episódios, tendo quatro deles recebido nota 2, e um, nota 3. Na emissão do dia 6 de junho de 2003, por exemplo, a nota 3 é justificada pela abordagem mais longa da depressão, uma doença muito comum nos dias de hoje que necessita de atenção para que haja sempre informação sobre os sintomas e prejuízos ao paciente. Nas outras emissões, - 401 - Cinema, Arte & Narrativas Emergentes 2016 o estímulo do público ao pensamento e ao debate de ideias se dá pela inserção de reflexões acerca de valores morais, como mentira, traição, felicidade, relacionamentos, sexo e amizade, porém de forma rápida e sem muita intensidade. O indicador de qualidade diversidade de sujeitos representados foi avaliado como fraco em todas as cinco emissões analisadas. Apesar de abordar assuntos bem diversos, as pessoas representadas na série não são muito diferentes umas das outras: todas são jovens na faixa dos 30 anos de idade, de pele branca e de classe média. Negros e crianças não aparecem em nenhum momento dos episódios, e o que mais se diversificou quanto a esse indicador foi na emissão do dia 29 de junho de 2001, em que brevemente aparecem representantes de Nova Iorque, Tóquio e Berlim das filiais da empresa em que Rui trabalha. No indicador de qualidade do plano do conteúdo afirmação ou desconstrução de estereótipos foi observado que a série faz constante uso do estereótipo para provocar o riso. Duas das cinco emissões foram avaliados como muito bom, e as outras três foram avaliadas como boas. A sitcom aborda a normalidade de duas pessoas através do uso de estereótipos, alguns sendo reforçados e outros questionados, para deixar que o telespectador tire suas próprias conclusões. No episódio exibido no dia 15 de junho de 2001, por exemplo, aos 7 minutos e 17 segundos, Rui começa a categorizar meninas de programa de acordo com o anúncio delas no jornal, baseando-se, portanto, em alguns estereótipos para afirmar o que acha: Susi: 'Mulherão dominadora'. Bom, 'mulherão'significa que já passou dos 35, né, e 'dominadora' significa que vai dar uns tapas na tua cara. Não... Vivian: 'Morena, mignon, completa'. 'Mignon' quer dizer que tem um metro e meio, né, e 'completa',que tá desesperada e vai roubar teu aparelho de som. (Os Normais - episódio Brigar é normal 15/06/2001). Abaixo, a tabela dos indicadores da qualidade do plano do conteúdo, com a avaliação de cada um deles: - 402 - Cinema, Arte & Narrativas Emergentes 2016 No plano da mensagem audiovisual, Os Normais foi avaliado como razoável no indicador de qualidade originalidade/criatividade. A nota 2 que recebeu em todas as emissões se deve principalmente ao uso da metalinguagem, comprovada quando na trama os protagonistas falam do próprio programa. Um exemplo disso está no episódio Um dia normal, exibido no dia 29 de junho de 2001, que traz Rui e Vani sentados no sofá da sala jogando dama, enquanto nos bastidores cenário é montado. No momento em que Rui e Vani começam a interagir com o espectador que está do outro lado da tela, antes mesmo da vinheta de abertura, mostra-se um profissional do programa segurando o cartaz com as falas que serão ditas, e os atores (que se confundem com seus próprios personagens) olham para a câmera com se estivessem falando com o público. RUI: Oi gente, é pra gente voltar com o programa agora... VANI: ...Mas a gente pediu pra passar mais uns comerciais. RUI: É, porque nós estamos numa disputa importante. VANI: É, se eu ganhar o Rui vai ter que lavar toda a louça da casa. RUI: Não, mas ela não vai ganhar não. VANI: E, não vou ganhar o quê, ó. RUI: Pera aí, você roubou. VANI: Ahh, roubei nada. RUI: Você roubou enquanto eu estava falando com eles. (Os Normais - episódio Um dia normal 29/06/2001) - 403 - Cinema, Arte & Narrativas Emergentes 2016 Além da metalinguagem, outro momento criativo do programa é durante a publicidade de um produto, em que Os Normais faz uso do humor sobre a própria situação do merchandising para divulgar uma marca. No indicador de qualidade diálogo com/entre plataformas, todas as emissões foram avaliadas como boas, pois é comum vermos nos episódios ao menos uma menção a outra plataforma, programa ou personalidade. Na exibição do dia 2 de maio de 2003, por exemplo, Rui questiona Vani sobre o fato dela não dar mais atenção a ele por causa da novela, quando Vani o interrompe: VANI: Peraí, que vai começar. RUI: Pô, ainda tá no Jornal Nacional, cara. VANI: Não, mas agora é assim, eles colam o início da novela no fim do Jornal Nacional. Se você bobeia, você perde o início do capítulo, entendeu? (Os Normais - episódio Casal que vive brigando não tem crise 02/05/2003) Após dialogar com um programa real (Jornal Nacional), a história continua e Vani mais uma vez menciona outro conteúdo que não é da trama, dessa vez com personalidades: "É, por exemplo, hoje, a Christiane Torloni e o José Mayer, antes mesmo da abertura da novela, eles vão tr ansar, brigar e transar de novo". Ainda na sequência, Vani novamente cita pessoas reais, o que mais uma vez justifica a avaliação do indicador diálogo com/entre plataformas: "Peraí, peraí, que a Fátima Bernardes e o William Bonner já estão dando aquela notícia divertida do fim do Jornal Nacional". O indicador de qualidade solicitação da participação ativa do público foi avaliado como muito bom em todas as emissões, é um dos indicadores que mais se destacam no programa, e também pode ser exemplificado com o episódio mostrado acima. Na sequência da trama, ainda na discussão da novela, Rui conversa com Vani sobre saber antecipadamente o que vai acontecer nas novelas e no episódio que estão fazendo: RUI: Por isso que eu não acompanho novela. Todo mundo já sabe o que vai acontecer, caramba. VANI: Todo mundo já sabe que a gente vai passar o episódio discutindo, e nem por isso as pessoas param de assistir. - 404 - Cinema, Arte & Narrativas Emergentes 2016 RUI: É, todo mundo já sabe que a gente vai ficar junto no final. Estão assistindo por causa de quê? VANI: Não, não faz essa pergunta senão as pessoas trocam. Não! Não troca de canal. (Os Normais - episódio Casal que vive brigando não tem crise 02/05/2003) Além de usar a metalinguagem para falar do próprio programa, os personagens utilizam também esse recurso para falar do público e com ele. Como mostrado acima, nas duas últimas falas de Rui e Vani há uma mescla de diálogos: ora os personagens falam um com o outro, e ora voltam-se para o espectador. Em seguida à última fala de Vani, o programa faz uso de efeitos especiais para simular a troca de canal do espectador, e na tela é mostrada uma cena de tiroteio em que várias pessoas estão sendo mortas. Novamente o efeito especial é utilizado para simular que o espectador voltou para o canal do programa, e Rui vai ao banheiro, sozinho, para conversar com o público. Olhar e falar para a câmera, como se estivesse olhando para os olhos do espectador e esperando dele uma resposta faz dessa técnica, portanto, mais um instrumento de identificação e de aproximação entre o público e o programa. O indicador de qualidade clareza da proposta foi, como o indicador anterior, avaliado como muito bom em todos as cinco emissões analisadas. Toda essa intensa metalinguagem utilizada, juntamente com a atuação dos personagens e o formato bem definidos são essenciais para a clareza e o objetivo do programa. Na exibição do dia 15 de junho, por exemplo, a história já se inicia com os dois protagonistas em cenários diferentes e queixando-se um do outro, o que deixa evidente que o assunto abordado no episódio será os problemas que o casal tem e as consequências do desejo de vingança que cada um sustenta após os vários insultos mútuos. Observe a seguir a avaliação de cada indicador da mensagem audiovisual: - 405 - Cinema, Arte & Narrativas Emergentes 2016 Os Normais é um programa criativo, curioso e instigante, porém as emissões analisadas não prezaram pela diversidade cultural, usando o estereótipo de afirmação para gerar o riso. Análise de Amor Veríssimo Amor Veríssimo é uma série de televisão brasileira baseada nas crônicas sobre relacionamentos amorosos escritas por Luís Fernando Veríssimo. Exibida pela primeira vez em 8 de janeiro de 2014 na GNT, o programa traz no elenco principal Fernanda Paes Leme, Gabriela Duarte, Leticia Colin, Marcelo Faria, Paulo Tiefenthaler e Pedro Monteiro, que interpretam diferentes personagens a cada um dos 13 episódios da primeira temporada. Sendo transmitida todas as quartas-feiras às 22h30, a adaptação da obra de Veríssimo é uma produção da Conspiração Filmes com a direção de Arthur Fontes. Os episódios selecionados para análise são os cinco primeiros da única temporada exibida até o momento. Neles, a trama mescla depoimentos de personagens que olham diretamente para a câmera, com cenas que retratam o último depoimento contado. Nos cinco episódios algum ator do elenco fixo da trama aparece encarnado em um novo personagem somente depois de uma sequência de dois ou três depoimentos de casais que permanecem com os mesmos nomes e figurinos em todas as suas aparições (o que confunde o espectador, já que não sabemos se esses casais são reais ou parte da trama). - 406 - Cinema, Arte & Narrativas Emergentes 2016 Atentando-se para o plano da expressão, são destaques os cenários, o figurino, a maquiagem e a atuação do elenco. Uma parede marrom ao fundo caracteriza o cenário dos depoimentos dos personagens, que olham diretamente para a câmera e se sentam confortavelmente num rebuscado sofá vermelho e dourado. Por abordar temas do dia-a-dia de casais, os cenários que compõem as histórias que estão sendo retratadas são únicos ou pouco numerosos, concentrando toda a trama em situações específicas. Quanto ao figurino, maquiagem e atuação do elenco, a série se destaca por caprichar muito nesses fatores para tornar verossímil ao espectador a abordagem de diferentes idades, estilos e épocas nos mesmos seis atores jovens. No episódio exibido dia 22 de janeiro, intitulado A Vida Não é uma Comédia Romântica, por exemplo, Gabriela Duarte e Marcelo Faria interpretam Maria Alice e Rogério em diferentes épocas de suas vidas, a partir de 1991, e têm que se adequarem, portanto, ao figurino, maquiagem e comportamento da época. No plano do conteúdo, o indicador de qualidade afirmação ou desconstrução de estereótipos foi razoável porque o humor de Amor Veríssimo é sucinto e não apela para o uso explícito do estereótipo para gerar o riso. O fato de trazer em três das cinco emissões analisadas um casal de lésbicas, por exemplo, é uma desconstrução implícita do estereótipo de que um casal do mesmo sexo não pode ou não consegue ter uma grande e séria história de amor. No quinto episódio da primeira temporada, exibido dia 5 de fevereiro e intitulado Trauma, quando aos 54 segundos a personagem diz "a mulher quando passa dos 30 ela não tá só em busca de um namorado, ela quer o pai do filho dela", a afirmação do estereótipo de que mulheres acima dos 30 anos só pensam em conseguir um pai para seus futuros filhos, é clara, porém, sucinta. A trama não se agarra a esse tipo de ferramenta para gerar o humor, mas apenas o utiliza como gancho para amarrar a história. Por abordar temas referentes aos relacionamentos cotidianos das pessoas, o indicador de qualidade oportunidade foi bem avaliado. Junto com esses temas atuais, observa-se o indicador ampliação do horizonte do público, que não foi muito bem avaliado pelo fato de nem sempre estar - 407 - Cinema, Arte & Narrativas Emergentes 2016 presente na trama. No primeiro episódio, por exemplo, chamado História De Verão: Uma Leve Brisa, o enredo se baseia num grupo de amigos que fica intrigado com uma bela mulher que tem cabelos esvoaçantes mesmo quando não existe vento sobre ela, o que caracteriza, portanto, um tema irrelevante para a sociedade, incapaz de gerar debate ou estimular o pensamento do público. O indicador de qualidade do plano do conteúdo diversidade de sujeitos representados também não foi muito bem avaliado. O fato de trazer diferentes idades, estilos e orientações sexuais não torna imperceptível ao espectador o fato de não conter nem um personagem negro na trama. Além disso, em todas as cinco emissões analisadas percebe-se a predominância de histórias de amor pertencentes à classe média brasileira (pelo requinte dos cenários e figurinos), o que também diminui a diversidade dos sujeitos representados pelo humorístico. Abaixo, o gráfico do plano do conteúdo: Na mensagem audiovisual, o indicador de qualidade clareza da proposta foi muito bem avaliado em todos os episódios da amostra selecionada. Um dos aspectos que caracteriza a estrutura bem organizada e padronizada de todas as emissões e que se relaciona diretamente com a temática a ser abordada é o trecho da música que acompanha a vinheta de abertura da série, A Minha Menina, da banda Mutantes, que diz: "Ela é minha menina, e eu sou o menino dela. Ela é o meu amor, e eu sou o amor todinho dela". No indicador diálogo com/entre outras plataformas, a série não se destacou muito. Consideramos razoável a utilização desse quesito por poucas - 408 - Cinema, Arte & Narrativas Emergentes 2016 vezes fazer alusão a outros conteúdos que não fossem da trama. Quando isso ocorria, geralmente era mencionando nome de artistas reais, como ocorreu também no episódio do dia 22 com os nomes de Xuxa, Ayrton Senna e Pelé, que nessa ocasião foram falados por causa da manchete de uma revista, posteriormente identificada como a Caras. Ao contrário do anterior, o indicador solicitação da participação ativa do púbico foi bem avaliado. Pelo caráter documental que os depoimentos conferem à série, o público se identifica com as histórias ao ver pessoas confortáveis em um sofá falando sobre suas vidas, interagindo com a suposta equipe de produção do programa e respondendo às perguntas feitas por eles. Apesar da linguagem coloquial, o pouco uso de palavras de baixo calão dá certo requinte às histórias, que não deixam de representar o espectador que está assistindo pelo simples fato de abordar temas de relacionamento passíveis a qualquer pessoa. Através do indicador de qualidade da mensagem audiovisual originalidade/criatividade também observamos o zelo e o cuidado dos produtores para adaptar da melhor forma para a TV as crônicas escritas por Veríssimo. No quarto episódio, por exemplo, clamado Dinossauro Digital, um diálogo entre o casal Bianca e Thaís, aos 10 minutos e 31 segundos, se inicia de forma criativa e descontraída ao envolver a suposta produção do humorístico e fomentar ainda mais o seu caráter documental. THAÍS: Eu falei pra eles que se eles ficassem sem perguntar um pouco você ia travar e ia entrar no seu pancadão do silêncio e ia começar a se tremer toda. BIANCA: Você combinou isso com eles? THAÍS: Combinei. BIANCA: A gente, por quê? Eu não sou cobaia pra você fazer experiência comigo, gente. (Amor Verissimo - episódio Dinossauro Digital 29/01/2014) Abaixo, os indicadores de qualidade da mensagem audiovisual com suas respectivas avaliações: - 409 - Cinema, Arte & Narrativas Emergentes 2016 Dessa forma, procuramos analisar os programas à luz dos parâmetros propostos. É importante ressaltar que esta pesquisa está em andamento e a metodologia de análise está sendo depurada à medida que avançamos na reflexão sobre os programas. Referências BORGES, G. (2014) Qualidade na TV pública portuguesa. Análise dos programas do canal 2:. Juiz de Fora: Ed. UFJF. CARDWELL, S. (2007) Is quality television any good? Generic distinctions, evaluations and the troubling matter of critical judgement. In: MCCABE, J.; AKASS, K. (ed.). Quality TV: Contemporary American Television and Beyond. London: I.B. Tauris & Co Ltd., pp. 19-34. THOMPSON, R. J. (2007) Preface. In: McCabe, J.; Akass, K. (ed.). Quality TV: Contemporary American Television and Beyond. London: I.B. Tauris & Co Ltd., pp. xvii-xx. PIRANDELLO. L. O Humorismo. Trad. Davi Dion Machado. São Paulo: Experimento, 1996. (Originalmente publicado em 1908). - 410 -