Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                
RELAÇÃO ENTRE A MOBILIDADE ARTICULAR DO TORNOZELO E A DISTRIBUIÇÃO DA PRESSÃO PLANTAR DURANTE O ANDAR EM DIABÉTICOS NEUROPATAS Adriana N. Hamamoto, Andrea N. Onodera, Aline A. Gomes, Rogério P. Hirata, Isabel CN Sacco Laboratório de Biomecânica do Movimento e Postura Humana da Faculdade de Medicina da USP, São Paulo – SP Introdução: A neuropatia diabética é uma freqüente complicação do Diabetes mellitus, acarretando diminuição da sensibilidade nos pés¹, da mobilidade articular do tornozelo e pé² e aumento da pressão plantar, especialmente em antepé¹ levando à predisposição de úlceras plantares. É, portanto, relevante conhecer as alterações na pressão plantar decorrentes de modificações na ADM de tornozelo e pé durante a marcha, a fim de se prevenir complicações, como a amputação de MMII. Objetivos: Comparar a distribuição da pressão plantar em duas fases da marcha (recepção e propulsão) durante o andar descalço e comparar a amplitude articular ativa de tornozelo, subtalar e 1ª matatarsofalangeana, ambos entre diabéticos neuropatas e não diabéticos. Materiais e Métodos: 37 adultos, não idosos, sem amputação de MMII, alteração neurológica ou ortopédica que afetem a marcha, divididos em 2 grupos: 21 não diabéticos (GC) e 15 diabéticos neuropatas (GD). A área de contato, pressão média, pico de pressão e integral de pressão foram adquiridos em 100Hz durante a marcha descalça em três áreas: antepé, médio-pé e retropé nas duas subfases: recepção de carga (F1) e propulsão (F2). Para isso utilizou-se palmilhas capacitivas do sistema PEDAR-X (NOVEL, Alemanha). A amplitude articular ativa de tornozelo e pé foi medida com um goniômetro universal. Os grupos, áreas e fases da marcha foram comparados por meio de 2 ANOVAs 3-way(2X3X2), seguidas de post hoc de Scheffé (α=5%).Resultados: Os diabéticos (19,4(8,6) graus) apresentaram amplitude de inversão significativamente menor que o GC (25,3(8,9)graus) (p=0,01). No GD, a área do médio-pé foi igual nas duas fases, enquanto no GC, a área de contato do médio-pé na F1 foi maior do que na F2 (F1: 14,1±3,2 cm²; F2: 10,7±2,8 cm²). O GD apresentou maior pressão média (F1: 38,5±12,8 kPa; F2: 49,5±15,4 kPa) e pico de pressão (F1: 83,5±40,2 kPa; F2: 114,0±52,2 kPa) em médio-pé na F2 quando comparado a F1 e ao GC. A variável integral de pressão não apresentou diferença dentro dos grupos, áreas e fases analisadas. Discussão: Os resultados mostram que o médio-pé apresentou comportamentos diferentes entre os grupos, com relação às variáveis área de contato, pressão média e pico de pressão durante as fases da marcha analisadas. O médio-pé tem um papel diferenciado nos diabéticos neuropatas, quando comparado aos sujeitos não-diabéticos. A redução das ADM das articulações analisadas³,4 leva o diabético a realizar um rolamento inadequado do pé, fato que pode explicar parcialmente o apoio de médio-pé predominantemente durante a fase de propulsão5.Conclusão: O neuropata apresenta alterações biomecânicas em seus pés, principalmente em médio-pé, anteriorizando o apoio, sobrecarregando essa área durante a fase de propulsão. Com isso ocorre a sobrecarga da região anterior do pé que já é um local de risco, de maior incidência de ulcerações por ser menos queratinizado e apresentar maior perda sensorial devido à neuropatia diabética. Referências Bibliográficas: 1)van Schie CHM. A.Lower Extremity Wounds 2005;4(3):160-170. 2)Mueller MJ.et al.Phys Ther 1994;74:299-313. 3)Rosenbaum D. et al. J Biomech 1996; 29(11): 1435-43. 4)Sammarco VJ.Foot Ankle Clin 2004;9(1):12745. 5) Giacomozzi C, Martelli F. Gait and Posture 2005;23:464-70. Palavras chaves: biomecânica, polineuropatia diabética, força compressiva, amplitude de movimento articular, diabetes mellitus. APOIO: FAPESP 2004/09585-2 BOLSA IC: PIBIC - CNPq