COWBOY CARTER

Beyonce

Lançado em 29/03/2024 por Parkwood Entertainment - Columbia
Artistas principais: Beyoncé
Género: Country
Destaques: Álbum da Semana Pitchfork: Best New Music

Disponível em

24-Bit/44.1 kHz Estéreo

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Este álbum poderia ser rotulado como "Beyoncé no mundo country", mas a verdade é que ela sempre teve afinidade com esse estilo. Como nativa de Houston e fã de rodeios, Beyoncé lançou a quase-country "Daddy Lessons" em seu álbum Lemonade de 2016, e posteriormente elevou o nível com um remix das Chicks que recebeu críticas da indústria. No entanto, ninguém consegue limitar Beyoncé, e Cowboy Carter é sua maneira graciosa de dizer "eu avisei". O primeiro single "Texas Hold 'Em" a tornou a primeira mulher negra a liderar o Hot 100 Country da Billboard, mesmo após algumas estações de rádio country se recusarem a tocá-la. Essa música é uma verdadeira alegria, misturando o pop C&W das Chicks e de Shania com o folk das montanhas de Rhiannon Giddens (que toca banjo na faixa), além do soul americano todo o doce e autêntico. A participação do excelente Raphael Saadiq como co-autor é evidente em cada detalhe. E é impossível não se emocionar com a balada comovente "16 Carriages", que ressoa na tradição de "Halo" e "If I Were a Boy", parecendo um relato autobiográfico do início da carreira de Beyoncé como adolescente. "Aos quinze, a inocência se perdeu / Tive que assumir responsabilidades em casa desde cedo / Vi minha mãe chorar, vi meu pai mentir / Tive que sacrificar e deixar meus medos para trás", canta ela, de forma arrepiante, acompanhada pela guitarra de aço e pela percussão vibrante.

Em seu cover de “Jolene”, Beyoncé adiciona o sotaque e ajusta as letras: "Jolene, eu sei que sou uma rainha, Jolene/ Ainda sou uma vadia banjee crioula de Louisiana (não me teste)." Willie Nelson aparece como DJ de rádio tocando trechos de Sister Rosetta Tharpe e Son House. "Spaghettii" começa com uma introdução falada da pioneira Linda Martell - a primeira mulher negra a se apresentar no Grand Ole Opry, em 1969, mas que também enfrentou racismo na estrada e voltou para a Carolina do Sul para ser motorista de ônibus. Com batidas de drill, Beyoncé mostra suas habilidades de rap em uma exibição impressionante ("Apenas uma expedição de pesca, admissão tola/ Na cozinha, cozinhando aquelas galinhas/ Perna extra, mas nem estou tentando chutar/ Diva, country, mesquinha, mesquinha, mesquinha/ Tudo a mesma coisa para mim, Jane Comum, espaguete"), acompanhada por Shaboozey. Ele também participa, assim como Pharrell, na montanha-russa selvagem "Sweet Honey Buckiin'", que começa com Bey cantando "I Fall to Pieces" de Patsy Cline.

A lista de convidados de Cowboy Carter é vertiginosa: a estrela em ascensão Willie Jones ("Just for Fun"), Miley Cyrus ("II Most Wanted"), Gary Clark Jr. ("Bodyguard"). Post Malone junta-se à festa para a lenta "Levii's Jeans", produzida por The-Dream e Nile Rodgers. Um cover arrepiante de "Blackbird" dos Beatles destaca quatro das mais emocionantes jovens mulheres negras na música country agora: Tanner Adell, Brittney Spencer, Tiera Kennedy e Reyna Roberts. Além disso, "Ya Ya" nos deixou de queixo caído - repleta de energia de Tina Turner e interpolações de Nancy Sinatra e dos Beach Boys - que se transforma em um trecho de "Oh Louisiana" de Chuck Berry refeito como um sonho febril blues psicodélico. © Shelly Ridenour/Qobuz

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