Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Anais TDAH PDF

Download as pdf or txt
Download as pdf or txt
You are on page 1of 203

ANAIS DO

XV CONGRESSO BRASILEIRO DA SBNp

1ª edição

ISBN: 978-85-68167-05-2

Brasília

Sociedade Brasileira de Neuropsicologia – SBNp


2016
ANAIS DO XV CONGRESSO DA SBNP

1 A ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA EM RESIDÊNCIA NEUROFUNCIONAL NA


CLÍNICA MÉDICA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARGAS
Reis, Ana Elizabeth; Carol, Suzan Biscaro; Aguiar, Fabiane

O presente trabalho trata-se de um relato de experiência dos acompanhamentos psicológicos


realizados durante um ano, no cenário de prática da residência multiprofissional em saúde
neurofuncional do Hospital Universitário Getúlio Vargas em Manaus-AM. A residência
multiprofissional em saúde conta com profissionais de várias áreas incluindo o psicólogo e
atua em apoio à equipe médica de neurologia clínica. O serviço de neurologia clínica adulto
tem à disposição sete leitos aleatórios da clínica médica, utilizando como critério de
internação hospitalar adolescentes e adultos com necessidade de investigação ou tratamento
de doenças neurológicas, entre elas: síndrome de mistenia gravis, síndrome de Guillan Barré,
doença de Wilson, doença de Huntington, ataxia cerebelar e outros. O objetivo do
atendimento é oferecer um suporte ao pacientes, familiares e equipe de saúde envolvidos no
processo do cuidado. A atuação da psicologia é estruturada em sua rotina com intervenções
realizadas à beira leito que incluem triagem, anamnese, entrevista inicial, psicoeducação,
avaliação de determinantes sociais de saúde e escuta terapêutica com o paciente/familiar.
Além destes, outros recursos fundamentados pela clinica ampliada são ofertados: reunião
multidisciplinar, reunião familiar, estudo de caso e preparação para alta. A prática foi baseada
em conhecimentos da psicologia hospitalar envolvendo o processo saúde-doença, relações
inter e intrapessoais, estratégias de enfrentamento e organização da vida frente a possíveis
sequelas, frequente nos casos das doenças neurológicas. O trabalho da psicologia contribui
com a adesão do paciente ao tratamento favorecendo o enfrentamento às limitações impostas
pela doença, comunicação paciente – família – equipe de saúde, intervenção nos sintomas
emocionais manifestados durante internação para melhor adaptação. Essas atividades foram
indispensáveis para garantir a intervenção e assistência integral ao paciente, possibilitando
amenizar o sofrimento diante dos impactos da doença e suas consequências, bem como
favorecer a intervenção interdisciplinar.
2 A CONTRIBUIÇÃO DO TESTE NÃO VERBAL DE INTELIGÊNCIA SON–R 2 ½ -7
[a] NA AVALIAÇÃO COGNITIVA DE PRÉ- ESCOLARES COM DISTÚRBIOS DE
LINGUAGEM.
Trindade, Kelly Avelar San Martin

INTRODUÇÃO: A avaliação cognitiva de pré-escolares com distúrbios de linguagem esbarra


na escassez de testes não verbais de inteligência padronizados e validados no Brasil para essa
faixa etária. O teste SON–R 2½-7 supre essa necessidade, pois foi validado em crianças
pequenas com deficiências comunicativas apresentando alta correlação com avaliação de
inteligência (r=0,61) e correlação inferior com avaliação da linguagem (r=0,31). OBJETIVO:
Investigar a contribuição do SON–R 2½-7 na avaliação cognitiva de pré-escolares com
distúrbios de linguagem. MÉTODO: Trata-se de pesquisa quantitativa, em que participaram
dez crianças, de três a seis anos, com distúrbios de linguagem, encaminhadas para avaliação
psicológica complementar após triagem fonoaudiológica em instituição no interior de SP.
Excluíram-se crianças com transtornos globais do desenvolvimento ou alterações
neurológicas. As etapas da pesquisa foram: 1)Anamnese com os pais; 2)Aplicação do teste
SON-R em sessão de uma hora; 3)Correção informatizada dos testes; 4)Análise dos dados
obtidos. RESULTADOS: 70% dos participantes apresentou classificação QI total Média,
10% Superior a Media, 10% Abaixo da Média e 10% Baixo. Observou-se melhor
desempenho nas escalas de raciocínio que escalas de execução em 50% dos testes e diferença
estatisticamente significativa em 20% deles (10% p<0,01; 10%p<0,05). Os resultados em QI
total indicam que nesta amostra o atraso no desenvolvimento verbal não implica no atraso de
outros aspectos do desenvolvimento cognitivo. Foi possível analisar o desempenho nas
habilidades de raciocínio abstrato, concreto, capacidade visuomotora, espacial e de execução.
Os resultados demonstram que os participantes apresentaram bom rendimento no raciocínio
abstrato e concreto quando avaliados com informações visuais. CONCLUSÃO: Sugere-se
estudos posteriores com amostra maior para comparação de dados. A variabilidade de
habilidades investigadas pelos quatro subtestes do SON-R permitiu análise do desempenho
geral e por áreas. Assim, o teste não verbal de inteligência SON-R 2½-7 contribui para
avaliação cognitiva nessa população, enriquecendo sua análise.
3 A DOENÇA DE ALZHEIMER E SUAS IMPLICAÇÕES NA QUALIDADE DE
VIDA DO CUIDADOR FAMILIAR
Melo, Eliane Ribeiro Magalhães de Sousa Fortes de; Alves, Cândida Helena Lopes; Júnior,
Gilberto Costa; Matos, Mireya Alice Morais; Nunes, Larissa Mendonça; Araújo, Tamyres
Ribeiro; Almeida, Hilia Maria; Fonseca, Jessica Silva

Introdução: Um aspecto relevante que se faz presente no cotidiano do idoso com Alzheimer é
lidar com a perda da sua autonomia. Neste sentido, o avanço da dependência com cuidados,
cada dia mais complexos, leva o cuidador familiar a uma carga excessiva não somente física,
mas também emocional e mental, podendo interferir significativamente no cuidado e manejo
do idoso com a patologia. Objetivo: Realizar uma revisão da literatura acerca dos fatores
causadores da sobrecarga e estresse que interferem na qualidade de vida dos cuidadores
familiares de idosos com Doença de Alzheimer. Método: Trata-se de uma revisão de
literatura por meio das bases de dados: Lilacs e SciELO, entre os anos de 2010 e 2016,
utilizando os descritores Doença de Alzheimer, cuidador familiar, qualidade de vida.
Resultado e Discussão: Foram avaliados 15 artigos através de leitura na íntegra. Verificou-se
que na maioria dos estudos as limitações e dificuldades em cuidar de um idoso com essa
patologia são inúmeras, sejam elas pela falta de suporte de seus familiares ou pela evolução
da doença. Interferindo na maneira de executar as ações do cuidado e comprometendo
negativamente na qualidade de vida dos cuidadores familiares. Conclusão: É necessária a
assistência e intervenções educativas ao cuidador familiar, para o conhecimento da patologia
e compreensão do idoso, visto que a qualidade de vida do cuidador familiar interfere
diretamente no ato do cuidado.

4 A ESTIMULAÇÃO COGNITIVA E SUA IMPORTÂNCIA NA PREVENÇÃO DE


DEMÊNCIAS EM IDOSOS
Lobo, Jucileine; Martins, Michelle de Sousa Fontes; Costa Junior, Gilberto; Alves, Cândida
Helena Lopes; Melo, Eliane Ribeiro Magalhães de Sousa Fortes; Matos, Mireya Alice
Morais; Brandão, Edimilson Costa

A população idosa é a que mais cresce hoje no Brasil e no mundo. Este resultado traz sérios
desafios para a Saúde Pública e, consequentemente, para os profissionais que neste contexto
estão inseridos. A busca pela promoção do envelhecimento saudável tornou-se valiosa e
imprescindível dentro dos serviços médicos, sociais, educacionais e psicológicos. Dito isso, a
pesquisa objetivou avaliar as dificuldades encontradas dentro da realidade senil, buscando
promover por meio da estimulação melhoras na capacidade cognitiva e emocional em seus
participantes e, principalmente, em sua autonomia funcional. A experiência foi desenvolvida
em uma Unidade de Saúde da Família – Pirapora da cidade de São Luís – MA. Contou com a
participação de 20 idosos de ambos os sexos com idade superior a 60 anos. Foram realizadas
durante 4 (quatro) meses atividades de contação de história, oficinas de memória, exercícios
de raciocínio e cálculo. Para a coleta de dados foi utilizado o instrumento de avaliação
psicológica Escalas Beck, visando compreender e avaliar os indicativos de Depressão e
Ansiedade. Os resultados da primeira aplicação no início da experiência das escalas BDI e
BAI trouxeram resultados semelhantes, com respectivas porcentagens de 68% e 66% dos
participantes em indicativo leve e alterando-se na segunda aplicação para 75% e 73% como
indicativo mínimo, demonstrando uma redução nos indicativos de Ansiedade e Depressão.
Assim, conclui-se que com o efeito da estimulação cognitiva, o grupo de idosos demonstrou
melhoras no humor, fortalecimento dos vínculos com os cuidadores, aumento da capacidade
de leitura, compreensão e memorização. Sugere-se que a estimulação cognitiva possa ser
incluída aos programas de cuidados a pessoas idosas, a considerar sua eficácia e contribuição
para a preservação da capacidade cognitiva.

5 A ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA NA ESQUIZOFRENIA


ASSOCIADA COM O USO DE MEDICAMENTOS
Sponholz, Ester; Dutra, Grazielle Caldas; Santos, Ana Kelly da Silva; Martins, Michelle de
Sousa Fontes; Lobo, Jucileine Silva; Chagas, Luana Bezerra; Marques, Sandra Cristina
Pereira; Silva, Miuria Milena Alves; Melo, Eliane Ribeiro Magalhães de Sousa.

Introdução: A estimulação magnética transcraniana (EMT) é conhecida desde o começo dos


anos 90 e atualmente tem ganhado destaque devido a sua segurança e possível aplicabilidade
para tratar diversas patologias neuropsiquiátricas refratárias. É uma técnica capaz de
estimular o cérebro através de um método indolor, não invasivo e simples de ser aplicado.
Utiliza - se estímulos elétricos e magnéticos excitatórios ou inibitórios para restabelecer o
funcionamento cerebral, alegando na maioria dos estudos realizados, um possível efeito
positivo na esquizofrenia em combinação com a adesão aos medicamentos. Objetivo:
Ampliar o conhecimento acerca da eficácia da EMT na esquizofrenia em associação aos
medicamentos. Metodologia: Realizou-se uma pesquisa teórica de revisão da literatura
desenvolvida a partir de material já publicado em livros e artigos indexados em bancos de
dados, tais como Scielo, Google Acadêmico, Lilacs, Utilizou-se os descritores: Estimulação
Magnética Transcraniana, esquizofrenia, medicamentos. Resultados/Discussão: Foram feitas
aplicações pelos autores na região do córtex temporoparietal para sintomas positivos em
virtude do aumento da atividade nas áreas de percepção da fala, relacionando-as a
alucinações auditivas e no córtex pré frontal dorsolateral nos sintomas negativos por
consequência da diminuição das atividades metabólica em pacientes resistentes ao tratamento
medicamentoso. Logo, houve um declínio significativo nas escalas de alucinação e nos
escores dos sintomas negativos da PANSS. Conclusão: A aplicação da EMT associada aos
medicamentos administrados podem diminuir as alucinações auditivas, sendo eficaz nos
alívios dos sintomas positivos e proporciona uma melhora nos sintomas negativos, pois não
apresenta efeitos colaterais, significativos, não é necessário interromper o tratamento com
remédios e suscita esperança para os portadores esquizofrênicos.

6 A ESTIMULAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA EM CRIANÇAS DA REDE PÚBLICA


DE ENSINO COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Menezes, Sheila de Oliveira; Nunes, Milena de Almeida

Introdução: Este trabalho destina-se às crianças e adolescentes da Rede Municipal de Ensino


de Feira de Santana – Ba, que apresentam Dificuldades de Aprendizagem (Transtorno do
Déficit de Atenção e Hiperatividade, Dislexia, Discalculia, Desortografia e/ou outras
Dificuldades de Aprendizagem), e que são atendidos no Centro Interprofissional de Apoio
Pedagógico (INTEREDUC). Este projeto nasce da necessidade em oportunizar aos referidos
sujeitos um olhar qualificados, contando com a avaliação de diversas áreas do conhecimento
incluindo a Neuropsicologia. Objetivo: Proporcionar aos alunos da Rede Municipal de Ensino
um olhar qualificado para as possíveis dificuldades de aprendizagem que os mesmos
apresentam, realizando avaliações e intervenções adequadas a cada sujeito. Método: A
metodologia utilizada consta de dois momentos diferentes. O primeiro diz respeito a
encaminhamento da escola, uma entrevista com a família e observação do sujeito, a fim de
perceber se este apresenta uma demanda para o serviço (Transtorno do déficit de Atenção e
Hiperatividade, Dislexia, Discalculia, Desortografia e/ou outras dificuldades de
aprendizagem), não havendo demanda os sujeitos são encaminhados para os serviços mais
adequados às suas necessidades. A segunda etapa refere-se à anamnese, atividades de ordem
avaliativa e de intervenção ligadas ao vínculo com a aprendizagem e com o espaço escolar,
organização planejamento e memória operacional (Envolvendo as crianças, adolescentes,
família e escola), além de encaminhamentos para outros profissionais quando necessário.
Resultados: No ano de 2016 foram triados 208 casos até setembro, sendo agendados mais 50
casos até o final do referido ano. Destes triados, 76% apresentou demanda para o serviço.
Destes 50% está recebendo atendimentos com professores especialistas em Neuropsicologia
já apresentando avanços significativos na área da organização, planejamento, memória e por
consequência na linguagem oral e escrita, operações aritméticas e interpretação.

7 A IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO SOB OS CUIDADORES


FAMILIARES DOS PORTADORES DE DOENÇA DE PARKINSON
Maximiano Madson Alan Barreto; Fermoseli André Fernando de Oliveira

A Doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa e sua consequência


aumenta a cada ano principalmente em pacientes da terceira idade. Desta forma, é necessário
um olhar ao cuidador, pois este desenvolve um trabalho integral, de dedicação total, de corpo
e mente a quem está sendo cuidado. Trazer a humanização, como princípio filosófico
orientado pelas ações dos profissionais da área da saúde, é fulcral, pois contribui para o bem
estar dos cuidadores que lidam com esses sujeitos compartilhando suas emoções e angústias.
O presente estudo foi feito por meio de uma revisão da literatura sobre intervenção do
psicólogo nos cuidadores de familiares portadores da doença de Parkinson. Foram
pesquisados artigos e livros nos bancos de dados: Periódicos CAPES, Google Acadêmico,
PUBMED e Scielo. Foram utilizados os seguintes descritores: Psicólogo, Doença de
Parkinson, Cuidadores. Portanto, este trabalho mostra a importância do psicólogo frente aos
cuidadores de familiares portadores de DP, buscando trazer a melhoria física e psicológica
devido à mudança de rotina, uma vez que os pacientes apresentam alterações de humor, o que
dificulta o seu tratamento e no dia-adia de todos que estão a sua volta, ou seja, o cuidador
passa a sofrer por diversos fatores em consequência desta patologia. Desta forma, a
importância de pensar em uma estratégia como rodizio entre os cuidadores, para que não haja
uma sobre carga em um único cuidador, que esses cuidadores passem por acompanhamento
psicoterápico. Assim, o psicólogo proporcionara uma melhor qualidade de vida aos
envolvidos no tratamento da DP.
8 A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA PARA
PORTADORES DE TRANSTORNO DE ANSIEDADE
Rangel, Rebeca Moreira; Farias, Maria Júlia Melo; Aguiar, Roberta; Rangel, Deborah
MoreiraFeijão, Geórgia Maria Melo; Sousa, Garlana Lemos de; Melo, Mônica Ximenes

A presente pesquisa foi realizada com o intuito de compreendermos a importância da


avaliação neuropsicológica para portadores de ansiedade, a partir de revisão de literatura
narrativa. Vivemos, atualmente, um processo de mudanças constante, no qual nos deparamos
com um aumento no número de pessoas que apresentam algum tipo de transtorno. Dentre os
mais frequentes, encontra-se o de Ansiedade, que, segundo OMS (2015), atinge cerca de 33%
da população mundial. De modo geral, um padrão de comportamento caracterizado por medo
excessivo está entre as causas mais comuns de procura por atendimento médico na infância e
adolescência (MARCH,1995). A tendência destes transtornos é ter início precoce e curso
crônico (KESSLER et al. 1994; PINE, 1997; SYLVESTER, 2000). As consequências, na
vida adulta, podem ser drásticas quando há a falta de um tratamento efetivo (MAUGHAN e
RUTTER, 1997). Faz-se necessário diferenciarmos quadros de Transtornos de Déficit de
Atenção e Hiperatividade ou quadro de possível comprometimento cognitivo leve de outros
transtornos de ansiedade, ou até mesmo de Depressão, os quais podem inclusive acontecer de
forma associada. Por isso, fazem-se necessárias intervenções precoces, efetivas e de fácil
acesso (JAMES, SOLER e WEATHERALL, 2007). Segundo Mader-Joaquim (2010), a
avaliação neuropsicológica consiste no método de investigação das funções cognitivas e
comportamentais, abrangendo processos de atenção, percepção, memória, linguagem e
raciocínio. Se baseia na utilização de testes neurológicos e psicológicos específicos,
padronizados e validados, além de outras técnicas como entrevista, jogos. No caso específico
da ansiedade, com foco no diagnóstico diferencial, poderiam ser utilizados testes como trail
making, digit spam, stroop, além de testes amnésticos como MOCA, ADDENBROKE,
figuras de Rey, dentre outros. Concluímos que a avaliação neuropsicológica é muito
importante para o diagnóstico de pessoas portadoras de distúrbios ansiosos, e que, quanto
mais cedo inicia-se o tratamento, maiores são as oportunidades de controle da doença.

9 A IMPORTÂNCIA DA GENÉTICA PARA O DIAGNÓSTICO PRECOCE DA


SÍNDROME DO PÂNICO EM CRIANÇAS
Lacerda-Pinheiro, Sally de França; Calou Pereira, João Luis; Silva Siqueira, Gabriel;
Monteiro Resende, Mariana; Neves Coelho, Beatriz; Pereira Brito, Rafael.
Introdução: A Síndrome do Pânico é um transtorno de ansiedade cujas manifestações
envolvem principalmente ataques de pânico, além de muitos sintomas físicos. Em crianças,
esse transtorno acarretará em limitações graves, pois quanto mais cedo surge, piores serão as
comorbidades e a cronicidade da doença. Portanto, a compreensão da genética tem grande
valor no diagnóstico e no tratamento precoce. Objetivo: Identificar as bases genéticas e a
hereditariedade da Síndrome do Pânico para um diagnóstico e tratamento precoce. Método:
Foi realizada uma revisão, utilizando os descritores: “panic”, “disorder”, “genetic” e
“children” no banco de dados da Capes, contemplando os artigos publicados entre os anos de
2006 a 2016. Foram encontrados um total de 122 resultados, dos quais 12 se enquadraram
nos critérios de escolha. Resultados: Um estudo evidencia que crianças com o alelo curto
para o gene do transportador de serotonina têm sido relacionadas a uma menor capacidade em
reconhecer expressões faciais. Esses achados estão relacionados com os estudos envolvendo
gêmeos e estudos em animais. Há ainda estudos de associação genômica ampla (GWAS)
destacando os polimorfismos de ECA (Enzima Conversora de Angiotensina I) e de ATr1
(Receptor I de Angiotensina II), genes cuja frequência alélica de deleção foi significativa em
pacientes com a síndrome. Entre outros polimorfismos citados estão o Val158Met do gene
catecol O-metiltransferase (COMT), pois o alelo da valina pode influenciar na funcionalidade
do córtex pré-frontal. Ademais, foram realizados testes que associam alelos e haplótipos
específicos de NPSR1 e NPS com transtornos de ansiedade, principalmente Síndrome do
Pânico, sugerindo que eles possam modular uma predisposição à doença. Conclusão: Embora
bem documentada, são necessários mais estudos GWA, para investigar uma maior quantidade
de genes. Desse modo, os conhecimentos acerca da saúde psiquiátrica da família e das bases
genéticas da doença revelaram-se essenciais ao diagnóstico precoce e ao tratamento,
melhorando o prognóstico.

10 A IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE PSICOLÓGICA DO CUIDADOR DE


ALZHEIMER
Reis, Ana Elizabeth; Anjos, Suelen Soraya

A sociedade se depara com o envelhecimento crescente da sua população e esse fenômeno


vem representando um desafio para as políticas públicas por falta de preparo da sociedade em
geral. Sua repercussão tem sido alvo de debates, estudos e pesquisas visando à formulação e
adoção de políticas específicas para o idoso. Refletir e discutir sobre o processo de
envelhecimento, torna-se uma questão fundamental principalmente para o campo da terapia
familiar considerando que esta etapa da vida envolve temas como a velhice, o adoecimento e
a morte, presentes no núcleo familiar destes idosos. A doença de Alzheimer é uma doença
neurodegenerativa progressiva, irreversível, caracterizado por perdas graduais da função
cognitiva e distúrbio do comportamento e do afeto, além de comprometer o portador, afeta a
família, exigindo-lhe novos arranjos em sua dinâmica de funcionamento e sobrecarregando
física e emocionalmente todos os membros. Nosso estudo objetiva identificar o envolvimento
psicológico no enfrentamento da família perante a doença, refletindo a importância atribuída
ao cuidador no seu cotidiano com o idoso de Alzheimer, destacando o estudo da abordagem
sistêmica e de que maneira essa abordagem pode contribuir no impacto dessa doença na vida
da família no familiar/cuidador, de idosos com esse diagnóstico. A metodologia adotada
nesse estudo é de natureza bibliográfica, visando o método qualitativo, considerando as
qualidades e as contribuições científicas já realizadas. Os cuidadores perante ao
enfrentamento desses idosos ficam com suas dúvidas e angústias, onde alguns desses
cuidadores são forçados a abrir mão de suas vidas, seus interesses pessoais, profissionais,
causando-lhes um stress e por consequência doenças psicossomáticas. Nesse sentido a
abordagem sistêmica pode contribuir como um suporte no que tange ao acolhimento desse
cuidador/familiar proporcionando uma melhor qualidade de vida. Percebemos a necessidade
de apoio profissional a essa família/cuidador, com a finalidade de dar suporte emocional e
desenvolver novas formas de funcionamento para essas famílias, tanto para trazer uma
melhor qualidade de vida ao familiar/cuidador e consequência seu familiar/doente.

11 A IMPORTÂNCIA, OS CONHECIMENTOS E AS ESTRATÉGIAS DOS


DOCENTES DO 1º E 2º CICLOS DO ENSINO BÁSICO FACE AO TDAH
Sofia Campos; Cândida Alves; Daniela Lopes; Manuela Ferreira; Arthur Berberian

Introdução: O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é um Transtorno do


Neurodesenvolvimento com um quadro sintomático diversificado. Surge na infância e é
caracterizado por significativas dificuldades em manter a atenção, impulsividade e
hiperatividade. Tendo em conta o contexto profissional e o desafio que este transtorno
representa no contexto de sala de aula, torna-se pertinente saber intervir nestes alunos, de
forma adequada, com recurso a estratégias/práticas educativas e comportamentais
diversificadas, para que se possa promover o seu sucesso académico. Objetivos: Saber quais
as percepções dos professores do Ensino Básico em relação aos alunos com TDAH; verificar
de que forma a presença de alunos com este transtorno pode influenciar a sua intervenção
pedagógica, contribuindo deste modo para um maior conhecimento e melhor atendimento
destes alunos nas escolas, naquele nível de ensino; Analisar e comparar as percepções,
atitudes, conhecimento e estratégias dos professores do 1º e 2º Ciclos em relação às crianças
com TDAH.Metodologia: O estudo enquadra-se no paradigma de investigação quantitativa,
descritiva e correlacional. Foi utilizado o questionário como instrumento de recolha de dados,
em virtude de nos parecer o mais adequado. A amostra é constituída por 105 professores.
Resultados: Maioritariamente, os professores inquiridos revelaram conhecimentos sobre as
causas, características e diagnóstico do TDAH, bem como acerca das possíveis intervenções
no contexto de sala de aula e fora da mesma para se intervir em crianças com este transtorno,
através da implementação de um conjunto de estratégias e técnicas pedagógicas que
permitirão à criança com TDAH ter melhores respostas de aprendizagem. Conclusões:
Verificou-se que os professores procuram adaptar as práticas/estratégias de intervenção, no
contexto sala de aula, às características das turmas e dos alunos, mas que o seu próprio perfil
enquanto docentes tem significativa importância naquela escolha.

12 A INFLUÊNCIA DA MÚSICA NO COMPORTAMENTO DE LUTADORES DE


ARTES MARCIAIS MISTAS - MMA
Magalhães, Josiane Avelino; Azevedo, Gabriel Filipi Araujo de; Prado, Carolina Conceição

É nítido e observável o poder que a música tem em influenciar comportamentos, induzir


momentos em que o corpo reage ao estímulo apresentável, levando a um transe, alterando
respostas fisiológicas e motivando através das ondas sonoras. Este estudo buscou identificar
se a música é capaz de modificar o estado emocional e fisiológico de um atleta de alta
performance, mais específico, em lutadores de MMA – Mixed Martial Arts (Artes Marciais
Mistas), fazendo com que melhores resultados sejam alcançados através desse estímulo. Para
isso, foi realizada uma pesquisa qualitativa por meio de questionário com 10 lutadores de
MMA, em Brasília - DF, graduados em artes marciais, de ambos os sexos, e com idade
superior a 18 anos. Entre os resultados obtidos na escolha da música durante o treinamento
destacam-se Rock e Eletrônica com 40% cada, seguido do gênero Gospel (20%) como
preferência musical. Na relação do ritmo escutado com maior frequência 90% dos atletas
preferem músicas mais aceleradas durante o treinamento. Já durante uma luta, o percentual se
iguala quanto à escolha do ritmo musical, onde 50% preferem músicas aceleradas e 50%
músicas lentas. O foco do combate vai pela concentração do atleta e muitos têm sua escolha,
tanto para manter o equilíbrio (músicas lentas), quanto para colocar em prática seu
treinamento (músicas aceleradas). 100% dos pesquisados acham que a música influencia o
seu desempenho e que serve como forma de motivação, focando mais em seu objetivo de
lutar. Nessa perspectiva acredita-se que a música pode influenciar o atleta lutador tanto nos
desempenhos como nos resultados. Assim, a música ajuda a tirar o foco dos estímulos não
prazerosos, como dores, fadiga e cansaço, reduzindo os marcadores neuro-hormonais de
estresse. A consequência disso é o aumento e a intensidade da capacidade física e execução,
aumentando o desempenho no treino e consequentemente na competição.

13 A INFLUÊNCIA DA NEUROPLASTICIDADE NO PROGRESSO DE


REABILITAÇÃO COGNITIVA EM IDOSOS COM AVC.
Lobo, Jucileine Silva; Silva, Miuria Milena Alves; Dutra, Grazielle Caldas; Santos, Ana
Kelly da Silva; Martins, Michelle de Sousa Fontes; Alves, Cândida Helena Lopes; Chagas,
Luana Bezerra; Marques, Sandra Cristina Pereira; Sponhols, Ester; Cardoso, Bruno Luiz
Avelino.

Introdução: O acidente vascular cerebral (AVC), frequentemente chamado de derrame é um


problema neurológico, resultante de ação patológica dos vasos sanguíneos, no qual os sinais e
sintomas deste insulto cerebral duram algumas horas, promovendo, muitas das vezes,
sequelas sensitivas, motoras e cognitivas que podem ou não serem reversíveis. O Sistema
Nervoso tem uma capacidade de se reestruturar e modificar sua função que é chamada de
neuroplasticidade. Através de atividades que estimulam as habilidades cognitivas, espera-se
uma recuperação da rede neuronal lesionada e, consequentemente, uma melhora na sua
funcionalidade, reorganizando os mapas corticais. Existem variáveis que podem facilitar ou
dificultar o processo de neuroplasticidade, como por exemplo, a idade, localização e extensão
da lesão, qualidade de vida do paciente e fatores socioeconômicos. Objetivo: Compreender
sobre os benefícios da neuroplasticidade na evolução da reabilitação cognitiva em idosos que
tiveram AVC. Metodologia: Realizou-se uma pesquisa teórica de revisão da literatura
desenvolvida a partir de material já publicado em livros e artigos indexados em bancos de
dados. Utilizaram-se os descritores: Acidente Vascular Cerebral, neuroplasticidade,
reabilitação. Resultados/Discussão: O AVC pode gerar vários déficits no funcionamento
cognitivo, físico e sensorial na vida do idoso, e isso tem impacto diretamente nas suas
atividades diárias, afetando assim seu desempenho. Nesse caso, o objetivo é a nova
aprendizagem de habilidades para realizar as tarefas do cotidiano e essas habilidades são
benefícios e influência da neuroplasticidade, onde as unidades neuronais ou neurônios são
modificados em função da experiência individual. O paciente deve tornar-se mais funcional
para suas atividades, promovendo autonomia e independência. Conclusão: Portanto, é
importante que a estimulação seja feita logo no início da recuperação, pois quando mais cedo
forem feitas as atividades que estimulam o desenvolvimento e independência do idoso,
melhor será sua qualidade vida, e devido essa forte estimulação a neuroplasticidade terá
maior efeito.

14 A INFLUÊNCIA DA NEUROPLASTICIDADE NO USO DE DROGAS ILÍCITAS


Silva, Miuria Milena Alves Co-autores: Dutra, Grazielle Caldas; Santos, Ana Kelly da Silva;
Martins, Michelle de Sousa Fontes; Alves, Cândida Helena Lopes; Lobo, Jucileine Silva;
Chagas, Luana Bezerra; Marques, Sandra Cristina Pereira; Sponhols, Ester; Aquino, Samily
Natania Alves Meireles.

Introdução: A utilização de droga ilícita tornou-se crescente no mundo, incluindo no Brasil,


tornando-se uma realidade preocupante. O consumo de substâncias como maconha, cocaína e
crack podem alterar o funcionamento do cérebro e o seu uso em quantidades elevadas e por
um longo período de tempo contribuem para o aparecimento de déficits cognitivos
significativos, assim como para desenvolvimentos de doenças como Acidente Vascular
Encefálico (AVE), depressão, câncer, distúrbios da personalidade, entre outros. O processo
da neuroplasticidade torna-se uma característica fundamental na adaptação ou recuperação
das funções perdidas ou afetadas pelo uso destas drogas. Objetivos: Compreender as
mudanças que ocorrem no cérebro do indivíduo assim como as possíveis consequências
ocasionadas pelo uso de substâncias ilícitas, destacando o processo de plasticidade neural
como uma forma de recuperação de possíveis prejuízos. A metodologia utilizada nessa
pesquisa é de caráter qualitativo no qual foram feitas revisões bibliográficas no período de
2006 a 2016, em consulta nos bancos de dados: SciELO, Google Acadêmico, Pepsic e
LILACS e pela leitura de livros relacionados ao tema, utilizando os descritores: drogas,
neuroplasticidade, abuso de substâncias, reabilitação. Resultados e Discussão: Tendo em
vista que as consequências do uso abusivo deste tipo de substâncias podem alterar o
organismo trazendo diversos malefícios para o usuário, principalmente na atividade do
Sistema Nervoso Central (SNC), é importante ressaltar que em níveis de dependência, o
mesmo poderá ser tratado e que a estimulação neural promovida por profissionais de saúde
ou grupos sociais no qual o indivíduo está inserido, como a família, influenciará
positivamente para reestruturar o funcionamento neural atingido.Considerações finais: A
exposição a novas experiências possibilita ao sujeito recompensar, através da flexibilidade
cerebral, funções perdidas com a reconexão das redes neurais lesadas ou ainda fortalecer
potencializando funções análogas e pouco atingidas, revigorando capacidades cognitivas
como atenção, memória, agilidade de raciocínio, comprovando seu crucial benefício.

15 A INFLUÊNCIA DAS EMOÇÕES NAS MEMÓRIAS DE UM GRUPO DE


ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
Prado, Carolina Conceição; Pereira, Marluce Ribeiro; Paula, Mayara Rodrigues de

O processo de armazenamento de informações evocadas por emoções tem sido investigado


por várias áreas científicas. As memórias são fabricadas em grande parte em função das
emoções geradas num certo instante pelo organismo. O presente estudo buscou investigar
como as emoções influenciam e consolidam as memórias de um grupo de estudantes
universitários. Foi realizada uma pesquisa qualitativa, utilizando como técnica o grupo focal
com roteiro motivador de 8 perguntas. Participaram do estudo dez estudantes do ensino
superior em diversas áreas do conhecimento de diferentes faixas etárias, classes sociais e de
ambos os sexos, que colaboraram com suas opiniões, percepções, atitudes e conhecimentos
relacionados ao tema. Os resultados obtidos através da interação dos participantes com o
moderador revelaram que 90% já conheciam ou ouviram falar de estudos referentes a
evocação de memórias com teor emocional. Foi verificado que a memória é mais acessada
quando o acontecimento ou conhecimento a ser aprendido é envolto de emoções. Através da
interação entre os próprios participantes, todos tiveram um insight ao relatar sobre suas
experiências de vida, as histórias eram mais precisas e descritas minuciosamente quando se
referiam a momentos vivenciados de dor, luto e principalmente episódios que envolviam
amor e alegria, tais como a primeira paixão da adolescência e casamentos. Em relação ao
aprendizado acadêmico, observaram que se estão mais dispostos emocionalmente a
estudarem, a chance de consolidarem o aprendizado aumenta e que aulas mais interativas e
dinâmicas facilitam a formação de memórias de longo prazo. Conclui-se que as memórias são
evocadas mais facilmente quando associadas a emoções intensas, positivas ou negativas e as
outras são esquecidas ou extintas ao longo do tempo. Assim, para um universitário consolidar
seu aprendizado de forma eficaz, sugere-se que o faça pareando com emoções positivas para
facilitar seu processo de aprendizagem e resgate destas memórias com mais facilidade.
16 A LEGO® TERAPIA COMO MÉTODO DE INTERVENÇÃO NAS DESORDENS
DO TRASNTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Náiade Cristina Pereira Ramalho e Stella Maria de Sá Sarmento

Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma desordem do desenvolvimento


que afeta a comunicação e interação social e está associada a padrões restritos e repetitivos de
comportamento. Os indivíduos que apresentam este diagnóstico podem ser beneficiados com
estratégias terapêuticas que estimulem aspectos neurocognitivos, sejam eles específicos ao
transtorno ou não. A LEGO® Terapia foi proposta por um neuropsicólogo americano para
aplicação ao TEA e está baseada no uso do brinquedo com peças montáveis para estimulação
da linguagem verbal e não verbal, habilidades de socialização, planejamento e resolução de
problemas, além da motricidade fina. Objetivo: Este estudo tem o intuito de apresentar a
LEGO® Terapia como um método de intervenção para as desordens do Transtorno do
Espectro Autista. Método: Foi realizada uma revisão sistemática com consulta ao PubMed,
Medline, LILACS, BVS Psi e Google Scholar. Além das fontes assim identificadas foi
realizada consulta ao criador do método e duas principais colaboradoras. Resultados: Foram
encontrados 12 artigos e uma tese de doutorado referentes à LEGO® Terapia. Dois livros e o
manual do método também foram consultados. Este métodos apresenta quatro formatos de
aplicação (terapia individual, em par, em grupo e individual da comunicação social), estando
eles relacionados as necessidades que cada indivíduo apresenta. Os estudos identificados
mostram que LEGO® Terapia estimula especialmente a linguagem e outras habilidades
sociais. Conclusão: Apesar de ser um método relativamente novo, a LEGO® Terapia difere
dos outros métodos já conhecidos e utilizados na abordagem do TEA por ser uma intervenção
que favorece a motivação, a interação e o trabalho conjunto a partir de um material que
permite uma variedade de estratégias de intervenção. As evidências disponíveis indicam
benefícios potenciais tanto na sua aplicação, como na investigação de seus efeitos em
indivíduos com TEA e outros transtornos do desenvolvimento.

17 A MEDIAÇÃO E O MANEJO DA FADIGA COMO INTERVENÇÃO PARA


MELHORA NA METACOGNIÇÃO E DA ATENÇÃO SUSTENTADA.
Costa, Lara Rabelo; Silva, Pethra Ediala Cortes Basílio

As dificuldades atencionais atingem muitas pessoas gerando importantes prejuízos escolares


e funcionais. As estratégias de reabilitação da atenção podem ser divididas em dois domínios.
O primeiro diz respeito ao paciente aprender sobre sua dificuldade atencional. E a segunda
envolve o estabelecimento de estratégias cognitivas para lidar com tais limitações. O presente
artigo visa descrever o processo de reabilitação cognitiva de uma criança de dez anos
diagnosticada com TDAH. Para tanto foi utilizada a mediação para treinamento da
metacognição do funcionamento atencional, visando identificar quais eram os sinais e os
momentos de fadiga sofridos pela criança. Posteriormente foi ensinado à mesma a realizar o
adequado manejo da sua fadiga usando como técnica a respiração diafragmática. Foram
realizados vinte encontros semanais contendo: anamnese pra estabelecimento da meta de
trabalho, linha de base com atividade de cópia de material escolar, mediação com
treinamento da metacognição, psicoeducação com a criança e pais e treino de aumento do
tempo atencional na cópia. A psicoeducação juntamente com a mediação e o treino da
metacognição foram eficientes para que a paciente tomasse maior consciência sobre o
funcionamento do seu ciclo atencional e sobre os sinais que seu corpo apresentava quando ela
se sentia cansada. O uso da técnica da respiração diafragmática foi eficaz para tentar recobrar
um melhor nível atencional. Foi obtido êxito na melhora da atenção sustentada na atividade
de cópia de material escolar, meta anteriormente traçada pela família e paciente. Expostos os
dados e discutidas as ênfases, pode-se concluir que o maior conhecimento sobre o
funcionamento mental e sobre o ciclo atentivo (metacognição), juntamente com a escolha de
uma técnica de manejo da fadiga corroboraram para o alcance da meta estabelecida (aumentar
o tempo de cópia e manejar a fadiga), trazendo, por consequência, melhorias na qualidade das
atividades escolares desta aprendente de dez anos.

18 A MEMÓRIA E A TRANSMISSÃO DE NOTÍCIAS DIFÍCEIS


Andressa Aline Vieira, Ana Paula Almeida de Pereira

Introdução: No meio médico-hospitalar não existe consenso sobre como e quando as notícias
difíceis (ND) devem ser dadas. Há uma vasta literatura sobre o assunto, como o Protocolo
SPIKES de Buckman (1994). Absorver novas informações e processá-las no cérebro está
relacionado com várias áreas cognitivas: função executiva, memória, atenção. Objetivo:
Investigar quais as recomendações para se transmitir ND no contexto hospitalar. Método:
Revisão Sistemática de literatura nas bases de dados: Scielo, Bireme, Pepsic, PsicInfo e
PubMed, utilizando as palavras chaves: Bad News, Memory e SPIKES Protocol; considerou-
se as publicação após de 2010. Resultados: Não foram encontrados artigos com as três
palavras chaves simultaneamente, porém foram encontrados 25 artigos que relacionaram
“Protocol SPIKES” e “Bad News”. Em nenhum dos artigos foi encontrado a informação
sobre o tempo mínimo para a transmissão de ND. Todos os artigos concordaram que para tal
ato deve haver o preparo do profissional e do ambiente, sensibilidade para entender como a
pessoa se encontra, convidá-la ao diálogo, para então realizar a transmissão da notícia,
expressando suas emoções, resumindo e organizando as estratégias passadas e/ou futuras.
Discussão: Os artigos pesquisados concordam que ND devem ser dadas de forma empática;
corroboram ao dizer que há um déficit na formação médica sobre o assunto. A memória em
nenhum artigo foi relacionada com a temática, os resultados sugerem que o modo como a
notícia é transmitida influência nos processos cognitivos envolvidos. Uma notícia dada de
forma inadequada pode favorecer os processos de dissociação, confabulação e falsas
memórias. Conclusão: Deve-se investigar melhor no contexto da saúde a repercussão sobre o
modo mais adequado para veicular as ND para o cliente e sua família, pois quando realizada
de modo correto ela favorece a reorganização e readaptação do paciente ou familiar a
estruturar o processo de luto pela perda e nas memórias sobre evento.

19 A PARTICIPAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS NA REGULAÇÃO DO


COMPORTAMENTO DOS CONDUTORES DE AUTOMÓVEIS: UM ESTUDO DE
REVISÃO SISTEMÁTICA
Paula, Jessyca Brennand.

Introdução: As funções executivas- FE funcionam como um mecanismo de controle


cognitivo que direciona e coordena o comportamento humano, inclusive no ato de dirigir.
Objetivo: O presente estudo investigou a participação das funções executivas na regulação do
comportamento dos condutores de automóveis. Método: Foi realizada uma pesquisa de
revisão sistemática, utilizando as bases de dados: Pubmed, BVS e MedLine. Foram
selecionados os descritores: função executiva (executive function), condução de veículo
(automobile driving) e testes neuropsicológicos (neuropsychological tests) no portal saúde
BVS. Os artigos selecionados foram avaliados a partir dos critérios de inclusão: possuir
público alvo condutores de automóveis; realizar avaliação neuropsicológica; analisar
comportamentos no trânsito; acessar artigo completo. Foram excluídos estudos com animais;
revisão de literatura; com ênfase em outros assuntos e; publicados anterior ao ano 2011.
Resultados: Inicialmente foram identificados 51 artigos na base de dados BVS, 44 na
PubMed e 23 na MedLine, totalizando 118 artigos. Após emprego dos critérios, chegou-se à
16 artigos originais que tratavam do comportamento de conduzir um automóvel com temas
transversais, destacando: esclerose múltipla, doença de Parkinson, insuficiência cardíaca,
distúrbios respiratórios, lesão cerebral etc. Participaram das pesquisas motoristas do sexo
masculino e feminino, prevalecendo estudos com motoristas mais velhos. As amostras
variaram de n=18 a n=297. As baterias neuropsicológicas utilizaram instrumentos diversos
para mensurar funções cognitivas, capacidade visuoespacial, visuomotora e auditiva. As
principais FE avaliadas foram flexibilidade mental, inibição de resposta, memória de
trabalho, processamento de informação, atenção e julgamento. Os estudos evidenciaram o
papel da cognição em explicar condução segura/arriscada. Apontaram ainda que a capacidade
de direção segura diminui com a idade cronológica, afirmando associação ao declínio das
capacidades cognitivas. Conclusão: Pesquisas sobre esta temática são pouco realizadas.
Recomenda-se maior investimento na área, de maneira que se possa estabelecer melhores
relações entre as capacidades neuropsicológicas e comportamentos emitidos no contexto do
trânsito.

20 A PSICOEDUCAÇÃO COMO INTERVENÇÃO NO PROCESSO DE NÃO-


ADOECIMENTO DO CUIDADOR DE LESIONADOS MEDULARES
Coelho,Clovis Castro; Aguiar, Fabiane Silva

INTRODUÇÃO: O cuidado ao paciente com Lesão Medular inclui um conjunto de ações que
engloba todo o processo de reabilitação, culminando na reintegração social. É considerado
lesão medular toda injúria às estruturas contidas no canal medular, desencadeando alterações
motoras, sensitivas, autonômicas e psicoafetivas. O foco desse trabalho foi o cuidador, que
geralmente é um membro da família, a complexidade do acometimento afeta a pessoa e sua
família. Nesse sentido, a psicologia através do programa de atividades motoras para
deficientes- PROAMDE- UFAM, realizou grupos de apoio aos cuidadores desses pacientes
no período de julho a setembro de 2016. OBJETIVO: identificar a sobrecarga psicológica
presente e quais estratégias de resignificação subjetivas utilizadas pelo cuidador. MÉTODO:
Como técnica de intervenção, utilizada a psicoeducação, no decorrer de 6 encontros, com
duração de 50 minutos, uma vez por semana, e participarão de 4 acompanhantes, através de
exibição de vídeos com temáticas (conceito de lesão medular, impacto do diagnóstico/ luto/
expectativas e frustrações/ resiliência / preconceito da sociedade), e posteriormente aberto a
discussão. Os registros foram realizados pelo residente da área de psicologia a cada sessão de
grupo e discutidos com o supervisor/preceptor da área. RESULTADOS: Como resultado foi
possível observar a eficácia da estratégia de psicoeducação, visto que os cuidadores
utilizaram deste espaço para expor seus questionamentos, sanar dúvidas e compartilhar
experiências, possibilitando maior autonomia e independência dos pacientes, diminuindo o
risco de adoecimento dos cuidadores. CONCLUSÃO: Através das temáticas desenvolvidas
observou-se que algumas se relacionavam às dificuldades cuidadores, sugerindo a
necessidade de acolhimento e reflexão, diante das questões apresentadas. Durante os grupos,
os cuidadores apresentaram recursos e estratégias de enfrentamento pessoais, propiciando a
ajuda mútua e construção de novos olhares e possibilidades. Sendo assim, destaca-se a
importância de um espaço de troca de experiências entre os acompanhantes e da escuta
qualificada.

21 A QUALIDADE DO SONO NO DESEMPENHO ACADÊMICO DE ESTUDANTES


UNIVERSITÁRIOS DO CURSO DE PSICOLOGIA
Araújo, Gildeir de Oliveira

Introdução: diante público universitário e da necessidade de adequação dos serviços de saúde


para práticas que proporcionem o cuidado integral, assim como a escassez de estudos que
abordassem aspectos relacionados à qualidade do sono no período acadêmico, a importância
desta pesquisa se dá devido à possibilidade de seus resultados serem úteis para um melhor
planejamento da atenção a qualidade do sono de estudantes. (GOMES; 2008) Objetivo:
verificar a correlação entre a sonolência diurna e o desempenho acadêmico entre alunos.
Método: estudo descritivo e inferencial desenvolvido 94 estudantes do 2º ao 10º período do
curso de Psicologia do Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ. Os instrumentos
utilizados foram: (1) questionário sócio demográfico; e (2) escala de sonolência de Epworth
em português do Brasil (2009), escala qual possui 6 itens com escala de resposta de zero a 3
pontos do tipo likert. Os dados coletados foram processados por meio do pacote estatístico
SPSS em sua versão 22.0. Resultados: para verificar a sonolência diurna e o desempenho
acadêmico entre alunos, foi utilizado o teste não paramétrico Spearman. A qualidade do sono
nas condições de gênero, filhos e trabalho de alunos foi utilizado o teste de Student para
analisar os dados. Verificou-se que não há correlação significativa entre os gêneros em
relação a qualidade do sono (-0,23; p < 0,05). Entretanto, foi encontrada uma associação
significativa entre alunos que possuíam filhos (t = 7,66; p > 0,0) e estudantes que trabalham (t
= -0,036; p > 0,05). Conclusão: não existe relação entre sonolência diurna e desempenho
acadêmico entre alunos. As condições de possuir filhos e trabalhar interferem no sono.
Sugere-se para próximos estudos uma amostra maior e que seja comparado por sexos. Outra
sugestão é a utilização de outros instrumentos que avaliem o sono para este constructo ser
estudado com maior abrangência.

22 A REABILITAÇÃO NEUROPSCOLÓGICA COMO FERRAMENTA NO


TRATAMENTO DA DOENÇA DE ALZHEIMER E SUA EFICÁCIA
Maciel, Ana Maria Estevam

Aumentar o conhecimento sobre a doença de Alzheimer (DA) e possíveis tratamentos para


este público que vem crescendo significativamente nos últimos anos é de muita importância
para diversos profissionais da área da saúde que integram uma equipe multidisciplinar. Ainda
em fase de pesquisas a DA traz sérios declínios cognitivos para o indivíduo acometido por
ela, e uma grande possibilidade de reestruturação cognitiva é a reabilitação neuropsicológica
trabalhada por profissionais neuropsicólogos que visam uma melhor qualidade de vida para o
paciente. Esta pesquisa bibliográfica tem como objetivo ampliar informações sobre a
reabilitação neuropsicológica (RN) nos casos da DA apresentando informações sobre
métodos de avaliação, os resultados alcançados com a RN e até que nível da DA o paciente é
beneficiado com a RN. Nos resultados apresentados, a RN mostra-se um bom instrumento de
trabalho na DA trazendo principalmente qualidade de vida para o paciente e familiares.

23 A REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA COMO FERRAMENTA DE


INTERVENÇÃO A IDOSOS COM ALZHEIMER E CUIDADORES EM SÃO LUÍS –
MA
Alves, Cândida Helena Lopes; Matos, Mireya Alice Morais; Junior, Gilberto Costa; Melo,
Eliane Ribeiro Magalhães de Sousa Fortes; Brandão, Edimilson Costa

Introdução: O envelhecimento cognitivo faz parte dos problemas que requerem mais atenção
na atualidade e nem sempre os idosos têm acesso ao devido acompanhamento. Objetivo:
Desenvolver estratégias de reabilitação neuropsicológica com idosos para o enfrentamento da
demência de Alzheimer, envolvendo, a família/cuidador como contribuinte essencial do
processo. Método: Trata-se de um projeto realizado na Unidade de saúde da família –
Pirapora em São Luís – MA financiado pela FAPEMA. Foram desenvolvidas visitas
institucionais e encontros com aproximadamente uma hora e meia de duração cada,
participando das atividades em média quinze idosos e dois cuidadores por intervenção. No
início e ao término dos encontros utilizaram-se como método avaliativo, os instrumentos de
avaliação psicológica Escalas de Beck, testes de Raven, WAIS–III, além das observações
realizadas pelos estagiários da atuação dos idosos e cuidadores. Resultado e Discussão: Foi
possível realizar visitas domiciliares, palestras sobre o funcionamento do grupo, avaliações
utilizando testes e desenvolvimento de atividades com participantes com idades entre 55 e 87
anos. Foi observado, melhor entendimento sobre o Alzheimer, a importância das atividades
de reabilitação e a aprendizagem de exercícios para estimular o cérebro. Conclusão:
Orientações, atividades de psicoestimulação e aprendizagem de exercícios para estimular o
cérebro por meio de cálculos, memorização, contação de história e música podem ser uma
estratégia interventiva viável para a reabilitação cognitiva de idosos, que além de buscar a
melhora do funcionamento cognitivo, propicia também o ensino para o idoso e seus
familiares, do manejo das alterações emocionais e comportamentais, assim como elevação da
autoestima e melhora na socialização dos mesmos com o cuidador/comunidade, a fim de se
adquirir uma melhor qualidade de vida.

24 A SEXUALIDADE DAS CRIANÇAS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS


ESPECIAIS (NEE)
Alves, C.H.L.; Figueiredo, M.; Campos, S.; Berberian, A.; Serra, M.; Alves, M.P.G.L.,
Alves, C.T.

Introdução: A sexualidade é intrínseca ao ser humano, sendo um dos domínios em que se


encontram aspetos de ordem biológica, psicológica e sociocultural, cuja influência determina
atitudes e comportamentos. Porém, durante muitos séculos, a sexualidade foi tabu e vista
negativamente. Nas escolas, apesar de ser um tema atual, nem sempre é debatido com a
devida relevância. Objetivos: Investigar se os professores do Agrupamento de Escolas de
Oliveira de Frades (PORTUGAL), estão preparados para abordar a sexualidade e se os alunos
com Necessidades Educativas Especiais (NEE) estão preparados para a vivenciar.
Metodologia: Foram realizados dois estudos de caso: um aluno portador de Trissomia 21 e
outro portador de surdez profunda. Foram aplicados questionários aos docentes; realizadas
entrevistas aos dois alunos, às suas mães e a duas profissionais da Educação Especial.
Resultados: Verificou-se que os professores não se sentem à vontade para abordar este tema e
os jovens que participaram da pesquisa possuem conhecimentos precários a respeito da sua
sexualidade, pois não lhes é fornecida educação sexual suficiente e ajustada. Conclusões:
Para que a pessoa com NEE aprenda a lidar com a sua sexualidade, de forma adequada e
responsável, é necessária a criação e a implementação de programas de educação sexual, em
contexto escolar, adequados às suas características, necessidades e condições de vida. Desta
forma, apresentamos um projeto de formação para docentes, de forma a que estes se sintam
mais preparados para dar respostas adequadas a estes alunos.

25 A SÍNDROME DO X FRÁGIL E SEU FENÓTIPO COGNITIVO-


COMPORTAMENTAL EM CRIANÇAS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE
LITERATURA
Rosot, Natália; Riechi, Tatiana Izabele Jaworski de Sá

INTRODUÇÃO: A Síndrome do X Frágil, apesar de ser pouco conhecida, é a causa mais


comum hereditária do déficit intelectual grave a moderado, e está entre as razões mais
frequentes de solicitação de análise cromossômica, análise genética e diagnóstico pré-natal.
Estima-se que o número de indivíduos afetados seja de 1 a cada 4000 homens e de 1 a cada
8000 mulheres. OBJETIVO: Este trabalho consiste em uma revisão sistemática de literatura
que tem como objetivo fazer um panorama do conteúdo das publicações sobre cognição,
comportamento e Síndrome do X Frágil. MÉTODO: Realizou-se o levantamento
bibliográfico nas bases de dados Pubmed, Science Direct, SciELO e LILACS, por meio dos
descritores pré-estabelecidos cognition, behavior e Fragile X Syndrome. Foram considerados
apenas os artigos publicados entre os anos 2006 e 2016. Além disso, para ser incluído no
estudo, o artigo deveria ser relevante em relação às características fenotípicas cognitivo-
comportamentais de crianças com a Síndrome do X Frágil, relatar pesquisas experimentais
transversais e descrever aspectos comportamentais e/ou relacionados às funções executivas.
RESULTADOS: Foram selecionados 13 trabalhos para uma análise mais cuidadosa. As
características cognitivas mais frequentemente apontadas pela revisão realizada foram: baixo
coeficiente de inteligência, prejuízos na atenção, linguagem deficitária e motricidade. Já os
aspectos comportamentais destacados estavam relacionados ao transtorno do espectro autista,
à ansiedade e às dificuldades na socialização. CONCLUSÃO: Notou-se a presença de poucos
estudos disponíveis na literatura e a necessidade de maiores investimentos nessa área de
pesquisa. Mais estudos auxiliarão na maior compreensão da Síndrome do X Frágil e
ampliarão as possibilidades de intervenção.
26 A UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS PROJETIVAS NA AVALIAÇÃO
NEUROPSICOLÓGICA: UMA EXPERIÊNCIA COM A TÉCNICA DE
APERCEPÇÃO PARA IDOSOS (SAT)
Guimarães, Maíra Biajoni; Marques, Bruna Guimarães; Pereira, Camila dos Reis; Pires,
Emmy Uehara

A neuropsicologia estuda as relações entre o cérebro/comportamento, dedicando-se a


investigar diversas áreas cognitivas do indivíduo através de métodos tão amplos quanto
variados. Entretanto, as técnicas projetivas não são frequentemente utilizadas durante uma
avaliação neuropsicológica em decorrência dos seus estímulos pouco estruturados, o que
permite uma ampla variedade de respostas e maior foco nos aspectos qualitativos do
desempenho. A Técnica de Apercepção para Idosos (SAT) é um instrumento projetivo
temático que propõe investigar problemas específicos do envelhecimento, as atitudes e
preocupações das pessoas idosas em relação às questões mais centrais da velhice, bem como
aspectos relacionados à percepção, motivação, sentimentos e perspectivas para o futuro. O
presente trabalho objetiva relatar a experiência dessa técnica projetiva como um recurso útil
para auxiliar nas práticas de avaliação neuropsicológica através de uma análise do
instrumento. Para tanto, a técnica foi aplicada em uma mulher de 61 anos, casada, natural do
Paraná, com queixas relacionadas a problemas familiares. Com a sucessão das pranchas, a
cliente revelou seus estados internos através de pensamentos que denotavam esperança e que
revelavam possibilidade de mudança, entretanto, evidenciava medo da solidão. A avaliação
neuropsicológica pode sofrer interferências de aspectos relacionados a conflitos internos tais
como apresentados pela cliente, diminuindo a eficiência na execução de tarefas e testes
neuropsicológicos. O SAT pode fornecer informações que auxiliam o neuropsicólogo a
delinear hipóteses referentes ao desempenho do cliente durante a avaliação, fornecendo dados
para a realização de um planejamento qualificado das intervenções. Dessa maneira, os testes
projetivos quando empregados de forma integrada com outras estratégias de trabalho
favorecem o entendimento do sujeito de forma ampla e mostram-se relevantes. Seu uso ainda
é escasso na prática clínica, além de ser uma temática pouco mencionada na literatura.
27 ÁBACO JAPONÊS – SOROBAN COMO INSTRUMENTO DE TREINAMENTO
COGNITIVO EM CRIANÇAS
Santos, Tatiana Vasques Camelo; Alves, Juliana Mendes; Sampaio, Nataly; Werner,
Eduardo.

O treino cognitivo se propõe a maximizar as funções cognitivas do treinando, a partir de uma


bateria de exercícios estruturados, com treinos repetitivos. O objetivo deste estudo foi
investigar a relação da prática do ábaco japonês – soroban, como instrumento de treinamento
cognitivo com a funcionalidade percebida qualitativamente pelos praticandos. Trata-se de um
estudo de caso exploratório, com abordagem quanti-qualitativa realizado na unidade do
Método Supera Manhuaçu – MG. Foram sujeitos do estudo 6 alunos, com idade entre 7 e 12
anos, que concluíram os 18 meses do programa proposto pelo Método no período de janeiro a
junho de 2016. Os dados foram coletados a partir de um questionário semi-estruturado,
respondido pelos pais das crianças, a respeito da funcionalidade percebida nos itens:
capacidade de realizar cálculos, memória, concentração, organização, flexibilidade para fazer
coisas novas e fora da rotina, capacidade para resolver problemas, criatividade,
relacionamento interpessoal, regulação emocional e tolerância a frustração. Os pais
conferiram uma nota de zero a dez às condições de seus filhos para cada item constante na
lista, antes de entrar no Supera, e após o término do programa. Os resultados apontaram
melhorias percebidas pelos respondentes em 83% em memória e nos relacionamentos
interpessoais; 66,66% nos aspectos pertinentes a capacidade de realizar cálculos,
concentração, organização e tolerância a frustração; 50% de percepção de melhorias na
resolução de problemas, regulação emocional e criatividade, e 33,33% no item flexibilidade
para fazer coisas novas e fora da rotina. Tendo em vista que o cálculo é uma função cerebral
altamente complexa, que requer a participação de vários circuitos neurais, pode-se inferir que
o treinamento cognitivo com o ábaco-soroban favoreça o desenvolvimento das habilidades
cognitivas permitindo ao praticando transferir tais habilidades em outras tarefas de sua vida
cotidiana, permitindo-os ganhos reais em qualidade de vida, autoestima e funcionalidade.
28 ACIDÚRICA L-2 HIDROXIGLUTÁRICA SOB UMA PERSPECTIVA
NEUROPSICOLÓGICA
Brasil, M. G. N.; Marques, S. C.; Souza, A. C. G.; Moreira, K. S.; Lúcio, L. L. J.

A síndrome da acidúrica L-2 hidroxiglutárica é um raro erro inato do metabolismo,


autossômico recessivo e com características neurodegenerativas, sendo composto por atraso
psicomotor e sinais de disfunção cerebelosa, como ataxia progressiva, dismetria e convulsões.
O início da doença ocorre no primeiro ano de vida de forma lenta e os sintomas iniciais
incluem atraso motor e epilepsia. Apresenta um curso progressivo que leva à deterioração
mental com dificuldades na fala e déficit motor com perda da marcha independente. O
diagnóstico é feito quando há presença do ácido L-2 hidroxiglutárico na urina, plasma e
líquido cefalorraquidiano (LCR). Não há tratamento disponível para esta doença e o
mecanismo fisiológico é desconhecido. O presente trabalho tem por objetivo descrever o
perfil neuropsicológico de uma jovem adulta com a síndrome, através do método
investigativo de avaliação neuropsicológica. O participante deste trabalho foi nomeado como
Laura (nome fictício), dezenove anos, cursa o segundo ano do ensino médio na rede pública.
Antecedentes familiares com dados irrelevantes. À avó paterna demonstra alguns traços
semelhantes ao de Laura, porém nunca foi investigado e não se sabe se tem qualquer ligação
com tal condição. Dentre os sintomas presentes na síndrome, os mais frequentes na paciente
são o as crises convulsivas, atraso cognitivo e a presença de sinais de disfunção cerebelosa.
Os dados obtidos através de uma análise quantitativa e qualitativa do perfil neuropsicológico
apontam para um perfil de prejuízos cognitivos.

29 ADAPTAÇÃO CULTURAL DA READING ANXIETY SCALE PARA A


POPULAÇÃO BRASILEIRA
Piccolo, Luciane R.; Giacomoni, Claudia H.; Julio-Costa, Annelise; Zbornik, John; Haase,
Vitor G.; Salles, Jerusa F.

A habilidade de leitura é um marcador importante para as conquistas acadêmicas em crianças,


sendo um dos focos principais da educação e preditor de sucesso escolar. Educadores e
psicólogos reconhecem os efeitos dos fatores emocionais para o desempenho academico, já
evidenciados em pesquisas. Tendo em vista a relevante relação entre ansiedade e desempenho
acadêmico, ansiedades específicas de desempenho têm sido estudadas, como a ansiedade
matemática e a ansiedade de leitura, e instrumentos vem sendo construídos/adaptados para a
avaliação desses transtornos. A ansiedade de leitura caracteriza-se como uma reação
emocional desagradável em relação ao ato de leitura. Assim como nas fobias, a ansiedade de
leitura ocorre quando os conteúdos de leitura, letras, palavras e sentenças causam sensações
fisiológicas características da ansiedade. A ansiedade de leitura se refere, então, a uma reação
emocional negativa em relação ao processo de leitura que motiva o indivíduo a evitar
materiais de leitura. Este estudo tem o objetivo de apresentar a adaptação cultural da Reading
Anxiety Scale (Zbornik, 1988; Zbornik & Wallbrown, 1991) para a população infantil
brasileira. A adaptação do instrumento foi realizada de forma padronizada, seguindo as etapas
propostas na literatura (Pasquali, 2008; Borsa, Damásio & Bandeira, 2012): 1) tradução do
instrumento para o português brasileiro; 2) síntese das versões traduzidas; 3) avaliação por
juízes experts; 4) avaliação do instrumento pelo público alvo; 5) retrotradução. O estudo
piloto está em andamento. O instrumento estará disponível para profissionais que trabalham
com o desenvolvimento da linguagem e permitirá a investigação da ansiedade de leitura na
população infantil brasileira.

30 ADAPTAÇÃO DO FCSRT-IR (TESLRG)


Zibetti, Murilo Ricardo; Lehnen, Ana Julia; Zuñeda, Gabriela; Machado dos Santos, Fabiula
de Fátima; Trentini, Clarissa Marceli

O objetivo do presente trabalho foi apresentar o processo de adaptação para o Brasil do


TRSLG-EI (Teste de Recordação Seletiva Livre e Guiada com Evocação Imediata, ou
FCSRT-IR). Por utilizar o processo de aprendizagem controlada o TRSLG é o instrumento
indicado pelo International Working Group para a avaliação da memória episódica em
pacientes com demência devido a doença de Alzheimer (DA). A versão que está sendo
adaptada é composta por imagens e conta com um processo de evocação imediata (EI) logo
após a apresentação dos itens. O estudo de adaptação do TRSLG-EI contou com três fases: 1)
obtenção da autorização junto aos autores; 2) processo de tradução envolvendo dois
tradutores, versão de consenso, tradução reversa e comparação e análise de linguista das
diferenças da tradução reversa com o original; 3) seleção das 16 figuras mais bem
reconhecidas e nomeadas pela população alvo. Para a fase 3, as figuras que compõe as três
formas do instrumento constituíram um único protocolo de nomeação com 48 itens
apresentados para 30 idosos, sem queixa cognitiva, com idade média de 69,48 anos
(DP=3,48) e escolaridade média de 12,78 anos de estudo (DP=5,75). Foram analisados os
seguintes aspectos da nomeação de cada uma das figuras: 1) nomeação correta - concordância
conceitual; 2) nome modal e percentual, e; 3) estatística H. A partir desses dados, foram
selecionadas as 16 figuras com maior nomeação-correta dentre aquelas com estatística H que
é menor que 1. Como resultado o percentual médio de nomeação correta das 16 figuras foi de
98,76%, sendo considerado adequado para a população a que se destina. Além de apresentar
a adaptação do TRSLG-EI, o presente trabalho apresenta uma alternativa para adaptação de
instrumentos que utilizam como estímulos figuras nomeáveis através do estudo de nomeação
e seleção de itens adequados.

31 ADMINISTRAÇÃO DE VÍRUS SINTÉTICO PROVOCA DANOS


COMPORTAMENTAIS EM RATOS.
Teles, Bruna Mara Ribeiro; Vale, Mariana Lima; Lucena, David Freitas de
Macedo, Danielle Silveira

INTRODUÇÃO: Atualmente sabe-se que alterações genéticas associadas a insultos virais


pré-natal e pós-natal estão relacionados com o desenvolvimento de transtornos neurológicos e
neuroanatômicos, que se manifestam comumente através de déficits comportamentais e
cognitivos. Um dos modelos animais comportamentais mais utilizados para a avaliação
cognitiva é o modelo da Inibição Pré-pulso (IPP) do sobressalto que é uma medida
operacional do ganho sensorial e motor, definida como a habilidade de um pré-estímulo inibir
a resposta a um estímulo subsequente. OBJETIVO: Este trabalho tem como objetivo
determinar mudanças de comportamento durante a adolescência e idade adulta em ratos
submetidos à administração perinatal de Poly I:C (vírus sintético), por meio do teste de
inibição pré-pulso (IPP).MÉTODOS: Utilizou-se ratos Wistar de ambos os sexos que foram
tratados do 5º ao 7º dia de nascimento com Poly I:C em dose de 2mg/kg por via
intraperitoneal, os testes foram realizados no período da adolescência (36 dias após
nascimento) e fase adulta (60 dias após o nascimento), foram avaliadas três intensidades
diferentes: 70, 75 e 80 decibéis. Para a análise estatística foi utilizado two-way ANOVA,
considerando como critério de significância p <0,05. RESULTADOS: Os animais
adolescentes apresentaram déficits comportamentais em menor escala, nas diferentes
intensidades de IPP em que foram avaliados. Já na idade adulta, estes animais tratados
apresentaram déficits evidentemente elevados e significativos nas intensidades de 70, 75 e
80dB. O IPP é o principal teste indicador de alteração comportamental em animais. No
presente trabalho, encontramos alterações comportamentais principalmente na idade adulta,
mostrando que uma injúria perinatal acarretará déficits neurocognitivos bem mais acentuados
em longo prazo.CONCLUSÃO: Estes resultados corroboram com a hipótese que insultos
provocados por vírus possuem influência neurodesenvolvimental, acarretando déficits
comportamentais que serão bem mais evidentes na vida adulta.

32 ADOLESCENTES COM QUEIXA DE TDAH: COMPARAÇÃO ENTRE OS


MÚLTIPLOS INFORMANTES NA IDENTIFICAÇÃO DOS COMPORTAMENTOS
INTERNALIZANTES, EXTERNALIZANTES E TOTAIS.
Ribeiro, Adriana de Fátima; Micieli, Ana Paula Roim; Cantiere, Carla Nunes; Teixeira, Maria
Cristina Triguero Veloz; Carreiro, Luiz Renato Rodrigues

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é definido pelo DSM-5 como


um problema de saúde mental caracterizado por prejuízos associados à desatenção,
desorganização e/ou hiperatividade e impulsividade, mais frequente e grave do que o
tipicamente observado em pessoas no mesmo nível de desenvolvimento. Avaliação
neuropsicológica é um processo complexo e demanda trabalho interdisciplinar, experiência
na área e atualizações constantes sobre os critérios diagnósticos. Além disso, devem levar em
consideração informações a partir de múltiplos informantes, como pais, professores e o
próprio adolescente. Este projeto tem como objetivo identificar as principais concordâncias
referentes aos comportamentos dos adolescentes com sintomas de TDAH observados pelos
múltiplos informantes. Instrumentos CBCL/6-18, TRF/6-18 e YSR/11-18, pertencem ao
Sistema de Avaliação Baseado em Evidência do Achenbach. Participaram do estudo 20
adolescentes entre 11 a 16 anos, divididos em dois grupos, 10 com diagnóstico TDAH e 10
sem diagnóstico. Os participantes fizeram parte do protocolo de avaliação neuropsicológica,
comportamental e clínica para identificar sinais de desatenção e hiperatividade/impulsividade
no Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento. Os índices de
concordância nas respostas fornecidas pelos múltiplos informantes na correlação entre CBCL
versus TRF, CBCL versus YSR e TRF versus YSR, pelo meio dos valores de referência (Q
corr), de acordo com o programa ADM versão 7, mostrou-se alta para os dois grupos. Na
comparação das escalas de Problemas Internalizantes, Externalizantes e Totais em função dos
grupos e instrumentos, tanto as escalas de Problemas de atenção quanto de Problemas de
déficit de atenção e hiperatividade, observou-se no grupo TDAH que os pais relataram mais
problemas que professores e no grupo controle os professores relatam mais problemas.
Conclui-se, assim, a necessidade de compor procedimentos de avaliação de adolescentes com
queixas de TDAH com diferentes instrumentos de relato por múltiplos informantes para
auxiliar no processo de avaliação.

33 ALTA PREVALÊNCIA DE ESTRESSE GLOBAL, HIPERATIVIDADE E


DIFICULDADES SOCIAIS EM CRIANÇAS COM AUTISMO
Lima, Renata Carneiro de; Nascimento, Isabelle Maria Barroso do; Cunha, Mariana Farias da
Ramos, Igor Weyber da Silva; Silva, Smael Peixoto da; Lustosa, Felipe Leite; Quesada,
Andrea Amaro.

Introdução: Estima-se que cerca de 1% da população mundial seja portadora do Transtorno


do Espectro Autista (TEA). De acordo com o Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders (DSM-V), esse transtorno, uma combinação de causas genéticas e ambientais, é
caracterizado por déficits na linguagem, funções executivas e cognição social e ocorrência de
estereotipias. Contudo, poucos estudos têm focado nas comorbidades, problemas
comportamentais e emocionais que acompanham esse espectro. Objetivo: O presente estudo
visou investigar o perfil comportamental e emocional de crianças com TEA. Método: Para
tanto, foram convidadas 47 crianças com diagnóstico fechado de TEA e com idades entre 2 e
6 anos. Com base no comportamento delas, seus responsáveis responderam o Questionário de
Capacidades e Dificuldades (SDQ), o qual avalia cinco dimensões: sintomas emocionais,
problemas de conduta, hiperatividade e dificuldade de concentração, dificuldade de
relacionamento com outros e comportamento pró-social. A soma das quatro primeiras
dimensões fornece um escore denominado de estresse global. Cada escala, por sua vez, é
composta por cinco itens, com três opções de resposta: falso, parcialmente verdadeiro e
completamente verdadeiro. Além disso, foi aplicado o suplemento de impacto, o qual verifica
tanto a cronicidade do problema quanto suas consequências como o nível de estresse e
sobrecarga para outras pessoas. Resultados: Observou-se que 55,3% das crianças avaliadas
apresentaram estresse global; 27,6% demonstraram problemas emocionais; 32%
apresentaram problemas de conduta, 38,3%, hiperatividade e dificuldades de concentração e
46% apresentaram dificuldades de relacionamento com outros. Além disso, em 63,8% dos
participantes, tais dificuldades comportamentais e emocionais impactam seu cotidiano,
sobrecarregando inclusive os familiares. Conclusão: Tais resultados enfatizam a necessidade
da avaliação do autismo de forma mais global, com foco também nas comorbidades, aspectos
comportamentais e emocionais.
34 ALTERAÇÕES NAS FUNÇÕES EXECUTIVAS, IMPULSIVIDADE E
AGRESSIVIDADE EM INDIVÍDUOS DEPENDENTES DE CRACK
Teixeira, Vanina Papini Góes; Póvoa, Raner Miguel Ferreira; Barbosa, Proscila Bezerra
Melo, Márcio Braga de; Silva, Géssica Gabrielle Gomes da.

O uso de crack é um dos principais problemas de saúde pública, mas são poucos os dados
científicos acerca dos prejuízos cognitivos decorrentes do uso. Esta pesquisa objetivou avaliar
déficits nas funções executivas em usuários crônicos de crack e em usuários após sessenta
dias de abstinência, comparando-os com controles, e identificar os níveis de impulsividade e
agressividade nos indivíduos que fizeram uso de crack. Foi realizado um estudo quantitativo,
de natureza quasi-experimental. Para tanto, foi aplicado um questionário sociodemográfico
para a identificação do sujeito e o padrão de consumo do crack, posteriormente foi realizada a
avaliação neuropsicológica, para a identificação do desempenho das funções executivas, e
depois a avaliação dos níveis de impulsividade e agressividade. Foram utilizados
instrumentos padronizados, sendo eles o BETA-III (estimativa de QI), o BAI (avaliação de
ansiedade), o BDI (avaliação de depressão), a escala BROWN (avaliação de déficit de
atenção), o BIS-11 (avaliação de impulsividade), o questionário de BUSS-PERRY (avaliação
de agressividade), o Stroop Test (avaliação de atenção, controle inibitório e flexibilidade), o
WCST (avaliação de flexibilidade) e o IGT (avaliação de tomada de decisão). Foram
avaliados 102 sujeitos, divididos em três grupos com distribuição harmônica; o grupo G1
formado por 34 usuários de crack, o grupo G2 formado por 34 usuários de crack em
abstinência e o grupo G3, formado por 34 controles. Os sujeitos foram pareados por idade,
anos de escolaridade, nível socioeconômico e QI. Os usuários de crack, grupo G1, obtiveram
desempenho pior que os usuários em abstinência(p<0,05) e do que os controles (p<0,05) na
avaliação das funções executivas, e níveis mais elevados de impulsividade e agressividade; os
sujeitos do grupo G2 apresentaram pior performance nas avaliações realizadas em relação aos
sujeitos do grupo controle, G3, porém melhor do que os do grupo de usuários, G1. Os
resultados indicam que o consumo de crack se relaciona a déficits nas funções executivas e
interferem nos elevados níveis de impulsividade e agressividade, problemas associados às
regiões pré-frontais. A identificação dos prejuízos neuropsicológicos, bem como do
comportamento impulsivo e agressivo de indivíduos com experiência com o crack podem
auxiliar na elaboração de programas de tratamento com maior efetividade, diminuindo, assim,
as altas taxas de não adesão ao tratamento e as elevadas taxas de recaídas destes indivíduos.

35 ALTERAÇÕES NEUROQUÍMICAS E COGNITIVAS MEDIANTE ABUSO DE


ÁLCOOL – UM ESTUDO DE REVISÃO
Knopp, T.; Bedendo, A.; Atalaia-Silva, K.C.

Introdução: a dependência do álcool é um importante problema de saúde pública. Entender


como o etanol altera a química cerebral e a cognição é essencial para o desenvolvimento de
estratégias de tratamento e cuidado adequados. Objetivo: revisar artigos de revisão
publicados nos últimos 10 anos a fim de identificar as principais alterações químicas e
cognitivas do SNC causadas pelo consumo de álcool. Método: foram pesquisadas as bases de
dados PUBMED e Scielo no período entre 2006-2016, sem restrição de linguagem. Os
termos de busca foram “cognition” AND “neuroplasticity” AND “alcohol”. Foram
encontrados 7 artigos dos quais 5 foram considerados relevantes e 2 foram descartados por
não se tratarem de estudos de revisão. Resultados: o uso crônico de etanol promove
alterações nas funções e na plasticidade sináptica, provocando danos principalmente no
hipocampo e na amígdala, levando a prejuízos de memória e aprendizagem. O uso crônico
altera a neurotransmissão glutamatérgica no córtex pré-frontal, levando a alterações das
funções cognitivas. O etanol também promove alterações na neurotransmissão GABAérgica,
levando a uma remodelação sináptica, relacionada ao efeito reforçador da droga. O
interruptor de comportamento entre o reforço positivo e o reforço negativo, é um aspecto
importante do ciclo de dependência do etanol. Estados afetivos negativos que impulsionam o
reforço negativo da dependência, juntamente com as manifestações físicas de retirada da
droga, são referidos como o "lado negro" da dependência. Esses mecanismos representam
disfunções nas vias de recompensa do cérebro e sistemas de emoção. Conclusão: o etanol
promove prejuízos na aprendizagem, memória e outras funções executivas, decorrentes de
alterações neuroquímicas no córtex pré-frontal e em estruturas do lobo temporal.A
dependência de álcool envolve, entre outros fatores, alterações cognitivas e biológicas
relevantes e que devem ser consideradas no tratamento adequado deste transtorno.
36 ALTERAÇÕES PSIQUIÁTRICAS EM PACIENTES APÓS LESIONECTOMIA
DE TUMOR NEUROEPITELIAL DISEMBRIOPLÁSTICO EM LOBO TEMPORAL
À DIREITA POUPANDO A AMÍGDALA E O HIPOCAMPO.
Castro-Pontes, Monique; Fontana, Rosana; Paiva, Maria Inês; Faveret, Eduardo de Sá
Campello ; Zimmermann, Nicolle; Delaere, François.

A epilepsia do lobo temporal pode associar-se à ocorrência de alterações emocionais e


psiquiátricas, observadas nos períodos pré e pós-operatório. Estudos apontam que essas
alterações demonstram que lesões com foco à direita e o tamanho da ressecção são fatores
preditivos desses sintomas em pacientes submetidos à neurocirurgia amigdalo-
hipocampectomia. No entanto, a literatura atual ainda é escassa na descrição de alterações
emocionais e cognitivas após ressecção seletiva de tumores extra amigdalianos e
hipocampais. O estudo apresenta um relato de dois casos pós-operatórios de neurocirurgia de
lesionectomia restrita ao tumor neuroepitelial disembrioplástico (DNET) no lobo mesial
temporal direito (LTD), preservando a amígdala e hipocampo. P.L., 29 anos, masculino,
destro, ensino fundamental completo, auxiliar de depósito, apresentou primeira crise
epiléptica aos 21 anos seguida de crises tônico-clônicas generalizada (TCG). M.C. 22 anos,
destro, ensino médio completo, estudante, apresentou primeira crise epiléptica aos cinco
meses de idade evoluindo para crises TCG. Na avaliação pré-operatória, o exame
neuropsicológico dos dois casos mostrou prejuízos nas funções executivas (inibição e
flexibilidade cognitiva); na avaliação psicológica e psiquiátrica, os pacientes não
apresentaram sintomas de transtornos de humor ou personalidade. No período pós-operatório,
os pacientes apresentaram remissão do quadro epiléptico e desenvolveram um quadro
psicótico com sintomatologia paranoica, agressividade, ansiedade e depressão. Algumas
hipóteses existem para explicar tais alterações nesses quadros, como a da psicose
“normalização-forçada” do eletroencefalograma e da interrupção da inibição rede neural de
área local. O estudo aponta a necessidade de considerar o risco do desenvolvimento de
quadro psiquiátricos na decisão cirúrgica em lesões extra sistema límbico.
37 AMNÉSIA GLOBAL POR DEFICIÊNCIA NUTRICIONAL: RELATO DE CASO
DE PACIENTE EM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO NEUROLÓGICA
Sousa, Nariana Mattos Figueiredo

Introdução: O termo amnésia refere-se a um estado mental patológico em que a memória e o


aprendizado estão afetados em proporções maiores do que as demais funções cognitivas em
um paciente sem alteração do nível de consciência. Os pacientes com amnésia global ou
síndrome amnésica, apresentam amnésia anterógrada persistente e muitas vezes, mas não
necessariamente, por um déficit para recordar fatos e eventos adquiridos no período pré-
mórbido (amnésia retrógrada). O estudo vigente buscou relatar a importância de funções
cognitivas preservadas como compensação do déficit mnemônico em paciente com quadro de
amnésia grave durante programa de reabilitação interdisciplinar. Objetivo: Descrever caso de
amnésia durante programa de reabilitação neurológica. 2. Método: 2.1. Participante: V.J.A.,
57 anos, casado, sexta série do ensino fundamental, agricultor. Apresenta quadro clínico
sugestivo de Encefalopatia por desnutrição calórico-proteíca, em virtude de vários
procedimentos cirúrgicos abdominais em razão de coledocolitíase complicada. Dados de
neuroimagem estrutural não evidenciam lesão em estruturas normalmente relacionadas ao
circuito da memória, como estruturas temporais mesiais e diencefálicas. 2.2. Instrumentos
para coleta dos dados: Foram utilizados testes cognitivos e escalas comportamentais para
obtenção de dados, a fim de delinear o seu programa de reabilitação. 2.3. Instrumentos para
análise dos dados: Foi realizada análise descritiva dos resultados, buscando detalhar as metas
alcançadas e os limitadores para implementação dos auxílios de memória. 3. Resultados:
Após aproximadamente 1 (um) mês em programa de intervenção, constituído por atividades
individuais e grupais (inseridas no contexto e significativas para o paciente), foi observado
que V.J.A. apresentou melhora do padrão de evocação com a repetição das tarefas, porém
ainda com necessidade de monitoração externa constante. 4. Conclusão: Faz-se, então,
necessário acompanhamento longitudinal para obtenção de resultados mais consistentes. Este
caso ilustra os benefícios e limitações das estratégias compensatórias, especialmente em
casos de amnésia global grave.
38 ANÁLISE DA FLUÊNCIA VERBAL EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS.
Lacerda, Maria Carolina Cabral; Cabral, Ana Paula Santos.

Introdução: O envelhecimento é um fator que ocorre gradativamente no ser humano,


envolvendo alterações neurobiológicas estruturais, funcionais e químicas. O teste de fluência
verbal investiga a existência de prejuízo nas funções cognitivas como memória semântica,
atenção e função executiva. Objetivo: Investigar o perfil cognitivo de idosos
institucionalizados assistidos nas instituições de Goiânia. Método: Estudo transversal,
descritivo. A amostra foi composta por 30 idosos de instituições da região Noroeste e Leste
de Goiânia. Foi aplicado o teste de fluência verbal em três categorias: Fluência Semântica;
Fluência Fonêmica (FAS) Fluência Verbal por Verbos. Resultados: A média de acertos no
grupo de maior escolaridade para o teste de fluência semântica foi de 22,6 palavras e o grupo
de menor escolaridade obteve uma média de 15,5 acertos. Nas provas do FAS foi observado
uma variação da pontuação para o grupo de maior escolaridade de 10,2 a 12,5 acertos; O
grupo de menor escolaridade registrou médias variando entre 5,5 a 8,1 palavras, Conclusão:
Na amostra avaliada houve uma grande influencia da escolaridade no desempenho dos testes,
os resultados mostraram-se uma predisposição para o aumento dos riscos de declínio nas
funções cognitivas nos dois grupos pesquisados, ambos os grupos são preditivos para o
desenvolvimento de algum tipo de demência.

39 ANÁLISE DA PRÁTICA DE AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO


NEUROPSICOLÓGICA EM CRIANÇAS E JOVENS AUTISTAS
Thayná Cotrim de Sousa, Denise Oliveira Ribeiro, Claudineia Caires Constâncio, Eliene
Novais Costa, Jade Novais e Silva, Maria Clara Silva e Lima, Patrícia Martins de Freitas

A neuropsicologia do desenvolvimento engloba em seu procedimento terapêutico a avaliação


e reabilitação neuropsicológica. Na Bahia, a oferta desse serviço especializado ainda é
escassa. Assim, é relevante que mais estudos sejam realizados sobre a prática dos
profissionais em neuropsicologia. Esse estudo buscou descrever a prática de avaliação e
reabilitação neuropsicológica em crianças e jovens com transtorno do espectro autista (TEA)
no ambulatório de neuropsicologia do desenvolvimento no serviço de Psicologia da
Universidade Federal da Bahia – UFBA. Participaram do estudo 15 clientes com idade entre
3 e 21 anos (M = 8,5 anos; SD = 5,13) diagnósticadas com autismo, atendidos por 7 discentes
do curso de Psicologia com a orientação da coordenadora do projeto. A análise de dados foi
feita através do método descritivo exploratório. Os instrumentos utilizados para a realizar a
avaliação dos casos foram o Teste de Matrizes Coloridas e Progressas do Raven; Colúmbia,
Avaliação de Traços Autisticos (ATA),Escala de Comportamento Atípico (ABC), Escala de
Classificação de Autismo na Infância (CARS), Escala de Comportamento Adaptativo de
Vineland, Inventário dos Comportamentos de crianças e adolescentes (CBCL), Desenho da
figura humana, Bateria de Avaliação da Inteligência de Crianças com Autismo (BAIA),
Tarefa de Santucci. As intervenções realizadas foram o treinamento de pais, treino de
comunicação, treino de aprendizagem, treino de contato visual, treino de linguagem, controle
da frustração e birras, treino de habilidades sociais, controle da impulsividade, e controle de
comportamento autolesivos. As evoluções mais frequentes nesses casos foram a melhora no
contato visual, maior tempo em atividades sentados, a diminuição na agressividade. As
crianças mais novas passaram a reconhecer as letras e números, houve ganho no repertório
fonológico, bem como uma melhoria na ansiedade para formulação de frases, melhoria de
comportamentos de birra, e ganhos significativos na interação social, contato físico e
expressão de sorrisos.

40 ANÁLISE DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS E DA QUALIDADE DE VIDA NO


TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE INFANTIL
Soares, Marina Celestino; Lemes, Paula; Sales, Lucas Machado; Leite, Donizete Tadeu;
Morales, Nívea de Macedo Oliveira.

INTRODUÇÃO: O TDAH caracteriza-se por dificuldades relacionadas à manutenção do


foco da atenção, controle dos impulsos e da agitação em um estado patológico. As
dificuldades decorrentes do TDAH podem provocar um grande impacto na vida familiar,
escolar e social da criança além dos impactos negativos na sua qualidade de vida (QV). A
avaliação neuropsicológica e o diagnóstico do TDAH abrangem um processo no qual são
avaliadas variáveis cognitivas e subjetivas de maneira interdisciplinar a fim de considerar seu
funcionamento e bem-estar ao longo da vida do indivíduo. OBJETIVO: Avaliar a associação
entre as funções executivas e a qualidade de vida de crianças e de adolescentes com TDAH.
MÉTODO: A amostra foi de 30 participantes de 6 a 14 anos de idade (média = 9,7 anos) com
diagnóstico de TDAH. Foram utilizados a Escala Wechsler de Inteligência para Crianças
(WISC-III) para avaliar o desempenho das funções executivas e o Inventário Pediátrico de
Qualidade de Vida (Pediatric Quality of Life Inventory 4.0 - PedsQL) para verificar a
percepção dos participantes sobre sua qualidade de vida. Esta pesquisa teve aprovação pelo
Comitê de Ética em Pesquisa para Seres Humanos conforme protocolo 668.685. Foi feita
análise de correlação de Pearson entre os escores das funções executivas e os escores da
qualidade de vida. RESULTADOS: As análises mostram que não houveram correlações
significativas entre os fatores avaliados (R=0,006; p = 0,975). CONCLUSÃO: Os dados
sugerem que os fatores avaliados não apresentam associações significativas. Mesmo que
pacientes com diagnóstico de TDAH tenham características e prejuízos comuns, existe uma
grande variabilidade na forma e no comportamento relacionados a um contexto em que a
criança/adolescente vive. Alguns estudos apontam que ainda não há consenso na literatura de
como as crianças/adolescentes com TDAH percebem sua própria qualidade de vida.

41 ANÁLISE DE FATORES ANSIOGÊNICOS PRÉ-NATAIS E A ASSOCIAÇÃO


COM SINTOMAS DE TDAH NA INFÂNCIA E ADOLESCENTES
Pinho, Marília Frota; Menezes, Carlos Eduardo.

Introdução: O TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) é um dos


transtornos psiquiátricos mais estudados na infância. A exposição de fatores pré-natais,
ansiogênicos, são um das possíveis causas de déficits no desenvolvimento de habilidades
cognitivas. A relação entre os eventos ansiogênicos que afetaram mães gestantes e os déficits
cognitivos atencionais dos filhos precisam ser mais bem esclarecidos. Objetivo: demonstrar
as associações entre os eventos estressores físicos e emocionais no período pré-natal e o
prejuízo no neurodesenvolvimento cognitivo e comportamental de crianças e adolescentes.
Métodos: realizamos um processo de investigação associando o relato do histórico de eventos
ansiogênicos de mães no período pré-natal (anamnese), com o desempenho neuropsicológico
dos filhos. O exame neuropsicológico forneceu o perfil cognitivo dos avaliados. Resultados:
A análise dos eventos estressores nas mães, através do anamnese, revelou o seguinte perfil:
45,9% (n=39) sofreram com brigas conjugais, 15,3% (n=13) sofreram com negligência ou
abandono familiar, 7,1% (n=6) passaram por ansiedade no ambiente de trabalho, 31,8%
(n=27) relataram ausência de eventos ansiogênicos. Os escores nos testes cognitivos
revelaram diferenças significativas nas crianças, filhos de mães que sofreram brigas
conjugais, e negligência familiar, nos testes Dígito (6,28±3,52); Corsi (5,82±2,62);
Semelhança (6,84±2,76). Conclusão: Observamos que eventos ansiogênicos podem
contribuir com falhas no processo de neurodesenvolvimento das funções executivas,
associadas aos sintomas de TDAH.
42 ANÁLISE DOS ASPECTOS MACROLINGUÍSTICOS E DESENVOLVIMENTO
DE UM ÍNDICE DE AVALIAÇÃO DO DISCURSO ORAL EM PACIENTES COM
DOENÇA DE ALZHEIMER
Lira, Juliana Onofre de; Bertolucci, Paulo Henrique Ferreira; Minett, Thaís Soares
Cianciarullo Ortiz, Karin Zazo.

Introdução: A demência por doença de Alzheimer (DA) é uma síndrome degenerativa que
compromete as funções cognitivas incluindo a linguagem. O discurso é uma forma natural de
comunicação que permite analisar o processamento da linguagem, organizado nas dimensões
microlinguísticas e macrolinguísticas, e que portanto, pode ser útil para avaliação na DA.
Objetivos: Identificar a ocorrência de alterações da dimensão macrolinguística no discurso
oral em pacientes com DA e; desenvolver uma ferramenta de avaliação do discurso oral
nestes pacientes que inclua as dimensões microlinguísticas e macrolinguísticas. Métodos: Foi
realizado um estudo transversal com 121 indivíduos idosos, com escolaridade igual ou
superior a 4 anos, divididos nos grupos DA e controle. Os sujeitos, submetidos ao Mini-
exame do Estado Mental (MEM) e a subescala cognitiva da Escala de Avaliação da doença
de Alzheimer (ADAS-cog), foram solicitados a emitir uma narrativa a partir de sete figuras
que formam uma história. Foi realizada uma análise dos aspectos macrolinguísticos e foi
proposto o Índice de Avaliação do Discurso Oral para DA, utilizando itens das dimensões
macrolinguísticas e microlinguísticas. Resultados: O grupo DA apresentou desempenho
inferior em relação aos controles para proposições completas relacionadas ao conteúdo,
proposições incompletas, macroproposições, unidades de informação principais, elos
coesivos, rupturas coesivas relativas aos aspectos macrolinguísticos. O Índice de Avaliação
do Discurso Oral para DA foi formado pelos cinco componentes que melhor diferenciaram os
grupos: alterações lexicais e complexidade sintática para a dimensão microlinguística e;
proposições completas relacionadas ao conteúdo, macroproposições e elos coesivos
referentes à dimensão macrolinguística. Conclusões: Foram verificadas alterações
macrolinguísticas no discurso oral em pacientes com DA e com este estudo, foi possível
propor uma metodologia de avaliação do discurso oral capaz de identificar alterações
discursivas em idosos com DA.
43 ANÁLISE NEUROPSICOLÓGICA DOS PRINCÍPIOS DO ENSINO
ESTRUTURADO BASEADO NA ABORDAGEM TEACCH
Reis, Liliane Góes Regis dos

Essa pesquisa tem como objetivo estudar os princípios do Ensino Estruturado baseado na
abordagem TEACCH fazendo uma relação com o desenvolvimento de áreas como funções
executivas, memória e atenção, em uma análise neuropsicológica desses princípios. Para
tanto foi realizada pesquisa bibliográfica sobre os aspectos neuropsicológicos do
desenvolvimento observando como o ensino estruturado intervém nessas áreas. Chegou-se à
conclusão de que o Ensino Estruturado atua de forma consistente na neuroplasticidade
cerebral atendendo às necessidades específicas do cérebro Autista, contribuindo para o seu
desenvolvimento e respectiva aprendizagem. Também se conclui que há uma escassez de
pesquisas na área, abrindo possiblidades para continuidade de estudos relacionando a
Neuropsicologia e o Autismo.

44 ANÁLISES DE CLUSTERING E SWITCHING EM TAREFAS DE FLUÊNCIA


VERBAL: DESEMPENHO DE PACIENTES COM LESÕES
CEREBROVASCULARES
Becker, Natalia; Beckenkamp, Carolina Luísa; Salles, Jerusa Fumagalli

Tarefas de fluência verbal (FV) avaliam funções como linguagem, memória e funções
executivas (FE). Consistem em evocar o maior número de palavras durante um período
determinado, conforme critérios ortográficos (FVO) ou semânticos (FVS), medindo-se o
número total de palavras. Autores propõem a dissociação de componentes de clustering
(memória semântica) e switching (FE) como medidas dos processos cognitivos subjacentes
ao desempenho geral na FV. Este estudo objetiva comparar o desempenho de pacientes pós
Acidente Vascular Cerebral (AVC) e controles em duas tarefas de FV em medidas de
clustering e switching. Participaram três grupos: 1) 10 pacientes com lesão no hemisfério
cerebral esquerdo (LHE); 2) 10 com lesão no hemisfério cerebral direito (LHD); e 3) 20
controles (CT) pareados por sexo, idade e escolaridade. Todos os participantes apresentavam
compreensão da linguagem preservada e foram avaliados com tarefas de FVO (letra F) e FVS
(animais). As variáveis dependentes analisadas foram: número total de palavras evocadas, o
número de clusters, a média do tamanho de clusters e o número de switches. As análises de
comparações de grupos (Kruskal-Wallis) indicaram que na FVO o grupo CT apresentou
melhor desempenho do que o grupo LHE no total de palavras, número de clusters e número
de switches (p<0,05), não houve diferença com o grupo LHD. Na tarefa de FVS os resultados
foram semelhantes, mas no número de clusters tanto LHD como LHE obtiveram desempenho
inferior ao do grupo CT (p<0,05). Conclui-se que LHE prejudica o desempenho em ambas
modalidades de FV e de estratégias de evocação. Já a LHD prejudica o uso de estratégias de
clustering em tarefas de FVS, possivelmente devido ao déficit no processamento léxico-
semântico. Verificar os componentes subjacentes ao desempenho torna-se importante para
melhor compreensão dos déficits e planejamento de estratégias de reabilitação.

45 ANOSOGNOSIA EM PESSOAS COM DOENÇA DE ALZHEIMER


Sousa, M F B; Santos, R L; Turró-Garriga, O; Dourado, M C N; Conde-Sala, J L

Anosognosia é a perda ou a diminuição da consciência dos déficits nas atividades da vida


diária (AVD), nas alterações comportamentais e nos problemas de humor. A anosognosia não
apresenta correlatos bioquímicos, de neuroimagem e neuropsicológicos claros, mas apresenta
uma expressão clínica evidente. Os objetivos foram investigar a estrutura fatorial do
Questionário de Anosognosia na Demência (AQ-D) a partir de uma perspectiva clínica e
verificar a associação entre os fatores clínicos do AQ-D e variáveis dos pacientes e
cuidadores. Por meio de um estudo transversal, avaliamos 221 pessoas com DA e seus
cuidadores por meio do AQ-D, Mini Exame do Estado Mental (MEEM), Estadiamento
Clínico das Demências (CDR), Escala de Depressão Geriátrica (GDS-d), Escala de Avaliação
de Incapacidade em Demência (DAD), Inventário Neuropsiquiátrico (NPI), Inventário de
Sobrecarga (ZARIT) e Inquérito de saúde (SF-12). Nossos dados foram analisados utilizando
análise fatorial e regressões lineares. O alfa de Cronbach foi elevado (α = 0,91), indicando
uma excelente consistência interna. Três fatores foram agrupados: Cognição, Funcionalidade
e Comportamento/Personalidade. Na análise multivariada, para os pacientes, o fator
Funcionalidade foi o mais relevante na associação entre altos níveis de anosognosia e déficits
nas AVD (p < 0,001), menos sintomas depressivos (p < 0,001), mais sintomas
neuropsiquiátricos (p < 0,001) e idade avançada (p = 0,012). Para os cuidadores, o fator
Personalidade foi a mais importante na relação entre altos níveis de anosognosia e sobrecarga
do cuidador (p < 0,001) e gênero feminino (p = 0,022). Em uma perspectiva clínica, a
anosognosia é um fenômeno multidimensional. Além disso, os déficits nas AVD, mais
sintomas neuropsiquiátricos, menos depressão e idade avançada apresentaram efeito negativo
sobre a percepção do paciente no AQ-D, enquanto a percepção dos cuidadores sobre o AQ-D
foi afetada pela sobrecarga e gênero feminino.

46 ANSIEDADE E DEPRESSÃO COMO CONSEQUÊNCIA DA BAIXA


ESCOLARIDADE EM IDOSOS DA COMUNIDADE SANTO ONOFRE EM
MACEIÓ-AL
Maximiano Barreto Madson Alan; Aguiar Iago Moura; Fermoseli André Fernando de
Oliveira

O envelhecimento no Brasil e no mundo vem aumentando a cada ano. A saber, a Região


Nordeste do Brasil possui 55% dos idosos e muitos desses idosos apresentam diversas
psicopatologias oriundas do processo do envelhecimento, assim como, das consequências
sociais a quais estão inseridos. As mais frequentes na atualidade são os sintomas ansiosos e
depressivos, comumente ocorrente nos longevos. O objetivo deste trabalho é apresentar a
ocorrência de ansiedade e depressão em idosos de baixa escolaridade da comunidade Santo
Onofre em Maceió-AL. O presente trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa
(parecer nº 1.602.998) quantitativa onde tive a participação de forma voluntária de 86 idosos,
sendo 56 do sexo feminino e 29 do sexo masculino com idade entre 60 e 90 anos. Utilizou-se
como método de pesquisa o Inventário de Ansiedade Geriátrica (GAI) e a Escala de
Depressão Geriátrica (GDS-15). Diante dos resultados obtidos 51,16% (n=44) não apresentou
nenhuma sintomatologia da ansiedade; 29,07% (n=25) possível caso de ansiedade e 19,77%
(n=17) apresenta provável caso de ansiedade já no GDS-15 52,33% (n=45) sem depressão,
45,35% (n=39) com nível de depressão de leve a moderado e 2,33% (n=2) depressão severa.
Além da ocorrência de Ansiedade e Depressão, a baixa escolaridade pode ocasionar declínio
cognitivo entre os idosos, e dificultar na manutenção da saúde e administração dos
medicamentos que pode resultar dessas psicopatologias. Desta forma, existe a importância de
desenvolver mais pesquisas quanto a ocorrência de Ansiedade e Depressão entre os idosos,
visto que, muitos deste estão sendo negligenciados tanto pelos familiares quanto pela
sociedade.
47 APLICABILIDADE DO QUESTIONÁRIO DE CAPACIDADES E
DIFICULDADES (QCD) PARA RASTREAR TRANSTORNOS MENTAIS EM
CRIANÇAS: ANÁLISES PRELIMINARES
Coutinho, D.; Farias, A. C. ; Felden, E. P.G.; Bara, T. S. ; Furlin, V; Cordeiro, M. L.

Introdução: Transtornos mentais afetam mundialmente 20-30% das crianças em idade


escolar. Esses transtornos caso não sejam identificados e tratados precocemente podem ter
várias consequências negativas. Tendo em vista o número significativamente alto das
psicopatologias que afetam as crianças e adolescentes, faz-se necessário o uso de
instrumentos eficazes para rastreio desses transtornos. O Questionário de Capacidades e
Dificuldades (QCD) tem sido utilizado para essa meta e alguns autores até já utilizaram para
realizar o diagnóstico. Objetivo: Verificar a aplicabilidade e confiabilidade do QCD para
rastrear e/ou diagnosticar transtornos mentais em crianças e adolescentes. Método: Foi
aplicado o QCD-pais em 126 crianças, 7-14 anos, QI > 70, ambos os sexos e os resultados
foram comparados com os respectivos diagnósticos, TDAH, Transtorno Depressivo (TH) e
grupo controle de acordo com o DSM-IV, análises estatísticas foram realizadas considerando
significativo os resultados com p<0,05. Resultados: As sub-escalas do QCD-Pais: Total de
Dificuldades e Estresse Geral e Prejuízo Social, apresentaram confiabilidade para o rastreio e
auxílio no diagnóstico do TH, enquanto sub-escalas: Problemas de Conduta, Hiperatividade,
Problemas com Colegas e Comportamento pró-social para o TDAH. Conclusão: Até o
presente momento, esses resultados preliminares indicaram que as sub-escalas supracitadas
podem ser úteis para rastreio dos transtornos TH e TDAH, devido a sua acurácia.

48 AS CONTRIBUIÇÕES DAS NEUROCIÊNCIAS E DA PSICOFARMACOLOGIA


NO TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR: UM RELATO DE CASO
OLIVEIRA, Lana Sobral de. RAMOS, Igor Weyber da Silva. CAMPOS, Monique Andrade.

Introdução: Diante de um conjunto de pesquisas realizadas no intuito de melhor caracterizar e


compreender o Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) as neurociências vêm contribuindo ao
expor especificidades estruturais e funcionais do sistema nervoso que estariam envolvidos
com os sintomas bipolares, e a psicofarmacologia aprimora e especializa o tratamento
medicamentoso, verificando efeitos e eficácia das drogas. Objetivos: Nessa perspectiva, este
estudo faz aproximações das características comportamentais e sintomatológicas do TAB a
partir de um caso observado e das publicações literárias. Método: Foi realizada uma pesquisa
bibliográfica sobre publicações no campo das neurociências referentes às alterações
neurológicas, em contributo com os estudos da psicofarmacologia, amparados nas
aproximações dos dados observados a partir do exame mental do paciente de um hospital
mental da cidade de Fortaleza diagnosticado com TAB com sintomas psicóticos. Resultados:
Estudos em neuroimagem expõem prejuízos das funções cognitivas como atenção, memória,
velocidade psicomotora, assim como alterações no córtex pré-frontal e hipocampo, da
substância branca e da área cingular anterior, repercutindo em funções como controle
inibitório. Foi possível observar através do exame mental fatores comportamentais e
cognitivos que corroboram com as pesquisas, como uma lentificação no processamento de
informações ou instruções, e respostas incoerentes as perguntas, não sendo observados
sintomas psicóticos. No campo da psicofarmacologia a literatura aponta para uma disfunção
nos sistemas de neurotransmissores, como o sistema dopaminérgico, colinérgico,
neradrenérgico, serotonérgico, GABAérgico, e glutamatérgico, e o tratamento
psicofarmacológico se baseia no uso de estabilizadores de humor, com predominância o uso
do lítio, mesmo com seus pontos negativos. Também é utilizado anticonvulsivante como a
carbamazepina, que não tem mostrado resultados satisfatórios. Ambos os medicamentos
apontados foram observados na análise de prontuário da paciente. Conclusão: As observações
ressaltam a importância da avaliação neuropsicológica no acompanhamento de pacientes com
TAB, para um efetivo tratamento e diminuição de prejuízos cognitivos.

49 ASPECTOS NEUROSICOLÓGICOS DA MEMÓRIA ENVOLVIDOS NA


DEPRESSÃO
Autora: Silva, Miuria Milena Alves da; Co- Autores: Martins, Michelle de Sousa Fontes;
Brandão, Edimilson Costa; Costa Junior, Gilberto; Alves, Cândida Helena Lopes; Nunes,
Larissa Mendonça; Sauaia, Adalgisa Lopes Pereira; Oliveira, Alessandra Cardoso Gomes;
Dutra, Grazielle Caldas

A depressão implica grande impacto na vida de muitas pessoas, expressa por humor
deprimido, perda do interesse nas atividades diárias, perda ou ganho de peso, insônia ou
hipersonia, retardo ou agitação psicomotora, fadiga, sentimentos negativos e desvalia, perda
da concentração e ideias de morte. Pode provocar prejuízos no funcionamento cognitivo do
indivíduo, como: memória, atenção, funções executivas, etc. A memória pode estar
prejudicada, envolvendo principalmente pacientes com histórico de episódios recorrentes de
depressão. Esta alteração está relacionada à desregulação do eixo Hipotálamo-Hipófise-
Adrenal, atuando de forma adversa de hormônios. Apresentando dificuldade de
memorização, falta da evocação de reconhecimento de material verbal e não verbal. Há
ocorrência de fases mistas de manias envolvendo a memória episódica, dificuldade de
organização de significados na rede semântica. O estudo teve por objetivo explicar o
envolvimento do avanço da depressão aos processos cognitivos da memória. Realizou-se uma
revisão bibliográfica no período de 2015 a 2016 estabelecendo o critério de inclusão a data de
publicação das referências entre 2010 e 2016. Foram consultadas as bases de dados SciELO,
LILACS, Biblioteca Virtual em Saúde e DSM-5 (APA, 2014). Pacientes com transtorno
depressivo maior que apresentam episódios recorrentes depressivos, tem demostrado mais
possibilidade de manifestação de déficits cognitivos do que aos quais apresentam episódio
único. O comprometimento cognitivo desses pacientes pode ser reduzido, caso seja
proporcionado melhoria na vida diária com estratégias compensatórias e preservação de
possíveis danos futuros. Pacientes com depressão possuem prejuízo da memorização de
informações, pelo que o processamento da memória se torna desgastante, limitando a
eficiência na execução, porém, não é a diminuição do material lembrado, sendo muitas destas
envolvidos a processos automáticos. Aspectos em torno dos transtornos de humor, incluindo
a pesquisa clínica têm sido encarados de forma positiva na busca de técnicas efetivas para o
diagnóstico, tratamento e prevenção de possíveis sequelas cognitivas.

50 ASSOCIAÇÃO ENTRE DESEMPENHO COGNITIVO E CONECTIVIDADE


FUNCIONAL DA DEFAULT MODE NETWORK EM PACIENTES COM
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO SUBAGUDO
Vicentini, Jéssica Elias; Almeida, Sara Regina Meira; Valler, Lenise; Weiler, Marina;
Campos, Brunno Machado de; Li, Li Min

Introdução: Aproximadamente um terço dos pacientes que sofreram Acidente Vascular


Cerebral (AVC) irão enfrentar problemas cognitivos, que impactam negativamente a
recuperação. A conectividade funcional em resting state é definida como a correlação
temporal entre regiões espacialmente remotas do cérebro. A Default Mode Nework (DMN) é
uma das redes funcionais cerebrais mais proeminentes em resting state e vem sendo
relacionada com o processamento cognitivo. Objetivo: Investigar se a conectividade
funcional da DMN estava associada ao desempenho cognitivo de pacientes com AVC.
Metodologia: Trinta e quatro pacientes que sofreram o primeiro AVC isquêmico subagudo
com idade entre 45-80 anos e sem histórico de doenças neurológicas prévias foram
submetidos a: 1. triagem de desempenho cognitivo através do Montreal Cognitive
Assessment (MoCA) e 2. aquisição de imagens de Ressonância Magnética funcional usando
uma máquina de 3T (Philips). O processamento de imagens foi realizado através de
realinhamento, segmentação, normalização (MNI-152) e suavização, usando a ferramenta
UF2C (User Friendly Functional Connectivity). A análise de variância de uma via foi
conduzida no SPM12 para MATLAB, com correção para: idade, escolaridade e grau de
Fazekas. Os parâmetros de p<0,001 e tamanho do cluster de pelo menos 50 voxels foram
adotados como significativos. Resultados: Foi encontrada associação negativa entre os
escores do MoCA e a conectividade funcional da DMN no giro frontal médio esquerdo
(tamanho do cluster: 67, T=4,35) e no giro parietal inferior esquerdo (tamanho do cluster: 66,
T=4,20). Conclusão: Foi reportado aumento na conectividade funcional da DMN em
pacientes AVC isquêmico subagudo com pior desempenho no MoCA. Tem-se a hipótese de
que essa alteração em conectividade funcional da rede pode estar associada a uma falha em
suprimir a atividade de algumas áreas centrais da DMN envolvidas em processos cognitivos.
Os resultados podem facilitar a compreensão dos mecanismos potenciais do prejuízo
cognitivo pós-AVC.

51 ASSOCIAÇÕES ENTRE FUNÇÕES EXECUTIVAS E O DESENHO NA IDADE


PRÉ-ESCOLAR: COMPARAÇÕES ENTRE PARALISIA CEREBRAL E
DESENVOLVIMENTO TÍPICO
Freire, Tania Cristina; Osório, Ana Alexandra Caldas

O presente estudo comparou o desempenho de um grupo de crianças com Paralisia Cerebral


(PC) e um grupo de crianças com desenvolvimento típico (Controle) em tarefas de
funcionamento executivo e a qualidade de execução do desenho. Foram igualmente
analisadas as relações entre o desenho e o funcionamento executivo em cada um dos grupos.
Foram utilizados os seguintes instrumentos de avaliação: (1) Teste de Stroop semântico para
pré-escolares; (2) Teste das trilhas para pré-escolares; (3) Teste infantil de memória de
trabalho; (4) Palavras ordem inversa; e (5) Dígitos ordem direta e inversa; e (6) Tarefa do
desenho. Foram avaliadas 28 crianças de 4 e 5 anos, divididas em 2 grupos (PC e Controle),
pareadas por idade, sexo, nível cognitivo e tipo de escola. Os resultados revelaram que
crianças com PC apresentaram desempenho significativamente inferior na qualidade do
desenho. Relativamente ao funcionamento executivo, foram encontradas diferenças em
alguns aspectos da flexibilidade cognitiva e do controle inibitório em medidas de tempo. Os
grupos não se distinguiram nas avaliações de memória de trabalho. Nas correlações, os
resultados do grupo controle corroboram um estudo prévio, sendo verificada associação
significativa entre controle inibitório e a fase do desenho. No grupo de crianças com PC,
foram observadas correlações entre a fase do desenho e as demais funções executivas. Estes
resultados apontam para diferenças do desenho bem como de funcionamento executivo
referentes a tempo de resposta do grupo PC quando comparadas ao grupo com
desenvolvimento típico. O padrão de associações entre qualidade do desenho e
funcionamento executivo foi diferenciado entre os dois grupos, sugerindo uma relação do
controle inibitório, bem como de aspectos da memória de trabalho para a execução do
desenho em crianças com PC. Os resultados do presente estudo são encorajadores do uso do
desenho como ferramenta lúdica não apenas em contextos acadêmicos, mas na reabilitação.

52 AUDIÇÃO, ATENÇÃO E MEMÓRIA DE TRABALHO EM IDOSOS


Teixeira, Adriane Ribeiro; Holdefer, Lisiane; Miranda, Circe Nardon Carvalho de; Mottin,
Katiúscia Camargo; Bauer, Magda Aline; Lessa, Alexandre Hundertmarck; Olchik, Maira
Rozenfeld

Introdução: O envelhecimento pode provocar perda auditiva e declínio cognitivo. Estudos


recentes demonstram a existência de relação entre a audição e processos cognitivos, tais
como a atenção e a memória de trabalho. Objetivo: verificar a relação entre audição, atenção
e memória de trabalho em idosos. Método: Os idosos foram convidados a participar do
estudo em um centro auditivo onde foi realizar avaliação audiológica. Após a assinatura do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, foram avaliados por meio de audiometria tonal
liminar, com pesquisa de limiares tonais por via aérea e via óssea, em cabina acusticamente
tratada. A análise da presença de perda auditiva foi calculada pela média quadritonal das
frequências de 500Hz a 4000Hz. Na sequência, aplicou-se os subtestes de atenção e memória
de trabalho do instrumento Neupsilin. Foram incluídos na amostra indivíduos com idade
igual ou superior a 60 anos, que apresentavam capacidade de compreensão dos testes
aplicados. Foram excluídos indivíduos com histórico de distúrbios neurológicos ou
psiquiátricos. Os dados foram analisados de forma estatística quantitativa descritiva,
utilizando-se o teste de qui-quadrado. Resutados: Foram avaliados 34 idosos, sendo 29
(85,2%) do sexo feminino. As idades variaram entre 60 e 86 anos (média 71±6,81 anos).
Com relação às avaliações efetuadas, verificou-se que 18 idosos apresentavam perda auditiva.
O subteste de atenção foi considerado dentro do esperado para o padrão do teste em 31 idosos
e o subteste de memória de trabalho foi dentro do esperado para o padrão do teste em 29
idosos. Verificou-se que não houve relação entre os resultados da avaliação auditiva e da
atenção (p=0,82) e nem entre a avaliação auditiva e a memória de trabalho (p=0,23).
Conclusão: A maior parte dos idosos avaliados apresentavam perda auditiva, sem relação
com alteração na atenção e memória de trabalho.

53 AVALIAÇÃO COGNITIVA DE IDOSAS SUBMETIDAS A ESTIMULAÇÃO


COGNITIVA E ATIVIDADE FÍSICA
Nespollo, Alice Milani; Marcon, Samira Reschetti; Lima, Nathalie Vilma Pollo de Lima;
Dias, Tatiane Lebre; Espinosa, Mariano Martínez

Introdução: Medidas preventivas para o declínio cognitivo decorrente do envelhecimento,


como a prática de exercícios cognitivos e físicos, são alvos de estudos e demonstram ser
medidas potenciais na melhora e manutenção da cognição. Objetivos: Comparar o
desempenho da atenção e memória de trabalho de idosas que participaram de estimulação
cognitiva associada à prática de Taigeiko em relação ao grupo de Taigeiko isoladamente.
Metodologia: estudo quase-experimental, realizado na Universidade Federal de Mato Grosso-
UFMT, no período de fevereiro a julho de 2016, com 16 idosas da comunidade. Foram
incluídas mulheres com 60-79 anos: com cognição preservada (Mini Exame do Estado
Mental); sem sugestividade de depressão (Escala de Depressão Geriátrica Abreviada).
Excluídas idosas com antecedentes neurológicos: uso de psicotrópicos; presença de
limitações auditivas/visuais/motoras. A atenção e memória de trabalho foram avaliadas pelo
Teste de Span de Dígitos – WAIS III anteriormente a intervenção, fase denominada de pré
teste. O grupo experimental foi exposto a prática de estimulação cognitiva e Taigeiko e o
grupo controle somente Taigeiko. Ambas as atividades aconteceram em 16 sessões com
duração de uma hora. Ao término das sessões as idosas foram reavaliadas, pós teste. A
análise estatística foi realizada no programa SPSS 17.0. Verificado normalidade dos dados e
comparado os grupos pelo Teste t para amostras dependentes. A pesquisa foi aprovada pelo
Comitê de Ética em Pesquisa da UFMT, Campus Araguaia - parecer nº 1.372.054.
Resultados: na comparação pré e pós teste, nos grupos experimental e controle, houve
diferença nas médias para ambos os grupos, porém sem significância estatística. Para o grupo
de dupla intervenção as médias tenderam a aumentar, enquanto no de única intervenção as
médias diminuíram. Conclusões: Os achados podem ser explicados pela diferença no número
de participantes em cada grupo, fato este limitador do estudo. Assim, novos estudos precisam
ser desenvolvidos investigando o fenômeno.

54 AVALIAÇÃO COGNITIVA DE PACIENTES COM HIPOTIREOIDISMO


CONGÊNITO TRIADOS PELO PROGRAMA ESTADUAL DE TRIAGEM
NEONATAL DE MINAS GERAIS (PTN-MG)
Andrade, Jéssica Evelyn de; Dias, Vera Maria Alves; Malloy-Diniz, Leandro Fernandes;
Silva, Ivani Novato

O Hipotireoidismo Congênito é uma doença causada pela diminuição da síntese ou ação do


hormônio tireoidiano. É caracterizado por níveis de Hormônio Estimulante da Tireoide (TSH)
sérico elevados (>10μUI/mL) e níveis de Tiroxina (T4) livre geralmente diminuídos (< 0,8
nanog/dL). O tratamento consiste na reposição diária do hormônio tireoidiano. Devido à
importância do hormônio tireoidiano no desenvolvimento cerebral, aspectos como as funções
executivas e inteligência de uma forma geral podem estar comprometidos nestes pacientes.
Este estudo teve como objetivo avaliar o desempenho cognitivo dos pacientes com
hipotireoidismo congênito primário permanente, triados pelo Programa de Triagem Neonatal
de Minas Gerais, tratados precocemente (mediana = 27 dias) e em acompanhamento médico
regular. Utilizou-se o Teste dos Cinco Dígitos e o WISC-IV. Foram submetidos ao WISC-IV:
35 pacientes de 7 a 16 anos (média: 13,48 e desvio padrão: 2,02), sendo 18 meninos e 17
meninas.Foram submetidos ao Teste dos Cinco Dígitos: 22 pacientes de 11 a 16 anos (média:
13,64 e desvio padrão: 1,70), sendo 10 meninos e 12 meninas. Dos 35 pacientes submetidos
ao WISC-IV, 40% obtiveram QI na média, 43% abaixo da média (média inferior, limítrofe e
extremamente baixo) e 17% acima da média (média superior e superior). Dos 22 pacientes
que realizaram o Teste dos Cinco Dígitos no quesito Inibição, 41% apresentou percentil igual
ou menor que 5, 18% igual a 25, 27% igual a 50 e 14% igual a 75. Nenhum paciente alcançou
o percentil 95. No quesito Flexibilidade, 55% dos pacientes apresentou percentil igual ou
menor que 5, 9% igual a 25, 23% igual 50, 9% igual a 75 e 4% igual 95. Estes resultados
mostram que mesmo quando devidamente tratados e acompanhados clinicamente,
aproximadamente 60% dos pacientes com hipotireoidismo congênito ainda podem apresentar
dificuldades no funcionamento executivo e cerca de 43% deles no desempenho cognitivo
geral.
55 AVALIAÇÃO DA INTELIGÊNCIA EM CRIANÇAS COM AUTISMO:
ELABORAÇÃO DE INSTRUMENTOS
Oliveira Ribeiro, Denise; Cotrim Sousa, Thayná; Caires Constâncio, Claudineia; Novais
Costa, Eliene; Martins de Freitas, Patrícia

A avaliação cognitiva de crianças com autismo tem sido realizada por medidas padronizadas
para a população normal. As especificidades do autismo são aspectos que influenciam o
desempenho destes em testes de inteligência tradicionais, dificultando uma avaliação mais
precisa. A elaboração desse instrumento tem como objetivo diminuir as carências na área da
avaliação cognitiva de crianças com autismo. Para a realização do instrumento utilizou-se a
Teoria Clássica dos Testes. Na primeira etapa foi definido o construto inteligência e o modelo
teórico utilizado. Na segunda etapa foi realizada a identificação das dimensões que compõe o
construto e sua operacionalização através de itens de tarefas com paradigma experimental. O
resultado desse estudo é a elaboração de um instrumento com a finalidade de avaliar a
inteligência de crianças autistas, com base nas dez dimensões do modelo de inteligência
CHC, sendo: Processamento Visual (tarefa de Construção e Percepção Visual); Memória de
Curto Prazo (Lista de Figuras e Baralho de Figuras); Velocidade de Processamento
(Completar Sequências); Conhecimento Quantitativo (Relógio e calendário, Conjunto e
Resolução de Problemas); Leitura e Escrita (Leitura de Palavras e Escrita de Palavras);
Inteligência Fluida (tarefa de Processamento Visuoespacial); Processamento Auditivo (tarefa
de Discriminação de Rimas); Inteligência Cristalizada (Associação Semântica e tarefa de
Atenção e Inferência); tarefa de Memória de Longo Prazo; tarefa Rapidez de Decisão. Para
avaliar competências além do que propõe o modelo CHC, foram elaboradas as tarefas de
Flexibilidade Cognitiva e do Labirinto. O instrumento passou por análise de juízes, com
parecer favorável. Essas tarefas são constituídas de estímulos pictoriais e sua manipulação
evita a execução em lápis e papel, possuindo instruções curtas e de fácil assimilação. O
modelo CHC apresentou convergência com as funções avaliadas indicando que a bateria
elaborada pode contribuir com a avaliação de componentes cognitivos mais específicos,
disponibilizando informações úteis sobre o perfil cognitivo desses indivíduos.

56 AVALIAÇÃO DA MEMÓRIA OPERACIONAL NO TESTE DE STROOP DE


EXPRESSÕES FACIAIS COM CONFLICTO EMOCIONAL (TREFACE)
Prada, Edward Leonel (UnB/UPBBGA); Satler, Corina (UnB) & Tomaz, Carlos Alberto
(UnB/CEUMA)
Delineamentos experimentais têm oferecido possibilidades para que por meio da avaliação
neuropsicológica seja possível explorar mecanismos neurobiológicos e comportamentais que
podem estar envolvidos na eficiência ou déficits do processamento facial humano. O objetivo
do presente estudo foi descrever a construção de um instrumento de avaliação de expressões
faciais com conflito emocional (TREFACE) adaptado ao contexto brasileiro e avaliar sua
precisão. Foram avaliados 42 adultos saudáveis (17 homens, média de idade: 28.14 anos, DP:
1,69) utilizando à versão do TREFACE. A primeira etapa foi de leitura das palavras (ELP)
das expressões emocionais, seguida de uma etapa de reconhecimento (ER) da expressão
emocional utilizando estímulos congruentes (EC) e incongruentes (EI) em seqüência pseudo-
aleatória. Foram realizadas análises das duas etapas (ELP e ER) considerando os tipos de
estímulos (EC e EI). O desempenho dos sujeitos foi mensurado por meio da taxa de acertos
(TA), velocidade de nomeação (VN) ao longo das tarefas além dos erros de processamento
(EP) na etapa ER-EI. A análise de variâncias revelou diferenças estatisticamente
significativas quanto à variável TA entre as etapas, (ER-EI<ELP-EC; ELP-EI, ER-EC)
(p<0,05). Quanto à VN, o tempo na etapa ER-EI foi significativamente maior comparado ao
da ELP-EC (p<0,05). A variável EP na etapa ER-EI, revelou maior número de erros no
processamento das imagens de valência emocional relacionadas com o medo. Os resultados
do presente estudo sugerem que o TREFACE é um instrumento eficaz/válido para avaliar o
fenômeno do efeito Stroop emocional para o modelo de reconhecimento de expressões faciais
humanas. Tal instrumento pode ser relevante na avaliação das funções executivas, auxiliando
na compreensão dos mecanismos emocionais e sua disfunção em transtornos
comportamentais e psiquiátricos.

57 AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM PACIENTES COM LESÃO


CEREBROVASCULAR NOS HEMISFÉRIOS DIREITO E ESQUERDO
De Freitas Silva, Jéssika; Outeiral Taveira, Clara; Breder, Virgília; Luchesi Cera, Maysa;
Oliveira Ferreira, Joines; Satler, Corina.

Introdução: As funções executivas (FE) são habilidades que, integradas, capacitam o


indivíduo a tomar decisões, avaliar e adequar seus comportamentos e estratégias, buscando a
resolução de um problema. Lesões cerebrais, como as causadas pelos Acidentes Vasculares
Cerebrais (AVC), comumente causam prejuízo nessas funções. Estudos evidenciam o
importante papel do lobo frontal esquerdo nas FE. Todavia, são relevantes investigações
sobre a participação tanto do hemisfério esquerdo (HE) quanto do hemisfério direito (HD)
nessas habilidades cognitivas. Objetivo: Analisar o desempenho das FE de pacientes pós-
AVC de HD e HE por meio de testes neuropsicológicos. Método: Foram avaliados 11
pacientes (7 homens) com histórico de AVC (5 em HD e 6 em HE), destros, com idade média
de 56,2 anos (DP: 7,5) e com escolaridade média de 10,2 anos (DP: 2,6). Todos vinculados à
Unidade de Reabilitação do Hospital Universitário de Brasília e selecionados com base em
critérios de inclusão. Primeiramente, realizou-se a assinatura do TCLE, seguida da anamnese
e da aplicação dos testes: Fluência Verbal fonológica e semântica; e dos subtestes da Escala
de Inteligência Wechsler para Adultos (Códigos; Raciocínio Matricial; Dígitos – ordem
inversa e Compreensão). Comparou‑ se a pontuação de cada caso à média de desempenho de
seu grupo normativo. Resultados: Pacientes com HE lesionado obtiveram piores
desempenhos nos domínios cognitivos de fluência verbal, categorização, memória
operacional, abstração e julgamento social. Enquanto que pacientes com HD lesionado
obtiveram piores resultados nos domínios de velocidade de processamento e raciocínio
lógico. Conclusão: Os resultados corroboram a dominância do HE no que tange às FE e a
presença de disfunção executiva nos pacientes pós-AVC de HE. Sugere-se a incorporação de
testes executivos na avaliação neuropsicológica de pacientes pós-AVC para melhor
compreensão do perfil cognitivo visando a elaboração de abordagens terapêuticas e de
estimulação que possam contribuir na melhoria da qualidade de vida dos pacientes.

58 AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM PACIENTES OBESOS PRÉ E


PÓS CIRURGIA BARIÁTRICA
Peres de Paula, Joana; Fuentes, Daniel

Introdução: A obesidade é uma das maiores causas de morte evitável. Estudos têm
demonstrado a associação desta condição com prejuízos neuropsicológicos. Os achados mais
consistentes referem, além de prejuízo na memória, associação de alto IMC a reduzidas
capacidades das funções executivas. Objetivo: Verificar se há alteração das funções
executivas após cirurgia bariátrica nos pacientes obesos. Comparar as funções executivas de
indivíduos obesos candidatos a cirurgia bariátrica ao desempenho de sujeitos de peso normal.
Método: Avaliação neuropsicológica dos sujeitos candidatos a cirurgia bariátrica pré e pós 6
meses da intervenção. Os sujeitos foram pareados em idade e grau de escolaridade com
sujeitos de peso normal. Os pacientes obesos não operados formaram o grupo controle na
avaliação das funções executivas, minimizando desta forma, o efeito aprendizado dos
testes neuropsicológicos. Foram utilizados os seguintes testes: Dígitos direto e indireto
WMS-III-Wechsler; Trail making, Stroop, MFFT, Figura de Rey, WSCT, IGT, RAVLT.
Resultados: Os sujeitos obesos testados antes da operação, se confrontados aos obesos
controle tiveram desempenho melhor no WCST (p<0.05) e MFFT (p<0.05). A amostra de
obesos operados em comparação aos magros apresentou pior perfomance nos testes de figura
de Rey (p<0.05) e WCST (p>0.05). Conclusão: Os sujeitos obesos que passaram pela
cirurgia, na avaliação pré-operatória, demonstraram melhor flexibilidade mental e menor
impulsividade ao responder questões quando comparados aos sujeitos obesos controle. Estas
podem ter sido medidas usadas intuitivamente na seleção médica daqueles pacientes que
teriam melhor capacidade de adaptação a uma nova realidade. Além disso, observou-se que,
em comparação aos magros, os sujeitos operados pioraram o planejamento após a cirurgia.
Esta piora pode ser explicada pelo "efeito guarda-chuva" esperado na cognição de sujeitos
obesos que passam por dietas restritivas e hipocalóricas. Considera-se que estes sujeitos
passam por uma piora cognitiva para em seguida melhorar seu desempenho.

59 AVALIAÇÃO DE AUTISMO EM ADULTO: UM ESTUDO DE CASO


Rodrigues, Luísa Ester Barbalho de Freitas

Existem diversas evidências da existência de adultos com transtorno do espectro autista sem
diagnóstico. A ausência de identificação deste transtorno gera sofrimento psíquico como
estresse, depressão e episódios psicótico com auto e hétero agressão, bem como dificuldades
práticas como a inabilidade na inserção social e dificuldades na empregabilidade. Esse
quadro também é, muitas vezes, incompreensível para os que estão redor do autista,
sobrecarregando emocionalmente e financeiramente os familiares. O presente estudo teve
como objetivo a avaliação neuropsicológica de um paciente adulto do sexo masculino, de 38
anos, com queixa de dificuldade de socialização e de inserção em atividade laboral. Para isto
foi realizada entrevista inicial, avaliação neuropsicológica abrangendo as funções eficiência
intelectual, memória, atenção, funções executivas, linguagem, visuoconstrução, praxias e
percepção. Também foram avaliados aspectos comportamentais e de personalidade. Foi
utilizada a Escala de Quociente do Espectro de Autismo (AQ). Os principais resultados da
avaliação neuropsicológica apontam um desempenho na média superior para eficiência
intelectual, e desemprenho abaixo do esperado na memória episódica visual, atenção
sustentada, alternada e dividida, em velocidade de processamento e em fluência verbal
nominal. No AQ pontuou para transtorno autístico leve e na avaliação de personalidade com
o Inventário fatorial de Personalidade (IFP-II) demostrou nos fatores de segunda ordem
predominância das necessidades de controle e oposição sobre as necessidades afetivas e as
necessidades de ordem e organização. Os achados clínicos e da avaliação indicaram que o
paciente apresenta perfil neuropsicológico e comportamental característicos de Transtorno do
Espectro Autista sem comprometimento intelectual concomitante.

60 AVALIAÇÃO DE DIFERENTES PROCESSOS INIBITÓRIOS EM UMA


AMOSTRA DE IDOSOS SAUDÁVEIS
Varela, Maria; Faria, Edison; Rabelo, Gabriel; Mendes, Karina; Levino, Lívia; Garcia, Ana;
Tavares, Maria Clotilde; Satler, Corina.

Introdução: O controle inibitório representa a habilidade de controlar funções de modo a


suprimir ou resistir informação irrelevante, assim, a inibição é considerada um dos
componentes centrais das funções executivas. Ela inclui a inibição comportamental
(autocontrole), assim como a inibição cognitiva (atenção seletiva). No envelhecimento é
observado um déficit significativo em tais funções. O teste Stop Signal Task (SST) e o Teste
do Stroop são dois testes de tarefas inibitórias que demandam a supressão/inibição de uma
resposta pré-estabelecida para a execução correta de outra, porém alguns estudos citam que
eles podem agir em diferentes aspectos da inibição. Objetivo: Avaliar e comparar o
desempenho de idosos saudáveis em duas tarefas de controle inibitório, testando a hipótese de
que existe uma relação entre os desempenhos nos testes. Método: 17 participantes (média de
idade 68.82 ±4,37 anos; escolaridade 16.21±4.48 anos), foram avaliados mediante o teste
SST e o teste de stroop. O desempenho foi analisado mediante uma medida de acerto geral
(sst), SSRT (Stop Signal Reaction Time); o tempo de resposta-RT e porcentagem de acertos
(teste de stroop). Análises de Correlação Linear foram feitas. Resultados: Houve uma
correlação positiva e significativa entre o SSRT e a medida de acertos gerais do SST (rs=
0,58; p<0.05), uma correlação negativa não significativa entre a porcentagem de acertos do
Stroop e o RT (rs= -0.21; p>0.05), e uma correlação positiva não significativa entre medida
de acertos gerais do SST e porcentagem de acertos do Stroop (rs= 0,27; p>0.05). Conclusão:
Os resultados preliminares sugerem que ambos instrumentos estariam avaliando aspectos
diferenciados do controle inibitório, o que corrobora com a literatura que diz que as medidas
dos dois testes são influenciadas por diferentes processos.
61 AVALIAÇÃO DE SINTOMAS DEPRESSIVOS EM UM GRUPO DE IDOSOS DE
UM CENTRO DE REFERÊNCIA
Lima, Jamaci de Almeida Machado Corrêa; Silva, Licinio Esmeraldo; Carvalho, Mariana
Lopes Olimecha; Dal Bello, Mabel Aguiar de Oliveira; Magdalena, Rita de Cassia Barreto;
Boechat, Yolanda Eliza Moreira; Câmara, Vilma Duarte

Introdução: Alterações psicológicas e comportamentais nas demências são entidades de


difícil manejo na clínica. Sintomas depressivos estão presentes em maior ou menor nível em
todos os tipos de quadros demenciais. Objetivo: Este estudo buscou identificar e classificar os
tipos de sintomas depressivos encontrados em idosos, atendidos no ambulatório de neurologia
comportamental de um hospital universitário. Método: Como parte da rotina de avaliação
neuropsicológica, as neuropsicólogas responsáveis pelo trabalho realizaram reavaliação
neuropsicológica de 29 pacientes de um Grupo de Reabilitação com demência leve. Para
investigação da presença de sintomas depressivos, as profissionais realizaram entrevistas
semiestruturadas usando o Protocolo da Escala de Cornell, realizando entrevista com o
cuidador do idoso, seguida pela avaliação direta do paciente. Visando esclarecer dúvidas
existentes, houve retorno ao cuidador para avaliar o comportamento do idoso em cada uma
das dezenove facetas da escala de depressão na demência. Resultados: A avaliação pela
Escala Cornell de Depressão na Demência - ECDD, alcançou média de 9,9 pontos (com
desvio padrão de 7,26 pontos), com mediana de 9 pontos. A pontuação individual variou de 0
até 27 pontos. A severidade da depressão indicou 41,5% dos idosos sem depressão, 10,3%
com presença de sintomas depressivos, 37,9% em provável estado depressivo e 10,3% com
quando depressivo instalado. Nestes, os sintomas dominantes com intensidade severa foram
ansiedade, falta de reação a acontecimentos agradáveis e idéias suicidas. Nos idosos com
provável estado depressivo, o sintoma mais incidente foi falta de reação a acontecimentos
agradáveis e no grupo de idosos com presença de sintomas depressivos, foram mais
encontradas irritabilidade, queixas somáticas múltiplas, perda de interesse e perda de peso.
Conclusão: Os resultados preliminares desse estudo estão de acordo com a literatura que
registra a presença de sintomas depressivos em níveis variados na demência e são
importantes para o tratamento e acompanhamento dos pacientes.
62 AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DA NEUROMODULAÇÃO POR ESTIMULAÇÃO
TRANSCRANIANA POR CORRENTE CONTÍNUA (tDCS) NA ATIVIDADE
ELETROENCEFALOGRÁFICA DE JOVENS UNIVERSITÁRIOS DURANTE O
TESTE DE STROOP
Costa, Vanessa Ferreira; Paniago, Cássia Karolina; Santos, Priscilla Magalhães; Garcia, Ana;
Sá, Soraya Lage; Brasil-Neto, Joaquim Pereira; Tavares, Maria Clotilde H.

Recentemente, verificou-se um aumento nos estudos que avaliam a influência da estimulação


transcraniana por corrente contínua (tDCS) nas funções neuropsicológicas, porém poucos
verificam os efeitos desta técnica na atividade eletroencefalográfica. Este estudo teve como
objetivo avaliar a atividade cortical de 17 universitários hígidos (9 mulheres, média de idade:
21,5 anos, DP: 0,5) destros e tricromatas submetidos a duas sessões de tDCS: real (1 mA, 20
minutos, aparelho Trans-Cranial®) e simulada/sham (interrupção da estimulação após 30s)
com cátodo (25 cm²) posicionado em F3 e ânodo (35 cm²) na região superciliar direita, com
um intervalo de uma semana. O registro eletroencefalográfico (23 eletrodos Ag/AgCl -
Sistema 10-20, aparelho NeuronSpectrum-4/EP®) foi realizado durante o teste de Stroop,
com versão de três etapas (congruente-EC, incongruente-EI e semelhança fonética-ESF) e
após a tDCS. Os registros foram tratados pelo software EEGLab e geraram mapas
topográficos nas bandas de frequência tradicionais para cada etapa do teste nas sessões
correspondentes que revelaram maior atividade nos lobos temporal e occipital direito durante
EI e ESF (ANOVA bifatorial, p<0,05) apenas para a sessão simulada. Isto indica maior
atenção à representação mental das palavras e ao processamento visual durante as etapas que
apresentaram conflito. Os resultados sugerem a influência da neuromodulação, uma vez que
foram encontrados resultados significativos apenas na sessão simulada. Ao se comparar as
etapas e o tipo de sessão em função do gênero dos participantes, foram encontrados valores
elevados de potência de ativação cortical nas áreas frontais e centrais entre as mulheres
(ANOVA bifatorial, p<0,05), o que pode indicar diferenças no comando motor e nas
estratégias do processamento cognitivo, especialmente no controle inibitório. A escassez de
estudos semelhantes dificulta a interpretação dos resultados, portanto estudos adicionais são
importantes para melhor compreensão dos resultados apresentados e da influência da tDCS
nos ritmos cerebrais.
63 AVALIAÇÃO METACOGNITIVA DA VIVACIDADE DA IMAGEM MENTAL
DE FIGURAS COM VALÊNCIA EMOCIONAL
Fachinello, Karim; Maniglia, Mariana Ribeiro; Galera, Cesar Alexis.

A imagem mental é considerada um conjunto de representações que dão origem a experiência


de visualizar um estímulo na ausência de um input sensorial. Este processo de recuperação da
informação ocorre no sistema de memória de trabalho. Embora as imagens mentais e
memória de trabalho visual envolvam a capacidade para representar e manipular a
informação visual, a investigação sobre a imagem mental ainda é negligenciada. Dada a
centralidade do imaginário em doenças mentais, como depressão, transtorno de estresse pós-
traumático e esquizofrenia, se faz necessário pesquisas em imagem mental com valência
emocional. O objetivo deste estudo foi investigar a geração de imagem mental de figuras com
valências emocionais positivas, neutras e negativas, através de uma avaliação metacognitiva
da vivacidade da imagem mental. A amostra foi de 10 adultos voluntários sem diagnóstico de
transtorno de humor, de ambos os sexos. As figuras foram selecionadas a partir do banco de
dados do International Affective Picture System (IAPS). A tarefa consistiu na apresentação
de uma imagem com valência emocional (positiva, negativa ou neutra) por 3 segundos,
seguida por um intervalo de retenção de 5 segundos (tela em branco), um bipe era
apresentado indicando o momento em que o participante deveria realizar a avaliação da
vivacidade da imagem mental após o intervalo de retenção. A avaliação foi feita através de
uma escala Likert de 5 pontos, sendo 1 menos nítido e 5 mais nítido. Os resultados analisados
através de uma análise de variância (ANOVA) demonstraram que não houve diferença na
avaliação da vivacidade da imagem mental entre as valências, bem como no tempo de
resposta. Entretanto os resultados demonstraram uma correlação negativa alta entre o tempo
de resposta e a avaliação da vivacidade. Este experimento indicou que adultos sem
diagnóstico de transtorno de humor avaliam as imagens mentais de valências diferentes com
a mesma nitidez.

64 AVALIAÇÃO NÃO-VERBAL DE INTELIGÊNCIA NOS TRANSTORNOS DO


ESPECTRO DO AUTISMO: CORRELAÇÃO ENTRE DOIS INSTRUMENTOS
Mecca, Tatiana Pontrelli; Lima, Renata Manuelly Feitosa; Antônio, Daniela Aguilera Moura;
Lowenthal, Rosane; Macedo, Elizeu Coutinho; Laros, Jacob Arie.
A literatura na área da avaliação cognitiva de indivíduos com Transtornos do Espectro do
Autismo (TEA) reporta as vantagens do uso de instrumentos não-verbais em função das
dificuldades de linguagem e comunicação presentes nesta condição. Embora estudos apontam
para o perfil de “picos e vales” em diferentes tarefas não-verbais (habilidades visuo-espaciais
e de execução mais preservadas em relação às habilidades de raciocínio fluido), os
desempenhos nestas parecem associados. O objetivo do presente estudo foi investigar se a
correlação entre o desempenho de indivíduos com TEA em dois testes não-verbais.
Participaram do estudo 21 sujeitos com diagnóstico de TEA, entre 6 e 19 anos (M=10,25;
DP=4,31). Foram utilizados os testes de inteligência SON-R 6-40 e Leiter-R. Avaliação de
sintomas foi realizada com o responsável pelo participante a partir do Autism Behavior
Checklist (ABC) Análises de Correlação de Pearson mostraram ausência de relações
significativas entre o desempenho nos testes de inteligência e a idade dos participantes e a
pontuação obtida no ABC. Entre os testes de inteligência foram observadas correlações
positivas, significativas, com magnitude variando entre moderada e alta. As maiores
correlações foram observadas entre o subteste Analogias da Leiter-R com os subtestes do
SON-R 6-40. O subteste Padrões do SON-R 6-40 também apresentou altas correlações com
os subtestes Figura-Fundo, Analogias e Sequências da Leiter-R. Tanto os subtestes de
Execução como de Raciocínio do SON-R 6-40 se correlacionaram de forma positiva e
significativa com os subtestes de processamento visual (Gv) e inteligência fluida (Gf) da
Leiter-R, corroborando achados prévios que mostram que apesar das tarefas demandarem
algumas habilidades específicas, há uma parte significativa da variância no desempenho que
é compartilhada.

65 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA EM PACIENTES DO SETOR DE


NEUROLOGIA DE UM AMBULATÓRIO DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
EM MANAUS/AM
Alencar, Cláudia Marília Ferreira; Abitbol, Michelle Lopes; Barros, Carolina Mourão Franco
de Sá; Dalavale, Tayná da Silva.

Os testes neuropsicológicos são um tipo de avaliação complementar dos exames neurológicos


realizados pelos médicos. É um procedimento importante para o conhecimento mais
detalhado e assertivo de aspectos que não podem ser detectados nos exames médicos. A
avaliação neuropsicológica investiga não só os aspectos comportamentais que são analisados,
mas também as áreas cognitivas, de linguagem, sensoriais e das funções executivas. O projeto
teve por objetivo agregar mais um serviço dentre os já desenvolvidos no Ambulatório de
Neurologia Clínica de um Hospital Universitário de Manaus, estruturando um convênio
multidisciplinar, no intuito de construir um diagnóstico mais preciso para pacientes com
suspeita de doenças como: declínio cognitivo e/ou demência, doenças desmielinizantes e
epilepsia generalizada e focal. Os procedimentos para a obtenção de dados basearam-se em
avaliações neuropsicológicas em 6 sessões divididas em 3 dias com duração de 120 minutos
por dia (2 sessões). Os testes psicológicos e neuropsicológicos foram utilizados de acordo
com as hipóteses diagnósticas e as especificidades dos pacientes adultos, que sofriam de
déficits cognitivos, demências, doenças desmielinizastes e epilepsias, encaminhados pelos
neurologistas do setor de Neurologia Clínica, do Ambulatório. Foram atendidos 23 pacientes
(16 com Demências, 4 com Doenças Desmielinizantes e 3 com Epilepsias). Destes, 13 do
gênero feminino e 10 do gênero masculino. Verificou-se a importância da avaliação
neuropsicológica para um diagnóstico preciso para a escolha de um tratamento mais
adequado para determinado tipo de doença, como exemplo, os vários tipos de Demências, no
qual faz-se necessário o diagnóstico correto. Há a necessidade de realização de avaliação
neuropsicológica no Ambulatório de um hospital universitário como meio de engrandecer a
vivência de campo dos acadêmicos de psicologia envolvidos, assim como também, o
conhecimento da importância dos serviços de neuropsicologia aos residentes de neurologia e
neurocirurgia do hospital universitário.

66 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA COMO FERRAMENTA NO


DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: DOIS CASOS DE SÍNDROME DE TOURETTE
Braga, Carolina Magro de Santana; Borges, Karina Kelly; Martins, Carla Giovanna Belei.

Síndrome de Tourette possui prevalência de 0,5/1000 habitantes e evidencia comorbidades


clínicas com os Transtornos de Ansiedade e Déficit de Atenção e Hiperatividade, com
característica subclínica muitas vezes. Alterações no circuito córtico-estriado-talâmico levam
a disfunções neuropsicológicas e estão associadas a síndrome. O objetivo do estudo é
demonstrar a avaliação de dois pacientes com hipótese diagnóstica de Síndrome de Tourette.
Duas meninas, com sete anos (participante A) e nove anos (participante B), com presença de
tiques vocais e motores há pelo menos um ano. Foram utilizados como instrumentos:
entrevista com os pais, Rey Auditory Verbal Learning Test, Escala Wechsler de Inteligência
Para Crianças – 4° edição e o Teste de Cópia e de Reprodução de Figuras Geométricas
Complexas. Na visuoconstrução, ambas obtiveram resultados abaixo da média, A com 17,5
pontos para a reprodução (percentil 20) e B com 26 pontos (percentil 10). A recuperação
mnemônica da figura complexa também esteve abaixo do esperado, percentil 30 e percentil
20, respectivamente. Em relação ao planejamento, os dados foram díspares, com um
desempenho adequado com A e inferior no B. Na avaliação de aprendizagem verbal ambas
obtêm resultado de acordo com o esperado para a faixa etária, sendo ∑A1/A5=54 e
∑A1/A5=44. A eficiência intelectual estimada encontra-se no percentil 82 e 92. Em relação a
compreensão verbal, memória operacional e velocidade de processamento ambos os
desempenhos são superiores. Na avaliação de organização perceptual A pontuou percentil 30,
B, percentil 91. Os dados sugerem desempenho médio e superior em todas áreas com exceção
da visuoconstrução em ambos os casos e organização perceptual e memória visual, no caso
da participante A. Os dados corroboram estudos prévios que descrevem disfunções
visuoconstrutivas e alterações na percepção visual. Nos casos avaliados, os resultados
forneceram subsídios para intervenção terapêutica e mudanças na rotina das crianças que
permitiram melhora das disfunções observadas.

67 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DA MEMÓRIA OPERACIONAL EM


ESCOLARES DA REDE PÚBLICA E PRIVADA DA CIDADE DE CURITIBA
Aquino, Janaína Liz; Borges-Paraná, Camila.

A memória operacional é composta por um conjunto de processos cognitivos elaborados que


combinam tanto o armazenamento temporário como o processamento das informações
recebidas. Este sistema está envolvido em atividades cognitivas superiores como
compreensão da linguagem, leitura, aritmética e resolução de problemas. A literatura indica
que estudantes com dificuldades de aprendizagem podem apresentar prejuízos no
processamento, armazenamento ou manipulação de informações. Assim, estudos que
investigam o desenvolvimento da memória operacional são essenciais para a compreensão do
processo de aprendizagem. Objetivo: avaliar a memória operacional de escolares e
correlacionar os resultados com o desempenho acadêmico. Método: A amostra foi composta
por 30 escolares do Ensino Fundamental e Médio, com idade média de 10,4 (DP= 3,45) anos,
50% do sexo feminino e 73,3% de escola particular. Os participantes foram avaliados a partir
dos subtestes que compõem o Índice de Memória Operacional (IMO) do WISC-IV (Dígitos,
Artitmética e Sequência de Números e Letras) e pelo instrumento complementar Cubos de
Corsi. A duração de cada avaliação foi de aproximadamente 1 hora. O desempenho
acadêmico dos estudantes, foi analisado a partir do boletim escolar. Resultados: A média do
IMO dos participantes foi de 99,7 (DP=12,8) pontos. O IMO foi correlacionado com o
desempenho escolar através da Correlação de Pearson, a qual indicou correlação positiva de
magnitude forte (0,698) com a nota de matemática, e (0,728) com a nota de português. A
análise de Regressão Linear indicou que 69,8% da variância da nota de matemática e 72,8%
da nota de português podem ser explicadas pela variação do IMO. Conclusão: os resultados
demonstram que a memória operacional exerce uma influência direta no desempenho
acadêmico, sendo necessária a sua investigação e a identificação precoce de déficits, para que
medidas de prevenção e de intervenção possam ser adotadas, evitando assim prejuízo
acadêmico e futuras dificuldades de aprendizagem.

68 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM


CRIANÇAS COM TEA E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA RECUPERAÇÃO
FUNCIONAL
Sponholz, Ester; Dutra, Grazielle Caldas; Santos, Ana Kelly da Silva; Martins, Michelle de
Sousa Fontes; Alves, Cândida Helena Lopes; Lobo, Jucileine Silva; Chagas, Luana Bezerra;
Marques, Sandra Cristina Pereira; Aquino, Samily Natania Alves Meireles; Silva, Miuria
Milena Alves.

O autismo é um transtorno comportamental que envolve o desenvolvimento global


infantil.Algumas abordagens investigam o TEA, entretanto a Neuropsicologia têm-se
destacado por investigar os prejuízos e as competências dos indivíduos, avaliar as diversas
funções cognitivas e desenvolver práticas educativas adequadas, uma vez que as funções
executivas iniciam seu desenvolvimento na primeira infância e vai estagnando na
adolescência até à vida adulta. Objetivos: Reconhecer a importância da avaliação
neuropsicológica, nos primeiros anos, contribuindo na recuperação funcional. Metodologia:
Realizou-se uma pesquisa teórica de revisão da literatura desenvolvida a partir de material já
publicado em livros e artigos indexados em bancos de dados, tais como Scielo, Google
Acadêmico, Lilacs, utilizando-se os descritores: autismo, funções executivas,
neuropsicologia. Resultados/Discussão: As funções executivas podem ser comparadas a um
mecanismo de controle cognitivo que permite mudanças e flexibilidade do comportamento
quando o ambiente exige, um mau funcionamento destas possibilita um comportamento mal
adaptativo, auto desorganizado e sem direcionamento de metas.Em pesquisas, foi possível
observar que, em comparação com o grupo controle, indivíduos com TEA apresentam
desempenho inferior em tarefas que exigem as habilidades principais das funções executivas:
inibição, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva, sugerindo prejuízo desta.Com a
intervenção precoce adequada proposta pela neuropsicologia, baseada nos déficits
apresentados e correlacionados às funções executivas, esses indivíduos apresentarão uma
progressão no desenvolvimento, diferentemente daqueles indivíduos adultos que iniciarão
uma intervenção neuropsicológica.Através dessa relação entre função executiva e as
dificuldades apresentadas por indivíduos com TEA, a neuropsicologia possibilita uma
recuperação funcional gradativa através de práticas educativas que interfere positivamente no
contexto social, familiar e educacional. Considerações Finais: Após a busca por literaturas
acerca deste tema, percebe-se uma carência de material disponível em português, que pode
ser tanto pelas poucas pesquisas desenvolvidas, quanto pela falta de conhecimento das
possibilidades que a neuropsicologia pode oferecer.

69 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DE CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR


EXPOSTAS AMBIENTALMENTE AO MANGANÊS: DADOS PRELIMINARES
Lima, Cassio; Carvalho, Chrissie; Abreu, Neander; Santos, Bianca Araújo; Marques, Breno
L. S.; Oliveira, Luanne Canário; Conceição, Norma C. M.; Bonfim, Rebeca S.; França,
Ricardo J. A. F.; Lorenzo, Rodrigo Gama; Veloso, Tainã J.; Duarte, Thayana S.; Ribeiro,
Nathália; Bandeira, Matheus; Rodrigues, Juliana L. G.; Menezes-Filho, Antônio.

Alterações neurológicas e neuropsicológicas vêm sendo identificadas em populações


expostas a metais com potencial neurotóxico, como o Manganês (Mn). Nesse sentido, o
processo de avaliação neuropsicológica contribui na identificação das forças e fraquezas dos
domínios cognitivos, ajudando então no planejamento das intervenções no processo de
habilitação ou reabilitação. Este estudo tem por objetivo verificar o desempenho
neuropsicológico de crianças em idade escolar de duas escolas, através da descrição do perfil
neuropsicológico das funções avaliadas. As escolas estão situadas numa zona que está sob
influência da poluição atmosférica gerada pelo processo de produção de ligas ferro-manganês
de uma metalúrgica. Participaram deste estudo 129 crianças com idades entre 07 e 12 anos,
estudantes de duas escolas da rede municipal de ensino de Simões-Filho - Bahia, Brasil.
Foram avaliadas as seguintes funções cognitivas: Inteligência, Controle Inibitório,
Flexibilidade Cognitiva, Fluência Verbal Semântica e Fonológica, Memória Operacional
Verbal e Visual e Velocidade de Processamento. Para a análise dos dados neuropsicológicos
foram considerados os escores brutos e ponderados dos testes de avaliação, e para a
exposição ao Mn, foram medidos os níveis de poeira depositada no interior e exterior das
escolas da região. Os resultados indicaram que a escola mais próxima à metalúrgica e,
portanto à emissão da poeira, apresenta maiores níveis de Mn depositado em sua estrutura. As
crianças desta escola apresentaram escores significativamente mais baixos em raciocínio
matricial, fluência verbal fonológica, memória operacional e maior quantidade de erros por
ação e perseverativos em teste de atenção sustentada. Crianças que estudam em escola com
maior deposição de Mn apresentaram pior desempenho neuropsicológico, principalmente nos
subdomínios das funções executivas. Os resultados estão de acordo com os dados da
literatura, que demonstram associação entre níveis de exposição ao Mn e o desempenho
prejudicado em memória de trabalho, categorização, inibição e flexibilização de respostas.

70 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DE PACIENTE COM SEQUELAS DE


AVE EM HEMISFÉRIO ESQUERDO: CONTRIBUIÇÕES PARA REABILITAÇÃO
INTERDISCIPLINAR
Carnelossi, Camila Brandão; Rosler, Fernando; Mantovani, Claudia Susana; Santos, Flavio
H. N. Benez dos; Chueire, Regina H. M. Fornari.

O acidente vascular encefálico (AVE) é uma das principais causas de morte ou incapacidades
no Brasil e no mundo, estimando 2 milhões de pessoas vítimas do acidente e 500 mil com
incapacidades graves. Nestes casos, a avaliação neuropsicológica é de fundamental
importância na investigação dos processos cognitivos do paciente, para identificação das
funções comprometidas e preservadas, buscando o auxílio no diagnóstico, prognóstico e
tratamento em Reabilitação. O AVE no hemisfério esquerdo está frequentemente associado a
déficits de linguagem e outros déficits cognitivos, como, por exemplo, a memória. Objetivos:
O presente estudo objetivou apresentar o perfil cognitivo de paciente do sexo masculino,
vítima de AVE em hemisfério esquerdo, apresentando afasia de expressão como sequela,
atendido no setor de neuropsicologia em ambulatório de reabilitação interdisciplinar no
interior do estado de São Paulo. Métodos: Paciente foi submetido a avaliação
neuropsicológica adaptada às suas condições de realização das tarefas, em atendimentos
semanais no setor de psicologia, utilizando-se instrumentos psicométricos e avaliação
ecológica. Resultados: Foram observados prejuízos em memória operacional e velocidade de
processamento; e memória visual, percepção viso espacial e raciocínio abstrato preservados.
Conclusão: O conhecimento da preservação da memória visual e do raciocínio, diagnosticado
pela avaliação neuropsicológica, permitiu melhor investimento na reabilitação interdisciplinar
do paciente, a exemplo: a estimulação do raciocínio tem influenciado positivamente na
melhora da velocidade de processamento, o que tem dado ao paciente possibilidades de voltar
a dirigir.

71 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DE UM ADOLESCENTE BILÍNGUE


COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: ESTUDO DE CASO
Souza, Ingrid Isadora Costa; Bueno, Viviane Freire; Votta, Lígia Cláudia; Memória, Cláudia
Maia; de Lúcia, Mara Cristina Souza; Scaff, Milberto.

Resumo
O bilinguismo diz respeito à qualidade de um indivíduo que utiliza duas línguas
corriqueiramente para a comunicação. Na literatura são encontrados alguns efeitos dessa
condição no cenário cognitivo. Este trabalho teve por objetivo investigar as funções
cognitivas de um adolescente bilíngue - língua portuguesa e mandarim - de família chinesa,
com dificuldades importantes de aprendizagem e hipótese diagnóstica de deficiência
intelectual. Foi realizada uma avaliação neuropsicológica investigando a eficiência
intelectual, memória, atenção, funções executivas, habilidades percepto-motoras e espaciais,
aspectos afetivos, habilidades sociais e linguagem. Os resultados apontaram para uma
deficiência intelectual leve, contudo as funções de memória operacional, atencionais e de
controle inibitório encontravam-se ligeiramente preservadas, sugerindo que tal condição
atribui-se ao fator do bilinguismo. Foram encontrados na literatura, estudos mostrando que
pessoas bilíngues desenvolvem processos de controle ligados à memória operacional mais
rapidamente que monolíngues, devido à alternância dos códigos utilizados (linguagem).
Sendo assim, o achado do presente estudo corrobora com pesquisas encontradas. Não foram
encontrados estudos específicos com a população bilíngue apresentando deficiência
intelectual. De forma global, os estudos com bilíngues se referem à alternância de códigos,
memória operacional, e linguagem, enquanto os estudos com deficientes intelectuais em sua
maioria abordam aspectos educativos e inclusão. Sugerem-se estudos com essa população
vista à escassez desta temática na literatura.

72 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DE UM ADOLESCENTE COM TDAH:


UM ESTUDO DE CASO
Ferreira. Larissa de Oliveira e; Campos, Daniela Cristina; Loth, Otília Ainda Monteiro;
Herenio, Alexandre Castelo Branco; Bento, Pedro Paulo Muniz.
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é considerado uma desordem
comportamental da infância, em crianças na fase escolar, que pode comprometer as funções
executivas e atenção, e assim, causar problemas de aprendizagem como uma comorbidade do
TDAH. Objetivo: O presente estudo se propõe a apresentar um estudo de caso de um
adolescente de 12 anos com problemas de aprendizagem e com suspeita de TDAH. Método:
O adolescente de 12 anos, sexo masculino, foi submetido a diferentes técnicas e testes
psicológicos no período de avaliação neuropsicológica. Resultados: Os resultados indicaram
que o adolescente apresenta TDAH, com maiores prejuízos na atenção e as funções
executivas, como: planejamento de tarefas, motivação, controle inibitório e dificuldade de
concentração para conclusão de objetivos. Conclusões: Os dados corroboram a literatura
quanto ao comprometimento da atenção e funções executivas, e quanto ao transtorno. Além
disso, verificou-se que os problemas de aprendizagem são secundários ao TDAH.

73 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DE UMA CRIANÇA COM HIV: UM


ESTUDO DE CASO
Costa, Lara Rabelo; de Carvalho, Luciana Mendonça; Silva, Pethra Ediala Cortes Basílio e.

A criança portadora de HIV pode apresentar diversos danos neurológicos e


neuropsicológicos. Dentre as dificuldades cognitivas mais mencionadas podem-se citar as
dificuldades atencionais, de função executiva, linguagem e praxia. O objetivo desse trabalho
foi de verificar através de uma avaliação neuropsicológica (ANP) os possíveis déficits
cognitivos de uma criança portadora de HIV e contextualizá-lo com os achados da literatura.
Foi realizada uma ANP com um sujeito de nove anos que adquiriu HIV através de
transmissão vertical e só foi diagnosticado aos quatro anos e seis meses. Tal avaliação foi
composta por uma sessão de anamnese com os pais, oito sessões de testagem utilizando os
instrumentos: Escala de Inteligência Wechsler para Crianças WISC IV, Teste Wisconsin de
Classificação de Cartas (WCST), Teste de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey (RAVLT),
Teste Gestáltico Visomotor de Bender, Token Test, D-2 Teste de Atenção Concentrada e
Figura Complexa de Rey. Na décima e última sessão foi feita a devolutiva dos resultados e
laudo com os pais e criança e a realização dos encaminhamentos pertinentes. Foram
identificadas dificuldades atencionais e de função executiva (flexibilidade cognitiva e
planejamento), de linguagem (escrita e leitura), dificuldades mnemônicas (muito influenciada
pela oscilação atencional teve dificuldade no armazenamento e confusão da informações
repassadas), baixa velocidade de processamento, dificuldades na praxia (disgrafia) e na
aprendizagem (defasagem escolar). Tais déficits corroboram o que a literatura diz sobre as
dificuldades neuropsicológicas e de aprendizagem mais encontradas em crianças portadoras
de HIV. Porém, por este ser um estudo de caso, faz-se necessário mais pesquisas com um
maior número de sujeitos para possíveis análises quantitativas de tais achados
neuropsicológicos.

74 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DE UMA CRIANÇA COM


INTELIGÊNCIA LIMÍTROFE: ESTUDO DE CASO
Loth, Otília A. M.; de Souza, Rayanne Pereira; Herenio, Alexandre Castelo Branco; Campos,
Daniela Cristina; Ferreira, Larissa de Oliveira; Cardoso, Carolina.

Introdução: Atualmente, é escasso o número de estudos sobre Inteligência Limítrofe,


acredita-se que isso deve-se pela dificuldade de diagnóstico, visto que necessita-se de
instrumentos de medida de Quociente Intelectual (QI) específicos, de uso restrito por
psicólogos, e por sua tardia descoberta. Não sabe-se a causa específica desse acometimento,
podendo ter fatores biológicos e ambientais. Objetivo: O objetivo do presente trabalho foi
relatar um estudo de caso de uma criança de 7 anos de idade com inteligência limítrofe.
Método: A criança foi levada ao consultório pelos pais, com a queixa de dificuldade de
aprendizagem e interação com outras crianças. Dessa forma, foi analisado seu perfil
cognitivo por meio da avaliação neuropsicológica. Os instrumentos utilizados foram testes e
escalas que mensuram diversos fatores ligados à cognição, como linguagem, memória,
atenção, funções executivas, dentre outros. Resultados: Os resultados obtidos, juntamente a
observações clínicas, entrevista de anamnese com os pais, analisados à luz do referencial
teórico, evidenciam índices de um perfil cognitivo similar ao de uma criança com inteligência
limítrofe. Discussão: A avaliação neuropsicológica mostrou-se fundamental neste caso para
direcionar o tratamento e a intervenção, visto que quanto mais precoce for detectado, maior a
probabilidade de sucesso e menor os impactos negativos nos âmbitos pessoal, social, familiar
e escolar. Vê-se relevância sobre este assunto, por ser tão escassa a pesquisa com crianças de
inteligência limítrofe.
75 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA E A ASSOCIAÇÃO COM NÍVEIS DE
MERCÚRIO EM CRIANÇAS DE 06 A 14 ANOS DA REGIÃO DO RIO MADEIRA,
RONDÔNIA: DADOS PRELIMINARES
Lima, Cassio; Carvalho, Chrissie; Mota, Marivânia; Cherles, Maura; Dõres, Sandra Manoel;
Melo, Ana Paula Rodrigues; Bezerra, Bruno Selleri; Fonseca, Maurício; Aguilar, Quézia de
Aguiar; Mourão, Dennys de Souza; Hacon, Sandra; Abreu, Neander.

O sistema nervoso central em desenvolvimento é mais susceptível a efeitos toxicológicos, o


se faz necessário o estudo e monitoramento dos níveis de mercúrio (Hg) em crianças. Este
estudo objetivou investigar a associação entre o desempenho neuropsicológico de crianças da
região do Rio Madeira e a associação com os níveis de Hg. Participaram 234 crianças e
adolescentes ribeirinhas, reassentadas e da zona urbana, de 06 a 14 anos, residentes nas
comunidades ribeirinhas do Rio Madeira - Rondônia-Brasil - região historicamente conhecida
pela utilização indiscriminada de Hg nas atividades de garimpo. As crianças responderam a
uma ampla bateria de avaliação Neuropsicológica, e os dados foram analisados tendo como
referência a área de residência, em função do fluxo do rio, sendo eles: 1- Jusante (do ponto
mais alto para o ponto mais baixo); 2- Montante (do ponto mais baixo para o ponto mais
alto). O perfil neuropsicológico indicou desempenho abaixo do esperado em uma
porcentagem maior do que esperada para o desenvolvimento típico na maioria das funções
avaliadas. Os níveis médios de Hg-no-cabelo das crianças foram considerados dentro do
esperado, sem diferenças significativas entre os grupos Montante e Jusante, com 14% das
crianças com níveis superiores a 6 µg/g que é o limite estabelecido pela OMS. As análises de
regressão indicaram associação negativa entre os níveis de Hg-no-cabelo e o desempenho nos
escores do QI-Verbal e fluência fonológica, e marginalmente significativo com menores
escores em testes de memória operacional verbal, recordação imediata verbal e maior
quantidade de erros por omissão (ajustados para covaríaveis). Esses resultados estão em
conformidade com estudos prévios que também indicaram associações entre Hg e prejuízos
nos domínios da memória, atenção e inteligência. A preocupação dos efeitos do Hg sobre as
funções cognitivas é crescente, principalmente pela influência na trajetória desenvolvimental,
ascensão acadêmica e econômica consequências do subdesenvolvimento.
76 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA EM ADOLESCENTE PORTADOR DE
HIV: ESTUDO DE CASO
Campos, Daniela Cristina; Oliveira, Maria Augusta de; Loth, Otília A. M.; Herenio,
Alexandre Castelo Branco; Ferreira, Larissa de Oliveira e.

Os dados da literatura apontam que a infecção pelo HIV pode comprometer o


desenvolvimento esperado das funções cognitivas. Objetivo: Este estudo teve como objetivo
relatar a avaliação neuropsicológica de um adolescente portador de HIV, transmitido
verticalmente, relacionando os resultados obtidos com a infecção. Método: O adolescente de
13 anos foi submetido aos seguintes instrumentos de avaliação, Figuras Complexas de Rey;
Matrizes Progressivas de Raven; Torre de Hanoy; WISC III; Teste de Aprendizagem
Auditivo – Verbal de Rey (RAVLT); Pirâmides Coloridas de Pfister; Cinco Dígitos;
Inventário de Habilidades Sociais para Adolescentes e HTP. Resultados: Os resultados
apontaram um nível de inteligência (Q.I) ligeiramente abaixo do esperado, com
comprometimentos em algumas funções, tais como memória, função executiva e atenção. No
que se refere aos aspectos de personalidade, o adolescente mostrou-se introvertido.
Conclusões: Foi possível verificar que o adolescente apresentou comprometimentos no
desenvolvimento das funções cognitivas, o que pode estar relacionado ao HIV.

77 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA EM CRIANÇA COM TRANSTORNO DO


ESPECTRO AUTISTA: ESTUDO DE CASO
Loth, Otília A. M.; Pinto, Maria dos Prazeres de Andrade; Herenio, Alexandre Castelo
Branco; Campos, Daniela Cristina; Ferreira, Larissa de Oliveira; de Souza, Carolina Cardoso.

O TEA apresenta-se em graus bem heterogêneos e não possui, atualmente, um marcador


biológico. É caracterizado por distúrbios sociais e da comunicação, e variedade restrita e
repetitiva de comportamento, interesses ou atividades. Objetivo: O presente estudo de caso
tem o objetivo de averiguar os aspectos cognitivos preservados e prejudicados, de uma
criança de 4 anos e 11 meses, com suspeita de Transtorno do Espectro Autista (TEA), a fim
de contribuir para o processo de reabilitação, e trazer à discussão a importância do
diagnóstico e estimulação precoce. Método: Foi realizada uma avaliação neuropsicológica, na
qual se utilizou de entrevistas, observações e testes. Participou do estudo uma criança com 4
anos, que recebia atendimento multidisciplinar desde os 2 anos e meio. Resultados: Os
resultados encontrados indicaram se tratar de um TEA com habilidades cognitivas
preservadas. Discussão: Discutiu-se que a estimulação precoce recebida foi crucial no seu
desenvolvimento e melhora do quadro clínico.

78 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES


PORTADORES DE MUCOPOLISSACARIDOSE (MPS)
Coelho, Clóvis Castro; de Andrade, Andréa Costa; Almeida, Maria Joseleide Costa;
Guimarães, Suzy Mary Azevedo; da Rocha, Ângela Maria Santos; Viana, Rafaela Costa.

A Mucopolissacaridose (MPS) é uma enfermidade genética causada pela falta da enzima alfa-
L-iduronidase. Trata-se de uma doença rara e difícil diagnóstico. O diagnóstico correto da
MPS pode propiciar melhor qualidade de vida aos pacientes, pois existem 07 tipos de MPS (I.
II, III, IV, V, VI, VII) que evoluem crônica e progressivamente, todas de natureza
multissistêmica e incluem: aumento do fígado e baço; deformidades ósseas; limitação
articular; face característica; infecções sucessivas do trato respiratório; hérnia umbilical e/ou
inguinal; problemas cardíacos; opacidade da córnea; apneia; e cabeça aumentada. Pode haver
ainda, o comprometimento do Sistema Nervoso Central (SNC), por se tratar de doença
degenerativa. OBJETIVO: Avaliar a cognição (inteligência, raciocínio, atenção, percepção) e
a qualidade de vida em crianças e adolescentes com MPS em um hospital público em
Manaus-AM, tratados com a enzima adequada foi o objetivo desta pesquisa. MÈTODO:
Aplicaram-se os testes NEUPSILIN e WHOQOL-Bref para mensurar aspectos cognitivos e
qualidade de vida, respectivamente. Foi necessário aderência do paciente e dos pais ou
responsáveis, por meio do TCLE, quanto ao fornecimento de dados à pesquisa. Tratou-se de
um estudo clínico descritivo e observacional que teve como universo 12 pacientes atendidos
entre junho a setembro/ 2016 que realizam tratamento enzimático. RESULTADOS: Dentre os
tipos de MPS avaliados (I, II, IV e VI), os pacientes que mais apresentaram prejuízos (ao
total 02) à cognição foram com MPS II (Síndrome de Hunter). Houve relatos por parte dos
cuidadores, de perdas funcionais e na aplicação do NEUPSILIN os pacientes apresentaram
baixo escore para as funções cognitivas e executivas. CONCLUSÃO: A avaliação
neuropsicológica auxilia a propor técnicas e estratégias para o tratamento da
mucopolissacaridose e podem ajudar a criança, adolescentes e responsáveis a lidar melhor
com a doença, auxiliando a melhora da qualidade de vida quanto à sociabilização e
aprendizagem.
79 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA EM DEPENDENTES QUÍMICOS DE
CUIABÁ – MT
Leite, Ariadine Ribeiro; Souza, Annelyse da Silva; Melo, Débora Adriano; Rodrigues,
Wellen Thaís da Silva; Bergamini, Gésica Borges.

As drogas psicoativas são substâncias químicas que agem principalmente no sistema nervoso
central, onde altera as funções cerebrais. As consequências causadas pelo uso de substâncias
psicoativas se retratam nos mais variados âmbitos da vida do ser humano, principalmente no
âmbito cognitivo na qual provoca alterações da consciência, do pensamento, a percepção da
realidade, memória e atenção. OBJETIVOS: Realizar avaliação com a Avaliação Rápida das
Funções Cognitivas – ARFC - em dependentes químicos em Cuiabá – MT. MÉTODO:
Através de um estudo de levantamento, avaliou-se 14 dependentes químicos, que estão
internados no centro de reabilitação. O critério de inclusão foi ter feito uso de alguma
substância química ilícita e concordar com os termos da presente pesquisa através de
assinatura do Termo de consentimento livre esclarecido (TCLE). A idade média dos sujeitos
foi de 34 anos (DP= 9). E o nível de escolaridade médio foi de 12 anos (DP= 2). Resultados:
Os dependentes químicos avaliados não tiveram um desempenho satisfatório no teste ARFC,
obtendo um resultado médio de 42,82 (DP= 2,68) em relação ao nível de escolaridade e
idade, demonstrando que esses sujeitos podem ter algum nível de comprometimento
cognitivo leve ou moderado, necessitando de uma avaliação mais ampla, uma vez que o
ARFC é considerado um teste de rastreio. CONCLUSÃO: Conclui-se que os dependentes
químicos de Cuiabá estão abaixo da média na Avaliação Rápida das Funções Cognitivas,
tendo danos significativos nas funções de atenção e memória.

80 AVALIAÇÃO NEUROQUÍMICA E COMPORTAMENTAL DA TOMADA DE


DECISÃO EM RATOS PROPENSOS E RESISTENTES PARA COMPULSÃO
ALIMENTAR
Oliveira, Jônatas.; Carvalho, Joyce. K. F.; Armenini, Breno. N.; Silva, Laryssa. B. M.;
Céspedes, Isabel. C.

Alterações na função cerebral de tomada de decisão (TD) tem sido associadas com
desenvolvimento da compulsão alimentar (CA). Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi
verificar se um teste de TD e perfis de ativação neuronal em áreas cerebrais específicas
(córtex pré-frontal, amígdala e hipocampo), poderiam ser relacionados a perfis de
comportamentos propenso (PRO) ou resistente (RES) para CA. Foram utilizados 16 ratos
Wistar no teste TD (5 PRO; 5 RES) e 32 para análise neuroquímica (8 controles; 8 PRO; 8
RES). Os animais foram classificados em PRO ou RES pelo maior ou menor consumo de
uma dieta palatável (Oreo®). O teste consiste de obstáculos (15, 20 e 25cm) e escaladas para
o consumo de uma grande recompensa (GR; 1 drágea de M&Ms), ou não se esforçar optando
pela pequena (¼). Após as fases de treinamento/testes os animais receberam acesso
intermitente à dieta palatável, sendo classificados em PRO e RES, com um reteste no final.
Para análise da ativação neuronal foi utilizada imunoistoquímica para proteína DeltaFosB.
Comparações foram realizadas através do teste ANOVA seguida do teste de Bonferroni
(GraphPad Prism 7.0), com p<0,05 e resultados em média+EPM. No teste de TD, a
porcentagem de escolhas para GR entre RES e PRO foi semelhante antes do oferecimento de
Oreo®, sem distinguir o perfil para compulsão alimentar. No reteste (após oferecimento de
Oreo®), os animais PRO tiveram diminuição nas escolhas pela GR em relação aos RES. Os
animais tratados com Oreo® (PRO/ RES) mostraram maior ativação no córtex pré e infra-
límbicos, núcleo accumbens, amígdalas central, medial e basomedial, e hipocampo no giro
denteado e CA1,3. Na comparação entre PRO e RES, o grupo PRO mostrou maior ativação
no núcleo accumbens em relação ao grupo RES, e este último maior ativação no córtex
cingulado e no hipocampo CA2 em relação ao grupo PRO.

81 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DE CRIANÇAS COM QUEIXAS DE


DÉFICIT DE ATENÇÃO E PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM
Da Silva, Marinalva Bezerra; de Sá, Maria Manuela Correia Barbosa; Freire, Carlos Henrique
Resende; Raposo, Cecília Coimbra da Silva; Lacerda, Aline Mendes.

Este trabalho tem como objetivo avaliar a percepção e atenção de crianças com queixas de
déficit de atenção e problemas de aprendizagem, a partir da análise de resultados dos testes
psicológicos Bateria Psicológica para Avaliação da Atenção (BPA); Figuras Complexas de
Rey (FCR) e teste Gestáltico Visomotor de Bender (TGVB). O BPA avalia os três tipos de
atenção, atenção concentrada (AC); atenção dividida (AD) e atenção alternada (AA). O FCR
avalia as funções neuropsicológicas de percepção visual que busca compreender como o
sujeito percebe as informações visuais e as organiza visuoespacialmente. O TGVB avalia a
maturação perceptomotora. A amostra utilizada foi composta de seis crianças com idade entre
seis e dez anos. No teste FCR, as crianças tiveram uma média de escore de 9,1 e o desvio
padrão de 6,85. Todas elas obtiveram percentil menor ou igual a 20, o que é caracterizado
como inferior para sua faixa etária, No TGVB, os participantes tiveram ume escore com
média 16 e um desvio padrão der 3,46. Todos tiveram um percentil maior que 80 que indica
uma grande dificuldade na percepção visuoconstrutiva. Tais prejuízos na elaboração
perceptiva podem ocorrer por falta de aprendizado e treino ou por doença congênita ou
precoce do desenvolvimento intelectual. É importante ressaltar que um indivíduo com
dificuldade na codificação dos dados consequentemente terá complicações no
armazenamento dos mesmos, causando problemas na aprendizagem.

82 AVALIAÇÃO QUALITATIVA DA ABORDAGEM NEUROPSICOLÓGICA EM


EPILEPSIA
Castro, Rizia Bastos Silva; Alves, Cândida Helena Lopes; Almeida, Suelene de Maria
Pereira; Furtado, Thaís Sereno; Guadalup, Yalkiria; Sauaia, Adalgisa Lopes Pereira.

A epilepsia é um distúrbio caracterizado pela predisposição cerebral persistente na geração de


crises epilépticas e pelas suas consequências neurobiológicas, cognitivas e psicossociais. Está
relacionada a inflamações ou tumores cerebrais, perturbações vasculares, anormalidades
estruturais ou doenças degenerativas. A neuropsicologia estuda as relações entre as funções
psíquicas, o comportamento e o encéfalo. No que diz respeito à epilepsia, permite estabelecer
conexões entre as descargas cerebrais e as funções cognitivas, dando suporte para a
delimitação das disfunções cerebrais associadas a este distúrbio. Realizou-se um
levantamento bibliográfico, em agosto de 2016, para avaliar, qualitativamente, a abordagem
neuropsicológica no tratamento da epilepsia. A abordagem neuropsicológica na epilepsia
possibilita a avaliação do desempenho cognitivo global; assim como das disfunções
específicas de atenção, memória, linguagem e funções executivas, que são os processos
básicos para o desenvolvimento das habilidades intelectuais. Os portadores de epilepsia têm
maiores riscos de desenvolver distúrbios de aprendizagem, dificuldades na leitura, escrita e
compreensão. Pode ainda ocorrer a lentificação do pensamento e da atenção, insônia/
sonolência e irritabilidade. O maior comprometimento do armazenamento da informação
verbal parece estar relacionado ao maior tempo na definição do diagnóstico. Na epilepsia
refratária, podem ser encontrados déficits no âmbito fonológico, semântico e verbal da
memória. A neuropsicologia desempenha papel igualmente relevante na investigação pré-
operatória dos candidatos à cirurgia para o controle das crises, podendo estabelecer os
possíveis riscos e sequelas, principalmente no que se refere à linguagem e à memória, bem
como permitir comparações entre os períodos pré e pós-operatório. A avaliação
neuropsicológica pode ainda identificar as mudanças cognitivas relacionadas à medicação
utilizada e, nesse momento, o psicólogo exerce papel fundamental na mudança de crenças
incorretas sobre a epilepsia. A abordagem neuropsicológica, em contexto clínico, contribui
para a compreensão multidisciplinar da epilepsia e minimização das alterações cognitivas do
indivíduo portador.

83 AVALIAÇÕES COGNITIVAS NA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO DE GRAU


LEVE
Millani-Carneiro, Aline A.; Luz, Gabriela P.; Guimarães, Thaís M.; Oliveira, Luciana;
Pompeia, Sabine; Tufik, Sergio; Bittencourt, Lia Rita Azeredo.

A existência de repercussões cognitivas relacionadas Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) tem


sido bem investigado na literatura. Entretanto, a maioria dos estudos aborda pacientes com
grau moderada à grave da doença. Objetivo: Avaliar o efeito da Apneia Obstrutiva do sono
(AOS) de grau leve sobre as consequências cognitivas. Métodos: A amostra foi composta por
voluntários de ambos os gêneros; idade entre 18 e 65 anos e índice de massa corpórea ≤
35Kg/m2. Foram selecionados 2 grupos: grupo AOS leve, que apresentava IAH entre 5 e 15
independentemente de ter ou não sintomas/sinais e grupo controle, com índice de apneia-
hipopneia (IAH) < 5, índice de distúrbio respiratório (IDR) < 5, índice de despertar (ID) < 15
e Escala de Sonolência de Epworth < 10. A avaliação entre os grupos foi composta por
exame físico, polissonografia de noite inteira, bateria de testes cognitivos e Performance
Vigilance Test (PVT). Para análise estatística foi realizada análise descritiva (média±desvio-
padrão) e, para análise entre grupos, teste GLM univariado, e GLM de medidas repetidas,
considerando o p significante se ≤ 0.05. Resultados: A amostra foi composta por 106
indivíduos, 35 no grupo controle e 71 no grupo AOS leve. Não houve diferenças significantes
nas avaliações cognitivas realizadas entre o grupo AOS leve e o grupo controle. Conclusão:
Pacientes com a AOS leve não apresentam prejuízos cognitivos em relação a indivíduos
controle.

84 BIPOLARIDADE E SUICÍDIO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: UMA


REVISÃO SISTEMÁTICA COM METANÁLISE
Peixoto, Flórido Sampaio das Neves; de Sousa, Danilo Ferreira; Luz, Dayse Christina
Rodrigues Pereira; Lacerda-Pinheiro, Sally de França; Rolim Neto, Modesto Leite.
Os transtornos afetivos em crianças e adolescentes têm ganhado repercussão crescente no
cenário mundial da saúde mental. Embora o transtorno bipolar frequentemente acometa os
indivíduos na fase adulta, pesquisas demonstram sua inserção nos espaços infanto-juvenis, a
partir da faixa etária dos 04 anos de idade, particularmente interligado a priori a um episódio
de depressão como primeira manifestação do transtorno, dificultando, dessa forma o seu
correto diagnóstico. (OBJETIVO) Evidenciar através de uma revisão sistemática com
metanálise os principais fatores de risco para o desenvolvimento de suicídio no transtorno
bipolar. (MÉTODO) Trata-se de um método de síntese de evidências, através de uma revisão
sistemática com metanálise em que foi utilizado o protocolo PRISMA (http://www.prisma-
statement.org/). Incluem-se, neste estudo, dados secundários extraídos da Organização
Mundial de Saúde - OMS, Departamento of Health and Human Services – UK, National
Epidemiological Catchment Area Study – ECA/EUA, Ministério da Saúde. As buscas por
dados originais em saúde mental foram filtradas através do mapeamento de evidências
oriundas das bases de dados eletrônicas: MEDLINE/PubMED, LILACS, SciELO e
ScienceDirect no período de 2005 a 2015. (RESULTADOS). Foram encontrados nas bases de
dados 1.418 registros dos quais foram selecionados 47 para compor a revisão. Obteve-se
como resultado um risco conjunto entre os estudos de 2.94 IC [2.29 – 3.78]. Uma
significativa correlação foi verificada entre os fatores de risco e o suicídio, tendo como
resultado r (Pearson) 0,7103 e p-valor <0,001. (CONCLUSÃO) A pesquisa evidenciou que a
população infanto-juvenil vivendo com transtorno bipolar apresenta uma maior
vulnerabilidade a ideação e prática do suicídio. Associação transtorno bipolar versus suicídio
se mostrou estatisticamente significante. Tais resultados fortalecem a necessidade de uma
política pública mais efetiva voltada a esta população, no intuito de prevenir novos casos e
reduzir danos.

85 BOSTON NAMING TEST: UM OLHAR CRÍTICO À VERSÃO BRASILEIRA


ADAPTADA
Salem, Andressa Aparecida Garces Gamarra;Siqueira, Glória Stefania Alves;Lupo, Francine
Magri; Tanios, Bruna Souza;Lopes, Rafael Augusto Angelo; Borges, Karina Kelly.

Grande parte dos testes neuropsicológicos são produzidos na língua inglesa e necessitam de
adaptação. O instrumento Boston Naming Test (BNT), avalia a capacidade de nomeação por
confronto visual, frequentemente utilizado na avaliação neuropsicológica da linguagem. A
adaptação transcultural é um processo complexo e fatores socioculturais podem influenciar
no desempenho do sujeito avaliado. Neste processo, deve-se considerar a familiaridade dos
itens em diversas populações do mesmo país, devido às diferenças culturais. O objetivo deste
trabalho foi identificar os itens com maior percentual de erro em pacientes avaliados com o
BNT completo, em um hospital escola do interior de São Paulo. Foram selecionados 30
prontuários de pacientes, com diagnóstico de epilepsia, conforme protocolo do serviço de
neuropsicologia, entre janeiro a outubro de 2016. Sendo retirado apenas o referido teste para
análise quantitativa e percentual. A amostra foi composta por 20 homens e 10 mulheres, com
idade M=33,5 13,08, a maioria procedente do interior de 8 estados brasileiros. Metade dos
sujeitos possuíam até 8 anos de estudo e a outra metade até 15 anos. Os itens que
apresentaram maior percentual de erro foram: gaita (56,6%), cactus (53,3%), lupa (76,6%),
pão de açúcar (70%), estribo (60%), treliça (66,6%) e ampulheta (96,6%). A baixa
escolaridade pode estar associada a dificuldades visuoperceptuais, influenciando o
desempenho no teste. Apesar dos sujeitos possuírem pelo menos oito anos de estudo,
observou-se alto índice de erros nos itens supracitados. Chama-se atenção que fatores
socioculturais, históricos e geográficos podem influenciar no repertório lexical. Deste modo
os erros podem estar relacionados a pouca familiaridade dos itens pela população avaliada e
não necessariamente aos anos de escolaridade. Portanto, sugere-se pesquisa com maior
número de participantes para uma análise qualitativa do teste, e assim, possibilitar uma
adaptação que considere as questões socioculturais da população brasileira.

86 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS, ALTERAÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS E


POSSIBILIDADES DE TRATAMENTO DA DEPRESSÃO NA INFÂNCIA E
ADOLESCÊNCIA
Farias, Maria Júlia Melo; Rangel, Rebeca Moreira; de Pinho, Roberta Aguiar; Rangel,
Deborah Moreira; Feijão, Geórgia Maria Melo; Marques, Gilsiane Maria Vasconcelos;
Andrade, Anne Graça de Sousa.

O presente artigo tem por objetivo descrever as principais características clínicas,


sintomatologia, e tratamento, além das alterações neuropsicológicas encontradas na depressão
em adolescentes, fazendo com que os profissionais da área de neuropsicologia identifiquem
precocemente alterações no desenvolvimento cognitivo e comportamental que este transtorno
pode acarretar, possibilitando assim, intervenções terapêuticas precoces e precisas. Trata-se
de uma pesquisa bibliográfica, com base em Bahls, Rezenthal, Borges, Caballo, entre outros.
Durante anos a depressão na infância e na adolescência foi polêmica, pois alguns estudiosos
questionavam sua existência. Segundo Caballo (2005), alguns autores consideravam a
depressão como transtorno latente, que se manifestava de diferentes formas. Apenas em
1975, o National Institute of Mental Health defendeu a existência da depressão infantil, sendo
reconhecida formalmente pelo Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais
(DSM) em 1980. Atualmente, sabe-se que é uma patologia comum na adolescência, causando
diversos danos. Segundo Porto, Hermolin e Ventura (2002) alguns estudos sugerem a
presença de déficits neuropsicológicos acompanhando o episódio depressivo, os quais
apresentam-se de forma ampla e tendem a incluir anormalidades envolvendo sustentação da
atenção, função executiva, velocidade psicomotora, raciocínio não-verbal e novas
aprendizagens. O conhecimento do transtorno depressivo na adolescência mostra a relevância
dos sinais específicos dessa fase do desenvolvimento, logo que existem características típicas
como irritabilidade e frequentes explosões de raiva, que diferenciam do quadro
sintomatológico do adulto. Os estudos dos aspectos neuropsicológicos da depressão permitem
melhor entendimento do quadro, e técnicas mais eficazes de diagnóstico. Sobre as
possibilidades de tratamento, foi visto que tanto a medicação como a psicoterapia são
importantes ferramentas no manejo da depressão, já que o tratamento deve ser entendido de
uma forma globalizada levando em consideração o ser humano como um todo, incluindo
dimensões biológicas, psicológicas e sociais.

87 CARACTERÍSTICAS NEUROPSICOLÓGICAS DE UMA CRIANÇA COM


DIABETES INSÍPIDUS NEFROGÊNICA E TRANSTORNO DO ESPECTRO DO
AUTISMO
Braga, Carolina Magro de Santana.

Diabetes Insípidus Nefrogênica é uma doença genética que pode levar à danos neurológicos,
como deficiência intelectual e atraso no desenvolvimento. Contudo, pode aparecer em
comorbidade com outras patologias, com dificuldades quanto ao diagnóstico da co-
ocorrência. O objetivo deste estudo é descrever as características neuropsicológicas de um
caso de Diabetes Insípidus Nefrogênica com hipótese diagnóstica de Transtorno do Espectro
do Autismo. Foi avaliado um menino de 5 anos, com diagnóstico de Diabetes Insípidus
Nefrogênica antes do primeiro ano de vida, mantendo regulação hídrica. Foram utilizadas:
entrevista clínica, Escala de Traços Autísticos (ATA), Childhood Autism Rating Scale –
Versão Português, Escala de Maturidade Social Vineland, Teste de Denver II, Teste de Cópia
e de Reprodução de Figuras Geométricas Complexas, Escala de Maturidade Mental
Colúmbia, Teste de Fluência Verbal, Token Test. A pontuação na ATA e CARS
correspondem a Autismo Infantil. Na escala Vineland obtém um coeficiente social
correspondente a três anos. Na triagem de desenvolvimento Denver obtém desempenho
correspondente a 80% na área pessoal social, 89% no motor fino-adaptativo, 89% na
linguagem e 78% no motor grosso. Na avaliação de visuoconstrução pontua percentil 20 e na
recuperação mnemônica percentil inferior a 10. Eficiência intelectual não verbal situa-se no
percentil 67. Compreensão verbal abaixo do esperado e fluência verbal adequada. Essas
características sugerem potencial cognitivo preservado, com disfunções específicas na
visuoconstrução, memória visual, compreensão verbal, desenvolvimento pessoal-social e
motor. Os dados sugerem disfunções específicas e não condizentes com alterações
decorrentes da Diabetes, sugerindo possível comorbidade com Transtorno do Espectro do
Autismo. Dessa forma, a avaliação neuropsicológica é uma ferramenta importante para
contribuir para o diagnóstico diferencial e identificação de comorbidades.

88 CODIFICAÇÃO E RECUPERAÇÃO DA MEMÓRIA DECLARATIVA APÓS


INTERFERÊNCIA RETROATIVA EM PALAVRAS HOMÔNIMAS.
Tassini, Susanny V.; Alves, Marcus Vinicius C.; Bueno, Orlando Francisco A.

Introdução: A Memória de Longo Prazo Declarativa é responsável pelo armazenamento e


recuperação de eventos passados (Memória Episódica, ME) e fatos sobre o mundo (Memória
Semântica, MS). Quando uma informação apresentada posteriormente à informação-alvo
interfere com esta, dá-se o nome de Interferência Retroativa (IR). Tal processo encontra-se
bem definido em relação à ME, mas não em relação ao conteúdo semântico. Objetivo: O
presente estudo se propôs investigar como a IR com frases com contexto congruentes e
incongruentes a palavras homônimas – palavras que possuem duas ou mais representações
semânticas, comumente ativadas a depender do contexto, mas apenas uma representação
fonológica – afetam a codificação e recuperação destas palavras. Métodos: O experimento 1
(EXP1; N-25) continha listas de palavras com tríades com palavras homônimas muito e
pouco usuais na língua portuguesa, listas com relação semântica (CRS) e sem relação que
eram apresentadas a todos os participantes. Após a apresentação de cada lista havia
recordação imediata. O experimento 2 (EXP2; N-90) continha as mesmas listas, porém após a
apresentação das listas foram apresentadas frases que ativavam contextos congruentes e
incongruentes às palavras homônimas. Resultados: No EXP1 não houve diferença na
recordação das listas homônimas mais usuais e as com relação semântica, sendo mais
recordadas que as homônimas menos usuais. No EXP2 não houve diferença entre as frases
congruentes, incongruentes e controle. Conclusão: As tríades homônimas mais usuais tendem
a se comportar como as tríades com relação semântica, enquanto as menos usuais não. Este é
um indicativo de que o espraiamento semântico em palavras homônimas vai depender de sua
constância na língua, indicando uma relação episódica e semântica, além disso a não
existência do efeito de interferência entre as frases congruentes e incongruentes (EXP2)
corrobora com estudos que revelam que o efeito de esquemas só surge após a consolidação da
memória.

89 COERÊNCIA LOCAL EM CRIANÇAS DE 10 A 13 ANOS


de Carvalho, Ariane Cristina Ramello; Velloso, Renata de Lima; Schwartzman, José
Salomão.

A coerência local é caracterizada pela produção de inferências entre uma sentença e outra a
partir da leitura de um texto . Aplicou-se o Local Coherence Inferen - ce Test, traduzido para a
língua portuguesa, em 40 crianças normais do ensino fun - damental, de 10 a 13 anos, com o
objetivo de avaliar o desempenho delas . Considera- ram-se o número de acertos e o tempo
gasto na realização do teste , e avaliaram-se os seguintes aspectos : quociente intelectual (QI),
idade e nível escolar . Os resultados mos- traram que a escolaridade e a idade se
correlacionam significativamente com o maior número de acertos e a velocidade de execução
do teste. O nível intelectual se corre - lacionou significativamente com o número de acertos ,
porém não houve correlação significativa en tre QI e velocidade na execução do teste . Este
estudo contribui para o entendimento do processo de coerência local e sugere pesquisas
posteriores nessa área , como a elaboração de um instrumento que avalie mais processos
específicos en- volvidos na compreensão textual.

90 COGNIÇÃO E IMPULSIVIDADE EM ADULTOS COM TRANSTORNO DE


DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH) COM OU SEM
DEPENDÊNCIA DE COCAÍNA E/OU CRACK
Miguel, Carmen Sílvia; Martins, Paula Andreia; Moleda, Nathalya; Klein, Margarete; Chaim-
Avancini, Tiffany; Gobbo, Maria Angela; Cunha, Paulo Jannuzzi; Alves, Tania Maria; Silva,
Maria Aparecida; Louzã, Mario Rodrigues.
Introdução: O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) amplia em duas
vezes, o risco para o desenvolvimento de abuso ou dependência de cocaína. Sugere-se a
presença de déficits cognitivos afins no TDAH e no Transtorno por Uso de Substâncias
(TUS).Objetivo: Avaliar as funções executivas, memória verbal e impulsividade em adultos
com TDAH e dependência de cocaína e/ou crack (TDAH+COC) e TDAH sem TUS (TDAH).
Métodos: Setenta pacientes diagnosticados (DSM-IV-TR) formaram o grupo TDAH (grupo
controle, n=34) e TDAH+COC compôs o grupo experimental (n=36). Foram usados os
seguintes testes: RAVLT, Vocabulário e Raciocínio Matricial (WASI), Sequência de
Números e Letras (SNL), Dígitos, Trail Making partes A e B, Stroop Color Test, Fluência
Verbal, WCST, Reading the Mind in the Eyes Task, IGT e Memória Lógica III. A Barratt
Impulsiveness Scale (BIS-11) mediu impulsividade. Resultados: O grupo TDAH exibiu
déficits em atenção seletiva, busca visual e lentidão psicomotora. O grupo TDAH+COC
mostrou QI mais baixo, déficits em habilidades verbais, vigilância, aprendizagem implícita
em tarefa de tomada de decisão e impulsividade motora (regressão logística, sendo o grupo, a
variável dependente e o QI a covariável de controle). Conclusão: O grupo TDAH
aparentemente usa a lentidão como estratégia, para executar as demandas de tarefas novas.
No grupo TDAH+COC, o QI mais baixo seria influenciado por déficits em vigilância, que
afetariam os esforços mentais, durante tarefas como Vocabulário, e a impulsividade motora
ampliaria a dificuldade de vigilância na tarefa. Os déficits em vigilância e aprendizagem
implícita sugerem, que o grupo TDAH+COC em tarefa repetida e maçante precisa de mais
tempo, para ajustar o desempenho. Estes diferentes perfis atencionais poderiam ser
explicados pela “Integrative theory of Attention-Deficit Hyperactivity Disorder based on the
cognitive and affective neurosciences” (proposta por Nigg e Casey 2005), que propõe que o
TDAH envolve alterações nos circuitos frontoestriatal, frontocerebelar e pré-frontal-límbico.

91 COMPARAÇÃO DA DEMANDA DE AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA EM


CLÍNICA-ESCOLA PÚBLICA E PARTICULAR
Vieira, Aline; Zaionz, Gabriela; Borges, Camila Maia de Oliveira; Pereira, Ana Paula
Almeida.

Introdução: A busca por atendimento em avaliação neuropsicológica (AN) aumentou


consideravelmente. No entanto, o nível de informação da população sobre este trabalho
permanece insuficiente. Objetivo: Investigar o perfil dos clientes que buscaram AN na clínica
escola de duas universidades: uma pública (UF) e outra particular (UP) em 2015. Método:
Foi organizada uma lista com os dados dos pacientes que solicitaram AN nos dois locais,
realizando uma entrevista telefônica estruturada, que, após o consentimento do participante,
analisou-se: o tempo de espera, o motivo da solicitação da AN, quem foi o solicitante, e quem
era o informante. Resultados: Evidenciou-se que 67 pessoas solicitaram atendimento na UF
(8 não responderam ao serem contatados), e apenas 10% destas foram atendidas. Na UP
houve 19 solicitações (5 não responderam, porém 4 destes já haviam sido atendidos), sendo
atendida 68% da demanda na UP. Os participantes homens representaram 59% da amostra. A
faixa etária predominante na UP foi entre 16-35 anos (63%, M=22, DP=4,95) e 35-64 anos na
UF (51%, M=51,5, DP=7,01), a queixa principal foi Acidente Vascular Cerebral (AVC) na
UF (49%), e na UP foram diversos motivos escolares (79%). O tempo médio de espera na UF
foi superior a três meses (83%) e na UP menos que um mês (47%). O informante da pesquisa
foi a própria pessoa que desejava o atendimento em ambos os locais (27% UF, 86% UP). A
fonte de encaminhamento na UF foram os familiares (51%) e na UP diversos profissionais
(71%). Discussão: A pesquisa mostrou que as universidades possuem clientelas diferentes,
sendo que a UF recebe maior demanda de queixas relacionadas à saúde, de pacientes em
idade produtiva, e a UP, pacientes jovens com questões educacionais. Conclusão: A pesquisa
mostrou que as ações adicionais de intervenção estão adequadas ao perfil da população que
solicita AN em cada universidade.

92 COMPARAÇÃO DO DESEMPENHO EM TAREFAS DE MEMÓRIA EPISÓDICA


VISUAL E VERBAL EM GESTANTES DE ALTO RISCO
Paglioni, Vanessa Maria; Oliveira, Mirian Akiko Furtani; Benute, Gláucia Rosana Guerra;
Lúcia, Mara Cristina Souza.

Introdução: A percepção de problemas de memória pode ter implicações para a vida para
mulheres grávidas. Evidências científicas consideram que a gravidez possui impactos na
memória de longo prazo declarativa. Estudos referem que existe diferença entre a informação
codificada verbalmente e visualmente; do ponto de vista evolutivo, gestantes necessitariam de
esquemas de memória visual mais preservados em comparação com a memória verbal, no
entanto, há uma lacuna na literatura em relação a comparação desses dois tipos de memória
em mulheres grávidas. Desta forma o objetivo do presente trabalho foi de avaliar se existe
diferença entre esquemas de memória episódica visual e verbal. Método: foram recrutadas 30
gestantes de alto risco, sendo 07 com Hipotireoidismo, 08 com Diabetes Gestacional, 14 com
Hipertensão e 01 com HIV. A idade média de 33 anos (DP=6,18), 67% das participantes
possuía segundo grau completo. Realizou-se apenas uma sessão, e os instrumentos utilizados
foram: Hopkins Verbal Learning Test (HVLT) que avalia memória verbal e “Brief Visual
Memory Test” (BVMT –R) que avalia memória visuo–espacial. Resultados: Utilizou-se o
Teste t para duas amostras, observou-se que há diferença entre a recordação imediata de
memória visual e memória verbal (p=0,000039), esta diferença permanece na recordação
tardia com vantagem da memória visual em relação à verbal (p=0,0098). Conclusão: Conclui-
se que a memória episódica de evocação visual se mostrou mais representativa quando
comparado com a memória verbal. Tal desempenho pode estar relacionado ao recurso de
utilização das vias visuais e motoras que exigiu uma habilidade grafo-motora, visuo-
construção e planejamento na evocação visual. Conclui-se que a memória visual possui efeito
facilitador em relação à codificação de esquemas verbais. Pode-se inferir que tal resultado
esteja relacionado com a complexidade da tarefa (BVMT mais simples que HVLT) ou que
exista uma melhor codificação visual em gestantes. Fato que facilitaria a adaptação ao meio,
uma vez que, guardar informações de caráter visual pode ser imprescindível em situações de
resposta ambiental. Entretanto, há necessidade de mais pesquisas que priorizem estudos e
análises funcionais, em relação às dificuldades de memória relacionadas à gravidez.

93 COMPARAÇÃO DOS RELATOS DOS CUIDADORES E PROFESSORES: UM


INSTRUMENTO IMPORTANTE PARA O DIAGNÓSTICO DE CRIANÇAS COM
TDAH E TOD
Colodetti, Ana Carolina Jorge; De Freitas, Harrison Lucas Rocha; Fernandes, Juliana Nassau;
De Paula, Jonas Jardim; Costa, Danielle De Souza; De Miranda, Débora Marques; Malloy-
Diniz, Leandro Fernandes.

Introdução: O TDAH e TOD co-ocorrem com frequência. O SNAP é um instrumento de


avaliação utilizado para identificar, a partir do relato dos cuidadores e professores, a
quantidade de sintomas de TDAH e TOD que podem estar presentes no comportamento de
uma criança. A hipótese sugerida nesse estudo é a de que os relatos da observação de
cuidadores e professores podem diferir entre os sintomas de desatenção,
hiperatividade/impulsividade e oposição desafiante. O objetivo da pesquisa foi de verificar a
concordância e relação de cada item da escala MTA-SNAP-IV entre os relatos dos
cuidadores e professores em relação aos sintomas de TDAH e TOD. Método: os dados
utilizados na pesquisa foram obtidos a partir do NITIDA, laboratório com atividades no HC -
UFMG, localizado em BH – MG. A amostra utilizada foi de 88 crianças, com a faixa etária
entre 5 a 12 anos. Dessas crianças, 44 são do sexo feminino e 44 do sexo masculino. O SNAP
foi entregue para que cuidadores e professores preenchessem. A análise estatística foi
realizada com o software IBM SPSS Statistics 23. Resultados: Foram encontradas diferenças
estatisticamente significativas entre o relato de pais e cuidadores em: 1) dois dos nove itens
de desatenção; 2) oito dos nove itens de hiperatividade e 3) sete dos oito itens referentes a
TOD. Em todos os itens da escala que apresentaram diferenças, os cuidadores pontuaram
valores mais altos para os sintomas que os professores. Ademais, o tamanho de efeito das
diferenças variaram entre médio e grande em quase todos os casos. Conclusão: Após as
análises estatísticas, conclui-se que os cuidadores pontuam mais sintomas para os filhos
porque percebem a situação de uma maneira mais intensa, talvez pelo fato de conviverem em
diversos contextos com a criança e por já estarem bastante exaustos com os comportamentos
característicos dos transtornos.

94 COMPARAÇÃO ENTRE O IMPACTO DA IDADE E DA ESCOLARIDADE NO


MINI EXAME DO ESTADO MENTAL DE 30 E DE 35 PONTOS
Araújo, Veronica Carvalho; Lima, Christina Martins Borges; Charchat-Fichman
Helenice.

Introdução: O Mini Exame do Estado Mental (MEEM) é uma ferramenta de rastreio


cognitivo com dados normativos para a pontuação até 30. Existem diversos estudos indicando
a influência da escolaridade em seu escore. O presente estudo pretende comparar o impacto
da idade e escolaridade nos resultados do MEEM-30 e do MEEM–35 em uma população de
idosos da comunidade. Método: A amostra é composta por 470 idosos frequentadores das
Casas de Convivência e Lazer de Idosos da Prefeitura do Rio de Janeiro. Os sujeitos foram
divididos em grupos de escolaridade (analfabetos, 1 e 4 anos, 5 e 8 anos, 9 e 11 anos e acima
de 12 anos de escolaridade) e idade (entre 60 e 64 anos, 65 e 69 anos, 70 e 74 anos, 75 e 79
anos, 80 e 84 e acima de 85 anos). O instrumento utilizado foi o MEEM, bem como a tarefa
de soletração da palavra “mundo” na ordem inversa. Foi realizada uma análise descritiva
seguida de ANOVA One Way para os dados de idade e escolaridade, com análise post hoc do
tipo Bonferroni. Resultados: Os resultados mostraram que as duas formas de pontuação do
MEEM sofreram impacto da idade e da escolaridade. Em ambos o impacto da idade só foi
percebido na comparação entre os grupos de 65-69 anos (MEEM-30 – p=0,010; MEEM-35 –
p=0,018) e de 70 a 74 anos (MEEM-30 – p=0,015; MEEM-35 – p=0,012) com os acima de
85 anos. Em relação a escolaridade, o grupo de 5 a 8 anos foi semelhante ao grupo de 9 a 11
anos em ambas pontuações (MEEM-30 – p=1,00; MEEM-35 – p=1,00). Todos os outros
grupos apresentaram diferenças estatisticamente significativas. Conclusão: Esse resultado
indica que a inclusão da tarefa de soletração não gera benefício significativo em relação ao
escore total do MEEM e ao impacto causado pela idade e escolaridade.

95 COMPROMETIMENTO COGNITIVO EM ADULTOS COM ACIDENTE


VASCULAR ENCEFÁLICO E DEMÊNCIA VASCULAR
Leão, Karina Ferreira; de Carvalho, Ariane Cristina Ramello; Zanini, Daniela
Sacramento;Ferreira, Larissa de Oliveira.

Introdução: A incidência de Acidente Vascular Encefálico (AVE) em uma população de


adultos- jovens está aumentando gradativamente. Por esta enfermidade ser um tipo muito
frequente de dano cerebral de origem vascular, pode-se considerar previsível uma relação
causal entre esse tipo de evento e a Demência Vascular. O AVE pode ocasionar algumas
alterações cognitivas que podem interferir nas atividades de vida diária destes pacientes. De
acordo com os critérios do NINDS-AIREN, para que ocorra o diagnóstico de Demência
Vascular é necessário de no máximo 3 meses após AVE clinicamente reconhecido. Em
decorrência deste fato as alterações cognitivas frequentemente são encontradas não somente e
um público de idoso, mas também em adultos- jovens e em alguns casos podem
desenvolveram um quadro de Demência Vascular. Objetivo: O objetivo desta revisão
sistemática foi realizar um levantamento bibliográfico e investigar produções científicas que
demonstram evidências de comprometimentos cognitivos em adultos acometidos tanto por
AVE quanto por Demência Vascular. Método: Verificaram-se as bases de dados PUBMED e
LILACS. Foram analisados artigos empíricos e teóricos disponíveis na íntegra, redigidos em
inglês, com população adulta entre 19 e 59 anos e publicados entre 2006 e 2016. Resultados:
Foram encontrados 76 artigos, todos foram avaliados e apenas 4 selecionados, os quais
obedeceram aos critérios de inclusão e exclusão estabelecidos. Os resultados apontam para
evidências de relação entre a prevalência de episódios de AVEs, o comprometimento que esta
patologia pode gerar a partir de um contexto vascular e o possível desenvolvimento de
declínio cognitivo. Conclusão: Conclui-se que os artigos analisados nesta pesquisa
demonstraram limitações e dificuldades em constatar ou padronizar os prejuízos cognitivos
encontrados em adultos acometidos por AVE seguido de Demência Vascular. Verifica-se a
evidente importância de estudos com indivíduos adultos jovens com diagnóstico de AVE e
DV para a melhor descrição diagnóstica, terapêutica e psicossocial.
96 COMUNICAÇÃO E COGNIÇÃO NA FORMAÇÃO DO EDUCADOR POLÍTICO
SOCIAL EM GERONTOLOGIA: O USO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
COMO MEDIADORA DA APRENDIZAGEM
Lira, Juliana Onofre; Cera, Maysa Luchesi; Henrique, Dyego Ramos; Pereira, Jorge Luís
Barreto; Galato, Dayani; Funghetto, Silvana; Karnikowski, Margo Gomes de Oliveira.

INTRODUÇÃO: As tecnologias da informação têm contribuído no contexto educacional. O


programa Universidade do Envelhecer é destinado a 200 participantes do DF com mais de 40
anos e visa formar educadores políticos sociais em gerontologia, para fomentar ações
integradoras sobre educação, saúde, direito, política, arte e cultura. Estimula o
empoderamento e a adoção de comportamento de cidadania para desenvolvimento humano e
social. A disciplina Comunicação e Educação mediada por Tecnologias apresenta 60 horas e
31 alunos. Contempla temas como comunicação, linguagem, função executiva, memória e
demais funções cognitivas, reforçados com jogos educacionais em um espaço de inovações
tecnológicas. OBJETIVO: Observar, por meio de jogos educacionais tecnológicos, o
aprendizado sobre comunicação e cognição do aluno em formação político social em
gerontologia. MÉTODO: Estudo piloto. Os 31 estudantes tinham entre 45 e 75 anos de idade.
O grupo participou de uma intervenção inicial com três sessões de duas horas e trinta minutos
cada, que abordaram conceitos sobre comunicação e cognição e exercícios para treinar
funções cognitivas. Em seguida, foi feita uma atividade lúdica (dois jogos) no centro de
inovações tecnológicas com foco em atenção, funções executivas e memória, com o intuito
de avaliar o aprendizado sobre os temas abordados nas sessões. O primeiro jogo foi composto
por 17 questões respondidas por grupos de seis a oito alunos e o segundo jogo com as
mesmas questões foi respondido por duplas. RESULTADOS: A mediana de acerto das
respostas foi de 87%, com mínimo de 50% e máximo de 100%. Os estudantes relataram
satisfação com o uso do recurso tecnológico e maior facilidade de compreensão,
armazenamento e resgate do conteúdo com a repetição dos temas. CONCLUSÃO: O lúdico
mediado pelas tecnologias da informação possibilitou aos estudantes uma aproximação com
as tecnologias de ensino aprendizagem e repetição dos conteúdos teóricos de forma dinâmica.
97 COMUNICAÇÃO NA DEMÊNCIA: A DOENÇA DE ALZHEIMER CURSA COM
PARAFASIA FONÊMICA E APRAXIA DE FALA?
Cera, Maysa Luchesi; Ortiz, Karin Zazo; Bertolucci, Paulo Henrique Ferreira; Minett, Thaís
Soares Cianciarullo.

Introdução: A doença de Alzheimer (DA) cursa com alterações de comunicação que podem
chegar ao mutismo. Os procedimentos terapêuticos para reduzir as dificuldades de
comunicação dependem do tipo de alteração: distúrbios fonético-motores, como apraxia de
fala, ou linguísticos, como afasia. A terapia da afasia se distingue da apraxia de fala. Assim, a
identificação das manifestações da apraxia de fala e das parafasias fonêmicas da afasia é
fundamental para compreender os aspectos relacionados às alterações de comunicação e para
determinar o planejamento terapêutico. Objetivo: Identificar a distribuição das manifestações
fonético-fonológicas em idosos com DA e saudáveis e verificar se as manifestações indicam
a origem da alteração na DA, fonético-motora, fonológico-linguística ou ambas. Método:
estudo transversal que incluiu 90 pacientes com DA e 30 idosos voluntários saudáveis. Todos
foram submetidos à avaliação fonética e fonológica baseada na classificação atual das
manifestações que distinguem características exclusivas da apraxia de fala e outras exclusivas
da afasia. Análises por regressão binomial negativa foram utilizadas para comparar a
quantidade de manifestações apresentadas pelos dois grupos. Resultados: Das nove
manifestações que não ocorreram na fala dos idosos saudáveis, as frequências de substituição
de vogal e consoante (Teste exato de Fisher, p<0.001), intervalo prolongado (p=0.003),
prolongamento de vogal (p<0.001), substituição distorcida (p=.036) e adição (p=0.003) foram
significativamente maiores na DA. Em relação à quantidade das manifestações apresentadas
pelos dois grupos, pacientes com DA apresentaram significativamente mais manifestações de
afasia (autocorreção, RM 2.6, 95% IC (RM) 1.1; 11.8, p=0.007) e de apraxia ou afasia
(distorção, RM 4.1, 95% IC (RM) 2.8; 9.6, p<0.001, omissão, RM 6.9, 95% IC (RM) 3.3;
19.2, p<0.001, e ensaio em sílaba, RM 6.5, 95% IC (RM) 1.8; 32.5, p=0.036). Conclusão:
Idosos com DA apresentaram alteração fonético-fonológica da afasia e da apraxia de fala.
Assim, a terapia deve abranger tanto estratégias fonológico-linguísticas como fonético-
motoras.
98 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS EFEITOS DA NEUROMODULAÇÃO POR
ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA POR CORRENTE CONTÍNUA (tDCS) DO
TIPO CATÓDICA NO COMPORTAMENTO E NA ATIVIDADE
ELETROENCEFALOGRÁFICA DE UNIVERSITÁRIOS NO TESTE DE TEMPO DE
REAÇÃO
Santos, Priscilla Magalhães; Costa, Vanessa Ferreira; Paniago, Cássia Karolina; Sá, Ana
Garcia, Soraya Lage; Brasil-Neto, Joaquim Pereira; Tavares, Maria Clotilde H.

Pouco estudos investigaram os efeitos da estimulação transcraniana por corrente contínua


(tDCS) do tipo catódica no comportamento e na atividade eletroencefalográfica de indivíduos
durante a realização de tarefas que demandam atenção sustentada e manipulação do tempo,
como o teste de Tempo de Reação (TTR). O objetivo deste estudo foi avaliar tais parâmetros
em 17 universitários destros e hígidos (9♀, média de idade: 21,5 anos, DP: 0,5) submetidos
ao TTR (versão de 150 tentativas com pista e estímulo, ao qual deveria-se responder o mais
rapidamente possível pressionando uma tecla) após duas sessões de tDCS, separadas pelo
intervalo de uma semana: real (1 mA, 20 minutos, cátodo (25 cm²) em F3, ânodo (35 cm²) na
região superciliar direita, Trans-Cranial®) e simulada (interrupção da estimulação após 30s).
Simultaneamente ao TTR foi realizada um eletroencefalograma (EEG; 23 eletrodos Ag/AgCl
posicionados de acordo com o Sistema 10/20, NeuronSpectrum-4/EP®). Também foram
investigadas possíveis diferenças entre os gêneros. Em todas as condições, a taxa de acertos
foi elevada e não sofreu influência da tDCS (F(1,30)=0,640; p=0,430; ANOVA bifatorial e
testes t com ajuste de Bonferroni)) nem do gênero dos participantes (F(1,30)=0,003;
p=0,960). Resultados similares foram encontrados para o tempo de reação (tDCS:
F(1,30)=0,721; p=0,403; gênero: F(1,30)=0,119; p=0,733). Os registros de EEG foram
tratados (software EEGLab) e geraram mapas topográficos com atividade fronto-parietal
distribuída nas bandas de frequência tradicionais, que não revelaram diferenças significativas
em nenhuma condição. Os resultados sugerem ausência de efeitos prejudiciais da tDCS do
tipo catódica no desempenho e no funcionamento cortical de universitários no TTR em
ambos os gêneros e são importantes evidências relativas à segurança desta técnica,
especialmente ao se considerar suas aplicações clínicas.
99 CONSTRUÇÃO DE REDES DE APOIO PARA SUJEITOS AFÁSICOS E SUAS
FAMÍLIAS
Legal, Eduardo José; Terçariol, Denise; Machado, Neusa Amorim F.; Dias, Alessandra M.;
Furtado, Deise Baixo D.

Introdução: O projeto “Assessoria na construção de rede de apoio para sujeitos afásicos de


Itajaí e região” foi criado em 2006 devido a demanda de sujeitos com afasia atendidos em
uma clínica escola de fonoaudiologia. Diagnosticou-se a necessidade da existência de um
espaço para troca de vivências, bem como, de suporte a essas pessoas. Objetivo: Apoiar,
orientar e informar o sujeito e seus familiares, promovendo saúde, interação, resgate da
autonomia e reinserção social. Metodologia: O projeto de extensão e a Associação de
Afásicos de Itajaí e Região (AAfas) acontecem todas as segundas e quartas-feiras na Univali.
Os participantes e suas cuidadoras recebem acolhimento individualizado e são submetidos a
uma triagem. Quando identificado o quadro de afasia e demais alterações, os mesmos são
convidados a participar da AAfas e dos eixos do projeto: a oficina de conversação e oficina
das cuidadoras. Na oficina de conversação são realizadas atividades em grupo com o objetivo
de resgatar a autonomia dos participantes, estimular a linguagem oral, escrita, motricidade
fina, memória, percepção auditiva e corporal, entre outras funções. A oficina de cuidadoras
consiste em um espaço de trocas de experiências e autocuidado. Estas atividades contam com
a colaboração de bolsistas, voluntários e professores do projeto. Resultados: Todos os sujeitos
que participam ativamente do projeto vêm apresentando melhora no que diz respeito à
reinserção social e autonomia nas atividades diárias e mudanças positivas na linguagem. As
cuidadoras relatam se sentirem mais seguras e preparadas para lidar com seus cuidados,
ressaltando que este espaço é importante para poderem ter mais tempo dedicado a elas
mesmas, podendo realizar assim o autocuidado e melhorar sua autoestima.

100 CORRELAÇÕES DE INDICADORES NEUROPSICOLÓGICOS: PROPOSTA


PARA AVALIAÇÃO DOS PREJUÍZOS FUNCIONAIS EM CRIANÇAS COM
QUEIXA DE DESATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
Micieli, Ana Paula Roim; Ribeiro, Adriana de Fátima; Cantiere, Carla Nunes; Teixeira, Maria
Cristina Trigueiro Veloz; Carreiro, Luiz Renato Rodrigues.

Introdução: O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é caracterizado


por desatenção e/ou hiperatividade e impulsividade, mais frequente e grave do que o
observado em indivíduos com mesmo nível de desenvolvimento. O DSM-5 apresenta poucos
indicadores concretos para diferenciar os níveis de severidade descritos como leve, moderado
ou grave, para determinar o comprometimento funcional. Estudos recentes sobre a
funcionalidade no TDAH baseiam-se na compreensão de suas consequências na vida prática
dos indivíduos e tem sido associado a prejuízos cognitivos nas habilidades das Funções
Executivas como flexibilidade, controle inibitório e planejamento. Objetivo: Descrever
correlações de indicadores neuropsicológicos e relatos de severidade dos sintomas. Propor
associações dos prejuízos funcionais e severidade das queixas no TDAH. Método: Foram
analisados 22 prontuários de crianças e adolescentes, entre 6 e 16 anos com TDAH, que
participaram de um protocolo de avaliação neuropsicológica, comportamental e clínica.
Foram descritas as principais dificuldades na caracterização das funções executivas por
intermédio da análise de índices dos testes Wisconsin e CPT (Conners’ Continuous
Performance) em relação à severidade dos sintomas por meio de sua frequência (número de
respostas do tipo frequentemente ou muito frequentemente), relatada em um inventário
baseado no DSM-5. Na análise foi utilizada a correlação de Spearman, com os dados obtidos
nos testes. Conclusão: os resultados dos testes não mostraram correlação entre os diferentes
níveis de severidade dos sinais relatados. Os índices utilizados decorreram do cruzamento dos
indicadores comportamentais de déficits em flexibilidade cognitiva, controle inibitório e
planejamento com indicação das queixas e preocupações dos responsáveis. Com isso, foram
criados quadros de indicadores propositivos, para observação dos prejuízos funcionais, de
acordo com os níveis de severidade do transtorno, nos domínios conceitual, social e prático,
para além dos indicadores neuropsicológicos.

101 CORRELAÇÕES DO DESEMPENHO EM FUNÇÕES EXECUTIVAS E


PRÁTICAS EDUCATIVAS PARENTAIS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM
TDAH
Marino, Regina Luisa de Freitas; Teixeira, Maria Cristina Triguero Veloz; Carreiro, Luiz
Renato Rodrigues.

Introdução: A interação entre pais e filhos constitui o relacionamento mais intenso da criança
na infância e, com isso, as práticas educativas parentais contribuem para o seu
desenvolvimento afetivo e cognitivo. Esses aspectos relacionais tornam-se ainda mais
importantes em famílias de crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
(TDAH), pois, com frequência, estas crianças apresentam déficits nas funções executivas,
sendo mais dependentes do feedback e monitoração de seus pais para balizarem seus
comportamentos. Objetivo: O objetivo do trabalho foi correlacionar práticas educativas
parentais com desempenho em funções executivas de crianças com diagnóstico de TDAH.
Método: Os participantes foram selecionados de um protocolo de avaliação neuropsicológica,
comportamental e clínica para crianças e adolescentes com queixa de desatenção e
hiperatividade. A amostra foi composta por 26 participantes entre 6 e 16 anos, diagnosticados
com TDAH, e seus respectivos responsáveis. Foram aplicados o Inventário de Estilos
Parentais (IEP), o Teste de Classificação de Cartas Wisconsin (WCST) e o Conners’
Continuous Performance Test II (CPT-II). Foram realizadas análises de correlações de
Spearman entre os escores do IEP e os escores padronizados dos testes cognitivos.
Resultados: Verificou-se que o uso de práticas parentais positivas se associou
significativamente a menores pontuações em diversos indicadores de prejuízo no WCST
(respostas perseverativas, por exemplo) e no CPT-II (erros por comissões, por exemplo), ao
passo que o uso de práticas negativas se correlacionou com pior desempenho nestas tarefas
cognitivas, apesar de algumas exceções em que algumas práticas negativas foram
correlacionadas com melhor desempenho cognitivo, mas com alto custo emocional.
Conclusão: Com isso, esforços no sentido de compreender melhor a dinâmica familiar de
crianças com TDAH devem ser valorizados, pois dessa forma contribui-se para o
desenvolvimento de programas preventivos e interventivos focados nos pais de crianças com
o transtorno, como, por exemplo, treino de práticas parentais.

101 DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY: UM ESTUDO DE CASO


De Almondes, Katie Moraes; Silva, Rodrigo Alencar; Matos, Maria Manuela Leonardo;
Junior, Francisco Wilson Nogueira Holanda; Coutinho, Ronildo Teixeira; Martins, Isis
Aríscia de Araújo; Neto, Mozart Galvão Barros.

INTRODUÇÃO: Demência com Corpos de Lewy (DCL) é uma demência neurodegenerativa


frequentemente confundida com Demência por Doença de Parkinson (DDP) em função da
ocorrência de sintomas similares como prejuízo na função executiva e na visuoespacialidade.
A DCL diferencia-se pela presença de sintomas proeminentes como flutuações cognitivas,
alucinações visuais recorrentes e parkinsionismo posterior ou concomitante ao quadro
demencial. No Brasil, a DCL é subnotificada em decorrência da sensibilidade requerida em
seu diagnóstico para diferenciá-la da DDP. OBJETIVO: Investigar as especificidades clínicas
do diagnóstico da DCL a partir de avaliação neuropsicológica de um idoso diagnosticado.
DESCRIÇÃO: JB tem 75 anos, casado, alta escolaridade. Em 2012 começou a apresentar
alterações comportamentais como inquietação e agressividade, além de parkinsonismo
espontâneo. Ocorrem frequentemente episódios de alucinações visuais juntamente com
episódios de delírio, tais como afirmar que que membros da família estariam roubando seu
dinheiro e que sua água estaria sendo envenenada. Tais episódios apresentam caráter
flutuante. METODOLOGIA: Estudo de Caso com avaliação neuropsicológica, nela
constando anamnese, observação clínica, instrumentos de rastreio cognitivo (MoCA e TDR),
instrumentos de avaliação neuropsicológica (DRS-2 e RAVLT), instrumento de avaliação
comportamental e psiquiátrica (NPI-Q) e instrumentos de avaliação funcional (Índice Katz
para atividades de vida diária e Questionário de Atividade Funcional). RESULTADOS: A
avaliação neuropsicológica revelou comprometimento cognitivo em múltiplos domínios
refletidos no baixo desempenho nos testes. Embora exista um comprometimento cognitivo
global, as funções executivas estão sensivelmente mais comprometidas. Memória visual e
memória episódica também estão severamente comprometidas, o que, provavelmente, indica
um estágio avançado da demência. CONCLUSÃO: O padrão de déficits neuropsicológicos
poderia sugestionar o diagnóstico de DDP, entretanto a expressividade dos sintomas centrais
de DCL e o aparecimento do parkinsionismo após o início do quadro demencial indicam
provável diagnóstico de DCL. Essa sensibilidade na diferenciação é fundamental para o
manejo clínico e elaboração de intervenções mais específicas.

102 DEMÊNCIA DE ALZHEIMER X DEMÊNCIA COM CORPOS DE LEWY:


DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL A PARTIR DE UM ESTUDO DE CASO
Serrano, Carla Jardim; de Santana, Yuri Eduardo Gomes; Bessa, Jonatas Reis da Conceição.

Devido às inúmeras causas de demência, a avaliação neuropsicológica é uma das principais


ferramentas utilizadas para a identificação do perfil das alterações cognitivas, principalmente
nos estágios iniciais de transtornos neurocognitivos. O presente trabalho tem por objetivo
realizar avaliação neuropsicológica para diagnóstico diferencial de demência, solicitado por
médico neurologista, já que o diagnóstico específico depende de exames complementares,
além da avaliação clínica. Foi realizado estudo de caso de paciente do sexo masculino, 79
anos, aposentado, ensino fundamental completo, com suspeita de demência. Foram aplicados
em 5 sessões semanais os seguintes testes neuropsicológicos: Mini Exame do Estado Mental
(MEEM); Teste de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey (RAVLT); Figura Complexa de
Rey – Forma A; Cubos de Corsi; Subteste Dígitos (WAIS III); Teste das Trilhas; Teste de
Atenção Alternada (TEALT); Fluência Verbal Semântica; Teste dos Cinco Dígitos (FDT); e a
Escala Wechsler Abreviada de Inteligência (WASI). A partir dos resultados obtidos na
avaliação neuropsicológica, foram observados prejuízos na memória verbal e visual; as
demais avaliações das funções cognitivas não apresentaram prejuízos de acordo com as
tabelas normativas brasileiras para sua faixa etária e/ou escolaridade. Através da observação
comportamental, o examinado apresentou insegurança, ansiedade, preocupação com o erro,
dificuldade para recordar atividades realizadas anteriormente, assim como prejuízo no resgate
de conteúdos relacionados a eventos pessoais com rótulo temporal. Paciente apresenta
declínio cognitivo significativo na memória episódica e visuoespacial, com preservação das
funções executivas, sugestivo para demência de Alzheimer.

103 DEPENDÊNCIA DE INTERNET: ESTUDO SOBRE HÁBITOS DE USO POR


UNIVERSITÁRIOS
Souza, Jefferson José; França, Elton da Silva; Silva, João Paulo; Barros, Juliana.

Atualmente vivemos numa era de popularização do uso da internet a qual se faz presente na
rotina das pessoas de forma intensa e isso acarreta mudanças comportamentais que podem
configurar um uso abusivo desta ferramenta. Assim, percebeu-se a necessidade de traçar um
panorama deste potencial transtorno a fim de analisar o uso problemático de internet no que
tange o detrimento das relações e prejuízos acadêmicos e no trabalho, dando base para a
elaboração de técnicas terapêuticas eficientes. Para isso, uma amostra de 90 pessoas
selecionada por conveniência dos pesquisadores respondeu a um questionário online
composto pelo Internet Addiction Test (IAT) e questões sociodemográficas. Os resultados
obtidos demonstram que, 48,5% das mulheres avaliadas apresentam algum grau de
dependência entre leve e moderada enquanto no sexo masculino, este número é de 54,2%. A
partir dos dados, também é possível construir um perfil médio de uso de internet do
universitário onde as mulheres exibem maior preferência por redes sociais e homens
demonstram consumir mais jogos. Índices baixos nas respostas que relacionam uso da
internet à vida social podem sugerir que esta dimensão do cotidiano dos sujeitos não seja tão
comprometida em consequência do uso da ferramenta, já as questões que exploram a
produtividade no trabalho obtiveram resultados superiores. Além disso, 76% da amostra
declarou que o uso de internet prejudicou seu desempenho acadêmico em algum nível. É
importante ressaltar que em alguns casos, o questionário sociodemográfico apresentou
discrepâncias em relação às respostas do IAT, onde perguntas a respeito do uso de internet
demonstraram um possível uso problemático não captado pelo teste. O prejuízo visualizado
nos fatores acadêmicos e do trabalho sugere que o uso patológico de internet aponta para uma
necessidade de elaboração de estratégias terapêuticas que auxiliem estes universitários com
relação a este potencial transtorno.

104 DESEMPENHO ACADÊMICO DE CRIANÇAS DIAGNOSTICADAS COM


TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE E TRANSTORNO
DEPRESSIVO
Martins, L. F.; Ferreira, R. T. C.; Bara, T. S.; Coutinho, D.; Farias, A. C.; Cordeiro, M. L.

INTRODUÇÃO: Crianças com transtornos comportamentais e de humor frequentemente


apresentam dificuldades na aprendizagem escolar. É de extrema importância, não somente o
diagnóstico clinico dos transtornos, mas também identificar quais as áreas que apresentam
mais prejuízos para que tratamentos recomendados tenham um impacto positivo e duradouro.
OBJETIVO: Verificar o desempenho acadêmico de crianças diagnosticadas com TDAH e
com TD, com crianças sem psicopatologias, por meio do Teste de Desempenho Escolar
(TDE). MÉTODO: Os Participantes (n=117) foram alunos diagnosticados com TDAH,
Transtorno de Depressão (TD), não medicados, e crianças sem psicopatologias, ambos os
sexos, idade entre 7 e 16 anos, QI >70. Foram realizadas análises estatísticas comparativas
utilizado o teste Mann-Whitney, baseados nos subtestes de Escrita, Leitura e Aritmética do
TDE, considerando significativo p<0,05. RESULTADOS: Entre os grupos TD x TDAH-C
não foram encontradas diferenças significativas para os subtestes de Aritmética, Leitura e
Escrita, já para os grupos TDAH-C x Controle e TD x Controle foram encontradas diferenças
significativas para os três subtestes. CONCLUSÃO: Os resultados demonstraram que os
prejuízos acadêmicos podem estar associados a essas psicopatologias. É essencial, além do
diagnóstico clinico, verificar quais os prejuízos podem estar associados aos transtornos
comportamentais e de humor para que os tratamentos sejam direcionados com eficácia.

105 DESEMPENHO EM ESCRITA – COMPARAÇÃO DE UMA AMOSTRA DO


ESTADO DE GOIÁS COM DADOS NORMATIVOS BRASILEIROS
Ferreira, Arthur Barboza; Ferreira, Sandra de Fátima Barboza; Martins, Weber; Rocha, Ana
Madalena de Souza.
Introdução: A escrita é uma atividade complexa que envolve competências cognitivas
variadas, como memória, atenção, percepção auditiva e visual e sequencialização, além da
integração simultânea entre linguagem e habilidades motoras. Todo esse conjunto de
competências demanda condições elementares de ordem socioeconômica e adequado nível de
estimulação ambiental. É possível que haja diferenças de desempenho na atividade da escrita
em diferentes regiões do país, por consequência da reconhecida heterogeneidade e
disparidade das condições socioeconômicas brasileiras. Objetivo: Este estudo tem por
objetivo administrar uma prova de leitura e analisá-la comparativamente, partindo de dados
normativos brasileiros (amostra geral). Método: O projeto de pesquisa foi aprovado por um
Comitê de Ética sob o protocolo (01108712.6.0000.0037). Participaram do estudo 240
crianças do estado de Goiás entre 8 e 12 anos. Elas foram submetidas à prova de ditado do
Teste de Desempenho Escolar (Stein, 1994). As crianças realizaram o referido subteste,
composto por um ditado de 34 palavras e registro do próprio nome, constituindo uma prova
cuja pontuação máxima é de 35 pontos. Resultados: Os resultados encontrados, para a
amostra goiana e para a amostra geral foram respectivamente: 1.ª Série [23,14(7,988) / 11,14
(8,94) ]; 2.ª Série [27,00(4,546/21,92(6,81)]; 3ª Série [26,97(4,690)/25,74(5,26)]; 4ª Série
[27,54(4,011)/28,81(3,83)]; 5ª Série [29,67(4,810)/30,20(3,38)]; 6ª Série [32,65(3,483)/
31,81(3,06)]. Os resultados indicaram também conforme a amostra geral que há uma forte
correlação entre escolaridade e desempenho. O teste de comparação entre médias (t-student)
identificou desempenho melhor e estatisticamente significativo na primeira e sexta séries na
amostra goiana. Discussão: Constatou-se que o desempenho de crianças goianas é superior à
média nacional.

106 DESEMPENHO EM ESCRITA: COMPARAÇÃO ENTRE ALUNOS DE


ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES DO ESTADO DE GOIÁS
Rocha, Ana Madalena de Souza; Ferreira, Sandra de Fátima Barboza; Martins, Weber

No ano de 2015 as médias do índice de Desenvolvimento da educação básica (IDEB)


indicaram diferenças importantes no desempenho de crianças de escolas públicas e da rede
privada de ensino. Constatou-se, segundo o Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (INEP) que nas séries iniciais da educação básica essas diferenças são
menores do que nos anos finais. Objetivo: O estudo objetivou comparar o resultado de
crianças de escolas públicas e particulares do Estado de Goiás, no subteste de ditado do Teste
de Desempenho Escolar. Método: O projeto de pesquisa foi aprovado por um comitê de ética
sob o protocolo 01108712600000037. Participaram da pesquisa 271 alunos na faixa etária de
08 a 12 anos de idade. A amostra foi composta de 145 crianças de escolas particulares e 126
de escolas públicas, sem histórico de repetência ou queixa escolar. Os alunos foram
submetidos ao subteste composto de 35 itens. Resultados: Os resultados apontaram média de
27,85 (4,90) para os alunos das escolas públicas contra 28,99 (4,88) obtida pelos alunos das
escolas privadas. A pesquisa também demonstrou resultados compatíveis com o estudo
original realizado no Rio Grande do Sul. O teste de comparação entre médias Mann Whitney
não indicou diferença estatisticamente significativa no desempenho entre alunos da escola
pública e particular. Discussão: Discutiu-se que o tipo de escola não se apresentou como um
indicador relevante no desempenho em escrita nessa amostra pesquisada, confirmando que
nos anos iniciais do ensino básico essas diferenças não são óbvias sendo necessárias políticas
públicas que minimizem as disparidades encontradas nos anos posteriores.

107 DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS NA ADOLESCÊNCIA:


UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neves, Pedro Henrique; Tavares, Naraiana de Oliveira.

Introdução: A adolescência é considerada uma etapa fundamental no desenvolvimento


humano, com modificações nos aspectos cognitivo, físico, sexual e social. Não há consenso
sobre os seus marcos iniciais e finais, mas considera-se a puberdade como uma de suas
demarcações iniciais, e a independência em relação aos responsáveis um dos indicativos de
seu término. Ao considerar a adolescência como fenômeno multifacetado, influenciado por
fatores biopsicossociais, as contribuições dos estudos neuropsicológicos são de grande valia
para compreensão desta etapa de vida. Objetivo: Realizar uma revisão do estado da arte sobre
os principais aspectos relativos ao desenvolvimento das Funções Executivas na adolescência,
por meio de pesquisas nacionais e internacionais. Método: A investigação nas bases de dados,
com as palavras-chaves: “executive functions” e “adolescence” e suas correspondentes em
português, incluiu apenas estudos realizados nos anos de 2010 a 2016. Excluíram-se artigos
nos quais o objetivo não foi observado. Resultados: A amostra evidenciou que grande parte
dos artigos tinham como foco a psicopatologia do adolescente, com foco nos Transtornos
Disruptivos. Assim, para compor a revisão bibliográfica de acordo com o objetivo da
temática, alguns textos de livros nacionais e internacionais sobre a Neuropsicologia foram
selecionados, a fim de enriquecer o paradigma do desenvolvimento neuropsicológico relativo
a essa faixa etária. Dentre os domínios dos componentes de Funções Executivas, os que
sofrem relevantes modificações nesta fase são: o aumento na capacidade de memória de
trabalho, maior controle inibitório e flexibilidade cognitiva, a maturação dos processos de
atenção sustentada e seletiva, além da capacidade para o raciocínio lógico e abstrato. Percebe-
se ainda o desenvolvimento na capacidade de relação com os pares, aspecto relacionado à
cognição social. Conclusão: As modificações sofridas no período podem fazer com que o
adolescente possa ser predisposto à fatores de risco ligados ao período de maturação cerebral,
comportamentos impulsivos e readaptação psicossocial.

108 EFEITO DO ATRASO NA ATENÇÃO EM UMA TAREFA DE MEMÓRIA


OPERACIONAL VISUAL
Kouzak, Valeska; Garcia, Ana; Campos da Paz Neto, Aloysio; Tomaz, Carlos.

Introdução: A memória operacional (MO) é uma função neuropsicológica relacionada a


habilidade de utilizar a informação por um período de tempo, deixá-la ou integrá-la na
memória de longo prazo, sendo a atenção um componente essencial na MO, possibilitando a
manutenção do estímulo a fim de atingir a meta. Objetivo: Avaliar se o aumento do atraso
entre a apresentação de imagens no teste de escolha de acordo com o modelo com atraso
(DMTS) afeta a atenção e influencia no desempenho e no tempo de resposta. Métodos: O
DMTS é um teste computacional, no qual é apresentada uma figura na tela como modelo,
seguida de um atraso e, então, a apresentação de duas figuras, em que o sujeito deve
identificar o modelo. Para avaliar o objetivo foram propostas quatro condições (3s, 5s, 9s e
15s), com 10 sujeitos (5♂, µ=28,5 anos, DV=6,7) distribuídos randomicamente. Resultados:
A média do tempo de resposta (TR) nas condições foi de 1,15s (3s), 1,19s (5s), 1,32s (9s) e
1,35s (15s). E o desempenho foi de 92% (3s), 100% (5s e 9s) e 80% (15s). O teste não-
paramétrico de Wilcoxon entre TR e o desempenho demonstrou uma diferença significativa
(p<0,001) para a relação entre estes dois fatores em todas as condições. Conclusões: Os
resultados preliminares indicaram um aumento do tempo de resposta e uma queda do
desempenho quanto maior atraso. Estes achados sugerem que o atraso gera uma instabilidade
na atenção durante a tarefa de MO visual por um declínio na capacidade de manter a
informação em mente.
109 EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA POR CORRENTE
CONTÍNUA (tDCS) DO TIPO CATÓDICA NO DESEMPENHO
COMPORTAMENTAL DE UNIVERSITÁRIOS NO TESTE DE STROOP
Sá, Soraya Lage; Paniago, Cássia Karolina; Santos, Priscilla Magalhães; Costa, Vanessa
Ferreira; Garcia, Ana; Brasil-Neto, Joaquim Pereira; Tavares, Maria Clotilde H.

Apesar de estudos recentes demonstrarem melhorias no desempenho de jovens em testes


neuropsicológicos, como o teste de Stroop, após a realização da estimulação transcraniana
por corrente contínua (tDCS) do tipo anódica, poucos têm investigado os efeitos da tDCS do
tipo catódica nessa amostra. Este estudo avaliou o desempenho comportamental de 17
universitários hígidos (9♀, média de idade: 21,5 anos, DP: 0,5) destros e tricromatas
submetidos ao teste de Stroop após duas sessões de tDCS, separadas pelo intervalo de uma
semana: catódica (1 mA, 20 minutos, cátodo (25 cm²) em F3, ânodo (35 cm²) na região
superciliar direita, aparelho Trans-Cranial®) e simulada (interrupção da estimulação após
30s). O teste foi composto por três etapas com 32 tentativas, cada: congruente (EC), na qual
os dois atributos da palavra, isto é, seu significado e sua cor, são coincidentes; incongruente
(EI), na qual os atributos são diferentes e semelhança fonética (ESF), na qual utilizou-se
palavras foneticamente semelhantes a nomes de cores. Os sujeitos tinham de pronunciar em
voz alta a cor da palavra. A etapa influenciou (ANOVA bifatorial, post hoc teste t com ajuste
de Bonferroni) o número de acertos (EC>EI, p=0,006), de erros de omissão (EI>EC; 0,022) e
o tempo de reação (EC<EI, p<0,001; EC<ESF; p=0,005). Não foi encontrado efeito da tDCS
ou interação significativa entre neuromodulação e etapa. Os resultados evidenciaram a
existência do efeito Stroop para todos os parâmetros em ambas as sessões. Os tempos de
reação mais lentos e o maior número de erros em EI e ESF indicam maior demanda do
controle inibitório nessas etapas. A tDCS catódica, portanto, não prejudicou o desempenho de
universitários saudáveis no teste de Stroop, o que consiste em um importante passo na
investigação acerca dos efeitos adversos desta técnica.

110 EFEITOS DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM TESTE DE CONTROLE


INIBITÓRIO (STOP SIGNAL TASK) EM IDOSOS HÍGIDOS
Rabelo, Gabriel Neiva; Faria, Edison Tostes; Quintanilha, Maria Varela Torres; de Carvalho,
Karina Mendes; Garcia, Ana; Tavares, Maria Clotilde Henriques; Satler, Corina.
O controle inibitório é uma habilidade executiva relevante do autocontrole da atenção, de
comportamentos, de pensamentos e de emoções para inibição de respostas. A relação entre a
frequência cardíaca (FC) e o controle inibitório tem uma descrição consideravelmente restrita
na literatura, todavia, há estudos que estabelecem uma correlação entre a FC elevada e o
melhor desempenho nesse tipo de tarefa. Objetivos: Ampliar os conhecimentos acerca da
relação entre a FC e o controle inibitório em idosos utilizando o paradigma Stop Signal Task
(SST). Método: Foi utilizada uma versão do SST desenvolvida no e-Prime. Dos 10 idosos
hígidos (8 mulheres; média de idade=69,55, DP 5,92) com mais de 8 anos de escolaridade
foram analisados registros de eletrocardiogramas (ECGs) em estado basal, linha de base
registrada antes da execução da tarefa, e quando submetidos ao teste (SST), assim como a
medida de desempenho geral no teste. Resultados: Foi encontrada uma média do índice de
desempenho de 0,74 (DP= 0,21). A análise de FC entre a linha de base e o teste demonstrou
uma diferença significativa (p <0,001), de modo que, o teste t entre gêneros FC durante o
SST foi significativo (t=2,34, p=0,047) maior para as mulheres. No entanto, não houve
diferença significativa entre gêneros para o índice de desempenho e também não foi
encontrada correlação a FC e o índice desempenho. Conclusão: A falta de correlação entre a
FC e o desempenho ainda não invalida a hipótese inicial, por conta do baixo número de
participantes da pesquisa até o momento. A diferença entre gêneros encontrada para a
frequência cardíaca indica que as mulheres tendem a aumentar a atividade cardíaca quando
submetidas a tarefas de controle inibitório. Estes resultados preliminares sugerem a
potencialidade do estudo para novas análises.

111 EFEITOS DA SIMILARIDADE ENTRE FONTES TIPOGRÁFICAS NA


MEMÓRIA DE TRABALHO VISUAL
Zar, Tamires; Galera, Cesar Alexis.

A similaridade fonológica tem sido estudada desde a década de 1970, tendo contribuído de
maneira essencial para a composição do Modelo Multi-Componente de memória de trabalho
proposto por Baddeley e colaboradores (Baddeley, 2010). Desde então, inúmeros trabalhos
têm se dedicado ao estudo da similaridade visual, sem, entretanto, chegar a um consenso
sobre a natureza de seu efeito sobre o desempenho em tarefas de reconhecimento/recordação.
Neste trabalho temos dois objetivos principais. Primeiro, buscar um procedimento único de
avaliação da similaridade; segundo, identificar o estágio de processamento no qual a
similaridade atua. Foi realizado um experimento inicial de avaliação de similaridade (10
participantes) para determinar a validade da classificação dos estímulos a serem utilizados no
Experimento 2. Tal classificação era composta de nove grupos de letras tipográficas, cada
grupo contendo dez fontes diferentes; as letras pertencentes ao mesmo grupo foram
consideradas “Similares” e as de grupos diferentes, “Dissimilares”. A validação da
classificação dos estímulos (p<0,001) permitiu a continuidade do trabalho proposto. Assim,
no segundo Experimento (16 participantes), as provas foram divididas em dois blocos
(intervalos de retenção curto e longo), entre quatro condições: Similar-Similar, Similar-
Dissimilar, Dissimilar-Similar e Dissimilar-Dissimilar. O desempenho demonstrou ser
superior na condição Similar-Dissimilar quando comparado às demais, não havendo
diferenças significativas entre os intervalos de retenção. A análise do tempo de resposta (TR)
apresentou diferenças significativas tanto entre os níveis de similaridade como nos intervalos
de retenção, com TRs menores na condição Similar-Dissimilar e no intervalo de retenção
curto. Uma hipótese para tais resultados é que possivelmente houve um agrupamento para
memorização, de forma que ao apresentar um conjunto de estímulos totalmente distintos na
recuperação, os participantes tenham escolhido aquele mais semelhante ao conjunto
memorizado. Além disso, TRs maiores em intervalos longos podem representar um
decaimento mais acentuado da informação armazenada ao longo do intervalo de retenção.

112 EFEITOS DA SINTOMATOLOGIA DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DE


DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE E TRANSTORNO DE OPOSIÇÃO
DESAFIANTE NO GRAU DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO DE SUAS MÃES
Araújo, Andressa Raiana Nunes de; Paiva, Gabrielle Chequer de Castro; Costa, Danielle de
Souza; Miranda, Débora Marques de.

A influência dos comportamentos infantis é um fator relevante para a saúde mental do núcleo
familiar e, portanto, para o alcance de um melhor desenvolvimento psicossocial e cognitivo
da criança. Na literatura, os diagnósticos de Transtorno de Oposição Desafiante (TOD) e
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) em crianças têm sido
extensamente associados a um aumento nos níveis de ansiedade e depressão das mães.
Objetivo: Verificar a relação entre o comportamento de desatenção e/ou
hiperatividade/impulsividade e do comportamento opositor das crianças com os níveis de
ansiedade e depressão das mães. Participaram desse estudo 86 sujeitos, sendo 43 crianças de
6 a 15 anos, todas com diagnóstico comórbido de TDAH e TOD e suas mães (idades entre 26
e 48 anos). O Inventário de Depressão de Beck (BDI) foi utilizado para identificar os
sintomas de depressão nas mães por meio do autorrelato e ansiedade foi medida pelo
Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE). Como resultado, houve uma correlação
moderada (0,373, p= 0,025) entre os sintomas de hiperatividade da criança e a ansiedade-
estado das mães. Com relação aos efeitos da desatenção e dos sintomas opositores da criança
com a ansiedade das mães, assim como no que concerte aos sintomas de depressão nas mães,
a correlação não foi significativa. Concluímos com esse estudo que a influência dos sintomas
externalizantes aparece ao observarmos a correlação entre a hiperatividade dos filhos e a
ansiedade-estado das mães, o que pode ser explicado pela tensão causada por situações
sociais, por exemplo. Assim, fatores psicossociais demonstram relevância quando se trata da
saúde mental das mães das crianças com TDAH. Portanto, com orientação e atenção
psicológica à estrutura familiar de uma forma integrada, intervindo através de técnicas já
reconhecidas tais como a Terapia Cognitivo-Comportamental, as consequências pessoais e
sociais do TDAH e do TOD podem ser amenizadas.

113 EFEITOS DO TRABALHO EM TURNOS ALTERNANTES NA QUALIDADE


DO SONO E NA VISUOESPACIALIDADE EM TRABALHADORES DE UMA
EMPRESA PETROQUÍMICA
Moraes de Almondes, Katie; Siebra Soares, Cibele.

O trabalho em turnos acarreta alterações na qualidade, duração e regularidade do sono.


Pesquisas indicam que alterações do sono levam a prejuízos no desempenho de funções como
a visuoespacialidade, habilidade que auxilia na localização de objetos no espaço e na
orientação de ações no ambiente, sendo, por isso, fundamental para a execução das tarefas
com eficiência e segurança no trabalho. A pesquisa teve como objetivo avaliar a relação entre
qualidade do sono e visuoespacialidade de trabalhadores em turnos alternantes. Participaram
do estudo 21 trabalhadores de uma empresa petroquímica (10 alocados no turno diurno e 11
no turno noturno), do sexo masculino, com idade média de 38 anos (DP = 10,3). Os turnos
eram de 12 horas ininterruptas, durante sete dias corridos, com folga de sete dias (após turno
diurno) e quatorze dias (após turno noturno). Foram utilizados o Diário de Sono, o Índice da
Qualidade do Sono de Pittsburgh, o Teste de Figuras Complexas de Rey e o Teste de
Vigilância Psicomotora. O turno diurno obteve qualidade do sono boa e o turno noturno
qualidade do sono ruim. O turno diurno apresentou duração de sono adequada na semana de
trabalho e de folga. Houve duração do sono encurtada na semana de trabalho e duração
adequada no período da folga, para o turno noturno. Não foram encontrados prejuízos nas
habilidades visuoespaciais dos trabalhadores, mas a qualidade do sono boa, no período da
folga, foi correlacionada ao desempenho visuoespacial adequado para o turno diurno. A
atenção sofreu oscilação no desempenho, em função da hora do dia, para os dois turnos.
Conclui-se que o esquema de trabalho em turnos alternantes pode ser prejudicial para a
qualidade do sono dos trabalhadores e afeta a atenção. Também se observou que uma boa
qualidade de sono pode contribuir para um melhor desempenho visuoespacial.

114 EFEITOS DO TREINO COGNITIVO SOBRE A COGNIÇÃO E FATORES


ASSOCIADOS EM IDOSOS COM COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE
Casemiro, Francine Golghetto; Pelegrini, Lucas Nogueira de Carvalho; Rodrigues, Isabela
Azevedo; Dias, Juliane Cristine; Alves, Ludmyla Caroline de Souza; Diniz, Maria Angélica
Andreotti; Castro, Paula Costa; Gratão, Aline Cristina Martins.

A demência é um relevante problema de saúde pública mundial. Dentre os diferentes tipos, a


doença de Alzheimer (DA) é mais frequente, correspondendo 60% dos casos. Acredita-se que
o subtipo amnéstico do Comprometimento Cognitivo Leve (CCLa) pode ser uma forma
sintomática inicial da DA. A literatura aponta que este grupo, apesar das dificuldades, tem
preservada a capacidade de aprender novas informações e adaptar o seu comportamento.
Dentre as intervenções, o Treino Cognitivo (TC) pode ser uma importante escolha para
melhorar a cognição dessa população. O objetivo desse estudo foi analisar os efeitos do TC
sobre a cognição, sintomas depressivos e ansiosos. É um ensaio clínico randomizado e
controlado. Para analisar a melhora dos escores nos testes cognitivos (ACE-R, MEEM),
sintomas de depressão e ansiosos (Escala de Beck), queixa de memória (EQM), auto
percepção de memória (QMC22) no pós-teste foi utilizado o Test t de student para amostras
pareadas. A média de idade do grupo TC, 100% era do sexo feminino, idade média de 79,2
anos (±5,84), escolaridade 6,71 anos (±4,33), 71,4% viúvas e 71,4% aposentada. Quanto ao
grupo controle (GC), a idade foi de 77,3 (±6,31) anos, escolaridade 7 (±4,53) anos, 75% sexo
feminino, 58,3% casados, 91,7% aposentados. Nas avaliações do pré-teste e pós-teste, o GTC
melhorou significante nos sintomas de depressão (p= 0,00); nos sintomas de ansiedade (p=
0,003), na atenção/orientação (p=0,048), memória (p=0,000), ACE-R (p=0,000), MEEM (p=
0,004). O QMC22 (p=0,002), 2,14 pontos (± 2,53) para 5,35 (±3,75). O controle melhorou a
apenas a percepção cognitiva (p= 0,004). Com isso, evidencia-se que o treino cognitivo é
uma importante intervenção não-farmacológica para essa população e tem resultados muito
satisfatórios quanto a cognição das mesmas.
115 EFEITOS PSICOFISIOLÓGICOS DA HIDROGINÁSTICA SOBRE
QUALIDADE DO SONO DE GESTANTES ATIVAS E SEDENTÁRIAS
Silva, Renato André Sousa; Resende, Claudiane Costa Marinho; Alagia, Rochester Gomes;
Rangel, Paula Natalino; Pires, Flávio de Oliveira.

Introdução: estudos recentes atestam como segura a prática de exercícios físicos por
gestantes, contrariamente a uma visão que os contraindicava para essa população, pois
acreditava-se que os riscos seriam mais incidentes que os benefícios. Contudo, pouco foi
investigado acerca dos efeitos psicofisiológicos desses exercícios sobre a qualidade do sono
de gestantes, vide a importância desse elemento vital. Objetivos: comparar o perfil do sono de
gestantes ativas e sedentárias (experimento 1) e; verificar os efeitos agudos de uma sessão de
hidroginástica de 30 min sobre a qualidade do sono de gestantes sedentárias (experimento 2).
Método: cinco gestantes sedentárias e 10 ativas, entre a XVI e a XXXIV semanas de
gestação, responderam voluntariamente o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh, por
meio desse instrumento foram delimitados parâmetros psicofisiológicos do sono (subfatores):
qualidade, latência, duração, sonolência, distúrbios e dependência de medicamentos.
Resultados: no experimento 1 constatou-se que as sedentárias apresentaram maior incidência
de distúrbios de sono (p = 0,011), insônia por exemplo. Enquanto que no experimento 2,
houve alteração positiva na qualidade do sono (p = 0,046) e nos distúrbios de sono (p =
0,012), sendo que nenhuma alteração foi identificada nos demais subfatores. Conclusão: os
achados demonstram efeitos positivos e parciais do exercício sobre a qualidade do sono,
sendo bastante relevante o efeito agudo de uma única sessão de hidroginástica sobre a
qualidade do sono das sedentárias. Em especial, se considerado que a privação do sono
contribui para um aumento da manifestação do cansaço diário, o que dificulta a realização
das atividades do cotidiano por minimizar os efeitos restauradores do repouso.

116 EFEITOS SEDATIVOS DA CETAMINA ASSOCIADO A TOLERÂNCIA


FARMACOLÓGICA SOBRE A INFLUÊNCIA DO CONTEXTO EM RATOS
WISTAR
Cardoso, Gleice K.; Nobre, Manoel J.

Cetamina é um anestésico dissociativo com propriedades sedativas, efeitos das doses


escaladas sobre o comportamento motor e reatividade emocional, após administração crônica,
está ausente. A carência de estudos nessa área considerando aumento do abuso em jovens,
mesmo em doses sedativas. Este estudo procurou determinar se os efeitos sedativos podem
ser condicionados a sugestão ambiental. Também foram avaliados os efeitos de doses
escalonadas de administração crônica sobre a reatividade motora e emocional. Para realizar
essa tarefa, foram utilizados 48 ratos machos (220 g). No que diz respeito a tolerância
condicionada, a formação foi executada na câmara de A (uma injeção por dia, 20 mg / kg - 4
dias). Mais tarde, os ratos foram desafiados com uma overdose de cetamina (80 mg / kg) na
Secção A ou B. A análise dos efeitos de cetamina no comportamento motor e emocionalidade
foi realizada com a utilização de um monitor de atividade eletrônico. Os animais foram
submetidos a 4 dias de uma única injeção diária em diferentes doses (0, 10, 20 e 40 mg / kg).
Semelhante a outras drogas de abuso, encontramos uma maior tolerância aos efeitos sedativos
induzidas por pistas contextuais. Além disso, uso a longo prazo aumenta o tempo passado no
centro do monitor de uma forma dependente da dose, uma medida bem conhecida de
comportamento de baixa reatividade em roedores. Este aumento parece ser devido não aos
efeitos sedativos, desde que imobilidade (tempo) foi reduzida com o aumento das doses em
grupos pré-tratados. Além disso, a velocidade, a distância percorrida e a ambulação não
diferem em relação ao grupo placebo. Nosso estudo aponta efeitos anti-aversivos de doses
mais elevadas. Este efeito parece ser acompanhada de tolerância farmacológica aos efeitos
sedativos o que pode ajudar a explicar o uso de doses mais elevadas da droga para fins
recreativo em seres humanos.

117 EFICÁCIA DA TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL NA


DEPRESSÃO NA VISÃO DO TERAPEUTA
Silva, Maria Aparecida Teixeira; Nascimento, Erica Alves; Prado, Carolina Conceição.

Nos dias atuais a sociedade vem cada vez mais sendo acometida de uma série de sintomas
que resultam em depressão, que de acordo com os graus de complexidade causam muito
sofrimento para o indivíduo e todos os que estão a sua volta, e muitas vezes levando ao
afastamento do trabalho, e até ao suicídio. A Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) é
uma das abordagens que mais apresenta alternativas de técnicas para melhor tratar a
depressão. Esta pesquisa buscou identificar a eficácia da intervenção da terapia cognitivo
comportamental em quadros de depressão, sob a ótica de terapeutas. Para isto foi realizada
pesquisa qualitativa com entrevistas semiestruturadas com três terapeutas especialistas na
área de TCC abordando os conhecimentos e experiências vivenciadas com seus pacientes no
tratamento da depressão e a eficácia das técnicas aplicadas. Os resultados mostraram que para
o tratamento da depressão deve-se considerar os fatores psicológicos e biológicos, pois o
indivíduo pode apresentar uma predisposição genética que pode desencadear na depressão.
Só o psicológico não dá suporte, o ideal é a terapia em conjunto com psicofármacos. A TCC
utiliza-se para diagnóstico de conceituação e mapeamento das situações e dos pensamentos
para verificar como os pacientes funcionam e como suas crenças estão estruturadas. É
necessário adequar as técnicas para a necessidade de cada indivíduo. O indicado é averiguar a
função das crenças centrais antes da intervenção para modificação de comportamentos e só
depois trabalhar para diminuição do sofrimento do paciente. A reincidência sempre
acontecerá, só que a ativação das crenças centrais será mais fraca e o indivíduo reconhecerá
os sintomas e saberá como se comportar. Conclui-se que a TCC apresenta resultados
significativos no tratamento de pacientes com quadro de depressão, pois a curto e médio
prazo os pacientes mostram uma melhora gradual dos sintomas, embora alguns possam ter
recaídas com menor intensidade.

118 EMOTIONAL REGULATION CHECKLIST: EVIDÊNCIAS DE VALIDADE


CONVERGENTE COM O STRENGHTS AND DIFFICUTIES QUESTIONNAIRE
EM CRIANÇAS PRÉ-ESCOLARES
Léon, Camila Barbosa Riccardi; Costa, Romilda Elizabeth; Zauza, Grace; Seabra, Alessandra
Gotuzo; Mecca, Tatiana Pontrelli; Dias, Natália Martins.

Regulação emocional (RE) refere-se à habilidade de manejar adequadamente a ativação


emocional em prol de um funcionamento social saudável. Crianças com problemas de
comportamento tendem a apresentar baixa habilidade de RE. Recentemente foi traduzido e
adaptado para o contexto brasileiro, o Emotional Regulation Checklist (ERC). Este estudo
objetiva complementar evidências de validade do ERC, a partir da verificação de padrões de
convergência com índices de comportamento em amostra de pré-escolares. Participaram 151
crianças, idade média de 65 meses (DP=3,7), de duas escolas públicas de Educação Infantil
de SP. A avaliação foi realizada por meio de instrumentos de relato, respondidos pelos
professores: ERC, composto por duas subescalas: RE (expressão das emoções, empatia e
autoconsciência emocional) e Labilidade/Negatividade emocional (L/N: falta de
flexibilidade, desregulação da raiva e labilidade do humor); e o Strenghts and Difficuties
Questionnaire (SDQ), composto pelas subescalas: Sintomas Emocionais (SE), Problemas de
Conduta (PC), Hiperatividade (HIP), Problemas de Relacionamento (PR) e Comportamento
Pró-social (CPS). Relações significativas, de baixas a moderadas, foram encontradas,
positivas entre o índice L/N e o escore total do SDQ e subescalas PC, HIP e PRC, assim
como entre RE e CPS; e negativas entre L/N e CPS e entre o índice RE e escore total do SDQ
e subescalas SE, PC, HIP e PR. Tais resultados sugerem que crianças com maiores
dificuldades na flexibilidade, regulação da raiva e labilidade do humor tendem a apresentar
também maiores problemas de conduta, hiperatividade e de relacionamento, assim como
menor comportamento pró-social. De forma análoga, crianças mais hábeis em regular e
expressar emoções tenderam a ser avaliadas como mais colaborativas com pares e com menor
apresentação de indicadores de problemas de comportamento. Este estudo contribui ao
acúmulo de evidências de validade do ERC no contexto nacional, a partir da observação de
padrões de convergência com o SDQ.

119 ENVELHECIMENTO: CRITÉRIOS DE DIFERENCIAÇÃO ENTRE NORMAL E


O PATOLÓGICO
Lobo, Jucileine Silva; Marques, Sandra Cristina Pereira; Martins, Michelle de Sousa Fontes;
Dutra, Grazielle Caldas; Cardoso, Bruno Luiz Avelino; Chagas, Luana Bezerra; Santos, Ana
Kelly da Silva; Silva, Miuria Milena Alves; Sponhols, Ester; Costa Júnior, Gilberto.

Introdução: Estabelecer a fronteira entre o normal e o patológico na fase do envelhecimento é


um desafio, já que o organismo tem uma normalidade vital que se sobrepõe as fases iniciais
de algumas patologias, a exemplo da demência que, em sua fase inicial, pode ser difícil o
diagnóstico. Todo processo de envelhecimento implica em uma diminuição da velocidade de
processamento das informações, lentificando a funcionalidade das habilidades cognitivas, o
que pode ser confundido com um início de um processo neurodegenerativo. Não há
marcadores biológicos que delimitem este limiar, os testes psicométricos, quando não
controladas as variáveis, resultam em falsos positivos ou falsos negativos. As neuroimagens
não apresentam significativas alterações quando o diagnóstico é comparado com as
demências incipientes e a normalidade. Quanto aos aspectos neuropsicológicos tais como:
memória; linguagem; visuomotora e visuoespacial assemelham-se nos achados normais e
patológicos. Objetivos: Compreender o conceito de envelhecimento, estabelecendo novos
parâmetros entre o normal e o patológico. Metodologia: Realizou-se uma pesquisa teórica de
revisão da literatura desenvolvida a partir de material já publicado em livros e artigos
indexados em bancos de dados Scielo, Google Acadêmico, Lilacs, utilizando-se os seguintes
descritores: envelhecimento normal; envelhecimento patológico; demência.
Resultados/Discussão: No Brasil, os instrumentos de avaliação neuropsicológica para idosos
ainda são escassos. Uma pesquisa realizada com idoso entre a faixa etária de 65 a 89 anos,
demonstrou que estatisticamente a diferença entre o envelhecimento normal e patológico
pode estar mais ligado às condições de saúde física, cuidados com a própria saúde, contato
com familiares, envolvimento com amigos, prática de atividades físicas entre outros.
Considerações Finais: Caracterizar as alterações cognitivas com a presença de
particularidades conforme fatores clínicos, sociais, de saúde física e de saúde psicológica são
critérios a serem utilizados na análise de diferenciação entre o normal e o patológico,
prevenindo as patologias oportunistas à fase do envelhecer.

120 ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE EM AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA


DE PROBLEMAS DO DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM EM UMA
ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL
Caetano, Jéssica Araújo; Santos, Melissa Teles; Martins, Larissa Paula; Lopes, Maria Júlia
Teixeira; Floriz, Lídia Maria Teixeira; Santana, Jeanny Joana Rodrigues Alves de.

A avaliação neuropsicológica é um método de investigação do funcionamento cognitivo,


comportamental e emocional, fundamentado nas neurociências. As informações sobre déficits
e habilidades orientam a escolha de tratamentos, visando benefícios para a qualidade de vida
do paciente. O objetivo do estudo é relatar uma experiência de formação profissional em
avaliação neuropsicológica. O estágio profissionalizante conta com a participação de cinco
graduandas em psicologia. As atividades são realizadas em uma clínica-escola e em um
ambulatório multiprofissional que recebe crianças para atendimento especializado nos
problemas do desenvolvimento e aprendizagem. A triagem clínica é realizada com a
participação de estudantes e residentes de medicina, que realizam levantamento inicial de
informações para que os representantes da psicologia, pedagogia, fonoaudiologia, psiquiatria
e neurologia realizem avaliações nas suas áreas de conhecimento. Posteriormente, ocorre a
reunião de discussão de caso para elaboração, em conjunto, de hipótese diagnóstica e
encaminhamentos. As estagiárias da psicologia realizam entrevistas com os pais ou
responsáveis pela criança, de forma a esclarecer a queixa e história de vida. A avaliação com
as crianças é realizada por meio de atividades lúdicas (jogos, brincadeiras, produção gráfica)
e aplicação de instrumentos psicológicos. A participação do grupo de alunas nas supervisões
com a professora serve para elaboração dos procedimentos de avaliação e análise dos
resultados. O laudo psicológico resultante da análise quantitativa e qualitativa dos dados é
discutido com a equipe. A experiência do estágio é oportunidade para reflexão acerca da
importância da integração de diferentes saberes na abordagem das questões do
desenvolvimento, desde o diagnóstico até a fundamentação do tratamento. Discute-se o papel
do psicólogo nesta equipe multiprofissional, e da necessidade de aperfeiçoamento dos
métodos de avaliação neuropsicológica. O estágio também proporciona a aquisição de
habilidades de raciocínio clínico, envolvidas na contextualização histórica e cultural da
problemática, e do impacto do diagnóstico na vida do paciente.

121ESTIMULAÇÃO CEREBRAL PROFUNDA NO NÚCLEO SUBTALÂMICO


PARA DOENÇA DE PARKINSON: UM ESTUDO DE CASO
Almeida, Fabrício F.

A Doença de Parkinson(DP) é condição neurodegenerativa que causa degradação funcional.


O controle medicamentoso é efetivo, contudo, torna-se ineficaz com o tempo. O implante de
eletrodos para a estimulação cerebral é uma possibilidade de tratamento. O objetivo deste
estudo, foi estabelecer bateria neuropsicológica condizente a literatura científica pertinente e
delinear as alterações cognitivas e funcionais de um paciente, após cirurgia de inserção
bilateral de eletrodos para Estimulação dos Núcleos Subtalâmicos (DBS-STN Bilateral) para
tratamento de DP. O paciente apresentou alterações atencionais sustentadas, executivas do
tipo quente e de memória operacional, episódica de evocação breve, tardia e de
reconhecimento. Houve alteração apática leve, descrita como comportamental e psicoafetiva.
Conclui-se que o paciente apresentou resultado de desempenho cognitivo e reserva intelectual
majoritariamente adequados ao esperado para sua patologia, idade e escolaridade. Ressalta-se
a importância da avaliação neuropsicológica nos casos similares, como método
complementar de planejamento e manejo diagnóstico e de tratamento.

122ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA POR CORRENTE CONTÍNUA E


MEMÓRIA DE TRABALHO EM IDOSOS
Alencastro, Aline Simões de; Borigato, Ester Magro; Rios, Ícaro Bandeira; Santos, Matheus
de Oliveira; Melo, Rodrigo Carvalho Almada; Torres, Rodrigo Espíndola; Moraes, Valentina
Moreira de Souza; Sá, Soraya Lage; Ianonne, Aline; Garcia, Ana; Satler, Corina; Tavares,
Maria Clotilde Henriques; Brasil-Neto, Joaquim Pereira
Introdução: A estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) consiste na aplicação
de corrente elétrica contínua de baixa intensidade, capaz de gerar mudanças na excitabilidade
cerebral. Estudos vêm sugerindo que essa técnica não invasiva de estimulação cerebral pode
promover uma melhora no desempenho de certas funções cognitivas em adultos jovens.
Objetivo: Estudar possíveis efeitos da ETCC sobre a memória e a cognição de idosos.
Método: Foi aplicada a ETCC anódica em 11 participantes (7 mulheres), com idade acima de
65 anos (média: 70,2 anos; desvio-padrão: 4,8 anos). A estimulação foi feita em dois dias,
com intervalo de uma semana entre as sessões, sendo aplicada a estimulação real em um dia e
uma estimulação fictícia no outro, em ordem aleatória. O ânodo foi colocado na região pré-
frontal dorso-lateral esquerda (F3, sistema 10-20) e o cátodo foi posicionado no ombro
ipsilateral. A estimulação foi de 1 mA e teve duração de 20 minutos. Durante a estimulação,
foram realizados os testes de sequência de letras e números e o teste dos blocos de Corsi.
Resultados: O desempenho dos sujeitos foi mensurado por meio da taxa de acertos (TA). A
análise estatística revelou uma TA significativamente maior na condição de estimulação
fictícia na comparação com a estimulação real (p<0,01). Conclusão: O estudo confirma a
importância do córtex pré-frontal dorso-lateral esquerdo para as tarefas em questão e indica
uma susceptibilidade de idosos à interferência da ETCC com os processos cerebrais
subjacentes.

123ESTRESSE E PREDOMÍNIO DE SINTOMAS PSICOLÓGICOS EM MÃES DE


BEBÊS COM MICROCEFALIA
Ramos, Igor Weyber da Silva. Lima, Renata Carneiro de. Quesada, Andrea Amar

Introdução: Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no último ano, o Brasil tem
vivido uma epidemia de Zika vírus. Sua relação com a microcefalia e outras alterações
neurológicas na prole de gestantes contaminadas pelo vírus levou a OMS a convocar reuniões
de emergência, decretando a infecção por Zika vírus como um problema relevante de saúde
pública. Estima-se mais de 5.000 casos de microcefalia relacionados ao vírus. Trata-se de um
cenário de incertezas, caracterizado por um prognóstico indeterminado. Nesse contexto,
gestantes que antes vivenciaram o medo de ter um bebê com microcefalia, hoje, não têm
consciência sobre o futuro desenvolvimento de seus filhos. Vivenciam muitas perguntas sem
respostas, tendo que encarar o luto da perda de um bebê idealizado. Muitas vezes, sentem-se
incapazes de lidar com um ser tão frágil. Para completar, vêem seus bebês passando por
procedimentos invasivos. Objetivos: Diante disso, o presente estudo visou investigar a
prevalência de estresse nessas mães, bem como em qual fase elas se encontram (alerta,
resistência, quase exaustão, exaustão). Método: Para tanto, 21 mães de bebês com
microcefalia foram convidadas para responderem o Inventário de Sintomas de Stress para
Adultos de Lipp (ISLL). O instrumento avalia se o participante apresenta ou não estresse, o
estágio em que ele se encontra e o tipo de sintomas predominantes (físico ou psicológico).
Resultados: 80% das mães apresentaram estresse. Destas, 70,59% estão na fase de resistência,
caracterizada pela queda da produtividade e aumento da vulnerabilidade a doenças; cerca de
17,65% estão na fase de exaustão, a qual é patológica. Além disso, há um predomínio de
sintomas psicológicos em 88% dessas mães. Conclusão: Tais achados ressaltam a
necessidade de intervenção psicológica.

124ESTUDO DE CASO: TRANSTORNO DE DEPRESSÃO MAIOR ACOMETIDO


EM UMA PACIENTE COM DOENÇA DE PARKINSON ATENDIDA NO HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO DE MACEIÓ-AL
Maximiano, Madson Alan Barreto. Moura, Iago Aguiar. Fermoseli, André Fernando de
Oliveira. Jesus, Cicera Lourenço Pontes Fon. Silva, Katiúscia Karine Martins.

A Doença de Parkinson (DP) é uma doença que tem como principal fator fisiológico a
diminuição de dopamina produzida na substância nigra. A saber, a dopamina é um
neurotransmissor responsável pela regulação do humor, além do controle motor; sendo esse
um dos critérios de diagnóstico da DP. Desta forma, é possível que pacientes com DP
apresentem depressão ou Transtorno de Depressão Maior (TDM) diante do seu estilo de vida,
evolução da DP e outros. Esse trabalho tem como objetivo apresentar o transtorno de
depressão maior em uma paciente portadora de DP. A princípio com o parecer do comitê de
ética de pesquisa (nº 1,082,156) solicitamos que a paciente assinasse o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Dado isso, foi iniciado o preenchimento do
questionário desenvolvido pelos pesquisadores que contém: idade, género, etnia e outros
além da Escala de Depressão Geriatria- Abreviado (GDS-15). Diante da aplicação do GDS-
15 na paciente exposta, a mesma apresentou em 15 questões pontuação maior que 5 pontos,
ou seja, (11>5 pontos), o que se faz possível caracterizar a mesma com TDM, porém, para
fidedignidade deste diagnóstico, utilizamos a entrevista e comparamos com os critérios de
diagnóstico do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais-5 (DSM-5), visto
que, são necessários 5 critérios de 9 apresentados no DSM-5 para diagnóstico do TDM e, no
caso, a paciente apresentou 6 itens. Diante do exposto, percebemos que pacientes portadores
de DP possam apresentar alguns critérios que lhe encaminham para TDM, mas alguns fatores
bastante essenciais podem retardar o acometido desta. Ou seja, pacientes com apoio familiar
e que aceitam a patologia pode retardar o acometimento da TDM, que não é o caso da
paciente estudada, uma vez que essa reside só, não tem apoio de amigos e familiares e passou
de um indivíduo ativo para passivo, fazendo com que tenha uma perda significativa no seu
dia-a-dia.

125ESTUDO DOS FATORES DO USO DE ÁLCOOL EM POLICIAIS MILITARES


DE UM GRUPO TERAPÊUTICO EM UMA CLÍNICA DE REABILITAÇÃO
Cruz, Íngride Aparecida Pereira da; Alencar, Fernanda Pacheco de; Prado, Carolina
Conceição

O desgaste emocional e físico que policiais militares são submetidos, tanto as falhas no
trabalho como as demandas que isto impõe podem criar condições favoráveis para o uso de
drogas socialmente aceitas, como álcool, os tranquilizantes e o tabaco. Este estudo tem como
foco os fatores que levam policiais militares ao uso abusivo de álcool levando em
consideração a influência de vários elementos negativos que podem gerar estresse na rotina
militar. Assim, buscou-se investigar as variáveis que influenciam o alcoolismo em policiais
militares em reabilitação. Para isto, foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa com a
realização de grupo focal com 10 Policiais Militares do sexo masculino, internados em uma
clínica de reabilitação por abuso de álcool e entrevista semiestruturada com 01 psicóloga
clínica que atua com estes Policiais Militares em grupos terapêuticos. Os resultados
mostraram que o enfrentamento da violência diária que esses indivíduos são submetidos, a
cultura interna da Polícia Militar sobre a influência dos superiores numa escala hierárquica, o
incentivo do comércio, principalmente de bebidas alcoólicas que fornece bebidas, numa troca
de serviços e a carga horária exaustiva e estressante do trabalho, criam condições para o
consumo do álcool trazendo um suposto bem-estar e tranquilidade momentânea. 90% dos
participantes começaram o uso/abuso de álcool após entrar na Polícia Militar. A maioria por
influência da cultura interna dentro da corporação da polícia Militar. Outro dado relevante diz
respeito ao uso cruzado de drogas ilícitas para mascarar o efeito do álcool. Assim, afere-se
que as possíveis causas do abuso de álcool por policiais militares são combinações de fatores
individuais, organizacionais e sociais em que há exigência de inúmeros sacrifícios, incluindo
o da própria vida, em prol do outro, além da responsabilidade de serem “heróis” e
responsáveis por manter o bem-estar público, mantendo sempre o controle, tranquilidade,
para suprir essas expectativas.

126EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DE CRITÉRIO E VALIDADE CONVERGENTE


DO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE LEITURA DE PALAVRAS E
PSEUDOPALAVRAS ISOLADAS (LPI)
Lima, Melina; Piccolo, Luciane da Rosa; Sbicigo, Juliana Burgues; Miná, Camila Schorr;
Salles, Jerusa Fumagalli

O instrumento de avaliação de palavras e pseudopalavras (LPI) é um instrumento breve,


interdisciplinar e de fácil aplicação para avaliação de leitura de palavras e pseudopalavras. É
destinado à população infantil brasileira, de 1º a 7º ano escolar do ensino fundamental. A
tarefa avalia a habilidade de leitura oral, mais especificamente, a precisão no reconhecimento
de palavras e pseudopalavras. A construção deste instrumento foi baseada em modelos
teóricos de processamento de leitura (modelos de dupla-rota), abordados pela
Neuropsicologia Cognitiva. O objetivo deste estudo foi apresentar evidências de validade de
critério e de validade convergente da LPI. Foram realizados diferentes estudos com amostras
diversas para correlacionar o desempenho em LPI com instrumentos que medem habilidades
relacionadas à leitura de palavras: compreensão leitora, escrita de palavras, aritmética,
fluência de leitura, consciência fonológica e vocabulário. Além disso, apresentamos estudos
com grupos definidos a partir de diferentes critérios (idade, escolaridade, tipo de escola,
percepção do desempenho em leitura pelo professor, nível socioeconômico e dificuldades de
aprendizagem), nos quais a LPI foi utilizada como variável dependente. De maneira geral, os
escores em LPI estiveram significativamente correlacionados, forte ou moderadamente, com
o desempenho em tarefas de compreensão de leitura de textos, fluência de leitura no nível de
palavras, escrita de palavras e pseudopalavras, habilidades aritméticas e vocabulário. A
forte/moderada relação entre aqueles escores indica que a LPI avalia um construto diferente,
mas relacionado à outras habilidades de linguagem escrita. A LPI demonstrou ser sensível às
diferenças de desempenho conforme grupos formados a partir de critérios de escolaridade,
idade, tipo de escola, percepção do desempenho em leitura pelo professor, fatores
psicossociais e dificuldades de aprendizagem. Esses estudos fornecem fontes de evidências
de validade de critério e validade convergente para a tarefa LPI em diferentes amostras
brasileiras.
127EVIDÊNCIAS DO EFEITO DO TESTE DE STROOP COM PALAVRAS
EMOCIONAIS (POSITIVAS-NEGATIVAS E NEUTRAS) NO COMPORTAMENTO
DE JOVENS UNIVERSITÁRIOS: DADOS DE UM ESTUDO PILOTO
Prada, Edward Leonel; Filipe Almeida Carvalho; Sá, Soraya Lage; Gonzaga & Satler, Corina

O teste de Stroop consiste em um teste neuropsicológico clássico para avaliação das Funções
Executivas, tradicionalmente composto pelas etapas congruente (EC) e incongruente (EI).
Mesmo em sujeitos jovens e hígidos, costuma verificar-se a existência do efeito Stroop em EI
(aumento no tempo de reação-TR). Estudos recentes demonstraram uma intensificação nesse
efeito para palavras ameaçadoras/negativas em pessoas com sintomas de ansiedade. O
objetivo do presente estudo foi investigar se tal efeito seria replicado em universitários
saudáveis ao se acrescentar estímulos neutros e emocionais positivos. Foram avaliados 32
universitários (17 mulheres, média de idade: 20,9 anos, DP: 2,9) utilizando-se uma versão
adaptada de palavras emocionais do teste de Stroop. A primeira etapa foi congruente, sendo a
ordem das etapas incongruente e emocional (EE) contrabalanceada entre os sujeitos. As
palavras utilizadas em EE foram selecionadas da versão brasileira do Affective Norms for
English Words (ANEW-Br), de acordo com seu comprimento e níveis de valência e
alertamento. O desempenho dos sujeitos foi mensurado por meio da taxa de acertos (TA) e do
TR em cada etapa. A análise de variâncias revelou uma TA significativamente maior em EC
comparado com EI (p<0,05) e TR significativamente maior em EE e EI em relação à EC
(EC<EE,p<0,05; EC<EI;p<0,05). Não foram encontradas diferenças significativas no TR
entre EI e EE (EI>EE;p>0,05). A EE apresentou apenas o efeito de Stroop, sem alterar a TA
dos sujeitos. Tais resultados sugerem dificuldade intermediária, aumentando o tempo
necessário para a inibição da leitura da palavra, porém permitindo que os sujeitos
mantivessem uma TA elevada. Desta forma, os resultados encontrados corroboram a
importância da seleção cautelosa das palavras utilizadas em versões alternativas do teste de
Stroop. Estudos adicionais são necessários para confirmar tais achados preliminares.

128EXECUTIVE DYSFUNCTION IN OLD AGE BIPOLAR DEPRESSION


Soares, Vânia Lúcia Dias; Leonardo Caixeta; Renata Teles Vieira; Cândida Dias Soares;
Victor Caixeta; Sandra Barbosa Ferreira; Tales Alexandre Aversi-Ferreira.

Background: Little is known about the cognitive signature of bipolar disorder (BD) in elderly
brains. The neuropsychological features of depressive elderly with early-onset BD are largely
unknown. This issue is relevant because cognitive impairment can produce an additional
impact on the already compromised functionality of elderly with BD. The aim of this study is
to assess executive functions in the depressive phase of elderly outpatients with early-onset
BD. Methods: Forty nine elderly outpatients with early-onset BD were assessed with several
neuropsychological tests for executive function in the depressive phase of the disorder.
Results: Executive dysfunction is very common in old age bipolar depression.Thirteen
patients (26.5%) had a pseudodementia presentation.The worst performances were observed
in the following tests: Trail Making B, Stroop Test 3, Backwards Digit Span and Wisconsin
Card Sorting Test.

129FATOR GERAL DE INTELIGÊNCIA E CORRELATOS NEUROANATÔMICOS:


UMA REVISÃO DA LITERATURA
Monti, Camilla;Mendes, Fernanda Violante; Boffino, Catarina; Fuentes, Carolina; Fuentes,
Daniel.

Introdução: O conceito de inteligência vem sendo formulado e revisto a mais de um século e


de acordo com Howard Gardner pode ser definido como o “potencial psicobiológico que
pode ser ativado para processar informações, solucionar problemas ou criar produtos que
sejam valorizados em uma determinada cultura”. A visão neurocientífica da inteligência vem
ganhando maior destaque nas últimas duas décadas, com fortes evidências das relações entre
características cerebrais e performance em testes de inteligência. Objetivo: Analisar os
processos históricos desde o desenvolvimento da teoria do fator G da inteligência até os dias
atuais, buscando sua correlação com o cérebro. Método: Foram consultadas três bases de
dados internacionais: BVS Saúde, Psyc INFO e Pubmed, sem limitação de ano de publicação.
Foram utilizados os seguintes unitermos: “intelligence and cerebral” “intelligence and
neuronal correlate” “intelligence and g factor” “g factor and brain” “g factor and cerebral” “g
factor and neuronal correlate”. Critérios de exclusão foram: artigos publicados em outra
língua que não português, inglês, espanhol e francês. Foram incluídos estudos que
apresentassem dados empíricos de população geral e/ou controles saudáveis. Resultados:
Foram encontrados, no total, 6047 artigos (5836 no PubMed, 78 no Lilacs e 133 no
PsycINFO), destes, após análise pelos critérios de exclusão e de artigos que apareceram em
duplicata, foram selecionados 231. Conclusão: Estes achados apontam para baixa correlação
entre volume cerebral total e inteligência, mas fortes correlações com estruturas corticais
específicas e inteligência variando as regiões de acordo com a faixa etária, por exemplo
inteligência associada ao giro cingulado anterior em crianças, inteligência e porções
orbitofrontais e mediais do córtex pré-frontal em adolescentes, áreas frontais em adultos e
porções laterais do córtex pré-frontal em idosos. Além disso, observou-se tendência dos
estudos mais avançados buscarem a relação entre densidade cortical e inteligência que
também mostram diferentes áreas em função da idade.

130FATORES PREDITORES DO DESEMPENHO COGNITIVO EM PACIENTES


COM EPILEPSIA DO LOBO TEMPORAL MESIAL ASSOCIADA À ESCLEROSE
DO HIPOCAMPO REFRATÁRIOS AO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO.
de Oliveira, Maria Emilia Rodrigues; Osório, Thais Camila Moreira; Vascouto, Helena
Dresch; Kondageski, Charles; Claudino, Lucia Sukis; Linhares, Marcelo Neves; Guarnieri,
Ricardo; Lin, Katia; Walz, Roger

Proposta: Investigar quais variáveis clínicas, demográficas, neuroradiológicas e


eletrofisiológicas são preditoras independentes do desempenho cognitivo em pacientes
refratários a epilepsia do lobo temporal mesial com esclerose de hipocampo (ELTM-EH).
Métodos: Foram avaliados 100 pacientes consecutivos com ELTM-HS, entre agosto de 2008
a julho de 2012. Foi realizada análise por regressão linear múltipla para identificaras
variáveis clínicas, demográficas, neuroradiológicas e eletrofisiológicas independentemente
associadas ao desempenho nos diferentes testes cognitivos de pacientes com ELTM-EH.
Resultados: O nível de escolaridade esteve positiva e independentemente associado ao
desempenho cognitivo em 24 dos 25 testes avaliados. Dentre as variáveis clínicas,
demográficas, neuroradiológicas e eletrofisiológicas avaliadas, as que estavam negativa e
independentemente associadas ao desempenho cognitivo são: 1)lesão localizada ao lado
esquerdo da RNM (em 13 testes); 2)duração da epilepsia (em 13 testes); 3)presença de
esclerose hipocampal (em 5 testes); 4)discordância entre o registro ictal de superfície, idade
de inicio das crises epilépticas recorrentes, tratamento com politerapia (em 3 testes); 5)nível
sérico das drogas antiepilépticas (DAEs); 6) freqüência mensal das crises e o lado da lesão da
RNM (em 2 testes); 7)não estar trabalhando (em 1 teste). Conclusão: Este estudo mostra que
as variáveis investigadas durante o período pré-cirúrgico em pacientes com ELTM-HS
refratária são capazes de predizer no máximo entre de 7 a 52% da variação dos escores nos
25 testes cognitivos avaliados. Os resultados mostram uma limitação das variáveis pré-
cirúrgicas na predição do desempenho cognitivo dos pacientes.
131FENÓTIPOS COMPORTAMENTAIS DO AUTISMO
de Sousa, Thayná Cotrim; Ribeiro,Denise Oliveira; Constâncio, Claudineia Caires; Costa,
Eliene Novais;e Silva, Jade Novais;Silva, Maria Clara; Lima,Patrícia Martins de Freitas

O transtorno do espectro Autista (TEA) engloba prejuízos sérios na interação social,


comunicação e comportamentos. Assim, é relevante que mais estudos sejam realizados sobre
a ampla expressão dos fenótipos comportamentais do autismo e seus delineamentos, que
possibilitam progressos na compreensão e intervenção do transtorno. Esse estudo buscou
identificar os fenótipos comportamentais do autismo na amostra. Participaram do estudo 29
crianças, com diagnóstico de TEA, atendidas no serviço de psicologia da universidade, de
Vitória da Conquista-BA. A coleta de dados foi realizada através da aplicação de escalas que
avaliam traços autísticos e comportamentos. Os instrumentos usados foram o Inventário dos
Comportamentos de Crianças e Adolescentes - Child Bahavior Checklist (CBCL), Escala de
Comportamento Atípico (ABC), Escala de Traços Autísticos (ATA), e a Escala de
Classificação para Crianças com Autismo (CARS). Foi feita análise de correlação bivariada,
e observou-se uma correlação com valores médios significativos entre os pontos de corte da
escala ABC, e os comportamentos externalizantes (r = 0,609; p = <0,01), e internalizantes (r
= 0,562, p = < 0,01). Com a CARS observou-se valores médios significativos para
externalizantes (r = 0,475; p = < 0,05), e internalizantes (r = 0,428; p = 0,05). Na análise de
correlação com o coeficiente de correlação de Spearman, observou-se semelhantemente
correlações com valores médios e significativos entre e os pontos de corte da escala ABC, e
os comportamentos internalizantes (ρ = 0,640, p = < 0,01), e externalizantes ( ρ= 0,612; p =
<0,01). E com a CARS valores médios significativos para externalizantes (ρ = 0,492; p = <
0,05), e internalizantes (ρ= 0,433; p = 0,05). Em ambas análises a correlação com a escala
ATA foi fraca. Conclui-se que, os comportamentos internalizantes e extenalizantes
correlacionados às escalas do autismo são significativos na amostra.

132FORMAÇÃO DO PEDAGOGO E O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM


DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA
Melo, Eliane Ribeiro Magalhães de Sousa Fortes de; Alves, Cândida Helena Lopes; Nunes,
Larissa Mendonça; Araújo, Tamyres Ribeiro; Furtado, Thais Sereno; Martins, Michelle de
Sousa Fontes; Pereira, Melina Serra; Aires, José Maria Quintino; Lacerda, Eliza Maria da
Costa Brito
Na formação de professores, há a necessidade de um melhor preparo para que os docentes
contribuam no processo de ensino-aprendizagem de crianças com deficiência. Muitos
profissionais saem do ambiente acadêmico sem o conhecimento necessário para contribuir
com a aprendizagem desses alunos. Essa realidade é refletida dentro das escolas, tendo como
resultado o baixo rendimento escolar. Diante disso, a problemática levantada foi se a
formação de professores, realizada no Curso de Pedagogia da UEMA, prepara os alunos para
contribuírem com o processo de ensino-aprendizagem de crianças com deficiência. Trata-se
de uma pesquisa que foi realizada, em 2008, na UEMA, com o objetivo de analisar a
contribuição do Curso de Pedagogia na formação de professores para atuarem com alunos
com deficiência. Os dados foram coletados por meio de um questionário composto de dez
perguntas abertas e fechadas elaboradas e aplicadas em vinte alunos de uma turma de 6º
(sexto) período do Curso de Pedagogia. A análise dos resultados foi realizada através de
análise qualitativa. Os resultados obtidos na pesquisa indicam que há pouco embasamento
teórico e prático dos alunos envolvidos em relação ao que se propôs analisar, referente a um
conhecimento eficiente sobre crianças com deficiência. O Projeto Pedagógico do Curso
começou a ser reformulado, no ano de 2015, onde foram repensadas novas formas de inserir
uma melhor formação do pedagogo no que se refere ao processo ensino-aprendizagem de
crianças com deficiência. A partir disso, o curso passou a disponibilizar eventos, programas
de extensão e aperfeiçoamento voltados para a Educação Especial. Conclui-se que no curso
de Pedagogia há a necessidade de incluir disciplinas relacionadas com a neurociência para
assim preparar, com mais eficácia, os formandos que irão trabalhar com crianças que
apresentam algum tipo de transtorno, seja ele físico ou intelectual.

133 FUNCIONAMENTO MNÉSTICO DE PACIENTE COM GLIOMA DE BAIXO


GRAU EM HEMISFÉRIO ESQUERDO
Carnelossi, Camila Brandão; Campanholo, Kenia Repiso; Miotto, Eliane Correa.

Introdução: É apresentada na literatura a relação entre tumores cerebrais e funcionamento


cognitivo, sabendo-se que este pode encontrar-se prejudicado por compressão, deslocamento,
destruição ou isquemia de estruturas devido ao crescimento de tumor. Dessa forma, a
investigação neuropsicológica é um importante processo na avaliação desses pacientes pois
auxilia na conduta tomada para tratamento. Objetivo: Abordar a avaliação de um caso de
sujeito adolescente com quadro de glioma de baixo grau em lobo temporal esquerdo e queixa
de memória. Métodos: paciente foi submetido a avaliação neuropsicológica completa a qual
investigou detalhadamente o funcionamento da memória com instrumentos psicométricos.
Resultados: Observou-se como principais resultados o prejuízo no funcionamento da
memória episódica e memória de trabalho. Conclusão: O caso ilustra o que a literatura vem
apresentando sobre o funcionamento cognitivo em pacientes com glioma de baixo grau.

134 FUNÇÕES COGNITIVAS EM VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA URBANA COM E


SEM TEPT
Lopes, Alessandra Pereira; Alves, Raquel Ávila Kepler; Mendlowicz, Mauro; Coutinho,
Evandro; Figueira, Ivan; Ventura, Paula Rui

Cerca de 11% da população urbana brasileira tem Transtorno de Estresse Pós-traumático


(TEPT). Apesar da alta prevalência de eventos traumáticos em população urbana, os estudos
neuropsicológicos focam mais a população militar do que civil. Além disso, os resultados de
investigação das funções cognitivas no TEPT são heterogêneos e algumas destas funções
pouco estudadas, como as funções executivas, aprendizado e reações emocionais. O presente
estudo busca investigar as funções cognitivas de maneira ampla (memória – visual, verbal e
operacional, atenção, funções executivas – flexibilidade cognitiva e tomada de decisão,
aprendizado, inteligência e velocidade de processamento) alteradas em pacientes com TEPT
que sofreram violência urbana. Foi realizada a avaliação de sujeitos com TEPT e controles
(que sofreram trauma, mas não desenvolveram o transtorno). Foram avaliados 40 sujeitos (20
participantes com TEPT e 20 controles) pareados por sexo, idade e escolaridade. A média de
idade dos participantes foi de 35 anos e de escolaridade 14 anos. Participaram do estudo 26
mulheres e 14 homens. Como resultado, observou-se que o grupo TEPT sofre mais
interferência retroativa em teste de avaliação da memória verbal, apresenta comprometimento
da memória visual, velocidade de processamento, conhecimento de palavras e quociente de
inteligência.

135 FUNÇÕES EXECUTIVAS EM MULHERES COM CÂNCER DE MAMA


SUBMETIDAS À QUIMIOTERAPIA
Lima, Camila Vasconcelos Carnaúba;Póvoa, Raner Miguel Ferreira

Atualmente, o câncer representa um grande desafio científico. A quimioterapia tem sido a


alternativa de tratamento de maior perceptiva para o combate ao câncer. Durante esse
percurso, alterações cognitivas podem ser acarretadas e, portanto, faz-se necessário a
identificação destas, já que representam complicações neurológicas com alto índice de
melhora quando tratadas. O objetivo desse trabalho é estudar as funções executivas em
mulheres com câncer de mama submetidas à quimioterapia buscando identificar aspectos
como flexibilidade cognitiva, impulsividade/controle inibitório, memória operacional,
planejamento e de tomada de decisão, categorização e fluência. Trata-se de uma revisão de
literatura a partir de levantamento de publicações dos últimos cinco anos nas bases de dados
PUBMED, LILACS, PEPSICO, SCIELO e BVS. Foram utilizados os seguintes descritores:
avaliação neuropsicológica/ neuropsychological evaluation, funções executivas/functions
executive, quimioterapia/chemotherapy e câncer de mama/breast cancer. Foram encontrados
18 artigos relacionados ao tema. Os estudos apontaram a existência de alterações no
funcionamento executivo de mulheres submetidas à quimioterapia. Ressalta-se que essas
pesquisas se diferenciaram entre si, no que se refere a caracterização da amostra e a métodos
utilizados, o que demonstra pouca padronização da avaliação neuropsicológica desse domínio
cognitivo. Conclui-se que os domínios cognitivos referentes às funções executivas
encontram-se mais prejudicados em mulheres com câncer de mama que receberam
quimioterapia. Contudo, essas informações ainda são insuficientes, pois subdomínios das
funções executivas precisam ser investigados com maior integralidade, a fim de obter um
maior panorama funcional. Sugere-se novos estudos acerca do rastreio das funções
executivas.

136 FUNÇÕES EXECUTIVAS EM PRÉ-ESCOLARES: COMPARAÇÃO DE


DESEMPENHO EM CRIANÇAS DE ESCOLA PÚBLICA E PRIVADA
Zauza, G.; León, C. B. R.; Pazeto, T. C. B.; Seabra, A. G. & Dias, N. M.

Funções Executivas (FE) são um conjunto de habilidades cognitivas que permitem ao


indivíduo gerenciar pensamentos, ações e emoções e agir de forma mais adaptativa no
mundo. A literatura sugere alguns componentes básicos dessas habilidades, entre eles o
controle inibitório (CI), que inclui a atenção, e a flexibilidade cognitiva (FC). Algumas
evidências apontam que o tipo de escola pode impactar o desenvolvimento das FE de forma
independente do nível socioeconômico. O estudo comparou o desempenho de pré-escolares
de escolas públicas e privadas em tarefas de FE. Participaram 181 crianças matriculadas na
última etapa da Educação Infantil, idade média de 5 anos, de uma escola particular (N=107) e
de uma escola pública (N=74) de SP. Foram utilizados o Teste de Atenção por Cancelamento
(TAC), que avalia atenção seletiva e alternada; do Teste de Trilhas para Pré-escolares (TTP)
que avalia FC e do Teste de Stroop Semântico (TSS) que avalia CI. Diferenças significativas
foram encontradas nos desempenhos em todos os índices do TTP e do TAC, revelando
melhor desempenho do grupo da escola particular em tarefas de FC e atenção. No TSS não
foram encontradas diferenças significativas na parte 1 e 2 do instrumento. Porém, encontrou-
se uma tendência marginalmente significativa, com melhor desempenho para o grupo da
escola pública, na medida de interferência do TSS (desempenho na parte 2 - desempenho na
parte 1), indicando melhor habilidade dessas crianças em lidar com a situação de
interferência. Esta tendência contraria achados prévios e novas investigações devem
aprofundar seu entendimento. É possível que nem todas as FE sejam igualmente impactadas
por variáveis ambientais. Ainda, deve-se considerar que outras variáveis, não controladas
aqui, podem influenciar esse desenvolvimento. O estudo soma seus esforços às áreas da
educação e do desenvolvimento infantil, corroborando parcialmente achados que sugerem a
discrepância de desempenho entre crianças de escola pública e particular.

137 HABILIDADES COGNITIVAS NAS LEUCEMIAS NA INFÂNCIA E SUAS


RELAÇÕES COM ASPECTOS ACADÊMICOS: UM ESTUDO DE CASO
Pereira, Julia Scalco; Remor, Eduardo; Gregianin, Lauro José; Salles, Jerusa Fumagalli de.

Introdução: As Leucemias na infância estão compreendidas entre as doenças crônicas com


maior índice de ocorrência na faixa etária pediátrica. Os tratamentos clínicos aos quais as
crianças com Leucemias são expostas, bem como os períodos extensos de hospitalização e de
afastamento da rotina escolar, podem trazer prejuízos no seu desenvolvimento cognitivo e
psicossocial. Objetivo: Investigar algumas habilidades cognitivas e características educativas
de uma criança hospitalizada para tratamento de Leucemia. Método: Foram avaliadas tarefas
de atenção, velocidade de processamento da informação, memória de trabalho, funções
executivas (fluência verbal, controle inibitório e flexibilidade cognitiva) e estratégias
metacognitivas. Também foram analisados relatos dos pais quanto aos comportamentos
executivos e desempenho escolar da criança participante. Utilizaram-se os instrumentos:
NEUPSILIN-INF (subtestes de atenção, memória de trabalho e funções executivas), Testes
de Trilhas para escolares, Escala de Avaliação de Estratégias de Aprendizagem para o Ensino
Fundamental, Child Behavior Checklist (versão brasileira) e SNAP-IV. Resultados: Foram
evidenciados déficits significativos nas tarefas de atenção, de span de dígitos ordem inversa e
na velocidade do processamento (>2DP). No total da tarefa de fluência verbal, também ficou
evidente déficit importante (entre >1DP e >1,5DP). Em contrapartida, na tarefa de memória
de trabalho visuoespacial foram observadas habilidades preservadas, com escore acima da
média para a faixa etária, podendo estar relacionado com um maior envolvimento do
participante com jogos computadorizados que exigem habilidades visuoespaciais e
construtivas. É importante salientar o relato parental de dificuldades atencionais acentuadas
na rotina diária e repetência escolar por falta de frequência à escola. Conclusões: Os
resultados apontam para a importância da avaliação Neuropsicológica neste contexto, bem
como da implementação de novas possibilidades de intervenção em Neuropsicologia
cognitiva e em Educação durante e após o tratamento para Leucemias, de modo a tornar o
atendimento mais personalizado aos déficits e potencialidades, assim como às necessidades
educativas apresentadas pelas crianças.

138 HETEROGENEIDADE NEUROPSICOLÓGICA NA DEMÊNCIA DE


ALZHEIMER: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Pinho, Martorelli Marina; Fichaman-Charchat, Helenice

Este estudo consistiu em uma revisão sistemática cujo objetivo foi a análise da
heterogeneidade neuropsicológica, na doença de Alzheimer. Para tanto foram selecionados
artigos que utilizaram análise de cluster para identificar esses fenótipos cognitivos da doença
de Alzheimer. Após análise nas principais bases de dados, oito artigos preencheram os
critérios de elegibilidade do estudo. Esses artigos foram arduamente analisados e seus
resultados mostraram grande variabilidade fenotípica. Stopford et al., por exemplo, encontrou
13 clusters na doença, que variavam desde de leve dissociações nos domínios cognitivos a
severas dissociações. Por outro lado, Vardy et al. (2013) encontrou apenas 3 variações
fenotípicas. Dentre os achados que perpassam todos os artigos analisados está o fato do gene
APOE e4 está associado ao subtipo amnéstico da doença. Entender essa variabilidade
cognitiva é um dos primeiros passos para trazer mais benefícios para os tratamentos
comportamentais da doença de Alzheimer, além do desenvolvimento de novos fármacos.
Além disso, entender essas variações pode melhorar a acurácia diagnóstica e alterar os
parâmetros diagnósticos da doença.

139 HOW HIPPOCAMPUS AFFECTS LANGUAGE IN TEMPORAL LOBE


EPILEPSY
Lopes, Tátila Martins; Zanão, Tamires Araújo; de Campos, Brunno Machado; Balthazar,
Marcio Figueredo; Yasuda, Clarissa Lin; Cendes, Fernando
Differences between TLE with hippocampal atrophy (HA) patients and those with non HA
related to language is not entirely understood. Moreover, the most of studies included dual
pathologies in the sample complicating the comprehension of the role of hippocampus on
language. So, our aim was to investigate how hippocampus affects language comparing right
(rHA), left (lHA), nonHA and healthy volunteers. We included 101 healthy volunteers, 32
lHA, 31rHA and 30 nonHA, which hippocampus atrophy was defined using Freesurfer
software.
All participants underwent to a language fMRI task based on tone decision-semantic decision
protocol in a 3Tesla machine. The imagings were analyzed to provide language laterality
(LL) in the whole brain, Broca´s and Wernicke´s area for each group and correlation between
LL and age at seizure onset and handedness. Data related to activation patterns and functional
connectivity (ROI-to-ROI) using SPM12 and UF2C was also performed.
We found no differences between groups related to the incidence of atypical language
lateralization (ALL) in the whole brain (x2=2.914; p=0.405), Broca´s area (x2=0.522;
p=0.914) and Wernicke´s area (x2=0.413; p=0.938). Language lateralization was correlated
only with handedness in some regions. Activation differences and ROI-to-ROI analyses
showed differences between lAH with healthy volunteers and nonHA in left hippocampus,
parahippocampal gyrus, middle frontal and temporal gyri.
Hierarchically, left hippocampus seems to impact language more than rHA followed by
nonHA, lastly healthy volunteers. However hippocampus, left or right, was not able to
increase the incidence of ALT. In addition, handedness is an important predictor of language
lateralization affecting differently the brain region.

140 IDADE E ESCOLARIDADE COMO FATORES PROTETIVOS DAS FUNÇÕES


EXECUTIVAS NO ENVELHECIMENTO
Kochhann, Renata; Holz, Maila; Fransen, Natália; Pereira, Andressa; Tarrasconi, Marina;
Ferreira, Patrícia; Fonseca, Rochele Paz

Fatores individuais e sociais são apontados como influenciadores da cognição no curso do


envelhecimento, tais como idade, escolaridade, gênero, índice de massa corporal (IMC),
atividade física e tabagismo, sendo estes três últimos os menos encontrados na literatura. São
fatores que podem prevenir riscos como acidentes vasculares, demências, sobrepeso,
hipertensão e diabetes. As funções executivas (FE) são consideradas capacidades de maior
complexidade e responsáveis por coordenarem de modo efetivo tarefas do dia-a-dia, os
componentes das FE que investigamos foram memória de trabalho (MT), inibição,
flexibilidade cognitiva e iniciação. O objetivo foi verificar se os fatores idade, escolaridade,
IMC, atividade física, tabagismo e gênero são preditores e o quanto predizem o desempenho
nas FE em adultos jovens (AJ) e idosos (AI). Participaram 110 adultos (57 AJ e 53 AI); AJ
tiveram média de idade 49,117,67 e escolaridade 19,383,81 e os AI apresentaram média de
idade 71,087,81 e escolaridade 16,244,96. Os instrumentos foram Trail Making Test, Hayling
Test e os subtestes do WAIS-III, Dígitos e Sequência de Número e Letras. Foram realizadas
análises descritivas e Qui-quadrado para caracterizar a amostra e os fatores; como também,
Teste T de Student para avaliar diferenças nos desempenhos das tarefas, idade e escolaridade
entre AJ e AI. Regressão linear Stepwise foi realizada com as tarefas de FE. Os resultados
mostraram que idade e escolaridade foram os principais preditores das FE de iniciação,
inibição e flexibilidade verbal e visuomotora. Na MT houve a inclusão de gênero como fator
preditivo, sendo que homens tinham melhor desempenho. No entanto, tabagismo, atividade
física e IMC não explicaram o desempenho nas FE, mas podem ser aspectos remediativos
para quadros patológicos relacionados ao envelhecimento. Sugere-se a avaliação destes
aspectos em outros domínios cognitivos e em quadros clínicos para auxiliar em planos de
ações preventivas para o declínio cognitivo como demências.

141 IDENTIFICAÇÃO DE PADRÕES DE ERROS DO TESTE DO DESENHO DO


RELÓGIO EM IDOSOS DA COMUNIDADE COM ALTA ESCOLARIDADE
Spenciere, B.; Charchat-Fichman, H.

Introdução: O Teste do Desenho do Relógio está entre os instrumentos de rastreio mais


utilizados e, quando associado a outros testes de avaliação cognitiva breve para idosos, tem
demonstrado acurácia diagnóstica para demência. Este teste apresenta diversos métodos de
correção e pontuação. Neste contexto, percebeu-se a necessidade de um método de correção
com ênfase nos aspectos qualitativos, para verificar padrões mais específicos de erro.
Objetivo: Examinar e analisar padrões de erros no Teste do Desenho do Relógio de idosos da
comunidade com alta escolaridade. Método: Participaram do estudo 83 idosos saudáveis, com
idades entre 60 e 90 anos (M=71,98; DP= 6,76) e escolaridade entre 9 e 25 anos (M=14,67;
DP=3,79). Todos eram integrantes do Programa Casas de Convivência e Lazer para Idosos da
Prefeitura do Rio de Janeiro. Utilizou-se o método de Sunderland et al. (1989) para a
correção quantitativa dos testes e a tradução da escala qualitativa de Rouleau et al. (1992)
com o erro adicional de Parsey e Schmitter-Edgecombe (2011) realizada por Fabricio et al.
(2014) para a pontuação qualitativa dos TDR. Realizou-se Correlação de Pearson e Teste T
pareado entre os valores totais de ambas escalas, bem como, a frequência dos tipos de erros
da escala qualitativa. Resultados: Observou-se correlação significativa e positiva (r=0,599,
p<0,001), contudo não se observou diferença entre as médias no Teste T (p=1,00). Os tipos
de erro mais frequentes foram aqueles relacionados a dificuldades gráficas leves (48,2%); a
déficit espacial ou de planejamento com alterações tanto de espaço antes dos números 12, 3,
6 ou 9 (54,2%) quanto alteração sem padrão específico (67,5%); e a déficit conceitual de
representação incorreta do tempo (96,4%). Conclusão: Tanto a escala quantitativa quanto a
qualitativa são importantes para traçar o perfil neuropsicológico. Contudo, elas não
conseguem dissociar habilidades visuoconstrutivas de funções executivas.

142 IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO INTERDISCIPLINAR EM


CRIANÇAS COM TDAH
Campos, Daniela Cristina; Loth, Otília A. M.; Herenio, Alexandre Castelo Branco; Ferreira,
Larissa de Oliveira

Introdução: O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é considerado o


transtorno do neurodesenvolvimento de início na infância mais frequente. Os prejuízos
relacionados ao transtorno causam forte impacto funcional em crianças e adolescentes.
Diversos autores sugerem que o tratamento multidisciplinar é o mais indicado, pois contribui
para diminuição dos déficits, favorecendo o maior ajustamento nos diferentes contextos.
Objetivo: O presente estudo objetivou descrever comparar os resultados da avaliação
neuropsicológica realizada com dois adolescentes, ambos com 13 anos e diagnosticados com
TDAH, sendo que um iniciou o tratamento multidisciplinar aos 7 anos e o outro iniciou o
tratamento farmacológico aos 11 anos. Método: Ambos os participantes do estudo foram
encaminhados para a Clínica Escola pelo neurologista. Vitor (nome fictício), diagnosticado
aos 7 anos com TDAH, faz tratamento farmacológico, psicoterápico e pedagógico desde os 7
anos. Davi (nome fictício), diagnosticado aos 11 anos, faz apenas o tratamento
farmacológico. Foram realizados os seguintes procedimentos: entrevista com a responsável,
administração de testes neuropsicológicos e visita à escola. Resultados: Os resultados
indicaram que os dois adolescentes apresentaram nível intelectual dentro da média.
Verificou-se diferenças quanto à atenção sustentada dos participantes, aprendizagem e
repertório comportamental socialmente competente, sendo que Vitor apresentou melhores
resultados. Conclusão: Os dados corroboram a literatura no que diz respeito à eficiência do
tratamento disciplinar, visto que o adolescente que recebeu o tratamento apresentou melhor
desempenho nos testes neuropsicológicos e menor prejuízo acadêmico e social.

143 INFLUÊNCIA DA ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA POR CORRENTE


CONTÍNUA SOBRE O FUNCIONAMENTO EXECUTIVO E TOMADA DE
DECISÃO
Querino, Emanuel Henrique Gonçalves; de Paula, Jonas Jardim; Romano-Silva, Marco
Aurélio; Malloy-Diniz, Leandro Fernandes

Introdução: Funções Executivas (FEs) são processos conscientes, deliberados e de alta ordem
responsáveis pelo nosso comportamento direcionado à metas. As FEs consideradas nucleares
são o controle inibitório, a memória operacional e a flexibilidade cognitiva, que serviriam de
alicerce para outras funções cognitivas tais como planejamento, solução de problemas e
tomada de decisão. Uma forma de estimular a atividade cortical é a estimulação transcraniana
por corrente contínua (do inglês, transcranial direct current stimulation, tDCS). Existem
fortes evidências de que a tDCS pode influenciar positivamente o funcionamento cognitivo
de indivíduos. Objetivo: No presente estudo investigamos se esta técnica pode auxiliar na
performance das Funções Executivas e se esta melhora poderia influenciar em melhor tomada
de decisão da nossa amostra. Método: Este estudo duplo cego investigou 30 voluntários,
universitários, classificados em três grupos: estimulação no córtex pré fontal dorso lateral
(CPFDL) esquerdo, direito, ou grupo placebo. Participantes realizaram uma avaliação
neuropsicológica de funções executivas e inteligência fluida, seguida de uma estimulação por
tDCS e uma outra avaliação neuropsicológica. Resultados: Nossos resultados indicaram que
os participantes alocados ao grupo de estimulação do CPFDL esquerdo apresentaram
melhoras estatisticamente significativas em flexibilidade cognitiva, memória operacional
visuoespacial e controle inibitório em relação aos grupos de estimulação do CPFDL direito e
placebo. Nenhum dos grupos apresentou melhora no processo de tomada de decisão afetiva.
Conclusão: Nossos resultados provém evidências de que, apesar das limitações do tipo de
tDCS utilizada neste estudo, é possível que existam melhoras nas Funções Executivas
nucleares. Mesmo essa melhora ter sido significativa, pode ainda não ter impacto na tomada
de decisão afetiva da amostra investigada apesar de evidências recentes indicarem que um
outra forma de tDCS pode ser utilizada para tal finalidade.
144 INFLUÊNCIA DA VIAGEM NA QUALIDADE DE SONO E ATENÇÃO EM
ATLETAS DE FUTEBOL UNIVERSITÁRIO DE NATAL-RN
de Almondes, Katie Moraes; da Cunha, George Klinger Barbalho; Ramirez, Pablo Valdez

No futebol, especialmente, o sono é uma importante estratégia de recuperação dado seus


benefícios para restauração física e psicológica, além de propiciar o reequilíbrio
homeostático. Ademais, o seu papel também está claro em funções neuroendócrinas e de
desempenho cognitivo, tal como a atenção compreendida a partir de seus quatro componentes
– alerta tônico, alerta fásico, atenção seletiva e atenção sustentada. No entanto, durante uma
viagem pode-se alterar o padrão de sono de atletas, com implicações para a qualidade do sono
e a atenção, bem como para a relação entre as variáveis supracitadas. O objetivo foi analisar
os índices de qualidade do sono e atenção, em atletas de futebol universitário de Natal-RN
nos dois momentos – pré e após viagem para a competição nacional da modalidade. A
amostra foi constituída por 16 atletas de futebol universitário, do gênero masculino, que
responderam ao Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (IQSP) e realizaram a tarefa de
execução contínua (Continous Performance Task). Ainda que não tenha havido diferenças
significativas quando comparados os dois momentos, foi encontrada uma alta pontuação
(acima de 5 pontos) no IQSP, sugerindo uma qualidade de sono ruim nos dois momentos. Já
no momento pós-viagem, foi encontrada uma correlação moderada e inversamente
proporcional entre a qualidade do sono e os percentuais de resposta correta da atenção
seletiva (rho = -0,538). Pode-se concluir, então, que a má qualidade do sono encontrada nos
participantes, nos dois momentos, pode indicar comprometimento do sono desses atletas,
semelhantemente ao que já foi bem demonstrado em outros estudos no esporte de elite. Os
resultados não demonstraram uma possível influência da viagem para o desempenho
atencional, o qual não diferiu nos dois momentos. Por fim, a correlação supracitada sugere
que menores escores no IQSP (melhor qualidade do sono) parecem estar associados ao
desempenho cognitivo, especificamente, no componente da atenção seletiva.

145 INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS E COGNITIVAS


SOBRE O DESEMPENHO DE CRIANÇAS EM LEITURA E ESCRITA
de Sousa, Thayná Cotrim; Ribeiro, Denise Oliveira;Constâncio, Claudineia Caires; Costa,
Eliene Novais; de Oliveria, Elizama Silva Dias; Andrade, Raphael Silva Santos; Lima,
Juliana Mota; de Menezes, Igor Teles; de Freitas, Patrícia Martins
Aspectos neuropsicológicos e sociodemográficos das famílias são variáveis que influenciam
o desempenho acadêmico de crianças. Assim, é relevante que mais investigações sejam
realizadas sobre possíveis interações entre essas variáveis e o desempenho escolar. Esse
estudo buscou verificar a provável predição entre as variáveis socioeconômicas e inteligência
sobre o desempenho de crianças em escrita e leitura. Participaram do estudo 328 crianças
com idade entre 6 e 11 anos (M = 8,22 anos, DP = 1,50), do ensino fundamental, de escolas
públicas e particulares, do município de Vitória da Conquista-BA. Para a avaliação das
variáveis sóciodemográficas foram utilizados a Ficha de Dados Pessoais e Critério de
Classificação Econômica Brasil (CCEB), o Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de
Raven para avaliar a inteligência, e o Teste de Desempenho Escolar (TDE) para avaliação do
desempenho acadêmico. O plano de inclusão amostral ocorreu por conveniência. A coleta de
dados foi realizada com aplicação de questionários de forma individual aos pais.
Posteriormente, foi realizada a testagem com as crianças. Com a realização da análise de
correlação bivariada com o coeficiente de correlação de Spearman, observou-se uma
correlação de força forte e significativa entre a Inteligência e as variáveis escrita(ρ=0,623; p=
<0,01) e leitura (ρ=0,596; p=<0,01). E correlações fraca e significativas entre a escrita e
leitura e, respectivamente, condição socioeconômica(ρ=0,391; p=<0,01), (ρ=0,351; p=<0,01),
escolaridade do cuidador (ρ=0,309; p=<0,01), (ρ=0,282; p=<0,01), e tipo de escola (ρ=041;
p= <0,01), (ρ=0,395; p=<0,01). Foram feitas análises de Regressão Linear Múltipla,
utilizando-se o método stepwise. A inteligência explica 37,4% do desempenho em leitura e
31,4% em escrita. Outro modelo incluindo a condição sócio econômica a variância explicada
é de 41,1% para a leitura e 33,7% para escrita. Portanto, conclui-se, através dos resultados
que a inteligência e condição socioeconômica são fortes preditores do desempenho em escrita
e leitura.

146 INFLUÊNCIA DE VARIÁVEIS COMPORTAMENTAIS E DO AMBIENTE


FAMILIAR SOBRE O DESEMPENHO ESCOLAR DE CRIANÇAS
Oliveira, Denise Ribeiro; Cotrim, Thayná Sousa; Salles, PriscilaTeixeira Figueira; Sousa,
Thainá Campos; Felix, Lucas Matias; de Freitas, Patrícia Martins

O baixo rendimento escolar pode produzir impactos nas esferas individuais, familiares,
escolares e sociais das crianças. Para entender esse fenômeno, é necessário conhecer o
contexto familiar e o estabelecimento de práticas parentais, que podem atuar sobre o
desenvolvimento de mecanismos de auto regulação que influenciam o comportamento. O
presente estudo verificou o poder preditivo das variáveis familiares, como estilo parental e
clima familiar, e do comportamento sobre o desempenho escolar. Participaram da pesquisa
330 crianças de 6 a 11 anos (M = 8,21; DP = 1,49), do 1º ao 6º ano do ensino fundamental de
escolas públicas e particulares do município de Vitória da Conquista. Para avaliação do
desempenho escolar foi utilizado o Teste de Desempenho Escolar (TDE). O estilo parental foi
mensurado através do Inventário de Estilos Parentais (IEP), enquanto o Inventário de Clima
Familiar (ICF) foi utilizado para mensuração do clima do núcleo familiar. O Inventário de
Comportamentos da Infância e Adolescência Child Behavior Checklist (CBCL) foi utilizado
para avaliação dos perfis comportamentais das crianças. O tratamento estatístico foi realizado
através do software SPSS versão 22.0, utilizando-se da Regressão Linear Múltipla, método
stepwise. O desempenho acadêmico foi usado como variável dependente enquanto clima
familiar, estilo parental e comportamento internalizante e externalizante como variáveis
independentes. As análises demonstram que comportamento externalizante (β = - 0,322; p <
0,01), comportamento internalizante (β = 0,161; p < 0,01) e clima familiar negativo (β = -
0,120; p < 0,01) explicaram 8% (R² ajustado = 0,089) do desempenho escolar. Apesar da
importância das práticas parentais e do contexto familiar em que a criança se apresenta, o
comportamento infantil mostrou-se mais relevante para explicar o desempenho acadêmico.
Destaca-se então a importância de tais investigações para o contexto da neuropsicologia, uma
vez que problemas de comportamento podem indicar falhas nos mecanismos de auto
regulação.

147 INFLUÊNCIA DO COMPORTAMENTO DOS PAIS NA INTOLERÂNCIA A


FRUSTRAÇÃO DOS FILHOS
Nulceno, Dayane Duarte; Herculano, Jéssica Alves de Oliveira; Prado, Carolina Conceição

Atualmente existem muitas crianças com intolerância às frustrações, essas crianças não
aceitam ouvir não, não seguem regras e não possuem limites, ao contrário, desejam impor
suas regras de não serem contrariadas e de obterem respostas imediatas. Os pais por sua vez
não sabem lidar com as atitudes de seus filhos e não conseguem falar não para os “nãos” das
crianças e acabam cedendo as suas vontades. A presente pesquisa propôs identificar as
variáveis dos comportamentos dos pais que influenciam os comportamentos desadaptativos
dos filhos. Foi realizada uma pesquisa quantitativa por meio de um questionário com
afirmações referentes aos comportamentos dos pais para com os filhos, aplicado em 100 pais
com idades variadas e com filho único em idade pré-escolar de 2 a 6 anos do Distrito Federal.
Os resultados mostraram que 75% dos participantes são do sexo feminino e 25% do sexo
masculino, as idades variam entre 17 e 49 anos. 30% dos entrevistados são solteiros e 45%
dos pais trabalham em horário integral. 14% dos pais tendem a discordar que é importante
não fazer tudo que os filhos querem, 38% afirmam que evitam ao máximo que seus filhos
sofram frustração, 27% dos pais acreditam que birra é coisa de criança e passa com o tempo.
10% dos participantes assumiram que chegam em casa cansados e por isso cedem as vontades
dos filhos. Conclui-se que evitar que o filho sofra frustração é algo presente na vida dos pais
pesquisados. Dizer não para os filhos não quer dizer que está sendo um pai/mãe ruim, dizer
não quando necessário ensina a criança que mesmo que seu desejo seja outro, regras e limites
existem e devem ser cumpridos. Compreender cada fase do desenvolvimento da criança,
agindo assertivamente quando necessário, promove o desenvolvimento emocional dos filhos
e o possibilita ser um adulto socialmente adaptado.

148 INFLUÊNCIA DOS NÍVEIS HORMONAIS NO TRATAMENTO CRÔNICO E


RETIRADA DE KETAMINA EM RATAS WISTAR
Bueno-Brasilino, Lígia S., Nobre, Manoel J.

A ketamina, antagonista não competitivo de receptores NMDA, apresenta potentes efeitos


psicomiméticos, sendo capaz de acentuar o estado psicótico de pacientes esquizofrênicos.
Uma das áreas cerebrais afetadas por seu uso é o córtex pré-frontal, já que o desempenho em
tarefas que dependem de sua atividade é profundamente alterado pela administração aguda de
ketamina. Assim como na esquizofrenia, estas alterações podem sofrer influência de fatores
hormonais, alterações estas que podem ser explicadas pelos efeitos dos hormônios sexuais
femininos, como o estrogênio, os quais apresentam um papel regulador sobre os sistemas
dopaminérgicos, serotoninérgicos, glutamatérgicos e GABAérgicos, todos afetados pelos
efeitos agudos e crônicos do uso de ketamina. Objetivo: avaliar os possíveis efeitos da
administração crônica e retirada de ketamina sobre a expressão de comportamentos
relacionados à ansiedade humana em ratas da linhagem Wistar, assim como a influência dos
hormônios estradiol e a progesterona sobre esta variável. Procedimento: O protocolo
experimental envolveu 14 dias de injeções diárias de ketamina seguidos pelos testes
comportamentais em três condições (efeito crônico, 24 horas e 6 dias de abstinência). Para a
avaliação comportamental foi utilizado o protocolo de sobressaltos potenciados pelo medo.
Resultados: Nossos resultados mostraram que: i) os efeitos da ketamina no medo
condicionado é hormonal dependente sendo menos intensa durante o estro, ii) Existe um
possível efeito de abstinência de 24 horas sobre a expressão de FPS, principalmente durante o
estro, iii) Estes efeitos parecem ter um aumento em 6 dias de abstinência, não importando o
estado hormonal. Conclusão: Estes resultados podem estar relacionados com a ação do
estrogénio que influencia as respostas fisiológicas e comportamentais, sugerindo que o uso de
ketamina a longo prazo pode perturbar o set-point hormonal. Além disso, a retirada da
ketamina parece aumentar a expressão de respostas de medo condicionado. Esta influência é
modulada pelo ciclo estral, provavelmente em função de sua ação sobre a progesterona e ao
estrógeno.

149 INTELIGÊNCIA E MEMÓRIA DE TRABALHO COMO PREDITORES DE


DESEMPENHO ESCOLAR
Ribeiro, Denise Oliveira; Sousa, ThaynáCotrim; Cortes, BrunoVieira de Macêdo; de Oliveira,
RavenaAlmeida; Lima, Ana KarolinaMorais; de Freitas, PatríciaMartins

A inteligência é uma importante variável para compressão do desempenho escolar,


explicando uma parte significativa do desempenho de habilidades requeridas no contexto
educacional, como linguagem e aritmética. A memória de trabalho, por sua vez, é entendida
como um bom preditor do desempenho acadêmico, já que atua realizando manipulações de
informações complexas como a leitura e cálculos matemáticos. Esse estudo buscou verificar
o efeito da inteligência e da memória de trabalho sobre o desempenho acadêmico de crianças
em idade escolar. Participaram da pesquisa 330 crianças de 6 a 11 anos (M = 8,21; DP =
1,49), do 1º ao 6º ano do ensino fundamental de escolas públicas e particulares do município
de Vitória da Conquista. As Matrizes Progressivas Coloridas de Raven foram utilizadas para
mensuração da inteligência, enquanto o Cubos de Corsi e o subteste Dígitos do WISC-III
para avaliação da memória de trabalho. O Teste de Desempenho Escolar foi utilizado avaliar
o desempenho escolar das crianças. A análise de dados foi feita através do software SPSS
versão 22.0, utilizando-se da Regressão Linear Múltipla, método stepwise. O desempenho
escolar foi utilizado como variável dependente enquanto inteligência e as pontuações das
ordens inversas das tarefas de memória de trabalho como variáveis independentes. Os
resultados demonstram que inteligência (β = 0,692; p < 0,01) e memória de trabalho medida
pelo Dígitos (β = 0,312; p < 0,01) predizem 54% do desempenho escolar, sendo que sozinha,
a inteligência (β = 0,692; p < 0,01) vem a explicar 47% do desempenho. Os resultados
obtidos sugerem uma forte relação entre inteligência e memória de trabalho com o
desempenho acadêmico, sendo fortes preditores do mesmo, podendo ser relevantes para se
pensar intervenções no meio educacional possibilitando o melhoramento cognitivo das
crianças.

150 INTERFERÊNCIA DA ENTONAÇÃO E RITMO DA VOZ DO DOCENTE NA


APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE CEGO DE NÍVEL SUPERIOR
Silva, Guilherme Pereira de Moraes; Prado, Carolina Conceição; Sousa, Flávio Luís Leite

A partir da escuta da fala do emissor no processo de comunicação, o cego, que possui córtex
auditivo bem desenvolvido devido à plasticidade cerebral, consegue perceber informações
que vão além das ideias, pensamentos e conceitos expressos. O docente por meio da fala
transmite o conhecimento e ajuda o aluno cego a vencer suas limitações. A presente pesquisa
investigou, sob a perspectiva dos cegos, como a fala do docente interfere na aprendizagem,
motivação e interesse durante as aulas. Para isso, foi realizada pesquisa qualitativa com 10
entrevistas semiestruturadas com estudantes cegos do ensino superior em diversas áreas do
conhecimento, de ambos os sexos. Os resultados mostraram que os participantes possuem
idade média de 22,5 anos e estudam em oito instituições privadas do DF. Todos afirmaram
que é por meio do uso da voz que aprendem e se motivam a estudar. 80% consideram que
existem diferenças na voz do docente que interfere na aprendizagem, sendo que 40%
percebem pela velocidade e tom da voz do docente sua disponibilidade e vontade em ensiná-
los. Como interferências positivas da fala do docente citaram a descrição precisa dos
conteúdos, o tom de voz suave, cativante e empolgante. Como negativas a incapacidade de
explicar o conteúdo de outras formas e o descomprometimento em adaptar sua linguagem a
realidade do aluno. Como alternativas para a melhoria deste aprendizado, sugeriram o
planejamento das aulas com descrição e interpretação das imagens, diversificação da forma
de explanação e a utilização das técnicas de ensino para cegos. Conclui-se que para o
estudante cego a audição torna-se a principal porta de acesso a novas aprendizagens, sendo a
voz do docente o mediador entre este sujeito e o social que o cerca. Nesta perspectiva, a
interrelação entre audição e voz presente na interação de ensino-aprendizagem se tornam
elementos fundamentais para desenvolvimento acadêmico destes alunos.

151 INTERVENÇÃO COGNITIVA EM IDOSOS PARTICIPANTES DE UMA


OFICINA DE PREVENÇÃO DE QUEDAS DA ATENÇÃO BÁSICA
Palombo, Julia; Cavallaro, Gabriela; Brochine, Rafaela; Pelegrini, Lucas de Carvalho;
Dalpubel, Daniela; Petrella, Marina; Casemiro, Francine Golghetto; Say, Karina Gramani

A ocorrência de quedas em idosos representa um problema de saúde pública, pois


frequentemente são precedidas pelo medo de novas quedas, perda da independência, fratura,
hospitalização e óbito. Estudos apontam que indivíduos com declínio cognitivo são mais
propensos a sofrerem quedas. Visando diminuir o declínio cognitivo, aumentar o bem estar
físico e psicológico existem as intervenções cognitivas. Diante disso, o objetivo desse
trabalho foi avaliar a influencia de uma intervenção cognitiva associada à atividade física na
cognição e risco de quedasem idosos participantes de uma oficina de prevenção de quedas da
atenção básica. A amostra foi composta inicialmente por 25 idosos, maioria mulheres, de raça
branca, casadas, comidade média de 71,5 (± 7,2), e média de anos de escolaridade 4,3 (±3,9).
Os participantes foram avaliados pré e pós intervenção cognitiva associada a atividade física
no período de 4 meses. Os resultados de avaliação apontaram que 70% dos idosos obtiveram
déficit cognitivo no ADDENBROOKE'S COGNITIVE EXAMINATION (ACE-R), no teste
Timed up and Go (TUG) 50% apresentou risco de quedas com scores superiores a 12,47
segundos. Após analise inicial dos dados (n=25), foi observada diferença estatística entre os
grupos com e sem declínio cognitivo nos domínios: memória, fluência verbal e linguagem do
ACE-R, além da pontuação total do ACE-R e no TUG. Ao analisar os dados pré e pós
intervenção pôde-se observar que não houve significância estatística nos instrumentos. Tal
fato pode ser explicado devido a perda do número de participantes da pesquisa, iniciada com
25 idosos e concluída com 10 idosos. Apesar de não ter sido encontrada diferença após o
período de intervenção pela perda amostral, os resultados nos mostram que avaliar cognição e
mobilidade em idosos é necessária para um melhor acompanhamento dos riscos de quedas,
auxiliando na prevenção e promoção da saúde promovendo assim o envelhecimento saudável.

152 INTERVENÇÃO NEUROPSICOLÓGICA: VERIFICAÇÃO DA EFICÁCIA DE


TREINO COGNITIVO EM DOIS ESTUDOS DE CASO
Micieli, Ana Paula Roim; Ribeiro, Adriana de Fátima; Cantiere, Carla Nunes; Teixeira, Maria
Cristina Trigueiro Veloz; Carreiro, Luiz Renato Rodrigues

A Neuropsicologia tem se destacado pelo estudo de procedimentos de intervenção, como a


reabilitação neuropsicológica que, por meio de treino cognitivo, tem demonstrado melhora na
atenção, memória de trabalho, flexibilidade cognitiva, controle inibitório, capacidade de
planejamento e organização em crianças e adolescentes com Transtorno do Déficit de
Atenção e Hiperatividade (TDAH). Dada a complexidade do TDAH e o crescente número de
diagnósticos, tem-se revelado imprescindível o desenvolvimento de técnicas de reabilitação
neuropsicológica e de protocolos de avaliação. Objetivo: analisar os indicadores de melhora
de desempenho e redução de sinais de desatenção e hiperatividade/impulsividade de um
programa de intervenção neuropsicológica para desenvolvimento de habilidades de atenção e
flexibilidade cognitiva em crianças e adolescentes com diagnóstico de TDAH. Método:
Participaram da reabilitação uma criança e um adolescente, que foram submetidos a 15
sessões de intervenção neuropsicológica. Para avaliar o progresso durante as sessões, foi
desenvolvido um protocolo de observação para categorizar comportamentos frequentes no
TDAH e operacionalizar comportamentos recorrentes em atividades lúdicas. As observações
foram transformadas em medidas de frequência, para quantificar as vezes em que foram
emitidas. Ao final das 15 sessões, para comparação dos resultados, foram utilizados os
mesmos testes da pré-intervenção, tais como: os de funções executivas (Wisconsin), os
neuropsicológicos (Tac, Trilhas e AC), os índices de resistência à distração e velocidade de
processamento (WISC III), comportamentais (CBCL e TRF) e computadorizados (atenção
voluntária, automática e temporal). Conclusão: foi possível observar redução consistente nos
indicadores de desatenção, de hiperatividade e impulsividade. Nas primeiras sessões, as
crianças mostravam-se resistentes às tentativas de intervenção. Entretanto, ao final,
apresentaram melhora na redução dos sinais do transtorno, o que demonstrou a eficácia do
protocolo na identificação dos efeitos da intervenção, uma vez que os resultados obtidos
foram concordantes com os demais testes, aplicados na pré e pós intervenção.

153 INTERVENÇÕES PSICOEDUCACIONAIS: POSSIBILIDADES DE


APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS DA NEUROPSICOLOGIA EM UMA
INSTITUIÇÃO ESCOLAR
Soares, Marina Celestino; Borborema, Adriana Rosa; Silva, Geovana Caroline; Gomes,
Marilia Felix

A Psicologia Escolar é uma área que emprega os conhecimentos científicos advindos do


desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e social visando compreender os processos e
estilos de aprendizagem, e com isso, possibilitar junto à comunidade educativa o constante
aperfeiçoamento do processo ensino/aprendizagem. Nesse contexto destaca-se os
conhecimentos advindos da neuropsicologia que nos permite conhecer a estrutura interna dos
processos psicológicos e relaciona-los com o meio, nos auxiliando no entendimento do
fenômeno da aprendizagem, assim como em intervenções no âmbito escolar. OBJETIVO: O
presente trabalho pretende apresentar uma possibilidade de intervenção junto à alunos que
visa a promoção e produção do conhecimento sobre os tipos de aprendizagem, utilizando
recursos da neuropsicologia. MÉTODO: Foi desenvolvida uma intervenção psicoeducacional
em 4 salas de aula com uma média de 40 alunos cada e faixa etária entre 17 e 30 anos, em um
pré-vestibular alternativo da cidade de Uberlândia-MG. Abordou-se questões de ensino-
aprendizagem, estudo e conceitos de memória implícita, explicita, o esquecimento e o
recordar, focando nos processos de repetição, elaboração e consolidação da memória,
utilizando como material estético trechos do filme “Inside out” (Divertidamente).
RESULTADOS: O entendimento sobre o funcionamento dos mecanismos de aprendizagem
contribuiu para identificar o que estava sendo desempenhado de maneira produtiva e o que
estava gerando dificuldades no processo de preparação para o ENEM, sendo possível pensar
estratégias efetivas para essas questões através da singularidade de cada aluno.
CONCLUSÃO: Foi constatado que discussões referentes aos tipos de aprendizagem e
técnicas de estudo utilizando conhecimentos advindos da neuropsicologia, contribuem de
forma positiva para a desconstrução do fracasso escolar e auxiliam alunos a se
autoconhecerem e traçarem estratégias que contribuam de forma mais assertiva em seus
processos de aprendizagem.

154 INVENTÁRIO DE PREOCUPAÇÕES PESSOAIS (PERSONAL CONCERNS


INVENTORY - PCI): PROPOSTA DE TRADUÇÃO E USO NA POPULAÇÃO
BRASILEIRA
Barbosa, Marcos Vinícius Costa; Tavares, Maria Clotilde Henriques; Prada, Edward Leonel

O instrumento PCI tem sido utilizado em diferentes estudos com o objetivo de traçar o perfil
motivacional de um indivíduo ou de um grupo de indivíduos com base nas respostas pessoais
quanto às suas aspirações e preocupações pessoais em diferentes áreas da vida (i.e. lazer,
finanças, trabalho, relacionamentos, entre outras). Com base nas respostas oferecidas pelos
sujeitos, que são avaliadas quanto a diferentes dimensões/categorias (i.e. o quanto esse
objetivo é algo que o sujeito deseja obter, o quanto de controle ele possuí,...), resultam dois
tipos de perfis: o “adaptativo” (quando os objetivos ou metas de um indivíduo são
considerados positivos e ele está comprometido em atingir esses objetivos) e o “não-
adaptativo” (quando há um déficit na estrutura motivacional de componentes necessários para
uma forte motivação em alcançar ou realizar o objetivo/meta). O objetivo deste trabalho foi
verificar a adequação de uma primeira tradução para o português do (PCI) e a aplicação do
instrumento em uma amostra de sujeitos brasileiros. Assim, foram feitas duas traduções
independentes do instrumento, que foram posteriormente comparadas a fim de se verificar a
adequação semântica e de estrutura de layout (análise de juízes). O segundo passo consistiu
em uma aplicação “piloto” da escala em um grupo de 20 voluntários (10 homens e 10
mulheres; 18-30 anos). Ao final da aplicação, foi realizada uma entrevista de modo a verificar
a percepção de cada sujeito quanto ao instrumento (adequação do idioma/linguagem, do
formato, e clareza das instruções), bem como das orientações fornecidas pelo aplicador. Os
resultados obtidos pela aplicação foram utilizados numa avaliação da versão em português,
sendo revistas as instruções (de aplicação e de preenchimento) e a adequação da tradução
para fins de uma melhor compreensão.

155 INVESTIGAÇÃO DAS POTENCIALIDADES DO USO DO MINDFLEX DUEL


NA AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA: APENAS UM GAME, OU UM MÉTODO
DE AVALIAÇÃO NEUROCOGNITIVO?
Autores não incluídos

O TDAH é um dos mais frequentes transtornos da infância, se caracteriza por níveis


inadequados de atenção. Observa-se também um padrão alterado de ondas cerebrais theta,
alpha e beta. O neurofeedback é uma técnica, cada vez mais empregada no treinamento da
atividade de áreas do cérebro que visa ao reestabelecimento de padrões cognitivos. O
Mindflex Duel propõem uma maior interação entre funções cognitivas e a realização de
tarefas que exigem controle mental e vigilância atencional. Método: Realizamos um estudo
comparativo entre o desempenho de um treino simples do Mindflex Duel, e o desempenho
em testes cognitivos amplamente utilizados na clínica neuropsicologica. Avaliamos o
desempenho em crianças e adolescentes com diagnóstico de TDAH e comparamos com
controles. Objetivos: Gostariamos de avaliar a sensibilidade descriminativa do jogo Mindflex
Duel em individuos com diferentes niveis atencionais. Resultados: A análise comparativa
entre os grupos apresentou uma diferença significativa entre os escores do desempenho do
treino Mindflex nos individuos com TDAH (18,2±11), e controles (98,2±32,3). Além desta
diferença significativa, também observamos correlação positiva entre os escorres do teste
span digitos nos individuos com TDAH (6,44±1,00) em comparação com controles
(11,86±1,27). Conclusão: o sistema de “leitura” da atividade mental do Mindflex Duel
consegue discriminar alterações consideradas déficits envolvendo habilidades atencionais.

156 INVESTIGAÇÃO DAS RELAÇÕES ENTRE INTENÇÃO, HÁBITOS E


FUNÇÕES EXECUTIVAS COM COMPORTAMENTOS ALIMENTARES E DE
ATIVIDADE FÍSICA
Cheib, Nathália; Sallum, Isabela; Malloy-Diniz, Leandro Fernandes

Aspectos deliberados (intenção) e automáticos (hábito) exercem papeis importantes nas


nossas escolhas diárias. Por sua vez, as funções executivas (FE) são essenciais para quase
todos os nossos comportamentos. Neste sentido, compreender o papel específico desses
fatores sobre comportamentos ligados à saúde é essencial para se pensar em estratégias de
intervenção. OBJETIVO: Caracterizar a influência de fatores de hábito e intenção sobre
comportamentos alimentares (consumo de doces; consumo de frutas e hortaliças) e de
atividade física (tempo sentado; prática de exercício físico; viagem ativa; screen viewing), e
verificar o possível papel mediador das FE nesta relação. MÉTODO: A presente pesquisa foi
aprovada pelo comitê de ética em agosto de 2016, e está em andamento. Ela será transversal,
e os participantes serão adultos (18 a 59 anos) recrutados via anúncio público online. Os
participantes deverão preencher um questionário online que conterá escalas de avaliação de
hábitos e intenção para os comportamentos-alvo, além de uma escala de FE e escalas de
avaliação sociodemográfica e de saúde geral. A amostra deverá ser composta por, no mínimo,
180 participantes. RESULTADOS: Será realizada análise estatística descritiva com o
objetivo de caracterizar a amostra. Correlações serão utilizadas para avaliar associações entre
as variáveis, e análises de regressão múltipla serão realizadas para investigar quais variáveis
podem explicar os comportamento-alvo. Para avaliar efeitos mediadores/moderadores das FE
nas relações entre hábito, intenção e comportamento, será utilizada a Modelagem de Equação
Estrutural. DISCUSSÃO: De acordo com o que é sugerido pela literatura, espera-se que a
intenção e o hábito contribuam com cerca de 20% cada para os comportamentos-alvo
investigados. Também se supõe que as FE terão um papel moderador nesta relação, e que
uma maior quantidade de déficits em FE diminuiria o impacto da intenção sobre os
comportamentos-alvo, e potencialmente estaria ligada a maior força do hábito sobre
comportamentos não-saudáveis.
157 LEITURA E PROCESSAMENTO FONOLÓGICO EM CRIANÇAS COM
SINTOMAS DE DESATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
Almeida, Fernanda Saraiva; Jung, Júlia; Becker, Natália; Lima, Melina; Koltermann,
Gabriella; Júlio-Costa, Annelise; Lopes-Silva, Júlia; Haase, Vitor Geraldi; Salles, Jerusa
Fumagalli

Sintomas de desatenção e hiperatividade caracterizam o Transtorno de Déficit de Atenção e


Hiperatividade (TDAH), o qual também está associado a alterações neuropsicológicas em
processos cognitivos necessários para a aprendizagem, especialmente, da leitura. Este estudo
teve como objetivo investigar o impacto de sintomas de desatenção e hiperatividade no
desempenho de tarefas que avaliam leitura e processamento fonológico. A amostra foi
composta por 171 crianças (idade: M = 9.13; DP = 0.68), 56,7% sexo feminino, de 3º e 4º
Ano do Ensino Fundamental de escolas públicas de Porto Alegre e Belo Horizonte, divididas
em dois grupos: 1) Com sintomas de TDAH e 2) Sem sintomas. O questionário MTA-SNAP-
IV, preenchido pelos pais das crianças, foi utilizado para a definição dos grupos. Os escores
nas tarefas de memória fonológica (span de dígitos ordem direta e inversa), nomeação seriada
rápida (letras), supressão de fonemas e leitura e escrita de palavras isoladas formaram as
variáveis dependentes medidas. As análises de Mann-Whitney demonstraram desempenho
superior significativo do grupo 2) em relação ao 1) para todas as variáveis dependentes,
exceto na leitura de palavras regulares e span dígitos ordem inversa. Conclui-se que sintomas
de desatenção e hiperatividade afetam componentes do processamento fonológico e a leitura
em ambas as rotas (fonológica e lexical). Os resultados corroboram estudos que demonstram
comorbidade entre TDAH e transtornos de aprendizagem específica. Destaca-se a
importância da avaliação neuropsicológica para além das funções executivas em crianças que
apresentam sinais de TDAH, de modo a auxiliar no diagnóstico diferencial e planejamento de
intervenções específicas.

158 MEMÓRIA DE TRABALHO VISUAL E BINDING EM CRIANÇAS: UMA


REVISÃO DA LITERATURA
Monti, Camilla; Fuentes, Daniel; Galera, Cesar

Memória de trabalho visual é definida por Baddeley, dentro de seu paradigma de memória,
como a capacidade de manutenção temporária de informação visual. Recentemente cunhou-
se o termo Binding para se compreender a capacidade visual de se juntar informações visuais
complexas (formas, cores e localização) na memória de trabalho. Objetivo: Realizar
levantamento bibliográfico nacional e internacional sobre binding na memória de trabalho em
crianças. Método: Consultou-se três bases de dados internacionais: BVS Saúde, Psyc INFO e
Pubmed, de todos os anos até o presente, usando as palavras-chave: short-term memory,
binding e children. A linguagem deveria ser inglês, português ou espanhol. Após a leitura dos
resumos dos artigos, foram descartados os que não falassem sobre binding em humanos.
Então, buscou-se realizar uma análise criteriosa a respeito da literatura apresentada até o
presente momento. Resultados: Em todas as bases de dados pesquisadas, foram encontrados
49 artigos no total (Pubmed: 29, Psyc INFO:3,BVS Saúde: 17), todos na língua inglesa. Não
foram encontrados artigos em português. Do total de artigos encontrados, ao separar as
duplicidades, restaram 34. Após a aplicação dos critérios de exclusão: retirando os trabalhos
que não falavam sobre humanos e os que versaram apenas sobre memória de trabalho,
restaram 16 estudos, sendo estes publicados nos últimos dez anos. Conclusão: O número de
estudos envolvendo a memória de trabalho espacial e o binding em crianças vem crescendo
nos últimos 10 anos, porém a produção ainda mostra-se tímida. Os estudos apontam para a
correlação entre binding, alterações genéticas e desempenho escolar, sugerindo perfil
cognitivo específico. Ao se buscar por estudos brasileiros, observou-se que estes ainda se
encontram inexistentes, indicando a importância de se desenvolver estudos no país, buscando
avaliar como o binding ocorre na população mundial e brasileira, assim como seus efeitos e
perfil cognitivo na população infantil.

159 MINI EXAME DO ESTADO MENTAL E ORDENAÇÃO TEMPORAL


AUDITIVA EM IDOSOS COM PERDA AUDITIVA
Lessa, Alexandre Hundertmarck; Teixeira, Adriane Ribeiro; Costa, Maristela Julio

Aspectos relacionados à cognição estão envolvidos no processamento auditivo central, uma


vez que a atenção, a memória e a linguagem integram o processo de análise da entrada da
informação pelo canal auditivo. É possível que um sujeito com menor reserva cognitiva
apresente maior dificuldade em tarefas de processamento auditivo temporal, uma vez que
menos recursos cognitivos podem ser alocados para tal função e que, provavelmente, este
indivíduo levará mais tempo para desempenhar tais tarefas. OBJETIVO: Correlacionar a
habilidade de ordenação temporal auditiva com a cognição de idosos com perda auditiva.
MÉTODOS: 12 idosos com idades entre 61 e 81 anos de idade, com perda auditiva bilateral
do tipo neurossensorial de grau leve a moderadamente severo, inseridos no Programa de
Concessão de Próteses Auditivas do Ministério da Saúde foram avaliados antes da
protetização. Estes foram submetidos ao Teste Padrão de Frequência (TPF), além do Mini
Exame do Estado Mental (MEEM). Os dados foram analisados estatisticamente e verificada a
correlação entre os testes. A pesquisa foi aprovada em Comitê de Ética em Pesquisa e os
sujeitos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. RESULTADOS: Houve
significância na análise do resultado do TPF com o MEEM, tanto para orelha direita
(p=0,025), quanto para a orelha esquerda (p=0,018). A correlação foi fortemente positiva.
CONCLUSÃO: O estudo demonstrou que os idosos pesquisados obtiveram melhor
desempenho em tarefa relacionada ao processamento auditivo temporal, quanto melhor era
seu status cognitivo.

160 MUSICALIZAÇÃO: A IMPORTÂNCIA DA ESTIMULAÇÃO DA FALA NO


DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Prado, Carolina Conceição; Xavier, Beatriz de Siqueira; Santos, Natália Leitão Sávio dos

No desenvolvimento infantil é importante que a criança seja estimulada adequadamente na


infância para que a mesma desenvolva a fala. Uma melhor comunicação desenvolve o córtex
cerebral fazendo com que sons e movimentos corporais sejam modificados e refinados,
melhorando as habilidades sociais e a psicomotricidade da criança. Desta forma a presente
pesquisa propôs-se averiguar os métodos que professores usam para estimular a fala de seus
alunos a partir de atividades de musicalização. Foi feita uma pesquisa qualitativa por meio de
entrevistas semiestruturadas com dois professores de música e observações de atividades de
musicalização, com 20 crianças de dois e três anos de ambos os sexos. Os resultados
mostraram que a partir de técnicas de preparação emocional e desenvolvimento de
autoestima, os professores atuam de forma consciente e intencional com as crianças,
buscando estabelecimento de vínculo por meio da música, de escuta empática, nomeação dos
sentimentos e opções de solução do conflito. Com a musicalização, a criança aprende a se
comunicar melhor, entendendo seus sentimentos, aprendendo a identificá-los e saber o que
fazer com eles. Por repetição da letra das músicas, elas vão treinando, experimentando e
assim, percebendo as vantagens de se comunicarem de forma autônoma. As crianças menores
iniciam o processo com um repertório de poucas palavras e utilização de linguagem não-
verbal, no decorrer das atividades vão adquirindo maior intimidade com a linguagem verbal,
aumentando o comportamento de forma assertiva. Conclui se que para as crianças de dois e
três anos, a importância da estimulação da fala pela musicalização é extremamente
importante, pois desenvolve a comunicação com o meio externo e interno, incluindo-a no
meio social. Assim, as aulas de musicalização ajudam no aprendizado de palavras novas pela
interação com a música e a repetição de cantigas, onde elas treinam e exercitam palavras para
se comunicarem assertivamente.

161 NEUROCIÊNCIAS, NEUROPSICOLOGIA E FONOAUDIOLOGIA:


INTERFACE ENTRE IMPORTANTES CAMPOS DO SABER
Aguiar, Adriana Augusto Raimundo de; Ribeiro, Rafaela Larsen

Embora as neurociências sejam um campo de atuação multidisciplinar em expansão, o


conhecimento popular e profissional de outras ciências que fazem interface com a mesma
ainda é embrionário em nosso meio, como ocorre com a fonoaudiologia. O debate sobre a
amplitude da atuação do fonoaudiólogo, considerando a relação linguagem-cognição, toma
nova dimensão frente ao atual reconhecimento da neuropsicologia como especialidade deste
profissional. O presente estudo teve como objetivo a investigação das relações entre
fonoaudiologia, cognição, neurociências e neuropsicologia, visando contribuir para a reflexão
e divulgação da atuação do fonoaudiólogo para além dos campos comumente conhecidos,
particularmente na comunidade neurocientífica. O método envolveu a análise da grade
curricular de dez cursos de fonoaudiologia do país e a revisão da literatura nacional e
internacional. Os resultados revelaram expressividade de conteúdos envolvendo as
neurociências nas disciplinas dos cursos de graduação; indicando, contudo, incipiência de
pesquisas enfocando simultaneamente a fonoaudiologia e as neurociências ou a
neuropsicologia. Acredita-se que o recente reconhecimento de especialidades envolvendo as
neurociências na atuação do fonoaudiólogo poderá refletir em uma maior visibilidade futura
da mesma em termos científicos e atuação profissional conjunta com demais áreas que
estabelecem interfaces com a neuropsicologia.

162 NEUROPSICOLOGIA DA AYAHUASCA: UM ESTUDO DE REVISÃO


Raposo, Cecília Coimbra da Silva; Santos, Lilian Mattos dos; Souza, Ariane Siqueira
Barboza; Esteves, Gabriel Germano; Silva, Monyke Cabral; Nogueira, Renata Maria Toscano
Barreto Lyra

Ayahuasca é um chá cujo princípio psicoativo é a N, N-dimetiltriptamina. Esta infusão é


obtida a partir do cipó Banisteriopsis caape com a folha Psychotria viridis. Esse preparado
tem sido utilizado em contexto ritualístico, mas também como terapêutica alternativa para
algumas patologias. Neste contexto alguns estudos têm analisado os efeitos da Ayahuasca
sobre os processos neuropsicológicos. Objetivo: Mapear as produções científicas que tratam
dos efeitos da Ayahuasca sobre processos neuropsicológicos. Método: Revisão sistemática de
publicações indexadas nas bases: Scielo, Periódicos CAPES, Pubmed, Saige, e Science
Direct entre 2000 e 2016. Os descritores utilizados foram: “Ayahuasca”, “Ayahuasca AND
Cognition”, “Dimethyltryptamine AND Cognition”. Foram incluídos estudos: (i)
experimentais e quase experimentais envolvendo ingestão da Ayahuasca; (ii) neuroimagem,
eletrofisiológicos, psicofísicos e neuroquímicos; (iii) efeitos neuropsicológicos e
comportamentais; (iv) avaliação de processos básicos; (v) artigos empíricos completos e de
acesso gratuito. Foram excluídos: (i) estudos que tratavam apenas de aspectos religiosos; (ii)
revisão bibliográfica; (iii) que não explicitaram a população ou técnicas utilizadas; (iv) que
fogem ao recorte temporal proposto. Resultados: Foram encontrados 589 artigos dos quais 9
preenchiam os critérios estabelecidos. Os resultados sugerem que a ingestão da Ayahuasca
parece não comprometer a memória espacial e atenção. Contudo algumas evidências sugerem
que pode estar implicada com ativação de habilidades com planejamento, imaginação,
recuperação de memórias episódicas e metacognição. Adicionalmente os resultados
ponderam as redes neurais envolvida com a ingestão do chá e modificações na visão,
memória e intenção, muito embora não sejam encontradas alterações neuropsicológicas.
Conclusão: Achados sobre a influência da Ayahuasca nos processos neuropsicológicos ainda
são inconclusivos e incipientes no Brasil o que revela um campo importante para explorar e
discutir seus efeitos no desempenho neurocognitivo.

163 O CUIDADO AO CUIDADOR: INTERVENÇÕES FEITAS À CUIDADORES DE


IDOSOS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE EM SÃO LUÍS – MA
Costa, G. A.J.; Matos, M. A. M.; Melo, E. R. M. S.; Alves, C. H. L.

O ato de cuidar de forma contínua, intensa e prolongada pode gerar no cuidador


comportamentos e emoções desadaptativas, fazendo do cuidado um misto de ações negativas
que podem influenciar na sua qualidade de vida e, consequentemente, na vida do idoso.
Levando em consideração a importância do “cuidado ao cuidador”, o objetivo das
intervenções direcionadas a esse público tornaram-se necessárias para compreender as
dificuldades e limitações do cuidado e orientar de forma adaptativa ações direcionadas ao
idoso. As intervenções foram desenvolvidas em uma Unidade de Saúde da Família – Pirapora
da cidade de São Luís – MA. Contou com a participação de 4 (quatro) cuidadores de ambos
os sexos com idade média entre 30 a 56 anos. Foram realizadas durante 4 (quatro) meses as
seguintes intervenções: grupos de apoio, dinâmicas em grupo, palestras sobre
envelhecimento, orientações sobre o autocuidado e confecção de diários pessoais. Para a
coleta de dados foi utilizado o instrumento de avaliação psicológica Escalas Beck, visando
compreender e avaliar os indicativos de Depressão e Ansiedade. Os resultados obtidos com o
grupo de cuidadores, após a 1ª aplicação e a 2ª aplicação dos testes mostraram uma queda
considerável do indicativo Leve para mínimo nas principais escalas. O BDI demonstrou uma
porcentagem inicial dos cuidadores predominando 66,6% (Leve) e no final do projeto
resultando em 98% para o indicativo mínimo. Na escala BAI, a 1ª avaliação mostrou uma alta
porcentagem com 75% no indicativo Moderado e no término do projeto indicando uma
mudança para Mínimo com porcentagem de 68%. Nos benefícios relacionadas às
intervenções ao próprio cuidador observou-se melhoras no humor e aumento do vínculo
afetivo entre o cuidador e o idoso. Assim, conclui-se que o cuidado quando orientado é capaz
de gerar no cuidador sentidos pessoais que atingem diretamente o idoso, a família e as
instituições sociais.

164 O DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE O TRANSTORNO DO ESPECTRO


AUTISTA E O TRANSTORNO DA COMUNICAÇÃO SOCIAL (PRAGMÁTICA):
UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Forgach, StephanieLargman; Terra, Celia MariaSouza

O lançamento do DSM-5 trouxe algumas mudanças na classificação diagnóstica,


acrescentando em sua classificação o Transtorno da Comunicação Social (Pragmática) (TCS),
e diminuindo as dimensões diagnósticas do Transtorno do Espectro Autista (TEA),
caracterizando-o pela dificuldade na comunicação social (A) e comportamentos e padrões
repetitivos e restritos (B). Entretanto, diferenciar os critérios diagnósticos do TCS dos
critérios diagnósticos da parte A do TEA (comunicação social) é um trabalho árduo, no qual
muitos profissionais ainda mostram-se confusos devido à semelhança desses grupos clínicos.
Objetivo: discutir o diagnóstico diferencial destes transtornos através de um perfil
neuropsicológico. Método: foi realizada uma extensa e criteriosa revisão de literatura no
PubMed. Resultados: poucos artigos que discutiam o tema foram encontrados, principalmente
devido ao fato de ser um tema novo, sem consenso dentro da literatura em relação aos termos
utilizados para descrever os comportamentos e sintomas observados nesses grupos clínicos.
Desta forma, este trabalho expõe propostas encontradas na literatura para o agrupamento de
comportamentos e sintomas, que visam maior compreensão do diagnóstico diferencial.
Conclusão: a falta de consenso na literatura dificulta o delineamento de um perfil
neuropsicológico claro, fazendo-se necessárias mais pesquisas na área, além da identificação
e agrupamento de semelhanças e diferenças dos comportamentos e sintomas descritos na
literatura, para então iniciar o delineamento de um perfil neuropsicológico.

165 O DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL NAS QUESTÕES DO DESENVOLVIMENTO


E APRENDIZAGEM POR MEIO DA AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
Camargos, Samara Pereira da Silva; Santana, de Jeanny, Joana Rodrigues Alves de

A avaliação neuropsicológica permite esclarecer questões cognitivas, comportamentais e


emocionais que têm implicação para aprendizagem. O objetivo deste estudo é descrever o
perfil neuropsicológico de um paciente de 5 anos de idade, encaminhado para avaliação por
apresentar dificuldades acadêmicas e de interações sociais supostamente incompatíveis com o
esperado para a sua etapa de vida. Foram realizadas entrevistas com familiares e outros
profissionais, observações sistematizadas do comportamento e aplicação de testes
psicológicos. Os resultados mostraram capacidade intelectual geral abaixo da média
populacional (Raven=percentil 10; M = 14; DP = 3,5), com desempenho equiparável ao de
crianças de idade inferior (Columbia=percentil 27; estanino: 4anos; EB:22/62; M=33;
DP=11; EPM=3). Foram verificados prejuízos na percepção e memória visuoespacial
(FCRey=percentil ≤ 90), apesar de adequado desempenho quanto à velocidade de
processamento destas informações (FCRey, tempo resposta=percentil ≥ 60). A análise dos
dados de observação comportamental indicou boa qualidade no padrão de interação social
(empatia, uso funcional e espontâneo da linguagem) e bom desempenho em tarefas
experimentais de avaliação das praxias e orientação têmporo-espacial. Durante atividades
lúdicas e em tarefas familiares e vastamente treinadas ele demonstra adequado padrão de
desempenho. Considerando as bases neurobiológicas do desenvolvimento, e que este ocorre
pela interação do indivíduo com o ambiente, sugerimos que o funcionamento neurocognitivo
seria beneficiado pela inserção do paciente em atividades como: treino de habilidades de
reconhecimento e manutenção de informações visuoespaciais; sistematização da
aprendizagem pela repetição de instruções e a contextualização das tarefas. Conclui-se que o
aprimoramento das técnicas de avaliação neuropsicológica poderá subsidiar o trabalho do
clínico na elaboração de práticas de intervenção voltadas para a modificação da estrutura e
função neurológica. A neuroplasticidade e a interface com as questões de aprendizagem são
temas que desafiam o campo de pesquisa e a prática da neuropsicologia.

166 O IMPACTO DO USO DE VIDEOGAMES NO TREINO COGNITIVO


Abreu, Taiane Dantas; Filho, Gilberto Nunes

Desde seu lançamento, os videogames têm atraído público e recebido diversas atualizações,
de modo que vêm chamando a atenção de diversos profissionais, com destaque para a área de
reabilitação e treino cognitivo. Assim, este estudo tem como objetivo verificar de que modo
os videogames têm sido usados no contexto do treino cognitivo, quais domínios cognitivos
são mais visados e quais são seus principais efeitos. Para tanto, foi feita uma revisão
bibliográfica de artigos que verificassem o uso do videogame no treino cognitivo, bem como
na reabilitação cognitiva. Os artigos foram coletados das bases de dados PubMed e
PsycINFO. Como resultados, foram encontrados 14 artigos e o principal domínio cognitivo
citado pelos autores foi o domínio das Funções Executivas. Além disso, verificou que 70,97%
das ocorrências indicaram benefícios do uso de videogame no contexto do treino cognitivo.
Desse modo, percebe-se um baixo número de pesquisas realizadas na área e um número
significativo de resultados que indicam o uso positivo do videogame no contexto cognitivo.

167 REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA


LITERATURA NACIONAL DE 2006 A 2015
Bialoso, Ana Franciele

A Reabilitação Neuropsicológica se refere a um processo que visa o tratamento ou o alívio


das deficiências cognitivas que resultem de uma lesão neurológica, que busca promover uma
melhora na qualidade de vida das pessoas com lesão cerebral. Diante disso, o presente estudo
objetiva investigar na literatura científica nacional de 2006 a 2015 a utilização da
Reabilitação Neuropsicológica. Artigos publicados entre 2006 e 2015 foram pesquisados na
plataforma da Biblioteca Virtual em Saúde - Psicologia Brasil (BVS-Psi Brasil) em três bases
de dados: PEPsic , SciELO e LILACS, utilizando-se o descritor “Reabilitação
Neuropsicológica”. Foram selecionados 11 artigos e neles foram encontradas diversas
técnicas e formas de intervenção, dentre elas, a Reabilitação Cognitiva, Treino Cognitivo e
Psicoterapia. Verifica- se a necessidade de que técnicas utilizadas fora do contexto nacional
sejam adaptadas e validadas para a realidade brasileira.
168 RECUPERAÇÃO ESPONTÂNEA DAS FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS PÓS
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM ADULTOS
Santos, Daniele Pioli dos; Rodrigues, Jaqueline de Carvalho; Beckenkamp, Carolina;
Campos, Caroline Guimarães da Silveira; Bandeira, Denise Ruschel; Salles, Jerusa Fumagalli
de

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) provoca consequências motoras, cognitivas e


emocionais distintas, dependendo do local e da extensão da lesão. Dentre os déficits mais
frequentes estão a afasia, agnosias, prejuízos de memória, atenção, linguagem e funções
executivas, que demandam amplos cuidados de reabilitação. Há um período de recuperação
espontânea das funções comprometidas, que pode variar inicialmente de três a seis meses
após o episódio do AVC. No entanto, embora se reconheça essa melhora geral na cognição,
poucos estudos descrevem quais funções neuropsicológicas desenvolvem-se ou mantém-se
deficitárias após o AVC. Neste estudo, objetivou-se comparar o desempenho
neuropsicológico de pacientes em fase aguda (M= 8,63; DP= 4,73 dias) e três meses após o
AVC, ao de 20 adultos neurologicamente saudáveis (controles), emparelhados por sexo,
idade e escolaridade. Os participantes responderam a Triagem Cognitiva nas Doenças
Cerebrovasculares (TRIACOG), com tarefas de atenção auditiva, orientação temporal,
memória verbal e visual, linguagem (leitura, escrita, compreensão e nomeação), praxias
(ideomotora e construtiva), habilidades aritméticas, funções executivas e no total do
instrumento. Realizou-se teste t com amostras independentes e medidas repetidas. Na fase
aguda do AVC, os pacientes apresentaram pior desempenho em relação aos controles nas
tarefas de orientação, praxia construtiva, habilidades aritméticas e no total do TRIACOG.
Entretanto, na reavaliação os pacientes apresentaram escores semelhantes aos dos controles.
Os déficits neuropsicológicos identificados na avaliação são esperados pela localização e
extensão das lesões, predominando na amostra acometimentos no hemisfério cerebral
esquerdo e da artéria cerebral média, que levam a déficits como afasia, apraxia e acalculia.
Estes resultados sugerem que há uma plasticidade cerebral, com recuperação espontânea das
funções cognitivas após três meses do AVC, embora esta tenha se mostrado de forma
discreta. Ressalta-se a importância de realizar reabilitação neuropsicológica neste período
para potencializar a recuperação dos déficits.
169 RELAÇÃO ENTRE TEORIA DA MENTE E PROBLEMAS DE
COMPORTAMENTO EM PRÉ-ESCOLARES
Mecca, Tatiana Pontrelli; Gonçalves, Bárbara; Batista, Leila Santos; Maioli, Maria Clara
Paraízo; Costa, Camila; Dias, Natália Martins.

Teoria da Mente (ToM) é a capacidade do indivíduo para entender as crenças, desejos e


intenções dos outros, permitindo a interpretação e previsão de seu comportamento. Estudos
mostram que o baixo desempenho em provas de ToM está associado a problemas de
comportamento na infância. Neste sentido, o presente estudo investigou a relação entre os
escores obtidos em provas de ToM com problemas emocionais e comportamentais relatados
pelos cuidadores/responsáveis em crianças pré-escolares. Participaram 55 crianças de ambos
os sexos, com 4 e 5 anos de idade, pertencentes à Educação Infantil de uma escola pública
localizada na região metropolitana de São Paulo. Foram selecionadas crianças sem
indicadores de atrasos ou alterações no desenvolvimento. As crianças foram avaliadas
individualmente com o Teste de Teoria da Mente para Crianças – TMEC, nas seguintes
habilidades: compreensão de perspectiva, atribuição de pensamento e conhecimento,
atribuição de emoções básicas e ToM a partir de situação e emoções complexas. Os
problemas de comportamento foram avaliados a partir do Child Behavior Checklist (CBCL
1½ - 5), que avalia o perfil de comportamento da criança, englobando escalas de síndromes,
escalas orientadas pelo DSM, Escalas dos Problemas Internalizantes, Externalizantes e
Totais. Para a análise não foram consideradas as escalas orientadas pelo DSM. Análise de
correlação de Pearson mostrou correlação negativa, significativa e de magnitude variando de
moderada a fraca entre os escores do TMEC com os problemas de comportamentos
internalizantes e externalizantes a partir do CBCL. As maiores correlações com ToM foram
observadas para o escore Total de Problemas de Comportamento e maior magnitude foi
observada com os Problemas Externalizantes em relação aos Internalizantes, corroborando
achados da literatura. O subteste Atribuição de Emoções do TMEC foi aquele que apresentou
mais correlações com problemas de comportamento. Achados semelhantes foram observados
em correlações parciais controlando o efeito da inteligência e da linguagem.

170 RELAÇÕES ENTRE AS PERSPECTIVAS DE ESTADO E TRAÇO DA


IMPULSIVIDADE: CONTRIBUIÇÕES NA AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA
DE IDOSOS SAUDÁVEIS
Carvalho, Karina Mendes; Garcia, Ana; Tavares, Maria Clotilde Henriques; Satler, Corina
Introdução: Impulsividade pode ser definida como a tendência a responder de forma rápida,
com um julgamento pobre ou inadequado, sem levar em consideração as consequências de tal
comportamento. A impulsividade tem diversos impactos no cotidiano, em âmbitos como na
educação, na vida profissional, na sociabilidade e na saúde. Comportamentos impulsivos
podem se apresentar como traço ou estado, sendo traço uma predisposição estável com o
tempo e estado um comportamento transitório que varia dependendo das condições em que se
manifesta. O envelhecimento envolve transformações fisiológicas do lobo frontal, as quais
podem interferir no funcionamento cognitivo e consequentemente no comportamento
impulsivo. Objetivo: Verificar a existência de correlações entre duas escalas de
impulsividade, uma de estado e uma de traço, quando aplicadas à idosos saudáveis. Método:
Foram avaliados 15 idosos (10 mulheres, média de idade: 70,66, anos, DP: 4,4 e média de
escolaridade: 15,46 anos, DP: 2,59). Após a assinatura do TCLE, foi aplicada a anamnese e
os instrumentos: Escala de Comportamento Impulsivo (UPPS) e Escala de Impulsividade de
Estado (EIE). Para a análise dos dados uma matriz de correlação de Spearman foi realizada
comparando o total obtido, pelos sujeitos, em cada uma das escalas, assim como as
pontuações obtidas em cada subescala (UPPS: Urgência, falta de Premeditação, falta de
Perseverança e busca de Sensações e EIE: Gratificação, Automatismo e Atencional).
Resultados: Foi verificada alta significância entre as pontuações totais das duas escalas
(p<0,01), além de diversas correlações entre as subescalas entre si e com os totais (p<0,05).
Apenas Busca de Sensações (UPPS) não foi correlacionada significativamente com outra
subescala. Conclusão: Apesar de apresentarem funções diferentes na determinação da
impulsividade, as escalas de traço e estado utilizadas, quando aplicadas a idosos saudáveis,
apresentaram diversas correlações, demonstrando uma possível similaridade entre
comportamentos impulsivos predispostos e transitórios nessa faixa etária.

171 RELATO DE CASO: INVESTIGAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA EM PACIENTE


COM LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO.
Corrêa, C.; Abreu, S.; Pinto,M.; Nascimento, A.L.C.A.; Araújo, G.

Introdução: O Lupus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença auto-imune, crônica de


etiologia desconhecida caracterizada por inflamação nos diversos órgãos e sistemas. No
âmbito das manifestações patológicas do LES, as desordens neuropsiquiátricas (NP) ocupam
espaço de fundamental importância pela limitação, gravidade e incidência. Atualmente usa-se
o termo Lupus Neuropsiquiátrico (LNP) quando no LES há o acometimento cerebral sendo
ou não uma manifestação isolada. O declínio das funções cognitivas tem sido considerado um
dos mais importantes sintomas NP do LES. Objetivos: Descrever o resultado obtido de
investigação neuropsicológica em paciente lúpica de 26 anos, ex-universitária, acompanhada
há 13 anos pelos Serviços de Reumatologia e Psiquiatria e Psicologia Médica do HUCFF. A
avaliação foi realizada por solicitação da equipe do serviço de psiquiatria devido à baixa
resposta ao tratamento medicamentoso e a realização de 40 sessões de ECT, para o quadro de
episódio depressivo grave com sintomas psicóticos. Metodologia: A avaliação será realizada
em 02 momentos com o intervalo de 06 meses entre eles ( abril e outubro de 2016). Foram
utilizados como instrumento de avaliação cognitiva: MEEM, TFV, TDR, Escala WAIS III e
RAVLT. A análise utilizou os pontos de corte estabelecidos segundo idade e escolaridade em
estudos nacionais. Resultados: Os resultados obtidos em abril 2016 apontam déficits
executivos e nos sistemas de memória: registro, armazenamento e evocação. Os resultados do
2o momento, serão descritos em outubro de 2016. Conclusão: Os achados da presente
avaliação nos direcionam para compreender os déficits cognitivos que o LES ocasiona,
possibilitando nortear o planejamento das sessões de ECT e o acompanhamento com
reabilitação e terapia cognitivo comportamental.

172 SALA DE AULA: COMO IDENTIFICAR PROBLEMAS DE


COMPORTAMENTO INTERNALIZANTES E EXTERNALIZANTES EM
ADOLESCENTES COM QUEIXA DE TDAH.
Ribeiro, Adriana de Fátima; Micieli, Ana Paula Roim; Cantiere, Carla Nunes; Teixeira,
Maria Cristina Triguero Veloz; Carreiro, Luiz Renato Rodrigues

A avaliação neuropsicológica e comportamental do Transtorno de Déficit de


Atenção/Hiperatividade (TDAH) é um processo complexo e demanda trabalho
interdisciplinar, experiência na área e atualizações constantes sobre os critérios diagnósticos.
Os problemas de comportamento escolares tem se mostrado frequente em clínicas de
psicologia. As principais queixas comportamentais nas crianças e adolescentes, estão
relacionados aos problemas Externalizantes e Internalizantes. Os Internalizantes estão
relacionados a ansiedade, depressão, isolamento e queixas somáticas. Os Externalizantes se
referem aos comportamentos de quebrar regras e agressividade. Há ainda as subescalas de
fatores gerais, as quais se tratam de Problemas Sociais, Problemas com o Pensamento e
Problemas de Atenção. Em fase escolar, o comportamento torna-se um fator importante para
seu ajustamento social e sucesso no ambiente escolar. Este projeto tem como objetivo
identificar Problemas de Comportamentos Internalizantes e Externalizantes em Adolescentes
com queixa de TDAH pelos inventários CBCL/6-18 e TRF/6-18, que pertencem ao Sistema
de Avaliação Baseado em Evidência do Achenbach. Participaram desse estudo 20
adolescentes, entre 11 a 16 anos, divididos em dois grupos, 10 com TDAH e 10 com queixa
de TDAH, que fizeram parte do protocolo de avaliação neuropsicológica, comportamental e
clínica para identificar sinais de desatenção e hiperatividade/impulsividade do Programa de
Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana
Mackenzie. O resultado da comparação das escalas de Problemas Internalizantes,
Externalizantes e Totais, em função dos grupos e instrumentos, tanto das escalas de
Problemas de atenção quanto de Problemas de déficit de atenção e hiperatividade, foi que no
grupo TDAH os pais relataram mais problemas que os professores e no grupo controle os
professores relatam um número significativamente maior de problemas. É possível pensar
que esses resultados possam estar associados ao fato de que os participantes vieram ao núcleo
de pesquisa com queixa de TDAH, no entanto, nem todos receberam o diagnóstico do
transtorno.

173 SAÚDE MENTAL E AS DIFERENTES ESTRATÉGIAS PSICOSSOCIAIS:


PANORÂMICA QUANTI-QUALITATIVA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
IMPLEMENTADAS NO NORDESTE DO BRASIL
Lacerda- Pinheiro, Sally de França; Januário, SonildeSaraiva; Peixoto, FloridoSampaio das
Neves; Lima, Nádia NaraRolim; do Nascimento, VâniaBarbosa; Neto, ModestoLeite Rolim

Introdução: São raros os estudos sobre os transtornos mentais no Nordeste, principalmente


quando se considera as psicopatologias em crianças e adolescentes. A consequência é a
pequena disponibilidade de dados e ausência de um perfil epidemiológico real, dificultando a
adequação das políticas de saúde e a avaliação da efetividade dessas ações junto à população-
alvo (Método) Revisão sistemática com metanálise sobre os dados originais de saúde mental
filtrados nas bases de dados eletrônicas LILACS, SciELO, BVS, MEDLINE, no período de
2003 a 2015. A análise envolveu as palavras-chave: modelos de atenção primária e
secundária em saúde mental, reforma psiquiátrica, políticas e serviços em saúde mental
disponibilizados aos usuários do SUS. Foram incluídas ainda, análises originais com base em
dados secundários extraídos do SIH pertencente ao SUS no Brasil, SIAB e IBGE e do
Ministério da Saúde. A literatura cinzenta também foi utilizada no sentido de provocar
interfaces teóricas fidedignas àquilo que competem às informações pertinentes a relatórios
governamentais, teses, dissertações e resumos publicados em anais de congressos.
(Resultados) Uma análise das estratégias pontuadas nos artigos analisados mostra um Odds
Ratio combinado de 1,291 IC [1,054 – 1,582] o que demonstra a efetividade do uso das
estratégias na elaboração de aparatos institucionais no campo de saúde mental. Merece
destaque também a abordagem de ações sociais e delineamentos na saúde mental infanto-
juvenil. (Conclusão) A distribuição qui-quadrado envolve duas variáveis numéricas: o grau
de liberdade baseado o odds ratio calculado anteriormente e o qui-quadrado combinado
obtido pela análise dos artigos. O valor de p resultou em 0,9753 o que não rejeita a hipótese
de associação entre a presença de estratégias em saúde mental e o possível desenvolvimento
de aparatos institucionais em saúde mental. Apesar desses fatos serem coerentes com uma
eficiente diretriz de saúde mental, outras interfaces obstinam o desenvolvimento de recursos
transdisciplinares a saúde mental.

174 SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS: COMO ESTÃO NOSSAS


CRIANÇAS?
Santos, Lilian Mattos dos; Nogueira, Renata Maria Toscano Barreto Lyra; Borges, Bruna
Larissa de Sá.

Introdução: A Síndrome Congênita do Zika Vírus caracteriza-se por alterações


morfofuncionais, perceptivas, articulares, de deglutição, relacionadas a infecção do vírus Zika
(ZIKV). Esta infecção despontou no Brasil como um problema de saúde global,
principalmente devido a graves complicações relacionadas a desordens neurológicas, como a
microcefalia e a Síndrome de Guillain-Barré. Evidências apontam uma afinidade do vírus
pelo Sistema Nervoso Central ocasionando alterações de centrossomas (importante estrutura
na divisão celular) e do processo de autofagia. Objetivo: Descrever as principais alterações
morfofuncionais mapeadas nas crianças diagnosticadas com a Síndrome Congênita do ZIKV
no Brasil. Método: Revisão sistemática de publicações indexadas nas bases de dados
‘Pubmed e Scopus’, no período de novembro de 2015 até junho de 2016. Foram identificados
76 artigos utilizando os descritores: ‘Congenital Syndrome Zika Vírus; Microcephaly AND
Zika Vírus AND Child’. Foram incluídos estudos (i) clínicos, experimentais e quase
experimentais avaliando alterações morfofuncionais em crianças com a Síndrome Congênita
do Zika Vírus no Brasil; (ii) oftalmológicos e (iii) de revisão completos e de acesso gratuito.
Os critérios de exclusão foram: (i) artigos que não descrevem alterações mais recorrentes
provenientes da Síndrome Congênita do Zika Vírus; e (ii) que não se incluíram no recorte
temporal proposto. Resultados: Foram encontrados 76 artigos dos quais 29 preenchiam os
critérios de inclusão da pesquisa. Os estudos apontam maior recorrência da microcefalia,
dilatações dos ventrículos cerebrais, atrofia cerebral com calcificações grosseiras, crises
epilépticas, artrogripose, e desordens oftalmológicas (p.ex: alterações maculares e lesões no
nervo óptico). Conclusão: Evidências mostram que a Síndrome Congênita do ZIKV afeta
morfofuncionalmente o Sistema Nervoso Central, Muscular, Esquelético e Perceptual.
Contudo faz-se necessário pesquisas neurocognitivas que forneçam suporte para o
desenvolvimento de estratégias reabilitatórias e intervenções multidisciplinares precoces para
que as crianças possam desenvolver suas potencialidades.

175 SOBRECARGA COGNITIVA E INTERFERÊNCIA RETROATIVA NA


CONSOLIDAÇÃO DA MEMÓRIA EPISÓDICA
Alves, Marcus Vinicius C.; Bueno, Orlando Francisco A.

Introdução: A Interferência Retroativa (IR) ocorre quando novas informações interferem com
materiais aprendidos previamente, desregulando o processo de consolidação. Objetivo: O
presente estudo se propôs a investigar o quando o esforço cognitivo empreendido na
realização de diferentes tarefas pode afetar este processo. Métodos: Três experimentos foram
realizados, nos quais listas de palavras foram apresentadas a participantes e posteriormente
recordadas livremente após um intervalo de três minutos; durante os três minutos, os
participantes realizavam diferentes tarefas a depender do experimento (Geração Aleatória de
Números – lenta e rápida; Counting Span tasks em diversos níveis de carga cognitiva e uma
tarefa de Contagem simples). A pupila dos participantes foi recordada para medir o esforço
cognitivo durante a realização das tarefas. Resultados/Conclusão: Os nossos resultados
sugerem que o efeito do esforço cognitivo na consolidação da memória episódica parece
depender na efetividade de cada pessoa em manejar seus recursos cognitivos nas tarefas
realizadas. A sobrecarga cognitiva está intrinsecamente relacionada com a capacidade dos
indivíduos de manterem informações na Memória Operacional e este efeito sugere uma
estreita relação da capacidade dos indivíduos de manterem informações operacionais e
utilizarem seus recursos para consolidar esta informação, um “trade-off” que pode implicar
em novos direcionamentos para a psicologia cognitiva.
176 SUBSTRATOS NEURAIS DA APRENDIZAGEM IMPLÍCITA EM SUJEITOS
COM DISLEXIA DO DESENVOLVIMENTO
Ardiles, Roseline Nascimento; de Custódio, Eda Marconi

Introdução: Déficit de Aprendizagem Implícita-AI influi nas dificuldades associadas com a


Dislexia do Desenvolvimento-DD e no envolvimento de várias regiões do cérebro, sugerindo
que diferentes redes cerebrais podem estar envolvidas em função de os indivíduos estarem
cientes ou não do objeto de conhecimento a ser aprendido. Objetivo: Verificar que tipo de
atividades cerebrais foram encontradas na relação entre AI em crianças com DD.
Metodologia: Fora realizado uma revisão de literatura em pesquisas internacionais realizados
nos últimos 20 anos buscando analisar que regiões cerebrais foram ativadas e que tipo de
associação neural fora estabelecida entre AI em crianças com DD. Resultados: Regiões do
lobo frontal e o sistema medial de memória do lobo temporal, incluindo o hipocampus
estariam envolvidos respectivamente com os aspectos perceptuais, com a avaliação do
conhecimento implícito e envolvimento na aprendizagem implícita. E o mais importante a
priorizar na relação entre AI e DD é o envolvimento dos ciclos fronto-estriatal e cerebelar,
por haver um déficit no circuito fronto-estriatais cerebelares em disléxicos. Conclusão: As
redes cerebelares desempenham um papel principal nos processos de leitura, pois os dados
sobre competência fluente e atividades coordenadas de habilidades cognitivas adquiridas
durante as diferentes fases de desenvolvimento revelaram déficit cerebelar. A sequência de
aprendizagem pode ser prejudicada por danos cerebrais em locais não cerebelares, como, por
exemplo, a lesão do Lobo Medial Temporal, como o faz na estimulação magnética
transcraniana do córtex pré-frontal e dorso-lateral. O envolvimento dos gânglios basais, do
córtex pré-frontal e do hipocampo no processo da AI associou-se com o cerebelo em um
número de funções cognitivas. A neuroimagem funcional e estudos neurofisiológicos
demonstraram que a sequência de AI está relacionada com a ativação cortical, cerebelar e
áreas do corpo estriado, sugerindo que não há um papel exclusivo na aquisição implícita de
informações sequenciais por nenhuma destas estruturas.

177 TECNOLOGIAS E DISCALCULIA: UMA REVISÃO PARA AUXILIAR NO


CONTEXTO ESCOLAR
Neto, João Coelho; Blanco, Marilia Bazan
Este trabalho visa identificar, por meio da Revisão Sistemática de Literatura, quais são os
instrumentos tecnológicos utilizados para auxiliar pessoas com discalculia em sala de aula,
visto que este é um transtorno específico da aprendizagem escolar, caracterizada por
dificuldades acentuadas para dominar o senso numérico, fatos numéricos ou cálculo e
também no raciocínio. Para o encaminhamento metodológico, utilizou-se na base do Banco
de Teses & Dissertações da CAPES, a palavra-chave “Discalculia”. Os critérios de busca
foram as palavras-chave no título, com intervalo de publicação nos últimos 10 anos. A partir
da busca, utilizou-se como critério de exclusão a leitura dos títulos e resumos, excluindo
trabalhos que não abordassem o uso de tecnologias por alunos com discalculia. Feito o
procedimento de busca, retornou-se 22 trabalhos, porém, somente dois abordavam a temática,
dos quais uma tese sobre de um ambiente virtual para auxiliar crianças com dificuldades de
aprendizagem de Matemática (CASTRO, 2011) e uma dissertação que apresenta um
conjunto de recomendações para o desenvolvimento de jogos computadorizados destinados a
crianças com discalculia, considerando a sua eficácia pela perspectiva da Neuropsicologia e
do Game Design, com ênfase na motivação e experiência do usuário (CEZAROTTO, 2016).
Como considerações finais, evidenciou-se que são poucos os estudos que abordam propostas
de ferramentas possíveis de serem utilizadas em sala de aula, para crianças com discalculia.

178 TERAPIA ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL PARA O TRATAMENTO DA


DEPRESSÃO: ESTUDOS DE CASO
Souza, Emily da Silva; Maciel, Dayane Aparecida da Silva Mendes; Prado, Carolina
Conceição

A depressão é considerada a doença do século, e a cada dia mais pessoas desenvolvem este
quadro de sofrimento, que apresenta-se como uma tristeza absoluta, abatimento, falta ou
excesso de apetite, baixa autoestima e irritabilidade. O presente estudo teve o intuito de
demonstrar os benefícios da psicoterapia Analítico-Comportamental no tratamento de
pacientes em quadro de depressão. Para isso foi realizado uma pesquisa qualitativa com
elaboração de dois estudos de caso em 14 sessões cada um, ocorridas ao longo do primeiro
semestre de 2016 com dois pacientes da clínica-escola do Centro Universitário UDF, que
foram selecionados através de triagens feitas pelos alunos formandos do curso de Psicologia.
Os resultados obtidos ao final das sessões foram satisfatórios em ambos os pacientes,
possibilitando a identificação de mudanças acentuadas em alguns comportamentos
importantes para que cada um, em sua necessidade específica, começasse a apresentar
evolução no quadro depressivo. Os pacientes em questão finalizaram o processo terapêutico
com uma visão diferenciada das situações que estavam vivenciando e já conseguem distinguir
situações que os fazem ter recaídas e agir de forma diferente para que isto não mais aconteça.
Conclui-se com os presentes estudos de caso a efetividade da psicoterapia baseada na
abordagem analítico-comportamental, tendo em vista a melhora nos quadros depressivos dos
dois pacientes atendidos através de análises funcionais, definições de comportamentos a
serem alterados e atividades propostas para que tais alterações ocorressem, salientando a
necessidade de modificar situações que os colocavam em vulnerabilidade, onde cada um
deles a sua maneira conseguiu desenvolver-se bem e dentro das expectativas, controlando a
ansiedade e tomando decisões assertivas e producentes em relação as situações que lhes
causavam sofrimento. Foi possível desenvolver uma intervenção analítico comportamental de
forma coerente e eficaz para cada um dos casos, baseando-se nas diferenças sociais e
comportamentais de ambos os pacientes.

179 TESTE DA FIGURA COMPLEXA DE REY-OSTERRIETH: CONTRIBUIÇÃO


NA AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DA DOENÇA DE ALZHEIMER
Garcia, Suzane; Tomaz, Carlos; Satler, Corina

Introdução: O teste da Figura Complexa de Rey-Osterrieth (ROCFT) foi desenvolvido com o


objetivo de avaliar uma ampla variedade de domínios cognitivos: memória, habilidades
perceptivas e visuoconstrutivas, executivas, entre outras. Existe um amplo consenso, de que
algumas dessas habilidades mencionadas são afectadas no início do curso da doença de
Alzheimer (DA) impactando no desempenho de atividades simples na vida diária desses
pacientes. Objetivos: Examinar se os pacientes com DA mantém preservadas habilidades
perceptivas e visuoconstrutivas, de memória e executivas utilizando o ROCFT. Métodos:
Participaram do estudo 20 pacientes com provável DA (14 mulheres, média de idade: 79
anos, DP: 6,2 e média de escolaridade: 7 anos, DP: 3,8), recrutados do Centro de Medicina do
Idoso (HUB/UnB) e 33 adultos saudáveis [grupo controle (GC), (21 mulheres, média de
idade: 71 anos, DP: 7,0 e média de escolaridade 12 anos, DP: 4,3)], recrutados da
comunidade. Todos os pacientes preencheram os critérios diagnósticos definidos pelo
NINCDS/ADRDA. Após a assinatura do TCLE, foi realizada a anamnese seguida da
avaliação neuropsicológica incluindo o ROCFT. Os participantes foram requisitados a copiar
o estímulo (condição cópia) e em seguida reproduzi-la na ausência do estímulo (condição
memória imediata). Os desenhos das duas condições foram analisados de acordo com o
sistema de pontuação de Osterrieth. Resultados: Na condição cópia, os pacientes com DA
obtiveram uma pontuação significativamente menor do que os controles (DA<GC,p<0,001),
assim como na condição memória imediata (DA<GC,p<0,001). Conclusão: Os resultados
sugerem que os pacientes com DA realizaram cópias menos acuradas que o GC e
apresentaram extensa perda de informações entre a condição cópia e a condição memória.
Tais resultados podem ser atribuídos a dificuldades perceptivas e visuoconstrutivas e
disfunção executiva, assim como a falhas na consolidação das informações.

180 TESTE DE COMPETÊNCIA DE LEITURA DE PALAVRAS E


PSEUDOPALAVRAS: AVALIAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE LEITURA NO
ENSINO FUNDAMENTAL I E COMPARAÇÃO COM DADOS NORMATIVOS DO
INSTRUMENTO
Zauza, Grace; Lima, Luana; Almeida, Ágata; Dias, Natália Martins

Há, no país, número ainda limitado de instrumentos disponíveis para avaliação da leitura e de
seus componentes. Um desses instrumentos é o Teste de Competência de Leitura de Palavras
e Pseudopalavras (TCLPP), publicado em 2010 e normatizado para estudantes da 1ª à 4ª série
(antigo sistema de séries), que avalia o reconhecimento de palavras (RP) por meio de
diferentes estratégias. Este estudo investigou o desempenho em RP ao longo do Ensino
Fundamental e o comparou com os dados normativos disponíveis do TCLPP. Participaram 57
estudantes do 1º ao 5º ano de uma escola pública, idades entre 6 e 11 anos, avaliados no
TCLPP. O teste possui 7 subtestes, cujo padrão de desempenho permite inferir as estratégias
de leitura utilizadas: palavras corretas regulares (CR) e irregulares (CI), palavras com trocas
semânticas (TS), visuais (TV), fonológicas (TF) e pseudopalavras homófonas (PH) e
estranhas (PE). Estatísticas descritivas mostraram desempenho crescente em função do nível
escolar no escore total. A mesma tendência foi observada nos subtestes, exceto para PH, com
maior flutuação, mantendo, porém, padrão de maior desempenho nos anos finais. Análise de
Wilcoxon, comparando os dados deste estudo (2º-5º anos) aos da amostra de normatização
(1ª- 4ª séries) não revelou diferença no escore total, porém diferenças significativas foram
observadas em CR, CI, TS, TF, PH e PE, com melhores desempenhos da amostra deste
estudo em CR e CI e melhor desempenho da amostra de normatização nos demais subtestes.
Essa diferença pode sugerir que a transposição de normas do sistema de séries ao atual
sistema de anos (1ªsérie = 2ºano e sucessivamente) parece não ser adequada. O resultado
sugere a necessidade de atualização das normas do teste no sentido de abarcar uma amostra
mais representativa e, sobretudo em termos de atualização ao sistema escolar de 9 anos.
Estudos estão em curso para suprir essa necessidade.

181 EVIDÊNCIAS DE PLASTICIDADE NEURONAL NA AVALIAÇÃO DA


MEMÓRIA EPISÓDICA VERBAL PÓS AMÍGDALO-HIPOCAMPECTOMIA.
IMPACTO DO TEMPO DE EPILEPSIA NA DETERMINAÇÃO DO RISCO
CIRÚRGICO
Fontana, Rosana da Silva; Zimmermann, Nicolle; Pontes, Monique; Paiva, Maria Inês;
Delaere, François

Introdução: Na Epilepsia Temporal refratária, a Amígdalo-hipocampectomia permite o


controle das crises. Os riscos inerentes à ressecção Temporal Mesial Esquerda consistem em
uma alteração da memória verbal. O impacto do Tempo da Doença Epiléptica sobre o
desempenho em memória no pós-operatório e sua implicação na determinação do risco
cirúrgico em pacientes Temporais ainda é pouco estudado. Objetivo: Apresentamos, em um
estudo de caso comparativo, os resultados de dois pacientes submetidos a Amígdalo-
hipocampectomia Esquerda. Discutimos em termos de Plasticidade Cognitiva o impacto do
fator “Tempo de Doença Epiléptica” (16 anos versus 4 meses) sobre o desempenho em
memória no pós-operatório. Método: Os pacientes destros foram emparelhados em função do
tipo de epilepsia (Temporal Esquerda) e da localização da região a ressecar (amigdalo-
hipocampectomia) a partir respectivamente dos exames de Video-eletroencefalografia e de
ressonância magnética. Empregamos o Teste de Aprendizagem Auditivo-verbal de Rey
(RAVLT) para a avaliação da Memória Episódica Verbal. Para avaliação da Memória
Episódica Visuo-espacial usamos o Teste da Ruche. Resultados: No pré-operatório
evidenciamos uma preservação da memória, tanto na modalidade verbal quanto visuo-
espacial, para ambos pacientes. No pós-operatório, observamos uma alteração significativa
em Memória Episódica Verbal unicamente para a paciente com menor tempo de doença
epiléptica (4 meses). Os resultados dos pacientes em memória visuo-espacial continuam
inalterados no pós-operatório. Conclusão: Este estudo sugere que o tempo de doença
epiléptica permite uma reorganização cognitiva contra ou ipsilateral da Memória Episódica.
Relativiza dados da literatura que apontam que a preservação da memória no pré-operatório
constitui um risco maior de declínio desta função após a ressecção. Fornece, ainda,
argumentos que confirmam, em paciente não sujeito a longo tempo de doença, os dados que
relacionam o hemisfério esquerdo à material verbal e o direito à material visuo-espacial.
Evidenciamos que o tempo de doença epiléptica representa um fator preponderante na
avaliação do risco em neurocirurgia.

182 TRAJETÓRIA DESENVOLVIMENTAL DE CRIANÇAS EM CONTEXTOS


SOCIOVULNERÁVEIS E DE CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL: UMA SÉRIE DE
CASOS
Carvalho, C. F.; Lima, C. S.; Conceição, N. M. C.; Abreu, N.

A exposição a metais com potencial neurotóxico prejudica o desenvolvimento das funções


cognitivas principalmente de crianças e adolescentes devido ao processo de maturação
cerebral. O processo de avaliação neuropsicológica contribui na identificação das forças e
fraquezas dos domínios cognitivos, ajudando então no planejamento das intervenções no
processo de habilitação ou reabilitação. Este estudo tem por objetivo analisar uma série de
casos de crianças expostas ambientalmente ao Manganês (Mn) através da descrição do perfil
neuropsicológico das funções avaliadas. Participaram 8 crianças com idade média de 10,7
anos em 2015, residentes da cidade de Simões Filho – Bahia, cuja principal fonte de
exposição ao Mn é por via respiratória, por atividade industrial. Foram avaliadas as seguintes
funções cognitivas: inteligência, memória e aprendizagem, memória operacional verbal e
visual, e funções executivas. As crianças foram avaliadas em três momentos distintos, sendo
a primeira avaliação em 2012 (T1), enquanto que a segunda e a terceira avaliação ocorreram
em 2014 (T2) e 2015 (T3). Os resultados de cada criança foram comparados entre si nos três
momentos de avaliação, totalizando um intervalo de 4 anos. A partir dos dados é possível
identificar que o perfil clínico das crianças muda nos três momentos das avaliações. No que
diz respeito à quantidade de erros para a tarefa de inibição de respostas, 2 crianças pioraram o
seu desempenho ao longo das avaliações. Em relação à tarefa de fluência verbal semântica, 3
crianças apresentaram o desempenho diminuído. Na tarefa de fluência fonêmica, a maioria
das crianças melhorou seu desempenho tendo como referência a última avaliação com relação
à primeira. A avaliação mostrou que o perfil neuropsicológico das crianças mudou para
algumas das funções cognitivas avaliadas. As crianças com maiores concentrações de Mn no
organismo avaliadas em 2012 mostraram maior prejuízo no desempenho neuropsicológico,
em comparação às crianças com menores níveis de Mn.

183 TRANSTORNO BIPOLAR: UMA PERSPECTIVA BIOPSICOSSOCIAL E


NEUROCIENTÍFICA.
Mendonça, Beatriz Mendonça de; Queiroz, Camila Morais; Medeiros, Liana Carvalho Lima
de; Lima, Renata Carneiro de; Quesada, Andrea Amaro

Introdução: O Transtorno Bipolar (TB) é considerado um dos distúrbios psiquiátricos mais


graves. Na Classificação Internacional de Doenças (CID-10), esse transtorno é classificado
com base na ocorrência de episódios depressivos, e pelo menos um maníaco. Objetivo: O
presente estudo visou analisar o TB com foco em seus aspectos neurológicos, psicológicos e
farmacológicos em adultos, bem como ressaltar a importância de um tratamento
biopsicossocial. Método: Para tanto, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com duas
pacientes com reincidências de internação, após tentativas de suicídio (F. e M.) e três
profissionais da área de saúde. Resultados: Observou-se na paciente F. uma prevalência do
estado depressivo. Já M. encontrava-se na fase maníaca, caracterizada pela participação em
atividades prazerosas, sem se importar com as consequências. Ambas apresentaram déficits
cognitivos, principalmente na memória, aprendizagem, atenção e funções executivas. Além
disso, apresentaram dificuldades em atribuir estados mentais a si e a outros, bem como
compreender que os outros possuem estados diferentes de si próprios. De acordo com a
literatura, tais comprometimentos cognitivos e emocionais podem estar relacionados a
alterações na amígdala (aumento de seu volume), no giro cingulado e a uma redução do
volume do hipocampo. Além disso, ambas demonstraram dificuldades de adesão ao
tratamento. Segundo os profissionais de saúde, isso se deve a ideias preconcebidas sobre o
uso de medicamentos, aos seus efeitos colaterais e á estabilidade gerada pelos fármacos,
levando a uma errônea ideia de “cura” e ressaltando a importância de um trabalho
interdisciplinar. Dentre os efeitos colaterais, F. demonstrou tremor nas mãos ao ser tratada
com o lítio. Conclusão: Foi possível perceber a complexidade desse transtorno, e como ele
afeta as dimensões biológicas, cognitivas, sociais e motoras, prejudicando o cotidiano desses
pacientes. Portanto, há necessidade de um trabalho interdisciplinar, envolvendo tanto
tratamento farmacológico quanto psicológico.

184 TREINAMENTO DE HABILIDADES SOCIAIS NO TRATAMENTO DE IDOSOS


COM HUMOR DEPRESSIVO OU EM DEPRESSÃO
Galvão, Karen Evelyn da Silva; Lima, Talita Rezende Amorim; Prado, Carolina Conceição

O aumento dos casos de depressão em pessoas idosas indica a necessidade de se investigar as


causas e consequências que a depressão acarreta nesta faixa etária, para criar estratégias de
tratamento e intervenção para a melhoria da qualidade de vida dos idosos, priorizando o
treino das habilidades sociais. Assim este estudo buscou avaliar como o treinamento de
habilidades sociais pode ajudar no tratamento com idosos com humor depressivo ou em
depressão. Foi realizada uma pesquisa quali-quantitativa com 20 idosos frequentadores da
instituição para idosos, ASMAC – Associação Maria da Conceição, Gama – DF. Foram
realizadas observações, aplicação de questionário e da Escala de Depressão de Beck, e uma
atividade de intervenção para treinamento de Habilidades sociais. Os resultados mostraram
que 30% dos idosos participantes tinham características depressivas, de acordo com a escala
de depressão de Beck. Já no questionário, foi detectado que 20% dos pesquisados possuíam
traços de humor depressivo ou evidências depressivas. Observou-se que os idosos tendem a
omitir informações que revelem que eles estejam com depressão. Os participantes
identificados com humor depressivo ou em depressão na atividade de intervenção mostraram
certa resistência em participar, porém após explanação descritiva do objeto de estudo houve
participação unânime. Em seguida, os próprios relataram terem se sentido melhor após a
atividade. Conclui-se que apesar das taxas verificadas em relação à depressão em idosos, há
alteração de resultados quando os mesmos encontram-se inseridos em instituições específicas
em atividades que os acolhem de forma humana e social. Esses índices tendem a diminuir
consideravelmente devido a contribuição que o contexto social em que estão inseridos
proporciona. E a inserção de atividades que favoreçam o aumento das habilidades sociais é
benéfica ao grupo direcionado trazendo uma nova perspectiva e fortalecendo os laços sociais
dos idosos depressivos, fazendo crescer suas redes de apoio e aumentando sua qualidade de
vida.

185 TRICKY AND DETACHED: NEUROPSYCHOLOGICAL AND BEHAVIOURAL


ASSESSMENT TO DISCRIMINATE BEHAVIOURAL-VARIANT
FRONTOTEMPORAL DEMENTIA FROM ALZHEIMER’S DISEASE
Mariano, Luciano Inácio; de Souza, Leonardo Cruz

Introduction: Neuropsychological differential diagnosis between behavioural-variant


Frontotemporal Dementia (bvFTD) and Alzheimer's disease (AD) may be a tricky issue.
Some evidences show that both conditions overlaps cognitive dysfunctions, like memory
(Hornberber and Piguet, 2012) and dysexecutive profile (Castiglioni et al., 2006). However,
considering the typical ventromedial prefrontal atrophy in bvFTD, inhibitory function and
intertemporal choice may be valuable abilities to be exploited for diagnostic purposes
(O'Callaghan et al.; 2013; Lebreton et al., 2013). Objectives: (I) to determine the capacity of
neuropsychological tests, like Stroop, Hayling and Verbal Fluency, as well as behavioural
tools, like Apathy and Impulsivity Scales to differentiate bvFTD from AD; (II) To apply
experimentally the Delay Discounting Task (DDT) (Ainslie, 1975) to the Brazilian
population. Methodology: AD and bvFTD patients were included according to the updated
diagnosis criteria (Jack et al. 2011; Rascovsky et al, 2011, respectively). Healthy individuals
formed a group control: age higher than 55 years and with, at least, 4 years of formal
education. Participants with neurological disease background, other neurodegenerative
diseases, major psychiatric disorders, and/or severe systemic comorbidities were excluded.
Income was controlled. 29 bvFTD patients, 25 AD patients and 24 healthy controls were
included. Results: Neuropsychological tasks were capable to segregate patients from non-
patients, but fail in discriminating bvFTD and AD. The p-values for bvFTD x AD found:
MMSE: p=0.154; FAB: p=0.787; Verbal Fluency: p=0.471; Stroop: p=0.210; Hayling Test:
p=0.388. DDT was not even capable of discriminating healthy from non-healthy (p=0.336).
On the other hand, behavioural measures did discriminate patients (BIS-11: p=0.001, except
for motor impulsivity; Apathy: p<0.001). Conclusions: Contrary to our expectations, DDT
results do not encourage its use for differential diagnosis between bvFTD and AD.
Furthermore, our results indicate a detachment between cognitive and behavioural measures,
what should call the attention of neuropsychologists to ameliorate diagnosis tools and
methods.

186 UMA PROPOSTA PARA AVALIAÇÃO DA MEMÓRIA EMOCIONAL COM


UM TESTE DE RECONHECIMENTO ESPACIAL COM ATRASO EM CRIANÇAS
COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE
Garcia, Ana; Medeiros, Wesley; Martínez, Lía; Tomaz, Carlos; Tavares, Maria Clotilde

Introdução: O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) apresenta, além de


seus sintomas principais, alterações em nível emocional, que se traduz numa dificuldade em
reconhecer e compreender informações emocionais no dia a dia. Por serem moduladas pelos
estados afetivos do sujeito, efeitos cognitivos como atenção e memória são prejudicados. Por
sua vez, a memória operacional destaca-se como um mecanismo de avaliação da atenção,
dado que esta precisa ser mantida para execução de uma tarefa, também afetada no TDAH.
Objetivo: Definir um instrumento para avaliar em crianças a memória operacional espacial
com componentes emocionais. Método: Para o desenho do teste foi escolhido o paradigma do
Teste de Reconhecimento Espacial com Atraso (TREA), utilizando uma ferramenta
computadorizada já desenvolvida para este fim. Foram escolhidas imagens geométricas
básicas, imagens do The Dartmouth Database of Children's Faces classificadas em neutras,
emocionais, positivas e negativas, e imagens de contexto retiradas do International Archive
Picture System. Resultados: O instrumento obtido compreende 5 etapas, nas quais é
apresentado de forma gradativa da tela um conjunto de 8 figuras iguais, de acordo com o
atraso definido e em posições aleatórias. Os estímulos são diferentes entre as etapas e, em
qualquer situação, o participante tem de identificar o último estímulo apresentado em uma
nova localização, como saída registra o desempenho e o tempo de resposta. Conclusão: O
teste demanda memória visuo-espacial, ao se visualizar a disposição dos estímulos já
apresentados, exigida na próxima resposta, e tomada de decisão no sequenciamento de ações,
permitindo avaliar a manipulação do tempo e o uso da memória operacional espacial. O
instrumento está preparado para um estudo sobre efeito das emoções na memória operacional
em crianças com TDAH.

187 USO DA ABORDAGEM “GOAL MANAGEMENT TRAINNING” NA


REABILITAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS E SEUS IMPACTOS NAS
ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIAS: RESULTADOS DE UMA REVISÃO
SISTEMÁTICA
Nunes, Liana Garcia; Norte, Carlos Eduardo; de Lima, GabrielCardoso Medeiros; Loureiro,
LucasMachado; Campos, Isabella VitóriaRezende Mascarenhas; Seabra, AlessandraGotuzo

As disfunções executivas consistem em dificuldades na definição, estruturação e execução de


comportamentos orientados a metas, diminuindo a possibilidade de organização dos sistemas
compensatórios e a capacidade de lidar com adversidades em situações cotidianas. Nesses
casos, uma das estratégias de reabilitação muito utilizada é a Goal Management Training
(GMT), que consiste em um treino metacognitivo focado na teoria de “negligência de metas”.
Nesta revisão, buscamos analisar as evidências empíricas da eficácia do GMT como
ferramenta de reabilitação das funções executivas e identificar sua validade ecológica. A
revisão sistemática seguiu as diretrizes indicadas no PRISMA Statement e a busca foi
realizada em três bases de dados (PubMed, PsycINFO e Web of Science), por meio do uso de
três palavras-chave: “rehabilitation” AND “executive function” AND “Goal Management
Training”. A busca encontrou 69 artigos e, após a análise de duplicatas e dos resumos, um
total de 25 artigos foram excluídos pois estavam fora do tema proposto ou, não experimental
ou, não usaram o inglês ou português e não se referiam à escalas ecológica. Os resultados
demonstram uma consistente melhora das funções executivas em indivíduos submetidos aos
protocolos do GMT quando comparados ao grupo controle no ambiente ecológico. Por fim,
devem-se conduzir novos estudos com maiores quantidades de descritores, bases de dados e
diferentes nacionalidades.

188 USO DA CLOZAPINA REDUZ DÉFICIT COGNITIVO E REVERTE


PROCESSO NEUROINFLAMATÓRIO PROVOCADO POR VÍRUS SINTÉTICO.
Teles, Bruna Mara Ribeiro; Menezes, Antonio Teles de; Vale, Mariana Lima; Lucena, David
Freitas de; Macedo, Danielle Silveira.

INTRODUÇÃO: As desordens mentais e as alterações do desenvolvimento neurológico são


provocadas por diferentes causas, variando de influências genéticas, do meio ambiente,
ativação imune, fatores neuroinflamatórios, disfunção das áreas cerebrais, desorganização e
deficiências do desenvolvimento neurológico, podendo até apresentar alterações
neuroanatômicas. A este respeito no presente trabalho tentou-se determinar quais alterações
inflamatórias e oxidativas podiam ser provocadas por um modelo de infecção viral neonatal
induzido por desafio imunológico e sua possível reversão pela administração de clozapina.
OBJETIVO: O objetivo do trabalho foi determinar os efeitos da administração de clozapina
sobre os níveis de glutationa, malondialdeído, ativação microglial e iNOS em um modelo de
infecção imune neonatal induzido por poly I: C. MÉTODO: Foram usados ratos Wistar no
dia pós-natal (PN) 5-7 sendo administrados a partícula mimética viral poly I: C (ácido
polyribocytidilic - polyriboinosinic) ou soro fisiológico. Os grupos de animais receberam
adicionalmente clozapina, medicamento antipsicótico (25 mg / kg) a partir do PN60 a 74. No
PN35 (periadolescência), 60 (adulto) e 74 (idoso) os animais foram submetidos a
determinações comportamentais de inibição de pré-pulso do sobressalto (IPP) e tarefa do
labirinto Y para avaliação da memória.No PN35 e 74 os animais foram sacrificados e o
hipocampo (HC), córtex pré-frontal (CPF) e striatum (ST) foram avaliados quantos a
expressão para Iba -1 (marcador microglial), óxido nítrico-sintase (iNOS), glutationa e
malondialdeído. RESULTADOS: Os resultados mostraram o aumento progressivo da
ativação microglial e da imunoexpressão de iNOS nas áreas CA1, CA2, CA3, e regiões do
giro denteado hipocampal. O córtex pré-frontal e estriado de ratos tratados no período
neonatal com poly I: C foram avaliadas no dia pós-natal 35 e 74. No PN74 os parâmetros de
estresse oxidativo, tais como, os níveis de glutationa reduzida (GSH) e peroxidação lipídica
foram determinados. Os resultados mostraram o aumento gradual da ativação microglial e
imunomarcação de iNOS nos PN35 a PN74, principalmente nas regiões CA2 e CA3 do HC e
do ST. A avaliação da expressão imunohistoquímica para a enzima NO sintase (iNOS)
apresentou aumentada no CPF e ST e uma marcação moderada nas áreas do hipocampo de
animais adultos.No PN74 o desafio neonatal apresentou um desequilíbrio oxidativo. Estas
alterações inflamatórias foram acompanhados de déficits de IPP e memória de trabalho, que
por sua vez foram revertidos pelo uso da clozapina, que apresentou também capacidade de
reverte a ativação da microglia e a expressão de iNOS, diminuindo os níveis de peroxidação
lipídica, no hipocampo, no córtex pré-frontal e striatum dos ratos adultos. CONCLUSÃO: É
importante ressaltar que em nossos resultados a clozapina foi capaz de diminuir a expressão
de iNOS e a ativação microglial e reverter o desequilíbrio oxidativo causado pelo desafio
imunológico neonatal provocado pela partícula sintética viral poly I:C. Em conjunto, estes
resultados dão maiores evidências para a etiologia e o curso das doenças neuroinflamatórias e
apontam para a hipótese que a clozapina pode, em parte, aliviar este processo.

189 USO DE ÁLCOOL E CIGARRO POR ADOLESCENTES ASSOCIADOS À


ATENÇÃO E FLEXIBILIDADE COGNITIVA.
Graize, Yasmine Leal; Assis, Ricardo Luis Aguiar; Pinto, Edcarlos Freitas

Introdução: A experimentação de álcool e tabaco por adolescentes é um dos principais fatores


de risco para a saúde no mundo. O abuso de bebida alcóolica e cigarro estão envolvidos com
diversas causas de problemas de saúde. Objetivo: Avaliar a experimentação de álcool e
cigarro por adolescentes associado a atenção e flexibilidade cognitiva. Método: A amostra
composta por 239 estudantes do ensino fundamental e médio. A normalidade foi avaliada
pelo teste de Kolmogorov-Smirnov, diferenças entre os grupos foram analisadas pelo teste T
paramétrico, ANOVA ou teste não paramétrico de Kruskal-Wallis com Tukey ou pós-testes
de Dunn, respectivamente. Foi utilizado o teste de Levene avaliando a homogeneidade de
variância. Na análise logística multivariada foi utilizado o teste do Qui-quadrado para avaliar
as características associadas ao consumo de drogas e posteriormente o cálculo da razão de
chance, Odds Ratio (OR), através da regressão logística. Resultados: No modelo de regressão
logística para uso de álcool e cigarro por adolescentes observou-se que atenção e a
flexibilidade cognitiva estão associadas ao uso de álcool e cigarro. O baixo desempenho
atencional aumenta em 3,7% e 5,5% chances para o uso de álcool e o uso de cigarro
respectivamente, a flexibilidade cognitiva influencia no aumento de chances de 7.5% para o
uso de álcool e 10.0% para uso de cigarro. Conclusão: O uso de álcool e cigarro por
adolescentes foi associado a atenção e flexibilidade cognitiva. O Adolescente que usa álcool e
cigarro apresenta um menor desempenho no processo cognitivo de atenção e flexibilidade
cognitiva. O estudo apresentou uma estimativa de associação entre o aumento da razão de
chances de uso de álcool e cigarro em adolescentes com pior desempenho em tarefa que
avaliou a atenção e flexibilidade cognitiva.

190 UTILIDADE DO CHILD BEHAVIOR CHECKLIST 1½-5 ANOS (CBCL) PARA


RASTREAR CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Bara, Tiago S.; Farias, Antonio C.; Felden, Erico P. G.; Coutinho, Daniele; Furlin, Vanessa;
Cordeiro, Mara L.

Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do


neurodesenvolvimento caracterizado por prejuízos sociais, comportamentais e de
comunicação. O diagnóstico é basicamente clínico e atualmente não existe um biomarcador
que possa confirmá-lo, portanto, é de relevância a existência de instrumentos objetivos e de
fácil interpretação que possam auxiliar na identificação precoce do TEA a tal modo de
favorecer melhor prognóstico à essas crianças. Objetivo: Investigar quais as dimensões do
Inventário de Comportamentos da Infância e Adolescência versão 1½-5 anos (Child Behavior
Checklist - CBCL) tem maior capacidade preditiva no rastreamento de crianças com
diagnóstico de TEA. Método: 70 crianças, 2-5 anos, ambos os sexos, participaram deste
estudo. Para rastreio do TEA utilizou-se a versão para pais do CBCL-1½-5 anos. Análises
estatísticas das comparações dos índices entre grupos com e sem Autismo foram realizadas
pelo teste U de Mann-Witney, além de a análises Receiver Operating Characteristic (ROC).
Resultados: A comparação dos escores da CBCL1½-5 anos entre os grupos com e sem TEA,
revelou diferenças nas seguintes dimensões: Retraimento (R) (p<0,001), Problemas Afetivos
(PAF) (p=0,016), Problemas Globais do Desenvolvimento (PGD) (p<0,001), Problemas
Internalizantes (PI) (p=0,007) e Total de Problemas (TP) (p=0,011) com escores superior no
grupo com Autismo, que denotaram pontos clínicos em R e PGD (>65 para Retraimento; >70
para Problemas Afetivos e Problemas Globais do Desenvolvimento). A partir da análise
ROC, foram identificados que as dimensões R e PGD apresentaram melhor equilíbrio entre
sensibilidade e especificidade e melhor poder de rastreio. Conclusão: Esses resultados,
embora parciais, indicaram que algumas dimensões do CBCL podem ser utilizadas para
rastreio de crianças com TEA.
191 UTILIZAÇÃO DA ESCALA SNAP-IV NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DO
TDAH – UM ALERTA PARA JOVENS AVALIADORES CLÍNICOS
Pinho, Marília Frota; Menezes, Carlos Eduardo de Souza

Introdução: O TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) é um dos


transtornos psiquiátricos mais estudados na infância. O diagnóstico do TDAH é realizado
através da análise clínica do histórico dos sinais e sintomas. O exame neuropsicológico
forneceu o perfil cognitivo dos avaliados. Objetivo: demonstrar as limitações, e os possíveis
erros na condução de um processo de psicodiagnóstico, quando levamos em consideração
apenas os dados qualitativos e/ou quantitativos fornecidos pela escala SNAP IV. Métodos:
realizamos um processo de investigação dos sintomas (SNAP-IV), além de testagem
neurocognitiva. Resultados: A análise dos sintomas de todos os participantes, através do
SNAP IV, revelou o seguinte perfil: 49,4% (n=42) classificados no subtipo desatento, 47,1%
(n=40) pertencentes ao subtipo desatento/hiperativo (combinado) e 3,5% (n=3) localizados
dentro do subtipo hiperativo e impulsivo. Os escorres obtidos, na média de cada subescala
foram respectivamente: subtipo desatento (2,25), combinado (2,31) e hiperativo (2,23).
Observamos, entretanto, que de todos os participantes avaliados e identificados com sintomas
de TDAH, apenas 60% (n=51) das crianças e adolescentes apresentaram significativos
déficits funcionais de atenção e/ou funções executivas, segundo o desempenho dos testes
neuropsicológicos. Sendo eles: Dígito (5,03±2,52); Corsi (4,74±2,12); Semelhança
(5,72±2,33); Cubos (6,05±2,59) quando comparados com os demais 40% (n=34) que não
apresentaram déficits cognitivos Dígitos (9,29±1,74), Corsi (8,26±1,76), Semelhança
(9,00±2,93), Cubos (8,29±2,24), e que apresentaram escores condizentes com TDAH,
segundo o SNAP IV. Conclusão: Observamos que a utilização da escala SNAP IV, tem
limitações no que se refere ao diagnóstico diferencial do TDAH. Outras metodologias
psicométricas são necessárias para complementar à análise dos sintomas comportamentais e
cognitivos.

192 VALIDAÇÃO DE CONSTRUCTO DOS SUBTESTES DE MEMÓRIA


OPERACIONAL DO COMPCOG VERSÃO IPAD
Mendes-Santos, Liana Chaves; Figueiredo, Ana Mercedes; Pinheiro, Gabriela; Fichman,
Helenice Charchat
Atualmente, as baterias neuropsicológicas computadorizados possibilitam a avaliação de
diversos domínios cognitivos com padronização e maior precisão da mensuração. O objetivo
deste estudo foi realizar a validação de constructo das variáveis de memória operacional de
uma nova versão no iPad do CompCog – uma bateria de testes neuropsicológicos que avalia
diversas funções cognitivas. Participaram desta pesquisa 50 jovens estudantes universitários,
saudáveis, na faixa de 18 a 35 (20,3+3,5) anos, de ambos os sexos. Foram utilizados o
subteste de Memória de Curto-Prazo Visuo-Espacial do CompCog e os seguintes testes em
papel e lápis: Subtestes da Escala Wechsler de Inteligência – III (WAIS-III): Códigos,
Procurar Símbolo, Aritmética, Dígitos, Sequência de Números e Letras. A análise estatística
foi realizada com o Teste de Correlação de Pearson. Os resultados demonstraram que o
número de respostas corretas do subteste de Memória de Curto-Prazo Visuo-Espacial do
CompCog se correlacionou com Procurar Símbolo (r= -0,313; p= 0,027), com Sequência de
Números e Letras (r= -0,350; p= 0,013), com Índice de Memória Operacional (r=-0,357; p=
0,011) e com Span na Ordem Direta de Dígitos (r= 0,288; p= 0,042) do WAIS-III. De forma
semelhante a maior quantidade de itens da sequência na ordem direta do subteste de Memória
de curto-prazo visuo-espacial do CompCog se correlacionou com Aritmética (r= 0,332; p=
0,019), com Sequência Números e Letras (r= 0,288; p= 0,043) e com Índice de Memória
Operacional (r= 0,339; p= 0,016). As demais variáveis deste subteste relacionadas ao tempo
de reação durante a execução do teste e a quantidade de itens da sequência na ordem inversa
não apresentaram correlação. Desta forma, pode-se concluir que o teste de Memória de
Curto-Prazo Visuo-Espacial do CompCog apresenta validade de construção, sendo um bom
instrumento para medir memória operacional.

193 VARIABILIDADE COMPORTAMENTAL: DIFERENÇAS NA


APRENDIZAGEM E ESCOLHA DE PESSOAS IDOSAS E JOVENS
Natalino, Paula Carvalho

Diferenças na variabilidade comportamental entre jovens e idosos experimentais, têm sido


atribuídas a variáveis relativas ao funcionamento cerebral. Uma das hipóteses mais
difundidas é a de que o envelhecimento do lóbulo frontal, responsável pelo controle
executivo de tarefas, produziria a diminuição da variabilidade em idosos. O presente trabalho
teve como objetivo comparar o comportamento de idosos e jovens sob contingências de
variação. Participaram 15 idosos, entre 60 e 75 anos e 15 jovens, entre 18 e 24 anos. A tarefa
dos participantes consistia em formar caminhos colorindo os quadrados de uma matriz 5 x 5
apresentada na tela do computador. O Experimento 1 avaliou os efeitos da manipulação na
exigência de variação. Para tal, os participantes foram expostos a um esquema múltiplo
composto por um componente de repetição e por três componentes com diferentes exigências
de variação. A mudança de uma contingência que exigia repetição para contingências que
exigiam progressivamente maior variação tendeu a ser acompanhada por aumentos nos níveis
de variabilidade comportamental para ambos os grupos. Os idosos apresentaram menores
níveis de variabilidade que os participantes jovens. O Experimento 2 investigou, por meio de
um esquema concorrente encadeado, a escolha entre repetição e três diferentes exigências de
variação. Aumentos na exigência de variação tenderam a produzir aumentos nas escolhas por
variação entre os idosos e por aumentos nas escolhas por repetição entre os jovens. O
Experimento 3 analisou a resistência dos comportamentos de repetição e de variação ao
atraso e à suspensão do reforço. O comportamento de repetição foi mais afetado pelo atraso e
pela extinção do que o comportamento de variação em ambos os grupos. Foi concluído que as
contingências de reforçamento programadas em cada experimento, e não apenas fatores
biológicos, foram responsáveis pelas diferenças observadas entre idosos e jovens.

194 VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA E FUNÇÕES EXECUTIVAS:


RESULTADOS PRELIMINARES DE UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Lima, Gabriel Cardoso Medeiros de; Nórte, Carlos Eduardo Lourenço dos Santos; Loureiro,
Lucas Machado

O modelo de integração neurovisceral proposto por Thayer aponta o córtex pré-frontal como
uma estrutura-chave da rede neural responsável pela regulação da variabilidade da frequência
cardíaca (HRV), um índice refletor da atividade vagal, medido pela variação do intervalo
entre batidas cardíacas. Nesta revisão sistemática, buscamos reunir as evidências científicas
da relação entre as medidas da HRV e o desempenho em tarefas que avaliam as funções
executivas. Para isto, seguimos as orientações propostas pelo PRISMA Statement. Três base
de dados foram utilizadas para pesquisa dos artigos, tais sendo “PsycINFO” (n = 38),
“PubMed” (n = 980) e “Web of Science” (n = 980), que retornaram 2108 artigos. 611
duplicatas foram encontradas, e então removidas. Na avaliação dos títulos e resumos, 1365
foram excluídos, resultando em 102 artigos, que tiveram seus textos integrais analisados
segundo os critérios pré-estabelecidos. Os resultados demonstram correlação entre a HRV e
funções executivas avaliadas por testes ou tarefas neuropsicológicas. Apesar disso, a
diversidade de métodos para testagem da HRV dificulta a comparação dos resultados.
Sugere-se que novos estudos sigam as instruções de medição da HRV da Task Force mais
rigorosamente, prezando pela viabilidade da comparação de seus resultados com outros
estudos sobre o tema. Também discute-se as implicações clínicas dos resultados.

195 VIVACIDADE DA IMAGEM MENTAL E MEMÓRIA DE TRABALHO


Maniglia, MarianaRibeiro; Galera, CésarAlexis

No modelo de memória de trabalho a relação entre os processos de armazenamento da


informação visual e de geração de imagens mentais ainda é um tema em debate. Isto se deve
ao efeito da informação visual irrelevante, principalmente na forma de Ruído Visual
Dinâmico (RVD) em tarefas de memória visual. A presença do RVD apresenta um efeito
prejudicial bem estabelecido na realização de tarefas baseadas em imagem mental, mas não
em tarefas de memória. Investigamos neste estudo o efeito do Ruído Visual Dinâmico sobre a
vivacidade da imagem mental através do paradigma de dicas retroativas. Foram realizados
dois experimentos, um com tarefas de memória e avaliação da vivacidade da imagem mental
separadas e um experimento com as tarefas integradas. Os resultados apontam /
efeitos diferentes do RVD nas tarefas, sendo que a tarefa de memória não é afetada pela
interferência visual, e a tarefa de imagem mental é afetada pelo RVD. Também foi
encontrada uma correlação entre a avaliação da vivacidade de imagem mental e da taxa de
acerto do reconhecimento da memória. Este estudo apoia a hipótese de que o processo de
geração e recuperação de imagens mentais e de recuperação de informações memorizadas
apresentam processos cognitivos diferentes, embora compartilhem de uma mesma estrutura
neuropsicológica de memória de trabalho. Os resultados assumem também a atuação do
visual buffer na imagem mental, mas não na memória.

196 O ORIENTADOR EDUCACIONAL ANTE A FARMACOLOGIA CANÁBICA,


AS AVALIAÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS E A REDUÇÃO DE DANOS
Gallassi, Andrea Donatti; Júnior, Hélio Craveiro Pessoa

Partindo da qualificação e quantificação dos comentários de compradores brasileiros em sites


de venda de sementes de maconha na DeepWeb e de usuários cadastrados no site Leafly,
evidenciamos uma farmacologia canábica brasileira voltada à promoção da manutenção do
foco nos estudos ou trabalho; e/ou na idiossincrática motivação que a maconha pode se
mostrar para alguns na promoção de momentos de aprendizagem mais rentáveis; e/ou no
treino ou fruição das funções intelectuais superiores. Substanciando-nos em resultados
webmétricos e na importância que, especificamente, as avaliações neurocognitivas que
relevam a atenção, as funções intelectuais superiores e a aprendizagem têm para uma redução
de danos promovida por orientadores educacionais. Destarte, salientamos fundamentos
neurocomportamentais que podem subsidiar o acompanhamento de estudantes que fazem uso
frequente de maconha. Para esta casuística, apuramos que Trail Making Test (TMT), Stroop
Color Word Test (SCWT), Wechsler Adult Intelligence Scale-Revised (WAIS-R) e Buschke
Selective Reminding Test (BSRT) formam um conjunto com o qual é possível fomentar um
debate sobre a relação cepa/prescrição/intenção. Com o programa Atlas.ti 7.5.15, baseado na
teoria fundamentada em dados, pudemos estruturar e dimensionar os dados, analisar o
conteúdo sistematizado tanto do contrabando de sementes, quanto dos comentários de
usuários na mais notória database canábica, quanto ainda nos recentes estudos que comentam
as acurácias diagnósticas dos quatro testes supracitados. Com vista à redução de danos e a
transversalização de diferentes temas curricularmente suscitados/requeridos, traçamos
algumas considerações de como o orientador educacional pode também ter por base a lógica
imanente a estas avaliações, a estes testes; ainda, ter por base as cepas que usuários
brasileiros vêm julgando mais adequadas para suas indicações/intenções. Pudemos aferir que
o debate sobre as avaliações neuropsicológicas podem se reverter em estratégias educacionais
que facilitam a orientação educacional e que atribuem significados mais oportunos para os
diferentes tipos de uso feitos por estudantes.

197 O PROCESSAMENTO DA RAIVA NO CÉREBRO HUMANO: UMA POSSÍVEL


RELAÇÃO COM INSANIDADE TEMPORÁRIA
Castro,Rizia Bastos Silva; Alves,Cândida Helena Lopes; De Melo,Eliane Ribeiro Magalhães
de Sousa Fortes; Santos, Thiago Felipe Linhares

Discorre-se acerca da raiva, emoção relacionada às funções da amígdala cerebelosa (uma


estrutura cerebral altamente implicada na manifestação de reações emocionais e na
aprendizagem de conteúdo emocionalmente relevante) em decorrência de conexões com o
hipotálamo (importante estrutura do sistema nervoso central). Objetiva-se apontar algumas
das possíveis relações entre raiva e insanidade temporária. Apresenta-se o entendimento
sobre a raiva, no ponto de vista religioso, social e científico. Descreve-se como ocorre o
processo da raiva no cérebro. Analisam-se os crimes de assassinato cometidos por Daniel
Sickles, em 1859 (Washington) que matou a esposa, após encontrá-la com outro homem e
James (2003), um adulto com problemas mentais que matou a mãe com uma escultura e,
depois, entregou-se à polícia. Tais crimes foram motivados pela raiva e, segundo alguns
cientistas, cometidos por insanidade temporária. Utiliza-se como metodologia a pesquisa,
leitura e análise de estudos já realizados, anteriormente, tomando-se como base o método
dedutivo. Conclui-se que, de acordo com estudos científicos recentes acerca do tema,
algumas pessoas podem cometer assassinatos por possuírem insanidade temporária, devido à
ausência de tecidos suficientes, na região do lobo frontal que está localizado na parte da
frente do cérebro (testa), onde acontece o planejamento de ações e movimento, bem como o
pensamento abstrato. Apresentam-se algumas medidas de prevenção e tratamento para
pessoas que possuem dificuldades de controlar, no dia a dia, a raiva.

198 O QUE SE SABE SOBRE A MEMÓRIA DE FONTE NO ENVELHECIMENTO?


UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Pimentel, Ruam Pedro Francisco de Assis; Tavares, Mayra Dias

Memória de Fonte (MF) consiste na habilidade de se lembrar do contexto o qual um evento


ocorreu. Os primeiros estudos sobre este fenômeno iniciaram na década de 1980 e, nos
últimos vinte anos, o processo da velhice tem sido estudado a partir dessa perspectiva, nesse
ínterim, muitas afirmações têm sido feitas e refeitas. Diante desse cenário, realizou-se uma
pesquisa a fim de levantar o que tem sido discutido sobre a MF e o envelhecimento. Para
tanto, a base de dados escolhida para realizar o levantamento bibliográfico foi a
MEDLINE/PubMed, por ser considerada uma plataforma que possibilita o acesso à produção
científica consistente. Os descritores utilizados foram: source memory e aging (memória de
fonte e envelhecimento), como critério de inclusão selecionou-se apenas artigos que
continham as palavras-chave no título. A coleta de dados foi realizada no período do mês
setembro a outubro de 2016. Encontraram-se 20 (vinte) artigos e todos foram utilizados.
Como resultado, as pesquisas realizadas sobre a MF em idosos tem indicado diversos
paradigmas, os quais variam de acordo com o experimento. De modo geral, os estudos
trabalham com estímulos visuais, auditivos e, o estímulo olfatório, foi identificado apenas em
uma pesquisa. Porém, todos esses tipos de estímulos levantaram déficit na MF em idosos. O
presente estudo não tem como objetivo chegar a uma conclusão sobre o assunto, mas apenas
levantar informações sobre o que tem sido publicado nesta área. Por ser um conhecimento
novo e que está em construção, foi possível identificar muitas incertezas e suposições sobre o
assunto. Sugere-se, então, a replicação de algumas pesquisas, a fim de repensar os
paradigmas propostos, ampliando para uma perspectiva que se aproxime da realidade a qual o
idoso vive. Ressalta-se a necessidade de investir em pesquisas voltadas para a influência da
emoção nos processos de memória, em especial, na MF.

199 O USO DA METACOGNIÇÃO COM IDOSOS: UMA REVISÃO


BIBLIOGRÁFICA ACERCA DA UTILIZAÇÃO DE ESTRATÉGIAS
METACOGNITIVAS E SUA VARIAÇÃO CONCEITUAL
Costa,G.C.J., Matos, M.A.M., Melo, E.R.M.S., Alves, C.H.L., Araujo, T.R., Fonseca, J.S.

Tendo em vista a tendência mundial ao exponencial crescimento da população idosa, o


presente artigo trata-se de uma pesquisa bibliográfica que foi realizada dentro de uma
abordagem qualitativa com base em análise de conteúdo sobre os achados nas produções
científicas nacionais e internacionais relacionadas a Metacognição e a possibilidade de seu
uso com o público idoso. De acordo com as pesquisas realizadas, os trabalhos encontrados
nas bibliotecas virtuais Scielo, Lilacs e ScienceDirect com ano de publicação entre 2010 e
2015, somando um total de noventa e seis publicações sobre metacognição e apenas dois
trabalhos que fazem ligação entre envelhecimento e metacognição. Com base nos resultados
da pesquisa, dos dados e discussões sobre os fenômenos comuns que acompanham o uso da
metacognição para o público idoso, entende-se que a metacognição ainda é estudada como
um fenômeno de conceitos multifacetados e isso evidentemente dificulta na evolução de seu
conceito. Ao exemplificar a utilidade dessa prática, evidencia-se que com o público idoso é
diferente. Os resultados identificam que várias áreas da saúde vêm possibilitando uma nova
forma de olhar e entender toda e qualquer mudança que é esperada na velhice, fazendo do
envelhecimento uma fase proveitosa, ativa e funcional, porém ao refletirmos sobre a
utilização da intervenção metacognitiva para esse público o interesse científico é reduzido e
pouco comentado em principais pesquisas sobre metacognição.

200 O USO DA TECNOLOGIA COMO ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA PARA


TRATAMENTO DE ANSIEDADE
França, Elton da Silva; Souza,Jefferson José; Silva,João Paulo; Barros, Juliana

Diante do atual cenário mundial, visualiza-se que as interações com o mundo são, em sua
maioria, mediadas pela tecnologia. Desde compras, transações bancárias, navegação e entre
outros, a era tecnológica tem moldado as formas de agir no cotidiano, onde, inclusive, novas
estratégias que se utilizam de jogos, aplicativos ou até mesmo aparelhagens mais sofisticadas
tem ganhado espaço no cenário terapêutico. Este trabalho tem como objetivo traçar um
panorama do uso de itens tecnológicos que estão sendo inseridos na clínica e evidenciar sua
eficiência nas práticas terapêuticas no tratamento de sujeitos com ansiedade. Para isso foi
realizada uma revisão sistemática da literatura, nas seguintes bases de dados: Psych Info,
Science Direct, Lilacs e PubMed, utilizando os descritores: anxiety, technology,
neuropsychology e therapeutic techniques. Foram encontrados 300.102 resultados, dos quais,
67 foram selecionados e 21 estavam de acordo com os critérios de inclusão da amostra.
Atualmente, entre as ferramentas utilizadas para tratamento de ansiedade, destacam-se
softwares como Cognitive Bias Modification (CBM), Internet-delivered transdiagnostic
cognitive behavioural therapy (iCBT). Além disso, é importante ressaltar o uso de ambientes
de realidade virtual e o uso de vídeo conferências. A partir da análise dos trabalhos foi
observado que o uso destas tecnologias no âmbito terapêutico já está bem difundido e
perpassa por diversas modalidades como o auto monitoramento, a psicoeducação, o
desenvolvimento de habilidades e o alcance de metas. Vê-se que os profissionais enxergam
este tipo de ferramenta com certo entusiasmo e os resultados de seu uso demonstram
qualidade significativa, quando comparada às terapias convencionais. Além disso, este tipo
de estratégia pode agregar mais rapidez e facilidade para o ingresso no processo terapêutico.

201 O USO DE ESTRATÉGIAS DAS INTELIGÊNCIAS PRÁTICA,ANALÍTICA E


CRIATIVA NO DESEMPENHO DOS SUBTESTES VOCABULÁRIO E
COMPREENSÃO DO WISC-IV
Peixoto,Amanda; Zaionz, Gabriela; Borges-Paraná,Camila; Veiga, Elizabeth; Oliveira, Mari
Angela

Introdução: Robert Sternberg compreende que a inteligência é composta por três unidades:
analítica, criativa e prática. Diferentes tipos de inteligência são requisitados no cotidiano,
porém, percebe-se que nem todos os instrume ntos que avaliam a inteligência contemplam
estas diferentes unidades. As Escalas Wechsler são mundialmente utilizadas para este fim,
entretanto, respostas fornecidas pelos avaliandos nos subtestes de compreensão verbal são por
vezes consideradas erradas ou insuficientes, visto que o instrumento não considera estratégias
utilizadas de acordo com a multiplicidade dos sistemas inteligentes. Objetivo: identificar o
uso de estratégias das inteligências prática, analítica e criativa em dois dos subtestes do índice
fatorial Compreensão Verbal do WISC-IV: Vocabulário e Compreensão. Método: Foram
analisados 35 protocolos de resposta do WISC-IV, aplicados entre 2014 e 2015 no Núcleo de
Práticas em Psicologia da PUCPR. Idade média dos participantes: 9,5 (DP=3,03) anos e 4
(DP=2,53) anos de escolaridade; 71,43% do sexo masculino e 57% estudantes da rede
pública. Resultados: 14,3% forneceu respostas consideradas analíticas, 85,10% práticas e
0,6% criativas. O Quociente de Inteligência Total (QIT): variou de 62 a 122 pontos, com
escore médio de 96,4 (DP=17,04) pontos. Índice de Compreensão Verbal (ICV): divergiu de
51 a 132 pontos, com média de 97,6 (DP=18,54) pontos. Através do Coeficiente de
Correlação de Pearson, encontrou-se correlação significativa, positiva e de alta magnitude
entre o QIT e o ICV (r=0,87), média magnitude entre a idade e as respostas analíticas
(r=0,52) e entre o nível de escolaridade e as respostas analíticas (r=0,66). Não encontrou-se
correlação significativa entre o tipo de escola e os tipos de resposta. Conclusão: Grande parte
dos participantes utilizou o raciocínio baseado no conhecimento adquirido através de suas
vivências. Apesar do resultado, percebe-se que a pontuação utilizada nas Escalas Wechsler,
nos subtestes verbais, privilegia o raciocínio analítico e o criativo, considerados minoria nesta
amostra.

202 PACIENTE INFANTOJUVENIL ENCAMINHADO PELO NEUROPEDIATRA


AO SEU SERVIÇO DE PSICOLOGIA AMBULATORIAL
Lopes,Rafael Augusto Angelo; Nunes,Silvana Vasque; Oliveira,Jéssica Aires da Silva;
Nogueira, Paula Franciele

A procura por atendimento psicológico no público infantojuvenil tem se apresentado


frequente nos últimos anos, despertando de maneira significativa a reflexão pela saúde mental
desta população. No ambulatório de psicologia de um hospital escola no interior do Estado de
São Paulo, os encaminhamentos para atendimento psicológico são realizados por equipe
multiprofissional. O presente trabalho visa classificar estatisticamente e analisar as hipóteses
diagnósticas, realizadas pela equipe de neuropediatria, no período de janeiro de 2015 a julho
de 2016, e tem por objetivo, compreender a motivação dos encaminhamentos, criando
subsídios que permitam o aperfeiçoamento dos atendimentos, e do próprio processo de
interconsulta para que haja uma melhora na qualidade dos mesmos. Foram encontrados 90
pacientes, com idade média M=9,32∓2,78, os quais apresentaram uma diversidade de
hipóteses diagnósticas que foram classificadas em quatro diferentes classes. Em um público
composto de 63(70,0%) pacientes do sexo masculino e 27(30,0%) do feminino, foram
encaminhados por Transtornos do Comportamento e TDAH 27(42,9%) sexo masculino e
9(33,34%) do sexo feminino, já por Déficit Intelectual, Motor ou Cognitivo, foram
15(23,8%) do sexo masculino e 4(14,81%) do sexo feminino e 20(44,44%) do sexo
masculino e 12(31,7%) do sexo feminino por Transtornos Relacionados à Aprendizagem, e
1(1,6%) do sexo masculino e 2(7,41%) do sexo feminino foram encaminhados por outros
motivos. A classificação das Hipóteses Diagnósticas nestas classes indica que os motivos
mais prevalentes nos encaminhamentos estão relacionados a dificuldades de adaptação no
ambiente escolar e na aprendizagem. Entretanto, a falta de padronização para o
preenchimento de Guia de Interconsulta dificulta um resultado efetivo nestes dados. Contudo,
as dificuldades relacionadas ao ambiente escolar parecem ser o principal motivo para a busca
da consulta psicológica, mesmo em ambiente hospitalar, o que torna necessária a unificação
dos termos das Hipóteses Diagnósticas para aperfeiçoar a qualidade dos encaminhamentos.

203 PADRÃO DE SONO E TOMADA DE DECISÃO EM MÉDICOS DE UNIDADES


MÓVEIS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS SUBMETIDOS A ESQUEMAS DE
TURNOS
Almondes, Katie Moraes; Castro, Eleni de Araújo Sales

A alteração no padrão de sono e vigília causa alterações que interferem nos processos saúde-
doença dos trabalhadores. No contexto de trabalho de urgências em saúde, embora a maioria
das decisões possa ser resolvida com a equipe preparada, o cenário de imprevisibilidade,
adicionado a problemas do sono frequentemente presentes na equipe médica, os expõe a
situações que prejudicam o desempenho cognitivo, como na tomada de decisão. Este estudo
objetivou avaliar a relação entre padrão de sono e tomada de decisão em médicos de unidades
móveis de atenção às urgências submetidos a turnos. Para avaliação do sono, utilizou-se o
Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh, o Questionário de Hábitos de Sono, a Escala de
Sonolência de Epworth e o Questionário de Identificação de Cronotipo de Horne-Ostberg.
Para avaliação da tomada de decisão utilizou-se o Iowa Gambling Task (IGT) e cenários
hipotéticos baseados na Técnica Policy-Capturing. Para critérios de inclusão/exclusão, foram
utilizados a Escala de Fadiga de Chalder, o Inventário de Ansiedade de Beck (BDI), o
Inventário de Depressão de Beck (BDI) e o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de
Lipp (ISSL). Os participantes eram do turno diurno (N=6) e alternante (N=20). Resultados
mostraram boa qualidade de sono para o turno diurno e má qualidade do sono para o turno
alternante. A tomada de decisão avaliada pelo IGT não mostrou prejuízos no desempenho dos
médicos, porém quando avaliada pelos cenários ao longo do turno, mostrou-se prejudicada.
Uma pior tomada de decisão avaliada pelo IGT foi correlacionada a maiores prejuízos na
tomada de decisão avaliada pelos cenários, assim como a boa qualidade do sono foi
correlacionada com melhores desempenhos na tomada de decisão. Conclui-se que o esquema
de trabalho em turnos alternantes pode ser prejudicial para uma boa qualidade de sono e que
esta pode contribuir para melhores desempenhos na tomada de decisão.

204 PERFIL CLÍNICO E SAÚDE MENTAL DE PACIENTES ATENDIDOS NA


UNIDADE DE REABILITAÇÃO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA
Silva, Gabrielle Krystine Virginia Rodrigues; Silva,Jéssika De Freitas; Dias,Jefferson;Satler,
Corina

Introdução: Saúde mental pode ser definida como uma condição de bem-estar em que há
autoconsciência de potencialidade e produtividade perante a comunidade. A detecção de
sofrimento mental e de ansiedade relaciona-se com essa autopercepção de bem-estar por isso
o conhecimento do quadro em pacientes pode auxiliar no processo da reabilitação
fisioterapêutica. Objetivo: Investigar a relação entre o diagnóstico clínico e a prevalência de
transtornos psíquicos em pacientes atendidos na Unidade de Reabilitação do Hospital
Universitário de Brasília. Método: Participaram 55 pacientes, sendo 38 adultos (média de
idade = 44 anos; DP=8,4) e 17 idosos (média de idade = 67 anos; DP=8,4). Para análise de
dados, a amostra foi subdividida em 5 grupos considerando o histórico clínico: traumatismo
nos membros, patologia do sistema neurológico periférico (SNP), problema na coluna
vertebral, problema reumatológico e distúrbio ortopédico. Após a assinatura do TCLE, foi
realizada anamnese seguida da aplicação dos instrumentos Self-Reporting Questionnaire - 20
(SRQ-20) e Inventário de Ansiedade de Beck (IAB). Resultados: Pacientes adultos com
patologia do SNP e problemas na coluna apresentaram pontuações acima do ponto de corte
no SRQ-20 e valores mais altos no IAB. Na amostra de idosos, pacientes com problemas na
coluna obtiveram pontuações acima do ponto de corte no SRQ-20 e todos os grupos
apresentaram no IAB escores indicativos de ansiedade leve. Conclusão: Resultados sugerem
que, de forma geral, os pacientes em tratamento fisioterapêutico apresentaram uma alta
prevalência de sintomas de ansiedade, afetando em alguns quadros clínicos a saúde mental
também. Tais resultados ressaltam a importância da identificação da presença de sofrimento
psíquico para a detecção de variação no tempo de tratamento, bem como para maior atenção à
necessidade de suporte psicoterapêutico e identificação de sintomas psicossomáticos, assim
como na elaboração de um plano de intervenção visando melhorar a qualidade de vida dos
pacientes.

205 PERFIL COGNITIVO E EMOCIONAL DE UM ADOLESCENTE COM


DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM
Loth, Otília A. M.; de Carvalho,Weslaine Monteiro; Herenio, Alexandre Castelo Branco;
Campos, Daniela Cristina; Ferreira, Larissa de Oliveira; de Souza, Carolina Cardoso

Introdução: Sabe-se que o processo de aprendizagem sofre impactos de diferentes fatores, tais
como: desenvolvimento das funções cognitivas, questões afetivas, nível de estresse e
ansiedade, estimulação ambiental, dentre outros. O processo de avaliação neuropsicológica
pode contribuir para melhor compreensão das dificuldades a fim de propor medidas precisas
de tratamento. Objetivo: O presente trabalho objetivou relatar os resultados de uma avaliação
neuropsicológica realizada com um adolescente de treze anos com queixa de dificuldades de
aprendizagem e comportamentos infantilizados. Buscou-se esclarecer quais são os aspectos
cognitivos preservados e prejudicados, contribuindo para melhor compreensão da queixa,
bem como para melhor delineamento do tratamento. Método: Participou do estudo um
adolescente de treze anos. Foram utilizados técnicas e testes psicológicos, além de entrevistas
com o adolescente, a mãe e professores do adolescente. Resultados: Os resultados apontados
no estudo evidenciaram que há aspectos emocionais que estão interferindo na sua capacidade
de aprendizagem. Nota-se que há prejuízo moderado nas funções executivas. Discussão: Os
prejuízos emocionais e nas funções executivas trazem dificuldades acentuadas na execução
de tarefas diárias e acadêmicas, mas não significa que o aprendizado escolar não possa
ocorrer. Caso o adolescente receba o devido acompanhamento poderá apresentar melhorias
seu desempenho acadêmico.

206 PERFIL COGNITIVO-COMPORTAMENTAL DE QUATRO INDIVÍDUOS COM


DIAGNÓSTICO CLÍNICO DE SÍNDROME OPITZ G/BBB
Rafacho, Marina Bigeli; Regina Rossi,Liene; Kokitsu-Nakata,Nancy Mizue; Miotto,Eliane
Correa; Richieri-Costa,Antônio; Zechi-Ceide, Roseli Maria

Introdução: A síndrome Opitz G/BBB [OMIM 145410; 300000] é uma condição genética
rara caracterizada, principalmente, por: anomalia de sistema nervoso central, hipertelorismo
ocular, fissura de lábio e palato, fístula laringotraqueoesofágica, hipospádia e atraso no
desenvolvimento neuropsicomotor. Estudos relatam atraso no desenvolvimento motor e
deficiência intelectual em mais de um terço dos indivíduos, sendo escassos os dados
relacionados ao perfil cognitivo-comportamental.
Objetivo: Investigar o perfil cognitivo-comportamental de quatro indivíduos com diagnóstico
clínico de síndrome Opitz G/BBB avaliados na Seção de Genética Clínica e Biologia
Molecular do HRAC-USP.
Método: Aplicação de anamnese psicossocial, Escala Wechsler Abreviada de Inteligência
(WASI), Figuras Complexas de Rey (FCR), Teste de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey
(RAVLT), Fluência verbal semântica (FAS) e Categórica, Trail Making Test (TMT), Stroop.
Resultados: Os indivíduos eram do sexo masculino, com idade média de 22 anos; 3 com
Ensino Médio completo e 1 cursando. Na avaliação do WASI, 2 apresentaram nível cognitivo
médio, 1 deficitário e 1 limítrofe. Três indivíduos apresentaram QI verbal maior que o QI
execução. No teste FCR, em 3 indivíduos o desempenho situou na faixa média e média
inferior, tanto na cópia como reprodução de memória e, em 1, o percentil manteve- se na
faixa superior. Com relação à memória verbal (RAVLT), todos os indivíduos apresentaram
percentual médio a deficitário nas provas de evocação imediata, tardia e de reconhecimento.
Todos tiveram desempenho na faixa inferior para fluência verbal semântica, categórica e para
os subtipos de atenção avaliados, sustentada, alternada e dividida (TMT e Stroop).
Considerações finais: Os dados indicam prejuízo no processamento de informações, atenção,
fluência verbal, memória e visuoconstrução nos indivíduos com síndrome Opitz G/BBB
avaliados. No entanto a amostra ainda é pequena, mesmo sendo uma síndrome rara. Pretende-
se confirmar os achados, ou não, com a inclusão de mais participantes.

207 PERFIL DE LINGUAGEM DE USUÁRIOS DE UM SERVIÇO DE


FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL DE UM HOSPITAL DE BRASÍLIA: ESTUDO
PILOTO
Alves, Beatriz Cerqueira; Satler,Corina Elizabeth; Breder,Virgilia; Silva,Jéssika Freitas;
Cera, Maysa Luchesi

Introdução:A linguagem é uma função cognitiva que pode estar alterada em 21 a 38% das
pessoas que sofreram acidente vascular encefálico (AVE), sendo esta a etiologia mais
frequente da afasia – um distúrbio de linguagem. Considerando que o quadro cognitivo é
fator prognóstico funcional, o conhecimento do perfil de linguagem dos usuários do setor de
Fisioterapia poderá favorecer o trabalho da equipe de reabilitação.Objetivo:Caracterizar o
perfil de linguagem dos usuários atendidos no serviço de Fisioterapia
Neurofuncional.Métodos:Participaram indivíduos que sofreram AVE, usuários do setor de
Fisioterapia Neurofuncional da Unidade de Reabilitação de um hospital de Brasília. Foi
excluído quem apresentava doença neurológica ou psiquiátrica prévia ou quadro de
demência. Foi realizada anamnese e inventários neuropsiquiátrico,de funcionalidade e do
humor. Para o rastreio de linguagem foram utilizados os Subtestes de Compreensão Oral de
Ordens, Repetição de palavras e Narração do Roubo dos Biscoitos do Teste de Boston para
diagnóstico das afasias.
Resultados: Até o momento, nos últimos 10 meses, foram avaliados 15 pacientes, sendo 10
homens. O tempo de lesão variou de 5 a 31 meses e a idade dos participantes de 47 a 72 anos.
Três usuários evidenciaram alteração de compreensão oral de ordens e outros três de
repetição de palavras. Quanto à emissão oral, todos apresentaram fluência e manifestações de
linguagem, com exceção de dois usuários que apresentaram adequado desempenho de
linguagem na bateria aplicada. As manifestações de expressão foram predominantemente
anomias, autocorreções e ensaios em palavra, que evidenciam falhas lexicais.Assim, pôde-se
identificar dez (67%) casos de afasia subcortical e três (20%) de afasia discursiva. Nenhum
usuário passava por fonoterapia no momento da pesquisa.Conclusão: O estudo sugere
prejuízo leve no perfil da linguagem de pacientes pós-AVE usuários do serviço citado.
Portanto, orientações aos profissionais e usuários deste serviço poderão favorecer o
desempenho comunicativo e o encaminhamento ao fonoaudiólogo.

208 PERFIL DO DESEMPENHO NO FIVE DIGIT TEST EM IDOSOS COM


TRANSTORNO NEUROCOGNITIVO LEVE
Leão, Karina Ferreira; Zanini,Daniela Sacramento; Ferreira, Larissa de Oliveira

Introdução: O Transtorno Neurocognitivo Leve (TNC leve), trata-se de uma condição clínica
que geralmente progride para Demência. Este termo é utilizado segundo DSM-5 em
indivíduos que apresentam leves perdas cognitivas comparados com pessoas normais com a
mesma idade. Dentro dos aspectos cognitivos é possível identificar, nestes pacientes, queixas
referentes a memória episódica ou outras alterações cognitivas que são expressas pelo próprio
paciente, confirmadas pelos familiares e descritas de forma objetiva na avaliação
neuropsicológica. Para a identificação das habilidades cognitivas preservadas e alteradas e
necessário o uso de testes neuropsicológicos padronizados. O Five Digit Test (FDT) é um
instrumento de fácil aplicabilidade e possibilita a mensuração da atenção focada e alternada,
velocidade de processamento, inibição e flexibilidade. Como o TNC leve não corresponde
somente a disfunção mnemônica é importante avaliar com qualidade as demais funções
cognitivas, que podem interferir diretamente nas atividades de vida diária.Objetivo:
Descrever o desempenho atentivo e executivo de idosos com TNC leve através do
FDT.Método: Participaram do estudo nove pacientes com diagnóstico de TNC leve com e
sem comprometimento amnéstico. Estes pacientes foram avaliados individualmente por meio
do FDT nas tarefas de leitura, contagem, escolha e alternância. A partir do desempenho
destas tarefas também pode-se avaliar a habilidade destes pacientes em relação a flexibilidade
e inibição. Para análise de dados foi utilizado técnicas descritivas e não paramétrica de
comparação de média entre os grupos de pacientes com e sem comprometimento amnéstico.
Resultados: Os dados indicam diferenças significativas nas tarefas avaliadas pelo FDT e
maior prejuízo atentivo e executivo no grupo de pacientes com comprometimento amnéstico.
Conclusão: Conclui-se que o FDT é um instrumento válido e sensível para identificação de
comprometimento atentivo e executivo em pacientes com TNC leve e foi possível verificar
uma maior dificuldade cognitiva nos paciente com TNC leve com comprometimento
amnéstico.

209 PERFIL DOS HÁBITOS DE JOGADORES UNIVERSITÁRIOS DE


VIDEOGAMES: IMPLICAÇÕES NO COTIDIANO
de Mello,Rodrigo Vieira; Rivero, Thiago Strahler; Pires, Emmy Uehara

Os videogames fazem parte da realidade de diversos lares brasileiros, independente da classe


social ou faixa etária. Nos últimos anos, estudos têm observado benefícios no uso dos
videogames em seus jogadores, como melhorias nas habilidades visuais, atencionais,
mnêmicas, executivas e na velocidade de processamento. Esses resultados demonstram que
as atividades do dia a dia, laborais e acadêmicas podem ser afetadas positivamente por este
hábito. Este estudo I teve como objetivo realizar um mapeamento sobre a rotina de jogadores
de videogames com matrícula ativa na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Para
tanto, um questionário online contendo 13 perguntas abertas e fechadas relacionadas a
hábitos e práticas de jogos foi aplicado em 111 estudantes. Dentre os principais resultados,
observou-se que os participantes tinham a média de 21,93 (3,01) anos, 73,9% dos jogadores
são do sexo masculino, cursando entre o 1º e o 16º período dos respectivos cursos de
graduação, onde o maior número foi de Ciências Humanas (25,2%). Quanto à rotina de jogos,
praticavam uma média de 8,74 horas durante os dias da semana, principalmente, no turno da
noite (49,5%) ou não jogavam nos dias úteis (25,2%). Ainda, em 38,7% dos casos os
videogames foram apresentados pelos próprios pais, sendo o computador (31,2%), a
plataforma mais utilizada e o RPG (22,5%), o gênero mais jogado. Em relação às compras
dentro dos jogos, 55% não fazem uso, o que demonstra um resultado bem equiparado, sendo
a média de gastos de, aproximadamente, R$37,62 por mês. Apesar de preliminares, estes
dados podem demonstrar que é comum o uso de jogos e parece não afetar, pelo menos
diretamente, no cotidiano dos estudantes da UFRRJ. Para o estudo II, o grupo investigará
questões motivacionais, a atenção e as funções executivas em grupos experimentais.

210 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO, NEUROPSICOLÓGICO E FUNCIONAL DE


PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS: UMA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR E
BIOPSICOSSOCIAL
Ferreira,Fernanda de Oliveira; Veiga,Carolina Ferraz; Oliveira, Igor Pereira; Fontoura,
Thiago Antonio; Siqueira,Hélcio Vitor; Ciribeli, Larissa; Barbosa, Lígia Carvalho; Freitas,
Patrícia Martins

Objetivo: Investigar o perfil neuropsicológico das pessoas com deficiências do município de


Governador Valadares. Métodos: Estudo transversal em que pessoas com deficiência
intelectual (DI), deficiência física (DF) e deficiência auditiva (DA) participaram de uma
avaliação neuropsicológica individual, em que foram avaliadas a inteligência (Raven),
memória de curto prazo (ordem direta Cubos de Corsi), memória de trabalho (ordem inversa
cubos de corsi) e habilidades visoespaciais (Figura Complexa de Rey). Análise de dados:
Foram realizadas estatísticas descritivas e análises de magnitude de efeito para comparar o
desempenho entre os tipos de deficiências. Resultados: Participaram da pesquisa até o
momento 90 pessoas com deficiências, sendo 58 com DI, 27 com DF e 5 com DA. O
desempenho no Raven apresentou grande variabilidade (percentis 1 a 99). Verificou-se que
dois participantes que possuem diagnóstico médico de deficiência intelectual apresentaram
percentil 60 no Raven, indicando que de fato eles não possuem DI. As pessoas com DA
apresentaram desempenho mais elevado no Raven (X=72,5, dp=12,6), em comparação com
os participantes com DF (X=23,92; dp=22,6) e DI (X=6,56; dp=12,37). Comparando os
participantes que não possuem DI, verificou-se que as pessoas com DA apresentaram
desempenho mais elevado na ordem direta do Corsi [DF X=4,24(dp=1,9); DA X=5,75
(dp=0,5), d=1,91], ordem inversa do Corsi [DF X=3,5 (dp=0,97); DA X=5,5 (dp=1,3),
d=1,52] e Figura de Rey (DF X=19,36 (dp=9,26); DA X=35,75 (dp=0,5), d=2,5]. Discussão:
Foram identificados participantes que frequentavam instituições para pessoas com DI e que
apresentaram desempenho cognitivo compatível com inteligência normal. Os dados
revelaram que pessoas com DA apresentaram desempenho mais elevado nas tarefas que
avaliam memória de curto prazo, memória de trabalho e habilidades visoespaciais, com
magnitude de efeito elevada. A avaliação cognitiva é relevante para verificar o potencial
cognitivo dos participantes, bem como suas limitações que precisam ser estimuladas e
compensadas, visando a uma maior autonomia e qualidade de vida.

211 PERFIL NEUROCOGNITIVO E FATORES ASSOCIADOS EM INDIVÍDUOS


COM COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE
Alves, Ludmyla Caroline de Souza; Casemiro, Francine Golghetto; Rodrigues,Isabela
Azevedo; Dias, Juliane Cristine; Pelegrini,Lucas Nogueira de Carvalho; Diniz, Maria
Angélica Andreotti; Chagas, Marcos Hortes Nisihara; Gratão, Aline Cristina Martins

Com o aumento de idosos na população, o Brasil caminha para um novo perfil


epidemiológico. Entre doenças neurodegenerativas, a Doença de Alzheimer (DA) destaca-se
como a mais prevalente e tem, como características as alterações cognitivas e
comportamentais, enquanto o funcionamento motor e sensorial são preservados até as fases
avançadas. Existe um estado intermediário entre o envelhecimento normal e a DA, o
Comprometimento Cognitivo Leve (CCL), em que os indivíduos apresentam
comprometimento de memória episódica, ausência de déficits cognitivos e funcionais, risco
elevado de desenvolver demência, o que não satisfaz os critérios para diagnóstico da DA. A
depressão, ansiedade, escolaridade e funcionalidade são fatores associados e podem
influenciar no quadro clínico e, por isso, tais fatores devem ser avaliados em conjunto com a
avaliação cognitiva. O objetivo foi realizar avaliações cognitivas e fatores associados em
indivíduos com CCL. Estudo quantitativo, longitudinal e prospectivo. As avaliações foram
em dois momentos (intervalo de 6 meses) com 36 indivíduos de São Carlos (SP). O protocolo
de avaliação continha: Escala de Queixa de Memória; ACE-R; Amplitude de Digítos (“Spam
de Dígitos”); Questionário de Mudança Cognitiva-; Inventário de Ansiedade de Beck,
Inventário de Depressão de Beck, e Medida da Independência Funcional. A análise foi
realizada no programa SPSS 20.0, no pós-teste foi utilizado o Test t de student para amostras
pareadas. Prevalência do sexo feminino (75%), idade foi de 70,6 anos, escolaridade de 6,8
anos, queixa de memória leve, melhora da memória (p= 0,000), visuoespacial (p= 0,024),
linguagem (p=0,036), nos sintomas depressivos (p= 0,038). Portanto, os indivíduos com CCL
avaliados sofreram piora do quadro cognitivo no período de um ano. Além disso, a melhora
em domínios cognitivos e no humor implica que as habilidades cognitivas estão associadas ao
comportamento de humor em indivíduos com CCL.

212 PERFIL PSICOLÓGICO DOS INTERNOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE


REABILITAÇÃO PARA DEPENDENTES QUÍMICOS EM MANAUS/AM
Alencar,Cláudia Marília Ferreira; Abitbol,Michelle Lopes; Barros, Carolina Mourão Franco
de Sá; Dalavale, Tayná da Silva

Quando ocorre um uso contínuo ou habitual de substâncias psicoativas, refere-se ao abuso de


substâncias e neste estágio há efeitos deletérios na vida social, familiar e profissional do
indivíduo. Na abstinência dessa substância, há alterações tanto comportamentais quanto
físicas específicas a determinada substância. Esta pesquisa pretendeu conhecer o perfil
psicológico dos internos de uma instituição de reabilitação química da cidade de Manaus
através do mapeamento dos níveis de depressão, desesperança, ideação suicida, ansiedade e
stress apresentados pelos mesmos. A pesquisa foi desenvolvida entre agosto de 2014 e julho
de 2015, com amostra de 81 internos. Os instrumentos utilizados para a verificação do nível
de depressão, ansiedade, desesperança e ideação suicida foram: Inventário de Depressão
Beck (BDI), Inventário de Ansiedade Beck (BAI), Escala de Desesperança Beck (BHS) e
Escala de Ideação Suicida (BSI). Para verificação da presença ou não e fase de stress foi
utilizado o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL). Fazendo uma
análise com os dados sócio-demográficos de estado civil, idade e grau de escolaridade, foi
verificado, em predominância, o perfil dos internos com os seguintes aspectos: solteiros
(65,4%), faixa etária de 20 a 29 anos (45,7%) e ensino médio completo (30,9%). Os perfis
psicológicos predominantes encontrados foram: depressão 18,7% (moderado a grave);
desesperança 4% (moderado a grave); ideação suicida 13%; ansiedade 16,2% (moderado a
grave); e stress 33,7%. Ratificou-se a relação direta entre os resultados dos níveis de
ansiedade e os de stress, podendo-se atestar, após o estudo dos dados, que no grupo de
indivíduos participantes da presente pesquisa quanto menor é o nível de ansiedade também
menor é o nível de stress, sendo o reverso totalmente verdadeiro. É importante ressaltar que a
dependência química não afeta apenas o dependente, mas sim, a todos que com ele possui
vínculo afetivo.
213 PREDICTORS OF MEANINGFUL IMPROVEMENT IN THE QUALITY OF
LIFE AFTER TEMPORAL LOBE EPILEPSY SURGERY: A PROSPECTIVE STUDY
Thais,MariaEmilia Rodrigues de Oliveira; Pauli,Carla; Schwarzbold, Marcelo Liborio; Diaz,
Alexandre Paim; Kondageski, Charles; Linhares, Marcelo Neves; Guarnieri, Ricardo;
Zingano, Bianca de Lemos; Ben,Juliana; Nunes,Jean Costa; Markowitsch,Hans Joachim;
Wolf,Peter; Walz, Katia Lin, Roger

Purpose: To investigate prospectively the independent predictors for meaningful


improvement in the quality of life (QOL) after epilepsy surgery for drug resistant mesial-
temporal lobe epilepsy (MTLE) determined by the Quality of Life in Epilepsy Inventory—31
(QOLIE-31)
Methods: Multiple binary logistic regression analysis was performed to determine the
clinical, demographic, radiological, electrophysiological variables independently associated
with a MCID change in the QOLIE-31 overall score one year after anterior temporal
lobectomy (ATL) in 77 consecutive patients with unilateral MTLE.
Key findings: The overall QOLIE-31 score and all its subscales scores increased significantly
(p < 0.0001) after ATL. The final multiple binary logistic regression model shows that
absence of pre-surgical diagnosis of depression (OR 5.3, CI 95% 1.6 – 16.7, p = 0.007) and a
complete seizure control (Adjusted OR 4.11, CI 95% 1.2 – 14.5, p = 0.04) were
independently associated with QOL improvement after ATL. The area under the ROC curve
of the model was 0.73 with an overall accuracy of 85.6%, being 46.5% for no QOL
improvement and 95.2% for QOL improvement.
Significance: Absence of pre-surgical depression and complete seizure control after surgery
are independent predictors of clinically significant improvement of QOL of Brazilian patients
submitted to ATL and support the external validation of similar results previously reported in
Canadian patients.

214 PREJUÍZOS COGNITIVOS NA SÍNDROME DE PRADER-WILLI


Brasil, Maria das Graças Nunes; Ferreira,Sandra de Fátima Barboza; Neves,Pedro Henrique;
Santos, Ida Celine Gonçalves; Silva, Domênica de Melo

Introdução: A Síndrome de Prader-Willi tem etiopatogenia desconhecida, porém é


frequentemente relacionada com alterações hipotalâmicas. Está associada ao sexo masculino,
a herança é paterna e ligada ao cromossomo 15. Em geral, cursa com deficiência intelectual,
baixa estatura, obesidade, hipogonadismo e hipotonia muscular. Objetivo: O objetivo deste
estudo é relatar um caso clínico cujo desfecho foi o diagnóstico de Síndrome de Prader Willi.
Método: Participou deste estudo uma criança de nove anos, sexo masculino, encaminhada à
Avaliação neuropsicológica com queixas de dificuldades escolares, compulsão alimentar,
obesidade e quadro de encoprese. Foram realizadas sete sessões entre observações, testagem
psicológica e entrevistas anamnésica e devolutiva. Resultados: Os resultados apontaram para
um nível de inteligência médio inferior. Prejuízo atencional importante sem preencher
critérios para o transtorno. Performance de Organização perceptiva e de Memória
Operacional dentro do esperado para seu grupo etário. Performance de compreensão verbal,
Velocidade do processamento e QI Total médio inferiores. Humor lábil; estrutura de
personalidade organizada em torno de sintomas ansiosos, que inspiram cuidados em função
de multifatores de etiologia orgânica (pré e peri-natal) e ambiental. Alterações de consciência
fonológica com ritmo de leitura normal. O exame genético confirmou deleção de 15q11-13.
Discussão: Discutiu-se que prejuízos cognitivos são esperados na síndrome, mas que a
deficiência intelectual não é regra. Como encaminhamentos, procedeu-se à vinculação da
criança a acompanhamento nutricional e suporte psicopedagógico.

215 PREVALÊNCIA DE OBESIDADE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM


TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)
de Carvalho,Keylla Souza; Paiva, Laércio da Silva; Benetti, Fernanda Antico

Introdução: O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma disfunção


neurobiológica que pode ser associada com o sobrepeso / obesidade devido à impulsividade
relacionada aos hábitos alimentares inadequados e pela desatenção, porém por conta da
exiguidade de estudos, essa associação ainda não é bem compreendida. Objetivo: Verificar a
prevalência de obesidade em crianças e adolescentes com Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade (TDAH). Métodos: Foi realizada a análise de 68 prontuários de pacientes
diagnosticados com TDAH. A análise estatística foi realizada pelo software estatístico Stata
versão 11.0. Resultado: A prevalência de sobrepeso/obesidade nos indivíduos com TDAH foi
de 16,2 e 19,1%, respectivamente, sendo mais presente nos do sexo masculino. Discussão: O
estudo não mostrou existir a prevalência de crianças e adolescentes com TDAH que
apresentam sobrepeso / obesidade. Conclusão: Diante dos resultados, conclui-se que os
jovens que apresentam Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, possuem
alterações comportamentais, de alimentação e de modo de vida, porém estes fatores parecem
ser independentes e não interferem no ganho de massa corporal.

216 PRIORIDADE FUNCIONAL NA RECUPERAÇÃO COGNITIVA DE CRIANÇAS


COM PARALISIA CEREBRAL
Ferreira,Fernanda de Oliveira; Veiga, Carolina Ferraz; Costa,Bárbara Santos; Oliveira, Igor
Pereira; Freitas, Patrícia Martins

Introdução: A hipótese de prioridade funcional na reorganização plástica preconiza que a


linguagem é uma função humana essencial, que diante de uma lesão encefálica precoce, é
preferencialmente preservada em detrimento de outras funções cognitivas, como a
visoespacial. Objetivo: investigar quais funções cognitivas, habilidades visoespaciais ou
verbais, são priorizadas pela neuroplasticidade em crianças com paralisia cerebral (PC).
Métodos: estudo transversal realizado com 76 crianças com PC espástica, selecionadas em
um centro de reabilitação, e 89 indivíduos sem alterações neurológicas, pareados quanto à
idade e gênero com relação ao grupo PC, selecionados aleatoriamente em uma escola
municipal. Foi realizado cálculo do tamanho amostral considerando intervalo de confiança de
95% e poder estatístico de 80%. Instrumentos: Questionário de classificação sócio-econômica
Critério Brasil, Raven, Mini Exame do Estado Mental (MEEM) adaptado para crianças,
Figura Complexa de Rey, Tarefa de Construções Tridimensionais e Testes de Fluência
Verbal. Resultados: O nível sócio econômico do grupo PC foi inferior ao do grupo controle.
O grupo PC apresentou pior desempenho no MEEM, Raven e nas tarefas visoespaciais
(Construção Tridimensionais e Figura de Rey) (p<0.001). Não se observou diferenças
significativas entre o grupo PC e o grupo controle nos Testes de Fluência Verbal (p > 0.05).
Analisando os subgrupos de indivíduos com PC, verificou-se que o desempenho na Figura de
Rey foi inferior para indivíduos com hemiparesia direita, em comparação com indivíduos
com hemiparesia esquerda. Conclusão: Diferentemente do que seria esperado pelas
correlações anátomo-clínicas tradicionais, crianças com hemiparesia direita apresentaram
pior desempenho em tarefas que envolviam componente visoespacial, em comparação com
indivíduos com hemiparesia esquerda. Os resultados favorecem a hipótese de prioridade
funcional, considerando que as funções linguísticas foram mais preservadas que as
visoespaciais, sugerindo que áreas tradicionalmente responsáveis por funções visoespaciais
podem ter sido recrutadas para a linguagem.
217 Processo de Construção da Triagem Cognitiva nas Doenças Cerebrovasculares
(TRIACOG)
Rodrigues, Jaquelinede Carvalho; Beckenkamp, Carolina; Campos, Caroline; Pioli, Daniele;
de Salles, JerusaFumagalli; Bandeira, Denise Ruschel

O presente trabalho apresenta o processo de construção da Triagem Cognitiva nas Doenças


Cerebrovasculares (TRIACOG) para avaliar adultos em condições agudas e crônicas deste
quadro neurológico. A construção desse instrumento justifica-se pela pouca sensibilidade e
especificidade encontradas nos testes de triagem neuropsicológica disponíveis atualmente,
que foram desenvolvidos com o propósito de avaliar pacientes com demência. A criação do
TRIACOG seguiu as seguintes etapas: 1) revisão da literatura para identificar as dimensões
cognitivas que deveriam constar no instrumento; 2) análise do desempenho de adultos que
sofreram AVC em um instrumento de avaliação neuropsicológica breve; 3) formulação de
itens para as tarefas neuropsicológicas; 4) análise do conteúdo do TRIACOG por juízes
especialistas; 5) reformulações no instrumento, considerando observações dos juízes; 6)
estudo piloto; 7) reformulação do instrumento, considerando inadequações encontradas no
estudo piloto; 8) aplicação do instrumento em amostras clínica e não clínica; 9) análise das
propriedades psicométricas do instrumento (evidências de validade e de fidedignidade). O
TRIACOG apresenta tarefas que avaliam a orientação, memória episódica visual e verbal,
praxias (construtiva e ideomotora), linguagem (leitura, compreensão, nomeação, repetição e
escrita ditada), habilidades aritméticas e funções executivas, aplicadas em média em 15
minutos. Espera-se que o TRIACOG possa contribuir com pesquisas e com a prática clínica
neuropsicológica de profissionais da saúde que trabalham com a população que sofreu um
prejuízo cognitivo após lesão cerebrovascular.

218 PROCESSOS COGNITIVOS NAS VERTENTES TRADICIONAL,


PENTECOSTAL E NEO PENTECOSTAL DA RELIGIÃO PROTESTANTE
Amorim, Jéssica Florinda

Tendo como base a neuropsicologia, ciência que busca estabelecer relação entre o sistema
nervoso central e o comportamento humano, e a psicologia da religião, que estuda a
experiência religiosa e suas crenças, o presente trabalho teve como objetivo compreender as
atividades neurais envolvidas no comportamento religioso e as variáveis relacionadas com as
diferentes concepções religiosas. Tendo como grupo experimental a população evangélica,
terminologia empregada para nomeação dos cristãos protestantes, divididos em três grandes
ramificações do protestantismo: tradicionais (possuem características de erudição),
pentecostais (voltados a cura divina) e neopentecostais (relacionados ao bem-estar psicofísico
visando também quesitos financeiros). Além disso, o grupo controle foi determinado por
indivíduos arreligiosos, na qual possuem crença em algum ser Numinoso, mas nenhum
vínculo com instituições religiosas. Foi realizada uma pesquisa qualitativa com base em
observações e respostas obtidas através de questionário e quantitativa utilizando como
instrumento principal o teste neuropsicológico Wisconsin de Classificação de Cartas. Por
meio deste, realizou-se avaliação da flexibilidade cognitiva dos indivíduos inseridos nesses
diferentes contextos religiosos, ou seja, mensurou-se a capacidade que o sujeito possui de,
diante uma nova situação, reestruturar seu conhecimento para solucionar o problema.
Posterior a coleta, realizou-se a análise estatística dos dados obtidos. Estes confirmam em
parte a literatura existente na qual afirma que indivíduos religiosos apresentam inflexibilidade
cognitiva.

219 PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA EM


NEUROPSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
Dias, Janaína Gaia Ribeiro

Como área específica das neurociências, a neuropsicologia infantil através de instrumentais


padronizados realiza a investigação precoce das habilidades cognitivas e comportamentais em
desenvolvimento. Os períodos embrionário e pós-natal apresentam interconexões precisas de
milhares de neurônios, que possibilitam o desempenho típico de cada tarefa comportamental,
iniciada pela percepção da informação sensória e com expansão para as funções cognitivas.
No Brasil, o médico e psicólogo Antonio Lefèvre surge como pioneiro na investigação
neurológica da criança. A revisão da literatura procurou identificar o reconhecimento da
neuropsicologia como especialidade, seu contexto histórico nacional na área infantil e o
crescimento das pesquisas brasileiras nesta temática. O objetivo deste resumo é apresentar
uma revisão sistemática de pesquisas realizadas com crianças no País, tendo enfoque nos
aspectos neuropsicológicos do desenvolvimento infantil e publicadas no período de 2010 a
2015. As bases de dados consultadas foram PubMed, Biblioteca Virtual em Saúde - BVS
Brasil e ScientificElectronic Library Online (SciELO). Os descritores utilizados incluíram
"neuropsicologia infantil", "neuropsicologia do desenvolvimento", "neuropsicologia
pediátrica", "avaliação neuropsicológica infantil" e "reabilitação neuropsicológica infantil".
Foram identificados 112 artigos, dos quais 30 foram excluídos, por não atenderem os
critérios: (i) faixa-etária de interesse; (ii) não utilizar testes psicológicos e/ou
neuropsicológicos e (iii) publicação anterior a 2010. A amostra do estudo foi composta por
82 artigos distribuídos em 32 periódicos. Observou-se um maior número de publicações na
região Sudeste e com crianças na faixa-etária entre os 6-12 anos, provenientes de escolas
públicas e particulares. Os resultados identificaram uma preferência pelos testes Matrizes
Progressivas Coloridas de Raven,WISC-III, BALE e NEUPSILIN-INF, para avaliar as
funções cognitivas inteligência, atenção, memória, leitura e escrita. Os resultados encontrados
apontam um perfil característico a partir da faixa-etária e sexo dos sujeitos investigados nas
amostras; suas regiões geográficas e locais onde são realizadas com maior frequência, além
dos testes utilizados e funções direcionadas.

220 PROGRAMA DE AQUISIÇÃO E APRIMORAMENTO DE ATENÇÃO,


MEMÓRIA E FUNÇÕES EXECUTIVAS PARA ADULTOS COM DEFICIÊNCIA
INTELECTUAL: UM ESTUDO PILOTO
Aguiar, Adriana Augusto Raimundo de

O aumento da expectativa de vida da população geral, incluindo de pessoas com deficiência


intelectual leva à necessidade de investimentos científicos em pesquisas com foco na
prevenção e manutenção da reserva cognitiva, visando manutenção e ampliação da qualidade
de vida. Programas de intervenção para a promoção e treinamento de funções cognitivas
demonstram seu forte potencial no alcance destes objetivos, embora ainda careçam de
pesquisas mais extensas que lhes ofereçam suporte. Embora pessoas com deficiência
intelectual apresentem expressivos déficits nestas funções, ainda são escassas, mesmo para
esta população, pesquisas descrevendo e propondo programas de intervenção neste segmento
investigativo. Neste contexto, este estudo teve como objetivo: a) descrever os resultados de
um programa de aquisição e aprimoramento de atenção, memória e funções executivas para
um grupo de adultos com deficiência intelectual; e b) apresentar os resultados da aplicação
deste programa em um grupo piloto. O programa envolveu sessões semanais de reabilitação
cognitiva, enfocando quatro tipos de atenção (seletiva, dividida, alternada e sustentada),
quatro tipos de memória (operacional, episódica, semântica e de procedimento) e oito funções
executivas (controle inibitório, flexibilidade cognitiva, iniciativa, resolução de problemas,
sequenciação, organização, planejamento e gerenciamento). Os resultados indicaram
melhoras de algumas funções após a participação no programa de intervenção,
principalmente em atenção dividida, alguns aspectos da memória episódica e de
procedimento e do planejamento. Embora discretos estes resultados sugerem a potencialidade
desse tipo de intervenção para esta população. Destaca-se, entretanto, a importância do
refinamento do programa e sua aplicação em uma amostra maior, avaliando e comparando
seus resultados com os do presente estudo.

221 PROGRAMA DE REABILITAÇÃO COGNITIVA E FUNCIONAL REALIZADO


COM PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM TRANSTORNO MENTAL GRAVE
Mattos, Karen MelissaGines; Martinelli, Ivone MariaOrsini; Ribas, Maria José; Alves, Ana
LauraAlcântara

A reabilitação neuropsicológica auxilia o tratamento de déficits cognitivos e alterações do


comportamento. Este estudo tem o objetivo de apresentar o programa de reabilitação
cognitiva e funcional realizado com pacientes que apresentam diagnóstico de transtorno
mental grave (TMG), dos quais incluem-se, esquizofrenia, depressão maior e transtorno
bipolar, diagnósticos que apresentam evolução crônica e causam prejuízo no funcionamento
social, pessoal, familiar, cognitivo e no exercício profissional. Participaram do programa
pacientes que foram encaminhados para o hospital dia de ambulatórios do Instituto de
Psiquiatria do Hospital das Clínicas com graves prejuízos nas atividades diárias, incluindo
relacionamentos, trabalho, estudos e família. Como critérios de elegibilidade foram incluídos
homens ou mulheres diagnosticados pelo psiquiatra com TMG, entre 20 e 55 anos e pelo
menos cinco anos de estudo e com estabilidade dos sintomas psiquiátricos. Foi realizado um
estudo piloto, a partir de uma avaliação neuropsicológica e funcional em que os pacientes
participaram de treino cognitivo para estimulação da atenção, memória e funções executivas.
Um psicólogo e um terapeuta ocupacional e co-terapeutas das duas áreas passavam as
instruções e auxiliavam os pacientes no cumprimento das atividades. Os exercícios foram
passados com lápis, papel e computador realizados com auxílio dos co-terapeutas. Ao
término de cada atividade, discutia-se o desempenho, com dicas de estratégias
compensatórias corroborando com atividades externas do dia a dia. Houve boa aderência e
todos os pacientes que iniciaram, concluíram o programa. Alguns retomaram atividades que
realizavam anteriormente, outros descobriram novas atividades para envolverem-se no dia a
dia e houve contribuição para melhor adesão ao tratamento médico. Conclui-se que pacientes
com transtornos mentais graves, podem beneficiar-se de intervenções estruturadas visando
reabilitação cognitiva e funcional. Acredita-se que este modelo de intervenção possa auxiliar
em novas propostas criativas para futuros programas de reabilitação.

222 PROGRAMA DE REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA EM UM


AMBIENTE QUE REPLICA UMA CASA – A CASA BITÁCORA
Landenberger, Thaís; Frison, Thirzá Baptista; Rinaldi, Juciclara; Schmidt, Luis Filipe
Silveira; Piccoli, Giovanna

Um dos desafios na reabilitação neuropsicológica (RN) é a capacidade de generalizar os


ganhos em terapia para a realidade da vida diária dos pacientes com danos cognitivos
decorrentes de lesão encefálica adquirida (LEA). Nessa perspectiva, a Bitácora Centro de
Neuropsicologia conta com o Programa de Reabilitação Casa Bitácora, norteador dos
serviços de reabilitação no local. Este estudo visa apresentar o conceito de um programa de
RN que enfatiza as necessidades práticas de vida diária de pacientes com LEA. O programa é
desenvolvido em um ambiente projetado para o treinamento cognitivo e funcional. A Casa
Bitácora conta com os principais cômodos de um lar - quarto, sala de estar, escritório,
cozinha, banheiro e lavanderia. Após avaliação neuropsicológica padrão, o paciente é
submetido a um período de adaptação, sendo exposto a atividades de vida diária nos
diferentes cômodos (ex: arrumar a cama, lavar louça, utilizar o computador, etc). Os
desempenhos são avaliados pelo terapeuta através de um sistema de notas (0-10), os quais,
aliados aos dados da testagem neuropsicológica, direcionam o plano de tratamento
personalizado ao paciente. As intervenções acontecem na Casa Bitácora, em atividades
individuais e coletivas, em sessões de 1h a 3h de duração, até três vezes na semana, conforme
indicação terapêutica. O programa conta com reavaliações trimestrais (relatório evolutivo) e
orientações aos familiares. O programa será ilustrado através dos casos de 3 pacientes vítimas
de Traumatismo Cranioencefálico grave com prejuízos cognitivos e limitação nas habilidades
de vida diárias. Embora nem todos obtiveram melhora significativa nas testagens
neuropsicológicas, todos obtiveram ganhos funcionais de vida diária. Os ganhos com o
programa Casa Bitácora evidenciam a necessidade de settings mais ecológicos de
intervenção, permitindo a estimulação das funções neurocognitivas através de atividades do
cotidiano e favorecendo, assim, a generalização ao ambiente real do paciente, promovendo
maior autonomia e qualidade de vida.
223 PROMOÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS EM CRIANÇAS
SOCIOVULNERÁVEIS COM ASSOCIAÇÃO À CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL
Carvalho, Chrissie; Abreu, Neander

Estudos anteriores demonstraram associação negativa entre níveis elevados de manganês


(Mn) e funções executivas e comportamentos externalizantes em crianças. Este estudo
objetivou avaliar a eficácia de um programa de intervenção das FE em crianças expostas
ambientalmente ao Mn. Melhor FE tem sido associada ao melhor desempenho acadêmico,
controle inibitório e autorregulação. Foi desenvolvido o programa "Heróis da Mente" para
promover FE no ambiente de sala de aula. Trata-se de um estudo piloto com desenho pré/pós-
teste com três grupos de crianças entre 7-11 anos de idade. Participaram crianças residentes
da cidade de Simões Filho – Bahia, cuja principal fonte de exposição ao Mn é por via
respiratória, por atividade industrial, divididas em dois grupos: grupo que recebeu a
Intervenção (Mn-Intervenção) e o Grupo Controle sem Intervenção (Mn-Controle). Além
disso, o programa foi aplicado em um grupo de crianças sem histórico de exposição ao Mn
(Grupo-Intervenção). O programa foi implementado por professores em sala de aula pelo
período de 3,5 meses. Todas as crianças foram avaliadas antes e após a intervenção em uma
bateria de testes de FE incluindo memória de trabalho, fluência verbal, flexibilidade cognitiva
e controle inibitório. Os resultados mostraram que o grupo Mn-Intervenção mostrou um
aumento na memória operacional e memória imediata visual enquanto que o grupo Mn sem
intervenção diminuiu significativamente os escores em Inteligência Fluída. Não houve
diferenças significativas em fluência verbal e controle inibitório. O estudo piloto demonstrou
que uma intervenção foi capaz de trazer benefícios em alguns aspectos das FE, representando
uma diminuição entre as diferenças no desenvolvimento neuropsicológico entre o grupo
exposto e as crianças sem histórico de exposição que receberam a intervenção. Este estudo
apresenta dados relevantes em termos de políticas públicas, oferendo um programa de baixo
custo para ser implementado por professores podendo ser facilmente ser inserido no currículo
escolar.

224 PROPOSTA DE UM TESTE DE RECONHECIMENTO EMOCIONAL DE


FACES EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO POR DÉFICIT DE
ATENÇÃO/HIPERATIVIDADE
Martínez, Lía Margarita; Rehem, Tainá; Garcia, Ana; Tavares, Maria Clotilde
Introdução: Sabe-se que o Transtorno por Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) não é
apenas caracterizado por dificuldades cognitivas, mas também por alterações marcantes no
reconhecimento de estímulos emocionais, como produto da disfunção em alguns processos
executivos. Tais dificuldades emocionais podem ser avaliadas por meio de testes de
reconhecimento com conteúdo emocional. Objetivo: Desenvolver um instrumento para a
avaliação do reconhecimento de expressões faciais emocionais em crianças. Método: Foram
retiradas 32 fotos do The Dartmouth Database of Children's Faces, sendo 16 de meninas e 16
de meninos, com quantidades equivalentes de emoções negativas (raiva, tristeza, nojo e
medo) e positivas (alegria, felicidade e surpresa), escolhidas considerando a faixa etária de 7
a 12 anos presente nos atores do banco de fotos. Para o desenho da tarefa utilizou-se o
paradigma de Stroop, de interferência cognitiva, para a avaliação do controle inibitório e
implementado em uma ferramenta que permite a apresentação de diferentes categorias de
estímulo. Resultados: Obteve-se um instrumento denominado Teste de Reconhecimento de
Expressões Faciais Emocionais Infantis (TREFI), composto por fotografias em escala de
cinza, que expõem somente o rosto da criança, cobrindo o cabelo e as roupas. No TREFI, a
tarefa é apresentada em três etapas, na primeira (treino), as fotografias escolhidas são
acompanhadas de áudio correspondente à emoção ilustrada, na segunda (congruente), são
apresentadas as mesmas fotografias em ordem aleatória e sem áudio, e, na terceira
(incongruente), as imagens correspondem a montagens de duas fotos com conteúdos
emocionais de valências opostas (ex.: raiva e alegria) formando uma mesma imagem.
Conclusão: Com o desenvolvimento do TREFI, se logrou o desenho de um instrumento de
avaliação do reconhecimento de expressões emocionais em crianças, com estímulos próprios
e correspondentes à população infantil, como uma proposta a ser implementada no estudo de
crianças com TDAH.

225 PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DO MINIEXAME DO ESTADO MENTAL


E DO TESTE TOKEN EM IDOSOS DE SÃO LUIS – MA
Nelson, Tony; Almeida, Roseanne Cristina Bressan; Sá, Lucas Guimarães Cardoso de

Introdução: O Miniexame do Estado Mental® (MEM®), um instrumento de rastreio do


declínio cognitivo, e o Teste Token (TT), que investiga compreensão de linguagem, são dois
testes de aplicação breve que se mostraram válidos e estáveis quando submetidos a
populações idosas em outras regiões do Brasil. Objetivo: verificar as propriedades
psicométricas do Miniexame do Estado Mental® e do Teste Token em idosos de São Luís –
MA. Método: 113 indivíduos cognitivamente saudáveis, com idade média de 69,8 anos
(SD=6,72) foram submetidos à avaliação com ambos os instrumentos. Foram calculados os
coeficientes de fidedignidade, medidas de evidências de validade e os pontos de corte (5º
percentil inferior), utilizando o software R. Resultados: O alfa de Cronbach foi de 0.73 para o
MEM® e de 0.70 (p<0.001) para o TT; ambos os testes apresentaram correlações fracas e
negativas com a idade (MEM®: rs= -0,26, p=0,005; TT: rs= -0,26, p=0,004) e moderadas e
positivas com a escolaridade (MEM®: rs=0,53; TT: rs=0,50, ambos p<0,001). Os dois testes
também se correlacionaram positiva e moderadamente entre si (rs= 0,50, p<0,001). Os pontos
de corte sugeridos para o MEM® foram: faixa etária de 60 a 70 anos: 18 (até 8
anos/escolaridade) e 23 (≥ 9 anos/esc); acima de 71 anos: 17 (até 8 anos/esc.) e 24 (≥ 9
anos/esc.). Para o Teste Token: 60 a 70 anos: 22,5 (até 8 anos/esc.) e 26 (≥ 9 anos/esc.);
acima de 71 anos: 21,5 (até 8 anos/esc.) e 24 (≥ 9 anos/esc.). Conclusão: Ambos os testes
apresentaram índices de consistência interna e validade convergente aceitáveis e de validade
concorrente de acordo com o esperado. Idade e escolaridade foram as referências adotadas na
determinação dos pontos de corte.

226 PSICOESTIMULAR: DESENVOLVENDO ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO


A IDOSOS E CUIDADORES DE SÃO LUÍS - MA
Costa, G.C.J.; Matos, M.A.M.; Melo, E.R.M.S.; Alves, C.H.L.; Martins, M.S.F.; Brandão,
E.C.; Diniz, J. P.

O presente projeto apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Maranhão (FAPEMA)


decorreu de uma preocupação ao imperativo de atenção às necessidades de idosos de baixa
renda e seus respectivos cuidadores. Tendo em vista a tendência mundial ao crescimento da
população idosa, não obstante somente no estado do Maranhão, objetivou-se considerar uma
ligação considerável com o aparecimento das demências, declarando a importância de
desenvolver estratégias interventivas na promoção e prevenção da saúde do idoso. O projeto
foi desenvolvido na Unidade da Saúde da Família do Bairro do Pirapora na cidade de São
Luís – MA e contou com a participação de 20 idosos com idade superior a 60 anos e 3
cuidadores/familiares. A experiência teve duração de 4 meses e organizou-se em intervenções
específicas aos dois grupos (idosos e cuidadores) com encontros semanais utilizando de
atividades psicoestimulativas, palestras sobre cuidados relacionados ao envelhecimento e
dinâmicas em grupo. Para avaliar os indicativos de Depressão e Ansiedade e o efeito das
intervenções foi utilizado as Escalas Beck. Nos resultados com os cuidadores, após a 1ª
aplicação (início do projeto) e a 2ª aplicação (término do projeto) dos testes das Escalas Beck,
os dados mostraram uma queda considerável do indicativo Leve para mínimo nas principais
escalas. Com os idosos, as Escalas BDI e BAI em sua primeira aplicação trouxeram
resultados semelhantes, com respectivas porcentagens de 68% e 66% dos participantes em
indicativo leve e alterando-se na segunda aplicação para 75% e 73% como indicativo
mínimo. Assim, o projeto de extensão revelou ser um espaço de socialização entre os
envolvidos, com estabelecimento de vínculos, laços de amizade, lazer e descontração,
propiciando valorização das potencialidades do idoso e do cuidador.

227 PSICONEUROBIOLOGIA DA ESQUIZOFRENIA EM PRIMEIROS EPISÓDIOS


PSICÓTICOS
Alves, Cândida Helena Lopes; Brandão, Edimilson Costa; Sauaia, Adalgisa L.P.; Batista da
Silva, Franciany; Junior, Gilberto Costa; Martins, Michelle de Sousa Fontes; Pereira, Melina
Serra

A esquizofrenia é marcada por uma complexidade na vida do indivíduo que possui esse
diagnóstico, trazendo prejuízos no que tange seu contato com o real, apresentando dificuldade
também na compreensão desses fenômenos, envolvendo-se aos prejuízos nas relações sociais.
Pacientes que recebem este diagnóstico tem mostrado uma diminuição média do volume
intracraniano, comparando aos indivíduos saudáveis. O declínio cognitivo causado pela
esquizofrenia pode ocorrer na fase da puberdade, podendo apresentar após anos os primeiros
episódios. Uma vez ocorrendo o primeiro episódio, o processo biológico subjacente já está
em curso a muito tempo, segundo estudos de neuroimagem. Por volta dos 13 anos de idade o
cérebro humano atinge seu crescimento máximo, pacientes com esquizofrenia sofrem de um
retardo de crescimento antes desse tempo. Além disso, supõe-se que existe uma perda
progressiva de substância cinzenta. O presente estudo teve por objetivo, apresentar o
envolvimento dos prejuízos cerebrais manifestados antes dos primeiros episódios psicóticos
que estão marcados no seu desenvolvimento. Realizou-se uma revisão bibliográfica no
período de 2015 a 2016 estabelecendo o critério de inclusão a data de publicação das
referências entre 2010 e 2016. Foram consultados 5 artigos nas bases de dados SciELO,
LILACS, Biblioteca Virtual em Saúde e DSM-5 (APA, 2014). Os primeiros sintomas
psicóticos são desencadeados após anos que já houveram alterações neurobiológicas
subjacentes, embora o aumento de dopamina seja o produto final desencadeador, estima-se
que já existe fatores envolvidos desde cedo na disfunção cognitiva subjacente. Além de
existir pesquisas que descrevem prejuízos cognitivos ao qual cercam esses pacientes,
apresentando desequilíbrio cerebral significativo, em quantidade cada vez mais avançada
após o início da psicose, o encéfalo continua seu desenvolvimento de forma anormal, durante
muitos anos. Mas não existe ainda uma concordância exata na apresentação da escassez
cognitiva, porém há alterações significativas na praticidade diária na vida do indivíduo
portador de esquizofrenia.

228 PSICONEUROBIOLOGIA DA RELAÇÃO ENTRE A ANSIEDADE E O


CONSUMO DE ÁLCOOL, UMA METANÁLISE DE ESTUDOS BRASILEIROS E
NORTE AMERICANOS
Leite, Erinete da Silva; Stoppiglia, Luiz Fabrizio

INTRODUÇÃO: A ansiedade afeta 33% da população (WHO), enquanto 62% dos adultos
consumem álcool, um depressor do SNC e agonista do GABA-A, sendo característica
psiconeurobiológica dominante na ansiedade uma baixa produção de neurotransmissores
inibitórios, entre eles o GABA. A literatura sugere um uso do álcool como automedicação
para a ansiedade tanto nas populações ansiosa clínica e não-clinica, porém com resultados
conflitantes sobre essa conclusão nos dois países. OBJETIVO: Reunir os dados dos principais
trabalhos do Brasil e EUA que apresentam relações entre consumo de álcool e ansiedade
METODOLOGIA: construir uma metanálise (abordagem quantitativa) reunindo com artigos
desde 1990, avaliando número de participantes, idade, consumo de álcool, ansiedade e
relação entre consumo de álcool e ansiedade. Buscou-se por artigos apresentando
simultaneamente consumo de álcool e ansiedade no Google Acadêmico (~36.000 artigos).
Após exclusão daqueles que sem dados quantitativos das duas variáveis ou muito poucos
citados, chegamos em 20 artigos (9 EUA + 11 Brasil). Cada um resultou num valor de Odds
Ratio (OR) relativo à variação de consumo de álcool entre não-ansiosos e ansiosos. Dados
demográficos foram correlacionadas com OR para encontrar variáveis confundidoras.
RESULTADOS: Nas populações dos EUA estimamos OR = 1,00±0,74 (30.046 pessoas) e no
Brasil OR = 1,78±0,73 (8.510 pessoas), p<0,0001 entre esses resultados. Variáveis
confundidoras foram idade e a ansiedade, porém apenas nos EUA. CONCLUSÕES: No
Brasil usa-se mais o álcool como automedicação para a ansiedade do que nos EUA, porém
nos EUA diferem os resultados de jovens (~19a) e adultos de meia-idade (30-40a), assim
como de baixa ansiedade (15-20 pts BDI) e alta ansiedade (~30 pts). O resultado brasileiro
sugere efeito médio da ansiedade como favorecedor do consumo de álcool, sustentando o
rastreio de ansiosos que consomem álcool para medidas preventivas, frente a possibilidade
destes se tornarem alcoolistas.

229 QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS APOSENTADOS PELO INSS: UM


ESTUDO COMPARATIVO
Prado, Carolina Conceição; Rocha, Pollyana Barbosa; Nunes, Tercia Menezes

A qualidade de vida tem sido um aspecto cada vez mais almejado pelo indivíduo, que se
refere ao bem-estar físico e psicossocial, além de estilo de vida saudável. Especificamente
sobre a qualidade de vida do idoso aposentado brasileiro existem vários fatores que podem
ser analisados só pelo conceito amplo do tema. Assim, esta pesquisa buscou investigar os
aspectos relacionados à qualidade de vida do idoso após sua aposentadoria pelo Instituto
Nacional de Seguridade Social (INSS). Foi feita uma pesquisa qualitativa por meio de
entrevistas semiestruturadas com 10 aposentados, sendo cinco participantes ativos da
Associação Maria da Conceição - ASMAC, entidade social não governamental e sem fins
lucrativos de convivência do idoso e os outros cinco idosos que não frequentam a ASMAC
escolhidos aleatoriamente. Os entrevistados foram divididos em: grupo 1 que se refere aos
aposentados integrantes da ASMAC e grupo 2 que se refere aos outros entrevistados não
participantes da associação. De acordo com os resultados no grupo 1 os integrantes em sua
totalidade praticam atividades físicas, já no grupo 2 somente a minoria pratica alguma
atividade física. Dentre os resultados têm-se a predominância de estado emocional positivo
(alegre, feliz e bem) no grupo 1 enquanto que no grupo 2 há predominância de estado
emocional negativo (desânimo, preocupação e solidão). Sobre a percepção de sua qualidade
de vida, todos os integrantes do grupo 1 afirmaram possuir, enquanto que no grupo 2 a
maioria negou ter qualidade de vida. Assim pode-se concluir que há estreita relação entre o
envolvimento em atividades físicas e convívio social com uma boa qualidade de vida, quando
comparado àqueles que não estão envolvidos com tais dinâmicas. Destarte, acredita-se que
idosos aposentados devam frequentar entidades sociais regularmente para manter os vínculos
com outros da melhor idade e assim promover sua saúde e melhora de qualidade de vida.

230 QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM EPILEPSIA PRÉ E PÓS-


INTERVENÇÃO CIRÚRGICA
Lopes, Rafael Augusto Angelo; Nogueira, Paula Franciele; Reis, Karoline Pereira dos;
Borges, Karina Kelly
A epilepsia é uma doença crônica caracterizada por distúrbios neurológicos temporários e
reversíveis. Outro aspecto dessa patologia são as crises, que podem ser parciais ou
generalizadas. Esses fatores estigmatizam socialmente o paciente, acarretando-lhe prejuízos
em sua qualidade de vida (QV). O objetivo deste estudo foi avaliar a QV de pacientes com
epilepsia pré e pós-intervenção cirúrgica. Esta pesquisa contou com 30 pacientes pré e pós
amigdalo-hipocampectomia à direita com idade M=51,8±9,32, e 29 pacientes pré e pós
amigdalo-hipocampectomia à esquerda com idade M=51,86±10,02. As avaliações foram
feitas um mês antes da cirurgia e no período de seis a um ano após. Para a avaliação da QV,
foi utilizado o QV65. Na avaliação do QV65, a média total pré-cirurgia à direita foi
M=71,80±13,48 e à esquerda foi M=73,58±10,55. No pós à direita, foi M=73,69±11,35 e à
esquerda foi M=75,38±8,52. Na análise das variáveis, encontraram-se diferenças
significativas entre lócus de controle em indivíduos à direita do sexo masculino, p=0,032 e
padrão cognitivo maior em pacientes à esquerda do sexo feminino, p=0,049. Na apuração
total, o lócus de controle mostra-se significante, p=0,009. Verificou-se, nesse estudo, que o
lócus de controle evidencia piora na QV quando comparado aos outros domínios. Isto porque
uma doença crônica modifica a maneira como a pessoa se percebe e tal fato está ligado ao
lócus de controle, definido como interno (percepção de controlar os eventos da vida) e
externo (percepção de que a vida é controlada por forças maiores). Ao final do estudo,
concluiu-se que pacientes com epilepsia apresentam crenças de não conseguirem controlar
suas crises e sentem medo de tê-las novamente, o que interfere em sua QV.

231 QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES DE EPILEPSIA PORTADORES DE


VNS
Bonamigo, VA; Rocha, SFB; Almeida, BA; Perboni, T; Takeshita, B; Simão, CA; Meneses,
MS; Kowacs, PA.

Introdução: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), três milhões de pessoas no


Brasil são acometidos pela epilepsia e destes 30% são resistentes ao tratamento
medicamentoso. Além da cirurgia ablativa tradicional, desde 1997 nos EUA está aprovado o
uso do estimulador do nervo vago (VNS) para redução da frequência de crises. No Brasil
mais de 700 aparelhos já foram implantados, porém há poucos dados sobre o impacto do
VNS sobre a qualidade de vida dos seus portadores.
Método: foram avaliados 17 pacientes com o VNS implantado e ligado no Instituto de
Neurologia de Curitiba (cerca de 2,4% da amostra nacional). Para a mensuração da qualidade
de vida, foi elaborado um instrumento baseado nos questionários de qualidade de vida
QOLIE-31 e SF-36 e na Escala do Bem-Estar Psicológico (BEP) (Ryff, 1989) que passou a
ser chamado de QOLIE-19 VNS, com 19 itens englobando: aspectos emocionais,
preocupação com crises, tratamento medicamentoso, dificuldades de raciocínio, memória,
concentração e atividades de vida diária. Sua aplicação faz referencia ao período antes e após
o implante do VNS.
Resultados: houve melhora nos aspectos emocionais, limitação social, preocupação em se
machucar durante uma crise, dificuldades de raciocínio e memória. O estudo mostrou que o
implante foi indiferente para dificuldades de concentração, influencia medicamentosa no
lazer, preocupação com crises e efeitos dos medicamentos a longo prazo. Houve declínio na
capacidade de direção automobilística dos pacientes investigados.
Discussão: O impacto do VNS coloca em evidencia a discussão entre QDV e a melhora dos
pacientes e a adoção de um instrumento objetivo como o QOLIE VNS19 permite enxergar
melhor estas mudanças. A correlação entre a QDV e os dados clínicos objetivos do paciente
também é essencial para que possamos ter um panorama fiel da evolução do quadro após
implante do VNS.

232QUEM SALVA OS HERÓIS? UM ESTUDO SOBRE O ESTRESSE NO CORPO


DE BOMBEIROS MILITAR DO DF
Lustosa, Edna Pinho; Melo, Maria José Silva; Prado, Carolina Conceição

Extremamente vulneráveis militares do Corpo de Bombeiros são expostos diariamente, por


sua atividade, a experiências com excessivo sofrimento humano. A atuação destes
profissionais se dá em um ambiente carregado de fatores estressantes, tanto físicos quanto
psicológicos. Há dor e morte de famílias inteiras, acidentes de grande violência, perda de
vítima durante o atendimento e até óbito de colegas. Tudo isto, inevitavelmente, poderá afetar
não só o homem, como o profissional, implicando em prejuízos de convivência familiar e de
desempenho nas suas atividades. A subjetividade e a contínua exposição potencializam a
vulnerabilidade dos profissionais de emergência e, em especial, o militar do CBMDF. A
presente pesquisa é do tipo qualitativo, da qual, tal identificação foi elaborada por meio de
um questionário semiestruturado com 18 questões que foi aplicado para 19 Bombeiros do 21º
Grupamento de Bombeiro Militar do Riacho Fundo I, se buscou identificar situações de
estresse vivenciadas no trabalho deste profissional. Diante da análise das respostas do
referido questionário, comprovou-se a existência de agentes estressores, além de exposição a
riscos psicossociais. Além disso, tais profissionais lidam, também, com a privação de sono
por longas jornadas ou escalas noturnas de trabalho. A pressão dos superiores, no regime
militar também é apontada como uma importante fonte estressora, as exigências disciplinares
forçam a pressão vertical superior-subordinado. O apoio psicológico a estes profissionais, no
sentido de atenuar o sofrimento psicológico e os sintomas de estresse decorrentes da
exposição a eventos de caráter traumático se faz necessário diante da análise feita. Os fatores
estressantes poderão ser eliminados ou amenizados também, com programas que estimulem o
condicionamento físico, atividades de lazer que permitam o descanso e o divertimento. A
adoção de medidas preventivas para evitar o comprometimento da qualidade de vida destes
profissionais é de vital importância, possibilitando melhores atuações no atendimento à
sociedade em geral.

233 RASTREIO COGNITIVO DE ADULTOS PÓS-ACIDENTE VASCULAR


CEREBRAL: UTILIDADE DO TESTE PBAC
Outeiral Taveira, Clara; De Freitas Silva, Jéssika; Breder, Virgília; Luchesi Cera, Maysa;
Oliveira Ferreira, Joines; Satler, Corina.

Introdução: As doenças vasculares cerebrais são a principal causa de morte no Brasil. O


Acidente Vascular Cerebral (AVC) traz também sequelas em vida, podendo afetar o
funcionamento físico, emocional e cognitivo. Existe amplo consenso de que há certo nível de
especialização funcional dos hemisférios cerebrais em alguns domínios cognitivos, no
hemisfério direito (HD) ou esquerdo (HE), havendo diferenças no impacto causado pela lesão
conforme sua localização. Por sua parte, o teste Philadelphia Brief Assessment of Cognition
(PBAC) tem se mostrado um instrumento sensível na avaliação de diferentes domínios
cognitivos em diversas populações clínicas. Objetivo: Analisar o desempenho cognitivo de
pacientes pós-AVC de HD e HE por meio do teste PBAC. Método: Participaram do estudo 15
pacientes (10 homens) com histórico de AVC, destros, com idade média de 56,6 (±7,9) anos
e escolaridade média de 8,6 (± 5,2) anos, recrutados da Unidade de Reabilitação do Hospital
Universitário de Brasília. Os pacientes foram selecionados com base em critérios de inclusão.
Nove pacientes sofreram AVC em HD e seis em HE. Após a assinatura do TCLE, foi
realizada anamnese seguida da aplicação do teste PBAC. Comparou‑ se a pontuação de cada
caso à média de desempenho de seu grupo normativo. Resultados: Pacientes com HD
lesionado obtiveram maior pontuação geral no PBAC se comparados aos indivíduos com
lesão no HE. O desempenho dos grupos foi prejudicado em subtestes que avaliam domínios
cognitivos com lateralização cerebral: pacientes pós-AVC em HD tiveram menor pontuação
em habilidades visuoperceptivas (subteste de discernimento de orientação de linha), enquanto
os pacientes pós-AVC em HE, em memória episódica verbal. Todos os pacientes tiveram
baixo desempenho no subteste de trilhas oral, sugerindo maior impacto do quadro clínico em
detrimento da escolaridade no domínio avaliado (memória de trabalho). Conclusão: O teste
PBAC mostrou-se um instrumento promissor para detecção de alterações cognitivas em
pacientes pós-AVC.

234 RASTREIO COGNITIVO: ENVELHECIMENTO NORMAL E PATOLÓGICO


Lopes, Rafael Augusto Angelo; Salem, Andressa Aparecida Garces Gamarra; Tanios, Bruna
Souza; Adão, Larissa dos Santos; Borges, Karina Kelly.

A velhice é um período da vida em que estão atreladas mudanças e é esperado que o idoso
tenha uma perda gradual e lenta de suas habilidades cognitivas. As funções cognitivas sofrem
alterações devido a mudanças anatômicas e fisiológicas do cérebro, que podem interferir
significativamente em suas atividades funcionais.
No contexto atual, uma das principais queixas trazidas pelos idosos são os prejuízos na
memória, sendo esta um dos principais motivos de encaminhamentos médicos para avaliação
neuropsicológica.
O objetivo dessa pesquisa foi analisar os resultados obtidos no rastreio cognitivo e relacionar
ao envelhecimento normal ou patológico.
Foram selecionadas 15 guias de interconsultas médicas de pacientes encaminhados pela
geriatria (Grupo I) e 15 guias de pacientes avaliados no ambulatório de neurogeriatria (Grupo
II), para realizar avaliação neuropsicológica.
Os instrumentos utilizados para avaliação foram os da bateria breve cognitiva. No grupo I, a
idade M=73,2±5,87, escolaridade M=5,13±3,54, MEEM M=20,26±6,01, TDR M=2±1,89,
CERAD – Figuras M=5±3,60, Fluência semântica M=8,93±3,49, GDS M=3,53±3,68, GAI
M=4±5,29, Provérbios M=0,86±0,83, AVD´s M=5,73±6,84 e Resultado Clínico
M=2,06±0,79, com prevalência de provável demência, 40% dos pacientes. No grupo II, a
idade M=74,2±6,98, escolaridade M=1,93±2,98, MEEM M=18,4±6,74, TDR M=1,86±2,03,
CERAD – Figuras M=3,8±2,62, Fluência semântica M=9,6±4,45, GDS M=4,2±3,78, GAI
M=8,33±6,34, Provérbios M=1,06±0,79, AVD´s M=12,46±11,48 e Resultado Clínico
M=2,13±0,63, com prevalência de provável demência, 60% dos pacientes. Na análise dos
resultados, a variável escolaridade mostrou-se significante quando comparados os dois
grupos, p=0,012. Os resultados do GAI evidenciaram ser significantes, p=0,05, com piores
escores do grupo II. Os resultados sugerem que o padrão cognitivo em pacientes do
ambulatório neurogeriatria (Grupo II) foi pior e estão associados à baixa escolaridade e níveis
acentuados de ansiedade. Em análise geral, fica evidente a existência de comprometimento
cognitivo em ambos os grupos.

235 REABILITAÇÃO COGNITIVA DE UM CASO DE TRAUMATISMO


CRÂNIOENCEFÁLICO – DA AVALIAÇÃO AO TRATAMENTO
Landenberger, Thaís; Frison, Thirzá Baptista; Rinaldi, Juciclara; Miranda, Juliana Rodriguez

A Avaliação Neuropsicológica (AN) consta de entrevista detalhada de anamnese e uso de


questionários, testes e tarefas neuropsicológicos para traçar um perfil do funcionamento
cognitivo do paciente. Além de contribuir no processo diagnóstico, a AN tem importante
papel no trabalho de Reabilitação Cognitiva (RC), uma vez que permite 1) identificar as
funções cognitivas preservadas e as deficitárias; 2) direcionar o plano de intervenção e 3)
monitorar as alterações cognitivas ao longo do tempo e das intervenções. Este estudo visa
apresentar o uso da AN ao longo do processo de reabilitação cognitiva de um caso de
Traumatismo Crânioencefálico (TCE). A paciente, do sexo feminino, foi vítima de acidente
automobilístico, aos 27 anos, com diagnóstico de Traumatismo Crânioencefálico Difuso
(CID-10 S06.2) em região têmporo-parietal esquerda. Buscou atendimento neuropsicológico
após 1 ano da lesão e foi submetida à AN antes e após 12 meses de intervenção cognitiva. A
intervenção entre as avaliações aconteceu em frequência semanal (3 horas duração), em
atividades individuais e coletivas, e constou de treinamento cognitivo e de atividades de vida
diária em ambiente que replica uma casa (Casa Bitácora). Paralelamente, foram realizadas
sessões de fisioterapia, fonoaudiologia e pilates. A análise detalhada da AN inicial permitiu a
elaboração de plano de intervenção direcionado àquelas funções cognitivas prejudicadas na
paciente e o uso estratégico das funções mantidas preservadas, de forma a potencializar o seu
desempenho funcional. Já a AN após a intervenção, possibilitou comparar o desempenho da
paciente com ela mesma, mensurando sua evolução ao longo do tempo (melhora espontânea)
e do tratamento oferecido, bem como ajustar novas metas de intervenção. A AN é uma
importante ferramenta no contexto da clínica, no entanto, nem sempre o desempenho obtido
em testes psicométricos corresponde às melhoras observadas nas habilidades de vida diária,
carecendo-se de instrumentos validados para avaliação funcional e ecológica.

236 REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA DE UMA CRIANÇA COM


EPILEPSIA (CCE) E PROBLEMAS ATENCIONAIS E CONTROLE INIBITÓRIO:
ESTUDO DE CASO ÚNICO EXPERIMENTAL COM MÚLTIPLAS LINHAS DE
BASE (EECU)
Maciel-Lima, Diego; Pereira, Ana Paula de Almeida

Estudos mostram uma alta prevalência de problemas atencionais na população de CCE e


reconhecem que tais sintomas podem gerar problemas sociais, de aprendizagem e
emocionais. Objetivo: avaliar a efetividade de um programa de reabilitação de atenção em
uma CCE. Método: estudo experimental de caso único (EECU) com múltiplas linhas de base.
O participante V. tinha 9 anos 7 meses no início do estudo e apresentava epilepsia refratária e
queixas atencionais e de controle inibitorio. A intervenção consistiu de treino cognitivo de
atenção e de memória de trabalho e de estratégias metacognitivas por meio de 16 sessões
semanais de uma hora e orientações à família e à escola sobre como lidar com as dificuldades
da criança, Cada tarefa de treino cognitivo recebeu parâmetros objetivos para se acompanhar
o efeito da intervenção a cada sessão. Todas as sessões foram filmadas e a partir de critérios
pré-estabelecidos foram contabilizadas o número de distrações por sessão. Dois avaliadores
independentes avaliaram os vídeos e se obteve um grau de concordância de 70%. A principal
meta era diminuir o número de distrações por meio da estratégia do “palitinho”, que consistia
em marcar em uma folha cada distração de V. O objetivo era que V. se tornasse consciente de
suas distrações e do quanto elas lhe atrapalhavam. Resultados: houve aumento nas medidas
de atenção concentrada e de memória de trabalho e o número de distrações por sessão
diminuiu significativamente. Tais alterações se mostraram relacionadas às intervenções. A
partir das escalas, observou-se que os sintomas de TDAH passaram de graves para
moderados. Porém, não houve generalização desses efeitos para medidas de memória verbal e
aprendizagem. Conclusão: a intervenção se mostrou efetiva para reduzir a gravidade de seus
sintomas de TDAH, o que permitiu V. ter mais consciência de suas distrações e se concentrar
por mais de 10 minutos.
237 REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA E TERAPIA
COGNITIVOCOMPORTAMENTAL APLICADAS AOS PACIENTES DE
COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE AMNÉSICO
Cordts Longo Dainez, Elisangela

O Comprometimento Cognitivo Leve amnésico (CCLa) se caracteriza como um estágio


intermediário entre o envelhecimento normal e o envelhecimento neuropatológico, podendo
evoluir para a Doença de Alzheimer (DA). As medidas clínicas para o seu tratamento são
pautadas na Reabilitação Neuropsicológica (RN) que tem como finalidade possibilitar
estímulos diversos e reorganizar a vida do paciente, favorecendo o bom funcionamento
cognitivo, funcional e social. Por outro lado, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)
apresenta suas sessões estruturas, trabalha com roteiro de atividades e resolução de
problemas. Assim, reduz o mal-estar emocional e o comportamento desajustado, e modifica
os processos cognitivos disfuncionais. Frente a essa explanação, o objetivo deste trabalho é
relatar os resultados da intervenção combinada de TCC e RN aos indivíduos com CCLa. A
pesquisa caracterizou-se como estudo aplicado. O método de estudo foi experimental. Os
sujeitos da pesquisa referiram-se aos 5 pacientes do Ambulatório de Demência do Hospital
das Clínicas da UNICAMP. A intervenção ocorreu por 12 meses, 6 meses de TCC seguida de
6 meses de RN. Os sujeitos foram submetidos a uma bateria de testes neuropsicológicos antes
da intervenção, após 6 meses e depois de 12 meses de intervenção. Os instrumentos de
avaliação foram: Tríade Cognitiva e Diagrama de Conceitualização Cognitiva da TCC;
escalas cognitivas: ADAS-cog, MEEM e MOCA; instrumentos psicopsiquiátricos: NPI e
CSDD; e a escala funcional: DAD. A avaliação da TCC rastreou pensamentos disfuncionais
quanto à queixa de memória que deflagraram tristeza, ansiedade e transtorno do sono nos
participantes. No decurso de a 2ª avaliação, após a TCC, observaram-se melhorias nos
resultados de todas as escalas de avaliação. Contudo, na 3ª avaliação após a RN, houve
aumento não desejado dos valores do NPI e CSDD, mas abaixo dos resultados da 1a
avaliação. Conclui-se que a intervenção combinada de TCC e RN proporcionou comprovados
benefícios aos participantes da pesquisa.
ANAIS DO III FÓRUM DE JOVENS PESQUISADORES - XV CONGRESSO DA
SBNP

1 – TRAJETÓRIA DESENVOLVIMENTAL DE CRIANÇAS EM CONTEXTOS


SOCIOVULNERÁVEIS E DE CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL: UMA SÉRIE DE
CASOS
Chrissie Ferreira de Carvalho, Cassio dos Santos Lima; Norma Celeste Machado Conceição e
José Neander Silva Abreu.

A Neuropsicologia é uma área do conhecimento interdisciplinar que estuda a relação entre


cérebro, comportamento e a cognição. O processo de avaliação neuropsicológica (AN)
contribui para o estabelecimento do prognóstico, através da identificação das forças e
fraquezas dos domínios cognitivos, ajudando então no planejamento das intervenções no
processo de habilitação ou reabilitação cognitiva (Godoy, Dias, Trevisan, Menezes & Seabra,
2010). Alterações neurológicas e neuropsicológicas vêm sendo identificadas em populações
expostas a metais com potencial neurotóxico, como o Manganês (Mn) (Abreu, Carvalho,
Siquara e Menezes-Filho, 2015). A exposição a metais com potencial neurotóxico prejudica o
desenvolvimento das funções cognitivas principalmente de crianças e adolescentes devido ao
processo de maturação cerebral. Este estudo tem por objetivo analisar uma série de casos de
crianças expostas ambientalmente ao Mn através da descrição do perfil neuropsicológico e da
trajetória desenvolvimental das funções avaliadas. Participaram8crianças com idade média de
7,3 anos em 2012, e idade média de 10,7 anos em 2015, residentes da cidade de Simões
Filho– Bahia, cuja principal fonte de exposição ao Mn é por via respiratória e advinda de
atividade industrial. Foram avaliadas as seguintes funções cognitivas com a utilização dos
respectivos instrumentos: inteligência (Escala Wechsler de Inteligência para Crianças –
WISC III e Matrizes Coloridas de Raven), memória e aprendizagem (Lista de Palavras-
NEPSY-II), memória operacional (Cubos de Corsi esubsteste de Dígitos do WISC-III) e
funções executivas (Inibindo Respostas e Produzindo Palavras do NEPSY-II). As crianças
foram avaliadas em três momentos distintos, sendo a primeira avaliação em 2012 (T1),
enquanto que a segunda e a terceira avaliação ocorreram em 2014 (T2) e 2015 (T3)
respectivamente, em função da implementação de um programa de intervenção com foco no
aprimoramento e desenvolvimento das funções executivase autorregulação- o Programa
Heróis da Mente(Carvalho & Abreu, 2014) - que foi oferecido para metade das crianças. Os
resultados de cada criança foram comparados entre si nos três momentos de avaliação,
totalizando um intervalo de 4 anos. A partir dos dados é possível identificar que o perfil
clínico das crianças muda nos três momentos das avaliações. Para a avaliação da Inteligência,
observou-se uma queda no desempenho de 3 crianças. No que diz respeito a quantidade de
erros para a tarefa de inibição de respostas, 2 crianças diminuíram seu desempenho tendo
como referência a primeira avaliação, e 4 mantiveram o desempenho considerado abaixo do
esperado nas três avaliações. Em relação a tarefa de fluência verbal semântica, 3 crianças
apresentaram o desempenho diminuído e 4apresentaram na última avaliação o desempenho
abaixo do esperado. Na tarefa de fluência fonêmica, a maioria das crianças melhoram seu
desempenho tendo comparando a última avaliação com a primeira. A avaliação mostrou que
o perfil neuropsicológico das crianças mudou para algumas das funções cognitivas avaliadas.
As crianças com maiores concentrações de Mn no organismo avaliadas em 2012, mostraram
maiores prejuízos no desempenho neuropsicológico, em comparação às crianças com
menores níveis de Mn. Esses dados mostram a importância do estudo da trajetória
desenvolvimentalde crianças em contextos sociovulneráveis e de contaminação ambiental,
bem como evidenciam a importância de programas de intervenção específicos para esta
população.

2 – RECUPERAÇÃO ESPONTÂNEA DAS FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS PÓS


ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM ADULTOS
Daniele Poli dos Santos, Jaqueline de Carvalho Rodrigues, Caroline Guimarães da Silveira
Campos, Denise Ruschel Bandeira e Jerusa Fumagalli de Salles.

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) provoca consequências motoras, cognitivas e


emocionais distintas, dependendo do local e da extensão da lesão (Fukujima 2010). Dentre os
déficits mais frequentes estão a afasia, agnosias, prejuízos de memória, atenção, linguagem e
funções executivas, que demandam amplos cuidados de reabilitação (Miotto & Scaff, 2012).
Há um período de recuperação espontânea das funções comprometidas, que pode variar
inicialmente de três a seis meses após o episódio do AVC (Patel, Coshall, Rudd, & Wolfe
2002). No entanto, embora se reconheça essa melhora geral na cognição, poucos estudos
descrevem quais funções neuropsicológicas desenvolvemse ou mantêmse deficitárias após o
AVC (Fontoura, Rodrigues, Mansur, Fernandes, & Salles, 2013; Hachinski et al., 2006).
Objetivo: Neste estudo, objetivouse comparar o desempenho neuropsicológico de pacientes
em fase aguda (M= 8,63; DP= 4,73 dias) e três meses após o AVC, ao de 20 adultos
neurologicamente saudáveis (controles), emparelhados por sexo, idade e escolaridade.
Método: Os participantes responderam a Triagem Cognitiva nas Doenças Cerebrovasculares
(TRIACOG), com tarefas de atenção auditiva, orientação temporal, memória verbal e visual,
linguagem (leitura, escrita, compreensão e nomeação), praxias (ideomotora e construtiva),
habilidades aritméticas, funções executivas e no total do instrumento. Realizou-
se teste t com amostras independentes e medidas repetidas. Resultados: Na fase aguda do
AVC, os pacientes apresentaram pior desempenho em relação aos controles nas tarefas de
orientação, praxia construtiva, habilidades aritméticas e no total do TRIACOG. Entretanto, na
reavaliação os pacientes apresentaram escores semelhantes aos dos controles. Discussão: Os
déficits neuropsicológicos identificados na avaliação são esperados pela localização e
extensão das lesões, predominando na amostra acometimentos no hemisfério cerebral
esquerdo e da artéria cerebral média, que levam a déficits como afasia, apraxia e acalculia
(Fukujima, 2010). Estes resultados sugerem que há uma plasticidade cerebral, com
recuperação espontânea das funções cognitivas após três meses do AVC, embora esta tenha
se mostrado de forma discreta. Ressaltase a importância de realizar reabilitação
neuropsicológica neste período para potencializar a recuperação dos déficits.

3 – ANÁLISE DAS PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DE UMA BATERIA DE


TESTES INFORMATIZADOS PARA AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS
EM CRIANÇAS DE 4 A 10 ANOS
Glauce Karine Conti de Freitas e Alessandra Gotuzo Seabra.

As funções executivas (FEs) envolvem processos e habilidades que são responsáveis pelo
monitoramento e manipulação de informações necessárias para a execução de tarefas
complexas. Neste sentido, é relevante conhecer sobre o funcionamento e desenvolvimento
dessas habilidades. Para que isso seja possível é necessário buscar instrumentos adequados
psicometricamente para avaliar e conhecer o desenvolvimento das FEs. O objetivo desse
estudo foi verificar evidências de validade e fidedignidade de uma bateria de Testes
Informatizados, o TAFE, desenvolvido em 2014 por Freitas e Seabra, que avaliam,
separadamente, três componentes das FEs (memória de trabalho, flexibilidade cognitiva e
controle inibitório), em crianças de 4 a 10 anos de idade. O estudo foi dividido em duas
etapas. Na primeira etapa investigaram-se as evidências de validade por conteúdo, por meio
de um questionário remetido aos juízes, especialistas na área. Houve a concordância entre os
juízes quanto aos aspectos: coerência dos constructos, adequação das atividades para o
público infantil, o layout, o cadastro, o áudio, as instruções, as fases de treino, as regras de
interrupção e a forma de registro dos resultados. Na segunda parte buscaram-se evidências de
validade por relação asvariáveis internas e externas,com a participação de 51 crianças de 4 a
10 anos, matriculadas na rede regular na cidade de Goiânia. As crianças foram submetidas ao
teste informatizado (TAFE) e também aos testes: Bloco de Corsi, Subteste Dígitos ordem
direta e inversa, Teste de Trilhas, e Teste Stroop Semântico. As análises de Kruskal Wallis
para o efeito de idade apontaram resultados estatisticamente significativos nos testes de
memória de trabalho e controle inibitório e em algumas etapas do teste de flexibilidade
cognitiva. A correlação de Spearman entre os desempenhos nos testes informatizados e
tradicionais apontaram correlação significativa entre a maioria dos testes. As evidências
fidedignidades foram investigadas por meio de teste-reteste, em 10 crianças, submetidas
anteriormente aoTAFE, os resultados indicaram estabilidade dos escores ao longo do tempo.
As análises estatísticas realizadas indicaram adequação psicométricas do instrumento e ainda
a necessidade de continuidade da investigação psicométrica com o aumento da amostra para
maiores análises, como o estudo de normatização e o estudo de amostras de grupos clínicos.

You might also like