Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

HFMC Previa

Download as pdf or txt
Download as pdf or txt
You are on page 1of 13

HARMONIA FUNCIONAL

para músicos & curiosos

Ticiano D’Amore


♪ ♪

Recheado de exemplos em áudio e exercícios!
PRÉVIA

Design: Amanda Marques

Revisão: Lipe Tavares


♪♪
♪ Dedicado a Manoca Barreto

♪♪
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1: NOÇÕES BÁSICAS DE TEORIA MUSICAL 7

1.1 Harmonia? Funcional??? 7

1.2 Partitura (por favor, não!) 8

1.3 Intervalos 10

1.4 Cifras 11

1.5 Tríades 13

1.6 Tétrades 15

CAPÍTULO 2: O TOM MAIOR 19

2.1 Harmonização em tríades 19

2.2 O relativo 21

2.3 Armaduras 22

2.4 Harmonização em tétrades 23

2.5 Primeiras Análises 24

2.6 Áreas 28

2.7 Enriquecendo os graus com tensões 31

2.8 Modulação 41

4
CAPÍTULO 3: O TOM MENOR 42

3.1 Escala menor natural 42

3.2 Escala menor harmônica 43

3.3 Escala menor melódica 45

3.4 Finalmente os acordes do tom menor 46

3.5 Áreas do tom menor 47

3.6 Cuidados com a melodia 47

3.7 Analisando músicas em tom menor 48

CAPÍTULO 4: ACORDES DE FORA DO TOM CENTRAL 50

4.1 Dominantes secundários 50

4.2 Dominantes substitutos (sub V7) 54

4.3 Alterações de dominantes 56

4.4 E
 mpréstimos do dominante, subdominante
e homônimo menor natural 59

CAPÍTULO 5: ACORDES DIMINUTOS 64

5.1 Funções 64

5.2 Escalas diminutas 65

MÚSICAS PARA ANALISAR E REARMONIZAR 68

RESPOSTAS 71
♪♪
♪Sejam muito bem vindos ao curso Harmonia Funcional para Músicos &
Curiosos! Um material teórico, mas com possibilidades de aplicações práti-
cas, imediatas e de simples compreensão que preparei com muito carinho
porque acredito fortemente que o conhecimento básico de harmonia nos
ajuda em diversos campos do fazer musical. Entender harmonicamente a
música te possibilita: improvisar com propriedade; compor de forma mais
interessante; fazer arranjos rebuscados de músicas existentes; passar esse
conhecimento adiante (se você é ou deseja se tornar um professor); e princi-
palmente, ter a satisfação de saber exatamente o que está acontecendo com
a música que nos permeia.

Busquei simplificar a linguagem e abordar apenas um conteúdo que julgo


essencial sobre harmonia funcional para atingir tanto músicos profissionais
quanto amadores e curiosos sobre o assunto. Reuni essas informações depois
de ter acumulado mais de quinze anos de docência na disciplina Harmonia
Funcional junto à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, na qual sou
lotado. Enquanto ainda era aluno da instituição, tive a sorte de contar com
os ensinamentos do saudoso e dedicado professor Manoca Barreto, ao qual
sempre serei grato. Acrescento a isso meus estudos com autores de referên-
cia como Ian Guest, Almir Chediak, Nelson Faria e Turi Collura.

Para ter a experiência completa deste livro, aconselho ter conexão com a
internet, uma vez que muitos exemplos possuem links externos de áudios.
Desejo a todos uma excelente experiência musical e contem comigo.

Ticiano D’Amore
CAPÍTULO 1:

♪♪
NOÇÕES BÁSICAS DE TEORIA MUSICAL

Neste capítulo vamos visitar conceitos e teorias básicas fundamentais para o


acompanhamento do conteúdo do curso. Tais conceitos norteiam tudo o que
será abordado posteriormente e necessitam estar minimamente internaliza-
dos. Isso não significa que eu espero que você decore essas informações,
mas que as entenda e saiba onde consultar caso alguma dúvida surja.

1.1 Harmonia? Funcional???


Um curso de harmonia funcional começa com duas palavras que parecem
complicadas em suas definições. O que é harmonia e como ela pode ser
funcional? Vamos por partes: para entender o conceito de harmonia, primeiro
temos que entender e diferenciar nota de acorde, assim como compreender
e definir escala e tonalidade.

Nota é um som único, individual. Dó, mi bemol e lá sustenido são exemplos


de notas, desde que sejam executadas isoladamente. Acordes por sua vez
são formados por no mínimo três notas. Quando escutamos, por exemplo,
as notas dó, mi e sol tocadas ao mesmo tempo, estamos escutando o acorde
de dó maior.

Um acorde pode ou não estar dentro de uma tonalidade, ou um tom. Para


estar dentro de um tom, ele precisa obedecer algumas condições estabeleci-
das pela escala que pertence a esse tom. Escala é um conjunto de notas em
uma sequência estabelecida e ordenada. A sequência de notas dó, ré, mi, fá,
sol, lá e si corresponde à escala de dó maior, por exemplo. Se utilizarmos as
notas da escala de uma tonalidade para formar acordes respeitando alguns
critérios, teremos acordes que pertencem a essa tonalidade. Os acordes
de uma tonalidade são representados por graus escritos em algarismos
romanos (ex. I, IV, V).

Através do entendimento de nota, acorde, escala e tonalidade, podemos


compreender o conceito de harmonia funcional. Apesar de podermos beber
de uma definição mais complexa, na prática e para fins desse curso, harmonia
pode ser definida como o campo do saber musical que mostra as relações

7
e encadeamentos de acordes dentro de um sistema tonal. A chamamos de
funcional por que em seu campo de estudo conseguimos entender a função
(ou papel) que cada nota e acorde têm nas músicas do mundo. Mais adiante
nos depararemos com exemplos dessas funções como dominantes, subdo-
minantes, substitutos de dominantes, diminutos cromáticos, empréstimos do
homônimo menor entre tantas outras.

1.2 Partitura (por favor, não!)


Nesse curso vou exprimir o conteúdo de grafia musical através de partituras
e cifras. Apesar de assustadora para os mais leigos, a partitura é de fato a
forma mais segura e concreta de se passar uma informação musical para
alguém. Mas, como tenho o intuito de atingir a maior quantidade de pessoas,
leigas, curiosas ou profissionais, vou tentar me limitar apenas ao básico de
seu uso. No tocante a esse curso, basta que se saiba localizar as notas musi-
cais dentro do pentagrama, na clave de sol.

A imagem acima mostra um pentagrama (figura representada pelas cinco


linhas horizontais) regida pela clave de sol (figura bonita situada à esquerda
da imagem) onde várias notas estão alocadas.

Sustenidos (#) e bemóis (b) são chamados de acidentes, e respectivamente


alteram a altura da nota em um semitom acima e abaixo. A imagem abaixo
ilustra como são dispostas essas alterações na partitura.

8
Obs. Apesar de, por exemplo, um ré# ter o mesmo som de um mib, eles são
funcionalmente diferentes. Isso será melhor explicado no decorrer do curso.

Quando um sustenido ou bemol aparecem logo após a clave, são chamados


de armadura, e indicam que essa alteração será feita em todas as notas de
mesmo nome do local onde o acidente está localizado.

Essa figura indica que todas as notas fá e dó serão sustenizadas enquanto


esses acidentes estiverem ao lado da clave, mesmo que essas notas se en-
contrem em outra região. Portanto, as notas na imagem são, de baixo pra
cima, ré, fá sustenido, lá e ré, e formam o acorde de ré maior. No próximo
capítulo o conceito de armadura será abordado mais detalhadamente.

Obs. Caso em algum momento eu queira desobedecer um acidente que


consta na armadura e queira colocar uma nota natural (que não tenha sus-
tenido ou bemol) basta eu utilizar o bequadro ( ) antes da nota, conforme
consta na próxima imagem.

Nesse caso a armadura implica que todas as notas si serão bemóis, mas o
bequadro ao lado da nota indica que esse si, particularmente, é natural.

9
As demais grafias e situações que envolvam registro em partitura serão ex-
plicadas no decorrer do curso.

1.3 Intervalos
Quando temos duas notas distintas, sejam simultâneas ou em sequência, é
importante saber qual a distância entre tais notas, ou seja, qual o intervalo
entre elas. Em uma escala maior, por exemplo, as notas formam intervalos
ou de um semitom (menor distância entre duas notas na música ocidental)
ou de um tom (que equivale a dois semitons).

Mas para abranger a totalidade da oitava musical, onde estão as doze pos-
sibilidades de notas musicais, usamos as seguintes definições de intervalos:

Segunda menor (b2) – um semitom (ou meio tom)

Segunda maior (2) – um tom

Terça menor (b3) – um tom + um semitom (ou um tom e meio)

Terça maior (3) – dois tons

Quarta justa (4) – dois tons + um semitom

Quarta aumentada (#4) ou quinta diminuta (b5) – três tons (ou trítono)

Quinta justa (5) – três tons + um semitom

Quinta aumentada (#5) ou sexta menor (b6) – quatro tons

Sexta maior (6) – quatro tons + um semitom

Sétima menor (7) – cinco tons

Sétima maior (7M) – cinco tons + um semitom

10
Chama-se oitava, o intervalo de um semitom acima da sétima maior, forma-
do por notas com o mesmo nome e separadas por seis tons (ou 12 semitons)
de diferença.

Intervalos maiores que uma oitava (chamados de intervalos compostos) tam-


bém podem existir e basicamente seguem a mesma sequência. Conforme
visto, um intervalo entre a nota dó e a nota ré na mesma oitava é de um
tom, ou segunda maior. Já se a nota ré estiver uma oitava acima, teremos o
intervalo de nona maior, uma vez que passamos de uma oitava de distância
entre essas notas. Na prática da harmonia funcional, usaremos apenas os
intervalos compostos de nona (segunda oitavada), décima primeira (quarta
oitavada) e décima terceira (sexta oitavada).

1.4 Cifras
Durante a maior parte deste curso utilizaremos o processo de cifragem para
registrar acordes. Na cifragem, as três notas principais dos acordes (chamadas
de tríades) são representadas por letras do alfabeto, conforme consta a seguir.

Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol

A B C D E F G

11
A tríade maior é formada apenas pela letra, já a tríade menor acompanha um
“m” minúsculo diretamente à sua direita.

• Ex: F (fá maior), Am (lá menor), Gm (sol menor). O conceito de tríades


maiores e menores será explicado no próximo item.

A ordem que a cifra geralmente segue é a seguinte:

TRÍADE, SÉTIMA, DEMAIS NOTAS ENTRE PARÊNTESIS

• Ex: Am (lá menor), Am7 (lá menor com sétima), A7(13) (lá maior com
sétima e décima terceira).

Porém, quando o acorde não tem sétima, pode-se encontrar outras notas
fora do parêntesis.

• Ex: F6 (fá com sexta).

Em relação às sétimas, ao contrário do que se espera, o número 7, quando


indicado em uma cifra, significa SÉTIMA MENOR, meio tom abaixo de uma sé-
tima maior. A sétima maior encontra-se na cifra popular representada pelas
seguintes formas: 7M, Maj7 ou ▲.

Um acorde com sétima menor é chamado apenas de acorde com sétima.

• Ex: F7M (fá com sétima maior), Dbm7 (ré bemol menor com sétima me-
nor, ou apenas ré bemol menor com sétima).

As demais notas de um acorde (as que não compõem a tríade ou a sétima)


podem estar acompanhadas por alterações (b ou #). Isso indica decréscimo
ou acréscimo de um semi-tom na nota encontrada. Tais alterações encon-
tram-se ANTES da dissonância em questão.

• Ex: A7(b9), G7(#11).

Outras grafias e situações que envolvam registro em cifras serão explicadas


no decorrer do curso.

12
1.5 Tríades
Tríades são acordes com três sons. Os quatro tipos de tríades mais comuns são:

Maior - formada pela nota fundamental (ou tônica), uma terça maior em
relação à tônica e uma quinta justa em relação à tônica.

• Ex de cifragem: F, C.

Menor - formada pela nota fundamental (ou tônica), uma terça menor em
relação à tônica e uma quinta justa em relação à tônica.

• E
 x de cifragem: Fm, C-.

Aumentada - formada pela nota fundamental (ou tônica), uma terça maior
em relação à tônica e uma quinta aumentada em relação à tônica.

• E
 x de cifragem: F(#5), C+.

Diminuta - formada pela nota fundamental (ou tônica), uma terça menor em
relação à tônica e uma quinta diminuta em relação à tônica.

• E
 x de cifragem: Fdim, Cdim.

A próxima imagem mostra exemplos dos quatro tipos de tríades.

Escute cada uma das tríades do trecho acima (áudio 01):


https://youtu.be/End1Wrabc_8

Obs. Os links para escutar os áudios presentes neste curso direcionam você
para páginas do YouTube. Caso algum link esteja corrompido ou não abra,
por favor entre em contato comigo através do damoreticiano@gmail.com.

FIM DA PRÉVIA
13

You might also like