Soft Power
Soft Power
Soft Power
Soft power (em português, poder brando, poder de convencimento ou poder suave) é
uma expressão usada na teoria das relações internacionais para descrever a habilidade de
um corpo político - um Estado, por exemplo - para influenciar indiretamente o
comportamento ou interesses de outros corpos políticos por
meios culturais ou ideológicos. [1]O termo foi usado pela primeira vez pelo professor
de Harvard Joseph Nye, no final dos anos 1980. Ele desenvolveu o conceito em seu livro
de 2004, Soft Power: The Means to Success in World Politics (em português, "Soft Power:
os meios para o sucesso na política mundial").[2]Embora sua utilidade como teoria
descritiva tenha sido contestada, a expressão soft power entrou, desde então, no discurso
político como uma maneira de distinguir os efeitos sutis de culturas, valores e ideias no
comportamento de outros. Nas palavras de Nye,
"O conceito básico de poder é a capacidade de influenciar os outros para que façam o que
você quer. Basicamente, há três maneiras de se fazer isto: uma delas é ameaçá-los com
porretes; a segunda é recompensá-los com cenouras; e a terceira é atraí-los ou cooptá-
los para que queiram o mesmo que você. Se você conseguir atrair os outros, de modo que
queiram o que você quer, vai ter que gastar muito menos em cenouras e porretes." [3]
Essa terceira maneira de fazer com que os outros façam aquilo que lhe interessa seria,
portanto, o soft power - que contrasta com o hard power, que historicamente tem sido a
medida realista predominante do poder de um país, baseada em quantitativos, como o
tamanho de população, do equipamento militar ou do PIB do país. Mas a disponibilidade
de tais recursos nem sempre produz os resultados desejados, como os Estados
Unidos descobriram na Guerra do Vietnã.
O sucesso do soft power depende grandemente da reputação do "ator" na comunidade
internacional, e também do fluxo de informações entre atores. Nas relações internacionais,
o soft power é em geral associado à ascensão da globalização e do neoliberal.
Referências
Nye Jr., Joseph S. The Benefits of Soft Power (em inglês) Working Knowledge, 8 de
fevereiro de 2004. Harvard Business School.
Ballerini, Franthiesco. Poder Suave (Soft Power). São Paulo, Summus, 2017. ISBN
9788532310644.
Keohane, Robert & Joseph Nye. "Power, Interdependence and the Information Age". In
Little, Richard; Smith, Michael (ed) Perspectives on World Politics. Psychology Press,
2006, p. 186s.
Jentleson, Bruce. "Principles: The Coming of a Democratic Century?". In American
Foreign Policy: The Dynamics of Choice in the 21st Century, p. 362
Nye, Joseph. Propaganda Isn't the Way: Soft Power
Nye, Joseph, Soft Power: The Means to Success in World Politics. Public Affairs, 2004.
John McCormick The European Superpower. Palgrave Macmillan, 2006 (resenha)
Matthew Fraser, Weapons of Mass Distraction: Soft Power and American Empire. St.
Martin's Press, 2005.
Hard power
Hard power (em português, poder duro ou 'potência coercitiva") é um conceito usado pela
vertente realista das relações internacionais e designa a capacidade de um corpo político
(geralmente, um Estado) de influenciar ou exercer poder sobre o comportamento de outro,
mediante o emprego de recursos militares e econômicos.
Geralmente refere-se à capacidade de um Estado coagir ou induzir um outro a adotar um
curso de ação. Isso pode ser feito com o uso de diplomacia coerciva, do poder militar,
da guerra ou formação de aliança mediante ameaças e força, coerção, intimidação e
proteção. O poder econômico também pode ser usado alternativamente, sob a forma de
ajuda financeira, subornos e sanções econômicas para induzir e coagir.
O conceito contrasta com o de soft power, que se refere ao poder exercido por meio
da diplomacia, da cooptação e da influência cultural, nos termos definidos por Joseph Nye.
Os Estados Unidos têm sido o exemplo clássico de "hard power".[1]Em 2013, o país
concentrava cerca de 46% das despesas militares mundiais (domínio militar)[2] e, em 2014,
seu orçamento militar foi de USD 600 bilhões, incluindo USD 84 bilhões para "operações
contingenciais externas", como a Guerra do Afeganistão. Os EUA são também o maior
importador de mercadorias do mundo (domínio econômico), além de dispor de recursos
tecnológicos para monitorar governos de outros países (domínio político). Um dos mais
significativos exemplos de hard power é a invasão do Iraque pelos Estados Unidos, em
2003.
1. American military power: Unrivalled, for now. The Economist, 3 de maio de 2014.
2. ↑ (em inglês)SIPRI - Trends in world military expenditure Arquivado em 4 de janeiro
de 2015, no Wayback Machine., 2013.
Smart power
Smart power (Poder inteligente), é um termo nas Relações Internacionais definido
por Joseph Nye como "a capacidade de combinar Hard e Soft power em uma estratégia
vencedora".[1] De acordo com Chester Arthur Crocker, Fen Osler Hampson e Pamela Aall,
o smart power "envolve o uso estratégico da diplomacia, persuasão, capacitação, projeção
de poder e influência de modo que seja rentável e legitima como políticas sociais". –
essencialmente envolve força militar e todas as formas de diplomacia.[2]
O termo, inventado no rescaldo da Invasão do Iraque em 2003, vem como uma política
externa neoconservadora de George W. Bush. Visto como uma alternativa liberal à
política, seus proponentes preferem que as Organizações internacionais desempenhem
um papel importante, ao invés somente dos Estados Unidos. O smart power também é
visto como uma alternativa ao soft power, pois este último pode reforçar estereótipos de
políticos democratas sendo percebidos como "fracos".[3][4] De acordo com a Foreign Policy,
há um debate sobre quem deve ser creditado por ter cunhado o termo, ainda que o
candidato mais provável seja Suzanne Nossel, que em 2004 descreveu um artigo
intitulado "Smart Power" na revista norte–americana Foreign Affairs.[5]
No entanto, Antony Blinken, conselheiro de segurança nacional atualmente vinculado ao
vice–presidente dos Estados Unidos, também é creditado por alguns por mencionar o
termo em um de seus discursos anteriormente. No início de 2004, Nye refere ao smart
power no seu livro, Soft Power: The Means to Success in World Politics e popularizou o
termo com o CSIS como parte do projeto, Smart Power Initiative. O termo também figura
no título do livro Smart Power: Toward a Prudent Foreign Policy for America de Ted Galen
Carpenter em 2008.
Devemos usar o que tem sido chamado de smart power – a gama completa de
“ ferramentas à nossa disposição – tanto diplomáticas, econômicas, militares,
quanto políticas e culturais – escolhendo a ferramenta certa, ou a combinação
delas, para cada situação. Com o smart power, a diplomacia será a vanguarda
da política externa.[7] ”
Nossel se viu impressionado com o argumento de Clinton, declarando que: "Ela irá tornar
o soft power legal".[8] Dois especialistas entrevistados pela rede de notícias norte–
americana Fox News criticaram o slogan, mas vários estudiosos, incluindo Nye, são
favoráveis.[9]
A performance de Clinton contrasta com a de Condoleezza Rice na estratégia da
Diplomacia Transformacional.
Soft power
Hard power
Referências
1. ↑ Nye Jr., Joseph S. (19 de agosto de 2006). «In Mideast, the goal is 'smart power'» (em
inglês). Boston Globe. Consultado em 22 de outubro de 2011
2. ↑ Crocker, Chester A; Hampson, Fen Osler; Aall, Pamela R. (2007). Leashing the Dogs of
War: Conflict Management in a Divided World (em inglês). [S.l.]: US Institute of Peace
Press. p. 13. ISBN 9781929223978
3. ↑ New Enemies for a New World Order
4. ↑ Benen, Steve (13 de janeiro de 2009). «SMART POWER». Washington Monthly.
Consultado em 22 de outubro de 2011
5. ↑ «The origins of "Smart Power"» (em inglês). Foreign Policy. 14 de janeiro de 2009.
Consultado em 22 de outubro de 2011[ligação inativa]
6. ↑ Etheridge, Eric (14 de janeiro de 2009). «How 'Soft Power' Got 'Smart'» (em inglês). The
New York Times. Consultado em 22 de outubro de 2011
7. ↑ «Clinton: Use "Smart Power" In Diplomacy». CBS News. 13 de janeiro de 2009.
Consultado em 22 de outubro de 2011
8. ↑ Hertzberg, Hendrik (26 de janeiro de 2009). «Smart Power» (em inglês). The New Yorker.
Consultado em 22 de outubro de 2011
9. ↑ Clark, Stephen (22 de janeiro de 2009). «Clinton's 'Smart Power' Slogan Is Just Plain
Dumb, Branding Experts Say». Fox News. Consultado em 22 de outubro de 2011.
Arquivado do original em 7 de janeiro de 2012
Soft Power, Smart Power and Intelligent Power (em inglês) Um documento especial
sobre Joseph Nye.