Quando o assunto é gestão de negócios, não há como negar que o fluxo de caixa é um tema espinhoso, porém incontornável. Mas, afinal, você sabe o que é fluxo de caixa e como ele funciona? Neste post, vamos tirar algumas dúvidas mais recorrentes sobre o tema.
Imagina só: você acabou de fechar um mês super lucrativo na sua empresa, depois de ter vendido bem mais do que o projetado. As coisas foram tão boas que você está se sentindo o próprio Tio Patinhas, se preparando para mergulhar naquela piscina de moedas e riquezas.
Mas aí as contas começam a bater: primeiro, você tem que pagar o seu fornecedor ou então quitar as compras de matéria-prima do produto. Depois, você tem que pagar as contas do mês e contabilizar todos os custos com o frete e processamento de pedidos. E não vai esquecer de pagar os seus colaboradores, viu? E também tem os impostos do mês, claro. E tem que pagar pelos anúncios no Facebook Ads também. E tem mais aquele pequeno empréstimo que você pegou lá no alto da pandemia e ainda não quitou…
Eita, sumiu a piscina de moedinhas.
A melhor forma de evitar essa situação é fazendo um bom controle de fluxo de caixa. Mas se você não sabe o que é fluxo de caixa, calma: não precisa sair correndo, porque aqui na Shopify a gente acredita em simplicidade e praticidade.
E, ainda que fazer a contabilidade seja um desafio para pequenos negócios, não há como contornar a situação. Afinal de contas, são os registros contábeis que vão ajudar você a monitorar, gerenciar e otimizar o crescimento de sua empresa ao longo do tempo.
Este guia foi pensado para servir como uma bússola para fazer a gestão de um negócio. Vamos explicar o que é fluxo de caixa, mostrar como funciona um fluxo de caixa simples e quais são as outras modalidades de fluxo de caixa que existem por aí.
Vamos lá?
O que é fluxo de caixa?
O fluxo de caixa é uma ferramenta de contabilidade extremamente importante para fazer a gestão financeira de um negócio. Além de monitorar toda a movimentação de receitas de uma empresa, ele também serve para:
- Definir o saldo disponível e o capital de giro de uma empresa;
- Controlar receitas e despesas;
- Acompanhar entradas e saídas de dinheiro;
- Apurar prejuízos e identificar pontos fracos;
- Organizar a parte operacional e ajustar o pagamento de tributos e impostos;
- Oferecer uma visão mais ampla da saúde do negócio, para definir estratégias futuras de mix de marketing e expansão sem entrar no vermelho.
Além disso, é sempre bom lembrar que o fluxo de caixa para pequenas empresas também pode ajudar na tomada de decisões importantes.
Por exemplo: com base no demonstrativo ou nos resultados dos últimos meses, você pode definir se vai ser melhor para o seu bolso investir em uma campanha de remarketing ou então apostar em estratégias de crescimento orgânico nas redes sociais, como o Instagram Stories ou o TikTok.
O fluxo de caixa também pode indicar se vale a pena trocar de fornecedor de produto, buscar uma matéria-prima mais barata ou se não está na hora de conversar com os seus parceiros de frete e envio de mercadorias.
📣 Dica importante da Shopify:
O controle de entradas e saídas das receitas de um negócio pode ser feito diariamente, semanalmente, mensalmente ou até anualmente. Tudo vai depender do seu planejamento financeiro e do seu regime de competência, mas, de modo geral, a gente recomenda que pequenas empresas façam o controle diário ou semanal.
Tipos de fluxo de caixa para uma empresa
É claro que não adianta só saber o que é fluxo de caixa: você também precisa saber quais tipos de fluxo existem para decidir qual deles vai funcionar melhor para o seu negócio.
Hoje, vamos falar sobre sete tipos de fluxo de caixa que você certamente vai encontrar em qualquer sistema de gestão:
- Fluxo de caixa simples
- Fluxo de caixa direto
- Fluxo de caixa indireto
- Fluxo de caixa descontado
- Fluxo de caixa projetado
- Fluxo de caixa operacional
- Fluxo de caixa livre
Fluxo de caixa simples para empreendedores: como funciona?
O fluxo de caixa simples é a maneira mais direta e descomplicada de fazer a gestão financeira de um negócio. Como recurso contábil, esse formato de fluxo de caixa serve para controlar todas as entradas e saídas de dinheiro da empresa durante um período pré-determinado de tempo.
Idealmente, um bom fluxo de caixa simples deve incluir as receitas recorrentes e variáveis de uma empresa, como:
- Entradas (ou recebimentos) variáveis, que podem ser desde pagamentos de clientes até percentuais ou retornos de investimentos em estratégias de publicidade, como e-mail marketing ou marketing de conteúdo.
- Saídas (ou despesas) variáveis, como pagamento de impostos ou tributos, declaração de imposto de renda, custos com troca e/ou devolução de mercadoria e outros.
- Saídas (ou despesas) recorrentes, como salário da equipe e até mesmo mensalidades de serviços usados pela loja: internet, serviço de chat ao vivo, programa pago para envio de newsletter e mais.
- Previsão de entradas e saídas futuras, como pagamentos provenientes de vendas parceladas, o seguro do carro da empresa ou a projeção de vendas por conta de datas comemorativas, como a Páscoa ou a Black Friday.
🧍 Quem pode usar o fluxo de caixa simples?
O fluxo de caixa simples é indicado para pequenos empreendedores e para quem está começando a se aventurar no e-commerce no Brasil, já que muitas vezes é feito manualmente e sem o auxílio de ferramentas ou softwares de planejamento financeiro.
A maior vantagem desse formato de fluxo de caixa é o fato de que ele pode ser usado como uma porta de entrada para fluxos de caixa mais robustos, como os que veremos abaixo. Vale lembrar também que, para conseguir dados corretos, você precisa levar em consideração o regime de competência da empresa e fazer os lançamentos na data em que eles acontecerem.
Fluxo de caixa direto: o que faço com ele?
O fluxo de caixa direto é quase tão popular quanto o fluxo de caixa simples, além de ser o melhor formato para identificar um caixa negativo ou áreas de prejuízo.
A ideia do fluxo de caixa direto é registrar, diariamente, todas as entradas e receitas brutas da empresa ― sem esquecer de incluir a fonte (ou seja, da onde veio o dinheiro) e a forma como essa receita foi ou vai ser utilizada. Com esse fluxo de caixa diário, você terá uma visão mais completa das suas entradas e despesas e vai poder planejar melhor o seu calendário contábil.
🔎 Agora pode ser uma boa hora para buscar o auxílio de ferramentas contábeis para a sua empresa.
Fluxo de caixa indireto: como calcular?
Alto lá: o fluxo de caixa indireto não é o contrário do fluxo de caixa direto, embora o nome dê essa impressão.
Na verdade, o fluxo de caixa indireto é uma ferramenta para aferir e analisar os lucros de um negócio, e não as entradas e saídas do caixa. Ele também é diferente dos outros fluxos de caixa que estamos mostrando neste post porque é calculado com base nos resultados do Demonstrativo de Resultados do Exercício ou ― ou DRE, para os íntimos.
O DRE é um documento contábil que faz um resumo completo de todas as atividades da empresa. Além de estar previsto por lei para todas as empresas (a única exceção é o MEI), ele deve listar as receitas brutas e líquidas do empreendimento, bem como os valores dos impostos pagos e as despesas operacionais, administrativas e financeiras.
🔎 Falando em MEI: você sabe como emitir nota fiscal?
Fluxo de caixa descontado: para que serve?
Agora que você já sabe o que é fluxo de caixa, nós vamos dar uma leve complicada no tema para falar do fluxo de caixa descontado ― também conhecido como FCD.
Embora seja amplamente utilizado para calcular o valor de venda de uma empresa, o fluxo de caixa descontado também é um aliado extremamente importante para marcas interessadas em fazer projeções de lucro, esquematizar expansões, montar projetos a longo prazo ou atrair novos investidores e parcerias.
De modo geral, o fluxo de caixa descontado é uma ferramenta que toma como base de cálculo tudo o que a empresa vem gerando (em termos de lucro e de gastos) para fazer uma projeção do que a empresa pode gerar lá na frente. O cálculo do FCD leva em conta elementos como:
- fluxo de caixa estimado, que nada mais é do que uma projeção do fluxo de caixa futuro feita com base no fluxo de caixa atual;
- taxa de desconto, que considera o capital da empresa e os riscos envolvidos naquele nicho de mercado;
- valor residual, que é o valor da empresa ou do produto que ela vende ao fim de sua vida útil.
🧮 A fórmula do cálculo é a seguinte:
FCD = projeção de faturamento / (1 + taxa de desconto) elevado ao número de períodos
💁 Legal, mas o que eu faço com isso?
Por ser uma ferramenta de projeção, o fluxo de caixa descontado é uma peça-chave para marcas e empresas que querem:
- montar um plano de negócios para atrair novos investidores e novas fontes de capital;
- definir as próximas etapas de expansão, como a migração de uma loja física para o ambiente online ou vice-versa;
- investir em novas frentes, como realidade aumentada e recursos de comércio unificado;
- organizar o fluxograma de contratação de pessoal ou investimento em ferramentas, como plataformas de videoconferência.
Fluxo de caixa projetado: é só estimativa?
Se você gostou do tipo de análise de dados que o fluxo de caixa descontado pode oferecer, provavelmente vai gostar de saber mais sobre o fluxo de caixa projetado, um recurso poderoso para a tomada de decisão em um negócio.
Como o próprio nome já indica, o fluxo de caixa projetado faz projeções para o futuro com base nas entradas e saídas contabilizadas nos últimos meses. Ele pode ser bem útil para:
- Avaliar a viabilidade de ofertas e descontos em datas comemorativas ou feriados;
- Esquematizar o envio de pedidos em épocas movimentadas;
- Planejar o caixa para períodos de crise ou de pouco movimento;
- Determinar como e quando acontecerá o plano de expansão da empresa;
- Definir metas a longo prazo para o empreendimento.