Este projeto tem como objetivo analisar de que modo a ação dos governos da Argentina e do Brasil, à luz dos avanços e retrocessos do Mercosul, influenciou a criação de redes não-governamentais associadas a questões de CT&I entre 1980 e 2020. A posição periférica da América Latina no movimento de estudos da diplomacia científica provoca o questionamento de como não-estatais são influenciados por atores estatais na criação de iniciativas relacionadas a áreas que envolvam temas de CT&I. Este trabalho utilizará do método qualitativo de pesquisa por intermédio de fontes primárias. Para entender o papel de coordenação da Argentina e do Brasil, caberá fazer um levantamento e classificação de todos os acordos firmados entre os países na área de C&T sob a luz dos avanços e dos retrocessos do Mercosul. Assim, buscar-se-á uma correlação entre o papel dos atores estatais e a influência desse bloco de integração regional. (AU)

O objetivo da presente pesquisa é compreender as preferências da opinião pública argentina e brasileira no que diz respeito às relações comerciais de ambos os países no âmbito do MERCOSUL. De um lado buscamos analisar se as preferências são estáveis e coerentes ou se variam conforme o priming outorgado à relação comercial bilateral. De outro lado, pretende-se compreender a percepção da opinião pública a respeito da integração econômica entre Brasil e Argentina em função de variáveis como orientação ideológica, grau de apoio ao governo, setor de atuação profissional, idade, gênero, renda, região de residência, conhecimento político e percepção da relevância do país no cenário internacional. Para tanto, aplicaremos dois surveys experimentais online com amostras de abrangência nacional em cada país, cada uma composta por 1.200 participantes. Em consonância com a literatura de economia política internacional e formação de preferências comerciais, acreditamos que o efeito dos tratamentos irá variar de acordo com características socioeconômicas, assim como preferências políticas dos participantes. A proposta apresentada neste Edital FAPESP/Sprint permitirá um maior intercâmbio entre os pesquisadores da USP e da Universidad de San Andrés, Argentina, analisando os resultados dos surveys e publicando artigos em parceria. Tal intercâmbio também será importante para o desenvolvimento de outros projetos conjuntos, envolvendo estudantes de pós-graduação dos dois países. (AU)

As relações entre Brasil e Argentina sempre estiveram presentes em ambas as agendas de política externa, sendo de extrema relevância para ambos, devido à proximidade geográfica e a relação de interdependência econômica. Desde meados da década de 1980, no entanto, com a reaproximação dos dois países, houve a intensificação de negociações e o aprofundamento da pauta de integração regional. Diante da importância do aspecto da integração regional, busca-se através do método empírico de pesquisa e análise em perspectiva comparada, estudar a relação e influência da opinião pública nas decisões sobre os rumos tomados pela integração regional entre Brasil e Argentina, principalmente no âmbito do MERCOSUL. (AU)

O objetivo da presente pesquisa é compreender as preferências da opinião pública argentina e brasileira no que diz respeito às relações comerciais entre ambos os países. Mais especificamente, buscamos analisar se estas preferências são estáveis e coerentes ou se variam conforme o priming outorgado a relação comercial bilateral. Para tanto, aplicaremos dois surveys experimentais on-line a amostras representativas de cada país, cada uma composta por 1.200 participantes. Para cada país dividiremos a amostra em quatro grupos: um grupo não receberá estímulo algum e três grupos de tratamento receberão as seguintes informações: (a) volume de exportações do outro país relativo ao total exportado ao mundo; (b) tipo das exportações distinguidas entre primárias e industriais e (c) a balança comercial da relação bilateral. Dada a crescente dependência comercial da Argentina em relação ao mercado brasileiro, particularmente em relação aos produtos industrializados, esperamos que os argentinos pertencentes aos grupos (a) e (b) tendam a desejar o aprofundamento da relação bilateral. Analogamente, esperamos que os brasileiros nos grupos (b) e (c) também desejem um maior aprofundamento da relação comercial bilateral, uma vez que o componente industrial das exportações brasileiras à Argentina produz impactos significativos no emprego e superávit comercial bilateral. (AU)

Este projeto tem como objetivo analisar a mudança ou continuidade do padrão de política comercial em perspectiva comparada, tendo como foco de análise os principais elementos no campo institucional. A preocupação principal é buscar entender o que explicaria o fato de dois países (Brasil e Argentina) que, apesar de terem partido de modelos econômicos similares e de terem se defrontado com mudanças semelhantes na estrutura econômica mundial, passaram a ter trajetórias tão distintas em termos de política comercial. De um lado, no caso brasileiro, trajetória marcada por estabilidade de rotas em política comercial com alterações ao longo do tempo apenas pontuais (de ajuste); de outro, no caso argentino, trajetória marcada por oscilações mais drásticas ao longo do período em termos de padrões de política comercial. Após quase duas décadas de abertura comercial, faz sentido investir esforços em estudos mais sistemáticos para compreender como evoluiu a política externa, na área comercial, desses países no período pós-abertura, considerando também a evolução da experiência de integração regional do Mercosul em que Brasil e Argentina estão envolvidos. A pesquisa analisa o período de 1990 a 2005, e adota metodologia qualitativa, construindo um painel com as principais matrizes de política externa no campo comercial, analisando três níveis do processo decisório: o inter-burocrático, a dinâmica legislativa e a relação Executivo-Legislativo. (AU)

Com a eleição de Cristina Kirchner à presidência da Argentina, a agenda de política externa voltou a dar prioridade ao Mercosul em particular, e à integração sul-americana de uma forma geral. Mesmo dando continuidade à mesma orientação política do governo anterior (Néstor Kirchner), nas questões externas o discurso aponta para uma assertividade maior na região, indicado pelo apoio ao ingresso da Venezuela no Mercosul. Essa atuação parece ser muito mais pragmática que ideológica, se comparada com a administração de Carlos Menem na década de 1990. Tomando a Análise de Política Externa (APE) como base teórica para compreender as mudanças da política externa entre governos, este projeto de pesquisa pretende fazer um levantamento de todas as iniciativas feitas no âmbito do Mercosul, ao longo do governo Kirchner (2003-2007) e acompanhar os desdobramentos da atual agenda externa (2008-2009). A análise dessas iniciativas será confrontada com o discurso político, a favor da América do Sul, e com a agenda atual. Para tanto, será organizada uma base qualitativa que pretende descrever os eventos e classificá-los do ponto de vista temático e de resultados. Essa base permitirá uma análise mais detalhada sobre as mudanças e os pontos de continuidade do governo anterior. Este projeto de iniciação científica integra o projeto "Brasil e Argentina: desenho institucional e política comercial em perspectiva comparada", coordenado pela minha orientadora, atualmente em tramitação na FAPESP. (AU)

Com o fim da guerra fria, as analises divergem não apenas no que se refere à explicação da nova realidade internacional, como também em relação à formulação de novas estratégias de atuação dos países, particularmente dos países da América Latina, onde se inclui a argentina este projeto de pesquisa pretende analisar a política externa do governo Menem (1990 a 1996), apontando como hipótese principal o fato de que durante o primeiro governo, a argentina da prioridade à aproximação com os estados unidos e, posteriormente a partir de 1994, com a perspectiva de estabilidade econômica do Brasil e o avanço do Mercosul, essa prioridade muda para o fortalecimento do bloco regional. A proposta é analisar essa mudança de prioridade, tendo como marco teórico o realismo periférico como definidor da política externa argentina, diferenciando-a do período anterior. (AU)

A criação do Mercosul representou uma tentativa de reformulação dos interesses estratégicos, tanto do Brasil quanto da Argentina, no sentido de fortalecer a atuação na nova ordem internacional. Partindo de bibliografia especifica e de diversas entrevistas realizadas com funcionários do governo, empresários, acadêmicos e líderes sindicais na Argentina, o objetivo desta pesquisa e analisar a percepção dos atores argentinos sobre o processo de integração e, particularmente, como esses atores percebem a natureza e as consequências do Mercosul. (AU)