Neste trabalho apresentamos os resultados de duas linhas de pesquisa que contribuem para a interp... more Neste trabalho apresentamos os resultados de duas linhas de pesquisa que contribuem para a interpretacao da funcionalidade das vasilhas arqueologicas Guarani: a classificacao morfologica dos recipientes e a analise de microvestigios. Para este estudo foram analisadas 20 vasilhas inteiras ou semi-inteiras do Museu Regional Anibal Cambas (Misiones, Argentina). A partir de atributos morfometricos, os recipientes foram classificados de acordo com as categorias funcionais estabelecidas para a cerâmica Guarani: yapepo (panela), naeta (cacarola), tembiiru ou naembe (prato), cambuchi (cântaro) e cambuchi caguaba (copo). A analise dos microvestigios extraidos do interior destas vasilhas permitiu identificar, alem de espiculas de espongiarios, a presenca de fitolitos de gramineas (principalmente da familia Poaceae) e graos de amido de plantas cultivadas (Zea mays e Cucurbita sp.). Atraves da correlacao entre o conteudo vegetal e as alteracoes tafonomicas observadas em alguns microvestigios, s...
Neste trabalho apresentamos os resultados de duas linhas de pesquisa que contribuem para a interp... more Neste trabalho apresentamos os resultados de duas linhas de pesquisa que contribuem para a interpretação da funcionalidade das vasilhas arqueológicas Guarani: a classificação morfológica dos recipientes e a análise de microvestígios. Para este estudo foram analisadas 20 vasilhas inteiras ou semi-inteiras do Museu Regional Aníbal Cambas (Misiones, Argentina). A partir de atributos morfométricos, os recipientes foram classificados de acordo com as categorias funcionais estabelecidas para a cerâmica Guarani: japepo (panela), ñaetá (caçarola), ña’ẽmbé, ou tembiyru (prato), kambuchi (cântaro) e kambuchi kaguava (copo). A análise dos microvestígios extraídos do interior destas vasilhas permitiu identificar, além de espículas de espongiários, a presença de fitólitos de gramíneas (principalmente da família Poaceae) e grãos de amido de plantas cultivadas (Zea mays e Cucurbita sp.). Através da correlação entre o conteúdo vegetal e as alterações tafonômicas observadas em alguns microvestígios, se discutem os usos dados às vasilhas e os alcances da taxonomia funcional baseada na analogia etnohistórica.
Desde o período de transição entre o Pleistoceno e o Holoceno, os grupos humanos utilizaram o rio... more Desde o período de transição entre o Pleistoceno e o Holoceno, os grupos humanos utilizaram o rio Uruguai como um corredor ligação entre os ambientes subtropicais do Brasil e as planícies de clima temperado da região pampeana. Ao longo do Holoceno este espaço foi utilizado como via de trânsito e lugar de assentamento de diferentes grupos sociais. A diversidade do registro arqueológico da bacia do Uruguai coincide com a ideia de um mosaico étnico, tal como registraram os primeiros europeus que tiveram contato com as populações ameríndias que ocupavam a região no século XVI. Neste trabalho apresentamos os resultados das pesquisas arqueológicas nos trechos médio e inferior do rio Uruguai que as equipes dos Laboratórios de Arqueologia e de Paleobotânica (CICYTTP- CONICET, UADER, Entre Ríos) estão desenvolvendo em conjunto com pesquisadores da División Mineralogía, Petrología y Sedimentología del Museo de La Plata (FCNyM, UNLP). A partir de pesquisas sistemáticas de campo e análises de laboratório se está gerando conhecimentos sobre os modos de vida dos grupos pré-hispánicos e a evolução do ambiente durante o Holoceno final. Os resultados obtidos contribuem à caracterização dos padrões de assentamento, das práticas mortuárias, das estratégias de subsistência, da variabilidade tecnológica e dos cenários ambientais vigentes nos últimos 2000 anos.
Neste trabalho apresentamos os resultados de duas linhas de pesquisa que contribuem para a interp... more Neste trabalho apresentamos os resultados de duas linhas de pesquisa que contribuem para a interpretacao da funcionalidade das vasilhas arqueologicas Guarani: a classificacao morfologica dos recipientes e a analise de microvestigios. Para este estudo foram analisadas 20 vasilhas inteiras ou semi-inteiras do Museu Regional Anibal Cambas (Misiones, Argentina). A partir de atributos morfometricos, os recipientes foram classificados de acordo com as categorias funcionais estabelecidas para a cerâmica Guarani: yapepo (panela), naeta (cacarola), tembiiru ou naembe (prato), cambuchi (cântaro) e cambuchi caguaba (copo). A analise dos microvestigios extraidos do interior destas vasilhas permitiu identificar, alem de espiculas de espongiarios, a presenca de fitolitos de gramineas (principalmente da familia Poaceae) e graos de amido de plantas cultivadas (Zea mays e Cucurbita sp.). Atraves da correlacao entre o conteudo vegetal e as alteracoes tafonomicas observadas em alguns microvestigios, s...
Neste trabalho apresentamos os resultados de duas linhas de pesquisa que contribuem para a interp... more Neste trabalho apresentamos os resultados de duas linhas de pesquisa que contribuem para a interpretação da funcionalidade das vasilhas arqueológicas Guarani: a classificação morfológica dos recipientes e a análise de microvestígios. Para este estudo foram analisadas 20 vasilhas inteiras ou semi-inteiras do Museu Regional Aníbal Cambas (Misiones, Argentina). A partir de atributos morfométricos, os recipientes foram classificados de acordo com as categorias funcionais estabelecidas para a cerâmica Guarani: japepo (panela), ñaetá (caçarola), ña’ẽmbé, ou tembiyru (prato), kambuchi (cântaro) e kambuchi kaguava (copo). A análise dos microvestígios extraídos do interior destas vasilhas permitiu identificar, além de espículas de espongiários, a presença de fitólitos de gramíneas (principalmente da família Poaceae) e grãos de amido de plantas cultivadas (Zea mays e Cucurbita sp.). Através da correlação entre o conteúdo vegetal e as alterações tafonômicas observadas em alguns microvestígios, se discutem os usos dados às vasilhas e os alcances da taxonomia funcional baseada na analogia etnohistórica.
Desde o período de transição entre o Pleistoceno e o Holoceno, os grupos humanos utilizaram o rio... more Desde o período de transição entre o Pleistoceno e o Holoceno, os grupos humanos utilizaram o rio Uruguai como um corredor ligação entre os ambientes subtropicais do Brasil e as planícies de clima temperado da região pampeana. Ao longo do Holoceno este espaço foi utilizado como via de trânsito e lugar de assentamento de diferentes grupos sociais. A diversidade do registro arqueológico da bacia do Uruguai coincide com a ideia de um mosaico étnico, tal como registraram os primeiros europeus que tiveram contato com as populações ameríndias que ocupavam a região no século XVI. Neste trabalho apresentamos os resultados das pesquisas arqueológicas nos trechos médio e inferior do rio Uruguai que as equipes dos Laboratórios de Arqueologia e de Paleobotânica (CICYTTP- CONICET, UADER, Entre Ríos) estão desenvolvendo em conjunto com pesquisadores da División Mineralogía, Petrología y Sedimentología del Museo de La Plata (FCNyM, UNLP). A partir de pesquisas sistemáticas de campo e análises de laboratório se está gerando conhecimentos sobre os modos de vida dos grupos pré-hispánicos e a evolução do ambiente durante o Holoceno final. Os resultados obtidos contribuem à caracterização dos padrões de assentamento, das práticas mortuárias, das estratégias de subsistência, da variabilidade tecnológica e dos cenários ambientais vigentes nos últimos 2000 anos.
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funcionais estabelecidas para a cerâmica Guarani: japepo (panela), ñaetá (caçarola), ña’ẽmbé, ou tembiyru (prato), kambuchi (cântaro) e kambuchi kaguava (copo). A análise dos microvestígios extraídos do interior destas vasilhas permitiu identificar, além de espículas de espongiários, a presença de fitólitos de gramíneas (principalmente da família Poaceae) e grãos de amido de plantas cultivadas (Zea mays e Cucurbita sp.). Através da correlação entre o conteúdo vegetal e as alterações tafonômicas observadas em alguns microvestígios, se discutem os usos dados às vasilhas e os alcances da taxonomia funcional baseada na analogia etnohistórica.
Neste trabalho apresentamos os resultados das pesquisas arqueológicas nos trechos médio e inferior do rio Uruguai que as equipes dos Laboratórios de Arqueologia e de Paleobotânica (CICYTTP- CONICET, UADER, Entre Ríos) estão desenvolvendo em conjunto com pesquisadores da División Mineralogía, Petrología y Sedimentología del Museo de La Plata (FCNyM, UNLP). A partir de pesquisas sistemáticas de campo e análises de laboratório se está gerando conhecimentos sobre os modos de vida dos grupos pré-hispánicos e a evolução
do ambiente durante o Holoceno final. Os resultados obtidos contribuem à caracterização dos padrões de assentamento, das práticas mortuárias, das estratégias de subsistência, da variabilidade tecnológica e dos cenários ambientais vigentes nos últimos 2000 anos.
funcionais estabelecidas para a cerâmica Guarani: japepo (panela), ñaetá (caçarola), ña’ẽmbé, ou tembiyru (prato), kambuchi (cântaro) e kambuchi kaguava (copo). A análise dos microvestígios extraídos do interior destas vasilhas permitiu identificar, além de espículas de espongiários, a presença de fitólitos de gramíneas (principalmente da família Poaceae) e grãos de amido de plantas cultivadas (Zea mays e Cucurbita sp.). Através da correlação entre o conteúdo vegetal e as alterações tafonômicas observadas em alguns microvestígios, se discutem os usos dados às vasilhas e os alcances da taxonomia funcional baseada na analogia etnohistórica.
Neste trabalho apresentamos os resultados das pesquisas arqueológicas nos trechos médio e inferior do rio Uruguai que as equipes dos Laboratórios de Arqueologia e de Paleobotânica (CICYTTP- CONICET, UADER, Entre Ríos) estão desenvolvendo em conjunto com pesquisadores da División Mineralogía, Petrología y Sedimentología del Museo de La Plata (FCNyM, UNLP). A partir de pesquisas sistemáticas de campo e análises de laboratório se está gerando conhecimentos sobre os modos de vida dos grupos pré-hispánicos e a evolução
do ambiente durante o Holoceno final. Os resultados obtidos contribuem à caracterização dos padrões de assentamento, das práticas mortuárias, das estratégias de subsistência, da variabilidade tecnológica e dos cenários ambientais vigentes nos últimos 2000 anos.