Fernando M Forattini
Marie-Curie Postdoc on government technology and corruption at Dublin City University. I have a History PhD from PUC-SP and University of Chicago. My passion resides on studying anti-corruption, public policies, and neoliberalism. As a co-founder of Corruption in the Global South Research Consortium (CGS), I am committed to advancing research and understanding of corruption in the global south. My research has taken me all over the world, including a scholarship at the University of Chicago and a co-tutorship at Temple University in 2021, and Lithuania in 2019 at the Transparency International School.
With specializations in anti-corruption from the University of Pennsylvania as well as Data Science from the University of Michigan, amongst others, I have a diverse set of skills and knowledge that I bring to my work.
As an author of three books, and several book chapters, including one book chapter edited by Cambridge Press on Social Sciences about Operation Car-Wash, globalization, and the anti-corruption agenda, my research has been recognized by the most respected universities in the United States.
With over 20 scientific articles published in high-level journals and a regular contributor to "Humanitas Magazine" (Editora Escala with over 300 thousand prints per month), I strive to bring my research and expertise to a wider audience. In addition, I have given interviews to publications such as the Washington Post and have lectured and taught extension courses on corruption and public policies in recognized universities, and the Brazilian Congress.
I was also selected as a researcher at the Economy of Francesco for young leaders (Vatican, 2020), and I was a member of the Otávio Frias Filho Chair (IEA-USP/Folha de S. Paulo, 2022).
In addition to my academic achievements, I am fluent in Portuguese and English and have a good understanding of Spanish and French, with basic notions of German and Latin.
I am excited to connect with others who share my passion. Please feel free to reach out and connect with me!
Phone: +55 15 99809-7225
With specializations in anti-corruption from the University of Pennsylvania as well as Data Science from the University of Michigan, amongst others, I have a diverse set of skills and knowledge that I bring to my work.
As an author of three books, and several book chapters, including one book chapter edited by Cambridge Press on Social Sciences about Operation Car-Wash, globalization, and the anti-corruption agenda, my research has been recognized by the most respected universities in the United States.
With over 20 scientific articles published in high-level journals and a regular contributor to "Humanitas Magazine" (Editora Escala with over 300 thousand prints per month), I strive to bring my research and expertise to a wider audience. In addition, I have given interviews to publications such as the Washington Post and have lectured and taught extension courses on corruption and public policies in recognized universities, and the Brazilian Congress.
I was also selected as a researcher at the Economy of Francesco for young leaders (Vatican, 2020), and I was a member of the Otávio Frias Filho Chair (IEA-USP/Folha de S. Paulo, 2022).
In addition to my academic achievements, I am fluent in Portuguese and English and have a good understanding of Spanish and French, with basic notions of German and Latin.
I am excited to connect with others who share my passion. Please feel free to reach out and connect with me!
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Disponível no site da Editora: https://www.escala.com.br/leituras-da-historia-ed-132-p1294/
americano presentes na invasão do Capitólio por apoiadores de Donald
Trump em 6 de janeiro de 2021 a partir de uma perspectiva durandiana, em que ideologias e representações sociais são tributárias do imaginário. Dito de
outro modo, trata-se de uma análise sobre os modos de expressão que esse
imaginário adquiriu no contexto da invasão do Capitólio e, de maneira mais
ampla, como podemos rastrear o crescimento e formação dessas
representações tanto durante a Era Reagan, quanto no contexto da ascensão
política do nacional populismo nos Estados Unidos nos anos recentes. Será na
durante o período Reagan que se iniciará uma reformulação do cenário
político conservador dos Estados Unidos, com o surgimento do movimento
neoconservador, em que alguns valores tidos como tradicionais serão
colocados como sinais de fraqueza, em oposição ao realce de outros que
indiquem patriotismo e força, sempre correlacionados – mesmo que vindo na
figura de um, suposto, outsider (como Reagan e Trump). Para tanto,
utilizaremos como exemplo as representações de um tipo de personagem
característico da cultura americana, o super-herói, especificamente em dois
personagens originários das histórias em quadrinhos presentes no episódio:
Capitão América e Justiceiro. Esses dois super-heróis são emblemáticos tanto
em relação aos valores reformulados, quanto a questão do renegado e seu
dever para com as leis e instituições, ou com o que creem ser certo; e também
em relação a Reagan e Trump, pois muito do que foi emblemático na invasão
do capitólio, com esses super-heróis frequentemente apropriados pelos
invasores, remetem a essa simbologia reformulada e que hoje revelam ser
elementos tão importantes do imaginário heroico americano em seu caráter
conservador.
Disponível no site da Editora: https://www.escala.com.br/leituras-da-historia-ed-132-p1294/
americano presentes na invasão do Capitólio por apoiadores de Donald
Trump em 6 de janeiro de 2021 a partir de uma perspectiva durandiana, em que ideologias e representações sociais são tributárias do imaginário. Dito de
outro modo, trata-se de uma análise sobre os modos de expressão que esse
imaginário adquiriu no contexto da invasão do Capitólio e, de maneira mais
ampla, como podemos rastrear o crescimento e formação dessas
representações tanto durante a Era Reagan, quanto no contexto da ascensão
política do nacional populismo nos Estados Unidos nos anos recentes. Será na
durante o período Reagan que se iniciará uma reformulação do cenário
político conservador dos Estados Unidos, com o surgimento do movimento
neoconservador, em que alguns valores tidos como tradicionais serão
colocados como sinais de fraqueza, em oposição ao realce de outros que
indiquem patriotismo e força, sempre correlacionados – mesmo que vindo na
figura de um, suposto, outsider (como Reagan e Trump). Para tanto,
utilizaremos como exemplo as representações de um tipo de personagem
característico da cultura americana, o super-herói, especificamente em dois
personagens originários das histórias em quadrinhos presentes no episódio:
Capitão América e Justiceiro. Esses dois super-heróis são emblemáticos tanto
em relação aos valores reformulados, quanto a questão do renegado e seu
dever para com as leis e instituições, ou com o que creem ser certo; e também
em relação a Reagan e Trump, pois muito do que foi emblemático na invasão
do capitólio, com esses super-heróis frequentemente apropriados pelos
invasores, remetem a essa simbologia reformulada e que hoje revelam ser
elementos tão importantes do imaginário heroico americano em seu caráter
conservador.
período pelos setores que apoiaram o golpe, uma “Operação Salva Castelo” que visa perdurar a ideia de que o apoio ao golpe teria sido legítimo e de que houve uma “perda de rumos” ao longo do caminho em que setores radicais haviam tomado o poder e só então teriam ocorrido torturas, corrupção e todos os males advindos deste regime. Quem
apoia esta tese busca não só modificar o passado, como legitimar-se como atores decisivos na condução do presente e futuro do país na arena pública. Discursos como esses permitem, por exemplo, que jornais como O Estado de S. Paulo ou O Globo (dois dos maiores entusiastas do golpe) busquem se retratar pelo apoio ao golpe, mas com restrições, como pedir a compreensão de visavam proteger a democracia e a moralidade.
Pretendemos, com esta pesquisa, desmistificar o governo Castelo Branco (1964-1967) e sua relação com a grande mídia mediante a análise dos editoriais e charges presentes nos jornais O Estado de S. Paulo (OESP) e O Globo (OG), bem como tentar desconstruir a Memória que estes jornais buscam construir hoje do governo Castelo Branco e de sua participação no nele e no golpe. A análise dos discursos jornalísticos – seguindo Michel Foucault em que o discurso é uma representação culturalmente construída pela realidade, inserido num sistema de disputa de poder – deste período nos permitirá problematizar nossas fontes sobre um suposto consenso social destes órgãos da imprensa durante este recorte temporal. Esta pesquisa irá, portanto, estudar esse período como um todo, questionando suas bases jurídicas e abarcando temas como tortura, corrupção, organização política, etc. Para isso, utilizar-se-á os discursos e representações destes jornais como instrumentos para a dissecação destes temas, bem como da própria fonte em si: como lidavam com sua retórica liberal em um governo autoritário; quais foram as trajetórias empreendidas por ambos os jornais em seus apoios e suas críticas; quais as mudanças de posições e seus motivos; e como, sendo a mídia um importante fator na decisão da agenda político-econômica e na formação de opiniões, buscavam influenciar as ações do governo ou de parte da sociedade civil. Assim, esses órgãos da imprensa, dois dos mais importantes e influentes da época, apesar de extremamente diferentes entre si em vários aspectos, serão a base para não só os compreendermos enquanto fonte, mas, também, enquanto participantes dos acontecimentos e como atores sociais, permitindo-nos compreender o próprio período em estudo mais a fundo.
Este volume visa desmistificar o golpe e o governo Castelo Branco e sua relação com a grande mídia. Neste volume analisamos a tentativa de liberalização e o rompimento d’OESP com Castelo; a desesperadora situação econômica; a reorganização partidária; a consolidação da ditadura com a Lei de Imprensa, nova CF e Lei de Segurança Nacional. Como o governo implementou estas ações e como os jornais reagiram a elas.
O intuito final deste livro, que conta com mais de 15 mil páginas de jornais analisadas, é o de desmistificar o governo Castelo Branco (1964-1967) e sua relação com a grande mídia mediante uma profunda análise daquele período e dos jornais O Estado de S. Paulo (OESP) e O Globo (OG), bem como tentar desconstruir a Memória que estes jornais buscam construir hoje daquele governo e de sua participação nele e no golpe. Este livro irá, portanto, estudar esse período como um todo, questionando suas bases jurídicas, muitas das teses historiográficas e abarcando temas como tortura, corrupção, organização política, etc. Para isso, utilizaremos os discursos e representações destes jornais como instrumentos para a dissecação destes temas, bem como dos jornais em si: como lidavam com sua retórica liberal em um governo autoritário; quais foram as trajetórias empreendidas por ambos em seus apoios e suas críticas; quais as mudanças de posições e seus motivos; e como, sendo a mídia um importante fator na decisão da agenda político-econômica e na formação de opiniões, buscavam influenciar as ações do governo ou de parte da sociedade civil. Assim, esses órgãos da imprensa, dois dos mais importantes e influentes da época, apesar de extremamente diferentes entre si, serão a base para não só os compreendermos enquanto fonte, mas, também, enquanto participantes dos acontecimentos e como atores sociais, permitindo-nos compreender o próprio período mais a fundo.
Este volume visa desmistificar o golpe e o governo Castelo Branco e sua relação com a grande mídia. Nele analisamos a tentativa de legitimação do golpe, a caça aos “inimigos” do golpe via o binômio “anticomunismo/anticorrupção”, o apoio ao AI-1 e outros instrumentos repressivos, bem como apoiaram o governo em casos flagrantes de corrupção e tortura.
A batalha discursiva é uma das frentes mais importantes para qualquer forma de governo. Atualmente, com as redes digitais e a proliferação de canais de informação, esta batalha se intensifica a ponto de ser a principal arma política para se influenciar a população. Em 1964, com o golpe civil-militar, a situação era um pouco diferente. Haviam poucos canais que conseguiam chegar a todos e, da grande mídia, somente um deles, o jornal Última Hora, denunciou o 1º de abril como um golpe e não uma revolução. Todos os outros apoiaram a ditadura que se instalava – muitos participaram de sua elaboração. Existiam críticas? Poucas. Mas, normalmente, sua função era legitimar o golpe como um “movimento democrático”, mesmo que a maior parte da população visse fatos contrários (e.g. perseguições, Atos Institucionais que acabavam com a Constituição que os golpistas juravam defender, etc.).
Por outro lado, existiam vozes contrárias e uma das mais fortes delas foi o humor. O brasileiro é, por natureza, um ser afeito ao humor, à piada. O riso possui, em sua gênese, um elemento desconstrutor de mitos e de pretensas hierarquias. O humor será, então, um elemento de resistência a este governo e a estes discursos “legitimadores”. Sua aceitação popular será alta, muitas de suas representações serão englobadas no cotidiano brasileiro, os livros que analisamos, por exemplo, foram campeões de vendas por anos a fio.
Analisaremos, neste livro, quais eram os discursos oficiais do governo e de como a grande mídia buscou legitimá-los. Mas veremos também como o humor irá lutar, numa luta desigual em que os “pequenos” conseguiu impor uma resistência altamente incômoda ao governo ditatorial e às elites que os apoiavam.