Monografia Autismo
Monografia Autismo
Monografia Autismo
OURINHOS-SP
2012
ENTENDENDO O AUTISMO
Orientador:
OURINHOS-SP
2012
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
“A própria religião, com toda sua força cultural, ao colocar o homem como
“imagem semelhança de Deus”, ser perfeito, incultava a ideia da condição
humana como incluindo perfeição física e mental. E não sendo “parecidos
com Deus”, os portadores de deficiência (ou imperfeitos) eram postos à
margem da condição humana”. (MAZZOTTA, p. 16, 2001).
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*Pedagogia destinada aos alunos especiais;
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* primeira obra impressa sobre educação de deficientes da autoria de Jean-Paul Bonet editada na
França em 1620, com titulo Redação das Letras e Artes de Ensinar os Mudos a Falar.
3* primeira instituição especializada na educação de e mudos, fundada pelo abade Charles M, Eppée
em 1770, em Paris, o mesmo inventou o método dos sinais destinado a completar o alfabeto manual.
4 * inventou o chamado oral para ensinar surdos e mudos a ler e a falar, mediante movimentos
normais dos lábios, hoje denominado “leitura labial ou orofacial”, este método vem em oposição a
linguagem de sinais.
5* contribuiu no atendimento aos deficientes da visão, que fundou em Paris o Institute Nactionale des
Jeunes Aveugles (Instituto Nacional dos Jovens Cegos), em 1784. O método aplicado por Haiuy
utilizava letras em relevo para o ensino de cegos.
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“As crianças são diferentes dos adultos e necessitam ser tratadas de modo
diferente; A aprendizagem vem de dentro e é espontânea; a criança deve
estar interessada numa atividade para se sentir motivada; As crianças
utilizam o meio que as cercam para se aperfeiçoar, enquanto os adultos
usam-se a si mesmos para aperfeiçoar seu meio.” (p. 22).
Segundo Mazzota (2001) primeira escola pública para surdos foi nos
Estados Unidos, em 1817 e em 1829 para cegos em Nova York. Já a primeira
escola canadense para meninos cegos, foi fundada em Montreal em 1848. A
primeira escola inteiramente subsidiada pelo Estado foi a Ohio School for the Blind,
fundada em 1897.
O autor destaca que o fato do Estado subsidiar uma escola para deficiente
foi bastante importante, pois despertou a sociedade para a obrigação do Estado com
a educação das pessoas com deficiência.
As pessoas com necessidades especiais mobilizaram-se nos Estados
Unidos, por volta de 1940, através de um anúncio no Times, de Nova York, pelo pai
de uma criança com paralisia cerebral, no sentido de se organizarem para levantar
fundos para fundar centros de tratamento e para pesquisa, mobilizando as
organizações governamentais para uma nova legislação que proporcionasse
recursos para pesquisa, treinamento profissional e tratamento.
Por volta de 1950, os pais e crianças com desenvolvimento mental
começaram a se organizar com o objetivo de incluir tais crianças nas escolas
publicas primarias e se organizam na National Association for Retarded Children
(NARC), esta por sua vez exerceu grande influência em vários países, tendo sido
inspiradora da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAEs) no Brasil.
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Decreto nº 93.613, de 21 de novembro de 1986. Legislação Federal, 1986, PP. 1163-4.
7 Lei nº 8.490, de 19 de novembro de 1992. Diario Oficial da União. 19/11/1992, ano XXXX, nº 222,
pp. 16.061-4
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dessa meta, existe o Fundo Voluntário das Nações Unidas sobre Deficiência,
aprovado pela Assembleia Geral por meio da Resolução 40/91.
Na vida educacional, o que vai mudar daqui para frente é o paradigma pelo
qual deverá ser vista a inserção escolar de pessoas com deficiência nos níveis pré-
escolar, infantil, fundamental, médio e superior. Esse paradigma é o da inclusão
social – as escolas (tanto comuns como as especiais) precisam ser reestruturadas
para acolherem todo o espectro da diversidade humana representada pelo alunado
em potencial, ou seja, pessoas com deficiências físicas, mentais, sensoriais ou
múltiplas e com qualquer grau de severidade dessas deficiências, pessoas sem
deficiência e pessoas com outras características atípicas.
“É o sistema educacional adaptando-se às necessidades de seus alunos (escolas
inclusivas), mas do que os alunos adaptando-se ao sistema educacional (escolas
integradas)”. (SASSAKI, 1997, p. 25).
Segundo Stainback (1999) em sentido mais amplo, o ensino inclusivo é a
prática da inclusão societária de todo e qualquer ser humano – independente de seu
talento, deficiência, inserção social de classe e de cultura – em escolas e salas de
aula provedoras, onde todas as necessidades dos alunos sejam satisfeitas.
Mas nem sempre foi essa a visão proposta. A sociedade, ao longo dos
tempos, olhou para os deficientes de maneira diferenciada, propondo atitudes e
ações em relações a eles que sofreram mudanças e redirecionamentos. Ao se
pensa na sociedade moderna veremos que se começou praticando a exclusão social
de pessoas que – por condições atípicas – não se julgava pertencer à maioria, isto
é, à normalidade; em seguida processou-se ao atendimento segregado de tais
pessoas dentro de instituições e, mais recentemente, passando-se pela proposta de
integração social adotou-se a filosofia da inclusão social visando modificar os
sistemas socioculturais vigentes (SASSAKI, 1997, p. 27).
2 O AUTISMO
manifestaria nos primeiros anos de vida, frequentemente associado com algum grau
de retardo mental.
Já a CID-10 (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2000, p.367)
apresenta este grupo como transtornos globais do desenvolvimento (TGD)
caracterizados por “alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e
modalidades de comunicação e por um repertório de interesses e atividades restrito,
estereotipado e repetitivo”. As categorias incluídas são: autismo infantil, autismo
atípico, síndrome de Rett, síndrome de Asperger, outro transtorno desintegrativo da
infância e transtorno com hipercinesia associado a retardo mental e a movimentos
estereotipados.
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Grandin (1999) relata que se sentia isolada e só, que não sabia se iria
encontrar alguém para amar. Em razão da complexidade que sentia ser os
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[...] o autismo tem sido notório em vinte crianças a cada dez mil nascidos,
número que vem crescendo nos últimos anos, em razão de maiores estudos
e divulgações sobre a síndrome que atinge indivíduos de todos os países do
mundo, não se restringindo a raça, etnia ou grupo social.