Neste texto propomos possibilidades de inserir as literaturas Macuxi no ensino de língua e cultur... more Neste texto propomos possibilidades de inserir as literaturas Macuxi no ensino de língua e cultura Macuxi nas comunidades indígenas em Roraima. O Boto é um /personagem bastante conhecido entre os povos indígenas em Roraima, no Norte, na Amazônia e no Brasil. A partir de nossas vivências nas comunidades indígenas, da língua Macuxi falada e das histórias contadas, principalmente por mulheres indígenas consideradas guardiãs dos saberes ancestrais, apresentamos aqui propostas de atividades para o ensino de língua Macuxi a partir deste tema.
Indigenous Lands represent one of the most preserved territories in Brazil, playing an essential ... more Indigenous Lands represent one of the most preserved territories in Brazil, playing an essential role in the conservation of the Amazon. It is argued that one of the important links between Wapishana Indigenous people and nature is their language. The language carries a history of experiences and understandings with names of animals and plants that are not known in the Portuguese language, neither are the classifications of species and families in the Latin taxonomy. This means that these species and Indigenous knowledge about them continue to live on because they are important to the Wapishana people, and the relationship between them is unique. The management of plants has been passed on from generation to generation in the Wapishana language. Language is also an ecological container, a memory of nature as it was for hundreds of years, and even names of animals that no longer exist, are told and revived in the Wapishana language. Serra da Lua region, located in the municipalities Canta and Bonfim, Roraima, Brazil, is a territorial reference for the Wapishana people, because it has a high concentration of Wapishana speakers. The nine Indigenous Lands in Serra da Lua region with a total of (32,20) 3245 Km2, are mostly demarcated as ‘islands’, it means they are not demarcated continuously, but are surrounded by farms. As this is mostly a savanna area, forest resources are limited, restricted mostly to areas of forest vegetation interspersed in the savannas. The Indigenous population is 8,809, mostly of Wapishana ethnicity, but also Makushi and Atoraiu people. This paper aims to consider and link the particularities and the uniqueness of an autochthonous population with Amazonian biodiversity and the management and classifications of plants and animals linguistically developed for centuries in Wapishana culture.
Os/as Curupiras vão te pegar neste texto que busca divulgar essas múltiplas possibilidades de nar... more Os/as Curupiras vão te pegar neste texto que busca divulgar essas múltiplas possibilidades de narrar e de existir. É uma análise que pretende contribuir para decolonizar os estudos de literatura e a desconstruir estereótipos atribuídos aos seres encantados indígenas. Há enfoque ecológico, a partir das ideias de Krenak (2019), na direção de ressaltar o poder regulador do Curupira como ser protetor da floresta e da vida. Inventaria denominações, capacidades de ação, de interpretação e de comparação entre obras de autoria indígena Apurinã, Tenentehara, Kambeba, Huni Kuĩ, Maraguá e Ticuna. Essas versões foram ouvidas pelos autores, por companheiros de pesquisa, conhecidas através de entrevistas ou de livros publicados por autores indígenas. Os textos de autoria não indígena mencionados aparecem apenas como contraponto, na direção de evidenciar algumas das diferentes formas de apropriação e transformação dessas literaturas.
As plantas alimentícias não convencionais (PANC) têm uma ou mais categorias de uso alimentício e ... more As plantas alimentícias não convencionais (PANC) têm uma ou mais categorias de uso alimentício e não fazem parte do dia a dia da maioria da população. Essas plantas têm uma importância em nível planetário, já que a alimentação básica global é cada vez mais homogênea, monótona e globalizada. Apesar de serem “não convencionais” para a maioria das pessoas, muitas PANC são familiares e importantes para as populações tradicionais, especialmente para a sua segurança alimentar. No caso das comunidades indígenas, a relação com a terra faz parte da segurança alimentar. Entretanto, os padrões de produção e de consumo de alimentos que hoje prevalecem em algumas comunidades indígenas não são muito bons porque são artificiais. O objetivo deste trabalho foi contribuir para a segurança alimentar por meio da valorização dos alimentos tradicionais e das PANC na comunidade indígena Pium, região Serra da Lua, Roraima. Foi feita uma descrição da percepção de moradoras da comunidade sobre a alimentação ...
As plantas alimentícias não convencionais (PANC) têm uma ou mais categorias de uso alimentício e ... more As plantas alimentícias não convencionais (PANC) têm uma ou mais categorias de uso alimentício e não fazem parte do dia a dia da maioria da população. Essas plantas têm uma importância em nível planetário, já que a alimentação básica global é cada vez mais homogênea, monótona e globalizada. Apesar de serem “não convencionais” para a maioria das pessoas, muitas PANC são familiares e importantes para as populações tradicionais, especialmente para a sua segurança alimentar. No caso das comunidades indígenas, a relação com a terra faz parte da segurança alimentar. Entretanto, os padrões de produção e de consumo de alimentos que hoje prevalecem em algumas comunidades indígenas não são muito bons porque são artificiais. O objetivo deste trabalho foi contribuir para a segurança alimentar por meio da valorização dos alimentos tradicionais e das PANC na comunidade indígena Pium, região Serra da Lua, Roraima. Foi feita uma descrição da percepção de moradoras da comunidade sobre a alimentação no passado e presente; também foi realizado um levantamento de PANC cultivadas por elas; e foi desenvolvida uma experiência de plantio diversificado orgânico, em parceria com a escola. A descrição das PANC e seu uso foram feitas também na língua Wapichana, que é cooficializada no município de Bonfim, onde foi realizado o estudo. É importante continuar uma análise sobre alimentação saudável, para estimular a população a plantar mais PANC e também continuar plantando as plantas tradicionais nas suas roças, hortas, quintais, visando à segurança alimentar e à conservação da cultura.
A pesquisa é um estudo de caso cujo tema é o Teatro Ecológico, e se problematiza da seguinte form... more A pesquisa é um estudo de caso cujo tema é o Teatro Ecológico, e se problematiza da seguinte forma: pode o Teatro ser ecológico? Partir das narrativas de Curupira para vivenciar os experimentos cênicos, contribui nesse sentido? Para que se evidencie o caráter ecológico do Teatro a partir das narrativas de Curupira, a metodologia usada será revisão bibliográfica, seguida de jogos teatrais e dramatização das narrativas de Curupira. Essas histórias dos saberes indígenas e populares, colhidas com os jovens do ensino médio, que durante o experimento cênico, além das inferências anotadas, responderão a dois questionários, um antes e outro depois das práticas. Esses servirão de baliza para a análise dos dados. O ambiente da pesquisa será a Escola Estadual Barão de Boca do Acre, no município de Boca do Acre – Amazonas.
Sob a perspectiva dos estudos culturais e pós-coloniais analisamos o romance Palácio do Pavão do ... more Sob a perspectiva dos estudos culturais e pós-coloniais analisamos o romance Palácio do Pavão do escritor guianense Wilson Harris. O artigo começa pelas discussões teóricas acerca da identidade na perspectiva dos estudos culturais e de análise de obras literárias a partir das teorias do pós-colonial. Ainda na parte da fundamentação teórica apresentamos as características do gênero romance. Para contextualização abordamos aspectos da biografia do escritor Wilson Harris, do espaço da Guiana Inglesa no qual a narrativa da obra se desenrola e a própria obra Palácio do Pavão. O romance é analisado, principalmente em relação a alguns aspectos dos personagens, evidenciando como o autor constrói suas identidades culturais de forma fragmentada. Identificamos características do romance moderno marcadas na obra sobretudo na forma de contradições vividas pelo herói. O artigo é um resultado parcial da pesquisa de mestrado em andamento na qual pretendemos fazer ainda uma análise mais aprofundada.
Esse artigo pretende pensar possibilidades de construir exposições/museus de modo coletivo, físi... more Esse artigo pretende pensar possibilidades de construir exposições/museus de modo coletivo, físico e/ou digital com povos indígenas. Quer refletir acerca de quais objetos expor, como fazê-los circular, em quais espaços e como trabalhar educação patrimonial intercultural. O texto se inspira nas discussões realizadas no simpósio organizado no âmbito do Projeto "Compartilhar Conhecimentos" – Simpósio Humboldt, que aconteceu de 11 a 13 de outubro de 2018 em Berlim, Alemanha e em nossas experiências de pesquisa com história oral na Região Serra da Lua- RR. As Mesas Redondas do simpósio foram compostas a partir de experiências, reflexões e troca de conhecimentos entre participantes indígenas e outros especialistas da área de museus. Os idiomas de comunicação foram o espanhol e o português, com algumas falas nas línguas: Arhuaco, Kotiria, Ye"™kwana e Kamarakoto. Na Região Serra da Lua trabalhamos nesse artigo apenas as entrevistas em língua Wapichana sobre objetos dese...
Este estudo tem por interesse compreender a Formação Superior Indígena Multicultural em como este... more Este estudo tem por interesse compreender a Formação Superior Indígena Multicultural em como este contexto resguarda uma nova demanda atual: a necessidade que o Instituto de Formação Superior Indígena em Roraima – INSIKIRAN, presente na Universidade Federal de Roraima – UFRR, observe a viabilidade de um Curso de Formação Superior em Língua Macuxi a Distância. Visando cumprir esse propósito, baseado em modelo bibliográfico-qualitativo de pesquisa, a abordagem do tema de fundamentou em publicações textos, teses, artigos e dissertações que favorecessem uma melhor compreensão sobre essa realidade. À medida que o tema fora mais bem discutido, se pôde obter uma melhor visão e conhecimento sobre a Formação Superior Indígena Multicultural. Palavras-chave: Formação Superior. Multiculturalismo. Línguas Indígenas.
Os povos indigenas de Roraima realizam desde 2012 as Feiras de Sementes no Centro Indigena de For... more Os povos indigenas de Roraima realizam desde 2012 as Feiras de Sementes no Centro Indigena de Formacao e Cultura Raposa Serra do Sol (CIFCRSS), atraves de uma parceria do Conselho Indigena de Roraima (CIR) com a Iniciativa Wazaka’ye/Instituto Nacional de Pesquisas da Amazonia (INPA) e outras instituicoes. A feira teve sua quarta edicao em 2016 continuando a troca de sementes, de conhecimentos a elas associados, gerados pelas relacoes com essas sementes e com a feira. A partir do historico das feiras aprofundaremos alguns temas como a origem das sementes, sua preservacao, as plantas que sao usadas em processos de cura e suas relacoes com as culturas indigenas. Na primeira edicao da feira a artesa Iolanda Fidelis levou suas panelas de barro para expor e vender. Uns perguntavam: - o que isso tem relacao com a feira de sementes? Tem a terra, o barro,que sao elementos importantes para as sementes germinarem, alem das panelas serem usadas no cozimento dos alimentos que vem das sementes, o...
O texto tem a finalidade de discutir questoes referentes a producao poetica e intelectual divulga... more O texto tem a finalidade de discutir questoes referentes a producao poetica e intelectual divulgada pela literatura indigena, em dialogo com as obras dos escritores (as) Graca Grauna, Daniel Munduruku e Eliane Potiguara. O conceito de entrelugar de Homi Bhabha fundamenta a discussao acerca das identidades e dos trânsitos comunidade/cidade, passado/presente. Aborda a necessidade de produzir livros nas linguas indigenas para que o processo de letramento aconteca nessas linguas nas escolas das comunidades. A metodologia e os referenciais teoricos utilizados sao do campo da narrativa, memoria, historia oral, educacao indigena e identidade cultural. O texto relata um pouco da experiencia realizada com os indigenas Wapichaha em Roraima com producoes literarias coletivas nessa lingua indigena e aborda os exercicios de traducao do material documentado pelo beneditino Dom Mauro Wirth por esses mesmos professores bilingues da Regiao Serra da Lua. Reflete acerca do nosso papel enquanto profess...
O artigo e o resultado parcial de uma pesquisa que tem buscado biografar vidas de indigenas Wapic... more O artigo e o resultado parcial de uma pesquisa que tem buscado biografar vidas de indigenas Wapichana da fronteira entre o Brasil e a Republica Cooperativa da Guiana- Regiao Amazonica. As narrativas sobre o Kanaime sao recorrentes nessa regiao e fazem parte da biografia do indigena Wapichana entrevistado. Usamos a metodologia da historia oral e assim essa biografia, aspraticas do Kanaime e as narrativas relacionadas a sua origem e morte sao vetores para discussoes teoricas sobre a figura do narrador e como suas experiencias e narrativas orais permanecem na memoria, fazendo parte da vida e da identidade cultural dos Wapichana e de outros povos indigenas que vivem entre o Brasil e a Guiana Inglesa.
Indigenous Lands represent one of the most preserved territories in Brazil, playing an essential ... more Indigenous Lands represent one of the most preserved territories in Brazil, playing an essential role in the conservation of the Amazon. It is argued that one of the important links between Wapishana Indigenous people and nature is their language. The language carries a history of experiences and understandings with names of animals and plants that are not known in the Portuguese language, neither are the classifications of species and families in the Latin taxonomy. This means that these species and Indigenous knowledge about them continue to live on because they are important to the Wapishana people, and the relationship between them is unique. The management of plants has been passed on from generation to generation in the Wapishana language. Language is also an ecological container, a memory of nature as it was for hundreds of years, and even names of animals that no longer exist, are told and revived in the Wapishana language. Serra da Lua region, located in the municipalities ...
Este artigo trata da producao de livros digitais (e-books) como ferramenta de apoio no ensino e d... more Este artigo trata da producao de livros digitais (e-books) como ferramenta de apoio no ensino e divulgacao da lingua indigena Wapichana, um povo que desde a decada de 90, atraves da organizacao dos professores indigenas de Roraima vem procurando e produzindo meios de preservar e ensinar seu idioma. Essas iniciativas complementadas com a producao de e-books podem ser consideradas como acoes de incentivo ao uso do multilinguismo no ciberespaco, atendendo as recomendacoes de comunicacao e informacao da UNESCO. Este trabalho tambem apresenta os conceitos de e-books e seus principais formatos de publicacao. O e-book resultante desse trabalho, denominado Watuminhap Wapichan da’y! ‘Vamos Aprender Wapichana’, foi organizado a partir do texto base que acompanhou as licoes de lingua Wapichana transmitidas pela Radio FM Monte Roraima, no ano de 2005. Este e-book possui dialogos escritos em Wapichana com traducao para o portugues, e audios em Wapichana que foram gravados por professores indigen...
Neste texto propomos possibilidades de inserir as literaturas Macuxi no ensino de língua e cultur... more Neste texto propomos possibilidades de inserir as literaturas Macuxi no ensino de língua e cultura Macuxi nas comunidades indígenas em Roraima. O Boto é um /personagem bastante conhecido entre os povos indígenas em Roraima, no Norte, na Amazônia e no Brasil. A partir de nossas vivências nas comunidades indígenas, da língua Macuxi falada e das histórias contadas, principalmente por mulheres indígenas consideradas guardiãs dos saberes ancestrais, apresentamos aqui propostas de atividades para o ensino de língua Macuxi a partir deste tema.
Indigenous Lands represent one of the most preserved territories in Brazil, playing an essential ... more Indigenous Lands represent one of the most preserved territories in Brazil, playing an essential role in the conservation of the Amazon. It is argued that one of the important links between Wapishana Indigenous people and nature is their language. The language carries a history of experiences and understandings with names of animals and plants that are not known in the Portuguese language, neither are the classifications of species and families in the Latin taxonomy. This means that these species and Indigenous knowledge about them continue to live on because they are important to the Wapishana people, and the relationship between them is unique. The management of plants has been passed on from generation to generation in the Wapishana language. Language is also an ecological container, a memory of nature as it was for hundreds of years, and even names of animals that no longer exist, are told and revived in the Wapishana language. Serra da Lua region, located in the municipalities Canta and Bonfim, Roraima, Brazil, is a territorial reference for the Wapishana people, because it has a high concentration of Wapishana speakers. The nine Indigenous Lands in Serra da Lua region with a total of (32,20) 3245 Km2, are mostly demarcated as ‘islands’, it means they are not demarcated continuously, but are surrounded by farms. As this is mostly a savanna area, forest resources are limited, restricted mostly to areas of forest vegetation interspersed in the savannas. The Indigenous population is 8,809, mostly of Wapishana ethnicity, but also Makushi and Atoraiu people. This paper aims to consider and link the particularities and the uniqueness of an autochthonous population with Amazonian biodiversity and the management and classifications of plants and animals linguistically developed for centuries in Wapishana culture.
Os/as Curupiras vão te pegar neste texto que busca divulgar essas múltiplas possibilidades de nar... more Os/as Curupiras vão te pegar neste texto que busca divulgar essas múltiplas possibilidades de narrar e de existir. É uma análise que pretende contribuir para decolonizar os estudos de literatura e a desconstruir estereótipos atribuídos aos seres encantados indígenas. Há enfoque ecológico, a partir das ideias de Krenak (2019), na direção de ressaltar o poder regulador do Curupira como ser protetor da floresta e da vida. Inventaria denominações, capacidades de ação, de interpretação e de comparação entre obras de autoria indígena Apurinã, Tenentehara, Kambeba, Huni Kuĩ, Maraguá e Ticuna. Essas versões foram ouvidas pelos autores, por companheiros de pesquisa, conhecidas através de entrevistas ou de livros publicados por autores indígenas. Os textos de autoria não indígena mencionados aparecem apenas como contraponto, na direção de evidenciar algumas das diferentes formas de apropriação e transformação dessas literaturas.
As plantas alimentícias não convencionais (PANC) têm uma ou mais categorias de uso alimentício e ... more As plantas alimentícias não convencionais (PANC) têm uma ou mais categorias de uso alimentício e não fazem parte do dia a dia da maioria da população. Essas plantas têm uma importância em nível planetário, já que a alimentação básica global é cada vez mais homogênea, monótona e globalizada. Apesar de serem “não convencionais” para a maioria das pessoas, muitas PANC são familiares e importantes para as populações tradicionais, especialmente para a sua segurança alimentar. No caso das comunidades indígenas, a relação com a terra faz parte da segurança alimentar. Entretanto, os padrões de produção e de consumo de alimentos que hoje prevalecem em algumas comunidades indígenas não são muito bons porque são artificiais. O objetivo deste trabalho foi contribuir para a segurança alimentar por meio da valorização dos alimentos tradicionais e das PANC na comunidade indígena Pium, região Serra da Lua, Roraima. Foi feita uma descrição da percepção de moradoras da comunidade sobre a alimentação ...
As plantas alimentícias não convencionais (PANC) têm uma ou mais categorias de uso alimentício e ... more As plantas alimentícias não convencionais (PANC) têm uma ou mais categorias de uso alimentício e não fazem parte do dia a dia da maioria da população. Essas plantas têm uma importância em nível planetário, já que a alimentação básica global é cada vez mais homogênea, monótona e globalizada. Apesar de serem “não convencionais” para a maioria das pessoas, muitas PANC são familiares e importantes para as populações tradicionais, especialmente para a sua segurança alimentar. No caso das comunidades indígenas, a relação com a terra faz parte da segurança alimentar. Entretanto, os padrões de produção e de consumo de alimentos que hoje prevalecem em algumas comunidades indígenas não são muito bons porque são artificiais. O objetivo deste trabalho foi contribuir para a segurança alimentar por meio da valorização dos alimentos tradicionais e das PANC na comunidade indígena Pium, região Serra da Lua, Roraima. Foi feita uma descrição da percepção de moradoras da comunidade sobre a alimentação no passado e presente; também foi realizado um levantamento de PANC cultivadas por elas; e foi desenvolvida uma experiência de plantio diversificado orgânico, em parceria com a escola. A descrição das PANC e seu uso foram feitas também na língua Wapichana, que é cooficializada no município de Bonfim, onde foi realizado o estudo. É importante continuar uma análise sobre alimentação saudável, para estimular a população a plantar mais PANC e também continuar plantando as plantas tradicionais nas suas roças, hortas, quintais, visando à segurança alimentar e à conservação da cultura.
A pesquisa é um estudo de caso cujo tema é o Teatro Ecológico, e se problematiza da seguinte form... more A pesquisa é um estudo de caso cujo tema é o Teatro Ecológico, e se problematiza da seguinte forma: pode o Teatro ser ecológico? Partir das narrativas de Curupira para vivenciar os experimentos cênicos, contribui nesse sentido? Para que se evidencie o caráter ecológico do Teatro a partir das narrativas de Curupira, a metodologia usada será revisão bibliográfica, seguida de jogos teatrais e dramatização das narrativas de Curupira. Essas histórias dos saberes indígenas e populares, colhidas com os jovens do ensino médio, que durante o experimento cênico, além das inferências anotadas, responderão a dois questionários, um antes e outro depois das práticas. Esses servirão de baliza para a análise dos dados. O ambiente da pesquisa será a Escola Estadual Barão de Boca do Acre, no município de Boca do Acre – Amazonas.
Sob a perspectiva dos estudos culturais e pós-coloniais analisamos o romance Palácio do Pavão do ... more Sob a perspectiva dos estudos culturais e pós-coloniais analisamos o romance Palácio do Pavão do escritor guianense Wilson Harris. O artigo começa pelas discussões teóricas acerca da identidade na perspectiva dos estudos culturais e de análise de obras literárias a partir das teorias do pós-colonial. Ainda na parte da fundamentação teórica apresentamos as características do gênero romance. Para contextualização abordamos aspectos da biografia do escritor Wilson Harris, do espaço da Guiana Inglesa no qual a narrativa da obra se desenrola e a própria obra Palácio do Pavão. O romance é analisado, principalmente em relação a alguns aspectos dos personagens, evidenciando como o autor constrói suas identidades culturais de forma fragmentada. Identificamos características do romance moderno marcadas na obra sobretudo na forma de contradições vividas pelo herói. O artigo é um resultado parcial da pesquisa de mestrado em andamento na qual pretendemos fazer ainda uma análise mais aprofundada.
Esse artigo pretende pensar possibilidades de construir exposições/museus de modo coletivo, físi... more Esse artigo pretende pensar possibilidades de construir exposições/museus de modo coletivo, físico e/ou digital com povos indígenas. Quer refletir acerca de quais objetos expor, como fazê-los circular, em quais espaços e como trabalhar educação patrimonial intercultural. O texto se inspira nas discussões realizadas no simpósio organizado no âmbito do Projeto "Compartilhar Conhecimentos" – Simpósio Humboldt, que aconteceu de 11 a 13 de outubro de 2018 em Berlim, Alemanha e em nossas experiências de pesquisa com história oral na Região Serra da Lua- RR. As Mesas Redondas do simpósio foram compostas a partir de experiências, reflexões e troca de conhecimentos entre participantes indígenas e outros especialistas da área de museus. Os idiomas de comunicação foram o espanhol e o português, com algumas falas nas línguas: Arhuaco, Kotiria, Ye"™kwana e Kamarakoto. Na Região Serra da Lua trabalhamos nesse artigo apenas as entrevistas em língua Wapichana sobre objetos dese...
Este estudo tem por interesse compreender a Formação Superior Indígena Multicultural em como este... more Este estudo tem por interesse compreender a Formação Superior Indígena Multicultural em como este contexto resguarda uma nova demanda atual: a necessidade que o Instituto de Formação Superior Indígena em Roraima – INSIKIRAN, presente na Universidade Federal de Roraima – UFRR, observe a viabilidade de um Curso de Formação Superior em Língua Macuxi a Distância. Visando cumprir esse propósito, baseado em modelo bibliográfico-qualitativo de pesquisa, a abordagem do tema de fundamentou em publicações textos, teses, artigos e dissertações que favorecessem uma melhor compreensão sobre essa realidade. À medida que o tema fora mais bem discutido, se pôde obter uma melhor visão e conhecimento sobre a Formação Superior Indígena Multicultural. Palavras-chave: Formação Superior. Multiculturalismo. Línguas Indígenas.
Os povos indigenas de Roraima realizam desde 2012 as Feiras de Sementes no Centro Indigena de For... more Os povos indigenas de Roraima realizam desde 2012 as Feiras de Sementes no Centro Indigena de Formacao e Cultura Raposa Serra do Sol (CIFCRSS), atraves de uma parceria do Conselho Indigena de Roraima (CIR) com a Iniciativa Wazaka’ye/Instituto Nacional de Pesquisas da Amazonia (INPA) e outras instituicoes. A feira teve sua quarta edicao em 2016 continuando a troca de sementes, de conhecimentos a elas associados, gerados pelas relacoes com essas sementes e com a feira. A partir do historico das feiras aprofundaremos alguns temas como a origem das sementes, sua preservacao, as plantas que sao usadas em processos de cura e suas relacoes com as culturas indigenas. Na primeira edicao da feira a artesa Iolanda Fidelis levou suas panelas de barro para expor e vender. Uns perguntavam: - o que isso tem relacao com a feira de sementes? Tem a terra, o barro,que sao elementos importantes para as sementes germinarem, alem das panelas serem usadas no cozimento dos alimentos que vem das sementes, o...
O texto tem a finalidade de discutir questoes referentes a producao poetica e intelectual divulga... more O texto tem a finalidade de discutir questoes referentes a producao poetica e intelectual divulgada pela literatura indigena, em dialogo com as obras dos escritores (as) Graca Grauna, Daniel Munduruku e Eliane Potiguara. O conceito de entrelugar de Homi Bhabha fundamenta a discussao acerca das identidades e dos trânsitos comunidade/cidade, passado/presente. Aborda a necessidade de produzir livros nas linguas indigenas para que o processo de letramento aconteca nessas linguas nas escolas das comunidades. A metodologia e os referenciais teoricos utilizados sao do campo da narrativa, memoria, historia oral, educacao indigena e identidade cultural. O texto relata um pouco da experiencia realizada com os indigenas Wapichaha em Roraima com producoes literarias coletivas nessa lingua indigena e aborda os exercicios de traducao do material documentado pelo beneditino Dom Mauro Wirth por esses mesmos professores bilingues da Regiao Serra da Lua. Reflete acerca do nosso papel enquanto profess...
O artigo e o resultado parcial de uma pesquisa que tem buscado biografar vidas de indigenas Wapic... more O artigo e o resultado parcial de uma pesquisa que tem buscado biografar vidas de indigenas Wapichana da fronteira entre o Brasil e a Republica Cooperativa da Guiana- Regiao Amazonica. As narrativas sobre o Kanaime sao recorrentes nessa regiao e fazem parte da biografia do indigena Wapichana entrevistado. Usamos a metodologia da historia oral e assim essa biografia, aspraticas do Kanaime e as narrativas relacionadas a sua origem e morte sao vetores para discussoes teoricas sobre a figura do narrador e como suas experiencias e narrativas orais permanecem na memoria, fazendo parte da vida e da identidade cultural dos Wapichana e de outros povos indigenas que vivem entre o Brasil e a Guiana Inglesa.
Indigenous Lands represent one of the most preserved territories in Brazil, playing an essential ... more Indigenous Lands represent one of the most preserved territories in Brazil, playing an essential role in the conservation of the Amazon. It is argued that one of the important links between Wapishana Indigenous people and nature is their language. The language carries a history of experiences and understandings with names of animals and plants that are not known in the Portuguese language, neither are the classifications of species and families in the Latin taxonomy. This means that these species and Indigenous knowledge about them continue to live on because they are important to the Wapishana people, and the relationship between them is unique. The management of plants has been passed on from generation to generation in the Wapishana language. Language is also an ecological container, a memory of nature as it was for hundreds of years, and even names of animals that no longer exist, are told and revived in the Wapishana language. Serra da Lua region, located in the municipalities ...
Este artigo trata da producao de livros digitais (e-books) como ferramenta de apoio no ensino e d... more Este artigo trata da producao de livros digitais (e-books) como ferramenta de apoio no ensino e divulgacao da lingua indigena Wapichana, um povo que desde a decada de 90, atraves da organizacao dos professores indigenas de Roraima vem procurando e produzindo meios de preservar e ensinar seu idioma. Essas iniciativas complementadas com a producao de e-books podem ser consideradas como acoes de incentivo ao uso do multilinguismo no ciberespaco, atendendo as recomendacoes de comunicacao e informacao da UNESCO. Este trabalho tambem apresenta os conceitos de e-books e seus principais formatos de publicacao. O e-book resultante desse trabalho, denominado Watuminhap Wapichan da’y! ‘Vamos Aprender Wapichana’, foi organizado a partir do texto base que acompanhou as licoes de lingua Wapichana transmitidas pela Radio FM Monte Roraima, no ano de 2005. Este e-book possui dialogos escritos em Wapichana com traducao para o portugues, e audios em Wapichana que foram gravados por professores indigen...
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