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O depósito de Pb-Zn de Morro Agudo (galena, esfalerita e pirita, além de barita) consiste de corpos estratiformes 17,6 Mt de minério, com 5,14% de Zn e 1,53% de Pb, e ocorre em rochas carbonatadas (dolarenitos e brechas carbonáticas) do... more
O depósito de Pb-Zn de Morro Agudo (galena, esfalerita e pirita, além de barita) consiste de corpos estratiformes 17,6 Mt de minério, com 5,14% de Zn e 1,53% de Pb, e ocorre em rochas carbonatadas (dolarenitos e brechas carbonáticas) do Grupo Vazante, de idade mesoproterozoica. Localizados no lado continental de um bioherma estromatolítico, os corpos são limitados por uma extensa falha normal N15-20ºW subvertical, com rejeito vertical de 35 m. A mineralização sulfetada de Zn-Pb ocorreu de forma gradativa, ou seja, houve uma evolução do sistema hidrotermal, dividida em trabalho anterior em três fases principais: na primeira etapa houve uma substituição da matriz das brechas por calcedônia, esfalerita fina e outros sulfetos, originando os dolarenitos mineralizados, tal substituição está ligada à interação com fluidos hidrotermais, aparentemente controlada pela porosidade, maior nos dolarenitos que nas brechas, cuja porosidade teria sido diminuída pela cimentação esparítica diagenética; um segundo estágio da mineralização hidrotermal, de natureza epigenética, consiste no preenchimento de espaços abertos em veios nas brechas e dolarenitos por dolomita esparítica, quartzo e calcedônia, seguidos por marcassita, pirita, esfalerita e galena; já no terceiro e último estágio houve formação de veios e vênulas tardias com sulfetos que cortam os veios do segundo episódio e relacionam-se a microfraturas e episódios de cataclase além da formação de barita, fluorita e hidrocarbonetos sólidos (betume),associação esta comum em outros depósitos MVT-Mississippi Valley Type. Apesar do depósito de Morro Agudo apresentar várias características de depósitos dos tipos SEDEX ou IRISH, propõe-se, a partir do levantamento e análise dos dados geoquímicos e estruturais obtidos em bibliografia, seu enquadramento no modelo Mississippi Valley. Os métodos gravimétricos e elétricos não apresentaram boa resposta para classificar o depósito. Estudos anteriores de inclusões fluidas das esfaleritas do depósito mostram um decaimento da temperatura (155 a 280°C) e salinidade do fluido (13.94% peso eq. NaCl), o que evidencia uma distribuição em zona da temperatura em relação à zona da falha principal. Esses dados poderiam encaixar Morro Agudo no depósito do tipo IRISH, porém alguns modelos de depósitos de MVT também apresentam valores semelhantes. As razões isotópicas de enxofre (δ 34 S entre-8,7 a 40%o), oxigênio (δ 18 O entre +18,28‰ e +15,96‰) e carbono (δ 13 C entre +0,13‰ e +0,67‰), e seu equilíbrio com dolomita hidrotermal (indicativo de fluidos bacinais), também diminuem à medida que se afasta da falha principal, demonstrando um controle estrutural em domínio rúptil na formação do depósito, característica tanto do modelo IRISH quanto MVT. Outra característica do modelo MVT é que, no Mesoproterozoico, a topografia e a gravidade teriam sido parcialmente responsáveis pela migração do fluido hidrotermal nas porções mais superficiais. Por fim, a associação mineralógica do depósito de Morro Agudo condiz com um depósito MVT: esfalerita, galena, marcassita, pirita, dolomita esparítica, quartzo com barita, fluorita e betume associados. Os valores isotópicos elevados de enxofre são atribuídos a um componente do enxofre hidrotermal, que já foi encontrado nos três tipos de depósitos, porém a isotopia de carbono e oxigênio se encaixa mais apropriadamente no modelo MVT.
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