Papers by Flavio Zimmermann
Richard Popkin in his “The History of Scepticism from Erasmus to Spinoza”, chapter VII, presents ... more Richard Popkin in his “The History of Scepticism from Erasmus to Spinoza”, chapter VII, presents the tendency of modern philosophers to reject the pyrrhonic scepticism, since it is dangerous to science, and the extreme dogmatism, due to its dubiousness. According to Popkin, the solution for these philosophers was to recommend a mitigated or constructive scepticism, which became respectable only with David Hume. Popkin conceives this kind of scepticism “[...] a theory that could accept the full force of the sceptical attack on the possibility of human knowledge, in the sense of necessary truths about the nature of reality, and yet allow for the possibility of knowledge in a lesser sense, as convincing or probable thuths about appearences” (Popkin, 14, p. 211). This paper shows that besides Hume the philosophers Pierre-Daniel Huet and Simon Foucher can be counted among the members of this philosophic school, that we call academic scepticism.Richard Popkin, no capítulo VII de sua “Hist...
Revista Ética e Filosofia Política, 2014
Cadernos Espinosanos, 2008
Richard Popkin, no capítulo VII de sua “História do ceticismo de Erasmo a Spinoza”, apresenta uma... more Richard Popkin, no capítulo VII de sua “História do ceticismo de Erasmo a Spinoza”, apresenta uma tendência predominante na filosofia moderna de rejeitar o ceticismo pirrônico, por ser demasiado destrutivo, e o dogmatismo extremo, por ser questionável. A solução para esses partidários foi a de adotar um ceticismo que Popkin denomina mitigado ou construtivo, isto é, uma teoria que reconheça a impossibilidade de alcançarmos as verdades absolutas acerca da natureza e realidade, mas que admita a possibilidade de um certo conhecimento, que possa ser convincente e provável, embora não metafisicamente inquestionável. Esta espécie de dúvida filosófica ganhou força com o advento da filosofia cartesiana, mas só tornou-se definitivamente respeitável com a sua formulação por David Hume, sustenta ainda Popkin. Neste trabalho mostraremos que os filósofos Pierre-Daniel Huet e Simon Foucher, além de Hume, poderiam entrar nesta categoria, que também pode ser definida de ceticismo acadêmico.
Cadernos Espinosanos, 2013
O pensamento de Hume pode ser comparado ao dos céticos modernos em muitos aspectos. Com relação a... more O pensamento de Hume pode ser comparado ao dos céticos modernos em muitos aspectos. Com relação ao tópico da racionalidade dos animais, Hume parece seguir de perto a leitura de alguns céticos modernos e se afastar consideravelmente da de Descartes. Por outro lado, diferente de filósofos como Montaigne, Charron e La Mothe Le Vayer, Hume não tinha por finalidade colocar a racionalidade humana num nível próximo dos animais para apenas provar a fraqueza do intelecto diante do desconhecido, mas intentava comparar o nosso modo de proceder ao do animal para avaliar, com mais precisão, as suas teorias acerca da natureza humana. Neste artigo analiso o modo como os primeiros céticos da modernidade trataram da questão da razão dos animais e o comparo com as ideias de Hume sobre o assunto, sem deixar de mencionar as contribuições de Descartes e de Pierre Bayle.
O que nos faz pensar
O ceticismo de Montaigne no campo prático e moral é caracterizado pela falta de um critério ou re... more O ceticismo de Montaigne no campo prático e moral é caracterizado pela falta de um critério ou regras de conduta para que se possa consentir num padrão geral de comportamento ou numa tradição qualquer. O período no qual ele viveu era propício para reforçar este quadro: as guerras religiosas na França e em toda a Europa e a descoberta dos povos do Novo Mundo foram fatores fundamentais para o crescimento da dúvida filosófica acerca do comportamento individual e em sociedade organizada. Apesar disso, Montaigne denuncia as crueldades cometidas em seu tempo, seja entre os indígenas, seja entre os católicos e protestantes e, frequentemente, argumenta em favor da liberdade de consciência e opinião. Neste artigo mostrarei que a filosofia de Montaigne, não obstante seu ceticismo, é suscetível a uma ideia geral de tolerância entre diferentes povos e indivíduos, ainda que o conceito de tolerância não esteja sistematizado em seus escritos e que a sua defesa pareça incompatível com um determinad...
Natal, v. 16, n. 25, jan./jun. 2009, p. 171-186 Sobre o ceticismo moderado de Mersenne, Gassendi ... more Natal, v. 16, n. 25, jan./jun. 2009, p. 171-186 Sobre o ceticismo moderado de Mersenne, Gassendi e Hume Flávio Miguel de Oliveira Zimmermann* Resumo: Ultimamente bastante atenção vem sendo dispensada ao estudo do ceticismo moderado na modernidade. O famoso ...
In recent years it can be found countless criticisms of Cartesian system based on the consequence... more In recent years it can be found countless criticisms of Cartesian system based on the consequences that his philosophy would have left to modernity. Such arguments against Cartesian system comes from scientific areas such as education, law, social sciences and ecology movement and the objections concern several points of his thinking, such as a kind of ethnocentrism, racism and sexism mainly due to the way the author proposed notions of objectivity and neutrality in philosophy. The macho thinking would have also generated problems for education, since it would have encouraged one only model of learning, namely, the male learning. Finally, the so-called "Cartesian paradigm" would have generated also harmful consequences for the environment, caused by a branched notion of science and the idea of separation between mind and body. This article will show not only some objections to the philosophy of Descartes in Fritjof Capra's book "The Turning Point" but also similar criticisms that can be found in academic texts and popular dissemination in Brazil and Latin America. Finally, Descartes' ideas on the issues in question are presented, based on his two major works, the "Discourse on the Method" and "Meditations on First Philosophy". The main purpose of this article is to show that concerning many popular conceptions anti-cartesians either there is no textual basis, or they are decontextualized from his time and literary context.
Keywords: Descartes, Cartesian paradigm, cartesianism, cogito ergo sum
Descartes é geralmente considerado o fundador da filosofia moderna por ter aceitado o desafio da ... more Descartes é geralmente considerado o fundador da filosofia moderna por ter aceitado o desafio da dúvida cética e por julgar ter conseguido resolver a controvérsia tão debatida em seu tempo. A máxima esboçada no “cogito ergo sum” foi a maior prova do uso adequado da razão contra a incerteza filosófica levada ao mais alto grau. Mas, ao invés de trazer conforto às mentes aflitas pelo conhecimento certo e verdadeiro, a certeza cartesiana acabou tendo que se defrontar, desde o tempo em que foi elaborada, com inúmeros adversários e opositores. O propósito deste trabalho é o de apresentar uma das principais críticas de caráter filosófico à expressão cartesiana elaborada por diversos autores, tais como Arnauld, Mersenne e David Hume, e que ficou muito conhecida como “círculo cartesiano”. Em linhas, gerais, a suposta incoerência resulta da afirmação do autor das Meditações ao estabelecer que (1) tudo o que percebemos clara e distintamente é verdadeiro porque Deus existe e não tem intenção de nos iludir, e, em outra parte, assegurar que (2) Deus existe e não é enganador porque podemos conceber tal verdade clara e distintamente. Descartes tentou provar a existência e a bondade divinas por meio de percepções claras e distintas, mas a garantia de que tais percepções são confiáveis deveria provir da bondade divina! Ele não poderia manter ambas as proposições (1) e (2) ao mesmo tempo; seria necessário que uma delas se instituísse como ponto de partida na argumentação. Se sua filosofia não for capaz de proporcionar razões suficientes para isso, corre o risco de estar cometendo a falácia conhecida como raciocínio circular ou petição de princípio. Antes de condenar todo o projeto cartesiano a tal equívoco, porém, seria apropriado tentar reconstituir os argumentos do autor sobre o problema e procurar fornecer uma explanação que possa ser adequada ao método da dúvida. Várias tentativas deste tipo foram empreendidas. O presente trabalho descreve as mais importantes, que podem ser resumidas em três linhas gerais: a garantia mnemônica, a garantia da regra de verdade e a garantia epistêmica e psicológica. Ainda que procurem livrar-se da célebre objeção enfatizando pontos importantes da obra cartesiana, o presente estudo apresenta inconsistências textuais e filosóficas nas leituras expostas pelos intérpretes, estabelecendo, contudo, a terceira representação como mais adequada para responder o impasse. Muito embora entre em conflito com trechos fundamentais da obra cartesiana, a defesa psicológica adota uma leitura moderna, incorporando uma visão peculiar da dúvida, provavelmente contrária à do cético tradicional, mas capaz de encontrar a sua própria solução, enquanto firmada na natureza do sujeito.
No artigo “A Primeira Certeza Cartesiana” apresento quatro críticas clássicas ao princípio fundam... more No artigo “A Primeira Certeza Cartesiana” apresento quatro críticas clássicas ao princípio fundamental de Descartes e as possíveis respostas a cada uma delas. Tais críticas são dotadas de significativo rigor lógico e epistemológico, mas todas questionam a primeira certeza de Descartes sempre a partir de sua própria estrutura, isto é, tomam como base seu princípio e legitimidade abstrata e se concentram basicamente em analisar apenas sua coerência e consequências epistemológicas, uma preocupação característica dos filósofos modernos. Ainda preocupado com o problema do ceticismo e certeza cartesiana, vou apresentar e discutir nesta ocasião uma crítica mais recente ao princípio cartesiano, que toma como base não o seu caráter abstrato, universal e a-histórico, mas os problemas e conseqüências que esta forma de pensar gerou na modernidade e, unido a isso, questionar a radicalidade da chamada dúvida hiperbólica, apresentada principalmente pelos filósofos latino-americanos Nelson Maldonado-Torres e Aníbal Quijano, ambos do famoso grupo de estudos “Modernidad/Colonialidad”. Por fim, levantarei outras críticas gerais do pensamento descolonial ao projeto cartesiano.
The problem of personal identity became widely known and debated in academic circle from the form... more The problem of personal identity became widely known and debated in academic circle from the formulation given by David Hume in Book I of “A Treatise of Human Nature”. However, the same problem was formulated by other authors of the modern period in a similar way to Hume, many of them Hume quotes or comments. In this article I will present some conceptions on the problem of personal identity proposed by modern philosophers prior or contemporaneous to Hume and show that, in spite of many conceptions express much similarity with the Humean conception, was Hume who managed to make this issue explicitly problematic and attach it to the principles of his philosophy, giving it cohesion and drawing out inferences consistent with his theory of knowledge.
David Hume can be compared to the modern skeptics in many aspects. Concerning the topic of reason... more David Hume can be compared to the modern skeptics in many aspects. Concerning the topic of reason of animals, Hume seems to follow closely the ideas of some modern skeptics and keeps considerably distance from Descartes’s thinking about it. Moreover, unlike philosophers like Montaigne, Charron and La Mothe Le Vayer, Hume had not intended to put the human rationality at a level close to the animals to prove the weakness of the intellect human. Hume wanted compare our way of thinking to the animal thinking to give a more accurately support to his ideas about human nature. In this article I will analyze how the first skeptics of modernity faced the topic of reason of animals and compare these with the ideas of Hume on the subject. I also will mention the contributions of Descartes and Pierre Bayle about the subject.
Richard Popkin in his “The History of Scepticism from Erasmus to Spinoza”,
chapter VII, presents... more Richard Popkin in his “The History of Scepticism from Erasmus to Spinoza”,
chapter VII, presents the tendency of modern philosophers to reject the pyrrhonic
scepticism, since it is dangerous to science, and the extreme dogmatism, due to its
dubiousness. According to Popkin, the solution for these philosophers was to recommend
a mitigated or constructive scepticism, which became respectable only with David Hume.
Popkin conceives this kind of scepticism “[...] a theory that could accept the full force
of the sceptical attack on the possibility of human knowledge, in the sense of necessary
truths about the nature of reality, and yet allow for the possibility of knowledge in a lesser
sense, as convincing or probable thuths about appearences” (Popkin, 14, p. 211). This
paper shows that besides Hume the philosophers Pierre-Daniel Huet and Simon Foucher
can be counted among the members of this philosophic school, that we call academic
scepticism.
Ultimately a great deal of attention has been placed on studying moderated skepticism in modern t... more Ultimately a great deal of attention has been placed on studying moderated skepticism in modern times. The famous historian philosopher, Richard Popkin, in his work The History of Scepticism from Erasmus to Spinoza, coined the name epistemological skepticism to qualify members from this philosophical vein and added from the years of the seventeen-hundred philosophers Gassendi and Mersenne who were considered as its main representatives. Moreover, in the XVIII century there is mitigated skepticism as named by Hume who made modern philosophers pay attention to define the limits of skepticism. The purpose of this article is to contribute to the study of skepticism in modern times, showing not only that Hume, Mersenne and Gassendi can be part of the so-called epistemological or mitigated skepticism, but there are also some certain common elements in their philosophies destined to mitigate the skeptic arguments from their time period.
Drafts by Flavio Zimmermann
Segundo análises de célebres historiadores, tais como Richard Popkin, inúmeros fatores caracteriz... more Segundo análises de célebres historiadores, tais como Richard Popkin, inúmeros fatores caracterizaram o início do período moderno. Dentre eles, cabe destacar a Reforma Protestante, a conquista do Novo Mundo e a Revolução Científica. Sabemos também o quanto esses fatores favoreceram o renascimento do ceticismo nos séculos XVI e XVII. Há outros estudiosos, tais como Alan Levine e Rainer Forst, que nos mostram que em tal período surgiu também a necessidade de discussão sobre a tolerância, especialmente com relação às guerras religiosas. Neste artigo vou fazer uma relação entre ceticismo e tolerância em alguns dos principais autores da modernidade, mostrando que, embora do ceticismo não se siga necessariamente nenhuma noção de tolerância, os dois conceitos caminharam juntos em autores modernos, e que o cético encontraria problemas epistemológicos ao tentar suspender o juízo entre a tolerância e a intolerância.
Montaigne's skepticism in the practical and moral realms is characterized by the lack of criteria... more Montaigne's skepticism in the practical and moral realms is characterized by the lack of criteria or rules of conduct so that one could attain a general pattern of behavior or tradition. The period in which he lived was propitious to reinforce the following scenario: the religious wars in France and all over Europe and the discovery of the peoples in the New World were fundamental factors for the growth of philosophical doubts regarding individual behavior and organized society. Nevertheless, Montaigne denounces the cruelties committed in his time, whether among the indigenous people or between Catholics and Protestants, and often argues in favor of freedom of conscience and opinion. In this paper I will show that Montaigne's Philosophy, despite his skepticism, is susceptible to a general idea of tolerance that traspasses different peoples and individuals, even though the concept of tolerance is not systematized in his writings and such a defense seems incompatible with a certain kind of skepticism.
Books by Flavio Zimmermann
Essays on Hume's philosophy
Os ensaios reunidos neste volume versam sobre vários
aspectos da fil... more Essays on Hume's philosophy
Os ensaios reunidos neste volume versam sobre vários
aspectos da filosofia de Hume: sua noção de
crença, seu ceticismo, sua crítica à religião, sua discussão
acerca da identidade pessoal, abarcando temas de epistemologia,
filosofia política, filosofia moral e filosofia da religião, dentre outros.
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Keywords: Descartes, Cartesian paradigm, cartesianism, cogito ergo sum
chapter VII, presents the tendency of modern philosophers to reject the pyrrhonic
scepticism, since it is dangerous to science, and the extreme dogmatism, due to its
dubiousness. According to Popkin, the solution for these philosophers was to recommend
a mitigated or constructive scepticism, which became respectable only with David Hume.
Popkin conceives this kind of scepticism “[...] a theory that could accept the full force
of the sceptical attack on the possibility of human knowledge, in the sense of necessary
truths about the nature of reality, and yet allow for the possibility of knowledge in a lesser
sense, as convincing or probable thuths about appearences” (Popkin, 14, p. 211). This
paper shows that besides Hume the philosophers Pierre-Daniel Huet and Simon Foucher
can be counted among the members of this philosophic school, that we call academic
scepticism.
Drafts by Flavio Zimmermann
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Os ensaios reunidos neste volume versam sobre vários
aspectos da filosofia de Hume: sua noção de
crença, seu ceticismo, sua crítica à religião, sua discussão
acerca da identidade pessoal, abarcando temas de epistemologia,
filosofia política, filosofia moral e filosofia da religião, dentre outros.
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chapter VII, presents the tendency of modern philosophers to reject the pyrrhonic
scepticism, since it is dangerous to science, and the extreme dogmatism, due to its
dubiousness. According to Popkin, the solution for these philosophers was to recommend
a mitigated or constructive scepticism, which became respectable only with David Hume.
Popkin conceives this kind of scepticism “[...] a theory that could accept the full force
of the sceptical attack on the possibility of human knowledge, in the sense of necessary
truths about the nature of reality, and yet allow for the possibility of knowledge in a lesser
sense, as convincing or probable thuths about appearences” (Popkin, 14, p. 211). This
paper shows that besides Hume the philosophers Pierre-Daniel Huet and Simon Foucher
can be counted among the members of this philosophic school, that we call academic
scepticism.
Os ensaios reunidos neste volume versam sobre vários
aspectos da filosofia de Hume: sua noção de
crença, seu ceticismo, sua crítica à religião, sua discussão
acerca da identidade pessoal, abarcando temas de epistemologia,
filosofia política, filosofia moral e filosofia da religião, dentre outros.
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