Literatura de Cordel: olhares interdisciplinares, 2023
Análise de cinco folhetos de cordel brasileiros que têm como base a lenda "O Fantasma que Pede Bo... more Análise de cinco folhetos de cordel brasileiros que têm como base a lenda "O Fantasma que Pede Boleia / Carona", conhecida dos estudiosos sobretudo pelo título "The Vanishing Hitchhiker".
Neste artigo propomo-nos abordar uma narrativa incluída nos Diálogos de S. Gregório Magno que ap... more Neste artigo propomo-nos abordar uma narrativa incluída nos Diálogos de S. Gregório Magno que apresenta o encontro entre um ser vivo e um fantasma. Procuraremos mostrar as relações desta narrativa com outras histórias de fantasmas da Antiguidade, frisando, no entanto, a intenção catequética que preside ao texto de S. Gregório, já que essa narrativa é usada como prova na defesa que ele faz da existência do Purgatório. Veremos, finalmente, a relação que a referida narrativa apresenta com lendas de fantasmas da tradição oral (de que analisaremos versões dos séculos XIX e XXI, de França e de Portugal), de modo a evidenciar que, provavelmente, a fonte de S. Gregório não são apenas textos escritos, mas também a tradição oral.
Estudo de três versões de "A Cativa" (nº H12 do catálogo de Costa Fontes), a únicas conhecidas de... more Estudo de três versões de "A Cativa" (nº H12 do catálogo de Costa Fontes), a únicas conhecidas deste romance, e das suas relações com um romance escrito por Timoneda, incluído no _Patrañuelo_.
In _Galiza e(m) Nós. Estudos para a compreensão do relacionamento cultural galego-português_, org. por Carlos Pazos-Justo, María Jesús Botana Vilar e Gabriel André, Lisboa: Edições Húmus / CEHUM, pp. 229-269, 2021.
Aspetos da patrimonialização das lendas de mouros e mouras encantados em Portugal e na Galiza. Te... more Aspetos da patrimonialização das lendas de mouros e mouras encantados em Portugal e na Galiza. Teorias sobre a origem dos termos "mouro" e "moura" que surgem nessas lendas.
This article deals with a folk song known as ‘The Life of a Sailor’ existing in Portuguese and Br... more This article deals with a folk song known as ‘The Life of a Sailor’ existing in Portuguese and Brazilian oral tradition. In this song, a sailor complains about the trials of his life on board, mainly the fatiguing tasks he has to perform, for low pay. Though it has been collected in some inland areas, it seems this song was used mainly as a shanty. It was included also in a danced theatrical play about maritime subjects, performed by sailors or fishermen, which is now lost in Portugal but continues in Brazil. This article studies the relationships of this song with three other songs: ‘The Life of a Nun’, ‘The Life of a Friar’, and ‘The Life of a Student’. It also shows the view of life at sea which ‘The Life of a Sailor’ conveys, far removed from the epic tone usually connected with navigation in the Portuguese imaginary
“Imagens e Sons do Romanceiro Português”, in Pedro M. Piñero et al. (orgs.), El Romancero. Tradición y pervivencia a fines del siglo XX. Actas del IV Coloquio Internacional del Romancero, Sevilla/ Cádiz, Fundación Machado/ Universidad de Cádiz, 1989, pp. 381-398, 1989
Artigo sobre _O Romanceiro_, série de 12 episódios para televisão, 1986, de que fui autor.
A sér... more Artigo sobre _O Romanceiro_, série de 12 episódios para televisão, 1986, de que fui autor.
A série inclui 39 romances e canções narrativas da tradição oral (em 53 versões inéditas), filmados em Trás-os-Montes, Madeira e Açores (e ainda uma versão filmada em Loures, nos arredores de Lisboa), em 1985-86. Todos os romances e canções narrativos apresentados são objeto de um comentário científico.
Neste artigo, além de uma explicação sobre como a série foi levada a cabo, apresenta-se uma sinopse de cada episódio e uma lista dos romances e canções narrativas filmados. Transcrevem-se também três versões inéditas (Silvana + Queixas de Dona Urraca + Afuera, afuera, Rodrigo; Floresvento; O Soldado + Aparição da Amada Defunta).
Beatriz Garza Cuarón et al. (eds.), _Estudios de Folklore y Literatura Dedicados a Mercedes Díaz Roig_, México, El Colegio de México, 1992
Artigo sobre a utilização dos romances tradicionais como cantigas da segada (ceifa) nos concelhos... more Artigo sobre a utilização dos romances tradicionais como cantigas da segada (ceifa) nos concelhos de Bragança e Vinhais, segundo recolhas de campo feitas entre 1980 e 1986. A primeira parte do artigo (por J. J. Dias Marques) é um estudo etnográfico. A segunda parte (por Walter Brunetto) é um estudo musical.
Limite - Revista de Estudios Portugueses y de la Lusofonía, 2019
PT - Relato, manuscrito, do naufrágio do vapor "Santarense", em 1896, por um sobrevivente portugu... more PT - Relato, manuscrito, do naufrágio do vapor "Santarense", em 1896, por um sobrevivente português. EN - Handwritten account of the shipwreck of the steam "Santarense", in 1896, by a Portuguese survivor.
“The Oral Ballad as a Model for Written Poetry in the Portuguese Romantic Movement: The Case of G... more “The Oral Ballad as a Model for Written Poetry in the Portuguese Romantic Movement: The Case of Garrett’s _Adozinda_” in Inna Golovakha and Larysa Vakhnina (eds.), _35th International Ballad Conference SIEF. Papers and Materials_, Kiev, National Academy of Sciences of Ukraine, Rylsky Institute for Art Studies, Folklore and Ethnology, 2009, pp. 145-159
"The ‘Vanishing Hitchhiker’ Theme in Portuguese Balladry", in Dace Bula and Sigrid Rieuwerts (eds.), _Singing the Nations: Herder’s Legacy_, Trier, Wissenschaftlicher Verlag, 2008, pp. 340-350
in _Narratives Across Space and Time: Transmissions and Adaptations. 15th Congress of the International Society for Folk Narrative Research_, vol. II, Athens: Academy of Athens, Hellenic Folklore Research Centre, 2014: 469-478
Levantamento e transcrição das versões de romances tradicionais incluídas na série de televisão, ... more Levantamento e transcrição das versões de romances tradicionais incluídas na série de televisão, de autoria de Michel Giacometti, _Povo que Canta_.
Resposta ao inquérito internacional sobre o estudo da Literatura Oral promovido pelo Center for S... more Resposta ao inquérito internacional sobre o estudo da Literatura Oral promovido pelo Center for Studies in Oral Tradition (University of Missouri, Columbia).
This article deals with the history and transformation of the ballad “A Filha do Rei de Espanha” ... more This article deals with the history and transformation of the ballad “A Filha do Rei de Espanha” (= “The King of Spain’s Daughter”), documented in modern oral tradition in Portugal (1 fragment) and especially in Brazil (15 versions). This ballad originated from a French early 19th century version of the Pan-European ballad "The Diver" collected by German author Adelbert von Chamisso and shared by him with his compatriot poet Ludwig Uhland. The French oral version was then translated into German by Chamisso, who published it in 1812. That German text was translated into Portuguese and published in 1848 by Gomes Monteiro. The Portuguese text entered oral tradition in Portugal, judging from the fragment collected by Vasconcellos 1960. From Portugal, the Portuguese text went to Brazil, where it still lives today as an oral song, with different versions, showing several characteristic features of oral ballad texts.
O tema do romance _Delgadinha_ é o das intenções dum pai incestuoso em relação à sua filha, Delga... more O tema do romance _Delgadinha_ é o das intenções dum pai incestuoso em relação à sua filha, Delgadinha, repudiados por esta. O pai prende-a numa torre e recusa dar-lhe água, até que ela ceda. Por fim, ela morre de sede na torre. Contudo, no corpus de 497 versões por nós examinadas, há 60 versões em que a narrativa é parcialmente transformada (de cinco formas diferentes) de maneira a omitir o incesto. Em todas estas versões a morte de Delgadinha (que, em qualquer caso ocorre sempre) é devida à severidade vitoriana do pai. Contudo, uma versão que recolhemos no Algarve em 1994 apresenta não só um começo transformado (o pai aprisiona a filha porque ela ama um criado), mas um final surpreendente. Em vez de morrer, Delgadinha é salva pelo criado. Não nos parece que este fim feliz seja (apenas) o resultado da má memória da informante, mas sim o produto duma forma mais ou menos consciente de transformar o mundo. Ao conjugar segmentos narrativos vindos de diferentes tipos do romance _Delgadinha_, a presente versão consegue um resultado não só perfeitamente lógico como até brilhante.
Panorama da balada (poema narrativo curto) no Romantismo português. Cronologia do movimento balad... more Panorama da balada (poema narrativo curto) no Romantismo português. Cronologia do movimento baladístico. Principais autores e suas baladas. Baladas mais republicadas. Necessidade de estudar as baladas, parte numerosa e, não obstante, mal conhecida da poesia romântica portuguesa
Neste estudo, começaremos por tentar integrar Estácio da Veiga e o seu interesse pelo romanceiro ... more Neste estudo, começaremos por tentar integrar Estácio da Veiga e o seu interesse pelo romanceiro na família de autores que o precederam. Tal integração permitirá, entre outras coisas, perspectivar melhor as pesadas alterações que ele introduziu nos textos do "Romanceiro do Algarve".
Depois duma panorâmica da colecção manuscrita de Veiga, daremos a conhecer o texto original dum dos romances que publicou, o qual estudaremos, de modo a tentar resolver as interrogações que ele põe.
Elaboraremos, em seguida, o aparato genético, dando conta dos sete testemunhos que daquele texto (cada vez mais alterado) existem, desde o original da recolha até ao publicado em 1870.
Por fim, analisaremos esse aparato, tentando compreender o método que presidiu às modificações introduzidas por Estácio da Veiga.
Palavras-chave: "Romanceiro do Algarve" (1870); Estácio da Veiga (1828-1891); Literatura oral portuguesa; Romanceiro tradicional; Algarve; Recolhas da tradição oral portuguesa; Estácio da Veiga (1828-1891): seu método editorial dos romances tradicionais
Nos capítulos I e II, apresentamos um panorama do interesse pela poesia tradicional na Europa, da... more Nos capítulos I e II, apresentamos um panorama do interesse pela poesia tradicional na Europa, das últimas décadas do séc. XVIII a inícios do séc. XIX, destacando o caso britânico, por ser aquele que, através de Almeida Garrett, mais influenciou Portugal. E tentamos indicar o que, nos autores daquele país (nomeadamente no método editorial que escolheram para as suas obras), ajuda a ver a uma luz mais global o caso de Estácio da Veiga e dos seus retoques no “Romanceiro do Algarve”.
Nos capítulos III e IV, fornecemos elementos para uma história da recolha e da publicação da literatura oral portuguesa, dos inícios do séc. XIX até 1870, data da saída do “Romanceiro do Algarve”. Com esse panorama (sobretudo o relativo ao romanceiro, aquele que pudemos traçar com menos falhas, graças aos trabalhos dos que nos precederam) visamos situar a obra de Veiga no seu verdadeiro contexto, de modo a avaliar o que nela se liga à tradição editorial portuguesa (sobretudo garrettiana) e, ao mesmo tempo, as características arcaizantes que apresenta, ao sair (por motivos alheios ao seu editor), 10 anos depois de concluída, quando as iniciativas de Teófilo Braga já tinham marcado uma nova época no estudo da nossa poesia oral.
O capítulo V é dedicado à colecção de Estácio da Veiga, suas motivações (que, em boa parte, condicionam desde logo as características da obra publicada, sobretudo através do método editorial), datas e lugares em que foi levada a cabo, e inventário dos textos nela existentes, distinguindo os romances de que nos manuscritos há versões tradicionais daqueles que, pelo contrário, se vê terem sido inventados por Veiga.
No capítulo VI estudamos dois romances que, ao não existirem versões fidedignas suas no espólio, poderia pensar-se serem falsos, produto da invenção de Estácio da Veiga, mas que o não são. Analisamos também os principais aspectos do método editorial adoptado por Veiga, tal como se pode observar nestes textos.
Aos romances falsos (mais especificamente a três que Veiga traduziu do espanhol) dedicamos o capítulo VII, mostrando o modo como o autor procedeu, a fim de disfarçar a origem livresca desses textos. Dedicamos em seguida um capítulo (o VIII) à balada romântica e suas relações como “Romanceiro do Algarve”. A balada é um género mal conhecido, mas de grande peso na literatura escrita do nosso século XIX, que, pelas suas relações (bastante ambíguas) com a literatura oral, nos parece contribuir para perspectivar melhor a espinhosa questão dos romances falsos, escritos por Veiga mas por ele atribuídos à tradição. Analisamos aqui também dois dos romances falsos cuja temática mais claramente revela a influência da balada romântica.
No capítulo IX (e último), começamos por resumir uma polémica jornalística em que Veiga se viu envolvido, a qual mostra como, na época, os leitores exigiam um método editorial fortemente interventivo, a que o editor não teria podido fugir, mesmo que quisesse (e a verdade é que não queria). Falamos, depois, da dupla realidade que coexiste no “Romanceiro do Algarve” —os textos tradicionais (ainda que muito retocados) e os textos falsos, inventados por Veiga—, e mostramos que essa convivência foi escolhida pelo editor desde os primeiros artigos que publicou, podendo resultar, pelo menos em parte, das suas limitações culturais. Por fim, apontamos os caminhos que nos parece de seguir na exploração futura do espólio romancístico de Estácio da Veiga: por um lado, a publicação dos manuscritos originais (ou das cópias mais antigas, quando aqueles faltam) e, por outro, o estudo do método editorial do autor, para o que o espólio fornece condições muito boas. Tal estudo ganhará muito se tiver em atenção o que se sabe já sobre o método editorial adoptado em colecções de baladas de outros países europeus, e, por seu lado, poderá contribuir para um melhor conhecimento do método editorial de outras colecções, inclusive estrangeiras, sobretudo daquelas de cuja formação se tenham conservado menos manuscritos do que no caso algarvio.
A tese conclui-se com cinco apêndices, de que nos permitimos destacar os nºs 2 e 3, onde apresentamos os dois corpora (com a indicação bibliográfica de numerosas baladas românticas portuguesas e também de baladas traduzidas) em que se baseia o capítulo VIII. Pensamos que o primeiro destes corpora apresenta material de importância também para o estudo da literatura portuguesa (escrita) do Romantismo.
Palavras-chave: _Romanceiro do Algarve_ (1870); Estácio da Veiga (1828-1891); Romanceiro tradicional; Literatura oral portuguesa; Algarve; Recolhas da tradição oral portuguesa; História das recolhas da tradição oral portuguesa (1821-1870); J. G. Herder (1744-1803): suas teorias sobre a literatura oral; Thomas Percy (1729-1811): seu método editorial das baladas tradicionais; Walter Scott (1771-1832): seu método editorial das baladas tradicionais; Estácio da Veiga (1828-1891): seu método editorial dos romances tradicionais; Método editorial dos textos poéticos orais; Bibliografia ativa de Estácio da Veiga (1828-1891); O romanceiro artístico e os versos de redondilha em Portugal (1716-1823); O romanceiro espanhol (1768-1828); Baladas da tradição oral inglesa; Poesia romântica portuguesa; A balada no Romantismo português
Literatura de Cordel: olhares interdisciplinares, 2023
Análise de cinco folhetos de cordel brasileiros que têm como base a lenda "O Fantasma que Pede Bo... more Análise de cinco folhetos de cordel brasileiros que têm como base a lenda "O Fantasma que Pede Boleia / Carona", conhecida dos estudiosos sobretudo pelo título "The Vanishing Hitchhiker".
Neste artigo propomo-nos abordar uma narrativa incluída nos Diálogos de S. Gregório Magno que ap... more Neste artigo propomo-nos abordar uma narrativa incluída nos Diálogos de S. Gregório Magno que apresenta o encontro entre um ser vivo e um fantasma. Procuraremos mostrar as relações desta narrativa com outras histórias de fantasmas da Antiguidade, frisando, no entanto, a intenção catequética que preside ao texto de S. Gregório, já que essa narrativa é usada como prova na defesa que ele faz da existência do Purgatório. Veremos, finalmente, a relação que a referida narrativa apresenta com lendas de fantasmas da tradição oral (de que analisaremos versões dos séculos XIX e XXI, de França e de Portugal), de modo a evidenciar que, provavelmente, a fonte de S. Gregório não são apenas textos escritos, mas também a tradição oral.
Estudo de três versões de "A Cativa" (nº H12 do catálogo de Costa Fontes), a únicas conhecidas de... more Estudo de três versões de "A Cativa" (nº H12 do catálogo de Costa Fontes), a únicas conhecidas deste romance, e das suas relações com um romance escrito por Timoneda, incluído no _Patrañuelo_.
In _Galiza e(m) Nós. Estudos para a compreensão do relacionamento cultural galego-português_, org. por Carlos Pazos-Justo, María Jesús Botana Vilar e Gabriel André, Lisboa: Edições Húmus / CEHUM, pp. 229-269, 2021.
Aspetos da patrimonialização das lendas de mouros e mouras encantados em Portugal e na Galiza. Te... more Aspetos da patrimonialização das lendas de mouros e mouras encantados em Portugal e na Galiza. Teorias sobre a origem dos termos "mouro" e "moura" que surgem nessas lendas.
This article deals with a folk song known as ‘The Life of a Sailor’ existing in Portuguese and Br... more This article deals with a folk song known as ‘The Life of a Sailor’ existing in Portuguese and Brazilian oral tradition. In this song, a sailor complains about the trials of his life on board, mainly the fatiguing tasks he has to perform, for low pay. Though it has been collected in some inland areas, it seems this song was used mainly as a shanty. It was included also in a danced theatrical play about maritime subjects, performed by sailors or fishermen, which is now lost in Portugal but continues in Brazil. This article studies the relationships of this song with three other songs: ‘The Life of a Nun’, ‘The Life of a Friar’, and ‘The Life of a Student’. It also shows the view of life at sea which ‘The Life of a Sailor’ conveys, far removed from the epic tone usually connected with navigation in the Portuguese imaginary
“Imagens e Sons do Romanceiro Português”, in Pedro M. Piñero et al. (orgs.), El Romancero. Tradición y pervivencia a fines del siglo XX. Actas del IV Coloquio Internacional del Romancero, Sevilla/ Cádiz, Fundación Machado/ Universidad de Cádiz, 1989, pp. 381-398, 1989
Artigo sobre _O Romanceiro_, série de 12 episódios para televisão, 1986, de que fui autor.
A sér... more Artigo sobre _O Romanceiro_, série de 12 episódios para televisão, 1986, de que fui autor.
A série inclui 39 romances e canções narrativas da tradição oral (em 53 versões inéditas), filmados em Trás-os-Montes, Madeira e Açores (e ainda uma versão filmada em Loures, nos arredores de Lisboa), em 1985-86. Todos os romances e canções narrativos apresentados são objeto de um comentário científico.
Neste artigo, além de uma explicação sobre como a série foi levada a cabo, apresenta-se uma sinopse de cada episódio e uma lista dos romances e canções narrativas filmados. Transcrevem-se também três versões inéditas (Silvana + Queixas de Dona Urraca + Afuera, afuera, Rodrigo; Floresvento; O Soldado + Aparição da Amada Defunta).
Beatriz Garza Cuarón et al. (eds.), _Estudios de Folklore y Literatura Dedicados a Mercedes Díaz Roig_, México, El Colegio de México, 1992
Artigo sobre a utilização dos romances tradicionais como cantigas da segada (ceifa) nos concelhos... more Artigo sobre a utilização dos romances tradicionais como cantigas da segada (ceifa) nos concelhos de Bragança e Vinhais, segundo recolhas de campo feitas entre 1980 e 1986. A primeira parte do artigo (por J. J. Dias Marques) é um estudo etnográfico. A segunda parte (por Walter Brunetto) é um estudo musical.
Limite - Revista de Estudios Portugueses y de la Lusofonía, 2019
PT - Relato, manuscrito, do naufrágio do vapor "Santarense", em 1896, por um sobrevivente portugu... more PT - Relato, manuscrito, do naufrágio do vapor "Santarense", em 1896, por um sobrevivente português. EN - Handwritten account of the shipwreck of the steam "Santarense", in 1896, by a Portuguese survivor.
“The Oral Ballad as a Model for Written Poetry in the Portuguese Romantic Movement: The Case of G... more “The Oral Ballad as a Model for Written Poetry in the Portuguese Romantic Movement: The Case of Garrett’s _Adozinda_” in Inna Golovakha and Larysa Vakhnina (eds.), _35th International Ballad Conference SIEF. Papers and Materials_, Kiev, National Academy of Sciences of Ukraine, Rylsky Institute for Art Studies, Folklore and Ethnology, 2009, pp. 145-159
"The ‘Vanishing Hitchhiker’ Theme in Portuguese Balladry", in Dace Bula and Sigrid Rieuwerts (eds.), _Singing the Nations: Herder’s Legacy_, Trier, Wissenschaftlicher Verlag, 2008, pp. 340-350
in _Narratives Across Space and Time: Transmissions and Adaptations. 15th Congress of the International Society for Folk Narrative Research_, vol. II, Athens: Academy of Athens, Hellenic Folklore Research Centre, 2014: 469-478
Levantamento e transcrição das versões de romances tradicionais incluídas na série de televisão, ... more Levantamento e transcrição das versões de romances tradicionais incluídas na série de televisão, de autoria de Michel Giacometti, _Povo que Canta_.
Resposta ao inquérito internacional sobre o estudo da Literatura Oral promovido pelo Center for S... more Resposta ao inquérito internacional sobre o estudo da Literatura Oral promovido pelo Center for Studies in Oral Tradition (University of Missouri, Columbia).
This article deals with the history and transformation of the ballad “A Filha do Rei de Espanha” ... more This article deals with the history and transformation of the ballad “A Filha do Rei de Espanha” (= “The King of Spain’s Daughter”), documented in modern oral tradition in Portugal (1 fragment) and especially in Brazil (15 versions). This ballad originated from a French early 19th century version of the Pan-European ballad "The Diver" collected by German author Adelbert von Chamisso and shared by him with his compatriot poet Ludwig Uhland. The French oral version was then translated into German by Chamisso, who published it in 1812. That German text was translated into Portuguese and published in 1848 by Gomes Monteiro. The Portuguese text entered oral tradition in Portugal, judging from the fragment collected by Vasconcellos 1960. From Portugal, the Portuguese text went to Brazil, where it still lives today as an oral song, with different versions, showing several characteristic features of oral ballad texts.
O tema do romance _Delgadinha_ é o das intenções dum pai incestuoso em relação à sua filha, Delga... more O tema do romance _Delgadinha_ é o das intenções dum pai incestuoso em relação à sua filha, Delgadinha, repudiados por esta. O pai prende-a numa torre e recusa dar-lhe água, até que ela ceda. Por fim, ela morre de sede na torre. Contudo, no corpus de 497 versões por nós examinadas, há 60 versões em que a narrativa é parcialmente transformada (de cinco formas diferentes) de maneira a omitir o incesto. Em todas estas versões a morte de Delgadinha (que, em qualquer caso ocorre sempre) é devida à severidade vitoriana do pai. Contudo, uma versão que recolhemos no Algarve em 1994 apresenta não só um começo transformado (o pai aprisiona a filha porque ela ama um criado), mas um final surpreendente. Em vez de morrer, Delgadinha é salva pelo criado. Não nos parece que este fim feliz seja (apenas) o resultado da má memória da informante, mas sim o produto duma forma mais ou menos consciente de transformar o mundo. Ao conjugar segmentos narrativos vindos de diferentes tipos do romance _Delgadinha_, a presente versão consegue um resultado não só perfeitamente lógico como até brilhante.
Panorama da balada (poema narrativo curto) no Romantismo português. Cronologia do movimento balad... more Panorama da balada (poema narrativo curto) no Romantismo português. Cronologia do movimento baladístico. Principais autores e suas baladas. Baladas mais republicadas. Necessidade de estudar as baladas, parte numerosa e, não obstante, mal conhecida da poesia romântica portuguesa
Neste estudo, começaremos por tentar integrar Estácio da Veiga e o seu interesse pelo romanceiro ... more Neste estudo, começaremos por tentar integrar Estácio da Veiga e o seu interesse pelo romanceiro na família de autores que o precederam. Tal integração permitirá, entre outras coisas, perspectivar melhor as pesadas alterações que ele introduziu nos textos do "Romanceiro do Algarve".
Depois duma panorâmica da colecção manuscrita de Veiga, daremos a conhecer o texto original dum dos romances que publicou, o qual estudaremos, de modo a tentar resolver as interrogações que ele põe.
Elaboraremos, em seguida, o aparato genético, dando conta dos sete testemunhos que daquele texto (cada vez mais alterado) existem, desde o original da recolha até ao publicado em 1870.
Por fim, analisaremos esse aparato, tentando compreender o método que presidiu às modificações introduzidas por Estácio da Veiga.
Palavras-chave: "Romanceiro do Algarve" (1870); Estácio da Veiga (1828-1891); Literatura oral portuguesa; Romanceiro tradicional; Algarve; Recolhas da tradição oral portuguesa; Estácio da Veiga (1828-1891): seu método editorial dos romances tradicionais
Nos capítulos I e II, apresentamos um panorama do interesse pela poesia tradicional na Europa, da... more Nos capítulos I e II, apresentamos um panorama do interesse pela poesia tradicional na Europa, das últimas décadas do séc. XVIII a inícios do séc. XIX, destacando o caso britânico, por ser aquele que, através de Almeida Garrett, mais influenciou Portugal. E tentamos indicar o que, nos autores daquele país (nomeadamente no método editorial que escolheram para as suas obras), ajuda a ver a uma luz mais global o caso de Estácio da Veiga e dos seus retoques no “Romanceiro do Algarve”.
Nos capítulos III e IV, fornecemos elementos para uma história da recolha e da publicação da literatura oral portuguesa, dos inícios do séc. XIX até 1870, data da saída do “Romanceiro do Algarve”. Com esse panorama (sobretudo o relativo ao romanceiro, aquele que pudemos traçar com menos falhas, graças aos trabalhos dos que nos precederam) visamos situar a obra de Veiga no seu verdadeiro contexto, de modo a avaliar o que nela se liga à tradição editorial portuguesa (sobretudo garrettiana) e, ao mesmo tempo, as características arcaizantes que apresenta, ao sair (por motivos alheios ao seu editor), 10 anos depois de concluída, quando as iniciativas de Teófilo Braga já tinham marcado uma nova época no estudo da nossa poesia oral.
O capítulo V é dedicado à colecção de Estácio da Veiga, suas motivações (que, em boa parte, condicionam desde logo as características da obra publicada, sobretudo através do método editorial), datas e lugares em que foi levada a cabo, e inventário dos textos nela existentes, distinguindo os romances de que nos manuscritos há versões tradicionais daqueles que, pelo contrário, se vê terem sido inventados por Veiga.
No capítulo VI estudamos dois romances que, ao não existirem versões fidedignas suas no espólio, poderia pensar-se serem falsos, produto da invenção de Estácio da Veiga, mas que o não são. Analisamos também os principais aspectos do método editorial adoptado por Veiga, tal como se pode observar nestes textos.
Aos romances falsos (mais especificamente a três que Veiga traduziu do espanhol) dedicamos o capítulo VII, mostrando o modo como o autor procedeu, a fim de disfarçar a origem livresca desses textos. Dedicamos em seguida um capítulo (o VIII) à balada romântica e suas relações como “Romanceiro do Algarve”. A balada é um género mal conhecido, mas de grande peso na literatura escrita do nosso século XIX, que, pelas suas relações (bastante ambíguas) com a literatura oral, nos parece contribuir para perspectivar melhor a espinhosa questão dos romances falsos, escritos por Veiga mas por ele atribuídos à tradição. Analisamos aqui também dois dos romances falsos cuja temática mais claramente revela a influência da balada romântica.
No capítulo IX (e último), começamos por resumir uma polémica jornalística em que Veiga se viu envolvido, a qual mostra como, na época, os leitores exigiam um método editorial fortemente interventivo, a que o editor não teria podido fugir, mesmo que quisesse (e a verdade é que não queria). Falamos, depois, da dupla realidade que coexiste no “Romanceiro do Algarve” —os textos tradicionais (ainda que muito retocados) e os textos falsos, inventados por Veiga—, e mostramos que essa convivência foi escolhida pelo editor desde os primeiros artigos que publicou, podendo resultar, pelo menos em parte, das suas limitações culturais. Por fim, apontamos os caminhos que nos parece de seguir na exploração futura do espólio romancístico de Estácio da Veiga: por um lado, a publicação dos manuscritos originais (ou das cópias mais antigas, quando aqueles faltam) e, por outro, o estudo do método editorial do autor, para o que o espólio fornece condições muito boas. Tal estudo ganhará muito se tiver em atenção o que se sabe já sobre o método editorial adoptado em colecções de baladas de outros países europeus, e, por seu lado, poderá contribuir para um melhor conhecimento do método editorial de outras colecções, inclusive estrangeiras, sobretudo daquelas de cuja formação se tenham conservado menos manuscritos do que no caso algarvio.
A tese conclui-se com cinco apêndices, de que nos permitimos destacar os nºs 2 e 3, onde apresentamos os dois corpora (com a indicação bibliográfica de numerosas baladas românticas portuguesas e também de baladas traduzidas) em que se baseia o capítulo VIII. Pensamos que o primeiro destes corpora apresenta material de importância também para o estudo da literatura portuguesa (escrita) do Romantismo.
Palavras-chave: _Romanceiro do Algarve_ (1870); Estácio da Veiga (1828-1891); Romanceiro tradicional; Literatura oral portuguesa; Algarve; Recolhas da tradição oral portuguesa; História das recolhas da tradição oral portuguesa (1821-1870); J. G. Herder (1744-1803): suas teorias sobre a literatura oral; Thomas Percy (1729-1811): seu método editorial das baladas tradicionais; Walter Scott (1771-1832): seu método editorial das baladas tradicionais; Estácio da Veiga (1828-1891): seu método editorial dos romances tradicionais; Método editorial dos textos poéticos orais; Bibliografia ativa de Estácio da Veiga (1828-1891); O romanceiro artístico e os versos de redondilha em Portugal (1716-1823); O romanceiro espanhol (1768-1828); Baladas da tradição oral inglesa; Poesia romântica portuguesa; A balada no Romantismo português
Recensão de _"Viejos son, pero no cansan". Novos estudos sobre o romanceiro_, org. de Sandra Boto... more Recensão de _"Viejos son, pero no cansan". Novos estudos sobre o romanceiro_, org. de Sandra Boto et al., _Abenámar_. IV (2021), pp. 107-109
JSTOR is a not-for-profit service that helps scholars, researchers, and students discover, use, a... more JSTOR is a not-for-profit service that helps scholars, researchers, and students discover, use, and build upon a wide range of content in a trusted digital archive. We use information technology and tools to increase productivity and facilitate new forms of scholarship. For more information about JSTOR, please contact support@jstor.org.. Deutsches Volksliedarchiv is collaborating with JSTOR to digitize, preserve and extend access to Lied und populäre Kultur / Song and Popular Culture.
Recensão de Joanne B. Purcel, _Romanceiro Tradicional das Ilhas dos Açores, I: Corvo e Flores_ (... more Recensão de Joanne B. Purcel, _Romanceiro Tradicional das Ilhas dos Açores, I: Corvo e Flores_ (2002) e Teresa Araújo, _Subsídios para a História do Romanceiro dos Açores_ (2002).
This balladbook includes 895 versions of 69 different folk ballads collected in the distrito of B... more This balladbook includes 895 versions of 69 different folk ballads collected in the distrito of Bragança, Northern Portugal, in the 1980s.
Esta coleção inclui 698 versões de contos recolhidos da tradição oral portuguesa entre 2005 e 201... more Esta coleção inclui 698 versões de contos recolhidos da tradição oral portuguesa entre 2005 e 2017, por alunos da Universidade do Algarve.
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Papers by J. J. Dias Marques
Procuraremos mostrar as relações desta narrativa com
outras histórias de fantasmas da Antiguidade, frisando, no entanto, a intenção catequética que preside ao texto de S. Gregório, já que essa narrativa é usada como prova na defesa que ele faz da existência do Purgatório.
Veremos, finalmente, a relação que a referida narrativa apresenta com lendas de fantasmas da tradição oral (de que analisaremos versões dos séculos XIX e XXI, de França e de Portugal), de modo a evidenciar que,
provavelmente, a fonte de S. Gregório não são apenas textos escritos, mas também a tradição oral.
A série inclui 39 romances e canções narrativas da tradição oral (em 53 versões inéditas), filmados em Trás-os-Montes, Madeira e Açores (e ainda uma versão filmada em Loures, nos arredores de Lisboa), em 1985-86. Todos os romances e canções narrativos apresentados são objeto de um comentário científico.
Neste artigo, além de uma explicação sobre como a série foi levada a cabo, apresenta-se uma sinopse de cada episódio e uma lista dos romances e canções narrativas filmados. Transcrevem-se também três versões inéditas (Silvana + Queixas de Dona Urraca + Afuera, afuera, Rodrigo; Floresvento; O Soldado + Aparição da Amada Defunta).
EN - Handwritten account of the shipwreck of the steam "Santarense", in 1896, by a Portuguese survivor.
This ballad originated from a French early 19th century version of the Pan-European ballad "The Diver" collected by German author Adelbert von Chamisso and shared by him with his compatriot poet Ludwig Uhland.
The French oral version was then translated into German by Chamisso, who published it in 1812.
That German text was translated into Portuguese and published in 1848 by Gomes Monteiro. The Portuguese text entered oral tradition in Portugal, judging from the fragment collected by Vasconcellos 1960.
From Portugal, the Portuguese text went to Brazil, where it still lives today as an oral song, with different versions, showing several characteristic features of oral ballad texts.
Contudo, uma versão que recolhemos no Algarve em 1994 apresenta não só um começo transformado (o pai aprisiona a filha porque ela ama um criado), mas um final surpreendente. Em vez de morrer, Delgadinha é salva pelo criado. Não nos parece que este fim feliz seja (apenas) o resultado da má memória da informante, mas sim o produto duma forma mais ou menos consciente de transformar o mundo.
Ao conjugar segmentos narrativos vindos de diferentes tipos do romance _Delgadinha_, a presente versão consegue um resultado não só perfeitamente lógico como até brilhante.
Depois duma panorâmica da colecção manuscrita de Veiga, daremos a conhecer o texto original dum dos romances que publicou, o qual estudaremos, de modo a tentar resolver as interrogações que ele põe.
Elaboraremos, em seguida, o aparato genético, dando conta dos sete testemunhos que daquele texto (cada vez mais alterado) existem, desde o original da recolha até ao publicado em 1870.
Por fim, analisaremos esse aparato, tentando compreender o método que presidiu às modificações introduzidas por Estácio da Veiga.
Palavras-chave: "Romanceiro do Algarve" (1870); Estácio da Veiga (1828-1891); Literatura oral portuguesa; Romanceiro tradicional; Algarve; Recolhas da tradição oral portuguesa; Estácio da Veiga (1828-1891): seu método editorial dos romances tradicionais
Nos capítulos III e IV, fornecemos elementos para uma história da recolha e da publicação da literatura oral portuguesa, dos inícios do séc. XIX até 1870, data da saída do “Romanceiro do Algarve”. Com esse panorama (sobretudo o relativo ao romanceiro, aquele que pudemos traçar com menos falhas, graças aos trabalhos dos que nos precederam) visamos situar a obra de Veiga no seu verdadeiro contexto, de modo a avaliar o que nela se liga à tradição editorial portuguesa (sobretudo garrettiana) e, ao mesmo tempo, as características arcaizantes que apresenta, ao sair (por motivos alheios ao seu editor), 10 anos depois de concluída, quando as iniciativas de Teófilo Braga já tinham marcado uma nova época no estudo da nossa poesia oral.
O capítulo V é dedicado à colecção de Estácio da Veiga, suas motivações (que, em boa parte, condicionam desde logo as características da obra publicada, sobretudo através do método editorial), datas e lugares em que foi levada a cabo, e inventário dos textos nela existentes, distinguindo os romances de que nos manuscritos há versões tradicionais daqueles que, pelo contrário, se vê terem sido inventados por Veiga.
No capítulo VI estudamos dois romances que, ao não existirem versões fidedignas suas no espólio, poderia pensar-se serem falsos, produto da invenção de Estácio da Veiga, mas que o não são. Analisamos também os principais aspectos do método editorial adoptado por Veiga, tal como se pode observar nestes textos.
Aos romances falsos (mais especificamente a três que Veiga traduziu do espanhol) dedicamos o capítulo VII, mostrando o modo como o autor procedeu, a fim de disfarçar a origem livresca desses textos. Dedicamos em seguida um capítulo (o VIII) à balada romântica e suas relações como “Romanceiro do Algarve”. A balada é um género mal conhecido, mas de grande peso na literatura escrita do nosso século XIX, que, pelas suas relações (bastante ambíguas) com a literatura oral, nos parece contribuir para perspectivar melhor a espinhosa questão dos romances falsos, escritos por Veiga mas por ele atribuídos à tradição. Analisamos aqui também dois dos romances falsos cuja temática mais claramente revela a influência da balada romântica.
No capítulo IX (e último), começamos por resumir uma polémica jornalística em que Veiga se viu envolvido, a qual mostra como, na época, os leitores exigiam um método editorial fortemente interventivo, a que o editor não teria podido fugir, mesmo que quisesse (e a verdade é que não queria). Falamos, depois, da dupla realidade que coexiste no “Romanceiro do Algarve” —os textos tradicionais (ainda que muito retocados) e os textos falsos, inventados por Veiga—, e mostramos que essa convivência foi escolhida pelo editor desde os primeiros artigos que publicou, podendo resultar, pelo menos em parte, das suas limitações culturais. Por fim, apontamos os caminhos que nos parece de seguir na exploração futura do espólio romancístico de Estácio da Veiga: por um lado, a publicação dos manuscritos originais (ou das cópias mais antigas, quando aqueles faltam) e, por outro, o estudo do método editorial do autor, para o que o espólio fornece condições muito boas. Tal estudo ganhará muito se tiver em atenção o que se sabe já sobre o método editorial adoptado em colecções de baladas de outros países europeus, e, por seu lado, poderá contribuir para um melhor conhecimento do método editorial de outras colecções, inclusive estrangeiras, sobretudo daquelas de cuja formação se tenham conservado menos manuscritos do que no caso algarvio.
A tese conclui-se com cinco apêndices, de que nos permitimos destacar os nºs 2 e 3, onde apresentamos os dois corpora (com a indicação bibliográfica de numerosas baladas românticas portuguesas e também de baladas traduzidas) em que se baseia o capítulo VIII. Pensamos que o primeiro destes corpora apresenta material de importância também para o estudo da literatura portuguesa (escrita) do Romantismo.
Palavras-chave: _Romanceiro do Algarve_ (1870); Estácio da Veiga (1828-1891); Romanceiro tradicional; Literatura oral portuguesa; Algarve; Recolhas da tradição oral portuguesa; História das recolhas da tradição oral portuguesa (1821-1870); J. G. Herder (1744-1803): suas teorias sobre a literatura oral; Thomas Percy (1729-1811): seu método editorial das baladas tradicionais; Walter Scott (1771-1832): seu método editorial das baladas tradicionais; Estácio da Veiga (1828-1891): seu método editorial dos romances tradicionais; Método editorial dos textos poéticos orais; Bibliografia ativa de Estácio da Veiga (1828-1891); O romanceiro artístico e os versos de redondilha em Portugal (1716-1823); O romanceiro espanhol (1768-1828); Baladas da tradição oral inglesa; Poesia romântica portuguesa; A balada no Romantismo português
Procuraremos mostrar as relações desta narrativa com
outras histórias de fantasmas da Antiguidade, frisando, no entanto, a intenção catequética que preside ao texto de S. Gregório, já que essa narrativa é usada como prova na defesa que ele faz da existência do Purgatório.
Veremos, finalmente, a relação que a referida narrativa apresenta com lendas de fantasmas da tradição oral (de que analisaremos versões dos séculos XIX e XXI, de França e de Portugal), de modo a evidenciar que,
provavelmente, a fonte de S. Gregório não são apenas textos escritos, mas também a tradição oral.
A série inclui 39 romances e canções narrativas da tradição oral (em 53 versões inéditas), filmados em Trás-os-Montes, Madeira e Açores (e ainda uma versão filmada em Loures, nos arredores de Lisboa), em 1985-86. Todos os romances e canções narrativos apresentados são objeto de um comentário científico.
Neste artigo, além de uma explicação sobre como a série foi levada a cabo, apresenta-se uma sinopse de cada episódio e uma lista dos romances e canções narrativas filmados. Transcrevem-se também três versões inéditas (Silvana + Queixas de Dona Urraca + Afuera, afuera, Rodrigo; Floresvento; O Soldado + Aparição da Amada Defunta).
EN - Handwritten account of the shipwreck of the steam "Santarense", in 1896, by a Portuguese survivor.
This ballad originated from a French early 19th century version of the Pan-European ballad "The Diver" collected by German author Adelbert von Chamisso and shared by him with his compatriot poet Ludwig Uhland.
The French oral version was then translated into German by Chamisso, who published it in 1812.
That German text was translated into Portuguese and published in 1848 by Gomes Monteiro. The Portuguese text entered oral tradition in Portugal, judging from the fragment collected by Vasconcellos 1960.
From Portugal, the Portuguese text went to Brazil, where it still lives today as an oral song, with different versions, showing several characteristic features of oral ballad texts.
Contudo, uma versão que recolhemos no Algarve em 1994 apresenta não só um começo transformado (o pai aprisiona a filha porque ela ama um criado), mas um final surpreendente. Em vez de morrer, Delgadinha é salva pelo criado. Não nos parece que este fim feliz seja (apenas) o resultado da má memória da informante, mas sim o produto duma forma mais ou menos consciente de transformar o mundo.
Ao conjugar segmentos narrativos vindos de diferentes tipos do romance _Delgadinha_, a presente versão consegue um resultado não só perfeitamente lógico como até brilhante.
Depois duma panorâmica da colecção manuscrita de Veiga, daremos a conhecer o texto original dum dos romances que publicou, o qual estudaremos, de modo a tentar resolver as interrogações que ele põe.
Elaboraremos, em seguida, o aparato genético, dando conta dos sete testemunhos que daquele texto (cada vez mais alterado) existem, desde o original da recolha até ao publicado em 1870.
Por fim, analisaremos esse aparato, tentando compreender o método que presidiu às modificações introduzidas por Estácio da Veiga.
Palavras-chave: "Romanceiro do Algarve" (1870); Estácio da Veiga (1828-1891); Literatura oral portuguesa; Romanceiro tradicional; Algarve; Recolhas da tradição oral portuguesa; Estácio da Veiga (1828-1891): seu método editorial dos romances tradicionais
Nos capítulos III e IV, fornecemos elementos para uma história da recolha e da publicação da literatura oral portuguesa, dos inícios do séc. XIX até 1870, data da saída do “Romanceiro do Algarve”. Com esse panorama (sobretudo o relativo ao romanceiro, aquele que pudemos traçar com menos falhas, graças aos trabalhos dos que nos precederam) visamos situar a obra de Veiga no seu verdadeiro contexto, de modo a avaliar o que nela se liga à tradição editorial portuguesa (sobretudo garrettiana) e, ao mesmo tempo, as características arcaizantes que apresenta, ao sair (por motivos alheios ao seu editor), 10 anos depois de concluída, quando as iniciativas de Teófilo Braga já tinham marcado uma nova época no estudo da nossa poesia oral.
O capítulo V é dedicado à colecção de Estácio da Veiga, suas motivações (que, em boa parte, condicionam desde logo as características da obra publicada, sobretudo através do método editorial), datas e lugares em que foi levada a cabo, e inventário dos textos nela existentes, distinguindo os romances de que nos manuscritos há versões tradicionais daqueles que, pelo contrário, se vê terem sido inventados por Veiga.
No capítulo VI estudamos dois romances que, ao não existirem versões fidedignas suas no espólio, poderia pensar-se serem falsos, produto da invenção de Estácio da Veiga, mas que o não são. Analisamos também os principais aspectos do método editorial adoptado por Veiga, tal como se pode observar nestes textos.
Aos romances falsos (mais especificamente a três que Veiga traduziu do espanhol) dedicamos o capítulo VII, mostrando o modo como o autor procedeu, a fim de disfarçar a origem livresca desses textos. Dedicamos em seguida um capítulo (o VIII) à balada romântica e suas relações como “Romanceiro do Algarve”. A balada é um género mal conhecido, mas de grande peso na literatura escrita do nosso século XIX, que, pelas suas relações (bastante ambíguas) com a literatura oral, nos parece contribuir para perspectivar melhor a espinhosa questão dos romances falsos, escritos por Veiga mas por ele atribuídos à tradição. Analisamos aqui também dois dos romances falsos cuja temática mais claramente revela a influência da balada romântica.
No capítulo IX (e último), começamos por resumir uma polémica jornalística em que Veiga se viu envolvido, a qual mostra como, na época, os leitores exigiam um método editorial fortemente interventivo, a que o editor não teria podido fugir, mesmo que quisesse (e a verdade é que não queria). Falamos, depois, da dupla realidade que coexiste no “Romanceiro do Algarve” —os textos tradicionais (ainda que muito retocados) e os textos falsos, inventados por Veiga—, e mostramos que essa convivência foi escolhida pelo editor desde os primeiros artigos que publicou, podendo resultar, pelo menos em parte, das suas limitações culturais. Por fim, apontamos os caminhos que nos parece de seguir na exploração futura do espólio romancístico de Estácio da Veiga: por um lado, a publicação dos manuscritos originais (ou das cópias mais antigas, quando aqueles faltam) e, por outro, o estudo do método editorial do autor, para o que o espólio fornece condições muito boas. Tal estudo ganhará muito se tiver em atenção o que se sabe já sobre o método editorial adoptado em colecções de baladas de outros países europeus, e, por seu lado, poderá contribuir para um melhor conhecimento do método editorial de outras colecções, inclusive estrangeiras, sobretudo daquelas de cuja formação se tenham conservado menos manuscritos do que no caso algarvio.
A tese conclui-se com cinco apêndices, de que nos permitimos destacar os nºs 2 e 3, onde apresentamos os dois corpora (com a indicação bibliográfica de numerosas baladas românticas portuguesas e também de baladas traduzidas) em que se baseia o capítulo VIII. Pensamos que o primeiro destes corpora apresenta material de importância também para o estudo da literatura portuguesa (escrita) do Romantismo.
Palavras-chave: _Romanceiro do Algarve_ (1870); Estácio da Veiga (1828-1891); Romanceiro tradicional; Literatura oral portuguesa; Algarve; Recolhas da tradição oral portuguesa; História das recolhas da tradição oral portuguesa (1821-1870); J. G. Herder (1744-1803): suas teorias sobre a literatura oral; Thomas Percy (1729-1811): seu método editorial das baladas tradicionais; Walter Scott (1771-1832): seu método editorial das baladas tradicionais; Estácio da Veiga (1828-1891): seu método editorial dos romances tradicionais; Método editorial dos textos poéticos orais; Bibliografia ativa de Estácio da Veiga (1828-1891); O romanceiro artístico e os versos de redondilha em Portugal (1716-1823); O romanceiro espanhol (1768-1828); Baladas da tradição oral inglesa; Poesia romântica portuguesa; A balada no Romantismo português