Resumo A partir do final da decada de 30, apos a publicacao de Casa Grande & Senzala, Nordeste e ... more Resumo A partir do final da decada de 30, apos a publicacao de Casa Grande & Senzala, Nordeste e Sobrados e Mucambos, Gilberto Freyre dedicou-se a restituir a memoria da colonizacao portuguesa no Brasil, na Africa, na China e na India, utilizando a ideia de um mundo lusotropical. Este artigo procura sondar concepcoes sobre o meio ambiente subjacentes a esse ideario da colonizacao portuguesa, que forneceram alguns argumentos basilares na construcao das teses do escritor em relacao a especificidade da atuacao iberica nos tropicos e da propria apreciacao que faz da historia nacional. Palavras-Chave: Gilberto Freyre; Tropicologia; Historia Ambiental. Abstract From the 1930s onward, after publishing The Masters & The Slaves, Nordeste [not translated to English] and The Mansions and the Shanties, Gilberto Freyre dedicated himself to the reconstruction of the memory of Portuguese colonization in Brazil, Africa, China and India, using the idea of a Lusotropical world. This article explores ...
Resumo: Apresenta o caso do escravo João Francisco, que recorre à Justiça para receber um pecúlio... more Resumo: Apresenta o caso do escravo João Francisco, que recorre à Justiça para receber um pecúlio, que seria usado para o pagamento de uma parcela da sua liberdade. Ressalta que, conforme o reclamante, o seu senhor, João José d'Albuquerque, não cumpria sua parte, apesar de reconhecer ter em seu poder o referido pecúlio. Destaca que, para iniciar o processo, o cativo foi sozinho e diretamente à procura do Juiz de Direito-João Francisco da Silva Braga-da Comarca de Itambé, vila de Pedras de Fogo, e acrescenta ser bastante relevante notar que a ação começou sem a intervenção de um curador, cuja função era representar os juridicamente incapazes. Acrescenta, ainda, que, como observara Robert Conrad (1972), a Lei do Ventre-Livre pode ser vista como uma forma conciliatória de libertação, pois previa indenizações e prestação de serviços para os proprietários, mas também abria margens para os escravos obterem legalmente certos benefícios-como legalizar o pecúlio, que já existia, na prática, em muitas instâncias em todas as Américas. Conclui que o escravo João, como outros cativos, durante o império, sabia das novas circunstâncias promovidas pela legislação, por canais de informação diversos, e sobre o desenrolar das políticas estatais de mão-de-obra, e que, assim, buscou seus direitos e encontrou acolhida e diligência do aparato jurisdicional.
Palavras-chave: Escravidão. Lei do Ventre-Livre. História de Pernambuco. Judiciário.
Esta dissertação analisa as consequencias da política florestal portuguesa, que buscava regulamen... more Esta dissertação analisa as consequencias da política florestal portuguesa, que buscava regulamentar/fomentar a atividade madeireira, de forma a auferir lucros transformando algumas das florestas da colônia Brasil em áreas protegidas, na Capitania Geral de Pernambuco entre os anos de 1780 e 1808. Durante esse período, uma série de processos fizeram com que aumentasse a pressão sobre as matas locais, que eram a base tanto da agricultura local quanto da reprodução do comércio interoceânico e interno - a construção naval. Embora as restrições régias incluíssem teoricamente as áreas da agricultura de exportação e de gêneros básicos, no núcleo burocrático e comercial da capitania de Pernambuco, os plantadores mantiveram o domínio efetivo sobre suas matas, e os comerciantes garantiram um acesso abundante aos recursos florestais, a partir do direcionamento da exploração florestal para duas outras áreas: a comarca das Alagoas e a Capitania da Paraíba , com pequenos resultados mais ao Norte. Nesse sentido, o trabalho visa situar as disputas entre agentes envolvidos nessas políticas, (administradores régios, arrematadores dos contratos para exploração de madeiras, plantadores, roceiros, trabalhadores do corte, índios aldeados, etc.) e avaliar os usos da madeira e de outros recursos vegetais, em diversas situações, seja por demandas ultramarinas, seja em redes locais, mostrando que as florestas locais tiveram um papel importante no desenvolvimento regional.
A partir do final da década de 30, após a publicação de Casa Grande & Senzala, Nordeste e Sobrado... more A partir do final da década de 30, após a publicação de Casa Grande & Senzala, Nordeste e Sobrados e Mucambos, Gilberto Freyre dedicou-se a restituir a memória da colonização portuguesa no Brasil, na África, na China e na Índia, utilizando a idéia de um mundo lusotropical. Este artigo procura sondar concepções sobre o meio ambiente subjacentes a esse ideário da colonização portuguesa, que forneceram alguns argumentos basilares na construção das teses do escritor em relação à especificidade da atuação ibérica nos trópicos e da própria apreciação que faz da história nacional.
Palavras-Chave: Gilberto Freyre; Tropicologia; História Ambiental.
Durante cerca de quarenta anos de funcionamento, o Jardim Botânico de Olinda operou como um instr... more Durante cerca de quarenta anos de funcionamento, o Jardim Botânico de Olinda operou como um instrumento de trocas vegetais entre Pernambuco, as demais regiões do Brasil e o além-mar, bem como local de estímulo à diversificação de cultivos estratégicos, associado à política reformista da Coroa em fins do século XVIII. No pósindependência, as diretrizes básicas dessa política continuam a vigorar nos quadros da administração pública, em meio às tensões sociais internas e às incertezas das atividades exportadoras tradicionais – açúcar e algodão - criando a urgência de se encontrar um novo produto com inserção privilegiada nos mercados mundiais. Ao mesmo tempo, os jardins botânicos procuravam estimular a racionalização das atividades agrícolas, através de aulas e publicações científicas voltadas à Botânica e à Agricultura. Este artigo analisa o caso do Jardim Botânico de Olinda em relação ao contexto das políticas fomentistas coloniais e imperiais, que envolvia instituições análogas em outras localidades.
Palavras-chave: transferência de plantas; colonialismo; botânica; Brasil; agricultura.
Apesar de ter funcionado oficialmente por um curto período de tempo, a história do Jardim Botãnic... more Apesar de ter funcionado oficialmente por um curto período de tempo, a história do Jardim Botãnico de Olinda entre 1811 e 1854 permite analisar outros processos de manejo dos recursos vegetais, concorrentes à colonização dos territórios que vieram a tornar-se o Brasil. Assim, esta pesquisa inicialmente tentou compreender a ocupação do território colonial também do ponto de vista botânico. No século XVIII, novas idéias e práticas envolvendo as questões da história natural e o controle econômico das floras exóticas, que circulavam pelo Velho e Novo Mundo, foram absorvidos por alguns setores da elite luso-brasileira. Uma política de Jardins Botânicos coloniais foi ensaiada, e ordens expressas para a instalação de um equipamento em Pernambuco datam de 1798, seguindo a experiência de Belém do Pará (1796-7). Apenas em 1811, no entanto, foi instalada uma dessas instituições em Olinda, ainda capital da Capitania de Pernambuco, entrando pela história do Império brasileiro. No período do reformismo lusitano frente à crise do colonialismo no Brasil, no que concerne à gestão dos recursos vegetais, tomamos como exemplo a trajetória do naturalista Manuel Arruda da Câmara, um dos agentes que participaram da criação do Jardim, prosseguimos na análise da política agrária e científica do Império brasileiro no pós 1822, e do papel da província de Pernambuco nesse processo. Nesse sentido, estudamos a história das redes de Jardins coloniais e imperiais dentro de um movimento de tentativa de reformas na paisagem agrícola, envolvendo a diversificação de cultivos e a educação agrícola dos plantadores.
Resumo A partir do final da decada de 30, apos a publicacao de Casa Grande & Senzala, Nordeste e ... more Resumo A partir do final da decada de 30, apos a publicacao de Casa Grande & Senzala, Nordeste e Sobrados e Mucambos, Gilberto Freyre dedicou-se a restituir a memoria da colonizacao portuguesa no Brasil, na Africa, na China e na India, utilizando a ideia de um mundo lusotropical. Este artigo procura sondar concepcoes sobre o meio ambiente subjacentes a esse ideario da colonizacao portuguesa, que forneceram alguns argumentos basilares na construcao das teses do escritor em relacao a especificidade da atuacao iberica nos tropicos e da propria apreciacao que faz da historia nacional. Palavras-Chave: Gilberto Freyre; Tropicologia; Historia Ambiental. Abstract From the 1930s onward, after publishing The Masters & The Slaves, Nordeste [not translated to English] and The Mansions and the Shanties, Gilberto Freyre dedicated himself to the reconstruction of the memory of Portuguese colonization in Brazil, Africa, China and India, using the idea of a Lusotropical world. This article explores ...
Resumo: Apresenta o caso do escravo João Francisco, que recorre à Justiça para receber um pecúlio... more Resumo: Apresenta o caso do escravo João Francisco, que recorre à Justiça para receber um pecúlio, que seria usado para o pagamento de uma parcela da sua liberdade. Ressalta que, conforme o reclamante, o seu senhor, João José d'Albuquerque, não cumpria sua parte, apesar de reconhecer ter em seu poder o referido pecúlio. Destaca que, para iniciar o processo, o cativo foi sozinho e diretamente à procura do Juiz de Direito-João Francisco da Silva Braga-da Comarca de Itambé, vila de Pedras de Fogo, e acrescenta ser bastante relevante notar que a ação começou sem a intervenção de um curador, cuja função era representar os juridicamente incapazes. Acrescenta, ainda, que, como observara Robert Conrad (1972), a Lei do Ventre-Livre pode ser vista como uma forma conciliatória de libertação, pois previa indenizações e prestação de serviços para os proprietários, mas também abria margens para os escravos obterem legalmente certos benefícios-como legalizar o pecúlio, que já existia, na prática, em muitas instâncias em todas as Américas. Conclui que o escravo João, como outros cativos, durante o império, sabia das novas circunstâncias promovidas pela legislação, por canais de informação diversos, e sobre o desenrolar das políticas estatais de mão-de-obra, e que, assim, buscou seus direitos e encontrou acolhida e diligência do aparato jurisdicional.
Palavras-chave: Escravidão. Lei do Ventre-Livre. História de Pernambuco. Judiciário.
Esta dissertação analisa as consequencias da política florestal portuguesa, que buscava regulamen... more Esta dissertação analisa as consequencias da política florestal portuguesa, que buscava regulamentar/fomentar a atividade madeireira, de forma a auferir lucros transformando algumas das florestas da colônia Brasil em áreas protegidas, na Capitania Geral de Pernambuco entre os anos de 1780 e 1808. Durante esse período, uma série de processos fizeram com que aumentasse a pressão sobre as matas locais, que eram a base tanto da agricultura local quanto da reprodução do comércio interoceânico e interno - a construção naval. Embora as restrições régias incluíssem teoricamente as áreas da agricultura de exportação e de gêneros básicos, no núcleo burocrático e comercial da capitania de Pernambuco, os plantadores mantiveram o domínio efetivo sobre suas matas, e os comerciantes garantiram um acesso abundante aos recursos florestais, a partir do direcionamento da exploração florestal para duas outras áreas: a comarca das Alagoas e a Capitania da Paraíba , com pequenos resultados mais ao Norte. Nesse sentido, o trabalho visa situar as disputas entre agentes envolvidos nessas políticas, (administradores régios, arrematadores dos contratos para exploração de madeiras, plantadores, roceiros, trabalhadores do corte, índios aldeados, etc.) e avaliar os usos da madeira e de outros recursos vegetais, em diversas situações, seja por demandas ultramarinas, seja em redes locais, mostrando que as florestas locais tiveram um papel importante no desenvolvimento regional.
A partir do final da década de 30, após a publicação de Casa Grande & Senzala, Nordeste e Sobrado... more A partir do final da década de 30, após a publicação de Casa Grande & Senzala, Nordeste e Sobrados e Mucambos, Gilberto Freyre dedicou-se a restituir a memória da colonização portuguesa no Brasil, na África, na China e na Índia, utilizando a idéia de um mundo lusotropical. Este artigo procura sondar concepções sobre o meio ambiente subjacentes a esse ideário da colonização portuguesa, que forneceram alguns argumentos basilares na construção das teses do escritor em relação à especificidade da atuação ibérica nos trópicos e da própria apreciação que faz da história nacional.
Palavras-Chave: Gilberto Freyre; Tropicologia; História Ambiental.
Durante cerca de quarenta anos de funcionamento, o Jardim Botânico de Olinda operou como um instr... more Durante cerca de quarenta anos de funcionamento, o Jardim Botânico de Olinda operou como um instrumento de trocas vegetais entre Pernambuco, as demais regiões do Brasil e o além-mar, bem como local de estímulo à diversificação de cultivos estratégicos, associado à política reformista da Coroa em fins do século XVIII. No pósindependência, as diretrizes básicas dessa política continuam a vigorar nos quadros da administração pública, em meio às tensões sociais internas e às incertezas das atividades exportadoras tradicionais – açúcar e algodão - criando a urgência de se encontrar um novo produto com inserção privilegiada nos mercados mundiais. Ao mesmo tempo, os jardins botânicos procuravam estimular a racionalização das atividades agrícolas, através de aulas e publicações científicas voltadas à Botânica e à Agricultura. Este artigo analisa o caso do Jardim Botânico de Olinda em relação ao contexto das políticas fomentistas coloniais e imperiais, que envolvia instituições análogas em outras localidades.
Palavras-chave: transferência de plantas; colonialismo; botânica; Brasil; agricultura.
Apesar de ter funcionado oficialmente por um curto período de tempo, a história do Jardim Botãnic... more Apesar de ter funcionado oficialmente por um curto período de tempo, a história do Jardim Botãnico de Olinda entre 1811 e 1854 permite analisar outros processos de manejo dos recursos vegetais, concorrentes à colonização dos territórios que vieram a tornar-se o Brasil. Assim, esta pesquisa inicialmente tentou compreender a ocupação do território colonial também do ponto de vista botânico. No século XVIII, novas idéias e práticas envolvendo as questões da história natural e o controle econômico das floras exóticas, que circulavam pelo Velho e Novo Mundo, foram absorvidos por alguns setores da elite luso-brasileira. Uma política de Jardins Botânicos coloniais foi ensaiada, e ordens expressas para a instalação de um equipamento em Pernambuco datam de 1798, seguindo a experiência de Belém do Pará (1796-7). Apenas em 1811, no entanto, foi instalada uma dessas instituições em Olinda, ainda capital da Capitania de Pernambuco, entrando pela história do Império brasileiro. No período do reformismo lusitano frente à crise do colonialismo no Brasil, no que concerne à gestão dos recursos vegetais, tomamos como exemplo a trajetória do naturalista Manuel Arruda da Câmara, um dos agentes que participaram da criação do Jardim, prosseguimos na análise da política agrária e científica do Império brasileiro no pós 1822, e do papel da província de Pernambuco nesse processo. Nesse sentido, estudamos a história das redes de Jardins coloniais e imperiais dentro de um movimento de tentativa de reformas na paisagem agrícola, envolvendo a diversificação de cultivos e a educação agrícola dos plantadores.
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Papers by Mateus S . Simon
Palavras-chave: Escravidão. Lei do Ventre-Livre. História de Pernambuco. Judiciário.
Palavras-Chave: Mata-Atlântica. Agricultura colonial. Exploração madeireira.
Palavras-Chave: Gilberto Freyre; Tropicologia; História Ambiental.
Palavras-chave: transferência de plantas; colonialismo; botânica; Brasil; agricultura.
Palavras-chave: Escravidão. Lei do Ventre-Livre. História de Pernambuco. Judiciário.
Palavras-Chave: Mata-Atlântica. Agricultura colonial. Exploração madeireira.
Palavras-Chave: Gilberto Freyre; Tropicologia; História Ambiental.
Palavras-chave: transferência de plantas; colonialismo; botânica; Brasil; agricultura.