A proposta desta dissertação é, partindo-se de determinada literatura realista brasileira dos anos 1970, analisar e descrever as afecções mobilizadas nas obras que se intensificam enquanto atmosfera (Stimmung) do período em questão, que é... more
A proposta desta dissertação é, partindo-se de determinada literatura realista brasileira dos
anos 1970, analisar e descrever as afecções mobilizadas nas obras que se intensificam
enquanto atmosfera (Stimmung) do período em questão, que é melancólica. Para isto, este
trabalho é dividido em três grandes partes. Na primeira parte, faz-se uma abordagem sobre o
que se confrontou enquanto possibilidade de leitura da década de setenta, subdividida em três
momentos, sendo estes: (1) o entendimento sobre determinada interpretação da melancolia
enquanto afeto e seu relacionamento específico com a temporalidade (experiências e
expectativas); (2) a abertura mais pontual aos anos 1970 a partir e através de reflexões críticas
sobre a estética realista que se generaliza na literatura brasileira do período; (3) a análise e
aprofundamento das possibilidades de leitura que se apresentam tendo em vista a tematização
das atmosferas (Stimmungen) e, com isso, suas possibilidades no que tange ao conhecimento
histórico. Já na segunda parte são apresentadas as descrições das obras que orientam a
proposta desta dissertação. Subdividida em dois tópicos, a proposta é analisar as afecções
específicas de cada uma destas obras, indicando-se as tonalidades da atmosfera (Stimmung)
melancólica que se intensifica no período. No primeiro tópico, são tematizadas três obras de
Antônio Torres, sendo elas: Um cão uivando para a lua (1972), Os homens dos pés redondos
(1973) e Essa terra (1976) em que indicamos uma Stimmung caracterizada pela aridez; no
segundo tópico, abordam-se duas distopias de Ignácio de Loyola Brandão, Zero (1975) e Não
verás país nenhum (1981), em que se realça uma Stimmung constituída pelos constantes
movimentos de fragmentação e cisão da existência. Ao final de cada um desses tópicos, é feita
a descrição das atmosferas das obras e dos movimentos que as intensificam. Na terceira e
última, parte, apresenta-se as conclusões da consideração de uma intensificação do afeto
melancólico enquanto Stimmung, o que se poderia extrair no que se refere à determinada
forma de relacionamento com/no tempo e o confrontar-se com tons desta forma de estar-nomundo, característico da temporalidade, dos horizontes e das expectativas, dos anos 1970 no
Brasil
anos 1970, analisar e descrever as afecções mobilizadas nas obras que se intensificam
enquanto atmosfera (Stimmung) do período em questão, que é melancólica. Para isto, este
trabalho é dividido em três grandes partes. Na primeira parte, faz-se uma abordagem sobre o
que se confrontou enquanto possibilidade de leitura da década de setenta, subdividida em três
momentos, sendo estes: (1) o entendimento sobre determinada interpretação da melancolia
enquanto afeto e seu relacionamento específico com a temporalidade (experiências e
expectativas); (2) a abertura mais pontual aos anos 1970 a partir e através de reflexões críticas
sobre a estética realista que se generaliza na literatura brasileira do período; (3) a análise e
aprofundamento das possibilidades de leitura que se apresentam tendo em vista a tematização
das atmosferas (Stimmungen) e, com isso, suas possibilidades no que tange ao conhecimento
histórico. Já na segunda parte são apresentadas as descrições das obras que orientam a
proposta desta dissertação. Subdividida em dois tópicos, a proposta é analisar as afecções
específicas de cada uma destas obras, indicando-se as tonalidades da atmosfera (Stimmung)
melancólica que se intensifica no período. No primeiro tópico, são tematizadas três obras de
Antônio Torres, sendo elas: Um cão uivando para a lua (1972), Os homens dos pés redondos
(1973) e Essa terra (1976) em que indicamos uma Stimmung caracterizada pela aridez; no
segundo tópico, abordam-se duas distopias de Ignácio de Loyola Brandão, Zero (1975) e Não
verás país nenhum (1981), em que se realça uma Stimmung constituída pelos constantes
movimentos de fragmentação e cisão da existência. Ao final de cada um desses tópicos, é feita
a descrição das atmosferas das obras e dos movimentos que as intensificam. Na terceira e
última, parte, apresenta-se as conclusões da consideração de uma intensificação do afeto
melancólico enquanto Stimmung, o que se poderia extrair no que se refere à determinada
forma de relacionamento com/no tempo e o confrontar-se com tons desta forma de estar-nomundo, característico da temporalidade, dos horizontes e das expectativas, dos anos 1970 no
Brasil