Papers by Rodrigo Padua Chaves
Acta Amazonica, 2009
São raros os estudos envolvendo o uso múltiplo de recursos naturais por populações amazônicas. Es... more São raros os estudos envolvendo o uso múltiplo de recursos naturais por populações amazônicas. Este trabalho apresenta um panorama de como os índios Deni, habitantes da região de interflúvio entre dois dos maiores afluentes de água branca da bacia amazônica, os rios Juruá e Purus, utilizam dos recursos disponíveis em seu território. Os Deni são, atualmente, índios que vivem da exploração de recursos da terra firme e de regiões alagadas. São um misto de horticultores e caçadores/coletores, que utilizam toda a sua área para a obtenção de recursos para subsistência. Como regra, deslocam periodicamente seus assentamentos, evitando o esgotamento local de recursos, e provocando a modificação local do ambiente. Esta alteração aumenta temporariamente a disponibilidade de alimento. Áreas com aldeias, pomares e roçados abandonados, por sua vez, tornam-se locais onde se concentram inúmeros recursos da flora e da fauna, posteriormente explorados. O impacto provocado por este sistema é aparentem...
TRADuzIDO pOR RODRIGO páDuA ChAVES 3 E ThIAGO NOVAES 4 O mais simples do mundo, ao observar que a... more TRADuzIDO pOR RODRIGO páDuA ChAVES 3 E ThIAGO NOVAES 4 O mais simples do mundo, ao observar que a certeza, a crença máxima, é sempre objeto do desejo, e não o desejo, forte ou fra-co, sempre o objeto da crença, e que o desejo, por conseguinte, em virtude de sua própria natureza, atesta assim a preeminên-cia da crença. Nós temos a princípio a prova indireta no fato que o desejo máximo, positivo ou negativo, aquele que se junta a uma impressão atual, é algo muito raro, enquanto nossa vida desperta é continuamente, sem interrupção, repleta de certezas praticamente infinitas, certezas táteis, visuais, acústicas etc., positivas, e também de certezas negativas que estão implicadas 1 Publicado originalmente sob o título La Croyance et le Desir et la Probability de leur Mesure. Revue Philosophique, Paris, Aout et Septembre, 1880. Reimpresso sob o tí-tulo: La Croyance et le Desir, in "Essais et Mélanges Sociologiques". Paris : A. Maloine, Éditeur, 1895, pp. 227-235. 2 Gabriel Tarde (1843-1904) sociólogo e filósofo francês. Contribuiu para muitos estudos, principalmente para a área conhecida como "criminologia". Entre algumas obras mais distribuídas, está: "Lois de l'imitation", 1890. Alguns outros textos tradu-zidos em português podem ser encontrados na obra titulada "Monadologia e sociolo-gia: e outros ensaios" publicado pela CosacNaify em 2007.
In this work I analyse official reports of identification and delimitation of Indigenous Lands (T... more In this work I analyse official reports of identification and delimitation of Indigenous Lands (TIs) produced by FUNAI -the National Indian Foundation -between 1988 and 2003. These reports are the first step of the official 'procedures for land regularization', being the initial landmark of what is (or is going to be) an 'Indian Land'.
São raros os estudos envolvendo o uso múltiplo de recursos naturais por populações amazônicas. Es... more São raros os estudos envolvendo o uso múltiplo de recursos naturais por populações amazônicas. Este trabalho apresenta um panorama de como os índios Deni, habitantes da região de interflúvio entre dois dos maiores afluentes de água branca da bacia amazônica, os rios Juruá e Purus, utilizam dos recursos disponíveis em seu território. Os Deni são, atualmente, índios que vivem da exploração de recursos da terra firme e de regiões alagadas. São um misto de horticultores e caçadores/ coletores, que utilizam toda a sua área para a obtenção de recursos para subsistência. Como regra, deslocam periodicamente seus assentamentos, evitando o esgotamento local de recursos, e provocando a modificação local do ambiente. Esta alteração aumenta temporariamente a disponibilidade de alimento. Áreas com aldeias, pomares e roçados abandonados, por sua vez, tornam-se locais onde se concentram inúmeros recursos da flora e da fauna, posteriormente explorados. O impacto provocado por este sistema é aparentemente mínimo. Os Deni estão contextualizados na periferia de um sistema capitalista, onde a única fonte de renda para adquirir bens que são hoje considerados pelos índios como indispensáveis para sua sobrevivência são os recursos naturais. Estes são e continuarão sendo explorados de maneira a produzir um excedente a ser comercializado para a obtenção de uma série de produtos industrializados, independentemente das opiniões externas. É sobre este patamar que devemos avaliar a sustentabilidade do atual manejo da área.
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Antropologia e identificação: os antropólogos e a identificação de terras indígenas no Brasil, 19... more Antropologia e identificação: os antropólogos e a identificação de terras indígenas no Brasil, 1977-2002 reúne contribuições que procuram ampliar a compreensão sociológica da prática jurídico-administrativa da identificação das terras indígenas no Brasil, que tem se revelado cada vez mais uma megaoperação de codificação governamental de demandas territoriais e culturais de povos indígenas, veiculando efeitos de Estado de enorme importância. Os autores procuram pesar o que mudou e o que permaneceu em relação ao cenário dos anos 1980 até o início dos anos 1990 (o imediato pós-Constituinte) não só em termos dos elementos mais evidentes relativos às práticas administrativas chamadas de estudos de identificação , como também em relação à configuração política em que se enquadram. Os estudos aqui reunidos buscam, ainda, pensar sobre as mudanças e as permanências na própria disciplina antropologia e na formação do antropólogo, considerando a sua definição progressiva como profissional e técnico pelas instâncias administrativas que demandam a sua expertise , bem como o papel multifuncional que cada vez mais é chamado a desempenhar como perito em processos jurídicos-administrativos, como gestor de conflitos de significação entre partes variadas e como executor de ações de intervenção social.
Destacam também o quanto a formação acadêmica universitária atual continua a dar pouca ênfase a aspectos da disciplina que contribuíram sobremaneira para uma menor plerplexidade do recém-formado nesse exercício profissional de caráter “prático”, embora não menos reflexivo que o “acadêmico”, já que hoje este fazer segue muitas vezes as veredas que se abrem (ainda que não se as declarem ou as pensem analiticamente) ao exercício real da pesquisa etnográfica em contextos como os abordados neste livro. Os textos aqui contidos permitem, pois, alguns relances quanto ao fazer antropológico no Brasil dos anos 1990, de certo a serem analiticamente perseguidos em outras publicações similares, consolidando um material imprescindível à formação de novos praticantes.
A identificação é a etapa administrativa inicial das intervenções governamentais que definem porções do território brasileiro como terras indígenas, sendo tais procedimentos administrativos aspectos do processo de territorialização contemporâneo dos povos indígenas em nosso país. Os antropólogos têm importância fundamental nessa etapa, assim como em outras práticas administrativas que estabelecem direitos culturalmente diferenciados. Conhecê-la nos diz muito das crenças, dos valores e das representações entretecidos em práticas e dispositivos vigentes em toda ação fundiária governamental. Permite também entender como é concebida, pelos gestores governamentais, a participação da antropologia e dos antropólogos (inclusive por eles mesmos) nessas ações de governo, bem como lança pistas importantes sobre como esses profissionais se auto-representam em face dos trabalhos que demandam sua expertise.
SUMÁRIO
Uma apresentação (Antonio Carlos de Souza Lima e Henyo Trindade Barretto Filho)
A identificação como categoria histórica (Antonio Carlos de Souza Lima)
Os relatórios antropológicos de identificação de terras indígenas da Fundação Nacional do Índio: notas para o estudo da relação entre antropologia e indigenismo no Brasil, 1968-1985 (Antonio Carlos de Souza Lima)
Disciplinando a diversidade cultural: uma perspectiva antropológica sobre a Portaria 14 (Henyo Trindade Barretto Filho)
A identificação de terras indígenas e os relatórios de identificação e delimitação da FUNAI: reflexões sobre a prática da antropologia no Brasil - 1988-2003 (Rodrigo Pádua Rodrigues Chaves)
Áreas Etnográficas: proposta de reestruturação do Departamento de Identificação e Delimitação da FUNAI com base na atuação em áreas etnográficas (Marco Paulo Fróes Schettino)
A construção de instrumentos de pesquisa para a documentação do SPI e a busca de novas formas de acesso e diálogo (Carlos Alberto Montes Perez, Maria Elizabeth Brêa Monteiro, Sheila Maria Guimarães de Sá e Sonia Maria Otero Coqueiro)
Recursos comuns indígenas ou conservação global na Amazônia? O Monte Roraima entre Parque Nacional e Terra Indígena Raposa-Serra do Sol (Vincenzo Lauriola)
Campo Minado: considerações sobre o poder e a antropologia na identificação e delimitação de terras indígenas (Cristhian Teófilo da Silva)
Identidade, território e interesses entre os índios Jenipapo-Kanindé do Ceará (Carlos Kleber Saraiva de Sousa)
A identificação da TI Potiguara de Monte-Mor e as conseqüências (im)previstas do Decreto 1775/96 (Sidnei Peres)
Retomada ou invasão: percepção das instituições governamentais sobre a ocupação do Monte Pascoal pelos índios Pataxó (Rodrigo Paranhos Faleiro)
Entre a paixão e a técnica: reflexões sobre o processo de identificação e demarcação das terras dos Karajá de Aruanã, GO (Manuel Ferreira Lima Filho)
Estação Parecis: um território expropriado (Maria Fátima Roberto Machado)
Referências bibliográficas
Sobre os autores
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Destacam também o quanto a formação acadêmica universitária atual continua a dar pouca ênfase a aspectos da disciplina que contribuíram sobremaneira para uma menor plerplexidade do recém-formado nesse exercício profissional de caráter “prático”, embora não menos reflexivo que o “acadêmico”, já que hoje este fazer segue muitas vezes as veredas que se abrem (ainda que não se as declarem ou as pensem analiticamente) ao exercício real da pesquisa etnográfica em contextos como os abordados neste livro. Os textos aqui contidos permitem, pois, alguns relances quanto ao fazer antropológico no Brasil dos anos 1990, de certo a serem analiticamente perseguidos em outras publicações similares, consolidando um material imprescindível à formação de novos praticantes.
A identificação é a etapa administrativa inicial das intervenções governamentais que definem porções do território brasileiro como terras indígenas, sendo tais procedimentos administrativos aspectos do processo de territorialização contemporâneo dos povos indígenas em nosso país. Os antropólogos têm importância fundamental nessa etapa, assim como em outras práticas administrativas que estabelecem direitos culturalmente diferenciados. Conhecê-la nos diz muito das crenças, dos valores e das representações entretecidos em práticas e dispositivos vigentes em toda ação fundiária governamental. Permite também entender como é concebida, pelos gestores governamentais, a participação da antropologia e dos antropólogos (inclusive por eles mesmos) nessas ações de governo, bem como lança pistas importantes sobre como esses profissionais se auto-representam em face dos trabalhos que demandam sua expertise.
SUMÁRIO
Uma apresentação (Antonio Carlos de Souza Lima e Henyo Trindade Barretto Filho)
A identificação como categoria histórica (Antonio Carlos de Souza Lima)
Os relatórios antropológicos de identificação de terras indígenas da Fundação Nacional do Índio: notas para o estudo da relação entre antropologia e indigenismo no Brasil, 1968-1985 (Antonio Carlos de Souza Lima)
Disciplinando a diversidade cultural: uma perspectiva antropológica sobre a Portaria 14 (Henyo Trindade Barretto Filho)
A identificação de terras indígenas e os relatórios de identificação e delimitação da FUNAI: reflexões sobre a prática da antropologia no Brasil - 1988-2003 (Rodrigo Pádua Rodrigues Chaves)
Áreas Etnográficas: proposta de reestruturação do Departamento de Identificação e Delimitação da FUNAI com base na atuação em áreas etnográficas (Marco Paulo Fróes Schettino)
A construção de instrumentos de pesquisa para a documentação do SPI e a busca de novas formas de acesso e diálogo (Carlos Alberto Montes Perez, Maria Elizabeth Brêa Monteiro, Sheila Maria Guimarães de Sá e Sonia Maria Otero Coqueiro)
Recursos comuns indígenas ou conservação global na Amazônia? O Monte Roraima entre Parque Nacional e Terra Indígena Raposa-Serra do Sol (Vincenzo Lauriola)
Campo Minado: considerações sobre o poder e a antropologia na identificação e delimitação de terras indígenas (Cristhian Teófilo da Silva)
Identidade, território e interesses entre os índios Jenipapo-Kanindé do Ceará (Carlos Kleber Saraiva de Sousa)
A identificação da TI Potiguara de Monte-Mor e as conseqüências (im)previstas do Decreto 1775/96 (Sidnei Peres)
Retomada ou invasão: percepção das instituições governamentais sobre a ocupação do Monte Pascoal pelos índios Pataxó (Rodrigo Paranhos Faleiro)
Entre a paixão e a técnica: reflexões sobre o processo de identificação e demarcação das terras dos Karajá de Aruanã, GO (Manuel Ferreira Lima Filho)
Estação Parecis: um território expropriado (Maria Fátima Roberto Machado)
Referências bibliográficas
Sobre os autores
Destacam também o quanto a formação acadêmica universitária atual continua a dar pouca ênfase a aspectos da disciplina que contribuíram sobremaneira para uma menor plerplexidade do recém-formado nesse exercício profissional de caráter “prático”, embora não menos reflexivo que o “acadêmico”, já que hoje este fazer segue muitas vezes as veredas que se abrem (ainda que não se as declarem ou as pensem analiticamente) ao exercício real da pesquisa etnográfica em contextos como os abordados neste livro. Os textos aqui contidos permitem, pois, alguns relances quanto ao fazer antropológico no Brasil dos anos 1990, de certo a serem analiticamente perseguidos em outras publicações similares, consolidando um material imprescindível à formação de novos praticantes.
A identificação é a etapa administrativa inicial das intervenções governamentais que definem porções do território brasileiro como terras indígenas, sendo tais procedimentos administrativos aspectos do processo de territorialização contemporâneo dos povos indígenas em nosso país. Os antropólogos têm importância fundamental nessa etapa, assim como em outras práticas administrativas que estabelecem direitos culturalmente diferenciados. Conhecê-la nos diz muito das crenças, dos valores e das representações entretecidos em práticas e dispositivos vigentes em toda ação fundiária governamental. Permite também entender como é concebida, pelos gestores governamentais, a participação da antropologia e dos antropólogos (inclusive por eles mesmos) nessas ações de governo, bem como lança pistas importantes sobre como esses profissionais se auto-representam em face dos trabalhos que demandam sua expertise.
SUMÁRIO
Uma apresentação (Antonio Carlos de Souza Lima e Henyo Trindade Barretto Filho)
A identificação como categoria histórica (Antonio Carlos de Souza Lima)
Os relatórios antropológicos de identificação de terras indígenas da Fundação Nacional do Índio: notas para o estudo da relação entre antropologia e indigenismo no Brasil, 1968-1985 (Antonio Carlos de Souza Lima)
Disciplinando a diversidade cultural: uma perspectiva antropológica sobre a Portaria 14 (Henyo Trindade Barretto Filho)
A identificação de terras indígenas e os relatórios de identificação e delimitação da FUNAI: reflexões sobre a prática da antropologia no Brasil - 1988-2003 (Rodrigo Pádua Rodrigues Chaves)
Áreas Etnográficas: proposta de reestruturação do Departamento de Identificação e Delimitação da FUNAI com base na atuação em áreas etnográficas (Marco Paulo Fróes Schettino)
A construção de instrumentos de pesquisa para a documentação do SPI e a busca de novas formas de acesso e diálogo (Carlos Alberto Montes Perez, Maria Elizabeth Brêa Monteiro, Sheila Maria Guimarães de Sá e Sonia Maria Otero Coqueiro)
Recursos comuns indígenas ou conservação global na Amazônia? O Monte Roraima entre Parque Nacional e Terra Indígena Raposa-Serra do Sol (Vincenzo Lauriola)
Campo Minado: considerações sobre o poder e a antropologia na identificação e delimitação de terras indígenas (Cristhian Teófilo da Silva)
Identidade, território e interesses entre os índios Jenipapo-Kanindé do Ceará (Carlos Kleber Saraiva de Sousa)
A identificação da TI Potiguara de Monte-Mor e as conseqüências (im)previstas do Decreto 1775/96 (Sidnei Peres)
Retomada ou invasão: percepção das instituições governamentais sobre a ocupação do Monte Pascoal pelos índios Pataxó (Rodrigo Paranhos Faleiro)
Entre a paixão e a técnica: reflexões sobre o processo de identificação e demarcação das terras dos Karajá de Aruanã, GO (Manuel Ferreira Lima Filho)
Estação Parecis: um território expropriado (Maria Fátima Roberto Machado)
Referências bibliográficas
Sobre os autores