Anais do 4º Congresso de Letras, Artes e Cultura da Universidade Federal de São João del Rei, Nov 2013
Em Short Movies (2011), de Gonçalo M. Tavares, o leitor acompanha os movimentos de uma câmara, de... more Em Short Movies (2011), de Gonçalo M. Tavares, o leitor acompanha os movimentos de uma câmara, descritos por uma voz narrativa que ocupa ora a posição de quem dirige a encenação, ora a de quem observa, isto é, do espectador. A câmara condiciona o olhar não apenas em termos daquilo que pode ser visto, em razão das limitações impostas pelos enquadramentos que se sucedem, mas também no que diz respeito à forma de ver, possibilitando olhares diferenciados sobre os objectos focados. Assim, através dos movimentos da câmara, as mais variadas situações do dia-a-dia são apresentadas em brevíssimos textos, que mostram mais do que narrar, produzindo revelações inesperadas que amiúde eludem o exercício de interpretação. A partir de alguns desses textos, procurarei desenvolver uma reflexão sobre o papel do olhar cinematográfico na literatura, conduzindo uma interrogação sobre as possibilidades de aproximação da linguagem cinematográfica e da linguagem literária, e chamando a atenção para o papel da imagem enquanto motor de questionamento da noção de sentido tradicionalmente associada à linguagem verbal.
Anais do 4º Congresso de Letras, Artes e Cultura da Universidade Federal de São João del Rei, Nov 2013
Em Short Movies (2011), de Gonçalo M. Tavares, o leitor acompanha os movimentos de uma câmara, de... more Em Short Movies (2011), de Gonçalo M. Tavares, o leitor acompanha os movimentos de uma câmara, descritos por uma voz narrativa que ocupa ora a posição de quem dirige a encenação, ora a de quem observa, isto é, do espectador. A câmara condiciona o olhar não apenas em termos daquilo que pode ser visto, em razão das limitações impostas pelos enquadramentos que se sucedem, mas também no que diz respeito à forma de ver, possibilitando olhares diferenciados sobre os objectos focados. Assim, através dos movimentos da câmara, as mais variadas situações do dia-a-dia são apresentadas em brevíssimos textos, que mostram mais do que narrar, produzindo revelações inesperadas que amiúde eludem o exercício de interpretação. A partir de alguns desses textos, procurarei desenvolver uma reflexão sobre o papel do olhar cinematográfico na literatura, conduzindo uma interrogação sobre as possibilidades de aproximação da linguagem cinematográfica e da linguagem literária, e chamando a atenção para o papel da imagem enquanto motor de questionamento da noção de sentido tradicionalmente associada à linguagem verbal.
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