Civilizações Perdidas: 10 Sociedades Que Desapareceram Sem Deixar Rasto
De Michael Rank
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Sobre este e-book
Quer seja a cidade perdida da Atântida de Platão, uma utopia tecnologicamente avançada que se afundou no oceano “num dia e noite de azar”; a colónia de Roanoke, cujos primeiros colonos americanos foram engolidos pela floresta selvagem do continente por explorar, ou os antigos exploradores da América, que conseguiram chegar ao Novo Mundo 2000 anos antes de Colombo, o desaparecimento das colónias é tão críptico como implausível.
Este livro explora as culturas de 10 das maiores civilizações na história. Alguns estavam milénios à frente dos seus vizinhos, tais como a Civilização do Vale do Indo, que tinha um melhor planeamento urbano em 3000 A.C. do que qualquer capital Europeia do século XVIII. Outros deixaram para trás mistérios desconcertantes, como os antigos povos Pueblo (conhecidos anteriormente como os Anasazi), cujas casas nas falésias eram tão inacessíveis que todos os membros da sociedade teria que ser um alpinista experiente.
Também tentará explicar como é que sociedades tão massivas que duraram séculos puderam desaparecer sem deixar rasto. Será que os hábeis construtores de pirâmides, cujo método de transporte das massivas pedras ainda está por explicar, simplesmente desapareceram ou eram parte de uma raça avançada de extraterrestres, como dizem os teóricos da conspiração? Foi o Reino de Aksum o guardião da Arca da Aliança, e será que isto levou ao seu declínio?
Qualquer que seja a natureza do seu desaparecimento, estas civilizações perdidas dão-nos muitas lições ainda hoje – até a maior das sociedades podem desaparecer, e isto inclui-nos a nós.
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Civilizações Perdidas - Michael Rank
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Cumprimentos,
Michael
Introdução
Como É que Uma Civilização Desaparece?
––––––––
Para uma civilização que desapareceu há mais de mil anos, os Maias são extraordinariamente influentes no século XXI. No dia 21 de dezembro de 2012, o mundo esperou ansiosamente a conclusão da Longa Contagem
de 5.125 anos do calendário Maia, que muitos pseudointelectuais afirmaram ser a data oficial do fim do mundo.
É fácil rirmo-nos da histeria depois do evento, mas muitas pessoas que não consideraram que o aviso fosse algo engraçado. O The Telegraph
publicou notícias nas semanas que precederam o ansiado apocalipse que reportavam que por todo o mundo, desde a China até à Rússia, as pessoas estavam em pânico a comprar velas e produtos essenciais. Houve um aumento substancial nas vendas de abrigos de sobrevivência de pequenos fabricantes, indo de uma média de um por mês para um por dia. Muitos Franceses prepararam-se para se reunirem em uma montanha, onde, supostamente, extraterrestres iriam salvá-los. Turcos reuniram-se na pitoresca cidade de Sirince, um antigo centro de produção de vinho na Grécia, porque consideravam que esse era o melhor lugar para esperar o Dia do Juízo Final.
Para obter lucro na bilheteira com o crescente medo da destruição iminente do Planeta Terra, protagonizado por John Cusack, adequadamente chamado 2012
. Apesar de ser bastante duvidoso que o filme tenha contribuído substancialmente para a histeria do Dia do Juízo Final, teve algum impacto na China. O filme foi popular por lá devido à reviravolta na história que faz com que o exército Chinês salve a Humanidade ao construir as enormes arcas. Isto talvez seja a maior ironia da febre apocalíptica dos Maias: teve impacto em uma nação com mais de 1 bilião de cidadãos, muitos dos quais não têm qualquer crença religiosa.
É óbvio que nada aconteceu naquele fatídico da 21 de dezembro, mas é menos claro o que realmente aconteceu aos Maias há muitos séculos atrás. Afinal, como é que uma civilização que constrói templos maciços e famosas cidades, que entretanto se transformaram em centros turísticos, como Chichen Itza, desapareceu tão silenciosamente? Essa questão tem desconcertado os historiadores desde a sua descoberta, visto que a sua queda não foi um processo rápido, nem foram destruídos em um dia por uma erupção vulcânica ou pelo impacto de um asteroide, na verdade parecem ter simplesmente esmorecido e entrado em declínio durante anos até que simplesmente desapareceram. O que sabemos é que o seu desaparecimento se deu no meio de um número de migrações em larga escala que tiveram lugar na América Central. No seu período pós-clássico, os Maias abandonaram muitas das partes a sul do seu império, como Palenque e Tikal, migrando para norte e estabelecendo-se em Uxmal. Por sua vez, esta cidade foi abandonada, e criaram Chitchen Itza. O povo de Mayapan, que foi por sua vez dominado pelos conquistadores Espanhóis, acabou por a conquistar.
As teorias mais comuns sobre o declínio dos Maias dizem que eles desapareceram devido a excesso de população ou falta de comida. Talvez os terrenos rurais já não fossem tão produtivos como haviam sido, o que levou a condições de fome generalizada no império sul-americano. Outros atos da natureza, como epidemias, tremores de terra, secas ou incêndios, podem tê-los destruído. As guerras com as tribos vizinhas são outra teoria possível.
No entanto, é desconcertante como é que uma civilização que deixou enormes ruínas pode ter desaparecido sem que ninguém saiba qual o motivo. O analfabetismo na sociedade explica parcialmente este fenómeno, visto que não deixaram registo escritos, mas o seu desaparecimento não deixa de ser inquietante para uma pessoa do tempo atual. Se encontrássemos uma casa abandonada com todo o seu conteúdo intacto, só poderíamos assumir que o pior tinha acontecido aos seus proprietários – fosse um desastre natural, um massacre brutal ou um surto viral incontrolável. É por essa razão que o misterioso desaparecimento dos Maias, e os correspondentes estranhos avisos apocalípticos, se tornaram lendas, assim como as teorias da conspiração que acompanham o seu desaparecimento da Terra. Será que Deus os eliminou de uma vez só? Foram raptados em massa por extraterrestres?
Este livro irá explorar 10 das mais famosas civilizações, reais e ficcionais, que desapareceram sem deixar rasto. Iremos explicar o nascimento destas civilizações, os aspetos únicos da sua próspera cultura e, principalmente, as misteriosas condições em que desapareceram. Académicos ofereceram teorias sobre como é que estas civilizações, em última análise, terão desaparecido e iremos ver as melhores explicações para como é que uma civilização avançada, com várias e movimentadas metrópoles, extensas redes de comércio, frotas de navios e exércitos permanentes, pode desaparecer sem que ninguém fique para contar a história.
As civilizações podem morrer de várias maneiras. Algumas podem ir morrendo devagarinho ao longo dos séculos, como foi o caso dos Maias. Outras vezes, desaparecem de repente, como foi o caso de Pompeia. Esta antiga cidade Romana foi completamente destruída e enterrada sob 6 metros de cinza e pedra-pomes na erupção do Vesúvio, em um dia fatídico em 79 AC. Com ela foi enterrada a sua população de 20.000 pessoas, assim como o seu anfiteatro, ginásio, aqueduto e complexo sistema de águas. A sua destruição foi imortalizada por Plínio, o Jovem no seu relato em primeira pessoa da erupção do vulcão do seu vantajoso ponto de observação do outro lado da Baía de Nápoles, devido à morte do seu tio Plínio, o Velho na tentativa de salvar as vítimas isoladas. Os visitantes podem observar uma cidade congelada no tempo e os seus cidadãos presos na pedra como gárgulas à volta do perímetro de uma catedral.
Mas a maioria dos desaparecimentos das civilizações são muito mais misteriosos. Este livro vai explorar as civilizações que desapareceram sem nenhuma explicação razoável ou clara. Algumas são provavelmente ficcionais: É quase certo que Atlântida nunca existiu da forma que foi retratada por Platão, visto que os continentes perdidos são difíceis de esconder, mesmo quando estão submersos no oceano. Se o que inspirou a lenda efetivamente existiu, foi provavelmente uma ilha no Mediterrâneo que desapareceu no mar depois de um terramoto. No entanto, o facto de o mito de Atlântida ter sido tão difundido por todo o mundo antigo levanta outras questões sobre qual era efetivamente a civilização perdida original que a inspirou.
Outras civilizações existiram efetivamente, mas deixaram-nos poucas pistas quanto à natureza da sua cultura. Os viajantes que visitaram a América antes da sua descoberta pelos Europeus deixaram para trás muitos artefactos curiosos, como moedas da era Romana ou cerâmica Persa, mas pouco se sabe sobre o motivo que os levou a viajar até ao Novo Mundo e, mais importante ainda, porque é que decidiram não ficar e colonizar. Ainda há outros que nos são familiares devido aos escritos que os seus membros deixaram para trás, mas o seu desaparecimento é ainda mais críptico por causa disso. O desaparecimento da colónia de Roanoke, no século XVI, no início da ocupação Inglesa do continente ainda nos assombra, os diários que os seus habitantes deixaram para trás não nos dão nenhuma pista quanto ao destino final da cidade, para além da mensagem fantasmagórica gravada em uma árvore que dizia Croatoan
.
As civilizações desaparecem por uma série de razões, sejam inundações, incêndios, desastres naturais, guerra, fomes, doenças, erosão do solo, reinstalação da população ou qualquer outra explicação. Tais desastres podem ter sido tão grandes que levaram os seus habitantes a abandonar os seus maravilhosos templos adornados com outro ou que continham enormes tesouros, como no caso de Tutankamon, no século XIII AC, no Egito, construídos em alturas mais favoráveis. Até nestas culturas que habitam prósperos centros agrícolas, rotas comerciais ou cidades – os seus cidadãos podem deixar tudo para trás de repente, obscurecendo o seu desaparecimento em ainda mais mistério.
Mas em vez de se perderem nos arquivos da história como sociedades falhadas, as lendas à volta destas civilizações perdidas continuam a crescer. Relatos antigos sobre o seu desaparecimento nas crónicas baseiam-se nas evidências mais enganosas ou nos rumores mais longínquos. As lendas destas civilizações rapidamente se transformam em mitos que adquirem um carácter romântico, o que as torna mais intrigantes para nós no século XXI. Talvez seja a mística das civilizações perdidas que convenceu tantas pessoas de que os Maias, essencialmente uma civilização da Idade da Pedra, que nem sequer tinha descoberto a roda, tinham a presciência de um evento apocalíptico que destruiria a nossa civilização avançada.
O mistério de civilizações prósperas, que eram avançadas para o seu tempo na história, mas que, de repente, deixaram de existir e que abandonaram todos os seus templos, palácios e casas, dão azo a muitas das teorias da conspiração atuais. Também exploram o medo profundo que a nossa civilização possa sofrer um destino semelhante. O facto de vivermos