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Eco-arte com crianças
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Eco-arte com crianças
E-book136 páginas1 hora

Eco-arte com crianças

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Sobre este e-book

Vento, chuva e sol são ferramentas de energia nas vivências em que a dinamarquesa Anna Marie Holm realiza com as crianças. Em um mergulho eco-artístico, que traz fôlego e esperança, espaços de pesquisa são criados de forma sustentável e a partir de um olhar atento sobre e com a natureza.

Eco-arte com crianças é um registro de criações poéticas que contribuem para a preservação do planeta. É, ainda, um rico material onde a brincadeira ao ar livre e as relações – humanas e com o meio ambiente – têm lugar especial.

Seis diretrizes, que poderiam ser consideradas um manifesto artístico, guiam a publicação. Para cada uma delas, uma série de experiências que conectam a infância à natureza, a arte à ciência, a ecologia ao cotidiano curioso e encantado. Vozes e ações das crianças estão presentes em cada página através de diálogos e imagens, mas principalmente através de uma escuta sensível.

Publicado no Brasil pelo Centro de Pesquisa e Documentação Pedagógica da Ateliê Carambola Escola de Educação Infantil, em 2015, o livro agora ganha uma versão em e-book – o que o torna ainda mais precioso no sentido de alcançar todos os pátios, praças, casas, creches e escolas por aí.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento14 de set. de 2017
ISBN9788584741823
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    Eco-arte com crianças - Anna Marie Holm

    CapaEcoArte.jpg

    Sumário

    Prefácio à edição brasileira

    Prefácio à edição dinamarquesa

    Nós construímos espaço para a brincadeira, para a poesia

    O tapete de argila

    Barro dissolvido

    Carvão no papelão

    Imagens flutuantes

    Caixa corpo

    Aerodesenhos

    Nós trabalhamos ao ar livre e utilizamos a energia da própria natureza

    O vento também quer brincar

    Armadilha para o ar da floresta

    A pintura do vento

    Mágica na água da chuva

    Cabides de vento

    O vento sabe ler

    Caçadores de sol

    Buracos vivos

    Nós utilizamos materiais usados

    Cobertores de jornal

    Rolos de jornais

    Encaixe as peças

    Caixas de papelão e jornais no quintal

    Máquina de desenho

    Olho mágico

    Folhas secas e Jørgen & Lars

    Nós utilizamos materiais não convencionais

    Um pouco de tudo na loja do campo

    Lápis de argila

    Exposição de papel manteiga usado

    Desenhos invisíveis na neve

    A roda da sorte artística

    Colagem corporal

    Galhos falantes e água da chuva

    O que estamos pensando?

    Nós utilizamos aquilo que está bem ao nosso redor

    Caixas de papelão com areia

    As meias de vento

    A arte do equilíbrio

    A arte do equilíbrio com caixas de papelão

    A arte do equilíbrio com galhos

    A arte do equilíbrio com latas

    A arte do equilíbrio com cabides

    Nós deixamos o local sem nenhum rastro de destruição

    Tubos de papelão no bosque

    Um passeio com sacolas de papel usadas

    Caixas velhas com buracos

    Cobertores velhos

    Papelão sobre folhas

    Passeando com jornais

    A arte do equilíbrio no limite e velhos achados

    Arte como ação

    Sobre a autora

    Créditos

    PREFÁCIO

    À EDIÇÃO BRASILEIRA

    Sobre os mundos possíveis

    - Olha lá embaixo. As coisas estão pequenas porque elas são de mentira. Quando o avião ficar perto do chão, as coisas se transformame ficam de verdade.

    - É? E nós somos de verdade ou de mentira quando

    estamos aqui em cima?

    - Nós somos de verdade. A gente só seria de mentira

    se estivesse voando em um pássaro azul.

    Enquanto lia a tradução desta terceira obra de Anna Marie que chega para o público brasileiro, me distraía com a conversa de duas meninas que viajavam na poltrona da frente. Elas, talvez com 5 ou 6 anos, discutiam sobre o mundo de verdade e o mundo de mentira. A conversa se estendia enquanto uma explicava para a outra que árvores de verdade são grandes, cheirosas e fazem sombra. Uma delas, por sua vez, interpelava com perguntas curiosas, afirmando que coisas pequenas, como as formigas e as borboletas, não poderiam ser de mentira. No fim, as duas pareciam concordar e concluir que elas poderiam decidir sobre quando as coisas são de verdade e quando as coisas são de mentira.

    A minha felicidade por presenciar esta cena com Eco-Arte para crianças em mãos justifica as escolhas que fiz para a escrita deste prefácio, a começar por destacar uma qualidade singular de Anna Marie em acolher o universo das crianças. Cada pequena história desta obra não diz apenas sobre arte – natureza – crianças, fala sobre a postura de um adulto interessado nas poéticas dos meninos e meninas, que se aventuram em descobrir modos de transformar as materialidades, os espaços e o tempo. Conseguir evidenciar os mundos invisíveis das crianças através de generosas palavras e imagens me faz lembrar do que Calvino, em seu livro Mundo Escrito e Mundo Não Escrito, aborda sobre a fronteira entre o que é possível transformar em palavras e o que não é, justificando então que escrevemos para que o mundo não escrito possa exprimir-se por meio de nós.

    Seja pela disponibilidade em inventar palavras com as crianças, seja pela opção de utilizar frases curtas despreocupadas com os cânones da narrativa, Anna Marie parece comungar da ideia de que nós, adultos, podemos estar mais atentos e abertos para os modos como as crianças reinventam o mundo. Além disso, acaba por nos sugerir uma maneira emotiva de narrar, algo que me deixa profundamente emocionado ao ler e ver suas pequenas histórias com os meninos e meninas.

    O leitor mais atento poderá perceber que Anna Marie está nos convidando a refletir sobre os meios pelos quais estamos educando para a arte, mas também para a conexão com o mundo. Seu jeito peculiar de propor algo para as crianças é aquele que - buscando o sentido etimológico da palavra - chamaria de religião, do latim, religare. A artista parece querer religar as crianças com a natureza, colocando-as diante da responsabilidade de estabelecer novos modos de estar e relacionar-se com o nosso entorno.

    A potente ideia de mundo com a qual ela parece compartilhar se assemelha à que Melich indica

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