Anthesis: Uma jornada sobre a essência
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Sobre este e-book
Segundo livro de Motta, Anthesis fala sobre todos os aspectos da cultura organizacional: o que é, como se forma e, principalmente, por que se cristaliza – o que é uma ameaça à sobrevivência das empresas. "Anthesis é o auge de desenvolvimento de uma flor. Escolhi este nome para reforçar os desafios que todas as organizações enfrentam para se manterem vivas" conta. Segundo ele, a ideia do livro é comparar o processo de evolução, auge e declínio de um organismo vivo com os organismos sociais, que buscam uma existência perene. "Ao contrário da flor, o destino de um organismo social não está necessariamente dado, pois ele pode ter novos ciclos de desenvolvimento à medida que a empresa consegue se reinventar", explica.
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Anthesis - Daniel Augusto Motta
Sumário
Narrativa
Altar Particular
Prefácio – Um fio condutor para o futuro
Léxico
I. O que é? Humani Generis Unitas
II. Como se forma? Página Quase em Branco
III. Como se desenvolve? História de Nossas Vidas
IV. Por que se cristaliza? Encruzilhada de Sucesso
V. Como se transforma? Corpo Que Habito
VI. Quais os novos desafios? Laços Efêmeros
Panteão
Perfil Daniel Augusto Motta, PhD, MSc
À Ana Paula, Julia e Fernando
Alheias e nossas, as palavras voam.
Bando de borboletas multicores, as palavras voam.
Bando azul de andorinhas, bando de gaivotas brancas,
as palavras voam.
Voam as palavras como águias imensas.
Como escuros morcegos como negros abutres, as palavras voam.
Oh! Alto e baixo em círculos e retas acima de nós,
em redor de nós, as palavras voam. E às vezes pousam.
Cecília Meireles
Narrativa
As empresas buscam sua preservação e expansão ao longo do tempo. Nessa perspectiva, desenvolvem elementos processuais e comportamentais que asseguram a integridade social interna e, ao mesmo tempo, sustentam suas interações com o mundo externo. Muito além da racionalidade desses movimentos, as empresas – tais como pessoas e grupos humanos –, por meio de seus quadros, pensam, sentem e agem em função de suas percepções, instintos, emoções, memórias cognitivas e capacidades limitadas.
Escrever sobre cultura organizacional requer mergulho profundo nas raízes dos fenômenos antropológicos, sociológicos e psicológicos que estruturam nosso pensamento sobre comportamento coletivo. Requer também perspectiva holística sobre diferentes possiblidades filosóficas para compreendermos o imponderável existente nos constructos sociais. Requer, por último, capacidade de síntese concreta em ferramentas gerenciais práticas passíveis de implementação em contextos diversos. Esses três condicionantes influenciaram sobremaneira esta obra.
Este livro é o resultado de aproximadamente 20 anos dedicados à análise do comportamento organizacional. Ao longo dos anos, tive o privilégio de conviver com lideranças executivas de grandes organizações em diferentes setores econômicos, em diferentes regiões. Minha formação em Ciências Econômicas permitiu-me conciliar os elementos das Ciências Sociais com o pragmatismo dos Métodos Quantitativos.
Já há alguns anos, como conselheiro para CEOs e comitês executivos, desenvolvi a frase Cash is king, Goodwill is queen, Culture can easily kill both of them
como lema geral para intervenções na estratégia, cultura e liderança dessas empresas.
A narrativa deste livro está estruturada em fragmentos de ideias articuladas em torno de um fio condutor definido por perguntas simples e objetivas sobre o fenômeno cultura organizacional: O que é?; Como se forma?; Como se desenvolve?; Qual o impacto?; Por que se cristaliza?; Como se transforma?; Quais os novos desafios?.
A fluidez dos textos encadeados em fragmentos me levou a concentrar todas as referências intelectuais que me acompanham nessa jornada no final do livro, na seção denominada Panteão, em homenagem aos intelectuais já pesquisadores deste tema.
Tal narrativa nos permitirá navegar pelas ideias em busca de conexões das proposições e dos significados. Este livro é, acima de tudo, uma jornada intelectual sobre aspectos essenciais dos agrupamentos sociais. Nesse contexto, nosso fio condutor confere certa lógica no pensamento, sem cercear suas fronteiras. Meu objetivo, caro leitor, será desafiar seus mapas mentais e estimular reflexões relevantes. Boa leitura!
Daniel Augusto Motta, PhD, MSc
CEO BMI Blue Management Institute
Altar Particular
Tenho consciência dos limites do meu conhecimento. Tenho também tranquilidade em compreender que mesmo aquilo que julgo conhecer pode se tornar equivocado ou impreciso ao longo dos tempos futuros. Penso assim justamente para me desapegar das minhas próprias crenças e visões e, assim, conseguir caminhar em direção ao novo.
É justamente tal convicção ferrenha naquilo que se aprendeu e se acreditou que desencadeia o fanatismo e a ignorância. A preguiçosa confiança no conhecimento passado apenas nos afasta da vanguarda. O vaidoso apego às próprias intuições apenas restringe as fronteiras do universo a ser percorrido.
Expandir os próprios limites de conhecimento requer humildade serena diante do que já acumulamos e da curiosidade infantil para desvendarmos e indagarmos. A Verdade não está acessível a qualquer um de nós: isso sim é o verdadeiro mistério.
Escrevi este livro a partir de anos dedicados ao desenvolvimento organizacional de grandes empresas nas Américas como consultor e conselheiro, ao mesmo tempo que analisava avidamente centenas de artigos, obras e pesquisas nas diversas áreas das Ciências Sociais, Ciências Econômicas e da Psicologia dedicadas ao comportamento organizacional e, em particular, ao fenômeno da cultura organizacional.
Diante do desafio de organizar meus pensamentos neste livro aceitei as ambiguidades inexoráveis, irreconciliáveis e inerentes ao encontro entre os métodos prescritivos, estilizados e empíricos da consultoria com os postulados complexos da ciência.
Tive o privilégio do encontro com mestres na Universidade de São Paulo, na Fundação Getúlio Vargas e na Harvard University. Tive interações com expoentes intelectuais norte-americanos como Ken Blanchard, John Kotter e Jack Zenger. Também aprendi muito com CEOs e Presidentes de Conselho de Administração. Meu reconhecimento sincero também a todos os meus colegas na BMI Blue Management Institute, bem como aos demais colegas da holding White Fox Capital e coligadas.
Ressalto, em particular, que este livro está profundamente baseado na produção intelectual, vivência executiva e experiência consultiva da Priscila Gripp Soares que, ao longo dos últimos dez anos, atuou diligentemente no Comitê Executivo BMI.
Novamente, tal qual no meu primeiro livro A Liderança Essencial, presto minhas homenagens póstumas ao meu avô paterno Fernando Augusto Motta, com quem aprendi grandes lições de vida em sua pequena mercearia. Terei sempre, também, meus agradecimentos especiais aos demais avós, aos meus pais e à minha irmã.
Por último, minha sincera homenagem à Ana Paula, Julia e Fernando, que definem o conceito abstrato que denomino como significado de vida.
Daniel Augusto Motta, PhD, MSc
CEO BMI Blue Management Institute
Prefácio
Um fio condutor para o futuro
Secular nas maiores economias do planeta, a literatura empresarial é um gênero que vem se consolidando no Brasil.
Este é um dado positivo. Evidencia que a economia brasileira avançou, tem empresas dinâmicas e um universo de leitores potenciais crescente, que busca sistemas inovadores de eficiência e governança, novas ideias e propostas.
E mostra, também, que uma geração de autores brasileiros ganhou formação e experiência sólida em ciências humanas e econômicas para investigar, com lupa científica, o cruzamento de diferentes disciplinas no benefício da evolução empresarial.
Num gênero que contempla estudo sobre empreendimentos bem sucedidos a partir da trajetória de empresários renomados, as biografias são um nicho em crescimento e mais visível.
Há obras idealizadas e escritas por autores brasileiros que alcançaram sucesso internacional ao descrever a trajetória de empresários também brasileiros.
Um outro tipo de literatura contempla a análise independente e arguta observação sobre a gestão das empresas em tempos de desafios que se renovam. A complexidade do cenário para as empresas é crescente. Compõem-se da tradicional competição de mercado, mas também pela competição disruptiva e questões regulatórias.
É confiável, sem dúvida uma referência que dá segurança, ler ‘Anthesis – Uma Jornada sobre a Essência’, de Daniel Augusto Motta, nestes tempos novos.
É um texto de notável distinção, com forte viés acadêmico. Vem se agregar à produção de cunho nacional debruçada para análise dos gestores dos grupos empresariais.
A partir de um questionamento direto e relevante a respeito de como se formam, se desenvolvem, se cristalizam e se transformam as culturas organizacionais, a presente obra nos leva a um mergulho em profundidade às fundações da moderna cultura do trabalho em companhias com milhares de colaboradores, de alta complexidade operacional e vasta exposição às vicissitudes dos mercados em que atuam – e, ainda assim, unas, sólidas e coesas.
Trata-se de uma jornada ao cerne da formação da identidade corporativa, ente no qual os planos dos indivíduos e os interesses do coletivo interagem e se ajustam. É um extraordinário fio condutor de informação e conhecimento acadêmico alinhados, aqui, de modo provocador.
Não se trata, a meu juízo, de um trabalho feito para ser apreciado de um só fôlego, mas será muito recompensador vencê-lo em incursões longas e sucessivas, tantas as estimulantes atrações intelectuais que o autor programou.
Exigente, sua leitura só traz ganhos. A proposta do bom conselho, apresentado sem coloquialismos, mas suavizado por um humor sutil e bem temperado, se faz presente em toda a narrativa.
Resultado de nada menos que vinte anos de rigorosa pesquisa, trata-se, desde logo, de um livro destinado a ser objeto de consulta para todos os que observam, refletem, estudam, admiram ou, das mais variadas maneiras, são impactados pela presença das grandes corporações em nossa sociedade.
Há em ‘Anthesis’ um sentido enciclopédico, na medida em que proporciona o acesso a axiomas e ponderações dos maiores e mais importantes pensadores contemporâneos dedicados ao estudo não apenas da vida interna nas grandes empresas, mas das sociedades humanas como um todo.
Saudáveis observações sobressaem no curso da leitura, assinaladas em citações de uma plêiade de pensadores universais que incluem o filósofo Immanuel Kant e o cientista social Umberto Eco, além de agregar ícones da cultura brasileira.
A capacidade do autor de adentrar aos meandros das culturas corporativas sem, no entanto, perder o lastro com a realidade externa garante à obra um nexo concreto. Não são poucas as lições encerradas a partir desta metodologia. Entrecruzando conceitos de filosofia, antropologia, sociologia, economia e psicologia, a investigação empreendida aponta para a impossibilidade de sucesso quando as normas e padrões internos se dissociam das culturas sociais que envolvem os grandes grupos empresariais em seu dia-a-dia.
Essa assertiva só reforça a nossa crença pessoal de que companhias não comprometidas e identificadas diretamente com os valores de seu público e território de atuação têm poucas chances de prosperar e se perpetuar.
Outra questão de fundo está na perseguição do entendimento sobre como, afinal, uma grande companhia pode marcar e preservar sua identidade própria num mundo em que as mensagens são cada vez mais rápidas, curtas e embaralhadas.
Ainda é mesmo possível se distinguir?
A resposta do autor não é das mais agradáveis, mas sem dúvida tem grande mérito. Para ele, não há estabilidade no processo social, econômico e simbólico em que as grandes companhias estão inseridas. De modo a manter seus navios no curso adequado, avançando em meios às intempéries, as melhores práticas para os líderes corporativos são aquelas pautadas pela naturalidade, neutralidade, credibilidade, justiça e legitimidade.
De outra forma, no comando de grupamentos humanos cada vez melhor informados e frente a públicos sempre mais críticos, as rotas estão fadadas a serem acidentadas e curtas.
Um modelo indicado para cercar de segurança a tomada de decisões corporativas está no que o autor chama de contrato psicológico entre os indivíduos e as organizações às quais pertencem. Essa relação, para ser saudável e produtiva, tem de ser, necessariamente, interativa.
A existência de canais permanentes de diálogo dentro das grandes corporações colabora, em larga escala, para o atendimento das necessidades, expectativas e aspirações dos indivíduos, ao mesmo tempo em que estimula a coesão em torno de propósitos comuns a todo o grupo.
De modo permanente, o livro combate o que classifica como euforia empresarial, quando em nome do crescimento mais acentuado são desprezadas métricas, controles, processos e regras.
E alerta para a importância do permanente fortalecimento do sistema organizacional por meio de processos, estruturas e competências, no sentido de forjar uma cultura que direcione a energia do grupo como um todo para a realização do propósito comum.
O chamado equilíbrio cristalino, apontado como o estágio mais desenvolvido de uma organização, está no crescimento saudável, orientado para a lucratividade e com foco na satisfação dos clientes.
É quando a comunidade corporativa manifesta e constrói o orgulho de pertencer à equipe e expressa esse sentimento como embaixadores corporativos em seus núcleos sociais.
Por maior que seja a empresa, toda ela irá compartilhar do mesmo sentimento.
Neste momento de plenitude, as lideranças são firmes, mas jamais perdem a humildade, direcionam unidas suas ambições para o sucesso da organização e desenvolvem novas lideranças ainda melhores.
Todos valorizam a história passada, mas estão especialmente dedicados a construir o futuro, identificando onde podem melhorar ainda mais para continuarem sendo referenciais.
É esse tipo de positividade que torna ‘Anthesis’ uma obra que merece ser recomendada.
Ao mirar o futuro, o livro identifica com precisão o impacto disruptivo das novas tecnologias nas culturas organizacionais. A sustentação é de que, a partir de agora e por muitos anos à frente, será dada grande valia aos profissionais e grupos corporativos que desenvolverem seus Quocientes de Adaptabilidades (QAs), que tendem a apresentar mais valia e irem além dos Quocientes Emocionais (QEs) e Quocientes Intelectuais (QIs).
Serão mensuradas e premiadas as capacidades de descongelar crenças cristalizadas, assegurar flexibilidade e promover colaboração coordenada.
Fica aberto o desafio para que as empresas nascidas e criadas nos sistemas operacionais tradicionais se transformem para um mundo de convergências digitais e a inteligência artificial.
Um desafio e tanto, que só poderá ser bem enfrentado pelas corporações que, dia após dia, ao longo de sua história, assumem compromissos verdadeiros com o futuro.
Só estas irão se perpetuar.
Dono de uma bagagem muito bem assentada, na qual sobressaem os títulos de doutor em Economia pela USP, mestre em Economia de Empresas pela FGV-SP e pós-graduado na Harvard Business School, Daniel Augusto Motta foi professor nas mais renomadas escolas de negócios do País, como o Insper, a FDC, a FGV-EAESP e a ESPM.
Em adendo, é Fundador e CEO da BMI Blue Management Institute, consultoria especializada em estratégia, cultura e liderança para grandes organizações.
Autor de ‘A Liderança Essencial’, ele agora se confirma, com este ‘Anthesis’, como um expoente de sua geração na identificação e reflexão acurada, detalhista e talentosa das mais sensíveis demandas das grandes organizações corporativas.
O presente trabalho, sem dúvida, se faz útil e positivo para todos os que se dedicam ao crescimento de suas equipes, marcas e negócios, contribuindo diretamente, assim, para o desenvolvimento de toda a sociedade brasileira.
Ao autor, nossos cumprimentos pela realização do brilhante esforço de pesquisa e orientação, com votos para que muitos outros leitores encontrem e desfrutem, como nós, dos bons ensinamentos existentes nessa fascinante empreitada.
Luiz Carlos Trabuco Cappi
Presidente do Conselho de Administração do Bradesco
Léxico
Este livro utiliza por vezes algumas expressões menos coloquiais. Com o objetivo de facilitar acesso rápido aos seus significados, apresento abaixo breve lista dos principais termos utilizados por mim ao longo do texto.
AFORISMO – Texto breve que enuncia uma regra, um pensamento, um princípio ou uma advertência. É um estilo de sentença que articula literatura e filosofia em que a percepção geral é realçada pela expressividade de uma mensagem concisa.
ANTROPOLOGIA – É a ciência que tem como objeto o estudo sobre o homem e a humanidade. Está dividida em Arqueologia, Linguística, Antropologia Física e Antropologia Cultural.
AXIOMAS - São verdades inquestionáveis universalmente válidas, muitas vezes utilizadas como princípios na construção de uma teoria ou argumentação.
CATACRESE – Expressão já absorvida no uso comum da língua, de emprego corrente e que serve para suprir a falta de uma palavra específica que designe determinada coisa.
CINISMO – É uma das vertentes mais marcantes na filosofia grega, onde o propósito da vida era viver na virtude, de acordo com a natureza, rejeitando todos os valores convencionais de dinheiro, fama, poder ou reputação.
CLINÂMEN – Denominação criada pelo poeta latino Lucrécio para o desvio imprevisível de átomos, a partir da doutrina atomista de Epicuro e Demócrito, em contraposição à visão aristotélica sobre o vazio.
CONJECTURA – Juízo ou opinião com fundamentação incerta, ou dedução de um acontecimento que poderá acontecer no futuro, baseado em uma presunção. Pode consistir em inferência com base em fonte não confirmada, como intuição ou palpite.
DEONTOLOGIA – Na filosofia moral contemporânea, é uma das teorias normativas, segundo a qual as escolhas são moralmente necessárias, proibidas ou permitidas.
DIALÉTICA – Literalmente caminho entre as ideias
, é um método de diálogo cujo foco é a contraposição e contradição de ideias que levam a outras ideias.
DOGMA – Significa literalmente o que se pensa é verdade
. Na antiguidade, o termo estava ligado ao que parecia ser uma crença ou convicção, ou doutrina. Ponto inquestionável, uma verdade absoluta que deve ser ensinada com autoridade.
EPISTEMOLOGIA – Ramo da filosofia que trata da natureza, etapas e limites do conhecimento humano, especialmente nas relações que se estabelecem entre o sujeito e o objeto do conhecimento.
ESTÉTICA – É o ramo da filosofia que estuda a expressão.
ESTRATIGRAFIA – É o ramo da geologia que estuda os estratos ou camadas de rochas, buscando determinar os processos e eventos que as formaram.
ETNOGRAFIA – Método utilizado pela antropologia na coleta de dados durante sua pesquisa de campo. Baseia-se no contato inter-subjetivo entre o antropólogo e o seu objeto de análise.
EUDAIMONIA – Termo grego antigo que se refere ao estado pleno de felicidade.
HERMENÊUTICA – Ramo da filosofia que estuda a teoria da interpretação, que pode se referir tanto à arte da interpretação quanto à prática e treino de interpretação, usualmente aplicada em textos religiosos ou filosóficos.
HEURÍSTICA – Processo cognitivo usado em decisões não racionais, sendo definida como estratégia que ignora parte da informação com o objetivo de tornar a escolha mais fácil e rápida.
HIEROFANIA – Ato de manifestação do sagrado.
HOMEOSTASE – Processo de regulação biológica através do qual um organismo consegue manter o seu equilíbrio.
HORDA – Menor agregado social que imediatamente se decompõe em indivíduos.
INCOGNOSCÍVEL – Aquilo que não é possível conhecer.
METAFÍSICA – Pode ser considerada a área central da filosofia teórica ao descrever fundamentos, leis gerais, estruturas básicas, causas ou princípios, bem como o sentido e a finalidade da realidade como um todo ou dos seres em geral.
METÁFORA – Figura de linguagem que apresenta designação de um objeto ou qualidade mediante uma palavra que designa outro objeto ou qualidade que tem com o primeiro uma relação de semelhança.
MIMESE – Termo crítico para imitação, representação, mímica, o ato de se assemelhar. Imitação verosímil da natureza que constitui o fundamento de toda a arte.
NÚMENOS – Evento postulado que é conhecido sem a ajuda dos sentidos. Na filosofia antiga, a esfera do númeno é a realidade superior conhecida pela mente filosófica.
ONTOLOGIA – Ramo da filosofia metafísica que tem por objeto o estudo das propriedades mais gerais do ser.
PARADIGMA – Modelo ou padrão, correspondendo a algo que vai servir de modelo ou exemplo a ser seguido em determinada situação. São as normas orientadoras de um grupo que estabelecem limites e que determinam como um indivíduo deve agir.
POSITIVISMO – Pensamento filosófico francês do século XIX que defende o conhecimento científico como a única forma de conhecimento verdadeiro, contrariando qualquer saber sustentado pela teologia ou metafísica.
POSTULADO – Afirmação que não é provada ou demonstrada e, por isso, se torna óbvia ou se torna um consenso inicial para a aceitação de uma determinada teoria. É uma proposição que, apesar de não ser evidente, é considerada verdadeira sem discussão.
SEMIÓTICA – Estudo dos signos e de todos os fenômenos culturais como se fossem sistemas sígnicos, isto é, sistemas de significação, interpretação de sinais.
SOCIOLOGIA – É a área das Ciências Humanas que estuda o comportamento humano em função do meio e os processos que interligam os indivíduos em agrupamentos. A sociedade é o foco de análise.
TAXONOMIA – É o estudo científico responsável por determinar a classificação sistemática de diferentes coisas em categorias. Na biologia, utiliza-se a classificação dos seres vivos em Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie.
TAUTOLOGIA – Uso de palavras diferentes para expressar uma mesma ideia.
UBIQUIDADE – Estar presente ao mesmo tempo em todos os lugares.
NOTA: Além desses termos mais científicos, muitos dos vários textos que compõem este livro trazem títulos sui generis que contêm significados neles próprios, muitas vezes com referências a mitos ou a expressões em diferentes linguagens. Escolhi não explicitar o significado pretendido para tais palavras justamente para proporcionar a você, caro leitor, uma jornada expandida para seu próprio saber, proporcional ao