Tecnologias Educacionais: Aplicações e Possibilidades
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Tecnologias Educacionais - Estéfano Vizconde Veraszto
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Universidade Federal de São Carlos, por meio da Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico, por autorizar e colaborar para que o curso Tecnologias Educacionais: Aplicações e Possibilidades
fosse o sucesso que foi.
Aos nossos entes queridos, quem foram privados da nossa presença por diversas noites, finais de semanas e feriados.
E aos alunos, que confiaram em nosso trabalho acreditando na sua relevância e dispuseram seu tempo aos estudos e as interações durantes meses.
A todos os professores do Brasil.
APRESENTAÇÃO
O livro sobre Tecnologias Educacionais: aplicações e possibilidades busca apresentar possibilidades educacionais a partir da utilização da tecnologia digital. O objetivo é mostrar a capacidade de construir técnicas que foquem no aprendizado mediante a utilização de tecnologias da informação e comunicação para o processo de ensino-aprendizagem nos espaços formais, e não formais da educação.
Atualmente, quando falamos em tecnologia temos que obrigatoriamente pensar/agir e falar em educação, caso contrário não estaremos inseridos em um contexto de desenvolvimento e evolução social. Quando pensamos em tecnologia temos que ter em mente que ela não é algo que contém teclados, mouses, controles remotos, robóticas etc., Mas que é a criação de soluções, que busca resolver algum problema, melhorando a prática e/ou o dia a dia. Dessa forma, a lousa, o giz, o lápis e o papel são tecnologias também, mas é importante ressaltar que o nosso objetivo é focar tão somente em Tecnologias Educacionais Digitais.
Este livro teve sua concepção dentro do curso de Aperfeiçoamento de Tecnologias Educacionais Aplicações e Possibilidade oferecido pela UFSCar em 2017/2018 e a sua proposta é apresentar ferramentas tecnológicas gratuitas que poderão ser utilizadas como apoio à mudança da metodologia tradicional de ensino focada no professor para uma metodologia focada no aluno. Atualmente, há uma necessidade enorme de desenvolver dentro e fora da escola técnicas/métodos de ensino que estimulem o aprendizado e o interesse do aluno pela educação. Isso decorre da crescente demanda de tecnologia fora da escola em que parte dos alunos tem acesso a diversas tecnologias e, quando chegam à escola, encontram uma estrutura do século XX em pleno século XXI. Esta obra busca trazer visões de docentes das mais diferentes áreas do conhecimento e está alicerçada na diferenciação da abordagem pedagógica e na aproximação entre educação e tecnologia digital. O curso de aperfeiçoamento foi desenvolvido para contextualizar o uso da tecnologia em diversos espaços educacionais, privilegiando os espaços formais, porém não se esquecendo dos espaços informais tão presentes nos dias atuais.
A proposta é possibilitar o desenvolvimento de habilidades e competências sobre as novas tecnologias educacionais e suas aplicabilidades nas instituições escolares buscando a efetividade na qualidade de ensino e a aproximação das possibilidades educacionais da realidade e experiências pré-adquiridas dos alunos do século XXI.
Quando pensamos em tecnologia educacional, automaticamente visualizamos o emprego de recursos tecnológicos como ferramenta para aproximar o conteúdo ministrado o mais próximo possível da realidade dos alunos e auxiliar no aprendizado. Fundamental é a mudança do método de ensino e a libertação do método instrucionista.
De acordo com Almeida (2000), a postura do professor deve estar voltada para a experimentação, pesquisa, reflexão, levantamento de hipóteses e depuração, e isso é a parte pedagógica na orientação ao trabalhar com a tecnologia e a internet a favor do aluno.
Pensando nisso, adotar novas habilidades e práticas didáticas por parte de professores requer contínuos esforços coordenados, passando por oportunidades de desenvolvimento profissional contínuo, atualização das bases de conhecimentos e apropriação de novas tecnologias (SALVADOR et al., 2015).
Além do método, é importante que o docente aceite a realidade da inserção dos alunos em rede. É fundamental essa compreensão, pois a rede (a social, principalmente) possibilita o compartilhamento da informação e do conhecimento presente no ambiente escolar. As redes são espaços nos quais jovens e adultos valorizam o compartilhamento da informação para ampliação do conhecimento. Dentro desse contexto de rede, estão inseridos conhecimentos, relações interpessoais, aprendizagem e inovação que promovem o intercâmbio entre si, favorecendo a relação escolar, na qual o aprendizado é parte inerente. A informação e o conhecimento estão no ambiente escolar em todos os momentos, e, quando transformados pelas ações relativas ao ensino e aprendizagem, tornam-se competências valorizadas, gerando benefícios que estimulam o desenvolvimento do indivíduo e são, ainda, recursos fundamentais para a formação e manutenção das redes sociais.
Desejamos uma ótima leitura e esperamos que este livro seja uma semente que ajude a florescer e auxiliar novas práticas educacionais.
Os organizadores
PREFÁCIO
Estamos vivendo em um período de transição, em que coexistem dois modelos educacionais em conflito. De um lado temos a escola estagnada no tempo, sendo o professor considerado o senhor da informação e do conhecimento e onde ainda prevalece a óptica da educação bancária
, na qual a escola é simplesmente o ambiente formal para a transmissão vertical de conteúdos, do professor para o aluno.
Do outro lado temos a escola dialética, em que prevalece a proposta de se construir, intencionalmente, em cada aluno, a humanidade que é produzida historicamente pela sociedade. Nesse modelo, professor e aluno encontram-se igualmente inseridos, com papéis distintos, porém alinhados, de modo a se estabelecer uma relação produtiva para a compreensão de problemas e o desenvolvimento de soluções socialmente contextualizadas. É nesse cenário que as novas tecnologias da informação e da comunicação podem contribuir, servindo como uma das ferramentas para que se alcance a instrumentação desse paradigma.
Sabe-se, contudo, que falta orientação aos professores sobre como empregar recursos tecnológicos na escola de forma a garantir, de fato, a aprendizagem. E, para que esses recursos sejam empregados no cenário educativo, é fundamental entender as necessidades individuais e coletivas associadas ao processo de ensino-aprendizado. De forma paralela, também, é imprescindível conhecer como recursos provenientes do processo de inovação tecnológica podem ser utilizados de forma eficiente nesse contexto. É fundamental, portanto, que todos os atores envolvidos no universo da educação entendam, e saibam aplicar na prática, os recursos que as novas tecnologias disponibilizam para a produção, armazenamento e difusão de conhecimentos.
Nesse sentido, esta obra pretende fomentar o uso das novas tecnologias da informação e da comunicação na educação, a partir da apresentação de propostas educativas desenvolvidas por professores de diferentes níveis e segmentos, as quais foram construídas no decorrer do Curso de Aperfeiçoamento de Tecnologias Educacionais: Aplicações e Possibilidades
, oferecido pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Assim, em sintonia com o escopo deste livro, que procura contextualizar o uso da tecnologia em diferentes espaços e momentos educacionais, grupos de docentes aceitaram o desafio de incluir novos recursos em seu cotidiano profissional, ampliando a diversidade de instrumentos educacionais utilizados.
Especificamente, este livro abrange temas que partem dos fundamentos da tecnologia educacional, avançando em direção às tendências tecnológicas atuais, as quais fornecerão ferramentas para a produção de novos materiais educativos. Nesse sentido, encontram-se aqui discutidas questões que alcançam disciplinas de diversas áreas do conhecimento. No decorrer deste texto são contempladas propostas que tratam de disciplinas clássicas da educação básica, tais como História, Matemática e, comunicação e expressão, além de temas mais avançados que alcançam as redes sociais digitais e, as metodologias ativas e inovações tecnológicas à disposição da educação.
Finalmente, gostaríamos de agradecer a todos os professores que contribuíram para a construção do material pedagógico aqui apresentado. Esperamos que esta coleção de ideias possa contribuir para a evolução da educação em nosso país.
José Tarcísio Franco de Camargo
Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal, UNIPINHAL,
jtfc@bol.com.br
Sumário
1
OS DESAFIOS DO SÉCULO XXI: O USO DAS MÍDIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA EDUCACIONAL
2.1 OS DESAFIOS DO SÉCULO XXI: O USO DAS MÍDIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO
3 EXPLICITAÇÕES DA PROPOSTA
3.1 SEQUÊNCIA DIDÁTICA
3.1.1 Justificativa
3.1.2 Material
3.1.3 Objetivos
3.1.4 Conteúdo
3.1.5 Metodologia/Desenvolvimento
3.1.6 Avaliação
4 REDES SOCIAIS E EDUCAÇÃO
5 RESULTADOS ESPERADOS
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Bibliografia sugerida para caso queira continuar seus estudos
Bibliografia Básica
Bibliografia Complementar
2
POSSIBILIDADES, NECESSIDADES E DESAFIOS NO USO DAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS: HÍBRIDO, COLABORATIVO, ATIVO E INTEGRADO
1 INTRODUÇÃO
2 Fundamentação teórica
3 Proposta de aplicação: uso de recursos didáticos digitais e tecnologia móvel em sala de aula de Literatura – O Movimento Modernista Brasileiro
4 Plano de Aula
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
3
EDUCAÇÃO MATEMÁTICA E NOVAS TECNOLOGIAS
1 INTRODUÇÃO
2 Fundamentos de Tecnologias Educacionais
3 Tendências em Tecnologias Educacionais em Educação a Distância
4 Ferramentas Tecnológicas e Produção de Material Didático
5 Fundamentação da Escolha do Recurso
6 Fundamentação da Escolha da Rede Social
7 Resultados Esperados
8 Considerações FinaiS
9 Referências
4
LIBERDADE DE EXPRESSÃO: USO DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS DIGITAIS NO ENSINO MÉDIO
1 INTRODUÇÃO
2 Teoria (Fundamentos Teóricos)
3 Roteiro/Desenvolvimento
4 Rede Social: WhatsApp e Facebook na construção da aprendizageM
5 Avaliação
6 Resultados AlcançadoS
7 Considerações Finais
5
A RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ISOPERIMÉTRICOS, A PARTIR DO USO DA TECNOLOGIA, EM UM CONTEXTO INTERDISCIPLINAR
1 INTRODUÇÃO: OS OBJETOS DIGITAIS DE APRENDIZAGEM
2 TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS E SEU CONTEXTO
3 CONSEQUÊNCIAS DO USO DAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS NA ESCOLA
4 EXPLICAÇÃO DA PROPOSTA DO PLANO DE AULA
5 DO PLANO DE AULA PROPOSTO
6 DESENVOLVIMENTO DAS AULAS
6.1 ALGUMAS DEMONSTRAÇÕES E VISUALIZAÇÕES IMPORTANTES PARA COMPREENSÃO PLENA DO PROBLEMA
6.2 ATIVIDADES INTEGRANTES
6.3 AVALIAÇÃO
7 REDES SOCIAIS
8 RESULTADOS ALCANÇADOS E ESPERADOS
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6
ENSINO HÍBRIDO: UMA PROPOSTA DE APLICAÇÃO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTOS DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS
3 TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS EM EaD
4 PROPOSTA
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
7
O USO DA TECNOLOGIA NO ENSINO DA AMIZADE NO GÊNERO POESIA
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS
3 EXPLICITAÇÃO DA PROPOSTA
4 PROPOSTA DE APLICAÇÃO DA ATIVIDADE FINAL EM UMA REDE SOCIAL
5 RESULTADOS ESPERADOS
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
8
UMA PROPOSTA DE UTILIZAÇÃO DA REDE SOCIAL GOOGLE+ PARA DISCUSSÃO DO PAPEL DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM FRENTE AO ENVELHECIMENTO POPULACIONAL, NUM CONTEXTO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3 PROPOSTA
4 RESULTADOS ESPERADOS
5 LIMITAÇÕES
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
9
AS METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM E AS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS ATUAIS: UMA ABORDAGEM
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3 EXPLICITAÇÃO DA PROPOSTA – PLANO DE AULA
3.1 OBJETIVOS:
3.2 CONTEÚDO:
3.3 FERRAMENTAS:
3.4 ATIVIDADES:
3.5 DINÂMICA DA ATIVIDADE:
3.6 AVALIAÇÃO:
4 REDES SOCIAIS – O INSTAGRAM E SUA APLICAÇÃO NO PLANO DE AULA
5 RESULTADOS ESPERADOS 1
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
10
O APROFUNDAMENTO DO APRENDIZADO DE REDES PARA COMUNICAÇÃO DE DADOS NO CURSO TÉCNICO USANDO REDES SOCIAIS
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTO TEÓRICO
3 EXPLICITAÇÃO DA PROPOSTA
3.1 METODOLOGIA
3.2 ATIVIDADES
3.3 AVALIAÇÃO
4 REDES SOCIAIS
4.1 PRAL
4.1.1 A opção pelo uso do PRAL
4.1.2 As atividades propostas usando o PRAL
4.1.3 A avaliação das atividades usando o PRAL
4.2 EDMODO
4.2.1 A opção pelo uso do EDMODO
4.2.2 A atividade proposta usando EDMODO
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
11
UM OLHAR COLABORATIVO SOBRE AS TECNOLOGIAS
EDUCACIONAIS
1 INTRODUÇÃO
2 Referencial Teórico
3 As redes sociais no contexto escolar
4 A relação do Facebook com a educação
5 O uso do Whatsapp no olhar educacional
6 Facebook e WhatsApp: Uma proposta educacional na disciplina do
Trabalho de Conclusão de Curso
7 Considerações Finais
12
PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DE APRENDIZAGEM NO ENSINO DE GEOCIÊNCIAS FAZENDO USO DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS
1 INTRODUÇÃO
2 TEORIA
3 EXPLICAÇÃO DA PROPOSTA
4 REDES SOCIAIS
5 RESULTADOS ESPERADOS
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
13
O USO DE MÍDIAS SOCIAIS E A APLICAÇÃO NO ENSINO DE
BANCO DE DADOS
1 INTRODUÇÃO
2 JUSTIFICATIVA
3 REDES SOCIAIS EM EDUCAÇÃO
4 O USO DO YOUTUBE COMO FERRAMENTA EDUCACIONAL
5 METODOLOGIA
6 AVALIAÇÃO
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
14
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS NO ENSINO PROFISSIONALIZANTE
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS
3 PROPOSTA DE APLICAÇÃO
4 ATIVIDADES
5 AVALIAÇÃO
6 REDES SOCIAIS: A UTILIZAÇÃO DAS REDES SOCIAIS
7 UTILIZAÇÃO DE VÍDEOS COMO FERRAMENTA EDUCACIONAL
8 ATIVIDADE AVALIATIVA
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
15
BLENDED LEARNING & G SUITE FOR EDUCATION: METODOLOGIAS ATIVAS E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS EDUCACIONAIS À DISPOSIÇÃO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
1 INTRODUÇÃO
2 A Realidade da Educação Brasileira
3 América Latina e os investimentos em tecnologia educacional
4 E o professor como fica nesse contexto
5 Papert e o Construcionismo
6 No Brasil
7 Salman Khan e a Khan Academy: uma plataforma adaptativa inovadora
8 As mídias sociais na educação
9 O Ensino Híbrido e a revolução na educação
10 As ferramentas Google para a Educação
11 Diante de tantos recursos disponíveis, como escolher a
ferramenta mais adequada?
12 Projeto Literário Orgulho de Ser paranaense
13 À prática
14 Material Didático Interativo de apoio
16
METODOLOGIA ATIVA NO ENSINO TÉCNICO
1 INTRODUÇÃO
2 AS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS E SUAS APLICABILIDADES
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS
4.1 PLANO DE AULA DA TURMA
4.2 AULA PRÁTICA DA TURMA
5 CONCLUSÃO
17
SOCIEDADE EM REDE E A COMPETÊNCIA DOCENTE EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
2 COMPETÊNCIA DOCENTE, UMA DEFINIÇÃO
3 Competência docente em tecnologia
18
CAPACITAÇÃO DOCENTE PARA USO DAS TECNOLOGIAS NO ENSINO SUPERIOR
1 INTRODUÇÃO
2 MATERIAIS E MÉTODOS
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4 CONCLUSÕES
19
UTILIZAÇÃO DE UM SOFTWARE NO REGISTRO E ENSINO DE DANÇA
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3 SOFTWARE DE ANIMAÇÃO
3.1 CRIAÇÃO DA POSIÇÃO
3.2 ANIMAÇÃO
3.3 FINALIZAÇÃO
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
20
UMA PROPOSTA PARA AULA DE FÍSICA DO 3º ANO DO ENSINO MÉDIO UTILIZANDO O SCRATCH FOR ARDUINO PARA O ENSINO DE CORRENTE ELÉTRICA
1 INTRODUÇÃO
2 Pressupostos teóricos
2.1 SCRATCH, ARDUINO E SCRATCH FOR ARDUINO
2.2 FORMAÇÃO DO ALUNO E ENSINO DE FÍSICA SEGUNDO OS PCNEM
2.3 BASES CONSTRUCIONISTAS
3 METODOLOGIA
3.1 ANÁLISE DOCUMENTAL BIBLIOGRÁFICA
3.1.1 Análise documental
3.2 ESTRUTURAÇÃO DA PROPOSTA
4 DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA
4.1 AS POSSIBILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS
4.2 O PROCESSO AVALIATIVO
4.3 PROPOSTAS CONSTRUCIONISTAS PARA O ENSINO DE FÍSICA
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
referêNcias
SOBRE OS AUTORES
1
OS DESAFIOS DO SÉCULO XXI: O USO DAS MÍDIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO
Adriana Abujanra Ferreira
Joelma de Pontes Silveira Queiroz
Maria Célia da Silva Orlando
Nayara Ramos
Ricardo Castro de Oliveira
Róbson Albano Simão
Sabrina Di Salvo Mastrantonio
1 INTRODUÇÃO
Vivemos em uma sociedade de indivíduos cada vez mais conectados à internet, oferecendo produtos e serviços; produzindo e compartilhando imagens e conteúdos diversos; divulgando artigos científicos, materiais artísticos ou literários e ampliando as formas de relacionamento. São mudanças que romperam os limites não só da distância geográfica, mas também da cultura, classe social, linguagem e diversidade entre os grupos no mundo todo. Mesmo diante dos avanços da tecnologia digital em todos os setores sociais, a escola não conseguiu acompanhá-los na mesma proporção, visto que os inúmeros recursos midiáticos que estão disponíveis, quase não são utilizados pelos educadores de forma satisfatória. Infelizmente, alguns profissionais da educação permanecem resistentes à adoção dos recursos digitais que poderiam ser utilizados como instrumento facilitador da aprendizagem dos estudantes, na produção autônoma e no compartilhamento de conteúdo em todos os níveis de aprendizagem; enquanto outros, apesar de serem adeptos às inovações tecnológicas, não possuem capacitação profissional para sua plena utilização. Sem contar que as políticas públicas ainda não são adequadas para resolver essa questão.
Neste novo mundo digital, a escola precisa fazer uso das tecnologias digitais a seu favor, mostrando as possibilidades de utilização destes recursos e evitando que os estudantes sejam meros consumidores da informação ou façam uso equivocado desses instrumentos.¹ Além disso, o uso dessa tecnologia pode ser uma grande aliada no processo de inclusão de pessoas com deficiência ou dificuldade de aprendizagem, uma vez que possibilita a autonomia dessas pessoas nos processos de compreensão e de relação com o outro.¹
O uso da tecnologia por si mesma não é capaz de transformar práticas pedagógicas.² É necessário o desenvolvimento de novas competências docentes que busquem reflexões sobre como as tecnologias digitais podem contribuir para formação de um ambiente de construção de conhecimento que desenvolva a autonomia, o entendimento do aluno sobre como tirar o melhor proveito de cada ferramenta a favor do seu aprendizado e promova uma interação entre os sujeitos envolvidos no processo de aprendizagem, processo este que deve ser crítico.²
Diante disso, este livro busca desenvolver, de forma objetiva, a utilização de tecnologias da informação e comunicação no processo de ensino-aprendizagem, tendo em vista sua aplicação nas instituições escolares, buscando a qualidade do ensino e a aproximação das possibilidades educacionais da realidade e experiências pré-adquiridas dos alunos do século XXI. Para tanto, buscou-se, na literatura científica da área educacional, fundamentos sobre a evolução da tecnologia educacional e seus impactos na educação, estabelecendo suas possibilidades e limites dentro do contexto escolar. Foram também levantados recursos pedagógicos que auxiliassem a apropriação dos conhecimentos pela mediação de ferramentas tecnológicas e a utilização das redes sociais como princípio de relação social para a construção do conhecimento coletivo. A partir desses pressupostos, partiu-se para o planejamento e construção de um projeto pedagógico na disciplina de História. A escolha da disciplina levou em consideração que, apesar dos avanços tecnológicos, a matéria tem sido ministrada da mesma forma, geração após geração, sem mudança de paradigmas. Seu ensino tradicional, estigmatizado e predominantemente narrativo e textual, contribui para o desinteresse dos educandos por uma disciplina tão rica e importante. Não se deve aprender História só por aprender, os fatos devem ser conhecidos para que os erros cometidos no passado, não sejam repetidos.
2 FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA EDUCACIONAL
Com o avanço da globalização, a tecnologia passou a ser inserida no contexto escolar. Entretanto, o uso das tecnologias educacionais não é algo novo, há registros da utilização do computador no ensino desde 1924.³ Ao longo dos anos, muitos contribuíram para a difusão desse recurso, em especial, Papert, considerado o pai do Construcionismo. Para o autor, a prática educacional com a utilização do computador em sala de aula contribui para o desenvolvimento da autonomia das crianças durante o aprendizado de diversas disciplinas.³ Papert recebeu forte influência de Piaget. No construtivismo, autores como Vygotsky e Piaget concordam que o conhecimento é construído ativamente pelo sujeito via interação com objetos e símbolos, nesse caso, as tecnologias. Além disso, as crianças são ativas cognitivamente nos processos de imitar modelos em seu mundo social⁴. Outro aspecto no qual a teoria construcionista de Papert assemelha-se à teoria histórico-crítica construtivista de Vygotsky é a aprendizagem mediada, em que professor é o mediador. Para ocorrer a aprendizagem de fato, a interação (aluno-objeto) deve acontecer dentro da Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), que corresponde à distância existente entre aquilo que o sujeito já sabe fazer sozinho, ou seja, seu conhecimento de fato e o conhecimento que possui potencialidade para aprender.⁵
Para Papert, o uso da tecnologia digital pode ser considerado um aliado neste processo.⁶ Baião, Veraszto e Souza descrevem que Papert entendia o uso do computador em sala de aula como um meio de diferenciar da estratégia instrucionista de ensino e focar no uso do computador com o aluno possibilitando que o mesmo levante hipóteses, explore possibilidades, elabore e desenvolva projetos, e seja livre para realizar experimentação.
⁷
No entanto, é importante ressaltar que, apesar do uso das tecnologias educacionais ter se ampliado no cenário do século XXI, não estão à disposição de todos os professores, conforme aponta o Censo Escolar da Educação Básica 2016⁸. Em algumas regiões do país, a tecnologia digital não é utilizada com toda a sua potencialidade, seja por falta de equipamentos, falta de manutenção ou ainda equipamentos obsoletos. ⁶
Outra questão relevante é que nem sempre esses recursos têm sido utilizados considerando todas as suas possibilidades para atender aos objetivos pedagógicos pretendidos pelo professor. Muitas vezes, esses recursos tecnológicos são utilizados apenas para passar o tempo, não atingindo, assim, a sua potencialidade. Outro aspecto refere-se ao uso dos computadores para, basicamente, ensinar a própria informática e não como recurso didático voltado para outras disciplinas. Nesse sentido, cresce a demanda por desenvolver estratégias de ensino que estimulem o aprendizado e o interesse do aluno pela aprendizagem e construção do conhecimento.⁹ No entanto é importante considerar os desafios que o uso das mídias digitais impôs para a educação do século XXI.
2.1 OS DESAFIOS DO SÉCULO XXI: O USO DAS MÍDIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO
O século XXI tem sido caracterizado como a era da comunicação, devido ao rápido e fácil acesso às informações, fenômeno desencadeado pela disseminação e uso das tecnologias digitais e desenvolvimento da cultura das mídias virtuais.¹⁰ O resultado das mudanças foi o surgimento de novas formas nas relações humanas, baseadas em modelos digitais de pensar, criar, produzir, comunicar, aprender e viver, que influenciaram todas as áreas sociais, entre elas, a educação.⁹
Grande parte dos alunos tem acesso à tecnologia e, quando chegam à escola, encontram uma estrutura do século XX, em pleno século XXI. Nesse contexto, as tecnologias móveis adentraram as escolas pelas mãos dos alunos e, pelo modo de pensar e agir, inerente à geração digital, passaram a fazer parte da cultura, assumiram lugar nas práticas sociais e ressignificaram as relações. Dentre os artefatos tecnológicos utilizados pelos alunos estão: jogos eletrônicos, ferramentas da Web 2.0, mídias sociais e dispositivos móveis (celulares e computadores portáteis). É difícil competir com a tecnologia em sala de aula, visto que, enquanto o professor escreve na lousa, o estudante consegue acessar o mesmo conteúdo na palma da mão, de forma mais ágil, ampla e atraente, por meio de vídeos, desenhos, histórias em quadrinhos ou aplicativos. De fato, os alunos tornaram-se cada vez mais autônomos, produzem informação e solucionam problemas de maneira independente, enquanto os professores sentem-se despreparados para inserir a tecnologia nas aulas. Portanto, a escola, como espaço de desenvolvimento de práticas sociais, encontra-se desafiada a conviver com as tecnologias e mídias digitais, trazidas pelos alunos, que ainda estão desorientados quanto à utilização adequada dos recursos em relação aos conteúdos.⁹-¹¹
Entretanto a escola não acompanhou os avanços tecnológicos do século XXI. Infelizmente o uso das tecnologias educacionais não faz parte da realidade de todas as escolas brasileiras, as quais não estão equipadas ou cujos equipamentos não recebem manutenção adequada. Para amenizar o problema, houve o oferecimento de recursos tecnológicos pelo Governo Federal que implantou, ao longo dos últimos anos programas como: Programa nacional de tecnologia educacional (2007), Banda larga nas escolas (2008) e Um computador por aluno (2010).¹⁰ Apesar dos avanços alcançados na disseminação dos computadores e acesso à internet nas escolas, ainda é difícil imaginar quando e como as tecnologias poderão ser utilizadas, efetivamente, para a produção de conhecimento em sala de aula.¹⁰ Com este cenário será preciso muita criatividade dos docentes para trabalhar com as tecnologias educacionais. Estabelecer que os alunos tragam seus próprios devices é uma tendência, uma vez que o número de estudantes com smartphones supera a quantidade de computadores disponíveis nas escolas.¹⁰ Ao invés de aguardar apenas a ação governamental, os professores podem utilizar os aparelhos que os alunos já possuem, incentivando a prática bring your own device
, já adotada em alguns países.¹⁰
Nesse sentido, existe hoje um dissincronismo temporal: o professor do século XX ensina um aluno do século XXI em uma escola do século XIX.¹⁰ Para a escola tradicional, o maior obstáculo a ser superado é a dificuldade de acesso dos docentes à tecnologia e o despreparo dos profissionais na atuação pedagógica. Na verdade, os educadores encontram-se diante de um longo percurso que os posicione em condições de desenvolver projetos que contemplem as expectativas dos alunos da geração digital. São indivíduos impacientes, sem disposição para longas horas atentos a um mesmo assunto, habituados a mudar, rapidamente, as telas do celular com apenas um toque. Não há como negar que se antes os alunos eram educados para usar a tecnologia, hoje a tecnologia é utilizada para educá-los, por isso o desenvolvimento de estratégias de ensino mais eficientes é uma atividade constante na atuação de alguns profissionais da educação, que investem na atualização tecnológica para adoção de recursos pedagógicos mais sedutores e eficientes.
Dentre as competências necessárias aos alunos do século XXI, está a capacidade de enfrentar situações novas e vencer desafios com criatividade e eficiência.¹² Nesse sentido, as tecnologias educacionais possibilitam a ampliação dinâmica das habilidades cognitivas por meio da extensão da memória, atuação em rede, democratização de espaços e ferramentas.¹¹ Isso facilita o compartilhamento de saberes e a vivência colaborativa de autoria, coautoria, edição e publicação de informações, mensagens, obras e produções culturais, eventos que ocorrem em situações de interação, expressão, criação, comunicação, informação e colaboração. ¹¹ Parafraseando Mário Cortella, os alunos de hoje não são os mesmos de décadas atrás, por isso o docente precisa se reinventar
.¹⁰
Diante deste quadro, cabe ao professor intermediar o processo educacional por meio da utilização da tecnologia de forma pedagógica, visando à melhoria da aprendizagem, na busca de recursos que despertem o interesse e a curiosidade pelo conhecimento e, ao mesmo tempo, se preocupar com a formação dos telespectadores desta explosão de informação
. ¹⁰ Para tanto, é necessário planejar a atuação, pensando no protagonismo desempenhado pelo aluno durante o processo ensino-aprendizagem, utilizando diferentes estratégias de mediação como a sala de aula invertida; aprendizagem baseada em problemas, projetos ou games e, além de outros recursos e ferramentas, tais como o Google Classroom e o Youtube Edu.¹³ Além disso, é importante que o professor possibilite além da técnica, a reflexão do estudante sobre o processo de construção do conhecimento. Toda tecnologia educacional apresenta vantagens e desvantagens e sua utilização está relacionada ao contexto de produção do projeto. Assim, cabe ao professor a escolha dos recursos tecnológicos mais adequados e a forma de utilização, conforme os objetivos pedagógicos. Um docente não habituado ao uso de tecnologias digitais dificilmente conseguirá reter a atenção dos alunos.
A ausência de formação continuada e de recursos tecnológicos dificulta esse processo e como resultado é muito comum surgirem expressões como o professor está ficando ultrapassado
, em breve, o computador ocupará o lugar do professor
, entre outras afirmações. Entretanto é importante ressaltar que a figura do professor não desaparecerá, mas já sofre mudanças quanto ao seu papel: ele deixa de ser o detentor do saber transmitido aos alunos para ser um mediador, facilitador do processo de aprendizagem. Por isso, é tão importante que esse profissional acompanhe os avanços tecnológicos e busque meios de tornar suas aulas e os conteúdos mais atraentes. Isto não é uma tarefa simples aos docentes, que precisam adquirir habilidades para a utilização das tecnologias digitais, contextualizá-las aos conteúdos a serem ensinados e desenvolver novas competências.
Portanto não basta o oferecimento de recursos midiáticos somente para evidenciar que a tecnologia está incorporada à realidade das escolas ou que os alunos são usuários dos novos recursos; sem que haja investimento na capacitação dos professores. Além disso, a escola que ainda não aderiu à tecnologia não deve responsabilizar os professores, pois existe uma lacuna na formação docente, que começa pela ausência das tecnologias nos currículos da licenciatura, sendo que formação inicial é crucial, uma vez que a tendência natural do ser humano é repetir modelos aprendidos.¹⁰
A inserção tecnológica, muitas vezes, ocorre de forma tardia, durante a formação continuada, que é oferecida sem continuidade e esteve, durante muito tempo, focada apenas no uso instrumental da tecnologia.¹⁰ Apenas, recentemente, os professores têm buscado uma formação mais efetiva, por meio de treinamentos oferecidos em áreas específicas do conhecimento, o que facilita a integração conteúdo-tecnologia.¹⁰
Diante de tudo isso, pode-se afirmar que inserir a escola, efetivamente, na era tecnológica é um grande desafio. Os educadores que já tem contato com inovação terão mais facilidade; professores atuantes que não tiveram oportunidade deverão investir na formação continuada, por meio de cursos ou compartilhamento de experiências com colegas. ¹⁰ À escola cabe o envolvimento de toda a equipe, inclusive, do gestor na integração da tecnologia ao projeto pedagógico das disciplinas. ¹⁰ Ao governo, investimentos tanto na aquisição e manutenção do parque tecnológico das escolas, quanto na capacitação dos profissionais envolvidos e, aos professores, promover a utilização consciente e pedagógica dos recursos disponíveis, para desenvolver o protagonismo juvenil como instrumento modificador do contexto da comunidade escolar, que automaticamente modifica o contexto social.
3 EXPLICITAÇÕES DA PROPOSTA
Essa proposta está alicerçada nos objetivos propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)¹⁴, os quais preveem que os alunos saibam utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos. Isso visa possibilitar o letramento do aluno para o exercício da cidadania, proporcionar novas formas de aprender, estabelecer inferências e atuar com autonomia, estimular a participação e cooperação entre os alunos e tornar o aprendizado mais significativo, ao fazer do ambiente escolar um lugar de pesquisa, ensino e colaboração.
Para o planejamento da proposta foi considerado o perfil dos alunos da geração digital e os desafios e competências necessários aos alunos do século XXI. Foram ainda pesquisados, antecipadamente, todos os programas e recursos que poderiam ser utilizados para a elaboração de um projeto pedagógico que fosse, ao mesmo tempo, funcional e cativante e para que a transmissão do conteúdo ocorresse de forma leve e atingisse aos objetivos propostos.
A sequência didática apresentada está pautada na proposta pedagógica da aprendizagem baseada em problemas, proposta por Borges et al.¹⁵