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Experiências da Educação:  reflexões e propostas práticas: - Volume 3
Experiências da Educação:  reflexões e propostas práticas: - Volume 3
Experiências da Educação:  reflexões e propostas práticas: - Volume 3
E-book187 páginas2 horas

Experiências da Educação: reflexões e propostas práticas: - Volume 3

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Sobre este e-book

A cada dia que passa, educadoras e educadores, principalmente nos espaços públicos de ensino, nas suas distintas modalidades, têm percebido a importância de sistematizar suas experiências cotidianas para possibilitar maior socialização das ações significativas dos seus cotidianos em contextos teóricos e práticos, tanto nos processos de ensino, quanto nos processos de aprendizagem.

Apresentamos a coletânea Experiências da Educação: reflexões e propostas práticas que, em seu terceiro volume, nos permite conhecer temáticas que se interligam a partir de concepções teóricas distintas no campo da educação. São seis capítulos que nos instigam e motivam à leitura reflexiva, evidenciando a pertinência de nos colocarmos como produtoras e produtores do saber, a partir da escrita, leitura e pesquisa. Freire afirmava que: "Mais importante que saber é nunca perder a capacidade de aprender". Nosso desejo é que esses textos contribuam para o processo formativo de docentes, discentes e acadêmicas e acadêmicos em contínua formação.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de ago. de 2022
ISBN9786525252087
Experiências da Educação:  reflexões e propostas práticas: - Volume 3

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    Pré-visualização do livro

    Experiências da Educação - Viviane Brás dos Santos

    A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO E O APOIO FAMILIAR: A MÃE ANALFABETA QUE ALFABETIZAVA SUA FILHA

    Adeilda Silva de Oliveira

    Graduando

    oliveiraad17@gmail.com

    Viviane Brás dos Santos

    Mestra

    vivianebras.pedagogia@gmail.com

    DOI 10.48021/978-65-252-5210-0-c1

    RESUMO: Neste artigo autobiográfico, reflete-se sobre a importância da educação na formação das pessoas, e o papel da família como incentivadora dessa formação. A discussão abordada no texto situa-se nos paradigmas da pesquisa qualitativa situando-se no âmbito da abordagem autobiográfica, pois nos possibilita refletir sobre as subjetividades e experiências particulares de cada pessoa em seus contextos sociais, culturais, educacionais. Tomando-se por base as histórias de vida, ressaltamos a importância do/a professor/a pesquisador/a, e a relevância da relação afetiva entre família e escola, uma vez que mães e pais analfabetos/as foram os/as maiores incentivadores/as em nossa formação educacional. Percebemos com esse estudo os impactos do analfabetismo na vida das pessoas em sociedade letrada.

    Palavras-chave: Educação; Família; Analfabetismo.

    INTRODUÇÃO

    A educação é o elemento fundamental para o crescimento e desenvolvimento do ser humano, tanto na área profissional, quanto social e cultural. Por meio dela pode-se diminuir o nível de pobreza, visto que um dos motivos da pobreza são as desigualdades sociais, padecemos ainda de uma alta taxa de analfabetismo, pois:

    O Brasil ainda tem cerca de 11,8 milhões de analfabetos, o que corresponde a 7,2% da população de 15 anos ou mais. Os dados, divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e se referem ao ano de 2016. (FERREIRA, O Globo, 2017/2018, grifo do autor).

    Atualmente esses números não obtiveram muitas mudanças, a educação não tem o poder de acabar com a desigualdade, mas pode instrumentalizar as pessoas para que enxerguem essas relações da sociedade e possam lutar contra essa desigualdade, compreendendo que a precariedade na educação faz com que tenhamos maiores dificuldades de ingresso no mercado de trabalho, principalmente para aqueles/as que são de classe social marginalizada.

    Nesse sentido, observamos que a falta de escolarização é um dos maiores causadores da exclusão dos benefícios sociais, principalmente quando nos referimos à condição da mulher analfabeta e mãe solteira. Assim, o ensino através do programa Educação de Jovens e Adultos (EJA), passou a ser por muitos a mais recorrida, pois a alfabetização na fase adulta passou a existir, deste modo: Permite que o aluno retome os estudos e os conclua em menos tempo e, dessa forma, possibilitando sua qualificação para conseguir melhores oportunidades no mercado de trabalho. (OLIVEIRA, 2018, p.57).

    Partindo dessa premissa fazemos a partir das narrativas autobiográficas, uma reflexão sobre a trajetória de formação de uma filha de pai e mãe analfabetos/as. O pai lavrador e a mãe, pescadora, tiveram sua infância desprovida de recursos financeira. Pois não tiveram oportunidades para frequentar a escola quando criança, aprenderam apenas assinar seus nomes, os quais foram seus filhos/as que ensinaram.

    Nossa mãe foi fundamental para que pudéssemos querer ir além do Ensino Médio, pois apesar dela não ser alfabetizada, nos motivou a ser estudante dedicada, para ter bom desempenho nas atividades escolares e buscar um futuro melhor. Ela tornou-se a maior inspiração para que pudéssemos ingressar no mundo acadêmico, visto que as oportunidades que não obteve, queria e faria o que fosse necessário para nos proporcionar, e por incentivo da mesma buscamos a área da educação e estamos cursando licenciatura em Pedagogia, pela Universidade do Estado da Bahia-UNEB, que nos possibilitará ser educadoras.

    A educação desde muito cedo foi especial para nós, pois nossa maior alegria era chegar da escola onde tínhamos aprendido a ler, e assim, poder socializar com ela nossos aprendizados. Com o, passar do tempo, e por conta de alguns imprevistos da vida, ela foi perdendo a esperança de que um dia iria aprender a ler, ou até mesmo de frequentar uma escola. Alegava que já estava velha e que o tempo de aprender já passou, porém, sempre buscou usar a sua história para nos incentivar a jamais desistir de estudar. Lembramos de que, quando chegava da escola aborrecida, e tinha que estudar para uma prova, ela olhava e dizia: Se eu tivesse estudo jamais pararia de estudar, sempre iria estar estudando, e hoje eu faço o possível para representar a minha mãe com toda essa garra nos meus estudos.

    Compreendendo assim o que foi abordado apresentamos como objetivo relatar a história do processo de formação educacional, tendo como base a história de vida de uma mãe e pai pais analfabetos/as, na perspectiva da educação de Jovens e Adultos (EJA).

    FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

    Ao pesquisar sobre os conceitos-chave que subsidiam esse estudo, pudemos perceber que se discute muito sobre educação, porém encontram-se ausentes discussões que tratem sobre a importância da família no processo de alfabetização, fica evidente a ausência de pesquisas nessa temática. Destacamos a importância de estabelecer laços afetivos entre família e escola, pois o apoio no processo de desenvolvimento discente é fundamental.

    A educação familiar é a primeira que conhecemos e através dela vimos um horizonte de oportunidades e sonhos e nossos pais são os primeiros professores que temos. O ensino familiar bem como fundamentado tem papel importante e irá refletir no comportamento do ser humano e é o maior tesouro que os pais podem deixar para seus filhos. (LACERDA, 2012, p.14).

    A EJA é uma realidade tão atual da educação, e que cada vez mais jovens e adultos, buscam pela formação através dessa modalidade de ensino, porque os/as mesmos/as, voltam a acreditar que ainda há tempo para estudar, apesar da idade avançada, e que podem ter uma condição de vida, e uma formação acadêmica melhor, assim: A alfabetização de jovens e adultos é um campo complexos porque envolvem questões além do educacional, relacionadas à situação de desigualdade socioeconômica em que se encontra grande parte da população do nosso país. (DUARTE, 1998, p.13).

    EDUCAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA

    A educação é fundamental para a formação do indivíduo e desenvolvimento de uma sociedade, embora, ainda haja uma precariedade na oferta de uma educação para todos/as. No Brasil observa-se um déficit na qualidade de ensino e aprendizagem de conteúdos necessários para a formação da sociedade, comparado a outros países. Existe uma grande dificuldade por parte dos municípios, em garantir uma educação de qualidade, haja vista as condições das escolas: falta de materiais didáticos, instalações inadequadas, verbas para investimentos de ensino que não são o suficiente, tudo isso interfere na qualidade da educação pública oferecida. Segundo Soares Neto: "Apenas 0,6% das escolas brasileiras têm infraestrutura próxima da ideal para o ensino, isto é, têm biblioteca, laboratório de informática, quadra esportiva, laboratório de ciências e dependências adequadas para atender a estudante. (SOARES NETO, et. al, 2013, s/p).

    Admite-se que mudanças foram feitas e aplicadas por instituições governamentais e educacionais, a fim de resolver os problemas na educação, no entanto os objetivos de mudar o contexto educacional público, ainda não foram alcançados, fazendo com que os números nas pesquisas em educação relacionadas ao ensino, na sociedade brasileira ainda estejam em maus patamares.

    [..], e têm razão, que as mudanças estão orientando-se num sentido negativo, porque foram pouco participativas, não se submeteram à deliberação pública e resumiram-se em uma série de acordos corporativos, ocultos sob uma fachada tecnocrática, como se a reforma fosse coisa que interessasse apenas aos especialista, aos experts. (GENTILI, 2003, p.18).

    A educação deve ser acessível a todas as camadas sociais, visto que é por meio dela que as oportunidades e as facilidades de ingresso no mercado de trabalho acontecem, também é a partir da educação que se poderá obter melhores condições de vida e convívio familiar em sociedade. Sendo assim o acesso à educação é fundamental para as pessoas em suas necessidades sociais.

    ANALFABETISMO E SUAS BARREIRAS SOCIAIS

    O analfabetismo é a não obtenção da educação escolar, pela não aquisição do conhecimento, das ideias, e do enriquecimento curricular proposto pela formação educacional, decorrente de situações que impedem as pessoas frequentarem o ambiente educacional, no qual, ainda é comum ver na sociedade brasileira, muitos deixarem o ambiente escolar, por falta de recursos econômicos, onde se sentem forçados/as a deixar o ambiente escolar, e ingressar desde cedo no mercado de trabalho, a fim de garantir o sustento familiar.

    Segundo o IBGE, o Nordeste apresentou a maior taxa de analfabetismo (14,8%), índice quase quatro vezes maior do que as taxas estimadas para o Sudeste (3,8%) e o Sul (3,6%). No Norte, a taxa foi 8,5% e no Centro-Oeste, 5,7%. A meta 9 do PNE para 2015 só foi atingida nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Para a analista do IBGE Marina Aguas, as políticas públicas de redução do analfabetismo devem focar as regiões Norte e Nordeste. (ROCHA, 2017, s/p).

    Essa situação se caracteriza com maior evidência em famílias de baixa renda, onde a escolarização e formação entre os indivíduos interferem diretamente na situação econômica familiar, levando assim o aumento dos índices de pobreza dos municípios brasileiros. Segundo Lacerda (2012, p.17), em seu trabalho monográfico apresentado como pré-requisito de Licenciatura Plena em Pedagogia: É no seio familiar que o sujeito se prepara de acordo com os padrões culturais e sócio-histórico para atuar na sociedade. Nesse sentido, é interessante realizar estudo sobre as influências da família no processo de aprendizagem [...].

    Além da má distribuição de renda, outro fator que acarreta o analfabetismo é a cultura familiar de cada povo, onde, existem casos de analfabetismo porque a própria família interfere na formação daquela ou daquele integrante familiar, alegando que o alimento na mesa é mais satisfatório do que ir à escola aprender. Lembrando que essa realidade era mais comum em décadas passadas, onde familiares desenvolviam uma superproteção e tabus, referentes à castidade de suas filhas, a ponto de interferir na escolarização das mesmas, impedindo-as de aprender ler e escrever, proibindo-as de se relacionar com os rapazes. Assim a interferência familiar no processo de escolarização pode impedir, uma formação adequada e atraso no autodesenvolvimento.

    O PAPEL DA FAMÍLIA NA FORMAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA EMOCIONAL

    O apoio familiar na formação das pessoas é imprescindível, visto que o mesmo se inspira em seus traços culturais para adquirir conhecimento, formando-se, e tornando-se um sonho que muitos integrantes próximos não tiveram, ou não buscaram esta oportunidade, nem tiveram o reconhecimento familiar tão almejado. Seu papel como veículo de transmissão de diferentes formas educativas ainda tem sua importância assegurada, pois é ela que solidifica a base da educação primeira das crianças para prepará-las para a vida futura. (LACERDA, 2012, p.20).

    É fundamental para toda criança, ter os laços familiares e seu acompanhamento presente no ambiente escolar, para que a aprendizagem se torne algo prazeroso. No entanto, a presença da família no processo da

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