Diagramas: no processo ensino/aprendizagem
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Sobre este e-book
Com um olhar aguçado, o autor desvenda a disciplina escolar como uma forma de linguagem, repleta de signos que vão além do verbal. Ele nos introduz à fascinante perspectiva peirceana do diagrama, revelando seu potencial transformador na composição de novos formatos para o conteúdo educacional. Ao longo das páginas, somos levados a compreender a importância das semióticas, especialmente da semiótica peirceana, que nos permite abraçar todas as modalidades de linguagem, desde as disciplinas escolares até as linguagens das mídias que permeiam nosso cotidiano.
Mais do que uma obra acadêmica, este livro é um convite à ação. Ele desafia educadores, estudantes e pensadores a explorarem o vasto potencial dos diagramas no contexto educacional, enriquecendo a prática pedagógica e expandindo os horizontes da aprendizagem.
Preparem-se para mergulhar em um universo de possibilidades, onde a comunicação e a educação se entrelaçam de forma harmoniosa, guiados pela visão visionária do autor.
Esta obra é uma inspiração para todos aqueles que buscam revolucionar a forma como ensinamos e aprendemos.
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Diagramas - Henri Marcos Esgalha Castelli
1 INTRODUÇÃO
1.1 OS PRIMEIROS PASSOS...E A PERGUNTA NORTEADORA DA PESQUISA
A nossa experiência profissional, que teve como ponto de partida a graduação em Engenharia Elétrica, com ênfase em Telecomunicações, foi seguida de pós-graduação em Telecomunicações, pela Faculdade de Engenharia de Sorocaba, e MBA, em Gestão de Negócios, pela Fundação Getúlio Vargas; envolve a atuação em Educação Corporativa, como instrutor e coordenador de treinamentos de sistemas, produtos e soluções nas áreas de comutação, transmissão e sistemas celulares, bem como da docência em instituição de educação superior, há cerca de dez anos, instiga-nos a pesquisar a relação entre comunicação e educação.
Tal interesse firma-se, de um lado, pela nossa proximidade às tecnologias; de outro, pela crença, construída com nossa experiência, no potencial desta para agregar novas experiências com práticas de ensino, tanto presencial como a distância.
No mestrado, a partir de novos referenciais teóricos sobre a relação entre comunicação e educação, com Citelli e Costa (2011), Citelli (2000), Martín-Barbero (2014) e Braga e Calazans (2001), entre outros, bem como com a construção de um novo para a linguagem, com a semiótica peirciana e, por fim, o conhecimento de objetos de estudo que contemplam a interseção entre comunicação e educação, por meio de autores que vieram com a elaboração do estado da arte, com artigos, teses e dissertações relativos ao tema, constatamos que há aspectos que podemos explorar e que vão ao encontro das nossas expectativas.
Deste modo, consideramos que o nosso objeto de pesquisa está na interface comunicação/educação, que conforme Soares (2011), abarca estudos sobre a mediação tecnológica na educação, que envolvem as inovações tecnológicas no cotidiano das pessoas, assim como o uso de tecnologia nos processos educativos, para além da ideia de instrumento, ou seja, considerando-se as influências sociais e comportamentais dessas tecnologias; ou relativos à educação para a comunicação, que propicia reflexões sobre os elementos do processo de comunicação e, por fim, a gestão comunicativa, com planejamento e execução de políticas de comunicação educativa. Mas, há outra possibilidade, distinta dessas três tendências, que é pensar a comunicação na educação. O caminho que vislumbramos, conforme Citelli (2000), se faz via linguagem. Nesse contexto, deparamo-nos com o problema, que anunciamos a seguir.
A nossa experiência profissional trouxe o desafio de refletir sobre novos formatos para conteúdo escolar em processos formais de ensino, tanto presencial como online. De fato, a questão do formato apresenta-se como um problema que está presente quando se trata de refletir sobre o papel da comunicação na educação. Neste aspecto, vêm a questão: Que novo formato, para além do texto e da exposição oral, para o conteúdo escolar seria pertinente para a educação formal, online ou presencial? Vejamos em que medida o estado da questão aponta para a pertinência do problema anunciado.
Roesler (2008), em dissertação de doutorado sob o título Comunicação, Socialidade e Educação On-line, descreve as principais características das práticas socioeducativas engendradas nas Comunidades Virtuais de Aprendizagem - CVAs -, lócus do ensino e da aprendizagem de sujeitos que realizam os seus estudos através da educação online. A conectividade e a mobilidade de alunos e professores estão associadas a utilização dos mecanismos sociais e técnico-educativos nas CVAs. Nesta investigação, as CVAs são definidas como dispositivos de enunciação, didáticos, de comunicação e de conectividade, estruturados a partir do desenho pedagógico e acionados pelas socializações, que viabilizam as ações dos sujeitos. Constituem-se, portanto, como vias de acesso às informações e aos serviços educacionais disponibilizados virtualmente, configurando um comportamento online pautado na tele ação e na tele-educação.
Vedana (2015), em dissertação intitulada Comunicação e Processos de Educação: limites e avanços da educação mediada pelas tecnologias, explica que o crescimento das tecnologias digitais e da internet ampliou o acesso à informação e disseminou conhecimento, bem como levou as pessoas a aprender e ensinar umas às outras em rede. A educação online vem com o desenvolvimento das plataformas de ensino e com a criação de diversos cursos, em ambiente virtual. Neste contexto, com a convergência dos meios, a cultura participativa e a possibilidade de atualização da inteligência coletiva, o autor analisou os avanços tecnológicos das plataformas e seus limites em relação à interação.
Oliveira (2011), em dissertação intitulada Análise de processos comunicacionais assíncronos para colaboração em um ambiente virtual de aprendizagem aberto, propõe explorar as ferramentas de texto caracterizadas como assíncronas, reconhecendo e identificando padrões de colaboração dos usuários na relação professores, estudantes e conteúdo. O autor explica que com a evolução dos recursos tecnológicos apropriados para este fim, vem a comunicação mediada por computador (CMC), que compõem ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) e a observação de processos comunicacionais em um AVA, remete a uma estruturação teórica dentro da área de mediação tecnológica. Com essa pesquisa compartilhamos o desenvolvimento de reflexões sobre processos de produção de conteúdo, no entanto, não vamos contemplar análises de padrões de colaboração.
Pontes (2004), em dissertação sob o título A Educação Baseada no Ciberespaço: Um estudo de caso de um ambiente para EAD, trata de uma nova configuração do processo de ensinar e aprender que a sociedade da informação demanda. A fundamentação teórica, valendo-se de Castells, é um ponto de aproximação a nossa pesquisa.
Hanna (2013), em dissertação sob o título A Comunicação Conectada ao Uso das Novas Mídias no Contexto Educacional, com o objetivo geral de analisar como o uso das novas mídias vem sendo estudado pelos acadêmicos da área de ciências sociais aplicadas e os específicos de verificar que pesquisas estão sendo realizados com foco nesta temática e entender, por meio destas, a forma como os novos recursos midiáticos são utilizados frente ao contexto educacional, toma artigos do Portal do Periódico da Capes, dos últimos cinco anos, para compor o corpus da pesquisa, com base nas palavras-chave: Comunicação, Educação e Novas Mídias. A dissertação contribui para avaliarmos se a escolha do tema, do recorte e da pergunta são pertinentes à área e se a pesquisa que pretendemos realizar pode agregar novos conhecimentos.
Ocke (2010), na dissertação Configurações Hipermidiáticas do Ambiente Instrucional: Um Estudo da Usabilidade de Linguagens na Interface, baseia-se nas relações das variáveis que compõem a hipermídia a partir da convergência de linguagens presentes nas interfaces de ambientes instrucionais. O método de estudo de caso ocorre a partir do recorte de uma série de interfaces de ambientes instrucionais que materializam informações e representações dispostas em linguagens isoladas ou associadas e o procedimento de pesquisa se estrutura sob a perspectiva do design, elemento conceitual comum entre instrução, interface e hipermídia. Santaella embasa as reflexões sobre as linguagens presentes em suportes digitais que formatam o cenário da hipermídia.
Miguel (2012), em dissertação intitulada Objetos de Aprendizagem: Ferramentas Tecnológicas na Educação Executiva, explica o mecanismo pelo qual o conhecimento é produzido e compartilhado na relação entre as TICs e a educação. A partir da análise de uma experiência em educação executiva, considerando a perspectiva dos professores e educandos, Miguel (2012), busca entender os novos significados do saber que emergem nesta experiência, identificando vantagens, limites, possibilidades e desdobramentos do uso dos objetos de aprendizagem nessa modalidade de educação, fundamentando-se em Morin, Mapert, Senge para tratar da conectividade e Knowles para refletir sobre o conceito de andragogia.
Moreira (2006), em artigo intitulado Mapas conceituais e Diagramas V, apresenta os mapas conceituais como instrumentos potencialmente úteis no ensino, tanto para avaliação da aprendizagem como para análise de conteúdo curricular. Neste artigo, o autor dá exemplos de mapas conceituais usados no ensino de Física; analisa diversos mapas e também distingue mapas conceituais de outros tipos de diagramas.
Na nossa pesquisa vamos utilizar os estudos de Moreira (2006), uma vez que o novo formato para conteúdo de ensino proposto envolve mapas conceituais. O diferencial está no olhar construído com a semiótica peirciana, para essa modalidade de apresentação de conteúdo.
Considerando-se as pesquisas apresentadas, em linhas gerais, podemos dizer que com o tema e a pergunta norteadora apresentados, a nossa pesquisa aproxima-se de estudos desenvolvidos na interface comunicação/educação. Vamos a seguir para os objetivos e as estratégias metodológicas.
1.2 SOBRE OS OBJETIVOS E AS ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS
Ao propor estudos com novos formatos, tomamos como pertinente as considerações de Braga e Calazans (2001, p. 60):
Diante dos processos mediáticos (imagem, som, espetáculo, sedução, narratividade, singularização de conceitos em torno de ocorrências visualizáveis, redução do espaço argumentativo, atualização informativa exacerbada...) – os processos habituais da escola (reflexão, argumentação, estabelecimento de relações racionais entre fatos e entre conceitos, sistematizações amplas, memória histórica, construção de acervos, processos cumulativos de longo prazo...) são penetrados por novas solicitações, encontram outras expectativas dos estudantes.
Sendo assim, um novo formato para conteúdo de processos formais de ensino deve atender as novas solicitações