Um Sol Pálido
()
Sobre este e-book
Relacionado a Um Sol Pálido
Ebooks relacionados
Condenando A Vítima Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAureni Por Aureni Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs Bons Frutos Da Traição Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEscravo: O Programa Price Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNão foi por acaso Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRealidade Paralela Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEstranhamente Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEssência Do Amor Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAtropos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Casa: Quebradora de Maldições Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA primeira vez que me apaixonei por você Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs abraços perdidos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDias dúbios Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA era do Apocalipse: o início Nota: 0 de 5 estrelas0 notasHiatos E Pontos De Vista Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Cama Estava Vazia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUm beijo no teu sorriso Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFrutos do Pecado - 1° parte: Série Frutos do Pecado - Livro 1 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Reverso Do Espelho Nota: 0 de 5 estrelas0 notasQuando Florescem Os Flamboyants Nota: 0 de 5 estrelas0 notasBrincadeira Tem Hora Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA fuga Nota: 4 de 5 estrelas4/5O Jornalista Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Volta De Arca Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Milionário Irresistível Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMudar de ideia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMemória de ninguém Nota: 5 de 5 estrelas5/5Remanescentes Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFilho De Ninguem Nota: 0 de 5 estrelas0 notasÉ Por Isso Que a Vovó Comprou Aquele Carro ...E Outras Histórias e Versos Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Matemática para você
História bizarra da matemática Nota: 5 de 5 estrelas5/5Raciocínio Lógico Para Concursos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSou péssimo em matemática Nota: 0 de 5 estrelas0 notasComo passar concursos CEBRASPE -Raciocínio Lógico, Matemática e Informática Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Cabala Da Pirâmide Invertida Nota: 4 de 5 estrelas4/5Testando Componentes Eletrônicos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMatemática Passo A Passo Vol.1 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs Segredos Das Loterias Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEstratégias E Macetes Matemáticos Para Concurseiros Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs Segredos Da Mega Sena Nota: 5 de 5 estrelas5/5Física Simples E Objetiva Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCaderno De Questões | Matemática Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Matemática Do Enem Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMatemática Básica Para Concursos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFinanças no consultório: Como maximizar os resultados Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCandlesticks Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEletricidade Básica Nota: 5 de 5 estrelas5/5Guia De Química Para O Enem Nota: 0 de 5 estrelas0 notas+1000 Questões De Matemática Nota: 0 de 5 estrelas0 notasExcel Para Iniciantes Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSegurança Da Informação Descomplicada Nota: 0 de 5 estrelas0 notas312 Questões De Matemática E Raciocínio Lógico Resolvidas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPartidas De Motores Elétricos Industriais Nota: 5 de 5 estrelas5/5Metrologia Avançada Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMinha Luta Nota: 5 de 5 estrelas5/5Algoritmos E Lógica De Programação Com Python Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCaderno De Exercícios De Matemática Do 9º Ano Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEngenharia Elétrica Para Concursos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMatemática com aplicações tecnológicas - Volume 2: Cálculo I Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMatemática Para Concursos Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Categorias relacionadas
Avaliações de Um Sol Pálido
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Um Sol Pálido - Rogério Delacorte
UM SOL PÁLIDO
Por
Rogerio DeLacorte
Janeiro de 2024.
1.
E mais uma vez o mesmo sonho:
O carro andava
cada vez mais rápido.
O homem e a mulher
discutiam, não se
lembrava do motivo.
Apenas
discutiam.
Ele, criança, atrás,
sentado no banco. Foi
quando o motorista,
perdeu o controle.
Lembrou-se de vidro,
e terra e a mão ora do
homem, ora da mulher
passando diante de
seu rosto.
Acordou assustado. Olhou o celular, o relógio marcava pouco mais de quatro da madrugada.
Sentou-se na beira da cama, esfregou o rosto. Olhou pela janela. A cidade ainda estava lá, do mesmo jeito, silenciosa, noturna. Deitou-se novamente. O
sono não demorou muito, tornou a dormir.
Entrou, sentiu-se exausto. Nem era ainda uma da tarde. Levantou-se, encostou o corpo no vidro da janela. Enquanto olhava por ela, o dia passando tranquilo, algumas pessoas teimando em não cumprir o isolamento social. Ele próprio tinha
acabado de voltar da rua para resolver um assunto bem pessoal.
Ficou pensativo. Era talvez um dos efeitos do isolamento, trancafiado dentro de seu apartamento, no centro da cidade. Estava à dez andares da rua, ouvindo os movimentos, a cidade, vítima de sua população esperançosa nas promessas do presidente, que voltava a se movimentar.
Provavelmente, e isso já era previsto por todos os médicos, a pandemia ia só ficar calminha um pouco, e depois ia voltar com tudo. Deus do céu, já estavam enterrando as pessoas em valas comuns, como naquele filme Contágio. A personagem da Kate Winslet era praticamente jogada com outras pessoas numa cova comunitária, porque os cemitérios já não estavam dando conta.
Não quis pensar nisso, só caminhou até a cozinha, o que significava dar uns dois ou três passos dentro do minúsculo apartamento. Ligou a cafeteira, preparou uma garrafa de café. Sentou-se à mesa de vidro com uma xícara fumegante. Não haviam fotografias de ninguém, embora houvesse um álbum guardado no canto. Daqueles físicos ainda. Herança de tempos hoje, quase jurássicos.
Parou de assistir à TV por uns dias, estava revendo velhos filmes em DVD ou então, no youtube. Não tinha mais saco para as escaramuças entre os partidos políticos, nem tinha mais sangue frio para os números subindo. Parecia uma guerra.
Sorveu o café, que ainda fumegava um pouco de seu vapor, dando goles curtos, calmos.
O ruim da quarentena, para ele, era ficar pensando. A mente vagava demais, ia a lugares que
muitas vezes, não gostava de ir. Preferia a segurança de um momento mais sólido, mais firme. No entanto, a mente, assim como a vida, não dava para controlar.
Ontem mesmo, ficou lembrando de sua infância.
Nascera, segundo a mãe, num dia chuvoso, depois de um parto trabalhoso. Mais de cinco horas no ventre da mãe. O médico e a enfermeira alternando-se sobre a coitada, para ver se ele saia.
Houve um dado momento em que o médico foi falar com seu pai, que estava morrendo de agonia na sala de espera.
- Olha, o negócio é o seguinte: está muito complicado, o bebê não sai. Se em dez minutos não conseguirmos tirá-lo, vou salvar sua esposa.
A fala categórica, quase como um vaticínio, fez seu pai sentar-se e começar a chorar igual criança.
Em oito minutos ele saiu. Para tirá-lo, o médico precisou de um fórceps (ele ainda guarda a marca de onde o aparelho firmou em sua cabeça, para tirá-lo, até hoje). No processo, o cordão umbilical prendeu em torno do seu pescoço, ficou com leve privação de oxigênio. Para finalizar a cereja do bolo, não chorava, mesmo o médico dando uma palmada.
Precisou de cinco até abrir a boca.
Quando sua mãe o pegou no colo, ele todo sujo de placenta, choroso, ela sorriu.
- Meu Deus doutor, ele é tão gordinho. Mal dá para saber onde é a cara – brincou ela.
- Pois é. Escute, você viu o risco do parto do seu filho, está planejando ter mais um?
- Sim doutor, eu conversei com meu marido, estamos pensando em pelo menos um casal, talvez três, não sei.
- Bom, quando for fazer o parto, posso pedir uma coisa?
- O quê doutor?
- Por favor, procura uma colega minha que é ótima. Depois desta, estou velho demais para partos complicados.
A mãe riu da brincadeira, embora no fundo, o que médico estava dizendo fosse verdade. Ele aposentou-se poucas semanas depois.
Seu pai e sua mãe não tiveram outros filhos depois dele. Talvez tivessem pensado melhor, pensou ele.
Ele sorriu da lembrança.
A mãe sempre disse que ele queria ter vindo, pois uns meses antes, havia sentido umas contrações, como se estivesse entrando em trabalho