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Banias (em árabe} pronuncia-se Panias) é um sítio arqueológico localizado no sopé do monte Hermon, nas colinas de Golã, a cerca de 150 km ao norte de Jerusalém e c. 60 km a sudoeste de Damasco. Ali havia uma cidade chamada, à época do Império Romano, Cesareia de Filipe, situada junto às Fontes de Banias, uma das nascentes do rio Jordão.

História

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Banias é uma cidade fonte conhecida como Fânio ou Pânias (de Pan, o deus grego dos pastores e rebanhos). No passado havia uma grande fonte oriunda de uma caverna na pedra calcária, abastecida pelo ribeiro conhecido como Naal Senir. O Rio Jordão se abastece desta fonte e de mais outras duas que nascem nas bases do Monte Hermon. O nível da fonte está bem baixo nos dias de hoje, e isto se deve provavelmente à desflorestação do Monte Hermon ou aos constantes movimentos das camadas geológicas na região, assolada por constantes terremotos. A água não transborda mais da caverna, mas transborda por baixo.

Banias teve o seu primeiro período durante o Helenismo, sob a dinastia dos Ptolomeus, no século III a.C., construindo aqui uma local para culto ao sul de .

Banias e citada na história do Velho Testamento, já com seu nome helenizado mas também identificado como Baal-Gad e provavelmente como Laixe (Tel Dã) como é indicado. Este local era certamente uma grande local de culto a vários deuses, mas o local foi preparado originalmente para a adoração ao deus Pan, principalmente a caverna que alimentava com suas águas o Rio Jordão.

O historiador romano Políbio, em "Ascensão do Império Romano", menciona uma Batalha de Pânio, travada em 198 a.C. entre os exércitos macedônicos do Reino Ptolemaico e do Império Selêucida da Celessíria, conduzidos por Antíoco III.[1][2][3] A vitória de Antíoco consolidou o controle selêucida sobre a Fenícia, Galileia Samaria e Judeia até a Revolta dos Macabeus. Foram esses selêucidas helenizados que construíram um templo pagão dedicado a Pan, em Paneas.[4]

Flávio Josefo menciona que o imperador romano Augusto deu Paneas para o filho do Rei Herodes, Filipe, que governou a área, expandindo-a e chamando-a de Cesareia de Filipe (não confundir com Cesareia Marítima na costa do Mediterrâneo). Em 61, o Rei Herodes Agripa II rebatizou o local de Nerônias em homenagem ao imperador romano Nero, mas este nome somente resistiu até o ano de 68.

Em 20 a.C., a região do Banias foi anexada ao império de Herodes, o Grande, que ergueu ali um templo em homenagem ao seu patrono. No ano de 2 a.C., Herodes Filipe fundou a cidade pagã e a chamou de Cesareia de Filipe (em homenagem a Augusto (r. 27 a.C.-14 d.C.). No passado esta também havia sido a capital de um extenso reino que incluía o Golã e o Haurã. Fontes contemporâneas afirmam ser esta cidade a "Cesareia Panias" no Novo Testamento e nela Filipe havia sido criticado por suas práticas pagãs. Neste local foi encontrada uma moeda com seu rosto, o que também era considerado uma prática pagã.

Durante a revolta judaica entre 66-70 AD, os romanos capturaram os judeus de Panias. Em 70 AD, após a revolta ter sido reprimida, foram realizados jogos em comemoração da vitoria de Tito, e muitos dos judeus capturados foram mortos, mas a comunidade judaica ali conseguiu sobreviver. Banias foi mencionado no Talmude como um lugar habitado por judeus distintos e instruídos.

No século XI, durante as Cruzadas, Banias foi um centro de adoração no Reino de Jerusalém até que foi capturada por Noradine, em 1164.

Cesareia de Filipe

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Cesareia de Filipe (em latim: Caesarea Philippi) era uma antiga cidade, localizada no sopé sudoeste do monte Hermom[5] (em árabe transl. Jebel esh-Sheikh), na atual região arqueológica de Banias. Por volta do ano 20 a.C. o rei Herodes, o Grande, construiu aos pés do monte Hermom um templo branco de mármore, e dedicou a César Augusto. Quando Herodes morreu a cidade ficou nas mãos de seu filho, Herodes Filipe, que a ampliou, e embelezou, e a chamou de Cesareia de Filipe, para alcançar graça diante seu imperador Tibério César, e distingui-la da outra Cesareia, a capital romana na Judeia e porto marítimo muito mais conhecida, que ficava na costa. É hoje um local arqueológico perto da fronteira Israel-Síria, junto à nascente do rio Jordão.

A cidade é mencionada no Evangelho segundo São Mateus.[6]

Em 61 d.C., o rei Herodes Agripa II renomeou a capital administrativa como Nerônias em honra ao imperador romano Nero, mas este nome realizada somente até 68 d.C. Agripa também realizou melhorias urbanas.

Do Mandato Britânico à época atual

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A fronteira entre Síria, Líbano e Palestina foi definida após a Primeira Guerra Mundial, com a partição do Império Otomano entre Inglaterra e França .[7][8]

Em 1920, as fontes de Banias foram objeto de um conflito que foi decidido por um comité internacional entre o Mandato Britânico e o Mandato Francês; a França prevaleceu mas a região continuou a ser disputada entre o Líbano e a Síria.

Nos anos de 1960, a Síria fez um plano de obstruir as fonte da região para irrigar suas terras então sobre as colina do Golã até o rio Jarmuque. Se este plano fosse adiante, Israel teria suas fontes de águas prejudicadas, o que causaria grandes danos às lavoras, por isso houve uma série de retaliações, que deram origem a um conflito regional.

Em 10 de Junho de 1967, no último dia da Guerra dos Seis Dias, a Brigada Golani de Israel conseguiu reprimir os sírios e conquistar a região. Este ato garantiu a Israel o abastecimento de água na região e garantiu a sobrevivência da agricultura no vale de Hula, no norte de Israel.

Referências

  1. Perseus Digitital Library. TUFTS University Polybius Book 16 para 18
  2. Perseus Digitital Library. TUFTS University Polybius Book 16 para 19
  3. Perseus Digitital Library. TUFTS University Polybius Book 16 para 20
  4. Chambers Dictionary of Etymology: The Origins and Development of Over 25,000 English Words, Robert K. Barnhart, Sol Steinmetz (eds.)(1999) Chambers Harrap Publishers L, ISBN 0550142304, p. 752
  5. [1]
  6. Mat 16:13
  7. Fromkin, David (1989). A Peace to End All Peace: The Fall of the Ottoman Empire and the Creation of the Modern Middle East. New York: Owl, ISBN 0-8050-6884-8.
  8. MacMillan, Margaret (2001) Peacemakers: The Paris Conference of 1919 and Its Attempt to End War J. Murray, ISBN 0719559391 pp 392-420

Ligações externas

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