Nilma Lino Gomes
Nilma Lino Gomes (natural de Belo Horizonte) é uma pedagoga brasileira. Tornou-se a primeira mulher negra do Brasil a comandar uma universidade pública federal, ao ser nomeada reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), em 2013.[1] Tem se posicionado, frequentemente, na luta contra o racismo[2][3] no Brasil. Em 2 de outubro de 2015 foi nomeada pela presidente Dilma Rousseff para ocupar o novo Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, que uniu as secretarias de Políticas para Mulheres, Igualdade Racial, Direitos Humanos e parte das atribuições da Secretaria-Geral.[4] Permaneceu no cargo até o dia do afastamento de Dilma pelo Senado Federal.[5]
Nilma Lino Gomes | |
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Durante o 1º Seminário Nacional de Educação Quilombola, em 2010. | |
Ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos do Brasil | |
Período | 2 de outubro de 2015 até 12 de maio de 2016 |
Presidente | Dilma Rousseff |
Antecessor(a) | Pepe Vargas |
Sucessor(a) | Luislinda Valois (como ministra dos Direitos Humanos)
Anielle Franco (como ministra da Igualdade Racial) |
Ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil | |
Período | 1 de janeiro de 2015 até 2 de outubro de 2015 |
Presidente | Dilma Rousseff |
Antecessor(a) | Luiza Helena de Bairros |
Dados pessoais | |
Nascimento | Belo Horizonte, MG, Brasil |
Nacionalidade | brasileira |
Alma mater | UFMG |
Profissão | Pedagoga |
Carreira
editarGraduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 1988. Concluiu o mestrado em Educação também pela UFMG, em 1994, sob orientação de Eliane Marta Santos Teixeira Lopes com a dissertação intitulada "A trajetória escolar de professoras negras e a sua incidência na construção da identidade racial - um estudo de caso em uma escola municipal de Belo Horizonte". Prosseguiu os estudos e concluiu o doutorado em Antropologia social pela Universidade de São Paulo (USP), em 2002, sob orientação de Kabengele Munanga com a tese intitulada Corpo e Cabelo como Ícones de Construção da Beleza e da Identidade Negra nos Salões Étnicos de Belo Horizonte.[6][7][1] É bolsista de produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2, na área da Educação.
Entre 2004 e 2006, presidiu a Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN).[1] Em seguida, mudou-se para Portugal, onde fez o pós-doutorado em Sociologia pela Universidade de Coimbra, em 2006.[1]
Integrou de 2010 a 2014, a Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, onde participou da comissão técnica nacional de diversidade para assuntos relacionados à educação dos afro-brasileiros.[1][8] Como conselheira emitiu parecer sobre o livro Caçadas de Pedrinho, de autoria de Monteiro Lobato. Em tal parecer declarou que o conteúdo era estereotipado em relação aos sujeitos negros e ao universo africano, de uma maneira geral. O parecer também continha sugestões de diretrizes para que a obra não fosse usada como dispositivo naturalizador do racismo no Brasil.[9][10][11] Participou da comissão julgadora da edição 2003-2004 do Prêmio Paulo Freire da Prefeitura de Belo Horizonte.[12][13]
Coordenou o Programa de Ações afirmativas da UFMG. Em abril de 2013, foi nomeada reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB).[14]
SEPPIR
editarEm dezembro de 2014, foi anunciada oficialmente como futura ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR/PR) para o segundo mandato do Governo Dilma Rousseff.[15] Assumiu o cargo em 2 de janeiro de 2015.[16]
“ | A SEPPIR tem um papel desafiador político e educacional, pois ela tem caráter pedagógico e precisa incidir de maneira educativa e estruturante na alteração dos impactos que atinge a esses por motivos diversos, dentre eles a orientação sexual. É preciso construir a nova gestão com o maior número de olhares sobre o novo desafio que se configura no combate ao racismo no Brasil | ” |
— Nilma Lino Gomes, durante o discurso de posse.[16] |
Premiação
editar- Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher na categoria Humanidades, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).[17]
Referências
- ↑ a b c d e «Primeira reitora negra assume a Unilab». Fundação Palmares. 2 de abril de 2013. Consultado em 16 de maio de 2015
- ↑ Tory. «Sem igualdade racial não há democracia». CartaCapital
- ↑ «Comunicação é central para o combate ao racismo, diz ministra Nilma Lino Gomes - Geledés». www.geledes.org.br. Consultado em 2 de novembro de 2016
- ↑ «Miguel Rossetto comandará novo Ministério da Cidadania». Estadão Política. 24 de setembro de 2015. Consultado em 5 de setembro de 2015
- ↑ «Lula e mais 27 ministros são exonerados». O Povo Online. 12 de maio de 2016. Consultado em 12 de maio de 2016. Arquivado do original em 7 de agosto de 2016
- ↑ «Educ. Pesqui. - vol.29 número1». www.scielo.br. Consultado em 15 de outubro de 2016 horizontal tab character character in
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at position 17 (ajuda) - ↑ «"Corpo e cabelo como símbolos da identidade negra", por Nilma Lino Gomes | Formação em Direitos Humanos». www.acaoeducativa.org.br. Consultado em 15 de outubro de 2016
- ↑ «Ministra». SEPPIR. Consultado em 16 de maio de 2015
- ↑ http://www.afreaka.com.br/notas/nilma-gomes-e-questao-lobato/
- ↑ http://www.revistaforum.com.br/mariafro/2010/11/19/nota-do-cne-sobre-a-polemica-do-parecer-da-professora-nilma-lino-gomes/
- ↑ http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2910201001.htm
- ↑ «Radar Oficial». RadarOficial. Consultado em 4 de novembro de 2016
- ↑ «Prefeitura de Belo Horizonte entrega Prêmio Paulo Freire a professores da RME». Hirama News. Consultado em 4 de novembro de 2016
- ↑ «Professora Nilma Lino é a nova reitora da Unilab». SEPPIR. 1 de abril de 2013. Consultado em 16 de maio de 2015
- ↑ «Dilma anuncia 13 novos nomes da reforma ministerial». Correio do Povo. 23 de dezembro de 2014. Consultado em 16 de maio de 2015. Arquivado do original em 8 de março de 2016
- ↑ a b Reis, Luciane (2 de janeiro de 2015). «Ministra Nilma da Seppir toma posse em Brasília». Correio Nagô. Consultado em 16 de maio de 2015
- ↑ «Mulheres cientistas: Nilma Lino é uma das vencedoras de prêmio nacional da SBPC». Brasil de Fato. 26 de janeiro de 2022. Consultado em 27 de janeiro de 2022
Ligações externas
editar- Confira íntegra da entrevista com Nilma Lino Gomes. O Povo, 20/05/2013
- Professor - Nilma Lino Gomes. SOMOS-UFMG
- GOMES, Nilma Lino. Diversidade étnico-racial, inclusão e equidade na educação brasileira: desafios, políticas e práticas
- GOMES, Nilma Lino. Corpo e cabelo como símbolos da identidade negra[ligação inativa]
Precedido por Luiza Helena de Bairros |
Ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil 2015 |
Sucedido por Cargo extinto |
Precedido por — |
Ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos 2015 - 2016 |
Sucedido por Cargo extinto |