Atividade de Vida Diria e Vida Prtica

A profisso de Terapeuta Ocupacional foi criada pelo decreto- Lei n 938/69, cujo profissional reconhecidamente de formao superior( Art 2), integra a categoria denominada Profissional de sade ( Resoluo CNS N218/97), juntamente com os demais profissionais que compem a equipe multidisciplinar preconizada pelo sistema nico de sade.

O TO utiliza a PRXIS (atividade humana) como recurso tcnico. Sendo esta considerada, no processo de ateno a sade, como instrumento que pode viabilizara expresso, o conhecimento das potencialidades e das limitaes das pessoas durante suas aes no cotidiano. Por meio de diferentes tipos de prxis, sejam elas ldicas, pedaggicas, profissionalizantes ou de automao, os indivduos se percebem, percebem o outro, a natureza e as suas relaes nesse contexto, levando a uma compreenso de si e do meio. Ao propor as atividades, o TO analisa em seu aspecto tcnico ao considerar os movimentos, as habilidades, as funes, as capacidades cognitivas requeridas e as emoes que podem ser produzidas e expressas. Analisa tambm as relaes que envolvem a realizao dessas atividades, no apenas no contexto teraputico , mas tambm no dia-a-dia da pessoa que dela participa.

o profissional da sade, que favorece o

desenvolvimento da pessoa desempenhar as atividades de vida cotidiana e intervem quando esta capacidade esta em risco ou debilitado independentemente da causa. O Terapeuta Ocupacional utiliza da atividade como instrumento de trabalho e os recursos que o ambiente oferece para ajudar a pessoa a adquirir as potencialidades, as habilidades e as atitudes necessrias para desenvolver as tarefas cotidianas requeridas e conseguir o mximo de autonomia e integrao. ( A. O. T. A. ;1999)

A Terapia Ocupacional analisa( Avaliao Funcional) e facilita o processo de (re) estruturao do individuo, com a relao s Atividades de Vida Diria (AVDs), Atividades de Vida Prtica ( AVPs), Atividades de Vida do Lazer e as Atividades de Vida do Trabalho (laborativas); objetivando sua autonomia e independncia no gerenciamento de sua prpria vida e sua relao com a sociedade atravs da comunidade.

um mtodo para descrever habilidades e atividades em ordem de mensurar o uso individual de uma variedade de habilidades includas no desempenho de tarefas necessrias na vida diria, nos compromissos vocacionais, nas interaes sociais, nas atividades de lazer, e outros comportamentos requeridos. Granger, 1984.

Uma tentativa sistematizada de mensurar objetivamente os nveis nos quais uma pessoa est funcionando numa variedade de reas tais quais integridade fsica, qualidade da auto manuteno, qualidade no desempenho dos papis, estado intelectual, atividades sociais, atitude em relao a si mesmo, e o estado emocional. Lawton, 1971. Inventrio Avaliativo de Vida, aplicao aos pais, Sommerfeld, 2004.

Biolgica: condies gerais da sade, fora, sensibilidade, etc. Psicolgica: humor, volio, memria, e habilidades de aprendizagem. Social: disponibilidade, capacidade e atitudes de cuidadores, aspectos financeiros, etc. Ambiental: barreiras arquitetnicas, qualidade de enriquecimento e privao ambiental, necessidade de equipamentos de auto- ajuda, etc

1957 PULSES, MosKowitz e McCann 1963 Katz ADL Index, Katz, Ford, Moskowitz et al 1965 Bartehel Self Care Index, Mahoney e Barthel 1969 Self- Maintaining Instrumental Activities of Daily Living, Lawton e Brady 1975 The OARS Methodology- Dificuldades e dependencias nas AVDs 1985 Instruments of Daily Living, Filenbaun 1986 Funcional Status Index, Jette et al 1989 Duke Activity Status Index, Hlatky et tal 1990 Functional Independence Measurement, Granger et.al

Segundo Viorst (1988), comeamos a vida com uma perda. Somos lanados para fora do tero perdendo o calor do corpo materno, o alimento do cordo umbilical o aconchego..., sem sermos ao menos consultados. Da para frente, iniciamos com maior intensidade o processo de separao da figura materna, o que Bowlby(1982) chama de processo de separaoindividuao. A maneira como a criana vivencia, nos primeiros anos de vida, as primeiras separaes da me, vai influenciar a forma de lidar com as de mais separaes/perdas de seu dia a dia.

Quando um indivduo sofre uma perda importante na sua vida, e, referimos aqui a perda de sua viso, vive o processo de elaborao do luto que influenciado: pela sua personalidade; pelos sentimentos anteriores em relao a deficincia e pela vivencias das primeiras perdas. Os sentimentos presentes durante esse processo de elaborao do luto so, na, maioria das vezes: ambivalncia, revolta, ansiedade, angstia, negao da cegueira e esperana de cura.

Fase do topor: negao do problema; Fase de saudade da figura perdida: busca incessante de tratamentos para a recuperao da viso; Fase da desorganizao e desespero:fase de > expresso dos sentimentos de raiva, culpa e depresso. Fase de reorganizao-aceitao: momento de aceitao da perda visual e envolvimento com o processo de reabilitao.

Atividades de Vida Diria - AVDs incluem as atividades relacionadas a higiene pessoal, vesturio, alimentao, organizao e limpeza do ambiente, manuseio com dinheiro, compras, uso de medicamentos. Atividades essas que buscam a independncia, autonomia e integrao do deficiente visual na sociedade.

Segundo Alves, M&Kara- Jos(1996) A viso a fonte importante na recepo e aquisio de informaes, facilitando a assimilao de habilidades, a percepo da realidade e o desempenho de vrias situaes. Nos primeiros anos de vida o deficiente visual pode prejudicar-se na construo do seu desenvolvimento, privando-se de inmeras vivncias do seu dia a dia. O manuseio de objetos, a imitao de gestos, limitam a realizao das diferentes atividades de vida diria. Por isso todos os deficientes visuais precisam ser motivados e incentivados para realizarem as AVDs e buscarem solues para seus problemas dirios, caso contrrio no aceitaram e no iro desenvolver suas habilidades. A famlia por sua vez deve estar envolvida em todo o trabalho, auxiliando, aprendendo e facilitando meios para a execuo das AVDs.

Higiene Vesturio Alimentao Atividade de Vida Prtica

Escovar dentes: Colocar a pasta na escova: segurando as cerdas entre o dedo indicador e polegar, ou somente o indicador na cerda da escova / Colocar a pasta no dedo e depois na escova. Averiguar todos os dentes. Uso de copo. Enxaguar e Bochechar. Marcar a escova com material relevante. Lavar/ secar as mos: Abrir e fechar torneiras de diferentes modelos. Treinar o movimento de dedos, palma e dorso da mo. Uso de diferentes sabonetes (lquido e em barra). Localizar a toalha de pano ou de papel no banheiro. Localizar o lixo.

Uso de papel higinico: Localizar onde est o papel. Mostrar diferentes maneiras de dobrar o papel na mo. Cortar o papel higinico. Dar descarga. Banho: Marcar com adesivos ou diferenciais o xampu e o condicionador. Conservar os mesmos sempre em um nico local. As toalhas de banho devem ser identificadas ou selecionadas para uso do DV. Evitar tapetes de tecidos no banheiro, uso de antiderrapantes, isto evitar quedas. Fazer a barba: Mostrar diferentes formas: lamina, gilete, eltrico. Utilizar espuma de barbear. Pentear o cabelo: Reconhecer o cabelo, comprimento... Diferenciao de pente e escova. Colocao de acessrios.

Vestir e despir as roupas, meias, calados e acessrios. Avesso e direito Frente e atrs Amarrar o tnis ( laos, n) Abotoar e desabotoar. Diferentes botes, zper, fivelas, fechos, ganchos. Tabuleiros de treinamento. Dobrar e guardar roupas no armrio e cabides.. Utilizao de etiquetas. Empilhar as roupas. Separar com o DV a maneira mais adequada para que o mesmo adquira independncia na hora de escolher e vestir. Discriminar o estado da roupa (limpa ou suja).

Manejar talheres e outros objetos, garfo, faca, colher, concha, escumadeira, copos, panelas, jarra. Saber pegar a colher, copo (preenso). Utilizao de contrastes. importante o movimento com a mo, treinando a possibilidade do auxlio da faca, o uso do movimento de concha com o garfo. Mostrar diferentes tipos de talheres, perguntar como sente, para que serve, cada colher (em seu tamanho), tem uma finalidade prpria (caf, ch, sopa). Observar e orientar para que todos os utenslios sejam colocados sempre no mesmo lugar, adaptando-os s situaes quando for necessrio (proporcionando condies para uso bem organizado). Servir lquidos/alimentos. Reconhecer diferentes tipos de lquidos, discriminar odores, consistncia, textura e temperatura.

Treinamento de assinatura. Uso de dinheiro (moeda e papel). Cuidados com a medicao: separar, diferenciar e aplicar (colrio, injetveis). As Atividades de Vida Prtica: so todas aquelas relacionadas a Organizao e limpeza do ambiente. Lavar , secar e guardar a loua. Arrumar a mesa. Tirar o p dos mveis e do cho. Cuidar da roupa: lavar, estender e passar. Arrumar a cama. Uso de eletrodomsticos, eletrnicos (microondas, forno eltrico, liquidificador, batedeira, sanduicheira, cafeteira, DVD, rdios). Adaptar e etiquetar os aparelhos. Atividades desenvolvidas em ambientes externos, como compras, supermercados, restaurantes, feiras e lojas. Uso de telefone e celulares. Avaliao da iluminao adequada para portas, janelas, escadas, nas reas de quedas.

Indicao de recursos e materiais para independncia e autonomia dos deficientes visuais no seu dia a dia. Proporcionando a acessibilidade aos mesmos.

Muito Obrigada! Contatos: deiavelasques@hotmail.com