Este documento apresenta uma apostila sobre pesquisa mineral. Resume conceitos básicos como jazida mineral, ocorrência mineral, minério, teores, beneficiamento e depósitos minerais. Explica termos técnicos como mineral-minério, ganga, subprodutos, teor de corte e recuperação. Fornece exemplos de teores críticos para metais como ferro, ouro e cobre. Por fim, descreve classificações de depósitos minerais considerando aspectos como origem, morfologia e regularidade estatíst
Este documento apresenta uma apostila sobre pesquisa mineral. Resume conceitos básicos como jazida mineral, ocorrência mineral, minério, teores, beneficiamento e depósitos minerais. Explica termos técnicos como mineral-minério, ganga, subprodutos, teor de corte e recuperação. Fornece exemplos de teores críticos para metais como ferro, ouro e cobre. Por fim, descreve classificações de depósitos minerais considerando aspectos como origem, morfologia e regularidade estatíst
Este documento apresenta uma apostila sobre pesquisa mineral. Resume conceitos básicos como jazida mineral, ocorrência mineral, minério, teores, beneficiamento e depósitos minerais. Explica termos técnicos como mineral-minério, ganga, subprodutos, teor de corte e recuperação. Fornece exemplos de teores críticos para metais como ferro, ouro e cobre. Por fim, descreve classificações de depósitos minerais considerando aspectos como origem, morfologia e regularidade estatíst
Este documento apresenta uma apostila sobre pesquisa mineral. Resume conceitos básicos como jazida mineral, ocorrência mineral, minério, teores, beneficiamento e depósitos minerais. Explica termos técnicos como mineral-minério, ganga, subprodutos, teor de corte e recuperação. Fornece exemplos de teores críticos para metais como ferro, ouro e cobre. Por fim, descreve classificações de depósitos minerais considerando aspectos como origem, morfologia e regularidade estatíst
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Apostila de Pesquisa Mineral
INSTITUTO FEDERAL DE CINCIA, EDUCAO E TECNOLOGIA DE
MINAS GERAIS CAMPUS OURO PRETO
APOSTILA DE PESQUISA MINERAL
FELIPE DE ORQUIZA MILHOMEM 2 BIMESTRE DE 2012
Apostila de Pesquisa Mineral 2 Professor Felipe de Orquiza Milhomem
INTRODUO PESQUISA MINERAL
Recursos minerais so um bem suprimento finito e no-renovvel, de utilizao crescente. Aplicao mineral encontra-se nas mais diversas reas (alimentao, moradia, agricultura, construo civil, etc). Sem os recursos minerais, a humanidade no teria como subsidiar seu crescente desenvolvimento tecnolgico. A aplicao de tcnicas modernas, por vezes, altamente refinadas, permitiu-lhe descobrir, obter e transformar bens minerais em bens manufaturados que tornaram a vida mais confortvel. Volumes gigantescos de bens minerais so rapidamente extrados de seus depsitos, o que pode levar escassez ou mesmo exausto dos mesmos. A pesquisa geolgica , portanto, importante para propiciar melhor aproveitamento dos recursos minerais, desenvolvimento tecnolgico, fortalecimento da economia regional e local, atrao de investimentos e gerao de emprego e renda.
Considerando o importante papel da explorao mineral para o desenvolvimento do setor mineral de um pas ou de uma regio, importante que se encoraje essa atividade, principalmente do ponto de vista social, econmico e ambiental, ou seja, com uma viso de desenvolvimento sustentvel. Esse encorajamento se d mediante polticas de incentivo para ampliao do conhecimento geolgico e dos investimentos na explorao mineral, dentre outras.
Andrade, 2005. DEFINIES BSICAS E TERMOS TCNICOS
Jazida Mineral Depsito mineral vivel economicamente ( uma rocha, sendo constituda pelo minrio e pelas encaixantes). Ocorrncia Mineral - Concentrao de um determinado mineral ou minerais sem interesse econmico imediato. Encaixantes So as rochas estreis. Apostila de Pesquisa Mineral 3 Professor Felipe de Orquiza Milhomem Minrio De onde so extrados os metais e minerais de valor econmico; O minrio dividido em mineral-minrio e ganga: Mineral-Minrio So os minerais que so aproveitados economicamente. Ex: Au nativo, calcopirita (Minrio e Cu), Galena (Minrio de Pb); Ganga So os minerais que ocorrem no minrio sem valor econmico. Ex: Au em veios de quartzo, onde o Au o mineral-minrio e o quartzo a ganga. Teor de uma jazida a relao entre mineral-minrio e o minrio Ex: 2 g/t de Au em veios de quartzo, jazida com 1,2 % Pb e 4% de Zn associado rochas carbonatadas. Subprodutos Alguns minrios tm minerais que isoladamente na jazida no poderiam ser aproveitados economicamente. Porm, extrados juntamente com o mineral-minrio amplia a margem de lucro na explotao da jazida. Ex:
Jazida de Cu-Ni-Pt em rochas peridotticas, onde o Cu e o Ni so os minerais-minrio e a Pt o subproduto; Jazida de Au e Pirita em veios de quartzo, onde o Au o mineral-minrio e a pirita o subproduto. Teor de Corte ou Cut-off representa o valor mnimo para o qual rentvel a sua explotao. Teor Crtico representa o teor limite entre lucro e prejuzo. importante frisar que na maioria das jazidas so extrados minrios com valores de teores abaixo do teor crtico, porm estes so blendados (misturados) com minrios com teores mais elevados, portanto, o teor final fica acima do teor crtico. Teor Limite Representa os teores de minrios que no servem nem para blendagem, que podem acarretar prejuzos na extrao. Os teores crtico e limite variam de acordo com os seguintes fatores:
O preo de comercializao do minrio ou concentrado; A extenso ou tipo de jazida; A posio geogrfica da jazida; Minerais acessrios associados; Novas descobertas tecnolgicas; Caractersticas do minrio e da encaixante.
Principais teores crticos para alguns metais: Apostila de Pesquisa Mineral 4 Professor Felipe de Orquiza Milhomem
Minrios de Ferro Hematita e magnetita > 46% de Fe ; Limonita > 37-45%; Minrios de Mangans 35-42% ; Lavra a cu aberto; Minrios de Ouro At 0,35 g/t em mina a cu aberto e 2-5 g/t em minas subterrneas; em jazidas aluvionares > 0,5 g/t; Minrios de Cobre 0,4% em minas a cu aberto e 1% em minas subterrneas; Minrios de Prata - > 350-400 g/t; Minrios de Tungstnio 0,1-0,3% WO3.
Beneficiamento - Processo de separao e concentrao dos materiais de valor do minrio utilizando mtodos fsicos e qumicos. Concentrado - o material de valor separado aps o beneficiamento. Rejeito - o material no valioso do minrio separado aps o beneficiamento. Recuperao - a relao entre a quantidade de mineral de valor recuperada e a quantidade total de mineral de valor que foi processado na usina, dada em porcentagem. Recuperao da Mina - a relao entre a quantidade de mineral de valor extrado e a quantidade total existente na mina. Lavra - um conjunto de processos tecnolgicos de extrao de um minrio (explotao); Mina: uma jazida em processo de lavra; Prospeco - Conjunto de mtodos de pesquisa que objetivam a descoberta de depsitos minerais; Explorao geolgica - Etapa inicial de reconhecimento/levantamento geolgico para seleo de regies prioritrias para pesquisa futura; Pesquisa mineral - Conjunto de estudos que visam identificar a presena de quantidades anmalas de elementos qumicos ou minerais em uma determinada poro da crosta. Prospeco superficial - Metodologia de superfcie e subsuperfcie atravs de poos de pesquisa, trincheiras, amostragem de afloramentos, geofsica e geoqumica, para caracterizao superficial de depsito mineral; Cubagem dos depsitos - ltima fase de pesquisa a partir de furos de sonda, trabalhos mineiros (galerias, travessas, poos inclinados, shafts, etc.) e levantamentos geolgicos/topogrficos detalhados;
Apostila de Pesquisa Mineral 5 Professor Felipe de Orquiza Milhomem
NOES DE DEPSITOS MINERAIS
1. INTRODUO
Um Depsito Mineral uma concentrao anmala de um bem mineral, constitudo de minrio, encaixante, estril, mineral-minrio, ganga e sub-produto(s). O depsito mineral, embora seja um corpo rochoso diferenciado, devido a sua inusitada composio qumica e mineral, tem sua origem relacionada aos processos geolgicos comuns, como: sedimentao, intemperismo, metamorfismo, vulcanismo, plutonismo, etc., da a importncia do conhecimento geolgico prvio de petrografia e mineralogia. Desta forma, os processos geolgicos concorrem para a formao de concentraes anmalas, resultando no Depsito Mineral. Existem diversas classificaes dos Depsitos Minerais, cada uma delas utilizando-se de um critrio especfico. como, por exemplo: utilizao comercial do mineral-minrio (commodity), morfologia (Forma do Corpo Mineralizado), origem (gneo, Metamrfico e Sedimentar), rocha hospedeira da mineralizao, processo formador, ambiente geotectnico, tempo relativo de formao com respeito encaixante, Regularidade Estatstica etc. Cada uma delas com vantagens e desvantagens na aplicao. Um Depsito bem conhecido (bastante estudado) serve de referncia para o estudo de outros. Esse Depsito chamado de Depsito-Padro ou Jazida-Tipo, os quais, via de regra, so os maiores do mundo (chamados de world class). Quando o Minrio formado ao mesmo tempo em que a(s) Encaixante (s) diz-se que ele SINGENTICO. Quando formado posteriormente a(s) Encaixante(s) diz-se que EPIGENTICO. Chamam-se Depsitos Primrios aqueles de origem magmtica e Secundrios aqueles de origem sedimentar. O depsito pode ainda ser classificado como disseminado ou confinado ou se concordante ou discordante, conforme segue a seguir:
Depsito disseminado: os minerais-minrio encontram-se dispersos em grandes volumes de rocha; Depsito confinado: minrios encontram-se concentrados em um pequeno volume de rocha; Apostila de Pesquisa Mineral 6 Professor Felipe de Orquiza Milhomem Depsito discordante: minrios so mais jovens que as rochas hospedeiras e as cortam em ngulos diversos; Depsito concordante: podem ou no ser mais jovens que a rocha hospedeira e se posicionam paralelamente ao acamamento da rocha.
Figura 01: depsito confinado.
Os depsitos tambm podem ser classificados quanto sua forma, sendo as mais comuns: bandado, em camadas, lenticular (em lentes), disseminado, schilirien, poroso, pulverulento, massivo (macio), Stockwworks, amas, filo, etc. Diz-se que um minrio bandado, acamadado ou em camadas (Depsitos Estratiformes em forma de estratos) quando se apresentam como corpos tabulares onde a espessura muito pequena em relao s outras duas dimenses do corpo. So do tipo singentico. Lentes ou lenticulares so aqueles em forma de bolses ou elipside.
Apostila de Pesquisa Mineral 7 Professor Felipe de Orquiza Milhomem
Figura 02: depsito acamado esquerda e lenticular direita.
Os stockwerks ou stockworks so finos veios interconectados. A forma de amas utilizada para designar morfologia de difcil definio (formas caprichosas que no podem ser expressas por um modelo geomtrico simples). O filo (Depsitos Filoneanos) fissuras na rocha, preenchidas por substncias minerias, podendo ser simples ou complexos. Possuem faces mais ou menos paralelas e de fraca espessura em relao s outras dimenses. Tambm chamados de veios.
Figura 03: exemplo de stockworcks e de amas
Figura 04: exemplo de filo: simples e complexo.
Apostila de Pesquisa Mineral 8 Professor Felipe de Orquiza Milhomem Outra forma de classificao dos depsitos minerais est relacionada ao seu processo formador, podendo este ser de dois tipos:
Processos hipognicos: processos de dinmica interna, atuantes no interior da Terra (depsitos magmticos e metamrficos); Processos supergnicos: processos geolgicos de dinmica externa, atuantes na superfcie da Terra ou prximos a ela.
Na tabela a seguir, est a classificao dos depsitos minerais quanto ao seu processo formador.
Professor Felipe de Orquiza Milhomem Tabela I: Resumo da classificao dos depsitos minerais quanto ao seu 2. Depsitos Hipognicos (Processos Atuantes No Interior Da Terra)
2.1 Segregao magmtica
Ocorre devido cristalizao do magma. Pode ser de dois tipo: cristalizao fracionada e lquido imiscvel.
Apostila de Pesquisa Mineral Professor Felipe de Orquiza Milhomem : Resumo da classificao dos depsitos minerais quanto ao seu processo formador.
Depsitos Hipognicos (Processos Atuantes No Interior Da Terra)
Ocorre devido cristalizao do magma. Pode ser de dois tipo: cristalizao fracionada e lquido imiscvel. 9 : Resumo da classificao dos depsitos minerais quanto ao seu
Depsitos Hipognicos (Processos Atuantes No Interior Da Terra) Ocorre devido cristalizao do magma. Pode ser de dois tipo: cristalizao
Professor Felipe de Orquiza Milhomem Cristalizao fracionada: no esto em equilbrio com a fase processos gravitacionais, os mesmos sedimentam na base da cmara magmtica.
Lquido imiscvel: So lquidos que no se misturam como o leo e gua. Os exemplos clssicos envolvem sulfetos e silicatos Os cas nquel, cobre e platina tambm ocorrer.
2.2 Pegmatitos
Na realidade Depsitos Minerais econmicos so relacionados com pegmatitos granticos oriundos de magmas flsicos mais gua. A formao dos pegmatitos se d na fase final de resfriamento do magma, atravs da percolao de solues ricas em slica, gua e, ocasionalmente, em alguns ons que no entraram na estrutura cristalina dos minerais at ento formados. A partir destas solues hidrotermais so gerados os pegmatitos, constitudos principalmente por quartzo e feldspato potssico. No entanto, em alguns casos, estas solues hidrotermais podem estar enriquecidas por elementos qumicos de importncia econmica fazendo com que os pegmatitos sejam mineralizados a tungstnio, uraninita, estanho, turmalina, topzio, etc.
Figura 05: formao de pegmatitos: a. Quartzo, feldspato e mica so os trs principais minerais a se cristalizarem; b. Como os metais no se encaixam nas estruturas desses minerais, eles ficam enriq no magma residual (estgio de cristalizao fracionada); c. Concentrao de gua aumenta, acarretando uma separao de fluido aquoso magmtico contendo os metais de valor econmico. Esse fluido poder se injetar no prprio granito ou nas rocha enca
Apostila de Pesquisa Mineral Professor Felipe de Orquiza Milhomem : alguns cristais se formam mais cedo que outros. Os cristais no esto em equilbrio com a fase lquida, e por meio de diferenas de densidade e processos gravitacionais, os mesmos sedimentam na base da cmara magmtica. : So lquidos que no se misturam como o leo e gua. Os exemplos clssicos envolvem sulfetos e silicatos Os casos mais comuns so sulfetos de ferro, nquel, cobre e platina tambm ocorrer. Na realidade Depsitos Minerais econmicos so relacionados com pegmatitos granticos oriundos de magmas flsicos mais gua. A formao dos pegmatitos se d na ase final de resfriamento do magma, atravs da percolao de solues ricas em slica, gua e, ocasionalmente, em alguns ons que no entraram na estrutura cristalina dos minerais at ento formados. A partir destas solues hidrotermais so gerados os matitos, constitudos principalmente por quartzo e feldspato potssico. No entanto, em alguns casos, estas solues hidrotermais podem estar enriquecidas por elementos qumicos de importncia econmica fazendo com que os pegmatitos sejam ngstnio, uraninita, estanho, turmalina, topzio, etc. : formao de pegmatitos: a. Quartzo, feldspato e mica so os trs principais minerais a se cristalizarem; b. Como os metais no se encaixam nas estruturas desses minerais, eles ficam enriq no magma residual (estgio de cristalizao fracionada); c. Concentrao de gua aumenta, acarretando uma separao de fluido aquoso magmtico contendo os metais de valor econmico. Esse fluido poder se injetar no prprio granito ou nas rocha encaixantes e cristalizar-se como segregao de veios pegmatticos. 10 alguns cristais se formam mais cedo que outros. Os cristais lquida, e por meio de diferenas de densidade e processos gravitacionais, os mesmos sedimentam na base da cmara magmtica. : So lquidos que no se misturam como o leo e gua. Os exemplos os mais comuns so sulfetos de ferro, Na realidade Depsitos Minerais econmicos so relacionados com pegmatitos granticos oriundos de magmas flsicos mais gua. A formao dos pegmatitos se d na ase final de resfriamento do magma, atravs da percolao de solues ricas em slica, gua e, ocasionalmente, em alguns ons que no entraram na estrutura cristalina dos minerais at ento formados. A partir destas solues hidrotermais so gerados os matitos, constitudos principalmente por quartzo e feldspato potssico. No entanto, em alguns casos, estas solues hidrotermais podem estar enriquecidas por elementos qumicos de importncia econmica fazendo com que os pegmatitos sejam
: formao de pegmatitos: a. Quartzo, feldspato e mica so os trs principais minerais a se cristalizarem; b. Como os metais no se encaixam nas estruturas desses minerais, eles ficam enriquecidos no magma residual (estgio de cristalizao fracionada); c. Concentrao de gua aumenta, acarretando uma separao de fluido aquoso magmtico contendo os metais de valor econmico. Esse fluido poder se como segregao de veios Apostila de Pesquisa Mineral 11 Professor Felipe de Orquiza Milhomem 2.3 Hidrotermal
Os processos hidrotermais so caracterizados por solues aquosas quentes responsveis pela formao do Depsito Mineral. A faixa de temperatura varia desde 50 C a 450 C, sendo a gua com alta salinidade (salmoura) a fase mais importante.
Figura 06: exemplo de formao de depsito hidrotermal.
2.4 Secreo Lateral
Formao de depsitos minerais por lixiviao de metais e SiO 2 da rocha hospedeira. O magma segrega os elementos qumicos das rochas adjacentes, interagindo com a encaixante devido abertura promovida por fraturas.
2.5 Processos Metamrficos
Metamorfismo so todas as modificaes na assemblia mineral de uma rocha, que ocorrem no interior da crosta da Terra, como resultado das mudanas na temperatura (T) e presso (P), ou ao de fluidos hidrotermais a partir de 200-250 o C (<200-250 o C ocorre a diagnese/rochas sedimentares) e vai at a fuso parcial da rocha e formao de MIGMA (migmatitos) ou at a fuso total com a formao do magma Apostila de Pesquisa Mineral 12 Professor Felipe de Orquiza Milhomem (rochas magmticas ou gneas). Essas modificaes podem ser de carter regional, restrita ao contato entre um corpo de rocha quente intrudido em uma rocha mais fria (Met. de Contato), devido a fluidos quentes (Hidrotermal), atuao preponderante da presso (dinamometamorfismo), entre os principais tipos. Os processos hidrotermais e o de escarnitizao formao de skarn merecem especial destaque sendo, por isso, tratados separadamente quando se trata de Depsitos Minerais.
3. Depsitos Supergnicos (Processos Atuantes Na Superfcie Da Terra)
Alguns autores designam o termo Depsitos Residuais para englobar todos os processos de seleo natural sedimentar de minerais minrios, tanto os placers (Acumulao Mecnica) como Alterao Supergnica. Ou seja, nestes depsitos, h acumulao residual de uma ou mais substncias estveis em condies superficiais (presena atuante do intemperismo).
3.1 Acumulao mecnica
So processos gravimtricos responsveis pela concentrao natural de minerais pesados e de baixa solubilidade. Assim, agentes como a gua ou o vento transportam os minerais mais leves e concentram aqueles mais pesados. So tambm chamados de placer ou depsitos detrticos, e podem formar depsitos recentes ou antigos (paleo- placer). Exemplos de depsitos de placer so inmeros, como Ouro, ilmenita, magnetita e diamantes esto entre os minerais obtidos de placers.
Figura 07: exemplo de acumulao mecnica.
Apostila de Pesquisa Mineral 13 Professor Felipe de Orquiza Milhomem 3.2 Enriquecimento supergnico.
Lixiviao de certos elementos da parte superior de um depsito mineral e sua reprecipitao em profundidade para produzir concentraes mais altas. A poro superior de muitos depsitos de cobre prfiro tem seu enriquecimento devido aos processos supergnicos. Esse processo tem sido invocado para a maioria dos depsitos de gossans (chapu de ferro), lateritas e bauxitas. Nas bauxitas a lixiviao de ferro e xido promove o enriquecimento de Alumnio. Naquele sentido mais amplo, os depsitos residuais seriam de dois tipos, um englobando os dentrticos (as concentraes mecnicas ou placers) e outro englobando todos os processos de enriquecimento atravs da lixiviao natural.
Figura 08: enriquecimento supergnico.
3.3 Precipitao sedimentar
A concentrao anmala se forma devido a precipitao qumica (evaporao ou saturao) de certos elementos dissolvidos na gua (mar, lagoa,etc), como calcrios , sal gema, evaporitos, Formao de Ferro Bandada BIF (Banded Iron Formation), em que ferro e chert (gel silicoso) definem seqncias acamadadas (bandadas). Todos os depsitos sedimentares qumicos esto includos nessa classificao.
Professor Felipe de Orquiza Milhomem 3.4 Processo vulcano-exalativo
So Depsitos Minerais sedimentares que mostram relao com Ro Vulcnicas ou vulcanismo. Na figura a seguir, est um exemplo Figura 09: exemplo esquemtico de formao de depsitos minerais (processos supergnicos ou RECURSOS E RESERVAS MINERAIS 1. Recurso Mineral
Recurso Mineral uma concentrao ou depsito na crosta da Terra, de material natural, slido, em quantidade e teor e/ou qualidades tais que, uma vez pesquisado, exibe parmetros mostrando, de modo razovel, que seu aproveitamento econmi factvel na atualidade ou no futuro. O Recurso Mineral uma mineralizao estimada por pesquisa. Condicionantes diversos faro com que o todo, ou uma parcela do mesmo, possa se tornar uma Reserva Mineral. A pesquisa mineral mostra que se trata de uma possa ser economicamente aproveitado. A adequao dos parmetros de quantidade e Apostila de Pesquisa Mineral Professor Felipe de Orquiza Milhomem exalativo So Depsitos Minerais sedimentares que mostram relao com Ro
Na figura a seguir, est um exemplo geral da formao dos depsitos minerais:
: exemplo esquemtico de formao de depsitos minerais (processos supergnicos ou hipognicos).
RECURSOS E RESERVAS MINERAIS
Recurso Mineral uma concentrao ou depsito na crosta da Terra, de material natural, slido, em quantidade e teor e/ou qualidades tais que, uma vez pesquisado, exibe parmetros mostrando, de modo razovel, que seu aproveitamento econmi factvel na atualidade ou no futuro. Recurso Mineral uma mineralizao estimada por pesquisa. Condicionantes diversos faro com que o todo, ou uma parcela do mesmo, possa se tornar uma Reserva A pesquisa mineral mostra que se trata de uma concentrao ou depsito que possa ser economicamente aproveitado. A adequao dos parmetros de quantidade e 14 So Depsitos Minerais sedimentares que mostram relao com Rochas da formao dos depsitos minerais:
: exemplo esquemtico de formao de depsitos minerais (processos supergnicos ou Recurso Mineral uma concentrao ou depsito na crosta da Terra, de material natural, slido, em quantidade e teor e/ou qualidades tais que, uma vez pesquisado, exibe parmetros mostrando, de modo razovel, que seu aproveitamento econmico Recurso Mineral uma mineralizao estimada por pesquisa. Condicionantes diversos faro com que o todo, ou uma parcela do mesmo, possa se tornar uma Reserva concentrao ou depsito que possa ser economicamente aproveitado. A adequao dos parmetros de quantidade e Apostila de Pesquisa Mineral 15 Professor Felipe de Orquiza Milhomem teor e/ou qualidades deve ser realizada, ou supervisionada, por um ou mais profissionais experientes e qualificados, que avaliam as caractersticas geolgicas do material, tais como tonelagem ou volume, qualidade e/ou teor, espessura, atitude, etc. O aproveitamento econmico no , necessariamente, alicerado por estudos de viabilidade, mas podendo ser por comparao com outros depsitos bem conhecidos e, eventualmente, em lavra. A expresso aproveitamento econmico, aplicada s substncias minerais, significa que sua extrao vivel tcnica e economicamente, observando-se certos condicionamentos relevantes, adotados no momento da avaliao, de tal modo que assegura o retorno do investimento, com lucro. Os parmetros geolgicos de um recurso so estabelecidos a partir de estimativas e de interpretaes derivadas de evidncias geolgicas. A partir de crescente conhecimento geolgico estabelecem-se classes de recursos. O conhecimento geolgico no especifica fatores econmicos, legais, de lavra, etc. Refere-se apenas a segurana da avaliao dos recursos (isto , alicera-se nos graus de explorao e reconhecimento). A exatido dos clculos e os erros inerentes dependem do grau de explorao (natureza, nmero e arranjo dos trabalhos de pesquisa). A preciso maior ou menor na revelao do modelo emprico (ou condicionamento geolgico) depende do grau de reconhecimento do depsito. O conhecimento geolgico inclui as concluses de todas as fases de uma pesquisa mineral. Quando se fala de conhecimento geolgico crescente, isto quer dizer melhor conhecimento dos parmetros geolgicos do depsito, tais como a sua arquitetura (morfologia ou forma), trama (estrutura e textura), distribuio mineral ou de teor, etc. O conjunto destes parmetros permite um melhor entendimento sobre a persistncia (ou no) da mineralizao (na horizontal e na vertical). Repare-se, ento, que as classes de recursos minerais so suportadas por crescente conhecimento geolgico, da classe inferida passando-se indicada e findando-se na medida. O grau de explorao define a exatido dos clculos e os erros inerentes aos mesmos, pelo que, em pesquisa mineral, depende da natureza, nmero e arranjo dos trabalhos de pesquisa. O grau de reconhecimento definido pela preciso, maior ou menor, possvel de ser obtida na pesquisa mineral, pelo que depende do condicionamento geolgico do depsito em considerao.
Apostila de Pesquisa Mineral 16 Professor Felipe de Orquiza Milhomem 1.1 Recurso Mineral Inferido
Recurso Mineral Inferido a parte do Recurso Mineral para a qual a tonelagem ou volume, o teor e/ou qualidades e contedo mineral so estimados com base em amostragem limitada e, portanto, com baixo nvel de confiabilidade. A inferncia feita a partir de informaes suficientes (geolgicas ou geoqumicas ou geofisicas, utilizadas em conjunto ou separadamente), admitindo-se, sem comprovao, que haja continuidade e persistncia de teor e/ou qualidades, de tal modo que se pode ter um depsito de mrito econmico potencial. A pesquisa realizada no detalhada (as estaes de amostragem tm espaamento relativamente amplo) e pode incluir exposies naturais e artificiais (estas em trincheiras, poos, galerias e furos de sonda). Contedo aquilo que est contido em alguma coisa, no caso, so os minerais contidos no depsito. Este contedo pode ser representado na forma de um teor. No caso dos minrios, o contedo mineral ser o metal contido. Um nvel de confiabilidade medido pelo intervalo de confiana que revelar a preciso da estimao (Preciso de estimativa) e a sua acurcia (Ordem de acurcia), para um determinado nvel de probabilidades. Preciso o rigor adotado na determinao dos parmetros considerados na pesquisa mineral, com a determinao da faixa de sua variao, para mais ou para menos, do valor estimado, para um determinado nvel de probabilidades. Acurcia a proximidade entre o valor medido experimentalmente e o valor real, no processo de medio de parmetros. No caso da pesquisa mineral, dos parmetros fsicos e qumicos do depsito, sendo, para cada um deles, calculado o respectivo erro de estimao, levando-se em considerao o mtodo de estimao usado. Estaes de amostragem so todos os pontos de coleta de amostras (locados a 3D), devidamente descritos quanto ao seu mtodo de coleta e ao volume e geometria de cada amostra. 1.2 Recurso Mineral Indicado
Recurso Mineral Indicado a parte do Recurso Mineral para a qual a tonelagem ou volume, o teor e/ou qualidades, contedo mineral, morfologia, continuidade e parmetros fsicos esto estabelecidos, de modo que as estimativas realizadas so confiveis. Envolve pesquisa com amostragem direta em estaes (afloramentos, trincheiras, poos, galerias e furos de sonda), adequadamente espaadas. Apostila de Pesquisa Mineral 17 Professor Felipe de Orquiza Milhomem 1.3 Recurso Mineral Medido
Recurso Mineral Medido a parte do Recurso Mineral para a qual a tonelagem ou volume, o teor e/ou qualidades, contedo mineral, morfologia, continuidade e parmetros fsicos so estabelecidos com elevado nvel de confiabilidade. As estimativas so suportadas por amostragem direta em retculo denso (afloramentos, trincheiras, poos, galerias e furos de sonda), de modo que se comprova a permanncia das propriedades. Retculo a malha da amostragem a 3D. Retculo denso uma malha ajustada para a densidade de explorao adequada fase da pesquisa mineral em que se est e para o tipo de depsito em estudo.
2. Reserva Mineral
Reserva Mineral a parte do recurso mineral para a qual demonstra-se viabilidade tcnica e econmica para produo. Essa demonstrao inclui consideraes sobre elementos modificadores, tais como fatores de lavra e beneficiamento, de economia e mercado, legais, ambientais e sociais, justificando-se a avaliao, envolvendo anlise de lucratividade, em um dado tempo. Uma reserva mineral com viabilidade tcnica e econmica demonstrada, significa que tal reserva est apta para aproveitamento econmico e que existe tecnologia disponvel para tal aproveitamento, conforme deve ser consubstanciado no pertinente estudo de viabilidade, com adequado nvel de confiabilidade. A anlise de lucratividade um captulo do estudo de viabilidade tcnica e econmica, devendo ser efetuada sobre um fluxo de caixa descontado que represente o empreendimento em estudo, para todo o perodo da sua vida til. Reservas incluem materiais diludos, se aproveitveis. Diluir diminuir a concentrao. Em geral, entende-se por diluio a diminuio de um teor pela contaminao do material til desmontado, vinda da sua mistura com materiais estreis, interiores e exteriores mineralizao. Dadas as limitaes atribudas aos recursos inferidos, no se justifica transform-los em reservas, sem pesquisa adicional, pois no procedem estudos de viabilidade sobre algo que tem baixo nvel de confiabilidade.
Apostila de Pesquisa Mineral 18 Professor Felipe de Orquiza Milhomem Rejeitos de operaes mineiras anteriores, com atual potencial de aproveitamento, sero recursos ou reservas. Rejeitos de operaes mineiras so todos os materiais desmontados e no utilizados comercialmente. Incluem os estreis de lavra (materiais que no sofreram beneficiamento) e os rejeitos do beneficiamento.
2.1 Reserva Mineral Indicada
Reserva Mineral Indicada a parcela economicamente lavrvel do Recurso Mineral Indicado e, mais raramente, do Recurso Mineral Medido, para a qual a viabilidade tcnica e econmica foi demonstrada; inclui perdas (e diluio) com a lavra e o beneficiamento. Avaliaes apropriadas, alm da viabilidade tcnica e econmica, so efetuadas compreendendo elementos modificadores, tais como fatores legais, ambientais e sociais. As avaliaes so demonstradas para a poca em que se reportam as reservas e razoavelmente justificadas. A diluio representa uma perda no teor da mineralizao. As outras perdas so devidas no recuperao total, na fase de lavra, do volume estimado como reserva do depsito e ao rendimento metalrgico do seu beneficiamento. Define-se como razoavelmente justificada, a critrio da pessoa devidamente qualificada e experiente, a malha de pesquisa que produzir as informaes necessrias e suficientes para as classes indicadas de recursos e reservas minerais.
2.2 Reserva Mineral Medida
Reserva Mineral Medida a parcela economicamente lavrvel do Recurso Mineral Medido, incluindo perdas (e diluio) com a lavra e o beneficiamento, para a qual a viabilidade tcnica e econmica encontra-se to bem estabelecida que h alto grau de confiabilidade nas concluses. Os estudos abrangem anlises dos diversos elementos modificadores (tais como lavra, metalurgia, economia e mercado, fatores legais, ambientais e sociais) e demonstram que, na poca em que se reportaram as reservas, sua extrao era claramente justificvel, bem como adequadas as hipteses adotadas para investimentos. Define-se como claramente justificada, a critrio da pessoa devidamente qualificada e experiente, a malha de pesquisa que produzir as informaes necessrias e suficientes para as classes medidas de recursos e reservas minerais.
Professor Felipe de Orquiza Milhomem Tonelagens ou volumes e teores sempre sero fornecidos, mesmo que se apresentem estimativas envolvendo valores equivalentes de metal contido o minerais. As classes de reservas minerais Provada e Provvel, constantes em alguns cdigos, correspondem, respectivamente, s classes de reservas minerais Medida e Indicada, aqui usadas.
Figura FATORES QUE CONTROLAM A VIABILIDADE MINERAL So quatro principais fatores:
Apostila de Pesquisa Mineral Professor Felipe de Orquiza Milhomem Tonelagens ou volumes e teores sempre sero fornecidos, mesmo que se imativas envolvendo valores equivalentes de metal contido o As classes de reservas minerais Provada e Provvel, constantes em alguns cdigos, correspondem, respectivamente, s classes de reservas minerais Medida e Figura 10: relao entre recursos e reservas minerais.
FATORES QUE CONTROLAM A VIABILIDADE MINERAL
So quatro principais fatores:
Fatores econmicos;
19 Tonelagens ou volumes e teores sempre sero fornecidos, mesmo que se imativas envolvendo valores equivalentes de metal contido ou contedos As classes de reservas minerais Provada e Provvel, constantes em alguns cdigos, correspondem, respectivamente, s classes de reservas minerais Medida e
FATORES QUE CONTROLAM A VIABILIDADE MINERAL Apostila de Pesquisa Mineral 20 Professor Felipe de Orquiza Milhomem Fatores geolgicos
O suprimento mineral vem dos depsitos minerais, que so concentraes de elementos ou minerais que podem ser recuperados com lucro.
O minrio: O carter e o teor estabelecem o valor unitrio. Da quantidade dependem a escala e durao da operao lucrativa. Depende da qualidade e quantidade do minrio determinado nas estimativas de reserva medida, Tambm da extenso provvel do minrio, includa nas reservas indicadas e inferida.
Fatores tcnicos
Planta ou instalaes tanto para mina como para beneficiamento, Operao da mina e beneficiamento, Pessoal Miscelnea Eficincia de operao
Fatores econmicos
Afetam indiretamente o custo do produto e seu preo de venda no mercado: Transporte mina -local de venda (Al, Fe) Aceitao no mercado No produzir mais do que o mercado pode consumir Matria prima x manufaturados (mudanas de preo, de mercado
Fatores ambientais
Poluio associada a extrao e beneficiamento. Leis e regulamentaes para prevenir tais problemas tem regido a determinao de se um depsito mineral pode ter lucro ou onde pode ser instalado. Apostila de Pesquisa Mineral 21 Professor Felipe de Orquiza Milhomem A globalizao dos anseios ambientais apresenta problemas ticos complexos que recm comearam a aparecer. Que direito um pas tem de poluir a atmosfera e oceano, quando a poluio afeta outros pases?
FASES DA MINERAO
A atividade mineira constituda das seguintes etapas:
a) Pesquisa; b) Desenvolvimento; c) Lavra; d) Beneficiamento; e) Fechamento de mina (recuperao de reas degradadas)
A primeira etapa (explorao e prospeco) est relacionada com as atividades de pesquisa mineral, para a descoberta da jazida. O desenvolvimento est relacionado com o desenvolvimento da infraestrutura necessria para a lavra:
desbravamento, decapeamento, drenagem, terraplenagem, pavimentao, instalaes eltricas, construes, barragens, etc.
Na parte do desenvolvimento tambm so realizados os estudos de viabilidade econmica, alm da escolha do mtodo de lavra. Ainda na etapa de desenvolvimento mineiro, ocorre a expedio das licenas ambientais (EIA-RIMA) e a busca pelo financiamento para a explorao. A figura mostra um cronograma de desenvolvimento de um projeto mineiro.
Apostila de Pesquisa Mineral 22 Professor Felipe de Orquiza Milhomem
Figura 11: cronograma de desenvolvimento de um projeto mineiro.
Por fim, realizada a reabilitao das reas degradadas pela atividade mineira. Ela realizada de tal forma, a deixar o local explorado o mais prximo possvel das condies que possua antes do incio das operaes. Importante salientar o fato que a primeira etapa, de pesquisa e prospeco dos depsitos, uma etapa de alto risco envolvido, e a partir da sua elaborao surgem as demais etapas.
FASES DA PESQUISA MINERAL
Como falado anteriormente, a etapa da pesquisa e prospeco muito importante, pois a partir dela ser verificada a viabilidade econmica de uma jazida. Assim, estudos detalhados so realizados na rea de interesse. Esse estudo realizado por meio de etapas sucessivas, distintas e dependentes entre si:
a) Explorao geolgica: a fase inicial de reconhecimento geolgico de grandes reas, execuo dos primeiros levantamentos geolgicos e seleo de reas prioritrias que sero detalhadas durante a segunda fase do trabalho. b) Prospeco superficial: so determinadas as caractersticas superficiais do depsito atravs de aberturas de frentes de trabalho de pesquisa, como poos, trincheiras, amostragem de afloramentos e eventualmente execuo de trabalhos geofsicos e geoqumicos. Apostila de Pesquisa Mineral 23 Professor Felipe de Orquiza Milhomem c) Avaliao dos depsitos: esta avaliao compreende a ltima etapa e realizada a partir da anlise dos furos de sonda, dos trabalhos mineiros (galerias, travessas, poos inclinados, etc.), levantamentos geolgicos e topogrficos detalhados.
As campanhas de prospeco mineral envolvem diversas etapas de trabalho, cada uma delas desenvolvida em uma escala apropriada. Antes de qualquer trabalho de campo, so realizados o levantamento de todos os dados existentes na rea (reviso de dados bibliogrficos). N explorao geolgica utilizam-se mapas geolgicos nas escalas 1:100.000 e 1:50.000, pois permitem uma melhor individualizao e controle da mineralizao e em consequncia definio adequada de reas alvos para os trabalhos de detalhamento subseqentes. Nesta etapa so visitadas as jazidas e ocorrncias j estudadas, que devem ser plotadas no mapa geolgico de base, salientando-se os principais controles de mineralizao. No mapeamento geolgico executado na fase de explorao em superfcie, as reas levantadas no devem ficar restritas as faixas anmalas ou as zonas contendo indcios de mineralizao. Esta ampliao possui finalidade de se ter uma noo da estruturao regional e da petrografia das rochas regionais. No final do trabalho de explorao geolgica, tem-se uma mapa geolgico original enriquecido com todas as observaes efetuadas pelos gelogos prospectores (dados de geologia, da distribuio e tipo das mineralizaes, etc) e que ir favorecer a seleo das reas alvos potencialmente promissores. A segunda etapa (prospeco superficial) efetuada numa rea menor, a elaborao de mapas geolgicos das reas (1:20.000/1:25.000) e dos alvos (1:10.000) selecionados indispensvel podendo essses mapeamentos, na medida em que a pesquisa progride, serem efetuados em diversas escalas. Metodologia de superfcie e subsuperfcie englobam poos de pesquisa, trincheiras, amostragem de afloramentos, geofsica e geoqumica, para caracterizao superficial de depsito mineral. No final dos servios executados na fase de prospeco superficial o levantamento geolgico mais preciso. A etapa final da pesquisa mineral a avaliao dos depsitos. Os elementos essenciais que devem ser determinados para a avaliao de um depsito mineral so o teor e volume. Estes elementos so definidos a partir de medies e amostragens dos pontos acessveis no corpo mineralizado. Tambm so realizados mapeamento de Apostila de Pesquisa Mineral 24 Professor Felipe de Orquiza Milhomem detalhe, com grade preciso, em escalas pequenas, de 1:1.000. Todos os trabalhos de investigao de subsuperfcie efetuados (poos, trincheiras, furos de trado,etc) devem ser devidamente amarrados, determinado-se as suas localizaes precisas atravs de coordenadas geogrficas ou UTM. Deve-se ainda calcular as cotas das bocas de poos, furos de sonda, etc., pois essas informaes sero fundamentais para a determinao do volume (cubagem) do corpo pesquisado.
PROSPECO GEOQUMICA
Os mtodos de investigao geoqumica so teis a diversas reas do conhecimento e da atividade econmica. Fundamentam-se na determinao dos teores dos elementos qumicos e amostras de sedimentos ativos de drenagem, gua, solo, rocha, espcies vegetais e emanaes gasosas de origem natural ou artificial. O conhecimento da distribuio geogrfica dos elementos qumicos e a delimitao de regies onde haja abundncia ou escassez podem ser utilizados como indicadores ou rastreadores de:
Variaes naturais no quimismo das litologias, da cobertura de solo, da rede hidrogrfica superficial e at mesmo da biota; Focos de poluio industrial, agrcola e domstica em ambientes rurais e urbanos; Extenso da pluma de contaminao das fontes de poluio sobre as guas superficiais e de subsuperfcie; Regies de risco sade humana e animal; Jazidas minerais.
Na pesquisa mineral, o que mais importa a utilizao da geoqumica para a descoberta de jazimentos, assim, tem-se a chamada Prospeco Geoqumica, que consiste num mtodo de pesquisa que procura sistematicamente o contedo de um ou mais elementos traos contidos nos mais diversos tipos de materiais. Com isso, objetiva-se ressaltar a presena de anomalias geoqumicas, ou seja, as zonas com concentraes anmalas em determinados elementos, que contrastem com o ambiente Apostila de Pesquisa Mineral 25 Professor Felipe de Orquiza Milhomem que representa o fundo geoqumico ou background. Na figura a seguir, est demonstrada a relao com a prospeco geoqumica e outras reas do conhecimento.
Figura 11: Relao entre prospeco geoqumica e demais reas do conhecimento.
A prospeco geoqumica possui grande importncia na pesquisa mineral, pois possui grande eficincia na descoberta de depsitos minerais assim como pela facilidade na coleta de amostras e ainda pelos baixos custos e curto prazo. A Geoqumica torna-se mais importante ainda nesse contexto, pois ela tem a capacidade de ler, atravs de dados de superfcie, as informaes de sub-superfcie, incapazes de serem observadas diretamente. Com isso a geoqumica orientada para a descoberta de novos corpos de minrio e, consequentemente as pesquisas de campo tem se concentrado principalmente em trabalhos com sedimentos de corrente e gua, e trabalhos de solos, desde que os padres de disperso nestes materiais ocorram a considerveis distncias da fonte. O estudo detalhado de um recurso ou reserva mineral pode levar viabilidade tcnico- econmica de um depsito mineral. Tendo como fim explorao econmica dos elementos, foi introduzido o conceito de Clarke, que significa a abundncia mdia de um elemento na crosta.
Professor Felipe de Orquiza Milhomem Tabela II: alguns valores caractersticos do Clark. Em geral, as substncias minerais, salvo raras excees, esto presentes em seus depsitos em concentraes superiores qumica mdia da crosta terrestre, ou seja, acima de seu Clarke. Entre as vantagens da tcnica, esto: identificao de anomalias associadas a jazidas; identificao de elementos de pouca expresso superficial; auxi de mtodos geofsicos; ferramenta de baixo custo; os mapas geoqumicos auxiliam na implementao de mapas geolgicos. Alguns dos principais conceitos da prospeco geoqumica so mostrados a seguir:
Apostila de Pesquisa Mineral Professor Felipe de Orquiza Milhomem Tabela II: alguns valores caractersticos do Clark.
Em geral, as substncias minerais, salvo raras excees, esto presentes em seus depsitos em concentraes superiores quelas com que participam na composio qumica mdia da crosta terrestre, ou seja, acima de seu Clarke. Entre as vantagens da tcnica, esto: identificao de anomalias associadas a jazidas; identificao de elementos de pouca expresso superficial; auxi de mtodos geofsicos; ferramenta de baixo custo; os mapas geoqumicos auxiliam na implementao de mapas geolgicos. Alguns dos principais conceitos da prospeco geoqumica so mostrados a 26
Em geral, as substncias minerais, salvo raras excees, esto presentes em seus quelas com que participam na composio Entre as vantagens da tcnica, esto: identificao de anomalias associadas a jazidas; identificao de elementos de pouca expresso superficial; auxilia na utilizao de mtodos geofsicos; ferramenta de baixo custo; os mapas geoqumicos auxiliam na Alguns dos principais conceitos da prospeco geoqumica so mostrados a Apostila de Pesquisa Mineral 27 Professor Felipe de Orquiza Milhomem Ambiente geoqumico: Soma de todas as foras fsicas e qumicas atuantes na crosta terrestre. Podem ser de dois tipos: primrio (ambiente hipognico) e secundrio (supergnico).
O ambiente PRIMRIO abrange a zona abaixo dos nveis inferiores de circulao das guas metericas at as profundidades onde se processam os fenmenos de diferenciao magmtica e metamorfismo. So caractersticas do ambiente primrio:
Alta presso (P) e temperatura (t); Pouco oxignio (O2) livre; Pouca circulao de fluidos; Os depsitos podem ser singenticos e epigenticos; Exemplos: Cu-Ni em rochas mfica - ultramficas, berilo e tantalita em pegmatitos; Au em veios de quartzo.
O ambiente SECUNDRIO compreende a zona onde se desenvolvem os processos superficiais de intemperismo, eroso, sedimentao, diagnese, pedognese e atividade biolgica. So caractersticas do ambiente secundrio:
Baixa P e T; Presena de O2 e CO2 (abundante); Fluxo de fluidos relativamente livres; Os depsitos podem ser singenticos e epigenticos; Exemplos: Placers, BIFs; bauxita
Professor Felipe de Orquiza Milhomem Figura 12 Background: Faixa de valores razoavelmente definidos (valor mximo e mnimo) que caracterizam cada tipo de rocha, ou seja, trata Anomalia: Valores de concentrao de elemento qumico fora do background (pode ser positiva ou negativa).
Figura 13: Anomalia indicando presena de depsito mineral.
Apostila de Pesquisa Mineral Professor Felipe de Orquiza Milhomem 12: diferenas entre ambiente primrio e secundrio.
: Faixa de valores razoavelmente definidos (valor mximo e mnimo) que caracterizam cada tipo de rocha, ou seja, trata-se da representao do valor mdio. Valores de concentrao de elemento qumico fora do background (pode ser
Figura 13: Anomalia indicando presena de depsito mineral. 28
: Faixa de valores razoavelmente definidos (valor mximo e mnimo) que se da representao do valor mdio. Valores de concentrao de elemento qumico fora do background (pode ser Apostila de Pesquisa Mineral 29 Professor Felipe de Orquiza Milhomem Disperso: Distribuio ou redistribuio de elementos pelos agentes fsicos, qumicos ou mecnicos que ocorre como resposta s mudanas processadas no ambiente geoqumico. Podem ser:
Mobilidade geoqumica: a maior ou menor facilidade com que um elemento qumico se move em um meio natural especfico. Vai depender de fatores fsico, qumicos e mecnicos. Os elementos podem ser considerados mveis e imveis. Halo geoqumico: regio que contm os teores anormais (elevados ou reduzidos) de elementos qumicos nas rochas encaixantes, solos, vegetao, etc., de modo a revelar a presena de um alvo geoqumico.
Figura 14: tipos de halo.
Existem elementos que apresentam mobilidades similares, e tendem a se agrupar em um mesmo tipo de depsito constituindo associaes minerais especficas. Essa capacidade de associao vai depender principalmente de propriedades qumicas, como valncia e raio inico dos tomos, e em menor escala como propriedades fsicas como fuso, dureza, peso especfico, etc. Apostila de Pesquisa Mineral 30 Professor Felipe de Orquiza Milhomem Elementos que permanecem associados durante o ciclo hipgeno (atividade gnea e metamorfismo) podem, por outro lado, se desassociar durante o ciclo suprgeno (intemperismo e sedimentao). esse fato que leva a que se vise elementos rastreadores (pathfinders), que so os elementos relativamente mveis de uma associao, na busca de um determinado corpo mineral. Alguns elementos rastreadores so mostrados na tabela a seguir, bem como os tipos de depsitos com os quais podem estar associados. Cabe ressaltar aqui a diferena entre elemento rastreador e elemento indicador. O primeiro consiste de elementos associados com a mineralizao, enquanto o elemento indicador faz parte de um dos principais elementos do minrio.
Tabela III: Pathfinders e elementos indicadores para alguns tipos de mineralizaes polimetlicas Pathfinders Elementos do minrio Tipos de depsitos As Cu-Au (Sb, Ag) depsitos de sulfetos e metais preciosos Hg Pb-Zn-Ag depsitos de sulfetos Mo W-Sn depsitos de metamorfismo de contato Elementos indicadores Elementos do minrio Tipos de depsitos Mo Cu-Re-Mo depsitos de porphyry copper Hg Sb-As-Hg depsitos de sulfetos Zn/Cu Cu-Pb-Zn depsitos sulfetos Zn Ag-Pb-Zn depsitos sulfetos
ETAPAS DA CAMPANHA DE PESQUISA GEOQUMICA
Podem ser:
Prospeco geral (reconhecimento regional); Prospeco estratgica; Prospeco de detalhe.
Apostila de Pesquisa Mineral 31 Professor Felipe de Orquiza Milhomem Na etapa de prospeco geral procuramos ter uma idia do que existe numa regio durante o levantamento geolgico. Quando a rea geologicamente pouco conhecida, podemos encontrar informaes teis em bibliografias especializadas ou no, ou ento, com velho morador da regio, um garimpeiro, ou ainda em documentos histricos existentes em Museus ou Arquivos Pblicos do municpio. Comea-se o trabalho de campo com locao de acampamento base, abertura de picadas, levantamentos em igaraps, coletas, e aberturas de poos e trincheiras. Algumas amostragens so realizadas e possvel obter o background da rea. A prospeco estratgica consiste na continuao da etapa anterior, e envolve trabalhos mais sistemticos e visa o levantamento de zonas anmalas, possivelmente relacionadas aos corpos mineralizados. Podem ser realizadas amostragens de sedimentos de corrente e de bateia ao longo das drenagens da rea. Por fim, tem-se a prospeco de detalhe ou ttica, que tambm envolve trabalhos mais sistemticos, com amostragem com malha regular. Aps a definio das zonas anmalas (definidas na etapa anterior), sua origem, extenso superficial e teores podem ser estabelecidos.
Figura 15: Evoluo de uma campanha de prospeco geoqumica: estgio inicial e final (descoberta do corpo de minrio).
Apostila de Pesquisa Mineral 32 Professor Felipe de Orquiza Milhomem A prospeco geoqumica utiliza principalmente amostras de solos residuais, sedimentos de correntes (aluvies), gua subterrnea, vegetais, gases e rochas, georreferenciados em mapas adequados, auxiliados por GPS, bssola, caderneta de campo, etc. A prospeco em solos residuais e em vegetais aconselhvel para reas reduzidas (alguns quilmetros quadrados).
Figura 16: algumas anomalias e tipos de amostragens que podem ser executadas.
Sedimentos de corrente:
Principalmente em pesquisa regional; Bacias de captao; Influncia de corrente fluvial; Montante da regio de amostragem;
Coleta do sedimento de corrente:
a) na calha do rio, dentro do leito ativo, fora da influncia das margens (diluio da anomalia), de preferncia onde a gua esta correndo, e abaixo do nvel dgua; O sedimento geralmente encontra-se retido por obstculos naturais (mataco, tronco, etc. .), lugares onde a corrente perde velocidade; Apostila de Pesquisa Mineral 33 Professor Felipe de Orquiza Milhomem b) em rio seco, o sedimento est exposto ao ar, coletar onde a gua provavelmente corre na poca de chuva e sempre limpar a superfcie do sedimento antes de coletar a amostra, para evitar assim a poluio orgnica ou da margem; c) nunca amostrar na vizinhana ou dentro de acumulao local de matria orgnica (rea pantanosa) ou de depsito ferruginoso ou manganesifero (couraa, revestimento), acumulao que geralmente induzem a falsa anomalia; d) nunca coletar a menos de 50m da confluncia de drenagens, para evitar diluio de anomalia transportada pelo afluente e existncia na confluncia de falsa anomalia por causa de variao de pH e Eh; e) em cada 10 amostras fazer amostragem dupla, escolhendo locais diferentes (rplica para testar variabilidade dos dados
Pedogeoqumica:
Coleta de solo; Continuao do mtodo por sedimento de corrente; Pode fornecer informaes pontuais do material (solo in situ); Importante conhecimento dos perfis do solo.
Coleta do solo:
Utiliza-se trado manual, picareta, ou enxada, com os quais se abrir um pequeno buraco at a profundidade previamente determinada sendo que a finalidade desta coleta obtermos uma amostra abaixo do nvel do hmus e acima da rocha alterada. Em seguida, secar as amostras ao sol, vento, fogo ou estufa, tendo o cuidado de no deixar que queime ou fure o saco para evitar a perda e/ou contaminao da amostra, desagregar a parte argilosa em um graal de gata (fig. ao lado) sem moer os gros, passar em uma peneira de malha 0,1mm. Eliminar a parte restante (grosseira), embalar os sacos em caixas apropriadas para remessa ao laboratrio.
Apostila de Pesquisa Mineral 34 Professor Felipe de Orquiza Milhomem Litogeoqumica:
Coleta de rocha; Amostras de fragmentos de rocha ou inteiros; Realizao de trincheiras, galerias, poos; Anlise de detalhe (anomalia mxima no corpo).
gua de drenagem:
Indicadas para grandes reas (> 100 km); Grande variedade de locais (poos, fontes, lagoas); Mtodo sensvel contaminaes; Para elementos de grande mobilidade.
Coleta de gua:
Para a coleta de gua, o principal problema o da poluio. Acondiciona-se a gua em recipiente de plsticos branco, mole, livre de poluio. de grande importncia mant-los fechados e protegidos de poeiras, chuvas e outras fontes de poluio at o momento da coleta. As amostras devem ser duplas (duplicata) e totalmente cheias e uma delas acidificada ate 1% com HCl/12N, com o equivalente a 20 gotas. A outra garrafa no acidificada (dosagem CO -2 , H - CO 3 , Cl - ). A finalidade da acidificao evitar a precipitao ou co-precipitao de ons metlicos. Inicialmente coleta-se somente gua corrente nos rios principais e gua de fonte naturais prximas estruturas ou formaes favorveis a mineralizao; posteriormente a coleta poder ser mais sistemtica dependendo do tipo e importncia das mineralizaes supostas. A gua corrente pertencendo a um meio muito homogneo, geralmente no estratificado, a coleta poder ser feita em qualquer ponto do meio da corrente e aproximadamente a 30 cm abaixo da superfcie, onde a garrafa ser aberta para coleta. Em caso de ocorrer um filamento dgua (caso de fonte) deve-se colocar um tubo plstico para canalizar a coleta e, evitar assim, a contaminao da boca da garrafa Apostila de Pesquisa Mineral 35 Professor Felipe de Orquiza Milhomem com a formao local. Antes da coleta deve-se lavar por 3 vezes, interna e externamente a garrafa, a rolha e o tubo plstico eventualmente utilizado com a gua a ser coletada.
Concentrado de bateia:
Obteno de resduo pesado (concentrao gravtica); Pode ser usado em conjunto dos demais mtodos; Coleta em pontos concentradores de drenagem;
Tcnica de concentrao por bateia
O material deve ser coletado com ps ou cavadeiras a cerca de 30 cm de profundidade e com volume constante entre 10 a 20 litros. Pode-se fazer um pr- peneiramento, separado e rejeitando a frao mais grossa aps anlise visual com seleo dos minerais de interesse que devem ser guardados com o concentrado. Durante o bateiamento deve-se ter cuidado para no perder materiais de interesse como palhetas de ouro mais fino. O bateiamento feito, se possvel, no prprio local de coleta e o concentrado guardado em saco plstico e etiquetado. Por fim, a estao de coleta deve ser marcada para futuras verificaes e eventuais amostragens.
Figura 17: fases do bateiamento Apostila de Pesquisa Mineral 36 Professor Felipe de Orquiza Milhomem Anlise do Concentrado
a) Minerais flutuantes apesar da alta densidade: grafita, mica, molibdenita, especularita, sulfetos quando muito fino (pirita, galena, calcopirita) e ouro quando em palhetas finas; b) Minerais claros: calcita, quartzo, feldspato e berilo; c) Na parte externa da zona de minerais escuros: fluorita, andaluzita, apatita, turmalina, anfiblio e piroxnio e limonita. d) Na parte central das areias pretas: topzio, cianita, corindon, titanita, epidoto, estaurolita, granadas, hematita, magnetita, ilmenita, diamante, zirco, rutilo, scheelita e monazita. e) No centro ou fundo de bateia: cromita, wolframita, cassiterita, columbita-tantalita, titanita, cobre nativo, ouro e platina.
Biogeoqumica:
Anlise qumica de vegetao (folhas, caules, razes); Pode ser usada em todas as etapas da prospeco; Indicada para reas pequenas (< 10 km). Aps todas as etapas de amostragem, realizada a anlise dos dados coletados. Para a escolha dos mtodos de tratamento dos dados necessrio distinguir entre os diversos tipos de levantamentos geoqumicos, conforme seus objetivos e escalas de trabalho. Segundo os objetivos so feitos mapeamentos para uso mltiplo, geralmente em escalas regionais. Para prospeco de bens minerais, pode-se chegar a escalas de detalhe. Dimenses e faixas de variao dos teores dos elementos qumicos iro caracterizar padres globais, megaprovncias geoqumicas, anomalias regionais e, por fim, anomalias locais, em todos o casos interpretando-se os dados geoqumicos em conjunto com informaes geolgicas e geofsicas. Os diversos levantamentos geoqumicos devero, ento, ser realizados segundo diferentes densidades amostrais, havendo uma relao entre escala e nmero de amostras.
Apostila de Pesquisa Mineral 37 Professor Felipe de Orquiza Milhomem Tabela IV: relao entre escala e densidade de informaes. Escala Densidade 1/10.000 100 pontos/km 1/5.000 400 pontos/km 1/2.500 1.600 pontos/km 1/2.000 2.500 pontos/km 1/1.000 10.000 pontos/km
Um dos mais importantes problemas relacionados com a aplicao da estatstica em geoqumica no que diz respeito ao estudo do comportamento espacial dos elementos ou compostos qumicos. A correlao entre valores amostrais quantificada em funo da distncia entre amostras, representando o aspecto geoqumico da rea em estudo. Como consequncia, valores podem ser interpolados em postos no-amostrados a partir dos valores conhecidos por amostragem e a cartografia geoqumica pode ser efetuada de forma mais precisa.
Apostila de Pesquisa Mineral 38 Professor Felipe de Orquiza Milhomem REFERNCIAS
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