Ação Civil Pública para Proteção Do Meio Ambiente
Ação Civil Pública para Proteção Do Meio Ambiente
Ação Civil Pública para Proteção Do Meio Ambiente
SENHOR
JUIZ
FEDERAL
DA
PRIMEIRA
VARA
DA
SUBSEO
INSTITUTO
BRASILEIRO
DO
MEIO
AMBIENTE
DOS
RECURSOS
1
MPF: Avenida 9 de Julho, n 765, 5 andar - Jardim Apolo SJ Campos/SP CEP: 12243-000
MPSP/GAEMA: Praa Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, s/n Centro So Sebastio/SP CEP: 11600-000
OBJETO DA AO
2.
LEGITIMIDADE e COMPETNCIA
3.
2.1
2.2
CONTEXTUALIZAO DA DEMANDA
3.1.1
PORTO DE SO SEBASTIO
3.2.1 Histrico
3.2.2 O Projeto Plano Integrado Porto Cidade (PPIC)
3.2.3 Procedimento de licenciamento ambiental
3.3
3.4
B)
Ausncia de estudos de impactos cumulativos nos EIA/RIMAs dos megaempreendimentos do Litoral Norte do
Estado de So Paulo
C)
Insuficincia da AAE-PINO e AAI como instrumentos para suprir a ausncia de avaliao de impactos cumulativos
Demonstrao das falhas do EIA/RIMA em razo da ausncia de estudos de impactos cumulativos: Matrizes de
Anlise Integrada
E)
3.4.2 - INCORRETA
A.L.A.
DO
ICMBIO-ESEC/TUPINAMBS E
3.4.3
5,
IV,
DA
5, I,
DA
INCISO
AUSNCIA
ART.
AQUIESCNCIA
8, 2
DA
LEI
12.651/2012;
ART.
3,
INCISO
X,
DA
BAA
DO
RESOLUO
CONAMA N 303/2002.
4. CONCLUSO
5. LIMINAR
6. PEDIDO
2
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1.
OBJETO DA AO
LEGITIMIDADE e COMPETNCIA
3
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3.2
CONTEXTUALIZAO DA DEMANDA
3.1.2
Comete Justia Federal processar e julgar as causas em que a Unio, entidade autrquica, empresa pblica federal forem
interessadas na condio de autoras, rs, assistentes ou oponentes ()
4
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APA Marinha do Litoral Norte APAMLN, com rea total de 316,2 mil hectares subdividida em trs setores: Cunhambebe
(Municpio de Ubatuba, com 145,1 mil hectares), Maembipe (Municpio de Ilhabela, com 90,8 hectares) e Ypautiba (Municpio de So
Sebastio, com 80,3 hectares)
2
5
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No se pode deixar de mencionar, por fim, que a regio abrange um dos ltimos remanescentes de manguezal do litoral, a BAA DO ARA, reconhecida cientificamente como
de fundamental importncia para a sade dos ecossistemas terrestres e marinhos. Tanto assim
que foi reconhecida como patrimnio cientfico por ser a rea costeira mais bem estudada do Brasil e a que possibilitou, em funo de sua diversidade, parte do desenvolvimento cientfico na rea
de cincias do mar3. Em razo das caratersticas excepcionais do local, que atraem a ateno de
cientistas de todo o mundo, a Baia do Ara reconhecida como verdadeiro laboratrio a cu
aberto para atividades de educao ambiental e para cursos do ensino superior.
Toda essa riqueza natural elevou o grau de proteo da regio, que passou a
integrar a Reserva da Biosfera da Mata Atlntica/UNESCO, evidenciando-se, de plano, o
reconhecimento internacional do patrimnio natural e cultural ali existentes, reconhecidamente
patrimnios da humanidade. Este reconhecimento tambm se opera no cenrio interno, no
diploma normativo de mais alto grau hierrquico do ordenamento brasileiro. A Mata Atlntica, a
Serra do Mar e a Zona Costeira trs dos cinco ecossistemas constitucionalmente considerados
patrimnio nacional (art. 225, 4, CF) esto presentes na regio Litoral Norte de So
Paulo, palco objeto da presente demanda, dispondo a prpria Constituio que, nestes espaos, a
utilizao dos recursos naturais far-se- dentro de condies que assegurem a preservao do
meio ambiente4.
H registros de estudos realizados desde 1950, que somam 126 artigos publicados em revistas nacionais e estrangeiras, 141 trabalhos
em eventos, 4 captulos de livros e 68 ttulos de teses, dissertaes, monografias, alm de vrios textos de divulgao em revistas e
jornais.
4
No plano infraconstitucional e Constituio Paulista a proteo foi repetida, garantindo-se a estes ecossistemas, bem como aos demais
espaos territoriais especialmente protegidos, a utilizao de seus recursos mediante prvia autorizao e dentro de condies que
assegurem a preservao do meio ambiente (art.196 da Constituio do Estado de So Paulo). Tamanha a relevncia ambiental desses
3
6
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comunidades
neste
espao
tradicionais:
que
esto
INDGENAS,
presentes,
tambm,
REMANESCENTES
inmeras
DE
diferentes
QUILOMBOS
ecossistemas que, alm dos j mencionados, inmeros outros diplomas normativos orientam as decises que impliquem impactos ao
meio ambiente, tais como os princpios fundamentais da gesto da zona costeira, as limitaes decorrentes do Zoneamento EcolgicoEconmico Costeiro Setor do Litoral Norte (art. 5, incs. IX e X; art. 7, VIII; art. 33 do Decreto 5.300/04; Lei Estadual 10.019/98 e
Decreto Estadual 49.215/2004), dentre outros.
7
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1.
2.
3.
4.
Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento no Polo Pr-sal Projetos Integrados de Produo e Escoamento de Petrleo e Gs Natural no Polo Pr-sal, Etapas 1 e 2 Bacia de Santos;
5.
TLDs Guar Testes de Longa Durao TLDs nas reas de guar e Carioca (BM-S-9),
Tupi NE e Iracema (BM-S- 11), Bacia de Santos;
6.
Piloto de Produo em Tupi/Lula Atividade do Piloto do Sistema de Produo e Escoamento de leo e Gs na rea de Tupi, Bloco BM-S-11, Bacia de Santos;
7.
8.
Regularizao do Porto de So Sebastio Plano de Controle Ambiental para a Regularizao do Porto de So Sebastio;
9.
10.
11.
12.
13.
ba.
Estes empreendimentos podem ser reunidos em trs grupos: (a) Complexo
Porturio; (b) Complexo Nova Tamoios; (c) Complexo da Indstria do Petrleo e Gs.
No epicentro dos complexos, est o Porto de So Sebastio e seu projeto de
ampliao, tema central desta lide, a seguir descrito:
8
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5
6
9
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11
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12
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sobre
Autorizao
de
Licenciamento
Ambiental
A.L.A.
do
ICMBio-
permitir
adequada
responsvel
anlise
da
viabilidade
ambiental
do
empreendimento.
10
14
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licenciamento
ambiental
pois,
instrumento
indispensvel
ao
Crescimento Econmico
Preservao Ambiental
Equidade Social
16
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No por outra razo a Lei 10.650/03 dispe que os rgos pblicos devem
necessariamente informar sobre ... polticas, planos e programas potencialmente causadores de
impacto ambiental (artigo 2, inciso II).
Tamanha a importncia da participao social na gesto do bem ambiental que
referida garantia foi internacionalmente reconhecida no Princpio 10 da Declarao do Rio
(1992), segundo a qual a melhor maneira de tratar as questes ambientais assegurar a
participao, no nvel apropriado, de todos os cidados interessados. Em nvel nacional, cada
indivduo ter acesso adequado s informaes relativas ao meio ambiente de que
disponham as autoridades pblicas, inclusive informaes acerca de materiais e atividades
perigosas em suas comunidades, bem como a oportunidade de participar dos processos
decisrios. Os Estados iro facilitar e estimular a conscientizao e a participao popular,
colocando as informaes disposio de todos. Ser proporcionado o acesso efetivo a
mecanismos judiciais e administrativos, inclusive no que se refere compensao e
reparao de danos.
V-se, portanto, que a informao correta deve ser verdadeira e adequada a
propiciar, se o caso, a equitativa compensao e reparao de danos ambientais. E, para isso,
indispensvel que esteja contextualizada no ambiente em relao ao qual o empreendimento
pretende se inserir, sob pena no s de ilegalidade, mas flagrante inconstitucionalidade por ofensa
principiologia do Estado Democrtico de Direito.
No caso presente, no h qualquer dvida de que a poltica estatal voltada ao
desenvolvimento da regio potencialmente causadora de significativo impacto ambiental com a
implementao de diversos empreendimentos de grande porte no Litoral Norte, o que obriga o
empreendedor e o rgo ambiental a disponibilizarem a toda a populao as informaes no
apenas em seu aspecto quantitativo, formal, mas, tambm, e principalmente, no seu aspecto
qualitativo, material, repita-se: acessvel, transparente e verdadeira.
E se o plano destina-se regio como um todo, a informao qualitativa
e verdadeira populao deve compreender toda a regio, em todos os seus aspectos.
Assim, e somente assim, o princpio democrtico, do qual o direito
participao expresso, ser materialmente observado.
3.3.3. Princpios da Precauo e da Preveno
A informao qualitativa/contextualizada tambm consequncia direta dos
constitucionais
princpios
da
preveno
precauo,
que
encontram
seu
nascedouro
implicitamente nos mandamentos de proteo e preservao trazidos pelos art. 23, VI e VII, e art.
225, caput, ambos da CF/88.
17
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A) Principio da Precauo
A precauo ambiental, reconhecida internacionalmente no Princpio 15 da
Declarao do Rio de Janeiro, votada na Conferncia das Naes Unidas para o Meio Ambiente e
Desenvolvimento (1992), e tambm presente na Conveno da Diversidade Biolgica11 (Prembulo)
e na Conveno-Quadro das Naes Unidas sobre a Mudana Climtica
12
dois pressupostos, bem delineados pela doutrina especializada: ... a possibilidade que
condutas humanas causem danos coletivos vinculados a situaes catastrficas que podem
afetar o conjunto de seres vivos por uma parte -, e a falta de evidncia cientfica (incerteza)
a respeito da existncia do dano temido por outra. Incerteza no somente na relao de
causalidade entre o ato e suas consequncias, mas quanto realidade do dano, a medida do risco
ou do dano
13
evidncia cientfica, seja por deficincia na tcnica ou no prprio dever de informao, enseja a
aplicao do princpio da precauo e no execuo da ao potencialmente impactante.
Desta forma, se aps a anlise suficientemente informada, correta em sua
amplitude, contextualizada e cientfica, o EIA/RIMA atesta a incerteza sobre os impactos em toda a
regio ou demonstra a impossibilidade de sua anlise segura, outra concluso no se pode chegar
seno pela necessidade de se buscar outras alternativas, com as adaptaes necessrias ao
projeto e correta definio das medidas de mitigao e compensao.
A precauo demanda tal soluo e, mais que isto, deve ser entendida como um
standart, de forma que se proibida determinada atividade em certo contexto, a questo deve
voltar a ser analisada assim que possvel, ou seja, ... novas descobertas e desenvolvimentos
devem ser levados em considerao...
14
11
Assinada no Rio de Janeiro em 5.6.1992, ratificada pelo Congresso Nacional pelo Decreto Legislativo 2, de 3.2.1994, tendo entrado em
vigor no Brasil em 29.5.1994 e promulgada pelo Decreto 2.519, de 16.3.1998.
12
Assinada em Nova York em 9.5.1992, ratificada pelo Congresso Nacional pelo Decreto Legislativo 1, de 3.2.1994, passou a vigorar
para o Brasil em 29.5.1994.
13
Denise Hammerschmidt. Doutrinas Essenciais Direito Ambiental: Risco na sociedade Contempornea e o Princpio da Precauo, pag.
371. Organizadores: dis Milar e Paulo Affonso Leme Machado.
14
Joana Setzer e Nelson da Cruz Gouveia. Doutrinas Essenciais Direito Ambiental: Princpio da Precauo rima com ao, pag. 450.
Organizadores: dis Milar e Paulo Affonso Leme Machado.
18
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15
animais
ou
proteo
vegetal
possam
ser
potencialmente
17
- sem
insuficiente
informao
diagnstico
dos
impactos
decorrentes
do
18
15
18
19
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20
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RESPONSABILIDADE
OBJETIVA.
DANO
INCONTESTE.
NEXO
CAUSAL.
precauo
da
administrao
pblica
em
liberar
plantio
21
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MEIO
AMBIENTE
CONSTITUIO
SAUDVEL
FEDERAL.
GARANTIDO
APLICABILIDADE
PELOS
DOS
ARTIGOS
PRINCPIOS
170
DA
225
PRECAUO
DA
E
de
instrumento.
MRCIO
Provido.
MORAES,
(AI
TRF3
00197914720114030000,
-
TERCEIRA
TURMA,
DESEMBARGADOR
e-DJF3
Judicial
DATA:30/11/2012)
DIREITO AMBIENTAL - AO POPULAR - REA DE PROTEO AMBIENTAL - EXTRAO
MINERAL
DEGRADAO
DO
MEIO
AMBIENTE
REGIO
DE
MANANCIAIS
22
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MPSP/GAEMA: Praa Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, s/n Centro So Sebastio/SP CEP: 11600-000
B) Princpio da Preveno
Superadas eventuais deficincias quanto avaliao de riscos, gesto de riscos
e comunicao de riscos, ter-se-o, ao menos, dados cientficos concretos sobre os riscos
ambientais advindos do empreendimento, permitindo, desta forma, a tomada de deciso com base
na cincia sobre sua viabilidade ou no em atendimento ao acima exposto princpio da precauo.
19
20
22
19
Jos Rubens Morato Leite e Patryck de Arajo Ayala. Direito ambiental na sociedade de risco, pag. 62, citados por Denise
Hammerschmidt. Doutrinas Essenciais Direito Ambiental: Risco na sociedade Contempornea e o Princpio da Precauo, pag. 374.
Organizadores: dis Milar e Paulo Affonso Leme Machado.
20
Manual de Direito Ambiental. 2 Ed. Editora Juspodivm, 2013.
21
No mbito infraconstitucional, o EIA/RIMA est previsto como um dos instrumentos da Lei da Poltica Nacional do Meio Ambiente para
a preservao, melhoria e recuperao da qualidade ambiental propcia vida, visando a assegurar condies ao desenvolvimento
socioeconmico e proteo da dignidade da vida humana (artigos 2, caput, c.c. artigo 9, IV da lei 6.938/81). regulado por
resolues do CONAMA, em especial, as Resolues n 001/86 e 237/97, figurando como parte essencial do procedimento de
licenciamento ambiental nelas regulamentado.
22
Curso de Direito Ambiental Brasileiro, 6 ed., So Paulo: Saraiva, 2005, p. 85.
23
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obrigatria
nas
polcias
administrativas
ambientais
encontra
amplo
respaldo
jurisprudencial:
liberar
plantio
comercializao
de
qualquer
produto
que
no
seja
OBRIGAES
DE
FAZER,
DE
NO
FAZER
DE
PAGAR
QUANTIA.
25
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(b) Incorreta definio das reas de influncia direta e indireta do empreendimento e ausncia de
informaes
sobre
Autorizao
de
Licenciamento
Ambiental
A.L.A.
do
ICMBio-
3.4
3.4.1 - AUSNCIA
6,
INC.
II
DA
RES.
CONAMA 01/86
Consoante examinado no tpico anterior, serve o processo de licenciamento de
instrumento para a materializao do direito informao ambiental e dos princpios da
preveno e precauo, de modo a permitir, por conseguinte, uma correta e adequada (a)
avaliao de riscos; (b) gesto de riscos e (c) comunicao de riscos e, enfim, a tomada de
deciso com base na cincia.
E, para a consecuo de to relevante propsito, um instrumento essencial est
previsto na Resoluo CONAMA 01/86 23 : trata-se da exigncia de que o EIA/RIMA contenha
estudos de impactos cumulativos e sinrgicos, assim disciplinado pelo texto normativo
referido, em seu art. 6, inciso II:
23
suas
propriedades
cumulativas
24
24
Pelo exame da legislao que regula a matria (Leis 6.938/81 e 4.771/65), verifica-se que possui o Conama autorizao
legal para editar resolues que visem proteo do meio ambiente e dos recurso naturais (STJ. Resp. 994.881/SC, Rel. Min.
Benedito Gonalves. 1 T., julgado em 16/12/2008 Dje 09/09/2009).
27
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efeitos
das
atividades
humanas
acumularo
quando
uma
segunda
25
Changes to the environment thar are caused by Ana action in combination with other past, present and future human
actions (HEGMANN et al., 1999).
26
Cumulative effects are commonly understood as the impacts wicht combine from different projects and wicht result in
significant change, wich is larger than the sumo f all the impacts (KOTZE et al., 2004, p.5).
28
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27
(sem
grifos no original).
E complementa:
outro fator apresentado pelo CEQ (1978) relaciona-se a possibilidade de um
impacto ou efeito cumulativo resultar da soma ou interao de aes individualmente menores,
mas que coletivamente so significantes pela persistncia ao longo de um perodo de tempo
28
linha,
Leonardo
Ribeiro
Teixeira
destaca
que
literatura
especializada apresenta a questo dos efeitos cumulativos como um problema relevante que
deve ser abordado nas avaliaes de impacto de grandes projetos (PARTIDRIO, 1999; EGLER,
2002; BRASIL, 2004; SNCHEZ, 2006; OLIVEIRA, 2008; NUNES,
27
Alves Dibo, Ana Paula. A insero de impactos ambientais cumulativos em Estudos de Impacto Ambiental: o caso do setor
sucroenergtico paulista /. Dissertao (Mestrado) Programa de Ps-Graduao em Cincias da Engenharia Ambiental e rea
de Concentrao em Cincias da Engenharia Ambiental Escola de Engenharia de So Carlos da Universidade de So Paulo,
2013, pag. 53.
28
Idem.
29
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Ministrio
Pblico
Federal
30
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Relao
de
Interdependncia
dos
Megaempreendimentos
com
investimentos
que
ultrapassam
os
R$
53
bilhes,
todos
relativos
COMPLEXO
PROJETO
1 Plataforma e duto marinho do Campo de Mexilho
2 UTGCA
3 GASTAU
IPG
PSS
8 Regularizao do PSS
9 Ampliao do PSS
10 Nova Tamoios: subtrecho planalto
11 Nova Tamoios: subtrecho serra
RNT
Quanto relao entre eles, explica Leonardo Ribeiro Teixeira que ela pode
se dar em razo de: (a) uma ligao de causa e efeito (relao de induo ou catalizao entre
projetos),
classificada
pelo
autor
como
Relao
Indireta
Fraca;
(b)
uma
relao
de
31
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Legenda:
Relao Direta/Forte: Ligao fsica existente. Relao direta com reciprocidade e coeso
Relao Indireta/Forte: Ligao direta inexistente, porm ocorre interdependncia entre os projetos
Relao Indireta/Fraca: Ligao fsica inexistente, porm ocorre relao de induo/catalizao entre projetos
Sem relao: No h relacionamento entre os projetos
32
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MPSP/GAEMA: Praa Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, s/n Centro So Sebastio/SP CEP: 11600-000
Conclui
autor
asseverando
que
Com
essa
visualizao
possvel
compreender que, considerando apenas os vnculos diretos, o projeto do Novo Per do TEBAR
funciona como uma ponte entre o Complexo Porturio e o Complexo da Indstria do
Petrleo e Gs. O mesmo acontece com o projeto do Contorno Sul, que liga o Complexo
Rodovirio com o Complexo Porturio (sem grifos no texto original).
A figura 4.2 apresenta um diagrama representativo da qualidade das relaes
entre os projetos:
33
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anunciado,
as
crticas
ausncia
de
estudos
de
impactos
espacial
da
APAMLN",
embasando-se
tal
concluso
em
diversos
problemas
com
outros
empreendimentos;
falta
de
procedimentos
especficos
IC impactos cumulativos.
AIC avaliao de impactos cumulativos.
34
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com
ausncia
de
estudos
de
impactos
cumulativos
no
procedimento de licenciamento ora em apreo, bem assim naqueles atinentes aos demais
empreendimentos correlatos, foi requisitado ao Centro de Apoio Execuo do Ministrio
Pblico do Estado de So Paulo, no bojo do inqurito civil n 14.0701.0000007/2012-8
(GAEMA/LN), a elaborao de um estudo tcnico preliminar sobre os impactos cumulativos e
sinrgicos decorrentes do
projeto
de
ampliao do
Porto
de So
Sebastio e
demais
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certo, contudo,
que
ambientais e
sociais que
Complexo
Porturio
aos
demais
empreendimentos,
so
reputados
como
do
Porto,
com
as
adaptaes
necessrias,
atenderia
Petrobras
outros
cada
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ordem
de
ideias,
destacam
os
tcnicos
do
CAEX/MPSP,
tais
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Com efeito, de acordo com o que dispe a resoluo CONAMA 01/86, em seu
art. 6, inciso II, os estudos de impactos cumulativos devem integrar o EIA/RIMA. Logo, trata-se
de obrigao a ser imposta ao empreendedor, que nada produziu a esse respeito.
Mais importante que isso, porm, destacar a diferena entre estes
instrumentos (AAE e AAI) e uma efetiva anlise de impactos cumulativos, o que pressupe a
compreenso de seus objetivos.
O
EIA/RIMA,
como
exaustivamente
dito,
tem
finalidade
de
promover um fluxo migratrio para a regio, o que leva a sobrecarga dos servios de atendimento
populao, entre eles os servios de sade;
crescimento
populacional
induzido
pelos
investimentos
previstos
apresenta potencial de conflito com o turismo e torna o ambiente ofertado aos turistas menos
atrativo, j que o fenmeno turstico de lazer est essencialmente ligado ao afastamento do
ambiente cotidiano, de forma que a presena marcante do cotidiano reduz a atratividade da
localidade;
de renda e ganhos imobilirios. Tais fatores tm reflexo direto no acesso da populao moradia
e vo referendar os deslocamentos dirios principalmente frente s necessidades de trabalho e
estudo;
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urbanas integradas, o processo de demanda por moradias poder resultar em maior presso para
ocupao de reas ambientalmente frgeis, com o adensamento de assentamentos irregulares,
alguns, atualmente, sob processo de congelamento ou novas ocupaes;
na intensidade prevista ao longo dos prximos 15 anos, muitos dos quais j iniciados, antecipam a
clara percepo de um novo ciclo produtivo no Litoral Paulista, mudando o rumo dos
acontecimentos e repercutindo no crescimento econmico e populacional
Instados a examinar o documento, os tcnicos do CAEX MP/SP firmaram o
seguinte entendimento, do qual perfilha-se: se por um lado a AEE PINO contempla diagnstico
satisfatrio das ameaas e passivos que pesam sobre o Litoral Norte nas projees que efetua na
perspectiva de implantao e operao plena do conjunto das obras existentes e pretendidas j
citadas, por outro no apresenta solues concretas para as mesmas, alm de deixar de projetar
cenrios explorando efetiva e detidamente aspectos ambientais e culturais. (sem grifos no
original).
A seguir, algumas das concluses da AAE-PINO:
cidades e desafiaro o setor pblico a antecipar os problemas e dar respostas mais adequadas s
necessidades de ordenamento na implantao de novos empreendimentos industriais, comerciais e
de
servios,
residenciais
de
lazer,
alm
de
recuperar
reas
ambientalmente
sensveis
indevidamente ocupadas, que representam riscos para os ocupantes locais, para a cidade e
regio;
adequada ir requerer tanto esforos para a superao do dficit de novas moradias, quanto para
a adequao das condies de habitabilidade em assentamentos desconformes, regularizando a
ocupao e institucionalizando as edificaes domiciliares em condies de serem consolidadas;
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A primeira trata das relaes existentes entre os 13 projetos analisados, buscando identificar e qualificar os vnculos
construdos ou no entre os empreendimentos atravs da anlise das Redes de Interao. A segunda relaciona-se
conformao dos empreendimentos no espao terrestre e marinho do LNP. Por meio da Sobreposio de Dados geoespaciais
possvel melhorar a compreenso sobre como os projetos se relacionam com as polticas locais territoriais e consequentemente
afetam os atributos analisados. Esse procedimento foi especialmente importante para a anlise do atributo Uso do Solo,
demonstrando como as reas de influncia dos projetos relacionam-se entre si e com o espao urbano. Com isso, a
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Demonstrao
das
falhas
do
EIA/RIMA
em
razo
da
sobreposio de dados geoespaciais se complementa e colabora com a anlise de atributos chave, que avalia como interagem
os impactos de cada projeto sobre os sete atributos selecionados. Por fim, esses dados so utilizados para a alimentao das
Matrizes de Anlise Integrada. Atravs da anlise dessas Matrizes foi possvel avaliar quali-quantitativamente algumas
transformaes que o conjunto de Megaprojetos como um todo imps regio. Tambm foram destacadas algumas diferenas
entre os resultados das anlises segregadas apresentadas nos EIA/RIMAs- e da anlise integrada proposta nesta pesquisa.
(DOC. 05)
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nem o Porto nem o novo complexo rodovirio iniciaram suas obras at 2011,
e que houve uma concentrao de projetos em instalao (fase de obras) entre os anos de 2008 e
2010 em Caraguatatuba, a anlise do grfico deste municpio demonstra claramente o papel das
obras relacionadas UTGCA e ao GASTAU na dinmica local de emprego e desemprego. O ano de
2008 marcou o incio do crescimento na gerao de empregos na srie histrica do municpio, com
saldo positivo de 1.862 postos de trabalho. Essa tendncia positiva foi mantida nos anos de 2009,
com 2.367 postos, e 2010, com 322 postos. Com o encerramento das obras da UTGCA e sem a
absoro desta mo de obra em outros locais do municpio, este saldo passou a ser negativo em
1.800 postos em 2011, ou seja, a maior parte dos empregos gerados de forma escalonada em trs
anos foi disponibilizada ao mercado em um curto perodo de tempo.
(...)
32
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A tabela 4.8 indica que Ilhabela figura nos estudos de impacto com nove
menes de influncia indireta dos projetos. O municpio, por tratar-se de um arquiplago que
avana no mar territorial em direo aos polos de produo, mencionado como recebedor de
influncia indireta em todos os projetos de produo de petrleo e gs offshore. Isto se d,
prioritariamente, por Ilhabela figurar como um dos recebedores de royalties do petrleo em todos
esses projetos. Em terra so cinco projetos com influncia nos meios fsico, bitico e/ou
socioeconmico, a maior parte (quatro projetos) relacionada navegao no canal de So
Sebastio com origem ou destino ao Porto e ao terminal petrolfero da Petrobras. Essas atividades
possuem influncia direta sobre as dinmicas territoriais municipais tanto em Ilhabela quanto em
So Sebastio.
Tabela 4. 8:
Offshore
Overland
Total (overlays)
Caraguatatuba
10
Ilhabela
So Sebastio
Ubatuba
Prossegue o autor: por se tratar de uma ilha, com crescimento urbano restrito
a poucas reas aptas ocupao, com mais de 80% de seu territrio inserido em uma Unidade de
Conservao de proteo integral e com uma das maiores taxas de crescimento populacional do
Estado, possvel imaginar os desafios de gesto do uso do solo para as prximas dcadas no
arquiplago.
Embora correta a observao, cabe insistir: antes dos desafios de gesto,
impe-se saber se h efetiva capacidade de suporte. Isto porque devido s caractersticas
topogrficas regionais, so raras as reas com atributos fsicos apropriados e tamanho suficiente
para suportar o acelerado crescimento demogrfico projetado para o litoral norte nos prximos
anos (SMA, 2010).
Vale destacar que, alm da escassez de reas com atributos fsicos
apropriados, h que se considerar as restries legais incidentes no territrio do LN
(espaos legalmente protegidos) e as metas de preservao da vegetao remanescente, o que
est em conflito precisamente com as reas mais propensas a receber o impacto do crescimento
demogrfico decorrente da conjugao dos empreendimentos. Nesse sentido, A sobreposio das
imagens das AIDs dos projetos, apresentada na Figura 4.18, demonstra uma concentrao das
interferncias
diretas
dos
empreendimentos
nos
dois
municpios
economicamente
mais
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Onde
se
localizam
espacialmente
(identificar
delimitao
espacial
sobre
imagem
georreferenciada atual) as reas que iro permitir a acomodao fsica do acrscimo populacional
simulado (Quadro 5.2.5 h), que levar a totalizao de 97.363 habitantes em So Sebastio at
2025, e que estejam necessariamente:
. Fora de UCs e de reas de preservao permanente;
. Fora das atuais Z3T, Z2T e Z1T, definidas pelo Decreto 49.125/2004;
. Atualmente desprovidas de cobertura vegetal nativa, e que tenham sido regularmente
suprimidas.
. Fora de reas sujeitas a inundaes.
. Fora de reas de risco.
. Fora de reas acessadas pelas mars.
. Fora de ilhas
. Fora de reas que estejam com ocupao irregular e/ou em litgio
o)
Onde
se
localizam
espacialmente
(identificar
delimitao
espacial
sobre
imagem
georreferenciada atual) as reas que iro permitir a acomodao fsica da expanso populacional
extrema simulada (Quadro 5.2.5 i), que levar a totalizao de 99.665 habitantes em So
Sebastio at 2025, e que estejam:
. Fora de UCs e de reas de preservao permanente;
. Fora das atuais Z3T, Z2T e Z1T, definidas pelo Decreto 49.125/2004;
. Atualmente desprovidas de cobertura vegetal nativa, e que tenham sido regularmente
suprimidas.
. Fora de reas sujeitas a inundaes.
. Fora de reas de risco.
. Fora de reas acessadas pelas mars.
. Fora de ilhas
. Fora de reas que estejam com ocupao irregular e/ou em litgio
p) Considerando as reas delimitadas espacialmente conforme o quesito anterior esclarecer os contingentes
mximos de populao para cada uma delas, bem como se as propriedades inseridas nas mesmas so de
domnio publico ou privado. Em caso de reas de domnio privado como assegurar que as mesmas tero uma
destinao pr-definida, que preveja o seu efetivo uso e ocupao
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33
33
mesmo
foi
proposto
na
AAI,
que
foi
alm,
que
atestou
DISPONVEIS
PARA
OCUPAO
HUMANA,
CALCULADAS
EM
2009
SE
CONSIDERADAS
AS
DIRETRIZES
DO
ZONEAMENTO
ECOLGICO-
ECONMICO ZEE, de forma que o modelo urbanstico atual passaria a ser uma restrio para a
adoo de novos contingentes populacionais, com forte tendncia valorizao do solo e dos
imveis regulares existentes e incremento das ocupaes irregulares.
Todavia, malgrado se admita na AAI, documento que integra o processo de
licenciamento, que, dadas as restries fsicas e legais atualmente existentes no h capacidade
de suporte, a menos que se reveja o ZEE com a diminuio das reas de proteo ambiental,
ainda assim o rgo licenciador emitiu a licena, avalizando a viabilidade ambiental do
empreendimento.
E.6 Recursos Hdricos
Assim como se d em relao ao uso e ocupao do solo, h fundadas razes
para se questionar se de fato a regio tem capacidade de abastecimento de gua para a populao
projetada para os prximos anos.
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Figura 4. 16: Evoluo da balneabilidade das praias do LNP entre os anos de 2007 e 2010. Fonte: CBHLN (2011).
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populao
megaempreendimentos.
Preocupao relevante, mais ainda considerado o fato de que, justamente por
falta de planejamento, a regio metropolitana de So Paulo enfrenta, neste momento, serssimos
problemas para falta de capacidade de seu sistema de abastecimento de gua.
Por tais razes, mais uma vez tomando por base os cenrios de crescimento
populacional estabelecidos na AAE, indagou-se ao requerido (DOC. 03):
para
os
prximos
anos
em
decorrncia
da
conjugao
de
humana
que
no
estejam
inseridas
em
espaos
legalmente
protegidos
ou
impactos
cumulativos
sinrgicos.
Como
consequncia,
tais
impactos,
tampouco
metodologia
expressamente
definida.
Nesse
sentido:
Apesar
da
34
34
Alves Dibo, Ana Paula. A insero de impactos ambientais cumulativos em Estudos de Impacto Ambiental: o caso do setor
61
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35
ciente
da relao de
36
sem
sucroenergtico paulista /. Dissertao (Mestrado) Programa de Ps-Graduao em Cincias da Engenharia Ambiental e rea
de Concentrao em Cincias da Engenharia Ambiental Escola de Engenharia de So Carlos da Universidade de So Paulo,
2013, pag. 56.
35
Idem.
36
Joana Setzer e Nelson da Cruz Gouveia. Doutrinas Essenciais Direito Ambiental: Princpio da Precauo rima com ao, pag.
439. Organizadores: dis Milar e Paulo Affonso Leme Machado.
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6,
inciso
II,
da
Resoluo
CONAMA
01/86
evidente
interligao
foram
contemplados
no
EIA/RIMA
dos
demais,
sendo
que
os
estudos
DE
A.L.A.
DO
ICMBIO-ESEC/TUPINAMBS
DA
DESCONSIDERAO
DOS
ESTUDOS
Meio Bitico
ambiente aqutico:
Meio Bitico
a.
ambiente terrestre:
Meio Socioeconmico
b.
ambiente aqutico:
parte do canal de acesso atingindo a costa da Ilhabela.
foi delimitada em funo da interferncia indireta do mesmo sobre a
populao e a dinmica econmica locais. Esta rea compreende os
quatro municpios que compem a regio do Litoral Norte do estado
de So Paulo: Caraguatatuba, Ilhabela, So Sebastio e
Ubatuba.
37
Inserida na AII, corresponde rea que sofrer os impactos diretos do empreendimento, durante as fases de implantao e
operao
38
A rea de Influncia Indireta rea caracteriza-se como de abrangncia regional, correspondendo rea que sofrer os
efeitos indiretos da implantao e operao do empreendimento.
64
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das reas
de
influncia
do
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que seguem para a baa do Ara e, a norte e leste, segue em rea urbanizada pelos
trechos canalizados dos crregos Me Izabel e Outeiro.
b.
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39
Segundo estudos para o plano de manejo da ESEC-Tupinambs, as correntes podem tambm ir na direo nordeste,
Cabe esclarecer que o Arquiplago de Alcatrazes, inserido na rea sob proteo da ESEC Tupinambs, importante stio
de nidificao de aves marinhas do litoral de So Paulo. Logo, no caso de acidente com derramamento de leo, as aves
marinhas so diretamente afetadas pelo contato e ingesto de alimento contaminado, com perda da impermeabilidade das
penas, o que reduz ou impede-lhes a capacidade de voo e flutuao, correndo risco de morte por dificuldade de se alimentar e
manter a temperatura do corpo (DOC. 13)
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legal , e foi igualmente ignorada pelo licenciador que compactuou com a incorreta definio da
rea de influncia do empreendimento. Esta questo, cabe destacar, suscitou parecer jurdico da
Procuradoria Federal Especializada junto ao ICMBio, rgo gestor da ESEC/Tupinambs (DOC.
15), que destacou as seguintes questes:
estabelecido pela Resoluo CONAMA 428/2010 no pode ser considerado por ferir princpios da
Lei 9.985/2000 e da Constituio, sendo obrigao do rgo gestor usar o poder de polcia que lhe
compete para evitar o impacto sobre a unidade;
atividade especfico se mostrar inservvel para evitar, mitigar e compensar impactos causados a
unidade de conservao federal ou sua zona de amortecimento, o ICMBio mantm a prerrogativa
de fazer valer o regime jurdico de proteo da rea, seja atravs do poder de polcia repressivo de
que legalmente investido, seja atravs de questionamento judicial de licenas expedidas
em desfavor do regime jurdico estabelecido pelo SNUC;
porque o
41
Art. 1 O licenciamento de empreendimentos de significativo impacto ambiental que possam afetar Unidade de Conservao
(UC) especfica ou sua Zona de Amortecimento (ZA), assim considerados pelo rgo ambiental licenciador, com fundamento
em Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatrio de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), s poder ser concedido aps
autorizao do rgo responsvel pela administrao da UC ou, no caso das Reservas Particulares de Patrimnio Natural
(RPPN), pelo rgo responsvel pela sua criao.
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meio
socioeconmico
ser
diretamente
impactado
pelo
empreendimento, o EIA/RIMA assim define: mancha urbana contnua localizada junto ao Porto,
que compreende o Centro Histrico de So Sebastio, os bairros Topolndia, Vila Amlia,
Varadouro, Barequeaba, Pitangueiras, Guaec, Porto Grande, Praia Deserta, Pontal da Cruz e
Arrasto, no municpio de So Sebastio, alm do bairro Barra Velha no municpio de Ilhabela, em
trecho junto balsa.
Ou seja, to somente o preciso local do empreendimento e uma dzia de
bairros no entorno. O critrio inaceitvel, dada a obviedade que os impactos diretos sero muito
maiores.
Neste sentido, no h com
afirmar que
os Municpios de Ilhabela e
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Serviro
empreendedor,
de
estes
cidades
municpios,
dormitrio
para
isto
incontroverso
muitos
dos
at
trabalhadores
mesmo
para o
vinculados
ao
empreendimento. Logo, mesmo numa viso restritiva, no h como afastar os trs municpios,
So Sebastio, Caraguatatuba e Ilhabela, da rea de influncia direta do empreendimento no meio
scio econmico.
C) AII meio bitico
No que diz respeito rea de influncia indireta do empreendimento sobre o
meio bitico, foi assim definida no EIA/RIMA: o restante do centro urbano-industrial do
municpio de So Sebastio, considerado como eventual fornecedor de resduos slidos
e lquidos baa do Ara e arredores
Veja-se que nem mesmo na definio da AII do empreendimento foi
observado o que dispe o art. 5, inciso III, parte final, que estabelece o critrio da
bacia hidrogrfica como obrigatrio para esse fim.
Nesse caso, porm, tratando-se da definio de rea de influncia indireta, nas
definies das bacias hidrogrficas atingidas impe-se considerar todo o contexto do Corredor de
Exportao. Pela mesma lgica, tambm h que se considerar, por fora do que dispe o art.3642
da lei 9.985/00 (Lei do Sistema Nacional das Unidades de Conservao da Natureza SNUC),
todas as Unidades de Conservao que circundam o corredor de exportao como rea de
influencia indireta no meio bitico.
Contudo, se a definio das reas de influncia no meio bitico terrestre j
suscita reviso, o que dizer do critrio adotado para a definio AII no meio bitico aqutico.
Com efeito, destacam os responsveis pela Informao Tcnica sobre o
Estudo de Impacto Ambiental do Plano Integrado Porto Cidade/PPIC das Unidades de
Conservao do Litoral Norte de So Paulo que o aumento no trnsito de navios traz uma
srie alteraes ambientais no meio marinho, como afugentamento e danos fauna marinha
(aumento nos nveis de rudos e vibraes, alteraes comportamentais e atropelamento),
aumento
na
contaminao
dos
ecossistemas
por
substncias
txicas
(derivados
de
hidrocarbonetos, resduos slidos, restos de alimentos, gua de lastro, efluentes sanitrios, entre
outros) e por espcies invasoras (contaminao biolgica).
42
Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim considerado
pelo rgo ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo relatrio - EIA/RIMA, o
empreendedor obrigado a apoiar a implantao e manuteno de unidade de conservao do Grupo de Proteo Integral, de
acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei
71
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com
base
na
manifestao
tcnica
suprainvocada,
requer-se
redefinio da rea de influncia indireta no meio ambiente marinho a partir destes estudos
apontados como primordiais para esse fim: (a) estudo de influncias das correntes (tambm
necessrio para definio da AID) e (b) estudo de trfego e fundeio fora da rea do Canal de So
Sebastio.
D) AII meio socioeconmico
Por fim a definio da AII no meio scio econmico compreendendo to
somente os quatro municpios que compem a regio do Litoral Norte do estado de So Paulo:
Caraguatatuba, Ilhabela, So Sebastio e Ubatuba tambm inaceitvel.
Com efeito, segundo o citado parecer da rea tcnica do Ministrio Pblico do
Estado de So Paulo, inegvel que estas reas dos planaltos interiores, a comear pelo Vale
do Paraba, que vive um evidente cenrio de conurbao; bem como os municpios como
Campinas e outros existentes no eixo da Rodovia D. Pedro I, sero influenciados, inclusive pelo
trfego de caminhes e outras atividades que sero atradas em face do empreendimento.
Ora, se as justificativas ao porto se referem necessidade de ampliao da
capacidade da logstica de transportes do estado e regio sudeste a fim de oferecer infraestrutura
adequada multimodalidade requerida, propagando-se vantagens locacionais do porto e
posicionamento estratgico em relao a reas de intensa atividade industrial que demandam
rotas de importao e exportao, especialmente o Vale do Paraba e a regio metropolitana de
Campinas, no h como afastar tais regies da rea de influncia do empreendimento.
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Tanto assim que o EIA-RIMA feito pela THEMAG em 1989 para a j citada
Rodovia do Sol (cujo traado, com justificativas similares, propunha a ligao entre Jacare e
Porto Novo, em Caraguatatuba) considerou como rea de Influncia Direta todo o eixo da
Rodovia D. Pedro I at o Municpio de Campinas.
Se o modelo similar, o critrio deve ser o mesmo. No caso, porm, por
se tratar de empreendimento que, malgrado interligado, tem licenciamento prprio, justo exigirse este critrio to somente para a definio da AII, no mais da AID.
Em suma, os diversos pareceres tcnicos aqui elencados demonstram,
saciedade, que os estudos apresentados pelo empreendedor no bojo do licenciamento ambiental
de ampliao do Porto, na profundidade em que se apresentam, delimitam de forma incorreta
a reas de influencia do empreendimento nos meios bitico (terrestre e marinho) e
scio econmico e, por conseguinte, no possibilitam anlise satisfatria com relao
aos impactos nas Unidades de Conservao do Litoral Norte, sobretudo:
a) por no considerarem a bacia hidrogrfica no qual est inserido o
empreendimento na definio das reas de influncia direta e indireta do
empreendimento no meio bitico terrestre, em violao ao que determina o
art. 5, inciso II, parte final, da Resoluo CONAMA 01/86;
b) por que desprovidos de estudos de correntes e trfego e fundeio de navios
imprescindveis para a exata definio das reas de influncia direta e
indireta do empreendimento no meio ambiente bitico aqutico, em que
pese exigncia de tais estudos na Informao Tcnica sobre o Estudo de
Impacto Ambiental do Plano Integrado Porto Cidade/PPIC das Unidades de
Conservao do Litoral Norte de So Paulo, de observncia cogente em
razo do que dispe o art. 36 da Lei do SNUC e a Resoluo CONAMA n N
428/2010;
c)
no
meio
scio
econmico,
impactos
diretos
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empreendimento
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02001.063006/2011-74
de
22/12/2011.
Nota
Tcnica
10/2012-
exigncia
legal
clara
objetiva:
no
basta
franquear
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43
Alm da poluio hdrica, a expanso da rea porturia implica tambm em outros impactos na fauna aqutica relacionados
ao aumento do nvel de rudo no ambiente marinho (exploses, implantao de estruturas, etc.;), ao aumento do trfego
de embarcaes, que podem ser classificados como diretos (possveis colises com as espcies) e indiretos (poluio, reduo
na disponibilidade de cardumes para alimentao) e impactos sobre a cadeia ecolgica, uma vez que dentre as espcies
afetadas esto as baleias-de-Bryde, predadores de topo, classificada pela Lista Vermelha de Espcies Ameaadas da IUCN
(2006) como insuficientemente conhecida (DD - Data Deficient), cf. Informao Tcnica sobre o Estudo de Impacto Ambiental
do Plano Integrado Porto Cidade/PPIC das Unidades de Conservao do Litoral Norte de So Paulo.
44
O transporte martimo desempenha papel central como vetor de transporte e disperso de espcies marinhas e embora o
EIA/RIMA tenha levantado a possibilidade de invaso por espcies exticas trazidas na gua de lastro, propondo medidas
mitigadoras quanto a isto, a contaminao por organismos exticos no se restringe gua de lastro, j que organismos livres
ou incrustados tambm podem ser transportados de outras formas que no foram consideradas pelo estudo (casco, quilha,
leme, hlice, eixo de hlice e nos sistemas de circulao de gua do mar, caixa de mar, gua de lastro e em tanques de carga
lastrados, alm de organismos associados ncora, amarras e caixa da ncora, e associados carga) (Fonte: Informe sobre
as espcies exticas invasoras marinhas no Brasil, MMA, 2009). cf. Informao Tcnica sobre o Estudo de Impacto Ambiental
do Plano Integrado Porto Cidade/PPIC das Unidades de Conservao do Litoral Norte de So Paulo.
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Nessa seara, veja como respondeu o empreendedor quando instado a exigir que
se considere e relacione o impacto da ocupao de encostas e reas de risco: Entende-se que o
empreendimento pode potencializar o risco de ocupao de encostas e reas de risco diante da
chegada de populao atrada para exercer funes no empreendimento. O empreendedor, em
conjunto com o poder pblico, dever apoiar projetos destinados moradia para atendimento aos
trabalhadores.
Efetivamente, no parece que o rgo licenciador tenha compreendido a
relevncia do tema ao assim se manifestar.
Enfim,
porque
incorreta
delimitao
das
reas
de
influncia
do
ESEC
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para
que
se
possa
afirmar
compatibilidade
do
empreendimento com o ZEE e com Planos Diretores municipais, no suficiente a mera juntada
de aval do Secretrio de Obras (Certido de uso do solo, Anexo I do EIA-RIMA);
H que se exigir, para se garantir um mnimo de responsabilidade para to
relevante questo, verdadeiros estudos que demonstrem a compatibilidade do empreendimento
com aquilo que definem os Planos Diretores e o ZEE com relao ao uso e ocupao pretendida
para as reas afetadas de influncia do empreendimento. o que determina expressamente o
texto legal (art. 5, inciso IV, da Resoluo CONAMA 01/86).
Alm disso, tambm no foi demonstrada a compatibilidade dos impactos
negativos e seus efeitos cumulativos e sinrgicos do conjunto de empreendimentos com o Plano
de Bacia da UGRHI do Litoral Norte.
Instado a se manifestar sobre o tema, assim pronunciou-se o IBAMA:
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(ASPECTO
captulo
anterior,
discorreu-se
sobre
as
funes
do
processo
de
79
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O valor que inspira esta norma claro: todos tm direito de saber quais as
opes estudadas e quais as razes que determinaram a escolha pelo projeto eleito. No
caso, o projeto de ampliao do Porto de So Sebastio.
Evidentemente, para que se possa afirmar que este requisito foi efetivamente
cumprido, no apenas no aspecto formal, mas, sobretudo, na sua acepo material, faz-se
necessrio
que
as
opes
apresentadas
representem
verdadeiras
alternativas,
projetos
45
45
Denise Hammerschmidt. Doutrinas Essenciais Direito Ambiental: Risco na sociedade Contempornea e o Princpio da
Precauo, pag. 378. Organizadores: dis Milar e Paulo Affonso Leme Machado.
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46
Sos o Litoral Norte de SP pede socorro: petio fsica que solicita ao IBAMA que suspenda o procedimento de
licenciamento e que atenda as recomendaes do Ministrio Pblico
Movimento Litoral Norte Paulista Vivo: www.change.org/litoralsemnortenao: petio que solicita ao IBAMA que suspenda o
procedimento de licenciamento e que atenda as recomendaes do Ministrio Pblico
Abaixo-assinado SOS Urgente Litoral Norte de So Paulo pede Socorro:
www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=portonao : petio pblica contra a ampliao do porto de So Sebastio e contra o
desmatamento da serra do mar para implantao de rodovias e contornos do litoral norte de so paulo
Petio Pblica Contra a ampliao do Porto de So Sebastio: www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/4705: Contra
a ampliao do Porto com containers e o aterramento do mangue do Araa
Abaixo Assinado Contorno Sul: www.activism.com/pt_BR/peticao/abaixo-assinado-dos-moradores-de-sao-sebastiao/38416:
petio contra o projeto apresentado do traado do Contorno Sul
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47
ART.
3, INCISO X, DA
48
Art. 8. 3 A interveno ou a supresso de vegetao nativa em rea de Preservao Permanente de que tratam os
incisos VI e VII do caput do art. 4o poder ser autorizada, excepcionalmente, em locais onde a funo ecolgica do manguezal
esteja comprometida, para execuo de obras habitacionais e de urbanizao, inseridas em projetos de regularizao fundiria
de interesse social, em reas urbanas consolidadas ocupadas por populao de baixa renda.
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de
interveno
ou
supresso
de
vegetao
nativa
so,
expressa
49
A interveno ou a supresso de vegetao nativa em rea de Preservao Permanente de que tratam os incisos VI e VII
do caput do art. 4o poder ser autorizada, excepcionalmente, em locais onde a funo ecolgica do manguezal esteja
comprometida, para execuo de obras habitacionais e de urbanizao, inseridas em projetos de regularizao fundiria de
interesse social, em reas urbanas consolidadas ocupadas por populao de baixa renda.
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ambiental
discutir medidas
Complementar
os
estudos
realizados
de
forma
apresentar
uma
caracterizao mais fiel da rea e uma previso mais precisa dos impactos ambientais.
Em razo destas concluses, esta equipe de pesquisadores deu incio
avaliao que entendeu adequada em 2012 e apresentou os estudos julgados necessrios
para uma caracterizao adequada e precisa da Baa do Ara, incluindo aspectos fsicos,
biticos e socioeconmicos, ressaltando que as consequncias das alteraes na estrutura das
comunidades e no funcionamento dos ecossistemas costeiros ainda so pouco conhecidas.
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50
H registros de estudos realizados desde 1950, que somam 126 artigos publicados em revistas nacionais e estrangeiras,
141 trabalhos em eventos, 4 captulos de livros e 68 ttulos de teses, dissertaes, monografias, alm de vrios
textos de divulgao em revistas e jornais.
51
Foram registradas no local 732 espcies apenas da macrofauna, das quais 34 (~5%) so novas para a cincia;
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estas
consideraes
foram
levadas
pelo
Ministrio
Pblico
ao
conhecimento do IBAMA que, por sua vez, limitou-se a afirmar que entende a importncia da
preservao e valorizao dos geosstios como patrimnio geolgico brasileiro, mas que em
relao Ponta do Ara, no h qualquer proposta aprovada nem sugesto na lista geral de
geosstios publicada pela Comisso Brasileira de Sdios Geolgicos e Paleobiolgicos (SIGEP),
desconsiderando todas as informaes colhidas no meio acadmico e que instruram a
recomendao encaminhada ao IBAMA.
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nos moldes em que apresentado no procedimento em curso, com construo da laje sobre pilotis
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pois,
ainda
que
superficialmente,
mas
desde
atestada,
singularidade da Baa do Ara e a fragilidade que este ecossistema ostenta no presente momento,
o que, resgatando-se a discusso inicial quanto possibilidade de interveno em reas de
preservao cuja funo ecolgica possa estar comprometida, INVIABILIZA, AO MENOS POR ORA,
E AT QUE SEJA ATESTADA POR MEIO DE ESTUDOS CIENTFICOS A RECUPERAO DA FUNO
ECOLGICA DA BAA DO ARA, QUALQUER INTERVENO NA SUA DINMICA.
53
Nos rmos do artigo 5, ao aplicar as disposies da Conveno, os governos devero consultar os povos interessados,
mediante procedimentos apropriados e, particularmente, atravs de suas instituies representativas, cada vez que sejam
previstas medidas legislativas ou administrativas suscetveis de afet-los diretamente, bem como estabelecer os meios
atravs dos quais os povos interessados possam participar livremente, pelo menos na mesma medida que outros setores da
populao e em todos os nveis, na adoo de decises em instituies efetivas ou organismos administrativos e de outra
natureza responsveis pelas polticas e programas que lhes sejam concernentes, devendo as consultas realizadas na aplicao
da Conveno ser efetuadas com boa f e de maneira apropriada s circunstncias, com o objetivo de se chegar a um acordo
e conseguir o consentimento acerca das medidas propostas (O Congresso Nacional, por meio do Decreto Legislativo n. 143,
de 20/6/2002, aprovou o texto da Conveno no 169 da Organizao Internacional do Trabalho - OIT sobre Povos Indgenas e
Tribais, adotada em Genebra, em 27/06/1989, e o Governo brasileiro depositou o instrumento de ratificao junto ao Diretor
Executivo da OIT em 25/7/2002, tendo referida Conveno entrado em vigor internacional em 5/9/1991, e, para o Brasil, em
25/7/2003, nos termos do artigo 38 da mencionada Conveno, que foi, por fim, promulgada pela Presidncia da Repblica
por meio do Decreto 5.051, de 19/4/2004, devendo, nos termos do decreto que a promulgou, ser executada e cumprida to
inteiramente como nela se contm, de forma que no h nenhuma dvida sobre a vinculao do Estado Brasileiro aos termos
da Conveno 169, em especial vista do disposto no artigo 5, 2 da Constituio da Repblica, que dispe que os direitos e
garantias expressos na Constituio no excluem outros decorrentes do regime e dos princpios por ela adotados, ou dos
tratados internacionais em que a Repblica Federativa do Brasil seja parte.
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aprimoradas
recentemente,
inclusive
com
exemplos
concretos
de
recuperao
de
manguezais.
Como se v, so evidentes e de grandes propores os riscos ambientais
inerentes a obras da magnitude da que se pretende levar a efeito para a ampliao do Porto
de So Sebastio/SP, em especial no que se refere ao ecossistema da Baa do Ara, que ter
75% da sua baia ocupada pelo projeto atual, grande parte por uma laje de concreto que
causar a alterao quase que completa do ecossistema.
Todos estes aspectos, no entanto, ou no foram abordados, ou o foram de
forma insuficiente nos estudos apresentados pelo empreendedor e nos quais se fundamentou a
autarquia r para a emisso da Licena cuja anulao se pretende com a presente demanda.
Ou seja, no obstante a concluso de um grupo que rene quase 120
pesquisadores e cientistas no sentido de que O EIA apresenta uma viso parcial, no
evidenciando a importncia da Baa do Ara em seus aspectos cultural, social,
econmico, ambiental, cientfico e educacional, e que A falta de uma abordagem
holstica e imparcial, baseada na anlise de servios ecossistmicos e visando
identificao das externalidades do empreendimento compromete a anlise de sua
viabilidade, o IBAMA atestou a viabilidade ambiental do empreendimento.
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No bastasse isso, mesmo aps alertado pelo Ministrio Pblico por meio da
recomendao j mencionada sobre a importncia da Baa do Ara e dos estudos nela em curso,
o IBAMA ratificou o ato e informou o no acatamento da recomendao, limitando-se a afirmar
que o empreendedor apresentou os estudos necessrio e os demais rgo tiveram oportunidade
de se manifestar e apresentar suas consideraes sobre o EIA/RIMA no momento (DOC. 04).
Ora. Muito embora o IBAMA alegue que houve momento oportuno para o envio
de contribuies ao EIA, a vasta quantidade de informaes trazidas na presente e que foram
absolutamente desconsideradas pelo rgo licenciador no deixam dvidas de que o cumprimento
da legislao ambiental se deu, apenas, em seu aspecto formal.
Observe-se, neste sentido, e no que se refere aos impactos na Baa do Ara,
que sequer h possibilidade do IBAMA ter acesso a todas as informaes a permitir anlise segura
a respeito da viabilidade do empreendimento, j que o projeto de pesquisa que as rene sequer foi
concludo.
Se anlise de viabilidade do empreendimento est comprometida em razo da
insuficincia dos estudos, conforme exaustivamente demonstrado, e se a licena prvia, baseada
nestes estudos viciados, tem por objeto atestar a viabilidade do empreendimento, tem-se por
invlido o fundamento de validade da prpria licena prvia o EIA porquanto sua finalidade,
vista das omisses, no foi atingida.
A regularizao desta situao dar-se, nica e exclusivamente, com a
complementao dos estudos para sanar as omisses nele constantes, dentre as quais a ausncia
de estudo aprofundado sobre a Baa do Ara. Assim, e to somente assim, o procedimento de
licenciamento poder ser retomado, compreendido e utilizado como instrumento da poltica
nacional do meio ambiente, nos termos em que foi concebido, cumprindo-se, no apenas o
aspecto formal, mas principalmente material do devido processo legal administrativo.
bem verdade que cabe ao empreendedor a realizao de tais estudos.
Entretanto, tamanha a relevncia socioambiental da Baa do Ara que est em
curso criteriosa pesquisa que rene mais de uma centena de pesquisadores a respeito da Baa do
Ara.
Este grupo, aps estudos iniciais, concluiu pela necessidade de realizao de
estudos com foco especfico nesse ecossistema e elaborou, por cerca de dois anos e submeteu
aprovao da Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo (FAPESP), no mbito do
Programa BIOTA, um projeto aprovado em 01/03/12 que tem como objetivo A COMPREENSO DA
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na
Baa
do
Ara
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INSTITUIES ENVOLVIDAS: Nmero de pesquisadores doutores, contratados nas diferentes instituies envolvidas no
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4. CONCLUSO
A partir dos fundamentos de fato e de direito acima expostos, possvel
estabelecer as seguintes concluses:
1.
2.
equivocada avaliao sobre a interdependncia dos 13 mega empreendimentos e, por consequncia, insuficiente avaliao sobre, por exemplo: (a) a emisso de CO - desconsiderando o aumento da emisso em decorrncia do trnsito dos navios cargueiros de grande porte; (b) supresso de vegetao nativa errnea constatao da expressividade da supresso de vegetao,
pela desconsiderao dos impactos indiretos relacionados ao crescimento populacional, induo
de novas atividades de produo, tudo a aumentar a presso sobre a floresta; (c) acidentes ambientais tecnolgicos pois o aumento no trnsito de produtos perigosos na regio, via dutoviria, rodoviria ou martima, prevista nos 13 projetos em anlise, ser obrigatoriamente acompanhado de um aumento do risco de eventos com grave contaminao ambiental e, possivelmente,
com efeitos sobre as comunidades; (d) gerao de empregos no considerao dos impactos
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negativos posteriores instalao dos empreendimentos, conforme j ocorrido com outros empreendimentos realizados na regio, no contando, por consequncia, com um planejamento adequado; (e) uso e ocupao do solo que, sem a anlise dos movimentos demogrficos decorrentes
da instalao de grandes empreendimentos, continuar desordenada, conforme histrico da ocupao ocasionada pela prpria instalao do ponto entre as dcadas de 40 e 50; (f) capacidade
de suporte do Litoral Norte ausncia desta constatao, gerada pela no considerao da
presso dos empreendimentos sobre a ocupao desordenada do solo e a respectiva consequncia
gerada sobre as restries legais ambientais da regio, culminando com a no anlise sobre a real
capacidade de suporte e eventuais medidas mitigadoras e de planejamento, ou, qui, sobre eventual concluso sobre a inviabilidade do empreendimento; (g) guas - razes srias existem para
se questionar se a regio possui capacidade de abastecimento de gua para a populao projetada
para os prximos anos, e o estudo no cumulativo impede a compreenso deste problema, atualmente j vivido na Grande So Paulo.
5.
licenciador para exigir o estudo de impactos cumulativos e sinrgicos, vista os estudos j citados
na petio inicial e das diversas metodologias conhecidas, j utilizadas em produes cientficas.
99
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insuficiente
irrealista
das
medidas
mitigadoras
em
caso
da
viabilidade
do
100
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As
apontadas
deficincias
materiais
formais
no
procedimento
de
C.C.
DA
CAPUT E
DA
LEI 9.985/00
E ARTIGOS
3,
INCISO
IV,
DA
DA
comprometida (ART. 8, 2
N
DA
LEI
12.651/2012;
ART.
3,
INCISO
X,
DA
RESOLUO CONAMA
303/2002).
Mais do que fumaa, h liquidez na exigncia normativa da anlise segura e
Ara;
(b)
a considerao
da viabilidade
ou inviabilidade
do
empreendimento, tendo como mosaico a real possibilidade de suporte do Litoral Norte, aqui
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includa questes como, por exemplo, do abastecimento de gua; (c) aspectos socioambientais,
dos quais decorrem no s uma ocupao desordenada e irracional do solo, mas srios problemas
de sade e segurana pblica; (d) deficincia na informao democrtica sociedade e prejuzo
ao direito de participao; (e) avaliao incorreta dos impactos diretos e indiretos; (f) incorreo
grosseira na definio das reas de influncias, e tantos outros vcios j apontados.
Todos esses pontos so decorrentes de uma s postura: a superficialidade da
anlise ambiental dentro do processo de licenciamento especfico aqui combatido. Fossem
realmente obedecidas as posturas exigidas pela legislao de regncia, tudo o quanto aventado
nesta ao civil pblica seria posto em pauta de discusso e gesto no licenciamento do
empreendimento, ao final do qual o rgo licenciador, a sim, poderia tomar sua deciso
administrativa.
Afinal, o meio ambiente um direito transindividual e a anlise de sua
interveno deve obedecer a lgica de sua prpria natureza: considerando todas as suas
peculiaridades e conflitos nsitos, deixando-as transparecer no EIA/RIMA, para que sociedade
exera seu dever constitucional de proteo ao meio ambiente.
Enfim, os vcios materiais e formais do procedimento de licenciamento
so patentes, o que muito bem caracteriza o fumus boni iuris.
De outro lado, por consequncia bvia dos princpios da precauo e preveno,
que materializam o periculum in mora, fcil se concluir pela necessidade de suspenso de todo
o procedimento de licenciamento.
A continuidade do empreendimento, ainda em que suas fases iniciais, durante o
trmite desta ao, ao final da qual dever ser reconhecida a nulidade da licena concedida,
poder ocasionar a perda do objeto principal: a proteo do meio ambiente e a garantia do
desenvolvimento sustentvel.
Neste passo, importante notar o contexto de incerteza cientfica dos impactos
do empreendimento, em decorrncia das falhas no processo de licenciamento e da insuficincia do
EIA/RIMA. Falhas foram apontadas, as quais no restringiram suas consequncias ao
mbito jurdico, possuindo carter translcido de multidisciplinariedade, na qual se
assentam todos os eixos de do meio ambiente, a saber, preservao ambiental, com
equidade social e desenvolvimento econmico, tudo a materializar o desenvolvimento
sustentvel.
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.
Assim, a um s tempo, as deficincia do EIA/RIMA conduz a um cenrio
outro
lado,
considerando-se
gama
de
documentos
tcnicos
multidisciplinares trazidos com a petio inicial, pode-se concluir pela instaurao de um cenrio
de incertezas jurdicas, ao ponto de, pelo princpio da preveno, necessrio ser a suspenso
do empreendimento.
E no se diga que a emisso de Licena Prvia parcial (fases 1 e 2 do projeto),
no tem o condo de gerar importante risco de grave leso ao meio ambiente.
A uma, porque os diagnsticos de impactos no esto divididos por fases. O
EIA/RIMA e o processo de licenciamento tratam do todo. No h qualquer informao que permita
aferir os impactos ao meio ambiente e ao meio social de forma segmentada, para cada fase do
projeto.
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avaliao
dos
impactos
ambientais
da
viabilidade
ambiental
deste
empreendimento.
E segue em sua anlise: Ainda que parte do empreendimento inicialmente
proposto, as etapas 1 e 2, realizadas de forma independente, possuem impactos
especficos que precisam ser avaliados.
Ao final, conclui de forma categrica: COM ESTAS INFORMAES NO
POSSVEL AVALIAR PRECISAMENTE OS IMPACTOS NAS FASES DE INSTALAO E
OPERAO.
A duas, porque, consoante exaustivamente demonstrado no item 3.4.4 o local
em que ser implantado o empreendimento a Baa do Ara um ecossistema com funo
ecolgica j bastante comprometida, havendo, pois, risco concreto de que as fases 1 e 2,
sobretudo a segunda, que j implica em considervel avano sobre a Baa do Araa, possa causar
o comprometimento irreversvel a este to relevante remanescente de mangue.
Portanto, cristalino est que no h qualquer segurana no seguimento do
empreendimento, pois a par da desconsiderao dos impactos cumulativos e sinrgicos, da
incorreta delimitao das reas de influncias, houve tambm inequvoca displicncia na anlise
dos impactos das prprias fases 1 e 2.
A jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia j teve oportunidade de
reconhecer a viabilidade e adequao de liminar concedidas nos termos da aqui solicitada,
conforme se v abaixo:
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FEMA/MT
EIA/RIMA
ISOLADO.
LIMIAR
DO
PANTANAL
ADAPTAO
DA
HIDROVIA
PROPRIAMENTE
DITA.
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ficando
prejudicadas
as
respectivas
apelaes.
4.
Litisconsrcio
da
hidrovia
Paraguai-Paran
no
significa
que
precedido
de
autorizao
do
Congresso
Nacional
de
vencer
furtiva
gradativamente
as
resistncias,
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pesquisa,
que
inexistem riscos de
significativa degradao
da
preveno.
4.
Agravo
de
instrumento
desprovido.
(AI
00446500620064030000, DESEMBARGADOR FEDERAL NERY JUNIOR, TRF3 TERCEIRA TURMA, e-DJF3 Judicial 1 DATA:05/11/2010 PGINA: 511).
AGRAVO DE INSTRUMENTO. LIMINAR QUE DETERMINOU A SUSPENSO DO
PROCESSO
DE
LICENCIAMENTO
AMBIENTAL.
INVASO
DO
MRITO
DA
VCIOS
NO
PREVENO.
PROCEDIMENTO.
DESPROVIMENTO
PROTEO
DO
AMBIENTAL.
RECURSO.
1.
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dano.
5.
Ante
as
falhas
do
EIA/RIMA,
reputo
correto
ateno
do
princpio
da
57
Sobre o poder geral de cautela (art. 798 do CPC), o Superior Tribunal de Justia
bastante claro ao reconhecer sua matriz constitucional, com assento na garantia de acesso
Justia (art. 5, XXXV, da CF/88):
O poder geral de cautela, conferido ao Juiz, tem matriz na constituio, na
norma segundo a qual a lei no excluir da apreciao do Judicirio leso ou ameaa de leso a
direito. A garantia da prestao jurisdicional h de ser entendida como garantia de prestao
jurisdicional til, e a cautela tem por fim garantia a utilidade da prestao jurisdicional (REsp
653.889/DF, 1 T., j. 01.09.2005, rel. Min. Luiz Fux, DJ 26.09.2005, p. 201).
Assim sendo, uma vez preenchidos os pressupostos legais, com fundamento
no art. 12 da Lei n 7.347/85 c/c art. 798 do CPC, com respaldo tambm em farta literatura
jurisprudencial, o MINISTRIO PBLICO FEDERAL e o MINISTRIO PBLICO DE SO PAULO
requerem seja concedida LIMINAR INAUDITA ALTERA PARTE PARA ANTECIPAR OS EFEITOS DA
TUTELA pretendida, a fim de suspender o andamento do processo de licenciamento
ambiental
do
Porto
de
So
Sebastio,
Processo
02001.005403/2004-01
DILIC/IBAMA, at final deciso de mrito da presente ao, impondo-se multa diria em valor
a ser arbitrado por Vossa Excelncia em caso de descumprimento da liminar.
57
Nelson Nery Jnior; Rosa Maria de Andrade Nery. Cdigo de Processo Civil Comentado e Legislao
extravagente, p. 1161.
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6.
PEDIDO
redefinio
das
reas
de
influncia
direta
indireta
do
apresentao
de
reais
alternativas
locacionais,
modais
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