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Olodu Ifá

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OLODU IF

OS PRIMEIROS DEZESSEIS ODUS DE IF


PARA INICIANTES NO ESTUDO DA
ADIVINHAO DE IF

PELO AWO OLOWASINA KUTI


EGBE IF OGUN TI ODE REMO

Traduzido por:
Graa de Oxaguian 16-07-2001

Introduo

Em 1989 viajei para Ode Remo e fui abenoado com a iniciao na sociedade dos
tradicionais adivinhadores, chamada If. Na altura da minha primeira viagem a frica, eu
considerava-me algo como uma autoridade em If porque eu lia todos os livros que
conseguia encontrar sobre este assunto em ingls. Como sou um produto da educao
americana, eu falsamente assumia que como tinha lido muito numa rea de conhecimento
em particular, eu tinha muito conhecimento sobre o assunto. Fiquei chocado e humilhado
no meu primeiro dia em Ode Remo. Depressa verifiquei que as crianas da vila sabiam
mais sobre If do que o que vinha em todos os livros que eu j havia lido. Isto para mim
significa que a idia dos mais velhos foi a de testar a minha capacidade de avaliao e
entendimento por mim prprio.
Alguns americanos vo a frica, so iniciados, voltam para os Estados Unidos e assumem
que a sua experincia ritual os torna experts, sbios sobre o assunto. claro para mim
que a primeira funo da Iniciao em If para receber a autorizao para um estudo srio
e conscencioso do ritual Yoruba tradicional. Estes estudos envolvem os mecanismos do
sistema e o receber diretrizes dos meus professores para o desenvolvimento do bom
carcter.
If uma tradio oral. Para mim claro que o mtodo de ensino usado numa tradio oral
para as crianas de 6 anos ensinarem as de quatro e as de oito ensinarem as de seis e
assim por diante. Aprender If numa famlia tradicional Yoruba comea normalmente na
idade de 7 anos. Apesar de na altura ter quarenta anos, compreendi que a nica maneira de
comear a estudar seriamente If era comear a apreender com as crianas. Na minha
primeira viagem a Ode Remo a maior parte da minha instruo veio de um jovem Awo
(adivinhador) chamado Wasu. Ele ensinou-me o protocolo apropriado, ele ensinou-me as
cantigas e as rezas. Ele giou-me atravs do processo de desenvolvimento de um Yaw
(novio) e proporcionou-me o conhecimento de parte significativa da minha iniciao.
Nessa altura Wasu tinha nove anos de idade.
Na minha segunda viagem a frica eu estava apto a convencer os adolescentes, aqueles que
estavam agora a entrar na fase adulta de suas vidas, que eu era um estudante srio e
dedicado. Eles arranjaram tempo para escrever alguma da informao elementar que os
ancies exigem que os estudantes adultos memorizem. Este material tornou-se a base dos
meus estudos quando eu estava longe dos meus professores, em minha casa nos Estados
Unidos. A maior parte da informao que recebi dizia respeito ao estudo das rezas e
invocaes.
Na minha terceira viagem, Awo Sina Kuti escreveu-me os primeiros dezasseis versos do
Odu If, texto usado na adivinhao. Os textos completos envolvem duzentos e cinquenta e
seis versos de escrita sagrada que so a base para a prxima etapa que a memorizao dos

mesmos e a sua transmisso oral. Baba Kuti foi generoso o suficiente para escrever os
versos para que assim eu pudesse continuar os meus estudos quando voltasse para casa.
Baba Kuti pediu-me para tornar este material acessvel para os estudantes srios de If aqui
nos Estados Unidos. Alguns reclamaram de que este material era secreto e que no devia
ser mostrado para aqueles que no so iniciados. Em Ode Remo as histrias, provrbios e a
histria sagrada encontrada em Odu If um conhecimento comum de toda a populao, tal
como as histrias da Bblia so conhecidas na maior parte das comunidades no mundo. O
que segredo a maneira como estas histrias so usadas num ritual. A utilizao destas
histrias como parte de um ritual limitada aqueles que sabem fazer um ritual, como
resultado da sua iniciao em If.
Eu disponibilizo o material que me foi entregue pelo Baba Kuti aos estudantes srios de If
que no tm acesso a professores em frica, para que possam comear o processo de
memorizao, contemplao e anlise dos Odu como uma fonte de inspirao e guia. Este
material geralmente aprendido com a idade de 14 anos. Segue-se um perodo de 10-15
anos para aprender e memorizar os restantes 240 versos. Inclu os nomes dos versos
restantes na sequncia em que eles so aprendidos em Ode Remo. Tambm inclu (entre
parntesis) o nome dos Odu tal como eles so chamados no dialecto de Ijebu, falado em
Ode Remo.
Tenho esperana que este material seja usado, estudado, reproduzido e discutido como base
para um maior entendimento e apreciao de uma verdadeira maneira de ver a vida. Porque
esta maneira de viver, esta filosofia de vida tem milhares de anos, claramente do domnio
pblico. Isto quer dizer que ningum pode reclamar direitos sobre este material , tendo em
vista que se o fizesse, atentaria contra a lei e estaria a tentar confiscar uma forma de vida
tradicional e a cultura que nos ensina a partilhar o conhecimento do Esprito do Mundo.
minha esperana que os futuros estudantes de If no caiam no erro que eu cometi,
acreditando que a vasta cultura de If pode ser capturada pelos escritos e que comecem pelo
verdadeiro processo de aprendizagem que s vem com o desenvolvimento de uma
disciplina oral.
Toda a vez que falei com um adivinhador (Awo) na Nigria e fiz uma pergunta, a resposta
pergunta vinha sempre antecedida por uma citao da sabedoria de If, dos ancestrais. Este
o elemento chave no processo de trazer a eterna verdade para o momento presente.
A sesso dos comentrios serve para a interpretao dos versos. No uma parte do
material que tradicionalmente seja memorizado. O material sugerido para fazer as
oferendas pode ser modificado, dependendo das circunstncias especficas da adivinhao.
A chave para efetivamente fazer adivinhao, a habilidade para ver claramente o objetivo
e procurar solues para alcanar o objetivo em todos os recursos disponveis do
adivinhador.
Ase o.
Awo Falokun Fatunmbi

JIOGB
No-h-lugar-na-Terra-onde-no-possa-encontrar-a-felicidade, jogou If para dnkn
(Batata Doce) no dia em que ele partia para a Terra de Isu (inhame) e Agbd (cereal). If
aconselhou dnkn a fazer ebo para a sua vida ser to doce quanto Isu e Agbd. Isu e
Agbd foram saboreados pela gente da Terra e eles no so to doces quanto dnkn.
Foi nesse dia que dnkn danou e cantou dizendo que podia fazer o ebo novamente e
repetir vezes sem conta. If avisou: No h valor em repetir o ebo. dnkn cantou e
danou em honra do Awo, enquanto o Awo louvava If e enquanto If louvava Olodunmar.
Quando dnkn comeou a cantar, s colocou-lhe uma cano na sua boca e dnkn
comeou a cantar:

Ay Snrn ti dun, o dun ju oyin lo.


Ay Snrn ti dun, o dun ju oyin lo.
rs je aye mi o dun, Alyun Gblyun.
rs je aye mi o dun, Alyun Gblyun.

A vida da Batata Doce to doce quanto o mel


A vida da Batata Doce to doce quanto o mel
Imortais, deixem a minha vida ser doce, o Alyun Gblyun
Imortais, deixem a minha vida ser doce, o Alyun Gblyun

Comentrio:
If diz que a pessoa est prestes a iniciar uma viagem. If diz que h a beno de uma
longa vida, abundncia e descendncia. If diz que a estrela da pessoa brilhar sobre todos
os que encontrar na sua caminhada. If diz que a pessoa deve comer batatas doces como
medicina para a boa sorte.

Etutu (Oferenda) : 4 eiyel (pombos), 4 akuko (galos), 1 epo (garrafa de dend), 1 prato
branco, 4 eko (acas), dn (farofa de azeite), e muitas coisas doces (mel, acar, doces)
e 25 nira (moedas), oferecendo tudo a Obtl e gn.

Akogilapaamarrandoeleprpriocomcorda lanou If para o Difamador em casa, o


Difamador na rua e rnmil no dia em que todos disseram para fazer ebo dentro de casa e
fora de casa, na rua. O Difamador dentro de casa e o Difamador na rua recusaram-se a
fazer o ebo. rnmil fez o ebo e saiu vitorioso sobre os seus inimigos dentro de sua casa
e sobre os inimigos fora de casa. rnmil ficou muito feliz e comeou a cantar e a danar
em louvor ao Awo, enquanto o Awo louvava If, enquanto If louvava Olodumare. Quando
rnmil comeou a cantar, s colocou-lhe uma cano na boca. rnmil cantou:

Elnn Il, Elnn de o.


Elnn Il, Elnn de o.
Kini mo ra lowo yin.
Elnn Il, Elnn de o.

Difamador em casa, Difamador na rua.


Difamador em casa, Difamador na rua.
O que eu comprei de vocs?

Difamador em casa, Difamador na rua.

Comentrio:
If diz que os Imortais insistem na justia. If diz que esta pessoa ir receber a beno da
abundncia. If diz que h muita gente a difamar esta pessoa, tanto em casa como no
trabalho. If diz que esta pessoa ascender sobre seus inimigos. If diz que esta pessoa
dever dedicar-se a If.

Etutu (Oferenda): 3 eiyel (pombos), 1 epo (garrafa de dend), 3 eko (acas), 16 nira
(moedas), e oferecer tudo a Obtl e Ogun.

w (tabu, Interdies) : nozes modas, cogumelos e roupas pretas.

II

II

II

II

II

II

II

II

YEK MJ

Alegria-recebida-em-casa-no--to-forte-quanto-alegria-recebida-na-quinta, jogou If para


Onikabidun no dia em que Onikabidum queria aumentar a sua alegria. If aconselhou
Onikabidun para receber 5 enxadas tratadas com medicina de If. Onikabidun levou as
enxadas para sua casa. As pessoas da casa levaram as enxadas para a quinta, e as pessoas
da quinta levaram as suas enxadas para a sua casa. Ambos os grupos se encontraram na
estrada entre a casa e a quinta. As pessoas da quinta disseram que as suas enxadas foram
usadas para escavar riquezas. As pessoas da casa disseram que as suas enxadas foram
usadas para sepultar tristezas. Onikabidun estava muito feliz, ele comeou a cantar e a
danar em honra do Awo, enquanto o Awo louvava If, enquanto If louvava Olodunmare.
Quando Onikabidun comeou a cantar, s colocou-lhe palavras na boca. Assim canta
Onikabidun:

yy ke wa yo fun mi o.
yy ke wa yo fun mi o.
A mi y nil, a mi yo lj.
yy Aye e, yy.

Jbilo, deixe as pessoas virem at mim com alegria.


Jbilo, deixe as pessoas virem at mim com alegria.

Alegria em casa, alegria na quinta.


Jbilo, deixe as pessoas virem at mim com alegria.

Comentrio:
If diz que a pessoa receber a beno da alegria. If diz que qualquer que seja a alegria na
vida desta pessoa, ela ser redobrada. If diz que a beno da alegria inclui abundncia e
crianas. If diz que as coisas no correro bem na vida desta pessoa enquanto no fizer
ebo. If diz que a vida desta pessoa anda em zig zag entre a boa e a m sorte. If diz que
esta pessoa tem problemas em aceitar a alegria na sua vida e a sua atitude deve mudar.

Etutu (Oferenda): 4 eiyel (pombos), 4 abo ade (galinhas), 1 eku (rato), 1 Eja aro (peixegato preto), 1 epo (leo de dend), 1 prato branco, dinheiro (tal como for determinado pelo
Awo), e oferecer tudo aos Ibeji. O Awo dever marcar este odu com iyerosun em 5 enxadas
para serem guardadas dentro de casa e noutras 5 para serem mantidas fora de casa.

Minha-mo-direita-Oye-minha-mo-esquerda-Oye-dois-Oyes-tornam-se-verdade-emfrente-da-tina jogou If para Ape com Cabea-de-dend e Alagoro Opero no dia em que
Ape no queria perder tudo o que possua. If aconselhou Ape a fazer ebo. Ape fez ebo no
dia em que ele guardou as coisas que lhe pertenciam. Desde esse dia, quando Ape volteia
junto s rvores com o filho ao colo, a criana no cai. Ape est muito feliz, ele comeou a
cantar e a danar em louvor do Awo, enquanto o Awo louvava If, enquanto If louvava
Olodumar. Quando Ape comeou a cantar, s colocou-lhe palavras na boca. Ape
cantou:

Mo ru iyn, mo ru iyn o.
Il edun pa pj. Il edun pa pj
Mo ru iyn, mo ru iyn o.
Il edun pa pj.

Eu ofereci arrteis de inhame.


A casa no tem infortnio.
Eu ofereci arrteis de inhame.
A casa no tem infortnio.

Comentrio :
If diz que a pessoa deve fazer ebo para assegurar que no perder o que ganhou at agora.
If diz que oferendas de adimu (comida) com m arrtel de inhame devem ser dadas ao seu
ris. If diz que a pessoa deve vestir o assentamento do seu ris pessoal. If diz que
oraes devem ser ofertadas para afastar uma inesperada morte ou infortnio. If diz que a
pessoa tem lutado muito e que receber a beno da paz.

Etutu (Oferenda): 5 eiyel (pombos), 4 abo ade (galinhas), 1 prato branco, 1 epo (leo de
palma), iyan (inhame pilado), dinheiro (em quantidade estabelecida pelo Awo), e oferecer
aos Ibeji.

w (tabu, Interdies) : ratos cinzentos, no cobrir a cabea com folhas quando chove.

II

II

II

II

WRI MJ

O-almofariz-que-usamos-para-pilar-inhame-no--usado-para-esburacar-o-velho-e-usadovaso-tapado-durante-meses jogou If para Olu no dia em que ele queria ir para Il Olkun
(casa do Deus do Oceano) e a Il Olosa (casa da Deusa da Lagoa). If aconselhou a fazer
ebo para a viagem ser abenoada pelos Deuses. Olu fez o ebo. Chegou casa de Olkun e
ganhou 3 vezes no jogo ayo (jogo de azar). Olkun tinha prometido que daria metade da
sua fortuna a quem o vencesse a jogar ayo. Olu foi a casa de Olosa e ganhou-lhe 3 vezes ao
jogo ayo. Olosa tinha prometido que daria metade da sua riqueza a quem a ganhasse a
jogar ayo. Isto foi no dia em que Olu recebeu a beno da abundncia. Olu cantou e
danou em honra do Awo, enquanto o Awo louvava If, enquanto If louvava Olodunmare.
Quando Olu comeou a cantar, s ps-lhe na boca uma cano. Olu cantou:

Mo bolu tayo mo kan re o.


Mo bolu tayo mo kan re o.
Mo bolu tayo lynb o.
Mo bolu tayo mo kan re o, o, o, o.

Eu joguei ayo com Olu, eu recebi a beno.


Eu joguei ayo com Olu, eu recebi a beno.
Eu joguei ayo com Olu na casa do estrangeiro.

Eu joguei ayo com Olu, recebi a beno.

Comentrio:
If diz que a pessoa deve fazer ebo a pedir a beno que necessita. If diz que a pessoa
deve ter prtica em jogos de azar. If diz que a pessoa deve oferecer um carneiro ao seu
Eleda. If diz que a pessoa encontrar a boa sorte pela mo de um estranho.

Etutu (Oferenda): 1 eiyel (pombo), 1 abo ade (galinhas), 1 prato branco, eko (acas) e
dinheiro (em quantidade a ser determinada pelo Awo), e oferecer tudo a Obtl.

O-que-tu-gostas-eu-no-gosto-qual-ficar-entre-ns jogou If para Onimuti Iwori, filhos


daqueles que montam cavalos com arrogncia em frente de Olu no dia em que iam comear
a ser tratadas como se estivessem mortas. If aconselhou as crianas a fazerem ebo. As
crianas fizeram o ebo. O adivinho disse que a imagem da pessoa morta nunca foi
sepultada. A partir desse dia as crianas souberam que estavam entre os vivos.

Comentrio :
If diz que a pessoa deve fazer ebo para precaver-se da morte e da doena. If diz que esta
pessoa deve fazer ebo de modo a que o mundo no o trate como se estivesse morto ou
moribundo. If diz que a pessoa deve receber 2 imagens de Ibeji, uma imagem feminina e
outra masculina, para colocar no seu oratrio pessoal. If diz que os beji dar-lhe-o
proteco contra os inimigos, morte e doena.

Etutu (Oferenda): 4 eiyel (pombos), 4 abo ade (galinhas), 1 prato branco, eko (acas),
eku (pequeno rato), 1 epo (leo de dend) e 50 nira (moedas) e oferecer tudo a beji e
Obtl.

w (tabu, Interdies) : co e ri (fruta).

II

II

II

II

ID MJ

Os-dois-apoios-que-uso-para-me-sentar-so-confortveis jogou If para Onibode


Ejiejiemogun no dia em que Onibode Ejiemogun queria ser agraciado com a boa sorte
vrias vezes ao dia. If aconselhou Onibode Ejiejiemogun a fazer um ebo para que a boa
sorte no passasse a seu lado. Onibode Ejiejiemogun fez o ebo. A partir desse dia a boa
sorte passou a visitar Onibode Ejiejiemogun vrias vezes ao dia.

Comentrio :
If diz que a pessoa receber benes se o ebo for feito. If diz que esta pessoa acredita
que a boa sorte lhe passou ao lado. If diz que quando, no passado, a boa sorte veio at esta
pessoa, escapou-se-lhe entre os dedos. If diz que esta pessoa continua optimista sobre o
futuro e que deve oferecer oraes ao ris pedindo que o ajude a alcanar os seus sonhos.
If diz que as constantes oraes transformaro os sonhos desta pessoa em realidade.

Etutu (Oferenda): 4 eiyel (pombos), todas as comidas (oferenda de comidas secas), 4 eko
(acas), 1 epo (leo de dend), 1 prato branco e 40 nira (moedas) e oferecer tudo a s.

Eetalewa-com-gbagdegbagada-olhos jogou If para runmil no dia em que runmil


carregava o peso dos seus problemas at aos trs lugares de reunio da morte. Ele era o

pato a quem chamamos sojiji e o peso dos seus problemas estava sendo carregado para os
trs lugares de reunio da morte. If aconselhou runmil a fazer ebo para a morte, doena
e toneladas de problemas no o cumprimentassem nos trs lugares de reunio da morte.
runmil fez o ebo e passou sem problemas nos trs lugares de reunio da morte com os
seus problemas. Ambos fizeram a viagem desarmados. runmil comeou a cantar e a
danar em elogio ao Awo, enquanto o Awo louvava If, enquanto If louvava Olodumare.

Comentrio :
If diz que a pessoa deve fazer ebo para que as pedras jogadas pela morte e doena no o
alcancem.

Etutu (Oferenda): 3 Ako okuta (pedras duras), 3 eiyel (pombos), 1 eko (aca), 1 gbo
(carneira), 1 prato branco e dinheiro em quantia determinada pelo Awo, oferecendo tudo a
s.

w (tabu, Interdies) : Se um inhame se partir quando for removido do seu recipiente,


no deve ser comido. No escavar buracos perto da entrada da cidade.

II

II

II

II

ROSN MJ
Sua-boca-sua-boca jogou If para Apeni no dia em que ele foi ameaado pelas bocas do
mundo. If aconselhou Apeni a fazer ebo para evitar a morte e a destruio provocadas
pelas bocas do mundo. Apeni fez o ebo. Apeni foi protegido da morte e da destruio
causadas pelas bocas do mundo. Apeni cantava e danava e louvava o Awo, enquanto o
Awo louvava If, enquanto If louvava Olodumare. Quando Apeni comeou a cantar, s
ps uma cano em sua boca. Apeni cantou:

Enu won, enu won le pa pni.


Enu won, enu won le pa pni.

Sua boca, sua boca no pode matar Apeni.


Sua boca, sua boca, no pode matar Apeni.

Comentrio:
If diz que esta pessoa deve fazer ebo para ser protegido dos seus inimigos. If diz que as
oferendas devem ser feitas famlia Egungun.

Etutu (oferenda): 4 eiyel (pombos), 4 abo adie (galinhas), 1 epo (leo de dend), akara
(acarajs), moin-moin (bolas de farinha) e 16 nira (moedas), e oferecer tudo a Ori e
Egungun.

Porogun-de-Igbodu-com-a-base-de-madeira jogou If para Okansusu Irosu no dia em que


Okansusu Irosu fez a viagem de casa dos ancestrais para a casa das gentes da terra. If
aconselhou Okansusu Irosu a fazer ebo e que quando Okansusu Irosu moesse inhame ele
veria a criana a com-lo, quando Okansusu Irosu preparasse sopa, ele veria a criana a
com-la. Okansusu Irosu fez o ebo e viu a criana a comer tudo o que ele cozinhava.
Okansusu Irosu comeou a cantar e danar em honra do Awo, enquanto o Awo louvava If,
enquanto If louvava Olodunmar. Assim que Okansusu Irosu comeou a cantar, s
colocou uma cano na sua boca. Okansusu Irosu cantou assim:

Baba ma je nikan j, iyn ti mo gn.


Baba ma je nikan j, Ob ti mo se.
Baba ma je nikan j.

Pai, no me deixes comer sozinho, os inhames que eu preparei.


Pai, no me deixes comer sozinho, a sopa que eu preparei.
Pai, no me deixes comer soxinho.

Comentrio:
If diz que a pessoa ou algum perto dela procura engravidar. If diz que fazendo o ebo ele
trar a beno de filhos.

Etutu (Oferenda): iyan (inhame pilado), eba (sopa), coisas doces, 1 eiyel (pombo), 1 abo
adie (galinha), 1 prato branco, 1 epo (leode dend) e 35 nira (moedas). Oferecer a Ori e a
Egungun.

w (tabu, Interdies) : Cobra, roupa vermelha.

II

II

II

II

WNRN MJ (OHENREN MJ)

Ladro-mas-no-o-ladro-que-fez-o-awo-levar-nossas-coisas-na-nossa-presena jogou If
para a Folhagem Owon no dia em que ela queria ter o poder de um chefe do mar. if
aconselhou a Folhagem Owon a fazer um ebo para assim poder receber a beno da fama.
A Folhagem Owon fez o ebo e tornou-se um chefe. A Folhagem Owon comeou a cantar e
a danar em honra do Awo, enquanto o Awo louvava If, enquanto If louvava
Olodunmar. Quando a Folhagem Owon comeou a cantar, s colocou-lhe uma cano
na boca. Folhagem Owon cantou assim:

Owon m j, Owon m y.
Owon ti m ota oye bod.
Owon m j, Owon m y.

Owon dana de dia, Owon canta de dia.


Owon ficou com o poder de um chefe do mar.
Owon dana de dia, Owon canta de dia.

Comentrio:

If diz que a pessoa deve fazer ebo para que possa receber um importante ttulo ou posio.
If diz que a pessoa tem a cabea de um lder. If diz que a pessoa deve assumir a posio
de responsabilidade dentro da sua famlia. If diz que a pessoa pode ajudar um familiar a
resolver um problema.

Etutu (Oferenda): 6 eiyel (pombos), 6 abo adie (galinhas), 6 eku (ratos pequenos), 6 eja
aro (peixe-gato preto), 1 prato branco e 25 nira (moedas), e oferecer a Obtl e s.

-a-grande-rvore-que-tem-um-sino-de-lato-escuro-que-debaixo-da-pequena-palmeirasoltou-insultos-dizendo-que-ningum-devia-puxar-a-cabaa-gradualmente-para-alm-deles
quem jogou If para Ologbo Jigolo (gato preguioso), no dia em que Ologbo Jigolo se
encontrou atacado por aqueles que atiram pedras. If aconselhou Ologbo Jigolo a fazer
ebo. Ologbo Jigolo fez o ebo. A partir desse dia Ologbo Jigolo viajou sem preocupaes.
Ologbo Jigolo comeou a danar e a cantar em honra do Awo, enquanto o Awo louvava If,
enquanto If louvava Olodunmar. Quando Ologbo Jigolo comeou a cantar, s colocoulhe uma cano na boca. Ologbo Jigolo cantou:

lgb dd esse, gl ma se lo, gl ma se bo.

Gato preto, preguioso eu irei, preguioso eu voltarei.

Comentrio:
If diz que se esta pessoa est planeando viajar ela dever fazer ebo para se prevenir contra
as pedradas, os problemas. If diz que depois de fazer o ebo esta pessoa dever usar ervas
Eyonu pata atrair coisas boas enquanto viajar.

Etutu (Oferenda): 10 okete (ratazanas), 1 epo (leo de dend), 1 prato branco e 50 nira
(moedas), oferecer a Obtl e a s.

II

II

II

II

II

II

BR MJ

Lavando-a-mo-direita-com-a-mo-esquerda-e-lavando-a-mo-esquerda-com-a-mo-direita
jogou If para Awun (madeira branca) no dia em que ele queria ter a sua cabea limpa. If
aconselhou Awun a fazer ebo. Awun fez o ebo. Isto foi no dia em que Awun recebeu uma
cabea boa. Awun cantou e danou em honra do Awo, enquanto o Awo louvava If,
enquanto If louvava Olodunmar. Quando Awun comeou a cantar, s colocou-lhe uma
canao na sua boca. Awun cantou:

Awn de na, Awn dr. Or ire lAwn nwe.


Awn de na, Awn dr. Or ire lAwn nwe.

Awun chegou, Awun desembaraou-se. a boa sorte que Awun usa no banho.
Awun chegou, Awun desembaraou-se. a boa sorte que Awun usa no banho.

Comentrio:
If diz que a pessoa deve ter a sua cabea limpa para que a mo do Awo possa livr-la da
carga. If diz que a pessoa deve adorar If para que a sua carga possa continuar aliviada.

Etutu (Oferenda): 4 eiyel (pombos), 4 abo adie (galinhas), 1 epo (leo de dend), 6 iyan
funfun (inhame branco), 6 eko (acas) e 50 nira (moedas), e oferecer a s.

Abarere Awo Odn jogou If para Odn no dia em que ele se preparava para se
reestabelecer. If aconselhou Odn a fazer ebo para que a rea tivesse sombra. Odn fez o
ebo. A rea comeou a ter sombra. Odn comeou a cantar e a danar em honra do Awo,
enquanto o Awo louvava If, enquanto If louvava Olodunmar. Quando Odn comeou a
cantar, s colocou-lhe uma cano na boca. Odn cantou:

Odn nbi, Odn ti ml Ibd o.


Odn nbi, Odn ti ml Ibd o.

Odn nasceu, Odn sobreviveu, Odn estabeleceu-se.


Odn nasceu, Odn sobreviveu, Odn estabeleceu-se.

Comentrio:
If diz que uma boa altura para esta pessoa comear um novo projecto. If diz que esta
pessoa quer movimentar-se na altura certa. If diz que esta pessoa est prestes a entrar
numa relao e que esta relao ser boa. If diz que esta pessoa receber a beno da
abundncia e a beno de um bom relacionamento.

Eturu (Oferenda): 4 eiyel (pombos), 4 abo adie (galinhas), 1 epo (leo de dend), 1 prato
branco, 4 eko (acas) e 100 nira (moedas), e oferecer a s.

w (tabu, Interdies) : Caar pssaros pequenos.

II

II

II

II

II

II

KNRN MJ

A-madeira-dura-da-floresta-usada-para-fazer-Osunsun-no-d-sumo-enquanto-a-rvoreusada-para-fazer-Atori-faz-desenhos-de-sangue jogou If para Sakoto no dia em que ele


viajava para a cidade de Owa. If aconselhou Sakoto a fazer ebo. Sakoto fez o ebo.
Quando Sakoto viajava a caminho de Owa encontrou s e deu-lhe um aca. s agarrou
no aca e transformou-se numa mulher. s transformado numa mulher perguntou a
Sakoto o que lhe poderia dar. Sakoto deu mulher um aca. s agarrou no aca e
transformou-se numa criana pequena. s transformado numa criana pequena perguntou
a Sakoto o que que ele lhe daria. Sakoto deu-lhe um aca. Na viagem Sakoto deu 3
acas. s perguntou a Sakoto para onde ele ia. Sakoto disse que estava viajando para
Owa. s disse a Sakoto que as gentes de Owa sofriam h muito tempo de uma longa seca.
s apontou um caminho para o ado (pequena cabaa usada para transportar
medicamentos) e disse a Sakoto para ir at l. s disse que algum no ado lhe diria:
arranca-me e os outros ficariam em silncio. Sakoto foi instrudo a apanhar um dos ado
enquanto o resto ficaria em silncio e que devia cort-lo por cima. s disse a Sakoto que
quando se aproximasse da entrada de Owa ele deveria colocar o ado em cima da cabea e
anunciar que trazia chuva. Sakoto fez tal como lhe tinham dito e entrou na cidade dizendo:
Povo de Owa, eu trago chuva. Imediatamente comeou a chover. No dia seguinte o Oba
de Owa mandou o mensageiro dozer ao seu povo que queria encontrar-se com o estrangeiro
que tinha dito que trazia a chuva. Sakoto foi levado presena do Oba e o Oba dividiu toda
a sua riqueza e pertences, dando metade a Sakoto. Foi no dia em que Sakoto recebeu as
benos que tinha pedido. Sakoto comeou a cantar e danar em honra do Awo, enquanto o
Awo louvava If, enquanto If louvava Olodunmar. Quando Sakoto comeou a cantar,
s colocou-lhe uma cano na boca. Sakoto cantou:

Skt mo lw, awo ire dun bo nife.

Skt mo lw, awo ire dun bo nife.

Sakoto belo, boa adivinhao doce de louvar.


Sakoto belo, boa adivinhao doce de louvar.

Comentrio:
If diz que a pessoa vai partir em viagem. If diz que a pessoa deve fazer ebo para que a
viagem lhe traga fama e abundncia. If diz que quando a pessoa chegar ao seu destino
ser capaz de resolver um problema, o que lhe trar boa sorte. If diz que a pessoa deve
oferecer acas a s antes de viajar. If diz que quando esta pessoa chegar ao seu destino
receber muitos benefcios.

Etutu (Oferenda) : 4 eiyel (pombos), 4 adie (galos), 1 epo (leo de dend), 1 prato
branco, 4 eko (acas) e 20 nira (moedas), e oferecer a gn e s.

H-vrios-caminhos-para-encontrar-a-terra-dos-ancestrais jogou If para Igbegbe (rato) no


dia em que iam vender ratos no mercado. If aconselhou Igbegbe a fazer ebo para poder
ver as coisas claramente. Igbegbe fez o ebo e ficou com uma viso clara.

Comentrio:
If diz que esta pessoa no est vendo as coisas claramente. If diz que esta pessoa deve
fazer ebo para se afastar da confuso.

Etutu (Oferenda) : 2 4 eiyel (pombos), 3 adie (galos), 1 epo (leo de dend), mariwo (p
de folhas de palmeira), 1 prato branco e 25 nira (moedas), e oferecer a gn e s.

II

II

GND MJ

P-de-folhas-de-palmeira jogou If para o Tigre no dia em que o Tigre ia caar. If


aconselhou o Tigre a fazer ebo para ele recolher os frutos dos seus esforos. O Tigre
estava relutante em fazer o ebo. O Tigre foi caa e capturou um veado que colocou
debaixo de uma palmeira. Quando estava prestes a comer o veado, p das folhas de
palmeira caram da rvore e tornaram o veado sagrado. O Tigre continuou a caada e
capturou um antlope que colocou perto de um formigueiro. Quando ele ia comer o
antlope, ficou coberto de formigas. O Tigre voltou ao Awo e perguntou o que deveria
ser feito para recolher os frutos dos seus esforos. If aconselhou o Tigre a fazer ebo.
O Tigre fez o ebo. A partir desse dia, o Tigre come toda a presa que captura na sua
caada.

Comentrio:
If diz que esta pessoa deve fazer ebo para recolher os frutos do seu trabalho.

Etutu (Oferenda) : 4 eiyel (pombos), 4 adie (galos), 1 pedao de couro, 1 epo (leo de
dend), 1 prato branco, e 55 nira (moedas), e oferecer a gn e If.

Eluku-no-tem-Oro-e-no-tem-sino-de-metal jogou If para o povo de Idena-Magbon


no dia em que toda a cidade foi suplicar por boa sorte. If aconselhou o povo de IdenaMagbon a fazer ebo para que eles pudessem obter boa sorte e assim colocar um fim ao

seu desespero. O povo de Idena-Magbon fez o ebo. Isto foi no dia em que o povo de
Idena-Magbon recebeu a beno da boa sorte.

Comentrio:
If diz que a pessoa deve fazer ebo para se assegurar que a boa sorte vem aos seus
caminhos. If diz que muitas benos esto prximas mas h o risco de serem perdidas
se o ebo no for feito.

Etutu (Oferenda) : 2 agogo (sinos de metal), 2 eiyel (pombos), 2 adie (galos), 2


Osunsun (varetas usadas para tocar os agogos) e dinheiro na quantia determinada pelo
Awo. Os agogo sero marcados com iyerosun. Um agogo para o awo e o outro para
a pessoa que recebeu este Odu.

w (tabu, Interdies) : Carregar dinheiro numa bolsa ou carteira abenoada para


proteco.

II

II

S MJ

A-roda-dianteira-carrega-o-dinheiro-enquanto-a-roda-traseira-carrega-gros-enquantogdgd-se-mantiver-a-brilhar-no-alto-do-rio jogou If para rnmil no dia em que


ele se preparava para ir para lugares longnquos. If aconselhou rnmil a fazer ebo
antes de comear a viagem. rnmil fez o ebo. rnmil ofereceu cachaa a todos os
que viajavam com ele. Quando terminaram de beber, olharam-se uns aos outrose
disseram que o homem a quem quiseram prejudicar lhes tinha oferecido bebida.
Disseram todos que j no queriam prejudicar rnmil. Desde esse dia rnmil
nunca mais foi prejudicado.

Comentrio:
If diz que esta pessoa vai trabalhar para o estrangeiro e que deve ir em frente e aceitar
o trabalho. If diz que esta pessoa deve viajar at lagoa onde haver uma brisa (isto
uma referncia a um tipo de rompimento numa iniciao). If diz que esta pessoa tem
muitos inimigos. If diz que se esta pessoa fizer ebo os seus inimigos dar-lhe-o uma
chance no seu corao. If diz que esta pessoa deve oferecer 2 garrafas de cachaa, uma
deve ser dada aos seus inimigos e a outra deve ser dada ao Awo. If diz que antes de dar
o cachaa aos seus inimigos, esta pessoa deve tomar uma bebida da garrafa na presena
deles.

Etutu (Oferenda) : 4 eiyel (pombos), 4 adie (galos), 1 epo (leo de dend), 4 sacos de
farofa, 1 prato branco, 2 oti (garrafas de cachaa ou aguardente) e 100 nira (moedas),
oferecer tudo a Iymi.

Enquanto-fazemos-tudo-bem-ningum-diz-nada-quando-nos-enganamos-as-mspessoas-comeam-logo-a-falar foi quem jogou If para Ejipabileseigi no dia em que ele


procurava fama e fortuna. If aconselhou Ejipabileseigi a fazer ebo. Ejipabileseigi fez o
ebo. A partir desse dia Ejipabileseigi foi conhecido como um grande homem.

Comentrio:
If diz que a pessoa deve fazer um ebo em nome dos ancestrais. If diz que se a pessoa
fizer o ebo no perder o que j tem. If diz que esta pessoa ajudou muitas outras e que
algumas no apreciaram a ajuda. If diz que a pessoa deve ignorar aqueles que no
apreciam o seu trabalho e continuar a fazer boas coisas no mundo. If diz que o bom
trabalho em breve lhe trar boa fortuna.

Etutu (Oferenda) : 4 eiyel (pombos), 4 adie (galos), obi (noz de kola), orogbo (kola
amarga), 1 prato branco, 1 epo (leo de dend) e 25 nira (moedas).

w (tabu, Interdies) : Comer sopa directamente da panela.

II

II

II

II

II

II

K MJ
O-pssaro-voa-no-cu-enquanto-o-desconhecido-viaja-no-mar-enquanto-o-co-vembuscar-seu-nome foi quem jogou If para Erelu do Mar, o filho do barco do mar, o
santurio no alto do mar, no dia em que ele procurava por abundncia. If aconselhou
Erelu do Mar a fazer ebo. Erelu do Mar fez o ebo. A partir desse dia Erelu do Mar
recebeu todas as benos que pediu. Erelu do Mar comeou a cantar e a danar em
honra do Awo, enquanto o Awo louvava If, enquanto If louvava Olodunmar. Quando
Erelu do Mar comeou a cantar, s colocou-lhe uma cano na boca. Erelu do Mar
cantou assim:

Ok mi s, ok mi gb. Ok mi s, ok mi gb.
but ire 1 oko mi lo. but ire 1 oko mi lo.

O barco do mar vem, barco do mar agitado. O barco do mar vem, barco do mar
agitado.
um mar bom onde o barco navega. um mar bom onde o barco navega.

Comentrio:
If diz que a pessoa deve fazer ebo se vai partir numa viagem. If diz que a pessoa deve
fazer ebo se ela ganha a vida com um barco. If diz que a pessoa ficar rica se trabalha
com um estranho.

Etutu (Oferenda) : 1 prato branco, 1 pequeno barco de madeira (para colocar no prato
branco), ged wre (banana), eyin (ovo), 1 epo (leo de dend), 1 adie (galo) e
dinheiro a ser determinado pelo Awo. Oferecer a s.

Tu-s-mau-eu-sou-mau jogou If para Agbadu (cobra) que era maciona barriga, no dia
em que Agbadu ia ser coroado chefe. If aconselhou Agbadu a fazer ebo. Agbadu
recusou-se a fazer o ebo. A partir desse dia, sempre que algum v Agbadu, foge.

Comentrio:
If diz que a pessoa passa por um perodo difcil no seu relacionamento. If diz que se a
pessoa casada, est a ter problemas no seu casamento. If diz que esta pessoa est
demasiado ansiosa e que isso proporciona as condies para que os seus problemas
aumentem. If diz que h pessoas que a querem ajudar mas que ela as afasta do seu
caminho. If diz que a pessoa precisa de coragem.

Etutu (Oferenda) : 1 ori agbadu (cabea de cobra), 1 eiyel (pombo), 1 adie (galo), 1
epo (leo de dend) e dinheiro em quantia a ser determinada pelo Awo. Oferecer a s.

w (tabu, Interdies) : Macacos cinzentos.

II

II

II

II

II

II

TRPN MJ

Cabea-macia-de-palmeira foi quem jogou If para Ikusigbade (morte esquece-me) no


dia em que a morte olhava para ela. If aconselhou Ikusigbade a fazer ebo. Ikusigbade
fez o ebo e recebeu a beno de uma longa vida.

Comentrio:
If diz que se esta pessoa est grvida deve fazer ebo para prevenir abiku. If diz que o
bb prometeu aos outros espritos que voltaria em breve para a terra dos ancestrais. If
diz que o ebo deve ser feito para que o bb mude a sua promessa de voltar para junto
dos ancestrais antes de crescer.

Etutu (Oferenda) : Mariwo (folhas de palmeira), 1 eiyel (pombo), 1 adie (galo), 1 epo
(leo de dend), 1 prato branco e 50 nira (moedas), e oferecer aos Ibeji.

Dilui-o-couro-que-cobriu-a-cara-do-Egungun foi quem jogou If para Yaya e Yy no


dia em que ambos queriam construir uma casa. if aconselhou Yaya e Yy a fazer um
ebo. Yaya recusou-se a fazer o ebo. Yy fez o ebo. A casa construda por Yaya ruiu.
A casa feita por Yy permaneceu de p o resto da sua vida e ele l viveu
confortavelmente a partir desse dia.

Comentrio:
If diz que esta pessoa est procurando um novo lugar para viver. If diz que esta
pessoa deve fazer um ebo para encontrar um lugar confortvel para viver.

Etutu (Oferenda) : adimu aos ancestrais, oferecendo a Egungun e Ibeji.

w (tabu, Interdies) : Obi com 3 lados.

II

II

TR MJ
Como-a-gua-flui-sobre-o-caminho-o-caminho-flui-sobre-o-rio-Eri foi quem jogou If
para Muslim das longas vestes no dia em que Muslim das longas vestes tentava seguir o
caminho dos ancestrais. If aconselhou Muslim das longas vestes a fazer ebo. Muslim
das longas vestes fez o ebo. A partir desse dia as coisas correram suavemente na vida de
Muslim das longas vestes.

Comentrio:
If diz que a pessoa deve levar uma vida devota para receber benos.

Etutu (Oferenda) : 4 eiyel (pombos), 4 adie (galos), 2 teros de gros, 1 epo (leo de
dend), 1 prato branco e dinheiro em quantia a ser determinada pelo Awo. Oferecer a
Obtl.

-o-ovo-que-rejeitou-o-esprito-da-criana--o-esperma-que-rejeitou-o-esprito-dacriana quem jogou If para Terra e os poderes destrutivos que vivem na terra, no dia
em que a Terra queria ir vender no mercado. If aconselhou a Terra a fazer ebo para que
a Terra no fosse prejudicada pelos poderes destrutivos que vivem na terra. A Terra fez
o ebo. A partir desse dia, o lucro permaneceu com a Terra.

Comentrio:
If diz que esta pessoa deve fazer um ebo para que os ancestrais destrutivos da sua
famlia no lhe roubem a abundncia. If diz que esta pessoa deve fazer uma oferenda
ou agrado aos seus companheiros para que eles no se tornem ciumentos, invejosos e
destruidores.

Etutu (Oferenda) : 1 eiyel (pombo), 1 adie (galo), 1 prato branco, 1 epo (leo de
dend) e 100 nira (moedas) e oferecer a Obtl.

w (tabu, Interdies) : leo cru.

II

II

RET MJ

mukkt jogou If para o povo de Ipere Amuyo no dia em que eles iam usar
aguardente para adormecer as suas crianas. iF aconselhou o povo de Ipere Amuyo a
fazer ebo. O povo de Ipere Amuyo fez o ebo. A partir desse dia, as crianas de Ipere
Amuyo desenvolveram bom carcter.

Comentrio:
If diz que esta pessoa ter muitos filhos. If diz que esta pessoa deve fazer ebo para
que eles tenham abundncia e bom carcter.

Etutu (Oferenda) : 1 adie (galo), 1 eiyel (pombo), 1 garrafa de leo de dend, 1 prato
branco, eko (acas) e 40 nira (moedas). Oferecer a Osun e a If.

O-gro-inferior-da-esquerda-e-o-gro-inferior-da-direita-nunca-discutiram-entre-si foi
quem jogou If para Im Omi no dia em que ela ia abortar. If aconselhou Im Omi a
fazer ebo. Im Omi fez o ebo. Im Omi recebeu a beno de ter filhos. Im Omi
cantou e danou em honra do Awo, enquanto o Awo louvava If, enquanto If louvava
Olodunmar. Quando Im Omi comeou a cantar, s colocou-lhe uma cano na
boca. Im Omi cantou:

Ko de si omo lte, omo wun ju ileke.


Ko de si omo lte, omo wun ju ileke.

No h crianas venda. Eu amo crianas mais do que amo os gros.


No h crianas venda. Eu amo crianas mais do que amo os gros.

Comentrio:
If diz que a mulher que quer ter filhos deve fazer um ebo com as suas jias e pedir aos
ancestrais a beno de ter crianas.

Etutu (Oferenda) : 1 eiyel (pombo), 1 adie (galo), gros, eko (acas), 1 epo (leo de
dend), 1 prato branco e 45 nira (moedas), e oferecer a Osun e a If.

w (tabu, Interdies) : Galo, espinafres.

II

II

II

II

S MJ

Prmsol jogou If para t no dia em que t viajava para Ijebu. If aconselhou


t a fazer ebo. t fez o ebo. A partir desse dia t foi uma pessoa importante.

Comentrio:
If diz que esta pessoa deve fazer ebo para ser olhada como uma pessoa importante.

Etutu (Oferenda) : 1 eiyel (pombo), 1 adie (galo), acarajs, 1 epo (leo de dend), eko
(acas) e 40 nira (moedas), oferecendo tudo ao Or.

Quando-a-noite-cai-as-folhas-da-floresta-transformam-se-enquanto-as-folhas-doGbdgi-se-transformam-em-pessoa, foi quem jogou If para Twase Ihuloko no dia


em que Twase Ihuloko queria que as coisas boas do Orun viessem ter com ele terra.
If aconselhou Twase Ihuloko a fazer ebo. Twase Ihuloko fez o ebo. A partir desse
dia, as coisas boas do Orun viajaram para a terra.

Comentrio:

If diz que a boa sorte desta pessoa est dividida entre a parte espiritual e a parte
humana. If diz que esta pessoa deve fazer ebo para receber as benos dos Espritos da
Terra.

Etutu (Oferenda) : 4 eiyel (pombos), 4 adie (galos), 1 epo (leo de dend), 1 prato
branco e 30 nira (moedas), oferecidos a Or.

II

II

II

II

FN MJ (ORAGUN MJ)

Ogbe-o-estrangeiro foi quem jogou If para risnl no dia em que risnl procurava
por abundncia. If aconselhou risnl a fazer ebo. risnl fez o ebo. A partir desse
dia risnl teve todas as benos que precisava.

Kiki ire (reza para a boa sorte):

Ogbe funfun kenewen o difa fun risnl won ni ko rbo,


Pe gbogbo nkan to nto ko ni w, o rb ojo ti gbogbo nkan to
Nto ko wo m niyen. Ase.

Ogbe o estrangeiro jogou If para risnl a quem disse para fazer


ebo para que tudo o que ele fizesse corresse bem, ele fez o
ebo e todos os dias recebe as benos que necessita.
Possa assim ser.

Comentrio:

If diz que esta pessoa deve adorar Obtl. If diz que esta pessoa um adorador de
Obtl e que deve fazer ebo de Obtl para pedir abundncia. If diz que a oferenda
deve ser feita com a recitao deste Odu.

Etutu (Oferenda) : adimu de Obtl.

Todas-as-coisas-aparecem-como-os-espinhos-que-ferem-os-ps foi quem jogou If para


Eljrngn no dia em que ele estava no meio dos seus inimigos. If aconselhou
Eljrngn a fazer ebo. Eljrngn fez o ebo. A partir daquele dia Eljrngn
derrotou os seus inimigos.

Comentrio :
If diz que esta pessoa deve fazer ebo para Oro. If diz que Oro ajudar esta pessoa nos
seus esforos para derrotar os seus inimigos.

Eturu (Oferenda): 4 eiyel (pombos), 4 adi e (galos ou galinhas), 1 epo (azeite de


dend), 1 prato branco, eko (acas) e dinheiro, determinados pelo adivinho e oferecer
tudo a Oro.

ORDEM DE MAIORIDADE DOS OMO ODU

(COM OS NOMES DE INVOCAO)

OGBE

17.

Ogbe Oyeku (OgbeYeku)

18.

Oyeku Ogbe (Oyeku lOgbe)

19.

Ogbe Iwori (Ogbewehin)

20.

Iwori Ogbe (Woribogbe)

21.

Ogbe Odi (Ogbedi)

22.

Odi Ogbe (Idigbe)

23.

Ogbe Irosun (Ogberosu)

24.

Irosun Ogbe (Irosu Ogbe)

25.

Ogbe Oworin (Ogbeworin)

26.

Oworin Ogbe (Oworinsogbe)

27.

Ogbe Obara (Ogbe Bara)

28.

Obara Ogbe (Obarabogbe)

29.

Ogbe Okanran (Ogbekoran)

30.

Okanran Ogbe (Okanransode)

31.

Ogbe Ogunda (Ogbedunga)

32.

Ogunda Ogbe (Odundabede)

33.

Ogbe Osa (Ogbesa)

34.

Osa Ogbe (Osagbe)

35.

Ogbe Ika (Ogbe ka)

36.

Ika Ogbe (Ikagbe)

37.

Ogbe Oturupon (Ogbe Turupon)

38.

Oturupon Ogbe (Oturupongbe)

39.

Ogbe Otura (Ogbetura)

40.

Otura Ogbe (Otura Oriko)

41.

Ogbe Irete (Ogbe ate)

42.

Irete Ogbe (Irete agbe)

43.

Ogbe Ose (Ogbese)

44.

Ose Ogbe (Osomina)

45.

Ogbe Ofun (Ogbefun)

46.

Ofun Ogbe (Pfungbe)

OYEKU

47.

Oyeku Iwori (Oyeku Wori)

48.

Iwori Oyeku (Iworiyeku)

49.

Oyeku Odi (Oyekudi)

50.

Odi Oyeku (Idiyeku)

51.

Oyeku Irosun (Oyekurousu)

52.

Irosun Oyeku (Irosuyeku)

53.

Oyeku Oworin (Oyeku Wonrin)

54.

Oworin Oyeku (Oworinyeku)

55.

Oyeku Obara (Oyeku Bara)

56.

Obara Oyeku (Obarayeku)

57.

Oyeku Okanran (Oyeku lekan)

58.

Okanran Oyeku (Okonronyeku)

59.

Oyeku Ogunda (Oyeku Eguntan)

60.

Ogunda Oyeku (Ogundaaiku)

61.

Oyeku Osa (Oyeku Gasa)

62.

Osa Oyeku (Osayeku)

63.

Oyeku Ika (Oyekubeka)

64.

Ika Oyeku (Ikayeku)

65.

Oyeku Oturupon (Oyekubatutu)

66.

Oturupon Oyeku (Oturuponyeku)

67.

Oyeku Otura (Oyekubatuye)

68.

Otura Oyeku (Otura aiku)

69.

Oyeku Irete (Oyekurete)

70.

Irete Oyeku (Ireteyeku)

71.

Oyeku Ose (Oyekuse)

72.

Ose Oyeku (Osesaiku)

73.

Oyeku Ofun (Oyekufun)

74.

Ofun Oyeku (Ofunyeku)

IWORI

75.

Iwori Odi (Iworidi)

76.

Odi Iwori (Idiwori)

77.

Iwori Irosun (Iwori Wosu)

78.

Irosun Iwori (Irosu Wori)

79.

Iwori Owonrin (Iwori Wonrin)

80.

Owonrin Iwori (Owonrin Wori)

81.

Iwori Obara (Iwori Bara)

82.

Obara Iwori (Obara Wori)

83.

Iwori Okanran (Iwori Okanran)

84.

Okanran Iwori (Okanran Wori)

85.

Iwori Ogunda (Iworiwogunda)

86.

Ogunda Iwori (Ogunda Wori)

87.

Iwori Osa (Iworiwosa)

88.

Osa Iwori (Osa Wori)

89.

Iwori Ika (Iworiwoka)

90.

Ika Iwori (Ika Wori)

91.

Iwori Oturupon (Iworiturupon)

92.

Oturupon Iwori (Oturupon Wori)

93.

Iwori Otura (Iworiwotura)

94.

Otura Iwori (Otura Wori)

95.

Iwori Irete (Iwori ate)

96.

Irete Iwori (Irete Wori)

97.

Iwori Ose (Iworiwase)

98.

Ose Iwori (Ose Wori)

99.

Iwori Ofun (Iworiwofun)

100.

Ofun Iwori (Ofun Wori)

ODI (IDI)

101.

Odi Irosun (Idi osu)

102.

Irosun Odi (Irosudi)

103.

Odi Owonrin (Ido Owonrin)

104.

Owonrin Odi (Owonrindi)

105.

Odi Obara (Idi Obara)

106.

Obara Odi (Obaradi)

107.

Odi Okanran (Idi Okanran)

108.

Okanran Odi (Okanran Di)

109.

Odi Ogunda (Idi Ogunda)

110.

Ogunda Odi (Ogundadi)

111.

Odi Osa (Idisa)

112.

Osa Odi (Osadi)

113.

Odi Ika (Idika)

114.

Ika Odi (Ika Di)

115.

Odi Oturupon (Idi Turupon)

116.

Oturupon Odi (Oturupon Di)

117.

Odi Otura (Idi Otura)

118.

Otura Odi (Otura Di)

119.

Odi Irete (Idi Irete)

120.

Irete Odi (Irete Di)

121.

Odi Ose (Idi Ose)

122.

Ose Odi (Ose Di)

123.

Odi Ofun (Idi Ofun)

124.

Ofun Odi (Ofun Di)

IROSUN

125.

Irosun Owonrin (Irosu Wonrin)

126.

Owonrin Irosun (Owonrinrosu)

127.

Irosun Obara (Irosu Obara)

128.

Obara Irosun (Obararosu)

129.

Irosun Okanran (Irosu Okanran)

130.

Okanran Irosun (Okanranrosu)

131.

Irosun Ogunda (Irosu Ogunda)

132.

Ogunda Irosun (Ogunda Rosu)

133.

Irosun Osa (Irosu Osa)

134.

Osa Irosun (Osa Rosu)

135.

Irosun Ika (Irosu Oka)

136.

Ika Irosun (Ikarosu)

137.

Irosun Oturupon (Irosu Turupon)

138.

Oturupon Irosun (Oturupon Rosu)

139.

Irosun Otura (Irosu Tura)

140.

Otura Irosun (Otura Rosu)

141.

Irosun Irete (Irosu Rete)

142.

Irete Irosun (Irete Rosu)

143.

Irosun Ose (Irosu Ose)

144.

Ose Irosun (Oserosu)

145.

Irosun Ofun (Irosu Ofun)

146.

Ofun Irosun (Ofunrosu)

OWORIN

147.

Owonrin Obara (Owonrinbara)

148.

Obara Owonrin (Obara wonrin)

149.

Owonrin Okanran (Owonrinkanran)

150.

Okanran Owonrin (Okanran Won)

151.

Owonrin Ogunda (Owonringunda)

152.

Ogunda Owonrin (Ogundawonrin)

153.

Owonrin Osa (Owonrinsa)

154.

Osa Owonrin (Osa Wonrin)

155.

Owonrin Ika (Owonrinka)

156.

Ika Owonrin (Ika Wonrin)

157.

Owonrin Oturupon (Owonrin Turupon)

158.

Oturupon Owonrin (Turupon Wonrin)

159.

Owonrin Otura (Owonrin Otura)

160.

Otura Owonrin (Otura Wonrin)

161.

Owonrin Irete (Owonrinrete)

162.

Irete Owonrin (Irete Wonrin)

163.

Owonrin Ose (Owonrinse)

164.

Ose Owonrin (Ose wonrin)

165.

Owonrin Ofun (Owonrinfu)

166.

Ofun Owonrin (Ofun wonrin)

OBARA

167.

Obara Okanran (Obara Konran)

168.

Okanran Obara (Okanranbara)

169.

Obara Ogunda (Obara Ogunda)

170.

Ogunda Obara (Ogundabara)

171.

Obara Osa (Obarasa)

172.

Osa Obara (Osabara)

173.

Obara Ika (Obaraka)

174.

Ika Obara (Ikabara)

175.

Obara Oturupon (Obara Turupon)

176.

Oturupon Obara (Oturuponbara)

177.

Obara Oura (Obaratura)

178.

Otura Obara (Oturabara)

179.

Obara Irete (Obararete)

180.

Irete Obara (Irete Obara)

181.

Obara Ose (Obara Ose)

182.

Ose Obara (Ose Obara)

183.

Obara Ofun (Obarafu)

184.

Ofun Obara (Ofunbara)

OKANRAN

185.

Okanran Ogunda (Okanrangunda)

186.

Ogunda Okanran (Ogundakanran)

187.

Okanran Osa (Okanransa)

188.

Osa Okanran (Osakaran)

189.

Okanran Ika (Okanranka)

190.

Ika Okanran (Ikakaran)

191.

Okanran Oturupon (Okanran Turupon)

192.

Oturupon Okanran (Oturuponkaran)

193.

Okanran Otura (Okanrantura)

194.

Otura Okanran (Oturakanran)

195.

Okanran Irete (Okanran-ate)

196.

Irete Okanran (Irete Okanran)

197.

Okanran Ose (Okanranse)

198.

Ose Okanran (Osekanran)

199.

Okanran Ofun (Okanranfu)

200.

Ofun Okanran (Ofunkanran)

OGUNDA

201.

Ogunda Osa (Ogundasa)

202.

Osa Ogunda (Osagunda)

203.

Ogunda Ika (Ogundaka)

204.

Ika Ogunda (Ikagunda)

205.

Ogunda Oturupon

206.

Oturupon Ogunda (Oturupongunda)

207.

Ogunda Otura (Ogunda Tura)

208.

Otura Ogunda (Oturagunda)

209.

Ogunda Irete (Ogundarete)

210.

Irete Ogunda (Iretegunda)

211.

Ogunda Ose (Ogundase)

212.

Ose Ogunda (Ise-Eguntan)

213.

Ogunda Ofun (Ogundafu)

214.

Ofun Ogunda (Ofun Eguntan)

OSA

215.

Osa Ika (Osaka)

216.

Ika Osa (Ikasa)

217.

Osa- Oturupon (Osaturupon)

218.

Oturupon Osa (Oturuponsa)

219.

Osa Otura (Osatura)

220.

Otura Osa (Oturasa)

221.

Osa Irete (Osarete)

222.

Irete Osa (Iretesa)

223.

Osa Ose (Osase)

224.

Ose Osa (Osesa)

225.

Osa Ofun (Osafu)

226.

Ofun Osa (Ofunsa)

IKA

227.

Ika Oturupon (Ika Turupon)

228.

Oturupon Ika (Oturuponka)

229.

Ika Otura (Ika Otura)

230.

Otura Ika (Oturaka)

231.

Ika Irete (Ikarete)

232.

Irete Ika (Ireteka)

233.

Ika Ose (Ika Ose)

234.

Ose Ika (Oseka)

235.

Ika Ofun (Ika Ofun)

236.

Ofun Ika (Ofunka)

OTURUPON

237.

Oturupon Otura (Oturupontura)

238.

Otura Oturupon (Otura Turupon)

239.

Oturupon Irete (Oturuponrete)

240.

Irete Oturupon (Irete Turupon)

241.

Oturupon Ose (Oturuponse)

242.

Ose Oturupon (Oseturupon)

243.

Oturupon Ofun (Oturuponfun)

244.

Ofun Oturupon (Ofun Turupon)

OTURA

245.

Otura Irete (Oturarete)

246.

Irete Otura (Iretetura)

247.

Otura Ose (Oturase)

248.

Ose Otura (Osetura)

249.

Otura Ofun (Oturafu)

250.

Ofun Otura (Ofuntura)

IRETE

251.

Irete Ose (Irete-se)

252.

Ose Irete (OsebIrete)

253.

Irete Ofun (Iretefu)

254.

Ofun Irete (Ofunrete)

OSE

255.

Ose Ofun (Osefu)

256.

Ofun Ose (Ofunse)

ODUS
IF
Okaran

KAURIS
Okanran

Oturupo
Eji Oko
n

ABERTO
S
1 aberto

ORIX
EXU

2 abertos OGUN

Ogund Eta Ogund 3 abertos OBALUAIY


Irosun

Irosun

4 abertos YEMANJ

Ose

Oshe

5 abertos OXUN

Obara

Obara

6 abertos

Edi

Odi

7 abertos OMULU e OXAL

Obge

Eji Onil

8 abertos OXAGUIN

Osa

Osa

9 abertos YEMANJ

Ofun

Ofun

10
abertos

OXALUFN

Owarin

Oworin

11
abertos

OY

Iwori

Ejilaxebor

12
abertos

XANG

Oyeku

EJi Ologban

13
abertos

NAN e OBALUAIY

Ika

Ika Ori

14
abertos

OXUMAR e
OSSAYN

Irete

Ogbe
Ogund

15
abertos

OB e EW

Otura

Alfia

OXSSI e LOGUNED

16 aberto ORUNMIL e
s
OXALS

ODUS DIVERSOS
I
A luta entre Oyek e Eyiogbe depois da criao do mundo
Quando a terra foi criada pela trade divina Olodumare-Olofin-Eled, no existia nada. Nesse tempo foi
entregue o comando do mundo a Oyek por ser o maior dos 16 reis de If.
Durante o reinado de Oyek tudo era silncio e obscuridade, s deambulavam pelo mundo Ik e os
espritos no evoludos, o primeiro criado por Olodumare. Com o passar do tempo a terra j cansada de
no evoluir devido presena do nada e desses espritos que no avanavam, decidiu fazer um eb, com o
qual conseguiu que Olorun (o sol) a escutasse e a atrasse para perto dele. Isto teve como consequncia
que aparecesse pela primeira vez sobre a terra a luz do sol, com a qual chegou Eyiogbe a nosso planeta,
que era claridade e luz, tudo ao contrrio de Oyek.
Desta forma Oyek foi destronado por Eyiogbe que se converteu no primeiro dos reis de If passando
Oyek a ser o segundo. Tal foi a soberba de Oyek que se dirigiu ao castelo de Olofin a queixar-se pelo
sucedido e a inform-lo que Eyiogbe criava vida mas tambm a destrua rapidamente devido a que o sol
aquecia a terra constantemente queimando tudo o que existisse e secando mares e rios.
Olofin vendo de que isto era verdade e mediando para que cessasse a disputa entre os dois reis, proclamou
que metade do tempo fosse reinado por Eyiogbe e a outra metade por Oyek, nascendo assim o dia e a
noite.

II
Porque s vezes no se deve ver If
Um homem estava na terra de If e tinha muitos problemas, pelo que foi consultar-se com Orunmil.
Este disse-lhe que a sua sorte estava noutra terra e que fizesse um eb para conseguir chegar a ela.
O homem assim o fez e quando andava na rua o prenderam e o levaram para outro stio, longe da terra de
If. Quando chegaram outra terra, o lugar onde tinha nascido, a justia deu-se conta de que no era
aquele homem que estavam procurando e o deixaram livre.

Imediatamente lhe disseram que o procuravam h muito tempo para entregar-lhe uma herana que lhe
tinham deixado uns parentes, o que o tornou imensamente rico. Devido a isso, no regressou nunca mais
terra de If.

III
Como s se tornou sij-Eb
Essa histria revela o nascimento do 17o. Od, como e de onde nasceu setw, em decorrncia,
veremos a analise atravs de como s se tornou s sij-Eb, o transportador e encarregado de
encaminhar as oferendas entre a terra e o run.
Quem deveria consultar o porta-voz-principal-do-culto-de-If; a nuvem esta pendurada por cima da
terra...
Bblw dos tempos imemoriais; Os "siris" esto no rio; a marca do dedo requer Yrsn (p sagrado
de If).
Estes foram os Bblw que jogaram If para os quatrocentos Irnmol, senhores do lado direito, e
jogaram If para os duzentos mal, senhores do lado esquerdo. E jogaram If para sun, que tem uma
coroa toda trabalhada de contas, no dia em que ele (setw) veio a ser o dcimo stimo dos Irnmol
que vieram ao mundo, quando ldumr enviou os rs, os dezesseis, ao mundo, para que viessem criar
e estabelecer a terra. E vieram verdadeiramente nessa poca. As coisas que ldumr lhes ensinou nos
espaos do run constituram nos pilares de fundao que sustentam a terra para a existncia de todos os
seres humanos e de todos os ebora. ldumr lhes ensinou que quando alcanassem a terra, deveriam
abrir uma clareira na floresta, consagrando-a de Or, o Igb Or. Deveriam abrir uma clareira na floresta,
consagrando-a a Egn, o Igb Egn, que seria chamado Igb p. Disse que deveriam abrir uma
clareira na floresta consagrando-a a Od If, o Igb Od, onde iriam consultar o orculo a respeito das
pessoas.
Disse ele que deveriam abrir um caminho para os rs e chamar esse lugar de Igb rs, floresta para
adorar os rs. ldumr lhes ensinou a maneira como deveriam resolver os problemas de fundao
(assentamento) e adorao dos ojbo (lugares de adorao) e como fariam as oferendas para que no
houvesse morte prematura, nem esterilidade, nem infecundidade, que no houvesse perda, nem vida
pauprrima, no houvesse nada de tudo isso sobre a terra. Para que as doenas sem razo no lhes
sobrevivessem, que nenhuma maldio casse sobre eles, que a destruio e a desgraa no se abatessem
sobre eles. ldumr ensinou aos dezesseis rs o que eles deveriam realizar para evitar todas as coisas.
Ele os delegou e enviou terra, a fim de executarem tudo isso. Quando vieram ao de iy, a terra,
fundaram fielmente na floresta o lugar de adorao de Or, o Igb Or. Fundaram na floresta o lugar de
adorao de Egn. Fundaram na floresta o lugar de adorao de If que chamamos Igbd. Tambm
abriram um caminho para os rs, que chamamos igbsa.
Executaram todos esses programas visando a ordem.
Se algum estava doente, ele ia consultar If ao p de rnml. Se acontecia que Egn poderia salv-lo,
dir-lho-iam. Seria conduzido ao lugar de adorao na floresta de Egn ao Igb-Igbl, para que ele
fizesse uma oferenda para Egngn. Talvez que um de seus ancestrais devesse ser invocado como Egn,
para que o adorasse, a fim de que esse Egn o protegesse. Se havia uma mulher estril, If seria
consultado, a respeito dela, a fim de que Ornml pudesse indicar-lhe a decoco de sun, que ela
deveria tomar. Se havia algum que estava levando uma vida de misria, Ornml consultaria If, a
respeito dele. Poderia ser que Or estivesse associado sua prpria entidade criadora. Ornml diria a
essa pessoa que a Or que ela devia adorar. E ela seria conduzida floresta de Or.
Eles seguiram essa prtica durante muito tempo.
Enquanto realizavam as diversas oferendas, eles no chamavam sun. Cada vez que iam a floresta de
Egn, ou floresta de Or, ou floresta de If, ou floresta de s, a seu retorno, os animais que eles

tinham abatido, fossem cabras, fossem carneiros, fossem ovelhas, fossem aves, entregavam-nos a sun
para que ela os cozinhasse.
Preveniram-na que quando ela acabasse de preparar os alimentos, no devia comer nenhum pouco,
porque deviam ser levados aos Mal, l onde as oferendas so feitas.
sun comeou a usar o poder das mes ancestrais - se Iy-mi - e a estender sobre tudo o que ela fazia
esse poder de Iy-mi-j, que tornava tudo intil.
Se se predissesse a algum que ele ou ela no fosse morrer, essa pessoa no deixava de morrer. Se fosse
proclamado que uma pessoa no sobreviveria, a pessoa sobreviveria. Se se previsse que uma pessoa daria
luz um filho, a pessoa tornava-se estril. Um doente a quem se dissesse que ele ficaria curado no seria
jamais aliviado de sua doena.
Essas coisas ultrapassavam seu entendimento, porque o poder de Oldumre jamais tinha falhado. Tudo
que Oldumre lhes havia ensinado eles o aplicava, mas nada dava resultado. Que era preciso fazer ?
Quando se congregaram numa reunio, Ornml sugeriu que, j que eles eram incapazes de compreender
o que se estava passando por seus prprios conhecimentos, no havia outra soluo seno consultar If
novamente.
Em consequncia, Ornml trouxe seu instrumento adivinhatrio, depois consultou If. Contemplou
longamente a figura do Od que apareceu e chamou esse Od pelo nome de setw.
Ele olhou em todos os sentidos. A partir do resultado definitivo de sua leitura, Ornml transmitiu a
resposta a todos os outros Od-gb. Estavam todos reunidos e concordaram que no havia outra soluo
para todos eles, os rss-irnml, seno encontrar um homem sbio e instrudo que pudesse ser enviado
a Oldumre, para que mandasse a soluo do problema e o tipo de trabalho que devia ser feito para o
restabelecimento da ordem, a fim de que as coisas voltassem a normalizar-se, e nada mais interferisse em
seus trabalhos.
Ele, Ornml, deveria ir at a Oldumr. Ornml ergueu-se. Serviu-se de seus conhecimentos para
utilizar a pimenta, serviu-se de sua sabedoria para tomar nozes de obi, despregou seu dn (tecido de
rfia) e o prendeu no seu ombro, puxou seu cajado do solo, um forte redemoinho o levou, e ele partiu at
os vastos espaos do outro mundo para encontrar Oldumr. Foi l que Ornml reencontrou s
dr. s j estava com Oldumr. s fazia sua narrao a Oldmar. Explicava que aquilo que
estava estragando o trabalho deles na terra era o fato de eles no terem convidado a pessoa que constitui a
dcima stima entre eles. Por essa razo, ela estragava tudo, Oldumr compreendeu.
Assim que Ornml chegou, apresentou seus agravos a Oldumr. Ento Oldumr lhe disse que
deveria ir e chamar a dcima stima pessoa entre eles e lev-la a participar de todos os sacrifcios a serem
oferecidos. Porque, alm disso, no havia nenhum outro conhecimento que Ele lhes pudesse ensinar seno
as coisas que Ele j lhes havia dito.
Quando Ornml voltou terra, reuniu todos os rs e lhes transmitiu o resultado de sua viagem.
Chamaram sun e lhe disseram que ela deveria segui-los por todos os lugares onde deveriam oferecer
sacrifcios. Mesmo na floresta de Egn. sun recusou-se: ela jamais iria com eles. Comearam a
suplicar a sun e ficaram prostrados um longo tempo. Todos comearam a homenage-la e a reverncila. sun os maltratava e abusava deles. Ela maltratava rsnl, maltratava gn, maltratava Ornml,
maltratava snyn, maltratava Ornje, ela continuava a maltratar todo mundo. Era o stimo dia, quando
sun se apaziguou. Ento eles disseram que viesse. Ela replicou que jamais iria, disse, entretanto, que era
possvel fazer uma outra coisa j que todos estavam fartos dessa histria. Disse que se tratava da criana
que levava no seu ventre. Somente se eles soubessem como fazer para que ela desse luz uma criana do
sexo masculino, isso significaria que ela permitiria ento que ele a substitusse e fosse com eles. Se ela
desse luz uma criana do sexo feminino, podiam estar certos que esta questo no se apagaria em sua
mente. Ficariam a, pedaos, pedaos, pedaos. E eles deveriam saber com certeza que esta terra
pereceria; deveriam criar uma nova.3 Mas se ela desse a luz a um filho-homem, isso queria dizer que,
evidentemente, o prprio Olrun os tinha ajudado. Assim apelou-se para rsnl e para todos os outros
rs para saber o que deveriam fazer para que a criana fosse do sexo masculino. Disseram que no havia

outra soluo a no ser que todos utilizassem o poder - se - que Oldumr tinha dado a cada um deles;
cada dia repetidamente deveriam vir, para que a criana nascesse do sexo masculino, Todos os dias iam
colocar seu se - seu poder - sobre a cabea de sun, dizendo o que segue. "Voc sun ! Homem ele
dever nascer, a criana que voc traz em si!" Todos respondiam "assim seja", dizendo "t!" acima de
sua cabea... Assim fizeram todos os dias, at que chegou o dia do parto de sun. Ela lavou a criana.
Disseram que ela deveria permitir-lhes v-la. Ela respondeu "no antes de nove dias". Quando chegou o
nono dia, ela os convocou a todos. Esse era o dia da cerimnia do nome, da qual se originaram todas as
cerimnias de dar o nome. Mostrou-lhes a criana, e a ps nas mos de rs. Quando rsnl olhou
atentamente a criana e viu que era um menino, gritou: "Ms"...! (hurra...!). Todos os outros repetiram
"Ms".....! Cada um carregou a criana, depois o abenoaram. Disseram "somos gratos por esta criana
ser um menino". Disseram "que tipo de nome lhe daremos". rs disse: "vocs todos sabem muito bem
que cada dia abenoamos sua me com nosso poder para que ela pudesse dar luz uma criana do sexo
masculino, e essa criana deveria justamente chamar-se -S-E-T--W- (o poder trouxe ela a ns)"
Disseram: "acaso voc no sabe que foi o poder do se, que colocamos nela, que forou essa criana a vir
ao mundo, mesmo se antes ela no queria vir terra sob a forma de uma criana do sexo masculino? Foi
nosso poder que a trouxe terra". Eis por que chamaram a criana de setw. Quando chegou o tempo,
Ornml consultou o orculo If acerca da criana, porque todos devem conhecer sua origem e destino,
colheram o instrumento de If para consult-lo. Eles o manipularam e o adoraram. Era chegado o
momento de consultar If a respeito dele, para saberem qual era seu Od, para que o pudessem iniciar no
culto de If. Levaram-no floresta de If, que chamamos Igbd, onde If revelaria que s e t eram
seu Od. Este foi o resultado que ele deu a respeito da criana. Ornml disse: "a criana que s e t
fizeram nascer, que antes chamamos de setw", disse, "chamemo-la de st". Foi por isso que
chamaram a criana com o nome do Od de If que lhe deu nascimento, st. set era o nome que
ele trazia anteriormente. Assim, a criana participou do grupo dos outros Od, ao ponto de ir com eles a
todos os lugares onde se faziam oferendas na terra. Foi assim que todas as coisas que Oldmr lhes
tinha ensinado deixaram de ser corrompidas. Cada vez que proclamavam que as pessoas no morreriam,
elas realmente sobreviviam e no morriam. Se diziam que as pessoas seriam ricas, elas tornavam-se
realmente ricas. Se diziam que a mulher estril conceberia, ela realmente dava luz. A prpria sun deu a
essa criana um nome nesse dia. Disse ela: "Os a gerou (significando que a criana era filho do poder
mgico), porque ela mesma era uma aj e a criana que ela gerou um filho homem. Disse ela: "Akin
Os", (Akin Os: poderoso mago; homem bravo dotado de um grande poder sobrenatural) eis o que a
criana ser ! por isso que eles chamaram set de Akin Os, entre todos os Od If e entre os
dezesseis rs mais ancios. Depois eles disseram que em qualquer lugar onde os maiores se reunissem,
seria compulsrio que a criana fosse um deles. Se no pudessem encontrar o dcimo stimo membro,
no poderiam chegar a nenhuma deciso, e se dessem um conselho, no poderiam ratifica-lo. Finalmente,
aconteceu! Sobreveio uma seca na terra. Tudo estava seco! No havia nem orvalho! Fazia trs anos que
tinha chovido pela ltima vez. O mundo entrou em decadncia. Foi ento que eles voltaram a consultar
If, If jliy. (aquele que administra a terra) Quando Ornml consultou If jliy, disse que
deveriam fazer uma oferenda, um sacrifcio, e preparar a oferenda de maneira que chegasse a Oldmr,
para que Oldmr pudesse ter piedade da terra, e assim no virasse as costas terra e se ocupasse dela
para eles. Porque Oldmr no se ocupava mais da terra. Se isso continuasse, a destruio era
inevitvel, era iminente. Somente se pudessem fazer a oferenda, Oldumr teria sempre misericrdia
deles. Ele se lembraria deles e zelaria pelo mundo. Foi assim que prepararam a oferenda. Eles colocaram,
uma cabra, uma ovelha, um cachorro e uma galinha, um pombo, uma pre, um peixe, um ser humano e
um touro selvagem, um pssaro da floresta, um pssaro da savana, um animal domstico. Todas essas
oferendas, e ainda dezesseis pequenas quartinhas cheias de azeite de dend que eles juntaram nesse dia. E
ovos de galinha, e dezesseis pedaos de pano branco puro. Prepararam as oferendas apropriadas usando
folhas de If, que toda oferenda deve conter. Fizeram um grande carrego com todas as coisas. Disseram
ento, que o prprio j-Ogb deveria levar essa oferenda a Oldumr. Ele levou a oferenda at as portas
do run, mas no, lhe foram abertas. j-Ogb voltou terra. No segundo dia yk-Mji a carregou, ele
voltou. No lhe abriram as portas. wr-Mji levou a oferenda, assim fizeram di-Mji; rosn-Mji;
wrin-Mji; br-Mji; knrn-Mji; Ognd-Mji; s-Mji; k-Mji; trpn-Mji; t-Mji;
rt-Mji; s-Mji; fn-Mji. Mas no puderam passar, Olrun no abria as portas. Assim decidiram
que o dcimo stimo entre eles deveria ir e experimentar o seu poder, antes que tivessem que reconhecer
que no tinham mais nenhum poder.
Foi assim que set foi visitar certos Babalwo, para que eles consultassem o orculo para ele. Esses
Babalwo traziam os nomes de Vendedor-de-azeite-de-dend e Comprador-de-azeite-de-dend. Ambos
esfregaram seus dedos com pedaos de cabaa. Jogaram If para Akin Os, o filho de Ennre (aquela que
foi colocada na senda do bem) no dia em que ele conseguiu levar a oferenda ao poderoso run. Disseram

que ele deveria fazer uma oferenda; disseram, quando ele acabasse de fazer a oferenda, disseram, no lugar
a respeito do qual ele estava consultando If, disseram, ali, ele seria coberto de honras, disseram, suceder
que a posio que ele ali alcanasse, disseram, essa posio seria para sempre e no desapareceria jamais.
Disseram, as honras que ele ali receberia, disseram, o respeito, seriam interminveis. Disseram: "Voc
ver uma anci no seu caminho", disseram, "faa-lhe o bem". Assim, quando set acabou de preparar a
oferenda, seis pombos, seis galinhas com seis centavos e quando estava em seu caminho, ele encontrou
uma anci. Ele carregava a oferenda no caminho que levaria a s, quando encontrou essa anci na sua
rota. Essa anci era da poca em que a existncia se originou. Disse: "Akin Os! casa de quem vai voc
hoje ?" Disse: "eu ouvi rumores a respeito de todos vocs na casa de Olfin, que os dezesseis Od mais
idosos levaram uma oferenda ao poderoso run sem sucesso".
Disse: "assim seja".
Disse: " sua vez hoje?''
Disse: " minha vez".
Disse: "tomou alimentos hoje?"
Respondeu ele: "eu tomei alimentos".
Disse ela "quando voc chegar a seu sitio, diga-lhes que voc no ir hoje".
Disse ela: "Esses seis centavos que voc me deu", Disse: "h trs dias no tinha dinheiro para comprar
comida"
Disse: "diga-lhes que voc no ira hoje".
Disse: "quando chegar amanh, voc no deve comer, voc no deve beber antes de chegar ali".
Disse: "voc deve levar a oferenda". Disse: "todos esses que ali foram, comeram da comida da terra, essa
a razo por que Olrun no lhes abriu a porta!"
Quando set voltou a casa de Oba jliy, todos os Od If estavam reunidos l. Disseram: "voc
deve estar pronto agora, sua vez hoje de levar a oferenda ao run, talvez a porta seja aberta para voc!"
Disse ele que estaria pronto no dia seguinte, porque no tinha sido avisado na vspera. Quando chegou o
dia seguinte, set, foi encontrar s e lhe perguntou o que deveria fazer.
s respondeu: "Como! Jamais pensei que voc viria me avisar antes de partir". Disse ele: "isso vai
acabar hoje, eles lhe abriro a porta !" Perguntou ele: "Tomou algum alimento?" set lhe respondeu
que uma anci lhe tinha dito na vspera que ele no devia comer absolutamente nada. Ento set e s
puseram-se a caminho. Partiram em direo aos portes do run.
Quando chegaram l, as portas j se encontravam abertas, encontraram as portas abertas. Quando levaram
a oferenda a Oldmar e Ele examinou. Oldumar disse: "Haaa! Voc viu qual foi o ltimo dia que
choveu na terra?! Eu me pergunto se o mundo no foi completamente destrudo. Que pode ser encontrado
l?" set no podia abrir a boca para dizer qualquer coisa. Oldmar lhe deu alguns "feixes" de
chuva. Reuniu, como outrora, as coisas de valor do run, todas as coisas necessrias para a sobrevivncia
do mundo, e deu-lhas. Disse que ele, set, deveria retornar. Quando deixaram a morada de Oldumar,
eis que set perdeu um dos "feixes" de chuva. Ento a chuva comeou a cair sobre a terra. Choveu,
choveu, choveu, choveu.... Quando set voltou ao mundo, em primeiro lugar foi ver Quiabo. Quiabo
tinha produzido vinte sementes. Quiabo que no tinha nem duas folhas, um outro no tinha mesmo
nenhuma folha em seus ramos. Voltou-se em direo casa do Quiabo escarlate, Il rk tinha produzido
trinta sementes. Quando chegou a casa de Yy, esse havia produzido cinquenta sementes. Foi ento at
casa da palmeira de folhas exuberantes, que se encontrava na margem do rio Awnrin Mogn. A
palmeira tinha dado nascimento a dezesseis rebentos. Depois que a palmeira deu nascimento a dezesseis
rebentos ele voltou casa de Oba jliy. se se expandia e se estendia sobre a terra. Smen convertiase em filhos, homens em seu leito de sofrimento se levantavam, e todo o mundo tornou-se aprazvel,

tornou-se poderoso. As novas colheitas eram trazidas dos plantios. O inhame brotava, o milho
amadurecia, a chuva continuava a cair, todos os rios transbordavam, todo mundo era feliz. Quando set
chegou, carregaram-no para montar num cavalo (signo de realeza: s os mais poderosos podem-se
permitir a criar ou montar cavalos em Pas Yorb). Estavam mesmo a ponto de levantar o cavalo do cho
para mostrar at que ponto as pessoas estavam ricas e felizes. Estavam de tal forma contentes com ele,
que o cobriram de presentes, os que estavam em sua direita os que estavam em sua esquerda. Comearam
a saudar set: "Voc o nico que conseguiu levar a oferenda ao run, a oferenda que voc levou ao
outro mundo era poderosa ! Disseram, "sem hesitao, rpido, aceite meu dinheiro e ajude-me a
transportar minha oferenda ao run! set! Aceite rpido! set aceite minha oferenda!" Todos os
presentes que set recebeu, os deu todos a s dr. Quando os deu a s, s disse: "Como!" H
tanto tempo ele entregava os sacrifcios, e no houve ningum para retribuir-lhe a gentileza.
"Voc set! Todos os sacrifcios que eles fizerem sobre a terra, se no os entregarem primeiro a voc,
para que voc possa trazer a mim, farei que as oferendas no sejam mais aceitveis". Eis a razo pela qual
sempre que os Babalwo fazem sacrifcios, qualquer que seja o Od If que aparea e qualquer que seja a
questo, devem invocar set para que envie as oferendas a s. Porque s de sua mo que s
aceitar as oferendas para lev-las ao run. Porque quando s mesmo recebia os sacrifcios das pessoas
da terra e os entregava no lugar onde as oferendas so aceitas, eles no demonstravam nenhum
reconhecimento pelo que ele fazia por todos at o dia em que set teve de carregar o sacrifcio e s
foi abrir o caminho apropriado para o run, para alcanar a morada de Oldumr. Quando se abriram as
portas para ele. A qualidade de gentileza que s recebeu de set era realmente muito valiosa para ele
(s). Ento ele e set decidiram combinar um acordo pelo qual todas as oferendas que deveriam ser
feitas deveriam ser-lhe enviadas por intermdio de set. Foi assim que set converteu-se no
entregador de oferendas para s. s dr, foi assim que ele se converteu em O portador de oferendas
para Oldumr, s sij-Eb, no poderoso run. assim como este Itan (verso) If explica, a respeito
de s e set.

tons Diversos de
Conhecimento
I
Os orixs protegem os desvalidos
Era uma vez um homem que tocava tambor na rua enquanto cantava e dizia
que, enquanto o seu anjo guardio no vendesse no haveria Rei que pudesse
fazer-lhe nada. Um seu inimigo ouviu-o um dia e foi contar ao Rei da cidade.
Este mandou buscar o homem e lhe pediu que guardasse um colar de coral
que era muito apreciado por ele. O homem que era cego, partiu para sua casa
e o seu inimigo segui-o com a inteno de ver onde ele guardava o colar. To
depressa como o cego guardou o colar num lugar que pensava ser seguro, seu
inimigo o levou e jogou-o no mar.
Passados poucos dias o Rei foi ter com o cego e pediu-lhe que lhe entregasse
o colar. O cego foi a sua casa e quando procurou o colar no o encontrou. Por
isso foi visitar Orunmil para que o ajudasse. Este lhe disse que tinha que fazer
um eb dando de comer sua cabea um peixe grande e que depois do
pedido abrisse o peixe e o limpasse. O cego assim o fez e foi enorme a sua
surpresa quando ao limpar o peixe depois do eb apareceu dentro dele o colar
que havia perdido, salvando-se assim da traio do Rei e do seu inimigo.

II
ITAN TI ORUGAN

Orugan foi o primeiro Babalawo e sua mulher chamava-se Orixabi.


Carregava os bzios na barriga para Orugan jogar. Diziam que Orugan
tinha em sua casa um p de obi. Ex pediu a If para jogar. If
mandou que Ex trouxesse 10 nozes de cola para o jogo. Ex, ento,
foi casa de Orugan pedir os frutos, pois sabia que s ele tinha um
p de obi em casa. Ex pediu os frutos Orugan e este disse que s
daria os frutos se ele aprendesse a jogar e depois lhe ensinasse. Ex
concordou e prometeu que logo soubesse jogar voltaria para ensinar
a Orugan.
Ex ento, foi apanhar os frutos, os macacos que estavam no p de
obi iam tirando os frutos, descascando, partindo e jogando para Ex.
Entretanto Orixabi, mulher de Orugan a tudo assistia, ia apanhando
os frutos que os macacos jogavam e colocando em sua barriga.
Os Babalawo na frica, por este motivo, quando vo jogar, levam a
sua mulher para carregar o jogo, as quais so chamadas de ypetebi.
Se por um acaso o Babalawo no for casado ou for vivo, ele leva sua
me.

III
ITAN TI IK
Quando Olorun procurava matria apropriada para criar o ser humano (o homem),
todos os ebora partiram em busca da tal matria. Trouxeram diferentes coisas: mas
nenhuma era adequada. Eles foram buscar lama, mas ela chorou e derramou
lgrimas. Nenhum ebora quis tomar da menor parcela. Mas Ik, jgb-Alxo-na,
apareceu, apanhou um pouco de lama - eerp - e no teve misericrdia de seu
pranto. Levou-o a Olodumare, que pediu a Orixal e a Olgama que o modelaram e
foi Ele mesmo que insuflou seu hlito. Mas Olodumare determinou a Ik que, por ter
sido ele a apanhar a poro de lama, deveria recoloc-la em seu lugar a qualquer
momento, e por isso que Ik sempre nos leva de volta para a lama.

IV
ITAN TI BRIS, ODA ATI GN
Trs orixs, Oda, Obarix e Ogun vm, do orun, instalar-se sobre a terra. Oda a
nica mulher e ela se queixa a Olorun por no ter nenhum poder. Este elege-a Me
para a eternidade. Entrega-se ax sob a forma de uma cabaa contendo um pssaro
e recomenda-lhe que se mostre prudente no que se refere ao uso do poder que ele
lhe outorga.
Todos os lugares de adorao encontram-se em seu ika, no quintal onde Obarix
no pode penetrar. Este, vendo seu poder diminudo, consulta If e aconselhado a
fazer uma oferenda constituda de gbn - caracis - e um paxan, uma haste de
tr. If adverte-o para que tenha muita pacincia e astcia para conquistar y-mi
e sair vitorioso. Com efeito, y-mi esquece as recomendaes de Olodumare e
abusa de seu poder em relao a Orixal, sempre prudente. Finalmente y-mi
insiste para que vivam juntos em sua morada j que juntos vieram do orun e j que
Ogun est ocupado com suas ferramentas e suas guerras. Obarix concorda. Uma
vez na vivenda, adora sua cabaa com os gbn e bebe sua gua. Ele oferece a Od

que negligentemente aceita. A gua parece-lhe deliciosa e ela tambm come, com
Obatal, a carne dos gbn.
Obatal se queixa: ele lhe revela todos os seus segredos e ela continua a esconderlhe os seus. Oda o conduz ao ika, descobre para ele a vestimenta-smbolo de
Egungun. Quando Oda sai, ela apanha as vestimentas, as modifica, veste-as e,
tomando do paxan na mo, sa a percorrer a cidade. Sabe falar como os ar-run.
Todos reconhecem-no como o verdadeiro Egungun e o aclamam. Oda reconhece
"seus" panos e admite que Obarix torna presente Egungun melhor do que ela. Ela
ordena a seu pssaro de pousar no ombro de Egungun; com o ax de eleye, tudo o
que Egungun prognostica e diz se realizar. Egungun est completo. Eleye e
Egungun andaro juntos. Quando Obarix regressa, Oda entrega-lhe o poder de
manejar Egungun e se retira para sempre de seu culto. S eleye indicar seu poder
e marcar a relao entre Egungun e a y-mi.

V
LENDA DA SEPARAO DO RUN E DO IY
No tempo em que o iy e o run era limtrofes, a esposa estril de um casal de
certa idade apresentou-se em vrias ocasies a Orixal, divindade mestra da
criao dos seres humanos, e lhe implorou que lhe desse a possibilidade de gerar
um filho. Repetidamente Orixal se tinha recusado a atend-la. Enfim, movido pela
grande insistncia, aquiesce ao desejo da mulher, mas com a condio: a criana
no poderia jamais ultrapassar os limites do iy. Por isso, desde que a criana
deus seus primeiros passos, seus pais tomaram todas as precaues necessrias.
Contudo, toda vez que o pai ia trabalhar no campo, o pequeno pedia para
acompanh-lo. Toda sorte de estratagemas eram feitas para evitar que a criana
acompanhasse o pai. medida que a criana ia crescendo, o desejo de acompanhar
seu pai aumentava. Tendo atingido a puberdade, uma noite, ele decidiu fazer um
buraquinho no saco que o pai levava todos os dias de madrugada e de pr certa
quantidade de cinza no fundo. Assim, guiado pela trilha de cinza, conseguiu
localizar seu pai e o seguiu. Eles andaram muito tempo at chegar ao limite do iy
onde o pai possua suas terras. Neste exato momento, o pai apercebeu-se que
estava sendo seguido por seu filho. Mas este no pde mais deter-se, atravessou o
campo e, apesar dos gritos do pai e dos outros lavradores, continuou a avanar.
Ultrapassou os limites do iy sem prestar ateno s advertncias do guarda e
entrou no run. L, comeou uma longa odissia no decorrer da qual o rapaz gritava
e desafiava o poder de Orixal, faltando ao respeito a todos os que queriam impedilo de seguir seu caminho. Atravessou os vrios espaos que compem o run,
lutando contra uns e outros, at chegar ao ante-espao do lugar onde se
encontrava o grande Orixal a cujos ouvidos chegou seu desafio inslito. Apesar de
ter sido chamado a ateno vrias vezes, o rapaz insistiu at que Orixal, irritado,
lanou seu cajado ritual, o opaxoro, que atravessando todos espaos do run, veio
cravar-se no iy separando-o para sempre do run, antes de retornar s mos de
Orixal. Entre o iy e o run apareceu o snm que se estendera entre os dois.
O furuf, ar divino, que separa os dois nveis de existncia, o run da vida.

VI
LENDA DA CRIAO DO MUNDO
Quando Olorun decidiu criar a terra, chamou Obatal, entregou-lhe o "saco da
existncia", p-w, e deu-lhe as instrues necessrias para a realizao da
magna tarefa. Obatal reuniu todos os orixs e preparou-se, sem perda de tempo.
De sada, encontrou-se com Oda que lhe disse que s acompanharia aps realizar

suas obrigaes rituais. J no na-run, caminho, Obatal passou diante de Ex.


Este, o grande controlador e transportador de sacrifcios que domina os caminhos,
perguntou-lhe se j tinha feito as oferendas propiciatrias. Sem se deter, Obatal
respondeu-lhe que no tinha feito nada e seguiu seu caminho sem dar mais
importncia questo. E foi assim que Ex sentenciou que nada do que ele se
propunha empreender seria realizado. Com efeito, enquanto Obatal seguia seu
caminho comeou a ter sede. Passou perto de um rio, mas no parou. Passou por
uma aldeia onde lhe ofereceram leite, mas ele no aceitou. Continuou andando. Sua
sede aumentava e era insuportvel. De repente, viu diante de si uma palmeira Igpe e, sem se poder conter, plantou no tronco da rvore seu cajado ritual, o psr, e bebeu a seiva (vinho de palmeira). Bebeu insaciavelmente at que suas
foras o abandonaram, at perder os sentidos e ficou estendido no meio do
caminho. Nesse meio tempo, Oda, que foi consultar If, fazia suas oferendas a
Ex. Seguindo os conselhos dos Babalawo, ela trouxera cinco galinhas, das que tm
cinco dedos em cada pata, cinco pombos, um camaleo, dois mil elos de cadeia e
todos os outros elementos que acompanham o sacrifcio. Ex apanhou estes ltimos
e uma pena da cabea de cada ave e devolveu a Oda a cadeia, as aves e o
camaleo vivos. Oda consultou outra vez os Babalawo que indicaram ser
necessrio, agora, efetuar um eb, isto , um sacrifcio, aos ps de Olorun, de
duzentos gbn, os caracis que contm "sangue branco", "a gua que apazigua",
omi-r.
Quando Oda levou o cesto com gbn, Olorun aborreceu-se vendo que Oda ainda
no tinha partido com os outros. Oda no perdeu sua calma e explicou que estava
obedecendo as ordens de If. Foi assim que Olorun decidiu aceitar a oferenda e ao
abrir seu pre-od - espcie de grande almofada onde geralmente Ele est
sentado - para colocar a gua dos gbn, viu com surpresa, que no havia colocado
no p-Iw - bolsa da existncia - entregue a Obatal, um pequeno saco contendo a
terra. Ele entregou a terra nas mos de Oda para que ela, por sua vez, a
remetesse a Obatal. Oda partiu para alcanar Obatal. Ela o encontrou inanimado
ao p da palmeira, contornado por todos os orixs que no sabiam que fazer.
Depois de tentar em vo acord-lo, ela apanhou o p-iw que estava no cho e
voltou para entreg-lo a Olorun. Este decidiu, ento, encarregar Oda da criao da
terra. Na volta de Oda, Obatal ainda dormi; ela reuniu todos os orixs e explicoulhes que fora delegada por Olorun e eles dirigiram-se todos juntos para o run
ks por onde deviam passar para assim alcanar o lugar determinado por Olorun
para a criao da terra. Ex, Ogun, Oxossi e ja conheciam o caminho que leva s
guas onde iam caar e pescar. Ogun ofereceu-se para mostrar o caminho e
converteu-se no Asiwaj e no Olln - aquele que est na vanguarda e aquele que
desbrava os caminhos. Chegando diante do p-run-on-iy, o pilar que une o
run ao mundo, eles colocaram a cadeia ao longo da qual Oda deslizou at o lugar
indicado por cima das guas. Ela lanou a terra e enviou Eyel, a pomba, para
esparram-la. Eyel trabalhou muito tempo. Para apressar a tarefa, Oda enviou as
cinco galinhas de cinco dedos em cada pata. Estas removeram e espalharam a terra
imediatamente em todas as direes, direita, esquerda e ao centro, a perder de
vista. Elas continuaram durante algum tempo. Oda quis saber se a terra estava
firme. Enviou o camaleo que, com muita precauo, colocou primeiro uma pata,
tateando, apoiando-se sobre esta para, colocou a outra e assim sucessivamente at
que sentiu a terra sob suas patas.
Quando o camaleo pisou por todos os lados, Oda tentou por sua vez. Oda foi a
primeira entidade a pisar na terra, marcando-a com sua primeira pegada. Essa
marca chamada es ntaiy Oddw.
Atrs de Oda vieram todos os outros orixs colocando-se sob sua autoridade.
Comearam a instalar-se. Todos os dias Orunmil - patro do orculo If consultava If para Oda. Nesse meio tempo Obatal acordou e vendo-se s sem o
p-iw retornou a Olorun, lamentando-se de ter sido despojado do p. Olorun
tentou apazigu-lo e em compensao transmitiu-lhe o saber profundo e o poder

que lhe permitia criar todos os tipos de seres profundo e o poder que lhe permitia
criar todos os tipos de seres que iam povoar a terra.

VII
ITAN TI SETILU
Setilu foi uma criana que nasceu cega. Lamentando a sorte ficaram na dvida em
sacrificar ou poupar-lhe a vida a fim de diminuir a carga familiar. Os sentimentos
paternos foram mais fortes e a criana foi poupada. Cresceu como uma criana
extraordinria plos seus dotes de adivinhao. Aos cinco anos de idade j
exercitava seus dotes, predizendo que lhe visitaria e com que objetivo. E sua
capacidade foi crescendo com trabalhados de magia e cura. No comeo de sua
prtica usou dezesseis pedrinhas para o ato da consulta, conquistando o respeito e
admirao de todos. Alguns se tornam seus adeptos e seguidores, mesmo os
sacerdotes mais afamados da regio. Em razo disso, os maometanos resolveram
expulsar Setilu da regio. Assim, Setilu cruzou rio Nger e seguiu para Benin,
permanecendo algum tempo na cidade de w, da para d. Depois migrou para
Il if, ficando a permanentemente. Logo se tornou famoso. Impressionando a
todos e adquirindo confiana quase que absoluta, procurou modificar certos
costumes, entre eles o de abolir as marcas tribais - il - feitas na face das pessoas,
uma vez que esse tipo de corte no rosto no era feito em Tp, terra de Setilu.
Com o tempo, os coquinhos, as peas de ferro e as bolsas de marfim foram
sucessivamente usadas, ao invs de pedrinhas. Atualmente, os coquinhos passaram
a ser usados por serem considerados uma forma de conciliao, pois os outros
mtodos exigem custosos sacrifcios e at sangue humano.
Setilu iniciou vrios seguidores nos mistrios do culto a If, e ele se tornou
gradativamente o orculo de consulta de toda a nao yorub. O sistema
empregado para a prtica da consulta ainda o mesmo dos dias atuais, e ser
examinado mais adiante.
Um outro relato de oficializao do culto a If foi feita pelo rei Ofiran, filho de
Ongbgi.
ngbgi era um dos filhos do Alfin Olso com Argb-If, mulher oriunda da
cidade de t. Ela estava ausente quando Ongbgi ascendeu ao trono pela morte
do pai, e voltou para assisti-lo no seu governo com seus conselhos. Sendo muito
superticiosa e desejando que seu filho tivesse um reinado duradouro e prspero, ela
o aconselhou a introduzir o culto a If em y, como uma divindade nacional.
Inquirida sobre as oferendas necessrias para If, ela respondeu que eram 16 kt
(espcie de roedor do tipo de rato), 16 bolsas de conchas (bzios), 16 peixes, 16
galinhas, 16 pedaos de tecido e 16 porcos. Diante disto, o conselho da cidade
rejeitou a idia, por no concordar em adorar coquinho. Argb-If retorna para t
acompanhada de seus adeptos, levando todas as peas utilizadas no culto: aj,
opn, ajere, sn e rk. Chegam cidade chorando muito e se lamentando pela
deciso. Indagados sobre a razo do choro, contam o que havia acontecido. O
soberano da cidade de d tomou conhecimento e convidou todos a morar com ele.
E dessa convivncia surgiu a curiosidade do conhecimento das coisas de If. O
soberano, Ald, acabou sendo iniciado nos mistrios, com o que lhe foi conferido,
igualmente, o direito de iniciar outras pessoas. Algum tempo depois, no reinado
seguinte de y, quando decidiram adotar o culto a If, foi esse Ald que foi
cidade fazer a iniciao das pessoas nos mistrios, ritos e cerimnias do culto a If.

VIII

ITAN TI OB
Olfin, "O Senhor das Leis", um dos ttulo de Oldmar, decidiu um dia visitar a
terra e ver de perto como as coisas andavam. Em sua caminhada conheceu um
homem que se chamava Ob, e que lhe impressionou muito por ser ele uma pessoa
muito justa, sem orgulho e pretenses, e sem nenhuma vaidade.
Ento Olfin decidiu que Ob deveria viver muito alto, vestido de branco por fora e
por dentro, que sua alma seria imortal e que trabalharia para ele. Em seguida,
Olfin lhe apresentou Ex, e entre ambos surgiu grande amizade, sendo que os
amigos de um passaram a ser amigos do outro. O pobres, os ricos, os corretos, os
desajustados, todos eram amigos de Ex.
Com o correr do tempo, Ob, do alto de sua branca posio, comeou a se tornar
vaidoso e cheio de si. O orgulho tomou conta dele, que passou a evitar as pessoas
que lhe eram inferiores; at Ex ele evitava, devido as suas amizades que no
agradavam Ob.
Desejando celebrar uma festa, Ob convidou Ex e pediu-lhe que evitasse convidar
suas amizades. Ex, que havia notado a mudana de comportamento de Ob,
convidou os poderosos e ricos, mas tambm os vagabundos e miserveis da cidade.
Quando Ob chegou em casa e viu aquela gente estranha, ficou irado e perguntou:
"Quem convidou esta gente minha casa?" Todos responderam: "Foi Ex".
Ob se enfureceu e expulsou a todos, dizendo que no admitia vagabundos em sua
casa. Ex chegou no momento em que todos saam, dizendo que Ob era vaidoso e
ingrato. Em seguida, saiu acompanhando seus amigos.
Compreendendo o que havia feito, Ob tentou reconsiderar, dizendo que havia se
equivocado ao tratar daquela forma os amigos pobres de Ex. Tratou de pedir
perdo; Ex, porm, no lhe fez caso, seguindo o seu caminho.
Certo dia, Olfin convocou Ex sua presena e pediu-lhe que levasse um recado
para Ob, porm Ex se recusou, e, ao ser inquirido sobre a razo da recusa de ir
casa de seu amigo, respondeu-lhe que Ob havia mudado de comportamento,
tornara-se muito vaidoso e se recusava a receber em sua casa os pobres e os
humildes. Olfin escutou em silncio o relato de Ex, e, quando este terminou-lhe
disse: "Vou ensinar uma lio a Ob."
Usando de um disfarce, Olfin foi at a casa de Ob. Tocando a porta, foi recebido
por Ob, que no lhe reconheceu, e foi dizendo para se afastar dali, que ele no
dava esmolas a ningum. Olfin, ao ouvir aquilo, firmou a voz e lhe disse: "Olhe
para mim! Veja quem sou eu!"...
Ob, diante da presena de Olfin, tratou de corrigir-se alegando um engano. Olfin
ento falou: "Eu lhe acreditava um homem honesto, ntegro e bom, sem falso
orgulho ou vaidade, por isso o fiz branco por todos os lados e com esprito imortal.
Parece que de viver to alto, sua cabea chegou s nuvens. Mas vou corrigir tudo
isso. Voc, a partir de agora, viver no alto, mas s que no alto das rvores, porm
caras e rolars por terra, para que aprendas que por mais elevado que uma pessoa
esteja, tambm poder cair por terra. Voc se vestir de verde por fora e branco por
dentro, mas algumas vezes ser negro. Quando aprender a corrigir seus erros, eu o
perdoarei. At l, voc dever servir a todos os orixs e ajudar a predizer o futuro
a todos que desejarem saber, tanto os ricos como os pobres e necessitados, sem
distino social ou de cor".

IX

LENDA DO SURGIMENTO DOS ORIXS


Do consrcio de Obatal, o cu, com Oddw, a terra, nasceram dois filhos,
Aganju, a terra firme, e Iyemoja, as guas. Desposando de Aganju, Iyemoja deu
luz Orugan, o ar, as alturas, o espao entre a terra e o cu. Orugan concebe
incestuoso amor por sua me e, aproveitando a ausncia do pai, raptou-a e a
violou. Aflita e entregue ao violento desespero, Iyemoja desprende-se dos braos do
filho, foge alucinada, desprezando as infames propostas da continuao s ocultas
daquele amor criminoso. Persegue-a Orugan, mas , prestes a deitar-lhe a mo, cai
morta Iyemoja. Desmesuradamente cresce-lhe o corpo e dos seios monstruosos
nascem dois rios que adiante se renem, constituindo uma lagoa. Do ventre enorme
que se rompe, nascem:
Dad, deusa ou orix dos vegetais,
Xang, deus do trovo,
Ogun, deus do ferro e da guerra,
Olkun, deus do mar,
Olox, deus dos lagos,
Oy, deusa do rio Nger,
Oxun, deusa do rio Oxun,
Ob, deusa do rio Ob,
Ok, orix da agricultura,
Oxossi, deus dos caadores,
Ok, deus das montanhas,
Aj-Xaluga, deusa da riqueza,
Xaponan, deus da varola,
Orun, o sol,
Oxup, a lua..

X
ITAN TI BK
Um caador estava no local limite entre o run e o iy, e ali ouviu as promessas de
trs bk ao Onbod quanto aos seus destinos e a poca exata de suas mortes e
consequente retorno ao run.
Um deles prometeu que deixaria o mundo assim que o fogo utilizado por sua me
para preparar sua comida se apagasse por falta de lenha. O outro bk disse que
iria morrer quando o tecido usado por sua me para carreg-lo nas costa se

rasgasse. Ela ia cair e morreria. A terceira, que era uma memina, morreria no dia
em que seus pais lhe autorizassem a casar e ir morar com o marido.
O caador saiu dali e foi visitar as trs mes no momento em que elas estavam
dando luz os filhos bk. Aconselhou primeira que no deixasse a lenha
queimar inteiramente sob o pote que cozinharia os legumes para seu filho;
segunda, que no deixaria rasgar o pano que ela usaria para carregar o filho nas
costas, usando um reforo; terceira, que no especificasse o dia e hora em que
sua filha deveria ir viver na casa de seu futuro marido.
As trs mes, ento, foram consultar um Babalawo, que lhe recomendou que
fizessem, respectivamente, as oferendas de um tronco de bananeira, de uma cabra
e de um galo, que impediriam os trs bk de manter o compromisso de morrer
nas datas em que haviam sido ditas ao Onbod. Com o tronco de bananeira cheio
de seiva no fogo, o calor permaneceria, mas o fogo se apagaria, e o bk, vendo o
calor no se apagava, concluiria que o momento no seria aquele para a sua
partida; a pele de cabra oferecida serviria para reforar o tecido que no rasgaria e
a criana no cairia no cho para morrer. Para a ltima criana, os pais no
deveriam dizer nada com relao ao momento de viver com o marido, enviando-a
para a casa dele sem nada anunciar.
Com isto, os trs bk no puderam mais manter a promessa porque as
circunstncias que deveriam anunciar suas partidas no se realizaram da forma
como foi estabelecida. E assim seguiram um outro caminho em sua vida terrena.

XI
ITAN TI ALUKS
Um certo Aluks teve toda uma vida de misria at os 40 amos de idade, quando
decidiu se suicidar. Em sua tentativa, ele apenas desfaleceu e se viu diante de
Onbod, o guardio da entrada entre o run e o iy, que lhe perguntou por que
estava ali se no era aquela a sua hora? Aluks, ento, lhe fez um relato de sua
vida. Quando terminou, Onbod lhe pediu que ficasse numa sala e o intruiu para
ficar ouvindo as coisas que iam acontecer. Depois de algum tempo, ele ouviu vozes
de pessoas que estavam no mundo e haviam chegado. Ouviu vrios relatos de cada
uma sobre seu destino, e como ele foi selado por Onbod. Quando todos haviam
ido embora, Onbod cantou:
Aluks - iy Aluks do mundo
S o ngb o? Vocs estavam ouvindo?
Bi iy se nye m r o assim que se organiza
a vida no mundo
Dessa forma, Aluks tomou conhecimento de que as coisas que lhe iam acontecer
na Terra estavam de acordo com o seu destino. Depois, Onbod lhe mostrou um
local em que havia grande quantidade de gado e bens terrestres, dizendo que tudo
aquilo seria seu aps os 40 anos de idade, de acordo com o que foi determinado
pelo seu destino. Mas agora ele estava privado de todo o seu futuro devido sua
impacincia.
Aluks caiu em prantos e pediu a Oldmar que lhe concedesse mais 10 anos de
vida, nos quais poderiam usufruir da fortuna que lhe fora destinada...

XII
LENDA DA FUNDAO DE OSOGBO
Trs caadores, Gbaemu, Balogun e Aramoro foram a um bosque perto da
localidade de Ede para matar animais, eranko, quando em dado momento prximo
ao rio escutaram um som sobrenatural que lhes dizia "Oso igbo... Oso igbo .. o pele
o rora o".
Os trs caadores assustados, correram para suas casas. Passados trs dias
resolveram voltar ao mesmo local e, tornaram a ouvir o mesmo som e as mesmas
palavras.
Indignados resolveram consultar If, para saber o porque do som e quem estava
provocando aquele acontecimento, at ento, fantasmagrico. If respondeu-lhe
que o som de Irunmale e de Oxun que ficassem perto dele, pois o mesmo iria ajudalos.
Passado algum tempo, os trs caadores, conforme haviam prometido a If,
tranfeririam-se com suas familias para o local onde haviam ouvido o som e para
consolidar a promessa, contruiram suas casas e ficaram morando no bosque com
suas familias.
A liderana do grupo foi entregue a Balogun, por ter sido o primeiro dos caadores a
ouvir o som. Com a morte de Balogun, a liderana do grupo foi transferida familia
de gbaemu e, posteriormente, a familia de Aramoro.
O grupo cresceu e j se tornara um grande conglomerado de familias quando If,
consultado, determinou que o primeiro som ouvido plos caadores, "Oso igbo o",
seria o nome da localidade.
Por outro lado, If determinou, tambm que a comunidade teria de professar o culto
a Deusa Oxun.

XIII
A PENA DO EKODID
Existia numa aldeia uma sociedade s de mulheres virgens. Essas mulheres eram
compradas por homens de posse s para casar com reis e prncipes, e elas
passavam por ensinamento das ancis. Existia, nesta aldeia, uma mocinha muito
pobre e feia. Seu pai vivia muito triste e, um dia, disse:
- Eu sei que nunca vou achar um comprador para voc, Por isso vou te levar eu
mesmo para o ensinamento das ancis.
A menina ficou muito triste, chorou e foi deitar. Ento, chegou uma mulher muito
bonita sua cama, com uma cuia tampada na mo, e disse:
-Olhe, amanh dia dos compradores virem. Eles vm trazendo um prncipe para
ele mesmo escolher uma mulher. Tem aqui ossum, waji, obi e ekodid. Voc come o
obi e o resto passa no corpo. A pena de ekodid voc coloca na testa como enfeite.
Fique na janela, porm no diga nada a seu pai, pois ele vai para a roa e no deve
saber.
A mulher entregou-lhe a cuia e a mocinha tornou a pegar no sono.

De manh, deixou o pai sair e fez tudo como a mulher mandou. Atou a pena na
testa com uma iko, uma palha da costa. Neste momento, vinha passando uma
caravana com o prncipe. Ele olhou para a janela e, vendo a mocinha, ficou
encantado.
-Que coisa linda! Ser que o que estou vendo?
Chegou perto da janela:
- Minha iya! Minha noiva! Todos ficaram boquiabertos e ajoelharam-se em frente
janela, admirados com tanta beleza e com a luz que emanava da bela donzela.
O pai da menina veio chegando e o prncipe fez a oferta de casamento. At o pai
ficou admirado com tanta beleza. O casamento foi no outro dia e, quando ela foi
dormir, sonhou que outra vez chegava junto sua cama a mulher, que lhe dizia:
- Olha, eu sou Oxum. Voc minha filha! e sumiu.
E a menina tornou-se princesa.

XIV
A MULHER QUE SABIA DEMAIS
Existia uma mulher que achava que tudo quem mais sabia era ela. Uma amiga lhe
disse:
- Mulher, tira essa mania de tudo voc dizer que sabe mais do que os outros.
Os amigos e a vizinhana j andavam aborrecidos com ela e no queriam mais
conversa, pois s ela sabia de tudo e sempre tinha razo. De certa feita, armaram
uma cilada para desmascar- la.
- Olha, vai haver uma festa na cidade e todos ns fomos convidados. E voc?
perguntaram mulher.
- Ah!- ela logo gritou Eu estou sabendo, pois at me chamaram para sair na frente
da carroa pois, naquele tempo, no havia carro.
A, algum logo disse:
Mas ser que voc sabe que quem chegar primeiro praa, e com o vestido mais
engraado, vai Ter um prmio?
- Eu sei! E j tenho uma idia ela logo respondeu.
Ento ela foi para a sua casa e comeou a fazer a fantasia, a mais horrenda
possvel. E arrumou a sua carroa, mas ao mesmo tempo ficou matutando:
- Eu no vejo ningum falar nada... Hum... Mas, como competio, t certo!
No dia da festa ela levantou cedo, se arrumou e foi para a praa, que j estava
cheia. Ela comeou a desconfiar de que tinha cado numa armadilha, e perguntou:
- Como que ? No vai haver competio?

E a todos comearam a rir e a vai-la


- mulher! Voc no sabe tudo? Como voc no sabia do que ns armamos para
voc? Pois tudo aquilo que ns lhe falamos, voc diz logo "Eu j sei!" E no assim!
Ningum sabe tudo. s vezes, ns temos que recorrer aos nossos irmo, pois quem
sabe tudo Olorum. Tanto assim, que ele criou a ns e a voc. Isto vai lhe servir de
exemplo.

XV
O COLHEDOR DE FOLHAS
Antigamente, no existiam tantos mdicos e era muito difcil para a pessoa pobre
conseguir tratamento. O que se usava nos tratamentos eram folhas e as razes.
Graas a Olorum e Ossim, este hbito milenar est voltando.
Nestes tempos, existia um homem que vivia de apanhar ervas para vender. Ele ia
chegando, entrava no mato, no pedia licena e no tinha dono. Ele comeou a
sentir dificuldade de encontrar certas folhas de grande utilidade. Ele comeou a
ficar cabreiro e a achar que alguma coisa no ia bem.
Existia, perto dali, uma Tia africana, e ele foi se queixar a ela:
Olha Tia, eu sempre tirei folha para vender, mas agora eu entro no mato e no acho
nada. At parece que algo de ruim est para acontecer. Tropeo em cobra,
marimbondo me morde, os mosquitos me pegam, a tiririca me corta. At parece
coisa mandada.
A velha estava calada, s escutando. Quando ele acabou de contar, ela disse:
- Voc gostaria que algum entrasse em sua casa, apanhasse o que seu, chegasse
em sua plantao, colhesse tudo e sasse sem lhe dar satisfao? Pois isto a! O
dono dos matos no est gostando da sua ousadia. Entretanto na sua casa sem
pedir licena e saindo sem dar satisfao!
- Veja! Mato Tem dono! respondeu ele com uma risada.
- No ria, pois o pior pode vir a lhe acontecer. Experimente entrar mais uma vez
para colher folhas sem levar um agrado nem pedir licena respondeu a africana.
Ele ficou com medo e disse:
- Tia, me socorre, pois eu tenho filho para criar.
- T com medo?
- Eu estou. Se assim como a senhora falou... disse o homem.
A velha viu que ele estava falando a verdade e se levantou. Apanhou um cachimbo,
uma garrafa de cachaa, um punhado de milho, um pedao de fumo, um fsforo,
uma vela, e um coit.
- Vai. Leva isso e ainda essa moeda, entra e pede ag a Ossim. A partir desse dia o
catador de folhas passou a pedi ag, licena a Ossim, e toda vez que ele ia para o
mato, levava uma oferenda. Assim, ele voltou a encontrar as folhas que ele
buscava.

XVI
IY MI, A ME ANCESTRAL
Existia antigamente, uma mulher de uma idade j avanada que teve um menino e,
no ato de partir, morreu indo para junto das mes ancestrais. L chegando, a
mulher ficou muito triste pr ter deixado o filho recm-nascido, precisando mamar.
Contam muitos casos de Iy Mi como m, mas em tudo existe o mal e o bem. Um
tem cumplicidade com o outro e, s vezes, o bem vence o mal. Foi o que aconteceu
com Iy Mi aquele dia. Ela chamou a mulher e disse: - Olha, ns aqui, quando
samos do mundo, chegamos aqui e temos de esquecer tudo. Mas como voc est
assim, triste com seu filho, eu vou lhe fazer virar uma coruja e voc vai se assentar
na cumeeira da casa que foi sua e ficar esperando. Quando no tiver ningum no
quarto, voc se vira em uma mulher e amamenta seu filho. Isto acontecer todos os
dias at que ele fique forte e mais criado.
Assim a mulher fez, at que o menino no quis mais pegar no peito. Todos diziam:
- Engraado, esta coruja todo dia ela senta em cima desta casa. Parece at agouro.
Mas nunca desconfiaram de que ela era uma me ancestral. Assim ela de foi para o
Orun, para o cu, para nunca mais voltar. S em casos de grandes necessidades
que elas vm aqui.

XVII
O CAROO DE DEND
Quando o mundo foi criado, o caroo de dendezeiro teve uma grande
responsabilidade dada pr Olorum, a de guardar dentro dele todos os segredos do
mundo. No mundo Iorub, guardar dentro ele todos os segredos do mundo. No
mundo Iorub, guardar segredos o maior Dom que Olorum pode dar a um ser
humano. pr isso que todo caroo de dend que tem quatro furinhos o que tem
todo o poder. Atravs de cada furo, ele v os quatro cantos do mundo para ver
como vo as coisas e comunicar a Olorum. E mais ningum pode saber desses
segredos, para no haver discrdia e desarmonia. pr meio dessa frmula que o
mundo tem seus momentos de paz. Existe tambm o caroo de dend que tem trs
furos, mas a esse no foi dada a responsabilidade de guardar os segredos.
Existe uma lenda que diz que Exu, com raiva desta condio que Olorum deu ao
coco dendezeiro de quatro furos, quis criar o mesmo poder de ver tudo sua moda,
com brigas e discrdias. Ele chamou o coco de dend de trs furos e disse.
- Olhe, de hoje em diante, eu quero que voc me conte tudo o que v.
A o dend lhe respondeu:
- Como? Se eu s tenho trs olhos e no quatro, como meu irmo, a quem Olorum
deu este poder?
- Ousas me desobedecer a dend? disse Exu aborrecido.
- Sim! Tu no s mais do que aquele que responsvel pela minha existncia e a
tua respondeu o coco de dend.
Dizendo isto, sumiu. E Exu, desta vez, no foi feliz na sua trama.

XVIII

O HOMEM QUE SE CASOU E QUERIA TER FILHOS


Existia num lugarejo um homem que se casou e tinha uma vontade danada de que
sua mulher parisse. Mas o deu lugar onde eles moravam era muito difcil encontrar
uma aparadeira, uma parteira.
Quando a mulher dele engravidou, o povo comeou a lhe dizer:
- Fulano, sua mulher j est muito velha para parir.
- Que nada. Eu tenho f em Nan que tudo vai dar certo disse ele, pois era devoto
de Nan. :
Quando estavam chegando os nove meses, o homem sonhou que Nan mandava
sua mulher sentar na beira de uma Quarta- de- milho de farinha, que uma caixa
de madeira que no interior se usa para medir farinha, feijo, arroz, milho e cereais.
Nan mandava que , depois de sentar com as pernas abertas, a mulher forrasse o
cho com bastante pano, e que ele desse uma garrafa a ela para assoprar. Ele, com
um chapu de palha na cabea deveria dizer assim:
Na Quarta tu te senta, a garrafa vai assoprando,
Com chapu eu te abano, e o filho tu vai botando,
Em nome de Nan, que vai te ajudando.
Assim eles fizeram. Ento a mulher pariu, e ele mediu trs dedos e cortou o umbigo
da criana. O homem enterrou a placenta com cuidado no quintal, com jeito para
no botar emborcada. A criana se tornou um lindo menino, que ele deram a uma
senhora que morava ali perto para batizar. Essa senhora no tinha filhos e era
iniciada de Nan. At hoje, essa senhora muito feliz, pr Ter esse afilhado, e o pai
satisfeito pr Nan ter ajudado a sua mulher a parir.

XIX
O MENINO QUE TINHA MUITO SABER
Um homem tinha um filho que era dotado de grande sabedoria. O menino era muito
respeitado pr todos, mas seu pai dizia:
- Menino, voc pra, que eu no quero ver voc envolvido nestas coisas de
adivinhao.
Mas moleque cada vez mais adquiria poderes. Vinha gente de longe para ouvir suas
palavras e seus ensinamentos. Um dia ele acordou e disse para seu pai, que era
lenhador: - Pai, esta noite tive um sonho com um velho que me dizia que tinha visto
atravs dos bzios que hoje Quinta feira, e que o senhor no deve cortar
madeira, que algo muito ruim vai lhe acontecer.
O homem deu uns cocorotes no menino e foi para a mata trabalhar, sem se
importar com o aviso. L chegando, foi cortar uma rvore. Perto desta rvore,
quando ele comeou a trabalhar, veio um vulto a espreit-lo, e que fazia:
- ooi! oi!
Ele ouvia isto toda vez que ele suspendia o machado para cortar a rvore.

- Ah! Isso iluso. Eu estou com as maluquices daquele menino na cabea. Vou
continuar meu trabalho, pois no so essas maluquices que vo me dominar.
Bateu o machado e cortou a rvore. A mesma caiu sobre as suas pernas e o
machucou bastante. O filho, que estava em casa, teve um pressentimento, pois no
viu o pai chegar. Ele andou at a mata e o encontrou desmaiado com a rvore em
cima das pernas. Chamou a vizinhana, que o levou para casa, mas o lenhador ficou
paraltico. Isto o preo pago pelas pessoas que, s vezes, no ouvem um
conselho, e pensam que elas so sbias. Todo ser aqui na terra habita tem a sua
hora. As rvores tambm tm suas. Elas so responsveis pelo progresso da me
natureza e no devem se molestadas.

XX
OY SEJU
Oy Seju era uma negrinha muito sapeca que era criada por uma mulher muito
severa. A mulher no deixava Oy Seju parada, era Oy Seju pra l, Oy Seju pra
c.
- Oy Seju lava loua!
- Oy Seju vai feira!
- Oy Seju passa roupa! - Oy Seju apanha meu saco de costura!
Oy Seju j vivia danada, e suas perninhas sempre finas. Eram to finas que
pareciam um graveto.
Um dia, a senhora virou e disse:
- Olha negrinha, eu vou te dar esse pote de mel voc ir vender. S me aparea
quando vender tudo.
L se foi a sapeca negrinha com o pote na cabea. Perto dali, morava um negrinho,
capetinha como ela, e os dois quando se encontravam pintavam o sete. Neste corre
para c, corre para l, quebraram o pote de mel. A, os dois se puseram a chorar.
Ento, veio de l o gamb todo sujo de mel, com o corpo cheio de folhas, e viu os
dois sentados na beira da estrada chorando. O gamb logo se condoeu e perguntou,
pois, neste tempo os bichos falavam:
- O que houve com vocs que tanto choram?
- Eu querei o pote de mel que minha sinh mandou vender, mas o culpado foi esse
capeta, pois eu sou uma boa menina disse Oy Seju.
O gamb olhou assim para ela, desconfiado, e comeou a rir dizendo:
- Eu sei. Pelos seus olhos e sua cara, j vi que voc um anjo! S falta a asa. Mas
eu estou com pena de vocs, e sei onde vocs podem arrumar mel. S digo se
voc, negrita, falar a verdade. Vocs So irmos?
A moleca logo gritou:
- Eu l sou irm deste moleque? Voc veja, o nome dele Idjebi. Que nome feio
este!

O gamb lhe disse:


- Voc sabe o que quer dizer o nome dele? Quer dizer "sem culpa", e ele um
menino bom. At agora, eu s ouvi voc condenar ele, e ele assumindo a culpa. E
voc a com essa cara de santa! Olha, eu s digo onde tem o mel se voc tambm
assumir a culpa. Do contrrio, eu deixo voc apanhar.
A negrinha levantou e disse:
- Olha, seu gamb, fui eu que chamei ele para brincar. A derramamos o mel.
- Olha, a casa da comadre abelha aqui perto. Ela muito caridosa e trabalhadeira.
Ela d o mel a voc. Num instante, ela faz outro. Mas no diz a ela que fui eu, pois
eu no posso aparecer, porque toda noite eu vou l roubar o seu mel disse o
gamb.
O gamb ensinou como chegar casa da abelha, e l se foram eles.
A abelha, que era muito boa, deu o mel, nem vendeu. A negrinha foi para o
mercado, vendeu todo o pote de mel e levou o dinheiro para sua senhora.
Sabe, essa histria coloca que a gente nunca deve tirar da nossa culpa e botar no
nosso irmo. Logo, Oy Seju estava errada e Ibjebi, por ser um bom menino, no a
condenou em nenhum momento.

XXI
ARAMA
Esta histria eu dediquei a arama, que um peixe que tem a boca torta. Eu vou
contar uma histria sobre uma filha de Yemanj muito teimosa.
Existe um peixe que tem a boca torta. Ele chato, e um dos maiores ews de
Yemanj. Ew quer dizer quizila. Um dia, o marido dessa filha de Yemanj trouxe
uma enfieira de arama. Enfieira uma vara fina que voc enfia na guelra do
peixe e vai botando um a um para ficar mais fcil para carregar. Quando ela viu o
marido com a enfieira de arama ficou contente, pois ela era louca por peixe.
-Ah! Graas a Deus! Graas a Olorum! Hoje eu vou comer peixe.
Ela Sabia que este peixe quem de Yemanj no come, mas, por teimosia, fez uma
moqueca com bastante azeite-de-dend e azeite-doce.
Ela fez a moqueca e deixou em cima do fogo para esfriar, e foi lavar a roupa
enquanto o arroz e o feijo cozinhavam. Ela, ento, comentou com a vizinha:
-Olha, eu no lhe disse que esse negcio de ew inveno, iluso? Eu fiz a
moqueca... Limpei o peixe, temperei... Ta cheirando. Voc t vendo o cheiro?
A vizinha disse:
-T. Ta me cativando. Eu acho que eu vou comer com voc.
Quando ela acabou de lavar a roupa, que foi destampar a panela dos aramas
para comer, os aramas estavam todos vivos, mexendo os olhos e a boca. Elas
saram correndo, tanto ela quanto vizinha, e no comeram o peixe. Tudo isto pra

voc ver, cada qual no seu cada qual! Se a pessoa tem o seu orix, tem que
respeitar o ew daquele orix para no criar complicao para si mesmo.

XXII
COMO ORUNMILA ALIMENTOU OS PRIMEIROS SERES HUMANOS
y Sandra Medeiros Epega
Olodumare, o deus criador, olhou Ilu Aiye, o planeta Terra, e viu apenas a terra, a
gua, os montes e vales. Era um local vazio, e ele chamou Orunmila, tambm
chamado Ibikeji Olodumare, a segunda pessoa aps Olodumare. Disse a ele:
Prepare seus instrumentos de adivinhao, consulte o orculo If. Quero que a Terra
seja povoada de homens e mulheres, que tero muitos filhos.
Orunmila consultou os ikin e falou que os homens precisariam comer para
sobreviver na Terra. Olodumare disse: "Beeni" (muito bem), e mandou que Orunmila
perguntasse aos Orix quem saberia o que seria dado aos homens. Exu disse que
ele sabia qual a comida que os homens comiam. Os primeiros seres humanos
chegaram a Ilu Aiye e Exu deu a eles madeira para comer. Em uma semana
estavam todos de volta ao Orun. Quando Olodumare viu os homens de volta, disse:
Mas j voltaram to cedo? O que aconteceu?
Os homens responderam que Exu dera a eles madeira para comer, que suas
barrigas tinham furado, e todos eles tinham morrido. Olodumare disse: "Beeni".
Chamou novamente Orunmila e disse a ele que perguntasse aos Orix quem
saberia o que se dava de comer aos homens. Obatala, rei das roupas brancas, e
Yemoja, rainha das guas rasas do mar, disseram que eles iriam cuidar disso.
Homens e mulheres voltaram Terra , e Obatala e Yemoja deram a eles gua pura e
fresca para beber. Em uma semana estavam todos de volta ao Orun. Quando
Olodumare viu os homens novamente ali, perguntou: Mas j voltaram to cedo? O
que aconteceu desta vez?
Os homens responderam que Obatala e Yemoja deram a eles muita gua fresca
para beber. Seus corpos derreteram e eles voltaram ao Orun. Olodumare disse:
"Beeni". Chamou Orunmila e disse a ele que consultasse novamente o orculo If,
que desta vez os homens s viriam morar no Ilu Aiye quando houvesse certeza de
que haveria para eles comida com fartura, para que s voltassem ao Orun na hora
certa, depois de uma vida longa e proveitosa, plena de realizao e alegria,
deixando em Ilu Aiye filhos e netos.
Orunmila respondeu a Olodumare que havia no Orun um ser estranho, chamado
Osanyin, que poderia resolver o problema. Osanyin foi chamado, e prontamente
jogou para Ilu Aiye muitas cabaas cheias de sementes de gros, de frutas, de
favas, de todo o tipo de vegetao que hoje cobre o mundo. Jogou primeiro plantas
de crescimento rpido, como"ewa", o feijo, "agbado", o milho, "ewe tete", o
caruru, "yanrin", a verdura, para que os homens tivessem o que comer logo que
chegassem Terra. E nesse atirar de sementes, tambm Osanyin caiu na Terra, e l
brotou e ficou morando, um ser estranho como um tronco, um p de pau, sem pai
nem me, um ser da Terra, folha e tronco ele tambm.
Os homens vieram ento em definitivo, e se alimentaram das comidas nascidas das
sementes do Orun. Comeram o que os Orix comem, compartilharam seu cardpio
e seus gostos, muita pimenta, muito inhame, muito milho, frutas e verduras,
cebolas e tomates. E beberam muita gua fresca, emu (vinho de palma) e shekete
(cerveja de milho).

Olodumare ficou feliz e disse aos Orix: Os homens moraro em Ilu Aiye, e nos
adoraro. Tero muitos filhos e sua descendncia povoar a Terra. Tambm para l
enviaremos animais, que os seres humanos sacrificaro para ns, durante os Ebo
Etutu. A carne destes animais ser cozida em uma boa sopa bem apimentada, que
os homens nos oferecero com muito eb e iyan,e juntos compartilharemos este
alimento pleno de Ax. E em alguns anos as rvores de obi daro frutos e
comeremos juntos o obi semanal.
E, em terra yorub, os pais contam aos filhos este Itan If, e dizem a eles que
quando um homem acorda (chega ao Ilu Aiye), primeiro ele pega um pedao de
madeira e esfrega nos dentes (madeira especial chamada Pako, com propriedades
anti-inflamatrias e antispticas, que substitui a escova de dentes), depois enxgua
a boca com muita gua fresca. S ento que vai se alimentar, sempre chamando
os Orix para compartilhar sua comida, com a frase: "Wa ba wa jeun, Oluwa" (venha
comer conosco, Deus).
AX, AX, AX!

XXIII
ANANSI E A TARTARUGA
Um dia, Anansi, a aranha, colheu alguns inhames na sua horta. Ela os cozinhou com
muito cuidado e eles ficaram cheirando deliciosamente. Ela no podia esperar para
sentar e com-los.
Nesse momento bateram sua porta. Era a Tartaruga, que tinha viajado o dia
inteiro e estava muito cansada e faminta.
"Ol, Anansi", disse a Tartaruga. Eu estou caminhando h muito tempo e senti o
cheiro delicioso dos seus inhames. Voc seria to bondosa a ponto de dar-me um
pouco?
Anansi no pode recusar, como era costume no seu pas, dividir a sua comida com
as visitas. Mas ela no ficou muito feliz pois queria comer todos aqueles deliciosos
inhames sozinha.
Ento Anansi bolou um plano.
- Por favor Tartaruga, entre. Eu ficarei honrada de t-la como minha convidada esta
noite. Sente-se e sirva-se voc mesma.
A Tartaruga entrou e sentou-se. No momento em que ela ia se servir dos inhames,
Anansi falou:
- Tartaruga, voc no sabe que a gente no deve se sentar mesa com as mos
sujas?
A Tartaruga olhou para suas mos e viu que elas estavam bem sujas. Ela tinha
estado a caminhar e no tinha tido a oportunidade de limp-las.
A Tartaruga levantou-se e foi at ao rio para lavar as mos. Ela caminhou de volta
casa e Anansi j tinha comeado a comer. Anansi foi logo dizendo:
- Eu no quis que estes deliciosos inhames ficassem frios, ento eu comecei a
comer. Mas por favor junte-se a mim agora Tartaruga..

A Tartaruga sentou-se de novo e j se ia servir de inhame, quando Anansi falou para


ela:
- Tartaruga, voc no ouviu o que eu te disse antes? No educado vir para a mesa
com as mos sujas!
A Tartaruga olhou e viu que as suas mos tinham se sujado de novo, pois ela tinha
caminhado sobre elas quando voltou para a casa de Anansi.
Ento a Tartaruga foi mais uma vez ao rio para se lavar. E quando voltou, caminhou
cuidadosamente pela grama para que suas mos no se sujassem de novo.
Mas antes que se sentasse mesa, Anansi j tinha acabado de comer o ltimo
pedao dos deliciosos inhames, no sobrando uma migalha sequer.
A Tartaruga olhou para Anansi por um momento e disse:
- Obrigado por dividir a sua comida comigo. Quando voc for pelos lados da minha
casa, por favor deixe-me retribuir a gentileza.
Ento a Tartaruga caminhou lentamente para a porta e seguiu o seu caminho.
Os dias se passaram e Anansi pensava sempre naquele convite da Tartaruga para
comer na casa dela.
Anansi estava muito interessada num jantar grtis e finalmente no esperou mais,
saiu em direo casa da Tartaruga.
Ele encontrou a Tartaruga tomando sol na beira do rio, justamente perto da hora do
jantar.
A Tartaruga o viu e disse:
- Al, Anansi, voc veio para jantar comigo?
- Oh, sim, sim! Disse Anansi, que estava faminta.
A Tartaruga mergulhou no rio e nadou por baixo d'gua para sua casa, para por a
mesa do jantar para os dois. Logo ela retornou margem do rio e disse para Anansi:
- O seu lugar mesa j est posto e o jantar est pronto. Por favor, Anansi, junte-se
a mim.
Ento ela nadou por baixo d'gua at a sua casa, sentou-se na mesa e comeou a
comer sua comida lentamente.
Anansi pulou na gua, mas no conseguiu chegar ao fundo do rio. Ela tentou nadar,
mas era to leve que ficava boiando na superfcie.
Ela tentou mergulhar. Ela tentou uma corrida para mergulhar, mas no conseguiu
de jeito nenhum alcanar o fundo do rio.
Enquanto isso, a Tartaruga ia lentamente comendo a sua comida.
Anansi no estava a fim de perder um jantar grtis. Ficou andando de um lado para
o outro matutando o que fazer. Finalmente ela teve uma idia! Pegou uma pedra de
bom tamanho, agarrou-se nela e pulou no rio.

Agora ela foi capaz de mergulhar at o fundo e tomar o seu lugar na mesa.
Anansi ento tirou as as mos da pedra, para poder comer. Mas logo que soltou a
pedra, boiou rapidamente para a superfcie, indo parar na margem do rio.
Desconsolada, Anansi enfiou a cabea na gua e viu a Tartaruga tranquilamente
comendo a sua deliciosa comida.
Moral da histria:
Quando voc tenta enganar algum,
de repente pode ser voc o enganado.

XXIV
O Trovo e o Raio
O Trovo e o Raio (Nigria)
H muito tempo atrs, o Trovo e o Raio viviam na terra entre as pessoas. Trovo
era uma ovelha e Raio era um carneiro, filho dela.
Raio no era muito popular entre as pessoas, porque quando algum o ofendia ele
explodia em fria e comeava a queimar o que quer que encontrasse pela frente.
Isto geralmente inclua cabanas e silos de milho, e at mesmo grandes rvores.
Algumas vezes ele danificou colheitas nas fazendas com o seu fogo e
ocasionalmente matou pessoas que cruzaram o seu caminho.
Assim que Trovo sabia que Raio estava se comportando daquela maneira ela
elevava a voz e gritava com ele o mais alto que podia, e isso era realmente muito
alto. Naturalmente os vizinho ficavam muito chateados. Primeiro o dano causado
por Raio e depois o rudo insuportvel produzido pela me dele, que sempre seguia
as exploses dele.
Os aldees reclamaram ao Ob em vrias ocasies, at que afinal o Ob os mandou
viver na periferia da aldeia, dizendo que eles no deviam mais se misturar com as
pessoas.
Contudo isto no surtiu efeito, pois Raio ainda podia ver as pessoas caminhando
pelas ruas da aldeia e descobriu que ainda era muito fcil continuar a provocar
brigas com elas.
Afinal o rei os chamou novamente. " Eu lhe dei muitas chances para viver uma vida
melhor, disse ele, mas eu posso ver que intil. De agora em diante, vocs tm
que ir para longe da nossa aldeia e tm que viver na floresta. Ns no queremos
ver suas caras novamente por aqui".
Trovo e Raio tiveram que obedecer ao rei e concordar em cumprir a deciso dele;
assim eles deixaram a aldeia, zangados com os seus habitantes. Mas ainda haviam
bastantes problemas reservados para os aldeos, desde que Raio estava to bravo
com ser banido que ele ateou fogo na mata inteira, e como que era a estao seca
isto foi extremamente danoso. As chamas se esparramaram para as pequenas
fazendas das pessoas, e s vezes para as casas delas, de forma que elas ficaram
novamente desesperadas.

Eles ouviam freqentemente a voz poderosa da me do carneiro, chamando o filho


a ateno, mas, desde que isso sempre acontecia depois do fato, no fazia grande
diferena.
O rei chamou todos seus conselheiros e lhes pediu que o aconselhassem, e depois
de muito debate eles deram com um plano: por que no banir Trovo e Raio para
bem longe da terra, enviando os dois para morarem no cu?
E assim o rei proclamou. Trovo e Raio foram despachados para o cu onde as
pessoas esperavam que eles no pudessem fazer mais mal algum.
Porm, as coisas no funcionaram bem assim, pois Raio ainda perde a pacincia de
vez em quando e no pode resistir a enviar fogo at a terra quando est bravo.
Ento voc pode ouvir a sua me o reprovando, ralhando com ele em voz alta.

XXV
CIDADES DEBAIXO DE GUA
Tambm havia uma bela mulher que aparecia plena de juventude e viosidade.
Chamava-se Harak e o seu poder de atrao era tal que no se sabia se era deusa
ou se pertencia espcie dos humanos mortais. A lenda afirmava que Harak tinha
os cabelos to transparentes como as prprias guas que lhe serviam de morada.
Ao entardecer, a bela tinha por costume descansar beira do Nger, e esperar
assim at que chegasse o seu amante. Assim que este se reunia com ela, ambos
entravam nas profundidades daquelas guas encantadas e profundas; a jovem
levava o escolhido no seu corao atravs de maravilhosos caminhos que
conduziam a faustosas e desconhecidas cidades. Nos seus esplndidos recintos, e
entre o som do tam-tam e dos tambores, teria lugar a ostentosa cerimnia que
uniria o feliz casal para toda a vida.
Todas as narraes da fbula exposta sublinham que foi Harak quem conduziu o
seu amante, e no vice-versa. Com isso se quer dar a entender que a mulher era
muito respeitada entre certas tribos da frica negra. Os seus privilgios provinham
da sua considerao como me e esposa.
Embora, ao mesmo tempo, apaream representaes femininas em atitude
submissa mas, se se reparar no seu rosto, observar-se- certa classe de serenidade
que, no dizer de investigadores e antroplogos, indicava a importncia concedida a
essa espcie de mundo anmico, ou vida interior, com que devia vestir-se a mulher
negra, sob pena de pr em questo a sua condio feminina.

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