Contabilidade Criativa e Ética
Contabilidade Criativa e Ética
Contabilidade Criativa e Ética
Resumo
Palavras-chave
Abstract
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Trabalho desenvolvido na graduação de Ciências Contábeis da Universidade Católica de Brasília
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Bacharelando em Ciências Contábeis do 2º semestre de 2004 da UCB
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Professor Orientador do Trabalho
1. INTRODUÇÃO
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2. PROBLEMA, OBJETIVOS E METODOLOGIA
2.2. Metodologia
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3. CONTABILIDADE CRIATIVA
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4. INFORMAÇÃO CONTÁBIL
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5. ÉTICA PROFISSIONAL
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O código de ética profissional contém os princípios éticos aplicáveis à
sua profissão. Em síntese, os princípios dizem respeito à:
Responsabilidade, perante a sociedade, de atuar com esmero e
qualidade, adotando critério livre e imparcial;
Lealdade, perante o contratante de seus serviços, guardando sigilo
profissional e recusando tarefas que contrariem a moral;
Responsabilidade para com os deveres da profissão (aprimoramento
técnico, inscrição nos órgãos de classe);
Preservação da imagem profissional, mantendo-se atualizado em
relação às novas técnicas de trabalho, adotando altas normas
profissionais de conduta. O contador deve contribuir para o
desenvolvimento e difusão dos conhecimentos próprios da profissão.
O respeito aos colegas deve ser sempre observado.
A essência principal das responsabilidades descritas anteriormente é de
que o contador deve manter um comportamento social esperado pela sociedade.
Não bastando apenas o conhecimento técnico para o exercício da atividade
profissional. É indispensável o conhecimento do código de ética profissional do
contabilista em todo seu teor, instituído pelo Conselho Federal de Contabilidade
por intermédio da Resolução CFC nº 803/96, de 10-10-1996.
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Como se pode observar, para a prática da contabilidade criativa utiliza-
se, principalmente, a flexibilidade dos princípios e normas contábeis a que a
empresa se obriga. (SANTOS; GUEVARA, 2003).
A contabilidade criativa tem se desenvolvido em todas as áreas, sendo
cada vez mais comum, com práticas que têm sido cada vez mais complexas,
demandando de seus criadores profundos e detalhados conhecimentos técnicos e
tornando mais difícil sua identificação. (SANTOS; GUEVARA, 2003).
De um lado, parte dos administradores e gerentes da empresa utiliza a
informação contábil para mostrar a cara que desejam que seus usuários conheçam,
mesmo que esta não seja a mais fidedigna. Por outro lado, diversos usuários se
valem da informação contábil e financeira produzida e divulgada pela empresa,
mesmo que alguns dados nem sempre estejam presentes, ou até estejam
apresentados de maneira confusa para dificultar sua compreensão. (SANTOS;
GUEVARA, 2003).
As prováveis razões que fundamentam a utilização da chamada
Contabilidade Criativa são muitas. Tais fundamentos estão focados
principalmente no possível impacto de tais procedimentos nas decisões dos
investidores do mercado financeiro. (COSTA, 2001).
Dessa forma, algumas dessas razões são apresentadas, segundo Costa et
al. (2001, p. 04):
Manutenção de um fluxo constante de receitas: as empresas gostam
de demonstrar uma tendência estável de crescimento do faturamento
e não de evidenciar oscilações bruscas, o que poderia ser
interpretado como risco pelo mercado.
A Contabilidade Criativa também pode ser utilizada para manter em
alta o preço das ações, por meio de mecanismos que reduzam
aparentemente o endividamento, ou aumentem as receitas e os
resultados.
A Contabilidade Criativa pode ser utilizada também para atrasar a
chegada de informações ao mercado financeiro, beneficiando alguns
investidores que tenham acesso privilegiado a tais informações. Um
exemplo configura-se nas remunerações em ações aos próprios
diretores das empresas. Estes (diretores) podem atrasar as
divulgações de resultados alcançados e outros dados financeiros
para que possam operar nas bolsas em benefício próprio.
A Contabilidade Criativa pode ser utilizada para mascarar o
desempenho Governamental. Neste caso o governo pode fazer a sua
divulgação em regime de caixa, dificultando a apuração de custos de
programas e projetos. Além disso, a mudança da base de
contabilização e as entidades que são inseridas na consolidação do
setor governamental podem colaborar para formar uma melhor
imagem dos índices dívida/ PIB e déficit/ PIB.
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Essas razões não são as únicas. Há uma gama de outros fundamentos
apresentados, como a manipulação de prazos, direitos e obrigações contidos em
contratos, chamados de “contratos de gaveta”. Assim, é possível manipular
índices financeiros de acordo com os objetivos que são almejados (melhora de
resultado, melhoria de índices etc.). (COSTA, 2001).
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não é ativado e a dívida não é contabilizada, o que pode levar a conclusões
erradas dos investidores acerca da liquidez da empresa e de outros indicadores.
• Reclassificação de ativos ou passivos:
Em alguns casos pode haver dúvida de onde classificar certos itens. Por
exemplo, peças de reposição do ativo imobilizado podem ser classificadas como
imobilizado também ou, se recorrer à convenção da materialidade, como
circulante ou, até mesmo, como despesa diretamente.
• Informação contida no relatório da administração ou no parecer da
auditoria:
A inclusão de mais ou menos informação no relatório da administração
pode conduzir a conclusões erradas, tanto sobre o passado quanto sobre as
perspectivas para o futuro da empresa.
A seguir, é apresentada uma figura que resume o impacto dos
procedimentos contábeis criativos:
Variação no Variação de
Resultado Ativos e
Passivos
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Como podem ser notadas na figura 1, as transações que podem ser
classificadas como contabilidade criativa resultam na variação dos valores dos
ativos, passivos e também do resultado. Conseqüentemente, estas variações
acabam por influírem de maneira relevante na interpretação da situação
econômico-financeira da empresa, pois o usuário da informação disporá de dados
não condizentes com a realidade. (COSTA, 2001).
A conseqüência final de todo o processo de contabilidade criativa,
levando a interpretações equivocadas é a manipulação do valor econômico da
empresa, já que as demonstrações contábeis constituem peça fundamental no
processo subjetivo e individual de avaliação da empresa por parte dos usuários.
Assim, é importante ressaltar as principais razões que fundamentam a utilização
de procedimentos de contabilidade criativa. (COSTA, 2001).
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IMPACTOS CAUSADOS AOS
EMPRESA PROCEDIMENTOS
USUÁRIOS / ACIONISTAS
Em 1986, o Banco Nacional
apresentou um rombo de US$ 600
milhões em suas contas, superior ao Desvalorização das Ações;
patrimônio líquido, de US$ 250 Perda do Capital Investido.
milhões, à época.
Para encobrir o rombo, o banco forjou
empréstimos fictícios, abrindo mais de
600 contas fantasmas. Os empréstimos
falsos foram contabilizados como
ativos bons, equilibrando o balanço.
As operações foram sendo renovadas e
ampliadas, o que resultou num rombo
de US$ 9,2 bilhões em 18 de
BANCO novembro de 1995, quando o Banco
NACIONAL Central interveio no Nacional.
Fonte: Carvalho; Oliveira (2002).
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8. Considerações Finais:
9. REFERÊNCIAS
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CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Princípios Fundamentais de
Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade. CFC: Brasília, 2000.
FRANCO, Hilário. Contabilidade Geral. 19º Edição, São Paulo: Atlas, 1977.
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LISBOA, Lázaro Plácido. Ética Geral e Profissional em Contabilidade.
Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras – FIPECAFI.
2ª Edição, São Paulo: Atlas, 1997.
MORAIS, Aline Aragão de. Profissional Contábil – Uma Reflexão À Ética.
Monografia (graduação em Ciências Contábeis), Centro Universitário de Brasília –
UNICEUB. Maio de 2004.
SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 4ª Edição, São Paulo: Atlas, 1998.
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