Os Modelos Das Demonstrações Financeiras PDF
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INSTITUTO SUPERIOR
POLITÉCNICO DE CONTABILIDADE
DO PORTO E ADMINISTRAÇÃO
DO PORTO
Porto, 2011
INSTITUTO
INSTITUTO SUPERIOR
POLITÉCNICO DE CONTABILIDADE
DO PORTO E ADMINISTRAÇÃO
DO PORTO
Porto, 2011
A aluna,
___________________________________
Cláudia Martins
(pedra.claudia@gmail.pt
Resumo
O presente trabalho realça numa primeira parte a forma como emergiu este novo
sistema contabilístico, dando especial atenção às alterações que surgiram nos modelos
das demonstrações financeiras, ou seja, mudanças de índole terminológica, estrutural, de
conteúdo e forma de apresentação, bem como o aparecimento de uma nova
demonstração financeira intitulada “Demonstração das Alterações no Capital Próprio”.
Tendo em conta que todas estas alterações afectam a tomada de decisões dos utentes, foi
dedicada uma parte deste estudo ao desenvolvimento da temática da informação
financeira.
Esta dissertação pretende ser uma ferramenta fundamental para ser utilizada por todos
os utilizadores da informação financeira, especialmente por aqueles que elaboram e
apresentam as demonstrações financeiras.
Abstract
In the 1st of January, 2010, entered into force the new accounting system entitled
Accounting Standards System. This system has brought the community a new
accounting reality and financial reporting that is based more on principles than on rules.
This work highlights in the first section the way of how it emerged from this new
accounting system, giving special attention to the changes that have emerged in the
models of the financial demonstrations, i.e., changes of terminological character,
structural, of the content and form of presentation, as well as the appearance of a new
financial statement called "Statements of Changes in Equity".
Taking into account that all of these changes affect the decision-making of users, a part
of the study was dedicated to the development of the theme of financial information.
Ao terminar este trabalho tenho de agradecer a todos aqueles que de forma directa ou
indirecta contribuíram para a sua realização.
Gostaria também deixar o meu muito obrigada à minha grande amiga e colega de
trabalho Isabel Paiva, a qual sempre demonstrou a sua disponibilidade, auxílio e
estímulo.
Por fim, mas não menos importante, agradeço à minha irmã e sobretudo aos meus pais o
melhor dote que poderia receber, pois hoje em dia a formação académica é um bem
essencial.
A TODOS,
MUITO OBRIGADA!
Introdução ....................................................................................................................... 4
PARTE I .......................................................................................................................... 6
Enquadramento .............................................................................................................. 6
1. Origem do Sistema de Normalização Contabilística ............................................ 7
2. Caracterização do Sistema de Normalização Contabilística ................................ 8
3. Âmbito de aplicação do Sistema de Normalização Contabilística ..................... 10
4. Estrutura Conceptual da Contabilidade – do Plano Oficial de Contabilidade ao
Sistema de Normalização Contabilística .................................................................... 13
PARTE II ...................................................................................................................... 16
Demonstrações Financeiras: Plano Oficial de Contabilidade vs Sistema de
Normalização Contabilística ........................................................................................ 16
1. As Demonstrações Financeiras ........................................................................... 17
2. Conjunto completo de Demonstrações Financeiras............................................ 22
2.1. Norma Contabilística e de Relato Financeiro .................................................. 23
2.1.1. Balanço .................................................................................................. 23
2.1.2. Demonstração dos Resultados ............................................................... 27
2.1.3. Demonstração das Alterações no Capital Próprio ................................. 30
2.1.4. Demonstração de Fluxos de Caixa ........................................................ 32
2.1.5. Anexo .................................................................................................... 33
2.2. Norma Contabilística e de Relato Financeiro – Pequenas Entidades .............. 35
2.3. Microentidades ................................................................................................ 37
A escolha deste tema deve-se ao facto das demonstrações financeiras constituírem uma
matéria imprescindível para qualquer profissional de contabilidade que se encontre no
activo. Tendo em conta as alterações introduzidas pelo SNC relativamente a este tema,
achei que era de grande importância e conveniência desenvolvê-lo, para além de
também me ajudar a preparar esta nova temporada que se avizinha.
Com este tema pretendo ajudar profissionais (TOC, Estudantes, etc) que estejam
envolvidos na implementação e aplicação corrente dos modelos das demonstrações
financeiras. Pretendo igualmente ajudar os utentes das demonstrações financeiras a
melhor compreenderam as alterações introduzidas pelo SNC face ao POC.
• 1ªParte – Enquadramento
• 2ªParte – Demonstrações Financeiras: POC vs SNC
• 3ªParte – Informação Financeira
Neste trabalho optou-se por não utilizar o novo acordo ortográfico da língua portuguesa.
Dois anos mais tarde, foi publicado o Decreto Lei n.º 238/91 de 2 de Junho, que
introduziu no normativo interno o tratamento contabilístico de consolidação de contas,
em concordância com a 7.ª Directiva (Directiva 83/349/CEE).
Com este novo normativo, aprovado pelo Decreto Lei n.º 158/2009, de 13 de Julho, o
Estado Português exerceu,
Bases para a Apresentação de • enunciam as regras sobre o que constitui e a que princípios
Demonstrações Financeiras essenciais deve obedecer um conjunto completo de
(BADF) Demonstrações Financeiras.
A estrutura legal do SNC é composta por: um Decreto Lei, duas Portarias e quatro
Avisos.
Ilustração 2 - Estrutura Legal do Sistema de Normalização Contabilística
ontabilística
Código de Contas
Portaria n.º 1011/2009
Normas Interpretativas
Aviso n.º15653/2009
Fonte: Elaboração própria.
Gastambide Fernandes
In “Revista E Auditores” n.º36
POC SNC
•Existências •Inventários
•Mensuração •Valorização/Valorimetria
Valorização/Valorimetria
•Imobilizado Incorpóreo •Activo Intangível
•Imobilizado Corpóreo •Activo Fixo Tangível
•Custos e Perdas •Gastos
•Proveitos e Ganhos •Rendimentos
•Proveito •Rédito
•Reintegração •Depreciação
•Empresa •Entidade
•Valor Escriturado •Quantia Escriturada
•Valor Actual •Valor Presente
•Contas de Terceiros •Contas
Contas a Receber e a Pagar
De acordo com o artigo 3º do Decreto Lei n.º 158/2009 de 13 de Julho, o SNC, com
excepção das entidades que obrigatória ou facultativamente adoptem as IAS/IFRS, é de
aplicação obrigatória pelas seguintes entidades:
Sociedades abrangida pelo Código das Sociedades Comercias (CSC);
(CSC)
Empresas individuais reguladas pelo Código Comercial;
Estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada (EIRL);
(EIRL)
É de salientar que as entidades sem fins lucrativos que estavam sujeitas ao POC,
adoptarão o SNC, até que sejam publicadas normas que contemplem todas as suas
especificidades.
Estão excluídas da aplicação deste sistema as entidades que apliquem as NIC (art. 4º
Decreto Lei n.º 158/2009) e as entidades sujeitas a supervisão do sector financeiro, ou
seja, o Banco de Portugal, o Instituto de Seguros de Portugal, a Comissão do Mercado
dos Valores Mobiliários, etc (art. 5º Decreto Lei n.º 158/2009).
De acordo com o artigo 10º do Decreto Lei n.º 158/2009, ficam dispensadas da
aplicação do SNC, as pessoas singulares que não realizem na média dos últimos três
anos um volume de negócios superior a € 150.000,00.
» 2º Nível - NCRF
Obrigatório: - Empresas dos sectores não financeiros que não tenham obrigação de usar
as IFRS e não sejam PE (Pequenas Entidades) não sujeitas a Certificação
Legal de Contas (CLC).
» 3º Nível – NCRF-PE
No entanto, com a publicação da Lei n.º 20/2010 de 23 de Agosto, estes limites foram
alargados para os constantes do art. 262º do CSC, a saber:
- Volume de Negócios e outros rendimentos: € 3.000.000,00
- Total do Balanço: € 1.500.000,00
- N.º médio de empregados: 50.
Quando o SNC for omisso em alguma matéria, deve ser aplicado supletivamente:
- as NCRF e Normas Internacionais (NI);
- as IAS adoptadas ao abrigo do Regulamento n.º 1606/2002;
- as IAS/IFRS emitidas pelo IASB e respectivas Interpretações.
Após a publicação do SNC, na Lei n.º 35/2010 de 2 de Setembro, foi criado um regime
especial simplificado das normas e informações contabilísticas a serem aplicadas
exclusivamente às empresas consideradas como microentidades nesse diploma.
Microentidades são aquelas empresas que não integram a consolidação, que não são
sujeitas a CLC e que, à data do balanço, não ultrapassem dois dos três limites:
- Total de balanço: € 500.000,00;
- Volume negócios líquido: € 500.000,00;
- N.º médio de empregados: 5.
A Estrutura Conceptual
onceptual é um documento autónomo do SNC publicado
publicado pelo Aviso n.º
15652/2009 do Diário da República n.º 173, Série II, de 7 de Setembro de 2009, que
tem por base a EC do IASB.
1º Nível •Refere-se
se aos objectivos das demonstrações financeiras.
•Trata
Trata das características qualitativas e dos componentes
2º Nível principais das demonstrações financeiras.
•Compreende
Compreende o reconhecimento e a mensuração dos
3º Nível elementos das demonstrações financeiras.
•Integra
Integra os conceitos de capital e de manutenção do
4º Nível mesmo.
1
Tua Pereda, Jorge, “Necessitamos un “Marco Conceptual”, Estúdios de Contabilidad y Auditoria en
Homenage a Don Carlos Cubillo Valverde”,
Valverde Ed. ICAC, Madrid, 1997 in Guimarães,
Guimarãe J. F. Cunha., “A
estrutura conceptual da contabilidade – do POC ao SNC”, Revista OTOC, n.º 91,, 2007, pp. 45.
2
Disponível em <http://www.iasb.org/NR/rdonlyres/E29DA762-C0E1-40F8-BDD4-A0C6B5548B81/0
<http://www.iasb.org/NR/rdonlyres/E29DA762 A0C6B5548B81/0
/Framework.pdf>, consultado a 26 de Setembro de 2010 (Tradução livre).
Com efeito, esta directriz esclarece que os segundos e terceiros níveis estão previstos
parcialmente no POC (Capítulos 2 a 8) e descreve o primeiro nível quanto aos
objectivos das demonstrações financeiras e, relativamente ao terceiro nível,
conceptualiza os princípios contabilísticos geralmente aceites3. Ou seja, a própria CNC
reconheceu a necessidade de emitir uma directriz contabilística que incluísse uma
perspectiva conceptual acerca da preparação e apresentação das demonstrações
financeiras.
Contudo, ficou por definir o quarto e último nível relativo aos conceitos de capital e de
manutenção do mesmo.
Neste sentido, temos assistido de forma recorrente, ao longo dos últimos anos, à crítica
de que o antigo sistema contabilístico nacional baseado no POC não integrava uma EC
completa, uma vez que este elemento fundamental da contabilidade era de grande
utilidade para os utentes da informação financeira.
Assim, importa referir que a EC que integra o SNC difere da até então utilizada no
POC. Esta não é uma norma, nem define normas para qualquer mensuração particular
ou divulgação.
3
Disponível em <http://www.otoc.pt/noticias_site/detalhes.php?id=339>, consultado a 28/08/2010.
Ressalve-se que em caso de conflito entre esta EC e uma outra norma, prevalecem os
requisitos dessa norma em detrimento dos da primeira.
Activos;
Passivos;
Capital Próprio;
Rendimentos (réditos e ganhos);
Gastos (gastos e perdas);
Outras alterações no Capital Próprio; e
Fluxos de Caixa.
Com a aprovação do SNC assiste-se a uma reforma no modo de agregar os dados (existe
uma razoável alteração no modo de pensar essa agregação), mas mantém-se a criação de
um código de contas regulamentado e automatizado face ao POC (Portaria n.º
1011/2009). Assim, com o SNC, poderão ser acrescentadas linhas de itens adicionais,
4
Existem três tipos de fluxos: os financeiros (despesas e receitas), os económicos (gastos e rendimentos)
e os monetários (pagamentos e recebimentos).
“As
As demonstrações financeiras retratam os efeitos financeiros das transacções e de
outros acontecimentos ao agrupá-los
agrupá em grandes classes de acordo com as suas
características económicas. Estas grandes classes são constituídas pelos elementos das
demonstrações financeiras. Os elementos directamente relacionados com a
mensuração da posição financeira no balanço são os activos, os passivos
pass e os capitais
próprios. Os elementos directamente relacionados com a mensuração do desempenho
na demonstração dos resultados são os rendimentos e os gastos. A demonstração de
alterações na posição financeira reflecte geralmente elementos da demonstração
demonstraç dos
resultados e as alterações de elementos do balanço; concordantemente, esta Estrutura
Conceptual não identifica nenhuns elementos que sejam exclusivos daquela
demonstração”.
A diferença entre estes dois elementos é o capital próprio, isto é, estamos perante a
equação fundamental da contabilidade. “Capital próprio é o interesse residual nos
activos da entidade depois de deduzir todos os seus passivos (EC c) parágrafo 49)”.
De acordo com o previsto no ponto 2.1.4 das BADF do SNC, que está em sintonia com
o ponto 8 da IAS 15, um conjunto completo de demonstrações financeiras6 inclui:
Balanço;
Demonstração dos Resultados;
Demonstração das Alterações no Capital Próprio;
Demonstração de Fluxos de Caixa (método directo);
Anexo em que se divulguem as bases de preparação e políticas contabilísticas
adoptadas e outras divulgações.
5
De acordo com a versão do Regulamento (CE) n.º1126/2008, da Comissão, de 3 de Novembro de 2008,
publicado no Jornal Oficial da União Europeia L320, de 29 de Novembro de 2008.
6
A Portaria nº 986/2009, de 7 de Setembro e o Aviso nº 15652/2009, de 7 de Setembro também vêm
estabelecer quais os elementos que compõem um conjunto completo de demonstrações financeiras.
2.1.1. Balanço
ACTIVO
CAPITAL
PRÓPRIO CAPITAL
PRÓPRIO
ACTIVO
PASSIVO PASSIVO
É assumido um formato único, que servirá de modelo para o relato financeiro quer para
as contas individuais, quer para as contas consolidadas.
Outra alteração importante face ao antigo modelo é a remoção das colunas do Activo
Bruto e das Amortizações e Ajustamentos, isto é, passa apenas a existir a coluna relativa
aos valores líquidos do Activo.
Este novo modelo trouxe algumas alterações no que respeita à forma de organizar as
rubricas, isto é, as entidades passam a apresentar os Activos e Passivos, separados entre
correntes e não correntes, conforme o definido nos parágrafos 10 a 13 da NCRF 1 –
Estrutura e Conteúdo das Demonstrações Financeiras. A diferença entre correntes e não
correntes, prende-se com a definição de ciclo operacional.
Para um activo ser classificado como corrente tem de satisfazer qualquer um dos
seguintes critérios:
a) Espera-se
se que seja realizado, ou pretende-se
se que seja vendido ou consumido, no
decurso normal do ciclo operacional da entidade;
b) Esteja detido essencialmente para a finalidade de ser negociado;
c) Espera-se
se que seja realizado num período até doze meses após a data do balanço;
ou
d) É caixa ou equivalente de caixa, a menos que lhe seja limitada a troca ou uso para
liquidar um passivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço.
NCRF 1 parágrafo 14
Por conseguinte, todos os activos que não cumpram um destes critérios serão
classificados como não correntes. Relativamente aos passivos, estes serão classificados
de correntes se satisfizerem qualquer um dos seguintes critérios:
RENDIMENTOS
GASTOS
RESULTADO 1
RENDIMENTOS
GASTOS
CUSTOS
RESULTADO 2
PROVEITOS
RENDIMENTOS
RESULTADO
FINAL GASTOS
RESULTADO FINAL
É assumido um formato único, que servirá de modelo para o relato financeiro quer para
as contas individuais, quer para as contas consolidadas.
Ilustração 12 -Demonstração
Demonstração dos Resultados por Naturezas: Plano
P Oficial
ficial de Contabilidade
Fonte: www.cnc.min-financas.pt/POC/7_drn.PDF
financas.pt/POC/7_drn.PDF, disponível em 19 de Fevereiro de 2010
Estes são conceitos que não estamos muito familiarizados, mas que permitem perceber a
evolução do cash-flow operacional
peracional até ao cash-flow
cash flow líquido antes de distribuição de
dividendos.
Fonte: www.cnc.min-financas.pt/POC/POContabilidade.pdf,
financas.pt/POC/POContabilidade.pdf, disponível em 19 de Fevereiro de 2010
Este novo modelo é uma inovação introduzida pelo novo sistema contabilístico. Foi
criado com o objectivo de reflectir todas as modificações no Capital Próprio entre dois
períodos contabilísticos, isto é, explicar as alterações ocorridas na expressão monetária
e na composição do Capital Próprio.
É um quadro de dupla entrada onde as linhas são discriminadas em função das razões
que originaram as alterações no capital próprio e nas colunas se listam os itens do
capital próprio constantes do balanço.
Segundo Grenha, C. et al. (2009: 272), as variações no Capital Próprio podem ter três
possíveis origens:
As que resultam das transacções com detentores de Capital Próprio, na sua
figura e capacidade de detentores;
O resultado líquido que representa a diferença entre rendimentos e gastos em
cada período, ou seja, a gerada pelas actividades da entidade;
Todas as alterações que são geradas pelas actividades da entidade mas que não
transitam pela Demonstração dos Resultados.
À semelhança dos outros modelos, as linhas que não apresentem valores podem ser
removidas, beneficiando-se a leitura e optimização do espaço.
Este modelo vem regulado na NCRF 2 – Demonstração de Fluxos de Caixa, e tem por
finalidade “…exigir
exigir informação acerca das alterações históricas de caixa e seus
equivalentes de uma entidade por meio de uma demonstração de fluxos de caixa que
classifique os fluxos de caixa durante o período em operacionais, de investimento e de
financiamento” (NCRF 2 parágrafo 1).
Este modelo assume uma grande importância pois permite ao utente da informação
financeira obter informação relativa à forma como os recursos financeiros fluíram na
entidade de relato naquele período.
2.1.5. Anexo
Esta demonstração financeira não é propriamente uma novidade uma vez que apresenta-
se com o mesmo espírito da contida no POC, apesar de ostentar novas notas e uma nova
estrutura e sequência das mesmas.
1. Identificação da entidade;
2. Referencial contabilístico de preparação das Demonstrações Financeiras;
3. Principais políticas contabilísticas;
4. Fluxos de caixa.
De acordo com o Decreto Lei acima indicado são consideradas Pequenas Entidades
todas aquelas que:
No entanto, o conceito de pequenas entidades foi revisto e alargado pela Lei n.º 20/2010
de 23 de Agosto.
Assim, consideram-se como tal, as entidades que não ultrapassem dois dos três limites
seguintes, salvo quando por razões legais ou estatutárias tenham as suas demonstrações
financeiras sujeitas a CLC:
O referido decreto lei prevê que estes limites sejam aplicados da seguinte forma:
Balanço;
Demonstração dos Resultados;
Anexo em que se divulguem as bases de preparação e políticas contabilísticas
adoptadas e outras divulgações.
A aplicação da NCRF-PE tem carácter voluntário, pelo que as entidades que nos termos
do Decreto Lei n.º 158/2009 são consideradas como pequenas entidades, têm opção de
poderem aplicar as NCRF.
7
Os modelos reduzidos de demonstrações financeiras foram aprovados pela portaria n.º 986/2009, de 7 de
Setembro.
Microentidades são aquelas empresas que não integram a consolidação, que não são
sujeitas a CLC e que, à data do balanço, não ultrapassem dois dos três limites:
- Total de balanço: € 500.000,00;
- Volume negócios líquido: € 500.000,00;
- N.º médio de empregados: 5.
Contudo a aplicação prevista na Lei n.º 35/2010 de 2 de Setembro tem limites que vêm
expressos no seu artigo 4º:
1 - Se, à data do balanço, uma empresa ultrapassar dois dos três limites enunciados no
artigo 2.º, em dois exercícios consecutivos, deixa de poder beneficiar da dispensa
referida no artigo 3.º;
2 - Se, à data do balanço, uma empresa deixar de ultrapassar dois dos três limites
previstos no artigo 2.º, em dois exercícios consecutivos, pode beneficiar da dispensa
referida no artigo 3.º.
Balanço;
Demonstração dos Resultados por Naturezas;
Este regime simplificado é ainda mais simples e menos exigente que o regime das
pequenas entidades, não permitindo a aplicação do justo valor, remetendo para o custo
histórico.
8
Disponível em <http://www.otoc.pt/fotos/editor2/SNC%20-%20as%20microentidades.pdf>, consultado
a 31/07/2011.
Com a 1ª Guerra Mundial a conjuntura económica mostrou uma grande fragilidade que
se reflectiu na contabilidade. Assim impôs-se a criação de um novo conceito de
informação financeira tendo por base o funcionamento das modernas economias de
mercado de forma a permitir a interacção destas economias com a contabilidade. Neste
sentido a informação financeira produzida vai variando de acordo com as necessidades
dos utilizadores da mesma, segundo com Tua Pereda (1985:191) “assumindo que a sua
principal função é o apoio informativo à tomada de decisões”.
2. Os Utentes
Apesar de não ter sido igualmente referenciado como interessado pela informação
financeira pelo facto de se encontrar numa posição privilegiada, a EC realça, no
parágrafo 11, a responsabilidade primária do órgão de gestão na preparação e
apresentação das suas demonstrações financeiras, continuando a existir a figura de
preparador destes documentos e conhecedor do modelo contabilístico.
Compreensibilidade
Relevância Fiabilidade
Comparabilidade
De seguida, tentar-se-áá mostrar a importância que cada uma destas características tem
no modelo contabilístico que tem por base o paradigma da utilidade e a interligação de
cada uma delas com o objectivo de tomada de decisões.
Apesar de certas informações apresentarem uma matéria mais complexa, mas que
contudo tenham relevância para a tomada de decisões, a mesma não deve ser excluída
tendo como fundamento a incompreensibilidade de certos utilizadores.
3.2 . Relevância
“Para ser útil, a informação tem de ser relevante para a tomada de decisões dos
utentes. A informação tem a qualidade da relevância quando influência as decisões
económicas dos utentes ao ajudá-los a avaliar os acontecimentos passados, presentes
ou futuros ou confirmar, ou corrigir, as suas avaliações passadas”.
Pode concluir-se que, tendo por base que o conceito de materialidade fornece uma
medida para avaliar a relevância, se uma informação é material então essa mesma
informação também é relevante. Contudo a materialidade não constitui uma
característica qualitativa primária da informação financeira, uma vez que podem existir
informações que apesar de não serem materiais serem na sua essência relevantes.
3.3 . Fiabilidade
Para que a informação financeira seja útil para os utentes, também deve ser fiável, ou
seja, deve dar confiança aos utilizadores dessa informação. A EC no parágrafo 31
menciona que “A informação tem a qualidade de fiabilidade quando estiver isenta de
erros materiais e de preconceitos, e os utentes dela possam depender ao representar
fidedignamente o que ela ou pretende representar ou pode razoavelmente esperar-se
que represente”.
No entanto a informação pode ser relevante e não ser fiável, uma vez que o
reconhecimento de um facto pode ser potencialmente traiçoeiro.
3.4 . Comparabilidade
Não devemos confundir uniformidade com esta característica qualitativa. Para que haja
comparabilidade não é necessário que as demonstrações financeiras sejam elaboradas
sempre do mesmo modo, pois a política adoptada pode não ser a mais correcta ainda
que a finalidade seja assegurar essa característica. Sempre que uma política não seja a
mais correcta ou adaptada a determinada situação, é aconselhável alterá-la. Essa
mudança deve ser divulgada e mensurada no anexo.
4. Constrangimentos
Em suma, de nada serve uma informação que é prestada fora do tempo em que a mesma
é útil para o utente, também não importa obter informação excessivamente custosa e
cuja utilidade é diminuta para o utente, por vezes não é possível satisfazer
completamente todas as características da informação financeira. Nesse sentido, o que
se exige é a maximização da função integradora de todas elas.
Em conclusão, esta mudança vai exigir uma grande dedicação por parte de todos os
stakeholders das Demonstrações Financeiras, peças estas que terão uma particular
importância neste novo normativo, visto proporcionarem agora uma maior clareza e
transparência na divulgação da informação financeira de uma entidade.
Azevedo, A. (2009). A grande revolução contabilística e das ideias. Revista otoc n.º112.
p 32.
A0C6B5548B81/0/Framework.pdf.
Lei n.º 35/2010 de 2 de Setembro. Diário da República n.º 171/10 – I Série. Ministério
das Finanças e da Administração Pública. Lisboa.
Tua Pereda, Jorge (1985). Lecturas de teoria y investigación contable. Ed. Centro
Interamericano Jurídico-Financiero, Medellin.