Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Contabilidade Bancária

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 17

Instituto Superior de Gestão e Empreendedorismo de Gwaza Muthine

Licenciatura em Contabilidade e Auditoria


3º ano – Laboral

Tema: Contabilidade Bancária

Discente: Aida Muchanga


Docente:

Maputo, outubro de 2024


Índice
Índice de figuras ............................................................................................................... 2
Índice de Tabelas .............................................................................................................. 2
1. Introdução.................................................................................................................. 3
1.1. Objectivos .......................................................................................................... 3
1.3.1. Objectivo Geral........................................................................................... 3
1.3.2. Objectivos Específicos ............................................................................... 3
2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 4
2.1. Moeda: Historial ................................................................................................ 4
2.2. Etapas das Trocas comerciais ............................................................................ 4
2.3. Evolução da Moeda ........................................................................................... 5
2.3.1. Mercadorias de aceitação geral................................................................... 5
2.3.2. Moeda metálica........................................................................................... 5
2.3.3. Moeda cunhada ........................................................................................... 5
2.3.4. Moeda-papel ............................................................................................... 5
2.3.5. Moeda fiduciária ou papel-moeda .............................................................. 6
2.4. Funções da moeda .............................................................................................. 7
2.5. Bancos ................................................................................................................ 7
2.5.1. Conceito ...................................................................................................... 7
2.5.2. Evolução histórica dos bancos .................................................................... 7
2.5.3. Comércio Bancário ..................................................................................... 8
2.5.4. Objetivos dos Bancos ................................................................................. 8
2.5.5. Classificação dos Bancos............................................................................ 8
2.6. Contabilidade Bancaria ...................................................................................... 9
2.6.1. Conceito ...................................................................................................... 9
2.6.2. Plano de contas para instituições de crédito e sociedades financeiras ....... 9
2.6.3. Património das instituições financeiras ...................................................... 9
2.6.4. Sistematização do Plano de Contas .......................................................... 10
2.6.5. Posicionamento das contas no balanço ..................................................... 11
2.6.6. Análises das Classes de Contas ................................................................ 11
2.6.7. Normas e princípios contabilísticos.......................................................... 12
2.6.8. Contabilidade como sistema de informação ............................................. 13
Conclusão ....................................................................................................................... 15
Referências bibliográficas .............................................................................................. 16

1
Índice de figuras
Figura 1: ..................................................................................................................................... 10
Figura 2: ..................................................................................................................................... 11
Figura 3: ..................................................................................................................................... 14

Índice de Tabelas
Tabela 1: ..................................................................................................................................... 11

2
1. Introdução
O seguinte trabalho de natureza investigativa tem como tema a Contabilidade bancária.
A contabilidade bancária ela pode ser considerada um ramo da contabilidade que lida com
o registro, classificação e análise das transações financeiras realizadas por bancos e outras
instituições financeiras. Mas para além do conceito sobre a contabilidade bancária,
existem vários outros temas vinculados a ele que merecem a nossa atenção.
Este trabalho tem como objectivo desenvolver um profundo conhecimento sobre os
princípios, práticas e ferramentas da contabilidade bancária. Para tal foi necessária
mergulhar nos possíveis temas vinculados a contabilidade e as instituições bancárias.
O capítulo 2 do presente trabalho inicia com um breve estudo da moeda onde será
possível saber do historial (origem e evolução), sendo a moeda um tema importante para
toda instituição bancaria.
Também será abordado o tema referente aos bancos onde veremos que banco é uma
empresa que possui capital próprio e de terceiros (depósitos) e empregam esses recursos
em diversas espécies de operações peculiares ao comercio de dinheiro, com o objectivo
de lucro. Também veremos a evolução das instituições bancarias.
Como último tema de investigação foi colocado o tema principal, a contabilidade
bancária.
Após a revisão da literatura teremos a conclusão e as referências bibliográficas.

1.1. Objectivos
1.3.1. Objectivo Geral
Desenvolver um profundo conhecimento sobre os princípios, práticas e ferramentas da
contabilidade bancária, visando garantir a correta gestão do patrimônio, a produção de
informações financeiras precisas e a conformidade com as normas contábeis e
regulamentações específicas do setor bancário.
1.3.2. Objectivos Específicos
• Compreender os princípios contábeis aplicados às instituições financeiras;
• Dominar as técnicas de contabilização das principais operações bancárias;
• Analisar e interpretar as demonstrações financeiras de instituições bancárias.

3
2. REVISÃO DA LITERATURA
Neste capítulo serão discutidos temas referentes a origem e a evolução da moeda, como
eram feitas as trocas comerciais antes do surgimento da moeda e como eram feitas as
transações cambiais nessa época.
Serão discutidos também o que é e como funciona o comercio bancário.

2.1. Moeda: Historial


Segundo Bastos (s.d), as pessoas não desempenham atividades necessárias à satisfação
de todas as a suas necessidades, cada uma gasta seu tempo de trabalho produzindo artigos
ou realizando serviços que não necessita para si, mas que se destinam a ser trocados por
outras coisas que deseja e cuja fabricação se especializaram outras pessoas.
Bastos (s.d) refere ainda que, como praticidade a essa divisão, é essencial que os produtos
possam ser trocados com facilidade. No entanto, a permuta é limitada em suas
possibilidades de aplicação, por exemplo, imagine um indivíduo que produza chapéus e
necessita de farinha, mas o produtor de farinha pode não estar a precisar de chapéu. Para
isso, para contornar esta dificuldade, precisamos da moeda.
A Moeda nos dá poder aquisitivo, ou seja, o produtor de chapéus pode dar moeda em
troca da farinha, e o produtor da farinha pode utilizar essa moeda para outra finalidade.
Em suma, a moeda foi criada para facilitar as trocas, viabilizando, com isto, a
especialização do trabalho. Seria inimaginável a economia atual sem a moeda, o crédito
e as instituições que a emitem e intermedeiam.
2.2. Etapas das Trocas comerciais
Historicamente as trocas comerciais evoluíram em:
1. Trocas diretas (mercadoria por mercadoria): somente são eficientes em economias
rudimentares, onde não há divisão do trabalho. Por outro lado, numa economia
onde existe esta divisão, as trocas indiretas, por meio da moeda, são eficientes e
necessárias;
2. Trocas indiretas (por intermédio da moeda).
Para Bastos (s.d), toda mercadoria pode ser uma moeda de troca em potencial. Porem,
três fatores delimitam essa possibilidade, são eles: (i) os custos de transação; (ii) os custos
de estocagem; e (iii) os custos relacionados à sua função como meio de conta. São esses
mesmos factores que são responsáveis pela evolução da moeda ao longo do tempo.
Segundo Chivaringo (s.d), toda peça monetária representa um direito sobre riquezas
existentes, permitindo ao seu portador adquirir certa quantidade dessas riquezas, à sua
escolha, até onde alcance o valor facial indicado.
Chivaringo (s.d) acrescenta ainda que, a introdução da moeda nas transações comerciais
dissociou a anterior troca directa (uma só operação) em duas fases distintas:
2. Troca de bens ou serviços produzidos pelo indivíduo, por moeda (operação de
venda);
4
3. Troca de moeda por bens ou serviços produzidos pelo indivíduo, por moeda
(operação de compra).
A moeda permite sair-se de uma troca directa para uma economia monetária e facilitar a
divisão de trabalho.
2.3.Evolução da Moeda
2.3.1. Mercadorias de aceitação geral
Segundo Bastos (s.d), as primeiras formas de moeda foram mercadorias de aceitação
geral, como o trigo, o sal, o gado, etc. Porém, essas mercadorias possuíam uma série de
inconvenientes que comprometiam sua aceitação, como o fato de não serem homogêneas,
sofrerem ação do tempo, apresentarem problemas de divisibilidade, dificuldade de
manuseio e de transporte. Outros fatores negativos dessas moedas eram a justaposição do
valor de uso e do valor de troca. Desta forma, era necessário encontrar uma solução que
permitisse dar praticidade de uso e manuseio as trocas.
2.3.2. Moeda metálica
Na visão de Bastos (s.d), a busca de uma solução para os problemas identificados com as
mercadorias de aceitação geral, culminou na seleção de alguns metais para função, em
decorrência de suas características de durabilidade. Inicialmente, os metais mais
utilizados foram o cobre, o bronze e o ferro, que posteriormente foram sendo substituídos
pelo ouro e pela prata.
Chivaringo (s.d) por sua vez afirma que o valor da moeda metálica depende de dois
elementos:
1. Elemento Material – que consiste pelo metal precioso (ouro ou prata) utilizado no
fabrico da moeda. É ainda o mesmo metal que serve de cobertura para as notas de
bancos postas em circulação.
2. Elemento Psicológico – em que o valor da moeda, nas nações ditas civilizadas,
repousa mais a vontade de todos em lhes atribuírem esse valor do que na matéria
de que é fabricada.
2.3.3. Moeda cunhada
Como forma de minimizar os problemas das moedas metálicas, passou-se a utilizar a
cunhagem como forma de padronização e certificação. Esse tipo de moeda foi
rapidamente difundido, passando a constituir a base de sistemas monetários por séculos.
Bastos (s.d), afirma que a cunhagem de moedas foi utilizada por imperadores, reis e
governantes como forma de imposição de sua soberania sobre as regiões e os povos sob
o seu domínio. Segundo fontes históricas, a primeira cunhagem de moedas metálicas foi
realizada pelo Rei Crespo da Lídia, no século VI A.C.
A cunhagem tinha como objetivo, pelos governos, padronizar o meio circulante,
avalizando o peso e a pureza dos metais que já eram utilizados como meio de troca. A
atividade da cunhagem também passou a ser utilizada para obter receita de impostos para
os governantes ou senhores. Essa prática decorre até os dias de hoje.
2.3.4. Moeda-papel
5
Os registros mais antigos do uso desta modalidade de moeda remontam a China Imperial
do século XIII. Todavia, foi na civilização ocidental, a partir do século XVII, com o
advento de instituições bancárias, que o uso da moeda-papel começa a ganhar
importância.
As primeiras cédulas surgem em consequência do desenvolvimento de sistemas
monetários à base de metais preciosos e o paralelo incremento das atividades de produção
e de comércio. A multiplicação das trocas entre regiões e países diferentes exigia o
correspondente transporte de metais que, muitas vezes, era difícil e arriscado. Para fugir
desta situação, comerciantes passam a recorrer às Casas de Custódia, que recebiam
depósitos, principalmente em ouro e prata, fornecendo aos proprietários “certificados de
depósito”, os quais, por comodidade e segurança, passam a circular no lugar desses
metais. Estava criada uma nova modalidade de moeda, denominada moeda representativa
ou moeda-papel, inicialmente com lastro 100% e garantia total de conversibilidade.
Apesar da popularização do uso desta moeda ao longo dos três séculos seguintes, até o
início deste século, o conceito da moeda continuava associado aos metais (ouro e prata),
pois o regime monetário no mundo era do padrão-ouro, e o dinheiro continuava lastreado
naquele metal.
2.3.5. Moeda fiduciária ou papel-moeda
A experiência da custódia e da conversibilidade demonstrou que o lastro metálico integral
em relação aos certificados em circulação não era necessário, em função da existência de
uma parcela de metais ociosa.
Segundo Chivaringo (s.d), o papel-moeda é constituído pelo conjunto das notas do banco;
esta expressão foi utilizada na época em que as notas eram convertíveis em ouro e na
qual, consequentemente, elas se baseavam na confiança do portador para com o emissor.
Assim, tendo em vista a confiança dos comerciantes e da comunidade, começam as
emissões de certificados não lastreados, com as seguintes características:
1. Caráter fiduciário ou de curso forçado (por lei); e
2. Valor: capacidade de adquirir outras mercadorias (meio de troca).
Bastos (s.d) afirma que, os riscos referentes às emissões excessivas pela rede bancária,
levou os governos de diversos países a limitar progressivamente a emissão de papel-
moeda pelos bancos. Assim, a história registra três sistemas monetários de emissão de
papel-moeda:
1. Diretamente pelo governo (Americano);
2. Por um único banco emissor (Inglaterra, França, Itália, Alemanha, etc.); e
3. Um regime de livre competição (grande número de bancos emissores).
Sozinho (2008), afirma que o papel-moeda surgiu primeiro, como simples certificado de
depósito nos bancos comerciais, depois como certificado transferível de depósito (moeda-
papel), e finalmente, como certificado inconversível, que é o próprio papel-moeda. Pelas
suas características de divisibilidade, homogeneidade e facilidade de manuseio e
transporte, o papel-moeda (notas e moeda metálica) surgiu como a melhor opção à função
de meio de troca, haja vista os baixos custos de transação a ele associados.

6
2.4.Funções da moeda
Devido a sua importância, a moeda passou a desempenhar funções fundamentais aos
sistemas econômicos, tais como:
1. Funções da moeda no espaço:
a. Intermediário de trocas: está relacionada à principal função da moeda.
b. Unidade de valor ou de conta: é a forma pela qual se expressa o valor de
troca das mercadorias em termos de uma unidade comum – o padrão
monetário. A existência desse padrão deu origem aos sistemas atuais de
preços.
2. Funções da moeda no tempo:
a. Reserva de valor: segundo Chivaringo (s.d), a moeda permite armazenar
e conservar os valores para utilização oportuna.
Por sua vez Bastos (s.d) afirma que, a reserva de valor decorre do
desdobramento das trocas em compras e vendas. No momento que alguém
efetua uma venda e recebe moeda em troca, cabe-lhe o direito de guardar
esse dinheiro para gastá-lo no futuro.
Os autores acima mencionados concordam no facto de que a moeda dá a
possibilidade de armazenamento para uso futuro.
b. Padrão de pagamentos diferidos: decorre das facilidades relacionadas
ao crédito e da distribuição no tempo de diferenciadas formas de
adiantamentos. Assim, são viabilizados os processos de investimento, de
produção e de consumo, pois a moeda permite interpor parcelas dos
processos de pagamentos ao longo das etapas de geração dos bens de
consumo.
Em resumo, a moeda é um marco importante na economia pois, ela é um meio de troca
ou transação comercial e também desempenha um papel importante na criação e
surgimento dos bancos, como veremos a seguir.

2.5.Bancos
2.5.1. Conceito
A Contabilidade quando aplicada ao controle patrimonial das instituições financeiras é
conhecida como Contabilidade das Instituições Financeiras ou Contabilidade Bancária.
Para Chivaringo (s.d), bancos são empresas que possuem capitais próprios e de terceiros
(depósitos) e que empregam esses recursos em diversas espécies de operações peculiares
ao comercio de dinheiro, com o objectivo de lucro.
O desenvolvimento do sistema bancário através dos tempos deveu-se, sobretudo a busca
do lucro, os quais para além de trabalharem os metais preciosos, também recebiam como
valores a guarda.
2.5.2. Evolução histórica dos bancos
A dinâmica atual da economia exige recursos tecnológicos para acompanhar a moderna
estruturação administrativa e financeira das empresas essencialmente na circulação de

7
meios de pagamento, comandados pelas instituições financeiras que procuram colocar os
seus serviços ao menor custo possível, sem que lhes escape os controlos adequados,
fazendo uso da mais avançada tecnologia de informação processando a informação em
tempo real.
Niyama (2004) afirma que como na época cada região tinha suas moedas especificas
apareceu na feira, a figura do banqueiro, que era o comerciante que guardava moedas em
depósito, trocava moedas (o câmbio), fazia empréstimos e inclusive com o passar do
tempo, por uma questão de segurança passou a fornecer a carta de crédito para as pessoas
que não pretendiam viajar com dinheiro (origem do cheque).
A Carta de Crédito é ainda muito utilizada no comércio internacional principalmente nas
transações de importações e exportações de mercadorias e bens.
Segundo Sozinho (2008), com o decorrer do tempo, as operações de troca foram
ganhando vulto. Somente na Idade Média surgiram os primeiros estabelecimentos com a
designação de bancos e o primeiro, segundo os historiadores, foi o Banco da Veneza
(antes denominado Monte Vecchio), fundando em 1171, sendo admitida também a
existência de uma instituição bancária criado pelo governo chinês em 1050.
Indo para a situação histórica do nosso país, antes da independência, Moçambique contou
com cerca de dez bancos comerciais de entre eles se destacam: o Instituto de Crédito de
Moçambique, Montepio de Moçambique Banco, Nacional Ultramarino (BNU), Banco
Pinto & Sotto Maior e o Banco Standard Totta de Moçambique (BSTM). Nesse período
colonial, o BNU atuava como o Banco Central, sendo que depois da independência, as
actividades do BNU foram herdadas pelo então Banco de Moçambique que,
simultaneamente, passou a desenvolver as funções de banco central e de banco comercial.
2.5.3. Comércio Bancário
Na visão de Chivaringo (s.d), o comercio bancário é uma actividade comercial que
consiste, essencialmente, em receber fundos em depósito (à ordem ou a prazo), emprestar
capitais aos que deles necessitam (através de adiantamentos ou pelo desconto de títulos
comerciais), subscrever compromissos para facilitar as transações dos seus clientes
(aceites bancários, fianças, etc.).
2.5.4. Objetivos dos Bancos
São os principais objetivos das empresas/instituições bancarias os seguintes:
1. Pagamento de depósitos:
2. Aumento das reservas; e
3. Remuneração dos acionistas que esperam um rendimento do seu investimento.
2.5.5. Classificação dos Bancos
Os bancos podem classificar-se de acordo com diversos critérios/parâmetros:
1. Segundo o papel desempenhado pelo Estado na sua constituição (Bancos públicos
criados pela intervenção do Estado e Bancos Privados constituídos pela iniciativa
privada);

8
2. Segundo a origem dos seus capitais (Bancos centrais, bancos comerciais, bancos
de negócios e bancos mistos);
3. Segundo a natureza das operações que executam.

2.6.Contabilidade Bancaria
2.6.1. Conceito
Para Chivaringo (s.d), a contabilidade bancaria é um ramo da contabilidade aplicada que
estuda, regista e controla as operações pertinentes a instituições de crédito e sociedades
financeiras, determinando o resultado destas operações e a situação patrimonial.
Para Vunge (s.d), a contabilidade bancária é uma área especializada da contabilidade que
requer sólidos conhecimentos da indústria do sector financeiro, requer o conhecimento
dos produtos e serviços da indústria, bem como os processos e fluxos de informações das
negociações ou ocorrências destes processos.
Sozinho (2008) acrescenta, as características específicas do património das empresas
bancárias e sociedades financeiras, a natureza própria das suas operações, tais como
empréstimos, depósitos, cobrança de valores, etc. justifica o estudo da Contabilidade
Bancária.
Na visão dos autores supracitados, a contabilidade bancaria é um ramo de extrema
importância pois, é o ramo responsável pelo estudo e funcionamento de importantes
aspetos dentro de uma instituição financeira.

2.6.2. Plano de contas para instituições de crédito e sociedades financeiras


A contabilidade contém uma linguagem fundamental na actividade bancária, e como
todas as formas de comunicação, vai sofrendo adaptações ao real sobre o qual interage de
forma a manter a atualidade. A comunicação a este nível estabeleceu-se através da
evolução do conceito de normalização contabilística que foi influenciando a evolução
paralela do Plano de Contas para Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras com
alterações em 1988, 1994 e 1999.
Segundo Alberto (2004), as instituições financeiras desenvolvem as seguintes
operações:
1. Empréstimos;
2. Financiamento;
3. Desconto de títulos;
4. Operações especiais como crédito rural, câmbio e comércio internacional;
5. Captação de depósitos a vista e a prazo;
6. Obtenção de recursos no exterior para repasse;
7. Prestação de Serviços.
2.6.3. Património das instituições financeiras
O património das instituições financeiras é constituído por:

9
Figura 1:

Ilustração da constituição do património de uma instituição financeira

Passivos
Ativo
Património Líquido

Nota: adaptado pelo autor.

Onde, Ativo = Passivo + Património líquido


O raciocínio contábil para efeito de lançamento independente do ramo de atividade da
empresa seja comercial, industrial ou prestação de serviços será através do:
1. Debito quando ocorrer o aumento de bens ou direitos e/ou pela diminuição de uma
obrigação;
2. Do crédito quando ocorrer a diminuição de bens ou direitos e/ou pelo aumento de
uma obrigação.

2.6.4. Sistematização do Plano de Contas


Segundo Sozinho (2008), o Plano de Contas para as Instituições de Crédito e Sociedades
Financeiras em vigor, estabelece uma aproximação ás regras e práticas da comunidade
bancária internacional e é constituído por nove classes, nomeadamente:
1. Disponibilidades;
2. Aplicações;
3. Imobilizações;
4. Recursos Alheios;
5. Contas Internas e de Regularização;
6. Recursos Próprios e Equiparados;
7. Custos por Natureza;
8. Proveitos por Natureza;
9. Contas extrapatrimoniais.
Para Sozinho (2008), a organização interna das classes reflete, de forma explicita a
aplicação dos seguintes critérios básicos de ordenação:
• Natureza do elemento patrimonial;
• Sector institucional;
• Situação da residência;
• Distinção entre moeda nacional e estrangeira;
• Prazo das operações e

10
• Consideração dos sectores fundamentais da economia.

2.6.5. Posicionamento das contas no balanço


Apesar de existir discrepância entre o Plano de Contas para Instituições de Crédito e
Sociedades Financeiras e o Plano Geral de Contabilidade a equação fundamental do
balanço é a mesma, se não vejamos:

Figura 2:

Ilustração da equação geral do balanço

Ativo = Passivo + Fundos Próprios

Nota: Manual de Contabilidade Bancaria, de Cândido Sozinho, 05/10/2024, www.cliqueapostilas.com.br. 2008

Assim se seguirmos o dispositivo horizontal do balanço, as contas irão se posicionar no


balanço da seguinte maneira:

Tabela 1:

Ilustração do posicionamento das contas no balanco

Ativo Passivo
1. Disponibilidades 6. Recursos alheios
2. Aplicações 7. Contas Internas e de
3. Imobilizações Regularização (saldos credores)
5. Contas Internas e de 8. Recursos Próprios e Equiparados
Regularização (saldos devedores)
9. Contas Extrapatrimoniais 9. Contas Extrapatrimoniais

2.6.6. Análises das Classes de Contas


Um banco, como qualquer unidade económica, está inserido num determinado ambiente
económico com o qual mantém permanentes ligações em termos de fluxos reais a que
correspondem fluxos monetários, mas no sentido oposto a aquele. No sector bancário,
dada a natureza da sua actividade (intermediação) financeira), haverá fluxos recursos dos
poupadores para o banco e deste para os investidores. Assim estar-se-á na presença de
aplicações, ao falarmos de:
• Aquisição do imobilizado;
• Concessão de crédito;
• Depósito noutros bancos;
• Pagamento de salários;
• Liquidação de Juros.

11
Estamos na presença de recursos nas seguintes situações:
• Aumento de capital por entrada de dinheiro;
• Obtenção de fundos no mercado monetário;
• Depósito de clientes e
• Cobrança de juros.
Tal como em qualquer facto patrimonial, os fluxos são suscetíveis de revestir duas
naturezas diferentes patrimoniais (factos patrimoniais qualitativos) e de exploração
(factos patrimoniais quantitativos).
A dupla sistematização, está consagrada no PCICSF através da seriação de classes de
contas, apenas com duas exceções:
Classe 5 – Contas Internas e de regularização, reúne simultaneamente contas de
aplicações e recursos e nem sempre traduz ligações ao exterior, quer dizer, o movimento
dessas contas muita das vezes não representa um fluxo.
Classe 9 – Contas Extrapatrimoniais, envolvem a relevação de responsabilidades ou
compromissos assumidos pelo Banco ou pelos demais sujeitos perante este e que não
houve ainda fluxo patrimonial ou de exploração.
Relações entre classes de contas
Se observar o diagrama acima, verifica-se que existe relação entre classes de contas se
não vejamos:
• A integração das contas de custos e proveitos dá origem a resultados que por sua
vez permite a constituição de reservas e criação de provisões específicas;
• Os recursos alheios originam juros de operações passivas (custos por natureza);
• As aplicações originam juros de operações ativas (proveitos por natureza).

2.6.7. Normas e princípios contabilísticos


O produto final da contabilidade são as demonstrações financeiras e estas devem dar uma
imagem verdadeira e apropriada do património, da situação financeira, assim como do
resultado das operações da empresa de modo a satisfazer todos os utentes da informação
financeira, sejam eles, credores, devedores, acionista estado, etc..
A qualidade essencial da informação proporcionada pelas demonstrações financeiras é a
de que seja compreensível pelos utentes acima referidos e só é possível através do
cumprimento das normas de contabilidade sobretudo as de relevância e fiabilidade.
Segundo Sozinho (2008), o plano de contas para instituições de crédito e sociedades
financeiras de 1999, que é de utilização obrigatória de todas as instituições sob supervisão
do Banco de Moçambique, estão consagradas de forma explícita as seguintes normas e
princípios contabilísticos:

12
Normas
O PCICSF, sendo de utilização obrigatória, para todas as instituições financeiras,
nomeadamente: bancos comerciais, empresas de leasing, de factoring, sociedades de
compras em grupo, de capital de risco, de entre outras sujeitas a supervisão do Banco de
Moçambique, estabelece um conjunto de normas, a saber:
Relevância: é entendida como sendo a qualidade que a informação tem de influenciar as
decisões dos seus utentes, ao ajuda-los a avaliar os acontecimentos passados, presentes e
futuros ou a confirmar ou a corrigir as suas avaliações.
Fiabilidade: é a qualidade que a informação tem de estar liberta de erros materiais e de
juízos prévios, ao mostrar apropriadamente o que tem por finalidade apresentar ou se
espera que razoavelmente represente, podendo, por conseguinte, dela depender os utentes.
Não compensação das contas: não são permitidas quaisquer compensações entre saldos
devedores e credores seja nas contas de terceiros, proveitos, ganhos custos ou perdas.
Princípios contabilísticos
O seguimento de princípios contabilísticos, reveste-se de grande importância, sobretudo
se assumirmos que o utente da informação contabilística ultrapassa as fronteiras de um
país, devido ao fenómeno de globalização que está mais patente nos mercados financeiros
do que em qualquer outro sector onde a nacionalidade do capital está cada vez mais
diluída. No PCICSF estão patentes os seguintes princípios contabilísticos geralmente
aceites:
1. Continuidade: presume-se que a empresa de seguros opera continuamente não
tendo intenção nem necessidade de entrar em liquidação ou reduzir
significativamente a sua actividade. Este princípio é fundamental para transmitir
confiança aos segurados e ao público em geral.
2. Consistência: os critérios valorimétricos não podem ser modificados de um
exercício para o outro, caso se verifique uma derrogação a este princípio com
efeitos materialmente relevantes, deve constar uma nota explicativa anexo as
demonstrações financeiras.
3. Especialização: os proveitos e os custos são reconhecidos quando obtidos ou
incorridos, independentemente do seu recebimento ou pagamento, devendo
incluir-se nas demonstrações financeiras dos períodos a que respeitam.
4. Prudência: as contas devem integrar níveis de precaução exigidos por estimativas
realizadas em condições de incerteza, não permitindo, contudo, a criação de
reservas ocultas ou provisões excessivas ou a deliberada quantificação dos ativos
e proveitos por defeito de passivo e custos por excesso.

2.6.8. Contabilidade como sistema de informação


Segundo Vunge (s.d), a contabilidade como sistema de informação é a técnica de natureza
económica que trata dos princípios, métodos e instrumentos para efetuar a escrituração
das suas operações, eventos e factos, cujo objeto consiste em determinar a situação

13
presente e futura com o objectivo de obter informações para a gestão dessa mesma
entidade.

Figura 3:

Ilustração do funcionamento da contabilidade como sistema de informação

Nota: Contabilidade Bancaria, de Banco Angolano de Investimentos, 05/10/2024, https://www.bancobai.ao/. 2016

No banco, a contabilidade constitui um sistema de informação importante, pois encerra


em si a expressão monetária de toda a sua actividade.
Permite-nos verificar e seguir todos os movimentos e todas as transformações sofridas
pelos capitais confiados à Gestão do banco, estabelecer o custo de cada produto/serviço,
evidenciar o resultado gerado, obter dados sobre a evolução dos negócios e a melhor
forma de os orientar.

14
Conclusão
Ao final do trabalho deu para entender que desde as primeiras trocas comerciais, onde a
moeda era representada por objetos de valor, até os complexos instrumentos financeiros
de hoje, a história da moeda revela uma busca constante por um meio de troca mais
eficiente e seguro. Com o surgimento dos bancos, a intermediação financeira se tornou
mais atraente, permitindo a multiplicação do crédito e o financiamento da economia.

A contabilidade bancária, por sua vez, surgiu como uma ferramenta essencial para
registrar e controlar as operações financeiras realizadas por essas instituições. Ao longo
dos anos, a contabilidade bancária evoluiu em paralelo com as mudanças no sistema
financeiro, adaptando-se a um ambiente cada vez mais regulamentado.

A contabilidade bancária desempenha um papel fundamental na gestão dos bancos, na


proteção dos interesses dos investidores e na manutenção da estabilidade do sistema
financeiro. As informações contábeis geradas pelos bancos são utilizadas para diversas
finalidades, como a tomada de decisões de investimento, a avaliação da solvência das
instituições e a elaboração de políticas monetárias.

15
Referências bibliográficas
Banco Angolano de Investimentos. (s.d). Contabilidade bancaria.
https://www.bancobai.ao/media/5650/bai_pre_outros-clientes_-17052024-cleaned.pdf
Bastos, Alexandre M. (s.d). Contabilidade bancaria. https://ipecrj.com.br/wp-
content/uploads/2017/11/Apresentacao-Contabilidade-Bancaria-SITE.pdf
Chivaringo, Nilza C. A. (s.d). Manual do curso de contabilidade e auditoria.
https://biblioteca.unisced.edu.mz/bitstream/123456789/1704/1/MANUAL%20DE%20C
ONTABILIDADE%20FINANCEIRA-I.pdf
Sozinho, Cândido. (2008). Manual de contabilidade bancaria.
https://cliqueapostilas.com/Content/apostilas/32bc391347c4902c306d9e6c2f5affa7.pdf

16

Você também pode gostar