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Anais Xi Sudeste

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Estimados Colegas

Mais uma vez, os núcleos São Paulo, Rio de Janeiro/Espírito Santo e Minas Gerais da Sociedade Brasileira de
Geologia se unem para a realização do XI SIMPÓSIO DE GEOLOGIA DO SUDESTE-2009, onde o objetivo
centraliza-se em promover a divulgação de trabalhos técnicos-científicos na área de geociências.
Atualmente, os simpósios regionais se destacam no Brasil pela sua importância na agregação de pesquisadores
e profissionais de diversas áreas geocientíficas, resultando em novos projetos, divulgação de empresas atuantes
na área e, talvez em caráter fundamental, elucidando os alunos nas mais diversas questões que norteiam a futura
profissão.
O Simpósio de Geologia do Sudeste possui uma história que, como tal, se inicia em 1989, na bela cidade do Rio de
Janeiro, com a participação de aproximadamente 90 pessoas. Desde sua primeira edição, o número de participantes
e trabalhos inscritos tem crescido anualmente e, tão junto quando a sua importância perante a sociedade, alcançou
cerca de 500 inscritos nas ultimas edições.
De fato, o interesse da comunidade geocientífica, seja acadêmica ou profissional, só mostra a importância que
este evento possui em caráter nacional, e ainda, motiva ainda mais os organizadores a buscar o “melhor” em cada
edição. Esse empenho também se espelha nos imprescindíveis apoios das empresas estatais e privadas.
Assim, neste ano, ao front das cuestas basálticas da Bacia do Paraná, na bela de São Pedro (SP), os trabalhos
técnicos apresentados foram divididos em sete áreas técnicas, sendo: CRÁTONS E NÚCLEOS CRATÔNICOS;
ORÓGENOS NEOPROTEROZÓICOS; TECTÔNICA, SEDIMENTAÇÃO, MAGMATISMO E EVOLUÇÃO
DE BACIAS SEDIMENTARES; RECURSOS MINERAIS DA REGIÃO SUDESTE; NOVAS FRONTEIRAS
EXPLORATÓRIAS DE HIDROCARBONETOS; GEOCIÊNCIAS AMBIENTAIS, HDROGEOLOGIA,
GEOTURISMO E PATRIMÔNIO GEOLÓGICO; GEOTECNOLOGIAS. O tema central do evento é o trabalho
“A GRANDE COLISÃO PRECAMBRIANA DO SUDESTE BRASILEIRO” de Ebert & Hasui (1998).
Sejam todos muito bem vindos e aproveitem para conhecer a geologia da Bacia do Paraná em seus diversos
afloramentos na região, usem também o tempo para renovar o convívio entre os colegas e expandir os horizontes
geocientíficos.

Sua presença é a certeza do sucesso contínuo do Simpósio de Geologia do Sudeste.

Diretoria SBG - SP,RJ/ES,MG / Comissão Organizadora

Outubro de 2009

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Nossa homenagem aos Geólogos que nos deixaram:


Joel Gomes Valença, João Batista Filho (Juca), Octávio Ferreira da Silva e Hélio Monteiro Penha.
Boa viagem a eles e a todos aqueles Geólogos que mapeiam o campo dos sonhos.
A Comissão Organizadora do SGS 2009
São Pedro (SP), outubro de 2009

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

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COMISSÃO ORGANIZADORA

Presidente do Evento
Norberto Morales (UNESP/SBG-SP)

Vice-Presidente do Evento
Fábio Braz Machado (UNESP/UNISAL/SBG-SP)

Presidente de Honra
Yociteru Hasui (UNESP)

Secretario
Iata Anderson de Souza (UNESP/SBG-SP)

Financeiro
Luiz Henrique Mancini (USP/SBG-SP)
Andréa Simone Venâncio (UNESP)

Coordenador Científico
José Alexandre de Jesus Perinotto (UNESP)

Secretaria Geral
Camila Hallite (UNESP)
Thiago Stefanelli (UNISAL)
Pedro Cassioti Sartori (UNISAL)
Luis Cordido (UNESP)
Divanir Conego Junior (USP)

Infra-estrutura e Divulgação
Adilson Viana Soares Junior (UNESP)
Antonio Misson Godoy (UNESP)
Custódio Netto (SBG - MG)
Egberto Pereira (UERJ)
Eliane de Costa Alves (UFF)
Flávio Luiz da Costa Erthal (SBG - RJ)
Francisco de Assis Negri (IG)
Gláucia Queiroga (SBG - MG)
Nelson Angeli (UNESP)
Ricardo Latgé (PETROBRAS)
Tamar Milca Bortolozzo Galembeck (UNESP)
Ticiano José Saraiva dos Santos (UNICAMP)
Washington Barbosa Leite Júnior (UNESP)

Comitê Científico
Antenor Zanardo (UNESP)
Antonio Carlos Pedrosa Soares (UFMG)
Antonio José Ranalli Nardy (UNESP)
Alvaro Penteado Crósta (UNICAMP)
Claudio Riccomini (USP)
Cláudio Valeriano (UERJ)
Dimas Dias-Brito (UNESP)
Joel Barbujiani Sígolo (USP)
Kátia Leite Mansur (DRM-RJ)
Lázaro Valentin Zuquette (UFSCAR)
Leila Soares Marques (USP)
Luiz Sérgio Amarante Simões (UNESP)
Mario Luis Assine (UNESP)
Monica da Costa Pereira Heilbron (UERJ)
Nely Palermo (UERJ)
Pedro Victor Zalán (PETROBRAS)
Rodolfo Dino (PETROBRAS)
Rômulo Machado (USP)
Valdecir Janasi (USP)

Editoração e Arte Final


Ana Lucia Sanchez Panico (prof.ana.sanchez@gmail.com)

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DIRETORIA EXECUTIVA DA DIRETORIAS DOS NUCLEOS


SOCIEDADE BRASILEIRA DE REGIONAIS DA SBG
GEOLOGIA
BIÊNIO 2009/2011
BIÊNIO 2008/2010

PRESIDENTE NUCLEO MINAS GERAIS


Herbet Conceição
Diretor Presidente: Custódio Netto
DIRETOR VICE-PRESIDENTE Vice-Presidente: Gláucia Nascimento Queiroga
Moacir José Buenano Macambira Diretora Secretária: Rosaline Cristina Figueiredo e
Silva
DIRETORA SECRETÁRIA Diretor Financeiro: Claiton Piva Pinto
Lucy Gomes Sant’Anna Diretor de Programação Técnico Científico:
Fernando Flecha de Alkmim
DIRETOR FINANCEIRO
Joel Barbujiani Sígolo

DIRETORA DE COMUNICAÇÃO E NUCLEO RIO DE JANEIRO


PUBLICAÇÕES
Antonio Carlos Pedrosa Soares Diretor Presidente: Flávio Luiz da Costa Erthal
Vice-Presidente: Egberto Pereira
DIRETORA DE PROGRAMAÇÃO TÉCNICO- Diretor Secretário: Luís Marcelo F. Mourão
CIENTÍFICA Diretora Financeira: Eliane da Costa Alves
Nely Palermo Diretor de Programação Técnico Científico:
Felipe Mattos Tavares
DIRETOR ADJUNTO Diretor de Comunicação e Publicações:
Nilson Francisquini Botelho Hernani Aquini Fernandes Chaves
Diretor Adjunto Estado do Espírito Santo:
Paulo de Tarso F. de Oliveira Fortes

NUCLEO SÃO PAULO



Diretor Presidente: Fábio Braz Machado
Vice-Presidente: Ticiano José S. dos Santos
Diretor Secretário: Iata Anderson de Souza
Diretor Financeiro: Luís Henrique Mancini
Diretor de Programação Técnico Científico:
Norberto Morales
Diretor de Comunicação e Publicações:
Eduardo Reis V. Rocha Junior
Diretor Adjunto: Elias Isler

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PALESTRAS

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

A GRANDE COLISÃO PRECAMBRIANA DO SUDESTE BRASILEIRO E SUA RELAÇÃO


COM A GEOLOGIA ESTRUTURAL

Yociteru Hasui
Universidade Estadual Paulista
Instituto de Geociências e Ciências Exatas
Departamento de Petrologia e Metalogenia
hasui@terra.com.br

A região do Sudeste é constituída por partes dos sistemas orogênicos da Mantiqueira (cinturões Araçuaí e
Ribeira) e do Tocantins (Cinturão Brasília), que contornam o leste, sul e oeste do Cráton do São Francisco.
Ela tem rochas do Arqueano ao Mesoproterozóico e supracrustais neoproterozóicas: nos dois sistemas
o termo-tectonismo do Ciclo Brasiliano afetou as supracrustais e as porções mais antigas; o cráton tem
rochas mais antigas e extensas coberturas neoproterozóicas nada ou menos termo-tectonizadas. Aqui
procura-se sintetizar e refletir sobre a evolução desse conjunto nesse ciclo, considerando o contexto
macro-regional.
A constituição e estruturação regional dos dois sistemas orogênicos envolveram, de início, processos
distensivos iniciais que têm sido reunidos na chamada Tafrogênses Toniana (intrusões, rifteamento, pacotes
vulcano-sedimentares e fundo oceânico). Esses processos começaram principalmente por volta de 1,0
Ga com a fragmentação do Rodínia, mas em parte remonta a contexto intrapalaca do Mesoproterozóico
(riftes de Uruaçu, Serra de Itaberaba, Setuva). Abriram-se os oceanos Adamastor (entre o Cráton do São
Francisco e os do Congo e Kalahari) e Goianides (entre os crátons do São Francisco e Amazônico e o
Bloco do Paraná).
Seguiram-se processos compressivos ligados a subducções e convergências de massas continentais
(prismas de acresção, terrenos, arcos de ilhas e continentais, magmatismo sin e tardicolisional,
metamorfismo) mediante interação de blocos (Araguacema, Rio Verde, Paraná, São Paulo, Vitória
e Brasília), microcontinentes ou maciços no interior dos sistemas Mantiqueira e Tocantins (Goiano,
Paranã, Campo do Meio, Amparo, Luiz Alves) e crátons (Amazônico, São Francisco, Congo e Kalahari).
Formaram-se sistemas de cavalgamento, em parte com vergências centrífugas e em parte complicados
tardia a posteriormente por sistemas transcorrentes ligados a tectônica de escape lateral (Campo do
Meio, Paraíba do Sul, Dorsal do Canguçu, Iporá, Transbrasiliano) e pela Sintaxe de Pirenópolis.
Por fim, deu-se a exumação ou colapso do orógeno (bacias de antepaís, distensivas e transpressivas
e intermontanas acolhendo depósitos de molassa, magmatismo pós-colisional, arrefecimento), que se
estendeu até cerca de 460 Ma (Ordoviciano) e culminou com a formação do Gondwana, cuja parte
consolidada no Brasil é a Plataforma Sul-Americana.
Os dados de indicadores da movimentação tectônica e sentidos das subducções possibilitam reconstituir
parcialmente a dinâmica das interações dos blocos, crátons e maciços e os ambientes geotectônicos
associados. As primeiras convergências originaram o Arco Magmático de Goiás I e as faixas São Gabriel
e Uruaçu. Esses processos eclodiram em seguida formando as porções principais dos sistemas orogênicos.
As derradeiras aglutinações levaram à formação das faixas Araguaia e Paraguai e incorporação do
domínio Cabo Frio.
Os dados geocronológicos modernos dessas entidades atestam evolução diácrona dos sistemas orogênicos.
No Brasiliano I desenvolveram-se o Arco Magmático de Goiás I e das faixas São Gabriel e Uruaçu
entre 890 e 700 Ma. No Brasiliano II, entre 670 e 530 Ma, formaram-se no Sistema Tocantins o Arco
Magmático de Goiás I e a Faixa Brasília, e no Sistema Mantiqueira as faixas Dom Feliciano, Ribeira
e Araçuaí, com migração dos processos de convergência de sul para norte no sistema Mantiqueira. No
Brasiliano III, de 580 a 490 Ma, a convergência gerou as faixas Araguaia, Paraguai e agregou o domínio
Cabo Frio.

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

FITORREMEDIAÇÃO, FITOEXTRAÇÃO E FITOESTABILIZAÇÃO COMO PROPOSTA


DE REMEDIAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Joel Barbujiani Sigolo


Universidade de São Paulo
Instituto de Geociências
jbsigolo@usp.br

Os princípios básicos dos processos de fitorremediação, fitoextração e fitoestabilização exibem vantagens


e desvantagens a métodos convencionais aplicados hoje em dia em diversos sites contaminados de resíduos
sólidos que exigem deslocamento e disposição em áreas de controle ambiental (aterros controlados
etc). Tendo-se em conta quais objetivos de uso da área contaminada a ser tratada, a fitoestabilização
pode ser uma alternativa mais econômica e, em outros casos, a fitoextração pode ser uma alternativa
mais interessante. Ambas empregam técnicas fitobiológicas associadas a conhecimento litológico e
pedológico com implemento de procedimentos interativos fundamentados em processos geoquímicos
existentes nos perfis de solos nos ambientes tropicais.
Sua aplicação devidamente planejada e delimitada diante dos parâmetros climáticos/pedológicos/
litológicos e geoquímicos permite estabilizar e inertizar diversos metais tóxicos e mesmo diversos
produtos orgânicos no solo e no interior da fonte poluidora. Além desse aspecto o consórcio de vegetações
instalado na área do site passa a agir contra processos erosivos e reduzir o fluxo e a disponibilidade de
metais tóxicos no ecossistema. A esse procedimento pode-se adicionar produtos reativos e inertizantes
os quais constituem um fito-substrato reativo funcionando como “barreira geoquímica reativa”.
Metais sobre a condição de eletrólitos passam a ser imobilizados na camada constituída pelo fito-substrato,
impedindo o fluxo vertical desses elementos em direção ao lençol freático. Essa alternativa tecnológica
aplica o potencial adsorvente de produtos com essa propriedade (no caso vem sendo empregado turfa
reativa e carbono ativado) os quais promovem associação sinérgica com espécies de plantas selecionadas
na fitoestabilização de metais tóxicos contidos no resíduo sólido. As informações geradas em diversos
testes piloto em laboratório e casa de vegetação demonstram que os resultados se prestam para o
desenvolvimento de um complexo fito-substrato específico que se baseie nas características geológicas
(litológicas e estruturais), químicas (composição condições físico química das águas subterrâneas locais)
e das características físicas e químicas do solo e/ou substrato contaminado.
O emprego de processos de fitoestabilização e fitoextração pode tornar-se uma alternativa viável para
remediação (fitorremediação) in situ e revegetação de áreas contaminadas por metais tóxicos vinculados
a diversos tipos. Alguns desses resíduos sólidos são classificados como Resíduos de Classe I, os quais
após adequado tratamento por fitoextração passam a serem classificados como resíduos de Classe II. Tal
resultado representa significativo barateamento nas condições de gestão desses resíduos em diferentes
situações de contaminação de solo existentes no país (resíduos de siderurgia, areias de fundição, resíduos
de mineração de diversos tipos, lagoas de rejeitos etc).

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

O MAGMATISMO NO SUDESTE DA PLACA SUL-aMERICANA E SUA RELAÇÃO COM A


QUEBRA DO GONDWANA

Sérgio Valente1,2
1
Departamento de Geociências, UFRuralRJ
2
Programa de Pós-graduação, FGEL/UERJ
sergio@ufrrj.br

A porção sudeste da Placa Sul-Americana registra intensa atividade magmática, com pico no Cretáceo
Inferior, relacionada à fragmentação do Gondwana. O magmatismo é predominantemente basáltico
toleítico e representado pelos derrames da Província Paraná-Etendeka (Fm. Serra Geral da Bacia do
Paraná, no Brasil), das bacias de Pelotas, Santos, Campos e Espírito Santo e intrusões (diques e soleiras),
nas mesmas províncias, bem como dos enxames de diques de Ponta Grossa, Serra do Mar, Florianópolis
e, possivelmente, Colatina. Subordinadamente, derrames e intrusões intermediárias e ácidas ocorrem
nestas províncias, caracterizando um magmatismo regional de caráter bimodal. Além da bimodalidade,
este marcante evento magmático ocorrido no Cretáceo Inferior é caracterizado pela provincialidade
geoquímica, usualmente representada pela subdivisão da série toleítica basáltica em suítes de alto-TiO2
e baixo-TiO2. Esta provincialidade geoquímica pode estar relacionada a dois processos, quais sejam: 1)
origem a partir de fontes mantélicas distintas ou 2) origem por diferentes quantidades de fusão parcial a
partir de uma mesma fonte. Neste último caso, as diferenças químicas entre as suítes de alto-TiO2 e baixo-
TiO2 podem ser utilizadas na elaboração de modelos geodinâmicos para a fragmentação do Gondwana.
Isto é possível porque há uma relação direta entre quantidade de afinamento (ou estiramento) litosférico
e quantidade de fusão parcial. Esta última, por sua vez, tem uma relação inversa com razões La/Yb
de magmas parentais, dada a compatibilidade entre Yb e granada durante os processos de equilíbrio
cristal-líquido relacionados à fusão de granada lherzolitos. Adicionalmente às informações referentes às
quantidades de estiramento litosférico em diferentes porções do Gondwana durante a sua fragmentação,
o estudo petrogenético das suítes basálticas do Cretáceo Inferior do Sudeste da Placa Sul-Americana
também permite discriminar os diferentes tipos de mantos envolvidos no processo geodinâmico.
Modelos geodinâmicos envolvendo interações entre fontes sublitosféricas, com ênfase em tipos férteis
geralmente identificados com a pluma de Tristão da Cunha, e o manto litosférico subcontinental têm
sido defendidos por diferentes autores. Menos frequentemente, modelos envolvendo delaminação do
manto litosférico subcontinental e interação deste com fontes sublitosféricas empobrecidas (isto é, do
tipo D-MORB e N-MORB) têm sido apresentados por outros autores. Mais recentemente, modelos
geodinâmicos envolvendo anomalias do geóide, em oposição à presença de anomalias térmicas do
tipo pluma, foram publicados na literatura especializada. Todos estes trabalhos têm contribuído para
a compreensão dos complexos processos geodinâmicos relacionados à fragmentação do Gondwana. A
elucidação destes processos e elaboração de modelos geodinâmicos refinados servem não somente ao
nosso conhecimento sobre a evolução do manto e crosta terrestres mas, também, à compreensão dos
mecanismos geradores de recursos minerais, com ênfase em óleo e gás, existentes nas bacias costeiras
do Sul e Sudeste do Brasil.

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

RESUMOS

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

SUMÁRIO

SESSÕES TÉCNICAS
S1 - CRÁTONS E NÚCLEOS CRATÔNICOS

GEOLOGIA DA REGIÃO DE IGARAPÉ, PORÇÃO OESTE DA SERRA DO CURRAL – QUADRILÁTERO FERRÍFERO MG


Joanna Correia de Souza P. Gomes, Luís Fernando Oliveira, Marcos Eduardo Vieira Neri, Raul Sabadini Junior, Carlos A.
Rosiere ............................................................................................................................................................................................................................................ 16
ESTUDO FACIOLÓGICO, MINERALÓGICO E GEOQUÍMICO DO GRANITÓIDE RITÁPOLIS E CORRELAÇÃO COM O
CINTURÃO MINEIRO, MINAS GERAIS
Ciro Alexandre Ávila, Alexandre Nascimento de Souza, Fernando Vasques, Júlio Cezar Mendes, Leandro Bravo Costa,
Eduardo Guimarães, Mariana Soares, Rômulo Stohler, Filipe Vidal Oliveira, Thayla Vieira, Filipe Rocha, Julia Guerrero,
Thales Azevedo ........................................................................................................................................................................................................................... 16
GEOLOGIA DA REGIÃO ENTRE AZURITA E ITATIAIUÇU, EXTREMO OESTE DA SERRA DO CURRAL, QUADRILÁTERO
FERRÍFERO - MG
Moara Melo Tupinambás; Joanna Chaves Souto Araújo; Antônio Wilson Romano ....................................................................................... 17
TECTÔNICA TRANSPRESSIVA DA SERRA DE SANTO ANTÔNIO, MATEUS LEME, MG
Joanna Chaves Souto Araújo; Antônio Wilson Romano; Moara Melo Tupinambás ....................................................................................... 17
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SERRA DO PARAÍSO, CAMPOS GERAIS, MG
Marcos Vinicius M. de Carvalho; Fábio V. P. Paciullo ................................................................................................................................................... 18
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA DAS ROCHAS METAULTRAMÁFICAS DA JAZIDA MOSTARDAS E BOIADEIROS,
SUPERGRUPO RIO DAS VELHAS, QUADRILÁTERO FERRÍFERO, MINAS GERAIS
Ana Márcia Batista Soares; Newton Souza Gomes ....................................................................................................................................................... 18
COMPOSIÇÃO ISOTÓPICA SR NOS PADRÕES DE ROCHA DO USGS BCR-1, AGV-1, G-2 E GSP-1: RESULTADOS
PRELIMINARES DO LABORATÓRIO DE GEOCRONOLOGIA E ISÓTOPOS RADIOGÊNICOS – LAGIR – UERJ, RIO DE JANEIRO.
Valeriano, C.M; Vaz, G.S.; Medeiros, S.R.; Neto, C.C.A.; Ragatky, C.D. ..................................................................................................................... 19
O LINEAMENTO N45°W: UMA FEIÇÃO TECTÔNICA COMUM AO CRÁTON SÃO FRANCISCO MERIDIONAL E FAIXA
BRASÍLIA
Mauricio A. Carneiro; Antonino J. Borges; Débora E. dos Santos; Bruno H. Campos; Sérgio Y. D. H. dos Santos; Izabela A.
Camisassa; Rodrigo M. Bauerfeldt ...................................................................................................................................................................................... 19
CARACTERÍSTICAS AEROGEOFÍSICAS DA FOLHA LUZ (SE 23 Y D V) - INTERPRETAÇÃO E DADOS PRELIMINARES
Matheus Kuchenbecker ........................................................................................................................................................................................................... 20
CONTEXTO GEOLÓGICO-ESTRUTURAL DO MACIÇO RIO APA, SUL DO CRÁTON AMAZÔNICO-MS
Antonio Misson Godoy; Jefferson Cassu Manzano, Larissa Marques Barbosa de Araújo, Jesué Antonio da Silva. ........................... 20
SEQUÊNCIA MAGMÁTICA SERRA DA ALEGRIA, SUL DO CRÁTON AMAZÔNICO-MS.
Antonio Misson Godoy, Jefferson Cassu Manzano, Larissa Marques Barbosa de Araújo, Jesué Antonio da Silva, Gláucia
Fumes Chaguri ............................................................................................................................................................................................................................. 21
COMPOSIÇÃO ISOTÓPICA DO SR NO PADRÃO NBS987 OBTIDA POR TIMS NO LABORATÓRIO DE GEOCRONOLOGIA E
ISÓTOPOS RADIOGÊNICOS – LAGIR, DA FACULDADE DE GEOLOGIA DA UERJ
Netto, C. C. A.; Valeriano, C.M; Ragatky, C. D. ................................................................................................................................................................... 21

S2 - ORÓGENOS NEOPROTEROZÓICOS

GEOLOGIA DA ÁREA OESTE DA FOLHA NOVA VENÉCIA, SE-24-Y-B-IV 1:100.000, NORTE DO ESPÍRITO SANTO
Paulo Henrique Amorim Dias; Natália Cota de Freitas; Mariana Oliveira Gondim Coutinho; Henrique Alvim Guimarães ......... 24
AS ZONAS CONSTITUTIVAS DO ORÓGENO RIBEIRA E SUAS INTER- RELAÇÕES EM SEU SEGMENTO CENTRO-
SETENTRIOAL (PARTE DOS ESTADOS DO RJ, ES E MG)
Mario J. G. Fonseca; Julio C. Mendes; Zenaide C. G. Silva; Sergio L. Souza; Jorge C. Moura ......................................................................... 24
PETROGRAFIA E GEOQUÍMICA DE ROCHAS METAMÁFICAS E METAULTRAMÁFICAS DA REGIÃO DE CAMBUCI, RIO DE
JANEIRO
Julio Cezar Mendes, Mário Jorge Gesteira Fonseca ...................................................................................................................................................... 25
CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DO GRANITO SERRA DA CARIOCA, NOROESTE DE RIO CLARO (RJ), SERRA DA BOCAINA
Camila Cardoso Nogueira; Cláudia Valladares ............................................................................................................................................................... 25

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

GEOLOGIA PRELIMINAR DA FOLHA ITARARÉ (SG-22-X-B-I)


Sérgio Wilians de Oliveira Rodrigues; Fabrízio Prior Caltabelotti; Vidya Viera de Almeida, Rafael Aguiar Furuie, Márcio José
Remédio; Vicente Sérgio Costa ............................................................................................................................................................................................. 26
PETROGRAFIA DAS ROCHAS METAMÁFICAS/ULTRAMÁFICAS DA REGIÃO DE JACUÍ (MG)
Mayara Taveira Cordeiro; Prof. Dr. Antenor Zanardo ................................................................................................................................................. 26
CARACTERIZAÇÃO ISOTÓPICA (ND, SR E PB) E IDADE U-PB DO MAGMATISMO BÁSICO DO GRUPO BRUSQUE NO ESTADO
DE SANTA CATARINA – SC
Mariana Tiisel Yamamoto; Miguel Angelo Stipp Basei ............................................................................................................................................... 27
PETROGRAFIA, LITOGEOQUÍMICA E GEOQUÍMICA ISOTÓPICA DE ND DO COMPLEXO QUIRINO NA ÁREA DA FOLHA TRÊS
RIOS, 1:100.000
Giselle Silva da Mota; Cláudia Valladares ......................................................................................................................................................................... 27
GEOLOGIA DA KLIPPE ITALVA NA REGIÃO ENTRE CANTAGALO E ITAOCARA, NORDESTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Caroline Peixoto; Monica Heilbron ..................................................................................................................................................................................... 28
TRAMA MAGNÉTICA E DEFORMAÇÃO DO BATÓLITO GRANÍTICO NEOPROTEROZÓICO TRÊS CÓRREGOS (PLÚTONS
RIBEIRÃO BRANCO, SGUÁRIO E CAPÃO BONITO), DOMÍNIO APIAÍ – SÃO PAULO
Carlos Alejandro Salazar; Sérgio W. Oliveira Rodrigues; Carlos José Archanjo ............................................................................................... 28
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DO CONTATO ENTRE O TERRENO ORIENTAL E TERRENO DA FAIXA RIBEIRA NA REGIÃO DE
SÃO JOSÉ DE UBÁ, NA PORÇÃO NOROESTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Nick Dourado Belém de Oliveira; Patrícia de Souza Miranda; Rodrigo Peternel Machado Nunes ......................................................... 29
ANÁLISE PETROGRÁFICA E MICROTECTÔNICA DO GRANITÓIDE MILONÍTICO “OLHO DE POMBO” NA REGIÃO DE SANTO
ANTÔNIO DE PÁDUA, REGIÃO NW DO RIO DE JANEIRO
Patrícia de Souza Miranda; Nick Dourado Belém de Oliveira; Rodrigo Peternel Machado Nunes ......................................................... 29
INCLUSÕES FLUIDAS EM ROCHAS GRANULÍTICAS DO CINTURÃO RIBEIRA - NORTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Carlos Eduardo A. Gonçalves; Rosa Maria da Silveira Bello; Rômulo Machado .............................................................................................. 30
ANÁLISE ESTRUTURAL E MICROTECTÔNICA DA ZONA DE CISALHAMENTO SÃO BENTO DE SAPUCAÍ, NAS VIZINHANÇAS
DE SÃO BENTO DO SAPUCAÍ, DIVISA DOS ESTADOS DE MINAS GERAIS E SÃO PAULO
Rodrigo Vinagre Cintra da Costa; Rodrigo dos Santos Maia Corrêa; Rudolph Allard Johannes Trouw; Rodrigo Peternel
Machado Nunes ........................................................................................................................................................................................................................... 30
CARACTERIZAÇÃO METAMÓFICA DE XISTOS E GNAISSES DA REGIÃO DE JARINU, SP
Gabriel Cezar Portilla Santana; Marcos Aurélio Farias de Oliveira ....................................................................................................................... 31
GEOLOGIA DA REGIÃO DO DISTRITO DE MONSENHOR HORTA, MUNICÍPIO DE MARIANA, REGIÃO CENTRO-SUDESTE DE
MINAS GERAIS
Edgar Batista de Medeiros Júnior; Ana Márcia Batista Soares ............................................................................................................................... 31
ALOJAMENTO E DEFORMAÇÃO DE PLÚTONS DA PORÇÃO NORDESTE DA SUITE INTRUSIVA GRANÍTICA
CUNHAPORANGA (FAIXA RIBEIRA, PR): EVIDÊNCIAS DE DEFORMAÇÃO EXTENSIONAL NO DOMÍNIO APIAÍ ?
Fabrizio Caltabeloti; Sérgio Wiliams de O. Rodrigues; Carlos Alejandro Salazar; Carlos José Archanjo .............................................. 32
ROCHAS CHARNOCKÍTICAS DA SUÍTE DIVINO (REGIÃO DE CARANGOLA, MG): A RAIZ GRANULÍTICA DO ARCO
MAGMÁTICO DO ORÓGENO ARAÇUAÍ
Tiago Amâncio Novo, Antônio Carlos Pedrosa-Soares, Carlos Maurício Noce, Fernando Alkmim, Ivo Dussin ................................. 32
MODELAMENTO DO METAMORFISMO DAS ROCHAS DA KLIPPE CARRANCAS COM PSEUDOSSEÇÕES
Mauricio Pavan; Renato de Moraes; Mário da Costa Campos Neto ...................................................................................................................... 33
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA ÁREA ENTRE CAREAÇU E HELIODORA, SUL DE MINAS GERAIS
Marcos Vinicius Ferreira Fontainha; Rudolph Allard Johannes Trouw .............................................................................................................. 33
GEOLOGIA DA FOLHA PARAISÓPOLIS
Marcos Vinicius Ferreira Fontainha; Rudolph Allard Johannes Trouw; Alexandre Alves de Oliveira ................................................... 34
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA REGIÃO DE SANTO ANTÔNIO DO PINHAL, DIVISA DOS ESTADOS DE MINAS GERAIS E SÃO
PAULO
Mariana Meirelles; Marcela Lages; Rudolph Trouw; Rodrigo Vinagre ................................................................................................................ 34
EVOLUÇÃO METAMÓRFICA DA PORÇÃO NORTE DO COMPLEXO GUAXUPÉ NA REGIÃO DE ARCEBURGO-SANTA CRUZ DA
PRATA, MG
Magnólia Barbosa do Nascimento; Marcos Aurélio Farias de Oliveira ............................................................................................................... 35
O TERRENO PARANAGUÁ NO CONTEXTO TECTÔNICO DO SUDESTE BRASILEIRO
Leonardo Fadel Cury; Oswaldo Siga Junior; Ossama Mohamed Milad Harara; Kei Sato; Miguel Angelo Stipp Basei ..................... 35

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

GEOLOGIA E GEOCRONOLOGIA DA REGIÃO DO BETARA (PR): EVIDÊNCIAS DE REGIMES EXTENSIONAIS DO


PALEOPROTEROZÓICO SUPERIOR (1.80-1.75 GA) E DO MESOPROTEROZÓICO (1.50-1.45 GA) NO SUL-SUDESTE BRASILEIRO
Oswaldo Siga Junior; Leonardo Fadel Cury; Ligia Maria Leite Ribeiro; Kei Sato; Miguel Angelo Stipp Basei; Cláudia Regina
Passarelli ........................................................................................................................................................................................................................................ 36
PETROGRAFIA E GEOQUÍMICA DO COMPLEXO SERRA DA BOLÍVIA NA REGIÃO DE ITAOCARA, FAIXA RIBEIRA, ESTADO DO
RIO DE JANEIRO
Renata Seibel Melo; Monica Heilbron; Miguel Tupinambá ...................................................................................................................................... 36
FAIXA RIBEIRA CENTRAL E SUAS CONEXÕES COM AS FAIXAS ARAÇUAÍ E RIBEIRA SUL
Monica Heilbron, Miguel Tupinambá, Beatriz Pachoal Duarte, José Renato Nogueira, Claudia Valladares1 Júlio Almeida,
Luiz Guilherme do Eirado Silva, Célia Diana Ragatky, Cláudio Valeriano, Mauro Geraldes, Renata Schmitt ...................................... 37
ESTRUTURA GEOLÓGICA DA FOLHA BAÍA DE GUANABARA, ESCALA 1:100.000
Larissa Neves Lago, Claudio de Morisson Valeriano ................................................................................................................................................... 37
O COMPLEXO JUIZ DE FORA NA REGIÃO DE TRÊS RIOS (RJ): LITOGEOQUÍMICA, GEOCRONOLOGIA U-PB (LA-ICPMS) E
GEOQUÍMICA ISOTÓPICA DE ND E SR
Jefferson Lima Fernandes Andre; Claudia Sayão Valladares; Beatriz Paschoal Duarte ............................................................................... 38
GEOLOGIA DA SERRA DO PALMITAL (SAQUAREMA, RJ) E A RELAÇÃO ESTRUTURAL EMBASAMENTO E SUPRACRUSTAIS
NO TERRENO CABO FRIO
Hugo Raphael Gomes Silva; Renata da Silva Schmitt; Leonardo Góis da Fonseca, Anderson Costa dos Santos; Diana
Rodrigues; Felipe Corrales Pereira; Guilherme Veloso Ramos; Patricia d’Almeida de Toledo Piza; Rafaela Costa; Rosangela
de Souza e Silva; Flavio Monteiro ........................................................................................................................................................................................ 38
IMPLICAÇÃO DO EMPURRÃO TARDIO DA FORMAÇÃO SERRA DA LAPA NA MINERALIZAÇÃO DA MINA DE VAZANTE
(VAZANTE-MG)
Fernanda Cecília Dias Barros; Luiz S. Amarante Simões; Gustavo Diniz Oliveira ........................................................................................... 39
PETROGRAFIA DOS ORTOGNAISSES DO COMPLEXO RIO NEGRO NA REGIÃO SERRANA FLUMINENSE, SETOR CENTRAL DA
FAIXA RIBEIRA
Hugo Mathias Obermüller Carvalho da Silva & Miguel Tupinambá ..................................................................................................................... 39
GEOLOGIA ESTRUTURAL E PETROLOGIA DA SUÍTE GRANÍTICA G1 ENTRE GOVERNADOR VALADARES E IPANEMA,
ORÓGENO ARAÇUAÍ, MG
Leonardo E. da S. Gonçalves; Fernando F. de Alkmim; Antonio Carlos Pedrosa-Soares .............................................................................. 40
ANÁLISE DAS ESTRUTURAS RÚPTEIS DA FOLHA MACAÉ 1:100.000 E A SUA EXPRESSÃO NOS LINEAMENTOS DE RELEVO
Rúbia Azevedo; Julio Almeida ............................................................................................................................................................................................... 40
EVOLUÇÃO DA GRANITOGÊNESE NEOPROTEROZÓICA NO SUDESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
Antonio Misson Godoy, Peter Cristian Hackspacher, Marcos Aurélio Farias de Oliveira, Larissa Marques Barbosa de Araújo
............................................................................................................................................................................................................................................................. 41
GEOLOGIA (ESCALA 1:25.000), ESTRUTURAS E PETROGRAFIA DA REGIÃO A OESTE DE CONCEIÇÃO DO FORMOSO, SUL
DE MINAS GERAIS
Rodrigo Ferreira França; Tatiane Moura do Nascimento; Joana de Oliveira Ramalho; José Renato Nogueira .................................. 41
GEOLOGIA (ESCALA 1:50.000), PETROGRAFIA E ANÁLISE ESTRUTURAL/ METAMÓRFICA DA REGIÃO A NORTE DE
CONCEIÇÃO DO FORMOSO (MG)
Tatiane Moura do Nascimento; Rodrigo Ferreira França; Joana de Oliveira Ramalho; José Renato Nogueira .................................. 42
GEOLOGIA PRELIMINAR DE VITÓRIA E VILA VELHA (ES)
Paulo de Tarso Ferro de Oliveira Fortes; Caio Vinícius Gabrig Turbay Rangel; Marcus Vinícius Turbay Rangel Filho; Rubem
Porto Junior; Márcio Martins Pimentel; Márcia Andreia da Silva Nunes; Mauro de Castro Lima Filho ...............................................
42
EVOLUÇÃO DA RAMPA LATERAL DE CAPITÓLIO, LIMITE NORTE DA NAPPE DE PASSOS – MG
Tiago Eloi de Souza Sério dos Santos; Luiz Sérgio Amarante Simões ................................................................................................................. 43
EVOLUÇÃO ESTRUTURAL DO TREND BADEJO-LINGUADO-PAMPO, BACIA DE CAMPOS (RJ)
Bruno Tambellini Scalvi; Luiz Sérgio Amarante Simões; Joel Carneiro de Castro .......................................................................................... 43
ESTUDO GEOTERMOBAROMÉTRICO DOS GRANULITOS DO COMPLEXO ACAIACA, MINAS GERAIS
Edgar Batista de Medeiros Júnior; Hanna Jordt Evangelista ................................................................................................................................... 44

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S3 - TECTÔNICA, SEDIMENTAÇÃO, MAGMATISMO E EVOLUÇÃO DE BACIAS


SEDIMENTARES

USO DA ANÁLISE PETROLÓGICA NA INTERPETAÇÃO DOS PROCESSOS DE APORTE E DISTRIBUIÇÃO DE SEDIMENTO EM


SISTEMAS EÓLICOS DE LENÇOL DE AREIA: FORMAÇÃO MARÍLIA (CRETÁCEO SUPERIOR)
Pamela Cardoso Vilela ; Giorgio Basilici ........................................................................................................................................................................... 46
EVOLUÇÃO GEOQUÍMICA DOS MAGMAS NEFELINA SIENÍTICOS DOS COMPLEXOS INTRUSIVOS DE TANGUÁ E RIO
BONITO, RJ: CRISTALIZAÇÃO FRACIONADA OU ASSIMILAÇÃO DA CROSTA CONTINENTAL ?.
Akihisa Motoki; Thais Vargas; Woldemar Iwanuch; José Ribeiro Aires; Alex Balmant; Juliana Gonçalves; Nina Rocha ............... 46
SPHERICAL JOINTS IN BASALTIC LAVA FLOWS OF THE SERRA GERAL FORMATION (PARANÁ BASIN, BRAZIL)
Fábio Braz Machado, Heinrich Theodor Frank ............................................................................................................................................................. 47
PETROLOGY AND GEOCHEMICAL CHARACTERIZATION OF THE MANTLE SOURCES OF LAVA FLOWS IN THE
NORTHWEST REGION THE PARANÁ MAGMATIC PROVINCE .
Fábio Braz Machado; Eduardo Reis Viana Rocha Júnior; Antonio José Ranalli Nardy; Leila Soares Marques; Marcos Aurélio
Farias de Oliveira ....................................................................................................................................................................................................................... 47
CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DAS LITOFÁCIES DO GRUPO ITARARÉ (P – C DA BACIA DO PARANÁ), REGIÕES DE LIMEIRA
E PIRACICABA – SP
Paola Bruno Arab; José Alexandre de Jesus Perinotto; Mario Luis Assine ........................................................................................................ 48
PETROGRAFIA DOS DIQUES CLÁSTICOS DA FORMAÇÃO CORUMBATAÍ (PERMIANO DA BACIA DO PARANÁ), NA REGIÃO
DE RIO CLARO (SP)
Antenor Zanardo; J. Alexandre J. Perinotto; Mario Lincoln De Carlos Etchebehere; Carolina Del Roveri ........................................... 48
MODELO TECTONO-VULCÂNICO DA BACIA DO ESPÍRITO SANTO: REGISTROS DIACRÔNICOS DE ROCHAS VULCÂNICAS
EFUSIVAS E EXPLOSIVAS
Luiz Carlos Chaves Novais; José Ribeiro Aires; Peter Szatimari; Akihisa Motoki; Tibor Zelenka ........................................................... 49
DISCUSSÃO SOBRE A OCORRÊNCIA DE ATIVIDADE NEOTECTÔNICA NO MUNICÍPIO DE ITAGUAÍ / BAÍA DE SEPETIBA,
SUL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: RESULTADOS PRELIMINARES
Soraya Gardel Carelli; Nivaldo Destro; Heitor Fernández Mothé Filho; José Miguel Peters Garcia; Dione Nunes do
Nascimento ................................................................................................................................................................................................................................... 49
A CUNHA DE CICLO DE FÁCIES DO PERMIANO NA MARGEM LESTE PAULISTA
Joel C. de Castro; Alessandra H. Mochizuki. .................................................................................................................................................................... 50
MÉTODO DE TRAÇOS DE FISSÃO E U-TH-PB IN SITU: GEOCRONOLOGIA DA FORMAÇÃO VALE DO RIO DO PEIXE, GRUPO
BAURU
Márcio Constâncio Jr., Airton N. C. Dias, Carlos AlbertoTello, Beatriz Caroline Barra, Mariana Rubira Gomes, Luiz A. S.
Pereira; Cleber José Soares .................................................................................................................................................................................................... 50
ICNOFÓSSEIS DE INVERTEBRADOS ASSOCIADOS À CROCODILOMORFOS NA FORMAÇÃO ADAMANTINA, BACIA BAURU
Diego Evan Gracioso; Ismar de Souza Carvalho ........................................................................................................................................................... 51
HISTORICAL REVISION, PROSPECTION AND SURVEY OF VERTEBRATE FOSSILS ON THE FOSSILIFEROUS REGIONS
AMONG LUCÉLIA AND IRAPURU CITIES (GRUPO BAURU, FORMAÇÃO ADAMANTINA), SOUTHWESTERN SÃO PAULO
STATE
Caio Fabricio Cezar Geroto ……………………………………………………………………...........................................................……………………………. 51
XENARTHRA (PLACENTALIA : MAMMALIA) BRAZILIAN FOSSILS, FROM PALEOCENE TO PLEISTOCENE, AND THEIR
GEOLOGICAL CONTEXTS
Raphael de Castro Sarti; Reinaldo J. Bertini ................................................................................................................................................................... 52
CONSIDERAÇÕES SOBRE A EVOLUÇÃO GEOLÓGICA E SEDIMENTAR QUATERNÁRIA DA BACIA DE JACAREPAGUÁ, RIO
DE JANEIRO, RJ
Mario Cesar Sousa Silva; Mauro Cesar Geraldes .......................................................................................................................................................... 52
O GRUPO PASSA DOIS NA REGIÃO DE SANTA ROSA DE VITERBO, SP (BACIA DO PARANÁ, PERMIANO): NOVOS DADOS E
REFLEXÕES.
Rosemarie Rohn; Thomas R. Fairchild; Paulo Tibana; Christiano Ng; Dimas Dias-Brito; Joel C. de Castro; Francisco Tognoli;
Rafael Caixeta; Marcus Cabral; Marco A. Cornetti ....................................................................................................................................................... 53
PALEOGEOGRAFIA PALEÓGENA DA BACIA SEDIMENTAR DE SÃO PAULO, NA REGIÃO DE GUARULHOS, ESTADO DE SÃO
PAULO
Elza de Fátima Bedani; Antonio Roberto Saad .............................................................................................................................................................. 53
ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA REDE DE DRENAGEM DA BACIA DO RIO DO MACHADO-MG
Henrique Corrêa Lima; Peter Christian Hackspacher; Carolina Doranti ........................................................................................................... 54

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CICLOS SEDIMENTARES NA FORMAÇÃO CORUMBATAÍ NA “PEDREIRA DO BONGUE”, PIRACICABA/SP


José Alexandre de Jesus Perinotto; Antonio Roberto Saad; Rodrigo Zanão ..................................................................................................... 54
PETROLOGIA DOS DIQUES DE DIABÁSIO DA REGIÃO DE UBATUBA (SP)
Philippe Blanco de Oliveira; Fábio Peres da Silva; Beatriz Paschoal Duarte .................................................................................................... 55
CONCENTRAÇÕES DE FLÚOR E CARACTERIZAÇÃO FACIOLÓGICA DO GRUPO BAMBUÍ, REGIÃO DE VERDELÂNDIA,
NORTE DE MINAS GERAIS
Dora Atman Costa, Adriana Miranda Freitas, Cristiany Pereira, Leila Nunes Menegasse Velásquez; Lúcia Maria Fantinel ....... 55
GEOLOGIA ESTRUTURAL DO GRUPO BAMBUÍ NA REGIÃO DE VERDELÂNDIA, NORTE DE MG
Adriana Miranda Freitas, Cristiany Pereira, Dora Atman Costa, Leila Nunes Menegasse Velásquez, Lúcia Maria Fantinel,
Paulo César Horta Rodrigues ................................................................................................................................................................................................ 56
TIPOS DE SILICIFICAÇÃO RECONHECIDOS NO NORDESTE DA BACIA DO PARANÁ
Henrique Giacomeli, Andrezza de Almeida Azzi, Antenor Zanardo .................................................................................................................... 56
LEVANTAMENTO GRAVIMÉTRICO NA REGIÃO DO DOMO DE PITANGA
Mariana Aparecida Fernandes; Maximilian Fries, Walter Malagutti Filho ....................................................................................................... 57
INFLUÊNCIA DO CORPO NEFELINA SIENÍTICO PARA FORMAÇÃO DOS SILLS DA ILHA DE CABO FRIO E DAS ÁREAS
ADJACENTES, RJ
Akihisa Motoki; José R. Aires ................................................................................................................................................................................................ 57
MECANISMO DE FORMAÇÃO DOS DOS XENÓLITOS TABULARES AO LONGO DO CONTATO DE DIQUES MÁFICOS DA
PRAIA DE CONCHAS, CABO FRIO, RJ: DELAMINAÇÃO TÉRMICA OU FRATURAMENTO HIDRÁULICO DE CIZALHAMENTO ?
Akihisa Motoki ............................................................................................................................................................................................................................ 58
INTERPRETAÇÃO DE SEÇÕES SÍSMICAS VISANDO A INTEGRAÇÃO DE FEIÇÕES ESTRUTURAIS DO EMBASAMENTO
ADJACENTE À PORÇÃO SUL DA BACIA DE CAMPOS E A COMPARTIMENTAÇÃO DE SUA FASE RIFTE
Carlos Eduardo Artur; Yociteru Hasui; Iata Anderson de Souza ........................................................................................................................... 58
UMA NOVA OCORRÊNCIA ALCALINA MESOZÓICA: A SUÍTE ALCALINA DE BOM REPOUSO, MG
Pedro Augusto da Silva Rosa; Excelso Ruberti; Gaston Eduardo Enrich Rojas ............................................................................................... 59
ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA DRENAGEM APLICADA NA BACIA DO RIBEIRÃO DAS ANTAS COMO CONTRIBUIÇÃO AOS
ESTUDOS DE EVOLUÇÃO DA PAISAGEM DO PLANALTO DE POÇOS DE CALDAS
Daniel Henrique de Souza; Carolina Doranti; Peter Christian Hackspacher .................................................................................................... 59
ESTUDO GRAVIMÉTRICO E MAGNETOMÉTRICO DOS ALTOS ESTRUTURAIS DE PITANGA, ARTEMIS, PAU D’ALHO E JIBÓIA
(FLANCO NORDESTE DA BACIA SEDIMENTAR DO PARANÁ)
Maximilian Fries; Walter Malagutti Filho; João Carlos Dourado; Mariana Aparecida Fernandes .......................................................... 60
PROJETO PARAMETRIZAÇÃO DO BAIXO VALE DO RIO DOCE PARA MODELAGEM ESTRATIGRÁFICA: INTEGRAÇÃO DE
MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO DA EVOLUÇÃO GEOLÓGICA DE UM VALE INCISO
Antônio José Lopes de Andrade Ramos; Ubiratan Ferrucio Faccini; Paulo Sérgio Gomes Paim; Itamar Ivo Leipnitz; José
Faraco Gallas ................................................................................................................................................................................................................................ 60
UTILIZAÇÃO DE ESPECTROMETRIA DE RAIOS GAMA NA SEPARAÇÃO DE FÁCIES VULCÂNICAS:UM EXEMPLO DA
FORMAÇÃO SERRA GERAL
Breno Leitão Waichel, Evandro Fernandes de Lima, Gabriel Dutra ..................................................................................................................... 61
MAPEAMENTO DE SEDIMENTOS PALEOGÊNICOS NA REGIÃO DE RIALTO E COLÔNIA SANTO ANTÔNIO (BARRA MANSA,
RJ) E SUA RELAÇÃO COM A BACIA DE VOLTA REDONDA
André Pires Negrão; Renato Rodriguez Cabral Ramos; Cláudio Limeira Mello .............................................................................................. 61
CARACTERÍSTICAS MICROSCÓPICAS DOS LITOTIPOS DO COMPLEXO ALCALINO DE RIO BONITO
Sofia A. Lima Correia, Renata H.V. Cruz, Mauro C. Geraldes .................................................................................................................................... 62
CORPOS ALCALINOS NO RIO DE JANEIRO: LITOTIPOS DO COMPLEXO DE RIO BONITO
Sofia de Abreu e Lima Correia; Renata Hiraga de Vasconcellos Cruz; Mauro Cesar Geraldes .................................................................. 62
CARACTERÍSTICAS DE CAMPO, TEXTURAIS E PETROGRÁFICAS DO COMPLEXO DE SOARINHO (RJ)
Renata H.V. Cruz; Sofia A. Lima Correia; Mauro C. Geraldes .................................................................................................................................... 63
O GRUPO BAURU NO MUNICÍPIO DE ASSIS, SP
Solange Bongiovanni; Antenor Zanardo .......................................................................................................................................................................... 63
ALOFORMAÇÃO PARANAVAÍ NO MUNICÍPIO DE ASSIS, SP: CARACTERIZAÇÃO E DATAÇÃO 14 C
Solange Bongiovanni; Antenor Zanardo; Jairo Roberto Jiménez-Rueda; Luiz Carlos Ruiz Pessenda ................................................... 64

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DISTRIBUIÇÃO LATERAL DE ASSOCIAÇÕES DE FÁCIES DA FORMAÇÃO PIRANEMA (RJ) E SUA INTERPRETAÇÃO


PALEOAMBIENTAL
Sérgio Brandolise Citroni; Bruno Rodrigues de Oliveira; Davi Miranda Silva; Francisco Heelton Alves Souza, Luís Fernando
Silveira da Silva ........................................................................................................................................................................................................................... 64
THE PALEOICHTHYOLOGICAL COLLECTIONS FROM THE APTIAN-ALBIAN SANTANA FORMATION (ARARIPE BASIN)
HOUSED IN THE “MUSEU DE PALEONTOLOGIA E ESTRATIGRAFIA PAULO MILTON BARBOSA LANDIM”, DGA - IGCE -
UNESP RIO CLARO
Cibele Gasparelo Voltani; Paulo M. M. Brito; Reinaldo J. Bertini ..................................................................................................................... 65
ANÁLISE PETROGRÁFICA DOS ARENITOS AFLORANTES DA FORMAÇÃO TIETÊ
Rafael Amaral Cataldo; Alexandre Campane Vidal ...................................................................................................................................................... 65
RELAÇÕES DE COGENETICIDADE ENTRE LAMPRÓFIROS E TRAQUITOS DO PONTAL DO ATALAIA (RJ) COM BASE EM
PADRÕES DE TERRAS RARAS
Ana Paula Ribeiro Alves, Sérgio de Castro Valente, Hélder do Valle .................................................................................................................... 66
IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES GERADORAS DO MAGMATISMO MÁFICO DO PONTAL DO ATALAIA, RJ
Ana Paula Ribeiro Alves, Sérgio de Castro Valente, Hélder do Valle .................................................................................................................... 66
DEFORMAÇÃO DE ROCHAS SEDIMENTARES DA BACIA DO PARANÁ NA REGIÃO DO ARCO DE PONTA GROSSA
Norberto Morales; Yociteru Hasui1; Eduardo Salamuni, Iata Anderson de Souza, Adilson Viana Soares Jr., Fábio Braz
Machado, Mariana A. Fernandes, Thelma Cardozo, Rafael Beruski ..................................................................................................................... 67
ANÁLISE FLÚVIO-MORFOMÉTRICA NA BACIA DO RIO SANTO ANASTÁCIO-SP: INDICAÇÃO DE DEFORMAÇÕES
NEOTECTÔNICAS
Ivan Claudio Guedes; Mario Lincoln C. Etchebehere; Norberto Morales; José Cândido Stevaux; Gisele de Cássia Santoni ........ 67
ANÁLISE ESTRATIGRÁFICA DE SUBSUPERFÍCIE DA ALOFORMAÇÃO PARANAVAÍ NO OESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
Alethéa Ernandes Martins Sallun; Marcos Saito de Paula; Marcio Yee; Sonia Hatsue Tatumi; Kenitiro Suguio ............................... 68
GEOLOGIA E GEOQUÍMICA DOS DIQUES DE DIABÁSIO NA REGIÃO DE UBATUBA (SP)
Fábio Peres da Silva; Beatriz Paschoal Duarte; Julio César Horta de Almeida ................................................................................................ 68
ANATOMY AND CONTROLLING FACTORS OF A LATE CRETACEOUS AEOLIAN SAND SHEET: THE MARÍLIA AND THE
ADAMANTINA FORMATIONS, NW OF THE BAURU BASIN, BRAZIL
G. Basilici; P. F. F. Dal’ Bó ......................................................................................................................................................................................................... 69
SHALLOW WATER HUMMOCKY CROSS STRATIFICATIONS PRESERVED IN AN WAVE-DOMINATED OPEN COAST TIDAL
FLAT: LAGARTO FORMATION, NE BRAZIL
G. Basilici; P. H. V. De Luca ...................................................................................................................................................................................................... 69
WET CLIMATIC CONDITIONS RECORDED FROM PALEOSOLS IN THE LATE CRETACEOUS BAURU BASIN: MARÍLIA
FORMATION (MS AND GO)
Patrick Francisco Führ Dal’ Bó; Giorgio Basilici ........................................................................................................................................................... 70
ANÁLISE GRAVIMÉTRICA PARA CARACTERIZAÇÃO TECTONO-ESTRUTURAL E SEDIMENTAR DAS BACIAS DE SANTOS E
CAMPOS
Marcos Vinícius Moraes dos Santos; Sidney Luiz de Matos Mello ........................................................................................................................ 70
PALINOESTRATIGRAFIA DA FORMAÇÃO ITAQUAQUECETUBA (MINERADORA ITAQUAREIA 1), BACIA DE SÃO PAULO,
BRASIL
Danieli Bento-dos-Santos; Maria Judite Garcia; Antonio Roberto Saad; Carlos Alberto Bistrichi .......................................................... 71
REFLECTIONS ABOUT GEOLOGY AND BIOCHRONOLOGY OF THE “BAURU BASIN” DEPOSITS
Reinaldo J. Bertini …………………………………………………………………………………………………………................................................................... 71
CARACTERIZAÇÃO FACIOLÓGICA DE DEPÓSITOS QUATERNÁRIOS EM VOÇOROCA NO BAIRRO DAS PALMEIRAS,
MUNICÍPIO DE PINHEIRAL (RJ)
Bárbara da Silva Maciel ........................................................................................................................................................................................................... 72
IMPLOSÃO DE CONDUTOS PELA FLUIDIZAÇÃO DO MAGMA ALCALINA FÉLSICA, OBSERVADA NAS BRECHAS
SUBVULCÂNICAS DE COMPLEXOS INTRUSIVOS DE MENDANHA, IATÚNA E ILHA DE CABO FRIO, RJ
Akihisa Motoki, Rodrigo Soares, Giannis Hans Petrakis, Kenji Freire Motoki ................................................................................................. 72
ESTRUTURAS DEFORMACIONAIS NA PORÇÃO SUL DA BACIA DE SANTOS
Rafael Correa de Toledo; Norberto Morales; Iata Anderson de Sousa ................................................................................................................ 73
ANÁLISES GEOMORFOLÓGICAS DO MACIÇO TANGUÁ, RJ, COM O AUXÍLIO DA TÉCNICA DE SEPPÔMEN
Akihisa Motoki; Samuel Martins da Silva; José Ribeiro Aires ................................................................................................................................. 73
MODELOS DE CRISTALIZAÇÃO FRACIONADA PARA A SUÍTE DE BAIXO-TIO2 DO ENXAME DE DIQUES DA SERRA DO MAR
Artur Corval; Sérgio Valente; Beatriz Paschoal Duarte; Natália Famelli, Marcela Zanon ........................................................................... 74

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DISCRIMINAÇÃO DE DISTINTOS PROCESSOS DE ASSIMILAÇÃO CRUSTAL NA PETROGÊNESE DAS SUÍTES DE BAIXO-TIO2


DO ENXAME DE DIQUES DA SERRA DO MAR
Artur Corval; Sérgio Valente; Beatriz Paschoal Duarte, Natália Famelli, Marcela Zanon ........................................................................... 74
DADOS DE CAMPO, PETROGRÁFICOS E GEOQUÍMICOS PRELIMINARES DOS DIQUES DE DIABÁSIO DA REGIÃO DE
ANGRA DOS REIS, RJ
Natália Famelli, Sérgio Valente, Beatriz Duarte, Jéssica Aguillar, Lara Matos .................................................................................................. 75
DADOS DE CAMPO, PETROGRÁFICOS E LITOGEOQUÍMICOS DOS DIQUES DE LAMPRÓFIROS DA BAÍA DE ANGRA DOS
REIS, RJ
Natália Famelli, Sérgio Valente, Beatriz Duarte, Lara Matos, Jéssica Aguillar ................................................................................................. 75
LITOGEOQUÍMICA E ASPECTOS PETROGENÉTICOS DOS BASALTOS DA PROVÍNCIA MAGMÁTICA DO PARANÁ NA
PORÇÃO CENTRO-NORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
Eloíza Squisato, Antonio José Ranalli Nardy, Fábio Braz Machado, Leila Soares Marques, Eduardo Reis Viana Rocha Jr,
Marcos Aurélio Farias de Oliveira ....................................................................................................................................................................................... 76
DIQUES E SOLEIRAS DE DIABÁSIO DA FORMAÇÃO SERRA GERAL, NA REGIÃO SW DO ESTADO DE SÃO PAULO
Francisco de Assis Negri ; Valdecir de Assis Janasi; Tarcísio José Montanheiro; Vivian Azor de Freitas .............................................. 76

S4 - RECURSOS MINERAIS DA REGIÃO SUDESTE

MINERALIZAÇÕES NO QUADRILÁTERO FERRÍFERO: UMA INTRODUÇÃO.


Paulo Henrique Amorim Dias; Mariana Meireles Leite ............................................................................................................................................. 80
MASSA OBTIDA A PARTIR DE MATERIA-PRIMA DAS MINAS PIERONI, GRANUSSO E CRUZEIRO – REGIÃO DE RIO CLARO -
SP.
Wagner de Oliveira Garcia; Gustavo Henrique Ferreira, Carolina Del Roveri; Antenor Zanardo; Maria Margarita Torres
Moreno ........................................................................................................................................................................................................................................... 80
CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-MECÂNICA DE ARENITOS DA FORMAÇÃO BOTUCATU NO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO CLARO
(PR) UTILIZADOS COMO ROCHAS DE REVESTIMENTO.
Filipe Montanheiro; Francisco de Assis Negri; Tarcísio J. Montanheiro; Antonio C. Artur ........................................................................ 81
CARACTERÍSTICAS CERÂMINCAS DE ROCHAS DA FORMAÇÃO CORUMBATAÍ DAS MINAS GRANUSSO, CRUZEIRO E
PIERONI.
Gustavo Henrique Ferreira; Wagner de Oliveira Garcia; Carolina Del Roveri; Margarita Torres Moreno; Antenor Zanardo ..... 81
O ALTO CURSO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DE SANTA GERTRUDES: IMPORTÂNCIA E PROBLEMÁTICAS
RELACIONADAS AO PÓLO CERÂMICO DE SANTA GERTRUDES.
Letícia Giuliana Paschoal; Fabiano Tomazini da Conceição; Cenira Maria Lupinacci da Cunha .............................................................. 82
MAPEAMENTO REGIONAL DE MÁRMORES NO SUL DO ESPÍRITO SANTO.
Pedro Douglas da Silva; Cícera Neysi de Almeida; Edson Farias Mello; Deonel Mandu Izaque ............................................................... 82
INTEMPERISMO SOBRE MATÉRIAS-PRIMAS CERÂMICAS DA FORMAÇÃO ELEUTÉRIO (DIVISA SP/MG).
Antenor Zanardo; Maria Margarita Torres Moreno; José Francisco Marciano Motta; Carolina Del Roveri; Rogers Raphael da
Rocha ............................................................................................................................................................................................................................................... 83
GEOQUÍMICA DE ROCHAS PROVENIENTES DA FORMAÇÃO CORUMBATAÍ (REGIÃO DE RIO CLARO – SP).
Carolina Del Roveri; Emília García Romero; Rogers Raphael da Rocha; Maria Margarita Torres Moreno; Antenor Zanardo ... 83
POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE FELDSPATO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
Ítalo Moreira da Costa Marques; José Mário Coelho ................................................................................................................................................... 84
METODOLOGIA PARA PESQUISA E EXTRAÇÃO DA SUBSTÂNCIA MINERAL AREIA EM ÁREAS LICENCIADAS JUNTO AO
DNPM, LOCALIZADAS NA REGIÃO DOS MUNICÍPIOS DE SEROPÉDICA E ITAGUAÍ – RJ.
Nizara Ratiere dos Santos; Marcelo Cavalcante Berbert; Leonardo Rodrigues Aquino .............................................................................. 84
FERRAMENTAS UTILIZADAS NO DIMENSIONAMENTO DE JAZIDAS E OTIMIZAÇÃO NA MINERAÇÃO DE AREIA: ESTUDO
DE CASO NA REGIÃO DO DISTRITO AREEIRO DE ITAGUAÍ / SEROPÉDICA– RJ.
Nizara Ratiere dos Santos; Marcelo Cavalcante Berbert; Leonardo Rodrigues Aquino .............................................................................. 85
MINERAIS GEMOLÓGICOS NO SISTEMA FLUVIAL: ESTUDO DE CASOS DE PROSPECÇÃO ATRAVÉS DE SEU DESGASTE.
Joachim Karfunkel; Pierre De Brot; Augusto F. Fernandes; Filipe L. Chaves; Rafael Carneiro; Klaus Krambrock ........................... 85
ESTUDO DE INCLUSÕES FLUIDAS EM MINERAIS DE JAZIDAS DE TALCO DO GRUPO ITAIACOCA, PR/SP.
Danilo Marques Saunite; Rosa Maria da Silveira Bello; Fábio Ramos Dias de Andrade; Gergely Andrés Julio Szabó .................... 86

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DESGASTE E DISPERSÃO DE INDICADORES DE DIAMANTE NO MEIO FLUVIAL: ESTUDO DE CASO DO KIMBERLITO


CANCÃ, ILICÍNEA (MG).
Joachim Karfunkel, Pierre de Brot, Augusto F. Fernandes, Ronaldo M. Pereira, Geraldo N. C. Sgarbi, Filipe L. Chaves, Rafael
Carneiro, Klaus Krambrock ................................................................................................................................................................................................... 86
OFERTA DE BARITA PARA A INDÚSTRIA DE PETRÓLEO.
V. S. Fraga, J. M. Coelho, J.O. Silva, G. E. Ferreira, J. F. M. Motta, M. C. Junior ...................................................................................................... 87
ANÁLISE COMPARATIVA DAS PROPRIEDADES MINERALÓGICAS, QUÍMICAS E CERÂMICAS ENTRE AS ARGILAS
SAPROLÍTICAS E DE VÁRZEA DA REGIÃO DE ALFENAS - MG
Lineo Aparecido Gaspar Junior; Angélica Fortes Drummond Chicarino Varajão; Maria Margarita Torres Moreno, Maria de
Fátima Rodrigues Sarkis, Antenor Zanardo ................................................................................................................................................................... 87
CHARNOCKITO VERDE AMAZONAS (ITAGUAÇÚ-ES): DEGRADAÇÃO SOB AÇÃO DE SOLUÇÕES ACIDULADAS.
Thais de Siqueira Canesin; Cássio Santos de Carvalho; Tamar Milca Bortolozzo Galembeck; Antonio Carlos Artur .................... 88
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DO MERCADO PRODUTOR DE AGREGADOS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL NO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO.
Márcio Alexandre Serrão Soares; Ronaldo da Costa Maurício; Rafael Girão .................................................................................................... 88
MINERALOGIA DE ARGILAS DA FORMAÇÃO TATUÍ NA REGIÃO DE CESÁRIO LANGE E LARANJAL PAULISTA (SP).
Maria Margarita Torres Moreno; Rogers Raphael Rocha; Carolina Del Roveri; Antenor Zanardo ......................................................... 89
A JAZIDA DE NÍQUEL, COBRE E PLATINÓIDES DE FORTALEZA DE MINAS: ASPECTOS TECTÔNICOS E VULCANOLOGICOS.
Thomas Lafayette Brenner; Sebastião Gomes de Carvalho ..................................................................................................................................... 89
RELAÇÕES ESTRATIGRÁFICAS, TECTÔNICAS E METALOGENÉTICAS ENTRE AS FORMAÇÕES CAUÊ E CERCADINHO NA
REGIÃO DE ITATIAIUÇU (MG), SERRA AZUL, NOROESTE DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO.
Guilherme Labaki Suckau; Joanna Chaves Souto Araújo; Moara Melo Tupinambás; Frederico Tadeu Duarte ................................. 90
GEOLOGIA E GEOQUÍMICA DOS PEGMATITOS MINERALIZADOS EM ÁGUA MARINHA NA PORÇÃO NORTE DA FAIXA DE
DOBRAMENTOS ARAÇUAÍ (MEDINA – MG).
Gabriel Mineo Ito, Isabela Tomazela Franzini, Regiane Andrade Fumes, Nelson Angeli ............................................................................ 90
MODIFICAÇÕES DAS PROPRIEDADES FÍSICAS DE ROCHAS INDUZIDAS PELA CRISTALIZAÇÃO DE SAIS SOLÚVEIS.
Lorraine Cristine Silva Benedicto; Viviane Farroco; Rodrigo Brauns Teixeira; Emílio Velloso Barroso .............................................. 91
PEDREIRAS DA ZONA NORTE DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO – RELAÇÃO COM A COMUNIDADE.
Denise de La Corte Bacci; Tânia Maria Ramos de Godoi Diniz; Tiago Davi Vieria Soares de Aquino .................................................... 91
CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE GRANITOS MEGAPORFIRÍTICOS ORNAMENTAIS DA PORÇÃO NORTE DO
BATÓLITO SOCORRO (MG).
Alexandre Francisco Petolchckny; Antonio Carlos Artur ......................................................................................................................................... 92
LEVANTAMENTO DE POTENCIALIDADES DE ROCHAS ORNAMENTAIS DAS REGIÕES DE TOLEDO E MUNHOZ, EXTREMO
SUL DE MINAS GERAIS
Alexandre Francisco Petolchckny; Antonio Carlos Artur ......................................................................................................................................... 92
OCORRÊNCIA DE STANEKITA NO SUDESTE DO BRASIL.
Sebastião Guilherme Pedroso; Hélio Salim de Amorim; Isabel Pereira Ludka ............................................................................................... 93
GEOLOGIA DO DEPÓSITO DO GRANITO CINZA ÁS DE PAUS, UMA ROCHA ORNAMENTAL DE NEFELINA SIENITO DA
BORDA OCIDENTAL DO MACIÇO MENDANHA, RJ
Akihisa Motoki ............................................................................................................................................................................................................................ 93
RELAÇÕES ENTRE ASPECTOS PETROGRÁFICOS, ÍNDICES FÍSICOS E RESISTÊNCIA AO ATAQUE QUÍMICO DAS ROCHAS
ORNAMENTAIS VERDE AMAZONAS, PRETO CAJUGRAM E BEGE IPANEMA (ES).
Cássio Santos de Carvalho; Antonio Carlos Artur; Tamar Milca Bortolozzo Galembeck ............................................................................ 94
ILMENITA EM SEROPÉDICA?
Hernani Henrique Ramirez Nunes ..................................................................................................................................................................................... 94
ALTERABILIDADE DA ROCHA ORNAMENTAL PRETO CAJUGRAM (ES).
Cássio Santos de Carvalho; Tamar Milca Bortolozzo Galembeck; Thais de Siqueira Canesin; Antonio Carlos Artur .................... 95
AS EXTRAÇÕES DE ARGILA NA REGIÃO DO MÉDIO VALE DO RIO PARAÍBA DO SUL – RJ.
Pedro Hugo Müller Xaubet; Rodolfo Ernesto Barron Torrez .................................................................................................................................. 95
CARACTERIZAÇÃO MINERALÓGICA DE MATÉRIAS-PRIMAS DA FORMAÇÃO CORUMBATAÍ (REGIÃO DE RIO CLARO)
ATRAVÉS DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA E MICROSSONDA – RESULTADOS PRELIMINARES
Carolina Del Roveri; Emília García Romero; Rogers Raphael da Rocha; Antenor Zanardo; Maria Margarita Torres Moreno ... 96

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

CARACTERIZAÇÃO DE DEFEITOS GERADOS PELA PRESENÇA DE MATÉRIA ORGÂNICA EM MATÉRIA-PRIMA CERÂMICA


DA FORMAÇÃO CORUMBATAÍ (LIMEIRA, SP) ATRAVÉS DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA
Carolina Del Roveri; Emília García Romero; Rogers Raphael da Rocha; Maria Margarita Torres Moreno; Antenor Zanardo ... 96
ENSAIOS TECNOLÓGICOS DE ROCHAS ORNAMENTAIS E PETROGRAFIA MICROSCÓPICA
Joedy Patrícia C. Queiroz; Milena Basilio da Silva; Willian Buzon Altoé; Adriano Caranassios ............................................................... 97
VERDETE DO CEDRO DE ABAETÉ (MG) COMO FONTE ALTERNATIVA DE POTÁSSIO.
Luiz Carlos Bertolino; Patricia d’Almeida de Toledo Piza; Adriana de Aquino Soeiro da Silva; João Alves Sampaio ...................... 97
ADEQUAÇÃO DA ATIVIDADE DE BENEFICIAMENTO DAS PEDRAS PADUANA E MADEIRA À LEGISLAÇÃO AMBIENTAL.
Ricardo L.S. Rocha ..................................................................................................................................................................................................................... 98
OS IMPACTOS DE RECENTES PROPOSIÇÕES LEGISLATIVAS NA ARRECADAÇÃO DE ROYALTIES E PARTICIPAÇÃO
ESPECIAL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
Francisco Dourado; Marcio Serrão; Ana Paula Ferreira; José Otávio da Silva; Hernani Chaves .............................................................. 98
CARACTERIZAÇÃO DE ARGILA DO VALE DO MULEMBÁ UTILIZADA NA CONFECÇÃO DE PANELAS DE BARRO DO
ESPÍRITO SANTO.
Mariane Costalonga de Aguiar; Mônica Castoldi Borlini; Carlos Maurício Fontes Vieira ........................................................................... 99
A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL, A RECENTE ALTA NOS PREÇOS DO PETRÓLEO E OS IMPACTOS NA ARRECADAÇÃO DE
ROYALTIES E PARTICIPAÇÃO ESPECIAL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
Francisco Dourado; Marcio Serrão; Ana Paula Ferreira; José Otávio da Silva; Hernani Chaves .............................................................. 99
GEOQUÍMICA DE ELEMENTOS TRAÇOS DE XISTOS PRODUTORES DE ESMERALDAS DE MG, BA E RN.
Paulo Henrique da Silva Lopes ............................................................................................................................................................................................. 100
AVALIAÇÃO DO EMPREGO DE LEUCOFILITO COMO CARGA EM PAPEL KRAFT.
Alcidio Pinheiro Ribeiro; Samuel Marcio Toffoli .......................................................................................................................................................... 100
A IMPORTANCIA DO GEOPROCESSAMENTO NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL DA ATIVIDIDADE MINERÁRIA NA BACIA
HIDROGRÁFICA DO RIO SOROCABA, EM SÃO PAULO.
Sonia Aparecida Abissi Nogueira, Helio Shimada, Antonio Carlos Moretti Guedes, Márcia Maria Nogueira Pressinotti, Pilar
Pi Martin Lopez .......................................................................................................................................................................................................................... 101
A QUESTÃO DO ORDENAMENTO TERRITORIAL E SUA RELAÇÃO COM AS RESERVAS MINERAIS EM SÃO PAULO
Sonia Aparecida Abissi Nogueira ........................................................................................................................................................................................ 101
ESTUDO PARA LOCALIZAÇÃO DE ÁREAS POTENCIAIS PARA JAZIDAS DE “CASCALHO” NO MUNICÍPIO DE ANDRADAS,
MG.
José Eduardo Zaine, Hélio Antonio Scalvi ........................................................................................................................................................................ 102
CHROMITE COMPOSITION AND PGE MINERALOGY IN CHROMITITE FROM SERRO AND ALVORADA DE MINAS
ULTRAMAFIC BODIES (MG, BRAZIL): EVIDENCE FOR A STRATIFORM ORIGIN.
Nelson Angeli; Giorgio Garuti; Federica Zaccarini; Joaquin Proenza; OskarThalhammer; Ulisses Penha .......................................... 102
DIFRAÇÃO DE RAIOS X NA INDÚSTRIA DO CIMENTO: ANÁLISE POR AGRUPAMENTO.
Filipe Montanheiro, Luciano de Andrade Gobbo, Tarcisio José Montanheiro, Lília Mascarenhas Sant’Agostino, Fábio Ramos
Dias de Andrade ......................................................................................................................................................................................................................... 103
UMA RARA OCORRÊNCIA DE MONTEBRASITA DE QUALIDADE GEMOLÓGICA.
J. Schnellrath ................................................................................................................................................................................................................................ 104
VIDRO VULCÂNICO: POZOLANA NATURAL NA REGIÃO DE OURINHOS/SP
Tarcísio José Montanheiro; Francisco de Assis Negri; Valdecir de Assis Janasi; Jorge Kazuo Yamamoto & Flávio A.C.Munhoz
............................................................................................................................................................................................................................................................ 104
SISTEMAS GERENCIADORES DE INFORMAÇÃO GEOAMBIENTAL APLICADOS À GESTÃO
DA ATIVIDADE MINERAL
Antonio Carlos Moretti Guedes; Marcia Maria Nogueira Pressinotti; Cláudio José Ferreira; Sônia Aparecida Abissi
Nogueira; Hélio Shimada ........................................................................................................................................................................................................ 105

S5 - NOVAS FRONTEIRAS EXPLORATÓRIAS DE HIDROCARBONETOS

ESTUDO DE INDICADORES DE RISCO PARA SELEÇÃO E OTIMIZAÇÃO DE CARTEIRAS DE PROSPECTOS PETROLÍFEROS


Felipe Luiz Papaiz Gonçalves; Prof. Dr. Saul B. Suslick .............................................................................................................................................. 108
MODELAGEM DO SISTEMA PETROLÍFERO HÍBRIDO DO DEVONIANO DA BACIA DO SOLIMÕES
G. Garcia, L.M. Araújo, J.R. Wanderley Filho .................................................................................................................................................................... 108

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ESTUDO DOS RESERVATÓRIOS DE COQUINAS DO GRUPO LAGOA FEIA (CRETÁCEO INFERIOR) NO CAMPO DE PAMPO,
SUDOESTE DA BACIA DE CAMPOS
Luiz Zanão Neto; Joel Carneiro de Castro ........................................................................................................................................................................ 109
MODELO DE RESERVAS PETROLÍFERAS NORTE-AMERICANO E CANADENSE PARA FINANCIAMENTO DE PEQUENAS E
MÉDIAS EMPRESAS DE PETRÓLEO E GÁS.
Enrico Brunno Zipoli de Souza e Ferreira; José Mário Coelho ............................................................................................................................... 109
TECTÔNICA DE SAL E IMPLICAÇÕES CONCEITUAIS PARA CARACTERIZAÇÃO DE NOVAS FRONTEIRAS EXPLORATÓRIAS
Webster Ueipass Mohriak ...................................................................................................................................................................................................... 110
MODELAGEM 3D DE SISTEMAS PETROLÍFEROS – UMA FERRAMENTA PARA ÁREAS DE NOVAS FRONTEIRAS
Carlos Pinto Fracalossi; Anna Eliza Svartman Dias ..................................................................................................................................................... 110
ANÁLISE DE ATRIBUTOS SÍSMICOS PARA CARACTERIZAÇÃO DE HIDRATOS DE GÁS NO CONE DO RIO GRANDE
Caio de Souza Barros; Cleverson Guizan Silva; Rogério de Araújo Santos ........................................................................................................ 111
CORRELAÇÃO ENTRE A FACIOLÓGIA E A GEOQUÍMICA ORGÂNICA DOS ARENITOS ASFÁLTICOS DA FORMAÇÃO
PIRAMBÓIA, FAZENDA BETUMITA, TRIÁSSICO DA BACIA DO PARANÁ, NO ESTADO DE SÃO PAULO
Matheus de Almeida Garcia; Helio Jorge Severiano Ribeiro ................................................................................................................................... 111
A BUSCA DO PETRÓLEO, O PAPEL DA PETROBRAS E O ENSINO DA GEOLOGIA NO BRASIL
Ricardo Latgé Milward de Azevedo; Gerson José Salamoni Terra ........................................................................................................................ 112
MAGMATISMO E FRAGMENTAÇÃO DIFERENCIAL DO GONDWANA
Sérgio Valente .............................................................................................................................................................................................................................. 112

S6 - GEOCIÊNCIAS AMBIENTAIS, HIDROGEOLOGIA, GEOTURISMO E PATRIMÔNIO


GEOLÓGICO

DETERIORAÇÃO - ESTÁTUAS DO MUSEU DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA, OURO PRETO


Maria Elizabeth da Silva ....................................................................................................................................................... 114
RELAÇÃO ENTRE TOPOGRAFIA E GRANULOMETRIA DO TOPO DO SOLO NO MACIÇO DA TIJUCA – RJ
Marcio Luiz Gonçalves D’Arrochella, Evaristo de Castro Junior, Felipe Soter de Mariz e Miranda ......................................................... 114
ESTUDO DO DESEQUILIBRIO 238U E 234U NA INTERAÇÃO ROCHA ÁGUA EM GRANITOS DA SUITE INTRUSIVA DE ITU
Bruno de Barros Colasso; Rosana Nunes dos Santos; Leila Soares Marques; Roberto Keiji Kawauchi ................................................ 115
O RESGATE HISTÓRICO DAS FONTES DE ÁGUA MINERAL DE SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA PELO PROJETO JOVENS
TALENTOS PARA A CIÊNCIA
Kátia Leite Mansur; Célia Maria Lima Januzzi; Vitor Nascimento, Dacio Vivas .............................................................................................. 115
ROMPENDO MUROS: A EXPERIÊNCIA DO MUSEU DA GEODIVERSIDADE DA UFRJ
Ismar de Souza Carvalho; Patrícia Danza Greco; Kátia Leite Mansur; Emílio Velloso Barroso; João Graciano Mendonça
Filho; Leonardo Fonseca Borghi de Almeida ................................................................................................................................................................. 116
UMA EXPOSIÇÃO DE ROCHAS E MINERAIS PARA DIVULGAÇÃO DA HISTÓRIA DA CIÊNCIA E PARA O CONHECIMENTO: A
GEOLOGIA NO TRAJETO DE CHARLES DARWIN NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Kátia Leite Mansur; Fátima Brito; Vitor Manoel Rodrigues do Nascimento; Renato Rodriguez Cabral Ramos ............................... 116
RESÍDUOS DE MINERAÇÃO E METALURGIA: EFEITOS POLUIDORES EM SEDIMENTOS E EM ESPÉCIE BIOINDICADORA -
RIO RIBEIRA DE IGUAPE
Valéria G. S. Rodrigues, Joel B. Sígolo, Denis S. M. Abessa; Marcos de Oliveira ............................................................................................... 117
O MAPEAMENTO E AVALIAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DE ROCHAS DE CANTARIA: ESTUDO DE CASO DA IGREJA DE SANTA
RITA, PARATY – RJ
Anderson de Araújo Soares; Emílio Velloso Barroso; Viviane Farroco da Silva ............................................................................................. 117
GEODIVERSIDADE ITINERANTE NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO RIO DE JANEIRO
Pedro Douglas da Silva; Eloisa da Silva Pereira; Creuza de Araújo; Fabiane Feder; Victor Cesar Ribeiro Pereira;Renata
Bernardo de Andrade; Edson Faria Mello; Cícera Neysi de Almeida ................................................................................................................... 118
GEODISPONIBILIDADE DE METAIS PESADOS NA REGIÃO DO VALE DO RIO GUANDU E BAIA DE SEPETIBA
David Silva Rocha; Bruno de Alcântara Cordeiro Cunha; Aline Sabino da Silva, Mauro Cesar Geraldes; Miguel Angelo Mane,
Silvia Dias Pereira ...................................................................................................................................................................................................................... 118
CONCENTRAÇÕES ANÔMALAS DE METAIS PESADOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO DOMINGOS RELACIONADO
A AGRICULTURA
Ariadne Marra de Souza, Mauro César Geraldes, Ana Cristina Almeida ............................................................................................................ 119

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DISCUSSÃO SOBRE A OCORRÊNCIA DE SAMBAQUI NO MUNICÍPIO DE ITAGUAÍ – LITORAL SUL DO RIO DE JANEIRO
Soraya Gardel Carelli; Helio Roncarati; José Carlos Paranhos Souza de Castro; Irackli Inachvili; Dione Nunes do
Nascimento ................................................................................................................................................................................................................................... 119
ANÁLISE DESCRITIVA E MORFOLÓGICA DE NINHOS DE VESPAS SOLITÁRIAS FÓSSEIS E SUB-FÓSSEIS COLETADOS EM
CAVERNAS DO BRASIL
Ricardo Afonso Bonito; Rodrigo Lopes Ferreira .......................................................................................................................................................... 120
ANÁLISE DE PARÂMETROS RELATIVOS A QUEDA/ROLAMENTO DE BLOCOS ROCHOSOS EM UMA ENCOSTA OCUPADA NO
MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS (RJ)
Rafael Silva Ribeiro; Emílio Velloso Barroso; Andrea Ferreira Borges ............................................................................................................... 120
DETERMINAÇÃO DA ÁREA SUSCETÍVEL A OCORRÊNCIA DE QUEDA/ROLAMENTO DE BLOCOS UTILIZANDO O
SOFTWARE PFC-2D NO MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS (RJ)
Rafael Silva Ribeiro; Emílio Velloso Barroso; Andrea Ferreira Borges ............................................................................................................... 121
A CARTOGRAFIA DO RELEVO DE ÁREAS DE SEDIMENTAÇÃO RECENTE: O CASO DO LITORAL SUL PAULISTA
Cenira Maria Lupinacci da Cunha; Tissiana de Almeida de Souza ....................................................................................................................... 121
DETERMINAÇÃO DE VALORES MAIS PROVÁVEIS DE COEFICIENTE DE RESTITUIÇÃO ATRAVÉS DE UMA
RETROSSIMULAÇÃO FEITA COM AUXÍLIO DO SOFTWARE ROCFALL
Renan Ramos Fernandes; Rafael Silva Ribeiro; Emílio Velloso Barroso ............................................................................................................ 122
SAMBAQUIS DA ÁREA DE SEPETIBA E SAQUAREMA (GASTRÓPODES E BIVALVES): DETERMINAÇÃO DE BACKGROUNDS
DE CONCENTRAÇÕES DE METAIS E ASSINATURAS ISOTÓPICAS DE PB
Ramon Gabriel de Melo Carrocino, Silvia Dias Pereira; Mauro Cesar Geraldes .............................................................................................. 122
DIRETRIZES PARA RECUPERAÇÃO SÓCIO-AMBIENTAL DE ÁREAS DEGRADADAS PELA EXTRAÇÃO MINERAL, UBATUBA
(SP).
Cláudio José Ferreira, Maria José Brollo, Paulo César Fernandes da Silva ........................................................................................................ 123
AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DA DEGRADAÇÃO RELACIONADA À EXPLORAÇÃO MINERAL NO LITORAL NORTE DO
ESTADO DE SÃO PAULO
Cláudio José Ferreira, John Canning Cripps .................................................................................................................................................................... 123
ANÁLISE DOS PROCESSOS EROSIVOS DA ÁREA URBANA DE SÃO PEDRO: UM RESGATE HISTÓRICO DAS CONDIÇÕES EM
1972
Evandro Daniel; Cenira Maria Lupinacci Cunha ........................................................................................................................................................... 124
ANÁLISE DA SUSCETIBILIDADE A PROCESSOS MORFODINÂMICOS NA BACIA DO ALTO ARICANDUVA, RMSP (SP):
SUBSIDIO PARA AVALIAÇÃO DE ÁREAS DE RISCO
Fabrizio de Luiz Rosito Listo; Cristiane Incau Pinto Pimentel; Bianca Carvalho Vieira .............................................................................. 124
MAPEAMENTO DE RISCO A PROCESSOS MORFODINÂMICOS EM ASSENTAMENTOS URBANOS PRECÁRIOS: O EXEMPLO
DO CÓRREGO RAPADURA, AFLUENTE DA BACIA DO RIO ARICANDUVA, RMSP (SP)
Fabrizio de Luiz Rosito Listo; Kátia Canil ........................................................................................................................................................................ 125
INDICADORES DE DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DE SÃO PAULO
Maria José Brollo, Cláudio José Ferreira .......................................................................................................................................................................... 125
GEOTURISMO EM CRATERAS DE IMPACTO NO BRASIL.
Joana Paula Sánchez; Alvaro Penteado Crosta .............................................................................................................................................................. 126
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE INTERAÇÃO ÁGUA-ROCHA/SOLO NA BACIA DO CÓRREGO DA MATA, TAPIRA, MINAS
GERAIS. PARTE 1: ÁGUAS FLUVIAIS E PLUVIAIS
Fabiano Tomazini da Conceição; Thales Andrés Carra; Paulo Marcos Vasconcelos; Diego de Souza Sardinha; Guillermo
Rafael Beltrano Navarro ......................................................................................................................................................................................................... 126
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE INTERAÇÃO ÁGUA-ROCHA/SOLO NA BACIA DO CÓRREGO DA MATA, TAPIRA, MINAS
GERAIS. PARTE 2: TRANSPORTE ESPECÍFICO DE CÁTIONS E ÂNIONS
Fabiano Tomazini da Conceição; Thales Andrés Carra; Paulo Marcos Vasconcelos; Diego de Souza Sardinha; Guillermo
Rafael Beltrano Navarro ......................................................................................................................................................................................................... 127
ASPECTOS DIAGNÓSTICOS AMBIENTAIS DA BACIA HIDROGRÁFICA E DA BAÍA DE SEPETIBA E NA BACIA DO RIO
GUANDU.
Aline Sabino da Silva, David Silva Rocha, Alexis Rosa Nummer, Miguel Angelo Mane, Mauro Cesar Geraldes ............,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,. 127
ANÁLISE DOS SEDIMENTOS DE FUNDO DA LAGOA DA TIJUCA/RJ
Tatiana dos Santos Rocha; Eliane Alves da Costa; José Antônio Baptista Neto ............................................................................................... 128
PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL: EXEMPLO NA CIDADE DE SÃO PAULO
Eliane Aparecida Del Lama .................................................................................................................................................................................................... 128

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INTEMPERISMO NOS MONUMENTOS PÉTREOS DO CEMITÉRIO DA CONSOLAÇÃO, SÃO PAULO (SP).


Luciane Kuzmickas; Eliane Aparecida Del Lama .......................................................................................................................................................... 129
COMPARAÇÃO ENTRE OS IQA’S CETESB E CCME
Vinicius do Nascimento Cristo; Juliana Magalhães Menezes; Gerson Cardoso da Silva Jr ............................................................. 129
REPRESENTAÇÃO EM 3D DO AQÜÍFERO GUARANI, BACIA DO PARANÁ, BRASIL
Henrieth Viviane Borgo de Oliveira; Celso Dal Ré Carneiro .................................................................................................................................... 130
MICROMORFOLOGIA APLICADA À ESTUDOS GEOLÓGICO-GEOTÉNICOS
Vitor Ribeiro Silos; Helena Polivanov; Leandro Victor dos Santos; Antonio Soares da Silva; Thiago Teles Alvaro; Bruno
Almeida Cruz; Emilio Velloso Barroso .............................................................................................................................................................................. 130
CONTAMINAÇÃO PELO METAL ZN EM LATOSSOLO E CHERNOSSOLO TRATADOS COM BIOSSÓLIDO
Bruno Almeida Cruz; Renata C. J. Alamino; Helena Polivanov; Thiago Teles Alvaro; Vitor Ribeiro Silos ............................................ 131
USO DE RESÍDUOS DE SERRAGEM DE MÁRMORES DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO COMO CORRETIVO DA ACIDEZ DE
SOLO
Valério Raymundo; Arthur Bazoni da Fonseca; Ana Candida de Almeida Prado; Marcos de Souza Neves Cardoso, Izaias dos
Santos Bregonci; Julião Soares de Souza Lima; Mirna Aparecida Neves ........................................................................................... 131
CARACTERIZAÇÃO DO RESÍDUO DO BENEFICIAMENTO DE ROCHAS ORNAMENTAIS
Ana Candida de Almeida Prado; Arthur Bazoni da Fonseca; Marcos de Souza Neves Cardoso; Mirna Aparecida Neves . 132
“GEOTURISMO APLICADO NA PARTE ALTA E MÉDIA DA BACIA DO RIO GUANDU – RJ”: UMA ANÁLISE AMBIENTAL POR
GEOPROCESSAMENTO
Arnaldo Mauro Neno Ferrão; José Eduardo Dias; Maria Hilde B. Góes; Jorge Xavier da Silva .................................................................. 132
MONITORAMENTO PLUVIOGRÁFICO AUTOMÁTICO E MODELAGEM COPORTAMENTAL DE CHUVA X
ESCORREGAMENTOS. O CASO DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA-ES
Rodolfo Moreira de Castro Junior; Leonardo Andrade de Souza; Frederico Damasceno Bortoloti ....................................................... 133
DESASTRES NATURAIS DE 2008 EM SANTA CATARINA
Lídia Keiko Tominaga, Daniela G. Marchiori-Faria, Jair Santoro, Paulo C. Fernandes da Silva, Rogério Rodrigues Ribeiro,
Maria José Brollo ........................................................................................................................................................................................................................ 133
DISPONIBILIDADE DE METAIS PESADOS COM BASE NO ENSAIO DE EXTRAÇÃO FRACIONADA EM AMOSTRAS DE
LATOSSOLO E CHERNOSSOLO TRATADAS COM LODO DE ESGOTO
Thiago Teles Alvaro; Renata Alamino; Helena Polivanov; Vitor Silos; Bruno Cruz ....................................................................................... 134
MODELAGEM DO POTENCIAL DE MIGRAÇÃO DE METAL PESADO EM CHENOSSOLO
Thiago Teles Alvaro; Helena Polivanov; Renata Alamino ......................................................................................................................................... 134
MONUMENTO NATURAL ESTROMATÓLITOS DE NOVA CAMPINA (SP): PRIMEIROS ESTROMATÓLITOS DESCRITOS NA
AMÉRICA DO SUL
William Sallun Filho; Thomas Rich Fairchild; Daniel Rodrigues de França …………………………….......................................……………… 135
A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOAMBIENTAL PARA A BACIA DO RIO GUANDU-
RJ COMO APOIO À SUA GESTÃO AMBIENTAL
Maria Hilde Góes; Jorge Xavier da Silva; Aléxis Nummer; Tiago Marino; Carolina de Lucena Sagrilllo; José Carlos Paranhos
Souza de Castro; Pablo Flaeschen Nunes ........................................................................................................................................................................ 135
A GEODIVERSIDADE POR ASSINATURA AMBIENTAL DE ENTIDADES GEOLÓGICAS E GEOMORFOLÓGICAS DE ÁREA DA
BACIA DO RIO GUANDU-RJ
Maria Hilde B. Góes; Aléxis Nummer; Pablo Flaeschen Nunes; Carolina Sangrillo; José Carlos Paranhos ......................................... 136
PROPOSIÇÃO DE MODELO PARTICIPATIVO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS POR EXTRAÇÃO DE JAZIDAS
MINERAIS EM DUQUE DE CAXIAS – RJ
Wilson A. Leal Boiça ............................................................................................................................................................................ 136
ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DO TEOR DE UMIDADE NA ABSORÇÃO D’ÁGUA E SUCÇÃO DOS SOLOS EM ESTUDOS DE
ERODIBILIDADE
Marla Bruna Melo de Menezes; Osni José Pejon ........................................................................................................................................................... 137
O TOMBAMENTO MUNICIPAL DE CINCO GEOSSÍTIOS DE INTERESSE CIENTÍFICO E DIDÁTICO NA BACIA SEDIMENTAR
DE VOLTA REDONDA (RIO DE JANEIRO)
Kátia Leite Mansur; Claudio Limeira Mello; Juliene de Paula; Renato Rodriguez Cabral Ramos; Vitor Manuel R. do
Nascimento; André Pires Negrão, Gertrudes Silva Nogueira .................................................................................................................................. 137
QUADRILÁTERO FERRÍFERO: INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O GEOPARQUE EM POTENCIAL
Virginio Mantesso-Neto; Úrsula Ruchkys de Azevedo; Marcos Antonio Leite do Nascimento; Antonio Liccardo; Rose Lane
Guimarães; Paulo de Tarso Amorim Castro .................................................................................................................................................................... 138

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POTENCIAL MINERAL DO DISTRITO DE MONSENHOR HORTA, MUNICÍPIO DE MARIANA, MG: DESENVOLVIMENTO


ECONÔMICO E COLABORAÇÃO AMBIENTAL
Ana Márcia Batista Soares; Edgar Batista de Medeiros Júnior ............................................................................................................................... 138
ANÁLISE DE RISCO E IMPACTOS AMBIENTAIS DO TURISMO NO ALTO CURSO DO RIO PARANÁ, NA REGIÃO DE PORTO
RICO (PR)
Valdecir Galvão, José Cândido Stevaux ............................................................................................................................................................................. 139
CARACTERIZAÇÃO HIDROGEOLÓGICA DA GLEBA 02 LAGOA SILVANA PARA CRIAÇÃO DE UMA RESERVA PARTICULAR
DO PATRIMÔNIO NATURAL (RPPN) – MUNICÍPIO DE CARATINGA, MG
José Augusto Costa Gonçalves; Júlia Maria de Paula Alves; Rafael Freitas Rodrigues; Fernando Masato Nakai; Lucas
Augusto de Castro Bastos; Amintas Torres Silva Neto ............................................................................................................................................... 139
ESTUDO E CARACTERIZAÇÃO DOS ATRIBUTOS FÍSICOS DO SOLO DA GLEBA 02 DA LAGOA SILVANA PARA CRIAÇÃO DE
UMA RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL (RPPN) – MUNICÍPIO DE CARATINGA, MG
Júlia Maria de Paula Alves; Rafael Freitas Rodrigues; Fernando Masato Nakai; Lucas Augusto de Castro Bastos; Amintas
Torres Silva Neto; José Augusto Costa Gonçalves ........................................................................................................................................................ 140
CARACTERÍSTICAS HIDROGRÁFICAS DO ESTUÁRIO DO RIO GUAPIMIRIM – RIO DE JANEIRO
Allan Sandes de Oliveira; Gustavo Vaz de Melo; José Antonio Baptista Neto; Michel Artur Faria Vicente .......................................... 140
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA MECÂNICA DE SOLOS COMPACTADOS EM CONTATO COM SOLUÇÕES SALINAS
Matheus Ribeiro do Amaral Ferreira; Vítor Ribeiro Silos; Andrea Ferreira Borges; Helena Polivanov ............................................... 141
HISTÓRICO E SITUAÇÃO ATUAL DA PROPOSTA DE CRIAÇÃO DO GEOPARQUE QUADRILÁTERO FERRÍFERO
Úrsula Ruchkys de Azevedo, Mayana Silva Vinti, Paulo de Tarso A. Castro, Friedrich Ewald Renger, Daniel Fernandes
Mamede ......................................................................................................................................................................................................................................... 141
ANÁLISE DAS ENTIDADES GEOLÓGICAS E GEOMORFOLÓGICAS POR ASSINATURA AMBIENTAL DA BACIA DO RIO
GUANDU (NATURAL)-RJ
Maria Hilde B. Góes; Aléxis Nummer; Pablo Flaeschen Nunes; Carolina de Lucena Sagrillo; Jose Carlos Paranhos Souza de
Castro .............................................................................................................................................................................................................................................. 142
SUSTENTABILIDADE E EXTRAÇÃO DE AREIA EM LEITO DE RIO NA BACIA DO RIO SÃO JOÃO – RJ
Pedro Hugo Müller Xaubet; Hernani Henrique Ramirez Nunes ............................................................................................................................ 142
GEOLOGIA EM PLANOS DE MANEJO: SUBSÍDIOS PARA ZONEAMENTO AMBIENTAL DO PARQUE ESTADUAL INTERVALES
(PEI-SP).
Alethéa Ernandes Martins Sallun; William Sallun Filho ........................................................................................................................................... 143
ANÁLISE EVOLUTIVA DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA REGIÃO DE MANANCIAL DA REPRESA BILLINGS, MUNICÍPIO
DE SANTO ANDRÉ (SP): SUBSÍDIO PARA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS.
Thaís Marina Castelhano Ralla ............................................................................................................................................................................................ 143
GEOCONSERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO GEOLÓGICO DO ESTADO DE SÃO PAULO E SUA DISPONIBILIZAÇÃO PARA O
GEOTURISMO.
José Reynaldo Bastos da Silva; Celso Dal Ré Carneiro ............................................................................................................................................... 144
ANÁLISE DOS PROCESSOS DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E ALTERAÇÃO DE PAISAGEM DO RIO PINHEIROS, MUNICÍPIO
DE SÃO PAULO (SP)
Fernanda Marques Guimarães Rodrigues; Edson Cabral ......................................................................................................................................... 144
SELEÇÃO DE SÍTIO PARA CENTRAIS NUCLEARES E A INFLUENCIA DA GEOLOGIA E SISMOLOGIA
Gutemberg de Castro Feitosa ................................................................................................................................................................................................ 145
POTENCIAL GEOTURISTICO EM MOCAMBEIRO-MG: PAISAGEM CÁRSTICA E PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO.
Mayana Silva Vinti; Rose Lane Guimarães; Lana Iracy Duarte da Cunha ........................................................................................................... 145
LEVANTAMENTO POR ELETRORRESISTIVIDADE NA BACIA DE SÃO JOSÉ DE ITABORAÍ - RIO DE JANEIRO.
Renato Mota Xavier de Meneses; Roberto Hemann Plastino; José Leão Luna; Emerson Alves da Silva; Milena Ferreira de
Siqueira Oliveira; Paula Lucia Ferrucio da Rocha ........................................................................................................................................................ 146
CARACTERIZAÇÃO DE SOLOS UTILIZANDO O ESTUDO MICROMORFOLÓGICO.
Joedy Patrícia C. Queiroz; Ana Valéria Freire Allemão Bertolino; Luiz Carlos Bertolino ............................................................................ 146
GESTÃO DO RISCO A ESCORREGAMENTOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
Claudio Amaral ........................................................................................................................................................................................................................... 147
SISTEMAS TECNOGÊNICOS NO MUNICIPIO DE SÃO PAULO
Ronaldo Malheiros Figueira; Paulo Cesar Boggiani .................................................................................................................................................... 147
MONUMENTOS GEOLOGICOS DO ESTADO DE SÃO PAULO.
Rogério Rodrigues Ribeiro; Antônio Carlos Moretti Guedes; Márcio Sabbadini Francisco ....................................................................... 148

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EVENTOS CONVULSIVOS E A PERDA DE EQUILÍBRIO EM ECOSSISTEMA LÓTICOS NO SUL DO ESPIRITO SANTO


Cláudia Eduardo Lana; Flávio Costa de Cerqueira ...................................................................................................................................................... 148
DARWIN VAI A ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE SEROPÉDICA, RJ.
Heitor Fernandes Mothé Filho; Eduardo da Silva Fonseca; Gabriela Miranda Teixeira; Luciana Nunes Simões; Raquel Justo
Santos; Sydney Souza ............................................................................................................................................................................................................... 149
LEGISLAÇÃO E MERCADO FLUMINENSE DE ÁGUA MINERAL.
Thiago Teixeira da Silva, Heitor Fernandes Mothé Filho .......................................................................................................................................... 149
AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DA MINERAÇÃO DO FERRO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO MACACOS,
QUADRILÁTERO FERRÍFERO, NOVA LIMA, MG AO LONGO DAS ÚLTIMAS QUATRO DÉCADAS
Frederico Custódio Vieira dos Santos; Paulo de Tarso Amorim Castro .............................................................................................................. 150
EDUCAÇÃO PARA A OCUPAÇÃO URBANA: RESULTADOS E PERPECCTIVAS PARA NOVOS TRABALHOS NA CIDADE DE
OURO PRETO, MG.
Benjamim Augusto Sotero; Frederico Custódio Vieira dos Santos; Lucas Dias Neves; Felipe Bolívar Domingos; Tamiris
Araújo Duarte Castro ............................................................................................................................................................................................................... 150
INTEGRAÇÃO DE ANÁLISES PETROGRÁFICAS E DE CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA PARA A CARACTERIZAÇÃO DO
AQUÍFERO BARREIRAS NA REGIÃO NORTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Mírian Cristina Oliveira da Costa; Natasha Pereira Rocha; Manuela Souza do Amaral, Claudio Limeira Mello; Gerson
Cardoso da Silva Júnior ........................................................................................................................................................................................................... 151
CONTRIBUIÇÕES DO DRM-RJ A RESPEITO DOS EFEITOS DA RESOLUÇÃO CONAMA Nº369/2006 SOBRE ÁREAS DE
MINERAÇÃO EM APPS
Debora Toci; Hernani Nunes ................................................................................................................................................................................................. 151
AÇÕES E MEDIDAS PARA A ADEQUAÇÃO AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE EXTRAÇÕES IRREGULARES NA REGIÃO
DE CAMBUCI E ITAPERUNA – RJ
Debora Toci; Ricardo L.S. da Rocha; Pedro Hugo Müller Xaubet; Rodolfo Ernesto Baron Torrez; Hernani Nunes; Marcio
Serrão .............................................................................................................................................................................................................................................. 152
PATRIMÔNIO NATURAL E CULTURAL DE CAMPOS DOS GOYTACAZES
Maria da Gloria Alves; Simonne Teixeira; kátia Mansur ........................................................................................................................................... 152
ANÁLISE MICROMORFOLÓGICA DE DEPÓSITOS DE ENCOSTA E DE PREENCHIMENTO DE CANAL NO SUL DO SEGUNDO
PLANALTO DO PARANÁ
Gisele Pietrobelli ........................................................................................................................................................................................................................ 153
ESTRATIGRAFIA E SEDIMENTOLOGIA DE DEPÓSITOS DE ENCOSTA NO SUL DO SEGUNDO PLANALTO DO PARANÁ
Gisele Pietrobelli ........................................................................................................................................................................................................................ 153
A CONSCIÊNCIA LOCAL NA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO GEOLÓGICO DE SÃO JOSÉ DE ITABORAÍ – ITABORAÍ (RIO
DE JANEIRO).
Wellington Francisco Sá dos Santos; Ismar de Souza Carvalho ............................................................................................................................. 154
ESTUDO DAS RELAÇÕES ENTRE AS INTERVENÇÕES ANTRÓPICAS NA GEOMORFOLOGIA DO RIO MURIAÉ COM AS
FREQÜENTES ENCHENTES DAS ÚLTIMAS DÉCADAS.
José Augusto Costa Gonçalves; Deovair Monteiro César; Mila Vasques Leandro; Marcos Leôncio; Lynaldo de Paula Silva;
Ellen Santos e Souza; Gleyci Kelle Cordeiro Gonçalves, Nathália de Almeida Feitoza ................................................................................. 154
CONHECENDO ASPECTOS DA DINÂMICA GEOLÓGICA A PARTIR DA INTERAÇÃO ENTRE FUNDAMENTOS CONCEITUAIS E
A PRÁTICA DE CAMPO EM ALEGRE - ES
Raphael Henrique Soares; Roni Ziviani Leite Pereira; Cláudio Eduardo Lana ................................................................................................ 155
CARACTERIZAÇÃO POR MEIO DE ENSAIOS DAS UNIDADES GEOLÓGICO-GEOTÉCNICAS DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA-ES
Leonardo Andrade de Souza; Rodolfo Moreira de Castro Junior; Frederico Damasceno Bortoloti ....................................................... 155
AÇÕES DO IG/SMA EM MAPEAMENTO DE ÁREAS DE RISCO EM AMBIENTES URBANOS
Márcia Maria Nogueira Pressinotti, Paulo Cesar Fernandes da Silva, Daniela Gírio Marchiori Faria, Rodolfo Moreda Mendes
............................................................................................................................................................................................................................................................ 156
ANÁLISE SEDIMENTOLÓGICA DO TESTEMUNHO 4A - BARRANCO ALTO, UHE DE FURNAS, ALFENAS – MG
Maria de Fátima R. Sarkis, Lineo Aparecido Gaspar Junior, Giovana Leonello Victal ................................................................................... 156
DIAGNÓSTICO DE SUSCETIBILIDADE A EROSÃO E ASSOREAMENTO EM TRECHO DA BACIA DO RIO PASSA CINCO,
IPEÚNA, SP
Gisele Zoratto; José Eduardo Zaine .................................................................................................................................................................................... 157
VALORAÇÃO ECONÔMICA DO MEIO AMBIENTE – CASO: “FLORESTA ESTADUAL EDMUNDO NAVARRO DE ANDRADE”
(FEENA) – SP
Yuri Marques de Castro Lage Duque ................................................................................................................................................................................. 157

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

SIMULAÇÃO NUMÉRICA DE FLUXO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA FAZENDA CARA PRETA – SANTA RITA DO PASSA
QUATRO – SP
Marília Costa Miranda; Chang Hung Kiang; Elias Hideo Teramoto ...................................................................................................................... 158
GAMAESPECTROMETRIA APLICADA AO ESTUDO DE ÁREAS DEGRADADAS NO NOROESTE DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO
Andréa Cristina Lima Santos; Paulo de Tarso Luiz de Menezes; Carlos Tadeu Carvalho do Nascimento ........................................... 158
ESTUDOS DA DINÂMICA HIDROSSEDIMENTAR NO CANAL DO ALTO CURSO DO RIO PARANÁ, NA REGIÃO DE PORTO
RICO, PR E SUA APLICABILIDADE NA EXTRAÇÃO DE AREIA
Daniel Nery dos Santos; José Cândido Stevaux; Valdecir Galvão ........................................................................................................................... 159
CARACTERIZAÇÃO DE EFLUENTES EM SOLOS E SEDIMENTOS DE CORRENTE EM VOLTA REDONDA, RJ
Heitor Fernandes Mothé Filho; Daniel de Resende Henriques; Mario Victor Alves Dutra ........................................................................ 159
(IN)COMPATIBILIDADE ENTRE PRÁTICA E TEORIA NO ENSINO DE GEOLOGIA
Heitor Fernandes Mothé Filho; Sérgio Brandolise Citroni ....................................................................................................................................... 160

S7 - GEOTECNOLOGIAS

COMPARTIMENTAÇÃO GEOMORFOLÓGICA E SEDIMENTAÇÃO QUATERNÁRIA NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DE


PETRÓPOLIS – RJ
Marcio Luiz Gonçalves D’Arrochella .................................................................................................................................................................................. 162
PROCESSAMENTO DE IMAGENS DIGITAIS – RAZÃO ENTRE BANDAS
Thiago Peixoto de Araujo; Fernando Machado de Mello .......................................................................................................................................... 162
GEOPROCESSAMENTO APLICADO À GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA UGRHI-11 – RIBEIRA DE IGUAPE E LITORAL
SUL
Fabrício Bau Dalmas; Arlei Benedito Macedo; Sidney Schaberle Goveia; Fábio Rodrigo de Oliveira; Cibele Hummel do
Amaral ............................................................................................................................................................................................................................................ 163
APLICAÇÃO DE DADOS AEROGEOFÍSICOS MAGNETOMÉTRICOS E GAMAESPECTOMÉTRICOS NO MAPEAMENTO
GEOLÓGICO DA REGIÃO DE SERRO – MG
Joana Tiago Reis Magalhães; Flávia de Alencar Andrade; Luiz Guilherme Knauer; Juni Silveira Cordeiro ........................................ 163
GEOTECNOLOGIAS APLICADAS A EXAMES DE LOCAIS DE CRIMES AMBIENTAIS POR PERITOS CRIMINAIS DO
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
Lucas Barros de Andrade, Antonio C. Bezerra, Daniel F. Domingues, David D. Pavanelli, Ivar M. Kohmann, Mariana M. P.
Albuquerque, Paulo G. Hoch ................................................................................................................................................................................................. 164
CARTOGRAFIA GEOLÓGICA DIGITAL APLICADA A MAPAS GEOLÓGICOS ANALÓGICOS EXECUTADOS PELO IG-SP AO
LONGO DO EIXO SOROCABA-CAMPINAS
Antonio Luiz Teixeira; Alethéa Ernandes Martins Sallun; William Sallun Filho; Marina Del Monte; Ralph Eric Nicoliche da
Silva .................................................................................................................................................................................................................................................. 164
DANOS CAUSADOS POR ENCHENTES NO DISTRITO DE SÃO VICENTE, CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM, SUL DO ESPÍRITO
SANTO – UM ESTUDO À LUZ DA GEOTÉCNICA
Alessandro Oliveira; Magnólia Barbosa; Maurício Sartori; Antonio Pinheiro; Ana Paula Meyer; Gilberto Rangel; Pedro da
Silva; Carlos Campos; Cassiano Louzada ......................................................................................................................................................................... 165
INVENTÁRIO EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS PARA PLANO MUNICIPAL DE REDUÇÃO DE RISCO
GEOLÓGICO
Frederico Damasceno Bortoloti; Leonardo Andrade de Souza; Rodolfo Moreira de Castro Junior ....................................................... 165
ANÁLISE E CARACTERIZAÇÃO DO EMBASAMENTO DA BACIA DE TAUBATÉ
Ancilla Maria Almeida de Carvalho; Alexandre Campane Vidal ............................................................................................................................ 166
USO DE IMAGENS DE RADAR PARA PRODUÇÃO DE MAPAS MORFO-ESTRUTURAIS
Bruno Picinin Fernández ........................................................................................................................................................................................................ 166
APLICAÇÃO DA PERFILAGEM SÍSMICA CONTÍNUA DE ALTA RESOLUÇÃO CORRELACIONADA COM DADOS GEOTÉCNICOS
NA INVESTIGAÇÃO ESTRATIGRÁFICA E NOS PROCESSOS SEDIMENTARES NO SACO DA COROA GRANDE – RJ
Flávia Carmem Amorim Mendes Franco de Sousa; Prof. Dr. Alberto Garcia de Figuereido Jr .................................................................. 167

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S1 - CRÁTONS E NÚCLEOS CRATÔNICOS

Antonio Carlos Pedrosa-Soares (UFMG)


Fernando Flecha Alkmim (UFOP)

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Geologia da regiao de igarapé - porção oeste da serra do curral –


Quadrilátero Ferrífero MG

Joanna Correia de Souza Pereira Gomes1; Luis Fernando Oliveira1; Marcos Eduardo Vieira Neri1; Raul Sabadini Junior1; Carlos Alberto Rosière2
1
Estudante de Graduação em Geologia UFMG; 2 Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais.

Na porção oeste da Serra do Curral ocorrem rochas cristalinas do complexo Bonfim (localmente conhecido com Granito Souza Noschese), greenstone belts
de idade arqueana representados pelo Grupo Nova Lima e sequência supracrustal de idade paleo proterozóica do Supergrupo Minas. Rochas intrusivas de
composição gabróica ocorrem como diques e sills.
Trabalhos de mapeamento em escala 1:25000 com levantamento estrutural sistemático foram executados usando como base topográfica fotos aéreas (vôo
CEMIG, 1989). O arcabouço estrutural é marcado por dois lineamentos principais representando frentes de cavalgamento de direção aproximada E-W,
indicando transporte de massa de sul para norte. Estas são limitadas por falhas transcorrentes reversas de direção grosseiramente N-S. As duas estruturas
possuem características dúcteis. Falhas normais de caráter rúptil ocorrem em menor expressão, interpretadas como reativações das falhas transcorrentes,
geralmente associadas a diques intrusivos.
As rochas do Grupo Nova Lima (Supergrupo Rio das Velhas) afloram na porção sudoeste do mapa, representado por xistos, quartzitos, BIFs e
metaconglomerados. Apresenta foliação principal Sn de direção variada, tida como reflexo da transposição do acamamento original, cortada por foliação
(Sn+1) plano axial de dobras de eixo N-S e mergulho constante para E.
O Supergrupo Minas está disposto em faixas alongadas de direção grosseiramente E-W e ocupa a região centro-norte. Subdividido nos grupos Caraça,
Itabira, Piracicapa e Sabará. Perfaz 50% da área. Apresenta contato tectônico com o Grupo Nova Lima e o Granito Souza Noschese. A principal estrutura
planar existente é uma foliação (Sn) plano-axial de dobras inversas com caimento, localmente rotacionadas por influencia das falhas transcorrentes.
Cortando a estrutura principal (Sn), ocorre uma clivagem de fratura (Sn + 1), de atitude aproximada N-S/verticalizada. Possui espaçamento centimétrico e
se mostra constante em toda área.
A Fm. Gandarela aflora apenas na porção E do mapa, tendo sua continuidade lateral para W interrompida, entre as minas da Esperança e Pau de Vinho, e a
Fm. Cercadinho está em contato direto com a Fm. Cauê, em discordância angular e erosiva. Na maioria das vezes apresenta conglomerado basal polimitico
e matriz ferruginosa.
A partir dos lineamentos N-S a região foi dividida em três grandes domínios estruturais: Oriental, Central e Ocidental. O limite Oriental-Central é marcado
pelo lineamento do Rio Paraopéba e o Central-Ocidental pelo lineamento da Mina Pau de Vinho. O domínio oriental apresenta acamamento mergulhando
para N-NW e eixos caindo para NE-SW. No ocidental as camadas mergulham para S-SE e os eixos caem para SE e localmente para NW. No domínio central
as camadas apresentam mergulho para S-SE, verticalizados próximo a serra, tendendo a suavizar com o afastamento desta. Os eixos têm caimento para
NE-SW
Agradecimentos: Ferrous Ressources Limited.

16

ESTUDO FACIOLÓGICO, MINERALÓGICO E GEOQUÍMICO DO GRANITÓIDE RITÁPOLIS E CORRELAÇÃO COM O


CINTURÃO MINEIRO, MINAS GERAIS

Ciro Alexandre Ávila1, Alexandre Nascimento de Souza2, Fernando Vasques2, Júlio Cezar Mendes3, Leandro Bravo Costa4, Eduardo Guimarães4, Mariana
Soares4, Rômulo Stohler4, Filipe Vidal Oliveira4, Thayla Vieira4, Filipe Rocha4, Julia Guerrero4, Thales Azevedo4
1
Dep. de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional, UFRJ (ávila@mn.ufrj.br); 2 Pos-Graduação, Dep. de Geologia, UFRJ; 3 Dep. Geologia, UFRJ; 4
Graduação, UFRJ.

A região entre as cidades de São Tiago e Ritápolis está inserida no contexto evolutivo do cinturão Mineiro, que envolve arcos magmáticos intra-oceânicos
e continentais amalgamados durante o Paleoproterozóico, cujo magmatismo varia de gabróico a granítico e entre 2255 ± 6 Ma e 2050 ± 12 Ma. Neste
contexto destaca-se o granitóide Ritápolis (2121 ± 7 Ma) que é intrusivo em anfibólio gnaisses, anfibolitos e em rochas metassedimentares do greenstone
belt Rio das Mortes, bem como em metapiroxenitos e em corpos plutônicos paleoproterozóicos, com idades entre 2188 ± 29 e 2131 ± 4 Ma. Associado
geneticamente a esse granitóide ocorre um enxame de pegmatitos mineralizados em cassiterita, columbita-tantalita, espodumênio, microlita e zircão
hafnífero, correlacionados a Província Pegmatítica de São João del Rei.
O granitóide Ritápolis é um batólito cálcio-alcalino, peraluminoso, que foi dividido em diferentes sub-tipos faciológicos, onde predominam termos
equigranulares (fino, médio e grosso), que gradam para porfiríticos com fenocristais de feldspato de até 4cm. As rochas das facies média e grossa apresentam
orientação de fluxo magmático (evidenciada pelo arranjo dos grãos hipidiomórficos de feldspato e biotita), clots máficos biotíticos (com forma oblata de até
7cm de diâmetro) e xenólitos de anfibolito. Rochas da facies média ocorrem como enclaves autolíticos na facies grossa, enquanto diques e apófises da facies
fina cortam rochas da facies média. A mineralogia essencial do granitóide Ritápolis é representada por quartzo, plagioclásio, microclina, biotita, feldspato
pertítico, apresentando como acessórios zircão, apatita, titanita, muscovita, minerais opacos e allanita, enquanto epidoto, clorita, sericita, carbonato, zoisita,
clinozoisita, titanita, biotita e muscovita são minerais metamórficos e/ou hidrotermais. A análise de saprólitos em estereomicroscópio apontou, ainda, para
a presença abundante de xenotímio, monazita, magnetita, martita e ilmenita, enquanto granada, galena, columbita-tantalita, turmalina, molibdenita, pirita
limonitizada e gahnita são mais restritos.
O estudo das inclusões sólidas por MEV-EDS em grãos de monazita, xenotímio e zircão das facies média e grossa apontou para a presença de duas gerações
de monazita, sendo que uma apresenta inclusões de apatita, ilmenita, plumbogumita, xenotímio e zircão, correspondendo a uma das últimas fases minerais
magmáticas a se cristalizar. Caracterizou-se, ainda, que fases minerais ricas em U (uraninita e coffinita) estão ausentes como inclusões na monazita das duas
facies e presentes no zircão e no xenotímio, enquanto fases ricas em Th (torianita e torita) foram identificadas como inclusões/exsoluções na monazita, no
xenotímio e no zircão de ambas as facies. Neste sentido pode-se inferir que durante a cristalização magmática das rochas das facies média e grossa o Th e o
U foram capturados pelo xenotímio e pelo zircão, enquanto o U não foi compatível com a estrutura cristalina da monazita. De forma semelhante à monazita,
a presença de inclusões de xenotímio e apatita no zircão e de zircão no xenotímio também apontam para a existência de pelo menos duas gerações distintas
de zircão e/ou de xenotímio. A presença de exsoluções de columbita na ilmenita da facies grossa, bem como a presença de columbita-tantalita em várias
amostras de saprólitos desta mesma facies aponta para uma possível associação genética entre o magma formador das rochas da facies grossa e dos corpos
pegmatíticos. Como conclusão pode-se afirmar que o granitóide Ritápolis marca o último pulso magmático félsico Ryaciano da região estudada e que o
enxame de corpos pegmatíticos estaria associado geneticamente a uma evolução do magma da facies grossa.

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Geologia da região entre Azurita e Itatiaiuçu, extremo oeste da serra do curral,


quadrilátero ferrífero - MG

Moara Melo Tupinambás1; Joanna Chaves Souto Araújo1; Antônio Wilson Romano1;
1
Dpto. de Geologia, IGC/UFMG – Belo Horizonte. (moaramt@gmail.com)

A presente pesquisa é resultado de um Trabalho Geológico de Graduação e foi executado em uma área de 144km2, escala 1:25.000. A área está inserida
na porção oeste da Folha Igarapé, 1:50.000 e está situada na porção setentrional do Quadrilátero Ferrífero. O contexto geológico engloba terrenos granito
gnaissicos arqueanos, rochas do greenstone belt Rio das Velhas e metamorfitos do Supergrupo Minas. Uma característica marcante da região é a existência
de possantes veios de quartzo de extensão quilométrica que formam um relevo característico de cristas retilíneas e agudas e cortam todas as rochas do
embasamento e Supergrupo Rio das Velhas. Os sedimentos mais recentes são representados pela sedimentação lacustrina terciária, vastos depósitos
coluvionares e aluvionares.
Os terrenos granito gnaissicos ocupam a parte oeste da área e são constituídos por rochas gnáissicas e migmatíticas, com alguns corpos granitóides do
Complexo Divinópolis e pelos granitóides sin-tectônicos da Suíte Mato Dentro. O Supergrupo Rio das Velhas, na porção norte e extremo sul, é representado
pela Seqüência Metaígnea e Metassedimentar basal e pela Seqüência Metassedimentar e Metavulcano-sedimentar superior do Grupo Nova Lima. Essas
duas seqüências são constituídas por rochas ultramáficas, máficas, quartzito, magnetitito, filito carbonoso, metatufo, rochas peraluminosas, xisto e formação
ferrífera bandada tipo Algoma. Já a porção sul, ao longo da Serra Azul, porção terminal da Serra do Curral, é representada por uma sucessão quase completa
do Supergrupo Minas, constituída principalmente por quartzito, filito, filito carbonoso, formação ferrífera bandada e dolomito.
A região está situada no limite entre os terrenos arqueanos fortemente afetados por uma tectônica caracteristicamente transcorrente, que representa a terminação
mais ocidental do Lineamento Pitangui, e os terrenos paleoproterozóicos do Supergrupo Minas afetados pela tectônica compressiva transamazônica. Esta
tectônica é visível por causa de um vetor de transporte de direção noroeste que marca conspicuamente todas as rochas.
No entanto, traços de uma tectônica transcorrente são também possíveis de se detectar ao longo da Serra do Curral ocidental, sob a forma de uma acentuada
verticalização dos estratos ao longo de direções aproximadamente leste-oeste e lineações de estiramento sub-horizontais.
Os terrenos ao norte da Serra do Curral são claramente afetados pela tectônica transcorrente, principalmente aqueles situados entre a Serra de Santo Antônio,
norte de Mateus Leme e a Serra da Saudade, sul do distrito de Azurita. O padrão de deformação nessa região parece ser similar ao da Serra de Santo Antônio,
e tratar-se de uma estruturação transpressiva, com um nítido vetor de transporte oeste nas porções balizadas pelas zonas de transcorrência de direção leste-
oeste.
O fenômeno mais intrigante da região é, no entanto, representado pelos veios de quartzo, muitas vezes erroneamente interpretados como sendo de rochas
sedimentares com forte recristalização metamórfica. Todavia, são produtos de segregação metamórfica/hidrotermal e preenchem zonas distensivas abertas
quando da implantação da tectônica transcorrente. Um destes veios estrutura a Serra da Saudade.
A região destaca-se economicamente pela presença de minério de ferro, lavrado praticamente em toda a extensão da Serra do Curral ocidental, além de outros
recursos minerais, tais como, areia, brita de gnaisse, argilas, agalmatolito e filito carbonoso.

17

Tectônica transpressiva da serra de santo antônio, mateus leme, mg

Joanna Chaves Souto Araújo1; Antônio Wilson Romano1; Moara Melo Tupinambás1
1
Dpto. de Geologia, IGC/UFMG – Belo Horizonte. (joannaaraujo@oi.com.br)

O greenstone belt Rio das Velhas ao noroeste do Quadrilátero Ferrífero, mais precisamente entre as localidades de Mateus Leme e Pitangui, desenvolveu-se
no contexto de uma bacia oceânica formada na zona de colisão entre dois blocos crustais. Essa zona é materializada pelo denominado Lineamento Pitangui
de direção geral noroeste-sudeste. Esse lineamento possui caráter transcorrente, oblíquo e sinistral e assume uma direção leste-oeste na região ora estudada.
A Serra de Santo Antônio, também conhecida como Serra do Elefante, localizada ao norte de Mateus Leme, região metropolitana de Belo Horizonte, é
um bom local para se observar aspectos da sedimentação e deformação do greenstone belt Rio das Velhas. Nessa região e em seus arredores afloram as
duas sequências principais do Grupo Nova Lima: Sequência Metassedimentar e Metavulcano-sedimentar e Sequência Metaígnea e Metassedimentar, com
diversas litologias como rocha metamáfica com pillow lavas, formação ferrífera intercalada com filito carbonoso, agalmatolito, tufo, quartzito cianítico, entre
outros. No topo da serra afloram quartzitos e metaconglomerados do Grupo Maquiné, que sustentam essa notável expressão topográfica e representam a fase
molássica da sedimentação do Supergrupo Rio das Velhas.
A região sofreu duas fases de deformação: uma dúctil e outra dúctil-rúptil. Elas são praticamente paralelizadas, desenvolvendo uma foliação de transposição
milonítica. A relação entre as duas deformações é nítida nos quartzitos do Grupo Maquiné, onde a foliação plano-axial da primeira fase é transposta por uma
foliação penetrativa de caráter milonítico a proto-milonítico da segunda fase.
A geologia da serra e sua vizinhança é fortemente influenciada pelo Lineamento Pitangui. Ao sul da serra desenvolveu-se uma outra zona de cisalhamento
transcorrente de direção aproximada E-W que passa pela localidade de Azurita e é sub-paralela ao Lineamento Pitangui. Dessa forma, toda a serra de Santo
Antônio ficou como um bloco aprisionado entre os dois cisalhamentos e desenvolveu um padrão de deformação conflitante com a deformação regional.
A região foi então interpretada como tendo a estruturação de uma cunha transpressiva entre duas zonas de cisalhamento transcorrentes sub-paralelas, o que
resultou em falhas de empurrão com um nítido vetor de transporte oeste, que não corresponde também ao padrão de compressão regional transamazônico,
bem evidenciado ao sul, na região da Serra do Curral, que é de sentido noroeste.
Em consequência da transpressão, uma série de falhas de empurrão de baixo ângulo foram geradas ao longo da vertente oeste da Serra de Santo Antônio
e são bem definidas por marcadores de deformação, tais como estiramento de seixos, lineação de estiramento/mineral e foliação milonítica, impressos nos
quartzitos e em um pacote de paraconglomerado, ambos pertencentes ao Grupo Maquiné.
Concomitantemente à instalação das zonas de cisalhamento e da transpressão, houve uma intensa percolação de fluidos hidrotermais que gerou rochas ricas
em muscovita, polimorfos Al2SiO5, coríndon, diásporo e pirofilita, além de zonas sulfetadas, com mineralizações auríferas.

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MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SERRA DO PARAÍSO, campos gerais, Mg

Marcos Vinicius M. de Carvalho1; Fábio V. P. Paciullo2


1
Graduação, IGEO/UFRJ– Rio de Janeiro (homenaziago@gmail.com); 2 Departamento de Geologia, IGEO/UFRJ–Rio de Janeiro.

As serras do Paraíso e adjacentes (Serra de Campos Gerais e Serra do Macuco) estão localizadas ao redor da cidade de Campos Gerais, borda sudeste da
Represa Furnas, sul de Minas Gerais. São constituídas por uma sucessão metassedimentar neoproterozoica pertencente a Megassequência Andrelândia,
empurrada sobre um embasamento gnáissico migmatítico arqueano (Complexo Campos Gerais). O objetivo do mapeamento é investigar a ligação entre o
sistema de nappes Luminárias-Varginha-Guaxupé, de transporte tectônico de W para E, com a nappe Passos de transporte tectônico de NW para SE.
Na área mapeada ocorrem duas unidades litológicas: biotita gnaisse fino, sobreposto por quartzito com intercalações de mica xisto. O biotita gnaisse fino
ora apresenta-se com aleitamento composicional claro-escuro (bandas quartzo-feldspaticas e outras biotiticas) ora com um aleitamento composicional
melanocratico-mesocratico incipiente definido por leitos delgados com mais ou menos biotita. Veios de quartzo com k-feldspato paralelos ao bandamento
são freqüentes. Mineralogicamente é constituído por quatzo, plagioclásio, biotita, localmente muscovita e, raramente, granada. A segunda unidade, esta
representada por uma sucessão de quartzitos com intercalações de mica xisto e quartzo xisto. Os quartzitos apresentam estratificação média a delgada,
e são constituídos basicamente de quartzo e muscovita. Os xistos possuem cor prateada quando frescos, e tem muscovita como constituinte principal.
As duas unidades parecem corresponder às unidades A1 (biotita gnaisse fino) e A2 (biotita gnaisse fino com intercalações de quartzito e mica xisto) da
Megassequência Andrelândia (Paciullo, 1997 e Ribeiro et al 2003).
Foram identificadas três fases de deformação- D1, D2 e D3. A primeira esta representada por dobras isoclinais simétricas com plano axial paralelo a
estratificação e lineação de estiramento e eixos de dobras com atitudes 130/20 e 310/20. A fase D2 forma uma grande estrutura antiformal com vergência
para norte, lineações de estiramento e eixos de dobras assimétricas em S com atitudes 270/15 e 90/20.A fase D3 está representada por dobras com plano axial
subvertical com atitudes xxx e eixos com atitudes 180-215/30.
Ao longo das bordas norte das serras ocorre uma zona milonítica sinistral com lineações de estiramento XXx que define o contato entre os metassedimentos
e gnaisses do embasamento.

18

Caracterização Petrográfica das rochas metaultramáficas da Jazida Mostardas e


Boiadeiros, Supergrupo Rio das Velhas, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais

Ana Márcia Batista Soares1; Newton Souza Gomes1


1
Departamento de Geologia da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto (Degeo/EM/UFOP)

Os litotipos encontrados na Jazida Mostardas e Boiadeiros, localizada no Distrito de Rio do Peixe, Município de Nova Lima (MG), são caracterizados como
rochas de idade arqueana pertencentes a um corpo ultramáfico metamorfizado a baixo grau. O corpo está inserido no Supergrupo Rio das Velhas, greenstone
belt da província mineral conhecida como Quadrilátero Ferrífero. Essas rochas foram objetos de diversos estudos no último século, tendo sua origem
atribuída a um protólito ultramáfico vulcânico. Há também a identificação de faixas de intensa deformação, gerando uma foliação milonítica, ou em alguns
casos, uma xistosidade bem desenvolvida. Esses estudos alcançaram resultados divergentes, mostrando que ainda não existe uma caracterização satisfatória
desse corpo metaultramáfico.
Um novo levantamento foi realizado com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre as rochas da Jazida Mostardas e Boiadeiros e assim minimizar as
diferenças entre as classificações petrogenéticas atribuídas a essas rochas. Para isso, foi feita a identificação dos litotipos, a coleta de amostras de rocha para
análise petrográfica e confecção de lâminas delgadas para estudos mineralógicos e textural, e a identificação das estruturas presente nas rochas.
Os litotipos identificados foram serpentinitos e metapiroxenitos. As rochas da jazida mostram-se deformados em regime rúptil e feições rúpteis-dúcteis
subordinadas. A deformação é caracterizada por juntas, mesofalhas, com estrias e steps e/ou espelhos de falha, além de raras dobras de arrasto com geometria
kink e veios preenchidos por serpentina fibrosa. Localmente, os serpentinitos apresentam veios de material opaco que formam uma caótica rede de fraturas.
Pela análise mineralógica e textural, observa-se que os serpentinitos preservam a textura do protólito, mostrada pela completa substituição das olivinas por
serpentinas, com formação subordinada de clorita, talco, carbonato e tremolita. Em alguns serpentinitos, ocorrem veios preenchidos com magnetita, cromita
e, mais raramente, ilmenita. Há também, serpentinitos milonitisados que se concentram nas porções mais externas do corpo ultramáfico.
Os metapiroxenitos apresentram pseudomorfismos de piroxênios e olivinas, com substituição desses minerais por talco, principalmente. Há também a
substituição por tremolita, serpentina, clorita e carbonatos. A presença de magnetita e cromita é inexpressiva, participando em menos de 1% da composição
mineralógica da rocha.
A caracterização textural das rochas mostra que o processo de formação do protólito não corresponde a um resfriamento brusco, como em casos de rochas
vulcânicas. A inexistência de estruturas como spinifex e pillow lavas reforçam a não associação dessas rochas a um komatiito. E ainda, o processo de
formação da foliação milonítica não deve ser considerado como a principal deformação sofrida pelos serpentinitos e metapiroxenitos. Em grande parte do
corpo ultramáfico, esses litotipos apresentam pseudomorfismo dos minerais primários, o que sugere uma deformação não plástica da rocha em questão.
Agradecimentos: ao diretor da empresa MSM Mariana Soapstone Minning, o engenheiro geólogo Osmar Fritscher Puperi

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

COMPOSIÇÃO ISOTÓPICA Sr NOS PADRÕES DE ROCHA DO usgs Bcr-1, agv-1, g-2 E GSP-1: RESULTADOS
PRELIMINARES DO LABORATÓRIO DE GEOCRONOLOGIA E ISÓTOPOS RADIOGÊNICOS –
LAGIR – UERJ, rio de janeiro

Claudio de Morisson Valeriano1, 2, Gilberto da Silva Vaz3; Silvia Regina de Medeiros4, Carla Cristina Aguiar Neto5, Celia Diana Ragatky6
1
TEKTOS – Grupo de Pesquisas em Geotectônica, DGRG-FGEL-UERJ (cmval@uerj.br); 2 CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico; 3 PROATEC-UERJ; 4 DMPI-FGEL-UERJ; 5Curso de Graduação em Geologia – UERJ; 6 DMPI-FGEL-UERJ

Este trabalho apresenta análises isotópicas de quatro padrões de rocha USGS (basalto BCR-1, andesito AGV-1,granito G-2 e o granodiorito GSP-1) utilizando
o espectrômetro de massa por termo-ionização (TIMS) TRITON-Finnigan. Estes primeiros resultados isotópicos do Sr natural foram feitos recentemente
no Laboratório de Geocronologia e Isótopos Radiogênicos – LAGIR – UERJ, Rio de Janeiro. A importância da publicação destes resultados reside na
necessidade de comparações interlaboratoriais e na pouca disponibilidade de valores de referência na literatura, especialmente utilizando-se o espectrômetro
TRITON, equipamento este que vem tendo uso crescente no mundo e no Brasil.
Os procedimentos químicos foram realizados em sala limpa sob pressão positiva do ar, utilizando-se reagentes (água, ácidos) bidestilados em sub-ebulição.
Cada amostra com massa de aproximadamente 100 mg foi digerida durante 2 ciclos de abertura, o primeiro de 3 dias utilizando uma mistura de HF (6 mL)
e HNO3 6N (0,5 mL), e o segundo de 2 dias utilizando-se HCl 6N (6 mL). A separação do Sr foi efetuada com HCl 2.5N em colunas de troca iônica com
a resina Bio-Rad AG-50W-X-8 (100-200 mesh). O Sr de cada amostra foi depositado e evaporado em filamento duplo de Rênio previamente degasado,
usando 1 µL de H3PO4 1N, como ativador de ionização. As análises espectrométricas foram realizadas em modo estático com um arranjo de cinco coletores
Faraday. A média das razões isotópicas do 87Sr/86Sr medidas no LAGIR, para cada padrão, é apresentada a seguir em comparação com resultados reportados
por Raczek (2003), Weis et al. (2006) e Wang (2007).

Padrão Razão
± Erro
Sr/86Sr
87
padrão absoluto
Andesito AGV-1
LAGIR (n=7) 0.703970 4
Raczek (2003) 0.703931 34
Weis et al. (2006) 0.703993 10
Basalto BCR-1
LAGIR (n=7) 0.704999 3
Raczek (2003) 0.704960 34
Weis et al. (2006) 0.705022 16
Wang (2007) 0.704995 25
Granito G-2
LAGIR (n=2) 0.709713 7
Weis et al. (2006) 0.709770 15
GSP-1
LAGIR (n=1) 0.768928 3
Raczek (2003) 0.767310 34

Agradecimentos: Os autores agradecem o apoio financeiros da FINEP CT-MINERAL REDE GEODINÂMICA (Convênio. 01.06.0222.00), e do CNPq ( Proc. 471200/2003-4 e 19
Proc. 310589/2006-1)

O LINEAMENTO N45°W: UMA FEIÇÃO TECTÔNICA COMUM AO CRÁTON SÃO FRANCISCO MERIDIONAL E FAIXA
BRASÍLIA.

Mauricio A. Carneiro1; Antonino J. Borges2; Débora E. dos Santos1; Bruno H. Campos3; Sérgio Y. D. H. dos Santos1; Izabela A. Camisassa1; Rodrigo M.
Bauerfeldt1
1
Degeo/EM/UFOP; 2CPRM/Sureg/BH; 3Demin/EM/UFOP.

O tratamento das imagens do levantamento aerogeofísico de Minas Gerais e Goiás, realizado pelo programa Oasis Montaj (GEOSOFT), revelou a existência
de um longo lineamento estrutural com orientação N45°W, muito destacado nas imagens aeromagnetométricas de sinal analítico, derivada vertical e
contagem total, mas de pouca expressão nas imagens U e K. Essas imagens foram importadas pelo programa ArcGIS (ESRI), onde o lineamento foi
georeferenciado e confrontado com os aspectos geográficos e geológicos da região. Assim, determinou-se que a sua extensão crustal é de, aproximadamente,
1000 km, cobrindo desde a porção meridional do Cráton São Francisco até a porção meridional do arco magmático de Goiás (Faixa Brasília). Na sua porção
SE (em Minas Gerais), nos domínios da crosta siálica arqueana, se destacam cinco ramos principais que avançam para NW. Em território goiano, na região
de Hidrolândia, essa expressão geofísica se reduz a dois braços (um setentrional e outro meridional). Em Santa Bárbara de Goiás o ramo meridional sofre
uma inflexão acentuada, intercepta e transpõe o ramo setentrional (49°39’W e 16°35’S). Mas, após descrever um arco côncavo, na divisa dos municípios de
Sanclerlândia e Mossâmedes, re-intercepta o outro ramo (50°12’W e 16°15’S) assumindo a direção E-W até atingir a porção meridional do arco magmático
de Goiás. Tectonicamente, na sua porção SE, se destacam cinco ramos principais que se misturam a um denso enxame de lineamentos dos sistemas de
diques máficos Lençóis I e II que apresentam, respectivamente, direções N50°-60°W e N35°-45°W, compreendendo, portanto, o lineamento N45°W em
questão. Contudo, os mafitos desses dois sistemas de diques, no âmbito da porção meridional do Cráton São Francisco (região de Cláudio) forneceram
idades radiométricas (Ar-Ar) de 1,9 e 0,9 Ga, respectivamente. Preliminarmente o lineamento N45°W poderia fazer parte desse sistema máfico fissural,
restrito à crosta siálica arqueana da porção meridional do Cráton São Francisco, mas à medida que ele se prolonga para NW, apesar da manutenção dos seus
cinco ramos principais, a sua expressão geofísica perpassa rochas de três unidades crustais distintas: 1) cobertura cratônica neoproterozóica (Supergrupo
São Francisco); 2) Faixa Brasília; 3) sedimentos e vulcânicas do Cretáceo. Ressalta-se que, apesar da sua nítida expressão geofísica nos terrenos cretáceos,
nenhuma ocorrência de mafito desse lineamento foi encontrada, até agora, nesses domínios crustais. Contudo, na região central de Minas Gerais (entre as
cidades de Bom Despacho, Luz e Tapiraí) os mafitos do lineamento N45°W afloram em meio a rochas da crosta siálica arqueana do Cráton São Francisco
Meridional e neoproterozóicas do Supergrupo São Francisco. São rochas de granulação fina a grosseira, exibindo textura ofítica a intergranular e constituídas
essencialmente por plagioclásio, clinopiroxênio e ortopiroxênio (em proporções variáveis), que são classificadas como gabro e gabronorito. Resultados
litogeoquímicos indicam tratar-se de um magmatismo do tipo tholeiítico continental. Se em termos petrográficos e litogeoquímicos gerais, esses mafitos
se assemelham aqueles dos sistemas Lençóis I e II, tectonicamente, no entanto, devem pertencer a eventos fissurais mais recentes, pois intrudem as rochas
do Supergrupo São Francisco e, quiçá, as cretáceas. Em suma, o lineamento N45oW é uma feição tectônica que perpassa as porções meridionais do Cráton
São Francisco e da Faixa Brasília e o seu significado tectônico ficará mais explicito após a determinação de sua idade radiométrica (etapa em andamento).
Agradecimentos: FAPEMIG, CNPq e CPRM/Sureg/BH.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Características aerogeofísicas da Folha Luz (SE 23 Y D V) - Interpretação e dados preliminares

Matheus Kuchenbecker1
1
CPMTC/IGC/UFMG – Belo Horizonte (alemaogeo@gmail.com)

Localizada na porção oeste do estado de Minas Gerais, a Folha Luz (SE 23-Y-D-V) insere-se nos domínios do Cráton do São Francisco, próximo ao seu
limite W. Na região ocorrem rochas do Grupo Bambuí, usualmente pouco metamorfizadas e intensamente deformadas, sob influência da Faixa Brasília.
Subordinadamente afloram rochas ígneas e sedimentares cretácicas, pertencentes ao Grupo Mata da Corda. Geomorfologicamente, a área encontra-se na
região do Alto São Francisco, junto ao limite sul da Serra da Saudade.
A folha em questão encontra-se em processo de mapeamento geológico em escala 1:100.000, através de convênio firmado entre a CODEMIG e a UFMG.
Neste contexto, foi realizada a interpretação dos dados aerogeofísicos disponíveis, tendo-se em vista os dados de campo até então levantados. Foram
utilizados os mapas de gammaespectometria de U, Th e K e o mapa magnetométrico de sinal analítico, ambos integrantes da Área 7 de levantamento
aerogeofísico da CODEMIG.
O mapa ternário de gammaespectrometria exibe três domínios principais. O primeiro ocorre descontinuamente na porção NW da área, consistindo em
baixo sinal de K e alta contribuição de U e Th, com suave predomínio do Th. Em campo, este domínio corresponde a arenito muito alterado e solo eluvial
relacionados ao Grupo Mata da Corda. O segundo domínio ocorre em toda a área, sendo notavelmente homogêneo na região da Serra da Saudade, no NW da
área. Consiste em regiões com sinal exclusivamente de K, que em campo relacionam-se a argilitos e siltitos do Grupo Bambuí. O terceiro domínio ocorre
dominantemente nas porções central e extremo SE da área. Corresponde a extensas regiões com baixo sinal de K e alto sinal de U e Th, em iguais proporções.
Relacionam-se em campo a coberturas argilo-siltosas elúvio-coluviais cenozóicas. Quando analisado individualmente, o mapa de gammaespectometria do
canal de K marca um baixo relativo na porção NW da área, que em campo corresponde às porções mais arenosas do Grupo Bambuí, delimitando também
as ocorrências de verdete.
O mapa de sinal analítico apresenta de maneira geral resposta baixa e homogênea em toda a área, com raras anomalias pontuais. É notável a existência de
um feixe de lineamentos de direção NW, que exibem resposta magnetométrica anomalamente alta. Estas feições correspondem a um enxame de diques
básicos, provavelmente cretácicos, muito raramente encontrados em afloramentos. As anomalias pontuais, também de difícil expressão em superfície, podem
corresponder a kimberlitos ou outros corpos intrusivos, que não foram, entretanto, identificados em campo.

20

CONTEXTO GEOLÓGICO-ESTRUTURAL DO MACIÇO RIO APA, SUL DO CRÁTON AMAZÔNICO-MS.


1
Antonio Misson Godoy, 2Jefferson Cassu Manzano, 3Larissa Marques Barbosa de Araújo, 4Jesué Antonio da Silva
1
Depto de Petrologia e Metalogenia - IGCE/UNESP-mgodoy@rc.unesp.br, 2Pós-Graduação Geologia IGCE/UNESP, 3ICADS-Barreiras-Universidade
Federal da Bahia, 4METAMAT

O Maciço Rio Apa ocorre no sudoeste do estado de Mato Grosso e corresponde à porção meridional do Cráton Amazônico. O Complexo Rio Apa, mais
antigo, paleoproterozóico (1.94 Ga) é constituído por ortognaisses e migmatitos, além de anfibolitos, tonalitos e granodioritos definindo as rochas do Arco
Magmático Rio Apa. Localmente, intercalam-se xistos e paragnaisses migmatíticos, interpretados como remanescentes de um cinturão metamórfico Rio
Apa. A Associação Metamórfica do Alto Tererê, paleoproterozóica é constituída por xistos, biotita-moscovita gnaisses e quartzitos micáceos, comumente
granatíferos, além de rochas metabásicas, em fácies anfibolito baixo, constituindo num evento orogenético acrescionário associado ao Arco Magmático
Rio Apa. As rochas do Grupo Amoguijá são representadas pela Suíte Intrusiva Alumiador (1,86 Ga) de composição sieno a monzogranítica e pela Suíte
Vulcânica Serra da Bocaina (1,79 Ga) constituída por rochas vulcanoclásticas de composição álcali-riólito a monzoriólitos e produtos piroclásticos e definem
o Arco Magmático Amoguijá. Sobreposta, principalmente a leste e a sul ocorrem as rochas metassedimentares Neoproterozóica da Faixa de Dobramento
Paraguai (grupos Cuiabá, Corumbá e Jacadigo – Formação Urucum). O quadro estrutural-metamórfico encontra-se definido por 5 fases deformacionais
Dn-1, Dn (Paleo a Mesoproterozóicos) e Dn+1, Dn+2 e Dn+3 (Meso a Neoproterozóica). As rochas antigas registram as fases (Dn-1 e Dn) e deformações tardias,
principalmente (Dn+3). A fase Dn-1 reliquiar e rara é caracterizada por dobras reclinadas marcadas pelas feições migmatíticas e por uma foliação plano-
axial Sn-1 (N140/40SW) e por dobras apertadas reliquiares contidas em Sn. A fase Dn define a foliação Sn a mais penetrativa, plano axial, paralelizada ao
acamamento tectônico e marcada por um forte bandamento gnáissico nas rochas do Complexo Rio Apa e forte xistosidade nas rochas do Alto Tererê. As
rochas do Grupo Amoguijá caracterizam-se por uma fraca foliação de baixo ângulo (N20/40SE) e localmente milonítica. Esta fase é responsável pelos
dobramentos inversos ou recumbentes regionais, associados às zonas de falhas de empurrão e responsáveis pelos cavalgamentos e inversões das unidades,
com transporte tectônico para oeste, em direção à calha do Rio Paraguai. As deformações mais jovens (Dn+1 e Dn+2) são identificadas mais facilmente nas
rochas da Faixa de Dobramento Paraguai. A fase Dn+1 forma dobras invertidas a recumbentes marcadas por uma clivagem ardosiana ou xistosidade plano-
axial Sn+1 (N110/20SW) paralela a subparalela a S0. A fase Dn+2 é definida por uma clivagem ardosiana ou de crenulação Sn+2 (N10/25SE), geralmente paralela
ao acamamento tectônico e de maior importância neste segmento, sendo responsável pelo desenho dos dobramentos regionais, que invariavelmente são
inversos ou recumbentes e associam-se às zonas de cavalgamento, com transporte tectônico para oeste. Portanto o registro Dn e Dn+2 nas rochas mais antigas
é de difícil distinção, mas identificado no imbricamento tectônico da Formação Urucum com rochas antigas. A fase Dn+3 constitui num evento transcorrente/
transpressivo retrometamórfico em todas as sequências e definida por dobras abertas do acamamento reliquiar e tectônico (Dn e Dn+2), marcada por uma fraca
e/ou forte clivagem de crenulação e traço axial que evolui regionalmente para foliação milonítica vertical Sn+3 (N95/70NE). Observa-se ainda na área uma
tectônica rúptil tardia de direções (NE e NW).
Agradecimentos: FAPESP proc. no: 05/60371-6.

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SEQUÊNCIA MAGMÁTICA SERRA DA ALEGRIA, SUL DO CRÁTON AMAZÔNICO-MS.

Antonio Misson Godoy1; Jefferson Cassu Manzano2; Larissa Marques Barbosa de Araújo3; Jesué Antonio da Silva4; Gláucia Fumes Chaguri5
1
Depto de Petrologia e Metalogenia - mgodoy@rc.unesp.br, 2Pós- Graduação (IGCE/UNESP);
3
ICADS-Barreiras-UFBA- larissa.araujo@ufba.br; 4METAMAT;
5
Graduação Geologia IGCE/UNESP

A sequência magmática Serra da Alegria de idade Paleoproterozóica ocorre no sudoeste do estado de Mato Grosso no Maciço Rio Apa que corresponde
à porção extremo meridional do Cráton Amazônico. Estas rochas encontram-se intrusivas na unidade mais antiga, o Complexo Rio Apa constituído
dominantemente por migmatitos e gnaisses ortoderivados, entretanto ocorrem, em menor proporção, anfibolitos, tonalitos e granodioritos e raramente
rochas paraderivadas, e na Associação Metamórfica do Alto Tererê constituída pela predominância de biotita-gnaisses finos, micaxistos, quartzitos e
gnaisses comumente granatíferos e quartzitos em fácies anfibolito. Sobreposta a estas sequências de rochas observa-se principalmente a leste e sul as
rochas metassedimentares da Faixa de Dobramento Paraguai (grupos Cuiabá, Corumbá e Jacadigo-Formação Urucum). Neste trabalho serão enfocados
aspectos geológicos e composicionais especificamente da sequência plutônica Serra da Alegria pertencente ao Grupo Amoguijá, definido pela Suíte
Intrusiva Alumiador e Suíte Vulcânica Serra da Bocaina. A Suíte Intrusiva Alumiador corresponde a um batólito de forma alongada segundo a direção NS,
isotrópico a localmente foliado e seccionado por falhamentos de direção NNW que definem três segmentos principais. A parte meridional denominada de
Serra da Esperança e a central denominada de Serra de Alumiador e que são constituídas predominantemente por sieno a monzogranitos inequigranulares
de granulações finas a médias, localmente microporfiríticos, granofíricos, holo a leucocráticos, isotrópicos e compostos, essencialmente, por feldspatos
alcalinos, plagioclásio e quartzo, tendo biotita como único máfico. O segmento norte, denominado de Serra da Alegria constitui na principal elevação
geomorfológica que sobressai nos sedimentos da Bacia Pantanal. A serra é constituída dominantemente em toda parte superior e central por uma sequência
de rochas ácidas, hololeucocráticas a leucocráticas finas a médias, às vezes, microporfiríticas, circundado principalmente a oeste por rochas da sequência
básica descontínuas. Nas porções dos sopés das escarpas da serra ocorrem a sequência básica diferenciada constituída por gabros, quartzo-grabros e anortositos
grossos e pegmatitos básicos. Observa-se ainda, gabros que na parte basal transiciona para piroxenitos a mela grabros às vezes muito ricos em magnetita
e para as partes superiores para leucogabros, incluindo porções pegmatíticas com plagioclásios de até 10 cm. Os anortositos são homogêneos, maciços de
granulações médias a grossas, de colorações claras, apresentando-se recortados por veios finos de cores brancas em fraturas de várias direções, com espessuras
milimétricas. O conjunto magmático é constituído na parte central por várias intrusões circulares ácidas menores, também parcialmente circundadas pela
sequência básica em menores proporções. Tanto externamente ao conjunto principal como lateralmente as intrusões menores internas, descontinuamente,
ocorrem associadas rochas intrusivas constituídas por variedades subvulcânicas de diabásios finos e riolitos apresentando texturas levemente inequigranulares
a porfiríticas. Não foram reconhecidos processos de hibridismo entre as unidades básica e ácida, a não ser em situações bastante localizadas e restritas.
Agradecimentos: FAPESP proc. no: 05/60371-6.

21

COMPOSIÇÃO ISOTÓPICA DO sr NO PADRÃO NBS987 obtida POR TIMS NO LABORATÓRIO DE


GEOCRONOLOGIA E ISÓTOPOS RADIOGÊNICOS – LAGIR, DA FACULDADE DE GEOLOGIA DA UERJ

Carla Cristine Aguiar Neto1, Claudio de Morisson Valeriano2, 3, Gilberto da Silva Vaz4, Silvia Regina de Medeiros5 , Célia Diana Ragatky2
1
Curso de Graduação em Geologia – UERJ; 2 TEKTOS – Grupo de Pesquisas em Geotectônica, DGRG-FGEL-UERJ; 3 CNPq, Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico; 4 PROATEC-UERJ; 5 DMPI-FGEL-UERJ

Este trabalho apresenta o resultado de 29 medições da composição isotópica do padrão NBS987 (1200 ppm), utilizando o espectrômetro de massa termo-
ionização (TIMS) TRITON-Finnigan. Volumes de 1 a 2 µL foram depositados em filamento duplo de rênio previamente degasado, juntamente com H3PO4
como ativador da ionização. As análises espectrométricas foram realizadas em modo estático com um arranjo de 5 coletores Faraday, obtendo-se um mínimo
de 100 ciclos em cada análise. Os sinais de 88Sr médios para cada medição situam-se entre 5 e 40 V.
A média aritmética da razão isotópica 87Sr/86Sr = 0.7102347 ± 0.0000015 (erro padrão absoluto, 2σ) e a média ponderada das mesmas medições e respectivos
erros é igual a 0.7102351 ± 0.0000031 (95% confiabilidade, MSWD = 32).
As médias aqui reportadas mostram uma razão de 1.00015 com relação ao valor de referência da razão 87Sr/86Sr = 0.710340 ± 0.000026, reportado pelo
National Institute of Standards and Technology (http://www.nist.gov/index.html), para o certificado SRM987.
Agradecimentos: Os autores agradecem o apoio financeiros da FINEP CT-MINERAL REDE GEODINÂMICA (conv. 01.06.0222.00), e do CNPq ( Proc. 471200/2003-4 e Proc.
310589/2006-1)

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

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S2 - ORÓGENOS NEOPROTEROZÓICOS

Luiz Sérgio Amarante Simões (UNESP)


Monica da Costa Pereira Lavalle Heilbron (UERJ)

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

GEOLOGIA DA ÁREA OESTE DA FOLHA NOVA VENÉCIA, SE-24-Y-B-IV 1:100.000, NORTE DO ESPÍRITO SANTO.

Paulo Henrique Amorim Dias1 (phamorim.dias@gmail.com); Natália Cota de Freitas; Mariana Oliveira Gondim Coutinho; Henrique Alvim Guimarães
1
IGC/UFMG – Minas Gerais.

O contexto geológico do Domínio Interno da Faixa Araçuaí, no norte do Espírito Santo, engloba as rochas do Complexo Nova Venécia, Supersuite G2 e
G5, Suíte G3 e Grupo Barreiras. O Complexo Nova Venécia representa a sedimentação da bacia de retro-arco do Orógeno Araçuaí, hoje constituídos por
paragnaisses que sofreram fusão parcial durante a fase colisional do orógeno e geraram os granitos tipo-S da Supersuíte G2. Esses granitos são sucedidos
pela geração dos granitos da Suíte G3. A Supersuíte G2 é subdividida em Suíte Ataléia e Suíte Carlos Chagas. A primeira é composta por biotita granito,
granada-biotita granito e biotita-granada granito, de granulação fina e cor cinza, cuja foliação grada de incipiente a bem marcada. A Suíte Carlos Chagas
é composta por granada-biotita leucogranito, de granulação média a grossa, cor cinza claro a amarelo, foliado e com termos miloníticos. A suíte G3 é
representada por leucogranito sem foliação, que ocorre em forma de bolsões ou veios em meio às rochas da Supersuíte G2 e do Complexo Nova Venécia.
A Supersuíte G5, pós-colisional, é composta por plútons graníticos do tipo I que apresentam zoneamento composicional, variando de biotita granito a
charnockito, ambos indeformados. O Grupo Barreiras recobre toda a porção litorânea e é constituído essencialmente por arenito conglomerático imaturos.
As estruturas da deformacionais da região são caracterizada pela foliação paralela ao bandamento nas rochas do Complexo Nova Venécia e pela foliação S1
nos granitos da Supersuíte G2, mergulhando com ângulo médio para oeste.
O metamorfismo na região atinge as fácies anfibolito e granulito, sendo a última representada pelos paragnaisses granulíticos do Complexo Nova Venécia.
Agradecimentos: Convenio CPRM/UFMG (PRONAGEO) e CPMTC-UFMG.

24

AS ZONAS CONSTITUTIVAS DO ORÓGENO RIBEIRA E SUAS INTER-


RELAÇÕES EM SEU SEGMENTO CENTRO-SETENTRIOAL
(PARTE DOS ESTADOS DO RJ, ES E MG)

Mario J.G.Fonseca1; Julio C.Mendes2 ; Zenaide C.G. Silva3; Sergio L. Souza4; Jorge C. Moura5
1
(mjgfonseca@uol.com.br); 2 UFRJ; 3 U. NOVA DE LISBOA; 4 UENF; 5 UFRJ

Embora ainda haja muitíssimo a ser descoberto, o Orógeno Ribeira na região já pode ser delineado com segurança. Suas zonas constitutivas são diferenciadas
entre sí por uma série de processos que atuaram desigualmente na sua evolução: metamorfismo (tipo e intensidade), anatexia, magmatismo, deformação
crustal e extensão e constituição do embasamento. São três as suas zonas constitutivas. De noroeste para sudeste a primeira pode ser designada de Zonas
Externas do Sudeste Mineiro (ZESM), que ocupam grande parte do sudeste de MG e o noroeste fluminense, exibem extenso embasamanto (c.a. 180 km
de largura) de idades arqueana e paleoproterozóica, sobre o qual as rochas brasilianas sofreram metamorfismo de tipos Abukuma e Barroviano e contêm
raros corpos magmáticos brasilianos; suas principais estruturas são grandes nappes com vergência para NW. A seguinte, designada de Zonas Internas
(ZI) se restringem ao território dos estados do RJ e ES. Além do Arco Magmático Rio Negro, elas contêm c, de 80% do volume de rochas magmáticas da
região, tendo sofrido metamorfismo de tipo Abukuma, que invadiu as duas zonas externas, laterais, e que foi acompanhado por extensa e intensa anatexia,
que dificulta até a separação das unidades metassediemetares brasilianas. Assim, o eixo térmico do orógeno fica contido nas ZI. As ZESM são separadas
das ZI pela zona de sutura do orógeno, que é um front de deformação que separa dois blocos crustais de evoluções bem distintas, apresenta um máximo
de oito km de largura e contêm um conjunto de rochas máficas e ultramáficas de 15 km de extensão, com assinatura geoqímica de crosta oceânica. No
norte do RJ ela se interrompe logo a norte de S. João do Paraíso, (muito provavelmente) como resultado de uma indentação tectônica. As Zonas Externas
de Cabo Frio (ZECF), que foram designadas por Fonseca (1989) de Bloco de Cabo Frio, constituem a terceira zona do orógeno. São formadas por um
embasamento paleoproterozóico, o Complexo Região dos Lagos, constituído por ortognáisses e migmatitos de composição granítica a tonalítica, com
passagens anfibolíticas. Apresenta grande dispersão de suas direções estruturais, mas não dispõem de qualquer zona de cisalhamento de caráter regional.
Sobre ele se encontram restos de metassedimentos brasilianos, que sofreram metamorfismo de tipos Barroviano e Abukuma e são destituídas de rochas
magmáticas brasilianas. A partir da constatação de que o Complexo São Fidelis (paragnáisses com sill + cdr+grt, típicos das ZI) está sobreposto ao Complexo
Região dos Lagos, e que este se estende bem mais para norte de Macaé, (ao contrário do que os mapas atuais indicam, deturpando as relações de campo),
conclui-se que as ZI e as ZECF tiveram um embasamento comum e a nappe que parcialmente as separa não é uma zona de sutura; além disso, não se
encontra na região estrutura ou litotipo que possa ser considerado como resultado de convergência de placas.

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

PETROGRAFIA E GEOQUÍMICA DE ROCHAS METAMÁFICAS E METAULTRAMÁFICAS


DA REGIÃO DE CAMBUCI, RIO DE JANEIRO

Julio Cezar Mendes (julio@geologia.ufrj.br), Mário Jorge Gesteira Fonseca


Departamento de Geologia, IGEO/UFRJ, Rio de Janeiro

A região norte do Estado do Rio de Janeiro caracteriza-se pela disposição, em mapa, de extensas faixas de rochas gnáissicas orientadas NE-SW, com padrão
estrutural complexo, forte imbricação tectônica e acentuado grau de migmatização, conferindo aos litotipos feições texturais bastante heterogêneas. São
ortognaisses de variada composição, granítica a diorítica, localmente com domínios charnoquíticos e paragnaisses comumente apresentando paragênese
aluminosa.
Entre as localidades de Cambuci e São João do Paraíso são encontradas ocorrências de corpos de rochas máficas e ultramáficas variavelmente deformadas
e metamorfisadas. Estendem-se por cerca de 15 quilômetros, dispostas paralelamente ao trend regional Compreendem (meta)dioritos-(meta)gabros e (meta)
piroxenitos com conspícuas evidências de recristalização, mas que ainda preservam feições primárias tais como texturas cumulática e de fluxo. Apresentam
baixo grau de alteração e estrutura isotrópica a ligeiramente foliada, revelando aspecto marcado por orientação de piroxênio/anfibólio e feldspato, quando
este mineral está presente, ou de clots máficos e lamelas de biotita nos metadioritos.
Mostram evidências de recristalização no estado sólido, tais como manto de novos grãos, heterogeneidade granulométrica e lamelas de deformação em
plagioclásio e piroxênio, assim como substituição mineral provavelmente relacionada a evento metamórfico, como a desestabilização de piroxênios dando
lugar a hornblenda e biotita. Os gabros, gabronoritos e noritos são as rochas que mostram maiores variações texturais e granulométricas. O índice de cor
dessas rochas varia num amplo intervalo, de 35% a 70% e os aspectos texturais revelam desde aquelas praticamente não deformadas, inserindo-se aí rochas
cumuláticas, até outras onde uma trama tectonizada se faz presente. Nessas últimas, fenômenos de recristalização dinâmica originam distintas populações
granulométricas: grãos maiores e matriz fina recristalizada.
Análises químicas obtidas para gabros, gabronoritos e piroxenito revelam litotipos toleiíticos com elevados teores de Fe e Mg, baixos a médios valores totais
em álcalis e altos a anômalos conteúdos de Cr e Ni. Amostras com teores acentuados de Ca, Al e Fe podem relacionar-se a acumulação de cristais, como
plagioclásio e piroxênios, em consoante com textura cumulática observada ao microscópio. Ao fazer uso de diagramas de classificação química para rochas
vulcânicas, as rochas estudadas são classificadas como basaltos a basaltos toleiíticos.
Considerando-se diagramas discriminantes de ambiente tectônico de rochas basálticas, as rochas deste estudo caem essencialmente nos campos de basaltos
de fundo oceânico (OFB) ou nos campos E-MORB e N-MORB. Os padrões de ETR separam grupos de amostras com dois comportamentos: um mais
fracionado, com enriquecimento em ETRL, comparável à distribuição de E-MORB e outro tendendo a padrão horizontal, refletido nas razões La/Yb muito
baixas e sem anomalia de Eu, podendo ser relacionado a MORB transicionais.
Tendo em vista os dados obtidos, pode-se aventar uma origem associada a MORB para as rochas metamáficas e metaultramáficas da região entre Cambuci e
São João do Paraíso, RJ. Em função da mineralogia, geoquímica e texturas primárias identificadas, elas podem estar relacionadas à fusão parcial de peridotito
e com evolução possivelmente controlada por fracionamento de cristais.

25

CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DO GRANITO SERRA DA CARIOCA, NOROESTE DE RIO CLARO (RJ),


SERRA DA BOCAINA

Camila Cardoso Nogueira (1) ; Cláudia Valladares (2)


Bolsista PIBIC – CNPq - mila_cnogueira@hotmail.com
(1)

(2)
TEKTOS – Grupo de Pesquisa em Geotectônica da Faculdade de Geologia da UERJ.

Este trabalho apresenta os resultados obtidos através de investigações petrográficas e geoquímicas efetuadas no Granito Serra da Carioca. Este granito ocorre
como um corpo de dimensões batolíticas e aflora ao noroeste da cidade de Rio Claro (RJ), na região da Serra da Bocaina,.
O Granito Serra da Carioca insere-se no Orógeno Ribeira, faixa móvel formada durante os ciclos colisionais que deram origem ao Gondwana, durante a
Orogênese Brasiliana, entre o Neoproterozóico e o Cambriano. O Orógeno Ribeira compreende um conjunto de terrenos tectônicos empilhados sucessivamente
sobre a margem do Cráton do São Francisco (Heilbron et al., 2004). O Granito Serra da Carioca, neste contexto, está inserido no Terreno Paraíba do Sul,
composto por ortognaisses do Complexo Quirino, uma cobertura supracrustal do Grupo Paraíba do Sul, e granitóides brasilianos. O Granito Serra da Carioca
foi posicionado como um granitóide brasiliano na Folha Volta Redonda 1:100.000, executada para o Projeto PRONAGEO-2007. No entanto, dados Sm-Nd
obtidos por GOMES (2007) sugerem sua relação com o Complexo Quirino. Dados geoquímicos preliminares correlacionam o Granito Serra da Carioca com
os ortognaisses do Complexo Quirino. Assim, torna-se necessária uma investigação litogeoquímica e geocronológica deste corpo com o intuito de confirmar
a correlação com o Complexo Quirino e definir seu posicionamento tectono-estratigráfico.
Petrograficamente, o Granito Serra da Carioca é uma rocha homogênea, de granulometria média a grossa e textura granoblástica à porfiroblástica. Nas
proximidades do contato com os ortognaisses do Complexo Quirino o Granito Serra da Carioca apresenta-se mais deformado, apresentando estrutura
gnáissica. Possui enclaves de rochas máficas (anfibolíticas) e de calciossilicáticas. Estão presentes como minerais essenciais: plagiocásio, K-feldspato,
quartzo, biotita, anfibólio. Minerais secundários são: sericita e carbonato. Como acessórios aparecem: titanita, apatita e zircão. A composição varia de
granítica a granodiorítica/tonalítica.
Geoquimicamente, o conjunto pertence à série subalcalina calcioalcalina, formando duas séries distintas: uma de alto-K e outra de médio K. O enclave
anfibolítico possui caráter toleiitico. A análise dos elementos maiores indicam caráter metaluminoso a fracamente peraluminoso, com índice de Shand
inferior a 1.1. Os teores de sílica variam entre 68,98 a 73,95%, o que indica o caráter ácido das rochas estudadas. O Al2O3 é maior que 13% e o CaO varia
entre 1 e 2,5%. A análise de padrão de distribuição de ETR e a comparação das assinaturas geoquímicas das amostras com padrões de mesma ambientação
apontam para geração em ambiente de arcos vulcânicos (VAG)
Os dados litogeoquímicos e petrográficos aqui apresentados vêm corroborar a hipótese de que o Granito Serra da Carioca e o Complexo Quirino fazem parte
de um mesmo conjunto rochoso com diferenciação deformacional, já que suas características são muito semelhantes. No entanto, torna-se ainda necessária
a análise geocronológica U-Pb que encontra-se em andamento.
Agradecimentos: FAPERJ e CNPq/PIBIC

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

GEOLOGIA PRELIMINAR DA FOLHA ITARARÉ (SG-22-X-B-I)

Sérgio Wilians de Oliveira Rodrigues1; Fabrízio Prior Caltabelotti1; Vidya Viera de Almeida1, Rafael Aguiar Furuie, Márcio José
Remédio1; Vicente Sérgio Costa1
1
Serviço Geológico do Brasil (CPRM), SUREG-SP – São Paulo (srodrigues@sp.cprm.gov.br);

A Folha Itararé (escala 1:100.000) situada entre os meridianos e 49º30’W e 49º00’W e paralelos 24º00’S e 24º30’S, atualmente é alvo de trabalho de
mapeamento sistemático desenvolvido pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) dentro do Programa Geologia do Brasil. A Folha homônima apresenta-se em
estágio avançado de cartografia geológica, sendo mapeadas unidades litoestratigráficas da Bacia do Paraná e da porção central da Província Mantiqueira.
As unidades mais jovens da Folha Itararé são associadas a depósitos recentes aluvionares e coluvionares. Entre os depósitos coluvionares destacam-se os
associados às escarpas íngremes no contato entre os sedimentos fanerozóicos da Bacia do Paraná e rochas pré-cambrianas, os quais podem ser associados
a zona de falhas.
As unidades litoestratigráficas da Bacia do Paraná reconhecidas na Folha Itararé são da base para o topo, respectivamente: Formação Furnas (Grupo Paraná,
Devoniano), Formação Lagoa Azul (Grupo Itararé, Carbonífero Superior), Formação Campo Mourão (Grupo Itararé, Permiano) e dique e soleiras de
diabásios associados a Formação Serra Geral (Cretáceo Inferior).
As unidades litoestratigráficas pré-cambrianas na Folha Itararé são associados a seqüências de rochas metassedimentares mesoproterózoicas e neoproterózoica
(Grupo Itaiacoca, Formação Abapã e Formação Águas Claras), suítes graníticas intrusivas (Batólito Três Córregos, Cunhaporanga etc) e possíveis relictos de
embasamento paleoproterozóico (Complexo Apiaí Mirim).
Os relictos de embasamento paleoproterozóico são associados ao Complexo Apiaí Mirim tratam-se de migmatitos de composição granítica a granodiorítica
geralmente associados com as unidades graníticas da Suíte Intrusiva Três Córregos.
A Formação Águas Claras é composta por mármores, rochas cálcio-silicáticas, quartzitos e metacherts, associados com anfibólio xistos, granada-clorita-
biotita xistos e anfibolitos. Na Folha Itararé é extensivamente invadida pelo batólito Três Córregos, no geral constituindo-se como corpos de teto pedentes
ou megaenclaves.
O Grupo Itaiacoca atualmente passa por uma redefinição no seu empilhamento litoestratigráfico devido aos novos dados geocronológicos disponíveis na
literatura. Na referida folha adotou-se a separação da unidade denominada Formação Abapã do Grupo Itaiacoca. A Formação Abapã de idade ediacarana
é constituída principalmente por metarenitos arcoseanos, metavulcânicas ácidas e metapelitos. Deste modo, o Grupo Itaiacoca (Eoneoproterozóico-
Mesoproterozóico) é definido principalmente pela ocorrência de sequências de rochas carbonatadas (metacalcários calcíticos ou dolomíticos com
estromatólitos) e de rochas silicoclástica (quartzitos, metapelitos e metaritmitos).
As unidades graníticas da Folha Itararé são associadas ao extenso magmatismo dos batólitos Três Córregos e Cunhaporanga. O mapeamento sistemático
permitiu individualizar diversas fácies petrográficas associadas a estas intrusões.
Quanto a caracterização estrutural na Folha Itararé é delimitado um amplo sistema de falhas tectônicas rúpteis-dúcteis, caracterizado principalmente
por zonas de cisalhamento/falhas transcorrentes sinistrais NE-SW. Este sistema de falhas/zonas de cisalhamento têm como estrutura principal a Zona de
Cisalhamento Itapirapuã que também representa um importante limite tectônico, estrutural, metamórfico e geofísico.
Agradecimentos:os Geológos Luis Antônio Chieregati, Frederico Meira Faleiros e Viviane Carillo Ferrari

26

Petrografia das rochas metamáficas/ultramáficas da região de jacuí (mg)

Mayara Taveira Cordeiro1; Antenor Zanardo1


1
Departamento de Petrologia e Metalogenia, Instituto de Geociências e Ciências Exatas UNESP – Rio Claro (mayaratc@rc.unesp.br).

As rochas metamáficas/ultramáficas e metassedimentares intimamente associados atribuídas a complexo ofiolítico neoproterozóico, que constitui uma faixa
de espessura quilométrica, com disposição aproximadamente E-W, passando pelas cidades de Jacuí e Bom Jesus da Penha (MG), foram objeto de estudo com
o intuito de caracterizar e discriminar os diferentes corpos e possibilitar o direcionamento de futuros estudos de química mineral, litoquímicos e isotópicos,
com enfoques genéticos e econômicos. As rochas na área de estudo estão fortemente estruturadas por zonas de cisalhamento dúctil a dúctil/rúptil de direção
E-W, e são representadas por orto e paragnaisses, com intercalações de metamáficas/ultramáficas, xistos pelíticos a psamo-pelíticos e quartzitos. Ao norte
ocorrem rochas metamáficas/ultramáficas atribuídas ao Greenstone Belt Morro do Ferro, de idade arqueana, encaixadas tectonicamente em gnaisses TTG do
Complexo Barbacena e, ao sul, ocorrem para e ortognaisses, com intercalações de xistos e quartzitos atribuídos ao Grupo Araxá e ao Grupo Andrelândia. A
pesquisa constou de levantamento bibliográfico, integração de dados de pesquisas anteriores, duas etapas de trabalho de campo e de análises microscópicas.
Representando as rochas metaultramáficas foram observados xistos e fels de granulação fina a pegmatóide, com texturas variando entre nematoblástica,
lepidoblástica e em feltro, constituídas por: tremolita-actinolita, antofilita, cumingtonita-grunerita, clorita, talco, magnetita, cromita, às vezes hornblenda
magnesiana, flogopita e restos de bronzita e de olivina parcialmente serpentinizada. Nestas rochas é comum a presença de exsoluções entre tremolita e
antofilita e entre cummintonita e tremolita/actinolita ou hornblenda magnesiana. As metamáficas exibem textura variando entre nematoblástica, decussada
a blastosubfítica e são constituídas predominantemente por hornblenda e porcentagem variada (0 a 60%) de plagioclásio (labradorita a albita), podendo
aparecer como minerais essenciais cumingtonita-grunerita, clorita, clinozoisita/pistacita, granada, biotita magnesiana, restos de clinopiroxênio e magnetita
e, como acessórios: rutilo, titanita, allanita, ilmenita, hematita e goethita. Nos metassedimentos além do quartzo, muscovita, biotita e oligoclásio, ocorrem
granada, cianita, estaurolita, rutilo, ilmenita, turmalina e outros acessórios ou secundários. Essas rochas estão englobadas por ortognaisses monzograníticos a
tonalíticos, com ou sem hornblenda como constituinte essencial. As texturas de exsoluções, relação entre as ácidas e outros tipos petrográficos, a composição
mineralógica e seus relacionamentos mostram que o metamorfismo atingiu temperaturas superiores a 700ºC, no campo de estabilidade da cianita, pré-a
cedo desenvolvimento da foliação principal e que ocorreu retrometamorfismo sin-cinemático ao desenvolvimento da foliação principal, atingindo condições
de xisto verde médio no final da evolução, chegando a formar estilpnomelano. As rochas metaultramáficas que ocorrem a norte, atribuídas a sequência
greenstone, apresentam aspectos texturais, mineralógicos e evolutivos similares ao da sequência ofiolítica, impossibilitando a distinção sem a utilização do
contexto geológico (serpentinitos e TTG no greenstone e cromititos, para e ortognaisses monzograniticos nos ofiólitos) e, principalmente, da mineralogia
presente nos pelitos associados, quando presentes, uma vez que em todos os casos observados no greenstone ocorre sillimanita e no ofiólito a cianita.
Agradecimento: FAPESP (Processo n° 2008/06342-2) e CNPq (proc. nº 301216/2008-8).

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

CARACTERIZAÇÃO ISOTÓPICA (Nd, Sr e Pb) E IDADE U-Pb DO MAGMATISMO BÁSICO DO GRUPO BRUSQUE NO
ESTADO DE SANTA CATARINA - SC

Mariana Tiisel Yamamoto1; Miguel Angelo Stipp Basei2


1
Geologia, IGc/USP – São Paulo (mariana.yamamoto@usp.br); 2 Geologia, IGc/USP – São Paulo

O Grupo Brusque corresponde a uma seqüência metavulcanossedimentar localizada na extremidade norte do Cinturão Dom Feliciano gerado quando da
amalgamação Ediacariana das massas cratônicas Rio de La Plata /Luis Alves vs Kalahari/Congo (Basei et al 2000; Silva et al 2005). Trata-se de uma faixa
alongada segundo a direção NE-SW que, no estado de Santa Catarina, é dividida em duas, a norte e a sul do batolito Valsungana.
Na evolução tectono-metamórfica e magmática do Cinturão Dom Feliciano, grandes volumes de rochas básicas se colocaram nos estágios iniciais da
evolução do Grupo Brusque, tornando-se importantes marcadores das características tectônicas envolvidas nesses processos.
As rochas metavulcânicas básicas do Grupo Brusque tem na região leste de Santa Catarina a sua maior exposição. Macroscopicamente, apresentam cor
esverdeada geralmente alterada para uma cor alaranjada. A mineralogia é marcada por uma paragênese de fácies xisto verde a anfibolito inferior dada por
actinolita + epidoto ± hornblenda. Nota-se ainda a presença freqüente de grãos de titanita nestas rochas.
Os dados geoquímicos (elementos maiores, menores e traços) indicam a presença de rochas básicas a ultrabásicas de caráter toleítico de alto ferro e
baixo potássio. Em diagramas bivariantes de classificação química utilizando o teor de sílica como índice de diferenciação, tem-se tendências retilíneas
a curvilíneas apontando um aumento dos teores de K2O e Na2O e uma diminuição de Fe2O3, MgO, CaO, TiO2 relativamente ao aumento do teor de SiO2.
Nos diagramas de discriminação tectono-magmática, baseados nos elementos traços, prevalecem os campos referentes a ambientes intra-placa e oceânicos
(MORB) com certo domínio do primeiro sobre o segundo. Não há indícios de relação entre os metabasitos do Grupo Brusque e um ambiente de subducção.
Assim, a hipótese de que os metassedimentos do Grupo Brusque associam-se a um ambiente de rift com sedimentação marinha vulcânica básica a químico-
exalativo é corroborada por estes resultados. Essas conclusões corroboram as propostas por Campos (2007).
Os resultados das análises isotópicas de isótopos de Nd, Sr e Pb são ainda incipientes. As razões iniciais 87Sr/86Sr obtidas variam entre 0.705226 e 0.718528.
Já as razões 143Nd/144Nd variam entre 0.512312 e 0.512636. Os valores de εNd(0) são levemente negativos enquanto que os de εSr(0) são positivos e altos.
O parâmetro petrogenético μ calculado para o modelo de simples estágio varia de 9,4 a 11,2 sendo observados dois intervalos principais o que pode indicar
dois eventos atuantes na região. Estes resultados preliminares indicam uma provável contaminação crustal após a derivação mantélica para a qual tem-se
idades modelo TDM entre 1248Ma e 1702Ma.
Espera-se ainda a conclusão das análises isotópicas que estão em andamento e o término das pesquisas visando à determinação de idades U-Pb em zircões
de metagabros para que uma interpretação mais detalhada das condições tectônicas relativas à formação dos metabasitos do Grupo Brusque possa ser
formulada.
Agradecimentos: FAPESP (2007/58866-2; 2005/58688-1).

27

PETROGRAFIA, LITOGEOQUÍMICA E GEOQUÍMICA ISOTÓPICA DE Nd DO COMPLEXO QUIRINO NA ÁREA DA


FOLHA TRÊS RIOS, 1:100.000.

Giselle Silva da Mota(1) ; Cláudia Valladares (2)


(1)
Bolsista PIBIC-UERJ – gisilva@oi.com.br; (2)TEKTOS – Grupo de Pesquisa em Geotectônica da Faculdade de Geologia da UERJ.

Este trabalho apresenta os resultados obtidos através de investigações petrográficas, litogeoquímicas e de geoquímica isotópica de Nd efetuadas nas rochas
do Complexo Quirino entre Três Rios e Paraíba do Sul, na região central do estado do Rio de Janeiro. A pesquisa foi realizada durante a execução da fase 2
do Projeto-PRONAGEO, convênio UERJ/CPRM, desenvolvido no período entre 2008-2009. As etapas metodológicas adotadas para tal foram: consulta aos
relatórios do Estágio de Campo II do Curso de Geologia da FGEL-UERJ (1997 e 1998) e dados de campo de estágio final (2006) realizados na área estudada;
listagem de pontos/afloramentos com presença de ortognaisses Quirino; seleção de amostras (12 no total); preparação de lâminas para análise petrográfica e
preparação para análise litogeoquímica e de gequímica isotópica de Nd.
O resultado do estudo mostra que este Complexo é formado por extensos corpos de ortognaisses foliados a homogêneos, leuco a mesocráticos, de granulação
fina à média, composicionalmente variando entre granitóides granodioríticos a graníticos, e apresentando enclaves de rochas metamáficas e calciossilicáticas.
Apresentam, em geral, textura porfiroblástica, com porfiroblastos de plagioclásio (8-33%) e K-feldspatos (microclina e ortoclásio), variando de 4-37%,
sempre com microclina em maior proporção. Na matriz aparecem como félsicos: plagioclásio, K-feldspatos e quartzo, e como máficos biotita (5-34%),
hornblenda (2-30%) e clinopiroxênio em menor proporção (<1%). Como acessórios aparecem: zircão, apatita, titanita e magnetita. Minerais secundários
são: clorita retrógrada, além de sericita e muscovita resultantes da alteração do plagioclásio e K-feldspato. Mediante estas análises, classifica-se a faciologia
mais freqüente como hornblenda-biotita gnaisse, que tem como protólito rochas ígneas félsicas.
Geoquimicamente estes ortognaisses são subalcalinoss representados por duas séries cálcio-alcalinas distintas: uma de médio-K e outra de alto-K,
predominando a última. Têm caráter metaluminoso a fracamente peraluminoso, com índice de Shand menor que 1,1, o que indica se tratar de “Granitóides
do tipo I”. As características geoquímicas apontam para geração em ambiente de arco vulcânico. Dados U-Pb (LA-ICPMS em zircão) inéditos (Viana,
2008) para a área de estudo estabelecem idade de cristalização dos protólitos da série calcioalcalina de alto-K há 2,3 Ga. A idade modelo de Nd obtida para
a mesma amostra foi de 2,56 Ga . O εtNd = -2,7, fracamente negativo, foi calculado utilizando a idade de cristalização de 2,3 Ga, obtida para o protólito,
segundo a planilha de cálculo de DePaolo (1981). O conjunto dos dados revela que os protólitos do conjunto calcioalcalino de alto-K do Complexo Quirino
da área de investigada foram gerados num arco magmático juvenil durante o Paleoproterozóico.
Agradecimentos: Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) e PIBIC/UERJ.

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GEOLOGIA DA KLIPPE ITALVA NA REGIÃO ENTRE CANTAGALO E ITAOCARA,


NORDESTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Caroline Peixoto1; Monica Heilbron2,3;


1
Programa de Pós Graduação em Análise de Bacias e Faixas Móveis, UERJ– Rio de Janeiro (caprdj@oi.com.br); 2 Departamento de Geologia Regional e
Geotectônica, UERJ – Rio de Janeiro, 3 Bolsista de produtividade em Pesquisa CNPq

A área em estudo engloba parte da Klippe Italva localizada entre os municípios de Macuco e Laranjais, NE do Estado do Rio de Janeiro, e abrange uma área
de cerca de 400 km2. No contexto geotectônico a Klippe está inserida no Terreno Oriental do Segmento Central do Orógeno Ribeira. Refere-se a uma unidade
tectônica sobreposta as rochas do Domínio Costeiro durante o evento Brasiliano.
Este trabalho agrega os dados litológico já existentes da região aos dados obtidos em mapeamento geológico na escala 1:50.000 nos dois últimos anos. O
resultado do mapeamento geológico realizado na área em questão está integrado ao Programa Geologia do Brasil, contrato CPRM_UERJ.
Na região em foco, afloram cinco unidades litológicas da Klippe Italva dispostas, em faixas NE-SW, que compõem uma sinformal regional com flancos
subparalelos e caimento de eixo para NE. O núcleo da klippe é composto predominantemente pela Unidade Serra da Prata representada por hornblenda
biotita gnaisse, homogêneo a bandado, leucocráticos a mesocrático, de granulometria grossa e comumente com enclave de anfibolito. Nessa unidade as
concentrações de biotita e horblenda são inversamente proporcionais e variam de 30 a 65% da composição mineralógica. Juntamente com esta unidade
ocorre biotita ganisse homogêneo (Unidade Macuco), de granulometria grossa, coloração cinza claro, comumente foliado com ou sem anfibólio. O contato
entre essas unidades sugere gradação entre ambas embora o mais comum seja a Unidade Macuco apresenta-se como faixas leucocráticas, sem continuidade,
paralelas a foliação da Unidade Serra da Prata. Anfibolitos ocorrem desde bouddins e lentes centimétricas a camadas delgadas. Variam de mesocrático a
melanocrático, com granulometria grossa, geralmente isotrópico e pontualmente com cpx.
Os flancos da klippe caracterizam-se por sillimanita granada biotita muscovita gnaisse (Unidade Euclidelândia), rico em magnetita e turmalina, intercalado
com mármore (Unidade São Joaquim) em geral puro e frequentemente com grafita e faixas anfibolíticas e gnáissicas inclusas. No flanco norte o contato
com o Domínio Costeiro é dado por uma intensa interdigitação tectônica com gnaisses tonalítico a graníticos do Complexo Rio Negro. A Sul, o contato se
dá com paragnaisses da Unidade São Fidélis.
A composição mineralógica, rica em anfibólio sugere um protólito ígneo para as unidades que nucleiam a klippe. O que não ocorre com as demais unidades
que apresentam uma composição mais aluminosa (pelitíca). Em contraste com as rochas do Domínio Costeiro, a Klippe Italva apresenta migmatização
incipiente e pontual e seu metamorfismo não ultrapassa o fácies anfibolito.
Dados geoquímicos de anfibolitos da Klippe Italva apresentam magmatismo do tipo MORB caracterizando um ambiente de margem passiva ou bacia
retroarco. Anfibolitos intercalados com mármores datam 848 ± 11 Ma. Essa idade contrasta com resultados obtidos nos demais domínios do Terreno Oriental.
Enconrtra-se em andamento a dissertação de mestrado da presente autora que datará os gnaisses da Klippe Italva. No entanto, como não há novos dados
geocronológicos disponíveis, o posicionamento paleogeográfico da Klippe Italva permanece incerto.
Agradecimentos: Pronageo/CPRM-MME; Faperj-Programa Cientistas do Nosso Estado, CNPq

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TRAMA MAGNÉTICA E DEFORMAÇÃO do batólito granítico neoproterozóico TRÊS CÓRREGOS


(PLÚTONS RIBEIRÃO BRANCO, SGUÁRIO E CAPÃO BONITO), DOMÍNIO APIAÍ – são paulo

Carlos Alejandro Salazar1; Sérgio W. Oliveira Rodrigues2; Carlos José Archanjo1


1
Instituto de Geociências, USP – São Paulo , SP (csalazar@usp.br); 2 Serviço Geológico do Brasil, CPRM – São Paulo, SP

O setor setentrional do batólito Três Córregos consiste essencialmente de granitos porfiríticos alongados na direção NE-SW (plúton Ribeirão Branco), e
corpos graníticos sub-circulares a elípticos, avermelhados, geralmente contendo fluorita (plútons Capão Bonito e Sguário). Intrusões menores, associadas
aos granitos com fluorita, podem conter mineralizações de Sn (±W, ±Ta, ± Nb) em greisens (stock de Correas). Os dados geocronológicos disponíveis
indicam que os batólitos de granito porfirítico se alojaram em c. 615-600 Ma, enquanto os granitos vermelhos são mais tardios (c. 580-570 Ma). Os batólitos
tem sido relacionados a um ambiente de arco magmático continental, enquanto os granitos vermelhos representariam intrusões pós-tectônicas associados à
distensão crustal.
As estruturas de alojamento destes plútons e suas relacões com a deformação regional foram investigadas através da anisotropia de suscetibilidade magnética
(ASM). Foram amostradas 100 estações no plúton Ribeirão Branco (1.128 espécimes), 69 estações (899 espécimes) no Capão Bonito e 53 estações (694
espécimes) no Sguário. A suscetibilidade magnética média do plúton Ribeirão Branco é 20.48 x 10-3 SI, e bem menor nos plútons Capão Bonito e Sguário,
respectivamente, 2.46 x 10-3 SI e 2.57 x 10-3 SI. O grau de anisotropia é da ordem de 1.14 no Ribeirão Branco, e semelhante nos granitos vermelhos, 1.07 no
Capão Bonito e 1.06 no Sguário. O mineral reponsável pelo sinal magnético em todos os plútons é a magnetita pobre em Ti, enquanto maghemita e (titano)
hematita ocorrem mais frequentemente nos granitos Capão Bonito e Sguário. A maior anisotropia de suscetibilidade do plúton Ribeirão Branco é atribuído
a uma incipiente foliação presente em vários setores do granito porfírítico, e que contrasta com a microestrutura aparentemente isótropa dos granitos
vermelhos.
A trama de cada plúton é única quanto à orientação da foliação e lineação magnéticas. Em Ribeirão Branco a foliação mergulha moderada a suavemente
para sul, enquanto a lineação é oblíqua (dominantemente E-W) ao alongamento NE-SW do batólito. O plúton Capão Bonito exibe uma trama muito bem
organizada, com lineações sub-horizontais NE-SW e foliações distribuindo-se em torno de um eixo paralelo à orientação média da lineação. Por outro lado,
a trama magnética de Sguário é concêntrica. As lineações exibem um arranjo circular em torno de uma estrutura planar dômica situada no centro do plúton.
A ASM em Ribeirão Branco e Capão Bonito reflete a atuação da deformação regional na organização da trama magnética. Isso indica que zonas de
cisalhamento transcorrentes estavam ativas durante o alojamento destes plútons. A tectônica transcorrente prossegue até os pulsos deformacionais finais
que relacionam distensão crustal e colocação do plúton de Capão Bonito. A trama magnética de Sguário, por outro lado, é consistente com um alojamento
magmático onde os esforços regionais estariam ausentes (ou com fraca intensidade). A intrusão de Sguário, e possivelmente do stock mineralizado de
Correas, deve suceder (ou preceder ?) à deformação transcorrente regional do Domínio Apiaí.
Agradecimentos: CPRM, FAPESP (2008/04596-7) e Pró-Reitoria de Pesquisa da USP

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

MAPEAMENTO GEOLÓGICO DO CONTATO ENTRE O TERRENO ORIENTAL E TERRENO DA FAIXA RIBEIRA NA


REGIÃO DE SÃO JOSÉ DE UBÁ, NA PORÇÃO NOROESTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

Nick Dourado Belém de Oliveira 1; Patrícia de Souza Miranda2; Rodrigo Peternel Machado Nunes (rpeternel@drm.rj.gov.br)3
1
Departamento Geologia, IGEO/UFRJ - (nickbelo@bol.com.br); 2Departamento Geologia, IGEO/UFRJ - (patriciamiranda@ufrj.br; 3DRM-RJ -
(rpeternel@drm.rj.gov.br)

A Faixa Ribeira se estende por 1400 Km ao longo da costa SE do Brasil, estando relacionada com a formação do paleocontinente Gondwana, durante o
final do Proterorozóico até o Cambriano/Ordoviciano. Esta faixa móvel é composta por vários terrenos tectono-estratigráficos imbricados para NW/W,
em direção ao Cratón São Francisco, apresenta a seguinte compartimentação: i) Terreno Ocidental (Domínios Tectônicos: Andrelândia e Juiz de Fora); ii)
Klippe Paraíba do Sul; iii) Terreno Oriental(Domínios Cambuci, Costeiro e Italva); iv) Terreno Cabo Frio. A área deste trabalho encontra-se no limite
entre os terrenos Ocidental (Domínio Juiz de Fora) e Oriental (Domínio Cambuci), que representa a sutura entre o paleocontinente São Francisco e Arcos
Magmáticos desenvolvidos na paleoplaca subductante.
No Domínio Juiz de Fora ocorrem gnaisses enderbíticos a charnoquíticos do Complexo Juiz de Fora (CJF), Biotita-Granada-Sillimanita gnaisse da
Megassequência Andrelândia (Unidade Arantina) e hololeucogranitos (“Pedra Madeira”) intrusivos no CJF. Todas estas rochas apresentam foliação
milonítica com atitude média de 138/67, com trama que sugere desenvolvimento em condições de temperatura relativamente alta (fácies Anfibolito/
Granulito), relacionada com a primeira fase colisional da Faixa Ribeira. No Domínio Cambucí ocorrem enderbitos do Complexo Serra da Bolívia, localmente
gnaissificados, em especial próximo ao contato com o Domínio Juiz de Fora, Biotita-Granada gnaisses e mármores da Unidade Cambucí e leuco-charnoquito
São João do Paraíso. Estas rochas apresentam foliação milonítica semelhante as do Domínio Juiz de Fora, apenas próximo ao contato. As rochas dos dois
domínios apresentam feições migmatíticas, com desenvolvimento de corpos diatexíticos de dimensões até decamétricas. Posteriormente falhas normais com
rumo NW-SE afetaram as rochas acima citadas, provavelmente relacionada com fragmentação do Gondwana Ocidental e abertura do Atlântico Sul.
O objetivo deste trabalho é determinar com maior precisão o limite entre os terrenos Ocidental e Oriental, através de mapeamento detalhado (1:25.000),
caracterizando as diferentes litologias e estruturas de cada terreno mencionado.

29

ANÁLISE PETROGRÁFICA E MICROTECTÔNICA DO GRANITÓIDE MILONÍTICO “OLHO DE POMBO” NA REGIÃO


DE SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA, REGIÃO NW DO RIO DE JANEIRO.

Patrícia de Souza Miranda 1; Nick Dourado Belém de Oliveira 2; Rodrigo Peternel Machado Nunes3
1
Departamento Geologia, IGEO/UFRJ -(patriciamiranda@ufrj.br); 2Departamento Geologia, IGEO/UFRJ - (nickbelo@bol.com.br); 3DRM-RJ -
(rpeternel@drm.rj.gov.br )

O granitóide “Olho de Pombo” é um corpo ígneo com espessura máxima de 60 metros, associado a zonas de cisalhamento, que ocorre desde a região de
Pirapitinga (MG) até a região a NW de Varre-Sai (RJ), sendo a área de enfoque deste trabalho a região de Santo Antônio de Pádua, mais precisamente na Serra
do Bonfim. Trabalhos anteriores indicam que estas zonas de cisalhamento seriam transcorrentes destrais relacionadas com a Zona de Cisalhamento Paraíba
do Sul. Entretanto, dados recentes do projeto ao qual este trabalho está vinculado, sugerem que tais zonas de cisalhamento são de empurrão com movimento
de topo para NW, relacionado com a primeira fase colisional da Faixa Ribeira. Este granitóide apresenta quatro litofácies denominadas de “Granito Fino”,
“Olho de Pombo”, “Pinta Rosa” e “Pegmatítica”. As três primeiras são exploradas comercialmente como rocha para revestimento, sendo seus nomes
oriundos destes minérios. A litofácies “Granito Fino” representa a borda do corpo apresentando textura equigranular e granulometria fina. As litofácies “Olho
de Pombo” e “Pinta Rosa” representam as porções centrais do corpo, com textura inequigranular porfirítica, com feldspatos brancos na primeira e rosa na
segunda litofácies. A “Pegmatítica” representa porções mais félsicas e de granulometria mais grossa, provavelmente produto da cristalização final do magma
que gerou o corpo. Todas estas litofácies apresentam foliação milonítica com atitude média 138/67. A mineralogia principal das três primeiras litofácies
é: Quartzo, Plagioclásio, K-feldspato, Biotita e Hornblenda, com allanita, zircão e minerais opacos como acessórios. A litofácies “pegmatítica” tem maior
quantidade de quartzo e feldspatos, com poucos cristais de hornblenda, também sendo rica em allanita. A trama milonítica é caracterizada por porfiroclastos
de feldspatos, hornblenda e allanita, nas litofácies inequigranulares, e uma matriz composta por biotita, fitas e lentes de quartzo descontínuas orientadas
segundo a foliação milonítica, contornando os porfiroclastos, além de bandas de feldspatos recristalizados com contatos poligonais.
Através de análise petrográfica e microtectônica pretende-se caracterizar em maior detalhe as diferentes litofácies deste granitóide, afim de avaliar as
relações entre elas e as condições de temperaturas nas quais se desenvolveram a trama milonítica característica deste corpo, bem como a determinar com
mais precisão a orientação do transporte tectônico. Como resultado deste estudo espera-se determinar, através das características da trama milonítica, aliada
aos demais dados de campo, a que tipo de zona de cisalhamento este granitóide milonítico está associado, além de determinar a relação cronológica relativa
entre alojamento do corpo ígneo e deformação tectônica.

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inclusões fluidas em rochas granulíticas do cinturão ribeira -


norte do estado do rio de janeiro

Carlos Eduardo A. Gonçalves1; Rosa Maria da Silveira Bello2; Rômulo Machado2;


1
FUNDSOLO Serviços Geotécnicos e Fundações LTda – São Paulo (carlos_eag@hotmail.com); 2 Instituto de Geociências da USP – São Paulo

A área de estudo localiza-se na porção noroeste do Estado do Rio de Janeiro, no domínio de rochas de alto grau metamórfico do Complexo Juiz de Fora de
idade Transamazônica, retrabalhadas durante o Brasiliano.
Foram realizadas análises microtermométricas preliminares de inclusões fluidas em cristais de quartzo das rochas granulíticas a partir de amostras coletadas
ao longo da seção Laje do Muriaé-Itaperuna (RJ). Esses estudos objetivaram a identificação de inclusões aprisionadas durante o metamorfismo granulítico
e das resultantes de reequilíbrios posteriores, visando caracterizar a composição e densidade dos fluidos presentes nos vários estágios de evolução dessas
rochas e definir as respectivas trajetórias P-T-t. Ressalte-se a dificuldade em detectar inclusões com densidades e composições compatíveis com as do pico
do metamorfismo granulítico, uma vez que eventos posteriores podem causar sua destruição ou reequilíbrios em diferentes condições de P e T.
Foram observadas inclusões primárias, pseudo-secundárias e secundárias, em oito regiões distintas de quatro amostras. As inclusões primárias e pseudo-
secundárias são, em grande maioria, monofásicas, de morfologias regulares, constituídas por CO2 com temperaturas de fusão (TfCO2) variando de –56,6
a –58,0oC, mostrando, em alguns casos, a presença de pequenas quantidades de outros voláteis associados. As temperaturas de homogeneização do CO2
(ThCO2 de -32oC a +30oC) indicam densidades de 1,04 a 0,60g/cm3. Os dados de TfCO2 e ThCO2 mostram que as variações nas densidades não estão
condicionadas às composições da fase volátil, devendo, portanto, refletir reequilíbrios posteriores.
Poucas inclusões aquosas de alta salinidade (20 a 25 % em peso do NaCl equivalente), com morfologias essencialmente irregulares, distribuem-se, muitas
vezes, em alinhamentos. As temperaturas do ponto eutético dessas inclusões (TE= -69 a –44oC) indicam um sistema composto por H2O + NaCl + CaCl2 e/ou
MgCl2. Os valores mais baixos sugerem a adição de outros íons ou a metaestabilidade desse sistema. Raras inclusões aquocarbônicas, com TE indicativos
do mesmo sistema, possuem salinidades de 2,9 a 27,8 % em peso do NaCl equivalente.
Com base nos resultados obtidos para as inclusões carbônicas, foram construídas as respectivas isócoras num diagrama P-T, onde foram também
considerados os dados geotermobarométricos já publicados sobre a região. Observou-se que algumas das isócoras, relativas às maiores densidades, cruzam a
área correspondente ao intervalo de P e T que delimita o evento metamórfico de alto grau, sugerindo que foram aprisionadas durante esse evento; outras estão
situadas abaixo dessa região como reflexo da ocorrência de reequilíbrios em pressões mais baixas, após o pico do metamorfismo, sugerindo uma trajetória
P-T-t no sentido horário.
As inclusões aquosas apresentaram temperaturas de homogeneização (Thtotal) muito baixas (98 a 130oC), indicando que seu aprisionamento ocorreu em
evento posterior ao pico do metamorfismo granulítico, provavelmente durante o resfriamento regional.
As Thtotal das inclusões aquocarbônicas não puderam ser determinadas, pois todas crepitaram antes de homogeneizar. Em função disso, até o presente não
puderam ser feitas interpretações no contexto evolutivo do terreno metamórfico estudado, havendo necessidade de análises adicionais.
Agradecimentos: FAPESP (02/12601-4), CNPq (300423/82-9) e CNPq (109319/2007-9).

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ANÁLISE ESTRUTURAL E MICROTECTÔNICA DA ZONA DE CISALHAMENTO SÃO BENTO DE SAPUCAÍ, NAS


VIZINHANÇAS DE SÃO BENTO DO SAPUCAÍ, DIVISA DOS ESTADOS DE MINAS GERAIS E SÃO PAULO

Rodrigo Vinagre Cintra da Costa¹; Rodrigo dos Santos Maia Corrêa1; Rudolph Allard Johannes Trouw1; Rodrigo Peternel Machado Nunes2
¹ Departamento de Geologia, IGEO - UFRJ (rodrigogeologo@yahoo.com.br); ² Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro

A Zona de Cisalhamento São Bento do Sapucaí (ZCSBS), inserida na Zona de Interferência entre as Faixas Brasília e Ribeira, se estende por dezenas de
quilômetros na direção ENE-WSW, sendo provavelmente o limite sul da Nappe Socorro. Este trabalho tem como objetivo melhorar a compreensão da zona
de cisalhamento, utilizando para isso mapeamento detalhado de campo além de análise estrutural tanto na escala de afloramento quanto em seções delgadas.
A ZCSBS possui aproximadamente 25 km de extensão na folha Campos do Jordão (IBGE – 1: 50.000), estando caracterizada por uma faixa milonítica de no
máximo 250 metros de espessura. Os milonitos são de granulometria fina, cor escura e com ocorrência de porfiroclastos de feldspatos, allanita e turmalina, de
acordo com as litologias afetadas. Essa estrutura afeta gnaisses, granitóides e xistos metassedimentares. Os elementos estruturais observados são: foliação,
lineação e indicadores cinemáticos do tipo sigma, delta, fish, shear bands e dobras assimétricas. A foliação milonítica, definida pela orientação preferencial
de biotita e quartzo estirado, tem rumo ENE – WSW e mergulho tanto para sudeste, como para noroeste com ângulos que variam desde 50° até subvertical.
A lineação de estiramento/mineral contida no plano da foliação tem caimento para ESE a SSE, variando de 15° a 75°, e, nos planos que mergulham para
NNW tem caimento para NE e NW. A variação de orientação foi interpretada como o resultado de dobramento apertado do plano milonitico com a lineação
associada. Nos cortes paralelos a lineação, é possível observar indicadores cinemáticos, mais comumente do tipo delta, que evidenciam um deslocamento
reverso oblíquo de topo para NW com componente horizontal dextral. A trama milonitica de granulometria fina, composta por quartzo recristalizado
formando novos grãos, microcristais de biotita e porfiroclastos de feldspatos, sugere condições de temperatura média, equivalente a condições de facies
anfibolito, durante o desenvolvimento da zona de cisalhamento.
As estruturas registradas nas rochas da Nappe Socorro, contatos, foliação e lineação, relacionadas com a evolução da parte meridional da Faixa Brasília,
são deformadas, truncadas e transpostas pela ZCSBS. Esta zona de cisalhamento encontra-se truncada e deslocada pela Zona de Cisalhamento Caxambu,
transcorrente dextral, relacionada a última fase de deformação presente na área e associada com o estágio tardi a pós colisinal da Faixa Ribeira. Pode-se
concluir que a evolução da ZCSBS é interpretada como associada à fase colisional da Faixa Ribeira.

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CARACTERIZAÇÃO METAMÓFICA DE XISTOS E GNAISSES DA REGIÃO DE JARINU, sP

Gabriel Cezar Portilla Santana1; Marcos Aurélio Farias de Oliveira2;


1
Graduando, IGCE/UNESP – Rio Claro (portilla_s@yahoo.com.br); 2 Departamento de Petrologia e Metalogenia, IGCE/UNESP – Rio Claro

Na região de Jarinu, centro leste do estado de São Paulo, gnaisses e, subordinadamente xistos e granitos, representam grande parte das litologias. Níveis
calciossilicáticos, bem como intercalações de quartzito e anfibolito são comuns dentro dos gnaisses e xistos, com ampla distribuição na área. Além dos
gnaisses, os migmatitos representam litologias de grande importância na região, ocupando grandes áreas nas quadrículas de Atibaia e Jundiaí, inclusive
na região de Jarinu. Granitos diversos, relacionados ao Complexo (Domínio) Socorro (Janasi, 1999), constituindo desde bolsões dentro dos migmatitos ou
gnaisses até corpos de alguns quilômetros, representando pequenos maciços, completam o conjunto de litologias, que constitui o contexto geológico da
região de Jarinu. A foliação principal da área é de baixo ângulo (N70W/20SW) e os indicadores cinemáticos evidenciam sentido de cavalgamento de SW
para NE.
Observações em campo, associadas com análises petrográficas e geoquímicas resultaram na identificação de três grupos litológicos principais: o grupo das
rochas metassedimentares com intercalações de metavulcânicas básicas; o grupo das rochas graníticas e o grupo dos migmatitos.
A interpretação dos dados geoquímicos indica que as rochas granitóides são rochas subalcalinas, de caráter calcioalcalino, com composição variada, com
ocorrências tonalíticas à monzograníticas, predominantemente metaluminosas, podendo ocorrer rochas peraluminosas.
Em relação à variação dos elementos maiores e traços, as rochas evidenciam pouca variação, embora algumas delas apresentem-se mais enriquecidas em
álcalis, que pode resultar de um maior grau de diferenciação.
A análise do conjunto dos dados indica que as amostras analisadas representam granitos de arco vulcânicos, enquanto que o anfibolito deriva de protólito
básico de composição similar a basaltos de arco de ilhas.
A relação entre os campos de equilíbrio apresentados nos diagramas metamórficos P-T, com as paragêneses obtidas a partir das análises petrográficas indica
três áreas principais. A primeira com temperatura entre 740° e 793° e pressão fixada em 8,0 kbar, definida a partir da associação mineral de granada +
clinopiroxênio, em rochas calciossilicáticas. A segunda com temperatura entre 740° e 769° e pressão entre 4,5 e 5,0 kbar, definida a partir das associações
minerais de granada migmatitos com cordierita, sillimanita e granada. A terceira com temperatura entre 663° e 670° e pressão entre 4,2 e 7,1 kbar, definida
a partir de associação mineral de rochas metassedimentares aluminosas com presença de muscovita, granada e por vezes sillimanita e feições anatéticas.
A localização das áreas inferidas de T e P no diagrama contendo a distribuição das principais fácies metamórficas indica que, as rochas presentes na área
de estudo dividem-se em dois grupos: o primeiro apresenta rochas formadas em fácies anfibolito médio a alto (caracterizadas pelo Domínio dos Gnaisses
Aluminosos com muscovita), enquanto que o segundo grupo apresenta rochas formadas em fácies granulito baixo (caracterizadas por granada migmatito
com cordierita e pela associação em rochas calcossilicáticas com granada + clinopiroxênio).
A relação espacial das unidades litológicas com as suas respectivas fácies metamórficas sugere um aumento do grau metamórfico de sudoeste para nordeste.
Agradecimentos: FAPESP (07/55571-1).

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geologia da região DO DISTRITO DE MONSENHOR HORTA, município de MARIANA, REGIÃO CENTRO-


SUDESTE DE MINAS GERAIS

Edgar Batista de Medeiros Júnior1; Ana Márcia Batista Soares2


1
DEGEO/EM/UFOP – Ouro Preto (edgarjr@ymail.com); 2 DEGEO/EM/UFOP – Ouro Preto (ana@geologiabrasil.com).

A área estudada situa-se nos arredores do distrito de Monsenhor Horta pertencente ao município de Mariana, região centro-sudeste de Minas Gerais.
Geologicamente, encontra-se no extremo sudoeste da Faixa Araçuaí, a sudeste da porção meridional do Cráton São Francisco. Este trabalho teve como
objetivo a confecção de um mapa geológico, escala 1:25.000 na região de Monsenhor Horta. A área mapeada tem aproximadamente 30 km2 e é
limitada pelas coordenadas de latitude sul 20º 20’ 00” e 20º 22’ 30” e de longitude oeste 43º 15’ 00” e 43º 18’ 45”. Durante a etapa de campo foram
visitados 214 pontos e coletadas 96 amostras de rochas. Algumas destas amostras foram selecionadas para a confecção de 10 lâminas delgadas. As unidades
litológicas identificadas e descritas foram divididas nas seguintes unidades: granito-gnáissica, máfico-ultramáfica e quartzítica. A primeira é mais abundante,
corresponde ao embasamento regional e é caracterizada por microclínio gnaisses, granitos, pegmatitos graníticos e migmatitos que foram correlacionados
ao Complexo Santa Bárbara (CSB). Comumente esses gnaisses apresentam níveis anfibolíticos paralelos a foliação gnáissica. Estratigraficamente acima,
têm-se a unidade máfico-ultramáfica, formada por talco xistos, anfibolitos e granada-cummingtonita xistos. Essas rochas foram correlacionados à seqüência
vulcano-sedimentar do Grupo Nova Lima, Supergrupo Rio das Velhas. Em contato com estes, por meio de uma zona de cisalhamento de empurrão, têm-se a
unidade quartzítica, que é formada por quartzo-sericita xistos, muscovita-quartzo xistos, magnetita-quartzo-sericita xistos. Essa unidade foi correlacionada ao
Grupo Maquiné do Supergrupo Rio das Velhas. Na área de trabalho, foi possível identificar seis eventos geológicos responsáveis pela configuração geológica
atual. O primeiro evento (E1) é caracterizado pela geração do protólito dos gnaisses que compõe o Complexo Santa Bárbara. O evento E2 é responsável
pelo surgimento da foliação gnáissica (Sg) em condições metamórficas de fácies anfibolito. Durante o evento posterior (E3), formou-se uma bacia sobre a
qual houve derramamento de material básico a ultrabásico e deposição de sedimentos. Os três primeiros eventos geológicos foram correlacionados ao Ciclo
Rio das Velhas/Jequié (2.8 – 2.55 Ga). No evento E4, correlacionado ao Ciclo Transamazônico (2.125 – 1,78 Ga), foi gerada a xistosidade (Sn) e ocorreu
metamorfismo de fácies xisto-verde a anfibolito inferior. Esse processo metamórfico pode ter ocasionado o retrometamorfismo dos litotipos correlacionáveis
ao CSB. Este evento também é responsável por uma granitogênese identificada neste complexo. O evento E5 foi correlacionado ao Ciclo Brasiliano (630-
520Ma) e é responsável pelo dobramento das rochas presentes e formação da clivagem de crenulação Sn+1, formação da zona de cisalhamento que empurrou
a unidade quartzítica sobre a unidade máfico-ultramáfica, redobramento das estruturas geradas nos eventos anteriores, e formação da Zona de Cisalhamento
Transcorrente Lavra Velhas de direção NE-SW que corta a unidade granito-gnáissica. O conjunto de fraturas não-preenchidas observadas nos gnaisses e nos
xistos foi ocorrelacionado a um evento E6, provavelmente ligado a uma tectônica recente.
Agradecimentos: DEGEO/EM/UFOP.

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alojamento e deformação de plútons da porção nordeste da suite intrusiva granítica


cunhaporanga (faixa ribeira, pr): evidências de deformação extensional no domínio apiaí ?

Fabrizio Caltabeloti1; Sérgio Wiliams de O. Rodrigues1; Carlos Alejandro Salazar2; Carlos José Archanjo2
1
Serviço Geológico do Brasil – CPRM, São Paulo, SP (fcaltabeloti@sp.cprm.gov.br); 2 Instituto de Geociências – USP, São Paulo, SP

A Suíte Intrusiva Granítica Cunhaporanga (SIGC) está localizada no setor ocidental do Domínio Apiaí (Faixa Ribeira), próxima à divisa entre os estados de
São Paulo e Paraná. Os contatos desta suíte são delimitados tectonicamente a oeste com as rochas do Grupo Castro e, na parte leste, por relações intrusivas
com os litotipos do Grupo Itaiacoca.
A área de estudo está concentrada na extremidade nordeste da SIGC, abrangendo o município de Sengés-PR e os distritos de Patrimônio Santo Antonio
e Ouro Verde. Os plútons graníticos desta área são isótropos, de coloração cinza a rósea e composição monzo- a sienogranítica. Predominam granitóides
porfiríticos e, localmente, texturas inequigranulares a equigranulares. Em contato com estes granitos afloram as rochas do Grupo Itaiacoca, definidas por
seqüências carbonáticas (metacalcários calcíticos ou dolomíticos com estromatólitos) e siliciclásticas (quartzitos e metapelitos).
A cartografia regional mostrou que os metassedimentos formam uma estrutura monoclinal com mergulho suave a moderado para sudeste. A deformação
monocíclica que afeta os metassedimentos está associada a um metamorfismo de grau muito baixo, tipicamente com clorita podendo, localmente, chegar
à zona da biotita. A lineação tectônica (estiramento, mineral) orienta-se tipicamente na direção NNW-SSE. Não foi observado metamorfismo de mais alto
grau no contato dos metassedimentos com os granitos. O mergulho do acamamento/foliação nos metassedimentos aumenta progressivamente e torna-se
sub-vertical aproximando-se da zona de cisalhamento transcorrente NE-SW de Itapirapuã.
A trama dos plútons foi estudada através da anisotropia de suscetibilidade magnética (ASM). Foram amostradas 40 estações (300 espécimes) no granito
porfirítico Patrimônio Santo Antônio, 7 estações (48 espécimes) no granito equigranular fino de São Domingos, 9 estações (67 espécimes) no granito
inequigranular de Ouro Verde e 14 estações (92 espécimes) no granito porfirítico foliado de Santa Rita. A suscetibilidade magnética média (k) do granito
Patrimônio Santo Antônio é da ordem de 23.29 x 10-3 SI, e menor em São Domingos (k = 7.43 mSI) e em Ouro Verde (k = 7.46 mSI). Por outro lado, a
anisotropia de suscetibilidade (P = kmax/kmin, onde kmax > kint > kmin) é menor em Patrimônio Santo Antônio e bem mais forte em São Domingos (P = 1.21 ±
0.09) e Ouro Verde (P = 1.19 ± 0.07). O granito foliado de Santa Rita apresenta uma forte suscetibilidade (k = 11.85 mSI) e anisotropia magnética (P = 1.23
± 0.11).
A foliação magnética dos maciços graníticos normalmente apresenta mergulhos baixos para norte ou sul, e contém uma lineação magnética bem definida
de direção NNW, consistente com a orientação da trama metamórfica dos metassedimentos encaixantes. Isto indica que os granitos são sin-tectônicos a um
evento deformacional cujo estiramento dominante é NNW-SSE, e que está em ângulo forte com a orientação das grandes transcorrências regionais de direção
NE-SW. A presença de maciços graníticos no núcleo de uma estrutura dômica e elipsóides magnéticos dominantemente prolatos no plúton de São Domingos,
sugerem que o alojamento dos plútons foi favorecido por uma tectônica extensional em um ambiente crustal raso.
Agradecimentos: CPRM, Programa de Pós-Graduação em Geoquímica e Geotectônica, USP.

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ROCHAS CHARNOCKÍTICAS DA SUÍTE DIVINO (REGIÃO DE CARANGOLA, MG): A RAIZ GRANULÍTICA DO ARCO
MAGMÁTICO DO ORÓGENO ARAÇUAÍ

Tiago Amâncio Novo1, Antônio Carlos Pedrosa-Soares2, Carlos Maurício Noce2, Fernando Alkmim3, Ivo Dussin4
1
Programa de Pós-graduação, IGC-UFMG, Campus Pampulha, Belo Horizonte, MG; 2 CPMTC-IGC-UFMG, Campus Pampulha, Belo Horizonte, MG;
3
Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto; 4 Departamento de Geologia, Universidade Federal do Rio Grande do
Sul

A zona de fronteira entre os orógenos Araçuaí e Ribeira situa-se em torno do paralelo 21°S. A identificação da continuidade dos arcos magmáticos
destes orógenos será de grande valia para seu modelamento paleotectônico e paleogeográfico. Este trabalho apresenta resultados da dissertação de mestrado
do primeiro autor, decorrentes do mapeamento geológico em escala 1:50.000 das folhas Carangola (SF-23-X-B-VI-2) e Porciúncula (SF-23-X-B-VI-4),
situadas entre os paralelos 20°30’-21°S e meridianos 42°-42°15’W, e de estudos geoquímicos e geocronológicos, custeados pelo CNPq e Programa Geologia
do Brasil da CPRM. A característica fundamental da região é a abundância de rochas metamórficas de alto grau, ortoderivadas e paraderivadas, das fácies
anfibolito e granulito, refletindo o profundo nível crustal ali exposto. O embasamento paleoproterozóico é constituído por ortognaisses granulíticos do
Complexo Juiz de Fora. A cobertura neoproterozóica está representada por paragnaisses migmatíticos do Grupo Andrelândia, à qual associam-se granitos do
tipo S. As rochas charnockíticas aqui focalizadas, denominadas Suíte Divino, têm ampla ocorrência na área mapeada. A Suíte Divino engloba desde termos
granodioríticos a gabróicos, com predomínio de composições nos campos do quartzo monzonito, monzodiorito e monzogabro, caracterizando uma suíte
cálcio-alcalina expandida, enriquecida em potássio, metaluminosa a ligeiramente peraluminosa (ACNK entre 0,7 e 1,1), do tipo-I, com padrões de elementos
maiores e traços que sugerem arco magmático relacionado à subducção de litosfera oceânica. As datações U-Pb (LA-ICPMS) obtidas de cristais de zircão
de duas amostras dioríticas da Suíte Divino são praticamente idênticas (592 ± 7 Ma e 595 ± 3 Ma) e situam-se no intervalo de idades da Suíte G1 (ca. 630-
585 Ma), representante do arco magmático do Orógeno Araçuaí. A despeito da cristalização em fácies granulito, a Suíte Divino tem atributos geoquímicos
e idade U-Pb similares ao batólito Galiléia, da Suíte G1, situado ao norte e considerado como representante típico do arco magmático do Orógeno Araçuaí.
Assim como no batólito Galiléia, os dados isotópicos Sm-Nd também sugerem significativo envolvimento do embasamento paleoproterozóico na gênese da
Suíte Divino, indicando arco magmático edificado em margem continental ativa. Desta forma, interpreta-se que a Suíte Divino representa a raiz granulítica
deste arco magmático e sua eventual continuidade para sul pode ser um elo de ligação entre os orógenos Araçuaí e Ribeira.

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mODELAMENTO DO mETAMORFISMO dAS ROCHAS DA KLIPPE cARRANCAS COM PSEUDOSSEÇÕES

Mauricio Pavan 1,2,3; Renato de Moraes 1; Mário da Costa Campos Neto 1


1
Instituto de Geociências - USP; 2 Programa de Pós-graduação em Mineralogia e Petrologia – IGc/USP – São Paulo; 3 Serviço Geológico do Brasil -
CPRM (msilva@sp.cprm.gov.br).

A Klippe Carrancas, frente da Faixa Brasília Meridional, alóctone sobre a borda Sul do Cráton do São Francisco, aflora entre os municípios de Lavras e
Minduri, Minas Gerais. É formada por quartzitos e grafita-muscovita xistos. A foliação metamórfica-S2 possui uma lineação de estiramento mineral e de
mullions orientada E-W e encontra-se dobrada, com vergência para NW e truncada pela zona de cisalhamento lateral dextral de Três Corações, Minas
Gerais. As condições do metamorfismo dentro da estrutura aumentam de Norte para Sul e os mapas metamórficos precedentes indicam a isógrada da
estaurolita nas proximidades de Itutinga (extremo leste da Serra do Pombeiro) e a ausência de biotita na Serra de Carrancas.A presente investigação
reconheceu, no Oeste de Itumirim (Serra do Campeste), rochas com paragêneses da fácies xisto verde (Qtz + Ms + Ky + Chl + Cld) e na Serra da Estância
rochas na fácies anfibolito inferior, zona da estaurolita, que é alcançada com a quebra do cloritóide em presença de cianita (paragênese Grt + St + Chl +
Ms + Qtz ± Cld ± Ky). Na Serra do Pombeiro as condições da fácies anfibolito médio são alcançadas com o desaparecimento da clorita. Nas Serras de
Carrancas e das Bicas paragênese da fácies anfibolito médio é comum e formada por Grt + Ky + Ms + Qtz + Bt ou St.
O modelamento do metamorfismo baseou-se em pseudosseções calculadas nos sistemas químicos KFMASH e MnKFMASH. Foram utilizadas amostras
dos extremos metamórficos e composicionais da estrutura de modo a investigar como as composições químicas das rochas influenciam nas paragêneses e
seus campos de estabilidade e a influência do Mn na estabilidade da granada. As pseudosseções foram construídas nos intervalos entre 4 a 14 kbar e 450 a
700 ºC, com muscovita, quartzo e H2O em excesso. No sistema KFMASH, os diagramas são compostos por campos di e trivariantes, com 3 ou 4 reações
univariantes que controlam o consumo de cianita, cloritóide, clorita e estaurolita. A paragênese de pico metamórfico na Serra do Campestre (frente da klippe
e diretamente colocada sobre a borda cratônica) - Cld + Grt + St + Ms + Qtz - é divariante, sendo estável entre 590 e 600oC e sob pressões superiores a 12,2
kbar; o campo é delimitado pelas curvas: (i) de aparecimento de estaurolita a partir da quebra de cloritóide e (ii) pela curva univariante Cld + Grt + St + Ms +
Qtz que marca o desaparecimento do cloritóide. A associação mineral retrometamórfica Cld + Chl + Ms ± St ± Grt ± Ky ocorre em campos di a trivariantes,
todos em temperaturas inferiores a 590 oC e pressões menores que 13 kbar. Na Serra das Bicas a paragênese de pico metamórfico (Ky + St + Grt + Ms + Qtz)
ocorre no intervalo entre 600 e 660 oC e P entre 9,7 e 14 kbar. O retrometamorfismo com formação de Chl + Cld + Ms a partir da quebra de estaurolita e
granada indica T < 575oC, condições similares à da amostra da Serra do Campestre. A inclusão de Mn no sistema químico tem pouca influência nos campos
de estabilidade das paragêneses de pico metamórfico, no entanto, a temperatura para a entrada da granada é até 40 oC menor e o intervalo de pressão é maior,
permitindo que o mineral seja estável a pressões inferiores a 6 kbar, em coexistência com cloritóide, clorita, estaurolita e biotita.
O metamorfismo progressivo das rochas da Klippe Carrancas atinge temperaturas próximas a 650ºC sob pressões de até 14 kbar, portanto, em regime bárico
mais elevado que o metamorfismo barroviano típico. As unidades frontais da klippe foram soterradas a 45 km de profundidade sob temperaturas na ordem
de 600ºC e encontram-se, portanto, alóctones sobre rochas ortognáissicas da borda cratônica.
Agradecimentos: Projeto financiado pela FAPESP (04/09682-8); MP agradece ao CNPq pela bolsa de mestrado.

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MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA ÁREA ENTRE CAREAÇU E HELIODORA, SUL DE MINAS GERAIS

Marcos Vinicius Ferreira Fontainha1; Rudolph Allard Johannes Trouw2


1
Departamento de Geologia, IGEO/UFRJ – Rio de Janeiro (marcosgeologiaufrj@yahoo.com.br); 2 Departamento de Geologia, IGEO/UFRJ – Rio de
Janeiro

A área estudada está localizada nas proximidades da cidade de Heliodora, Sul de Minas Gerais, na Folha Heliodora 1:50.000, estando inserida na porção
meridional da Faixa móvel Brasília que compreende a zona de interferência entre as Faixas Brasília e Ribeira. Foram reconhecidas diversas litologias
agrupadas em cinco unidades de mapeamento. São elas: unidade A – ortognaisse porfirítico de coloração acinzentada e granulometria média-grossa, com
porfiroclastos de até um centímetro de diâmetro. É composta essencialmente por K-feldspato, plagioclásio, quartzo e biotita e apresenta foliação bem
definida; unidade B – biotita-gnaisse com lentes de anfibolito. O biotita gnaisse tem cor acinzentada e granulometria variando de fina a média. É composto
essencialmente por K-feldspato, plagioclásio, quartzo, biotita e granada como acessório. Essa rocha possui bandamento composicional definido pela
intercalação de níveis quartzo-feldspáticos com níveis ricos em biotita, além de uma foliação paralela ao bandamento; unidade C – muscovita-quartzo xisto
com intercalações de quartzito e biotita-gnaisse. O muscovita-quartzo xisto tem granulometria fina-média, sendo composto essencialmente por muscovita,
quartzo, granada, sillimanita, K-feldspato e plagioclásio em pouca quantidade. Essa rocha apresenta uma foliação micácea bem marcante. O quartzito que
ocorre como lentes decimétricas com granulometria média-grossa, sendo composto principalmente por quartzo. Na rocha é possível observar uma foliação,
produzida pelos cristais de quartzo estirados; unidade D – quartizito com intercalação de muscovita-quartzo xisto. O quartzito, de coloração clara, possui
granulometria média-grossa. É composto essencialmente por quartzo e raros níveis de muscovita. Essa rocha apresenta uma foliação bem marcante, definida
pelos grãos de quartzo estirados; unidade E – biotita-granada xisto. Compreende xistos de cor escura (negro) e granulometria fina-média. É composto
essencialmente por biotita, granada e quartzo. A foliação presente não é muito bem definida; unidade F – corpo granitico. Trata-se de uma rocha equigranular,
fina de cor clara, composta essencialmente por quartzo, feldspato e pouca biotita. O corpo não possui foliação, sendo, portanto maciço e encontra-se
encaixado em rochas do embasamento. A foliação principal da área apresenta mergulho médio pra SE e a lineação de estiramento tem caimento suave
para SW. Foram identificados dois padrões de dobramento. O primeiro é representado por dobras fechadas a isoclinais com plano axial paralelo a foliação
principal e eixo com caimento suave para SW. O segundo é representado por dobras abertas com plano axial geralmente ortogonal a foliação principal e eixo
com caimento suave para SW.

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

GEOLOGIA DA FOLHA PARAISÓPOLIS

Marcos Vinicius Ferreira Fontainha1; Rudolph Allard Johannes Trouw2 ;Alexandre Alves de Oliveira3
1
Departamento de Geologia, IGEO/UFRJ – Rio de Janeiro (marcosgeologiaufrj@yahoo.com.br); 2 Departamento de Geologia, IGEO/UFRJ – Rio de
Janeiro; 3 Departamento de Geologia. IGEO/UFRJ – Rio de Janeiro

A folha Paraisópolis (1:50.000 SF-23-Y-B-V-1, IBGE 1975) esta situada no limite entre os estados de Minas Gerais e São Paulo. O objetivo deste estudo
inclui o mapeamento geológico e estrutural, elaboração de seções geológicas, coleta de amostras de rochas para análises geoquímicas de rocha total, além
de petrografia, incluindo microtectônica. Foram identificadas quatro unidades de mapeamento. A primeira unidade é representada por gnaisses porfiríticos
com megacristais deformados de K-feldspato e matriz composta por quartzo, biotita, feldspato e escassas granadas milimétricas. Ocorrem corpos métricos a
decimétricos de anfibolito intercalados nessa unidade. A segunda unidade é constituída por granitos porfiríticos com megacristais de K-feldspato idiomórficos
e matriz composta por quartzo, biotita e feldspatos. Alguns xenólitos de anfibolito foram observados nesta unidade. A terceira unidade é um biotita gnaisse
migmatítico estromático composto essencialmente por quartzo, biotita e feldspatos com algumas lentes métricas de anfibolito e rochas calcissilicáticas.
A quarta unidade é representada por sucessões quartizíticas em camadas espessas de geometria tabular, compostas essencialmente por quartzo e escassos
minerais opacos. A foliação regional da área mergulha predominantemente para SSE e apresenta lineação de estiramento/mineral com caimento suave para
WSW. A sul da área é observado uma zona de cisalhamento definida pela foliação milonítica paralela a foliação principal, lineações de estiramento/mineral
com caimento suave para WSW e indicadores cinemáticos destrais observados em afloramento. Foram observados dois padrões de dobramento na área.
O primeiro é representado por dobras isoclinais com plano axial mergulhando para SSE e eixos ora paralelos ao strike ora a direção de mergulho, ambos
paralelos a foliação. O segundo é representado por dobras abertas com plano axial mergulhando para WSW e eixo com caimento suave para NNW.

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MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA REGIÃO DE SANTO ANTÔNIO DO PINHAL, DIVISA DOS ESTADOS


DE MINAS GERAIS E SÃO PAULO

Mariana Meirelles1; Marcela Lages1; Rudolph Trouw1; Rodrigo Vinagre1


1
Universidade Federal do Rio de Janeiro (lagesmar@ufrj.br)

A área mapeada está localizada nas proximidades da cidade de Santo Antônio do Pinhal na divisa dos estados de Minas Gerais e São Paulo. Está
compreendida na zona de interferência entre as Faixas Móveis Brasília e Ribeira. O trabalho tem por objetivo caracterizar diferentes eventos metamórficos
e fases deformacionais. A metodologia utilizada baseia-se em mapeamento geológico-estrutural na escala: 1: 50.000 além de análise petrográfica em seções
delgadas. As diversas litologias presentes na região foram agrupadas em quatro unidades de mapeamento: A) Quartzito Campos do Jordão; B) Gnaisse
Araucária; C) Granitóide Santo Antônio do Pinhal e D) Ultramáfíca Ponte Nova. O Quartzito Campos do Jordão é caracterizado pela intercalação de
quartzitos e xistos de espessura centimétricas, com predominância de quartzito. Esse quartzito é de cor esbranquiçada, com granulometria fina a média,
sendo composto essencialmente por quartzo, muscovita e sillimanita. A rocha possui foliação tectônica do tipo contínua definida pela muscovita. Os xistos
associados são geralmente muito alterados, com granulometria média, compostos essencialmente por biotita, quartzo, granada e sillimanita local. Essa
unidade apresenta uma foliação do tipo contínua definida pela biotita e sillimanita, quando presente. O Gnaisse Araucária é composto por xistos e gnaisses
finos a médios intercalados a quartzito que textural e mineralogicamente parece com o Quartzito Campos do Jordão. Nessa unidade os xistos e gnaisses
predominam em relação ao quartzito e sua foliação marcante é definida pela biotita que é o mineral máfico dominante na unidade. O Granitóide Santo
Antônio do Pinhal contém megacristais de feldspatos de granulometria média a grossa numa matriz composta essencialmente por quartzo, plagioclásio,
K-feldspato, hornblenda, biotita e titanita, tendo opacos e zircão como acessórios. A Ultramáfica Ponte Nova é escura, equigranular de granulometria grossa
composta essencialmente por olivina, clinopiroxênio, granada, clinozoisita e plagioclásio intersticial. Essa unidade tem estrutura maciça e corta todas as
unidades da região sendo, portanto o corpo mais novo do conjunto. A foliação principal (Sn) está melhor registrada nas litologias do Granitóide Santo
Antônio do Pinhal. Na parte sul do mapa tem mergulho principal de 55° para norte. Na parte norte do mapa, nas litologias das unidades Quartzito Campos
do Jordão, Gnaisse Araucárias e no Granitóide Santo Antônio do Pinhal, a foliação mergulha em média 60° para sul.
Agradecimentos: aos orientadores

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

EVOLUÇÃO METAMÓRFICA DA PORÇÃO NORTE DO COMPLEXO GUAXUPÉ NA REGIÃO DE ARCEBURGO -


SANTA CRUZ DA PRATA, MG.

Magnólia Barbosa do Nascimento1,2; Marcos Aurélio Farias de Oliveira1.


1
Departamento de Petrologia e Metalogenia/IGCE/Unesp (magbnascimento@yahoo.com.br)
2
Instituto Federal do Espírito Santo - IFES

A região compreendida entre as cidades de Passos (MG) e Monteiro Lobato (SP), tem sido bastante trabalhada em pesquisas geológicas,
incluindo mapeamentos regionais e locais. Por tratar-se de uma área com elevada complexidade em termos de unidades litoestratigráficas,
a problemática surgida é bastante variada, considerando que esses terrenos na sua maioria são de médio a alto grau metamórfico e sua
evolução aos níveis topográficos atuais, é bastante complexa. A área de pesquisa localiza-se na região de Arceburgo – Santa Cruz da
Prata (MG), dentro da Faixa Brasília e mais especificamente do Complexo Guaxupé. A geologia inclui metassedimentos representados
por quartzitos foliados e rochas com intercalações de quartzo detrítico, associados a tipos da suíte charnockítica (alaskitos, charnockitos,
mangeritos, enderbitos) além de granulitos máficos e granada gnaisses. Essas rochas constituem faixas alongadas segundo a direção N60W,
com ângulo de mergulho pequeno que varia entre 25 e 40o, em média, para SW. As rochas da série charnockítica são predominantes, com
mangeritos e enderbitos representando as principais ocorrências. Exibem foliação milonítica e bandamento metamórfico ressaltado pela
deformação. As texturas predominantes são do tipo granoblástica ou mais freqüentemente blastomiloníticas, com quartzo e feldspato muito
deformados e porfiroclastos de feldspato pertítico muito comuns, formando sigmóides. Os minerais essenciais são: feldspato potássico
pertítico (mesopertita), plagioclásio (oligoclásio-andesina) antipertítico, hiperstênio, diopsídio, hornblenda marrom e biotita vermelha.
Para os granulitos máficos, que ocorrem intercalados nos mangeritos e enderbitos os minerais principais são ortopiroxênio, clinopiroxênio, hornblenda
marrom e plagioclásio (labradorita). Granada foi observada em alguns granulitos e gnaisses. Dados de análises litogeoquímicas em elementos maiores
revelaram que, com relação aos óxidos desses elementos, observa-se uma tendência revelada nos gráficos SiO2 x TiO2, SiO2 x Fe2O3, SiO2 x MnO, SiO2 x
CaO, com destaque para os granulitos máficos, formando isoladamente um conjunto que corresponde a rochas de composição básica a ultrabásica (SiO2
entre 46,03 a 49,07%) de afinidade toleítica. Para os elementos terras raras, suas assinaturas, de modo geral, evidenciam um enriquecimento em terras raras
leves, principalmente para os mangeritos e charnockitos, que também exibem anomalias negativas de Eu.
Análise isotópica de U/Pb em amostra de composição mais básica (Granulito Máfico – MAG06) mostra evento ocorrido no Neoproterozóico relacionando a
essa época o pico metamórfico da área a aproximadamente 639 ± 3.7 Ma. Dados de geotermobarometria preliminares mostram que o pico metamórfico pode
ter ocorrido em condições de aproximadamente 8000C de temperatura e 13.30 Kbar. As temperaturas mais elevadas (pico) ficaram marcadas principalmente
nas amostras de granulitos (charnockitos, enderbitos e granulitos máficos).
Agradecimentos: FAPESP (2011/10099-9; 2014/51898-7) e CNPq/PIBIC.

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O TERRENO PARANAGUÁ NO CONTEXTO TECTÔNICO DO SUDESTE BRASILEIRO

Leonardo Fadel Cury1; Oswaldo Siga Junior2; Ossama Mohamed Milad Harara2; Kei Sato2; Miguel Angelo Stipp Basei2
1
DEGEOL, UFPR (cury@ufpr.br); 2CPGeo, IGc-USP

O Terreno Paranaguá distribui-se ao longo de uma faixa alongada segundo a direção NE-SW, com extensão de aproximadamente 250 Km e largura média de
30 km, localizado entre os estados de São Paulo (Terreno Paranaguá Setentrional), Paraná e Santa Catarina (Terreno Paranaguá Meridional). É constituído
em grande parte por um complexo ígneo, representado pelas suítes Morro Inglês, Rio do Poço e Canavieiras-Estrela. Como encaixantes desses granitos l.s.,
ocorrem rochas gnáissicas e gnáissico-migmatíticas do Complexo São Francisco do Sul e rochas metassedimentares da Sequência Rio das Cobras.
As idades U-Pb (zircão) das suítes graníticas são bastante próximas, não permitindo uma separação clara das mesmas. Observa-se uma grande concentração
de idades no intervalo 600-580 Ma, representando o principal período do magmatismo no Terreno Paranaguá. Com menor freqüência, valores mais antigos
do intervalo de 620-610 Ma foram obtidos nas três suítes, sugerindo a presença de um magmatismo relativamente precoce na evolução desse terreno. As
idades U-Pb (zircão) obtidas em bordas de cristais, bem como em veios leucograníticos tardios, distribuem-se no intervalo 560-480 Ma. Essas idades devem
estar associadas a eventos termotectônicos do Cambro-Ordoviciano, relacionados a Orogenia Rio Doce.
Os metassedimentos da Sequência Rio das do Terreno Paranaguá Meridional possuem paragêneses compatíveis com a fácies xisto verde, zona da biotita,
enquanto nas porções central e setentrional ocorrem paragêneses fácies anfibolito, podendo atingir fácies granulito em associações com cianita-granada-
silimanita-feldspato alcalino. Análises U-Pb em zircão dos gnaisses de alto grau caracterizam idades concentradas no intervalo 1,8-2,1 Ga. Os pontos
analíticos realizados nas bordas de zircão caracterizam idades de 611 ± 39 Ma. Idades U-Pb em monazitas caracterizam um intervalo relativamente mais
jovem em 599 ± 5 Ma, provavelmente associado ao pico metamórfico.
O Complexo São Francisco do Sul é representado por gnaisses compostos por dioritos, quartzo-monzodioritos, granodioritos, trondhjemitos e monzogranitos.
Na região de Guaratuba e Guaraqueçaba (Terreno Paranaguá Central) ocorrem feições de migmatização, com leucossomas com granada e turmalina. Análises
U-Pb (zircão) caracterizam períodos de cristalização do Paleoproterozóico (2.173 ± 18 Ma), Neoproterozóico (626 ± 25 Ma) e Cambriano (500 Ma).
O balizamento do Terreno Paranaguá com as microplacas Luis Alves e Curitiba é tectônico, caracterizado pelas zonas de cisalhamento transcorrentes
Palmital e Alexandra em sua porção meridional, e zonas de cavalgamento Serra Negra e Icapara em sua porção setentrional. As zonas de cisalhamento
transcorrentes Palmital e Alexandra apresentam cinemática sinistral com componente obliqua. As zonas de cisalhamento Serra Negra e Icapara representam
uma grande frente de colisão, localizada no Terreno Paranaguá Setentrional. Apresentam vergências para nor noroeste e componentes obliquas. A transição
dessas duas tectônicas distintas se faz por falhas de abatimento, com direções N-S ou NNW-SSE, estando ambas associadas a um regime transpressivo com
características de rampa lateral. Esta colisão está provavelmente inserida no contexto de aglutinação da porção oeste do Supercontinente Gondwana, durante
o Neoproterozóico.
Agradecimentos: FAPESP (06/03608-6 e 05/58688-1), Prof. Dr Elton Luiz Dantas (UNB).

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

GEOLOGIA E GEOCRONOLOGIA DA REGIÃO DO BETARA (PR): EVIDÊNCIAS DE REGIMES EXTENSIONAIS DO


PALEOPROTEROZÓICO SUPERIOR (1.80-1.75 GA) E DO MESOPROTEROZÓICO (1.50-1.45 Ga)
NO SUL-SUDESTE BRASILEIRO.

Oswaldo Siga Junior1; Leonardo Fadel Cury2; Ligia Maria Leite Ribeiro3; Kei Sato1; Miguel Angelo Stipp Basei1; Cláudia Regina Passarelli1
1
Instituto de Geociências - USP(osigajr@usp.br); 2DEGEOL – UFPR; 3CPRM

A região do Betara, localizada no contexto do Domínio Apiaí, à nordeste de Curitiba, é caracterizada pela grande variedade litológica, onde afloram
rochas metavulcanossedimentares e rochas gnáissicas como núcleos de embasamento. Representam seqüências metavulcanossedimentares da Formação
Betara e terrenos graníticos do Núcleo Betara, que ocorrem na porção SW do Domínio Apiaí. As análises U-Pb (zircão) relativas ao Núcleo Betara foram
realizadas em rochas metabásicas que ocorrem associadas aos litotipos graníticos. A idade obtida refere-se ao Paleoproterozóico Superior (1790±22 Ma). Na
Formação Betara, os perfis geológicos realizados permitiram reconhecer três unidades maiores: seqüência metapsamítica basal; seqüência metacarbonática
(intermediária) e seqüência metapelítica superior. As análises geocronológicas (U-Pb, zircão) foram realizadas em rochas metabásicas, que ocorrem
intercaladas a unidade metapelítica superior. As idades obtidas, relativas ao Mesoproterozóico distribuem-se no intervalo 1500-1450 Ma, interpretadas
como mínimas para a deposição da Formação Betara. O padrão geocronológico observado, aliado ao comportamento geoquímico dessas rochas metabásicas,
sugere o desenvolvimento de bacias extensionais (rifts continentais) com magmatismo e sedimentação associada, no final do Paleoproterozóico (1.79-
1.75Ga) e no Mesoproterozóico (1.50-1.45 Ga). Registros geológicos similares, desses intervalos de idade, são reconhecidos de modo descontínuo no
Domínio Apiaí, bem como ao longo de grande parte da porção centro-oriental do continente Sul-Americano, bem como na contra parte africana, a exemplo
da porção SW do Cráton do Congo, adjacente ao Cinturão Kaoko. Representam importantes cicatrizes relacionadas a processos de ruptura de grandes
massas continentais aglutinadas durante o Paleoproterozóico (Supercontinente Atlântica). O Neoproterozóico, por outro lado, é responsável pelo fatiamento,
aloctonia e colocação lado a lado dos terrenos pertencentes ao Domínio Apiaí, quando da aglutinação do Gondwana Ocidental.
Agradecimentos: Prof. Dr Gergely Andrés J. Szabó – IGc - USP

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Petrografia e geoquímica do Complexo SERRA DA BOLÍVIA NA REGIÃO DE ITAOCARA, FAIXA RIBEIRA,


ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Renata Seibel Melo1; Monica Heilbron2,3 ; Miguel Tupinambá2


1
Graduanda de Geologia UERJ – Rio de Janeiro (renataseibel@gmail.com); 2 Departamento de Geologia Regional e Geotectônica,
DGRG/UERJ – Rio de Janeiro; 3 Pesquisador CNPq

O detalhamento do Domínio Tectônico Cambuci, integrante do Terreno Oriental que está relacionado à evolução dos arcos neoproterozóicos posteriormente
colados à margem do São Francisco, é o tema central da contribuição. Neste domínio foi recentemente identificada uma unidade nova, que compreende
rochas magmáticas com assinatura geoquímica de associações magmáticas pré-colisionais.
Esta unidade denominada de Complexo Serra da Bolívia, compreende ortognaisses e rochas charnockíticas, encontrada na região centro-norte do Estado do
Rio de Janeiro em uma faixa NE-SW que se estende até o Estado de Espírito Santo.
Em termos petrográficos, apresenta quatro associações litológicas diferentes: a) hornblenda biotita granitóides, de coloração cinza escura, granulometria
grossa e textura granoblástica, que predominam em termos areais; b) leucogranito gnaisses de granulometria fina e cor cinza clara, localmente com
porfiroblastos tabulares de feldspato, com enclaves máficos; c) rochas charnockíticas e noríticas, de coloração verde, observadas principalmente na encosta
da Serra da Bolívia; d) quarto monzonitos e monzodioritos, com granulometria grossas, e localmente com piroxênio e cor esverdeada
As análises petrográficas demonstraram que os ortognaisses possuem, via de regra, uma textura granonematoblástica, mineralogia composta por quartzo, que
se apresenta com extinção ondulante, ou em fitas, plagioclásio zonado, K–feldspato pertítico, por vezes em megapórfiros, hiperstênio, diopsídio, hornblenda,
biotita, além dos minerais acessórios representados por apatita, zircão, titanita e rutilo. Como minerais secundários foram identificados epidoto, muscovita,
clorita e carbonato.
Os dados litogeoquímicos indicam predominância de séries calcioalcalinas, sendo que somente duas amostras de rochas básicas analisadas poderiam
pertencem à série toleítica. As rochas félsicas foram agrupadas em dois conjuntos, provavelmente representantes de duas suítes calcioacalinas metaluminosas:
a) a primeira é rica em álcalis, principalmente K, e pobre em quartzo; enquanto que a segunda b) é representada por uma suíte de médio K e rica em quartzo.
Para ambas as suítes, o comportamento de MgO, CaO, Fe2O3, TiO2 e Al2O3 indicam correlação negativa com a diferenciação, enquanto e K2O indica
correlação positiva. Já os elementos menores mostram maior dispersão. As análises das correlações de elementos maiores nos diagramas binários tipo
Harker, separam muito bem as duas séries calcioalcalinas Os diagramas de normalização de ETR por condritos, indicam que a suíte calcioalcalina de Alto
K é mais enriquecida em ETRL e possui maior fracionamento se comparado à suíte calcioalcalinas de médio K.
A suíte calcioalcalina-cálcica, de Alto K, compreende quartzo-dioritos, quartzo monzodioritos, quartzo-monzonito e quartzo-sienitos enquanto que a suíte
calcioalcalina de médio K, inclui tonalitos, granodioritos e granitos. Ambas possuem assinaturas claras para ambientes de arcos magmáticos.
Já as duas rochas da série toleítica incluem um tonalito e um quartzo diorito, com algum enriquecimento em ETRL, sugerindo padrões compatíveis com
basaltos de arcos magmáticos (IAT).

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

FAIXA RIBEIRA CENTRAL E SUAS CONEXÕES COM AS FAIXAS ARAÇUAÍ E RIBEIRA SUL

Monica Heilbron1,2, Miguel Tupinambá1, Beatriz Pachoal Duarte1,2, José Renato Nogueira1, Claudia Valladares1 Júlio Cesar H.de Almeida1,2,
Luiz Guilherme do Eirado Silva1, Célia Diana Ragatky1, Cláudio de Morrison Valeriano1,2., Mauro Geraldes1,2, Renata Schmitt1
1
TEKTOS/Grupo de Pesquisa em Geotectônica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2 Bolsista de produtividade em Pesquisa CNPq

A compartimentação tectônica da Faixa Ribeira estabelecida no seu setor central compreende quatro terrenos tectono-estrtatigráficos: Ocidental, Oriental,
Paraíba do Sul/Embú e Cabo Frio. Neste setor os dois primeiros terrenos são separados por uma zona de cisalhamento complexamente redobrada (Limite
Tectônico Central- LTC) com mergulhos subverticais a moderados para para NW na porção centro-sul do estado, e mergulhos para SE nas porções noroeste
e extremo sul do estado. O limite basal do terreno Paraíba do sul/Embú está redobrado, com atitudes subverticais no contato frontal na divisa entre os
Estados de Minas gerais e Rio de Janeiro, e com mergulhos moderados para NW na região da Serra do Mar. Próximo a Bacia de Resende estes contatos
são truncados com zonas de cisalhamento mais tardias. Já o limite basal do Terreno Cabo Frio é representado por uma zona de cisalhamento de baixo
ângulo, com mergulho para SE. Os três primeiros terrenos foram amalgamados entre ca. 600 e 570 Ma, enquanto que Terreno Cabo Frio foi acrescionado
ao final da colagem orogênica, em ca. 530-510 Ma. No modelo geotectônico visualizado, estes terrenos representariam paleoplacas convergentes durante
a formação do supercontinente Gondwana na transição Neoproterozóico/Cambriano. O Terreno Ocidental corresponderia à paleoplaca inferior (margem
passiva retrabalhada da Placa Sanfranciscana), e o Terreno Oriental a placa superior, na qual se instalou o arco magmático responsável pela colisão Arco/
Continente. Para leste, por trás do Terreno Oriental, o fechamento do espaço back-arc resultou na colisão com a paleoplaca do Terreno Cabo Frio.
A comparação entre segmento da Faixa Ribeira e o segmento meridional da Faixa Araçuaí, ainda em andamento, sugere a continuidade lateral do Domínio
Juiz de Fora para o denominado Domínio Externo e o prolongamento dos Domínios Cambuci e Costeiro do Terreno Oriental para o Domínio Interno da
Faixa Araçuaí. Neste sentido, os metassedimentos do Grupo Rio doce e os ortognaisses equivalentes ao Tonalito Galiléia poderiam ser correlacionados às
unidades litoestratigráficas do Domínio Cambuci, e enquanto que os metassedimentos de alto grau atribuídos ao Complexo Paraíba do Sul e ortognaisses da
porção leste do estado do espírito santo poderiam ser correlatos às unidades do Domínio Costeiro, incluindo o arco Rio Negro. Restam ainda dois domínios
com aloctonia completa, ou seja, com uma superfície de descolamento em sua base e sem ligação com sua raiz, que seriam representadas pelas klippes
Paraíba do Sul e Italva, que possuem posicionamento paleogeográfico ainda incerto.
Já a comparação entre as porções central e meridional da Faixa, sugere que os Domínios Curitiba e Embu poderiam estar relacionados ao Terreno Paraíba
do Sul/Embu do segmento central, enquanto que o Terreno Paranaguá poderia ser correlacionado do Terreno oriental,já que ambos encerram granitóides
relacionados a evolução de arcos magmáticos.

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ESTRUTURA GEOLÓGICA DA FOLHA BAÍA DE GUANABARA, ESCALA 1:100.000

Larissa Neves Lago1, Claudio de Morisson Valeriano2, 3


1- CNPQ –PIBIC-UERJ, larissalago03@gmail.com; 2-TEKTOS – Grupo de Pesquisas em Geotectônica, DGRG-FGEL-UERJ; 3- CNPq, Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

O trabalho faz parte do projeto “Geologia e recursos minerais da folha Baía de Guanabara escala 1:100.000” que visa a disponibilização da geologia da
cidade do Rio de Janeiro e sua região metropolitana, a partir de compilação dos dados anteriores, de trabalhos de campo, e de estudos laboratoriais adicionais.
Objetiva-se apresentar 4 seções geológico-estruturais paralelas, de direção NW-SE cortando toda a folha Baía de Guanabara, a fim de obter uma visualização
tridimensional da estrutura geológica da área.
A elaboração das 4 seções foi feita inicialmente a partir de mapas topográficos de escala 1:50.000, para confeccionar os perfis de relevo topográfico das
seções. Os perfis topográficos foram reduzidos para a escala 1:100.000, para inserção das informações litológicas e estruturais, e posterior digitalização.
Quanto à deformação dúctil, relacionada à evolução tardia da Faixa Ribeira no Neoproterozóico ao Ordoviciano, observam-se nos perfis megadobras abertas.
Estas dobras apresentam superfície axial subvertical de direção NW-SE, relacionadas à fase de deformação regional D3 como, com destaque para a grande
estrutura antiformal no centro da área, que deforma dobras pré-existentes (D2) fechadas a isoclinais com a foliação principal da área e contatos litológicos
paralelos ao plano axial.
Quanto à deformação rúptil, relacionada à evolução do Grabén da Guanabara no Paleógeno, com possíveis heranças do Cretáceo Superior, observa-se
um arranjo de falhas de direção NE-SW, associadas a outras N-S, de transferência. As falhas NE-SW têm componente vertical normal, com sucessivas
reativações transcorrentes. Estas falhas delimitam e compartimentam áreas de alto relevo como a Serra do Mar, ao norte, e as serras da Carioca, Tijuca e
Pedra Branca, ao sul, além de áreas deprimidas representadas pela Baixada Fluminense e pelo fundo da Baía de Guanabara.
Observa-se também uma relação espacial entre as falhas normais e de transferência (NW-SSE) associadas, e a intrusão de corpos ígneos alcalinos (Mendanha,
Tinguá e Itaúna).
Agradecimentos: à CPRM-Serviço Geológico do Brasil, pela viabilização dos trabalhos de campo relacionados à execução da Folha Baía de Guanabara, Programa
Levantamentos Geológicos Básicos.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

o complexo juiz de fora na região de trÊs rios (rj): litogeoquímica, geocronologia u-pb (LA-icpms) e
geoquímica isotópica de nd e sr

Jefferson Lima Fernandes Andre1; Claudia Sayão Valladares2; Beatriz Paschoal Duarte2.
1
Pós-graduação em Análise de Bacias e Faixas Móveis – FGEL/UERJ - Rio de Janeiro (jeffersonlfandre@hotmail.com);
2
Faculdade de Geologia/UERJ - Rio de Janeiro

Os ortogranulitos/ortognaisses que afloram na região de Três Rios (RJ) são, segundo Heilbron et al. (2004), parte do embasamento do Terreno Ocidental do
Órogeno Ribeira, conhecida como Complexo Juiz de Fora (CJF).
O presente trabalho vem apresentar os resultados de estudos litogeoquímicos, geocronológicos em zircão e de geoquímica isotópica de Nd e Sr do CJF na
região de Três Rios (RJ), visando contribuir com o conhecimento da história geológica desses ortogranulitos/ortognaisses.
Na região de Três Rios, esses litotipos estão aflorando em uma zona de cisalhamento, conhecida como Zona de Cisalhamento do Rio Paraíba do Sul (Dayan
& Keller, 1989) ou Lineamento de Além Paraíba (Almeida et al., 1975). Nesta zona de cisalhamento, afloram ortogranulitos/ortognaisses de composição
básica, intermediária e félsica, além de um granada-biotita gnaisse, relacionado à Megassequência Andrelândia, e um granito pós-tectônico. A intensa
deformação, às quais essas rochas foram submetidas, gerou foliações miloníticas com mergulho subvertical e tornou seus contatos paralelos (Almeida,
2000), formando claro bandamento tectônico. Porém, apesar da deformação ter obliterado as mais evidentes relações de contato, ainda assim são encontradas
relações que apontam para a intrusão do litotipo félsico no básico.
A análise modal revelou que a unidade estudada é constituída por uma ampla variedade composicional, tendo desde granitos, tonalitos a rochas de composição
gabróica. Por meio da litogeoquímica pode-se subdividir essa unidade em 4 conjuntos: (i) cálcioalcalino de alto-K; (ii) cálcioalcalino de médio-K; (iii)
toleítico; e (iv) alcalino. Pela análise geocronológica (LA-ICPMS, U-Pb), foi obtida a idade de 2,1Ga para a cristalização do conjunto cálcioalcalino de
médio-K, e duas idades neoproterozóicas (615.9 ± 6.4 Ma e 589.1 ± 5 Ma), obtidas em um ortogranulito do conjunto toleítico, que foram interpretadas
como sendo idades de metamorfismo. A idade modelo de Nd obtida (≈ 2,37 Ga), juntamente com os dados de U-Pb e litogeoquímicos, baliza a hipótese do
conjunto cálcioalcalino de médio-K representar rochas de um arco magmático juvenil. A análise isotópica de Nd e Sr, em conjunto com a litogeoquímica,
sugerem que a série toleítica do CJF da região estudada foi gerada em ambiente de fundo oceânico, sendo diferenciada a partir de uma fonte depletada, com
alguma contribuição de uma fonte enriquecida.
Agradecimentos: FAPERJ e CPRM

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GEOLOGIA DA SERRA DO PALMITAL (SAQUAREMA, RJ) E A RELAÇÃO ESTRUTURAL EMBASAMENTO E


SUPRACRUSTAIS NO TERRENO CABO FRIO

Hugo Raphael Gomes Silva1; Renata da Silva Schmitt1; Leonardo Góis da Fonseca1, Anderson Costa dos Santos1; Diana Rodrigues1; Felipe Corrales
Pereira2; Guilherme Veloso Ramos1; Patricia d’Almeida de Toledo Piza1; Rafaela Costa1; Rosangela de Souza e Silva1; Flavio Monteiro1
1
Faculdade de Geologia, UERJ – Rio de Janeiro (h_raphael9@yahoo.com.br, renatagondwana@uol.com.br)

A Serra do Palmital está situada na porção oeste do Terreno Cabo Frio, um domínio tectônico justaposto à Faixa Ribeira no Cambriano. Este trabalho
apresenta os resultados de um mapeamento geológico na escala 1:25.000. A área é constituída por biotita-ortognaisses e ortoanfibolitos intercalados;
(granada) sillimanita-biotita paragnaisses e granada-biotita gnaisses. Estas três unidades são correlacionáveis ao Complexo Região dos Lagos (embasamento
paleoproterozóico), Grupo Búzios-Palmital (supracrustais do Neoproterozóico) e Unidade Tinguí (gnaisses migmatíticos não datados), respectivamente, e
foram deformadas e metamorfisadas no evento termo-tectônico referido como Orogenia Búzios. Todos os litotipos são cortados por diques de diabásio com
orientação NE-SW, espessuras métricas a decamétricas, correlacionáveis aos diques meso-cenozóicos do sudeste do Brasil.
O embasamento é a unidade predominante nas áreas baixas a leste, constituído por ortognaisses graníticos com textura estromática localizada. Nos domínios
estruturais de baixo strain preserva feições ígneas. Os paragnaisses do Palmital foram definidos originalmente nesta área e sustentam a topografia da serra
homônima. Constituem biotita gnaisses e (granada) sillimanita-biotita gnaisses com feições de fusão parcial. Apresentam um contato dobrado com os
ortognaisses do embasamento a leste e a oeste estão por baixo da unidade Tinguí. Os granada-biotita gnaisses (Tinguí) apresentam bandamento restrito às
zonas de maior strain, marcado pela variação no conteúdo de granada e biotita e pela disposição de veios leucossomáticos (em torno de 40%). Geralmente
a Unidade Tinguí apresenta-se como gnaisses homogêneos porfiroblásticos (plagioclásio e granada).
A foliação metamórfica principal (S1) das três unidades gnáissicas é paralela à variação composicional (S0), sendo marcada pelas biotitas e agregados
quartzo-feldspáticos, além da intercalação de veios leucossomáticos. Apresenta uma distribuição heterogênea com a maior população de direção principal
N20E-S20W e alto a médio mergulho para os quadrantes SE e NW. Outra população menor tem direção NW-SE com mergulho médio para sudoeste. Este
padrão é explicado pelas dobras fechadas a isoclinais, do tipo reclinadas com eixo de caimento baixo a médio para sudoeste. O plano axial tem mergulho
médio a alto para SE e NW, sendo marcado por uma foliação espaçada com crenulação nos níveis mais ricos em biotita. Zonas de cisalhamento NE-SW
dúcteis cortam as demais estruturas, exibindo indicadores cinemáticos sinistrais. O contato entre o embasamento e as rochas supracrustais Palmital está
dobrado, estando por vezes invertido. O contato entre a unidade Tinguí a oeste e os paragnaisses Palmital é interpretado como o limite entre o Terreno
Cabo Frio (TCF) e o Terreno Oriental (TO) (Faixa Ribeira). Este contato NE-SW tem alto ângulo de mergulho para NW e está dobrado, diferentemente da
região de Macaé onde uma tectônica de baixo ângulo coloca o TCF sobre o TO. Esta fase tardia de dobramento é marcada por estruturas dúcteis-rúpteis
transpressionais, possivelmente relacionadas a um ajuste oblíquo da colisão do Terreno Cabo Frio.
Agradecimentos: Dedicamos este trabalho ao Mineiro e ao Mauro Fontes, pelo apoio na Mata Atlântica, a Dona Dalva, pelos quitutes, ao Walter Gay, pelo transporte. Campo
financiado pelo PRONAGEO (CPRM-UERJ 2008-2009)(Folha Cabo Frio 1:100.000) e projeto APQ-1 FAPERJ(E-26/110.156/2009).

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IMPLICAÇÃO DO EMPURRÃO TARDIO DA FORMAÇÃO SERRA DA LAPA NA MINERALIZAÇÃO DA MINA DE


VAZANTE (VAZANTE-MG)

Fernanda Cecília Dias Barros1; Luiz S. Amarante Simões2; Gustavo Diniz Oliveira1
1
Votorantim Metais Zinco; 2 Depto. de Petrologia e Metalogenia, IGCE/UNESP – Rio Claro.

A região de Vazante, principal distrito zincífero do Brasil, está inserida no contexto geológico do Grupo Vazante. A Falha de Vazante, estrutura de maior
importância econômica da área de estudo, atua no controle do minério de zinco willemítico da Mina de Vazante, sua direção varia de 40º-50º NE, com
mergulhos da ordem de 50º a 70º para NW.
Nas adjacências da Mina de Vazante foram definidos dois compartimentos tectônicos com evolução geológico-estrutural distintas, que representam escamas
de empurrão associadas à tectônica convergente da Faixa de Dobramentos Brasília. O critério utilizado na distinção destes compartimentos foi o padrão
estrutural observado para as rochas das diferentes unidades geológicas, desta forma o comportamento da foliação principal, acamamento sedimentar, dobras
e outras estruturas de natureza mais persistentes, serviram como parâmetro para esta diferenciação.
O compartimento tectônico inferior é definido pelos filitos carbonosos e ardósias da Formação Serra do Garrote e os metadolomitos da Formação Serra do
Poço Verde, ambos deformados pela Falha de Vazante. Enquanto que o compartimento tectônico superior é constituído pelos metapelitos e metamargas da
Formação Serra da Lapa.
As rochas do compartimento tectônico inferior exibem diferenças reológicas entre si, mas de um modo geral, são caracterizadas pelo mesmo padrão
estrutural, o que sugere que estiveram envolvidas nos mesmos eventos tectônicos. As rochas do compartimento tectônico superior, embora exibam um
padrão estrutural semelhante, fazem contato tectônico com as unidades inferiores, exibindo truncamento de contatos e de dobras das unidades subjacentes.
Os dados estruturais levantados, aliados ao mapa geológico detalhado, indicam que o contato da base da Formação Serra da Lapa é um empurrão que
sobrepôs esta unidade às rochas das formações Serra do Garrote e Serra do Poço Verde. O evento tectônico que causou o empurrão é tardio, ocorrendo após
a formação da Falha de Vazante, tendo gerado também uma clivagem espaçada e zonas de cisalhamento de baixo ângulo que promovem o deslocamento dos
corpos de minério e do plano da Falha de Vazante, sendo portanto, posterior à mineralização de zinco willemítico.
Agradecimentos: Votorantim Metais Zinco LTDA.

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PETROGRAFIA DOS ORTOGNAISSES DO COMPLEXO RIO NEGRO NA REGIÃO SERRANA FLUMINENSE, SETOR CENTRAL DA
FAIXA RIBEIRA

Hugo Mathias Obermüller Carvalho da Silva(1) & Miguel Tupinambá (2)


Bolsista PIBIC-UERJ – hugofgel@hotmail.com; (2) TEKTOS – FGEL/ UERJ
(1)

Os ortognaisses do Complexo Rio Negro (CRN) são produtos do metamorfismo sin-colisional de rochas plutônicas de arco magmático e foram gerados
durante o processo de aglutinação do supercontinente Gondwana ao final do Neoproterozóico. Suas características macroscópicas sugerem que as rochas
deste complexo representam a seção infracrustal de um arco magmático: os gnaisses apresentam estrutura homogênea, na qual a foliação gnáissica é dada
pelo alinhamento de agregados de minerais máficos; gnaisses bandados ou laminados ocorrem localmente.
Na busca por evidências de associações minerais e texturas ígneas reliquiares e texturas metamórficas e deformacionais, foram realizadas 30 análises
petrográficas em amostras do Complexo Rio Negro. As amostras foram coletadas durante os trabalhos de mapeamento da Folha Nova Friburgo 1:100.000,
convênio PRONAGEO/CPRM/UERJ.
A distribuição das amostras reflete o caráter precoce do magmatismo (pré-colisional) do CRN em relação aos demais ortognaisses e granitos. Faixas de
ortognaisses do CRN e de gnaisses leucograníticos sin-colisionais encaixam, a sudeste e nordeste, gnaisses granodioríticos e graníticos da Suíte Serra dos
Órgãos, e também são encontrados como megainclusões nesta mesma unidade. A faixa com maior proveniência de amostras encontra-se imediatamente a
sul do Limite Tectônico Central, importante sutura entre terrenos no setor central da Faixa Ribeira.
Os gnaisses do CRN são equigranulares, com rara ocorrência de porfiroblastos de felsdpatos ou megacristais ígneos preservados. A granulação é grossa para
os termos félsicos e máficos e fina para os termos intermedíários. O índice de côr nos termos félsicos raramente ultrapassa os 10%. Os minerais máficos são
a hornblenda (predominante) e biotita, que ocorrem em frequente associação. O quartzo fica entre 20 e 30%, raramente atingindo concentrações maiores. O
plagioclásio (Na36-48, andesina) predomina absolutamente entre os feldspatos. Microclina e ortoclásio pertítico em igual proporção perfazem o restante das
amostras. Titanita é o principal mineral acessório, chegando a atingir concentrações de até 3% em algumas amostras. Zircão é o outro mineral acessório,
predominando sobre apatita e apenas uma amostra apresentou allanita.
Clinopiroxênio (augita ou diopsídio) é o mineral reliquiar encontrado apenas em poucas amostras, em pseudomorfos instáveis rodeados de cristais de
hornblenda e biotita. Plagioclásio zonado e antipertítico é outro mineral possivelmente gerado ainda no estágio magmático. Zircão, apatita e minerais opacos
não estão associados a nenhuma paragênese metamórfica.
As texturas predominante nos gnaisses estão relacionadas a metamorfismo dinâmico. Hornblenda, biotita e titanita são, pelo menos em parte, metamórficas
e ocorrem em clara associação ao longo dos planos de foliação gnáissica. Os contatos de cristais maiores e menores de feldspato são frequentemente
irregulares, formando associações granoblásticas mais ou menos deformadas. O quartzo é sempre anedral e, muitas vezes, lenticular.
Texturas retrometamórficas em fácies xisto verde são encontradas na forma de sericitização de feldspatos, além de cloritização de biotita e hornblenda. Em
poucas amostras processos hidrotermais geraram carbonato e epidoto.
A série petrográfica das amostras analisadas pode ser definida como uma série à hornblenda-biotita-titanita, de composição predominantemente tonalítica,
com poucos termos graníticos. O metamorfismo principal atingiu a fácies anfibolito, com formação de hornblenda e equilibrando o plagioclásio com
andesina, sucedido por fraco processo retrometamórfico ou hidrotermal na fácies xisto verde baixa.
Agradecimentos: Convênio PRONAGEO/CPRM/UERJ; Programa de bolsas PIBIC/UERJ.

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geologia estrutural e petrologia da suíte granítica g1 entre governador valadares e


ipanema, orógeno araçuaí, mg.

Leonardo E. da S. Gonçalves1; Fernando F. de Alkmim1; Antonio Carlos Pedrosa-Soares2


1
Departamento de Geologia, Degeo/UFOP – Ouro Preto (leonardo@degeo.ufop.br)
2
CPMTC-IGC-UFMG – Belo Horizonte

O Orógeno Araçuaí, situado entre a margem continental leste brasileira e o Cráton do São Francisco, é um dos vários orógenos brasiliano-panafricanos
gerados durante a aglutinação do Gondwana Ocidental. Possui um núcleo constituído por rochas de alto grau e um grande volume de rochas graníticas, as
quais registram os seus estágios evolutivos pré, sin, tardi e pós-colisionais. Na região de Governador Valadares, está exposta uma série de corpos plutônicos
que, potencialmente, deve constituir o registro local da Suíte G1 relacionada ao estágio pré-colisional do Orógeno Araçuaí. Estes corpos são conhecidos
na literatura como Derribadinha, São Vítor, Galiléia, Cuieté Velho e Alto Capim. Visando à caracterização destes corpos e em última instância, investigar
a natureza e paleogeografia do arco magmático antecessor do orógeno em questão, procedeu-se ao estudo microestrutural, petrológico e geoquímico dos
corpos graníticos localizados entre Governador Valadares e Ipanema (MG). Em conjunto, os plútons dessa região formam um batólito alongado na direção
N-S, com aproximadamente 58 km de extensão e 28 km de largura, o qual intrude rochas gnáissicas do Complexo Pocrane e seqüências metavulcano-
sedimentares do Grupo Rio Doce. É constituído principalmente por tonalitos e granodioritos, e, subordinadamente, por dioritos e granitos, comumente com
enclaves intermediários a máficos. Possui uma foliação regionalmente penetrativa, cuja orientação preferencial é 099/46, e uma lineação de estiramento
mineral com caimento predominantemente para leste. Tais estruturas foram desenvolvidas no estado sólido e são marcadas, principalmente, por cristais de
biotita, que evidenciam transporte tectônico dirigido para oeste. Feições microestruturais como mirmequitas, pertitas e anti-pertitas, maclas mecânicas e
grãos recristalizados de feldspato, bem como extinção ondulante, subgrãos e formação de novos grãos em quartzo são normalmente observadas. O conjunto
das microestruturas, associada à mineralogia observada nos granitóides sugere condições de deformação e metamórficas de médio a alto grau. Do ponto
de vista geoquímico, os componentes do batólito possuem características químicas de uma série cálcio-alcalina expandida, metaluminosa a levemente
peraluminosa, do tipo I, com índice de saturação em alumina entre 0,50 e 1,11. Os teores de SiO2 variam entre 56,03 e 75,75%, com valores de K2O entre 0,85
e 6,22%. Nos diagramas do tipo Harker, óxidos versus SiO2, é observada uma correlação positiva, com dispersão, para K2O, uma correlação negativa para
TiO2, Al2O3, MgO, CaO, FeOtotal e MnO e grande dispersão para Na2O. Tais tendências são compatíveis com a cristalização de minerais ferromagnesianos
(biotita ± anfibólio ± piroxênio), feldspatos (plagioclásio ± microclina ± ortoclásio) e quartzo como minerais essenciais, além de zircão, granada, titanita,
apatita, rutilo e opacos, como acessórios, todos presentes nas rochas estudadas. Os diagramas geoquímicos discriminantes de ambiente tectônico mostram
que os litotipos em questão se enquadram no campo de granitos de arco vulcânico. Diante disso, conclui-se que os tonalitos, granodioritos e granitos
componentes do batólito, em conjunto com dacitos e riolitos presentes no Grupo Rio Doce devem corresponder aos representantes plutônicos e vulcânicos
do arco magmático desenvolvido entre 630-585 Ma, quando do fechamento da bacia Macaúbas, precursora do Orógeno Araçuaí.

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Análise das estruturas rúpteis DA FOLHA Macaé 1:100.000


E A SUA expressão NOS LINEAMENTOS De relevo

Rúbia Azevedo1; Julio Cesar M.de Almeida2


1
Graduação FGEL/UERJ (rubiazevedo2000@yahoo.com..br); 2 DGRG/FGEL/UERJ;

Este trabalho aborda o estudo integrado de análise de lineamentos de relevo, da rede de drenagem e das estruturas rúpteis e dúcteis obtidas em campo. A
área de trabalho abrange a totalidade da Folha de Macaé, escala 1:100.000, cartografada pela UERJ para o Programa de Geologia Básica – PRONAGEO do
Ministério de Minas e Energia e coordenado pelo Serviço Geológico do Brasil – CPRM.
A Folha de Macaé compreende os terrenos Oriental (TOR), de idade neoproterozóica e Cabo Frio (TCF), de idade paleoproterozóica da Faixa Ribeira
Central. O TOR é constituído pela Unidade São Fidélis, representada por paragnaisses kinzigíticos (SFk) e por paragnaisses estratificados Unidade São
Fidélis (SFp) e por granitóides anatéticos, denominados Suíte Imbé. No extremo NW da folha aflora pequena parte do Complexo Trajano de Morais. A
análise estrutural do TOR foi realizada em dois domínios, um englobando o SFk, a Suíte Imbé e o Complexo Trajano de Morais e outro englobando o SFp.
O TCF é constituído pelo Complexo Região dos Lagos, a Suíte Araruama e rochas metabásicas, que foram analisadas em conjunto.
Os resultados obtidos a partir das análises das estruturas dúcteis mostram que as unidades do TOR apresentam uma foliação principal com mergulhos
de baixo a médio ângulo para SE. O SFk tem padrão de guirlanda com o máximo em torno de 112/33 e um outro “cluster” em 125/35 e lineações bem
distribuídas, porém com predomínio para E-SE, enquanto que o SFp tem máximo em 120/29 e lineações de alto ângulo para SE. A suíte Imbé tem máximo
em 109/46 com lineações dispersas para NE e SW.
As unidades do TCF apresentam uma estruturação interna com contatos e foliações sub-horizontais com mergulhos suaves para W. A suíte Araruama
apresenta foliação principal com mergulhos de baixo ângulo para NE num padrão de guirlanda com um máximo em 072/02 e um segundo “cluster” em
205/19 e lineações concentradas para SE em baixo ângulo em 128/11.
As estruturas rúpteis observadas são falhas, diques e fraturas (juntas). As falhas podem estar associadas a brechas tectônicas, no TOR apresentam estrias
com alta obliqüidade e ressaltos que indicam componente de mergulho normal podendo ser preenchidas ou não. No TCF apresentam falhas direcionais ou
mesmo interpretadas como falhas normais oblíquas que restringe a ocorrência do TCF na porção SW da folha, com direção preferencial E-W e NW-SE
(Falha de Macaé).
Os diques observados no TOR são de composição granítica e podem estar sendo cortados por veios ou paralelos à foliação, os de basalto e diabásio
apresentam direção WNW e intenso fraturamento interno. No TCF são mais comuns metabasitos de anfibolitos com direção S-W e granitos que podem ser
cortados por veios de pegmatito de direção NE-SW.
Já as fraturas no TOR ocorrem com superfície rugosa com ressaltos, ou lisa em planos polidos, podendo estar preenchidas por óxido de manganês, apresentam
direção preferencial para E-W, NE-SW no TOR e N-S, NW-SE no TCF.
Tanto as falhas como as fraturas são correlacionadas aos lineamentos que controlam os principais canais de drenagem da região, como é o caso do Rio
Macaé que no seu alto curso é controlado por lineamentos com direções NE-SW em N023E e no baixo curso em torno de N058W, este último confirmado
pela Falha de Macaé que desloca o TOR.

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EVOLUÇÃO DA GRANITOGÊNESE NEOPROTEROZÓICA NO SUDESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO

Antonio Misson Godoy1, Peter Cristian Hackspacher1, Marcos Aurélio Farias de Oliveira1, Larissa Marques Barbosa de Araújo2
1
Depto de Petrologia e Metalogenia-IGCE/UNESP - mgodoy@rc.unesp.br, 2ICADS-Universidade Federal da Bahia, Rua Prof. José Seabra, s/n, Barreiras-
Bahia

A granitogênese Neoproterozóica da Província Mantiqueira Central é constituída pelos principais batólitos granitóides Sorocaba, São Francisco, São Roque,
Ibiúna e Piedade que encontram-se associados à uma tectônica rúptil sin a tardi (Sn+3) com emplacement das faciologias em estruturas transtrativas do tipo
pull-apart, caracterizadas na região pelas principais zonas de cisalhamento transcorrentes Taxaquara-Pirapora, Itu-Jundiuvira, Moreiras, Cangüera e Caucáia
de direção geral ENE-WSW e demais conjugadas Mairinque e Araçariguama de direção geral NNE-SSW. Estas zonas constituem sistemas antigos que
facilitaram a ascensão, posicionamento e a geometria final dos complexos granitóides e que são rejuvenescidas no final do Neoproterozóico, definindo a atual
compartimentação da área em três grandes Blocos Geotectônicos, respectivamente de norte para sul (Itapira, São Roque e Embu). Estes blocos são totalmente
distintos nas características geológicas e gerados a partir das movimentações relativas horizontais e verticais ao longo das principais zonas de cisalhamento
regionais de direção NE-SW. Tardiamente a área é afetada por uma importante tectônica tardia rúptil de direção NW-SE que intercepta os maciços e
dispõe lateralmente no batólito fácies de profundidades diferentes, e, portanto gera um forte controle na distribuição geográfica das fácies. Os complexos
granitóides são do tipo I (sin a tardi colisionais) a tipo A (tardi a anarogênicos), respectivamente, de natureza cálcio-alcalina a alcalina e apresentam uma
arquitetura interna complexa, constituídos por inúmeras intrusões faciológicas de características distintas e que permitem agrupada-las em quatro grandes
fases magmáticas, semelhantes, sincrônicas e repetitivas nos corpos magmáticos. A fase inicial é restrita e identificada por mega enclaves, apresentando
composição intermediária com feições equigranulares a porfiríticas. A fase principal com maior distribuição e dominante é caracterizada principalmente por
monzo e sienogranitos porfiríticos, com feições rapakivíticas ou não distintas em cada batólito, que fragmentam e incorporam parcialmente a fase anterior,
além de alguns casos ocorrerem assimilações de materiais crustais, gerando localmente granitóides do tipo S. A fase de acresção dos batólitos é marcada por
um magmatismo com maior enriquecimento em feldspatos alcalinos constituído principalmente por intrusões laterais ao conjunto principal, principalmente
de material equi a inequigranular, e em alguns casos pela acresção de corpos circulares dominantemente de rochas porfiríticas rapakivis. A fase final
tardia apresenta feições aplítica e/ou pegmatóide. Estes magmatismos se desenvolveram por intrusões de sucessivos impulsos magmáticos, parcialmente
controlados pelas inúmeras reativações das zonas de cisalhamento e em alguns batólitos evidenciam uma zonação na acresção, da parte central para as
bordas dos complexos evidenciadas pelas variações das idades TDM, geoquímicas e por feições geológicas características das fases magmáticas. Quanto aos
padrões de elementos de terras raras, visualiza-se um padrão de correlação e distribuição comparativa dos elementos nos cinco complexos, cujos resultados,
também sugerem que as fases magmáticas são semelhantes e sincrônicas para os complexos. Portanto, as variações composicionais e temporais (TDM) nestes
granitóides podem refletir tanto a derivação magmática por fontes distintas, tanto a mesma fonte evoluída sob distintas condições magmáticas. Associadas
ao emplacement dos corpos magmáticos ocorrem processos frequentes e localizados de contaminação e assimilação crustal.
Agradecimentos: A FAPESP (proc. no: 98/09869-8)

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GEOLOGIA (ESCALA 1:25.000), ESTRUTURAs E PetrografiA DA REGIÃO A OESTE DE CONCEIÇÃO DO


FORMOSO, SUL DE MINAS GERAIS

Rodrigo Ferreira França1; Tatiane Moura do Nascimento2; Joana de Oliveira Ramalho3; José Renato Nogueira4
1
Departamento de Geologia Regional, DGRG/UERJ (franca.rodrigof@gmail.com); 2 Departamento de Geologia Regional, DGRG/UERJ; 3 Departamento
de Geologia Regional, DGRG/UERJ; 4 Departamento de Geologia Regional, DGRG/UERJ.

A área de estudo localiza-se na porção central da Faixa Móvel Ribeira, em região limítrofe ao sul do Cráton de São Francisco, estando situada à nordeste da
cidade de Santos Dumont (MG), na região ao norte da localidade de Conceição de Formoso.
Em termos de compartimentação tectônica, esta área se encontra no limite desta faixa móvel com seu domínio tectônico mais externo (Domínio Tectônico
Autóctone - DTA), sendo caracterizada por escamas de empurrão de baixo ângulo para SE, mostrando vergência para NW. Nestas zonas de cisalhamento,
um metamorfismo brasiliano de facies anfibolito superior prograda paragêneses de facies anfibolito inferior mais antigas de possível idade transamazônica.
Baseado no mapeamento geológico realizado, as litologias presentes puderam ser subdivididas em 4 unidades litológicas pertencentes ao DTA: Unidade
Biotita Leucognaisse; Hornblenda-Titanita-Biotita Gnaisse Mesocrático; Sillimanita-Granada-Muscovita-Biotita Gnaisse; e Unidade de Rochas
Metabásicas. Dentre estas, há o predomínio da Unidade biotita Leucognaisse, que é interpretada como de origem vulcânica ácida e ocorre intercalada a
rochas de origem sedimentar. A Unidade de Rochas Metabásicas ocorre como camadas em diversas escalas de observação, geralmente concordantes à
foliação principal.
O estudo estrutural destas porções menos afetadas pelo brasiliano evidencia a presença de dobramentos abertos com flancos mergulhando em baixo
ângulo, ora para NE e ora para SW.
A utilização do pacote de softwares ArcGIS 9.2, juntamente com a geração de um banco de dados, propiciou a elaboração de diversos mapas temáticos,
assim como auxiliou na definição de contatos litológicos, correlacionados com mapas de contorno estrutural e topográficos das Folhas Paiva e Juiz de Fora
(IBGE; 1:50.000).
Para melhor compreensão da região estudada, é de grande importância a continuidade do mapeamento em detalhe, assim como uma correlação, em âmbito
regional, com os mapas existentes na literatura a serem gerados no pacote ArcGIS 9.2.
Agradecimentos: FAPERJ – Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Geologia (ESCALA 1:50.000), Petrografia e ANÁLISE ESTRUTURAL/ METAMÓRFICA DA REGIÃO A NORTE


DE CONCEIÇÃO DO FORMOSO (MG)

Tatiane Moura do Nascimento1; Rodrigo Ferreira França2; Joana de Oliveira Ramalho3 José Renato Nogueira4
1
Departamento de Geologia Regional, DGRG/UERJ (tatymoura@yahoo.com.br); 2 Departamento de Geologia Regional, DGRG/UERJ; 3 Departamento
de Geologia Regional, DGRG/UERJ; 4 Departamento de Geologia Regional, DGRG/UERJ.

A porção central da Faixa Móvel Ribeira, em região limítrofe ao sul do Cráton de São Francisco, estando situada à nordeste da cidade de Santos Dumont
(MG), na região ao norte da localidade de Conceição de Formoso se encontra no Domínio Tectônico Autóctone (DTA), em contato com o Domínio Tectônico
Andrelândia (DTAND). O DTA é formado por rochas que não sofreram transporte durante a orogênese brasiliana (900-500 Ma), evento este que gerou a
Faixa Ribeira.
Devido à complexidade geológica apresentada pelos terrenos gnáissicos de alto grau em relação a sua história evolutiva e conseqüentes eventos metamórficos
e deformacionais, faz-se necessário um estudo em escala detalhada de mapeamento para uma melhor análise da área. Juntamente com o mapeamento
geológico (esc. 1:50.000), a análise metamórfica e estrutural das seqüências encontradas fornece dados para uma maior compreensão da sucessão de eventos
ocorridos.
O DTA está posicionado a SE do cráton do São Francisco, sendo interpretado como porção marginal ao cráton, parcialmente retrabalhada na Orogenia
Brasiliana. Seu embasamento é constituído pelos Complexos Mantiqueira e Barbacena, e a cobertura metassedimentar compreende os Grupos São João Del
Rei, Carandaí e Andrelândia
As litologias presentes na área puderam ser divididas em 4 unidades litológicas: Unidade Biotita Leucognaisse; Hornblenda-Titanita-Biotita-Gnaisse
mesocrático, Sillimanita-Granada-Muscovita-Biotita Gnaisse; e Unidade de Rochas Metaásicas. Dentre estas, há o predomínio da Unidade biotita
Leucognaisse, que é interpretada como de origem vulcânica ácida e ocorre intercalada a rochas de origem sedimentar. A Unidade de Rochas Metabásicas
ocorre como camadas em diversas escalas de observação, geralmente concordantes à foliação principal.
Através das paragêneses observadas e dos estágios metamórficos propostos, pode-se concluir que o metamorfismo da área estudada varia de médio a alto
grau. Nas rochas metabásicas, o metamorfismo de alto grau foi constatado através das paragêneses com ortopiroxênio+clinopiroxênio+granada. Nas rochas
metapelíticas, o metamorfismo de alto grau é indicado pela anatexia, com presença de leucossomas milimétricos a decimétricos concordantes e pela ausência
de muscovita primária nas zonas de maior deformação.
Quanto as características estruturais, a área de estudo se caracteriza principalmente por um trend preferencial de direção NE-SW, relacionadas ao evento
Brasiliano. As estruturas encontradas foram predominantemente as planares, como o bandamento composicional e xistosidade, e as estruturas lineares,
como as lineações minerais, estiramento mineral e L-tectonitos. O bandamento composicional e a xistosidade ocorrem principalmente na Unidade Biotita
Leucognaisse e as lineações minerais e de estiramento na Unidade de Rochas básicas.
Os resultados obtidos mostram que zonas de cisalhamento brasilianas de baixo ângulo afetaram rochas da região, que já possuiam uma estruturação prévia,
e, que de forma genérica, pode-se dizer que o metamorfismo da área é de médio a alto grau, atingindo localmente a fácies granulito.
Agradecimentos: FAPERJ – Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro

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GEOLOGIA PRELIMINAR dE VITÓRIA E VILA VELHA (ES)

Paulo de Tarso Ferro de Oliveira Fortes1; Caio Vinícius Gabrig Turbay Rangel1; Marcus Vinícius Turbay Rangel Filho2; Rubem Porto Junior2; Márcio
Martins Pimentel3; Márcia Andreia da Silva Nunes1; Mauro de Castro Lima Filho1
1
Geologia, CCA/UFES – Alegre (pfortes@cca.ufes.br); 2 Geologia, IA/UFRRJ – Rio de Janeiro; 3 – Geologia, IG/UnB; – Brasília.

A região de estudo se situa na Faixa Araçuaí (Província Estrutural Mantiqueira), anteriormente posicionada na Suíte Espírito Santo intrusiva no Complexo
Paraíba do Sul.
O mapeamento geológico das áreas urbanas de Vitória e Vila Velha (ES), em escala de 1:50.000, indica a ocorrência, predominantemente, de granitos em
elevações topográficas isoladas, e, subordinadamente, de ortognaisses em costões rochosos na orla litorânea.
Em campo, os ortognaisses apresentam enclaves gnáissicos mesocráticos que ocorrem de forma isolada ou em zonas agmáticas.
Os granitos foram individualizados em fácies fina, fina-média, média e média-grossa porfirítica. Intrudem os ortognaisses formando zonas de contato com
estruturas agmáticas, zonas de enclaves e feições de assimilação parcial evidenciadas pela presença de schillierens biotíticos e clots máficos derivados do
ortognaisse. Localmente, são também observados enclaves gnáissicos mesocráticos.
As estruturas sigmoidais em enclaves, a foliação verticalizada dos ortognaisses e a orientação dos pórfiros nos granitos, evidenciam zona de transcorrência
predominantemente dextral com direção geral N20W.
A petrografia e a geoquímica de rocha total revelam que as fácies fina e fina-média têm composição granítica, as fácies média e média-grossa porfirítica são
granodioríticas e os ortognaisses e enclaves são tonalíticos.
O conjunto analisado é sub-alcalino com evolução ao longo de tendência calcialcalina metaluminosa, sendo que parte dos tipos graníticos avança para o
campo peraluminoso.
As análises de microssonda eletrônica indicam que o anfibólio de granitos médios e médio-grossos e de ortognaisses tem composição de hornblenda ferro-
tschermakítica e o de enclaves corresponde a ferro-hornblenda. O plagioclásio de ortognaisses e granitos tende a ser mais cálcico (31-41% de anortita) e o
de enclaves mais sódico (27-31% de anortita). A granada de ortognaisses contem, em média, 65% de almandina, 18% de piropo, 11% de espessartita e 4%
de grossularita. A biotita tem razões Fe/Mg superiores a 0,5 e Al/Si maiores que 0,33, indicando não se tratar de flogopita. Foi identificada a presença de
monazita em ortognaisses.
Os isótopos de Sm/Nd indicam idades modelo TDM (Ga) de 1,56 (enclave), 1,54 e 1,41 (ortognaisse), 1,53 (fácies média-grossa porfirítica), 1,44 (fácies
média) 1,42 e 1,43 (fácies fina-média) e 1,38 (fácies fina) e razões 147Sm/144Nd entre 0,08 e 0,10.
Os resultados obtidos até o momento sugerem a seguinte evolução geológica: presença de crosta mais antiga representada por enclaves gnáissicos
mesocráticos; intrusão de magma tonalítico e metamorfismo gerando os ortognaisses; intrusão de magma granítico em crosta ortognáissica tonalítica, com
sua assimilação parcial, concomitante com o cisalhamento regional, provavelmente associado ao Alinhamento de Vitória-Ecoporanga, durante o Ciclo
Brasiliano.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Evolução da rampa lateral de capitólio, limite norte da nappe de passos - MG

Tiago Eloi de Souza Sério dos Santos1; Luiz Sérgio Amarante Simões2
1
Geologia Regional, IGCE/UNESP – Rio Claro (eloi_geo@yahoo.com.br); 2Departamento de Petrologia e Metalogenia, IGCE/UNESP – Rio Claro

Rampas Laterais são estruturas comuns à maioria dos orógenos, visto que são necessárias para acomodação de deslocamentos diferenciais ao longo de planos
de cavalgamentos extensos ou para limitar uma escama de empurrão. Na Faixa Brasília Meridional traços de cavalgamentos arqueados delimitam grandes
nappes formadas no final do Neoproterozóico na orogênese Brasiliana. Um desses cavalgamentos delimita a Nappe de Passos (NP), balizada a norte pela
Rampa Lateral de Capitólio (RLC). Ao longo desse cavalgamento, metassedimentos do Grupo Araxá, Domínio Interno (DI), cavalgam rochas do Grupo
Canastra, além de rochas atribuídas ao embasamento e ao Grupo Bambuí, Domínio Externo (DE).
Baseado na caracterização estrutural dos diferentes domínios da Faixa Brasília Meridional expostos nesse contexto, elaboramos um modelo de
desenvolvimento para a RLC. A descrição de rampas laterais é comum na literatura, mas em geral abordam situações onde predominaram processos rúpteis,
que difere da maioria dos casos do Brasil onde os cinturões orogênicos estão arrasados. O desenvolvimento da RLC pode ser resumido em duas fases
principais, D2 e D3. A fase D2 é marcante no DE, distinguida por uma foliação subvertical (S2) de direção NW-SE, em posição plano axial de dobras abertas
a isoclinais. Indicadores cinemáticos observados mostram sentido de movimento sinistral. No DI as estruturas D3 são predominantes, uma foliação (S3)
com mergulho suave (5-30°) para SW, plano axial de dobras subrecumbentes. Os indicadores cinemáticos observados mostram transporte de topo para ESE.
A observação detalhada das estruturas existentes em ambos os domínios mostra uma interferência entre as fases D2 e D3, vista mais facilmente próxima ao
contato entre o DE e DI, marcado por um plano de baixo ângulo D3. No DI se observam dobras D2 quilométricas desenhadas pelo S0, sem foliação plano
axial desenvolvida, sendo transpostas/ mascaradas pela foliação S3; enquanto no DE, principalmente próximo ao contato com o DI, observamos planos de
cisalhamento D3 plano axial de dobras recumbentes desenhadas pelo S2.
A partir dessas observações propomos um modelo de desenvolvimento para a RLC. Na fase inicial de colocação da NP iniciou-se a formação da RLC.
Nesse contexto desenvolviam-se simultaneamente no DI estruturas com afinidade as fases D2 e D3. Na parte central da nappe formavam-se estruturas
geometricamente semelhantes à fase D3, em posição de patamar; o limite entre o DE e DI seria balizado por uma zona de cisalhamento vertical (rampa
lateral) em que se desenvolviam estruturas análogas à fase D2, nos dois domínios.
Com a continuidade da colocação da NP, a deformação/deslocamento ao longo da RLC foi progressivamente diminuindo até o ponto em que a deformação
começou a ser absorvida por planos de baixo ângulo em toda a nappe. Próximo à rampa lateral as rochas do DI estavam dobradas, e a deformação
era acomodada com maior dificuldade, por essa razão, possivelmente aproveitando um plano pré-existente na parte mais interna da nappe, as rochas se
romperam e cavalgaram as rochas do DE, gerando estruturas que sobrepuseram todas as previamente formadas.
Como os indicadores cinemáticos D3 mostram transporte para ESE, o contato entre o DE e DI deve ter funcionado como uma rampa oblíqua com mergulho
suave para SW, alçando o DI sobre o DE. Provavelmente parte dessa frente de empurrão já foi erodida, expondo hoje rochas que se encontravam na parte
mais interna da nappe em contato com as rochas do DE. Esse fato poderia explicar porque não observarmos os planos S2 bem desenvolvidos no DI.
Agradecimentos: FAPESP (05/58411-0) e IBAMA – Parque Nacional da Serra da Canastra.

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Evolução Estrutural do trend Badejo-Linguado-Pampo, Bacia de Campos (RJ)

Bruno Tambellini Scalvi1; Luiz Sérgio Amarante Simões2; Joel Carneiro de Castro3;
1
Graduação em Geologia, IGCE/UNESP – Rio Claro (btscalvi@gmail.com.br);
2
Departamento de Petrologia e Metalogenia, IGCE/UNESP – Rio Claro;
3
– Departamento de Geologia Aplicada, IGCE/UNESP – Rio Claro.

É conhecida a importância para a indústria petrolífera do aprofundamento do conhecimento geológico de áreas produtoras de hidrocarbonetos. O presente
trabalho se enquadra nesse cenário, visando contribuir para o melhor entendimento do alto estrutural de Badejo, localizado a sudoeste da Bacia de Campos,
através do estudo de 3 poços e de 12 linhas sísmicas 2D, cedidos pelo BDEP (Banco de Dados de Exploração e Produção), da ANP. Para análise das
linhas sísmicas e de poços foram utilizados softwares como Geographix do pacote Landmarks módulos Seis Work 2D e Prizm respectivamente, além do
Surfer 8 e Arcgis 9.2, sendo que tal estrutura foi cedida pelo PRH 05 – ANP através do LISG (Laboratório de Interpretação Sísmica e Geológica) situado
na UNESP – Campus de Rio Claro. O trabalho tem como foco de estudo o trend petrolífero de Badejo-Linguado-Pampo, campos produtores desde o
início das explorações offshore. A Bacia de Campos aparece como a bacia offshore mais produtora do país e o alto estrutural de Badejo é uma estrutura de
reconhecida importância por se apresentar como grande responsável pelo condicionamento de hidrocarbonetos nos campos de Pampo, Linguado e Badejo.
Com a interpretação das linhas sísmicas no Seis Work 2D foram gerados mapas de contorno estrutural dos principais crono-horizontes (embasamento, rift,
sal, topo do albiano e limite cretáceo\terciário) bem como mapas de isópacas. A partir destes produtos identificou-se uma intensa atividade tectônica pré-
aptiana que formou um expressivo alto estrutural ao nível do embasamento na porção oeste da área, gerado por falhas. Tais falhas também são evidenciadas
nas camadas depositadas na seqüência rifte que praticamente encerra a atividade tectônica na região, evidenciada pela continuidade do horizonte referente
a base do sal. O escape salino para regiões mais profundas da bacia gerou um padrão de falhas de crescimento com rollover, evidenciadas nos carbonatos
Albianos correspondentes ao Grupo Macaé. A sedimentação na bacia ocorre de noroeste para sudeste, sendo que acima do alto estrutural na região de Pampo,
a coquina reservatório é depositada logo acima do embasamento enquanto na área de Badejo há um grande pacote siliciclástico antecedendo os carbonatos.
Isso se dá devido ao maior espaço de acomodação na região de Badejo, estruturalmente mais baixa, ao nível do embasamento, que a área de Pampo. Portanto,
pode-se concluir que a sedimentação na fase rifte da bacia tem como condicionante o alto estrutural de Badejo que possibilita a concentração de óleo nas
coquinas do Grupo Lagoa Feia e o escape salino formou os altos nos carbonatos do Grupo Macaé que também são rochas produtores no campo de Pampo.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Estudo geotermobarométrico dos granulitos do complexo Acaiaca, minas Gerais

Edgar Batista de Medeiros Júnior & Hanna Jordt Evangelista


DEGEO/EM/UFOP – Ouro Preto (edgarjr@ymail.com)

O Complexo Acaiaca situa-se nos arredores do município de Acaiaca, a leste do Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais. É constituído predominantemente
por rochas de fácies granulito distribuídas ao longo de uma faixa com cerca de 36 km de extensão norte-sul e largura máxima de 5 km, posicionada em
terreno de gnaisses de fácies anfibolito do Complexo Mantiqueira. O presente estudo teve como objetivo a caracterização geotermobarométrica das rochas
de fácies granulito pertencentes ao citado Complexo. Minerais selecionados das lâminas delgadas de amostras de diferentes litotipos foram analisados via
Microssonda Eletrônica JEOL, modelo JCXA-8900RL do Laboratório de Microanálises do consórcio Física-Química-Geologia da UFMG e CDTN-CNEN.
A geotermobarometria foi realizada com base em geotermômetros convencionais e no software TWQ nas versões 1.02 e 2.02. Os litotipos utilizados no
estudo geotermobarométrico são granulitos máficos, de provável protólito ígneo, e granada ± sillimanita ± cordierita ± cianita granulitos, de provável
protólito pelítico. Os granulitos máficos são formados pela paragênese principal plagioclásio + ortopiroxênio + clinopiroxênio ± hornblenda, que é típica de
granulitos gerados em condições de pressão relativamente baixa. Os granulitos de protólito pelítico são formados por duas associações minerais distintas.
A primeira, texturalmente em equilíbrio, é formada por granada + biotita + sillimanita + plagioclásio + quartzo ± feldspato potássico ± cordierita, típica de
condições de pressão intermediária. A segunda é constituída por um grupo de minerais, texturalmente desequilibrados, que podem ser divididos em duas
associações paragenéticas distintas: uma formada por estaurolita + plagioclásio + cianita + biotita + quartzo (relíctica, típica de fácies anfibolito de média a
alta pressão) e outra composta por cordierita + granada + sillimanita + plagioclásio + biotita + quartzo (típica de fácies granulito de baixa a média pressão).
Os geotermômetros ortopiroxênio-clinopiroxênio de Kretz (1982) e hornblenda-plagioclásio de Holland & Blundy (1994) quando aplicados aos granulitos
máficos fornecem, respectivamente, temperaturas entre 641 e 745ºC e entre 701 e 848ºC (a 5 kbar). O TWQ 1.02 indica que as prováveis condições de
formação destas rochas estão entre 720 e 800ºC de temperatura e entre 6,5 e 7 kbar de pressão. Os geotermômetros granada-biotita nas calibrações de
Ferry & Spear (1978) e de Holdaway et al. (1997) e o granada-cordierita de Bhattacharya et al. (1988) quando aplicados aos granulitos de protólito pelítico
fornecem, respectivamente, temperaturas entre 618 e 775ºC (a 5 kbar) e entre 630 e 717ºC (a 5 kbar). O TWQ 2.02, utilizado somente nos granulitos de
protólito pelítico texturalmente equilibrados, indica que as prováveis condições de formação destas rochas estão em torno de 750ºC de temperatura e 6,5
kbar de pressão. Com isso, pode-se inferir que o Complexo Acaiaca (CA) é constituído por rochas de fácies granulito geradas sob condições de pressão
intermediárias (P ~ 6,5 kbar) e pico metamórfico em torno de 800ºC.
Agradecimentos: CAPES.

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14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


S3 – TECTÔNICA, SEDIMENTAÇÃO,
MAGMATISMO E EVOLUÇÃO DE BACIAS
SEDIMENTARES
Cláudio Riccomini (USP)
Mario Luis Assine (UNESP)
XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

USO DA ANÁLISE PETROLÓGICA NA INTERPETAÇÃO DOS PROCESSOS DE APORTE E DISTRIBUIÇÃO DE


SEDIMENTO EM SISTEMAS EÓLICOS DE LENÇOL DE AREIA: FORMAÇÃO MARÍLIA (CRETÁCEO SUPERIOR)

Pamela Cardoso Vilela ; Giorgio Basilici


Departamento de Geologia e Recursos Naturais – Instituto de Geociências – IG (pamela.vilela@ige.unicamp.br)

A Bacia Bauru é uma bacia intracratônica pós-basáltica, gerada no Cretáceo Superior devido à processos de abatimentos decorrentes da reativação de
lineamentos do embasamento pré-cambriano no contexto da separação Brasil-África. Esta bacia localiza-se a oeste do Estado de São Paulo, leste do Mato
Grosso do Sul, sul de Goiás e Triângulo Mineiro. A Formação Marília (Maastrichtiano) é a unidade mais recente da Bacia Bauru, sendo caracterizada por
uma sucessão vertical de depósitos e paleossolos, representados pelos elementos arquitetônicos: depósitos fluviais efêmeros, depósitos de marcas onduladas
eólicas (wind-ripples) e paleossolos. O objetivo principal deste trabalho foi utilizar o estudo petrológico dos depósitos e paleossolos para entender os
processos responsáveis pela construção de um sistema deposicional controlado pelo vento.
O método utilizado neste trabalho foi o de petrografia convencional, por meio de uma análise mineralógica e textural e posteriormente a análise da composição
modal dos sedimentos detríticos. A análise de composição modal foi realizada mediante a contagem de 300 pontos por lâmina, e as percentagens plotadas no
diagrama de Folk. Realizou-se também, a análise composicional de conglomerados para se estabelecer a proveniência dos clastos.
Os arenitos foram classificados em: litoarenitos (predominantes), sublitoarenitos e litoarenitos feldspáticos. Estes passaram por processos paleopedogenéticos
caracterizados pela cimentação precoce de calcita, micrítica, espática e por vezes poiquilotópica. Os fragmentos líticos são provenientes de basaltos,
intraclastos de calcário, chert e subordinadamente quartzitos. Os depósitos de marcas onduladas eólicas apresentam boa seleção e arredondamento,
possuindo uma boa maturidade mineralógica. Esses arenitos possuem granulometria fina a média e textura laminada com gradação inversa. Os depósitos de
sistemas fluviais efêmeros apresentam menor maturidade mineralógica e textural, além se baixa seleção e arredondamento, bem como mais alto percentual
de fragmentos líticos, minerais pesados e opacos. Os conglomerados, pertencentes a esta litofácies, possuem predominantemente clastos de basalto, e
subordinadamente de arenito e chert. Os depósitos de enchentes têm composição mineralógica semelhante a dos depósitos de marcas onduladas eólicas, com
predomínio de grãos de quartzos e quantidades consideráveis de fragmentos líticos, e baixa percentagem de feldspatos. Os grãos de arenitos dos paleossolos
mostram arredondamento e mineralogia semelhante aos depósitos de marcas onduladas eólicas, e um aumento na concentração de grãos de quartzo em
detrimento dos fragmentos líticos.
Portanto, os depósitos de sistemas fluviais efêmeros contribuíram como aporte primário de sedimento na bacia, na fase climática úmida. Em seguida, na fase
climática seca, o material arenosos foi transportado pelo vento no lençol de areia, perdendo parte dos fragmentos líticos e demais minerais instáveis. Durante
a sucessiva fase úmida os depósitos eólicos foram pedogenizados e novamente parte dos fragmentos líticos e elementos instáveis eliminados, aumentando a
concentração observada nos paleossolos de grãos de quartzo. Os clastos dos conglomerados provêm dos basaltos da Formação Serra Geral e dos arenitos da
Formação Botucatu, indicando que os sistemas fluviais deviam ter um fluxo de oeste para leste ou nordeste.
Agradecimentos: FAPESP (processos 2007/00140-6 e 2007/02079-2) e CNPq/PIBIC.

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Evolução geoquímica dos magmas nefelina sieníticos dos complexos intrusivos de Tanguá e
Rio BONITO, RJ: cristalização fracionada ou assimilação da crosta continental ?

Akihisa Motoki 1 (rochasornamentasi@yahoo.com.br); Thais Vargas 1; Woldemar Iwanuch 1; José Ribeiro Aires 2 ; Alex Balmant 1; Juliana
Gonçalves 1; Nina Rocha 1
1
Mineralogia e Petrologia Ígnea, FGEL/UERJ - Rio de Janeiro; 2 ABAST/PETROBRAS

Os complexos intrusivos de rochas alcalinas félsicas de Tanguá e Rio Bonito situam-se na região centro-leste do Estado do Rio de Janeiro, constituindo parte
do segmento SE do alinhamento do magmatismo alcalino de Poços de Caldas - Cabo Frio. Estes corpos intrusivos são formados principalmente por nefelina
sienito com eventuais ocorrências de fonolito e brecha de conduto subvulcânico. Na borda ocidental do corpo intrusivo de Tanguá, encontra-se pseudoleucita
sienito e na borda sul uma zona de hidrotermalismo e uma mineralização de fluorita.
Foram analisadas 34 amostras de rochas alcalinas de Tanguá e Rio Bonito por fluorescência de raios X. As rochas são caracterizadas pelo alto valor de
Na2O+K2O em relação ao SiO2 e alto teor de K2O em relação ao Na2O. Elas são altamente félsicas, com o índice de diferenciação (D.I., a soma de minerais
félsicos normativos) com média de 91,57. Apesar do alto D.I. o teor de SiO2 é baixo, situando-se na faixa de 55,35% a 63,57%. No diagrama Na2O+K2O
v.s. Al2O3 cerca da metade das rochas coloca-se no campo peralcalino, enquanto que, a outra metade, localiza-se no campo subalcalino-subaluminoso (meta-
aluminoso).
A maioria delas possui alto teor de nefelina normativa, embora nenhuma apresente acmita normativa. Apesar de que a maioria das rochas seja fortemente
subsaturada e moderadamente peralcalina, foram encontradas algumas rochas com quartzo e/ou coríndon normativos.
Os dados plotados em diagramas de variação SiO2 v.s. Mg#, SiO2 v.s. FeO* não se enquadram num modelo consistente de evolução magmática. Por outro
lado, o diagrama de CaO v.s. FeO* indica que deve ocorrer a cristalização de clinopiroxênio e/ou anfibólio. Os diagramas Al2O3 v.s. K2O e Al2O3 v.s. Na2O
sugerem respectivamente a cristalização feldspato alcalino potássico e feldspato alcalino sódico e/ou nefelina. Os dados plotados no diagrama CaO v.s.Al2O3
não apresentam uma boa correlação, ficando a cristalização do plagioclásio pouco evidente. Os diagramas de TiO2 v.s. FeO* e TiO2 v.s.CaO exibem boas
correlações dos dados, apontando a cristalização da ilmenita e da titanita.
Não é possível extrair nenhuma informação sobre o magma primário das rochas alcalinas félsicas com base nos dados dos elementos principais. No entanto,
é possível admitir com base no diagrama ternário do sistema de SiO2-NaAlSiO4-KAlSiO4 que o magma inicial relativamente pouco fracionado era potássico
e tinha leucita normativa. Assim, através da cristalização da leucita, o magma evoluiu na direção da curva cotética. E ao longo da curva cotéctica, ocorreu
a cristalização do feldspato alcalino de composição relativamente potássica sob a pressão de H2O na faixa de 0,6 a 0,8 kb e, o magma residual evoluiu de
potássico para sódico. A variação geoquímica das rochas ocorreu principalmente neste estágio.
Existem algumas rochas cuja composição se localiza na proximidade da barreira térmica. Elas são representadas por álcali sienito e quartzo sienito. Devido
à instabilidade termodinâmica, não é possível justificar a presença dessas rochas através do modelo de cristalização fracionada. Desta forma, interpreta-se a
origem dessas últimas rochas como provenientes de magmas que assimilaram rochas crustais de composição granítica a granodiorítica.
Agradecimentos: PETROBRAS

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Spherical Joints in basaltic lava flows of the Serra Geral Formation (Paraná Basin, BRAZIL)

Fábio Braz Machado1, Heinrich Theodor Frank2,


1
IGCE/UNESP - Rio Claro- SP (fabiobm@rc.unesp.br); 2IG/UFRGS – Porto Alegre- RS

Cooling magmas in sill-type bodies, dykes and lava flows develop thermal contraction joints due to relief of tension during the contraction (shrinkage) of
the rock. The thermally induced joints grow perpendicular away from the cooling surfaces and normal to maximum tensile stress. Slow and exceptionally
uniform cooling results in long hexagonal columns; thick lava flows may display the joint patterns called colonnade and entablature. Contrasting with these
joints, that are all straight or slightly curved, we present spherical joints found in basaltic lava flows of the Early Cretaceous Serra Geral Formation (Paraná-
Etendeka Continental Flood Basalt Province). The investigation of the jointing patterns was carried out, during several years, in areas in the states of São
Paulo and Rio Grande do Sul (Brazil), focusing more than 100 mostly active quarries in intrusive sill-type bodies and in lava flows of basaltic (<60% wt
SiO2) and rhyodacitic (>64% wt SiO2) composition, besides many kilometers of road cuts. Spherical joints are very conspicuous perfectly spherical surfaces
that protrude from common vertical straight joints. The protruding sections of the joints have diameters of 15-100 cm and protrude 4-30 cm from the host
joint. Internal structures were not found, even opening sections in spherical joints in several directions and examining thin sections of the joints and of the
host rocks. Spherical joints usually occur alone, but may coalesce to form surfaces with mammillary and botryoidal appearances. These joints have not been
found in sill-type bodies, in dykes or in acidic lava flows. Even in basaltic lava flows they are rare, occurring in only three outcrops. Many and the biggest
spherical joints occur in the Pavicom Quarry (Rio Grande do Sul - 29°37´36.19´´S; 50°52´10.91´´W). The quarry was opened in a thick (> 40m) lava flow that
filled the valley between Aeolian sand dunes of the underlying Jurassic Botucatu Formation. The arid Botucatu environment was characterized by dunes with
crest heights of more than 150 meters and wavelengths of more than one kilometer. Joint patterns of the lava flows in the Pavicom Quarry are most irregular
and chaotic, with a complete absence of hexagonal or even entablature and colonnade joint patterns, suggesting that the igneous bodies have undergone
very irregular thermal histories. Interdune valleys, as the one of Pavicom Quarry, probably were filled not by a single wave of lava, but by a lot of lava
pulses which coalesced to form a uniform infilling. All of these lava pulses have the same chemical composition, but show slightly different ages and many
different sizes. Furthermore, most probably the pulses have different bubble growth, thermal, crystallinity and viscosity profiles. These different physical
properties turn the distribution of thermal stress of the cooling lava body in the interdune valley most anisotropic, favoring the development of spherical
stress and consequently spherical joints due to the cooling of partly spherical lava volumes. The rarity of spherical joints evidences that such conditions
occur only in very specific volcanological settings. Concluding: continuously irregular joint patterns and spherical joints corroborate both Wentworth´s
(1954) (Wentworth, C.K. 1954. Jour. Geol. 62(5):425-438) statement of the inhomogeneity of lavas and the modern theories of emplacement of lava flows
that replaced the turbulent flow model of the seventies. Lava flows in flood basalt provinces, especially when ponded in palaeotopographic depressions of
any size, can not be seen as isotropic bodies of known physical properties and most probably do not cooled through a steady and easily calculated inward
propagation of regular and horizontal upper and lower solidification fronts. Models with these assumptions have to be seen only as oversimplified geological
sketches that do not apply for real lava flows.

47

PETROLOGY AND GEOCHEMICAL CHARACTERIZATION OF THE MANTLE SOURCES OF LAVA FLOWS IN THE
NORTHWEST REGION THE PARANÁ MAGMATIC PROVINCE

Fábio Braz Machado1; Eduardo Reis Viana Rocha Júnior2; Antonio José Ranalli Nardy1; Leila Soares Marques2; Marcos Aurélio Farias de Oliviera1
1
IGCE/UNESP – Rio Claro (fabiobm@rc.unesp.br); 2 Geofísica, IAG/USP –São Paulo;

The Paraná Magmatic Province (PMP) represents one of the greatest volcanic event of our planet, covering more than 70% of the Paraná Basin as flows, sills
and dykes. In the Mato Grosso do Sul and Mato Grosso states, the study of basalts has geologic importance because of the absence of published works. In
those regions, basaltic rocks occupy 180,000 km2, and are re-covered by the sediments of Bauru and Cauiá groups, and are associated to the sandstones of
the Botucatu Formation. The chief mineralogy of basalt is represented by plagioclase (An 42-67; 40% - 55%), pyroxene (augite: Wo30-40En34-46Fs35-39; 19-40%),
magnetite (2-10%) and olivine (Fo31-50; <1,5%). Based on rheologic calculations the temperature of crystallization of the pyroxenes is estimated between
900ºC and 1150ºC. Also geochemical analyses show that the investigated basalts are of Pitanga (ATi) and Ribeira (BTi) types: ATi: 2,6%<TiO2<4,2%;
396ppm<Sr<438ppm and BTi: 1,7%TiO2<2,4%, 246ppm<Sr<286ppm. LILE abundance for the studied flows evidence differences that are consistent with
process of fractional crystallization. In fact, the calculations of mass balance for these rocks indicate the possibility that Pitanga type has been derived from
Ribeira type. Processes of crustal contamination can be discarded considering the values of Sri < 0,70586 e Rb/Ba < 1,0. Moreover, the values of LILE show
standard abundance that are not consistent with those of OIB - Tristão da Cunha and N-MORB and are outside of the line of mixture of these. In relation
to isotopic ratio, the magmas are depleted in Pbi, Ndm (0,51235 – 0,51239) e Sri, (0,40549 – 0,70586) if compared with BTi basalts occurring in southern
PMP. These ratios are also similar with that of the basic rocks of the small site 525A of the Walvis Chain and of the mantle component EMI. The values of
εNd (-5,21 a -6,00) and of 87Sr/86Sri indicate that the magma types Pitanga and Ribeira were submitted to partial melting in Precambrian times. The ratios
(La/Yb)n: (4,17-7,70); and (La/Sm)n: (2,15-2,54) and the isotopic data of the representative samples of the flows, together with those published in literature,
corroborate the contribution of the sub continental lithospheric mantle for the generation of the PMP. The absence of asthenospheric components can suggest
that Tristão da Cunha plume have not participate in the generation of the study basalts, but it does not discard its presence as the source of heat in the incipient
periods of Gondwana fragmentation.
Agradecimentos: FAPESP (2004/10081-9; 2005/51818-7)

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DAS LITOFÁCIES DO GRUPO ITARARÉ (P – C DA BACIA DO PARANÁ),


REGIÕES DE LIMEIRA E PIRACICABA – SP

Paola Bruno Arab1; José Alexandre de Jesus Perinotto2,3; Mario Luis Assine2,3
1
Geóloga formada pelo IGCE/Unesp, ex-bolsista do PRH-05 (paola_arab@yahoo.com.br);
2
Depto. Geologia Aplicada/IGCE/Unesp – Rio Claro; 3Bolsista CNPq

O Grupo Itararé é uma unidade litoestratigráfica permo-carbonífera da Bacia do Paraná das mais complexas, quer do ponto de vista da diversidade dos
processos geradores, quer da relação espacial, caracteristicamente marcada pela descontinuidade de suas litofácies constituintes.
Vale ressaltar que, sob o ponto de vista exploratório, a unidade representa um dos intervalos mais importantes da bacia, pois a ela se associam diversas
ocorrências de bens minerais e energéticos como petróleo, água subterrânea, carvão e diamante. A prospecção e explotação desses recursos dependem de um
bom entendimento da arquitetura estratigráfica e da paleogeografia.
Existem muitas contribuições na literatura especializada que tratam do tema, porém, na região de Limeira e Piracicaba, centro-leste do Estado de São Paulo,
onde a unidade aflora em sua porção superior, ainda cabem novas investigações de superfície (complementadas por dados de subsuperfície) que podem
contribuir para o entendimento dos processos geradores das litofácies desse grupo.
No presente trabalho, foi realizado estudo das fácies sedimentares ao longo da faixa de afloramento nestas áreas, que resultou no empilhamento dos
conjuntos sedimentares, seguida de uma tentativa de correlação estratigráfica entre as duas regiões. Como resultado, foi obtido um quadro com 12 litofácies,
suas relações verticais e laterais, bem como seus processos geradores e sentidos deposicionais. Todos se referem a ambientes glácio-terrestre e glácio-
marinhos predominantemente proximais (incluindo, em grande parte, processos de ressedimentação).
Além disso, a partir de estruturas sedimentares foram efetuadas medidas de paleocorrentes com a intenção de se obter padrões indicativos de polaridade
sedimentar, contribuindo, assim, para o entendimento da paleogeografia. O tratamento dos dados de paleocorrentes foi realizado com o programa Rockworks
2004. Foram tomadas medidas a partir de laminações clino-ascendentes (associadas ou não a megaondulações) e foresets de estratificações cruzadas
tangenciais na base. Estudos sobre paleocorrentes realizados no Estado de São Paulo apontam transporte sedimentar para NNW e NW, padrão que, no geral,
também é observado por outros autores no Estado do Paraná. Resultado compatível foi obtido no presente trabalho.
Trabalhos recentes na região do Domo de Pitanga (entre as cidades de Rio Claro e Piracicaba) e na bacia hidrográfica do rio Corumbataí também serviram
de base para as tentativas de correlação.
Agradecimentos ao PRH-05 (convênio ANP/IGCE-Unesp) pela concessão de bolsa de graduação à primeira autora.

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PETROGRAFIA DOS DIQUES CLÁSTICOS DA FORMAÇÃO CORUMBATAÍ (PERMIANO DA BACIA DO PARANÁ),


NA REGIÃO DE RIO CLARO (SP)

Antenor Zanardo(1,5); José Alexandre J. Perinotto(2,5); Mario Lincoln De Carlos Etchebehere(3); Carolina Del Roveri(4)
(1)
Depto. Petrologia e Metalogenia – IGCE/Unesp-Rio Claro (azanardo@rc.unesp.br);
(2)
Depto. Geologia Aplicada – IGCE/Unesp-Rio Claro; (3) Universidade Guarulhos – UnG;
(4)
Doutoranda em Geologia Regional-IGCE/Unesp, bolsista FAPESP; (5) Bolsista CNPq

Os diques e sills clásticos são feições relativamente comuns no terço superior da Formação Corumbataí, na região de Rio Claro (SP), onde ocorrem
concentrados em horizontes restritos, representados por siltitos argilosos arroxeados, delimitados por bancos mais ricos em argilas ou mais ricos em silte
e areia. Apresentam ampla dispersão quanto à orientação, comprimento (decimétricos a decamétricos), espessura (milimétricas a decimétricas) e forma,
normalmente exibindo algum tipo de ondulação ou dobramento aberto a fechado, com ou sem estilo ptigmático. Podem conter fragmentos milimétricos a
centimétricos, normalmente angulosos, arrancados das rochas encaixantes. Observam-se diques cruzando diques, diques associados a sills e diques cortando
sills, refletindo multiplicidade de gerações dessas estruturas. Na parede dos diques ocorre uma película rica em argilominerais, de cor marrom avermelhado
escuro a verde, contendo lineação bem marcada de atitude sub-horizontal. A estrutura é maciça a difusamente laminada, sendo que nos termos estruturados
a disposição dos grãos clásticos associados à lenticularização apontam que esta orientação originou-se por fluxo plástico, com significativa movimentação
de massa, dominantemente na horizontal. Análises de microscopia óptica, eletrônica, difração e fluorescência de raios X possibilitaram reconhecer como
constituintes essenciais: quartzo e feldspatos detríticos, carbonatos, illita e feldspato alcalino autígeno; como elementos menores: fragmentos fosfáticos
orgânicos e micro fóssil silicático, hematita, biotita, muscovita e clorita detrítica, calcedônia diagenética ou hidrotermal, clorita diagenética, argilominerais
do grupo da montmorillonita e interestratificados, zeólitas (em especial a analcima) e minerais pesados detríticos. A textura é dominantemente granular
síltico-arenosa (psamítica), aparecendo difusos domínios siltosos com matriz argilosa (psamo-lutítica) a argilosos com grãos de silte sustentado pela matriz
(lutítica-siltosa). Nos domínios mais argilosos pode estar presente nítida orientação dos filossilicatos, com aspecto filítico. Os clastos terrígenos não chegam
a perfazer mais de 30% do volume, ostentam esfericidades e arredondamentos baixos, granulação média entre 50 e 60µm, dimensões máximas da ordem
de 150 mm e estão sustentados por minerais diagenéticos com dimensões de silte e argila, representados por albita, carbonatos, quartzo microcristalino
disseminado intersticialmente e formando nódulos, illita, clorita/esmectita, hematita, analcima e adulária. A proporção entre quartzo e feldspatos detríticos
é da ordem de 3:1 a 2:1, os filossilicatos neoformados possuem granulação média entre 3 e 5µm. A composição química é bastante variada com SiO2 (44 a
83%); Al2O3 (8 a 16%), Fe2O3 (0,8 a 4%), Na2O (0,9 a 3%), K2O (0,9 a 2%), CaO (0,7 a 12%), MgO (0,4 a 6%) e LOI (1 a 17%) refletindo a composição
mineralógica. A composição mineralógica/textural dos diques é idêntica à dos estratos síltico-arenosos, porém com estrutura de fluxo substituindo a
laminação deposicional comum nos estratos. Os diques são interpretados como resultado da liquefação induzida por abalos sísmicos, porém a presença de
estrutura de fluxo na horizontal, associada à textura onde os clastos estão suspensos por material neoformado, granulometria e tipo de estrias presentes nas
paredes, sugerem que estes podem ter resultado de migração lateral de sedimento contendo sais.
AGRADECIMENTOS: CNPq (proc. 301216/2008-8) e FAPESP (proc. 2004/01983-9)

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Modelo tectono-vulcânico da bacia do espírito santo: registros diacrônicos de rochas


vulcânicas efusivas e explosivas.

Luiz Carlos Chaves Novais1; José Ribeiro Aires1 ;Peter Szatimari1 Akihisa Motoki2; Tibor Zelenka3
1
Petrobras S.A (novais@petrobras.com.br); 2 Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Universidade de Miskolc- Hungria.

O presente trabalho é resultado de um estudo desenvolvido objetivando elaborar uma atualização do modelo tectono-vulcânico para a Bacia do Espírito
Santo, através da integração de dados (geofísicos, geoquímicos, geocronológicos, de perfis e testemunhos de poços de petróleo, mapas magnéticos e
gravimétricos, dados de afloramentos, imagens de satélite e radar etc.).
A Bacia do Espírito Santo foi afetada desde a fase rifte por pulsos distensivos tectono-vulcânicos, de direções N-S a NNE-SSW (eixo da bacia), que marcaram
notadamente a sua abertura e preenchimento sedimentar. Registros de vulcanismos efusivos e intrusivos, com idades entre 120-115 Ma., de afinidade
básica e toleítica, denominados de Formação Cabiúnas associaram-se com sedimentos continentais da Fm. Cricaré. Posteriormente falhas de transferência
transversais (direções NNW-SSE a NW-SE) ao eixo de abertura da bacia foram reativadas, em função da continuada separação das Placas Sul-Americana e
Africana entre o Cretáceo Superior e Terciário. Elas com características sublitosféricas, atingiram a superfície através de condutos, condicionando eventos
vulcânicos ácidos, alcalinos, efusivos, intrusivos e explosivos que perduraram até 40 Ma. e cuja unidade estratigráfica representante é a Fm. Abrolhos.
Registros de um vulcanismo ácido explosivo (tufos e brechas ignimbríticas), correlacionado com a Fm. Abrolhos, foram atravessados por poços de petróleo,
nas porções marítimas e terrestres da bacia e observadas em exposições (Platôs Ignimbríticos) no Norte Capixaba, alcançando dezenas de quilômetros de
extensão e dezenas de metros de altura. Variados sistemas de falhas e fraturas que integram uma entidade tectônica denominada Arco de São Mateus (ASM)
encontram-se preenchidas por rochas vulcânicas piroclásticas nas imediações do ASM. O ASM é uma estrutura longitudinal de arqueamento, propiciando
características rúpteis-frágeis do embasamento cristalino e cobertura sedimentar, com alçamento de isotermas e hidortermalismo associado.
As características do vulcanismo ácido Cretáceo-Terciário sugerem como uma das causas, as reativações de zonas de fraqueza da crosta associadas à
tectônica de placas. A atualização do arcabouço tectono-estrutural da Bacia do Espírito Santo implica em uma visão mais abrangente de estruturas de
migração e trapeamento de hidrocarbonetos, sendo melhor interpretadas através da determinação dos campos de esforços associados aos eventos vulcânicos
diacrônicos.

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DISCUSSÃO SOBRE A OCORRÊNCIA DE ATIVIDADE NEOTECTÔNICA NO MUNICÍPIO DE ITAGUAÍ / BAÍA DE


SEPETIBA, SUL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: RESULTADOS PRELIMINARES.

Soraya Gardel Carelli 1; Nivaldo Destro 2; Heitor Fernández Mothé Filho 1; José Miguel Peters Garcia 1; Dione Nunes do Nascimento 3
1
Departamento de Geociências, IA/UFRuralRJ (carelli@ufrrj.br); 2 Cenpes/Pdexp/Geotec; 3PPGABFM/ UERJ.

As regiões litorâneas são ocupadas por 2/3 da população da Terra, ou seja, cerca de 4 bilhões de pessoas vivem ao longo da costa litorânea ou em áreas
próximas (Suguio, 2003). Entretanto, apesar de sua importância, estas áreas são carentes de estudos e pesquisas que expliquem em detalhes sua geologia.
Assim ocorre na planície costeira de Itaguaí na baixada de Sepetiba - RJ, local de importantes instalações industriais e terminais marítimos, onde a
insuficiência de mapeamentos de detalhe na região gera dúvidas quanto à evolução geológica desta área que perfaz a porção oeste do Gráben da Guanabara.
A compreensão dos condicionantes geológicos desta área, entre eles a neotectônica faz-se relevante, sobretudo por seu caráter ressurgente, podendo vir a
caracterizar situações de riscos geológicos, tendo em vista a crescente ocupação industrial deste setor da costa sudeste em função da ampliação do porto de
Sepetiba.
Neste trabalho pretendemos discutir a possibilidade de atividade neotectônica no município de Itaguaí, baseado em evidências descritas a seguir:
a) Discrepância entre o volume de sedimentos na parte central da área de estudo e os seguimentos oeste perfazendo uma variação de até 30 m de sedimentos,
comprovado por sondagens geomecânicas e sondagens elétricas verticais.
b) Foram observadas também falhas normais de direção NW em corte de estrada da rodovia Rio-Santos na área de estudo, hospedando estrias mergulhando
para SW, apesar da direção dos principais falhamentos na região apresentarem direção NNE.
c) As camadas apresentaram mergulhos em direções reversas alternando entre SE e NW em diferentes pontos da localidade de estudo.
d) Em 1998 Carelli et al. já haviam relatado a descoberta de incrustações de ostras (Oyster sp.) a 4,20 m de altitude na Ilha da Madeira, situada nas
imediações da área de estudo. As incrustações são indicadoras de paleoníveis marinhos em posição de vida e posicionaram a lâmina d’água na baía de
Sepetiba num máximo de 4,20m de altitude na idade de 2.800 anos cal A.P., muito acima do que qualquer altitude do nível do mar já relatado na literatura
para este intervalo de tempo, segundo a literatura, em 2.800 anos cal A.P o mar deveria estar em torno de 2,0 m de altitude no estado do Rio de Janeiro. Desta
forma, esta seria mais uma evidência a área de estudo atualmente estaria em emergência devido a um “efeito gangorra”, em virtude da atividade de falhas
geológicas nas imediações que poderiam estar sendo reativadas posteriormente às incrustações das ostras.
Propõe-se que essas evidências possam indicar novos sistemas de falhas ainda não identificadas que poderiam estar atuantes até o presente sendo responsáveis
pela movimentação de grandes blocos reativando antigas estruturas Pré-Cambrianas. Sendo assim, a possibilidade de atividade neotectônica nesta área
deve ser considerada com cuidado por empresas que pretendam instalar plantas industriais de grande porte na região, com grandes cargas concentradas
pontualmente, o que poderia provocar recalques diferenciados em terrenos notadamente instáveis.
Agradecimentos:Petrobras/FINEP-0105085300.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

A CUNHA DE CICLO DE FÁCIES DO PERMIANO NA MARGEM LESTE PAULISTA

Joel C. de Castro1 & Alessandra H. Mochizuki2


1
UNESP-IGCE Campus de Rio Claro (jocastro@rc.unesp.br), 2PETROBRAS

O conceito de Cunha de Ciclo (transgressivo-regressivo) de Fácies (FCW, Fácies Cycle Wedge de White, 1980) corresponde provavelmente ao de um ciclo
tectono-estratigráfico de 2ª. ordem, formado por um par t – r, de origem eustática-t e tectônica–r (continental-transicional-marinho-transicional-continental).
Tal conceito foi aplicado com sucesso, por exemplo, na FCW do “mar interior Neocretáceo” do oeste dos E.U.A., e também pode ser demonstrado na margem
leste da Bacia do Paraná: são duas grandes FCW´s, a do Grupo Itararé (glacial, principalmente Pensilvaniano) e a dos grupos Guatá e Passa Dois (Permiano),
discutida a seguir. Para isso é preciso desvincular a Formação Irati do Grupo Passa Dois, bem como o Membro Taquaral do Membro Assistência. Assim,
cada par arenoso – argiloso do Grupo Guatá formaria uma seqüência: membros Triunfo e Paraguaçu da Formação Rio Bonito, e Membro Siderópolis\
Fm. Rio Bonito e Formação Palermo, enquanto para o terceiro par arenito – folhelho (Membro Taquaral), a litologia arenosa só está presente no segmento
paulista da margem leste. Constata-se, nestas três seqüências, que cada uma é mais marinha que a anterior, inclusive quanto a cada um dos seus sistemas
arenoso e argiloso; ou seja, as três formam um conjunto transgressivo de seqüências e respectivos sistemas. As espessuras das três seqüências do componente
transgressivo da cunha diminuem para norte: nos segmentos centro-catarinense e sul-paranaense da margem leste passam de 400m para 300m, e alcançam
~40m no vale do rio Corumbataí (segmento paulista da margem). Neste segmento não ocorre o Arenito Triunfo; no lugar do Arenito Siderópolis ocorre até
6m de conglomerado/arenito fandeltaico Ibicatu, enquanto na base do Taquaral ocorre 1m de arenito marinho(Paraisolandia e Recreio). No eixo central
da FCW ocorre o Membro Assistência, com suas duas seqüências de calcário e folhelho betuminoso, e uma espessura notavelmente homogênea de 30m ao
longo de toda a margem leste da bacia. Na fase regressiva da FCW, o Grupo Passa Dois (Neopermiano) apresenta um raseamento de suas unidades, desde as
formações marinhas Serra Alta e Teresina, à transicional Serrinha e continental Morro Pelado (membros da Formação Rio do Rasto); a espessura do Grupo
é de 800m no poço 1-MB-1-SC e de 175m na região de Anhembi, SP . Essa acentuada redução deve-se ao soerguimento pós-Paleozóico e à conseqüente
erosão pré-Pirambóia das unidades mais novas do Grupo na margem leste paulista (no oeste paulista, poço 1-TB-1-SP, a espessura do Grupo é de 900m).

50

Método de TRaços de fissão e U-th-Pb in situ: geocronologia da formação Vale do rio do peixe,
grupo bauru

Márcio Constâncio Jr.1, Airton N. C. Dias1,2, Carlos AlbertoTello1, Beatriz Caroline Barra1, Mariana Rubira Gomes1, Luiz A. S. Pereira1 e Cleber José
Soares3
1
Dep. de Física, Química e Biologia – FCT/UNESP, Presidente Prudente-SP (constancio_jr@hotmail.com); 2Laboratório de Geologia Isotópica – CPGq/
UFRGS, Porto Alegre-RS; 3 Instituto de Geociências e Ciências Exatas – IGCE/UNESP, Rio Claro-SP.

Foi objetivo deste trabalho determinar as idades aparentes, idades ígneas e metamórficas de zircões extraídos de rochas sedimentares da Formação Vale do
Rio do Peixe, usando Método de Traços de Fissão (MTF) e U-Th-Pb in situ com LA-MC-ICP-MS. Esta formação está inserida no Grupo Bauru, localizada
na porção norte da Bacia do Paraná, estado de São Paulo. As idades, em ambos os métodos, foram obtidas a partir dos mesmos grãos de zircão, a fim de que
os resultados indicassem tanto a áreas fontes dos sedimentos quanto os eventos morfotectônicos sofridos.
A Formação Vale do Rio do Peixe é a unidade de maior extensão da parte leste do Grupo Bauru e constitui o substrato de boa parte do oeste do estado de
São Paulo e do Triângulo Mineiro. Tem espessura máxima preservada da ordem de 100 m, medida em perfurações de poços de água subterrânea. Assenta-se
diretamente sobre basaltos da Formação Serra Geral e está inserida dentro do Grupo Bauru que apresenta idade estratigráfica estimada entre 100 e 80 Ma.
Seus depósitos são essencialmente eólicos, acumulados em extensas áreas planas, na forma de lençóis de areia e campos de dunas baixas. Provavelmente, os
lamitos foram fixados em depressões, em corpos aquosos rasos e efêmeros, criados em períodos de elevação do nível freático.
O mineral zircão contém quantidades significativas de U e Th, assim como Elementos Terras Raras. Este mineral é um acessório que pode ser encontrada
em rochas ígneas, sedimentares e metamórficas e que pode ser utilizado em datação absoluta (de alta precisão) de eventos magmáticos, metamórficos e
sedimentares combinando a aquisição dos isótopos de U, Th e Pb com a análise in situ via Laser Ablation. A combinação do MTF e U-Th-Pb in situ aplicados
a zircões sedimentares, pode ser usada para obter informações sobre eventos de alta, intermediária e baixa temperatura, estudos de proveniência, eventos
morfotectônicos (soerguimento, denudação, etc) e, finalmente, a idade de cristalização dos minerais.
A integração destas metodologias permitiu distinguir não somente as diferentes áreas fontes que integram a Formação Vale do Rio do Peixe (rochas
Brasilianas, Neoprotezóicas, Mesoproterozóicas e Paleoproterozóicas), mas também identificar dois diferentes eventos ocorridos na Plataforma Sul-
americana (orogêneses Devoniana e Gondwanica).
A utilização de dois termocronômetros, um de alta temperatura (U-Th-Pb) e outro de intermediário-baixa temperatura (MTF), mostra-se como uma
ferramenta potencial para identificar tanto a proveniência das rochas, quanto os eventos morfotectônicos a que foram submetidas.
Agradecimentos: FAPESP (2005/51142-3) e CNPq.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Icnofósseis de invertebrados associados à crocodilomorfos na Formação Adamantina,


bacia bauru

Diego Evan Gracioso & Ismar de Souza Carvalho


Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, CCMN, UFRJ – Rio de Janeiro. E-mail: evangracioso@ufrj.br

A Formação Adamantina é uma unidade litoestratigráfica de idade turoniana-santoniana composta por arenitos com estratificação cruzada, intercalados com
lamitos, siltitos e arenitos lamosos. Seu conteúdo fossilífero é bastante diversificado, com registros de fósseis de répteis, anuros, lagartos, peixes, moluscos
biválvios, crustáceos e icnofósseis de invertebrados e vertebrados.
No distrito de Prudêncio e Moraes, município de General Salgado, São Paulo já foram descobertos diversos restos de crocodilomorfos baurusuquídeos
e esfagesaurídeos com excelentes estados de preservação, por vezes exibindo esqueletos quase completos. As rochas portadoras desses fósseis contêm
também uma icnofauna de invetebrados dominada por icnofósseis identificados como Taenidium barretti. Além de T. barretti também podem ser observados
Skolithos isp. e bioturbações.
A investigação dos icnofósseis de invertebrados associados aos crocodilomorfos no município de General Salgado possibilita informações paleoecológicas
para o Cretáceo do atual estado de São Paulo. Nos afloramentos analisados, T. barretti ocorre como escavações meniscadas retropreenchidas, cilíndricas,
sinuosas, não ramificadas, sem parede definida e diâmetro variando entre 0,7 a 2,0 cm. As escavações possuem coloração avermelhada e causam intensos
mosqueamentos nas rochas. Possuem densidades diferenciadas, sendo que, próximo aos fósseis de crocodilomorfos são muito mais freqüentes, e por vezes
ocorrem intercruzamentos das estruturas.
Como Taenidium é interpretado como uma escavação produzida pelo retropreenchimento do sedimento revolvido durante o processo de alimentação de
organismos detritívoros, acredita-se que os diferentes graus de bioturbação verificados nas rochas da Formação Adamantina na localidade de Prudêncio e
Moraes sejam decorrentes de comportamentos de necrofagia em carcassas de crocodilomorfos. Admite-se como potenciais produtores destas estruturas,
insetos coleópteros, pelo reconhecido comportamento de necrofagia. Através de estudos neoicnológicos verifica-se a produção de escavações meniscadas
por indivíduos adultos ou em estágio larval semelhantes às existentes na Formação Adamantina.
Este estudo contou com o apoio da FAPERJ (E-26/102.692/2008) e CNPq (305780/2006-9).

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HISTORICAL REVISION, PROSPECTION AND SURVEY OF VERTEBRATE FOSSILS ON THE FOSSILIFEROUS


REGIONS AMONG LUCÉLIA AND IRAPURU CITIES (GRUPO BAURU, FORMAÇÃO ADAMANTINA),
SOUTHWESTERN SÃO PAULO STATE

Caio Fabricio Cezar Geroto1 & Reinaldo J. Bertini2


1
Geologia Regional, NEPV/IGCE/UNESP - Rio Claro (cgeroto@gmail.com)
2
NEPV/DGA/IGCE/UNESP - Rio Claro (rbertini@rc.unesp.br)

On Southwestern São Paulo State, among Lucélia and Irapuru cities, there are outcrops from the Adamantina Formation, revealing important sources of
fossil materials, especially vertebrates, of Upper Cretaceous (Campanian / Maastrichtian) age. The represented groups are mainly turtles, metasuchians,
theropodomorphs, sauropods (titanosaurians). The investigations of these assemblages, most presenting phylogenetical significance, would also cover
especially biochronological, paleoecological, paleobiogegraphical, paleogeographical issues, contributing to the knowledge of the ecossystems in the region
during Upper Cretaceous.
The Bauru Basin is stratigraphically situated above Paraná Basin, being the most widespread continental Upper Cretaceous sedimentary sequence from
South America, with 350000 Km². It was deposited after a hiatus, which followed the vulcanism of the Serra Geral Formation.
The Geology of the Bauru Basin points out the existence of meandering, anastomosed and braided fluvial systems (Adamantina Formation), supplied by
alluvial fans (Marília Formation) and also the presence of lakes systems (Araçatuba Formation), the last ones existing inside Bauru Basin.
The investigation area is situated in deposits associated to the sediments of the Adamantina Formation from the Bauru Group, with chronological distribution
among Campanian until Maastrichtian. The outcrops are characterized by fine grained sandstones, casually associated to sitstones and even sandy
conglomerates, with substantial carbonatic cementing and presence of cross bedding stratifications.
Until now there have been performed visits to outcrops situated on the municipalities of Lucélia, Adamantina, Flórida Paulista, Pacaembu, Irapuru, with the
objective to find new fossil localities and to collect materials. After preparation, identification, they will be catalogued, in accordance with standard curatorial
methodologies.
The fossil materials, recovered until this moment, associated to different specimens of sauropod titanosaurs, consist of right humerus, two left humeri,
right femur, a rib, right tibia, a caudal vertebra, three centra of pre-sacral vertebrae and a phalanx. There are also varied teeth of maniraptoriforms, just like
dromeosaurs, troodonts. In the assemblage under investigation exists a collection of crocodylomorphs teeth, mainly metasuchians. There is also a fragmented
turtle plastron.
Four new outcrops were identified until now, demanding intense prospection, searching for fossil vertebrates. But most part of the previously collected
remains is very fragmented, preventing a precise identification of these specimens. However, a new titanosaur material recovered Western Flórida Paulista
City, could be associated to the Adamantisaurus mezzalirai clade, the only Titanosaur species formally described to that region.
The whole vertebrates assemblage reports the assumption that the region, probably during the Campanian, was inhabited, among other groups, by podocnemid
turtles, metasuchian crocodylomorphs, small and medium sizes theropodomorphs (maniraptoriforms), sauropod titanosaurs.
Agradecimentos:Capes.

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xenarthra (placentalia : mammalia) BRAZILIAN FOSSILS, FROM paleocenE To pleistocenE,


AND THEIR GEOLOGICAL contexts

Raphael de Castro Sarti1 & Reinaldo J. Bertini2


1
Geologia Regional, NEPV-IGCE-UNESP Rio Claro (rcdes@hotmail.com.br)
2
NEPV-DGA-IGCE-UNESP Rio Claro (rbertini@rc.unesp.br)

Under paleozoological and zoological contexts, the Xenarthra include giant and arboricolous sloths (Tardigrada), glyptodonts and armadillos (Cingulata),
anteaters (Vermilingua). One of the main characteristics of the group is dental reducing in number. With the exception of anteaters, with none tooth, the
xenarthrans present homodont prismatical or cylindrical teeth, composed by compact and dense dentine, with nucleus of dentine and cement covering.
Other characteristic deserving distinction is the existence of additional articulations on the dorsal and lumbar vertebrae (xenarthry). This last characteristic
is accentuated in fossil megatherioids, modern arboricolous sloths, anteaters and armadillos, but almost indistinguishable in glyptodontoids, because the
intervertebral fusions occurrying in these placentals.
This investigation had, as a main objective, to compose a compilation of published data, until now, about Brazilian fossil Xenarthra. Besides it would
also attempts to emphasize the importance of geological informations, concerning the localities where fossil specimens of xenarthrans were found in
Brazil, searching for paleoecological relationships involving these mammals, paleoenvironments where they were fossilized and conditions/situations
of fossilization (Biostratigraphy/Taphonomy). Supplementary it would develop some taxonomical and phylogenetical comments about these placentals,
analysing biocronologic, paleogeographic, paleobiogeographic and paleoclimatic aspects.
To achieve these goals, previously presented, some procedures were assumed, just like bibliographical survey, observation of specimens in paleontological
collections, analysis and interpretation of obtained data.
During this investigation it was observed that, in states where researchs about Xenarthra are more advanced, it would be possible to make accurate
paleoecological inferences, containing appropriate conclusions about paleoclimate, vegetation living with fossils and general paleoenvironment where the
specimen was deposited. In many states it is necessary to make intense investigations, to delineate an appropriate picture, concerning mainly depositional
paleoenvironments, where fossil xenarthrans are preserved.
Though this investigation has made an extensive survey of fossil localities, containing Xenarthra remains, probably there have been another ones, not
listed. It is due to inadequate identification of many materials previously collected, casually commented only as “Pleistocene fossil fauna”, in some older
contributions. There are also many morphotypes needing accurate investigation, to verify their validity and insertion in correct group.
This survey permited to conclude that there are Xenarthra fossils in almost all the Brazilian fossil localities, contained in the middle Paleocene to upper
Pleistocene interval, even lower Holocene. They are not found in Amapá, Maranhão, Pará, Roraima and Tocantins states, besides “Distrito Federal”. It
deserves note the great number of xenarthrans fossil localities in Bahia, Minas Gerais and Rio Grande do Sul states. This wide occurrence can be justified
by some reasons, distinguishing natural abundance, better preservation of specimens when compared to other vertebrates, more profuse local prospection
and collect.
Also deserving investigation is the expantion of the spinal cord in the pelvic region of Hoplophorus euphracthus, a similar morphological situation, also
observed in the ornithischian Stegosaurus.

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CONSIDERAÇÕES SOBRE A EVOLUÇÃO GEOLÓGICA E SEDIMENTAR QUATERNÁRIA DA BACIA DE


JACAREPAGUÁ, RIO DE JANEIRO, RJ

Mario Cesar Sousa Silva1; Mauro Cesar Geraldes2


1
Secretaria Municipal de Meio Ambiente, SMAC/PMRJ – Rio de Janeiro (mariocssilva@yahoo.com.br); 2 Faculdade de Geologia, DGRG/UERJ – Rio de
Janeiro (geraldes@uerj.br).

A Bacia de Jacarepaguá possui uma evolução geodinâmica marcada por processos transgressivos e regressivos, deposição e retrabalhamento de pacotes
sedimentares por ação de correntes marinhas, oscilação de marés, ação eólica, ciclos de erosão e sedimentação. A evolução da bacia baseada em dados
geomorfológicos, paleoambientais e sedimentares permite a compreensão de sua dinâmica ambiental durante o período Quaternário até o presente. Esta
evolução é composta pelos estágios descritos a seguir.
O primeiro estágio corresponde a um período Pré-Holocênico com ambiente úmido de enseada aberta com circulação marinha e deposição de sedimentos
clásticos com preenchimento e aplainamento do substrato rochoso. A presença de altos do embasamento sob a forma de morros alongados e ilhas, relevo
muito escarpado, favorece sistemas de alta energia com transporte e deposição de sedimentos arenosos grosseiros sobre o embasamento nas porções
proximais aos maciços costeiros.
O segundo estágio é representado por um ambiente marinho a semi-lagunar que atinge o pico transgressivo a aproximadamente 5.100 anos. A sedimentação
atua ao longo da corrente marinha oeste-leste (ao longo da linha de costa) com a formação e acresção de depósitos arenosos submarinos com migração para
o norte e formação de linha de praia primitiva atuando em conjunto com aporte sedimentar de sistema de leques aluviais.
O terceiro estágio corresponde a uma fase regressiva com mínimo em aproximadamente 3.800 anos, configurando um ambiente transicional de úmido a
seco, com gradativa exposição de terraços marinhos arenosos, de depósitos de leques aluviais e elúvio-coluvionares de natureza areno-argilosa. Ocorre a
formação e avanço de ilha barreira com acresção no sentido oeste-leste, intensificação de processos erosivos continentais com aumento de aporte sedimentar
em ambiente marinho-lagunar e formação da restinga.
O quarto estágio compreende a retomada de processos marinhos de sedimentação em um paleoambiente transgressivo de expressivas feições flúvio-marinho-
lagunar e com intensificação de condições úmidas. Ambientes marinhos de alta energia associados a presença de altos do embasamento cristalino nas laterais
da baia geram leques de arrombamento, submersão e retrabalhamento de depósitos marinhos e continentais de natureza arenosa com material argilo-arenoso
orgânico associado. Ocorre o avanço da sedimentação costeira externa à restinga e formação de arenitos de praia (beach rocks) devido à compactação e
cimentação de depósitos arenosos de estágios anteriores.
O quinto estágio envolve nova fase regressiva até o nível atual, ocorrendo retrabalhamento de depósitos continentais e marinhos, evolução para complexo
lagunar e deposição de sedimentos arenosos em restinga, magnificação da rede de drenagens, avanço de sedimentação areno-argilosa rica em matéria
orgânica com colmatagem de antigos paleoambientes marinho-lagunares.
Desta forma, a Bacia de Jacarepaguá resulta da interação de dois eventos transgressivos e dois eventos regressivos holocênicos alternados. A sedimentação
marinha e continental promoveu a acresção lateral, vertical e longitudinal dos depósitos de barras arenosas e areno-argilosas com contribuição de matéria
orgânica. A dinâmica de correntes marinhas externas e internas e flutuação climática (glaciações), intemperismo e erosão dos maciços costeiros e sua feições
residuais permitiu a configuração do atual ambiente de planície costeira controlada pela dinâmica lagunar-marinho-fluvial.

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O Grupo Passa Dois na região de Santa Rosa de Viterbo, SP (Bacia do Paraná, Permiano): novos
dados e reflexões

Rosemarie Rohn1; Thomas R. Fairchild2; Paulo Tibana3; Christiano Ng4; Dimas Dias-Brito5; Joel C. de Castro6; Francisco Tognoli7; Rafael Caixeta8;
Marcus Cabral9; Marco A. Cornetti10
1, 3 a 6, 8 e 9.
UNESPetro/Núcleo de Petrologia Carbonática-NOPEC, Rio Claro; 1.rohn@rc.unesp.br; 2.IGc/USP; 3.PRH-05 ANP/UNESP-Rio Claro; 4.bolsista
VUNESP; 7.UNISINOS; 9.bolsista de mestrado CNPq; 10.engenheiro consultor da Mineração PH 7.

Em Santa Rosa de Viterbo (SP), extremo nordeste da Bacia do Paraná, ocorrem calcários dolomíticos com mesossauros, em exploração pela “Mineração PH 7”
(coord. UTM 23K, 0259,79kmE / 7622,65kmN), registrados pela primeira vez por Massoli (1980; Rev. IG, 1:7-14) e atribuídos seguramente a estromatólitos
por Suguio et al. (1985; V Simp. Reg.Geol., São Paulo. Bol. Res., p.12). Somente na Formação Huab da Namíbia há registro de outros estromatólitos com
mesossauros. Diversas novas observações em Santa Rosa merecem reconsiderações estratigráficas. Por exemplo, abaixo do calcário dolomítico há rochas
siliciclásticas finas vermelhas com nódulos de sílex, similares àqueles do Membro Assistência. Por outro lado, no mesmo intervalo foi encontrado um bivalve
identificado como Jacquesia - um gênero típico da Formação Corumbataí (M.G. Simões, comun. verbal). Também há dois intervalos muito bioturbados com
Glossifungites que evidenciam discordâncias próximo ao contato com o calcário. A exposição na pedreira inicia-se com uma brecha calcária (12 cm), seguida
por uma camada predominantemente micrítica (75 cm) com lâminas sub-horizontais a ligeiramente onduladas truncadas. Em sobreposição abrupta, truncada
ou localmente gradual, ocorrem microbialitos suavemente ondulados, passando a estromatólitos pseudo-colunares ou dômicos muito alongados na direção
N40-50E, com seção vertical quadrangular arredondada, parabólica a turbinada e seção transversal (horizontal) fusiforme arredondada a oblonga (altura ≤
160 cm, largura ≤120 cm, e comprimento ≥ 7 metros). Espaços entre colunas não ultrapassam poucos centímetros e estão preenchidos por calcita ou arenitos
finos avermelhados com abundantes ossos de mesossauros, alguns parcialmente articulados. Tais fósseis, assim como prováveis carapaças de Liocaris
constatadas em lâminas petrográficas, comprovam a cronocorrelação ao Membro Assistência/Formação Irati das áreas mais interiores/sulinas da bacia.
Alguns estromatólitos apresentam ligeira tendência de ramificação paralela na parte superior ou continuam ascendentemente como domos mais dispersos,
muito mais variados em altura (até 2,1 m), comprimento (3 a 8,6 m), e espaçamento (de 3 a 6 m lateralmente e 3 a 9 m no sentido do alongamento). São
parabólicos em seção transversal e, no sentido longitudinal, são mais inclinados no lado NE. Tal assimetria sugere crescimento controlado por fluxos aquosos
no sentido NE-SW, com interessantes implicações ambientais e paleogeográficas: os fluxos foram induzidos por ventos, gradientes térmicos ou marés? As
partes superiores dos bioermas estromatolíticos contêm proporção crescente de argila e interdigitações com argilitos e siltitos avermelhados, já seguramente
atribuíveis à Formação Corumbataí, muitas vezes havendo grandes concreções de sílex no contato. É possível que quase toda a sucessão calcária represente
aumento gradual da profundidade da água (transgressão); o final do desenvolvimento de esteiras microbianas pode ter ocorrido por causa da chegada de lama
(regressão). O calcário dolomítico ocupa uma área de ~4 km2, acunhando-se rumo a leste até desaparecer totalmente, onde as formações Tatuí e Corumbataí
estão separadas apenas por uma brecha. Situação similar deve ocorrer meridionalmente, pois não há registro da Formação Irati até as proximidades de
Porto Ferreira (Massoli, 1983, Rev. IG, 4:25-51). Os calcários com os estromatólitos podem representar, portanto, bioermas locais parcialmente coevos à
sedimentação siliciclástica de áreas adjacentes.

53

PALEOGEOGRAFIA PALEÓGENA DA BACIA SEDIMENTAR DE SÃO PAULO, NA REGIÃO DE GUARULHOS,


ESTADO DE SÃO PAULO

Elza de Fátima Bedani1; Antonio Roberto Saad1-2
1
Universidade Guarulhos, UnG (ebedani@ung.br) ; 2 Departamento de Geologia Aplicada, IGCE/UNESP – Rio Claro

No município de Guarulhos, localizado na Região Metropolitana de São Paulo-RMSP, ocorrem rochas sedimentares de idade cenozóica utilizadas
principalmente pelo setor da construção civil, com destaque para areia e argila. Para fins urbano, industrial e agrícola, são explotados os recursos hídricos
subterrâneos, notadamente os provenientes dos sedimentos paleógenos (Aqüífero São Paulo), pertencentes à Bacia Sedimentar de São Paulo. Essa bacia
é parte integrante do Rifte Continental do Sudeste Brasileiro e ocupa boa parte da área geográfica do município de Guarulhos. O presente trabalho
objetiva apresentar a paleogeografia paleógena, por meio de análise estratigráfica das suas porções aflorantes e sub-aflorantes, com base no conceito de
fácies e de associações de fácies. Foram reconhecidas 9 litofácies clásticas, agrupadas em 2 associações de fácies representadas, respectivamente, por
clásticos predominantemente grossos a médios, e outra, eminentemente, pelítica. Os dados obtidos sugerem a existência de dois sistemas deposicionais
contemporâneos, a saber: um do tipo leque deltaico, que ocorre nas partes norte e central do município, e outro lacustre, presente na porção sul dessa região.
Especula-se que a idade provável dessa deposição corresponderia ao intervalo Neoeoceno-Eo-oligoceno, em função dos dados obtidos nos compartimentos
Itaquaquecetuba e na Estação Barra Funda do Metrô (município de São Paulo), ambos pertencentes à Bacia Sedimentar de São Paulo. A prevalecer tal
hipótese, essa sedimentação teria ocorrido sob a influência de clima sub-tropical, com as estações de verão e inverno bem definidas, conforme proposto por
estudos paleopalinológicos anteriores envolvendo os depósitos paleógenos de Itaquaquecetuba, limítrofe à região de Guarulhos.
A paleogeografia aqui delineada auxiliará na previsão de novas áreas para pesquisa de recursos minerais e hídricos, assim como no planejamento urbano
desse município, em função de novas grandes obras viárias em planejamento e/ou em construção, como por exemplo o Rodoanel Mário Covas, em seu trecho
norte, e a Avenida Jacu Pêssego, interligando Guarulhos à região do ABC e Santos, SP, respectivamente.

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CICLOS SEDIMENTARES NA FORMAÇÃO CORUMBATAÍ NA


“PEDREIRA DO BONGUE”, PIRACICABA/SP

José Alexandre de Jesus Perinotto1,4; Antonio Roberto Saad1,2; Rodrigo Zanão3


1
Depto. Geologia Aplicada/IGCE/Unesp – Rio Claro (perinoto@rc.unesp.br);
2
Universidade Guarulhos – UnG/Guarulhos; 3Roxar do Brasil Ltda/RJ; 4Bolsista CNPq

Este trabalho refere-se à localidade denominada “Pedreira do Bongue”, um conhecido e bastante visitado afloramento da Formação Corumbataí (Permiano
do nordeste da Bacia do Paraná), localizado na Estrada do Bongue, margem esquerda do rio Piracicaba, na área urbana da cidade homônima, centro leste
do Estado de São Paulo.
A Formação Corumbataí aflora continuamente nesta área, entre as pontes do Morato e a do Caixão, apresentando aproximadamente 1,2 km de extensão, com
altura máxima atingindo 55 metros. Compõe-se essencialmente de três litofácies que ocorrem em ciclos de espessura métrica.
A litofácies da base de cada ciclo é homogênea, enquanto as duas outras apresentam granocrescência e estratocrescência ascendentes. Da base ao topo de
cada ciclo, as litofácies se empilham gradacionalmente. No entanto, o contato da litofácies superior de cada ciclo (LF3) com a litofácies inferior do ciclo
seguinte (LF1) se dá de forma abrupta, evidenciando mudança rápida na profundidade da lâmina d’água do ambiente de deposição.
Dessa forma, tem-se, da base para o topo, no interior de cada ciclo:
1) Litofácies 1 (LF1) – argilito siltoso/siltito argiloso cinza (com variação de tons), maciço, fraturado, com característica desagregação conchóide,
promovendo a formação de perfil tipicamente negativo. Passagem gradacional superior para LF2.
2) Litofácies 2 (LF2) – interlaminado milimétrico, róseo acinzentado a esverdeado, de argilito siltoso com siltito arenoso. Apresenta tênue acamamento
ondulado a lenticular. Passagem gradacional superior para LF3.
3) Litofácies 3 (LF3) – interlaminado centimétrico, róseo esbranquiçado a esverdeado, de siltito argiloso/argilito siltoso com arenito muito fino inferior.
Apresenta marcante acamamento ondulado e lenticular, com tênues laminações cruzadas nos termos mais grossos. Passagem abrupta superior para LF1
de novo ciclo sobreposto. Essa litofácies é a que constitui os grandes blocos deslizados e/ou caídos, que muitas vezes obstruem a estrada adjacente à
“pedreira”.
O empilhamento desses ciclos de fácies, por meio de levantamento de seções colunares, a correlação espacial entre as seções e a interpretação dos processos
sedimentares geradores das litofácies permitem concluir que se trata de um característico empilhamento de parassequências relativas a plataformas terrígenas
rasas em transição a condições litorâneas sob domínio de marés.

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ANÁLISE MORFOMÉTRICA DA REDE DE DRENAGEM DA BACIA DO RIO DO MACHADO-MG

Henrique Corrêa Lima1; Peter Christian Hackspacher2; Carolina Doranti3.


1
Graduação Geografia, IGCE/UNESP – Rio Claro (hcorrea.lima@gmail.com); 2Departamento de Petrologia e Metalogenia, IGCE/UNESP – Rio Claro;
3
Geologia Regional, IGCE/UNESP – Rio Claro.

A proposta deste trabalho foi analisar morfometricamente a rede de drenagem através da utilização das técnicas como o Índice Relação Declividade e
Extensão do Curso de Água (RDE) e análise do perfil longitudinal dos vales, numa região do Planalto Sul de Minas, a fim de contribuir com estudos sobre
evolução da paisagem da região sudeste do Brasil. A pesquisa foi realizada na região da Bacia Hidrográfica do Rio do Machado (MG), afluente do Alto Rio
Grande. Essa drenagem possui ~120km de extensão, e apresenta uma particularidade em seu curso, pois muda bruscamente de direção na área próxima ao
seu médio curso.
Os índices RDE podem ser utilizados como indicadores de áreas suspeitas de atividades tectônicas recentes. O índice cresce onde o rio flui por sobre rochas
mais resistentes e decresce onde percorre um substrato mais friável. Pode-se suspeitar da atuação de processos tectônicos caso seja possível eliminar o fator
litológico como causador principal da elevação do índice em algum determinado trecho do rio. Para a obtenção dos perfis longitudinais plota-se o desnível
altimétrico entre os pontos extremos do vale no eixo das ordenadas e a distância, em linha reta, entre os pontos no eixo das abscissas. Este procedimento
elimina o efeito da sinuosidade do canal. Em seguida, sobrepõe-se ao perfil obtido à linha de melhor ajuste, o que permite definir, genericamente, áreas
em subsidência e soerguimento. A linha de melhor ajuste, neste caso, corresponde a um simulacro matemático do perfil de equilíbrio do rio. O uso deste
procedimento, seguido do controle de campo, permite a identificação das áreas de estocagem de sedimento, e sua relação com o arcabouço tectônico.
Optou-se por trabalhar com as drenagens maiores que 8 km, sendo considerado um valor suficiente para uma melhor compreensão da distribuição espacial
dos índices RDE e dos perfis longitudinais e também pelo grande número de afluentes presentes na bacia. Quanto aos índices RDE, foram calculados valores
do curso total das drenagens e também valores por trecho, sendo cada trecho equivalente à aproximadamente metade do curso d’água considerado. Os
maiores valores de RDE total encontrados estão concentrados nas drenagens que possuem a sua nascente na região do Planalto de São Pedro de Caldas e que
deságuam na área adjacente de menor altitude, caracterizando-se como uma área mais sujeita à interferência de um soerguimento nos índices. Em relação aos
índices de RDE por trecho, somente o rio principal apresentou anomalia, com um valor menor no primeiro trecho em relação ao segundo trecho, fugindo do
padrão encontrado no restante da bacia. Em relação aos perfis longitudinais, observou-se que a maioria dos perfis apresenta anomalias, que se concentram,
sobretudo nas áreas do alto e baixo curso das drenagens, possuindo um traçado distante da linha de melhor ajuste, com exceção de alguns casos em que as
drenagens apresentam um traçado bem próximo do equilíbrio.
Por se tratar de uma região com grande variação de relevo e presença de diversas feições geológicas e geomorfológicas, os dados obtidos demonstraram não
existir um padrão confiável na distribuição das áreas que possuem indícios de reativações tectônicas. Porém, foi possível identificar as áreas que apresentam
índices anômalos e traçar um perfil da bacia em geral, tornando possível uma compreensão básica da dinâmica dos processos que modelam o relevo na bacia
do Rio do Machado.
Agradecimentos: FAPESP (2008/07097-1).

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PETROLOGIA DOS DIQUES DE DIABÁSIO DA REGIÃO DE UBATUBA (SP)

Philippe Blanco de Oliveira(1) ; Fábio Peres da Silva(2); Beatriz Paschoal Duarte(3)


(1) Bolsista PIBIC-UERJ – phiblan@oi.com.br; (2) Programa de Pós-graduação –FGEL/UERJ; (3) TEKTOS – FGEL/ UERJ

Este trabalho apresenta técnicas de mapeamento geológico em escala de semi-detalhe (1:50.000), coleta e preparação de amostras para estudos petrológicos,
investigação petrográfico-petrológica sistemática, o que inclui a identificação e classificação de minerais, texturas e estruturas, realizado na região entre
Ubatuba e Caraguatatuba, litoral norte do Estado de São Paulo.
Com base na descrição de 13 amostras de diabásio coletadas nessa região, verifcou-se que as mesmas correspondem a diabásios homogêneos, máficos, de
granulometria fina à média, podendo apresentar textura ofítica e subofítica, holocristalina ou hipocristalina. Sua mineralogia é composta por: plagioclásio,
clinopiroxênio e opacos, podendo ser encontrados, também: olivina, anfibólio, carbonato e traços de apatita. Quase todos os diabásios apresentam fenocristais
de plagioclásio e clinopiroxênio. Muitas vezes estes se apresentam zonados e/ou corroídos, comumente esqueletais, indicando assim desequilíbrio com a
matriz. Xenocristais corroídos ou esqueletais de olivina pseudomorficamente substituída por carbonato ocorrem menos frequentemente. Foliação de fluxo foi
observada apenas em uma amostra. Em alguns casos, observam-se amígdalas preenchidas por carbonato. Variações nas formas de minerais opacos também
são encontradas, alguns granulares, outros prismático-alongados.
Em algumas amostras foi possível identificar dois tipos de clinopiroxênio: uma augita e uma pigeonita. Isso aponta para a afinidade tholeítica do magma
gerador dessas rochas.
Durante os trabalhos de campo, para cada dique observado, duas amostras eram coletadas: uma amostra da borda e outra do centro. Comparando-se estas
duas frações do mesmo dique, concluiu-se que a composição mineralógica de ambas é praticamente a mesma, porém, como o magma da borda resfria bem
mais rápido que o magma no centro, a granulometria da primeira é bem menor quando comparada à granulometria da segunda. No caso das bordas, é comum
a ocorrência de vidro vulcânico e/ou de material formada pela devitrificação.
Uma amostra de lamprófiro, que ocorre em diques na região, foi coletada para estudo petrográfico-petrológico. Essa amostra é hipocristalina, tem
granulometria fina e textura porfirítica Xenocristais de plagioclásio e clinopiroxênio corroídos e zonados (indicando desequilíbrio com a matriz) ocorrem
juntamente com plaquetas euedrais de biotita primária. O piroxênio apresenta núcleo esverdeado, provavelmente de aegerina, são comuns. “Bolhas” de uma
rocha mais fina e desprovida de fases opacas são frequentemente observadas e sugerem o envolvimento e resfriamento de dois tipos de magma imiscíveis.

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CONCENTRAÇÕES DE FLÚOR E CARACTERIZAÇÃO FACIOLÓGICA DO GRUPO BAMBUÍ, REGIÃO DE


VERDELÂNDIA, NORTE DE MINAS GERAIS

Dora Atman Costa*, Adriana Miranda Freitas*, Cristiany Pereira*, Leila Nunes Menegasse Velásquez* e Lúcia Maria Fantinel*
*
Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG/IGC (doraabh@gmail.com.br)

A 600 km a norte de Belo Horizonte, no compartimento central da Bacia do São Francisco, afloram rochas pouco deformadas do Grupo Bambuí,
especificamente as formações Lagoa do Jacaré, Serra da Saudade, Jaíba e Três Marias. A caracterização faciológica e a avaliação das concentrações de
F nessas rochas visam contribuir para o entendimento do processo de contaminação natural das águas subterrâneas por fluoreto. O trabalho caracteriza
as litofácies das unidades aflorantes, destacando a distribuição do F nas mesmas. Realizou-se o mapeamento geológico 1:100.000 de 1.592km2 com
levantamento de seções colunares de detalhe em áreas selecionadas, análise macro e microscópica para identificação das microfácies e análise mineralógica
(DRX) e geoquímica de 26 amostras (elementos maiores e traços por fluorescência de raios-X, espectofotometria de absorção atômica para Na, e método
da potenciometria com eletrodo seletivo para o F, executadas pelo CNEN/CDTN). A Fm. Lagoa do Jacaré foi dividida em cinco fácies organizadas em
três associações faciológicas que ocorrem interdigitadas, registrando a deposição em ambientes de supra, inter e inframarés e de baixios arenosos com
influência de tempestades. É a unidade em que se encontram os teores mais elevados de F, com média de 509ppm e máximo de 900ppm na fácies grainstone
oolítico/intraclástico. Nessa fácies ocorrem cristais de fluorita em veios calcíticos tabulares subverticais e em superfícies estriadas de zonas de cisalhamento
com movimento reverso. Microscopicamente identificam-se cristais de fluorita substituindo aloquímicos e cimento espático. A predominância de fácies
siliciclásticas finas caracteriza a Fm. Serra da Saudade, definindo três associações faciológicas interpretadas como de deposição marinha, abaixo do nível
de base de ondas normais. O conteúdo de F nesses ritmitos e siltitos marinhos varia de 130 a 620ppm com média de 290ppm. Tais valores são atribuídos
à adsorção do F em argilominerais e a sua presença em micas. A Fm. Jaíba, restrita à serra homônima, é caracterizada por quatro fácies carbonáticas
de transição entre o ambiente marinho profundo e marinho raso, interpretada como uma unidade progradante de rampa interna a intermediária. Nesses
calcários, a fluorita ocorre em veios calcíticos em zonas de charneira de dobras, não tendo sido constatada no arcabouço ou no cimento/matriz da rocha. As
concentrações de F variam de 130 a 320ppm com média de 223ppm. Em contato erosivo com a Fm. Jaíba ocorre a Fm. Três Marias, representada por cinco
fácies essencialmente terrígenas organizadas em três associações, com teor mínimo de F menor que 100 e máximo de 130ppm. As associações de fácies
propostas para as unidades carbonáticas e pelíticas indicam uma morfologia deposicional do tipo rampa homoclinal. Observa-se que nas rochas arenosas e
pelíticas do Grupo Bambuí os valores de F são compatíveis ou inferiores aos valores médios da literatura (arenitos 10-270ppm e folhelhos 600-700ppm).
Porém, dentre as rochas carbonáticas, apenas as amostras da Fm. Jaíba mostram esse comportamento. Na Fm. Lagoa do Jacaré, os teores de F são superiores
aos padrões para calcário (38 a 330ppm) o que evidencia essa formação como a principal fonte de F relacionada à contaminação da água subterrânea na área.
A pesquisa está inserida no projeto FAPEMIG EDT-3032/06 em execução pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Centro de Desenvolvimento
de Tecnologia Nuclear (CDTN) e Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM).

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

GEOLOGIA ESTRUTURAL DO GRUPO BAMBUÍ NA REGIÃO DE VERDELÂNDIA, NORTE DE MG

Adriana Miranda Freitas1, Cristiany Pereira1, Dora Atman Costa1, Leila Nunes Menegasse Velásquez 1, Lúcia Maria Fantinel1, Paulo César Horta
Rodrigues2
1
Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG/IGC (dricamirandafreitas@yahoo.com.br)
2
Comissão Nacional de Energia Nuclear/Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear – CNEM/CDTN

O trabalho apresenta as características estruturais das rochas aflorantes a 600km a norte de Belo Horizonte, no compartimento central da Bacia do São
Francisco. Foram identificadas rochas carbonáticas e siliciclásticas das formações Lagoa do Jacaré, Serra da Saudade, Jaíba e Três Marias, mapeadas
na escala 1:100.000 em uma área de 1592km2. Além das medidas estruturais tomadas em campo, foram traçados lineamentos de relevo em fotografias
aéreas (1:60.000) e no modelo digital de elevação (MDE) obtido pelo laboratório de geoprocessamento do CDTN, nas escalas 1:100.000 e 1:500.000. Os
lineamentos obtidos via fotografias aéreas foram digitalizados e suas direções representadas em diagramas de roseta, juntamente com aqueles do MDE,
para posterior comparação com os dados de campo. A região foi dividida em três domínios estruturais. O domínio 1, localizado na porção sudeste da área,
corresponde aos calcários da Fm. Lagoa do Jacaré localmente deformados, com mergulhos de até 55º. O limite desse domínio é marcado por uma falha de
empurrão que coloca a Fm. Lagoa do Jacaré sobre a Fm. Serra da Saudade, onde ocorrem lineações de estiramento de calcita e intraclastos de calcarenito
estirados. O domínio 2, na porção oeste, corresponde à maior área de ocorrência da Fm. Lagoa do Jacaré, onde os calcários encontram-se sub-horizontais,
sob uma cobertura detrítica de espessura variável. Destaca-se pelos lineamentos E-W e abundância de dolinas alinhadas nessa direção. Ocorrem zonas de
cisalhamento com predominância de características rúpteis, como superfícies estriadas de atitude 128/20, cujos steps indicam movimento reverso para W,
com calcita, quartzo e fluorita associados. Apresenta fraturas preenchidas por veios de calcita branca, de espessura milimétrica, subverticais, com direção
preferencial N20-40W e calcita em fraturas de extensão em échellon. O domínio 3 localiza-se na porção nordeste e equivale à unidade carbonática de topo
(Fm. Jaíba), de ocorrência restrita à serra homônima, e às unidades essencialmente terrígenas (formações Serra da Saudade e Três Marias). Os pelitos da Fm.
Serra da Saudade mostram foliação incipiente de direção preferencial N20-30E e mergulho médio de 45º para SE. Muito raramente estão dobrados, nunca
em amplitude acima da decimétrica. As medidas de acamamento na Fm. Jaíba mostram mergulho preferencial para SE e NW indicando a estruturação de um
sinclinal com dobramentos em menor escala com vergência para NW. Nos calcários da Fm. Jaíba existem zonas de cisalhamento, frentes de cavalgamento
com tension gashes e veios de calcita ao longo dos planos das falhas. Localmente, ocorrem foliação, lineação de estiramento de calcita mergulhante para SE
e boudinage de níveis mais competentes. Nos calcários da Fm. Jaíba são comuns fraturas paralelas ao plano axial das dobras e veios calcíticos nas zonas de
charneira, que podem ser portadores de fluorita. Considerando os três domínios, o fraturamento principal ocorre segundo N60-80W, N10-30E e N30-50E
e veios calcíticos segundo N20-40W e N60-70W. Existe correspondência entre lineamentos e fraturamentos, sobretudo nas direções N60-80W e N30-
50E (interpretadas como fraturas trativas e compressivas, respectivamente). Tal acervo de estruturas aponta que o vetor de máxima compressão atuava na
horizontal de SE para NW. Esta pesquisa está inserida no projeto FAPEMIG EDT-3032/06 executado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN) e Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM).

56

TIPOS DE SILICIFICAÇÃO RECONHECIDOS NO NORDESTE DA BACIA DO PARANÁ

Henrique Giacomeli1, Andrezza de Almeida Azzi2 e Antenor Zanardo3


1
Pós-Graduação em Geologia Regional IGCE/UNESP; 2Graduação em Geologia no IGCE/UNESP; 3Departamento de Petrologia e Metalogenia - IGCE/
UNESP – Rio Claro.

As pesquisas de campo e laboratório executadas em rochas presentes na porção nordeste da Bacia do Paraná, em território paulista, possibilitaram reconhecer
vários tipos e ambientes de silicificação. O processo de silicificação aparece de forma marcante na Fm. Iratí, topo das formações Botucatu e Tatuí, ocorrendo
localmente nas formações Pirambóia e Corumbataí. A silicificação, pioneiramente, foi definida como um processo de metassomatismo diagenético, que
ocorre basicamente de três maneiras: substituição de rochas por quartzo, chert ou jasperóide; preenchimento de descontinuidades abertas por esses mesmos
componentes minerais; e também por concentração mecânica de quartzo a partir de lixiviação de materiais solúveis seguida de recimentação silicosa em
algumas situações. A maior diversidade de ambiente e tipo de silicificação é observada nas formações Botucatu e Pirambóia e pode ser agrupadas em três
tipos. A mais importante está associada à alteração supérgena dos basaltos da Fm. Serra Geral, com a mobilização de parte da sílica, disponibilizada nas
reações pedogenéticas, para níveis inferiores onde foi depositada nos poros dos arenitos subjacentes em função da diminuição do pH e/ou mudança de
permeabilidade. Nesse processo tem-se a formação de calcedônia muito fina, normalmente granular, e opala, podendo ocorrer o predomínio de um tipo, ou
o zoneamento entre esses. Outro tipo de silicificação resultou do efeito termal causado pelos derrames e/ou intrusões, podendo estar associado à peperitos,
e neste caso os grãos do arenito, frequentemente com películas de hematita e/ou hidróxidos de ferro, foram cimentados por calcedônia granular a fibrosa
de granulação relativamente grossa, podendo aparecer também filetes de filossilicatos microcristalinos de cor verde (clorita e/ou interestratificado clorita-
esmectita?). O terceiro tipo é quando o arenito é totalmente envolvido pelo magma gerando quartzo hornfels com textura granoblástica, porém mantendo a
estrutura sedimentar. Esse tipo, em função da passagem do quartzo β para o α durante o resfriamento gerou microfraturamento, que em caso de superposição
pedogenética possibilitou o surgimento de expressiva porosidade secundária com manutenção parcial da resistência mecânica. Na Fm. Corumbataí aparece a
formação de veio e vênulas de quartzo associada a hidrotermalismo; pequenos nódulos isolados nos siltitos arenosos que constituem os estratos e os diques;
e a substituição química de conchas carbonáticas e madeiras, aspecto observado na porção superior da unidade. Nos veios e vênulas observa-se bandamento
micrométrico entre “laminas” de quartzo hialino com ou sem inclusões de anidrita, e de quartzo com aspecto “sujo”, com índice de refração abaixo do
normal, aparentemente em função da presença da quantidade de micro a criptocavidades. Os dois tipos de quartzo apresentam granulação relativamente
grossa. Na Fm. Iratí a silicificação ocorreu, dominantemente, por substituição de carbonato durante a compactação, tendo sido catalisada por variação
localizada do pH em função da putrefação de matéria orgânica. Esse processo resultou na formação de leitos descontínuos e nas “bonecas”, constituídas
por sílex microgranular de cor cinza a preto. Ainda, por efeito termal, localmente formou-se calcedônia fibrosa a granular relativamente grossa e quartzo
hialino em cavidades. A silicificação na Fm. Tatuí ainda não foi objeto de pesquisa mais detalhada, porém o processo aparenta ser similar ao do Iratí, ou seja,
substituição de carbonatos e de madeira (madeira petrificada), em estratos posicionados no topo da coluna estratigráfica da unidade.
Agradecimentos CNPq (processos 301216/2008-8).

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

LEVANTAMENTO GRAVIMÉTRICO NA REGIÃO DO DOMO DE PITANGA

Mariana Aparecida Fernandes1; Maximilian Fries2, Walter Malagutti Filho3


1
Geologia Regional, IGCE/UNESP – Rio Claro (maa_fernandes@hotmail.com); 2Centro de Ciências Exatas e da Terra, Unipampa – Caçapava do Sul; 3
Departamento de Geologia Aplicada, IGCE/UNESP – Rio Claro.

A região nordeste da Bacia Sedimentar do Paraná apresenta vários altos estruturais como Pitanga, Artemis, Pau d’Alho e Anhembi, localizados próximos às
cidades de Rio Claro e Piracicaba, que vêm despertando o interesse de geocientistas pelo fato de constituírem testemunhos da evolução tectônica regional. O
seu entendimento busca refinar e aprimorar o conhecimento na Região do Domo de Pitanga, bem como a sua relação com a evolução da Bacia Sedimentar
do Paraná.
Se por um lado já se conhece boa parte das associações litológico-estruturais de superfície desses altos, por outro lado, há carência de informações de sub-
superfície que venham complementar ou corroborar as primeiras.
Desse modo, utilizando-se da técnica gravimétrica de semi-detalhe apresentamos neste trabalho mapas de anomalia Bouguer e Free-Air e um modelo
geológico estrutural para o Domo de Pitanga, uma feição localizada no baixo vale do rio Corumbataí, entre as cidades de Charqueada-Piracicaba-Ipeuna no
Estado de São Paulo.
Alguns autores descrevem a estrutura de Pitanga como uma feição assimétrica, com flanco oeste marcado por falhas e o flanco leste caracterizado por uma
ligeira inclinação de camadas. Em seu interior ocorrem baixos intercalados, também marcados por falhas e camadas inclinadas. Os sistemas de falhas mais
importantes são marcados pelos alinhamentos dos rios Passa Cinco – Cabeça e Ipeúna – Piracicaba, este sistema é formado por arranjo de falhas normais de
direção preferencial NW-SE e ainda falhas isoladas com orientação próxima a N-S e NNE-SSW.
Para a quantificação da variação do campo gravitacional efetuaram-se campanhas de campo onde foram adquiridas 239 estações gravimétricas ao longo
das principais rodovias e estradas vicinais, com um espaçamento médio de dois quilômetros entre as estações. A leitura gravimétrica foi feita no próprio
gravímetro de marca Lacoste & Romberg, modelo G 987, e a posição geográfica obtida através do uso de um GPS Diferencial Pathfinder Pro-XR (DGPS)
o qual possibilita maior precisão tanto no posicionamento vertical quanto horizontal.
A partir dos dados obtidos e processados foram feitos mapas de anomalia (Bouguer e Free-Air) e modelamento gravimétrico que apontaram anomalias que
delimitam o domo de Pitanga, cuja evolução é caracterizada, de acordo com alguns pesquisadores, pela reativação de descontinuidades pré-existentes no
embasamento da bacia, o qual teve origem no pré-cambriano/eopaleozóico. Reflexo disso são os grandes alinhamentos que ocorrem no interior da bacia, os
quais coincidem com zonas de falhas e alinhamento gravimétrico conforme observado nos mapas gerados.
Visto que as anomalias gravimétricas aqui tratadas são provenientes do embasamento, que o modelo gravimétrico é coerente ao arranjo estrutural e que os
lineamentos tectônicos traçados coincidem com os trends de falhas já reconhecidos pela literatura, conclui-se a veracidade do caráter ascensional que assume
o embasamento no interior da bacia, atuando na geração de altos estruturais como o Domo de Pitanga.
Agradecimentos: FAPESP (04/00235-9) e CNPq/PIBIC.

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Influência do corpo nefelina sienítico para formação dos sills da Ilha de Cabo Frio e das
áreas adjacente, RJ

Akihisa Motoki 1; José Ribeiro Aires 2


1
Mineralogia e Petrologia Ígnea, FGEL/UERJ - Rio de Janeiro (rochasornamentais@yahoo.com.br); 2 ABAST/PETROBRAS - Rio de Janeiro.

Corpos intrusivos tabulares de posicionamento horizontal são observados normalmente nas formações sedimentares horizontais relativamente jovens,
principalmente nas regiões de tectonismo de distensão. Esses corpos são chamados de sill e o posicionamento horizontal foi interpretado como devido à
estratificação horizontal da rocha encaixante. Foi considerado que a intrusão através de preenchimento magmático nas zonas de fraqueza existentes na rocha
encaixante seria mais fácil do que a intrusão por criação de uma nova fratura em direção discordante nessas, a idéia denominada fracture-fill.
Entretanto, existem os fenômenos intrusivos que não podem ser explicados pelo modelo de fracture-fill. Como por exemplo, a maioria dos diques é de
colocação vertical e dos sills é de colocação horizontal. Sills ocorrem em formações sedimentares jovens de ambiente tectônico distensional porém raramente
em rochas gnáissicas de alto ângulo de inclinação. Diques são muito mais freqüentes do que sills até mesmo dentro de formações sedimentares horizontais.
Em torno da Ilha de Cabo Frio, RJ, ocorrem corpos intrusivos de colocações vertical, oblíqua e horizontal, tanto de modo concordante quanto de modo
discordante. Dentre esses, existem corpos de traquito de colocação horizontal discordante com intensa alteração deutérica. Esses são intrusivos no ortognaisse
de bandamento oblíquo portanto, a intrusão sub-horizontal não é devida ao bandamento da rocha encaixante.
Por outro lado, o modelo de fraturamento hidráulico de distensão (hydraulic tensile fracturing), pode explicar essa intrusão. Segundo este modelo, a intrusão
dos corpos tabulares ocorre em direção perpendicular ao s3 por efeitos conjuntos de pressão magmática e esforço local. Mesmo que existem zonas de
fraqueza, essas não são utilizadas para a intrusão magmática. A transição de intrusão vertical para intrusão horizontal ocorre na profundidade em que o s3
transforma-se de direção horizontal para vertical.
O s3 vertical ocorre geralmente nas localidades de pequena profundidade sob baixa sobrecarga. Entretanto, as datações de traços de fissão para apatita
sugerem que a profundidade de intrusão dos corpos intrusivos foi em torno de 3 km. A composição química de nefelina sienito condiz com esta estimativa.
Nesta profundidade, não ocorre o s3 vertical em condições normais.
Os corpos tabulares sub-horizontais estão presentes em torno do corpo nefelina sienítico da Ilha de Cabo Frio. As relações de contato dos diques, sills e
brecha vulcânica desta área sugerem que os corpos sub-horizontais são originados do corpo de nefelina sienítico.
Considera-se que a intrusão magmática do corpo nefelina sienítico elevou o s horizontal no seu arredor e o magma nefelina sienítica de baixa densidade
reduziu o s vertical. Estes fatores permitiram a ocorrência do s3 vertical na área estudada e conseqüente intrusão dos corpos traquíticos de colocação sub-
horizontal discordante.
Agradecimentos: FAPERJ (E-26/111.926 /2008)

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Mecanismo de formação dos Xenólitos tabulares ao longo do contato de diques máficos


da Praia de Conchas, Cabo Frio, RJ: Delaminação térmica ou fraturamento hidráulico de
cizalhamento ?

Akihisa Motoki 1
1
Mineralogia e Petrologia Ígnea, FGEL/UERJ - Rio de Janeiro (rochasornamentais@yahoo.com.br)

Na região litorânea do Sudeste do Brasil, ocorrem enxames de diques toleíticos da idade eocretácica. Esses têm largura típica de 8 a 10 m e são sendo
considerados como fendas alimentadoras de lavas basálticas continentais do Paraná. Em torno da Praia de Conchas, Município de Cabo Frio, RJ, encontram-
se os diques máficos expostos nos afloramentos de erosão marinha, demonstrando os detalhes de fenômenos intrusivos.
Certos diques de grande largura contêm xenólitos longos e estreitos ao longo do contato. Esses têm 10 cm a 1 m de largura, tipicamente 30 a 50 cm, com
extensão horizontal de até 100 m e a vertical de pelo menos 20 m. A razão entre comprimento e largura (aspect ratio) é maior do que 100.
As extremidades dos xenólitos são geralmente sub-retangulares, porém em alguns casos são agudas. Dentro dos xenólitos, ocorrem as fraturas em direção
paralela à extensão dos xenólitos. A existência dessas fraturas e o grande aspecto ratio sugerem a existência de forte tendência de fraturamento em direção
paralela ao contato.
Mencionam-se dois possíveis modelos para a gênese desses xenólitos: 1) delaminação térmica; 2) fraturamento hidráulico de cizalhamento.
O modelo de delaminação térmica foi proposto para o mecanismo de formação dos xenólitos tabulares presentes na zona de contato de corpos graníticos.
Quando ocorre a intrusão magmática na rocha encaixante fria e rúptil, a expansão térmica é expressiva no contato porém pouco relevante nas posições
distantes. Esta diferença causa as fraturas paralelas ao plano de contato e conseqüente descolamento de fragmentos tabulares na forma de xenólitos.
O fraturamento hidráulico é o modelo alternativo para intrusão de diques e sills, que substitui o modelo tradicional de fracture-fill. Sob baixo esforço
deviatório, inferior a um quarto do esforço para rompimento rúptil da rocha encaixante, a intrusão de diques e sills ocorre por efeito conjunto de pressão
magmática do esforço local em direção perpendicular ao s3, o fenômeno denominado fraturamento hidráulico de distensão (hydraulic tensile fracturing). Os
diques intrudem nas fraturas de caráter distensional, criadas pela pressão magmática.
Por outro lado, sob o esforço deviatório superior o valor acima citado, a intrusão ocorre em direção oblíqua ao s3 com movimento de cizalhamento,
denominado fraturamento hidráulico de cizalhamento (hydraulic shear fracturing).
Na área estudada, a ramificação dos diques máficos sempre ocorre no lado esquerdo. Este fenômeno apóia o modelo de fraturamento hidráulico de
cizalhamento. A intrusão magmática por este mecanismo forma diques de configuração sigmoidal (en-echelon). Durante a ligação de dos diques sigmaoidais
de intrusão contemporânea, o segmento da rocha encaixante entre os dois diques é capturado. Os autores consideram que este é o modelo mais provável para
a origem dos xenólitos tabulares.
Agradecimentos: FAPERJ (E-26/110.279/2008)

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INTERPRETAÇÃO DE SEÇÕES SÍSMICAS VISANDO A INTEGRAÇÃO DE FEIÇÕES ESTRUTURAIS DO


EMBASAMENTO ADJACENTE À PORÇÃO SUL DA BACIA DE CAMPOS E A COMPARTIMENTAÇÃO
DE SUA FASE RIFTE

Carlos Eduardo Artur1; Yociteru Hasui2; Iata Anderson de Souza3


Graduando Geologia, IGCE/UNESP – Rio Claro, bolsista PRH (ceartur@rc.unesp.br);
1

2
Departamento de Petrologia e Metalogenia, IGCE/UNESP; 3 Geologia Regional, IGCE/UNESP – Rio Claro.

A Bacia de Campos localiza-se na margem sudeste brasileira e seus limites norte e sul são, respectivamente, a Cadeia de Vitória–Trindade e o Alto de Cabo
Frio. A margem continental é constituída por rochas retrabalhadas durante o Ciclo Brasiliano, representadas na área pela zona de articulação dos cinturões
orogênicos Ribeira e Araçuaí. O Domínio Cabo Frio apresenta estruturas de direção geral NE-SW, sendo que na área da plataforma continental, em frente
ao Rio de Janeiro, a direção predominante torna-se paralela à costa (ENE-WSW a E-W). Na parte submersa a área de estudo compreende a porção sul da
Bacia de Campos e na parte continental corresponde à região centro-leste do estado de Rio de Janeiro. O presente trabalho visa a caracterização do padrão
de feições regionais da área continental e da porção sul da Bacia de Campos, para contribuir com a compreensão da tectônica que atuou na instalação e
desenvolvimento tectono-estratigráfico da mesma, enfatizando as estruturas da seqüência rifte (pré-sal) e nas estruturas do Alto de Cabo Frio. Para este
estudo, foram interpretadas cinco seções sísmicas 2D, paralelas (strike) e perpendiculares (dip) à linha de costa, localizadas na porção meridional-central
da Bacia de Campos, calibradas por dados de poços, fornecidos pelo Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP-ANP) utilizando o software
Geographix. A partir desta interpretação foram reconhecidos os horizontes cronoestratigráficos e foi feito o estudo das estruturas presentes na bacia. As
principais direções de lineamentos continentais no sul da área são ENE-WSW, e foram interceptadas pelas seções sísmicas, juntamente com as direções NE-
SW e NW-SE. Foi possível identificar diferentes padrões estruturais na bacia, entre compressivos e extensionais, e as principais feições reconhecidas foram:
falhas lístricas com rotação de blocos associada, principalmente no horizonte salífero, que se propagam às camadas superiores de sedimentos cenozóicos
devido ao comportamento dúctil da camada de sal comprimida; falhas normais e transcorrentes; basculamento de blocos; diápiros de sal; horsts, grabens
e semi-grabens assimétricos, no embasamento e na seqüência correspondente à fase rifte. Ocorrem falhas de grande rejeito próximas à costa, limitando o
embasamento dos sedimentos cretáceos (Charneira) e falhas com ramificações, semelhantes a estruturas-em-flor, principalmente negativas. Há também
fortes indícios de reativações de falhas do embasamento, pois se observa continuidade de seus traços, principalmente as distensivas, para os horizontes mais
recentes, cenozóicos (Mioceno-Eoceno), com o caso de uma falha que se propaga desde o embasamento até o horizonte mais recente, próximo à superfície,
podendo indicar atividade neotectônica. As camadas sedimentares localmente apresentam-se dobradas, devido principalmente às deformações impostas pela
tectônica salífera. Com essa integração pode-se concluir que existe forte possibilidade de relação entre os lineamentos pré-cambrianos da parte emersa e a
estruturação submersa. Através de tais estudos pretende-se melhorar o entendimento dos modelos estruturais das bacias brasileiras, principalmente quanto à
identificação de trapas e processos de migração de hidrocarbonetos, contribuindo para a diminuição de riscos exploratórios no setor de petróleo e gás na área.
Agradecimentos: PRH-05 / ANP / UNESP-Rio Claro.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

uMA NOVA OCORRÊNCIA ALCALINA MESOZÓICA: a SUÍTE ALCALINA DE BOM REPOUSO, MG

Pedro Augusto da Silva Rosa1; Excelso Ruberti1; Gaston Eduardo Enrich Rojas1
1
Departamento de Mineralogia e Geotectônica, IGc-USP – São Paulo (pedrorosa@usp.br)

Divulga-se aqui a existência e as principais características de mais uma ocorrência de rochas alcalinas na região da Serra da Mantiqueira. Não foi encontrado
na literatura geológica qualquer referência a ela, exceto um vago registro no mapa geológico do Estado de Minas Gerais, escala de 1:1.000.000 (Pedrosa-
Soares et al., 1994), indicando como “Suíte Alcalina de Bom Repouso” e alocado com “idade arqueana possivelmente mais jovem”, sem, no entanto, nenhuma
menção na nota explicativa do mapa. Além disso, tal suíte foi suprimida na edição seguinte desse mesmo mapa (Heineck et al. 2003). A suíte alcalina de
Bom Repouso (SABR) reúne-se numa pequena área localizada no extremo Sul do Estado de Minas Gerais, entre os municípios de Bom Repouso e Senador
Amaral, correspondendo às coordenadas geográficas 22°31’S e 46°10’W. É representada essencialmente por rochas fonolíticas não deformadas, que afloram
como duas ocorrências. A maior configura uma elevação em forma de lua crescente, ocupando uma superfície de 1km2, com 2,4 km no eixo maior (E-W) e
largura média de 300m (até 600m na porção leste). A ocorrência menor constitui um pequeno plug vizinho ao corpo maior, com diâmetro em torno de 100m.
Inserem-se em granitóides pré-cambrianos, representados na região de Bom Repouso por migmatitos róseos, milonitizados, pertencentes ao Complexo
Paraisópolis. Petrograficamente predominam dois tipos faciológicos de fonolitos no corpo maior. Um deles, de cor cinza esverdeado, apresenta pronunciada
foliação e textura porfirítica, com fenocristais de nefelina circundados por piroxênio, em matriz de granulação fina. O segundo, de cor cinza claro a chumbo,
exibe uma foliação menos marcada e granulação fina-média a muito fina, raramente afanítica. Ao microscópio, ambos apresentam textura traquitóide, dada
pela orientação de feldspato potássico e albita tabulares-placóides a aciculares, e cristais alongados de piroxênio, por vezes anfibólio, reunidos em feixes. A
nefelina geralmente é poiquilítica, idiomórfica a xenomórfica, e mais raramente ocorre como fenocristal. Sodalita é um constituinte intersticial importante.
Adicionalmente, encontram-se vários minerais raros identificados com microssonda eletrônica (EDS): enigmatita, astrofilita e serandita são abundantes,
enquanto eudialita, catapleíta, niobofilita e criolita são menos freqüentes. O pequeno plug é representado por rocha fortemente porfirítica, de matriz afanítica
cinza escuro, com fenocristais de feldspato alcalino, nefelina e biotita. Ao microscópio, a matriz compõe-se predominantemente de cristais idiomórficos
de nefelina e pequenos feixes de piroxênio acicular. De idade provavelmente do Cretáceo, a SABR situa-se entre as províncias alcalinas (Riccomini et al.,
2005) da Serra do Mar Setor Norte (e.g., ocorrências de Ponte Nova, São Sebastião e Monte de Trigo) e do Lineamento Magmático Cabo Frio (e.g., Poços de
Caldas, Itatiaia e Cabo Frio). Ressaltam-se dois aspectos importantes sobre a SABR: 1) encontra-se alinhada entre duas ocorrências alcalinas distintas: Poços
de Caldas (62km a NNW) e Ponte Nova (53km a SE); 2) mostram uma semelhança mineralógica e petrográfica impressionante com as rochas fonolíticas
agpaíticas de Poços de Caldas, diferente de qualquer outra ocorrência descrita na região. Essas características sugerem uma possível afinidade petrogenética
entre o magmatismo de Bom Repouso e Poços de Caldas.
Apoio financeiro do CNPq (Processos 303428/2005-8 e 303593/2008-3).

59

ANáLISE MORFOMÉTRICA DA DRENAGEM aplicada na bacia do ribeirão das antas COMO


CONTRIBUIÇÃO AOS ESTUDOS DE EVOLUÇÃO DA PAISAGEM DO PLANALTO DE POÇOS DE CALDAS

Daniel Henrique de Souza1; Carolina Doranti2; Peter Christian Hackspacher3.


1
Graduando em Geografia, IGCE/UNESP – Rio Claro (danieudani@yahoo.com.br); 2 Geologia Regional, IGCE/UNESP – Rio Claro; 3 – Departamento de
Petrologia e Metalogenia, IGCE/UNESP – Rio Claro.

O presente trabalho visa aplicar técnicas morfométricas na drenagem da bacia do Ribeirão das Antas, que drena aproximadamente 75% do
Planalto de Poços de Caldas. Este, situa-se na região leste do estado de São Paulo e sudoeste de Minas Gerais, geologicamente constituído de rochas
magmáticas e metamórficas pré-cambrianas da Província Mantiqueira, além da intrusão alcalina neo-cretácea. Geomorfologicamente possui uma estrutura
anelar que circunda uma zona rebaixada onde se desenvolve uma topografia de morros e vertentes suaves, ao passo que nas bordas, a estrutura anelar é
constituída por relevo acidentado repleto de vertentes abruptas. A análise morfométrica baseou-se no emprego de duas técnicas: o cálculo do índice de RDE
(Relação Declividade VS. Extensão) e o traçado do Perfil Longitudinal das drenagens. Tais técnicas, em conjunto, proporcionam a detecção de trechos
anômalos nos canais de drenagem da bacia que têm como característica, por exemplo, mudanças abruptas na declividade do canal. Tal ocorrência, no
caso, pode estar associada a diferentes resistências a erosão oferecidas pelas distintas rochas pelas quais o percurso de uma drenagem percorre, quando for
possível eliminar este fator litológico, pode suspeitar-se de ação neo-tectônica. O estudo dos parâmetros morfométricos, na área de estudo, apontaram três
comportamentos distintos na bacia do Ribeirão das Antas, na margem oeste, os rios mais expressivos em extensão seguem, grosso modo, paralelamente
ao rio principal, e, por serem limitados pelas bordas do planalto, fazem com que a bacia aparente formato circular. Os índices RDE apresentaram valores
baixos (entre 80 a 200), influenciado pela baixa diferença topográfica das drenagens em relação à nascente e a foz, além de perfis longitudinais equilibrados,
confirmando a inexistência de mudanças de declividade expressivas neste setor. Na margem leste, dois comportamentos podem ser notados, a sudeste da
bacia, não há canais extensos, estes parecem estar limitados a uma estrutura circular relacionada a antigos cones vulcânicos preservados, conforme notamos
analisando um mapa estrutural de lineamentos e estrutura circular de Poços de Caldas. Ainda na margem leste, nos setores leste e nordeste da bacia, os canais
apresentam-se bem mais extensos que o setor descrito acima, tendo como característica uma mudança na direção seguida pelas drenagens, que, depois de
começarem rumo a noroeste, passam a seguir em direção a oeste. Os índices RDE deste setor apresentaram os valores mais elevados da bacia (de 200 a 350),
assim como vários perfis longitudinais anômalos. Os motivos se devem a mudança de direção, assim como a elevada diferença altimétrica entre nascente
e foz das drenagens. Deste modo, existe a possibilidade da presença de atuação tectônica recente neste setor da bacia, deve-se levar em conta, porém, que
de acordo com análise de mapa litológico, grande parte das mudanças de declividade e mesmo da mudança de direção dos canais, estão condicionados a
alternâncias litológicas pelas quais os canais passam no decorrer do percurso seguido. Nos trechos onde esta influencia litológica não foi notada, entretanto,
poderia haver, em hipótese, ações neotectonicas como condicionantes do comportamento das drenagens. Enfim, a execução deste trabalho lançou bases para
a compreensão da dinâmica da bacia estudada, indicando caminhos pelos quais deveria se proceder num aprofundamento dos estudos sobre os processos que
moldaram a paisagem atual e sua conexão com os mecanismos que atuaram na área em tempos pretéritos.
Agradecimentos: FAPESP (2008/10626-6)

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

ESTUDO GRAVIMÉTRICO E MAGNETOMÉTRICO DOS ALTOS ESTRUTURAIS DE PITANGA, ARTEMIS, PAU D’ALHO
E JIBÓIA (FLANCO NORDESTE DA BACIA SEDIMENTAR DO PARANÁ).

Maximilian Fries1; Walter Malagutti Filho2; João Carlos Dourado2; Mariana Aparecida Fernandes3
1
Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA, Curso de Geofísica, Caçapava do Sul, RS (maximilianfries@unipampa.edu.br); 2 Departamento de
Geologia Aplicada, IGCE/UNESP – Rio Claro; 3Aluna de mestrado, Curso de Pós Graduação em Geociências, IGCE/UNESP – Rio Claro.

Levantamentos geofísicos, através das técnicas da gravimetria e magnetometria realizados em escala de semi-detalhe na região dos altos estruturais de
Pitanga, Ártemis, Pau D’Alho e Jibóia, localizados na porção nordeste da Bacia Sedimentar do Paraná, região sudeste do Brasil, permitiram identificar
lineamentos estruturais que são associados aos principais trends reconhecidos em estudos na Bacia Sedimentar do Paraná, tanto em escala regional como
na área estudada. O Setor Pitanga/Artemis e Setor Pau D’Alho/Jibóia foram determinados com base nas principais anomalias observadas e respectivos
lineamentos associados. Assinaturas gravimétricas e magnetométricas lineares e de direções preferenciais NW-SE são identificados na área em mapas de
campo magnético anômalo total, da anomalia Bouguer e de valores magnetométricos de sinal analítico e são relacionadas às zonas de fraqueza pré-existentes
do embasamento e as falhas (juntas e fraturas) que atuaram como planos de fraqueza na colocação e disposição dos atuais corpos de rochas básicas. Essas
direções também são identificadas para os altos de Pau D’Alho e Jibóia. Feições lineares de menor prolongamento de direção NE-SW, E-W e N-S são
também observados e correlacionados às reativações mais recentes ocorridas na bacia. Modelagens dos valores observados de gravimetria e magnetometria
mostraram conformidade com as feições geológicas e estruturais reconhecidas em estudos de superfície e geofísicos anteriores que determinaram espessuras
de aproximadamente 500 metros para a camada de sedimentos na região dos Altos estruturais e um espessamento dessa camada em torno de 1.000 metros na
região circundante aos altos. A aplicação do método geofísico da gravimetria associada à técnica DGPS (Differential Global Positioning) em conjunto com
a magnetometria foram ferramentas importantes e conclusivas para a análise, reconhecimento e consolidação do conhecimento científico acerca das feições
geológico/estruturais que determinaram à formação dos altos estruturais nessa porção da Bacia Sedimentar do Paraná.
Agradecimentos: Os autores agradecem à FAPESP - Fundação de Amparo a Pesquisa no Estado de São Paulo processo 04/00235-9 pelo suporte financeiro destinado a
este trabalho e ao Departamento de Geologia Aplicada da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho –UNESP, pelo uso de equipamentos e laboratórios de
processamento de dados.

60

projeto parametrização do baixo vale do rio doce para modelagem estratigráfica:


Integração de Métodos de Investigação Da Evolução Geológica de um vale inciso

Antônio José Lopes de Andrade Ramos1 (andraderamos@petrobras.com.br); Ubiratan Ferrucio Faccini2; Paulo Sérgio Gomes Paim2; Itamar Ivo Leipnitz2;
José Faraco Gallas3
1
PETROBRAS/CENPES – Rio de Janeiro(RJ); 2 UNISINOS/PPGEO(RS); 3 USP/IG(SP)

O projeto: “Parametrização do baixo vale do rio Doce para modelagem estratigráfica” foi financiado pela PETROBRAS - Centro de Pesquisas e
Desenvolvimento Leopoldo Miguez (CENPES) e executado em conjunto com pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Geologia da Universidade
Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). O projeto foi concebido com o objetivo de estudar a morfologia do fundo do vale e sua história de preenchimento,
visando à busca de dados quantitativos que permitissem a modelagem dos processos responsáveis pela gênese e evolução geológica de vales incisos. Esses
vales são importantes feições erosivo-deposicionais que, além de atuarem como condutos na transferência de sedimentos das áreas fontes para as bacias
adjacentes, podem acumular e preservar depósitos com boas qualidades como reservatórios de hidrocarbonetos.
A área estudada localiza-se na foz do rio Doce, a aproximadamente 100 km a nordeste da capital Vitória (ES). A execução do projeto concentrou-se na
porção emersa do delta, situada entre a cidade de Linhares, na margem esquerda do rio Doce e a localidade de Regência, situada no litoral, à margem direita
desse rio.
Os métodos empregados incluíram: (i)Técnicas preliminares: compilação e análise de dados antecedentes, reconhecimento da área de estudo, interpretação
de imagens de satélite e fotografias aéreas, elaboração de um Sistema de Informação Geográfica (SIG); (ii)Geologia de superfície: análise de afloramentos
e mapeamento geológico da região de interesse; (iii)Levantamento geofísico: eletrorresistividade (perfis verticais e seções); (iv)Sondagens rotativas
verticais (de seis polegadas de diâmetro), com a coleta de amostras de calha, incluindo a perfilagem geofísica: gama natural, potencial espontâneo, logs de
eletrorresistividade e single point resistance (spr); (v)Técnicas laboratoriais: análises texturais (granulométricas), análises micropaleontológicas, análises
geocronológicas (C14 e termoluminescência); (vi)Correlação, integração e interpretação dos diversos dados obtidos.
O contexto regional, onde se instala o vale do rio Doce, compreende três províncias geomorfológicas distintas, diferenciadas por variações de relevo,
litologia e padrões de drenagem: (1)Região Serrana: composta por rochas cristalinas pré-cambrianas com relevo mais acidentado; (2)Platô Terciário:
formado pelos sedimentos continentais da Formação Barreiras de idade terciária da Planície dos Tabuleiros, com superfície suavemente inclinada para o mar;
(3)Planície Quaternária ou Planície Costeira: constituída pelos depósitos sedimentares quaternários, formando a área plana mais baixa das três províncias
geomorfológicas.
Os dados geocronológicos obtidos agrupam-se coerentemente em duas populações, identificando duas seqüências deposicionais distintas, relacionadas
ao Pleistoceno e ao Holoceno, respectivamente. A primeira delas preservada como paleoaltos do vale, remanescente da deposição atribuída à penúltima
transgressão ou a ciclos trangressivos-regressivos pleistocênicos, anteriores ao último máximo glacial. A segunda fase deposicional, precedida pela incisão
e geração do limite de seqüências relacionado ao último máximo glacial, correspondente ao preenchimento final do vale, durante a última transgressão,
incluindo a posterior progradação do sistema deltaico atual.
Agradecimentos: PETROBRAS

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

utilização de espectRomEtria de raios gama na separação de fácies vulcânicas:um exemplo


da formação serra geral

Breno Leitão Waichel1, Evandro Fernandes de Lima2, Gabriel Dutra2, Claiton Marlon Scherer3
1
UNIOESTE-Cascavel, Paraná (breno@unioeste.br); 2 Departamento de Mineralogia e Petrologia, DEMIPE/UFRGS-Porto Alegre; 3 Departamento de
Estratigrafia/ UFRGS-Porto Alegre.

A Formação Serra Geral é constituída dominantemente por derrames básicos toleíticos de idade Eocretácea, associados com intrusivas e derrames ácidos.
Perfis de raios Gama (Gama total, K, U e Th) em poços profundos na Formação Serra Geral permitiram a separação de grandes unidades vulcânicas. Neste
trabalho são apresentados dados preliminares sobre a utilização desta ferramenta na separação de fácies vulcânicas em afloramentos. Foram realizados perfis
no contato dos basaltos com os arenitos eólicos, em derrames basálticos maciços, pahoehoe, ´a´a, brechas peperíticas, peperitos e nas unidades ácidas. Estas
fácies vulcânicas possuem padrões característicos principalmente de Gama T e K e os dados de U e Th obtidos são muito discrepantes. Em uma das áreas
estudadas (Uruguai) foi possível a delimitação preliminar baseada nos dados gama e descrição de fácies vulcânicas. Foram delimitadas 4 áreas: área 1-
predomínio de derrames maciços e pahoehoe, Gama T (14,5-16,5) e K (2,7-3,3); área 2- predomínio de derrames maciços, Gama T (7,9-12,7) e K (1,7-2,1);
área 3- predomínio de derrames maciços e ´a´a, Gama T (14,1-18,3) e K (2,3-3,0); área 4- predomínio de derrames pahoehoe, Gama T (3,2-4,8) e K (0,9-
1,4). No perfil ao longo do contato do arenito eólico, brecha peperítica e derrames maciços (Parque da Guarita-RS) as fácies possuem um padrão de Gama
T e K característico. Os arenitos têm Gama T (10,8-11,4) e K (2,8-3,0) baixos, os basaltos maciços possuem Gama T e K elevados (13,7-18,5 e 2,4-3,3),
enquanto que as brechas padrões com maior intervalo (Gama T 8,8-18,6, K 2,1-4,1), coerente com uma origem que envolveu a interação com proporções
distintas entre lava e sedimento. Os dados obtidos em um perfil Gama ao longo de um derrame maciço espesso (8,5 m) foram comparados com um perfil
realizado em dois derrames menos espessos (~3 m), que apresentavam estruturação interna e limite bem marcado, com o intuito de averiguar se o derrame
espesso é formado somente por um pulso de lava ou por mais de um pulso. O derrame maciço possui dois padrões distintos de Gama T, K e Th, um padrão
inferior na porção basal (~4 m espessura, Gama T 9,2-11, K 1,2-2,2, Th 6,7-10) e um padrão superior na porção superior (~4,5 m, Gama T 11,2-13,8, K 2,1-
2,5, Th 9,0-13,4), que pode ser indicativo da existência de dois pulsos de magma ou diferenciação interna do derrame. Nos derrames pouco espessos com
estrutura interna, o padrão de Gama T e K possuem teores menores na porção central e com uma amplitude e teores maiores na porção vesiculada. No perfil
realizado ao longo da BR-386 em Lajeado-RS afloram da base para o topo, arenitos eólicos, derrames pahoehoe, derrames maciços, derrames intermediários,
peperitos e derrames ácidos. Os arenitos possuem Gama T variando de 7,7 a 10,3 (n=6, média=8,75) e K de 1,6 a 2,0 (média=1,78), os derrames pahoehoe
têm Gama T variando de 4,2 a 8,3 (n=66, média=5,73) e K de 0,6 a 1,7 (média=1,02), os derrames maciços têm Gama T variando de 7,2 a 10,0 (n=16,
média=8,15) e K de 1,3 a 2,0 (média=1,48), os derrames intermediários têm Gama T variando de 5,9 a 9,7 (n=8, média=7,8) e K de 0,8 a 1,6 (média=1,21),
os derrames ácidos têm Gama T variando de 20,3 a 36,6 (n=12, média=27,37) e K de 2,8 a 4,8 (média=3,96). A utilização do espectrômetro de raios Gama
mostrou-se uma ferramenta promissora na separação de fácies vulcânicas quando associado com a descrição de campo. Estudos petrográficos e geoquímicos
em andamento poderão ampliar as interpretações preliminares obtidas com o uso deste método.

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Mapeamento de Sedimentos Paleogênicos na Região de Rialto e colônia Santo Antônio (barra


Mansa, rj) e sua relação com a bacia de volta redonda

André Pires Negrão1; Renato Rodriguez Cabral Ramos2; Claudio Limeira Mello1
1
Dept. de Geologia, IGEO/UFRJ – Rio de Janeiro (andrenegrao@yahoo.com.br); 2 Dept. de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional/UFRJ – Rio de
Janeiro.

A principal área de acúmulo sedimentar da bacia de Volta Redonda é representada pelo gráben da Casa de Pedra, um hemi-gráben orientado na direção
ENE-WSW, preenchido por rochas sedimentares e vulcânicas datadas do Paleógeno, com 9 km de comprimento (entre o bairro de Casa de Pedra, em Volta
Redonda, no limite oeste, e a cidade de Pinheiral, no limite leste), largura de 3,5 km e profundidade máxima estimada, segundo dados da literatura, em cerca
de 120 m. Manchas isoladas de sedimentos paleogênicos também são registradas nas áreas urbanas de Volta Redonda e Barra Mansa, em ambas as margens do
rio Paraíba do Sul. Em estudos recentes, foi constatado que depósitos relacionados a este gráben ocorrem de forma mais ou menos contínua a leste da cidade
de Pinheiral, estendendo-se por cerca de 10 km em direção à Barra do Piraí. O pacote sedimentar paleogênico da bacia de Volta Redonda é subdividido em
três unidades litoestratigráficas: formações Ribeirão dos Quatis, Resende e Pinheiral, da base para o topo, interpretadas como sistemas aluviais relacionados
a diferentes estágios da evolução tectônica. O presente trabalho vem apresentar novos resultados obtidos a partir do mapeamento, em escala 1:25.000, de
depósitos sedimentares paleogênicos situados a cerca de 15 km a oeste do gráben da Casa de Pedra, entre as localidades de Rialto e Colônia Santo Antônio,
município de Barra Mansa. Nessa área, foram encontradas ocorrências contínuas de rochas sedimentares correlacionáveis às formações Resende e Pinheiral.
Os depósitos da Formação Resende são amplamente predominantes e encontram-se assentados sobre o embasamento cristalino pré-cambriano, enquanto
os da Formação Pinheiral jazem sobre o embasamento ou sobre camadas da Formação Resende. Foram também registradas, no topo de colinas, sobre
embasamento, ocorrências isoladas de depósitos conglomeráticos correlacionáveis à Formação Ribeirão dos Quatis. As associações de fácies da Formação
Resende caracterizam-se por espessos pacotes pelíticos intercalados com arcóseos maciços ou estratificados, com níveis conglomeráticos finos a médios.
Os pacotes arcoseanos apresentam-se sob a forma de camadas tabulares ou em geometria de canal. Os depósitos da Formação Pinheiral caracterizam-se
por arenitos e conglomerados estratificados, em geometria de canal ou tabular, intercalados a camadas deciméricas de material pelítico. Análise de imagens
de satélite e fotos aéreas, bem como observações de campo, mostraram lineamentos estruturais cujas orientações ENE-WSW, NE-SW e NW-SE limitam
uma área de relevo suavizado e formato aproximadamente romboédrico, com cerca de 2,7 km de comprimento e 1,6 km de largura, onde ocorrem as
sucessões sedimentares paleogênicas, podendo atingir espessura superior a 60 metros. Esta depressão, assim como o gráben da Casa de Pedra, possui sua
borda sul fortemente controlada por falha ENE-WSW, que se estende para leste aproximadamente paralela ao rio Paraíba do Sul, através das áreas urbanas
de Barra Mansa e Volta Redonda. As características faciológicas das sucessões sedimentares, as estruturas regionais controladoras e os padrões estruturais
deformadores destes depósitos até o momento levantados, bem como a proximidade desta ocorrência com o gráben da Casa de Pedra e, principalmente, com
as manchas isoladas de sedimentos paleogênicos a nordeste deste, permitem relacionar geneticamente a área em estudo aos demais domínios da bacia de
Volta Redonda, estendendo para oeste os limites desta bacia.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Características microscópicas dos litotipos do Complexo alcalino de Rio Bonito

Sofia A. Lima Correia, Renata H.V. Cruz e Mauro C. Geraldes


Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

O maciço alcalino de Rio Bonito está localizado ao norte da cidade homônima, e é caracterizado por uma anomalia topográfica definida localmente como
serra do Sambê. Com uma área de aproximadamente de 28 Km², está encaixado em gnaisses pré-cambrianos do Cinturão Ribeira. No estado do Rio de
Janeiro estas intrusões alcalinas compõem 8% do território e esta unidade está compreendida em um conjunto de maciços montanhosos de rochas alcalinas
geradas num período de atividade vulcânica entre o final do Cretáceo e o início do Terciário.
Esse magmatismo gerou uma série de corpos alcalinos que intrudiram o embasamento cristalino compondo o alinhamento magmático de Poços de Caldas-
Cabo Frio, com direção aproximada WNW-ESE. A primeira referência ao maciço alcalino é da década de 1950 onde é citada a existência de uma grande
massa de sienito-nefelínico. Em 1959 o corpo é estudado por J. G. Valença, que publica uma nota preliminar sobre a geologia do corpo. A massa principal
da intrusão tem formato circular, drena­gem radial e é constituída de nordmankito, pulaskito, nefelina-sienito, foiaitos e micro-foiaítos. As rochas alcalinas
próximas do contato com os gnaisses são pobres em nefelina, apresentam granulometria grossa e poucas intrusões traquíticas.
As rochas alcalinas observadas no Maçiço do Rio Bonito apresentam variações no teor de nefelina, sugerindo processos magmáticos de diferenciação. Neste
contexto, a maior parte do maciço é formada por rochas como nordmarkitos constituídos de orloclásio, albita, biotita e como minerais acessórios apatita,
calcita e opacos. Texturas interessantes são observadas nesta rocha como cavidades miarolíticas onde aparecem cristais euédri­cos de quartzo, epidoto verde,
albita e anfibólio. Outras rochas observadas são os pulaskitos que apresentam textura granular hipidiomórfica, granu­lação média, cor cinza e tem a seguinte
composição mineralógica: ortoclásio micropertítico, anfibólio, piroxênio, biotita, plagioclásio e ainda como subordinados olivina, titanita, apatita, zircão,
epidoto, zeólitas e opacos.
As variações composiconais das rochas alcalinas ainda incluem foiaitos e micro-foiaítos constituídos de feldspato potássico, nefelina, anfibólio, piroxênio
e ainda sodalita, analcita e zeólitas. A textura dos foiaítos varia de fina a média, enquanto que nas porções mais finas podem ocorrer texturas porfiríticas.
Cortam ainda o maciço diques de fonólito, traquito, fonóli­to pórfiro e lamprófiro.

62

CORPOS ALCALINOS NO RIO DE JANEIRO: LITOTIPOS DO COMPLEXO DE RIO BONITO

Sofia de Abreu e Lima Correia; Renata Hiraga de Vasconcellos Cruz; Mauro Cesar Geraldes
Faculdade de Geologia, FGEL/UERJ - Rio de Janeiro (sofiacorreia@yahoo.com.br); Faculdade de Geologia, FGEL/UERJ - Rio de Janeiro;
Departamento de Geologia Regional e Geotectônica, DGRG/UERJ – Rio de Janeiro.

O maciço alcalino de Rio Bonito está localizado ao norte da cidade homônima, e é caracterizado por uma anomalia topográfica definida localmente
como serra do Sambê. Com uma área de aproximadamente de 28 Km², está encaixado em gnaisses pré-cambrianos do Cinturão Ribeira. No estado do
Rio de Janeiro estas intrusões alcalinas compõem 8% do território e esta unidade está compreendida em um conjunto de maciços montanhosos de rochas
alcalinas geradas num período de atividade vulcânica entre o final do Cretáceo e o início do Terciário.
Esse magmatismo gerou uma série de corpos alcalinos que intrudiram o embasamento cristalino compondo o alinhamento magmático de Poços de Caldas-
Cabo Frio, com direção aproximada WNW-ESE. A primeira referência ao maciço alcalino é da década de 1950 onde é citada a existência de uma
grande massa de sienito-nefelínico. Em 1959 o corpo é estudado por J. G. Valença, que publica uma nota preliminar sobre a geologia do corpo.
A massa principal da intrusão tem formato circular, drena­gem radial e é constituída de nordmankito, pulaskito, nefelina-sienito, foiaitos e micro-
foiaítos. As rochas alcalinas próximas do contato com os gnaisses são pobres em nefelina, apresentam granulometria grossa e poucas intrusões
traquíticas.
As rochas alcalinas observadas no Maçiço do Rio Bonito apresentam variações no teor de nefelina, sugerindo processos magmáticos de
diferenciação. Neste contexto, a maior parte do maciço é formada por rochas como nordmarkitos constituídos de ortoclásio, albita, biotita e como
minerais acessórios apatita, calcita e opacos. Texturas interessantes são observadas nesta rocha como cavidades miarolíticas onde aparecem cristais
euédri­cos de quartzo, epidoto verde, albita e anfibólio. Outras rochas observadas são os pulaskitos que apresentam textura granular hipidiomórfica,
granu­lação média, cor cinza e tem a seguinte composição mineralógica: ortoclásio micropertítico, anfibólio, piroxênio, biotita, plagioclásio e ainda
como subordinados olivina, titanita, apatita, zircão, epidoto, zeólitas e opacos.
As variações composiconais das rochas alcalinas ainda incluem foiaitos e micro-foiaítos constituídos de feldspato potássico, nefelina, anfibólio,
piroxênio e ainda sodalita, analcita e zeólitas. A textura dos foiaítos varia de fina a média, enquanto que nas porções mais finas podem ocorrer
texturas porfiríticas. Cortam ainda o maciço diques de fonólito, traquito, fonóli­to pórfiro e lamprófiro.

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

CARACTERÍSTICAS DE CAMPO, TEXTURAIS E PETROGRÁFICAS DO COMPLEXO DE SOARINHO (RJ)

Renata H.V. Cruz; Sofia A. Lima Correia; Mauro C. Geraldes


Faculdade de Geologia, FGEL/UERJ - Rio de Janeiro (renatahvc@yahoo.com.br); Faculdade de Geologia, FGEL/UERJ - Rio de Janeiro;
Departamento de Geologia Regional e Geotectônica, DGRG/UERJ – Rio de Janeiro.

No Brasil existem vários tipos de rochas alcalinas localizadas no sudeste e em sua maior parte ao longo da costa e nas bordas da bacia do Paraná. As
principais ocorrências estão em Poços de Caldas (MG), Ilha de São Sebastião (SP). Porém é no Rio de Janeiro que ocorre o maior número de intrusões
representadas pelos seguintes maciços: Itatiaia, Morro Redondo, Tinguá, Mendanha, Itaúna, Tanguá, Rio Bonito, Morro de São João e Ilha de Cabo Frio. O
Complexo alcalino do Soarinho ocorre proximamente a outras duas intrusões alcalinas representadas por Rio Bonito e Tanguá. Soarinho está localizado ao
sul do município de Cachoeiras de Macacu e possui uma área de 30 Km2 aproximadamente.
Esta intrusão alcalina corta os gnaisses pré-Cambrianos do Cinturão Ribeira e é constituído por um complexo de sienitos com pouca nefelina, monzonitos
e brechas magmáticas. Existem diques de traquito, egirina-traquitos e alguns lamprófiros. O maciço alcalino do Soarinho começou a ser estudado em 1972
pelo Serviço Geológico Estado (DRM), como parte do mapeamento geológico da folha 1:50.000 Rio Bonito.
Os sienitos mais frequentes são ricos em biotita, possuem granulação grossa e são livres de quartzo ou feldspatóide, apresentam ainda como minerais
subordinados piroxênios, anfibólio, titanita, apatita, epidoto e zircão. Estas rochas tem uma grande va­riação textural desde termos porfíríticos e outros de
textura fina que podem ser classificados de biotita sienito pórfiro e biotita microsienito. Os nordmankitos são constituídos de micropertita e apresentam
quartzo em cristais xenomórficos preenchendo interstícios. Os monzonitos e mangeritos tem normalmente textura equi­granular e são de cor cinza. Nos
monzonitos os feldspatos mais comuns são os alcalinos enquanto nos mangeritos é o plagioclásio, ambos são ricos em biotita e possuem ainda como minerais
máficos piroxênios e anfibólios.
As microbrechas magmáticas apresentam matriz com textura críptocristalina e os fragmentos são angulosos e sub-angulosos, muito fraturados
constituídos de feldspatos, biotita, piroxênios e fragmentos de rochas alcalinas. As brechas magmáticas tem matriz traquítica, de cor clara e fragmentos
de traquito, gnaisses, pegmatitos e sienitos.
O maciço é cortado ainda por inúmeros diques de traquito e egirina-traquitos e alguns lamprófiros. Os traquitos são constituídos de feldspato porfirítico
além de minerais secundários como egirina, biotita, anfibólios, opacos, calcita e hidróxido de ferro.

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O GRUPO BAURU NO MUNICÍPIO DE ASSIS, SP.

Solange Bongiovanni1; Antenor Zanardo 2;


1
Departamento de Ciências Biológicas, FCL/UNESP – Assis (solangeb@assis.unesp.br);
2
Departamento de Petrologia e Metalogenia, IGCE/UNESP – Rio Claro;

O município de Assis (SP) ocupa 461 Km2 da porção oriental do Estado de São Paulo, região administrativa 04 – Marília. A sede municipal é balizada
pelas coordenadas geográficas 22° 40’ S e 50° 25’ W, na altitude média de 556 metros. Geologicamente está posicionado na porção centro nordeste da
Bacia do Paraná. No município afloram rochas das formações Serra Geral, Adamantina e sedimentos atribuídos à Aloformação Paranavaí, unidades que se
encontram parcialmente cobertas por solo, normalmente recente e de pequena espessura. Trabalhos anteriores colocam que mais de 40% do substrato do
município de Assis seriam ocupados por rochas sedimentares da Formação Adamantina e/ou solos resultantes da alteração dessas rochas. As atividades de
campo, que objetivaram cartografar e obter amostras para estudos de caracterização em laboratório, possibilitaram identificar em apenas quatro afloramentos
a presença de rochas sedimentares atribuíveis a Formação Adamantina, unidade do Grupo Bauru, e todos na porção centro sudoeste do município. Em
laboratório foram realizadas análises granulométricas, mineralógicas por DRX e microscopia óptica, petrográficos e litoquímicos por FRX. Os lamitos,
siltitos e arenitos atribuídos a Formação Adamantina foram depositadas após ciclo erosivo que removeu a porção de topo da Formação Serra Geral, sendo
posteriormente removidos da maior parte da área ocupada pelo município, por ciclo erosivo de idade terciária a quaternária. Atualmente estão quase que
totalmente cobertos por sedimentos colúvio–aluvionares atribuídos a Aloformação Paranavaí, com a qual apresenta contato nítido a difuso, quando se dá
entre os termos argilosos e siltico – argilosos com a cobertura, e extremamente difuso quando entre níveis arenosos, especialmente pelo fato da Formação
Adamantina ter sofrido pedogênese (alteração de feldspato e lixiviação de carbonato) antes da deposição da Aloformação. A preservação desta ocorrência
isolada, que apresenta espessura da ordem de 45 metros, deu-se provavelmente por falhas de direção WNW/ESE e NNE/SSW, posteriores ou mesmo
contemporâneas a deposição. Esse quadro tectônico foi inferido com base na distribuição das unidades, relações de altitudes do topo da Formação Serra
Geral e das rochas sedimentares, e em lineamentos de drenagem e relevo. Todavia, não foi possível encontrar elementos estruturais e estratigráficos para
descartar a hipótese de que - a preservação resultou apenas em função do relevo gerado pelo ciclo erosivo pré-deposiconal. A composição e estruturas
indicam que a deposição, na fase inicial, ocorreu em ambiente eminentemente lagunar, e que ocorreu transição para fluvial em direção ao topo da seqüência.
O predomínio de caulinita na fração argila sugere que as rochas fontes foram submetidas a intemperismo químicos, indicando que o ambiente regional
não era desértico e nem frio, por outro lado a presença de feldspatos, em quantidade significativa, advoga que o ambiente não devia ser muito úmido e/ou
quente, provavelmente semi-árido. A composição mineralógica indica que a água não era salina ou tinha baixa salinidade, uma vez que os carbonatos não
são de ocorrência generalizada, sugerindo ser pós-deposicional, aspecto coerente com o baixo teor de sódio. A mineralogia da fração silte grosso indica
que uma das fontes dos sedimentos foi a Formação Serra Geral (labradorita, augita, magnetita, calcedônia, nontronita, etc.) e que a maior parte provém de
outras unidades da bacia do Paraná (Botucatu, Pirambóia, Itararé) e, possivelmente, também do cristalino. A significativa presença de estratos argilosos
compostos por caulinita, com quantidades variadas de illita e micas detríticas em granulação silte fino a argila qualificam estas rochas como matéria-prima
para a indústria cerâmica estrutural.
Agradecimento:. ( CNPq - processo nº 470573/2006-6 e processo nº 301216/2008-8)

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

ALOFORMAÇÃO PARANAVAÍ NO MUNICÍPIO DE ASSIS, sp: CARACTERIZAÇÃO E DATAÇÃO 14 c

Solange Bongiovanni1; Antenor Zanardo2; Jairo Roberto Jiménez-Rueda2; Luiz Carlos Ruiz Pessenda3
1
Departamento de Ciências Biológicas, FCL/UNESP – Assis (solangeb@assis.unesp.br); 2 ; – Departamento de Petrologia e Metalogenia, IGCE/UNESP –
Rio Claro; 3 Centro de Energia Nuclear na Agricultura – CENA - ESALQ/USP –Piracicaba.

Tem este o objetivo de apresentar os resultados parciais das pesquisas geológicas realizadas no município de Assis, localizado na região do Médio –
Paranapanema, sudoeste de São Paulo que possui 461 Km2 e altitudes médias de 556 metros e cuja sede é balizada pelas coordenadas geográficas: 22°40’
de latitude S e 50°25’ de longitude W. Foram analisados 80 afloramentos com coleta de amostras na maioria deles, sendo que em cinco, coletou-se também
fragmentos de carvão. Em laboratório foram realizas análises granulométricas, mineralógicas por DRX e microscopia óptica, petrográficos, litoquímicos
por FRX e isotópicos em duas amostras de carvão. Constatou-se que cerca de 80% da área do município tem como substrato sedimentos arenosos a areno-
siltosos, de cor vermelha a creme, dispostos em discordância erosiva sobre rochas básicas da Formação Serra Geral e lamitos e arenitos da Formação
Adamantina (Grupo Bauru), que foram observados apenas em uma área restrita na porção sudoeste do município. Os sedimentos estão dispostos em cotas
que variam de 460m a 580m, apresentam espessura variada chegando a ultrapassar 40 m, em função de terem sido e estar sendo removidos pela ação do
sistema de drenagem atual, de irregularidades no substrato por erosão pré-deposicional e ou de atividade neotectônica. Na base não foram observados níveis
de seixos e, localmente, capeando esta unidade observa-se sedimentos recentes, aluvionares e coluvionares derivados de solos de basalto e/ou da própria
unidade, e/ou solos pouco a moderadamente evoluídos, sem contraste nítido com o sedimento não pedogenizado in situ. A aparente falta de descontinuidades
deposicionais, onde apenas nos afloramentos com maiores exposições podem ser detectadas leves variações composicionais/granulométricas, aparentemente
gradativas, a presença de estruturas de bioturbação e raras lentes de cascalho permite inferir que a deposição ocorreu por coluvionamento com contribuição
aluvionar subordinada. Os fragmentos de carvão datados ocorrem no topo da unidade, em profundidades inferiores a 2 metros, são angulosos, milimétricos
podendo atingir mais de 1 cm, chegam a formar trilhas descontínuas com disposição sub-horizontal. As datações de 14C, de duas amostras, foram realizadas
no CENA e resultaram nas idades de 7030±90 (anos AP) e 6300 ±120 (anos AP). O amplo predomínio de caulinita na fração argila, com participação
localizada e subordinada de gibbsita e ausência de argilominerais 2:1 e interestratificados, em associação com a assembléia de minerais pesados e a falta
de grãos e carbonatos evidencia que o ambiente deposicional não foi de clima árido, especialmente considerando as prováveis fontes para os sedimentos,
formações Marília, Adamantina e Serra Geral. A pequena contribuição de goethita e gibbsita em associação com o posicionamento estratigráfico e geográfico
da unidade sugere que, o solo gerado com o desenvolvimento da Superfície Sul Americana já tinha sido removido, na porção centro/sudoeste do estado de
São Paulo, antes do início do processo deposicional. A análise conjunta dos dados sugere que a deposição ocorreu em ciclos, no quaternário, através de fluxos
de detritos provenientes de norte e nordeste, por processo coluvionar/aluvionar em ambiente, dominantemente, úmido e quente, com prováveis períodos seco
ou frio e que a unidade é correlacionável à Aloformação Paranavaí.
Agradecimentos: . (CNPq – processo n° 470573/2006-6 e processo nº 301216/2008-8)

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DISTRIBUIÇÃO LATERAL DE ASSOCIAÇÕES DE FÁCIES DA FORMAÇÃO PIRANEMA (RJ) E SUA INTERPRETAÇÃO


PALEOAMBIENTAL

Sérgio Brandolise Citroni1; Bruno Rodrigues de Oliveira2; Davi Miranda Silva2; Francisco Heelton Alves Souza2; Luís Fernando Silveira da Silva2.
1
Dep. Geociências/UFRRJ (scitroni@ufrrj.br); 2Estud. de Graduação em Geologia - UFRRJ

A Formação Piranema, por sua forma de ocorrência, restrita a áreas planas da baixada costeira do extremo oeste do Grande Rio, sem exposições siginificativas,
é uma unidade litoestratigráfica de difícil delimitação em área e em sub-superfície, confundindo-se com depósitos fluviais e costeiros atuais e subatuais e
com coluvios que ultrapassam seus limites.
Estruturas tectônicas configuram o embasamento proterozóico e limitam a área de ocorrência a uma faixa de direção aproximada N40E, com cerca de 15
quilômetros de largura (NW-SE) e perto de 30 quilômetros de comprimento (NE-SW). A faixa é limitada a noroeste pelos morros da Serra de Japeri, a
sudeste pelos maciços Madureira-Mendanha e da Pedra Branca, prosseguindo oceano adentro na Baía de Sepetiba para sudoeste, tendo a nordeste limites
mal definidos, marcados pelo estreitamento do espaço entre os morros de sudeste e de noroeste.
Tais sedimentos foram descritos como areias mal a muito mal selecionadas, argilosas com intercalações de siltitos argilosos, com geometrias
predominantemente lenticulares, interpretados como depósitos fluviais de rios entrelaçados e meandrantes e de leques aluviais. Suas áreas fontes situavam-
se a noroeste e norte da bacia, com as paleocorrentes indo de noroeste para sudeste e de norte para sul. Através da análise de sedimentos coletados em vários
furos de sondagens, e em raras exposições dessa unidade, foi possível caracterizar quatro associações de fácies.
Na faixa sudeste, especialmente na sua porção mais meridional, ocorre a Associação 1, com arenitos médios a grossos relativamente puros e arenitos
médios a grossos argilosos subordinados, ocorrendo significativas camadas de arenitos conglomeráticos e conglomerados arenosos, e raras intercalações de
sedimentos pelíticos. Na área atingem a espessura de 20 a 25 metros (algumas vezes, superiores a 30 metros).
Na faixa imediatamente a oeste, a espessura dos sedimentos reduz-se para menos de 10 metros, ocorrendo associação entre os arenitos mais puros com
vaques, reduzindo-se a participação de componentes rudíticos, caracterizando-se assim a Associação 2.
Mais para oeste e para norte, gradam lateralmente para intercalações entre argilitos arenosos e vaques com pequenos níveis de arenitos conglomeráticos
basais,constituindo-se estes na Associação 3.
Ainda mais a oeste, na quarta associação de fácies, predominam vaques silto-arenosas com raras intercalações de siltitos arenosos, a espessura dos sedimentos
não ultrapassa aos sete metros nessa região.
Tais associações de fácies parecem corresponder a diferentes paleoambientes: Os arenitos mais puros da Associação 1, a sudeste, são depósitos de canais
fluviais entrelaçados, relativamente bem organizados, com direção de transporte de norte-nordeste para sul-sudoeste, sub-paralelos aos cursos atuais dos rios
Guandú e Piloto em seus trechos finais, representando paleodrenagem mais organizada, encaixada em um gráben interno à bacia.
A medida que se segue para oeste, na Associação 2, intercalam-se esses arenitos com sedimentos de leques aluviais (vaques e lamitos arenosos). Na
terceira associação ocorrem apenas depósitos de leques aluviais, com as fácies mais finas (pelitos arenosos e lamitos) e canais distributários (arenitos
conglomeráticos basais). A oeste, as fácies de vaques mais arenosas (Associação 4), assinalam porções mais proximais e menos organizadas dos leques.
Agradecimentos: FINEP/PETROBRAS (01/2005; 3553/05)

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

The paleoichthyological cOllections from the Aptian-Albian santana formation (araripe


basin) housed in the “Museu de Paleontologia e Estratigrafia Paulo Milton Barbosa Landim”,
DGA - IGCE - UNESP Rio Claro

Cibele Gasparelo Voltani1; Paulo M. M. Brito2; Reinaldo J. Bertini3


Pós-Graduação em Geologia Regional, NEPV/IGCE/UNESP Rio Claro (voltani@rc.unesp.br);
1

2
DZ-IBRAGE-UERJ; 3NEPV/DGA/IGCE/UNESP - Rio Claro

The Rio Claro Campus from the São Paulo State University houses expressive paleoichthyological collections from the Santana Formation, Araripe
Basin, situated between Ceará, Pernambuco and Piauí states. They are an assemblage of inestimable scientific value, diversified content and exceptional
preservation. The main objective of this contribution is to notice an endeavor to erect an enumeration roll and listing of these materials.
The Santana Formation is the most fossiliferous geological unity from the Araripe Basin. Its Romualdo Member shows an important fossil fishes assemblages.
It is composed by intercalations of shales, limestones and sandstones lenses, deposited under lake, lagoon and marine paleoenvironments, during upper
Aptian and early Albian. It presents calcareous concretions preserving fossil fishes.
From this paleoichthyofauna, about twenty different morphotypes are represented in the collections of the “Museu de Paleontologia e Estratigrafia Paulo
Milton Barbosa Landim”, DGA-IGCE, UNESP - Rio Claro”. The specimens present distinct preservation situations, though the majority is well preserved,
in the same way most fossils from calcareous concretions. This situation becomes Araripe Basin a peculiar and important region to paleoichthyological
investigations.
This project objectives to record the paleoicthyological collections from the “Museu de Paleontologia e Estratigrafia Paulo Milton Barbosa Landim”,
associated to the Araripe Basin. There are specimens related to Araripelepidotes temnurus (Agassiz, 1844) Maisey, 1991; Araripichthys castilhanoi Silva
Santos, 1985; Brannerion latum Jordan, 1919; Calamopleurus cylindricus Agassiz, 1841; Cladocyclus gardneri Agassiz, 1841; Dastilbe elongatus Jordan,
1910; Iansan beurleni Santos, 1968; Leptolepis diasii Silva Santos, 1958; Neoproscinetes penalvai Figueiredo & Silva Santos, 1987; Notelops brama
Woodward, 1901; Oshunia brevis Wenz & Kellner, 1986; Paraelops cearensis Silva Santos & Valença, 1971; Rhacolepis buccalis Agassiz, 1841; Tharrhias
araripis Jordan & Branner, 1908; Vinctifer comptoni (Agassiz, 1841) Jordan, 1919; among others morphotypes.
The assemblage of fossil fishes, represented in the collections of the “Museu de Paleontologia e Estratigrafia “Paulo Milton Barbosa Landim”, comprehends
more than half of the morphotypes previously formally described to the Aptian / Albian from the Araripe Basin.
The arrangement and listing of the specimens housed in the collections, as well as the revision of the morphological characteristics of each morphotype,
it will be possible to organize this assemblage of fossil fishes from the Araripe Basin. This project will permit to get informations about Systematic,
Paleogeography / Paleobiogeography, Chronobiostratigraphy, related to the morphotypes listed above, among other subjects.
Revision and/or description of contingent new morphotypes could be an associated challenge to this investigation.
Agradecimentos:CAPES

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ANÁLISE PETROGRÁFICA DOS ARENITOS AFLORANTES DA FORMAÇÃO TIETÊ

Rafael Amaral Cataldo1; Alexandre Campane Vidal2;


1
UNICAMP – Campinas (Rafael.Cataldo@ige.unicamp.br), 2DGRN/UNICAMP

Reservatórios podem ser caracterizados por dados quantitativos e qualitativos da petrografia sedimentar, auxiliando no melhor entendimento dos processos
diagenéticos e na caracterização do espaço poroso. Através de análises petrográficas foi gerado um conjunto de dados, visando entendimento dos depósitos
da Formação Tietê*, correlacionável a Formação Rio Bonito, segundo Perinotto & Fulfaro (2001). Com isso, este trabalho teve como objetivo não somente
a caracterização petrográfica das amostras, mas também a comparação de dados de forma quantitativa junto aos resultados obtidos na porção superior do
Subgrupo Itararé.
O método de trabalho baseou-se na contagem modal convencional, com 250 pontos num total de 20 lâminas analisadas. Parte das amostras foram impregnadas
com cobaltonitrito, visando reconhecimento mais rápido e preciso de feldspatos potássicos e epox azul para destacar os poros.
As amostras, em grande parte, foram classificadas como arenitos finos segundo método proposto por Harwood (1988), sendo que a mineralogia observada
é constituída essencialmente em ordem decrescente por quartzo, feldspatos potássicos, plagioclásio além de porcentagens ínfimas de fragmentos líticos,
opacos, micas (muscovita e biotita). Foram encontrados quatro tipos principais de cimentos: carbonático, feldspático, opacos e sílica. Os cimentos carbonático
e argiloso são restritos a algumas lâminas, tendo somente em uma lâmina analisada importância espacial. A porosidade predominante é intergranular, com
geração de porosidade secundária através de processos de dissolução parcial.
O método de identificação de feldspatos auxiliou na contagem modal dos grãos, além de comprovar a presença de cimentação feldspática. As amostras
impregnadas, classificadas por meio de diagrama ternário de acordo com o método proposto por Folk (1968), apresentaram maiores porcentagens de
feldspatos sendo classificadas como subarcoseanas. As lâminas sem impregnação foram classificadas como quartzoarenitos para 57% das amostras.
Estes resultados evidenciam a importância do método utilizado, denotando a possível presença de ortoclásio que, dificilmente é reconhecido devido suas
semelhanças ópticas junto ao quartzo.
Os resultados obtidos neste relatório foram comparados com três trabalhos realizados no Subgrupo Itararé: França (1987), Wu et al (1991) e Vidal (2002).
A classificação dos arenitos condiz com os trabalhos realizados por Wu et al (1991) e Vidal (2002), que obtiveram amostras de afloramentos. A diferença
em relação ao trabalho de França (1987) é ocasionada pela elevada profundidade das amostras, que certamente apresentam um contexto diagenético
diferente das amostras de superfície. Como indicador de distinção entre a Formação Tietê e Subgrupo Itararé pode ser considerada a presença de cimentação
feldspática, não descrita nos arenitos do Subgrupo Itararé.
*
Subgrupo Itararé.
Agradecimentos: CNPq/PIBIC .

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RELAÇÕES DE COGENETICIDADE ENTRE LAMPRÓFIROS E TRAQUITOS DO PONTAL DO ATALAIA (RJ) COM


BASE EM PADRÕES DE TERRAS RARAS

Ana Paula Ribeiro Alves1 (alvesapr@yahoo.com.br), Sérgio de Castro Valente1,2 & Hélder do Valle2
1
Programa de pós-graduação da Faculdade de Geologia da UERJ, 2Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

O magmatismo alcalino do Cretáceo Superior e Terciário, no Pontal do Atalaia, RJ, é representado por diques de lamprófiros, traquitos e fonolitos, além de
rochas plutônicas da Ilha do Cabo Frio. Os lamprófiros são constituídos por fenocristais de augita, kaesurtita e biotita, com matriz composta de alcalifeldspato,
kaersustita e olivina, além de minerais opacos. Os traquitos são constituídos, predominantemente, por fenocristais de alcalifeldspato imersos em matriz de
mesma composição. Neste trabalho são utilizados padrões de terras raras para avaliar possíveis relações de cogeneticidade entre os lamprófiros e traquitos
da região, isto é, se lamprófiros poderiam ser os representantes do magma parental que originou os traquitos do Pontal do Atalaia. Os valores de terras raras
foram normalizados para o condrito, e os padrões de terras raras de lamprófiros e traquitos foram comparados. Os lamprófiros exibem forte fracionamento
entre terras raras leves e pesados (La/Ybn~60) e apresentam concentrações de terras raras médios (Nd, Sm, Eu, Gd e Tb) mais elevadas que as dos traquitos.
Estes últimos apresentam uma anomalia negativa de Eu, inexistente nos padrões dos lamprófiros. A relação entre terras raras médios dos lamprófiros e
traquitos só pode ser explicada pela compatibilidade com as fases fracionantes representadas pelos fenocristais dos lamprófiros. No entanto, valores de Kd
para estes elementos para fases fracionantes (augita, biotita e kaersustita) em equilíbrio com líquidos lamproíticos, lamprofíricos e basaníticos são menores
que um (0,00002-0,6), denotando seu caráter incompatível. Anomalias negativas de Eu estão normalmente associadas à cristalização de feldspatos, mas, por
definição, lamprófiros alcalinos são destituídos de fenocristais de feldspatos. Os dados indicam que os lamprófiros do Pontal do Atalaia não representam
o líquido parental dos traquitos e, portanto, as rochas alcalinas estudadas não são cogenéticas por processo evolutivo envolvendo cristalização fracionada.
Agradecimentos: Ao CNPq pelas bolsas de doutorado de A.P.R.Alves e IC de H.Valle. Este trabalho foi financiado pelo projeto Rifte de Santos, convênio nº 9 termo
0050.0022710.06.4.

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IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES GERADORAS DO MAGMATISMO MÁFICO DO PONTAL DO ATALAIA, RJ

Ana Paula Ribeiro Alves1 (alvesapr@yahoo.com.br), Sérgio de Castro Valente1,2 & Hélder do Valle2
1
Programa de pós-graduação da Faculdade de Geologia da UERJ,2Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

O magmatismo máfico do Pontal do Atalaia é representado por intrusões de diabásios toleíticos e por intrusões de lamprófiros alcalinos. Estes últimos são
comumente associados ao magmatismo alcalino da Ilha de Cabo Frio, do Paleógeno. O magmatismo basáltico toleítico de outras áreas no Rio de Janeiro
tem sido reportado ao Cretáceo Inferior. No entanto, dados geocronológicos e paleomagnéticos publicados recentemente indicam que os diques de diabásio
do Pontal do Atalaia podem ser do Paleógeno e, assim, contemporâneos aos diques alcalinos da mesma área. O presente trabalho apresenta uma análise
comparativa dos padrões de terras raras de amostras de lamprófiros e diabásios do Pontal do Atalaia com o objetivo de testar hipóteses de cogeneticidade bem
como para discriminar possíveis fontes mantélicas geradoras deste magmatismo máfico. As amostras selecionadas apresentaram teor de MgO de 6,79%peso
e 6,51%peso, para o diabásio e lamprófiro, respectivamente. O valor de perda ao fogo do diabásio é 0,26%peso, enquanto que o do lamprófiro é 5,86%peso,
ou seja, relativamente baixos para os dois litotipos, o que indica fraco grau de alteração das rochas. Os padrões de terras raras foram normalizados para o
condrito e mostram que o lamprófiro é significativamente mais enriquecido em terras raras leves (La/Ybn~48) que o diabásio, que apresentou um padrão
de terras raras praticamente subhorizontal, com leve enriquecimento em terras raras leves (La/Ybn~3). As razões La/Nbn são, respectivamente, 3,2 e 0,9
para o lamprófiro e diabásio. As razões La/Yb>1 e La/Nb>1 apresentadas pelo lamprófiro são representativas de manto enriquecido, com pelo menos uma
contribuição do manto litosférico subcontinental. No caso do diabásio, as razões La/Yb>1 e La/Nb<1 indicam geração a partir de manto fértil. Desta forma,
o magmatismo máfico do Pontal do Atalaia deve ter se originado a partir de fontes distintas, descartando a possibilidade de cogeniticidade por processos de
fusão parcial.
Agradecimentos: Ao CNPq pelas bolsas de doutorado de A.P.R.Alves e IC de H.Valle. Este trabalho foi financiado pelo projeto Rifte de Santos, convênio nº 9 termo
0050.0022710.06.4.

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DEFORMAÇÃO DE ROCHAS SEDIMENTARES DA BACIA DO PARANÁ NA REGIÃO DO ARCO DE PONTA GROSSA

Norberto Morales1; Yociteru Hasui1; Eduardo Salamuni2, Iata Anderson de Souza1, Adilson Viana Soares Jr.1, Fábio Braz Machado1, Mariana A.
Fernandes1, Thelma Cardozo1, Rafael Beruski2
1
IGCE/UNESP (nmorales@rc.unesp.br); 2 UFPR

O estudo de bacias sedimentares intracratônicas tem mostrado cada vez ser maior a importância do reconhecimento das feições deformacionais nelas
contidas para o entendimento evolutivo. O quadro tectônico geral é referenciado a grandes traços, ou seja, àquelas estruturas maiores presentes, via de regra
associadas aos grandes episódios evolutivos destas bacias.
A oportunidade de se realizar trabalhos de campo ao longo destes grandes traços pode, muitas vezes, permitir o reconhecimento de diversas estruturas
deformacionais que podem contribuir com o entendimento da sua evolução. Ao longo da faixa de afloramentos da Bacia do Paraná na região compreendida
entre os estados de São Paulo e Paraná, ao longo dos grandes traços dos lineamentos associados ao Arco de Ponta Grossa (Guapiara, São Jerônimo-
Curiúva e Rio Alonzo), em afloramentos em cortes de estradas, foram observadas falhas de rejeitos de mergulhos ou oblíquas normais e inversas, falhas
transcorrentes dextrais ou sinistrais direcionais ou oblíquas, com associações de estruturas dos tipos flor positiva ou flor negativa. São feições de pequeno
rejeito, predominantemente métrico, mas que ocorrem em grande número, caracterizando trechos anômalos, intercalados com trechos de normalidade
estrutural (com estratificação e acamadamento sub-horizontal característicos na escala de afloramentos).
Em termos de tempo de ativação (ou reativação em alguns casos), foram reconhecidas falhas afetando a sequência sedimentar devoniana (Fms Furnas
e Ponta Grossa), o conjunto de rochas permo-carboníferas (Gp Itararé, Fms Tatuí e Corumbataí) e mesozóicas (Fms Botucatu e Serra Geral), inclusive
vários dos diques de diabásio associados. Em alguns afloramentos, é possível reconhecer falhas normais de pequeno rejeito controlando a distribuição (e
formação?) de depósitos cenozóicos, na forma de falhas sindeposicionais.
Na interpretação de seus traços e sua contemporaneidade em relação aos processos evolutivos sedimentares e ou magmáticos, são reconhecidos pulsos
deformacionais:
(1) cortando toda a sequência dos afloramentos, não sendo possível estabelecer uma idade precisa;
(2) relacionados possivelmente à tectônica de geleiras migrando sobre depósitos periglaciais, restritas aos pacotes de argilitos e diamictitos do Gp Itararé;
(3) pós-deposicionais, afetando as rochas mais antigas que os diques de diabásio, poupados desta deformação;
(4) associados à intrusão dos diques, arqueando os estratos nas suas proximidades ou propagando dobras para dentro do pacote sedimentar;
(5) deformando os diques de diabásio e as sequências basálticas da Fm Serra Geral, com grande importância das falhas transcorrentes e suas associações com
outras estruturas (dobras e falhas), caracterizando estruturas em flor positiva ou negativa;
(6) falhas normais sindeposicionais a depósitos cenozóicos, possivelmente neógenos, indicando atividade neotectônica na região.
Este quadro se mostra desafiador para o entendimento da evolução desta porção da Bacia do Paraná, tornando necessária a caracterização estrutural para a
definição dos pulsos tectônicos em sua geometria, cinemática e dinâmica.

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ANÁLISE FLÚVIO-MORFOMÉTRICA NA BACIA DO RIO SANTO ANASTÁCIO-SP: INDICAÇÃO DE DEFORMAÇÕES


NEOTECTÔNICAS

Ivan Claudio Guedes1; Mario Lincoln C. Etchebehere2; Norberto Morales3; José Cândido Stevaux4; Gisele de Cássia Santoni5.
1
Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, docente das Faculdades Integradas Torricelli, Doutorando em Geologia Regional IGCE-UNESP,
icguedes@professor.sp.gov.br – 2Centro de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão – CEPPE, Universidade Guarulhos – UnG; 3Instituto de Geociências e
Ciências Exatas – IGCE, UNESP; pesquisador 2 do CNPq; 4Universidade Estadual de Maringá – UEM, bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq;
5
Bacharel em Geologia – IGCE-Unesp.
(*) Trabalho desenvolvido sob os auspícios da FAPESP (Processo no 05/57444-1)

Parâmetros flúvio-morfométricos de redes de drenagens têm-se mostrado adequados às investigações concernentes às deformações provocadas pela ação da
neotectônica. Neste trabalho, são apresentadas as análises e interpretações dos perfis longitudinais das drenagens e a relação entre a declividade e extensão
dos canais (RDE) na bacia do rio Santo Anastácio, no oeste do estado de São Paulo. A bacia do rio Santo Anastácio está inserida no contexto do Planalto
Ocidental Paulista e apresenta um substrato rochoso cretáceo, abarcando os grupos Caiuá e Bauru, além de sedimentos cenozóicos. Entende-se que os cursos
d’água reagem rapidamente às perturbações provocadas no seu canal, mesmo ante aquelas mais sutis, erodindo seu próprio talvegue até que se ajuste às
novas condições morfológicas. Foram analisadas 26 drenagens com extensão superior a 8 km e adotou-se a função logarítmica para o estabelecimento das
curvas de melhor ajuste, possibilitando, assim, o cotejamento com o perfil longitudinal de cada uma delas. Adotou-se como discernimento o afastamento
de pelo menos 10m para a classificação como anomalia, que podem ser positivas (indicando áreas em processo de soerguimento) ou negativas (áreas em
subsidência). Adicionalmente, foram identificadas possíveis zonas de falhas com rejeitos verticais significativos, com base na presença de inflexões na linha
do talvegue. O índice RDE se refere à declividade de um curso d’água ou de determinados trechos da drenagem, multiplicada pela extensão total do curso, ou
pela distância entre o referido trecho e a nascente. O resultado é apresentado sob a forma de um mapa da rede de drenagem da bacia do rio Santo Anastácio
com destaque para os trechos anômalos, positivos ou negativos. A distribuição dos trechos anômalos se ajusta a blocos ou compartimentos que, observados
do ponto de vista da Neotectônica, ajustam-se entre si como arranjos morfotectônicos, cujos limites marcam zonas de fraturamento intenso, com landforms
típicos de falhas normais. A distribuição indica movimentação relativa de blocos falhados, contribuindo na reorganização da rede de drenagem, promovendo
o desenvolvimento das anomalias nas proximidades dos limites entre os blocos e, de uma forma conseqüente, controlando a distribuição das coberturas
sedimentares superficiais. Assim, estudos deste tipo contribuem com o entendimento da evolução das redes de drenagem e a paisagem local, levando ao
entendimento da atuação de processos neotectônicos nesta porção do território paulista, podendo com isso contribuis para o planejamento territorial.

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ANÁLISE ESTRATIGRÁFICA DE SUBSUPERFÍCIE DA ALOFORMAÇÃO PARANAVAÍ NO OESTE DO


ESTADO DE SÃO PAULO

Alethéa Ernandes Martins Sallun1; Marcos Saito de Paula2; Marcio Yee3; Sonia Hatsue Tatumi4; Kenitiro Suguio2,5
1
Instituto Geológico (IG-SMA/SP) (alethea@igeologico.sp.gov.br); 2 Instituto de Geociências (IGc-USP); 3 Departamento de Engenharia Metalúrgica e de
Materiais (POLI-USP); 4 Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC-SP); 5 Universidade Guarulhos (CEPPE-UnG)

A Aloformação Paranavaí é uma unidade aloetratigráfica definida na Bacia Hidrográfica do Alto Rio Paraná (SP, PR e MS), composta por depósitos coluviais
originados a partir de unidades litoestratigráficas cretáceas da Bacia do Paraná. Esse registro sedimentar da Bacia do Alto Rio Paraná, desde no mínimo 1
Ma passados até os dias atuais, testemunhou importantes mudanças paleoclimáticas e/ou eventos neotectônicos, constituindo o único registro sedimentar
pleistocênico no oeste paulista. Os depósitos coluviais da Aloformação Paranavaí apresentam-se, à primeira vista, como depósitos homogêneos e maciços.
Com a finalidade de estudar a Aloformação Paranavaí em subsuperfície, à partir de um perfil vertical utilizando geocronologia, constatou-se variação
temporal significativa e variação textural, indicando diferentes fases de coluviação ao longo do tempo.Foram realizados trabalhos de campo para a coleta
de testemunhos de sondagem em duas regiões no oeste paulista (municípios de Oriente e Rancharia), por apresentarem potencial para um perfil extenso da
Aloformação Paranavaí, e localidade com facilidade para instalação do maquinário necessário. As sondagens foram realizadas com perfuratriz hidráulica
Geoprobe® montada sobre caminhão para amostragem, utilizando tecnologia Direct Push com amostrador macro core e tubos do tipo liners de PVC,
em cooperação com a American Drilling do Brasil Ltda. e a Brasbailer Industria e Comércio de Produtos Plásticos Ltda, que desenvolveu liners opacos
específicos para este estudo. Esse tipo de sondagem permitiu recuperação de um testemunho com o mínimo de perturbação da estratigrafia sedimentar,
fornecendo maior representatividade das características originais dos depósitos da Aloformação Paranavaí. Esta metodologia de amostragem é utilizada
pela U.S. Environmental Protection Agency (EPA) e pela CETESB (SMA-SP) para diagnóstico de áreas contaminadas, mas pela primeira vez foi utilizada
para coleta de amostras de sedimentos inconsolidados para caracterização de uma unidade geológica e datação luminescente. Em laboratório, parte dos
tubos coletados foram abertos e apresentaram sedimentos arenosos, constituídos de areias muito finas a grossas inconsolidadas, com estrutura maciça e
coloração acastanhada. Parte dos tubos opacos coletados foram enviados por luminescência opticamente estimulada (LOE) pela metodologia SAR (single
aliquot regenerative-dose), no Laboratório de Vidros e Datação da FATEC-SP, para a datação de grãos de quartzo dos sedimentos Para atestar a veracidade
dos métodos utilizados para datação e coleta de amostras, foram também analisadas amostras do topo da Superseqüência Bauru (coletada no final de cada
sondagem). Os dados obtidos pela datação por luminescência indicaram que os depósitos coletados nas sondagens podem ser datados por esta técnica com
sucesso, apresentando idades quaternárias crescentes de acordo com a profundidade das amostras da Aloformação Paranavaí, indicando a potencialidade
de datações e análises laboratoriais dentro de um mesmo perfil estratigráfico. As amostras provenientes da Superseqüência Bauru apresentaram idades
superiores ao alcance do método de datação, que para os sedimentos da Aloformação Paranavaí já chegou até 1 Ma.
Agradecimentos: FAPESP (08/03818-6; 09/02286-3)

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GEOLOGIA e Geoquímica dos Diques de Diabásio na Região de Ubatuba (SP)

Fábio Peres da Silva1; Beatriz Paschoal Duarte2; Julio César Horta de Almeida2
1
Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Geologia, FGEL/UERJ – Rio de Janeiro (peresfbi@gmail.com); 2 Faculdade de Geologia, FGEL/UERJ –
Rio de Janeiro.

Os diques de diabásio da região de Ubatuba são subverticais e têm orientação preferencial NE-SW, mais precisamente N40-50E, seguindo o trend principal
das fraturas na área. Este padrão é concordante com aquele da suíte de alto-TiO2 do Enxame de Diques da Serra do Mar (EDSM) do litoral sudeste do
Brasil. As espessuras desses corpos variam de 70 cm a 50 m, tendo, a maioria, entre 1,5 e 8 metros. Subordinadamente, ocorrem diques orientados segundo
a direção NW-SE, direção esta assumida também pelos diques de lamprófiros presentes na área, e segundo a direção ENE-WSW. Esses diques apresentam
um sistema interno de fraturas de resfriamento, podendo ser verificadas três famílias principais: fraturas longitudinais, verticais e paralelas ao comprimento
maior do corpo; fraturas transversais, verticais e perpendiculares ao comprimento maior do corpo; e fraturas basais, subhorizontais. Dos 111 diques visitados
e descritos, 17 apresentam feições consideradas bons indicadores da cinemática da intrusão. Com relação às formas das fraturas-conduto, a mais comum na
qual os diques da área de estudo afloram é a retilínea. No entanto, embora as pesquisas ainda estejam em andamento, também foram observadas feições como
degraus, pontes, tocos, bifurcações, escalonamento e diques em ziguezague. Os diabásios estudados têm cor preta, por vezes variando em tons avermelhados,
de acordo com o grau de alteração. Podem tanto apresentar-se afaníticos quanto finos e, comumente, são porfiríticos, com fenocristais de plagioclásio.
Em alguns casos, podem ser observadas amígdalas milimétricas de carbonato de coloração branca. A composição mineralógica desses diabásios é pouco
variável, em geral, representada essencialmente por plagioclásio e clinopiroxênio rico em Ca (augita) e/ou clinopiroxênio pobre em Ca (pigeonita), além de
olivina e mineral opaco. Por meio da análise modal, foi obtida uma percentagem equivalente entre plagioclásio e piroxênios, com ligeira predominância do
primeiro. Quanto às características geoquímicas, das 27 amostras selecionadas para análise de elementos maiores, menores e traços, os resultados mostraram
que 22 amostras plotam no campo subalcalino e têm afinidade toleítica. Entretanto, 2 amostras plotam no campo alcalino, sendo, então, classificadas como
basaltos alcalinos. A afinidade toleítica da grande maioria das amostras (22 em um total de 27) é corroborada pela presença de quartzo e hiperstênio (e ausência de
nefelina) na norma CIPW e, dessa forma, as mesmas podem ser classificadas como quartzo-toleítos. As concentrações de hiperstênio normativo chegam a 26,17
%peso, com valor médio de 15,39 %peso. Em três das amostras estudadas, há presença de olivina e hiperstênio normativos e ausência de quartzo, o que as inclui
em um grupo de olivina-toleítos. Entre estes, a olivina normativa varia de 2,39 a 17,42 %peso, com média de 8,31 %peso. Excluindo-se as duas amostras de basaltos
alcalinos, que apresentam nefelina normativa, 88% são quartzo-toleítos e apenas 12% restantes são olivina-toleítos em um total de 25 amostras. A presença de quartzo
normativo na maioria das amostras indica o caráter evoluído desta série. De todas as 25 amostras de diabásio toleítico estudadas, 24 foram inseridas dentro de uma
suíte de alto-TiO2 (TiO2 > 2%peso) e apenas 1 foi inserida dentro de uma suíte de baixo TiO2 (TiO2 < 2%peso). Embora as pesquisas ainda estejam em andamento,
o trabalho identificou, na área investigada, que a amostra parental da suíte de alto-TiO2 apresenta valores de SiO2= 51,77%peso, MgO = 10,52%peso, Ni = 390
ppm e Cr = 610 ppm. Já a amostra mais evoluída desta suíte tem valores de SiO2= 59,88%peso, MgO = 1,93%peso, Ni = <20 ppm e Cr = <20 ppm.
Agradecimentos: Rede de Geotectônica – Petrobrás e CAPES.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Anatomy and Controlling Factors of a Late Cretaceous Aeolian Sand Sheet: the Marília and
the Adamantina formations, NW of the Bauru Basin, Brazil

Giorgio Basilici & Patrick Francisco F. Dal’ Bó


Departamento de Geologia e Recursos Naturais/Instituto de Geociências – Universidade Estadual de Campinas, Brasil (basilici@ige.unicamp.br)

This work deals with the architectural features and the controlling factors of construction, accumulation and preservation of an ancient aeolian sand sheet
represented by the Adamantina and Marília formations, which belong to the Bauru Basin (Late Cretaceous, Brazil). In NW portion of the Bauru Basin
these two units are ca 220 m thick. They are constituted of litharenites to sublitharenites, and secondarily of sandy conglomerates and mudstones. Physical
description of palaeosols and sediments were applied during the field study. Petrographic analyses and microtexture descriptions of quartz clasts were made
on palaeosol and sediment samples, whereas clay mineralogy, molar weathering ratio of the major oxides, and micromorphological characterisation were
reserved to palaeosol samples.
Three architectural elements were recognised: palaeosols, wind-ripple-dominated aeolian sand sheet deposits, and ephemeral river deposits. The palaeosols
are the more frequent element, and are constituted prevalently by Aridisols and subordinately by Alfisols, Vertisols, and Entisols. The wind-ripple-dominated
aeolian sand sheet deposits are composed of very fine- to medium-grained, well- to moderate-sorted sandstone, organised in translatent climbing wind-ripple
strata, and secondarily by medium- to coarse-grained lenticular sandstone and mudstone deposited by occasional floods. The ephemeral river deposits are
constituted of sandy conglomerate with concave-up bottom and flat top, 4 m thick and ca 2 km wide.
The three architectural elements were formed on an aeolian sand sheet surface, which was characterised by drier instable periods where aeolian deposition
prevailed, and more humid stable periods where pedogenesis and fluvial sedimentation dominated. Palaeosols and aeolian deposits alternate vertically
in cyclical sequences characterised by erosional transition between the top of the palaeosol profiles and the overlying aeolian deposits. Since the aeolian
deposits display a limited lateral continuity, the interbedding palaeosol/aeolian deposits may be locally substituted by the superposition of palaeosol profiles,
separated by an erosional surface.
Six bounding surfaces permit the subdivision of the study formations in genetic geological bodies with different spatial and temporal order. Such surfaces are
named according to a numerical order. Two first order surfaces were recognised: they divide underlying mature palaeosols (Aridisols, Alfisols, and Vertisols)
from aeolian deposits or other mature palaeosol profiles. The second order surface separates underlying immature palaeosols (Entisols) from aeolian deposits.
The third order surface constitutes the channel bottom. Two fourth order surfaces were recognised within the wind-ripple-dominated aeolian sand sheet
deposits: one is found between translatent wind-ripple cosets and the other constitutes the bottom of flood deposits. A model of construction, accumulation,
and preservation was proposed for this ancient aeolian sand sheet. The construction phase was characterised by sediment supply from rivers during the more
humid period (primary supply), and by soil erosion during the drier climate phase (secondary supply). The accumulation surface was controlled during the
drier climate phase by the cemented B horizons, over Aridisols, and by the wind, over the other soils or deposits. On the contrary, during the more humid
climate phase the accumulation surface was a stabilising surface represented by the soil. The preservation was dominated by subsidence and burial.
Acknowledgements: FAPESP (2007/00140-6 and 2007/02079-2)

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SHALLOW WATER HUMMOCKY CROSS STRATIFICATIONS PRESERVED IN AN WAVE-DOMINATED OPEN COAST


TIDAL FLAT: LAGARTO FORMATION, NE BRAZIL

Giorgio Basilici & Pedro Henrique Vieira de Luca


DGRN /Instituto de Geociências – Universidade Estadual de Campinas, Brasil (basilici@ige.unicamp.br)

In present-day depositional systems the hummocky cross-stratifications (HCS) form below storm action from lower shoreface to foreshore, nevertheless in
the fossil record they find mainly in lower shoreface depositional systems, in the area included between the fair-weather and the storm wave base, because
during the fair-weather the wave recovery activity substitutes them with lesser energy sedimentary structures. Thereby, within the geological record the
preservation of HCS into the upper shoreface is rare, unless the coastal area is interested during the fair-weather period by energetic conditions that do
not allow recovering of the upper shoreface deposits. The Cambrian (?) Lagarto Formation (Sergipe, NE Brazil) could represent these conditions. This
work describe accretionary and anisotropic HCS in a shallow water coastal depositional system controlled by medium tide range and proposes a model of
horizontal distribution of lithofacies in a mixed coastal systems, which may be defined as a wave-dominated open coast tidal flat.
The Lagarto Formation is part of the filling of a foreland basin, developed during the terminal collision phase of the São Francisco and the Pernambuco-
Alagoas cratons. It is composed by fine to very fine-grained sandstone interbedded with mudstone. Its thickness is more than 1000 m, and it is interpreted as
a unit deposited in coastal area dominated by waves and tidal currents.
Three architectural elements were recognised in this formation: i) lower sandy tidal flat, ii) upper sandy tidal flat, and iii) muddy tidal flat deposits. The
three elements may be included into an intertidal zone because they show: (1) evidences of sub aerial exposition; (2) deposits formed by unidirectional or
combined flows under the tidal influence; (3) deposits formed for oscillatory wave motion. (i) Lower sandy tidal flat deposits are dominated by accretionary
HCS sandstone beds, overlaid by wave ripples and thin muddy laminae with mud cracks. They are interbedded with planar-laminated or wave-rippled
very fine-grained sandstone thin beds with flaser bedding. (ii) Upper sandy tidal flat deposits are composed by interbedding of fine- and very fine-grained
sandstone and mudstone. Fine-grained sandstone displays anisotropic HCS or tabular-shape beds with tidal influence in depositional mechanisms, such as
herring-bone structures or sigmoidal cross-stratifications. Very fine-grained sandstone beds show planar-parallel laminations overlaid by small asymmetrical
3D ripples or 2D ripples with flaser stratification. The mudstone beds are massive and commonly characterised by mud cracks and rain drop marks. (iii)
Muddy tidal flat deposits are composed mudstone, commonly with mud cracks structures, which exhibits rhythmic alternations of sandstone in planar-
parallel laminae, lenticular and climbing-ripples beds.
The sedimentary structures evidence depositional mechanisms characterised by wave motion and unidirectional flows controlled by tides. From the lower
sandy through the upper sandy to the muddy tidal flat deposits the tidal influence increases, whereas the wave action decreases. Grain size distribution and
sedimentary structures allow to define a horizontal organisation of the three architectural element, positioning the lower sandy flat deposits into the deeper
portion and the muddy flat in shallower portion of the intertidal zone.
Very low topographic gradient and mesotidal conditions probably were the forcing factors that controlled this kind of sedimentation in a non-barred, open-
coast tidal flat.
Acknowledgements: CNPq (473356/2007-4) and FAPESP (2006/00525-2)

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WET CLIMATIC CONDITIONS RECORDED FROM PALEOSOLS IN THE LATE CRETACEOUS BAURU BASIN:
MARÍLIA FORMATION (MS AND GO)

Patrick Francisco Führ Dal’ Bó1; Giorgio Basilici1


1
DGRN, Departamento de Geologia e Recursos Naturais, IG/UNICAMP – Campinas (patrickdalbo@ige.unicamp.br).

The climate during the Late Cretaceous (Maastrichtian) in the northwest portion of the Bauru Basin was characterized by alternating periods of aridity and
humidity. The study area is located in the northern part of the Bauru Basin, between the states of Goiás and Mato Grosso do Sul. In this area, above the basalts
of the Serra Geral Formation, only the Adamantina and Marília formations crop out. These two units form a package ca 220 m thick and are prevalently
constituted of interbedding eolian sandstones and paleosols. The paleosols constitute 66% of the sedimentary record and were classified in four soil orders
which include Aridisols, Entisols, Vertisols and Alfisols. In this study more emphasis is given to the last order.
The classification of the paleosol profile an Alfisol order was supported by field, micromorphology and geochemical analyses. Alfisols are modern base-
rich forested soils. They are differentiated from base-poor forest Ultisols by a base saturation greater than 35%. Such base saturation can be assumed for
paleosols when they contain calcite nodules in a horizon deeper than 1 m from the uppermost horizon or by a molar ratio of bases/alumina greater than 0.5
in B horizons. Both requirements are recorded from paleosols considered as Alfisol analogs.
Field and micromorphological evidences suggest a polygenetic character of the Alfisols, resulting from changing soil drainage through time. Variations in
soil drainage were quantified using proxy estimates of inferred soil processes such as base loss, leaching, salinization, and oxidation. The chemical index
of alteration minus potash (CIA-K) was used to investigate the weathering of silicate minerals and for quantifying the mean annual precipitation (MAP)
recorded for Bt horizons. The MAP estimates ranges from 518 to 1078 mm/yr. Changes in MAP correspond to variation in inferred soil processes. The
greater values of estimated paleoprecipitation are related to increased in base loss and leaching, whereas lower MAP values are associated with decreased
leaching and pronounced conservation of bases. The clay mineralogy also reflects this variation in MAP estimates. The paleosols is largely dominated by
palygorskite and smectite, and only within Alfisol horizons there is a tendency of change accompanied by an increase in amount of illite.
Paleoenvironmental controls on the genesis of the Late Cretaceous paleosols of the northwest portion of the Bauru Basin include difference in sedimentation
and erosion rates, water table depth, moisture availability from precipitation, and the time of subaerial exposure. These factors varied over short and long
time intervals, influencing the development of individual horizons as well as the succession of paleosol profiles. The analyzed Alfisols show the most
important evidence of the contribution of wet climatic conditions. From field and microscopic observations, geochemical trends and modern soil analogues
it can be concluded that the analyzed Alfisols formed under mainly well-drained dry conditions with periods of seasonal wetting as evidenced by intense red
colors, conspicuous clay coatings, well developed prismatic and blocky structures, high CIA-K values and the abundance of root traces. A major limitation
of this study until this moment is that, because the spatial resolution is still low, estimating paleoclimatic conditions for a region with the size of Bauru
Basin (ca 370.000 km²) is difficult, and without a good chonostratigraphic time frame for Bauru Basin units, is not possible to determine the exact nature of
climatic variability through time.
Acknowledgements: FAPESP (07/00140-6; 07/02079-2) and CNPq.

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ANÁLISE GRAVIMÉTRICA Para caracterização tectono-estrutural e sedimentar das bacias de


Santos e campos

Marcos Vinícius Moraes dos Santos; Sidney Luiz de Matos Mello


Depto. de Geologia - LAGEMAR /UFF – Niterói/RJ (mvm.santos@hotmail.com);

As bacias de Santos e Campos são fortemente marcadas por um conjunto de heterogeneidades de expressões regionais, presentes na crosta sobre a qual
as bacias se desenvolveram (e.g., Moriak e Dewey, 1987; Macedo, 1990; Davison, 1997 e Meisling et al., 2001) e, provavelmente, no manto superior,
controlando assim o arcabouço estrutural do embasamento das bacias por meio da reativação de estruturas durante o processo de estiramento e abertura (Mio,
2005). Genericamente, estas heterogeneidades compreendem zonas de sutura entre blocos continentais, cinturões de dobramentos e cavalgamentos, enxames
de dique máficos e zonas de cisalhamento, que são reconhecíveis no embasamento aflorante em escalas regionais, principalmente em mapas gravimétricos
e magnéticos.
O mapa de anomalia Bouguer (figura 1) apresenta amplas variações de amplitudes, onde se observam anomalias regionais orientadas em quatro faixas NE
(que se flexionam na direção NW-SE, devido ao sentido das zonas de transferências presentes nas bacias) alternando baixos e altos gravimétricos. A faixa A
corresponde a uma provável zona com acúmulo de sedimentos (grábens internos à charneira), próximo à linha de costa. A faixa B marca um alto gravimétrico
que acompanha a linha de costa, correspondente à linha de charneira. Com amplitude semelhante, porém mais larga e difusa, ocorre uma faixa C, com
aumento marcante em área, cujo prolongamento se dá em toda a extensão da bacia, que está relacionada aos principais depocentros da Bacia de Santos. A
faixa D corresponde a uma região de altos gravimétricos em águas profundas (grosseiramente paralelo e coincidente com a charneira principal das bacias,
por vezes deslocado a oeste delas), com padrão escalonado à direita e amplitude variável em mGal, é interpretada de diversas maneiras por diversos autores.
Meisling et al.(2001) sugere uma elevação da Moho, enquanto para Karner (2000) um mecanismo de compensação flexural da charneira seria a causa dessa
anomalia.
Na bacia de Santos, ocorrem principalmente duas anomalias Bouguer bem marcadas: um baixo gravimétrico elíptico bem definido, que se ajusta ao
embaiamento sul e também uma anomalia com alta amplitude na porção central da bacia, em torno de NNE, que acompanha um alto no topo da camada de
evaporitos. Esta última feição deve corresponder a um alto da seção rifte, alongado nesta direção, e que subdivide a seção pós-rifte em dois compartimentos: a
leste, com padrão difuso e com maiores profundidades dos evaporitos (coincidente com o embaiamento sul), e a norte-nordeste, com menores profundidades
e presença de feições circulares a levemente elípticas, ocorrentes tanto no mapa Bouguer como no mapa do topo dos evaporitos. O bom ajuste entre os dois
mapas sugere que a variação de espessura na seção pós-sal condiciona a compartimentação gravimétrica de segunda ordem observada.
O mapa de anomalia Bouguer da Bacia de Campos destaca a ocorrência de uma faixa de anomalias gravimétricas positivas, com 80 a 150 km de largura, na
direção NE-SW, à aproximadamente 300 km do litoral do Estado do Rio de Janeiro. Meisling (2001) destacou que essa faixa coincide com áreas que podem
ser interpretadas como formadas por rochas vulcânicas. Vieira et al. (1987) destaca também, em mapas residuais, uma importante anomalia na plataforma
(próxima à falha-charneira de Campos, cerca de 90 km a ENE de Cabo Frio) que pode representar intrusões alcalinas como as aflorantes no continente.
Na parte sul da Bacia de Campos, em frente ao alto de Cabo Frio há um soerguimento considerável da crosta continental, observado nos mapas gravimétricos,
que está provavelmente associado a um lineamento de direção NW-SE que se estende da crosta oceânica, na região adjacente aos montes marinhos Jean
Charcot, até o Alto de Cabo Frio.

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PALINOESTRATIGRAFIA DA FORMAÇÃO ITAQUAQUECETUBA (MINERADORA ITAQUAREIA 1),


BACIA DE SÃO PAULO, BRASIL

Danieli Bento-dos-Santos1; Maria Judite Garcia2; Antonio Roberto Saad2,3; Carlos Alberto Bistrichi4
Laboratório de Palinologia e Paleobotânica–Universidade Guarulhos, Mestrado em Análise Geoambiental-UnG (danieli_bs@yahoo.com.br);
1.

2.
Laboratório de Palinologia e Paleobotânica / CEPPE Universidade Guarulhos (mgarcia@ung.br);
3.
Depto. Geologia Aplicada-IGCE-UNESPRio Claro. (asaad@prof.ung.br);PUC-SP (cabistrichi@uol.com.br).

A Formação Itaquaquecetuba é uma das unidades litoestratigráficas pertencentes à Bacia de São Paulo e constitui-se, litologicamente, por espessos pacotes de
arenitos e conglomerados com estratificações cruzadas acanaladas e planares e, subsidiariamente por finas camadas e lentes argilosas. O presente trabalho foi
realizado no âmbito da mineradora Itaquareia 1, município de Itaquaquecetuba, São Paulo. Foram analisadas 44 amostras férteis, coletadas ao longo de uma
seção de 200 metros de comprimento e 48 metros de espessura, rica em palinomorfos e megafósseis vegetais, tais como folhas e troncos. Os palinomorfos
estão bem representados, sem evidencias de corrosão e/ou transporte. Os resultados revelaram a existência de uma palinoflora composta de 282 tipos
diferentes de palinomorfos relacionados a gimnospermas, angiospermas, briófitas, pteridófitas, algas e fungos. Foram estabelecidas, quatro ecozonas. As
ecozonas I, II e III, abrangem grande parte do depósito, da base até aproximadamente 40 metros de espessura a partir da base, e apresentam uma associação
de palinomorfos que caracteriza o Neoeoceno e pode ser incluída na Zona Retibrevitricolpites triangulatus. Essa ecozona é constituída por: Bombacacidites
clarus, Catinipollis geiseltalensis, Cicatricosisporites dorogensis, Dacrydiumites florinii, Echiperiporites estelae, Echitriletes muelleri, Jandufouria
seamrogiformis, Magnaperiporites spinosus, Margocolporites tenuireticulatus, Margocolporites vanwijhei, Perfotricolpites digitatus, Verrucatosporites
usmensis, Striatopollis catatumbus, Scabraperiporites nativensis, Scabraperiporites asymmetricus, Podocarpidites marwickii, Polypodiaceiosporites
potoniei, Polypodiaceiosporites gracillimus, Psilastephanocolporites fissilis, Psilatricolporites maculosus, Reboulisporites fuegiensis, entre outros. A
ecozona IV constitui o topo do depósito, com espessura máxima de 7,5 metros, e foi datada do Eo-oligoceno pela presença de Dacrydiumites florinii,
Podocarpidites marwickii, Myrtaceidites spp., Bombacacidites spp., Beaupreaidites diversiformis, Ulmoideipites krempii, Perisyncolporites pokornyi,
Polypodiaceiosporites potoniei, Proteacidites dehaani, Ilexpollenites spp. e Tricolpites reticulatus e está inserida na Zona Dacrydiumites florinii. Nesta
última ecozona, observou-se uma drástica redução da biodiversidade, com expansão das gimnospermas, especialmente de Dacrydiumites florinii e,
diminuição das angiospermas, pteridófitas, fungos e ausência completa de ervas aquáticas e lianas.. Tais características evidenciam a queda da temperatura,
que também é assinalado no restante do mundo no inicio do Oligoceno. Assim a seção analisada foi depositada do final do Neoeoceno ao Eo-oligoceno.
As amostras desta seção não mostraram qualquer vestígio de retrabalhamento desses níveis orgânicos. e em todas as ecozonas observou-se a presença de
microthyriaceas que, são frágeis e não suportariam um longo transporte ou retrabalhamento dos sedimentos.

71

REFLECTIONS ABOUT GEOLOGY AND BIOCHRONOLOGY OF THE “BAURU BASIN” DEPOSITS

Reinaldo J. Bertini1 & Mirian Costa Menegazzo2


1
NEPV-DGA-IGCE-UNESP Rio Claro (rbertini@rc.unesp.br); 2Geologia Regional-NEPV-IGCE-UNESP Rio Claro

The “Bauru Basin” was defined during 1990’s, assuming that a new tectonic context, during Early and middle Cretaceous, related to Serra Geral Formation
magmatism, thermal subsidence, uplift of marginal structures, and breakup of Africa and South America, replaced the Paleozoic/Mesozoic Paraná Basin.
Above these basalts a new depositional area was developed, originating important South American Upper Cretaceous continental deposits.
Since the 1980’s there have been questions about geological evolution and biochronological aspects concerning these sediments. Even the status of the
“Bauru Basin” is under dispute.
It seems that the tectonic structures, delimiting the “Bauru Basin”, suffered different reactivation events, during the Santonian to Maastrichtian interval,
bringing significant chronological assumptions.
All fossils from Santo Anastácio, Araçatuba, Adamantina, Uberaba and Marília formations suggest an Upper Cretaceous age. The presence of Upper
Cretaceous palynomorphs and ostracods (São Carlos City region), and vertebrates like Testudines (Northwestern São Paulo State), collected centimeters
above Serra Geral basalts, brings questions about its meaning. But wells, being perfurated on Southwestern São Paulo State, could answer if there was
sedimentation, during Early and middle Cretacous, on the area called “Bauru Basin”.
There are middle Cretaceous deposits (Areado Formation, Southern Minas Gerais State) geographically close to the “Bauru Basin”, so there were depositional
conditions only Eastern to “Bauru Basin”, during this moment. But it must be highlighted that relations among São Francisco and “Bauru” basins were not
full investigated, and uprising of the “Arco da Canastra” occurred only during Maastrichtian.
About the paleobiota of the Bauru Group, it would be restricted to the Campanian/Maastrichtian interval, though there are questionable proposals involving
older ages. Some of the debates comprehend, for example, the existence of depositional hiatus among some of the “Bauru Basin” geological unities,
not observed in the field, contacts being mainly transitionals. Another one involves probable reworking of previous sediments, redepositing questionable
pre-Campanian ostracods in the Adamantina Formation. And even doubtful notices about the presence of Cenomanian metasuchians teeth, associated to
morphotypes from the São Luís/Grajaú Basin, in Adamantina Formation deposits.
Araçatuba and Adamantina formations would be Campanian/?Maastrichtian in age, based on ostracods, vertebrates and paleomagnetic data. There are some
evidences that Adamantina Formation, from Southwestern São Paulo State, shares same taxons with Northwestern (Sphagesaurus) or Central-Northern
(Stratiotosuchus) São Paulo State. It brings stratigraphical and paleoecological correlations possibilities, because this geological unity deposited in a
widespread area, partaking similar paleoenvironments and paleobiota.
There are not biochronological doubts about the Marília Formation, considered Maastrichtian in age, based on ostracods and vertebrates. The Echaporã
Member, exposed on São Paulo State, shares same titanosaurs with Serra da Galga Member, “Triângulo Mineiro”.
Future approachs would look for refinements of the “Bauru Basin” Biochronology and Biochronostratigraphy. Comparisons and revisions of fossils could
bring more light on the possibilities that “Bauru Basin” geological unities are interdigitate and shared contemporaneous sedimentation and same taxons.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

CARACTERIZAÇÃO FACIOLÓGICA DE DEPÓSITOS QUATERNÁRIOS EM VOÇOROCA NO BAIRRO DAS


PALMEIRAS, MUNICÍPIO DE PINHEIRAL (RJ)

Bárbara da Silva Maciel & Renato R.Cabral Ramos


Setor de Estratigrafia, Sedimentologia e Geologia Histórica - UFRJ
bsm.geo@gmail.com

Dentre os processos erosivos que ocorrem no Brasil, um dos mais difíceis de recuperação é o de voçorocamento. As voçorocas são caracterizadas como
profundos vales de erosão com geometrias e tamanhos variados, de onde foram removidos grandes volumes de terra afetando rochas, solos e relevos
diversos, podendo ser ocasionado tanto por fatores naturais, como por influência antrópica, o que pode acarretar sérios prejuízos econômicos e sociais. A
área escolhida para analise insere-se no gráben da Casa de Pedra, localizado na bacia sedimentar de Volta Redonda, ao sul do estado do Rio de Janeiro, no
município de Volta Redonda, sendo composto pelas formações Resende e Pinheiral e pelo basanito Casa de Pedra, cuja datação por Ar/Ar resultou em 48,3
± 0,5 e 47,6 ± 0,7 Ma. Esta bacia, juntamente com as bacias de Resende, Taubaté e São Paulo, constitui o seguimento central do Rift Continental do Sudeste
do Brasil. Para a realização deste estudo foi desenvolvidas pesquisas bibliográficas e iconográficas, a fim de estabelecer um embasamento teórico com dados
já apresentados sobre a região. Foram também realizados estudos litológicos, estratigráficos e geomorfológicos, através da caracterização das feições, analise
e associações de fácies, que permitiu a identificação da gênese e do desenvolvimento do processo de voçorocamento, estabelecendo a compreensão dos
diferentes processos deposicionais e pós-deposicionais que ocorreram em três pontos distintos: sendo o primeiro a montante da voçoroca, o segundo mais
ao centro e o terceiro parte mais a jusante, próxima ao córrego. Toda essa analise tem como objetivo a compreensão da evolução paleoambiental em que
este depósito quaternário adjacente ao córrego da Carlotinha está inserido. Sendo assim, este estudo pode contribuir para o aumento do campo de dados a
respeito deste tipo de processo erosivo, cuja relevância está em sua possível aplicação em áreas de condições geológicas e climáticas semelhantes, propondo
possíveis medidas de reabilitação de áreas atingidas.

72

Implosão de condutos pela fluidização do magma alcalina félsica, observada nas brechas
subvulcânicas de complexos intrusivos de mendanha, iatúna e ilha de cabo frio, Rj

Akihisa Motoki 1, Rodrigo Soares 2, Giannis Hans Petrakis 1, Kenji Freire Motoki 2
1
Mineralogia e Petrologia Ígnea, FGEL/UERJ - Rio de Janeiro (rochasornamentais@yahoo.com.br); 2 Geologia, LAGEMAR/UFF - Niterói

No Estado do Rio de Janeiro, ocorrem complexos intrusivos de nefelina sienito e as rochas associadas do Cretáceo ao Eocenozóico. Alguns desses são
acompanhados por rochas piroclásticas de preenchimento de condutos subvulcânicos, tais como Mendanha, Itaúna e Ilha de Cabo Frio. As datações de
traços de fissão para apatita e os estudos geoquímicos do nefelina sienito indicam que os corpos intrusivos foram posicionados em profundidade aproximada
de 3 km. Desta forma, os edifícios vulcânicos e depósitos eruptivos que existiam na superfície daquele tempo tinham sido eliminados completamente pelo
soerguimento regional e conseqüente denudação.
As rochas piroclásticas acima citadas apresentam características comuns. Os clastos são compostos principalmente de traquito mesmo a rocha encaixante
seja sienito ou gnaisse. O tamanho dos clastos é muito variável, desde milímetros até 3 m em diâmetro e os clastos grandes e fragmentos pequenos são
misturados dentro do mesmo afloramento. Os clastos grandes, especialmente aqueles com tamanho maior do que 256 mm são arredondados e os pequenos
tendem a serem angulosos. Não se observa seleção granulométrica dos clastos e acamamentos vulcânicos. As feições acima citadas são características de
brecha de condutos subvulcânicos, porém são raramente observadas em depósitos piroclásticos subaéreos.
Os contatos com as rochas encaixantes são sub-verticais e intrusivos. Não há intercalação de paleossolo, materiais orgânicos e depósitos sedimentares entre
o corpo piroclástico e a rocha encaixante. Os corpos piroclásticas são de tamanho variável, de 1 km de diâmetro em torno da Pedra da Contenda no maciço
Mendanha, 400 m de largura na Ilha de Cabo Frio, 30 m de área no maciço Iraúna e diques piroclásticas de 1 m de largura no Vale do Rio Dona Eugênia do
maciço Mendanha. Isto é, as rochas piroclásticas são aparentemente similares com os depósitos eruptivos no tamanho de amostras de mão porém a forma
de ocorrência geológica dos corpos é intrusiva.
Apesar do posicionamento intrusivo em uma grande profundidade, certas feições piroclásticas sugerem a forma de erupções que aconteceram na superfície
daquele tempo. Como por exemplo, os clastos com tamanho maior do que 50 cm com fraturas prismáticas de configuração radial e estrutura de auto-brechação
ocorrem dentro da matriz de lapilli tufo. As fraturas prismáticas radiais são sugestivas de resfriamento muito rápido, sendo observadas caracteristicamente
em domos de lava. A estrutura de auto-brechação dos clastos grandes são indicativos de impacto e fragmentação. Portanto, esses clastos poderiam ser
originados da superfície ou subsuperfície e trazidos até 3 km de profundidade por meio de colapso do domo e conseqüente implosão do conduto.
As observações acima citadas sugerem o seguinte processo de formação dos corpos piroclásticos. No estágio inicial da erupção, o conduto foi preenchido
pelo magma traquítico e a consolidação do magma começou a partir do topo e zona de contato do conduto. Em seguido, ocorreram fluidização do magma
e conseqüente erupção explosiva. O traquito já consolidado no conduto foi pulverizado e transformado em clastos traquíticos das rochas piroclásticas. No
estágio final, aconteceu a implosão do conduto e colapso de grandes blocos de traquito ao interior conduto subvulcânico.
Agradecimentos: FAPERJ (E-26/110.279/2008)

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

estruturas DEFORMACIONAIS NA porção sul da Bacia de SANTOS

Rafael Correa de Toledo1; Norberto Morales2; Iata Anderson de Sousa3


1
Graduando em Geologia Regional, bolsista do PRH-05 (Geologia do Petróleo) (rafael_ct@yahoo.com.br); 2Departamento de Petrologia e Metalogênese/
IGCE/UNESP-Rio Claro (SP); 3Doutor em Geologia Regional.

A Bacia de Santos apresenta atualmente um amplo potencial para novas descobertas, possuindo extensas áreas consideradas como fronteiras exploratórias.
Após as recentes descobertas nos campos de exploração, as quais aumentaram consideravelmente as reservas brasileiras, a bacia tem atraído cada vez mais
a atenção das grandes empresas petrolíferas, necessitando assim de novos dados e estudos para o seu melhor conhecimento geológico. O presente trabalho
tem por objetivo a caracterização dos principais traços estruturais relacionados à formação e evolução da Bacia de Santos, contribuindo para o entendimento
do controle estrutural para geração de trapas, migração e, de um modo geral, distribuição de hidrocarbonetos nesta porção da bacia. O estudo das estruturas
da bacia foi realizado a partir da interpretação de dados de poços e seções sísmicas paralelas (strike) e perpendiculares (dip) à linha de costa, dados que
foram obtidos junto ao BDEP-ANP e processados a partir da utilização do software Geographix. A partir da integração dos dados obtidos neste processo
com a estratigrafia da bacia, foram reconhecidos horizontes estratigráficos, os quais serviram para o reconhecimento de intervalos correspondentes nas
seções sísmicas, sua interpretação e reconhecimento das estruturas presentes. Na interpretação das seções sísmicas foram reconhecidas estruturas do tipo
grábens, semi-grábens e horsts, as quais ocorrem de forma subparalela à linha de costa na região, estando associadas ao embasamento e à fase rifte da bacia.
Tais estruturas são assimétricas, sendo observada em alguns locais rotação de blocos. A sedimentação principal desta bacia é controlada por uma falha
de charneira que possui aproximadamente a mesma direção dos grábens e horsts. Também foi possível o reconhecimento de falhas lístricas, promovendo
a rotação de blocos e a inclinação localizada dos estratos sedimentares. Este conjunto representa o início da fase sin-rifte, a qual é caracterizada por um
aumento do estiramento litosférico, coincidindo com o clímax da extrusão de lavas basálticas, seguida por grandes falhas afetando a crosta continental,
e resultando na formação de semi-grábens, os quais são preenchidos por sedimentos continentais lacustrinos siliciclásticos e carbonáticos, depositados
durante o Neocomiano/Barremiano, caracterizados por excelente potencial gerador de hidrocarbonetos. A fase transicional da bacia é marcada por ingressões
marinhas, depositados durante o Neoaptiano/Eoalbiano, caracterizada por espessas camadas de evaporitos, interpretados como associados a um ambiente de
golfo alongado, o qual separava a placa sul-americana da africana, em um clima árido. Nas seções sísmicas interpretadas são reconhecidos domos de sal, aos
quais estão associados dobramentos e falhas lístricas, que se propagam para as seqüências mais jovens da bacia. Neste contexto também foram reconhecidas
falhas tanto extensionais como compressivas. Na seqüência marinha da bacia foi constatada a presença de cunhas clásticas progradantes, as quais indicam
uma taxa de sedimentação superior ao espaço de acomodação gerado pela subida do nível do mar, interpretado como associado ao soerguimento e erosão
das serras do Mar e Mantiqueira. Foram interpretadas também falhas que cortam a sequência rifte da bacia e se prolongam até horizontes mais jovens,
alcançando o horizonte correspondente ao Mioceno, fato devido a reativações tectônicas.
Agradecimentos: PRH-05/ANP/UNESP - Rio Claro.

73

Análises geomorfológicas do Maciço Tanguá, RJ, com o auxílio da técnica de seppômen

Akihisa Motoki 1 ; Samuel Martins da Silva 2; José Ribeiro Aires 3


1
Mineralogia e Petrologia Ígnea, FGEL/UERJ - Rio de Janeiro (rochasornamentasi@yahoo.com.br); 2 Geologia, LAGEMAR/UFF - Niterói; 3 ABAST/
PETROBRAS - Rio de Janeiro

Os autores apresentam as análises geomorfológicas do maciço Tanguá, RJ, com base na técnica de seppômen, sistemas de drenagem e perfil longituginal e
consideram a origem dos relevos do referido maciço de rochas alcalinas félsicas.
O maciço Tanguá situa-se no centro-leste do Estado do Rio de Janeiro e, é constituído principalmente por nefelina sienito e parcialmente brecha de conduto
subvulcânico com eventuais ocorrências de álcali sienito e fonolito.
Este maciço tem altitude máxima de 728 m, formando um morro semi-circular com 3.5 km de extensão em NWN-ESE e 4.5 km em WSW-ENE. A saliência
topografia é destacada com altura relativa aproximada de 700 m a partir da planície fluvial do Rio Caceribu, de 10 m de altitude.
No lado oeste deste maciço, ocorrem pequenos morros com altura relativa de 50 a 100 m e extensão horizontal de 500 a 1000 m, chamados popularmente
de “meia laranja”. Esses são compostos de gnaisse do embasamento metamórfico. A altura destes morros é nivelada e os topos formam uma superfície
virtual, denominada seppômen (summit level). Este termo tem significado de superfície em contato com os topos. Esta seppômen, chamada pelos autores de
“superfície Itaboraí”, diminui gradativamente sua altitude ao oeste e, desaparece à direção da Baia de Gaunabara.
A morfologia do maciço Tanguá é caracterizada pelo talude marginal de alto ângulo, em torno de 30º, com altura relativa de 400 a 500 m. A parte interior do
maciço é pouco mais alta, 600 a 700 m, formando a Serra dos Garcias. Não se observa a superfície sugestiva de peneplanície elevada.
As bordas de alto ângulo são caracteristicamente observadas nos maciços compostos de rochas alcalinas félsicas desta região, tais como Mendanha, Itaúna,
Ilha de Cabo Frio e Morro de São João, sendo originadas possivelmente do fenômeno passividade intempérica (weathring passivity).
A encosta nordeste do maciço apresenta uma escarpa linear em direção NE-SW de alto ângulo, em torno de 35º, com extensão de 2.5 km e, a altura relativa
é 500 a partir da Superfície Itaboraí e 600 m a partir da planície fluvial do Rio Macacu. As drenagens desta encosta são poucas, rasas e curtas. Os perfis
longitudinais são de alto ângulo, demonstrando baixos efeitos erosivos, sendo similar a faceta triangular.
Na encosta oeste, observa-se uma escarpa similar porém com altura relativa menor, de 350 m a partir da Superfície Itaboraí e 450 m a partir da planície
fluvial do Rio Caceribu. Ao contrário do exemplo anterior, ocorrem três drenagens com profundidade de 100 a 150 m. Desta forma, apresentam-se aspectos
erosivos mais avançados.
As encostas sul e leste são profundamente erodidas. As nascentes localizam-se no centro do maciço e a profundidade dos vales é 300 m. Os perfis longitudinais
são de baixo ângulo.
Os aspectos erosivos muito diferentes das encostas podem ser originados das rochas constituintes e/ou alteração hidrotermal. Na encosta leste, a drenagem
passa na área de brecha de conduto subvulcânico. Esta rocha é vulnerável ao intemperismo. Na encosta sul, ocorre a zona de forte hidrotermalismo e
conseqüente mineralização de fluorita.
Agradecimentos: PETROBRAS

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

MODELOS DE CRISTALIZAÇÃO FRACIONADA PARA A SUÍTE DE BAIXO-TIO2 DO ENXAME DE DIQUES


DA SERRA DO MAR

Artur Corval1; Sérgio Valente2,3; Beatriz Paschoal Duarte2; Natália Famelli2 e Marcela Zanon3
1
Departamento de Ciências Matemáticas e Naturais, CEUNES/UFES (arturcorval@ceunes.ufes.br); 2 Programa de Pós-graduação, FGEL/UERJ; ;
3
Departamento de Geociências, UFRuralRJ.

O Enxame de Diques da Serra do Mar é constituído por basaltos toleíticos do Cretáceo Inferior (c. 132 Ma) que intrudem, principalmente, gnaisses e
granitóides do Orógeno Ribeira de idade Neoproterozóica-Cambriano. Estas rochas incluem-se numa série transicional de afinidade toleítica com duas
suítes: baixo-TiO2 e alto-TiO2. Neste trabalho são apresentados modelos de cristalização fracionada para os diabásios da suíte de baixo-TiO2 do Enxame
de Diques da Serra do Mar, com base na equação de Rayleigh. A assembléia fracionante utilizada nos modelos corresponde à assembléia de fenocristais
estimada na petrografia. Os modelos foram elaborados para três elementos traços incompatíveis cujos valores de níveis de significância para funções lineares
são superiores a 99,9%, quais sejam: Zr, Y e Nb. Os resultados mostram que as variações das concentrações de Zr, Y e Nb na suíte não podem ser explicadas
por cristalização fracionada sem assimilação concomitante envolvendo uma assembléia de fenocristais composta por 10% de olivina, 40% de augita e 50%
de plagioclásio, considerando-se as amostras representativas das composições dos líquidos parental e mais evoluído da suíte. Os resultados mostram que a
diferença entre valores medidos e modelados ficou muito acima dos valores de precisão analítica para estes elementos traços imóveis, o que faz com que o
modelo de cristalização fracionada sem assimilação concomitante não se aplique à suíte estudada. De um modo geral, as variações de razões de elementos-
traços incompatíveis para as amostras representativas dos líquidos parental e mais evoluído da suíte de baixo-TiO2 são maiores que 50%. Isto ratifica a
conclusão que processos outros que não somente cristalização fracionada devem estar relacionados à evolução da suíte de baixo-TiO2. Semelhantemente,
a conclusão obtida pela modelagem é corroborada considerando-se os valores das razões iniciais de 87Sr/86Sr e 143Nd/144Nd para amostras representativas de
líquidos parentais (0,704301; 0,512466) e evoluídos (0,709153; 0,512140) da suíte.
Agradecimentos: A.Corval foi bolsista da CAPES no período de 02/2005 a 08/2009. N.Famelli é bolsista de mestrado e B. Duarte é bolsista de produtividade científica do CNPq.
Este trabalho foi financiado pelo Projeto Rifte de Santos da Rede Temática de Geotectônica da PETROBRAS (0050.0022710.06.4) em convênio com a UERJ.

74

discriminação de distintos pROCESSOS DE ASSIMILAÇÃO crustal NA PETROGÊNESE DAS SUÍTES DE


BAIXO-TIO2 DO ENXAME DE DIQUES DA SERRA DO MAR

Artur Corval1; Sérgio Valente2,3; Beatriz Paschoal Duarte2, Natália Famelli2 e Marcela Zanon3
1
Departamento de Ciências Matemáticas e Naturais, CEUNES/UFES (arturcorval@ceunes.ufes.br); 2 Programa de Pós-graduação, FGEL/UERJ; ;
3
Departamento de Geociências, UFRuralRJ.

A conjugação de testes de modelagem de cristalização fracionada, das variações de razões de elementos-traços incompatíveis (abaixo de 50%) para as
amostras representativas dos líquidos parental e mais evoluído da suíte de baixo-TiO2 e de dados isotópicos (Sr-Nd-Pb) aponta a impossibilidade da
ocorrência de cristalização fracionada sem assimilação concomitante como um processo evolutivo provável na petrogênese da suíte de baixo-TiO2 da porção
centro-oriental do Enxame de Diques da Serra do Mar. Assim sendo, a hipótese de evolução por cristalização fracionada com assimilação concomitante (isto
é, AFC) para a suíte estudada foi testada por modelagem, elaborada para isótopos de Sr-Nd com base em quatro possíveis composições parentais da suíte
de baixo-TiO2 estudada. Apesar da utilização de diferentes composições parentais e contaminantes nos modelos de AFC, as variações isotópicas do sistema
Sr-Nd da suíte de baixo-TiO2 não podem ser explicadas por este processo evolutivo, à semelhança do concluído em relação à cristalização fracionada sem
assimilação concomitante. Devido a este fato, razões La/Nb e La/Yb foram utilizadas para estudar a possibilidade dos diabásios da suíte de baixo-TiO2
estudada não constituírem uma única suíte. Os resultados mostraram dois agrupamentos bastante distintos de amostras, o que sugere a existência de duas
suítes de baixo-TiO2 (suítes A e B) na porção centro-oriental do Enxame de Diques da Serra do Mar. Os basaltos da Suíte A formam um grupo com La/
Yb<5,5 e La/Nb<1,5, enquanto os basaltos da Suíte B apresentam valores comparativamente mais elevados destas mesmas razões de elementos traços
incompatíveis. Diagramas de Harker foram construídos para as razões isotópicas iniciais de 87Sr/86Sr. Tais diagramas mostram a existência de correlações
negativas e positivas para as suítes A e B, respectivamente. No caso da suíte A, as composições menos evoluídas apresentam os menores valores das razões
isotópicas inicias de Nd e os mais elevados valores das razões iniciais de Sr. Assim sendo, a correlação negativa observada no diagrama de Harker para
razões isotópicas iniciais de Sr evidencia que a quantidade de contaminação dos magmas diminuiu com o aumento progressivo do grau de evolução dos
mesmos. Isto permite concluir a participação de processos que envolvam contaminação crustal sem cristalização fracionada concomitante na petrogênese
das rochas pertencentes à suíte A. O processo evolutivo mais provável para a gênese destes diabásios seria ATA (Assimilation by Turbulent Ascent), no qual
os magmas mais quentes são capazes de assimilar material crustal durante ascensão por fluxo turbulento por condutos pouco espessos. No caso da suíte B, a
correlação positiva observada no diagrama de Harker para razões isotópicas iniciais de Sr evidencia que as amostras mais evoluídas apresentam os maiores
valores das razões isotópicas inicias de 87Sr/86Sr. Além disso, tais amostras apresentam baixos valores das razões isotópicas inicias de 143Nd/144Nd. Pode-se
concluir que, no caso da suíte B, a assimilação foi diretamente proporcional à diferenciação, validando a hipótese da ocorrência de processos de assimilação
e cristalização fracionada concomitante (AFC) na petrogênese dos diabásios da suíte B.
Agradecimentos: A.Corval foi bolsista da CAPES no período de 02/2005 a 08/2009. N.Famelli é bolsista de mestrado e B. Duarte é bolsista de produtividade científica do CNPq.
Este trabalho foi financiado pelo Projeto Rifte de Santos da Rede Temática de Geotectônica da PETROBRAS (0050.0022710.06.4) em convênio com a UERJ.

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DADOS DE CAMPO, PETROGRÁFICOS E GEOQUÍMICOS PRELIMINARES DOS DIQUES DE DIABÁSIO DA REGIÃO


DE ANGRA DOS REIS, RJ.

Natália Famelli1, Sérgio Valente1,2, Beatriz Duarte1, Jéssica Aguillar2 e Lara Matos2
1
Programa de Pós-graduação da Faculdade de Geologia da UERJ; 2 Departamento de Geociências; Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Os diabásios do Enxame de Diques da Serra do Mar (EDSM) afloram ao longo do litoral sudeste do Brasil. Estes diques são subverticais, com direção
NE-SW e intrudem gnaisses e granitóides do Orógeno Ribeira, de idade Neoproterozóica/Cambro-Ordoviciano. O enxame é constituído por basaltos
transicionais com afinidade toleítica e compreende uma suíte de alto-TiO2 e, subordinadamente, uma suíte de baixo-TiO2. Este trabalho apresenta dados
de campo, petrográficos e geoquímicos preliminares dos diques de diabásios aflorantes na região de Angra dos Reis. Os diques da área de estudo são
subverticais e têm direção preferencial N56°E. As intrusões têm espessuras e extensões variando de dezenas a centenas de metros. As rochas encaixantes
dos diabásios são gnaisses e xistos com texturas e composições variadas. Blocos rolados e in situ, diaclasados e esfoliados, em meio a regolito de cor ocre,
são as formas de ocorrência mais comuns para os diabásios desta área. Estudos petrográficos mostraram que os diques são compostos, essencialmente, por
augita e plagioclásio, e, mais raramente, pigeonita. Apatita, quartzo, granófiro e minerais opacos são os minerais acessórios dos diabásios. Uralita, biotita e
sausurita ocorrem como materiais secundários. As amostras da parte central dos diques são holocristalinas a hipocristalinas, afíricas, inequigranulares com
granulometria variando de fina a média (<1 a 3mm). Em contrapartida, as margens resfriadas dos diques são hipocristalinas a hipohialinas. As texturas mais
comumente observadas nas porções centrais são subofítica, ofítica e intergranular. Já nas margens resfriadas são intersertal e porfirítica, com fenocristais de
plagioclásio (zonados ou não), augita e, mais raramente, de olivina. Os diabásios estudados caracterizam essencialmente uma série transicional com afinidade
toleítica, a qual é corroborada pela presença de hipertênio normativo. Estes diabásios são classificados com base em sua composição química em basalto,
andesito basáltico e, mais raramente, traquiandesito basáltico. Eles constituem uma suíte de alto-TiO2, com 2,70<TiO2<5,44%peso e 429<Ti<1255. As
razões La/Yb (11,1) e La/Nb (1,9) da amostra representativa do magma parental indicam pelo menos uma contribuição do manto litosférico subcontinental
na geração dos diabásios da suíte estudada.
Agradecimentos: Ao CNPq pela bolsa de produtividade científica de B.Duarte, de mestrado de N.Famelli e de IC de L.Matos e J.Aguillar. Este trabalho foi financiado pelo projeto
Rifte de Santos, convênio nº 9 termo 0050.0022710.06.4.

75

DADOS DE CAMPO, PETROGRÁFICOS E LITOGEOQUÍMICOS DOS DIQUES DE LAMPRÓFIROS DA


BAÍA DE ANGRA DOS REIS, RJ.

Natália Famelli1, Sérgio Valente1,2, Beatriz Duarte1, Lara Matos2 e Jéssica Aguillar2.
1
Programa de Pós-graduação da Faculdade de Geologia da UERJ; 2 Departamento de Geociências; Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Diques de lamprófiros alcalinos e ultramáficos ocorrem ao longo do litoral dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Estas rochas têm sido associadas
ao magmatismo alcalino do Sudeste do Brasil do Cretáceo Superior e Terciário. Os diques de lamprófiros que afloram nos costões das ilhas da Baía de
Angra dos Reis são subverticais, com direção predominante N82ºE. As espessuras dos diques variam de alguns centímetros a poucos metros, enquanto
suas extensões variam na ordem de dezenas a uma centena de metros. Os lamprófiros têm margens resfriadas e amígdalas e vesículas foram observadas
comumente nas partes centrais dos diques. A forma de intrusão mais comum é a retilínea, mas diques em zig-zag, escalonados, bifurcados e com feições do
tipo ponte e toco também foram observados. As rochas encaixantes mais comuns dos diques de lamprófiros são sienogranito porfirítico com textura grossa
e gnaisse de composição granítica. Os lamprófiros são alcalinos, tanto camptonitos quanto monchiquitos, com textura tipicamente panidiomórfica com
abundantes fenocristais de augita e olivina imersos numa matriz carbonática a feldspática, constituída de minerais opacos, biotita, kaersutita e augita. Alguns
fenocristais de augita têm núcleos verdes e bordos rosados. Os fenocristais de olivina são pseudomórficos e alguns são estirados. Fenocristais de kaersutita
foram observados em poucos dos lamprófiros mapeados. Os lamprófiros têm estruturas globulares complexas, bem como amígdalas e veios preenchidos
por carbonatos, além de lineação de fluxo magmático, evidenciada pela orientação preferencial de grãos de kaersutita e olivina. Os lamprófiros estudados
constituem uma série alcalina miaskítica (Índice Agpaítico~2,0) sódica (Na2O/K2O~1,5), sendo classificados, em base química, em foiditos, basanitos e,
subordinadamente, tefritos. A elevada razão La/Yb (37) da amostra representativa do líquido lamprofírico parental (MgO~12%peso) indica uma fonte
mantélica com granada residual, muito provavelmente representada pelo manto litosférico subcontinental.
Agradecimentos: Ao CNPq pela bolsa de produtividade científica de B.Duarte, de mestrado de N.Famelli e de IC de L.Matos e J.Aguillar. Este trabalho foi financiado pelo projeto
Rifte de Santos, convênio nº 9 termo 0050.0022710.06.4.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

LITOGEOQUÍMICA E ASPECTOS PETROGENÉTICOS DOS BASALTOS DA PROVÍNCIA MAGMÁTICA DO PARANÁ


NA PORÇÃO CENTRO-NORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO.

Eloíza Squisato1, Antonio José Ranalli Nardy2, Fábio Braz Machado2, Leila Soares Marques3, Eduardo Reis Viana Rocha Jr3, Marcos Aurélio Farias de
Oliveira2.
1-
Instituto de Geociências e Ciências Exatas - UNESP, Programa de Pós-Graduação em Geociências, Rio Claro (SP), eloizasquis@yahoo.com.br.
2-
Instituto de Geociências e Ciências Exatas - UNESP.
3-
Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas – IAG-USP.

Este trabalho trata da investigação petrográfica e geoquímica dos derrames da Formação Serra Geral da Bacia do Paraná, distribuídas em quatro regiões
distintas: Jaú, Ribeirão Preto, Franca e Fernandópolis, cobrindo praticamente toda a faixa de afloramento dos basaltos na porção centro-norte do Estado de
São Paulo. Os dados petrográficos mostram basaltos de textura predominantemente intergranular e suas variedades (intersertal, hialofítica e pilotaxítica),
constituídos essencialmente de plagioclásio (30 a 40%), piroxênios dos tipos augita e pigeonita (20-30%) e magnetita (5-15%). Os dados geoquímicos de
elementos maiores, menores, traços e de terras raras, mostram que estes basaltos tem afinidade toleítica, são do tipo alto-Ti (TiO2 ≥ 1,80%) e apresentam
características dos magmas-tipo Paranapanema, Pitanga e Urubici, típicas da região norte da Bacia do Paraná. A distribuição desses magmas-tipo na região
estudada se faz de forma compartimentada, sendo que aqueles do tipo Paranapanema estão concentrados na região de Fernandópolis; os do tipo Urubici na
região de Franca enquanto os do tipo Urubici são observados nas regiões de Ribeirão Preto e Jaú. O estudo detalhado do comportamento geoquímico dos
elementos traços dessas rochas sugere que seus magmas parentais provem de fontes mantélicas litosféricas subcontinentais.

76

DIQUES E SOLEIRAS DE DIABÁSIO DA FORMAÇÃO SERRA GERAL, NA REGIÃO SW DO ESTADO DE SÃO PAULO

Francisco de Assis Negri (negri@igeologico.sp.gov.br)1; Valdecir de Assis Janasi2; Tarcísio José Montanheiro1; Vivian Azor de Freitas 2
1
Instituto Geológico - Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, 2 Instituto de Geociências - Universidade de São Paulo

Corpos subvulcânicos (diques e soleiras) relacionados à Fm. Serra Geral são abundantes por toda a região sudoeste do Estado de São Paulo e norte do Estado
do Paraná. Atingem até 200 m de espessura e formam “enxames de diques” que configuram os alinhamentos Guapiara (N45oW) e, subordinadamente,
Paranapanema (N70-80oW). Os diques de diabásio de direção preferencial N45W ocorrem nas proximidades de soleiras e cortam os sedimentos pré-
vulcânicos, os dacitos (que formam localmente a base da pilha vulcânica) e os basaltos. Aqueles de direção NE-SW, além de finos (espessura métrica),
aparecem cortando - pelo observado - as vulcânicas ácidas. Diques de composição ácida são subordinados e ocorrem abaixo do contato inferior dos derrames
ácidos. As ocorrências mais espessas (<50 m) foram encontradas na região da Serra da Fartura. Em todos os casos, a posição dos diques em relação aos
derrames de mesma natureza indica que eles podem ter constituído dutos alimentadores.
As soleiras de diabásio são encontradas ao longo de descontinuidades, seja no interior das unidades sedimentares pré-vulcânicas ou entre elas, e podem
formar corpos de dimensões expressivas, como a Soleira de Fartura (60 Km extensão x 25 Km largura x 80~150 m espessura). A presença de corpos desse
tipo encaixados na porção superior da Fm. Botucatu, ou seja, abaixo do contato com dacitos (região de Timburi, Tejupá, Piraju e Sarutaiá) e basaltos (região
entre Ribeirão Claro e Jacarezinho) é notável. Na região norte do Paraná e Sarutaiá (SP) é freqüente ocorrer soleiras na interface das Fm. Rio do Rastro-
Pirambóia e/ou soleiras de diabásio intrudindo derrames basálticos; em particular, rocha basáltica de granulação grossa é comum no contato inferior dos
derrames e pode ter sido cristalizada como corpo intrusivo. As rochas de soleiras diferem dos derrames por sua textura fanerítica fina (~0,3 mm), ausência
de vidro ou material devitrificado. Elas podem exibir fenocristais de andesina (<3 mm), clinopiroxênio (até 1 mm) e minerais opacos (<1 mm). Amostras
de granulação grossa podem apresentar típicas feições de rochas intrusivas como o intercrescimento granofírico (Qz + Kfs). Em geral, as amostras de
diabásio dos diques caracterizam-se por apresentarem textura fanerítica equigranular fina (<1 mm) e mineralogia idêntica aos derrames e aos diabásios das
soleiras, ou seja, uma associação de plagioclásio cálcico, clinopiroxênios, minerais opacos e apatita. No entanto, distinguem-se das soleiras por apresentarem
inclusões de vidro que podem formar até 30% da rocha. Geralmente de cor marrom e com cristais esqueléticos de mineral opaco distribuídos por toda a sua
extensão, o vidro tem inclusões de minerais com geometrias indicativas de “quenching”.
Em relação à geoquímica de rocha total, a maioria das amostras de diabásio das soleiras é similar aos basaltos dos derrames alto Ti tipos Pitanga (Piraju-
Ourinhos) e Paranapanema (Ourinhos-Assis e N Paraná). Algumas amostras de soleiras da região de Timburi apresentam teores mais elevados de Sr,
sugerindo afinidade com basalto tipo Urubici, em parte semelhantes aos basaltos aflorantes na região de Itaí, SP. As amostras dos diques mostram-se
ligeiramente mais primitivas (MgO > 4,5%; maiores teores de elementos-traço incompatíveis, como Cr, Ni e Sc) e têm teores de TiO2 menores do que os
derrames e soleiras, colocando-as no campo de composição dos basaltos de “médio Ti”, correlacionáveis aos tipos Paranapanema e Pitanga, o que também
é sugerido por seus teores mais baixos de Sr.
Agradecimentos à FAPESP pelo financiamento; Processo 03/06259-4

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S4 – RECURSOS MINERAIS DA REGIÃO
SUDESTE

Antenor Zanardo (UNESP)


Sebastião Gomes de Carvalho (UNESP)
XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Massa obtida a partir de materia-prima das minas Pieroni, Granusso e Cruzeiro –


Região de Rio Claro - SP.

Wagner de Oliveira Garcia1; Gustavo Henrique Ferreira¹, Carolina Del Roveri²; Antenor Zanardo3; Maria Margarita Torres Moreno3;
1
Graduando em Geologia, IGCE/UNESP – Rio Claro (wagner.o.garica@hotmail.com); ²Geologia Regional, IGCE/UNESP – Rio Claro; 3Departamento de
Petrologia e Metalogenia, IGCE/UNESP – Rio Claro.

Na região de Rio Claro (SP) localiza-se o maior Pólo Cerâmico das Américas (Pólo Cerâmico de Santa Gertrudes-SP). As matérias-primas básicas são
extraídas da Formação Corumbataí (NeoPermiano da Bacia do Paraná) que é constituída por rochas sedimentares siltico-argilosas de coloração arroxeada.
Objetivando entender o comportamento das misturas das matérias-primas para compor massas e colaborar com o avanço do conhecimento técnico das
mesmas foram selecionadas amostras de três minas da região: Granusso, Cruzeiro e Pieroni. As amostras coletadas nas frentes de lavra foram objeto de
caracterização laboratorial. Para tal finalidade, as amostras foram previamente desagregadas e moídas em moinho de martelo, partindo-se, após, para a
caracterização granulométrica, mineralógica e cerâmica desta. O material foi peneirado a seco em peneiras ABNT de abertura de malha de 500, 250, 149,
105, 75, 63 e 53 µm e via úmida em peneiras ABNT 63, 53, 37 e 29 µm, com este peneiramento foi possível identificar a variação granulométrica em cada
amostra, para obter dados necessários para entender como se comporta o empacotamento das argilas sob pressão. Para analisar a composição mineralógica,
realizou-se a Difração de Raios X em amostra total e a interpretação destes dados com base no programa EVA 2.0. Como resultado constatou-se que o
material da Mina Granusso e Cruzeiro possuem composição similar e são constituídas basicamente por: Illita, quartzo, albita, clorita, hematita. Na amostra
da Mina Pieroni, no espectro de difração, não foi detectado a presença de Albita, mas se identifica picos de Montmorillonita. Após foram preparados os
corpos de prova, com uma massa constituída por 35% da argila Pieroni, 15% da Granusso e 50% da Cruzeiro, com umidade de 8 %. Deixou-se a mistura
homogeneizar por 24h e em seguida iniciou-se a confecção dos corpos de prova, de medidas (7X2) cm. Os ensaios cerâmicos das amostras foram realizados
após estas serem queimadas em forno tipo mufla de laboratório, com taxa de aquecimento de 7ºC/min a temperaturas de 1035ºC, 1045ºC, 1050ºC, 1060ºC
e 1065ºC. Após a queima, os corpos cerâmicos foram avaliados quanto à Absorção de Água apresentando os seguintes resultados, conforme a temperatura
aumentou 6,5; 6,31; 5,4; 4,73 e 4%. Através destes resultados classificou-se os corpos em seus respectivos grupos cerâmicos que variaram de BIIb e BIIa.
Para a Retração Linear de Queima foram encontrados os seguintes resultados: 5,3; 5,5; 5,6; 6,3 e 6,3% com estes dados construiu-se a curva de Gresificação.
O Módulo de Ruptura à Flexão encontrado para as respectivas temperaturas de queima foi: 219,5; 222,5; 232,3; 259 e 289,3 Kg/cm². Neste trabalho
observou-se que estes métodos auxiliam a evitar perdas de matéria prima, mão de obra e promovem um melhor aproveitamento das reservas de material de
alta qualidade, já que este pode ser misturado à um material de qualidade inferior e obter-se um material de qualidade semelhante àquela feita apenas com
a amostra pura.
Agradecimentos: CNPq/ITI-A (180509/2009-8; 180574/2009-4)

80

MINERALIZAÇÕES NO QUADRILÁTERO FERRÍFERO: UMA INTRODUÇÃO

Paulo Henrique Amorim Dias & Mariana Meireles Leite


CEGEQ/CHAPTER-SEG UFMG; CEGEQ/CHAPTER-SEG UFMG (pharmorim.dias@gmail.com)

O Quadrilátero Ferrífero está localizado no limite sudeste do Cráton São Francisco e a Faixa Araçuaí, possui uma evolução muito interessante e extremamente
complicada ligada a uma tectônica policíclica. Essa complexa tectônica proporcionou à região diversas rochas magmáticas e metassedimentares, que
associadas com os eventos tectono-termais, geraram diversos depósitos minerais, com elevado potencial metalogenético. Os três principais ciclos tectônicos
responsáveis pelo que hoje conhecemos como Quadrilátero Ferrífero são: Orogênese Rio das Velhas, Transamazônica e Brasiliana. Representando o
embasamento cristalino temos rochas arqueanas denominadas Complexo Metamórfico, composto por migmatitos, granitos e granodioritos, expostos como
domos (Bação, Bonfim, Belo Horizonte, Caeté e Itaúnas). Outra grande unidade que cobre parte do distrito é o Supergrupo Rio das Velhas que compõe
uma seqüência metavulcano-sedimntar (Greenstone Belt Rio da Velhas). No topo dessas unidades aparecem as rochas do Supergrupo Minas, composto por
sedimentos clásticos e químicos, como os quartzitos Moeda, os itabiritos e dolomitos Itabira entre outras. A Orogênese Brasiliana afetou todas essas unidades
e foi responsável por boa parte da arquitetura do QF atual, além de formar importantes jazidas e depósitos minerais do distrito. Isto, através de diversos
dobramentos empurrões e, principalmente, processos hidrotermais e metamórficos.
O Supergrupo Rio das Velhas concentra os mais importantes depósitos de ouro, com origem no hidrotermalismo epgenético ocorrido principalmente nas
formações ferríferas bandadas e nas rochas metavulcanicas-ultramáficas. As principais mineralizações são exploradas nas seguintes minas: São Bento,
Raposos, Lamego Cuiabá e Morro Velho e Córrego do Sítio. Já no Supergrupo Minas ocorrem mineralizações de ferro no Grupo Itabira e ouro no grupo
Caraça, com origem sedimentar e enriquecimento hidrotermal e metamórfico. As principais mineralizações de ferro localizam-se nas minas de Cauê, Águas
Claras, Mina Rio Bravo, Mutuca, Capitão do Mato, Capão Chavier e Tamanduá.

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

CARACTERÍSTICAS CERÂMINCAS DE ROCHAS DA FORMAÇÃO CORUMBATAÍ DAS MINAS GRANUSSO,


CRUZEIRO E PIERONI.

Gustavo Henrique Ferreira¹; Wagner de Oliveira Garcia¹; Carolina Del Roveri²; Margarita Torres Moreno³ e Antenor Zanardo³
1
Graduando em Geologia, IGCE/UNESP – Rio Claro (gustavohfgeo@gmail.com)
²Geologia Regional, IGCE/UNESP – Rio Claro; 3Departamento de Petrologia e Metalogenia, IGCE/UNESP – Rio Claro.

O Pólo Cerâmico de Santa Gertrudes que engloba os municípios de Cordeirópolis, Limeira, Piracicaba, Rio Claro, Santa Gertrudes e Araras têm
na Formação Corumbataí (Bacia do Paraná) sua principal fonte de matéria prima. Dentro da linha do Grupo de Pesquisa “Qualidade em Cerâmica” este
trabalho tem como objetivo apresentar os resultados dos ensaios cerâmicos realizados em amostras das minas de argila Granusso, Cruzeiro e Pieroni, com
a finalidade de caracterização e qualificação desta no sentido de fomentar o aumento na qualidade, explotação mais racional e consequentemente melhor
aproveitamento da matéria-prima e minimização do impacto ambiental.
As amostras foram previamente desagregadas e moídas em moinho de martelo e posteriormente realizados os ensaios de análise granulométrica,
caracterização mineralógica e ensaios cerâmicos. O material foi peneirado a seco em peneiras ABNT de diâmetros 500, 250, 149, 105, 75, 63 e 53 µm, e
via úmida em peneiras ABNT de diâmetro 63, 53, 37 e 29 µm. Para a identificação das fases mineralógicas utilizou-se o método de Difratometria de Raios
X em amostra total e o programa EVA 2.0 para a interpretação dos resultados. Pela análise identificou-se quartzo, illita, hematita, clorita e albita nas minas
Cruzeiro e Granusso enquanto que na mina Pieroni identificou-se quartzo, illita, hematita, clorita e montmorillonita.
Após a moagem as amostras foram umidificadas a 8% e homogeneizadas por um período de 24h, sendo prensadas em moldes de dimensão
2x7 cm. Foram realizadas queimas nas temperaturas de 1035°C, 1040°C, 1045°C, 1050°C, 1055°C, 1060°C e 1065°C em forno tipo queima rápida de
laboratório, com taxa de aquecimento média de 10°C/min. Terminado este processo as amostras foram avaliadas quanto às seguintes propriedades cerâmicas:
MRF (Módulo de resistência à flexão), AA (Absorção de água), PA (porosidade aparente), RLQ (retração linear de queima), D (densidade) e DA (densidade
aparente), PF (perda ao fogo). Pelos resultados a amostra da mina Pieroni demonstrou ser mais refratária em comparação com as outras amostras uma vez
que esta possui uma maior quantidade de Al2O3 e menor de álcalis (Na2O, K2O e CaO), refletindo em menor RLQ e absorção de água de 8 a aproximadamente
6% no intervalo de temperatura estudado. Esse resultado associado a módulo de resistência a flexão relativamente alto (> 30 N/mm²) demonstra que pode
ser obtido revestimento cerâmico da classe BIIb, semi poroso (Classificação de Revestimentos Cerâmicos segundo a ABNT), com esta matéria prima. A
amostra da mina Cruzeiro demonstrou uma absorção de água que varia de 10 a 2% aproximadamente, que é explicado pela maior quantidade de fundentes
em relação à anterior. A amostra da mina Granusso, com uma quantidade de fundentes parecida com a da mina Cruzeiro, apresentou uma absorção de água
variando de 6 a 1% aproximadamente. Ambas as amostras (Cruzeiro e Granusso) apresentam alto módulo de resistência a flexão (superior a 24 N/mm² para a
menor temperatura chegando até 35 N/mm²), sendo possível a confecção de produtos nas classes BIIb (semi poroso) a BIIa (semi-grés) para a mina Cruzeiro
e BIIa a BIb (grés) para a mina Granusso no intervalo de temperatura estudado.
Agradecimentos: CNPq/ITI-A (processos n° 180574/2009-4 e 180509/2009-8).

81

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-MECÂNICA DE ARENITOS DA FORMAÇÃO BOTUCATU NO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO


CLARO (PR) UTILIZADOS COMO ROCHAS DE REVESTIMENTO

Filipe Montanheiro1; Francisco de Assis Negri2; Tarcísio J. Montanheiro2; Antonio C. Artur1


1
UNESP - Rio Claro (flpmontanheiro@gmail.com); 2Instituto Geológico/SMA - São Paulo

A classificação de rochas como materiais para revestimentos e fins ornamentais depende de suas qualidades, sejam elas em relação ao efeito estético,
durabilidade, resistência mecânica ou mesmo em relação à flexibilidade de uso.
Na região de Ribeirão Claro-Carlópolis, NE do Estado do Paraná e na divisa com São Paulo, prolifera uma dezena de pequenas lavras de
arenito que é destinado à comercialização como materiais de revestimento. Considerando que essas rochas possuem consumidores buscou-
se, em dois blocos de rocha cedidos pela Mineração Pedras Lustres Ltda, determinar suas propriedades físico-mecânicas de modo que as
pudessem aferir e classificar como rocha ornamental. Assim, com o apoio do Laboratório de Rochas Ornamentais do DPM/UNESP de Rio
Claro, desenvolveu-se uma bateria de ensaios balizados por normas da NBR/ABNT que buscam qualificar rochas de revestimento.
A jazida de arenito Botucatu - parcialmente sobreposto e silicificado por derrames de dacito da Fm. Serra Geral - ocupa uma área de cerca
de 200 x 100m ao longo de uma das cuestas da Serra da Caatinga. Nesse local desenvolve-se, por método manual, uma mina a céu aberto
onde se coletou as amostras para o presente estudo.
Os blocos de arenito variam do vermelho ao amarelo em vista do maior ou menor teor de óxidos de ferro, estratificados, com laminação
plano-paralela realçada por microleitos descontínuos (>2,0mm) relativamente enriquecidos em feldspatos, biotita, óxidos/hidróxidos de
ferro, com espaçamentos subcentimétricos. Apresentam matriz argilosa e granulação muito fina a densa, caracterizados por sutil isorientação de grãos de
quartzo (74%) associados a feldspatos (18,5%) inequidimensionais (predominam os arredondados); micas (biotita + muscovita @ 5%); óxidos/hidróxidos
de ferro (1,5%) e opacos (ilmenita e/ou magnetita <1,0%). A composição mineralógica, granulação e imbricamento dos grãos sugerem uma sedimentação
imatura, boa seleção granulométrica e baixa compactação. O microfissuramento é muito baixo (tipo intragranular) e com raros planos intercomunicantes.
As principais variáveis tecnológicas revelaram os seguintes valores médios: massa específica aparentes seca 1.969 e 2.048kg/m3 e saturada 2.143 e 2.198kg/
m3; porosidade 17,4 e 15,0%; absorção d’água 8,8 e 7,9%; desgaste abrasivo Amsler 9,2 e 10,0mm; flexão 3 pontos 4,4 e 1,8MPa; propagação de ondas
longitudinais 2.910 e 2.671m/s; resistência à compressão uniaxial simples 30,5 e 22,2MPa; e, dilatação térmica linear 13,6 e 12,0x10-3 mm/(m °C).
Os resultados obtidos demonstram que, no geral, os arenitos estudados oferecem qualificações tecnológicas inferiores aos estipulados pelas normas ASTM
para arenitos com teores ≥60% de sílica livre para utilização como rochas para revestimento de edificações, sobretudo, quanto aos itens relacionados à
massa específica, absorção d’água, compressão uniaxial e flexão 3 pontos. As análises petrográficas também revelam que se tratam de arenitos com cimento
enriquecido em argilominerais, mais ou menos ferruginosos, e bastante friáveis.
Neste contexto, o desempenho tecnológico exibido pelos arenitos estudados induz a severas limitações na utilização como materiais de revestimento,
principalmente em ambientes sujeitos a elevada umidade (de exteriores; entorno de piscinas; etc.); como pisos em locais de alto tráfico de pessoas; em
revestimentos verticais através de dispositivos de ancoragem (devido a efeitos de desagregação e desplacamentos); dentre outros ambientes mais severos.
Agradecimentos à FAPESP pelo Projeto de Auxílio à Pesquisa (Processo 03/06259-4)

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

MAPEAMENTO REGIONAL DE MÁRMORES NO SUL DO ESPÍRITO SANTO

Pedro Douglas da Silva1; Cícera Neysi de Almeida2; Edson Farias Mello3; Deonel Mandu Izaque4;
Professor IFES - Campus Cachoeiro do Itapemirim / IGEO - UFRJ (pedrod@ifes.edu.br); 2 Professora do departamento IGEO / UFRJ; 3Professor do
1

departamento IGEO / UFRJ; 4Aluno da Graduação IGEO / UFRJ.

O Maciço Carbonático do sul do Espírito Santo é um dos principais produtores de mármores do Brasil e sua maior aplicabilidade e aproveitamento destina-se
às indústrias de rochas ornamentais e moageira. O objetivo desse estudo é abordar a caracterização petrológica e metamórfica desses mármores, investigando
suas variações de colorações, que constituem um dos seus principais atributos para rochas ornamentais. As rochas estudadas estão localizadas no sul do
Espírito Santo, mais propriamente nos Municípios de Cachoeiro de Itapemirim e Vargem Alta e compreendem um domínio metavulcanosedimentar e
metassedimentar denominado Complexo Paraíba do Sul, inserido no Cinturão Móvel Costeiro da Faixa Ribeira (Almeida et al, 1977).
Mapeamento regional e de detalhe de frentes de lavras permitiram identificar os seguintes litotipos: mármores, granitos, anfibolitos, ortognaisses e escarnito.
A coloração do mármore varia em função do metamorfismo regional e do metamorfismo de contato. Este último é responsável pela produção de escarnitos,
que em geral, são de extensão restrita (centimétricas a métricas), os quais são observados disseminados nos mármores.
O mármore ocorre na forma de lente que se estende por volta de 40 km, encaixada em gnaisses, podendo ser reconhecidos dois tipos petrográficos: calcíticos
e dolomíticos. Os mármores calcíticos se designam pela abundância de calcita de cristalização grossa (3mm a 10cm), granoblásticos, freqüentemente
branco com foliações NW-SE do tipo bandamento marcados por mineral cinza (grafita), porém encontram-se não raros, minerais verdes (tremolita-
actinolita), azuis (diopsídio) e amarelo a rosados, provenientes de maior participação de flogopita. Mudanças de tonalidades nos mármores, sobretudo nas
calcitas, ocorrem nas zonas escarníticas, como resultado de processos metassomáticos de contato provenientes das intrusões de granitos e rochas máficas,
submetidas a metamorfismo nas fácies anfibolito, gerando minerais diversos, como flogopita, margarita, clorita e sulfetos. Variabilidade de cores nas calcitas,
ocasionalmente em maior ocorrência volumétrica rosados, associam-se a escarnos métricos, oriundos dos diques máficos enquanto os menos volumosos,
associam-se a lentes escarníticas esverdeadas, fina, centimétrica, dobrada e boudinadas, decorrentes dos diques félsicos. Os mármores dolomíticos se
caracterizam pela abundância de dolomita, fino (1 a 2mm), granoblástico, predominantemente branco com bandamentos acinzentados (grafitosos) e azulados.
Contudo, estão sendo realizados análises microscópicas e geoquímicas de todas esses litotipos, que permitirão um maior aprofundamento quanto à textura,
mineralogia, graus de metamorfismo e a composição petrográfica dessas rochas.
Agradecimentos: CNPq

82

O ALTO CURSO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DE SANTA GERTRUDES: IMPORTÂNCIA E


PROBLEMÁTICAS RELACIONADAS AO PÓLO CERÂMICO DE SANTA GERTRUDES

Letícia Giuliana Paschoal1; Fabiano Tomazini da Conceição2; Cenira Maria Lupinacci da Cunha2;
1
Mestranda em Geologia Regional, IGCE/UNESP – Rio Claro (lgp@rc.unesp.br);
2
DEPLAN, IGCE/UNESP – Rio Claro

São expressivas, dentro do alto curso da bacia hidrográfica do Córrego de Santa Gertrudes, as atividades econômicas advindas da mineração de argila. Esta
bacia contribui ativamente para que o Pólo Cerâmico de Santa Gertrudes, considerado o maior Pólo cerâmico das Américas, seja responsável pela produção
de cerca de 20 milhões de m2 de revestimento cerâmico por mês (via seca), distribuidas entre 45 unidades produtoras responsáveis por 53% da produção
brasileira. Além disso, a área colabora ativamente para que o Pólo Cerâmico de Santa Gertrudes se configure em um centro de referência internacional em
pavimentos cerâmicos, sendo sua relevância indiscutível para o desenvolvimento socioeconômico da região.
A atividade ceramista se concentra nesta área devido à presença da Formação Corumbataí, que se insere na bacia sedimentar do Paraná. Tal formação
se configura na maior fonte de matéria-prima utilizada pelas indústrias cerâmicas do Pólo de Santa Gertrudes, que realizam explotações de argila
preferencialmente nas porções estratigráficas intermediárias e basais da Formação Corumbataí devido à excelente qualidade da matéria-prima situada nestes
locais.
As maiores vendas de revestimentos cerâmicos pertencem ao estado de São Paulo, que segundo o BNDS, no ano de 2005, foi responsável por 59% das
vendas totais do país, seguido da Região Sul (29%), Nordeste (9%) e demais regiões (3%). Desta forma, o estado de São Paulo se configura no maior Pólo de
cerâmica vermelha brasileira, sendo sua produção suficiente para suprir as necessidades do mercado interno nacional da construção civil e também de parte
das necessidades de outros países; sendo os dez principais destinos das exportações brasileiras em ordem de importância: EUA, Argentina, Paraguai, Chile,
República Dominicana, Costa Rica, Uruguai, Honduras, Reino Unido e Jamaica.
Dentro deste quadro, o Pólo de Santa Gertrudes se configura na base do maior e mais importante Pólo de cerâmica vermelha do país. De acordo com dados
da Aspacer, referente ao ano de 2007, é possível inferir que este Pólo é responsável pela produção de 85,1% dos produtos cerâmicos do Estado de São
Paulo; sendo também responsável por 84,4% das vendas do estado de São Paulo no mercado interno do país e por 82,1% das vendas do estado São Paulo
no mercado externo dentro do setor cerâmico.
No Alto Curso do Córrego de Santa Gertrudes as atividades exercidas se vinculam no geral à explotação da matéria-prima em diversas minas de argila, e
na existência de pátios de secagem da mesma, situando-se assim, na base deste setor produtivo. Apesar de sua expressiva importância econômica, o setor
argileiro do Pólo de Santa Gertrudes ainda não conta com o devido gerenciamento e atenção do poder público e privado e, com políticas especificas que
determinem o seu aproveitamento controlado, o que ocasionará em um grande problema para este setor a médio e longo prazo, ou seja, o esgotamento
deste recurso mineral. No geral, a lavra da argila ainda é realizada sem nenhum planejamento, fato este que provoca a exposição do lençol freático que dão
origem a formações lacustres, o que colabora com a elevação dos índices de evaporação e, conseqüente, diminuição da vazão do córrego, que prejudica o
abastecimento urbano, a qualidade da água, e contribui para com a degradação do ambiente em questão.
Agradecimentos: CAPES e FAPESP (Processo nº 05/59203-1)

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

INTEMPERISMO SOBRE MATÉRIAS-PRIMAS CERÂMICAS DA FORMAÇÃO ELEUTÉRIO (DIVISA SP/MG).

Antenor Zanardo1; Maria Margarita Torres Moreno1; José Francisco Marciano Motta2; Carolina Del Roveri3; Rogers Raphael da Rocha 3.
1
Departamento de Petrologia e Metalogenia - IGCE/UNESP – Rio Claro; 2 IPT - São Paulo; 3Pós-graduação em Geologia Regional, IGCE/UNESP – Rio
Claro (azanardo@rc.unesp.br)

A Formação Eleutério é um importante registro da passagem Pré-Cambriano-Fanerozóico, no sudeste brasileiro, e se encontra embutida tectonicamente
na zona de falha de Jacutinga, constituindo uma estreita faixa com direção NE/SW, posicionada entre as cidades de Mogi-Guaçu (SP) e Jacutinga (MG). É
constituída basicamente por três agrupamentos petrográficos: metarcósios; metassiltitos e metargilitos siltosos; e metaconglomerados e brechas. Objetivando
a caracterização de outras matérias-primas cerâmicas, para utilização na área de influência do Pólo Cerâmico de Santa Gertrudes, foram realizados estudos
de campo e laboratório (microscopia óptica, DRX, FRX e ensaios cerâmicos), os quais possibilitaram tecer considerações referentes ao intemperismo sobre
metargilitos siltosos e metarcósios. Os metarcósios constituem o litotipo predominante, são rochas claras, cinzento a creme, quando sãs e esbranquiçadas
quando alteradas, de granulação fina a grossa, na maioria dos casos mal selecionados, composto por quartzo (35 a 55%); feldspatos (30 a 50%); sericita (3
a 15%) e quantidades menores de muscovita, biotita, carbonatos, clorita, minerais opacos e pesados transparentes. Os metargilitos siltosos apresentam cores
creme, amareladas, laranja avermelhado a vermelho arroxeado. São compactos a finamente laminados, constituídos por illita/sericita (40 a 65%); quartzo (10
a 30%); micas detríticas (2 a 15%); óxidos hidróxidos de ferro (4 a 10%); restos de feldspatos detríticos (0 a 5%); clorita (0 a 5%) e outros minerais (cerca de
1%). Dentre as micas detríticas ocorre um predomínio de muscovita, seguido por biotita alterada e clorita, os feldspatos detríticos foram parcial a totalmente
substituídos por filossilicatos finos. O intemperismo sobre os metargilitos gera material com baixa resistência mecânica, passíveis de serem removidos por
máquinas, sem o uso de explosivos, em função de lixiviação e alteração dos filossilicatos primários para montmorillonita e secundariamente para caulinita.
Os ensaios cerâmicos mostraram que o material possui boa plasticidade, refratariedade pouco superior ao material da Fm. Corumbataí são a pouco alterado
e equivalente ou inferior ao desta unidade com alteração avançada. Apresenta condições de ser utilizado para a produção de cerâmica estrutural, com ou
sem adição de outras matérias-primas, a exemplo do que já vem ocorrendo, bem como para produção de revestimento cerâmico do tipo BIIb ou mesmo BIb,
pelo processo via seca e monoqueima rápida. O intemperismo sobre os metarcósios origina material esbranquiçado friável, onde a caulinita é o principal
produto da alteração, enquanto que nos metargilitos aparece argilomineral expansivo do grupo da montmorillonita. Esta constatação pode ser explicada
pela porosidade maior do metarcósio em processo de alteração que facilita a percolação de água em associação com a mineralogia primária. Os ensaios de
laboratório mostram que o intemperismo aumenta a refratariedade e que tanto os alterados como os sãos, apresentam potencialidade de usos na indústria
cerâmica, com ou sem beneficiamento. A cor de queima impossibilita a utilização na composição de esmaltes ou engobe, porém pode ser utilizado na
composição de massas para a produção de revestimentos produzidos por via úmida.
AGRADECIMENTOS: CNPq (processos nº 470573/2006-6 e 301216/2008-8) e a FAPESP (processo nº 97/13824-7), pelos auxílios e bolsas que tornaram possível a realização
da pesquisa.

83

GEOQUÍMICA DE ROCHAS PROVENIENTES DA FORMAÇÃO CORUMBATAÍ (REGIÃO DE RIO CLARO – SP).

Carolina Del Roveri1; Emília García Romero2; Rogers Raphael da Rocha1; Maria Margarita Torres Moreno3; Antenor Zanardo3.
1
Pós-graduação em Geologia Regional, IGCE/UNESP – Rio Claro; 2 Departamento de Cristalografia y Mineralogía, Facultad de Ciencias Geológicas,
UCM – Madrid; 3 Departamento de Petrologia e Metalogenia, IGCE/UNESP – Rio Claro (cdroveri@rc.unesp.br).

O Pólo Cerâmico de Santa Gertrudes é o maior produtor de pisos e revestimentos do Brasil e das Américas. Seu surgimento e desenvolvimento se deram
pelo fato de ocorrer na região de Rio Claro (SP) matéria-prima cerâmica, com qualidade excepcional e em grande quantidade, proveniente da Formação
Corumbataí, unidade permiana da Bacia do Paraná. Esta unidade aflora no Estado de São Paulo com espessura máxima da ordem de 130 metros, e é correlata
às formações Serra Alta, Teresina e Rio do Rastro, unidades que ocorrem numa faixa contínua, desde o extremo sul brasileiro até a região centro-oeste do
país. Com o objetivo de caracterização, de entender a evolução petrológica e a razão da qualidade da matéria-prima cerâmica, foram realizadas análises
geoquímicas de elementos maiores e traços em diversos materiais. Para tal, inicialmente foram escolhidas amostras representativas de diferentes bancos
da Formação Corumbataí, que pudessem trazer informações acerca da natureza química destes, quanto aos elementos maiores, os quais foram obtidos por
fluorescência de raios X, usando pastilhas fundidas. As análises químicas de elementos traço foram realizadas pelo Laboratório Acme Labs, no Canadá,
pelo método 4B Full Suite, por ICP-MS. Quanto aos elementos maiores detectou-se grande variação em relação a todos, que os teores de SiO2 geralmente
variam de 52 a 72%, podendo ser inferior a 20% e superior a 83% e que estes diminuem quando há alto teor de carbonatos ou lixiviação supérgena. O
Al2O3 (4-23%, média 15-17%) está relacionado ao teor de filossilicatos finos e feldspatos, com os maiores valores relacionados à alteração supérgena. O
FeOtotal (1-22%, média 4,5-6% está distribuídos de maneira relativamente homogênea, sendo que os picos de concentrações bem localizados, possivelmente
provenientes da alteração de pirita e carbonatos (ankerita ou siderita). O CaO (0,05 a 47%, média ± 0,5%), está diretamente associado à presença de
carbonatos, disposto intersticialmente como cimento, formando pequenas concreções, bancos calcários ou veios. O MgO (0,8 - 10% ± 2%) pode estar
associado a presença de dolomita, assim como de clorita, illita trioctáedrica, montmorillonita e interestratificados. Na2O (0,1-10%, média ± 2%), K2O (0,5–
4%, média ± 2%), estão associados à presença de albita neoformada, illita, feldspatos detríticos e adulária. Quanto aos elementos menores, se pôde verificar
o enriquecimento em elementos de terras raras leves, em especial o lantânio, em relação aos terras raras pesados, além de anomalias negativas discretas de
Európio, ou seja, comportamento congruente com a crosta superior. De maneira geral, as terras raras, bem como os valores de urânio e tório são fornecidas
pelos argilominerais e minerais detríticos pesados a exemplo do zircão. Os elevados teores de Ba e Ce, principalmente relacionados aos leitos ricos em
albita, apóiam a sugestão de que houve a franca deposição de leitos salinos, em mar epicontinental e que ocorreu circulação de fluídos durante a diagênese
(hidrotermalismo). A diversidade química encontrada nestas rochas pode influenciar diretamente a fabricação de pisos e revestimentos cerâmicos, uma vez
que está diretamente relacionada às reações que ocorrem durante a secagem e queima das peças.
Agradecimentos: FAPESP (proc. nº 97/13824-7 e 2005/03683-5) e CNPq (proc. nº 470573/2006-6 e 301216/2008-8).

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Potencial de Produção de Feldspato no Estado do Rio de Janeiro

Ítalo Moreira da Costa Marques1; José Mário Coelho1


1
Departamento de Geologia /UFRJ (zemario@geologia.ufrj.br) Rio de Janeiro.

O grande crescimento que vem sendo verificado no consumo de feldspato vem sendo determinado pelas indústrias de revestimento cerâmico e de colorifícios,
visto que a indústria de vidro, em particular a de embalagem, tem apresentado um baixo crescimento, atribuído aos substitutos e também pelo aumento
crescente da reciclagem de vidro. Grande parte do aumento da demanda de feldspato deve-se, principalmente, a produção de porcelanatos que utiliza na
massa cerâmica até 60% de feldspato. 
O objetivo desta pesquisa é avaliar o potencial de produção de feldspato no Estado do Rio de Janeiro, tendo em vista a existência de um grande número de
pegmatitos em seu território.
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica referente à geologia regional fluminense e nos locais onde os principais pegmatitos estão concentrados. Existem
cinco áreas principais de concentração de pegmatitos ricos em feldspato no estado: Barra Mansa-Barra do Piraí, Paraíba do Sul, Niterói-Rio Bonito, Abreu-
Glicério e Cantagalo-São Fidélis. Posteriormente realizou-se uma pesquisa no portal do DNPM para verificar a situação legal das empresas de mineração
de feldspato no Rio de Janeiro que apresenta o seguinte quadro: cinco requerimentos de pesquisa nos municípios de Itaboraí, Marica e São Gonçalo, oito
autorizações de pesquisa nos municípios de Itaboraí, Maricá e São Gonçalo, três requerimentos de lavra nos municípios Santa Maria Madalena, Santo
Antonio de Pádua e São Fidélis, quatro concessões de lavra nos municípios de Cantagalo, Marica e São Gonçalo, duas disponibilidades nos municípios de
Macaé e Porciúncula.
Segundo o Anuário Mineral Brasileiro, o Rio de Janeiro possui as seguintes reservas de feldspato: reservas medidas 75.171.215t, reservas indicadas
772.303t, reservas inferidas 10.000t e reservas lavráveis 75.933.518t. É muito provável que estas reservas deverão ser ampliadas com as pesquisas que estão
em andamento nos cinco requerimentos e oito autorizações de pesquisa.
Pelos dados levantados, verifica-se que o Rio de Janeiro possui uma grande dotação mineral deste tipo d mineral, que satisfaz às exigências do mercado
consumidor, podendo retomar o papel de grande produtor de feldspato, que ocupou até a década de 70.
Agradecimentos: CT-Mineral e Finep .

84

METODOLOGIA PARA PESQUISA E EXTRAÇÃO DA SUBSTÂNCIA MINERAL AREIA EM ÁREAS LICENCIADAS


JUNTO AO DNPM, LOCALIZADAS NA REGIÃO DOS MUNICÍPIOS DE SEROPÉDICA E ITAGUAÍ – RJ.

Nizara Ratiere dos Santos¹; Marcelo Cavalcante Berbert²; Leonardo Rodrigues Aquino¹
¹Departamento de Geociências/ UFRuralRJ (nizararatiere@msn.com);
²M. Berbert Consultoria Geoambiental LTDA.

A areia é um bem mineral passível de requerimento junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral, através de área máxima de 50 hectares. Pode
ser definida como produto da desagregação de rochas por intemperismo e seu uso principal é na construção civil, onde assume caráter insubstituível como
material de enchimento, sendo utilizada como agregado para concreto, argamassas e pavimentação.
A região da baixada de Sepetiba é a maior produtora de areia do estado do Rio de Janeiro, respondendo por aproximadamente 50 % da produção estadual
e 60 % do abastecimento da região metropolitana do Rio de Janeiro. A atividade extrativa mineral concentra-se principalmente na Bacia Hidrográfica do
Rio Guandu, ao longo da Reta de Piranema (RJ - 099). Sua produção é derivada das extrações em cavas submersas, desenvolvidas em sedimentos fluviais
inconsolidados, representados por sedimentos arenosos, areno-argilosos, argilosos, siltosos, e ocorrências esporádicas de níveis de cascalhos.
A localização das jazidas de areia em relação aos centros consumidores é um fator relevante para o estabelecimento do preço final do produto, pois o custo do
transporte não poderá se sobrepor a este, sendo economicamente viável uma distância de até 200 Km da fonte, estando assim a área em questão em excelente
posição geográfica (80 Km de raio de distribuição).
A caracterização e cubagem da jazida são outros itens de avaliação importantes na fase de pesquisa. Devido às características do tipo de reservas dessa área,
onde o minério é constituído por estratos sedimentares horizontalizados e com formas lenticulares, os procedimentos usados são basicamente: levantamento
topográfico de superfície (localização da Poligonal requerida e marcação dos pontos de sondagem através de GPS de precisão e Estação Total), sondagens
(amostragem e distribuição/espessura dos pacotes e lentes de areia), caracterização do minério (quanto à granulometria e mineralogia) e o dimensionamento
da jazida (avaliação da reserva).
Estando estabelecida a sua viabilidade econômica, passa-se então para a fase de planejamento de lavra. As atividades de extração são divididas em diversas
etapas, iniciando pelo decapeamento (remoção do material estéril superficial). Posterior ao decapeamento é realizada a dragagem do material sedimentar
no interior da cava a ser explorada, através da draga (conjunto motor-bomba), instalada na superfície da água, bombeando a polpa (mistura de areia com a
água) e conduzindo-a por meio de tubulação até as caixas silo, cujo volume de armazenamento (temporário) de minério para cada uma, é em torno de 70 m³.
O selecionamento da areia é feito nos silos, já que o material mais grosso (cascalhos, restos vegetais e agregados de argila) fica retido em sua malha.
A granulometria areia passa juntamente com granulometrias mais finas, ficando armazenada. A água de retorno carreia os finos e os lança no lago de
decantação. O minério, antes de ser vendido, é estocado nestes silos ou em pilhas a céu aberto em um local conhecido como praça de estoque.
Após o início da lavra, é necessário um monitoramento periódico das atividades onde é observado o avanço da lavra, que não poderá exceder os limites da
poligonal requerida junto ao DNPM, nem do lote licenciado para a extração.
Acabada a mineração, deverá ser iniciada a fase de recuperação da área, que inclui a estabilização das margens das lagoas provenientes da lavra, reposição
do solo orgânico (com espécies nativas, sempre que possível), e ressecamento e consolidação da bacia de rejeito.

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

FERRAMENTAS UTILIZADAS NO DIMENSIONAMENTO DE JAZIDAS E OTIMIZAÇÃO NA MINERAÇÃO DE AREIA:


ESTUDO DE CASO NA REGIÃO DO DISTRITO AREEIRO DE ITAGUAÍ / SEROPÉDICA– RJ.

Nizara Ratiere dos Santos¹; Marcelo Cavalcante Berbert²; Leonardo Rodrigues Aquino¹
¹Departamento de Geociências – UFRuralRJ (nizararatiere@msn.com); ²M. Berbert Consultoria Geoambiental LTDA.

Das várias aplicações conhecidas para a areia, podem-se citar algumas mais importantes como: agregado na construção civil, fabricação de vidros, cerâmica,
siderurgia, fundição, metalurgia de não-ferrosos, saneamento (esgotos) e extração de petróleo.
A pesquisa de uma área a ser licenciada para lavra deste recurso mineral irá envolver uma série de interesses, porém, inicialmente, um estudo da litologia
local através de sondagens simples, será mais significativo, visando o aproveitamento econômico da jazida de areia. Geralmente não são utilizados métodos
indiretos de pesquisa (Geofísica/Eletrorresistividade) em busca de areia e semelhantes, pois a ocorrência do bem mineral na área (região dos municípios de
Itaguaí/Seropédica - RJ) é presumível, sendo assim, devido ao conhecimento da jazida, passa-se diretamente à etapa de sondagem, uma vez que o custo da
geofísica, neste caso, não seria justificado.
Na primeira etapa do estudo da área investigada foi transportado um vértice de primeira ordem para dentro da área requerida, gerando um vértice de
coordenada conhecida. Posteriormente, com o auxílio de aparelho de estação total foi realizado o levantamento dos vértices da área a ser pesquisada, e
locado os furos de sondagem. Foram demarcados e perfurados dentro do lote 7 (sete) locais para furos de sonda, em duas malhas retangulares com dimensões
aproximadas de 259 X 140 m e 360 X 39 m. Uma campanha de sondagem percursiva com sonda tipo SP de 6”(polegadas) foi executada, objetivando a
cubagem da jazida e amostragem do minério, e no total, foram perfurados 92 metros, sendo que o furo mais raso foi de 11,0 m e o mais profundo de 15,0 m,
não encontrando o horizonte C (rocha alterada) em nenhuma delas. A interpolação dos dados da sondagem (através de softwares como Surfer) fornece um
quadro a respeito da distribuição e localização dos pacotes e lentes de areia, que ao serem calculados, correspondem a cubagem (ou dimensionamento) da
reserva existente, otimizando assim a extração nos aspectos qualitativos e quantitativos.
As amostras coletadas foram tratadas em laboratório, obedecendo a seguinte seqüência: secagem, pesagem, peneiramento e cálculo de % em peso das
frações escolhidas. Foram escolhidas duas camadas de areia nos furos F-01, e F-06, por serem as mais representativas da jazida de areia, e a partir daí, foram
executadas as análises granulométrica e mineralógica. O arranjo final foi julgado suficiente e satisfatório para o reconhecimento deste tipo de corpo mineral
(tabular) em sub-superfície e o processo de cubagem da jazida utilizado foi o de cálculo a partir do valor da área de um polígono regular, tendo as arestas
como os furos de sondagem. Sua área foi determinada geometricamente, obtendo-se o seguinte resultado: F-01/ F-02/ F-05/ F-04 = 14.040,00 m², F-02/
F-03/ F-07/ F-06 = 36.260,00 m².
O cálculo de volume de areia contida no polígono regular foi obtido em duas etapas: na primeira foi calculada a espessura de areia no polígono através da
média aritmética dos valores encontrados na sondagem para os furos situados nas suas arestas, os resultados obtidos foram: F-01/ F-02/ F-05/ F-04 = 9,5m
e F-02/ F-03/ F-07/ F-06 = 10,5m. Posteriormente, o valor do volume de areia do polígono foi obtido a partir da multiplicação da área, pela espessura média
calculada das camadas, e o resultado obtido foi o seguinte: F-01/ F-02 / F-05 / F-04 = 133.380,00 m³ e F-02/ F-03/ F-07/ F-06 = 380.730,00 m³. Concluiu-se
então que a reserva mineral da área pesquisada possui um volume de areia de aproximadamente 514.110,00 m³.

85

MINERAIS GEMOLÓGICOS NO SISTEMA FLUVIAL: ESTUDO DE CASOS DE PROSPECÇÃO ATRAVÉS DE SEU


DESGASTE

Joachim Karfunkel1, Pierre De Brot1, Augusto F. Fernandes1, Filipe L. Chaves1, Rafael Carneiro1, Klaus Krambrock2
1
Departamento de Geologia, IGC, e Museu de História Natural, UFMG; Belo Horizonte; jkarfunkel@yahoo.com
2
Departamento de Física, ICEX, UFMG;klaus@fisica.ufmg.br

RESUMO:
O projeto desenvolve um método pouco utilizado para a prospecção de pedras preciosas, objetivando a descoberta de novas jazidas em áreas nas quais
ocorrem gemas no sistema fluvial, entretanto sua(s) área(s) fonte(s) é (são) desconhecida(s). Para esta meta necessita-se de estudos de casos e de simulação
do desgaste das mesmas em laboratório. O projeto está sendo realizado através de levantamentos de campo e coleta de amostras na área fonte e no sistema
fluvial em distancias pré-determinadas. Paralelamente as amostras da área fonte estão sendo colocadas no tumbler (tambor rotatório) utilizando a mesma
composição sedimentológica de cascalho/areia/silte/argila do leito ativo e seu desgaste analisado com lupa de mão e binocular. Aferiu-se o tumbler com casos
conhecidos e obteve-se como resultado a relação da distancia percorrida no tumbler e no sistema fluvial, o que revelou uma razão de 10/1, respectivamente.
Estabeleceram-se assim gráficos de desgaste que mostraram perda maior de peso no início, seguida a um equilíbrio, sendo que quanto maior a amostra,
maior o desgaste inicial. Ainda foram elaborados padrões fotográficos do desgaste das amostras da área fonte e ao longo do percurso do leito ativo para uma
comparação visual. Realça-se que o método se revelou aplicável, desde que os dois parâmetros principais estejam analisados: (1) As condições do ambiente
incorporando número grande de variáveis, dos quais os mais importantes são: geologia, geomorfologia, pedologia, clima, natureza e grandeza do regime
fluvial, vegetação, sedimentologia e hidrologia, e (2) caracterização cristalográfica e química das amostras. Foi escolhida a área a norte de Santa Maria de
Itabira (MG) pela ocorrência de águas marinhas. Os resultados de estudo de caso das lavras denominadas de Posse, Caracol e Tatu podem ser considerados
como sendo aplicáveis em outras regiões com sistemas fluviais semelhantes e área(s) fonte(s) das águas marinhas desconhecida(s). A região de Cachoeira do
Campo (MG) com suas ocorrências de topázio imperial revelou resultados semelhantes, entretanto com grandezas de desgaste diferentes. Ainda realizaram-
se no laboratório com o tumbler experimentos com granada, crisoberilo, ametista, citrino, esmeralda e indicadores de diamante. Realça-se que a composição
dos sedimentos, bem como a velocidade de rotação do tumbler tem influencia sobre o grau de desgaste. Quanto maior a fração argilosa e menor a velocidade
de rotação, menor será o desgaste na superfície das gemas. Conclui-se que a caracterização do grau de desgaste de minerais gemológicos e de indicadores
de diamante no sistema fluvial, representa um método eficaz na identificação da distancia para a área fonte. Junto com outros métodos (ao exemplo da taxa
de dispersão) é um importante guia para a determinação da zona mineralizada.
[Apoio: FAPEMIG, Projeto 12699]

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DESGASTE E DISPERSÃO DE INDICADORES DE DIAMANTE NO MEIO FLUVIAL: ESTUDO DE CASO DO


KIMBERLITO CANCÃ, ILICÍNEA (MG)

Joachim Karfunkel1, Pierre de Brot1, Augusto F. Fernandes1, Ronaldo M. Pereira2, Geraldo N. C. Sgarbi1, Filipe L. Chaves1, Rafael Carneiro1, Klaus
Krambrock3
1
Departamento de Geologia, IGC e Museu de História Natural, UFMG; Belo Horizonte; jkarfunkel@yahoo.com
2
Faculdade de Geologia, UERJ, Rio de Janeiro; ronaldo.mello@pesquisador.cnpq.br
3
Departamento de Física, ICEX, UFMG; klaus@fisica.ufmg.br

O kimberlito Cancã situa-se a 6km a NNW da cidade de Ilicínea, na região sudoeste de MG. O corpo kimberlítico, junto com outros na região, pertencentes
ao Cretáceo Superior, é relacionado ao segmento CK do lineamento 125 AZ. Ocupa uma área de aprox. 0,5 hectare, se encontra no estado decomposto,
encaixado em seqüência turbidítica datada em 2,5Ga. Tal seqüência está inserida no domínio Alóctone Externo da Faixa Brasília. O Córrego Cancã
corta o kimberlito, deságua no Ribeirão do Jardim, que desemboca na Represa de Furnas. Os minerais kimberlíticos formados no manto apresentam-se,
frequentemente, fragmentados conseqüência da desagregação durante o posicionamento do magma.
Os cristais podem ser parcialmente ou totalmente arredondados pela ação agressiva do magma sobre os mesmos. As feições e características da superfície
dos minerais indicam a sua origem no meio magmático ou sedimentar. Desta forma, após a determinação da dispersão da picroilmenita, Cr-diopsideo, e da
granada no sistema fluvial (estudo já realizado por um dos autores, R.M.P.), objetivou-se na presente pesquisa a determinação do desgaste desses minerais ao
longo do leito ativo (área fonte, 700m, 1400m, 2200m, e 5500m), e ainda através de simulação em laboratório com tumbler estabelecendo curvas de desgaste
da picroilmenita, do Cr-diopsideo e da granada.
Os minerais recuperados na área fonte possuem frequentemente capas esbranquiçadas e/ou foscas compostas por minerais secundários, conseqüência da
reação com o magma (e.g. kelifítica). Metade dos grãos da ilmenita, 85% da granada e a totalidade do diopsideo revelam quebras conchoidais. À medida
que se afasta da área fonte nota-se uma redução no tamanho e quantidade, e um aumento do desgaste (abrasão sedimentar) dos minerais. Em 2200m ainda
se encontra o diopsideo, bem mais redondo e a granada já perdeu parcialmente ou totalmente a capa kelifítica e revela uma superfície sub-kelifítica do
tipo orange-peel com frosting e pitting. Ainda, a superfície de abrasão, principalmente na interseção de planos, mostra-se áspera constituída por inúmeras
quebras minúsculas nas arestas ou ao redor de suas fraturas conchoidais. Na ilmenita também se encontra tais feições de abrasão, entretanto de mais difícil
identificação. Em 5500m verifica-se que a ilmenita mostra uma redução no tamanho na ordem de 2/3 e a granada de 4/5, coerente com a curva de simulação
de desgaste no laboratório, e o diopsideo não foi recuperado.
Conclui-se que o método da análise do desgaste, não é por si, suficiente para estimar a distancia até a área fonte; entretanto a combinação entre tamanho
e número desses minerais por volume de amostragem, aliada á razão desgaste e características sedimentares/magmáticas ao longo do sistema fluvial,
representa uma ferramenta adicional na prospecção aluvionar.
Agradecimentos: FAPEMIG (12966)

86

ESTUDO DE INCLUSÕES FLUIDAS EM MINERAIS DE JAZIDAS DE TALCO DO GRUPO ITAIACOCA, Pr/SP.

Danilo Marques Saunite1; Rosa Maria da Silveira Bello2; Fábio Ramos Dias de Andrade2; Gergely Andrés Julio Szabó2
1
Aluno de Graduação IGc/USP – São Paulo (saunite@usp.br); 2 Departamento de Mineralogia e Geotectônica IGc/USP –São Paulo

O Grupo Itaiacoca (PR/SP) ocorre numa faixa alongada segundo N40E e é composto por rochas metassedimentares de baixo grau, incluindo metadolomitos,
além de rochas metavulcânicas meso- a neoproterozoicas. Limita-se a E-SE com o Complexo Granítico Três Córregos através da Zona de Cisalhamento
Itapirapuã, e a NW com o Complexo Granítico Cunhaporanga (CGC), em contato intrusivo. Concentra as maiores reservas de talco do Brasil, cuja gênese
ainda é controversa. O modelo adotado neste trabalho é o de interação de fluidos aquosos ricos em sílica e rochas dolomíticas, em duas condições distintas: em
zonas de cisalhamento transcorrente, onde ocorrem talco xistos e talco maciço em planos de descontinuidade estrutural na periferia das zonas de cisalhamento
regionais. No contato com o CGC ocorre talco retrometamórfico, em bolsões, cristalizado a partir de tremolita, em concentrações subeconômicas.
Foram estudadas inclusões fluidas em quartzo e calcita, principais subprodutos da talcificação dos dolomitos, com ênfase nos depósitos associados às zonas
de cisalhamento.
Inclusões fluidas primárias e secundárias, presentes em carbonatos dos talco xistos, são aquosas bifásicas, com NaCl, CaCl2 e/ou MgCl2, de salinidade entre
0 e 5% em peso do NaCl eq., predominando os menores valores nas secundárias. As Thtotal das inclusões primárias variam de 210 a 220oC, principalmente,
havendo também algumas concentrações de medidas ao redor de 130oC que corresponde ao pico de Thtotal das secundárias. As inclusões registram as
temperaturas mínimas de aprisionamento e os re-equilíbrios posteriores, pela entrada de fluidos mais frios e menos salinos. A ausência de CO2 nestas
inclusões seria explicada pelas elevadas razões fluido:rocha, suficientes para diluir todo o CO2 gerado nas reações metamórficas de descarbonatação.
Inclusões fluidas em veios de quartzo associados ao talco em descontinuidades estruturais nas periferias das zonas de cisalhamento são trifásicas, têm
salinidade variável, mas sempre baixa (<4,2 % em peso do NaCl eq.), e fração molar de CO2 entre 0,17 e 0,81, indicando que neste ambiente a percolação
de fluidos foi restrita, insuficiente para diluição e transporte do CO2 gerado nas reações metamórficas. A densidade total (0,13 a 0,75g/cm3) e da fase volátil
(0,11 a 0,62g/cm3), bem como as razões VCO2/Vtotal (60 a 98), foram também bem variáveis. Não foram observadas evidências de imiscibilidade nem
feições significativas de modificações posteriores, sendo as variações observadas possivelmente decorrentes de um processo de mistura das soluções aquosas
com proporções variáveis do CO2 proveniente das reações de descarbonatação, porém em condições homogêneas, acima da curva solvus para o sistema. As
temperaturas mínimas de aprisionamento (200ºC a 350ºC) evidenciam a existência de re-equilíbrios durante a cristalização do quartzo hospedeiro, os quais
teriam ocorrido após o pico térmico e a formação do talco, com o decréscimo de temperatura.
Os resultados obtidos até agora corroboram o modelo adotado. A origem dos depósitos de talco estaria, portanto, relacionada à infiltração de soluções
hidrotermais, ricas em sílica, nas zonas de cisalhamento, com formação de talco e remoção do cálcio e CO2. Estas teriam constituído canais de percolação de
grandes volumes de fluidos em movimento ascendente devido ao gradiente geotérmico relativamente alto da região. Esse processo foi menos eficiente onde
a percolação restrita teria permitido a retenção de parte desses componentes.
Agradecimentos: FAPESP (2005/55551-5), Vale.

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ANÁLISE COMPARATIVA DAS PROPRIEDADES MINERALÓGICAS, QUÍMICAS E CERÂMICAS ENTRE AS ARGILAS SA-
PROLÍTICAS E DE VÁRZEA DA REGIÃO DE ALFENAS - MG

Lineo Aparecido Gaspar Junior1; Angélica Fortes Drummond Chicarino Varajão1; Maria Margarita Torres Moreno2, Maria de Fátima Rodrigues
Sarkis3,Antenor Zanardo2
1
- Departamento de Geologia, Universidade Federal de Ouro Preto (lingaspar@ig.com.br); 2– Departamento de Petrologia e Metalogenia, IGCE/UNESP –
Rio Claro; 3 - Departamento de Ciências e Tecnologia, Universidade Federal de Alfenas, Campus Avançado de Poços de Caldas

A região de Alfenas ocupa o setor central da Província Tectônica Mantiqueira, situando-se sul do Cráton do São Francisco e esta inserida no limite norte da
Cunha de Guaxupé, de formato triangular, encontrada no sul de Minas Gerais. É constituída predominantemente por rochas pré-cambrianas de alto grau me-
tamórfico como hiperstênio granulitos, granulitos básicos, gnaisses graníticos bandados em associação com rochas neopaleozóicas e sedimentos colúvio-alu-
vionares do Quaternário e coberturas pedológicas como latossolos e paleo-solos depositados em grandes áreas de rebaixamento formadas devido à tectônica
intensa da região.
Este trabalho procurou fazer uma análise comparativa entre as propriedades mineralógicas (Descrição Macroscópica e Difração de Raios X), químicas
(elementos maiores por Fluorescência por Raios X e Análise de Carbono Orgânico) e cerâmicas (Distribuição Granulométrica de Prensagem, Módulo de
Ruptura à Flexão, Absorção de Água, Porosidade Aparente, entre outros) das argilas dos perfis de alteração desenvolvidos à partir das rochas pré-cambrianas
e das argilas de várzea da região de Alfenas – MG, visando conhecer a matéria-prima da região em questão e desenvolver aplicações tecnológicas adequadas.
Foram coletadas doze amostras na área de estudo sendo duas de várzea e dez de perfis de alteração. Todas as amostras foram secadas a temperatura ambiente
sendo posteriormente pulverizadas. Para a análise cerâmica foram confeccionados corpos de prova de tamanho de 7x2x2cm e submetidos à queima, em
forno de laboratório, a temperaturas de 950 e 1020°C.
As análises mineralógicas mostraram a presença de minerais primários (quartzo, feldspato, e muscovita) e secundários (caulinita, gibbsita, hematita e goe-
thita). A caulinita é o argilomineral dominante em todas as amostras, constatando-se a presença de traços de esmectita, ilita e interestratificado ilita/esmectita
em algumas amostras.
Os resultados químicos mostraram concentrações em sílica variando de 48,38% a 69,36% e álcalis entre 0,18% a 3,26%. O Fe2O3 varia entre 14,78% a
2,90% e o Al2O3 entre 27,17% e 13,77%. Os teores de álcalis são mais elevados nas argilas dos perfis de alteração devido à presença de minerais primários
como feldspato e muscovita. Em contra partida, os maiores teores de carbono orgânico se referem às amostras de várzea, onde ocorrem condições mais
redutoras, favoráveis à baixa degradação da matéria orgânica.
Os melhores resultados cerâmicos foram obtidos para as argilas de várzea devido ao menor conteúdo de SiO2, maiores teores de Al2O3, Fe2O3 e matéria
orgânica, associados a uma
distribuição granulométrica mais fina. Estes resultados tornam as argilas da região em estudo mais refratárias, porosas e menos plásticas, e, conseqüentemen-
te mais adequadas à utilização na indústria de cerâmica vermelha (tijolos e telhas).
Agradecimentos: FAPEMIG (CRA 00316/8).

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OFERTA DE BARITA PARA A INDÚSTRIA DE PETRÓLEO

Vitor S. Fraga1, José Mario Coelho1, José Otávio da Silva2, Gilson Ezequiel Ferreira3, José Francisco Marciano Motta4, Marsis C. Junior4
1
Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro
e-mail: zemario@geologia.ufrj.br; fraga.vitor@gmail.com
2
Departamento de Estratigrafia e Paleontologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
- Rio de Janeiro- e-mails: prof.jotavio@terra.com.br
3
Centro de Tecnologia Mineral – CETEM - Rio de Janeiro, email: gferreira@cetem.gov.br
4
Instituto de Pesquisas Tecnologias – IPT Cidade Universitária - São Paulo,
email: fmotta@ipt.br e marsis@ipt.br

O mineral barita é um sulfato de bário (BaSO4) que pode ser encontrado em rochas ígneas, metamórficas ou sedimentares. A barita pura tem densidade em
torno de 4,5 g/cm3 e contém 58,8% Ba, sendo a mais importante fonte comercial desse elemento.
Este trabalho analisa a oferta de barita como matéria-prima na indústria de petróleo, focando a relação de produção/demanda, onde os fatores de escassez
de barita apresentam novas fronteiras tecnológicas e de pesquisa. A metodologia utilizada consistiu em pesquisa bibliográfica e análise de dados obtidos em
vários sítios nacionais e internacionais.
Um dos principais usos da barita é na indústria petrolífera. Devido às características de densidade elevada, pouca abrasividade, inércia química e não
susceptibilidade magnética, a barita é amplamente utilizada como agente controlador da densidade das lamas de perfuração de poços de petróleo e gás. A
barita tem a função de agente controlador de densidade a fim de conferir a pressão hidrostática requerida para a coluna de lama. O controle da densidade
do fluido torna-se importante devido à pressão hidrostática requerida na coluna para evitar os blowouts, ou seja, a penetração no poço de fluídos (gás, óleo
ou água) pressurizados, durante a passagem por rochas permeáveis que poderão ser encontradas durante a perfuração, bem como evitar o desmoronamento
do poço.
As especificações de barita usada em lama de perfuração de óleo e gás são normalizadas internacionalmente pela API (American Petroleum Institute) e
OCMA (Oil Companies Material Association), e nacionalmente são determinadas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e PETROBRÁS.
As especificações de uso para lama de perfuração requerem minério de granulação fina e homogênea, alta densidade e inércia química, livre de sais solúveis;
deve apresentar o minério teor mínimo de 92% em BaSO4 , peso específico mínimo de 4,2 g/cm3, máximo de 250 ppm em sais solúveis, até 5% de óxido de
ferro, granulometria de 90-95% passando pela peneira de 325 mesh e viscosidade máxima de 60 centipoise.
Nos últimos 25 anos, não foi descoberta nenhuma reserva significativa no mundo. A barita tende a se tornar um mineral raro e de alto valor, devido à exaustão
das reservas atuais e também pela ausência de novas descobertas de barita. A ausência de reservas com barita de alta densidade (>4,2 g/cm3) tem levado a
mudanças nas especificações da barita para fluido de perfuração.
A celestita, a hematita e a ilmenita podem substituir a barita como agente pesado em fluidos de perfuração, mas nenhum deles constitui-se um substituto
totalmente satisfatório. Deste modo, torna-se necessário a execução de programas de prospecção e pesquisa mineral no Brasil, pelos Serviços Geológicos,
nacional e estadual, e Universidades, já que este possui um grande potencial.
Agradecimentos: CT-Mineral e Finep

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DO MERCADO PRODUTOR DE AGREGADOS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL NO ESTADO


DO RIO DE JANEIRO

Márcio Alexandre Serrão Soares1; Ronaldo da Costa Maurício 2; Rafael Girão3;


1
Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro (DRM/RJ), Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro (DRM/
RJ); 2 Universidade Federal Fluminense _ Geografia 3.

Visando atender a recente demanda gerada por diversas atividades produtivas que têm dirigido os seus investimentos para o território fluminense, realizamos
um estudo visando determinar a distribuição da oferta de agregados para construção civil no estado do Rio de Janeiro.
Os indicadores utilizados na pesquisa são de 2008, e estão relacionados com as atividades de mineração do Estado do Rio de Janeiro. As matérias primas
minerais para construção, mostraram crescimento em comparação aos anos anterior (2007) e sinalizam para manutenção desta tendência, apesar da atual
crise que afeta toda economia mundial.
Estão previstos para o RJ, no período de 2009/2010, a implantação de novos empreendimentos tanto público como privados, que vão desde a implantação
e ampliação de siderúrgicas: setor de petróleo e gás com a construção do Complexo Petroquímico de Itaboraí e expansão da Reduc; construção de Angra
III: Construção de hidrelétricas ( Simplício, Pedra do Garrafão e Pirapetinga); além da expansão do Metrô – linha 3 (Niterói/São Gonçalo), construção da
ferrovia para o Trem Bala entre outros.
Segundo dados do Plano Gestor do PAC - Governo Federal esses investimentos podem chegar à casa dos R$ 142 bilhões, montante que estaria distribuído
da seguinte forma: 94 bilhões para as obras do PAC*, R$ 10 bilhões em investimentos da iniciativa privada, 16 bilhões em investimentos no COMPERJ e
22 bilhões nas obras de instalação do trem bala (DRM).
Este panorama gera uma expectativa otimista no setor produtivo, quanto ao suprimento demandado por estes empreendimentos, e em particular pelo parque
produtor de matéria prima mineral para construção no RJ.
Quanto às necessidades de material para as obras do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento e as demais previstas pela iniciativa privada, não foram
encontrados dados ou disponibilizados estes estudos pelo poder público nem pelas representações patronais que representam o setor produtivo.
Segundo dados do Sumário Mineral- 2007/08 do DNPM, o maior mercado de agregados para construção no país é São Paulo que tem um consumo por
habitante de 3,5 t / ano, e o Rio de Janeiro que seria o quarto maior consumidor teria uma relação de 2,3 t/hab/ano.
Em nosso estudo regionalizamos as áreas produtoras de agregados (areia e brita) existentes no estado do Rio de Janeiro por volume produzido, capacidade
instalada, mão de obra empregada no setor, e valor de venda do produto.
As informações finais disponibilizadas nesse estudo visam dar aos usuários ferramentas que permitam uma tomada de decisão mais acertada em relação ao
planejamento de seus investimentos, levado em consideração o cenário produtivo do mercado de agregados no Estado do Rio de Janeiro.
*http://www.brasil.gov.br/pac/. Acesso em 19/06/2009

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CHARNOCKITO VERDE AMAZONAS (ITAGUAÇÚ-ES): DEGRADAÇÃO SOB AÇÃO DE SOLUÇÕES ACIDULADAS

Thais de Siqueira Canesin1; Cássio Santos de Carvalho2; Tamar Milca Bortolozzo Galembeck3; Antonio Carlos Artur3
1
Graduação em Geologia, IGCE/UNESP (thaissiqueirac@yahoo.com.br); 2 Geologia Regional, IGCE/UNESP; 3Departamento de Petrologia e
Metalogenia, IGCE/UNESP

O presente trabalho analisa o comportamento da rocha ornamental Verde Amazonas, procedente do município de Itaguaçú-ES, frente a ensaios por imersão
parcial em soluções aciduladas visando simular de forma acelerada as condições ambientais naturais que os materiais pétreos estão sujeitos durante
utilizações em obras civis.
O ensaio constituiu na imersão parcial, 1/6 da espessura, de corpos-de-prova polidos com dimensões de 30,0x4,5x3,0cm em soluções de HCl, H2SO4 e
HNO3 na concentração de 0,25% (v/v), os quais foram submetidos a 3 e 6 ciclos de 15 dias/cada. No final de cada ciclo os corpos foram secos em estufa e
determinada as respectivas velocidades de pulso-ultrasônico (Vp), tendo ainda suas superfícies observadas à lupa binocular, bem como, recolhido o material
cristalizado que porventura tenha se formado naquele ciclo, para análise por difração de raios X. Após o 3º ciclo, metade dos corpos-de-prova foi retirada
do ensaio, mantendo os demais até o 6º ciclo. Finalizado os ciclos de imersão, todos os corpos foram submetidos a 25 ciclos de congelamento e degelo e
posteriormente ao ensaio de flexão por 4 Pontos. Os resultados obtidos após cada ciclo químico foram comparados entre si, bem como com os corpos-de-
prova ao natural e aqueles submetidos apenas ao congelamento e degelo.
A rocha analisada é um charnockito megaporfirítico serial verde escuro gnaissificado, com matriz inequigranular de grã média a média/grossa caracterizada
por nítido estiramento mineral. Os megacristais de FK perfazem cerca de 25% da rocha, com formas ovaladas a alongadas de até 4,0cm. O microfissuramento
é fraco a moderado, tipo intragrãos, com planos preenchidos por sericita, epidoto e hidróxidos de ferro. A alteração é incipiente, devida a bastitização do
ortopiroxênio, saussuritização do plagioclásio e oxidação dos minerais ferromagnesianos.
Os resultados evidenciaram nítido efeito de degradação da rocha após submissão às soluções aciduladas e sob efeito de congelamento e degelo. A propagação
de ondas ultra-sônicas sofreu redução para todos os ciclos em relação aos valores iniciais. Os valores das Vps do 1º ao 6º ciclos oscilaram entre 3627 a
4361m/s, subparalelamente dispostos entre si e em relação aos valores iniciais (4253 a 4581m/s) e os finais após gelo-degelo (3276 a 3778m/s). Também há
oscilações da velocidade entre os ciclos. Este fato é interpretado como devido a cristalização de sais em microdescontinuidades (subeflorescências) seguidas
pela parcial migração para a superfície (eflorescências). As eflorescências são sulfatos hidratados de cálcio, ferro e magnésio oriundas dos corpos submetidos
às soluções de H2SO4, representados por gipso, melanterita, siderotil, carfosiderita e epsomita, provavelmente formados por Ca, Fe e Mg derivados da
apatita, dos óxidos/ hidróxidos de ferro e do ortopiroxenio bastitizado.
Os resultados da flexão 4 Pontos para os corpos-de-prova submetidos aos ataques e ao congelamento-degelo exibiram valores médios de ruptura (4,85/3,71;
4,69/4,16 e 4,14/4,20MPa, respectivamente, para as soluções aciduladas HCl, H2SO4, HNO3; e para 45/90 dias), inferiores aos apresentados pelos corpos
ao natural (com 6,00MPa) e por aqueles submetidos apenas ao congelamento-degelo (com 5,52MPa), sendo que o decréscimo é maior para os corpos com
maior tempo de exposição (90 dias), com exceção ao da solução HNO3.
Agradecimentos: CNPq (503771/2007-4); CAPES/DS e PET-Geologia/UNESP/SESU/MEC.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

MINERALOGIA DE ARGILAS DA FORMAÇÃO TATUÍ NA REGIÃO DE CESÁRIO LANGE E LARANJAL PAULISTA (SP).

Maria Margarita Torres Moreno1; Rogers Raphael Rocha2; Carolina Del Roveri2; Antenor Zanardo1
1
Departamento de Petrologia e Metalogenia/ IGCE/UNESP – Rio Claro; 2Pós-graduação em Geologia Regional, IGCE/UNESP – Rio Claro.

A Formação Tatuí na região de Laranjal Paulista, Cesário Lange e Tatuí é fonte de ótima matéria-prima para cerâmica estrutural, aonde os processos de
queima têm como um dos parâmetros essenciais a composição mineralógica, que associada à distribuição granulométrica das partículas e, conseqüentemente,
ao empacotamento possibilita reações de sinterização, normalmente, sem o envolvimento de fase líquida a temperaturas em torno de 900ºC. A qualidade
da matéria-prima deu origem a importante pólo de cerâmica estrutural, no qual, o controle dos produtos ainda é feito mediante conhecimentos empíricos
misturando apenas argilas desta formação extraídas de diferentes pontos, ou com argilas de várzeas na proporção de 3:1 a 5:1, objetivando atingir a
plasticidade e resistência adequadas à conformação e manipulação. Atualmente, as novas tecnologias exigem um conhecimento mais apurado dos materiais
em função do aumento da produtividade com qualidade controlada e economia, aspecto que motivou esta pesquisa, com o intuito de obter informações
que relacionem as características das matérias-primas aos produtos cerâmicos. Para tal, os dados mineralógicos serão combinados com outros parâmetros,
tais como propriedades cerâmicas, distribuição granulométrica e composição de massas. Para os estudos inicias foram amostradas quatro minas, duas no
município de Cesário Lange e duas no de Laranjal, levando em consideração as diferenças macroscópicas, resultantes de variações na estrutura, textura
e coloração, atribuídas ao processo deposicional e à alteração supérgena, inclusive com feições de plintitização. Objetivando conhecer a composição
mineralógica e suas variações laterais e na vertical utilizou-se o método de análise por difração de raios X (amostra total e a fração menor que 2 μm).
Em todas as minas, o material explorado faz parte do perfil de alteração, apresenta boa plasticidade, bandamento e laminações difusas a localmente bem
marcada, textura siltico-argilosa sem grandes variações e a cor varia entre o amarelo, vermelho tijolo, verde, creme e branco, com ou sem pontuações escuras
resultantes de concentração de manganês ou matéria orgânica. Estratigraficamente estão posicionadas no membro superior da unidade, sendo que em uma das
minas de Cesário Lange, capeando a cava ocorre um nível rico em concreções de sílex, coberto por banco de conglomerado rico em seixos de sílex (“fácies
Ibicatu”), a outra mina apresenta cores primárias esverdeadas a amareladas. As cavas de Laranjal Paulista, também aparentam estar no membro superior,
porém em nível estratigráfico pouco inferior ao anterior. Os resultados mineralógicos mostram que no material da base das cavas, além de argilominerais
(onde dominam a illita e caulinita) e quartzo encontram-se feldspatos de sódio e/ou potássio. Os níveis superiores, mais alterados, apresentam variação no
grau de caulinitização e na cristalinidade deste mineral. Em todas as amostras foi identificada a illita em proporções variadas e, dependendo do tamanho dos
cristalitos, aparece em maior ou menor destaque na fração menor que 2 μm, sendo menor em uma mina de Laranjal Paulista (ponto 3), onde foi identificada
montmorillonita, em pequena quantidade na base do perfil (material mais duro não explorado). Também são observados interestratificados irregulares na
região de 12-14Ǻ, sendo que alguns apresentam expansão quando glicolados. Com base nos estudos realizados até o momento pode se inferir que o Membro
Superior da Formação Tatuí, tem como minerais primários: quartzo, illita de cor verde e feldspatos alcalinos detríticos e possivelmente autígenos. A caulinita
resulta da alteração supérgena dos feldspatos e da illita, sendo que na dependência da topografia, nas porções basais dos perfis aparecem montmorillonita e
interestratificados gerados a partir de illita. A alteração remove parte dos óxidos fundentes aumentando a refratariedade, porém possibilita a desagregação
do material, diminuição da granulometria e aumento da plasticidade, aspecto essencial para a conformação do material e para as reações de sinterização.
AGRADECIMENTOS: CNPq (processos nº 470573/2006-6 e 301216/2008-8) e a FAPESP (processo nº 97/13824-7), pelos auxílios e bolsas que tornaram possível a realização
da pesquisa.

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A JAZIDA DE NÍQUEL, COBRE E PLATINÓIDES DE FORTALEZA DE MINAS: Aspectos tectônicos e vulcanologicos

Thomas Lafayette Brenner1; Sebastião Gomes de Carvalho2


1
Votorantim Metais (thomas.brenner@vmetais.com.br); 2 Departamento de Petrologia e Metalogenia, IGCE/UNESP – Rio Claro (carvalho@rc.unesp.br)

A região de Fortaleza de Minas corresponde a um bloco cratônico arqueano retrabalhado na Faixa Móvel Brasília de idade neoproterozóica, onde em
meio à metasedimentos supracrustais proterozóicos dos grupos Araxá e Canastra que compõe a nappe de Passos, afloram terrenos granito-greenstone. O
depósito de Fortaleza de Minas está hospedado em orto-cumulados serpentinizados de um espesso derame de basalto komatiítico fortemente fracionado.
Os termos fracionados apresentam grande variação nos teores de MgO variando de 9% (gabro) a 17% (piroxênio cumulado) até 40-43% (olivina orto-
cumulado). Os trends de fracionamento para SiO2, Ni, Al2O3 e FeO/TiO2 contra MgO demonstram o alto grau de fracionamento atingido por estas rochas.
Dados de sondagem e análises químicas permitem estimar teores de MgO entre 18 e 23% para o magma original situando-o como basalto komatiítico.O
derrame fracionado ocorre na borda SW do segmento Guariroba-Peroba do Greenstone Belt Morro do Ferro (2,8 - 2,9 Ga). O depósito está estruturado
no flanco de uma sinclinal isoclinal e tem sofrido deformações intensas acompanhadas de metamorfismo desde o paleoproterozóico e foi severamente
cisalhado no Neoporoterozóico em um sistema transcorrente sinistral desenvolvido ao longo de extensa zona de sutura que separa os terrenos granito-
greenstone arqueanos de coberturas Proterozóicas e do Cinturão Granulítico de Alfenas. O depósito apresenta similaridades com outros depósitos associados
a komatiítos e apesar da intensa deformação ainda preserva feições primárias que permitem reconstruir sua gênese. É constituído de diferentes tipos de
minério, disseminado, em rede e maciço brechóide e variantes remobilizadas. A tipologia de minério, suas características químicas e faciologia permitem
classificá-lo como um depósito formado em canal aberto de corrida de lava com evidências de erosão termo-mecânica e assimilação crustal de sedimentos
químicos sulfetados a montante da sua atual posição. Pode ser classificado como distal e de fácies de lago de lava.
Os diferentes tipos de minério apresentam teores médios entre 1 e 4% Ni. Os teores de Cu variam de 0,2 a 0,6% o que corresponde a uma razão Ni/Cu entre
4,5 e 8,9. A relação S/Ni varia de 2,89 a 4,37. Estas razões refletem a proporção existente entre as principais fases sulfetadas que se distribuem de forma
uniforme ao longo de toda a jazida na proporção média de 65% de pirrhotita, 25 a 30% de pentlandita e 5 a 10% de calcopirita. Esta proporção está também
refletida nos teores recalculados para 100% de sulfeto nos tipos de minério mais sulfetados e variam de 8,6 a 9,1% Ni e 1,1 a 2% Cu nos minérios em rede
e maciço brechóide. A distribuição dos platinóides mostra enriquecimento de EGP no minério em rede (0,53g/t Pt e 0,74% Pd) sobre o minério disseminado
(0,13g/t Pt e 0,24% Pd). Um novo tipo de minério, de natureza hidrotermal, foi identificado na porção sul da jazida preenchendo falhas oblíquas na capa
do minério em estrutura de stockwork sem mostrar evidências de deformação. Sua paragênese indica condições de fácies xisto verde e é assumida uma
idade Brasiliana para sua origem. Associa-se a alteração hidrotermal localizada a talco-carbonato com halos de magnetita e calcopirita. Apresenta como
característica principal teores anormalmente altos de Ni (8 – 12%) e EGP.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

RELAÇÕES ESTRATIGRÁFICAS, TECTÔNICAS E METALOGENÉTICAS ENTRE AS FORMAÇÕES CAUÊ E


CERCADINHO NA REGIÃO DE ITATIAIUÇU (mg), SERRA AZUL, NOROESTE DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO

Guilherme Labaki Suckau1; Joanna Chaves Souto Araújo1; Moara Melo Tupinambás1; Frederico Tadeu Duarte1
1
Dpto. de Geologia, IGC/UFMG – Belo Horizonte. (guilhermesuckau@yahoo.com.br)

A Serra Azul está situada no prolongamento oeste da Serra do Curral, sendo constituída por unidades do Supergrupo Minas que apresentam-se
estratigraficamente invertidas. A região é de grande interesse econômico devido à ocorrência de depósitos de minério de ferro proveniente da formação
ferrífera, litotipo principal da Formação Cauê.
A fim de compreender a disposição tectono-estratigráfica das unidades do Grupo Itabira, foi realizado um mapeamento geológico na escala 1:2.500 em uma
área de 1km2 situada em uma mina de minério de ferro da região.
A Formação Cauê constitui-se de itabirito com diferentes graus de compacidade. O itabirito compacto ocorre ao longo de toda a área. O itabirito friável
forma corpos descontínuos em meio aos compactos e predomina próximo ao contato com a Formação Cercadinho. O caráter friável deste itabirito relaciona-
se a alteração hipogênica do tipo normal, por fluidos hidrotermais percolando planos de falha e descontinuidades. Além disso, uma alteração supergênica
por fluidos meteóricos pode ocorrer como coadjuvante no processo de solubilização da sílica. Termos intermediários ocorrem freqüentemente. Cobrindo as
formações ferríferas encontram-se carapaças de canga, formada por óxidos de ferro detríticos e hidróxidos de ferro supergênicos. Blocos rolados de itabirito
compacto são bastante freqüentes formando depósitos coluviais. Existem itabiritos que possuem um teor anômalo de fósforo facilmente distinguíveis
por apresentarem coloração amarelada escura. Corpos de minério enriquecido em ferro estão presentes nas zonas de alterações por fluidos hidrotermais
ocorrendo remoção de sílica e remobilização parcial do ferro.
Ao longo de toda a região foram identificadas brechas de falhas normais, brechas hidrotermais e intraformacionais. Na porção nordeste da área de estudo
ocorre o contato normal das formações Cauê e Cercadinho, esta ocorrendo na base devido à inversão estratigráfica. Em direção ao topo da Formação Cauê
são observadas rochas da Formação Cercadinho, tais como quartzito ferruginoso e filito hematítico, imbricados em meio à formação ferrífera. Essa repetição
de camadas foi interpretada como produto de tectônica de empurrão com o imbricamento de lascas vergentes para noroeste, possivelmente relacionadas
ao evento Transamazônico. Estruturas tectônicas que suportam o modelo são zonas de cisalhamento dúctil-rúpteis observadas nos contatos apresentando
foliação milonítica de baixo ângulo sub-paralela ao acamamento, dobras de arraste, além de cataclasitos. Próximo ao contato normal entre as unidades pode-
se também observar brechas de falha suportadas por matacões, que são indícios da existência de falhamento normal.

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GEOLOGIA E GEOQUÍMICA DOS PEGMATITOS MINERALIZADOS EM ÁGUA MARINHA NA PORÇÃO NORTE DA


FAIXA DE DOBRAMENTOS ARAÇUAÍ (MEDINA – MG)

Gabriel Mineo Ito1, Isabela Tomazela Franzini1, Regiane Andrade Fumes1 e Nelson Angeli1
1
Departamento de Petrologia e Metalogenia do IGCE/UNESP, Rio Claro-SP (nangeli@rc.unesp.br)

A Faixa de Dobramentos Araçuaí (Neoproterozóico) apresenta em sua porção setentrional uma série de intrusões graníticas, muitas delas mineralizadas em
gemas e pedras semi-preciosas. A região que apresenta maior importância econômica em produção de pedras coradas está compreendida no Sub-Distrito
de Araçuaí, entre as cidades de Araçuaí-Itinga-Salinas, onde os pegmatitos apresentam elevado grau de diferenciação e encontram-se encaixados nos
metassedimentos da Formação Salinas. Por sua vez, no Sub-Distrito de Medina (campos de Serrinha e Gameleira), os pegmatitos (tipo NYF) apresentam
menor grau de diferenciação (cf. diagramas KxRb; K/RbxBa). Sua evolução mineralógica parte do pegmatito gráfico e atinge as sub-zonas do topázio e
água marinha. Estão associados a sienogranitos porfiríticos e granitos álcali-feldspáticos, onde o microclínio é o mineral mais freqüente e como minerais
raros: água marinha, topázio, berilo, Fe-columbita (ixiolita), zircão, apatita, rutilo, titanita, fluorita, allanita rica em REE, minerais radioativos (monazita),
samarskita e fosfatos (goyzita, bobierrita, zwieselita, plumbogommita). São granitos cálcio-alcalinos, metaluminosos (tipo I). Diagramas ternários em Rb-
Ba-Sr para os granitos associados a pegmatitos mineralizados exibem um trend de evolução que parte do Ba 30% e até Rb próximo de 100%. Os mesmos
apresentam filiação tectônica que pertencem ao campo dos granitos sin- pós-colisionais. Neste Distrito os corpos pegmatíticos pertencem à classe dos
Elementos Raros, subclasse Terras Raras, tipo berilo e do subtipo berilo-columbita-fosfato. O conteúdo de REE e a razão Y/∑REE +Y (aumentando de 0,02
a 0,96) são consistentes com o fracionamento geoquímico dos pegmatitos graníticos do tipo NYF. Entretanto, o comportamento dos REE nos granitos e nos
minerais, muscovita e microclínio, mostram a importância do processo de albitização, que promoveu uma fase sódica tardia com cristalização de cleavelandita
associada a gemas. Os padrões de rochas graníticas e minerais do Sub-Distrito de Medina (com normalização do condrito C1) mostram um padrão tipo “asa
de gaivota” com depressão em Eu e exibem maior grau de incompatibilidade nos HREE. Amostras de muscovita fora do trend de diferenciação magmática
dos pegmatitos graníticos e a presença de fosfatos ricos em REE indicam estágio hidrotermal tardio, ao qual se associa às mineralizações.
Agradecimentos: N. Angeli agradece à FUNDUNESP (processo nº 940/2006-DFP) pelo auxílio para a realização de parte das análises químicas.

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pedreiras da zona norte do município de são paulo – relação com a comunidade

Denise de La Corte Bacci1, Tânia Maria Ramos de Godoi Diniz2; Tiago Davi Vieria Soares de Aquino3
1
Departamento de Geologia Sedimentar e Ambiental, IGc/USP – São Paulo (bacci@igc.usp.br) 2 Serviço Social, FMU –São Paulo; 3Licenciatura em
Geociências e Educação Ambiental, IGc/USP – São Paulo.

Os agregados para a construção civil representam um importante indicador do perfil sócio-econômico de desenvolvimento de um país. Destacam-se por
estar diretamente ligados à qualidade de vida da população tais como: a construção de moradias, hospitais, educação, transporte (pavimentação e construção
de rodovias, vias públicas, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos, pontes, viadutos, pátios e estações) e saneamento básico, (sistemas de captação, adução,
tratamento e distribuição de água e esgoto). Minerações em áreas urbanas produzem impactos ambientais que são inerentes à atividade e pela sua localização
geram desconforto à população local e possíveis conflitos sócio-ambientais. A presente contribuição analisa as pedreiras existentes na região norte do
município de São Paulo e o seu relacionamento com as comunidades locais e procura buscar caminhos para a mediação dos conflitos existentes com a
participação dos envolvidos (comunidade, empresas e poder público). A região abrange os distritos de Perus, Pirituba e Jaraguá, os quais ocupam uma área
de 111,8 km2 do município de São Paulo, com uma população atual aproximadamente 500.000 habitantes e uma densidade demográfica de 4.470 hab/km2.
Parte dessa população está instalada no entorno das quatro pedreiras em atividade na região, as quais são responsáveis pela produção média mensal de
240 mil toneladas de pedra britada, usadas diretamente na construção civil na Região Metropolitana. As distâncias das casas até as cavas variam de 200 a
1000 metros, o que provoca constantes reclamações dos moradores em relação às diversas atividades das empresas, em especial o desmonte de rocha com
explosivos. Foram utilizadas metodologias qualitativas e quantitativas de investigação e coleta de dados, por meio de entrevistas abertas e questionários
semi-estruturados aplicados aos diferentes atores sociais envolvidos, além de levantamento de dados bibliográficos sobre o histórico e a situação sócio-
econômica locais. A partir dos questionários e entrevistas elaborou-se um diagnóstico dos conflitos existentes, buscando entender como se estabelecem hoje.
A realidade local corresponde às condições de áreas de periferia das grandes metrópoles, em que a questão do uso do solo é uma discussão preponderante.
Essa área reflete condições de ocupação intensa, com pouca infra-estrutura e baixa qualidade de serviços sociais. Foram identificadas na região opiniões
divergentes do conflito socioambiental, segundo os atores sociais, que podemos definir como visões individualizadas dos grupos, fragmentadas em relação
ao contexto geral. Para que haja uma efetiva mudança na estrutura, os conflitos existentes entre mineração e comunidade e mineração e poder público, face às
características da atividade, devem ser enfrentados dentro de uma perspectiva de participação. O trabalho técnico e social deve se apoiar na sustentabilidade
dessa atividade econômica através de um efetivo monitoramento, com a presença da população participando do processo como um dos seus pilares. A
garantia da qualidade de vida da população circunvizinha pressupõe uma ação por parte dos mineradores, denominada de medidas compensatórias, as
quais devem ser articuladas com as demandas daqueles diretamente envolvidos com a atividade em razão de sua proximidade. A motivação para a defesa
e para o desenho de tais medidas está na responsabilidade social dos sujeitos envolvidos, que faz com que os componentes sociais, políticos e culturais da
problemática não sejam desconhecidos e colocados perifericamente aos problemas técnicos.
Agradecimentos:FAPESP (2008/51271-6) e CNPq/PIBIC 109333/2007-1.

91

MODIFICAÇÕES DAS PROPRIEDADES FÍSICAS DE ROCHAS INDUZIDAS PELA CRISTALIZAÇÃO DE


SAIS SOLÚVEIS

Lorraine Cristine Silva Benedicto1; Viviane Farroco1; Rodrigo Brauns Teixeira1; Emílio Velloso Barroso1
1
LEMETRO – Laboratório de Experimentos em Mecânica e Tecnologia de Rochas –
Departamento de Geologia – IGEO – UFRJ (lorraine@jcgifalli.com.br).

A cristalização de sais solúveis nos poros das rochas é um dos processos físico-químicos que mais causam danos às mesmas, especialmente em ambientes
marinhos e climas áridos. Provoca perda de massa, modificação das propriedades petrofísicas (aumento da porosidade e redução das velocidades de ondas) e
diminuição da resistência. A pressão de cristalização é o mecanismo mais importante durante a cristalização de sais e depende do tipo de sal, das condições
ambientais (temperatura, pressão e umidade relativa do ar), do grau de saturação e do tamanho dos poros da rocha.
O objetivo deste trabalho é quantificar o efeito físico do intemperismo pela cristalização de sais solúveis nas fissuras de granitos e charnokitos. Inicialmente,
na condição natural foram medidos o brilho da superfície e a porosidade de amostras de granito e charnokito. As amostras foram então submetidas a ciclos
de imersão em solução de NaCl e em água destilada (15 horas), secagem em estufa (8 horas) e resfriamento (1 hora), cada ciclo com duração de 24 horas. Ao
final do 10°, 20°, 30° e 40° ciclos, foram retirados grupos de 10 amostras submetidas à ciclagem em solução salina-estufa e água-estufa e suas propriedades
físicas (porosidade e brilho superficial) foram medidas, as quais foram utilizadas como parâmetros de avaliação da evolução do intemperismo após os ciclos
de imersão e secagem. Para determinação da porosidade usou-se a técnica da saturação e da submersão em água e o brilho superficial foi medido utilizando-
se um medidor de brilho de superfícies planas baseado em microprocessador WGG-60 da T&M Instruments. O equipamento possui uma janela de visada
retangular de 4,4cm x 2,0cm que deve ser colocada sobre a superfície da rocha que se deseja medir o brilho. Em cada extremidade dessa janela de visada
há uma lente ótica com distintas funções. Uma delas emite um raio de luz branca com ângulo de incidência de 60°, em relação a vertical, sobre a superfície
polida e o mesmo é refletido com mesmo o mesmo ângulo até a outra lente, que é a receptora. A medida do brilho superficial do aparelho é dada em GSU
(Glossmeter Unit) ou unidades de brilho.
A análise dos resultados através de gráficos de porosidade normalizada contra o número de ciclos mostra que a porosidade do charnokito submetido à
imersão em solução salina aumenta continuamente, sendo a velocidade de alteração constante até o 20° ciclo e a partir daí aumenta até o 40° ciclo. No
charnokito imerso em água, a porosidade aumenta apenas a partir do 30° ciclo. Considerando os 40 ciclos, a velocidade de alteração do charnokito imerso
em solução salina é 3,2 vezes maior do que imerso em água. Os dados para os granitos são ainda preliminares, mas quando imersos em solução salina e em
água, verifica-se aumento da porosidade até o 10° ciclo e ela se mantém constante do 10° até o 20° ciclo. Os mesmos gráficos de brilho da superfície polida
das amostras mostraram que tanto os charnokitos quanto os granitos submetidos a ciclos de secagem em estufa e imersão em água não sofreram variações
de brilho significativas (inferiores a 10 %). No granito imerso em solução salina, o brilho diminui continuamente em 20% nos 20 ciclos iniciais. Para o
charnokito imerso em NaCl, as perdas de brilho superficial ao final de 40 ciclos são superiores a 30%.
Conclui-se que a ação de sais é bem mais degradadora das propriedades físicas das rochas quando comparada com a ação da água. No momento ainda não
se pode estabelecer comparações conclusivas entre os dois tipos litológicos.
Agradecimentos: Ao CNPq/PIBIC e à UFRJ/PIBIC.

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

LEVANTAMENTO DA POTENCIALIDADE DE ROCHAS ORNAMENTAIS DAS REGIÕES DE TOLEDO E MUNHOZ,


EXTREMO SUL DE MINAS GERAIS.

Alexandre Francisco Petolchckny1; Antonio Carlos Artur1


1
DPM/IGCE/UNESP - Rio Claro (afpetol@rc.unesp.br).

A área estudada compreende cerca de 500km2 entre as cidades de Toledo e Munhoz, extremo sul de Minas Gerais. Geologicamente se insere no contexto
da nappe Socorro-Guaxupé e basicamente constituída por rochas graníticas do Complexo Socorro e porções menores de suas encaixantes representadas,
no local, pelo Complexo Pinhal. Trata-se de uma região serrana reconhecida pela abundância e diversidade em termos de variedades de rochas graníticas e
gnaíssico-migmatíticas e detentora de condições fisiográficas favoráveis a atividades mineraria. Apresenta, também, a vantagem de se situar em região de
fácil acesso, próxima do pólo Produtor de Bragança Paulista e de grandes centros consumidores.
Os critérios adotados para a seleção de possíveis áreas potenciais incluíram levantamento e seleção de ocorrências litológicas mais favoráveis a atividades
minerarias, considerando-se condições topográficas, coberturas de solo e vegetal, homogeneidade litológica e extensão aflorante, grau de fraturamento,
padrão estético dos tipos petrográficos, bem como áreas de conservação ambiental e formas de uso e ocupação do solo. Para as áreas tidas como promissoras
foram, posteriormente, efetuadas análises petrográficas e os principais ensaios físico-mecânicos visando a qualificação tecnológica de suas rochas.
Ao todo foram selecionadas quatro ocorrências que reúnem as condições mais favoráveis à implantação de atividades mineraria em maciços rochosos.
Outras cinco áreas igualmente favoráveis foram descartadas em virtude de suas inclusões e/ou proximidades de áreas com empreendimentos imobiliários
vários ou de reserva ambiental irrestrita.
Em termos gerais, as quatro áreas consideradas potenciais apresentam expressivas exposições de rochas e são constituídas por tipos petrográficos com
padrões estéticos bastante similares, variando de róseo claro a róseo avermelhado e aspectos ligeiramente movimentados a homogêneos. São representadas
por granitos megaporfiríticos com matriz inequigranular de grã média a média-grossa e tonalidades oscilando de cinza claro rosada a cinza mais escuro
em detrimento de variações nos teores de minerais máficos. Composicionalmente são constituídos por quartzo (26 a 30%), feldspato potássico (28 a
42%), plagioclásio (18 a 30%), biotita (4 a 8%) e opacos (0,8 a 2,5%), além de traços de apatita, titanita e zircão. Localmente pode conter hornblenda. Os
megacristais são de feldspato potássico com colorações rósea claro a vermelha, exibindo formas variadas (retangulares; quadráticas; ovaladas) e dimensões
da ordem de 15 a 35mm, do tipo serial. A alteração mineral é baixa e relacionada a sericitização/saussuritização dos feldspatos. O estado microfissural é
baixo a moderado, com predomínio dos tipos intragrãos sobre intergrãos, denotando baixa intercomunicabilidade.
O grau de fraturamento ao nível dos maciços rochosos é baixo, com espaçamentos de 3 a 10 metros, e com predomínio nas direções 300°Az e 40°Az.
Localmente são identificadas três tendências com direções nos intervalos de 40° - 70°Az, 280° - 310°Az e 320º - 350º Az.
Os resultados físico-mecânicos preliminares (índices físicos; compressão uniaxial; abrasão Amsler; propagação de ondas longitudinais) obtidos para os
granitos das quatro áreas potenciais revelam que se tratam de materiais detentores de boa qualificação tecnológica, compatíveis com valores limítrofes
estabelecidos pelas normas da ASTM.
Apesar do padrão estético exibido pelas rochas não ser dos mais valorizados pelo mercado consumidor, as condições altamente favoráveis para sua extração
tais como relevo, baixo fraturamento, homogeneidade petrográfica e qualificação tecnológica tornam estas ocorrências economicamente atrativas para fins
ornamentais.
Agradecimentos: FAPESP (07/55846-0) e CNPq (304272/2005-1).

92

CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE GRANITOS MEGAPORFIRÍTICOS ORNAMENTAIS DA PORÇÃO NORTE DO


BATÓLITO SOCORRO (MG)

Alexandre Francisco Petolchckny1; Antonio Carlos Artur1


1
DPM/IGCE/UNESP – Rio Claro (aftpetol@rc.unesp.br).

A utilização de granitos megaporfiríticas como rochas para revestimento tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, principalmente em decorrência
dos padrões estéticos vistosos que muitas destas variedades petrográficas exibem. Apesar da boa aceitação pelo mercado consumidor, representam materiais
bastante carentes de estudos tecnológicos visando sua adequada aplicação em obras civis.
O batólito Socorro com cerca de 2.200km2 de exposição, situado na região nordeste do Estado de São Paulo e áreas adjacentes do sul de Minas Gerais,
apresenta arcabouço representado por expressiva variedade de granitos com texturas megaporfiríticas. A porção norte do batólito, típica região serrana,
apresenta amplas áreas de exposição de granitos megaporfiríticos com condições fisiográficas bastante favoráveis a atividades mineraria, o que é comprovado
pelo grande interesse ultimamente demonstrado pelos empresários do setor em pesquisas na área.
Neste contexto o presente trabalho apresenta os resultados preliminares de caracterização tecnológica obtidos em quatro variedades de granitos
megaporfiríticos (referenciados como granitos 1 a 4) da região entre Toledo e Munhoz (MG), ao norte do batólito Socorro, oriundas de maciços rochosos
prospectadas pelos referidos autores como favoráveis para a explotação como rochas ornamentais.
Em termos gerais as quatro variedades de granitos megaporfiríticos apresentam padrões estéticos relativamente similares, oscilando de cinza rosados
(granitos 1 e 3) a róseos com tonalidades avermelhadas ou creme (granitos 2 e 4), e aspectos ligeiramente movimentados a homogêneos. A matriz de todas
as variedades é marcadamente inequigranular, de granulação média a média-grossa, mais ou menos orientada, com tonalidades que vai desde cinza claro
rosada a cinza mais escuro em detrimento de variações nos teores de minerais máficos. Os megacristais são de feldspato potássico com colorações rósea
claro a vermelha, exibindo formas variadas (retangulares; quadráticas; ovaladas) e dimensões da ordem de 15 a 35mm, do tipo serial. A alteração mineral
é baixa e relacionada a sericitização/saussuritização dos feldspatos. O estado microfissural é baixo a moderado, com predomínio dos tipos intragrãos sobre
intergrãos, denotando baixa intercomunicabilidade.
Os principais resultados físico-mecânicos médios fornecidos pelos materiais se situaram nos seguintes intervalos: massa específica aparentes seca 2.629 e
2.720kg/m3 e saturada 2.637 e 2.728kg/m3; porosidade 0,62 e 0,82%; absorção d’água 0,24 e 0,31%; desgaste abrasivo Amsler 0,66 e 0,85mm; resistência à
compressão uniaxial simples 129,7 e 145,92MPa; e, propagação de ondas longitudinais 4.310 e 4.785m/s.
Os resultados tecnológicos obtidos, apesar de preliminares, indicam que os quatro tipos graníticos apresentam boa qualidade mecânica e com taxas de
porosidade/absorção d’água e de resistência a abrasão compatíveis com os valores limítrofes estabelecidos pelas normas correntes e, portanto, passíveis de
utilização tanto em ambientes de interiores quanto de exteriores em obras civis.
Também há de se destacar a constatação da boa concordância entre os aspectos petrográficos e as propriedades físico-mecânicas exibidas pelos granitos
analisados. Considera-se, desta forma, que os estudos desenvolvidos contribuem para o melhor entendimento da influência de determinadas propriedades
petrográficas no comportamento tecnológico das rochas e, em particular, para o caso dos granitos com texturas megaporfiríticas.
Agradecimentos: FAPESP (07/55846-0) e CNPq (503771/2007-4).

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Geologia do depósito do Granito Cinza Ás de Paus, uma rocha ornamental de nefelina sienito
da borda ocidental do maciço Mendanha, RJ

Akihisa Motoki 1
1
Mineralogia e Petrologia Ígnea, FGEL/UERJ - Rio de Janeiro (rochasornamentais@yahoo.com.br)

O Granito Cinza Ás de Paus é o nome comercial bem conhecido de uma rocha ornamental de nefelina sienito. O perfil analítico do DMPI e o catálogo do
DRM-RJ apresentam esta rocha como uma importante rocha ornamental do Estado do Rio de Janeiro. No mercado, é chamado também de Granito Cinza
Campo Grande e Granito Cinza Carijó. Esta rocha ornamental é utilizada amplamente como um material nobre de construção.
As frentes de lavra ocorrem no Pico do Marapicu, na borda oeste do maciço Mendanha, Município de Nova Iguaçu, RJ. Junto com o álcali sienito para brita
de qualidade especial da borda nordeste do maciço Mendanha, esta rocha constitui importantes recursos de rochas naturais do referido município.
A produção do Granito Cinza Ás de Paus começou na década de 1960. A frente da lavra estava presente na altura mediana do Pico do Marapicu, com altitude
aproximada de 350 m. A rocha extraída a partir desta frente, denominada tipo clássico, tem cor cinza com textura ondulante, apresentando manchas claras
e escuras de tonalidade de cinza.
Entretanto, na década de 1990 a produção foi suspensa. Depois do ano 2000, a extração foi retomada abrindo novas frentes de lavra presentes na baixa
altitude, em torno de 200 m. A rocha produzida nesta frente, chamada do tipo moderno, tem cor cinza homogênea.
O Granito Cinza Ás de Paus tem duas relevâncias na sua beleza estética: 1) cor cinza de tonalidade suave; 2) cor cinza de textura ondulante. Essas são
relacionadas aos fatores geológicos da jazida desta rocha ornamental.
Em comparação com o Granito Cinza Corumbá, o Granito Cinza Ás de Paus possui aspecto visual de cor cinza suave. Conforme a medida quantitativa de
cores por scanner e software Wilbur, os parâmetros B (brightness) dessas rochas são, respectivamente, 63.7 e 64.6. Apesar da similaridade da tonalidade
média, o desvio padrão do parâmetro B é bem diferente, respectivamente, 22.3 e 15.1. Este fato indica que a cor cinza do Granito Cinza Corumbá é
constituída pela mistura de minerais de cor branca, tais como feldspato potássico e plagioclásio, e de cor preta, biotita. Por outro lado, a mesma do Granito
Cinza Ás de Paus é composta de minerais de cinza clara e cinza escura, feldspato alcalino e clinopiroxênio. A cor cinza de tonalidade suave é atribuída à sua
composição mineralógica e, portanto pode ser observada também em outras rochas ornamentais de nefelina sienito.
A cor de cinza de textura ondulante é o fator estético característico do Granito Cinza Ás de Paus do tipo clássico. As manchas de cinza clara são devidas
à alteração deutérica, que é originada do fluido presente no magma. Na proximidade da frente da lavra, ocorre um megaxenólito de gnaisse de tamanho
aproximado de 500 m. O fluido que causou a alteração deutérica poderia ser originado deste megaxenólito. A textura ondulante de cor cinza é originada do
fenômeno geológico raro e, portanto não se observa em outras rochas ornamentais.
Agradecimentos: FAPERJ (E-26/111.926 /2008)

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Ocorrência de stanekita no sudeste do brasil

Sebastião Guilherme Pedroso1; Hélio Salim de Amorim2; Isabel Pereira Ludka3


1
Depto de Geologia, IGEO/UFRJ – Rio de Janeiro (sgpedroso@yahoo.com.br); 2 Física da Matéria Condensada, IF/UFRJ – Rio de Janeiro;
3
Petrologia e Mineralogia, IGEO/UFRJ – Rio de Janeiro.

Estudo recente acerca de fosfatos oriundos da região de Galiléia, em Minas Gerais, revela a ocorrência de um fosfato de ferro e manganês com características
similares ao do mineral stanekita. Esta região é conhecida mundialmente pela ocorrência de minerais raros, originados de corpos pegmatíticos. Estudos
anteriores de Atencio et al. (2005) descrevem a ocorrência de novas espécies fosfáticas, todavia, até o momento não há relatos de ocorrência de Stanekita
nesta região. Pretende-se, neste trabalho, apresentar resultados que visam corroborar a compreensão e o conhecimento das espécies fosfáticas novas ou raras
no Brasil.
A Stanekita, (Fe3+,Mn2+,Fe2+,Mg)2[PO4]O, foi descrita pela primeira vez como nova espécie mineral por Keller et al.(1997) a partir de amostras de pegmatitos
graníticos em Okatjimukuju, Karibib (Namibia) e de Albères nos Pireneus Orientais (França). Um estudo preliminar baseado na difração de Raios X em
monocristais levou Keller & Schwarz (1995) e Keller et al. (1997) a identificarem a stanekita como um mineral do grupo da triploidita. Em estudo mais
recente de Keller et al. (2006) retificam esta identificação baseados na descoberta de duas variantes politípicas para a stanekita e na conseqüente determinação
de suas estruturas. Esses autores mostraram que em ambas as variantes politípicas da stanekita se verificam diferenças significativas na coordenação dos
cátions e ânions com relação aos minerais dos grupos da triplodita e triplita.
A caracterização das amostras oriundas da Galiléia deu-se por difração de Raios X. Aplicou-se o método de Rietveld, onde se modelou o difratograma
experimental sem a introdução das coordenadas atômicas (método le Bail). Os resultados obtidos mostram que o difratograma experimental se ajusta melhor
à variante Ma2bc (P21/c; Z =16) relatada por Keller et al.

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ILMENITA EM SEROPÉDICA?

Hernani Henrique Ramirez Nunes1


1
Geólogo, DRM-RJ – Rio de Janeiro (hnunes@drm.rj.gov.br).

A extração de areia na localidade de Piranema, Seropédica – RJ, conhecida como polígono de Piranema, tem como prerrogativa o fato de se constituir numa
enorme jazida mineral, de natureza fluvial, cuja substância mineral explotada é a areia, tanto usada para construção civil (maioria), quanto para o segmento
industrial, esse em menor porte.
Sob o ponto de vista do licenciamento mineral, há na área requerimentos efetuados nos Regimes de Licenciamento e Autorização e Concessão, neste caso
englobando areia e ilmenita. Focando-se na construção civil, seja lá em que Regime se inclua, a área permitida a ser requerida limita-se a 50 ha, ao passo
que para a substância ilmenita, também requerida no local, esse limite se estende a 1.000 ha. A região de Piranema tem na areia para construção civil o seu
norte, merecendo esclarecimento se há fundamento no requerimento para ilmenita efetuado nessa área.
Há dois tipos de depósitos para ilmenita: primários e secundários. Os depósitos primários estão associados geralmente a rochas básicas como gabro, diorito
e anortositos, podendo ser encontrada, ainda, em pegmatitos e carbonatitos. Os depósitos secundários estão centrados e ocorrem em forma de placers
(marinhos), sendo acumulações sedimentares formadas pela concentração de minerais detríticos de valor econômico, incluindo bens metálicos ou pedras
preciosas, originados a partir da decomposição e erosão de rochas fonte, localizados nas faixas de praias ou em cordões arenosos próximos das mesmas, cuja
maior contribuição à produção mundial provém dos placers, ocorrendo ilmenita e rutilo. No Brasil, os principais depósitos ocorrem em terraços marinhos
situados a falésias do Grupo Barreiras, no litoral sul da Bahia, Espírito Santo e norte do Estado do Rio de Janeiro.
Comparativamente, a feição geológica do relevo da região da bacia do Rio Guandu (Piranema), é a de planícies aluvionares fluviais. Apresenta alto
percentual de areias arcoseanas estratificadas, esporadicamente intercaladas por depósitos de argila orgânica, ou mesmo turfa. A ausência de conchas e
biodetritos de origem marinha indicam este depósito como de fácies fluvial e não deltaica. O quadro atual morfoestrutural é derivado das formas básicas da
estruturação geológica elaboradas até o final do Mesozóico. As formas de relevo foram elaboradas principalmente no Terciário, nesta fase é que as intrusões
alcalinas extravasaram. As margens continentais resultaram no desenvolvimento de superfícies de erosão no Cenozóico inferior e médio e o conseqüente
preenchimento das bacias marginais por sedimentos continentais.
As características geológicas diferem na origem para comportar depósitos de ilmenita, sejam para depósitos primários (litologia incompatível), sejam
para secundários (ambientes sedimentares desfavoráveis), os quais devam ser marinhos e associados a placers, com viabilidade econômica comprovados.
No aspecto mineral, a área de Piranema é vocacionada para a substância areia, não só pelas características naturais, como pela comprovação dos títulos
minerários concedidos pelo DNPM, em tese não se conhecendo outro título minerário que não para areia. Em princípio, há outros casos similares ocorrentes
no País em que não se coadunam os pedidos de pesquisa efetuados com a favorabilidade geológica da área alvo, cuja vocação geológica é definida em acordo
com a vocação e gênese mineral.
Concluindo-se, há de se mencionar que o polígono de Piranema comporta extração de areia, de natureza fluvial, no contexto geológico não se identificando
nos depósitos aluvionares ou nas rochas do entorno alguma compatibilidade para comportar presença de ilmenita em caráter de viabilidade econômica. Além
do mais, a região fornece cerca de 85% da areia consumida na Região Metropolitana do RJ, sendo estratégica para a sua economia.

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RELAÇÕES ENTRE ASPECTOS PETROGRÁFICOS, ÍNDICES FÍSICOS E RESISTÊNCIA AO ATAQUE QUÍMICO DAS
ROCHAS ORNAMENTAIS VERDE AMAZONAS, PRETO CAJUGRAM E BEGE IPANEMA (ES)

Cássio Santos de Carvalho2; Antonio Carlos Artur1; Tamar Milca Bortolozzo Galembeck1
1
IGCE/UNESP; 2Geologia Regional, IGCE/UNESP (emailducassio@gmail.com)

A crescente utilização de rochas ornamentais tem demandado conhecimentos técnicos sobre o desempenho destes materiais frente às solicitações a que são
submetidos ao longo do tempo. O conhecimento das propriedades petrográficas e químico-mineralógicas das rochas é de grande importância na prevenção
de patologias associadas à degradação destes materiais.
O ensaio de resistência ao ataque químico permite simular, em laboratório, o processo de envelhecimento do material quando em contato com compostos
químicos comumente presentes nos produtos de limpeza ou encontrados em substâncias orgânicas naturais.
O presente trabalho apresenta e correlaciona resultados dos índices físicos (norma NBR 12.766; ABNT 1992) e de resistência ao ataque químico (balizado
pela norma NBR 13818 - Anexo H; ABNT 1997) de três rochas ornamentais com diferentes propriedades petrográficas produzidas no estado do Espírito
Santo, representadas pelos tipos: Verde Amazonas, charnockito verde escuro megaporfirítico, pouco gnaissificado, com matriz inequigranular de grã média a
média/grossa, moderadamente microfissurado e com incipiente bastitização do ortopiroxênio; Preto Cajugram, jotunito isotrópico equigranular de granulação
média, com fraco a moderado grau de microfissuramento e discreta alteração mineral; Bege Ipanema, gnaisse bege claro protomilonítico inequigranular
médio-grosso, caracterizado por evidente estiramento mineral, com incipiente microfissuramento intragrãos e praticamente inalterado.
Os resultados dos índices físicos e de resistência aos compostos agressivos se mostram diretamente correlacionáveis à composição mineralógica e aos
aspectos texturais e estruturais das rochas analisadas. Neste contexto, os valores médios da massa específica seca são mais elevados para o Preto Cajugram
(2.946kg/m3) em função da maior quantidade de minerais máficos (31%), intermediários para o Verde Amazonas (2.740g/m3) com 12% de minerais máficos
e menores para o Bege Ipanema (2.629kg/m3), com 5% de biotita. Os valores de porosidade aparente e absorção d’água são maiores para o Bege Ipanema,
respectivamente de 0,68 e 0,26%, intermediários para o Verde Amazonas de 0,55 e 0,20% e menores para o Preto Cajugram de 0,47 e 0,16%, refletindo,
dentre outros aspectos, o grau de microfissuramento, anisotropia (gnáissica protomilonítica para o primeiro; pouco gnaissificada para o segundo; isotrópico
para o último) e heterogeneidade textural.
Os resultados da resistência ao ataque químico demonstraram que as rochas analisadas resistem melhor ao ataque das substâncias hipoclorito de sódio, cloreto
de amônia e ácido cítrico, com perda de brilho menor que 7% para todas as rochas, respectivamente de 0,0/0,0/6,3%, de 0,0/6,1/4,8% e de 6,6/2,2/6,1% para
o Verde Amazonas, Preto Cajugram e Bege Ipanema. Apresentam resistências baixas principalmente em relação ao hidróxido de potássio, respectivamente
com perdas de brilho de 15,8/7,5/9,3%, e perdas ainda mais acentuadas em relação ao ácido clorídrico, exceto no caso do Bege Ipanema, de 10,6/35,2/3,0%.
Estes dois compostos também conduzem a acentuado desbotamento dos tipos Preto Cajugram e Verde Ámazonas e alteração cromática do Bege Ipanema.
Tais efeitos relacionados a perda de brilho e clareamento se devem a riqueza em minerais máficos (sensíveis a alterações) e colorações escuras (que realçam
o desbotamento) para as rochas Preto Cajugram e Verde Amazonas. Já, no caso do Bege Ipanema a marcante alteração cromática provavelmente esteja
relacionada à resinagem da rocha, facilitada pela sua maior porosidade e absorção d’água.
Agradecimentos: CAPES/DS; PET-Geologia/UNESP/SESU/ME; CNPq (304272/2005-1).

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ALTERABILIDADE DA ROCHA ORNAMENTAL PRETO CAJUGRAM (ES)

Cássio Santos de Carvalho1; Tamar Milca Bortolozzo Galembeck2; Thais de Siqueira Canesin3; Antonio Carlos Artur2
1
Geologia Regional, IGCE/UNESP; 2IGCE/UNESP (tamarmbg@rc.unesp.br); 3Graduação em Geologia, IGCE/UNESP

O presente trabalho investiga o comportamento da rocha ornamental Preto Cajugram, do Espírito Santo, frente a solicitações da ação de soluções aciduladas
simulando atmosferas poluídas, bem como de produtos de limpeza e de uso doméstico regido pela norma (NBR 13818-Anexo H).
No primeiro caso os corpos-de-prova polidos, com dimensões de 30,0x4,5x3,0cm, foram imersos em soluções de HCl, H2SO4 e HNO3, na concentração de
0,25% (v/v) até 1/6 da espessura, os quais foram submetidos a 3 e 6 ciclos de 15 dias/cada. No final de cada ciclo foram determinadas as velocidades de
pulso-ultrasônico (Vp), observadas suas superfícies à lupa binocular e recolhido o material cristalizado que porventura tenha se formado naquele ciclo para
análise por difração de raios X. Após o 3º ciclo, metade dos corpos foi retirada do ensaio, mantendo os demais até o 6º ciclo. Finalizadas as ciclagens de
imersão, todos os corpos foram submetidos a 25 ciclos de congelamento e degelo. Os resultados obtidos após cada ciclo químico foram comparados entre
si, bem como com os corpos-de-prova ao natural e aos submetidos apenas ao congelamento/degelo. O segundo ensaio consistiu na aplicação dos compostos
cloreto de amônia, hipoclorito de sódio, ácido cítrico, hidróxido de potássio e ácido clorídrico, segundo procedimentos ditados na referida norma.
A rocha analisada é um jotunito equigranular isotrópico, de grã média, coloração preta e com bom engrenamento mineral. O microfissuramento é moderado,
com predominância do tipo intragrãos, na maioria das vezes fechado e com raro preenchimento por sericita/epidoto, denotando baixa intercomunicabilidade
entre microfissuras. A alteração é incipiente/ausente, restrita a transformação de piroxênios para biotitas e leve oxidação dos minerais máficos.
Os resultados mostraram que o efeito deletério é discreto após as ciclagens por imersão parcial nas soluções aciduladas e sob efeito de congelamento e
degelo. As Vps após os referidos ciclos não se confirma de forma inequívoca, provavelmente relacionada à discreta cristalização de sais nos corpos, caso do
H2SO4, a imperceptível/ausente, casos do HCl e HNO3. A propagação de ondas ora sofre redução em relação aos valores iniciais ora aumenta, principalmente
sob a ação do H2SO4. Os valores das Vps do 1º ao 6º ciclos oscilaram entre 4056 a 5102m/s, situando-se subparalelamente entre si e em relação aos
valores iniciais (4538 a 5156m/s), e os finais após congelamento/degelo (4067 a 4761m/s), às vezes, interceptando-os. No geral, a propagação das ondas
mostrou boa coerência com as características petrográficas da rocha tais como a sua sanidade, a falta de comunicabilidade entre as microfissuras e pelo
bom entrelaçamento mineral, dificultando o fluxo das soluções de ataque e conseqüente remoção de cátions/deposição na forma de eflorescências. As raras
eflorescências formadas são sulfatos hidratados de cálcio (gipso e bassanita) e de magnésio (hexahidrita), provavelmente derivados da apatita, plagioclásio
e piroxênios.
Os resultados do ensaio de resistência ao ataque químico revelaram que no geral a rocha apresentou bom desempenho frente à maioria dos reagentes, com
perda de brilho menor/igual que 7,5% para os compostos KOH, C6H8O7 e NH4Cl, e nenhuma perda sob NaClO, em função das baixas porosidade (0,47%) e
absorção d’água (0,16%) do material, de acordo com a baixa comunicabilidade entre microfissuras, dificultando a infiltração e percolação dos reagentes. A
maior redução de brilho foi sob a ação do HCl (35%), acompanhada de evidente descoloração sob a ação deste e do C6H8O7, realçada pela coloração original
escura da rocha.
Agradecimentos: CNPq (503771/2007-4); CAPES/DS e PET-Geologia/UNESP/SESU/MEC.

95

AS EXTRAÇÕES DE ARGILA NA REGIÃO DO MÉDIO VALE DO RIO PARAÍBA DO SUL – RJ

Pedro Hugo Müller Xaubet¹; Rodolfo Ernesto Barron Torrez²; Marcio Alexandre Serrão Soares1
¹Geógrafo/Meio Ambiente, DRM-RJ/Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro (pedrohugo@drm.rj.gov.br); ²Geólogo/Meio Ambiente, DRM-RJ/
Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro (toro@drm.rj.gov.br).

O presente estudo objetiva principalmente estudar as ocorrências de argila na Região do Médio Vale do Rio Paraíba do Sul e Centro Sul Fluminense,
precisamente os municípios de Resende, Porto Real, Volta Redonda, Barra do Piraí, Piraí, Vassouras, Paraíba do Sul, Três Rios e Sapucaia, visando conhecer
os locais de produção e formas de exploração de argila, esta que é matéria prima indispensável para a produção de artefatos cerâmicos na referida região,
tendo como base a análise das principais características geológicas, geomorfológicas, ambientais e seus aspectos legais. O objetivo específico será o de
proporcionar o devido auxílio técnico, para a viabilidade de adoção das medidas necessárias à adequação da atividade mineral à legislação e sua consequente
regularização junto aos orgãos licenciadores. A equipe técnica do DRM-RJ trabalhou de forma a subsidiar os procedimentos do licenciamento ambiental dos
empreendimentos de extração de argila em análise pela Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente – FEEMA (Atual INEA).
Cabe assinalar que naquela região, as argilas utilizadas na fabricação de artefatos cerâmicos provêm, em geral, de depósitos situados em áreas
de várzea, sendo os maiores, em área de ocorrência, aqueles situados na planície de inundação do Rio Paraíba do Sul e outros menores, nos alvéolos
que conformam o nível base do “mar de morros”, forma de relevo predominante na região. Outras ocorrências de argila, também aproveitadas nas
cerâmicas, se referem aquelas formadas “in situ”, ou seja, resultantes da decomposição de rochas gnáissicas no local em que ocorrem, denominadas
de argilas eluviais, ou ainda, aquelas pouco transportadas que ocorrem no sopé de encostas, denominadas de argilas coluviais. Estas argilas, em
geral mais arenosas, são usadas na mistura, em diversas proporções, com as argilas de várzea, constituindo a massa que formará as peças cerâmicas.
Desta forma, verifica-se que pelo posicionamento dos depósitos de argila na região em foco, seja nas várzeas, encostas ou topos de morro, a exploração dos
mesmos fica prejudicada, devido a legislação que criou as Áreas de Preservação Permanente - APPs (Lei Federal nº 4771 de 1965 e Resolução CONAMA nº
303 de 20/03/2002), visto que esta legislação contém dispositivos que dificultam qualquer atividade em áreas de APP e que somente permitem a mineração
nessas áreas quando inexistir outra alternativa, técnica e locacional, ao empreendimento proposto (Art. 4º da Medida Provisória 2.166-67 de 24/08/2001).
Isto posto, cabe ressaltar que, de acordo com o que ficou comprovado pelos trabalhos de campo, as áreas de exploração possuem absoluta rigidez locacional, isto é,
ali se encontram por ditames da natureza, condicionados pelo arcabouço geológico, tanto em escala regional quanto local, que ali prevalece, não havendo possibilidade
de ocorrência , com viabilidade econômica, em outros locais da região. Esta assertiva vem ao encontro do disposto na Resolução CONAMA nº 369 de 29/03/2006
que dispõe sobre os casos excepcionais em que o órgão ambiental competente pode autorizar a intervenção ou supressão de vegetação em APPs e que no seu artigo
2º estabelece exatamente tais condicionantes para o possível licenciamento da atividade mineral do Pólo Cerâmico da Região, que hoje constitui um APL Mineral.

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caracterização de defeitos gerados pela presença de matéria orgânica em matéria-prima


cerâmica da formação corumbataí (Limeira, SP) ATRAVÉS DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE
VARREDURA.

Carolina Del Roveri1; Emília García Romero2; Rogers Raphael da Rocha1; Maria Margarita Torres Moreno3; Antenor Zanardo3.

1
Pós-graduação em Geologia Regional, IGCE/UNESP – Rio Claro; 2 Departamento de Cristalografía y Mineralogía, Facultad de Ciencias Geológicas,
UCM – Madrid; 3 Departamento de Petrologia e Metalogenia, IGCE/UNESP – Rio Claro (cdroveri@rc.unesp.br).

Os estratos basais da Formação Corumbataí, que apresentam tonalidades cinza, possuem teor mais alto de matéria orgânica, em relação ao outros níveis
que exibem cores vermelhas arroxeadas, chocolate ou creme. A matéria orgânica nos depósitos de argila advém de resíduos orgânicos resistentes de plantas,
animais e microorganismos, que podem chegar até pequenas unidades, altamente condensadas e que se encontram disseminadas em concentrações variadas
nos perfis das minas, ocasionando dificuldades para controlar a concentração da mesma durante seu uso na fabricação de produtos cerâmicos ou delimitar
a ocorrência de valores excedentes aos toleráveis pelos processos utilizados, principalmente relativos aos obtidos por prensagem, em função da geração
de defeitos, tanto na microestrutura, como superficiais. As condições do processo de queima utilizado comumente na fabricação de pisos e revestimentos
cerâmicos, realizado em ciclos rápidos inferiores a 30 minutos, onde a permanência das peças na temperatura máxima é de três a cinco minutos limitam
a quantidade de gases resultantes da queima da matéria orgânica que pode ser eliminada para o ambiente, levando a reações de redução, em especial do
Fe3+ para Fe2+. Este aspecto é acentuando no caso de fragmentos de material mais rico em illita, com microporos fechados, pelo fato da fusão ser iniciada a
temperaturas da ordem de 1050ºC, impossibilitando a eliminação completa do CO2 + CO, gerados com a queima da matéria orgânica e passagem de hematita
para magnetita e/ou wustita (especialmente na porção central dos fragmentos), gerando material escoriáceo com poros de tamanhos variados, de cor cinza
claro a preto, provocando o inchamento e deformação das peças, assim como alteração das características técnicas e estéticas dos esmaltes e variações
de tonalidade, no suporte e esmalte. Este trabalho visou identificar, utilizando Microscopia Eletrônica de Varredura de Alta Resolução, as características
das camadas que possuem matéria orgânica suficiente para ser classificada como contaminação, e mostrar o impacto da formulação com este material na
ocorrência dos defeitos mencionados. Foram escolhidas matérias-primas onde já havia sido observada a presença de matéria orgânica. As amostras são
provenientes de minas fornecedoras de matéria-prima para as indústrias cerâmicas da região, que foram visitadas em trabalhos de campo para a realização de
descrições “in situ”, coleta de amostras e observação e aspectos regionais, que colaborassem com a interpretação dos ensaios realizados. Observou-se que a
porosidade é maior (e mais irregular) no centro das peças, em função da maior concentração de gases oriundos da matéria orgânica, que não sofreram escape.
Este comportamento é diretamente relacionado com os tempos estabelecidos pela curva de queima do material, e à velocidade de reação. Assim, a presença
de matéria orgânica leva a formação de defeitos, como protuberâncias, chamadas de “verrugas” e coração negro. Algumas conseqüências que podem vir
do aparecimento do coração são: inchamento das peças, deformação piroplástica, deterioração descaracterização técnica e estética de esmaltes aplicados e
diminuição de resistência mecânica do produto final.
Agradecimentos: FAPESP (proc. nº 97/13824-7 e 2005/03683-5) e CNPq (proc. nº 470573/2006-6 e 301216/2008-8).

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CARACTERIZAÇÃO MINERALÓGICA DE MATÉRIAS-PRIMAS DA FORMAÇÃO CORUMBATAÍ (REGIÃO DE RIO


CLARO – SP) ATRAVÉS DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA e microssonda– RESULTADOS
PRELIMINARES.

Carolina Del Roveri1; Emília García Romero2; Rogers Raphael da Rocha1; Antenor Zanardo3; Maria Margarita Torres Moreno3.
1
Pós-graduação em Geologia Regional, IGCE/UNESP – Rio Claro; 2 Departamento de Cristalografía y Mineralogía, Facultad de Ciencias Geológicas,
UCM – Madrid; 3 Departamento de Petrologia e Metalogenia, IGCE/UNESP – Rio Claro.

A aplicação de técnicas de microscopia eletrônica na caracterização de amostras de rocha permite o estudo de aspectos físico-químicos que não podem
ser vistos ao microscópio óptico. A diversidade de dados gerada mediante as análises faz da microscopia eletrônica uma ferramenta, nos dias de hoje,
fundamental para o estudo de materiais, por ser um complemento imprescindível a outras técnicas, como por exemplo, a Difração de Raios X e Microscopia
Óptica, possibilitando a interpretação de resultados mineralógicos, composicionais e texturais, como: morfologia de grãos, processos de alteração, relação
entre grãos, equilíbrio mineralógico, composição química, entre outros. O objetivo deste trabalho foi estudar algumas rochas provenientes da Formação
Corumbataí (região de Rio Claro, SP), através de Microscopia Eletrônica de Varredura de Alta Definição (Varredura por Emissão de Campo) e Análise
Mineralógica Pontual por Microssonda Eletrônica, buscando a obtenção da composição química das fases presentes, bem como caracterização das feições
morfológicas que possam auxiliar as interpretações a respeito da sedimentação e diagênese destes materiais, assim como determinar a influências destes
fatores nas propriedades cerâmicas de cada litologia. Pôde ser observado que cada rocha apresenta características específicas, relacionadas diretamente
com a natureza química e textural de cada pacote estratigráfico da Formação Corumbataí: amostras oriundas da base da unidade apresentam maior teor de
illita, que chega a apresentar 30 µm de comprimento, enquanto que as provenientes do topo, maior teor de carbonatos, tanto na forma de bancos calcários,
como disseminados pela matriz. Foram coletados dados que corroboram com a interpretação de ocorrência de feldspatos alcalinos autígenos, tanto sódicos
como potássicos, uma vez que os cristais, em especial de albita são extremamente bem formados, tanto abaixo como acima de 10 µm. Estes, por processo
hidrotermal de baixa temperatura, podem apresentar grau acentuado de alteração, passando à illita e outros argilominerais, como paligorskita fibrosa. A
paligorskita fibrosa é observada nas bordas alteradas dos cristais de albita e microclínio e também nos agregados de illita, o que pode indicar uma ocorrência
posterior deste em relação aos demais argilominerais. Os feldspatos sódicos apresentam até 6% de CaO em sua estrutura, indicando que pode existir a
presença de micro inclusões de carbonatos ou outros minerais de cálcio. Detectou-se a presença de argilominerais interestratificados, clorita/esmectita e
esmectita/illita (com textura honeycomb, favo de mel, distribuída por quase todas as rochas), além de reforçar a hipótese da presença de illita trioctaédrica
interestratificada com illita dioctaédrica, em virtude das composições químicas obtidas pontualmente e feições morfológicas observadas ao microscópio
eletrônico (diferenças de granulação, morfologia e contatos). Verifica-se ainda que minerais como analcima e hematita ocorrem recobrindo os demais cristais
(tanto neoformados como detríticos), na forma de agregados pulverulentos esféricos inferiores a 10 µm. Os dados apresentam informações essenciais para a
caracterização mineralógica destas rochas, assim como relações de geração e alteração dos minerais e influência hidrotermal, sendo muito úteis para auxiliar
a interpretação global sobre a Formação Corumbataí, associada a técnicas de Microscopia Óptica, Difração e Fluorescência de Raios X.
Agradecimentos: FAPESP (proc. nº 97/13824-7 e 2005/03683-5) e CNPq (proc. nº 470573/2006-6 e 301216/2008-8).

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Ensaios Tecnológicos de Rochas Ornamentais


E Petrografia Microscópica

Joedy Patrícia C. Queiroz1; Milena Basilio da Silva2; Willian Buzon Altoé2; Adriano Caranassios1
1
Centro de Tecnologia Mineral - CETEM. Rio de Janeiro (jqueiroz@cetem.gov.br)
2
Centro Avançado de Cachoeiro de Itapemirim – CACI-CETEM/ES. Cachoeiro do Itapemirim-ES.

As rochas ornamentais apresentam um valor comercial significativo e seu emprego tem aumentado nos últimos anos no Brasil. A caracterização tecnológica
das rochas ornamentais estabelece o uso mais adequado desse material, refletindo as características petrográficas (composição, mineralogia, texturas e
estruturas). O presente trabalho correlacionou alguns parâmetros petrográficos, de modo qualitativo, com os ensaios tecnológicos de massa específica
aparente seca e saturada, porosidade aparente, absorção d’água e desgaste abrasivo Amsler. Para este estudo utilizaram-se nove tipos de rochas graníticas,
que são comercializadas por empresas do Estado do Espírito Santo. Estas rochas foram classificadas petrográficamente como monzogranitos, álcali
granitos, gabros e sienogranitos. Todos os ensaios seguiram as metodologias descritas nas normas técnicas correspondentes de cada ensaio (ABNT-
NBR12042;12766;12768, ASTM-C241/90). Os testes foram realizados nos Laboratórios do Centro de tecnologia Mineral-CETEM/RJ e Campus Avançado
de Cachoeiro de Itapemirim (CACI) CETEM/ES.
Os valores encontrados nos ensaios foram comparados com os estabelecidos pela ASTM (C97/02) e Frazão & Farjallat (1995). No ensaio de massa
específica todas as rochas ficaram dentro dos parâmetros. Para o ensaio de porosidade e absorção de água três tipos de rochas ficaram fora do estabelecido,
o que sugerem uma correlação direta com o grau de alteração descrito petrograficamente nos cristais de microclínio, plagioclásio e biotita, pois uma rocha
mais porosa e com a presença de microfissuras, absorverá mais água e seus minerais estarão mais susceptíveis as ações de agente intempéricos. No ensaio
de desgaste Amsler todas as rochas estudadas ficaram fora dos parâmetros estabelecidos, nota-se uma correlação direta com o teor de quartzo presente nestas
rochas. Esta correlação é citada na literatura, e está relacionada ao grau de recristalização do quartzo e com a presença de intercrescimento nos cristais de
k-feldspato, reduzindo assim a sua dureza.
A tentativa de correlacionar resultados de ensaios tecnológicos e as características petrográficas das rochas estudadas foi satisfatória, permitindo presumir
os resultados de alguns ensaios tecnológicos, que influenciam no comportamento do material durante o seu uso, bem como, na sua evolução do mesmo no
decorrer do tempo.

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VERDETE DO CEDRO DE ABAETÉ (MG) COMO FONTE ALTERNATIVA DE POTÁSSIO

Luiz Carlos Bertolino1; Patricia d’Almeida de Toledo Piza2; Adriana de Aquino Soeiro da Silva1; João Alves Sampaio1
1
Centro de Tecnologia Mineral/MCT – Rio de Janeiro (lcbertolino@cetem.gov.br);
2
Faculdade de Geologia, UERJ – Rio de Janeiro (pati.toledopiza@gmail.com)

O clima tropical predominante no Brasil propicia ambientes oxidantes e solos de pH ácido, os quais têm pouca disponibilidade de nutrientes como P, Ca,
Mg, K e Mo, e concentração de íons como Zn, Cu, Fe, Mn e Al. O potássio é um nutriente importante na agricultura, tem como principal função promover
a reciclagem dos nutrientes necessários ao crescimento das plantas. Devido ao grande desenvolvimento no setor do agronegócio, o Brasil demanda de novas
fontes de potássio e fósforo.
Uma alternativa atraente ao uso de fertilizantes industriais é a rochagem. Por ter uma solubilidade mais lenta que os fertilizantes comerciais, o pó de rocha se
constitui em fonte de nutrientes para plantas cultivadas durante longos períodos, promove o aumento da capacidade de troca catiônica do solo. Esse modelo
constitui uma alternativa viável em termos econômicos e ecológicos, devido ao baixo custo de processo de beneficiamento, que envolve apenas moagem
das rochas usadas na composição do produto, e devido à liberação gradual de nutrientes que diminui as perdas por lixiviação e favorece uma ação de longo
prazo do insumo aplicado.
Com o objetivo de avaliar a aplicação de fontes alternativa de potássio a partir da produção de termofosfato potássico estão sendo estudadas amostras de
verdete da região de Cedro do Abaeté, Minas Gerais. A rocha pertence à Formação Serra da Saudade, Grupo Bambuí. A formação é constituída por ritmitos
silto-arenosos, localmente fosfáticos, siltitos, arenitos grauvaquianos e subarcosianos e, mais raramente, pelitos verdes, o verdete. Estudos indicam que o
verdete de Cedro de Abaeté apresenta cerca de 11,4% de K2O. Na localidade há a presença de pequenas lavras, que já produzem o verdete para uso agrícola.
Para o desenvolvimento do estudo foram coletadas 07 amostras de verdete. As amostras foram descritas através do microscópio petrográfico, difração de
raios X (DRX) e análises químicas (FRX). A rocha é de coloração verde clara, de matriz argilosa, e com presença de capa de alteração de cores amarelo
a marrom, sendo oriunda de alteração de óxido de ferro, a qual preenche fraturas perpendiculares ao acamamento da rocha. A anisotropia da rocha é de
caráter sedimentar, marcado por ciclos de deposição predominantemente da glauconita, intercalados com ciclos de deposição de glauconita com material
quartzoso. A estruturação da rocha é dada pela constante e rítmica presença de camadas de coloração esbranquiçada, de até 1 mm de espessura, em meio
à rocha, marcando o bandamento do verdete. A granulometria é fina e a mineralogia é composta por 37% de glauconita; 24% de quartzo, recristalizado,
em tamanho que varia entre 0,5 e 7 mm, usualmente subarredondado; 14% de matriz argilosa marrom clara; 11% de caulinita; 7% de micas, muscovita e,
subordinadamente, clorita e biotita, esta última devido à absorção de óxido de ferro pela mica branca; e 7% de óxidos de ferro, entre minerais opacos, sendo
magnetita ou martita. Ainda pode apresentar microclina e zircão.

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ADEQUAÇÃO DA ATIVIDADE DE BENEFICIAMENTO DAS PEDRAS PADUANA E MADEIRA À


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Ricardo L.S. Rocha¹


¹Geólogo, Coord. Registro e Fiscalização,DRM-RJ/Serviço Geológico do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro(rlsodre@drm.rj.gov.br)

O município de Santo Antônio de Pádua tem na extração e beneficiamento de rochas para revestimento, a sua principal atividade econômica da região. A
atividade de extração de rochas do tipo “milonito gnaisse” denominada “pedra miracema” ou “pedra paduana” de cor cinza e textura rugosa, comercializado
através de placas brutas e sem polimento para revestimentos, teve seu início na década de 60. Em meados da década de 70, houve a iniciativa de serrar
as primeiras lajotas provenientes das pedreiras da Serra do Bonfim.Este material por apresentar aspecto rústico, condições antiderrapante e facilidade
em desplacar ao longo dos planos de fraqueza da rocha, passaram a ser intensamente comercializados devido a grande aceitação nas obras da construção
civil, no anos 90 iniciou-se a exploração, na Serra do Catete, de outra rocha similar “pedra madeira”, mas de coloração branca, esverdeada e amarelada
comercializadas na forma de almofadada e de lajinhas.
A matéria prima chega às serrarias no formato de lajes (50x50x8cm) que são serradas e abertas em lajotas (47x47x4 cm) e mais uma vez serradas em
bloquinhos de (23x11,5x4 cm) ate finalmente convertidas, manualmente, em lajinhas de (23x11,5x1,5cm ou 11,5x11,5x1,5cm). Esta atividade é geradora de
resíduos sólidos na quantidade de 10.000 toneladas/mês de aparas e lascas e de 1.500 toneladas/mês de pó ou lama retidas nas UTEs.
No início do ano 2000, a atividade de beneficiamento no município consistia de cerca de 150 empresas sem controle ambiental. Em 2004, com a assinatura
do Termo de Ajuste de Conduta (TAC), e os levantamentos sucessivos realizados pelo DRM-RJ e o CETEM, organizou um estudo técnico individualizado
com as 82 (oitenta e duas) beneficiadoras restantes, onde detectou que cinqüenta e cinco empresas (68%) estariam situadas em Faixa Marginal de Proteção
– FMP, consideradas Áreas de Preservação Permanente – APP, de acordo com a Lei 4.771/65 (Código Florestal).
Posteriormente, os órgãos estaduais (DRM-RJ e FEEMA) realizaram trabalhos específicos onde todas as empresas citadas foram separadas em três situações
distintas: Realocadas: 40;
Remanejadas: 20 e fora da FMP: 22 empresas. Com isto várias empresas se adequaram e estão próximas de obterem as suas Licenças Ambientais (LO).
Quanto as outras, estas, deverão seguir as medidas estabelecidas nos TAC’s individualizados, respeitando-se normas vigentes e sob rígida fiscalização dos
órgãos controladores.
Cabe salientar que se encontra em pleno desenvolvimento uma série de iniciativas por parte do Governo do Estado, Prefeitura Municipal e os parceiros da
RETECMIN (INT/CETEM), através do plano de reaproveitamento dos resíduos grossos gerados pelas empresas na transformação em pisos reconstituídos,
brita, asfalto ou em seixos ornamentais. Quanto a reutilização dos resíduos finos (pó) optou-se pela Fábrica de Argamassa pelo Grupo Mil, inaugurada, em
junho/2008.
Na condição de Serviço Geológico Estadual e gestor dos recursos minerais no Estado do Rio de Janeiro, o DRM-RJ entende que a continuidade das
atividades de beneficiamento das “Pedras Paduana e Madeira ” no município de Pádua revigora economia da cidade e da região, tornado-se indispensável,
para manter o equilíbrio econômico e social da região, visando o desenvolvimento sustentável da atividade produtiva, em benefício da sociedade.

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Os impactos de RECENTES proposições legislativas na arrecadação de Royalties E


PARTICIPAÇÃO ESPECIAL no Estado do Rio de Janeiro

Francisco Dourado1,3; Marcio Serrão1,3; Ana Paula Ferreira1,3; José Otávio da Silva2,3; Hernani Chaves2,3
1
DRM-RJ – Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro (fdourado@drm.rj.gov.br); 2Faculdade de Geologia da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro; 3 CIPEG - Centro de Informações sobre Petróleo e Gás Natural do Estado do Rio de Janeiro.

As recentes descobertas (Tupi, Júpiter, Parati, Iara, Caramba, Ogum, Bem-te-vi, Carioca e Guará) e a alta nos preços internacionais do petróleo (média
máxima mensal de US$ 133,88 em Júlio de 2008 por barril de óleo do tipo BRENT) abriram uma grande discussão sobre a arrecadação dos Royalties e da
Participação Especial (PE) provenientes da produção de petróleo e gás natural. Esta compensação saltou dos 190 milhões de Reais em 1997 (não houve
pagamento de PE nos três primeiros anos) para 22,65 bilhões de Reais em 2008, quase 120 vezes o valor pago no primeiro ano da série histórica. Neste último
ano, o Estado do Rio de Janeiro e seus municípios receberam em compensações 10,30 bilhões de Reais (divididos entre 4,84 bilhões de Reais em Royalties e
5,56 bilhões de Reais em PE). Aliados à denúncias de mau uso destes recursos por prefeituras, estes valores despertaram uma série de proposições do Senado
e da Câmara Federal de leis visando a alteração da forma de distribuição destas compensações. No auge das discussões, duas propostas se destacaram: a
Proposta de Lei do Senado (PLS) 116/08 do Senador Cristovam Buarque que propõe a alteração das alíquotas de Royalties pagas a estados e municípios
de 61,25% para 52,5%, a diminuição de 2,5% dos 17,5% pagos ao Fundo da Marinha e o corte do repasse de 8,75% do Fundo Especial de Participação dos
Municípios, para dobrar a alíquota paga ao Ministério da Ciência e Tecnologia e a criação do Fundo Nacional do Petróleo para Formação de Poupança e
Desenvolvimento da Educação Básica com 7,5% dos Royalties e 50% da PE, que seriam cortados dos estados e municípios. A implantação da proposta é
gradual: Não há alteração até o quarto ano após a implantação. A partir daí, implanta-se gradualmente fazendo uma mescla entre a atual partilha e a nova
proposta, com variação de 10% a cada ano. A PLS 279/08 da Senadora Ideli Savatti propõe a alteração do critério para delimitação das linhas divisórias entre
estados e municípios (das atuais para linhas concêntricas a partir de um ponto representado pela intersecção das linhas limítrofes entre a Guiana Francesa/
Brasil e Uruguai/Brasil) e a alteração das alíquotas de até 5% dos Royalties pagas a estados e municípios de 52,5% para 25%, o corte das compensações do
fundo da Marinha e do Ministério da Ciência e Tecnologia e para aumentar de 7,5% para 25% a cota-parte do Fundo Especial de Participação dos Municípios
e a criação de 3 novos beneficiados (Ministério da Defesa, Ministério da Educação e Previdência Social). Usando como exemplo o ano-base de 2007, o
prejuízo para o Estado do Rio de Janeiro com a PLS 116/08 seria de 3,969 Bilhões de Reais (58,4% da arrecadação) e com a implantação da PLS 279/08 a
queda da arrecadação seria de R$ 550 milhões de reais.

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A crise econômica mundial, a recente alta nos preços do petróleo e os impactos na


arrecadação de Royalties E PARTICIPAÇÃO ESPECIAL no Estado do Rio de Janeiro

Francisco Dourado1,3; Marcio Serrão1,3; Ana Paula Ferreira1,3; José Otávio da Silva2,3; Hernani Chaves2,3
1
DRM-RJ – Serviço geológico do Estado do Rio de Janeiro (fdourado@drm.rj.gov.br); 2Faculdade de Geologia da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro; 3 CIPEG - Centro de Informações sobre Petróleo e Gás Natural do Estado do Rio de Janeiro.

A enxurrada de crédito, nos Estados Unidos, sem o controle do risco financeiro e que gerou a compra, pelo governo americano, de bilhões de dólares em
ativos “podres” somada ao crescente gasto nas guerras no Afeganistão e no Iraque se refletiu em crise econômica mundial “virtual”. A economia de diversos
países sofreu forte desaceleração com a incerteza gerada pela volatilidade de seus mercados de capital e a fuga destes recursos atrás de economias mais
seguras. O preço, de algumas commodities, sofreu quedas acentuadas devido a queda dos investimentos. Porém, os mesmos conflitos que aumentaram os
gastos governamentais americanos, causaram a alta dos preços internacionais do petróleo. Em 2008, a média anual do preço do barril de óleo do tipo BRENT
(US$ 99,57) foi 37,68% maior em relação ao ano anterior (US$ 72,32). Em Junho deste ano, alcançou a média máxima mensal de US$ 133,88 por barril
de óleo do tipo BRENT (com um pico US$ 145,31 no dia 3 de Julho). O esfriamento da economia mundial e o processo de retirada das tropas americanas
do Iraque fizeram que os preços internacionais do petróleo caíssem mais de 60% no três primeiros meses de 2009 em relação à média em 2008. O aumento
do preço nos últimos meses diminuiu essa queda para 52%. Esta crise surtiu efeito no câmbio internacional do dólar e não foi diferente em relação ao Real
brasileiro. No mesmo mês de Julio onde foi registrado o pico histórico do preço do barril tipo BRENT, a cotação do Dólar em relação do Real atingiu o
preço mínimo dos últimos anos com o valor de 1,59 de média mensal. A produção média mensal de petróleo no país sofreu um pequeno aumento de 3,9%,
passando de 55 milhões de barris para 57,2 milhões de barris. Esses parâmetros, preço de comercialização, taxa de câmbio e volume produzido, são as
variáveis necessárias para o cálculo da alíquota paga à União, Estado e Municípios, em forma de compensações financeiras, pela produção de petróleo e gás
natural no Brasil, chamadas Royalties e Participação Especial. Em 2008, o estado do Rio de Janeiro e seus municípios receberam 10,30 bilhões de Reais entre
Royalties e Participação Especial (Estado do Rio de Janeiro: Royalties 2,26 bi. e PE 4,45 bi.; Municípios: Royalties 2,48 bi. e PE 1,11 bi.), um aumento de
51,5% em relação o que foi arrecadado em 2007 (Estado do Rio de Janeiro: Royalties 1,56 bi. e PE 2,80 bi.; Municípios: Royalties 1,74 bi. e PE 0,70 bi.).

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Caracterização DE ARGILA DO VALE DO MULEMBÁ UTILIZADA NA CONFECÇÃO DE PANELAS DE BARRO


DO ESPÍRITO SANTO

Mariane Costalonga de Aguiar1; Mônica Castoldi Borlini2; Carlos Maurício Fontes Vieira3
1
Centro Avançado de Cachoeiro de Itapemirim, Centro de Tecnologia Mineral, CETEM – Cachoeiro de Itapemirim (maguiar@cetem.gov.br), 2 Centro
Avançado de Cachoeiro de Itapemirim, Centro de Tecnologia Mineral, CETEM – Cachoeiro de Itapemirim, 3 Laboratório de Materiais Avançados,
Universidade Estadual do Norte Fluminense, UENF – Campos dos Goytacazes - RJ

As tradicionais panelas de barro do Espírito Santo são conhecidas em vários estados do Brasil. O Oficio das Paneleiras de Goiabeiras, bem cultural, obteve o
Registro como Patrimônio Imaterial no livro dos saberes em vinte de dezembro de 2002. As panelas de barro são confeccionadas ao norte da ilha de Vitória-
ES, em Goiabeiras. Na década de 90, foi criada a Associação das Paneleiras de Goiabeiras. A confecção das panelas de barro é um ofício de cunho familiar,
além de ser o meio de sobrevivência de mais de 120 famílias na região.
A técnica cerâmica utilizada na confecção das panelas é de origem indígena, na qual é utilizada a modelagem manual, queima a céu aberto e aplicação de
tintura de tanino, que é o responsável pela coloração escura das panelas e ainda contribui para a impermeabilização das mesmas. É de grande importância
preservar esse bem cultural, além de manter a tradição, gera renda, melhoria familiar, sendo considerado um dos principais atributos da cultura capixaba, por
ser muito utilizado na preparação de pratos típicos capixaba.
Os tipos de argila utilizados pelas artesãs são argilas plásticas, de coloração amarela e cinza. A jazida de onde são extraídas essas argilas localiza-se no Vale
do Mulembá, no bairro Joana D’arc, em Vitória. Argila possui elevado teor de partículas com diâmetro inferior a 2 μm, é um material terroso, que geralmente
adquire plasticidade, quando umedecido.
O objetivo deste trabalho foi à caracterização de argila proveniente do Vale do Mulembá, visando contribuir para a permanência da confecção das tradicionais
panelas de barro do estado do Espírito Santo.
Foi feita a caracterização química, mineralógica e física da argila por meio de ensaios de análise química, difração de raios-X, análise térmica (ATD) e
distribuição de tamanho de partícula. A argila foi seca a 70°C, desagregada em almofariz de porcelana, peneirada e quarteada, para sua caracterização.
Os resultados mostraram que a argila é caulinítica, de alta plasticidade e quantidade relativamente elevada de Al2O3. A caulinita, responsável pelo
desenvolvimento da plasticidade da argila em mistura com água, apresenta comportamento refratário durante a queima das panelas.
A argila apresentou teores de 53,9% de SiO2, 19,3% de Al2O3, 11,9% de Fe2O3, 2,9% de TiO2, 0,45% de CaO, 0,56% de MgO, 0,60% de P2O5, 2,7% de K2O,
0,90% de Na2O e 6,8% de perda ao fogo. A argila apresentou as seguintes fases cristalinas: quartzo, microclina, muscovita e caulinita. Também foi observado
44% de fração argila.
Esse trabalho de caracterização da argila está inserido no projeto da “Argila do Vale do Mulembá” que abrange estudos visando a continuidade do Ofício
das Paneleiras de Goiabeiras.
Agradecimentos: CETEM, IPHAN, CESAN, UENF e CNPq/PIBIC.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

AVALIAÇÃO DO EMPREGO DE LEUCOFILITO COMO CARGA EM PAPEL KRAFT

Alcidio Pinheiro Ribeiro & Samuel Marcio Toffoli


Departamento de Engª Metalurgica e de Materiais da EPUSP-São Paulo.

Leucofilitos são rochas parametamorficas com ocorrencias significativas no sudoeste do Estado de São Paulo no contexto do embasamento cristalino. São
explorada ha décadas na região principalmente como fonte de matérias primas para industrias cerâmicas de pisos, especialmente as que produzem por via
úmida ou cerâmica branca, incluindo porcelanatos. Entretanto nesses mercados o minério é comercializado com pouco ou nenhum beneficiamento.
Objetivando agregar maior valor ao minério, amostras de uma jazida regional foram tratadas em laboratório, simulando-se um beneficiamento por
classificação granulométrica, separando se as frações mais finas, abaixo da malha de 325 meshs para incorporação em pastas de celulose de fibra longa para
produção de papel de embalagem ou papel Kraft. O minério assim produzido foi ainda analisado química e fisicamente, sendo observados sua composicao
e estruturas de formação.
Foram feitas incorporações nas pastas de proporções variadas do minério beneficiado e, no laboratório do Departamento de Papel e Celulose, foram
produzidas folhas de papel, sendo as mesmas avaliadas segundo propriedades físicas mensuradas para avaliação da qualidade final dos produtos.
As folhas produzidas foram ensaiadas para determinação dos seguintes parâmetros: teor de cinzas, gramatura, espessura, porosidade, índices de rasgo,
tração, alongamento, estouro, cobb, densidade aparente e esmagamento (RCT e CMT).
Os resultados obtidos foram satisfatórios mostrando que os leucofilitos podem ser incorporados, em determinadas proporções, como cargas em papeis ou
“filler” em substituição a outros minérios tradicionais como caulim e talco, muitas vezes situados a maiores distancias dos mercados.
Essas comprovações apresentam novas vias de pesquisa e aproveitamento para as jazidas da região, visando melhores resultados econômicos e novas
alternativas de matérias primas para as industrias.

100

GEOQUÍMICA DE ELEMENTOS TRAÇOS DE XISTOS PRODUTORES DE ESMERALDAS DE MG, BA E RN.

Paulo Henrique da Silva Lopes


Jóia Geo-Gemologia Ltda (paulo.joia@ibest.com.br)

Uma das dificuldades existentes na prospecção de esmeraldas é a determinação do tipo correto de xisto. Muitas vezes nos deparamos com xistos que muito se
assemelham fisicamente aos flogopita-xistos mineralizáveis em esmeraldas, mas não estão no contexto geológico ideal e, sendo assim, são estéreis. Também
se têm os casos de flogopita-xistos autênticos que não são mineralizados mesmo dentro de uma mesma jazida. A pergunta freqüente de leigos é se o xisto
que conheceram em um determinado lugar pode ser portador de esmeraldas.
As jazidas de esmeraldas de Minas Gerais, da Bahia e do Rio Grande do Norte, apesar de pertencerem a unidades estratigráficas diferentes, são do mesmo
tipo genético, o tipo xisto, onde uma rocha ultramáfica rica em cromo é permeada por magmas graníticos ricos em berílio, gerando o ambiente propício para
a formação de esmeraldas: os flogopita-xistos com veios quartzo-feldspáticos.
Para entender a diferença entre os flogopita-xistos destes três estados foram feitas análises químicas pelo método ICP para a detecção de teores de elementos
traços de amostras de frentes de lavra produtivas das minas da Rocha, em Itabira, e da Piteiras, em Nova Era, MG, da Fazenda dos Pombos, em Anagé, BA,
e de Caiçara do Rio dos Ventos, no RN. Para a comparação foram utilizadas quatro amostras de cada mina e os resultados das análises foram organizados em
uma planilha e lançados no programa de geoquímica igpet para construção de gráficos triangulares e cartesianos com os elementos.
Os flogopita-xistos de Itabira são as com maiores teores de Ba (264 a 423ppm), Cr (1618 a 2378ppm), Y (9,8 a 39ppm) e La (20 a 39ppm). Os de Nova
Era têm os menores teores de Ba (43 a 148ppm), de Al (2,7 a 3,3ppm) e de Ni (166 a 208ppm). As amostras de Anagé têm os melhores teores de Be (15 a
26ppm), de Al (6,7 a 8,2ppm), de Ni (647 a 713ppm) e Mg (9 a 12,7%) e os menores de V (50 a 65ppm). As amostras de Caiçara do Rio do Vento são as
com melhores teores de Sr (10 a 20ppm) e de Fe (3,8 a 7%) e, juntamente com as de Itabira, são as com os menores teores de flúor, entre 4010 e 5580ppm,
sendo que nas de Anagé e de Nova Era os teores deste elemento varia entre 6200 e 19500ppm. O cobre foi detectado apenas nas amostras de Itabira e Nova
Era, com teores entre 4,5 e 15ppm.
Além da química, os flogopita-xistos destes estados localidades se diferenciam pelo tato e pela forma visual. Os de Minas Gerais são semelhantes entre si,
pertencendo a uma única grande jazida, que engloba as minas Rocha, Belmont, Piteiras e o Garimpo de Capoeirana, e o xisto é composto por flogopita e
anfibólios (hornblenda e pargasita), ora com veios de quartzo e pegmatóides, encaixado em paragnaisses. Os de Anagé, BA, são formados no metamorfismo
de contato entre pegmatitos e talco-anfibólio-xistos, sendo basicamente flogopitítico com venulações de quartzo. O flogopita-xisto mineralizado de Caiçara
do Rio do Vento, RN, está no contato entre paragnaisses fortemente deformados e anfibólio-talco-xistos, sendo também muito talcosos.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

A QUESTÃO DO ORDENAMENTO TERRITORIAL E SUA RELAÇÃO COM AS RESERVAS MINERAIS EM SÃO PAULO.

Sonia Aparecida Abissi Nogueira


Instituto Geológico/SMA – São Paulo snogueira@igeologico.sp.gov.br

No contexto do desenvolvimento urbano e industrial, o processo de concentração demográfica acentuou o consumo por substancias minerais, amplamente
usadas na produção de equipamentos e obras de infra-estrutura, bases do estilo de vida da sociedade moderna. Neste cenário, a mineração constitui-se
numa atividade industrial importante e necessária, embora inerentemente modificadora do meio ambiente e, com freqüência, associada às questões sociais
envolvendo conflitos pelo uso do solo e geração de áreas degradadas.
O Estado de São Paulo se destaca entre os quatro maiores produtores nacionais de recursos minerais não-metálicos, com um perfil constituído por pequenas
e médias empresas, presentes na grande maioria dos seus 645 municípios. A extração de areia, argila, pedra britada, rocha carbonática, caulim, rocha
fosfática e água mineral respondem por mais de 90% de sua produção total. A distribuição geográfica das áreas de mineração no território paulista combina
condicionantes geológicos favoráveis à ocorrência dos recursos minerais, com os vetores de crescimento urbano e industrial, resultando na formação de pólos
produtores regionais, principalmente em sua porção centro-leste. A distribuição das reservas dos bens minerais acima citados por Unidade de Gerenciamento
de Recursos Hídricos mostra que as UGRHI 14 (Alto Paranapanema), 11 (Ribeira de Iguape/Litoral Sul), 10 (Tietê/Sorocaba) e 5 (Piracicaba/Capivari/
Jundiaí) e 6 (Alto Tietê) se destacam pelo alto potencial. Por outro lado, os dados da arrecadação da Compensação Financeira por Exploração dos Recursos
Minerais/CFEM, entre 2004 e 2008, mostram, em ordem decrescente, que as UGRHI 6, 5, 10, 2 (Paraíba do Sul) e 9 (Mogi-Guaçu) têm os maiores valores,
relativos à produção de agregados, argila, rochas carbonáticas, caulim e areia industrial.
A demanda por grandes volumes de baixo valor agregado, da maioria destes bens minerais, fixa as distâncias entre as áreas produtoras e os mercados, onde
o transporte é estratégico, pois exerce forte influência no preço final ao consumidor. Assim, a mineração ao atuar em ambiente urbano disputa espaços
com outras formas de uso, que ocasionam a esterilização de importantes reservas minerais e restrições à atividade extrativa, afastando as áreas minerárias
para longe de seus pontos de consumo e encarecendo os produtos. A intensificação desses conflitos evidencia a necessidade de planejamento estratégico
comprometido com: sustentabilidade ambiental, ajuste de políticas públicas de ordenamento territorial e aprimoramento das legislações de aproveitamento
dos recursos minerais.
Em São Paulo verifica-se a quase ausência de instrumentos de políticas públicas de uso do solo, que contemplem a destinação de áreas com potencialidade
mineral visando garantir o abastecimento futuro de insumos minerais, prevendo recuperação ambiental e usos futuros, além do disciplinamento da ocupação
do entorno. O único exemplo vigente é a Resolução SMA 28/99, que estabeleceu o Zoneamento Ambiental da Atividade de Extração de Areia no Vale
do Paraíba. Para reversão deste quadro, a Secretaria do Meio Ambiente está inserindo a mineração nas propostas em desenvolvimento dos Zoneamentos
Ecológico-Econômico por UGHRI e, no âmbito do Projeto Estratégico Cenários Ambientais 2020, que elaborou propostas de políticas públicas de médio
e longo prazo a partir de cenários prospectivos do Estado, a questão de garantia de acesso às reservas minerais foi incluída no tema Planejamento e
Desenvolvimento Regional. Além disso, o Protocolo de Intenções entre o Setor Mineral e a SMA, a Câmara Ambiental da Mineração/CETESB e a Frente
Parlamentar de Apoio à Mineração/FPAM são instâncias de promoção de atividades e proposições de políticas públicas para o aproveitamento sustentável
dos recursos minerais do Estado.

101

A IMPORTANCIA DO GEOPROCESSAMENTO NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL DA ATIVIDIDADE MINERÁRIA NA


BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SOROCABA, EM SÃO PAULO.
1
Sonia Aparecida Abissi Nogueira, 1Helio Shimada, 1Antonio Carlos Moretti Guedes, 1Márcia Maria Nogueira Pressinotti, 2Pilar Pi Martin Lopez
1
Instituto Geológico/SMA – São Paulo (snogueira@igeologico.sp.gov.br); 2Agencia Ambiental Unificada de Itu/CETESB

A Bacia Hidrográfica do Rio Sorocaba/BHRS, situada na Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos - UGRHI 10, é constituída pelas sub-bacias
do Baixo, Médio e Alto Sorocaba que compreendem 29 municípios, com territórios total ou parcialmente inseridos na BHRS, totalizando 5.269 km2. O
licenciamento ambiental das atividades econômicas desenvolvidas nestes municípios é feito por meio das Agências Ambientais Unificadas de Sorocaba, Itu
e Botucatu, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo/CETESB da Secretaria do Estado do Meio Ambiente/SMA.
A atividade de mineração na BHRS se caracteriza, a exemplo do restante do Estado, pela extração de bens minerais não-metálicos, principalmente, areias e
britas para uso imediato na construção civil, argilas para o setor cerâmico e rochas calcárias para a indústria cimenteira e de corretivo de solos. Os valores
de arrecadação da CFEM - Contribuição Financeira por Exploração dos Recursos Minerais – colocam a UGHRI 10 (Tietê/Sorocaba) nas primeiras posições
do Estado nos últimos 05 anos. Em 2008 atingiu a terceira arrecadação, respondendo pela primeira colocação no valor de produção de rochas carbonáticas
(municípios de Salto de Pirapora, Votorantim e Pereiras), segundo lugar nas produções de argila para cerâmica vermelha (municípios de Laranjal Paulista,
Tatuí, Itu e Cesário Lange) e de areia industrial (Bofete) e pela quarta posição na produção de brita (Sorocaba).
No contexto do desenvolvimento urbano e industrial, o processo de concentração demográfica expandiu a intensidade de consumo de substancias minerais,
que servem de base para o estilo de vida da sociedade moderna. A mineração se insere, neste cenário, como uma atividade industrial importante e necessária,
inerentemente modificadora do meio ambiente e freqüentemente associada às questões sociais, tais como conflitos pelo uso do solo e geração de áreas
degradadas. Na BHRS, assim como em outras bacias hidrográficas do Estado, os dados oficiais de licenciamento da mineração encontram-se dispersos
em diferentes órgãos, raramente com referência espacial associada. Isto dificulta a consulta e impede uma análise regional que permita a identificação e
avaliação de áreas críticas, segundo critérios de adensamento, degradação ambiental, comprometimento dos recursos hídricos, proximidade com áreas
urbanas e unidades de conservação. O levantamento efetuado na BHRS computou cerca de 260 empreendimentos minerários licenciados, entre ativos,
paralisados e encerrados. Destes, aproximadamente 35% estão com atividade encerrada, porém sem recuperação ambiental adequada, resultando num
grande passivo ambiental de áreas degradadas.
Assim sendo, foi fundamental a estruturação e implantação de um SIG, constituído por bancos de dados georreferenciados com informações tabulares do
cadastro minerário da CETESB e do SIGMINE do DNPM, integradas a diferentes bases gráficas digitais produzidas (topografia, geologia, uso do solo,
recursos hídricos, unidades de conservação). O uso desta nova tecnologia vem permitindo monitorar a mineração por meio de sua visualização, com a
aplicação de instrumentos de consulta e análise temática, facilitando o trabalho dos órgãos de licenciamento e controle ambiental, na gestão e fiscalização
da atividade minerária na BHRS.
O desenvolvimento do SIG fez parte de projeto financiado pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos/FEHIDRO e executado pelo IG em parceria com a
CETESB (Agências Ambientais Unificadas de Sorocaba, Itu e Botucatu).

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Estudo para Localização de Áreas Potenciais para Jazidas de “Cascalho”


no Município de Andradas, MG

José Eduardo Zaine (jezaine@rc.unesp.br) & Hélio Antonio Scalvi – Doutorando


IGCE, Unesp – Rio Claro, SP

O Município de Andradas (MG), com área de 492 km­2, tem uma extensa malha de estradas vicinais de terra, que necessitam de revestimento de cascalhos para
permitir o transito, principalmente nas épocas chuvosas. Para amenizar este problema, a Prefeitura local buscou apoio técnico de equipe do Departamento
de Geologia Aplicada da Unesp Rio Claro, com a intermediação da Funep, com o objetivo de localizar áreas potenciais para jazidas de “cascalho”. O
presente trabalho descreve as atividades e apresenta os resultados do estudo realizado de agosto a outubro de 2006, que compreendeu as seguintes etapas:
1ª) diagnóstico e caracterização geológico-ambiental da área, abrangendo pesquisa bibliográfica, com reunião e análise de dados existentes; 2ª) elaboração
de modelo geológico prospectivo para os locais com maiores possibilidades de ocorrência de cascalhos. 3ª) interpretação de fotografias aéreas, na escala
1:60.000, com a definição de 30 áreas-alvo para os trabalhos de campo; 4ª) verificação de campo nos pontos previamente selecionados, buscando avaliar o
potencial de cada área, dimensões das jazidas e facilidades para extração do material de interesse; 5ª) avaliação e priorização dos resultados, tendo em vista
a ocorrência de dois tipos de depósitos de “cascalho”. Para a seleção das áreas foram utilizados parâmetros previstos na legislação ambiental aplicada ao
Município de Andradas.
Decorrente do estudo foram detectados 12 locais, classificados como possíveis jazidas, que podem ser exploradas para o fornecimento de “cascalho” a ser
utilizado na recuperação da malha de estradas de terra do município. Esses locais enquadram-se em dois tipos de ocorrências: um que apresenta cascalhos
lateríticos de grande extensão lateral e com profundidade limitada, de fácil extração e, geologicamente, associados aos terrenos cristalinos e alcalinos do
Maciço de Poços de Caldas.
O outro tipo de jazida de cascalho existente é em rochas fonolíticas fraturadas, associadas ao Maciço alcalino de Poços de Caldas. São áreas muito
interessantes para lavra quando há um adensamento de fraturas e os blocos são de dimensões ideais para a utilização na recuperação de estradas de terra.
Recomenda-se que as áreas apresentadas como de interesse sejam detalhadas através de estudos adicionais, visando obter uma cubagem mais precisa dos
volumes envolvidos, assim como a elaboração de ensaios de caracterização tecnológica.

102

CHROMITE COMPOSITION AND PGE MINERALOGY IN CHROMITITE FROM SERRO AND ALVORADA DE MINAS
ULTRAMAFIC BODIES (MG, BRAZIL): EVIDENCE FOR A STRATIFORM ORIGIN

Nelson Angeli1, Giorgio Garuti2, Federica Zaccarini2, Joaquin Proenza3, OskarThalhammer2, Ulisses Penha4
1
São Paulo State University, Rio Claro (Brazil)-(nangeli@rc.unesp.br); 2Montan University, Leoben (Austria); 3Barcelona University (Spain); 4AngloGold
Ashanti do Brasil Ltda, Belo Horizonte (Brazil)

The Serro and Alvorada de Minas ultramafic bodies pertain to the Serro Group tectonically located in the Araçuaí folded belt, close to the border with
the São Francisco craton. The Serro Group includes from the base to the top i) a metamorphic basement (Guanhães Complex), ii) meta-ultramafic rock
sequence with chromitite, and iii) a meta-sedimentary cover with schists, chert, quartzites, and banded iron-quartzite formations. Chromitite occurs in the
meta-ultramafic sequence as discontinuous layers and irregular lenses extending up to 6-7 m in thickness and 150 m in length, concordant with country-
rock foliation. Chromitite and its ultramafic host have been affected by polyphase, penetrative hydrothermal metasomatism. Major effects are a spectacular
chromite-ferrian chromite zoning in spinel grains and transformation of primary silicates into a secondary assemblage consisting of serpentine, chlorite, talc
and carbonates, with accessory rutile, and rare apatite, monazite, zircon. Despite of the deep alteration, a primary cumulus texture and centimeter graded
bedding are still recognized in chromitite, while primary chromite composition is preserved at the cores of grains. Reciprocal variations of Cr/(Cr+Al) (0.65-
0.77) versus Fe2+/(Fe2++Mg) (0.65-0.90), and TiO2 (0.13-1,25 wt%) versus Cr2O3 (44.92-51.15 wt%) define negative trends as typical of chromitite from
layered intrusions. Platinum-Group Minerals (PGM), generally less than 10 μm, have been found mainly in the altered silicate matrix of several chromitite
samples either as single-phase grains or associated with secondary Co-Ni sulf-arsenides. The mineralogy includes laurite (RuS2), irarsite (IrAsS), native
osmium, sperrylite (PtAs2), cooperite (PtS), and unidentified Pd-Te-Bi-(Sb) compounds, possibly referable to one of the following species: merenskyite
(PdTe2), kotulskyite Pd(Te,Bi)2, michenerite (PdBiTe). Besides the Co-Ni sulf-arsenides, the assemblage comprises pentlandite, millerite, pyrite, pyrrhotite,
chalcopyrite, galena and a number of secondary sulfides formed at low temperature (siegenite, heazlewoodite, polydimite). Texture and paragenesis of the
PGM indicate that the minerals were reworked or re-deposited under hydrothermal conditions, possibly by alteration-dissolution of primary PGM originally
occurring in the rim of chromite grains or in the interstitial silicates. Texture and compositional variations of chromite through the stratigraphy of the Serro
and Alvorada de Minas ultramafic bodies are similar to other layered intrusions of Brazil (Campo Formoso -BA, and Pedra Branca -CE) unequivocally
indicating a stratiform origin of the chromitite layers and their ultramafic host. Consistently, the PGM assemblage contains abundant PPGE phases, although
the mineralogy has been modified by hydrothermal alteration.

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DIFRAÇÃO DE RAIOS X NA INDÚSTRIA DO CIMENTO: ANÁLISE POR AGRUPAMENTO

Filipe Montanheiro1, Luciano de Andrade Gobbo 2,3, Tarcisio José Montanheiro4, Lília Mascarenhas Sant’Agostino3, Fábio Ramos Dias de Andrade3
1
IGCE/UNESP – Rio Claro (flpmontanheiro@gmail.com); 2 Instituto de Geociências/USP; 3 Panalytical – São Paulo; 4Instituto Geológico/SMA-SP.

O trabalho visa mostrar o estudo de materiais que podem ser utilizados como aditivo na indústria cimenteira por meio da análise por agrupamento. Esta
técnica é feita utilizando-se de um conjunto de métodos estatísticos que identifica grupos de amostras com características similares. As diferentes informações
são analisadas e ordenadas em grupos de tal modo que o grau de associação e semelhança entre dois objetos seja máximo quando pertencentes ao mesmo
grupo e, mínimo se em grupos diferentes. A análise por agrupamento não exige conhecimento para a interpretação dos difratogramas e classificação dos
diferentes tipos de adições utilizados na indústria cimenteira. A técnica pode ser aplicada, por exemplo, para a prospecção de tipos de calcários (calcíticos,
dolomíticos e silicosos) bem como para qualificar diferentes tipos de clínqueres, seja aqueles com alto teor de alita e que são usados nos cimentos de alta
resistência inicial, seja nos clínqueres com teores mais elevados em belita e que são utilizados nos cimentos de resistência à 28 dias.
Os dados preliminares apresentados pelo SNIC (2009) mostram que a indústria brasileira vendeu 11,7 milhões de toneladas de cimento no primeiro trimestre
de 2009, onde se destaca a grande contribuição dos cimentos tipo CP-II-E (escória), CP-III (alto forno), CPII-Z (com pozolana) e CP-IV (pozolânico). Os
subprodutos industriais mais usados como adições na indústria brasileira do cimento são as argilas ativadas termicamente, as cinzas volantes de termelétricas
e as escórias de alto forno.
Se, em todo o mundo há uma séria preocupação ambiental em produzir cimentos aditivados de excelente qualidade, a análise por agrupamento vem se
mostrar como uma técnica rápida e eficiente para se estudar e individualizar grupos de materiais com potencialidade pozolânica.
As amostras desse estudo possuem origens distintas: as cinzas volantes são provenientes de diferentes termelétricas da região Sul do Brasil; as escórias são
de algumas siderúrgicas do Sudeste enquanto que as rochas potencialmente pozolânicas são da Bacia do Paraná.
Os difratogramas foram coletados no LCT/POLI/USP pelo equipamento X’Pert Pro (Panalytical) equipado com um detetor X’Celerator (Tecnologia RTMS
- Real Time Multiple Strip) que possibilitou sua obtenção em menor tempo; radiação de CuKα considerando, como condições fixas, o uso de spinner e as
aberturas das fendas.
Os resultados analíticos da escória de alto forno de natureza ácida e básica; as cinzas volantes leves e pesadas bem como a individualização das pozolanas
naturais mais ou menos potencialmente pozolânicas serão apresentados em dendrogramas. Eles permitiram a distinção entre as cinzas leves e as pesadas
bem como sua classificação por termelétrica amostrada. No caso das escórias foi possível distinguir tanto as ácidas como as básicas; além de se diferenciar
as pozolanas naturais com diferentes proporções de amorfo.

Uma rara ocorrência de montebrasita de qualidade gemológica 103

Jurgen Schnellrath
Centro de Tecnologia Mineral jurgen@cetem.gov.br

A maioria dos exemplares da solução sólida ambligonita (LiAlPO4F) – montebrasita (LiAlPO4OH) de qualidade gemológica são rotulados coletivamente
como ambligonitas, por ser este o fosfato de lítio mais conhecido entre os dois extremos e pelo fato das tabelas gemológicas não separarem as duas espécies
com base nas suas propriedades físicas mais corriqueiras.
O Laboratório Gemológico do CETEM examinou recentemente um lote composto de 12 pedras lapidadas e um pequeno fragmento serrado, todas cortadas
a partir do mesmo material bruto esverdeado. O suposto ‘bruto de ambligonita’ foi retirado da Lavra Proberil, Sapucaia do Norte, MG, próxima à famosa
Lavra de Sapucaia, localidade-tipo de várias espécies minerais, na qual também ocorre a montebrasita (Chaves et al. 2005).
A fim enquadrar o lote analisado dentro da série isomórfica, foram realizadas medidas dos índices de refração, de densidade e análises por difração de raios-X
e espectroscopia Raman.
Os valores dos índices de refração variaram de 1,616 (nx) a 1,645 (nz), resultando numa birrefringência de 0,029, sendo as suas variações características de
um mineral biaxial positivo. O peso específico foi determinado em 3,02. Como as tabelas gemológicas não permitem separar a ambligonita da montebrasita
com base nestas informações, foram realizadas consultas a bases de dados e publicações mineralógicas. Os trabalhos de Cerna et al. (1973) e Greiner e
Bloss (1987) deixam claro que as amostras analisadas correspondem à montebrasita, em função de seus elevados índices de refração, baixa densidade e sinal
óptico positivo.
Tendo como base os trabalhos de Moss et al. (1969) e Cerna et al. (1973) foi possível confirmar, através da técnica da difração de raios-X, analisando o
padrão e as posições de uma série de picos entre 3,15 Å e 3,35 Å (d), além da posição do reflexo 131 no difratograma, que de fato o material analisado é
montebrasita, o membro rico em hidroxila. O mesmo pode ser dito com relação ao espectro Raman, no qual as formas, as intensidades relativas e as posições
de alguns picos característicos da série isomórfica, mas principalmente da banda resultante da vibração de estiramento OH a 3.381 cm-1, com uma largura à
meia altura (FWHM) de apenas 10 cm-1, confirmam se tratar de montebrasita (Rondeau et al. 2006).
Concluímos ainda, a partir de consultas feitas na internet, que se trata de um lote raro pela qualidade e tamanho de suas pedras. Estudos recentes (London et
al. 2001) demonstram que os membros mais ricos em flúor (ambligonitas) ocorrem freqüentemente associados a granitos e os membros com mais hidroxila
(montebrasitas) se encontram mais em pegmatitos. É sabido também que a probabilidade de encontrar pedras de qualidade gemológica em pegmatitos é bem
maior do que em granitos. Portanto, das gemas hoje em circulação no mercado, denominadas coletivamente de ambligonitas, a maior parte deve mesmo ser
composta de montebrasitas, como sugere o estudo de Rondeau et al. (2006).

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VIDRO VULCÂNICO: POZOLANA NATURAL NA REGIÃO DE OURINHOS/SP

Tarcísio José Montanheiro (tjmonta@igeologico.sp.gov.br)1; Francisco de Assis Negri1; Valdecir de Assis Janasi2; Jorge Kazuo Yamamoto2 & Flávio
A.C.Munhoz3
1
Instituto Geológico-Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo; 2 Instituto de Geociências-Universidade de São Paulo; 3 Associação Brasileira
de Cimento Portland

A busca e o desenvolvimento de materiais da construção civil que beneficiem o meio ambiente e permitam a redução das emissões de gases do efeito estufa
tem sido alvo de interesse de pesquisadores e indústrias, seja para atender as novas legislações ambientais, seja para resolver o problema e/ou para produzir
“novos” materiais.
Neste cenário, é interessante notar que a indústria do cimento contribui com cerca de 7% do total das emissões de gases do efeito estufa na atmosfera da
Terra. Na tentativa de produzir cimento, concreto e argamassa ambientalmente corretos para, conseqüentemente, dar sustentabilidade a um ligante que
proporcione vantagem ambiental, técnica e geológica, investe também nos materiais pozolânicos. Nesse sentido, o vidro vulcânico, já citado em uns poucos
trabalhos anteriores e, mais recentemente, por nossa equipe de pesquisa, revestiu-se de alvo prospectivo em vista de suas várias qualidades.
As ocorrências de vidro vulcânico estudadas estão associadas às rochas eruptivas ácidas da Fm. Serra Geral da região de Piraju-Ourinhos (SP) que afloram ao
longo da calha do Rio Paranapanema. Termodinamicamente instável, devitrifica-se ou é substituído por minerais de alteração tais como zeólita, filossilicato
ou palagonita. Por isso as ocorrências estão sempre mascaradas por uma cobertura sedimentar constituída por argilominerais, fato que ainda dificulta
desenhar sua geometria tridimensional.
O vidro vulcânico tem cor preta, brilho vítreo, dimensão até métrica e nítida superfície com fratura conchoidal. Associa-se a corpos de traquidacito vítreo
maciço a vesicular/amigdaloidal formando as zonas de topo e base de derrame, com posicionamento relacionado a prováveis frentes de lobos de derrames.
Petrograficamente o vidro vulcânico apresenta-se isótropo, matriz vítrea (>90%) com poucos indícios de devitrificação e, em alguns casos, possui cristais
com formato indicador de “quenching”; presença de fenocristais (<10%) tabulares de plagioclásio subcentimétricos, microfenocristais de plagioclásio e
clinopiroxênio; e, mais localmente, vesículas e amígdalas arredondadas e/ou achatadas preenchidas por zeólitas e quartzo. Estudos geoquímicos em rocha
total indicam que os vidros possuem composição similar aos dacitos vítreo e granular (traquidacito/dacito).
A metodologia analítica dos materiais pozolânicos obedece às técnicas de pré-qualificação e quantificação segundo os métodos de ensaios estabelecidos
pelas normas brasileiras. Os difratogramas de raios X mostram distintas bandas amorfas entre os intervalos 18º e 33º na escala 2Ø, como esperado. Ensaios
tecnológicos do vidro apresentaram um excelente desempenho como material pozolânico. Os ensaios físicos de resistência a compressão registraram índices
de atividade pozolânica entre 94,3 até 104,8% e, portanto, muito superior ao mínimo de 75% especificado pela NBR 12.653/92 para materiais pozolânicos.
Assim, a identificação de vidro vulcânico é um registro de relevância considerando os seguintes fatores: em todo o mundo, o uso do cimento blendado
contendo pozolanas está aumentando porque, se comparado ao cimento Portland comum, ele requer uma quantidade consideravelmente menor de energia
para sua produção; a extração de materiais pozolânicos naturais tem sido feita de associações litológicas vulcânicas de idade cenozóica e, portanto, de idade
bem mais jovem do que a Fm. Serra Geral; e, ainda, o Estado de São Paulo é o maior consumidor de cimento do país e tem carência dessa matéria prima.
Agradecimentos à FAPESP pelo Processo 03/06259-4.

104

SISTEMAS GERENCIADORES DE INFORMAÇÃO GEOAMBIENTAL APLICADOS À GESTÃO


DA ATIVIDADE MINERAL

Antonio Carlos Moretti Guedes¹; Marcia Maria Nogueira Pressinotti¹; Cláudio José Ferreira¹; Sônia Aparecida Abissi Nogueira¹; Hélio Shimada¹
¹ Instituto Geológico – Secretaria do Meio Ambiente São Paulo – IG-SMA (acguedes@igeologico.sp.goc.br)

O Instituto Geológico (IG) vem desenvolvendo desde 1997, Sistemas Gerenciadores de Informação Geoambientais (SGIG) com diferentes propósitos,
focos temáticos, escalas e metodologias, conforme demandas geradas por projetos de pesquisa da instituição, por parceiros e atores do Sistema Ambiental,
bem como por solicitações específicas. Estes SGIGs têm sido viabilizados financeiramente por variadas fontes, como FEHIDRO, FAPESP, Coordenadoria
Estadual de Defesa Civil, financiamentos internacionais, além de recursos próprios.
A necessidade de ferramentas mais ágeis de análise de dados espaciais e cadastrais, diante de demandas de gestão ambiental da atividade minerária abriu
um novo campo de atuação no IG. Assim, entre 2000-2002 foi desenvolvimento o Sistema de Informações sobre a atividade minerária na Bacia do Rio
Mogi Guaçu. Este projeto foi elaborado em estreita interação com os atores envolvidos com o licenciamento e controle ambiental da atividade minerária
(CETESB e DEPRN) em uma única bacia hidrográfica. Produzido em um formato de ferramenta desktop MapInfo, apoiado em rotinas elaboradas em
MapBasic, com mecanismos básicos de atualização de informações, contou com recursos de consulta, visualização e análises temáticas dos parâmetros e
etapas dos processos de licenciamento minerário e ambiental da atividade, sobre um mosaico de imagem de satélite, geologia compilada e aspectos do uso
do solo.
Dentro do projeto “Regeneração Sócio-ambiental de Áreas Degradadas pela Mineração de Saibro no Município de Ubatuba – 2004 a 2008”, dois
produtos foram concebidos com finalidades distintas. Um primeiro produto foi o módulo específico voltado ao armazenamento, consulta e disponibilização
de informações geoambientais, em formato desktop, adequado para a fase de discussão pelos atores envolvidos, onde uma série de consultas estruturadas no
ambiente MapInfo Professional podem ser efetuadas com o uso de software gratuito de livre distribuição. Outro produto estruturado foi uma aplicação “web
mapping” baseado na plataforma ESRI ArcGis Server, implantada mediante a construção de um modelo de dados, a estruturação de sítios intranet e internet
e a publicação de serviços e aplicações de mapas, dentro da estrutura de rede do Instituto Geológico.
O Projeto Sistema de Informações Georreferenciadas da Mineração na Bacia do Rio Sorocaba, em fase final de execução, está sendo realizado com
financiamento FEHIDRO, por demanda específica de três Agências Ambientais da CETESB (Sorocaba, Itu e Botucatu). Consiste numa evolução do Sistema
desenvolvido na Bacia do Rio Mogi Guaçu e visa construir um instrumento de racionalização e agilização dos procedimentos de licenciamento, fiscalização
e monitoramento dos empreendimentos minerários na Bacia, produzido em ambiente cliente-servidor e compartilhado pelas três Agências, cuja atuação
abrange a área de influência da Bacia do Rio Sorocaba. A arquitetura integra uma solução baseada no software MapInfo Professional, PostGRE_SQL e
PostGis.
Com os resultados e aplicação desses instrumentos temos buscado contribuir com a área de gestão ambiental da atividade mineral no Estado de São Paulo.
Agradecimentos: FAPESP (03/07182-5) e FEHIDRO (271/1998 e 334/2003)

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S5 – NOVAS FRONTEIRAS EXPLORATÓRIAS
DE HIDROCARBONETOS

Adilson Viana Soares Jr. (UNESP)


Gilmar Vital Bueno (PETROBRAS)
XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

ESTUDO DE INDICADORES DE RISCO PARA SELEÇÃO E OTIMIZAÇÃO DE CARTEIRAS DE PROSPECTOS


PETROLÍFEROS

Felipe Luiz Papaiz Gonçalves1; Prof. Dr. Saul B. Suslick2


1
estudante de geologia, Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP (felipelpgoncalves@gmail.com);
2
Geólogo Departamento de Geologia e Recursos Naturais (DGRN/UNICAMP) - Campinas.

Os projetos em exploração de petróleo são associados a altos níveis de risco. Apesar dos avanços tecnológicos e das técnicas exploratórias nas últimas
décadas, persistem diversos níveis de incertezas, tanto incertezas geológicas como aos riscos financeiros que representam ainda aspectos determinantes do
processo decisório no contexto atual da indústria petrolífera. Para tanto, torna-se necessário desenvolver estudos específicos com a finalidade de minimizar
os riscos potenciais e maximizar o retorno financeiro dos investimentos
Uma das abordagens mais difundidas para análise de risco é a Teoria da Utilidade que descreve quantitativamente o comportamento e atitude de um
indivíduo com relação ao capital exposto ao risco, englobando estratégias do jogador em relação ao adversário.
Segundo MacKay (1996), as empresas reconhecem o potencial de análise de decisão baseada na Teoria da Utilidade para calcular o nível ótimo de
participação nos projetos e conseqüente otimização do portfólio da empresa, mas a implantação do processo é difícil pela dificuldade na avaliação correta
da tolerância ou aversão ao risco da empresa.
Um dos conceitos fundamentais para aplicação da teoria de preferência é o do equivalente certo que consiste no valor que o decisor está disposto a receber
para desistir do projeto.
Cozzolino (1980) redefiniu Equivalente Certo como “Valor Ajustado ao Risco” (Risk Adjusted Value - RAV), sendo utilizada no momento de incorporaro
risco à avaliação do projeto, ou seja, o valor do projeto seria função também da possibilidade de perda financeira, representada pela Aversão ao Risco da
empresa e pelas características do projeto.
Segundo Lerche e Mackay (2000), as empresas reconhecem o potencial da Teoria da Utilidade no cálculo do nível ótimo de participação nos projetos
e otimização do portfólio da empresa. Esta otimização pode ser realizada por intermédio das participações fracionadas, representando uma maneira de
expressar a política de risco da empresa.
Este trabalho visa apresentar uma comparação de diferentes modelos de aversão utilizando funções de utilidade exponencial e hiperbólica com objetivo de
auxiliar a escolha de um conjunto de projetos de exploração de petróleo.
Para estimar os diferentes níveis de aversão ao risco e seus impactos na seleção dos projetos nos portfólios foi utilizado um conjunto de dados de prospectos
similares aos existentes das Bacias de Campos que apresentam diferentes condições de riscos e retornos.
Para tanto, este projeto de pesquisa que ainda se encontra em andamento, possibilitou uma análise do desempenho desses indicadores, considerando-se os
níveis de participação financeira em um prospecto (projeto), a tolerância ao risco e o valor estimado do prospecto nos portfólios de exploração de petróleo.
Agradecimentos: ANP e especial ao professor Dr. Saul B. Suslick.

108

MODELAGEM DO SISTEMA PETROLÍFERO HÍBRIDO DO DEVONIANO DA BACIA DO SOLIMÕES.

Gustavo Garcia1, Laury M. Araújo2, Joaquim Ribeiro Wanderley Filho3


1.
Petrobras, Av. República do Chile 65, 1401, Centro, 20031-912, Rio de Janeiro, Brasil. gustavogrc@petrobras.com.br
2.
Petrobras, Av. República do Chile 65, 1401, Centro, 20031-912, Rio de Janeiro, Brasil. laury@petrobras.com.br
3.
Petrobras, Av. Darcy Vargas 645, 2º andar, 690055-035, Manaus, Brasil, jwand@petrobras.com.br

A Bacia intracratônica de Solimões cobre 440.000 Km2 do Estado do Amazonas, no Norte do Brasil. Considerada uma bacia prolífera em relação ao sistema
petrolífero, seu potencial é corroborado pela ocorrência de 132 milhões de barris de óleo e 44 bilhões de m3 de gás.
A carga petrolífera, proveniente da geradora devoniana (Gr. Marimari), foi oriunda de um Sistema Petrolífero (SP) Híbrido, onde a matéria orgânica foi
O objetivo deste estudo foi investigar a evolução da Taxa de Transformação (TT) da rocha geradora relacionada ao SP Híbrido desta Bacia. Para calibrar as
histórias de calor mais plausíveis e coerentes realizaram-se diversas modelagens de histórias térmicas relacionando o soterramento e as inserções das soleiras
com a evolução térmica da matéria orgânica. Os resultados obtidos foram comparados com as temperaturas de geração dos gases dos principais campos.
A maior parte dos hidrocarbonetos acumulados apresentaram alta evolução térmica, esta evolução é associada estritamente a intrusão dos diversos corpos
ígneos de diferentes espessuras e profundidades e com a modelagem das histórias térmicas foi possível concluir que ocorreram diferentes pulsos de geração
e expulsão. O primeiro pulso esta relacionado ao SP Convencional, na qual, a transformação da matéria orgânica foi devido ao soterramento com 60% de
TT. O segundo pulso foi devido ao alto estress térmico oriundo das soleiras, atingindo 100% de TT.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

ESTUDO DOS RESERVATÓRIOS DE COQUINAS DO GRUPO LAGOA FEIA (cRETÁCEO INFERIOR) NO CAMPO DE
PAMPO, SUDOESTE DA BACIA DE CAMPOS

Luiz Zanão Neto1; Joel Carneiro de Castro2


1
Bolsista do PRH-05, Convenio ANP-UNESP, Rio Claro (zanao.rc@gmail.com); 2 Dpto.de Geologia Aplicada, IGCE/UNESP – Campus de Rio Claro.

O Grupo Lagoa Feia (Cretáceo Inferior) apresenta ampla distribuição pela Bacia de Campos, constituindo profundos prospectos na bacia. Possui duas
extensas plataformas de coquinas de bivalves, sendo a plataforma inferior constituinte de importante reservatório na porção sudoeste da bacia homônima,
produtora de óleo na área/trend Badejo-Linguado-Pampo.
Diante da crescente demanda energética nacional vê-se necessária a incorporação de reservas petrolíferas, quer sejam elas novas descobertas ou através de
estudos de campos maduros com potencial para re-exploração.
Neste sentido, o Campo de Pampo, ao sudeste do trend e com início da sua produção datada de 1979, apresenta, assim como os demais campos da área,
deficiência em sua delimitação e enquadra-se como interessante área alvo para estudos de reservatório.
São identificados três grandes ciclos no grupo, formados por depósitos siliciclásticos em arranjo granodecrescente ascendente, seguidos por intervalos
de coquina (ciclos inferior e médio) ou de evaporito (ciclo superior, de idade Alagoas-Aptiano). Uma falha, de traçado côncavo e orientação NE-SW,
provavelmente têm um importante papel na acumulação do campo. Trata-se de uma falha com crescimento da seção carbonática no bloco baixo (RJS-55), e
com desenvolvimento permoporoso ao longo da falha, tanto no bloco baixo, localizado a oeste, como no alto, a leste.
Sugere-se que, ao término do desenvolvimento do primeiro ciclo siliciclástico-carbonático, o banco de coquina estava sujeito à exposição subaérea. A
conseqüente infiltração de água meteórica, principalmente ao longo da falha principal, facilitou a dissolução carbonática e resultou no desenvolvimento
permoporoso da coquina, de modo indistinto (nos dois lados da falha).
As acumulações de hidrocarbonetos apresentam compartimentação estrutural – estratigráfica única para os três campos. Constituem trapa de origem mista,
com influência de fatores estruturais, estratigráficos e diagenéticos. Com a evolução explotatória dos campos da bacia este último condicionante manifestou-
se de tal forma a verificarmos porções do trend com poços não produtores, onde são observados intervalos em que as coquinas encontram-se fechadas, com
reduzida espessura e/ou baixa qualidade porosa.
O entendimento das características petrofísicas do reservatório destas coquinas, através do mapeamento de sua permoporosidade, traz uma melhor
compreensão das porções referentes ao acúmulo econômico ou sub-econômico de hidrocarbonetos a serem explorados, e irá auxiliar na identificação de
áreas que contenham óleo suplementar, permitindo assim a produção de novos volumes de óleo para o país.
Agradecimentos:Programa de Recursos Humanos PRH-05/ANP.

109

Modelo de reservas PETROLÍFERAS norte-americano e canadense para financiamento de


pequenas e médias empresas de petróleo e gás

Enrico Brunno Zipoli de Sousa e Ferreira1; José Mário Coelho2;


1
Departamento de Geologia, UFRJ; 2 Departamento de Geologia, UFRJ;

Atualmente, no Brasil é observado que poucas empresas detêm a fatia maior do mercado brasileiro de óleo e gás. Em contrapartida, é notado um número
inexpressivo de empresas de pequeno e médio porte (PME) neste setor, mesmo com todas as garantias de sucesso e lucro que o mercado oferece, prejudicando
o alavancamento destas empresas e da economia brasileira no cenário mundial.
Isso se deve, principalmente, a uma falta de política de financiamento específica para esta área. Outro fator que também determina a presença deste gargalo
é o alto grau de incertezas como certificação de reservas, risco de exploração, tecnologia de produção, preço, entre outras, afastando o investidor ou agência
financiadora. A distribuição ideal do quadro de companhias de petróleo, em países como o Brasil, deveria ser apresentada da seguinte maneira: (a) “Majors
do petróleo” (poucas empresas, grandes projetos e atuando no mercado global); (b) empresas independentes (dezenas de empresas, com projetos médios,
terra e mar e estratégia global ou local) e (c) pequenas empresas (milhares de empresas, pequenos projetos, atuação local e nichos de mercado).
Grandes empresas, devido a seu grande capital, são providas de recursos necessários para atividade exploratória em outros campos, conseguindo manter seu
domínio na indústria de óleo e gás natural, abandonando estes campos de menor lucratividade, chamados de “marginais” ou “maduros”. Os campos hoje
chamados de marginais no Brasil têm essas duas origens: figuravam entre os campos retidos pela Petrobras ou integram a área sedimentar brasileira que ficou
à disposição da ANP a partir do mesmo evento, acrescidos dos campos posteriormente devolvidos pela Petrobras.
Estes campos, que são de menor importância para as grandes companhias, devido a uma rentabilidade marginal, são de sumo valor para as MPE´s, que com
investimentos mais modestos tornam-se lucrativos. Entretanto, os investimentos necessários para a exploração e explotação de campos no setor de petróleo e
gás são de alto valor e risco, visto que o tempo de maturação até que haja retorno financeiro acaba por dificultar ainda mais a existência de MPE´s neste setor.
Tendo esses fatores em vista, a experiência americana e canadense utiliza a classificação para quantificação, valoração e certificação de reservas da SPE
(Society of Petroleum Engineers) e da SEC (Securities and Exchange Comission) para concessão de financiamentos a MPE´s. Obtivendo grande sucesso
nestes países, essa proposta ajudou a criar ofertas de emprego e aumentar a renda, alavancando estas empresas no mercado de óleo e gás, e ainda mantendo
estes países autônomos e líderes neste setor. A economia brasileira ainda fraqueja frente aos altos valores de financiamento empregados e tantos riscos
e incertezas que a indústria do petróleo e gás oferece. Esse trabalho tem como objetivo a comparação entre as iniciativas de financiamento para EPM´s
no mercado de petróleo e gás nos Estados Unidos e Canadá e as atuais linhas de financiamento dos principais bancos estatais e agências financiadoras
brasileiras, viabilizando um estudo mais detalhado para a proposição de novas metodologias de financiamento com base nas especificações de reservas
petrolíferas propostas no cenário internacional.
Agradecimentos: IBP(Instituto Brasileiro de Petróleo) e UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

TECTÔNICA DE SAL E IMPLICAÇÕES CONCEITUAIS PARA CARACTERIZAÇÃO DE NOVAS FRONTEIRAS


EXPLORATÓRIAS

Webster Ueipass Mohriak,


Petrobras – E&P, Rio de Janeiro - RJ (webmohr@petrobras.com.br)

As bacias sedimentares brasileiras e internacionais são caracterizadas por uma grande variação de idades de deposição de sequências evaporíticas. A
geohistória do sal no globo terrestre engloba desde bacias proterozóicas até bacias formadas no Neogeno. Há uma intrigante correlação entre bacias
evaporíticas e acumulações de hidrocarbonetos, sendo que várias fronteiras exploratórias foram inicialmente delineadas através da interpretação da tectônica
de sal. Apresenta-se neste trabalho uma análise sucinta de algumas bacias onde os evaporitos desempenharam um papel importante para a ocorrência de
acumulações de petróleo.
Na Bacia do Norte da Alemanha e Mar do Norte, o evaporito Zechstein corresponde a uma sequência complexa de carbonatos e sais solúveis do Permiano,
sendo que a primeira descoberta de acumulação significativa de hidrocarbonetos foi identificada em reservatório siliciclástico pré-sal (Campo de Groningen).
Trabalhos pioneiros desenvolvidos na década de 1950 e 1960 na bacia evaporítica Zechstein foram grandes catalisadores para a interpretação dos mecanismos
de tectônica de sal, incluindo-se várias situações de plays com sal autóctone e sal alóctone.
As maiores acumulações de petróleo descobertas no Golfo do México estão intrinsicamente associadas à camada de sal de idade jurássica, designada como
sal Louann. Vários poços foram perfurados na região da plataforma continental com objetivos acima da camada de sal, entretanto, a partir da década de 1990,
foram identificadas várias situações com plays estruturais e estratigráficos com sal alóctone.
As primeiras descobertas significativas de petróleo no Atlântico Sul ocorreram na margem continental africana, entre as décadas de 1950 e 1960, e também
são relacionadas a um importante evento de deposição de evaporitos no Aptiano Superior. Nas bacias marginais brasileiras destaca-se a primeira perfuração
da plataforma continental ao final da década de 1960, com um poço pioneiro perfurado na região de águas rasas da Bacia do Espírito Santo. Este poço, que
visava caracterizar pela primeira vez na região costafora a ocorrência de diápiros de sal, foi de grande significado para as futuras interpretações das novas
fronteiras exploratórias que foram vislumbradas na margem leste brasileira.
Na década de 1990 foram identificadas diversas oportunidades exploratórias associadas à tectônica de sal na bacia de Santos. Alguns poços proximais que
perfuram os evaporitos aptianos não caracterizam bons reservatórios, mas reservatórios carbonáticos são identificados na sequência pós-sal em águas rasas e
também ocorrem na sequência pré-sal em águas profundas, onde ocorre grande espessura de sal estratificado e dobrado por compressão regional.
Na segunda metade da década de 2000 foi identificada uma nova fronteira exploratória na região de águas profundas da Bacia do Espírito Santo,
correspondendo a plays associados a reservatórios sub-sal alóctone. Em várias bacias evaporíticas internacionais, situações semelhantes foram testadas com
sucesso geológico e econômico.
A ocorrência de evaporitos nas bacias paleozóicas de Amazonas e Solimões é comprovada por dezenas de poços exploratórios, sendo que essas duas bacias
são as únicas até o momento com produção comercial de hidrocarbonetos. Recentemente caracterizou-se a ocorrência de evaporitos e sistemas petrolíferos
na Bacia de Parecis, o que poderá abrir uma nova perspectiva para a interpretação exploratória.
Agradecimentos: A Comissão Organizadora do XI Simpósio de Geologia do Sudeste pelo honroso convite para apresentar este trabalho e à Petrobras pelo apoio gerencial.

110

MODELAGEM 3D DE SISTEMAS PETROLÍFEROS – UMA FERRAMENTA PARA ÁREAS DE NOVAS FRONTEIRAS.

Carlos Pinto Fracalossi1; Anna Eliza Svartman Dias2


1
Petrobras - E&P Exp/Geologia Aplicada a Exploração/Modelagem de Sistema Petrolífero (carlos.fracalossi@petrobras.com.br);
2
Petrobras - E&P Exp/Geologia Aplicada a Exploração/Modelagem de Sistema Petrolífero (annasvartman@petrobras.com.br)

A exploração de petróleo em áreas de fronteira é uma atividade na qual está envolvido um alto risco exploratório. A fim de se minimizar esse risco, uma
série de ferramentas auxiliares (integradas ao mapeamento geológico) são utilizadas para avaliar o potencial petrolífero de uma bacia sedimentar. Dentre
esses estudos especiais, destaca-se a modelagem 3D de sistemas petrolíferos, ferramenta que foi aperfeiçoada pelos avanços tecnológicos (em especial
computacionais) da última década.
Um modelo geológico 3D é construído a partir de horizontes mapeados na sísmica e de mapas de fácies para cada camada representada. Uma vez definidas
a geometria e as propriedades de rocha do modelo no tempo, define-se uma história de fluxo térmico a partir de modelos de geração de bacias (modelos
de estiramento, no caso de bacias rifte e de margem passiva), tendo como premissa básica sua calibração térmica com dados de temperatura, refletância
de vitrinita e outros paleotermômetros (quando tais dados estão disponíveis). Em seguida, a simulação do modelo construído permite avaliar a evolução
temporal dos processos de geração, migração e acumulação de petróleo, bem como o sincronismo entre eles.
Numa área de fronteira, a distinção da referida ferramenta é permitir a simulação de diversos cenários geológicos possíveis e a avaliação do risco inerente a
todo elemento ou processo dos sistemas petrolíefros de cada cenário. E, se houver campos de petróleo na área estudada, são consideradas hipóteses válidas
apenas aqueles cenários nos quais forem reproduzidos esses campos.
Com o modelo calibrado, se almeja que os resultados contribuam para o processo exploratório através do reconhecimento de possíveis cozinhas geradoras,
volumes gerados/expulsos de cada geradora, previsão de volumes e tipos de fluido nas potenciais acumulações a serem descobertas.
Como exemplos, serão mostrados resultados de cenários simulados para algumas bacias, onde serão demonstradas as influências de alguns fatores como
variações de histórias de fluxo térmico, de propriedades de porosidade, permeabilidade e pressão capilar do preenchimento sedimentar, a presença de falhas
e as propriedades de rochas geradoras. E, em especial, como utilizar tais resultados para auxiliar o direcionamento da exploração para mitigar os riscos.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

ANÁLISE DE ATRIBUTOS SÍSMICOS PARA CARACTERIZAÇÃO DE HIDRATOS DE GÁS NO CONE DO RIO GRANDE.

Caio de Souza Barros 1; Cleverson Guizan Silva 2; Rogério de Araújo Santos 2.


1
Graduação Geofísica, UFF – Niterói (caiobarrosuff@gmail.com); 2 Lagemar, UFF – Niterói.

A Bacia de Pelotas é a bacia precursora das demais bacias marginais brasileiras e abriga uma das maiores feições sedimentares do Brasil, o Cone do Rio
Grande. O Cone do Rio Grande caracteriza-se por ser uma feição singular desenvolvida na porção sul da Bacia de Pelotas, destaca-se por uma volumosa
cunha de natureza progradante depositada sobre o talude e sopé continentais. Caracteriza-se ainda pela presença de estruturas geradas pela tectônica
gravitacional de folhelhos, que condiciona o deslocamento de espessa seqüência sedimentar sobre um nível basal de destacamento, formando uma província
distensiva, no talude superior, com falhas normais sintéticas e antitéticas; e uma província compressiva, no talude inferior, com dobras e falhas de empurrão.
No Cone do Rio Grande já foi comprovada a ocorrência de hidratos de gás, que são cristais de gelo que aprisionam moléculas de gás (comumente o metano)
e que ocorrem sob determinadas condições de estabilidade, controladas, entre outros fatores, pelas condições de pressão e temperatura em subsuperfície.
O hidrato de gás caracteriza-se por uma alta velocidade sísmica intervalar e destaca-se por funcionar como selo para gases livres vindos de substratos
inferiores, permitindo assim sua acumulação abaixo de sua zona de estabilidade.
A principal forma de detecção em larga escala dos hidratos de gás é a sísmica de reflexão; aonde são analisados dois principais padrões sísmicos: o BSR
(Bottom Simulating Reflection) e a “blindagem acústica” (blanking).
As ocorrências de hidratos de gás no Cone do Rio Grande foram determinadas a partir do mapeamento do BSR em linhas sísmicas 2D. O BSR caracteriza-
se por ser um refletor paralelo ao fundo marinho com um coeficiente de reflexão negativo causado pelo contraste de impedância acústica entre a zona de
estabilidade dos hidratos de gás (alta velocidade) e a camada de gás livre situada abaixo desta (baixa velocidade). A identificação do BSR pode não ser
muito clara se as camadas forem paralelas ao fundo oceânico, assim sendo, nesse trabalho utilizaremos a análise de atributos sísmicos para identificação de
características sísmicas que evidenciem a ocorrência de hidratos de gás.
Os atributos sísmicos permitem extrair informações geológicas, estruturais e físicas da sub-superfície a partir do sinal sísmico. A metodologia baseou-se na
análise de diversos perfis sísmicos na região do Cone do Rio Grande. Nos perfis que continham padrões sísmicos relacionados à ocorrência dos Hidratos de
Gás (BSR), foram calculados os atributos de Fase Instantânea e Envelope. O atributo sísmico de Fase Instantânea mostrou grande eficiência para visualização
da continuidade lateral das camadas, para as descontinuidades, para os limites de seqüência e para truncamentos. Nas regiões com sedimentos deformados
por dobramentos a aplicação do atributo de Fase Instantânea foi de grande utilidade para identificação do BSR, porém, nas regiões com sedimentação plano-
paralela o atributo de Fase Instantânea não se mostrou eficiente na caracterização do mesmo. O atributo de Envelope mostrou-se o melhor atributo sísmico
para a caracterização do BSR, tanto em regiões com sedimentos deformados, como em regiões de sedimentação plano-paralela. Esse atributo destacou
claramente o limite da zona de estabilidade dos hidratos de gás. Isso ocorreu devido a sua relação direta com a energia instantânea total e a independência da
fase, com isso foi possível destacar o contraste de impedância acústica entre a zona de estabilidade dos hidratos de gás e a zona de gás livre.
Agradecimento: PRH-ANP-11.

111

CORRELAÇÃO ENTRE A FACIOLÓGIA E A GEOQUÍMICA ORGÂNICA DOS ARENITOS ASFÁLTICOS DA FORMAÇÃO


PIRAMBÓIA, FAZENDA BETUMITA, TRIÁSSICO DA BACIA DO PARANÁ, NO ESTADO DE SÃO PAULO.

Matheus de Almeida Garcia1(almeida_matheus@yahoo.com.br); Helio Jorge Severiano Ribeiro1.


1
Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo (LENEP/UENF) – Macaé-RJ.

Os arenitos asfálticos da Formação Pirambóia afloram na borda leste da Bacia do Paraná, no estado de São Paulo, destacando a região ao norte da Escarpa
de Botucatu, nas cercanias da cidade de Anhembi. Tais arenitos são caracterizados como reservatórios exumados, com fortes níveis de biodegradação e sua
exposição proporcionam excelentes oportunidades para caracterizar os reservatórios. A melhor exposição de arenito asfáltico da borda leste da bacia do
Paraná (Fazenda Betumita) ocorre na região do Alto Estrutural do Anhembi com volume estimado de 5,7 milhões de barris de óleo. Análises geoquímicas dos
hidrocarbonetos contidos nos arenitos da Formação Pirambóia apontam os folhelhos negros da Formação Irati como rocha geradora, formando um sistema
petrolífero Irati-Pirambóia.
O objetivo deste trabalho foi buscar diferenciações entre as características geoquímicas dos óleos que impregnam cada uma das fácies da Formação
Pirambóia na Fazenda Betumita, ou seja, as vinculações do tipo de óleo e a faciologia. Adotou-se a classificação de fácies de Caetano-Chang (1997) para a
Formação Pirambóia, destacando associação de fácies eólicas: foreset, cauda de foreset e interduna. Foram coletadas 26 amostras por meio de plugagem. As
amostras foram trituradas e pulverizadas, para extração da matéria orgânica solúvel, obtendo a saturação de óleo de cada amostra. Para separação das porções
do petróleo, utilizou-se a técnica de cromatografia em fase líquida, obtendo as frações de hidrocarbonetos (HC) saturados, aromáticos e compostos polares.
Na interpretação da relação saturação de óleo versus tipo de fácies é nítido um agrupamento da fácies de foreset com os maiores valores de saturação de óleo.
Isto pode ser explicado devido ao processo deposicional de maior energia o que implicaria em ausência de argilas e de grãos menores, implicando em maior
seleção e melhores características de porosidade e permeabilidade. Na análise de ordem crescente de porcentagem de HC saturados constata-se, no geral,
uma tendência de relação inversa com a porcentagem de compostos polares. Isto se explica pela ordem natural de biodegradação do óleo em que primeiro
são degradados os HC saturados, depois os HC aromáticos e por último e com muito pouca biodegradação os compostos polares. Os maiores porcentagem
de compostos polares foram encontradas nas fácies de interduna. Isto ocorre devido à maior quantidade de argilo-minerais presentes nessas fácies. Assim,
os argilo-minerais que são partículas polares atraem as moléculas dos compostos polares, aumentando a sua concentração no óleo retido no reservatório.
Os resultados comprovam a existência de correlação entre a faciologia e os parâmetros geoquímicos. Este controle da faciologia nas características
geoquímicas dos óleos que impregnam os reservatórios pode estar associado à forma em que o reservatório foi preenchido ou no controle dos processos de
biodegradação do óleo.
Agradecimentos: FAPERJ

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

A BUSCA DO PETRÓLEO, O PAPEL DA PETROBRAS E O ENSINO DA GEOLOGIA NO BRASIL

Ricardo Latgé Milward de Azevedo1e Gerson José Salamoni Terra2


PETROBRAS/DE&P - Rio de Janeiro (ricardolatge@petrobras.com.br); 2PETROBRAS/ UP/ECTEP- Rio de Janeiro (gersonterra@petrobras.com.br)
1

O desafio de encontrar e produzir petróleo no Brasil em meio ao cenário político do século XX e início do século XXI teve como clímax institucional a
criação da Petrobras, em 1953. As demandas técnicas, então surgidas, para operar este complexo, diversificado e estratégico setor industrial criaram as
condições políticas necessárias para a expansão e diversificação da formação de mão-de-obra especializada no País.
Talvez um dos mais emblemáticos exemplos desse processo no Brasil seja o da Geologia, que só se consolidou como ciência formalmente estabelecida,
com cursos universitários, em 1957, notadamente por conta das necessidades da Petrobras de dispor de profissionais brasileiros capazes de darem conta dos
novos desafios que a exploração de petróleo exigia.
Certamente seria uma heresia afirmar que não havia formação técnica especializada em geociências, ou “geólogos” brasileiros até então. O curso de
Engenharia de Minas da Escola de Minas, de Ouro Preto, o primeiro do País com disciplinas específicas, foi criado em 1875. Memoráveis foram às
contribuições de ilustres brasileiros oriundos deste egrégio centro acadêmico, ou autodidatas em Geologia.
Todavia, o fato é que com a industrialização iniciada com Getúlio Vargas e impulsionada na década de 1950 com a criação da Petrobras a formação de
geólogos passou a ser uma questão de Estado. Como consequência, amplia-se o espaço para a participação destes profissionais nas decisões estratégicas do
País. Afinal, não há empresa de petróleo sem reservas ou sem áreas a prospectar. E, prospectar petróleo exige treinamento, experiência e criatividade, valores
que “fazem parte do DNA” da Petrobras, sustentam seu sucesso empresarial, culminado com a recente descoberta de grandes volumes de petróleo no Pré-sal.
É também o elo permanente com os cursos de Geologia no Brasil, que há mais de meio século formam os seus profissionais.
A contextualização dos diferentes momentos políticos nacionais e o cenário do petróleo em nível mundial oferece elementos para compreender como macro
diretrizes mexem com a formação de geólogos, uma atividade estratégica para um país continental como o Brasil.

112

magmatismo e fragmentação diferencial do gondwana

Sérgio Valente1,2
1
Departamento de Geociências, UFRuralRJ; 2 Programa de Pós-graduação, FGEL/UERJ

A fragmentação do Gondwana, no Cretáceo Inferior, resultou na geração das bacias de rifte do sul e sudeste do Brasil, detentoras das maiores reservas de
óleo e gás do Brasil. O mesmo processo geodinâmico gerou, também, extenso magmatismo basáltico toleítico, com a formação de províncias basálticas
continentais, tais como os enxames de diques da Serra do Mar, Ponta Grossa e Florianópolis e as províncias Paraná-Etendeka e dos basaltos de Pelotas, Santos,
Campos e Espírito Santo. Estes últimos correspondem ao denominado embasamento econômico das respectivas bacias de rifte, subjacentes e próximos das
camadas que constituem os reservatórios abaixo dos depósitos de sal (ou pré-sal). O objetivo deste trabalho é apresentar possíveis cenários de fragmentação
do Gondwana com base em modelos geoquímicos de fusão parcial em equilíbrio modal. Dada a escassez de dados isotótipos publicados para os basaltos das
bacias de rifte, os modelos foram elaborados utilizando-se as concentrações de La, Yb e Nb, disponíveis na literatura, uma vez que estes elementos são bons
discriminantes de tipos de fontes mantélicas geradoras de magmatismo basáltico toleítico. As razões La/Yb dos basaltos das quatro bacias são maiores que
um, o que indica geração a partir de fonte ou fértil ou enriquecida. As razões La/Nb dos basaltos de Pelotas, Santos e Campos também são maiores que um,
indicando fonte harzburgítica enriquecida, muito possivelmente representada pelo manto litosférico subcontinental. No caso dos basaltos do Espírito Santo,
as razões La/Nb são menores que um, o que indica a participação de fontes férteis (ou lherzolíticas). Para simplificação, os modelos admitem que não houve
mistura de fontes mantélicas na geração dos basaltos e o sincronismo dos eventos magmáticos. Os modelos utilizaram dados litogeoquímicos disponíveis na
literatura obtidos apenas para as suítes basálticas de baixo-TiO2 das bacias de rifte. Os resultados dos modelos foram os seguintes: 1) A diferença das razões
La/Yb dos basaltos de Santos e Campos (duas bacias contíguas) pode ser obtida a partir de diferentes quantidades de fusão parcial e, portanto, de estiramento
litosférico diferencial (maior em Santos; menor em Campos) de uma fonte harzburgítca com razão La/Yb~1,1 e 8% de granada residual; 2) A diferença
das razões La/Yb dos basaltos de Pelotas e Espírito Santo, duas bacias relativamente distantes, pode ser obtida por diferentes quantidades de fusão parcial
e, portanto, de estiramento litosférico diferencial (maior em Pelotas; menor no Espírito Santo) de uma fonte harzburgítca com razão La/Yb~1,3 e 1-2% de
granada residual; 3) A geração dos basaltos das quatro bacias por fusão parcial de uma mesma fonte harzburgítica com espinélio residual não é possível; 4) A
utilização de fontes lherzolíticas nos modelos não altera os resultados, uma vez que a proporção ortopiroxênio/clinopiroxênio não modifica substancialmente
os valores de coeficientes de partição total. Considerando-se as simplificações iniciais, pode-se concluir que: 1) os basaltos de baixo-TiO2 das quatro bacias
estão relacionados a fontes mantélicas com granada residual, o que é coerente com a existência de uma listosfera continental espessa no Gondwana e, por
conseguinte, com a ocorrência do magmatismo já nos estágios precoces de fragmentação; 2) num mesmo tempo t, esta litosfera deve ter sido mais estirada
em Pelotas, relativamente à bacia do Espírito Santo, e em Santos, relativamente à bacia de Campos e 3) maior estiramento relativo em Pelotas e Santos pode
ter resultado em maior ascensão do manto sublitosférico, o que pode ter gerado gradiente térmico mais elevado sob estas bacias comparativamente a Campos
e Espírito Santo, com possíveis implicações para os processos de geração e maturação dos hidrocarbonetos das bacias de rifte do sul e sudeste do Brasil.
Agradecimentos:. Este trabalho foi financiado pelo Projeto Rifte de Santos da Rede Temática de Geotectônica da PETROBRAS (0050.0022710.06.4) em convênio com a UERJ.

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


S6 – GEOCIÊNCIAS AMBIENTAIS,
HDROGEOLOGIA, GEOTURISMO E
PATRIMÔNIO GEOLÓGICO
Joel Barabujiani Sígolo (USP)
Kátia Leite Mansur (DRM-RJ)
XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

DETERIORAÇÃO - estátuas do museu da inconfidência mineira, OURO PRETO

Maria Elizabeth da Silva1


1
Eng. Geóloga, IGC/UFMG – Ouro Preto (melizth@yahoo.com.br)

As edificações históricas e ou monumentos pétreos são construídos de diferentes tipos de rochas, transformados pelos artesãos e caracterizados pelas suas
particularidades arquitetônicas, que quando expostos sob o efeito de condições fisico-quimicas e ambientais modificam seus aspectos originais. Muitas dessas
modificações aparecem, primeiramente, sobre a superfície visível dos elementos construídos, sobre a qual é possível uma leitura de sinais e parâmetros que
indicam as condições alteradas de um certo material. A caracterização de materiais do Patrimônio Histórico, sejam em monumentos ou edificações, exige o
emprego de muitos métodos de análise, cuja complexidade se inicia na restrição de suas aplicabilidades. Por esta razão, este trabalho enfatiza uma análise das
modificações que afetam os materiais rochosos tradicionalmente empregados em monumentos históricos, baseados na adequada observação, compreensão e
registro de efeitos macroscópicos e parâmetros. Nesse contexto, são apresentados os dados resultantes do mapeamento das deteriorações realizado nas quatro
estátuas do Museu da Inconfidência Mineira, visando complementar as pesquisas já realizadas em projetos anteriores sobre deterioração de monumentos,
especialmente do Barroco Mineiro. O objeto de estudo selecionado no conjunto de monumentos pétreos do Barroco mineiro foram as estátuas de cerca de
1,5m x 50cm distribuídas pelos quatro cantos do Museu da Inconfidência Mineira na cidade de Ouro Preto, MG. Estas estátuas que simbolizam as virtudes
cardeais – Prudência, Justiça, Temperança e Fortaleza - foram entalhadas em pedra-sabão, e sobreposta a uma base de quartzito para maior estabilidade.
O estudo das deteriorações nas estátuas envolveu 3 etapas: fotodocumentação, mapeamento litológico e das formas de deterioração. O reconhecimento
litológico compreendeu a identificação dos tipos de rochas baseada na descrição macroscópica dessas, que incluiu informações sobre cor, textura e
composição. O mapeamento das deteriorações compreende a descrição, registro e apresentação do estado das rochas. É feito por meio da classificação das
formas de alteração proposto por Fitzner et al. (1995) em quatro grupos principais, que se subdividem em formas individuais e transicionais. A aplicação
da classificação das formas se baseia em aspectos morfológicos da rocha alterada, de modo que as informações sobre fatores, agentes, mecanismos e
causas, podem ser abordados apenas genericamente. A documentação sobre os monumentos e suas respectivas formas deterioradas possibilita investigações
posteriores mais detalhadas, tais como a realização de ensaios não destrutivos. As formas características de deterioração se resumiram na ocorrência de
relevo, fissuras, descolorações, crostas, depósitos de sujeira, perda de fragmentos compactos de rocha, além das complementações com argamassa e fixação
de inserts metálicos nas partes restauradas. O conhecimento do espectro das alterações é importante para investigar suas causas e mecanismos e constitui os
fundamentos básicos para a formulação e implementação apropriada do planejamento de medidas de conservação.
Agradecimentos: Ao Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais e ao CNPq pela bolsa de doutorado.

114

RELAÇÃO ENTRE TOPOGRAFIA E GRANULOMETRIA DO TOPO NO MACIÇO DA TIJUCA – RJ.

¹Marcio Luiz Gonçalves D’Arrochella, ² Evaristo de Castro Junior, ³ Felipe Soter de Mariz e Miranda.
¹ Geógrafo, Especialização em Geologia do Quaternário – Museu Nacional/ Universidade Federal do Rio de Janeiro; ² Doutor em Geografia, professor
Adjunto do Departamento de Geografia – UFRJ. ³ Graduando em geografia UFRJ.
(marciogeoufrj@yahoo.com.br)

O horizonte Ai (i de interface) que compõe o topo do solo é um importante indicador ambiental, pois reflete as interações entre o material inorgânico (advindo
das rochas do embasamento) e orgânico (flora e fauna), podendo servir ao diagnóstico de funcionalidade da geodinâmica local. O Parque Nacional da Tijuca
localizado no Maciço da Tijuca cujas características geológicas básicas são o embasamento rochoso de idade pré-cambriana em um terreno metamórfico de
alto grau, com presença de corpos graníticos é constituído predominantemente por três unidades litológicas principais com algumas variações composicionais
e texturais: ortognaisses, biotita-gnaisses e leptinitos. Os solos caracterizam-se por predomínio de grandes extensões de latossolos nas áreas montanhosas,
aparecendo localmente solos tipo litossolos e cambissolos nas áreas mais íngremes. O Parque Nacional da Tijuca, com uma área total de 3.935 ha, se insere
no sistema da paisagem ou geoecossistema do Maciço da Tijuca, onde sobressai a interface floresta-urbana, cujas relações funcionais atuais se sobrepõem
às heranças por um passado marcado por ciclos econômicos que devastaram a floresta original. Encontra-se hoje amplamente integrado ao tecido urbano da
cidade do Rio de Janeiro, constituindo-se num dos principais marcos da paisagem, reconhecido nacional e internacionalmente.
O presente estudo busca entender se o gradiente topográfico pode influenciar na granulometria, buscando inferir sobre condições de declividade para cada
classe de textura. Para tal foram demarcados quatro transectos de 100 metros de extensão encosta acima ao longo das principais estradas que cortam o
Parque Nacional da Tijuca. Ao longo dos transectos foram demarcadas quatro parcelas (0-10, 30-40, 60-70, 90-100 m). Em cada parcela foram coletadas
três amostras do horizonte Ai (com um quadrado de 25 x 25 cm) pra a classificação granulométrica. As amostras foram pipetadas (via úmida) para separar
as classes granulométricas, com a respectiva queima da matéria orgânica. Com o uso de DGPS foram coletados dados referentes ao posicionamento plani-
altimétrico das encostas e foi elaborado um modelo digital de elevação de terreno. O objetivo foi relacionar tanto a granulometria por parcela como com
a classe textural (segundo triângulo de textura) e com a declividade média de cada transecto. Como resultados podemos perceber que as áreas com menor
declividade apresentam também menor concentração de silte ( que com exceção da área do Morro do Mesquita todas as éreas têm menor declive na parcela
0-10), sendo mais heterogenia a área do Morro do Mesquita em que a declividade quase que se mantém ao longo do transecto. Esta área também possui a
maior quantidade de areia, apresentando inclusive a classificação areia franca (todas as outras áreas foram classificadas como franca arenosa). A pesar da
área do Bom Retiro possuir a maior declividade média do transecto, isto não vai influenciar diretamente em suas frações e sim as declividades médias por
parcela, o que pode propiciar melhores análises no futuro.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Estudo do desequilíbrio 238U e 234U na interação rocha-água em granitos da suíte


intrusiva de Itu

Bruno de Barros Collaço1; Rosana Nunes dos Santos2; Leila Soares Marques3; Roberto Keiji Kawauchi3
1
Bacharelado em Geofísica, IAG/USP – São Paulo; 2 Departamento de Geofísica, IAG/USP – São Paulo (rosanans@iag.usp.br); Departamento de Física,
CCET/PUC/SP – São Paulo;
3
Departamento de Geofísica, IAG/USP – São Paulo

Este trabalho apresenta os primeiros resultados obtidos na investigação do comportamento dos radioisótopos 234U e 238U em processos de lixiviação de
rochas da Suíte Intrusiva de Itu (SP), por meio de ensaios conduzidos em laboratório. Estudos recentes realizados em águas extraídas de poços profundos
perfurados nessas rochas mostram elevadas concentrações de urânio, bem como enriquecimento significativo de 234U em relação ao 238U, com razões de
atividade (234U/238U) de até 18.
A Suíte Intrusiva de Itu localiza-se a cerca de 70 km da cidade de São Paulo, possui uma área de aproximadamente 400 km2 e abrange os municípios de
Itu, Itupeva, Salto, Indaiatuba e Cabreúva. Quatro corpos principais compõem essa suíte, sendo que neste trabalho foram investigadas quatro amostras
pertencentes a dois deles (Granito Salto e Granito Fazenda Cruz Alta) e situadas no entorno das cidades de Itu e Salto. Além disso, foram analisadas 48
amostras de água geradas em laboratório, percolando-se água destilada em amostras britadas dessas rochas por aproximadamente 6 meses. A metodologia
aplicada envolveu a criação de um aparato experimental para simular, sob condições controladas, os processos de lixiviação que ocorrem na natureza.
Para determinar as concentrações de urânio e as razões de atividade (234U/238U) foi empregada a técnica de espectrometria alfa, que forneceu resultados
plenamente satisfatórios. Os rendimentos químicos variaram de 30 ± 1% a 98 ± 4%, com média de 58 ± 17% e a exatidão do método, avaliada pela
comparação com dados de ICP-MS, forneceu erros relativos inferiores a 12%. Entretanto, duas amostras que possuíam baixa atividade e apresentaram
rendimentos químicos inferiores a 20% forneceram resultados discrepantes. Isto reforça que a combinação baixo rendimento - baixíssima concentração (< 1
ηg/g) inviabiliza a utilização de resultados dessa natureza, devido à falta de exatidão.
As concentrações de urânio nas águas investigadas situaram-se no intervalo de 0,090 ± 0,006 ng/g a 66 ± 2ng/g, apresentando de modo geral um decréscimo
ao longo do tempo de estudo. Os resultados obtidos indicam que a maior parte do urânio é lixiviada logo nos primeiros dias de contato da rocha com a água.
Após cerca de 200 dias, a quantidade total de urânio transferida para a água tende a assumir valores constantes.
O desequilíbrio radioativo foi evidenciado em todas as amostras de água analisadas, com razões de atividade entre 1,98 ± 0,07 e 3,29 ± 0,03, apontando
elevado enriquecimento de 234U em relação ao 238U. Este fenômeno foi principalmente causado pela lixiviação do 234U oxidado e pelo efeito do recuo alfa.
Esta característica era esperada, porque o desequilíbrio radioativo é comum em águas superficiais e subterrâneas.
Embora a concentração de urânio das quatro rochas analisadas seja a mesma, considerando-se as incertezas analíticas, a quantidade lixiviada deste elemento
variou significativamente, observando-se um maior enriquecimento nas águas que percolaram o Granito Salto. Este resultado se deve provavelmente ao fato
da apatita, que é um mineral portador de urânio, sofrer alteração sob as condições experimentais empregadas, liberando esse elemento para a água.
Agradecimentos: Ao CNPq pelo apoio financeiro ao projeto de pesquisa.

115

o resgate histórico das fontes de água mineral de santo antônio de pádua pelo projeto
jovens talentos para a ciência
Kátia Leite Mansur1; Célia Maria Lima Januzzi2; Vitor Nascimento1, Dacio Vivas3
1
Projeto Caminhos Geológicos / DRM-RJ – Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro (kmansur@drm.rj.gov.br); 2 Instituto do Noroeste Fluminense
de Educação Superior - INFES/ UFF – Universidade Federal Fluminense; 3 PROEX - UFF.

O município de Santo Antônio de Pádua tem na extração e beneficiamento de pedras de revestimento e rochas ornamentais a maior expressão de sua
economia. Esta atividade teve impulso a partir da década de 1990 e conta hoje, segundo dados do DRM-RJ, com cerca de 6 mil empregos diretos e indiretos,
numa população total em 2007 de 40.145 habitantes conforme contagem feita pelo IBGE. No entanto, desde a década de 1930 o município tornou-se
conhecido por suas águas minerais, cujas raríssimas composições químicas ainda hoje despertam a atenção de pesquisadores e médicos crenologistas.
Tem-se registro de pelo menos 4 fontes históricas no município: (a) Iodetada – classificada como iodetada, litinada, brometada, alcalina, bicarbonatada e
fluoretada; (b) Solu – carbogasosa; (c) Pagé – litinada; e (d) Farol – hipotermal na fonte. Destas, a Iodetada e a Solu foram exploradas economicamente,
sendo que a primeira manteve sua produção até a primeira metade da década de 2000. As instalações e equipamentos históricos da água Iodetada encontram-
se em ótimas condições de conservação, apesar da sua localização no centro urbano municipal. O entorno da fonte da água Solu foi objeto de reflorestamento
pela Emater-Rio e Prefeitura. As demais fontes históricas encontram-se pressionadas pela urbanização, e outras, descobertas mais recentemente, não foram
ainda estudadas. Santo Antônio de Pádua foi considerada Estância Hidromineral até 1981, quando essa classificação foi revogada por lei estadual.
Em 2008 a UFF e o DRM-RJ iniciaram parceria para participação no Projeto Jovens Talentos para a Ciência (FAPERJ-CECIERJ), especificamente para
orientação de 20 alunos do ensino médio num programa de pré-iniciação científica. Foi elaborado um projeto integrado denominado “Adote uma árvore”,
com quatro desdobramentos: (a) Águas minerais e patrimônio geológico; (b) Impactos ambientais da mineração; (c) Montagem de viveiro de mudas; e (d)
Recuperação/reposição e conservação de mata ciliar.
Nos primeiros contatos com os alunos selecionados nas escolas municipais ficou claro que eles desconheciam o passado da cidade no que se refere à riqueza
hidromineral. Entre aulas, palestras, visita técnica às instalações da vizinha Água Mineral Raposo e trabalhos de campo, foi montada uma estratégia de
trabalho para realização do inventário das fontes e nascentes, a situação ambiental atual de cada uma delas, ameaças à qualidade e quantidade de água,
identificação de necessidade de reflorestamento, entrevistas com moradores, entre outros pontos. Está sendo organizada pelos orientadores e alunos uma
caminhada por trilha interpretativa até a fonte de água Solu, onde se pretende desenvolver um trabalho de recepção e gastronomia típica aos visitantes. Todos
estes esforços têm como objetivo final a construção do Museu da Água Mineral de Santo Antônio de Pádua, que incluirá acervo histórico e visitação para
degustação de água nas fontes que existem em todo o município, como extensão ao ar livre do próprio museu.
O projeto está resgatando a história da água mineral no município, enquanto eleva a auto-estima e o conhecimento científico de seus moradores, em
particular dos Jovens Talentos para a Ciência de Santo Antônio de Pádua, hoje com 34 bolsistas envolvidos. A intenção é que a cidade volte a ser conhecida
por suas raras e terapêuticas águas minerais e que seus moradores possam se apropriar destes conhecimentos para construir um projeto de turismo associado
à ciência, lazer e saúde.
Agradecimentos: ao Projeto Jovens Talentos para a Ciência (FAPERJ-CECIERJ) e aos 34 alunos do período 2008 e 2009.

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rompendo muros: a experiência do museu da geodiversidade da ufrj

Ismar de Souza Carvalho1; Patrícia Danza Greco1; Kátia Leite Mansur2; Emílio Velloso Barroso1; João Graciano Mendonça Filho1; Leonardo Fonseca
Borghi de Almeida1
1
Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, CCMN – UFRJ (ismar@geologia.ufrj.br); 2 Projeto Caminhos Geológicos, DRM-RJ

O Museu da Geodiversidade da UFRJ foi concebido com a intenção de se constituir em um espaço de divulgação das geociências, demonstrando que na Terra
há uma profunda conexão entre a vida e o local onde ela se desenvolve, ou seja, entre a biodiversidade e a geodiversidade, desde o passado até o presente.
Busca, desta forma, a difusão do conhecimento acerca da Terra, de seus ambientes e da história de suas transformações.
Sua origem relaciona-se às coleções depositadas no Departamento de Geologia da UFRJ, anterior à própria criação do curso de Geologia, já que incorporou
os materiais advindos da Faculdade Nacional de Filosofia. No decorrer de 70 anos houve um acentuado aumento deste acervo, que abrange minerais, alguns
raros, do país e exterior, rochas e fósseis, bem como material resultante da pesquisa acadêmica de docentes e discentes. Trata-se de uma coleção composta por
mais de 25.000 exemplares de minerais e fósseis, de algumas centenas de tipos petrológicos, lâminas petrográficas e palinológicas, microfósseis, materiais
geotécnicos, rochas ornamentais, mapas, instrumental científico e outros objetos que relatam a história do ensino e da pesquisa geológica em nosso país.
Os objetivos do Museu da Geodiversidade abrangem: resgate do patrimônio geológico e paleontológico através da manutenção das coleções científicas do
Departamento de Geologia - UFRJ; demonstração da importância das geociências para as atividades econômicas e para melhoria das condições de vida
da população; revitalização do espaço científico do Departamento de Geologia, com finalidade de desenvolvimento de atividades educacionais voltadas
para o ensino das Ciências da Terra na Educação Básica; apoio aos professores do Departamento de Geologia e de outras unidades universitárias para que
possam complementar informações de caráter prático na qualificação de discentes universitários; disponibilização do acervo para que alunos da rede escolar
do Ensino Fundamental e Médio municipal, estadual, federal e particular observem e examinem as coleções, propiciando aos mesmos a possibilidade de
realizar trabalhos escolares, incentivando, ao mesmo tempo, o seu interesse pelas ciências geológicas; recuperação do acervo para apresentação da história
geológica e paleobiológica da Terra, com uma “sensibilização” do público para a compreensão dos eventos geológicos, sua magnitude e implicações para
as atividades humanas.
O foco estratégico está em receber escolas, tanto alunos como professores, para visitas ao espaço expositivo, palestras e oficinas. Para melhorar a qualidade da
informação, além de mediadores em Geologia e Geografia, foram selecionados graduandos da Escola de Belas Artes e da Faculdade de Letras para compor a
equipe do museu (com bolsas de programas de extensão e de iniciação artístico-cultural da UFRJ). O material utilizado nas oficinas vem sendo desenvolvido
nesse contexto, que relaciona ciência e arte. A equipe também realiza atividades externas ao Museu e se integra a outros espaços, disponibilizando parte
do seu acervo para mostras, o que amplia o alcance de suas ações. Além disso, foi iniciado no seu entorno um processo de musealização dos afloramentos
rochosos que compõem a paisagem da Cidade Universitária, pela implantação de painéis interpretativos do projeto Caminhos Geológicos.
Este projeto conta com o apoio da FINEP, do CNPq e da FAPERJ.

116

UMA EXPOSIÇÃO DE ROCHAS E MINERAIS PARA DIVULGAÇÃO DA HISTÓRIA DA CIÊNCIA e para o


conhecimento: A GEOLOGIA no trajeto de Charles DARWIN no estado do rio de janeiro

Kátia Leite Mansur1; Fátima Brito2; Vitor Manoel Rodrigues do Nascimento1; Renato Rodriguez Cabral Ramos3
1
Projeto Caminhos Geológicos, DRM-RJ (kmansur@drm.rj.gov.br); 2 Casa da Ciência da UFRJ;
3
Dept. de Geologia e Paleontologia, Museu Nacional/UFRJ

Desde 2008 o Ministério da Ciência e Tecnologia lançou o projeto Caminhos de Darwin no Estado do Rio de Janeiro, com coordenação técnica da Casa da
Ciência da UFRJ e do Projeto Caminhos Geológicos do DRM-RJ. Trata-se de numa parceria que envolve comunidades, professores, alunos, pesquisadores,
instituições e empresas públicas e privadas, bem como cidadãos de 12 municípios do estado por onde o naturalista britânico Charles Darwin passou em 1832,
quando de sua célebre viagem ao redor do mundo a bordo do HMS Beagle. As ações do projeto fazem parte das comemorações, em 2009, do bicentenário do
nascimento de Darwin e 150 anos de lançamento do seu livro Origem das Espécies, e envolvem atividades didáticas, artísticas e científicas. Em novembro
de 2008 foi realizada uma expedição pelos 12 municípios por onde Darwin passou numa excursão pelo Estado do Rio de Janeiro, onde uma das atrações
levadas às localidades foi uma exposição de rochas, minerais, solos e sedimentos diversos, representativos das diversas ambiências geológicas do trajeto.
Inicialmente decidiu-se por coletar duas amostras por município, além de selecionados alguns outros pontos adicionais por sua importância ou raridade da
ocorrência. As amostras foram coletadas em pontos descritos nos diários e/ou caderneta de campo de Darwin, ou em localidades por onde ele passou, cujo
roteiro foi traçado por levantamentos em mapas dos séculos 18, 19 e 20 e buscando cobrir o maior número de litotipos. A distribuição da coleta de amostras
por localidade foi a seguinte: (1) Rio de Janeiro - gnaisse facoidal e leptinito, descritos por Darwin em suas caminhadas ao Corcovado e Botafogo; (2) Niterói
- pegmatito e gnaisse facoidal, existentes na estrada do Vai-e-Vem, na Serra da Tiririca, por onde o naturalista iniciou sua excursão pelo interior fluminense;
(3) Maricá - granito porfirítico da Pedra de Itaocaia e paragnaisse milonítico; (4) Saquarema - beachrock descrito em 9 de abril de 1832 e biotita-gnaisse da
Serra do Mato Grosso, cujo reflexo na Lagoa de Saquarema foi relatado; (5) Araruama - conchas das lagunas hipersalinas e o sal; (6) São Pedro da Aldeia -
brecha tectônica e diabásio; (7) Cabo Frio – conchas da paleolaguna da Reserva de Tauá e seixos da Formação Barreiras; (8) Casimiro de Abreu - sienito com
magnetita do Morro de São João e depósitos fluviais em paleocanais; (9) Macaé - ortognaisses da Unidade Região dos Lagos e areia da Lagoa de Imboassica,
onde Darwin coletou um peixe; (10) Conceição de Macabu - biotita-granada gnaisse fresco e alterado; (11) Rio Bonito - nefelina sienito e solo de alteração de
gnaisse, descrito como fértil por Darwin; (12) Itaboraí - sedimentos da Formação Caceribu e de calcário com fósseis de gastrópodes; e (13) Outros - petróleo
da Bacia de Campos, fluorita de Tanguá e pseudomorfos de pseudoleucita de Rio das Ostras foram adicionados. As amostras foram colocadas em caixas,
com etiquetas no mesmo padrão do material de divulgação do projeto, onde consta o mapa do roteiro percorrido, o local de coleta, o nome, tipo, idade e
importância/uso de cada amostra. Além disto, um cartão com a informação sobre o fato de Darwin ter visto/descrito ou não aquele material, complementou
a informação geológica, o que permite o uso da exposição como um jogo, se avaliada em conjunto com a leitura do diário do naturalista. A exposição foi
muito bem aceita pela comunidade escolar e uma versão em caixa apropriada está sendo confeccionada para itinerar por todos os municípios envolvidos.
Gerou, também, o interesse das municipalidades em coletar amostras e confeccionar exposições típicas de seus territórios com o apoio da equipe do projeto.

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RESÍDUOS DE MINERAÇÃO E METALURGIA: EFEITOS POLUIDORES EM SEDIMENTOS E EM ESPÉCIE BIOINDI-


CADORA - RIO RIBEIRA DE IGUAPE

Valéria G. S. Rodrigues1, Joel B. Sígolo2, Denis S. M. Abessa1 & Marcos de Oliveira1


1
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) - Campus Experimental Litoral Paulista – Departamento de Gerenciamento Costeiro e
Ecotoxicologia; 2 Universidade de São Paulo (USP) – Instituto de Geociências – Departamento de Geologia Sedimentar e Ambiental

Diversos processos industriais e extrativos minerais, atuantes desde o século passado, contribuíram de modo efetivo para a contaminação do meio ambiente.
Os resíduos tóxicos resultantes de tais atividades, muitas vezes enriquecidos em metais pesados foram depositados ou lançados diretamente nos solos e
cursos d’água, sem qualquer tratamento prévio.
O Rio Ribeira de Iguape, localizado nos estados do Paraná e São Paulo é um exemplo clássico de contaminação desse tipo, fruto de atividades de mineração
e fundição não controladas ambientalmente. Por aproximadamente 40 anos, resíduos provenientes do beneficiamento do minério (resíduos de mineração) e
do forno de fundição (resíduos de metalurgia) foram lançado nas águas do Rio Ribeira de Iguape. Com o surgimento da lei de proteção ambiental por volta
de 1991 esta prática foi proibida, apenas 4 anos antes da paralisação total das atividades minerais e industriais desta região que ocorreu em 1995.
A identificação da existência ou não do comprometimento ambiental ainda presente no Rio Ribeira de Iguape em função desse procedimento, somente foi
possível pela análise dos resíduos lançados nesse corpo de água, sedimentos em suspensão e espécie bioindicadora.
De acordo com os testes realizados nos resíduos de mineração e metalurgia, os dois materiais foram classificados como pertencente à Classe I para resíduos
sólidos segundo a norma NBR 10.005. O resíduo de mineração apresentou teores menores para os metais pesados se comparados com o da metalurgia. Os
teores de metais pesados detectados nos resíduos de mineração foram: Zn (média de 8817 mg/kg), Pb (média de 6366,70 mg/kg), Cu (média de 110,90 mg/
kg) e Cr (média de 42,10 mg/kg), enquanto que no resíduo de metalurgia os teores detectados foram: Zn (média de 118.004,33 mg/kg) e Pb (34.018,00 mg/
kg). De acordo com o teste de lixiviação os resíduos de metalurgia são mais resistentes ao ataque ácido se comparadas com o resíduo de mineração.
Além dos resíduos foram coletados sedimentos em suspensão em quatro porções do Rio Ribeira de Iguape (Eldorado, Sete Barras, Registro e Iguape). Estes
sedimentos indicaram a presença de metais pesados provenientes das atividades de mineração, sendo que os teores médios detectados foram: Pb (70,50mg/
kg), Zn (115,58mg/kg), Cu (28,33mg/kg) e Cr (67,79mg/kg). Nesse material foi observada presença de esferas de origem metalúrgica (emprego de MEV/
EDS), indicando que a escória lançada no rio em períodos anteriores até hoje continua circulando pelos diversos compartimentos sedimentares dessa dre-
nagem.
As análises realizadas na espécie bioindicadora (Corbicula flumínea) exibiram presença dos metais pesados provenientes das atividades de mineração. Os
valores de Pb detectados nas amostras de Iporanga e Sete Barras ultrapassam o valor de referência da ANVISA (2,00 µg/g) para a concentração deste metal
pesado em peixes e produtos de pesca para consumo.
Com os estudos realizados, foi possível concluir que o Rio Ribeira de Iguape não está sofrendo processo natural de depuração e que os resíduos lançados
anteriormente no rio, ainda hoje interagem com a biota, como ficou comprovado pelas análises em espécie bioindicadora.
Agradecimentos: Os autores agradecem o apoio recebido pelo CNPq em projeto de pesquisa, FAPESP pela bolsa de doutorado e pelo apoio obtido com bolsa de Produtividade
à Pesquisa.

117

O mapeamento e avaliação da degradação de rochas de cantaria: estudo de caso da Igreja de


Santa Rita, Paraty - RJ.

Anderson de Araújo Soares 1; Emílio Velloso Barroso1; Viviane Farroco da Silva1;


1
Universidade Federal do Rio de Janeiro (Brasil) / Instituto de Geociências – Departamento de Geologia
filhoedri@yahoo.com.br; emilio@geologia.ufrj.br; viviane.farroco@yahoo.com.br

O efeito do intemperismo sobre as rochas leva à modificação de seus minerais primários, os quais dão lugar aos minerais neoformados, e produzem soluções
que são lixiviadas alterando a composição química original. Com relação a componente física deste processo, ocorre a propagação de fissuras pré-existentes
na matriz da rocha, aumentando o volume de vazios, com o conseqüente crescimento da capacidade de absorção de líquidos pela rocha. O resultado desta
combinação de fatores fica registrado nas rochas sob formas macroscópicas visíveis (morfologias de alteração) e também na degradação das propriedades
físicas e geomecânicas.
A preservação de rochas de cantaria em construções de valor histórico é uma relevante ação para conservação do próprio patrimônio. Há que se ressaltar que,
em muitos casos, as rochas empregadas não mais estão disponíveis porque as antigas áreas fontes se encontram em regiões urbanizadas ou de preservação
ambiental.
O estudo tem a finalidade de avaliar a degradação dos granitos que revestem a fachada da igreja de Santa Rita. A abordagem terá início com a identificação e
mapeamento das morfologias de alteração. Posteriormente foram realizados ensaios “in situ” de esclerometria, absorção de água (RILEM, 1980) e medidas
de perfis das rugosidades das superfícies das rochas.
Foram realizadas diversas visitas a Igreja de Santa Rita para mapeamento das morfologias onde utilizou-se a classificação proposta por Farroco et. al 2007.
O índice de esclerometria foi obtido com o martelo de Schmidt do tipo L, cujo resultado está relacionado com a dureza superficial da rocha testada.
Os ensaios de absorção empregando o método do cachimbo quantificam o volume de água absorvida em um intervalo de tempo. Essa informação está
relacionada com as propriedades permo-porosas da rocha, que são significativamente modificadas com o aumento da intensidade de alteração da rocha.
Empregou-se um perfilógrafo para descrever a rugosidade das superfícies dos blocos de rochas. O intuito foi verificar se o processo de desagregação granular
e erosão associada são responsáveis por variações significativas no perfil geométrico desta propriedade.
O processamento dos dados obtidos no campo foi realizado no software Arc Gis, onde as patologias foram digitalizadas e analizadas.Os dados de
esclerometria obtidos foram analisados no software SURFER e gerou-se mapas de contorno das durezas superficiais dos blocos de rocha ensaiados. Para
os dados do ensaio de absorção foram confeccionados gráficos de volume absorvido por tempo. Com o perfilógrafo foram tomadas várias seções, em uma
malha quadrada, para se obter um modelo digital da superfície e assim estimar o volume das perdas de massa.
Resultados preliminares mostram que as morfologias encontradas com maior freqüência são manchas e películas. As regiões com menores valores de
resistência são coincidentes com as bordas dos blocos, que em geral encontram-se bastante erodidas e com as áreas que foram afetadas por morfologias de
alteração dos grupos dois (perda de massa).Os valores de esclerometria encontrados no geral são baixos, o que está associado a grande erosão superficial
dos blocos e a desagregação granular intensa.
Agradecimentos: CNPq/PIBIC,.IPHAN.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

GEODIVERSIDADE ITINERANTE nas escolas públicas do rio de janeiro

Pedro Douglas da Silva1 ; Eloisa da Silva Pereira2; Creuza de Araújo3; Fabiane Feder 4; Victor Cesar Ribeiro Pereira 5;Renata Bernardo de Andrade 6; Edson
Faria Mello8; Cícera Neysi de Almeida9.
1
UFRJ/IFES (pedrosalguod@yahoo.com.br); 2IGEO/UFRJ; 3IGEO/UFRJ; 4IGEO/UFRJ ;
5
IGEO/UFRJ; 6IGEO/UFRJ; 7IGEO/UFRJ; 8IGEO/UFRJ;9IGEO/UFRJ.

O presente trabalho visa transpor as barreiras que separam o conhecimento acadêmico do escolar, tornando acessível à linguagem técnica geológica a
sociedade, contribuindo para o Projeto, em andamento, “Popularização do conhecimento geológico em escolas da rede pública de ensino”. O contato dos
alunos do ensino da rede pública do Rio de Janeiro, com os conhecimentos acerca da geodiversidade pode auxiliar no processo de ensino e aprendizagem,
criando e despertando a sua motivação. O desestímulo e as dificuldades dos professores provém da falta de recursos didáticos, que se tornam um obstáculo
ao processo ensino-aprendizagem, pois lhe faltam técnicas e experiências inovadoras. Através da geodiversidade pretende-se propor aos alunos e professores
mecanismos para promover a aprendizagem significativa, valorizando os seus conhecimentos prévios e possibilitando materializar a teoria aprendida nas
aulas expositivas de Geografia e Ciências.
O objetivo tem como foco central, a geodiversidade, a qual caracteriza minerais, rochas, fósseis, ambientes, processos e fenômenos geológicos geradores
de paisagens, a fim de propiciar um processo de ensino e aprendizagem prazeroso, tornando-se uma referência no estímulo e recuperação do interesse pelo
saber dos corpos discentes e docentes.
Está em curso nas escolas exposições interativas de rochas, minerais, fósseis e equipamentos usados por geólogos, onde os alunos aprendem de forma
dinâmica os conceitos oriundos das ciências da Terra. A exposição concentra-se em 4 vertentes: 1. definição, classificação e as propriedades físicas e
morfológicas dos minerais, permitindo assim que os alunos pudessem identificar, entre outros, os tipos existentes através de observações práticas de hábitos,
transparência, brilho, cor, dureza, fratura, clivagem, densidade, bem como suas propriedades magnéticas; 2. agrupamento genético de rochas através de suas
características em três grandes grupos: magmáticas, sedimentares e metamórficas, e o seu ciclo e sua distribuição na crosta terrestre; 3. o estudo dos fósseis e
suas implicações em reconstruções paleoambientais e paleogeográficos 4. instrumentos de uso geológicos, tais como bússola, GPS, lupa, caderneta, batéia,
fotos aéreas realizando estereoscopia com percepção em três dimensões.
As escolas municipais e estaduais do Rio de Janeiro pouco abordam sobre a importância das ciências geológicas e em função disso, grande parte da população
ignora a influência que ela exerce em seu cotidiano. Portanto, visando o alcance, a importância, a popularização, e a influência que o conhecimento geológico
exerce no seu dia-a-dia, a divulgação faz-se necessária tendo a universidade o papel de fornecer subsídios para o enriquecimento cultural do ensino nas
escolas públicas.
Agradecimentos: FAPERJ; Fotógrafo Alexisman Thiengo Zegarra; Museu da Geodiversidade UFRJ.

118

GEODISPONIBILIDADE DE METAIS PESADOS NA região dO VALE DO RIO GUANDU E BAIA DE SEPETIBA

David Silva Rocha1; Bruno de Alcântara Cordeiro Cunha2; Aline Sabino da Silva1, Mauro Cesar Geraldes³; Miguel Angelo Mane³, Silvia Dias Pereira2.
1
Programa de pós-graduação em Geologia, UERJ (davidrocha21@yahoo.com.br); 2 Instituto de Oceanografia, UERJ, 3 DGRG e DGAP, UERJ. .

Muitos estudos têm-se voltado para a questão da poluição ambiental, seja no âmbito das atividades mineradoras, industriais e até mesmo nas mais diversas
relações antrópicas, todas capazes de transportar resíduos nocivos para diversos ambientes. O foco deste trabalho é avaliar as áreas fontes e receptoras de
metais pesados, sob ponto de vista da influência antrópica e geológica. Nestes termos, o conceito de Geodisponibilidade pode ser aqui aplicado como função
da disponibilidade (concentração) de metais e da susceptibilidade (variáveis geológicas).
A maior parte da região de estudo situa-se no Oeste metropolitano do estado do Rio de Janeiro, distante aproximadamente 40 km da Baía de Guanabara.
Compreende as áreas dos bairros de Guaratiba, Sepetiba, Campo Grande, Santa Cruz e áreas dos municípios de Nova Iguaçu, Seropédica, Itaguaí, Queimados,
Japeri e Paracambi. A metodologia aplicada consistiu em análise de fotoaérea para delimitação dos terrenos e sistemas hidrológicos mais susceptíveis à
concentração e/ou transporte de metais pesados, assim como a avaliação de áreas com possíveis fontes destes metais. Com base nas análises preliminares da
Baia de Sepetiba e seus aspectos fisiográficos e de ocupação, uma imagem de satélite da região foi estudada visando a delimitação de domínios e avaliadas
na perspectiva de futuras amostragens a partir de definição de áreas alvos.
Neste sentido, foram definidas as áreas dos domínios segundo a geodisponibilidade, gerando um mapa para toda a bacia hidrográfica do rio Guandu. Os
domínios identificados são os seguintes: (i) a Zona Costeira Oeste abrange desde o Saco da Coroa Grande ao canal do rio Guandu, incluindo as zonas
urbanizadas de Itaguaí e Coroa Grande assim como o Porto e siderúrgica; (ii) a Zona Costeira Leste abrange as regiões urbanizadas de Sepetiba a Barra de
Guaratiba; (iii) a Zona Urbanizada Leste abrange os bairros de Santa Cruz e Campo Grande; (iv) a Zona Central Leste abrange os areais de Seropédica e
áreas industriais de pequeno porte; (v) a Zona Central Oeste abrange áreas de residenciais de baixa densidade, caracterizada por loteamento parcialmente
urbanizados e áreas rurais. Estas zonas apresentam como característica comum a existência de domínios de coberturas sedimentares, com relevos arrasados
e de planícies próximas ao nível do mar.
Na região norte da área estudada foram individualizados: (vi) a Zona Urbanizada Norte abrangendo áreas bairros ao redor do Maciço do Mendanha e
entornos a Serra do Graben de Santana; (vii) a Zona Nordeste abrange as áreas urbanizadas de Japeri, Paracambi e o Graben de Santana; (viii) a Zona
Noroeste abrange as regiões montanhosas a Oeste da Baia de Sepetiba, assim como reservatórios e hidrelétricas. Estas zonas apresentam-se em domínios
montanhosos de rochas pré-cambrianas a cambrianas.
As zonas avaliadas em maior disponibilidade de metais pesados são a Zona Costeira Oeste e a Zona Central Leste, enquanto que nas outras zonas, a baixa
disponibilidade pode ser avaliada pela existência de terrenos de rochas cristalinas. As zonas avaliadas em maior susceptibilidade as Zonas Costeiras, a Zona
Central Leste e a Zona Noroeste são decorrentes da maior capacidade de transporte e de armazenamento, além de estarem intimamente relacionadas à Baia
de Sepetiba. Estes estudos devem auxiliar em trabalhos futuros, comparando resultados do sistema receptor (baia, rios e canais), com demais atividades
antrópicas e novas análises em sedimentos continentais.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

CONCENTRAÇÕES ANÔMALAS DE METAIS PESADOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO DOMINGOS


RELACIONADO A AGRICULTURA

Ariadne Marra de Souza1, Mauro César Geraldes1, Ana Cristina Almeida2


1
Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), (ariadne_marra@oi.com.br)
2
Laboratório de Caracterização de Águas, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

A bacia hidrográfica do Rio São Domingos está localizada, predominantemente, no município de São José de Ubá ao norte do Estado do Rio de Janeiro e uma
pequena parte no município de Itaperuna, situados na Faixa Ribeira. O município apresenta como principal fonte de renda a produção agrária relacionada
ao cultivo de tomate em pequenas comunidades com uma média de 200 a 300 habitantes, sendo os mais populosos próximos ao centro urbano (Ubá). A
região vem sofrendo com a escassez de águas superficiais e os poços foram perfurados como alternativa tanto para utilização nas residências como na
lavoura. O presente trabalho tem como objetivo caracterizar os índices de contaminação ocasionados pela utilização de agrotóxicos na cultura de tomate
e outros hortifrutigranjeiros na região da bacia hidrográfica do Rio São Domingos. A problemática que envolve estas atividades está no uso inadequado
de produtos agrotóxicos no controle de pragas e maximização da produção. Comumente os defensivos agrícolas são aplicados dias antes da colheita o
que pode ocasionar maior contaminação dos produtos por esses defensivos, e por conseqüência maior contaminação para o consumidor. Outro aspecto
importante é a possível contaminação do lençol freático e águas superficiais utilizadas pela população. Neste sentido, vários casos são mencionados com os
seguintes problemas de intoxicação no município de São José de Ubá: dor de cabeça e tonteira; diarréia e vômitos; alergia; anorexia e vômitos; perturbações
neurológicas; e outros, onde os sintomas mais observados (disfunção do aparelho digestivo) são iguais aos sintomas de intoxicação por vanádio, chumbo e
cobre. Consequentemente passa a ser importante o entendimento da influência antrópica na contaminação da Bacia Hidrográfica de São Domingos. Neste
sentido amostras de sedimentos de corrente nas principais drenagens da região e a abertura das amostras foi realizada através da lixiviação com ácido
nítrico de forma a se quantificar os metais bidisponíveis nos sedimentos. As amostras foram analisadas por espectrometria de massa (ICP-MS) onde se
obteve a concentração dos seguintes isótopos 114Cd, 59Co, 53Cr, 65Cu, 60Ni, 206Pb, 207Pb, 208Pb, 51V, 86Sr e 66Zn através de curvas de calibração. As amostras de
sedimentos apresentam os seguintes intervalos de concentrações: Cádmio – 0,012 a 0,001 mg/l; Chumbo total – 0,858 e 0,203 mg/l; Cobalto – 2,247 a 0,368
mg/l; Cobre – 1,73 a 0,007 mg/l; Cromo – 0,835 a 0,019 mg/l; Estrôncio – 2,503 a 0,612 mg/l; Niquel – 0,721 a 0,258 mg/l; Vanádio – 0,110 a 0,009 mg/l;
Zinco – 1,760 a 0,614 mg/l; Alguns elementos apresentam concentrações acima do limite mínimo permitido pelos órgãos ambientais, sendo: cádmio - 0,2
mg/l; chumbo - 0,5 mg/l; cobalto - 0,05 mg/l; cobre – 1,0 mg/l; cromo – 0,05 mg/l; níquel – 2,0 mg/l; vanádio - 0,1 mg/l; zinco - 5,0 mg/l. Observa-se que
as maiores concentrações estão ao norte e noroeste da bacia e coincidem com os locais de cultivo de tomate mais intenso. A partir dos resultados obtidos
pode-se sugerir a influência antrópica responsável pelos níveis significativos de contaminação, favorecendo a biodisponibilidade e aumentando a exposição
humana e da biota a esses elementos, a partir da ingestão de alimentos contaminados ou absorção de contaminantes.

119

DISCUSSÃO SOBRE A OCORRÊNCIA DE SAMBAQUI NO MUNICÍPIO DE ITAGUAÍ –


LITORAL SUL DO RIO DE JANEIRO.

Soraya Gardel Carelli 1; Helio Roncarati 1;José Carlos Paranhos Souza de Castro1; Irackli Inachvili 1; Dione Nunes do Nascimento 2
1
Departamento de Geociências, IA/UFRuralRJ (carelli@ufrj.br) ; 2 3PPGABFM/ UERJ.

Sambaqui (do tupi tamba’kï; literalmente “monte de conchas”), também conhecidos como concheiros, casqueiros, berbigueiros são depósitos constituídos
por materiais orgânicos e calcáreos empilhados ao longo do tempo por populações pré-históricas. Dependendo do tamanho das elevações os sambaquis
serviam como monumentos para identificar o grupo que habitava uma determinada região.
Através do estudo dessas estruturas é possível montar um retrato dos homens pré-históricos do litoral brasileiro, assim como tecer conjecturas a respeito de
variações do nível do mar em uma determinada região. Diversos autores já propuseram seu uso neste sentido, e durante a década de 1980 sua aplicação foi
particularmente intensa na construção de curvas de variação do nível relativo do mar para o litoral brasileiro durante o Holoceno, entretanto a aplicação desta
ferramenta dependera de uma maior integração entre os vários especialistas em pesquisas do Quaternário costeiro e a comunidade geológica e arqueológica.
No Brasil, os sambaquis podem ser encontrados ao longo do litoral nordestino, no Rio de Janeiro, São Paulo, e em outras partes do litoral gaúcho. No estado
do Rio de Janeiro, nos limites da baía de Sepetiba foram encontrados 34 sambaquis, na localidade de Guaratiba, região metropolitana do Rio de Janeiro
extremidade leste da baixada de Sepetiba.
A área deste trabalho localiza-se da planície costeira do município de Itaguaí, situado às margens da baía de Sepetiba, setor oeste. Em 2004, Carelli et.
al. relatou a ocorrência de acumulações conchíferas parcialmente soterradas em pontos isolados no município de Itaguaí a 3,50 m de altitude em cordões
arenosos associados a paleosistemas deltaicos, onde foram encontrados os seguintes tipos de moluscos: Ostrea sp e Phacoides pectinetus.
Em 2008, Após análises de radiocarbono, as mesmas apresentaram idade de 4.660 cal A.P, tornando esta acumulação posterior ao ápice da Transgressão Santos
(5.100 A.P.). Foram também encontrados no mesmo cordão seixos elipsóides de diabásio, medindo entre 3 e 8 cm, lâmina de quartzo de aproximadamente
8 cm incompatíveis com a granulometria e mineralogia dos sedimentos dos cordões. Fragmentos ainda maiores entre 15 e 18 cm com aspecto bastante
semelhantes a pedra de amolar e machado, além de fragmentos de ossos puderam ser coletados no local apresentando evidências bastante significativas que
se tratava de acumulações pré-históricas do tipo “sambaqui”.
Através deste estudo pretende-se reunir o ontem e hoje da baía de Sepetiba trazendo uma nova contribuição para os estudos do Quaternário costeiro do estado
do Rio de Janeiro. Sugere-se que em trabalhos futuros áreas contíguas a leste, na baía de Sepetiba sejam investigadas para possíveis correlacionamentos
espaço-temporal da ocupação pré-histórica desta região.
Agradecimentos:Petrobras/FINEP-0105085300.

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ANÁLISE DESCRITIVA E MORFOLÓGICA DE NINHOS DE VESPAS SOLITÁRIAS FÓSSEIS E SUB-FÓSSEIS


COLETADOS EM CAVERNAS DO BRASIL

Ricardo Afonso Bonito & Rodrigo Lopes Ferreira


Setor de Zoologia, DBI/UFLA – Lavras
(ricardoabonito@gmail.com)

Muitos himenópteros (vespas, abelhas e formigas) e isópteros (cupins) são encontrados em cavernas, geralmente nas proximidades de suas entradas, podendo
nidificar nestes locais que são potencialmente protegidos contra intempéries e contra predadores. Dependendo das condições presentes em cada caverna
estes ninhos podem se fossilizar, sendo considerados como icnofósseis. 77 ninhos de vespas solitárias fósseis e sub-fósseis foram coletados em cavernas nos
estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Ceará e Bahia. Foi observado o estado de fossilização dos ninhos e feitas análises morfológicas e
descritivas destes ninhos, com base em medições de largura, comprimento e altura das celas e dos ninhos. Também foram feitas medições de volume para
os ninhos de Altinópolis (SP), e contagem do total do número de celas dos ninhos e total de celas abertas. Foram observadas basicamente três morfologias:
a maioria (70 ninhos) possuía um tamanho intermediário (com o máximo de 112,23mm de comprimento por 90,98mm de largura e 68,84mm de altura ),
sendo mais ovalados e com muitas celas interiorizadas. Seis ninhos eram menores (com o máximo de 33,60mm de comprimento por 30,00mm de largura
e 28,00mm de altura ) e mais compactos com nenhuma cela interiorizada. Um único ninho coletado na Bahia era relativamente grande, estava totalmente
litificado e sem celas interiorizadas. Testes de regressão linear simples mostraram que as variáveis correspondentes às dimensões dos ninhos sempre
mostraram uma relação positiva (com o incremento de uma dimensão a outra conseqüentemente tende a aumentar). Utilizando-se testes de regressão simples
para 44 ninhos (coletados em Altinópolis) foram observadas relações significativas entre o volume destes ninhos com suas demais dimensões. Com relação
aos processos de fossilização que atuaram sobre os ninhos, observou-se que os mais importantes foram a incrustação e a litificação do material do próprio
ninho. Em alguns casos foi observada permineralização das celas. Os ninhos coletados em cavernas areníticas, se apresentaram bastante diversificados com
relação ao estado de fossilização, podendo refletir a lenta velocidade de silicificação sobre as peças, já que o dióxido de silício possui baixa solubilidade. Um
ninho coletado em uma caverna granítica em Minas Gerais, estava totalmente litificado, o que pode representar, eventualmente, uma idade mais avançada,
já que ele deve ter sofrido uma lenta silicificação. Todos os ninhos encontrados em cavernas calcárias apresentavam-se completamente calcificados, fato que
pode evidenciar que nestas cavernas a litificação é mais freqüente (e eventualmente mais rápida), tendo em vista a alta solubilidade do carbonato de cálcio.
Além da litologia da caverna o estado de fossilização dos ninhos se mostrou dependente de sua posição durante o tempo em que este se encontrou exposto à
ação das águas de percolação contendo minerais. Nos ninhos encontrados soltos no piso das cavernas as águas de circulação puderam depositar minerais em
toda sua extensão, de modo a litificar toda a estrutura. Por outro lado, naqueles ninhos encontrados ainda aderidos às paredes das cavernas, a litificação foi
preferencialmente superficial, e deve ter ocorrido a partir de águas de circulação que escorriam pelas paredes. Nestes casos, foi freqüentemente observado
que as porções mais internas dos ninhos não se apresentavam litificadas.

120

ANÁLISE DE PARÂMETROS RELATIVOS A QUEDA/ROLAMENTO DE BLOCOS ROCHOSOS EM UMA ENCOSTA


OCUPADA NO MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS (RJ)

Rafael Silva Ribeiro1; Emílio Velloso Barroso2; Andrea Ferreira Borges3


1
Departamento de Geologia, IGEO/UFRJ – Rio de Janeiro (rafasilrib@gmail.com); 2 Departamento de Geologia, IGEO/UFRJ – Rio de Janeiro; 3
Departamento de Geologia, IGEO/UFRJ – Rio de Janeiro.

No topo de uma elevação situada no distrito de Cascatinha, Município de Petrópolis (RJ), há uma grande quantidade de blocos soltos que podem se constituir
numa ameaça às construções localizadas no sopé dessa encosta. Nesse caso, o movimento de massa mais provável de ocorrer é o de queda / rolamento de
blocos, que possui difícil previsão tanto no que se refere ao início do movimento, como a trajetória e o alcance dos blocos.
O objetivo desse estudo é fazer uma análise de parâmetros relacionados ao processo de queda/rolamento de blocos e verificar o alcance de blocos instáveis
com a finalidade de definir zonas de suscetibilidade na área de estudo, a partir das simulações realizadas no programa RocFall.
Para tal propósito é necessário o conhecimento de um conjunto de parâmetros que influenciam os alcances e as trajetórias dos blocos, como a massa, o
coeficiente de restituição (e), as velocidades iniciais horizontal e vertical, a velocidade angular e o ângulo de atrito. Dada a dificuldade para determinação
experimental de alguns dos parâmetros citados e a escassez de dados sobre os mesmos na literatura, caso do coeficiente de restituição, procedeu-se neste
trabalho a uma análise paramétrica que permitiu delimitar faixas de alcance dos blocos e também se proceder a uma análise da sensibilidade dos parâmetros
envolvidos.
Do ponto de vista metodológico, o trabalho teve início com o mapeamento geotécnico da área na escala de 1:1.000, no qual foram mapeadas, segundo as
recomendações da IAEG (1976), as unidades de superfície: afloramentos rochosos compostos de Hornblenda-biotita gnaisses, solo residual areno-argiloso
(classificado como CH segundo a metodologia SUCS) e depósito de tálus. De posse deste mapa, se construiu 18 seções geológico-geotécnicas consideradas
relevantes para o estudo, onde se fez as simulações.
O mapa e as seções geotécnicas são as condições de contorno do problema e a partir das quais se executou a análise paramétrica do alcance dos blocos com
o auxílio de um programa de simulação de queda de blocos (RocFall – RocScience), cuja análise é realizada em duas dimensões e baseia-se nas formulações
dos problemas de balística. As massas dos blocos foram calculadas com base nas dimensões dos mesmos, estimadas em imagens georreferenciadas, e no
peso específico medido da rocha.
Os resultados mostram como esses parâmetros podem influenciar no alcance dos blocos e que é possível delimitar com razoável confiança uma zona de
suscetibilidade a ocorrência desse tipo de movimento de massa.

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DeTERMINAÇÃO DA ÁreA SUSCETÍVEL A OCORRÊNCIA DE QUEDA/ROLAMENTO DE BLOCOS UTILIZANDO O


SOFTWARE PFC-2D no município de petrópolis (RJ)

Rafael Silva Ribeiro1; Emílio Velloso Barroso2; Andrea Ferreira Borges3


1
Departamento de Geologia, IGEO/UFRJ – Rio de Janeiro (rafasilrib@gmail.com); 2 Departamento de Geologia, IGEO/UFRJ – Rio de Janeiro;
3
Departamento de Geologia, IGEO/UFRJ – Rio de Janeiro.

Dentre os movimentos de massa, a queda/rolamento de blocos é o tipo que possui maior dificuldade na previsão do início do processo, da trajetória e do
alcance dos blocos. A ocorrência deste tipo de movimento de massa vem aumentando em algumas áreas do Estado do Rio de Janeiro. Uma dessas áreas
está situada no Bairro da Glória, Distrito de Cascatinha, Município de Petrópolis, onde há uma encosta com blocos soltos que constituem uma ameaça às
construções localizadas no local.
O objetivo desse estudo foi verificar o alcance desses blocos instáveis e delimitar zonas de suscetibilidade em função das simulações realizadas pelo PFC-2D.
O software é uma eficiente ferramenta concebida para ser um instrumento eficaz para modelagem de problemas como o de queda de blocos. O programa
modela o movimento e a interação entre as partículas baseado no Método dos Elementos Discretos (DEM).
Três componentes são necessários para a elaboração do modelo no software: o conjunto de partículas, os contatos e as propriedades dessas partículas e
as condições iniciais do modelo. O conjunto de partículas são figuras geométricas, no que o programa denomina de paredes (retas) e circunferências. Os
contatos e propriedades das partículas são dados por valores de parâmetros intrínsecos às partículas como rigidez, amortecimento, força de ligação entre
as partículas, massa específica e coeficiente de atrito. Quanto as condições iniciais utilizadas no PFC-2D foram definidos valores iguais aqueles utilizados
pelo software RocFall, para se ter uma comparação dos resultados. Vale ressaltar que o trabalho com o software RocFall foi realizado anteriormente a esse.
A determinação dos valores a serem utilizados foi feita graças aos resultados de experimentos realizados no próprio programa, em laboratório e ao
mapeamento geotécnico realizado na escala de 1:1000, onde foram mapeadas três unidades: depósito de tálus, afloramentos rochosos compostos de
Hornblenda-biotita gnaisses (Batólito Serra dos Órgãos) e solo residual areno-argiloso. Em posse do mapa, se procedeu a confecção de seções geológico-
geotécnicas consideradas relevantes para o estudo. O mapa e as seções geotécnicas são as condições de contorno do problema e a partir das quais se executou
a análise do alcance dos blocos.
Com os resultados em mão, se procedeu a determinação de zonas de risco em função do possível alcance desses blocos, o qual variou segundo o valor dado
para cada parâmetro. De acordo com esses resultados, é possível alertar a situação para os órgãos competentes ou mesmo aos cidadãos residentes na zona de
risco, a fim de se evitar danos sócio-econômicos que porventura possam ocorrer na localidade.

121

A CARTOGRAFIA DO RELEVO DE ÁREAS DE SEDIMENTAÇÃO RECENTE: O CASO DO LITORAL SUL PAULISTA

Cenira Maria Lupinacci da Cunha1; Tissiana de Almeida de Souza2


1
Profa. Dra. Departamento de Planejamento Territorial e Geoprocessamento, IGCE/UNESP – Rio Claro (cenira@rc.unesp.br);
2
Mestranda do Curso de Pós Graduação em Geografia, IGCE/UNESP – Rio Claro.

Os ambientes litorâneos foram as primeiras áreas ocupadas pelo homem no Brasil e apresentam, nos dias atuais, elevados índices de urbanização. É neste
contexto que se insere a região litorânea do estado de São Paulo, onde a intensa atividade turística, associada a sua fragilidade, gera um alto grau de alteração
causada pelas atividades antrópicas. Neste contexto, é de suma importância analisar a qualidade ambiental deste setor do estado. Para tal análise, os aspectos
geomorfológicos são essenciais por constituírem o substrato físico sobre o qual tais atividades atuam. Assim, a cartografia das feições geomorfológicas é
essencial para fornecer subsídios para o manejo das áreas litorâneas.
Contudo, os procedimentos adequados para a cartografia geomorfológica dos terrenos litorâneos de sedimentação recente ainda é fruto de discussão visto
que há diversos autores que tratam dessa questão. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi comparar duas propostas técnicas diferentes (Tricart, 1965 e
Nunes, et. al. 1994) para o mapeamento do litoral sul paulista, setor que apresenta grande complexidade deposicional.
A área mapeada engloba o setor litorâneo que se estende da Praia do Una (município de Bertioga) até o limite do estado de São Paulo com o estado do Paraná,
marcado pela Barra do Ararapira. Foram mapeadas as feições vinculadas aos setores de sedimentação recente, pois se considera que estes são essenciais para
o entendimento da morfodinâmica e, concomitantemente, apresentam dificuldades de normatização da cartografia geomorfológica. Foram mapeados ainda
alguns setores serranos, cujo sistema de drenagem dirige-se diretamente para o oceano, pois tais áreas cristalinas contribuem com a dinâmica do ambiente
litorâneo.
A técnica de Nunes et al (1994), compilada do Projeto RADAMBRASIL, apropriada para a escala de 1:250.000, é uma fonte confiável de consulta para a
realização de mapeamentos geomorfológicos. Seu diferencial é o cálculo da morfometria da fácies de dissecação. Já a concepção de Tricart (1965) exige um
detalhamento das feições geomorfológicas, com a proposta de simbologias complexas que tentam demonstrar as feições com a maior proximidade possível
da realidade. O fato mais importante de sua legenda é o destaque dado ao modelado antrópico, ou seja, a inclusão do homem como um agente que altera as
formas de relevo.
Dessa forma, considera-se que as duas propostas apresentam aspectos positivos, contudo ambas necessitam de adaptações para demonstrar cartograficamente
a complexidade geomorfológica do litoral sul paulista.
Agradecimentos: FAPESP (2008/10965-5)

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

DETERMINAÇÃO DE VALORES MAIS PROVÁVEIS DE COEFICIENTE DE RESTITUIÇÃO ATRAVÉS DE UMA


RETROSSIMULAÇÃO FEITA COM AUXÍLIO DO SOFTWARE ROCFALL

Renan Ramos Fernandes 1; Rafael Silva Ribeiro2; Emílio Velloso Barroso 3
1
Departamento de Geologia, IGEO/UFRJ – Rio de Janeiro (renangeo@yahoo.com.br); 2 Departamento de Geologia, IGEO/UFRJ – Rio de Janeiro; 3
Departamento de Geologia, IGEO/UFRJ – Rio de Janeiro.

Dentre os tipos de movimento de massa, o menos estudado e o de mais difícil previsão é a queda / rolamento de blocos, tanto no que se refere ao início
do movimento, como a trajetória e o alcance dos blocos. Embora nos últimos anos avanços tenham sido feitos na análise desse tipo de problema, ainda
há lacunas no conhecimento acerca dos parâmetros envolvidos. Um exemplo é o Coeficiente de Restituição (e), definido pela razão entre as velocidades
anterior e posterior ao impacto de uma partícula qualquer numa determinada superfície. Há uma escassez de dados na literatura científica sobre os valores
desse parâmetro para diferentes tipos de rochas.
O objetivo desse estudo é justamente a obtenção de uma faixa de valores mais realista de Coeficiente de Restituição através de uma retroanálise no software
RocFall. A análise feita pelo programa é realizada em duas dimensões e baseia-se nas formulações dos problemas de balística.
Para tal propósito, será analisada uma área suscetível à ocorrência de queda/rolamento de blocos. Essa área está situada no bairro da Glória, Município de
Petrópolis (RJ), localidade ocupada de forma desordenada que está no sopé de uma elevação com significativa quantidade de blocos soltos, que podem vir
a causar sérios danos às construções situadas no entorno desta encosta. No mapeamento geotécnico realizado no local, foram identificadas três unidades:
depósito de tálus, afloramentos rochosos compostos de Hornblenda-biotita gnaisses e solo residual areno-argiloso. Assim, serão determinados valores de e
normal e tangencial para cada uma dessas unidades.
Com relação ao método de análise, primeiro serão localizados os blocos em campo e feitas seções geológico-geotécnicas com o provável caminho realizado
por estes blocos. Sabendo a posição final desses blocos (determinada na área de estudo), será feita uma abordagem inversa do problema, onde serão variadas
as possíveis posições iniciais dos blocos e calculados os valores de Coeficiente de Restituição. Para isso, será usado o software RocFall, onde serão plotadas
as seções geológico-geotécnicas confeccionadas e os blocos selecionados no estudo.
Espera-se com a conclusão desse trabalho, serem apresentados dados mais realistas de valores de Coeficiente de Restituição para cada unidade geotécnica
estudada.

122

SAMBAQUIS DA ÁREA DE SEPETIBA E SAQUAREMA (GASTRÓPODES E BIVALVES): DETERMINAÇÃO DE


BACKGROUNDS DE CONCENTRAÇÕES DE METAIS E ASSINATURAS ISOTÓPICAS DE Pb

Ramon Gabriel de Melo Carrocino1, Silvia Dias Pereira2 e Mauro Cesar Geraldes1
(1)
Faculdade de Geologia - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rua São Francisco Xavier 524, Rio de Janeiro-RJ, Brasil.
(2)
Faculdade de Oceanografia - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rua São Francisco Xavier 524, Rio de Janeiro, Brasil.

Este trabalho reporta um novo sítio de sambaquis descoberto recentemente na baia de Sepetiba que em adição a outros sítios anteriormente identificados
caracteriza importante referencial para antigas linha de praia no litoral do sudeste brasileiro. Estes sítios arqueológicos têm ampla distribuição ao longo
do litoral permitindo a sua utilização para definição de variações holocênicas do nível do mar. Novos estudos em material carbonático dos sambaquis que
apresentam idades de até 5,6 mil anos estão sendo realizados para a aplicação de Gastrópodes e Bivalves para a caracterização de concentrações de metais e
assinaturas isotópicas de Pb que não possuem influência antrópica de metais como o chumbo (Pb). Utilizando o material carbonático coletado nesses sítios
e comparando com conchas coletadas em ambientes atuais pode-se quantificar e qualificar o nível de contaminação por metais nos ambientes estuarinos
impactados por ações industriais, residenciais e portuárias. A caracterização de cada fonte dos poluentes pode ser feita utilizando-se as composições
isotópicas de Pb ( 208Pb, 207Pb, 206Pb e 204Pb).
Um importante passo na utilização de Gastrópodes e Bivalves em estudos paleoambientais e na avaliação do impacto ambiental da contaminação de metais
é a caracterização taxonômica. Com este objetivo o material carbonático de conchas de moluscos foram coletados em sedimentos da Baia da Guanabara (36
pontos de coleta), Baia de Sepetiba (96 pontos de coleta) e Baia de Paraty (90 pontos de coleta) para comparação.
As coletas foram realizadas de barco somando cerca de 12 dias de trabalho e envolveu a utilização do amostrador Van veen (até 12 m de profundidade),
ensacadas e transportadas até o laboratório geológico de preparação de amostras (LGPA) da UERJ. Os sítios amostrados são georrefenciados e tratados em
ambiente GIS. A fração mais fina do sedimento (200 mesh) foi utilizada para análise de concentração de metais e da composição isotópica de Pb. Das frações
maiores foram separados por pinças em lupa binocular os fragmentos de Gastrópodes e Bivalves. O material biológico obtido em cada amostra foi estudado
para a identificação taxonômica somando mais de 15 gêneros. Nos sítios arqueológicos de Saquarema e Sepetiba foram coletadas conchas carbonáticas e
também separados por grupo taxonômico.
O prosseguimento desta investigação inclui a pulverização do material carbonático separadamente por grupo taxonômico para a análise da concentração de
metais e dos isótopos de Pb. Assim, a caracterização das influências da contaminação dos sítios dos ambientes costeiros amostrados e a comparação com os
sítios de Sab aquis de Saquarema e Sepetiba permitirão a definição dos níveis de contaminação onde os Gastrópodes e Bivalves se desenvolveram.

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DIRETRIZES PARA RECUPERAÇÃO SÓCIO-AMBIENTAL DE ÁREAS DEGRADADAS PELA EXTRAÇÃO MINERAL,


UBATUBA (SP)

Cláudio José Ferreira, Maria José Brollo, Paulo César Fernandes da Silva
Intituto Geológico – Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo (cferreira@igeologico.sp.gov.br).

O município de Ubatuba, SP, passou por extensiva exploração de saibro e rocha ornamental nas últimas quatro décadas. Como são bens minerais abundantes
e que não requerem tecnologias sofisticadas para sua produção, seu aproveitamento foi desordenado e sem compromisso com a correta finalização da lavra
e recuperação ambiental.
O objetivo do trabalho foi estabelecer a criticidade e sistematizar medidas e ações de recuperação para 116 áreas mineradas do município. Levou-se em
conta três fatores condicionantes: degradação, situações de risco e potencial mineral. As relações de causa e efeito entre os três fatores são complexas,
pois se inicialmente, a extração mineral suportava o avanço da ocupação urbana e causava a degradação, tais áreas passaram a ser, elas próprias, local de
construção de moradias, já em um meio degradado e sujeitas a diversos fenômenos de risco. Por outro lado, as áreas degradadas inibem à implantação legal
de empreendimentos de mineração, pois são vistos pela sociedade como degradadores, o que incentiva a extração clandestina de saibro que por sua vez,
aumenta a degradação e as situações de risco.
O Índice de Criticidade (ICR) foi obtido pela soma dos três fatores, normalizados para o intervalo 0-1. O índice de degradação considerou os atributos:
processos erosivos, solo exposto, irregularidade do terreno e cobertura vegetal. O índice de risco foi obtido com base em trabalhos de campo efetuados em
38 áreas mineradas e por sensoriamento remoto e análise espacial de dados topográficos para os demais 78 sítios. O índice de potencial mineral foi calculado
com base na geometria da encosta e restrições legais. O ICR sintetiza a importância que cada área apresenta em relação aos três parâmetros estudados.
Como resultado verificou-se um predomínio das classes com criticidade muito baixa (47% dos sítios), seguido de criticidades média (19%), alta (15%), baixa
(12%) e muito alta (7%). A criticidade foi então, correlacionada a oito classes de uso do solo com o intuito de agrupar os sítios degradados, de acordo com
aptidões e tipos de recomendações. Em relação ao contexto de uso e ocupação do solo associado a cada área minerada (sítio degradado), verifica-se que 27%
dos sítios estudados localiza-se às margens de estradas municipais, 19% em rodovias estaduais, 16% em bairros de porte médio, 14% em bairros grandes
com densidade de ocupação média a baixa, 9% em vegetação de mata, 8% em bairros pequenos, 6% em bairros grandes com densidade alta de ocupação, e
uma única ocorrência relacionada a aterro sanitário (1%).
As diretrizes de recuperação para as áreas mineradas foram reunidas em 10 tipos de recomendações. Em 34% das áreas recomenda-se a implementação de
pequenos projetos de instalação de facilidades e instalações públicas ou privadas. Em 14% das áreas bastam medidas de cuidados simples, rotineiros, de
conservação, limpeza, implementação de pequenas melhorias, revegetação com gramíneas, conclusão de obras já iniciadas e controle das águas superficiais
associadas com melhoria da infra-estrutura urbana em áreas de muito baixa criticidade. Seguem em ordem decrescente, a implantação de projetos
participativos (8%), redução de riscos (8%), uso para agricultura (7%), aproveitamento do potencial mineral (6%), grandes projetos (2%) e implementação
das medidas de recuperação já delineadas em projetos em andamento (1%).
Agradecimentos: FAPESP (processo 03/07182-5).

123

AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DA DEGRADAÇÃO RELACIONADA À EXPLORAÇÃO MINERAL NO LITORAL NORTE


DO ESTADO DE SÃO PAULO

Cláudio José Ferreira, John Canning Cripps


Instituto Geológico – Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo (cferreira@igeologico.sp.gov.br)
Departamento de Engenharia Civil e Estrutural, Universidade de Sheffield, UK

O desenvolvimento urbano do Litoral Norte do Estado de São Paulo foi sustentado, em grande parte, pelo aumento da produção de agregados, pois esta
supriu a necessidade de material areno-argiloso para aterro de áreas alagadas e areia, brita e pedra de cantaria para a construção de casas, estradas e
construções. Ainda que uma urbanização intensiva foi evitada, no início do século XX, pela barreira do Serra do Mar, e posteriormente, pela implantação
de unidades de conservação de proteção integral, verifica-se a ocorrência de centenas de sítios degradados nos 1920km2 da região. A exploração de grandes
volumes desses agregados naturais requisitaram uma tecnologia muito simples, a qual por outro lado causou diversos impactos ambientais, tais como,
desmatamento, erosão do solo, desestabilização de encostas, deterioração da paisagem, aterramento de áreas úmidas, assoreamento e alteração do regime
local de escoamento das águas.
Considerando que a quantificação dos impactos causados pela atividade constitui informação importante informação na busca do equilíbrio entre a exploração
mineral e a recuperação ambiental, o trabalho tem como objetivos: 1) avaliar a degradação relativa entre 324 sítios minerados para saibro, brita, rocha
ornamental e cantaria, baseado em indicadores da degradação e sua quantificação; 2) estabelecer a criticidade das sub-bacias hidrográficas que compõem o
Litoral Norte em relação ao número de sítios degradados e intensidade da degradação presente.
O método de estudo baseou-se na aplicação de técnicas de sensoriamento remoto numa base de fotografias aéreas digitais ortorretificadas de 2001 com
tamanho de pixel de 1 x 1m e análises espaciais em sistema de informações geográficas. O uso de SIG permitiu a cobertura de uma grande região a baixo
custo, homogeneização de dados dispersos e descontínuos e monitoramento temporal. O principal programa utilizado foi o pacote SPRING, desenvolvido e
distribuído, sem custos, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A quantificação numérica da degradação foi calculada com base em quatro
indicadores de degradação: processos erosivos, irregularidade do terreno, área de solo exposto, área desmatada coberta por vegetação herbácea e arbustiva.
Os resultados da análise dos sítios minerados mostra que as encostas do Litoral Norte do Estado de São Paulo passou por extensiva exploração mineral
por pelo menos 50 anos, a qual foi responsável por desmatamento, exposição de solo, ativação de processos erosivos acelerados e mudança das formas
das vertentes. A área afetada é de cerca de 24km2, o que compreende 1,23% da região. O índice de degradação entre os 324 sítios minerados variou de
0,0 a 0,62 numa escala normalizada de 0-1. A maioria dos sítios minerados encontram-se no intervalo de baixa degradação (> 0,0539), não obstante,
considera-se necessário a tomada de algumas medidas de recuperação, ainda que de menor porte. Por outro lado, cerca de 64 sítios necessitam de medidas
urgentes para remediar processos ativos de degradação da terra, incluindo a ocorrência de impactos visuais, erosão acelerada de solo e perigos ligados a
movimentos de massa e escoamento hídrico. A sub-bacia hidrográfica mais crítica em relação à degradação devido aos sítios minerados é a 14-Guaxinduba,
em Caraguatatuba.
Agradecimentos: FAPESP (processo 07/03009-8).

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ANÁLISE DOS PROCESSOS EROSIVOS DA ÁREA URBANA DE SÃO PEDRO: UM RESGATE HISTÓRICO DAS
CONDIÇÕES EM 1972

Evandro Daniel1; Cenira Maria Lupinacci Cunha2


1
Estudante de Graduação da Universidade Estadual Paulista – UNESP- Campus de Rio Claro e associado da União dos Geomorfologos Brasileiros
(UGB); evandrogeo@yahoo.com.br; 2 2Profa. Dra. Departamento de Planejamento Territorial e Geoprocessamento, IGCE, UNESP – Rio Claro/SP
cenirarc@unesp.br

Os processos erosivos são uma das conseqüências mais comum das ações humanas no espaço, tornando-se uma das mais nefastas degradações dos recursos
da terra. No entanto, esses processos também podem ser conseqüência de aspectos naturais como a quantidade e distribuição de chuvas, a declividade, as
propriedades químicas e físicas das rochas e dos solos e o tipo de cobertura vegetal.
Em decorrência desta realidade, este trabalho visou estudar, analisar e mapear os aspectos geomorfológicos e a cobertura da terra da área urbana de São
Pedro/SP no cenário de 1972. Com isso foi possível identificar feições de relevo que indicam a atuação dos processos erosivos, a interferência destes na
dinâmica das drenagens urbanas, assim como nas áreas de planície e terraço fluvial e nas formas de vertentes. Por meio dessa relação analítica, registraram-se
os setores em que esses processos foram mais atuantes, e também os setores menos atuantes.
A área de estudo está localizada na porção centro-oriental do estado de São Paulo, distando cerca de 198 km da capital. Encontra-se limitada pelas
coordenadas 22º30’ e 22º45’ de latitude sul e 47º45’ e 48º00’ de longitude oeste. (FACINCANI, 1995, p.4). Vale ressaltar que essa área de estudo foi
escolhida por já demonstrar, conforme observações in loco, a presença de processos erosivos lineares que dão origem a sulcos, ravinas e voçorocas. Assim,
nessa circunstância, justifica-se a motivação de avaliar o cenário de 1972, quando a urbanização ainda era de menor porte, a fim de identificar quais são os
fatores condicionantes naturais para a ocorrência desses processos e também a importância da cobertura vegetal na contenção natural destes, uma vez que
este problema ambiental é aliado, muito comumente, ao solo descoberto.
Para realizar a análise desta questão foi utilizada a “Teoria Geral dos Sistemas”, como orientação metodológica, e a técnica de mapeamento geomorfológico
de Tricart (1965) tendo como fonte de dados a fotointerpretação de fotografias aéreas de escala aproximada de 1: 25.000 do cenário de 1972 da área de
estudo.
Por fim, através deste estudo, foi possível oferecer informações relevantes para o planejamento ambiental da cidade de São Pedro/SP, visto que se constatou
a importância da cobertura vegetal como contenção natural às ações dos processos erosivos, principalmente em áreas de forma de vertente côncava.

124

ANÁLISE DA SUSCETIBILIDADE A PROCESSOS MORFODINÂMICOS NA BACIA DO ALTO ARICANDUVA, RMSP (SP):


SUBSIDIO PARA AVALIAÇÃO DE ÁREAS DE RISCO

Fabrizio de Luiz Rosito Listo1; Cristiane Incau Pinto Pimentel2; Bianca Carvalho Vieira³
1
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Geografia Física da Universidade de São Paulo (fabriziolisto@usp.br);
2
Graduanda em Geografia da Universidade de São Paulo;
³Docente do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo

Há décadas, principalmente durante o período do verão, a bacia do Rio Aricanduva é atingida por episódios de inundação. Este cenário pode estar relacionado
à presença de cerca de 60% de áreas críticas quanto à produção de sedimentos em função da ocupação urbana irregular nas cabeceiras de drenagem da bacia,
que contribuem na formação de depósitos de assoreamento e inundações. A suscetibilidade representa a fragilidade do ambiente na deflagração de processos
morfodinâmicos fluviais e gravitacionais. Dentre as várias características naturais, destacam-se o tipo de substrato rochoso, solos, topografia (ex. ângulo da
encosta) e pluviometria. A presença de superfícies mais dissecadas, por exemplo, favorece a infiltração de água; parâmetro morfométrico importante a ser
considerado na dinâmica dos processos superficiais que atingem a bacia e podem levar ao risco. Dessa forma, o objetivo principal deste artigo é avaliar a
suscetibilidade a processos morfodinâmicos na bacia do alto Aricanduva, para ser considerada também na avaliação final das áreas de risco a estes processos.
Para a efetivação da pesquisa, as etapas metodológicas são divididas em cinco fases. A primeira consiste na seleção da sub-bacia do córrego Limoeiro, alto
curso do rio Aricanduva, como área piloto. Sua escolha considerou as características do relevo e a elevada ocorrência de assentamentos urbanos precários.
A segunda consiste na identificação do substrato rochoso, cobertura superficial e pluviometria a partir de trabalhos de campo e referências bibliográficas.
A terceira visa à elaboração dos mapas temáticos de ângulo da encosta, formas da encosta, aspecto e área de contribuição por meio da ferramenta Spatial
Analyst Tool/Surface do programa ArcGIS 9.2. A quarta objetiva o mapeamento das áreas de risco a processos morfodinâmicos gravitacionais e fluviais a
partir dos seguintes procedimentos: (a) elaboração de ficha para cadastro das áreas de risco; (b) trabalhos de campo para verificação e armazenamento em
banco de dados e (c) georreferenciamento digital dos dados. Por fim, a última etapa baseia-se na análise conjunta dos dados identificados (substrato rochoso,
cobertura superficial e pluviometria), dos mapas temáticos topográficos e do mapa de áreas de risco. Os resultados desta análise integrada demonstram que as
áreas de risco encontram-se assentadas em micaxistos. A cobertura superficial predominantemente é de solos maduros e colúvios com textura argilo-siltosa.
Há sinais de desgaste do solo por meio da ocorrência de cicatrizes de escorregamentos, sulcos, entre outros. A pluviometria apresenta totais médios de 1000
mm, resultante do clima Tropical de Altitude. O relevo predominante é de encostas naturais e taludes de corte, com predominância de áreas de risco no
intervalo de 11º a 40º, considerados impróprios para ocupação. Dessa forma, em linhas gerais, a ocupação urbana, a partir do desmatamento, parcelamento
de terra e adensamento de assentamentos sem infra-estrutura atingiu terrenos que, devido suas características naturais, são menos favoráveis à ocupação,
apresentando-se suscetíveis ao desenvolvimento de processos morfodinâmicos. A partir dos resultados encontrados, verifica-se a importância da análise da
suscetibilidade da bacia, especificamente dos parâmetros topográficos, na avaliação das áreas de risco a processos morfodinâmicos.

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MAPEAMENTO DE RISCO A PROCESSOS MORFODINÂMICOS EM ASSENTAMENTOS URBANOS PRECÁRIOS: O


EXEMPLO DO CÓRREGO RAPADURA, AFLUENTE DA BACIA DO RIO ARICANDUVA, RMSP (SP).

Fabrizio de Luiz Rosito Listo1; Kátia Canil2


1
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Geografia Física da Universidade de São Paulo (fabriziolisto@usp.br); 2Pesquisadora do Instituto de
Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo e Docente do Departamento de Geografia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(canilkat@ipt.br).

A ocupação desordenada do Município de São Paulo implicou o aparecimento de diversas pressões antropogênicas caracterizadas por aglomerados urbanos
muito adensados sem infra-estrutura, aumento do número de vias de acesso, canalização de córregos, etc. Este cenário vem promovendo a supressão
de áreas verdes, o aumento de áreas impermeabilizadas, entre outras situações. Tais intervenções potencializam ao longo do tempo a ação de processos
morfodinâmicos fluviais e gravitacionais, aumentando a cada ano, o número de áreas de risco. Deste modo, o objetivo principal deste artigo visa identificar
as áreas de risco a processos morfodinâmicos fluviais (erosão, assoreamento e inundação) na bacia do córrego Rapadura, baixo curso do rio Aricanduva,
aonde a ocupação urbana é bastante densa. Sua escolha considerou o histórico de problemas decorrentes destes processos agravados nas últimas décadas,
principalmente durante o período do verão, quando os totais pluviométricos são mais intensos. O mapeamento das áreas de risco foi realizado a partir
dos seguintes procedimentos: (a) setorização das áreas mais críticas em fotografias aéreas, escala 1:15.000, ano 2001; (b) estabelecimento de legenda
para identificar as categorias de processos fluviais; (c) trabalhos de campo para verificação e armazenamento das áreas de risco em banco de dados e (d)
georreferenciamento digital dos dados. Os resultados deste mapeamento demonstram que os cursos alto e médio da bacia, onde se verificam a existência
de intervenções antropogênicas caracterizadas por ausência de cobertura vegetal e assentamentos urbanos precários sem infra-estrutura, são afetados pelos
processos de solapamento de margem fluvial e assoreamento. Conseqüentemente, esse cenário vem contribuindo para o aumento da produção de sedimentos
e potencializando assim, a ocorrência de inundações no baixo curso da bacia, implicando situações de risco à população local. O mapeamento das áreas de
risco poderá subsidiar a definição de áreas impróprias e daquelas mais seguras para habitação, fundamentando medidas mitigadoras para recuperação da
bacia e negociar prioridades com as lideranças locais.

125

INDICADORES DE DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DE SÃO PAULO

Maria José Brollo, Cláudio José Ferreira


Instituto Geológico – Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo (mjbrollo@igeologico.sp.gov.br).

Os principais processos causadores de acidentes e desastres naturais no estado de São Paulo são escorregamentos de encostas, inundações, erosão acelerada
e tempestades (ventos fortes, raios e granizo). O crescente impacto desses tipos de fenômenos naturais relaciona-se a um conjunto de fatores relacionados
ao modelo de desenvolvimento sócio-econômico adotado e a uma política territorial e urbana ineficiente, tais como gestão inadequada dos recursos naturais,
crescimento urbano desordenado, normas construtivas obsoletas, estrutura institucional para a gestão de risco deficiente, dentre outros. Uma forma importante
para a gestão dos problemas associados aos desastres naturais consiste na definição de indicadores, que permite verificar a evolução das ocorrências, bem
como a eficácia das medidas preventivas ou mitigadoras. Apresenta-se dois indicadores relacionados a desastres naturais no Estado de São Paulo: a) número
de acidentes; b) porcentagem de municípios com instrumentos de gestão de risco.
Embora não haja um registro sistemático das ocorrências de desastres no Estado de São Paulo, que retratem a extensão dos problemas e suas consequências,
permitindo uma gestão eficaz destas situações, é possível definir, por meio de cadastro de vistorias e atendimentos produzido pela Coordenadoria Estadual
de Defesa Civil, o indicador “número de acidentes”. Para o período de 2000 a 2008, houve 1.861 acidentes, relacionados ao registro de variados tipos de
desastres: 367 escorregamentos, 944 inundações (e processos similares de enchentes, transbordamentos, alagamentos), 65 raios, 485 acidentes diversos
(chuvas fortes, vendavais, desabamentos de casas e muros, etc). Também foi definido o tipo de dano, em termos de número de óbitos (225 registros) e número
de pessoas afetadas (50.347 registros), dentre desabrigados e desalojados. A UGRHI Alto Tietê detém, para este período, o maior número de acidentes (567)
e de óbitos (77). Quanto ao número de pessoas afetadas, a UGRHI Ribeira de Iguape/Litoral Sul envolveu 18.327 pessoas, grande parte em consequência
de inundações.
O segundo indicador refere-se à “porcentagem de municípios com instrumentos de gestão de risco”, os quais incluem: a) Planos Preventivos de Defesa
Civil a Escorregamentos (PPDCs), b) Mapeamentos de Áreas de Risco a Escorregamentos, Inundações e Erosão, c) Planos Municipais de Redução de Risco
(PMRRs). Em 2008, dos municípios do Estado, 23% (101 municípios) apresentam algum dos instrumentos de gestão listados, alguns dos quais possuem
todos eles. Os PPDCs são desenvolvidos em 68 municípios, distribuídos por 10 UGRHIs. Os Mapeamentos de Áreas de Risco foram elaborados em 86
municípios, distribuídos por 15 UGRHIs. Os PMRRs foram elaborados em 11 municípios, distribuídos por 6 UGRHIs. Há regiões em boa situação quanto
à gestão de riscos, como a UGRHI Litoral Norte, com 100% dos municípios atendidos. Em situação mediana encontram-se 4 regiões, UGRHI Baixada
Santista, UGRHI Mantiqueira, UGHRI Alto Tietê e UGHRI Paraíba do Sul, respectivamente com 78%, 67%, 65% e 47% dos municípios atendidos. Em
péssima situação encontram-se UGHRI Piracicaba/Capivari/Jundiaí, UGHRI Tietê/Sorocaba, UGHRI Mogi-Guaçú e UGHRI Ribeira de Iguape/Litoral Sul,
respectivamente com 33%, 27%, 24% e 17% dos municípios atendidos. As demais regiões encontram em situação muito ruim, com municípios atendidos
variando entre 0% e 8%.
Agradecimentos: À Coordenadoria Estadual de Defesa Civil - Casa Militar do Estado de São Paulo. Aos estagiários Vanessa Alves Mantovani e Marcelo da Silva Pereira.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Geoturismo em crateras de impacto NO BRASIL

Joana Paula Sánchez1; Alvaro Penteado Crósta2


1
Geologia Regional, IGCE/UNESP – Rio Claro (joana_paula_sanchez@yahoo.com.br),
2
Departamento de Geologia e Recursos Naturais, IG/Unicamp (alvaro@ige.unicamp.br)

Crateras de impacto erodidas, ou “astroblemas”, são cicatrizes deixadas na superfície terrestre pelo impacto de corpos celestes (genericamente chamados
de “meteoritos”), ocorridos ao longo do tempo geológico. Crateras de impacto representam um laboratório natural para as disciplinas de geociências e
biologia, entre outras, auxiliando nas pesquisas sobre extinções em massa na Terra e sobre a evolução da superfície do planeta. No Brasil crateras de impacto
ainda são muito pouco conhecidas. Ao mesmo tempo, e baseado em experiências que já vêm ocorrendo em outros países, trata-se de um tipo de feição
geológica que desperta de modo notável o imaginário das pessoas, atraindo com isso o interesse para as geociências e contribuindo para a disseminação
e a divulgação de temas geológicos junto à sociedade. Como decorrência natural, crateras de impacto possuem alto potencial para o geoturismo. Existem
atualmente no mundo 174 crateras de impacto comprovadas, sendo seis delas situadas no Brasil: Domo de Araguainha-MT/GO com 40 km de diâmetro,
Vista Alegre-PR com 9,5 km de diâmetro, Cerro do Jaraú-RS com 13 km, Domo do Vargeão-SC com 12 km, Serra da Cangalha-TO com 12 km, e Riachão
com 4,5 km de diâmetro. Outras estruturas para as quais uma origem por impacto meteorítico tem sido aventada, mas para as quais ainda não se dispõe
de todas as evidências científicas, são: Colônia-SP, Piratininga-SP, Santa Marta-PI, Inajah-PA, Praia Grande-SP e Tefé-AM. As duas últimas encontram-se
soterradas em bacias sedimentares, ao passo que as demais estão expostas em superfície. Existem algumas iniciativas em curso no sentido de preservar
algumas dessas estruturas enquanto patrimônio natural da humanidade, bem como de divulgá-las junto à população, favorecendo dessa forma a implantação
de atividades geoturísticas. Nesse sentido, cinco delas (Araguainha, Vargeão, Colônia, Vista Alegre e Cerro do Jarau) foram aprovadas pela Comissão
Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos (SIGEP) para publicação no site da internet e em livro, sendo que as três primeiras já estão descritas e
publicadas. Em outra ação paralela, a cratera de Vista Alegre passou a integrar a relação de sítios geológicos de interesse turístico do estado do Paraná, no
âmbito do programa de geoturismo da Mineropar (Minerais do Paraná S.A.). Em colaboração com o Instituto de Geociências da UNICAMP e a Prefeitura
Municipal de Coronel Vivida, foram confeccionados painéis informativos, instalados na sede do município e no bairro rural homônimo, situado no interior
da estrutura. Em dezembro de 2008, em decorrência desse trabalho, a cratera de Vista Alegre foi tombada pelo Conselho Estadual do Patrimônio Histórico
e Artístico do Paraná. O Domo de Araguainha foi objeto de estudos visando o mapeamento de seu potencial geoturístico (Sánchez, 2006; Sánchez &
Simões, 2007) e atualmente existem iniciativas do IBAMA/MMA para a criação de uma unidade de conservação abrangendo esta que é a maior estrutura
de impacto da América do Sul, com o objetivo de implantar medidas de proteção e conservação do seu patrimônio geológico e espeleológico. Encontra-se
ainda em estudo pela CPRM a implantação do Geoparque do Domo de Araguainha. Todas essas iniciativas estabelecem as bases e favorecem sobremaneira
o desenvolvimento de atividades geoturísticas relacionadas às crateras de impacto brasileiras, a exemplo do que já vem acontecendo em outros países, como
Estados Unidos (Meteor Crater National Monument), Alemanha (National Geopark Ries), Austrália (Wolf Creek Crater National Park) e África do Sul
(Vredefort Dome e Tswaing Crater Geopark).

126

AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE INTERAÇÃO ÁGUA-ROCHA/SOLO NA BACIA DO CÓRREGO DA MATA, TAPIRA,


MINAS GERAIS. PARTE 1: ÁGUAS FLUVIAIS E PLUVIAIS

Fabiano Tomazini da Conceição1; Thales Andrés Carra1; Paulo Marcos Vasconcelos2; Diego de Souza Sardinha3; Guillermo Rafael Beltrano Navarro1
1
DEPLAN, IGCE/UNESP, Rio Claro; 2School of Earth Science, The University of Queensland, Austrália, 3Doutorando em Geologia Regional, IGCE/
UNESP, Rio Claro

Dentre os recursos naturais mais fundamentais, a água é o que possui maior destaque, pois sua disponibilidade é necessária a todo tipo de vida no planeta,
bem como para a maioria dos meios de produção. A disponibilidade de água significa que ela estará presente não somente em quantidade, mas também que
sua qualidade seja satisfatória para suprir as necessidades de um determinado conjunto de seres vivos. A expressão corrente “qualidade da água” não se
refere a um grau de pureza absoluto ou mesmo próximo do absoluto, mas sim a um padrão tão próximo quanto possível da “natural”, isto é, como a água
se encontra nos rios e nascentes, antes do contato com o homem. Assim, este trabalho tem como principal diretriz avaliar a qualidade das águas fluviais e
pluviais em uma área onde há rochas ricas em fosfato e metais pesados, ou seja, a bacia do Córrego da Mata, localizada na cidade de Tapira, Minas Gerais.
As amostras de águas fluviais foram coletadas próximo a foz do Córrego da Mata para análises hidroquímicas em janeiro, março, maio, julho, setembro
e novembro de 2007, com os seguintes parâmetros quantificados: pH, condutividade, temperatura, oxigênio dissolvido, HCO3-, SO42-, PO43-, NO3-, Cl-, F-,
Ca, Mg, Na, K, Si, Fe, Al, Mn, Sr e Ba. Já em relação as amostragem das águas pluviais, um ponto foi escolhido e 20 amostras coletadas entre janeiro e
dezembro de 2007, sendo quantificados pH e os mesmos cátions e ânions mencionados acima. O pH, condutividade, temperatura e oxigênio dissolvido
foram quantificados por intermédio de equipamentos de leitura direta no próprio local de amostragem. As amostras foram armazenadas em vasilhames de
polietileno, filtradas em membrana Millipore de 0,45 µm e preservadas com HNO3 para quantificação dos teores de Na, K, Ca, Mg, Si, Al, Fe, Mn, Sr e
Ba, por intermédio de espectrometria de emissão atômica com plasma indutivamente acoplado (ICP-AES). Sulfato (método turbidimétrico de sulfato de
bário, de 0 a 70 ± 0,9 mg/L), fosfato (método do ácido ascórbico, de 0 a 3 ± 0,01 mg/L) e nitrato (método de redução de cádmio, de 0 a 30 ± 0,8 mg/L)
foram quantificados por espectrofotômetro e a alcalinidade foi obtida por titulação com ácido sulfúrico 0,02 N, com concentração entre 1 e 500 ± 0,2 mg/L.
Fluoreto (de 0,01 a 3 ± 0,01 mg/L) e cloreto (de 0,01 a 100 ± 0,02 mg/L) foram quantificados por eletrodos seletivos.
As águas fluviais da bacia do Córrego da Mata apresentam boa qualidade, sendo que os maiores valores de pH, condutividade, ânions e cátions foram obtidos
durante a época seca. Os resultados ainda indicam que as concentrações de PO43-, Al, Fe, Mn e Ba nas águas fluviais estão acima do sugerido para a Classe 2
da Resolução nº 357 do CONAMA. Em relação às águas pluviais, os valores de pH apresentam-se maiores que o valor teórico proposto de 5,7. Além disso,
pode-se observar que a média do pH no período chuvoso mostrou-se ligeiramente mais ácido do que no período seco. O Ca (50% do total da soma de cátions)
e o HCO3- (88% do total da soma de ânions) são os mais abundantes íons encontrados em ambos os locais de coleta, com os valores médios ponderados (em
meq/L) indicando a seguinte tendência: Ca>Na>Mg>K>Al>Si>Sr>Ba>Fe para os cátions e HCO3->F-> NO3->SO42->PO43->Cl- para os ânions.
Agradecimentos: Os autores agradecem à FAPESP pelo suporte financeiro concedido a este trabalho (Processos no 05/59203-1 e 07/58657-4).

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE INTERAÇÃO ÁGUA-ROCHA/SOLO NA BACIA DO CÓRREGO DA MATA, TAPIRA,


MINAS GERAIS. PARTE 2: TRANSPORTE ESPECÍFICO DE CÁTIONS E ÂNIONS

Fabiano Tomazini da Conceição1; Thales Andrés Carra1; Paulo Marcos Vasconcelos2; Diego de Souza Sardinha3; Guillermo Rafael Beltrano Navarro1
DEPLAN, IGCE/UNESP, Rio Claro; 2School of Earth Science, The University of Queensland, Austrália, 3Doutorando em Geologia Regional, IGCE/
1

UNESP, Rio Claro

O material dissolvido e em suspensão nas águas continentais em regiões não poluídas tem sido investigado para se encontrar a natureza e composição do
material transportado pelos rios para os oceanos. No Brasil, poucos estudos relacionam a variação química das águas superficiais em relação à alteração das
rochas e deposição atmosférica, não havendo nenhum trabalho em regiões com alta concentração natural de um ou mais elementos nas rochas, fato que pode
propiciar uma elevada concentração destes elementos nas águas dos rios, estando em desacordo com a Resolução CONAMA 357/05. Assim, este trabalho
tem como principal diretriz avaliar o transporte específico de cátions e ânions na bacia do Córrego da Mata, localizada na cidade de Tapira, Minas Gerais.
Entender a dinâmica dos elementos que são derivados da precipitação, do intemperismo ou de fontes antrópicas é de fundamental importância para o manejo
adequado de uma bacia hidrográfica. A dinâmica química de um rio pode ser modelada usando a seguinte técnica de balanço de massa:
Frio = Fea + Fr + Fantrópico (1)
Onde: Frio = fluxo quantificado do elemento nas águas do rio (kg/ano); Fea = entradas atmosféricas (kg/ano); Fr = entradas devido à interação água-rocha/solo
(kg/ano); Fantrópico = entradas antropogênicas nas águas dos rios (kg/ano).
Em um sistema onde não há interferência antrópica, como é caso do Córrego da Mata, o fluxo anual da água de um rio que escoa em uma bacia hidrográfica
é originário do reservatório subterrâneo ou aqüífero, sendo que sua recarga se dá através da água de chuva que infiltra na rocha. Assim, a qualidade da água
superficial nesta bacia depende unicamente da composição química da águas pluviais e das características mineralógicas e químicas das rochas da região,
podendo a equação 1 ser simplificada para:
Frio = Fea + Fr (2)
Os resultados do fluxo anual de cátions e ânions (Fr) indicam um fluxo anual negativo para Na, K, Al, HCO3-, Cl-, PO43- e NO3-. Em relação aos processos
intempéricos, a bacia do Córrego da Mata está inserida em uma região onde o clima (pluviosidade de 1.614 mm/ano e temperatura superior a 20º C) causa
uma alteração química moderada, com predomínio do processo de monossialitização, com parte do Si permanecendo no perfil de alteração e Na, Ca, K e Mg
sendo eliminados. Contudo, para vários elementos/compostos, as deposições anuais atmosféricas são maiores que o fluxo anual que o rio transporta, apesar
dos processos intempéricos atuantes na bacia. A primeira explicação para as altas deposições atmosféricas de Na, K, Al, HCO3- e PO43- na bacia do Córrego
Fundo seria de origem natural, ou seja, provenientes de poeiras de solos. A segunda explicação destes altos valores seria devido ao material particulado
espalhado pela atmosfera, originado durante a moagem das rochas ultramáficas carbonáticas dentro do complexo de mineração. As deposições atmosféricas
anuais de Cl- e NO3- na bacia do Córrego da Mata podem ser explicadas por fontes antrópicas de poluição, tais como queima de combustível fóssil pelos
veículos pesados que trafegam na mineração.
Agradecimentos: Os autores agradecem à FAPESP pelo suporte financeiro concedido a este trabalho (Processos no 05/59203-1 e 07/58657-4).

127

ASPECTOS DIAGNÓSTICOS AMBIENTAIS DA BACIA HIDROGRÁFICA E DA BAÍA DE SEPETIBA E NA


BACIA DO RIO GUANDU

Aline Sabino da Silva¹, David Silva Rocha2, Alexis Rosa Nummer2, Miguel Angelo Mane³ e Mauro Cesar Geraldes3
1
Programa de Pós-graduação, Faculdade de Geologia, UERJ;
2
Departamento de Geologia IA/UFRuralRJ ; ³Faculdade de Geologia, UERJ

A Bacia Hidrográfica da Baía de Sepetiba é composta por feições naturais e antrópicas representada pela drenagem pelo rio Guandu e por rede de canais e
sub-bacias que convergem diretamente para a baía de Sepetiba. Os impactos ambientais atuam nesta bacia sob forma de povoamento desordenado, intensa
extração de areia ao longo do antigo canal do rio Guandu e atividades portuárias e industriais. Outras atividades impactantes para o meio fisico incluem,
dentre outras, estradas não planejadas, plantas de beneficiamento de minérios metálicos abandonadas, plantas de estocagem de minério de ferro para
embarque naval. A proximidade dessa área com o litoral fluminense, aliada à baixa declividade favorece a ocorrência de períodos de enchentes, resultando
em baixa qualidade de vida ambiental. As taxas de ocupação e conseqüente desmatamento impermeabilizam o terreno e provocam maior carreamento de
materiais inconsolidados para os canais e tendem a acentuar o processo de alagamentos generalizados. O problema ambiental agrava-se em função da
precariedade da rede sanitária e da deposição de lixo em terrenos baldios, o que propicia a difusão de doenças através das águas nas enchentes (leptospirose,
diarréia) e através da proliferação de mosquitos (dengue). Os problemas relacionados à retificação e transposição de rios e canais na Bacia Hidrográfica
da Baía de Sepetiba iniciou-se em 1962, com a conclusão da Usina Pereira Passos que transfere 168m3/s do rio Paraíba para a Bacia do rio Guandu com
aumento superior à três vezes a vazão total dos rios. O resultado gera impacto ambiental agravado pelas descargas tempestuosas nas chuvas, provocando
o entulhamento das drenagens por vegetação e sedimentos. Estas atividades antrópicas resultaram na criação de um novo compartimento geomorfológico
de extrema importância para o Sistema Sepetiba: o delta do Canal de São Francisco. Neste local podem ser identificados bancos submersos de sedimentos
e línguas lamosas de vários quilômetros de comprimento. O desenvolvimento de futuros empreendimentos na região, incluindo a construção de um pólo
industrial, pode agravar o quadro diagnóstico presente. Neste sentido, os prognósticos na região devem considerar a preservação do meio físico através da
minimização dos impactos ambientais gerados por novas obras bem como também a gestão pública mais eficaz dos passivos ambientais.

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ANÁLISE DOS SEDIMENTOS DE FUNDO DA LAGOA DA TIJUCA/RJ.

Tatiana dos Santos Rocha1; Eliane Alves da Costa2; José Antônio Baptista Neto3
1
Departamento de Geologia, LAGEMAR/UFF – Niterói (tatiana@igeo.uff.br); 2Departamento de Geologia, LAGEMAR/UFF – Niterói;
3
Departamento de Geologia, LAGEMAR/UFF – Niterói.

A lagoa da Tijuca está inserida no Complexo Lagunar de Jacarepaguá, o qual se localiza na Bacia Hidrográfica de Jacarepaguá, porção sul da cidade do
Rio de Janeiro / RJ-Brasil, sendo formado por quatro lagoas (lagoa de Jacarepaguá, lagoa da Tijuca, lagoa de Camorim e lagoa de Marapendi). Essa bacia
abrange uma superfície de cerca de 280 km² de área composta por diversos rios que descem as vertentes das montanhas adjacentes e deságuam nas lagoas. A
lagoa da Tijuca possui as seguintes ligações: à noroeste da lagoa encontra-se a lagoa de Camorim, a qual faz ligação entre as lagoas de Jacarepaguá e Tijuca,
enquanto ao sul há o Canal de Marapendi, o qual liga as lagoas de Marapendi e Tijuca, estando esta, por sua vez, em contato direto e permanente com o mar,
através do Canal da Joatinga. A lagoa da Tijuca possui uma área de 4,8 km² e uma área drenante com cerca de 26 km², a qual recebe a contribuição dos rios
que nela deságuam, chegando a 0,58 m3/s de vazão.
Com o objetivo de caracterizar os sedimentos de fundo da lagoa da Tijuca, quanto as suas características morfológicas e deposicionais, foram coletadas 12
amostras de fundo. As informações granulométricas e batimétricas possibilitaram um conhecimento detalhado da superfície de fundo da lagoa. Analisando
sua batimetria, a lagoa da Tijuca apresenta cotas batimétricas de 0,5 a 9 metros. Na parte central e a nordeste foi identificado as menores profundidades, com
0,5 metros. Quanto às características sedimentológicas, a lagoa da Tijuca classificou 91,6% das amostras analisadas em sedimentos finos (variando 5 a 35
μm), classificados em três categorias, que são: argila síltica (50%), silte argiloso (33%) e silte argilo-arenoso (17%). Essas análises mostram homogeneidade
textural caracterizando um ambiente de baixa energia. A partir do canal de Camorim nota-se a presença de um material mais grosso (areia muito fina),
provavelmente associado ao aporte dos rios das Pedras e Taquara e ao desmatamento das encostas.
Dando continuidade ao presente trabalho será elaborada uma análise da avaliação ambiental e sedimentar recente da lagoa da Tijuca, no primeiro momento,
realizar um confronto estatístico de dados de concentração total de metais pesados assim como a sua especiação, com a matéria orgânica, como abordagem
para se verificar a biodisponibilidade dos poluentes na lagoa. Esse estudo é importante para a avaliação do impacto ambiental causado pelas diversas
atividades poluidoras na lagoa. Como se observa na lagoa, a ausência de um planejamento estratégico para a região pode acarretar inúmeros problemas,
entre eles, o assoreamento das lagoas, com a redução da lâmina d’água, devido à falta de fiscalização quanto à destinação de resíduos sólidos, diariamente
lançados nos corpos d’água, efluentes que trazem das enchentes grandes arrastos de areias e lixo das encostas que desembocam nessas lagoas, além de
poluentes orgânicos.

128

PReSERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL: EXEMPLO NA CIDADE DE SÃO PAULO

Eliane Aparecida Del Lama


Departamento de Mineralogia e Geotectônica, IGc/USP – São Paulo (edellama@usp.br)

Apesar dos significados distintos, patrimônio natural e cultural não podem ser considerados domínios distintos. A Unesco reconheceu este fato na Convention
Concerning the Protection of the World Cultural and Natural Heritage em 1972. Mais recentemente a Declaração Internacional dos Direitos à Memória da
Terra, aprovada em Digne-Les-Bains (França, 1991), aponta a importância da preservação de ambos os patrimônios.
Herança Cultural e Natural são campos de atuação multidisciplinar, na qual o geólogo tem uma participação ímpar.
A comunidade geológica tem se atentado particularmente para o patrimônio natural, vide o aumento dos trabalhos na temática nas reuniões científicas desde
2004 (42° Congresso Brasileiro de Geologia – 2004, 27ª Tarde de Geociências da SBG Núcleo São Paulo – 2006, 10° Simpósio de Geologia do Sudeste –
2007, 43° Congresso Brasileiro de Geologia – 2006, 44° Congresso Brasileiro de Geologia – 2008).
Mais timidamente, o interesse no patrimônio cultural também tem crescido entre os geólogos, apontado, principalmente, em trabalhos publicados em
periódicos. A importância do desenvolvimento desta linha de pesquisa é identificada quase que diariamente na mídia, onde regularmente são veiculadas
notícias referentes ao patrimônio cultural, portanto, sendo um campo promissor de atuação para os geólogos.
No Instituto de Geociências da USP, temos realizado estudos em monumentos e prédios históricos da cidade de São Paulo desde 2004 em avaliações do
estado de conservação dos mesmos, subsidiado por dados analíticos (petrografia, microscopia eletrônica de varredura, difração de raios X, microssonda
eletrônica), e quando possível a obtenção eventual de amostras, a partir de fragmentos resultantes de vandalismo, restaurações anteriores ou intemperismo.
Na continuidade desses estudos, deverão ser utilizados ensaios de caráter não destrutivos, valendo-se de propriedades baseadas em velocidades ultrassônicas,
resistência ao impacto, medição de cor e imagens UV, e a partir da caracterização dessas propriedades físicas de monumentos históricos da cidade de São
Paulo efetuar a avaliação do grau de deterioração em que eles se encontram.
Considerando a importância da utilização de métodos de estudos que não afetem a integridade dos monumentos e objetos no estudo da herança cultural,
optamos por aparelhos de investigação de natureza não destrutiva, que serão utilizados in situ nos monumentos: aparelhos de ultrassom, esclerômetro,
espectrofotômetro e lanterna ultravioleta, o que permitirá avaliar o estado de alteração dos materiais pétreos constituintes dos monumentos.
Esta linha de atuação é um campo promissor para o geólogo e importante para a sociedade, pois, além de contribuir para o avanço do conhecimento
científico, permite intervir em apoio a situações concretas como contribuição direta na preservação da Herança Cultural do País.
Agradecimentos: FAPESP (2009/02519-8).

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INTEMPERISMO NOS MONUMENTOS PÉTREOS DO CEMITÉRIO DA CONSOLAÇÃO, SÃO PAULO (sp)

Luciane Kuzmickas ¹ e Eliane Aparecida Del Lama ²


¹ Graduanda em Geologia, IGc/USP – São Paulo (lukuzmickas@gmail.com); ² Departamento de Mineralogia e Geotectônica, IGc/USP – São Paulo.

Desde a pré-história, um dos maiores mistérios é a morte. Os mistérios que giram em torno desse tema, fizeram com que diferentes sociedades ao longo da
história da humanidade desenvolvessem formas distintas de cultuar seus mortos e principalmente ornamentar seus túmulos. O Cemitério da Consolação,
primeiro cemitério público da cidade de São Paulo, fundado em 1858, é um dos principais representantes das transformações pelas quais São Paulo passou,
sendo um dos locais onde se encontra melhor representada a pujança da elite paulistana da década de 1920. Era costume na época copiar os hábitos
parisienses, principalmente no que dizia respeito à culinária e às vestimentas, e isso se estendeu também à ornamentação dos túmulos, sendo contratados
artistas de renome como Nicola Rollo, Luigi Brizzolara, Victor Brecheret, Materno Giribaldi, entre outros, para a construção de suntuosos túmulos que
eternizassem as pessoas que possuíam grande status social.
Grande parte dos monumentos que compõe esse museu a céu aberto é composta por rochas, e sofrem com os agentes intempéricos, sejam eles químicos,
físicos ou biológicos.
O presente estudo objetivou mapear as principais formas de alteração das rochas que compõem alguns dos monumentos pétreos tumulares, utilizando-se
para isso o método proposto em Henriques et al. (2005), além da utilização de análises feitas por difração de raios X, microscopia eletrônica de varredura, e
microscopia petrográfica. Os túmulos escolhidos são os seguintes: Interrogação de Francisco Leopoldo e Silva; Sepultamento de Victor Brecheret; Túmulo
da Marquesa de Santos; Miniatura de Catedral Neogótica; Mausoléu da Família Matarazzo e Túmulo do Dr. José Alves de Cerqueira César. Ressalta-se
que todos os monumentos escolhidos são tombados pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do
Estado de São Paulo), o que enfatiza a importância dos mesmos.
Os mapeamentos realizados mostram que os túmulos que possuem a sua estrutura composta por mármores são os que se apresentam mais degradados
pelos agentes intempéricos, apresentando desde eflorescências compostas essencialmente por calcita (CaCO3) a fissuras que tendem ao desprendimento
de material pétreo. Os túmulos compostos por granitos apresentam em geral muitas manchas, além de pequenos orifícios gerados pela alteração de alguns
minerais opacos. A presença de colonizações biológicas é muito intensa, principalmente em locais que permanecem úmidos e com pouca iluminação,
colaborando com a decomposição da rocha de forma mais intensa. A alteração de peças de bronze, presentes nos túmulos, provoca formação de manchas nas
rochas com uma coloração esverdeada. Ausência de rejunte em algumas partes dos túmulos colabora com o aparecimento de outras formas de intemperismo.
Por fim, a atividade de natureza antrópica é a que mais danifica os túmulos, manifestando-se seja por pichações, seja pela utilização de métodos de limpeza
inadequados.
Os túmulos analisados apresentam muitas formas de alteração da rocha, que por enquanto não apresentam riscos à integridade das peças. Espera-se que a
realização desse projeto incentive outras pesquisas semelhantes, ações de conservação e divulgação desse local que além de ser o cemitério mais famoso de
São Paulo, é um verdadeiro museu a céu aberto.
Agradecimento: FAPESP (2007/08329-0).

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Comparação entre os iqa’S Cetesb e ccme

Vinicius do Nascimento Cristo1 Juliana Magalhães Menezes2 Gerson Cardoso da Silva Jr. 2
1
Departamento de Geologia - Setor de Engenharia e Ambiental, IGEO/UFRJ (vcristo_ 85@yahoo.com.br);
2
Departamento de Geologia - Setor de Engenharia e Ambiental, IGEO/UFRJ.

Na sociedade em que vivemos atualmente, tão industrializada e globalizada, estudos sobre a qualidade da água subterrânea ou superficial são necessários,
pois este tipo de manancial algumas vezes encontra-se desprotegido da contaminação antrópica.
Este estudo tem como objetivo principal a comparação de dois Índices de Qualidade de Água (IQA): o IQACETESB desenvolvido pela NSF (National Sanitation
Foundation/USA) e adaptado pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) do Estado de São Paulo e o IQACCME desenvolvido pelo
Canadian Council of Ministers of the Environment (CCME). E como objetivo secundário pretende-se averiguar a qualidade das águas superficiais da Bacia
Hidrográfica do Rio São Domingos (BHRSD), que está localizada no Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, compreendendo os municípios de São José de
Ubá e Itaperuna.
Os dados analisados são referentes a três campanhas realizadas nos anos de 2004 (19 amostras), 2005 (9 amostras) e 2007 (4 amostras). O ano de 2004
representa a fase de caracterização da bacia e os anos de 2005/07 representam a fase de monitoramento. Os IQA’s foram aplicados com nove parâmetros,
sendo eles: coliformes fecais, pH, demanda bioquímica de oxigênio, nitrato, fosfato, temperatura, sólidos totais, sólidos em suspensão (turbidez) e oxigênio
dissolvido. Após os resultados gerados pelos índices, utilizou-se a ferramenta Spatial Analyst do software ArcGis 9.2 para obter uma visualização espacial
dos resultados obtidos para a área de estudo.
A partir das análises gráficas e da visualização espacial conclui-se que:
- De acordo com o IQACETESB a qualidade das águas superficiais na bacia vem se deteriorando durante o tempo de estudo.
- De acordo com o IQACCME, podemos analisar os pares anuais: 2004/05, onde a qualidade das águas superficiais indica uma melhoria qualidade no ano de
2005 em relação ao de 2004. O par anual 2005/07 representa uma pior qualidade em relação a analise anterior. Fazendo uma comparação relativa do começo
ao fim dos estudos (2004/07) o IQACCME indica um melhor resultado em 2007, caracterizando uma melhoria na qualidade da água.

Em relação à comparação entre índices o IQACETESB parece demonstrar resultados mais condizentes com a real situação da bacia, pois não foram observadas
melhorias nas questões do uso de defensivos agrícolas ou do tratamento de esgoto na região, isso nos leva a crer que a qualidade da água está retratada na
interpretação do índice. Isto é a qualidade da água na BHRSD era melhor no começo do estudo e com o passar do tempo começou a apresentar resultados
piores no fim desse estudo.
Esta pesquisa integra o projeto “Caracterização de Aqüíferos Fraturados no Noroeste Fluminense (BHRSD) e Elaboração de Metodologia para Estimativa
de Vulnerabilidade”.
Agradecimentos: MCT/CNPq 02/2006 – EDITAL UNIVERSAL

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REPRESENTAÇÃO EM 3D DO AQÜÍFERO GUARANI, BACIA DO PARANÁ, BRASIL

Henrieth Viviane Borgo de Oliveira1; Celso Dal Ré Carneiro2


1
Estudante de Graduação, IG/UNICAMP. Campinas, SP (viviborgo@gmail.com);
2
Departamento de Geociências Aplicadas ao Ensino, IG/UNICAMP. Campinas, SP

O Brasil detém a maior parte das áreas aflorante e não-aflorante do Aqüífero Guarani, um manancial transfronteiriço que abrange área de 1,2 milhões de
km², e recobre partes do território das regiões sul, sudeste e centro-oeste do país, além de Paraguai, Argentina e Uruguai. Elaborar uma representação
tridimensional do Aquífero Guarani foi ideia que surgiu diante da atual preocupação com o uso das águas subterrâneas. Este tema encontra-se na primeira
posição dentre uma lista de temas primordiais a serem tratados durante o Ano Internacional do Planeta Terra (2007-2009) promulgado pela Organização das
Nações Unidas (ONU), visando à valorização do conhecimento geológico e permitindo garantir um futuro mais saudável e seguro às próximas gerações.
A pesquisa sobre geometria 3D do Aqüífero Guarani teve como objetivo central subsidiar: (a) trabalhos de difusão e conscientização sobre explotação e uso
de água subterrânea e (b) contribuir com as publicações didáticas voltadas a geociências, visto que em Português, há carência destes materiais para ensino-
aprendizagem. São também raros os livros de texto para educação básica nesse campo. O projeto divide-se em duas linhas principais: pesquisa bibliográfica
e confecção de representações do aqüífero com auxílio de programas em 3D. Existem diversas ferramentas especializadas para elaboração dos modelos
3D, baseados em mapas e perfis. No presente estudo, mapas de isópacas, obtidos de relatórios geológicos inéditos do IPT, e Petrobras foram reelaborados
e reinterpolados manualmente, para produção de novos mapas de contorno, gerados mediante aplicação da técnica de construção de mapas de contorno
estrutural de sequências estratigráficas de referência. O trabalho resultou nos mapas das seguintes superfícies: topo do embasamento, base das formações
Botucatu + Pirambóia + Rosário do Sul e topo da Formação Serra Geral. Após a confecção dos mapas, estes passaram por vários processos, tais como:
escanerização, georeferenciamento, vetorização em ArcGIS (versão 9.2), edição digital, interpolação e visualização em 3D em ambiente CAD. Os dados
utilizados para delimitação do aqüífero e construção do modelo restringiram-se à área da Bacia do Paraná em território brasileiro.
A elaboração de artigos de divulgação é um passo essencial para ajudar a conscientizar as pessoas em relação à explotação e uso desses recursos, que não
podem ser considerados inesgotáveis. O primeiro requisito é fundamentar a elaboração do modelo do Aqüífero Guarani em dados científicos confiáveis, para
consequentemente gerar um material didático que trate de um tema geológico por meio de uma linguagem simples e objetiva.
Agradecimentos: Bolsa CNPq/PIBIC. Às amigas Ancilla M. A. de Carvalho e Joyce R. da Cruz pelo auxílio na utilização de softwares necessários para a pesquisa.

130

Micromorfologia aplicada à ESTUDOS Geológico-GEOTÉNICOS

Vitor Ribeiro Silos1; Helena Polivanov2; Leandro Victor dos Santos3; Antonio Soares da Silva4; Thiago Teles Alvaro5; Bruno Almeida Cruz6; Emilio
Velloso Barroso7
1
Departamento de Geologia, IGEO/UFRJ (vitorsilos@gmail.com); 3Geólogo/Andrade Gutierrez; 4 Departamento de Geografia/UERJ;
2, 5, 6, 7
Departamento de Geologia, IGEO/UFRJ

A micromorfologia é uma técnica de estudo de amostras não deformadas de solo que permite, com a ajuda da microscopia identificar os constituintes
elementares e as diversas associações destes (esqueleto, plasma, nódulos, etc.), possibilitando assim a melhor visualização do comportamento da estrutura
e do espaço poroso. O presente estudo tem como objetivo contribuir através da análise micromorfológica no entendimento das características geológicas e
geotécnicas de um perfil de alteração de um cambissolo. O perfil se localiza na BR-116, no bairro Meudon, no município de Teresópolis (RJ).
Para a realização do estudo foram coletadas amostras indeformadas dos horizontes A, B e C conforme a norma NBR-9604, com dimensões 7x5x4cm. As
caixas de retirada das amostras foram orientadas, de modo que topo e base do perfil foram identificados, para posterior análise dos processos ocorridos
no sistema, sendo mantidas embaladas até a chegada no laboratório. Após a etapa da coleta, as amostras foram impregnadas em laboratório, segundo
metodologia de Brewer (1964), até se tornarem rijas e resistentes, mas sem perder a estrutura original, permitindo o procedimento de corte e a laminação. A
impregnação foi feita com uma mistura de resina plástica Araldite XGY-1109 100%, 10% de endurecedor HY-951 e 40-50% de acetona P.A. A impregnação
do bloco pela resina é feita dentro de um dessecador conectado a uma bomba pneumática formando um sistema fechado à vácuo. Após a fase de impregnação,
as amostras endurecidas foram cortadas e laminadas em máquina de disco diamantado da marca Norton em duas partes, uma delas foi colada com Araldite
em lâmina de vidro plano, e após foi desbastado e polido manualmente com abrasivo (carborundum). Os dados referentes ao ensaio de permeabilidade foram
obtidos em (Santos, 2008). Os valores da condutividade hidráulica determinados nos horizontes A, B e C são respectivamente, 4,7 x 10-3cm/s; 5,4 x 10-3
cm/s e 1,8 x 10-3 cm/s.
A interpretação micromorfológica foi feita em microscópio petrográfico polarizante da marca Zeiss. Foi observado no horizonte A porosidade cavitária
e de empilhamento bem conectada. No horizonte B foi observado poros fissurais e cavitários, resultantes de processos pedogenéticos e minerais pouco
intemperizados. E no horizonte C foi observada uma porosidade cavitária resultante da dissolução de minerais, não conectada. O horizonte A foi caracterizado
como um colúvio, não só pela descrição da lâmina, mas também com observações de campo. As evidências desse fato são os minerais muito angulosos na
presença dos feldspatos alterados ao lado de feldspatos ainda são e a porosidade bem conectada dá uma maior circulação de fluídos devido à alta conexão
dos poros. O horizonte B, ainda preserva características do material de origem, na forma de minerais pouco intemperizados, dessa forma pode-se concluir
ser um material formado in situ e a sua porosidade ocasiona um maior impedimento de circulação de fluidos. O horizonte C é um saprolito, e preserva as
características da rocha sã e o fato de sua porosidade não ser conectada é um impedimento de circulação de fluidos, mesmo sendo o horizonte mais arenoso
dos três.
Sabe-se que a identificação de solos maduros, quanto a sua origem é um assunto de difícil identificação e é um problema recorrente na Geologia de
Engenharia, pois é distinto o comportamento geotécnico de solos transportados e residuais. Dessa forma a micromorfologia associada com trabalho de
campo demonstraram ser ferramentas importantes para essa distinção. A descrição micromorfológica foi importante também na compreensão do sistema de
percolação de fluidos nos horizontes estudados.

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Contaminação pelo metal Zn em Latossolo e Chernossolo tratados com biossólido

Bruno Almeida Cruz1; Renata C. J. Alamino2; Helena Polivanov3; Thiago Teles Alvaro4; Vitor Ribeiro Silos5
1
: Departamento de Geologia, IGEO/UFRJ – Rio de Janeiro (brunolacruz@gmail.com); 2, 3, 4 e 5: Departamento de Geologia, IGEO/UFRJ – Rio de Janeiro.

Um dos grandes problemas envolvendo meio ambiente é a disposição final de resíduos potencialmente tóxicos. Dentre tais, destaca-se o lodo de esgoto, que
é um resíduo produzido durante o processo de tratamento das águas residuárias nas estações de tratamento de esgoto. Uma das formas de aproveitamento do
lodo é a sua utilização em áreas agrícolas como condicionador de solo. Vários estudos comprovam a eficácia do uso agrícola de lodo de esgoto, entretanto,
a possível presença de poluentes como metais pesados, patógenos e compostos orgânicos persistentes são fatores que podem provocar impactos ambientais
negativos.
O trabalho tem como objetivo utilizar ensaios de coluna de lixiviação para acompanhar o comportamento do metal Zn adicionado aos solos por meio da
aplicação de lodo de esgoto e também avaliar a disponibilidade deste metal e possíveis contaminações, levando em consideração as características tanto do
Latossolo, quanto do Chernossolo, além do lodo neles depositados.
A primeira parte do estudo constou da coleta de amostras indeformadas dos horizontes B do Latossolo e Bt do Chernossolo, e de lodo de esgoto. Após esta
etapa seguiram-se as caracterizações físicas (granulometria, massa específica e limites de atterberg), físico-químicas e químicas (pH, carbono orgânico,
CTC, ataque sulfúrico, fertilidade, análise química total) e mineralógica (RX).
A segunda parte constou da realização do ensaio de coluna de lixiviação, que é a simulação da percolação de fluidos com diferentes materiais com o objetivo
de estudar o fluxo do fluído e dos componentes desse e suas interações com o meio em questão. Para isso utilizaram-se amostras indeformadas dos solos,
reproduzindo assim suas condições originais. Os materiais utilizados foram colunas cilíndricas de acrílico preenchidas com solo indeformado, e um anel
sotoposto à anterior, preenchida com lodo encimado por pedra porosa, cuja função é garantir uma distribuição homogênea do líquido percolante. A solução
utilizada foi de BaCl2, devido ao fato desta ser capaz de extrair metais da fração solúvel do lodo. Após percolado, o líquido lixiviado foi analisado por
absorção atômica para verificar as concentrações dos metais presentes no mesmo.
Os resultados mostraram que o Zn tornou-se disponível logo no primeiro lixiviado do experimento, tendo seu ápice de concentração com 4,5 mg/L no
Latossolo, e 2,0 mg/L no Chernossolo. Apesar de tornar-se disponível rapidamente, o que seria um problema para contenção de plumas de contaminação,
as concentrações deste metal, na proporção utilizada neste ensaio, não ultrapassam os limites estipulados pelo CONAMA para águas de classe 3, porém
consistiria em contaminação para águas da classe 1 e 2. Pode-se concluir também que parte do Zn fica retido nos solos, cerca de 7,5 mg/L no Latossolo, e 50
mg/L no Chernossolo, porém não consistindo contaminação dos solos na proporção estudada, segundo os limites estipulados pela Cetesb.
Agradecimentos: CNPq/PIBIC.

131

USO DE RESÍDUOS DE SERRAGEM DE MÁRMORES DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO COMO CORRETIVO DA


ACIDEZ DE SOLO

Valério Raymundo1; Arthur Bazoni da Fonseca2; Ana Candida de Almeida Prado3; Marcos de Souza Neves Cardoso4, Izaias dos Santos Bregonci5; Julião
Soares de Souza Lima3; Mirna Aparecida Neves3
1
Autônomo, Engenheiro Agrícola – Cachoeiro de Itapemirim (ES); 2Geologia, CCA/UFES – Alegre (ES) (bazoni_@hotmail.com); 3Centro de Ciências
Agrárias/UFES – Alegre (ES); Curso de Pós-Graduação em Produção Vegetal, CCA/UFES – Alegre (ES); 5INCAPER – Alegre (ES)

Nos últimos anos, muitos pesquisadores têm direcionado seus estudos para o uso de resíduos e sua transformação em subprodutos de outros processos
produtivos visando à minimização dos impactos ambientais. O grande volume de resíduos calcários gerados pela indústria de rochas ornamentais do
Estado do Espírito Santo e sua composição, rica em elementos essenciais às plantas, indicam possibilidades de aproveitamento como corretivo de acidez
de solos e como fonte de cálcio e magnésio. Este estudo teve como objetivo a comparação, em relação à capacidade de neutralização da acidez do solo,
entre o uso de um resíduo de mármore serrado em tear diamantado, outro serrado em tear convencional e um calcário comercial de uso comum. A partir
dos valores do poder de neutralização determinados em laboratório para o corretivo comercial e para os resíduos, foram calculadas as quantidades teóricas
para serem adicionadas a um Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico da região, ácido e pouco fértil. O experimento foi montado com cinco diferentes
doses, 0%, 75%, 100%, 150% e 300%, em relação às quantidades teóricas calculadas, e com quatro repetições para cada dose. As unidades experimentais
foram acondicionadas em sacos de polietileno, elevando a umidade com água destilada a 70% da capacidade máxima de absorção de água do solo. Foram
analisados pH, P, K, Ca, Mg, Al, Na, H, acidez potencial (H+Al) e índice de saturação de sódio (IsNa) e calculados a soma de bases (SB), a capacidade de
troca catiônica (CTC), a saturação por base (V) e a saturação por alumínio (m). O risco de contaminação pela aplicação de resíduos de mármore no solo foi
analisado em termos dos elementos As, Cd, Pb, Cr total, Hg, Ni e Se. Os resíduos, tanto o oriundo de tear com fio diamantado, como do tear convencional,
apresentaram bom potencial para utilização como corretivo de acidez de solo no caso estudado, com uma reatividade inicial superior à do calcário comercial.
Todos os teores dos elementos potencialmente tóxicos ficaram abaixo dos limites estabelecidos pela U.S.EPA 40 CFR Part 503 (Environmental Protection
Agency – U.S.). O ferro, embora esteja presente nos insumos utilizados na serragem dos blocos (como a lâmina e a granalha de aço), não apresentou teores
com risco de toxidez. Os resultados indicam que as empresas de beneficiamento de rochas ornamentais poderão transformar um problema ambiental,
representado atualmente pelo resíduo, em um subproduto de valor comercial.
Agradecimentos: SINDIROCHAS-SEBRAE (), Secretaria do Meio Ambiente de Cachoeiro de Itapemirim (ES).

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

CARACTERIZAÇÃO DO RESÍDUO DO BENEFICIAMENTO DE ROCHAS ORNAMENTAIS

Ana Candida de Almeida Prado1; Arthur Bazoni da Fonseca2; Marcos de Souza Neves Cardoso3; Mirna Aparecida Neves1
1
Departamento de Engenharia Rural, CCA/UFES – Alegre (ES) (acaprado@gmail.com);
2
Geologia, CCA/UFES – Alegre (ES); 3 Curso de Pós-Graduação em Produção Vegetal, CCA/UFES – Alegre (ES)

O estado do Espírito Santo se destaca no setor de rochas ornamentais. A importância do setor para a economia capixaba é indiscutível, mas, como toda
atividade mineira, causa impactos ambientais indesejáveis. Durante o processo tradicional de serragem dos blocos, gera-se uma lama composta por pó
de rocha, cal, granalha de aço e água. Estudos demonstram que a lama tem potencial para ser aproveitada como matéria-prima da indústria cerâmica de
revestimento, porém, a lama apresenta ampla variabilidade composicional (dependente do tipo de rocha e do processo de beneficiamento), o que pode
ocasionar problemas durante a fabricação e na qualidade do revestimento. Neste trabalho apresenta-se um estudo detalhado da variabilidade dos resíduos.
O pH dos resíduos foi medido segundo a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT 10.004/2004, os resultados mostram que o pH
varia entre 8,2 e 10,5, sendo que a maioria se enquadra na faixa de 8,8 a 9,9, assim, segundo a referida norma, os resíduos são não perigosos no que tange
à corrosividade. Não há uma relação direta entre o pH do resíduo e a composição mineralógica da respectiva rocha cortada ou com a quantidade de cal
adicionada durante o corte da rocha, porém, é crível que o valor do pH dependa destes dois fatores acoplados. A distribuição granulométrica foi realizada a
úmido por peneiramento em peneiras com aberturas de 250, 125, 63 e 45 μm, todos os resíduos apresentaram no mínimo 69% das partículas com tamanhos
relativos menores que 45 μm. Em geral, os resíduos de rochas de colorações escuras (verdes ou pretas) apresentaram granulação relativamente mais grossa
- a exceção é a lama resultante do corte de um diabásio, que continha maior quantidade de partículas finas. As partículas retidas na peneira de abertura de
250 μm são predominantemente de granalha de aço. Os resíduos mais finos apresentam cerca de 90% de partículas menores que 45 μm. A composição
mineralógica das amostras foi analisada por difração de raios X. Os resíduos podem ser divididos em classes segundo sua composição em: Silicáticos 1
(quartzo, plagioclásio, microclínio); Silicáticos 2 (quartzo, plagioclásio, microclínio e biotita); Silicáticos 3 (anorthita, biotita, hidrobiotita e quartzo) e
Carbonáticos (dolomita, calcita e diopsídio). A distribuição granulométrica e a composição mineralógica dos resíduos indicam que estes podem compor
massas cerâmicas. Estão sendo analisados os teores dos elementos químicos maiores (Si, Al, Fe, Ti, Na, K, Ca, Mg, P). Baseados no conjunto dos resultados
de granulometria, mineralogia e composição química, os resíduos ricos em feldspato potássico e plagioclásios de composição predominantemente sódica
e com menor quantidade de granalha (ferro) serão selecionados. Estes irão compor massas de revestimento cerâmico para testar sua função como material
fundente.
Agradecimentos: FAPES (42402794/08) e CNPq (41375564/08; 481013/2008-3)

132

“GEOTURISMO APLICADO NA PARTE ALTA E MÉDIA DA BACIA DO RIO GUANDU - RJ”: UMA ANÁLISE
AMBIENTAL POR GEOPROCESSAMENTO

Arnaldo Mauro Neno Ferrão1; José Eduardo Dias2; Maria Hilde B. Góes2; Jorge Xavier da Silva3;
1
Geólogo, Pós-Graduando em Auditoria e Perícia Ambiental, UGF – Rio de Janeiro (ferrao@rio.com.br);
2
Departamento de Geociências / UFRuralRJ; 3 Instituto de Geociências / UFRJ
(linha)
O presente estudo teve por objetivo definir e analisar as áreas vocacionais para o Geoturismo aplicado na parte alta e média da Bacia do Rio Guandu - RJ,
enfocando a Geologia (Litologia). Geograficamente a porção alta/média da bacia apresenta uma rica variabilidade geológica, confirmada a partir da análise
do mapa litológico. Este tema tem despertado a atenção do público específico, ocasionando motivação, por conhecimento envolvendo aprendizagem e
descoberta geológica através dos minerais, feições, lineamentos e falhas nas rochas.
Foi utilizada a ferramenta de geoprocessamento para levantar as principais entidades litológicas através de uma investigação temática - Assinaturas
Ambientais usando o módulo de Assinatura do Software SAGA/UFRJ. Elaborou-se a “árvore de decisão” para avaliação ambiental das áreas potenciais
para geoturismo, para tal foram usados os fatores naturais e antrópicos/naturais, apoiado na Base de Dados Inventariada, criada pelo Laboratório de
Geoprocessamento Aplicado da UFRRJ.
O trabalho foi finalizado com a geração, por meio de geoprocessamento de um mapa digital classificatório para geoturismo apresentando a analise das
condições ambientais, a localização geográfica e a situação atual para cada uma das cinco classes ou categorias que foram: Altíssimo, Alto, Médio, Baixo
e Baixíssimo potencial para o geoturismo. Verificou-se neste trabalho resultados específicos para a área traduzida pela sua alta vocação para a pratica de
geoturismo.
As áreas vocacionais para a prática de Geoturismo encontram-se associadas, morfologicamente, a ambientes de Reverso de Planalto Dissecado e Borda
Dissecada de Planalto Estrutural. Quanto a Geologia, as classes que mais se destacaram foram Rochas Graníticas, Ortoderivadas e Básicas e Alcalinas.
Sendo o Maciço de Tinguá formado por rochas alcalinas, entre elas uma rocha exótica conhecida como Tinguaíto. Tornando-se um grande atrativo para a
prática do Geoturismo, apesar de alguns destes locais apresentarem restrições estabelecidas pela Lei SNUC (nº 9.985, de 18 de julho de 2000), como no
caso da Reserva Biológica do Maciço do Tinguá.
Com a finalização deste trabalho foi possível validar a hipótese de que pelo geoprocessamento armazena-se uma grande quantidade de dados, possibilitando
o seu tratamento e análise de fenômenos complexos. As avaliações ambientais com o uso da ferramenta de geoprocessamento mostraram a realidade
ambiental da área em estudo traduzida pela magnitude das áreas com ou sem potencialidades para a prática de Geoturismo. A robustez dessa ferramenta
possibilitou a realização de diagnósticos e predições mais seguras.

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MONITORAMENTO PLUVIOGRÁFICO automático e modelagem coportamental de chuva x


escorregamentos. o CASO DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA-ES

Rodolfo Moreira de Castro Junior1; Leonardo Andrade de Souza2; Frederico Damasceno Bortoloti 3
1
Departamento de Engenharia de Produção, UFES (rodolfo@npd.ufes.br); 2 FCAA (geolsouza@yahoo.com.br);
3
Departamento de Engenharia de Produção, UFES (freddb@ltc.ufes.br).

O monitoramento pluviográfico automático e telemétrico vem sendo desenvolvido como ferramenta de suporte ao projeto de mapeamento geológico-
geotécnico das encostas do município de Vitória (Projeto MAPENCO) e deve atender às expectativas de elaboração de um sistema preventivo de alerta
durante os períodos chuvosos.
A implantação de uma rede de estações pluviográficas automáticas teve início no ano de 2008 e já conta com 3 pontos de operação distribuídos, até o presente
momento, de forma a abranger todo o limite municipal (81 Km2). O conjunto total de pontos de coleta previstos a serem instaladas até meados de 2010 será
composto de sete estações pluviográficas com leitura automática através de Datalogger e transferência de dados via telemetria, com uso de chip de celular
acoplados a modem GPRS. As estações instaladas, bem como as vindouras, são alimentadas através de paineis solares.
O estudo vem sendo fundamentado nos dados e mapas gerados pelo Projeto MAPENCO e a relação entre as ocorrências de deflagração de processos
geodinâmicos do tipo escorregamentos que incidiram nas áreas de risco geológico mapeadas, e a intensidade de chuva registrada próximas ao evento.
As informações sobre os movimentos de massa ocorridos no município foram coletadas em órgãos públicos (defesa civil estadual e municipal), jornais e nos
laudos geológicos-geotécnicos do MAPENCO, abrangendo um período de 25 anos. Os dados pluviométricos para o estudo comparativo são provenientes de
uma estação pluviográfica convencional do INMET instalada no município com informações que remontam um período superior a 70 anos.
Para o estabelecimento de modelos de comportamento para as regiões monitoradas, que serão definidas após a implantação da rede de pluviógrafos, o projeto
se serve de aparatos de software e hardware desenvolvidos especificamente para dar suporte à rede de monitoramento do risco geológico, fornecendo, assim,
informações imprescindíveis para a determinação de níveis de alerta por parte dos órgãos responsáveis, nas áreas mais críticas do município. Através de
aplicativos em Java, os resultados são exibidos de forma on-line, disponibilizados no site www.mapenco.com.br e atualizados em intervalos programados,
permitindo o acompanhamento de todas as estações simultaneamente.
Os Bancos de dados de chuva e de ocorrência de movimentos de massa, associados aos aspectos do meio físico são correlacionados através do uso de
sistemas de informações geográficas e ferramentas de geoestatística, a partir de avaliações de semivariogramas para avaliação das influências direcionais da
precipitação. Essa técnica e a avaliação da similaridade amostral dos condicionantes do meio físico em cada ponto de ocorrência considerado deverão permitir
a definição e a distribuição espacial dos quantitativos máximos de precipitação associados aos respectivos movimentos de massa e, consequentemente, à
classificação dos respectivos níveis de alerta para cada região de abrangência das estações pluviográficas dispersas no município de Vitória-ES.
Palavras-Chaves: Riscos Geológicos; Monitoramento; Chuva.

133

DESASTRES NATURAIS DE 2008 EM SANTA CATARINA

Lídia Keiko Tominaga, Daniela G. Marchiori-Faria, Jair Santoro, Paulo C. Fernandes da Silva, Rogério Rodrigues Ribeiro, Maria José Brollo
Instituto Geológico – Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo (tominaga@igeologico.sp.gov.br)

Entre os dias 21 e 23 de novembro de 2008, na região do Vale do Itajaí, em Santa Catarina, choveu em torno de 600 mm, aumentando os níveis pluviométricos
já acumulados desde o mês de agosto. Esta excepcional pluviosidade provocou uma catástrofe histórica, causando inundações generalizadas e um grande
número de movimentos de massa de diversos tipos, levando a perda de vidas, destruição de moradias e de infra-estrutura, e milhares de desabrigados. Nesta
condição adversa de grande magnitude, diversos municípios da região decretaram estado de calamidade e o país todo se mobilizou para ajudar o Estado de
Santa Catarina. Assim, o Instituto Geológico, atendendo solicitação do Governo do Estado de São Paulo, no período de 26 de novembro a 11 de dezembro,
enviou técnicos com experiência em avaliação de risco (4 geólogos e 1 geógrafo), para auxiliar as equipes de Santa Catarina nos atendimentos emergenciais
aos inúmeros escorregamentos que ocorreram.
Os municípios da região do Vale do Itajaí e adjacências, mais prejudicados pelos escorregamentos e vistoriados pelas equipes do IG foram os seguintes:
Blumenau, Ilhota, Luis Alves, Gaspar, Jaraguá do Sul, Benedito Novo, Pomerode, Timbó, Rio dos Cedros e Rodeio.
Os trabalhos de atendimento constaram de vistorias em áreas atingidas por escorregamentos ou com feições de instabilização. As vistorias por terra
objetivaram avaliar a possibilidade de retorno dos moradores às suas casas, ou de início de obras de recuperação, ou ainda de interdição da área. As vistorias
aéreas visaram obter um diagnóstico da situação e a identificação de áreas críticas para serem visitadas por terra. Nestas vistorias foram verificados os sinais
ou feições indicativos de movimentação, tais como degraus de abatimento, rupturas e trincas no terreno e em edificações.
Foram observados processos de escorregamentos rotacionais, translacionais e complexos além de corridas de lama. Os processos de corrida apresentam um
alcance e um poder destrutivo muito maior que os deslizamentos planares e estão associados a índices pluviométricos excepcionais, quando o solo perde
completamente a coesão pelo excesso de água passando a se comportar como um fluido. Um fato marcante deste evento foi a dimensão dos processos, os
quais atingiram extensões superiores a 500m, no caso de escorregamentos planares, e mais de 1.000m no caso de corridas de lama. Uma das conseqüências
dos vários escorregamentos foram os processos de assoreamento, e por vezes obstrução, de rios e de suas planícies provocado pela mobilização de grandes
volumes de terra e detritos.
Em síntese, os trabalhos de atendimento das equipes do IG desenvolveram-se em três fases:
1ª fase (26 a 30/11/2008) em Blumenau e Pomerode - organizar as ações da Defesa Civil e da Prefeitura para o atendimento e socorro às vítimas dos
deslizamentos; vistoriar e avaliar o grau de risco de cada área e recomendar a remoção de pessoas das áreas críticas (40 vistorias).
2ª fase (01 a 06/12/2008) em Jaraguá do Sul, Benedito Novo, Rodeio, Timbó, Rio dos Cerros, Pomerode, Ilhota e Luis Alves - vistorias e avaliação de risco
em áreas de ocorrência de escorregamentos ou com evidências de movimentação; avaliação e liberação das áreas para busca e resgate de corpos, visando
à segurança dos bombeiros; planejamento de operações e de procedimentos de intervenção das equipes nos locais determinados para busca e resgate (25
vistorias em terra, 22 vistorias por sobrevôo).
3ª fase (05 a 11/12/2008) em Ilhota (Morro do Baú), Luis Alves e Gaspar - vistorias para avaliação do risco a escorregamentos visando à liberação de
moradias para retorno dos residentes ou pela continuidade de interdição (53 vistorias em moradias).
Agradecimentos à Coordenadoria da Defesa Civil Estadual (CEDEC), pelo apoio financeiro.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

DISPONIBILIDADE DE METAIS PESADOS COM BASE NO ENSAIO DE EXTRAÇÃO FRACIONADA EM AMOSTRAS DE


LATOSSOLO E CHERNOSSOLO TRATADAS COM LODO DE ESGOTO

Thiago Teles Alvaro1; Renata Alamino2; Helena Polivanov3; Vitor Silos4; Bruno Cruz5
1-
Depto de Geologia-IGEO-UFRJ (thteal@gmail.com). 2, 3, 4, 5 - Depto de Geologia-IGEO-UFRJ

O uso de lodo de esgoto vem se tornando freqüente em áreas agrícolas e áreas com fins de regeneração do solo devido à expressiva quantidade de matéria
orgânica (MO) contida no resíduo, além de outros fatores que o tornam mais funcional que outros métodos fertilizantes. Esta aplicação, além de resolver o
problema de descarte, pode, conforme a disponibilidade e concentração dos metais encontrados no lodo, acarretar na transferência destes para a vegetação
cultivada na área, alcançar as águas superficiais e subterrâneas, e dessa forma contaminar o ecossistema local. A disponibilidade de metais, está ligada à
forma de como os íons estão retidos no solo, sendo diretamente influenciados por diversos fatores, i.e. composição mineralógica, granulometria, capacidade
de troca catiônica, pH, entre outras.
O estudo da disponibilidade de metais no solo pode ser obtida através do método de extração sequencial ou fracionada. Não há normas padrões para a
extração fracionada, sendo cada metodologia adaptada ao solo estudado. Diversos autores buscam as melhores soluções extratoras para cada fração do solo
as quais os metais estejam ligados. Em 1997 Gomes inicia uma adaptação aos métodos já desenvolvidos da extração fracionada para a utilização em solos
tropicais e altamente intemperizados, como os solos brasileiros, sendo Gomes (1997) o método adotado neste trabalho.
O presente trabalho tem como objetivo estudar a disponibilidade dos metais Cu, Zn, Cd e Ni em dois tipos de solos, LATOSSOLO E CHERNOSSOLO,
quando acrescidos de lodo de esgoto na razão considerada ideal para a recuperação de solos degradados e o dobro desta razão.
Na extração dos metais foram consideradas 5 frações: solúvel, trocável, ligada a matéria orgânica, ligada a óxido de alumínio e óxido de ferro. Seus
respectivos extratores foram: cloreto de potássio, cloreto de bário, hipoclorito de sódio, hidróxido de sódio e uma mistura de oxalato de amônia, ácido
oxálico e ácido ascórbico. A fração residual consistiu na diferença entre o somatório das razões e a quantidade total de metal do lodo de esgoto. Cada
fracionamento constituiu uma etapa com obtenção de solução que foi filtrada e acondicionada sob refrigeração para posterior análise química. O soluto foi
lavado e submetido ao tratamento seguinte. Ao término do ensaio a concentração dos metais na solução foi obtida através da absorção atômica. O Cd não se
mostrou disponível, estando ligado apenas à fração óxido de ferro e residual dos solos; o Cu se encontrou mais disponível para os solos tratados com o dobro
da razão ideal de lodo/solo, nas frações trocável e na matéria orgânica; Ni não se encontrou disponível na fração trocável, mas sim na solúvel e na matéria
orgânica, sendo mais disponível nos solos tratados com a razão ideal lodo/solo; e o Zn se mostrou disponível no Latossolo em todas as frações, sendo mais
disponível nos solos tratados com o dobro da razão ideal lodo/solo e no Chernossolo não se encontrou disponível na fração solúvel. Com isso conclui-se que
a adição em maior concentração de lodo ao solo acarreta no aumento da disponibilidade do Cu e Zn e que os metais Cd, Cu e Ni permanecem mais retidos
no Latossolo e o Zinco no Chernossolo.
Agradecimentos: CNPq/PIBIC.

134

MODELAGEM DO POTENCIAL DE MIGRAÇÃO DE METAL PESADO EM CHERNOSSOLO

Thiago Teles Alvaro1; Helena Polivanov2; Renata Alamino3.


1
- Depto de Geologia-IGEO-UFRJ (thteal@gmail.com). 2, 3- Depto de Geologia-IGEO-UFRJ.

A análise comportamental do transporte de contaminantes é imprescindível na prevenção de impactos ambientais de curto e longo prazo, possibilitando aos
órgãos competentes atitudes que impeçam o agrave ou a ocorrência de desastres ambientais os quais podem afetar a sociedade em grande escala.
O presente trabalho tem como objetivo obter um modelo da mobilidade de cádmio em um perfil de Chernossolo, buscando observar a interação solo-
contaminante e verificar a propagação de uma possível contaminação nestes solos. Elegeu-se o cádmio (Cd) como metal marcador por este ser altamente
tóxico e facilmente encontrado em baterias, tinturas têxteis, galvanoplastia, dentre outros materiais e processos de fabricação. Foram coletadas os horizontes
A, B e C, situado na Rua Caminho Rodrigues, próximo à Avenida Brasil, na região de Vila Kennedy, RJ. Os dados de contorno na modelagem foram
estipulados previamente, por meio de ensaios físicos, de equilíbrio em lote e determinação do fator de retardo e de ensaio de coluna. A caracterização física
permitiu constatar que o horizonte A é areno-argiloso, Bt é argiloso e C predominantemente arenoso. Fazendo uso do aplicativo Pollute (v.7) o transporte de
cádmio nos horizontes estudados foi modelado, obtendo assim a análise do potencial de migração do contaminante, em condições de equilíbrio, através dos
modelos de sorção linear, de Freundlich e de Langmuir. Os parâmetros de entrada no programa foram: (1) horizonte A, espessura de 40 cm, porosidade de
0,33 e massa específica seca de 1,67 g/cm3; (2) horizonte B, espessura de 80 cm, porosidade igual a 0,26 e massa específica seca de 2,06 g/cm3; (3) horizonte
C, espessura de 100 cm, porosidade de 0,33 e massa específica seca de 1,85 g/cm3. O coeficiente de dispersão hidrodinâmica utilizado foi de 1x10-4 m2/dia.
Assumiu-se que o transporte foi exclusivamente dispersivo, devido ao alto teor de argila no solo. A concentração inicial de cádmio arbitrada para o solo foi
de 300 mg/l.
Com base no modelo de sorção de Freundlich – que melhor adequou-se aos valores de cádmio adsorvido pelo solo, os resultados obtidos mostram que ao
final de 1 ano a concentração de cádmio atingirá os 16 cm com 9,06x10-46 mg/l, ainda no horizonte A, e atingirá o horizonte B apenas no oitavo ano com
uma concentração de 9,03x10-48 mg/l, não ultrapassando o limite de 40 cm de profundidade entre os horizontes A e B, sendo os valores encontrados situados
dentro do valor de referência de qualidade (VRQ) estipulados pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB), que seria inferior a 0,5
mg/l de Cd, ou seja, além de não haver contaminação do horizonte B o horizonte A é classificado como não contaminado. Com esta análise pode-se constatar
que a presença do contaminante se restringe
de solos com maiores teores de argila adsorvem maior quantidade do contaminante  em relação aos demais estudados.
Agradecimentos: CNPq/PIBIC.

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

monumento natural Estromatólitos de Nova Campina (SP): Primeiros estromatólitos


descritos na América do Sul

William Sallun Filho1; Thomas Rich Fairchild2; Daniel Rodrigues de França3


Instituto Geológico – Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (wsallun@gmail.com); 2 Departamento de Geologia Sedimentar e
1

Ambiental – Instituto de Geociências – USP; 3 Bolsista Fundap, Curso de Graduação em Licenciatura em Geociências e Educação Ambiental , Instituto de
Geociências – USP

Estromatólitos são estruturas biossedimentares que ocorrem desde o Arqueano até hoje, sendo mais abundantes nas sequências carbonáticas proterozoicas.
No Brasil ocorrem em diversas unidades proterozoicas, principalmente no Cráton do São Francisco e nas faixas dobradas associadas, bem como nas faixas
Paraguai e Ribeira. Os primeiros estromatólitos foram descritos na primeira parte do século 19 e o termo foi criado a partir das palavras gregas stroma
(manta, tapete) e lithos (pedra).
Na região de Nova Campina e Itapeva, sul do Estado de São Paulo, situam-se diversas localidades clássicas de estromatólitos em dolomitos do Grupo
Itaiacoca. Foi lá, em 1944, que F.F.M. de Almeida reconheceu estas estruturas como fósseis e os denominou de Collenia itapevensis, o primeiro fóssil pré-
cambriano a ser descrito no Brasil e na América do Sul. Até hoje representam os fósseis mais antigos conhecidos no Estado de São Paulo .
Nessa região estão descritas nove ocorrências de estromatólitos, das quais as três mais representativas das diversas formas de estromatólitos presentes no
Grupo Itaiacoca foram eleitas para descrição junto a SIGEP. O sítio principal está sendo proposto como o “Monumento Natural Estromatólitos de Nova
Campina”. É constituído de duas antigas frentes de lavra às margens da estrada municipal Itapeva-Grupo Orsa, a cerca de 24 quilômetros de Itapeva e 3,2
quilômetros a sul do centro da cidade de Nova Campina no sul do estado de São Paulo, a cerca de 350 km da capital. Os outros dois sítios também deverão
ser preservados como sítios de referência.
Nenhuma ocorrência de estromatólito na região encontra-se protegida atualmente. Ao contrário, praticamente todas se situam em áreas ativas de mineração
de calcário e dolomito ou em áreas requeridas para mineração. Algumas áreas encontram-se em risco de degradação ou até de desaparecimento, justificando
assim, a criação deste monumento natural.
Esforços neste sentido estão sendo desenvolvidos, em parceria com a prefeitura de Nova Campina e a empresa proprietária do local, para tomar as medidas
necessárias para a conservação e manutenção do sítio. Espera-se que o monumento venha a constituir a pedra fundamental para a difusão do conhecimento
das ciências da Terra e um estímulo a atividades educacionais, recreativas e turísticas em prol da participação e desenvolvimento socioeconômico da
comunidade local.

135

A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOAMBIENTAL PARA A BACIA DO RIO


GUANDU-RJ COMO APOIO À SUA GESTÃO AMBIENTAL

Maria Hilde Góes (1); Jorge Xavier da Silva (2); Aléxis Nummer (1); Tiago Marino (1); Carolina de Lucena Sagrilllo (3); José Carlos Paranhos Souza de Castro
(3)
; Pablo Flaeschen Nunes (3)
(1)
Depto. de Geociências da UFRRJ; (2) Depto.Geografia da UFRJ e Geociências da UFRRJ; (3) Estagiário do Laboratório de geoprocessamento Aplicado
da UFRRJ.

Tem-se como meta apresentar a estrutura logística de um Sistema de Informação Geoambiental desenvolvido pelo Laboratório de Geoprocessamento
Aplicado da UFRRJ, dirigido à significante Bacia do Rio Guandu, abrigada em setor sul da morfoestrutura costeira do estado do Rio de Janeiro.
Trata-se do Projeto Guandu, cujo tema-mestre é “Um sistema de informação geoambiental para a bacia do rio Guandu/Baixada de Sepetiba com base nos
cenário original, pretérito, atual e perspectivo”, apoiado pelo CNPq e FAPERJ. Para tal estudo ambiental é usada a metodologia de “Análise Ambiental
por Geoprocessamento”, associado ao programa SAGA/UFRJ. O referido projeto foi planejado desde 1994, sendo executado em três grandes módulos
operacionais: 1- Definição de um modelo digital para o ambiente da referida bacia hidrográfica; 2- Levantamento cronoinformativo o que vem a ser somado
ao acervo documental da área; 3- Criação de um acervo documental, armazenado pelo programa VICON/SAGA-UFRJ - Programa de Vigilância e Controle.
O modelo digital definido para a área da Bacia do rio Guandu é representado por um elenco de Mapas Temáticos Básicos e Classificatórios e seus respectivos
relatórios analíticos, bem como Mapas Derivados Temáticos. Este conjunto vem a caracterizar o Cenário Atual ou a realidade ambiental da referida bacia
hidrográfica, por dados e informações diagnosticadas, que irão apoiar no levantamento do Zoneamento Ambiental. Neste sentido apresenta como produtos:
A) A Base de Dados Georreferenciada, denominada BDG/GUANDU, constituída por 32 Mapas Temáticos Básicos (Litologia, Geomorfologia, Intensidade
de Lineamentos Estruturais, Ocupação do Solo, Proximidades, etc.), em escala 1:50.000, resolução espacial de 25m; apresenta rica taxonomia, o que varia
entre 15 a 63 categorias registradas em seus planos de informação da referida BDG; trata-se de um Inventário Geoambiental; B) As questões ambientais mais
estratégicas (mananciais hídricos, enchentes, ecoturismo, expansão urbana, etc.), representadas por um elenco de Mapas Classificatórios Aplicados, gerados
por avaliações ambientais, com o uso da técnica de Apoio à Decisão; C) O Zoneamento Ambiental através da técnica do Polígono de Voronói, expondo a
área da bacia do Guandu em fragmentos espaciais caracterizados por suas potencialidades e problemas pontuais e regionais.
Quanto ao módulo considerado teórico-conceitual, este apresenta a evolução histórica da área, com o levantamento dos Cenários Original e Pretérito da
área. Têm-se como produtos a definição dos modelos morfoestratigráfico e paleogeomorfológico, apoiado por métodos de campo, sensoriamento remoto,
estatístico e geofísico. É resultado do levantamento retrospectivo geológico /geomorfológico da área da referida bacia e do seu entorno, pré-determinado
desde o Cretáceo até a fase pré-antropização.
Por fim, todo este conjunto de dados e informações adquiridas serão armazenados no programa VICON/SAGA.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

A GEODIVERSIDADE POR ASSINATURA AMBIENTAL DE ENTIDADES GEOLÓGICAS E GEOMORFOLÓGICAS DE


ÁREA DA BACIA DO RIO GUANDU-RJ

Maria Hilde B. Góes¹; Aléxis Nummer¹; Pablo Flaeschen Nunes²; Carolina Sangrillo²; José Carlos Paranhos²
¹ Depto. de Geociências da UFRRJ; ² Estagiário do Laboratório de geoprocessamento Aplicado da UFRRJ.

Esta contribuição tem como meta fundamental apresentar a base de dados georreferenciada da BDG/GUANDU NATURAL, para a área da bacia do rio
Guandu, no estado do Rio de Janeiro, onde inclusive, está situada a visada Baixada de Sepetiba. Trata-se de uma BDG componente do sistema de informação
geoambiental, um modelo digital criado para a referida bacia hidrográfica, desenvolvido no Laboratório de Geoprocessamento Aplicado do Departamento
de Geociências da UFRRJ/LGA, desde 1994. Esta BDG é constituída por 32 mapas Temáticos Básicos com as suas respectivas assinaturas ambientais,
representando o inventário ambiental, primeiro módulo metodológico do LGA/UFRRJ - “Análise Ambiental por Geoprocessamento”, vinculada ao software
SAGA/UFRJ - Sistema de Análise Geo-Ambiental.
A área considerada para o tratamento ambiental abrange a drenagem original da referida bacia hidrográfica, antes mesmo da primeira atuação antrópica - a
dos Jesuítas, em 1916; isto corresponde a Unidade Territorial 1 ou Bacia do Guandu Natural. Quanto a bacia artificial - Unidade territorial 2, corresponde ao
setor oeste da bacia do rio Guandu, como um todo, caracterizada significativamente, por sua drenagem artificial. Destacam-se, dois fatos: o desvio do rio
Piraí, como afluente do rio Paraíba do Piraí, e a Represa de Lages.
Neste sentido, esta contribuição de caráter acadêmico, e também não acadêmico, mostra uma BDG, montada em escala semidetalhada - 1:50.000, com
resolução espacial de 25m, elaborada com o apoio integrado dos resultados de campo, estatísticos, foto aéreas antigas, imagens Landsat 7 e Google
Earth, culminando-se com os mapeamentos convencionais. Estes por sua vez, editados, geraram a BDG/Guandu Natural, singularizada por apresentar rica
taxonomia, variando entre 56 a 12 categorias, e também, por ser analisada pelo método de Assinatura Ambiental. Isto significa que cada plano de informação
ou mapa temático da referida BDG, é analisado detalhadamente, ou seja, cada classe do mapa temático é investigada, quanto a sua caracterização ambiental.
Tem-se uma convergência das classes que mais influenciam o parâmetro ambiental ora em análise da BDG. Tal procedimento analítico é mostrado por meio
de um quadro-síntese; nas colunas são listadas todas as classes ou legendas do mapa em foco, e nas linhas, os atributos relativos à BDG, ou seja, os demais
parâmetros ambientais.
Como todos nos demais sistemas de informação geoambiental a BDG/GUANDU NATURAL é o alicerce metodológico de uma estrutura logística
organizacional, montada para se processar e consolidar um planejamento ambiental/territorial, base para se efetivar as ações e intervenções político -
administrativas de uma gestão territorial. Neste sentido, é através da geração de uma BDG, que se inicia o levantamento diagnóstico; irá subsidiar os
conseqüentes procedimentos avaliativos, a fim de se definir e analisar as questões ambientais mais relevantes e estratégicas, como por exemplo, as áreas
de riscos, de potenciais e de impactos ambientais. Todo este acervo digital é armazenado e atualizado no programa VICON/SAGA, sistema de Vigilância e
Controle que opera em um sistema integrado e interativo, multimídia, multivariado e multiescala.

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proposição de modelo participativo de recuperação de áreas degradadas por extração de


jazidas minerais em duque de caxias - rj

Wilson A. Leal Boiça1;


1
Geologia do Quaternário, MUSEU NACIONAL/UFRJ – Rio de janeiro (wilsonleal@globo.com);

O município de Duque de Caxias, contribuinte da Baia de Guanabara, tem sua bacia hidrográfica formada pelos rios Iguaçú e Sarapuí, com uma taxa de
deposição fluvial de sedimentos por fluxo trativo, predominantemente de afinidade arenosa e argilosa. Por meio de análise de imagens de satélite entre os
anos de 1964, 1990, 2000 e 2009, a partir do nível de base do rio Sarapuí, nota-se um aumento das áreas de deposição de sedimentos da ordem de 70%
comparada com a registrada em 1964, não obstante a uma redução na oferta de sedimentos dos rios contribuintes. À medida que os sedimentos arenosos
diminuem por interferências de barragens e da mineração de lavra, a exploração econômica de barreiras tem sido fonte de elevado aporte de sedimentos
argilosos nos rios, provocando problemas de impacto ambiental na região.
A importância da investigação do melhor modelo de recuperação de áreas degradadas por atividades de extração de jazidas minerais em Duque de Caxias
se faz presente pela ausência de trabalhos publicados e pela premência de planejamento estratégico por parte do Poder Público Municipal tendo em vista a
descentralização das atividades de licenciamento ambiental feita pelo governo do Estado do Rio de Janeiro repassando ao município a responsabilidade de
dirimir suas questões que envolvem impactos ambientais. Por se tratar de atividade econômica básica para a construção civil do Estado, não se pode pensar
em um modelo de gestão unidirecional e sim participativo.
A área de exposição de extração de jazidas minerais se localiza na porção central do município, envolvendo no seu entorno as cidades de Belford Roxo
e Nova Iguaçu. O modelo usual é do tipo Negociação Política unidirecional com interferência do Poder Municipal deferindo ou indeferindo as licenças
ambientais sob condições de medidas mitigadoras por meio de Planos de Controle Ambiental direcionados para o local in situ desconsiderando o ex situ.
A partir da análise e superposição do impacto econômico-ambiental provocado pelos empreendimentos de extração mineral com o apoderamento e
autonomia do município para a resolução de seus problemas de impacto ambiental através do licenciamento das atividades potencialmente poluidoras, é
possível a construção de um modelo de gestão participativa envolvendo uma negociação Político-Econômica com medidas mitigadoras ex situ que vão desde
o monitoramento do fluxo de transporte dos sedimentos até a recuperação de áreas degradadas.
Cabe ressaltar que um modelo de recuperação de áreas degradadas por extração de jazidas minerais deve considerar toda a Bacia Hidrográfica e seus fatores
de interferência antrópica direta ou indireta promovidos pelas comunidades adjacentes.
O trabalho identificou vários aspectos legais e discricionários deficientes da gestão municipal para a recuperação de áreas degradadas por empreendimentos
de extração de jazidas minerais, principalmente no que diz respeito à descontinuidade administrativa de instrumentos de mitigação tais como compensatórias,
termos de ajuste de conduta e monitoramento ambiental.

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ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DO TEOR DE UMIDADE NA ABSORÇÃO D’ÁGUA E SUCÇÃO DOS SOLOS EM ESTUDOS
DE ERODIBILIDADE

Marla Bruna Melo de Menezes1; Osni José Pejon2


1
Mestranda em Geotecnia, EESC/USP – São Carlos (marlabmm@sc.usp.br); 2 Professor do Departamento de Geotecnia, EES/USP – São Carlos
(pejon@sc.usp.br).

O comportamento dos solos não saturados é influenciado por diversos fatores que abrangem as suas caracterizações mineralógicas, hídricas e de
resistência. Às propriedades hidráulicas é dada atenção neste trabalho visto que podem modificar a resistência dos solos frente aos processos erosivos nas
regiões tropicais, caracterizadas por altas pluviosidades e iguais evaporações que regem os efeitos de umedecimento e secagem do solo. A capacidade de
retenção do solo conduz ao preenchimento de seus macro e microporos por água e ar em quantidades que determinam o estado de saturação encontrado
in situ. Tal variação do teor de umidade estabelece um potencial de sucção matricial capaz de orientar o fluxo e armazenamento da água no maciço. Com
base nisto, experimentalmente, foi possível correlacionar as propriedades de absorção de água com as sucções mátricas de três solos (arenoso, argiloso e
areno-argiloso), do interior do Estado de São Paulo, a diferentes teores de umidade. Confirmadas estas relações, o presente trabalho buscou estimar a sucção
de um solo a partir de grandezas facilmente mensuráveis como o do Índice de Absorção (S) proposto por Nogami & Villibor (1979), segundo o Ensaio
de Erodibilidade tido como simples e de rápida execução. As correlações obtidas mostraram-se coerentes com o comportamento dos solos em estudo. Os
valores aceitáveis de R² propiciaram, para tendências logarítimicas, relativa confiabilidade nos resultados quando de correlações entre S e Sucção. Verificou-
se também que menores umidades tendem a aumentar a perda de massa por imersão e conduzem a um aumento da erodibilidade dos solos.
Agradecimentos: A Deus, pela força em todos os momentos e a oportunidade do aprendizado; ao CNPq, pela bolsa concedida e a todos que contribuíram ao desenvolvimento
deste projeto.

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O TOMBAMENTO MUNICIPAL DE CINCO GEOSSÍTIOS DE INTERESSE CIENTÍFICO E DIDÁTICO NA BACIA


SEDIMENTAR DE VOLTA REDONDA (RIO DE JANEIRO)

Kátia Leite Mansur1; Claudio Limeira Mello2; Juliene de Paula3; Renato Rodriguez Cabral Ramos4; Vitor Manuel R. do Nascimento1; André Pires Negrão2,
Gertrudes Silva Nogueira 5
1
Projeto Caminhos Geológicos / DRM-RJ – Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro (kmansur@drm.rj.gov.br);
2
Departamento de Geologia / IGEO/ UFRJ; 3 IPPU / Prefeitura de Volta Redonda; 4 Museu Nacional / UFRJ;
5
Subsecretaria de Projetos de Urbanismo Regional e Metropolitano/SEOBRAS-RJ.

A cidade de Volta Redonda, assim como várias outras cidades importantes do médio vale do rio Paraíba do Sul, está implantada, em grande parte, sobre
terrenos sedimentares. No caso de Volta Redonda, estes terrenos compõem a chamada “bacia sedimentar de Volta Redonda”, preenchida predominantemente
por arenitos e lamitos, com espessura total de sedimentos estimada em 100 a 200 metros, e idades que variam do Paleógeno (em torno de 45 a 50 milhões
de anos) até o Neógeno. A área sedimentar associa-se a colinas suaves que propiciaram a maior ocupação urbana nestas áreas, o que vem preocupando os
pesquisadores, que presenciam, cada vez mais, a perda de áreas de estudo. Há décadas que pesquisas científicas são realizadas na Bacia de Volta Redonda,
que, também, tornou-se um importante local para o ensino da Geologia Sedimentar e da Neotectônica. A preocupação com a integridade de alguns dos
pontos importantes para o entendimento da geologia da bacia levou à realização de contato com a Prefeitura Municipal de Volta Redonda, através do
IPPU – Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano, que permitiu a preservação de um afloramento, atualmente inserido no inventário de Geossítios
do Projeto Caminhos Geológicos do DRM-RJ, que estava ameaçado de ser coberto por vegetação para fixação do talude em uma praça. Foi estabelecida
uma parceria com o IPPU, que gerou painéis sobre geologia na exposição de aniversário de 30 anos do Instituto. Recentemente, cinco afloramentos,
sendo um de ankaramito e quatro de sequências sedimentares, estão sendo objeto de Tombamento Patrimonial na esfera municipal, por sua importância
geológica científica e didática. Na proposta de tombamento, considera-se que: (a) a Bacia Sedimentar de Volta Redonda tem especial valor científico
para o entendimento da evolução da Região Sudeste do Brasil, já que está localizada, junto com outras pequenas bacias que ocorrem desde Curitiba
(PR) até Itaboraí (RJ), ao longo de uma importante estrutura geológica denominada “Rift Continental do Sudeste do Brasil - RCSB”, possuindo, portanto
influência nacional e, mesmo, internacional; (b) o RCSB está relacionado à evolução da margem continental adjacente à Bacia de Santos, uma das mais
relevantes para a exploração de hidrocarbonetos do país, denotando sua importância econômica, podendo ser classificada como um patrimônio geológico
do tipo sedimentar e tectônico; (d) as estruturas geológicas foram os caminhos por onde o rio Paraíba do Sul encaixou seu curso, conformando as “voltas
redondas”, patrimônio cultural do município; (e) suas rochas guardam registros da vida e dos paleoambientes, conformando-se como um patrimônio do
tipo paleoambiental; (f) universidades de todo o Sudeste do Brasil visitam as exposições das rochas da Bacia de Volta Redonda, para ensino e pesquisa,
configurando-a como patrimônio de utilização didático-pedagógica; (g) ocorrem raras rochas vulcânicas de composição ankaramítica, que demonstram a
singularidade da ocorrência e importância internacional para estes afloramentos rochosos, verdadeiros patrimônios do tipo petrológico. Por estes motivos,
entende-se que é necessário proteger este patrimônio da depredação e da ocupação, permitindo que continuem acessíveis e preservados para todos que
queiram conhecer, visitar ou estudar suas rochas e estruturas.
Agradecimentos: aos arquitetos Lincoln Botelho, Vicente de Paula Loureiro e Maria Teresa Homem da Costa.

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QUADRILÁTERO FERRÍFERO: INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O GEOPARQUE EM POTENCIAL

Virginio Mantesso-Neto1; Úrsula Ruchkys de Azevedo2; Marcos Antonio L. do Nascimento3; Décio Beato3; Paulo de Tarso Amorim Castro4 ; Antonio
Liccardo5; Rose Lane Guimarães6
1
Consultor (virginio@uol.com.br); 2 Pesquisadora FAPEMIG – Projeto Patrimônio Geológico e Geoconservação no Quadrilátero Ferrífero;
3
CPRM - Serviço Geológico do Brasil; 4 Depto. Geologia, UFOP; 5 Depto. Geologia, UFPR; 6 Bolsista da FAPEMIG – Projeto Patrimônio Geológico e
Geoconservação no Quadrilátero Ferrífero;

O esforço português do século XVI de conquistar riquezas minerais nas Américas, à semelhança do sucesso rápido que acontecera com os espanhóis no
México, Peru e Bolívia se concentrou em duas estratégias: a procura incessante de acesso ao ouro e prata relatados pelos indígenas, em especial ao longo do
Rio Paraguai e Amazonas, e as investidas a esmo dos bandeirantes pelos sertões do Brasil centro-oriental. A história demonstrou que a segunda estratégia
tornou-se bem sucedida. Boa parte do ouro produzido no Brasil colonial e imperial proveio da região atualmente conhecida como Quadrilátero Ferrífero
(QF), no centro-sudeste de Minas Gerais. Trata-se de uma região com 7.000km2, delimitada por cristas de serras com altitudes de 1.300-1.600m. Rica em
minérios, história geológica e humana, e belas paisagens, o QF é objeto de um importante projeto de criação de um geoparque.
O início da ocupação das Minas Gerais data de meados do século XVII. A partir de 1694, com a descoberta de ouro, foram fundadas diversas vilas, como
Vila Rica (atual Ouro Preto), que logo tornou-se a segunda vila mais populosa das Américas. Pesquisas recentes sugerem que chegaram a Portugal 800
toneladas de ouro. Além de ser exportado, o ouro decorou igrejas, criou belas casas e movimentadas vilas, onde as artes floresceram. Da música e poesia à
pintura, escultura e cantaria, o barroco mineiro foi um marco na história cultural brasileira. A vila de Ouro Preto e o Santuário de Bom Jesus do Congonhas,
datados desta época, são sítios de Herança Mundial da UNESCO. Após o ciclo do ouro, o ferro surge como o minério mais importante, sendo incipientemente
minerado até meados do século XIX. Atualmente, o estado é um dos maiores produtores do mundo, com cerca de 18% da produção mundial.
As rochas que afloram no QF datam do Arqueano ao Paleoproterozóico (3,3 a 1,7 Ga), e contém elementos representativos de vários processos e eventos
geológicos, muitos deles marcantes na geo-evolução global. Algumas destas rochas são ocorrências geológicas singulares, classificáveis como geossítios.
Reconhecem-se conjuntos de rochas, com uma litologia muito variada, incluindo granitóides, sequência greenstone, anfibolitos, metaconglomerados,
metagrauvacas, itabiritos, filitos, xistos, gnaisses, dolomitos, quartzitos e intrusivas básicas. As principais mineralizações são em ferro, ouro, manganês e
pedras preciosas. Há abundância de cangas, lateritas ferruginosas cenozóicas, com grande influência na paisagem montanhosa do QF. Nelas estão presentes
cavernas, exemplos raros no mundo.
Nesse contexto, torna-se importante discutir o peso da economia mineral e a manutenção da paisagem. Na opinião dos Autores, dada a realidade econômica
regional, não se deve colocar uma dicotomia “Extrair x Não Extrair”, mas sim trabalhar um conceito de sustentabilidade. Um dos caminhos para isso seria
a elaboração de uma escala de classificação das paisagens, para a qual já há estudos iniciais.
O QF é uma região com muitos atrativos, adequada - e já utilizada - para vários tipos de turismo, aos quais o Geoturismo pode ser adicionado com sucesso.
A criação no QF de um Geoparque com conteúdos naturais e conteúdos culturais, será capaz de enriquecer a herança da humanidade, ao mesmo tempo em
que promoverá o desenvolvimento regional sustentável.
Agradecimentos: FAPEMIG - Projeto APQ-6671-5.02/07: Patrimônio Geológico e Geoconservação no Quadrilátero Ferrífero: uma proposta para implantação de sítios pilotos.

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POTENCIAL MINERAL DO DISTRITO DE MONSENHOR HORTA, MUNICÍPIO DE MARIANA, MG:


DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E COLABORAÇÃO AMBIENTAL

Ana Márcia Batista Soares1; Edgar Batista de Medeiros Júnior1


¹Departamento de Geologia da Universidade Federal de Ouro Preto (Degeo/ UFOP)

O distrito de Monsenhor Horta, em Mariana, Minas Gerais, apresenta desenvolvimento aquém dos distritos vizinhos: Cachoeira do Brumado, localizado a
sul, é caracterizado pela extração de esteatito como pedra ornamental e peças refratárias, além da utilização na confecção de utensílios domésticos e artigos
de decoração; enquanto que Furquim, a leste, aproveita a ocorrência de quartzito na retirada de areia para construção civil. A região de Monsenhor Horta
apresenta recursos minerais, porém a atividade de mineração não é uma característica do local. A principal fonte de renda dos moradores está ligada a
atividade em carvoarias clandestinas.
A mineração era expressiva no distrito. Ao longo vários anos, a principal atividade foi o garimpo de ouro no leito do Rio do Carmo, drenagem que margeia
o local, e em conglomerados do paleocanal do rio. Durante a presente década, esta atividade perdeu espaço para as carvoarias, devido a facilidade deste
trabalho e a maior garantia de retorno financeiro. Atualmente, a retirada do ouro é praticada por poucos garimpeiros.
Apesar das dificuldades do garimpo de ouro, a mineração ainda pode ser a principal atividade de Monsenhor Horta. Um levantamento petrográfico realizado
na área que corresponde a ortofotocarta 43-07-12 possibilitou na constatação da ocorrência de litotipos propícios para a atividade de explotação de rochas.
Um exemplo é a presença de esteatito ao sul do distrito. No local, ocorreu a abertura de uma pequena mina de pedra-sabão, atualmente abandonada. E nas
proximidades dessa mina, foram verificados outros pontos de ocorrência do esteatito.
Há leste da área urbanizada de Monsenhor Horta, próxima a estrada para o distrito Cláudio Manuel, existe uma pedreira de gnaisse (Pedreira Lavras Velhas,
antiga Pedreira do Nonô), que é explorada pela Prefeitura Municipal de Mariana na extração de brita para a construção civil. A retirada desse material é
pouco expressiva, e não colabora com a economia do distrito, pois o trabalho é temporário, e os poucos operários não são moradores de Monsenhor Horta.
A rocha em questão apresenta uma beleza que aguça a potencialidade na sua utilização como rocha ornamental e apresenta características estruturais, como
fraturas bem espaçadas, que não impedem a retirada de blocos de tamanhos ideais para esse fim.
Há também feldspatos, caulinizados ou preservados, do pegmatito intrudido no gnaisse, que pode ser usado como matéria-prima na indústria de cerâmica.
Faz-se necessário um trabalho de conscientização do potencial minerálico de Monsenhor Horta para sua população, assim como auxílio para a inicialização
das atividades mineiras. A mudança nas atividades econômicas do local auxilia no desenvolvimento do distrito, e ainda colabora para a preservação do
corredor florestal que liga o Parque Nacional do Caraça e Área de Proteção Ambiental da Cachoeira das Andorinhas, ameaçado pelo desmatamento para o
plantio de eucalipto a ser usado na produção de carvão.
Agradecimentos: FAPEMIG e Degeo/UFOP.

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ANÁLISE DE RISCO E IMPACTOS AMBIENTAIS DO TURISMO NO ALTO CURSO DO RIO PARANÁ, NA REGIÃO DE
PORTO RICO (PR).
Valdecir Galvão1; José Cândido Stevaux2; Daniel Nery dos Santos1
1
Programa de Pós Graduação em Geociências e Meio ambiente IGCE/UNESP, (branco_geo@yahoo.com.br; danielnery@hotmail.com)
2
José Cândido Stevaux, Geociências e meio ambiente IGCE/UEM,
(jcstevaux@uem.br)

A área de estudo situa-se na divisa dos estados do Mato Grosso do Sul e Paraná, nos municípios de Porto Rico e São Pedro do Paraná (Distrito Porto
São José) no Paraná e Taquarussu no Matogrosso do Sul. O local apresenta vários ambientes naturais de interesse turístico. Após as mudanças sócio-
ambientais decorrentes da construção da UHE de Porto Primavera, o turismo desenvolveu-se muito rapidamente e está, atualmente, entre as maiores
atividades econômicas desses municípios. As diversas atividades turísticas na região utilizam os diferentes sub-ambientes da planície aluvial do rio Paraná,
como também a infra-estrutura das localidades mencionadas. Com a implantação relativamente recente do Projeto Costa Rica acredita-se que a atividade
turística intensifique-se ainda mais e coloque em risco todo o sistema ecológico da planície aluvial. O presente trabalho levantou e analisou os dados
econômicos e físicos da atividade turística local, bem como avaliou o seu risco ao meio ambiente. Usando as características geomorfológicas e biológicas,
cada sub-ambiente fluvial foi classificado e ponderado quanto a fragilidade (características intrínsecas de cada sub-ambiente) e vulnerabilidade (tipo de
atividade e intensidade turística). Finalmente esse parâmetro foi confrontado com a freqüência (período do ano da atividade turística), fornecendo o risco
a que está submetido. Constatou-se que a situação dos diferentes sub-ambientes é bastante diferenciada, sendo constatado risco de baixo-médio (4,5) a alto
(10,5) em uma escala de 1 a 12. Através de uma abordagem ainda pouco utilizada no Brasil para estudos do impacto turístico, este trabalho deixa antever sua
aplicabilidade em estudos de cálculo da capacidade de carga e em projetos de manejo.

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CARACTERIZAÇÃO HIDROGEOLÓGICA DA GLEBA 02 LAGOA SILVANA PARA CRIAÇÃO DE UMA RESERVA


PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL (RPPN) – MUNICÍPIO DE CARATINGA, MG

José Augusto Costa Gonçalves1; Júlia Maria de Paula Alves2; Rafael Freitas Rodrigues3; Fernando Masato Nakai4; Lucas Augusto de Castro Bastos5;
Amintas Torres Silva Neto6;
1
Doutorando Geologia, UFOP/Ouro Preto-MG - (jaucosta@gmail.com); 2 Geologia BVP Engenharia-Belo Horizonte-MG; 3 Mestrando Geotecnia/UFOP-
Ouro Preto-MG; 4 Ciências Biológicas/UNILESTE-Ipatinga-MG.5 6 Engenharia Ambiental/UNILESTE-Ipatinga/MG.

O presente trabalho foi realizado para a empresa Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais - USIMINAS S.A., atendendo a condicionante n° 05 da licença de
operação n° 501 de 27 de julho de 2000 da Fundação Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais – FEAM, visando a implantação da Reserva Particular de
Patrimônio Natural – RPPN em uma área de 300 ha. Para a realização desse trabalho a caracterização hidrogeológica torna-se de extrema importância para
o conhecimento das condições de ocorrência e movimentação dos fluxos hídricos (reservas reguladoras subterrâneas) e recarga / realimentação da Lagoa
Silvana.
O Médio Vale do Rio Doce, no estado de Minas Gerais, apresenta um complexo sistema de lagos naturais, situado na grande depressão fisiográfica, com
altitude média de 300m e localizada sobre um embasamento de gnaisses, micaxistos, quartzitos e granitos, que afloram nas elevações do planalto circundante
à depressão do médio rio Doce. O sistema de circulação de água dos aqüíferos na recarga do sistema lacustre da Lagoa Silvana se dá de forma localizada,
podendo ainda ser intermediária ou regional. O domínio dos aqüíferos porosos é representado por aqüíferos livres e contínuos lateralmente. Esse domínio é
constituído pelas coberturas detríticas indiferenciadas do Terciário-Quaternário e do regolito intemperizado que se comportam principalmente como meio
poroso. Nesse domínio a profundidade da superfície do freático é muito variável de acordo com a sazonalidade climática. A recarga desses aqüíferos se dá
com a infiltração das águas de chuva, que são armazenadas no sistema poroso, que por infiltração laminar, alcança o topo das zonas com maior densidade
de fraturas, percolando para o sistema fissural.
O sistema dos aqüíferos fissurados restringe-se às zonas de fraturas das rochas do substrato ampliado pelo espesso manto de intemperismo que o recobre. A
água subterrânea, associada a esse domínio aqüífero, está armazenada ao longo de descontinuidades relacionadas a falhas, fraturas, juntas e diáclases. Este
domínio é representado por sistemas de aqüífero livres ou semi-confinados das rochas sãs do Complexo Mantiqueira.
No estudo das condições de infiltração de água nos solos da Gleba 02 da Lagoa Silvana foram realizados 07 (sete) ensaios de infiltração para a determinação
da condutividade hidraúlica, distribuídos por toda a área da Gleba. Os valores obtidos através do infiltrômetro de anel duplo foram: P1 – 0,0136 cm/s; P2
– 0,0112 cm/s; P3 – 0,0172 cm/s; P4 – 0,0128 cm/s; P5 – 0,0176 cm/s; P6 – 0,0261 cm/s; P7 – 0,0545 cm/s. Os valores de condutividade hidráulica são
compatíveis com os apresentados pelas areias. Entretanto os solos estudados apresentaram frações de argila da ordem de 80%, descartando uma classificação
dos mesmos na categoria de solos arenosos.
Diversos fatores explicam tal comportamento: a) os ensaios de infiltração foram realizados no mês de junho, período em que os solos apresentam-se
extremamente ressecados, favorecendo a uma rápida infiltração. b) relevo ondulado. c) a estruturação dos solos e o empacotamento das partículas em
pequenos agregados granulares, muito resistentes e com superficíe rugosa, descrita como “grumosa”, encontrados principalmente nas camadas superficiais.

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

ESTUDO E CARACTERIZAÇÃO DOS ATRIBUTOS FÍSICOS DO SOLO DA GLEBA 02 DA LAGOA SILVANA PARA
CRIAÇÃO DE UMA RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL (RPPN) – MUNICÍPIO DE CARATINGA, MG

Júlia Maria de Paula Alves 1; Rafael Freitas Rodrigues 2; Fernando Masato Nakai 3; Lucas Augusto de Castro Bastos4; Amintas Torres Silva Neto5; José
Augusto Costa Gonçalves 6
1
Geologia BVP Engenharia-Belo Horizonte-MG; 2 Mestrando Geotecnia/UFOP-Ouro Preto-MG; 3 Ciências Biológicas/UNILESTE-Ipatinga-MG; 4 5
Engenharia Ambiental/UNILESTE-Ipatinga/MG; 6 Doutorando Geologia, UFOP/Ouro Preto-MG - (jaucosta@gmail.com).

A gleba 02 da Lagoa Silvana, pertencente a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais - USIMINAS S.A. com cerca de 840 ha, está localizada às margens da
Lagoa Silvana, no município de Caratinga – MG, na área de influência do Parque Estadual do Rio Doce.
Para atender a condicionante n° 05 da licença de operação n° 501 de 27 de julho de 2000 da Fundação Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais – FEAM,
o presente trabalho foi executado visando a implantação da Reserva Particular de Patrimônio Natural – RPPN em uma área de 300 ha.
Foram realizados trabalhos de estudo e caracterização das propriedades físicas do solo por serem as mesmas diretamente ligadas à erodibilidade e carreamento
de partículas, devido ser a estruturação do solo a principal responsável pela recarga e fluxo de água subterrânea para a lagoa. A região da gleba 02 da Lagoa
Silvana está inserida na região do Médio Vale do Rio Doce o qual apresenta um complexo e peculiar sistema de lagos naturais considerado como um dos mais
importantes do Brasil, formados por barramentos de sedimentos. A Lagoa Silvana é única e exclusivamente reabastecida pelas chuvas através do escoamento
superficial e subsuperficial. Desta forma, buscou-se conhecer a relação entre o escoamento e a infiltração das águas pluviais com a recarga da lagoa.
Foram coletadas 41 amostras de solo ao longo de toda a área de estudo, em pontos localizados nos topos dos morros e nas baixadas com espaçamento de
200 metros. A pesquisa foi dividida em duas etapas: na primeira os trabalhos foram realizados em campo onde foram coletadas as amostras deformadas e
indeformadas de solo ao longo da área estudada. A segunda etapa foi realizada em laboratório onde as amostras foram submetidas a ensaios específicos para
análise física do solo. A pesquisa teve seu foco nas propriedades físicas que tratam da textura, densidade aparente (valor mínimo: 0,89 g/cm3; valor médio:
1,08 g/cm3; valor máximo: 1,29 g/cm3), densidade real (valor mínimo: 1,33 g/cm3; valor médio: 2,60 g/cm3; valor máximo: 4,49 g/cm3), porosidade (valor
mínimo: 17,63 %; valor médio: 53,04 %; valor máximo: 77,21 %), teor de matéria orgânica (valor mínimo: 10,73 %; valor médio: 40,41 %; valor máximo:
82,37 %) e cor. O solo da região da gleba 02 da Lagoa Silvana apresentou características típicas de solos de granulação fina, visto que 90% das amostras
submetidas ao teste granulométrico apresentaram teores elevados de silte e argila. A textura “grumosa” destes solos confere aos solos da área de estudo
uma taxa de infiltração extremamente elevada, o que demonstra ser de areia média e grossa as frações granulométricas predominantes, entretanto quando as
amostras foram defloculadas constatou-se um teor elevado de silte e argila.
Agradecimentos: USIMINAS S/A e FUNDAÇÃO GERALDO PERLINGERO.

140

Características hidrográficas do estuário do rio guapimirim – rio de janeiro

Allan Sandes de Oliveira1; Gustavo Vaz de Melo1; José Antonio Baptista Neto1; Michel Artur Faria Vicente 1
1
Departamento de Geologia e Geofísica Marinha, LAGEMAR/UFF – Niterói/RJ (allan@igeo.uff.br)

O presente trabalho foi desenvolvido no estuário do Rio Guapimirim, localizado na porção NE da Baía de Guanabara, um dos principais contribuintes deste
ambiente. O objetivo geral deste trabalho consiste em descrever algumas características hidrográficas do estuário do rio Guapimirim, durante período de
baixa descarga fluvial e maré de sizígia. Para isso foram realizados perfis verticais de temperatura, salinidade, turbidez em uma extensão de 12 Km no baixo
curso do rio durante a preamar e a baixa-mar, bem como, em uma estação ancora num período de 1 ciclo de maré, quando, além desses parâmetros, foram
feitas medições de corrente.
A primeira seção longitudinal correspondeu à baixa-mar. A variação da salinidade foi de 0, na estação mais interna do estuário, a 10, na estação situada a
1,5 km após a desembocadura do rio. A distribuição longitudinal da salinidade mostrou que a coluna d’água se encontrou homogênea verticalmente. Um
gradiente horizontal e vertical de salinidade foi observado na porção próximo a desembocadura, podendo ser considerado como uma frente de cunha salina
representando o encontro entre a água da baía com a água do rio, bem como, o alcance máximo da maré na situação de baixa-mar no período amostrado.
A temperatura não apresentou uma variação longitudinal significativa nesta seção, apresentando valores de, aproximadamente, 23°C.
A segunda seção longitudinal correspondeu a uma situação de preamar. Os valores de salinidade foram maiores variando de 0, na estação mais interna do
estuário, a 25 na estação mais externa à desembocadura. Nesta situação de maré observou-se o deslocamento de todo o sistema para dentro do estuário. A
frente salina se encontrou a, aproximadamente, 2.5 km da desembocadura na estação onde, em situação de baixa-mar, a salinidade era de praticamente 0.
Associado a frente salina observou-se uma feição com maior concentração de sedimento em suspensão, definida como Zona de Máxima Turbidez (ZMT).
Esta feição acompanhou a frente salina em todo seu percurso. Durante as medições na estação âncora esta feição também foi detectada, sempre associada à
frente salina. Sua presença pode ser explicada pela assimetria das correntes de maré.
Pode-se observar a variabilidade dos parametros hidrográficos tanto no tempo quanto no espaço. Tal variabilidade terá grande influência na dinâmica de
poluentes e sedimento em suspensão, sendo portanto, imprensidível sua compreensão e conhecimento.
Agradecimentos: CNPq/PIBIC.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA MECÂNICA DE SOLOS COMPACTADOS EM CONTATO COM SOLUÇÕES SALINAS.

Matheus Ribeiro do Amaral Ferreira1; Vítor Ribeiro Silos1; Andrea Ferreira Borges1; Helena Polivanov1
1
Departamento de Geologia, IGEO/UFRJ – Rio de Janeiro (matheusamaralf@hotmail.com).

Aterros sanitários são locais destinados à disposição de resíduos urbanos nos quais são tomadas medidas para minimizar os riscos à segurança e à saúde da
população e do meio ambiente. Tais medidas incluem: impermeabilização do solo para evitar a poluição do solo e da água subterrânea; cobertura das camadas
de lixo depositadas com solo para evitar a exposição do lixo e minimizar a poluição do ar; confinamento dos resíduos à menor área possível; compactação
dos resíduos depositados visando à redução ao menor volume possível; drenagem de chorume, águas percoladas e gases, e respectivo tratamento. A
impermeabilização do solo é feita com a construção de barreiras preferencialmente compostas por três ou mais camadas e podem ser utilizados materiais
sintéticos (geossintéticos) ou solo compactado. A camada inferior é necessariamente impermeável e as camadas seguintes são drenantes e impermeáveis,
alternadamente. A utilização de solo compactado na construção das barreiras deve ser extremamente cuidadosa, pois o contato com soluções salinas, como
as derivadas do chorume, altera as propriedades do solo, podendo provocar aumento da permeabilidade e/ou redução da resistência, prejudicando a sua
eficiência como barreira hidráulica. O objetivo deste trabalho é avaliar como o contato com uma solução salina afeta a resistência mecânica de um solo
compactado. Foi preparada uma solução contendo sais que estão presentes no chorume e foram utilizados como índice da resistência o CBR (Índice de
Suporte Califórnia) e o módulo de resiliência. Estes ensaios são empregados para avaliar a resistência de solos compactados utilizados em aterros para
pavimentos.
Os ensaios iniciais foram realizados em amostra de solo residual obtida na jazida Itaipu, localizada no Município de Belford Roxo, RJ. O solo foi caracterizado
e foi compactado da forma convencional, misturado com água destilada, e ficou imerso na água para avaliar a resistência sem o contato com a solução.
Posteriormente, amostras do mesmo solo foram compactadas com água destilada mas ficaram imersas na solução salina. Esta condição representa o mínimo
contato do solo com o chorume, apenas através de uma área limitada, como é a interface entre a camada impermeável e os resíduos. Um terceiro grupo de
amostras foram compactadas com a solução e ficaram imersas na mesma solução. Esta condição representa uma condição extrema, após a percolação do
chorume através da camada por um longo intervalo. Observou-se o efeito dos sais dissolvidos nas duas condições em comparação com a condição inicial,
sem contato do solo com os sais. Como esperado, o solo compactado com a solução salina apresentou menor resistência mecânica. Quanto às amostras
compactadas com água destilada, não foi observada diferença significativa nos valores de resistência das mesmas quando imersas na solução ou na água.
Agradecimentos: CNPq/PIBIC.

141

Histórico e situação atual da proposta de criação do Geoparque Quadrilátero Ferrífero

Úrsula Ruchkys de Azevedo¹, Mayana Silva Vinti², Paulo de Tarso A. Castro³, Friedrich Ewald Renger4, Daniel Fernandes Mamede²
¹Departamento de Cartografia e geoprocessamento, UFMG - Belo Horizonte – (tularuchkys@yahoo.com.br); ²Projeto Geopark Quadrilátero Ferrífero -
FAPEMIG/PUC Minas - Belo Horizonte; ³Departamento de Geologia, UFOP - Ouro Preto; 4Instituto de Geociências, UFMG – Belo Horizonte.

O Quadrilátero Ferrífero (QF) com uma área de aproximadamente 7000km² localiza-se na região centro sul do Estado de Minas Gerais, sendo a província
mineral mais importante do sudeste do Brasil. Marco principal da interiorização da ocupação portuguesa no século XVIII abarca além da capital do
Estado, Belo Horizonte, cidades como Ouro Preto e Mariana cuja origem remonta à mineração e que possuem um rico acervo arquitetônico e cultural
barroco, expressão máxima do ciclo do ouro no Brasil. O QF revela parte da evolução geológica Pré-Cambriana, possuindo registro de eventos magmáticos,
tectônicos, como também de mudanças na atmosfera, hidrosfera e biosfera. Além disso, possui importância para a história da mineração, reconhecida por
meio de edificações, maquinário e paisagens que atravessaram o tempo relatando a exploração do ouro no período colonial e imperial e a exploração do ferro
que persiste até os dias atuais. Reconhecendo o potencial do QF para a compreensão das ciências da terra e da história da mineração, desde 2006 têm sido
realizados estudos avaliativos sobre o potencial desta região para a criação de um Geopark da UNESCO. Um dos estudos pioneiros foi a tese de doutorado
“Patrimônio geológico e geoconservação no Quadrilátero Ferrífero: potencial para criação de um geopark da UNESCO”, defendida em 2007 na UFMG.
Neste mesmo ano, o Pólo de Excelência Minero-Metalúrgico da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior –SECTES-MG, lançou o edital nº
14-2007 Rede Estadual das Tecnologias dos minerais por meio do qual a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais - FAPEMIG aprovou
um projeto visando a seleção e implantação de sítios pilotos para a criação do Geopark do QF. O projeto foi inaugurado com o ‘Seminário Geoparque do
Quadrilátero Ferrífero:uma nova perspectiva de uso para o patrimônio geocientífico’ que contou com palestras ministradas por representantes da UNESCO,
do Serviço Geológico Brasileiro, de universidades, empresas do setor mineral, ONGs e do consultor Alexandre Salles, um dos responsáveis pela estruturação
do Geopark do Araripe. Também foram realizadas várias palestras em eventos de renome para apresentação da proposta e oficinas para as comunidades de
entorno. Em abril de 2009 foi criado pelo Governo de MG o Grupo Promotor do Geoparque Quadrilátero Ferrífero, que sob a coordenação da SECTES/
Pólo Minero-Metalúrgico está elaborando o dossiê a ser encaminhado para UNESCO além de promover as articulações políticas necessárias para a efetiva
implantação do Geopark. Além da SECTES e da CPRM estão envolvidos nos trabalhos a Secretaria do Estado de Turismo, o IEPHA-Instituto Estadual do
Patrimônio Histórico e Artístico, o Instituto Estadual de Florestas, o Ministério Público e as universidades UFMG, UFOP e PUC Minas. O próximo passo é
a inauguração da proposta de criação do Geopark Quadrilátero Ferrífero, programada para o segundo semestre deste ano, no geossítio da Serra da Piedade.
Agradecimentos: FAPEMIG (Projeto APQ-6671-5.02/07) e Pólo Mineral Metalúrgico da SECTES MG.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

ANÁLISE DAS ENTIDADES GEOLÓGICAS E GEOMORFOLÓGICAS POR ASSINATURA AMBIENTAL DA BACIA DO


RIO GUANDU (NATURAL)-RJ

Maria Hilde B. Góes¹; Aléxis Nummer²; Pablo Flaeschen Nunes³; Carolina de Lucena Sagrillo³; Jose Carlos Paranhos Souza de Castro³
¹ Profa. Dra. e coordenadora do LGA/UFRRJ; ² Prof. Dr. LGA/UFRRJ; ³ Graduando em Geologia (DG/LGA/UFRRJ).

Esta contribuição apresenta o método da Assinatura Ambiental vinculada ao programa SAGA/UFRJ aplicado à análise dos sistemas geológicos e
geomorfológicos, da bacia do rio Guandu - RJ, setor Leste - Natural, quanto a sua diversidade ambiental. A área considerada para o tratamento ambiental
abrange a drenagem original da referida bacia hidrográfica, antes mesmo da primeira atuação antrópica - a dos Jesuítas, em 1916; isto corresponde a Unidade
Territorial 1 ou Bacia do Guandu Natural. Quanto a Unidade Territorial 2, corresponde ao setor oeste da bacia do rio Guandu, como um todo, caracterizada
significativamente, por sua drenagem artificial.
Os dois planos de informação selecionados são componentes da base de dados georreferenciada, a BDG/GUANDU, constituída por 32 Mapas Temáticos
Básicos, escala 1:50.000 e resolução espacial de 25m. Neste trabalho é apresentado o contexto natural/antrópico da Geologia (Litologia e Intensidade de
Lineamentos Estruturais) e da Geomorfologia. A meta fundamental é mostrar cada uma de suas categorias, sendo analisada em função da contribuição
das demais categorias dos restantes 31 parâmetros da citada BDG - “categorias externas contribuintes”. Mais detalhadamente, há uma convergência de
classes “externas” que irão mais influenciar a classe do Mapa Temático Geológico, em função da hierarquia planimétrica. O produto de tal levantamento
analítico é um quadro-síntese (método GOES,1994) no qual é apresentado o resultado do levantamento das assinaturas ambientais relativas a todos os mapas
temáticos constituintes da BDG/GUANDU. Nas linhas, são apresentadas as classes geológicas e nas colunas, a sua planimetria, a descrição específica, o
aproveitamento econômico sustentável, e os 31 Mapas Temáticos da BDG. A cada categoria geológica, serão incluídas as classes “externas contribuintes”;
aquelas que mais irão influenciar a categoria Granitóide, por exemplo. Trata-se de um ganho de conhecimento integrador e interativo, através da inclusão
geoambiental de outros elementos da BDG/GUANDU, que irão caracterizar o contexto global ambiental dos quadros geológico e geomorfológicos atuais -
objetivo da presente pesquisa. Neste sentido, a contribuição fundamental é mostrar a diversidade ambiental para cada entidade geológica e geomorfológica,
atual; como exemplo, para Geomorfologia, as contribuições das classes de Litologia, Intensidade de Lineamentos Estruturais, Uso do Solo, Vegetação,
Declividade, Altitude, dos inúmeros mapas de Proximidades dos fatos geográficos, como dos sistemas viário, urbano, industrial, institucional, histórico-
culturais, e outros.
Trata-se, portanto, de um elenco de informações extraídas dos dados contidos nos 31 Mapas temáticos Básicos da BDG/GUANDU, no caso das classes ou
categorias. Convém aqui ressaltar que este levantamento é básico para o estudo posterior da Geodiversidade da bacia do rio Guandu, selecionando-se por
exemplo a Ocupação do Solo, como elemento de análise. Para tal, tem-se que definir os Índices de Geodiversidade. O LGA/UFRRJ já tem produtos sobre
tal tema, aplicado à referida bacia hidrográfica e municípios. Esta contribuição faz parte do primeiro módulo da metodologia de “Análise Ambiental por
Geoprocessamento” do Laboratório de Geoprocessamento Aplicado da UFRRJ.

142

SUSTENTABILIDADE E EXTRAÇÃO DE AREIA EM LEITO DE RIO NA BACIA DO RIO SÃO JOÃO - RJ

Pedro Hugo Müller Xaubet¹; Hernani Henrique Ramirez Nunes²


¹Geógrafo/Meio Ambiente, DRM-RJ/Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro (pedrohugo@drm.rj.gov.br);
²Geólogo/Meio Ambiente, DRM-RJ/Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro (hnunes@drm.rj.gov.br).

O presente trabalho objetiva apresentar um breve comentário sobre a nossa visão, ou seja, do DRM-RJ, a respeito do que possa ser o significado da
questão da sustentabilidade, baseado em conceitos discutidos na literatura atual. A amplitude do tema condiciona a múltiplas interpretações, sem dúvidas,
assim sendo não se pode deixar de incluir no seu universo a mineração. Sabe-se que é preciso atingir o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a
conservação do meio ambiente, e que ele só pode ser conquistado por meio do entendimento entre as partes interessadas. Esse é o primeiro passo em direção
a uma abordagem mais estratégica e integrada do uso e da gestão dos recursos naturais.
Sustentabilidade quando invocada ao desenvolvimento sustentável pode ter amplas possibilidades para reflexão e discussão. Muitas vezes em razão da ótica
de cada observador, também, pode levar ao entendimento a per si, onde a sua conclusão insere-se no seu foco interpretativo, na sua área de atuação e do
segmento que representa. Com o passar dos tempos, a sua amplitude conceitual fica mais clara, bem como a sua aplicabilidade e representatividade. Portanto,
apóia-se na seguinte definição: “Aliar Desenvolvimento Econômico, a Responsabilidade Social e a Preservação Ambiental”.
Assim, o que nos parece mais apropriado diz respeito à busca da receita que contemple desenvolvimento politicamente correto, procurando compatibilização
com a mineração. Resolver esta equação é difícil, mas não impossível, visto que há de se ter soluções que satisfaçam a viabilidade dos empreendimentos, sua
perenidade dentro de regras econômicas, limites rigorosos para interferência no meio ambiente, com responsabilidade social.
Todos sabemos da importância da atividade mineral para a qualidade de vida e desenvolvimento de qualquer civilização, desde tempos remotos até hoje,
e no caso da substância areia, isso é marcante, uma vez que é utilizada na construção civil, base sólida da infra-estrutura nacional, acrescido de que a
sociedade não pode prescindir deste essencial bem mineral. Minerais são essenciais para o desenvolvimento socioeconômico, pois são matérias-primas para
a fabricação de produtos utilizados no dia-a-dia de populações de diversos países. Ao movimentar a indústria de produção de bens de consumo, também
auxiliam na melhoria da qualidade de vida da população, notadamente nos países em desenvolvimento. Se devidamente integrados ao desenvolvimento
regional os investimentos relacionados à mineração podem ajudar a aliviar as pressões da pobreza, muito embora saibamos que a mineração é uma indústria
extrativa e, por suas características intrínsecas, pode acarretar impactos sociais e ambientais significativos. Conjugar o binômio da sustentabilidade e do
desenvolvimento econômico nos destina a um grande desafio, mas de fato, há inúmeros casos onde o engajamento da empresa, seja da indústria de mineração
ou de outras, devem ser alvo de políticas públicas para minimizar os efeitos da atividade sobre o meio ambiente.
Nessa direção, a problemática ambiental advinda da extração de areia em rios, constitui-se como sendo um tema muito propício para aprofundar a reflexão e
a prática em torno da questão, visto que não há posição firmada definitiva sobre tal, haja vista que o caso do Rio São João é pontual, não se constituindo regra
geral, ao contrário, temos sido solicitados por vários órgãos de Estado licenciadores da atividade, no tocante a causa ambiental, para efeito de intervenção
no leito de rio e desassoreamento, via prática da atividade mineral, nos moldes constantes do Código de Mineração.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

GEOLOGIA EM PLANOS DE MANEJO: SUBSÍDIOS PARA ZONEAMENTO AMBIENTAL DO PARQUE ESTADUAL


INTERVALES (PEI-SP)

Alethéa Ernandes Martins Sallun1 & William Sallun Filho1


1
Instituto Geológico (IG-SMA/SP) (alethea@igeologico.sp.gov.br, wsallun@igeologico.sp.gov.br)

O Parque Estadual Intervales (PEI - Decreto 40.135 de 08/06/1995) é uma Unidade de Conservação Estadual criada no sentido de promover o desenvolvimento
sustentável regional e a conservação da natureza no Vale do Ribeira, para proteção de extensa área de mananciais, significativos sítios espeleológicos e
frágeis encostas da Serra do Mar/Paranapiacaba cobertas pela Mata Atlântica, reconhecidos constitucionalmente a serem protegidos como Patrimônio
Nacional. Na elaboração do Plano de Manejo do Parque Estadual Intervales (PEI) e de sua Zona de Amortecimento, coordenado pela Fundação Florestal
(FF/SMA-SP) entre 2007 e 2008, houve destaque especial a Geologia devido a presença de rochas carbonáticas que contem um Sistema Cárstico com
diversas cavidades naturais, um dos maiores atrativos turísticos do PEI, e o constante conflito com a atividade minerária por conter os bens minerais mais
explorados da região. O conflito minerário existe devido ao fato de que a maior parte de unidades carbonáticas proterozóicas com grande potencial para a
indústria cimenteira localizam-se na região sul do Estado de São Paulo, no Vale do Ribeira.Foi obtido um quadro geral geológico, correlacionando a forma
de ocorrência de tipos litológicos (rochas metamórficas, ígneas e sedimentares), estruturas tectônicas, históricas ocorrências minerais (calcários, dolomitos,
areia, argila, cobre, chumbo e prata) e as disponibilidades hídricas subterrâneas. Constatou-se que grande parte das reservas minerais com composições
mais calcíticas encontram-se em áreas protegidas, como no Parque Estadual Intervales (PEI), no Mosaico de Jacupiranga e Parque Estadual Turístico do
Alto Ribeira (PETAR), e com composições mais dolomíticas ou silicosas em áreas sem restrição ambiental como na região dos municípios de Itapeva,
Nova Campina e Bom Sucesso de Itararé. Verificou-se que as rochas mais favoráveis ao desenvolvimento de carste (mais calcíticas e com menos sílica)
encontram-se dentro do PEI e PETAR, enquanto as rochas da Zona de Amortecimento são mais magnesianas e mais impuras. Além disso, a norte do PEI e
na ZA ocorre grande quantidade de diques de diabásio associados ao Enxame de diques de Guapiara, o que também pode dificultar a carstificação. Apesar
das rochas carbonáticas ter pequena extensão em área no PEI e sua Zona de Amortecimento, 42,91% estão em áreas sem nenhuma restrição ambiental,
assim representam um grande conflito devido a sua extrema vulnerabilidade. Dessa forma, os dados coletados no tópico Geologia foram considerados
insuficientes para a tomada de decisões quando a adequada gestão sustentável no PEI e sua Zona de Amortecimento do Sistema Cárstico. Em áreas com um
Sistema Cárstico, os estudos dos Planos de Manejo envolvem variáveis mais complexas, devido a interação entre os diversos temas que convergem para os
fenômenos cársticos envolvidos (meio físico, biótico e social). Dessa forma, o tema Geologia indicou as diretrizes para o desenvolvimento de novos temas
nos Planos de Manejo para o adequado zoneamento ambiental. No Plano de Manejo do Parque Estadual Intervales (PEI), diagnosticou-se a necessidade de
um aprofundamento maior sobre o tema Sistema Cárstico, que foi concluído como um novo capítulo no Plano de Manejo, tendo por objetivo indicar direções
para o estabelecimento de política de uso dos recursos espeleológicos na área em estudo, principalmente por não estarem em áreas de restrição ambiental. O
Zoneamento Ambiental final, que agrega os diversos diagnósticos, inclusive Geologia e Sistemas Cársticos, foi aprovado no CONSEMA (Conselho Estadual
do Meio Ambiente) em 18 de fevereiro de 2009.

143

ANÁLISE EVOLUTIVA DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA REGIÃO DE MANANCIAL DA REPRESA


BILLINGS, MUNICÍPIO DE SANTO ANDRÉ (SP): SUBSÍDIO PARA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS
AMBIENTAIS

Thaís Marina Castelhano Ralla1


1
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia Física da Universidade de São Paulo (thaisralla@usp.br).

A Região Metropolitana de São Paulo é bem servida de recursos hídricos, mas sofre pela sua má gestão pública. A ocupação dos mananciais
vem se tornando comum em função da valorização imobiliária dos grandes centros urbanos e do processo de macrocefalia urbana, causando a expulsão
das populações de baixa renda para regiões periféricas. Essa situação trouxe diversos impactos para as áreas de mananciais que com o tempo, foram sendo
degradados de diversas formas. Este trabalho tem como objetivo avaliar os impactos que surgiram devido à ocupação das margens da Represa Billings. Para
a efetivação deste trabalho, os procedimentos metodológicos são divididos em quatro fases. A primeira consiste na seleção do bairro Parque Miami como
área piloto. Sua escolha ocorreu em função da elevada densidade populacional e pela grande concentração de áreas verdes que de acordo com a legislação
ambiental deveriam estar preservadas. A segunda visa diagnosticar os fatores naturais que podem apontar a suscetibilidade natural da área, a partir de
trabalhos de campo e referências bibliográficas, investigando as unidades litológicas, solos, relevo e pluviometria. A terceira objetiva a análise evolutiva e
comparativa do uso e ocupação do solo a partir da interpretação de fotografias aéreas em escala 1:25.000 (1972) e 1:15.000 (2001). Por fim a última fase
se baseia na análise integrada dos fatores naturais e do uso e ocupação do solo como subsídio para avaliação dos impactos ambientais presentes na região.
Os resultados desta análise integrada demonstram que o bairro Parque Miami está inserido na Unidade do Planalto Atlântico, com domínio de mares de
morros limitando-se a sul pelas escarpas da Serra do Mar, sob elevada influência oceânica. Possui o predomínio de rochas cristalinas pré-cambrianas e
cambro-ordovicianas, cortadas por intrusivas básicas e alcalinas mesozóico-terciárias e pelas coberturas das bacias sedimentares de São Paulo e Taubaté. É
compreendida por matas secundárias, com resquícios de Mata Atlântica. O clima é o tropical de altitude, com temperaturas médias de 21oC e pluviometria
entre 1400 e 1500 mm anuais. O conjunto destas características físicas quando somadas a condicionantes antropogênicos podem resultar em diversos
impactos ambientais. Tais impactos são resultantes do arruamento inadequado, de cortes nas encostas por meio de terraplanagem e remoção de cobertura
vegetal e pela falta de saneamento, que em algumas áreas, são lançados na represa. Essa situação vem promovendo a ocorrência de escorregamentos, gerando
conseqüentemente, a destruição de moradias e ameaças à vida humana. O assoreamento dos rios, a perda de capacidade de armazenamento de água no
reservatório e a ocorrência de inundações são conseqüências da ocupação inadequada e irregular do uso e ocupação do solo, somadas a elevada concentração
de chuvas. O diagnóstico de impactos ambientais torna-se uma prática importante, subsidiando a elaboração de medidas mitigadoras para a região.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

GeoCONSErVaÇÃO DO pATRIMÔNIO GEOLÓGICO DO ESTADO DE SÃO PAULO E SUA DISPONIBILIZAÇÃO PARA


O GEOTURISMO

José Reynaldo Bastos da Silva1; Celso Dal Ré Carneiro2


1
Geociências, IG/UNICAMP – Campinas (reynaldo.bastos@hotmail.com);
2
– Departamento de Geociências Aplicadas ao Ensino, IG/UNICAMP – Campinas.

Trata-se de um projeto de pesquisa de pós-doutorado em desenvolvimento junto ao Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas, no
Departamento de Geociências Aplicadas ao Ensino, na linha de pesquisa de “Comunicação e Ensino Não-Formal em Geociências”. O período inicial de
duração desse projeto vai de junho de 2.009 até maio de 2.011.
A geoconservação é um ramo de atividade científica que tem como objetivo a caracterização, conservação e gestão do patrimônio geológico ou geodiversidade
e processos naturais associados.
A geoconservação está no início da fase de desenvolvimento no Estado de São Paulo, a partir de iniciativas do Instituto Geológico do Estado de São Paulo
(IG), vinculado à Secretaria do Meio Ambiente do Governo do Estado de São Paulo. Esse Instituto lançou em março de 2.009 o projeto “Monumentos
Geológicos do Estado de São Paulo”. O precursor dessa iniciativa no Brasil foi o Departamento de Recursos Minerais do Rio de Janeiro (DRM-RJ) que
constitui o Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro, pelo Projeto “Caminhos Geológicos”, lançado em 2.001.
O projeto realizará um inventário do patrimônio geológico paulista e deverá estabelecer critérios de gestão para sua geoconservação.
A pesquisa projetada tem por objeto o território paulista nos locais de ocorrência de relevantes evidências geológicas e nas estâncias turísticas quando nelas
ocorrerem tais evidências.
É de grande interesse apresentar modelos práticos de difusão do conhecimento geológico aplicado à realidade local, de modo a valorizar o patrimônio
geológico ou geodiversidade para a sua conservação ambiental e preservação de sítios geológicos e geotopos. Uma das estratégias existentes é o geoturismo,
uma modalidade de turismo na qual se contempla o meio físico geológico de um local visitado de maneira tecnicamente orientada.
O Estado de São Paulo tem como estâncias turísticas 67 municípios dos seus 645 municípios. Essas foram criadas por critérios eminentemente políticos que
tendem à estagnação e declínio se não existir uma política pública de rejuvenescimento da atividade turística com a introdução de produtos inovadores do
geoturismo, como geossítios e geotopos.
Com a finalidade de promover o geoturismo, podem ser disponibilizados recursos ou atrativos turísticos que testemunham uma fase do passado ou da história
da origem e evolução do planeta Terra. Também se inclui nesse conceito o conhecimento científico sobre a gênese da paisagem, os processos envolvidos e
os testemunhos registrados em rochas, solos e relevos.
A disponibilização desses resultados para o turismo sustentável, em geral, e o geoturismo, em particular, são imprescindíveis para resgatar o passado
geológico com visibilidade presente e como chave para o futuro das gerações vindouras.
Uma relevante contribuição para o desenvolvimento sustentável pleno em toda e qualquer unidade territorial, a exemplo do Estado de São Paulo, é a
geoconservação do patrimônio geológico e sua disponibilização para o geoturismo.
Agradecimento: FAPESP (2009/50608-0).

144

Análise dos processos de degradação ambiental e alteração de paisagem do Rio Pinheiros,


Município de São Paulo (sp)

Fernanda Marques Guimarães Rodrigues¹; Edson Cabral²


¹Bacharel em Geografia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (fernandamgr@uol.com.br); ²Docente do Depto. De Geografia da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo.

Nas grandes aglomerações urbanas, o problema da poluição das águas assume enormes proporções. As áreas urbanas concentram grandes
contingentes populacionais e a maioria das indústrias. Há, portanto um elevado consumo de água e conseqüentemente, infinitas fontes poluidoras na forma
de esgotos domésticos e efluentes industriais. Nesse contexto, o objetivo principal deste trabalho é analisar o processo de degradação ambiental no Rio
Pinheiros, destacando-se a questão da poluição dos cursos hídricos por meio do despejo de fontes poluidoras irregulares. Para a efetivação da pesquisa, os
procedimentos metodológicos são divididos em duas fases. Primeiramente, foi selecionado o trecho entre as Usinas Traição e Pedreira, no contexto do Rio
Pinheiros, como área piloto. Sua escolha ocorreu em função da elevada concentração de poluentes neste trecho represado do rio, além do aumento do nível
de poluição entre o período dos anos de 2004 a 2007. A segunda fase se baseou na coleta de dados em diferentes companhias, como por ex. a CETESB,
SABESP e EMAE, visando a avaliação evolutiva do processo de ocupação das margens do rio, assim como, os impactos ambientais presentes na região.
Os resultados desta análise demonstram que a ocupação urbana ocorreu de forma discordante aos instrumentos de planejamento urbano, contribuindo para
o processo poluidor dos cursos hídricos da área de estudo, uma vez que as transformações ocorridas foram grandes e significativas para o desenvolvimento,
sobretudo viário, da cidade de São Paulo. Tendo evidenciado os principais impactos na área, foram propostas medidas mitigadoras que visem amenizar os
principais problemas atuais, tanto a população da região, quanto aos recursos naturais, especialmente os hídricos.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

SELEÇÃO DE SÍTIO PARA CENTRAIS NUCLEARES E A INFLUÊNCIA DA GEOLOGIA E SISMOLOGIA

Gutemberg de Castro Feitosa


(guteitosa@gmail.com)

Analisa-se a seleção de sítios para centrais nucleares considerando-se os processos, as metodologias e as fases de trabalho em um projeto completo. Os
fatores que a influenciam são analisados de uma maneira geral, tendo-se uma visão das considerações a serem dadas para cada um. Para os fatores geológicos
e sismológicos faz-se uma análise mais detalhada desta influência no projeto das fundações, mostrando-se investigações e procedimento necessário em
função das condições do sub-solo do sítio em estudo.

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potencial geoturistico em mocambeiro-mg: Paisagem cárstica e patrimônio arqueológico

Mayana Silva Vinti1; Rose Lane Guimarães1 ; Lana Iracy Duarte da Cunha1
1 Projeto Geopark Quadrilátero Ferrífero - FAPEMIG/PUC Minas - Belo Horizonte (mayana.vinti@gmail.com).

A região de Mocambeiro, distrito de Matozinhos, localiza-se aproximadamente 50 km ao norte de Belo Horizonte e faz parte da APA Carste de Lagoa
Santa, área amplamente pesquisada e conhecida no cenário nacional e internacional. Esta região apresenta um denso conjunto de feições resultantes da
dissolução de rochas carbonáticas da Formação Sete Lagoas, Grupo Bambuí. Sua morfologia chama a atenção pelos conjuntos expressivos de beleza cênica
da paisagem cárstica, pela alta densidade de dolinas, pela presença de maciços calcários, sumidouros e ressurgências. Há em Mocambeiro um número
considerável de grutas e paredões calcários onde são encontrados registros de atividades do homem primitivo. Entre estes merecem destaque o Maciço
de Cerca Grande, objeto de estudo do paleontólogo dinamarquês Peter Lund, e o Conjunto Arqueológico e Paisagístico de Poções, ambos tombados pelo
IPHAN e pelo IEPHA respectivamente.
Além de patrimônio arqueológico e paleontológico já reconhecido, o distrito de Mocambeiro é detentor de um importante patrimônio histórico, representado
pelo Conjunto Arquitetônico da Fazenda da Jaguara. Tombado pelo IEPHA este conjunto remete ao período colonial. Dele faz parte a Igreja de Nossa Senhora
da Conceição, atribuída a Aleijadinho. De acordo com a história oral, do Vínculo da Jaguara vieram os escravos que formaram o distrito de Mocambeiro.
Estes valores fazem de Mocambeiro um lugar com potencial para atrair de visitantes dispostos a praticar o turismo em suas diversas modalidades.
Entretanto, a atividade turística no distrito encontra-se ainda incipiente. Isto justifica-se principalmente pelo fato das principais grutas estarem localizadas
em propriedades particulares, não sendo portanto, abertas à visitação pública. Pode-se dizer que, de certo, modo este fato contribuiu para a proteção destes
ambientes geológicos, paleontológicos e arqueológicos de extremo valor e fragilidade. Por outro lado, parte destas áreas pertencem a cimenteiras que nem
sempre reconhecem o valor do patrimônio ali presente. A comunidade, por meio da Associação de Desenvolvimento de Artes e Ofícios de Mocambeiro -
ADAO, tem lutado pela proteção de seu patrimônio natural e cultural. Um dos projetos propostos por esta associação é a criação do Eco Museu Mocambeiro
que, construído pela comunidade e para a comunidade pretende resgatar e conservar o patrimônio natural e cultural do distrito. Diante destas considerações,
vê-se o geoturismo como uma nova frente de trabalho que busca somar forças para a conservação deste patrimônio, associada ao seu uso turístico sustentável,
visando o reconhecimento de seu valor por parte da comunidade e dos turistas. Os serviços e produtos associados ao geoturismo podem ser uma nova fonte
de renda para a comunidade local, criando novos postos de trabalho e promovendo o empreendedorismo.
Para tanto percebe-se a necessidade de parcerias entre os setores público e privado tanto para a conservação do meio ambiente, quanto para o estabelecimento
da infra-estrutura necessária para atividade turística.

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Levantamento por eletrorresistividade na bacia de são josé de itaboraí - rio de janeiro.

Renato Mota Xavier de Meneses1 Roberto Hemann Plastino1; José Leão Luna1; Emerson Alves da Silva1;Milena Ferreira de Siqueira Oliveira1; Paula
Lucia Ferrucio da Rocha.
Geologia, IGEO/UFRJ (rmxm@click21.com.br).

Neste trabalho apresenta-se um levantamento geofísico por eletrorresistividade realizado com o objetivo de estudar o topo do embasamento cristalino da
Bacia de São José de Itaboraí- Rio de Janeiro. Os resultados servirão para a locação de um poço escola que será utilizado para treinamento de um conjunto
de ferramentas de perfilagem, a saber: neutrão, densidade, sônica, elétrica, eletromagnética e gama natural.
Atualmente, quase não existe preenchimento da bacia devido à explotação de calcário pela Companhia Nacional de Cimento Portland, conhecida como
cimento Mauá (CNCPM). Já no inicio da lavra foi descoberto certa quantidade de fóssil e, mais tarde, encontrado vestígios da presença do homem primitivo
motivo pelo qual, desde esta época a mesma vem sendo objeto de estudo. Vale ressaltar a importância paleontológica e a história geológica desta bacia
inclusive pelo seu rico conteúdo fossilífero, tanto da fauna como da flora. Seu importante conteúdo litológico permitiu-lhe o cognome de bacia Calcária
de São José do Itaboraí e atualmente a área foi transformada no Parque Paleontológico de São José do Itaboraí. A bacia é conhecida como a menor bacia
sedimentar brasileira e ao longo das décadas de 60 e 70 foi de grande importância econômica para o Brasil.
Resumidamente a bacia foi preenchida por: a) uma seqüência inferior (S1) mais antiga, com predomínio de calcário travertino intercalado com leitos de
calcário clástico argiloso cinza e bancos de oolitos e psólitos além de outros tipos de rochas b) por uma seqüência (S2) intermediária constituída de margas
e calciruditos variando de fino a grosseiros erodidos da seqüência S1 e finalmente, a seqüência superior (S3) constituída quase que totalmente por depósitos
areno argilosos. Os sedimentos estão sobre o embasamento composto por rochas ígneas e metamórficas.
Para a locação das sondagens elétricas verticais (SEV) foi realizada uma revisão da geologia local e a partir daí feitas duas SEV´s .Existem alguns documentos
bibliográficos com a topografia original da bacia entretanto, depois da abertura da cava e abandono das operações de lavra não há como reconhecer as bordas,
sendo este fato objeto de intensas discussões nos trabalhos atuais da bacia e este estudo procurou investigar tais limites.
Para se obter uma melhor visualização e interpretação dos dados geofísicos foi realizado o processamento com o software específico, chamado ip2win de
distribuição gratuita na internet em www.geol.msu.ru/deps/geophys/. O processamento foi feito de modo interativo levando em conta dados da geologia
da área que permitiram a interpretação das espessuras das camadas e respectivas profundidades. Após o processamento dos dados da SEV 1 ,com erro de
5%, obteve-se uma profundidade do embasamento de 51 metros e a espessura do calcário travertino, neste ponto, de 17 metros. Na SEV 2, com erro de
4%, a profundidade do embasamento foi de 56 metros e a espessura encontrada do calcário travertino, de 14 metros aproximadamente. Os resultados serão
posteriormente calibrados com os dados da perfuração.
Agradecimentos:Professora Maria Antonieta Rodrigues da UERJ e toda equipe do Parque Paleontológico; PRH18-ANP (bolsa de estudo) e Anpetro-Rede de Geofísica
Petrobras(4600238075-proj.9249)

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Caracterização de solos utilizando o estudo micromorfológico

Joedy Patrícia C. Queiroz1; Ana Valéria Freire Allemão Bertolino2; Luiz Carlos Bertolino1
Centro de Tecnologia Mineral - CETEM. Rio de Janeiro (jqueiroz@cetem.gov.br)
2
Departamento de Geografia, FFP/ UERJ - Rio de Janeiro

A micromorfologia é um estudo muito útil no estudo da gênese do solo e na avaliação e no monitoramento de diversas práticas agrícolas. STEIN et al, (2001)
discutem a importância da técnica na descrição dos diferentes tipos de sistemas de macroporos e a influência que eles tem no maior impacto na movimentação
de solutos e água. Para a agricultura a caracterização através da impregnação do solo é um importante incremento para o melhor entendimento de como
se dar a contanimação das águas seja por pesticida ou nitratos e como estes alcançam as águas subterrâneas (STEIN et al. 1997; GROFFMAN, 1997). O
objetivo deste estudo é caracterizar micromorfologicamente solos de uma área de manejo convencional situada na região de São Pedro da Serra, Distrito de
Nova Friburgo, Estado do Rio de Janeiro.
Para tanto, foram coletadas amostras indeformadas de solo em caixas de alumínio, no tamanho de 12x8cm e 4cm de profundidade, essas amostras passaram
por um processo de preparação descrito por FILIZOLA & GOMES (2004), para a confecção das lâminas delgadas. A partir disso, foram caracterizados
os tipos e formas de poros ou vazios, distinguindo os oriundos da atividade biológica daqueles resultantes do empilhamento dos microagregados. Foram
observados também, os aspectos ligados a constituição mineral, tentando verificar e comparar as alterações sofridas em diferentes profundidades, devidas
ao preparo e manejo do solo.
Na porção mais superficial do solo (0-10 cm) as zonas são constituídas de aglomerados de material plasmático (argilominerais) com esqueletos (grãos
minerais) disseminados nele. Outros tipos de zonas formadas por poros rodeados com material plasmático e esqueleto também são observadas, a porção
intermediária (10-20 cm) apresenta-se mais homogênea. Na porção mais profunda (25-40 cm) há uma leve orientação dos poros e dos minerais numa
direção preferencial. É notada também, uma variação do conteúdo de esqueleto com um aumento da profundidade em 10-20cm, que pode estar associado ao
revolvimento do solo durante o manejo. O plasma apresenta coloração que varia de marrom alaranjado a marrom escuro, provém da alteração dos minerais
primários. A porção mais superficial tem uma maior porosidade em relação às profundidades (10-20 cm) e (25-40 cm) que tem valores bem próximos,
observam-se poros em forma de juntas, que pode ser indicativo do tipo de manejo, ou seja, do preparo da terra com pé de arado.
O estudo micromorfológico demonstrou ser eficaz na descrição das características dos solos referente aos seus constituintes e estruturas. Estes parâmetros
sugerem que a área estudada pode ter facilidade para a movimentação de fluidos, proveniente da prática agrícola. Mas, alguma afirmativa neste sentido tem
que ser correlacionada com outros parâmetros como as características químicas e mineralógicas do solo.

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GESTÃO DO RISCO A ESCORREGAMENTOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Claudio Amaral
Geologia de Engenharia, DRM-RJ – Niterói (camaral@drm.rj.gov.br)

Os escorregamentos no Estado do Rio de Janeiro estão associados historicamente a elevado número de mortes e a extensos custos econômicos, com destaque
para as regiões que têm encostas representadas por maciços rochosos fraturados, perfis de solos residuais desenvolvidos sobre rochas metamórficas de
alto grau, zonas de concentração de matacões graníticos individualizados “in situ”, perfis rasos de solo sobre rocha sã ou depósitos heterogêneos de tálus
e colúvio sob gradientes elevados. Além destas características naturais, a ocupação urbana desordenada, nos limites das cidades com maiores densidades
demográficas, contribui para a ocorrência freqüente de desastres.
O registro sistemático dos escorregamentos mais significativos, com vistas a entender a sua distribuição espacial e os seus fatores predisponentes e
deflagradores, teve início na década de 90, com o banco de dados “Inventário Estadual de Escorregamentos”, desenvolvido pela PUC-Rio, a EMOP e a
CPRM. A partir de 2001, o Projeto “Estudos de Mecanismos de Instabilização de Encostas” do Grupo PRONEX da PUC-Rio assumiu a responsabilidade de
documentar os acidentes e de propor metodologias para o mapeamento das áreas de risco. Em 2006, estes objetivos foram repassados ao projeto “Plataforma
GEORISC – Engenharia de Computação Aplicada à Análise de Riscos associados aos Escorregamentos”, coordenado pela PUC-Rio e financiado pela
FAPERJ.
Em 2009, a pesquisa recebeu um grande apoio com a constituição pelo DRM-RJ do Núcleo de Análise e Diagnóstico dos Escorregamentos no Estado do
Rio de Janeiro, cujo objetivo é contribuir para a adoção de ações mais efetivas para a redução do risco a escorregamentos nas cidades fluminenses. Desde
então os dados gerados incluem:
1. A atualização do Inventário Estadual de Escorregamentos: os documentos técnicos que relatam os escorregamentos significativos dos últimos dez
anos foram incorporados à Plataforma GEORISC;
2. A preparação de relatórios técnicos para as situações mais críticas de risco a escorregamentos: uma série de situações de risco já identificadas pelas
defesas civis e/ou secretarias municipais fluminenses, foram vistoriadas. Os resultados destas vistorias incluem a avaliação do grau de risco e a indicação da
necessidade de interdição de moradias e dos tipos de obras de contenção e drenagem necessárias para a redução do risco.
3. O estabelecimento de uma Rede de Observação e Informação: composta por técnicos municipais, a composição da rede é a primeira etapa de um
programa de Treinamento Preliminar de Agentes Municipais para Identificação qualificada de risco a escorregamentos.
As conclusões parciais da Análise e Diagnóstico dos Escorregamentos no Estado são:
1. A região metropolitana do Rio de Janeiro é onde se concentram os freqüentes escorregamentos nas encostas, porque ali estão presentes e se
somam as condicionantes geológicas e antrópicas necessárias para a sua ocorrência;
2. Há aspectos geológicos locais, como a presença de bancos calcáreos sujeitos a subsidência kárstica, e de horizontes de rocha muito fraturada
sujeitos a deslizamentos profundos, muito interessantes de se pesquisar mais detalhadamente, fora do âmbito da região metropolitana do Rio de
Janeiro;
3. A cada ano sobe o número de escorregamentos com volume inferior a 10m3 (pequenos), mas que causam os mesmos grandes danos dos acidentes
mais volumosos. Isto acontece no Município do Rio de Janeiro e na região serrana, mas também vem ocorrendo, de forma preocupante, na
Baixada Fluminense, que, a rigor, deveria ter índices mais baixos, dado a morfologia mais suave das encostas.

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sistemas tecnogênicos no municipio de são paulo

Ronaldo Malheiros Figueira1 & Paulo Cesar Boggiani2


1
Prefeitura do Município de São Paulo, PMSP/Centro Universitário Anna,UNISANTANNA-São Paulo (rfigueira@prefeitura.sp.gov.br);
2
Departamento de Geologia Sedimentar e Ambiental, IG/USP –São Paulo.

O papel do ser humano como agente geológico tem sido amplamente considerado como modificador da superfície da Terra através de feições e depósitos
denominados tecnogênicos. No presente trabalho apresenta-se uma abordagem na qual os processos tecnogênicos são analisados sistematicamente, ou seja,
na forma de sistemas tecnogênicos e não apenas como depósitos tecnogênicos. Para esse tipo de abordagem foram estudados os sistemas tecnogênicos do
Município de São Paulo no contexto de sua evolução histórica o que foi fundamental para a origem e desenvolvimento da atual metrópole. A retificação dos
rios Tietê e Pinheiros, com o objetivo inicial de geração de energia, alteraram completamente o original regime meandrante com a implantação dos canais
destes rios. Estas intervenções proporcionaram condições para a ocupação destas várzeas e a implantação de uma série de infra-estrutura com destaque para
as vias as marginais. Com a ocupação das antigas áreas de várzea, não só dos antigos rios Tietê e Pinheiros, mas também de seus afluentes, a cidade passou
a sofrer um aumento considerável dos processos de inundação. Para restabelecer o papel de retenção de águas desempenhado pelas antigas várzeas foram
implantados diversos reservatórios de retenção: os denominados “piscinões”. Os canais do Tietê, Pinheiros e afluentes, juntamente com os piscinões e outras
estruturas de retenção, como o reservatório da Barragem da Penha, foram agrupados no Sistema Tecnogênico de Canais e Reservatórios. A necessidade do
Homem se apropriar dos espaços no processo de urbanização, marcada por um ordenamento não-planejado, resultou em ação tipicamente tecnogênica, pois
ele recriou paisagens e modificou completamente a dinâmica superficial, seja degradando ou agradando o relevo, assim todo este processo foi inserido no
Sistema Tecnogênico de Ocupação Urbana e que pela sua abrangência foi subdividido em Sistemas Tecnogênicos de Infra-estrutura, Resíduos, Mineração,
Movimentos de Massa e Áreas Contaminadas. A aplicação do estudo de sistemas para caracterização da evolução dos tecnógenos permitiu uma visão
integrada dos diversos estudos realizados sobre o tema no Município de São Paulo. O atual estágio da evolução do conhecimento sobre tecnógenos já
superou a discussão sobre a influência ou não da ação antrópica como agente geológico. Atualmente, a discussão reside na necessidade da abordagem
integrada dos sistemas tecnogênicos, como proposto no presente trabalho. No caso do Município de São Paulo, os estudos realizados até o momento foram
feitos de forma compartimentada, ou seja, referem-se a estudos específicos sobre a mineração, sobre áreas de risco geológico, sobre disposição de resíduos,
entre outros, porém sem integração entre os mesmos. Ao abordar os processo e produtos tecnogênicos de forma sistêmica foi possível identificar à dinâmica,
interação e evolução de um sistema para outro, o que demonstrou ser uma forma eficiente para subsidiar propostas para tratamento dos problemas ambientais
e urbanístico de uma cidade, constituindo assim um importante instrumento na gestão de áreas urbanas.

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MONUMENTOS GEOLOGICOS DO ESTADO DE SÃO PAULO

Rogério Rodrigues Ribeiro1; Antônio Carlos Moretti Guedes2; Márcio Sabbadini Francisco3
1
Seção Monumentos Geológicos, Instituto Geológico/SMA – São Paulo (rrribeiro@igeologico.sp.gov.br); 2 Seção de Interpretação de Imagens, Instituto
Geológico/SMA – São Paulo; 3 Departamento de Geografia, FFLCH/USP – São Paulo.

Os Monumentos Geológicos (ou Geossítios) representam a ocorrência de um ou mais elementos da geodiversidade (aflorantes quer em resultado da ação
de processos naturais, quer devido à intervenção humana), bem delimitados geograficamente e que apresentem valor singular do ponto de vista científico,
pedagógico, cultural, turístico ou outro (Brilha, 2005). O coletivo desses monumentos geológicos, numa determinada região, representa o que há de melhor
em termos de sua riqueza geológica, de sua geodiversidade. Esse patrimônio é fundamental na manutenção do equilíbrio ambiental, no suporte dos aspectos
biológicos, culturais e históricos, na promoção do desenvolvimento sustentável, na fonte de informação sobre a história geológica da terra e na formação
de novos geocientistas.
Preocupado em estabelecer uma estratégia para a conservação da geodiversidade paulista, o Instituto Geológico da Secretaria de Estado de Meio Ambiente,
por meio da Seção de Monumentos Geológicos, lançou o projeto “Monumentos Geológicos do Estado de São Paulo”, que tem como principal objetivo a
implantação do “Inventário Paulista” desses geossítios. Este documento permitirá registrar, localizar e divulgar os geossítios que compõem o patrimônio
geológico, de excepcional valor científico, no âmbito do Estado. Além de ser de grande valia aos órgãos públicos estaduais e municipais (responsáveis
pelo licenciamento e fiscalização das atividades potencialmente degradadoras do meio ambiente, como os empreendimentos industriais, agropecuários,
mineradores e imobiliários), permitirá dar suporte a outras estratégias de geoconservação, como a quantificação, a classificação, a conservação, a valorização
e a divulgação.
O inventário (composto por um banco de dados e acoplado a um mapa georreferenciado) será publicado periodicamente em revistas científicas, em mídia
eletrônica (CD-ROM) e disponibilizado (via Internet) ao maior número possível de usuários, de forma rápida e atualizada.
Até o presente momento, já foram lançados o logo oficial do projeto, a ficha proponente de monumentos geológicos, a série de marcadores de página
denominada “Monumentos Geológicos do Estado de São Paulo” e o inventário preliminar dos geossítios paulistas, este último já contendo quinze exemplares
(todos aprovados pelo SIGEP - Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleontológicos). Para o final de 2009 são esperadas dez novas indicações de
geossítios para integrarem o inventário, todos identificados no âmbito de outro projeto de pesquisa desenvolvido no IG: o projeto “Monumentos Geológicos
da Região de Rio Claro”, município paulista.
Como próxima etapa do projeto Monumentos de São Paulo, vislumbra-se a criação de uma comissão científica denominada “Comissão Paulista de
Monumentos Geológicos”. Tal fórum terá, a princípio, atribuições de avaliar e aprovar as indicações de novos geossítios para ingressarem no inventário,
bem como propor e desenvolver atividades ligadas à gestão dos monumentos já inventariados.

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EVENTOS CONVULSIVOS E A PERDA DE EQUILÍBRIO EM ECOSSISTEMAS LÓTICOS NO SUL DO ESPIRÍTO SANTO

Cláudio Eduardo Lana - claudiolana@cca.ufes.br; Flávio Costa de Cerqueira


Universidade Federal do Espírito Santo

O relevo da porção leste da serra do Mar, junto à planície costeira, é marcado por fortes contrastes altimétricos, graças a vales fluviais que segmentam a serra
e entrecortam pães-de-açúcar. A dificuldade de acesso às cristas das áreas escarpadas poupou as mesmas do desflorestamento antrópico. No entanto, graças
à intemperização das rochas e ação natural das chuvas e gravidade, leques aluviais têm se instalado no sopé das escarpas. Dentro deste contexto, encontra-
se a região de São Vicente, distrito de Cachoeiro de Itapemirim (sul capixaba), onde um sistema fluvial drena as bases de leques aluviais vegetados, com
as características descritas acima. No último verão, chuvas intensas e contínuas causaram um evento convulsivo que levou à desestabilização das cristas
e leques, desencadeando seu deslizamento parcial, vertente abaixo, com preenchimento do canal fluvial. Os ecossistemas lóticos, até então, estabeleciam
relação de equilíbrio com as condições morfo-sedimentares vigentes.

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DARWIN VAI A ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE SEROPÉDICA, RJ

Heitor Fernandes Mothé Filho1; Eduardo da Silva Fonseca2; Gabriela Miranda Teixeira2; Luciana Nunes Simões2; Raquel Justo Santos2; Sydney Souza2.
1
Departamento de Geociências, IA/UFRRJ - Seropédica (hfmf@ufrrj.br); 2Discentes do Curso de Graduação em Ciências Biologicas da UFRRJ.

Neste ano se comemora os duzentos anos do nascimento de Charles Robert Darwin, ocorrido a 12 de fevereiro de 1809, em Sherwsbury, Inglaterra e o
sesquicentenário da divulgação de seu maior trabalho científico, intitulado “A Origens das Espécies”. Será que este geocientista, que é considerado como
um dos grandes gênios da humanidade é conhecido ou mesmo a sua teoria o é do conhecimento entre os alunos das escolas públicas de Ensino Fundamental
(EF) e Ensino Médio (EM)? Como será que a epistemologia deste saber permeia essas escolas, que origens eles podem ter e como ele esta sedimentado?
O objetivo primário desta pesquisa considerou todas as questões elencadas acima, e secundariamente o respeito às diferenças culturais e religiosas dos
alunos de modo a não constrangê-los ou inibi-los de forma a impedir a interação e o diálogo entre eles e os palestrantes, além de desmistificar algumas
crenças relacionadas a esta teoria, tais como: “o homem veio do macaco”, “Darwin ter falado sobre a origem da vida” ou “que ele teve um momento eureca
e formulou a sua teoria”. Assim na escolha de metodologia que foi adotada se optou por uma linguagem próxima a dos alunos sem, contudo, agredir o fato
científico ou a precisão das informações. As apresentações foram constituídas de dois questionários, o primeiro denominado de preliminar e um secundo,
apresentado depois da palestra, chamado de avaliação. Após cada apresentação foi feito uma análise e avaliação da palestra e dos resultados. No CAIC
Colégio Paulo Dacorso Filho houve quatro apresentações para duas turmas de sexta série e duas para as turmas de sétima série do ensino fundamental,
enquanto no Colégio Estadual Alica de Souza Bruno foi realizada palestras para as turmas do primeiro, segundo e terceiro ano do ensino médio.
O número total de alunos participantes foi de 139 e suas respostas foram contadas, analisadas, separadas e classificadas num total de 2085. Os dados, neste
estágio da pesquisa, mostraram que a escola ainda é o local onde há o maior ganho de informações, pois cerca de 2% das respostas (EF + EM) fizeram
menção á mídia ou família e mesmo assim os conceitos estavam normalmente errados. Para a pergunta ”conhecem Darwin” 24% dos alunos do EF disseram
sim, enquanto 39% do EM, apesar de terem respondido que 44% no EF e 73% no EM conheciam a teoria. Surpreendentemente 42% no EF e apenas 12% no
EM conhecem o termo criacionismo e para 94% dos alunos do EF e 83% do EM afirmaram que a palestra tinha lhes ensinado um assunto importante. Porém
as respostas à pergunta se concordariam com a teoria da evulução das espécies o resultado quase que inverte, e assim 83,5% dos alunos do EF disseram sim
e 92% dos alunos do EM. Somente 5% dos alunos do EF se sentiram incomodados com o tema abordado. Os fósseis e as outras imagens utilizadas foram o
que mais cativaram os alunos do EF, enquanto que as explanações as preferidas no EM.

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LEGISLAÇÃO E MERCADO FLUMINENSE DE ÁGUA MINERAL

Thiago Teixeira da Silva1, Heitor Fernandes Mothé Filho2


1
Estudante do curso de graduação de Geologia da UFRRJ; 2Professor do Departamento de Geociências da UFRRJ, hfmf@ufrrj.br

As águas minerais são águas subterrâneas originárias das águas de superfície que infiltraram através do solo; que se diferenciam das demais águas subterrâneas
por atingirem maiores profundidades, que devido a condições especiais do solo possuem características químicas, físicas e físico-químicas. Estas são
armazenadas em aqüíferos e com o crescente aumento da demanda e por mais paradoxal que seja da contaminação de todas as águas, elas adquirem cada
vez mais importância para a sociedade moderna. Nos últimos doze anos houve um aumento de quase 100% do consumo alcançando valores per capita de 23
L/a. A água mineral está sob a jurisdição de órgãos federais como Ministério de Minas e Energia através do Departamento Nacional da Produção Mineral
que têm entre outros documentos exige Pedido de Pesquisa e de Lavra, fornece a concessão da lavra, além da aprovação do rótulo; o Ministério da Saúde
dentre as várias competências desse ministério são destacadas o registro da empresa e através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária é feito o controle
da qualidade sanitária da água, em todas as suas etapas de processo, incluindo captação, distribuição, armazenamento, envase, transporte e exposição do
produto à venda, a fim de garantir as condições de higiene sanitária do produto final; para o Ministério da Fazenda cita-se a obtenção do Cadastro Nacional de
Pessoa Jurídica e por fim, tem-se o Ministério do Meio Ambiente através do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis que
faz o registro da empresa neste ministério. Dentre os órgãos estaduais destacam-se o Departamento de Recursos Minerais, Instituto Estadual do Ambiente
e o Corpo de Bombeiro, dentre outras reivindicações pedem Licenças Prévias, de Instalação e de Operação, Certificado de Registro Mineral, Alvarás. No
âmbito municipal é exigido o Alvará de Localização, Boletim de Ocupação e Funcionamento, além das exigências da Secretária Municipal de Saúde.
Complementando esta lista têm-se os Conselhos, seja o de Engenharia, Arquitetura e Agronomia e o de Química que assim como outros órgãos também faz
o registro das empresas do setor e fiscalizam o exercício profissional. Existem pelo menos catorze órgãos que possuem competência de fiscalização ou de
fazerem exigências no setor da água mineral e/ou potável de mesa. As empresas concentram-se na região Metropolitana, Centro-Sul e Serrana coincidente
com a maior demanda do estado. O mercado fluminense de água mineral possui 41 empresas, que não abastecem totalmente o setor, que é atendido em parte
por empresas de outros estados como São Paulo (Lindoya e Minalba) e Minas Gerais (Caxambú e Passa Quatro), e apenas para embalagens menores do que
20 L é que existe a participação de outras águas minerais no mercado fluminense com uma porcentagem aproximada de 20%. Os empresários do setor podem
ser subdivididos em empresas de médio e pequeno porte, onde a primeira aceita o uso da “camisinha” nos vasilhames de 20 L pelo marketing ao passo que,
a segunda é contra pelo custo. Uma forma de Crenoterapia disfarçada é a inclusão no rótulo das embalagens mencionando que ela é uma água é fluoretada,
o que proibido pela legislação da mesma forma é proibido comercializar água mineral em posto de gasolina. A troca de nome de fantasia é por vezes um
caminho seguido por empresas que encontram dificuldades em se regularizar em função do verdadeiro emaranhado de leis, normas, exigências, alvarás e etc.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Avaliação dos Impactos da Mineração do Ferro na bacia hidrográfica do Ribeirão Macacos,


Quadrilátero Ferrífero, Nova Lima, MG ao longo das últimas quatro décadas.

Frederico Custódio Vieira dos Santos¹; Paulo de Tarso Amorim Castro²


¹Graduando, Engenharia Geológica, DEGEO/UFOP – Ouro Preto (fredericocustodio@yahoo.com.br); ²Geologia, DEGEO/UFOP – Ouro Preto

O Estado de Minas Gerais tem na mineração uma de suas principais atividades industriais. Dados apresentados pelo IBRAM apontam que Minas Gerais
é o segundo produtor de ferro mundial. Na produção mineral do Estado destaca-se a região do Quadrilátero Ferrífero (QF) devido à ocorrência de grandes
jazidas ferríferas e auríferas, além de gemas, sendo a mineração de ferro a atividade mais importante, em termos econômicos, infraestrutura associada e
magnitude da geração de cavas e de depósitos de estéril e rejeitos. Estudos realizados pela Golder indicam que, anualmente são movimentadas na região
56.000.000 toneladas de minério explotado; 55.000.000 de toneladas de material estéril removido e disposto em empilhamentos laterais às escavações;
17.000.000 toneladas de rejeitos depositados em barragens de contenção. Quase a totalidade das atividades mineiras se dá junto às cabeceiras e nascentes
dos rios que drenam o QF. Por mais eficiente que sejam os processos de redução de impactos causados pela mineração de ferro, parte do material escapa
aos instrumentos de controle e contenção de rejeitos e estéreis e acaba por atingir os cursos de água da região. Por outro lado, as formações ferríferas do QF
configuram grandes aqüíferos, que respondem por parcela expressiva da adução natural de águas para os mananciais superficiais do alto curso da bacia do
rio das Velhas, que por sua vez proporciona o abastecimento de aproximadamente 50% da RMBH – Região Metropolitana de Belo Horizonte. Pretende-se
apresentar o efeito da evolução da atividade mineira de ferro no estado de degradação da bacia hidrográfica do Ribeirão Macacos, afluente do rio das Velhas,
Quadrilátero Ferrífero, ao longo das quatro últimas décadas.
Estudos transdisciplinares estão em curso no intuito de avaliar os impactos da mineração do ferro sobre os ambientes fluviais, mediada pelo estudo da
qualidade ecológica destes ambientes, envolvendo aspectos ecológicos do ambiente fluvial, tais como os organismos existentes, sua riqueza e abundância, as
características físico-químicas das águas e aspectos morfológicos e sedimentológicos do leito do sistema hidrográfico do Ribeirão Macacos.
Foi feito um levantamento dos processos minerários e identificou-se cerca de 50 áreas em que há atividades minerais ativas nos últimos 40 anos, próximas
ou a montante dos 15 pontos de análise determinados na bacia hidrográfica do Ribeirão Macacos. Para representar a atividade mineira no decorrer do tempo,
foram utilizadas tabelas que trazem informações sobre as datas dos relatórios de pesquisa, relatórios anuais de lavra, infrações, entre outras, e as últimas
atividades publicadas no site do DNPM/Cadastro Mineiro.
Agradescimentos: FAPEMIG, CETEC-MG, PROPP-UFOP

150

EDUCAÇÃO PARA A OCUPAÇÃO URBANA: RESULTADOS E PERPECCTIVAS PARA NOVOS TRABALHOS NA CIDADE
DE OURO PRETO, MG.

Benjamim Augusto Sotero; Frederico Custódio Vieira dos Santos; Lucas Dias Neves; F
­ elipe Bolívar Domingos; Tamiris Araújo Duarte Castro
Geoconsultoria Júnior, DEGEO/UFOP, (benjamimsotero@yahoo.com.br)

A cidade de Ouro Preto ainda possui seqüelas deixadas pela ocupação desordenada do chamado Ciclo do Ouro. A cidade possui várias áreas ocupadas
inadequadamente, principalmente nas encostas. O risco de movimentos de massa na região muitas vezes é desconhecido por grande parte da população local
e negligenciado por parte das autoridades responsáveis. Na maioria das vezes medidas simples podem ser tomadas evitando situações que coloquem em
risco a comunidade.
Acidentes de natureza geotécnica já ocorreram em Ouro Preto gerando vítimas e prejuízos diversos. Ainda hoje esses acidentes acontecem e em muitos
casos poderiam ser evitados. Dessa forma, o projeto foi conduzido com o propósito de se evitar esses acidentes e assim promover uma maior interação entre
a comunidade e a universidade.
A Geoconsultoria Júnior, Empresa Júnior de Engenharia Geológica da Universidade Federal de Ouro Preto, elaborou um ciclo de palestras voltado aos
moradores das áreas de risco de Ouro Preto. O conteúdo das palestras trazia informações sobre saneamento básico, mobilização social, e principalmente
dicas de como proceder perante situações de risco geotécnico. A prevenção de acidentes foi outro assunto tratado com bastante ênfase.
Para a elaboração das palestras, foram realizados vários trabalhos de campo com o objetivo de conhecer melhor a situação das regiões. Baseado nos dados
coletados em campo e na literatura pré-existente as palestras foram elaboradas e ministradas nas associações de moradores dos bairros sujeitos a acidentes.
A realização do projeto foi possível graças à parceria entre Geoconsultoria Júnior e a Pro-Reitoria de Extensão da Universidade Federal de Ouro Preto -
PROEX. A PROEX foi quem financiou o projeto através da concessão bolsas de estudo aos alunos envolvidos e a Geoconsultoria Junior entrou com toda a
mão de obra necessária a realização do projeto. Esse trabalho baseou-se em outro, anteriormente implantado na cidade de Mariana, MG pela Geoconsultoria
Júnior e fomentado pela da Prefeitura local, com ótimos resultados obtidos.
O trabalho foi considerado satisfatório e várias palestras foram ministradas nas associações de bairro. Um dos objetivos foi transformar as palestras em
cartilhas didáticas que pudessem ser distribuídas na Cidade de Ouro Preto. Infelizmente, devido à falta de patrocínio não foi possível a impressão destas. A
situação difícil que Ouro Preto se encontra no tocante a áreas ocupadas inadequadamente está longe de ser resolvida. Muitas pessoas continuam construindo
em regiões inadequadas sob o ponto de vista geotécnico. Acreditamos que este trabalho possa levar muita informação a estas pessoas que tanto necessitam.
Porém outros trabalhos de natureza semelhante são necessários a comunidade de Ouro Preto e outras cidades com intensa ocupação urbana das encostas
ou outras áreas de risco. A impressão e distribuição das cartilhas com um maior enfoque nas escolas da comunidade seria uma alternativa interessante para
solucionarmos um problema presente em cidades que apresentam um grande crescimento urbano desordenado.
Agradescimentos: PROEX – Pro-Reitoria de Extensão.

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INTEGRAÇÃO DE ANÁLISES PETROGRÁFICAS E DE CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA PARA A CARACTERIZAÇÃO


DO AQUÍFERO BARREIRAS NA REGIÃO NORTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Mírian Cristina Oliveira da Costa; Natasha Pereira Rocha; Manuela Souza do Amaral, Claudio Limeira Mello; Gerson Cardoso da Silva Júnior
Departamento de Geologia, IGEO/UFRJ.

A Formação Barreiras constitui um dos principais reservatórios de água subterrânea da região norte do estado do Rio de Janeiro. Trata-se de uma extensa
cobertura sedimentar cenozóica (Mioceno-Plioceno), composta por arenitos e argilitos pouco consolidados, geralmente ferruginizados, relacionados em
estudos anteriores a uma sedimentação por rios entrelaçados. Em consequência do forte crescimento demográfico e do aumento na demanda por água
subterrânea, torna-se estratégica a determinação da dinâmica de fluxo neste e em outros reservatórios. O objetivo deste trabalho constituiu a comparação
das condutividades hidráulicas, obtidas em ensaios de laboratório, com as características petrográficas das principais litofácies sedimentares, para o
entendimento do fluxo subterrâneo dos aquíferos da Formação Barreiras. O estudo baseou-se em etapas de caracterização sedimentológica, petrográfica e
hidrogeológica, realizadas em afloramento em corte de estrada na BR-101, km 31. A análise sedimentológica consistiu na interpretação de fotomosaico,
confecção de perfil sedimentológico na escala 1:40, coleta de 13 amostras deformadas para análises granulométricas, e coleta de 6 amostras indeformadas
para descrição de lâminas petrográficas. Foram distinguidas três litofácies principais: arenito conglomerático com estratificação acanalada (fácies Aca),
arenito maciço (Am) e lamito argiloso (La1). Na caracterização petrográfica, foram priorizadas as seguintes características: granulometria, seleção, matriz,
cimento, arredondamento e esfericidade dos grãos, trama (arranjo e tipo de contatos entre os grãos; tipo, tamanho e seleção dos poros), e composição
mineralógica. O estudo hidrogeológico envolveu a coleta de 18 amostras indeformadas, com volume de 90,47 cm3 cada, para a realização de ensaios de
permeabilidade, em laboratório, das três principais litofácies. Os ensaios foram realizados no permeâmetro de carga após 48 horas de saturação. Foram
coletadas amostras em três direções: paralela(X), perpendicular(Y) e vertical(Z) ao acamamento (estratificação) de cada litofácies. A partir das análises
granulométricas, pode-se definir o predomínio de arenitos argilosos (fácies Aca e Am) e argilitos arenosos (La1). O elevado teor de argila observado nos
arenitos (varia de 17 até cerca de 40%) tem como origem principal a intensa alteração dos feldspatos para caulinita e ainda ocorre infiltração desta. Esta
matriz essencialmente argilosa, em geral cimentada por ferro, limita a porosidade dessas litologias, que, em parte, foi desenvolvida com o encolhimento da
matriz. Os arenitos argilosos da fácies Aca apresentam condutividades hidráulicas de 6,28x10-05 e 1,23x10-05 cm/s, nas direções X e Y, e de 8,00x10-07 cm/s,
no sentido Z, demonstrando uma maior velocidade de fluxo paralela ao sentido da paleocorrente, e menor no sentido vertical. Já as fácies Am possuem um
comportamento hidráulico diferenciado, com velocidades maiores no sentido Y do que em X, respectivamente 4,22x10-04 e 3,4x10-05 cm/s, provavelmente
relacionadas a estruturas primárias obliteradas devido a alterações pós-deposicionais. Estas duas litofácies foram interpretadas como uma única hidrofácies,
devido o similar comportamento hidráulico e petrográfico, enquanto que a fácies La1 foi considerada como uma segunda hidrofácies, com condutividade
hidráulica menor, variando de Y 9,72x10-05 a Z 8,92x10-08 cm/s. Tais características hidráulicas e petrográficas qualificam as camadas das fácies Aca e Am
como bons reservatórios, porém com camadas que retardam o fluxo (fácies La1).
Apoio financeiro: FAPERJ.

151

CONTRIBUIÇÕES DO DRM-RJ A RESPEITO DOS EFEITOS DA RESOLUÇÃO CONAMA Nº369/2006 SOBRE ÁREAS DE
MINERAÇÃO EM APPS

Debora Toci1; Hernani Nunes2


1
Geóloga, Coord. Meio Ambiente e Proj. Especiais,DRM-RJ/Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro (deboratoci@drm.rj.gov.
br); 2 Geólogo, Meio Ambiente e Proj. Especiais,DRM-RJ/ Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro.

A resolução CONAMA nº369/2006 foi criada com o objetivo de definir os casos excepcionais em que o órgão ambiental competente pode autorizar a
intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente - APP, para a implantação de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade
pública ou interesse social, ou para a realização de ações consideradas eventuais e de baixo impacto ambiental, no entanto, conforme os procedimentos de
validação das resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente, a Câmara Técnica de Gestão Territorial e Biomas criou um Grupo de Trabalho (GT) para
realizar o Monitoramento e Análise dos Efeitos da Resolução 369/2006.
Este Grupo de Trabalho é formado por várias entidades de governo (federal, estadual e municipal), além de contar com representantes do empresariado,
sociedade civil, ONGS, entre outras instituições interessadas e se propõe a discutir os pontos conflitantes e/ou duvidosos existentes em seu conteúdo,
assim como analisar a real necessidade da aplicabilidade da mesma ou de alguns parágrafos existentes de forma a buscar a consonância da necessidade de
preservação ambiental com as reais necessidades da população em âmbito nacional.
Como esta Resolução trata dos casos excepcionais de intervenção em Áreas de Preservação Permanente (APPs) definindo e enquadrando diversas atividades
em situações de utilidade pública ou de interesse social, não foi deixado de fora o setor mineral.
Desta forma, o Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro (DRM-RJ), na condição de Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro
elaborou um parecer baseado nas experiências deste órgão em relação ao setor de mineração. Este parecer aponta principais demandas da sociedade e
estabelece a correlação com a necessidade da existência dos recursos minerais como forma de suprimento para viabilizar a melhoria da qualidade de vida
da população.
Neste estudo descrito no parecer enviado ao GT do CONAMA, são relacionados os pontos da Resolução CONAMA nº 369/06 que precisam ser modificados
ou adequados para atender às características das atividades de extração mineral, uma vez que a capacidade de extração dos recursos minerais é marcada
pela sua rigidez locacional e condicionantes geológicos. O DRM-RJ, além de relacionar os pontos incongruentes da Resolução, sugere o enquadramento
adequado dos recursos minerais (argila, saibro e areia) na categoria de utilidade pública e apresenta as justificativas técnicas para este fim, uma vez que estes
recursos são insumos fundamentais para a construção civil, e conseqüente realização de obras de saneamento básico entre outras que são inquestionavelmente
classificadas como obras de utilidade pública.
O DRM-RJ desta forma, realiza a sua função de órgão estadual de fomento a mineração e geologia aplicada ao uso sustentável e de forma a atender às
necessidades e aos interesses da população fluminense.
Agradecimento: DRM-RJ/Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro.

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AÇÕES E MEDIDAS PARA A ADEQUAÇÃO AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE EXTRAÇÕES IRREGULARES NA


REGIÃO DE CAMBUCI E ITAPERUNA - RJ

Debora Toci1; Ricardo L.S. da Rocha2; Pedro Hugo Müller Xaubet3; Rodolfo Ernesto Baron Torrez4; Hernani Nunes5; Marcio Serrão6
1
Geóloga, Coord. Meio Ambiente e Proj. Especiais, DRM-RJ/Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro (deboratoci@drm.rj.gov.
br); 2Geólogo, Coord. Registro e Fiscalização, DRM-RJ/ Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro; 3Geógrafo, Meio Ambiente,
DRM-RJ/ Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro; 4Geólogo, Meio Ambiente, DRM-RJ/ Serviço Geológico do Estado do
Rio de Janeiro – Rio de Janeiro; 5Geólogo, Meio Ambiente, DRM-RJ/ Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro; 6Geógrafo,
Geoinformação, DRM-RJ/ Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro.

A Região Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, ao longo das últimas décadas tem apresentado grande potencial econômico no setor de rochas ornamentais
e de revestimento. Este crescimento pode ser claramente constatado a partir do aumento de requerimento mineral de áreas junto ao DNPM.
Todavia, a morosidade do processo de licenciamento ambiental faz com que muitas destas atividades se tornem inadimplentes ou fiquem paralisadas por
muito tempo gerando um déficit no desenvolvimento econômico desta região cuja mão-de-obra deste setor representa a maioria da população dos municípios
constituintes da Região Noroeste do Estado.
O Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro – DRM-RJ, na condição de Serviço Geológico do Estado, e órgão de incentivo à
atividade mineraria procurou minimizar este problema realizando um conjunto de ações envolvendo os órgãos licenciadores competentes (INEA e DNPM),
o sindicato do setor na região entre outros.
O conjunto de ações compreendeu uma etapa de vistorias, realizadas pela equipe técnica do Setor de Meio Ambiente e do Setor de Fiscalização e Registro
Mineral do DRM-RJ, às extrações prioritárias definidas pelo setor interessado, de forma a compor um parecer técnico para o INEA e estabelecer um conjunto
de diretrizes para adequação das empresas ao licenciamento ambiental.
Estas diretrizes foram discutidas em conjunto com o INEA e geraram um Termo de Ajustamento de Conduta – TAC para cada uma destas extrações e no final
deste período serão concedidas as Licenças de Operação das mesmas.
Durante o período de vigência do TAC, o DRM-RJ irá realizar vistorias periódicas no local a fim de comprovar o cumprimento do Acordo.
Estas ações realizadas na Região de Cambuci e Itaperuna fazem parte de um conjunto de ações e medidas que vem sendo realizadas pelo DRM-RJ com o
objetivo de garantir que a atividade mineral possa atuar de forma ambientalmente correta e sustentável economicamente. Um exemplo disso, é o início desta
atuação que começou a dois anos atrás, no Município de Porciúncula e os resultados obtidos naquele local são bastante favoráveis.
Agradecimento: DRM-RJ/Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro.

152

PatrimÔnio natural e cultural de campos dos goytacazes

Maria da Gloria Alves1; Simonne Teixeira 2; kátia Mansur3;


1
Geologia Ambiental, LECIV/CCT-UENF – Campos dos Goytacazes-RJ (mgloria@uenf.br); 2 Historia, LEEA/CCH-UENF – Campos dos Goytacazes-
RJ; 3 – Projeto Caminhos Geológicos, DRM-RJ

A região de Campos dos Goytacazes possui um relevante patrimônio natural, com destaque para valores geológicos, geomorfológico, ecológicos e climáticos.
Também existe um expressivo acervo cultural–arquitetônico, documental, arqueológico, bibliográfico, iconográfico e imaterial.
O presente trabalho tem como objetivo produzir um Atlas acompanhado de um CD contendo informações que promovam a divulgação do patrimônio
existente em Campos dos Goytacazes através de atividades de educação, turismo, bem como assegurar que dirigentes possam apreciar os bens culturais e
naturais do município, evitando a sua destruição ou a ocupação inadequada.
Grupos de Pesquisa da UENF vêm desenvolvendo projetos tanto na área de patrimônio cultural como natural criando um grande acervo sobre a região. O
estudo sobre Patrimônio Natural de Campos, pelo Setor Geologia/Laboratório de Engenharia Civil da UENF, teve inicio com o projeto de GEOTURISMO
em Campos dos Goytacazes, através de um intercâmbio com o DRM-Departamento de Recursos Minerais, no qual a UENF destacou pontos de interesse
turístico e geológico do Município de Campos para o projeto “Caminhos Geológicos”.
No tocante ao Patrimônio Cultural, na Officina de Estudos do Patrimônio Cultural do Laboratório de Estudos do Espaço Antrópico, desde 2004, vem
sendo realizado um exaustivo levantamento no Norte Fluminense. Ao logo deste período foram realizadas algumas pesquisas que procuram dar conta dos
diferentes aspectos do conjunto de bens culturais existentes no município, considerando–se sua ampla diversidade e riqueza.
Para desenvolvimento, deste trabalho, foi realizado levantamento bibliográfico, seguido de levantamento de campo, onde foram inventariados, catalogados,
fotografados e georreferenciados todos os pontos considerados Patrimônio Cultural e Natural no Município de Campos. Com os dados obtidos foi criado
banco de dados digital com todas as informações, a partir do qual foram gerados mapas, no software ARC-GIS 9, com a localização e legenda do bem –
natural ou cultural – encontrado e catalogado.
Os resultados são apresentados em textos, fotos e mapas temáticos, representando o Patrimonio Natural composto de: Patrimônio Geológico; Patrimônio
Geomorfológico Patrimônio Ecológico; Patrimônio Climático e o Patrimônio Cultural que foi subdividido em: Patrimônio Arquitetônico Religioso e
Arquitetônico Civil; Patrimônio Industrial e Patrimônio Arqueológico
O produto gerado, Atlas com CD-ROM, poderá ser usado pelas escolas mostrando a diversidade que o município apresenta. Também poderá ser usado
para desenvolver o turismo na região, isto é um turismo direcionado ao expressivo acervo cultural arquitetônico, a arqueologia, ecologia, geologia, etc
proporcionando a população, além da atividade de lazer o conhecimento das riquezas naturais e culturais da região.
Agradecimentos: Este Trabalho é resultado da parceria entre grupos de pesquisa da UENF, DRM e UERJ, tornando-se possível graças ao Programa de Apoio à Cultura: Extensão
Universitária -PROEXT Cultura 2007 da FAUF (Fundação de Apoio à Universidade Federal de São João Del-Rei) aprovado no âmbito da Lei Federal de Incentivo à Cultura,
tendo como patrocinadora a Petrobrás S.A. Também foram utilizadas bolsas do Programa de Extensão da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro-UENF.

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ANÁLISE MICROMORFOLÓGICA DE DEPÓSITOS DE ENCOSTA E DE PREENCHIMENTO DE CANAL NO SUL DO


SEGUNDO PLANALTO DO PARANÁ

Gisele Pietrobelli 1
1
Geologia, DEGEO-UNICENTRO – Guarapuava-PR (gipietrobelli@hotmail.com)

Estudos desenvolvidos no sul do Segundo Planalto do Paraná em depósitos aluviais e alúvio-coluviais em encostas da região tiveram objetivo o
reconhecimento e a caracterização das estruturas sedimentares primárias e químicas de caráter microscópico nesses materiais. A metodologia baseou-se na
análise micromorfológica através de lâminas delgadas. A seção é formada por depósitos de encosta ou depósitos alúvio-coluviais, estes se estendem desde a
média até a base da encosta junto ao rio e são truncados por depósitos de canal, predominantemente aluviais. A descrição e análise das treze lâminas delgadas
envolveram quatro amostras pertencentes a depósitos alúvio-coluvial e aluviais, sendo uma de horizonte organo-mineral e nove de depósitos de preenchimento
de canal, essencialmente aluviais. As lâminas originadas de unidades alúvio-coluviais e aluviais de encosta demonstraram que estas unidades são moderada a
fortemente pedogenizadas, com evidências de forte bioturbação que destruiu possíveis estruturas deposicionais. A análise das lâminas demonstra o rearranjo
da distribuição do esqueleto do entorno dos biotúbulos, os quais são preenchidos com material de níveis superiores ou por oxidratado de ferro. Já a lâmina
oriunda do horizonte organo-mineral possui elevado teor de húmus, responsável pela cor preta e parda da unidade, além de feições pedológicas como cutans
de iluviação típicos e de preenchimento, além de pápulas indicando perturbação física da unidade, nódulos de oxiidratado de ferro e fendas de dessecação. A
análise da lâmina comparada com detalhadas descrições de campo sugerem a formação deste paleossolo em ambiente rico em cobertura vegetal não arbórea,
mais provavelmente gramínea. Isto em função da ausência de biotúbulos com mais de 2cm de diâmetro. Feições de dessecação, sem encapsulamento de
esqueleto alóctone, indicam intenso período de ressecamento da unidade, seguido de rápido processo erosivo deposicional. Esta hipótese se sustenta no fato
de que solos submetidos à perda de água que levem à formação de gretas de contração, quando novamente umidificados tendem a encapsular o material
depositado entre as paredes das fendas de dessecação, dando origem a feições típicas. As lâminas delgadas de unidades aluviais apresentam estruturas
sindeposicionais bem preservadas ou pouco alteradas, apesar das evidências de processos pedogenéticos pós-deposicionais. A presença de estratificações
normal e inversa pressupõe alternância de pulsos de energia do meio aquoso responsável pela deposição do material. O grau de preservação das estruturas
sedimentares sugere ausência de perturbação de ordem física (escorregamentos, fraturas entre outros) e biológica (raízes, insetos e animais escavadores) que
obliteram essas estruturas. Do ponto de vista químico, a identificação de feições pedogenéticas bem preservadas como cutans de iluviação e preenchimentos
constituídos basicamente por oxidratados de ferro com extinção estriada, quando anisotrópicos, sugerem modificações pedogenéticas pós-deposicionais.
Freqüentemente estas lâminas são bimodais, muito bem selecionadas, com esqueleto constituído predominantemente por quartzo. A análise destas lâminas,
comparadas com as oriundas de porções mais elevadas do paleocanal, geralmente mal selecionadas e polimodais, sugere períodos de deposição temporal,
distintos. Lâminas oriundas das porções mais elevadas do paleocanal revelam, em sua maioria, estratificações sindeposicionais bem preservadas, com raras
perturbações oriundas de isotúbulos (metatúbulos). O esqueleto dessas unidades é composto por quartzo, folhelho, arenito de textura fina, arenito de textura
grossa e fragmentos erráticos de solo (pedorrelíqueas). A presença de fragmentos de solo, oriundos das paredes do canal de fluxo ou de áreas geralmente
próximas, indica fluxos de alta competência erosiva e deposicional.

153

ESTRATIGRAFIA E SEDIMENTOLOGIA DE DEPÓSITOS DE ENCOSTA NO SUL DO SEGUNDO


PLANALTO DO PARANÁ

Gisele Pietrobelli 1
1
Geologia, DEGEO-UNICENTRO – Guarapuava-PR (gipietrobelli@hotmail.com)

Estudos desenvolvidos no sul do Segundo Planalto do Paraná em depósitos aluviais e alúvio-coluviais em encostas da região tiveram objetivo do
reconhecimento e caracterização dos sedimentos e da estratigrafia dos depósitos que ocorrem em média e baixa encosta nesta região do estado do Paraná. A
área de estudo esta representada em seção de corte de estrada onde se evidenciam nítidos níveis estratificados, intercalados com horizontes organo-minerais
e estrutura de corte e preenchimento com estruturas sedimentares internas bem preservadas. A metodologia baseou-se em construção de perfis geológicos,
análises granulométricas e datação. A seção é formada por depósitos de encosta ou depósitos alúvio-coluviais, estes se estendem desde a média até a base
da encosta junto ao rio e são truncados por depósitos de canal, predominantemente aluviais. Uma avaliação geral do comportamento da textura indicou a
presença de três grandes grupos texturais, um grupo predominantemente areno-argiloso, correspondente aos depósitos alúvio-coluviais, outro relacionado à
deposição, aluvial de textura arenosa, que ocorre nas lentes de material grosso de caráter coluvial, e por fim, os depósitos arenosos, que formam os depósitos
de preenchimento de canal, de origem essencialmente aluvial. No presente caso, base e topo do canal comportam-se maneira diferenciada, As estruturas
da base são predominantemente plano-paralelas e formadas por sedimentos mais finos, ao passo que o topo é constituído por estratos cruzados planares,
cujos sedimentos são mais grossos. Os parâmetros estatísticos demonstraram, predominantemente, amostras muito mal selecionadas. O grau de seleção
das amostras é considerado aqui tanto como fruto de processos sedimentares com pequena capacidade seletiva, como produto de processos iluviais pós-
sedimentação. Lentes formadas por estratos de diferentes granulometria sobrepostos conferem o caráter episódico de cada camada; portanto entende-se que
eles representem eventos com fluxos que variam desde os mais calmos, gerando depósitos finos, até os mais competentes que carreiam grânulos e seixos,
dentro de um conjunto de eventos maior que gerou a sucessão de lentes. O coeficiente de seleção é um indicador das variações nas condições presentes
no fluído transportador, seja na velocidade, seja no grau de turbulência. Portanto, a seleção é o resultado do processo de sedimentação que sobre ele atua.
Em outras palavras, quanto mais “lavado” for um sedimento, melhor será a seleção do depósito. Assim, áreas com distribuição granulométrica heterogênea
tendem a ser pobremente selecionadas. Esses depósitos mostram de fato que sucessão de eventos em que se alternaram fluxos mais ou menos viscosos e
períodos de estabilidade do ambiente que favoreceu o desenvolvimento de horizontes organo-minerais foram determinantes na configuração estratigráfica de
baixa encosta. Entretanto, as estruturas de corte e preenchimento evidenciam interrupções nessa seqüência alternada, ou seja, por diferentes períodos houve
dissecação e deposição no canal. Os períodos de deposição foram datados de 26.830 +- 2.600 anos e de 22.100 +- 2.700 anos. A configuração do canal e dos
depósitos mostra um terceiro período de deposição posterior a esse último. Nos primeiros depósitos os constituintes foram predominantemente arenosos,
ao passo que no terceiro período de deposição predominaram clastos grossos. Digno de destaque é que o entulhamento de vales remete a instabilidade do
ambiente no qual estão envolvidos processos de erosão linear acelerada nas cabeceiras e o entulhamento nos vales.

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A CONSCIÊNCIA LOCAL NA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO GEOLÓGICO DE SÃO JOSÉ DE ITABORAÍ –


ITABORAÍ (RIO DE JANEIRO)

Wellington Francisco Sá dos Santos; Ismar de Souza Carvalho


Departamento de Geologia, IGEO/CCMN/UFRJ – Rio de Janeiro (tonlingeo@yahoo.com.br; ismar@geologia.ufrj.br).

São José de Itaboraí é um bairro rural do município de Itaboraí (Estado do Rio de Janeiro), que possui uma pequena bacia sedimentar preenchida por rochas
calcárias ricas em fósseis de invertebrados e vertebrados, destacando-se os mamíferos. Esses restos e vestígios de organismos foram descobertos a partir
da mineração realizada pela Companhia Nacional de Cimento Portland (Mauá), de 1934 até 1984. Todavia, a intensa atividade de mineração acarretou na
destruição da maior parte dos afloramentos e os remanescentes encontram-se atualmente inundados ou recobertos por vegetação. Nesse sentido, buscando
a preservação dos fósseis coletados, o desenvolvimento de estudos científicos e a educação e treinamento da comunidade local na questão ambiental, foi
criado em 1995 o Parque Paleontológico de São José de Itaboraí, que se encontra atualmente em processo de revitalização. Nesse contexto, foram realizadas
entrevistas com a população de São José de Itaboraí para avaliar a consciência de preservação que possuem em relação ao patrimônio geológico local.
Os entrevistados foram questionados sobre quais fósseis existiam na bacia sedimentar; sobre a importância da comunidade na preservação do parque
paleontológico e as possíveis contribuições que pudessem oferecer no sentido da conservação do lugar e acerca dos anseios da comunidade para a melhoria
do espaço interno do Parque Paleontológico de São José de Itaboraí. Em geral, a população de São José de Itaboraí tem conhecimento da existência de fósseis
no lugar e consideram, que se o projeto de revitalização do parque paleontológico for concluído, a localidade terá um crescimento social e econômico através
do incentivo ao geoturismo sustentável. No entanto, os entrevistados confirmaram que atualmente o local está abandonado, pessoas residem no interior do
parque, as instalações estão se deteriorando, as vias de acesso estão precárias e existem poucos funcionários para a conservação de toda a área. Não existem
restaurantes, áreas de lazer, infraestrutura para deficientes físicos, salas de pesquisa e estudo, palestras e cursos, lojas de artesanatos com motivos ligados
à Paleontologia e placas informativas e de sinalização. Os entrevistados crêem que a população de São José de Itaboraí possui importância na preservação
do parque paleontológico e dos fósseis, contudo a maioria não valoriza o patrimônio devido a falta de conhecimento decorrente da pequena divulgação do
local. Dentre as contribuições que os entrevistados podem oferecer no sentido da preservação do parque paleontológico e dos fósseis destacam-se o trabalho
voluntário, a conservação e divulgação do parque e a conscientização sobre a importância do lugar. Assim, buscou-se a interpretação da identidade que a
população de São José de Itaboraí possui em relação ao patrimônio geológico. Os resultados da pesquisa estão sendo utilizados em programas de informação
e educação popular, em estratégias de geoturismo e em ações de conservação da natureza.
Este estudo contou com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq, Proc. n° 305780/2006-9) e Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ, Proc n° E-26/102.692/2008).

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ESTUDO DAS RELAÇÕES ENTRE AS INTERVENÇÕES ANTRÓPICAS NA GEOMORFOLOGIA DO RIO MURIAÉ COM
AS FREQÜENTES ENCHENTES DAS ÚLTIMAS DÉCADAS.

José Augusto Costa Gonçalves1; Deovair Monteiro César2; Mila Vasques Leandro3; Marcos Leôncio4; Lynaldo de Paula Silva5; Ellen Santos e Souza6;
Gleyci Kelle Cordeiro Gonçalves7, Nathália de Almeida Feitoza8
1
Doutorando Geologia, UFOP/Ouro Preto-MG - (jaucosta@gmail.com); 2345678 Ciências Biológicas/FAFISM-Muriaé-MG

O município de Muriaé possui uma população de 99.006 habitantes (IBGE 2008), uma área de 843,327 km² e uma densidade demográfica de 118,7 hab./
km². Situa-se na mesorregião da Zona da Mata mineira, apresentando altitude de 209.62m, latitude 21º07’51’’ sul e longitude 42º21’57’’ oeste em sua sede.
O rio Muriaé é formado pela confluência dos rios Bom Sucesso e Samambaia, cujas nascentes localizam-se no município de Mirai a 900 m de altitude. Na
Serra das Pedras, derivação da Mantiqueira, passa a ser denominado de Muriaé quando se encontra com o rio Santo Antônio, a 300 m de altitude, desaguando
no rio Paraíba do Sul na cidade de Campos-RJ, com uma extensão de 250km.
No perímetro urbano da cidade de Muriaé o rio percorre um trecho de 6.708m. A alterações na sua geomorfologia associadas às freqüentes inundações,
tem proporcionado diversas catástrofes aos moradores ribeirinhos, bem como de forma indireta a cidade como um todo. Esse fato mostra a necessidade de
estudos que venham nortear ações que possam aperfeiçoar as políticas de planejamento urbano referente a gestão municipal deste manancial. O presente
trabalho tem como objetivo um diagnóstico preliminar das constantes inundações que proporcionam grandes prejuízos econômicos e sociais ao município.
Para isto, foram utilizados registros fotográficos digitalizados do Museu Memorial de Muriaé, estudos in loco, mapas topográficos, geomorfológicos e
geopolíticos da região, imagens de satélite Google Earth, e obtenção junto a HIDROWEB – Sistema de Informações Hidrológicas da ANA – (Agência
Nacional das Águas), de dados pluviométricos da área de estudo.
O crescimento urbano e o desenvolvimento do município, se deu através de inúmeras intervenções sem planejamento no leito do rio, que o impactaram de
forma irreversível a dinâmica fluvial do mesmo. A construção das Avenidas Juscelino Kubitschek e Dante Brum, a eliminação da mata ciliar, o asfaltamento
das vias públicas, a construção de muros de contenção nas margens, aterramento de cerca de 50 hectares da planície de inundação do rio, retificação dos
meandros, cujos cálculos de curvas de remanso confirmam que mudanças na profundidade do leito, as quais necessariamente ocorreriam como resultado
da remoção de várias soleiras rochosas, que agem como represas naturais, afetam a hidráulica fluvial de montante em uma extensão muito grande. Desde
a década de 40 até os dias atuais, algumas dezenas de enchentes de grandes proporções assolaram de forma impiedosa a cidade de Muriaé. As inúmeras
modificações do canal, tem desestabilizado o regime de escoamento de base, acarretando futuras intervenções adicionais no rio para continuar a manutenção
do calado mínimo requerido, o que irá colocar em movimento um círculo vicioso de intervenções no canal. A aceleração da concentração do escoamento
superficial irá intensificar as cheias médias altas e extraordinárias, reduzindo o intervalo de recorrência das mesmas.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Conhecendo Aspectos da Dinâmica Geológica a Partir da Interação entre Fundamentos


Conceituais e a Prática de Campo em Alegre – ES

Raphael Henrique Soares1; Roni Ziviani Leite Pereira1; Cláudio Eduardo Lana1
1
Geologia – UFES (raphaelgeo@hotmail.com; ronimilk@msn.com; claudiolana@cca.ufes.br)

A abordagem das questões ambientais foca, na maior parte das vezes, a expressão biológica ou físico-química dos ecossistemas, adotando uma visão
reducionista e não integrada do meio ambiente.
Vários ramos do conhecimento humano, por motivos peculiares a cada um deles, começaram a se dedicar ao meio ambiente de forma isolada e em momentos
muito distintos. A Geologia, por exemplo, só se ocupa de fato com questões ambientais há muito pouco tempo, se comparada à Biologia e à Química.
Dentro deste contexto, julga-se importante a divulgação de fundamentos geológicos que sirvam de base para interpretação de alguns fenômenos ambientais
observados na superfície terrestre.
A execução do projeto foi feita por meio de aulas teóricas e práticas onde os conceitos básicos em geologia foram discutidos tendo como base exemplos
locais onde os alunos tiveram a oportunidade de discutir e aumentar o nível de conscientização ambiental. As atividades teóricas foram preparadas em
formato Microsoft Powerpoint® e apresentadas em “data-show”, as práticas foram realizadas com a apresentação de amostras de minerais, rochas e fósseis
didáticos e uma atividade de campo na região de Alegre observando se os impactos ambientais diversos, relacionados principalmente ao desmate, uso e
ocupação desordenados de encostas e planícies aluviais dos rios. Esses últimos sofrem também com descarte de esgoto e lixo, sem contar com a excessiva
impermeabilização das vias de acesso.
Os alunos envolvidos no projeto tiveram a oportunidade de compreender melhor a respeito da constituição do planeta em que vivem e da forma com que o
meio ambiente responde às suas heterogeneidades geológicas e também às pressões de uso e ocupação do meio físico, como vem ocorrendo na cidade de
Alegre.
Agradecimentos: FAPES

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CARACTERIZAÇÃO POR MEIO DE ENSAIOS DAS UNIDADES GEOLÓGICO-GEOTÉCNICAS DO


MUNICÍPIO DE VITÓRIA-ES

Leonardo Andrade de Souza1; Rodolfo Moreira de Castro Junior2; Frederico Damasceno Bortoloti 3
1
FCAA (geolsouza@yahoo.com.br); 2 Departamento de Engenharia de Produção, UFES (rodolfo@npd.ufes.br); 3 Departamento de Engenharia de
Produção, UFES (freddb@ltc.ufes.br).

A caracterização geológico-geotécnica do Município de Vitória-ES é parte integrante de um estudo mais amplo visando a elaboração da Carta Geotécnica
municipal, que será um documento cartográfico voltado ao planejamento urbano, e que reunirá as informações sobre todas as diferentes feições geológicas
e geomorfológicas presentes no município e, principalmente, o comportamento geotécnico do terreno (solos e rochas) frente à atual, e a um eventual
crescimento da ocupação urbana, definindo tanto os setores que devem ser considerados como não ocupáveis, quanto os setores passíveis de ocupação.
O município de Vitória possui 81 km2 de extensão, limitado pelos paralelos 20o14’25” e 20o19’30” de latitude sul e pelos meridianos 40o13’26”e 40o22’11”
de longitude oeste, dividido em uma parte continental e outra parte insular, tendo esta última a maior concentração demográfica. A geologia do município
é caracterizada, predominantemente pela presença de rochas de idade Pré-Cambriana, representada no local por granitos, biotita granitos e hornblenda
granitos de coloração cinza, depósitos flúvio-lagunares e sedimentos quaternários depositados no sopé das encostas (depósitos de tálus), ricos em blocos e
matacões, onde se concentra o maior número de ocorrências de deflagração de processos geodinâmicos. A geomorfologia caracteriza-se pela dominância
de afloramentos rochosos íngremes com orientação principal NE-SW, reflexo da compartimentação obtida a partir da ação do intemperismo sobre as linhas
de fraturas regionais.
Com o propósito de uma melhor compreensão do comportamento do terreno foram necessárias análises mais específicas, voltadas a necessidade de se
estabelecer subsídios ao equacionamento e resolução dos problemas oriundos da intervenção urbana no meio físico, sejam relacionados ao avanço da
ocupação, com a construção de edificações de menor ou maior padrão construtivo, sejam relacionados aos problemas com implantações de obras enterradas.
A partir desta premissa foram realizadas coletas em campo de amostras de solo deformadas e indeformadas e amostras de rocha, para análises de laboratório,
obtidas de acordo com as normas vigentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBRs), permitindo, assim, a caracterização básica das propriedades
dos materiais. Foram coletadas 40 amostras de solo inconsolidados e 8 amostras de solo consolidadas, onde foram definidos os seguintes parâmetros:
granulometria, porosidade aparente, tensão normal e cisalhante, limites de liquidez e plasticidade, peso específico dos grãos e permeabilidade. Para as
análises de rocha foram coletadas 10 amostras de rocha, com a confecção das lâminas delgadas e posterior caracterização petrográfica e microscópica, além
da determinação da massa específica aparente e seca e a resistência a compressão simples.
As propriedades estimadas dos materiais foram determinadas a partir de ensaios e/ou correlações empíricas, conforme a eficácia e credibilidade dos mesmos,
e serão correlacionadas as demais informações que compõem a elaboração da carta geotécnica do município de Vitória tais como a definição das unidades
geológico-geotécnicas na escala 1:2.000, a carta geomorfológica, o banco de dados de sondagem com aproximadamente 300 pontos e 1000 furos, e o mapa
com os locais de ocorrência de processos geodinâmicos.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

AÇÕES DO IG/SMA EM MAPEAMENTO DE ÁREAS DE RISCO em ambientes urbanos

Márcia Maria Nogueira Pressinotti¹, Paulo Cesar Fernandes da Silva¹, Daniela Gírio Marchiori Faria¹, Rodolfo Moreda Mendes¹
¹Instituto Geológico – Secretaria do Meio Ambiente doe São Paulo - IG/SMA (mpressinotti@igeologico.sp.gov.br)

O mapeamento e o zoneamento de áreas de risco são considerados como instrumentos adequados e eficazes para a gestão de riscos geológicos em ambientes
urbanos. Desde 2004 o Instituto Geológico da Secretaria de Meio Ambiente vem executando este tipo de trabalho em municípios do Estado de São Paulo
para subsidiar ações, articuladas pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC), com vistas à minimização e à prevenção de acidentes e de danos
aos moradores dessas áreas críticas. Tal mapeamento baseia-se na metodologia indicada pelo Ministério das Cidades, que procura identificar e delimitar as
situações de risco associadas a processos de escorregamento, erosão e inundação em diferentes porções do terreno (setores), indicando diferentes graus de
risco de acordo com a probabilidade de ocorrência e magnitude potencial de dano.
No período de 2004 a 2008, o Instituto Geológico efetuou o mapeamento de áreas de risco em 31 municípios no Estado de São Paulo. Os resultados desses
estudos têm contribuído para a adoção de ações municipais e estaduais de gerenciamento e monitoramento das áreas abrangidas, como as adotadas nos
Planos Preventivos de Defesa Civil (PPDC). Desta forma foram mapeados 6 municípios no Litoral do Estado, 6 municípios na Região Metropolitana de
Sorocaba, 5 municípios na Região Metropolitana de São Paulo, 4 municípios na Região do Vale do Paraíba, 6 municípios na Região de Ribeirão Preto e 4
municípios na região de Araraquara. A síntese dos resultados, nesses 31 municípios, mostra que foram mapeadas 408 áreas de risco. Nessas áreas foi possível
delimitar setores (zonas) com diferentes graus de risco que resultaram na identificação de pelo menos 483 setores de alto e muito alto risco. No total das
áreas mapeadas existem aproximadamente 32.000 moradias com algum nível de risco (baixo, médio, alto ou muito alto). Esses dados justificam a adoção de
medidas para a mitigação e adequado gerenciamento das áreas de risco.
Agradecimentos: Defesa Civil do Estado de São Paulo (CEDEC)

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ANÁLISE SEDIMENTOLÓGICA DO TESTEMUNHO 4A - BARRANCO ALTO, UHE DE FURNAS, ALFENAS – MG.

Maria de Fátima R. Sarkis1, Lineo Aparecido Gaspar Junior2, Giovana Leonello Victal1
1
Centro de Ciência e Tecnologia, Campus avançado de Poços de Caldas/Unifal-MG (sarkis@unifal-mg.edu.br); 2Universidade Federal de Ouro
Preto, Departamento de Geologia, Ouro Preto-MG.

Considerando o sedimento como o compartimento que reflete todos os processos que ocorrem em um ecossistema aquático, devido a sua capacidade em
acumular compostos, estes são importantes na avaliação do nível do estado trófico dos ambientes aquáticos continentais. A área de estudo corresponde
3
a UHE de Furnas, considerado o maior reservatório da região sudeste, com 1.440 km de área inundada e volume total de 22,95 bilhões de m , formado
pelos rios Grande e Sapucaí, ambos com aproximadamente 250 km de extensão e profundidade máxima de 90m nas proximidades da barragem. Este é um
reservatório antrópico de água estacionária, formado por barragem artificial da rede de drenagem utilizado para geração de energia elétrica, abastecimento
doméstico e usos agrícolas ou industriais.
Este trabalho tem por objetivo a análise sedimentológica e mineralógica de um testemunho da UHE de Furnas, Alfenas-MG, visando contribuir para o
entendimento da evolução dos depósitos sedimentares e avaliação ambiental desta região.
Para a realização deste trabalho utilizou-se um testemunho. A testemunhagem foi realizada no ponto determinado de 4A – Barranco Alto, Alfenas-
MG (coordenadas S: 21º19.329 e W: 045º57.239), local de confluência de sedimentos dos afluentes dos Rios Cabo Verde, Muzambão e Sapucaí que
desembocam no reservatório de Furnas. O testemunho de dimensões 68x2,5 cm foi coletado na porção distal, a uma profundidade de 22,20 metros, através
do testemunhador Vibracor da marca Milan.
Foram realizadas análises do teor de matéria orgânica, granulométrica e mineralógica (Descrição macroscópica em lupa eletrônica e Difração de raios X).
O testemunho foi descrito e encontra-se constituído da base para o topo por argila, silte e areia fina. Nas camadas foram evidenciadas laminação plano
paralela. A coloração varia de um marrom mais escuro, marrom mais claro e negro, dependendo do teor de matéria orgânica presente. A distribuição
granulométrica registrou baixa porcentagem de areia e maior de argila e silte. A observação a olho nu das amostras revelou a presença de restos vegetais
e animais, materiais plásticos e metais. Macroscopicamente em lupa eletrônica com aumento de 80X, foram identificados os seguintes minerais: quartzo,
feldspato, argilominerais, micas e em menores proporções, granadas, turmalinas e limonita. Na análise de difração de raios X os principais minerais
identificados foram o quartzo (grandes picos), feldspatos em pequenas proporções, hematita, goethita e gibsita (produtos de alterações das rochas), alguma
muscovita e a caulinita como o argilomineral presente, sendo este produto de alteração de feldspatos e outros minerais aluminossilicatados dos gnaisses e
xistos presentes na região.
A análise do teor de matéria orgânica apresentou valores acima dos considerados adequados, indicando que os processos geomorfológicos e sedimentológicos
são atuantes na UHE de Furnas. Estes dados revelam que UHE de Furnas está, em grande parte, sendo afetada pelas ações antrópicas, como assoreamento e
a poluição ambiental, que além de provocarem mudanças na configuração espacial, influenciam também à qualidade da água, comprometendo a biota local.

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DIAGNÓSTICO DE SUSCETIBILIDADE A EROSÃO E ASSOREAMENTO EM TRECHO DA BACIA DO


RIO PASSA CINCO, IPEÚNA, SP.

Gisele Zoratto¹, José Eduardo Zaine²


1
Graduanda em Geologia - IGCE/UNESP – Rio Claro; ² Departamento de Geologia Aplicada, IGCE/UNESP – Rio Claro

Resumo: O trabalho tem como tema principal a compartimentação fisiográfica e a caracterização do meio físico, como forma de entender e avaliar a
suscetibilidade a ocorrência de eventos erosivos e de assoreamento em trecho da Bacia do rio Passa Cinco, nos municípios de Ipeúna e Itirapina (SP). Para o
estudo da ocorrência de tais eventos foram abordados, de forma integrada, parâmetros intrínsecos ao meio físico, como geologia, relevo, pedologia e clima
além das ações antrópicas e tipos de uso e ocupação do solo que afetam e potencializam a ocorrência destes processos geológicos. O trabalho tem como
objetivo a confecção de uma mapa geológico-geotécnico em escala 1:50.000, de uma área de 134 km². A área apresenta como características gerais variações
de relevo, abrangendo porções na Depressão Periférica (650 metros) e nas Cuestas Arenito-Basálticas (1000 metros) e diferentes litologias representadas
por argilitos e folhelhos de unidades de paleozóicas, arenitos das formações Pirambóia e Botucatu contrastando com diabásios e basaltos (Formação Serra
Geral), além de coberturas cenozóicas. A análise integrada, por meio da compartimentação fisiográfica, permitiu a associação das unidades definidas com as
classes de maior e menor suscetibilidade aos eventos de erosão e assoreamento. Para tal utilizou-se como base a interpretação de produtos de sensoriamento
remoto (análise de imagens de satélite e fotografias aéreas na escala de 1:60.000), numa abordagem integrada dos parâmetros adotados (land systems),
definindo unidades geológico-geotécnicas. Trabalhos de campo deram suporte à caracterização dessas unidades, assim como o cadastro e associação com os
registros de processos geológicos observados nas suas respectivas áreas.

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VALORAÇÃO ECONÔMICA DO MEIO AMBIENTE - CASO: “FLORESTA ESTADUAL


EDMUNDO NAVARRO DE ANDRADE” (FEENA) - SP.

Yuri Marques de Castro Lage Duque1


1
Graduação em Geologia, IGCE/UNESP – Rio Claro (yuri@rc.unesp.br).

A proposta de avaliação monetária do recurso natural “Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade” (FEENA – SP), surge com objetivo de mostrar
o valor econômico do recurso ambiental e o prejuízo irrecuperável, que pode haver, caso este seja destruído ou danificado. Dessa forma, constata-se a
importância de um estudo de valoração econômica das amenidades ambientais de tal floresta por se tratar de uma região que reúne uma rica diversidade em
vidas animal e vegetal; por ser uma importante região de proteção do solo e dos recursos hídricos, evitando deslizamentos de terra e assoreamentos e poluição
do Ribeirão Claro, por exemplo; por realizar atividades produtivas ou atividades turísticas que geram renda; por se tratar de uma área que exerce a função
social com atividades recreacionais, científicas e culturais; e por estar localizada sobre os folhelhos da Formação Corumbataí que são usados na produção
de cerâmica vermelha e principalmente sobre basaltos da Formação Serra Geral que poderiam ser explotados para produção de brita para construção civil.
A valoração econômica de um recurso ambiental é uma área de fronteira entre geologia e economia sendo necessário o trabalho conjunto para uma valoração
real com parâmetros sócio-econômicos. Baseando-se na teoria neoclássica, os métodos de valoração econômica mais difundidos atualmente levam em
consideração as preferências individuais (através das quais se obtêm as preferências da sociedade) e a simulação de mercados hipotéticos para a valoração
de ativos que não possuem mercados. Entre os diversos tipos de valor econômico relacionados aos recursos naturais, é necessário distinguir-se entre valor
de uso e valor intrínseco. O valor de uso deriva do uso que se faz do ambiente, como a extração de recursos minerais, já o valor intrínseco compreende os
valores de algum bem, mesmo que potencial, tal como uma determinada reserva mineral ocorrente em área específica, mas que não tenha o objetivo de ser
explorada no presente.
O método usado é o da valoração contingente (MVC) que consiste em um método de pesquisa no qual é perguntado aos entrevistados as suas preferências
em mercados hipotéticos, permitindo aos analistas estimarem diretamente demandas (funções de utilidade) para bens e serviços não negociados nos
mercados. A grande vantagem do MVC, em relação a qualquer outro método de valoração, é que ele pode ser aplicado em um conjunto mais amplo de bens
ambientais, pois ele estima diretamente as medidas de disposição a pagar (DAP) e de disposição a aceitar (DAA) obtendo medidas hicksianas do excedente
do consumidor além de ser o único método com potencial de captar o valor de existência do recurso ambiental.
Contudo, a Floresta Estadual “Edmundo Navarro de Andrade” terá com esta valoração uma ferramenta importante para quantificar possíveis danos causados
a ela, como acidentes de contaminação do solo ou dos recursos hídricos que afetam direta ou indiretamente a população local. Ajudará a manter sua área
preservada e será determinante no cálculo de indenizações a serem pagas ao Estado pelas pessoas que invadirem ou se apropriarem de suas terras ilegalmente.
Agradecimentos: Prof. Dr. Leandro Eugenio da Silva Cerri (orientador).

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SIMULAÇÃO NUMÉRICA DE FLUXO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA FAZENDA CARA PRETA –


SANTA RITA DO PASSA QUATRO – SP.

Marília Costa Miranda1; Chang Hung Kiang2; Elias Hideo Teramoto2;


Graduação em Geologia, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (mariliam@rc.unesp.br); 2 Laboratório de Estudos de Bacias – LEBAC
1

– Rio Claro.

O termo “modelo” refere-se a uma representação simplificada da realidade. A utilização de Modelos em Hidrogeologia, pode trazer grandes benefícios, como
a melhor compreensão sobre o comportamento de um sistema de fluxos, bem como elaborar previsões diante de cenários diversos. Os modelos numérico
de fluxo de água subterrânea, objeto do presente estudo, consistem na aproximação de um conjunto de equações diferenciais que descrevem o escoamento
de água no meio poroso.
O objetivo principal do trabalho consiste na realização de simulações numéricas de fluxo de água subterrânea em microbacia hidrográfica localizada
na Fazenda Cara Preta, Município de Santa Rita do Passa Quatro, permitindo testar os modelos conceituais elaborados a priori, o que promoverá um
aprimoramento do sistema hidrogeológico local. Geologicamente, o local estudado situa-se na borda leste da Bacia do Paraná, onde ocorrem as seguintes
unidades: Formação Corumbataí, Formação Pirambóia, Formação Botucatu, Formação Serra Geral e sedimentos da Formação Santa Rita do Passa Quatro.
Destas, destacam-se as formações Pirambóia e Botucatu, por representarem um importante reservatório de águas, o Sistema Aquífero Guarani (SAG). A
microbacia em questão insere-se num contexto de área de recarga do SAG.
Antecedendo a realização das simulações é necessário a elaboração de um Modelo Hidrogeológico Conceitual. O modelo conceitual é elaborado a partir
da compilação e interpretação de informações diversas, tais como as características do aquífero, tais como extensão da área, espessura das camadas
aquíferas e camadas confinantes, posição do nível d´água no aquífero e interação do aquífero com drenagens existentes na área. Levantamentos geofísicos e
hidrogeológicos realizados anteriormente esclarecem as questões acima, permitindo a representação destas informações no software Visual Modflow 3.1®.
Por meio de ensaios geofísicos (Sondagem Elétrica Vertical), foi possível mensurar as profundidades da zona saturada na área compreendida pelo estudo. A
partir destes dados, verificou-se que o fluxo de água subterrânea correlaciona-se com a topografia, orientado a partir das cotas altas (NW e SW) para as cotas
baixas (SE), em direção ao Rio Bebedouro, representando a principal área de descarga local. A superfície do nível d´água situa-se entre as cotas 630,4 m e
692,7 m. As condições de contorno adotadas, que circundam a área a ser modelada, são do tipo “fluxo nulo” nos divisores de águas subterrâneas e paralela
às linhas de fluxo. O influxo de água no domínio simulado se processa a partir da recarga nas porções topográficas mais elevadas e a descarga ocorre ao
longo das drenagens presentes na área de estudo. Por meio de ensaios geoelétricos, foram identificadas rochas intrusivas básicas pertencentes à Formação
Serra Geral, com profundidades situadas entre 75m a 125 m. Sob a suposição de tais rochas serem impermeáveis ou possueírem valores de permebilidade
bastante inferiores às camadas sobrejacentes, adotou-se o topo desta Unidade como a base impermeável do modelo. Os valores de condutividade hidráulica
para os sedimentos arenosos da Fm. Pirambóia presentes na área variam entre 9,56 X 10-5 cm ∕ s e 1,12 X 10-3 cm/s. Dados pluviométricos diários e de vazão
do rio Bebedouro, dos anos de 2006, 2007 e 2008, permitem inferir a quantidade de recarga proveniente diretamente da chuva, reguladoras do fluxo de água
subterrânea. Os dados indicam períodos de maior volume de precipitação entre Dezembro e Março, com valores entre 10 mm a 30 mm, chegando a valores
pontuais acima dos 60mm.

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GAMAESPECTROMETRIA APLICADA AO ESTUDO DE ÁREAS DEGRADADAS NO NOROESTE DO


ESTADO DO rIO DE JANEIRO

Andréa Cristina Lima Santos1,3; Paulo de Tarso Luiz de Menezes1,2; Carlos Tadeu Carvalho do Nascimento3
1
Departamento de Geologia Aplicada, DGAP/UERJ – Rio de Janeiro(andrealima@on.br); 2 Geofísica, PETROBRAS –Rio de Janeiro; 3 – Departamento
de Geofísica, IG/UnB –Brasília.

A preocupação com os processos de degradação do solo vem sendo crescente, à medida que crescem também a utilização de tecnologias inadequadas e a
falta de prática de conservação. Um dos principais fenômenos de degradação dos solos é a contaminação, que pode ser definida como adição de compostos
ao solo, que qualitativa e quantitativamente podem modificar as suas características naturais.
A Bacia Hidrográfica do Rio São Domingos, afluente do Muriaé pertencente ao complexo rio Paraíba do Sul, possui uma área aproximada de 280km2. Cerca
de 90% da bacia de drenagem do rio São Domingos localiza-se no município de São José de Ubá e os outros 10% no município de Itaperuna, noroeste do
estado do Rio de Janeiro. A área geográfica de interesse corresponde a uma pequena parcela da Bacia Hidrográfica do Rio São Domingos, que engloba uma
comunidade agrícola denominada Barro Branco (BB). A sub-bacia BB apresenta elevado índice de antropização e degradação, sob intensa ocupação em
pequenas propriedades e com centro rural-urbano módico. Localizada nas coordenadas geográficas 21o 22’ 19” Sul e 41o 58’ 49” Oeste, na área de estudo,
de aproximadamente 30x60m, existe um pequeno cultivo de tomate estaqueado.
O uso de dados gamaespectrométricos aplicados ao solo tem permitido obter informações sobre fertilizantes em determinado cultivo, fato importante quando
se tenta entender a distribuição dos mesmos em uma determinada área. A utilização do método geofísico de raios gama se apresenta como uma ferramenta
importante para estudos de distribuição de fertilizantes em área de cultivo.
Os radionuclídeos urânio (U), tório (Th) e potássio (K) estão, geralmente, presentes nas matérias–primas utilizadas para a fabricação de alguns fertilizantes.
Conseqüentemente, estes são redistribuídos pela atividade agrícola e podem assim, elevar o índice de contaminação de uma dada área. No presente trabalho
foram processados e interpretados, dados de gamaespectrometria terrestre, com o objetivo de avaliar a aplicabilidade do método gamaespectrométrico em
área utilizada para o cultivo. Para o levantamento gamaespectrométrico foi utilizada 300g de cada amostra de solo, rocha e dos fertilizantes superfosfato
simples e NPK (4-14-8), todos acondicionadas em sacos plásticos. A metodologia utilizada para o processamento dos dados terrestres envolveu
levantamento, avaliação dos dados, interpolação e geração de imagens gamaespectrométricas. A interpretação dos dados consistiu de análise visual das
imagens radiométricas e análise estatística dos resultados.
Os resultados aqui obtidos apontam para uma adequação do uso da gamaespectrometria à identificação e ao monitoramento de áreas agrícolas degradadas
no noroeste do estado do Rio de Janeiro.
Agradecimentos: Universidade de Brasília (Instituto de Geociências e Laboratório de Geotecnia) e CAPES.

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ESTUDOS DA DINÂMICA HIDROSSEDIMENTAR NO CANAL DO ALTO CURSO DO RIO PARANÁ, NA REGIÃO DE


PORTO RICO, PR E SUA APLICABILIDADE NA EXTRAÇÃO DE AREIA

Daniel Nery dos Santos1; José Cândido Stevaux2; Valdecir Galvão3.


Geociências e Meio Ambiente, IGCE/UNESP – Rio Claro (danielnery@rc.unesp.br);
1

2
Gema, UEM – Maringá (jcstevaux@uem.br); 3Geociências e Meio Ambiente, IGCE/UNESP – Rio Claro (branco_geo@yahoo.com.br).

Os sistemas fluviais têm grande capacidade erosiva e transportadora. Investigar os fenômenos de erosão e deposição permite concluir sobre a dinâmica
hidrológica dos cursos d’água (Schumm, 1977).
Esse trabalho apresenta os resultados do estudo hidrossedimentológico em um segmento fluvial do alto rio Paraná, na região de Porto Rico, PR. Foram
realizadas batimetrias ao longo do canal em diferentes pontos do rio, a fim de comparar com o perfil do talvegue das décadas de 1950 e 2007, associados à
extração de areia.
Dentro do contexto da dinâmica hidrológica e das taxas de erosão e deposição, existem variáveis que não podem ser deixadas de lado, incluindo, aqui, a
granulometria, o clima, a tectônica, o represamento dos rios com a construção de reservatórios e as atividades antrópicas. Essas variáveis podem permitir
a identificação de mudanças no sistema fluvial. Nesse caso, a extração de areia no canal não podemos considerar como causa única para incisão do canal e
mudança no talvegue, pois diferentes perfis mostram características semelhantes de incisão e agradação para as áreas não mineradas.

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CARACTERIZAÇÃO DE EFLUENTES EM SOLOS E SEDIMENTOS DE CORRENTE EM VOLTA REDONDA, RJ.

Heitor Fernandes Mothé Filho1; Daniel de Resende Henriques2; Mario Victor Alves Dutra2
1
Departamento de Geociências, IA/UFRRJ (hfmf@ufrrj.br), 2Graduandos em Geologia.

A instalação de um parque industrial, normalmente, se associada à riqueza e ao desenvolvimento econômico, mas também ao desequilíbrio social e a
degradação do meio ambiente. Os efluentes, que podem ser sólidos, líquidos e gasosos, podem emanar desses complexos podem ter a capacidade de poluir
o ar, as águas e o solo. No Município de Volta Redonda está instalada aquela que é a primeira siderúrgica do país que, provavelmente não deve poluir ou
degradar o ambiente de seu entorno, mas moradores da cidade citam que costuma precipitar um material sólido de forma contínua o ano todo.
Nesta pesquisa coletaram-se solos a cerca de dois quilômetros ao sul da companhia, bem como a cerca de três quilômetros, da empresa, do outro lado do
rio e sedimentos de correntes a montante e a jusante da siderúrgica. Objetivando-se caracterizar um possível efluente e seu agente dispersor. Foram obtidas
oito amostras, quatro de solos e quatro de sedimento de corrente e para cada uma delas coletado o quantitativo equivalente aproximado de dez quilos.
As amostras de solo tiveram como referenciais o Morro do Rosário (M1 e M2) e o cemitério (C1 e C2) por apresentarem solos aparentemente poucos
antropofisados e desenvolvidos em situ, enquanto que as amostras de sedimento de corrente (S1, S2, S3 e S4) do rio Paraíba do Sul foram coletadas com
intervalo de um quilômetro, aproximadamente, a partir da companhia, sendo duas para jusante e posteriormente duas para montante. Assim que as amostras
chegavam ao laboratório, retirava-se uma fração da mesma, que era pesada e colocada em estufa para secar, a cerca de 50°C por 48 horas. Em seguida
essas amostras foram destorroadas e quarteadas. Essas foram utilizadas para a análise granulométrica no aparelho Beckman Coulter em meio úmido por
via laser. A identificação mineralógica foi feita com uma lupa binocular Wild, modelo M5-55629. A análise estatística dos dados granulométricos foi feita
segundo PETTIJOHN (1976). A espectroscopia por fluorescência de raios X foi realizada em um aparelho Phillips 2400 e os estudos termoanáliticos foram
performados em um aparelho Mettler Toledo 851.
As amostras de solos M1 e M2 são areno-argilosas, em média com teores de 52,2% de areia, 8,2% de silte e 39,6 de argila, com quartzo apresentando baixa
esfericidade de anguloso a muito anguloso. As amostras C1 e C2 são argilo-arenosas e com teores médios de 39,6% de areia, 9,4 de silte e 51,0 de argila,
com quartzo apresentando baixa esfericidade e anguloso a muito anguloso e com cerca de 2% de matéria orgânica. A presença de grânulos magnéticos, de
coloração cinza escuro a preto, brilho metálico, é observada nas frações menores que 0,125 mm e concentrando-se nas frações silte e argila e está presente
em todas as amostras. A analise térmica da fração argila, obtida pelo método da sedimentação, indicou a presença dos minerais secundários caulinita e
gibsita. Foi identificado nas amostras de S1 a S4 o quartzo, a biotita e a muscovita. O quartzo apresenta baixa esfericidade e de sub-anguloso a anguloso.
Entre as micas a muscovita é a mais abundante e em alguns grãos consegue-se observar o sistema cristalino apesar de algumas delas estarem parcialmente
intemperizadas e elas também apresentam baixa esfericidade e angulosidade. A análise térmica da fração argila do S1 indicou oxidação dos grânulos
magnéticos a 280ºC e desidroxilação da caulinita em torno de 470ºC. A análise química do material magnético mostrou teores de Fe2O3 58,7%, SiO2 19,3%,
Al2O3 9,4%, CaO 4,4%, MnO2 3,3%, TiO2 2,0% e K2O 0,6% indicando que o mesmo é um subproduto industrial da manufaturação do ferro, disperso por
agente eólico e com fatores de precipitação na ordem de 2,405g/m2 relativo a um intervalo de coleta de material de duas semanas.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

(IN)COMPATIBILIDADE ENTRE PRÁTICA E TEORIA NO ENSINO DE GEOLOGIA

Heitor Fernandes Mothé Filho1; Sérgio Brandolise Citroni2


1
Professor DGeoc/UFRRJ (hfmf@ufrrj.br);2 Professor DGeoc/UFRRJ

A disciplina de Mapeamento Geológico I, primeira atividade de mapeamento do Curso de Graduação em Geologia da UFRRJ, é instrumento privilegiado
para a avaliação do aprendizado. No estudo do desempenho dos estudantes na disciplina, foram observadas várias deficiências na aplicação de conceitos
geológicos de conteúdos precedentes. Questionários aplicados aos estudantes, para que manifestassem suas impressões a respeito das dificuldades na
atividade, demonstraram grande coincidência entre as respostas e as avaliações dos professores: a dificuldade no uso de conhecimentos prévios, foi apontada
em nove disciplinas, sendo a disciplina A por 73 % dos estudantes, a B por 42%, a C por 31% e a D por 21%. Essas dificuldades no uso do conhecimento
foram as mesmas percebidas pelos professores nas atividades de campo. Os alunos não foram aprovados nessas disciplinas sem ganho importante de
conhecimentos, tal poderia, talvez, ser observado em um ou outro aluno, mas não em parcela tão significativa da turma. Outra deve ser a explicação.
Nos trabalhos de campo, e nas orientações das atividades preparatórias e de redação do relatório, foi observado que o domínio de conceitos teóricos não
implica necessariamente na capacidade de sua aplicação prática.
As disciplinas “teóricas”, definidas assim aqui como aquelas que não envolvem a realização de trabalhos sem acompanhamento direto pelos professores,
ministram e avaliam um tipo de conhecimeto diverso daquele necessário no campo. Como metáfora, tomemos o caso de uma pessoa à qual sempre foi
oferecido um prato de comida pronto, essa pessoa aprende a comer e a conhecer o sabor dos alimento. Suponha agora que ela seja informada que vai
participar de uma maratona e que deve, para tanto, escolher os alimentos que deseja comer nos próximos dias para se preparar para o esforço físico. São
mínimas as chances de que ela saiba quais são os alimentos mais adequados para o esforço que a espera.
Um afloramento dentro de uma determinada disciplina pode (e geralmente é) apresentado dentro de uma “moldura epistemológica” que exclui aquilo que
não pertence ao conteúdo programático da disciplina. Ao ser deixado por sua própria conta no campo, o estudante se defronta com a realidade na qual a
moldura desapareceu. Em um afloramento de uma rocha metamórfica “modelo” (que o estudante seria capaz de identificar sem dificuldades), mas à qual
estão associados: diques de rocha quartzo-feldspática, fraturas preenchidas por epídoto, com parte da exposição alterada, falhas, cobertura por colúvio, etc...,
esse estudante, com as habilidades desenvolvidas para reconhecer e descrever rochas metamórficas, simplesmente não sabe por onde começar. A realidade se
mostra muito diferente da amostra de granada-xisto limpa e cortada no tamanho certo para ser virada de todos os lados. Os conhecimentos, na forma como
foram adquiridos, não podem ser aplicados à realidade.
Duas soluções, não excludentes, podem ser imaginadas para esse problema: As disciplinas “teóricas” passam a dar maior peso nas atividades práticar
autônomas e não limitadas ao conteúdo da disciplina, ou se promove uma revisão geral dos conhecimentos necessários ao campo previamente a realização
do mesmo, com ênfase nos problemas reais.
As experiências de preparação dos alunos em algumas aulas antes da atividade de campo se mostraram insatisfatórias, sendo vistas pelos estudantes como
um anti-climax para o mapeamento, mesmo que mais de 75% tenham dito que essas aulas ajudaram. O curso de Geologia da UFRRJ está implementando
disciplina específica para praticar os conhecimentos necessários ao campo, espera-se que a mesma melhore o desempenho dos alunos com relação à
aplicação prática dos conhecimentos.

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S7 – GEOTECNOLOGIAS

Alvaro Penteado Crósta (UNICAMP)


Andréa Vaz de Melo França (CODEMIG)
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Compartimentação geomorfológica e sedimentação quaternária na área de proteção


ambiental de petrópolis - RJ

Marcio Luiz Gonçalves D’Arrochella1;


1 1
Geógrafo; Pós-Graduação em Geologia do Quaternário - Museu Nacional/UFRJ (marciogeoufrj@yahoo.com.br)

A busca da representação das feições morfológicas em planta sempre foi uma preocupação de geógrafos, cartógrafos e geólogos, haja vista a necessidade de
se conhecer o terreno adequadamente para o planejamento e manejo do uso e a ocupação dos solos, procurando minimizar os efeitos de degradação ambiental.
Neste contexto, os mapas geomorfológicos de detalhe (escalas que podem variar de 1:5.000 a 1:25.000) podem contribuir neste sentido, contextualizando as
formas de relevo de forma sistemática para que se possa obter um primeiro plano de informação básico ao conhecimento das condições físicas do terreno.
Assim sendo, diferentes feições morfológicas de serras, colinas, morros e planícies fluviais, podem ser representados de forma bem próximas das dimensões
reais, bem como permitem a representação de características específicas do relevo, como declividade, quebras ou rupturas de relevo e processos erosivos.
A Área de Proteção Ambiental de Petrópolis localizada na serra do Mar (localmente denominada serra dos Órgãos) contém uma rica geodiversidade, e
caracteriza-se como um ambiente físico-ambiental bastante dinâmico. Esta área, ocupada inicialmente pela família real, é um pólo turístico, contendo
atrativos histórico-culturais importantes, além de um mosaico de fragmentos florestais que fazem parte do Corredor Central de Mata Atlântica Fluminense.
Desta forma, o estudo e a identificação pormenorizada da estruturação geomorfológica mostra-se inerente a políticas de planejamento ambiental. Para tanto,
a metodologia de mapeamento aqui utilizada baseou-se na metodologia do Desnivelamento Altimétrico, que consiste na realização do cálculo da amplitude
altimétrica (Dh) dada pela diferença entre a altitude superior (Dhmáx) e a inferior (Dhmín) para as bacias de drenagem de primeira e segunda ordem até sua
confluência com a rede coletora e associação às respectivas feições morfológicas encontradas para diferentes classes de amplitude altimétrica, e para a
delimitação de unidades mais suaves da paisagem (áreas de retenção da sedimentação quaternária). Considerou-se as rupturas de declive existentes entre os
segmentos de encosta e o fundo suave, dado pelo afastamento significativo das curvas de nível.
A escala de trabalho aqui utilizada foi de 1:10.000, sendo os cálculos de Dh realizados em cartas topográficas no formato digital, com auxílio do software
ArcGis. A utilização das bacias de drenagem como unidade evolutiva básica subsidia, assim, a compreensão das relações entre área-fonte, zona de transporte
e zona de deposição em ambientes geodinâmicos distintos, e o mapa final elaborado reflete o grau de encaixamento fluvial ou entalhamento erosivo das
encostas, associando-se intimamente a variações lito-estruturais e/ou tectônicas.
Agradecimentos:NEQUAT (Núcleo de Estudos do Quaternário e Tecnógeno) UFRJ.

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PROCESSAMENTO DE IMAGENS DIGITAIS – RAZÃO ENTRE BANDAS

Thiago Peixoto de Araujo 1; Fernando Machado de Mello 2


1
Departamento de Geotecnia, EESC/USP – São Carlos (tpeixoto@sc.usp.br); 2 Departamento de Geociências, DG/UFRRJ – Rio de Janeiro.

A utilidade demonstrada em levantamentos e pesquisas geológico-ambientais baseadas em técnicas de Sensoriamento Remoto, principalmente através
de imagens de sensores remotos digitais (satélites), se deve em grande medida a sua maior abrangência de área e por apresentar ótima resolução espacial
e também possibilitar uma gama de recursos possíveis, através de operações entre bandas eletromagnéticas, p.e. multiplicação e razão entre as mesmas.
Neste trabalho, será apresentada a operação Razão entre Bandas, que é composta por diversas operações matemáticas, a fim de se obter sutis diferenças
existentes no comportamento espectral de diferentes alvos, o que permite discriminar diversos alvos em uma mesma imagem. Assim, observando o
comportamento espectral dos alvos de interesse, para a aplicação da razão entre bandas, as bandas são selecionadas visando seus valores máximos e mínimos
de reflectância, afim de que se expressem os gradientes da curva espectral dos objetos de interesse, proporcionando o realce destes alvos (Sestini, 1999).
Portanto, para se fazer a Razão entre Bandas, se faz necessário conhecer seu mecanismo de transformação IHS – RGB e seus algoritmos. O espaço de cores
IHS (Intesity, Hue, e Saturation) é um espaço tridimensional, onde I, ou brilho, é a medida de energia total envolvida em todos os comprimentos de onda,
sendo responsável pela sensação de brilho da energia incidente sobre o olho; H, ou cor de um objeto, é a medida do comprimento de onda médio da luz
que se reflete ou se emite, definindo a cor do objeto; e S, ou pureza, expressa o intervalo de comprimento de onda ao redor do comprimento de onda médio,
no qual a energia é refletida ou transmitida. Quando fusionado este espaço de cores com o espaço RGB (red, green, e blue), espaço bidimensional, há uma
transformação matemática ocorrida através dos algoritmos, que são representados a seguir:

1
I = (R + G + B )
3


 0,5[(R − G ) + (R − B )] 

H = cos −1  12 

 ([R − G )2
+ ( R − G )(G − B ) ]

3
S = 1− [min(R, G, B )]
(R + G + B )

Este trabalho tem como objetivo fazer uma breve revisão teórica do procedimento usado para se fazer uma Razão entre Bandas de quaisquer satélites que
disponibilizem as suas bandas eletromagnéticas individualizadas, através do uso de algoritmos matemáticos.

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GEOPROCESSAMENTO APLICADO À GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA UGRHI-11 –


RIBEIRA DE IGUAPE E LITORAL SUL

Fabrício Bau Dalmas1; Arlei Benedito Macedo1; Sidney Schaberle Goveia1; Fábio Rodrigo de Oliveira2; Cibele Hummel do Amaral1
1
Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo - IGc/USP (fbdalmas@usp.br); 2Sistema de Informações Geográficas da Bacia Hidrográfica do
Ribeira de Iguape e Litoral Sul – SIG-RB.

A Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos n°11 (UGRHI11), Bacia Hidrográfica do Rio Ribeira de Iguape e Litoral Sul, Estado de São Paulo,
apresenta avanços na gestão de resíduos sólidos, porém ainda há municípios carentes de aterros adequados. Os objetivos deste trabalho são: indicar possíveis
áreas aptas à construção de aterros de resíduos sólidos urbanos, de acordo com normas técnicas e ambientais, que preferencialmente possam servir a mais
de um município, atendendo à Lei Estadual n°12.300, que incentiva a cooperação intermunicipal para a solução dos problemas de gestão de resíduos
sólidos; e atualização do conhecimento sobre as atuais condições de destinação de resíduos na UGRHI-11. Foi feito levantamento de campo, indicando que
na área estudada as condições de disposição final de resíduos são ainda mais precárias do que as indicadas pelos IQR da CETESB. Os módulos Weighted
Linear Combination (WLC) e Ordered Weighted Average (OWA) do programa IDRISI Andes (versão 15.01) foram utilizados para execução das análises
multi-critério. Na primeira fase, o WLC foi utilizado para cruzamento dos mapas de declividade, geologia, pedologia, cobertura vegetal, áreas de proteção
ambiental, malha viária, rede hidrográfica e de áreas urbanas, obtendo-se um mapa de aptidão com áreas inaptas, aptas e com aptidões intermediárias. Na
segunda fase, o OWA foi utilizado para restringir a busca, através de um ordenamento de pesos mais complexo que o WLC. Após esta etapa, com a extensão
Network Analyst do Programa ArcGIS, foi realizado um estudo logístico para classificação das áreas, considerando-se a distância das fontes geradoras de
resíduos, as vias de transporte e a possibilidade de aproveitamento da mesma área para mais de um município. De acordo com a NBR 13896 (junho de 1997),
a vida útil de um aterro de resíduos deve ser de, no mínimo, 10 anos. Estas áreas foram classificadas de acordo com o seu tamanho, mais precisamente, de
acordo com as dimensões dos aterros que nelas poderiam ser construídos, considerando a possibilidade de atendimento a valores crescentes de população.
Para todos os municípios foram localizadas áreas aptas para aterros para seu atendimento individual. Foram também encontradas áreas que podem atender
mais de um município, graduadas por tamanhos e distâncias às sedes. As técnicas de geoprocessamento empregadas mostraram-se adequadas aos estudos de
gestão de resíduos sólidos, pois agregam diferentes fatores e mitigam custos de etapas iniciais, permitindo ao gestor focar análises mais detalhadas em áreas
pré-selecionadas, não correndo o risco de empenhar esforços em áreas que podem ser, de pronto, descartadas. Os resultados descritos neste estudo podem
ser utilizados como uma importante ferramenta na gestão de resíduos sólidos urbanos de cada município, desde que somados, nas etapas posteriores, aos
detalhamentos técnicos e a uma correta articulação político-institucional.
Agradecimentos: FAPESP (2006/57073-6), CAPES e Comitê da Bacia Hidrográfica do Ribeira de Iguape e Litoral Sul.

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aplicação de dados aerogeofísicos magnetométricos e gamaespectométricos no


mapeamento geológico da região de serro - MG

Joana Tiago Reis Magalhães1; Flávia de Alencar Andrade2; Luiz Guilherme Knauer3; Juni Silveira Cordeiro4
1
CGE/UFMG- Diamantina (jomagalhaes@gmail.com); 2 Graduanda em Geologia – IGC-UFMG- Belo Horizonte; 3 Departamento de Geologia, IGC/
UFMG- Belo Horizonte; 4 CGE/UFMG- Diamantina

A região de Serro, inserida na borda leste da Serra do Espinhaço Meridional, exibe relações estratigráficas bastante controversas, mascaradas por um
forte tectonismo. A borda leste da Serra do Espinhaço apresenta um elevado potencial para depósitos de ferro, destacando-se os relativamente contínuos e
espessos (podem ultrapassar os 80 m) pacotes de formações ferríferas bandadas. Buscando apoio ao mapeamento geológico na escala 1:30.000, valeu-se de
informações aerogeofísicos em adição aos trabalhos de campo. Os dados magnetométricos e gamaespectrométricos procedem do Projeto Morro do Pilar -
Serro - Guanhães, que integra o Programa de Levantamento Aerogeofísico do governo de Minas Gerais. Os dados foram levantados com altura de vôo em
100 m, segundo linhas espaçadas de 250 m e linhas de controle a cada 2.500 m. Para os dados gamaespectrométricos, foram gerados os mapas de teores de
radioelementos realçados pelo canal de K (%), Th (ppm) e U (ppm), contagem total e imagem de composição ternária RGB. Para os dados magnetométricos,
foi empregado o mapa do campo magnético anômalo, a partir do qual gerou-se o mapa de amplitude do sinal analítico (ASA). O emprego do método
gamaespectrométrico envolveu a comparação da imagem correspondente a cada radioelemento discriminado (K, U e Th) e o RGB com o MDT, fotos
aéreas e dados de campo, visando delimitar domínios com assinaturas gamaespectrométricas semelhantes. O canal do potássio mostrou-se o mais eficiente
na delimitação das diferentes unidades, enquanto que a distribuição do urânio revelou um comportamento mais homogêneo. Os mapas magnetométricos
proveram informações para a caracterização dos domínios com altos teores de minerais magnéticos, relacionados a rochas com altos teores de ferro. A área
apresenta-se compartimentada por escamas de empurrão/zonas de cisalhamento dúctil com mergulhos para leste, de trend estrutural entre N-S e NE-SW.
Estas feições são bem caracterizadas na amplitude do sinal analítico. A integração de informações geológicas, geofísicas e de sensoriamento remoto foi
processada e analisada em ambiente SIG. A caracterização geológico-geofísica permitiu a individualização de 5 domínios: a) Rochas graníticas-gnáissicas
em parte milonitizadas e migmatizadas, com porcentagens médias de K, alto Th e valores magnéticos baixos. Os teores de K podem indicar atenuação da
radiação devida espessa camada de solo sobre estas rochas. b) Rochas máficas/ultramáficas que apresentam assinatura geofísica com baixo K, Th e U e
valores magnéticos intermediários. Nessas rochas é comum a presença de magnetita. c) Quartzitos micacéos e ferruginosos, itabiritos e filitos, com alto K
e valores magnéticos elevados, apontando importantes anomalias associadas a um alto teor de ferro. d) Quartzitos pouco micáceos, com baixo K e Th e
baixos valores de susceptibilidade magnética. e) Quartzitos micacéos e ferruginosos, metaconglomerados, filitos e filitos hematíticos, com alto K e valores
magnéticos intermediários. As regiões onde os dados magnetométricos apontam rochas ricas em ferro apresentam baixos teores de potássio. A utilização dos
dados gamaespectrométricos e magnetométricos, em apoio ao mapeamento geológico da região de Serro, mostrou-se de grande valia tanto na delimitação
das diferentes unidades geológicas quanto na caracterização de alvos potencialmente mineralizados em ferro.

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GEOTECNOLOGIAS APLICADAS A EXAMES de LOCAIS DE CRIMES AMBIENTAIS POR PERITOS CRIMINAIS DO


DEPARTAMENTO DE POlÍCIA FEDERAL NO ESTADO DE SÃO PAULO

Lucas Barros de Andrade1, Antonio C. Bezerra1, Daniel F. Domingues1, David D. Pavanelli1, Ivar M. Kohmann1, Mariana M. P. Albuquerque1, Paulo G.
Hoch1
1
Núcleo de Criminalística, SETEC/SR/DPF/SP – São Paulo (lucas.lba@dpf.gov.br)

Atualmente, investigações policiais e ações penais têm valorizado cada vez mais as provas materiais de cunho técnico e científico, produzidas por peritos
criminais. Estes profissionais, que têm por atribuição a realização de exames dos vestígios das infrações penais, lançam mão de diferentes tecnologias, aplicando
os conhecimentos científicos na investigação e elucidação de crimes. Os crimes contra o meio ambiente em geral envolvem análises multidisciplinares, nas
quais a aplicação de geotecnologias representa uma ferramenta útil na espacialização e análise dos vestígios. No âmbito dos exames periciais realizados por
Peritos Criminais Federais (PCF) no Estado de São Paulo, destacam-se a utilização de GPS, Processamento Digital de Imagens de Satélite e SIG em perícias
referentes a crimes ambientais relacionados a mineração, desmatamento e ocupações irregulares em áreas de preservação permanente (APP) ou unidades
de conservação (UC).
Na mineração, dois tipos de ilícitos penais são os mais comuns: crime de usurpação do patrimônio da União (Art. 2º da Lei nº 8.176/91) e crime contra o
meio ambiente (Art. 55º da Lei nº 9.605/98), sendo possível ainda a ocorrência de crimes contra a fauna, a flora e de poluição. Nesses casos, o sistema GPS é
utilizado em campo para posicionar e aferir as dimensões das áreas de extração e demais áreas degradadas. O uso de séries temporais de imagens de satélite
ou de datas anteriores a dos exames em campo possibilita temporalizar o fato delituoso. Por fim, a análise espacial em SIG dos dados de campo, imagens de
satélite e poligonais de processos do DNPM, obtidas por meio do sistema SIGMINE, permite aferir as dimensões da área degradada, estimar o volume de
minério extraído, verificar a ocorrência de danos em APP e determinar se a atividade se desenvolve ou não com autorização do DNPM.
Os crimes ligados ao desmatamento, em sua maioria, encontram-se tipificados na Seção II da Lei nº 9.605/98. Nessas situações, o uso de geotecnologias
se-dá na constatação de danos e corte de árvores de formações florestais em APP, UC ou Mata Atlântica e incêndios intencionais em matas e florestas,
permitindo identificar e mensurar as áreas desmatadas. Os exames de campo, acompanhados de levantamentos com GPS, identificam in situ vestígios do
corte de árvores e da ocorrência de incêndios, nos quais a disposição espacial dos vestígios pode auxiliar na identificação da causa dos mesmos.
Os casos de ocupação em APP envolvem principalmente construções e áreas ajardinadas nas APP de reservatórios de usinas hidrelétricas em rios federais.
Tais APP são definidas por uma faixa de 100 m em projeção horizontal a partir da cota máxima útil dos reservatórios. Nessas perícias, são utilizadas imagens
de alta resolução para o mapeamento das construções e dos limites das parcelas, acompanhado de trabalho de campo para verificação da situação atual
das ocupações e levantamento da cota máxima útil dos reservatórios. Esses dados são então processados em SIG para determinar os limites da APP e as
dimensões das áreas ajardinadas e construídas nelas inseridas, resultando na geração de cartas imagens que ilustram os exames.
Nas três situações descritas, a estimativa de áreas degradadas, construídas ou volume de minério extraído, baseadas na aplicação de geotecnologias, auxiliam
na valoração do dano, conforme preconiza o Art. 19 da Lei nº 9.605/98. Assim, as ferramentas geotecnológicas têm sido de grande valia nas atividades de
perícia desenvolvidas por PCF no Estado de São Paulo, apresentando ainda um considerável potencial de aplicação em outras áreas, como na avaliação de
imóveis rurais e na investigação de crimes de poluição.

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CARTOGRAFIA GEOLÓGICA DIGITAL APLICADA A MAPAS GEOLÓGICOS ANALÓGICOS EXECUTADOS PELO IG-
SP AO LONGO DO EIXO SOROCABA-CAMPINAS

Antonio Luiz Teixeira1; Alethéa Ernandes Martins Sallun1; William Sallun Filho1; Marina Del Monte2; Ralph Eric Nicoliche da Silva2
1
Seção de Geologia Geral, Instituto Geológico – SP (candeias@igeologico.sp.gov.br); 2 Estagiários-alunos do Instituto de Geociências da USP

O Instituto Geológico do Estado de São Paulo realizou, entre 1989 e 1995, uma série de levantamentos geológicos ao longo do eixo Sorocaba-Campinas no
âmbito do programa “Cartas Geológicas e Geotécnicas para o Planejamento Ambiental na Região entre Sorocaba e Campinas”. Esta região do eixo, que se
estende de NE-SW, é sustentada por sedimentos de borda da Bacia do Paraná, representados pelo Subgrupo Itararé, que se sobrepõem predominantemente
aos metassedimentos do Grupo São Roque e a corpos granitóides, a ele associados.
Em ordem cronológica, a partir de 1989, os levantamentos, na escala 1:50.000, envolveram a quadrícula de Salto de Pirapora, as áreas municipais de
Sorocaba (1990), Itu (1991) e Campinas (1993) e área da porção média da bacia do Rio Piracicaba (1995), englobando os municípios de Americana,
Cosmópolis, Holambra, Hortolândia, Jaguariúna, Nova Odessa, Paulínia e Sumaré, inseridos na Região Metropolitana de Campinas.
À época, esses levantamentos foram editados e disponibilizados para consulta pública em modo analógico, o que limitou seu acesso pelos usuários. Com
o objetivo de resgatar esses documentos e disponibilizá-los para toda comunidade, foi desenvolvido no âmbito do Programa Levantamentos Geológicos
Básicos do IG o projeto: “Publicação em mídia eletrônica das cartas geológicas executadas pelo Instituto Geológico (SMA/SP) para subsidiar a ocupação e
uso do meio físico na região entre Sorocaba e Campinas”. Esse projeto consistiu em transpor para o meio digital georreferenciado (GIS) as cartas geológicas
então pré-existentes. Como plataforma básica para esta transposição elegeu-se o software ArCGis 9.3©. Os procedimentos para isso envolveram: 1) a
rasterização de bases analógicas e seu georreferenciamento, 2) a vetorização e ajuste espacial das feições geológicas com a construção de banco de dados e
3) a edição cartográfica digital final.
A cartografia geológica digital teve a padronização de símbolos e cores adaptados do United States Geological Service - USGS (Doc. No. FGDC-
STD-013-2006). Como base plani-altimétrica utilizou-se os dados disponibilizados por DAEE-SP (2006). As cartas geológicas foram ajustadas ao Sistema
de Projeção UTM-SAD 69, com referência ao meridiano 45° W (zona 23S). A partir da plataforma ArcGis, foram exportados como arquivos PDF para
serem visualizados através do Acrobat Reader©, preferencialmente para sua versão 9.0 (ou superiores).Neste, o usuário pode visualizar temas ou elementos
isoladamente ou em conjunto, imprimir, e, ainda, acompanhar com o cursor a posição espacial (LL e/ou UTM) das feições eleitas.
Complementarmente, em arquivos PDF à parte, foram também reproduzidos os relatórios técnicos correspondentes a cada carta geológica.
As cartas geológicas, bem como seus relatórios, estarão disponíveis em mídia eletrônica (CD-ROM) e poderão também ser acessados e baixados do sítio do
IG, através do endereço: http://www.igeologico.sp.gov.br/ps_downloads.asp.

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XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

DANOS CAUSADOS POR ENCHENTES NO DISTRITO DE SÃO VICENTE, CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM,


SUL DO ESPÍRITO SANTO – um estudo à luz da geotécnica.

Alessandro Oliveira1; Magnólia Barbosa1,2, Maurício Sartori1, Antonio Pinheiro1,4, Ana Paula Meyer1, Gilberto Rangel1,3, Pedro da Silva1,3,
Carlos Campos1, Cassiano Louzada1.
1
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo – IFES/Campus Cachoeiro de Itapemirim (alessandroso@ifes.edu.br).
2
– Departamento de Petrologia e Metalogenia/IGCE/Unesp; 3 – UFRJ; 4 – UFOP.

Em janeiro de 2009, o município de Cachoeiro de Itapemirim foi alvo de uma grande quantidade de chuvas que provocaram diversos transtornos à cidade e
ao seu entorno. No distrito de São Vicente, os efeitos de uma chuva intensa, ocorrida no dia 22 do mês citado, foram de proporções catastróficas, desalojando
diversas pessoas e destruindo plantações e residências. Diante deste fato, a Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim procurou o Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo, Campus Cachoeiro de Itapemirim, solicitando a elaboração de um estudo geotécnico da área atingida.
Para o qual, utiliza-se a metodologia que se segue, qual seja: Levantamento topográfico planialtimétrico de detalhe; Reconhecimento da área; Revisão/
levantamento bibliográfico; Levantamento geológico-geotécnico regional; Levantamento geológico-geotécnico de detalhe; Mapeamento das áreas de risco
geotécnico; Elaboração de mapa de uso e ocupação do solo do distrito de São Vicente. Após a execução do levantamento topográfico de detalhe. Para a
conclusão dos trabalhos de levantamento geotécnico, poder-se-á identificar, no mapa gerado, as principais feições geológico-geotécnicas. Encontra-se
em execução o levantamento de detalhe. A região de São Vicente localiza-se na bacia do rio Castelo no sul do estado do Espírito Santo. Na área, afloram
ortognaisses com fácies granítica à tonalítica, de granulação média a grossa e localmente porfiroblástica. Observa-se que os granito-gnaisses pertencem
ao Complexo Paraíba do Sul e estão inseridos no Cinturão Móvel Costeiro da Faixa Ribeira (ALMEIDA et al, 1977) estando parcialmente recobertos
por depósitos sedimentares quaternários. Os sedimentos foram remobilizados e intercalados com fragmentos do complexo granito-gnaissico, o material
depositado pela enchente é constituído por sedimentos fino a grossos. O relevo e a geomorfologia são fortemente modelados por lineamentos estruturais,
caracterizados por vales apertados e encaixados entre elevações alongadas, desníveis da ordem de 900m são verificados entre o topo e a base de vales
estreitos com poucos quilômetros de largura. A declividade da encosta é alta e, na base dos paredões, ocorrem grandes depósitos de tálus recobertos por
material coluvial intemperizado, que os recobrem. A intensa ocupação secular das encostas por atividades agropastoris constitui mais um sério agravante
para a estabilidade do material inconsolidado depositado em meia encosta. Ocorreram, na região, movimentos de massa rúpteis (queda de blocos-Rockfall
e deslizamento-sliding / escorregamento-slumping) e dúcteis (fluxo granular-grain flow ou sand flow e de detritos debris flow ou mud flow), associados a
erosões fluviais que afetaram boa parte da vila de São Vicente, assim como os cultivos e áreas de criação de animais por parte dos habitantes da localidade.
Com os levantamentos, estudos e pesquisas em andamento, pretende-se criar mapas temáticos locais, o Mapa de Áreas de Risco Geotécnico e o Mapa de
Uso e Ocupação do Solo, bem como textos explicativos acerca dos mesmos. Os estudos multidisciplinares, em andamento, propiciarão melhor compreensão
da catástrofe ocorrida no distrito de São Vicente, bem como auxiliarão as autoridades competentes no que se refere à tomada de decisão embasada em
estudos técnicos de detalhe. A comunidade local poderá nortear melhor a localização de seus futuros cultivos, criações e locais de moradia utilizando a carta
geotécnica em confecção.
Agradecimentos: Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim, IFES, CNPQ, CAPES.

165

INVENTÁRIO EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS PARA PLANO MUNICIPAl DE REDUÇÃO


DE RISCO GEOLÓGICO

Frederico Damasceno Bortoloti1; Leonardo Andrade de Souza2; Rodolfo Moreira de Castro Junior3
1
Departamento de Engenharia de Produção, UFES (freddb@ltc.ufes.br); 2 FCAA; 3 Departamento de Engenharia de Produção, UFES.

O trabalho relata o desenvolvimento de um inventário digital baseado em sistemas de informações geográficas para apresentação das informações geradas
em um plano municipal de redução de risco geológico (PMRR).
Para a implementação do inventário, utilizou-se o ambiente Delphi, e as bibliotecas de software do SPID® em sua versão denominada SPID-Slide. O SPID
Slide é um sistema de informações geográficas (SIG) de licença livre, de pequena escalabilidade, desenvolvido especificamente para aplicações leves, que
envolvam pequenas quantidades de dados, entendidas, nesse contexto, como uma limitação, em que aplicações com base no SPID®, admitam no máximo
20 camadas de dados espaciais, cada uma delas contendo até 1500 feições. Desta forma, dados gerados em um PMRR se adéquam a esses requisitos. As
informações espaciais dos setores de risco geológico do PMRR podem ser inseridas em um SIG convencional (e.g. ArcGIS), desde que sejam trabalhadas
no formato Shapefile do ESRI, e convertidas para o formato do programa (CAM). O sistema de inventário, denominado de Inventário Digital do PMRR, é
uma personalização do SPID Slide, que pode ser configurado para atender a um determinado tipo de trabalho de mapeamento, neste caso o Plano Municipal
de Risco Geológico de Vitória-ES. Ele permite a consulta aos dados, através de um mapa interativo e janelas especialmente projetadas para exibição,
formatadas a partir dos campos descritivos do mapeamento. Outros dados podem ser associados, tais como ortofotos utilizadas em overlays de setores de
risco, e registros fotográficos de situações de risco geológico obtidos em campo. Há também telas reservadas para a metodologia utilizada no PMRR, bem
como as proposições de intervenções estruturais e não estruturais.
As camadas de dados espaciais que constam no inventário são: limites do município de Vitória-ES, limites dos morros mapeados, setores de risco geológico,
edificações indicadas para remoção e logradouros. Destacam-se, como campos descritivos e especiais relevantes tanto para as unidades de análise denominadas
de morros, como para os setores de risco geológico: código de identificação do morro, nome do morro, tipologia de ocupação, geologia, geomorfologia,
setores de risco, fotos e ortofotos, identificação dos setores de risco, referência para localização dos setores, diagnóstico geológico-geotécnico, descrição
dos processos de instabilização, indicação do grau / probabilidade do risco geológico, número de moradias por setor de risco, alternativas de intervenções
propostas; fotografias complementares dos setores de risco.
O Inventário Digital foi elaborado como ferramenta para disponibilizar o PMRR de Vitória-ES, parte integrante do convênio firmado entre a Prefeitura do
Município de Vitória e a Caixa Econômica Federal / Ministério das Cidades. Foram definidos 25 morros a serem mapeados, onde foram delimitados 136
setores de risco geológico, sendo 17 setores classificados com grau de probabilidade “muito alto”, 78 com “alto” e 41 com “médio”. Além das intervenções
estruturais e não-estruturais propostas para redução/eliminação do risco geológico-geotécnico foram indicadas 120 remoções nas áreas mapeadas.

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Análise e Caracterização do Embasamento da Bacia de Taubaté

Ancilla Maria Almeida de Carvalho1; Alexandre Campane Vidal2


1
UNICAMP – Campinas (ancilla.carvalho@ige.unicamp.br); 2 Departamento de Geologia e Recursos Naturais, DGRN/UNICAMP – Campinas.

A Bacia de Taubaté, localizada na porção sudeste do estado de São Paulo é caracterizada pela heterogeneidade geológica, herança da tectônica do tipo rifte,
que compartimentou a bacia e condicionou a sedimentação de depósitos de leques aluviais associados à planície aluvial e sedimentos lacustres. Posicionada
no segmento central do Rifte Continental do Sudeste do Brasil, a bacia assenta-se sobre rochas ígneas e metamórficas do Cinturão de Dobramentos Ribeira,
e seu arcabouço é formado por semi-grábens, separados por zonas de transferências ou de acomodação, com depocentros invertidos e leques aluviais
associados às falhas de borda.
Visando fornecer novos dados para auxiliar na compreensão geológica da Bacia de Taubaté, o presente trabalho teve como objetivo principal a delimitação do
contorno estrutural do embasamento por meio de interpretações de seções sísmicas, a utilização de 55 perfis geofísicos e aplicação de métodos geoestatísticos.
Foram realizadas interpretações de dez seções sísmicas fornecidas pela Agênica Nacional do Petróleo – ANP - dispostas na porção central e nordeste da
bacia. As interpretações forneceram dados sobre as cotas do embasamento que foram integrados aos dados de perfis geofísicos. A integração das informações
sísmicas e de poços permitiu a distribuição de dados sobre o embasamento em quase a totalidade da bacia e, por meio de métodos geoestatísticos, foi
possível a geração de mapas do contorno estrutural do embasamento.
Os mapas obtidos revelam a existência de quatro depocentros principais na bacia separados por três altos estruturais, se assemelhando ao trabalho proposto
por Marques (1990). Segundo o autor, nas porções da bacia com dados disponíveis obtidos pela sísmica há ocorrência de quatro sub-bacias, denominadas de
sudoeste para nordeste de Eugênio de Melo, Quiririm, Roseira e Lorena; e três altos estruturais, denominados de sudoeste para nordeste de Alto de Caçapava,
Alto Capela N. S. do Socorro e Alto Capela Santa Luzia.
Os mapas propostos no presenta trabalho sugerem cotas altimétricas para o embasamento em torno de 200 e 150m para a sub-bacia Eugênio de Melo, -150m
para a sub-bacia Quiririm, -350m para a sub-bacia Roseira e 50/100m para a sub-bacia Lorena. A principal contribuição deste trabalho está relacionada a
região de São José dos Campos que apresenta a mior densidade de informações de poços.

166

USO DE IMAGENS DE RADAR PARA PRODUÇÃO DE MAPAS MORFO-ESTRUTURAIS

Bruno Picinin Fernández1; Noris Costa Diniz2


1
Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia, CENSIPAM/Presidência da República – Brasília-DF (bruno.fernandez@sipam.gov.
br); 2 Instituto de Geociências/UNB – Brasília-DF

O Sistema de Proteção da Amazônia – SIPAM vem desde 2004 executando o imageamento da superfície da Amazônia Legal com sensor de radar de
abertura sintética aerotransportado. Esses levantamentos foram realizados para atender objetivos distintos no decorrer das atividades de órgãos federais e
estaduais vinculados ao Sistema. Atualmente grande parte da Amazônia Legal já foi coberta por este sensor constituindo acervo disponível gratuitamente às
instituições públicas e mediante a compra direta às instituições privadas pela CPRM.
Destaca-se, contudo, que a demanda principal dessas imagens obtidas pelo sensor radar do SIPAM tem sido para a extração de polígonos de desmatamento.
Entretanto, acredita-se que essas imagens guardam um imenso potencial de utilização, como por exemplo a extração de estruturas geológicas regionais,
formas de relevo, hidrografia e áreas de inundação. Diante do exposto, pretende-se por meio deste trabalho, apresentar a viabilidade da aplicação dessas
imagens para extração de feições morfo-estruturais em distintas áreas da Amazônia legal e produção, a partir dessas feições, de material cartográfico
geológico-geotécnico com escalas entre 1:200.000 e 1:50.000, escalas de inventário e viabilidade, respectivamente.
Como forma de confirmar a viabilidade e potencial uso dessas imagens com o objetivo pretendido, definiu-se que necessariamente deveriam ser atendidos
os seguintes critérios técnicos: a resolução espacial das imagens deveria ser compatível com a escala de mapeamento proposto, as propriedades das
imagens deveriam proporcionar a identificação das feições geológico–geotécnicas de interesse e os elementos levantados deveriam atender as exigências da
metodologia de mapeamento geológico-geotécnico denominada de PUCE proposta por Grant (1970) e Aitchson e Grant (1976).
Quanto à escala, constatou-se que a resolução espacial das imagens produzidas pelo sensor radar do SIPAM varia entre seis e dezoito metros, o que permite
confeccionar cartas com escalas entre 1:90.000 e 1:30.000.
Em relação às propriedades das imagens, estas são produzidas pelas bandas X e L, que têm alta capacidade de penetração na atmosfera, moderada penetração
nas camadas de vegetação e tamanho adequado para identificação de feições lineares como descontinuidades e estruturas de relevo. A geometria dos alvos de
interesse apresenta formas de fácil visualização potencializadas por existirem imagens com ao menos duas polarizações, ocorrendo em muitas dessas cenas
até quatro polarizações (HH, HV, VH e VV). Quanto ao retro-espalhamento das ondas, constatou-se que esta beneficia a identificação de áreas úmidas e/ou
alagadas, além de distinguir bem os cursos permanentes dessas áreas alagadas.
Verifica-se também que os elementos extraídos das imagens de radar do SIPAM atendem aos critérios necessários para desenvolver o modelo proposto pela
metodologia PUCE; os elementos extraíveis devem ser utilizados para classificação de compartimentos geomorfológicos e estruturais, a análise é realizada
a partir de conhecimentos provenientes da fotogeologia e geofísica e o relacionamento entre as diversas camadas de informações geográficas são executados
em meio digital pela utilização de softwares especialistas.
Pelo exposto, conclui-se que as imagens produzidas pelo SIPAM apresentam muitas características que indicam sua viabilidade para produzir mapas
geológico-geotécnicos em escalas adequadas para projetos de obras de engenharia como rodovias, ferrovias, dutovias e usinas hidrelétricas nas fases de
inventário e de viabilidade.

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APLICAÇÃO DA PERFILAGEM SÍSMICA CONTÍNUA DE ALTA RESOLUÇÃO CORRELACIONADA COM DADOS


GEOTÉCNICOS NA INVESTIGAÇÃO ESTRATIGRÁFICA E NOS PROCESSOS SEDIMENTARES NO
SACO DA COROA GRANDE - RJ

Flávia Carmem Amorim Mendes Franco de Sousa, Prof. Dr. Alberto Garcia de Figuereido Jr
Geologia e Geofísica Marinha, LAGEMAR/UFF- RJ (sousafc@hotmail.com)

A região litorânea, por ser considerado um sistema dinâmico, responde às variações ambientais, as quais são registradas por características marcantes. A
ação antrópica tem contribuído nas transformações ambientais, com conseqüências na dinâmica sedimentar acelerando processos de erosão e sedimentação
na área de estudo. O conhecimento da superfície e subsuperfície de fundo é relevante, pois fornece subsídio ao desenvolvimento de atividades humanas
tais como navegação, mapeamento ambiental, lançamento de dutos e cabos submarinos entre outros. A utilização de métodos geofísicos na investigação
geológica em águas rasas tem aumentado nos últimos anos. O emprego dos mesmos tem sido requerido para dar maior segurança na caracterização da área,
associado sempre aos métodos diretos de investigação. Os métodos geofísicos possibilitam fácil acesso aos locais de interesse, permitem a observação
contínua da superfície e subsuperfície de fundo, ao longo de um perfil e tornam viável a rápida observação de grandes áreas. Embora o estudo esteja em
andamento, foi possível identificar vários paleocanais preenchidos por sedimentos. A área de maior espessura se encontra nas proximidades das Praias dos
Barbados e do Limão, provavelmente em função da circulação da corrente marítima que atua na área, a qual entra pelo canal de Itacuruça, direção SO/ NE,
circula no Saco da Coroa Grande, com maior deposição nas áreas de menor energia de transporte, em profundidades que variam de 1 a 2.5 metros. Em alguns
trechos da área estuda, a espessura sedimentar limitada pelo embasamento acústico definido pelo Refletor varia aproximadamente de 0.8 a 9 metros. Outra
teoria possível é a formação de um pequeno delta em função da deposição dos sedimentos transportados em antigos canais, hoje soterrados, provenientes
de drenagens continentais.

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ÍNDICE AUTORES

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ÍNDICE AUTORES
A

Adilson Viana Soares Jr. pág. 67


Adriana de Aquino Soeiro da Silva pág. 97
Adriana Miranda Freitas pág. 55, 56
Adriano Caranassios pág. 97
Airton N. C. Dias pág. 50
Akihisa Motoki pág. 46, 49, 57, 58, 72, 73, 93, 103
Alberto Garcia de Figuereido pág. 167
Alcidio Pinheiro Ribeiro pág. 100
Alessandra H. Mochizuki pág. 50
Alessandro Oliveira pág. 165
Alethéa Ernandes Martins Sallun pág. 68, 143, 164

Alex Balmant pág. 46


Alexandre Alves de Oliveira pág. 34
Alexandre Campane Vidal pág. 65, 166
Alexandre Francisco Petolchckny pág. 92
Alexandre Nascimento de Souza pág. 16
Alexis Rosa Nummer pág. 127, 135, 136, 142
Aline Sabino da Silva pág. 118, 127
Allan Sandes de Oliveira pág. 140
Alvaro Penteado Crósta pág. 126
Amintas Torres Silva Neto pág. 139, 140
Ana Candida de Almeida Prado pág. 131, 132
Ana Cristina Almeida pág. 119
Ana Márcia Batista Soares pág. 18, 31, 138
Ana Paula Ferreira pág. 98, 99
Ana Paula Meyer pág. 165
Ana Paula Ribeiro Alves pág. 66
Ana Valéria Freire Allemão Bertolino pág. 146
Ancilla Maria Almeida de Carvalho pág. 166
Anderson Costa dos Santos pág. 38

Anderson de Araújo Soares pág. 117


André Pires Negrão pág. 61, 137
Andréa Cristina Lima Santos pág. 158
Andrea Ferreira Borges pág. 120, 121, 141
Andrezza de Almeida Azzi pág. 56
Angélica Fortes Drummond Chicarino Varajão pág. 87
Anna Eliza Svartman Dias pág. 110
Antenor Zanardo pág. 26, 48, 56, 63, 64, 80, 81, 83, 87, 89, 96
Antonino J. Borges pág. 19
Antonio C. Bezerra pág. 164
Antonio Carlos Artur pág. 81, 88, 92, 94, 95
Antonio Carlos Moretti Guedes pág. 101, 104, 148

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Antonio Carlos Pedrosa Soares pág. 32, 40


Antônio José Lopes de Andrade Ramos pág. 60
Antonio José Ranalli Nardy pág. 47, 76
Antonio Liccardo pág. 138
Antonio Luiz Teixeira pág. 164
Antonio Misson Godoy pág. 20, 21, 41
Antonio Pinheiro pág. 165
Antonio Roberto Saad pág. 53, 54, 71
Antonio Soares da Silva pág. 130
Antônio Wilson Romano pág. 17
Ariadne Marra de Souza pág. 119
Arlei Benedito Macedo pág. 163
Arnaldo Mauro Neno Ferrão pág. 132
Arthur Bazoni da Fonseca pág. 131, 132
Artur Corval pág. 74
Augusto Fonseca Fernandes pág. 85, 86

Bárbara da Silva Maciel pág. 72


Beatriz Caroline Barra pág. 50
Beatriz Paschoal Duarte pág. 37, 38, 55, 68, 74, 75
Benjamim Augusto Sotero pág. 150
Bianca Carvalho Vieira pág. 124
Breno Leitão Waichel pág. 61
Bruno Almeida Cruz pág. 130, 131, 134
Bruno de Alcântara Cordeiro Cunha pág. 118
Bruno de Barros Collaço pág. 115
Bruno H. Campos pág. 19
Bruno Picinin Fernández pág. 166
Bruno Rodrigues de Oliveira pág. 64
Bruno Tambellini Scalvi pág. 43

Caio de Souza Barros pág. 111


Caio Fabricio Cezar Geroto pág. 51,
Caio Vinícius Gabrig Turbay Rangel pág. 42
Camila Cardoso Nogueira pág. 25
Carla Cristine Aguiar Neto pág. 19, 21
Carlos Alberto Bistrichi pág. 71
Carlos Alberto Rosière pág. 16
Carlos AlbertoTello pág. 50
Carlos Alejandro Salazar pág. 28, 32
Carlos Campos pág. 165
Carlos Eduardo Artur pág. 58

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Carlos Eduardo A. Gonçalves pág. 30


Carlos José Archanjo pág. 28, 32
Carlos Maurício Fontes Vieira pág. 99
Carlos Maurício Noce pág. 32
Carlos Pinto Fracalossi pág. 110
Carlos Tadeu Carvalho do Nascimento pág. 158
Carolina de Lucena Sagrillo pág. 135, 136, 142
Carolina Del Roveri pág. 48, 80, 81, 83, 83, 89, 96
Carolina Doranti pág. 54, 59
Caroline Peixoto pág. 28
Cassiano Louzada pág. 165
Cássio Santos de Carvalho pág. 88, 94, 95
Célia Diana Ragatky pág. 19, 21, 37
Célia Maria Lima Januzzi pág. 115
Celso Dal Ré Carneiro pág. 130, 144
Cenira Maria Lupinacci Cunha pág. 82, 121, 124
Chang Hung Kiang pág. 158
Christiano Ng pág. 53
Cibele Gasparelo Voltani pág. 65
Cibele Hummel do Amaral pág. 163
Cícera Neysi de Almeida pág. 82, 118
Ciro Alexandre Ávila pág. 16
Claiton Marlon Scherer pág. 61
Cláudia Regina Passarelli pág. 36
Claudia Sayão Valladares pág. 38
Claudia Valladares pág. 25, 27, 37
Claudio Amaral pág. 147
Claudio de Morisson Valeriano pág. 19, 21, 37
Cláudio Eduardo Lana pág. 148, 155
Cláudio José Ferreira pág. 104, 123, 125
Claudio Limeira Mello pág. 61, 137, 151

Cleber José Soares pág. 50


Cleverson Guizan Silva pág. 111
Creuza de Araújo pág. 118
Cristiane Incau Pinto Pimentel pág. 124
Cristiany Pereira pág. 55, 56

Dacio Vivas pág. 115


Daniel de Resende Henriques pág. 159
Daniel F. Domingues pág. 164
Daniel Fernandes Mamede pág. 141
Daniel Henrique de Souza pág. 59
Daniel Nery dos Santos pág. 139, 159
Daniel Rodrigues de França pág. 135

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Daniela G. Marchiori-Faria pág. 133, 156


Danieli Bento-dos-Santos pág. 71
Danilo Marques Saunite pág. 86
Davi Miranda Silva pág. 64
David D. Pavanelli pág. 164
David Silva Rocha pág. 118, 127
Débora E. dos Santos pág. 19
Debora Toci pág. 151, 152
Décio Beato pág. 138
Denis S. M. Abessa pág. 117
Denise de La Corte Bacci pág. 91
Deonel Mandu Izaque pág. 82
Deovair Monteiro César pág. 154
Diana Rodrigues pág. 38
Diego de Souza Sardinha pág. 126, 127
Diego Evan Gracioso pág. 51
Dimas Dias-Brito pág. 53
Dione Nunes do Nascimento pág. 49, 119
Dora Atman Costa pág. 55, 56

Edgar Batista de Medeiros Júnior pág. 31, 44, 138


Edson Cabral pág.
Edson Farias Mello pág. 82, 118
Eduardo da Silva Fonseca pág. 149
Eduardo Guimarães pág. 16
Eduardo Reis Viana Rocha Júnior pág. 47, 76
Eduardo Salamuni pág. 67
Eliane Alves da Costa pág. 128
Eliane Aparecida Del Lama pág. 128, 129
Elias Hideo Teramoto pág. 158
Ellen Santos e Souza pág. 154
Eloisa da Silva Pereira pág. 118
Eloíza Squisato pág. 76
Elza de Fátima Bedani pág. 53
Emerson Alves da Silva pág. 146
Emilia García Romero pág. 83, 96
Emilio Velloso Barroso pág. 91, 116, 117, 120, 121, 122, 130
Enrico Brunno Zipoli de Sousa e Ferreira pág. 109
Evandro Daniel pág. 124
Evandro Fernandes de Lima pág. 61
Evaristo de Castro Junior pág. 114
Excelso Ruberti pág. 59

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Fabiane Feder pág. 118


Fabiano Tomazini da Conceição pág. 82, 126, 127
Fábio Braz Machado pág. 47, 67, 76
Fábio Peres da Silva pág. 55, 68
Fábio Ramos Dias de Andrade pág. 86, 103
Fábio Rodrigo de Oliveira pág. 163
Fábio V. P. Paciullo pág. 18
Fabrício Bau Dalmas pág. 163
Fabrizio Caltabeloti pág. 32
Fabrizio de Luiz Rosito Listo pág. 124, 125
Fabrízio Prior Caltabelotti pág. 26
Fátima Brito pág. 116
Federica Zaccarini pág. 102
Felipe Bolívar Domingos pág. 150
Felipe Corrales Pereira pág. 38
Felipe Luiz Papaiz Gonçalves pág. 108
Felipe Soter de Mariz e Miranda pág. 114
Fernanda Cecília Dias Barros pág. 39
Fernanda Marques Guimarães Rodrigues pág. 144
Fernando F. de Alkmim pág. 32, 40
Fernando Machado de Mello pág. 162
Fernando Masato Nakai pág. 139, 140
Fernando Vasques pág. 16
Filipe L. Chaves pág. 85, 86
Filipe Montanheiro pág. 81, 103
Filipe Rocha pág. 16
Filipe Vidal Oliveira pág. 16
Flávia Carmem Amorim Mendes Franco de Sousa pág. 167
Flávia de Alencar Andrade pág. 163
Flávio A. C. Munhoz pág. 104
Flávio Costa de Cerqueira pág. 148
Flavio Monteiro pág. 38
Francisco de Assis Negri pág. 76, 81, 104
Francisco Dourado pág. 98, 99
Francisco Heelton Alves Souza pág. 64
Francisco Tognoli pág. 53
Frederico Custódio Vieira dos Santos pág. 150
Frederico Damasceno Bortoloti pág. 133, 155, 165
Frederico Tadeu Duarte pág. 90
Friedrich Ewald Renger pág. 141

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Gabriel Cezar Portilla Santana pág. 31


Gabriel Dutra pág. 61
Gabriel Mineo Ito pág. 90
Gabriela Miranda Teixeira pág. 149
Gaston Eduardo Enrich Rojas pág. 59
Geraldo N. C. Sgarbi pág. 86
Gergely Andrés Julio Szabó pág. 86
Gerson Cardoso da Silva Júnior pág. 129, 151
Gerson José Salamoni Terra pág. 112
Gertrudes Silva Nogueira pág.
Giannis Hans Petrakis pág. 72
Gilberto da Silva Vaz pág. 19, 21
Gilberto Rangel pág. 165
Gilson Ezequiel Ferreira pág. 87
Giorgio Basilici pág. 46, 69, 70
Giorgio Garuti pág. 102
Giovana Leonello Victal pág. 156
Gisele de Cássia Santoni pág. 67
Gisele Pietrobelli pág. 153
Gisele Zoratto pág. 157
Giselle Silva da Mota pág. 27
Gleyci Kelle Cordeiro Gonçalves pág. 154
Guilherme Labaki Suckau pág. 90
Guilherme Veloso Ramos pág. 38
Guillermo Rafael Beltrano Navarro pág. 126, 127
Gustavo Diniz Oliveira pág. 39
Gustavo Garcia pág. 108
Gustavo Henrique Ferreira pág. 80, 81
Gustavo Vaz de Melo pág. 140
Gutemberg de Castro Feitosa pág. 145

Hanna Jordt Evangelista pág. 44


Heinrich Theodor Frank pág. 47
Heitor Fernandes Mothé Filho pág. 49, 149, 159, 160
Hélder do Valle pág. 66
Helena Polivanov pág. 130, 131, 134, 141
Hélio Antonio Scalvi pág. 102
Helio Jorge Severiano Ribeiro pág. 111
Helio Roncarati pág. 119
Hélio Salim de Amorim pág. 93
Helio Shimada pág. 101, 104
Henrieth Viviane Borgo de Oliveira pág. 130

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Henrique Alvim Guimarães pág. 24


Henrique Corrêa Lima pág. 54
Henrique Giacomeli pág. 56
Hernani Chaves pág. 98, 99
Hernani Henrique Ramirez Nunes pág. 94, 142, 151, 152
Hugo Mathias Obermüller Carvalho da Silva pág. 39
Hugo Raphael Gomes Silva pág. 38

Iata Anderson de Souza pág. 58, 67, 73


Irackli Inachvili pág. 119
Isabel Pereira Ludka pág. 93
Isabela Tomazela Franzini pág. 90
Ismar de Souza Carvalho pág. 51, 116, 154
Ítalo Moreira da Costa Marques pág. 84
Itamar Ivo Leipnitz pág. 60
Ivan Claudio Guedes pág. 67
Ivar M. Kohmann pág. 164
Ivo Dussin pág. 32
Izabela A. Camisassa pág. 19
Izaias dos Santos Bregonci pág. 131

Jair Santoro pág. 133


Jairo Roberto Jiménez-Rueda pág. 64
Jefferson Cassu Manzano pág. 20, 21
Jefferson Lima Fernandes Andre pág. 38
Jéssica Aguillar pág. 75

Jesué Antonio da Silva pág. 20, 21


Joachim Karfunkel pág. 85, 86
Joana de Oliveira Ramalho pág. 41, 42
Joana Paula Sánchez pág. 126
Joana Tiago Reis Magalhães pág. 163
Joanna Chaves Souto Araújo pág. 17, 90
Joanna Correia de Souza Pereira Gomes pág. 16
João Alves Sampaio pág. 97
João Carlos Dourado pág. 60
João Graciano Mendonça Filho pág. 116
Joaquim Ribeiro Wanderley Filho pág. 108
Joaquin Proenza pág. 102
Joedy Patricia Queiroz pág. 97, 146
Joel Barbujiani Sigolo pág. 117
Joel Carneiro de Castro pág. 43, 50, 53, 109
John Canning Cripps pág. 123

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Jorge C. Moura pág. 24


Jorge Kasuo Yamamoto pág. 104
Jorge Xavier da Silva pág. 132, 135
José Alexandre de Jesus Perinotto pág. 48, 54
José Antonio Baptista Neto pág. 128, 140
José Augusto Costa Gonçalves pág. 139, 140, 154
José Cândido Stevaux pág. 67, 139, 159
José Carlos Paranhos Souza de Castro pág. 119, 135, 136, 142
José Eduardo Dias pág. 132
José Eduardo Zaine pág. 102, 157
José Faraco Gallas pág. 60
José Francisco Marciano Motta pág. 83, 87
José Leão Luna pág. 146
José Mário Coelho pág. 84, 87, 109
José Miguel Peters Garcia pág. 49
José Otávio da Silva pág. 87, 98, 99
José Renato Nogueira pág. 37, 41, 42
José Reynaldo Bastos da Silva pág. 144
José Ribeiro Aires pág. 46, 49, 57, 73
Julia Guerrero pág. 16
Júlia Maria de Paula Alves pág. 139, 140

Juliana Gonçalves pág. 46


Juliana Magalhães Menezes pág. 129
Julião Soares de Souza Lima pág. 131
Juliene de Paula pág. 137
Julio C. Mendes pág. 24, 25
Julio César Horta de Almeida pág. 37, 40, 68
Júlio Cezar Mendes pág. 16
Juni Silveira Cordeiro pág. 163
Jurgen Schnellrath pág. 103

Kátia Canil pág. 125


Kátia Leite Mansur pág. 115, 116, 137, 152
Kei Sato pág. 35, 36
Kenitiro Suguio pág. 68
Kenji Freire Motoki pág. 72
Klaus Krambrock pág. 85, 86

Lana Iracy Duarte da Cunha pág. 145


Lara Matos pág. 75
Larissa Marques Barbosa de Araújo pág. 20, 41
Larissa Neves Lago pág. 37

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Laury M. Araújo pág. 108


Leandro Bravo Costa pág. 16
Leandro Victor dos Santos pág. 130
Leila Nunes Menegasse Velásquez pág. 55, 56
Leila Soares Marques pág. 47, 76, 115
Leonardo Andrade de Souza pág. 133, 155, 165
Leonardo Eustáquio da Silva Gonçalves pág. 40
Leonardo Fadel Cury pág. 35, 36
Leonardo Fonseca Borghi de Almeida pág. 116
Leonardo Góis da Fonseca pág. 38
Leonardo Rodrigues Aquino pág. 84, 85
Letícia Giuliana Paschoal pág. 82
Lídia Keiko Tominaga pág. 133
Ligia Maria Leite Ribeiro pág. 36
Lília Mascarenhas Sant’Agostino pág. 103
Lineo Aparecido Gaspar Junior pág. 87, 156
Lorraine Cristine Silva Benedicto pág. 91
Lucas Augusto de Castro Bastos pág. 139, 140
Lucas Barros de Andrade pág. 164
Lucas Dias Neves pág. 150
Lúcia Maria Fantinel pág. 55, 56
Luciana Nunes Simões pág. 149
Luciane Kuzmickas pág. 129
Luciano de Andrade Gobbo pág. 103
Luis Fernando Oliveira pág. 16
Luís Fernando Silveira da Silva pág. 64
Luiz A. S. Pereira pág. 50
Luiz Carlos Bertolino pág. 97, 146
Luiz Carlos Chaves Novais pág. 49
Luiz Carlos Ruiz Pessenda pág. 64
Luiz Guilherme do Eirado Silva pág. 37
Luiz Guilherme Knauer pág. 163
Luiz Sérgio Amarante Simões pág. 39, 43
Luiz Zanão Neto pág. 109
Lynaldo de Paula Silva pág. 154

Magnólia Barbosa Do Nascimento pág. 35, 165


Manuela Souza do Amaral pág. 151
Marcela Lages pág. 34
Marcela Zanon pág. 74
Marcelo Cavalcante Berbert pág. 84, 85
Márcia Andreia da Silva Nunes pág. 42
Márcia Maria Nogueira Pressinotti pág. 101, 104, 156
Márcio Alexandre Serrão Soares pág. 88, 95, 98, 99, 152

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Marcio Constancio Junior pág. 50


Márcio José Remédio pág. 26
Marcio Luiz Gonçalves D’Arrochella pág. 114, 162
Márcio Martins Pimentel pág. 42
Márcio Sabbadini Francisco pág. 148
Marcio Yee pág. 68
Marco A. Cornetti pág. 53
Marcos Antonio Leite do Nascimento pág. 138
Marcos Aurélio Farias de Oliviera pág. 31, 35, 41, 47, 76
Marcos de Oliveira pág. 117
Marcos de Souza Neves Cardoso pág. 131, 132
Marcos Eduardo Vieira Neri pág. 16
Marcos Leôncio pág. 154
Marcos Saito De Paula pág. 68
Marcos Vinicius Ferreira Fontainha pág. 33, 34
Marcos Vinicius Monteiro de Carvalho pág. 18
Marcos Vinícius Moraes dos Santos pág. 70
Marcus Cabral pág. 53, 144
Marcus Vinícius Turbay Rangel Filho pág. 42
Maria da Gloria Alves pág. 152
Maria de Fátima Rodrigues Sarkis pág. 87, 156
Maria Elizabeth da Silva pág. 114
Maria Hilde B. Góes pág. 132, 135, 136, 142
Maria José Brollo pág. 123, 125, 133
Maria Judite Garcia pág. 71
Maria Margarita Torres Moreno pág. 80, 81, 83, 87, 89, 96
Mariana Aparecida Fernandes pág. 57, 60, 67
Mariana M. P. Albuquerque pág. 164
Mariana Meireles Leite pág. 80
Mariana Meirelles pág. 34
Mariana Oliveira Gondim Coutinho pág. 24
Mariana Rubira Gomes pág. 50
Mariana Soares pág. 16
Mariana Tiisel Yamamoto pág. 27
Mariane Costalonga de Aguiar pág. 99
Marília Costa Miranda pág. 158
Marina Del Monte pág. 164
Mario Cesar Sousa Silva pág. 52
Mário da Costa Campos Neto pág. 33
Mário Jorge Gesteira Fonseca pág. 24, 25
Mario Lincoln de Carlos Etchebehere pág. 48, 67
Mario Luis Assine pág. 48
Mario Victor Alves Dutra pág. 159
Marla Bruna Melo de Menezes pág. 137
Marsis C. Júnior pág. 87
Mascarenhas Sant’Agostino pág.

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Matheus de Almeida Garcia pág. 111


Matheus Kuchenbecker pág. 20
Matheus Ribeiro do Amaral Ferreira pág. 141
Mauricio Antonio Carneiro pág. 19
Mauricio Pavan pág. 33
Maurício Sartori pág. 165
Mauro Cesar Geraldes pág. 37, 52, 62, 63, 118, 119, 122, 127
Mauro de Castro Lima Filho pág. 42
Maximilian Fries pág. 57, 60
Mayana Silva Vinti pág. 141, 145
Mayara Taveira Cordeiro pág. 26
Michel Artur Faria Vicente pág. 140
Miguel Angelo Mane pág. 118, 127
Miguel Angelo Stipp Basei pág. 27, 35, 36
Miguel Tupinambá pág. 36, 37, 39
Mila Vasques Leandro pág. 154
Milena Basilio da Silva pág. 97
Milena Ferreira de Siqueira Oliveira pág. 146
Mirian Costa Menegazzo pág. 71
Mírian Cristina Oliveira da Costa pág. 151
Mirna Aparecida Neves pág. 131, 132
Moara Melo Tupinambás pág. 17, 90
Mônica Castoldi Borlini pág. 99
Monica Heilbron pág. 28, 36, 37

Natália Cota de Freitas pág. 24


Natália Famelli pág. 74, 75
Natasha Pereira Rocha pág. 151
Nathália de Almeida Feitoza pág. 154
Nelson Angeli pág. 90, 102
Newton Souza Gomes pág. 18
Nick Dourado Belém de Oliveira pág. 29

Nina Rocha pág. 46


Nivaldo Destro pág. 49
Nizara Ratiere dos Santos pág. 84, 85
Norberto Morales pág. 67, 73
Noris Costa Diniz pág. 166

Oskar Thalhammer pág. 102


Osni José Pejon pág. 137
Ossama Mohamed Milad Harara pág. 35
Oswaldo Siga Junior pág. 35, 36

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Pablo Flaeschen Nunes pág. 135, 136, 142


Pamela Cardoso Vilela pág. 46
Paola Bruno Arab pág. 48
Patricia d’Almeida de Toledo Piza pág. 38, 97
Patrícia Danza Greco pág. 116
Patrícia de Souza Miranda pág. 29
Patrick Francisco Führ Dal’ Bó pág. 69
Paula Lucia Ferrucio da Rocha pág. 146
Paulo Cesar Boggiani pág. 147
Paulo Cesar Fernandes da Silva pág. 123, 133, 156
Paulo César Horta Rodrigues pág. 56
Paulo de Tarso Amorim Castro pág. 138, 141, 150
Paulo de Tarso Ferro de Oliveira Fortes pág. 42
Paulo de Tarso Luiz de Menezes pág. 158
Paulo G. Hoch pág. 164
Paulo Henrique Amorim Dias pág. 24, 80
Paulo Henrique da Silva Lopes pág. 100
Paulo M. M. Brito pág. 65
Paulo Marcos Vasconcelos pág. 126, 127
Paulo Sérgio Gomes Paim pág. 60
Paulo Tibana pág. 53
Pedro Augusto da Silva Rosa pág. 59
Pedro da Silva pág. 165
Pedro Douglas da Silva pág. 82, 118
Pedro Henrique Vieira de Luca pág. 69, 70
Pedro Hugo Müller Xaubet pág. 95, 142, 152
Peter Christian Hackspacher pág. 41, 54, 59
Peter Szatimari pág. 49
Philippe Blanco de Oliveira pág. 55
Pierre de Brot pág. 85, 86
Pilar Pi Martin Lopez pág. 101

Rafael Aguiar Furuie pág. 26


Rafael Amaral Cataldo pág. 65
Rafael Beruski pág. 67
Rafael Caixeta pág. 53
Rafael Carneiro pág. 85, 86
Rafael Correa de Toledo pág. 73
Rafael Freitas Rodrigues pág. 139, 140
Rafael Girão pág. 88
Rafael Silva Ribeiro pág. 120, 121, 122
Rafaela Costa pág. 38

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Ralph Eric Nicoliche da Silva pág. 164


Ramon Gabriel de Melo Carrocino pág. 122
Raphael de Castro Sarti pág. 52
Raphael Henrique Soares pág. 155
Raquel Justo Santos pág. 149
Raul Sabadini Junior pág. 16
Regiane Andrade Fumes pág. 90
Reinaldo J. Bertini pág. 51, 52, 65, 71
Renan Ramos Fernandes pág. 122
Renata Bernardo de Andrade pág. 118
Renata C. J. Alamino pág. 131, 134
Renata da Silva Schmitt pág. 37, 38
Renata Hiraga de Vasconcellos Cruz pág. 62, 63
Renata Seibel Melo pág. 36
Renato de Moraes pág. 33
Renato Mota Xavier de Meneses pág. 146
Renato R. Cabral Ramos pág. 72
Renato Rodriguez Cabral Ramos pág. 61, 116, 137
Ricardo Afonso Bonito pág. 120
Ricardo Latgé Milward de Azevedo pág. 112
Ricardo Luiz Sodré Rocha pág. 98, 152
Roberto Hemann Plastino pág. 146
Roberto Keiji Kawauchi pág. 115
Rodolfo Ernesto Baron Torrez pág. 95, 152
Rodolfo Moreda Mendes pág. 156
Rodolfo Moreira de Castro Junior pág. 133, 155, 165
Rodrigo Brauns Teixeira pág. 91
Rodrigo dos Santos Maia Corrêa pág. 30
Rodrigo Ferreira França pág. 41, 42
Rodrigo Lopes Ferreira pág. 120
Rodrigo M. Bauerfeldt pág. 19
Rodrigo Peternel Machado Nunes pág. 29, 30
Rodrigo Soares pág. 72
Rodrigo Vinagre Cintra da Costa pág. 30, 34
Rodrigo Zanão pág. 54
Rogério de Araújo Santos pág. 111
Rogério Rodrigues Ribeiro pág. 133, 148
Rogers Raphael da Rocha pág. 83, 89, 96
Rômulo Machado pág. 30
Rômulo Stohler pág. 16
Ronaldo da Costa Maurício pág. 88
Ronaldo M. Pereira pág. 86
Ronaldo Malheiros Figueira pág. 147
Roni Ziviani Leite Pereira pág. 155
Rosa Maria da Silveira Bello pág. 30, 86
Rosana Nunes dos Santos pág. 115

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Rosangela de Souza e Silva pág. 38


Rose Lane Guimarães pág. 138, 145
Rosemarie Rohn pág. 53
Rubem Porto Junior pág. 42
Rúbia Azevedo pág. 40
Rudolph Allard Johannes Trouw pág. 30, 33, 34

Samuel Marcio Toffoli pág. 100

Samuel Martins da Silva pág. 73


Saul B. Suslick pág. 108
Sebastião Gomes de Carvalho pág. 89
Sebastião Guilherme Pedroso pág. 93
Sérgio Brandolise Citroni pág. 64, 160
Sérgio de Castro Valente pág. 66, 74, 75, 112
Sergio L. Souza pág. 24
Sérgio Wilians de Oliveira Rodrigues pág. 26, 28, 32
Sérgio Y. D. H. dos Santos pág. 19
Sidney Luiz de Matos Mello pág. 70
Sidney Schaberle Goveia pág. 163
Silvia Dias Pereira pág. 118, 122
Silvia Regina de Medeiros pág. 19, 21
Simonne Teixeira pág. 152
Sofia de Abreu Lima Correia pág. 62, 63
Solange Bongiovanni pág. 63, 64
Sonia Aparecida Abissi Nogueira pág. 101, 104
Sonia Hatsue Tatumi pág. 68
Soraya Gardel Carelli pág. 49, 119
Sydney Souza pág. 149

Tamar Milca Bortolozzo Galembeck pág. 88, 94, 95


Tamiris Araújo Duarte Castro pág. 150
Tânia Maria Ramos de Godoi Diniz pág. 91
Tarcísio José Montanheiro pág. 76, 81, 103, 104
Tatiana dos Santos Rocha pág. 128
Tatiane Moura do Nascimento pág. 41, 42
Thais de Siqueira Canesin pág. 88, 95
Thaís Marina Castelhano Ralla pág. 143

Thais Vargas pág. 46


Thales Andrés Carra pág. 126, 127
Thales Azevedo pág. 16
Thayla Vieira pág. 16

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Thelma Cardozo pág. 67


Thiago Peixoto de Araujo pág. 162
Thiago Teixeira da Silva pág. 149
Thiago Teles Alvaro pág. 130, 131, 134
Thomas Lafayette Brenner pág. 89
Thomas Rich Fairchild pág. 53, 135
Tiago Amâncio Novo pág. 32
Tiago Davi Vieria Soares de Aquino pág. 91
Tiago Eloi de Souza Sério dos Santos pág. 43
Tiago Marino pág. 135
Tibor Zelenka pág. 49
Tissiana de Almeida de Souza pág. 121

Ubiratan Ferrucio Faccini pág. 60


Ulisses Penha pág. 102
Úrsula Ruchkys de Azevedo pág. 138, 141

Valdecir de Assis Janasi pág. 76, 104


Valdecir Galvão pág. 139, 159
Valéria G. S. Rodrigues pág. 117
Valério Raymundo pág. 131
Vicente Sérgio Costa pág. 26
Victor Cesar Ribeiro Pereira pág. 118
Vidya Viera de Almeida pág. 26
Vinicius do Nascimento Cristo pág. 129
Virginio Mantesso-Neto pág. 138
Vitor Manuel R. do Nascimento pág. 115, 116, 137
Vitor Ribeiro Silos pág. 130, 131, 134, 141
Vitor Souza Fraga pág. 87
Vivian Azor de Freitas pág. 76
Viviane Farroco pág. 91, 117

Wagner de Oliveira Garcia pág. 80, 81


Walter Malagutti Filho pág. 57, 60
Webster Ueipass Mohriak pág. 110
Wellington Francisco Sá dos Santos pág. 154
William Sallun Filho pág. 135, 143, 164
Willian Buzon Altoé pág. 97
Wilson Aparecido Leal Boiça pág. 136

Woldemar Iwanuch pág. 46

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

Yociteru Hasui pág. 58, 67


Yuri Marques de Castro Lage Duque pág. 157

Zenaide C.G. Silva pág. 24

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


XI Simpósio de Geologia do Sudeste 2009

14 a 17 de Outubro de 2009 - Hotel Fazenda Fonte Colina Verde - São Pedro - SP


Universidade
Universidade de São Paulo INCIPIT VITA NOVA

Brasil Federal
Fluminense

UNI AL
Centro Universitário Saleziano de São Paulo
Universidade Federal do Rio de Janeiro

DEPARTAMENTO DE
PETROLOGIA E METALOGENIA

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