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Amar A Ponto de Interceder

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Amar a Ponto de Interceder

- por René Burkhardt | 25 de Fevereiro de 2011

Toda intercessão é oração, mas nem toda oração é intercessão. Interceder é intervir a favor
de alguém, intervir a favor de um condenado. E, para que haja esta intervenção, é
necessário que o intercessor deixe de lado seus próprios interesses, a fim de argumentar,
até obter resposta, junto àquele que está investido de autoridade para livrar ou condenar.

A Palavra de Deus está repleta de exemplos de intercessão, através de Abraão, Moisés,


Josué, Salomão, Jeremias, e muitos outros. Evidentemente, o maior exemplo de intercessão
nos é dado através de Jesus. Isaías, setecentos anos antes, pode ver a intercessão do
Senhor: “Pois ele carregou o pecado de muitos, e INTERCEDEU pelos transgressores”
(53.12). O profeta viu Jesus Se colocando como mediador entre Deus e a humanidade e
também viu Seu sofrimento por isso: “um homem de tristeza e familiarizado com o
sofrimento. Como alguém de quem os homens escondem o rosto, foi desprezado, e nós não
o tínhamos em estima” (53.3).

Essas palavras nos remetem a momentos cruciais da vida de Jesus aqui na Terra. Em João
17, vemos o Senhor orando ao Pai, em favor de todos os que nEle crêem. Ele intercedeu por
todos! Não para que tivéssemos uma vida sem problemas, ou para que fôssemos ricos, mas
para que Deus nos livrasse do mal, para que fôssemos cheios do amor de Deus e para que
Ele mesmo, Cristo, pudesse estar em nós. Logo depois de interceder por nós, Jesus foi ao
Getsêmani, onde Ele foi acometido por tamanha tristeza, que Seu suor era como gotas de
sangue caindo ao chão. Esta seqüência de fatos demonstra o sofrimento a que é acometido
aquele que intercede por outra pessoa, guardadas as devidas proporções. Isto significa que
interceder está intimamente ligado a sofrer, de alguma forma, a dor da pessoa representada
diante de Deus. Não se trata de algum castigo, ou algum tipo de sadismo da parte de Deus,
mas de dividir o sofrimento do outro, como em um jugo, movido pelo único combustível
capaz de realizar uma verdadeira intercessão: o amor de Deus em nós, Cristo em nós!

Em Hebreus, aprendemos que “Todo sumo sacerdote é escolhido dentre os homens e


designado para representá-los em questões relacionadas com Deus e apresentar ofertas e
sacrifícios pelos pecados. Ele é capaz DE SE CONDOER dos ignorantes e dos que erram, pois
ele mesmo, também, está rodeado de fraquezas” (5.1-2). Também aprendemos que
“Ninguém toma esta honra para si mesmo, mas deve ser chamado por Deus” (5.4). É claro
que Deus não nomeia mais nenhum sumo sacerdote, pois Jesus é o Único e para sempre.
Mas é evidente que o Senhor nos levanta, algumas vezes, para intercedermos por alguém.

A Palavra nos dá exemplo disto: em João 4.46-53, vemos a história de um homem nobre
que intercedeu por seu filho, junto ao Senhor. Aquele homem foi de Cafarnaum a Caná,
distantes cerca de 40 km, provavelmente por ter ouvido que Jesus se dirigia para lá e por
saber que Ele era poderoso, a ponto de livrar da morte. Ele deixou tudo para trás, não se
importando consigo mesmo. E era homem reconhecido na sociedade, afinal, ele era oficial do
rei. Mesmo assim, ele se dispôs a enfrentar a viagem, a deixar seu trabalho e os cuidados
com sua casa, a fim de interceder por seu filho. E, diante de Jesus, ele intercedeu: “suplicou-
lhe que fosse curar seu filho, que estava à beira da morte” (v. 47).

Este exemplo nos traz mais um elemento necessário na intercessão: a fé! E não se trata de
fé em que Jesus tem o poder para curar. É mais do que isto: é fé em que Jesus é o próprio
Deus encarnado! Quando o homem rogou a Jesus, Este respondeu: “Se vocês não virem
sinais e maravilhas, nunca crerão” (v. 48). O que Jesus quis dizer com isto? Ele estava
dizendo ao oficial que uma libertação milagrosa não era a sua necessidade mais urgente. Na
verdade, a questão número um era a fé desse homem. Cristo poderia ter entrado na casa
daquela família, ter imposto as mãos sobre o filho moribundo e o curado. Mas, assim, tudo o
que a família saberia a respeito de Jesus era que operava milagres. E o relato nos dá conta
de que houve salvação naquela casa, indiretamente, por causa da intercessão do homem.
Sua resposta, diante do comentário do Senhor, foi: “Senhor, desce, antes que meu filho
morra” (4:49). Ele estava dizendo que levava em consideração, sim, o poder curador de
Jesus, mas, antes disto, sabia que Ele é o Senhor, é Deus! E Jesus reconheceu esta sua fé,
pois lhe disse “vai, teu filho vive!”.

Um outro elemento que nos é mostrado é que a intercessão não significa atendimento
imediato! O homem intercedeu e Jesus passou a provar a fé desse homem, para ele mesmo.
Algo semelhante aconteceu com Moisés, que intercedeu pelo povo (diversas vezes), Deus
disse que não atenderia sua intercessão, mas, mais tarde, livrou o povo. Também aconteceu
com Jeremias. E o que podemos inferir disto é que o Senhor, além de nos levar a interceder
individualmente por alguém, também tem um propósito maior a ser cumprido, mediante tal
intercessão. E, normalmente, esse propósito é de que um maior número de pessoas O
reconheça como Deus, reconheça que Jesus é Deus e que a salvação só ocorre por isto,
viabilizada pelo amor!

É importante essa compreensão mais ampla sobre a intercessão, porque é muito comum
vermos pessoas pedindo que irmãos intercedam por alguém. Entendo que o pedido correto a
ser feito é o de que se ore por esse alguém, pois a intercessão será requerida diretamente
por Deus de alguma pessoa que Ele levantar para isso. Às vezes, a pessoa que está sendo
‘defendida’ nem sabe que tem alguém intercedendo por ela. No entanto, ao final, o propósito
do Senhor se cumpre.

Portanto, se você se sentir impelido a orar por alguém, sentindo uma grande tristeza em seu
coração e uma urgência incompreensível para orar, disponha-se ao Senhor. Olhe para a
pessoa com os olhos do Senhor, para poder reconhecer o Seu amor por ela (nem sempre
somos levados a orar por alguém que nos seja agradável). Quando estiver certo desse amor,
virá a parte mais difícil: se dispor a repartir a dor da pessoa consigo mesmo, a fim de que
ela tenha forças para reconhecer a Jesus como Senhor de sua vida e se entregar a Ele, para
fazer parte da Sua unidade com Deus! Você terá que amar a ponto de interceder!

Extraído de http://kasteloforte.blogspot.com/2011/03/amar-ponto-de-interceder.html

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