Conicas - Analítica
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INSTITUTO DE MATEMÁTICA
Departamento de Matemática Pura e Aplicada
MAT 01353 Cálculo e Geometria Analı́tica IA
GEOMETRIA ANALÍTICA
CÔNICAS
Janice Nery
Liana Costi Nácul
Luisa Rodrı́guez Doering
Maria Fernanda Recena Menezes
PORTO ALEGRE
Julho/2005
Conteúdo
1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
6 Exercı́cios Resolvidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
8 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
9 Respostas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Seções Cônicas
1 Introdução
Uma seção cônica ou, simplesmente, uma cônica é uma curva obtida cortando-se qualquer
cone de duas folhas por um plano que não passa pelo vértice, chamado de plano secante.
No caso de um plano que passa pelo vértice do cone obtemos, como é fácil visuali-
zar, um ponto, uma reta ou um par de retas concorrentes. Estas são chamadas cônicas
degeneradas, que não serão estudadas neste curso.
Na página http://www.mat.ufrgs.br/~ calculo/calculo1.html do Cálculo I A, há
um link chamado Um Estudo de C^ onicas, onde pode ser encontrada esta apostila, bem
como definições, exemplos, construções e animações que ajudam o aluno a ter uma melhor
compreensão e visualização deste assunto. Sempre que um assunto aqui abordado tiver
algo relacionado naquela página, isto será explicitado. Por exemplo, para ter uma idéia
dos planos secantes cortando o cone em ângulos variados, veja Introduç~ ao .
Cálculo IA – Cônicas c Instituto de Matemática – UFRGS
d1 d2
F1 F2
d1 + d2 = constante
P
d1 d2
o o
F1 F2
|d1 − d2 | = constante
d1
d1 = d2
Note que as duas primeiras cônicas são simétricas em relação à reta que passa pelos
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focos e a parábola é simétrica em relação à reta que passa pelo foco e é perpendicular à
diretriz.
Em Animaç~ oes podem ser encontradas construções animadas das cônicas.
oes/Construç~
a) Elipse E: determinada por seus focos F1 = (−c, 0) e F2 = (c, 0), onde c ≥ 0 e pela
x2 y 2
constante 2a > 2c, tem a equação reduzida + 2 = 1, com a2 = b2 + c2 .
a2 b
Elementos: y
B2
Centro: C = (0, 0)
Vértices: A1 = (−a, 0) e A2 = (a, 0)
x
B1 = (0, −b) e B2 = (0, b)
A1 F1 F2 A2
Focos: F1 = (−c, 0) e F2 = (c, 0)
Eixo maior: A1 A2
Eixo menor: B1 B2
c B1
Excentricidade: e =
a
Observe que 0 ≤ e < 1. Note também que se e é aproximadamente 0, então c é
muito menor do que a e portanto b2 é aproximadamente igual a a2 . Isto significa
que, neste caso, a elipse E é mais redonda. (Se e = 0, é um cı́rculo!)
Analogamente, se e é aproximadamente 1, então a é aproximadamente igual a c e
portanto b2 é aproximadamente 0. Isto significa que, neste caso, a elipse E é mais
alongada.
Passamos a deduzir a equação reduzida. São equivalentes:
P = (x, y) ∈ E
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b2 x2 + a2 y 2 = a2 b2
x2 y 2
+ 2 =1
a2 b
Em dois dos passos acima, é importante ter o radicando positivo, para ter o mesmo
conjunto-solução da equação e de seu quadrado.
b) Parábola P: determinada por seu foco F = (p, 0) e por sua diretriz D : x = −p,
tem a equação reduzida y 2 = 4px.
y
D
Elementos:
x Diretriz: D : x = −p
F
Vértice: V = (0, 0)
Foco: F = (p, 0)
Elementos:
Centro: C = (0, 0) b
c
Vértices: V1 = (−a, 0) e V2 = (a, 0) o o o o
x
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(x − h)2 (y − k)2
Elipse: + =1 com a2 = b2 + c2 ;
a2 b2
(x − h)2 (y − k)2
Hipérbole: − =1 com b2 = c2 − a2 .
a2 b2
As equações respectivas com centro ou vértice genérico em (h, k) mas focos na reta
x = h são obtidas trocando x − h por y − k nas equações acima.
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e representa uma cônica, uma cônica degenerada ou o conjunto vazio. Quando (♦) re-
presenta uma cônica e o coeficiente do termo em xy é não-nulo (E 6= 0), esta tem os
focos em uma reta não-paralela aos eixos coordenados. Este caso não será estudado nesta
disciplina, mas sim na de Álgebra Linear. Se você deseja ter uma idéia do que acontece
neste caso E 6= 0, consulte Animaç~
oes/Variaç~oes/Rotaç~oes.
Quando E = 0, os focos estão sobre uma reta paralela a um dos eixos coordenados,
que é o caso aqui estudado. Para identificarmos essa cônica, completamos quadrados e
reescrevemos (♦) como uma das equações da Seção 4.
O análogo de (♦) no caso tridimensional (a equação geral do segundo grau em três
variáveis) pode ser encontrado no link Quádricas da página de Cálculo IIA.
6 Exercı́cios Resolvidos
Exercı́cio 1. Identifique a cônica de equação 4x2 + 9y 2 − 16x + 18y − 11 = 0, seus
elementos e faça um esboço de seu gráfico.
Solução: Dada a equação 4x2 + 9y 2 − 16x + 18y − 11 = 0, primeiro agrupamos os termos
em x e os termos em y :
completamos o quadrado:
4 (x − 2)2 − 4 + 9 (y + 1)2 − 1 − 11 = 0,
e reescrevemos:
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Elementos: B2
1 o
Vértices:
A1 = (−1, −1), A2 = (5, −1) A1 o o o o o A2
B1 = (2, −3),
√ B2 = (2, 1)
F1 –1 C F2
3 B1
Exercı́cio 2. Identifique a cônica de equação 25x2 − 36y 2 − 100x − 72y − 836 = 0, seus
elementos e faça um esboço de seu gráfico.
Solução: Dada a equação 25x2 − 36y 2 − 100x − 72y − 836 = 0, primeiro agrupamos os
termos em x e os termos em y :
completamos o quadrado:
e reescrevemos:
25(x − 2)2 − 100 − 36(y + 1)2 + 36 − 836 = 0 ∴ 25(x − 2)2 − 36(y + 1)2 − 900 = 0,
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y
Elementos:
Vemos, portanto (observe que só há um quadrado), que se trata de uma parábola com
p = 3. Além disto, temos:
y
D
Elementos:
Vértice: V = (−1, 2) V
o o
F
x
–4 –1 2
Diretriz: D : x = −4
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completamos o quadrado:
e reescrevemos:
9(x − 4)2 − 144 + 4(y + 3)2 − 36 − 144 = 0 ∴ 9(x − 4)2 + 4(y + 3)2 − 324 = 0;
finalizamos colocando no formato
canônico:
y
2 2
(x − 4) (y + 3) A2
+ = 1. 6 o
6 2 92
o F2
Vemos, portanto (observe o sinal +),
que se trata de√uma elipse
√ com a = 9,
b = 6 e c = 45 = 3 5 , pois c2 = –2 4 10 x
81 − 36 = 45. Além disto, temos:
C
B1 o o o B2
–3
Elementos:
completamos o quadrado:
e reescrevemos:
−16(x + 5)2 + 400 + 9(y − 3)2 − 81 − 895 = 0 ∴ −16(x + 5)2 + 9(y − 3)2 − 576 = 0,
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(y − 3)2 (x + 5)2
finalizamos colocando no formato canônico: − = 1.
82 62
Vemos, portanto (observe o sinal −), que se trata de uma hipérbole com a = 8, b = 6 e
c = 10, pois c2 = 64 + 36 = 100. Além disto, temos:
y
Elementos:
F2
Centro: C = (−5, 3) o
o
Vértices:
V1 = (−5, −5) e V2 = (−5, 11) C o 3 x
Focos: F1 = (−5, −7) –5
e F2 = (−5, 13) o
o
Assı́ntotas: F1
4 4
y = (x + 5) + 3 e y = − (x + 5) + 3
3 3
10 5
Excentricidade: e = =
8 4
Elementos:
Vértice: V = (3, 5)
Diretriz: D : y = 6
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8 Exercı́cios
Exercı́cio 1. Estabeleça a equação de cada uma das parábolas a seguir, sabendo que:
a) y 2 − x = 0;
b) x2 − 2x − 20y − 39 = 0;
c) 8x = 10 − 6y + y 2 .
a) 9x2 + 5y 2 − 45 = 0;
Exercı́cio 4. Estabeleça a equação de cada uma das elipses a seguir, sabendo que:
Exercı́cio 5. Estabeleça a equação de cada uma das hipérboles a seguir, sabendo que:
a) 3x2 − y 2 + 3 = 0;
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Exercı́cio 7. Classifique, dê todos os elementos e esboce o gráfico de cada uma das
curvas com equações dadas a seguir:
a) 16x2 + 9y 2 − 96x + 72y + 144 = 0;
b) y 2 − 16x + 2y + 49 = 0;
c) 4x2 − y 2 − 32x + 4y + 24 = 0.
Exercı́cio 10. O segmento de reta que passa pelo foco de uma parábola, é paralelo à
sua diretriz e tem as suas extremidades na própria parábola é chamado o lactus rectum
da parábola. Mostre que a medida do lactus rectum é o dobro da distância entre o foco e
a diretriz.
Exercı́cio 11. Qual é o comprimento do fio usado para construir um jardim elı́ptico
com 20 m de largura e 60 m de comprimento? qual é a área deste jardim?
Exercı́cio 15. Escreva a integral que calcula a área da região do plano cartesiano de
equação geral x2 + 4y 2 − 2x − 3 = 0.
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Exercı́cio 16. Represente graficamente o lugar geométrico dos pontos (x, y) do plano
cartesiano que satisfazem as condições:
√
2 x−1 1 36 − 4x2
a) y + 4y + 16x − 44 = 0; b) = ; c) y = .
x+1 2 3
a) a área da região do primeiro quadrante que está limitada pelo cı́rculo de equação
x2 + y 2 = a2 ;
b) a área da região do primeiro quadrante que está limitada pela elipse de equação
x2 y 2
+ 2 = 1.
a2 b
c) Mostre que a integral do item b) é igual a b/a multiplicado pela integral do item a)
e, dessa forma, obtenha a área da elipse a partir da conhecida área do cı́rculo.
Exercı́cio 19. Calcule o volume do elipsóide que é o sólido de revolução obtido girando
x2 y 2
a elipse + = 1, em torno do eixo x.
25 9
Exercı́cio 20. Determine as equações da reta tangente e da reta normal a cada elipse
a seguir no ponto indicado.
Exercı́cio 21. Um ponto se move sobre a elipse x2 + 4y 2 = 25 de tal modo que sua
abscissa cresce numa razão constante de 8 unidades por segundo. Com que rapidez varia
a ordenada no instante em que ela é igual a −2 unidades e a sua abscissa é positiva?
Exercı́cio 22. Determine as equações da reta tangente e da reta normal a cada hipérbole
a seguir, no ponto indicado.
Exercı́cio 23. Um ponto se move sobre a hipérbole 4x2 − 9y 2 = 27 de tal modo que sua
abscissa cresce numa razão constante de 8 unidades por segundo. Com que rapidez varia
a sua ordenada no ponto (3, 1)?
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x2 + 4y 2 = 4; x x
−2 1 2
b) pela reta y = 4 e a elipse
−1
2 2
9x + y = 25.
(Sugestão: Substituição trigonométrica.)
a) Esboce a região R.
c) Qual é a técnica de integração que você usaria para resolver esta integral?
9 Respostas
Exercı́cio 1.
7
c) (y + 1)2 = 5 x − 4
.
Exercı́cio 2.
1
a) V = (0, 0), F = 4
,0 , x = − 14 .
Exercı́cio 3.
√ √
a) C = (0, 0) , A1 = (0, −3) , A2 = (0, 3) , B1 = (− 5, 0) , B2 = ( 5, 0) ,
F1 = (0, −2) , F2 = (0, 2) , e = 32 .
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Exercı́cio 4.
a) 9x2 + 25y 2 = 225. b) 7x2 + 16y 2 − 28x − 128y + 172 = 0.
Exercı́cio 5.
x2 y2
a) − = 1. b) 12y 2 − 4x2 + 24x − 24y − 51 = 0.
9 36
Exercı́cio 6.
√ √ √
2 3
a) C = (0, 0), V1 = (0, − 3), V2 = (0, 3), F1 = (0, −2), F2 = (0, 2), e = 3
.
c) C = (2, −1), V1 = (2, −5), V2 = (2, 3), F1 = (2, −6), F2 = (2, 4), e = 54 .
Exercı́cio 7.
a) Elipse: C = (3, −4), V1 = (3, −8), V2 = (3, 0),
√ √ √
7
F1 = (3, −4 − 7), F2 = (3, −4 + 7), e = 4
.
c) Hipérbole: C = (4,
√ 2), V1 = (1, 2), V√
2 = (7, 2), √
F1 = (4 − 3 5, 2), F2 = (4 + 3 5, 2), e = 5.
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Exercı́cio 16.
4
12
10
8 y
6y 2
x 2
0 2.5 3 3.5 4
x
a) –2 b)
–4
–6 –2
–8
–10
–12
–4
–14
2
1.8
–16
1.6
1.4
y 1.2
c) 1
0.8
0.6
0.4
–3 –2 –1 0 1 2 3
x
Exercı́cio 17.
√
Z 2 2h p i
2
a) V = 2π 25 − (2 + 1 + y ) dy.
2
0
Z 0h i
b) V = π (1 − x2 )2 − (x + 1)2 dx.
−1
Exercı́cio 18.
Z a√
a) A = a2 − x2 dx.
0
b
Z a √
b) A = a2 − x2 dx.
a 0
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32
Exercı́cio 23. Varia a unidades por segundo.
3
√
3 10
Exercı́cio 24. Menor (mı́nima) distância é .
2
Exercı́cio 25.
√
2π 3
a) − ,
3 2
25 3
b) arcsen − 4.
3 5
Exercı́cio 26.
a) Esboce a região R,
Z 3 √
b) A = 2 5− 16 + x2 dx,
0
x
c) Substituição trigonométrica = tg θ.
4
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Referências Bibliográficas
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