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Tese de Defesa Mito Da Caverna

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No Direito, tanto acusar como defender, podem ter parmetros eqidistantes, nem mais fcil nem mais difcil,

tudo depende. No ordenamento jurdico brasileiro que o que nos interessa, todos os bens e valores pessoais encontram-se protegidos por normas ou dispositivos legais que os abriga. A violao intencional, ou no, voluntria, ou no, com dolo ou culpa, comissiva ou omissiva a chancela de todas as condutas criminosas, ou no. Em todos os atos e fatos jurdicos, deixamos nossa impresso, marca sinais de presena de nosso comportamento, e ali permanece como excludentes ou agravantes. H um vu de mistrio que encobre todos esses fenmenos. Cabe a investigao, a Cincia Forense, as tecnologias desenvolvidas de apoio que nos permitem a interpretao e a tipificao das condutas. O caso dos Exploradores de Caverna, de Lon Fuller, a ser abordado, a primeira vista pode parecer um simples caso de estado de necessidade, art. 23 24 CP . Depender da abordagem que ser sustentada e que poder mostrar outros caminhos. Sustentaremos a tese de homicdio, baseando em argumentos cientficos com sustentao legal. No comentaremos as decises do livro, porque no se fazem necessrias, uma vez que o ordenamento jurdico do local proposto no livro espacial e temporalmente impossvel de similitude. Sustentaremos que antes do estado de necessidade, ou no espao tempo para chegar-se a ele, muitos outros fenmenos, podero ocorrer. Baseando em um caso semelhante cujo comportamento fora totalmente diferente, montaremos nossas bases acusatrias. As Teorias da Resposta Perifrica, bem como as Teorias do Incitamento Especfico , PTSD, Sndrome do distrbio ps- traumtico, assuntos da Psicologia podero ser abordados. Uma srie de contingncias que podem aparecer sero como fenmenos esparsos, tratados isoladamente. Alegaes de ordem jurdica, jurisprudencial, doutrinria e filosfica, sero contestadas, e aquela que mais respaldo tiver ser a que prevalecer. Desnecessrio se faz citar um ou outro grande mestre representante do Direito, pois, suas idias e sabedoria atendem ambos os lados do delito, tanto de defesa ou acusao. A sabedoria pura e imparcial. Somente as provas, os laudos e os demais fatores incriminatrios ou no, se duelaro. Melhor juzo de valor caber a quem mais mrito tiver e a lei o amparar.. Ao pesquisar o livro de Lon L. Fuller O Caso dos Exploradores de Caverna deparamos com um fato interessante que pode ser intencional, ou mero acaso, no fazemos outro juzo. Vrios relatos sobre o livro sempre questionam o porqu de Lon Fuller ter escolhido o ano de 4229 para o fato. Fomos por raciocnio prprio (pode ser que outros tenham esse conhecimento, mas no encontramos) que essa data resulta do ano de publicao do livro 1976 multiplicado por dois e acrescenta 347 que totalizam 4299 anos, ou precisamente 44 sculos. No ha. por nos certeza absoluta que o autor quisesse, homenagear o ano da morte do filosofo Plato,( 428- 427 347 a.c) (wilkpdia ), que faleceu no ano 347 a.C. Assim teramos 347 a.c mais 1976 mais 1976 igual a 4229. Quis o autor que reportssemos a Plato e seu mito da caverna ( livro 7 A Republica ) que na verdade foi proferido pro Scrates seu mestre. O mito nos mostra seres humanos aprisionados numa caverna, e que olham sempre para uma parede, jamais em outro sentido em um ambiente de semi-escurido, ha um pouco luminosidade que entra por um caminho elevado ( conforme figura). Atrs h um muro e tambm uma fogueira com fonte de luz por onde transita homens que seguram objetos nas mos contra a luz e a incidncia desta gera sombras que se

projetam na parede que serve de tela . Os seres que ali esto ali, imveis vem somente essas sombras e as tem como a sua nica realidade, a realidade dessas coisas, objetos ( conforme figura ). Se, entretanto, diz ainda Plato, se algum conseguir sair daquela posio e buscasse a fonte de luz, primeiramente veria o interior da caverna e os que l estavam como se comportavam, o palco, os objetos, quem os segurava,e a fogueira. Quando chegasse a sada seria cegado pela luz, depois de algum tempo, outra viso do mundo e das coisas de outra realidade, outras verdades. No entanto, se essa pessoa voltasse ao interior da caverna e tentasse explicar aos outros que ali estavam, que a realidade outra, os fatos so outros, seria rudemente admoestado, se insistisse com veemncia, poderia ser seriamente espancado e ate perder a vida. A profundeza desse trabalho jurdico moldado nessa perspectiva da caverna do Plato e o nexo de contingncia despertado, nos encoraja a fazer as argumentaes que se seguem, pelo colega, Gilberto. Excelentssimo senhores Professores, colegas de trabalho, componentes da defesa, nobres jurados. E demais presentes. Lema Internacional da Espeleologia Em uma caverna nada se tira, a no ser fotografias. Nada se deixa, a no ser, pegadas, nada se mata h no ser o tempo. Aps esse digno exemplo, passemos as nossas consideraes. Queremos aqui abordar os momentos que antecederam o desfecho " intercrimes", o fatal, o macabro ato criminoso. Podemos facilmente imagina-los e materializa-los com dilogos e silncios possveis. A euforia, a alegria , a curiosidade em que se encontravam, cedeu lugar a outras terrveis emoes, aps o desmoronamento, o estado de perigo. Barulho ensurdecedor, poeira, pedras para todos os lados, da luz se fez escurido. Durante o choque inicial simplesmente ficaram parados, entreolharam-se estticos, morde-se os lbios meio em transe, entorpecidos, a ansiedade pode no ser evidente mas manifestada em sinais enviados ao sistema nervoso autnomo incitado, dificuldades de concentrar, mais tarde de adormecer. Distrbios de estresse ps-traumtico comeam a se estabelecer. Tristeza, medo, choro, esgar, as respostas perifricas mostram-se na face, suor e palidez. Essas situaes mais tarde podero comprometer o relacionamento, o corao dispara a respirao fica ofegante. No fiquemos a imaginar que o grupo se tenha postado como quatro membros Zenbudistas em estado de meditao, se assim o fosse no teriam cometido o crime. Eles no relataram que contritos oravam em transe religioso, no estavam frios e em plena razo buscando solues outras. Desde o inicio Whetmore se despontou como lder, tentando por suas caractersticas profissionais como aficionado da Espeleologia, acalmar os nimos, porque aps alguns dias na caverna, o ambiente se inverteu, com luz escassa, poeira irritante, baixo teor de oxignio, aumento da temperatura ambiente, fatores esses que acirrava os nimos. O confinamento em condies adversas, associado os fatores psicolgicos, tais como, a angustia, ansiedade lembrana dos familiares, projetos perdidos, foi se somando as condies ambientais. O estresse comea a desencadear a ira, a raiva, a busca de um culpado. O lder Roger Whetmore, antes exaltado frente ao sucesso do passeio, agora execrado, crucificado pelos liderados. No vigsimo dia, Whetmore comunica com o exterior, tem a noticia que o resgate demorar dez dias conforme os autos do processo. Comoo geral, do estado de pnico, instala-se um estado de necessidade de punir, de fazer com quem algum pague pela situao em que foram colocados. (PTSD) Abrimos um parmetro para apresentar, relatos reais da tragdia dos sobreviventes do desastre areo dos Andes, ocorrido em 13. 10.72. Quando os mesmos se refizeram do

choque e se restabeleceram do pnico, comearam a se organizar, e logo apareceu a figura de um lder. Por qu?, Relatam, obtiveram sucesso? Porque planejaram, usaram a diversidade de conhecimento, trabalho em equipe unio e respeito. Dizem que a sede a maior tortura, tambm conseguiram ligar o radio do avio e se comunicar com Montevidu sua cidade. Voltando a caverna; depois de cessado o contato com o resgate e terem a notcia dos dias provveis do salvamento, nada mais se sabe a no ser o relato pio dos quatro criminosos. Enquanto isso as condies da caverna pioram. O grupo j dividido em lder e liderados, se afasta e numa forma ascendentes, os nimos passam de irritados, hostis e exasperados para a forma que nas pessoas se inicia a processo de raiva, comeam as agresses verbais, imprecaes de toda natureza, vontade de punir o responsvel, ou seja um bode expiatrio. Chegando a tal ponto que um dos mais desesperados, mais afoito deve ter pegado uma pedra e atacado Whetmore que estava dormindo ou distrado, esmagando-lhe o crnio. Os outros do grupo nada fizeram para impedir, ou compactuaram para o fato. Ficou claro que aps essa execuo o grupo sentiu-se aliviado, o sentimento de culpa seria compensado pelo raciocnio lgico, foi ele mesmo que props o sorteio, o prprio comunicou pelo radio, ele o lder pagou pelo insucesso ESTAMOS PERDOADOS. Esse o mecanismo de transferncia de responsabilidade que se processa. Nando Parrado, um dos sobreviventes do desastre areo dos Andes, nos mostra algo parecido, quando perguntado por um dos colegas, ao avistar o cadver do piloto a distncia, voc vai cortar e comer a carne do Piloto? Ele diz sim, afinal foi ele que nos meteu nessa situao. O processo demorado, os sobreviventes do desastre areo, disseram, que demoraram mais de dez dias para se acostumarem com a idia, Liliane Javier demoraram mais. A repugnncia incomensurvel. Podemos ter uma noo desta situao, ao lembrarmos que em condies normais, quando somos convidados a comer carne de r, jacar, cobras e lagartos tm-se um sentimento estranho de rejeio. o mesmo sentimento, s que em escala espetacular, sentiram os sobreviventes dos Andes ao comerem carne humana. Com um atenuante significativo, senhores, os corpos dos quais tiraram a carne, no foram por ele sacrificados, tiveram morte comoriente, por ocasio do desastre. Para aceitar um valor desta natureza dever ocorrer um processo catrtico silencioso de sobrepor seus princpios, por uma coisa inusitada, lgubre, sinistra. Se os sobreviventes andinos sobreviveram mais de 10 dias e sem culpa de ter levado a morte seus colegas, dir o criminoso e os partcipes da execuo, que at poucos momentos assassinaram o seu fiel companheiro e agora serve de repasto. Talvez o sentimento de ave de rapina paire no ar. A no ser que o indivduo tenha uma cultura antropolgica Entremos agora num ponto crucial, ao cometerem um ato desse o propsito de punir ,de vingar no bode expiatrio, as condies de a cada um se modificaram, passaram do estado de revolta para o estado de misso cumprida. Entretanto o ambiente da caverna piorava, as condies fsicas do grupo restante tambm, a intermao, ( troca de calor) de seus corpos e o meio ambiente se complicava, apos alguns dias ( 3), (os andinos disseram suportar mais de dez dias ), a fome e o estado de mseros, entreolharam-se, e em silncio decidiram, olham o corpo de Whetmore, temos alimentos ali, mas aqui temos nossos valores claro esto abatidos mas ainda subsistem , pensaram, mitos, dogmas e uma serie de valores antropolgicos que nos compe. Nossos princpios bsicos, a lembrana do pai, da me, da religio em que foram criados, e agora tinham que rompe-los. Entretanto, s 3 dias se passaram Os ndios tupinambs quando sacrificam e se alimentavam de suas vtimas o faziam com dignidade, arrumando-lhe uma esposa e depois quando o colocava no centro de execuo permitindo ao condenado a arremessar pedras e outros objetos nos seus

agressores, com improprios de ambas as partes. O carrasco tupinamb, dizia vou mat-lo, pois, voc fez muito mal a minha tribo. A vtima era instruda a responder tenho parente e amigos que viro vingar minha morte. O carrasco depois de abat-lo, no se alimentava da carne da vtima e ficava recluso, comendo vegetal a espera da vingana dos parentes. Os sobreviventes dos Andes relataram que quando a mo comeava a obedecer, a boca se fechava, era a fora do preconceito, do TABU. VEJAM SENHORES O COMPORTAMENTO DOS SOBREVIVENTES DOS ANDES E OS DAS CAVERNAS. L UM POR TODOS E TODOS POR UM. NA CAVERNA UM PARA TODOS E TODOS CONTRA UM. Diz Nando e os outros sobreviventes, que hoje eles tm o maior respeito pelos os homens que lhes serviram de alimento, tenho o maior respeito por ele viver em mim. Que opinio tero os rus em ter o nosso, Roger Pereira Whetmore dentro de si, que brutalmente assassinaram e depois dizem ter comido, lembremos, s 3 dias, que poder de adaptao. Dizia Nando que o ser humano muito forte. Ele sempre capaz de dar mais de si. Vemos que os sobreviventes da caverna poderiam esperar mais. Ainda conforme relato da ONU, milhes de pessoas morrem de fome no mundo. Na China 30 milhes de pessoas morreram de fome. Em 84 e 85 na frica subsaariana, 2 milhes de pessoas e na Etipia 1,5 milho. No mundo 20 milhes de crianas morrem de fome por ano. No acompanha estes relatos informaes sobre antropofagia. Somente para deixar o egrgio conselho de jurados mais confortvel para emitir seus julgamentos. Os homens da caverna foram salvos depois de 31 dias, os sobreviventes dos Andes foram resgatados, depois de 72 dias numa das maiores epopias de que se tem notcia, eram homens valorosos, verdadeiros heris, no pusilnimes criminosos. A misso do Ministrio Pblico denunciar e aqui o fazemos, declaramos culpados os rus......................... no arts 121 inciso II, III, IV, 211 e 288 Que se cumpram s exigncias cveis proposta pelos familiares declaradas no processo. Se a lei bastasse no haveria necessidade de tribunais. Que Deus tenha piedade de suas almas.

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