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Direito

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UNIDADE CURRICULAR: Introdução ao Direito

CÓDIGO: 41037

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TRABALHO / RESOLUÇÃO:

I.

Para o bom funcionamento de uma sociedade como grupo de pessoas heterogéneas que
vivem e trabalham juntas, é fundamental a figura do Direito, um sistema legal que existe
para salvaguardar os nossos direitos contra abusos de outras pessoas, organizações ou
até mesmo do Governo, mas também para fornecer uma diretriz sobre o que é ou não
aceitável. Sem Direito, sem um conjunto de leis que regulam os comportamentos dos
cidadãos, o Mundo seria uma anarquia e a seleção natural prevaleceria com a lei do
mais forte. O Homem como ser social, que vive e convive em sociedade, está vinculado
pelo Direito, que é universal e democrático: aplica-se a todos de forma igual, as leis são
para todos.

Muitas vezes não gostamos das leis já que limitam as nossas liberdades e, normalmente,
também não gostamos que nos digam o que fazer mas, em sociedade temos de seguir
algumas regras. O Direito existe para regular o comportamento das pessoas de acordo
com as normas da sociedade. As leis alteram-se e evoluem para acompanhar as
mudanças da sociedade.

Será que poderíamos viver as nossas vidas sem o Direito, apenas com normas e
costumes? Um país, sociedade sem Direito resultaria na destruição dessa sociedade
porque qualquer indivíduo poderia fazer o que quisesse. O Direito é necessário para
manter a paz, punindo de forma proporcional os criminosos; é necessário porque
oferece uma estrutura para definir os limites do que é correto. As pessoas não resolvem
as suas disputas com lutas ou agressões, mas antes recorrendo ao Direito e aos tribunais.
Um sistema legal que protege os mais fracos dos mais poderosos. Se não houvesse
Direito as pessoas poderiam roubar ou destruir a propriedade de outras pessoas sem
serem punidas, os negócios mais fortes poderiam engolir os mais fracos. O Direito
previne estas situações, o sistema legal protege os direitos individuais, mas, ao mesmo
tempo, assegura que a sociedade opera de forma ordeira. Mas não é só como garantia
dos nossos direitos e liberdades e para proteger a nossa segurança que o Direito é
chamado a intervir; o Direito serve para resolver disputas, mediar conflitos e punir
infratores, não com uma intenção vingativa, mas formativa, estruturando a malha social
e consciencializando os cidadãos.
O Direito protege os mais vulneráveis e salvaguarda os interesses de certos grupos
minoritários, os direitos humanos só estão garantidos porque estão protegidos pelo
Direito. O Direito reconhece direitos, liberdades e garantias e está presente no nosso dia
a dia. A ideia da existência do Direito é uma segurança.

As leis querem-se justas, “leis verdadeiras são as leis verdadeiras e justas dadas no
sentido do bem comum”1 já que as injustiças são normalmente fontes de conflito, mas
muitas vezes é difícil definir o que é aceitável, o que é moralmente ou eticamente
correto. Na sua origem Direito significava “aquilo que é justo” ( ius rectum ) e a sua
aplicação destinava--se a uma sociedade muito diferente da atual, com um conjunto de
ordens sociais que encorajava as pessoas a fazer a coisa certa. As pessoas precisavam da
disciplina da lei para adquirirem o hábito de fazer a coisa certa para depois isso
acontecer naturalmente: doing the right thing was the right thing to do. Na sociedade
atual, maioritariamente laica, em que se valorizam os bens materiais em detrimento da
solidariedade social, em que as ambições de cada um se sobrepõem aos valores éticos, o
Homem é egocêntrico e litigioso. É preciso uma ordem que vincule todos os cidadãos e
garanta as suas liberdades e a sua segurança.

1
José Joaquim, Gomes Canotilho, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, 7ª
ed., Coimbra, Almedina, pp 713/4

II.

O estudo do Direito está ligado ao estudo de outras ciências sociais, nomeadamente, a


Sociologia Jurídica ou do Direito, a Filosofia Jurídica ou do Direito ( procura
compreender o fundamento do Direito ), o Direito Comparado ( compara diferentes
ordens jurídicas de diferentes países ), a História do Direito ( estuda a evolução do
Direito ao longo do tempo ) entre outras. Esta articulação de várias disciplinas, para
quando não basta a resposta de uma área só chama-se Interdisciplinaridade. Ligar
várias disciplinas do conhecimento para potenciar um ensino mais abrangente e com
uma aplicação mais prática, mediante a compreensão das suas fronteiras. Ao produto
final da interdisciplinaridade, que congrega várias perspetivas, chamamos
Interdisciplinaridade. O ensino do Direito sai enriquecido com as várias abordagens e
reposiciona-se no leque da Ciência: Pós-disciplinaridade.
Atualmente o Direito ainda se encontra muito fechado pois alguns juristas mais avessos
à mudança, resistem à aplicação da transdisciplinaridade e a uma proposta de ensino
mais aberto na área do Direito. Esta abertura deveria refletir-se numa formação de
juristas com uma base humanitária, que pudessem garantir a convivência entre os
diferentes meios: social, político, económico e cultural. Numa sociedade intrincada, as
vantagens deste novo modelo de ensino humanitário poriam a tónica numa convivência
solidária, ética e responsável em relação ao outro e à sociedade em geral: repensar e
reformar o pensamento tradicionalista do ensino do Direito e possibilitar ao aluno uma
aprendizagem mais prática, dinâmica e adaptada à realidade e às suas constantes
transformações.

Não faria sentido investir numa partilha de saberes se a única intenção fosse a vaidade
de publicar um trabalho, por vezes vago ou pouco rigoroso ou deixar-se levar por
movimentos atuais pouco claros e até excêntricos ou superficiais. Não basta estabelecer
relações com elementos transdisciplinares, a perceção do Direito sob esta ótica só é
possível com uma revolução paradigmática, um novo paradigma, que case Direito com
Justiça e que torne esta última mais efetiva, mais útil e, passe o pleonasmo, mais justa.
A esse novo Paradigma chamamos o Direito Humanista Fraterno que, como o nome
indica, procura ser mais humanista e mais fraterno. O Direito não deve isolar-se, ele não
é apenas um sistema de valores, ele implica uma constante procura pela aplicação da
Justiça e um compromisso com os valores ético-jurídicos.
Numa perspetiva humanista, o Direito é determinado por valores jurídicos e
constitucionais ( Liberdade, Igualdade e Fraternidade ) , mas também Solidariedade,
Justiça e Humanidade.
Estes valores dão origem a princípios ( separação de poderes, pluralismo político,
interpretação da constituição ) e estes princípios valem mais que as leis, mas menos que
os valores. Para os Juristas Fraternos e Humanistas estudar Direito é aprender a
contribuir para que se faça mais justiça no Mundo, o Direito é permanente busca de
Justiça, não qualquer justiça cheia de boas intenções ( é mais difícil ser justo do que ser
bom ) mas uma Justiça rigorosa e eficaz. Uma Justiça que respeite a dignidade da
pessoa e os seus direitos humanos e fundamentais.
Todas as questões sociais estão presentes no Direito, de tal forma que a atuação dos
juristas afeta o rumo da sociedade. O Direito é importante demais para ser deixado
apenas nas mãos dos juristas ( talvez os puristas não concordem ) e por abranger
contextos morais, sociológicos, económicos, entre outros, é transdisciplinar.

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