URINLISE

URINLISE
PROF GABRIEL BONETTO BAMPI

A urinlise o exame no invasivo de grande importncia para avaliar a funo renal. Com o auxlio deste exame pode-se diagnosticar diversas patologias e acompanhar a eficcia dos tratamentos.

SIMPLES E BARATO

COMPOSIO DA URINA
A urina contm aproximadamente 95% de gua e 5% de substncias diversas provenientes da alimentao e do metabolismo normal. Essencialmente ela uma soluo de sais (cloreto de sdio e potssio) e uria.
A composio da urina varia: Com a dieta do indivduo; Com o estado nutricional; Atividade fsica; Metabolismo orgnico; Funo endcrina; Estado geral do organismo; Estado da funo renal.

COMPOSIO DA URINA

PTN NITRITO UROBILINOGNIO

URINLISE (EQU, ESA, ECU)

COLETA DE URINA
muito importante estar bem informado sobre a maneira adequada de se proceder coleta da amostra de urina. Algumas regras so comuns em quase todos os laboratrios de anlises clinica, tais como, fornecer ao pacientes frascos limpos e secos (estreis) para a coleta da amostra, dando-se preferncia utilizao de frascos descartveis e, no caso de crianas, coletores de plsticos com adesivos, observando que os mesmos devem ser trocados a cada meia hora aps a abertura. Aps a coleta, o recipiente de amostra deve ser entregue o mais rapidamente para ser analisado, no prazo mnimo de uma hora e no mximo de 6 horas. Quando a amostra no puder ser analisada dentro deste prazo, deve ser refrigerada.

Cremes e medicamentos em geral usados na vagina interferem no resultado do exame. No realizar a coleta de urina no perodo menstrual.

COLETA EM CRIANAS

COLETA URINA DE 24 HORAS

A coleta de urina ao longo de 24 horas destina-se averiguao da funo renal. Nesse mbito, compara-se a dosagem de creatina urinria com a dosagem de creatinina srica, obtendo-se dessa forma a DCE. A proteinria e a microalbuminria tambm so determinadas pela amostra de 24 horas.

COLETA DE URINA COM CATETER OU COM ASPIRAO SUPRAPBICA

A urina obtida com cateter inserido na bexiga atravs da uretra com o uso de tcnica estril.

1 ETAPA DA ANLISE:
CARACTERSTICAS FSICAS
Nesta primeira etapa da urinlise so avaliadas: COR: um caractere fsico de extrema importncia e atravs dele pode-se ter uma idia do funcionamento normal ou de uma disfuno e ate mesmo presena de uma patologia. A cor da urina varivel podendo ser amarelo citrino, amarelo claro e amarelo ouro em condies normais. As urinas patolgicas so geralmente avermelhadas, mbar e negra. Ao ingerir alguns medicamentos, estes podem contribuir na colorao da urina, tornado-a alaranjada, azul ou um tipo de verde brilhante. ODOR: A urina possui um cheiro caracterstico e normal denominado Suis Generis (S.G.). muito comum encontrar em urinas de pacientes diabticos um cheiro de frutas (doce). ANORMAL ASPECTO: A urina possui um aspecto transparente a clara. Ela torna-se turva quando seus constituintes solveis tornam-se insolveis, devido a mudana do pH, temperatura e saturao.

A urina obtida por aspirao da bexiga distendida com seringa e agulha acima da snfise pbica.

VOLUME: No existe um valor normal para o volume da urina. Geralmente a quantidade de urina maior durante o dia e a noite reduzida. O volume excretado varia muito com a alimentao, exerccio fsico, ingesto de lquidos e temperatura.

1 ETAPA DA ANLISE:
CARACTERSTICAS FSICAS COR
COR

1 ETAPA DA ANLISE:
CARACTERSTICAS FSICAS

Amarelo-claro ou incolor Amarelo-escuro ou castanho Alaranjada ou avermelhada Marrom-escuro ou enegrecida Azulada ou esverdeada Esbranquiada ou leitosa

1 ETAPA DA ANLISE:
CARACTERSTICAS FSICAS
VOLUME
O volume da diurese normal em adultos varia entre 800 a 1.800mL em 24h.

1 ETAPA DA ANLISE:
CARACTERSTICAS FSICAS
ASPECTO

O aspecto normal lmpido, porm diversos interferentes podem causar mudana no aspecto, tais como: opaca, leitosa, levemente turva, turva, fortemente turva. Ainda cita-se componentes anormais como cogulos, muco ou pedaos de tecido. Turvidez pode ser por: leuccitos, precipitao de cristais, hemcias, clulas epiteliais, bactrias, espermatozides e lquido prosttico, em raros casos pode ser linfa ou clulas de gordura.

2 ETAPA ANLISE QUMICA TIRAS REAGENTES

Atualmente o exame de urina foi bastante simplificado com a chegada das tiras reagentes, as quais, possuem substncias qumicas fixadas a tira plstica que ao entrar em contato com a urina revelam a positividade dos testes atravs de modificao de cores. So encontrados no comrcio tiras simples (um nico parmetro) e mltiplas (avaliao de diversos parmetros simultneos).

2 ETAPA ANLISE QUMICA TIRAS REAGENTES

SUBMERGIR DE 30 SEG. A 60 SEG. TODAS AS REAS REAGENTES.

Cuidado de conservao das tiras, no expor a luz solar, calor, umidade e substncias volteis. Cuidar a cor negativa.

2 ETAPA ANLISE QUMICA TIRAS REAGENTES

LEITURA MANUAL E AUTOMTICA

TIRAS REAGENTES DENSIDADE

PARMETRO FSICO
A densidade proporcional a concentrao de solutos na urina. Em condies normais (ingesto de dieta habitual) o adulto de ambos os sexos tem densidade que varia de 1.005 a 1.035g/L. A densidade indica a concentrao das substncias slidas diludas na urina, sais minerais na sua maioria. Quanto menos gua houver na urina, maior ser sua densidade. ALTA DENSIDADE: diabetes, nefropatia, obesidade, obesidade, oligria (estados febris, desidratao, terapia com diurticos e hipoproteinemia), politraumatismos, ps-operatrio e sndrome hepatorrenal. BAIXA DENSIDADE: alcoolismo agudo, anemia falciforme, pielonefrite e tuberculose renal.

TIRAS REAGENTES pH
PARMETRO FSICO
A urina naturalmente cida, j que o rim o principal meio de eliminao dos cidos do organismo. O pH da urina varia entre 5,5 e 7,0. Valores de pH maiores ou igual 7 podem indicar a presena de bactrias que alcalinizam a urina. Outros fatores que podem deixar a urina mais alcalina so uma dieta pobre em protena animal, dieta rica em frutas ctricas ou derivados de leite, e uso de medicamentos como acetazolamida, citrato de potssio ou bicarbonato de sdio. Ter tido vmitos horas antes do exame tambm pode ser uma causa de urina mais alcalina. Em casos mais raros, algumas doenas dos tbulos renais tambm podem deixar a urina com pH acima de 7,0. Valores menores que 5,5 podem indicar acidose no sangue ou doena nos tbulos renais. Uma dieta com elevada carga de protena animal tambm pode causar uma urina mais cida. Outras situaes que aumentam a acidez da urina incluem episdios de diarreia ou uso de diurtico como hidroclorotiazida ou clortalidona.

TIRAS REAGENTES - GLICOSE

Toda a glicose que filtrada nos rins reabsorvida de volta para o sangue pelo tbulos renais. Deste modo, o normal no apresentar evidncias de glicose na urina. Quando os nveis de glicose no sangue esto acima de 200mg/dl, geralmente h perda na urina. Ainda a presena de glicose na urina sem que o indivduo tenha diabetes costuma ser um sinal de doena nos tbulos renais. Isso significa que apesar de no haver excesso de glicose na urina, os rins no conseguem impedir sua perda. Acares como a galactose, frutose e lactose no interferem com o teste. Contudo elevadas concentraes de cido ascrbico, aspirina, cetonas ou uratos podem provocar a inibio enzimtica.

TIRAS REAGENTES - PROTENAS

A maioria das protenas no so filtradas pelo rim, por isso, em situaes normais, no devem estar presentes na urina. Na verdade, existe apenas uma pequena quantidade de protenas na urina, mas so to poucas que no costumam ser detectadas pelo teste da fita. Portanto, uma urina normal no possui protenas. Quantidades pequenas de protenas na urina podem ser causadas por dezenas de situaes, que vo desde situaes benignas e triviais, como presena de febre, exerccio fsico horas antes da coleta de urina, desidratao ou estresse emocional, at causas mais graves, como infeco urinria, lpus, doenas do glomrulo renal e leso renal pelo diabetes. Grandes quantidade de protenas na urina quase sempre indicam a presena de uma doena, sendo a leso renal pelo diabetes e as doenas glomerulares as causas mais comuns. A presena de protenas na urina se chama proteinria, pode indicar doena renal e deve ser sempre investigada. O exame da urina de 24h normalmente feito para se quantificar com exatido a quantidade de protenas que se est perdendo na urina.

TIRAS REAGENTES HEMCIAS/Hb

Assim como nas protenas, a quantidade de hemcias (glbulos vermelhos) na urina desprezvel e no consegue ser detectada pelo exame da fita. Mais uma vez, os resultados costumam ser fornecidos em cruzes. O normal no haver hemcias (hemoglobina). Toda positividade deve ser CONFIRMADA com anlise microscpica na sedimentoscopia. Atravs do microscpio consegue-se detectar qualquer presena de sangue, mesmo quantidades mnimas no detectadas pela fita. No caso de presena so descritos de duas maneiras: - menos que 3 a 5 hemcias por campo ou menos que 10.000 clulas por mL A presena de sangue na urina chama-se hematria e pode ocorrer por diversas doenas, como infeces, pedras nos rins e doenas renais graves. Um resultado falso positivo pode acontecer nas mulheres que colhem urina enquanto esto na perodo menstrual.

TIRAS REAGENTES ESTERASE LEUCOCITRIA

Os leuccitos, tambm chamados de picitos, so os glbulos brancos, nossas clulas de defesa. A presena de leuccitos na urina costuma indicar que h alguma inflamao nas vias urinrias. Em geral, sugere infeco urinria, mas pode estar presente em vrias outras situaes, como traumas, uso de substncias irritantes ou qualquer outra inflamao no causada por um agente infeccioso. Como tambm so clulas, os leuccitos podem e DEVEM ser confirmados na sedimentoscopia. Valores normais esto abaixo dos 10.000 clulas por mL ou 5 clulas por campo. Falsos-positivos podem ocorrer na presena de lquido vaginal.

TIRAS REAGENTES - CETONAS

Os corpos cetnicos so produtos da metabolizao das gorduras. Os corpos cetnicos so produzidos quando o corpo est com dificuldade em utilizar a glicose como fonte de energia. As causas mais comuns so o diabetes, o jejum prolongado e dietas rigorosas. Outras situaes menos comuns incluem febre, doena aguda, hipertireoidismo, gravidez e at aleitamento materno. Normalmente a produo de cetonas muito baixa e estas no esto presentes na urina. Alguns medicamentos como captopril, cido valproico, vitamina C (cido ascrbico) e levodopa podem causar falso positivos. Falsos-negativos em demora de anlise e urina no refrigerada.

TIRAS REAGENTES - UROBILINOGNIO

Tambm normalmente ausentes na urina, podem indicar doena heptica (fgado) ou hemlise (destruio anormal das hemcias). A bilirrubina s costuma aparecer na urina quando os seus nveis sanguneos ultrapassam 1,5 mg/dL. O urobilinognio pode estar presente em pequenas quantidades sem que isso tenha relevncia clnica. Grandes quantidades de urobilinognio podem indicar hepatopatias e distrbios hemolticos.

TIRAS REAGENTES - BILIRRUBINA

A presena de bilirrubina na urina denominada de bilirrubinria e pode ser verificada em doenas hepticas como, por exemplo, obstruo biliar, hepatite, hepatocarcinoma e cirrose heptica. A bilirrubinria, em conseqncia de sua precocidade, , muitas vezes, a primeira indicao laboratorial da ocorrncia de hepatopatia. A verificao da presena de bilirrubina, conjugada, na urina ocorre apenas quando os nveis sricos se encontram elevados, o que ocorre quando o indivduo se encontra acometido de ictercia de origem obstrutiva ou heptica. Deste modo, considerando que as ictercias podem ser de origem obstrutiva, heptica e pr-heptica ou hemoltica, a determinao semi-quantitativa de bilirrubina urinria, apenas, no permite a diferenciao da origem da ictercia verificada.

TIRAS REAGENTES - NITRITO

A urina rica em nitratos. A presena de bactrias na urina transforma esses nitratos em nitritos. Portanto, fita com nitrito positivo um sinal indireto da presena de bactrias. Nem todas as bactrias tm a capacidade de metabolizar o nitrato, por isso, exame de urina com nitrito negativo de forma alguma descarta infeco urinria.
Nitrato + entrerobactrias Nitrito + sulfanilamida/cido p-arsanlico Cor rosa

O nitrito ingerido na alimentao e medicamentos no eliminado como tal, no interferindo na anlise. A pesquisa do nitrito feita atravs da reao de Griess, que o nome dado a reao do nitrito com um meio cido. Por isso, alguns laboratrios fornecem o resultado como Griess positivo ou Griess negativo, que igual a nitrito positivo ou nitrito negativo, respectivamente. Correlacionar com BACTERIRIA e BACTERIOLGICO. Falso-negativo: doses elevadas de cido ascrbico, uribilinognio e pH baixo.

3 ETAPA ANLISE DE EAS

A anlise de ELEMENTOS ANORMAIS E SEDIMENTOS (EAS), mais conhecida como sedimentoscopia a parte do exame de urina que mais fornece dados. Para uma boa anlise de sedimento, trs condies devem ser consideradas:
Que a urina seja recente; Que a urina seja concentrada; Que a urina seja cida.

3 ETAPA ANLISE DE SEDIMENTOS

Urina de baixa concentrao e pH alcalino resultam em pronta dissoluo dos elementos formados. Quando a urina permanece muito tempo parada, h possibilidade de sua alcalinizao.

TRANSFIRA UMA ALQUOTA DE 10mL DE URINA PARA UM TUBO FALCON; CENTRIFUGAR 1.800rpm DURANTE 5min.; DESPREZAR O SOBRENADANTE DEIXANDO APROXIMADAMENTE 1mL DE SEDIMENTO.

3 ETAPA ANLISE DE SEDIMENTOS

RETIRAR 0,02mL DE SEDIMENTO RESSUSPENDIDO E HOMOGENEIZADO E COLOCAR NUMA LMNULA. EXAMINAR 10 CAMPOS COM AUMENTO DE 100X E 400X. PRIMEIRO FOCAR E LOCALIZAR ESTRUTURAS. QUANTIDADES PARA SE ARBITRAR: AUSENTE RARAS at 3 por campo ALGUMAS 4 a 10 por campo NUMEROSAS mais de 11 por campo MACIA - inumeras HEMCIAS E LEUCCITOS OLHAR 10 CAMPOS E CALCULAR A MDIA POR CAMPO.
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12.

3 ETAPA ANLISE DE SEDIMENTOS

Pode ser encontrado, sedimento organizado (biolgico) ou inorganizado (qumico):
Clulas escamosas; Clulas de transio; Leuccitos; Hemcias; Bactrias; Cilndros; Leveduras; Gotculas de gordura; Espermatozides; Parasitas e Ovos de Parasitas; Cristais; Colesterol.

TEMA DE CASA
MONTAR UM ATLAS DE EAS VALE 0,5pt O mesmo deve conter IMAGENS COLORIDAS de:
1. CLULAS (HEMCIAS, LEUCCITOS, EPITELIAIS RENAIS, PELVE, VESICAIS, URETRAIS E VAGINAIS); 2. CILINDROS (HIALINO, EPITELIAL, GRANULOSO, MISTO E GRAXO); 3. CRISTAIS (BILIRRUBINA, FOSFATO AMORFO, CARBONATO DE CLCIO, OXALATO DE CLCIO, FOSFATO DE CLCIO, FOSFATO AMORFO MAGNESIANO, COLESTEROL, URATOS, CIDO RICO, DROGAS, LEUCINA, TIROSINA); 4. PARASITAS; 5. BACTRIAS E LEVEDURAS; 6. MUCO.