Hiperactividade CADIN
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SEDE
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Este documento foi organizado com o objectivo de informar os pais, professores e público
em geral, acerca de temas actuais relacionados com a Perturbação de Hiperactividade e
Défice de Atenção. É uma síntese de ideias e de orientações práticas para todos aqueles
que lidam com estas crianças. Está também direccionado para ajudar a intervir de forma
adequada em diferentes contextos. Aos professores pretende dar algumas orientações para
a sua prática pedagógica e para a adequação do contexto escola. Pretende também que
estes compreendam melhor como podem actuar junto das famílias. Aos pais sugere
algumas estratégias de actuação na família e na relação com a escola, alertando para a
necessidade de encontrar sinergias entre os diferentes contextos nos quais vive a criança
com PHDA.
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Introdução
Diz Russell Barkley (1998) num dos seus muitos livros sobre o problema:
Gabor Maté é um médico e psicoterapeuta canadiano que tem uma PHDA e trabalha no apoio e
aconselhamento a indivíduos com o mesmo problema. No seu livro “Scatered Minds” (1999) define
assim a PHDA:
“Dizem os médicos que a PHDA é uma desordem. Uma desordem em termos médicos é
uma doença e a PHDA não é uma doença. Mas é uma desordem. Se na sua vida
existem um conjunto de comportamentos que produzem uma completa falta de ordem no
seu dia-a-dia, então você tem uma PHDA. E tem uma desordem... não no sentido
médico, mas no sentido de falta de ordem. Aí sim a PHDA é uma completa “desordem”
(.p.25, adaptado).
Tom Hartman é o director de um centro residencial para crianças e jovens vítimas de abusos
e com perturbações emocionais graves que se tem dedicado a escrever sobre a PHDA. No seu livro
“Attention Deficit Disorder – A Different Perception (1997) tem um capítulo inteiramente dedicado a
situações de relatos de pessoas com PHDA sobre as suas vidas. Escolhi um deles, porque me
pareceu ilustrativo.
Ana Rodrigues
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Perturbação de Hiperactividade e Défice de Atenção
Ideias Fundamentais
4 – A PHDA não tem uma etiologia única. Constitui uma perturbação com múltiplas origens e
desenvolve-se em função da existência de factores de risco e de protecção. Porém, existe uma
condição neurobiológica de base, que predispõe o indivíduo desde muito cedo na vida, para o
desenvolvimento da perturbação.
5 – A PHDA é uma perturbação com características que são típicas do desenvolvimento da criança e,
como tal, tem de ser avaliada com critério e por profissionais habilitados. O diagnóstico da situação é
clínico mas fundamentado numa avaliação criteriosa. Não existem testes específicos para realizar o
diagnóstico de PHDA, mas este facto não deve ser utilizado para viabilizar avaliações não
fundamentadas.
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6 – A PHDA não surge na vida da criança em consequência de uma situação traumática (como um
divórcio ou a morte de um familiar próximo). Pode, porém acontecer, que as características que já
estavam presentes no comportamento, se agravem e se tornem mais disruptivas nessas alturas.
9 – Grande percentagem de crianças com o diagnóstico de PHDA têm também outro diagnóstico.
Segundo um estudo realizado nos EUA (MTA Cooperative Group, 1999), cerca de 40% apresentam
também problemas de oposição e desafio, 34% apresentam perturbações da ansiedade e
dificuldades específicas de aprendizagem e ainda, cerca de 14% apresentam problemas graves de
conduta (em especial na adolescência).
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desenvolvimento de circuitos cerebrais responsáveis pela manutenção da atenção por tempo
prolongado em tarefas de natureza monótona e pela inibição comportamental. Desta forma, é natural
que os indivíduos com PHDA apresentem dificuldades em auto-controlar-se, em resistir à frustração,
em adiar a gratificação e em focalizar e manter a atenção numa só tarefa.
13 – A investigação, à data, sugere que a PHDA é uma condição hereditária (Barkley, 1998).
Stevenson (1994, cit. por Barkley, 1998) refere, numa revisão da literatura sobre estudos com gémeos,
que é possível verificar a existência de PHDA em cerca de 80% dos pares de gémeos. Os estudos
com crianças adoptadas revelam que existem índices mais
elevados de PHDA nos pais biológicos das crianças com
PHDA adoptadas, do que nos seus pais adoptivos (Cantweel,
1975 cit. por Barkley, 1998). Os estudos familiares têm
verificado que, em grande percentagem de famílias, a
existência de uma criança com PHDA, revela a existência de
um familiar muito próximo com o mesmo problema (pai, mãe,
tio, tia) não identificado na infância.
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16 – Na grande maioria das situações, a PHDA provoca um ciclo vicioso de relações interpessoais e
de insucesso em diferentes planos. Actuar ao nível dos sintomas, pode ser o primeiro passo para que
outras situações se possam resolver. Esta actuação pressupõe, em muitos casos, uma intervenção
farmacológica, à base de psicoestimulantes, que actuam ao nível do sistema nervoso central,
melhorando as capacidades de atenção e diminuindo a impulsividade do indivíduo.
• Se essas características são mais frequentes e duradouras do que para outras crianças com
a mesma idade e condições de desenvolvimento;
• Se o seu comportamento se torna fonte de instabilidade familiar ainda que possa variar com
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os contextos e as tarefas realizadas
• Se os contextos não estão a ser capazes de dar uma resposta adequada para melhorar o
bem estar e promover felicidade,
Então, o mais correcto é procurar uma ajuda especializada e providenciar uma avaliação que dê
origem a uma intervenção adequada.
A identificação do problema cabe aos professores, aos pais e a outros adultos que lidam com a
criança, bem como cabe a todos uma intervenção adequada.
Ainda que tenhamos verificado que a PHDA não é uma perturbação exclusiva da infância,
abordaremos aqui, as questões escolares e familiares mais frequentes nesta etapa de vida..
A experiência escolar pode constituir um verdadeiro desafio para a criança com PHDA. A sua
impulsividade impede-a de responder de forma reflexiva e conduz frequentemente ao erro, as
dificuldades de memória de curto prazo dificultam a retenção de informação, as dificuldades de
planeamento e organização interferem com a escrita, em especial, quando há tempo limitado para
tal.
A grande maioria das crianças é identificada quando começa a existir uma dificuldade em
acompanhar as exigências escolares próprias para a sua idade e se começam a repetir os
insucessos e falhanços. Outras razões de identificação são os comportamentos disruptivos,
frequentes na sala de aula, ou as dificuldades de relacionamento social com os pares.
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Uma sala de aula com praticas pedagógicas tradicionais, torna a escola um local de dificuldade
acrescida para a criança com PHDA. Desde o jardim de
infância que as dificuldades de inibição comportamental e
de auto-regulação do comportamento, são um obstáculo ao
sucesso escolar. Não ficar sentado nos momentos em que
deveria; não levantar a mão para falar; mexer-se
Muitos estudos sugerem que o insucesso da criança com PHDA, na escola, não se deve apenas às
suas características de comportamento, resultado de factores biológicos, mas sim a uma conjugação
entre estas e factores do contexto escolar. A investigação mostra que existem variáveis do contexto
escolar que influenciam o sucesso, nomeadamente: (1) – a dificuldade das tarefas em causa; (2) a
duração das tarefas apresentadas; (3) – o interesse das tarefas; (4) – os materiais utilizados; (5) – a
motivação para as tarefas; (6) o desafio de cada tarefa sem que este provoque frustração constante.
Ainda que as características da criança com PHDA sejam conhecidas, não podemos esquecer que a
sua variabilidade é imensa e que essa variabilidade existe em função do contexto. Na escola é muito
frequente que a criança agrave o seu comportamento face a tarefas de maior exigência de
concentração ou face a tarefas mais prolongadas e monótonas o que pode induzir em erro de
interpretação, por parte dos adultos, e a encará-la como preguiçosa.
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Outra situação muito frequente é o trabalho independente. Nesta situação, a criança com PHDA, face
às suas dificuldade em se organizar e iniciar uma tarefa, vai facilmente intrometer-se nas tarefas dos
outros, criando situações disruptivas e por vezes
caóticas à sua volta. Também nestas
circunstâncias é fácil interpretar o seu
comportamento como “não tem regras, porque
nunca lhe ensinaram”.
Na maior parte da vezes, a escola tenta modificar a situação, centrando-se na criança e ajustando-a
ao contexto escolar. Surgem as punições (ficar fora da sala de aula, castigar, suspender, expulsar,
etc.) e o ciclo vicioso agrava conduzindo a um maior insucesso (reprovação, retenção). Na maior
parte das vezes assume-se que o problema é da criança, e/ou da família.
O primeiro passo para um caminho de sucesso, consiste em encarar a situação como um todo, um
sistema em equilíbrio precário, que necessita de ser reorganizado e estruturado. É necessário
equacionar os elementos desse sistema (Criança, Escola, Professor, Recursos, Colegas, Família,
etc.) e as interacções que entre eles se estabelecem. É importante assumir um modelo que engloba
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diferentes componentes, nomeadamente: as alterações ao nível do envolvimento/sala de aula; as
alterações específicas ao nível das praticas e do currículo e as estratégias de intervenção
directa com a criança, todas três mediadas por uma avaliação completa da situação, uma
programação e uma colaboração com a família.
A intervenção no contexto escolar deveria ser levada a cabo por uma equipa multidisciplinar
habilitada para colocar em prática programas específicos de intervenção. Porém, na sua ausência, o
professor pode e deve implementar um conjunto de estratégias e técnicas pedagógicas que
permitirão à criança com PHDA dar melhores respostas de aprendizagem.
• Organize o horário e as rotinas da sala de aula em função das capacidades das crianças,
mais do que em função do horário escolar imposto.
• Planeie as transições entre actividades de forma a que a criança com PHDA não se
desorganize durante as mesmas.
• Providencia situações adequadas, de forma a que a criança possa terminar uma tarefa antes
de iniciar outra
• Destine tarefas que tenham alta probabilidade de serem completadas dentro do tempo lectivo
• Utilize estratégias para ajudar a criança a monitorizar o tempo que tem e necessita para a
realização de uma tarefa.
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• Estabeleça, com a criança, os objectivos e expectativas antes de iniciar as tarefas e nunca
durante as mesmas
• Reforce de forma positiva e sistemática a criança e evite apontar erros ou falhas
• Monitorize a realização das tarefas, dando à criança pistas para as terminar.
novidade nos materiais e métodos utilizados, melhora a capacidade de resposta da criança com
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PHDA. Assim, utilize o trabalho de grupo, as cantilenas, a resposta em coro, o dialogo, a actividade
motora, a cor e a forma alterada, para estimular a focar a atenção.
Ao falar com a criança com PHDA, olhe-a sempre nos olhos – o contacto visual é a melhor forma de
obter a sua atenção.
A criança com PHDA beneficia se a sua avaliação for essencialmente verbal, ou através de trabalhos de
natureza vária. Na realização de testes necessita de mais tempo e de um ambiente calmo e longe de
factores distractores. As perguntas de um teste também deverão ter algumas adaptações como: não
existirem perguntas encadeadas, cuja resposta depende de uma anterior; não existirem perguntas com
muita informação contextual; nas perguntas de escolha múltipla ter muito cuidado com a forma como são
dadas as alternativas (não existirem alternativas com pequenas nuances). Quando existem perguntas de
escolha múltipla, o professor deve acautelar que a impulsividade pode provocar erros de resposta.
Durante a realização de testes tente perceber se a criança está a ler as perguntas até ao fim e de forma
correcta. Evite testes fotocopiados frente e verso e se assim for, chame a atenção da criança para o
facto. Utilize cópias a preto e branco, saliente informação pertinente nas perguntas, utilize os testes como
guia de estudo.
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desenvolvimento. O reforço positivo varia de criança para criança. É necessário pesquisar os
reforços efectivos para cada caso.
• Utilize Sistemas de Economia de Fichas, isto é um sistema em que a criança “ganha pontos”
que podem ser acumulados e “trocados” por reforços positivos ao fim de um período de tempo
determinado. A implementação destes sistemas requer um planeamento adequado ao grupo/turma e
a cada caso mas na globalidade poderá seguir algumas orientações
✿
4 – Escreva as consequências de forma clara e numa linguagem concisa
5 – Assine o contracto em conjunto com a criança
6 – Mantenha um registo do comportamento da criança
7 – Avalie de forma sistemática o cumprimento do contracto
8 – providencie o reforço assim que o contracto for cumprido
9 – Reformule os mesmo sempre que necessário
10 – Faça contratos para aumentar comportamentos e não para extinguir comportamentos
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PENSE...
A criança com PHDA exige uma intervenção planeada no tempo a ao longo do tempo.
✿
A mudança estrutural e de nível político poderia facilitar a sua intervenção. Deve exigir que
assim seja.
Mas exija em função de uma mudança de atitude e comece a mudança pelo seu dia-a-dia
por pequenos passos que pode dar no sentido de uma melhor integração destas crianças e
da sua progressiva adaptação.
Ser pai e/ou mãe de uma criança com PHDA, é uma tarefa desgastante, inquietante e promotora de
conflitos diários. Para os pais, o filho de aparência absolutamente normal, constitui sempre uma
incógnita face aos comportamentos que apresenta. Porque não consegue seguir as instruções que
lhe são dadas? Porque não cumpre as regras acordadas e não segue os pedidos elaborados?
Porque não consegue organizar-se de forma autónoma e parece não ouvir o que se lhe diz dezenas
de vezes e durante anos?
Tal como para a escola, a PHDA representa na família, uma situação que resulta do “ajuste” entre as
características próprias da perturbação, e o contexto relacional e envolvimental em que a criança
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vive. Na maior parte das situações familiares a criança apresenta problemas de comportamento que
resultam das relações estabelecidas.
Na família, a PHDA representa um desafio diário. As situações de conflito são mais frequentes e
mais intensas do que noutras famílias com crianças da mesma idade, o que gera, nos pais uma
angústia e sentimento de culpa. A angústia, de não conseguir gerir as situações, vem quase sempre
acompanhada de um grande sentimento de incompetência parental, potencializado pelas situações
sociais vividas entre os amigos e com a sua própria família. Não é raro que, as famílias com crianças
com PHDA, se isolem e desistam de realizar um conjunto de actividades. Acabam por se fechar em
si mesmas e aumentar as suas dificuldades.
O desgosto, por não conseguirem que os filhos se comportem como os demais, conduz
frequentemente a uma grande tensão familiar que se reflecte na relação conjugal e na relação de
fraternidade. Os sentimentos generalizados de incompetência arrastam, frequentemente, uma
necessidade de culpabilizar o outro pelo “mau comportamento” da criança com PHDA que, por sua
vez, sente essa acusação dirigida a si mesma. Este sentimento gera mais comportamentos
disruptivos, potencializando o ciclo vicioso que se instala nas relações familiares. É frequente
assistirmos a estilos parentais muito punitivos, sabendo que a punição é o caminho errado para o
aliviar da tensão.
Um dos passos mais importantes para quebrar este ciclo consiste no facto de os pais poderem
perceber o que é a PHDA, e como é que as suas características provocam desadaptação na vida da
criança. Para tal a informação é muito importante, bem como a realização de reuniões formativas.
Seja Proactivo – isto é, é preferível que antecipe a situação, evitando que aconteça, do que reagir a
ela. Frequentemente as nossas reacções são mais o resultado do nosso estado de humor na altura,
do que verdadeiras reacções ao comportamento da criança. Antecipando, evitamos reagir de forma
inconstante. É preferível orientar a criança de forma a não surgir a situação-problema, do que reagir à
mesma. Para orientar a criança, ajude-a a encontrar soluções alternativas e a rever os erros
cometidos, mantendo a calma e a tranquilidade.
Ponha as coisas mais importantes em primeiro lugar – Há situações que podemos ignorar. Há
outras que não. Hierarquize as situações, não reaja a todas da mesma forma, ignorando aquelas que
não interferem significativamente com a vida familiar e com a saúde e segurança de todos. Organize
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as situações em categorias de prioridade e naquelas que acorde não poder ignorar, tente ser
proactivo e não reactivo.
Tente compreender a situação do seu filho antes de querer ser compreendido – Se tentar, em
primeiro lugar, entender a situação do seu filho, aumenta a probabilidade de ser correspondido, pois
está a actuar como modelo. Tente não fazer passar a ideia de que a relação entre pais e filhos se
estrutura em função dos comportamentos negativos ou positivos
apresentados, mas que é algo mais básico e duradouro.
Utilize com frequência o reforço positivo – reforce de forma imediata e sistemática o bom
comportamento e as capacidades do seu filho. Punir o mau comportamento gera, frequentemente,
maior sentimento de insucesso e aumenta o conflito. No entanto, compreenda que o reforço deve ser
imediato. Não deixe para o fim de semana o prometido jogo. Utilize, sempre que possível, reforços
sociais que estejam de acordo com a idade do seu filho. O melhor reforço que pode conceder-lhe é
um tempo especial entre si e ele, sem interferências e durante o qual se disponibiliza para o aceitar
como ele é.
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Ajude o seu filho a organizar-se, estabelecendo
rotinas adequadas às suas capacidades e reforçando a
sua realização. Utilize sempre reforços positivos ou a
implementação de sistemas de economia de fichas à
semelhança do referido para a escola. Procure também
que a situação familiar promova um ambiente estruturado
e com rotinas adequadas e calmas. Procure que a criança
participe nas rotinas familiares, mas não se esqueça, que
as tarefas devem estar adequadas às suas capacidades e
que deve tentar dar informação de forma clara e concisa
de forma a facilitar a assimilação por parte da criança.
Não peça tudo de uma vez. Distribua as tarefas no tempo, intervalando com situações menos
estruturadas e reforce sempre a criança quando ela é capaz de cumprir tarefas até ao fim.
Ajude o seu filho com as amizades – Muitas vezes ter os amigos do seu filho em casa é
complicado. Organize situações lúdicas de desafio e aventura, fora de casa, e aproveite as situações
para modelar as relações entre ele e os
amigos e para o ajudar a organizar-se e
adequar o seu comportamento. É
importante que saiba explicar aos pais
das outras crianças o problema do seu
filho, sem dramatizar e sem dar a ideia de
que nada há a fazer. Estabeleça com o seu filho um contrato nas situações em que ele vai para casa
de amigos e reforce as suas conquistas de imediato.
Mantenha sempre a calma – ou pelo menos tente e treine... Manter uma atitude firme mas tranquila
é essencial para lidar com o seu filho. Para tal também é preciso que os pais pensem em si próprios.
Procurar ajudas externas para poder estar sem os filhos é essencial, mas duplamente complicado
com uma criança com PHDA. Muitas vezes os avós não conseguem lidar com a situação e não há
quem fique com a criança. Não desista.
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O SEU FILHO NÃO É HIPERACTIVO !
Compreender a PHDA é um primeiro passo para a intervenção. Aceita-la nas suas vicissitudes o
segundo, sabendo distinguir um verdadeiro problema de um “mau comportamento”. Intervir
pressupõe a procura de ajuda especializada, mas acima de tudo uma implicação pessoal na
mudança. Cabe a todos tentar compreender, procurar saberes e encontrar formas de agir que vão no
sentido da inclusão e da aceitação da diferença, mesmo quando esta só é visível no comportamento.
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