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Codigo Penal Angolano

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nica ver sovlida ANTEPROJ ECTODECDIGOPENAL nicaver sovlida


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LIVROI
PARTEGERAL

TTULOI
DALEICRIMINAL

CAPTULONICO
PRINCPIOSGERAIS
Art.1.
(Princpiodalegalidade)
1. Spodeserpunidocriminalmenteofactodescritoedeclaradopassvel
depenaporleianterioraomomentodasuaprtica.
2. Spodeseraplicadamedidadeseguranaaestadosdeperigosidadecu
jospressupostosestejamfixadosemleianteriorsuaverificao.
3. Nopermitidoorecursoanalogianeminterpretaoextensivapara
qualificarumfactocomocrime,paradefinirumestadodeperigosidade
ouparadeterminarapenaouamedidadeseguranaquelhescorrespon
dem.

Art.2.
(Aplicaonotempo)
1. As penas e as medidas de segurana so determinadas pela lei vigente
aotempodaprticadofactooudaverificaodospressupostosdeque
dependem.
2. Sempre que as disposies penais vigentes no momento da prtica do
factoforemdiferentesdasestabelecidasemleisposteriores,aplicaseo
regimequeconcretamentesemostrarmaisfavorvelaoagente,salvose
este j tiver sido condenado por sentena transitada em julgado, sem
prejuzododispostononmeroseguinte.

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3. Quandoofactodeixardesercrimeporforadeleiposterior,asentena
condenatria,aindaquetransitadaemjulgado,noseexecutaou,sej
tiver comeado a ser executada, cessam imediatamente a execuo e
todososseusefeitos.
4. O facto praticado durante a vigncia de uma lei que valha apenas por
um perodo determinado ou para vigorar durante um perodo de emer
gnciaporelajulgado,salvoseumaleidispuserdeformadiferente.
Art.3.
(Momentodaprticadofacto)
Ofactoconsiderasepraticadonomomentoemqueoagenteactuouou,no
casodeomisso,nomomentoemquedeviateractuado,independentemen
tedomomentoemqueoresultadotpicosetenhaverificado.
Art.4.
(Aplicaonoespao.Princpiogeral)
Salvoconvenooutratadointernacionalemcontrrio,aleipenalangolana
aplicvelafactospraticadosemterritrioangolanoouabordodenavios
ouaeronavesde matrculaousobpavilhoangolanos,independentemente
danacionalidadedoagente.
Art.5.
(Aplicaodaleipenalangolanaafactos
ocorridosforadoterritrionacional)
1. Salvoconvenooutratadointernacionalemcontrrio,aleipenalango
lanaaplicvelafactoscometidosforadoterritrioangolano,quando:
a) constituremoscrimesprevistosnosartigos240.a243.,245.a
250.,281.,282.,295.a305.,315.a318.e322.
b) constituremoscrimesprevistosnosartigos362.a368.e370.
a 375.., desde que o agente seja encontrado em Angola e no
possaserextraditado
c) foremcometidoscontraangolanos,desdequeoagentevivahabi
tualmenteemAngolaeaquisejaencontrado
d) foremcometidosporangolanos,ouporestrangeiroscontraango
lanos,desdeque:
i. os factos sejam igualmente punveis pela lei do lugar em
queforamcometidos,
ii. constituamcrimequesegundoaleiangolanaadmitaextra
dio,masestanopossaserconcedida,e
iii. oagentesejaencontradoemAngola.

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e) constituremcrimesque,porconvenooutratadointernacional,
oEstadoangolanosetenhaobrigadoajulgar.
2. Odispostononmeroanteriorstemaplicaoquandooagentenoti
versidojulgadonopasemquecometeuocrimeousetiverposterior
mentesubtradoaocumprimento,totalouparcial,dasanoemquete
nhasidocondenado.
Art.6.
(Lugardaprticadofacto)
Ofactoconsiderasepraticadotantonolugaremque,totalouparcialmente
esobqualquerformadecomparticipao,oagenteactuou,ou,nocasode
omisso,deveriateractuado,comonaqueleemqueoresultadotpicoseti
ververificado.
Art.7.
(AplicaosubsidiriadoCdigoPenal)
Asdisposiesdopresentecdigoaplicamseaosfactospunveisporlegis
laoespecial,salvodisposioemcontrrio.

TTULO II
DO FACTO PUNVEL

CAPTULOI
PRESSUPOSTOSDAPUNIO
Art.8.
(Acoeomisso)
1. Quandoumtipolegalcompreenderumcertoresultado,ofactoabrange
tantoaacoadequadaaproduzilocomoaomissodaacoadequada
aevitlo.
2. Porm,averificaodeumresultadoporomissospunvelquando,
segundo o sentido do texto da lei, a produo por omisso equivaler
produoporacoesobreoomitenterecairumdeverjurdicoquepes
soalmenteoobrigueaevitaresseresultado.

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3. O dever jurdico de actuar referido no nmero anterior existe sempre


queseverifiqueumaobrigaolegaloucontratualdeactuarouquando
oomitentetivercriadoumasituaodeperigoparaobemjurdicopor
foradeumaacoouomissoprecedente.
4. Nocasodeocrimetersidocometidoporomisso,apenapodeserespe
cialmenteatenuada.

Art.9.
(Responsabilidadepenalindividualecolectiva)
1. Salvo disposio em contrrio, s as pessoas singulares so suscept
veisderesponsabilidadepenal.
2. Quando a lei determinar a responsabilizao de entes colectivos como
tais,deveentendersequesetratadepessoascolectivasoudemerasas
sociaesdefacto.
Art.10.
(Actuaoemnomedeoutrem)
punvel quemactuacomotitulardergosdeumentecolectivoouem
representaolegalouvoluntriadeoutrem,aindaquenoconcorramnele,
massimnapessoaemnomedaqualactua,asqualidadesourelaesreque
ridaspelotipolegaldecrime.

Art.11.
(Imputaosubjectiva)
Spunvelo factopraticadocomdoloou, noscasosespecialmentepre
vistosnalei,comnegligncia.

Art.12.
(Dolo)
1. Agecomdolo,sobaformadeinteno,quem,representandoumfacto
quepreencheumtipodecrime,actuarcomintenodeopraticar.
2. Agecomdolo,sobaformadedolonecessrio,quemrepresentarareali
zao de um facto que preenche um tipo de crime como consequncia
necessriadasuaconduta.
3. Age com dolo, sob a forma de dolo eventual, quem representar a rea
lizaodeumfactoquepreencheumtipodecrimecomoconsequncia
possveldasuacondutae,apesardisso,actuarconformandosecoma
quelarealizao.

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Art.13.
(Negligncia)
Agecomneglignciaquem,pornoprocedercomocuidadoaque,segun
doascircunstncias,estobrigadoedequecapaz:
a) representarcomopossvelarealizaodeumfactoquepreencheum
tipodecrimeeactuarsemseconformarcomaquelarealizaoou
b) nochegarsequerarepresentarapossibilidadederealizaodofac
to.

Art.14.
(Errosobreascircunstnciasdofacto)
1. Oerrosobreelementos,defactooudedireito,deumtipodecrimeex
cluiodolo.
2. O preceituado no nmero anterior abrange o erro sobre um estado de
coisasque,aexistir,excluiriaailicitudedofacto.
3. Fica ressalvada a punibilidade da negligncia, nos termos dos artigos
11.e13..

Art.15.
(Errosobreailicitude)
1. Age sem culpa quem actua sem conscincia da ilicitude do facto, se o
errolhenoforcensurvel.
2. Temosmesmosefeitosdoerrosobreailicitude,oerrosobreumestado
decoisasque,aexistir,afastariaaculpabilidadedoagente.
3. Se em qualquer dos casos previstos nos nmeros anteriores, o erro for
censurvel,oagentepunidocomapenaaplicvelaocrimedolosores
pectivo,aqualpoderserespecialmenteatenuada.
4. O erro censurvel quando, face s circunstncias, for razovel exigir
doagenteoutrocomportamento.

Art.16.
(Agravaodapenapeloresultado)
Quandoapenaaplicvelaumfactoforagravadaemfunodaverificao
deumresultado,aagravaosemprecondicionadapelapossibilidadede
imputaodaqueleresultadoaoagente,pelomenos,attulodenegligncia.

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Art.17.
(Imputabilidadeemrazodaidade)
1. Osmenoresde14anosnososusceptveisderesponsabilidadepenal.
2. Amedidalegaldapenareduzidademetadeoudedoisterosnosseus
limites,mnimoemximo,seoagenteformenorde18ou16anosdei
dade,respectivamente.
3. Nadeterminaojudicialdapenaaaplicaraosmenoresaqueserefereo
nmero anterior devem terse particularmente em considerao as ne
cessidadesdereabilitaoedereinserosocial doagente.
4. Nopodeseraplicadaamenorde16anospenadeprivaodeliberdade
superiora3anos.
5. Apenadeprivaodeliberdadeaplicadaamenorde16anosdeveser
substitudaporpenanodetentivaadequada,salvoseasuaexecuofor
absolutamentenecessriadefesasocial eprevenocriminal.
6. O regime aplicvel promoo e prossecuo processuais por crimes
cometidospormenoresde18anoseaorespectivojulgamentoestabe
lecidoporleiespecial.
7. Osmenoresde18anosso,semprequepossvel,julgadospeloscrimes
quecometerem,portribunaisdejurisdioespecializadaecumpremas
penasprivativasdeliberdadeemestabelecimentosprpriosdedeteno,
educaoeformao.
8. Aosjovensadultoscom menosde21anosdeveseratenuadaespecial
menteapenanostermosdoartigo71.,salvosefortesrazesdedefesa
socialedeprevenocriminaldesaconselharemaatenuao.

Art.18.
(Inimputabilidadeemrazodeanomaliapsquica)
1. inimputvel quem, por fora de anomalia psquica, for incapaz, no
momentodaprticadofacto,deavaliarailicitudedesteoudesedeter
minardeacordocomessaavaliao.
2. Aimputabilidadenoexcludaquandoaanomaliapsquicativersido
provocadapeloagentecomaintenodepraticarofacto.
3. Otribunalpodeatenuarespecialmenteapenaquandooagente,porfor
adeumaanomaliapsquicagravenomomentodaprticadofacto,ti
versensivelmentediminudaacapacidadeparaavaliarailicitudedeste
ouparasedeterminardeacordocomessaaavaliao.

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CAPTULOII
FORMASESPECIAISDOFACTOPUNVEL
Art.19.
(Actospreparatrios)
1. Osactospreparatriosnosopunveis,salvodisposioemcontrrio.
2. Soactospreparatriososactosexternosdestinadosafacilitarouapre
pararaexecuodofactomasquenoconstituamaindacomeodeexe
cuonostermosdoartigoseguinte.
Art.20.
(Tentativa)
1. Htentativaquandooagentepraticar,comdolo,actosdeexecuode
umcrime,semqueestechegueaconsumarse.
2. Soactosdeexecuo:
a) osquepreencheremumelementoconstitutivodeumtipodecri
me
b) osqueforemidneosproduodoresultadotpicoou
c) osque,segundoaexperinciacomumesalvocircunstnciasim
previsveis,foremdenaturezaafazeresperarqueselhesigamac
tosdasespciesindicadasnasalneasanteriores.
Art.21.
(Punibilidadedatentativa)
1. Salvodisposioemcontrrio,atentativaspunvelseaocrimecon
sumadorespectivocorresponderpenasuperiora3anosdepriso.
2. Atentativapunvelcomapenaaplicvelaocrimeconsumado,espe
cialmenteatenuada.
3. Atentativanopunvelquandoformanifesta:
a) aineptidodomeioempregadopeloagente
b) ainexistnciadoobjectoessencialconsumaodocrime.
Art.22.
(Desistncia)
1. A tentativa no punvel quando o agente voluntariamente desistir de
prosseguir na execuo do crime ou impedir a consumao ou ainda
quando,noobstanteaconsumao,impediraverificaodoresultado
quealeiquerevitar.
2. Quandoaconsumaoouverificaodoresultadoforemimpedidospor
circunstncia independente da conduta do desistente, a tentativa no
punvelseeleseesforarseriamenteporevitarumaououtra.

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(Art.23.)
(Desistnciaemcasodecomparticipao)
Se vriosagentescomparticiparem no facto,nopunvelatentativada
quelequevoluntariamenteimpediraconsumaoouaverificaodoresul
tado,nemadequemseesforarseriamenteporimpedirumaeoutra,ainda
queosoutroscomparticipantesprossigamnaexecuodocrimeouocon
sumem.
Art.24.
(Autoria)
punvelcomoautorquem:
a) executarofacto,porsimesmo
b) executarofacto,utilizandocomoinstrumentooutrapessoa
c) tomar parte directa na sua execuo, por acordo ou juntamente
comoutroououtrosou
d) determinar,directaedolosamente,outrapessoaprticadofacto,
desdequehajaexecuooucomeodeexecuo.
Art.25.
(Cumplicidade)
1. punvelcomocmplicequem,foradoscasosprevistosnoartigoante
rior,prestar,directaedolosamente,auxlio materialou moralprtica
poroutremdeumfactodoloso.
2. aplicvelaocmpliceapena fixadaparaoautor,especialmenteate
nuada.
Art.26.
(Ilicitudenacomparticipao)
1. Asqualidadesouasrelaesespeciaisdoagente,decujaverificaode
penderailicitudedofacto,comunicamseaosdemaiscomparticipantes
paraefeitodedeterminaodapenaquelhesaplicvel,salvoseoutra
foraintenodaleioucoisadiferenteresultardanaturezadocrime.
2. Acomunicaoreferidanonmeroanteriornoseverificadocmplice
paraoautor.

Art.27.
(Culpanacomparticipao)
Cadacomparticipantepunidosegundoasuaculpa,independentementeda
punioougraudeculpadosoutroscomparticipantes.

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Art.28.
(Concursodecrimes)
Onmerodecrimesdeterminasepelonmerodetiposdecrimeefectiva
mentecometidos,oupelonmerodevezesqueomesmotipodecrimefor
realizadopelacondutadoagente.

Art.29.
(Crimecontinuado)
Constitui umscrimecontinuadoarealizaoplrimado mesmotipode
crimeoudevriostiposdecrimequefundamentalmenteprotejamomes
mo bem jurdico, executada por forma essencialmente homognea e no
quadro da solicitao de uma situao exterior que diminua consideravel
menteaculpadoagente.

CAPTULOIII
CAUSASQUEEXCLUEMAILICITUDE
Art.30.
(Exclusodailicitude)
1. O facto no punvel quando a sua ilicitude for excluda pela ordem
jurdicaconsideradanasuatotalidade.
2. Nomeadamentenoilcitoofactopraticado:
a) emlegtimadefesa
b) noexercciodeumdireito
c) nocumprimentodeumdeverimpostoporleiouporordemleg
timadaautoridadeou
d) comoconsentimentodotitulardointeressejurdicolesado.

Art.31.
(Legtimadefesa)
1. Constitui legtima defesa o facto praticado como meio necessrio para
repeliraagressoactualeilcitadeinteressesjuridicamenteprotegidos
doagenteoudeterceiro.
2. Sehouverexcessodosmeiosempregadosemlegtimadefesaofacto
ilcito,masapenapodeserespecialmenteatenuada.

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Art.32.
(Direitodenecessidade)
Noilcitoofactopraticadocomomeioadequadoparaafastarumperigo
actualqueameaceinteressesjuridicamenteprotegidosdoagenteoudeter
ceiro,quandoseverifiquemosseguintesrequisitos:
a) no ter sido voluntariamente criada pelo agente a situao de perigo,
salvotratandosedeprotegerointeressedeterceiro
b) haver sensvel superioridade do interesse a salvaguardar relativamente
aointeressesacrificadoe
c) serrazovelimporaolesadoosacrifciodoseuinteresseemateno
naturezaouaovalordointeresseameaado.
Art.33.
(Conflitodedeveres)
1. Noilcitoo factodequem,emcasodeconflito nocumprimentode
deveresjurdicosoudeordens legtimasdaautoridade,satisfizerode
verouordemdevalorigualousuperioraodeverouordemquesacrifi
ca.
2. Odeverdeobedinciaaordemdesuperior hierrquicoasubordinado,
cessa quando o cumprimento da ordem conduzir prtica de qualquer
crime.

Art.34.
(Consentimentodoofendido)
1. Alm dos casos especialmente previstos na lei, o consentimento do o
fendido exclui a ilicitude do facto quando se referir a interesses livre
mentedisponveiseoactonoforcontrrioaosbonscostumes.
2. Oconsentimentopodeserexpressoporqualquermeioquetraduzauma
vontade sria, livre e esclarecida do titular do interesse juridicamente
protegidoepodeserlivrementerevogadoatexecuodofacto.
3. Oconsentimentoseficazseforprestadoporquemtivermaisde14
anos e possuir o discernimento necessrio para avaliar o seu sentido e
alcancenomomentoemqueopresta.
4. Seoconsentimentonoforconhecidodoagente,estepunvelcoma
penaaplicveltentativa.
Art.35.
(Consentimentopresumido)
1. Aoconsentimentoequiparadooconsentimentopresumido.

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2. Hconsentimentopresumidoquandoasituaoemqueoagenteactua
permitir razoavelmente supor que o titular do interesse juridicamente
protegido teria eficazmente consentido no facto, se conhecesse as cir
cunstnciasemqueestepraticado.

CAPTULOIV
CAUSASQUEEXCLUEMACULPA
Art.36.
(Excessodelegtimadefesadesculpante)
Age sem culpa quem exceder os meios empregados em legtima defesa,
semprequeoexcessoresultardeperturbao,medoousustonocensur
veis.

Art.37.
(Estadodenecessidadedesculpante)
1. Agesemculpaquempraticarumfactoilcitoadequadoaafastarumpe
rigoactual,noremovveldeoutromodo,queameaceavida,aintegri
dadefsica,ahonraoualiberdadedoagenteoudeterceiro,quandono
for razovel exigir dele, segundo as circunstncias do caso, compor
tamentodiferente.
2. Seoperigoameaarinteressesjurdicosdiferentesdosreferidosnon
mero anterior e se verificarem os restantes pressupostos ali menciona
dos,podeapenaserespecialmenteatenuada.

Art.38.
(Conflitodedeveresdesculpante)
1. Agesemculpaquem,emcasodeconflitodedeveres,cumprirumdever
de menor valor e, em consequncia desse cumprimento praticar um
factoilcito,semprequenoforrazovel,facescircunstnciasdoca
so,exigirdoagenteoutrocomportamento.
2. Odispostononmeroanterioraplicase,semprequeseverificarocon
dicionalismoneledescrito,aquempraticarumfactoilcitoportercum
pridoumaordemdoseusuperiorhierrquico.

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TTULO III
CONSEQUNCIAS JURDICAS DO FACTO

CAPTULOI
DISPOSIESPRELIMINARES
Art.39.
(Sanes)
NopresenteCdigoprevemseasseguintessanes:
a) penasprincipais:
i. priso
ii. multa
b) penasdesubstituio:
i. multa
ii. prisoemfinsdesemana
iii. prestaodetrabalhoafavordacomunidade
iv. suspensodaexecuodapenadepriso
v. admoestao
c) penasacessrias:
i. proibiodeexercciodefuno
ii. suspensodeexercciodefuno
iii. proibiodeconduzirveculosmotorizados
d) medidasdesegurana:
i. internamento
ii. suspensodaexecuodointernamento
iii. interdiodeactividades
iv. cessaodalicenadeconduodeveculosmotorizados
v. interdiodaconcessodelicena.
Art.40.
(Finalidadesdaspenas
edasmedidasdesegurana)
1. A aplicao de penas e de medidas de segurana visa a proteco de
bensjurdicosessenciaissubsistnciadacomunidadesocialeareinte
graodoagentenasociedade.
2. Aexecuodapenadeprisodeveorientarsenosentidodareintegra
odoreclusonasociedade,preparandooparaconduzirasua vidade
modosocialmenteresponsvel,semcometercrimes.

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3. Aexecuodapenadeprisoservetambmadefesadasociedade,pre
venindoocometimentodecrimes.
4. Os condenados a quem sejam aplicadas pena ou medida de segurana
privativasdaliberdademantmatitularidadedosdireitosfundamentais,
salvasaslimitaesinerentesaosentidodacondenaoesexigncias
prpriasdarespectivaexecuo.
5. Aexecuodapenadeprisoedamedidadeseguranadeinternamen
toreguladaemlegislaoprpria,naqualsofixadososdevereseos
direitosdoscondenados.
Art.41.
(Regrasgerais)
1. Nopodehaverpenademortenempenasoumedidasdeseguranapri
vativas da liberdade com carcter perptuo ou de durao ilimitada ou
indefinida.
2. A aplicao de penas ou medidas de segurana no pode, em caso al
gum,servirparasubmeterocondenadoatorturaoutratamentoscruis,
degradantesoudesumanos.
3. Nenhumapenaoumedidadeseguranaenvolvecomoefeitonecessrio
aperdadequaisquerdireitoscivis,profissionaisoupolticos.
4. Aspenassoinsusceptveisdetransmisso.
Art.42.
(Pressupostoselimites
daspenasedasmedidasdesegurana)
1. Aculpapressupostoirrenunciveldeaplicaodequalquerpena.
2. Emcasoalgumapenapodeultrapassaramedidadaculpa.
3. A perigosidade criminal pressuposto irrenuncivel da aplicao de
qualquermedidadesegurana.
4. Amedidadeseguranaspodeseraplicadaseforproporcionadagra
vidadedofactoeperigosidadedoagente.

CAPTULOII
PENASPRINCIPAISEDESUBSTITUIO
SecoI
PenasdePr isoedemulta

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Art.43.
(Duraodapenadepriso)
1. Apenadeprisotem,emregra,adurao mnimade3 meseseadu
raomximade25anos.
2. Emcasoalgum,nomeadamenteporefeitodereincidncia,deconcurso
decrimesoudeprorrogaodapena,podeestaexcederolimitemxi
mode30anos.
3. A contagem dos prazos da pena de priso feita segundo os critrios
estabelecidosnaleiprocessualpenale,nasuafalta,naleicivil.
Art.44.
(Substituiodaprisopormulta)
1. Aprisoaplicadaem medida nosuperiora6 mesessubstitudapor
igualnmerodediasdemultaouporoutrapenanoprivativadaliber
dadeaplicvel,exceptoseaexecuodaprisoforexigidapelanecessi
dade de prevenir o cometimento de futuros crimes, sendo correspon
dentementeaplicvelodispostonoartigo46..
2. Seamultanoforpaga,ocondenadocumpreapenadeprisoaplicada
nasentenasendocorrespondentementeaplicvelodispostonon.3do
artigo48..

Art.45.
(Prisoemfinsdesemana)
1. Otribunalpode,emcasodeprisoaplicadaemmedidanosuperiora5
meses,quenotenhasidosubstitudapormultanostermosdoartigoan
terior,determinar,comaanunciadocondenado,queapenasejacum
pridaemperodosdefimdesemana,semprequeentenderqueestafor
madecumprimentorealizadeformaadequadaosfinsdapunio.
2. Cadaperododefimdesemana,comaduraomnimade36horasea
duraomximade48horas,equivaleaocumprimentode5diasdape
nadeprisoaplicada.
3. A priso em fins de semana cumprida no estabelecimento prisional
mais prximo do domiclio do condenado ou, com o acordo deste, em
qualqueroutroestabelecimento,policialoudeoutranatureza.
4. Seocondenadonocomparecernoestabelecimentoreferidononmero
anteriorparacumprirapena,semjustificaoaceitepelotribunaloude
leseausentarsemautorizaodotribunaloregimedeprisoemfinsde
semanapodeserrevogado,passandoocondenadoacumprirapenaem
regimedeprisocontnua.

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5. Seoregimedeprisoemfinsdesemanaforrevogadosodescontados
na pena aplicada todos os perodos j cumpridos, razo de 3 dias de
prisoporcadafimdesemana.
Art.46.
(Penademulta)
1. A pena de multa fixada em dias, de acordo com os critrios
estabelecidos no nmero 1 do artigo 67., sendo, em regra, o limite
mnimode10diaseomximode360.
2. Cada dia de multa corresponde a uma quantia entre dois centsimos e
doisdcimosdosalriomnimomensaldafunopblica,queotribu
nalfixaemfunodasituaoeconmicaefinanceiradocondenadoe
dosseusencargospessoais.
3. Sempre que a situao econmica e financeira do condenado o justifi
car,otribunalpodeautorizaropagamentoemprestaes,nopodendo
altimairalmdos2anossubsequentesdatadotrnsitoemjulgado
dacondenao.
4. Dentro dos limites referidos no nmero anterior e quando motivos su
pervenientes o justificarem, os prazos de pagamento inicialmente esta
belecidospodemseralterados.
5. A falta de pagamento de uma das prestaes importa o vencimento de
todas.
Art.47.
(Substituiodamultaportrabalho)
1. A requerimento do condenado, pode o tribunal ordenar que a pena de
multafixadasejatotalouparcialmentesubstitudapordiasdetrabalho
emestabelecimentos,oficinasouobrasdoEstadooudeoutraspessoas
colectivasdedireitopblico,ouaindadeinstituiesparticularesdeso
lidariedadesocial,quandoconcluirqueestaformadecumprimentorea
lizadeformaadequadaesuficienteasfinalidadesdapunio.
2. correspondentementeaplicvelodispostonosn.s3e4doartigo55.
eon.1doartigo56..
Art.48.
(Conversodamultanopagaemprisosubsidiria)
1. Seamulta,quenotenhasidosubstitudaportrabalho,noforpagavo
luntria ou coercivamente, cumprida priso subsidiria pelo tempo
correspondentereduzidoadoisteros,aindaqueocrimenofossepu
nvelcom priso, noseaplicando,paraoefeito,o limite mnimodos
diasdeprisoconstantedon.1doartigo43..

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2. Ocondenadopodeatodootempoevitar,total ouparcialmente,aexecu
odaprisosubsidiria,pagando,notodoouemparte,amultaaque
foicondenado.
3. Seocondenadoprovarquearazodonopagamentodamultalheno
imputvel,podeaexecuodaprisosubsidiriasersuspensa,porum
perodode1a3anos,desdequeasuspensosejasubordinadaaocum
primentodedeveresou regrasdecondutadecontedo noeconmico
oufinanceiromasseosdeveresouasregrasdecondutanoforemcum
pridos,executaseaprisosubsidiriae,seoforem,apenadeclarada
extinta.
4. Odisposto nos n.s1e2correspondentementeaplicvelaocasoem
que o condenado culposamente no cumpra os dias de trabalho pelos
quais, a seu pedido, a multa foi substituda e, se o incumprimento lhe
no for imputvel, correspondentemente aplicvel o disposto no n
meroanterior.

SecoII
SuspensodaExecuodaPr iso

Art.49.
(Pressupostosedurao)
1. O tribunal suspende a execuo da priso aplicada em medida no su
periora3anosse,atendendopersonalidadedoagente,scondiesda
suavida,suacondutaanterioreposterioraocrimeescircunstncias
deste,concluirqueacensurado factoea ameaadaprisorealizaram
deformaadequadaesuficienteasfinalidadesdapunio.
2. Otribunal,seojulgarconvenienteeadequadorealizaodasfinalida
des da punio, subordina a suspenso da execuo da priso, nos ter
mosdosartigosseguintes,aocumprimentodedeveresouobservncia
deregrasdeconduta.
3. Osdevereseasregrasdecondutapodemserimpostoscumulativamen
te.
4. Adecisocondenatriaespecificasempreosfundamentosdasuspenso
edassuascondies.
5. O perodo de suspenso fixado entre 2 e 5 anos a contar da data do
trnsitoemjulgadodadeciso.

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Art.50.
(Deveres)
1. A suspenso da execuo da priso pode ser subordinada ao cumpri
mentodedeveres impostosaocondenado edestinadosarepararo mal
docrime,nomeadamente:
a) pagardentrodecertoprazo,notodoounapartequeotribunalcon
siderarpossvel,aindemnizaodevidaaolesado,ougarantiroseu
pagamentopormeiodecauoidnea
b) daraolesadosatisfaomoraladequada
c) entregarainstituies,pblicasouprivadas,desolidariedadesocial
ouaoEstadoumacontribuiomonetriaouprestaoemespciede
valorequivalente.
2. Osdeveresimpostosnopodememcasoalgumrepresentarparaocon
denadoobrigaescujocumprimentonosejarazoavelmentedelheexi
gir.
3. Osdeveresimpostospodemsermodificadosataotermodoperodode
suspensosemprequeocorreremcircunstnciasrelevantessupervenien
tesoudequeotribunalsposteriormentetivertidoconhecimento.

Art.51.
(Regrasdeconduta)
1. Otribunalpodeimporaocondenadoocumprimento,pelotempodedu
raodasuspenso,deregrasdecondutadestinadasafacilitarasuare
integraonasociedade.
2. Podeotribunalimpornomeadamenteaocondenadoque:
a) noexeradeterminadasprofisses
b) nofrequentecertosmeiosoulugares
c) noresidaemcertoslugaresouregies
d) noacompanhe,alojeourecebadeterminadaspessoas
e) no frequentecertasassociaesou noparticipeemdetermina
dasreunies
f) notenhaemseupoderobjectoscapazesdefacilitaraprticade
crimes
g) seapresenteperiodicamenteperanteotribunal.
3. Otribunalpodeainda,obtidooconsentimentoprviodocondenado,de
terminarasujeiodesteatratamento mdicoouacuraem instituio
adequada.
4. correspondentementeaplicvelodispostonosn.s2e3doartigoan
terior.

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Art.52.
(Faltadecumprimentodascondies
dasuspenso)
Seduranteoperododasuspenso,ocondenado,culposamente,deixarde
cumprirqualquerdosdeveresouregrasdecondutaimpostos,podeotribu
nal:
a) fazerumaadvertncia
b) exigirgarantiasdecumprimentodasobrigaesquecondicionam
asuspenso
c) impornovosdeveresouregrasdeconduta,ouintroduzirexign
ciasacrescidasnoplanodereadaptao
d) prorrogaroperododesuspensoatmetadedoprazoinicialmen
tefixado,masnopormenosde1anonemporformaaexcedero
prazomximodesuspensoprevistonon.5doartigo49..

Art.53.
(Revogaodasuspenso)
1. Asuspensodaexecuodapenadeprisorevogadasempreque,no
seudecurso,ocondenado:
a) infringir, grosseira ou repetidamente, os deveres ou regras de
condutaimpostos,ou
b) cometercrime peloqual venhaasercondenadoerevelarqueas
finalidades queestavam nabasedasuspenso nopuderam,por
meiodela,seralcanadas.
2. Arevogaodeterminaocumprimentodapenadeprisofixadanasen
tena,semqueocondenadopossaexigirarestituiodeprestaesque
hajaefectuado.

Art.54.
(Extinodapena)
1. A pena declarada extinta se, decorrido o perodo da sua suspenso,
nohouvermotivosquepossamconduzirsuarevogao.
2. Se, findo o perodo da suspenso, se encontrar pendente processo por
crime que possa determinar a sua revogao ou incidente por falta de
cumprimentodosdeveresoudasregrasdeconduta,apenasdeclara
daextintaquandooprocessoouoincidentefindaremenohouverlu
garrevogaoouprorrogaodoperododesuspenso.

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SecoIII
Pr estaodeTr abalhoaFavor daComunidadeeAdmoestao
Art.55.
(Prestaodetrabalhoafavordacomunidade)
1. Seaoagentedeverseraplicadapenadeprisoemmedidanosuperior
a1ano,otribunalsubstituiaporprestaodetrabalhoafavordacomu
nidadesemprequeconcluirqueporestemeioserealizamdeformaade
quadaesuficienteasfinalidadesdapunio.
2. Aprestaodetrabalhoafavordacomunidadeconsistenaprestaode
serviosgratuitosaoEstado,aoutraspessoascolectivasdedireitopbli
co ou a entidades privadas cujos fins o tribunal considere de interesse
paraacomunidade.
3. Aprestaodetrabalhofixadaentre36e380horas,podendoaquele
sercumpridoemdiasteis,aossbados,domingoseferiados.
4. Aduraodosperodosdetrabalhonopodeprejudicarajornadanor
maldetrabalho,nemexceder,pordia,opermitidosegundooregimede
horasextraordinriasaplicvel.
5. Apenadeprestaodetrabalhoafavordacomunidadespodesera
plicadacomaceitaodocondenado.
Art.56.
(Suspensoprovisria,revogao,
extinoesubstituio)
1. Aprestaodetrabalhoafavordacomunidadepodeserprovisoriamen
te suspensa por motivo grave de ordem mdica, familiar, profissional,
socialououtra,nopodendo,noentanto,otempodeexecuodapena
ultrapassar18meses.
2. Otribunalrevogaapenadeprestaodetrabalhoafavordacomunida
deeordenaocumprimentodapenadeprisodeterminadanasentena
seoagente,apsacondenao:
a) se colocar intencionalmente em condies de no poder traba
lhar
b) serecusar,sem justacausa,aprestartrabalhoou infringir, gros
seiramente,osdeveresdecorrentesdapenaaquefoicondenado
ou
c) cometercrime peloqual venhaasercondenadoerevelarqueas
finalidadesdapenadeprestaodetrabalhoafavordacomunida
denopuderam,pormeiodela,seralcanadas.
3. correspondentementeaplicvelodispostonoartigo53..

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4. Se,noscasosprevistosnon.2,ocondenadotiverdecumprirapenade
priso,mashouverjprestadotrabalhoafavordacomunidade,otribu
nalfaz,notempodeprisoacumprir,odescontoquelheparecerequi
tativo.
5. Seaprestaodetrabalhoafavordacomunidadeforconsideradasatis
fatria,podeotribunal declararextintaapena no inferiora72 horas,
umavezcumpridosdoisterosdapena.
6. Seoagentenopuderprestarotrabalhoaquefoicondenadoporcausa
quelhenosejaimputvel,otribunal,conformeoqueserevelarmaisa
dequadorealizaodafinalidadedapunio:
a) substitui a pena de priso fixada na sentena por multa at 120
dias,aplicandosecorrespondentementeodispostonon.2doar
tigo45.,ou
b) suspendeaexecuodapena deprisodeterminada nasentena
porum perodoque fixarentre1e3anos,subordinandoa,nos
termosdosartigos50.e51.,aocumprimentodedeveresoure
grasdecondutaadequados.

Art.57.
(Admoestao)
1. Seaoagentedeverseraplicadapenademultaemmedidanosuperiora
120dias,podeotribunallimitarseaproferirumaadmoestao.
2. Aadmoestaostem lugarseodanotiversido reparadoeotribunal
concluir que, por aquele meio, se realizam de forma adequada e sufi
cienteasfinalidadesdapunio.
3. Emregra,aadmoestaonoaplicadaseoagente,nos3anosanterio
resao facto,tiversidocondenadoem qualquerpena, includaadead
moestao.
4. A admoestao consiste numa solene censura oral feita ao agente, em
audincia,pelotribunal.
5. Semprequeotribunalentendaqueapresenadospais,deoutrosmem
brosdafamliadoarguidooudeoutraspessoasnecessriaparacon
cedereficciaadmoestao,deveconvoclosparaaaudinciaaque
serefereonmeroanterior.

SecoIV
Liber dadeCondicional

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Art.58.
(Pressupostosedurao)
1. Aaplicaodaliberdadecondicionaldependesempredoconsentimento
docondenado.
2. Otribunalcolocaocondenadoaprisoemliberdadecondicionalquan
doseencontrarcumpridametadedapenae, nomnimo,6meses,se:
a) for fundadamente de esperar, dadas as circunstncias do caso, a
vida anterior do agente, a sua personalidade e a evoluo desta
duranteaexecuodapenadepriso,queocondenado,umavez
emliberdade,conduzirasuavidademodosocialmenterespon
svel,semcometercrimes,e
b) alibertaoserevelarcompatvelcomadefesadaordemjurdica
edapazsocial.
3. Otribunalcolocaocondenadoaprisoemliberdadecondicionalquan
doseencontraremcumpridosdoisterosdapenae,no mnimo,6 me
ses,desdequeserevelepreenchidoorequisitoconstantedaalneaa)do
nmeroanterior.
4. Tratandosedecondenaoapenadeprisosuperiora5anospelaprti
cadecrimecontraaspessoasoudecrimedeperigocomum,aliberdade
condicional apenas poder ter lugar quando se encontrarem cumpridos
doisterosdapenaeumavezverificadososrequisitosdasalneasa)e
b)don.2.
5. Semprejuzododisposto nos nmerosanteriores,ocondenadoapena
de priso superior a 6 anos colocado em liberdade condicional logo
quehouvercumpridocincosextosdapena.
6. Emqualquerdasmodalidades,aliberdadecondicionaltemumadurao
igualaotempodeprisoquefaltecumprir,masnuncasuperiora5anos.
Art.59.
(Liberdadecondicional
emcasodeexecuosucessivadevriaspenas)
1. Sehouverlugarexecuodevriaspenasdepriso,aexecuodape
naquedevasercumpridaemprimeirolugarinterrompida:
a) quando se encontrar cumprida metade da pena, no caso do n. 2
doartigoanterior
b) quandoseencontraremcumpridosdoisterosdapena,noscasos
donmero4doartigoanterior.
2. Noscasosprevistosnonmeroanterior,otribunaldecidesobrealiber
dadecondicionalnomomentoemquepossafazlo,deformasimult
nea,relativamentetotalidadedaspenas.

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3. Seasomadaspenasquedevamsercumpridassucessivamenteexceder
6anosdepriso,otribunalcolocaocondenadoemliberdadecondicio
nal,sedela notiverantesaproveitado,logoqueseencontraremcum
pridoscincosextosdasomadaspenas.
4. Odispostonosnmerosanterioresnoaplicvelaocasoemqueae
xecuodapenaresultarderevogaodaliberdadecondicional.
Art.60.
(Regime)
correspondentementeaplicvelliberdadecondicionalodispostonoarti
go51.enasalneasa),b)ec)don.2doartigo52..
Art.61.
(Revogaoeextino
daliberdadecondicional)
1. correspondentemente aplicvel revogao e extino da liberdade
condicionalodispostonon.1doartigo53.enoartigo54.,respecti
vamente.
2. Arevogaodaliberdadecondicionaldeterminaaexecuodapenade
prisoaindanocumprida.
3. Relativamentepenadeprisoquevierasercumprida,podeterlugara
concessodenovaliberdadecondicionalnostermosdoartigo58..

CAPTULOIII
PENASACESSRIAS
Art.62.
(Proibiodoexercciodefuno)
1. Otitulardecargopblico,funcionriopblicoouagentedaadministra
opblica,que,noexercciodaactividadeparaquefoieleitoounome
ado,cometercrimepunidocompenadeprisosuperiora3anos,tam
bmproibidodoexercciodaquelasfunesporumperodode2a5a
nosquandoofacto:
a) forpraticadocomflagranteegraveabusodafunooucomma
nifestaegraveviolaodosdeveresquelhesoinerentes
b) revelarindignidadenoexercciodocargoou
c) implicaraperdadaconfiananecessriaaoexercciodafuno.
2. Odispostononmeroanteriorcorrespondentementeaplicvelspro
fisses ou actividades cujo exerccio depender de ttulo pblico ou de
autorizaoouhomologaodaautoridadepblica.
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3. No conta para o prazo de proibio o tempo em que o agente estiver


privadodaliberdadeporforademedidadecoaoprocessual,penaou
medidadesegurana.
4. Cessaodispostonosn.s1e2quando,pelomesmofacto,tiverlugara
aplicao de medida deseguranade interdio deactividade, nos ter
mosdoartigo96..
5. Semprequeotitulardecargopblico,funcionriopblicoouagenteda
administrao pblica for condenado pela prtica de crime, o tribunal
comunicaacondenaoautoridadedequeaqueledepender.
Art.63.
(Suspensodoexercciodefuno)
1. Oarguidodefinitivamentecondenadoapenadepriso,quenoforde
mitidodisciplinarmentede funopblicaquedesempenhe, incorre na
suspensodafunoenquantodurarocumprimentodapena.
2. suspensoprevistanonmeroanteriorligamseosefeitosque,dea
cordocomalegislaorespectiva,acompanhamasanodisciplinarde
suspensodoexercciodefunes.
3. O disposto nos nmeros anteriores correspondentemente aplicvel a
profisses ou actividades cujo exerccio depender de ttulo pblico ou
deautorizaoouhomologaodaautoridadepblica.
Art.64.
(Efeitosdaproibioedasuspenso
doexercciodefuno)
1. Salvo disposio em contrrio, a proibio e a suspenso do exerccio
defunopblicadeterminamaperdadosdireitoseregaliasatribudos
aotitular,funcionrioouagente,pelotempocorrespondente.
2. A proibio de exerccio de funo pblica no impossibilita o titular,
funcionrioouagentedesernomeadoparacargooufunoquepossam
serexercidossemadignidadeeaconfianaqueocargoouafunode
cujoexercciofoiproibidoexigem.
3. O disposto nos nmeros anteriores correspondentemente aplicvel a
profisses ou actividades cujo exerccio depender de ttulo pblico ou
deautorizaoouhomologaodaautoridadepblica.
Art.65.
(Proibiodeconduzirveculosmotorizados)
1. condenadonaproibiodeconduzirveculosmotorizadosporumpe
rodofixadoentre1mse1anoquemforpunido:

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a) por crime cometido no exerccio daquela conduo com grave


violaodasregrasdotrnsitorodovirioou
b) porcrimecometidocomutilizaodeveculoecujaexecuoti
versidoporestefacilitadadeformarelevante.
2. A proibio produz efeito a partir do trnsito em julgado da deciso e
podeabrangeraconduodeveculosmotorizadosdequalquercatego
riaoudeumacategoriadeterminada.
3. Aproibiodeterminadacomunicadaaosservioscompetenteseim
plica,paraocondenadoquefortitulardelicenadeconduo,aobriga
odeaentregarnasecretariadotribunalouemqualquerpostopolicial
quearemeterquela mas,tratandosedelicenaemitidaem pases
trangeiro,comvalorinternacional,aentregasubstitudaporanotao,
naquelalicena,daproibiodecretada.
4. No conta para o prazo da proibio o tempo em que o agente estiver
privado da liberdade por fora de medida de coaco processual, pena
oumedidadesegurana.
5. Cessaodispostononmero1quando,pelomesmofacto,tiverlugara
aplicaodacassaoouinterdiodaconcessodelicena,nostermos
dosartigos97.e98..

CAPTULOIV
ESCOLHAEMEDIDADAPENA
SecoI
Regr asGer ais
Art.66.
(Critriodeescolhadapena)
Se ao crime forem aplicveis, em alternativa, pena privativa e pena no
privativadaliberdade,otribunaldprefernciasegundasemprequeesta
realizardeformaadequadaesuficienteasfinalidadesdapunio.
Art.67.
(Determinaodamedidadapena)
1. Adeterminaodamedidadapena,dentrodoslimitesfixadosnalei,
feitaemfunodaculpadoagenteedasexignciasdapreveno.
2. Nadeterminaoda medidaconcretadapenaotribunalatendeatodas
ascircunstnciasnomodificativas,considerando,nomeadamente:
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a) ograudeilicitudedofacto,omododeexecuodesteeagravidade
das suas consequncias, bem como o grau de violao dos deveres
impostosaoagente
b) aintensidadedodolooudanegligncia
c) os sentimentos manifestados no cometimento do crime e os fins ou
motivosqueodeterminaram
d) ascondiespessoaisdoagenteeasuasituaoeconmica
e) acondutaanterioraofactoeaposterioraeste,especialmentequan
doestasejadestinadaarepararasconsequnciasdocrime
f) afaltadepreparaoparamanterumacondutalcita,manifestadano
facto, quando essa falta deva ser censurada atravs da aplicao da
pena.
3. Nasentenasoexpressamentereferidososfundamentosdamedidada
pena.
Art.68.
(Circunstnciasrelevantes
paraadeterminaodamedidadapena)
1. Ascircunstnciasaqueserefereon.2doartigoanteriorsoagravan
tesquandodepemcontraoagenteeatenuantesquandodepememseu
favor.
2. Sounicamentecircunstnciasagravantes,teroagentecometidoocri
me:
a) pormotivoftil
b) medianterecompensa,remuneraoousuapromessa
c) porrazesdediscriminaoracial,nacional,tnica,ideolgica,reli
giosa,sexualoudeorientaosexual,dedoenaoudeficinciafsica
oupsquica
d) parafacilitarouasseguraraexecuo,aocultao,aimpunidadeou
avantagemdeoutrocrime
e) comtraio,emboscada,aleivosiaouqualqueroutrafraude
f) comveneno,incndio,explosivo,torturaouqualquer meiocruelou
dequepodiaresultarperigocomum
g) contra ascendentes, descendentes, parentes at ao terceiro grau da
linhacolateral,ouafins,cnjugeoupessoaemsituaoanloga
h) com abuso de autoridade ou prevalecendose o agente de relaes
domsticas,decoabitaooudehospitalidade
i) comabusodepoderouviolaodedeverinerenteacargo,ofcioou
profisso
j) contracriana,idosooumulhergrvida
k) comacomparticipaodecriana

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l) quandooofendidoestavasobimediataprotecodaautoridade
m) emocasiode incndio, naufrgio, inundao,qualquercalamidade
pblicaoudesgraaparticulardoofendido
3. Socircunstnciasatenuantesasquediminuremailicitudedo facto,a
culpadoagenteouanecessidadedapena,nomeadamenteasseguintes:
a) ter o agente actuado sob influncia de ameaa grave ou ascendente
depessoadequemdependaouaquemdevaobedincia
b) ter sido a conduta do agente determinada por motivo honroso, por
fortetentaoousolicitaodaprpriavtimaouporprovocaoin
justaouofensaimerecida
c) terhavidoactosdemonstrativosdearrependimentosincerodoagen
te,nomeadamente,areparao,atondelheerapossvel,dosdanos
causados
d) ter decorrido muito tempo sobre a prtica do crime, mantendo o a
genteboaconduta
e) teroagenteprestadorelevantesserviossociedade.

Art.69.
(Circunstnciasmodificativas.Concurso)
1. Socircunstnciasmodificativasasquealteramamedidalegaldapena
aplicvel aocrimeemrelaoaoqualseverificam.
2. Concorrendo no mesmo crime duas ou mais circunstncias modificati
vas,comunsouespeciais,samaisgraveouumasdelas,seforemde
igualgravidade,podeserconsideradacomotal,funcionandoarestante
ou restantes como circunstncias que apenas relevam na determinao
damedidaconcretadapena.

Art.70.
(Atenuaoespecialdapena)
1. O tribunal atenua especialmente a pena, para alm dos casos especial
menteprevistosnalei,quandoexistiremcircunstnciasanteriores,con
temporneasouposterioresaocrime,quediminuamdeformaacentuada
ailicitudedofacto,aculpadoagenteouanecessidadedapena.
2. Spodesertomadaemcontaumanicavezacircunstnciaque,porsi
mesmaouconjuntamentecomoutras,derlugarsimultaneamenteauma
atenuaoespecialmenteprevistanaleieestabelecidanesteartigo.

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Art.71.
(Termosdaatenuaoespecial)
1. Semprequehouverlugaratenuaoespecialdapena,observaseose
guinterelativamenteaoslimitesdapenaaplicvel:
a) olimitemximodapenadeprisoreduzidodeumtero
b) olimitemnimodapenadeprisoreduzidoaumquinto,sefor
igualousuperiora3anos,eaomnimolegal,seforinferior
c) olimitemximodapenademultareduzidodeumteroeoli
mitemnimoreduzidoaomnimolegal
d) seolimite mximodapenadepriso noforsuperiora3anos,
podeamesmasersubstitudapormulta,dentrodoslimitesgerais.
2. A pena especialmente atenuada pode, depois de estar determinada em
concreto,sersubstitudanostermosgerais.
Art.72.
(Dispensadepena)
1. Quandoocrimeforpunvelcompenadeprisonosuperiora6meses,
ou com multa no superior a 120 dias, pode o tribunal declarar o ru
culpadomasnoaplicarqualquerpena,se:
a) ailicitudedofactoeaculpadoagenteforemdiminutas
b) odanotiversidoreparadoe
c) dispensadepenanoseopuseremrazesdepreveno.
2. Seojuiztiverrazesparacrerqueareparaododanoestemviasde
severificar,podeadiarasentenaparareapreciaodocasodentrode1
ano,emdiaque,desdelogo,devemarcar.
3. Quando umaoutra normaadmitir,com carcter facultativo,adispensa
depena,estastemlugarsenocasoseverificaremosrequisitosconti
dosnasalneasdonmero1.

SecoII
Reincidncia
Art.73.
(Pressupostosdareincidncia)
1. punido como reincidente quem, por si s ou sob qualquer forma de
comparticipao,cometerumcrimedolosopunvelcompenadepriso
superior a 1 ano, depois de ter sido condenado por sentena transitada
emjulgadoempenadeprisoefectivasuperiora1anoporoutrocrime
doloso, se, de acordo com as circunstncias do caso, o agente for de
censurarporacondenaooucondenaesanterioresnolheteremser
vidodesuficienteadvertnciacontraocrime.

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2. Ocrimeanteriorporqueoagentetenhasidocondenadonorelevapara
a reincidncia se entre a sua prtica e a do crime seguinte tiverem de
corridomaisde6anos,nosendocomputado,nesteprazo,otempodu
ranteoqualoagentetenhacumpridomedidaprocessual,penaoumedi
dadeseguranaprivativasdaliberdade.
3. Ascondenaesproferidasportribunaisestrangeiroscontamparaare
incidncia nostermosdos nmerosanteriores,desdequeo factocons
tituacrimesegundoaleiangolana.
4. Aprescriodapena,operdogenricoeoindultonoobstamverifi
caodareincidncia.
Art.74.
(Efeitosdareincidncia)
1. Emcasodereincidnciaolimitemnimodapenaaplicvelaocrimee
levadodeumteroeolimitemximopermaneceinalterado.
2. Aagravaoreferidanonmeroanteriornopodeexcederamedidada
penamaisgraveaplicadanascondenaesanteriores.

SecoIII
PuniodoConcur sodeCr imes
edoCr imeContinuado
Art.75.
(Regrasdapuniodoconcurso)
1. Quandoalgumtiverpraticadovrioscrimesantesdetertransitadoem
julgadoacondenaoporqualquerdelescondenadonumapenanica.
2. Apenaaplicveltemcomolimitemximoasomadaspenasconcreta
menteaplicadasaosvrioscrimes,nopodendoultrapassaros30anos,
tratandosedepenadeprisoe900dias,tratandosedepenademultae,
comolimitemnimoamaiselevadadaspenasconcretamenteaplicadas
aosvrioscrimes.
3. Namedidadapenasoconsiderados,emconjunto,osfactoseaperso
nalidadedoagente
4. Seaspenasaplicadasaoscrimesemconcurso forem umasdeprisoe
outrasdemulta,adiferentenaturezadestasmantmsenapenanicare
sultantedaaplicaodoscritriosestabelecidosnosnmerosanteriores.
5. Aspenasacessriaseasmedidasdeseguranasosempreaplicadasao
agente,aindaqueprevistasporumasdasleisaplicveis.

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Art.76.
(Conhecimentosupervenientedoconcurso)
1. Se, depois de uma condenao transitada em julgado, mas antes de a
respectivapenaestarcumprida,prescritaouextinta,semostrarqueoa
gente praticou, anteriormente quela condenao, outro ou outros cri
mes,soaplicveisasregrasdoartigoanterior.
2. Odispostononmeroanterioraindaaplicvelnocasodetodososcri
mes terem sido objecto separadamente de condenaes transitadas em
julgado.
3. As penas acessrias e as medidas de segurana aplicadas na sentena
anteriormantmse,salvoquandosemostraremdesnecessriasemvista
danovadeciso
4. Seforemaplicveisapenasaocrimequefaltaapreciaraspenasacess
riaseasmedidasdeseguranareferidasnonmero3,ssodecretadas
seaindaforemnecessriasemfacedadecisoanterior.
Art.77.
(Puniodocrimecontinuado)
Ocrimecontinuadopunvelcomapenamaisgravequeintegraaconti
nuao.

SecoIV
Desconto
Art.78.
(Medidasprocessuais)
1. Aprivaodaliberdade,nomeadamenteaprisopreventiva,sofridape
loarguido noprocessoem que vieraser condenado,descontadapor
inteironocumprimentodapenadeprisoquelheforaplicada.
2. Se foraplicadapenade multa,aprivao da liberdadeprevista no n
mero anterior descontada razo de 1 dia por, pelo menos, 1 dia de
multa.
Art.79.
(Penaanterior)
1. Seapenaimpostapordecisotransitadaemjulgadoforposteriormente
substitudaporoutra,descontadanestaapenaanterior,namedidaem
quejestivercumprida.
2. Seapenaanterioreaposterior foremde diferente natureza, feito na
novapenaodescontoqueparecerequitativo.

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Art.80.
(Medidaprocessualoupenasofridanoestrangeiro)
descontada, nos termos dos artigos anteriores, qualquer medida proces
sualoupenaqueoagentetenhasofrido,pelomesmooupelosmesmosfac
tos,noestrangeiro.

CAPTULOV
PRORROGAODAPENA
SecoI
Delinquentespor Tendncia
Art.81.
(Prorrogaodapena)
1. Apenadeprisoefectivapelaprticadecrimedoloso,superiora2a
nos,prorrogadapordoisperodossucessivosde3anos,se:
a) oagentetivercometidoanteriormentedoisoumaiscrimesdolosos,a
cada um dos quais tenha sido aplicada priso efectiva tambm por
maisde2anose
b) aoexpirardapenaoudaprimeiraprorrogaoforfundadamentede
esperar,atendendoscircunstnciasdocaso,vidaanteriordoagen
te,suapersonalidadeeevoluodestaduranteaexecuodapri
so,queocondenado,umavezemliberdade,noconduzirasuavi
dademodosocialmenteresponsvel,semcometercrimes.
2. Qualquer crime anterior deixa de ser tomado em conta, para efeito do
dispostononmero1,quandoentreasuaprticaeadocrimeseguinte
tiveremdecorrido maisde5anos,nosendocomputado nesteprazo o
perodo durante o qual o agente cumpriu medida processual, pena de
prisooumedidadeseguranaprivativasdaliberdade.
3. Sotomadosemconta,nostermosdosnmerosanteriores,osfactosjul
gados fora de Angola que tiverem conduzido aplicao de priso e
fectivapormaisde2anos,desdequeaelessejaaplicvel,segundoalei
penalangolana,penadeprisosuperiora2anos.
Art.82.
(Outroscasosdeprorrogaodapena)
1. Apenadeprisoefectivapelaprticadocrimedolosoprorrogadapor
doisperodossucessivosde3anosse:
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a) o agente tiver cometido anteriormente quatro ou mais crimes dolo


sos,acadaumdosquaistenhasidotambmaplicadapenadepriso
efectivae
b) opressupostofixadonon.1,alneab)doartigoanteriorestiverpre
enchido.
2. correspondentementeaplicvelodispostonon.2doartigoanterior.
3. Sotomadosemconta,nostermosdosartigosanteriores,osfactosjul
gadosforadeAngolaquetiveremconduzidoaplicaodeprisoefec
tiva,desdequeaelessejaaplicvel,segundoaleipenalangolana,pena
depriso.

Art.83.
(Restries)
1. Seoscrimesforempraticadosantesdeoagentetercompletado25anos
deidade,odispostonosartigos81.e82.saplicvelseaqueletiver
cumpridoprisonomnimode1ano.
2. Oprazoreferidonon.2doartigo81.,paraefeitododispostoneste
artigo,de3anos.

SecoII
AlcolicoseEquipar ados
Art.84.
(Pressupostoseefeitos)
Apenadeprisoefectivaaplicadaaumalcolicooupessoacomtendncia
paraabusardebebidasalcolicasprorrogadapordoisperodossucessivos
detrsanosse:
a) o agente tiver cometido anteriormente crime a que tenha sido aplicada
tambmprisoefectiva
b) os crimes tiverem sido praticados em estado de embriaguez ou estive
remrelacionadoscomoalcoolismooucomatendnciadoagentee
c) a prorrogao for necessria para eliminar o alcoolismo do agente ou
combaterasuatendnciaparaabusardebebidasalcolicas.
Art.85.
(Abusodeestupefacientes)
Odispostonoartigo86.correspondentementeaplicvelaosagentesque
abusaremdeestupefacientes.

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SecoIII
DisposioComum
Art.86.
(Liberdadecondicional)
aplicvelaoscasossujeitosaprorrogaodapena,odispostonosartigos
58.,59.,60.e61..

CAPTULOVI
MEDIDASDESEGURANA
SecoI
Inter namentodeInimputveis
Art.87.
(Pressupostoseduraomnima)
1. Quemtiverpraticadoumfactoilcitotpicoeforconsideradoinimput
vel,nostermosdoartigo18.,mandadointernarpelotribunalemesta
belecimentodecura,tratamentoousegurana,sempreque,por virtude
daanomaliapsquicaedagravidadedofactopraticado,houverfundado
receiodequevenhaacometeroutrosfactosdamesmaespcie.
2. Quandoo factopraticadopelo inimputvelcorrespondeacrimecontra
aspessoasouacrimedeperigocomumpunveiscompenadeprisosu
periora5anos,ointernamentotemaduraomnimade3anos,salvo
sealibertaoserevelarcompatvelcom adefesadaordemjurdicae
dapazsocial.
Art.88.
(Cessaoeprorrogaodointernamento)
1. Semprejuzododispostonon.2doartigoanterior,ointernamentofin
daquandootribunalverificarquecessouoestadodeperigosidadecri
minalquelhedeuorigem.
2. Ointernamentonopodeexcedero limite mximodapenacorrespon
denteaotipodecrimecometidopeloinimputvel.
3. Seofactopraticadopeloinimputvelcorresponderacrimepunvelcom
penasuperiora8anoseoperigodenovosfactosdamesmaespciefor
de tal modo grave que desaconselhe a libertao, o internamento pode
serprorrogado,pordecisojudicial,porperodossucessivosde2anos
atseverificarasituaoprevistanon.1.
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Art.89.
(Revisodasituaodointernado)
1. Seforinvocadaaexistnciadecausajustificativadacessaodointer
namento,otribunalapreciaaquestoatodootempo.
2. Aapreciaoobrigatria,independentementederequerimento,decor
ridos2anossobreoinciodointernamentoousobreadecisoqueoti
vermantido.
3. Ficaressalvado,emqualquercaso,oprazomnimodeinternamentofi
xadonon.2doartigo87..

Art.90.
(Liberdadeparaprova)
1. Sedarevisoreferidanoartigoanteriorresultarquehrazesparaes
perarqueafinalidadedamedidapossaseralcanadaemmeioaberto,o
tribunalcolocaointernadoemliberdadeparaprova.
2. Operododeliberdadeparaprovafixadoentreummnimode2anose
ummximode5,nopodendoultrapassar,todavia,otempoquefaltar
paraolimitemximodeduraodointernamento.
3. correspondentementeaplicvelodispostonosn.s3e4doartigo94..
4. Senohouvermotivosparaarevogaodaliberdadeparaaprova,fin
dootempodeduraodesta,amedidadeinternamentodeclaradaex
tinta.
5. Se, findo o perodo de liberdade para a prova, se encontrar pendente
processoou incidente quepossaconduzir revogao,a medidade
clarada extinta quando o processo ou incidente findarem e no houver
lugarrevogao.

Art.91.
(Revogaodaliberdadeparaprova)
1. Aliberdadeparaprovarevogadaquando:
a) o comportamento do agente revelar que o internamento indis
pensvel
b) o agente for condenado em pena privativa de liberdade e no se
verificarem os pressupostos da suspenso da execuo, nos ter
mosdon.1doartigo49..
2. Arevogaodeterminaoreinternamento,sendocorrespondentementea
plicvelodispostonoartigo88..

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Art.92.
(Reexamedamedidadeinternamento)
1. Nopodeiniciarseaexecuodamedidadeseguranadeinternamen
to,decorridos2anosoumaissobreadecisoqueativerdecretado,sem
quesejaapreciadaasubsistnciadospressupostosquefundamentarama
suaaplicao.
2. Otribunalpodeconfirmar,suspenderourevogaramedidadecretada.

Art.93.
(Inimputveisestrangeiros)
Semprejuzododispostoemtratadoouconvenointernacional,amedida
deinternamentodeinimputvelestrangeiropodesersubstitudaporexpul
sodoterritrionacional,emtermosreguladosporlegislaoespecial.

SecoII
SuspensodaExecuodoInter namento
Art.94.
(Pressupostoseregime)
1. O tribunal que ordenar o internamento determina, em vez dele, a sus
pensodaexecuoseforrazoavelmentedeesperarquecomasuspen
sosealcanceafinalidadedamedida.
2. No caso previsto no n. 2 do artigo 87. a suspenso s pode ter lugar
verificadasascondiesaenunciadas.
3. Adecisodesuspensoimpeaoagenteregrasdeconduta,emtermos
correspondentesaosreferidosnoartigo51.,necessriasprevenoda
perigosidade,bemcomoodeverdesesubmeteratratamentoseregimes
decuraambulatriosapropriadosedeseprestaraexameseobservaes
noslugaresquelheforemindicados.
4. Asuspensodaexecuodointernamentonopodeserdecretadaseo
agenteforsimultaneamentecondenadoempenaprivativadaliberdadee
noseverificaremospressupostosdasuspensodaexecuodesta.
5. correspondentementeaplicvel:
a) suspenso da execuo do internamento o disposto no artigo
88.enosn.s1e2doartigo89.,
b) revogaodasuspensodaexecuodointernamentoodispos
tonoartigo91..

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SecoIII
ExecuodaPenaedaMedidadeSegur ana
Pr ivativadaLiber dade
Art.95.
(Regime)
1. Amedidadeinternamentoexecutadaantesdapenaaqueoagenteti
versidocondenadoenestadescontada.
2. Logoqueamedidadeinternamentodevacessar,otribunalcolocaoa
genteem liberdadecondicionalseseencontrarcumpridootempocor
respondenteametadedapenaealibertaoserevelarcompatvelcoma
defesadaordemjurdicaedapazsocial.
3. Seamedidadeinternamentodevercessar,masnotiveraindadecorri
dootempocorrespondenteametadedapena,podeotribunal,arequeri
mentodocondenado,substituirotempoquefaltarparametadedapena,
ataomximode1ano,porprestaodetrabalhoafavordacomunida
de,nostermosdoartigo55.,setalserevelarcompatvelcomadefesa
da ordem jurdica e da paz social, sendo o delinquente colocado em
liberdadecondicional depoisseprestadootrabalho.
4. Seamedidadeinternamentodevercessar,masodelinquentenotiver
sido colocado em liberdade condicional nos termos dos nmeros ante
riores,oumavezatingidootempocorrespondenteadoisterosdape
na.
5. A requerimento do condenado, o tempo de priso que faltar para dois
terosdapenapodesersubstitudo,ataomximode1ano,porpres
taodetrabalhoafavordacomunidade,nostermosdoartigo55..
6. correspondentementeaplicvelodispostonosn.s1e5doartigo58..
7. Seaprestaodetrabalhoafavordacomunidadeoualiberdadecondi
cionalforemrevogadas,nostermosdonmero2doartigo56.oudoar
tigo61.,otribunaldecideseoagentedevecumprirorestodapenaou
continuarointernamentopelomesmotempo.
SecoIV
MedidasdeSegur anaNoPr ivativasdaLiber dade
Art.96.
(Interdiodeactividades)
1. Quemforcondenadoporcrimecometidocomgraveabusodeprofisso,
comrcioouindstriaqueexera,oucomgrosseiraviolaodosdeve
resinerentes,oudeleforabsolvidosporfaltadeimputabilidade,in
terdito do exerccio da respectiva actividade quando, em face do facto
praticado e da personalidade do agente, houver fundado receio de que
possavirapraticaroutrosfactosdamesmaespcie.

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2. Operododeinterdiofixadoentre1a5anos,maspodeserprorro
gadoporoutroperodoat3anosse,findooprazofixadonasentena,o
tribunalconsiderarqueaquelenofoisuficientepararemoveroperigo
quefundamentouamedida.
3. Operododeinterdiocontaseapartirdotrnsitoemjulgadodadeci
so,semprejuzodenelepoderserimputadaaduraodequalquerin
terdiodecretada,pelomesmofacto,attuloprovisrio.
4. Odecursodoperododeinterdiosuspendeseduranteotempoemque
o agente estiver privado da liberdade por fora de medida de coaco
processual, pena ou medida de segurana mas se a suspenso durar 2
anosoumais,otribunalreexaminaasituaoquefundamentouaapli
caodamedida,confirmandoaourevogandoa.
Art.97.
(Cassaodalicenadeconduodeveculomotorizado)
1. Em caso de condenao por crime praticado na conduo de veculo
motorizadooucomelarelacionado,oucom violao grosseiradosde
veres que a um condutor incumbem, ou de absolvio s por falta de
imputabilidade, o tribunal decreta a cassao da licena de conduo
quando,emfacedofactopraticadoedapersonalidadedoagente:
a) houver fundado receio de que possa vir a praticar outros factos da
mesmaespcieou
b) dever ser considerado inapto para a conduo de veculo motoriza
do.
2. susceptvel de revelar a inaptido referida na alnea b) do nmero
anterioraprtica,entreoutros,defactosqueintegremoscrimesde:
a) omissodeauxlio,nostermosdoartigo193.
b) conduodeveculoemestadodeembriaguez,nostermosdoartigo
291.ou
c) conduoperigosadeveculo,nostermosdoartigo290..
Art.98.
(Interdiodeconcessodelicena)
1. Quandodecretaracassaodalicenadeconduo,otribunaldetermi
naqueaoagentenopodeserconcedida nova licenadeconduode
veculosmotorizados,dequalquercategoriaoudeumacategoriadeter
minada,sendocorrespondentementeaplicvelodispostonosn.s3e4
doartigo65..

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2. Seoagenterelativamenteaoqualseverificaremospressupostosdoarti
goanteriornofortitulardelicenadeconduo,otribunallimitasea
decretarainterdiodeconcessodelicena,nostermosdonmeroan
terior,sendoasentenacomunicadaentidadecompetente,sendocor
respondentementeaplicvelodispostonon.4doartigo65..
3. Secontraoagentetiversidojdecretadaainterdiodeconcessode
licenanos5anosanterioresprticadofacto,oprazomnimodein
terdiode2anos.
4. correspondentementeaplicvelodispostonos n.s2,3e4doartigo
96..
Art.99.
(Cassaodelicenadeportedearmaeinterdiodeconcesso)
1. Emcasodecondenaoporcrimecomutilizaodearma,oudeabsol
viosporfaltadeimputabilidade,otribunaldecretaacassaodali
cenadeportedearmaquando,emfacedofactopraticadoedaperso
nalidade do agente, houver fundado receio de que possa vir a praticar
outrosfactosdamesmaespcie.
2. Quandodecretaracassaodalicenadeportedearmaotribunaldeter
minaqueaoagentenopodeserconcedidanovalicenadeportedear
ma, sendo correspondentemente aplicvel o disposto nos n.s 3 e 4 do
artigo65..
3. Seoagenterelativamenteaoqualseverificaremospressupostosdon
mero1anteriornofortitulardelicenadeportedearma,otribunalli
mitase a decretar a interdio de concesso de licena, nos termos do
nmero anterior, sendo a sentena comunicada entidade competente,
sendocorrespondentementeaplicvel odispostonon.4doartigo65..
4. Secontraoagentetiversidojdecretadaainterdiodeconcessode
licenanos5anosanterioresprticadofacto,oprazo mnimodein
terdiode2anos.
5. correspondentementeaplicvelodispostonos n.s2,3e4doartigo
96..
Art.100.
(Extinodasmedidas)
1. Se, decorridos os prazos mnimos das medidas previstas nos artigos
96., 98. e 99. n. 2, se verificar, a requerimento do interdito, que os
pressupostosdeaplicaodaquelasdeixaramdesubsistir,otribunalde
claraextintasasmedidasquehouverdecretado.
2. Emcasodeindeferimento,nopodeserapresentadonovorequerimento
antesdedecorrido1ano.

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CAPTULOVII
INTERNAMENTODEIMPUTVEIS
PORTADORESDEANOMALIAPSQUICA
Art.101.
(Anomaliapsquicaanterior)
1. Quandooagentenofordeclaradoinimputveleforcondenadoempri
so,massemostrarque,porvirtudedeanomaliapsquicadequesofria
j ao tempo do crime, o regime dos estabelecimentos comuns lhe ser
prejudicial,ouqueeleperturbarseriamenteesseregime,otribunalor
dena o seu internamento em estabelecimento destinado a inimputveis
pelotempocorrespondenteduraodapena.
2. Ointernamentoprevistononmeroanteriornoimpedeaconcessode
liberdadecondicionalnostermosdoartigo58.,nemacolocaodode
linquenteemestabelecimentocomum,pelotempodaprivaodaliber
dadequelhefaltarcumprir,logoquecessaracausadeterminantedoin
ternamento.
Art.102.
(Anomaliapsquicaposterior)
1. Seumaanomalia,comosefeitosprevistosnon.1doartigo101.ouno
artigo87.,sobrevieraoagentedepoisdaprticadocrime,otribunalor
denaointernamentoemestabelecimentodestinadoainimputveispelo
tempocorrespondenteduraodapena.
2. Ao internamento referido no nmero anterior, resultante de anomalia
psquicacomosefeitosprevistosnoartigo101.,aplicaseoregimepre
vistonon.2desseartigo.
3. O internamento referido no n. 1, resultante de anomalia psquica com
osefeitosnon.1doartigo87.,descontadonapenasendocorrespon
dentementeaplicvelodispostonosn.s2,3,4e5doartigo95..
Art.103.
(Anomaliapsquicaposteriorsemperigosidade)
1. Seaanomaliapsquicasobrevindaaoagentedepoisdaprticadocrime
nootornarcriminalmenteperigoso,emtermosque,seoagentefosse
inimputvel,determinariamoseuinternamento,aexecuodapenade
priso a que tiver sido condenado suspendese at cessar o estado que
fundamentouasuspenso.
2. correspondentementeaplicvelodispostonosn.s3e4doartigo94..
3. Aduraodasuspensodescontadanotempodapenaqueestiverpor
cumprir,sendocorrespondentementeaplicvelodispostonosn.s2,3,4
e5doart.95..
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4. Otempodeduraodapenaemqueoagentefoicondenadonopode
emcasoalgumserultrapassado.
Art.104.
(Revisodasituao)
smedidasprevistasnosartigos101.,102.e103.,correspondentemen
teaplicvel odispostonosn.s1e2doartigo89..
Art.105.
(Simulaodeanomaliapsquica)
Asalteraesaoregimenormaldeexecuodapena,fundadasnoquedis
pem os preceitos anteriores deste captulo, caducam logo que se mostrar
queaanomaliapsquicadoagentefoisimulada.

CAPTULOVIII
PERDADEINSTRUMENTOS,
PRODUTOSEVANTAGENS
Art.106.
(Perdadeinstrumentoseprodutos)
1. SodeclaradosperdidosafavordoEstadoosobjectosquetiveremser
vidoouestivessemdestinadosaservirparaaprticadeumfactoilcito
tpico,ouqueporestetiveremsidoproduzidos,quando,pelasuanature
zaoupelascircunstnciasdocaso,puserememperigoaseguranadas
pessoas,amoralouaordempblicas,ouofereceremsrioriscodeser
utilizadosparaocometimentodenovosfactosilcitostpicos.
2. Odispostononmeroanteriortemlugaraindaquenenhumapessoade
terminadapossaserpunidapelofacto.
3. Sealeinofixardestinoespecialaosobjectosperdidosnostermosdos
nmerosanteriores,podeojuizordenarquesejamtotalouparcialmente
destrudosoupostosforadocomrcio.

Art.107.
(Objectospertencentesaterceiro)
1. Semprejuzododispostonosnmerosseguintes,aperdanotemlugar
seosobjectosnopertencerem,datadofacto,anenhumdosagentes
oubeneficirios,ounolhespertenceremno momentoemqueaperda
foidecretada.
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2. Aindaqueosobjectospertenamaterceiro,decretadaaperdaquando
osseustitularestiveremconcorrido,deformacensurvel,paraasuauti
lizaoouproduo,oudofactotiveremretiradovantagensou,ainda,
quandoosobjectosforem,porqualquerttulo,adquiridosapsaprtica
dofacto,conhecendoosadquirentesasuaprovenincia.
3. Seosobjectosconsistirememinscries,representaesouregistosla
vradosempapel,noutrosuporteoumeiodeexpressoaudiovisual,per
tencentes a terceiro de boa f, no ter lugar a perda, procedendose
restituio,depoisdeapagadasasinscries,representaesouregistos
queintegraremofactoilcitotpicoou,nosendoissopossvel,otribu
nalordenaadestruio,havendolugaraindemnizaonostermosdalei
civil.

Art.108.
(Perdadevantagens)
1. Todaarecompensadadaouprometidaaosagentesdeumfactoilcitot
pico,paraelesouparaoutrem,perdidaafavordoEstado.
2. SotambmperdidosafavordoEstado,semprejuzodosdireitosdoo
fendidooudeterceirodeboaf,ascoisas,direitosouvantagensque,a
travsdofactoilcitotpico,tiveremsidodirectamenteadquiridos,para
siouparaoutrem,pelosagenteserepresentemumavantagempatrimo
nialdequalquerespcie.
3. O disposto nos nmeros anteriores aplicase s coisas ou direitos obti
dosmediantetransacooutrocacomascoisasoudireitosdirectamente
conseguidospormeiodofactoilcitotpico.
4. Searecompensa,osdireitos,coisasouvantagensreferidosnosnmeros
anterioresnopuderemserapropriadosemespcie,aperdasubstitu
dapelopagamentoaoEstadodorespectivovalor.

Art.109.
(Pagamentodiferidoouaprestaeseatenuao)
1. Quandoaaplicaodoartigoanteriorvieratraduzirse,emconcreto,no
pagamentodeumasomapecuniria,correspondentementeaplicvelo
dispostonosn.s3,4e5doartigo46..
2. Se,atentaasituaoscioeconmica dapessoaemcausa,aaplicao
don.4doartigoanteriorsemostrarinjustaoudemasiadosevera,pode
otribunalatenuarequitativamenteovalorreferidonaquelepreceito.

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TTULO IV
QUEIXA E ACUSAO PARTICULAR
Art.110.
(Titularesdequeixa)
1. Quandooprocedimentocriminaldependerdequeixa,temlegitimidade
para apresentla, salvo disposio em contrrio, o ofendido, conside
randose como tal o titular dos interesses que a lei especialmente quis
protegercomaincriminao.
2. Seoofendido morrersemterapresentadoqueixanemterrenunciadoa
ela,odireitodequeixapertencesucessivamentespessoasaseguirin
dicadas,salvosealgumadelastivercomparticipadonocrime:
a) aocnjugesobrevivonoseparadojudicialmentedepessoasebens,
aosdescendenteseadoptadoseaosascendenteseadoptantes
b) aos irmos e seus descendentes e a pessoa com que o ofendido vi
vesseemcondiesanlogassdoscnjuges.
3. Seoofendidoformenorde14anosounopossuirdiscernimentopara
entenderoalcanceeosignificadodoexercciododireitodequeixa,este
pertenceaorepresentantelegale,nasuafalta,spessoasindicadasnas
alneasdonmeroanterior,segundoaordemareferida,salvosealgu
madelashouvercomparticipadonocrime.
4. Qualquerdaspessoaspertencentesaumadasclassesreferidasnosn.s2
e3podeapresentarqueixaindependentementedasrestantes.
5. Quandoodireitodequeixanopuderserexercidoporqueasuatitula
ridade caberia apenas, no caso, ao agente do crime, pode o Ministrio
Pblicodarincioaoprocedimentoseespeciaisrazesdeinteressep
blicooimpuserem.
Art.111.
(Extensodosefeitosdaqueixa)
Aapresentaodaqueixacontraumdoscomparticipantesnocrimetornao
procedimentocriminalextensivoaosrestantes.
Art.112.
(Extinododireitodequeixa)
1. Odireitodequeixaextinguesenoprazode6mesesacontardadataem
queotitulartiverconhecimentodofactoedosseusautores,ouapartir
damortedoofendido,oudadataemqueelesetivertornadoincapaz.
2. Sendovrios,ostitularesdodireitodequeixa,oprazocontaseautono
mamenteparacadaumdeles.

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3. Onoexercciotempestivododireitodequeixarelativamenteaumdos
comparticipantes no crime aproveita aos restantes, nos casos em que
tambmestesnopuderemserperseguidossemqueixa.
Art.113.
(Rennciaedesistnciadaqueixa)
1. Odireitodequeixanopodeserexercidoseotitularaeleexpressamen
tetiverrenunciadoou tiver praticado factosdondearenncia necessa
riamentesededuza.
2. Oqueixosopodedesistirdaqueixa,desdequenohajaoposiodoar
guido,atpublicaodasentenada1.instncia.Adesistnciaimpe
dequeaqueixasejarenovada.
3. Adesistnciadaqueixarelativamenteaumdoscomparticipantesnocri
me aproveita aos restantes, salvo oposio destes, nos casos em que
tambmestesnopuderemserperseguidossemqueixa.
Art.114.
(Acusaoparticular)
Odispostonosartigosdestettulocorrespondentementeaplicvelaosca
sosemqueoprocedimentocriminaldependerdeacusaoparticular.

TTULO V
EXTINO DA RESPONSABILIDADE
CRIMINAL
CAPTULOI
PRESCRIODOPROCEDIMENTOCRIMINAL
Art.115.
(Prazosdeprescrio)
1. Oprocedimentocriminalextinguese,porefeitodeprescrio,logoque
sobreaprticadocrimetiverem decorridoosseguintesprazos:
a) 15anos,quandosetratardecrimespunveiscompenadeprisocujo
limitemximoforsuperiora10anos
b) 10anos,quandosetratardecrimespunveiscompenadeprisocujo
limitemximoforigualousuperiora5anos,masquenoexceda10
anos

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c) 5anos,quandosetratardecrimespunveiscompenadeprisocujo
limitemximoforigualousuperiora1ano,masinferiora5anos
d) 2anos,noscasosrestantes.
2. Paraefeitododispostononmeroanterior,nadeterminaodomximo
dapenaaplicvelacadacrimesotomadosemcontaoselementosque
pertenamaotipodecrime,masnoascircunstnciasagravantesoua
tenuantes.
3. Quando a lei estabelecer para qualquer crime, em alternativa, pena de
prisooudemulta,saprimeiraconsideradaparaefeitododisposto
nesteartigo.
Art.116.
(Inciodoprazo)
1. O prazo de prescrio do procedimento criminal corre desde o dia em
queofactosetiverconsumado.
2. Oprazodeprescrioscorre:
a) noscrimespermanentes,desdeodiaemquecessaraconsumao
b) noscrimescontinuadosenoscrimeshabituais,desdeodiadaprti
cadoltimoacto
c) noscrimesnoconsumados,desdeodiadaprticadoltimoactode
execuo
3. Nocasodecumplicidadeatendesesempre,paraefeitosdesteartigo,ao
factodoautor.
4. Quandoforrelevanteaverificaoderesultadonocompreendidonoti
podecrime,oprazodeprescrioscorreapartirdodiaemqueaquele
resultadoseverificar.
5. Nos crimes cometidos contra crianas a prescrio s comea a correr
nodiaemqueosofendidosatingiremos18anos.
Art.117.
(Suspensodaprescrio)
1. Aprescriodoprocedimentocriminalsuspendese,paraalmdosca
sosespecialmenteprevistosnalei,duranteotempoemque:
a) o procedimento criminal no puder legalmente iniciarse ou conti
nuarporfaltadeautorizaolegaloudesentenaaproferirportri
bunalnopenal,ouporefeitodadevoluodeumaquestoprejudi
cialajuzonopenal
b) o procedimento criminal estiver pendente a partir da notificao do
despachodepronnciaoudedespachoquetiveromesmoefeito
c) o delinquente cumprir no estrangeiro pena ou medida de segurana
privativasdaliberdade.

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2. Nocasoprevistonaalneab)donmeroanteriorasuspensonopode
ultrapassaros3anos.
3. Aprescriovoltaacorrerapartirdodiaemquecessaracausadasus
penso.

Art.118.
(Interrupodaprescrio)
1. Aprescriodoprocedimentocriminalinterrompese:
a) comaconstituiodearguidonostermosdasnormasprocessuaisa
plicveis
b) comanotificaododespachodepronnciaoudedespachoqueti
veromesmoefeito
c) com notificao do despacho que designa dia para julgamento no
processodeausentes.
2. Depoisdecadainterrupo,comeaacorrernovoprazodeprescrio.
3. Aprescriodoprocedimentocriminaltemsemprelugarquando,desde
oseuincioeressalvadootempodesuspenso,tiverdecorridooprazo
normaldeprescrioacrescidodemetade.
4. Quandoporforadedisposioespecial,oprazodeprescrioforinfe
riora2anos,olimitemximodaprescriocorrespondeaodobrodesse
prazo.

CAPTULOII
PRESCRIODASPENAS
EDASMEDIDASDESEGURANA
Art.119.
(Prazosdeprescriodaspenas)
1. Aspenasprescrevemnosseguintesprazos:
a) 20anos,seforemsuperioresa10anosdepriso
b) 15anos,seforemiguaisousuperioresa5anosdepriso
c) 10anos,seforemiguaisousuperioresa2anosdepriso
d) 4anosnoscasosrestantes
2. Oprazodeprescriocomeaacorrer nodiaemquetransitarem jul
gadoadecisoquetiveraplicadoapena.

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Art.120.
(Efeitosdaprescriodapenaprincipal)
Aprescriodapenaprincipalenvolveaprescriodapenaacessriaque
notiversidoexecutadabemcomodosefeitosdapenaqueaindanoseti
veremverificado.
Art.121.
(Prazosdeprescriodasmedidasdesegurana)
1. As medidas de segurana prescrevem no prazo de 15 ou de 10 anos,
consoante se trate de medidas de segurana privativas da liberdade ou
noprivativasdaliberdade.
2. A medida de segurana de cassao de licena de conduo prescreve
noprazode5anos.
Art.122.
(Suspensodaprescrio)
1. Aprescriodapenaedamedidadeseguranasuspendese,paraalm
doscasosespecialmenteprevistosnalei,duranteotempoemque:
a) porforadalei,aexecuonopudercomearoucontinuaraterlu
gar
b) o condenado estiver a cumprir outra pena ou medida de segurana
privativasdaliberdadeou
c) perduraradilaodopagamentodamulta.
2. Aprescriovoltaacorrerapartirdodiaemquecessaracausadasus
penso.
Art.123.
(Interrupodaprescrio)
1. Aprescriodapenaedamedidadeseguranainterrompesecomasua
execuo.
2. Depoisdecadainterrupocomeaacorrernovoprazodeprescrio.
3. Aprescriodapenaedamedidadeseguranatemsemprelugarquan
do,desdeoseuincio,ressalvadootempodesuspenso,tiverdecorrido
oprazonormaldeprescrioacrescidodemetade.

CAPTULOIII
OUTRASCAUSASDEEXTINO
Art.124.
(Outrascausasdeextino)
Aresponsabilidadecriminalextinguesetambmnostermosecomosefei
tosestabelecidosnoartigo2.n.3e,ainda, pelamorte,pelaamnistia,pelo
perdogenricoepeloindulto.
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Art.125.
(Efeitos)
1. Amortedoagenteextinguetantooprocedimentocriminalcomoapena
ouamedidadesegurana.
2. A amnistia extingue o procedimento criminal e, no caso de ter havido
condenao,fazcessaraexecuotantodapenaedosseusefeitoscomo
damedidadesegurana.
3. Operdogenricoextingueapena,notodoouemparte.
4. Oindultoextingueapena,notodoouemparte,ousubstituiaporoutra
maisfavorvelprevistanalei.

TTULO VI
INDEMNIZAO
DE PERDAS E DANOS POR CRIME
Art.126.
(Responsabilidadecivilemergentedecrime)
Aindemnizaodeperdasedanosemergentedecrimereguladapelalei
civil.
Art.127.
(Indemnizaodolesado)
1. LegislaoespecialfixaascondiesemqueoEstadopoderassegurar
a indemnizao devida em consequncia da prtica de actos criminal
mentetipificados,semprequenopudersersatisfeitapeloagente.
2. Noscasosnocobertospela legislaoa queserefereo nmeroante
rior,otribunalpodeatribuiraolesado,arequerimentodesteeataoli
mitedodanocausado,osobjectosdeclaradosperdidosouoprodutoda
sua venda, ou o preo ou o valor correspondentes a vantagens prove
nientesdocrime,pagosaoEstadooutransferidosaseufavorporfora
dosartigos106.,107.n.2e108..
3. Foradoscasosprevistosnalegislaoreferidanon.1,seodanopro
vocadopelocrimefordetalmodogravequeolesadofiqueprivadode
meiosdesubsistncia,esefordepreverqueoagenteonoreparar,o
tribunal atribui ao mesmo lesado, a requerimento seu, no todo ou em
parteeataolimitedodano,omontantedamulta.
4. O Estado fica subrogado no direito do lesado a indemnizao at ao
montantequetiversatisfeito.

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TTULO VII
CONTRAVENES
Art.128.
(Disposiesgerais)
1. Constituicontravenoofactoilcitoassimdenominadopelaleiepun
velsomentecompenademulta.
2. O facto ilcito denominado contraveno considerado crime se a lei
lhefizercorresponderumapenaprivativadaliberdade.
3. Asdisposiesrelativasaoscrimessoaplicveisscontravenes,sal
voquandoaleidispuserdiferentemente.
Art.129.
(Negligncianascontravenes)
Nascontravenesaneglignciasemprepunida.

Art.130.
(Convertibilidadedapenademulta)
1. Seapenademultanoforpaga,voluntriaoucoercivamente,nemtiver
sidosubstitudaportrabalhonostermosdoartigo47.,cumpridapri
sosubsidiria,deacordocomodispostonoartigo48..
2. Seamultanoforestabelecidapelaleiemdiasdemulta,otribunalfixa
aprisosubsidiriaquedevesercumprida,entreummnimode6diase
omximode1anodepriso.

Art.131.
(Concursodeinfraces)
Se o mesmo facto constituir simultaneamente crime e contraveno, o a
gentepunidoattulodecrime,semprejuzodaaplicaodassanesa
cessriasprevistasparaacontraveno.

Art.132.
(Reincidnciaeprorrogaodapena)
scontravenesnoseaplicamasregrasdestecdigorelativasreinci
dnciaeprorrogaodapena.

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LIVROII
PARTEESPECIAL

TTULO I
CRIMES CONTRA AS PESSOAS

CAPTULOI
CRIMESCONTRAAVIDA
SecoI
Homicdio

Art.133.
(HomicdioSimples)
Quem mataroutrapessoapunidocompenadeprisode10a16anos.

Art.134.
(Homicdioqualificadoemrazodosmeios)
1. Ohomicdiocometidocomrecursoaosseguintesmeios:
a) venenoououtromeioinsidioso
b) dissimulaoououtromeioquetornedifcilouimpossveladefesa
porpartedavtima
c) actosdecrueldadeoutortura
punidocompenadepr isode15a25anos
2. Ohomicdiopunidocomamesmapenaquandoofactoforpratica
do:
a) porduasoumaispessoas
b) comgraveabusodeautoridade,sendooagentefuncionriopblico.

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Art.135.
(Homicdioqualificadoemrazodosmotivos)
Seohomicdioforcometidoemrazodosseguintesmotivos:
a) avidez,prazerdematar,excitaoousatisfaodoinstintosexual
b) pagamento,recompensa,promessaouqualquermotivoftiloutorpe
c) dioracial,religioso,poltico,tribalouregional
d) parapreparar,executarouencobrirumoutrocrime
e) parafacilitarafugaouasseguraraimpunidadedoagentedocrime
f) actuandooagentecomfriezadenimooureflexoponderadasobre
os motivos e contramotivos ou ter persistido na inteno de matar
pormaisde24horas,
punidocompenadepr isode15a25anos.
Art.136.
(Homicdioqualificadoemrazodaqualidadedavtima)
punidocompenadepr isode15a25anostodoohomicdioemquea
vtimafor:
a) ascendenteoudescendente,adoptanteouadoptadoouparenteatao
terceirograudalinhacolateral doagentedocrime
b) cnjuge ou pessoa com quem o agente viva em situao anloga
doscnjuges
c) pessoa particularmente indefesa em razo da idade, deficincia,
doenaougravidez
d) membro de rgo de soberania, governador provincial, magistrado
doMinistrioPblico,ProvedordeJustia,advogado,oficialdejus
tia, funcionrioou qualquerpessoaencarregadadeumserviop
blico,agentedeforaouserviodesegurana,desdequeofactoseja
praticadonoexerccioouporcausadoexercciodasfunesdavti
ma
e) testemunha,declarante,perito,assistenteouofendido,seocrimefor
cometido com a finalidade de impedir o depoimento ou a denncia
dosfactosouporcausadasuaintervenonoprocesso
f) docente,examinador,ministrodecultoreligiosonoexercciooupor
causadoexercciodassuasfunes.
Art.137.
(Homicdioprivilegiado)
Quemmataroutrapessoaenomomentodofactoseencontraremestadode
grandeemoo,compaixo,desesperoououtromotivorelevantequedimi
nuaconsideravelmenteasuaculpapunidocomapenadepr isode1a
5anos.

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Art.138.
(Infanticdio)
Amequematarofilhosobinflunciaperturbadoradoestadopuerperal
punidacompr isode1a5anos.
Art.139.
(Homicdioapedidodavtima)
Quemmataroutrapessoaatendendoapedidoexpresso,srioeinsistenteda
vtimapunidocompenadepr isoat3anos.
Art.140.
(Homicdionegligente)
1. Quem porneglignciamataroutrapessoapunidocompenadepr iso
at3anosoucomademultaat360dias.
2. Seaneglignciaforgrosseira,apenadepr isode1a5anos.
Art.141.
(Incitaoouauxlioaosuicdio)
1. Quem incitaroutrapessoaaosuicdioeesteseconsumarouchegaraser
tentadopunidocompenadepr isoat3anos.
2. Quem, nas mesmas circunstncias, se limitar a prestar ajuda pessoa
que decidiu suicidarse punido com pena de pr iso at 2 anos ou
comademultaat240dias.
3. Se,porvirtudeda idade,deanomaliapsquicaououtro motivo,avti
ma tiverasuacapacidadede valoraooudeterminao diminuda,as
penasreferidasnosnmeros1e2soagravadasdemetade,noslimites
mximoemnimo.

SecoII
Cr imesContr aaVidaIntr auter ina
Art.142.
(Interrupodegravidez)
1. Quem interromperagravidezdeumamulhersemoseuconsentimento
punidocompenadepr isode2a8anos.
2. Na mesma pena incorre quem, sabendo que a mulher est grvida, e
xercercontraelaactosdeforaouviolnciae,dessemodo,interromper
agravidez,mesmonosendoesseoseupropsito.
3. Quem,comoconsentimentodamulhergrvida,interromperagravidez
ouajudarainterromplaforadoscasosprevistosnoartigo144.pu
nidocompenadepr iso de1a4anos.

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4. Amulhergrvidaque,porfactoprprio,interromperasuagravidezou,
dequalquermodo,participarnainterrupoouconsentirqueterceiroa
interrompa,foradoscasosprevistosnoartigo144.,punidacompena
depr isoat3anosoucomademultaat360dias.
5. Paraosefeitosdopresenteartigo,irrelevanteoconsentimentodamu
lhergrvidamenorde14anosdeidadeoudamulherportadoradeano
maliapsquicaouquandooconsentimentoforobtidoporfraude,amea
aouviolncia.

Art.143.
(Interrupodegravidezagravada)
1. Aspenasprevistasnosnmeros1e2doartigoanteriorsoaumentadas
deumteronosseuslimites,seemconsequnciadainterrupodagra
videzoudosmeiosempregadosresultarofensagraveintegridadefsi
caouamortedamulher.
2. Aagravaoaplicasetambmaoagentequesededicarhabitualmente
prticadosfactodescritonon.3doartigoanterior.
Art.144.
(Interrupodegravideznopunvel)
1. Ainterrupodegravideznopunvelquando,sendorealizadaape
didooucomoconsentimentodamulhergrvida:
a) constituironicomeioderemoveroperigodemorteoudeleso
grave e irreversvel para a integridade fsica ou psquica da mu
lhergrvida
b) houverfortesrazesparacrerqueofetoinvivel
c) ocorrernasprimeiras10semanasdegravidez
d) semostrarindicadaparaevitarperigodemaloulesograveedu
radoirosparaaintegridadefsicaoupsquicadamulhergrvidae
ainterruposefizernasprimeiras16semanasdegravidez
e) a gravidez resultar de crime contra a liberdade e autodetermina
o sexual e a interrupo se fizer nas primeiras 16 semanas de
gravidez.
f) houver fortesrazesparapreverqueo nascituro virasofrerde
doenagraveoumalformaoincurveiseainterruposefizer
nasprimeiras24semanasdegravidez
2. Emtodososcasosprevistosnonmeroanterior,ainterrupodegravi
dezdeveserrealizadapormdicoousobadirecodeummdico,em
estabelecimentodesadeoficialouoficialmenteautorizadoedeharmo
niacomoestadodeconhecimentosedaexperinciadamedicina.

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3. Oconsentimentodeveserprestadoemdocumentoassinadopelamulher
grvidaou,nosabendoounopodendoassinar,poroutrapessoaaseu
rogo,comumaantecednciade,pelomenos,3diasrelativamentedata
dainterveno.
4. Nocasodeamulhergrvidasermenorde18anosou,tendomaisde18
anos,sofrerdeincapacidadepsquica,oconsentimentodeveserpresta
dopelorepresentantelegal,porascendenteoudescendenteou,nafalta
deles, por qualquer parente na linha colateral, respectiva e sucessiva
mente.
5. Nopodendooconsentimentoserobtidonostermosdonmeroanterior
e sendo urgente interromper a gravidez, o mdico poder decidir em
conscincia,facesituaoconcretaquetemperantesi,socorrendose
ainda,semprequelheforpossvelobtlo,deparecerdeoutromdico.
6. Antesdeprocederinterrupodagravidez,deveomdicoprevenira
mulher grvida das respectivas implicaes, procurando esclarecla e
aconselhlaporformaaqueasuadecisopossasertomadacommais
conscinciaeresponsabilidade.

Art.145.
(Propagandafavorvelinterrupodagravidez)
1. Quem atravs de meios publicitrios ou em reunies pblicas, com o
objectivodeobtervantagem:
a) oferecerserviosprpriosoualheios,comvistainterrupoda
gravidez
b) fizerpropagandadeprocedimentos,meiosouobjectosadequados
interrupodagravidezouderexplicaessobreessesprocedi
mentos,meiosouobjectos.
punidocompenadepr isoat1anooucomademultaat120dias.
2. Aproibiodonmeroanteriornoabrangeasactividadesdestinadasa
daraconhecereapromoverosprocedimentos,objectosemeiosnelare
feridos,atravsdeartigosinformativosoucientficosoudeoutraspubli
caesmdicasoufarmacuticas,nomeadamenteprospectosrelativosa
medicamentos ou instrumentos cirrgicos, nem s explicaes, dadas
porquemosquercomercializar,amdicosouapessoalqualificado,no
meadamenteenfermeirosdeestabelecimentosdesadeautorizadosain
terromperagravidez.

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Art.146.
(Circulaodemeiosparainterrupodegravidez)
Quemreceberoutransmitir,porqualquerttulo,meiosdestinadosinter
rupodagravidez,comaintenodepromoveraprticadosfactospre
vistosnosartigos142.e143.,punidocompenadepr isoat1ano
oudemultaat120dias.

CAPTULOII
CRIMESCONTRAAINTEGRIDADE
FSICAEPSQUICA
Art.147.
(Ofensasimplesintegridadefsica)
1. Quemofenderocorpoouasadedeoutrapessoapunidocompena
depr isoat2anosoucomademultaat240dias.
2. Oprocedimentocriminaldependedequeixa.
3. Otribunalpodedispensaroagentedapenaquando:
a) tiver havido leses recprocas e se no tiver provado qual dos
contendoresagrediuprimeiro.
b) oagentesetiverlimitadoaresponderagresso.
Art.148.
(Ofensagraveintegridadefsica)
1. Quemofenderocorpoouasadedeoutrapessoadeformaaprovocar
lhe:
a) deformidadegraveepermanenteouprivaodergooumembro
b) diminuioouperdapermanentedasadefsicaoupsquica,deum
dossentidos,deummembro,deumrgooudeumafuno
c) doenaparticularmentedolorosa
d) perigoparaavida
punidocompenadepr isode2a10anos.
2.Seaprivaodorgooumembroaqueserefereaalneaa)donmero
anterior for efectuada com fim lucrativo, a pena de pr iso de 3 a 12
anos.
Art.149.
(Agravaopeloresultado)
1. Sedaofensaaocorpoesadedaoutrapessoavieraresultaramorte
apenade:
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a) pr isode1a6anosnocasodoartigo147.
b) pr isode3a12anosnocasodon.1doartigo148.
c) pr isode5a14anosnocasodon.2doartigo148.
2. Quempraticarasofensasprevistasnoartigo147.edelasresultaremas
ofensasprevistasnon.1doartigo148.
punidocompenadepr isode6mesesa5anos.
Art.150.
(Qualificao)
As penas referidas nos artigos anteriores so agravadas de umquarto nos
seuslimitesmnimoemximodesdequeseverifiquequalquerdascircuns
tnciasprevistasnosartigos134.,135.e136..
Art.151.
(Ofensaintegridadefsicaprivilegiada)
Quando se verificarem as circunstncias previstas no artigo 137., a pena
aplicvelofensaintegridadefsicaespecialmenteatenuada.
Art.152.
(Ofensaintegridadefsicapornegligncia)
1. Quem, por negligncia, ofender o corpo ou a sade de outra pessoa
punidocompenade pr isoat umano oucomademultaat120
dias.
2. Se da ofensa no resultar doena ou incapacidade para o trabalho por
maisde8dias,apenadepr isoat6mesesouademultaat60
dias.
3. Sedofactoresultargraveofensaintegridadefsica,oagentepunido
compenadepr isoatdoisanosoucomademultaat240dias.
4. Oprocedimentocriminaldependedequeixa.
Art.153.
(Consentimento)
1. Paraefeitodeconsentimento,nostermosdosartigos34.e35.,ainte
gridadefsicaconsideraselivrementedisponvel.
2. Paraomesmoefeito,acontrariedadeaosbonscostumesavaliadaem
funo,nomeadamente,dosmotivosedosfinsdoagenteedoofendido,
dosmeiosutilizadosedaamplitudeprevisveldaofensa.
3. Novlidooconsentimentodeummenorde18anos,senoforpres
tadoporeleepeloseurepresentantelegal.
4. Tratandose de menor de 14 anos ou de um incapaz por anomalia ps
quica,necessriaautorizaojudicial.

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Art.154.
(Abusodearmas)
1. Quem dispararumaarmadefogocontraoutrapessoapunidocompe
nadepr isode6mesesa3anosoucomademultade60a360dias,
aindaquedodisparo notenha resultado qualquer leso,sepena mais
gravelhenocouberporforadaaplicaodeoutradisposiopenal.
2. Seoagenteutilizararmabrancaouarmadearremesso,apenadepr i
soat1anooudemultaat120dias.
Art.155.
(Intervenesetratamentosmdicocirrgicos)
1. Noseconsideraofensaintegridadefsicaaintervenoeotratamen
torealizadosporummdicoouporqualquerpessoaautorizada,deacor
do com os conhecimentos e prticas da medicina, com a inteno de
prevenir, diagnosticar, debelar ou diminuir doena, sofrimento, leso,
fadigacorporalouperturbaomental.
2. Omdicoouapessoaautorizadaque,emvistadasfinalidadesaponta
dasnonmeroanterior,realizaremintervenesoutratamentoscontr
riosaosconhecimentoseprticasda medicinae,dessemodo,puserem
em perigoavidadeoutrapessoaoucriaremperigodeofensagravepara
ocorpoouparaasadedessapessoasopunidoscompenadepr iso
at 2 anos ou com a de multa at 240 dias, se pena mais grave lhes
nocouberporforadaaplicaodeoutradisposiopenal.
Art.156.
(Representaodeviolncia)
1. Quemfabricar, importar ou guardar em depsito, puser em circulao,
promover,expuser,oferecer,mostrar,tornaracessveloucolocardis
posiodeoutraspessoas,registossonorosou visuais, imagensouou
trosobjectosquefaaminsistentementeaapologiadeactosdeviolncia
oucrueldadecontrasereshumanos,punidocompenadepr isoat1
anooucomademultaat120dias.
2. Seoagenteactuoucompropsitolucrativo,apenadepr isoat2a
nosoudemultaat240dias.
Art.157.
(Maustratosamenores,incapazesoufamiliares)
1. Quem convivercompessoamenorouincapazouostiveraseucuidado,
sobsuaautoridadeouaoseuservioouaquemtiversidoentreguecom
fins de educao, instruo, tratamento, vigilncia, custdia ou forma
oprofissionalouartsticaehabitualmente:

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a) ostratarcruelmenteoulhesinfligirmaustratosfsicosoupsquicos
b) osempregaremactividadesperigosas,desumanasouproibidas
c) ossobrecarregarcomtrabalhosexcessivos
d) osobrigaraexerceramendicidade
punidocompenadepr isode6mesesa4anosoucomademultade
60a480dias,sepenamaisgravenolhescouberporforadeoutradispo
siopenal.
2. Com amesmapenapunidoquemhabitualmenteexercerviolnciaf
sicaoupsquicasobreoseucnjugeou pessoacomquem vivaemsi
tuaoanlogadoscnjugesousobreosprpriosfilhos,osfilhosdo
cnjugeouosdepessoacomquemvivaemsituaoanlogadoscn
juges.
Art.158.
(Participaoemrixa)
1. Quemparticiparemrixadeduasoumaispessoas,sendopraticadosac
tosviolentosouutilizadosinstrumentosgravementeperigosos,punido
compenadepr isoat1anooucomademultaat120dias.
2. Apenadepr isoat2anosouademultaat240dias,sedarixa
resultaramorteouofensagraveintegridadefsicaousadedequal
querpessoa.
3. Aparticipaoemrixanopunvelquandofordeterminadapelane
cessidadedereagircontraumataque,defenderoutrem,separarconten
doresouquandoocorreremsituaessimilares.

CAPTULOIII
CRIMESCONTRAALIBERDADEDASPESSOAS
Art.159.
(Ameaa)
1. Quem, por qualquer meio, ameaar outra pessoa com a prtica de um
crimecontraaintegridadefsica,aliberdadepessoal,aliberdadeeauto
determinao sexual ou bens patrimoniais de valor consideravelmente
elevado,nostermosdaalneaa)doartigo377.,deformaacausarlhe
medoouinquietaoouaprejudicarasualiberdadededeterminao
punido com pena de pr iso at 1 ano ou com a de multa at 120
dias.
2. Aameaademortepunidacompenadepr isode6mesesa2anos
oucomademultaat240dias.
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3. Aspenasestabelecidasnosnmerosanterioressoagravadasdemetade
nos seus limites mnimo e mximo, se a ameaa for dirigida a uma
pessoaporcausadasuaraa,origemtnica,cor,nacionalidade,religio
ouorientaosexual.
4. Odisposto no nmeroanterioraplicaseameaadirigidaaum grupo
humanoquesecaracterizepelaraa,origemtnica,cor,nacionalidade,
religioouorientaosexualdaspessoasqueoconstituem.
5. Salvoseavtimaformenor,oprocedimentocriminaldependedequei
xa do ofendido ou, no caso descrito no n. 4, de qualquer membro do
grupoameaado.
Art.160.
(Coaco)
1. Quem,pormeiodeviolnciaouameaadeproduzirummalimportante,
constrangeroutrapessoaaumaacoouomissoouasuportarumaac
tividadepunidocompenadepr isoat3anosoucomademulta
at360dias.
2. Omalaqueserefereonmeroanteriorimportantesempreque,face
s circunstncias do facto, for adequado para constranger a pessoa a
meaadaaumaacoouomissoouasuportarumaactividade.
3. Ofacto nopunvelquandoa violnciaouameaa utilizadas forem
meioproporcionalmenteadequadorealizaodeumfimnocensur
vel.
4. Atentativasempr epunvel.
5. Oprocedimentocriminaldependedequeixa,salvoseavtima for me
nor.
Art.161.
(Coacograve)
Quandoacoaco forrealizada mediante ameaade morteoudecometi
mentodecrimepunvelcompenadeprisosuperiora3anos,porfuncio
nriopblicocomgraveabusodassuasfunes,contraqualquerdaspes
soasreferidasnaalnead)doartigo136. oua vtima forpessoaindefesa
emrazodaidade,deficinciafsicaoupsquica,doenaougravidezouse
suicidaroutentarosuicdio,apenadepr isode1a5anos.
Art.162.
(Sequestro)
1. Quem prender, detiver, mantiver presa ou detida uma pessoa ou, de
qualquerforma,aprivardasualiberdadepunidocompenadepr iso
de6mesesa3anosoucomademultaat360dias.

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2. Quandoaprivaodaliberdade:
a) for precedida ou acompanhada de tortura ou outro tratamento
cruel,desumanooudegradante
b) forpraticadacomopretextofalsodequeavtimasofriadeano
maliapsquicaoucontrapessoaindefesa,emrazodaidade,defi
cinciafsicaoupsquica,doenaougravidez
c) forpraticadasimulandooagenteautoridadepblicaoucomabu
sogrosseirodeautoridade
d) forpraticadacontraaspessoasreferidasnasalneasd)ee)doar
tigo136.
e) durarmaisde15dias,
apenadepr isode2a8anos.
3. Quandoaprivaodaliberdade:
a) durarmaisde30dias
b) forprecedida,acompanhadaoudelaresultarofensagraveinte
gridadefsicadavtima,nostermosdoartigo148.oudelaresul
tarosuicdiodavtima,
apenadepr isode2a12anos.
4. Apenadepr isode3a14anos,sedaprivaodaliberdaderesultar
amortedavtima.
Art.163.
(Rapto)
1. Quem, por meio de violncia, ameaa ou astcia, raptar outra pessoa,
transferindoadeumlugarparaoutro,comaintenode:
a) asubmeterescravido
b) asubmeteraextorso
c) cometercrimecontraasuaautodeterminaosexual
d) obterresgateourecompensa
punidocompenadepr isode1a5anos.
2. Apenadepr iso de2a10,de2a12oude5a14anos,seocorrer,
respectivamente,qualquerdassituaesdescritasnosn.s2,3ou4do
artigoanterior.
Art.164.
(Tomadaderefns)
1. Quem cometersequestroouraptocomaintenoderealizarfinalidades
denaturezapolticaecoagirumEstado,umaorganizaointernacional,
umapessoasingularoucolectivaoucolectividadeaumaacoouomis
soouasuportarumaactividade,ameaando:
a) matarapessoasequestradaouraptada

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b) infligirofensasgravessuaintegridadefsicaou
c) mantlaprivadadasualiberdade
punidocompenadepr isode2a8anos.
2. correspondentemente aplicvel ao crime de tomada de refns o dis
postonon.2doartigoanteriorquantoaorapto.
3. As penas estabelecidas nos nmeros anteriores so igualmente aplic
veisqueleque,determinadopelaintenoefinalidadesdescritasnon.
1,seaproveitardatomadaderefnspraticadaporoutrem.

Art.165.
(Escravido)
1. Quemreduziroutrapessoaaoestadodeindivduosobrequemseexer
am,notodoouemparte,ospoderesinerentesaodireitodepropriedade
punidocompenadepr isode7a15anos.
2. Cometeomesmocrimeepunidocomamesmapenaquemalienar,
ceder,adquirirouseapoderardeumapessoacomopropsitodeaman
ternoestadooucondiodescritosnonmeroanterior.
3. Comete,ainda,ocrimedeescravidoepunidocompenadepr iso
de1a5anosquemcomprarouvendercrianamenorde14anospara
adopoou,paraomesmofim,intermediarnegciooutransacoigual
ousimilar.

Art.166.
(Intervenomdicasemconsentimento)
1. Quem,sendomdicooupessoalegalmenteautorizada,realizarinterven
o ou tratamento mdico sem o consentimento do paciente punido
compenadepr isoat3anosoucomademultaat360dias.
2. Ofactonopunvel,seoconsentimento:
a) nopuderserobtidoourenovadosemdilaoqueponhaemrisco
avidadopacienteouqueimpliqueperigograveparaoseucorpo
ousade
b) fordadoparacertaintervenooutratamentoeacabarporserre
alizada interveno ou tratamento diferente por estes terem sido
considerados,deacordocomosconhecimentoseaexperinciada
medicina,omeioadequadoparaevitarumperigosrioparaavi
da,ocorpoouasadedopaciente.
3. Ofactodescritonaalneab)donmeroanteriorpunvel,seocorrerem
circunstncias que permitam concluir, com segurana, que o consenti
mentoteriasidorecusadopelopaciente.

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4. Paraefeitosdopresenteartigo,oconsentimentosrelevantequandoo
pacientetiversidodevidamenteelucidadoarespeitododiagnstico,da
natureza,alcanceeconsequnciaspossveisdaintervenooudotrata
mento,salvoseissoimplicaracomunicaodefactosque,aseremco
nhecidosdopaciente,poderiamprseriamenteemperigoasuavidaou
causardanogravesuasade.
5. Oprocedimentocriminaldependedequeixa.
Art.167.
(Atenuaoespecialdapena)
Quando,noscasosdosartigos162.,163.,164.e165.,oagente livree
voluntariamente renunciarsuapretensoe libertara pessoasequestrada,
raptada,tomadacomorefmou escravizadaou procurarseriamentefazlo,
semterpraticado,contraavtima,qualqueroutrocrimeduranteaprivao
dasualiberdade,podeojuizatenuarespecialmenteapena.

CAPTULOIV
CRIMESSEXUAIS

SecoI
Definies

Art.168.
(Definies)
Paraefeitosdodispostonopresentecaptulo,entendesepor:
a) Actosexual,todooactopraticadoparalibertaoouparasatisfa
odoinstintosexual
b) Agressosexual,todooactosexualrealizadopormeiodevioln
cia,coaco,ameaaoucolocaodavtimaemsituaodeincons
cinciaoudeimpossibilidadederesistir
c) Penetraosexual,acpula,ocoitoanalouoraleapenetraova
ginalouanalcomosdedosouobjectosutilizadosemcircunstncias
deenvolvimentosexual.

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SecoII
Cr imesContr aaLiber dadeSexual
Art.169.
(Agressosexual)
1. Quempraticaragressosexualcontraoutrapessoapunidocompena
depr isode6mesesa4anos.
2. Amesmapenaaplicadaaquem,pelamesmaforma,levaroutrapes
soaasofreroupraticaractosexualcomumterceiro.
Art.170.
(Agressosexualcompenetrao)
Quem, mediante os meios referidos na alnea b) do artigo 168., efectuar
penetraosexualnoutrapessoa,aindaqueestasejaocnjugedoagenteou
que,pelosmesmosmeios,aconstrangerasofrerpenetraosexualporter
ceiropunidocompenadepr isode2a10anos.
Art.171.
(Abusosexualdepessoainconsciente
ouincapazderesistir)
1. Quempraticaractosexualcompessoainconscienteouincapazderesis
tir,aproveitandosedequalquerdessassituaespunidocompenade
pr isodeat3anos.
2. Sehouverpenetrao,apenadepr isode2a8anos.
Art.172.
(Abusosexualdepessoainternada)
1. Quem,aproveitandosedafunooudocargoque,aqualquerttulo,e
xerceoudetmemestabelecimentoprisionalouestabelecimentodeas
sistnciademenores,hospital,estabelecimentodesade,deassistncia
e de tratamento, praticar acto sexual com pessoa internada ou que, de
qualquermodo,lheestejaconfiadaouaseucuidadopunidocompe
nadepr isode6mesesa3anos.
2. Sehouverpenetraosexual,apenadepr isode1a6anos.
Art.173.
(Assdiosexual)
Quem, abusando de autoridade resultante de uma relao de dependncia
hierrquicaoudetrabalho,procurarconstrangeroutrapessoa,pormeiode
ordem, ameaa ou coaco, a sofrer ou a praticar acto sexual, consigo ou
comoutrem,punidocompenadepr isoat2anosoucomademulta
at240dias.

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Art.174.
(Fraudesexual)
1. Quemseaproveitardeerrodeoutrapessoasobreasuaidentidadepes
soale,assim,praticarcomelaactosexualpunidocompenadepr i
soat2anosoucomademultaat240dias.
2. Sehouverpenetrao,apenadepr isode18mesesa6anos.

Art.175.
(Procriaoartificialnoconsentida)
Quempraticaractodeprocriaoartificialemmulher,semoseuconsenti
mento,punidocompenadepr isode1a6anos.

Art.176.
(Lenocnio)
1. Quem,comintenodelucro,promover,favoreceroufacilitaroexerc
cio da prostituio ou prtica reiterada de actos sexuais por outra pes
soa,aproveitandosedesituaodenecessidadeeconmicaouparticular
vulnerabilidadedavtimaouaconstrangeraessesexerccioouprtica,
usando de violncia, ameaa ou fraude punido com pena de pr iso
de1a6anos.
2. Seoagenteseaproveitardesituaodeincapacidadepsquicadavti
ma,apenadepr isode2a10anos.

Art.177.
(Trficosexualdepessoas)
Quem,usandodeviolncia,ameaa,ardil,manobrafraudulentaouaprovei
tandoqualquerrelaodedependnciaousituaodeparticularvulnerabi
lidadedeumapessoaaaliciarouconstrangerprticadeprostituioem
pasestrangeirooufavoreceresseexerccio,transportandoa,alojandoaou
acolhendoa,punidocomapenadepr isode2a10anos.

Art.178.
(Exibicionismo)
Quemimportunaroutrapessoaatravsdeactosdeexibicionismosexual
punidocompenadepr isoat2anosoucomademultaat240dias.

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SecoIII
Cr imesContr aaAutodeter minaoSexual
Artigo179.
(Abusosexualdemenorde14anos)
1. Quempraticaractosexualcommenorde14anosouolevarapraticlo
comoutrapessoapunidocompenadepr isode1a5anos.
2. Sehouverpenetraosexual,apenadepr isode3a12anos.
3. Quem praticar acto de procriao artificial em mulher menor de 14 a
nospunido compenadepr isode2a8anos.
4. Quempraticaractosdeexibicionismoperantemenorde14anos,pu
nidocompenadepr isode6mesesa3anosouademultade60a
360dias.
Artigo180.
(Abusosexualdemenorde16anos)
1. Quem,sendomaior,seaproveitardainexperinciademenorde16anos
oudesituaodeparticularnecessidadeemqueesteseencontrarecom
elepraticaractossexuaisouolevarapraticloscomterceiropunido
compenadepr isoat3anos.
2. Sehouverpenetrao,apenadepr isode6mesesa5anos.
Artigo181.
(Abusosexualdemenordependente)
1. Quem praticaractossexuaiscommenorde18anosquetiversuaguar
daparaassistiroueducar,aproveitandosedestasituao,punidocom
penadepr iso de:
a) 6mesesa3anos,seomenortiver16anosoumais:
b) 1a4anos,seomenortiver14oumaisanosdeidadeemenosde16
2. Sehouverpenetraosexual,apenadepr isode1a4anos,nocaso
daalneasa)donmeroanteriorede2a8anos,nocasodaalneab)do
mesmonmero.
Artigo182.
(Lenocniodemenores)
1. Quempromover,incentivar,favoreceroufacilitaroexercciodaprosti
tuiode menorde18anosouaprticareiteradadeactossexuaispor
menorde18anospunidocompenadepr isode6mesesa6anos.
2. Seoagenteusardeviolncia,ameaaoufraude,actuarcomfimlucrati
vooufizerprofissodaactividadedescritanonmeroanterior,omenor
sofrerdeanomaliapsquicaoutivermenosde14anos,apenadepr i
so2a10anos.

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Artigo183.
(Trficosexualdemenores)
1. Quemaliciar menorde18anosde idade paraoexercciodaprostitui
oempasestrangeiroou,paraomesmofim,otransportar,alojaroua
colherou,dequalqueroutro modo, favoreceraqueleexerccio puni
docompenadepr isode2a10anos.
2. Seoagenteusardeviolncia,ameaaoufraude,actuarcomfimlucra
tivooufizerprofissodaactividadedescritanonmeroanterior,ome
norsofrerdeanomaliapsquicaoutivermenosde14anosde idade,a
penadepr isode3a12anos.

Artigo184.
(Pornografiainfantil)
1. Quem:
a) promover, facilitar ou permitir que menor de 16 anos participe de
leitura obscena, assista a espectculo, projeco de filmes, audio
de gravaes, exposio de fotografias ou observe ou examine ins
trumentos,pornogrficos
b) utilizarmenorde16anosemfotografia,filmeougravaopornogr
ficos
c) cederamenorda16anosescritos,fotografias,filmes,gravaesou
instrumentosdenaturezapornogrfica
punidocompenadepr isoat2anos.
2. Quem:
a) produzir pornografia infantil para ser difundida atravs de sistema
informticoou
b) difundiroutransmitirpornografiainfantilatravsdeumsistemain
formtico
punidocompenadepr isoat3anos.
3. Se,noscasosdosnmerosanteriores,avtimaformenorde14anos,a
penadepr isode6mesesa3anos.
4. Se o agente fizer profisso dos actos descritos nos nmeros anteriores
ouospraticarcomfimlucrativo,apenadepr isode1a4anos.
5. Paraosefeitosdon.2,entendesepor:
a) pornografia infantil qualquer material pornogrfico que represente
visualmenteummenorde16anosoupessoaaparentandosermenor
de16anos,envolvidosemcomportamentossexualmenteexplcitos
b) sistemainformticoodefinidonaalneab)doartigo233..

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SecoIV
DisposiesComuns
Artigo185.
(Agravao)
1. Aspenasprevistasnosartigos169.a171.e174.a184.soagrava
dasdeumteronosseuslimitesmnimoemximo,seavtimafor:
a) ascendenteoudescendente,adoptanteouadoptado,parenteouafim
ataoterceirograudalinhacolateraldoagenteouseencontrarsob
suatutelaoucuratelaou
b) seencontrarnumarelaodedependnciahierrquica,econmicaou
de trabalho do agente e o crime for praticado com aproveitamento
dessarelao.
2. Aspenasprevistasnosartigos169.a174.e179.a181. soagrava
das de um quarto nos seus limites mnimo e mximo, sempre que o
agentesejaportadordedoenasexualmentetransmissvelsusceptvelde
criarperigoparaavidadavtima.
3. Aspenasestabelecidasparaoscrimesreferidosnonmeroanteriorso
agravadas de metade nos seus limites mnimo e mximo, sempre que
doscomportamentosnelesdescritosresultargravidez,suicdiooumorte
davtima,ofensagravesuaintegridadefsicaoutransmissodedoen
aincurvelportadoradeperigoparaavidadavtima.
Artigo186.
(Queixa)
1) Oprocedimentocriminaldependedequeixa,emrelaoaoscrimespre
vistosnosartigos169.a171.,173.a175.e178.a181.
2) Oprocedimentocriminalnodependedequeixaquando:
a) doscrimesindicadosnonmeroanteriorresultaramortedavtima
b) ocrimeforpraticadocontramenorde16anoseoagentetiverlegiti
midadeparaexercerodireitodequeixaoutiveravtimaaseucargo
3) Quandoocrimeforpraticadocontramenorde16anos,oMinistrioP
blicopodeexerceraacopenalindependentementedequeixa,sempre
que,nointeressedavtima,seimpuseresseexerccio.
Artigo187.
(Inibiodaautoridadepaternal)
Quandooagenteforcondenadopeloscrimesprevistosnopresentecaptu
lo,podeserinibido,atentaagravidadedofactoeasuaconexocomafun
o por ele exercida, do exerccio da autoridade paternal, da tutela ou da
curatelaporumperodode3a15anos.

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CAPTULOV
COLOCAODEPESSOASEMPERIGO
Art.188.
(Abandonodepessoa)
1. Quemabandonaroutrapessoaemlugaronde,emrazodaidade,doen
aouestado fsicooupsquico, fiqueem situao de nopoder prote
gerseoudefendersepunidocompenadepr isode6mesesa3a
nos.
2. Sedoabandonoresultarperigoefectivoparaavidaouaintegridadeda
pessoaabandonada,apenadepr isode1a5anos.
3. Seoagenteforascendente,descendente,adoptanteouadoptadodavti
maoupessoaaquemcouberodeverdeaguardar,vigiarouassistir,a
penadepr isode2a6anos.
4. Sedofactoresultarofensagraveintegridadefsicadavtima,apena
depr isode2a8anos.
5. Sedofactoresultaramortedavtima,apenadepr isode2a10a
nos.
Art.189.
(Abandonoderecmnascido)
1. Se,noscasosdoartigoanterior,apessoaabandonadaforrecmnascida,
aspenasaprevistassoagravadasdemetadenoseulimitemnimo.
2. Paraosefeitosdopresenteartigo,consideraserecmnascidaacriana
commenosde8diasdevida.
3. Aspenasprevistasnoartigoanteriorsoatenuadasdemetadenosseus
limites mnimoe mximo,quandooabandono forpraticadopela me,
aindasobainflunciaperturbadoradoparto,porvirtudedesituaode
extrema pobreza em que se encontre ou por estar justamente temerosa
deserseveramentemaltratadaporcausadonascimentodofilho.
Art.190.
(Contgiodedoenasexualmentetransmissvel)
1. Quem, sabendo que portador de doena, viral ou bacteriana, sexual
mentetransmissvelsusceptveldeporemperigoavida,mantiverrela
essexuaiscomoutrapessoasempreviamenteainformardessefacto
punido com pena de pr iso at 3 anos ou com a de multa at 360
dias.
2. Seavtimaforcontaminadaouinfectada,apenadepr isode2a5
anos.

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3. Seoagentetiveragidocoma intenodecontaminara vtima,sem o


conseguir,apenadepr isode2a8anos.
4. Seoagentetiveragidocomaintenodecontaminaravtimaeefecti
vamenteacontaminar,apenadepr isode3a10anos.
5. Oprocedimentocriminaldependedequeixa.
Art.191.
(Contgiodedoenagrave)
1. Quem,comintenodetransmitirdoenagravedequepadece,praticar
actosusceptveldecontagiaroutrapessoapunidocompena depr i
soat3anosoucomademultaat360dias.
2. Seadoenasetransmitir,apenadepr isode1a5anos.

Art.192.
(Impedimentoaprestaodesocorro)
Quemimpedirquesejaprestadosocorroapessoaemsituaodeperigode
vida,deofensasuaintegridadefsica,sualiberdadeousocorrodestina
doacombater umsinistroouacidentequerepresente perigoparaasegu
ranadaspessoaspunidocomapenadepr isode1a5anos.

Art.193.
(Omissodeauxlio)
1. Quem,podendofazlosemgraveriscoparaavida,aintegridadefsica
ou a liberdade, suas ou de terceiro, deixar de prestar auxlio a pessoa
vtimadeacidente,calamidadepblicaouqualqueroutrasituaosus
ceptveldepremperigoavida,aintegridadefsicaoualiberdadede
qualquer pessoa ou deixar de pedir autoridade pblica o socorro ne
cessrio para afastar o perigo punido coma pena de pr iso at 18
mesesoucomademultaat180dias.
2. Seasituaodeperigotiversidocriadapeloomitente,aomissopu
nidacompenadepr isoat3anosoucomademultaat360dias.

Art.194.
(Recusadeassistnciapormdicoouenfermeiro)
Omdico,oenfermeiroououtroprofissionaldesadeque,demodoileg
timo,serecusaraprestarassistnciaemcasodeperigoparaavidaoupara
ocorpoouasadedeoutrapessoapunidocompenadepr isoat3a
nosoucomademultaat360dias.

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Art.195.
(Exerccioilegaldeprofisso)
Quem,contraleiouregulamento,praticaractosprpriosdeumaprofisso
sempossuirocorrespondentettuloquelegalmenteohabiliteaexercla
punidocompenadepr isoat3anosoucomademultaat360dias.
Art.196.
(Atenuaoespecialoudispensadepena)
Se,noscasosprevistosnosartigos192.a195.,oagenteremoveroperigo
antesdeseterverificadoodano,apenaespecialmenteatenuada,podendo
mesmo ter lugar, de acordo com as circunstncias do caso, a dispensa de
pena.

CAPTULOVI
CRIMESCONTRAADIGNIDADEDASPESSOAS
SecoI
Discr iminao
Art.197.
(Discriminao)
1. Quem, porcausadosexo,raa,etnia,cor,localde nascimento,crena
oureligio,orientaosexual,convicespolticasouideolgicas,con
dioouorigemsocial:
a) recusarcontratoouemprego,recusaroucondicionarofornecimento
debensouserviosouimpediroucondicionaroexercciodeactivi
dadeeconmicadeoutrapessoaou
b) puniroudespedirtrabalhador
punidocompenadepr isoat2anosoucomademultaat240dias.
2. Amesmapenaaplicadaaquemrecusaroucondicionarcontratoouo
fornecimentodebensouserviosouimpediroucondicionaroexerccio
deactividadeeconmicaaumapessoacolectivaporcausadosexo,ra
a,etnia,cor,localdenascimento,crenaoureligio,orientaosexual,
convicespolticasouideolgicas,condioouorigemsocialdosseus
membrosoudostitularesdosseusrgossociais.

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SecoII
Cr imesContr aaHonr a
Art.198.
(Injria)
1. Quem,porqualquermeiodeexpressooucomunicao,nomeadamente
porpalavras,ecomintenodeinjuriar,ofendernasuahonra,bomno
meouconsideraooutra pessoapunidocompenadepr isoat6
mesesoucomademultaat60dias.
2. Comamesmapenapunidoquem,comintenodeinjuriarouofen
der e atravs dos mesmos meios, imputar directamente a outra pessoa,
ainda que sob a forma de suspeita, factos ou formular sobre ela juzos
ofensivosdasuahonra,bomnomeouconsiderao.
3. Aplicaseaofactodescritononmeroanteriorodispostonosn.s2,3e
4doartigoseguinte.
4. Seasinjriasforemdirigidasaumapessoaporcausadasuaraa,ori
gem tnica, cor, nacionalidade, religio ou orientao sexual ou a um
grupoconstitudoporpessoascomessascaractersticasapenadepr i
sode6mesesa1anooudemultade60a120dias.
Art.199.
(Difamao)
1. Quem,porqualquermeiodeexpressooucomunicaoecominteno
deofender,imputaraoutrapessoa,ainda quesoba formadesuspeita,
factos,ousobreelaformularjuzosofensivosdasuahonraeconsidera
oouosreproduzir,porformaaqueterceirapessoatomeoupossato
marconhecimentodosfactosimputadosoudosjuzosformulados,pu
nidocompenadepr isoat1anooucomademultaat120dias.
2. Seosfactosouosjuzosofensivosforemimputadosouformuladospor
causadaraa,origemtnica,cor,nacionalidade,religioouorientao
sexualouaumgrupoconstitudoporpessoascomessascaractersticas,
apena depr iso de6 mesesa18mesesou demultade60a180
dias.
3. Oagentenopunido sempreque:
a) a imputao do facto ofensivo for feita para realizar interesses le
gtimos
b) fizerprovadaverdadedosfactosofensivosimputados
c) tiver tido fundamento srio para, agindo de boa f, considerar ver
dadeiraaimputao.

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4. Considerasequeoagentenoagedeboaf,senocumprirodeverde
seinformarsobreaverdadedosfactosimputadosqueascircunstncias
lheimpunham.
5. Odispostonon.3noaplicvelquandoaimputaodisserrespeitoa
factosrelativosintimidadedavidaprivadaoufamiliar.

Art.200.
(Calnia)
Quem,noscasosdosn.s1e2doartigoanterior,procederimputaodo
factoouformulaodojuzoofensivodahonra,bomnomeouconsidera
o da pessoa ofendida, conhecendo a sua falsidade, punido com pena
depr isode6mesesa2anosoucomademultade60a240dias.

Art.201.
(Publicidade)
1. Se,noscasosdosartigosanteriores,ainjria,adifamaoouacalnia
forempraticadasatravsdemeiosouemcircunstnciasquefacilitema
suadivulgao,aspenascorrespondentessoelevadasdeumteronos
seuslimitesmnimosemximos.
2. Se,nosmesmoscasos,asofensasforempraticadasatravsdeumsiste
ma informtico ou de qualquer meio de comunicao social, as penas
correspondentes so elevadas de metade nos seus limites, mnimos e
mximos.

Art.202.
(Ofensaamemriadepessoafalecida)
1. Queminjuriar,difamaroucaluniara memriadepessoajfalecida h
menosde30anospunidocomaspenaspr evistasnosar tigos198.,
199.e200.,r espectivamente.
2. aplicvelaopresentecrime odisposto nosn.s1e2doartigoante
rior.
Art.203.
(Procedimentocriminal)
O procedimento criminal depende de queixa do ofendido ou de qualquer
membrodogrupoofendido,noscasosprevistosnosartigos198n.4e199
n. 2, e de acusao particular nos restantes crimes previstos na presente
seco.

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Art.204.
(Dispensadapena)
1. Quandoemjuzooagentedoscrimesprevistosnestasecoseretratar
ouderexplicaesdocrimedequefoiacusadoeoofendido,oseure
presentante ou o titular do direito de acusao particular ou de queixa
aceitarem essasexplicaesouaretratao,otribunaldispensaoagente
dapena.
2. Otribunalpodeaindadispensardapenaoagente,seaofensativersido
provocadaporumacondutailcitaourepreensveldoofendido.
3. Seoofendidoripostarcomoutraofensaofensadoagente,otribunal
podedispensardapenaambososagentesousumdeles,conformeas
circunstncias.

Art.205.
(Conhecimentopblicodasentena)
Seoofendidoou,emcasodefalecimentodeste,otitulardodireitodeacu
saoparticularrequererataoencerramentodaaudinciaemprimeirain
stncia o conhecimento pblico da sentena de condenao por qualquer
doscrimesprevistosnestaseco,aindaquecomdispensadepena,otribu
nalordenaaaexpensasdoagente,pelosmeiosqueacharmaisadequados,
fixandoostermosemqueasentenadeveserdivulgada.

SecoIII
Cr imesContr aoRespeitoDevidoaosMor tos

Art.206.
(Atentadocontraaintegridadederestosmortais)
Quem,porsubtraco,ocultao,destruio,profanaoouqualqueroutro
meio ofensivo do respeito devido aos mortos, atentar contra a integridade
decadveroudecinzasdepessoafalecidapunidocompenadepr iso
at2anosoucomademultaat240dias.

Art.207.
(Profanaodelugarfnebre)
Quem,porqualquermeio,profanarouviolartmuloou sepulturadepessoa
falecidapunidocompenadepr isoat1anooucomademultaat
120dias.

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Art.208.
(Agravao)
Seoagentepraticaroscrimesprevistosnosartigosanterioresmovidopor
razesdepertenaounopertena,verdadeiraousuposta,dapessoafaleci
daaumaetnia,raa,religio,orientaosexual,crena,convicoideol
gica,culturaloupoltica,ouporsupostamenteserounosermembrodeu
maorganizaodeterminada,apenaagravadadeumteronosseuslimi
tesmnimoemximo.

CAPTULOVII
CRIMESCONTRAARESERVADAVIDAPRIVADA
Art.209.
(Introduoemcasaalheia)
1. Quem,semconsentimento,entrar,permaneceroupersistiremficarem
casaalheiaousuasdependnciasouanexos,depoisdeserintimadoare
tirarse,punidocompenadepr isoat1anooucomademultaa
t120dias.
2. Seocrimeprevistonon.1forcometidodenoiteouemlugarermo,por
meio de violncia ou ameaa de violncia, com emprego de arma, ar
rombamento,escalamentoouchaves falsas,nostermosdoartigo 377.
alneasd),e)ef),ouporduasoumaispessoas,oagentepunidocom
penadepr isoat3anosoucomademultaat360dias.
Art.210.
(Introduoemlugarvedadoaopblico)
1. Quem,semconsentimentoouforadoscasosemquealeiopermite,en
trare,depoisdeintimadoaretirarse,permaneceroupersistiremficar
emptios,jardinsouespaosvedadosanexosahabitao,embarcosou
outrosmeiosdetransporteouemqualqueroutrolugarvedadoenoli
vrementeacessvelaopblicopunidocompenadepr isoat6me
sesoucomademultaat120dias.
2. Verificandoseascircunstnciasreferidas no n.2doartigoanterior,a
penadepr isoat1anoouademultaat120dias.
Art.211.
(Perturbaoedevassadavidaprivada)
1. Quem,semconsentimentoecomaintenodedevassarouperturbara
pazeosossegoouavidapessoal,familiarousexualdeoutrapessoa:
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a) interceptar,escutar,captar,gravaroutransmitirpalavrasproferidasa
ttuloprivadoouconfidencial
b) interceptar,gravar,registar,utilizar,transmitiroudivulgarconversa
oucomunicaotelefnica
c) registaroutransmitir,porqualquermeioouforma,aimagemdeou
trapessoaqueseencontreemlocalprivado
d) divulgarfactosrelativosvidaprivadaouadoenagravedeoutra
pessoa
e) enviarmensagenstelefnicasouelectrnicas
punidocompenadepr isoat18mesesoucomademultaat180
dias.
2. Ofactoprevisto naalnead)do nmeroanterior nopunvel,sefor
praticadocomomeioadequadopararealizaruminteresselegtimorele
vante.
Art.212.
(Devassapormeiodeinformtica)
1. Quem:
a) proceder a tratamento informtico de dados ou informaes indivi
dualmenteidentificveissem estardevidamenteautorizadoou,estan
do autorizado, no tomar as precaues necessrias para garantir a
seguranadessesdados,porformaaimpedirquesejamdivulgados,
alterados,destrudosouinutilizados
b) aceder,semautorizao,adadosinformaticamentetratadosquecon
tenhaminformaesindividualmenteidentificveis
c) transmitir, sem autorizao, a terceiros ou para fins diferentes dos
autorizados,dadosouinformaesinformaticamentetratados
punidocompenadepr isoat1anooucomademultaat120dias.
2. Quem,sem estarcompetentementeautorizado,criar, mantiverou utili
zarficheiroinformticodedadospessoalmenteidentificveisrelativosa
convices polticas, religiosas ou filosficas, filiao partidria ou
sindicalouvidaprivadadeoutrem
punidocompenadepr isoat2anosoucomademultaat240dias.
Art.213.
(Violaodecorrespondncia)
1. Quem,semconsentimento,abrirencomenda,cartaouqualqueroutroes
critoqueseencontrefechadoelhenosejadirigidooutomarconheci
mento,porprocessostcnicos,doseucontedoou,porqualquermodo,
impedirquesejarecebidopelodestinatriopunidocompenadepr i
soat1anooucomademultaat120dias.

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2. Na mesma pena incorre aquele que, sem consentimento, divulgar o


contedodascartas,encomendasouescritosfechados.

Art.214.
(Violaodetelecomunicaes)
1. Quem,semconsentimento,seintrometernocontedodetelecomunica
oedeletomarconhecimentopunidocompenadepr isoat1ano
oucomademultaat120dias.
2. Amesmapenaaplicadaaquem,semconsentimento,divulgarocon
tedodetelecomunicaoreferidononmeroanterior.

Art.215.
(Violaodesegredo)
1. Quemrevelar ou se aproveitar de segredo alheio de que tenha tomado
conhecimentoemrazodoseuofcio,emprego,profisso,arteousitua
o em que se encontrar punido com pena de pr iso at 1 ano ou
comademultaat120dias.
2. Sedofactodescritononmeroanteriorresultarprejuzoparaqualquer
pessoa,apenaadepr isoat18mesesouademultaat180dias.

Art.216.
(Violaodesigiloprofissional)
Quem,emviolaodasuaobrigaodesigilooureservaprofissional,im
postaporlei,divulgarsegredodeoutrapessoapunidocompenadepr i
sode6mesesa3anosoucomademultade120a360dias.

Art.217.
(Agravao)
Aspenasestabelecidasnosartigos211.a216.soagravadasdeumtero
nosseus limites mnimoe mximo,seo facto forpraticadocom inteno
deobterrecompensaparaoagenteouparaoutrapessoaoudeprejudicaral
gum.
Art.218.
(Procedimentocriminal)
Salvonocasodoartigon.212.n.2,oprocedimentocriminalpeloscri
mesprevistosnopresentecaptulodependedequeixa.

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CAPTULOVIII
OUTROSCRIMESCONTRABENSJ URDICOS
PESSOAIS
Art.219.
(Gravaes,fotografiasefilmesilcitos)
1. Quem,semconsentimento:
a) gravaraspalavrasdeoutrapessoanoproferidasempblico,mesmo
quelhesejamdirigidas
b) utilizaroupermitirqueseutilizeagravao,mesmoquandosejali
citamenteproduzida
punidocompenadepr isoat1anooucomademultaat120dias.
2. Amesmapenaaplicvelquele que,contraa vontadedeoutrapes
soa:
a) afotografaroufilmar,mesmoemreuniesoueventosemquetenha
legitimamenteparticipado
b) utilizaroupermitirqueseutilizemasfotografiasouosfilmesaque
serefereaalneaanterior,mesmoquandolicitamenteobtidos.
3. correspondentementeaplicveloartigo217..
4. Oprocedimentocriminaldependedequeixa.

Art.220.
(SubtracosgarantiasdoEstadoangolano)
1. Quem,pormeiodeviolncia,ameaaouqualquermeiofraudulento,fi
zercomqueoutrapessoasaiadombitodeprotecodaleipenalango
lanaeseexponhaaserperseguidoporrazespolticas,comriscoparaa
vida,aintegridadefsicaoualiberdade,tornandoseobjectodevioln
ciaoudemedidascontrriasaosprincpiosfundamentaisdoEstadoan
golano,punidocompenadepr isode2a10anos.
2. Namesmapenaincorrequem,pelosmesmosmeios,impediroutrapes
soadeabandonarasituaodeperigoreferidanonmeroanterioroua
foraranelapermanecer.

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TTULO II
CRIMES CONTRA A FAMLIA

CAPTULOI
CRIMESCONTRAOCASAMENTO,
OESTADOCIVILEAFILIAO
Art.221.
(Bigamia)
1. Quem, sendo casado, contrair novo casamento ou quem contrair casa
mentocomumapessoa,sabendoqueelacasada,punidocompena
depr isode6mesesa2anosoucomademultade60a360dias.
2. Na mesma pena incorre quem, tendo para tanto competncia, realizar
ou autorizar a realizao de um casamento nas condies referidas no
nmeroanterior.
Art.222.
(Induoemerrosobreimpedimento)
1. Quemcontrair casamento induzindo o outro contraente em erro essen
cialarespeitodeimpedimentoquenosejaumcasamentoanteriorno
dissolvido punido com pena de pr iso at 18 meses ou com a de
multaat180dias.
2. Oprocedimentocriminaldependedequeixa.
Art.223.
(Conhecimentoeocultaodeimpedimento)
1. Quem contraircasamentocomconhecimentoprviodeimpedimentoeo
ocultardooutrocontraentepunidocompenadepr isoat1anoou
comademultaat120dias.
2. Oprocedimentocriminaldependedequeixa.

Art.224.
(Simulaodecompetnciaparacelebrarcasamento)
Quemsefizerpassarporautoridadecompetenteparacelebrarcasamentoe,
nessacondio,ocelebrarpunidocompenadepr isode1a3anosou
comademultade120a360dias,sepenamaisgravenolhecouberpor
foradeoutradisposiopenal.

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Art.225.
(Falsasdeclaraessobreoestadocivil)
Quem,deformaapremperigoaverificaooficialdeestadociviloua
de posio jurdica familiar, fizer ou omitir declaraes que se traduzam
emusurpar,tornarincerto,falsear,alterar,fazersupor,ocultarouencobrir
oseuestadocivilouodeoutrapessoapunidocompenadepr isoat2
anosoucomademultaat240dias.

Art.226.
(Registodenascimentoinexistente)
1. Quem declarar no registo civil nascimento inexistente punido com
penadepr isode1a3anosoucomademultade120a360dias.
2. Seadeclaraoforfeitacomintenodeprejudicaroutrapessoa,ape
nadepr isode2a6anos.

Art.227.
(Partosuposto)
Quem derpartoalheiocomosefosseseupunidocompenadepr isode
1a5anos.

Art.228.
(Substituioousubtracoderecmnascido)
1. Quemprocedersubstituiodeumrecmnascidoporoutroouosub
trairpunidocompenadepr isode2a8anos.
2. Recmnascido,nostermosdoartigo189.n.2,acrianacommenos
de8diasdevida.

Art.229.
(Sonegaodoestadodafiliao)
1. Quemregistarcomoseuumfilhodeoutrem,alterandoodireitoaoseu
estadocivilpunidocompenadepr isode6mesesa2anosoucom
ademultade60a240dias.
2. Namesmapenaincorreterceiroque,noscasosemquealeilhopermi
te, declarar falsamente perante a autoridade competente de registo a
qualidadedeprogenitordeoutrapessoa.
3. Seocrimeforcometidopormotivoreconhecidamentelouvvel,podeo
tribunaldispensaroagentedapena.

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CAPTULOII
CRIMESCONTRAOUTROSBENSJ URDICOS
FAMILIARES
Art.230.
(Abandonomaterial)
1. Quem, sem justa causa, deixar de prover subsistncia do cnjuge ou
de pessoa em situao anloga, de filho menor de 18 anos ou incapaz
paraotrabalhooudeascendenteincapacitado,nolhesproporcionando
osrecursosnecessriosoufaltandoaopagamentodapensoalimentcia
aqueestejajudicialmenteobrigadoou,semjustacausa,deixardesocor
rerdescendenteouascendentegravementedoentespunidocompena
depr isoat2anosoucomademultaat120dias.
2. Seapessoacomdireitoaalimentosforumamulhergrvidaeafaltade
alimentosoudeassistnciadeterminaracriaodeperigodeinterrup
odagravidez,apenadepr iso1a5anos.
3. Seainterrupodagravidezseverificar,apenadepr iso2a8anos.
4. Se,nocasodon.1,aobrigaodeprestaodealimentosoudeassis
tncia vierasersatisfeita,otribunal,atendendoscircunstnciascon
cretasdocaso,podedispensaroagentedapenaoudeclararextintaape
naaindanocumprida.
Art.231.
(Subtracoourecusadeentregademenor)
1. Quemsubtrair menor a pessoa que sobre ele exera poder paternal ou
tutelarouaquemestejalegitimamenteconfiadopunidocompenade
pr isode1 a4anos,sepena mais gravelhe nocouberpor forade
outradisposiopenal.
2. Quem:
a) recusaraentregademenorspessoasindicadasnonmeroanterior
b) convenceromenorafugirdodomicliofamiliaroudolugarondere
sideouaabandonaressedomicliooulugar,pormeiodeviolncia,
ameaaouqualquerartifciofraudulento
punidocompenadepr isoat3anosoucomademultaat360dias.
Art.232.
(Divulgaodefalsapaternidade)
1. Quemseatribuir,pblicaefalsamente,apaternidadedeoutrapessoa
punido com pena de pr iso at 6 meses ou com a de multa at 60
dias.
2. Namesmapenaincorrequemseassumir,pblicaefalsamente,como
filhodeoutrapessoa.
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TTULO III
CRIMES CONTRA A F PBLICA

CAPTULOI
FALSIFICAODEDOCUMENTOS,DADOS
INFORMTICOS EREGISTOSTCNICOS
Art.233.
(Definies)
Paraefeitosdopresentecaptulo:
a) Documentotodoosuporte,nomeadamente,papel,disco,fitagra
vada,bandamagnticaououtromeiomaterialoutcnicoqueincor
pore declarao feita por uma pessoa e possua idoneidade para
provar um factojuridicamente relevantee,ainda,osinal,comrele
vncia jurdicaeeficciaprobatria, gravadoouaposto numacoisa
paraindicarasuaorigem,naturezaouqualidade.
b) Sistemainformticoqualquerdispositivoouconjuntodedisposi
tivos interconectados ou relacionados entre si que, isolada ou con
juntamente,asseguram,emexecuodeumprograma,otratamento
automatizadodedados
c) Dadoinformticoqualquerrepresentaodefactos,informaes
ouconceitossobumaformasusceptveldeprocessamentonumsiste
madecomputadores,incluindoprogramasquepermitamaumsiste
mainformticoexecutarumafuno
d) Registo tcnico o registo, com eficcia probatria, de um valor,
pesooumedidadeumestadooudodecursodeumaacontecimento,
feitopor intermdiode umaparelho tcnicoque,actuando, notodo
ouemparte,deformaautomtica,permiteobterresultadosreferidos
afactosjuridicamenterelevantes.
Art.234.
(Falsificaodedocumento)
1. Quem,comopropsitodecausarprejuzoaalgumoudeobter,parasi
ouparaoutrem,umbenefcioilegtimo:
a) elaborardocumentofalso,imitandooverdadeiro
b) falsificaroualterardocumentoverdadeiro
c) utilizarabusivamenteaassinaturadeoutrapessoaparaelaborardo
cumentofalso
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d) fizer constar falsamente num documento factos juridicamente rele


vantes ou nele omitir factos juridicamente relevantes que no docu
mentodeviamconstar
punidocompenadepr isode6mesesa3anosoucomademultade
60a360dias.
2. Seosfactosdescritosnonmeroanterior:
a) disserem respeito a documentos pblicos, testamentos cerrados ou
valesdoscorreios,apenaaplicveldepr isoat5anos
b) forempraticadosporfuncionriopbliconoexercciodassuasfun
es,apenaaplicveldepr isode1a6anos.
3. Ofuncionriopblicoque,noexercciodassuasfunes,intercalaracto
ou documento em protocolo, registo ou livro oficial, sem cumprir as
formalidadeslegais,punidocompenadepr isode1a5anos.
4. Ousodedocumentofalsooufalsificadoporpessoadiversadofalsifica
dor, com o propsito assinalado no n. 1 do artigo anterior, punvel
com a pena aplicvel ao autor do r espectivo cr ime de falsificao,
r eduzidadeumquar tonoseulimitemximo.

Artigo235.
(Falsidadeinformtica)
1. Quem, com inteno de enganar, introduzir, alterar, eliminar ou supri
mirdadosemsistemainformticoou,emgeral,interferirnotratamento
desses dados, por forma a dar origem a dados falsos que possam ser
consideradosverdadeiroseutilizadoscomomeiodeprova,
punidocompenadepr isode6mesesa5anosoucomademultade
60a600dias.
2. Amesmapenaaplicvelaquem,nosendoofalsificador,comigual
inteno,utilizarosdadosinformticosfalsosoufalsificados.
3. Se o autor dos factos descritos nos nmeros anteriores for funcionrio
pbliconoexercciodassuasfunes,apenadepr isode1a6a
nos.
Art.236.
(Falsificaoderegistoseaparelhostcnicos)
1. Quem,comopropsitodecausarprejuzoaalgumoudeobterparasi
ouparaoutrembenefcioilegtimo:
a) elaborarregistotcnicofalso
b) falsificaroualterarregistotcnicoverdadeiro
c) fizerconstarfalsamentedeumregistotcnicofactojuridicamentere
levanteou

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nica ver sovlida ANTEPROJ ECTODECDIGOPENAL nicaver sovlida
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d) avariarouperturbarofuncionamentodoaparelhotcnico,porforma
aviciaroresultadodosregistosobtidos
punidocompenadepr isodeseismesesa3anosoucomademulta
de60a360dias.
2. Seosfactosdescritos no nmeroanteriorforempraticadospor funcio
nriopbliconoexercciodassuasfunes,oagentepunidocompe
nadepr isode1a6anos.
3. Ousoderegistotcnicofalsooufalsificadonostermosdonmeroante
rior,porpessoadiversadoautordafalsificao,punidocomapena
aplicvelaeste,r eduzidadeumquar tonoseulimitemximo.
Art.237.
(Destruio,inutilizaoousubtraco
dedocumentoeregistotcnico)
1. Quem,comopropsitodacausarprejuzoaalgumoudeobterparasi
ou para outrem benefcio ilegtimo, destruir, inutilizar, fizer desapare
cer,esconderousubstituirumdocumentoouregistotcnicodequeno
possadisporoucujaentregaouapresentaolhepossaserexigidapor
outrempunidocompenadepr isoat3anos oucomademulta
at360dias.
2. Quando os factos descritos no nmero anterior forem praticados por
funcionrio pblico no exerccio das suas funes, a pena aplicvel
depr isode1a5anos.
3. O procedimento criminal pelos factos descritos no n. 1 depende de
queixadoofendido,quandoesteforumparticular.
Art.238.
(Tentativa)
Noscrimesdescritosnopresentecaptuloatentativasempr epunvel.

CAPTULOII
CRIMESDEFALSIFICAODEMOEDA,
VALORESSELADOSETTULOSDECRDITO
SecoI
FalsificaodeMoeda
Art.239.
(Definiodemoeda)
1. Considerasemoedaparaosefeitosdestasecoopapelmoeda,consti
tudopelasnotasdebanco,eamoedametlicacomcursolegal,querem
Angolaquernoestrangeiro.
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2. Soequiparadosmoeda,paraefeitosdestecaptulo,osbilheteseres
pectivasfracesdalotarianacional.
Art.240.
(Contrafacodemoeda)
1. Quemfabricarmoeda,imitandoaverdadeira,comopropsitodeapas
saroucolocaremcirculaopunidocompenadepr isode2a12
anos.
2. Com a mesma pena punido o director, gerente ou funcionrio do
bancoemissor,paratantocompetente,queordenarouautorizarofabri
coeaemissode:
a) moedametlicacomvalorrealinferioraodeterminadoporlei
b) papelmoedaemquantidadesuperiordeterminadaporlei.
3. Quem, sem autorizao legal, fabricar moeda metlica com valor real
igualousuperiormoedalegtimapunidocompenadepr isoat3
anosoucomademultaat360dias.
4. Seoautordecontrafaconopassarnempuseremcirculaoamoeda
falsafabricada,aspenaspr evistasnosnmer osanter ior essor edu
zidasdeumter onoseulimitemximo.
Art.241.
(Falsificaooualteraodamoedalegtima)
1. Quemfalsificar moeda legtima,por formaaalterar,elevandoo,oseu
valorfacialepassaroupuseremcirculaoamoedaassimfalsificada
punidocompenadepr isode1a9anos.
2. Considerasefalsificaoparaosefeitosdonmeroanteriorasupresso
desinaloumarcaindicativosdequeasnotasestoforadecirculao.
3. Seoautordafalsificaonopassarnempuseremcirculaoamoeda
falsificada,aspenasestabelecidasnosnmer osanter ior essor edu
zidasdeumter onoseulimitemximo.
Art.242.
(Passagemecolocaoemcirculao
demoedafalsaoufalsificada)
1. Quem, nosendoautordoscrimesde moedafalsaprevista nosartigos
anteriores, mas, em concerto com ele, passar ou puser em circulao
moedafalsaoufalsificadaincorrenapenaaplicvelaofalsificador .
2. Apassagemoucolocaoemcirculaodamoedafalsanascondies
donmeroanteriorsemconcertocomofalsificadorpunidacomape
naaplicvelaoautor dafalsificao,r eduzidadeumquar tonoseu
limitemximo.

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3. Seoagentesteveconhecimentodafalsidadedamoedadepoisdeater
recebido,apassagemoucolocaodamoedafalsaemcirculaopu
nidacompenadepr isoatumanooucomademultaat120dias,
salvotratandosede fabricode moeda metlicacom valor igualousu
perioraodalegtima,nostermosdon.3doartigo240.,casoemquea
penademultaat90dias.

Art.243.
(Circulaonoautorizadademoeda)
Quem colocar em circulao moeda ainda no autorizada a circular ou
moedajretiradadecirculaopunidocompenadepr isode1a4a
nos.

Art.244.
(Rejeiodemoedacomcursolegal)
Quem,semmotivojusto,recusarmoedacomcursolegal punidocompe
nademultade30a180dias.

SecoII
FalsificaodeValor esSelados
Art.245.
(Fabricoefalsificaooualterao
devaloresselados)
1. Quemfabricar,imitandoosverdadeiros,oufalsificaroualterarvalores
seladosoutimbradosoficiaisdestinadoscobranadeimpostosouta
xas,incluindoopapelseladodeletradecmbioeselospostais,como
propsito de utilizar, nomeadamente,passandoosoupondoosemcir
culao,osvaloresseladosoutimbrados falsosou falsificadospuni
docompenadepr isoat5anos.
2. Seafalsificaoconsistirnasimplessupressodossinaisoumarcasin
dicativosdeosvaloresseladosoutimbradosjteremsidoutilizados,a
penaaplicveldemultaat120dias.
3. Seoautorda falsidade nochegaradar utilizaoaosvaloresselados
outimbradosfalsosoufalsificados,apenar eduzidadeumter ono
seulimitemximo.

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Art.246.
(Utilizaodevaloresselados
falsosoufalsificados)
1. Quem,nosendoofalsificador,masemconcertocomele,utilizarvalo
res selados ou timbrados falsos ou falsificados como verdadeiros ou i
nalterados,punido,sejaqualforaformadeutilizao,comapenaa
plicvelaoautor dafalsidade.
2. A utilizao dos valores selados ou timbrados falsos ou falsificados,
sem concerto com o falsificador, punvel com a pena aplicvel ao
autor dafalsidade,r eduzidadeumquar tonoseulimitemximo.
3. Sequemutilizaros valoresseladosoutimbrados falsosou falsificados
s tiver conhecimento de falsidade depois de os ter adquirido, a pena
aplicveldepr isoat1anooudemultaat120dias,tratandose
docrimeprevistonon.1doartigoanterior,oudemultaat60dias,
tratandosedocrimeprevistonon.2domesmoartigo.

SecoIII
Falsificao deTtulosdeCr dito

Art.247.
(Fabricoefalsificaodettulosdecrdito)
1. Quem,comopropsitodecausarprejuzoaalgumoudeobterbenef
cio ilcitoparasiouparaoutrem, fabricar,falsificaroualterar,paraos
fazerpassarcomoverdadeirosouinalterados,cheques,acesouobri
gaesououtrodocumentodenaturezamercantilaoportadoroutrans
missvelporendossoe,emgeral,qualquerttulodecrditonacionalou
estrangeiropunidocompenadepr isode2a8anos.
2. Sealgum dos ttulos mencionados no n. 1 foremitidopelo Estado ou
porbancoouinstituiobancria,apenadepr isode3a12anos.
3. Comamesmapenapunidoquem,comosmesmospropsitoe fim,
fabricar,falsificaroualterar,cartesdecrdito,dedbitooude garan
tia.
4. Seoautordo fabricoouda falsificao nochegarautilizarosttulos
falsosoufalsificados,aspenasdosnmer osanter ior essor eduzidas
deumter onoseulimitemximo.

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Art.248.
(Utilizaodettulosdecrditofalsosoufalsificados)
1. Quem,nosendoofalsificador,masemconcertocomele,utilizarttu
losfalsosoufalsificados,nostermosdoartigoanterior,punido,seja
qualforaformadeutilizao,comapenaaplicvelaoautor dafalsi
dade.
2. Autilizaodettulosfalsosoufalsificados,semconcertocomofalsi
ficador,punvelcomapenaaplicvelaoautor dafalsidade,r edu
zidadeumquar tonoseulimitemximo.
3. Quandoapessoaqueutilizarosttulosfalsosoufalsificadosstiverco
nhecimentodafalsidadedepoisdeosteradquirido,punidacompena
depr isoat2anosoucomademultaat240dias,nocasodeocri
meseroprevistonon.1doartigoanterior,ecompenadepr isoat3
anosoucomademultaat360dias,nocasodeocrimeseroprevisto
non.2domesmoartigo.

SecoIV
DisposiesComuns
Art.249.
(Actospreparatrios)
1. Quem preparar a execuo dos crimes descritos no presente captulo,
adquirindo,tendoemseupoderouintroduzindoemterritrioangolano
equipamentosoumateriaisadequadosedestinadosaofabricooufalsi
ficao de moeda, valores selados ou ttulos de crdito punido com
penadepr isoat3anosoucomademultaat360dias.
2. Osfactosdescritosnonmeroanteriornosopunveis,seoseuautor:
a) abandonar voluntariamente a execuo dos crimes ou impedir que
outrapessoaosexecute
b) destruir,inutilizarouentregarsautoridadescompetentesosequipa
mentos e materiais a que se refere o n. 1 ou denunciar s mesmas
autoridadesquemospossuiouolocal emqueseencontram.
Art.250.
(Aquisio,detenooutrficodemoeda,valoresselados
ettulosdecrditofalsosoufalsificados)
Quem adquirir,tiveremseupoder,transportar,fizersairdoterritrioango
lanoou nele introduzir moeda,valoresseladosouttulosdecrdito falsos
oufalsificadospunidocomaspenasaplicveisaosautor esdosr espec
tivasfalsificaes,r eduzidasdemetadenoseulimitemximo.

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Art.251.
(Tentativa)
Nos crimes de falsificao de moeda, valores selados e ttulos de crdito,
descritosnopresentecaptulo,atentativasempr epunvel.

CAPTULOIII
FALSIFICAODESELOS,CUNHOS,
MARCAS,PESOSEMEDIDAS
Art.252.
(Falsificaodeselos,cunhosemarcas)
1. Quem,comopropsitodeosutilizaroudeseremutilizadosporoutrem
comoverdadeirosouinalterados,fabricar,falsificaroualterarselos,cu
nhos,carimbos,chancelas, marcasououtrossinaisdequalquerautori
dadeourepartiopblicapunidocompenadepr isode2a6anos.
2. Seosobjectosaqueserefereonmeroanteriordisseremrespeitoaen
tidadeparticular,apenaaplicveldepr isoat3anosoudemulta
at360dias.
Art.253.
(Utilizaoepossedeselos,cunhos
emarcasfalsosoufalsificados)
1. Quem,comopropsitodecausarprejuzoaalgumoudeobterparasi
ouparaoutremumbenefcioilcito,utilizaroupermitirqueoutraspes
soasutilizemosobjectosreferidosnoartigoanteriorpunido,nosen
do ele o falsificador, com as penas estabelecidas nos n.s 1 e 2 do
mesmoar tigo,r eduzidasdeumquar tonoseulimitemximo.
2. Quem,nosendooautordafalsificao,tiveremseupoder,comopro
psitodeosutilizaroudequeoutremosutilize,osobjectosreferidosno
artigoanterior,punidocompenadepr isoat2anosoucomade
multaat240dias.
Art.254.
(Utilizaoabusivadeselos,
cunhos,marcasouchancelas)
1. Quemutilizar,semautorizaodaentidadecompetente,cunhos,carim
bos, marcas, chancelas ou sinais verdadeiros pertencentes a qualquer
entidadeourepartiopblica,comopropsitodecausarprejuzoaal
gum ou de obter benefcio ilcito para si ou para outrem, punido
compenadepr isoat3anosoucomademultaat360dias.
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2. Sea utilizaodisserrespeitoaselos,cunhos,carimbos,chancelasou
sinaisverdadeirospertencentesaentidadesparticulares,apenaaplic
veldepr isoat2anosoudemultaat240dias.
Art.255.
(Falsificaodepesosemedidas)
Quem, com o propsito de causar prejuzo a algum ou obter para si ou
paraoutrem benefcioilegtimo:
a) apusersobrepesos,medidas,balanasououtrosinstrumentosdeme
dioumapunofalsa,imitandoaverdadeira
b) falsificarapunolegalmenteapostaempesos,medidas,balanasou
outrosinstrumentosdemedio
c) alterarpesos, medidas,balanasou outrosinstrumentosde medio
legalmentesujeitosacertificaopormeiodepuno
punidocompenadepr isoat3anosoucomademultaat360dias.
Art.256.
(Utilizaodepesosemedidas
falsosoufalsificados)
Quemutilizar,nosendoofalsificador,pesos,medidas,balanasououtros
instrumentosdemediofalsosoufalsificadospunidocompenadepr i
soat2anosoucomademultaat240dias.
Art.257.
(Tentativa)
Noscrimesdescritosnestecaptulo,atentativasempr epunvel.

CAPTULOIV
OUTRASFALSIFICAES
Art.258.
(Atestadooucertificadofalsos)
1. Quem, sendo mdico, dentista, enfermeiro, dirigente ou empregado de
laboratriooudeinstituiocomfinsmdicosoupessoaencarregadade
fazerautpsiasououtrosexamesmdicoforenses,passaratestadoou
certificadoouassinarrelatrio,quesabenocorresponderemverdade,
sobreoestadodocorpooudasadefsicaoumental,onascimentooua
mortede umapessoa,destinadosafazer fperanteautoridadepblica,
paracausarprejuzoaoutrem,punidocompenadepr iso at3a
nosoucomademultaat360dias.
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2. Comamesmapenapunidooveterinrioquepassaratestadonoster
moseparaosfinsdescritosnonmeroanteriorrelativamenteaanimais.
3. Namesmapenaincorreaindaquempassaratestadosoucertificadosou
subscreverrelatriosnostermosdosnmerosanteriores,invocandofal
samenteaprofisso,qualidadeoufunesemqueatesta,certificaoure
lata.
Art.259.
(Usodeatestadosou certificadosfalsos)
Quem,comopropsitodeenganarasautoridadespblicasoudeprejudicar
ointeressedoEstadooudeoutrapessoa,utilizaroscertificados,atestados
ourelatriosfalsosaqueserefereoartigoanteriorpunidocompenade
pr iso atumanooucomademultaat120dias.
Art.260.
(Assunoouatribuiodefalsaidentidade)
Quemassumiraidentidadedeterceirapessoaouatribuiraterceirapessoa
falsa identidade com o propsito de obter benefcio ilegtimo, para si ou
paraoutrem,oudecausarprejuzoaalgumpunidocompenadepr iso
at1anooucomademultaat120dias.
Art.261.
(Usodedocumentodeidentificaoalheio)
1. Quem,comintenodecausarprejuzoaoutrem,utilizardocumentode
identificao emitido a favor de outra pessoa punido com pena de
pr isoat6mesesoucomademultaat60dias.
2. Paraosefeitosdesteartigo,documentodeidentificaoqualquerdo
cumento,nomeadamentebilhetedeidentidadeepassaporte,aquealei
atribua aptido para identificar as pessoas ou certificar o seu estado,
condioousituaoprofissionaledequepossamresultardireitos,be
nefciosouvantagensparaorespectivotitular.
Art.262.
(Usoilegtimodedesignao,sinalouuniforme)
1. Quem,comopropsitodefazercrerquelhepertencem,usardesigna
o,sinal,trajeou uniformeprprioda funodeserviopblico,na
cional ou estrangeiro, punido com pena de pr iso at 6 meses ou
comademultaat60dias.
2. Seadesignao,sinal,trajeouuniformeforemprivativosdemembros
dasforasarmadasoudequemexercerautoridadepblica,oagente
punido com pena de pr iso at 1 ano ou com a de multa at 120
dias.

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TTULO IV
CRIMES CONTRA A SEGURANA COLECTIVA
CAPTULOI
CRIMESDEPERIGOCOMUM
Art.263.
(Incndio,inundaes,explosoe
outrascondutasparticularmenteperigosas)
1. Quem:
a) provocarincndio,pondofogoaedifcio,construo,meiodetrans
porte,floresta,moita,arvoredo,searaoucampo
b) provocarinundao,exploso,desprendimentodesolosoudesmoro
namentooudesabamentodeedifcioouconstruo
c) emitirradiaesoulibertarsubstnciasradioactivas,gasestxicosou
asfixiantes
e,pelosmodosdescritos,puseremperigoavida,aintegridadefsicadeal
gumapessoaoupatrimnioalheiodeconsidervelvalorpunidocompe
nadepr isode2a10anos.
2. Apenadepr isode1a5anos,seoperigoaqueserefereonmero
anteriorforcausadoporneglignciadoagente.
3. Seascondutasaquesereferemasalneasa),b)ec)don.1foremde
vidasaneglignciadoagente,apenadepr isode6mesesa3anos.
4. Opatrimnio deconsidervel valor,semprequeeste ultrapassar500
vezesodosalriomnimomensaldafunopblica,nostermosdaal
neaa)doartigo377..
Art.264.
(Fabrico,aquisiooupossede
substnciasexplosivas,txicaseasfixiantes)
1. Quemfabricar,adquirirou,porqualquermeioouttulo,ceder,importar,
transportar,comercializarou,simplesmente,detiversubstnciasouma
teriais radioactivos, explosivos ou incendirios, gases txicos ou as
fixiantes ou substncias prprias para o seu fabrico, em violao das
disposies legais ou em desobedincia s prescries das autoridades
competentes,punidocom penadepr isoat3anos oucomade
multaat360dias.
2. Se as condutas descritas no nmero anterior se destinarem execuo
docrimeprevistonoartigo263.,apenaaplicveldepr isode1a4
anos.

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Art.265.
(Armasemuniesproibidas)
1. Quemfabricar,importar,transportar,adquirir,ceder,esconder,fizerde
psito,comercializar ou,simplesmente,detiverarmasclassificadasco
mo material de guerra ou armas de fogo ou munies proibidas, em
violaodasdisposieslegaisouemdesobedinciasprescriesdas
autoridadescompetentes,punidocompenadepr isode1a5anos.
2. Commesmapenapunido quem:
a) fabricar, importar, adquirir, ceder, esconder, fizer depsito, comer
cializarou,simplesmente,detiverarmasouengenhosproibidosdes
tinados a projectar, libertar ou difundir os materiais ou substncias
referidosnon.1doartigoanterior,emviolaodasdisposiesle
gais ouemdesobedinciasprescriesdasautoridadescompeten
tes
b) alterarascaractersticasdearmasdefogoedemunieseastrans
formaremarmasdefogooumuniesproibidas.
3. Quemfabricar,importar,transportar,adquirir,ceder,esconder,fizerde
psito,comercializarou,simplesmente,detiverarmas,engenhosoumu
nies capazes de produzir exploso nuclear, em violao das disposi
eslegaisouemdesobedinciasprescriesdasautoridadescompe
tentes,punidocompenadepr isode6a12anos.
4. Quemtiveremseupodermecanismodepropulso,cmara,tambor,ou
cano de arma de fogo proibida, silenciador, mira telescpica ou muni
es destinadas a serem ajustadas, montadas ou disparadas por ela,
quando desacompanhadas da arma a que se destinam, punido com
penadepr isoat1ano.

Art.266.
(Armasnoproibidas,sujeitasaregulamentao)
1. Quemfabricar,importar,armazenaroucomercializararmasdefogono
proibidas,massubmetidasaregulamentao,semestarlegalmenteauto
rizadooulicenciadopelasautoridadeseentidadescompetentes,puni
docompenadepr isoat3anosoucomademultaat360dias.
2. Quemtiveremseupoder umaarmade fogo noproibida, massubme
tidaaregulamentao,semanecessriaautorizaooulicena,punido
compenadepr isoat1anooucomademultaat120dias.
3. Quemtiver em seu poder uma arma branca ou outro instrumento, gra
vementeperigosos,comopropsitodeosusarcomoarmadeagresso,
punidocompenademultaat60dias.

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Art.267.
(Agressoaoambiente)
1. Quem,emviolaodospreceitosdasleiseregulamentosemvigor,criar
operigodeextinode:
a) umaoumaisespciesanimaisouvegetaiseliminandoexemplaresda
faunaoudaflora
b) espcies da fauna ou da flora legalmente protegidas, destruindo ou
deteriorandooseuhabitatnatural,
punidocompenadepr isode6mesesa3anosoucomademultade
60a360dias.
2. Comamesmapenapunidoquem,emviolaodospreceitosdasleise
regulamentosemvigor,impedirarenovaodeumoumaisrecursosdo
subsolooucriaroperigodoseu esgotamento.
3. Quemlanarparaoambientequaisquerfontes,dispositivos,substncias
oumateriaisradioactivosouosdepositarnosoloounosubsolo,nomar,
em rios, lagosou outras massasdegua, semestarautorizado noster
mosdaleieregulamentosaplicveisou,estandoautorizado,noobser
var as medidas de proteco e segurana especficas legalmente exig
veisouimpostaspelasautoridadescompetentes,deacordocomaleiou
regulamentosemvigor,punidocompenadepr isode1a6anos.
4. Se os factos descritos nos nmeros anteriores forem devidos a negli
gnciadoagente,apenadepr isoatumanooudemultaat120
dias,nocasodon.1,edepr isoat3anos,nocasodon.2.
Art.268.
(Poluio)
1. Quem, em violao das leis e regulamentos em vigor ou dos limites e
condicionamentosimpostospelasautoridadescompetentes,deharmonia
comasprescries legaiseregulamentares,contaminarou poluiras
guas,ossolosouoarou,porqualquerforma,deteriorarassuasproprie
dadespunidocompenadepr isoat3anosoucomademultaat
360dias
2. Se o comportamento do agente for devido a negligncia, a pena de
pr isoat18mesesoudemultaat180dias
3. Se,comacondutadescritanon.1,oagentetiverpostoemperigoavi
da ou a integridade fsica de qualquer pessoa ou patrimnio alheio de
considervelvalor,apenadepr isode1a6anos.
4. Se,nocasodonmeroanterior,operigoforcausadoporneglignciado
agente,apenadepr isoat3anosoudemultaat360dias,sea
condutafordolosa,edepr isoat2anosoudemultaat240dias,se
acondutafornegligente.

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5. Opatrimniodeconsidervelvalor,semprequeultrapasse500vezes
osalriomnimo mensaldafunopblica,nostermosdaalneaa)do
artigo377..
Art.269.
(Propagaodedoena,praga,
animalnocivoouplantadaninha)
1. Quempropagardoena,praga,animal nocivoouplantadaninhae,por
viadapropagao,criarperigoefectivodedanoparaumnmeroeleva
dodeanimaisalheios,domsticosouteisaohomemouparaculturas,
plantaes,moitasouflorestasdeoutrem,deelevadaextenso,puni
docompenadepr isoat3anosoucomademultaat360dias.
2. Seoperigoaqueserefereonmeroanterior fordevidoa negligncia
doagente,apenadepr isoat18mesesoudemultaat180dias.
3. Seascondutasdescritasnomesmonmeroforemdevidasanegligncia
doagente,apenadepr isoat1anooudemultaat120dias.
4. Onmeroeaextensoconsideramseelevados,semprequeultrapassa
rem500animaisou50hectares,respectivamente.
Art.270.
(Adulteraodealimentosouforragensparaanimais)
1. Quemcorromper,adulteraroufalsificarforragensoualimentosdestina
dosaanimaisdomsticosouimportar,exportar,transportar,detiver,co
locarvenda,vender,entregaroudistribuirforragensoualimentosdes
tinados a esses animais, que se encontrarem corrompidos, adulterados
oufalsificadosedascondutasdescritasresultaracriaodeumperigo
efectivo de dano para um nmero considervel de animais punido
compenadepr isoat3anosou comademultaat360dias.
2. Seoperigocriadofordevidoaneglignciadoagente,apenadepr i
soat18mesesoudemultaat180dias.
3. Seascondutasdescritasforemdevidasaneglignciadoagente,apena
depr isoat1anooudemultaat120dias.
4. Paraosefeitosdon.1,onmerodeanimaiselevado,semprequefor
superiora500.
Art.271.
(Adulteraodesubstnciasalimentaresoumedicinais)
1. Quem:
a) corromper,adulteraroufalsificarguapotvelououtrasbebidasou
substnciasalimentaresoumedicinais,destinadasaconsumoouuso
alheios

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b) importar,exportar,transportar,detiver,expuservenda,vender,dis
simular, entregar ou distribuir alguma das bebidas ou substncias a
queserefereaalneaanteriorcorrompida,alteradaoufalsificadaou
c) importar,exportar,transportar,detiver,colocarvenda,vender,dis
simular,entregaroudistribuirassubstnciasmencionadasnaalnea
a)queestiveremforadoprazodevalidadeoualteradasouavariadas
pelaacodotempooudosagentesaqueestiveramexpostas
eascondutasdescritaspuserememperigoavidaouaintegridadefsicade
outrem,
punidocompenadepr isode1a5anos.
2. Seoperigoforcausadoporneglignciadoagente,apenadepr iso
at2anosoudemultaat240dias.
3. Seacondutafordevidaaneglignciadoagente,apenadepr isoat
1anooudemultaat120dias.
Art.272.
(Propagaodedoenacontagiosa)
1. Quempropagardoenacontagiosae,dessemodo,criarperigoefectivo
paraavidaouaintegridadefsicadeoutrapessoapunidocompena
depr isode2a8anos.
2. Seoperigoforcausadoporneglignciadoagente,apenadepr iso
at3anos.
3. Seacondutafordevidaanegligncia,apenadepr isoat2anosou
demultaat240dias.
Art.273.
(Alteraodeanliseeinobservnciadereceiturio)
1. Omdico,enfermeiro,tcnicodesadeoudelaboratrioourespectivos
empregadosoupessoalegalmenteautorizadaaprocederaexamesoua
registo auxiliar de diagnstico ou tratamento mdico ou curativo que
fornecerdadosouresultadosinexactose,destemodo,criarperigoefec
tivoparaavidaouintegridadefsicadeoutrapessoapunidocompe
nadepr isode2a8anos.
2. Namesmapenaincorreofarmacuticoouempregadodefarmciaque,
fornecendo medicamentos ou substncias medicinais diferentes das
prescritasnareceitamdica,criaroperigoaqueserefereonmeroan
terior.
3. Seoperigoforproduzidoporneglignciadoagente,apenadepr iso
at3anosoudemultaat360dias.
4. Seascondutasdescritasnosn.s1e2foremdevidasaneglignciadoa
gente,apenadepr isoat2anosoudemultaat240dias.

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Art.274.
(Violaoderegrasdeconstruoedanos
emaparelhosdestinadosapreveniracidentes).
1. Quem:
a) infringir ou no observar, no mbito da sua actividade profissional,
asdisposieslegais,regulamentaresoutcnicasdeplaneamento,di
reco ou execuo de construo, instalaes complementares ou
demoliesrelativasseguranadasrespectivasobras
b) destruir, danificar ou inutilizar, no todo ou em parte, duradoira ou
momentaneamente, aparelhos ou quaisquer outros meios existentes
nolocaldetrabalhodestinadosapreveniracidentesou
c) omitir,emviolaodasnormaslegais,regulamentaresoutcnicas,a
instalaodosaparelhosoumeiosmencionadosnaalneaanterior
e,destemodo,criarperigoparaa vidaouintegridade fsicadeoutremou
parabenspatrimoniaisdeconsidervelvalor
punidocompenadepr isode1a6anos.
2. Seoperigoaqueserefereonmeroanteriorforcausadoporneglign
ciadoagente,apenadepr isode6mesesa3anosoudemultade
60a360dias.
3. Seascondutasdescritasnasalneasa)eb)don1foremdevidasane
gligncia,apenadepr isoat2anosoudemultaat240dias.
4. Paraosefeitosdopresenteartigo,osbenspatrimoniaissodeconside
rvelvalor,semprequeesteultrapassar500vezesodosalrio mnimo
mensaldafunopblica,nostermosdaalneaa)doartigo377..
Art.275.
(Danoeminstalaeseperturbaoemservios)
1. Quem:
a) destruir,danificarouinutilizar,notodoouemparte,instalaopara
aproveitamento, produo, armazenamento, conduo ou distribui
odegua,leo,gasolina,gsouenergiaelctricaouparaprotec
ocontraforasdenaturezaou
b) impedir ou perturbar a explorao de servios de comunicaes ou
de fornecimento ao pblico de gua, luz ou energia, subtraindo ou
desviando, danificando ou inutilizando, no todo ou em parte, coisa
ouenergianecessriasexploraodetaisservios
e,destemodo,criarperigoparaa vidaouintegridade fsicadeoutremou
para bens patrimoniais alheios de elevado valor punido com pena de
pr isode1a6anos.
2. Seoperigoaqueserefereonmeroanteriorforcausadoporneglign
ciadoagente,apenadepr isode6mesesa3anosoudemultade
60a360dias.

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3. Seascondutasdescritasnasalneasa)eb)don.1foremdevidasane
gligncia,apenadepr isoat2anosoudemultaat240dias.
4. Paraosefeitosdopresenteartigo,osbenspatrimoniaisalheiossodee
levadovalor,semprequeesteultrapassar100vezesodosalriomnimo
mensaldafunopblica,nostermosdaalneab)doartigo377..
Art.276.
(Agravaodapenapeloresultado)
Se, da prtica dos crimes previstos nos artigos 263., 268. n.s 3 e 4, e
269.a275.,resultaramorteouofensagraveintegridadefsica,noster
mosdoartigo148.,oagentepunidocomaspenascor r espondestesaos
cr imescometidos,agr avadosdemetadenosseuslimitesmnimoem
ximo.
Art.277.
(Dispensadepenaouatenuaoespecial)
1. Se,noscasosdoscrimesreferidosnoartigoanterior,oagenteremovero
perigo:
a) pode ter lugar a dispensa de pena, se a remoo ocorrer antes de o
danoseterverificado
b) apenaespecialmenteatenuada,sejsetiververificadoodanomas
estenoforconsidervel.
2. Odanonoconsidervel,senoultrapassarovalorde500vezesosa
lrio mnimo mensal da funo pblica, nos termos da alnea a) do
artigo377..

CAPTULOII
CRIMESCONTRAAORDEMETRANQUILIDADE
PBLICAS
Art.278.
(Instigaopblicaaocrime)
1. Quem,em reunio ouajuntamentopblicosouatravs de meiodeco
municao com o pblico, incitar directamente prtica de um crime
determinado punido com pena de pr iso at 3 anos ou com a de
multaat360dias.
2. Sedacondutadescritanonmeroanteriorresultaraprticadocrime,o
agentepunidocomoinstigador docr imepr aticado.
3. Apena,emcasoalgum,podesersuperiorcominadaparaocrimeob
jectodainstigaopblica.
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Art.279.
(Apologiapblicadocrime)
1. Quem,em reunio ouajuntamentopblicosouatravs de meiodeco
municaocomopblico,enaltecer,louvarourecompensaroagentede
determinado crime, por forma a criar o perigo de que outro crime da
mesmaespciesejapraticadopunidocompenadepr isoat1ano
oucomademultaat120dias.
2. Sedacondutadescritanonmeroanteriorresultaraprticadeoutrocri
me da mesma espcie, o agente punido como instigador do cr ime
pr aticado.
3. Apena,emcasoalgum,podesersuperiorprevistaparaocrimecome
tidoemrazodacondutadescritanon.1.
Art.280.
(Associaocriminosa)
1. Quem participar na constituio de associao, organizao ou grupo
constitudosporduasoumaispessoasque,agindodeformaconcertada,
tiveremporfinalidadeaprticadecrimesouoschefiaroudirigirpu
nidocompenadepr isode2a10anos.
2. Quem aderir associao, organizao ou grupo referidos no nmero
anterior,delespassandoasermembro,colaborarcomassociao,orga
nizaoougrupoquetenhamporfinalidadeaprticadecrimesoulhes
derapoio,nomeadamente,fornecendolhesarmas,munies,instrumen
tosdocrimeoulocaisdeguaridaoudereunioouauxiliandoosnore
crutamentodenovosmembrospunidocompenadepr isode1a6
anos.
3. Pode no haver lugarpunio ouapenaserespecialmenteatenuada,
quandooagenteimpedirouprocurarseriamenteimpediracontinuao
daassociao,organizaoougrupocriminososoucomunicarsautori
dadescompetentesasuaexistncia,porformaapoderemestasautorida
desevitaraprticadecrimes.
Art.281.
(Organizaoterrorista)
1. Consideraseterroristaaassociao,organizaoougrupoconstitudos
porduasoumaispessoasque,agindodeformaconcertada,tiverporfi
nalidadeaprticadecrimesdeterrorismoprevistosnoartigo282..
2. Quem participarnaconstituiodeumaassociao,organizaoougru
poterroristaouoschefiaroudirigirpunidocompenadepr isode5
a15anos.
3. Quem aderir a uma associao, organizao ou grupo terrorista, deles
passandoasermembro,punidocompenadepr isode3a12anos.

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4. Quem,nosendomembro,colaborarcomumaassociao,organizao
ou grupo terrorista ou lhes der apoio, nomeadamente, fornecendolhes
armas, munies, instrumentos do crime, locais de guarida ou de reu
nioouajudandoosarecrutarnovosmembrospunidocompenade
pr isode2a10anos.
5. Os actos preparatrios de constituio de uma associao, organizao
ougrupoterroristasopunveiscompenadepr isode1a8anos.
6. Pode no haver lugarpunio ouapenaserespecialmenteatenuada,
quandooagenteimpedirouprocurarseriamenteimpediraconstituio
ouacontinuaodaassociao,organizaoougrupoterroristaouco
municarsautoridadesasuaexistnciaouasactividadespreparatrias
da sua constituio, por forma a poderem aquelas autoridades evitar a
prticadecrimesdeterrorismo.
Art.282.
(Terrorismo)
1. Quem,comintenodeprejudicaraintegridadeouaindependnciana
cional,dedestruir,alterarousubverterofuncionamentodasinstituies
doEstadoprevistasnaConstituio,deforarasautoridadesangolanas
apraticardeterminadosactos,aabstersedeospraticarouatolerarque
sejampraticados,cometercrimesdolosos:
a) contraavida,aintegridadefsicaealiberdadedaspessoas
b) contraaseguranadostransportesedascomunicaes,incluindoas
telegrficas,radiodifundidas,televisivasouelectrnicas:
c) deperigocomum,atravsdeincndio,libertaodesubstnciasra
dioactivas, veneno, gases txicos ou asfixiantes, inundao ou ava
lanche,desmoronamentodeobraouconstruo,contaminaode
gua ou alimentos destinados a consumo humano ou difuso de epi
zootias
d) desabotagem
e) que envolvam o uso de engenhos ou munies capazes de produzir
exploso nuclear, bombas, substncias ou engenhos explosivos,
meiosincendirios,armasdefogo,granadas,encomendaspostaisou
cartas,armadilhadas
punidocompenadepr isode5a15 anosoucomapenacorrespon
dente aos crimes previstos nas alneas a) a e) cometidos, agravada de um
quintonosseuslimitesmnimoemximo,seestaltimaforigualousupe
rior.
2. As penas estabelecidas no nmero anterior so ainda agravadas de um
tero, nos respectivos limites mnimo e mximo, se o agente for diri
gente de uma organizao terrorista e de um quarto se apenas for seu
membrooucolaborador.

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3. tambm punido com as penas estabelecidas nos nmer os 1 e 2


quemcometerqualquerdoscrimesprevistosnasalneasa)ae)don.1,
comintenodeatemorizarouintimidarcertaspessoas,gruposdepes
soasouapopulaoemgeral.
4. A pena susceptvel de ser especialmente atenuada, podendo mesmo,
deacordocomascircunstncias,no haver lugarsuaaplicao,seo
agenteabandonarvoluntariamenteaactividadecriminosa,afastaroperi
goporelacausadoouodiminuirsensivelmente,impedirqueodanose
produzaousecontribuirparaadescobertadaverdadeeaidentificao
oucapturadeoutrosresponsveis.
5. Emnenhumdoscasosdeagravaoprevistosnopresenteartigo,podea
penaaplicadaultrapassarolimiteestabelecidopeloartigo43.n.1.
Art.283.
(Participaoemmotim)
1. Considerase motim o ajuntamento tumultuoso de um nmero indeter
minadodepessoassusceptveldepremperigoatranquilidadepblica.
2. Quem participar em motim em que forem praticadas colectivamente
violnciascontrapessoasoubenspunidocompenadepr isoat2
anosoucomademultaat240dias.
3. Oagentequeprovocar,convocaroudirigiromotimpunidocompe
nadepr isode6mesesa3anosoucomademultade60a360dias.
4. O agente isento de pena, afastandose do motim voluntariamente ou
poradvertnciaouordemdasautoridades.
Art.284.
(Participaoemmotimarmado)
1. Aspenasestabelecidasnoartigoanteriorsoelevadas,adon.2,para
pr iso de 6 meses a 3 anos, e a do n. 3, para pr iso de 1 a 5 anos,
sempreque:
a) umdosparticipantes,pelomenos,forportadoreexibirumaarma
defogo
b) vriosparticipantesforemportadoresdearmasdefogoocultas
c) vrios participantes forem portadores de objectos, ostensivos ou
ocultos,susceptveisdeseremutilizadoscomoarmas.
2. Omotimnoseconsideraarmado,quandooparticipanteportadordear
mas forexpulsodo motimpelosoutrosparticipantesouseafastardele
poriniciativaprpria.
3. Quemlevarparaummotimarma,semconhecimentodosoutrospartici
pantes,punidocomopar ticipanteemmotimar mado.
4. Aplicaseaomotimarmadoodispostonon.4doartigoanterior.

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Art.285.
(Desobedinciaordemdedispersodeajuntamento)
1. Quemparticiparemajuntamentoilegal,constitudoporumnmeroin
determinadodepessoas,realizadoem lugarpblicooudeacessolivre
aopblicoenoobedecerordemlegtimadedispersardadapelaau
toridadecompetente,comaadvertnciaexpressadequeoajuntamento
ilegaledequeadesobedinciaordemconstituicrime,punidocom
penadepr isoat1anooucomademultaat120dias.
2. Seoagentedocrimetiverpromovidooajuntamento,apenadepr i
soate2anosoudemultaat240dias.

Art.286.
(Alarmecausadopelaameaadeprticadeumcrime)
Quemameaarcomaprticadeumcrimeoufizersimuladamentecrerque
vai,eleououtrem,cometerumcrimee,dessemodo,causaralarmeentrea
populaopunidocompenadepr isoat2anosoucomademultaa
t240dias.

Art.287.
(Abusodesinaldealarmeoudepedidodeauxilio)
Quem, abusivamente, accionar chamada ou sinal de alarme ou pedir, por
qualqueroutromodo,auxlioalheio,simulandoqueeleprecisoemvirtu
dedeacidente,perigoousituaodenecessidadecolectivapunidocom
penadepr isoat2anosoucomademultaat240dias.

CAPTULOIII
CRIMESCONTRAASEGURANADOS
TRANSPORTES
Art.288.
(Desviooucapturadeaeronaveounavio)
1. Quemdesviardasuarotaaeronaveounaviocivil,emvooouemcurso
denavegao,oudelesseapoderarpunidocompenasdepr isode
5a15oude2a10anos,conformehouverounopassageirosabordo
daaeronaveounavio.
2. Consideramse civis as aeronaves e os navios que no forem militares
ouafectosaactividadesmilitares,desocorronuticooudepatrulhaou
fiscalizaodoEstado.
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Art.289.
(Atentadocontraaseguranadostransportes)
1. Quem:
a) destruir,suprimir,danificaroutornarinutilizvelinstalao,equipa
mentoousinalizao
b) colocar entraves ao funcionamento ou barreiras circulao de um
meiodetransporte
c) fizeravisoousinalfalsoouderinformaofalsa
d) seapoderardecomboioemcirculaoquetransportepassageirosou
alterarasuarota
e) seapoderaroudesviardasuarotaummeiorodoviriodetransporte
colectivo,compassageirosabordoou
f) praticarqualqueroutroactoquepossacausardesastreoureduzirse
riamenteaseguranadostransportes
e,destemodo,puseremperigoefectivoavidaouaintegridadefsicadas
pessoasoubenspatrimoniaisalheiosdevalorelevadopunidocompena
depr isode2a10anos.
2. Seoagentecausaroperigopornegligncia,apenadepr isode1a5
anos.
3. Seacondutadoagentefordevidaanegligncia,apenadepr isoat
2anosoudemultaat240dias.
4. Os bens patrimoniais so de valor elevado, sempre que ele ultrapasse
100vezesodosalriomnimomensaldafunopblica,nostermosda
alneab)doartigo377..
Art.290.
(Conduoperigosadeveculo)
1. Quem,aoconduzirumveculo,violargrosseiramenteasregrasdecon
duoounoestiveremcondiesdeofazercomsegurana,pordefi
cinciafsicaoupsquica,ouporseencontrarsobainflunciadeestu
pefacientes ou substncias produtoras de efeitos semelhantes ou em
estadodeembriaguezoufadigaexcessivae,destemodo,criarperigoe
fectivoparaavidaouaintegridadefsicadeoutrapessoaouparabens
patrimoniaisalheiosdeelevadovalor,punido:
a) com penadepr isode2a6anos,quandosetratardeveculode
transporteporar,guaoucaminhodeferro
b) compenadepr isode6mesesa3anosoudemultade60a360
dias, quando se tratar de qualquer veculo rodovirio, com ou sem
motor,conduzidonumaviapblicaouabertaaopblico.

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2. Seoagentecausaroperigopornegligncia,apenadepr isode1a3
anos ou demultade120a360dias, no casodaalneaa)do nmero
anterior,edepr isoat18mesesoudemultaat180dias,nocasoda
alneab)domesmonmero.
3. Seacondutadoagentefordevidaanegligncia,apenadepr isoat
18mesesoudemultaat180dias,nocasodaalneaa)donmeroan
terior,edepr isoat1anooudemultaat120dias,nocasodaal
neab)domesmonmero.
4. correspondentementeaplicvelon.4doartigoanterioreon.2do
artigoseguinte.
Art.291.
(Conduodeveculorodovirioemestadodeembriaguez)
1. Quem, com dolo ou negligncia, conduzir na via pblica ou aberta ao
pblico veculo rodovirio, com ou sem motor, em estado de embria
guez ou sob a aco de estupefacientes, substncias psicotrpicas ou
produtorasdeefeitosanlogospunidocompenadepr isoat1ano
oucomademultaat120dias.
2. Consideraseemestadodeembriaguezocondutorque,sendosubmeti
doaotestedealcoolmia, forencontrado aconduzircom umataxade
lcoolnosangueigualousuperiora1miligramaporlitro.
Art.292.
(Lanamentodeprojctilcontraveculo)
Quemarremessarprojctilcontra veculo detransporteem movimento no
ar, na gua ou em terra , independentemente do resultado, punido com
penadepr isoat1anooucomademultaat120dias.
Art.293.
(Agravaoespecial)
1. Quando,noscrimesprevistosnosartigos290.a292.,oveculoforde
transporte escolar, de socorro ou emergncia, ligeiro de transporte de
passageirosoumercadorias,apenaagravadadeumquartonosseusli
mitesmnimoemximo.
2. Se da prtica dos crimes previstos nos artigos 290. a 292. resultar a
morteouofensagraveintegridadefsica,nostermosdoartigo148. o
agentepunidocomaspenascor r espondentesaoscr imescometidos
agr avadosdeumter onosseuslimitesmnimoemximo.
Art.294.
(Dispensadepenaouatenuanteespecial)
1. Se,noscasosdoscrimesprevistosnosartigos289.e290.,oagentere
moveroperigo:

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a) pode ter lugar a dispensa da pena, se a remoo ocorrer antes de o


danoseverificar
b) a pena especialmente atenuada, se j se tiver verificado o dano,
masestenoforconsidervel
2. correspondentementeaplicvelodispostonon.2doartigo277..

TTULO V
CRIMES CONTRA O ESTADO

CAPTULOI
CRIMESCONTRAASEGURANADOESTADO
SecoI
Cr imesContr aaIndependnciaeaIntegr idadeNacionais
Art.295.
(Altatraio)
Quem:
1. Comviolnciaouameaadeviolncia,usurpaoouabusodefunes
desoberania,intencionalmente,puseremperigoaindependnciadeAn
golaouasuasoberaniasobreparteouatotalidadedoterritrionacional
punidocompenadepr isode10a20anos.
2. Amesmapenaaplicvelaocidadoangolanoouaoestrangeiroresi
denteemterritrioangolanoque,emtempodeguerra,participardeope
raesmilitarescontraAngolaou porqualquerformalhesderauxlio.
Art.296.
(Falsificaoconstitutivadetraio)
Quempuser disposio de outremou tornar pblicos objectos falsifica
dos ou apcrifos, informao sobre eles ou afirmaes falsas sobre factos
que,emcasodeautenticidadeouveracidade,seriamimportantesparaase
guranaexteriordaRepblicadeAngolaouparaasrelaesdaRepblica
de Angola com um poder estrangeiro, fazendo crer que tais objectos ou
factossoautnticose,comisso,puseremperigoaindependnciaouinte
gridadedaRepblicadeAngolapunidocompenadepr isode2a12
anos.

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Art.297.
(Preparaodealtatraio)
Quem,porqualquerforma,prepararoucontribuirparaapreparaodeum
crimedealtatraiocontraAngolapunidocompenadepr isode1a
10anos.
Art.298.
(Entendimentoscomoestrangeiroparaprovocaraguerra)
1. OcidadoangolanoouoestrangeiroresidenteemAngolaquetiveren
tendimentosoumantiverconversaescomumgoverno,associaoou
instituioestrangeirosoucomumseuintermedirio,comaintenode
desencadear uma guerra ou uma aco armada contra a Repblica de
Angola,punidocompenadepr isode3a10anos.
2. Quandodofactodescritononmeroanteriorresultarperigogravepara
a independncia ou integridade da Repblica de Angola, a pena de
pr isode5a15anos.
Art.299.
(Provocaoguerraourepreslia)
1. Quem,semcompetnciaparatantoousemestardevidamenteautoriza
dopeloGovernoangolano,praticaractossusceptveisdeprovocaremu
maguerraourepresliascontraAngolapunidocompenadepr iso
de1a5anos.
2. Seemconsequnciadofactodescritononmeroanteriorforem,contra
Angola,desencadeadaumaguerraouexercidasrepreslias,apenade
pr iso de2a10anos.
Art.300.
(Colaboraocomoestrangeiro
paraconstrangeroEstadoangolano)
Quem colaborarcomgoverno,associaoouinstituioestrangeiraoucom
um seu intermedirio para constranger o Estado Angolano a sujeitarse a
ingerncia estrangeira em prejuzo da sua independncia ou soberania, a
declararou nodeclarar guerraoua manterou no mantera neutralidade
numaguerrapunidocompenadepr isode1a10anos.
Art.301.
(Actividadedeagentecomfinsdesabotagem)
Quem,colocandose,intencionalouconscientemente,afavordeprojectos
ouiniciativascontrriosestabilidadeouseguranadaRepblicadeAn
gola,aceitaroencargode governo,associaoou instituioestrangeiros,
paraprepararacesdesabotagememAngola,e,paraoefeito:

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a) espiarobjectivosdesabotagem
b) produzir,procurar,guardar,parasiouparaoutros,transmitiraoutro
ouintroduziremAngolameiosdesabotagem
c) construir, mantiver ou inspeccionar acampamentos para a recepo
demeiosdesabotagemoupontosdeapoioparaaactividadesabota
dora
d) aliciaralgumparaacomissodeacesdesabotagem
e) estabelecerouconservaraconexoentreosagentessabotadoreseo
governo,associaoouinstituioestrangeirosmandantes
punidocompenadepr isode2a8anos,
Art.302.
(ViolaodesegredodeEstado)
1. Quem,com intenode favorecerpotnciaestrangeira,tornarpblicos
ouacessveisapessoanoautorizadafactos,objectos,documentos,pla
nos ou conhecimentos apenas acessveis a um limitado circulo de pes
soasequedevamsermantidosemsegredo,pondoemperigoosinteres
sesdoEstadoangolanorelativosindependncianacional,unidadee
integridade do Estado ou sua segurana interna ou externa punido
compenadepr isode3a10anos.
2. A mesma pena ser aplicada quele que, com igual inteno e pondo
em perigo os interesses referidos no nmero anterior, destruir, subtrair
oufalsificarosobjectos,documentosouplanosamencionados.
3. Quando o agente praticar o facto abusando da posio que ocupa em
postoderesponsabilidadequeespecialmenteoobrigueguardadose
gredodeEstado,punidocompenadepr isode5a15anos.
4. Senotiverhavidointenodefavorecerpotnciaestrangeira,aspenas
sodepr isode1a5anos,noscasosdosn.s1e2,edepr isode2a
8anos,nocasodon.3.
5. Anegligncia,emtodososcasos,punidacompenadepr isoat3
anosoucomademultaat360dias.
Art.303.
(Espionagem)
1. Quem procuraracederaumsegredodeEstadoparaorevelarouauxiliar
outremafazlopunidocompenadepr isode1a10anos.
2. Seofactoforpraticadoemcolaboraocomgoverno,associao,orga
nizao,serviodeinformaoestrangeirosouagenteseu,apenade
pr isode3a12anos.
3. Se o agente praticar um dos factos descritos nos nmeros anteriores,
com violao de dever especificamente imposto pelo estatuto da sua
funo,serviooumissoquelhetenhasidocompetentementeconfia

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do,punidocompenadepr isode3a10anos,nocasodon.1,e
pr isode5a12anos,nocasodon.2.
4. SeaactividadedoagentenotiverporobjectosegredodoEstado,mas,
aindaassim,arecolhade informaespuseremperigoaseguranado
Estado,apenadepr isode1a5anos.
5. Se o facto descrito no nmero anterior for praticado em colaborao
com as entidades referidas no n. 2 ou em seu benefcio, a pena de
pr isode2a8anos.

Art.304.
(Inutilizaodemeiosdeprova)
1. Quem falsificar, eliminar, destruir, tornar irreconhecvel, desfigurar ou
alterar o sentido, danificar, inutilizar ou tornar indisponveis meios de
provadefactosreferentessrelaesentreAngolaeoutroEstadoouor
ganizaointernacionale,comisso,puseremperigorelevantesinteres
sesnacionaispunidocompenadepr isode1a5anos.
2. Apenadepr isode2a10anos,seofactoforperpetradosobrecoisa
quetenhasidopostadisposiodoautoremvirtudedasuaqualidade
defuncionriopblicooudealgumespecialmenteobrigadoaoservio
pblico.

Art.305.
(Infidelidadediplomtica)
1. Quem, representando oficialmente Angola perante um governo estran
geiro,umacomunidadedeEstados,umainstituiointerestadualouou
tra organizao internacional, intencionalmente, prejudicar direitos ou
interesses angolanos numa negociao com aquelas entidades ou nela
assumircompromissosempara issoestarcompetentemente mandatado
peloEstadoangolanopunidocompenadepr isode2a8anos.
2. Se,nocasodonmeroanterior,oagentenochegaracausarprejuzos
ouaassumircompromissos,masviolarinstruesrecebidasdoGover
noangolanoou,comaintenodeoinduziremerro,lheprestarinfor
maesfalsassobrefactosocorridosnanegociaoemqueparticipou,
punidocompenadepr isode1a5anos.
3. OprocedimentocriminaldependededecisodoGoverno.

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SecoII
Cr imesContr aaDefesaNacionaleas For asAr madas
Art.306.
(Inutilizaodemeiosdedefesa)
1. Quem,comintenodecolocaremperigoaseguranadeAngola,aca
pacidadededefesaoudeataquedassuastropasouavidadaspessoas,
destruir, danificar ou inutilizar instalaes, estabelecimentos, constru
es, equipamentos, armas, munies ou outros meios militares essen
ciaisdefesanacional,sforasarmadas,ouprotecodapopulao
civil,emcasodeguerra,punidocompenadepr isode3a12anos.
2. Igualpenaaplicvelqueleque,comamesmainteno,construirou
mandar construir, produzir ou mandar produzir de forma defeituosa as
instalaes, estabelecimentos, construes, equipamentos ou outros
meiosmilitaresreferidosnonmeroanterior.
Art.307.
(Destruioouinutilizaodeestruturasoumeiosmilitares)
1. Quem,semacompetenteautorizao,destruir,danificarouinutilizaras
estruturasoumeiosreferidosnon.1doartigoanteriore,dessamanei
ra,colocaremperigoaseguranadaRepblicadeAngolaeacapacida
dededefesaoudeataquedassuasforasarmadaspunidocompena
depr isode2a8anos.
2. A neglignciapunidacompena depr isoat3anosoucoma de
multaat360dias.
Art.308.
(Propagandacontraadefesanacional
easForasArmadas)
1. Quem, em caso de conflito armado, divulgar afirmaes falsas ou que
distorceremgrosseiramentefactosverdadeirosecomissopuderpertur
baraacodasforasarmadaspunidocompenadepr isoat3a
nosoucomademultaat360dias.
2. Seoagentepraticarofactodescritononmeroanteriorcomainteno
deimpediroudificultaraacodasforasarmadas,apenadepr iso
de1a5anos.
Art.309.
(Recolhadeinformaesdenaturezamilitar)
1. Quem, fora dos casos do artigo 303., reunir informaes sobre assun
tosdadefesanacionalouchefiarorganizaoquetenhaporobjectoreu
nir informaes de natureza militar, recrutar informadores ou apoiar
qualquerdestasactividadespunidocompenadepr isode2a5a
nos.

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2. Se o agente praticar o facto referido no nmero anterior ao servio de


associaoouorganizaoproibidasoudeentidadesouserviosestran
geiros,paraabalaracapacidademilitardasforasarmadasangolanasou
colocandoaemperigo,apenadepr isode3a10anos.
Art.310.
(Ilustraesdeobjectivooueventodenaturezamilitar)
1. Quem realizarilustraodeevento,estabelecimento,instalaoououtro
meiodenaturezamilitaroufizerfotografiaareademanobrasouexer
cciosmilitaresoudepartemilitarmentereservadadoterritrioangola
no e colocar a ilustrao ou fotografia disposio de outrem e dessa
formapuseremperigoacapacidadedassuasforasarmadaspunido
compena depr iso de1a3anos oucomademultade120a360
dias.
2. Emcasodenegligncia,oagentepunidocompenadepr isoat1
anooucomademultaat120dias.

SecoIII
Cr imesContr aEstadosEstr angeir os
Art.311.
(AtaquecontrargosourepresentantesdeEstados
estrangeirosouorganizaesinternacionais)
Quem perpetrarumataquecontraaintegridadefsica,avidaoualiberdade
deumaautoridadedeEstadoestrangeiro,demembrodegovernoestrangei
ro,derepresentantediplomticoouconsularestrangeirooudedirigentede
organizaointernacionalnoexercciodefunesoficiaisemterritriona
cionalpunidocompenadepr isode2a8anos,sepenamaisgravelhe
nocouberemvirtudedeoutradisposiopenal.
Art.312.
(OfensahonradergosourepresentantesdeEstados
estrangeirosoudeorganizaesinternacionais)
1. Quem,emterritrionacional,injuriar,difamaroucaluniarautoridadede
umEstadoestrangeiro,membrodeumgovernoestrangeiroourepresen
tante diplomtico ou consular estrangeiro ou dirigente de organizao
internacional no exerccio de funes oficiais em territrio angolano
punidocompenapr isoat2anosoucomademultaat240dias.

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2. Quandoofactoforpraticadopublicamente,emreunioouatravsdadi
fusodeescritosoudequalquerrgodecomunicaosocial,apena
depr isode1a3anosouademultade120a360dias.

Art.313.
(UltrajeasmbolosdeEstadosestrangeiros
ou deorganizaesinternacionais)
Quemretirar,destruir,danificaroutornarirreconhecvelabandeiraoudis
tintivodesoberaniadepasestrangeirooudeorganizaointernacionalque
estejapatentepublicamenteporforadeprescrieslegaisoudeusoreco
nhecidoou,porqualqueroutraforma,osofenderouultrajarpunidocom
penadepr isoat2anosoucomademultaat240dias.

Art.314.
(Procedimentocriminal)
S haverprocedimentocriminal relativamenteaoscrimesprevistos nesta
secoquandohouverqueixadogovernoestrangeirooudaorganizaoin
ternacionalinteressadoseogovernodeAngolaconcederautorizaoparaa
perseguiopenal.

SecoIV
Cr imesContr aaRealizao doEstado

Art.315.
(Rebelio)
1. Quem,pormeioilcito,executarqualqueractotendentea,directaouin
directamente,alterar,notodoouemparte,aleiconstitucionalesubver
ter as instituies do Estado por ela estabelecidas punido com pena
depr isode3a12anos,sepenamaisgravelhenocouberporfora
deoutradisposiopenal.
2. Seofactoforcometidopormeiodeviolnciaarmadaoudemotimar
mado,apenadepr isode5a15anos.
3. Quemincitaroshabitantesdoterritrioangolanoguerraciviloure
beliopunidocomapenapr evistanon.1.

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316.
(Sabotagem)
1. Quem,comaintenodederrubar,alterar,desestabilizarousubvertero
Estado de direito constitucionalmente estabelecido, destruir, danificar,
impedir o normal e eficaz funcionamento de vias de comunicao, de
transmissooudetransporte,instalaesporturias,fbricasoudepsi
tos, instalaes de servios pblicos ou destinadas ao abastecimento e
satisfao de necessidades vitais da populao punido com pena de
pr isode3a10anos.
2. Quandodofactodescritononmeroanteriorresultarperigogravepara
a independncia ou integridade da Repblica de Angola, a pena de
pr isode5a15anos.
3. Quem,comintenodepraticarouauxiliaroutremapraticarofactore
ferido no n.1,importar, guardar,comprar,vender,ceder,adquirirpor
qualquerttulo,distribuir,transportar,detiverouusararmaproibida,en
genhoousubstnciaexplosiva,radioactivaouadequadaaproduzir gs
txicoouasfixianteouexplosonuclearpunidocompenadepr iso
de2a8anos.
Art.317.
(AtentadocontraoPresidentedaRepblica
ououtrosmembrosdergosdesoberania)
1. Quem perpetrarumataquecontraavidaouaintegridadefsicadoPresi
dentedaRepblicadeAngolaporcausadoexercciodassuasfunes
punidocompenadepr isode3a12anos,sepenamaisgravelheno
foraplicvelporforadeoutradisposiopenal.
2. Seofactodescritononmeroanteriorforpraticadocontramembroda
Assembleia Nacional ou do Governo ou contra magistrado judicial, a
penadepr isode2a8anos,sepenamaisgravelhenocouberpor
foradeoutradisposiopenal.
Art.318.
(CoacocontraoPresidentedaRepblica
eoutrosrgosdesoberania)
1. Quem,atravsdeviolnciaouameaadeviolncia,coagiroPresidente
daRepblicaouqualqueroutrorgodesoberaniaanoexerceremos
seus poderes ou a exerceremnos num sentido determinado punido
compenadepr isode2a8anos.
2. Seofactodescritononmeroanteriorforpraticadocontramembroda
Assembleia Nacional ou do Governo ou contra magistrado judicial, a
penadepr isode1a5anos.

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Art.319.
(UltrajeaoEstado,seussmbolosergos)
1. Quem,publicamente,emreunio,oumedianteadifusodepalavras,i
magens,escritosousons,ultrajarmaldosamenteaRepblicadeAngola,
oPresidentedaRepblicaouqualqueroutrorgodesoberaniapuni
docompenadepr isode6mesesa3anosoucomademultade60
a360dias.
2. Seoultrajetiverporobjectoabandeira,ascores,ainsgniaouohinoda
Repblica,apenadepr isoat2anosoudemultaat240dias.
3. SeoultrajefordirigidoamembrosdaAssembleiaNacional,doGover
no ou a magistrados judiciais, a pena de pr iso at 2 anos ou de
multaat240dias,sepenamaisgravelhenocouberporforadeou
tradisposiopenal.
Art.320.
(Perturbaodofuncionamentodergodesoberania)
1. Quem,comtumultos,desordensouarruaas,perturbarofuncionamento
dosrgosdesoberaniapunidocompenadepr iso at2anos ou
comademultaat240dias.
2. Se, da mesma forma, perturbar o livre exerccio de funes de um
membrodequalquerrgodesoberania,punidocompenadepr iso
at1anooucomademultaat120dias.
Art.321.
(Violaoderecintos)
1. Quem participaremconcentraesemanifestaespblicasemrecintos
ouespaosabertoscontguosaedifciosdaAssembleiaNacionaloude
qualqueroutrorgodesoberania,violandoasdisposieslegaisrelati
vas utilizao desses recintos ou espaos e, dessa forma perturbar o
seufuncionamentopunidocompenadepr isoat6mesesoucom
ademultaat60dias.
2. Os organizadores e os instigadores das concentraes e manifestaes
referidasnonmeroanteriorsopunidoscompenadepr isoat1a
nooucomademultaat120dias.
SecoV
DisposiesComuns
Art.322.
(Actospreparatrios)
Sopunidoscompenadepr isoat3anosoucomademultaat360
diasosactospreparatriosdoscrimes previstos nosartigos301.a304.,
306.e307,309.,311.e 315a317..

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Art.323.
(Atenuaoespecial)
1. ApenaaplicvelaoscrimescontraaseguranadoEstadoqueimplica
remaproduodeumperigopodeserespecialmenteatenuada,seoa
gente voluntariamente fizer esforos srios para diminuir o perigo ou
paraoafastar.
2. Seoagente impediraproduodoperigoouoafastar,apenaespe
cialmenteatenuada.
Art.324.
(Penaacessria)
Otribunalpode,emcasodecondenaoporqualquerdoscrimescontraa
seguranadoEstado,considerandoa gravidadedofactocometidoeoseu
reflexonaidoneidadecvicaepolticadocondenado,declararasuaincapa
cidadeparasereleitoparaoscargosdePresidentedaRepblicaoumem
brodaAssembleiaNacionalpeloperodode3a8anos.

CAPTULOII
CRIMESCONTRAAAUTORIDADEPBLICA
Art.325.
(Usurpaodefunes)
1. Quem, sem para tal estar legalmente autorizado, exercer funes ou
praticar actos prprios de funcionrio pblico, de comando militar, de
fora militarizada ou de ordem pblica, arrogandose falsamente essa
qualidade,punidocompenadepr isoat2anosoucomademul
taat240dias.
2. Amesmapenaaplicvelaofuncionriopblico,decomandomilitar,
deforamilitarizadaoudeordempblicaqueseencontrarsuspensodas
suasfuneseasexercer.
Art.326.
(Desobedincia)
1. Quem faltar obedincia devida a ordens ou mandados legtimos, co
municados,deacordocomasprescrieslegais,porautoridadeoufun
cionriocompetente,sempreque:
a) existirumpreceitolegalanteriorque,nocasoconcreto,cominaro
incumprimento da ordem ou mandado como crime de desobe
dincia

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b) nocasodenoexistiropreceitolegalreferidonaalneaanterior,
aautoridade ouo funcionrioadvertiroagente dequeo incum
primentodaordemoumandadoimplicaaprticadocrimedede
sobedinciaou
c) aordemouomandadotiveremporfinalidadedarcumprimentoa
umadecisojudicial
punidocompenadepr isoat6mesesoucomademultaat60dias.
2. Apenadepr isoat1anooudemultaat120dias,quandoadis
posio legalaqueserefereaalneaa)donmeroanteriorcominar o
incumprimentodaordemoumandadocomodesobedinciaqualificada.
Art.327.
(Violaodeproibiesouinterdies)
Quemno cumprir sentena penal que imponha proibies ou interdies
penais, quer como pena acessria quer como medida de segurana no
privativadaliberdade,punidocompenadepr isoat2anosoucoma
demultaat240dias.
Art.328.
(Resistnciacontrafuncionrio)
1. Quem,pormeiodeviolnciaouameaadeviolncia,opuserresistncia
aumfuncionriooumembrodeforasmilitares,militarizadasoudese
guranaouordempblica,paraosimpedirdecumprirumactolegtimo
relativoaoexercciodassuasfunespunidocompenadepr isoat
3anosoucomademultaat360dias.
2. Apenadepr isode1a5anosquando:
a) oagenteestiverarmadoeusaroufizermenodeusaraarma
b) ofuncionrioouomembrodasforasmilitares,militarizadasou
deseguranaouordempblicativercorridoperigodevidaoude
graveofensasuaintegridadefsica.
3. Otribunalpodeatenuarespecialmenteapenaquandooagentetiverco
metidoofactoconvencido,porerronoinevitvel,dequeerailegtimo
oactoacujarealizaoopsresistncia.
Art.329.
(Descaminhodeobjectossubmetidos
aodomniodeautoridadepblica)
Quemdestruir, danificar, inutilizar ou, de qualquer forma, subtrair ao do
mniodeautoridadepblicadocumentooucoisamvelarrestados,apreen
didos ou que tenham sido objecto de qualquer providncia cautelar ou
quaisqueroutrosdocumentosoucoisassubmetidosaodomniodeautorida
de ou poder pblicos punido com pena de pr iso at 5 anos, se pena
maisgravelhenocouberporforadeoutradisposiopenal.

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Art.330.
(Quebradeselosoumarcas)
Quemromper,danificarouinutilizarselosoumarcascolocadosaoabrigo
daleiporautoridadeoufuncionriopblicosparaidentificaroumanterin
violvel umacoisaou lugar oupara darconhecimento pblicodeque fo
ramapreendidosousobreelesrecaiuumaqualquerprovidnciacautelar
punidocompenadepr isoat2anosoucomademultaat240dias.
Art.331.
(Arrancamento,destruiooualteraodeeditais)
Quemarrancar,alterar,danificaroudestruirou,porqualqueroutraforma,
impedir que se conhea edital afixado por funcionrio competente para o
fazerpunidocompenadepr isoat1anooucomademultaat120
dias.
Art.332.
(Libertaodereclusos)
1. Quem libertar pessoa legalmente privada da sua liberdade, a induzir
fuga, ou a promover, ou auxiliar a sua evaso punido com pena de
pr isode6mesesa5anos.
2. Seoagenteusardeviolnciaouforoencarregadodaguardadapessoa
legalmenteprivadadaliberdade,apenadepr isode2a8anos.
3. Seaevasotiverocorridoemconsequnciadeneglignciadoencarre
gadodaguardadapessoalegalmenteprivadadasualiberdade,apena
depr isoat2anosoudemultaat240dias.
Art.333.
(Amotinaodereclusos)
1. As pessoas legalmente privadas da sua liberdade que, unindo foras e
usandodeviolncia,seamotinareme:
a) atacaremosfuncionriosdoestabelecimentoprisionalououtraspes
soasencarregadasdasuavigilncia,custdiaoucontroloouoscoa
girem apraticaroudeixaremdepraticardeterminadoacto
b) seevadiremoutentaremquequalquerdelesououtroreclusoseeva
da
sopunidascompenadepr isode1a5anos,sepenamaisgravelhes
nocouberporforadeoutradisposiopenal.
2. Apenadepr isode2a10anos,quandoalgumdosamotinados:
a) forportadordearmadefogooudequalqueroutraarmadestinadaa
serusadanaexecuodofacto
b) colocaravtimaemperigodevidaoudeofensagravesuaintegri
dadefsica.

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CAPTULOIII
CRIMESCONTRAAREALIZAODAJ USTIA
Art.334.
(Denegaodejustia)
1. Omagistrado,judicialoudoMinistrioPblico,que,nombitodasres
pectivascompetncias,senegaremaadministrarajustiaouaaplicaro
direito ou que retardarem a administrao da justia ou a aplicao do
direitosopunidoscompenadepr isoat2anosoucomademulta
at120dias.
2. Seofactodescritononmeroanteriorforcometidocomaintenode
beneficiaroudeprejudicaralgum,apenadepr isode1a3anos
oudemultade60a360dias.

Art.335.
(Prevaricao)
1. Omagistrado,judicialoudoMinistrioPblico,ouorbitroquepreva
riquemnaresoluodeumassuntodejustia,decidindooupromoven
do contra o direito, com inteno de prejudicarem ou beneficiarem al
gum,sopunidoscompenadepr isode1a5anos.
2. Se a prevaricao tiver lugar em processo de natureza criminal e dela
resultaraprivaoda liberdadeoua manutenode privaoda liber
dadedeumapessoa,apenadepr isode1a8anos.
3. O funcionrio que, em qualquer processo, nomeadamente disciplinar,
ilegalmentepromoveroudeixardepromover,decidiroudeixardedeci
dire,emgeral,praticaroudeixardepraticaractoinerenteaoexerccio
das funes que nele exerce, com inteno de prejudicar ou beneficiar
algum,punidocompenadepr isoat3anosoucomademulta
at360dias.
4. Se a prevaricao tiver lugar em processo de natureza criminal e da
condutadescritanonmeroanteriorresultaraprivaodaliberdadeou
a manuteno de privao da liberdade de uma pessoa, a pena de
pr iso de1a5anos.
5. Incor r enapenaestabelecidanon.3ofuncionrioque,semtercom
petncia,ordenarouexecutarmedidaprivativadeliberdade.

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Art.336.
(Falsidadededepoimento,declarao,
testemunho,perciaoutraduo)
1. Quem, como testemunha, declarante, parte, perito, tcnico, tradutor ou
intrprete,peranteotribunaloufuncionriocompetenteparareceberco
momeiodeprova,depoimento,declarao,depoimentodeparte,relat
rio,informaooutraduo,prestardepoimentooudepoimentodepar
te,fizerdeclarao,apresentarrelatrio,derinformaooufizertradu
ofalsospunidocompenadepr isode6mesesa3anosoucoma
demultade60a360dias.
2. Na mesma pena incorre quem, sem justa causa, se recusar a depor, a
prestar declaraes ou a apresentar relatrio, informao ou traduo,
quandoasuaprestaoouapresentaoforem obrigatrias.
3. Apenadepr isode2a8anossedofactodescritonosnmerosan
terioresresultaraprivaodaliberdadedealgumouasuamanuteno.
4. Nohaverlugarpunioprevistanosnmerosanterioresseoagente
se retractar voluntariamente a tempo de a retractao ser tomada em
contanadecisoeantesdeseverificaremprejuzosparaalgum.

Art.337.
(Favorecimentopessoal)
1. Quem,depoisdaprticadeumcrime,prestarauxlioaquemopraticou,
impedindo, frustrando ou iludindo, no todo ou em parte, a actividade
dosrgosjudicirioscompetentes,porformaaqueelesesubtraiaac
odajustia,aplicaodassanespenaisou respectivaexecuo
punido com pena de pr iso at 3 anos ou com a de multa at 360
dias.
2. Apenaemqueoagentevierasercondenadonuncapodersersuperior
previstanaleiparaocrimecometidoporquembeneficioudoauxlio.
3. Nosopunveis:
a) oagenteque,comoauxlioprestado,procurarevitarque,contrasi,
sejatambmaplicadaouexecutadasanocriminal
b) o cnjuge, os adoptantes ou adoptados, os parentes ou afins at ao
terceirograudapessoaaquemprestaramauxlioe,ainda,quemcom
estaviveremsituaoanlogadoscnjuges.

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Art.338.
(Dennciacaluniosa)
1. Quem,porqualquer meio,peranteautoridadeoupublicamente,denun
ciaroulanarsobredeterminadapessoaasuspeitadaprticadeumcri
me,comconscinciadafalsidadedaimputaoeaintenodequecon
traelaseinstaureprocedimentocriminalpunidocompenadepr iso
de1a3anosoucomademultade120a360dias.
2. Apena depr iso de1a5anos,seomeio utilizadopeloagentese
traduziremapresentar,alteraroudesvirtuarqualquermeiodeprova.
3. Sedofactoresultaraprivaodaliberdadedoofendido,apr isode1
a8anos.
4. Asentenacondenatriapeloscrimesdescritosnosnmerosanteriores
publicamente divulgada atravs de um rgo de comunicao social,
aocritriodotribunaleaexpensasdocondenado,seavtimaorequerer
ataoencerramentodaaudinciaemprimeirainstncia.
Art.339.
(Subtracooudesviodeprocesso
ou dedocumentosprobatrios)
1. Quem subtrair, destruir, sonegar, no restituir ou desviar um processo
judicial, umlivrode registo,oupartedeles,oudocumentoaelesrefe
rentes ou, ainda, documento ou objecto probatrio que tenha recebido
emrazodassuasfunespunidocompenadepr isode1a3anos
oucomademultade120a360dias.
2. Se do facto referido no nmero anterior resultar condenao, privao
daliberdadedequalquerpessoaouasuamanuteno,apenadepr i
sode2a8anos.
3. Seoagenteformagistrado,judicialoudoMinistrioPblico,apena
depr isode2a6anos,nocasodon.1,ede3a10anos,nocasodo
n.2.
Art.340.
(Obstruoassistnciaadetidooupreso)
Ofuncionriopblicoqueilegitimamenteimpediroudificultaraassistn
cia de advogado ou defensor de arguido detido ou a preso punido com
penadepr isoat1anooucomademultaat120dias.
Art.341.
(Deslealdadeprofissionaldeadvogado)
1. Oadvogadoousolicitadorqueprestarassistnciajurdicasduaspartes
deummesmoconflitoparaprejudicaroubeneficiaralgumadelaspu
nidocompenadepr isode3mesesa3anosoucomademultaat
360dias.

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2. Oadvogadoousolicitadorque,emcausaentregueaoseupatrocnio,in
tencionalmente favorecer a parte contrria em prejuzo do seu consti
tuintepunidocompenadepr isode1a5anos.
Art.342.
(Violaodesegredodejustia)
1. Quemderaconheceractos,factosouocontedodedocumentosdeum
processoprotegidoporsegredodejustiaouaquealeiprocessualouo
juiznopermitiroacessopblicopunidocompenadepr isoat3
anosoucomademultaat360dias.
2. A pena de pr iso at 6 meses ou de multa at 60 dias, quando se
tratardeprocessodisciplinar.

CAPTULOIV
CRIMESCOMETIDOSNOEXERCCIODEFUNES
PBLICASEEMPREJ UZODEFUNESPBLICAS
Art.343.
(Corrupoactivadefuncionrio)
1. Quemoferecer,prometerouconcederumavantagemquenosejadevi
daafuncionrioouapessoaespecialmenteobrigadaprestaodeser
viopblicopararealizarumactodassuasfunespunidocompena
depr isoat1anooucomademultaat120dias.
2. Seaoferta,promessaouconcessodevantagemtiverporfinalidadein
duziro funcionrioouapessoaespecialmente obrigadaprestaode
serviopblicoprticadeumfactoilcito,apenadepr isode1a3
anosoudemultade120a360dias.
3. Se,nocasodonmeroanterior,oactoilcitoforpraticado,apenade
pr isode1a5anos,sepenamaisgravelhenocouberporvirtudede
outradisposiopenal.
Art.344.
(Corrupoactivadejuizourbitro)
1. Quemoferecer, prometer ou conceder uma vantagem que no seja de
vidaajuizourbitropararealizarouporterrealizadoumactodassuas
funespunidocompenadepr isoat3anosoucomademulta
at360dias.
2. Seaoferta,promessaouconcessode vantagemtiverpor finalidadea
prticadeumfactoilcito,apenadepr isode1a5anos.
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3. Se,nocasodonmeroanterior,ofactoilcitoforpraticado,apenade
pr isode3a10anos,sepenamaisgravelhenocouberporvirtudede
outradisposiopenal.

Art.345.
(Corrupopassivadefuncionrio)
1. Ofuncionrioouapessoaespecialmenteobrigadaprestaodeservi
opblicoquesolicite,exijaouaceitepromessadevantagemouvanta
gemquenosejadevidaparapraticarounopraticaractodassuasfun
espunidocompenadepr isoat2anosoucomademultaat
240dias.
2. Se a solicitao, exigncia ou aceitao de promessa ou vantagem se
destinarprticadefactoilcito,punidocompr isode1a5anos.
3. Se,nocasodonmeroanterior,ofactoilcitoforpraticado,apenade
pr isode2a8anos,sepenamaisgravelhenocouberporvirtudede
outradisposiopenal.

Art.346.
(Corrupopassivadejuizourbitro)
1. Ojuizourbitroquesolicite,exijaouaceitepromessadevantagemou
vantagemquenosejadevidaparapraticarounopraticaractodassuas
funespunidocompenadepr isode1a3anos.
2. Se a solicitao, exigncia ou aceitao de promessa ou vantagem se
destinarprticadefactoilcito,punidocompenadepr isode2a8
anos.
3. Se,nocasodonmeroanterior,ofactoilcitoforpraticado,apenade
pr isode3a12anos,sepenamaisgravelhenocouberporvirtudede
outradisposiopenal.

Art.347.
(Peculato)
Ofuncionriopblicoqueilegitimamenteseapropriar,emproveitoprprio
oualheio,dedinheirooucoisamvelquelhenopertenaelhetenhasido
entregue, esteja na sua posse ou a que tenha acesso por virtude das suas
funes punido, conforme o valor da coisa mvel ou do dinheiro apro
priados, com as penas aplicveis ao cr ime de fur to previsto no artigo
378.,agr avadasdeumter onosseuslimitesmnimoemximo.

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Art.348.
(Peculatodeuso)
1. Ofuncionriopblicoqueusaroudeixarusardinheirooucoisamvel
quelhenopertenamelhetenhamsidoentregues,estejamnasuapos
seouaquetenhaacessoporvirtudedassuasfunes,parafinsdiferen
tesdaquelesaqueacoisasedestinapunidocompenadepr isoat
2anosoucomademultaat240dias.
2. Se, tratandose de dinheiro pblico, o agente lhe der uso pblico dife
rentedaqueleaqueestavadestinadosemquerazesponderosasojusti
fiquem,apenadepr isoat1anooudemultaat120dias.
3. Nopunvelopeculatodeuso,quandoodinheiroouacoisamvelu
sados no forem de valor elevado, nos termos da alnea b) do artigo
377..
Art.349.
(Participaoeconmicaemnegcio)
1. Ofuncionrioque,comintenodeobtervantagemquenosejadevi
da, participar em negcio jurdico que envolva interesses patrimoniais
que,notodoouemparte,lhecumprir,emrazodassuasfunes,admi
nistrar,fiscalizar,defenderourealizarpunidocompenadepr isoa
t2anosoucomademultaat240dias.
2. Seofactodescritononmeroanteriorlesarosinteressespatrimoniaisa
mencionados,apenadepr isode1a5anos.
Art.350.
(Cobranailegaldecontribuies)
1. Ofuncionrioencarregadodearrecadar impostos,taxasououtrascon
tribuiesqueosreceber,sabendoquenosodevidospelocontribuin
te ou que so devidos em quantidade menor, punido com pena de
pr isoat1anooucomademultaat120dias.
2. Com a mesma pena punido o funcionrio que conceder descontos
ilcitosaocontribuinte.
Art.351.
(Trficodeinfluncia)
1. Quem, por si ou por interposta pessoa, exigir ou aceitar vantagem ou
promessadevantagemparautilizarasuaalegadainflunciajuntodeu
maentidadepblicae,dessaforma,obterdelaumadecisoilcitafavo
rvelaoagentedofactoaqueserefereon.2dopresenteartigooua
entidadequeelerepresenteounointeressedaqualactuepunidocom
penadepr isode1a5anos,sepena mais grave lhe nocouberpor
foradeoutradisposiopenal.

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2. Namesmapenaincorrequem,emseunomeounodaentidadequere
presenta, der ou prometer a vantagem a que se refere o nmero ante
rior.
Art.352.
(Violaodedomiclioporfuncionrio)
Ofuncionrioque,abusandodospoderesinerentesssuasfunes,come
ter o crime de violao ou de introduo e permanncia em habitao
alheiaprevistonoartigo209.ouviolarodomiclioprofissionaldequem,
pelanaturezadasuaactividade,estivervinculadoaodeverdesigilopuni
docompenadepr isoat3anosoucomademultaat360dias.

Art.353.
(Empregodaforapblica
contraaexecuodaleiouordemlegtima)
Ofuncionrioque,sendocompetentepararequisitarouordenaroemprego
daforapblica,ofizerparaimpediraexecuodalei,mandadodejustia
ouordemlegtimadeautoridadepblicapunidocompenadepr isoat
3anosoucomademultaat360dias.

Art.354.
(Faltadecolaborao)
Ofuncionrioque,semmotivolegtimo,noprestarcolaboraoaumr
gooufuncionriodaadministraodajustiaoudequalquerserviop
blico,depoisdeessacolaboraolhetersidolegalmentepedida,requisita
daouordenadaporautoridadecompetentepunidocompenadepr iso
at2anosoucomademultaat240dias.

Art.355.
(Torturaetratamentoscruisedegradantes)
1. Quem,tendoporfunoapreveno,perseguioeinvestigaodein
fracesdequalquer natureza,a instruodosrespectivosprocessos,a
execuo de reaces criminais legalmente aplicadas ou a proteco,
guardaouvigilnciadepessoaprivadadasualiberdade,praticarcontra
elaouqualqueroutrapessoaactosdetorturaouasubmeteratratamento
cruel,desumanooudegradantepara:
a) obterdelaoudeterceiroconfisso,informaooudepoimen
to

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b) acastigarporactocometidoousupostamentecometidoporela
ouporterceiro
c) aintimidarouintimidarterceiro
punidocompenadepr isode1a6anos,sepenamaisgravelheno
couberporforadeoutradisposiopenal.
2. Paraefeitosdodispostonon.1,entendeseporactodetortura,tra
tamentocruel,desumanooudegradanteaquelepeloqualsodelibe
radamente infligidos a uma pessoa dores ou sofrimentos fsicos ou
psquicosagudosouintensosoucansaofsicooupsquicointenso,
semprequeelesnoresultemdesaneslegais,nosejaminerentes
aessassanesounosejamporelacausadosacidentalmentee,ain
da, a utilizao de produtos qumicos, drogas ou outros meios sus
ceptveisdeperturbaroudiminuiracapacidadededeterminaooua
livre manifestao de vontade da pessoa submetida a custdia ou
controlodoagente.
Art.356.
(Agravao)
Apenadepr isode5a12anos,seacondutadescritanoartigoanterior
causarofensagraveintegridadefsicaoupsquicadavtimaede8a15a
nos,sedacondutaresultardoenagraveeincurvel,suicdiooumorteda
vtima.
Art.357.
(Responsabilidadedosuperiorhierrquico)
1. Osuperior hierrquicoqueautorizarexpressaoutacitamenteaprtica,
por seu subordinado, de tortura, tratamento cruel, desumano ou degra
dantepunidocomapenaaplicvelaoautor .
2. Osuperiorhierrquicoque,tendotomadoconhecimentodaprticados
factosreferidosnosartigos355.e356.,noosdenunciarnoprazom
ximodedezdiaspunidocompenadepr isoat3anosoucomade
multaat360dias.
Art.358.
(Perseguiodeinocentes)
1. Ofuncionrioque,estandoencarregadodeactividadesdeinvestigao,
instruooupromooprocessual,emprocessosdenaturezapenal,que
perseguirumapessoa,tendoconhecimentodequeelaestinocente,de
queemrelaoaela nose verificam ospressupostosdaaplicaode
medidasdeseguranaoudequeelanopodesersubmetidaaessaper
seguiopunidocompenadepr isode2a6anos.

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2. Tratandosedeprocessopenaloudeprocessodeseguranaparaaplica
odepenasoumedidasdesegurananoprivativasdeliberdade,res
pectivamente,oudeprocessoadministrativooudisciplinar,apenade
pr isoat3anosoudemultaat360dias.

Art.359.
(Abusodepoder)
O funcionrio que, fora dos casos previstos nos artigos anteriores, abusar
dospoderesinerentessfunesquedesempenha,comaintenodeobter
benefcioilegtimoparasiouparaterceirooucausardanoaoutrapessoa,
punidocompenadepr isoat1anooucomademultaat120dias.

Art.360.
(Violaodesegredoporfuncionrio)
1. Ofuncionriooupessoaespecialmenteobrigadaprestaodeservio
pblicoque,conscientedequepeemperigoo interessepblicoou o
deterceirooucomaintenodeobterparasiouparaoutrapessoaum
benefcio,revelarsegredoquelhetenhasidoconfiadooudequetenha
tomadoconhecimentonoexercciodassuasfunespunidocompe
nadepr isode1a5anos.
2. Emcasodenegligncia,apenadepr isoat1anooudemultaat
120dias.
3. Oprocedimentocriminaldependedeparticipaodaentidaderespons
velpeloserviooudequeixadoofendido.

CAPTULOV
DISPOSIOGERAL
Art.361.
(Funcionriopblico)
1. Paraefeitosdaleipenal,aexpressofuncionrioabrange:
a) ofuncionriocivil
b) oagenteadministrativo
c) ostitularesdecargospolticos,eleitosounomeadose

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d) quem,aindaqueprovisriaoutemporariamente,medianteremunera
o ou a ttulo gratuito, voluntria ou obrigatoriamente, tiver sido
chamadoadesempenharouapraticarouaparticiparnodesempenho
deumaactividadecompreendidanafunopblicaadministrativaou
jurisdicional, ou, nas mesmas circunstncias, desempenhar funes
em organismos de utilidade pblica ou nelas participar, nomeada
mentemembrosdasforasarmadaschamadosaexercerfunesci
visdenaturezapblica.
2. Aofuncionriopblicosoequiparadososgestores,titularesdosrgos
defiscalizaoetrabalhadoresdeempresaspblicas.
3. Soaindaequiparadosao funcionriopblico,paraefeitosdodisposto
nosartigos343.e345.,todososqueexeramfunesidnticassdes
critasnon.1nombitodequalquerorganizaodedireitopblicode
queAngolasejamembro,quandoainfracotiversidocometida,total
ouparcialmente,emterritrioangolano.

TTULO VI
CRIMES CONTRA A PAZ
E A COMUNIDADE INTERNACIONAL
Art.362.
(Incitamentoaodiocontraumpovo
eapologiadaguerra)
1. Quem, reiterada e publicamente, incitar ao dio contra um povo, com o
propsitodedesencadearumaguerra,punidocompenadepr isode6
mesesa6anos.
2. Na mesma pena incorre quem, pela mesma forma, fizer a apologia da
guerracontraumEstadooucontraumpovo.
3. Sealgumaguerravieraserdesencadeada,apenadepr isode3a10
anos.
Art.363.
(Recrutamentodemembrosdasforasarmadas)
Quem recrutar membros das foras armadas ou de segurana angolanas
com inteno de desencadear uma guerra contra um Estado ou territrio
estrangeirosouparaderrubarpelaforaogovernolegtimodeoutroEstado
outerritriopunido compenadepr isode2a6anos.

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Art.364.
(Recrutamentodemercenrios)
1. Quem recrutar mercenrios para uma organizao ou grupo armados
quetenhamporfinalidadederrubarpormeiosviolentosoGovernole
gtimo de outro Estado, atentar contra a sua soberania, independncia
ouintegridadeterritorialouperturbaronormalfuncionamentodassuas
instituiespunidocompenadepr isode2a8anos.
2. mercenrioquem assimforconsideradopelodireitointernacional.
3. Ocrimeprevistonesteartigoconsumasecomacelebraodocontrato
derecrutamento,comoalistamentooucomaincorporaonaorgani
zaoougrupoarmadosaqueserefereon.1.
Art.365.
(Incitamentodiscriminao)
1. Quem,emreunio,lugarpblicoouatravsdequalquermeiodedivul
gaooucomunicaocomopblico,incitaraodiocontraumapessoa
ougrupodepessoasporcausadasuaraa,origemtnica,cor,nacionali
dade,religioouorientaosexual,comopropsitodeosdiscriminar,
punidocompenadepr isode6mesesa6anos.
2. Na mesma pena incorre quem, em reunio ou lugar pblicos ou por
qualquermeiodedivulgaooudecomunicaocomopblico,incitar
aactosdeviolnciacontraumapessoaougrupodepessoasporcausada
sua raa, origem tnica, cor, nacionalidade, religio ouorientao se
xual.
3. Seos factosdescritos nos nmerosanteriores foremcometidosatravs
deumsistemainformtico,conformeodefineoartigo233.,apena
depr isode1a6anos.
4. Quemfundar,dirigirou fizerpartede umaorganizao institudapara
incitardiscriminaoouque reiteradae publicamente incitediscri
minao,aodioeviolnciacontraumapessoaougrupodepessoas,
porcausadasuaraa,origemtnica,cor,nacionalidade,religioouo
rientaosexual punidocompenadepr isode2a8anos.
5. Namesmapenaincorrequemparticiparnasactividadesdaorganizao
aqueserefereonmeroanteriorouqueafinanciarou,porqualquerou
traforma,lhederapoioouprestarassistncia.
366.
(Terrorismointernacional)
1. Quem cometerqualquerdoscrimesdolososindicadosnasalneasa)ae)
doartigo282.comaintenode:

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a) aterrorizarou intimidarcertaspessoas,gruposdepessoasouaspo
pulaesemgeral
b) prejudicaraintegridadeouaindependnciadeumEstado,alterarou
subverterofuncionamentodasinstituiesdesseEstadoouofuncio
namentodasinstituiesdequalquerorganizaopblicainternacio
nal ou forar as respectivas autoridades a praticarem determinados
actos, a absteremse de os praticar ou a tolerarem que sejam prati
cados
punidocompenadepr isode5a15 anosoucomapenacorrespon
denteaocrimecometido,agravadodeumquintonosseuslimitesmnimoe
mximo,sealtimaforigualousuperior.
2. Aspenassoaindaagravadasdeumtero,nosrespectivoslimitesmni
moemximo,seoagentefordirigentedeumaorganizaoconstituda
por duas ou mais pessoas para, de forma concertada, praticar actos de
terrorismo,edeumquarto,seformembrooucolaboradordetalorgani
zao.
3. Apenapodeserespecialmenteatenuada,seoagenteabandonarvolun
tariamenteasuaactividadecriminosa,afastaroperigoporelacausado
ouodiminuirsensivelmente,impedirqueodanoseproduzaousecon
tribuirparaa descobertada verdadeea identificaoouacaptura dos
outrosresponsveis.
4. correspondentementeaplicvelon.5doartigo282.
Art.367.
(Genocdio)
1. Quem,nombitodeumaactuaoconcertadaecomaintenodeex
terminar ou destruir parcialmente um grupo nacional, tnico, racial ou
religioso:
a) matarvoluntariamentequalquermembrodogrupo,osubmeteratra
tamentosdesumanos,cruisoudegradantese,emgeral,ofendergra
vementeasuaintegridadefsicaemental
b) sujeitarogrupoacondiesdevidaedeexistnciacapazesdecau
sarasuadestruiototalouparcial
c) impusermedidasdestinadasaimpediraprocriaoeosnascimentos
dentrodogrupoou
d) transferir, fora, menoresde18anos,pertencentesao grupo,para
qualqueroutrogrupo
punidocompenadepr isode5a25anos.
2. Oincitamentopblicoereiteradoaodiocontraumgruponacional,t
nico,racialoureligiosocomopropsitodeodestruir,totalouparcial
mente,punidocompenadepr isode3a10anos.

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Art.368.
(Crimesdelesahumanidade)
Quem,noquadrodeumataquegeneralizadoousistemticocontraumapo
pulaoounocontextodeumconflitoarmado,internacionalouinterno,ou
durante a ocupao militar de um Estado, territrio ou parte de territrio,
cometercontrapessoasprotegidasosseguintesfactos:
a) homicdiodoloso
b) extermnio
c) escravido
d) prisoououtra formadeprivaodeliberdadefsica grave,em viola
odenormaseprincpiosdedireitointernacional
e) Ultrajedignidadedaspessoasmediante,nomeadamente,ousodator
turaedeoutrostratamentoscruis,desumanosedegradantes
f) violao,escravidosexual,prostituio,gravidezeesterilizao:
g) perseguiopor motivospolticos,raciais,tnicos,culturaisouporra
zesdenacionalidade,gnero,religiooudeorientaosexual
h) desaparecimentoforado
i) submissode umaou maispessoasa mutilaes fsicasouaqualquer
tipo de experincia mdica ou cientfica que no sejam determinadas
por tratamento mdico, dentrio ou hospitalar nem efectuadas no in
teressedessaspessoasequecausemamorteouponhamseriamenteem
perigoassuasvidasou sade
j) adeslocaodeumapopulaoporrazesrelacionadascomumconfli
toarmado,salvoseforordenadaeefectuadaporrazesmilitaresimpe
riosas
punidocompenadepr isode3a20anos,sepenamaisgravenofor
aplicvelporforadeoutradisposiopenal.

Art.369.
(Definies)
Paraosefeitosdoartigoanterior,considerase:
a) Ataque, qualquer conduta que envolva a prtica mltipla dos actos
neledescritos,emexecuodeumapolticadoEstadooudeumaorga
nizaodirigidaaessaprtica
b) Extermnio,adestruiooueliminaodeumgrupodepessoasoude
umapopulaocomoefeitodascondiesaqueforamintencionalmen
tesubmetidas,privandoas,nomeadamente,dealimentosoudemedica
mentos
c) Escravido, o exerccio de um poder traduzido num direito de pro
priedadeoupossesobreumapessoa,incluindooexercciodessepoder
nombitodotrficodepessoas

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d) Deportaooutransfernciaforada,adeslocaodepessoasatravs
daexpulso oudeoutro meiocoactivodazonaemqueseencontrem,
semrazoreconhecidapelodireitointernacionalouatransferncia,di
rectaouindirecta,porumapotnciaocupante,departedasuapopula
ocivilparaoterritrioqueocupaouadeslocaodatotalidadeoude
partedapopulaodeterritrioocupadodentroouforadesseterritrio.
e) Torturaeoutrosactoscruis,desumanosoudegradantes,osactosa
travs dos quais so causados sofrimentos fsicos ou psicolgicos ou
cansaofsicooupsicolgicointensos,semprequeossofrimentosno
resultemdesaneslegais,nosejaminerentesaessassanesouno
sejamporelascausadosacidentalmente,eainda,autilizaodeprodu
tosqumicos,drogasououtrosmeiossusceptveisdeperturbaroudimi
nuiracapacidadededeterminaooua livre manifestaodevontade
dapessoaqueestejasobcustdiaecontrolodoagente.
f) Escravido sexual, o exerccio dos poderes inerentes ou associados
ao direito de propriedade sobre uma ou mais pessoas, que so cons
trangidasporquemsearrogaaquelespoderesprticadeumoumais
actosdenaturezasexual
g) Prostituio forada, a prtica de um ou mais actos de natureza se
xualporumaoumaispessoascontraousemasuavontade,atrocode
vantagempecuniriaoudeoutrotipo,paraoagenteououtrapessoa
h) Perseguio,aprivaointencionaldedireitosfundamentaisemvio
laododireitointernacional,pormotivosrelacionadoscomaidentida
dedogrupooucolectividadeperseguidos
i) Desaparecimentoforado,adeteno,aprisoouosequestrodepes
soasporum Estadoou umaorganizaopolticaoucomasuaautori
zao,apoioouconcordnciaseguidosdarecusadetaisEstadoouor
ganizaoemreconheceremaprivaodaliberdadedessaspessoasou
deprestareminformaessobreasuasituaooulocalizao.
j) Pessoasprotegidas,almdapopulaocivilecivisemgeral,osferi
dos,enfermosounufragos,opessoalsanitriooureligioso,osprisio
neiros de guerra, as pessoas fora de combate, os parlamentares e res
pectivosacompanhantesequalqueroutrapessoaprotegidaportratados
ouconvenesinternacionaisdequeAngolasejaparteouaquetenha
aderido.
Art.370.
(Outroscrimesdelesahumanidade)
punido com a pena pr evista no ar tigo 368., quem praticar qualquer
outroactoouomissoqualificadoscomo crimecontraa humanidadepelo
direitodostratadoseconvenesinternacionaisrecebidosnaordemjurdi
caangolana.

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Art.371.
(Crimesdeguerracontracivis)
1. Quem,emviolaodasnormasdedireitointernacionaleporocasiode
umconflitoarmadointernoouinternacionaloudeocupaomilitarde
umEstado,territriooupartedele:
a) atacarapopulaocivil
b) tomarrefnsentreapopulaocivil
c) recrutaroupermitirqueserecrutemesirvamnasforasbeligerantes
menorescomidadeinferiora16anos
d) aproveitarcivisououtraspessoasprotegidaspelodireitointernacio
nal para evitar que determinados locais, reas ou foras sejam alvo
deoperaesmilitares,utilizandooscomoescudoshumanos
e) obrigarosnacionaisdeumapotnciainimigaacombateroupartici
paremoperaesblicascontraoseuprpriopasouforarosmem
brosdapopulaocivilaalistaremseeacombaternumaforabeli
gerantedeumconflitoarmadointerno
f) lanarintencionalmenteumataque,sabendoqueelecausarferimen
toseperdasdevidahumanasentreapopulaocivil,claramenteex
cessivosemrelaosvantagensdenaturezamilitaresperadas.
g) atacarpessoalemmissodemanutenodepazouassistnciahuma
nitria, de acordo com a carta das Naes Unidas, sempre que esse
pessoaltiverdireitoprotecoconcedidaaoscivispelodireito in
ternacional
punidocompenadepr isode5a16anos,sepenamaisgravenofor
aplicvelporforadeoutradisposiopenal.
2. So considerados civis e elementos da populao civil, para os efeitos
desteartigo,aspessoasquenoparticiparemdirectamentenashostilida
deseosmembrosdasforasbeligerantesquetiveramdepostoasarmas
ouficadoimpedidosdecombaterporleso,doena,prisoouqualquer
outromotivo.
3. Paraefeitosdopresenteartigo,soprotegidaspelodireitointernacional
aspessoasreferidasnaalneaj)doartigo369..
Art.372.
(Crimesdeguerracontrabens
quenosejamobjectivosmilitares)
Quem,nacondiesdescritasnocorpodon.1doartigoanterior:
a) atacar,porqualquermodo,aglomeradospopulacionais,habitaesoue
difciosnodefendidose,emgeral,bensoualvoscivis,causandoasua
destruiototalouparcial,semprequetaisbensoualvoscivisnocons
titurem objectivos militares nem aquelas operaes puderem ser justi
ficadasporsignificativosbenefciosouvantagensdenaturezamilitar

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b) saquearlocalidadesconquistadas
c) atacar edifcios consagrados ao culto religioso, educao, s artes,
cincia,assistnciaoubeneficncia,amonumentoshistricos,hospitais
eoutroslugaresondeseacolhametratemdoenteseferidosquenose
jamobjectivosmilitares
d) atacar edifcios, material, unidades e veculos sanitrios, identificados
com os emblemas e sinais distintivos das Convenes de Genebra de
1949,deacordocomodireitointernacional
e) destruirouapropriarse,deformamassivaearbitrria,debens,sempre
queadestruioouapropriaonosejamjustificadasporsignificativas
necessidadesdenaturezamilitar
punidocompenadepr isode3a12anos,sepenamaisgravenofor
aplicvelporforadeoutradisposiopenal.
Art.373.
(Crimesdeguerracontrapessoalcombatente)
Quem,nocontextodescriton.1doart.371:
a) obrigar umprisioneirodeguerraoude uma forabeligeranteaservir
nas foras armadas de uma potncia inimiga ou nas fileiras de outra
forabeligerante
b) privar um prisioneiro de guerra ou de uma fora beligerante ou outra
pessoa sob proteco do direito internacional do direito a um julga
mentojustoeimparcial
c)condenar e executar, sem julgamento prvio por um tribunal regular
menteconstitudoequeofereaasgarantiasjudiciaisgeralmentereco
nhecidascomoindispensveis,umprisioneirodeguerraoudeumafor
abeligeranteouqualquerpessoasobprotecododireitointernacio
nal
d) matarouferirumcombatentequetiverdepostoasarmasousetiverin
condicionalmenterendido
punidocompenadepr isode8a20anos,sepenamaisgravenolhe
couberporforadeoutradisposiopenal.
Art.374.
(Outroscrimesdeguerra)
1. Quem,emcasodeconflitoarmadoutilizar:
a) armasatmicas
b) venenoouarmasenvenenadas
c) gases asfixiantes e txicos ou qualquer substncia susceptvel de
causar a morte, doena ou ofensa grave integridade fsica de um
nmeroindeterminadodepessoas

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d) balasqueseexpandamoudeformemnointeriordocorpohumano
e) armas, projcteis, materiais e mtodos de combate susceptveis de
causar,pelasuanatureza,ferimentossuprfluos,sofrimentosdesne
cessrioseefeitosindiscriminadosouconcebidosparacausardanos
extensos,graveseduradourosaomeioambientenaturaleprempe
rigoasadeeasobrevivnciadaspopulaes
punidocompenadepr isode3a20anos,sepenamaisgravenofor
aplicvelporforadeoutradisposiopenal.
2. punidocomamesmapenaquempraticarqualqueroutroactoquali
ficadocomocrimedeguerraportratadosouconvenesinternacionais
subscritospelaRepblicadeAngolaerecebidosnasuaordemjurdica
interna.

Art.375.
(Destruiodenavios,aeronaves
ououtrostransportescivis)
Quem,porocasiodeumaguerraouconflitoarmado,destruiroudanificar
gravemente,navioouaeronavecivisouveculoscivisdetransporteferro
virioourodoviriodepassageiros,deformadesnecessriaesemadoptar,
se esse for o caso, as medidas indispensveis preservao da segurana
daspessoasabordo,punidocompenadepr isode2a10anos,sepena
maisgravenolhecouberporforadeoutradisposiopenal.

Art.376.
(Incapacidades)
Em caso de condenao por qualquer dos crimes previstos neste captulo,
pode, conforme a gravidade do crime cometido e a sua projeco na ido
neidadecvicaepolticadocondenado,serestedeclaradonasentenacon
denatriaincapazparasereleitoPresidentedaRepblica,deputadodaAs
sembleiaNacional,ouparasernomeadoparacargosnoGoverno,pelope
rodode2a10anos.

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TTULO VII
CRIMES CONTRA O PATRIMNIO

CAPTULOI
DISPOSIOPRELIMINAR
Art.377.
(Definies)
Paraefeitosdodispostonopresentettulo,considerase:
a) Valorconsideravelmenteelevado,oqueexceder500vezesodosal
rio mnimo mensalda funopblica,no momentoemqueo facto for
praticado
b) Valorelevado,oqueexceder100 vezesosalrio mnimo mensalda
funopblica,nomomentoemqueofactoforpraticado
c) Valordiminuto,oquenoexcedermetadedosalriomnimomensal
dafunopblica,nomomentoemqueofactoforpraticado
d) Arrombamento,orompimento,fracturaoudestruio,notodoouem
parte,dequalquerdispositivodestinadoa fecharou impediraentrada,
doexteriorounointeriordacasaoulugarfechadodeladependente
e) Escalamento,a introduoemcasaou lugar fechadodeladependen
te,porlocalnodestinado,emprincpio,entrada,nomeadamente,por
tectos, varandas, janelas, paredes, aberturas subterrneas ou por qual
querdispositivodestinadoafecharouimpediraentradaoupassagem
f) Chavesfalsas:
i. asimitadas,contrafeitasoualteradas
ii. asverdadeiras,quandoestiveremforadopoderdequemti
verodireitodeasusar
iii. asgazuasouquaisquerinstrumentosquepossamservirpa
raabrirfechadurasououtrosdispositivosdesegurana.
g) Marco, qualquer construo, plantao, tapume, valado, tabuleta ou
outro sinal destinado a estabelecer os limites de propriedades ou con
cesses,colocadaspordecisojudicial,poractoadministrativooucom
aautorizaodeautoridadeadministrativacompetente.
h) Bandoouquadrilha,ogrupoformadoporduasoumaispessoasparaa
prticareiteradadecrimescontraopatrimnioechefiadoporumade
las.

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CAPTULOII
CRIMESCONTRAAPROPRIEDADE
SecoI
Cr imesdeFur to
Art.378.
(Furto)
Quem,comintenodeseapropriarparasiouparaoutrem,decoisamvel
alheia,asubtrairpunidocompenasde:
a) pr isoat3anosoumultaat360dias,seovalordacoisasubtra
danoforelevado
b) pr isode6mesesa5anosoumultade60a600dias,seovalorda
coisasubtradaforelevado
c) pr isode1a7anos,seovalordacoisasubtradaforconsideravel
menteelevado.
Art.379.
(Furtoqualificado)
1. As penas estabelecidas no artigo anterior so agravadas, sempre que a
coisamvelsubtrada:
a) possuirrelevantesignificadoparaodesenvolvimentoeconmicoou
tecnolgico,valorcientfico,histricoouartsticoefizerpartedeco
lecoouexposiopblicaouacessvelaopblico,seencontrarem
depsitoou guardade museusou recolhidaemqualquerdassuas
oficinasoudependncias
b) estiverafectaacultoreligiosooudestinadaaveneraramemriados
mortoseasubtracoocorreremlugardestinadoacultoouemce
mitrio
c) sedestinaraserviopblicoouconstituirprodutodeprimeiraneces
sidadeeasubtracoperturbaro funcionamentodeservioou oa
bastecimentoaopblico
d) for subtrada de lugar destinado ao depsito de mercadorias ou ob
jectos ou retirada de qualquer meio de transporte e a subtraco o
correrentreo momentodocarregamento eodachegadaaodestino
oudaentrega
e) se encontrar fechada em gaveta, cofre ou objecto similar equipados
comfechadura,segredoououtrodispositivoespecialmentedestinado
segurana
f) possuir,pelasuanatureza,elevadaperigosidade.

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2. Aspenasestabelecidasnoartigoanterior sotambmagravadas,sempre
queoagente:
a) se introduzir, para praticar o facto, em habitao, mesmo sendo ela
mvel, estabelecimento comercial ou industrial ou espao fechado,
pblicoouprivado,pormeiodearrombamento,escalamentooucha
vesfalsas
b) formembrodebandoouquadrilhaeofurtoforcometidocomaco
laboraode,pelomenos,outromembrodobandoouquadrilha
c) seaproveitardaparticularvulnerabilidadefsicaoupsquicadavti
maoudeocasiesde incndio,exploso,inundao,naufrgio,sis
mo,motime,emgeral,dascircunstnciasfavorveisaocometimen
todefurtospropiciadoporqualquerdesastre,acidenteououtrassi
tuaesqueenvolvamperturbaoecomoopblicas
d) seintroduzirilicitamenteemhabitaoimveloumvel,estabeleci
mentocomercialouindustrialouemqualquerespaofechado,pbli
co ou privado, ou a permanecer escondido com o propsito de co
meterofurto
e) praticarofactocomusurpaodettulo,uniformeouinsgniadeem
pregadopblico,civilou militar,alegandofalsaordemouexibindo
falsaidentificaodeautoridadepblicaoudeagentedeautoridade
pblica
f) utilizarveiculoautomvelparafacilitaraexecuodofurtoou,sen
docasodisso,favorecerasuafuga
g) fizermododevidadaprticadofurto.
3. Verificandosequalquerdascircunstnciasenumeradasnosnmerosan
teriores,ocrimedefurtopunidodafor maseguinte:
a) oprevistonaalneaa)doart.378.,compenadepr isode6meses
a4anosoucomademultade60a500dias
b) oprevistonaalneab)domesmoartigo,compenadepr isode1a
6anosoucomademultade120a800dias
c) oprevistonaalneac)domesmoartigo,compenadepr isode2a
8anos
4. Seacoisafurtadafordevalordiminuto,nohlugarqualificao.
Art.380.
(Furtodecoisacomum)
1. Quem,sendocondminooucomproprietrio,compossuidor,coherdei
ro ou scio de uma coisa mvel comum, a subtrair punido com as
penaspr evistasnoar tigo378.,reduzidasdemetadenoseulimitem
ximo.
2. Nopunvelasubtracodecoisacomumfungvel,seovalorsubtra
donoexcederodaquotaquepertenceaoagente.

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Art.381.
(Furtodeusodeveculos)
Quem, sem autorizao do respectivo titular, subtrair o uso de automvel
ououtro veculo motorizado,barcoouaeronave,paraosutilizartempora
riamenteedepoisosrestituir,punidocompenadepr isode6mesesa
2anosoucomademultade60a240dias.
Art.382.
(Furtodecoisaprpria)
1. Quem,sendodonodecoisa mvel,quetenhasidoapreendida,arresta
da,penhorada,dadaempenhorouconstitudaemdepsitolegal,asub
trairemprejuzodeterceiropunido comaspenasdoar t.378..
2. So equiparados subtraco e como tal punidos o descaminho ou a
destruiodacoisareferidanonmeroanterior.

Art.383.
(Furtodeenergia)
1. Quem, utilizandoqualquer meioclandestinoou ilcito,subtrairderede
de distribuio, complexo ou instalao, energia elctrica ou qualquer
outra,com valoreconmico,pertencenteaoutrapessoapunidocom
penadepr isoat2anosou comademultaat240dias.
2. Paraosefeitosdonmeroanterior,soequiparadosenergia,ogsou
aguaououtrofluido,subtradosdecondutasouinstalaoderedesde
fornecimentoedistribuiodaquelesprodutosaopblico.

Art.384.
(Puniodatentativa)
Nocrimedefurto,atentativasempr epunvel,salvoseovalor dacoisa
subtr adafor diminuto.
Art.385.
(Restituiooureparao)
1. Quando a coisa furtada for, sendo caso disso, restituda ou quando o
prejuzocausadopelofurtofor,ataoinciodaaudinciadejulgamento
em1.instncia,integralmentereparado,apenaespecialmenteatenua
da,desdequenohajadanoilegtimodeterceiros.
2. Sendo a restituio ou reparao parciais ou ocorrendo durante a au
dinciadejulgamento,masantesdeiniciadaadiscussooraldacausa,a
penapode,conformeascircunstncias,serespecialmenteatenuada.

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Art.386.
(Procedimentocriminal)
1. Oprocedimentocriminaldependedequeixa,noscrimesdefurtodescri
tosnosartigos378.,380.,381.e383..
2. Oprocedimentocriminaldependedeacusaoparticularquando,tratan
dosedoscrimesenumeradosnonmeroanterior:
a) oagenteforcnjuge,ascendenteoudescendente,adoptanteouadop
tado,parenteouafimataosegundograudoofendidooupessoaque
comelevivaemcondiesanlogassdoscnjuges
b) acoisafurtadafordevalordiminutoedestinadasatisfaodene
cessidadeefectivaeurgentedequalquerdaspessoasmencionadasna
alneaanterioroudoprprioagente.

SecoII
Cr imesdeRoubo
Art.387.
(Roubo)
1. Quem,compropsitodeseapropriar,parasiouparaoutrem,decoisa
mvel alheia, a subtrair ou obrigar quem a possuir ou detiver a entre
garlha,usandodeviolnciacontraumapessoaoudeameaacomperi
goeminenteparaasuavidaouintegridadefsicaoucolocandoanaim
possibilidadedeseoporsubtracoouderesistirentregapunido
compenadepr isoat5anos.
2. Seovalordacoisasubtradaforelevado,apenaadepr isode1a8
anos.
3. Seo valor dacoisasubtrada forconsideravelmenteelevado, apena
depr isode2a10anos.
Art.388.
(Rouboqualificado)
1. Verificandosequalquerdascircunstnciasenumeradasnosn.s1e2do
artigo379.,ocrimederoubodescritononmeroanteriorpunido:
a) oprevistonon.1,compenadepr isode6mesesa6anos
b) oprevistonon.2,compenadepr isode18mesesa9anos
c) oprevistonon.3,compenadepr isode3a11anos.
2. Apenade3a12anosdepr iso quando:
a) orouboforcometidocomarmadefogoouqualquerdosagentesos
tentararmadefogo,nomomentodasuaprtica
b) do facto resultar, com dolo ou negligncia, perigo efectivo para a
vidadavtimaouofensagravesuaintegridadefsica.

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3. Apenade5a15anos,sedofactoresultar,attulodenegligncia,a
mortedavtimaoudeoutrapessoa.
4. Nohlugarqualificaoestabelecidanon.1semprequeovalorda
coisamvelapropriadafordiminuto.
Art.389.
(Violnciaposteriorsubtraco)
Aplicamseaspenasdoartigoanteriorqueleque,surpreendidoaseguir
subtraco,usardasformasdeviolncianeledescritasparaconservarpo
dersobreascoisasquesubtraiuouparaasseguraraimpunidade.

SecoIII
Cr imesdeApr opr iao Indevida
Art.390.
(Abusodeconfiana)
1. Quemse apropriar ilegitimamente de coisa mvel que lhe tenha sido
entregueporttulonotranslativodepropriedade,queproduzaobriga
odearestituiroudeaapresentaroudeaaplicaracertofim,puni
do com as penas estabelecidas par a o cr ime de fur to, no artigo
378.,tendoematenoovalordacoisaapropriada.
2. Atentativasempr epunvel,salvose o valor dacoisaapr opr iada
for diminuto.

Art.391.
(Abusodeconfianaqualificado)
1. Quandotiverrecebidoacoisadeque ilegitimamenteseapropriou,por
virtude de depsito imposto por lei, em razo de ofcio, emprego ou
profissoounaqualidadedetutor,curadoroudepositriojudicial,oa
gentepunidocom:
a)pena de pr iso de 6 meses a 4 anos ou com a de multa de 120 a
500dias,seovalordacoisaapropriadanoforelevado
b)penadepr isode1a6anosdeoucomademultade120a600
dias,seovalordacoisaapropriadaforelevado
c)pena de pr iso de 2 a 8 anos, se o valor da coisa apropriada for
consideravelmenteelevado.
2. Se o valor da coisa apropriada for diminuto, no h lugar qualifica
o.

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Art.392.
(Apropriaoilegtimadebens
deempresasdosectorpblico)
Quem, por fora do cargo que desempenha, tiver o poder de administrar,
geriroudispordebensdeempresapblica,sociedadedecapitaispblicos
ousociedadeemcujocapitaloEstadoparticipee,porqualquermodo,de
lesseapropriarpunidocomaspenasestabelecidasnoar tigoanter ior .

Art.393.
(Apropriaoilegtimadecoisaachada
ouemcasodeacesso)
1. Quemse apropriar ilegitimamente de coisa mvel alheia que tiver en
contradopunidocompenadepr isoat1anooucomademulta
at120dias.
2. Seovalordacoisaachadafordiminuto,apenademultaat60dias.
3. Nasmesmaspenasincorrequem seapropriarilegitimamentededinhei
roououtracoisamvelalheiaquetiverchegadosuaposseoudeten
o por engano, por efeito de fora natural ou de caso fortuito ou por
qualqueroutromeio,independentementedasuavontade.

Art.394.
(Restituiooureparao)
Aplicase aos crimes previstos neste captulo, o disposto para o crime de
furto,noartigo385.,comasnecessriasadaptaes.

Art.395.
(Procedimentocriminal)
1. Oprocedimentocriminalpeloscrimesdescritosnosartigos390.e393.
dependedequeixa.
2. Dependedeacusaoparticularoprocedimentopelocrimedeabusode
confianaprevistonoart.390.,quando:
a) o agente for cnjuge, ascendente ou descendente, adoptante ou a
doptado, parente ou afim at ao terceiro grau da linha colateral do
ofendidooupessoaquecomelevivaemcondiesanlogassdos
cnjuges
b) acoisailegitimamenteapropriadafordevalordiminutoedestinada
satisfao de necessidade urgente do prprio agente ou de qual
querdaspessoasmencionadasnaalneaanterior.

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SecoIV
Cr imesdeDano

Art.396.
(Dano)
1. Quemcausardanorelevanteacoisaalheia,destruindoa,danificandoa,
desfigurandoaouinutilizandoa,punidocomaspenasestabelecidas
par aocr imedefur tonoar tigo378.,atendendoaovalordoprejuzo
causadopelodano.
2. Considerase dano relevante o que se traduzir num prejuzo superior a
metadedosalriomnimonacionaldafunopblica.

Art.397.
(Danodecoisascomvaloreinteressepblicos)
1. Quem destruir,danificar,desfigurarouinutilizar:
a) monumentospblicosoucoisaslegalmenteclassificadasouintegra
dasnopatrimniocultural
b) coisas ou stio inventariados ou colocados sob proteco oficial da
lei
c) coisadeimportnciasignificativaparaodesenvolvimentotcnicoou
tecnolgicodoPas
d) coisaexposta,colocadaoudepositadaemarquivo,museu,biblioteca
ou possuidora de significativo valor artstico, cultural, histrico ou
cientfico
e) coisadestinadaautilidadeeusopblicos
punido compenadepr isoat8anosoucomademultaat900dias.
2. Apenadepr isoat5anosoucomademultaat600dias,seo
valordoprejuzocausadonoforelevado.
Art.398.
(Danocomviolncia)
1. Seodanoforcometidousandooagentedeviolnciacontraumapessoa
oudeameaasriaparaasuavidaouintegridadefsicaoucolocandoa
emsituaodenopoderresistirlhe,apenadepr isode2a8anos.
2. Sedofactoresultarperigoefectivoparaavidadapessoaofendidaoua
meaadaouofensagravesuaintegridadefsica,apenadepr isode
3a12anos.
3. Sedofactoresultaramortedeoutrapessoa,apenadepr isode4a
15anos.

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4. Aplicamseaspenasdosnmer osanter ior esaquem,surpreendidoa


cometer o facto, usar de violncia ou ameaa de violncia para conti
nuaracometloouparaasseguraraimpunidade.

Art.399.
(Danoinformtico)
1. Quem,comintenodecausarprejuzoaterceiro,alterar,deteriorar,i
nutilizar,apagar,suprimir,destruirou,dequalquerforma,causardanoa
sistemas ou dados informticos, conforme os define o artigo 233.,
punidocompenadepr isode6mesesa3anosoucomademulta
at360dias.
2. Amesmapenaaplicvelaquem,medianteaintroduooutransmis
so de dados informticos ou, por qualquer outra forma, interferir no
funcionamentodesistema informtico,causando intencionalmenteda
noaalgum.
3. Emcadaumdoscasosdescritosnosnmerosanteriores,apenade:
a) pr isode 1 meses a 3 anos ou de multa de 120 a 360 dias, se o
valordoprejuzonoforelevado
b) depr isode1a5anosoudemultade120a600dias,seopreju
zoforelevado
c) depr isode2a8anos,seovalordoprejuzoforconsideravelmen
teelevado.
4. Seodanocausadonoforrelevante,nostermosdoartigo396.,noh
lugaraqualificao.

Art.400.
(Reparao)
Aplicaseaoscrimesdedanoprevistonosartigos396.e399.,odisposto
noartigo385.paraofurto,comasnecessriasadaptaes.
Art.401.
(Procedimentocriminal)
1. O procedimento criminal pelos crimes de dano previstos nos artigos
396.e399.dependedequeixa.
2. O procedimento criminal depende de acusao particular quando, nos
mesmoscrimes,oagenteforcnjuge,ascendenteoudescendente,adop
tanteouadoptadoouparenteatao terceiro grauda linhacolateraldo
ofendidooupessoaquecomelevivaemcondiesanlogassdoscn
juges.

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SecoV
Outr osCr imesContr aaPr opr iedade
Art.402.
(Usurpaodeimvel)
1. Quem,pormeiodeviolnciaouameaagraveparacomaspessoas,o
cuparcoisa imvelque no lhepertenaou mantiveraocupao,com
intenode,em relaoquela,exercerdireito real noautorizadopor
lei,sentenaouactoadministrativopunidocompenadepr isoat3
anosoucomademultaat360dias,sepenamaisgravenolhecou
ber,emfunodaviolnciaouameaautilizadas.
2. Oprocedimentocriminaldependedequeixa,salvotratandosedeusur
paodeguasdeusocomum.
Art.403.
(Arrancamento,destruioealteraodemarcos)
1. Quem,comaintenodeseapropriar,parasiouparaoutrapessoa,de
coisaoupartedecoisaimvelalheia,arrancar,destruiroualterarmar
copunidocompenadepr isoat1anooucomademultaat240
dias.
2. Oprocedimentocriminaldependedequeixa.
3. aplicvelaestecrimeodispostoparaofurtonoartigo385.enaal
neaa)don.2doartigo386.,comasnecessriasadaptaes.

CAPTULOIII
CRIMESCONTRAOPATRIMNIOEMGERAL
SecoI
Cr imesdeBur la
Art.404.
(Burla)
Quem,usandodomeioastuciosoouenganoso,induziroumantiveroutrem
emerroouenganoe,comopropsitodeobterparasiouparaterceiroum
enriquecimentoilcito,alevarapraticaractosquelhecausemoucausema
terceirapessoaprejuzopatrimonialpunidocomaspenasestabelecidas
par aocr imedefur tonoar tigo378.,atendendoaovalordoprejuzopa
trimonialcausado.

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Art.405.
(Burlaqualificada)
1. Aspenasaqueserefereoartigoanteriorsoagravadas,sempreque:
a) ofactoforrealizadoaproveitandoseoagentedaparticularvulnera
bilidadedavtimaoudeocasiesdedesastre,acidenteoucalamida
depblica
b) oagentefortitulardecargopblicoouresponsveldeserviopbli
coepraticarofactonoexercciodassuasfunesouporcausade
las,usurparttulo,uniformeouinsgniadetitulardecargopblicoou
alegarfalsaordemdeautoridadepblica
c) oagentefizerdaburlamododevida
d) tiverhavidoapelopblicocolectadefundosparafinsdeassistn
ciaouajuda
e) o agente tiver utilizado para cometer o crime rgos de comunica
osocial.
2. Verificandosequalquerdascircunstnciasenumeradasnonmeroante
rior, o agente punido com as penas estabelecidas par a o cr ime de
fur toqualificadodon.3doar tigo379.,atendendoaovalordopre
juzopatrimonialcausado.
3. Seovalordoprejuzofordiminuto,nohlugarqualificao.

Art.406.
(Burlaparaobtenodealimentos,
bebidas,combustveisouservios)
1. Quem,comopropsitodenopagar:
a) consumiralimentosoubebidasemestabelecimentocomercialaberto
paraoconsumodetaisprodutos
b) utilizarquartoouserviodohotelouestabelecimentosimilar
c) abastecerveiculoautomveldecombustveloulubrificantesouutili
zarserviodelimpezaemanutenodeviaturasemempresas,esta
esdeserviooulocaisdestinadosaoabastecimentodaquelespro
dutosouprestaodaquelesservioseserecusaraliquidaradvi
dacontrada
punidocompenadepr isoat6mesesoucomademultaat60dias.
2. Namesmapenaincorrequem,comomesmopropsito,utilizartrans
porteouseintroduziremrecintopblicodeacessocondicionadocom
pradebilhete,semoteradquirido.

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Art.407.
(Burlainformticaenastelecomunicaes)
Quem,comopropsitodeobterparasiouparaterceirovantagempatrimo
nialilcita:
a) interferirnoresultadodetratamentodedadosmedianteestruturaoin
correcta de programa informtico, utilizao incorrecta ou incompleta
dedados,utilizaodedadossemautorizao,oumedianteinterveno,
porqualqueroutromodonoautorizado,noprocessamento
b) usarprogramas,dispositivoselectrnicosououtrosmeiosque,separada
ou conjuntamente, se destinem a diminuir, alterar ou impedir, no todo
ouemparte,onormalfuncionamentoouexploraodoserviodetele
comunicaes
e,pelasformasdescritas,causaraoutremprejuzosdenaturezapatrimonial
punidocomaspenasdoar tigo405..

Art.408.
(Burlarelativaatrabalhoouemprego)
Quem,comopropsitodeobter,parasi ou paraterceiro,enriquecimento
ilcito:
a) aliciarpessoasresidentesem Angola,atravsde promessasdetra
balhoouempregoempasestrangeiro
b) aliciar pessoas residentes no estrangeiro, atravs de promessas de
trabalhoouempregoemAngola
ecausarspessoasaliciadasprejuzospatrimoniaispunidocompenade
pr iso de6mesesa3anosou comademultade60a360dias.

Art.409.
(Abusodeincapazes)
Quem,foradoquadrodescritonoartigo404.,mascomopropsitodeob
ter,parasiouparaterceiro,umenriquecimentoilcitoe,abusandodasitua
odeinexperinciademenor,depessoaincapazouportadoradeanoma
liapsquica,levaressaspessoasapraticaractosqueacarretem,paraelasou
paraterceiros,um prejuzode naturezapatrimonialpunido, noster mos
daquelear tigo,comoautor docr imedebur la.
Art.410.
(Puniodatentativa)
Nos crimes de burla, a tentativa sempr e punvel, salvo se o pr ejuzo
causadofor diminuto.

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Art.411.
(Restituiooureparao)
Aplicaseaoscrimesdescritosnopresentecaptuloodispostoparaocrime
defurto,noartigo385..

Art.412.
(Procedimentocriminal)
1. Oprocedimentocriminaldependedequeixa,salvotratandosedecrime
qualificadodeburla.
2. Oprocedimentocriminaldependedeacusaoparticularquando,noca
sodonmeroanterior,oagenteforcnjuge,ascendenteoudescendente,
adoptanteouadoptado,parenteouafimataoterceirograudalinhaco
lateraldavtimaoucomelavivaemcondiesanlogassdoscnju
ges.

SecoII
Outr osCr imesContr aoPatr imnioemGer al

Art.413.
(Extorso)
1. Quem,comopropsitodeobter,parasiouparaterceiro,vantagemeco
nmicaquenolhefordevida,usandodeviolnciaoudeameaacom
mal de significativa importncia, coagir uma pessoa a proceder a uma
disposiopatrimonialquecauseprejuzoaessaououtrapessoapu
nido com as penas estabelecidas par a o cr ime de r oubo no artigo
387.,atendendoaovalordavantagemeconmicaextorquida.
2. Apenadepr isode2a12anos,quando:
a) oagentefizerusodaarmadefogoparaconcretizaraameaa
b) oagenteformembrodequadrilhaoubandodestinadosprticarei
teradadocrimecontraopatrimnioeaextorsotiversidopraticada
comacolaboraode,pelomenos,outromembrodobandoouqua
drilha
c) do facto resultar, com dolo ou negligncia, perigo efectivo para a
vidadavtimaoudeterceiroouofensagraverespectivaintegrida
defsica.
3. Apenadepr isode4a15anos,sedaviolnciaouameaaresultar,
attulodenegligncia,amortedavtimaoudeoutrapessoa.

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Art.414.
(Infidelidade)
1. Aqueleaquem,porleiouactojurdico,tiversidoconfiadooencargode
administrar, fiscalizar ou dispor de bens ou outros interesses patrimo
niaisdeoutremeintencionalmentecausaraessesbensouinteressesum
prejuzopatrimonialrelevantepunidocompenadepr isoat3anos
oucomademultaat360dias.
2. prejuzo patrimonial relevante o que tiver valor elevado, nos termos
doartigo377.oudeixaravtimaemsituaoeconmicadifcil.
3. Seosbensouinteressespatrimoniaisforemdeempresapblica,socie
dadedecapitalpblicoousociedadesemcujocapitaloEstadocompar
ticipar,apenadepr isoat5anosouademultaat600dias.
4. Oprocedimentocriminaldependedequeixa.
5. Aplicase ao crime de infidelidade o disposto para o furto no artigo
385.comasnecessriasadaptaes.

Art.415.
(Usoeabusodecartodecrdito,dbitoougarantia)
1. Quem,semconsentimentodorespectivotitularouabusandodessecon
sentimento,utilizarcartodecrdito,dbitoougarantiaparaobterdoe
mitenteumpagamento,causandoaotitulardocartoouaoutrapessoa
umprejuzopatrimonialpunidocomaspenasestabelecidaspar a o
cr ime de fur to, no artigo 378., tendo em ateno o valor do prejuzo
causado.
2. Atentativasempr epunvel.
3. aplicvel ao crime descrito neste artigo, o disposto para o crime de
furtonoartigo385. enaalneaa)don.2doartigo386..

Art.416.
(Usodecartosubtradocomviolncia)
O uso ilcito de carto de crdito, dbito ou garantia e, sendo o caso, do
correspondentecdigosecreto,subtradooureveladopormeiodeviolncia
contraumapessoaoudeumaameaacomperigoeminenteparaasuavida
ouintegridadefsicaoucolocandoaoagentenaimpossibilidadedeseopor
subtraco ou de resistir revelao, equiparado ao crime de roubo e
punvelnoster mosdosar tigos387.,388.e389.,comasnecessriasa
daptaes.

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Art.417.
(Usura)
1. Quem,comopropsitodeobter,parasiouparaterceiro,umbenefcio
patrimonial, fizer, mediante a explorao de situao de necessidade,
anomaliapsquica,incapacidade,inpcia,faltadeexperinciaoufraque
za de carcter do devedor, com que este se obrigue a prometerlhe ou
concederlheouaconcederouprometeraoutrapessoa,umavantagem
patrimonial manifestamente desproporcionada com a contraprestao
punido com pena de pr iso at 3 anos ou com a de multa at 360
dias.
2. Oprocedimentocriminaldependedequeixa.
3. Apenadepr isoat5anosoudemultaat600dias,quandooa
gente:
a) fizerdausuramododevida
b) dissimularavantagempecuniriailegtima,simulandocontratoout
tulodecrdito
c) provocarconscientemente,pormeiodausura,arunapatrimonialda
vtima.
4. Aspenassoespecialmenteatenuadasse,ataoinciodaaudinciade
julgamentoemprimeirainstncia,oagente:
a) renunciarexpressamenteentregadavantagemilegtimaprometida
b) devolveravantagemilegtimarecebida,acrescidadejuros,taxale
gal,desdeodiaemquefoirecebida
c) modificar,comoacordodaoutraparte,onegciocelebrado,dehar
moniacomasregrasdeboaf.
5. Seosfactosaqueserefereonmeroanteriorocorreremdepoisdoin
ciodojulgamento,masantesdasalegaesorais,aspenaspodemain
da,segundoascircunstncias,serespecialmenteatenuadas.

CAPTULOIV
CRIMESCONTRADIREITOSPATRIMONIAIS
Art.418.
(Frustraodecrditosexequendos)
1. Odevedorque,comintenodefrustrarumaexecuojinstauradaea
satisfao consequente da dvida exequenda, praticar actos de disposi
opatrimonialou queproduzam obrigaoouque destruir,danificar,
fizerdesaparecer,ocultarousonegarbensdoseupatrimnioou,artifi
cialeficticiamente,diminuiresteltimopunido,sevieraserjudicial
mentedeclaradoemsituaodeinsolvncia,compenadepr isoat3
anosoucomademultaat360dias.
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2. Oterceiroquepraticar o factodescrito nonmeroprecedentecomco


nhecimento do devedor ou em seu benefcio punido com pena de
pr isoat2anosoucomademultaat240dias.
Art.419.
(Falnciadolosa)
1. Ocomercianteque,comintenodeprejudicaroscredores:
a) destruir, danificar, inutilizar ou fizer desaparecer bens do seu patri
mnio
b) diminuir ficticiamente o seu activo patrimonial, dissimulando ou o
cultandoobjectosoudireitos,reconhecendocrditoseinvocandod
vidas inexistentes ou simulando, atravs de contabilidade viciada,
falsobalanoou,porqualqueroutromodo,umasituaopatrimonial
inferiorreal
c) criarouagravarartificialmenteprejuzosou,damesmaforma,redu
zirlucros
d) comprarmercadoriasacrdito,comopropsitodeasvender,ouuti
lizarempagamento,porpreosensivelmente inferioraocorrentee,
destamaneira,retardarafalncia
punido, se a falncia vier a ser judicialmente declarada, com pena de
pr isode1a5anosoucomademultade120a600dias.
2. Amesmapenaaplicadaaoconcordadoquenojustificararegulara
plicaodosvaloresdoactivoexistentedatadeconcordata.
3. O terceiro que, com conhecimento do comerciante devedor ou em seu
benefcio, praticar os factos descritos no n. 1 punido com pena de
pr isode6mesesa3anosoucomademultade90a360dias.
Art.420.
(Falncianegligente)
1. O comerciante que, com grave negligncia, se deixar cair em situao
de falncia punido, se esta vier a ser judicialmente declarada, com
penadepr isoat2anosoucomademultaat240dias.
2. Oprocedimentocriminaldependedequeixa.
Art.421.
(Favorecimentodecredores)
1. Odevedorque,conhecendoasuasituaodeinsolvnciaouprevendoa
eminncia de nela cair e, com a inteno de favorecer alguns credores
em prejuzo de outros, sobre dvidas ainda no vencidas ou solver d
vidasvencidasdeformadiferentedopagamentoemdinheiroouvalores
usuaisouoferecergarantiasaquenoeraobrigadopunido:

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a) sevieraserjudicialmentedeclaradoemestadodefalncia,compe
nadepr isoat2anosoucomademultaat240dias
b) sevieraserjudicialmentedeclaradoemestadodeinsolvncia,com
penadepr isoat1anooucomademultaat120dias.
2. Oprocedimentocriminaldependedequeixa.
Art.422.
(Perturbaodearrematao
eadulteraodeconcursopblico)
1. Quem,comintenodeobtervantagempatrimonial,parasiouparater
ceiro,impedir,viciarouprejudicarosresultadosdevendaouarremata
ojudicialououtravendaemhastapblicaautorizadaouimpostapor
lei,conseguindo, medianteddiva,promessa,violnciaouameaa,en
tendimentoououtroqualquerartificiooumeiofraudulento,quealgum
deixedelanaroulicitarouque,dealgumaforma,sejaperturbadaali
berdadedosrespectivosactospunidocompenadepr isoat3anos
oucomademultaat360dias,sepenamaisgravenolhecouberpor
outradisposiopenal,emfunodaviolnciautilizada.
2. Namesmapenaincorrequem,comamesmainteno,medianteddi
va,promessa,violncia,entendimentocomoutrosconcorrentesououtro
qualquerartificiooumeiofraudulento,determinarquealgumseafaste
de concurso regulado por direito pblico ou fizer comque, de alguma
forma,oconcursoseja desvirtuado,afastadodosseusobjectivosouse
adulteremosseusresultados.
3. Na mesma pena incorre quem, com a inteno referida nos nmeros
anteriores, aceitar ddivas, promessas ou qualquer benefcio ou vanta
gem.
Art.423.
(Receptao)
1. Quem,comintenodeconseguir,parasiouparaoutrem,vantagempa
trimonial, adquirir ou receber, a qualquer ttulo, conservar ou ocultar
coisaobtidaatravsdeactotpicoeilcitocontraopatrimniooucon
tribuirparaqueterceirodeboafaadquira,receba,conserveouoculte
punidocompenadepr isoat3anosoucomademultaat360
dias.
2. Quem,semsecertificardasuaorigem,adquiriroureceber,aqualquer
ttulo,coisaque,pelasuaqualidadeounatureza,pelacondiodapes
soaquelhaofereceroupelomontantedopreoporelapretendido,deva
razoavelmente suspeitar que provm de facto tpico e ilcito contra o
patrimniopunidocompenadepr isoat1anooucomademul
taat120dias.

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3. Apenadepr isode2a5anosoudemultade360a600dias,seo
agentefizerdareceptaomododevida.
4. Aplicase,comasnecessriasadaptaes,odispostoparaofurtonoar
tigo385.enaalneaa)don.2doartigo386..
5. O receptador punido, ainda que, por incapacidade de culpa ou outra
razolegal,onosejaoagentedofactodequeprovieracoisa.
6. Equiparamsescoisasaqueesteartigoserefereosvaloreseprodutos
que,comelas,foremdirectamenteobtidos.
Art.424.
(Auxiliomaterial)
1. Quem,tendoconhecimentodeumfactotpicoeilcitocontraopatrim
nio,ajudarosseusagentesatirarproveitodascoisasobtidascomasua
prticapunidocompenadepr isoat1anooucomademultaa
t120dias.
2. Aplicaseaoauxliomaterial,comasnecessriasadaptaes,odisposto
paraofurtonoartigo385.enaalneaa)don.2doartigo386..

TTULO VIII
CRIMES CONTRA O CONS UMIDOR E O
MERCADO
Art.425.
(Abateclandestinodeanimais)
1. Quemproceder ao abate clandestino de animais destinados a consumo
pblicopunidocompenadepr isoat1anooucomademultaa
t120dias.
2. Namesmapenaincor r emaquelesqueadquiriremparaconsumopbli
co carne de animais abatidos clandestinamente, desde que tenham co
nhecimentodanaturezaclandestinadoabate.
3. Consideraseclandestinooabatedeanimais:
a) semacompetenteinspecosanitria
b) foradosmatadourosoulocaislicenciadosparaesseefeito
c) nohabitualmenteusadosnoconsumohumano.
4. equiparadoaoabateclandestinoofornecimentoparaconsumopblico
decarnedeanimais,sempreque:
a) tiveremperecidodedoena
b) acarneestejaimprpriaparaconsumo

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c) se trate de carne de animais abatidos em actividade venatria, que


notenhasidosubmetidaainspecosanitria.
5. Emcasodenegligncia,apenademultaat120dias.
Art.426.
(Aambarcamento)
1. Quem,emprejuzodoabastecimentoregulardomercadoeemsituao
dedificuldadeouirregularidadedeabastecimentodebensessenciaisou
deprimeiranecessidadeoudematriasprimasindispensveissuapro
duo:
a) os ocultar ou armazenar em locais no indicados s autoridades de
fiscalizao,quandotalindicaoforexigida
b) recusarvendlos,segundoosusosdarespectivaactividade
c) recusarouretardarasuaentrega,depoisdeencomendadoseaceiteo
respectivofornecimento
d) encerraroestabelecimentoouolocaldeexercciodaactividadeco
mercial,comofimdeimpediravenda
e) adquirirbensemquantidadesmanifestamentesuperioressnecessi
dadesdeabastecimentoourenovaonormaldassuasreservasem
armazm
f) condicionaravendacompradeoutrosbens,doprpriooudeter
ceiro, ou pedir por eles preo manifestamente exorbitante, com o
propsitodedesencorajarocompradoraadquirilos,
punidocompenadepr isoat3anosoucomademultaat360dias.
2. Emcasodeneglignciadoagente,apenadepr isoat1anooude
multaat120dias.
3. No constitui aambarcamento a recusa de venda de matriasprimas,
mercadoriasoubens:
a) indispensveisaoabastecimentodomsticodoprodutoroudovende
dor
b) em quantidade manifestamente desproporcionada s necessidades
normaisdeconsumodoadquirente
c) em quantidade susceptvel de prejudicar a justa repartio entre a
clientela
d) porjustificadafaltadeconfianadovendedorquantopontualidade
dopagamentopeloadquirente,tratandosedevendaacrdito.
Art.427.
(Especulao)
1. Quem,sendocomercianteoudedicandosehabitualmenteaocomrcio:

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a) venderbensoumercadoriasporpreosuperioraolegalmenteestabe
lecidoou,nohavendopreolegalmenteestabelecido,commargem
delucrolquidosuperiora20%nasvendasporgrossooua40%nas
vendasaretalho
b) venderbensoumercadoriasporpreosuperioraoconstantedaseti
quetas,listasouletreiroselaboradospeloprpriovendedor
c) expuseroudetiverparavendabensque,porunidade,devamterpeso
oumedida,quandoestesforeminferioresaopesooumedidaencon
trados ou, quando embalados, as quantidades forem inferiores s
mencionadasnaembalagem
punidocompenadepr isoat3anosoucomademultaat360dias.
2. Seascondutasdescritasnonmeroanteriorforemdevidasanegligncia
doagente,apenadepr isoat1anooudemultaat120dias.
Art.428.
(Fraudesobremercadorias)
1. Quemfabricaroutransformarmercadoriasouimportar,exportar,arma
zenar,transportar,detiver,expuservenda,vender,puseremcirculao
oudistribuirmercadoriasfalsificadasouimitadas,fazendoaspassarco
mogenunasouinalteradasoudenaturezadiferenteoumercadoriasde
qualidadeinferiorsque,peloagente,lhesoatribudaspunidocom
penadepr isoat1anooucomademultaat120dias.
2. Emcasodenegligncia,apenadepr isoat6mesesoudemulta
at90dias.
Art.429.
(Corrupo,adulteraooufalsificao
desubstnciasalimentares)
1. Quemcorromper,adulteraroufalsificarsubstnciasalimentaresoupro
dutosalimentaresdestinadosaconsumopblicopunidocompenade
pr isoat3anosoucomademultaat360dias,sepenamaisgrave
nolhecouber,nostermosdeoutradisposiopenal,emfunodope
rigocriadooudodanoproduzidocomacondutadescrita.
2. Namesmapenaincorrequem:
a) importar,exportar,detiver,entregaroudistribuirsubstnciasoupro
dutosalimentaresdestinadosaconsumo pblicocorrompidos,adul
teradosoufalsificados
b) importar,exportar,vender,colocarvenda,entregaroudistribuiras
substncias ou produtos mencionados na alnea anterior que estive
remforadoprazodevalidadeouseencontraremalteradosouavaria
dospelaacodotempooudosagentesnaturaisaqueestiveremex
postos.

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3. Emcasodenegligncia,apenadepr isoat1anooudemultaat
120dias.
4. Seassubstnciasouprodutossedestinaremaalimentaodeanimais,a
pena de pr iso at 2 anos ou de multa at 240 dias, se pena mais
gravenoforaplicvel,poroutradisposiopenal,emfunodoperigo
criadooudodanoproduzidopelacondutadoagente.
5. Seofactodescritononmeroanteriorsedeveraneglignciadoagente,
apenadepr isoat9mesesoudemultaat90dias.
Art.430.
(Destruioouaplicaoindevida
dematriasprimasebens)
1. punido com as penas estabelecidas par a o cr ime de aambar ca
mento quem,emprejuzodoabastecimentodomercado:
a) destruirosbenseasmatriasprimasaquerefereoartigo426.
b) asaplicarafinsdiferentesdaqueleaqueestavamnormalmentedesti
nados,doimpostoporleioudodeterminadoporautoridadecompe
tente.
2. Nas mesmas penas incorre quem destruir, danificar ou inutilizar bens
prpriosqueforem essenciaisparaaeconomiadopas.
3. Emcasodeneglignciadoagente,apenadepr isoat1anooude
multaat120dias.
Art.431.
(Publicidadeenganosa)
1. A publicidade comercial que comportar indicaes relativas a bens ou
serviossusceptveisdeinduziroconsumidoremerroacercadanature
za,composio,origem,datadefabrico,qualidadesessenciaisouresul
tados da sua utilizao, amplitude e valor de garantia ou condies de
compra, devoluo, reparao ou manuteno punida com pena de
pr isoat1anooucomademultaat120dias.
2. Considerasepublicidadecomercial,paraosefeitosdonmeroanterior,
todaainformaonolegalmenteimposta,emitidacompropsitodirec
to de promover, junto do pblico, a venda de um bem ou servio seja
qualforoumeiodecomunicaoutilizado.

Art.432.
(Recusadeprestarinformaes)
1. Quem:

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a) no contexto da realizao de inquritos ou preenchimento de mani


festos ordenados por entidade competente, para efeitos de conheci
mentooficialdasexistnciasdedeterminadosbens,noprestarasin
formaesquelheforemsolicitadasouasprestarfalsaoudeficiente
menteouserecusarafornecerquaisqueroutroselementosque,com
omesmofim,lheforemexigidos
b) no prestar ou prestar falsa ou deficientemente as informaes que,
paraefeitosdefiscalizao,lheforemsolicitadasouexigidasrelati
vasaplicaoderegimesdepreosemvigorouaomovimentode
empresasouestabelecimentos
c) no proceder apresentao de mercadoria, escrita, contabilidade e
documentaoquelheforemsolicitadasouexigidaspelasentidades
competentesparafiscalizar,investigarouinstruirprocessospelosti
posdeilcitodescritosnopresentettulo
punidocompenadepr isoat1anooumultaat120dias.
2. equiparadossituaesaqueserefereonmeroanterior,onocum
primento dos prazos legalmente fixados ou ordenados, pela entidade
competente,paraoagenteprestarasinformaesouapresentaroufor
neceroselementosreferidosnomesmonmero.
3. Havendo negligncia, o agente punido com pena de multa at 120
dias.
Art.433.
(Exportaoilcitadebens)
Quemprocederexportaodebens,dependentedelicenciamento,sema
licenaemitidapelaentidadecompetentepunidocompenadepr isoa
t2anosou comademultaat240dias.
Art.434.
(Fraudenaobtenodesubsdioousubveno)
1. Quem obtiversubsdioousubveno:
a) fornecendosentidadescompetentesparaosconceder,informaes
falsas,inexactasouincompletas,relativasafactosfundamentaispara
asuaconcessoouomitindoessesfactos
b) utilizandodocumentojustificativododireitoaosubsdioousubven
ooudefactosfundamentaisparaasuaconcesso,obtidomediante
informaesnoexactasouincompletas
punidocompenadepr isoat5anos.
2. Apenadepr isode2a8anos,quandoosubsdioousubvenofor
de valor consideravelmente elevado, nos termos da alnea a) do artigo
377..

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3. Consideramse fundamentais para a concesso do subsdio ou subven


oosfactos:
a) comotaldeclaradospelaleioupelaentidadequeconcederosubs
dioousubveno
b) dequedependerlegalmenteaconcesso,oreembolso,amanuteno
ourenovaodosubsdioousubveno.
Art.435.
(Fraudenaobtenodecrdito)
1. Quempedir e obtiver a concesso de um crdito destinado a uma em
presaouestabelecimentoe,paraaobter:
a) prestar informaes falsas ou incompletas que sejam fundamentais
paraaconcesso
b) utilizardocumentoscomprovativosdasituaoeconmicadocandi
datoconcessodocrditofalsos,incompletosoudesactualizados
c) ocultaradeterioraodasituaoeconmicadocandidatoconces
sodocrdito,ocorridadepoisdaformulaodorespectivopedido,
punidocompenadepr isoat3anosoucomademultaat360dias.
2. O disposto no nmero anterior aplicase s prorrogaes do prazo de
concessoe,emgeral,aqualqueralteraodoregimedascondiesdo
crditoconcedido.
3. A pena de 1 a 5 anos, se o valor do crdito obtido for consideravel
menteelevado,nostermosdaalneaa)doartigo377..
4. Havendo negligncia do agente, a pena de pr iso at 1 ano ou de
multaat120dias,nocasodon.1,edepr isoat2anosoudemul
taat240dias,nocasodescriton.2.
5. Consideramsefundamentaisparaosefeitosdaalneaa)don.1,asin
formaes de que a lei ou o concedente fizerem depender a concesso
docrdito.
6. sempr epunvelatentativadosfactosdescritosnosn.s1e2.
Art.436.
(Utilizaoindevidadesubveno
ousubsdiooudecrdito)
1. Quem utilizar valores obtidos a ttulo de subsdio ou subveno para
fins diferentes daqueles a que se destinavam punido com pena de
pr isoat2anosoucomademultaat240dias.
2. Namesmapenaincorrequemutilizarumvalorobtidoatravsdacon
cessodecrditopara fim diferente doprevisto na linha decrditoou
determinadopelaentidadelegalmentecompetente.

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Art.437.
(Atenuaoespecialdaspenas)
Aspenasprevistasnosartigos434., 435.e436.soespecialmenteate
nuadas,seobeneficiriodevolverovalorrecebidoattulodesubsdioou
subvenoouodevedor liquidaradvidaresultantedocrditoconcedido,
acrescidodosjurostaxalegalqueforemdevidos,ataoinciodaaudin
ciadojulgamentoemprimeirainstncia.

Art.438.
(Corrupopassiva)
1. Quem,nopossuindoaqualidadedefuncionriopblico,nostermosdo
artigo361.,etrabalhando,exercendocargooudesempenhandofunes
paraqualquerassociaoouorganizaooupessoacolectiva,regularou
irregularmenteconstituda,dosectorprivado,directaouindirectamente,
porsioupor interpostapessoa,receberparasiouparaterceiro,vanta
gemouaceitarpromessadela,quenolhesejadevida,comocompen
saodecondutacontrriaaosseusdeveresprofissionaisoufuncionais
e,dessemodo,violarasregrasdaconcorrnciaoucausarprejuzopatri
monial aterceiroouentidadeparaquemtrabalhar,exercercargoou
desempenharfunespunidocompenadepr isoat2anosoucom
ademultaat240dias.
2. Seoagentenochegaraviolarnenhumdosseusdeveresprofissionais
oufuncionais,masaceitarapromessaoureceberbenefcio,apenade
pr isoat1anooudemultaat120dias.
3. Se,emqualquerdoscasosdescritosnosnmerosanteriores,oagentere
pudiarapromessaoudevolverobenefciorecebidoantesdecausarpre
juzo e de executar a conduta violadora dos seus deveres profissionais
oufuncionaisficaisentodapena.

Art.439.
(Corrupoactiva)
1. Quem, por si ou atravs de terceiro, fizer as promessas ou oferecer as
vantagensmencionadasnoartigoanterioraoagentedofactoadescrito
punidocompenadepr isoat3anosoucomademultaat360
dias.
2. Seoagente,antesdaprticadofactodescritonoartigoanterior,retirar
expressamenteapromessaoupedirarestituiodasvantagensofereci
das,apenadepr isoat18mesesoudemultaat180dias.

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Art.440.
(Corruponodomniodocomrciointernacional)
1. Quemoferecer ou prometer a funcionrio pblico, nacional ou estran
geiro,ouatitulardecargopolticoestrangeiroqualquerbenefciopara,
deformailcita,delesconseguiralteraroumantercontrato,negcioou
posiovantajosanodomniodocomrciointernacionalpunidocom
penadepr isode1a5anos.
2. Paraosefeitosdonmeroanterior,consideramse:
a) Funcionriospblicosnacionaisosreferidosnoartigo361.
b) Funcionriospblicosestrangeiros,osque,poreleioounomea
o,exerceremcargooufunodenaturezapblicaparapasestran
geiroouparaempresaouorganismodeserviospblicosdepases
trangeiro, assim como os trabalhadores ou agentes de organizaes
internacionaisousupraestaduaisdedireitopblico
c) Titulares de cargos polticos estrangeiros, as pessoas que, dessa
maneira,foremqualificadaspelaleidopasparaquemexerceremos
cargos.

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