Tese Acusatoria
Tese Acusatoria
Tese Acusatoria
Integrantes Anny Carolaine Ellida Tarcila dos Santos Oliveira Djeyne Roxanna Alves Pereira Luciana Soares Figueiredo Maria Camily Soares Neves
No presente caso cinco membros de uma sociedade de exploradores ficaram presos em uma caverna, em consequncia de um desmoronamento que bloqueou a nica sada. Ao descobrirem sua localizao uma equipe de socorros foi enviada ao local. Depois de alguns dias conseguiram ter contato com aqueles que encontravam-se fora da caverna por um radio transistorizado, capaz de receber e enviar mensagens. Esgotadas as provises de que dispunham, perguntaram ao mdico da equipe se poderiam resistir alimentando-se da carne de um deles. Muito a contragosto, o mdico respondeu afirmativamente. A partir desse momento, interrompeu-se a comunicao. Quando a equipe conseguiu chegar at os cinco homens, Roger Whtemore j havia sido morto e servido de alimento a seus companheiros que se diziam amigos. Com efeitos, no h dvidas conforme os fatos constantes nos autos, que os rus praticaram de forma livre e consciente, sem pudor, o delito de homicdio. A assertiva da acusao fundamenta-se no fato dos acusados terem tramado e premeditado a morte de um homem inocente, para servir de alimento para seus companheiros na situao visvel de canibalismo, antropofagia, no ato em que a vida humana foi totalmente banalizada e aps ter ocorrido este ato delituoso ficaram em silncio por nove dias, tendo como desculpa o fim da bateria do aparelho. Onde fica a conscincia destas pessoas? A covardia e crueldade que tiveram neste ato ilcito? Sim, pois foram quatro contra um. A deciso de matar Roger para se alimentar de sua carne foi negligente, no haveria necessidade de urgncia, j que s passavam apenas 3 dias que no se alimentavam pois a comida que eles tinham acabaram no vigsimo dia. *Mesmo diante do acordo que foi estabelecido entre eles, acordo este que Roger Whetmore declarou que desistia, pois havia refletido e decidido esperar mais uma semana, os rus por sua vez no aceitaram e o acusaram de violao do acordo e procederam ao lanamento dos dados. Quando chegou a vez do Roger um dos acusados atirou-os em seu lugar, e neste momento tendo-lhe sido adversa a sorte, foi ento morto por apenas um simples lanamento de dados. por um jogo que devemos decidir morrer ou nos mantermos vivos? . O estado enviou equipes de salvamento para os exploradores, e durante a tentativa de chegar at eles, 10 trabalhadores morreram tentando salvar a vida de 5 exploradores, e no apenas de 4. Baseado nos fatos notrio que a defesa argua como excludente de ilicitude o estado de necessidade. Pode-se atestar que no caso atual esta no se aplica pois caracterizava-se por uma situao de condenao de morte ntida pois eles passaram muitos dias sem alimentos portanto havia uma probabilidade de morte maior do que a de vida, diante a situao dos exploradores, mas no poderia ser descartada como um todo a chance de sarem com vida mesmo aps os 23 dias. A deciso de matarem uma das vtimas para se alimentarem
da sua prpria carne foi inteligente, mas no haveria a necessidade de urgncia, j que s tinham apenas 3 dias que no se alimentavam. Mesmo diante o acordo que foi estabelecido entre eles, ainda assim, deveriam estender o prazo at ultima hora e depois tomarem uma deciso. Segundo Charles Darwin os mais fortes em situao de perigo sempre sobrevivem sendo assim os exploradores no morreriam todos ao mesmo tempo e conseqentemente o primeiro a morrer serviria de alimento para os outros no vislumbrando assim estado de necessidade. Para Nucci (2010), o estado de necessidade o sacrifcio de um interesse juridicamente protegido para salvar de perigo atual e inevitvel o direito do prprio agente ou do terceiro desde que outra conduta no seja exigida. Na situao dos exploradores o contato com pessoas de fora caverna j tinha sido feito e o resgate chegaria, portanto era possvel exigir outra conduta dos assassinos. O artigo 24 do cdigo penal fala sobre o salvamento por sacrifcio de outrem, porm questiona-se: Qual o direito tem um ser humano de tirar a vida de outro? Falava-se ali de pessoas com alto grau de escolaridade cientistas pessoas que deveriam prever que algum iria morrer primeiro por ser mais fraco e conseqentemente serviria de alimento.
Referente ao estado de necessidade justificante, no estaria configurado, pois as tantas vidas salvas em face da morte de um deles no so bem jurdico de maior valor, mas sim de igual valor, j que todos so fins em si mesmos. No caso dos exploradores de caverna no, eles realizaram sorteios e assassinaram uma pessoa para praticar o canibalismo. Portanto, no agiram em legtima defesa, mas sim, cometerem crime de homicdio. A vida um bem indisponvel. Matar algum ainda que seja para sobrevivncia prpria homicdio. Nenhuma vida mais valiosa do que a outra. Ambas se equivalem em perfeita harmonia e peso. No Brasil e em muitos outros pases, muitas pessoas morrem de fome em algumas regies e nem por isso existe qualquer ocorrncia relatada de que pessoas tenham adotado o canibalismo para saciar tal fome. Ser que a fome no interior de uma caverna justifica assassinatos e fora dela no? Ao invs de sacrificar a vida do prximo com a justificativa para se alimentar, porque que cada um no se auto-flagelou, mutilando a si prprio, e assim faziam uso de partes do seu corpo para se alimentar. No fizeram porque a natureza racional do homem sempre preterida pela natureza animal em situaes de perigo.
Com efeito, no h duvida que conforme os fatos constantes nos autos que os rus praticaram de forma livre e consciente, sem pudor o delito de homicdio e diante do exposto, o Ministrio Pblico requer a condenao dos rus com
base no artigo 121, pargrafo II, inciso IV do Cdigo Penal Brasileiro, para que seja feita justia.
Referncias.
------------ Cdigo Penal Brasileiro e Constituio da Republica Federativa do Brasil. ------------Teoria de Darwin. ( http://www.grupoescolar.com/pesquisa/teoria-de-darwinselecao-natural-das-especies.html) ------------- (Autos do processo. O caso dos Exploradores de Caverna, com traduo de Ricardo Rodrigues Gama). -------------(Autos do processo- traduo Ivo de Paula, LL. M.- Mestre em Direito Internacional Bancrio e Comrcio Exterior pela American University em Washington, DC, nos Estados Unidos- pg.8).