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Exegese Bíblica

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Curso Livre de Graduao Bacharelado

Faculdade de Educao Teolgica Fama

FACULDADE DE EDUCAO TEOLGICA FAMA

CURSO LIVRE DE TEOLOGIA

EXEGESE BBLICA

Exegese Bblica

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INTRODUO O que Exegese? Exegese: do Grego: ek + egnomai = ek + egomai, penso, interpreto, arranco para fora do texto. a prtica da hermenutica sagrada que busca a real interpretao dos textos que formam o Antigo e o Novo Testamento. Vale-se, pois, do conhecimento das lnguas originais (hebraico, aramaico e grego), da confrontao dos diversos textos bblicos e das tcnicas aplicadas na lingustica e na filosofia. "A Bblia ao mesmo tempo humana e divina, exige de nossa parte a tarefa de interpret-la."

O QUE E DO QUE TRATA A EXEGESE BBLICA

Definies Dicionrio Teolgico: Exegese Estrutural: latim strutura (disposio interna de uma construo). Doutrina que sustenta estar o significado do texto bblico alm do processo de composio e das intenes do autor. Neste mtodo levado em conta as estruturas e padres do pensamento humano. Noutras palavras: o crebro guiado por determinadas estruturas e padres, alm dos quais no podemos avanar. Exegese Gramtico-Histrica: Princpio de interpretao bblica que leva em conta apenas a sintaxe e o contexto histrico no qual foi composta a Palavra de Deus. Tal mtodo acaba por tirar da Bblia o seu significado espiritual. No se pode ignorar as verdades que se acham escondidas sob o smbolo e enigmas das pores escatolgicas e apocalpticas do Livro Santo. Na interpretao da Bblia, no podemos esquecer nenhum detalhe. Todos so importantes. Exegese Teolgica: Princpio de interpretao bblica que toma por parmetro as doutrinas sistematizadas pelos doutores da Igreja. Neste caso, a Bblia submetida doutrina. Mas como esta nem sempre se encontra isenta de interpretaes particulares e tradies meramente humanas, corre-se o risco de se valorizar mais a forma que o contedo. O correto submeter a dogmtica ao crivo da infalibilidade da Palavra de Deus. Definio de Exegese: Guiar para fora dos pensamentos que o escritor tinha quando escreveu um dado documento, isto , literalmente significa "tirar de dentro para fora", interpretar. Dicionrio Aurlio: (comentrio para esclarecimento ou interpretao minuciosa de um texto ou de uma palavra. Aplica-se especificamente em relao gramtica, Bblia, s Leis.) Grego: exhgesis = exegesis = narrao, exposio, exegese. Grego: exegeomai = exegeomai = conduzir, guiar, dirigir, governadar, explicar pormenorizadamente, interpretar, ordenar, prescrever, aconselhar. Grego: exegeths = exegets = diretor, instrutor, intrprete, expositor, exegeta

Exegese a disciplina que aplica mtodos e tcnicas que ajudam na compreenso do


texto.

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EISEGESE Existe ainda a EISEGESE (ver grifo), a qual tem a seguinte definio. Grego: Eisegeses = Eisegesis = consiste em introduzir (inferncia) em um texto alguma coisa que algum deseja que esteja ali, mas que na verdade no faz parte do mesmo. Dicionrio Teolgico: Eisegese: Antnimo da exegese. Nesta, a Bblia interpreta-se a si mesma. Naquela, o leitor procura imprimir ao texto sagrado a sua prpria interpretao. A exegese a me da ortodoxia doutrinria. J a eisegese a matriz de todas as heresias. Ela gera o misticismo, e este acaba por dar luz aos erros e aleijes doutrinrios. Levemos em conta, tambm, que a eisegese prpria da especulao que, por sua vez, a principal caracterstica da filosofia. Ora, se o nosso compromisso com a Teologia, subentende-se que a matria-prima de nossa lide a revelao. Logo, a exegese a nossa ferramenta. A Palavra de Deus no precisa de nossa interpretao, porquanto se interpreta a si mesma. Ela reivindica to-somente a nossa obedincia. Grego: Exegese = Exegese = consiste em extrair de um texto qualquer mediante legtimos mtodos de interpretao o que se encontra ali. A exegese o estudo rigoroso de um texto, a partir de regras e conceitos metodolgicos, pelos quais se busca alcanar o melhor sentido daquilo que est escrito. Quando aplicado ao estudo da Bblia especificamente, denominamos de "Exegese Bblica". A Bblia um livro difcil. Difcil porque antigo, foi escrito por orientais, que tm uma mentalidade bem diferente da greco-romana, da qual ns descendemos. Diversos foram os seus escritores, que viveram entre os anos 1200 a.C. a 100 d.C. Isso, sem contar que foi escrita em lnguas que hoje, ou so inexistentes, como o Aramaico da Palestina, ou totalmente modificadas, como o hebraico e o grego Koin, fato este que dificulta enormemente uma traduo, pois muitas vezes no se encontram palavras adequadas. Outra razo para se considerar a Bblia um livro difcil que ela foi escrita por muitas pessoas, s vezes at desconhecidas e em situaes concretas das mais diversas. Por isso, para bem entend-la necessrio colocar-se dentro das situaes vividas pelo escritor, (lembre da Disciplina Panorama Bblico). Quando muito, consegue-se uma aproximao metodolgica deste entendimento. Alm do mais, a Bblia um livro inspirado e muito importante saber entender esta inspirao, para haurir com proveito a mensagem subjacente em suas palavras. Dizer que a Bblia inspirada no quer dizer que o escritor sagrado (ou hagigrafo) foi um mero instrumento nas mos de Deus, recebendo mensagens ao modo psicogrfico. necessrio entender o significado mais prprio da 'inspirao' bblica. Vale salientar que enganos podero acontecer por causa de uma interpretao bblica literal, porque uma interpretao ao "p da letra" no revela o sentido mais adequado de todas as palavras. Para que no acontea conosco incidir neste equvoco, devemos aprender a nos colocar na situao histrica de cada escritor em cada livro, conhecer a situao social concreta da sociedade em que ele viveu, procurar entender o que aquilo significou no seu tempo e s ento tentar aplicar a sua mensagem s nossas circunstncias atuais.

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COMO FAZER EXEGESE

Na atualidade a mdia, especialmente a TV e o rdio tm sido usados como instrumentos para espalhar a palavra de Deus, mas ao mesmo tempo tem provocado na mente de muitos cristos a "lerdeza do pensar". Hoje existe o "evangelho solvel", "evangelho do shopping center", "dos iluminados", etc. Mas pouco se estuda a fonte do evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo, isto muito mais do que uma leitura diria e muitas vezes feita as pressas para cumprir um ritual.

CINCO REGRAS CONCISAS

1. Interpretar lexicalmente. conhecer a etimologia das palavras, o desenvolvimento histrico de seu significado e o seu uso no documento sob considerao. Esta informao pode ser conseguida com a ajuda de bons dicionrios. No uso dos dicionrios, deve notar-se cuidadosamente o significar-se da palavra sob considerao nos diferentes perodos da lngua grega e nos diferentes autores do perodo. 2. Interpretar sintaticamente: o interprete deve conhecer os princpios gramaticais da lngua na qual o documento est escrito, para primeiro, ser interpretado como foi escrito. A funo das gramticas no determinar as leis da lngua, mas exp-las. O que significa, que primeiro a linguagem se desenvolveu como um meio de expressar os pensamentos da humanidade e depois os gramticos escreveram para expor as leis e princpios da lngua com sua funo de exprimir idias. Para quem deseja aprofundar-se preciso estudar a sintaxe da gramtica grega, dando principal relevo aos casos gregos e ao sistema verbal a fim de poder entender a estruturao da lngua grega. Isto vale para o hebraico do Antigo Testamento. 3. Interpretar contextualmente. Deve ser mantido em mente a inclinao do pensamento de todo o documento. Ento pode notar-se a "cor do pensamento", que cerca a passagem que est sendo estudada. A diviso em versculos e captulos facilita a procura e a leitura, mas no deve ser utilizada como guia para delimitao do pensamento do autor. Muito mal tem sido feita esta forma de diviso a uma honesta interpretao da Bblia, pois d a impresso de que cada versculo uma entidade de pensamento separado dos versculos anteriores e posteriores. 4. Interpretar historicamente: o interprete deve descobrir as circunstncias para um determinado escrito vir existncia. necessrio conhecer as maneiras, costumes, e psicologia do povo no meio do qual o escrito produzido. A psicologia de uma pessoa tambm incluir suas idias de cronologia, seus mtodos de registrar a histria, seus usos de figura de linguagem e os tipos de literatura que usa para expressar seus pensamentos. 5.Interpretar de acordo com a analogia da Escritura . A Bblia sua prpria intrprete, diz o princpio hermenutico. A bblia deve ser usada como recurso para entender ela mesma. Uma interpretao bizarra que entra em choque com o ensino total da Bblia est praticamente certa de estar no erro. Um conhecimento acurado do ponto de vista bblico a melhor ajuda.

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O PROCEDIMENTO EXEGTICO

01 - O procedimento errado. Ler o que muitos comentrios dizem com sendo o significado da passagem e ento aceitar a interpretao que mais agrade. Este procedimento errado pelas seguintes razes: encoraja o intrprete a procurar interpretao que favorece a sua pr-concepo e; forma o hbito de simplesmente tentar lembrar-se das interpretaes oferecidas.

Isto para o iniciante, frequentemente resulta em confuso e em ressentimento mental a respeito de toda a tarefa da exegese. Isto no exegese, outra forma de decorar de forma mecnica e muito desinteressante. O pssimo resultado e mais srio do "procedimento errado" na exegese que o prprio interprete no pensa por si mesmo.

02 - O procedimento correto. O interprete deve perguntar primeiro o que o autor diz e depois o que significa a declarao. Consultar os dicionrios para encontrar o significado das palavras desconhecidas ou que no so familiares. preciso tomar muito cuidado para no escolher o significado que convm ao interprete apenas. Depois de usar bons dicionrios, uma ou mais gramticas devem ser consultadas para entender a construo gramatical. No verbo, a voz, o modo e o tempo devem ser observados por causa da contribuio idia total. O mesmo cuidado deve ser tomado com as outras classes gramaticais. Tendo as anlises lxicas, morfolgica e sinttica sido feitas, preciso partir para anlises de contexto e histria a fim de que se tenha uma boa compreenso do texto e de seu significado primeiro e, com os passos anteriores bem dados, o interprete tem condies de extrair a teologia do texto, bem como sua aplicao s necessidade pessoais dele, em primeiro lugar, e s dos ouvintes. O Que o texto tem com a minha vida? Ou com os grandes desafios atuais?

O USO DE INSTRUMENTOS 1. Comentrios: eles no so um fim em si mesmo. O interprete deve manter em mente o clima teolgico em que foram produzidos, porque isso afeta de maneira direta a interpretao das Escrituras. Um comentarista pode ser capaz, em certa media, de evitar "vias" (tendncias) e permitir que o documento fale por si mesmo, mas sua nfase nos vrios pensamentos na passagem ser afetada pela corrente de pensamento de seus dias. Os comentrios principalmente os livros de devoo ou meditao espiritual, tm a marca de ficar desatualizados. Prefira os comentrios crticos e exegticos. Uso de dicionrio e gramticas: importante ter em mente a data da publicao. Todas as tradues de uma palavra devem ser avaliadas e no apenas tirar s o significado que interessa a nossa interpretao. Explore o recurso dos prprios sinnimos. Por exemplo, a palavra pobre traduo de duas palavras gregas. [penef e ptohoi-transliterado por Jotaeme]. A primeira significa carente do suprfluo, que vive modestamente, com o necessrio e a segunda, significa mendigo, desprovido de qualquer sustento. Sabendo disto, o que significa ento as palavras encontradas em Mateus 5:3, onde encontramos a traduo de pobre em muitas verses modernas da Bblia? Era penef ou era ptohoi a quem Jesus se referia? Antes de tudo devemos conhecer o instrumento ou fundamento dos estudos exegticos, a prpria Bblia, este o objeto desta introduo, uma familiaridade com as escrituras.
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NDICE DESTA PRIMEIRA PARTE DA DISCIPLINA

INTRODUO

CAPTULO I A ESCRITURA 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 A natureza da escritura e o seu valor como texto A inspirao da escritura A inspirao divina A unidade da escritura A infalibilidade da escritura A autoridade da escritura A necessidade da escritura A clareza da escritura A suficincia da escritura

CAPTULO II O LADO ESPIRITUAL DA ESCRITURA SAGRADA 2.1 2.2 2.3 A bblia nossa nica fonte e regra de f e prtica A bblia clara em suas declaraes sobre a salvao e santificao A bblia suficiente para nos ensinar tudo em matria de f

CAPTULO III OS LIVROS APCRIFOS E O CNON BBLICO CHAMADO DE PROTESTANTE. 3.1 3.2 3.3 3.4 A posio catlica romana Argumentos catlicos em favor dos apcrifos Resposta aos argumentos catlicos Argumentos a favor do cnon protestante

3.4.1 - Argumentos histricos 3.4.2 - Argumentos doutrinrios 3.5 Concluso neste assunto

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CAPTULO IV O PERSONAGEM CENTRAL DO LIVRO: JESUS CRISTO-VERDADE OU MITO? 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 4.7 Introduo O que seria um personagem da histria? A Problemtica da fonte Jesus: um homem localizado na histria Fontes no-bblicas atestam a historicidade de Jesus Consideraes sobre a existncia de Jesus Cristo Concluso neste assunto

CAPTULO V O CONHECIMENTO DE JESUS CRISTO ESTUDOS DE INTERPRETAO DO TEMA. 5.1 5.2 Introduo Como Jesus visto por diferentes religies

5.2.1 - A "unidade crist" 5.2.2 - "JESUS", o irmo de lcifer 5.2.3 - "JESUS", uma idia espiritual 5.2.4 - "JESUS", o arcanjo miguel 5.2.5 - "JESUS", ainda preso numa cruz 5.2.6 - "JESUS", o bilionrio 5.2.7 - O "JESUS" do movimento da f e das igrejas psicologizadas 5.3 Concluso neste assunto

CAPTULO VI LINHAS TEOLGICAS ORIGINADAS DA BBLIA. 6.1 Linhas teolgicas

6.1.1 - Teologia catlica romana 6.1.2 - Teologia natural 6.1.3 - Teologia luterana 6.1.4 - Teologia anabatista 6.1.5 - Teologia reformada 6.1.6 - Teologia arminiana 6.1.7 - Teologia wesleyana

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6.1.8 - Teologia liberal 6.1.9 - Teologia existencial 6.1.10- Teologia neo-ortodoxa 6.1.11- Teologia da libertao 6.2 Concluso neste assunto

ANEXO 1 OS 39 ARTIGOS DE F DA RELIGIO ANGLICANA REFERENCIAL DE NOTAS E BIBLIOGRAFIA NOTAS BIBLIOGRAFIA

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INTRODUO A Bblia um Livro por excelncia, o livro pelo qual Deus nos fala e, por conseguinte, como muitos ainda acreditam, ela deveria ser lida de joelhos. Ela d testemunho de si mesma quando diz que a espada do Esprito (Efsios 6:17), que penetra fundo em nossa alma (Hebreus 4:12). Ela no como palavras de homens: passageiras e que se desvanecem sem serem percebidas. Ao contrrio, suas verdades, que so eternas, so fonte de bnos para todos que a recebem pela f, pois sua leitura e compreenso requerem f. Pela sua leitura acontece a f: De sorte que a f pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus (Romanos 10:17). A Bblia tambm o cdigo de julgamento para todos aqueles que a ignoram. Quando mergulhamos nas suas pginas, nos deparamos com a histria da redeno da humanidade. Este plano est em curso e desafia a todos os que confessam Jesus Cristo como Senhor a participarem da sublime tarefa de alcanar todos os povos com a mensagem da graa de Deus. Este um trabalho de pesquisa sobre a Bblia, entre a gama de opes que poderamos pesquisar selecionamos os que achamos mais relevantes, mostrar uma viso geral, algo no muito aprofundado em doutrina ou teologia, mas uma leitura agradvel sobre esta Palavra que no volta vazia. Falaremos aqui sobre a formao do cnon, os livros apcrifos, a influncia da Bblia, sobre as linhas teolgicas surgidas dela, etc. Porm, mais importante que isso, falaremos tambm de Cristo, as vises que outras religies tem do Nosso Salvador, a sua historicidade. Hoje, mais que nunca, devemos ter em mente o conhecimento da Palavra a quem servirmos para no pecarmos por falta de conhecimento desta mesma palavra.

CAPTULO I A ESCRITURA Temos estabelecido que a Escritura Sagrada a autoridade ltima no sistema cristo, e que nosso conhecimento de Deus depende dela. Portanto, apropriado comear o estudo da teologia examinando os atributos da Escritura Sagrada, que de agora em diante chamaremos apenas de Escritura.

1.1 - A NATUREZA DA ESCRITURA E O SEU VALOR COMO TEXTO Devemos enfatizar a natureza verbal ou proposicional da revelao bblica. Num tempo em que muitos menosprezam o valor de palavras, a favor de imagens e sentimentos, devemos notar que Deus escolheu Se revelar atravs de palavras de linguagem humana. A comunicao verbal um meio adequado de transmitir informao de e sobre Deus. Isto no somente afirma o valor da Escritura como uma revelao divina significante, mas tambm afirma o valor da pregao e da escrita como meios para comunicar a mente de Deus, como apresentada na Bblia. A prpria natureza da Bblia como uma revelao proposicional, testifica contra as noes populares de que a linguagem humana inadequada para falar sobre Deus, que imagens so superiores s palavras, que msica tem valor maior do que pregao, ou que experincia religiosa pode ensinar mais a uma pessoa, sobre as coisas divinas, do que os estudos doutrinais. Alguns argumentam que a Bblia fala numa linguagem que produz vvidas imagens na mente do leitor. Contudo, esta somente uma descrio da reao de alguns leitores; outros leitores podem no responder do mesmo modo s mesmas passagens, embora eles possam captar a mesma informao delas.
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Assim, isto no conta contra o uso de palavras como a melhor forma de comunicao teolgica. Se imagens so superiores, ento, por que a Bblia no contm nenhum desenho? No seria a sua incluso a melhor maneira de se assegurar que ningum formasse imagens mentais errneas, se as imagens so deveras um elemento essencial na comunicao teolgica? Mesmo se imagens fossem importantes na comunicao teolgica, o fato de que Deus escolheu usar palavras-imagens ao invs de desenhos reais, implica que as palavras so suficientes, se no superiores. Mas alm de palavras-imagens, a Escritura tambm usa palavras para discutir as coisas de Deus em termos abstratos, no associados com quaisquer imagens. Uma imagem no mais digna do que mil palavras. Suponha que apresentemos um desenho da crucificao de Cristo a uma pessoa sem nenhuma base crist. Sem qualquer explicao verbal, seria impossvel para ela constatar a razo para Sua crucificao e o significado dela para a humanidade. A imagem em si mesma no mostra nenhuma relao entre o evento com qualquer coisa espiritual ou divina. A imagem no mostra se o evento foi histrico ou fictcio. A pessoa, ao olhar para o desenho, no sabe se o ser que foi morto era culpado de algum crime, e no haveria como saber as palavras que ele falou enquanto na cruz. A menos que haja centenas de palavras explicando a figura, a imagem, por si s, no tem nenhum significado teolgico. Mas, uma vez que h muitas palavras para explic-la, algum dificilmente necessitar de imagem. A viso que exalta a msica acima da comunicao verbal sofre a mesma crtica. impossvel derivar qualquer significado religioso da msica, se ela executada sem palavras. verdade que o Livro de Salmos consiste de uma grande coleo de cnticos, nos provendo com uma rica herana para adorao, reflexo e doutrina. Contudo, as melodias originais no acompanharam as palavras dos salmos; nenhuma nota musical acompanhou qualquer um dos cnticos na Bblia. Na mente de Deus, o valor dos salmos bblicos est nas palavras, e no nas melodias. Embora a msica desempenhe um papel na adorao crist, sua importncia no se aproxima das palavras da Escritura ou do ministrio do ensino. Com respeito s experincias religiosas, at mesmo uma viso de Cristo no mais digna do que mil palavras da Escritura. Algum no pode provar a validade de uma experincia religiosa, seja uma cura miraculosa ou uma visitao anglica, sem conhecimento da Escritura. Os encontros sobrenaturais mais espetaculares so vazios de significado sem a comunho verbal para informar a mente. O episdio inteiro de xodo no poderia ter ocorrido, se Deus permanecesse em silncio quando Ele apareceu para Moiss, atravs da sara ardente. Quando Jesus apareceu num resplendor de luz, na estrada de Damasco, o que teria acontecido se Ele recusasse responder quando Saulo de Tarso Lhe perguntou: Quem s, Senhor? A nica razo pela qual Saulo percebeu quem estava falando com ele, foi porque Jesus respondeu com as palavras: Eu sou Jesus, a quem persegues As experincias religiosas so sem significado, a menos que acompanhadas pela comunicao verbal, transmitindo contedo intelectual. Outra percepo errnea com respeito natureza da Bblia considerar a Escritura como um mero registro de discursos e eventos de revelao, e no a revelao de Deus em si mesma. A pessoa de Cristo, Suas aes, e Seus milagres revelam a mente de Deus, mas um engano pensar que a Bblia meramente um relato escrito dela. As prprias palavras da Bblia constituem a revelao de Deus para ns, e no somente os eventos aos quais elas se referem. Alguns temem que a forte devoo Escritura, implica em estimar mais o registro de um evento de revelao do que o evento em si mesmo. Mas, se a Escritura possui o status de revelao divina, ento, esta preocupao no tem fundamento. Paulo explica que Toda Escritura inspirada por Deus. A prpria Escritura foi inspirada por Deus. Embora os eventos que a Bblia registra possam ser revelados, a nica revelao objetiva com a qual temos contato direto a Bblia.

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Visto que a alta viso da Escritura que advogamos aqui somente a que a prpria Bblia afirma, os cristos devem rejeitar toda doutrina proposta da Escritura que compromisse nosso acesso revelao infalvel de Deus. Sustentar uma viso menor da Escritura destri a revelao como a autoridade ltima de algum, e, ento, impossvel superar o problema de epistemologia resultante. Enquanto uma pessoa negar que a Escritura a revelao divina em si mesma, ela permanece sendo apenas um livro, e esta pessoa hesita em lhe dar reverncia completa, como se fosse possvel ador-la excessivamente. H alguns supostos ministros cristos que urgem os crentes a olhar para o Senhor do livro, e no para o livro do Senhor, ou algo com esse objetivo. Mas, visto que as palavras da Escritura foram inspiradas por Deus, e aquelas palavras so a nica revelao objetiva e explcita de Deus, impossvel olhar para o Senhor sem olhar para o Seu livro. Visto que as palavras da Escritura so as prprias palavras de Deus, algum est olhando para o Senhor somente at onde ele estiver olhando para as palavras da Bblia. Nosso contato com Deus atravs das palavras da Escritura. Provrbios 22:17-21 indica que confiar no Senhor confiar em Suas palavras: Inclina o teu ouvido e ouve as palavras dos sbios, e aplica o teu corao ao meu conhecimento. Porque ser coisa suave, se os guardares no teu peito, se estiverem todos eles prontos nos teus lbios. Para que a tua confiana esteja no SENHOR, a ti Vos fiz saber hoje, sim, a ti mesmo. Porventura no te escrevi excelentes coisas acerca dos conselhos e do conhecimento, para te fazer saber a certeza das palavras de verdade, para que possas responder com palavras de verdade aos que te enviarem? Deus governa Sua igreja atravs da Bblia; portanto, nossa atitude para com ela reflete nossa atitude para com Deus. Ningum que ama a Deus no amar as Suas palavras da mesma forma. Aqueles que reivindicam am-Lo, devem demonstrar isso por uma obsesso zelosa para com as Suas palavras: Oh! Quanto amo a tua lei! Ela a minha meditao o dia todo. Oh! Quo doces so as tuas palavras ao meu paladar! Mais doce do que o mel minha boca. Salmos 119:97,103 O temor do Senhor limpo, e permanece para sempre; os juzos do Senhor so verdadeiros e inteiramente justos. (Samos 19:09) Mais desejveis so do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o que goteja dos favos. Salmos19: 9,10 Uma pessoa ama a Deus somente at onde ela ama a Escritura. Pode haver outras indicaes do amor de algum para com Deus, mas o amor por Sua palavra um elemento necessrio, pelo qual os outros aspectos da nossa vida espiritual so mensurados.

1.2 - A INSPIRAO DA ESCRITURA A Bblia a revelao verbal ou proposicional de Deus. Deus falando a ns. a voz do prprio Deus. A prpria natureza da Bblia indica que a comunicao verbal a melhor maneira de transmitir a revelao divina. Nenhum outro modo de se conhecer a Deus superior ao estudo da Escritura, e nenhuma outra fonte de informao sobre Deus mais precisa, acurada e compreensiva. O apstolo Paulo diz: Toda Escritura soprada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justia; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra. (II Timteo 03:16). Todas as palavras da Bblia foram sopradas por Deus. Tudo que podemos chamar de Escritura foi inspirado por Deus. Que a Escritura soprada por Deus refere-se a sua origem divina. Tudo da Escritura procede de Deus; portanto, podemos corretamente chamar a Bblia de a palavra de Deus. Esta a doutrina da Inspirao Divina.
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1.3 - A INSPIRAO DIVINA O contedo da Escritura consiste de todo o Antigo e o Novo Testamento, sessenta e seis documentos no total, funcionando como um todo orgnico. O apstolo Pedro d endosso explcito aos escritos de Paulo, reconhecendo seu status como Escritura inspirada: Tende por salvao a longanimidade de nosso Senhor; como tambm o nosso amado irmo Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; como faz tambm em todas as suas epstolas, nelas falando acerca destas coisas, mas quais h pontos difceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, como o fazem tambm com as outras Escrituras, para sua prpria perdio. II Pedro 3-15,16 Pedro explica que os homens que escreveram a Escritura foram inspirados pelo Esprito Santo, para que nenhuma parte dela fosse produzida por vontade de homem algum ou pela interpretao particular do profeta. A Bblia uma revelao verbal exata de Deus, a ponto de Jesus dizer que Porque em verdade vos digo que, at que o cu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitir da lei, sem que tudo seja cumprido Mateus 05:18. Deus exerceu tal controle preciso sobre a produo da Escritura para que o seu contedo, na prpria letra, fosse o que Ele desejava colocar em escrito. Esta viso alta da inspirao das Escrituras no implica em ditado mecnico. Deus no ditou Sua palavra aos profetas e apstolos como um patro dita suas cartas para uma secretria. A princpio, algum pode tender a pensar que o ditado seria a mais alta forma de inspirao, mas esta no o . Um patro pode ditar suas palavras secretria, mas ele no pode ter controle sobre os detalhes dirios da vida dela (seja passado, presente ou futuro) e tem ainda menos poder sobre os pensamentos da secretria. Em contraste, a Bblia ensina que Deus exercita controle total e preciso sobre cada detalhe de Sua criao, a tal extenso que at mesmo os pensamentos dos homens esto sob o Seu controle. Isto verdade com respeito a todo indivduo, incluindo os escritores bblicos. Deus de uma tal forma ordenou, dirigiu e controlou as vidas e pensamentos de Seus instrumentos escolhidos que, quando o tempo chegou, suas personalidades e os seus cenrios eram perfeitamente adequados para escrever aquelas pores da Escritura que Deus tinha designado para eles: E disse-lhe o SENHOR: Quem fez a boca do homem? ou quem fez o mudo, ou o surdo, ou o que v, ou o cego? No sou eu, o SENHOR? Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hs de falar. xodo 4:11,12 Assim veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que sasses da madre, te santifiquei; s naes te dei por profeta... E estendeu o SENHOR a sua mo, e tocou-me na boca; e disse-me o SENHOR: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca. Jr 1-5,9 Mas fao-vos saber, irmos, que o evangelho que por mim foi anunciado no segundo os homens. Porque no o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelao de Jesus Cristo... Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha me me separou, e me chamou pela sua graa, revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, no consultei a carne nem o sangue Galatas 1-12,15,16 Ento, no tempo da escrita, o Esprito de Deus supervisionou o processo para que o contedo da Escritura fosse alm do que a inteligncia natural dos escritores poderia conceber. O produto foi a revelao verbal de Deus, e ela foi literalmente o que Ele desejava pr em escrito. Deus no encontrou as pessoas certas para escrever a Escritura; Ele fez as pessoas certas para escrevlas, e ento, supervisionou o processo de escrita. Portanto, a inspirao da Escritura no se refere somente aos tempos quando o Esprito Santo exerceu controle especial sobre os escritores bblicos, embora isto tenha deveras acontecido, mas a preparao comeou antes da criao do mundo. A teoria da ditao, a qual a Bblia no ensina, , em comparao com a da inspirao,
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uma viso menor, atribuindo a Deus um controle menor sobre o processo. Esta viso da inspirao, explica o assim chamado e evidente elemento humano na Escritura. Os documentos bblicos refletem vrios cenrios sociais, econmicos e intelectuais dos autores, suas diferentes possibilidades, e seu vocabulrio e estilo literrio nico. Este fenmeno o que algum poderia esperar, dada a viso bblica da inspirao, na qual Deus exerceu controle total sobre a vida dos escritores, e no somente sobre o processo de escrita. O elemento humano da Escritura, portanto, no danifica a doutrina da inspirao, mas consistente com ela e explicado pela mesma.

1.4 - A UNIDADE DA ESCRITURA A inspirao da Escritura implica a unidade da Escritura. Que as palavras da Escritura procedem de uma nica mente divina, implica que a Bblia deve exibir uma coerncia perfeita. Isto o que encontramos na Bblia. Embora a personalidade distinta de cada escritor bblico seja evidente, o contedo da Bblia como um todo, exibe uma unidade e designa que procede de um nico autor divino. A consistncia interna caracteriza os vrios documentos das Escrituras, de forma que uma parte no contradiz outra. Jesus assume a coerncia da Escritura quando ele responde seguinte tentao de Satans: Ento o diabo o transportou cidade santa, e colocou-o sobre o pinculo do templo, e disse-lhe: Se tu s o Filho de Deus, lana-te de aqui abaixo; porque est escrito: Que aos seus anjos dar ordens a teu respeito, E tomar-te-o nas mos, Para que nunca tropeces em alguma pedra. Disse-lhe Jesus: Tambm est escrito: No tentars o Senhor teu Deus. Mateus 4:5,7 Satans encoraja Jesus a pular do templo citando Salmo 91:11-12. Jesus replica com Deuteronmio 6:16, implicando que o uso de Satans da passagem contradiz a instruo de Deuteronmio, e, portanto, uma m-aplicao. Muitos, tambm, ainda hoje correm o mesmo risco, o de ler e interpretar de forma errada as palavras das Escrituras. Quando algum entende ou aplica uma passagem da Escritura de uma maneira que contradiz outra passagem, ele manejou mal o texto. Em palavras tcnicas isso se chama exegese errada. O argumento de Cristo, ao responder a Satans, assume a unidade da Escritura, e nem mesmo o diabo pde contest-la. Numa outra ocasio, quando Jesus tratava com os fariseus, Seu desafio para com eles assume a unidade da Escritura e a lei da no-contradio: E, estando reunidos os fariseus, interrogou-os Jesus, dizendo: Que pensais vs do Cristo? De quem filho? Eles disseram-lhe: De Davi. Disselhes ele: Como ento que Davi, falando pelo Esprito, lhe chama Senhor, dizendo: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te minha direita, At que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus ps? Se Davi, pois, lhe chama Senhor, como seu filho? E ningum podia responder-lhe uma palavra; nem desde aquele dia ousou mais algum interrog-lo . Mateus 22:44,46 Visto que Davi estava falando pelo Esprito, ele no poderia ter errado. Mas, se o Cristo haveria de ser um descendente de Davi, como Ele poderia ser Seu Senhor ao mesmo tempo? Que isto colocou um problema significa, em primeiro lugar, que tanto Jesus como Sua audincia assumiam a unidade da Escritura e a lei da no-contradio. Se eles reconhecessem que a Escritura se contradiz, ou que algum pode afirmar duas proposies contraditrias, ento, Jesus no estaria fazendo uma declarao significante, de forma alguma. A resposta aqui que o Messias tanto divino como humano e, portanto, tanto Senhor como filho de Davi. Mas, popular o encorajamento para se tolerar as contradies na teologia. Alister McGrath escreve em seu livro Understanding Doctrine [Compreendendo Doutrinas]: O fato de que algo paradoxal e at mesmo auto-contraditrio, no o invalida... Aqueles de ns que tm trabalhado no campo cientfico esto muitssimos conscientes da absoluta complexidade e
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misteriosidade da realidade. Os eventos por detrs da teoria quntica, as dificuldades de se usar modelos na explicao cientfica (para nomear apenas dois fatores que posso lembrar claramente do meu prprio tempo como um cientista natural) apontam para a inevitabilidade do paradoxo e da contradio em tudo, exceto no engajamento mais superficial com a realidade... Isto no tem sentido. Assumindo que McGrath conhece cincia o suficiente para falar sobre o assunto, este um testemunho contra a cincia, e no um argumento para se tolerar contradies na teologia. Ele assume a confiana da cincia e julga todas as outras disciplinas por ela. Para parafrase-lo, se h contradies na cincia, ento, as contradies devem ser aceitas, e uma pessoa pode tolerlas quando esta surgir tambm numa reflexo teolgica. Contudo, uma razo para rejeitar a confiana da cincia precisamente porque ela frequentemente se contradiz. A cincia uma disciplina pragmtica, til para manipular a natureza e avanar a tecnologia, mas que no pode descobrir nada sobre a realidade. O conhecimento sobre a realidade vem somente de dedues vlidas da revelao bblica, e nunca de mtodos cientficos ou empricos. McGrath no nos d nenhum argumento para ignorar ou tolerar as contradies na cincia; ele apenas assume a confiana da cincia, a despeito das contradies. Mas, ele no d nenhuma justificao para assim o fazer. O que faz da cincia o padro ltimo pelo qual devemos julgar todas as outras disciplinas? O que d cincia o direito de criar as regras para todos os outros campos de estudo? McGrath declara que a cincia aponta para a inevitabilidade do paradoxo e da contradio em tudo, exceto no engajamento mais superficial com a realidade. Mas, a cincia no teologia. Alm de ser o engajamento mais superficial com a realidade ( embora eu negue a confiana da cincia at mesmo em tal nvel) a cincia gera contradies e desmoronamentos, mas isto no significa que a teologia sofra o mesmo destino. A teologia trata com Deus, que tem o direito e poder para governar tudo da vida e do pensamento. Deus conhece a natureza da realidade, e a comunica para ns atravs da Bblia. Portanto, a teologia que cria as regras da cincia, e um sistema bblico de teologia no contm paradoxos ou contradies. Qualquer proposio afirmando uma coisa, , necessariamente, uma negao do seu oposto: Afirmar X negar no-X, e afirmar no-X afirmar X.

Para simplificar, assuma que o oposto de X Y, de forma que Y=no-X. Ento, afirmar X negar Y, e afirmar Y negar X. Ou, X=no-Y, e Y=no-X. Visto que afirmar uma proposio , ao mesmo tempo, negar o seu oposto, afirmar X e Y , ao mesmo tempo, equivalente a afirmar no-Y e no-X. Afirmar duas proposies contrrias , na realidade, negar ambas. Mas afirmar tanto no-Y como no-X, afirmar tambm X e Y, que significa novamente negar Y e X. E, assim, toda a operao se torna sem sentido. impossvel afirmar duas proposies contrrias ao mesmo tempo. Afirmar a proposio, Ado um homem (X) , ao mesmo tempo, negar a proposio contrria, Ado no um homem (Y, ou no-X). Da mesma forma, afirmar a proposio, Ado no um homem (Y), negar a proposio contrria, Ado um homem (X). Agora, afirmar tanto Ado um homem (X) como Ado no um homem (Y) no nada mais do que negar ambas as proposies na ordem inversa. Isto , equivalente a negar Ado no um homem (Y) e negar Ado um homem (X). Mas ento, isto o mesmo que voltar a afirmar as duas proposies na ordem reversa novamente. Quando afirmamos ambas, negamos ambas; quando negamos ambas, afirmamos ambas. Afirmar duas proposies contrrias, portanto, no gera nenhum significado inteligvel. o mesmo que no dizer nada.

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Assuma que a soberania divina e a liberdade humana sejam contraditrias. Alguns telogos, reivindicando que a Bblia ensina ambas as teologias, encoraja seus leitores a afirmar ambas. Contudo, se afirmar a soberania divina negar a liberdade humana, e afirmar a liberdade humana negar a soberania divina, ento, afirmar ambas significa rejeitar tanto a soberania divina (na forma de uma afirmao da liberdade humana) como a liberdade humana (na forma de uma afirmao da soberania divina). Neste exemplo, visto que a Bblia afirma a soberania divina e nega a liberdade humana, no h contradio nem mesmo uma aparente. Por outro lado, quando incrdulos alegam que a encarnao de Cristo exige uma contradio, a qual o contexto da passagem acima de McGrath, o cristo no tem a opo de negar a deidade ou a humanidade de Cristo. Antes, ele deve articular e clarificar a doutrina como a Bblia a ensina, e mostrar que no h contradio. O mesmo se aplica doutrina da Trindade. ftil dizer que estas doutrinas esto em perfeita harmonia na mente de Deus, e somente parece haver contradies para os seres humanos. Enquanto permanecerem contradies, seja somente na aparncia ou no, no podemos afirmar ambas as coisas. E como algum pode distinguir entre uma contradio real e uma apenas aparente? Se nos devemos tolerar as contradies aparentes, ento, devemos tolerar todas as contradies. Visto que sem conhecer a resoluo, uma aparente contradio parece ser o mesmo que uma real, saber que uma contradio o somente na aparncia significa que algum j a resolveu, e, ento, o termo no mais se aplica. Cientistas e incrdulos podem se dedicar s contradies, mas os cristos no devem toler-las. Pelo contrrio, ao invs de abandonar a unidade da Escritura e a lei da no-contradio, como uma defesa contra aqueles que acusam as doutrinas bblicas de serem contraditrias, devem afirmar e demonstrar a coerncia destas doutrinas. Por outro lado, os cristos devem expor a incoerncia das crenas no-crists, e desafiar seus aderentes a abandon-las.

1.5 - A INFALIBILIDADE DA ESCRITURA A infalibilidade bblica acompanha necessariamente a inspirao e a unidade da Escritura. A Bblia no contm erros; ela correta em tudo o que declara. Visto que Deus no mente ou erra, e a Bblia a Sua palavra, segue-se que tudo escrito nela deve ser verdade. Jesus disse, a Escritura no pode ser anulada (Jo 10:35), e que E mais fcil passar o cu e a terra do que cair um til da lei (Lucas 16:17). A INFALIBILIDADE da Escritura se refere a uma incapacidade para errar; a Bblia no pode errar. INERRNCIA, por outro lado, enfatiza que a Bblia no erra. A primeira diz respeito ao potencial, enquanto a ltima mostra o estado real do assunto. Estritamente falando, infalibilidade a palavra mais forte, e ela exige a inerrncia, mas algumas vezes as duas so intercambiveis no uso. possvel para uma pessoa ser falvel, mas produzir um texto que livre de erro. Pessoas que so capazes de cometer enganos, apesar de tudo, no esto errando constantemente. Contudo, h aqueles que rejeitam a doutrina da inerrncia, mas ao mesmo tempo desejam afirmar a perfeio de Deus e a Bblia como a Sua palavra, e como resultado, mantm a impossvel posio de que a Bblia deveras infalvel, mas errante. Algumas vezes, o que eles querem dizer que a Bblia infalvel num sentido, talvez quando ela relata as coisas espirituais, enquanto que contm erros em outro sentido, talvez quando relata acontecimentos histricos. Contudo, as declaraes bblicas sobre as coisas espirituais estaro inseparavelmente unidas s declaraes bblicas sobre a histria, de forma que impossvel afirmar uma enquanto se rejeita a outra. Por exemplo, ningum pode separar o que a Escritura diz sobre a ressurreio como um evento histrico e o que ela diz sobre seu significado espiritual. Se a ressurreio no aconteceu como a Bblia diz, o que ela diz sobre seu significado espiritual no pode ser verdade. O desafio para aqueles que rejeitam a infalibilidade e a inerrncia bblica que eles no tm nenhum princpio epistemolgico autoritativo, pelo qual possam julgar uma parte da Escritura ser acurada e
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a outra parte ser inacurada. Visto que a Escritura a nica fonte objetiva de informao partir da qual todo o sistema cristo construdo, algum que considera qualquer poro ou aspecto da Escritura como falvel ou errante, deve rejeitar todo o Cristianismo. Novamente, este o porqu no h um princpio epistemolgico mais alto para julgar uma parte da Escritura como sendo correta e outra parte como sendo errada. Algum no pode questionar ou rejeitar a autoridade ltima de um sistema de pensamento e ainda reivindicar lealdade a ele, visto que a autoridade ltima em qualquer sistema define o sistema inteiro. Uma vez que uma pessoa questiona ou rejeita a autoridade ltima de um sistema, ele no mais um aderente do sistema, mas, pelo contrrio, algum que adere ao princpio ou autoridade pelo qual ele questiona ou rejeita a autoridade ltima do sistema, que ele simplesmente deixou para trs. Ter uma outra autoridade ltima alm da Escritura rejeitar a Escritura, visto que a prpria Bblia reivindica infalibilidade e supremacia. Algum que rejeita a infalibilidade e a inerrncia bblica, assume a posio intelectual de um incrdulo, e deve prosseguir para defender e justificar sua cosmoviso pessoal contra os argumentos dos crentes a favor da f crist. A confuso permeia o presente clima teolgico; portanto, melhor afirmar tanto a infalibilidade como a inerrncia bblica, e explicar o que queremos dizer por estes termos. Deus infalvel, e visto que a Bblia a Sua palavra, ela no pode e no contm nenhum erro. Devemos afirmar que a Bblia infalvel em todo sentido do termo, e, portanto, ela deve ser tambm inerrante em todo sentido do termo. A Bblia no pode e no contm erros, seja quando falando de coisas espirituais, histricas ou outros assuntos. Ela correta em tudo o que afirma.

1.6 - A AUTORIDADE DA ESCRITURA Precisamos determinar a extenso da autoridade da Bblia, para verificar o nvel de controle que ela deve ter sobre as nossas vidas. A inspirao, unidade e infalibilidade da Escritura implicam que ela possui autoridade absoluta. Visto que a Escritura a prpria palavra de Deus, ou Deus falando, a concluso necessria que ela carrega a autoridade de Deus. Portanto, a autoridade da Escritura idntica autoridade de Deus. Os escritores bblicos algumas vezes se referem a Deus e a Escritura como se os dois fossem intercambiveis. Como Warfield escreve, Deus e as Escrituras so trazidos em tal conjuno para mostrar que na questo de autoridade, nenhuma distino foi feita entre eles. Ora, o SENHOR disse a Abro: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nao, e abenoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu sers uma bno. E abenoarei os que te abenoarem, e amaldioarei os que te amaldioarem; e em ti sero benditas todas as famlias da terra Gnesis 12:1,3. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela f os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abrao, dizendo: Todas as naes sero benditas em ti. Ento disse o SENHOR a Moiss: Levanta-te pela manh cedo, e pe-te diante de Fara, e dize-lhe: Assim diz o SENHOR Deus dos hebreus: Deixa ir o meu povo, para que me sirva; Porque esta vez enviarei todas as minhas pragas sobre o teu corao, e sobre os teus servos, e sobre o teu povo, para que saibas que no h outro como eu em toda a terra. Porque agora tenho estendido minha mo, para te ferir a ti e ao teu povo com pestilncia, e para que sejas destrudo da terra; xodo 9:13,15 Porque diz a Escritura a Fara: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra Enquanto a passagem de Gnesis diz que foi o Senhor que falou a Abrao, Glatas diz, A Escritura previu... [A Escritura] anunciou.... A passagem de xodo declara que foi o Senhor quem disse a Moiss o que falar a Fara, mas Romanos diz, a Escritura diz a Fara....

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Visto que Deus possui autoridade absoluta e ltima, a Bblia sempre carrega autoridade absoluta e ltima. Visto que no h diferena entre Deus falando e a Bblia falando, no h diferena entre obedecer a Deus e obedecer a Bblia. Crer e obedecer a Bblia crer e obedecer a Deus; no crer e ao mesmo tempo desobedecer a Bblia no crer e desobedecer a Deus. A Bblia no apenas um instrumento atravs do qual Deus nos fala; antes, as palavras da Bblia so as prprias palavras que Deus est falando; no h diferena. A Bblia a voz de Deus para a humanidade, e a autoridade da Bblia total.

1.7 - A NECESSIDADE DA ESCRITURA A Bblia necessria para a informao precisa e autoritativa sobre as coisas de Deus. Visto que a teologia central para tudo da vida e do pensamento, a Escritura necessria como um fundamento para tudo da civilizao humana. Aqueles que rejeitam a autoridade bblica, contudo, continuam a assumir as pressuposies crists para governar suas vidas e pensamentos, embora eles recusem admitir isto. A infalibilidade bblica o nico princpio justificvel do qual algum pode deduzir informao sobre assuntos ltimos, tais como metafsica, epistemologia e tica. Conhecimento pertencente s categorias subsidirias tais como poltica e matemtica, so tambm limitados pelas proposies deduzveis da revelao bblica. Sem a infalibilidade bblica como o ponto de partida do pensamento de algum, o conhecimento no possvel, de forma alguma; qualquer outro princpio falha em se justificar, e assim, um sistema que depende dele no pode nem mesmo comear. Por exemplo, sem uma revelao verbal de Deus, no h razo universal e autoritativa para proibir o assassinato e o roubo. A Bblia necessria para todas proposies significativas. A Escritura necessria para definir todo conceito e atividade crist. Ela governa cada aspecto da vida espiritual, incluindo pregao, orao, adorao e direo. A Escritura tambm necessria para a salvao ser possvel, visto que a informao necessria para a salvao est revelada na Bblia, e deve ser conduzida ao indivduo por ela, para receber a salvao. Paulo escreve: as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sbio para a salvao, pela f que h em Cristo Jesus. 2 Tm 3:15 Uma seo anterior desta tese aponta que todos os homens sabem que o Deus cristo existe, e que Ele o nico Deus. Os homens nascem com este conhecimento. Embora este conhecimento seja suficiente para tornar a incredulidade culpvel, insuficiente para salvao. Algum adquire conhecimento sobre a obra de Cristo diretamente da Escritura, ou indiretamente da pregao ou escrita de outro. Portanto, a Escritura necessria para o conhecimento que conduz salvao, as instrues que levam ao crescimento espiritual, as respostas s questes ltimas, e sobre qualquer conhecimento sobre a realidade. Ela a pr-condio necessria para todo o conhecimento.

1.8 - A CLAREZA DA ESCRITURA H dois extremos, com respeito clareza da Escritura que os cristos devem evitar. Um manter que o significado da Escritura totalmente obscuro pessoa comum; somente um grupo de indivduos de elite e escolhidos pode interpret-la. A outra viso reivindica que a Escritura to clara que no h parte dela que seja difcil de ser entendida, e que nenhum treinamento em hermenutica requerido para manusear o texto. Por extenso, a interpretao de um telogo maduro no mais confivel do que a opinio de uma pessoa no treinada. A primeira posio isola o uso da Escritura do povo em geral, e impede qualquer pessoa de contestar o entendimento bblico de profissionais estabelecidos, mesmo quando eles esto enganados.
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A Bblia no to fcil de entender que qualquer pessoa possa interpret-la com igual competncia. Mesmo o apstolo Pedro, quando se referindo ao escritos de Paulo, diz, Suas cartas contm algumas coisas que so difceis de entender. Ele adverte que as pessoas ignorantes e instveis distorcem o significado das palavras de Paulo, assim como eles fazem com outras Escrituras, para a sua prpria destruio. II Pe 3:16 Muitas pessoas gostariam de pensar sobre si mesmas como competentes, em assuntos importantes tais como teologia e hermenutica, mas, ao invs de orarem por sabedoria e estudarem as Escrituras, elas assumem que so to capazes quanto os telogos ou os seus pastores. Este modo de pensar convida o desastre e a confuso. Diligncia, treinamento e capacitao divina, tudo isso, contribui para a capacidade de algum interpretar e aplicar a Bblia. Embora muitas passagens na Bblia sejam fceis de entender, algumas delas requerem diligncia extra e sabedoria especial para serem interpretadas acuradamente. possvel para uma pessoa ler a Escritura e adquirir dela entendimento e conhecimento suficientes para salvao, embora algumas vezes algum possa precisar de um crente instrudo at para isso: E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaas, e disse: Entendes tu o que ls? E ele disse: Como poderei entender, se algum no me ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse. At 8:31 possvel tambm aprender os princpios bsicos da f crist, simplesmente lendo a Bblia. Mas h passagens na Bblia que so, em diferentes graus, difceis de entender. Nestes casos, algum pode solicitar o auxlio de ministros e telogos para explicarem as passagens, de forma a evitar a distoro da palavra de Deus. Neemias 8:8 afirma o lugar do ministrio de pregao: E leram no livro, na lei de Deus; e declarando, e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse . Contudo, a autoridade final descansa nas palavras da prpria Escritura, e no na interpretao dos eruditos. A Escritura nunca est errada, embora nosso entendimento e indiferenas para com ela possam estar, algumas vezes, equivocados. Este o motivo pelo qual toda igreja deveria treinar seus membros na teologia, na hermenutica e na lgica, de forma que eles possam manusear melhor a palavra da verdade. Portanto, embora a doutrina da clareza da Escritura conceda a cada pessoa o direito de ler e interpretar a Bblia, ela no elimina a necessidade de mestres na igreja, mas, antes, afirma a sua necessidade. Paulo escreve que um dos ofcios ministeriais que Deus estabeleceu foi o de mestre, e Ele apontou indivduos para desempenhar tal funo. Mas Tiago adverte que nem todos deveriam ansiar assumir tal ofcio: Meus irmos, muitos de vs no sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juzo(Tiago 3:1). Em outro lugar, Paulo escreve, Digo a cada um dentre vs que no pense de si mesmo alm do que convm; antes, pense com moderao ... (Rm 12:3). Aqueles escolhidos por Deus para serem ministros da doutrina so capazes de interpretar as passagens mais difceis da Escritura, e podem tambm extrair valiosos significados, que podem evitar outras dificuldades das passagens mais simples tambm. Efsios 4:7-13 se refere a este ofcio como um dos dons de Cristo sua igreja, e, portanto, os cristos devem valorizar e respeitar aqueles que esto em tal ministrio. Vivemos numa gerao na qual pessoas desprezam a autoridade; elas detestam ouvir o que devem fazer ou crer. A maioria nem mesmo respeita a autoridade bblica, para no citar a autoridade eclesistica. Elas consideram as suas opinies to boas quanto as dos apstolos, ou, no mnimo, dos telogos e pastores; sua religio democrtica, no autoritria. Mas a Escritura ordena os crentes a obedecerem aos seus lderes: Obedecei a vossos pastores, e sujeitaivos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que ho de dar conta delas; para que o faam com alegria e no gemendo, porque isso no vos seria til (Hb 13:17). Todo crente tem o direito de ler a Bblia por si mesmo, mas isto no deve se traduzir em desafio ilegtimo contra os sbios ensinos de eruditos ou contra a autoridade dos lderes da igreja.
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1.9 - A SUFICINCIA DA ESCRITURA Muitos cristos reivindicam afirmar a suficincia da Escritura, mas, seu real pensamento e prtica negam-na. A doutrina afirma que a Bblia contm informao suficiente para algum, no somente para encontrar a salvao em Cristo, mas para subsequentemente receber instruo e direo em todo aspecto da vida e pensamento, seja por declaraes explcitas da Escritura, ou por inferncias necessrias dela. A Bblia contm tudo que necessrio para construir uma cosmoviso crist compreensiva que nos capacite a ter uma verdadeira viso da realidade. A Escritura nos transmite, no somente a vontade de Deus em assuntos gerais da f e conduta crist, mas, ao se aplicar preceitos bblicos, podemos tambm conhecer Sua vontade em nossas decises especficas e pessoais. Tudo que precisamos saber como cristos encontrado na Bblia, seja no mbito familiar, do trabalho ou da igreja. Paulo escreve que a Escritura no somente divina na origem, mas tambm abrangente no escopo: Toda a Escritura divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justia. Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instrudo para toda a boa obra (II Tm 03:16). A implicao necessria que os meios de direo extra-bblicos, tais como vises e profecias, so desnecessrios, embora Deus possa ainda fornec-los, quando Ele se agradar. Os problemas ocorrem quando os cristos sustentam uma posio que equivale a negar a suficincia da Escritura em fornecer abrangente instruo e direo. Alguns se queixam que na Bblia falta informao especfica que algum precisa para fazer decises pessoais; luz da palavra de Deus, deve-se entender que a falta reside nestes indivduos, e no no fato de que a Bblia insuficiente. Aqueles que negam a suficincia da Escritura carecem da informao que eles necessitam, por causa da sua imaturidade espiritual e negligncia. A Bblia deveras suficiente para dirigi-los, mas eles negligenciam o estudo dela. Alguns tambm exibem forte rebelio e impiedade. Embora a Bblia trate das suas situaes, eles recusam se submeter aos seus mandamentos e instrues. Ou, eles se recusam a aceitar o prprio mtodo de receber direo da Escritura no geral, e exigem que Deus os dirija atravs de vises, sonhos e profecias, quando Ele j lhes deu tudo o que eles necessitam, atravs da Bblia. Quando Deus no atende s suas demandas ilegtimas de direo extra-bblica, alguns decidem at mesmo procur-la atravs de mtodos proibidos, tais como astrologia, adivinhao e outras prticas ocultas. A rebelio deles tal que, se Deus no fornecer a informao desejada nos moldes prescritos por eles, eles esto determinados a obt-la do prprio diabo. O conhecimento da vontade de Deus no vem de direo extra-bblica, mas de uma compreenso intelectual e de uma aplicao da Escritura. O apstolo Paulo escreve: E no sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovao do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradvel, e perfeita vontade de Deus(Rm 12:02). A teologia crist deve afirmar, sem reservas, a suficincia da Escritura como uma fonte abrangente de informao, instruo e direo. A Bblia contm toda a vontade de Deus, incluindo a informao que algum precisa para salvao, desenvolvimento espiritual e direo pessoal. Ela contm informao suficiente, de forma que, se algum a obedece completamente, ele estar cumprindo a vontade de Deus em cada detalhe da vida. Mas, ele comete pecado extenso em que ele falha em obedecer Escritura. Embora nossa obedincia nunca alcance perfeio nesta vida, todavia, no h nenhuma informao que precisemos para viver uma vida crist perfeita, que j no esteja na Bblia.

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CAPTULO II O LADO ESPIRITUAL DA ESCRITURA SAGRADA

Necessitamos ter convico sobre qual fundamento estamos crendo. Nossa fonte de conhecimento a Palavra de Deus. Atravs dela o Senhor se d a conhecer de um modo especial. Ela o nosso objeto de estudo para conhecermos verdadeiramente quem o nosso Deus, e qual a Sua vontade para todo ser humano. Para isso necessrio sabermos o que a Bblia. indispensvel termos convico do que estaremos aprendendo. Provavelmente voc ouvir argumentos do tipo ah! papel aceita qualquer coisa!, ou, porqu a Bblia sua nica regra de f? O apstolo Pedro nos ordena santificai a Cristo, como Senhor, em vosso corao, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razo da esperana que h em vs I Pe 3:15. Lorraine Boettner nos adverte, dizendo que a resposta que dermos pergunta o que Cristianismo'? Depender amplamente do conceito que sustentarmos da Escritura. Se aceitarmos que a Bblia um mero livro de religio, sem inspirao divina, insuficiente, cheio de erros, e impossvel de ser entendido, ento, ele no nos servir para nada, a nossa f ser vazia de significado tornando o nosso Cristianismo uma religio confusa. Estarei baseando a nossa convico a respeito da Bblia sobre declaraes que caracterizam a Bblia como sendo a Palavra de Deus, ampliando o que foi escrito no captulo anterior.

2.1 - A BBLIA NOSSA NICA FONTE E REGRA DE F E PRTICA Somente a Escritura Sagrada autoridade absoluta. Somente a Escritura Sagrada define minhas convices doutrinrias. Somente na Escritura Sagrada encontro a verdadeira sabedoria. Somente a Escritura Sagrada rege as minhas decises. Somente a Escritura Sagrada molda o meu comportamento. Somente a Escritura Sagrada determina os meus relacionamentos.

Mas porque a Bblia tem toda esta autoridade? A resposta simples: ela a Palavra inspirada por Deus.

2.2 - A BBLIA CLARA EM SUAS DECLARAES SOBRE A SALVAO E SANTIFICAO A essncia da revelao bblica acessvel ao homem independentemente do seu nvel cultural. No requisito necessrio ser formado em teologia para se interpretar a Bblia; Nem mesmo receber uma ordenao oficial para isto. Todos devem ter livre acesso sua interpretao. Todavia, isto no significa que cada um livre para interpret-la do modo que lhe seja mais conveniente. Livre acesso interpretao das Escrituras significa que qualquer pessoa pode verificar, usando responsavelmente as regras corretas da hermenutica, o real significado de uma passagem bblica. Quando a Escritura fala que o homem natural no pode entende-las, porque se discernem espiritualmente (I Co 2:14), ela no est negando uma capacidade do no convertido de entender os assuntos naturais e ticos de que a Bblia fala. Por exemplo, a Palavra de Deus a revelao da vontade de Deus, mas ela contm a histria da raa humana, a narrao de culturas de povos
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antigos, a descrio geogrfica de lugares especficos e muitos outros assuntos. Mas, mesmo quando trata de assuntos ticos, o no convertido capaz de entender. Usemos de exemplo os dez mandamentos. Ser que por mais mpia que seja a pessoa ela pode alegar incapacidade de entender a lei de Deus? Se a Palavra de Deus fosse absolutamente obscura, ento Deus no poderia condenar os pecadores que ouvem a sua Palavra, pois eles poderiam alegar que nada entendem. Elas tm em si mesmas uma fonte de iluminao que garante a inteligibilidade da sua mensagem. No se nega que as Escrituras contenham muitas coisas de difcil entendimento. verdade que elas requerem estudo cuidadoso. Todos os homens precisam da direo do Esprito Santo para o correto entendimento e obteno da verdadeira f. Afirma-se, porm, que em todas as coisas necessrias salvao, elas so suficientemente claras para serem compreendidas mesmo pelos iletrados. Toda verdade necessria para a nossa salvao e vida espiritual ensinada tanto explcita como implicitamente na Escritura. Tudo o que necessrio para a salvao e uma vida de obedincia inteligvel para qualquer pessoa, desde que iluminada pelo Esprito Santo.

2.3 - A BBLIA SUFICIENTE PARA NOS ENSINAR TUDO EM MATRIA DE F. Os 39 artigos de F da Religio Anglicana exprimem este tema de forma mui precisa ao declarar que as Escrituras Sagradas contm todas as coisas necessrias para a salvao; de modo que tudo o que nela no se l, nem por ela se pode provar, no deve ser exigido de pessoa alguma que seja crido como artigo de F ou julgado como exigido ou necessrio para a salvao. Na Bblia o homem encontra tudo o que precisa saber e tudo o que necessita fazer a fim de que venha a ser salvo, viva de modo agradvel a Deus, servindo e adorando-O aceitavelmente. A Bblia completa em seus 66 livros. Mesmo se os arquelogos encontrassem uma outra epstola do apstolo Paulo no a aceitaramos como parte da Palavra de Deus. O nmero de livros que o nosso Senhor intentou dar-nos somente este, nada mais acrescentaremos. O que os autores escreveram, movidos pelo Esprito Santo, inspirado, todavia, no significa que os outros dos seus escritos tambm sejam inspirados. Por exemplo, Paulo escreveu 13 dos 27 livros do Novo Testamento, mas durante toda a sua vida, aps a converso certamente que escreveu muito mais do que apenas estas epstolas, mas isto, no significa que a inspirao estava inerente sua pessoa de tal modo, que sempre escrevia inspirado. Mas, bom lembrarmos que tudo o que nos foi deixado (os 66 livros), somente foi preservado por causa de sua inspirao. No podemos acrescentar nada Bblia. Deus quer que descubramos o que crer ou fazer segundo a sua vontade somente na Escritura Sagrada. No existe nenhuma revelao moderna que deva ser equiparada autoridade da Palavra de Deus. Somente a Bblia a nossa nica fonte e regra de f e prtica e no novas profecias.

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CAPTULO III OS LIVROS APCRIFOS E O CNON BBLICO PROTESTANTE

O termo apcrifo geralmente se refere a livros polmicos do Antigo Testamento que os protestantes rejeitam e os catlicos romanos e as igrejas ortodoxas aceitam. A palavra apcrifo significa escondido ou duvidoso. Os que aceitam esses documentos preferem cham-los deuterocannicos, isto : livros do segundo cnon.

3.1 - A POSIO CATLICA ROMANA Catlicos e protestantes concordam quanto inspirao 27 livros do NT. Diferem em 11 obras de literatura do AT (7 livros e 4 partes de livros). Essas obras polmicas causaram discrdias na Reforma e, em reao sua rejeio pelos protestantes, foram "infalivelmente" declaradas parte do cnon inspirado das Escrituras em 1546 pelo Conclio de Trento. O Conclio afirmou: O Snodo [...] recebe e venera [...] todos os livros [incluindo os apcrifos] tanto do Antigo quanto do Novo Testamento, visto que um s Deus o Autor de ambos [...] que foram ditados, ou pela prpria palavra de Jesus ou pelo Esprito Santo [...] se algum no aceitar com sagrados e cannicos os livros mencionados integralmente com todas as suas partes, como costumavam ser lidos na Igreja Catlica [...] ser antema. Outro documento de Trento diz: Mas se algum no aceitar o que est nos livros como sagrados e cannicos, inteiros com todas as partes da Bblia [...] e se consciente e deliberadamente condenar a tradio mencionada anteriormente, que seja antema.

A mesma linguagem afirmando os apcrifos repetida pelo Conclio Vaticano II. Os apcrifos que Roma aceita incluem 11 ou 12 livros, dependendo de Baruque 1 at 6 ser dividido em duas partes. Baruque 1 at 5 e a carta de Jeremias - Baruque 6. O deuterocnon apcrifos pelos protestantes exceto a Orao de Manasss e 1 e 2 Esdras (chamados 3 e 4 Esdras pelos catlicos romanos; Esdras e Neemias eram chamados 1 e 2 Esdras pelos catlicos). Apesar do catlico romano ter 11 obras de literatura a mais que a verso protestante, apenas 7 livros a mais, ou um total de 46, aparecem no ndice (o AT judeu e o protestante tm 39). Como se v na tabela seguinte, outras 4 peas de literatura esto incorporadas a Ester e Daniel.

LIVROS APCRIFOS \ LIVROS DEUTEROCANNICOS Sabedoria de Salomo: Livro da Sabedoria(c.30a.C) Eclesistico (Siraque): Siraque (132a.C) Tobias(c.200a.C): Tobias Judite(c.200a.C): Judite 1Esdras(c.150-100a.C): 3Esdras 1Macabeus(c.110a.C):1Macabeus 2Macabeus(c.110-70a.C): 2Macabeus
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Baruque(c.150-50a.C): Baruque captulos 1-5 Carta de Jeremias: Baruque 6(c.300-100a.C) 2 Esdras (c.100d.C) 4 Esdras Adio a Ester: Ester 10.4-16.24 Orao de Azarias(c.200-1a.C) Daniel 3.24-90: A cano dos trs rapazes Susana (c.200-1a.C) Daniel 13 Bel e o drago Daniel 14(c.100a.C) Orao(ou segunda Orao) de Manasses(c.100a.C)

3.2 - ARGUMENTOS CATLICOS EM FAVOR DOS APCRIFOS O cnon maior s vezes denominado cnon alexandrino, em contraposio ao cnon palestinense, que no contm os apcrifos, porque supostamente eram parte da traduo grega do AT (a Septuaginta, ou LXX) preparada em Alexandria, Egito. As razes geralmente dadas essa lista so: 1. O NT reflete o pensamento dos apcrifos, e at faz referncia a eventos neles descritos , Hb 11.35 com 2 Mac 7.12. 2. O NT cita mais o AT grego com base na LXX, que continha os apcrifos. Isso d aprovao tcita ao texto inteiro. 3. Alguns pais da igreja primitiva citaram e usaram os apcrifos como Escritura na adorao pblica. 4. Esses pais da igreja, como Irineu, Tertuliano e Clemente de Alexandria aceitavam todos os apcrifos como cannicos. 5. Cenrios de catacumbas crists primitivas retratam episdios dos apcrifos, mostrando-os como parte da vida religiosa crist primitiva, o que, no mnimo, revela grande apreo pelos apcrifos. 6. Manuscritos primitivos importantes, lef, A e B, intercalam os apcrifos entre os livros do AT como parte do AT greco-judaico. 7. Conclios da igreja primitiva aceitaram os apcrifos: Roma (382), Hipona (393) e Cartago (397). 8. A Igreja Ortodoxa aceita os apcrifos. Sua aceitao demonstra que se trata de uma crena crist comum, no restrita aos catlicos romanos. 9. A Igreja Catlica Romana considerou os apcrifos como cannicos no Conclio de Trento (1546), de acordo com os conclios anteriores j mencionados e com o Conclio de Florena, pouco antes da Reforma (1442).

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10. Os livros apcrifos continuaram sendo includos em verses bblicas protestantes at o sculo XIX. Isso indica que mesmo os protestantes aceitavam os apcrifos at recentemente. 11. Livros apcrifos com texto em hebraico foram encontrados entre os cannicos do AT na comunidade do mar Morto em Qumran, logo faziam parte do cnon hebraico.

3.3 - RESPOSTA AOS ARGUMENTOS CATLICOS 01. O NT e os apcrifos Pode haver no NT aluses aos apcrifos, mas no h nenhuma citao definitiva de qualquer livro apcrifo aceito pela Igreja Catlica Romana. H aluses aos livros pseudepigrficos (falsas escrituras) que so rejeitadas por catlicos romanos e protestantes, tais como Ascenso de Moiss, Jd 9, e o Livro de Enoque, Jd 14,15. Tambm h citaes de poetas e filsofos pagos, At 17.28; 1 Co 15.33; Tt 1.12. Nenhuma dessas fontes citada como Escritura, nem possui autoridade. O Novo Testamento simplesmente faz referncia a verdades contidas nesses livros que, por outro lado, podem conter (e realmente contm) erros. Telogos catlicos romanos concordam com essa avaliao. O NT jamais se refere a qualquer documento fora do cnon como autorizado.

02. A LXX e os apcrifos O fato de o NT citar vrias vezes outros livros do AT grego no prova de forma alguma que os livros deuterocannicos que ele contm sejam inspirados. No sequer um fato comprovado que a LXX do sculo I contivesse os apcrifos. Os primeiros manuscritos gregos que os incluem datam do sculo IV d.C. Mesmo que esses escritos estivessem na LXX nos tempos apostlicos, Jesus e os apstolos jamais os citaram, apesar de supostamente estarem includos na mesma verso do AT geralmente citada. At as notas da New American Bible [Nova Bblia Americana, NAB] admitem de forma reveladora que os apcrifos so "livros religiosos usados por judeus e cristos que no foram includos na coleo de escritos inspirados". Pelo contrrio, ...foram introduzidos bem mais tarde na coleo da Bblia. Os catlicos os chamam livros 'deuterocannicos.

03. Usados pelos pais da igreja Citaes dos pais da igreja para apoiar a canonicidade dos apcrifos so seletivas e enganadoras. Alguns pais pareciam aceitar sua inspirao; outros os usavam para propsitos devocionais e homilticos (pregao), mas no os aceitavam como cannicos. Um especialista nos apcrifos, Roger Beckwith, observa: Quando examinamos as passagens nos primeiros pais que supostamente deveriam estabelecer a canonicidade dos apcrifos, descobrimos que algumas delas so tiradas do grego alternativo de Esdras (1 Esdras) ou de adies ou apndices de Daniel, Jeremias ou algum outro livro cannico, e que [...] no so muito relevantes; descobrimos ainda que, dentre as que so, muitas no do qualquer indcio de que o livro seja considerado Escritura. Epstola de Barnab 6.7 e Tertuliano, Contra Marcio 3.22.5, no citam Sabedoria 2.12, e sim Isaas 3.10, e Tertuliano, De anima [Da alma] 15, no cita Sabedoria 1.6, e sim Salmos 139.23, como a comparao entre as passagens demonstra. Da mesma forma, Justino Mrtir, Dilogo com Trifo 129, claramente no cita Sabedoria , e sim Provrbios 8.21-25. Chamar Provrbios de "Sabedoria" est de acordo com a nomenclatura comum dos pais.
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Geralmente, nas referncias, os pais no estavam afirmando a autoridade divina de nenhum dos onze [livros] canonizados "infalivelmente" por Trento. Citavam, apenas, uma obra bem conhecida da literatura hebraica ou um escrito devocional ao qual no davam nenhuma probabilidade de inspirao do Esprito Santo.

04. - Os pais e os apcrifos Alguns indivduos da igreja primitiva valorizavam muito os apcrifos; outros se opunham com veemncia a eles. O comentrio de J.D.N.Kelly de que "para a grande maioria [dos pais] [...] as escrituras deuterocannicas se classificavam como Escritura no sentido completo" est fora de sintonia com os fatos. Atansio, Cirilo de Jerusalm, Orgenes e o grande telogo catlico romano e tradutor da Vulgata , Jernimo, todos se opunham incluso dos apcrifos. No sculo II d.C, a verso sriaca (Peshita) no continha os apcrifos.

05. Temas apcrifos na arte das catacumbas Muitos telogos catlicos tambm admitem que as cenas das catacumbas no provam a canonicidade dos livros cujos eventos retratam. Tais cenas indicam o significado religioso que os eventos retratados tinham para os cristos primitivos. No mximo, demonstram respeito pelos livros que continham esses eventos, no o reconhecimento de que fossem inspirados.

06. Livros nos manuscritos gregos Nenhum dos grandes manuscritos gregos, lef A e B, contm todos os livros apcrifos. Tobias, Judite, Sabedoria e Siraque, e, Eclesistico, so encontrados em todos eles, e os manuscritos mais antigos, B e Vaticano, excluem totalmente Macabeus. Mas os catlicos apelam a esse manuscrito para apoiar sua posio. Alm disso, nenhum manuscrito grego contm a mesma lista de apcrifos aceita por Trento.

07. Aceitao pelos primeiros conclios Esses foram conclios locais e no eram impostos igreja toda. Conclios locais geralmente erravam nas suas decises e mais tarde eram anulados pela igreja universal. Alguns apologistas catlicos argumentam que, mesmo que um conclio que no seja ecumnico, seus resultados podem ser impostos se forem confirmados. Mas reconhecem que no h maneira de saber quais afirmaes dos papas so infalveis. Na verdade, admitem que outras afirmaes dos papas so at herticas, tais como a heresia monelita do papa Honrio I (m.638). Tambm importante lembrar que esses livros no so parte das Escrituras crists (perodo do NT). Encontram-se, assim, sob a jurisdio da comunidade judaica que os compusera e que, sculos antes, os rejeitara como parte do cnon. Os livros aceitos por esses conclios cristos podem at no ser os mesmos em cada caso. Portanto, no podem ser usados como prova do cnon exato mais tarde proclamado "infalvel" pela Igreja Catlica em 1546. Os Conclios locais de Hipona e Cartago no Norte da frica foram influenciados por Agostinho, a voz mais importante da antiguidade, que aceitava os livros apcrifos canonizados mais tarde pelo Conclio de Trento.

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Mas a posio de Agostinho infundada: O prprio Agostinho reconheceu que os judeus no aceitaram esses livros como parte do cnon. Sobre os livros dos Macabeus, Agostinho disse: "...tidos por cannicos pela igreja e por apcrifos por judeus. A igreja assim pensa por causa dos terrveis e admirveis sofrimentos desses mrtires.... Nesse caso, O livro dos mrtires , de Foxe, deveria estar no cnon. Agostinho era incoerente, j que rejeitou livros que no foram escritos por profetas, mas aceitou um livro que parece negar ser proftico. A aceitao errada dos apcrifos por Agostinho parece estar ligada a sua crena na inspirao da LXX, cujos manuscritos gregos mais recentes os continham. Mais tarde Agostinho reconheceu a superioridade do texto hebraico de Jernimo comparado ao texto grego da LXX. Isso deveria t-lo levado a aceitar a superioridade do cnon hebraico de Jernimo tambm. Jernimo rejeitava completamente os apcrifos.

O Conclio de Roma (392) que aceitou os livros apcrifos no incluiu os mesmos livros aceitos por Hipona e Cartago. Ele no inclui Baruque, apenas seis, no sete, dos livros apcrifos declarados cannicos mais tarde. At Trento o descreve como livro separado. Aceitao pela Igreja Ortodoxa. A igreja grega nem sempre aceitou os apcrifos e sua posio atual no inequvoca. Nos Snodos de Constantinopla (1638), Jafa (1642) e Jerusalm (1672) esses livros foram declarados cannicos. Mesmo at 1839, no entanto, seu Catecismo maior omitia expressamente os apcrifos porque no existiam na Bblia hebraica. Aceitao nos Conclios de Florena e Trento. No Conclio de Trento (1546) a proclamao infalvel foi feita aceitando os apcrifos como parte da Palavra inspirada de Deus. Alguns telogos catlicos afirmam que o Conclio de Florena, anterior a Trento (1442) fez a mesma declarao. Mas esse conclio no afirmou nenhuma infalibilidade, e a deciso do conclio tambm no tem nenhuma base real na histria judaica, no NT ou na histria da igreja primitiva. Infelizmente, a deciso de Trento veio num milnio e meio depois de os livros serem escritos e foi uma polmica bvia contra o protestantismo. O Conclio de Florena proclamou que os apcrifos eram inspirados para apoiar a doutrina do purgatrio que havia surgido. Mas as manifestaes dessa crena na venda de indulgncias chegaram ao ponto mximo na poca de Martinho Lutero, e a proclamao de Trento sobre os apcrifos era uma contradio clara ao ensino de Lutero. A adio infalvel oficial dos livros que apiam oraes pelos mortos muito suspeita, chegando apenas alguns anos depois de Lutero protestar contra essa doutrina. Ela tem toda a aparncia de uma tentativa de dar apoio "infalvel" para doutrinas que no tm verdadeira base bblica. Livros apcrifos nas verses protestantes. Os livros apcrifos apareceram em verses bblicas protestantes antes do Conclio de Trento e geralmente eram colocados numa seo separada porque no eram considerados de igual autoridade. Apesar de anglicanos e alguns outros grupos no-catlicos terem sempre dado muita importncia ao valor inspirativo e histrico dos apcrifos, nunca os consideraram de origem divina e autoridade igual a das Escrituras. At telogos catlicos durante o perodo da Reforma distinguiam entre o deuterocnon e o cnon. O cardeal Ximenes fez essa distino na sua imponente Bblia, a Poliglota complutense (1514-1517) s vsperas da Reforma. O cardeal Cajetano, que depois se ops a Lutero em Ausburgo, em 1518, publicou depois da Reforma ter comeado, o Comentrio sobre todos os livros histricos autnticos do Antigo Testamento (1532), que no continha os apcrifos. Lutero falou contra os apcrifos em 1543, incluindo tais livros no fim da sua Bblia. Livros apcrifos em Qumran. A descoberta dos rolos do mar Morto em Qumran no inclua apenas a Bblia da comunidade (o AT) mas tambm sua biblioteca, com fragmentos de centenas de livros. Entre eles
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se achavam alguns livros apcrifos e apenas livros cannicos serem encontrados em pergaminhos e escritos especiais indica que os apcrifos no eram considerados cannicos pela comunidade de Qumran. Menahem Mansur alista os seguintes fragmentos dos apcrifos e dos livros pseudepgrafos : Tobias , em hebraico e aramaico; Enoque , em aramaico; Jubileus , em hebraico; Testamento de Levi e Naftali , em aramaico; literatura apcrifa de Daniel , em hebraico e aramaico; e Salmos de Josu. O especialista em manuscritos do mar Morto, Millar Burroughs, concluiu: "No h motivo para acreditar que algumas dessas obras fossem veneradas como Escritura Sagrada". No mximo, tudo o que os argumentos usados em favor da canonicidade dos livros apcrifos provam que vrios livros receberam nveis variados de aceitao por pessoas diferentes na igreja crist, geralmente no atingindo a confirmao de sua canonicidade. S depois de Agostinho e dos conclios locais que ele dominou declararem-nos inspirados que comearam a ser usados e, por fim, receberam aceitao "infalvel" da Igreja Catlica Romana em Trento. Isso ainda no atinge o tipo de reconhecimento inicial, contnuo e total entre as igrejas crists dos livros cannicos do AT protestante e da Tor judaica (que exclui os apcrifos). Os verdadeiros livros cannicos foram recebidos imediatamente pelo povo de Deus no cnon crescente das Escrituras. Qualquer debate subsequente foi travado pelos que no estiveram numa posio, assim como sua audincia imediata, de saber se eram de um apstolo ou de um profeta autorizado. Eles j estavam no cnon; algumas pessoas em geraes posteriores questionaram se deviam estar ali. Eventualmente, todos os antilegomena (livros questionados mais tarde por algumas pessoas) foram retidos no cnon. Isso no aconteceu com os apcrifos, pois os protestantes rejeitaram todos eles e at os catlicos rejeitaram 3 Esdras ,4 Esdras e A orao de Manasss.

3.4 - ARGUMENTOS A FAVOR DO CNON PROTESTANTE A evidncia indica que o cnon protestante, que consiste em 39 livros da Bblia hebraica e exclui os apcrifos, o verdadeiro cnon. A nica diferena entre o cnon protestante e o palestino est na sua ordem. A Bblia hebraica tem 22 livros. Os judeus palestinos representavam a ortodoxia judaica. Portanto, seu cnon era reconhecido por ortodoxo. Foi o cnon de Jesus, Josefo e Jernimo. Foi o cnon de muitos pais da igreja primitiva, entre eles Orgenes, Cirilo de Jerusalm e Atansio. Os argumentos que apiam o cnon protestante podem ser divididos em dois grupos: histricos e doutrinrios.

3.4.1 - ARGUMENTOS HISTRICOS Teste da canonicidade. Ao contrrio do argumento catlico com base no uso cristo, o verdadeiro teste da canonicidade a caracterstica proftica. Deus determinou quais livros estariam na Bblia ao dar sua mensagem a um profeta. Ento apenas livros escritos por um profeta ou porta-voz credenciado por Deus so inspirados ou pertencem ao cnon das Escrituras. claro que, apesar de Deus ter determinado a canonicidade desta maneira, o povo de Deus teve de descobrir quais desses livros eram profticos. O povo de Deus a quem o profeta escreveu sabia que os profetas satisfaziam os testes bblicos para serem representantes de Deus, e eles autenticaram ao aceitar os livros como vindos de Deus. Os livros de Moiss foram aceitos imediatamente e guardados num lugar sagrado, Dt 31.26. O livro de Josu foi aceito imediatamente e preservado com a Lei de Moiss, v. Js 24.26. Samuel foi acrescentado coleo, v. 1 Sm 10.25. Daniel j tinha uma cpia do seu contemporneo
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Jeremias, Dn 9.2, e da Lei, Dn 9.11,13. Apesar da mensagem de Jeremias ter sido rejeitada por grande parte da sua gerao, o remanescente deve ter aceitado e espalhado rapidamente sua obra. Paulo encorajou as igrejas a fazer circular suas epstolas inspiradas, v. Cl 4.16. Pedro possua uma coleo das obras de Paulo, igualando-as ao Antigo Testamento como "Escritura". Havia vrias maneiras de contemporneos confirmarem se algum era profeta de Deus. Alguns foram confirmados de forma sobrenatural. s vezes isso acontecia por meio da confirmao imediata da autoridade sobre a natureza ou da preciso da profecia preditiva. Na verdade, falsos profetas eram eliminados se suas previses no se realizassem. Supostas revelaes que contradiziam verdades reveladas anteriormente tambm eram rejeitadas, cf. Dt 13.1-3. Evidncias de que os contemporneos de cada profeta autenticaram e acrescentaram seus livros ao cnon crescente vm das citaes de obras posteriores. As obras de Moiss so citadas em todo o AT, comeando com seu sucessor imediato Josu. Profetas posteriores citam os anteriores. No NT, Paulo cita Lucas em 1 Tm 5.18; Pedro reconhece as epstolas de Paulo em 2 Pd 3.15,16, e Judas 4-12 cita 2 Pedro. O Apocalipse est cheio de imagens e idias de Escrituras anteriores, especialmente Daniel, Ap 13. Todo o AT judaico/protestante foi considerado proftico. Moiss, que escreveu os cinco primeiros livros, foi um profeta, Dt 18.15. O restante dos livros do AT foi conhecido durante sculos pela designao de "Profetas". Posteriormente esses livros foram divididos em "Profetas" e "Escritos". Alguns acreditam que essa diviso foi baseada no fato do autor ser um profeta por ofcio ou por dom. Outros acreditam que a separao foi estabelecida para uso tpico em festivais judaicos, ou que os livros foram colocados em sequncia cronolgica, por ordem de tamanho decrescente. Seja qual for a razo, evidente que a maneira original e contnua de referir-se ao AT como um todo, at a poca de Cristo era a diviso dupla: "a Lei e os Profetas". Os "apstolos e profetas", Ef 3.5, compunham o NT. Ento, toda a Bblia um livro proftico, incluindo o ltimo livro; isso no se aplica aos apcrifos. Profecia no-autenticada. H forte evidncia de que os livros apcrifos no so profticos, e j que a profecia o teste da canonicidade, s esse fato os elimina do cnon. Nenhum livro apcrifo afirma ser escrito por um profeta. Na verdade, o livro de Macabeus afirma no ser proftico em 1 Macabeus 9.27. E no h confirmao sobrenatural de qualquer um dos escritores dos livros apcrifos, como h para os profetas que escreveram livros cannicos. No h profecia que preveja o futuro nos apcrifos, como h em alguns livros cannicos, Is 53; Dn 9; Mq 5.2. No h nova verdade messinica nos apcrifos. At a comunidade judaica, a quem os livros pertenciam, reconheceu que os dons profticos haviam cessado em Israel antes de os apcrifos serem escritos. Os livros apcrifos jamais foram alistados na Bblia judaica com os profetas ou qualquer outra seo. Os livros apcrifos no so citados nenhuma vez com autoridade por nenhum livro proftico escrito depois deles. Levando em conta tudo isso, temos evidncias mais que suficientes de que os apcrifos no eram profticos e, portanto, no deveriam ser parte do cnon das Escrituras. Rejeio judaica. Alm das evidncias da caracterstica proftica apontarem apenas para os livros do AT judaico e protestante, h uma rejeio contnua dos apcrifos como cnon por mestres judeus e cristos. Filo, um mestre judeu alexandrino (20 a.C.-40 d.C.), citava o AT prolificamente, utilizando quase todos os livros cannicos, mas nunca citou os apcrifos como inspirados. Josefo (30-100 d.C.), um historiador judeu, exclui explicitamente os apcrifos, numerando os livros do AT em 22 (= 39 livros no Antigo Testamento protestante). Ele tambm nunca citou um livro apcrifo como Escritura, apesar de conhec-los bem. Em Contra pion (1.8), ele escreveu: "Pois no temos uma multido incontvel de livros entre ns, discordando dos outros e contradizendo uns aos outros [como os gregos tm], mas apenas 22
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livros, cinco pertencem a Moiss, contm sua lei e as tradies da origem da humanidade at a morte dele. Esse intervalo de tempo foi pouco menor que trs mil anos; mas quanto ao tempo da morte de Moiss at o reinado de Artaxerxes, rei da Prsia, que reinou em Xerxes, os profetas , que vieram depois de Moiss, escreveram o que foi feito nas respectivas pocas em treze livros . Os outros quatro livros contm hinos a Deus e preceitos para a conduta humana". Esses correspondem exatamente ao AT judaico e protestante, que exclui os apcrifos. Os mestres judeus reconheceram que sua linhagem proftica terminou no sc.VI a.C. Mas, como at os catlicos [romanos] reconhecem, todos os livros apcrifos foram escritos depois dessa poca. Josefo escreveu: "De Artaxerxes at nossa poca tudo foi registrado, mas no foi considerado digno do mesmo reconhecimento do que o que o precedeu, porque a sucesso exata dos profetas cessou". Outras afirmaes rabnicas sobre o trmino da profecia apiam esse argumento. O Seder olam rabbah 30 declara: "At ento [a vinda de Alexandre, o Grande] os profetas profetizavam por meio do Esprito Santo. Da em diante: 'Incline seu ouvido e oua as palavras dos sbios". Baba batra 12 b declara: "Desde a poca em que o templo foi destrudo, a profecia foi tirada dos profetas e dada aos sbios". O rabino Samuel bar Inia disse: "O segundo Templo no tinha cinco coisas que o primeiro Templo possua: a saber, o fogo, a arca, o Urim e o Tumim, o leo da uno e o Esprito Santo [da profecia]". Ento, os mestres judeus (rabinos) reconheceram que o perodo de tempo durante o qual os apcrifos foram escritos no foi um perodo em que Deus estava transmitindo escrituras inspiradas. Jesus e os autores do Novo Testamento nunca citaram os apcrifos como Escritura, apesar de estarem cientes dessas obras e fazerem aluso a elas ocasionalmente, Hb 11.35 pode fazer aluso a 2 Macabeus 7,12, ou pode fazer uma referncia a 1 Rs 17.22. Mas centenas de citaes no NT mencionam o cnon do Antigo Testamento. A autoridade com que foram citadas indica que os autores do NT as consideravam parte da "Lei e dos Profetas", o AT inteiro, que era considerada Palavra de Deus inspirada e infalvel, Mt 5.17,18; cf. Jo 10.35. Jesus citou partes de todas as divises da "Lei" e do "Profetas" do AT, que ele denominava de "todas as Escrituras". Os eruditos judeus em Jmia (c. 90 d.C.) no aceitaram os apcrifos como parte do cnon judaico divinamente inspirado. J que o NT afirma explicitamente que a Israel foram confiadas as "palavras de Deus" e que a nao fora destinatria das alianas e da Lei, os judeus foram considerados guardies dos limites do prprio cnon. Como tal, sempre rejeitavam os apcrifos. A rejeio dos conclios da igreja primitiva. Nenhuma lista cannica ou conclio da igreja crist considerou os apcrifos inspirados durante os quase quatro primeiros sculos. Isso importante, j que todas as listas disponveis e a maioria dos mestres desse perodo omitem os apcrifos. Os primeiros conclios a aceitar os apcrifos eram apenas locais, sem fora ecumnica. A alegao catlica de que o Conclio de Roma (392), apesar de no ser um conclio ecumnico, tinha fora ecumnica porque o papa Dmaso (304-394) o ratificou sem fundamento. uma alegao forada, que supe que Dmaso era um papa com autoridade infalvel. E at mesmo os catlicos reconhecem que esse conclio no era um grupo ecumnico. Nem todos os telogos catlicos concordam que tais afirmaes dos papas so infalveis. No h listas infalveis de afirmaes infalveis dos Papas. Nem h um critrio universalmente aprovado para desenvolver tais listas. No mximo, apelar ao papa para tornar infalvel a afirmao de um conclio local uma faca de dois gumes. Mesmo telogos catlicos admitem que alguns papas ensinaram erros e foram at herticos.

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Rejeio por parte dos primeiros pais da igreja. Alguns dos primeiros pais da igreja declararam-se contrrios aos [livros] apcrifos. Entre esses figuravam Orgenes, Cirilo de Jerusalm, Atansio e o grande tradutor catlico das Escrituras, Jernimo. Rejeio por Jernimo. Jernimo (340-420), o grande telogo bblico do perodo medieval e tradutor da Vulgata latina, rejeitou explicitamente os apcrifos como parte do cnon. Ele disse que a igreja os l "para exemplo e instruo de costumes", mas no "os aplica para estabelecer nenhuma doutrina". Na verdade, ele criticou a aceitao injustificada desses livros por Agostinho. A princpio, Jernimo at recusou-se a traduzir os apcrifos para o latim, mas depois fez uma traduo rpida de alguns livros. Depois de descrever os livros exatos do AT judaico [e protestante], Jernimo conclui: "E ento no total h 22 livros da Lei antiga [conforme as letras do alfabeto judaico], isto , 5 de Moiss, 8 dos Profetas e 9 hagigrafos. Apesar de alguns inclurem [...] Rute e Lamentaes no hagigrafo, e acharem que esses livros devem ser contados (separadamente) e que h ento 24 livros da antiga Lei, aos quais Apocalipse de Joo representa por meio do nmero de 24 ancios [...] Esse prlogo pode servir perfeitamente como elmo ( equipado com elmo, contra atacantes) de introduo a todos os livros bblicos que traduzimos do hebraico para o latim, para que saibamos que os que no esto includos nesses devem ser includos nos apcrifos ". No prefcio de Daniel, Jernimo rejeitou claramente as adies apcrifas a Daniel (Bel e o Drago e Susana) e defendeu apenas a canonicidade dos livros encontrados na Bblia hebraica, escrevendo: As histrias de Susana e de Bel e o Drago no esto contidas no hebraico [...] Por isso, quando traduzia Daniel muitos anos atrs, anotei essas vises com um smbolo crtico, demonstrando que no estavam includas no hebraico [...] Afinal, Orgenes, Eusbio e Apolinrio e outros clrigos e mestres distintos da Grcia reconhecem que, como eu disse, essas vises no se encontram no hebraico, e portanto no so obrigados a refutar Porfrio quanto a essas pores que no exibem autoridade de Escrituras Sagradas. A sugesto de que Jernimo realmente favorecia os apcrifos, mas s estava argumentando o que os judeus os rejeitavam, infundada. Ele disse claramente na citao acima que: "no exibem autoridade de Escrituras Sagradas", e jamais retirou sua rejeio dos apcrifos. Ele afirmou na obra Contra Rufino , 33, que havia "seguido o julgamento das igrejas" nesse assunto. E sua afirmao: "No estava seguindo minhas convices" parece referir-se s "afirmaes que eles [os inimigos do Cristianismo] esto acostumados a fazer contra ns". De qualquer forma, ele no retirou em lugar algum suas afirmaes contra os apcrifos. Finalmente, o fato de que Jernimo tenha citado os livros apcrifos no prova de que os aceitava. Ele afirmou que a igreja os l "para exemplo e instruo de costumes" mas no "os aplica para estabelecer qualquer doutrina". A Rejeio dos telogos. At telogos catlicos romanos notveis durante o perodo da Reforma rejeitaram os apcrifos, tal como o cardeal Cajetano, que se ops a Lutero. Como j foi citado, ele escreveu o livro "Comentrio sobre todos os livros histricos autnticos do Antigo Testamento" (1532), que exclua os apcrifos. Luteranos e anglicanos usam-nos apenas para assuntos ticos e devocionais, mas no os consideram oficiais em questes de f. Igrejas Reformadas seguiram A Confisso de F de Westminster (1647), que afirma: Os livros geralmente chamados Apcrifos, no sendo de inspirao divina, no fazem parte do Cnon da Escritura; no so, portanto, de autoridade na Igreja de Deus, nem de modo algum podem ser aprovados ou empregados seno como escritos humanos. Em resumo, a igreja crist (incluindo anglicanos, luteranos e reformados) rejeitou os livros deuterocannicos como parte do cnon. Eles fazem isto porque lhes falta o fator determinante

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primrio da canonicidade: os livros apcrifos no tm evidncia de que foram escritos por profetas credenciados por Deus. Outra evidncia encontrada no fato de que os livros apcrifos jamais foram citados como autoridade nas Escrituras do NT, nem foram parte do cnon judaico, e a igreja primitiva nunca os aceitou como inspirados. O erro de Trento. O pronunciamento infalvel de que os livros apcrifos so parte da Palavra inspirada de Deus revela quo falvel uma afirmao supostamente infalvel pode ser. Esse artigo demonstrou que a afirmao historicamente infundada. Foi um exagero polmico e uma deciso arbitrria envolvendo uma excluso dogmtica. O pronunciamento [do Conclio] de Trento sobre os apcrifos foi parte de uma ao polmica contra Lutero. Seus defensores consideravam que a aceitao dos apcrifos como inspirados era necessria para justificar ensinamentos que Lutero havia atacado, principalmente as oraes pelos mortos. O texto de 2 Macabeus 12.46 diz: "... mandou fazer o sacrifcio expiatrio pelos falecidos, a fim de que fossem absolvidos do seu pecado". J que havia uma obrigao de aceitar certos livros, as decises foram um tanto arbitrrias. Trento aceitou 2 Macabeus, que apontava as oraes pelos mortos e rejeitou 2 Esdras (4 Esdras pela avaliao catlica), que tinha uma afirmao que no apoiava a prtica. A prpria histria dessa seo de 2 (4) Esdras revela a arbitrariedade da deciso de Trento. Ele foi escrito em aramaico por um judeu desconhecido (c. 100 d.C.) e circulou nas antigas verses latinas (c. 200). A Vulgata o incluiu como apndice do NT (c.400). Desapareceu da Bblia at que protestantes, comeando por Johann Haug (1726-1752), comearam a imprimi-lo nos apcrifos com base nos textos aramaicos, j que no constava nos manuscritos em latim da poca. Mas, em 1874 uma longa seo em latim (70 versculos do captulo 7) foi encontrada por Robert Bently numa biblioteca em Amiens, Frana. Bruce Metzger comentou: provvel que a seo perdida tenha sido deliberadamente arrancada por um ancestral da maioria dos manuscritos latinos sobreviventes, por razes dogmticas, pois a passagem contm uma negao enftica do valor das oraes pelos mortos. Alguns catlicos argumentam que essa excluso no arbitrria porque essa obra no fazia parte das listas deuterocannicas antigas, foi escrita depois da poca de Jesus Cristo, foi relegada a uma posio inferior na Vulgata e s foi includa nos apcrifos por protestantes no sculo XVII. Por outro lado, 2 (4) Esdras fez parte de listas antigas de livros no considerados completamente cannicos. Segundo o critrio catlico, a data da obra no diz respeito possibilidade de ter ela constado dos apcrifos judaicos, mas com o fato de ter sito usada por cristos primitivos; ela foi usada, juntamente com outros livros apcrifos. No deveria ter sido rejeitada porque tinha posio inferior na Vulgata. Jernimo relegou todas essas obras a uma posio inferior. Ela no reapareceu no latim at o sculo XVIII porque aparentemente algum monge catlico arrancou a seo de oraes pelos mortos. Oraes pelos mortos eram preocupao constante dos clrigos de Trento, que convocaram seu conclio apenas 29 anos depois de Lutero ter publicado suas teses contra a venda de indulgncias. As doutrinas de indulgncias, purgatrio e oraes pelos mortos permanecem ou caem juntas.

3.4.2 - ARGUMENTOS DOUTRINRIOS Canonicidade. As posies falsas e verdadeiras que determinam a canonicidade podem ser comparadas da seguinte forma.

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Posio incorreta sobre o cnon A igreja determina o cnon A igreja a me do cnon A igreja magistrada do cnon A igreja regula o cnon A igreja juza do cnon A igreja mestra do cnon

Posio correta sobre o cnon A igreja descobre o cnon A igreja filha do cnon A igreja ministra do cnon A igreja reconhece o cnon A igreja testemunha do cnon A igreja serva do cnon

Fontes catlicas podem ser citadas para apoiar a doutrina de canonicidade que se parece muito com a posio correta. O problema que apologistas catlicos geralmente se equivocam nesse assunto. Peter Kreeft, por exemplo, argumentou que a igreja deve ser infalvel se a Bblia , j que o efeito no pode ser maior que a causa e a igreja causou o cnon. Mas se a igreja regulada pelo cnon, em vez de govern-los, ento a igreja no a causa do cnon. Outros defensores do catolicismo cometem o mesmo erro, afirmando que faz a igreja definidora do cnon. Eles negligenciam o fato de que foi Deus (por inspirao) quem causou as Escrituras cannicas, no a igreja. Essa m interpretao s vezes evidente no uso equivocado da palavra testemunha . Quando falamos sobre a igreja como "testemunha" do cnon depois da poca em que foi escrito no queremos dizer no sentido de ser uma testemunha ocular (relatando evidncia de primeira mo). O papel adequado da igreja crist no descobrimento de quais livros pertencem ao cnon pode ser reduzido a vrios preceitos. Somente o povo de Deus contemporneo autoria dos livros bblicos foi verdadeira testemunha da evidncia. S eles foram testemunhas do cnon durante seu desenvolvimento. S eles poderiam atestar a evidncia da caracterstica proftica dos livros bblicos, que o fator determinante da canonicidade. A igreja posterior no testemunha da evidncia do cnon. Ela no cria nem constitui evidncia para o cnon. apenas descobridora e observadora da evidncia que resta para a confirmao original da qualidade proftica dos livros cannicos. A suposio da igreja de que a evidncia subsiste em si mesma o erro por trs da posio catlica. Nem a igreja primitiva nem a recente juza do cnon . A igreja no o rbitro final quanto aos critrios do que ser admitido como evidncia. Somente Deus pode determinar os critrios para nosso descobrimento do que seja sua Palavra. O que de Deus ter suas "impresses digitais"; s Deus o determina como so suas "impresses digitais". Tanto a igreja primitiva quanto a recente so mais juradas que juzas . Os jurados ouvem as evidncias, avaliam as evidncias e apresentam um veredicto de acordo com as evidncias . A igreja contempornea (Sc. I) testemunhou evidncias de primeira mo da atividade proftica (tais como milagres), e a igreja posterior examinou as evidncias da autenticidade desses livros profticos, que foram confirmados diretamente por Deus quando foram escritos. De certa forma, a igreja julga o cnon. Ela chamada, como todos os jurados so, a realizar a seleo e a avaliao das evidncias para chegar ao veredicto. Mas no isso que a igreja romana praticou no seu papel magisterial de determinao do cnon. Afinal, isso que se quer dizer com o magistrio da igreja. A hierarquia catlica no apenas ministerial; tem papel judicial, no apenas administrativo. No apenas o jri observando a evidncia, mas o juiz determinando o que se classifica como evidncia. A est o problema. Ao exercer o papel magisterial, a Igreja Catlica escolheu o curso errado para apresentar sua deciso sobre os apcrifos.
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Inicialmente, decidiu seguir o critrio errado, uso cristo em vez de qualidade proftica. Em segundo lugar, uso evidncia de segunda mo de escritores posteriores em vez de apenas evidncia de primeira mo para a canonicidade (confirmao divina da atuao proftica do autor). Em terceiro lugar, no usou confirmao imediata dos contemporneos, mas afirmaes posteriores de pessoas nascidas sculos depois dos eventos. Todos esses erros surgiram da interpretao incorreta do papel da igreja como juza em vez de jurada, como magistrada em vez de ministra, soberana em vez de serva do cnon. Por outro lado, a rejeio protestante dos apcrifos foi baseada na compreenso do papel das primeiras testemunhas para as caractersticas profticas e da igreja como guardi dessa evidncia da autenticidade.

3.5 - CONCLUSO NESTE ASSUNTO As disputas sobre os apcrifos do AT tm um papel importante nas disputas catlicas e protestantes sobre ensinamentos como purgatrio e orao pelos mortos. No h evidncias de que os livros apcrifos sejam inspirados e, portanto, devam fazer parte do cnon das Escrituras inspiradas. Eles no afirmam ser inspirados, e a inspirao no lhes atribuda pela comunidade judaica que os produziu. No so citados nenhuma vez como Escritura no NT. Muitos pais da igreja primitiva, incluindo Jernimo, os rejeitavam categoricamente. Acrescent-los Bblia pelo decreto infalvel no Conclio de Trento evidencia um pronunciamento dogmtico e polmico criado para sustentar doutrinas que no so apoiadas claramente em nenhum dos livros cannicos. luz dessa evidncia poderosa contra os apcrifos, a deciso da ICR e Ortodoxa infundada e rejeitada pelos protestantes. um erro srio admitir materiais no inspirados para corromper a revelao escrita de Deus e minar a autoridade divina das Escrituras.

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CAPTULO IV O PERSONAGEM CENTRAL DO LIVRO: JESUS CRISTO VERDADE OU MITO?

4.1 - INTRODUO Nenhum personagem fora tanto escrutinado como o homem de Nazar; cientistas, arquelogos, paleontlogos, antroplogos, historiadores, socilogos, psiclogos, telogos, ateus, agnstico... Enfim, todos querem comentar sobre esse personagem chamado Jesus. Uns para abordar sua importncia sociolgica e o teor de suas mensagens, outros para absorver sua teologia e ensinamentos. Entretanto, os que mais chamam ateno e batem recordes de vendas de livros e revistas, so aqueles que querem desmistificar o homem Jesus ou aqueles que arvoram a no existncia do Cristo. A mdia atual sabe que, apesar da morte de Deus ter sido anunciada pelos iluministas, o mundo est cada vez mais voltado religiosidade e ao espiritualismo, por isso as abordagens sobre o tema se tornam cada vez mais acirradas e controvertidas. Um desses autores que tem batido recordes de vendas a escritora K. Armstrong, ela afirma o seguinte sobre a existncia de Jesus: "Sabemos muito pouco sobre Jesus. O primeiro relato mais abrangente sobre sua vida aparece no evangelho segundo Marcos, que s foi escrito por volta do ano 70, cerca de 40 anos depois de sua morte. Aquela altura, os fatos histricos achavam-se misturados a elementos mticos... esse significado, basicamente, que o evangelista nos apresenta, e no uma descrio direta e confivel. Nesse captulo, no qual procurarei mostrar a historicidade de Cristo, utilizarei fontes no s de autores cristos, mas principalmente de autores seculares e de credibilidade, alm de documentos reconhecidos como provas comprobatrias disponveis em grandes bibliotecas.

4.2 - O QUE SERIA UM PERSONAGEM DA HISTRIA? No sentido mais simples da palavra, um indivduo um personagem da histria quando: 1. esse personagem realmente existiu; 2. se sabe sobre ele de uma maneira segura um certo nmero de informaes; 3. eventualmente, que lhe podem ser atribudos certos escritos ou palavras.

4.3 - A PROBLEMTICA DA FONTE O escritor secular Mrio Curtis Giordani comenta o seguinte sobre essa problemtica: Sobre as origens do Cristianismo, de modo especial sobre a vida de Cristo e sua doutrina, as fontes, por excelncia, so, primeiramente, os livros do Novo Testamento, entre os quais podemos pr em relevo as epstolas paulinas e os quatro evangelhos. Para um conhecimento mais aprofundado da mentalidade religiosa dominante na Palestina nos tempo de Cristo, constituem fontes de primeira ordem os famosos manuscritos descobertos a partir de 1947 nas plagas inspitas do Mar Morto. Uma terceira classe de fontes referentes s origens crists, encontramo-las em escritos de autores pagos como Plnio o Jovem, Tcito, Seutnio e na obra do escritor judeu Flvio Josefo... Quanto aos livros do Novo Testamento, em geral, e aos Evangelhos, em particular, ao focalizarmo-los como fontes histricas, surge logo a
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interrogao: at que ponto tais escritos, impregnados de esprito sobrenatural, contendo no poucos relatos miraculosos, podem ser considerados como fontes fidedignas para uma reconstituio cientfica do passado? O historiador no pode, portanto nutrir idia preconcebida contra qualquer espcie de fonte, antes que a mesma passe pelo crivo da mais rigorosa crtica cientfica. Com relao aos livros do Novo Testamento e, muito particularmente, aos quatro evangelhos, devemos observar que jamais documento algum sofreu to cerrado exame da crtica histrica. No h uma palavra dos Evangelhos que no tenha sido objeto de cuidadosa considerao. A autenticidade, a veracidade e a integridade substancial desses escritos tm sido sobejamente provadas... Encontramos, verdade, algumas aparentes divergncias em certas narraes contidas nos Evangelhos. Tais divergncias, porm, so apenas de detalhe e para as mesmas sobram explicaes dos exegetas. Do ponto de vista da crtica histrica, convm frisar que essas divergncias no so, nem de longe, suficientes para infirmarem o valor do depoimento dos evangelistas... Se aplicssemos a muitas outras fontes histricas os mesmos rigores de que a crtica racionalista e at mesmo a crist usaram no estudo dos evangelhos, um bom nmero de acontecimentos do passado sobre cuja autenticidade no levantamos dvida passaria para o terreno das lendas. W. Durant que observa: No entusiasmo de suas descobertas a alta crtica submeteu o Novo Testamento a prova de autenticidade to severas, que, se as aceitarmos em outros campos, um cento de verdades histricas, como Hamurabi, Davi, Scrates passar para o campo da lenda...

4.4 - JESUS - UM HOMEM LOCALIZADO NA HISTRIA A atuao de Jesus deu-se na Palestina, pequena faixa de terra com rea de 20 mil quilmetros quadrados, dividida de alto a baixo por uma cadeia de montanhas. A cidade de Jerusalm contava com aproximadamente 50 mil habitantes. Por ocasio das grandes festas religiosas, chegava a receber 180 mil peregrinos. A economia centrava-se na agricultura, pecuria, pesca e artesanato. O poder efetivo sobre a regio estava nas mos dos romanos, que respeitavam a autonomia interna das regies dominadas. O centro do poder poltico interno localizava-se no Templo de Jerusalm. Assessorado por 71 membros do Sindrio (tribunal criminal, poltico e religioso), o sumo sacerdote exercia grande influncia sobre os judeus, mesmo os que viviam fora da Palestina. Para o Templo e as sinagogas convergia a vida dos judeus. E foi nesta realidade que Jesus apareceu na Histria dessa regio. Os Evangelhos dizem-nos imensas coisas sobre Jesus. Mesmo se o seu objetivo, propriamente dito, no contar a histria dia a dia e nem fazer a descrio jornalstica como gostaramos hoje de fazer. Contudo, eles so muito mais precisos do que se pensou durante muito tempo. Acontece que esto cheios de pormenores acerca das cidades e aldeias do tempo, das maneiras de viver, de falar, acerca das personagens oficiais. A histria e a arqueologia confirmam que todos estes elementos so exatos, verdicos. Alis, certos pormenores no podiam ter sido inventados ou escritos mais tarde porque certas instituies, certas prticas tinham mudado pouco tempo depois da morte de Jesus, particularmente no ano 70, ano da destruio de Jerusalm. 1900 anos depois dos acontecimentos, descobre-se que os Evangelhos que tinham razo ao contrrio do que, durante muito tempo, os historiadores julgaram que estava errado, precisamente em algumas das suas passagens: por exemplo, no Evangelho segundo S. Joo, considerado o mais espiritual e, portanto, o menos concreto, menos preciso, mais afastado dos tempos e dos locais, encontramos o nome de mais vinte localidades concretas do que nos outros trs evangelistas. Certos nmeros destas localidades desapareceram completamente, mas puderam ser identificadas. S recentemente os historiadores puderam provar a sua existncia...

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Tambm em dada altura se perguntou se a localidade de Nazar no tinha sido inventada pelos Evangelhos. Porqu? Porque o Antigo Testamento e os antigos comentrios hebraicos no falam dela. Crticos e jornalistas fizeram disto um romance completo. Mas, na realidade, j em 1962, uma equipa de arquelogos israelitas, dirigida pelo professor Avi Jonah tinha encontrado nas runas de Cesaria Martima uma placa gravada em hebreu, datando do sculo III antes de Cristo e com o nome da aldeia de Nazar... Em 1927, o arquelogo francs Vincent encontrou o lithostrotos ou Gabbatha esse espao lajeado do pretrio em que Jesus esteve quando compareceu diante de Pilatos. Quanto ao prprio Pilatos, o prefeito romano que condenou Jesus morte e do qual no se encontrava rasto concreto ao longo de dezoito sculos (Ainda que Pilatos seja vrias vezes citado pelo Historiador pico Flvio Josefo), arquelogos italianos encontraram em 1961, tambm nas runas de Cesaria Martima, o seu nome gravado numa pedra com o seu ttulo exato: Praefectus.

4.5 - FONTES NO-BBLICAS ATESTAM A HISTORICIDADE DE JESUS Flvio Josefo (37-100 d.C.). O historiador Josefo que viveu ainda no primeiro sculo, escreveu em seu livro Antiguidades Judaicas: "(O sumo sacerdote) Hanan rene o Sindrio em conselho judicirio e faz comparecer perante ele o irmo de Jesus cognominado Cristo (Tiago era o nome dele) com alguns outros". E mais adiante, no mesmo livro, escreveu Flvio Josefo: "Foi naquele tempo (por ocasio da sublevao contra Pilatos que queria servir-se do tesouro do Templo para aduzir a Jerusalm a gua de um manancial longnquo), que apareceu Jesus, homem sbio, se que, falando dele, podemos usar este termo -homem. Pois ele fez coisas maravilhosas, e, para os que aceitam a verdade com prazer, foi um mestre. Atraiu a si muitos judeus, e tambm muitos gregos. Foi ele o Messias esperado; e quando Pilatos, por denncia dos notveis de nossa nao, o condenou a ser crucificado, os que antes o haviam amado durante a vida persistiram nesse amor, pois Ele lhes apareceu vivo de novo no terceiro dia, tal como haviam predito os divinos profetas, que tinham predito tambm outras coisas maravilhosas a respeito dele; e a espcie de gente que tira dele o nome de cristos subsiste ainda em nossos dias". Tcito (56-120 d.C.). Tcito, historiador romano, tambm fala de Jesus. "Para destruir o boato (que o acusava do incndio de Roma), Nero sups culpados e infringiu tormentos requintadssimos queles cujas abominaes os faziam detestar, e a quem a multido chamava cristos. Este nome lhes vem de Cristo, que, sob o principado de Tibrio, o procurador Pncio Pilatos entregara ao suplcio. Reprimida incontinenti, essa detestvel superstio repontava de novo, no mais somente na Judia, onde nascera o mal, mas anda em Roma, pra onde tudo quanto h de horroroso e de vergonhoso no mundo aflui e acha numerosa clientela." Suetnio (69-122 d.C.). Suetnio, na Vida dos Doze Csares, publicada nos anos 119-122, diz que o imperador Cludio "expulsou os judeus de Roma, tornados sob o impulso de Chrestos, uma causa de desordem"; e, na vida de Nero, que sucedeu a Cludio, acrescenta: "Os cristos, espcie de gente dada a uma superstio nova e perigosa, foram destinados ao suplcio." Plnio o Moo (61-114 d.C.). Plnio, o moo, em carta ao imperador Trajano (Epist. lib. X, 96), nos anos 111-113, pede instruo a respeito dos cristos, que se reuniam de manh para cantar louvores a Cristo. Tertuliano (155-220 d.C.). Escritor latino. Seus escritos constituem importantes documentos para a compreenso dos primeiros sculos do cristianismo. Ele escreveu: "Portanto, naqueles dias em que o nome cristo comeou a se tornar conhecido no mundo, Tibrio, tendo ele mesmo recebido informaes sobre a verdade da divindade de Cristo, trouxe a questo perante o Senado, tendo j se decidido a favor de Cristo...".
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Os Talmudes Judeus. A tradio judaica recolhe tambm notcias acerca de Jesus. Assim, no Talmude de Jerusalm e no da Babilnia incluem-se dados que, evidentemente, contradizem a viso crist, mas que confirmam a existncia histrica de Jesus de Nazar. Os Pais da Igreja Policarpo, Eusbio, Irineu, Justino, Orgenes, etc...

4.6 - CONSIDERAES SOBRE A EXISTNCIA DE JESUS CRISTO Para o leitor ter uma idia do quanto existncia de Cristo rica em suas fontes, analisemos analogamente a biografia de Alexandre (o Grande) e Jesus. As duas biografias mais antigas sobre a vida de Alexandre foram escritas por Adriano e Plutarco depois de mais de 400 anos da morte de Alexandre, ocorrida em 323 a.C. e mesmo assim os historiadores as consideram muito confiveis. Para a maioria dos historiadores, nos primeiros 500 anos, a histria de Alexandre ficou quase intacta. Portanto, comparativamente, insignificante saber que os evangelhos foram escritos 60 ou 30 anos (isso no mximo) depois da morte de Jesus e esse tempo seria insuficiente para se mitificar um indivduo. Por exemplo: Embora os Gathas de Zoroastro, que datam de 1000 a.C., sejam consideradas autnticas, a maior parte das escrituras do zoroastrismo s foram postas por escrito no sculo III d.C. A biografia prsi mais popular de Zoroastro foi escrita em 1278 d.C. Os escritos de Buda, que viveu no sculo VI a.C., s foram registrados depois da era crist. A primeira biografia de Buda foi escrita no sculo I d.C. Embora as palavras de Maom (570-632 d.C.) estejam registradas no Alcoro, sua biografia s foi escrita em 767 d.C., mais de um sculo depois de sua morte.

Portanto, o caso de Jesus no tem paralelo, e impressionante o quanto podemos aprender sobre ele fora do Novo Testamento... Ainda que no tivssemos nenhum dos escritos do Novo Testamento e nenhum outro livro cristo, poderamos ter um prisma ntido do homem que viveu na Judia no sculo I. 1. Saberamos, em primeiro lugar, que Jesus era um professor judeu; 2. segundo, muitas pessoas acreditavam que ele curava e fazia exorcismos; 3. terceiro, algumas acreditavam que ele era o Messias; 4. quarto, ele foi rejeitado pelos lderes judeus; 5. quinto, foi crucificado por ordem de Pncio Pilatos durante o reinado de Tibrio; 6. sexto, apesar de sua morte infame, seus seguidores, que ainda acreditavam que ele estivesse vivo, deixaram a Palestina e se espalharam, assim que havia muitos deles em Roma por volta de 64 d.C.; 7. stimo, todo tipo de gente, da cidade e do campo, homens e mulheres, escravos e livres, o adoravam como se ele fosse Deus. Sem dvida a quantidade de provas corroborativas extrabblicas muito grande. Com elas, podemos no somente reconstruir a vida de Jesus sem termos de recorrer Bblia como tambm ter acesso informao sobre Cristo por meio de um material to antigo quanto os prprios evangelhos.

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4.7 - CONCLUSO NESTE ASSUNTO Pelo que argumentamos acima, diante de to significativa testemunha documental, podemos afirmar que verdadeiramente Jesus Cristo um homem da Histria, tanto que ele a dividiu em antes e depois dele. O pesquisador que acurar a questo sem preconceito chegar concluso que as provas so substanciais. As provas existem, mas quem quiser escapar a elas, escapa. Como se, afinal de contas, Jesus nos quisesse deixar a deciso de lhe conceder um lugar na histria, na nossa histria. Recordemos quando Ele devolveu a pergunta aos apstolos: "E vs, quem dizeis que eu sou?" Pense nisso.

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CAPTULO V O CONHECIMENTO DE JESUS CRISTO

5.1 - INTRODUO "Quisera eu me suportsseis um pouco mais na minha loucura. Suportai-me, pois. Porque zelo por vs com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um s esposo, que Cristo. Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astcia, assim tambm sejam corrompidas as vossas mentes, e se apartem da simplicidade e pureza devidas a Cristo. Se, na verdade, vindo algum, prega outro Jesus que no temos pregado, ou se aceitais esprito diferente que no tendes recebido, ou evangelho diferente que no tendes abraado, a esses de boa mente o tolerais" (II Cor 11:1-4) "Ento lhes perguntou: Mas vs, quem dizeis que eu sou? Respondendo, Pedro lhe disse: Tu s o Cristo" (Mateus 16:15,16). Jesus, que a Verdade, s pode ser conhecido em verdade e somente por aqueles que buscam a verdade. O prprio Cristo causou diviso, diviso entre a verdade e o erro. "Qual Jesus?" uma pergunta importantssima para todo crente em Cristo. Ns deveramos primeiro nos questionar, testar nossas prprias crenas sobre Jesus. Incompreenses sobre o Senhor inevitavelmente se tornam obstculos em nosso relacionamento com Ele. A avaliao tambm pode ser vital com respeito nossa comunho com aqueles que se dizem cristos. Recentemente, durante uma rpida viagem area, um dos meus amigos, preocupado o suficiente, fez algumas perguntas cruciais pessoa prxima a ele sobre o relacionamento dela com Jesus. Mesmo tendo confessado ser um cristo, participando h quatro anos de uma comunidade crist, essa pessoa na verdade no conhecia a Jesus nem entendia o evangelho da Salvao. Meu amigo o levou ao Senhor antes que o avio aterrizasse.

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5.2 - COMO JESUS VISTO POR DIFERENTES RELIGIES 5.2.1 - A "UNIDADE CRIST" Com muita frequncia, frases parecidas com "ns teremos comunho com qualquer um que confessar o nome de Cristo", esto sensivelmente impregnadas de camuflagens ecumnicas. O medo de destruir a unidade domina os que levam a srio este tipo de propaganda antibblica, at mesmo ao ponto de desencorajar qualquer menor interesse em lutar pela f. Surpreendentemente, "a unidade crist" agora inclui a colaborao para o bem moral da sociedade com qualquer seita "que confessa o nome de Jesus."

5.2.2 - "JESUS", O IRMO DE LCIFER Os ensinamentos herticos sobre Jesus incluem todo tipo inimaginvel de idias sem base bblica. O "Jesus Cristo" dos mrmons, por exemplo, no poderia estar mais longe do Jesus da Bblia. O Jesus inventado por Joseph Smith, que a seguir inspirou o nome de sua igreja, o primeiro filho de Elohim, tal como todos os humanos, anjos e demnios so filhos espirituais de Elohim. Este Jesus mrmon se tornou carne atravs de relaes fsicas entre Elohim (Deus, o Pai, o qual tinha um corpo fsico) e a virgem Maria. O Jesus mrmon meio-irmo de Lcifer. Ele veio terra para se tornar um deus. Sua morte sacrificial dar imortalidade para qualquer criatura (incluindo animais) na ressurreio. No entanto, se uma certa criatura, individualmente, vai passar a sua eternidade no inferno ou em um dos trs cus, isto fica por conta de seu comportamento (incluindo o comportamento dos animais).

5.2.3 - "JESUS", UMA IDIA ESPIRITUAL O Jesus Cristo das seitas da cincia da mente (Cincia Crist, Cincia Religiosa, Escola Unitria do Cristianismo, etc.) no diferente de qualquer outro ser humano. "Cristo" uma idia espiritual de Deus e no uma pessoa. Jesus nem sofreu nem morreu pelos pecados da humanidade, porque o pecado no existe. Ao invs disto, ele ajudou a humanidade a desacreditar que o pecado e a morte so fatos. Esta a "salvao" ensinada pela tal Cincia Crist.

5.2.4 - "JESUS", O ARCANJO MIGUEL As Testemunhas de Jeov tambm amam a Jesus, mas no o Jesus da Bblia. Antes de nascer nesta terra, para as Testemunhas de Jeov, Jesus era Miguel, o Arcanjo. Ele um deus, mas no o Deus Jeov. Quando o Jesus deles se tornou um homem, parou ento de ser um deus. No houve ressurreio fsica do Jesus das Testemunhas de Jeov; Jeov suscitou o seu corpo espiritual, escondeu os seus restos mortais, e agora, novamente, Jesus existe como um anjo chamado Miguel. A Bblia promete que, ao morrer um crente em nosso Senhor e Salvador, a pessoa imediatamente estar com Jesus. Com o Jesus deles, no entanto, somente 144.000 Testemunhas de Jeov tero este privilgio, mas no depois da morte, porque eles so aniquilados quando morrem. Ou seja, eles gastam um perodo indefinido em um estado inativo e inconsciente; de fato deixam de existir. Minha comunho com Jesus bblico, no entanto, inquebrvel e eterna.

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5.2.5 - "JESUS", AINDA PRESO NUMA CRUZ Os catlicos romanos tambm amam a Jesus. Eu tambm o amei da mesma forma durante vinte e poucos anos de minha vida, mas ele era muito diferente do Jesus que eu conheo e amo agora. Algumas vezes ele era apenas um beb ou, no mximo, um garoto protegido pela sua me. Quando queria a sua ajuda eu me assegurava rezando primeiro para sua me. O Jesus para quem eu oro hoje j deixou de ser um beb por quase 2000 anos. O Jesus que eu amava como catlico morava corporalmente em uma pequena caixa, parecida com um tabernculo que ficava no altar de nossa igreja, na forma de pequenas hstias brancas, enquanto que, simultaneamente, morava em milhes de hstias ao redor do mundo. Meu Jesus, na verdade, o Filho de Deus ressuscitado corporalmente; Ele no habita em objetos inanimados. O Jesus dos catlicos romanos que eu conhecia era o Cristo do crucifixo, com seu corpo continuamente dependurado na cruz, simbolizando, de forma apropriada, o sacrifcio repetido perpetuamente na missa e a Sua obra de salvao incompleta. Aproximadamente h dois milnios, o Jesus da Bblia pagou totalmente a dvida dos meus pecados. Ele no necessita mais dos sete sacramentos, da liturgia, do sacerdcio, do papado, da intercesso de Sua me, das indulgncias, das oraes pelos mortos, do purgatrio, etc. para ajudar a salvar algum. Os catlicos romanos dizem que amam a Jesus, mesmo quando se chamam de catlicos carismticos, catlicos "evanglicos", ou catlicos renascidos, mas na verdade eles amam um Jesus que no o Jesus bblico. Ele "um outro Jesus".

5.2.6 - "JESUS", O BILIONRIO At mesmo alguns que se dizem evanglicos promovem um Jesus diferente. Os chamados pregadores do movimento da f e da prosperidade promovem um Jesus que foi materialmente prspero. De acordo com o evangelista John Avanzini, cujas roupas chiques refletem o seu ensino, Jesus vestia roupas de marca (uma referncia sua capa sem costura) semelhantes s vestidas por reis e mercadores ricos. Usando uma argumentao distorcida, um pregador do sucesso chamado Robert Tilton declarava que ser pobre pecado, e j que Jesus no tinha pecado, ento, obviamente, ele devia ter sido extremamente rico. O pregador da confisso positiva Fred Price explica que dirige um Rolls Royce simplesmente porque est seguindo os passos de Jesus. Oral Roberts sustenta a idia de que, pelo fato de terem tido um tesoureiro (Judas), Jesus e Seus discpulos deviam ter muito dinheiro.

5.2.7 - O "JESUS" DO MOVIMENTO DA F E DAS IGREJAS PSICOLOGIZADAS Alm da pregao sobre um Cristo que era materialmente rico, muitos pregadores do movimento da f, tais como Kenneth Hagin e Kenneth Copeland, proclamam um Jesus que desceu ao inferno e foi torturado por Satans a fim de completar a expiao pelos pecados dos homens. Este no o Jesus que eu conheo e amo. O Jesus de Tony Campolo habita em todas as pessoas. O televangelista Robert Schuller apresenta um Jesus que morreu na cruz para nos assegurar uma auto-estima positiva. Para apoiar sua tese sobre Jesus, psiclogos cristos e numerosos pregadores evanglicos dizem que Sua morte na cruz prova o nosso valor infinito para com Deus e que isto a base para nosso valor pessoal. No somente existe uma variedade enorme de "jesuses" que promovem o ego humano hoje em dia, como tambm estamos ouvindo em nossas "igrejas" psicologizadas que a verdade sobre Jesus pode no ser to importante para o nosso bem psicolgico do que nossa prpria percepo sobre Ele. Esta a base para o ensino atual do integracionista psicoespiritual Neil Anderson e outros que promovem tcnicas no-bblicas de cura interior.
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Eles dizem que ns devemos perdoar Jesus pelas situaes passadas, nas quais ns sentimos que Ele nos desapontou ou nos feriu emocionalmente. Mas, qual Jesus?

5.3 - CONCLUSO NESTE ASSUNTO A comunho com Jesus o corao do Cristianismo. No algo que meramente imaginamos, mas uma realidade. Ele literalmente habita em todos que colocam n'Ele a sua f como Senhor e Salvador. O relacionamento que temos com Ele ao mesmo tempo subjetivo e objetivo. Nossas experincias pessoais genunas com Jesus esto sempre em harmonia com a Sua Palavra objetiva. O Seu Esprito nos ministra a Sua Palavra, e este conhecimento o fundamento para nossa comunho com Ele. Nosso amor por Ele demonstrado e aumenta atravs de nossa obedincia aos Seus mandamentos; nossa confiana n'Ele fortalecida atravs do conhecimento do que Ele revela sobre Si mesmo. Jesus disse: "Todo aquele que da verdade ouve a minha voz" Jo 18:37. Na proporo em que ns crentes aceitarmos falsas doutrinas sobre Jesus e Seus ensinamentos, tambm minaremos nosso relacionamento vital com Ele. Nada pode ser melhor nesta terra do que a alegria da comunho com Jesus e com aqueles que O conhecem e so conhecidos por Ele. Por outro lado, nada pode ser mais trgico do que algum oferecer suas afeies para outro Jesus, inventado por homens e demnios. Nosso Senhor profetizou que muitos cairiam na armadilha daquela grande seduo que viria logo antes de Seu retorno. Haver muitos que, por causa de sinais e maravilhas, como so chamados, feitos em Seu nome, se convencero de que conhecem a Jesus e O esto servindo. Para estes, um dia, Ele falar estas solenes palavras: "...Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade" (Mt 7.23). Mesmo que sejamos considerados divisivos por perguntarmos "Qual Jesus?", entendam que este pode ser o ministrio mais amoroso que podemos ter hoje em dia. Porque a resposta desta pergunta traz consequncias eternas.

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CAPTULO VI LINHAS TEOLGICAS ORIGINADAS DA BBLIA

"... antes santificai em vossos coraes a Cristo como Senhor; e estai sempre preparados para responder com mansido e temor a todo aquele que vos pedir a razo da esperana que h em vs" Ipe 3:15. Vivemos em um momento de grande marasmo teolgico, onde ideologias e novas concepes surgem a cada momento atacando e afrontando as maneiras tradicionais de se crer no divino. Diante dessa conjuntura preciso que sejamos objetivos quando somos abordados acerca da razo de nossa esperana crist; por que cremos assim? Qual a nossa concepo de Deus? Qual a cosmoviso em que estamos estribados? Enfim, qual a definio teolgica dos evanglicos em contraste com as demais, pois se soubermos distinguir desse marasmo o que realmente acreditamos teremos como levar avante o verdadeiro evangelho de Jesus. Por isso exporei abaixo algumas das mais expressivas linhas de pensamentos teolgicos.

6.1 - LINHAS TEOLGICAS 6.1.1 - TEOLOGIA CATLICA ROMANA A Teologia Catlica est estribada em um trip: A Bblia, incluindo os apcrifos; A Tradio e O ensino dos Pais da Igreja e a autoridade Papal,

Ex Cathedra, onde o Papa decide questes doutrinrias e morais. Com esse trip teolgico a Igreja Catlica concatenou novas doutrinas, sem criar constrangimentos por tais doutrinas estarem alm ou aqum da Bblia. A Bblia tem um papel secundrio em detrimento da prpria Igreja que superior a qualquer outra fonte de autoridade eclesistica. Essa conjuntura ideolgica da cosmoviso teolgica gerou os sete sacramentos: 1. batismo, crisma ou confirmao, 2. penitncia, 3. eucaristia ou missa, 4. matrimnio, 5. uno de enfermos 6. extrema-uno e 7. santas ordens. Segundo o catecismo de 1994, "a Igreja afirma que para os crentes os sacramentos da nova aliana so necessrios salvao." Os sete sacramentos so nada menos que uma sria de boas obras que os catlicos crem que precisam fazer para alcanar a salvao. (A deteriorao da doutrina catlica iniciou-se por volta de sculo IV).
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6.1.2 - TEOLOGIA NATURAL A Teologia Natural Baseia-se somente na razo em detrimento da f e a iluminao do Esprito Santo e seu mover. Os atributos de Deus so aqueles comuns a todos os indivduos, ou seja, criao, raciocnio lgico, etc... O conhecimento de Deus obtido pelo relacionamento com o universo por meio da reflexo racional, sem se voltar a vaticnios e meios sobrenaturais.

6.1.3 - TEOLOGIA LUTERANA 1. Sola Escriptura - Somente a Bblia 2. Sola Gratia - Somente a Graa e 3. Sola Fide - Somente a F Estes tres formam o fundamento da Teologia Luterana. A Bblia a bandeira pela qual o exrcito de Cristo deve marchar, Ela no fala apenas de Deus, mas a prpria Palavra de Deus. O centro das escrituras o Cristo revelado a humanidade. Na questo salvfica o indivduo em nada contribui, sendo destitudo do livre-arbtrio, Deus a causa eficiente da obra redentora. (Sculo XVI)

6.1.4 - TEOLOGIA ANABATISTA A Teologia Anabatista preconizou o batismo somente para adultos, testificando assim o rompimento do cristo em relao ao mundo e o seu comprometimento em obedecer a Jesus Cristo. Opunham-se ao controle da religio pelo o estado e nutriam um enorme zelo missionrio. Devido a maneira pragmtica como viam a vida no deram nfase aos estudos teolgicos sistemticos.

6.1.5 - TEOLOGIA REFORMADA Como na Teologia Luterana, a Teologia Reformada tem como principal bandeira "sola scriptura". A Bblia a Palavra de Deus e isenta de erros. Deus soberano sobre todas as coisas, tudo est sob o domnio de Deus, como criador e soberano de universo Ele no pode ser limitado por nada. Deus predestinou um certo nmero de criaturas cadas para serem reconciliadas com Ele mesmo. A salvao pode ser resumida nos cinco pontos do Calvinismo: 1. Depravao Total, 2. Eleio Incondicional, 3. Expiao Limitada, 4. Graa Irreversvel e 5. Perseverana dos Santos.

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6.1.6 - TEOLOGIA ARMINIANA A Teologia Arminiana divergiu do calvinismo, argumentando que os benefcios da graa so oferecidos a todos, em oposio ao princpio calvinista da condenao predestinada. A nfase desta Teologia gira em torno da prescincia divina, da responsabilidade e livre arbtrio do indivduo e do poder da Graa capacitadora de Deus.

6.1.7 - TEOLOGIA WESLEYANA A Teologia Wesleyana era praticamente de cunho arminiana, embora a principal doutrina destacada por Wesley fosse a da justificao pela f atravs de uma experincia sbita de converso. Tambm se destacava a doutrina da perfeio crist ou do perfeito amor, segundo a qual era possvel a perfeio crist absoluta ainda nesta vida... Wesley deixou claro que no propunha a perfeio sem pecado nem a perfeio infalvel, mas, antes, a possibilidade da santidade no corao.

6.1.8 - TEOLOGIA LIBERAL A Teologia Liberal recheada por convices contemporneas de novas ideologias filosficas e culturais. A humanidade no pecadora e nem cada por natureza, no precisa de uma converso pessoal, apenas o aperfeioamento sociolgico. Jesus no sofreu vicariamente na cruz, ele no o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, nem Deus, mas simplesmente um representante de Deus, um modelo a ser seguido. A Teologia Liberal segue a viso unitria da pessoa de Deus, Jesus estava cheio de Deus, mas nunca foi Deus. O Esprito Santo simplesmente a atividade de Deus no Mundo. Os registros bblicos so falveis.

6.1.9 - TEOLOGIA EXISTENCIAL Os telogos existenciais explicam tudo o que sobrenatural como sendo um mito. Deus atua no mundo como se no existisse, e no se pode conhec-lo de nenhum modo objetivo. A Trindade, os milagres de Jesus Cristo e sua historicidade, o Velho e o Novo Testamento, as atuaes do Esprito Santo, tudo isso, no passam de mitologia religiosa, sendo que pouco se aproveita como contedo histrico fidedigno. Encontrar o nosso verdadeiro eu e desmistificar a Bblia a maneira pela qual a humanidade poder ser salva.

6.1.10 - TEOLOGIA NEO-ORTODOXA Essa teologia foi uma reao contra a concepo liberal implantada no final do sculo XIX e houve a tentativa de preservar a essncia da teologia da Reforma ao mesmo tempo em que se adaptava a questes contemporneas. Deus no pode ser conhecido por doutrinas objetivas, mas por meio de uma experincia de revelao. O Cristo importante aquele experimentado pelo indivduo, o Cristo bblico no teve um nascimento virginal. A Bblia apenas contm a Palavra de Deus, sendo humana e falvel. O relato da criao no passa de um mito. No existe nenhum pecado herdado de Ado, o homem peca por concepo, e no por causa da sua natureza. O inferno e o castigo eterno no so realidades.

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6.1.11 - TEOLOGIA DA LIBERTAO A experincia cotidiana das comunidades crists latino-americanas que combatem as injustias econmicas, sociais, culturais e polticas, est na origem da chamada teologia da libertao. A teologia da libertao constitui uma nova interpretao da mensagem evanglica, luz da injustia social. Apesar do nome, no propriamente uma teologia, no sentido de reflexo sobre Deus. Suas razes podem ser encontradas no movimento denominado teologia poltica, surgido na Europa na dcada de 1970, depois que o Conclio Vaticano II (1962-1965), examinou o problema das relaes entre a igreja e o mundo moderno. A caracterstica mais inovadora do movimento foi encarar os problemas polticos como base para a interpretao dos textos bblicos... A mensagem de salvao interpretada luz das mazelas sociais de que o homem precisa ser libertado. Ao narrar a libertao dos hebreus do cativeiro no Egito e sua marcha para a Terra Prometida, o xodo a imagem bblica da mensagem da salvao, e a histria sagrada no algo distinto da histria da humanidade ou superposto a ela, mas sim a interveno de Deus. Um outro elemento importante da teologia da libertao o mtodo de anlise marxista.

6.2 - CONCLUSO NESTE ASSUNTO Mas enfim qual a concepo teolgica dos Evanglicos? A Soberania de Deus, Ele est acima da sua criao e de tudo o que h, no limitado por nada. A Bblia a nica fonte de autoridade, inerrante, verdadeira, ela no contm mas a Palavra de Deus. Jesus Cristo o centro das Escrituras; a sua pessoa e obra, principalmente sua obra vicria, so o fundamento de nossa f crist e da mensagem da salvao. O Esprito Santo uma pessoa, que atua por intermdio da Palavra de Deus convencendo o homem do pecado, da justia e do juzo. A salvao somente pela graa mediante a f, com est em Ef. 2:8-9, a fonte da salvao a graa de Deus manifestada pela obra de Cristo, o fundamento da salvao. A concepo trinitariana a nica maneira de compreender o Deus revelado na Bblia. O batismo simblico, para quem j tem conscincia do que pecado, mostrando a deciso de se separar do mundo em compromisso para com o Senhor Jesus. A Igreja o corpo de Cristo na terra, composta pelos filhos de Deus. O cristo deve sempre procurar a santificao em sua vida diria. A Santa Ceia em memria da obra de Cristo e todos os batizados devem participar da mesma. Em linhas gerais, o que conclu no fim desse estudo comparativo a teologia professada pelos protestantes evanglicos atuais.

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ANEXO 1 OS 39 ARTIGOS DE F DA RELIGIO ANGLICANA

ARTIGO I -DA F NA SANTSSIMA TRINDADE H um nico Deus, vivo e verdadeiro, eterno, sem corpo, sem partes nem paixes, de infinito poder, sabedoria e bondade; Criador e Conservador de todas as coisas visveis e invisveis. E na unidade desta Divindade h trs Pessoas, da mesma substncia, poder e eternidade: o Pai, o Filho, e o Esprito Santo.

ARTIGO II - DO VERBO OU FILHO DE DEUS, QUE SE FEZ VERDADEIRO HOMEM O Filho, que o Verbo do Pai, gerado eterno do Pai, verdadeiro e sempiterno Deus, e consubstancial com o Pai, tomou a natureza humana no ventre da bendita Virgem e da sua substncia; de sorte que as duas inteiras e perfeitas Naturezas, isto , divina e humana, se reuniram em uma Pessoa, para nunca mais se separarem, das quais resultou Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem; que verdadeiramente padeceu, foi crucificado, morto e sepultado, para reconciliar seu Pai conosco, e ser vtima no s pela culpa original, mas tambm pelos atuais pecados dos homens.

ARTIGO III - DA DESCIDA DE CRISTO AO HADES Assim como Cristo morreu por ns, e foi sepultado; assim tambm deve ser crido que desceu ao Hades.

ARTIGO IV - DA RESSURREIO DE CRISTO Cristo verdadeiramente ressurgiu dos mortos e tomou de novo o seu corpo, com carne, ossos e tudo o mais pertencente perfeio da natureza humana; com o que subiu ao Cu, e l est assentado, at que volte a julgar todos os homens, no derradeiro dia.

ARTIGO V - DO ESPRITO SANTO O Esprito Santo, procedente do Pai e do Filho, da mesma substncia, majestade e glria que o Pai e o Filho, verdadeiro e eterno Deus.

ARTIGO VI - DA SUFICINCIA DAS ESCRITURAS SAGRADAS PARA A SALVAO A Escritura Sagrada contm todas as coisas necessrias para a salvao; de modo que tudo o que nela no se l, nem por ela se pode provar, no deve ser exigido de pessoa alguma seja crido como artigo de f ou julgado como requerido ou necessrio para a salvao. Pelo nome de Escritura Sagrada entendemos os Livros cannicos do Velho e do Novo Testamentos, de cuja autoridade jamais houve qualquer dvida na Igreja.

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DOS NOMES E NMERO DOS LIVROS CANNICOS Gnesis, xodo, Levtico, Nmeros, Deuteronmio, Josu, Juzes, Rute, ISamuel, IISamuel, Ireis, IIReis, ICrnicas, IICrnicas, Esdras, Neemias, Ester, J, Salmos, Provrbios, Eclesiastes ou Pregador, Cntico dos Cnticos, Isaas, Jeremias, Lamentaes de Jeremias, Ezequiel, Daniel, Osias, Joel, Ams, Obadias, Jonas, Miquias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias. E os outros Livros (como diz Jernimo) a Igreja os l para exemplo de vida e instruo de costumes; mas no os aplica para estabelecer doutrina alguma; tais so os seguintes: IIIEsdras, IV Esdras, Tobias, Judite, O restante dos livros de Ester, Sabedoria, 'Jesus, filho de Siraque', Baruque, O Cntico dos Trs Mancebos, A histria de Suzana, De Bel e o drago, Orao de Manasss, Imacabeus, IIMacabeus. Recebemos e contamos por cannicos todos os 27 Livros do Novo Testamento, como so comumente recebidos.

ARTIGO VII - DO VELHO TESTAMENTO O Velho Testamento no contrrio ao Novo; porquanto em ambos, tanto o Velho como o Novo, se oferece a vida eterna ao gnero humano, por Cristo, que o nico mediador entre Deus e o homem sendo ele mesmo Deus e homem. Portanto no devem ser ouvidos os que pretendem que os antigos pais s esperaram promessas transitrias. Ainda que a Lei de Deus, dada por meio de Moiss, no que respeita a cerimnia e ritos, no obrigue os cristos, nem devem ser recebidos necessariamente os seus preceitos civis em nenhuma comunidade; todavia, no h cristo algum que esteja isento, da obedincia aos mandamentos que se chamam morais.

ARTIGO VIII - DOS CREDOS O Credo Niceno e o que ordinariamente se chama Smbolo dos Apstolos devem ser inteiramente recebidos e cridos; porque se podem provar com autoridade muito a certa da Escritura Sagrada.

ARTIGO IX - DO PECADO ORIGINAL O pecado original no consiste na imitao de Ado (como vmente pregado pelos pelagianos); , porm, a falta e corrupo da natureza de todo o homem gerado naturalmente da semente de Ado; pelas quais o homem dista muitssimo da retido original e de sua prpria natureza inclinado ao mal, de sorte que toda a carne sempre cobia contra o esprito; e, por isso, toda pessoa que nasce neste mundo merece a ira e condenao de Deus. E esta infeco da natureza ainda permanece tambm nos que so regenerados, pela qual o apetite carnal chamado em grego phrnema sarks (que uns interpretam sabedoria, outros sensualidade, outros afeio e outros desejo carnal), no sujeito Lei de Deus e apesar de que no h condenao para os que crem e so batizados, contudo o apstolo confessa que a concupiscncia e a luxria tm em si mesmas a natureza do pecado.

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ARTIGO X - DO LIVRE ARBTRIO A condio do homem depois da queda de Ado tal que ele no pode converter-se e prepararse a si mesmo por sua prpria fora natural e boas obras, para a f e invocao a Deus. Portanto no temos o poder de fazer boas agradveis e aceitveis a Deus, sem que a graa de Deus por Cristo nos previna, para que tenhamos boa vontade, e coopere conosco enquanto temos essa boa vontade.

ARTIGO XI - DA JUSTIFICAO DO HOMEM Somos reputados justos perante Deus, somente pelo mrito do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo pela F, e no por nossos prprios merecimentos e obras. Portanto, doutrina mui saudvel e cheia de consolao a de que somos justificados somente pela f, como se expe mais amplamente na Homilia da Justificao.

ARTIGO XII - DAS BOAS OBRAS Ainda que as boas obras, que so os frutos da f, e seguem a justificao, no possam expiar os nosso pecados, nem suportar a severidade do juzo de Deus; so, todavia, agradveis e aceitveis a Deus em Cristo, e brotam necessariamente duma verdadeira e viva f; tanto que por elas se pode conhecer to evidentemente uma f viva como uma rvore se julga pelo fruto.

ARTIGO XIII - DAS OBRAS ANTES DA JUSTIFICAO As obras feitas antes da graa de Cristo, e da inspirao do seu Esprito, no so agradveis a Deus, porquanto no procedem da f em Jesus Cristo; nem fazem os homens dignos de receber a graa, nem (como dizem os autores escolsticos) merecem a graa de congruidade; muito pelo contrrio, visto que elas no so feitas como Deus quis e ordenou que fossem feitas, no duvidamos terem elas a natureza do pecado.

ARTIGO XIV - DAS OBRAS DE SUPERERROGAO As obras voluntrias, que excedem os mandamentos de Deus, e que se chamam obras de supererrogao, no se pode ensinar sem arrogncia e impiedade; porque por elas declaram os homens que no s rendem a Deus tudo a que so obrigados, mas tambm a favor dele fazem mais do que, como rigoroso dever, lhes requerido; ainda que Cristo claramente disse: Quando tiveres feito tudo o que vos est ordenado dizei: Somos servos inteis.

ARTIGO XV - DE CRISTO NICO SEM PECADO Cristo, na verdade de nossa natureza foi feito semelhante a ns em todas as coisas exceto no pecado, do qual foi totalmente isento, tanto na sua carne como no seu esprito. Ele veio para ser o Cordeiro imaculado, que, pelo sacrifcio de si mesmo uma vez oferecido tirasse os pecados do mundo; e o pecado (como diz S. Joo) no estava nele. Porm ns, os demais homens, posto que batizados, e nascidos de novo em Cristo, ainda pecamos em muitas coisas; e se dissermos que no temos pecado, a ns mesmos nos enganamos, e no h verdade em ns.

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ARTIGO XVI - DO PECADO DEPOIS DO BATISMO Nem todo pecado mortal voluntariamente cometido depois do Batismo pecado contra o Esprito Santo, e irremissvel. Pelo que no se deva negar a graa do arrependimento aos que tiverem cado em pecado depois do batismo. Depois de termos recebido o Esprito Santo, podemos apartar-nos da graa concedida, e cair em pecado, e pela graa de Deus levantar-nos de novo e emendar nossas vidas. Devem, portanto, ser condenados os que dizem que j no podem pecar mais, enquanto aqui vivem, ou os que negam a oportunidade de perdo s pessoas verdadeiramente arrependidas.

ARTIGO XVII - PREDESTINAO E ELEIO A predestinao para a vida o eterno propsito de Deus, pelo qual (antes de lanados os fundamentos do mundo) tem constantemente decretado por seu conselho, a ns oculto, livrar da maldio e condenao os que elegeu em Cristo dentre o gnero humano, e conduzi-los por Cristo salvao eterna, como vasos feitos para a honra. Por isso os que se acham dotados de um to excelente benefcio de Deus, so chamados segundo o propsito de Deus, por seu Esprito operando em tempo devido; pela graa obedecem vocao; so justificados gratuitamente; so feitos filhos de Deus por adoo; so criados conforme a imagem de seu Unignito Filho Jesus Cristo; vivem religiosamente em boas obras, e enfim chegam, pela misericrdia de Deus, felicidade eterna. Assim como a pia considerao da predestinao, e da nossa eleio em Cristo, cheia de um doce, suave, e inexplicvel conforto para as pessoas devotas, e os que sentem em si mesmos a operao do Esprito de Cristo, mortificando as obras da carne, e seus membros terrenos, e levantando o seu pensamento s coisas altas e celestiais, no s porque muito estabelece e confirma a sua f na salvao eterna que ho de gozar por meio de Cristo, mas porque veemente acende o seu amor para com Deus; assim para as pessoas curiosas e carnais, destitudas do Esprito de Cristo, o ter de contnuo diante dos seus olhos a sentena da Predestinao de Deus, um princpio muitssimo perigoso, por onde o Diabo as arrasta ao desespero, ou a que vivam numa segurana de vida impurssima, no menos perigosa que a desesperao. Alm disso, devemos receber as promessas de Deus de modo que nos so geralmente propostas nas Escrituras Sagradas; e seguir em nossas obras a vontade de Deus, que nos expressamente declarada na Sua Palavra.

ARTIGO XVIII - DE OBTER A SALVAO ETERNA UNICAMENTE PELO NOME DE CRISTO Devem ser tambm tidos por amaldioados os que se atrevem a dizer que todo o homem ser salvo pela lei ou seita que professa, contanto que seja cuidadoso em modelar sua vida segundo essa lei e o lume da natureza. Porque a Escritura Santa somente nos prope o nome de Jesus Cristo, como nico meio pelo qual os homens se ho de salvar.

ARTIGO XIX - DA IGREJA A Igreja visvel de Cristo uma congregao de fiis, na qual pregada a pura Palavra de Deus, e so devidamente administrados os sacramentos conforme Instituio de Cristo em todas as coisas que necessariamente se requerem neles. Assim como a Igreja de Jerusalm, de Alexandria, e de Antioquia erraram; assim tambm a Igreja de Roma errou, no s quanto s suas prticas, ritos e cerimnias, mas tambm em matria de f.

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ARTIGO XX - DA AUTORIDADE DA IGREJA A Igreja tem poder de decretar ritos ou cerimnias, e autoridade nas controvrsias da f, todavia no lcito Igreja ordenar coisa alguma contrria Palavra de Deus escrita, nem expor um lugar da Escritura de modo que repugne a outro. Portanto, se bem que a Igreja seja testemunha e guarda da Escritura Sagrada, todavia, assim como no lcito decretar coisa alguma contra ela, tambm no se deve obrigar a que seja acreditada coisa alguma, que nela no se encontra, como necessria para a salvao.

ARTIGO XXI - DA AUTORIDADE DOS CONCLIOS GERAIS [O vigsimo primeiro artigo dos precedentes omitido porque , em parte, dum carter local e civil, e provido, no tocante s restantes partes dele, em outros artigos].

ARTIGO XXII - DO PURGATRIO A doutrina romana relativa ao purgatrio, indulgncias, venerao e adorao tanto de imagens como de relquias, e tambm invocao dos santos, uma coisa ftil e vmente inventada, que no se funda em testemunho algum da Escritura, mas ao contrrio repugna Palavra de Deus.

ARTIGO XXIII - DA MINISTRAO NA IGREJA A ningum lcito tomar sobre si o cargo de pregar publicamente, ou administrar os sacramentos na congregao, antes que seja legalmente chamado, e enviado a execut-lo. E devemos julgar por legalmente chamados e enviados aqueles que tiverem sido escolhidos e chamados para esta obra pelos homens revestidos publicamente de autoridade, dada eles na congregao, para chamar e enviar ministros vinha do Senhor.

ARTIGO XXIV - DA LNGUA VERNCULA DO CULTO Repugna evidentemente a Palavra de Deus, e ao uso da Igreja primitiva dizer oraes pblicas na Igreja, ou administrar os sacramentos em lngua que o povo no entende.

ARTIGO XXV - DOS SACRAMENTOS Os sacramentos institudos por Cristo no so unicamente designaes ou indcios da profisso dos cristos, mas antes testemunhos certos e firmes, e sinais eficazes da graa, e da boa vontade de Deus para conosco pelos quais ele opera invisivelmente em ns, e no s vivifica, mas tambm fortalece e confirma a nossa f nele. So dois os sacramentos institudos por Cristo nosso Senhor no Evangelho, isto , o batismo e a ceia do Senhor. Os cinco vulgarmente chamados sacramentos, isto , confirmao, penitncia, ordens, matrimnio, e extrema uno, no devem ser contados como sacramentos do Evangelho, tendo em parte emanado duma viciosa imitao dos apstolos, e sendo em parte estados de vida aprovados nas Escrituras; no tm, contudo, a mesma natureza de sacramentos peculiar ao batismo e ceia do Senhor, porque no tem sinal algum visvel ou cerimnia instituda por Deus. Os sacramentos no foram institudos por Cristo para servirem de espetculo, ou serem levados em procisso, mas sim para devidamente os utilizarmos.
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E s nas pessoas que dignamente os recebem que produzem um saudvel efeito ou operao; mas os que indignamente os recebem adquirem para si mesmos a condenao, como diz So Paulo.

ARTIGO XXVI - DA INDIGNIDADE DOS MINISTROS, A QUAL NO IMPEDE O EFEITO DOS SACRAMENTOS Ainda que na Igreja visvel os maus sempre estejam misturados com os bons, e s vezes os maus tenham a principal autoridade na Administrao da Palavra e dos Sacramentos; todavia, como no o fazem em seu prprio nome, mas no de Cristo, e em comisso e por autoridade dele administram, podemos usar do seu Ministrio, tanto em ouvir a Palavra de Deus, como em receber os Sacramentos. Nem o efeito da ordenana de Cristo tirado pela sua iniquidade, mas a graa dos dons de Deus diminui para as pessoas que com f e devidamente recebem os sacramentos que se lhe administram; os quais so eficazes por causa da instituio e promessa de Cristo, apesar de serem administrados por homens maus. No obstante, disciplina da Igreja pertence que se inquira acerca dos ministros maus, e que sejam estes acusados por quem tenha conhecimento de seus crimes; e sendo, enfim, reconhecidos culpados, sejam depostos mediante justa sentena.

ARTIGO XXVII - DO BATISMO O batismo no s um sinal de profisso e marca de diferena, com que se distinguem os cristos dos que o no so, mas tambm um sinal de regenerao ou novo nascimento, pelo qual, como por instrumento, os que recebem o batismo devidamente, so enxertados na Igreja; as promessas da remisso dos pecados, e da nossa adoo como filhos de Deus pelo Esprito Santo, so visivelmente marcadas e seladas, a f confirmada, e a graa aumentada por virtude da orao de Deus. O batismo das crianas deve conservar-se de qualquer modo na Igreja como sumamente conforme instituio de Cristo.

ARTIGO XXVIII - DA CEIA DO SENHOR A ceia do Senhor no s um sinal de mtuo amor que os cristos devem ter uns para com os outros; mas antes um sacramento da nossa redeno pela morte de Cristo, de sorte que para os que devida e dignamente, e com f o recebem, o po que partimos uma participao do Corpo de Cristo; e de igual modo o clice de bno uma participao do Sangue de Cristo. A transubstanciao (ou mudana da substncia do po e do vinho) na ceia do Senhor, no se pode provar pela Escritura Sagrada; mas antes repugna s palavras terminantes da Escritura, subverte a natureza do sacramento, e tem dado ocasio a muitas supersties. O Corpo de Cristo dado, tomado, e comido na ceia, somente dum modo celeste e espiritual. E o meio pelo qual o Corpo de Cristo recebido e comido na ceia a f. O sacramento da ceia do Senhor no foi pela ordenana de Cristo reservado, nem levado em procisso, nem elevado, nem adorado.

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ARTIGO XXIX - DOS MPIOS, QUE NO COMEM O CORPO DE CRISTO NA CEIA DO SENHOR Os mpios, e os destitudos da f viva, ainda que carnal e visivelmente comprimam com os dentes (como diz santo Agostinho) o sacramento do Corpo e Sangue de Cristo; nem por isso so de maneira alguma participantes de Cristo: mas antes, para sua condenao, comem e bebem o sinal ou sacramento de uma coisa to importante.

ARTIGO XXX - DE AMBAS AS ESPCIES O clice do Senhor no se deve negar aos leigos; porque ambas as partes do sacramento do Senhor, por instituio e ordem de Cristo, devem ser administradas a todos os cristos igualmente.

ARTIGO XXXI - DA NICA OBLAO DE CRISTO CONSUMADA NA CRUZ A oblao de Cristo uma s vez consumada a perfeita redeno, propiciao, e satisfao por todos os pecados, tanto originais como atuais, do mundo inteiro; e no h nenhuma outra satisfao pelos pecados, seno esta unicamente. Portanto os sacrifcios das missas, nos quais vulgarmente se dizia que o sacerdote oferecia Cristo para a remisso da pena ou culpa, pelos vivos ou mortos, so fbulas blasfemas e enganos perigosos.

ARTIGO XXXII - DO CASAMENTO DE SACERDOTES Os bispos, presbteros e diconos no so obrigados, por preceito algum da lei de Deus, a votarse ao estado celibatrio, ou abster-se do matrimnio; portanto lhes lcito, como aos demais cristos, casar como entenderem, se julgarem que isso lhes mais til piedade.

ARTIGO XXXIII - COMO DEVEMOS EVITAR AS PESSOAS EXCOMUNGADAS Aquele que por denncia pblica da Igreja for justamente separado da unidade da Igreja, e suspenso da comunho, deve ser tido por pago e publicano por todos os fiis, at que seja mediante penitncia recebido nas Igreja por um juiz que tenha autoridade para isso.

ARTIGO XXXIV - DAS TRADIES DA IGREJA No necessrio que as tradies e cerimnias sejam em toda parte as mesmas, ou totalmente semelhantes; porque em todos os tempos tm sido diversas, e podem ser alteradas segundo as diversidades dos pases, tempo e costumes dos homens, contanto que nada se estabelea contrrio Palavra de Deus. Todo aquele que por seu particular juzo, com nimo voluntrio e deliberado, quebrar manifestamente as tradies e cerimnias da Igreja, que no so contrrias Palavra de Deus, e se acham estabelecidas e aprovadas pela autoridade comum, (para que outros temam fazer o mesmo), deve ser publicamente repreendido, como quem ofende a ordem comum da Igreja, fere a autoridade do magistrado, e vulnera as conscincia dos irmos dbeis. Toda a Igreja particular ou nacional tem autoridade, para ordenar, mudar e abolir as cerimnias ou ritos da Igreja, institudos unicamente pela autoridade humana, contanto que tudo se faa para edificao.
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ARTIGO XXXV - DAS HOMILIAS O Segundo livro das Homilias, cujos ttulos reunimos abaixo deste artigo, contm doutrina pia, saudvel e necessria para estes tempos, como tambm o primeiro livro das Homilias, publicado ao tempo de Eduardo VI; e portanto julgamos que devem ser lidas pelos ministros, diligente e distintamente nas igrejas, para que sejam entendidas pelo povo.

DOS NOMES DAS HOMILIAS 1. Do uso correto da Igreja 2. Contra o perigo da idolatria 3. Do reparo e asseio das Igrejas 4. Das boas obras: principalmente jejum 5. Contra a glutonaria e embriaguez 6. Contra o luxo do vesturio 7. Da orao 8. Do lugar e Templo da Orao 9. De como Oraes e Sacramentos se devem ministrar em lngua conhecida 10. Da reverente estima Palavra de Deus 11. Das esmolas 12. Da natividade de Cristo 13. Da Paixo de Cristo 14. Da ressurreio de Cristo 15. Da digna recepo do Sacramento do Corpo de Cristo 16. Dos dons do Esprito Santo 17. Para os dias de Rogaes 18. Do estado do matrimnio 19. Do arrependimento 20. Contra a ociosidade 21. Contra a rebelio [Este Artigo recebido nesta Igreja enquanto declara que os livros das Homilias so explicaes da doutrina crist, e se destinam instruo na piedade e moralidade. As referncias constituio e leis da Inglaterra so, porm, consideradas implacveis s circunstncias desta Igreja pelo que est suspensa tambm a ordem para leitura das referidas Homilias nas Igrejas, at que se proceda reviso que se impe, para livr-las tanto de palavras obsoletas como das referncias de natureza local].
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ARTIGO XXXVI - DA SAGRAO DE BISPOS E MINISTROS O livro da sagrao de Bispos, e ordenao de Presbteros e Diconos, estabelecido pela Conveno Geral desta Igreja em 1792 contm tudo quanto necessrio para a referida sagrao e ordenao; nem h nele coisa alguma que seja por si mesma supersticiosa e mpia. E, por consequncia, todos aqueles que so sagrados ou ordenados segundo a referida frmula, decretamos que todos eles so reta, cannica e legalmente ordenados.

ARTIGO XXXVII - DO PODER DOS MAGISTRADOS CIVIS O poder do magistrado civil estende-se a todos os homens, tanto clrigo como leigos, em todas as coisas temporais; porm no tem autoridade alguma em coisa puramente espirituais. E temos por dever de todos os homens que professam o Evangelho o renderem obedincia respeitosa autoridade civil, que regular e legitimamente constituda.

ARTIGO XXXVIII - DE QUE NO SO COMUNS OS BENS ENTRE CRISTOS As riquezas e bens dos cristos no so comuns quanto ao direito, ttulo e posse, como falsamente apregoam certos anabatistas. Todos, no entanto, das coisas que possuem devem dar liberalmente esmola aos pobres, segundo o seu poder.

ARTIGO XXXIX - DO JURAMENTO DUM CRISTO Assim como confessamos que o juramento vo e temerrio proibido aos cristos por nosso Senhor Jesus Cristo, e por Tiago, seu apstolo, assim tambm julgamos que a religio crist de nenhum modo probe que uma pessoa jure quando o magistrado o exige em causa de f e caridade; contanto que isto se faa segundo a doutrina do profeta, em justia, juzo e verdade.

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REFERENCIAL DE NOTAS E BIBLIOGRAFIA NOTAS CAPTULO I: Publicado com o ttulo original: AS ESCRITURAS -Por Vincent Cheung.* [1]-Atos 9:3-6 [2]-Veja Vincent Cheung, Ultimate Questions. [3]-Salmo 119:97,103 [4]-Salmo 19:9-10 [5]-2 Timteo 3:16-17 [6]-A palavra traduzida dada por inspirao de Deus (KJV) ou inspirada por Deus (NASB) theopneustos. Ela significa expirao (soprada para fora) e no inspirao (soprada para dentro), dessa forma, o soprada por Deus na NIV. Embora inspirao seja um termo teolgico aceitvel, referindo-se origem divina da Escritura, e como tal permanece til, ele falha em transmitir o significado literal de theopneustos. [7]-2 Pedro 3:15-16 [8]-2 Pedro 1:20-21. [9]-Mateus 5:18 [10]-A Bblia nega que o homem tenha livre-arbtrio. Embora a vontade do homem exista como uma funo da mente, ela no livre no sentido de que pode funcionar independentemente do controle de Deus. [11]-Deus determina cada detalhe da vida de uma pessoa sua ancestralidade, sade, inteligncia, educao, personalidade, longevidade, localizao geogrfica, etc. [12]-O controle preciso de Deus sobre os homens no se aplica somente aos profetas e apstolos, mas a toda pessoa (mesmo os rprobos). Contudo, Deus especificamente ordenou as vidas dos escritores bblicos para o fim que elas pudessem ser preparadas para escrever a Escritura quando o tempo chegasse. [13]-xodo 4:11-12 [14]-Jeremias 1:4-5,9 [15]-Glatas 1:11-12, 15-16 [16]-A Escritura excede o que os seres humanos podem produzir sem inspirao divina, mas ela no est alm da capacidade dos seres humanos ler e entender. [17]-Alguns chamam esta posio de INSPIRAO ORGNICA, mas outros consideram o termo ambguo ou equivocado. [18]-Mateus 4:5-7 [19]-Mateus 22:41-46 [20]-Alister McGrath, Understanding Doctrine; Grand Rapids, Michigan: Zondervan Publishing House, 1990; p. 138. [21]-Ele fez seu doutorado no campo da biofsica molecular.
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[22]-Veja Vincent Cheung, Ultimate Questions. [23]-Veja as sees relevantes deste livro que discutem a encarnao, a Trindade e a soberania divina versus a liberdade humana. [24]-Joo 10:35 [25]-Lucas 16:17 [26]-The Works of Benjamin B. Warfield, Vol. 1; Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 2000 (original: 1932); p. 283. [27]-Gnesis 12:1-3 [28]-Glatas 3:8 [29]-xodo 9:13-16 [30]-Romanos 9:17 [31]-2 Timteo 3:15 [32]-2 Pedro 3:16 [33]-Atos 8:30-31 [34]-1 Corntios 12:28 [35]-Tiago 3:1 [36]-Romanos 12:3 [37]-Mas, certamente, eles pensam desta forma somente porque foram ensinados a assim fazer. [38]-Visto que no h diferena entre obedecer a Deus e obedecer Escritura, e visto que a Escritura o nosso contato direto com a vontade revelada de Deus, o objeto imediato de nossa lealdade a Bblia (Atos 17:11), pela qual podemos testar os ensinos e prticas daqueles que esto em posio de ensino e autoridade na igreja. Portanto, ensinos e prticas que negam as doutrinas escritursticas, tais como a infalibilidade bblica e a ressurreio de Cristo, constituem fundamentos suficientes para desafiar a autoridade. Devemos obedecer antes a Deus, do que aos homens (Atos 5:29). [39]-Veja Vincent Cheung, Ultimate Questions, para um sistema de apologticas que consistente com a suficincia da Escritura. Embora o livro permita o uso de argumentos extra-bblicos para certos propsitos, os mesmos no so requeridos; antes, ele afirma que a Bblia suficiente para tanto defender como atacar, quando confrontando qualquer cosmoviso no-bblica. [40]-2 Timteo 3:16-17 [41]-Veja Vincent Cheung, Biblical Guidance and Decision-Making, Godliness with Contentment.

CAPTULO II: Publicado com o ttulo original: A Escritura Sagrada, por Rev. Ewerton Barcelos Tokashiki [42]-Romanos 12:2 [43]-1 Pe 3:15

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[44]-Lorraine Boettner, Studies in Theology (Philadelphia, The Presbyterian and Reformed Publ. Co., 1967), p. 9 [45]-Sl 19:7; Sl 119:130 [46]-1 Co 2:14b [47]-Ex 20:1-17 [48]-Paulo Anglada, Sola Scriptura A Doutrina Reformada das Escrituras (So Paulo, Editora Os Puritanos, 1998), p. 86. [49]-Charles Hodge, Teologia Sistemtica (So Paulo, Ed. Hagnos, 2001), p. 137. [50]-John MacArthur, Jr., Sola Scriptura (So Paulo, Ed. Cultura Crist, 2000), p. 210. [51]-1 Ts 2:13; 1 Pe 1:22-25 [52]-39 Artigos de F da Religio Anglicana, artigo VI sobre As Escrituras Sagradas citado no Apndice de Wayne Grudem, Teologia Sistemtica (So Paulo, Ed. Vida Nova, 2002), p. 999 Ver tambm ANEXO 1

NOTAS DO CAPTULO III: Publicado com o ttulo original: Apcrifos: Analisando as Evidncias por Dr. Norman Geisler [53]-2 Tm 3:16-17; 1 Jo 4:1; Ap 22:18 [54]-Ap 22:18-19 [55]-Dt 4:2; 12:32; Pv 30:5-6; Ap 22:18-19 [56]-Dt 29:29; Rm 12:1-21 [57]-Sl 119 [58]-Schaff 2.81. [59]-Denzinger, Sources, n 784. [60]-NAB, p. 413. [61]-The Old Testament, cnon 387 [62]-ibid., p. 427. [63]-Introduo bblica, cap. 7 a 9 [64]-1545-63; Becwith, p. 194,382-3 [65]-A cidade de Deus , 19.36-38 [66]-Agostinho, 18.36 [67]-1 Macabeus 9.27 [68]-Denzinger, n 84 [69]-Metzger, p.181ss.
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[70]-Mansur, p.203 [71]-More light on the Dead Sea Scrolls p. 178 [72]-Introduo bblica, cap. 8 [73]-Introduo bblica , cap. 4 [74]-2 Pd 3.15,16 [75]-v. x 3.4; At 2.22; 2 Co 12.12; Hb 2.3,4 [76]-Dt 18.20-22 [77]-Js 1.7; 1 Rs 2.3; 2 Rs 14.6; 2 Cr 17.9; Ed 6.18; Ne 13.3; Jr 8.8; Ml 4.4 [78]-e.g., Jr 26.18; Ez 14.14,20; Dn 9.2; Jn 2.2-9; Mq 4.1-3 [79]-Mt 5.17; Lc 24.27 [80]-Introduo bblica , cap. 7 [81]-Josefo, 1.8 [82]-v. Becwith, p. 370 [83]-Lc 24.27 [84]-v. Beckwith, p. 276-7 [85]-Rm 3.2 [86]-Prefcio do Livro de Salomo da Vulgata , citado em Beckwith, p. 343 [87]-ibid., [88]-ibid., [89]-Da Sagrada Escritura, 1.III [90]-CNBB [91]-cf. 7.105 [92]-Introduo bblica, p. 62 [93]-Ramm, p.65

NOTAS DO CAPTULO IV: Publicado com o ttulo original: Jesus Cristo: Um Mito Ou Um Homem Da Histria? -Por Joo Flvio Martinez.** [94]-Armstrong, K., A History of God, New York, Ballantine/Epiphany [95]-1, pg. 308, 309 [96]-Evangelho segundo S. Joo, captulo 19, versculo 13 [97]-nasceu no ano 37 ou 38 e participou da guerra contra os romanos no ano 70

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[98]-Flavio Josefo, Antiguidades Judaicas, XX, p.1, apud Suma Catlica contra os sem Deus, dirigida por Ivan Kologrivof. Ed Jos Olympio, Rio de Janeiro 1939, p. 254. [99]-Flvio Josefo, Histria dos Hebreus, Antiguidades Judaicas, XVIII, III, 3 , ed. cit. p. 254. [100]-Tcito, Anais , XV, 44 trad. [101]-Suetnio, Vida dos doze Csares, n. 25, apud Suma Catlica contra os sem Deus, p. 256257. [102]. (4, pg. 106). [103]-Giordani, Mrio Curtis. "Histria de Roma" Antiguidade Clssica II, Editora Vozes, 1968. [104]-http://www.1000questions.net/pt e http://www.montfort.org.br/veritas/index.html [105]-Jo 14.6; 18.37; 2 Ts 2.13; Dt 4.29 [106]-Mt 10.35; Jo 7.35; 9.16; 10.19 [107]-Lc 12.51 [108]-2 Co 13.5; 1 Ts 5.21 [109]-2 Co 5.8; Fp 1.21-23 [110]-Cl 1.27; Jo 14.20; 15.4 [111]-Is 8.20 [112]-Jo 8.31; Fp 3.8 [113]-Jo 14.15; Fp 1.9 [114]-mccgedtb.vilabol.uol.com.br/Ged_Tubarao/Reflexoes/reflexoes01.html [115]-Mt 24.23-26 [116]-Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicaes Ltda. E-Strobel, Lee, "Em Defesa de Cristo", Editora Vida, 1998, So Paulo.

NOTAS DO CAPTULO V: Publicado com o ttulo original: - Por Joo Flvio QUAL JESUS? por T. A. MACMARON (TBC 2/95 Traduzido por Ebenezer Bittencourt)

NOTAS DO CAPTULO VI: Publicado com o ttulo original: Traos Distintivos das Diversas Linhas Teolgicas - Por Joo Flvio Martinez** [117]-H. W. House, "Teologia Crist Em Quadros", Editora Vida, 2000, So Paulo -SP. [118]-Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicaes Ltda-CD ROM. [119]-E. E. Cainrs, "O Cristianismo Atravs dos Sculos", Editora Vida Nova, 1988, So Paulo-SP. [120]-II Tm. 3:16 [121]-Jo. 5:39
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[122]-Jo. 16:8 [123]-Mt. 28:19; II Co. 13:13 [124]-Cl. 2:12 [125]-I Co. 12:27; Ef.4:15.16 [126]-I Ts. 4:3 [127]-I Co. 11:24 [128]-Mc. 16:16; Jo. 6:54

BIBLIOGRAFIA H. Andrews, An introduction to the apocryphal books of the Old and New Testaments. Agostinho, A Cidade de Deus.R.Beckwithm, The Old Testament canon of the New Testament church and itsbackground in early judaism. M.Burroughs, More light on Dead Sea scrolls. H.Denzinger, Documents of Vatican II, cap.3 ____ The sources of catholic dogma. N.L.Geisler, The extent of the Old Testament canon, em G.E.Hawthorne, org., Current issues in biblical and patristic interpretation. __ e W.E.Nix, Introduo bblica, ed.rev . Josefo, Antigidades dos judeus, 1.8 . B.Metzger, An introduction to the apocrypha. B.Ramm, The pattern of religious authority. P.Schaff, The creeds of christendom. A.Souter, The text and canon of the New Testament. Enciclopdia Apologtica Copyright 2001. Todos os direitos reservados em lngua portuguesa por EDITORA VIDA. Publicado anteriormente com o ttulo Baker Encyclopedia of Christian Apologetics, em edio da Baker Book House Company (Grand Rapids, Michingan, EUA).

Cordialmente, FACULDADE DE EDUCAO TEOLGICA FAMA.

FIM

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