Behaviorismo
Behaviorismo
Behaviorismo
o das teorias psicolgicas que postulam o comportamento como o mais adequado objeto de estudo da Psicologia. O comportamento geralmente definido por meio das unidades analticas respostas e estmulos investigadas pelos mtodos utilizados pela cincia natural chamada Anlise do Comportamento. Historicamente, a observao e descrio do comportamento fez oposio ao uso do mtodo de introspeco.
Tipos de Behaviorismo[editar]
Ivan P. Pavlov
Como precedentes do Comportamentismo podem ser considerados 1 2 os fisilogos russos Vladimir Mikhailovich Bechterev e Ivan Petrovich Pavlov . Bechterev, grande estudioso de neurologia e psicofisiologia, foi o primeiro a propor uma Psicologia cuja 1 pesquisa se baseia no comportamento, em sua Psicologia Objetiva . Pavlov, por sua vez, foi o primeiro a propor o modelo de condicionamento do comportamento conhecido como reflexo condicionado, e tornou-se conceituado com suas experincias de condicionamento com ces. Sua obra inspirou a publicao, em 1913, do artigoPsychology as the Behaviorist views it, de John B. Watson. Este artigo apresenta uma contraposio tendncia at ento mentalista (isto , internalista, focada nos processos psicologicos internos, como memria ou emoo) da Psicologia do incio do sculo XX, alm de ser o primeiro texto a usar o termo Behaviorismo. Tambm o primeiro artigo da vertente denominada Behaviorismo Clssico.
Behaviorismo Clssico[editar]
O Behaviorismo Clssico (tambm conhecido como Behaviorismo Watsoniano, menos 3 comumente Psicologia S-R e Psicologia da Contrao Muscular ) apresenta a Psicologia como um ramo puramente objetivo e experimental das cincias naturais. A finalidade da Psicologia seria, ento, prever e controlar o comportamento de todo e qualquer indivduo.
A proposta de Watson era abandonar, ao menos provisoriamente, o estudo dos processos mentais, como pensamento ou sentimentos, mudando o foco da Psicologia, at ento 3 mentalista, para o comportamento observvel . Para Watson, a pesquisa dos processos mentais era pouco produtiva, de modo que seria conveniente concentrar-se no que observvel, o comportamento. No caso, comportamento seria qualquer mudana observada, em um organismo, que fossem consequncia de algum estmulo ambiental anterior, especialmente alteraes nos sistemas glandular e motor. Por esta nfase no movimento muscular, alguns autores referem-se ao Behaviorismo Clssico como Psicologia da Contrao 3 Muscular . O Behaviorismo Clssico partia do princpio de que o comportamento era modelado pelo paradigma pavloviano de estmulo e resposta conhecido comocondicionamento clssico. Em outras palavras, para o Behaviorista Clssico, um comportamento sempre uma resposta a um estmulo especfico. Esta proposta viria a ser superada por comportamentalistas posteriores, porm. Ocorre de se referirem ao Comportamentismo Clssico como Psicologia S-R (sendo SR a sigla de Stimulus-Response (estmulo-resposta), em ingls). importante notar, porm, que Watson em momento algum nega a existncia de processos mentais. Para Watson, o problema no uso destes conceitos no tanto o conceito em si, mas a inviabilidade de, poca, poder analisar os processos mentais de maneira objetiva. De fato, Watson no props que os processos mentais no existam, mas sim que seu estudo fosse abandonado, mesmo que provisoriamente, em favor do estudo do comportamento observvel. Uma vez que, para Watson, os processos mentais devem ser ignorados por uma questo de mtodo (e no porque no existissem), o Comportamentismo Clssico tambm ficou conhecido pela alcunha de Behaviorismo Metodolgico. Watson era um defensor da importncia do meio na construo e desenvolvimento do indivduo. Ele acreditava que todo comportamento era consequncia da influncia do meio, a ponto de afirmar que, dado algumas crianas recm-nascidas arbitrrias e um ambiente totalmente controlado, seria possvel determinar qual a profisso e o carter de cada uma delas. Embora no tenha executado algum experimento do tipo, por razes bvias, Watson executou o clssico e controvertido experimento do Pequeno Albert, demonstrando o condicionamento dos sentimentos humanos atravs do condicionamento responsivo.
Neobehaviorismo Mediacional[editar]
O Behaviorismo Clssico postulava que todo comportamento poderia ser modelado por conexes S-R (Estimulo-Resposta); entretanto, vrios comportamentos no puderam ser modelados desta maneira. Em resposta a isso, vrios psiclogos propuseram modelos behavioristas diferentes em complemento ao Behaviorismo Watsoniano. Destes podemos destacar Edward C. Tolman, primeiro psiclogo do comportamentalismo tradicionalmente chamado Neobehaviorismo Mediacional.
Edward C. Tolman[editar]
Tolman publicou, em 1932, o livro Purposive behavior in animal and men. Nessa obra, Tolman prope um novo modelo behaviorista se baseando em alguns princpios dissoantes perante a teoria watsoriana. Esse modelo apresentava um esquema S-O-R (estmulo-organismoresposta) onde, entre o estmulo e a resposta, o organismo passa por eventos mediacionais, que Tolman chama de variveis intervenientes (em oposio s variveis independentes, i. e. os estmulos, e s variveis dependentes, i. e. as respostas). As variveis intervenientes
seriam, ento, um componente do processo comportamental que conectaria os estmulos e as respostas, sendo os eventos mediacionais processos internos. Baseado nesses princpios, Tolman apresenta uma teoria do processo de aprendizagem sustentada pelo conceito de mapas cognitivos, i. e., relaes estmuloestmulo, ou S-S, formadas nos crebros dos organismos. Essas relaes S-S gerariam espectativas no organismo, fazendo com que ele adote comportamentos diferentes e mais ou menos previsveis para diversos conjuntos de estmulos. Esses mapas seriam construdos atravs do relacionamento do organismo com o meio, quando observa a relao entre vrios estmulos. Os processos internos que permitem a criao de um mapa mental entre um estmulo e outro so usualmente chamados gestalt-sinais. Como se v, Tolman aceitava os processos mentais, assim como Watson, mas, ao contrrio desse, efetivamente os utilizava no estudo do comportamento. O prprio Tolman viria a declarar que sua proposta behaviorista seria uma reescrita da Psicologia mentalista em termos comportamentalistas. Tolman tambm acreditava no carter intencional do comportamento: para ele, todo comportamento visa alcanar algum objetivo do organismo, e o organismo persiste no comportamento at o objetivo ser alcanado. Por essas duas caractersticas de sua teoria (aceitao dos processos mentais e proposio da intencionalidade do comportamento como objeto de estudo), Tolman considerado um precursor da Psicologia Cognitiva.
Clark L. Hull[editar]
Em 1943, a publicao, por Clark L. Hull, do livro Principles of Behavior marca o surgimento de um novo pensamento comportamentalista, ainda baseada o paradigma S-O-R, que viria a se opor ao behaviorismo de Tolman. Hull, assim como Tolman, defendia a idia de uma anlise do comportamento baseada na idia de variveis mediacionais; entretanto, para Hull, essas variveis mediacionais eram caracterizadamente intra-organsmicas, i. e., neurofisiolgicas. Esse o principal ponto de discordncia entre os dois autores: enquanto Tolman efetivamente trabalhava com conceitos mentalistas como memria, cognio etc., Hull rejeitava os conceitos cognitivistas em nome de variveis mediacionais neurofisiolgicas. Em seus debates, Tolman e Hull evidenciavam dois dos principais aspectos das escolas da anlise do comportamento. De um lado, Tolman adotava a abordagem dualista watsoniana, onde o indivduo dividido entre corpo e mente (embora assumindo-se que o estudo da mente no possa ser feito diretamente); de outro, Hull, embora mediacionista, adota uma posio monista, onde o organismo puramente neurofisiolgico.
Behaviorismo Filosfico[editar]
O Behaviorismo Filosfico (tambm chamado Behaviorismo Analtico e Behaviorismo Lgico ) consiste na teoria analtica que trata do sentido e da semntica das estruturas de pensamento e dos conceitos. Defende que a idia de estado mental, ou disposio mental, , na verdade, a idia de disposio comportamental ou tendncias comportamentais. Afirmaes sobre o que se denomina estados mentais seriam, ento, apenas descries de comportamentos, ou padres de comportamentos em toda a familia romana. Nesta concepo, so analisados os estados mentais intencionais e representativos. Esta linha de pensamento fundamenta-se 4 basicamente nos postulados de Ryle e Wittgenstein .
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Behaviorismo Metodolgico[editar]
O termo foi primeiramente utilizado por Watson, em 1945, para se referir a proposta de cincia do comportamento dos positivistas lgicos, ou neopositivistas, que tiveram grande influncia nas idias dos behavioristas norte-americanos da primeira metade do sculo XX. Provavelmente, e mais especificamente, as crticas se referiram s consideraes de Stanley Smith Stevens, em seu artigo "Psychology and the science of science" de 1939. O behaviorismo metodolgico de S. S. Stevens entende o comportamento apenas como respostas pblicas dos organismos. A questo da observabilidade central. Somente eventos diretamente observveis e replicveis seriam admitidos para tratamento por uma cincia, inclusive uma cincia do comportamento. Essa admisso decorre apenas por uma questo de acessibilidade, ou seja, no seria possvel uma cincia de eventos privados simplesmente por eles serem desta ordem, privados. Essa viso, chamada de "behaviorismo meramente metodolgico" por Watson, se distancia da viso Behaviorista Radical que inclui os eventos privados no escopo das cincias do comportamento e a interpretao como mtodo legtimo.
Behaviorismo Radical[editar]
Ver artigo principal: Behaviorismo Radical Como resposta s correntes internalistas do Comportamentalismo e inspirado pelo Behaviorismo Filosfico, Burrhus F. Skinner publicou, em 1953, o livro Science and Human Behavior. A publicao desse livro marca o incio da corrente comportamentalista conhecida como Behaviorismo Radical. O Behaviorismo Radical foi desenvolvido no como um campo de pesquisa experimental, mas sim uma proposta de filosofia sobre o comportamento humano. As pesquisas experimentais constituem a Anlise Experimental do Comportamento, enquanto as aplicaes prticas fazem parte da Anlise Aplicada do Comportamento. O Behaviorismo Radical seria uma filosofia da cincia do comportamento. Skinner foi fortemente anti-mentalista, ou seja, considerava no pragmticas as noes "internalistas" (entidades "mentais" como origem do comportamento, sejam elas entendidas como cognio, id-ego-superego, inconsciente coletivo, etc.) que permeiam as diversas teorias psicolgicas existentes. Skinner jamais negou em sua teoria a existncia dos processos mentais (eles so entendidos como comportamento), mas afirma ser improdutivo buscar nessas variveis a origem das aes humanas, ou seja, os eventos mentais no causam o comportamento das pessoas, os eventos mentais so comportamentos e so de natureza fsica. A anlise de um comportamento (seja ele cognitivo, emocional ou motor) deve envolver, alm das respostas em questo, o contexto em que ele ocorre e os eventos que seguem as respostas. Tal posio evidentemente opunha-se viso watsoniana do Behaviorismo, pela qual a principal razo para no se estudar fenmenos no fisiolgicos seria apenas a limitao do mtodo, no a efetiva inexistncia de tais fenmenos de natureza diferente da fsica. O Behaviorismo skinneriano tambm se opunha aos neobehaviorismos mediacionais, negando a relevncia cientfica de variveis mediacionais: para Skinner, o homem uma entidade nica, uniforme, em oposio ao homem "composto" de corpo e mente, ou seja, a viso de homem a viso monista. Skinner desenvolveu os princpios do condicionamento operante e a sistematizao do modelo de seleo por consequncias para explicar o comportamento. O condicionamento operante d r d segue o modelo S -R-S , onde um primeiro estmulo S , dito estmulo discriminativo, aumenta a probabilidade de ocorrncia de uma resposta R. A diferena em relao aos paradigmas Sd r R eS-O-R que, no modelo S -R-S , o condicionamento ocorre se, aps a resposta R, seguer se um estmulo reforador S , que pode ser um reforo (positivo ou negativo) que "estimule" o
comportamento (aumente sua probabilidade de ocorrncia), ou uma punio (positiva ou negativa) que iniba o comportamento em situaes semelhantes posteriores. O condicionamento operante difere do condicionamento respondente de Pavlov e Watson porque, no comportamento operante, o comportamento condicionado no por associao reflexa entre estmulo e resposta, mas sim pela probabilidade de um estmulo se seguir resposta condicionada. Quando um comportamento seguido da apresentao de um reforo positivo ou negativo, aquela resposta tem maior probabilidade de se repetir com a mesma funo; do mesmo modo, quando o comportamento seguido por uma punio (positiva ou negativa), a resposta tem menor probabilidade de ocorrer posteriormente. O Behaviorismo Radical se prope a explicar o comportamento animal atravs do modelo de seleo por consequncias. Desse modo, o Behaviorismo Radical prope um modelo de condicionamento no-linear e probabilstico, em oposio ao modelo linear e reflexo das teorias precedentes do Comportamentalismo. Para Skinner, a maior parte dos comportamentos humanos so condicionados dessa maneira operante. Para Skinner, os comportamentos so selecionados atravs de trs nveis de seleo. Os componentes da mesma so: 1 - Nvel Filogentico: que corresponde aos aspectos biolgicos da espcie e da hereditariedade do indivduo; 2 - Nvel Ontogentico: que corresponde a toda a histria de vida do indivduo; 3 - Nvel Cultural: os aspectos culturais que influenciam a conduta humana. Atravs da interao desses trs nveis (onde nenhum deles possui um status superior a outro) os comportamentos so selecionados. Para Skinner, o ser humano um ser ativo, que opera no ambiente, provocando modificaes nele, modificaes essas que retroagem sobre o sujeito, modificando seus padres comportamentais. Apesar de ter sido e ainda ser bastante criticado, muitos dos preconceitos em relao s ideias de Skinner so, na verdade, fruto do desconhecimento de quem critica. Muitas das crticas feitas ao behaviorismo radical so, na verdade, crticas ao behaviorismo de Watson. Mesmo autores que ficaram amplamente conhecidos por suas crticas, como Chomsky em "A Review on Skinner's Verbal Behavior", pouco conheciam acerca da abordagem e, com isso, cometeram diversos erros. A crtica de Chomsky j foi respondida por Kenneth MacCorquodale "On Chomsky's Review of Skinner's Verbal Behavior". O behaviorismo skinneriano, hoje em dia, o mais popular, se no o nico, behaviorismo ainda vivo. A ABAI (Association for Behavior Analysis International) possui cerca de 13.500 membros mundo inteiro (lembrando que isso nem de longe corresponde ao nmero real) e cresce cerca de 6.5% ao ano, o que desmente a alegao comum que o behaviorismo est morto.
Argumentos behavioristas[editar]
Os comportamentalistas apresentam vrias razes pelas quais seria razovel adotar uma 5 postura behaviorista. Uma das razes mais comuns epistmica : afirmaes sobre estados internos dos organismos feitas por observadores so baseadas no comportamento do organismo. Por exemplo, a afirmao de que um rato sabe o caminho para o alimento em uma caixa de Skinner baseada na observao do fato de que o animal chegou at o alimento, o que um comportamento. Para um behaviorista, os chamados fenmenos mentais poderiam muito bem ser apenas padres de comportamento. Comportamentalistas tambm fazem notar o carter anti-inatista tpico do Behaviorismo. Muito embora o inatismo no seja inerente ao mentalismo, bastante comum que tais teorias
assumam que existam procedimentos mentais inatos. Behavioristas, por crerem que todo comportamento conseqncia de condicionamento, geralmente rejeitam a idia de habilidades inatas aos organismos. Todo comportamento seria aprendido atravs de 5 condicionamento . Outro argumento muito popular a favor do Behaviorismo a idia de que estados internos no provm explicaes para comportamentos externos por eles mesmos serem comportamentos. Explicar o comportamento animal exigiria uma apresentao do problema em termos diferentes do conceito sendo apresentado (isto , comportamento). Para um comportamentalista (especialmente um comportamentalista radical), estados mentais so, em si, comportamentos, de modo que utiliz-los como estmulos resultaria em uma referncia circular. Para o behaviorista, estados internos s seriam vlidos como comportamentos a serem explicados; uma teoria que seguisse tal princpio, porm, seria comportamentalista. Para Skinner, em especial, utilizar estados internos como elementos essencialmente diferentes dos comportamentos abriria possibilidades para uso de conceitos anticientficos na argumentao psicolgica, como substncias imateriais ou homnculos que controlassem o 5 comportamento . Entretanto, importante notar que, para Skinner, no havia nada de inadequado em se discutir estados mentais no Behaviorismo: o erro seria discuti-los como se no fossem comportamentos. Vale notar, entretanto, que o argumento do estado interno como comportamento polmico, 5 mesmo entre vrios comportamentalistas . O Neo-behaviorismo Mediacional, por exemplo, trata os estados internos como elementos mediadores inerentemente diferente dos 3 comportamentos .
Crticas[editar]
O Behaviorismo, embora ainda muito influente, no o nico modelo na Psicologia . Seus crticos apontam inmeras provveis razes para tal fato. Uma das razes comumente apontadas o desenvolvimento das neurocincias. Essas disciplinas jogaram nova luz sobre o funcionamento interno do crebro, abrindo margens para paradigmas mais modernos na Psicologia. Por seu compromisso com a idia de que todo comportamento pode ser explicado sem apelar para conceitos cognitivos, o Behaviorismo leva a uma postura por vezes desinteressada em relao s novas descobertas das 6 neurocincias , com exceo do behaviorismo radical, Skinner enfatizou sempre a importncia da neurocincia como sendo um campo complementar essencial para o entendimento humano. Os behavioristas afirmam, porm, que as descobertas neurolgicas apenas definem os fenmenos fsicos e qumicos que so parte do comportamento, pois o organismo no poderia exercer comportamentos independentes do ambiente por causas neurolgicas. Outro aspecto que tambm enfatizado por behavioristas radicais de que embora as neurocincias possam lanar luz a alguns processos comportamentais, ela no prtica. Por exemplo, se o objeto for promover uma mudana comportamental em um indivduo, a modificao das contingncias ambientais seria muito mais eficaz que uma modificao direta no sistema nervoso da pessoa. Outra crtica ao Behaviorismo afirma que o comportamento no depende tanto mais dos 6 estmulos quanto da histria de aprendizagem ou da representao do ambiente do indivduo . Por exemplo, independentemente de quanto se estimule uma criana para que informe quem quebrou um objeto, a criana pode simplesmente no responder, por estar interessada em ocultar a identidade de quem o fizera. Do mesmo modo, estmulos para que um indivduo coma
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algum prato extico podem ser de pouca valia se o indivduo no vir o prato extico como um estmulo em si. Esta crtica s tem validade se for aplicada ao behaviorismo clssico de Watson, o behaviorismo radical de Skinner leva em conta, como ilustrado pelo nvel ontogentico, a histria de vida do indivduo na predio e controle do comportamento. Vrios crticos apontam para o fato de que um comportamento no precisa ser, necessariamente, conseqncia de um estmulo postulado. Uma pessoa pode se comportar como se sentisse ccegas, dor ou qualquer outra sensao mesmo se no estiver sentindo nada. Algumas propriedades mentais, como a dor, possuem uma espcie de "qualidade intrnseca" que no pode ser descrita em termos comportamentalistas. O problema desta crtica de que ela trata como se todos os behaviorismos fossem mecanicistas [estmulo-resposta] o que no verdade, o outro problema que esta crtica ignora outros fatores contextuais que reforam os comportamentos de, no caso, sentir ccegas. Por exemplo, uma criana pode se comportar como se sentisse dor porque assim a professora poderia mand-la para casa. Noam Chomsky foi um crtico do Behaviorismo, e apresentou uma suposta limitao do Comportamentalismo para modelar a linguagem, especialmente a aprendizagem. O Behaviorismo no pode, segundo Chomsky, explicar bem fenmenos lingusticos como a 6 rpida apreenso da linguagem por crianas pequenas . Chomsky afirmava que, para um indivduo responder a uma questo com uma frase, ele teria de escolher dentre um nmero virtualmente infinito de frases qual usar, e essa habilidade no era alcanada perante o constante reforamento do uso de cada uma das frases. O poder de comunicao do ser 6 humano, segundo Chomsky, seria resultado de ferramentas cognitivas gramaticais inatas .
Ivan Petrovich Pavlov (em russo: ) (Ryazan, 26 de Setembro de 1849 Leningrado, 27 de Fevereiro de 1936) foi um fisilogo russo. Foi premiado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1904, por suas descobertas sobre os processos digestivos de animais. Ivan Pavlov veio no entanto a entrar para a histria por sua pesquisa em um campo que se apresentou a ele quase que por acaso: o papel do condicionamento na psicologia do comportamento (reflexo condicionado).
Na dcada de 1920, ao estudar a produo de saliva em ces expostos a diversos tipos de estmulos palatares, Pavlov percebeu que com o tempo a salivao passava a ocorrer diante de situaes e estmulos que anteriormente no causavam tal comportamento (como por exemplo o som dos passos de seu assistente ou a apresentao da tigela de alimento). Curioso, realizou experimentos em situaes controladas de laboratrio e, com base nessas observaes, teorizou e enunciou o mecanismo do condicionamento clssico.
Um dos muitos ces usados por Pavlov nas suas experincias, Museu Pavlov, Rssia. Note-se que o recipiente utilizado para o armazenamento da saliva est cirurgicamente implantado no maxilar do animal.
A idia bsica do condicionamento clssico consiste em que algumas respostas comportamentais so reflexos incondicionados, ou seja, so inatas em vez de aprendidas, enquanto que outras so reflexos condicionados, aprendidos atravs do emparelhamento com situaes agradveis ou aversivas simultneas ou imediatamente posteriores. Atravs da repetio consistente desses emparelhamentos possvel criar ou remover respostas fisiolgicas e psicolgicas em seres humanos e animais. Essa descoberta abriu caminho para o desenvolvimento da reflexologia e psicologia comportamental e mostrou ter ampla aplicao prtica, inclusive no tratamento de fobiase nos anncios publicitrios entre outras aplicaes da medicina e cincias cognitivas.
Edward Chace Tolman (West Newton, 14 de abril de 1886 19 de novembro de 1959) foi um psiclogo norte-americano. estudou no Massachusetts Institute of Technology (MIT), tendosedoutorado, em 1915, na Universidade de Harvard. Os seus trabalhos enquadram-se na corrente behaviorista, considerando contudo que a proposta de explicao do comportamento apresentada (estmulo-resposta) era muito redutora. Assim dever-se-ia ter em conta as intenes e objectivos do sujeito na explicao de um comportamento. Recusava a ideia de que a aprendizagemresultava apenas de tentativas e erros ou era aleatria. A aprendizagem era intencional, dirigida para objectivos - da a sua concepo ser designada por behaviorismo intencional. De entre as suas obras pode-se destacar: Purposive behavior in animals and men , publicada em 1932 e Drives toward War.
Clark L. Hull
Clark Leonard Hull (Akron, 24 de maio de 1884 New Haven, 10 de maio de 1952) foi um influente psiclogo norte-americano. Estudou nasUniversidades de Michigan e Wisconsin. Doutorou-se nesta ltima em 1918 onde foi professor at 1929. Inspirando-se em Pavlov e Watson desenvolveu as concepes behavioristas clssicas fazendo intervir variveis intermdias entre o estmulo e a resposta. Considerava que no processo de aprendizagem a varivel intermdia seria amotivao. A sua concepo poderia ser expressa pela frmula: Potencial de Reao = (Fora do hbito x Impulso x Motivao) - Inibio. A aprendizagem seria assim um processo resultante de uma cadeia de condicionamentos em que o reforo, motivao, (encarado como a reduo das necessidades) desempenha um papel fundamental. Assim no poderia haver aprendizagem sem motivao. Considerava que, para alm dos mtodos tradicionais utilizados pela psicologia - observao, observao sistemtica e mtodo experimental, se deveria recorrer a mtodos formais, isto , deveriam ser introduzidos modelos matemticos. Chegou a descrever processos de aprendizagem atravs de equaes matemticas. As suas concepes esto expostas na sua vasta obra da qual se pode destacar: Principles of Behavior, The Essentials of Behavior e A Behavior System.
Burrhus Frederic Skinner (Susquehanna, Pensilvnia, 20 de Maro de 1904 Cambridge, 18 de Agosto de 1990) foi um autor e psiclogoamericano. Conduziu trabalhos pioneiros em psicologia experimental e foi o propositor do Behaviorismo Radical, abordagem que busca entender o comportamento em funo das inter-relaes entre a filogentica, o ambiente (cultura) e a histria de vida do indivduo. A base do trabalho de Skinner refere-se a compreenso do comportamento humano atravs do comportamento operante (Skinner dizia que o seu interesse era em compreender o comportamento humano e no manipul-lo). O trabalho de skinner o complemento, e o coroamento de uma escola psicolgica. Skinner adotava prticas experimentais derivadas de fsica e outras cincias. Outros importantes estudos do autor referem-se ao comportamento verbal humano e a aprendizagem. Frequentou o mesmo ginsio onde seus pais haviam estudado; havia apenas sete outros alunos em sua sala ao final do curso. Ele gostava da escola e era o primeiro a chegar todas as manhs. Quando criana e adolescente, gostava de construir coisas: trens, carrinhos, jangadas, carrossis, atiradeiras, modelos de avies e at um canho a vapor com o qual atirava buchas de batata e cenoura nos telhados dos vizinhos. Passou anos tentando construir uma mquina de movimento perptuo. Tambm tinha interesse pelo comportamento dos animais. Lia muito sobre eles e mantinha tartarugas, cobras, lagartos, sapos e esquilos listrados. Numa feira rural, ele observou certa feita, um bando de pombos numa apresentao; anos mais tarde, ele treinaria essas aves para realizar uma variedade de comportamentos. O sistema de psicologia de Skinner sob muitos aspectos um reflexo das suas primeiras experincias de vida. Ele considerava a vida um produto de reforos passados e afirmava que sua prpria vida fora to predeterminada, organizada e ordeira quanto seu sistema ditava que todas as vidas humanas fossem. A conselho de um amigo de famlia, Skinner se matriculou no Hamilton College de Nova York. Ele escreveu: "Nunca me adaptei vida de estudante. Ingressei numa fraternidade acadmica sem saber do que se tratava. No era bom nos esportes e sofria muito quando as minhas canelas eram atingidas no hquei sobre o gelo ou quando melhores jogadores de basquete faziam tabela na
minha cabea Num artigo que escrevi no final do meu ano de calouro, reclamei de que o colgio me obrigava a cumprir exigncias desnecessrias (uma delas era a presena diria na capela) e que quase nenhum interesse intelectual era demonstrado pela maioria dos alunos. No meu ltimo ano, eu era um rebelde declarado". Com parte dessa revolta, Skinner instigava trotes que muito perturbaram a comunidade acadmica e se entregava a ataques verbais aos professores e administrao. Sua desobedincia continuou at o dia da graduao, quando na abertura da cerimnia, o diretor o alertou, e aos seus amigos, que, se no se comportassem, no colariam grau. Ele se formou em ingls, recebeu a chave simblica da Phi Beta Kappa e manifestou o desejo de tornar-se escritor. Quando criana, tinha escrito poemas e histrias, e, em 1925, num curso de vero sobre redao, o poeta Robert Frost fizera comentrios favorveis sobre seu trabalho. Durante dois anos depois da formatura, Skinner dedicou-se a escrever. Passou um ano no Greenwich Village, mas acabou se desiludindo com sua falta de habilidade literria. Concluiu que tinha poucas experincias e que lhe faltava uma perspectiva pessoal para escrever. Essa falta de sucesso como escritor o deixou to desesperado que pensou em consultar um psiquiatra. Considerou-se um fracasso e estava com sua auto-estima abalada. Tambm estava desapontado no amor; ao menos uma meia dzia de jovens havia rejeitado suas investidas, deixando-o com o que ele descreveu como intensa dor fsica. Skinner ficou to perturbado que gravou a inicial do nome de uma mulher no brao, onde permaneceu durante anos. Depois de ler sobre John B. Watson e Ivan Pavlov, decidiu transferir seu interesse literrio pelas pessoas para um interesse mais cientfico. Em 1928, inscreveu-se na ps-graduao depsicologia em Harvard, embora nunca tivesse estudado psicologia antes. Foi para a psgraduao, disse ele, "no porque fosse um adepto totalmente comprometido da psicologia, mas para fugir de uma alternativa intolervel". Comprometido ou no, doutorou-se trs anos mais tarde. Seu tema de dissertao d um primeiro vislumbre da posio a que ele iria aderir por toda a sua carreira. Sua principal proposio era de que um reflexo no seno a correlao entre um estmulo e uma resposta. Concluiu o mestrado em 1930 e o doutorado em 1931. Depois de vrios ps-doutorados, Skinner foi dar aulas na Universidade de Minnesota (1936 45), nessa poca casou-se com Yvonne Blue, com quem teve dois filhos, e na Universidade de Indiana (194547). Em 1947, voltou a Harvard. Seu livro de 1938, "O Comportamento dos Organismos", descreve os pontos essenciais de seu sistema inicial. Seu livro de 1953, "Cincia e Comportamento Humano", tido como um manual bsico da sua psicologia comportamentalista. Skinner manteve-se produtivo at a morte, aos oitenta e seis anos, trabalhando at o fim com a mesma determinao com que comeara uns sessenta anos antes. Em seus ltimos anos de vida, ele construiu, no poro de sua casa, sua prpria "caixa de Skinner" um ambiente controlado que propiciava reforo positivo. Ele dormia ali num tanque plstico amarelo, de tamanho apenas suficiente para conter um colcho, algumas prateleiras de livros e um pequeno televisor. Ia dormir toda noite s dez, acordava trs horas depois, trabalhava por uma hora, dormia mais trs horas e despertava s cinco da manh para trabalhar mais trs horas. Ento, ia para o gabinete da universidade para trabalhar mais, e toda tarde retemperava as foras ouvindo msica. Aos sessenta e oito anos, escreveu um artigo intitulado "Auto-Administrao Intelectual na Velhice", citando suas prprias experincias como estudo de caso. Ele mostrava que
necessrio que o crebro trabalhe menos horas a cada dia, com perodos de descanso entre picos de esforo, para a pessoa lidar com a memria que comea a falhar e com a reduo das capacidades intelectuais na velhice. Doente terminal com leucemia, apresentou uma comunicao na conveno de 1990 da APA, em Boston, apenas oito dias antes de morrer; nela, ele atacava apsicologia cognitiva. Na noite anterior sua morte, estava trabalhando em seu artigo final, "Pode a Psicologia ser uma Cincia da Mente?", outra critica ao movimento cognitivo que pretendia suplantar sua definio de psicologia. Skinner morreu em 18 de Agosto de 1990.
Comportamento Operante[editar]
A principal contribuio de Skinner para a Psicologia foi o conceito de Comportamento Operante que descreve um tipo de relao entre as respostas dos organismos e o ambiente. Diferente da relao descrita no comportamento respondente onde um estmulo elicia/gera uma resposta, o comportamento operante descreve uma relao onde uma resposta que gera uma consequncia (ou apenas acompanhada por essa como no caso do comportamento supersticioso) tem a sua probabilidade de ocorrer novamente em um contexto semelhante modificada pelo efeito desta consequncia sobre a interao. Consequncias que tm valor de sobrevivncia para os organismos tm as respostas que as geraram reforadas, aumentando a probabilidade de que a mesma volte a ocorrer em um contexto semelhante, ao passo que consequncias que trazem prejuzos aos organismos tm as respostas que as geraram punidas, reduzindo a probabilidade de que a mesma volte a ocorrer em um contexto semelhante. Nesse sentido, o behaviorismo radical vai entender o comportamento do ser humano e dos outros organismos como uma interao entre estmulos do ambiente e respostas do organismo, sendo determinado por trs tipos de seleo, a saber: filogentica, ontogentica e cultural. O primeiro nvel de seleo, a seleo filogentica se refere aos repertrios compartilhados por uma mesma espcie, o qual determinado pela histria evolutiva da mesma. O segundo nvel de seleo, a seleo ontogentica se refere ao repertrio particular de cada indivduo ou organismo, o qual determinado por sua histria de vida ou histrico de reforamento. E o terceiro nvel de seleo, a seleo cultural se refere ao repertrio compartilhado por indivduos de uma mesma cultura, sendo este de maior importncia para compreender o comportamento humano e de outros animais que apresentam algum tipo de comportamento social.
Crticas[editar]
Crticas s ideias de Skinner fortaleceram-se especialmente nas dcadas de 1960 e 1970, aps seu livro Walden II ter-se tornado sucesso de vendas, atraindo admiradores e contestadores. As ideias de Skinner foram em especial confrontadas com as ideias de Carl Rogers. Para Rogers, Skinner privilegia conceitos como controle e previsibilidade, e d pouco valor a conceitos como liberdade e realizao pessoal. Skinner defende um modelo de educao que parte do meio para o indivduo enquanto Rogers defende que a educao deve 1 ser feita do indivduo para o meio. A abordagem de Rogers considera o modelo de educao e 2 controle de comportamento de Skinner excessivamente mecanicista e determinista.
Referncias
1. Ir para cima Bill E. Forisha, Frank Milhollan. Skinner X Rogers: Maneiras contrastantes de encarar a educao. 8 ed. So Paulo: Summus, 1978. 196 p. 9788532300355 2. Ir para cima Schultz D.P., Schultz S.E.. Histria da Psicologia Moderna. So Paulo: Cultrix, 1992. 9788522106813
John Broadus Watson (Greenville, 9 de janeiro de 1878 Nova Iorque, 25 de setembro de 1958) foi um psiclogo estadunidense, considerado o fundador do comportamentismo oucomportamentalismo(ou simplesmente behaviorismo). Foi um aluno mdio, durante o seu percurso escolar, at chegar Universidade de Chicago. Frequentou o curso de Filosofia, mas desiludido com a orientao, muda para Psicologia. Para suportar as suas despesas pessoais, aceita como trabalho a limpeza dos gabinetes da Universidade, bem como a vigilncia dos ratos brancos dos laboratrios de Neurologia. Doutorou-se depois em Neuropsicologia, defendendo uma tese sobre a relao entre o comportamento dos ratos de laboratorio e o sistema nervoso central. Como professor de psicologia animal, desenvolveu investigaes, fundamentalmente sobre o comportamento de ratos e macacos. So as suas experincias com animais, controladas de forma rigorosa e objetiva, que lhe vo inspirar o modelo de psicologia. Os mesmos procedimentos podero ser aplicados pelos psiclogos se eles se debruarem sobre o estudo do comportamentohumano. Da que Watson assumisse claramente a abolio da barreira entre a psicologia humana e a psicologia animal. Com 29 anos, foi leccionar na Universidade de Baltimore, onde desenvolveu, durante 13 anos, o fundamental da sua pesquisa, instalando um laboratrio de psicologia animal. Em 1913 publicou o artigo "A Psicologia como um comportamentista a v", onde apresenta os fundamentos da sua teoria. Com a Primeira Guerra Mundial, interrompeu a sua atividade profissional para ingressar no exrcito, participando numa campanha militar em Frana.
Em 1918, retomou a investigao, estudando a primeira infncia, mas um divrcio tumultuoso devido sua paixo por sua assistente, para quem escreveu trridas cartas de amor, que vieram a pblico, desmoralizando seu trabalho como pesquisador acadmico, obrigando-o a abandonar a Universidade. Ingressou numa agncia de publicidade e dedicou-se paralelamente divulgao das suas teorias junto de um pblico mais amplo. Depois de aposentado, retomou as suas investigaes em psicologia. Para Watson, a psicologia no devia ter em conta nenhum tipo de preocupaes introspectivas, filosficas ou motivacionais, mas apenas e simplesmente os comportamentos objetivos, concretos e observveis.
Watson e o Comportamentalismo[editar]
O Comportamentalismo, ou Behaviorismo (do ingls Behaviorism, derivado de behavior que significa comportamento, conduta), teoria e mtodo de investigao psicolgica que procura examinar do modo mais objetivo o comportamento humano e dos animais, com nfase nos fatos objetivos (estmulos e reaes), sem fazer recurso introspeco, segundo o dicionrio Houaiss, ou seja, como prprio nome j diz, tem como objeto de estudo o comportamento, que caracterizado pela resposta dada estmulos externos, e segundo Watson, seu objetivo terico prever e controlar o comportamento (Schultz, p. 239). No possvel afirmar a data precisa de criao do Comportamentalismo, porm, pode-se dizer que surgiu a partir de um protesto contra o Funcionalismo e o Estruturalismo em 1913, cujo lder foi John B. Watson, PhD pela Universidade de Chicago, que era considerada o centro da psicologia funcional, movimento que Watson era contra. Sua ambio era um movimento em oposio ao Funcionalismo e ao Estruturalismo, pois, assim como Wundt, seu objetivo era a criao de uma nova escola em que houvesse a distino dos mtodos at ento adotados. Watson se utilizou de conceitos e idias j existentes para a instituio do Comportamentalismo, que teve como principais influncias a tradio filosfica do objetivismo e do mecanicismo deDescartes, cujo pensamento mecanicista buscava objetividade nos estudos anatmicos humanos e, tambm, de Comte, fundador do positivismo; a psicologia animal, como a teoria de Loeb sobre o comportamento animal ser baseado em estmulos e respostas, no necessitando conscincia para tal e, tambm, como o estudo experimental de Pavlov e de muitos outros, como Twitmyer, Thorndike e Pfungst; e a psicologia funcional, j que funcionalistas como Cattel e Pillsbury estavam se aproximando dos conceitos comportamentalistas. Watson tinha como propsito a objetividade cientfica e o estudo dos comportamentos observveis e que pudessem ser descritos atravs do conceito de estmulo e resposta, o que indica a semelhana com os experimentos da psicologia animal, ramo em que ele preferia fazer seus experimentos. Devido a esse carter objetivo e criterioso, foi dada uma contribuio muito importante para a formao da Psicologia cientfica. Para tal, foram descartadas as idias mentalistas, assim como os
termos empregados por elas como os de conscincia, sensao emente, pelo fato de o Comportamentalismo ter como base estudos mais objetivos e concretos, e tambm rompe com o mtodo de introspeco, pelo fato de admitir a presena de processos conscientes na anlise e, por isso, no pode ser objetivamente observada e, tambm, porque no eram admitidas grandes diferenas entre o estudo do comportamento de animais e de humanos, pois usavam o conceito de estmulos e respostas em ambos.
Joseph Wolpe foi um psiquiatra sul-africano. Ele introduziu o princpio da inibio recproca, utilizado no Condicionamento Clssico, segundo o qual se uma resposta contrria que provoca ansiedade emitida em presena de estmulos produtores da mesma reao, a associao entre esses estmulos e a ansiedade diminui``. Os princpios de inibio recproca e de contracondicionamento esto na base das chamadas estratgias de exposio gradual e mediatizada, utilizadas no modelo do Condicionamento Clssico, no tratamento de medos e fobias. Nos anos 50 introduziu o conceito de Dessensibilizao Sistemtica, como cura para fobias, aplicando os princpios pavlovianos de extino comportamental. Assim, sua tcnica possibilitou a reproduo desse mtodo de tratamento de pacientes fbicos a qualquer terapeuta que se utilizasse dos mesmos moldes.
Albert Bandura (Mundare, 4 de dezembro de 1925) um psiclogo canadense, autor da Teoria Social Cognitiva. , assim como Skinner, da linha ortamento do indivduo durante a sua interao. Para ele, o indivduo capaz de aprender tambm atravs de reforo vicrio (ou aprendizagem vicariante), ou seja, atravs da observao do comportamento dos outros e de suas conseqncias, com contato indireto com o reforo. Entre o estmulo e a resposta, h tambm o espao cognitivo de cada indivduo. Bandura procurou confirmar tal teoria ao fazer um experimento com um Joo-Bobo. Trs grupos de crianas foram submetidos a um filme diferente cada, nos quais adultos agrediam os bonecos. O final de cada um deles que era diferente. No primeiro, o adulto era recompensado. No segundo, era punido e no terceiro, no sofria nenhuma consequncia. Depois, as crianas foram colocadas em uma sala onde podiam ser observadas sem perceberem. Na sala havia diferentes brinquedos, dentre eles o Joo-Bobo. Relatou-se que o grupo que viu o adulto sendo recompensado tendia a repetir com maior frequncia as agresses quando comparado aos dois ltimos grupos. Provandose, assim que o juzo que fazemos de certos comportamentos so determinantes para resposta a determinados estmulos.
Tambm est dentro de sua teoria o determinismo recproco, ou seja, tanto o mundo quanto o indivduo causam efeitos um no outro. Muito de seu trabalho foi desenvolvido estudando amotivao e a auto-eficcia. Em seus experimentos comprovou que estabelecer vrios objetivos prximos mais eficaz do que estabelecer objetivos distantes ou no estabelecer objetivos. Tambm comprovou que a percepo de um grupo competente tornava a equipe mais eficaz do que um grupo que se percebesse incompetente mesmo com desempenhos individuais semelhantes entre os grupos e entre indivduos em um pr-teste.1 Publica em 1959 seu primeiro trabalho, 'Adolescent Agression'. Foi presidente da Associao Americana de Psicologia em 1973. Entra para a Universidade de Stanford em 1953, onde leciona at os dias atuais.
Referncias
1. Ir para cima A Bandura (1982) Self-efficacy mechanism in human agency. Disponvel em: http://www.jennyarntzen.com/tsed321_951/current_files/pdf/Bandura_1982.pdf (30/7/2010)
H diversas teorias psicolgicas sobre o comportamento humano. O internalismo postula que as causas do comportamento esto sediadas no interior do homem, seja em seu organismo ou em sua mente nas memrias ou nas emoes. Skinner, ao propor o behaviorismo radical, ope-se a esta viso, responsabilizando o meio ambiente pela conduta humana, trilhando assim caminho semelhante ao da Ciberntica. O Behaviorismo do termo ingls behaviour ou do americano behavior, significando conduta, comportamento um conceito generalizado que engloba as mais paradoxais teorias sobre o comportamento, dentro da Psicologia. Estas linhas de pensamento s tm em comum o interesse por este tema e a certeza de que possvel criar uma cincia que o estude, pois suas concepes so as mais divergentes, inclusive no que diz respeito ao significado da palavra comportamento. Os ramos principais desta teoria so o Behaviorismo Metodolgico e o Behaviorismo Radical. Esta teoria teve incio em 1913, com um manifesto criado por John B. Watson A Psicologia como um comportamentista a v. Nele o autor defende que a psicologia no deveria estudar processos internos da mente, mas sim o comportamento, pois este visvel e, portanto, passvel de observao por uma cincia positivista. Nesta poca vigorava o modelo behaviorista de S-R, ou seja, de resposta a um estmulo, motor gerador do comportamento humano. Watson conhecido como o pai do Behaviorismo Metodolgico ou Clssico, que cr ser possvel prever e controlar toda a conduta humana, com base no estudo do meio em que o indivduo vive e nas teorias do russo Ivan Pavlov sobre o condicionamento a conhecida experincia com o cachorro, que saliva ao ver comida, mas tambm ao mnimo sinal, som ou gesto que lembre a chegada de sua refeio. Assim, qualquer modificao orgnica resultante de um estmulo do meio-ambiente pode provocar as manifestaes do comportamento, principalmente mudanas no sistema glandular e tambm no motor. Mas nem toda conduta individual pode ser detectada seguindo-se esse modelo terico, da a gerao de outras teses. Eduard C. Tolman prope o Neobehaviorismo Mediacional ao publicar, em 1932, sua obra Purposive behavior in animal and men. Na sua teoria, o organismo trabalha como mediador entre o estmulo e a resposta, ou seja, ele atravessa etapas que Tolman denomina de variveis intervenientes elos
conectivos entre estmulos e respostas -, estas sim consideradas aes internas,conhecidas como gestalt-sinais. Esta linha de pensamento conduz a uma tese sobre o sistema de aprendizagem, apoiada sobre mapas cognitivos interaes estmulo-estmulo gerados nos mecanismos cerebrais. Assim, para cada grupo de estmulos o indivduo produz um comportamento diferente e, de certa forma, previsvel. Tolman, ao contrrio de Watson, vale-se dos processos mentais em suas pesquisas, reestruturando a linha mentalista atravs da simbologia comportamental. Ele via tambm no comportamento uma intencionalidade, um objetivo a ser alcanado, com traos de uma intensa persistncia na perseguio desta meta. Por estas caractersticas presentes em sua teoria, este autor considerado, portanto, um precursor da Psicologia Cognitiva. Skinner criou, na dcada de 40, o Behaviorismo Radical, como uma proposta filosfica sobre o comportamento do homem. Ele foi radicalmente contra causas internas, ou seja, mentais, para explicar a conduta humana e negou tambm a realidade e a atuao dos elementos cognitivos, opondo-se concepo de Watson, que s no estendia seus estudos aos fenmenos mentais pelas limitaes da metodologia, no por eles serem irreais. Skinner recusa-se igualmente a crer na existncia das variveis mediacionais de Tolman. Em resumo, ele acredita que o indivduo um ser nico, homogneo, no um todo constitudo de corpo e mente. O behaviorismo filosfico uma teoria que se preocupa com o sentido dos pensamentos e das concepes, baseado na idia de que estado mental e tendncias de comportamento so equivalentes, melhor dizendo, as exposies dos modos de ser da mente humana semelhante s descries de padres comportamentais. Esta linha terica analisa as condies intencionais da mente, seguindo os princpios de Ryle e Wittgenstein. O behaviorismo no ocupa mais um espao predominante na Psicologia, embora ainda seja um tanto influente nesta esfera. O desenvolvimento das Neurocincias, que ajuda a compreender melhor, hoje, o que ocorre na mente humana em seus processos internos, aliado perda de prestgio dos estmulos como causas para a conduta humana, e somado s crticas de estudiosos renomados como Noam Chomsky, o qual alega que esta teoria no suficiente para explicar fenmenos da linguagem e da aprendizagem, levam o Behaviorismo a perder espao entre as teorias psicolgicas dominantes.